Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
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Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Professores Titulares da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Membros natos, conforme artigo 4º, parágrafo 1º do regimento – FMUSP MARCOS BOULOS - Diretor e Professor Titular do Depto. de Moléstias Infecciosas e Parasitárias TARCÍSIO ELOY PESSOA DE BARROS FILHO - Vice-Diretor. Professor Titular do Depto. de Ortopedia e Traumatologia ALBERTO JOSÉ DA SILVA DUARTE - Professor Tirular do Depto. de Patologia ANTONIO ALCI BARONE - Professor Titular do Depto. de Moléstias Infecciosas e Parasitárias ARNALDO VALDIR ZUMIOTTI - Professor Titular do Depto. de Ortopedia e Traumatologia BERENICE BILHARINHO DE MENDONÇA - Professora Tiular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Endocrinologia e Metabologia / Chefe do Depto. de Clínica Médica - mandato: 15/02/2010 a 16/02/2012 CLARICE TANAKA - Professora Titular do Depto. de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional - Cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional CLAUDIA REGINA FURQUIM DE ANDRADE - Professora Titular do Depto. de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional - Curso de Fonoaudiologia DALTON DE ALENCAR FISCHER CHAMONE - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Hematologia e Hemoterapia DANIEL ROMERO MUÑOZ - Professor Titular do Depto. de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do Trabalho EDMUND CHADA BARACAT - Professor Titular do Depto. de Obstetrícia e Ginecologia - Disciplina de Ginecologia - Chefe do Depto. de Obstetrícia e Ginecologia - mandato: 08/04/2009 a 07/04/2011 EDUARDO MASSAD - Professor Titular da Disciplina de Informática Médica / Chefe do Depto. de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do Trabalho - mandato: 01/02/2008 a 31/01/2011 ELOISA SILVA DUTRA DE OLIVEIRA BONFÁ - Professora Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Reumatologia EUCLIDES AYRES DE CASTILHO - Professor Titular do Depto. de Medicina Preventiva EURIPEDES CONSTANTINO MIGUEL FILHO - Professor Titular do Depto. de Psiquiatria EVANDRO ARARIGBÓIA RIVITTI - Professor Titular do Depto. de Dermatologia / Chefe do Depto. de Dermatologia - mandato: 19/12/2008 a 20/12/2010 FÁBIO BISCEGLI JATENE - Professor Titular do Depto. de Cardiopneumologia / Área de Cirurgia Torácica FLAIR JOSÉ CARRILHO - Professor Titular do Depto. de Gastroenterologia - Disciplina de Gastroenterologia Clínica FRANCISCO VARGAS SUSO - Professor Titular do Depto. de Cardiopneumologia - Disciplina de Pneumologia GERSON CHADI - Professor Titular do Depto. de Neurologia GIOVANNI GUIDO CERRI - Professor Titular do Depto. de Radiologia IRINEU TADEU VELASCO - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Emergências Clínicas IVAN CECCONELLO - Professor Titular do Depto. de Gastroenterologia - Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia – Chefe do Depto. de Gastroenterologia – mandato: 16/12/2009 a 15/12/2011 JORGE ELIAS KALIL FILHO - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Imunologia Clínica e Alergia JOSÉ ANTONIO FRANCHINI RAMIRES - Professor Titular do Depto. de Cardiopneumologia - Disciplina de Cardiologia JOSÉ EDUARDO KRIEGER - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Área de Medicina Molecular JOSÉ ELUF NETO - Professor Titular do Depto. de Medicina Preventiva - Chefe do Depto. de Medicina Preventiva - mandato: 20/03/2009 a 19/03/2011 JOSÉ OTÁVIO COSTA AULER JÚNIOR - Professor Titular do Depto. de Cirurgia - Disciplina de Anestesiologia JOSÉ RICARDO DE CARVALHO MESQUITA AYRES - Professor Titular do Depto. de Medicina Preventiva - Presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária - mandato: 16/05/2009 a 15/05/2011 LUIZ AUGUSTO CARNEIRO D ALBUQUERQUE – Professor Titular do Depto. de Gastroenterologia / Disciplina de Transplantes LUIZ FRANCISCO POLI DE FIGUEIREDO - Professor Titular do Depto. de Cirurgia - Disciplina de Técnica Cirurgica e Cirurgia Experimental MAGDA MARIA SALES CARNEIRO-SAMPAIO - Professora Titular do Depto. de Pediatria MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA - Professor Titular do Depto. de Neurologia - Disciplina de Neurocirurgia MARCELO ZUGAIB - Professor Titular do Depto. de Obstetrícia e Ginecologia - Disciplina de Obstetrícia MARCUS CASTRO FERREIRA - Professor Titular do Depto. de Cirurgia - Disciplina de Cirurgia Plástica e Queimaduras MARIA APARECIDA SHIKANAI YASUDA - Professora Titular do Depto. de Moléstias Infecciosas e Parasitárias - Chefe do Depto. de MI - mandato: 24/06/2008 a 23/06/2010 MARIA IRMA SEIXAS DUARTE - Professora Titular do Depto. de Patologia MIGUEL LORENZO BARBERO MARCIAL – Professor Titular do Depto. de Cardiopneumologia / Área de Cirurgia Cardíaca Pediatrica MIGUEL SROUGI – Professor Titular do Depto. de Cirurgia – Disciplina de Urologia MILBERTO SCAFF – Professor Titular do Depto. Neurologia - Disciplina de Neurologia Clínica MÍLTON DE ARRUDA MARTINS - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Clínica Geral - Presidente da Comissão de Graduação – mandato: 14/05/2009 a 13/05/2011 NOEDIR ANTONIO GROPPO STOLF – Professor Titular do Depto. de Cardiopneumologia - Disciplina de Cirurgia Torácica e Cardiovascular - Chefe do Depto. de Cardiopneumologia - mandato: 10/06/2009 a 09/06/2011 OLAVO PIRES DE CAMARGO - Professor Titular do Depto. de Ortopedia e Traumatologia / Chefe do Depto. de Ortopedia e Traumatologia – mandato: 22/12/2008 a 21/12/2010 PAULO ANDRADE LOTUFO - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Programa de Socioeconomia e Epidemiologia em Clínica Médica PAULO HILÁRIO NASCIMENTO SALDIVA - Professor Titular do Depto. de Patologia PAULO MARCELO GEHM HOFF - Professor Titular do Depto. de Radiologia - Disciplina de Oncologia, na Área de Oncologia Clínica PEDRO PUECH-LEÃO - Professor Titular do Depto. de Cirurgia - Disciplina de Cirurgia Vascular REMO SUSANNA JR. - Professor Titular do Depto. de Oftalmologia e Otorrinolaringologia / Disciplina de Oftalmologia - Chefe do Depto. de Oftalmologia e Otorrinolaringologia - mandato: 26/11/2009 a 25/11/2011 RICARDO FERREIRA BENTO - Professor Titular do Depto. de Oftalmologia e Otorrinolaringologia - Disciplina de Otorrinolaringologia ROBERTO ZATZ - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Nefrologia ROGER CHAMMAS - Professor Titular do Depto. de Radiologia - Disciplina de Oncologia, na Área de Oncologia Básica / Chefe do Depto. de Radiologia - mandato: 07/11/2008 a 06/11/2010 SAMIR RASSLAN - Professor Titular do Depto. de Cirurgia - Disciplina de Cirurgia Geral / Chefe do Depto. de Cirurgia - mandato: 07/08/2009 a 06/08/2011 SANDRA JOSEFINA FERRAZ ELLERO GRISI - Professora Titular do Depto. de Pediatria – Disciplina de Pediatria Preventiva e Social / Chefe do Depto. de Pediatria - mandato: 06/12/2008 a 05/12/2010 SELMA LANCMAN - Professora Titular do Depto. de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional - Cursos de Terapia Ocupacional / Chefe do Depto. de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional – mandato: 17/12/2009 a 16/12/2011 UENIS TANNURI – Professor Titular do Depto. de Pediatria - Disciplina de Cirurgia Pediátrica UMBERTINA CONTI REED – Professora Titular do Depto. de Neurologia – Disciplina de Neurologia Infantil / Chefe do Depto. de Neurologia – mandato: 13/07/2009 a 12/07/2011 VALENTIM GENTIL FILHO - Professor Titular do Depto. de Psiquiatria - Chefe do Depto. de Psiquiatria - mandato: 23/06/2008 a 22/06/2010 VENÂNCIO AVANCINI FERREIRA ALVES - Professor Titular do Depto. de Patologia - Chefe do Depto. de Patologia – mandato: 10/09/2009 a 09/09/2011 VICENTE ODONE FILHO - Professor Titular do Depto. de Pediatria WAGNER FARID GATTAZ - Professor Titular do Depto. de Psiquiatria WILLIAM CARLOS NAHAS - Professor Titular do Depto. de Cirurgia / Disciplina de Urologia na Área de Transplante WILSON JACOB FILHO - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica / Disciplina de Geriatria mmm 7º CPEM Congresso Paulista de Educação Médica ANAIS Integração básico-clínica nos currículos médicos contemporâneos: evidências, desafios e superações São Paulo 21 a 23 de maio de 2010 mmm Sumário/Contents Editorial i Desenvolvimento docente 1 Ensino das Ciências Básicas: alternativas e modelos de integração Básico-Básico e Básico-Clinico 4 Experiências Pró-saúde e PET-saúde 17 Extensão universitária, Ligas Acadêmicas e seu impacto na Educação Médica 32 Gestão da Escola Médica e dos Hospitais Universitários 47 Humanidades Médicas e Humanização no ensino e no exercício da Medicina 47 Instrumentos de Avaliação 61 Integração ensino/serviço e ensino na atenção básica 70 Internato, Residência, pós-graduação lato e stricto sensu em ciências básicas e educação médica 89 Metodologia de Pesquisa em Educação Médica Índice de autor/Author index Orientação aos Colaboradores/Standardization 93 96 mmm Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Editorial O sétimo Congresso Paulista de Educação Médica (CPEM) vem apresentar inovações na educação médica, bem como estratégias de sucesso num tema internacional como é o da integração entre disciplinas que compõe o currículo médico. Este importante evento será, ainda, palco de discussão de tópicos conhecidos, mas que se renovam à luz de novas visões a cerca do tema. Dessa forma, o 7º CPEM tem, indubitavelmente, enorme responsabilidade acadêmica e social, à medida que lida com profundas questões da saúde brasileira que se descortinam para os próximos anos. A educação médica, assim como toda a ciência educacional, se vale, o tempo todo, de novas tecnologias e idéias que são pertinentes a uma determinada conjuntura à qual uma escola médica se enquadra. O ensino médico deve ser feito por metodologias ativas ou tradicionais, em cenário hospitalista ou ambulatorial (e Unidades Basicas de Saúde), deve ter enfoque biomédico ou humanista, deve se voltar ao atendimento terciário ou à atenção primária à saúde? Estas questões deixam claro que a discussão a cerca do ensino de medicina no Brasil está longe de perder seu valor e de se tornarem desnecessárias. Questões que também nunca devem deixar de ser causa de reflexão e debate são a responsabilidade individual de estudantes e professores com relação ao cuidado às pessoas; a responsabilidade institucional, que se reflete pela oferta de meios estruturais necessários para a valorização acadêmica do trabalho e da formação médica e a responsabilidade governamental, que deve zelar por formar médicos éticos, críticos e reflexivos, que consigam estender seu conhecimentos para, apropriadamente, assistir à sociedade. Em vista disso, a Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) têm o prazer de oferecer este evendo à comunidade médica, estudantes e professores de medicina e a todos os interessados em enriquecer a educação médica brasileira, o 7º Congresso Paulista de Educação Médica. Neste suplemento da Revista de Medicina, encontram-se publicados todos os resumos dos trabalhos aprovados pela Comissão Científica do 7º CPEM. Novas idéias nem sempre são totalmente novas e pode ser inadequado se atentar a eventuais modismos. A formação médica pode ser desenhada por música, e da melhor qualidade, com trechos conhecidos: Ser médico, desde o vestibular... O primeiro ano do resto de nossa vidas começa assim: Desligo a cabeça, relaxo e viajo profundamente... escuto as cores de meus sonhos...1. É maravilhoso estar aqui, é tudo que quero e poderia até levar vocês para casa2! Esperava só esse momento para desabrochar3. Oito dias por semana não seriam suficientes para tudo4. E vai seguindo pelo segundo ano afora: As palavras caiam como chuva sem fim, escorregando através de mim, indo para algum lugar do universo5. Todo mundo me via como preguiçoso... tudo bem, eu também achava todo mundo maluco, correndo pra todo lado e, no fim, sem necessidade6. Me escute pelo menos uma vez. Não consegue ver que tento te acompanhar7? Viver parece fácil com os olhos fechados, sem entender nada. Tem sido difícil ser alguém, mas no fim consigo8... E tenho a ajuda de meus amigos9. Chega o tempo de por os pés no chão do terceiro ano: Eu ficava maluco na escola, os professores difíceis... Mas, admito, agora está melhor, bem melhor10. Não tem nada que eu não possa fazer, nada que eu não consiga, nada que eu não aprenda11. E agora estou olhando através disso tudo... antes pensava de um jeito antigo e as coisas ficavam muito acima, mas não mais12. Chão que parece se mover sob nosso pés no quarto ano: Ainda ontem, todos os problemas pareciam tão distantes, e agora parece que não me abandonam!13. No começo, eu não queria ajuda de ninguém. Mas esses dias já passaram e parece que não me sinto mais tão seguro. Uma ajuda pode cair bem e eu gostaria de ver alguém do meu lado14. Você não faz idéia do quanto preciso de você15. Então vem o Internato, o quinto ano: O seu dia começa, a cabeça dói, parece que tudo o que foi dito antes tem importância!16. Não é para carregar o mundo nas costas... fico esperando alguém para fazer comigo, mas devo fazer sozinho, mesmo17. De onde vem toda essa gente tão solitária? Escrevo palavras que ninguém vai ler, nem chegar perto18... Vivo uma vida fácil, onde parece que tenho tudo19! – “Por favor, pode acreditar, não vou machucar você”20. “Doutor, você é tão boa pessoa...”, – “...vai entender...” “...vou fazer tudo por você...”21. Que nos dá a certeza de que nada será como antes do sexto ano: E chega uma hora... preciso avançar, mesmo que eu perca um amigo, no final se entende22. “Caro... poderia ler meu texto, demorou anos para ser feito. Se gostar, pode publicar (até sozinho)”23. Todo mundo teve um ano difícil. Todo mundo se deu bem. Todo mundo já acordou suado. Todo mundo já viu o sol nascer24.... E um novo começo, na residência: Final da escola, sem dinheiro, sem futuro, sem lugar para ficar, tudo acabado, sem lugar para ir25. Nem sei por que falar adeus, é para dizer ‘olá’! 26. Vendo por mim mesmo, será que preciso ficar falando e falando e falando? A vida é breve e não tenho tempo para ficar lutando o tempo todo27. Eu acordo cedo, pulo da cama, mal me penteio. Desço correndo, um café rápido só para perceber que estou atrasado28... E se o assistente diz que isso e isso e aquilo é o que ele diz, então deve ser mesmo, ele é tão difícil de encontrar29! Não tem um ponto de vista, nem sabe para onde está indo, mas não é mesmo parecido comigo30? De uma história sem fim... somos médicos, para sempre médicos: Tem lugares que eu vou lembrar para sempre, mesmo que mudem, para melhor ou pior... Embora eu saiba que nunca perderei o afeto por pessoas que conheci e coisas que vivi, eu sei que vou sempre parar o tempo só para poder lembrar31... Subo num táxi feito de jornais, numa praia linda, com a cabeça nas nuvens, e parecia que já me esperavam. Minha juventude num céu de diamantes32... Prof. Dr. Joaquim Edson Vieira Acad. Arthur Hirschfeld Danila Acad. Mateus Rozalem Aranha Tomorrow never knows Sgt. Pepper’s lonely hearts club band 3 Blackbird 4 Eight days a week 5 Across the universe 6 I’m only sleeping 7 Tell me what you see 8 Strawberry fields forever With a little help from my friends Getting better 11 All you need is Love 12 I’m looking through you 13 Yesterday 14 Help 15 I need you 16 For no one Hey Jude Eleanor rigby 19 Yellow submarine 20 Oh! darling 21 Doctor Robert 22 I’ll follow the Sun 23 Paperback writer 24 I’ve got a feeling You never give me your money Hello, goodbye We can work it out 28 A Day in the life 29 Come together 30 Nowhere man 31 In my life 32 Lucy in the sky with diamonds 1 9 17 25 2 10 18 26 27 i mmm Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. • Desenvolvimento docente Análise da atividade de educação permanente segundo relatos da avaliação de tutores da 1ª série Carlos Alberto Lazarini1 Ana Carolina Lemos Corrêa1 Cristiano Machado Galhardi1 Lilian Maria Giubbina Rolin1 Márcia Mayo Oliveira Soares1 Ieda Francischetti1 RESUMO: Introdução: Há mais de uma década, esta instituição de ensino superior adota metodologias ativas de ensino-aprendizagem em seus cursos na área da saúde, utilizando, nas Unidades Educacionais Sistematizadas (UESs), a estratégia da aprendizagem baseada em problemas. Para dar suporte ao trabalho dos docentes, criou-se o Programa de Desenvolvimento Docente, composto pela Educação Continuada e pela Educação Permanente. Este programa objetiva refletir a atividade docente e assim favorecer o crescimento do grupo e de seus componentes com a construção de aprendizagens e transformações das práticas. Desde 2002, ocorre a Educação Permanente (EP), que foca o cotidiano dos docentes junto aos seus grupos de estudantes, oportunizando o acolhimento e a problematização da prática docente vivenciada nos diferentes cenários de aprendizagem, bem como a socialização dessas experiências, visando favorecer o crescimento dos mesmos e melhoria/otimização do processo de trabalho. A EP dos tutores das UESs, neste contexto, é uma atividade para fomentar e dar suporte às mudanças e à consolidação da proposta curricular, possibilitando, através da reflexão da prática educacional, o desenvolvimento dos profissionais envolvidos e do processo de trabalho. A EP ocorre semanalmente, em dois grupos de 8 tutores e dois facilitadores, com 1 hora de duração. Ao final do semestre, esta atividade é avaliada pelos tutores em formato específico. Objetivos:Avaliar a opinião dos tutores da 1ª série quanto à importância de participar da EP, considerando as fortalezas e fragilidades desta atividade. Metodologia: Estudo qualiquantitativo com base em avaliação escrita na forma de questionário semi-estruturado, contendo questões abertas e de múltipla escolha, aplicado aos tutores participantes da EP da 1ª série, no primeiro semestre de 2009. A análise quantitativa considerou a resposta objetiva relacionada a relevância em participar da atividade de EP. Para a análise qualitativa, empregou-se a técnica de análise temática do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Resultados: Dos 15 formatos de avaliação distribuídos, 14 foram respondidos. Quanto à importância de participar das atividades de EP, 85,7% dos tutores consideraram essa atividade como relevante. As idéias-centrais apresentadas pelos tutores enquanto sujeitos coletivos em relação às fortalezas da atividade de EP foram: trocas de vivências grupais, debate à respeito do método, harmonia no trabalho em grupo, e embasamento teórico nas discussões. Em relação às fragilidades desta atividade, as idéias centrais apresentadas pelos tutores enquanto sujeitos coletivos foram: baixo aporte teórico, facilitador pouco problematizador, não cumprimento do contrato de trabalho, não realização da avaliação ao final da atividade, dificuldade na conclusão das discussões e tempo insuficiente para a atividade. Conclusões: As avaliações da maioria dos tutores mostram que a atividade de EP é considerada relevante para seu processo de trabalho. As idéias centrais relativas às fortalezas desta atividade apontam que os tutores consideram este programa como sendo importante para seu desenvolvimento pedagógico. Seus relatos indicam claramente que a principal proposta da EP, reflexão sobre a prática, é atingida, embora haja divergências em relação à forma de realização da atividade. Este aspecto é expresso pelas idéias centrais apontadas nas fragilidades, não satisfazendo a necessidade de todos. Estes resultados sugerem uma reflexão sobre a forma com que a atividade de EP é desenvolvida, uma vez que as fragilidades remetem ao método utilizado na realização da mesma. Ainda, com base nos resultados qualitativos obtidos neste estudo, o Programa de Desenvolvimento Docente propõe uma oficina com os facilitadores de EP visando reflexão sobre limites e potencialidades do método utilizado na atividade. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Desenvolvimento docente nos cursos de medicina fundamentados na aprendizagem baseada em problemas: apontando os caminhos da produção científica Cinthia Fernanda Rêgo Oliveira1 Sylvia Helena Souza da Silva Batista2 RESUMO: Introdução: Tentativas de inserir mudanças significativas no processo da educação médica é um movimento mundial. Currículos planejados e orientados de forma a atender uma nova demanda social induziam mudanças nos cenários de prática e tentativas de se trabalhar de forma multiprofissional faziam-se necessárias. As propostas de formação docente têm encontrado na prática docente um movimento de ação-reflexão-ação como ponto de partida para empreender mudanças no cotidiano do ensinar e aprender que emerge como instigante caminho a ser trilhado nas práticas de formação na e para a educação superior. Objetivos: empreender uma revisão sistemática da literatura – RSL no âmbito da formação docente em currículo médicos orientados pela aprendizagem baseada em problemas – ABP/PBL. Metodologia: busca, identificação, seleção e análise de estudos nas bases de dados: SCIELO, LILACS, COCHRANE, MEDLINE, IBESC, PUBMED e ERIC com os descritores: faculty OR faculty medical or staff development and education, medical or education, medical undergraduate or medical, schools and problem-based learning. No período de agosto a dezembro de novembro 2009. A seleção dos estudos deu-se com os critérios de inclusão: (1) estudos que apresentavam uma combinação de dois ou mais descritores definidos na pesquisa. (2) estudos que no abstract e nos descritores tivessem: faculty; medical, schools; problem-based learning. (3) estudos que tinham como objeto central “desenvolvimento docente em cursos médicos a fundamentados na metodologia de ensino PBL”. Resultados: Ao final do processo de busca tínhamos os seguintes resultados: 101 achados LILACS, 16 IBESC, 124 MEDLINE, 27 ERIC, 49 SCIELO, 143 PUBMED, na base de dados da COCHRABE não obtivemos achados. Temos assim, um total de 442 achados. Iniciamos a seleção dos estudos com a aplicação dos critérios de inclusão, configurando ao final um campo empírico de 18 estudos para análise. Estes foram publicados no período de 1980 a 2008, tendo como origem os países África, Índia, Canadá, Austrália, Suíça, Reino Unido, USA, Brasil, Bangladesh. Conclusões: Os achados nos apontam para uma produção ainda não significativa no que se refere ao desenvolvimento de professores nos currículos PBL. A base de dados LILACS não apresentou estudos abordando a temática PBL, PUBMED também apresentou um número de artigos reduzidos com baixa produção em currículos PBL, todavia traz várias publicações em desenvolvimento docente. ERIC e SCIELO apresentam igualmente um número reduzido de artigos na temática em foco. A base de dados MEDLINE aparece com o maior número de publicações na temática: desenvolvimento docente nos currículos PBL. Os diferentes estudos analisados apresentam uma ênfase em três eixos temáticos: (1) ensino de módulos e/ou conteúdos; (2) desenvolvimento docente como ferramenta para ampliar a qualidade da formação; (3) o papel do professor como um elemento importante para no aprendizado do estudante. A análise da produção científica revelou-se um campo importante para elucidar questões emergentes sobre o tema, bem como surgimento de novas questões de pesquisa. Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, Picos, PI 2 Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP 1 1 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Docência e inovação curricular na área da saúde: um estudo da literatura Nildo Alves Batista1 Irani Ferreira da Silva Gerab1 Sonia Regian Abdalla Iglesias1 Maria Cecilia Sonzogno1 Ively Abdalla1 Sueli Pedroso1 Cinthia Fernanda Rêgo Oliveira2 Sylvia Helena Souza da Silva Batista1 RESUMO: Introdução: No âmbito do projeto “Docência, inovação curricular e formação: da produção científica nacional (1997-2007) a propostas de desenvolvimento docente em saúde” (CNPq/ Processo 484748/2007-6), realiza-se uma análise documental em periódicos nacionais, tendo por analisar artigos publicados em periódicos nacionais que abordem a temática docência universitária e inovações curriculares em saúde nos cursos de graduação, no período de 1997 a 2007. Objetivos: identificar e caracterizar artigos publicados em periódicos nacionais que abordam temáticas relativas aos eixos “docência” e “inovações curriculares” em saúde.Metodologia: Nas bases Scielo e Lilacs, foram capturados 264 artigos em 11 periódicos selecionados para o estudo, utilizando-se os descritores docência, docentes, currículo, inovação e mudança curricular. Resultados: Os 11 periódicos selecionados são veículos importantes no campo da saúde e/ou do ensino em ciências da saúde: Revista Brasileira de Educação Médica, Revista Brasileira de Enfermagem, Revista da Associação Brasileira do Ensino da Odontologia, Revista de Nutrição, InterfaceComunicação, Saúde e Educação, Cadernos de Saúde Pública, Revista de Saúde Pública, Ciência e Educação, Psicologia – Ciência e Profissão; História Ciências Saúde – Manguinhos; Ciência & Saúde Coletiva. No eixo “docência em saúde” foram mapeados 108 artigos, sendo: 20 da Revista Brasileira De Ensino Odontológico, 06 da Ciência e Saúde Coletiva, 01 Manguinhos, 28 Revista Brasileira de Educação Médica, 04 Ciência e Educação, 01 Revista e Nutrição, 22 Revista Brasileira de Enfermagem, 02 Psicologia Ciência e Profissão, 02 Revista de Saúde Pública e 22 Interface: Comunicação, Saúde e Educação. Observa-se que não publicação deste eixo no periódico Cadernos de Saúde Pública e que as Revistas vinculadas às áreas de ensino odontológico, médico e enfermagem, juntamente com o periódico INTERFACE – Comunicação, Saúde e Educação, centralizam quantitativamente as produções no campo da docência em saúde. Este dado mostra-se instigante, seja pela tradição da Medicina, Enfermagem e Odontologia discutirem em seus eventos específicos sobre ensino sobre as práticas de formação que estão sendo implementadas, seja pela presença significativa de um periódico – a revista Interface- com forte e indiscutível “vocação” interdisciplinar. No eixo “inovações curriculares em saúde” foram mapeados 156 artigos, sendo: 03 Ciência e Educação, 03 Ciência & Saúde Coletiva, 03 Cadernos de Saúde Pública, 09 História Ciência Saúde Manguinhos, 21 Interface Comunicação Saúde Educação, 16 Psicologia Ciência e Profissão, 53 Revista Brasileira de Educação Médica, 20 Revista Brasileira de Enfermagem, 25 Revista da Associação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO), 02 Revista de Nutrição, e 01 Revista de Saúde Pública. Observa-se que a Revista Brasileira de Educação Médica responde por um terço da produção sobre inovação curricular, tendo as Revistas ABENO, Brasileira de Enfermagem e INTERFACE – Comunicação, Saúde e Educação com uma quantidade significativa de publicações nesta temática. Importante sublinhar que estes dados parecem indicar o desafio de implementar as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação da área da saúde, observando-se que este eixo tem uma centralidade de publicações entre os anos de 2001 a 2007. Infere-se, assim, que as DCNS têm funcionado para a área da saúde como indutoras de mudanças em seus processos de formação, respondendo tanto às mudanças preconizadas pela Constituição Federal do Brasil de 1988, como pelas demandas colocadas pela criação, implementação e consolidação do SUS. Conclusões: A hipótese que fundamentou esta pesquisa parece ter fortes indícios de potência, indicando que movimentos de reestruturação e transformação do ensino superior em saúde no país têm fortes influências no modo de fazer-se docente, bem como as mudanças também parecem refletir as práticas e concepções que têm marcado a formação no país. Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP 2 Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, Picos, PI 1 2 O desafio de montar o módulo tocoginecologia de 54 horas no currículo nuclear, com experiência em curriculo tradicional Rosangela Joanilho Maldonado1 Madalena Bandeira de Mello1 Ana Raquel Farranha1 Ricardo Cristiano Leal da Rocha1 Janine Martins Machado1 RESUMO: Introdução: Influenciado pelas mudanças que ocorriam na Europa, em especial na Alemanha e diante do cenário das escolas médicas no século XX, onde a abertura de escolas médicas se tornava indiscriminada, sem padronização e sem critério de admissão, Abraham Flexner desenvolveu em 1910, o relatório Flexner, impulsionador da reforma das escolas médicas nos Estados Unidos, que gerou grande repercussão para a formação médica. Com a aprovação em 1990 da Lei n 8.080 do Sistema Único de Saúde ficou garantido por lei, a integralidade das ações, equilíbrio entre o conhecimento geral e especializado, determinação social do processo saúde e doença, trabalho interdisciplinar, uso de tecnologia adequada e inclusão de práticas de medicina alternativa. Em 1994, com o lançamento pelo Governo Federal do Programa de Saúde da Família que em 1998 passou a ser chamada de Estratégias de Saúde da Família, que preconiza o trabalho comunitário, a territorialização da prática de saúde, a resolubilidade no nível de atenção primária de saúde e a educação em saúde, a reorganização da prática assistencial, centrada no hospital, passando a enfocar a família em seu ambiente físico e social, houve um reforço à importância da criação das Diretrizes Curriculares Nacionais. O currículo nuclear é uma nova maneira de encarar o ensino médico, baseado nas novas diretrizes curriculares que tem como razão principal da sua implantação, a grande quantidade de informações presentes nos currículos tradicionais. Além disso, a dissociação básico-clínica, o currículo centrando em disciplinas, o currículo fundamentalmente biomédico, o pouco tempo para ministrar as informações, a abordagem de especializações de ponta com a mesma relevância das informações gerais, repetições de temas, cargas horárias não cumpridas, defasagem nas necessidades sociais entre outras, são pontos presentes nos currículos tradicionais, considerados inadequados frente as necessidades atuais. Objetivos: Relatar a experiência na estruturação do módulo de toco ginecologia, pontuando as fragilidades e fortalezas encontradas no caminho dentro de um currículo nuclear sendo que os profissionais teriam que rever de forma global já que tinham a experiência de um currículo tradicional. Metodologia: O presente estudo consta da descrição da montagem e estruturação do primeiro curso de tocoginecologia oferecido aos alunos do oitavo período do curso de graduação em medicina da UNIVIX, avaliando as dificuldades encontradas , bem como os resultados obtidos ao final da primeira turma. Esta disciplina é bimestral , foi oferecida para 40 alunos divididos em dez grupos de oito alunos cada , tem uma carga horária total de 54 horas e foi dividida em um módulo teórico composto por oito aulas expositivas de duas horas de duração (16 horas) e, um módulo prático composto de oito aulas práticas semanais com duração de 4 horas cada(32 horas.As seis horas restantes foram destinadas a avaliações práticas e teóricas.. Para o módulo prático os grupos foram divididos em dois subgrupos de quatro alunos cada, os quais se alternaram ora na UBS focando atendimentos na área de ginecologia e pré natal, ora na Maternidade, fazendo acompanhamento de gestantes e puérperas. Para tanto desenvolvemos um protocolo básico de intenção em cada uma destas semanas baseado nos vários cenários disponíveis. Resultados: Ao término da primeira turma do curso de tocoginecologia pudemos ter uma avaliação bastante positiva em relação ao desenvolvimento dos alunos. Nas avaliações práticas (avaliação formativa + prova prática) a média foi de 9,19 e nas avaliações teóricas (2 provas discursivas, 1 prova de imagens) foi de 6,44, perfazendo uma média total de 7,81. Dos 40 alunos deste módulo 2 foram para prova final (5%). Conclusões: As mudanças são sempre muito difíceis e trabalhosas mas, a gratificação em observar o crescimento destes estudantes nos leva a crer que estamos no caminho certo para uma melhor formação na área de tocoginecologia, fundamental á boa prática clínica no futuro. 1 Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. O que os professores de medicina falam entre eles no intervalo das aulas? Como melhorar os resultados educacionais e manter motivação dos professores durante a hora do café Marcelo Rozenfeld Levites1 Karen Cristine Abrao1 Maita Poli Araujo1 Marcos Freire1 RESUMO: Introdução: O que os professores falam entre eles no intervalo? Apesar de questões cotidianas surgirem durante esses períodos, muitas vezes, há tempo para falar sobre seus alunos e seus resultados, principalmente os maus: os problemas específicos com os alunos, os problemas com o ambiente de aprendizagem e problemas com a universidade. É possível utilizar este tempo de pausa para ajudar uns aos outros e melhorar suas habilidades de ensino? Objetivos: É possível utilizar o tempo das conversas entre profesores de medicina nos intervalos de aula como uma ferramennta para ajudar uns aos outros a melhorar suas habilidades de ensino? Metodologia:Foi realizado entrevistas individuais com 20 professores de 5 diferentes escolas médicas da cidade de São Paulo, Brasil. Uma abordagem qualitativa foi utilizada para compreender melhor este assunto. Resultados: Esta pesquisa qualitativa aponta que as questões negativas enchem a maior parte dessas conversas entre os professores. Quando os professores se encontram, o assunto é principalmente sobre problemas. Eles perdem a possibilidade de fazer um comentário positivo entre eles, de refletir sobre seus erros e fracassos, e comemorar as experiências bem sucedidas. Eles perdem o foco do seu círculo de influência, e por isto aumentam seu desgaste provocado por apenas contemplar os assuntos negativos. O mais importante de tudo, perdem a chance de fazer uma reflexão de coração aberto sobre o seu papel no ensino de estudantes de medicina. Conclusões: Praticar reflexão é uma meta para os educadores que queiram atingir a excelência. Professores que praticam a reflexão entre eles podem fomentar a aprendizagem criando ambientes de aprendizagem mais favoráveis para entender melhor seus alunos e a natureza dos processos de aprendizagem. O melhor ensino é a criação intelectual e uma arte do espetáculo, simultaneamente. Por isso, excelentes professores desenvolvem suas habilidades através de constante auto-avaliação, a reflexão, a vontade de mudança, e da unidade dos professorespara se aprender algo. Estas perspectivas trazem inspiração para uma melhor utilização da conversa oficial entre as aulas e transformar a sala dos professores em uma ferramenta importante para melhorar a sua prática docente. Curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, SP 1 O uso do “role-playing” na capacitação docente para o processo tutorial Carlos Alberto Lazarini1 Ana Carolina Lemos Corrêa1 Antonio Carlos Siqueira Júnior1 Cristiano Machado Galhardi1 Lilian Maria Giubbina Rolin1 Márcia Mayo Oliveira Soares1 Zilda Maria Tosta Ribeiro1 Ieda Francischetti1 RESUMO: Introdução: Nossa Faculdade, frente às demandas pedagógicas vinculadas à implantação de métodos ativos de ensino- aprendizagem, investe em programa de capacitação docente (PDD), composto por atividades de educação continuada (EC) e educação permanente. Antecedendo as atividades tutoriais do corrente ano foram realizadas oficinas de EC no formato de “Role Playing”, visando mobilizar docentes para a necessidade de capacitação, e contribuir tanto para a construção de conhecimentos pedagógicos quanto para a aprendizagem relacional. Reproduziu-se o processo tutorial cujo disparador foi um artigo científico voltado à corrosão da aplicação de método ativo de aprendizagem e, ao término das atividades, foi passado um formato de avaliação. Objetivos: Discutir as percepções dos docentes com relação à oficina “Revisitando o processo tutorial”, no formato “Role Playing”. Metodologia: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, analisando os formatos de avaliação escrita, preenchidos pelos docentes participantes da referida oficina. As questões respondidas foram: 1) Fale sobre fortalezas e fragilidades das estratégias usadas; 2) Destaque fortalezas e fragilidades em relação ao(s) facilitador(es) da oficina. As respostas foram analisadas seguindo o modelo de Análise de Conteúdo, proposto por Bardin. Resultados: Dos 26 formatos obtidos pôde-se destacar 4 categorias (CAT), com suas unidades temáticas (UTs). CAT 1- Concepções acerca das fortalezas da estratégia usada – UTs: Organização da atividade – “Inovação na abordagem da introdução à tutoria deste ano” (a15); Espaço de reflexão - “Gostei da estratégia da “tutoria” que fizemos, pois permitiu rever nosso fazer, de sentir nossas dificuldades, bem como nossas fortalezas”(a20); Aproximação interpessoal - “Possibilidade para discutir problemas reais que envolvem o processo tutorial, vivenciar suas etapas e poder sentir o que o aluno vivência para estruturação do conhecimento”(a19). CAT 2- Concepções acerca das fragilidades da estratégia usada UTs: Baixa adesão - “Seria, talvez, mais produtivo e interessante se todos estivessem presentes”(A21); Vivência do método - “É difícil se colocar na posição de aluno, na posição do outro”(A20). CAT 3Fortalezas dos facilitadores - UTs: Capacitação para o trabalho em grupo - “Interesse em estar no processo. Interesse nas pessoas”(d17); “postura continente e integradora”(d25); Atitude ativa - “Tolerância às colocações e exposições de idéia de cada membro do grupo, bem como, articular as idéias e propostas.”(d23). CAT 4- Limitações dos facilitadores - UTs: Administração do tempo - “O tempo para cada atividade deveria ter sido melhor controlado”(e11); Baixa responsabilização - “Baixa responsabilização dos facilitadores no processo de coordenação do grupo”(e17). Conclusões: A oficina permitiu a aplicação da técnica de ”Role Playing”, propiciando espaço de reflexão centrada na prática do processo tutorial, pois os docentes se colocaram no lugar dos alunos, favorecendo a discussão do papel do tutor. O absenteísmo apareceu como fragilidade, sugerindo a necessidade de estreitar o compromisso docente-instituição. Na temática “Vivência do método” (CAT 2), as falas mostram o potencial da estratégia em reproduzir as limitações do contexto real e permitir reflexão e construção de conhecimentos. A capacitação dos facilitadores foi valorizada quanto aos aspectos atitudinais prevalecendo uma postura continente, de mediação e problematizadora, e ainda de articulação de conhecimentos. Quanto às limitações pôde-se problematizar o limite na interpretação entre o respeito à autonomia do tutor enquanto ator e a implicação ou coresponsabilização do facilitador enquanto mediador. Assim, a análise qualitativa desta oficina trouxe várias contribuições para o PDD e demonstrou ser o “Role Playing” um potente facilitador do processo de aprendizagem ao favorecer novos olhares e percepções do indivíduo ao protagonizar outros papéis. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP 3 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. •Ensino das Ciências Básicas: alternativas e modelos de integração Básico-Básico e Básico-Clinico A monitoria na consolidação de conhecimentos e treinamento em semiologia médica: uma experiência na disciplina de Iniciação ao Exame Clínico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte José Medeiros do Nascimento Filho1 Ana Carolina Batista Dantas1 Joyci Florida Rafael Maciel1 Francisco Fábio Araújo Batista Júnior1 Fellipe Alexandre Macena Salviano1 Maria Luisa Nobre Medeiros e Silva1 Ana Paula de Paiva Serrano1 Rosiane Viana Zuza Diniz1 RESUMO: Introdução: As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina preconizam que o futuro médico deve ser capaz de realizar uma boa anamnese e história clínica, dominar a arte e a técnica do exame físico e otimizar o uso de recursos propedêuticos. Porém, com a implementação dos novos currículos e o aumento do tempo do internato, um desafio surge: como solidificar os conhecimentos de semiologia médica na graduação com a diminuição da carga horária nas disciplinas? Objetivos: Relatar a experiência da monitoria da disciplina de Iniciação ao Exame Clínico (IEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo relato de experiência realizado de 2008 a 2010. Utilizou-se como fonte de dados os arquivos do Laboratório de Habilidades Clínicas (LHC) da UFRN e os relatos dos estudantes monitores, através do método biográfico, com a recuperação da história oral de vida desses discentes. Resultados: Os 10 discentes selecionados para a monitoria participaram de oficinas de capacitação e elaboraram aulas e roteiros de semiologia médica sob supervisão de um docente associado à disciplina de IEC. Todas as capacitações foram realizadas inicialmente no LHC com uso de manequins e posteriormente com pacientes no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). Finalizada essa etapa, os monitores empregaram o mesmo modelo de treinamento aos alunos da disciplina de IEC: as primeiras aulas eram realizadas no LHC para revisão do roteiro de exame físico e treinamento em manequins e posteriormente os treinamentos eram realizados nas enfermarias do HUOL. As dificuldades iniciais foram a pouca adesão dos discentes, a incompatibilidade de horários dos monitores com os alunos e a reforma do acervo de manequins do LHC. O projeto persistiu e evoluiu com transposição progressiva das dificuldades, de modo que atualmente os horários são disponíveis em todos os dias da semana e em vários turnos, a procura dos alunos é considerável e foi inclusa uma atividade teórica para discussão de casos clínicos com enfoque na avaliação dos sinais e sintomas e no diagnóstico sindrômico. Conclusões: Apesar das dificuldades apresentadas, a avaliação positiva e a crescente procura dos discentes demonstram a importância do desenvolvimento de estratégias que valorizem o ensino da semiologia médica. Considerando as atuais diretrizes curriculares, o projeto em questão demonstra sinais de um desempenho positivo no curso de medicina da UFRN. Todavia, futuros estudos quantitativos devem ser realizados para avaliar o grau de impacto dessa atividade de monitoria na aquisição de habilidades e competências por parte dos estudantes. 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN 4 Análise da integração básico-clínica em cenário real Celeste Maria Bueno Mesquita1 Elza de Fátima Ribeiro Higa1 Luciana Thiago1 Eliane Alves Figueiredo1 Mercia Ilias1 Miriam Rosa Ferraz José1 RESUMO: Introdução: Introdução: a reforma da educação médica proposta por Flexner foi a base do ensino médico no século XX, que propunha a divisão das ciências em básicas e clínicas e uma formação centrada na medicina curativa-individual, biologicista, em ambiente hospitalar. No Brasil as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) reorientam as mudanças de perfil do profissional médico para uma formação generalista, humanista, crítica, reflexiva e capaz de atuar fundamentado na integralidade da assistência. Desse modo, enfatiza uma formação centrada no desenvolvimento da aprendizagem do estudante, orientado para a comunidade, com abordagem integrada nas dimensões biológica, psicológica e social. Surge nesse período para contribuir com a implementação do novo currículo, o Programa Nacional da Reorientação Profissional em Saúde (Pró-Saúde). A Famema num movimento de vanguarda aderiu às recomendações das DCN. Como estratégia educacional a Famema desenvolve o processo de ensino- aprendizagem por meio das seguintes metodologias ativas: Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e Problematização. Esta segunda estratégia propõe uma visão ampliada sobre a realidade em busca do levantamento e análise dos problemas de saúde da população, o que possibilita o desenvolvimento do raciocínio clínico e crítico do estudante por meio da ação-reflexão-ação. As atividades realizadas em cenário real, hospitalar, fazem parte da Unidade de Prática Profissional (UPP3) cuja metodologia é a problematização. Na UPP3 os estudantes dão continuidade à sua formação sendo instrumentalizados progressivamente para a realização de ações mais complexas segundo padrões ético-técnico-culturais, desse modo são desenvolvidas a história clínica, exame clínico geral e específico com ênfase nas necessidades de saúde da mulher, gestante, criança, adulto e idoso. As atividades de ensino-aprendizagem são realizadas em pequenos grupos de 8 estudantes e acompanhadas por um professor, no ambiente hospitalar. A UPP é organizada por meio do ciclo pedagógico, constituído das seguintes etapas: confronto experiencial, síntese provisória, busca e análise das informações e referências adequadas, nova síntese e avaliação. Este ciclo de aprendizagem é registrado, por meio de um discurso narrativo e reflexivo no portfólio reflexivo, que representa um instrumento de avaliação formativa. Visando a análise dos caminhos percorridos neste contexto de mudanças curriculares, este estudo foi realizado para avaliar a integração básico-clinica das questões de aprendizagem, elaboradas na UPP3. Objetivos: Objetivo: identificar e analisar a integração básicoclínica das questões de aprendizagem elaboradas na síntese provisória do ciclo pedagógico. Metodologia:Metodologia: pesquisa de caráter exploratório e descritivo, desenvolvida a partir da análise de 36 portfólios de estudantes da 3ª série de Medicina da Famema, que avaliou as questões de aprendizagem. Foi desenvolvida durante o ano letivo de 2009, com dois grupos de UPP e aprovada pela diretoria de graduação e Comitê de Ética em Pesquisa da Famema. Resultados:Resultados: A análise dos dados coletados indica que do total de 36 questões, 26 foram consideradas integradoras da atenção básico-clínica, uma vez que os estudantes conseguiam, a partir da análise critica da realidade vivenciada no confronto experiencial, elaborar questões coerentes e integradoras da teoria com a prática. Dessa maneira, as questões elaboradas pelos estudantes impulsionam buscas cientificas que contribuem com a fundamentação para o desenvolvimento do saber, saber fazer e saber ser proposto nas DCN, desencadeadas e desenvolvidas no cenário real de aprendizagem. Este resultado representa 72% do total das questões de aprendizagem. Conclusões: Conclusões: Esta pesquisa evidencia a integração básico-clínica, indicando a ocorrência de mudanças, mas com necessidade de ampliação deste entendimento de modo eficiente e efetivo a todos os facilitadores e estudantes da 3ª série de medicina. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Aprendendo fisiologia numa metodologia ativa de ensino aprendizagem Flávia Cristina Goulart1 Carlos Alberto Lazarin1 RESUMO: Introdução: Nos últimos anos tem se produzido intenso debate sobre a reforma curricular das escolas biomédicas no Brasil. Um dos maiores desafios para o sucesso dessas mudanças é a adoção de uma visão mais holística e de métodos mais participativos. Neste sentido, a disciplina de Fisiologia de um curso na área de saúde de uma Universidade Estadual, estruturada pedagogicamente no ensino tradicional, propôs o uso de problemas estruturados como estratégia de ensino, da seguinte maneira: 16 estudantes que cursaram pela segunda vez (dependência) esta disciplina tinham dois encontros semanais com o professor da mesma, sendo que no primeiro, recebiam o problema a ser trabalhado, faziam a leitura, discutiam em duplas levantando conhecimentos prévios, e por fim, discutiam e elaboravam questões de aprendizagem sobre os conteúdos desconhecidos, e no segundo, os estudantes faziam a discussão das respostas das questões levantadas, em grupo único, tendo o professor como facilitador da discussão. Os conteúdos trabalhados foram: membrana celular e líquidos corporais, e sistemas: sanguíneo, cardiovascular, respiratório, renal, endócrino e nervoso, utilizando, ao total, sete problemas. Objetivos: Apresentar a avaliação dos estudantes sobre a experiência da disciplina de Fisiologia, no uso de problemas estruturados como estratégia de aprendizagem, em uma Universidade Estadual estruturada pedagogicamente no ensino tradicional. Metodologia: Estudo transversal analítico, utilizando abordagens quanti e qualitativa, estruturado em avaliação da proposta da disciplina de Fisiologia. A amostra foi composta por todos os formatos de avaliação preenchidos pelos estudantes da disciplina, ao final do primeiro semestre de 2009. As questões de múltipla escolha exploraram dois referenciais: 1 – satisfação em participar desta proposta didática; e 2 – quantificação do ganho de conhecimento adquirido ao longo da disciplina (muito pequeno, pequeno, médio, grande e muito grande). Em relação às questões abertas para análise qualitativa, este trabalho aborda duas questões consideradas primordiais. As questões selecionadas foram: “Em sua opinião, quais as fortalezas desta proposta didática?” e “Em sua opinião, quais as fragilidades desta proposta didática?”. Para o tratamento dos dados empregou-se a técnica de análise do discurso do sujeito coletivo (DSC).Resultados: Os resultados mostram que todos os estudantes consideraram esta estratégia de ensino satisfatória. Os resultados mostram, ainda, que 92,9% dos estudantes apontaram que seu ganho de conhecimento, quando da utilização desta proposta, foi “Grande”. Já 3,55% definiram seu ganho de conhecimento como “Muito Grande”, e 3,55% dos estudantes classificou seu ganho de conhecimento como “Médio”. As idéias centrais e os DSC de 16 estudantes, em resposta à pergunta sobre fortalezas foram: estimulou a busca do conhecimento; proporcionou e trabalho em grupo; permitiu falar em público; e promoveu maior interesse pela matéria. As idéias centrais e os DSC de 16 estudantes, em resposta à pergunta sobre fragilidades foram: tempo para pesquisa insuficiente; e pouca participação do facilitador. Conclusões: Os resultados mostram que os estudantes consideraram esta proposta como eficaz na aquisição de conhecimento, apesar de sentirem dificuldades quanto a disponibilidade de tempo para pesquisa. Possivelmente, isto se deve ao fato da grade horária do curso não possuir muitos períodos livres para estudo. Os resultados mostram, ainda, dificuldade na discussão oral do conteúdo, talvez por não ter desenvolvido este hábito ao longo da vida escolar. Esta proposta inovadora no curso fez com que os estudantes assumissem maior compromisso com a construção de seu conhecimento, uma vez que eles eram responsáveis pela busca dos conteúdos. Este fato foi considerado como fortaleza na proposta. Embora os estudantes tenham apontado fragilidades, todos avaliaram esta proposta como satisfatória, e com grande ganho de conhecimento. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Aprendizado baseado em problemas: uma experiência com grandes grupos no ensino médico Cristiano Machado Galhardi1 Márcia Mayo Oliveira Soares1 Lilian Maria Giubbina Rolin1 Carlos Alberto Lazarini1 Ieda Francischetti1 Ana Carolina Lemos Corrêa1 RESUMO: Introdução: Na aprendizagem por meio de método ativo e em especial na aprendizagem baseada em problemas (ABP), o conhecimento é construído a partir de problemas de papel, casos clínicos embasados na realidade, como forma do estudante resgatar conhecimentos prévios e construir novos. Nesta instituição de ensino superior, a disciplina de bioestatística, embora acessível nas unidades de prática profissional, é trabalhada nas unidades educacionais sistematizadas (UES) da terceira série do curso médico por meio da análise de artigos publicados em revistas nacionais utilizando-se o referencial da clínica baseada em evidências. Visto que a bioestatística é entendida pelos estudantes como ciência aplicada e dificilmente incluída no contexto biopsicossocial ao qual estão familiarizados, buscou-se uma abordagem em grupos tutoriais que permitisse a aprendizagem ativa com entendimento ampliado da mesma. Contudo, partiu-se da formação de tutoriais em grandes grupos respaldados por uma atividade de consultoria com especialista no fechamento das mesmas. Objetivos: Construir conhecimento de bioestatística de forma ativa, utilizando-se análise de artigos de revistas. Metodologia:Oitenta estudantes da terceira série do curso de medicina foram distribuídos em quatro grupos com vinte participantes cada. Estes grandes grupos trabalharam no formato tutorial, levantando questões de aprendizagem relacionadas a análise do artigo escolhido. Após a realização de reuniões de abertura e fechamento das questões de aprendizagem com os quatro grandes grupos, realizou-se uma terceira atividade caracterizada por consultoria de um especialista na área com amplo conhecimento na área da saúde com a finalidade de responder às dúvidas remanescentes. Ao término das atividades, os participantes responderam a um questionário com questões fechadas sobre o método de ensino aplicado para a questão específica da bioestatística. Os dados foram analisados pelo programa EpiInfo (EpiInfo V.6.0). Resultados: A maioria dos alunos, 63% (p<0,05) não aprovaram trabalhar em grandes grupos, entretanto, 79% (p<0,05) dos alunos aprovaram a presença de um especialista na área ao final da consultoria. Expressivos 91% (p<0,01) responderam que a bioestatística deveria ser contemplada desde a primeira série do ensino médico, enquanto os 9% restantes entenderam que seria adequado a partir da segunda série. Conclusões: A primeira observação encontrada nas respostas dos estudantes, no qual se colocam contra o trabalho em grandes grupos, é vista de forma positiva. Instituições pioneiras na utilização de métodos ativos vêm observando que ao longo dos anos, mudanças nos formatos originais das reuniões tutoriais, como por exemplo, o aumento no número de participantes por grupos, é uma das causas de erosão do método, de deterioração da ABP. Nossos estudantes valorizaram a manutenção das atividades em pequenos grupos. Outro ponto abordado no questionário foi a presença do especialista; o ABP não advoga a mediação da tutoria pelo especialista. Nesse caso, em particular, a presença do mesmo num terceiro encontro final, como consultor, para esclarecimento de dúvidas remanescentes, foi entendida como positiva. Foi colocado pelos estudantes que a presença do especialista durante todo o tutorial poderia direcioná-los e conduzi-los a uma aprendizagem não significativa. Contudo, a presença deste no momento de consultoria auxiliou muito no entendimento ampliado da bioestatística no artigo em questão. Assim, concluímos que foi possível, ainda que em grandes grupos, contribuir para a construção de conhecimentos ampliados de bioestatística para estes estudantes. E, por entendermos que a construção do conhecimento se dá por sucessivas aproximações, consideramos que a disciplina de bioestatística possa ser apresentada aos estudantes nas UES, em consonância com os desempenhos esperados para a série, desde o primeiro ano do ensino médico. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP 5 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Aprimoramento da integração curricular: atividades da comissão de acompanhamento curricular do curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina Lucia Helena Mendonça Vargas1 Raquel Carvalho de Sousa1 Marina Kishima1 Ana Claudia Swarça1 Jane Dichi1 Barbara Turini1 RESUMO: Introdução: O currículo integrado do curso de Medicina da UEL, implantado em 1998, apresenta grande sintonia com as diretrizes curriculares nacionais. Com a preocupação de acompanhar permanentemente o desenvolvimento do currículo integrado desde sua implantação, foram criadas as comissões de apoio ao colegiado, dentre estas se instituiu a Comissão de Revisão Curricular, em 2001. Esta teve como responsabilidade rever o currículo implantado e verificar se ele contemplava todo o conteúdo biomédico considerado nuclear, elaborado em 1997, após consulta aos departamentos e distribuído segundo a Pirâmide de Competências (Miller, 1990). Com a conclusão deste trabalho, o Colegiado do Curso criou, em 2003, uma Comissão de Acompanhamento Curricular (CAC) de caráter permanente. Esta tem por finalidade acompanhar o desenvolvimento dos conteúdos modulares e dos estágios do internato, revisando os tópicos, de forma a assegurar que o conteúdo nuclear necessário para a formação geral do médico esteja contemplado e aprimorar. Objetivos: O objetivo do presente trabalho é relatar as atividades realizadas pela CAC no período de 20082009 para o desenvolvimento do currículo integrado. Metodologia: Em 2008, ocorreu o VII Fórum do Curso, sendo que as propostas relativas à CAC foram discutidas no VI Seminário de Integração, organizado pela comissão. Os objetivos primordiais do seminário foram: melhorar a integração entre os módulos; e aprimorar a integração entre as várias áreas do conhecimento biomédico. Anteriormente ao seminário fez-se uma preparação prévia dos conteúdos de cada módulo por série. Durante o seminário de integração, inicialmente ocorreu uma apresentação geral para todos os participantes e posteriormente divisão dos grupos por série que discutiu as possibilidades de integração. A propostas de integração de cada série fornecida pelos grupos foram sumarizadas em quadros integradores e aprovadas pelo colegiado.No ano de 2009 fez-se o planejamento das propostas para cada um dos itens apontados. Resultados: Como resultados iniciais deste trabalho podem ser destacados: para a primeira série a construção de problemas integradores entre os módulos temáticos e o módulo de práticas de interação ensino, serviço e comunidade I; para a segunda série o desenvolvimento das atividades do módulo de habilidades clínicas de forma simultânea para todos os estudantes, possibilitando assim a melhor integração dos módulos temáticos consequentemente a real integração básico- clinico – prática profissional; para a terceira série a construção de uma proposta visando a capacitação para o raciocínio clínico e para quarta série um planejamento de preparação para o internato médico. Neste ano de 2010, as propostas estão sendo implantadas e a avaliação deste processo será realizada Conclusões: Como conclusão pode ressaltar que o currículo é dinâmico e necessita estar constantemente sendo avaliado, acompanhado; é flexível e adapta-se a diversas situações de acordo com as experiências. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR 1 Articulação Interdisciplinar no Curso Médico: a participação dos estudantes e dos professores na construção de um modelo pedagógico: desafios e experiências bem sucedidas Luciana Scapin Teixeira1 Rinaldo Henrique Aguilar da Silva2 Maria Inês Boechat1 6 Lúcia Araújo Piúma1 Simone Salles Monteiro Leite1 Djalma Rabelo Ricardo1 RESUMO: Introdução: Ao estabelecer o perfil do egresso com formação geral, humanista, crítica e reflexiva, pautada em princípios éticos, atuando na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com responsabilidade social e compromisso com a cidadania, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) tem impulsionado importantes debates e mudanças nas IES, ao responsabilizá-las pela tarefa de formar esse profissional. Entretanto, diversos trabalhos apontam o ensino médico da maioria das escolas como ainda ineficiente, ao se constatar a incapacidade dos estudantes recém-formados de diagnosticar e tratar as doenças mais prevalentes, estabelecer uma adequada relação médico-paciente, permeada por valores éticos e humanísticos, bem como de se atualizar na profissão. Nesse sentido, iniciativas têm sido buscadas e cabe destacar, as mudanças nas configurações dos currículos dos cursos médicos, com a diminuição ou mesmo a extinção de disciplinas isoladas e estanques, a incorporação por parte dos professores de estratégias pedagógicas mais dinâmicas e interativas, o trabalho com pequenos grupos de estudantes e, principalmente, a promoção de uma interlocução que propicie a interdisciplinaridade, como formas de trabalhar essas deficiências Objetivos: Apresentar o trabalho de articulação interdisciplinar desenvolvido na FCMS/JF desde 2008 que integra atualmente 24 disciplinas e demonstrar suas fortalezas, dificuldades e estratégias para superá-las Metodologia: Através da análise documental de todas as avaliações de professores e estudantes desde a sua implantação no primeiro período, até o momento, ou seja, de um trabalho de três semestres, serão descritos e discutidos os processos de sua implantação e organização Resultados: foram destacadas as fortalezas, fragilidades e os estudantes deram sugestões. Foi unânime a satisfação de estudantes e professores quanto ao trabalho em pequenos grupos. Destaca-se a forma randomizada para a divisão dos grupos, comentada por vários estudantes como uma fortaleza, pois eles passaram a conhecer pessoas que antes não eram próximas. A união de todas as disciplinas, através do caso clínico integrador, levou-os a pesquisar e aprender sobre questões que seriam estudadas de forma fragmentada muito à frente no curso e isso foi muito valorizado. A relação teoria e prática, o despertar de valores éticos e humanísticos, a forma pedagógica, que motivou o interesse em aprender, foram também destaques nas avaliações, além do importante trabalho dos tutores. Dentre as fragilidades, ficaram evidenciados os poucos encontros com os tutores, a apresentação de todos os grupos ao final, que tornou o processo árduo e cansativo, a prova escrita que foi considerada por todos como desnecessária. A falta de um diagnóstico definitivo do caso foi manifestada pelos estudantes do primeiro período. As atividades do segundo período sofreram muitas modificações a partir das sugestões dos estudantes e envolveu a disciplina Método Clínico, considerada uma fortaleza por todos, pois possibilitou uma articulação entre o ciclo básico-clínico, a realização em uma semana e maior tempo para as buscas. Como a prova foi retirada por sugestão deles, as fragilidades apontadas na segunda avaliação estão relacionadas à pontuação dada à atividade, que ficou bem menor, às poucas atividades presenciais na semana, que já estão sendo corrigidas nesse semestre, com a inclusão das estações e suporte tutorial diversificado. Com relação aos tutores, a maior fragilidade é a comunicação e quanto a isso estamos construindo um ambiente virtual e modificando o formato das reuniões, com a inclusão no grupo, de um membro da psicologia Conclusões: Ficou evidenciado a partir de todas as avaliações que os estudantes contribuíram significativamente para as mudanças e também apontaram para a necessidade do envolvimento de todos os professores no processo. Se depender deles, o caminho não tem volta. O grande desafio é unir professores e amadurecer no método. Faculdade de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG 2 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP 1 Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. As ciências básicas e os conhecimentos clínicos do currículo médico contemporâneo: percepção entre discentes, médicos e docentes sobre o curso médico atual da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Avaliação da influência da monitoria de anatomia sobre o aprendizado dos alunos do primeiro ano do Curso de Medicina de uma Universidade Federal João Luiz Darques Ferreira1 Luiza Ninon de Souza Melo1 Felipe Sales Nogueira Amorim Canedo1 Fernanda de Oliveira Cesar1 Filipe Malta dos Santos1 Arthur Hirschfeld Danila Nathalia Macerox1 Joaquim Edson Vieira1 1 RESUMO: Introdução: O Relatório Flexner preconizava a proximidade entre estudantes de medicina e pacientes no hospital, entendido como equivalente ao laboratório científico. Na Declaração de Edimburgo (1988) propõe-se um modelo de ensino centrado no aluno, valorizando a auto-aprendizagem. As Diretrizes Curriculares Nacionais em Medicina promovem ações para responder à velocidade do aparecimento de novos conhecimentos nessa área. Integrar os conteúdos curriculares tem sido objeto de investigações e não deve ser diferente para a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Objetivos: Registrar a percepção de estudantes, médicos e docentes da FMUSP acerca da importância das ciências básicas no currículo médico. Metodologia: Questionário virtual qualitativo, método Delphi, para estudantes, residentes, preceptores, médicos assistentes e docentes. Os estudantes responderam duas perguntas abertas. Residentes, médicos e docentes (RMD) responderam as mesmas perguntas a partir das respostas prevalentes dos estudantes, sem ordem de importância e com espaço para adição de alternativas. Resultados: 130 estudantes responderam. Na primeira pergunta (... quais... as ciências básicas que o médico deve dominar para sua prática profissional?), foram citadas 28 disciplinas, com 14 mais prevalentes: Anatomia e Fisiologia, ambas com 122 citações, Farmacologia (111), Microbiologia e Parasitologia (83), Bioquímica (60), Biologia Molecular (32), Histologia (28), Patologia (28), Genética (20), Imunologia (14), Embriologia (9), Biologia Celular (8), Biologia Física (6), e Estatística (4). Na segunda pergunta (... quais... os principais conhecimentos clínicos que o médico deve conhecer para sua prática profissional?), os estudantes citaram 37 disciplinas e 16 mais prevalentes: Clínica Médica (CM) (112), Propedêutica (110), Cirurgia Geral (CG) (94), Epidemiologia (82), Pediatria (26), Ginecologia (24), Obstetrícia (22), Moléstias Infecciosas (MI) (13), Psiquiatria (Pq) (11), Ortopedia (9), Patologia Clínica (9), Radiologia (9), Dermatologia (8), Neurologia (6), Oftalmologia (5) e Otorrinolaringologia (5). A segunda lista,remetida a RMD obteve 107 respostas na primeira pergunta: Fisio com 102 citações, Anato (93), Pato (93), Farmaco (91), Imuno (81), Micro/ Parasito (76), Bioquímica (72), Bio Celular (68), Estatística (67), Histologia (66), Genética (60), Bio Mol (55), Embrio (44), Bio Física (37). Citaram ainda 10 disciplinas: Ciências Humanas – Sociologia, Filosofia; Comunicação, Tecnologia da Informação (TI), Semiologia, Epidemiologia, Método científico, Administração e Economia. Na segunda pergunta, RMD elencaram a CM com 103 citações, Propedêutica (87), CG (78), MI (78), Epidemio (73), Gineco (70), Pediatria (68), Radio (63), Pato Clínica (61), Neuro (58), Obstetrícia (57), Dermato (57), Pq (56), Ortopedia (48), Otorrino (41), Oftalmo (38). Ciências Humanas, Antropologia (5), Ética Médica (2), Geriatria (2), Psicologia Clínica (2) e ainda: Gestão, Tanatologia, Medicina Preventiva, Reabilitação e Atenção Primária. Conclusões: Houve compatibilidade de importância entre os participantes sobre os conhecimentos fundamentais da ciência básica e da clínica. Mas, sugere pobre apreciação de temas da pauta do desenvolvimento da medicina do milênio: genética, imunologia e biologia celular, além do instrumento da medicina de evidências, a estatística. Os profissionais apresentam novas abordagens (comunicação, TI, administração, economia, geriatria, gestão em saúde, tanatologia e atenção primária) que poderão ser novas especialidades na prática médica. As respostas sugerem que o termo “básico”, na formação em medicina, não deve ser associado somente às ciências “tradicionais” de anatomia, fisiologia e em biologia e química. 1 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP RESUMO: Introdução: A disciplina de Anatomia é uma das mais importantes para a formação médica, constituindo, juntamente com histologia e fisiologia, os assuntos mais relevantes abordados ao longo do primeiro ano no curriculo médico da maioria das faculdades. O estudo desta matéria exige extrema dedicação por parte dos estudantes, principalmente na parte prática, uma vez que, além do ambiente nada convidativo, a metodologia acaba por ser cansativa e maçante, fazendo com que a maioria dos acadêmicos permaneça lá por um tempo aquém do necessário para um aprendizado efetivo. Como forma de melhorar essas condições adversas, diversas universidades adotam a utilização das monitorias de anatomia, o que, teoricamente facilitaria o aprendizado por parte dos alunos. Objetivos: Desta forma, foi feito este trabalho, o qual objetivou avaliar os pontos positivos e negativos da forma que a disciplina é dada nesta universidade e como o sistema de monitorias adotado influencia o aprendizado de anatomia dos alunos do primeiro ano. Metodologia: Para tanto, utilizou-se de um questionário que exigia a qualificação de dados como: a satisfação dos alunos com seu aprendizado em anatomia, com suas notas na matéria, com a metodologia adotada nas aulas, com a freqüência das monitorias, além da influência das monitorias sobre o seu aprendizado, entre outros. Resultados: Tivemos como resultado a revelação de uma enorme insatisfação, praticamente homogênea na turma, com as aulas de anatomia e quanto a suas notas e aprendizado, sendo que a monitoria foi, muitas vezes, tomada como o único ponto de ensino que realmente atinge os alunos.Conclusões: Tendo em vista estes resultados, concluiu-se que se deve buscar uma metodologia alternativa para as aulas de anatomia, como também analisar um provável aumento na freqüência das monitorias, objetivando preservar, acima de tudo, o aprendizado dos alunos do primeiro ano e o não comprometimento de sua desenvoltura nas matérias médicas. 1 Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO Avaliação do sistema de monitorias de anatomia do Curso de Medicina do ponto dos vista dos alunos monitores João Luiz Darques Ferreira1 Luiza Ninon de Souza Melo1 Felipe Sales Nogueira Amorim Canedo1 Fernanda de Oliveira Cesar1 Filipe Malta dos Santos1 RESUMO: Introdução: A disciplina de Anatomia é uma das mais importantes para a formação médica. O estudo desta matéria exige dedicação por parte dos estudantes, principalmente na parte prática, pois, primeiramente, eles, na maior parte das vezes, não estavam habituados a ter aulas práticas antes de ingressar na Universidade. Outro ponto é o fato de o ambiente do laboratório não ser convidativo, fazendo com que a maioria dos acadêmicos lá permaneça por tempo aquém do necessário para um aprendizado efetivo. Confrontando a importância da disciplina de Anatomia para a Medicina e a imaturidade dos estudantes no início do curso, a Universidade estabelece o sistema de monitorias, no qual os alunos que já concluíram a matéria dão aulas práticas aos primeiranistas, reforçando o conteúdo lecionado pelos professores nas aulas práticas e teóricas. Dessa maneira, tanto os monitores têm a oportunidade de revisar, quanto os alunos têm a oportunidade de fixar o conteúdo da disciplina de Anatomia. Objetivos: Este trabalho objetivou avaliar 7 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. os pontos positivos e negativos do sistema de monitorias adotado na disciplina de Anatomia no curso de Medicina do ponto de vista dos monitores. Além disso, visou-se também colher sugestões dos mesmos para possíveis melhorias neste sistema. Metodologia:O método utilizado foi a aplicação de questionários, que avaliavam a influência da monitoria de anatomia tanto sobre seu aprendizado quanto sobre criterios quanto tempo, estudo e importância curricular, aos alunos monitores. Resultados: Tivemos como resultado uma aprovação maciça dos monitores ao sistema de monitorias. Sendo que estes alegaram que grande parte do seu conhecimento e de suas habilidades em anatomia foi desenvolvida durante a monitoria. Sendo colocada até como mais essencial do que o proprio curso de anatomia. Conclusões: Concluimos assim que a monitoria de anatomia, alem de auxiliar os alunos que estao cursando a materia, acaba por auxiliar os alunos que estão ministrando a mesma. Sendo que ajuda na construção do conhecimento e no desenvolvimento de suas habilidades. 1 Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO Avanços e desafios da integração básico-clínica no Curso de Medicina da UFRN Elaine Lira Medeiros Bezerra1 Expedito Silva do Nascimento Júnior1 José Diniz Junior1 Maria José Pereira Vilar1 Rosiane Viana Zuza Diniz1 George Dantas de Azevedo1 RESUMO: Introdução: A necessidade de reorientar a formação médica segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais/2001 trouxe à tona a relevância da integração de conteúdos curriculares, imbricando saberes a princípio designados como do ciclo básico aos do ciclo profissionalizante ou clínico. Neste contexto, o curso de Medicina vem desenvolvendo estratégias que proporcionem essa integração, com a inserção de correlações e habilidades clínicas nas etapas iniciais do curso.Objetivos: Permitir maior aplicabilidade e contextualização dos conteúdos básicos dos diversos sistemas orgânicos com a prática clínica. Metodologia: Desde a implantação do Projeto Pedagógico em 2002, o Módulo Biológico II (II período do curso) começou a construir, de forma progressiva, a integração dos conteúdos de Anatomia, Fisiologia, Embriologia, Histologia e Biofísica, organizados sob a lógica de sistemas orgânicos, às áreas de ginecologia/obstetrícia, reumatologia, otorrinolaringologia, semiologia geral e cardiologia. Com esse objetivo, diversos recursos pedagógicos vêm sendo utilizados na disciplina, como inserção de correlações clínicas nas aulas expositivas tradicionais, discussões de casos e situações clínicas, inserção de práticas no Laboratório de Habilidades, discussões sobre Ética e Humanidades, entre outros. Nas diversas situações os estudantes são orientados e estimulados a 1-identificar o processo fisiopatológico; 2 - analisar os dados de epidemiologia e semiologia geral; 3 - discutir os casos clínicos propostos, integrando conhecimentos; 4 – associar o raciocínio clínico ao desenvolvimento de habilidades profissionais. A avaliação do processo é realizada através de mecanismos institucionais (avaliação dos docentes e das atividades da disciplina pelos discentes) e pelo emprego de questionários online aplicados ao final de cada período. Resultados: Na visão dos discentes, fica evidente que essas práticas têm contribuído para seu aprendizado, dando sentido aos conhecimentos básicos estudados previamente quando são correlacionados com a clínica. Os estudantes destacam como principais fatores que facilitam o aprendizado nas atividades: discussões em pequenos grupos (66,7%), realização de atividades práticas (61,7%) e diversificação de cenários para as atividades (44,4%). Em relação ao corpo docente, o envolvimento das áreas clínicas é ainda pequeno, tornando-se necessárias ações de capacitação e desenvolvimento do corpo docente para a implementação de atividades integradas. Conclusões: A oportunidade para vivenciar e compreender, de forma precoce, a integração dos conhecimentos básicos entre si e com situações clínicas relevantes é uma busca na formação médica atual. Nossa experiência poderá se constituir na base para uma futura avaliação mais sistematizada da repercussão desta estratégia de ensino ao final do curso. 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN 8 Blog da embriologia: aprendendo conceitos fundamentais da biologia do desenvolvimento através de casos clínicos Carlos Augusto Galvão Barboza1 Anderson Farias da Cunha1 Ana Glaucia de Oliveira Macedo1 Diego Thiers Oliveira Carneiro1 Sally de França Lacerda Pinheiro1 Sérgio Adriane Bezerra de Moura1 RESUMO: Introdução: A embriologia é uma área que vem adquirindo um fenomenal destaque nos últimos anos, por abranger temas de grande interesse como reprodução artificial, manipulação de embriões, engenharia tecidual e células-tronco. Além disso, os conteúdos abordados nesta área são básicos para diversas disciplinas ao longo dos cursos de graduação da área biomédica. Neste sentido, o uso de recursos digitais combinados com as facilidades propiciadas pela internet aponta para novos direcionamentos no ensino da embriologia humana. A metodologia apoiada no ensino virtual de processos básicos do desenvolvimento a partir de casos clínicos se constitui em um recurso pedagógico que reúne características importantes no tangente à melhoria da qualidade de ensino uma vez que favorece estudos à distância, permite aprimorar as habilidades e competências básicas dos cursos da área de saúde e possibilita a abordagem de conteúdos transdisciplinares e ético-humanisticos que, por limitações na carga-horária, por vezes não são cumpridos de modo satisfatório em sala de aula. Objetivos: O presente trabalho teve por objetivo avaliar a adesão dos alunos e a eficácia de um método de ensino da embriologia humana através da organização de um blog com casos clínicos. Metodologia: Para complementar o conteúdo discutido em sala de aula e disponibilizado no sistema acadêmico institucional (SigaA), os monitores e docentes organizaram um blog utilizandose seis eixos temáticos da embriologia humana: fecundação e segmentação; implantação do blastocisto e gemelaridade; gastrulação e produção da diversidade celular; neurulação e dobramento do corpo do embrião; defeitos congênitos humanos; e células-tronco. Seis casos clínicos foram selecionados de forma a abordar todos os temas propostos. Artigos de revisão de literatura (e alguns de pesquisa) sobre os casos selecionados também foram disponibilidados no blog para consolidação dos conteúdos teóricos estudados e o conteúdo éticohumanistico foi trabalhado de forma transversal em todos os temas, através de fóruns de discussão. Os alunos tiveram oportunidade de comunicar-se com a equipe através de um outro ambiente virtual (Formspring), onde as perguntas eram feitas de forma anônima. Ao final da parte de Embriologia no Módulo Biológico I, uma avaliação tradicional do conhecimento foi aplicada e a média das notas dos alunos foi comparada com as médias dos semestres anteriores. Também foi avaliada a adesão dos alunos à metodologia e a eficácia do uso do blog no relato de aprendizado dos mesmos, através da estatística de acesso e de questionário. Resultados: Percebeu-se uma crescente adesão dos alunos à metodologia proposta, com o incremento de acessos ao blog e download de materiais no SigaA. A análise do questionário mostrou que os alunos consideraram o blog um instrumento prático e útil de aprendizado, especialmente por ser uma ferramenta de uso rotineiro dos mesmos. A disponibilização dos artigos científicos foi relatada como um fator de estímulo à leitura e à busca de material complementar. Os fóruns de discussão e o ambiente para interação virtual com a equipe de monitores e docentes, de acordo com os alunos, funcionaram como um ambiente informal para a troca de idéias e esclarecimento de dúvidas. A comparação da média da turma na avaliação de conhecimento mostrou um aumento considerável em relação às turmas dos semestres anteriores. Conclusões: O uso do blog com casos clínicos estimulou a leitura de material complementar e melhorou a aprendizagem dos conteúdos transversais relacionados à embriologia/biologia do desenvolvimento, despertou nos alunos o interesse pela pesquisa e melhorou o desempenho dos mesmos na avaliação teórica de conteúdo. A dificuldade observada neste método de ensino foi a limitação de acesso de alguns alunos em situação de exclusão digital. Para sobrepujar este tipo de dificuldade, é fundamental a preocupação dos gestores em promover acesso a equipamentos de informática e à internet, para o completo sucesso do projeto. 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Comparação da participação de docentes das áreas básicas e clínicas na construção de módulo temático interdisciplinar em um currículo integrado com metodologias interativas César Felipe Rosa Calvani Uheyna Gancedo Ruzon1 Guilherme de Godoy dos Santos1 Danilo Yukio Silva Sanefuji1 Maurício de Castro Marchese1 1 RESUMO: Introdução: Historicamente, a organização curricular segue a distribuição estrutural de disciplinas de maneira isolada, o que tendencia para uma formação fragmentada tecnicista e especializada, desfavorecendo a formação de um médico que tenha seu raciocínio clínico fundamentado em conceitos básicos. Atualmente busca-se a integração básico-clínico em cursos de medicina currículos integrados e metodologias interativas. Um dos ambientes de ensino-aprendizado em um currículo com metodologia ABP (Aprendizagem Baseada em Problemas) são os módulos temáticos interdisciplinares, os quais abordam conteúdos de áreas básicas e clínicas em proporções relativas a cada série. O módulo de Funções Biológicas, com duração de sete semanas, é um dos que compõe a primeira série de um curso de Medicina do Sul do Brasil, há mais de dez anos. Nele são estudadas as funções respiratória, circulatória, excretora, termorreguladora e de equilíbrio ácido-básico de forma a possibilitar a compreensão de sua importância para o funcionamento do organismo humano e sua relação com o meio ambiente. São trabalhadas simultaneamente as disciplinas de fisiologia, anatomia, farmacologia e histologia, já sendo introduzidos conteúdos clínicos pertinentes a um estudante de primeiro ano e eventuais aspectos sociais. Para a efetivação da integração desses conteúdos, se fez necessária a participação dos docentes de diversas áreas em um processo de construção coletiva do respectivo módulo. Objetivos: O objetivo desse estudo foi comparar a participação de docentes das áreas básicas e clínicas no grupo de planejamento e na composição do corpo de professores-tutores do módulo de funções biológicas no período de 1998 - 2008. Metodologia:Foi realizada análise documental dos cadernos do módulo nos anos de 1998- 2008, relacionando o número de docentes de cada área (básica ou clínica) nos grupos de planejamento e de tutores atuantes no módulo em cada ano. Resultados: Os componentes do grupo de planejamento durante o transcorrer dos 10 anos mantiveram-se estáveis com uma média geral de 67% dos docentes das áreas básicas e 33% das áreas clínicas. Isso reflete o que se espera em currículos integrados; uma proporção maior de conteúdos básicos no primeiro ano. Entre professorestutores, no primeiro ano de implantação do currículo integrado (1998) houve uma participação de 100% de docentes da área básica. A partir segundo ano (1999), houve um crescimento gradual na participação de docentes das áreas clínicas configurando 20% do número de professores-tutores nesse ano, 45% em 2000 e 75% em 2001. De 2002 em diante, a proporção de 63% de docentes das áreas clínicas e 37% das áreas básicas se manteve sem grandes variações. O alto grau de inserção dos docentes das áreas clínicas no grupo de tutores reforça a integração básico-clínico do módulo. Conclusões: Houve verificação da participação de professores das áreas básicas e clínicas tanto no grupo de planejamento do Módulo quanto no grupo de professorestutores, favorecendo o trabalho conjunto e a interdisciplinaridade. A proporção de professores no grupo de planejamento reflete a relação de conteúdos das áreas básicas e clínicas preconizada na literatura. 1 Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR Distribuição das Áreas Básicas e Clínicas no Currículo Integrado do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina Guilherme de Godoy dos Santos1 Alexandre Mestre Tejo1 Danilo Yukio Silva Sanefuji1 Mateus Mendonça Vargas1 Uheyna Gancedo Ruzon1 Lucia Helena Mendonça Vargas1 Evelin Massae Ogata Muraguchi1 RESUMO: Introdução: O currículo integrado tem sua organização acadêmico-administrativa diferenciada, estruturando a aprendizagem em módulos temáticos: unidades de ensino que resultam do cruzamento matricial das áreas de conhecimento existentes nas disciplinas/departamentos das áreas básicas e clinicas. A Universidade Estadual de Londrina adotou currículo integrado no curso de medicina em 1998, quando implantou a aprendizagem baseada em problemas (ABP/ PBL- problem based learning) nos módulos temáticos de primeira à quarta série. Dessa forma, o curso aproximou-se dos princípios da pluralidade de idéias, preconizando à indissociabilidade entre teoria e prática e propiciando uma potencialização da articulação das habilidades técnicas, científicas e sociais por meio da intersecção das áreas básicas e clínicas. Objetivos: Analisar a evolução da distribuição das áreas básicas, clínicas e saúde coletiva ao longo dos 24 módulos temáticos da primeira à quarta série do curso de medicina. Metodologia: Os dados referentes à distribuição dos conteúdos foram obtidos por meio do Projeto Político Pedagógico do curso de Medicina (VERSÃO V – 29 de Julho de 2004, aprovado pelo Conselho de Centro do CCS), Resolução CEPE/CA Nº 88/2006 e informações fornecidas pelo Colegiado de Medicina - CCS. Procedeuse uma análise quantitativa, através de gráficos e tabelas, relacionando as disciplinas envolvidas em cada um dos 24 módulos distribuídos equivalentemente nos quatro primeiros anos do curso; e as cargas horárias referentes às atividades desenvolvidas por cada departamento envolvido nas áreas básicas e clínicas do curso de medicina. As disciplinas consideradas básicas foram: Anatomia, Bioestatística, Biofísica, Biologia Celular, Bioquímica, Embriologia, Farmacologia, Fisiologia, Genética, Histologia, Parasitologia, Genética, Imunologia, Microbiologia e Patologia Geral. Dentre as áreas consideradas clínicas estão: a clinica médica (cardiologia, nefrologia, dermatologia, hematologia, psiquiatria, gastroentorologia, reumatologia, neurologia, pneumologia, endocrinologia, nutrologia, geriatria, moléstia infecciosas, psicologia médica, semiologia, radiologia, medicina interna, UTI, pronto socorro médico), a clínica cirúrgica (neurocirurgia, cirurgia geral, anestesiologia, ortopedia, otorrinolaringologia, oftalmologia, angiologia, oncologia, urologia e pronto socorro cirúrgico), a pediatria e a ginecologia e obstetrícia. Resultados: No primeiro ano a área básica correspondeu a 60% da carga horária docente; a clínica médica, 14%; a saúde coletiva 11%; a pediatria 6%; a clínica cirúrgica 5% e a ginecologia e obstetrícia 4% do total de 5533 horas. No segundo ano, do total de 5913 horas a clínica médica obteve 29%, a área básica 25%, a clínica cirúrgica 16%, a saúde coletiva 16%, a pediatria 9% e a ginecologia e obstetrícia 5%. Já o terceiro ano do total de 5153 horas, a clínica médica ocupa 55% do tempo, a área básica 19%, a clínica cirúrgica 13%, a pediatria 6%, a ginecologia e obstetrícia 6% e a saúde coletiva 1%. A quarta série possui um total de 5068,a clínica médica possui 41%, a clínica cirúrgica 24%, a ginecologia e obstetrícia 13%, a área básica 10%, a pediatria 10% e a saúde coletiva 2%. Compondo um total de 21.667 horas, distribuídas em área básica (29%), clínica médica (34%), clínica cirúrgica (14%), saúde coletiva (8%), pediatria (8%) e ginecologia e obstetrícia (7%). Entretanto, ao avaliar a distribuição docente nota-se que 74% do quadro situam-se na área clínica, 15% na área básica e 11% na saúde coletiva. Em se tratando da inserção das disciplinas dentro dos 24 módulos nos 4 anos de curso, as disciplinas básicas correspondem a 54% do conteúdo abordado durante a primeira série, 26% durante a segunda série, 25% durante a terceira série e 20% na quarta série, totalizando 27% das disciplinas ministradas durante os primeiros quatro anos. Já as disciplinas da área clínica correspondem a 38% do conteúdo abordado durante a primeira série, 68% durante a segunda série, 74% durante a terceira série e 78% durante a quarta série, totalizando 69% das disciplinas ministradas durante os primeiros quatro anos. Por fim, a saúde coletiva é responsável por 8% do conhecimento ensinado na primeira série, 6% na segunda série, 1% na terceira série e 2% na quarta série, totalizando 4% do total. Conclusões: O currículo tradicional há uma 9 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. prevalência do básico no primeiro ano e do clínico a partir do terceiro ano. No currículo integrado, verificou-se a coexistência básico/ clínico em todos os anos, com aumento gradual da área clínica. A integração dos conteúdos básicos e clínicos permite melhor visão analítica do todo, refletindo em um estudante mais motivado, que compreende a inserção do conhecimento básico na prática clínica, por melhor entendimento dos mecanismos fisiopatológicos nos casos clínicos. 1 Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR Estudo de terminologia técnico-científica: atualização e compreensão para melhor aprendizado e difusão de conhecimentos Isabel Daroz1 RESUMO: Introdução: O conhecimento, uso e difusão de terminologia própria em qualquer ciência relaciona-se com atividades que envolvem um saber especializado. Os termos técnico-científicos transmitem conceitos próprios do conhecimento científico, médico, tecnológico,jurídico, entre outros domínios. Daí a razão pela qual se pode fazer referência à terminologia da química, da biologia, da lingüística, além de muitas outras. Assim, cresce o interesse pela estudo da terminologia em razão de sua funcionalidade na comunicação profissional, em qualquer área. O uso de termos adequados e padronizados contribui, em muito, para tornar a chamada comunicação especializada mais objetiva, menos sujeita a ambigüidades e, conseqüentemente, mais eficiente, sem ruídos. Este trabalho relata experiência de grupo de estudo em terminologia médica. Objetivos: compreender origens da termilogia médica - conhecer fontes de consulta sobre terminologia médica (sites, dicionários, artigos, livros especializados) - identificar importância de estudar terminologia divulgar novas fontes de pesquisa Metodologia: O grupo de estudos constituído por um professor da área de morfologia e alunos intressados realizou reuniões semanais, com duração de uma hora cada uma. O professor enviou artigos e textos aos alunos nos primeiros encontros, e posteriormente os mesmos foram estimulados a buscar mais artigos e obras sobre o assunto. Nas reuniões foram feitas discussões na área de terminologia médica, e elaboração ao final de relatórios, com destaque para os pontos mais importantes. O professor fez o relatório do primeiro encontro, e os subsequentes fora feitos pelos alunos. Todos os relatórios foram enviados aos componentes do grupo, através de email.Resultados: Após a conclusão das atividades, foram elaborados 8 relatórios, os quais foram encaminhados por email a todos componentes do grupo de estudos. Além dos relatórios, foi criado um banco de artigos e textos sobre terminologia médica, história da medicina e aspectos de apresentações oaris e escritas, com claro incremento nos aspectos a serem estudados, e enriquecimento das discussões. Conclusões: As reuniões continuam acontecendo, pois é um trabalho que não possui encerramento, uma vez que a linguagem está em contante atualização, em contante mudança. A terminologia médica não possui termos errados ou corretos, mas sim adequados ou inadequados para determinado momento ou situação. A terminologia adequada tem impacto sobre a divulgação de novos conhecimentos, trabalhos de conclusão de curso, monografias, dissertações e teses, prontuários, prescrições, laudos, publicações científicas, dentre muitos outros. 1 Instituto Metropolitano de Ensino Superior, Ipatinga, MG Integração básico-clínica em questões de aprendizagem elaboradas em sessão de tutoria no modelo de aprendizagem baseada em problemas Osni Lázaro Pinheiro1 Maria Angélica Spadella1 Lilian Maria Giubbina Rolin1 10 Magali Aparecida Alves de Moraes1 Rosa Maria Batista Dantas1 Celeste Maria Bueno Mesquita1 Ana Helena Manzano1 Haydée Maria Moreira1 Heloísa Cerqueira César Esteves Villar1 Reinaldo José Rafaelli1 RESUMO: Introdução: No modelo de aprendizagem baseada em problemas (PBL), o ensino é centrado nos estudantes e os mesmos discutem, em pequenos grupos, as diversas situações-problema relacionadas à prática médica. Nas discussões, o estudante compartilha informações com o seu grupo na presença de um professor que exerce o papel de facilitador do processo de ensinoaprendizagem, sendo denominado tutor. Após as discussões, o grupo de estudantes levanta questões de aprendizagem, preferencialmente que integrem as dimensões biopsicossociais e também as disciplinas básico/clínicas. As questões de aprendizagem levantadas são estudadas e as informações compartilhadas com o grupo em uma nova sessão de tutoria. Objetivos:Verificar a integração básico-clínica das questões de aprendizagem levantadas pelos estudantes após a abertura de uma situação-problema utilizada na terceira série do curso de medicina.Metodologia: Foram utilizadas as questões de aprendizagem elaboradas pelos estudantes da 3ª. série de medicina do ano de 2010, referentes a uma situação-problema que enfocava uma jovem com sangramento genital. Resumidamente, trata-se de um caso de uma jovem de 28 anos que procura o pronto-atendimento em função de um sangramento genital que perdura por 18 dias. O exame ginecológico mostrou presença de massa de aproximadamente 4 cm de diâmetro, com consistência cística, em anexo direito e útero de dimensão aumentada. Foi indicada ultrassonografia transvaginal e exame histopatológico do material proveniente da curetagem uterina. O exame ultrassonográfico permitiu identificar um cisto anecóide de 38 mm de diâmetro e o exame anátomo-patológico do material da curetagem uterina mostrou hiperplasia glandular simples de endométrio sem atipias celulares significativas. Esta situaçãoproblema foi elaborada pela equipe de construção da terceira série com o objetivo principal de relacionar a fisiopatologia da doença com os sinais e sintomas apresentados pela paciente. Dez grupos de tutoria com aproximadamente oito estudantes em cada grupo participaram da sessão de abertura desta situação-problema. Estas questões foram analisadas com relação ao percentual de integração básico-clínica. Resultados: O percentual de questões que abordou a integração básico-clínica, foi de 44,4%, 50%, 25%, 66,6%, 37,5%, 36,3%, 50%, 40%, 33,3% e 60%, respectivamente para os grupos de 1 a 10. Conclusões: O percentual de questões com integração básicoclínica foi variável entre os grupos de tutoria, os quais elaboraram pelo menos duas questões de aprendizagem com estas características. A elaboração de questões de aprendizagem integrativas depende tanto das características da situação-problema, como também do trabalho realizado pelo tutor. Por um lado a situação-problema utilizada trouxe um assunto que permitiu a integração básico-clínica, pois os estudantes para entender a fisiopatologia da doença apresentada pela paciente deveriam integrar conhecimentos básicos sobre fisiologia do ciclo menstrual, anatomia e embriologia de genitália interna e externa feminina, farmacologia dos contraceptivos hormonais, entre outros. Entretanto, estes assuntos relacionados com as áreas básicas da medicina dependendo da ação dos tutores poderiam aparecer isoladamente, ou seja, sem integração. Da mesma forma, discussões exclusivamente clínicas sobre causas de sangramento genital, diagnósticos diferenciais, sinais e sintomas, e outros, poderiam ocorrer de maneira isolada. Assim, para que haja uma boa integração básico-clínica, é necessário que a equipe de construção das unidades educacionais elabore situações-problema integrativas e que sejam feitas reuniões com os tutores para que os mesmos operacionalizem esta proposta de integração de forma satisfatória. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Integração básico-clínica na unidade educacional sistematizada da segunda série dos Cursos de Medicina e Enfermagem Carlos Alberto Lazarini1 Adriana Augusta Pimenta de Barros1 Ana Paula Ceolotto Guimarães do Amaral1 Cássia Regina Fernandes Biffe Peres1 Elaine Morelato Vilela Fraga1 Heraldo José Camilles1 Luciana Thiago1 Maurício Braz Zanolli1 Roseli Vernasque Bettini1 Shirlene Pavelqueires1 Teresa Prado da Silva1 RESUMO: Introdução: Historicamente, os currículos têm seu modelo organizado em disciplinas isoladas, desvinculadas da realidade profissional, hipertrofiadas em conteúdos, voltadas para uma formação tecnicista e para especialidades, não dando subsídios para a formação de profissionais que atendam às necessidades de saúde. O final da década de 90 foi caracterizado pelo processo de mudanças curriculares, focando a formação de profissionais críticos e reflexivos, tendo como princípios a integração básico-clínica e a articulação teoria-prática. Em nossa instituição de ensino superior, à partir de 2004, houve a implantação do ciclo de 2 anos para as 2 primeiras séries dos cursos de Medicina e Enfermagem, no qual as atividades são desenvolvidas em duas unidades educacionais, comuns aos dois cursos. Na Unidade Educacional Sistematizada (UES), busca-se discutir experiências e construir conhecimentos para que o estudante possa elaborar um raciocínio clínico-epidemiológico, utilizando o conceito de necessidades de saúde, propiciando novas compreensões e transformações na saúde, que irá direcionar a prática do futuro profissional. Para tal, a UES utiliza a metodologia da aprendizagem baseada em problemas, onde o problema é utilizado como estímulo à busca de saberes e compreensão de conceitos, desenvolvendo a capacidade de explorar situações que se aproximem da realidade. Objetivos:Descrever a experiência de integração básico-clínica na construção da UES da 2ª série dos cursos de Medicina e Enfermagem. Metodologia: A UES da 2ª série é construída por docentes das seguintes disciplinas: Anatomia, Clínica Médica (Cardiologia, Gastroenterologia e Nefrologia), Farmacologia, Fisiologia, Saúde Coletiva, Saúde Mental e Semiologia, os quais se reúnem semanalmente, para a construção dos problemas, bem como dos respectivos guias e das avaliações cognitivas. Os conteúdos das demais disciplinas (Bioquímica, Embriologia, Endocrinologia, Histologia, Neurologia, Pneumologia) são contemplados na forma de consultoria, onde os docentes responsáveis por cada uma destas áreas recebem os problemas, fazem a leitura, e enviam contribuições referentes às suas respectivas áreas, relacionando-as com a história existente no caso. A apresentação dos conteúdos da série segue a lógica céfalocaudal, acompanhando a seqüência do exame físico realizado no Laboratório de Prática Profissional.Resultados: Em média, esta equipe de trabalho produz 18 problemas/ano os quais partem de situações clínicas que envolvem a integração de conteúdos de diferentes áreas de conhecimento. A seleção dos problemas se dá a partir de casos reais e prevalentes e sua análise permite a exploração de histórias integradas com conteúdos de diversas disciplinas, articulando aspectos das dimensões social, psicológica e biológica. É necessária a elaboração desta história para atingir os objetivos propostos da série e os desempenhos esperados dos estudantes. Assim, há a contextualização da pessoa na família e na sociedade, considerando a articulação dos aspectos clínicos com o contexto de vida. Conclusões: Construir a história articulando as várias dimensões (social, psicológica e biológica) é um desafio constante diante dos objetivos e desempenhos propostos. Re-criar possibilidades de inter-relações de profissionais e disciplinas é um exercício de descobertas e adaptações, bem como de constatações de possibilidades e limites, focando não mais sua disciplina em um caso, mas a necessidade de saúde do individuo ou da sociedade, quando vários olhares são lançados na integração de um cuidado ampliado. Relacionar estes aspectos é de extrema complexidade, pois revelar os sintomas oriundos do funcionamento físico/clínico com os sentimentos de uma pessoa e sua maneira de viver exige muita elaboração e trabalho por parte dos docentes envolvidos. Tornar um relato escrito dinâmico e funcional exige, além do conhecimento, muita disponibilidade, elaboração e capacidade de criação. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Interação entre componentes das ciências morfológicas e aspectos clínico-patológicos Christina da Silva Camillo1 Carlos Augusto Galvão Barboza1 Afonso Xavier Gomes Silva1 Elker Philipe Fernandes de Abreu1 Hareton Teixeira Vechi1 Sérgio Adriane Bezerra de Moura1 RESUMO: Introdução: A gestão digital de recursos educativos e de informação está se tornando uma parte importante da educação em saúde e salienta-se a importância destes para que ocorra a consolidação, integração e desenvolvimento dos recursos da Web como estratégia de ensino. As ferramentas da web permitem uma forma de gestão para fornecer as seguintes funções educativas: acompanhar o progresso dos alunos e apresentar informações sobre o curso; promover a inter-relação aluno-aluno e aluno-instrutor e emitir componentes de aprendizagem auto-dirigidos. Além disso, as ferramentas virtuais também proporcionam aos alunos os recursos importantes como apresentações multimídia e acesso a disciplinas da fundamentação biológica e suas interfaces com a prática clínica. Objetivos: O propósito desse trabalho foi enfocar os aspectos do planejamento e elaboração de material didático envolvendo conteúdos da fundamentação biológica na área da morfologia assim como, a interface que os conteúdos selecionados fazem com a prática clínica e as apresentações histopatológicas de determinados grupos de doenças. O material preparado por alunos bolsistas de um programa de ações integradas envolvendo ensino, pesquisa e extensão sob a orientação docente, foi disponibilizado em ambiente virtual (blog). Metodologia: Os bolsistas do projeto intitulado “Novas abordagens educacionais nas ciências morfológicas: uso de tecnologias digitais em ambiente cibernético” selecionaram lâminas das disciplinas Embriologia e Histologia e esse material foi base para a captura de imagens através de microscópio e câmera digital. As imagens foram editadas e postadas em um blog com acesso livre. Preparou-se um atlas virtual útil para complementar as sessões de estudo dos alunos. Outra ação do trabalho foi a seleção de temas específicos (exemplos: estruturas do domínio baso-lateral das células; domínio apical e membrana basal) e tais estruturas foram descritas dentro de seus aspectos de normalidade; além disso, foram selecionados artigos científicos com alterações patológicas que tinham como base os referidos assuntos. O trabalho foi desenvolvido nos laboratórios de ensino do departamento de morfologia da UFRN e após a postagem no ambiente virtual foi realizada uma divulgação para as turmas que cursam tais disciplinas de modo a incentivar o uso desse recurso auxiliar de ensino para favorecer a aprendizagem. À medida que foi se elevando o número de acessos ao material virtual, passou-se a observar o discurso dos discentes e suas experiências com tal ferramenta metodológica. Resultados: A metodologia aplicada proporcionou um interesse crescente nas temáticas desenvolvidas nas ciências morfológicas e representa um recurso pedagógico que reúne características importantes no tocante a promoção de melhorias da qualidade de ensino, uma vez que favorece estudos à distância e possibilita maior interesse dos discentes na busca de conhecimentos fundamentais da biologia como base para o entendimento das doenças. A metodologia ativa através do espaço virtual proporciona ao aluno a prática da auto-instrução e tal fato tem despertado nos discentes um interesse maior no estudo desse campo das ciências. Nos relatos dos sujeitos observam-se falas que apóiam tal metodologia uma vez que favorece a aprendizagem e dispõe da ferramenta de comunicação com monitores e professores e permite discussão virtual útil para o esclarecimento de eventuais dúvidas. Conclusões: A metodologia empregada se constituiu em uma forma conveniente de disponibilizar informações científicas e desperta nos discentes a compreensão de eventos biológicos como base para o entendimento das doenças. Outra nuance válida é a oportunidade de feedback dos alunos e isso contribui para o ajuste do material disponível, assim como, funciona como ambiente de sugestões para a inclusão de novos tópicos e permite uma construção continuada de modo que se entenda como um produto em constante evolução e que requer reflexões na direção do melhoramento. 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN 11 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Journal Club de Medicina Interna - integração básico-clínico John Fontenele Araujo1 Ferdinand Gilbert Saraiva da Silva Maia1 José Carlos Lima1 RESUMO: Introdução: Um “Journal Club” é um grupo de pessoas que se reúne regularmente para discutir, de forma crítica, artigos recentes da literatura científica, se constituindo, atualmente, em uma atividade educacional de vários programas de pós-graduação e pesquisa pelo mundo.O “Journal Club de Medicina Interna” foi formado no curso de medicinada Universidade Federal do Rio Grande do Norte em agosto de 2006,inicialmente em reuniões quinzenais. A partir de 2008, um novo formato foi implementado, sendo incorporado à grade curricular do curso de medicina como disciplina complementar (Integração BásicoClínico), com atividades semanais e com um grupo de 25 estudantes de diversos períodos. Objetivos: Promover a leitura crítica e a discussão de artigos científicos atuais e relevantes à medicina, contextualizandoos com as políticas de saúde, a educação médica e as realidades local, nacional e internacional. Outros temas relevantes para o cotidiano e a trajetória dos estudantes no curso de Medicina também são discutidos. Metodologia: As reuniões do grupo são realizadas semanalmente aos sábados e são organizadas da seguinte forma: apresentação do sumário dos artigos publicados New England Journal of Medicine da semana anterior e escolha dos artigos que serão discutidos na semana seguinte; apresentação de artigos ou casos clínicos por um estudante e discussão em grupo; apresentação de vídeos de procedimentos ou correlacionados com a prática médica. Ocasionalmente são convidados professores para apresentarem aulas especiais. Todos os temas e atividades são escolhidos previamente pelo conjunto dos alunos na semana anterior. A avaliação do Journal Club tem sido realizada ao final de cada semestre em conjunto pelos estudantes e professores através de discussões abertas. Resultados: A avaliação final realizada pelos estudantes foi positiva, considerando a atividade como importante para a formação médica e destacando-se como pontos positivos a qualidade dos textos, a contextualização dos temas à realidade local e a participação de estudantes de diversos períodos. Além disso, habilidades com língua estrangeira e apresentação de trabalhos são praticadas. Conclusões: O modelo do Journal Club possui um impacto positivo em conhecimento, habilidades e atitudes dos estudantes, permitindo uma participação ativa e discussões enriquecidas pela presença de estudantes de diversos períodos. 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN Mapas conceituais: um recurso de aprendizagem no módulo de metabolismo Lucia Helena Mendonça Vargas1 Guilherme de Camargo1 Mateus Mendonça Vargas1 Paula Franco Oba1 Silvia Irla Alfaro Yabar1 Vanessa Mizubuti Brito1 RESUMO: Introdução: A implantação da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) no curso de Medicina da UEL proporcionou ao estudante uma maior responsabilidade na sua formação, bem como, um maior estimulo para o aprendizado. Porém, ao buscarem os conhecimentos para solução dos problemas, os estudantes se deparam com uma ampla quantidade de informações, ficando inseguros até onde devem aprofundar seus estudos, especialmente no início do curso. O módulo de Metabolismo, da primeira série, tem como objetivo geral possibilitar aos estudantes compreender os principais processos que envolvem a utilização de nutrientes pelo organismo incluindo digestão, absorção, transporte, incorporação e mobilização. Nesse módulo, problemas sobre patologias mais prevalentes como diabetes mellitus e obesidade servem de cenário para o estudo do metabolismo. No campo da saúde, o mapeamento conceitual ajuda os estudantes a organizar e a integrar as informações, avaliar os conhecimentos prévios, obter 12 uma nova visão em relações ao conteúdo e relacionar os conceitos das ciências básicas aos aspectos clínicos dos pacientes. Os mapas conceituais, idealizados por Novak e Gowin na década de 70 e 80, são fundamentados na teoria de aprendizagem significativa e são ferramentas cognitivas estruturadas por conceitos interligados, formando unidades semânticas que expressam idéias.Objetivos: Os estudantes construiram mapas conceituais com o objetivo de visualizarem a integração dos temas abordados no módulo de metabolismo, bem como auxiliar na síntese dos conteúdos.Os docentes(coordenador e tutores do módulo) analisam os mapas construídos visando verificar a aprendizagem, identificar objetivos de estudos não alcançados e, assim, propor modificações. Metodologia: Os problemas do módulo de metabolismo foram agrupados por conteúdos para construção dos mapas. Após o fechamento das sessões tutoriais do grupo de problemas previamente estabelecidos, foi feita a confecção de mapas pelos estudantes coordenadores das respectivas sessões tutoriais. Os mapas foram construídos no programa CmapTools que pode ser encontrado no endereço eletrônico www.camaptools.com. Os passos utilizados para a construção dos mapas incluíram: construir lista de conceitos; ordenar dos mais gerais aos mais específicos; começar o mapa com os conceitos mais gerais; ligar os conceitos com palavras chaves que expressem a relação entre eles; incluir novos conceitos de forma hierárquica, procurar ligações cruzadas, relacionando diferentes segmentos do mapa e reposicionar e redefinir a estrutura do mapa. Posteriormente, o mapa era exposto para todo grupo tutorial e caso julgassem necessário realizam modificações. O professor tutor checava se todos os objetivos propostos nos problemas estavam apresentados no mapa. O coordenador do módulo temático analisou os mapas dos diferentes grupos tutoriais e pode verificar se havia diferenças entre os grupos tutoriais. Resultados: Os resultados obtidos mostraram que os mapas conceituais viabilizaram uma compreensão interdisciplinar do conteúdo estudado, pois os estudantes conseguem traçar as relações entre as disciplinas de cada grupo de problemas e, dessa forma, compreender a totalidade dos temas propostos.Os mapas conceituais representam a síntese dos estudantes em relação ao conteúdo abordado. Além disso, permitiu aos professores (coordenador e tutores do módulo) verificarem a aprendizagem e identificar objetivos de estudos não alcançados, traçando assim estratégias para atingi-los. Conclusões: A construção de mapas pelos estudantes exigiu um processo de reflexão e possibilitou a integração, organização e conseqüente síntese do conteúdo apreendido. Desta maneira mostra ser uma ferramenta apropriada para etapa de síntese de conhecimento. O uso do mapa auxiliou na avaliação dos diferentes grupos tutoriais fornecendo dados importantes para a coordenação do módulo de Metabolismo. 1 Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR Metodologia complementar ao ensino da pediatria: atividades práticas no Laboratório de Habilidades e Simuladores (LHS) Maria Aparecida Machado Orioli1 Ivete Pillo Gonçalves1 Juçara Gonçalves Lima Bedim1 Margarete Zacarias Tostes de Almeida1 Wagner Luiz Ferreira Lima1 Claudemir Bragança Rodrigues1 RESUMO: Introdução: Estudos demonstram a dificuldade do ensino médico da prática pediátrica nas escolas médicas e vêm sinalizando para a necessidade de métodos alternativos no processo ensinoaprendizagem, que possam capacitar os estudantes nas habilidades necessárias à prática da clínica através do desenvolvimento de competências e habilidades em laboratórios de habilidades e simulações. O método utilizado nos LHS mostra-se útil para o ensino e sua eficácia é similar ao método tradicional de prática em ambulatórios e enfermarias, porém, não substituindo esses últimos, mas sim servindo de complementação para o desenvolvimento de habilidades que requerem treinamentos que não podem ser adquiridos Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. da prática direta nos pacientes pediátricos, por questões éticas e de eficácia clínica. A partir da necessidade deste novo modelo de ensino foi criado o LHS. Objetivos: Avaliar a utilização do LHS como material didático-científico, disponibilizado para os estudantes do curso de Medicina, onde os professores ensinam as técnicas semiológicas e a realização de procedimentos invasivos para o ensino da prática pediátrica, com ética e qualidade. Metodologia: Utilizou-se uma análise qualitativa através de questionário de avaliação, aplicado a docentes e discentes, sobre as técnicas de aprendizado utilizadas no LHS e o impacto no desempenho do estudante após o aprendizado simulado. Resultados: Constatou-se uma melhora na relação docente/ discente; melhora das habilidades e competências do estudante na prática com seres humanos, devido à maior autoconfiança em suas tarefas; maior efetividade no aprendizado prático. Conclusões: Ainda há controvérsias sobre o tipo ideal de paciente para a prática do ensino médico: o real ou simulado. Contudo, no que diz respeito às vantagens e benefícios no aprendizado em ambientes simulados, não há o que se discutir. Os benefícios vão desde a melhor interação docente/ discente e discente/usuário, ate a maior efetividade das ações nos ambulatórios e enfermarias de ensino. Ressalta-se a necessidade de ampliação dos LHS e do estudo dos resultados obtidos nesta nova prática do ensino medico, em conformidade com as novas diretrizes do ensino médico. 1 Curso de Medicina da Universidade Iguaçu - Campus Itaperuna Metodologias ativas e aprendizagem nas ciências básicas: visão dos ingressantes em um curso de Medicina Diego Delcorso Leonato1 Marlon Moda1 Guilherme Lippi Ciantelli1 Christiane Sayuri Lopes Inoue1 Maria Helena Senger1 RESUMO: Introdução: Diferentemente do currículo tradicional, o currículo inovador utiliza de metodologias ativas de ensinoaprendizagem, centradas no estudante, que deixa de ser um mero espectador e passa a ser sujeito atuante no seu processo pessoal de construção do conhecimento. Outra importante característica do currículo inovador diz respeito ao seu caráter de integração interdisciplinar, fator decisivo para que se rompa com a conhecida e indesejada compartimentalização entre os conteúdos básicos e clínicos. No entanto, ao se optar por um currículo inovador, a avaliação passa a ser parte integrante do processo de ensinagem, para propiciar correções de trajetórias e constante aprimoramento deste mesmo processo. Os estudantes, ao serem sujeitos ativos, ocupam lugar de destaque. A maioria deles provém de escolas com currículos tradicionais. Ao serem incorporados como primeiro-anistas em curso com desenho inovador, cria-se uma situação de aparente conflito que necessita ser superada, o que só pode ocorrer com o conhecimento e a delimitação das necessidades. Assim, é importante investigar e avaliar a primeira impressão do curso pela perspectiva destes discentes. Objetivos:Investigar e avaliar a primeira impressão do curso de medicina pela perspectiva dos discentes do primeiro ano. Metodologia: Estudo observacional transversal com coleta de dados que avaliaram a visão de 96 alunos do primeiro ano sobre as metodologias ativas de ensino e integração interdisciplinar, através de questionários, respondidos mediante assinatura de termo de consentimento. Resultados: Setenta e sete alunos (80,2%) já tinham conhecimento prévio à matrícula do currículo inovador utilizado pelo curso. Apenas seis alunos (7,8%) responderam que isto foi decisivo para sua opção pelo curso. No entanto, após quase três meses do seu início, cinquenta e três alunos (55,2%) acham que seu aprendizado será melhor em relação ao método tradicional de ensino. Sessenta e dois alunos (64,6%) consideraram o tempo disponibilizado na matriz horária como suficiente para o estudo. Quanto à abordagem dos conteúdos das anteriormente chamadas ‘disciplinas básicas, quarenta e nove alunos (51%) acreditam que terão maior dificuldade com a aprendizagem de bioquímica pelas metodologias ativas, seguida por histologia e anatomia, respectivamente com 22 (22,9%) e 13 (13,5%) alunos. Conclusões:Concluímos que, apesar de grande parte dos alunos não julgarem o método de ensino como fator decisivo para a escolha de determinada faculdade, a maioria acredita que o aprendizado por metodologias ativas será igual ou melhor, em comparação ao método tradicional, possivelmente em decorrência da aproximação e maior familiaridade com tais metodologias. Outro importante resultado positivo, percebido pelos alunos, foi a apropriação do tempo para estudo dentro da matriz horária. Apesar da avaliação aqui descrita ainda ter um caráter preliminar, se reveste de importância ao revelar possíveis dificuldades existentes com relação à desejada integração básico-clínica. Enquanto se esperava que os tradicionais conteúdos de anatomia e histologia fossem ser os responsáveis pelas maiores dificuldades, vimos que tal não ocorreu. Isto nos parece ser altamente positivo, pois auxilia a romper com a cultura vigente de que as metodologias ativas dificultam a obtenção de conhecimentos das ciências morfológicas. Quanto à dificuldade apresentada para a aprendizagem da bioquímica, nos pareceu pontual para a semana em que o questionário foi preenchido, o que será objeto de comprovação, quando o mesmo questionário for novamente aplicado no segundo semestre. 1 Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Campus Sorocaba, Sorocaba, SP Modelo para o aprendizado experimental em cirurgia e microcirurgia vascular: esôfago e traquéia de frango Rosi Aparecida Nunes Achar1 Pedro Alexandre Martinez Lozano1 Eduardo Achar1 Gerson Vilhena Pereira Filho1 RESUMO: Introdução: O treinamento da técnica cirúrgica vascular passa por diversas etapas antes do seu emprego clínico; dentre estas estão: treino em luvas de borracha, animais de pequeno e médio porte. Entretanto, não havia um modelo de treino que simulasse o calibre, a resistência e a textura de artérias e veias, sem que houvesse necessidade de sacrifício animal, ou aumento dos custos. O preparo até a aplicação clínica exige treino que simule as etapas do ato operatório em seres humanos.O ato cirúrgico depende do treino de habilidades motoras. Treinar em anima nobile é expor o paciente ao dano e o médico ao erro. Surge, então a necessidade de equilíbrio, em que o pesquisador esgote a possibilidade de todos os métodos alternativos, inclusive com a utilização de animais já mortos, para só, como última fase, valer-se de animais vivos, que devem ser tratados com absoluto respeito em reconhecimento ao serviço que prestarão, muitas vezes com a própria vida, para o desenvolvimento do conhecimento humano .Trabalhar inversamente, partindo-se da experimentação em animais vivos, é muitas vezes inaceitável e constitui crime. O presente trabalho tem como objetivo descrever um modelo experimental que atenda a estas necessidades. Objetivos: O presente trabalho propõe um modelo de treinamento de habilidades cirúrgicas em anastomoses vasculares utilizando um modelo animal que simula o calibre, a consistência e a resistência arterial e venosa, utilizar-se para isto a traquéia e esôfago de frango cadáver, respectivamente. Metodologia: Foram utilizados pescoços de frango de onde foram dissecados esôfago e traquéia e após preparo foram seguidos todos os passos do procedimento da anastomose vascular. O fluxo das anastomoses foi comprovado por observação direta e teste de enchimento (empty-and-refill test) imediatamente após as anastomoses. Resultados: Mantendo-se o clamp vascular pinçando a estrutura distalmente à anastomose e o outro clamp na porção proximal até aproximadamente 2 cm da linha de sutura; injeta-se iodo 5 % sob pressão para se avaliar pontos de “hemorragia”(figs 14 e 15).Caso estes pontos de ‘hemorragia’ ocorram, deve ser interpretado como sinal de alerta e motivar o cirurgião a revisar a anastomose realizada. A análise visual do leito do vaso é procedida se retirando os clamps e liberando as extremidades, everte-se a estrutura e então se avalia se a sutura provocou, ou não, estreitamentos no calibre do ‘vaso’,ou seja se há, ou não, estenoses. O aluno tem suas habilidades desenvolvidas em todas as áreas: destreza manual, capacitação nas diferentes técnicas de sutura, e 13 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. como as microanastomoses requerem uma nova dimensão óptica com a necessidade de muitas vezes se utilizar de lupas ou microscópios ,consegue-se alto grau de qualidade técnica, pois a habilidade adquirida durante o treinamento em microcirurgia torna o cirurgião ou residentes de cirurgia familiarizados com técnicas de sutura e reconstrução vascular. Conclusões: Para o exercício da técnica cirúrgica é imprescindível treinamento prévio em materiais inertes e animais de experimentação, sendo preconizado por alguns autores um índice superior a 98% de sucesso em anastomoses em vasos de 0,5mm, para a seguir empregá-la em seres humanos. O uso de vasos de cadáver para treinamento, no entanto, é necessária obtenção de cadáveres frescos, o que nem sempre é de fácil acesso.Este modelo pela primeira vez descrito permite o estudo e o treinamento básico em anastomoses, pois se podem realizar tanto anastomoses término-terminais, términolaterais e entre estruturas com diâmetros assimétricos. A utilização deste modelo, garante um treino mais adequado, que somado ao baixo custo do material utilizado, atende as questões éticas e bioéticas propostas. Diversos fatores são causas de insucesso nas microanastomoses vasculares, porém muitos destes fatores são suprimidos se o treino realizado for intenso e se as condições oferecidas para tal treino são as mais similares a realidade. 1 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP O aprendizado da parasitologia no curriculo integrado do Curso de Medicina – PBL (Problem Based Learning) da Universidade Estadual de Londrina-PR Regina Mitsuka Bregano1 Ivete Conchon-Costa1 Francisco José de Abreu Oliveira1 Maria Claudia Noronha Dutra de Menezes1 José Wander Breganó1 Evelin Massae Ogata Muraguchi1 RESUMO: Introdução: O curso de Medicina da UEL implantou a metodologia do PBL em 1998 onde os conteúdos da 1ª à 4ª série foram organizados em módulos temáticos. O conteúdo da disciplina de Parasitologia foi distribuído em quatro módulos, da 1ª à 3a série do curso. No módulo de Agressão e Defesa (1ª série), são abordados a leishmaniose tegumentar americana (LTA), a esquistossomose, a doença de Chagas e a tungíase junto com problema de tétano; no módulo de Doenças Resultantes da Agressão ao Meio Ambiente (2ª série) são abordados teniose/cisticercose, toxoplasmose, geohelmintoses e o Aedes aegypti associado à dengue; no módulo de Dor abdominal, Diarréia, Icterícia e Vômito (3ª série) são abordados giardose e amebiose e no módulo de Febre, Inflamação e Infecção (3ª série) malária e os parasitas oportunistas. Objetivos: Descrever a inserção da Parasitologia no currículo integrado e analisar os resultados. Metodologia: A maior parte do conteúdo é apresentada na forma de problemas elaborados pelo grupo de planejamento de cada módulo, que é composto por docentes de todas as disciplinas envolvidas no módulo, tanto do básico quanto do clínico. Esses problemas são discutidos em sessões tutoriais, com duas a três horas de duração. O estudo do tema é integrado, com conteúdo de várias disciplinas. Para exemplificar citamos o problema sobre LTA envolvendo as disciplinas de Parasitologia, Imunologia, Patologia, Anatomia Patológica, Histologia, Bioquímica e Moléstias Infecciosas. Além dos tutoriais, durante a semana são programadas aulas práticas de histologia da pele, prática integrada de histologia e bioquímica sobre colágeno e prática integrada de Imunologia, Parasitologia e Anatomia-patológica, dessa forma os alunos aprendem deste a pele normal, passando pelas alterações causadas pelo parasita, o agente etiológico, o ciclo biológico, a resposta imune (hipersensibilidade tipo IV, resposta imune (Th1 e Th2), o diagnóstico, o tratamento, o processo de cicatrização, bem como a epidemiologia e os aspectos psicossociais como população mais suscetível, conseqüências psicológicas das deformidades, adesão ao tratamento prolongado e automedicação. A avaliação é formativa, por meio da avaliação do desempenho do aluno 14 nas sessões tutoriais e cognitiva (avaliação teórica e prática) com questões integradas das diversas disciplinas. Resultados:Nestes 12 anos de currículo integrado destacamos como fortalezas a possibilidade de visão concatenada do conteúdo de diversas disciplinas, com a integração básico-clínico, básico-básico e clínico-clínico; o aprendizado ativo, onde o aluno é responsável por buscar as informações em livros texto, artigos científicos e sites oficiais como do Ministério da Saúde; currículo baseado nos aspectos biopsicossociais que envolve cada tema; maior interesse dos alunos nos conteúdos do básico, pois os alunos conseguem perceber a sua importância na prática clínica; flexibilidade do currículo que permite diferentes formas de abordagem de um conteúdo (na forma de problemas, palestra, estudo de caso clínico etc.). Além disso, a integração dos docentes, principalmente básico-clínico, possibilitou o aumento do número de projetos de pesquisa e de extensão interdisciplinares, abrindo campo de estágio para os alunos. Com relação às fragilidades do método podemos destacar o tempo reduzido para estudo individual, necessidade de recortes de alguns conteúdos e distanciamento do docente em relação ao aluno, principalmente os docentes do básico que ficam com os alunos apenas durante as atividades descritas, diferente das disciplinas tradicionais onde o docente permanecia durante o ano todo com os alunos.Conclusões: Analisando os aspectos positivos e negativos, a metodologia do PBL demonstrou-se adequada para o aprendizado da Parasitologia que pode ser confirmado pelo bom desempenho dos alunos nas avaliações. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR 1 O Ensino de Genética no Curso de Medicina da UFRN Viviane Souza do Amaral1 Giovanni G. N. Santos1 Sarah L. Alloufa1 Pedro Victor S. Nogueira1 Alexandra R. D. Brígido1 George Dantas de Azevedo1 RESUMO: Introdução: A compreensão dos princípios da genética e suas aplicações são fundamentais para a formação do médico apto a atuar de forma efetiva nos problemas de saúde, tanto do ponto de vista individual como coletivo. No Brasil, o ensino da genética na medicina iniciou na Universidade de São Paulo em 1959, com uma disciplina de Genética Humana. Atualmente, muitas escolas de Medicina no país oferecem além deste componente curricular, o de Genética Clínica. Nesse contexto e considerando o princípio da integração básico-clínica, o projeto pedagógico do curso de medicina da UFRN busca favorecer aos estudantes o estabelecimento de conexões que envolvam o conhecimento básico da genética com o que é observado na clínica, permitindo que os futuros profissionais médicos apreciem o papel central que a Genética e a Genômica estão tendo na medicina e inspirem-se a participar desses desenvolvimentos.Objetivos: Em função do exposto, o objetivo de nosso trabalho consiste em refletir sobre os aspectos relevantes da genética na formação médica, incentivando a participação ativa do estudante no seu processo de formação profissional. Metodologia: A atividade teve início em 2009.1, quando foram propostas mudanças na forma de abordagem dos temas na disciplina de Genética Humana. Como principal estratégia de ensino foi inserida a discussão de casos clínicos com enfoque problematizador, apresentando aos estudantes diferentes realidades vivenciadas na prática médica, como pano de fundo para estudo dos conceitos de genética. Adicionalmente, abordamos as descrições de testes moleculares mais recentes, relacionadas com casos reais, para mostrar como a genética moderna interage com a clínica. Os estudantes, através de seminários, tiveram a oportunidade de se aprofundar em alguns distúrbios específicos, compreendendo as bases genéticas de doenças e a importância do diagnóstico genético precoce para a eficácia do tratamento. Resultados: A integração dos conteúdos de genética com a clínica vem se mostrando efetiva, contribuindo para melhoria do conceito qualitativo atribuído pelos estudantes a Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. esse componente curricular, na medida em que favorece uma maior significação dos conteúdos ministrados. A procura pelos estudantes por programas de monitoria e projetos de pesquisa em Genética Humana cresceu significativamente no período, fornecendo mais um importante indicador de efetividade das ações realizadas. Adicionalmente, a disciplina estabeleceu importante canal de integração com os hospitais universitários, que resultou na sua inserção no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Criança. Na perspectiva docente, tem sido estimulante observar que a estratégia adotada está rendendo frutos. Entretanto, ainda há muito o que avaliar e aprimorar, no sentido de inserir os conhecimentos de genética em outros níveis do curso e tornar esse conteúdos transversais com as diversas clínicas. Como perspectiva para curto e médio prazo, planeja-se a criação da disciplina de Genética Clínica. Conclusões: Nosso esforço tem sido no sentido de preencher uma lacuna no curso de medicina da UFRN referente ao componente curricular de Genética Humana. Os resultados observados apontam para a efetividade das ações desenvolvidas, destacando-se como fatores positivos: integração com conteúdos clínicos, emprego de métodos ativos de ensino-aprendizagem e enfoque problematizador baseado na discussão de casos clínicos. 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN Questões elaboradas na Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e sua relação com a articulação básico-clínica e os aspectos humanísticos Rinaldo Henrique Aguilar da Silva1 Hissachi Tsuji1 RESUMO: Introdução: A educação médica no Brasil é norteada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). Para isso faz-se necessária a transformação do currículo, buscando novos cenários de ensino-aprendizagem, tendo em vista às necessidades de saúde da comunidade, através da utilização de processos ativos de aprendizagem visando a formação de um médico generalista, ético, crítico, reflexivo e humanista. A ABP em um currículo integrado e orientado por competência profissional contribui para que isto aconteça. Entretanto, para que de fato a ABP seja efetiva, é necessário que a “questão” de aprendizagem que corresponde a “pergunta” de pesquisa do método científico seja bem feita. Um dos aspectos mais importantes é que ela possa ser respondida, tenha boa taxonomia do domínio cognitivo e articule aspectos básico/ clínicos e humanísticos, atingindo assim os objetivos traçados no currículo. Objetivos:Avaliar as questões de aprendizagem elaboradas pelos estudantes durante a ABP quanto à articulação básico-clínica e aspectos humanísticos. Metodologia: Avaliou-se questões anotadas no “Registro de questões de aprendizagem” dos estudantes da 1ª. a 4ª. série, durante o 1º. semestre de 2009. Nove grupos de cada série foram incluídos, aleatoriamente. As questões foram categorizadas como Biológicas (B) e Humanísticas (H). As B foram subdivididas em questões com articulação básico/básico (BB), básico/clínica (BC) e eminentemente clínica (C). As H foram subdivididas em psicológicas (P), sociais (S), psicossociais (PS) e biopsicossociais (BPS). Resultados: Avaliou-se 2967 questões, sendo 917, 862, 810 e 378 questões da 1ª., 2ª., 3ª. e 4ª. séries respectivamente. 1ª. série – de 917 questões avaliadas: 77,75% foram B, sendo 26,1% BB, 30,1% BC e 21,6% C. Destas 22,19% foram questões H, sendo 6,2% P, 11,3% S, 4,25% PS e 0,44% BPS. 2ª. série – de 862 questões: 80,85% foram B, sendo 22,50% BB, 33,29% BC e 25,05% C. Destas 16,59% foram questões H, sendo 5,68% P, 8,35% S, 2,44% PS e 0,12% BPS. 3ª. série – das 810 questões avaliadas: 84,44% foram B, sendo 19,75% (BB), 26,54% BC e 32,72% C. Destas 15,55% foram questões H, sendo 6,54% P, 6,05% S, 2,84% PS e 0,12% BPS. 4ª. série – das 378 questões avaliadas: 98,1% foram B, sendo 26,45% BB, 22,75% BC e 59,79% C. Destas 4,23% foram questões H, sendo 0,79% P, 3,44% S e nenhuma questão PS e BPS. Conclusões: Os resultados demonstram uma predominância do levantamento de questões B. Algum grau de articulação básico-clínica e humanização pôde ser verificado em todas as séries com exceção da 4ª. Do grande número de questões de aprendizagem com predomínio das B, verificou-se que a maioria foi BB e C, revelando fragilidades na articulação básico-clinica e aspectos humanísticos. As questões H foram pouco abordadas em todas as séries o que pode indicar entendimento deficitário do currículo, fundamentos do método pedagógico e dificuldades em lidar com os aspectos humanísticos por parte dos docentes e discentes. Além disso, o tamanho, a qualidade do “problema” e guia do tutor podem ter contribuído para o desenvolvimento inadequado da tutoria e da elaboração das questões. Algumas medidas para correção destas fragilidades poderiam ser: recapacitação dos tutores quanto ao currículo integrado e orientado por competência profissional, fundamentos do processo ativo de aprendizagem, reavaliação das funções dos grupos de construção de “problemas” e avaliação e reativação da educação continuada paralelamente à educação permanente de professores. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Tensões sobre o ensino da Anatomia Humana enquanto disciplina básica nos currículos convencionais de educação médica Patricia Teixeira Tavano1 Maria Isabel de Almeida1 RESUMO: Introdução: Desde a década de 1990, intensificaramse as propostas em relação à reformulação dos currículos médicos refletindo em modificações de seriação, carga horária, procedimento metodológico, e mesmo de nomeação e discussão do conteúdo das disciplinas curriculares. Tais propostas são fruto das tentativas de alinhar estes currículos às iniciativas didático-pedagógicas que buscam o desenvolvimento de um ensino mais próximo à realidade clínica do futuro médico, dando-lhe subsídios desde o início do curso para a reflexão acerca de sua intervenção terapêutica. Nos currículos convencionais, a Anatomia Humana é disciplina constante e compõe seu ciclo básico, comparecendo não apenas como um campo de saberes central, mas também associada ou aplicada a outros campos do saber médico, e expressa variações de importância à sua posição curricular de acordo com a situação política, religiosa, social, econômica, ou acadêmica de cada período de sua longa história, sofrendo e refletindo estas influências na construção de sua densidade disciplinar, marcando seu valor nos currículos médicos. Objetivos:Apresentar e discutir algumas tensões que incidem sobre a disciplina de Anatomia Humana. Metodologia: Revisão bibliográfica e análise documental. Resultados: A atualidade da Anatomia como disciplina dos currículos médicos convencionais se sujeita a uma série de tensões que colocam em xeque sua permanência como disciplina, uma entidade de conteúdos, métodos, avaliações e práticas reconhecidas enquanto parte de seus fundamentos. Dentre as tensões estão: desencontro entre ensino e pesquisa, com conteúdos programáticos voltados para Anatomia Macroscópica e pesquisas mais direcionadas às novas idéias do campo, como a Biologia Molecular; ampliação na variedade de cursos de formação profissional oferecidos pelas universidades que incorporaram em seus currículos a disciplina de Anatomia (como Fisioterapia e outros) e exigiria novas abordagens da disciplina para adequação às especificidades profissionais, o que nem sempre se observa; expansão na quantidade de instituições de ensino superior, com aumento real da demanda por material anatômico, o que pode gerar dificuldades de obtenção de cadáveres em quantidade e em qualidade suficientes para o estudo, além da rápida deterioração pelo uso intensivo; formação insuficiente, em número e em qualidade, de profissionais para seu ensino, acompanhando o incremento de vagas e o envelhecimento dos profissionais no Ensino Superior; modificações curriculares ocorridas na década de 1990 que culminam com o replanejamento curricular em diversas instituições em decorrência da emergência da Genética e da Biologia Molecular nas décadas de 1970 e 1980, que, além de impor suas abordagens aos currículos médicos através da maior quantidade de conhecimentos pressionando para serem discutidos nas academias, 15 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. também levaram a reconfigurações com o incremento de novas disciplinas, o redimensionamento das cargas horárias das disciplinas básicas redirecionando este espaço para as disciplinas emergentes e com importância clínica patente, o que pode estar comprometendo a qualidade da formação possível. Conclusões: A Anatomia Humana pode estar sendo esvaziada de importância, pela degradação no ensino da Anatomia Macroscópica em seu papel de formadora básica do profissional médico, com as reduções da carga horária, a integração com outras disciplinas, sempre à custa da abertura de espaço na grade curricular, com remodelação metodológica com a ausência parcial ou total das dissecações. Enquanto, através da modificação do campo de pesquisa incorporando novas tecnologias, novos métodos e objetos através da Biologia Molecular e de aplicações clínico-cirúrgicas, engorda-se a base de atuação, gera-se uma dicotomia entre pesquisa e ensino, apresentando uma disciplina enraizada em um campo de pesquisa não mais revisitado, assemelhando-se a um processo de secundarização da disciplina. 1 Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, SP Trabalhando o tema Obesidade na integração básico-aplicado com visitas domiciliares e atividades na USF Eliane Roio Ferreira1 Débora Carvalho Molan1 RESUMO: Introdução: No curriculo da FMB, no segundo ano, ocorre,em cada semestre, uma semana de integração básicoaplicado, sobre um tema relevante no formato LBP. Em 2009, houve uma integração entre essa atividade e a disciplina IUSC, ministrada conjuntamente para alunos de medicina e enfermagem, que prioriza a integralidade do cuidado, considerando que ações de educação em saúde se traduzam em maior autonomia e emancipação do sujeito. Como estratégia, realizam-se atividades, onde são abordados temas, a partir de demandas da população. Objetivos: Apresentar estudo e intervenções sobre Obesidade na atividade de integração, salientando o papel do estudante de Medicina na atuação no cuidado dessa doença. Metodologia: Após o levantamento de questões sobre a Obesidade, estudo individual e discussão em grupo, planejou-se visita domiciliar à obesos com o intuito de observar a realidade, hábitos alimentares e de vida, condições de sobrevivência, crenças, riscos associados e possíveis formas de ajuda. Procurou-se realizar práticas educativas direcionadas às necessidades dos pacientes visitados. Para tal, foi organizado evento em USF com atividades sobre o tema, buscando envolver os pacientes, contando com participação de professor de educação física e nutricionista. Neste evento houve apresentação de danças com idosas, prática de exercícios físicos na posição sentada, para os presentes e lanche, com receitas simples, saudáveis, nutritivas e de baixo custo que foram distribuídas. Resultados: Os diálogos entre pacientes e estudantes foram considerados como um espaço para aprendizagem pelo contato com um paciente que apresentava o que havia sido estudado, em maior ou menor grau; e também pela aplicação das orientações aprendidas e dadas aos pacientes de uma forma acessível ao contexto dos mesmos. As atividades na USF foram uma oportunidade de promover atividades de educação em saúde, com a participação de forma interativa do grupo alvo com diferentes profissionais de saúde, visando a integralização do cuidado. Além disso, qualificou o relacionamento entre pacientes e profissionais da USF. Conclusões: A educação em saúde integra saberes sobre o cuidar, permitindo o diálogo entre conhecimentos científicos e populares e permite mudanças na comunidade, onde cada indivíduo torna-se apto a tomar suas próprias decisões no auto-cuidado. O tema obesidade é prioridade pela alta prevalência, sendo portanto, relevante na educação médica e passível de intervir, ampliar os conhecimentos e pôr em prática sua prevenção. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP 1 16 Utilização do Laboratório de Habilidades Clínicas como cenário de ações interdisciplinares José Medeiros do Nascimento Filho1 Ana Carolina Batista Dantas1 Joyci Florida Rafael Maciel1 Francisco Fábio Araújo Batista Júnior1 Fellipe Alexandre Macena Salviano1 Ana Paula de Paiva Serrano1 Maria Luisa Nobre Medeiros e Silva1 Rosiane Viana Zuza Diniz1 RESUMO: Introdução: O Laboratório de Habilidades Clínicas (LHC) é um espaço de fundamental importância para os cursos da área da saúde, pois permite treinamento em manequins, respeitando preceitos éticos e humanísticos. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) o LHC iniciou suas atividades no ano de 2008, atendendo os cursos de graduação do Centro de Ciências da Saúde. Objetivos: Descrever as atividades realizadas pela monitoria do LHC da UFRN nos anos de 2008 a 2010. Metodologia: Tratase de um estudo qualitativo do tipo relato de experiência realizado de 2008 a 2010. Utilizou-se como fonte de dados os arquivos do laboratório e os relatos dos estudantes monitores. Resultados: As atividades realizadas foram agrupadas em quatro eixos: infra-estrutura, ensino, extensão e produção acadêmica. No primeiro eixo houve o reconhecimento do acervo do LHC; participação nas visitas técnicas de manutenção do acervo e elaboração do potencial do LHC para o ensino. No segundo, foi enfocado o treinamento e capacitação de habilidades clínicas; organização de um projeto de monitoria dentro da disciplina de Iniciação ao Exame Clínico do curso de graduação em medicina e a integração com novos componentes curriculares e parceria docente. No terceiro, priorizou-se a divulgação das atividades do LHC, criação da logomarca, elaboração do projeto de extensão Atendimento Básico à Vida e realização do I e II Congresso Multiprofissional da Saúde. O último eixo envolveu a produção do conhecimento como a elaboração de roteiros sobre as práticas no LHC e apresentação de trabalhos em eventos científicos. Conclusões: A monitoria permitiu aprofundamento teórico-prático dos conteúdos ministrados e atendeu à expectativa em relação ao estímulo à docência. Além disso, levou à organização e consolidação das atividades realizadas pelo LHC nos cursos da área de saúde da UFRN. 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN Visita à Maternidade Municipal de Londrina como ferramenta de ensino complementar ao estudo da Embriologia Uheyna Gancedo Ruzon1 Vanessa Mizubuti Brito1 Álan Roger Gomes Barbosa1 Fernanda Gomes Thomazatti1 Evaldir Bordim Filho1 Marcia Hiromi Sakai1 Maria José Sparça Salles1 RESUMO: Introdução: A literatura mostra que a inserção precoce do estudante no contexto de prática favorece o processo de ensinoaprendizagem durante a formação médica. O atrelamento entre teoria e prática viabiliza aos graduandos os recursos necessários para a elaboração de pensamentos críticos com a realidade em que estão inseridos. Objetivos: Complementar o estudo do desenvolvimento embrionário e fetal por meio de uma visita à maternidade municipal de Londrina onde os estudantes tiveram a oportunidade de entrevistar pacientes no puerpério, assistir à realização de partos e de exames pré-natais. Metodologia: quali-quantitativamente utilizou-se um questionário semi-estruturado, aplicado aos estudantes amostrados (79) da primeira série do curso de medicina da Universidade Estadual de Londrina em maio-junho de 2009. Os quesitos analisados relacionaram-se com os aspectos positivos e negativos da atividade. Para análise dos dados foram utilizados: a distribuição de freqüência relativa e a análise de conteúdo. Resultados: Sobre os aspectos Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. positivos da atividade (56,96%) dos participantes consideraram que a visita à maternidade, contribuiu para a formação de postura médica ressaltando o contato com os pacientes, (36,7%) possibilidade de assistir a um parto ou acompanhar exames e (6,2%) conhecer a estrutura de uma maternidade. Por conseguinte, (53,16%) dos estudantes afirmaram que não houve aspectos negativos na atividade. Com relação à entrevista (77,21%) dos estudantes sentiram-se confortáveis com a interação aluno-paciente e (22,78%) afirmaram insegurança para desenvolver a prática. Conclusões: Os dados mostraram que a visita à maternidade despertou nos estudantes maior interesse pelo estudo da embriologia. Também a habilidade de comunicação e atitude profissional perante os pacientes exigida durante a visita assegurou ao estudante o desenvolvimento de sua postura médica. Esse primeiro contato com o paciente apresentou-se como desafio aos primeiro-anistas inexperientes que instigados com a situação se estimularam para perder a inibição e o receio para com a relação médico-paciente. A comunicação com as mães levou a uma reflexão do aspecto biopsicossocial, o que corrobora para a formação do perfil atitudinal do futuro médico. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR 1 • Experiências Pró-saúde e PET-saúde A educação em saúde com usuários hipertensos: a visão dos profissionais de uma equipe de saúde da família do município de Marília Frederico Adão de Oliveira Santana1 Ana Carolina Hamamura1 Fabíola Ambrósio Silveira Lima1 Gabriele Uyeda Tamashiro1 Mariana Borini Alves1 Tamara de Queiroz Vieira1 Paula Sales Rodrigues1 Mara Quaglio Chirelli1 RESUMO: Introdução: A Estratégia de Saúde da Família (ESF) surge como uma forma de reorientação do modelo assistencial de saúde no Brasil. Dentre os princípios fundamentais que norteiam a ESF, destacamos a integralidade, pois acreditamos que promoção, prevenção, recuperação da saúde e reabilitação de doenças e agravos não podem ser compartimentalizadas, mas se trabalhadas na perspectiva de uma abordagem integral, autônoma e resolutiva podem modificar o processo de saúde e doença de um indivíduo, família e comunidade.¹ No entanto, questionamos as práticas de educação em saúde estabelecidas aos usuários em acompanhamento com hipertensão e como os profissionais vêm trabalhando essas práticas. Nessa perspectiva, consideramos importante investigar a educação em saúde por ser essa uma ferramenta para mudança da qualidade de vida e construção da autonomia dos sujeitos, e por ser a hipertensão arterial um problema de saúde que causa risco e danos biológicos, emocionais e sociais à saúde das pessoas, além do aumento gradativo dos custos com o tratamento. Objetivos: OBJETIVO GERAL - Analisar as ações de educação em saúde aos usuários hipertensos em acompanhamento nas ESFs; OBJETIVOS ESPECÍFICOS - A abordagem das ações de educação em saúde na visão dos profissionais da Unidade de Saúde da Família - Tóffoli. Metodologia:Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, exploratório-descritiva, ao propor a exploração do universo de significados e sentidos.² Buscamos o entendimento dos sujeitos acerca das práticas educativas, realizadas nos diversos momentos de acompanhamento na ESF de pessoas com hipertensão na perspectiva da integralidade em saúde, analisando como essas práticas podem influenciar no seguimento regular do usuário. O cenário de realização da pesquisa foi a ESF Tóffoli com total de 854 famílias (2941 pessoas), sendo 243 usuários hipertensos. Para a coleta dos dados empíricos utilizamos entrevista semi-estruturada por fornecer amplo campo de interrogativas.³ Com a equipe local foram realizadas 09 entrevistas, incluindo todos os profissionais de saúde do local exceto a enfermeira da unidade por ser esta uma das autoras da pesquisa. A análise dos dados foi pela técnica de Análise de Conteúdo, modalidade temática.4 Durante o processo de análise identificamos dois temas: práticas de saúde e avaliação das ações em saúde e relação com os usuários. Resultados: Percebemos limitações no alcance das necessidades de saúde dos usuários, considerando a dificuldade na organização do processo de trabalho com limitação de recursos humanos e de tempo apropriado a este fim. Os profissionais sentem-se sobrecarregados com acúmulo de tarefas; até pluralidade envolvida no processo saúde doença, mas não vislumbram potencialidades para mudança. Ou então, alguns consideram simples ações como conquistas qualidade de vida das pessoas ou até qualificam o impacto a saúde pela freqüência das pessoas as atividades na ESF. Quando percebem que há mudança na condição de vida das pessoas, está mais centrada na dimensão biológica e psicológica. Demonstram, também, dificuldades na co-responsabilização do cuidado, atribuindo somente aos usuários as responsabilidades pelos insucessos no processo saúde-doença. Conclusões: Percebemos a centralidade do atendimento na doença e não na pessoa – sujeito; ou ainda, e uma educação em saúde baseada na transmissão do conhecimento – a dita “orientação”, sendo árduo o caminho para a educação saúde como um processo político pedagógico com desenvolvimento de pensar crítico e reflexivo propondo ações transformadoras que levem o indivíduo a sua autonomia e emancipação. Há predomínio do cuidado centrado na medicalização, com potencialidades para mudanças e conceitos divergentes sobre saúde entre a própria equipe (profissionais), e entre a equipe e a comunidade. Esses dados sugerem que há falhas no processo de educação em saúde. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP A Estratégia Saúde da Família junto ao paciente portador de hipertensão arterial Luis Eduardo Silva Móz1 Bruna Morassi Sasso1 Leandro Cacure1 Lívia Limonta1 Luiz Henrique Congio1 Cláudia Carolina Costa1 Lívia Santos Baldini1 Aline Ambrosio de Moraes1 Fernanda Costa Pereira1 Amanda Maria Fantini1 Adriana Cavazzane1 Fábio de Carvalho Garcia1 Drielly Daiane Matarazzo1 Júlia do Nascimento Saad1 Janete Pessuto Simonetti1 RESUMO: Introdução: Na população em geral, os riscos para a Hipertensão Arterial (HA) são menores para os adultos com pressão arterial sistólica menor que 120 mmHg e com pressão arterial diastólica menor que 80 mmHg. O seu controle inicia-se com a detecção e observação contínua, não devendo ser diagnosticada com base em uma única medida da Pressão Arterial (PA). Após sua confirmação, deve-se: classificar a HA em primária ou secundária e pesquisar a presença de 17 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. outros fatores de risco cardiovasculares como história familiar, idade, níveis tensionais, obesidade, diabetes e etnia. Objetivos: Identificar a clientela portadora de HA assistida em uma Unidade de Saúde da Família (USF); verificar as condições de saúde desta clientela relacionadas aos fatores de risco; buscar sugestões para ampliar e melhorar o atendimento da USF.Metodologia: Estudo descritivo e exploratório realizado em uma USF da Rede Municipal de uma cidade do Interior do Estado de São Paulo. Fizeram parte da pesquisa 79 indivíduos portadores de HA. Resultados: A amostra estudada foi composta por uma maioria de mulheres (55), de etnia branca, com o ensino fundamental incompleto, trabalhadores assalariados, no qual houve o predomínio de empregadas domésticas. O estado civil que se destacou foi de casados. Quanto ao acompanhamento da doença cerca de 70% freqüentam a unidade nas diversas modalidades de atendimento: consulta de enfermagem, grupos de orientação, campanhas, exames laboratoriais, grupo de caminhada, atividades de lazer, aquisição de medicamentos e aferição da PA. No que diz respeito às mudanças no estilo de vida, a redução do uso de sal e ingestão de gorduras saturadas foram as mais citadas, seguidas da execução de atividade física e redução do peso. O atendimento da equipe de saúde foi avaliado positivamente. Quanto a sugestões para a melhoria do funcionamento, cerca de 70 % sugeriram o aumento de funcionários principalmente médicos. A medida da PA variou de 100X70 a 220X100 mm Hg.Conclusões: Apesar da maioria dos entrevistados fazer o acompanhamento da doença, percebe-se que as mudanças no estilo de vida precisam ser intensificadas, já que estas irão beneficiá-los, principalmente no que se refere à prevenção de complicações. Cabe aos profissionais da área de saúde a elaboração de estratégias para melhorar a participação dos hipertensos no tratamento. Uma delas pode ser um trabalho educativo que valorize não apenas a informação, mas também que estimule a adesão dos pacientes ao tratamento, de forma consciente de que são sujeitos autônomos sobre sua saúde. população, a fim de melhorar o meio ambiente da área de abrangência. Participaram 46 profissionais que avaliaram muito bem as atividades, como: “Momento importante para o fechamento dos trabalhos permitiu uma maior reflexão e aprofundamento da interseção saúde/meio ambiente”. “Pudemos nos sentir mais como seres humanos que dependemos do outro e do meio em que nos inserimos e ao mesmo tempo tivemos com o outro e meio ambiente tudo o que está no mais profundo de nossa existência. Aqui podemos perceber o verdadeiro sentido e amplitude da palavra saúde, ou seja, o conceito de saúde no sentido ampliado”. Conclusões: A partir destas atividades com as equipes de EFS foi possível despertar sentimentos e reflexões essenciais para se abordar e trabalhar com o meio ambiente e a saúde, numa perspectiva mais complexa e transdisciplinar, abrindo caminho para o desenvolvimento do projeto numa visão ampliada de saúde ambiental, no sentido da promoção à saúde. Notou-se a necessidade de trabalhar este tema como os profissionais de saúde, uma vez que não tiveram estas discussões em sua formação e por reconhecerem a necessidade diante dos problemas ambientais existentes nas áreas trabalhadas, desafiando-os a pensarem em propostas de intervenção juntamente com a comunidade, avançando na promoção da saúde e lutando por um ambiente mais equilibrado e uma melhor qualidade de vida a todos. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP Lívia Miumi Batista Tamai1 Lorine Arias Bonifacio1 Maelly Romy Maruyama Ikuno1 Elza de Fátima Ribeiro Higa1 Liliana Kuabara Ferreira1 Cássia Regina Fernandes Biffe Peres1 Celeste Maria Bueno Mesquita1 1 A inserção da temática saúde e meio ambiente no Pet-Saúde Karina Pavão Patrício1 Eliana Maria Nicolini Gabriel2 Thaís Santos Oliveira1 Jamil Thiago Rosa Ribeiro1 RESUMO: Introdução: A degradação ambiental vem modificando nosso cenário de forma acelerada e interferindo negativamente no processo saúde doença. Torna-se essencial discutir a temática saúde ambiental com profissionais de saúde, sendo o Programa PET-Saúde um facilitador e as unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) excelentes cenários. Objetivos: Propôs-se introduzir o tema saúde e meio ambiente, como projeto, dentro do PET-Saúde, orientando um grupo de alunos bolsistas da medicina e da enfermagem a fim de sensibilizar profissionais de saúde de três equipes de EFS (Botucatu/SP), por meio de discussões teóricas e de vivências. Metodologia: Para sensibilizar as equipes inicialmente foram realizadas trilhas interpretativas nomeadas: “reverência a vida”, por meio de parceria com a Escola do Meio Ambiente de Botucatu. Ao longo da trilha trabalhou-se com várias dinâmicas despertando sensações do contato com a natureza, o respeito e a grandeza destas relações. Depois organizou-se evento denominado: “Meio Ambiente e Saúde: interfaces na Atenção Básica”, na qual reuniram-se este profissionais de saúde e de outras unidades, não contempladas pelo projeto que demonstraram interesse em participar, apresentando conteúdo teórico (palestra inicial sobre meio ambiente e saúde) e prático (oficinas de compostagem, artesanato com pet e bijuterias com sementes). Resultados: Foram realizadas três trilhas interpretativas na EMA que foram conduzidas pelos professores e estagiários da EMA, tendo 52 profissionais participantes. No outro evento cada participante refletiu e escreveu o que poderia implantar em sua unidade, juntamente com a 18 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 2 Escola do Meio Ambiente, Botucatu, SP 1 Análise comparativa sobre a compreensão conceitual de integralidade pelos estudantes da Famema e profissionais da Estratégia de Saúde da Família RESUMO: Introdução: Este estudo focaliza a concepção da integralidade na visão dos estudantes de medicina e enfermagem e dos profissionais atuantes nas equipes da Estratégia da Saúde da Família (ESF). Ele faz parte de uma pesquisa aprovada pelo Programa de Educação para o Trabalho em Saúde (PET-SAÚDE) intitulado “Identificando a integralidade nas práticas vigentes para construção de novos caminhos”. De acordo com a Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, a integralidade da assistência é entendida “como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema” (BRASIL, 1990, capítulo 2), preconiza ainda, o respeito à autonomia das pessoas e assistência sem preconceitos ou privilégios. A abordagem da integralidade do cuidado na formação do profissional requer uma compreensão do ensino como um processo construído por docentes, estudantes, profissionais de serviço e comunidade que se movimenta como sujeitos determinantes das práticas de saúde, de educação e de controle social (SILVA e SENA, 2006). Pode ser desenvolvida em vários cenários de aprendizagem e nos campos de saberes e práticas do cuidado. (AYRES, 2004). Para isto, são necessárias estratégias de aprendizagem que permitam a compreensão da integralidade como um pressuposto que precisa ser construído durante toda a formação. Objetivos: Analisar e comparar a compreensão sobre o conceito de integralidade dos estudantes e dos profissionais da ESF. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo buscando a compreensão da integralidade do cuidado. Participaram da pesquisa 58 estudantes do 1º, 2º e 4º ano dos cursos de Medicina e Enfermagem da Faculdade de Medicina de Marília e 52 profissionais da ESF do município de Marília. A coleta de dados foi realizada por meio de Grupo Focal e a interpretação dos resultados, fundamentada na Análise de Conteúdo, Modalidade Temática (GOMES, 2008).Resultados: Os estudantes indicaram fundamentalmente que é necessário trabalho em equipe multidisciplinar e multiprofissional Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. para o alcance da integralidade. Para os profissionais a integralidade compreende a identificação das necessidades da saúde, empatia, acolhimento, escuta ampliada, visita domiciliar e trabalho em equipe. Os estudantes inseridos nas equipes parecem valorizar esta possibilidade, enquanto as ações profissionais propiciam desenvolvimento de outros saberes no cotidiano. O ponto considerado comum é o trabalho em equipe. Houve diferença na conceituação de integralidade entre acadêmicos e profissionais da área de saúde, no entanto, há uma compreensão de que ela pode ser desenvolvida nas práticas de aprendizagem e de trabalho. Conclusões: A análise dos dados obtidos demonstra que tanto os estudantes quanto os profissionais de saúde compreendem a integralidade como: atenção biopsicossocial, ações de promoção, prevenção e reabilitação; vínculo; acesso do usuário a todos os níveis de atenção e intersetorialidade. Esta construção coletiva também indica a importância da articulação da academia com a ESF em prol do desenvolvimento da integralidade do cuidado. Referências: AYRES, J. R. C. M. O cuidado, os modos de ser (do) Humano e as práticas de saúde. Saúde e Sociedade v.13, n.3, p.16-29, set./dez. 2004. BRASIL. Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990. Lei Orgânica da Saúde. Brasília: Mistério da Saúde, 1990. 17 p. GOMES, R. Análise e interpretação de dados de pesquisa qualitativa. In: MINAYO, M.C.S. (org), DESLANDES, S.F. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 27 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. SILVA; K.L.; SENA, R.R. A formação do enfermeiro: construindo a integralidade do cuidado. Revista Brasileira Enfermagem, v.59, n.4, p.488-491, jul./ago. 2006. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Análise da satisfação dos usuários atendidos em unidade de saúde da família em projeto de intervenção do PET-Saúde Rafael Birelo Martins1 Bianca Cristina Cassão1 Maria Helena Senger1 Maria Lucia Nardy Bismara4 RESUMO: Introdução: A medida da satisfação do usuário é de fundamental importância como medida de qualidade de atenção, porque proporciona informações sobre o êxito do provedor em alcançar os valores e expectativas do paciente. Objetivos: avaliar a satisfação e o tempo de espera dos usuários de unidade de saúde da família (USF), apontando os possíveis nós críticos na atenção à saúde para elaborar futura intervenção pelos acadêmicos. Metodologia: Inquérito domiciliar e na unidade com aplicação de dois questionários, em dois momentos diferentes, por acadêmicos do curso de medicina previamente treinados, participantes do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-SAÚDE), junto à população coberta pelo Programa de Saúde da Família (PSF) no território daquela USF (com aproximadamente 16.500 habitantes). O primeiro questionário, simples e de rápida aplicação, baseava-se em perguntas sobre satisfação geral quanto ao atendimento na USF. Já o segundo, foi formulado de acordo com os resultados encontrados no primeiro, abordando dados relativos à qualidade do atendimento prestado (classificado em excelente, bom, regular ou ruim, segundo a percepção pessoal do entrevistado) e avaliação do tempo de espera nos diferentes setores (classificado como satisfatório ou insatisfatório). Resultados: No primeiro questionário (n=602) verificamos que o grau de satisfação dos usuários foi identificado como satisfatório (92%) e que a resolubilidade do serviço atingia 81%. Entretanto, durante as entrevistas realizadas pelos alunos, os pacientes fizeram ressalvas quanto à demora do atendimento em setores da unidade. No segundo questionário (n=64) identificamos dados quanto à qualidade do atendimento e avaliação do tempo de espera pelos usuários. Na avaliação da qualidade do atendimento, a Consulta Médica (excelente/bom: 75%, regular/ruim: 25%), recepção (excelente/bom: 71,8%, regular/ruim: 28,1%), pósconsulta (excelente/bom: 71,9%, regular/ruim: 26,5%, não usam/ não opinaram: 1,6%) e acolhimento (excelente/bom: 78,2%, regular/ ruim: 20,3%, não usam/não opinaram: 1,6%) obtiveram as menores notas. Quanto ao tempo de espera para a atividade, consulta médica (satisfatório: 45,3%, insatisfatório: 54,7%) e pós-consulta (satisfatório: 51,6%, insatisfatório: 46,9%, não usam/não opinaram: 1,6%) foram consideradas as mais demoradas. Conclusões: Das respostas ao primeiro questionário concluímos que os usuários estão, em sua maioria, satisfeitos com o atendimento na unidade. A resolubilidade da USF está dentro do esperado (80 a 85%). Nas respostas ao segundo questionário, identificamos relação direta entre a qualidade do atendimento e o tempo de espera. Este último item interferiu na piora da análise sobre o primeiro na opinião dos usuários. Dessa forma a elaboração de uma futura intervenção deve abordar a demora no atendimento como um fator importante na melhora da avaliação do serviço pelos cidadãos assistidos por essa unidade. Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Campus Sorocaba, Sorocaba, SP 2 Unidade de Saúde da Família Dr. Carlos Alberto Amorim, Sorocaba, SP 1 Aspectos psicossociais do acompanhamento domiciliar ao idoso na rede básica de saúde Milena Luckesi de Souza1 Tricia Maria Feitosa Floripes1 Mariana Cristina Augusto1 Paulo José Fortes Villas Bôas2 Luiz de Mello de Santos Netto2 Marcelo Pacheco Gonçalves2 Leandro Vinícius de Souza2 Thais Rottini2 Alina de Almeida Bastos2 Débora Carvalho Molan3 Fabrício da Silva2 Gabriela Antonio dos Santos2 RESUMO: Introdução: Neste relato de experiência serão abordados alguns dos aspectos psicossociais que foram avaliados na pesquisa Acompanhamento domiciliar ao idoso de unidade básica de saúde desenvolvido no período de março de 2009 a abril de 2010, vinculado ao Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde. Tendo em vista seu caráter interdisciplinar, o projeto investigou as condições de saúde da população na atenção básica fortalecendo a prática acadêmica que objetiva interligar a universidade, em suas atividades de ensino, pesquisa, serviço e extensão, com demandas da comunidade. No contexto do paciente idoso, o atendimento domiciliar insere-se no modelo gerontológico que visa à reinserção do idoso na comunidade, à preservação de sua autonomia e a recuperação de sua independência funcional.Objetivos: Dentre os objetivos da pesquisa, buscou-se realizar acompanhamento aos idosos de unidade básica de saúde a partir da realização de visita domiciliar, considerando a abordagem de aspectos psicossociais. Metodologia: Fizeram parte do projeto 11 alunos do curso de medicina e 1 aluno do curso de enfermagem; 3 preceptores (enfermeira, psicóloga e assistente social) e 1 tutor com especialidade em geriatria. Cada aluno foi responsável pelo acompanhamento de um idoso no domicílio. Num período de 6 meses foram realizadas 8 visitas. À medida que as visitas eram realizadas, o grupo de alunos se reunia com os preceptores acadêmicos e o tutor para discussão de artigos científicos que embasavam a elaboração de intervenções terapêuticas para cada idoso e o debate sobre as facilidades e dificuldades de implementação das mesmas. Os alunos foram instruídos quanto à importância de considerarem os aspectos psicossociais na abordagem ao idoso e seu familiar e/ou cuidador, a investigarem sobre as condições socioeconômicas, situações de risco, negligência, maus-tratos, violência, uso de substância química pelo idoso, familiar e/ou cuidador. Foram também orientados a respeitarem crenças, hábitos, cultura dos sujeitos a fim de evitar juízo de valor, preconceitos e intervenções que sobrepõe o saber acadêmico ao saber popular construído a partir das vivências individuais. Resultados: Os alunos puderam discutir nas reuniões a percepção da dinâmica familiar para além daquilo que é dito, mencionado pelo idoso e seu familiar, considerando expressões não-verbais que se manifestam nas entrelinhas, nas formas como o cuidado se estrutura e se organiza. 19 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Observaram os mecanismos de defesa atuantes no processo de adoecimento e diante das perdas e proximidade da finitude da vida, condição que motivou resistências quanto à implementação das intervenções propostas e gerou, em alguns casos, sentimentos como frustração, impotência, ansiedade no aluno. O olhar também foi direcionado para o cuidador e sobre a influência que a sobrecarga e o despreparo podem acarretar na boa qualidade de vida do idoso. Os alunos relataram a importância da atenção integral aos idosos, perceberam que algumas perdas funcionais podem ser evitadas com orientações aos familiares. Destacaram a necessidade da solidariedade com idosos, família e cuidadores e observaram que apesar dos cuidados tomados, trata-se de uma população propensa à doenças de toda a natureza, o que configura uma limitação quanto a atuação profissional. Os alunos também apontaram que vínculo necessário para a boa adesão dos idosos e familiares/cuidadores às intervenções também é um fator dificultador que os impediu de desenvolver as atividades de forma mais livre. Conclusões: A pesquisa, através do instrumento da visita domiciliar mostrou-se um recurso importante à medida que propiciou ao aluno o contato com a realidade do idoso, apreendendo os vários aspectos que compõe o seu cotidiano, interagindo com familiares e cuidadores. Neste sentido, percebe-se a importância da inserção da abordagem psicossocial e das práticas de cuidado interdisciplinar na formação dos profissionais de saúde. Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu/Faculdade de Medicina de Botucatu, Botucatu, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 3 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP planejaram e iniciaram as atividades de Educação em Saúde nas escolas, utilizando como pressuposto o modelo dialógico de comunicação. Conclusões: Considerando a relevância da vacinação para o desenvolvimento saudável dos adolescentes e a falta de uma cultura que estimule os jovens para a questão da imunização, justificamse as necessidades da análise da real situação em que se encontram os adolescentes do município, da busca ativa dos não vacinados e as atividades de Educação em Saúde em parceria com as equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 Avaliação da composição nutricional da dieta da população freqüentadora da Unidade Básica de Saúde Armando d’Arienzzo Andressa Sato de Aquino Lopes1 Gabriela Suemi Shimizu1 Fabiana Toledo Bueno1 Maria Josefa Penon Rujula1 1 Avaliação da cobertura vacinal do adolescente em Botucatu: como estamos? Rafael Bispo Paschoalini1 Ricardo Rodrigues Fernandes1 Fellipe Tripoli de Miranda Mattos1 Priscilla Melchior Oliveira Rocha1 Rachel Andrade Cortez1 Thiago Kazuto Sasake Sato1 Danielle C. A. Feitosa Gondo1 Renata Leite Alves de Oliveira1 Alice Yamashita Prearo1 RESUMO: Introdução: O Programa Nacional de Imunizações e o sistema nacional de vigilância epidemiológica institucionalizados em 1973 através da padronização dos calendários vacinais e ampliação do marketing nas campanhas de vacinação tem obtido ótimos resultados, com ampliação da cobertura vacinal média da população, em menores de um ano, a erradicação da poliomielite e a diminuição de todas as doenças imunopreviníveis. Contudo, ainda paira no período da adolescência, certo despreparo das instituições públicas de saúde em estimular e acompanhar a vacinação desses indivíduos, justificando a necessidade de estudos neste campo de atuação. Objetivos: Avaliar a situação vacinal dos alunos adolescentes, de 10 a 19 anos, do município de Botucatu e divulgar a importância da imunização dos adolescentes nas escolas em área de abrangência da Estratégia Saúde da Família. Metodologia: Foram levantadas as carteiras de vacinação, disponíveis no Sistema Municipal de Informação em Saúde (SIMIS), a partir das listas dos alunos de cinco escolas do município, dos adolescentes nascidos entre 27 de abril de 1989 e 27 de abril de 1999. As carteiras foram analisadas, de acordo com o PNI e classificadas em: vacinação em dia, vacinação em atraso, carteira sem informação e carteira não encontrada, quando as informações não estavam registradas no sistema. Resultados: Após análise de 2325 carteiras, constatou-se que 78,5% estavam atualizadas, 15% em atraso, 4,9% sem informação no sistema e 1,9% das carteiras não foram encontradas. Das vacinas em atraso, 41,84% de dupla adulto, 35,95% de hepatite B e 22,21% de tríplice viral. Perante tais resultados, iniciou-se a vacinação dos adolescentes cujas carteiras estavam em atraso. Ainda, com o objetivo de sensibilizar os adolescentes sobre a importância da imunização, os alunos 20 RESUMO: Introdução: Durante o ano de 2008, alunos da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, estagiamos na UBS Armando d’Arienzzo pelo Pró-Saúde, no qual acompanhamos agentes comunitárias de saúde pelo programa PSF e visitamos diversas famílias da região. Observando os hábitos alimentares destas famílias e sabendo que uma alimentação equilibrada é importante para a manutenção de um bom estado físico, mental e também para a prevenção, tratamento e controle de doenças, resolvemos avaliar a situação nutricional dos usuários da UBS. Objetivos: Descrever e analisar a composição nutricional da dieta da população freqüentadora da Unidade Básica de Saúde Armando d’Arienzzo, da Bela Vista. Metodologia: De setembro a novembro de 2009, aplicamos na UBS questionários recordatários, nos quais o participante deveria preencher quais alimentos consumiu em suas refeições do dia anterior e em que quantidade. Para uniformizar as respostas e não ter erro de interpretação, disponibilizamos amostras de colheres, conchas e xícaras. Posteriormente, calculamos o valor energético (kcal) e de nutrientes (carboidrato, proteína, gordura, sódio, vitaminas A e C, cálcio) consumidos. O questionário era anônimo e também continha questões com respeito a idade, sexo, renda, doenças (diabetes, hipertensão arterial, câncer e colesterol alto) e hábitos (fumo e etilismo) do entrevistado. A pesquisa foi aprovada no CEP. Resultados: Foram entrevistadas 132 pessoas: 102 mulheres (77,3%) e 30 homens (22,7%), de idade entre 04 e 93 anos, com média de 43,05 e mediana 41, com maior freqüência de 30 a 69 anos. 53% possuem renda de até 03 salários mínimos (SM), sendo que 15,9% são sem renda, 18,9% de 03 a 10 SM e 6,1% acima de 10 SM (6,1% não declararam). Doenças associadas estão presentes em 47 indivíduos (35,6%), com padrão similar para ambos os sexos e aumento de freqüência com aumento da idade. A média de calorias foi de 1818,7kcal, variando de 314,35 a 4802,02kcal. A ingestão de carboidratos foi de 56,25 a 757,9g, com média geral de 262,46g, sendo a média na população etilista de 339,23g e não etilista de 256,84g. Proteína variou de 18,05 a 220,59g (média: 94,43g). A média de gordura foi de 56,87g (5,13 a 56.7,01g). A média de sódio foi de 1145,283mg, variando entre 127,165 e 5605,31mg. 92,71mg foi a média de vitamina C e 11020,55 µg foi a de vitamina A. No geral, a média de cálcio foi de 658,18mg, sendo maior nos homens (757,5mg) e menor nas mulheres (628,96mg); com doença associada 551,57 mg e sem doença 717,12mg. Conclusões: Observamos a prevalência da população feminina na UBS, principalmente da porção adulta. A maioria da população é de baixa renda. O aumento da idade leva a maior freqüência de doenças associadas, o que torna a faixa etária um fator de risco (p<0,000...). Com relação à ingestão calórica, temos uma média inferior ao valor de referência (VR)(2000kcal), o que pode estar relacionado à baixa renda ou ao excesso de dietas hipocalóricas, destacando o mínimo valor notificado (314,35kcal), que está muito abaixo do aceitável (mínimo de 1200kcal diárias). O recomendável são 300g de carboidrato, sendo a média geral encontrada um pouco inferior. Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Entretanto, nos etilistas a média excede o VR. A média de proteínas foi maior do que os 75g recomendados. Foi um bom sinal a média de gordura encontrada, uma vez que está próxima do VR (55g). A ingestão de sódio também foi menor do que a recomendada (2400mg). Doenças por carência de vitaminas A e C devem ser raras nesta população, já que as médias são muito maiores que o recomendado (600 µg e 45 mg, respectivamente). Nenhuma das médias de cálcio (para homens, mulheres, com ou sem doenças associadas) atingiu o VR de 1000 mg, havendo um déficit importante deste íon. É importante portanto conhecer a situação nutricional de uma população por componentes para melhor orientar uma dieta saudável. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP 1 Educação à Saúde em Oficina de Costura de Bolivianos. Relato de experiência dos Alunos do Pró-saúde de Medicina e um Centro de Saúde Escola na região central do Município de São Paulo Karla Cristina Monteiro da Silva1 Roberto Topolniak1 Patrícia S. Montemagni1 Adriana M. Chaoul1 Camila M. Endo1 Eduardo Witsmiszyn1 Hélio Jiseok Choi1 Kauê Polizel Souza1 Rute Loreto Sampaio Oliveira1 Carla Gianna Luppi1 Cláudia Lopes Carvalho1 Christiane Herold de Jesus1 RESUMO: Introdução: O Centro de Saúde Escola Barra Funda “Dr. Alexandre Vranjac”(CSEBF-AV) é uma Unidade de Atenção Primária da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, ambos localizados na região central do Município de São Paulo. Há quatro anos, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Município de São Paulo vem trabalhando e desenvolvendo ações de ensino aprendizado junto aos alunos de medicina, por meio do Pró-saúde nessa região. Os principais agravos à saúde e populações mais vulneráveis percebidos pelos alunos no processo de territorialização foram doenças respiratórias, dores osteoarticulares, imigrantes latinos trabalhando com costura morando e trabalhando em condições precárias. As condições encontradas nas oficinas de costura bolivianas são um problema de saúde pública. Além disso, a condição de ilegalidade de alguns trabalhadores gera insegurança quanto à busca de atendimento médico nas Unidades Básicas de Saúde, o que facilita complicações em sua saúde, fugindo do controle de medidas epidemiológicas. Objetivos: Realizar atividade educativa, com enfoques na promoção e prevenção de saúde em oficinas de Bolivianos, sobre os temas: problemas respiratórios; a importância da ginástica laboral e como realizá-la. Além de realizar busca ativa de hipertensos, diabéticos assintomáticos e sintomáticos respiratórios de tuberculose. Realizar vacinação aos que se dispuserem. Metodologia: O trabalho foi desenvolvido em duas etapas. No primeiro dia de visita foi feita uma anamnese simples, para identificar as principais necessidades da população abordada;Na apresentação seriada enfocou-se questões respiratórias, importância da vacinação e do bem estar. Distribuíram recipientes para coleta de escarro para sintomáticos de tuberculose. Aferiu-se a pressão arterial. No segundo dia de visita aferiu-se a taxa glicêmica. Realizou-se vacinação contra hepatite B, dupla adulto (tétano e difteria), dupla viral (sarampo e caxumba). Resultados: A apresentação seriada mostrou-se produtiva, com ampla participação dos presentes que demonstraram compreender as informações apresentadas, tal como a execução da ginástica laboral. A anamnese foi realizada com sucesso. Os dados coletados na anamnese com relevância foram cefaléia, cervicalgia/lombalgia, dor nas pernas e alergia respiratória. Estima-se que a causa das cefaléias seja o estresse ao qual os trabalhadores são submetidos, insegurança social e financeira, cobrança na produção, muito tempo sem comer. A permanência em um ambiente pouco salubre e também as doenças respiratórias, como as alergias, agravadas pelo pó. A inalação desse pó gera sintomas como coriza, espirros e erupções cutâneas. Grande porcentagem apresentava dores nas pernas e dores nas costas ou pescoço. Isso devido à postura corporal forçada durante muitas horas, exigida pelo ofício, o que tenciona os músculos diminuindo a circulação sanguínea. Não foram encontrados casos de diabetes mellitus e hipertensão. Verificou-se um caso sintomático respiratório para tuberculose que foi orientado a realizar coleta de escarro. Poucas pessoas foram vacinadas, pois muitas estavam ausentes. Conclusões: Mesmo com as dificuldades encontradas como resistência, apreensão, incompreensão de algumas palavras em português e o envolvimento de muitos bolivianos com a regularização dos documentos para permanência no Brasil, juntamente com o período de eleição boliviana da qual deveriam participar, o trabalho obteve êxito, os principais objetivos foram alcançados: busca ativa de tuberculose, hipertensos e diabéticos, conscientização sobre a importância da vacinação, direitos e acesso aos serviços de saúde. Assim é importante tanto a continuação de buscas ativas de tuberculose quanto à conscientização desse público sobre os direitos de procurarem unidades de saúde. Tais medidas, além de melhorarem as condições de vida dos trabalhadores, criam um vínculo de confiança entre eles com os profissionais da saúde, aumentando a aderência a tratamentos. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP 1 Estratégia de Ensino no Curso de Graduação Médica, integrando alunos com a comunidade, através de um Comissão Escolar de Prevenção de Acidentes e Promoção à Saúde (CEPAPS) Marisa Lazzer Poit1 Simone Holzer2 RESUMO: Introdução: A promoção da saúde e prevenção de acidentes na escola é o processo de capacitação da comunidade escolar para atuar na melhoria da qualidade de vida. Cabe ao profissional da saúde a assessoria e o desenvolvimento das ações preventivas, respeitando desejos e prioridades da comunidade. Três pontos destacam-se na promoção da saúde e prevenção de acidentes em adolescentes na escola: 1. Características da população alvo; 2. Participação de: alunos, pais, profissionais da área da saúde e da educação; 3. Parcerias com a Comunidade e com Faculdades da Área da Saúde. Levando-se em consideração estes pontos, as Faculdades em questão e a comunidade formaram uma Comissão Escolar nos moldes da Comissão Industrial de Prevenção de Acidentes (CIPA),com a denominação de Comissão Escolar de Prevenção de Acidentes e Promoção da Saúde (CEPAPS). A comissão é composta pelos membros eleitos descritos a seguir: 2 alunos de cada série(5a.-8a.), 1 representante da Diretoria da escola, 2 dos Professores, 2 dos Pais, 2 da Faculdade de Medicina, que devem se reunir periodicamente para elaboração, discussão e implementação das ações a serem desenvolvidas ou que já foram discutidas e precisam ser implantadas. Objetivos: Desenvolver atividades práticas que permitam exercitar, de forma integrada, os conhecimentos teóricos apreendidos na Disciplina de Bases do Exercício Profissional, desenvolvida no 1º. Ano do Curso de Medicina, pelos alunos do 2º Ano, da Faculdade de Medicina do ABC. Integrar os alunos, à rede básica de prestação de serviços em saúde e educação de crianças e adolescentes, concomitantemente; contribuir para a produção de conhecimentos nessa rede dando, assim, subsídios à formação de recursos humanos em saúde que vão ao encontro das diretrizes do Projeto Federal do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, Saúde e Prevenção nas Escolas; ajudar na implantação de Escolas Promotoras de Saúde que implica em um trabalho conjunto de todos os integrantes da instituição educativa, do setor saúde e da comunidade na identificação das necessidades e problemas de saúde e na definição de estratégias e linhas de ação. Metodologia: As ações de saúde serão desenvolvidas através de: •Oficinas interativas 21 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. como: dinâmicas de grupo, palestras,trocas de informações sobre materiais específicos para trabalhar com jovens (apostilas, folders, vídeos...); •Capacitar profissionais da educação para atuarem na comunidade em programas de educação em saúde para o grupo de jovens e adolescentes; •Conhecendo o crescimento: Aferir e classificar medidas antropométricas; conhecendo o DNPM; realizando ações de prevenção - Educação em saúde (Educação alimentar, Avaliar medidas de educação em saúde); conhecendo a morbidade da população (Levantamento das fichas dos alunos, checagem de cartão vacinal, detecção de surtos: medidas de controle). As atividades práticas serão desenvolvidas em escolas estaduais e municipais, permitindo o desenvolvimento de atividades “extra-muros” da Academia, onde os 100 alunos possam estabelecer, precocemente, relações com os usuários do SUS, em seus diferentes ambientes de vida. No primeiro semestre participam os 50 alunos e no segundo os demais alunos do 2º. Ano, em esquema de rodízio com as outras disciplinas curriculares. Os 50 alunos serão divididos entre os três municípios da Região do ABC. Resultados: Os resultados deste trabalho serão obtidos totalmente no final do ano letivo. Agora, em meados de maio de 2010 teremos uma avaliação parcial do trabalho que está sendo desenvolvido através do Portfólio de cada aluno. Conclusões:A escola promotora da saúde tem um conceito muito mais amplo que o de escola educadora. A escola deve fortalecer e oferecer meios para garantir a vida, o aprendizado e o trabalho, estendendo suas ações para a comunidade, identificando demandas, estimulando ações e atitudes na melhoria da qualidade de vida dos adolescentes. É dever de todos os profissionais da saúde e da educação, trabalharem os temas principais propostos pela comunidade escolar. 1 2 Faculdade de Medicina do ABC, São Bernardo do Campo, SP Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP Influência de grupo multidisciplinar no acompanhamento de portadores de doenças crônicas Vinícius Andreoli Schoeps1 Carlos Alexandre de Almeida Rodrigues1 Suheyla Pollyana Pereira1 Stephanie Fonseca Levy1 Caio Célio Santiago Moisés1 Marina Colella dos Santos1 Aryane Pereira Neves Silva1 Taciana Toda1 Thais Grodzicki Ambrus1 Viviane Rinaldi Favarin1 Cassio Silveira1 Gabriela Junqueira Calazans1 RESUMO: Introdução: A estrutura do Sistema Único de Saúde apresenta déficits em sua organização, os quais foram evidenciados durante o período de Estágio Pró-Saúde, realizado na Unidade Básica de Saúde Santa Cecília. Dentre as deficiências verificamos que, devido à grande demanda de pacientes, o corpo clínico se vê obrigado a realizar consultas médicas de curta duração. Dessa forma, não há tempo hábil para explorar todas as variáveis às quais doenças de alta incidência na região abrangem, como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica e Dislipidemias.Objetivos: Estas variáveis englobam a compreensão, pelo paciente, do processo saúde-doença, do tratamento, o que inclui sua ativa participação na mudança de hábitos, e sanar questionamentos que possa vir a ter. Assim, uma melhor relação médico-paciente seria estabelecida, facilitando a adesão ao tratamento. Metodologia: Levando isso em conta, criamos um grupo multidisciplinar e dinâmico composto por um cardiologista, uma psicóloga, uma nutricionista, dois residentes de clínica médica e estudantes de medicina. Em conjunto foram capazes de gerenciar uma dinâmica de grupo peculiar dividida em dois momentos. No primeiro momento, que se seguia da apresentação dos portadores de patologia ao grupo, estes eram atendidos individualmente por estudantes de medicina. Nesta primeira abordagem era preenchida uma ficha de identificação do paciente, para o estabelecimento de um vínculo com a atividade, que constava em dados pessoais e perguntas a respeito do tempo que apresentava a patologia e medicações. Ainda neste primeiro momento, era aferida a pressão arterial e realizada 22 a medição de altura e pesagem para o cálculo do IMC. Além disso, os estudantes eram incumbidos de explicar sobre a patogênese de suas doenças, fazer recomendações e esclarecer eventuais dúvidas, com o objetivo de gerar questionamentos para o próximo momento. No segundo momento, os pacientes formavam um grande círculo de discussão juntamente com os estudantes e profissionais da saúde. Neste, os portadores de patologias crônicas, ao exporem seus casos e dúvidas, entravam em contato com a experiências de outros que estão na mesma situação e de profissionais da área questionada. De forma geral, os assuntos mais questionados tinham relação com dieta e atividade física, temas que dificilmente tinham abordagem significativa nas consultas da unidade. A solução prática era apresentada às indagações mas sempre tendo como enfoque o paciente como agente ativo. Todas essas discussões eram feitas de forma descontraída e visavam expor os conhecimentos de forma clara e acessível. É interessante destacar que para as primeiras reuniões foi necessária propaganda realizada através da recomendação por parte do corpo clínico aos portadores de patologias crônicas e através do convite por parte dos estudantes para os pacientes presentes na sala de espera da unidade. Resultados: Apesar dessa divulgação, tivemos que lidar com um número reduzido de pacientes, que ao invés de se mostrarem incomodados perante a maioridade numérica de profissionais agiram com bastante naturalidade e demonstraram grande aceitação com relação à dinâmica. Tal aceitação pôde ser verificada no retorno por parte de muitos pacientes, que inclusive desejavam continuar sendo atendidos, no primeiro momento, pelos mesmos estudantes. E, à medida que as reuniões se concretizavam, esses que retornavam eram indagados quanto sua melhora de qualidade de vida e acabavam por estimular novos membros a fazerem parte do grupo. Ao analisarmos as discussões percebemos que muitos não compreendiam o significado de suas doenças e tinham medo de questionar seu médico. Conclusões: Infelizmente, não realizamos as reuniões por tempo suficiente para que se pudesse demonstrar estatísticamente maior aderência ao tratamento nem melhoras em índices mensuráveis. De certa forma, nós, estudantes aprendemos muito com os profissionais e, principalmente com a oportunidade de estar em contato íntimo com os pacientes, melhorando nossa abordagem clínica. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP 1 O acompanhamento domiciliar a idosos na rede de Atenção Básica de Saúde Tricia Maria Feitosa Floripes1 Milena Luckesi de Souza1 Mariana Cristina Augusto1 Paulo José Fortes Villas Bôas2 Fabrício da Silva2 Gabriela Antonio dos Santos2 Juliana Golfieri Stéfano2 Bruna Carla Ferreira Mendes2 Marcelo Pacheco Gonçalves2 Leandro Vinícius de Souza2 Bruno da Rosa de Almeida2 Patricia Gomes2 RESUMO: Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, com significativas modificações nos aspectos físicos, psíquicos e sociais do ser humano, levando, muitas vezes, a necessidade de cuidado. Na atualidade é visível o predomínio de patologias crônicas que acometem os idosos e o baixo investimento em programas de saúde para atender esses indivíduos. Diante do aumento da expectativa de vida da população brasileira e da necessidade de implementação de políticas públicas em diversos setores, incluindo a saúde, entende-se que pesquisar recursos assistenciais, tais como, o acompanhamento domiciliar pode contribuir para melhorar a qualidade de vida dos idosos. Objetivos: O projeto de pesquisa Acompanhamento domiciliar ao idoso em unidade básica de saúde que integrou as atividades desenvolvidas pelo Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde no período de março de 2009 a abril de 2010 visou realizar acompanhamento Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. domiciliar aos idosos de unidade básica de saúde; aplicar a Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) e mensurar o impacto dessas medidas após intervenções propostas. Metodologia: O acompanhamento domiciliar é caracterizado por todo e qualquer atendimento a domicílio realizado por profissionais da equipe de saúde e quanto ao idoso, insere-se no modelo gerontológico que visa sua reinserção na comunidade, preservação da sua autonomia e recuperação de sua independência funcional. Para avaliação do idoso utiliza-se a Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) que é um instrumento interdisciplinar que objetiva o planejamento do cuidado e o acompanhamento a longo prazo dos idosos. A AGA baseia-se em escalas e testes quantitativos e avalia: capacidade funcional; estado e risco nutricionais; equilíbrio e mobilidade; função cognitiva; deficiências sensoriais; condições emocionais; disponibilidade e adequação do suporte familiar e social e condições ambientais. Fizeram parte do projeto 11 alunos do segundo e terceiro ano do curso de medicina e 1 aluno do segundo ano do curso de enfermagem; 3 preceptores (enfermeira, psicóloga e assistente social) e 1 tutor com especialidade em geriatria. Cada aluno acompanhou 1 idoso no domicílio. Num período de 6 meses foram realizadas 8 visitas com aplicação da AGA. A medida que as visitas eram realizadas, o grupo de alunos se reunia com os preceptores e o tutor para discussão de artigos científicos que embasavam a elaboração de intervenções terapêuticos para cada idoso. Após 6 meses foi realizada nova aplicação da AGA para análise do grau de dependência dos idosos comparando os valores obtidos nos domínios registrados na primeira avaliação. Resultados: A faixa etária dos idosos acompanhados foi de 84,3 (+ 2,6) anos, sendo 75% do sexo feminino. Inicialmente foram avaliados 15 idosos e acompanhados 12 idosos, pois dois mudaram de cidade e um faleceu. A renda média era de 1,15 salários mínimos. Somente 16,6% dos pacientes recebiam algum tipo de auxílio assistencial. Dos 12 avaliados, 5 (41,6) relataram terem sofrido perda importante nos últimos anos. Apenas 1 (8,3%) referiu uso de álcool. A média do número de medicações consumida regularmente foi de 5,6 (+ 1,2) por dia e está relacionada com a média de diagnósticos médicos de 5,6 (+ 2,9), sendo os mais freqüentes: Diabetes Mellitus (3), Hipertensão arterial (4), Síndrome Demencial (3), Sequela de Acidente Vascular Encefálico (2). Conclusões: Avaliou-se que não houve piora da capacidade funcional dos idosos. Verificou-se que os alunos tiveram oportunidade de realizar atividades em cenários diferentes do habitual vivenciado no curso de graduação e que os mesmos estabeleceram bom vínculo com os pacientes e familiares. As intervenções propostas pelos alunos aos idosos e seus familiares e/ou cuidadores mostraram uma melhoria na assistência ofertada aos pacientes, com maior integração entre a universidade, unidade de saúde e comunidade. Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu, Botucatu, SP Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 2 O ensino para o Sistema Único de Saúde – SUS, na percepção dos acadêmicos Lia Thieme Oikawa Zangirolani1 Ana Carla Albuquerque dos Santos1 Ana Carolina Ramos Castelhano Fuentes1 Juliane Custódio de Andrade1 Raquel Caldato Stuck1 Maria Alice Amorim Garcia1 RESUMO: Introdução: A articulação ensino-serviço no processo de formação dos profissionais da saúde vem sendo apontada no Brasil como objeto de algumas propostas pedagógicas. Atualmente é observado um esforço por parte de instituições de ensino, apoiadas pelos Ministérios da Saúde e da Educação, no sentido de inserir os estudantes na rede de serviços do Sistema Único de Saúde – SUS. Por meio do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde, este grupo de pesquisa, buscou subsidiar o planejamento das ações de ensino e serviço, junto às Unidades Básicas de Saúde – UBS do município de Campinas. Objetivos: O estudo tem como objetivo conhecer e mapear o ensino para o SUS na percepção dos acadêmicos. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, de análise de conteúdo, embasada na Teoria da Ação Social. Foram entrevistados 27 estudantes, participantes do PET-Saúde, de ambos os sexos, dos cursos de medicina, psicologia, fonoaudiologia, enfermagem, ciências farmacêuticas, odontologia, nutrição, terapia ocupacional e fisioterapia. Resultados: As categorias de análise foram cenários e métodos de ensino. Foram referidas 112 disciplinas relacionadas ao SUS; destas, 55 ocorrem em sala de aula, 22 são disciplinas práticas, e 32 associam sala de aula e aulas práticas. Dos cenários de práticas, os mais referidos foram UBS ou Centro de Saúde - CS, que apareceram nos relatos de todos os cursos, exceto psicologia e farmácia. O curso de medicina foi o único que referiu como cenário de práticas o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Os estudantes que referiram apenas sala de aula como cenário, referiram como aspecto negativo a falta de vivência prática. Uma das entrevistas referiu encontrar muitas contradições entre teoria e prática, durante a vivência, e duas entrevistas que tiveram como cenários sala de aula e prática associadas referiram a falta de atividades multiprofissionais como aspecto negativo. Os métodos apontados como estratégia de ensino totalizaram 148 tipos, sendo 56,7% aulas teóricas, 12,2% visitas de reconhecimento, 10,1% atuação prática, e os demais métodos referidos variando de 1,3% a 8,8%. Conclusões: A partir dos resultados levantaram-se três hipóteses a serem investigadas: a primeira é que ainda seja nebuloso o entendimento de que o SUS é formado por diferentes níveis de atenção. A segunda é que devido ao fato dos respondentes terem sido todos estudantes participantes do PET- Saúde, as respostas possam conter uma tendência para a atenção primária. E finalmente a terceira hipótese é que as atividades de formação estejam concentrando seu campo de práticas na atenção primária, fato que pode ser investigado por um estudo posterior que busque estas respostas nos planos das disciplinas. No que tange aos métodos de ensino, o conteúdo apontou as aulas teóricas como o principal método, sendo a atuação prática, uma estratégia de aproximação do SUS pouco frequente. Apesar da pouca atuação prática, estratégias interessantes de aproximação do campo foram referidas, como a visita ao território, atendimentos, entrevistas, e algumas atividades que demandam criatividade como dinâmicas, palestras, debates e produção artística. Um ponto frágil detectado foi a falta de relatos de atividades multiprofissionais. A organização do conhecimento em disciplinas e a falta de preparo dos profissionais para estas atividades, sejam as principais dificuldades em tornar o processo de ensino multidisciplinar. A partir da análise destes apontamentos dois desdobramentos são possíveis: um estudo dos planos de disciplinas que busque conhecer os diferentes campos de práticas e métodos de ensino, para uma análise comparativa. Outro desdobramento, a construção coletiva, dos diferentes cursos, de uma reestruturação dos métodos, aproveitando os cenários comuns como campo fértil para a integração do aprendizado e a criação de atividades e momentos multidisciplinares, que permitam desenvolver uma visão da inserção da interdisciplinaridade no SUS, desde a formação na graduação. 1 Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, SP Obstáculos ao autocuidado no Diabetes Mellitus Tipo 2: o difícil equilíbrio entre a norma e a vida Paula de Castro Scherer1 Thais Isabela Santos1 Vilmara Carvalho Mendonça1 Renan Souza Xavier1 Fábio Peres da Mota1 Marilene Placido da Costa1 Antonio Pithon Cyrino1 RESUMO: Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 é uma prevalente causa de morbi-mortalidade no Brasil, com elevados custos para seu controle. O autocuidado é uma medida central para controle e requer do portador o desenvolvimento de diferentes habilidades, dentre as quais se destacam aquelas competências requeridas para adaptar a prescrição médica ao seu cotidiano de vida. Há evidências de que os portadores que alcançam um melhor controle são aqueles que melhor 23 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. ajustam as normas médicas em seu dia-a-dia, buscando alcançar um equilíbrio entre as demandas de controle e o modo como desejam levar sua vida. Objetivos: Identificar entre portadores de diabetes mellitus tipo 2 aqueles obstáculos ao autocuidado mais relacionados ao esforço de adaptação das normas médicas ao cotidiano de vida. Metodologia: Este trabalho é parte de programa de pesquisa e intervenção desenvolvido no âmbito do Programa de Educação para o Trabalho em Saúde (PET). Trata-se de pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa que buscou em sua primeira etapa mapear os obstáculos ao autocuidado de portadores de diabetes tipo 2. Foram entrevistados 112 pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2, usuários de quatro unidades de saúde da família (USF) de município de porte médio do estado de São Paulo. Utilizou-se como instrumento de coleta questionário com campo aberto para o registro de comentários dos entrevistados. A equipe de entrevistadores foi composta por 13 alunos de graduação em medicina e enfermagem, bolsistas do PET. Estes receberam treinamento para a realização das entrevistas com os diabéticos, as quais se realizaram no domicílio e na própria USF. Os dados foram processados em Excel e os comentários dos pacientes analisados segundo núcleos temáticos. Resultados: Dentre os 33 campos problemáticos identificados neste estudo, destacamos para sua caracterização e análise temática dos discursos dos diabéticos aqueles que consideramos mais relevantes para que alcancem um desejável equilíbrio entre as normas médicas de controle e “os modos de levar a vida”, quais sejam: “quando o desejo dificulta o autocuidado”, “quando a dinâmica da vida contrapõe-se à rigidez das normas” e “quando o diabetes domina a vida”. O obstáculo “quando o desejo dificulta o autocuidado” foi reconhecido como tal por 49% dos portadores, dentre os quais se identificou como núcleo mais expressivo das narrativas a vontade de comer doces. Já o obstáculo ao autocuidado “quando a dinâmica da vida contrapõe-se à rigidez das normas” (dos profissionais de saúde) foi identificado entre 47% dos entrevistados e é aquele que melhor expressa o desafio para o paciente de alcançar um equilíbrio entre as normas e a vida. Por fim, 37,5% dos participantes deste estudo informaram terem vivido a dificuldade que o diabetes interpõe sobre seu modo de viver, muitas vezes levando a doença a dominar o “modo de andar a vida”. Conclusões: Os resultados alcançados apontam a expressiva freqüência de portadores de diabetes que enfrentam tais obstáculos ao autocuidado, os quais se estruturam como importantes barreiras para que o paciente alcance um adequado equilíbrio entre as normas médicas e o modo desejado de levar a vida. Estas barreiras ao autocuidado devem ser devidamente investigadas pelos profissionais de saúde, para que possam oferecer ao paciente um adequado apoio ao seu enfrentamento. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 Participação social: estratégia para exercer cidadania Danielle Rigueira Dias1 Cláudia Weltson Sarno1 Ana Beatriz Grassi Verotti1 Andréa de Araújo Soares Mansínero1 Débora de Jordão Nogueira1 Fernanda Ribeiro Danziere1 Flora Macie Penachio1 Kátia T. Alves Rezende1 Marisa Tamie Oda1 Maria Augusta Lanzi Gonzada1 Matheus de Almeida Carvalho Siqueira1 Pedro Paulo Dal Bello1 Stephanie Hitomi de Nishi Lee1 Vinicius Tadeu Rodrigues Ferreira1 RESUMO: Introdução: Este estudo é decorrente do desenvolvimento do Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET-SAÚDE) financiado pelo Ministério da Saúde e da Educação. É direcionado às instituições de Educação Superior e às Secretarias Municipais de Saúde, destinado a fomentar grupos de aprendizado tutorial no âmbito da Estratégia de Saúde da Família (ESF), viabilizando programas de 24 aperfeiçoamento e especialização em serviços dos profissionais da saúde, bem como de iniciação ao trabalho, estágios e vivências dirigidos aos estudantes da área. A Faculdade de Medicina de Marília e a Secretaria Municipal de Saúde desenvolveram oito projetos de pesquisa partindo da preposição dos órgãos financiadores. Esta investigação faz parte do Projeto intitulado: “Participação Social na Saúde da Família: realidade e desafios”, pois consideramos que a história brasileira remete a uma tradição tipicamente autoritária e excludente desde os tempos da Coroa Portuguesa que, de maneira mais discreta, perpetuase até os dias atuais. No entanto, a criação do SUS e a elaboração de seus princípios doutrinários e operacionais representaram um respaldo à sociedade e uma tentativa de minimizar tal tradição excludente. A atuação na ESF nos leva a refletir sobre a forma com que a sociedade exerce a cidadania. Objetivos: Analisar a concepção dos profissionais em relação a direitos/ deveres e participação/controle social à luz do ideário do SUS. Metodologia: Utilizamos abordagem qualitativa, com realização de entrevistas semi-estruturadas com profissionais de uma USF. A Análise de Conteúdo seguiu vertente Temática. Resultados: Em relação à concepção dos profissionais sobre Direitos e Deveres, a maioria faz referência à área de saúde, destacando o direito ao atendimento médico de qualidade. Foram citados ainda os direitos de acesso ao SUS, à medicação, à educação, ao respeito, a um bom trabalho, ao lazer e à realização de atividades cotidianas. Foi associado o pagamento de impostos à condição de possuir direitos e o cumprimento dos deveres como requisito para exigir os direitos. Destacamos a fala de um profissional sobre o direito que possui de cobrar os seus direitos. Com relação à participação social, apenas um profissional não soube conceituá-la; a maioria deles a considera como uma participação de pessoas de determinada comunidade. Definiram-na também como uma maneira de conquistar melhorias na qualidade de vida da comunidade e como forma de buscar os direitos e exercer a cidadania. Ressaltamos das entrevistas aspectos que dificultam o seu exercício, como o comodismo, falta de interesse e de tempo, atividades cotidianas e o convênio médico. Quanto aos aspectos que contribuem para a participação, foram citadas a conscientização dos problemas emergentes e a determinação da comunidade. Foi relatada a importância das relações interpessoais como modo de divulgação dos problemas. Com relação aos meios para o exercício da participação social, referiram a reunião de comunidade, as reclamações (na USF, rádio e Ministério Público), participação em organizações sociais e políticas, manifestações, palestras, presença nos conselhos regionais e envolvimento junto à Secretária de Saúde. Conclusões: Podemos perceber que a concepção dos profissionais de saúde sobre direitos e deveres é centrada na dimensão social da cidadania, principalmente na saúde, além de educação, trabalho e salário justo. Os direitos relacionados à dimensão civil foram pouco abordados e focados na igualdade. Não se relatou direitos na dimensão política. Quanto à participação social, percebemos que os profissionais têm algum conhecimento sobre sua concepção, porém não se reconhecem como sujeitos participantes, destacando apenas o usuário para esse fim. Além disso, relatam apenas fatores limitadores de participação relacionados aos usuários, deixando de lado sua responsabilidade no processo de estimular e propiciar meios para o exercício da participação social pela comunidade. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Percepção de preceptores multidisciplinares a cerca do acompanhamento domiciliar ao idoso em uma unidade da rede básica de saúde Mariana Cristina Augusto1 Milena Luckesi de Souza2 Tricia Maria Feitosa Floripes1 Paulo José Fortes Villas Bôas3 Alina de Almeida Bastos3 Débora Carvalho Molan4 Bruno da Rosa de Almeida3 Patricia Gomes3 Juliana Golfieri Stéfano3 Bruna Carla Ferreira Mendes3 Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Thais Rottini3 Luiz de Mello de Santos Netto3 RESUMO: Introdução: Estima-se que a população brasileira com 60 anos ou mais alcançará, em 2020, 32 milhões de pessoas (MOSEGUI et al., 2003). Considerando esta mudança no perfil da pirâmide populacional foi proposto um projeto de pesquisa visando atendimento domiciliar dos idosos de uma unidade de atenção básica, vinculado ao Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde no período de março de 2009 a abril de 2010. O presente trabalho aborda a percepção dos preceptores a cerca das atividades desenvolvidas pelos alunos, quanto as variáveis: acessibilidade do paciente ao serviço de saúde antes e após o início das atividades, receptividade da família e idoso às visitas e propostas dos alunos, vínculos estabelecidos entre os participantes e resultados parciais das propostas implementadas. Objetivos: Reconhecer a percepção de preceptores (monitores)multiprofissionais (enfermeira, psicóloga, assistente social e médico), quanto as atividades desenvolvidas por 12 alunos (11 de medicina e 1 de enfermagem) no acompanhamento de 15 idosos no decorrer de um ano, quanto à receptividade da família e do idoso, acessibilidade ao serviço da atenção básica e intervenções propostas nas visitas domiciliares (VD) e vínculos estabelecidos entre os alunos,idosos e suas famílias.Metodologia: As visitas ocorreram na área de abrangência de uma unidade de atenção básica no período de março de 2009 a abril de 2010, foram aplicadas as escalas de Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) em dois períodos com intervalo de 6 meses e avaliadas as intervenções propostas pelos alunos após cada uma das 8 visitas, através de discussões multidisciplinares dos casos. Nestes encontros preceptores e alunos discutiam e relatavam conjuntamente suas percepções a cerca das visitas domiciliares,propostas implementadas, resultados obtidos e agendavam visitas conjuntas, quando verificadas dificuldades no processo de acompanhamento da saude do idoso e família. Resultados: Dos 15 idosos acompanhados 1 foi a óbito e 2 mudaram do município, dos 12 acompanhados, foram realizadas oficialmente 8 VD, ficando a encargo de cada aluno a disponibilidade de mais acompanhamentos, bem como outras formas de contato. Nenhum dos alunos foi impedido pelo idoso ou família de realizar suas visitas nas datas agendadas. Foram propostas, medidas não medicamentosas como controle de HGT, PA ( pressão arterial), mudanças simples de ambiente, como: posicionamento de móveis,barras de apoio no banheiro, entre outras propostas,orientações quanto a atividades físicas, cognitivas e de lazer, para todos os pacientes, de acordo com as necessidades e possibilidades de cada um, além de medidas terapêuticas medicamentosas, quando àquelas não eram suficientes, todas as condutas foram discutidas entre aluno, preceptor e equipe de saúde tendo como base as visitas e o prontuário do paciente. De todos os pacientes 6 necessitaram de readequação terapêutica medicamentosa, sendo que, em todos os casos houve melhor controle dos quadros clínicos, apenas em 2 famílias as intervenções não foram seguidas, apesar do bom vínculo estabelecido entre alunos e idosos. Conclusões: Verificou-se nesta pequena amostra a importância da atividade implementada, pois, estas favoreceram acessibilidade entre idoso e serviço de saúde, através da discussão de casos e da VD, aspecto este referenciados pelos próprios pacientes. Todos os alunos estabeleceram bom vinculo nas VDs e mais de 80% deles conseguiram implementar ações não medicamentosas de impacto para a vida destes idosos, 50% dos pacientes estabeleceram vínculo de acompanhamento regular na unidade de saúde, devido ação mediadora entre os alunos e a equipe de saúde, na readequação das terapêuticas medicamentosas. Percebeu-se a importância da realização das VDs, associadas às discussões multidisciplinares, na implementação das propostas aos idosos de na avaliação dos resultados obtidos pelos pacientes acompanhados no projeto. Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu, Botucatu, SP Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu/Faculdade de Medicina de Botucatu, Botucatu, SP 3 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 4 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP 1 2 Perfil, stress e necessidades de acompanhantes de Núcleo de Atenção à Saúde do Idoso- NAI e Cuidadores não Profissionais de Idosos/ Acamados na Atenção Básica Maurício Karakida Hashimoto1 Priscila Marcondes Biancalana1 Ana Carolina Mayor de Carvalho1 Ingrid Cardoso Couto1 Carolina Puglia de Andrade1 Ana Beatriz Ayroza Galvão Ribeiro Gomes1 Ana Karine de Oliveira1 Flávia de Souza O. Penido1 RESUMO: Introdução: No Brasil, 8,5% da população tem mais de 60 anos, e em áreas metropolitanas chega a 15%. Nas visitas domiciliares no estágio do Pró-Saúde, vimos idosos e acamados com Cuidadores que também necessitavam de cuidados. Núcleos de Atenção ao Idoso - NAI implantados em UBS, contam na equipe com Acompanhantes de idosos, capacitados e remunerados. Bibliografia consultada: consenso quanto às razões (físicas, psicológicas, sociais, econômicas e de conhecimento) que sobrecarregam o Cuidador. Objetivos: Objetivo Geral: Conhecer o perfil, nível de stress e necessidades de Acompanhantes- NAI e Cuidadores não Profissionais de Idosos/Acamados atendidos em UBS e USF. Específicos: morbidade referida e capacitação para a tarefa. Impacto psicológico da tarefa. Interesse em capacitação e grupos de discussão. Grau de dependência do idoso/acamado. Metodologia: Projeto aprovado no CEP/SMS, CAE:0116.0.162.000-09, assinado TCLE. Aplicados quatro tipos de questionários a nove Acompanhantes- NAI e a dezoito Cuidadores nãoProfissionais de idosos/acamados da UBS e USF: Perfil do entrevistado, Inventário de Sintomas e Stress (Lipp & Guevara, 1994), versão brasileira da Burden Interview (Rev. Bras. Psiq. V.24 nº1, SP: mar 2002) e Escala de Avaliação Funcional do Idoso/Acamado (adaptação NAI). Burden Interview: avalia a sobrecarga do Cuidador associada às deficiências funcionais e comportamentais dos idosos. Resultados: 85,25% dos entrevistados são mulheres e 14,8% homens, todos estes Cuidadores- não profissionais; maioria dos Acompanhantes- NAI têm entre 36- 55anos; 40,7% dos Cuidadores tem mais de 60 anos, e, dentre estes, 7,4%, 80 anos ou mais; 77,8% dos Acompanhantes têm escolaridade de nível médio, os Cuidadores se distribuem mais entre ensino médio, fundamental completo ou incompleto. AcompanhantesNAI são remunerados e sem relação de parentesco com os idosos/ acamados; 77,8% dos Cuidadores não Profissionais são parentes de quem cuidam, predominando cônjuges ou filhos; 66,7% referiram alguma patologia, sendo referidas por 100% dos Cuidadores não Profissionais da USF. Hipertensão isolada ou associada a outras patologias corresponde a 40,7% das queixas. A maioria trata-se pelo SUS e 11,1% pelo convênio. Acompanhantes- NAI foram capacitados, 88% deseja mais capacitação e 88,9% participar de grupos de discussão sobre o trabalho; 22,2% dos Cuidadores não-Profissionais foi capacitado, 38,9% gostaria de recebê-la e 83,3% de participar de grupos de discussão. Estresse dos Acompanhantes – NAI e Cuidadores não Profissionais: Acompanhantes- NAI referem nenhuma ou pequena sobrecarga; de leve a moderada entre os Cuidadores não Profissionais de Idosos/Acamados da UBS referem leve a moderada, e, Cuidadores não Profissionais de Idosos da USF, de moderada a severa. Inventário de Sintomas de Stress: 44,4% dos Cuidadores não profissionais estavam na fase de alerta, 14,8% de resistência e 40,8% de exaustão. Itens mais assinalados: vontade súbita de iniciar novos projetos(44,4%) na fase de alerta, irritabilidade excessiva na de resistência(70,4%), e insônia(44,4%) e cansaço constante excessivo(44,4%) na de exaustão. Avaliação Funcional dos Idosos/Acamados: 77,8% dos cuidados pelos Acompanhantes- NAI apresentavam alta dependência; o mesmo ocorrendo com 75% dos seguidos na UBS, e 100% dos acompanhados na USF. Conclusões: O cuidado de idosos/acamados causam estresse nos Cuidadores, especialmente os não profissionais. AcompanhantesNAI e Cuidadores não- profissionais valorizaram a capacitação e participação em grupos de discussão, embora os não profissionais tenham menos oportunidade. Recomenda-se que na Atenção Básica, se dê atenção especial aos Cuidadores não–profissionais de idosos/ acamados. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP 1 25 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Polimedicamentalização: uma proposta de educação Tamirys Guimaraes Andrade1 Valéria Corrêia de Jesus1 Edwiges de Lima Santos1 Fanny Patrícia Martins Meireles1 Josiane Neres da Silva1 Pedro Murbach Filho1 RESUMO: Introdução: Polifarmácia é o uso desnecessário de pelo menos um medicamento ou presença de cinco ou mais fármacos em associação (para um mesmo paciente). Tal problemática é comum na prática clínica das UBS, e pela simples observação, deparamos com pacientes polimedicamentosos e poliqueixosos que possivelmente pela falta de orientação, fazem uso inadequado desses medicamentos. Por meio do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PETSaúde, este grupo observou a importância das devidas orientações e acompanhamento (educação) direto com o usuário, visando uma farmacoterapia racional voltados para a melhoria da qualidade de vida. Objetivos: É realizar um levantamento de informações sobre o número de paciente polimedicamentalizados e propiciar o acompanhamento farmacoterapêutico dos usuários da Farmácia do Centro de Saúde Integração da região Noroeste de Campinas – SP, visando a promoção e proteção da saúde dos mesmos.Metodologia: O desenvolvimento do trabalho é composto por duas fases. A primeira utiliza a observação da rotina, do fluxograma, do ambiente de dispensação e armazenamento de medicamentos. Na segunda fase utilizaremos como ferramenta o banco de dados do SUS onde consta o controle da Dispensação Individual de Medicamentos (DIM), no qual teremos acesso ao número de pacientes polimedicamentosos do município de Campinas-SP. Resultados: As observações preliminares foram coletadas 52 prescrições médicas, destas 30 continham 5 ou mais medicamentos. Entretanto, essa fase do projeto não compreende a coleta no banco de dados do SUS- DIM, que será feita posteriormente. Nesta etapa foi constada também a inadequação das estruturas físicas. A recepção fica a certo distanciamento do paciente, o espaço de contato e o tempo para orientação são insuficientes, e não há conforto na dispensação dos medicamentos. Tais problemáticas dificultam o acompanhamento (educação) dos usuários da farmácia. Conclusões: A partir dos dados analisados e coletados na primeira fase do nosso trabalho observamos que atenção desenvolvida atualmente é insuficiente para a promoção e proteção da saúde, sendo que estratégias para a sua implementação devem ser desenvolvidas de forma a promover e garantir o efetivo uso racional de medicamentos com identificação, prevenção e resolução de problemas relacionados a eles. Nota-se ainda que a estrutura física e o ambiente de trabalho do Serviço de Farmácia relacionados a dispensação e armazenamento de medicamentos necessita de mais qualificação para atender aos usuários, visto que parte significativa desses demonstram problemas com os medicamentos por eles utilizados. 1 concepção sobre ensino e aprendizagem oposta ao modelo tradicional, superando o pensamento humano da lógica formal para a lógica do pensamento dialético, baseado em uma aprendizagem significativa, participativa, problematizadora, utilizando a metodologia dialética para construção do conhecimento. O maior desafio era que essa atividade cumprisse o seu papel na totalidade, com vistas a fortalecer o modelo nacional de atenção à saúde através da formação de recursos humanos qualificados nessa área, no âmbito particular aproximando a academia do serviço a fim de conhecer melhor a realidade do município e a prática da Estratégia Saúde da Família e no âmbito singular através da aprendizagem e do desenvolvimento de habilidades de cada um dos participantes do grupo. Para tal, partiu-se da concepção da palavra ensinar, do latim insignare que significa marcar com um sinal. Era preciso que o processo de ensino- aprendizagem fosse significativo e motivador a ponto de marcar o grupo para que a busca do conhecimento fosse inerente às suas ações. Objetivos: Fundamentar a trajetória do grupo na condução da elaboração do Projeto de Pesquisa embasado nos referenciais teóricos dos novos modelos de ensino, baseados na lógica do pensamento dialético e na metodologia dialética de construção do conhecimento. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência descrito a partir de alguns critérios utilizados para a construção do conhecimento com base nos novos modelos de ensino. Resultados: Na etapa inicial da construção do Projeto, várias linhas de pesquisa haviam sido inicialmente propostas por docentes e preceptores, porém, como se tratava de temas muito distintos era preciso eleger uma linha de pesquisa para que o grupo pudesse aprofundá-lo e transformá-lo em uma pesquisa consistente e relevante na temática elegida. Para tal, o grupo se reuniu e a partir do artigo intitulado “Internações por condições sensíveis à atenção primária: a construção da lista brasileira como ferramenta para medir o desempenho do sistema de saúde (Projeto ICSAP – Brasil)” o grupo discutiu e decidiu estudar esse tema elegendo duas causas de internação por condições sensíveis à atenção primária contemplada na lista brasileira: a insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e a sífilis congênita. A partir desse momento, foi elaborado um cronograma de atividades para que o Projeto pudesse ser construído coletivamente, contemplando todas as etapas necessárias. Para tal o grupo promoveu aulas e fóruns de discussão sobre metodologia científica e elaboração de um Projeto de Pesquisa, discussão de artigos relacionados ao tema e a realização de um curso sobre acesso a base de dados ministrado pelas bibliotecárias. Também foram realizadas aulas sobre as variáveis envolvidas no estudo como, sífilis congênita e insuficiência cardíaca congestiva, acessibilidade, utilização dos serviços de saúde e determinantes sócio-demográficos, ministradas pelos preceptores e alunos que ficaram responsáveis pela preparação das aulas a cada encontro. Conclusões: Destaca-se, que neste processo todos foram envolvidos na tarefa de se apropriar do conteúdo a ser estudado e compartilhá-los com o grupo. O conhecimento está sendo construído coletivamente, bem como, a apropriação do objeto de pesquisa. Curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP 1 Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, SP Projeto de pesquisa PET Saúde-São Camilo: construção a partir de um novo modelo de ensino Fernanda Amendola1 Mayumi Uchoa Nawa Pagotto1 Patrícia Sampaio Chueiri1 Raphael Marion Pesinato1 Danila Gomes1 Karen Priscila Pereira Busetti1 Nathália Gambeta1 Michelle Viana Carvalho1 Nino Behar1 RESUMO: Introdução: A proposta para a elaboração do Projeto de Pesquisa de um grupo PET-Saúde teve como objetivo fazer com que o grupo se apropriasse do conteúdo a ser estudado, partindo de uma 26 Pró-Saúde: exemplo no uso de um modelo de gestão integrada e compartilhada Paulo Marcondes Carvalho Junior1 Antonio Carlos Siqueira Júnior1 Adriana Paula Congro Michelone1 Mercia Ilias1 RESUMO: Introdução: A escolha por um currículo dinâmico e inovador pressupõe modificações constantes, buscando qualificar profissionais que atendam o propósito dos dois cursos da nossa instituição. Em 2005 os Ministérios da Saúde e da Educação lançam o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde - Pró-Saúde. O que é considerado um recurso político e financeiro estratégico para a continuidade do processo de mudança iniciado em nossa escola, uma vez que aponta para a necessidade de aprofundamento de várias áreas nas quais ainda se identificam fragilidades, apesar dos cursos da instituição já terem organizado as mudanças pedagógicas e de cenários conforme definem as diretrizes Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. curriculares nacionais. Objetivos:Relatar a experiência de gestão compartilhada e integrada dos gestores dos Projetos de Apoio a Mudanças Curriculares dos Cursos de Medicina e Enfermagem – Pró-Saúde, desde o planejamento até a prestação de contas da primeira carta-acordo. Metodologia: Há um único grupo gestor para os projetos Pró-saúde dos cursos de Medicina e Enfermagem, que é composto por representantes do corpo docente, discente, comunidade (membros do Conselho Municipal de Saúde), Secretaria Municipal de Saúde do município (SMS) e gestores institucionais dos projetos. Este trabalho agregou relatos das experiências dos gestores acadêmicos do projeto no desenrolar das atividades realizadas mensalmente tendo como finalidade deliberar o uso dos recursos do projeto, no período de Dezembro de 2005 até Abril de 2008. Resultados: Desde a publicação do edital de seleção dos projetos em novembro de 2005, a diretoria da instituição decidiu que os projetos de cada um dos dois cursos seriam planejados e executados em conjunto. Para tal, definiuse uma equipe de trabalho representativa dos diversos segmentos dos cursos e também dos gestores da secretaria municipal de saúde. Após divulgação e levantamento de sugestões pela comunidade em geral foi realizada uma oficina de trabalho para diagnóstico da situação atual de acordo com os estágios estabelecidos no edital do programa. Houve participação de 112 pessoas entre docentes, estudantes, profissionais de saúde da SMS, profissionais do serviço, representantes da Regional de Saúde, e comunidade. Na oficina os participantes subdividiram-se para descrever a situação atual e elencar estratégias e operações para cada imagem-objetivo. Os relatórios dos subgrupos foram encaminhados para uma comissão responsável para redação final de duas propostas. Estas deveriam ser complementares e coerentes entre si. Ambos os cursos foram agraciados com financiamento. Em Abril de 2007, a partir da visita de acompanhamento de representantes do Ministério da Saúde, foi discutida a necessidade de um acompanhamento local, neste sentido foi instituído o comitê local de acompanhamento único para ambos os projetos. Este foi composto com 16 membros, indicados pelos respectivos segmentos. A primeira reunião deste comitê ocorreu no dia 14 de Junho de 2007. Uma característica deste projeto é a participação democrática. O papel dos gestores do projeto é muito mais de mediação e de operacionalização do que centralização das decisões, inclusive nas reuniões do comitê. Para a realização das atividades propostas no projeto, foi instituído um formulário para “solicitação de atividades”, através do qual, qualquer membro da comunidade pode solicitar recursos para a realização de atividades relacionadas ao projeto proposto. É papel do comitê local discutir as solicitações e ordenar despesas, tendo como princípios o projeto proposto e as diretrizes do programa. Conclusões: Este processo democrático e participativo facilitou a realização de atividades que envolvem sempre todos os segmentos. Também facilita a discussão e o entendimento das despesas realizadas. Os representantes de alguns segmentos têm realizado reuniões com seus pares para discussão das pautas do comitê local de acompanhamento e têm trazido sugestões para a realização de atividades e priorização dos investimentos. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marilia, SP Pró-Saúde: projeto de intervenção à saúde de crianças imigrantes de 0 a 3 anos da região do Bom Retiro, no Centro da Cidade de São Paulo Jenifer Silva Loureiro1 Fernando Morelli1 Bárbara Lucia Azevedo L. A. da Silva1 Caroline Esposo Garcia1 Diego Fontana Siqueira Cunha1 Mayara Celentano Laporta1 Marilia Marcelino1 Ricardo Bertozzi de Ávila1 Laércio Lopes da Silva1 Rafael Mattosinhos Spera1 Fernanda de Carvalho Affonso1 Henrique Lobello1 Edgar Allan Cifuentes López1 Oziris Simões1 RESUMO: Introdução: A população do centro da cidade de São Paulo é marcada pela extrema pobreza e pelas diversas dificuldades sociais que os rodeiam. Não é diferente no bairro do Bom Retiro, na região central, onde temos ainda um grande número de imigrantes, em especial de países sul-americanos como a Bolívia e o Paraguai, que trabalham confeccionando roupas para suprir a necessidade do bairro, que é comercialmente famoso pela indústria têxtil. Esses imigrantes tem relações de trabalho complexa, onde apesar das más condições de trabalho, eles são explorados de tal forma que é possível observar características vestigiais de trabalho escravo, lembrando ainda que muitos trabalham de forma ilegal em nosso país. Em frente a essa realidade de uma população com tantas carências e alta vulnerabilidade, pudemos ainda ressaltar a alta freqüência de crianças com problemas de carências nutricionais, já que as próprias imposições do trabalho das mães as impedem de ter tempo de cuidar do desenvolvimento adequado delas. Encarando essa realidade, buscouse uma solução através de um projeto que mediasse as relações entre essa população necessitada e os agentes de saúde da unidade básica de saúde da região, de forma a usar essas relações como fonte de informação para instruir essas mães imigrantes com relação aos seus direitos nas políticas de saúde brasileira e com relação ao seu papel no desenvolvimento de seus filhos. Objetivos:Incentivar a atenção primária à saúde de crianças imigrantes, atendidas pelo SUS, através de projetos que envolvam as mães e os agentes de saúde, garantindo assim uma maior integração entre eles e o serviço de saúde brasileiro. Sensibilizar pais ou cuidadores para as necessidades nutricionais, vacinais, de higiene bucal e do desenvolvimento neuro-psico-motor de crianças de 0 a 3 anos, contribuindo para o seu desenvolvimento saudável. Metodologia: Foram realizadas consultas à equipe médica da U.B.S. do Bom Retiro, de modo a conhecer o principal problema enfrentado pelas crianças imigrantes da região, e entende-lo em todas as suas dimensões. A partir dessa definição, elaborou-se um trabalho de campo, no qual médicos, agentes de saúde e mães foram entrevistados, para que fosse possível coletar dados relevantes ao projeto. Foram desenvolvidas duas cartilhas com orientações nutricionais, vacinais, de higiene bucal e de desenvolvimento neuro-psico-motor para crianças (Cartilha do Bebê – 0 a 3 anos) ; visto que, uma em língua portuguesa e outra em espanhol. Realizou-se palestras a fim de instruir os agentes de saúde e prepara-los para darem continuidade a distribuição das cartilhas e ao trabalho de darem orientações gerais. Resultados: As atividades executadas foram: desenvolvimento das cartilhas, em português e espanhol; elaboração de palestras instrutivas, que contiveram dinâmicas de grupo, demonstrações práticas, ilustrações e parte teórica, aos agentes de saúde; e uma apresentação-teste às mães, para que pudéssemos compreender suas reações diante do projeto. Conclusões: Apesar das dificuldades que encontramos em interferir na forma cultural das mães de cuidar de seus filhos e em adaptar todo o nosso trabalho para que as dificuldades financeiras e as limitações de tempo das mães pudessem ser conciliadas com um estilo de vida saudável para a criança, nós não encontramos resistência alguma por parte das mães que se interessaram muito por todas as informações que tínhamos a passar. Além disso, a equipe de agentes de saúde também gostou do projeto e se familiarizou com a cartilha, de forma a dar continuidade ao processo de aconselhamento as mães imigrantes, e os médicos da unidade de saúde acharam que o projeto deu inicio a um grande passo para a integração dessas mães ao sistema de saúde brasileiro. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP 1 Reconhecendo barreiras ao autocuidado no Diabetes Mellitus Tipo 2 Flavia Dutra de Toledo1 Juliana Amaral de Alcantara1 Laís Martins Moreira dos Anjos1 Mariana Barros Marcondes1 Daniela Cristina da Silva Ramos1 Antonio Pithon Cyrino1 RESUMO: Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 tem alta prevalência no Brasil e autocuidado é uma medida central para seu controle e requer do portador o desenvolvimento de diferentes habilidades. A educação para o autocuidado no diabetes demanda do profissional 27 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. de saúde o reconhecimento das dificuldades vividas pelo paciente em seu cotidiano de autocuidado.Objetivos: Reconhecer e caracterizar os principais campos problemáticos ao autocuidado no diabetes mellitus tipo 2 entre usuários de Unidades de Saúde da Família (USF). Metodologia:Este trabalho é parte de programa de pesquisa e intervenção desenvolvido no âmbito do Programa de Educação para o Trabalho em Saúde (PET). Trata-se de pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa que envolveu 112 pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2, usuários de quatro USFs de município de porte médio do estado de São Paulo. Utilizou-se como instrumento de coleta questionário com campo aberto para o registro de comentários dos entrevistados. A equipe de entrevistadores foi composta por 13 alunos de graduação em medicina e enfermagem, bolsistas do PET. Os dados foram processados em Excel e os comentários dos pacientes analisados segundo núcleos temáticos. Resultados: Os sujeitos desta pesquisa tinham o seguinte perfil: 76% eram do sexo feminino e 53% tinham 61 anos ou mais. A análise dos dados permitiu identificar um total de 33 campos problemáticos ao autocuidado, dentre os quais destacados aqueles mais relevantes nesta comunidade, conforme segue: “viver com o fantasma das complicações” (68%); “ser nervoso” (61%); “o intervalo longo entre as consultas médicas” (60%); “o receio da hipoglicemia” (49%); “o difícil controle do desejo” (49%), “a descontinuidade do cuidado” (49%) e “a comunicação profissionalpaciente (49%)”. Em cada um destes campos problemáticos foi possível reconhecer a singularidade com que cada entrevistado enfrentou estas barreiras ao autocuidado. Estes campos podem assim ser sinteticamente caracterizados: 1. Fico muito apreensivo, com receio e medo do aparecimento futuro de alguma complicação do diabetes (amortecimento dos pés, perda da visão, disfunção erétil – dificuldade de ereção nas relações sexuais – etc); 2 Por ser nervoso (ou estressado) é difícil controlar a diabetes; 3 Fica mais difícil acertar o cuidado quando o intervalo entre uma consulta médica e outra é mais longo”; 3. É muito incomodo a ocorrência freqüente de hipoglicemia; 4 Tenho muita dificuldade de controlar a vontade que tenho por certos alimentos ou pratos (especialmente, doces); 5 Fica mais difícil acertar o cuidado quando em cada consulta é um médico diferente que atende; 6 Fica mais difícil acertar o cuidado quando não se consegue ter uma boa conversa (ou um bom contato) com o profissional. O reconhecimento de cada um destes campos requerem da equipe reconhecer que a educação para o autocuidado não deve se restringir aos conhecimentos técnicos sobre o controle da diabetes, mas que inclui o reconhecimento da singularidade e riqueza das vivências identificadas em destes campos problemáticos, mediante práticas de educação que valorizem o “saber da experiência” destes diabéticos e lhes permita partilhar seus saberes entre usuários e profissionais de saúde.Conclusões: Os resultados alcançados apontam a expressiva frequência de portadores de diabetes que enfrentam tais obstáculos ao autocuidado, os quais se estruturam como importantes barreiras para que o paciente alcance um adequado equilíbrio entre as normas médicas e o modo desejado de levar a vida. Estas barreiras ao autocuidado devem ser devidamente investigadas pelos profissionais de saúde, para que possam oferecer ao paciente um adequado apoio ao seu enfrentamento. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 Referência e contra-referência de portadores de enfermidades cardíacas: uma fragilidade na atenção básica em saúde Gabriela Preturlan Capitani Brenda Ribeiro Brandão1 Mariana Falcão1 Mariana Cristina Ortiz Gambaro1 Luis Fernando Favero1 Mariane Moraes1 Marília Guizelini Pinhal1 Bruno Vasconcellos1 Ricardo Nunes1 Leni Lanza1 inegável importância na manutenção da integralidade do SUS, uma grande dificuldade que se enfrenta, ainda hoje, é o referenciamento / contrarreferenciamento adequado dos pacientes aos diversos serviços. A referência representa o maior grau de complexidade e compreende o momento em que o usuário é encaminhado para um atendimento com níveis de especialização mais complexos. Já a contrarreferência diz respeito ao menor grau de complexidade, quando a necessidade do usuário, em relação aos serviços de saúde, é mais simples, ou seja, “o cidadão pode ser contrarreferenciado, isto é conduzido para um atendimento em nível mais primário”. Constatou-se a necessidade de realizar um levantamento que possibilitasse rastrear as dificuldades que envolvem esse entrave no fluxo entre a atenção primária e a secundária. Objetivos: • Identificar as necessidades enfrentadas pelos profissionais médicos das 4 USF de Sorocaba integrantes do PET-Saúde, para o atendimento nas mesmas, de portadores de enfermidades cardíacas; • Rastrear as dificuldades encontradas pelo clínicos da USF no referenciamento de pacientes cardíacos para o serviço secundário; • Identificar as necessidades enfrentadas pelos profissionais médicos cardiologistas da Policlínica em relação ao recebimento de referencias e envio de contrareferenciamento de paciente cardíacos para as USF • Viabilizar as propostas por eles sugeridas visando à melhora no atendimento dessa parcela de usuários. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo pesquisa-ação, cujo universo tem como sujeitos, profissionais médicos das quatro USF integrantes do do PET Saúde. Os profissionais forão estimulados a manifestarem suas dificuldades e necessidades, por meio de questões abertas com relação ao referenciamento e contra-refenciamento. A análise dos dados foi feita por meio do “O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde” Minayo 2003. Resultados: Foram convidados para participar do estudo os 14 clínicos das USF incluídas no PET SAÚDE, e 6 cardiologistas da Policlínica de Sorocaba. Destes, 18 profissionais se prontificaram a responder às 2 questões. A categorização temática proposta por Minayo(2003) e aqui adotada, apresentou como temas emergidos dos discursos as seguintes categorias: A 1ª categoria, o tempo de espera prolongado esteve presente em 8 das 18 respostas. A 2ª foi a falta de critério no encaminhamentos. A 3ª categoria evidenciada foi a inadequação do atendimento médico básico nas USFs. Finalmente, o referenciamento pouco informativo, a quarta categoria, torna-se decorrente de todo esse processo de precariedade do serviço. Quanto as dificuldades no contrarreferenciamento de pacientes cardíacos, destacaramse: A 5ª categoria é o não envio das fichas de contrarreferência. O preenchimento inadequado por parte do especialista, 6ª categoria, prejudica o clínico pelas informações imprecisas. A 7ª,elegida pelos cinco especialistas como principal problema do contrarreferenciamento é a insegurança do clínico em dar continuidade ao tratamento proposto pelo cardiologista. A 8ª categoria remete a insegurança do paciente em continuar seu tratamento com o clínico na USF. Em relação à 9ª categoria, criação de um protocolo de atendimento, os profissionais dos 2 serviços propõem medidas similares em relação à melhora desse sistema.Conclusões: No intuito de abranger as expectativas de ambos os lados do serviço, um protocolo deve ser elaborado em conjunto e contemplar a abordagem inicial do paciente na USF, seu encaminhamento e também como continuar o tratamento iniciado no serviço secundário. A elaboração de uma ficha específica para a cardiologia que permita o encaminhamento com as informações adequadas, também é conveniente. Curso de Medicina Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Campus Sorocaba, Sorocaba, SP 1 1 RESUMO: Introdução: A principal função do complexo ReferênciaContrarreferência é viabilizar o trânsito do usuário, bem como das informações sobre seu tratamento, nos diferentes níveis de atendimento do Sistema Único de Saúde. Entretanto, apesar dessa 28 Relato de Experiência da Iniciação Científica no Projeto de Extensão e Pesquisa PET-Saúde, Trabalhando no Subgrupo USF-Tóffoli Frederico Adão de Oliveira Santana1 Ana Carolina Hamamura1 Fabíola Ambrósio Silveira Lima1 Gabriele Uyeda Tamashiro1 Mariana Borini Alves1 Tamara de Queiroz Vieira1 RESUMO: Introdução: O projeto de Pesquisa e Extensão PET-SAÚDE, Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. desenvolvido através da Faculdade de Medicina de Marília, é destinado a fomentar a aprendizagem tutorial no âmbito da Estratégia Saúde da Família (ESF) e fortalecer a integração ensino-serviço-comunidade, objetivando a qualificação da Atenção Básica em Saúde. Para a elaboração do projeto inicial, formaram-se grupos, dentre os quais, um deles propôs identificar as ações de educação em saúde destinadas a usuários hipertensos, analisá-las sob o ponto de vista dos pacientes e dos profissionais das USFs estudadas e elaborar novas estratégias de abordagem, que permitam o exercício da clínica empliada e integralidade no cuidado. O ingresso dos estudantes foi motivado pela oportunidade de aperfeiçoarem seus conhecimentos sobre Metodologia Científica e compreenderem a real dimensão da comorbidade examinada. Objetivos: Relatar a experiência dos estudantes do subgrupo Tóffoli do Projeto PET-SAÚDE em seus ciclos pedagógicos e atuação em campo de pesquisa. Metodologia: Em função da necessidade de uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem, adequamos a proposta do projeto ao contexto educacional da FAMEMA, distribuindo os estudantes em cinco subgrupos compostos por seis graduandos dos cursos de Medicina e Enfermagem e dois preceptores profissionais da Estratégia Saúde da Família. Diante de uma pesquisa com enfoque qualitativo, o subgrupo Tóffoli instituiu Ciclos Pedagógicos para capacitação de seus integrantes. Os ciclos são compostos por momentos de Síntese Provisória, Teorização e construção de Nova Síntese. Foram abordados temas como mecanismos de seleção do sujeito, realização de entrevistas semiestruturadas e análise de conteúdo na modalidade temática. Após cada atividade, estudantes e preceptores realizam auto-avaliações a analisam o desempenho dos demais componentes do subgrupo. Do mesmo modo, depois de decorridos dois meses de participação no Projeto, o grupo é submetido a um formato de avaliação. Ao término do ciclo pedagógico, os alunos compartilham as experiências vivenciadas, através da descrição de suas percepções, em Portfólios Reflexivos individuais. Resultados: Através da atividade nos ciclos pedagógicos, os cinco subgrupos desenvolveram, coletivamente, um instrumento de colte da dados dos prontuários de usuários hipertensos e participaram de Oficinas de Trabalho com o intuito de permutar informações e sanar dúvidas. Os momentos no campo de pesquisa e a realização de Entrevistas Piloto proporcionaram a aproximação dos estudantes ao operacional de um projeto científico, ampliaram o olhar para a importância da informação escrita e para as possibilidades de aplicação dos resultados que serão obtidos e permitiram a compreensão prática da morbidade estudada. Conclusões: A aprendizagem tutorial transpõe nosso conceito de processo de ensinoaprendizagem. Trabalhar em subgrupos ligados a projetos de pesquisa propicia aprendizado significativo e reforça a importância do trabalho em equipe, aperfeiçoando nossa formação acadêmico-profissional. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marilia, SP Relato de experiência dos alunos de Medicina participantes do PET-Saúde em uma Unidade de Saúde da Família Rafael Birelo Martins1 Bianca Cristina Cassão1 Maria Helena Senger1 RESUMO: Introdução: O PET-SAÚDE (Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde), prevê a incorporação de estudantes para vivência em situações de trabalho apoiadas e desenvolvidas no SUS. A adesão de nossa faculdade ao PET-SAÚDE se deu em abril/09. A USF – Carlos Alberto Amorim, inaugurada no primeiro semestre de 2008, foi cenário do programa e atende área com população aproximada de 16.500 habitantes. Nesta USF participaram 12 monitores bolsistas, 18 monitores não bolsistas, 6 preceptores e 1 tutor, os quais desenvolveram projetos (frentes de trabalho) no período de Abril/09 a Março/10. Dentre eles, destacamos: pesquisa da satisfação dos usuários, gravidez na adolescência, afecções de vias aéreas superiores em pediatria e saúde mental. Objetivos: Descrever e refletir sobre o trabalho de campo e dentro da unidade realizado em um dos projetos (satisfação dos usuários). Metodologia: Os acadêmicos participantes (pertencentes aos cursos de Medicina e Enfermagem) foram divididos em quatro grupos com igual número de participantes e cada um ficou responsável por uma frente de trabalho. Nossa participação envolveu o desenvolvimento, a aplicação e a análise das respostas a questionários respondidos por usuários, na própria USF e em seu território, para avaliar a satisfação dos mesmos com os serviços oferecidos. Resultados: Analisamos dados de literatura, os itens que deveriam compor o questionário, o cronograma de aplicação e desenvolvemos dois questionários, que foram aplicados a 668 usuários (602 no primeiro e 64 no segundo). O primeiro se revelou de fácil aplicação, que foi realizada por 4 acadêmicos e pelos Agentes Comunitários de Saúde. Após análise das respostas, resolvemos conjuntamente pela aplicação do segundo, que foi feita apenas por dois alunos remanescentes. Conclusões: Ao refletirmos sobre nossa experiência proporcionada pelo PET-SAÚDE, verificamos que participamos ativamente para responder ao seu objetivo de “fortalecer a integralidade horizontal, implementando a Clínica Ampliada”. Além dos dados obtidos no projeto, observamos que alcançamos um melhor conhecimento sobre a unidade, seu serviço e os programas lá realizados, além do seu território. Também serviu como experiência de trabalho pactuado e social, de rico conteúdo e de importância considerável tanto para a população quanto para a formação dos alunos do curso de Medicina. Esse trabalho também possibilitou aos pesquisadores criar o mapa de fluxo dos usuários dentro da USF, que agora será utilizado para trabalhar seus pontos vulneráveis quanto à qualidade de atendimento e seu tempo de espera. As intervenções elaboradas e aplicadas pelos discentes se revestem de grande importância na formação médica, por favorecer a apropriação do conhecimento da saúde pública de forma dinâmica e ativa, além de poder beneficiar a população nesse processo de aprendizagem, especialmente quando orientado criticamente. Concluímos pela necessidade de oferecimento e participação contínua dos cursos de Medicina e da área da saúde em programas baseados nas políticas indutoras da melhor formação de futuros profissionais, como é o PET-SAÚDE. Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Campus Sorocaba, Sorocaba, SP 1 Relato de experiência no contexto dos desafios e avanços do PET Saúde Maria do Carmo Guimaraes Caccia Bava1 Altacilio Aparecido Nunes1 Maria José Bistafa Pereira2 Luciana Cisoto1 Marlivia Watanabe3 Vania Santos4 Priscila Tavares da Cruz1 Grupo PET Saúde Campus USP & Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto1 RESUMO: Introdução: Os Ministérios da Saúde e Educação, reconhecendo que a distância entre a formação acadêmica e as práticas assistenciais na saúde fragiliza a construção do SUS assumem importante parcela de responsabilidade na definição das diretrizes desse processo político pedagógico para adequar o perfil dos futuros profissionais da saúde às necessidades sanitárias e sociais do país. Pelo Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-SAÚDE, estimulam a geração de conhecimentos para a Atenção Básica (AB) e a qualificação da assistência aos usuários do SUS, propondo relações inovadoras, solidárias e articuladas entre instituições de ensino e a rede assistencial. Objetivos: Este trabalho objetiva relatar a experiência desenvolvida ao longo do primeiro ano do PET Saúde Metodologia: Baseia-se, conceitualmente, na Saúde como produção social, na interdisciplinaridade e nos novos paradigmas para a formação em saúde. Traz experiência envolvendo estudantes de nove cursos da saúde, docentes e profissionais de 13 Unidades de Saúde, e a avaliação dos trabalhos do PET sistematizadas a partir das posições de seus 185 integrantes, no que diz respeito aos avanços e dificuldades da relação entre a academia e a rede assistencial. Resultados: Reconheceram-se favoravelmente os seguintes aspectos trazidos pelo PET: Maior integração entre os alunos dos cursos, antes isolados; Identificação na rede assistencial de pessoas comprometidas com o 29 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. SUS; Ressignificação das ações de rotina dos estágios; Intensificação do contato com as equipes e, principalmente, com os médicos da AB, permitindo construir um modelo para o aluno, além do especialista; Conhecer melhor o território das unidades e os determinantes sociais da saúde; Gerar conhecimentos que podem mudar práticas; Reativação de Liga de Atenção Primária; Debates claros em torno das dificuldades presentes nos campos de estágio; Eventos PET impactaram fortemente nos participantes, dando uma dimensão política ao trabalho conjunto entre as instâncias acadêmicas e de gestão do SUS; Inserção dos estudantes em campo desde o início dos cursos, quando, para alguns, o único contato curricular com a ABS se dá no último ano; Tornam-se mais claros os papéis de cada segmento; Há resultados concretos: “ a partir do PET se iniciaram reuniões dentro das unidades de saúde unindo professores, alunos e preceptores, olhandose para a inserção dos estagiários”. Dificuldades: Estudantes vêem o despreparo docente para lidar com novas práticas pedagógicas na AB; Falhas de comunicação entre os participantes; Falta de interação entre os profissionais e os estudantes; Coleta de dados e digitação para a pesquisa cansativas; Inibição dos estudantes iniciantes ao se inserirem nas UBS. Dificuldades iniciais para compreender as funções de cada segmento; Quanto à multidisciplinaridade, ainda foi mantido certo padrão de funcionamento em que os alunos continuaram focando sua atuação profissional particular; A distribuição de alunos recaiu em unidades já sobrecarregadas. A Coordenação PET busca articular os vários estágios, mas sem governabilidade suficiente para disparar mudanças maiores que dependem das Comissões de Graduação (CG) e suas dinâmicas internas. Sugestões: “Expandir a experiência a todos os futuros profissionais da saúde, para que eles tenham as mesas chances que estamos tendo”; Aumentar a influência do PET dentre integrantes não oficiais -docentes, alunos e profissionais; Articular-se em torno das Associações representativas dos estudantes, CG e Diretorias das Faculdades; Aumentar as bases de sustentação política para as decisões tiradas das Oficinas PET, como apoio a expansão da ESF; Os estudantes devem ser mais próativos; Montagem de “cartilha” dos deveres dos alunos PET, tutores e preceptores. Conclusões: Conclui-se pelo cumprimento do papel desse Programa, no sentido de gerar oportunidades para que ocorram as mudanças requeridas na formação acadêmica e na qualificação da assistência no SUS. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP 2 Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - Campus Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP 3 Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo - Campus Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP 4 Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo - Campus Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP 1 Resgatando a sabedoria popular Fernando Soares Guedes1 Maria José Pereira Zago2 RESUMO: Introdução: Muitos dos atuais problemas de saúde devem-se ao fato de que antigas regras simples de autocuidado foram desprezadas. A ciência positivista e a medicina científica desacreditaram antigos saberes populares (embasados na intuição, no empirismo e na observação da natureza) alegando que estes não haviam sido revelados ou testados pelo método científico positivista. Relegando-os ao plano das crendices e das superstições. Isto levou á posturas equivocadas, como à passividade dos indivíduos que delegam aos profissionais de saúde a responsabilidade pelo tratamento de seus males. Relutam em operar mudanças salutares (mas sofridas) de hábitos e de comportamentos. Esta perda de autonomia criou uma crescente e elevada dependência dos indivíduos para com a oferta de serviços e bens médico-assistencial. O que gerou inúmeras distorções como a patoligização, a medicalização e uma grande intromissão da tecnologia médica na vida das pessoas. Isto ocasionou a elevação dos custos, frente a estes, os indivíduos e os serviços públicos sentem-se cada vez mais impotentes. Por outro lado, o envelhecimento gradual da população e a progressiva ascensão das doenças crônicas têm 30 constituído um desafio, pois seu tratamento envolve a participação ativa dos pacientes no sentido de modificar alguns comportamentos prejudiciais e assimilar outros que beneficiem sua saúde. Objetivos: O objetivo é resgatar conhecimentos, habilidades, técnicas ou práticas da cultura que conduzam à harmonia, ao equilíbrio e ao bem estar físico, mental, social e espiritual. Pretende-se encontrar práticas de promoção à saúde, prevenção de doenças e reabilitação. Não é o intuito deste projeto descobrir ou discutir remédios ou curas milagrosas. A idéia é resgatar os conhecimentos e os valores da sabedoria popular e discutilos à luz de uma nova concepção de ciência embasada no estudo da filosofia. Não tem o objetivo de verificar as bases científicas positivistas destes conhecimentos. Pretende-se avaliar, refletir, apresentar, ensinar e difundir estes conhecimentos. Resgatando práticas de autocuidado. Metodologia: O projeto prevê um estudo teórico que dará sustentação epistemológica a um trabalho prático. Será desenvolvido nas Unidades de Saúde da Família de São Caetano do Sul e contará com a participação de alunos da Faculdade de Medicina do ABC. O estudo teórico constará do desenvolvimento de seminários (por parte dos alunos), que serão desenvolvidos com base no livro-texto: Convite à filosofia, de Marilena Chaui, entre outras referências. O trabalho prática será desenvolvido pelos agentes comunitários de saúde que farão uma busca ativa por indivíduos que detenham estes saberes populares. Cada caso será analisado individualmente para verificar se é seguro e não oferece riscos para a saúde. O princípio que deverá nortear este projeto será: “primum non nocere”, que significa: “antes de tudo não causar dano”. Resultados: ao final do projeto todas estas práticas serão agrupadas e os indivíduos convidados a ensinar as suas técnicas em oficinas, que terão ampla divulgação entre a população. Esta será convidada a aprender e a colocar em prática estes conhecimentos. Este projeto foi contemplado pelo Programa de Educação pelo Trabalho do Ministério da Saúde, será desenvolvido de abril/2010 à março/2011. Conclusões: A medicina científica dá prioridade à “doença observada” que é detectada por meio das alterações anatômicas e bioquímicas. Em geral o tratamento é medicamentoso e é imposto ao indivíduo. Nas doenças crônicas, ao contrário, as ações de saúde devem ser realizadas pelo próprio paciente de acordo com as suas percepções. Estão mais em sintonia com a “doença percebida” pelo paciente do que pela “doença observada” pelo profissional de saúde. Existe a necessidade de tornar o indivíduo um agente ativo na condução de sua vida e de sua saúde, aceitando seu papel e suas responsabilidades em garantir seu próprio bem-estar. Mas isto não deve ser visto como uma ação de culpabilização do indivíduo ou de despolitização do problema. Centro de Estudos em Novas Tecnologias na Atenção Primária de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP 2 Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP 1 Saúde do homem articulada à integralidade do cuidado na hipertensão arterial sistêmica: é possível? Gabriela Romano de Oliveira1 Felipe Sanches Paro1 Marinei Yuko Kijimura1 Sueli Moreira Pirolo1 Vinicius Bonfim Harada1 Cristiano Machado Galhardi1 RESUMO: Introdução: Os agravos no sexo masculino constituem graves problemas de saúde pública. Dados epidemiológicos constatam que os homens são mais vulneráveis, e padecem mais do que as mulheres. A doença cardiovascular que mais acomete essa população é a hipertensão arterial sistêmica (HAS). Nesse contexto, a elaboração de medidas de educação em saúde acompanha o preconizado na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, considerando o impacto da HAS no cenário das doenças metabólicas do século XXI e a realidade do sistema de saúde no tratamento das doenças crônicas. Objetivos: Avaliar a prevalência dos fatores de risco segundo hábitos de vida, condições de saúde, ações de autocuidado e percepção de adoecimento na população masculina de trabalhadores municipais de Marília-SP para subsidiar ações de integralidade do Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. cuidado na perspectiva da promoção à saúde. Metodologia: Optou-se pela pesquisa descritiva e de campo com 293 homens, considerando o universo estatístico existente, com idade entre 20 e 65 anos. Foi aplicada entrevista estruturada com dados de identificação, hábitos de vida, medicação em uso, ações de autocuidado, mensuração de pressão arterial e índice de massa corpórea (IMC). Os dados foram processados pelo programa Epi-info e tratados pelos testes de Quiquadrado com p<0,05. Resultados:Verificou-se que 77,8% dos avaliados apresentaram pressão acima dos níveis normais, sendo que desses, 41,22% sabiam que eram hipertensos. Na parcela dos já diagnosticados, 84,0% referem uso de medicação e 44,7% fazem dieta para controle pressórico. Entre os pesquisados 57,0% estão com IMC>25 e 50,5% são sedentários. Dos questionados, 56,5% têm consigo a concepção de cuidar de sua saúde indo ao médico quando precisam e 33,6% deles têm medo de ir ao médico por receio de descobrir alguma doença. Conclusões: Os dados condizem com outros estudos de prevalência de HAS. Identifica-se, porém, uma discreta adesão ao tratamento após o diagnóstico. Existe uma clara deficiência nas ações de promoção a saúde para esses homens, adoecidos e sem abordagem adequada. Isso requer planejamento de ações de saúde efetivas e prudentes na perspectiva da integralidade do cuidado, para tornar possível uma intervenção eficaz para um problema complexo, de grande risco e impacto no cenário biológico, psicológico e social. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP moradia e estrutura familiar. Apenas um funcionário não menciona o trabalho como meio para se obter saúde. Em relação à concepção sobre direitos, nas nove entrevistas realizadas, todas citaram a saúde, sendo que em apenas uma esse relato não foi espontâneo. Dentro dessa área, dois funcionários citaram o bom atendimento como direito, sendo que uma relacionou-a a um bom médico e outra, ao direito a exames complementares com agilidade. Outros três pontos citados em entrevistas distintas e individuais foram: atendimento médico, acolhimento e informação correta não exclusiva da área da saúde. Do total de entrevistas, um terço referiu-se à educação como direito. Duas referiram que, além deste, temos o direito de ir e vir, e uma, o direito de expressão. Outra entrevistada englobou apenas o direito à saúde e à educação. O último discurso relacionado ao direito e à educação citava também como sendo universal, direito ao voto, a participar ativamente na comunidade e no trabalho. Este foi citado em mais uma entrevista juntamente com direito ao respeito às pessoas, ao patrimônio público, à informação, às condições laborais e materiais adequados, bem como suporte profissional. Conclusões: No caso citado, o parcial desconhecimento mostrado por essa parcela da população sobre o processo de saúde e doença e cidadania, priva- os de buscar maneiras corretas para tentar mudar o cenário apresentado, fazendo com que apenas reclamem de maneira desorganizada, ao invés de participarem ativamente do processo de mudança. É preciso, portanto, elaborar propostas e promover conhecimento, visando, dessa forma, à mudança dessa atitude passiva, incorporada pela população ao longo da história brasileira. 1 “Saúde e Doença” e “Cidadania”: concepção de profissionais de uma USF de Marília Rodrigo Hidd Kondo1 Larissa Fortunato Prohmann1 Rafael Garcia Benatti1 Thalita da Silva Canevari1 Vitor Speranza Faifer1 Ricardo José Rambaiolo Ferrari1 Ricardo Gomes Primon1 Mariana Costa Nobre1 Daiane Aparecida Dias1 Thiago Pereira Goulart1 Kátia T. Alves Rezende1 Wilson Spinola Muniz1 RESUMO: Introdução: O curso de medicina da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) é constituído por duas unidades educacionais em cada série, a Unidade Educacional Sistematizada (UES) e a Unidade de Prática Profissional (UPP). Nesse momento, destacamos o desenvolvimento da UPP nos dois primeiros anos da graduação. Essa unidade educacional é organizada em grupos de 12 estudantes (08 de Medicina e 04 de Enfermagem) atuando em Unidades de Saúde da Família (USF). A atuação dos estudantes nas USFs nos permitiu a reflexão sobre a forma de como sociedade exerce a cidadania uma vez que se identificou: uma baixa participação da população em reuniões de comunidade; as reivindicações estão somente relacionadas ao serviço de saúde, e são realizadas de forma individualizada; os trabalhadores de saúde naturalizam o termo “controle” e “participação social”; e dificuldade da equipe em realizar uma escuta ampliada. Assim, para o desenvolvimento do Pet Saúde decidimos investigar a temática Participação Social na Saúde. Objetivos: Analisar a concepção dos usuários e trabalhadores de saúde em relação ao processo de saúde e doença e direitos do cidadão, à luz dos princípios e diretrizes do SUS.Metodologia: Utilizamos abordagem qualitativa, com realização de entrevistas semi estruturadas com 09 trabalhadores de saúde e usuários de uma USF, localizada em um distrito do município de Marília-SP. A análise de dados se baseou na análise de conteúdo na vertente temática.Resultados: Analisando-se as entrevistas, percebeuse que, no geral, os funcionários têm como concepção de saúde uma boa alimentação, bem-estar físico e mental. Dois deles ainda destacam a importância do bem-estar espiritual para se ter uma vida saudável. Dois não conseguiram definir o que significa ter uma vida saudável; no entanto, conseguiram apontar os meios para alcançá-la e, segundo a maioria, esses meios são: um bom emprego, uma boa Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Saúde mental: buscando caminhos para integrar! Julia Rezende Duek1 Paulo Fernando A. João1 Rafael Peloso Reis Ribeiro1 Héllen P. Batista1 Neide Maria Britto Abreu1 Maria Helena Senger1 RESUMO: Introdução: A superação do modelo manicomial teve um marco teórico e político na Conferência Regional para a Reestruturação da Assistência Psiquiátrica, realizada em Caracas, em 1990. Passou-se a privilegiar a criação de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico: redes de atenção à saúde mental, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre outros, objetivando o deslocamento dos recursos para modalidades alternativas à internação psiquiátrica e compatibilizando os procedimentos das ações de saúde mental com o modelo assistencial, o que levaria a uma desinstitucionalização. Objetivos: Capacitar os profissionais da saúde para diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais mais freqüentes, visando melhorar suas relações com estes pacientes e fortalecer a comunidade na resolução de seus problemas. Metodologia: Essa proposta foi desenvolvida em cinco etapas: A primeira foi conhecer os aparelhos públicos (CAPS) e conveniados (Hospital Jardim das Acácias) de apoio à saúde mental do município de Sorocaba/SP para criar um protocolo de encaminhamentos em saúde mental. A segunda etapa consistiu em pesquisar os mitos em transtornos mentais com funcionários da Unidade Básica de Saúde (Dr.Carlos Amorim) aplicando-se um questionário (pré capacitação),contendo 18 perguntas, sendo que dos 66 funcionários,40 participaram do levantamento. A terceira etapa envolveu a análise dos dados,servindo de base para a capacitação dos funcionários tendo como seguimento a elaboração de um projeto sobre transtorno mental, orientado por um profissional psiquiátrico. A capacitação foi dividida em 4 encontros sendo dois direcionados para transtorno do humor e dois para transtornos de ansiedade. A quarta etapa foi a reaplicação do mesmo questionário (pró capacitação),do qual participaram 14 funcionários dos 40 que participaram da capacitação. A quinta etapa foi desenvolver atendimento semanal de Terapia Comunitária para a comunidade local, coordenada por uma médica. Resultados: Um dos objetivos dessa proposta foi a capacitação dos funcionários da USF Dr. Carlos Amorim/Sorocaba/SP. Nessa fase foi aplicado um questionário antes e após a capacitação. A partir dos resultados obtidos do questionário,através de respostas “sim” ou “não”, selecionou-se um 31 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. total de 4 pontos mais importantes, cujos dados foram interpretados e apresentados em porcentagem, comparando-se as respostas das seguintes questões pré e pós capacitação:”você conhece pessoas com problemas mentais?”,nesse caso, a análise dos dados pós capacitação teve uma melhora de 11%;”na sua família tem alguém assim?”, verificou-se uma melhora 24%;”você tem medo de pessoas com problemas mentais?”,melhora de 9%; “a dependência é doença mental?”, melhora de 6%. O último ponto tratava-se da seguinte questão: “qual o problema mental que voce mais vê na sua área?”. Nesse caso, a resposta era espontânea, e dos 40 participantes da fase pré capacitação, obteve-se os seguintes resultados, considerando o número de citações:depressão (13),demência (2), esquizofrenia (2), surto repentino (1), distúbios mentais(1), nenhum (5) e sindrome de down(3). No questionário aplicado pós capacitação,14 participantes, a melhora nas respostas foi relevante, uma vez que foram citados apenas verdadeiros diagnósticos de doenças mentais:depressão(9),depressão e ansiedade(3), esquizofrenia(1),convulsão(1). Outro objetivo foi a inserção de sessões de terapia para a comunidade local,considerada positiva uma vez que está tendo uma adesão média de 10 participantes por sessões semanais. Conclusões: Os resultados evidenciam os desafios da reforma psiquiátrica e a necessidade urgente da capacitação dos funcionários que trabalham com atenção básica, particularmente os envolvidos no Programa de Saúde da Família. Evidencia também a importância do PET-Saúde, estratégia adotada pelo Ministério da Saúde,constituindo-se na desinstitucionalização da psiquiatria, deslocando as ações de saúde mental para um contexto comunitário com a produção de uma nova cultura de saúde/doença mental. Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Campus Sorocaba, Sorocaba, SP 1 Uma experiência de ensino na medicina e enfermagem: promovendo a saúde da criança Bruna Brenha Ribeiro1 Juliane Beatrice Eckert1 Wania Papile Galhardi1 Célia Martins Campanaro1 Anna Carolina de Miranda e Figueiredo1 RESUMO: Introdução: O Projeto aprovado da Faculdade de Medicina de Jundiaí para o PET-Saúde 2009 foi desenvolvido com a Secretaria Municipal de Saúde e os estudantes de medicina e enfermagem, professores das duas áreas e profissionais da saúde atuaram no território da Unidade de Saúde da Família do Bairro Santa Gertrudes, onde vivem famílias numerosas, com baixo nível educacional e condições sócio-econômicas ruins com reflexos sobre a saúde infantil. Objetivos:Promover a integração entre ensino e serviço na Atenção Básica à Saúde; capacitar os alunos e os profissionais para promoção de saúde e prevenção de doenças; conhecer as condições que influenciam no processo saúde-doença dos moradores; propor e desenvolver ações para melhoria da qualidade de vida da população; estimular os acadêmicos a conhecer e se interessar pelos serviços da rede pública. Metodologia: Na 1ª fase do Programa foram selecionados os preceptores do projeto e os monitores entre os alunos do 3º ano dos cursos de Enfermagem e Medicina. Os alunos do 2º ano de Medicina, integrantes do PET-Saúde, foram divididos em pares ou trios, que orientados por monitores e preceptores, fizeram o cadastramento do território adstrito. Através de visitas às famílias, amparados por um questionário estruturado (ficha A do Ministério da Saúde ampliada), recolheram informações sobre a composição familiar, condições de vida, doenças prevalentes e cuidados com a saúde. Os dados foram organizados pelos monitores em planilha eletrônica estruturada com os conteúdos da ficha A ampliada juntamente a um condensado de relatórios entregues. Após cada atividade de campo, preceptores e monitores se reuniam para a análise quanti-qualitativa e esclarecimento de dúvidas. A 2ª fase do PET-Saúde consistiu de ações específicas, identificadas como necessárias na 1ª fase e a opção foi atuar em três frentes: saúde da criança, da mulher e do adulto/idoso. Este trabalho trata da saúde da criança. Resultados: O levantamento mostrou que 12% da comunidade ingere água não tratada. Entre a população infantil (164 crianças), entre 0 e 12 anos, 18% não foram amamentadas adequadamente. Verificou-se que 6% das crianças do bairro têm problemas respiratórios, sendo que 2% delas são asmáticas. A situação da vacinação foi avaliada e 8% das crianças não foi adequadamente vacinada e cerca de 2% não foram vacinadas. Por meio dos relatórios qualitativos realizados pelos estudantes, sobre as visitas às famílias com a aplicação da Ficha A ampliada, foram identificados situações freqüentes de risco para acidentes na infância. Os fatos observados mostram a necessidade de desenvolver os trabalhos educativos para a saúde da criança nos temas: Aleitamento Materno, Doenças Respiratórias, Obesidade, Acidentes Domésticos, Verminoses e Anemia. Neste momento, os preceptores, assim como monitores e os alunos foram divididos para trabalharem com os temas selecionados. Para abordá-los com a população local, primeiro os alunos discutiam os temas na disciplina Atenção Primária à Saúde, em seguida os monitores se reuniam com alunos e propunham uma estratégia para a aplicação de cada tema. Os usuários da Unidade eram convidados a participarem da atividade pela equipe de saúde local e por um dos preceptores do PET-saúde, médico pediatra naquela unidade. Então, a partir das atividades com a população local resultaram os relatórios individuais elaborados pelos alunos, com a descrição de suas percepções e as sugestões para o prosseguimento das atividades nos anos seguintes, bem como foi quantificado os participantes por idade, gênero e profissão, de modo que se pudesse avaliar o público interessado em cada atividade. Conclusões: A vivência entre alunos e profissionais da saúde fortaleceu a integração Secretaria Municipal de Saúde e Instituição de Ensino Médico. As atividades práticas permitiram compreender a importância da Educação em Saúde como prática da medicina preventiva ampliando a visão crítica dos estudantes envolvidos. 1 Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí, SP •Extensão universitária, Ligas Acadêmicas e seu impacto na Educação Médica A experiência da introdução da espiritualidade no cenário médico-acadêmico Gabriela Romano de Oliveira1 Janaina Lopes Evangelista1 Mariana Costa Salvi1 José Fittipaldi Neto1 Cassio Guedes Pelegrini Junior1 Sabrina Zanchettin1 Shirlene Pavelqueires1 RESUMO: Introdução: Desde que o homem se entende como ser pensante, ele vem usando a espiritualidade para entender o significado da vida e da morte, da sua presença no mundo e melhorar sua saúde 32 e como ferramenta para lidar com as adversidades e a dor, seja ela física, moral e/ou espiritual. Sente-se, porém, que apenas uma pequena porcentagem dos médicos se sente à vontade para perguntar aos seus pacientes quais são as suas opções religiosas, alegando falta de tempo, incapacidade para lidar com o assunto, ou até mesmo porque pensam que a Espiritualidade não é relevante para a prática da Medicina. Visando a integralidade na formação médico-acadêmica a Sociedade Científica de Saúde e Espiritualidade vem inserindo a vertente da espiritualidade no paradigma pedagógico dos estudantes. Objetivos: Compreender o Ser Humano como um ser Espiritual. Ter a dimensão que a consciência pode atuar no próprio corpo e de forma nãolocal. Perceber a multidimensionalidade e apoderar-se de conceitos de Cuidar, de Saúde e de Doença. Metodologia: Conhecendo as principais linhas de pesquisa sobre medicina e espiritualidade e suscitamos no Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. estudante a abordagem das necessidades de aspectos espiritualidade dos pacientes e valores humanos que compõem a espiritualidade. Promovemos a consciência no cuidar de si, articulando os principais conceitos em tanatologia na relação medicina e espiritualidade através de práticas clínicas direcionadas e supervisionadas. Após as atividades práticas são feitos portfólios reflexivos acerca das experiências vivenciadas e a partir delas são planejadas as abordagens e os temas alvo das dicussões acadêmicas.Resultados: A aplicação prática da teoria espiritualista nos tópicos da anamnese espiritual proporciona uma melhor relação com o paciente, que se sente mais acolhido e seguro nos seus momentos de angústia. O estudante, por sua vez, começa a compreender o processo do adoecer por um outro paradigma não mecanicista, tornando-se um profissional extremamente diferenciado e valorizado pelo paciente. Conclusões: Passamos para os estudantes a necessidade da compaixão e do amor no cuidar, ou seja, dos ideais hipocráticos que pautam o ato da medicina por si. Verificamos que partindo de bases científicas já existentes, a comunicação entre o profissional de saúde e o paciente fica mais eficaz, suscitando em menor sofrimento no enfrentamento do processo saúde-doença. Proporcionando suporte individualizado aos pacientes durante as crises de adoecimento esperamos então treinar os estudantes a serem melhores ouvintes, comunicadores e profissionais, mais hábeis em proporcionar suporte às capacidades de cura do paciente em sua espiritualidade. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP A importância das ligas acadêmicas: relato de experiência do centro acadêmico de uma Escola Médica do Sul do Brasil Vinicius Pena Coutinho1 Lionel Leitzke2 Cléber Santos Júnior1 Samuel Bamberg Pydd1 RESUMO: Introdução: O Centro Acadêmico de Medicina - Ulbra (CAMU) tem, entre suas propostas, incentivar e regulamentar o exercício das Ligas Acadêmicas (LA) no Curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). As LA são grupos discentes, que estudam determinado tema, na busca de complementação acadêmica e saneamento das demandas da população. Conhecer a realidade de organizações discentes como as LA, possibilita o entendimento de seu conceito e suas propostas de atuação, além de ser importante para orientar as políticas institucionais de incentivo à formação de grupos desta natureza. Igualmente, permite-se mensurar a abrangência dos assuntos e atividades das LA, para que as mesmas não se tornem organizações pessoais, com a única finalidade de qualificar o currículo de seus organizadores.Objetivos: Relatar a experiência do CAMU na regulamentação da criação das LA e apoio às atividades científicas organizadas pelas mesmas, além de demonstrar a importância de tais grupos na formação dos acadêmicos de medicina da Ulbra. Metodologia: Foram revisados os temas das LA, presentes nos estatutos de cada entidade. Relatou-se o perfil das atividades das LA de acordo com os dados presentes no Livro de Registro de Atividades Científicas do CAMU. Através de revisão da literatura analisou-se o conceito do que seja uma LA, o perfil de atuação dessas organizações em realidades distintas e comparou-se tais dados com as informações presentes nos arquivos do CAMU. Resultados: Atualmente, o Curso de Medicina da Ulbra conta com as seguintes LA: Liga do Trauma & Emergência, Liga da Clínica Médica, Liga da Cirurgia Geral, Liga de Cardiologia, Liga da Dor, Liga Integrada da Ulbra (Cirurgia Plástica, Mastologia e Patologia), Liga de Medicina da Família e Comunidade e a Liga de Radiologia. Anualmente, foram realizados em média, quatro atividades extracurriculares pelas LA, desde 2001. Todas as temáticas foram consideradas abrangentes e complementares pelo Conselho das Ligas Acadêmicas do CAMU, criado na gestão 2008 para orientar e fiscalizar o exercício das LA. Além disso, foi encontrada a presença de membros de pelo menos quatro semestres diferentes na relação de colaboradores de todas as LA, o que fortalece o caráter integrativo e isento desses grupos. Conclusões: A formação de LA por grupos de estudantes que buscam complementação acadêmica, promoção de saúde e atividades de pesquisa e extensão iniciou na Ulbra com a Liga do Trauma em 2001, que realizou diversos cursos de atendimento pré-hospitalar tanto para estudantes de medicina quanto para a comunidade. Da mesma forma, as LA criadas após a Liga do Trauma, seguiram promovendo atividades científicas complementares anualmente. Na gestão 2008 do CAMU foi elaborado o regulamento das ligas acadêmicas, normatizando o exercício e a criação de novas ligas, evitando a proliferação indiscriminada das mesmas, exigindo representações docente e discente nos quadros de colaboradores e estimulando de maneira sustentável a criação de novas LA, à medida que apenas as LA com temas considerados abrangentes foram autorizadas a funcionar oficialmente. Isso foi comprovado com a identificação de membros pertencentes a no mínimo quatro semestres diferentes em cada LA, além da evidente generalidade dos temas de cada organização. 1 2 Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, Canoas, RS Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, Porto Alegre, RS A Liga de Medicina de Família LHuMHA: um modelo de integração humanista para estudantes de medicina Adriana Roncoletta1 Camila Rocha de Almeida1 Marjorie Nunes Vieira Bachmann1 Bruna Camargo Safraider1 Fabiana Rodrigues Botelho1 RESUMO: Introdução: As escolas brasileiras ainda não apresentam bons resultados, quando falamos em humanização no cuidado aos nossos pacientes. O modelo acadêmico atual esta centrado principalmente na ciência e tecnologia e o “lado humano” da medicina muitas vezes apresenta-se esquecido. Novas estratégias são necessárias para aumentar o interesse dos estudantes “em questões humanistas. Objetivos: Este projeto LHUMHA visa promover a reflexão aos estudantes de medicina da importância de uma medicina humanista. Metodologia: A LHuMHA – que significa Liga de Humanização Médico de Homens e de Almas - é uma organização de estudantes de Medicina do Centro Universitário São Camilo, formada por estudantes de medicina com o objetivo de encontrar uma nova maneira de estudar e praticar a medicina proporcionar uma visão mais ampla da relação médico-paciente e seu impacto sobre o tratamento do paciente como um todo. A organização tem como princípio fundamental a eficiência e a beneficência (goodwill), no âmbito terapêutico, através da educação e cuidado de seus membros, da comunidade profissional e acadêmica da área da saúde. Para alcançar seus objetivos, a LHuMHA propicia atividades na área médica como atendimento no ambulatório de Medicina de Família do Centro Universitário São Camilo, integração com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família (SOBRAMFA) e outras instituições, reuniões onde os alunos podem trazer temas que causam dúvidas e angústias relativas a sua formação e futura profissão. A dinâmica da Liga funciona com reuniões semanais e uma divisão dos integrantes em quatro grupos: enquanto um grupo realiza atendimento, os outros três participam de reuniões científicas. Essas reuniões se alternam no assunto: a cada duas semanas de discussões científicas, tem-se uma dinâmica tratando da relação médico-paciente ou discussão de artigos de cunho filosófico ou bioético. A abordagem científica na liga de humanização se justifica uma vez que a LHuMHA tem como fundamento a formação médica de excelência em todos os aspectos. O contato precoce com o paciente suscita questões éticas e as preocupações dos estudantes, que também são discutidos nas reuniões, porque proporciona um ambiente acolhedor para que os alunos possam se expressar. Resultados: Os resultados foram extremamente significativos, especialmente no contexto do atendimento realizado aos pacientes. Muitos dos alunos que passaram por essa experiência descreveram que após o medo inicial em relação ao atendimento, esse primeiro contato e, a integração com os colegas criada nas discussões em grupo, deixou-os “mais animados “ para buscar soluções e novas formas de se relacionar com o paciente. Com isso, foram proporcionados o desenvolvimento 33 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. e a incorporação de modelos a serem seguidos para humanizar a prática médica Conclusões: Programas destinados a promover o interesse do estudante de medicina em questões humanistas são úteis para a educação médica, promovendo a reflexão e contribuir para a compreensão nossos pacientes como um ser humano e não fazer a diferença em suas vidas. Curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP 1 estratégia amplamente utilizada em diversas instituições de ensino. Pudemos compreender que no contexto da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto ela cumpriu o seu papel oferecendo suporte, apoio, realmente acolhendo os seus estudantes. Apesar de mostrar-se uma estratégia em construção nessa instituição a tutoria é reconhecida como espaço importante e que contribuiu para formação integral dos estudantes que fizeram parte dela. Os temas levantados durante os grupos focais podem ser diretamente relacionados aos temas colhidos nos relatórios dos tutores, e essa convergência só pode ser percebida pela metodologia empregada. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP 2 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, Ribeirão Preto, SP 1 A tutoria institucional como estratégia de acompanhamento de alunos ingressantes na FMRP – USP: avaliando suas contribuições para o processo de ensino-aprendizagem Cecília Prado Sales da Silva1 Maria Paula Panúncio-Pinto2 RESUMO: Introdução: A nova situação colocada pelo ingresso na Universidade pressupõe uma nova visão sobre o que é estudar e como fazê-lo com responsabilidade e disciplina. Para dar suporte a essa nova fase que se inicia com o ingresso na graduação a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP através da Comissão de Graduação e do Centro de Apoio Educacional e Psicológico-CAEP mantém um programa institucional de tutoria que pretende ir além do acompanhamento, orientação e supervisão pedagógica do processo ensino-aprendizagem. Objetivos: Identificar através de estudo documental o histórico da tutoria institucional realizada nos cursos de graduação da FMRP-USP. E indicar como os estudantes percebem e avaliam a tutoria como estratégia de acompanhamento de alunos ingressantes. Metodologia: O presente estudo foi desenvolvido através da realização de um levantamento geral de temas e estratégias presentes nos encontros de tutoria desde o início do programa. Tais informações foram colhidas através de estudo documental dos relatórios de tutoria encaminhados pelos tutores. E através de uma abordagem preferencialmente qualitativa para obter a avaliação e a percepção dos alunos sobre o programa, estudantes foram abordados através de grupos focais, os quais seguiram um roteiro de discussão. Os estudantes selecionados para a pesquisa deveriam pertencer aos cursos de graduação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP (Medicina, Fisioterapia, Informática Biomédica, Nutrição e Metabolismo, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional), e deveriam participar ou terem participado da tutoria institucional. A seleção dos sujeitos dependia também do seu interesse em participar da pesquisa e da sua disponibilidade de horários para participar dos grupos focais, procedendo a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido e comparecendo a uma reunião do grupo focal. Resultados: A etapa de estudo documental baseou-se em dois tipos de documentos: (1) Projeto de implantação do Programa; (2) Relatórios dos encontros. A tutoria na FMRP-USP teve início no ano de 2003 atendendo apenas o curso de medicina. Os outros cursos ou “cursos novos” aderiram ao Programa Institucional de tutoria a partir de 2005. Foram disponibilizados pelo CAEP os relatórios da tutoria de 2003 a 2009. O tema mais freqüente, tanto em termos de sua presença em todos os anos e em todos os cursos, quanto em termos da freqüência com que foi abordado é o da “escolha profissional”.Foram realizados 4 grupos focais, com a participação de estudantes do mesmo curso durante cada grupo (grupo 1: Terapia ocupacional; grpuo 2: Terapia ocupacional; grupos 3: Medicina; grupo 4: Fonoaudiologia). Seguindo o roteiro de discussão, os resultados foram separados em dois eixos da discussão: (1) o impacto do ingresso na Universidade e (2) a tutoria (percepção e avaliação dos estudantes). Na primeira categoria a maior parte dos alunos relataram orgulho por está na FMRP-USP, responsabilidade por está na FMRP-USP, a universidade é diferente do que eles imaginavam e dificuldades de adaptação a nova rotina. Na segunda categoria,os resultados levaram a uma reflexão sobre inúmeros aspectos importantes que envolvem a tutoria, a educação universitária, o impacto do ingresso na universidade, a relação professor-aluno. Sendo que, os relatos de forma geral foram de que a tutoria ajudou os estudantes que participaram dela. Conclusões: A tutoria é uma 34 Atendimentos conjuntos com outras especialidades da saúde para a real formação interdisciplinar Marcelle Sakamoto Kubo1 Erika Neves de Souza Moraes1 Debora Duarte Macea1 Flavio Mitio Takahagui1 Steeven Shu Kai Yeh1 Rafael Bernhart Carra1 Iori Rodrigues Junqueira1 RESUMO: Introdução: No início dos anos 90, muitos hospitais e centros especializados de saúde têm abordado a necessidade do trabalho interdisciplinar entre equipes de saúde, tendo como objetivo final a melhora da saúde do paciente. Nas diversas tentativas já implementadas, encontram-se reuniões semanais dos diferentes profissionais de saúde, envolvimento das diversas profissões no mesmo projeto e relatórios mensais de cada equipe. Entretanto, nenhum modelo foi definido como a melhor forma de concretizar um atendimento interdisciplinar entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, e outros. Dessa maneira, o projeto de Extensão Médica Acadêmica (EMA) pretende abordar essa problemática incluindo na formação de médicos e demais profissionais da saúde, dentro da graduação de cada um, a integração interdisciplinar. Acreditamos que o atendimento aos pacientes por meio de grupos multidisciplinares melhora o resultado. Objetivos: Relatar a experiência de trabalho interdisciplinar vivenciada por alunos e profissionais de medicina e fisioterapia em um projeto de caráter voluntário e social, analisando os resultados. Metodologia: Utilizar-se-á o projeto EMA, do Bairro da Penha. O EMA foi criado por alunos em 1998 oferecendo atendimentos assistenciais médicos à comunidade do Bairro São Luiz, por meio da Fundação Julita. Há 6 anos, o projeto foi também implementado no Bairro da Penha, tendo apoio do Serviço de Assistência Social Penha (SASP). Em 2010, iniciaram-se os atendimentos da fisioterapia na comunidade com um modelo diferenciado dos centros de saúde atuais, onde os alunos de fisioterapia fazem parte dos mesmos grupos de atendimentos dos alunos da medicina, com discussão de todos os casos e atendimento dos pacientes em conjunto. Os atendimentos e atividades com a comunidade ocorrem aos sábados, tendo cerca de 8 pacientes por dia. Alunos de medicina e de fisioterapia atendem aos pacientes na mesma sala, com supervisão de médicos e fisioterapeutas, com quem discutem conjuntamente à respeito dos tratamentos e dos casos clínicos. Há reuniões semanais entre os membros do grupo para discussões dos casos. Cada grupo é formado por alunos de todos os anos da medicina e da fisioterapia. Resultados: Atualmente, são 4 grupos em atendimento na Penha, com cerca de 15 alunos de medicina e 2 alunos da fisioterapia. Foram realizados cerca de 20 atendimentos e discussões em conjunto, com 8 reuniões semanais. Fazem parte do projeto, nove alunos da fisioterapia, sendo 2 do quarto ano e seis do terceiro ano. A fisioterapia, juntamente com a medicina, já orientou cerca de 10 pacientes que apresentavam queixas de dores osteomusculares ou de outros acometimentos neurológicos ou ginecológicos. Conclusões: O modelo da ação conjunta pioneiro no Bairro da Penha vem apresentando resultados positivos tanto para alunos de medicina e fisioterapia, como para os pacientes da região, Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. o que proporciona um atendimento completo, além do aprendizado e respeito mútuo entre as duas áreas da saúde. Está em processo a integração dos alunos de nutrição no projeto seguindo o mesmo modelo já implementado. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 Atividade de Extensão da Liga de Pneumologia de Botucatu (LPB): conscientização sobre tabagismo ativo e passivo Marina Gonçalves Elias Sampaio1 Mariana Hikari Abe2 Priscila Garcia Viveiros3 Aline Ambrosio de Moraes1 Fellipe Tripoli de Miranda Mattos1 Mayra Naves Clemente1 Fernando de Freitas Monteiro1 Cristiano Claudino Oliveira3 Ana Esther Carvalho Gomes Fukumoto1 Irma de Godoy2 RESUMO: Introdução: A importância do cigarro como fator de risco para doenças graves promoveu implementação de medidas de controle na maioria dos países desenvolvidos, diminuindo o consumo. Porém o que se observa é um aumento do consumo nos países em desenvolvimento. A Liga de Pneumologia de Botucatu (LPB), entende que a atuação na cessação do tabagismo é uma importante atividade de extensão. Objetivos: Analisar a dependência dos entrevistados, a limitação de fluxo aéreo causada pelo tabaco e informar sobre os efeitos nocivos do cigarro e do tabagismo passivo, os benefícios obtidos com o fim do hábito de fumar e os tratamentos disponíveis para ajudar na cessação do tabagismo. Metodologia: Realizou-se, na 12ª Feira de Saúde do Município de Botucatu, abordagem dos tabagistas e, para tal, foi utilizado o questionário de Fagerströn, um parâmetro de medida da dependência nicotínica. Para cada tabagista abordado foi realizado o teste da medida do pico de fluxo expiratório (PFE) a fim de avaliar a limitação de fluxo aéreo causada pelo tabaco. Houve orientação sobre os riscos do tabagismo, além de frisar os problemas da exposição passiva ao tabaco. Foram distribuídos panfletos do ministério da saúde e outro confeccionado pela disciplina de Pneumologia do departamento de Clínica Médica da Faculdade. Resultados: A maior parte dos entrevistados mostrou interesse em entender melhor sobre a temática do tabagismo. Além disso, houve correlação entre dependência e alteração de espirometria. Os integrantes da LPB tiveram a oportunidade de desenvolver intervenção da população tabagista e comunicação com um público muito variado. Conclusões: A atividade demonstrou que os tabagistas ainda não são bem esclarecidos em relação aos malefícios do cigarro, as terapêuticas e aos benefícios da parada. Diante disso a LPB acredita que o tabagismo é um tema ainda muito importante a ser abordado em suas atividades. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP 3 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP 1 Avaliação de Ligas Acadêmicas: sociedades científicas ou atividades de Extensão Universitária? Pedro Tadao Hamamoto Filho1 Vinicius Cunha Venditti1 Cristiano Claudino Oliveira2 Henrique Claudio Vicentini1 Jamil Thiago Rosa Ribeiro1 Lidia Raquel de Carvalho3 Silvana Artioli Schellini1 RESUMO: Introdução: Ligas Acadêmicas (LA) são atividades estudantis de extensão universitária que cada vez mais ocupam o cotidiano dos estudantes de medicina no país. Nelas, os estudantes organizam atividades de vivência clínica, preparam aulas e seminários teóricos, desenvolvem projetos de pesquisa e trabalhos comunitários. Entretanto, a percepção de que as LA têm se constituído espaços de “especialização precoce”, motivou o Conselho das Ligas Acadêmicas (CONLIGAC) da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP a organizar um programa para avaliação das LA. Objetivos: Avaliar quais são e como estão distribuídas as atividades das LA da FMB/UNESP, com a intenção de analisar o perfil das mesmas. Metodologia: Entrevistas com os dirigentes das LA, nas quais se utilizou instrumento de avaliação com critérios organizados em quatro dimensões: eixo fundamental (objetivos, gestão e ideologia) e vetores de ensino, pesquisa e extensão universitária. Para comparações múltiplas entre as LA foi feitas análise de medidas repetidas com o método de Tukey. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Local e os entrevistados acordaram com termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Foram avaliadas 16 das 17 LA existentes na escola (uma delas, por recente criação, foi excluída do estudo). Das 16 Ligas, 15 têm objetivos bem definidos. As atividades são coerentes com a concepção de Liga em 81%. Em 69% há pactuação com os objetivos de formação da escola. Metade delas não articula satisfatoriamente ensino, pesquisa e extensão. Todas têm adequação financeira. Em 15 observou-se adequada supervisão docente nas atividades clínicas, com bom apoio de docentes e departamentos. Apenas uma não apresenta parâmetros de ingresso bem definidos. 75% das LA é aberta à participação de estudantes de outros cursos de graduação. 88% dos representantes das LA são assíduos nas reuniões do CONLIGAC. Atividades de interação entre LA estão presentes em quase todas (15), nas quais também há assiduidade dos membros em suas atividades. Menos de um terço das LA promove discussões sobre ensino de graduação. As maiores pontuações foram observadas no vetor de ensino. 75% das LA oferece aulas regularmente. 88% favorecem metodologias diversificadas de ensino, Na realização de cursos de capacitação e atualização, há atenção a temas de interesse do médico geral. Cerca de 80% oferece atividades práticas no Hospital das Clínicas ou em outros serviços de saúde. Já na dimensão de pesquisa, as LA têm desempenho fraco: metade das LA realiza trabalhos científicos, metade não apresentou trabalhos em congressos e mais de 80% não tem trabalhos publicados. Em extensão universitária, as LA concentram suas atividades em momentos pontuais de campanhas e feiras de saúde: todas participaram da Feira de Saúde do centro acadêmico e 75% em outras campanhas. Por outro lado, mais da metade das LA não faz atividades contínuas junto à população e sequer têm um projeto para fazê-lo. Com relação a atividades clínicas, 81,3% têm algum tipo de participação. Numa análise de comparações múltiplas entre as LA, o desempenho destas foi homogêneo, com apenas uma delas apresentando média superior à de outra; as demais não diferiram entre si. Conclusões: Chama a atenção o fato de as LA se concentrarem em atividades de ensino e, em sua maioria, não desenvolverem atividades contínuas junto à comunidade e terem pequena produção científica. Disso surge nosso questionamento: o que têm feito as LA? São apenas sociedades científicas para “especialização precoce” dos alunos interessados ou são, de fato, atividades de extensão universitária? As informações obtidas apontam para o primeiro perfil. Com nossos dados não é possível avaliar o impacto das LA na formação médica pois não investigamos motivações discentes para participação em LA nem a repercussão destas no cotidiano dos estudantes. Entretanto, o entendimento do perfil das LA e seus desvios, amplia a compreensão sobre o tema e suscita alvos de investigação. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP 3 Instituto de Biociências de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP 1 35 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Avaliação do binômio ensino-aprendizagem no Projeto de Extensão em Anatomia Humana realizado em Porto Velho, Rondônia, Brasil Alexandre Rezende Veloso1 Elton Waldraff da Silva1 Beatriz Souza Renor1 Beatriz Moser de Souza1 Danilo Teles Novais1 Paulo Adolfo Wessel Xander1 José Odair Ferrari1 RESUMO: Introdução: O projeto surgiu em 2005, sob o nome “Anatomia de Inclusão”, a partir de iniciativa desenvolvida por acadêmicos de medicina e professores da disciplina de anatomia. O público-alvo é composto por alunos do ensino médio de escolas do estado de Rondônia. Este projeto proporciona a interação entre alunos de medicina e alunos de ensino médio por meio do intercâmbio de saberes e da ampliação de horizontes das oportunidades educacionais. Objetivos: O objetivo deste estudo foi aprimorar o conhecimento dos acadêmicos de medicina na disciplina de Anatomia Humana, além de enfatizar a importância dessa vivência para a formação médica e construção de cidadania dos universitários e demais participantes envolvidos no projeto. Metodologia: O estudo prospectivo foi realizado ao longo do ano de 2009. A cada etapa do projeto, são recebidos aproximadamente 50 estudantes do ensino médio, provenientes de escolas previamente selecionadas, que comparecem ao Campus Universitário, acompanhados por seus professores. São recebidos no Bloco da Anatomia e assistem a uma exposição teórica ministrada pelos monitores da Disciplina de Anatomia. Em seguida, participam de uma visita ao Laboratório de Anatomia para contato com peças anatômicas artificiais e naturais. Ao término de cada visita, são aplicados questionários semi-estruturados, não-identificados, que abordam a opinião dos alunos em relação ao conteúdo ministrado, à relevância do mesmo e ao desempenho dos acadêmicos palestrantes. Também são abordadas as dificuldades encontradas pelos alunos, como acomodação na sala, acesso ao campus, compreensão da palestra. Finalmente, realizam um teste objetivo, com cinco questões, para a verificação do aprendizado do grupo. Uma reunião de autoavaliação é feita entre os acadêmicos ao final do dia. Os questionários e os testes são analisados por contagem simples. Resultados:Ao longo do ano de 2009, 284 estudantes do ensino médio participaram do projeto. Verificou-se que 250 (88%) alunos acertaram três questões ou mais do teste objetivo e 14 (12%) alunos revelaram dificuldades na compreensão da palestra. A explanação teórica foi ótima para 194 (68,3%) e boa para 88 (31%). Sobre as atividades com as peças anatômicas, 187 (65,84%) estudantes avaliaram como ótima, 84 (29,6%) como boa e 7 (2,5%) como regular. Além disso, 115 (40,5%) conceituaram ótima a explicação dos acadêmicos para tirar as suas dúvidas, 153 (54%) conceituaram boa e 9 (5,5%) consideraram regular. Conclusões: A análise dos questionários permite verificar que os estudantes convidados adquiriram conhecimentos de Anatomia Humana e tiveram o interesse despertado para estudar na Universidade. O Projeto, além de gratificante, tem sido marcante na formação dos acadêmicos com desdobramentos na consolidação de competências e habilidades em Anatomia Humana, permitindo a divulgação de conhecimentos, além de constituir um treinamento para a docência e exercício de cidadania. 1 Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, RO Avaliação do nível de conhecimento das crian-ças acerca de doenças renais: efetividade e repercussão da campanha do dia mundial do rim em 2010 Gabriela Romano de Oliveira1 Maurício Braz Zanolli1 Denise Marvulle Tan1 Vinicius Tadeu Rodrigues Ferreira1 Viviane de Paula Pretti1 36 Andrea Alonso Negrini1 Gabriela Cristina de Moreira Galvão1 Mirella Almeida Oliveira1 Felipe Mendonça Lacerda1 Cintia Delbem Albino1 Clara Buscarini Leutewiler1 Mariana Carrasco Ferreira Dionisio1 Bruna Fernandes Diniz Neiva1 Maria Fernanda Guerini1 Rie Nadia1 RESUMO: Introdução: A Doença Renal Crônica(DRC) emerge hoje como um sério problema de saúde pública em todo mundo, sendo considerada uma “epidemia” de crescimento alarmante. Estima-se que existam mais de 2 milhões de brasileiros portadores de algum grau de disfunção renal. A presença dessa disfunção acarreta em elevação do risco de morrer prematuramente por doença cardiovascular em cerca de 10 vezes em comparação à população normal. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento desta desordem são: diabetes mellitus, hipertensão arterial, envelhecimento e história familiar de DRC. Uma importante iniciativa é a mobilização para conscientizar e alertar as crianças sobre a importância de cuidar dos rins. Por se tratarem de doenças silenciosas, muitos indivíduos só procuram ajuda quando as doenças já estão num estágio mais avançado. Objetivos: Avaliar o grau de instrução das crianças com relação a prevenção de doenças renais e identificar os fatores de risco como importante estratégia de promoção à saúde. Metodologia: Foi realizada campanha temática sobre diabetes e rim numa escola particular de Marília-SP. Todas foram informadas sobre riscos e complicações de diabetes e doenças renais, bem como receberam orientações gerais sobre mudanças nos hábitos de vida. Ao final da abordagem, 240 crianças com idade entre 9 e 13 anos de ambos os sexos, responderam um questionário contendo itens sobre hábitos alimentares, nivel de conhecimento sobre creatinina, história familiar de Hipertensão, Diabetes ou patologias renais, bem como avaliação da atividade. Resultados: Em nossa amostra, 97% tem o hábito de comer fast-food e/ou lanches pelo menos 1 vezes por semana, 26% ingerem mais de 2 litros de água por dia, 90% praticam exercício físico ao menos 2 vezes por semana, 68% come salgadinhos industrializados ao menos 1 vez por semana. Nenhuma das crianças sabia o que era creatinina. Dos entrevistados 44% já realizaram exame de urina previamente. Deles, 88% têm histórico de pressão alta, diabetes na família e 34% têm histórico de alguma doença renal na família. A maioria das crianças julgou como muito importante a abordagem realizada para prevenção de doenças que lesam o rim (98%), bem como a iniciativa dos pesquisadores(94%). Conclusões:Atividades educativas e preventivas com relação a doenças renais com crianças são exeqüíveis e de grande significado epidemiológico, pois as crianças estão em sobrepeso, alimentando-se com alta ingesta de sódio, baixa ingesta hídrica e a maior parte desconhece os malefícios dessa conduta para a função renal. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marilia, SP Avaliando o processo de ensino aprendizagem: a percepção do aluno sobre a realização do TCC Thiago Barbosa de Santana1 Fabiana Neman2 RESUMO: Introdução: O currículo universitário tem uma carga horária que torna difícil transmitir aos alunos todo o conteúdo extenso e importante para a formação do profissional mais adequado ao mercado de trabalho, gerando assim a percepção da necessidade da busca de conhecimento além daqueles transmitidos em sala de aula. Um dos maiores desafios para o sucesso das mudanças é a adoção de uma metodologia mais holística e de métodos mais participativos. Considerando o atual panorama nas políticas de formação profissional e para configurar um profissional médico comprometido com a realidade social, com a organização do setor de saúde e com a própria profissão, a faculdade propõe ações que interagem e propiciem transformações Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. no pensar e fazer, implicando em um ensino de qualidade. As diretrizes curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Medicina também determina que para a conclusão do curso o aluno deverá realizar um trabalho sob orientação docente. O TCC (trabalho de conclusão de curso) deverá apresentar o resultado das experiências desenvolvidas pelos alunos, sendo o tema de escolha do aluno em conjunto com seu orientador. Cabe ressaltar que o TCC deve ser entendido como o ponto de partida para o desenvolvimento do raciocínio científico e do produzir conhecimento científico, contribuindo para despertá-lo do pensar/ fazer em Medicina. Muitos estudos apontam a necessidade de integrar a pesquisa no eixo norteador da formação profissional. Por isso sentíamos a necessidade de investir na atividade, salientando para o aluno a importância de aprender a pesquisar. Objetivos: Identificar se a realização do estudo científico durante o curso de graduação em medicina tem possibilitado construir seu próprio aprendizado, gerando mudanças na postura acadêmica do aluno de graduação em medicina; Conhecer quais as mudanças possibilitadas na postura acadêmica do aluno em decorrência de ter participado dessa atividade. Metodologia: A população foi constituída por alunos do curso de graduação em medicina que desenvolveram as atividades objetivo de avaliação deste estudo. As técnicas de coletas de dados são basicamente relatos de primeira pessoa. Essa entrevista tem o objetivo de permitir a manifestação de cada um dos participantes sobre as questões deste estudo e suas impressões de importância e interesse pela temática abordada. Os dados obtidos foram submetidos ao procedimento de análise de discurso sugeridos por Forghieri (1993) conforme as necessidades exigidas para conclusões desta pesquisa. Resultados: A realização do TTC muda a percepção do aluno no âmbito do ensino-aprendizagem, esses alunos ficam mais críticos, pesquisam melhor , organizam o seu estudo, valorizam mais os congressos os quais participam e aprenderam a valorizar mais as metodologias dos artigos os quais lêem. Conclusões:Analisando os relatos dos alunos que concederam as entrevistas, podemos observar que é evidente que depois da realização do TCC há uma melhora dos estudos dos alunos; segundo o relato desses alunos que realizaram o TCC, a principal mudança é o senso crítico melhorado. Outra opinião que prevalece pós-realização do TCC, domínio sobre o assunto abordado no TCC; atualização é outro relato dos entrevistados e freqüentar congressos e simpósios nos quais está inserido o assunto tema de seus TCCs é outro relato dos estudantes. 1 2 Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP durante o curso de graduação tem possibilitado construir seu próprio aprendizado, permitindo a graduação de um profissional crítico e reflexivo capacitado a inserir-se no mercado de trabalho, estando mais apto a solucionar problemas de maneira mais prática e usual. Metodologia: A busca de respostas orienta-nos para que o presente estudo tenha um caráter qualitativo, por pretender desvelar uma realidade de vivência de aprendizado profissional.A população será constituída por alunos do curso de graduação em medicina que desenvolveram as atividades objeto de avaliação deste estudo. As técnicas de coletas de dados serão basicamente relatos de primeira pessoa. Com o consentimento grupal e prévia autorização da CEP da instituição em questão, os sujeitos convidados a participar da pesquisa com aplicação de um instrumento de coleta de dados composto de uma entrevista semi-estruturada. Resultados: Na busca de respostas utilizou-se entrevistas com alunos que ja realizaram essas atividades, escolhidos de modo aleatóreo. Estas entrevistas foram gravadas com o consentimeno dos respondentes. A análise seguiu orientações de Frghieri (1989).A análise das repostas obtidas com as entrevistas indica que realizar tais atividades extracurriculares, embora seja mais uma tarefa para aqueles que estão com muitas atividades, parece comensar satisfatoriamente, pis agrega qualidade ao processo de formação. O estudo parece confrmar que desenvolver estas atividades gera impacto positivo no prcesso de ensino apendizagem, deixando o aluno mais seguro para seu desenvolvimento, bem como ampliando os horizontes de conhecimento. Conclusões: Sabemos que as competências começam a se formar antes mesmo do aluno ser graduado como profissional.Segundo Saldiva (2006) a iniciação científica é uma oportunidade de desenvolver habilidades que colaboram com a boa formação médica. O desenvolvmento deste estudo permite entender que realizar avidades de ensino-aprendizagem extra-muro/extra-sala de aula, de cunho cientfico,durante o curso de graduação, influencia de modo positivo o aprendizado dos alunos, sob a ótica deles próprios, fornecendo subsídios que otimizam a qualidade do aprendizado do processo de formação profissional. Foi possivel entender os alunos que realizaram atividades complementares adicionariam algo para sua formação acadêmica, muitos afirmam terem melhorado muito na pesquisa de artigos científicos bem como no parendizado coidiano. Houve tanto interesse pelas atividades que muitos referiram pretender seguir uma especialidade relacionada aa atividades complementares desenvolvidas durante este epríodo. 1 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Avaliando o processo de ensino aprendizagem: a percepção do aluno sobre as atividades complementares Campanhas de cadastro de doadores de medula óssea: uma importância para o REDOME e para o planejamento de uma terapia transfusional Fabiana Neman1 William Brunelli de Souza1 Luis Eduardo Silva Móz1 Marília Formentini Scotton1 Luiz Henrique Congio1 Rafael Bispo Paschoalini1 RESUMO: Introdução: Considerando atual panorama nas políticas de formação profissional e para configurar um profissional médico comprometido com a realidade social, com a organização do setor saúde e com a própria profissão, a UNICID propõe ações que integrem e propiciem transformações no pensar e fazer, implicando em um ensino de qualidade. Para tanto, visando enriquecer e complementar mais sua a formação, o aluno de medicina será constantemente estimulado a participar de programas de iniciação científica, monitorias, extensão, atividades extracurriculares e programas de atendimento à comunidade entre outros. As Atividades Complementares deverão perfazer 360 horas (5% da carga horária do currículo) e possuem a característica de serem atemporais, respeitando o tempo de cada aluno, mantendo coerência com a proposta curricular institucional. Então, podem ser desenvolvidas durante todos os semestres, devendo estar completa até o final do curso de graduação, sendo suas normas regulamentadas pelo colegiado do curso. Objetivos: Conscientes de que o conhecimento é produzido em diferentes e variados momentos e considerando a circunstância atual prevalente no ensino superior, cujo objetivo maior é a formação médica com qualidade, elegemos para este estudo analisar se para o aluno participar das experiências de aprendizado possibilitadas pelas Atividades Complementares RESUMO: Introdução: Em meio à dificuldade em se encontrar doadores compatíveis para transplante de medula óssea, a Liga do Câncer de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, junto com o Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina dessa cidade vem realizando campanhas de cadastro de doadores de medula óssea em eventos de promoção à saúde na cidade, como duas Feiras de Saúde promovidas pelos estudantes da instituição e o Ação Global promovido pelo SESI em parceria com a Rede Globo, entre 2008 e 2009. Objetivos: Os principais objetivos são aumentar o número de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), capacitar os alunos da liga sobre o tema Transplante de Medula Óssea, bem como transmitir essas informações à população. Metodologia: Foram ministradas aulas aos participantes da Liga, com temática relacionada, a fim de capacitar os integrantes para o correto preenchimento do cadastro e esclarecimento de dúvidas da população. Nos dias dos eventos, após o cadastro, a equipe de enfermeiros do hemocentro realizou a coleta de 5ml de sangue para posterior análise do sistema HLA. Resultados: No período de 37 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. um ano, foram realizadas três campanhas com o cadastro de 281 pessoas, número considerável já que no Hemocentro da instituição diariamente se cadastram cerca de 3 pessoas. Além disso, no último evento foi possível analisar a prevalência dos tipos sanguíneos das pessoas cadastradas (80 de um total de 111) por meio de dados do cadastro, com maior incidência do tipo O (50%), A (41,25%), seguidos do tipo B (6,25%) e AB (2,5%), sendo que 31 pessoas não souberam informar seu tipo sanguíneo. Conclusões: A maior contribuição foi o aumento do número de pessoas cadastradas no REDOME. No entanto, os resultados encontrados no último evento também são de extrema importância para que novos estudos sejam realizados a fim de que políticas de planejamento em saúde sejam empregadas para um adequado suprimento das demandas da terapia transfusional na cidade. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 Campanhas temáticas como extensão universitária: uma via de prevenção Gabriela Romano de Oliveira1 Cristiano Machado Galhardi1 RESUMO: Introdução: As atividades de extensão das ligas acadêmicas têm como preceitos contribuir para o atendimento e promoção de saúde à comunidade, estabelecer uma oportunidade para o aprimoramento da formação técnico-científica e humanística dos alunos, promovendo atividades interdisciplinares, integrando os profissionais da saúde e produzindo conhecimentos frente às demandas sociais. As campanhas temáticas como forma de atividade de extensão tem como propósito desenvolver ações de sensibilização sobre a importância do cuidado com a saúde e captar a população precocemente através da prevenção. Para atuar nesse contexto, tem-se enfatizado um novo processo de trabalho que consiste na co-responsabilização do cuidado entre profissionais de saúde e população alvo, com vistas a possibilitar a construção de consciência preventiva. Objetivos: Identificar as necessidades em saúde da comunidade para organização de práticas que promovam ações essencialmente assistenciais, que favoreçam ações de promoção, prevenção em saúde e integralidade do cuidado. Metodologia: Para seleção da amostra, foram utilizadas as associações de moradores dos bairros, shoppings e ruas comerciais da cidade. Essas populações que foram inseridas fazem parte do nosso cenário de atuação, que são as unidades de práticas profissionais integradas às comunidades. A abordagem ocorreu por meio de anamnese dirigida, verificação de fatores de risco e informações via material impresso temático. Os entrevistados responderam a questionários mistos, com questões que avaliaram a intencionalidade da campanha, bem como sua efetividade e repercussão, dando uma percepção da especificidade necessária em cada abordagem. Resultados: A maior parte dos abordados nas campanhas (99,7%) descobriu ser portadora de um novo fator de risco para adoecimento, tal como pressão arterial elevada, glicemia capilar fora dos padrões preconizados ou creatinina elevada, fato este que indicia uma grande necessidade de ação pontual nas populações atendidas. Os entrevistados julgaram como muito importante a abordagem realizada para prevenção (96,55%), pois se sentiram acolhidos e informados por meio de linguagem acessível. A iniciativa dos acadêmicos foi satisfatoriamente avaliada (98,86%). A população abordada propôs diferentes temas, sugerindo outras patologias e locais que possuam públicos alvo diferenciados para próximas atuações (94,52%), contribuindo para ações que visem a integralidade do cuidado em suas diferentes necessidades sob a ótica dos que dela usufruem.Conclusões: O desafio que se impõe, portanto, é transformar a premissa de prevenção em ações de saúde, considerando a complexidade do ambiente social e cultural em que as ações de saúde acontecem, transcendendo o enfoque biologicista predominante no cotidiano das práticas na área da saúde. Assim sendo, as campanhas tem como finalidade qualificar a prática da atenção integral a saúde através de intervenções pontuais, eficazes e direcionadas. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marilia, SP 38 COLIGG-SP – A extensão envolvendo várias universidades Tiago Ribeiro Vannucchi1 RESUMO: Introdução: COLIGG-SP, Coordenadoria das Ligas de Geriatria e Gerontologia do Estado de São Paulo, é formada por Ligas acadêmicas de Geriatria e/ou Gerontologia; é reconhecida e filiada à Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seção São Paulo (SBGG-SP). Todas as Ligas do Estado de São Paulo podem se associar à COLIGG-SP; Ligas de outros Estados poderão compor o quadro de colaboradores. Objetivos: Os principais objetivos são promoção e estímulo da troca de experiências entre as Ligas estudantis de Geriatria e Gerontologia, incentivo à criação de novas Ligas, realização de eventos que envolvam acadêmicos de diferentes universidades e coleta, análise e divulgação de dados epidemiológicos. Metodologia: Organização do Simpósio das Ligas de Geriatria e Gerontologia durante cada edição do Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia (GERP) promovido pela SBGG-SP, orientação da Campanha do Dia do Idoso de cada Liga participante, organização do Tele-Simpósio das Ligas e promoção de atividades em conjunto entre as Ligas participantes, incluindo a realização de estudos multicêntricos. Resultados: As Ligas de Geriatria e/ou Gerontologia cadastradas em 2009 foram das seguintes instituições: FMUSP, Faculdade de Medicina de Ribeirão PretoUSP, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal do Amazonas, Faculdade de Medicina de Jundiaí, PUC-Campinas, UNIFESP, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP, Curso de Gerontologia da EACH-USP e FAMEMA. A Liga de Telemedicina e Telessaúde da FMUSP também esteve cadastrada e sua participação é fundamental na realização do Tele-Simpósio. Em 2008, a Liga de Cuidados Paliativos da FMUSP também participou na elaboração do TeleSimpósio que teve esse tema. O último simpósio das Ligas no GERP discutiu os temas “A formação do profissional em saúde e o envelhecimento populacional”, “Ligas Acadêmicas: especialização precoce ou bases para um generalista?”, “Como uma Liga de geriatria pode contribuir para a formação de um não geriatra?”, “Comunicação entre estudantes de Ligas e idosos assistidos: relação conversacional idoso-jovem e infantilização da velhice no diálogo cotidiano”. O tema do I Tele-Simpósio, realizado em 2008, foi “Cuidados Paliativos no Idoso”; foram 683 inscritos e 1168 kg de alimentos foram arrecadados; dessa forma, 10 instituições envolvidas com a saúde de idosos foram beneficiadas. O tema do Tele-Simpósio de 2009 foi “Sexualidade no Idoso”. A Campanha do Dia do Idoso é um evento multicêntrico organizado anualmente pela COLIGG-SP. Após a escolha do tema a ser trabalhado, cada Liga organiza sua campanha estando livre para abordar o tema da forma mais apropriada e desenvolver atividades educativas e intervenções voltadas tanto para a população idosa como para os acadêmicos da área da saúde. No ano passado, na Campanha realizada na FMUSP, foi realizada uma pesquisa com os idosos sobre “Inclusão Digital” e “Auto-percepção da Saúde” que será seguida por uma coleta multicêntrica de dados nas campanhas deste ano, com posterior elaboração de um estudo multicêntrico realizado por acadêmicos. Conclusões: A COLIGG-SP tenta extrapolar os alicerces de um projeto de extensão (assistência, ensino e pesquisa) para além de uma única universidade. A comunicação entre estudantes de diferentes cursos (medicina, enfermagem e gerontologia) e universidades é a base para a realização de todos os projetos. Por isso, sem dúvida, o maior desafio da COLIGG-SP é a comunicação entre os membros e a realização de reuniões, justamente por envolver pessoas de diferentes cidades e estados. Com certeza, todas as diretorias da COLIGG-SP sonharam em criar um grupo nacional, mas os entraves da logística impedem essa realização. Além disso, as atividades de pesquisa desse projeto de extensão ainda precisam ser melhor estruturadas, incentivadas e padronizadas. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Educação em saúde - que profissionais pretendemos formar? Sônia Regina Middleton1 Danielle Silva Machado1 RESUMO: Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, “o foco da educação em saúde está voltado para a população e para a ação”. As ações desenvolvidas pelos profissionais de saúde devem encorajar as pessoas a terem hábitos saudáveis, e atitudes e decisões que visem melhoria das condições de saúde e do meio ambiente, de forma individual e coletiva. Projetos de extensão, desenvolvidos na nossa universidade, têm proporcionado atividades em comunidades populares, onde interagem profissionais e acadêmicos de saúde de diferentes áreas, em perfeita integração, possibilitando que os estudantes programem palestras, elaborem instrumentos e trabalhos de pesquisa, busquem soluções para auxiliar as comunidades. Estas atividades contribuem para a formação de profissionais mais adequados às necessidades do nosso país, e para que tenham um compromisso cívico desejado. Objetivos: Estimular acadêmicos das áreas de saúde a participarem de atividades extensionistas nas comunidades. Metodologia: Os acadêmicos realizam ações preventivas de saúde e educação. Organizam palestras e eventos, promovem orientação aos pacientes. Atuam como educadores em saúde. Os dados coletados de suas ações são utilizados na elaboração de trabalhos científicos. Nas reuniões de avaliação, são relatados os sentimentos dos acadêmicos, dificuldades e idéias que possam melhorar o trabalho e a interação com as comunidades. Resultados: Os alunos trabalham em equipe multidisciplinar, praticando conhecimentos teóricos, relacionandose com os clientes e conhecendo o cotidiano do paciente que está tratando. Esta vivência cria uma formação prática, e um compromisso cívico. Para as comunidades a ação amplia o atendimento primário adequado. Os alunos têm maior aprendizado prático, consolidando o aprendizado teórico. Princípios de liderança, trabalho em equipe, prática de atendimento com poucos suportes e troca de experiências entre os acadêmicos são sempre estimuladas neste trabalho, e tem grande valor para a formação discente. O trabalho na atenção primária, além da inserção precoce do aluno no atendimento ao paciente, desperta nestes alunos segurança e compromisso. Estando na comunidade, têmse uma noção real do cotidiano dos pacientes. A avaliação regular das ações e a troca de experiências entre discentes de diferentes cursos, amplia a visão de que pessoas com aptidões diferentes enriquecem o trabalho em equipe.Conclusões: : Muito se fala no tripé ensino, pesquisa e extensão, mas a prática mostra que apenas as atividades de ensino são consideradas essenciais à formação. A melhor forma de estimular a participação extensionista, seria fornecer espaço na grade curricular para estas atividades, e pontuar estas atividades, considerando-as parte integrante da formação discente. Poderíamos ter 10 ou 15 % dos cursos de graduação destinados a atividades diferenciadas. Assim poderíamos formar, numa mesma universidade, profissionais com características diferentes, não massificados, aptos a trabalhar em diferentes campos, desde a atenção básica até cuidados terciários. As grandes injustiças sociais instigam os jovens a fazer a diferença. A participação ajuda a formar cidadãos mais atuantes e conscientes, aprimorando seu caráter. A universidade deve colaborar e incentivar esta participação, de modo a formar cidadãos comprometidos com uma sociedade mais justa. Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ 1 Efetividade e repercussão da campanha do dia mundial do coração na cidade de Marília Gabriela Romano de Oliveira1 Alexandre Rodrigues1 Laryssa Maria Siqueira Padua1 RESUMO: Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) tornaramse a primeira causa de óbitos no Brasil desde a década de 60, sendo fundamental uma boa forma de atuação sobre os fatores de risco que as compõem. Uma importante iniciativa de promoção à saúde é a Semana do Coração, organizada pelo Fundo de Aperfeiçoamento e Pesquisa em Cardiologia, órgão da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Estudantes de medicina, membros da Sociedade Científica do Coração, realizam a cada ano, na Semana do Coração, campanha temática a fim de alertar a população participante sobre o impacto das DCV como forma de extensão e prática universitária. Objetivos:Avaliar a efetividade e repercussão da campanha do dia mundial do coração na cidade de Marília como importante estratégia de promoção à saúde e integralidade do cuidado. Metodologia: Foi realizada campanha temática num shopping de Marília. Cerca de 1.000 pessoas foram abordadas por meio de anamnese dirigida, verificação de sinais vitais e dados antropométricos. Todas foram informadas sobre riscos e complicações de DCV e receberam orientações gerais sobre mudanças nos hábitos de vida. Ao final da abordagem, 426 indivíduos com idade entre 15 e 75 anos de ambos os sexos, concordaram em participar da pesquisa e responderam um questionário com três itens sobre a percepção do entrevistado para com sua saúde e outros três sobre a importância dessa iniciativa, sendo as opções de resposta afirmação, negação ou anulação. Resultados: Em nossa amostra, 59,62% dos entrevistados acreditam que cuidam da saúde e 50,70% conversam abertamente sobre mudanças de hábitos para prevenção de DCV. Entretanto, 53,05% não se consideram felizes com o corpo atualmente. Dos abordados, 69,24% descobriram serem portadores de um novo fator de risco por meio da campanha. A maioria julgou como muito importante a abordagem realizada para prevenção de DCV (97,88%), bem como a iniciativa dos acadêmicos (94,6%). Conclusões: Atividades educativas, preventivas e de triagem na Semana do Coração são exeqüíveis e de grande significado epidemiológico. A população sente a necessidade desse tipo de informação e serviço, consolidando o conceito de extensão universitária no meio médico-acadêmico. Isso indica tendência à integralidade do cuidado na prevenção e promoção à saúde. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marilia, SP Experiência da Liga de Pneumologia de Botucatu no planejamento e execução de campanha de conscientização sobre tuberculose Priscila Garcia Viveiros1 Mariana Hikari Abe2 Aline Ambrosio de Moraes3 Fellipe Tripoli de Miranda Mattos3 Mayra Naves Clemente3 Fernando de Freitas Monteiro3 Marina Gonçalves Elias Sampaio3 Irma de Godoy2 RESUMO: Introdução: A tuberculose é uma enfermidade com altas taxas de incidência e mortalidade no mundo, representando grave problema de saúde pública. Atividades de conscientização sobre a doença são relevantes para realização de diagnósticos e tratamentos precoces dos infectados, contribuindo para o controle da doença. Neste contexto, a Liga de Pneumologia de Botucatu (LPB), participou, em 2009, do Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Objetivos: Esclarecer a população sobre os sintomas e tratamento da tuberculose. Metodologia: Os 18 acadêmicos membros da LPB foram capacitados em aula com Infectologista e depois elaboraram um folder explicativo sobre a doença, fundamentando-se nos conceitos aprendidos e em bibliografia científica. Realizou-se a campanha de conscientização sobre a tuberculose transmitindo informações por meio de panfletagem (600 folders distribuídos em 2 dias) e diálogo com pacientes em sala de espera para atendimento em diferentes setores do Hospital das Clínicas da Faculdade. Resultados: A campanha despertou a atenção das pessoas para os sintomas da tuberculose. Elas foram orientadas que, nesses casos, é preciso dirigir-se à Unidade Básica de Saúde para investigação. Percebeu-se que grande parte dos pacientes sabia sobre a doença e sua forma de contágio, porém desconhecia a possibilidade de tratamento. Alguns indivíduos não ofereceram grande abertura ao diálogo, permitindo apenas a entrega do panfleto não dando chances de maiores esclarecimentos, sendo esse um ponto crítico da abordagem. Conclusões: A experiência de contribuir para a 39 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. conscientização da população em relação à tuberculose foi significativa para os ligantes, especialmente àqueles que ainda estão no ciclo básico, pois tiveram a oportunidade de interagirem com a comunidade. A LPB pretende aprimorar essas atividades de educação em saúde, estendendo-as à rede de atenção primária. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP 3 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP Importância da Semana Acadêmica na formação dos estudantes de medicina: relato de experiência do centro acadêmico de uma Escola Médica do Sul do Brasil 1 Extensão universitaria: instrumento para a valorização do ser humano Sônia Regina Middleton1 Mariana Ferreira Veras1 Leandro Moreira Peres1 Suelen Peixoto Marinho1 RESUMO: Introdução: Numa sociedade marcada por desigualdades e injustiças sociais, a legitimidade da universidade só será cumprida quando as atividades de extensão se tornarem tão essenciais que passem a integrar as atividades curriculares. A função das universidades para a transformação social ocorre a partir do momento em que esse aprofundamento busca formar cidadãos conscientes da realidade do país e da importância do papel que exercem junto à sociedade. Nesse contexto, o trabalho realizado nas comunidades da Providência, Chapéu Mangueira e Babilônia tem uma historia relevante na conscientização dos estudantes para a valorização do ser humano, favorecendo um aprendizado prático da vivência do profissional de saúde na atenção básica. Objetivos: Relatar a experiência de estudantes de medicina no atendimento a comunidades, ainda no ciclo básico. Oferecer atendimento primário de qualidade nas comunidades assistidas Metodologia: Estudo descritivo, tipo relato de experiência, desenvolvido pelos autores após um ano de participação nos projetos de extensão na comunidade da Providência, no Instituto Central do Povo (ICP), e nas comunidades Chapéu Mangueira e Babilônia no Leme, Rio de Janeiro. Resultados: Os projetos de extensão a que se refere esse estudo tiveram suas parcerias firmadas em 1999, objetivando oportunizar o aprendizado teórico prático no atendimento a populações de baixa renda. A infra-estrutura conta com atendimento médico regular, através de atendimento ambulatorial, e acompanhando do desenvolvimento ponduro-estatural das crianças das creches comunitárias e do reforço escolar. Os alunos participam das consultas médicas, pesando , medindo e avaliando os sinais vitais dos pacientes, e visitam as creches regularmente para pesar e medir todas as crianças. Os dados são plotados na curva de crescimento, e todos os que estão fora da faixa de normalidade e/ou próximo aos extremos da normalidade são encaminhados para consulta na pediatria, de modo a prevenir grandes desvios da normalidade. Os atendimentos possibilitam conhecer a realidade social, assumindo particular importância na medida em que se integram à rede assistencial e servem de espaço diferenciado para novas experiências voltadas à humanização, ao cuidado e à qualificação da atenção básica à saúde. Os acadêmicos também participam da organização de eventos de saúde nas comunidades, e de eventos de instituições parceiras, como a Sociedade de Amigos da Terceira Idade (SATI), realizados no calçadão de Copacabana, oferecendo aferição de pressão arterial e de glicemia capilar e orientações de cuidados de saúde à população atendida. Os dados obtidos nestas feiras e no acompanhamento das crianças são utilizados para a elaboração de diversos trabalhos científicos. Conclusões: O acadêmico que participa destes projetos é capaz de aprimorar seus conhecimentos e sua comunicação com o público, tornando o atendimento mais humanizado, e possibilitando a prática em serviço. Os conhecimentos adquiridos na universidade passam a ter um sentido maior e mais imediato, facilitando o aprendizado teórico. Auxiliam a população atendida, pois os discentes se envolvem com a comunidade, passam a conhecer as reais necessidades e problemas deles, buscando, juntos, soluções para melhorar a qualidade de vida destas pessoas e selando um compromisso social duradouro. A elaboração de trabalhos de pesquisa, e a apresentação em congressos e similares, favorecem a desenvoltura do discente e sua integração com estudantes de outras universidades e com linhas de pesquisa diferentes, ampliando o conhecimento e as futuras áreas de atuação profissional. Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ 1 40 Vinicius Pena Coutinho1 Lionel Leitzke2 Cléber Santos Júnior1 Samuel Bamberg Pydd1 RESUMO: Introdução: O Centro Acadêmico de Medicina - Ulbra (CAMU) tem entre suas propostas, organizar anualmente a Semana Acadêmica do Curso de Medicina (SA), um evento científico, organizado exclusivamente por estudantes, com o apoio da coordenação do Curso de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Conhecer a estrutura deste tipo de encontro, organizado por acadêmicos, na busca de complementação científica, é importante para a orientação de políticas institucionais e discentes de apoio à extensão universitária, pois tais atividades promovem a complementação do ensino médico e a integração dos participantes através do encontro dos palestrantes, com ouvintes e expositores de posteres de diversas instituições de ensino. Além disso, é valorizada a iniciação científica, à medida que trabalhos são expostos e premiados na SA. Objetivos: Relatar a experiência do CAMU na organização de semanas acadêmicas e apresentar uma reflexão sobre a importância desta atividade complementando a formação do estudante de medicina. Metodologia: As semanas acadêmicas realizadas nas gestões 2007/ 2008 e 2008/2009 do CAMU, foram descritas levando em consideração as características do evento e o apontamento dos dados registrados no Livro de Registros de Atividades Científicas do Centro Acadêmico de Medicina – Ulbra. A reflexão sobre a importância da SA na formação dos estudantes de medicina, buscou bases na literatura que comprovaram a relevância de eventos dessa natureza e relacionou tais informações com os números encontrados nos registros oficiais das atividades científicas, nos arquivos do CAMU.Resultados: A média de participantes das SA de 2008 e 2009 foi de 201 ouvintes, o que corresponde a 33,5% das matrículas totais permitidas para o Curso de Medicina da Ulbra. Em média, houve a exposição de 84,5 posteres de trabalhos científicos de autoria exclusiva de estudantes de graduação e 10,5 palestras compondo a programação das SA. Conclusões: A elaboração e a promoção de uma SA é um processo complexo, que exige de seus organizadores planejamentos prévios, apoio institucional, percepção das necessidades científicas do público-alvo, referenciais de palestrantes e adesão da comunidade em que o evento está inserido. Aulas de temas como “Medicina do Exercício e Esporte – SA 2008 e “Transplante Multi-visceral” - SA 2009, atribuíram o caráter de complementação acadêmica ao temário dos eventos. A participação de palestrantes de instituições como Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS), Universidade de Caxias do Sul (UCS), dentre outras, confirmaram a capacidade integrativa desse tipo de evento. Sendo assim, fica evidente a importância do fomento às SA pelas universidades mantenedoras, coordenações e organizações discentes dos cursos de medicina, à medida que tais encontros promovem integração, complementação da formação médica e incentivo à pesquisa e extensão. 1 2 Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS Universidade Luterana do Brasil, Porto Alegre, RS Liga de Cirurgia Cardiotorácica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo: doze anos de experiência em educação médica Flávio Guimarães Fernandes1 Lucas de Oliveira Serra Hortêncio1 Daniel Reis Waisberg1 Fernando do Valle1 Paulo Manuel Pêgo-Fernandes1 Fabio Biscegli Jatene1 RESUMO: Introdução: Ligas acadêmicas são entidades pertencentes a faculdades de medicina e seus complexos hospitalares. Tais Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. organizações compartilham os mesmos objetivos de seus centros acadêmicos: pesquisa, ensino e a assistência à saúde. Há doze anos a Liga de Cirurgia Cardiotorácica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo foi fundada com o objetivo de proporcionar aos estudantes de graduação em Medicina a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos em cirurgia cardiotorácica e participar de trabalhos científicos relacioandos à área. Objetivos: Avaliar a experiência adquirida com a implementação, atividades e produção científica da LCCT em seus primeiros doze anos. Metodologia: Membros antigos e atuais da LCCT foram submetidos a um formulário de avaliação especificamente feito para o estudo, respondido pessoalmente ou por correio eletrônico. O formulário proporciona dados sobre a opinião geral dos alunos sobre as atividades da LCCT, as razões sobre tal e sobre a escolha de especilidades médicas. Além disso, a produção científica total da LCCT também foi avaliada, por meio de consulta a bases de dados públicas de trabalhos científicos. Resultados: A maioria dos estudantes em fase de graduação (78.5%) e membros antigos (77.7%) responderam ao formulário. O interesse em cirurgia cardiotorácica foi a razão mais apontada para aderir à LCCT. A maior parte dos alunos (64.7%) afirma que suas expectativas iniciais foram parcialmente atingidas, principalmente devido a pouca participação em procedimentos cirúrgicos (23.8%). As aulas teóricas (24.1%) foram apontadas como a maior razão de satisfação com relação às atividades da LCCT. Quase a totalidade dos respondentes (98%) indicariam a participação na LCCT a outros acadêmicos e aproximadamente metade (49%) participaram de trabalhos científicos relacionados à LCCT. No total, a Liga publicou 47 trabalhos nos quais seus membros participaram como autores ou co-autores. Dentre os antigos membros que optaram por especialidades cirúrgicas, 12.4% deles escolheram cirurgia torácica ou cardiovascular. Conclusões: A Liga de Cirurgia Cardiotorácica atingiu seus objetivos: tanto seus membros atuais como antigos reconhecem que esta colaborou para sua formação acadêmica, além da considerável produção científica alcançada por essa instituição. letivo, avaliando, entre o período de março a novembro de 2009, todas as atividades da LTI. Os participantes da Liga pontuaram, através de notas de zero a dez, os temas das aulas ministradas, o Simpósio, os preceptores, professores convidados, diretoria, além de realizarem uma auto-avaliação. Opiniões e sugestões também foram colhidas e analisadas. Resultados: No ano de 2009, participaram da LTI 11 graduandos de Medicina, entre as idades de 21 a 29 anos, divididos em 54,5% do quinto ano e 45,4% do quarto ano, sendo que a maioria(81,8%) participava pela primeira vez e se interessou pela especialidade de Medicina Intensiva após ter feito parte da Liga (63,6%). A avaliação geral dos temas administrados em aulas teóricas obteve nota 10 em 81,1% e nota 09 em 9,09%. Já na avaliação geral dos temas administrados no Simpósio a nota 10 apareceu em 45,4%, a nota 9 e 8 em 9,09% contando que 36,3% não responderam a este item do questionário. Nota-se também uma satisfação em relação aos Preceptores/Médicos plantonistas, professores convidados e Diretoria uma vez que foi dada nota 10 para todos esses itens. Não por menos ficou o grau de satisfação e aprendizado do corpo discente que também obteve nota 10. Dentre os pontos positivos citados destacaram o aprendizado prático realizado no CTI, a ajuda e disposição dos professores e médicos preceptores em orientar e as aulas expositivas. Como pontos negativos houve o pouco aproveitamento dos plantões voluntários nos finais de semana e feriados que eram de 12 horas, sobrecarregando as atividades curriculares. Em contrapartida sugeriram o aumento do número de aulas teóricas futuras que ao todo foram nove no ano de 2009. Conclusões: De acordo com exposto questionário a LTI foi capaz de inserir o estudante de forma satisfatória em um contexto ampliado de Medicina Intensiva, proporcionando maior interesse por essa área de atuação médica. Possibilitou, também, a capacitação de seus membros, por meio do aprendizado e aquisição de experiência sob diversos aspectos, com destaque para atividades práticas. Sem falar que desmistificou valores negativos outrora agregados como a superespecialização precoce. Curso de Medicina do Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, SP 1 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 Liga de Terapia Intensiva, um impacto positivo na Educação Médica Luciana Maran Deliberali1 Camila Baltazar de Melo1 Jule Rouse O. G. Santos1 Paulo Cesar Daguano Antoniazzi1 RESUMO: Introdução: O texto das Diretrizes Curriculares para o ensino de Medicina do MEC não traça recomendações claras para a obrigatoriedade do ensino de Medicina Intensiva (MI) na graduação, mas recomenda que os recém formados tenham os conhecimentos e as habilidades necessárias para reconhecer o paciente grave, iniciar precocemente a intervenção terapêutica, executar procedimentos, além de discutir aspectos éticos. Associado aos fatos expostos há a deficiência na grade curricular no que se diz respeito à disciplina de medicina intensiva, fazendo com que as Ligas de Terapia Intensiva entrem como alternativas encontradas pelos estudantes para que os mesmos adquiram mais conhecimentos através de atividades extracurriculares diversas como plantões voluntários, aulas, simpósio e trabalhos científicos. Assim, Liga de Terapia Intensiva (LTI) é uma liga acadêmica sem fins lucrativos, voltada aos graduandos de Medicina, que promove atividades extracurriculares e foi fundada em março de 2006 com finalidade de promover o aprimoramento dos conhecimentos na área de medicina intensiva e fornecer subsídios aos participantes para sua formação futura, assim como promover atividades e estimular o desenvolvimento científico na área em questão contando com o apoio da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) com a afiliação no Comitê das Ligas Acadêmicas de Medicina Intensiva (LIGAMI), e com isso gerando um impacto positivo na Educação Médica. Objetivos: O presente estudo buscou avaliar as atividades propostas pela Liga, bem como o grau de satisfação e o conhecimento obtido junto aos discentes no final do ano de 2009. Metodologia: Foi aplicado um questionário aos membros no encerramento do ano Liga de Urgência e Emergência Dr. Mario Mantovani: Relato de Experiência Danielle de Campos Peseto1 Rodrigo Ferrarese1 Felipe Gil1 Tatiana Lopes de Almeida1 Ronaldo Nonose1 Danilo Toshio Kanno1 Paula Marcondes Venâncio1 Marcella Cabral Lemos Moreira1 Laura Moreira Del Bianco1 Fernanda dos Santos Oliveira1 Flávia Carolina Nicácio Soares Ferreira1 RESUMO: Introdução: A Liga de Urgência e Emergência Dr. Mario Mantovani (LUE), filiada ao Comitê Brasileiro das Ligas do Trauma (CoBRALT) e a Sociedade Brasileira do Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT), foi fundada em março de 2004. As atividades da LUE baseiam-se na tríade: ensino, extensão e pesquisa, expondo o estudante às situações de aprendizagem em urgências e emergências das diversas clínicas. Objetivos: As ligas atuam na formação dos estudantes, de modo a preencherem lacunas curriculares e possibilitam aos alunos se aprofundarem em temas de sua escolha, facilitando suas decisões quanto às suas especializações. Propõe-se ainda uma maior integração no aprendizado teórico-prático, através de estágios e cursos, o que torna o processo mais produtivo e aproxima o aluno da prática médica e da população. A realização de pesquisas leva ao amadurecimento científico dos estudantes, coloca-os em contato com as questões éticas e ensina-os a fazer a pesquisa bibliográfica e a escrever projetos. Metodologia: A LUE, vinculada ao Centro Acadêmico, é composta por uma comissão executiva e membros que gerenciam suas atividades. De acordo com o tripé supracitado, na área 41 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. do ensino a LUE trabalha com aulas teóricas 2 e plantões nas áreas médicas, com prioridade ao Pronto-Socorro. Já na área da extensão, atividades sociais tanto internas quanto externas são realizadas. Os principais projetos são o curso de atendimento pré-hospitalar (APH); e colaboração na organização de eventos e congressos, como o curso introdutório da LUE e Congresso Regional das Ligas de Trauma (Pré-CoLT), Congresso Brasileiro das Ligas de Trauma (CoLT) e Congresso da Sociedade Panamericana do Trauma (SPT).4 A LUE também participa de eventos sociais anuais para promover a Saúde e Prevenir a população geral dos riscos de acidentes. Um deles tem co-atuação com o Corpo de Bombeiros da cidade para realizar um simulado de catástrofe. Resultados: Os membros da LUE tiveram a oportunidade de realizar procedimentos fundamentais da formação médica, por exemplo: gasometrias arteriais, suturas, instrumentação cirúrgica, reanimação cardiopulmonar, discussão de casos clínicos, etc.2 Puderam também interagir com os alunos recém-ingressados no curso de medicina, escoteiros, e acadêmicos de medicina de outras universidades através das atividades de extensão, que adicionou ao acadêmico uma visão abrangente da educação médica. 2,3 O curso APH dos alunos de medicina conta com a participação de 40 alunos em média. O Curso do APH dos escoteiros contou com a participação de 164 escoteiros da região Bragantina e de Campinas. Os cursos introdutórios contam com a participação de médicos convidados que ministram palestras para uma platéia de 70 alunos em média. Os Congressos Pré-CoLT e CoLT/Panamericano do Trauma foram realizados em Campinas com a participação conjunta entre as ligas do trauma da Unicamp, Puccamp e USF;4,5 a experiência criou laços entre as ligas do trauma. Obteve-se experiência no convívio das atividades com a comunidade através do “Se Liga na Saúde” e nas atividades conjuntas com o Corpo de Bombeiros. A pesquisa produzida pela liga é próspera, apresentando participação nas edições dos Livros das Ligas do Trauma sob orientação do Dr. Mario Mantovani. E, está em fase de finalização do livro interno da USF, que conta com a participação de diversas ligas acadêmicas da universidade. Conclusões: A partir de suas parcerias e atividades desenvolvidas, a LUE contribui para a difusão de conhecimento em medicina do trauma permitindo aos seus participantes melhor compreensão de conceitos, habilidades práticas em diferentes aplicações e ,também, no desenvolvimento cientifico através de pesquisas. Além disso, a multidisciplinaridade do grupo ( alunos de medicina, médicos, bombeiros e escoteiros), é fator considerado um diferencial para o sucesso do trabalho realizado, e permite uma visão mais ampla e um aprendizado mais completo a partir de diferentes perspectivas. 1 Universidade São Francisco, Bragança Paulista, SP O encontro do estudante com a Humanização: re-criando um olhar em saúde. Danielle Rigueira Dias1 Bruno Galera1 Roseli Vernasque Bettini1 Willian Fernandes Luna2 RESUMO: Introdução: Em 2002, dois estudantes de Medicina sensibilizaram-se com momentos difíceis enfrentados pelas pessoas durante o processo de adoecimento e internação, e buscaram construir uma estratégia que possibilitasse novas experiências e reações mais acolhedoras diante destas situações. Objetivos: Possibilitar o envolvimento de estudantes da área de saúde em atividades lúdicas que contribuam com a educação em saúde e seus efeitos multiplicadores e com o processo de humanização, favorecendo um olhar integral ao ser humano e uma atitude acolhedora diante de suas necessidades. Propiciar através de atividades lúdicas, vinculação, comunicação com as crianças e um novo encontro entre elas e seus acompanhantes/familiares.Metodologia: Durante seis meses, os estudantes selecionados participam de capacitação organizada anualmente pelos integrantes, o que permite trocas de experiências e transformação do olhar à saúde, visando melhor funcionamento e desenvolvimento. Constitui-se de acolhimento, de discussões tutoriais sobre vínculo, desenvolvimento humano, processo saúde-doença e atividades lúdicas, de discussões reflexivas sobre responsabilidade 42 social e extensão universitária e de oficinas de técnica vocal, expressão corporal e biossegurança. Cada integrante desenvolve um tema, um personagem e cria suas próprias atividades lúdicas. Estas são realizadas semanalmente com crianças internadas na Enfermaria Pediátrica de um Hospital e com as que realizam quimioterapia e transfusão sangüínea em um Hemocentro. Ainda realizam atividades extras sobre temas coerentes aos objetivos do Grupo, nas Unidades de Saúde, escolas, empresas, instituições e encontros científicos. Toda atividade é precedida por planejamento e seguida por supervisão, que são momentos para reflexão e educação continuada, possibilitando a agregação de significados às experiências vividas e geração de conhecimento acadêmico/profissional. Nesse contexto é preconizada a qualidade dos encontros e o envolvimento dos participantes nos diversos cenários. Também são efetivadas reuniões administrativas semanais, assembleias mensais, vivências anuais e outros encontros esporádicos que reiteram o objetivo comum pelo qual o Grupo se une e trabalha. A coordenação do Grupo é realizada por uma diretoria acadêmica, eleita anualmente, formada por cerca de 15 estudantes, que recebem assessoria de uma psicóloga e de um médico de família e comunidade. Além disso, são realizadas pesquisas e o financiamento das atividades advem da doação de materiais, de artigos confeccionados e do investimento dos participantes. Resultados:O Grupo que iniciou com 12 estudantes dos cursos de Medicina e Enfermagem, hoje é constituído por 105 integrantes. Aqueles que permanecem até o final da graduação tornam-se “Imortais”. Até o momento foram realizadas 168 atividades no hospital, envolvendo cerca de 2403 crianças, e 148 atividades no hemocentro, envolvendo 828 crianças. Os acompanhantes e profissionais de saúde, bem como o público das atividades extras, não foram contabilizados neste momento. Conclusões: As experiências vividas no Grupo propiciam o acolhimento dos participantes, a humanização em saúde e a vigilância como uma prioridade na atenção às pessoas. O desenvolvimento de processos criativos em diversos cenários possibilita a formação de vínculos e visões mais amplas e coerentes sobre o cuidado à pessoa humana e suas necessidades de saúde. A elaboração dos sentimentos gerados no processo e a sensibilidade conquistada re-criam um entendimento sobre a saúde, no qual é possível compartilhar, sonhar e refletir, fortalecendo a criatividade, a cidadania e a autonomia. Participar de um Grupo como este é, acima de tudo, acreditar nas possibilidades de mudanças e na concretização de sonhos. Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, João Pessoa, PB 1 2 Obtendo uma experiência de atenção primária em instituição de ensino baseada em centro terciário: extensão universitária como alternativa Rafael Bernhart Carra1 Steeven Shu Kai Yeh1 Marcelle Sakamoto Kubo1 Iori Rodrigues Junqueira1 Flavio Mitio Takahagui1 Erika Neves de Souza Moraes1 RESUMO: Introdução: Tradicionalmente organizado em torno de centros especializados, o ensino médico tem seu enfoque distante da atenção primária e de seus princípios, como a continuidade e integralidade da atenção, além da coordenação da assistência dentro do sistema, da atenção centrada na família, da orientação e participação comunitária e da competência cultural dos profissionais. Para buscar uma reaproximação, surgem certas iniciativas acadêmicas. A Extensão Médica Acadêmica (EMA), projeto voluntário desenvolvido por acadêmicos de Medicina e Fisioterapia, realiza atendimento ambulatorial em comunidades carentes de São Paulo. Os alunos entram em contato com o paciente desde o primeiro ano desenvolvendo uma visão integral, continua e humanizada. Nesse contexto, é importante conhecer o perfil do paciente e experiência clínica proporcionada. Objetivos: Caracterizar o perfil do paciente atendido, a prevalência dos principais diagnósticos e a experiência clínica proporcionada pela EMA, e verificar se esta experiência clínica é próxima do nível básico de atenção e concordante com os ideais do Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. projeto em ambos os locais. Metodologia: Dados obtidos de prontuários de pacientes de comunidades carentes dos bairros Penha, onde não há atendimento de fisioterapia, e Jardim São Luís, onde há, ambos no município de São Paulo, atendidos entre janeiro de 2005 e junho de 2009. Foram classificados os diagnósticos da última consulta de acordo com a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), e analisados: sexo, idade, escolaridade, estado civil, número de filhos, cor, religião e ocupação. Os diagnósticos dos três capítulos mais prevalentes foram detalhados. Tais variáveis foram comparadas entre os dois locais.Resultados: No local sem fisioterapia analisaramse 222 prontuários. Encontrou-se que 75% dos pacientes são mulheres, sendo a maioria entre 45 e 65 anos.54% cursaram apenas ensino fundamental. 29,5% dos pacientes receberam diagnóstico do capítulo 13 da CID-10 (Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo), 38,1% do capítulo 9 (Aparelho circulatório), 25,1% do capítulo 4 (Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas), 67,12% de outros capítulos. 33% dos pacientes são hipertensos, 9% diabéticos e 8% dislipidêmicos.No local com fisioterapia analisaram-se 350 prontuários. Encontrou-se que 78% dos pacientes são mulheres, maioria entre 45 e 65 anos. 64% cursaram apenas ensino fundamental. 54% dos pacientes receberam diagnóstico do capítulo 13 da CID-10, 38% do capítulo 9, 26% do capítulo 4, 56% de outros capítulos. 32% dos pacientes são hipertensos, 7% diabéticos e 12% dislipidêmicos. 88,5% dos pacientes atendidos pela Fisioterapia apresentam diagnóstico do capítulo 13 e 11 e 5% do capítulo 9. Conclusões: O perfil de paciente atendido é significativamente semelhante em ambos os locais de atendimento, o que evidencia que a ideologia e forma do projeto se mantém semelhante em locais totalmente diferentes. A única diferença expressiva encontrada foi a muito maior prevalência de doenças do capitulo 13 no local com fisioterapia, que se explica por uma procura de pacientes necessitando de fisioterapia pelo projeto. Os diagnósticos são predominantemente resolvidos em nível primário, sendo que quadros mais complexos são encaminhados para unidades secundárias ou terciárias da instituição. O paciente é tratado continuamente, e o atendimento de tempo livre permite e incentiva o conhecimento aprofundado do contexto psico-social e cultural do paciente. A presença da fisioterapia em um dos locais, e a alta prevalência de condições abordadas em conjunto contribui para essa visão integral e ainda estimula fortemente a interdisciplinaridade, também muito pouco explorada no ensino médico. Como o foco é majoritariamente no paciente, o projeto se distancia dos ideias da atenção primária pela falta de contato substancial com os familiares e comunidade, mas pode-se concluir que a EMA é capaz de promover uma experiência significativa de atenção primária que é deficitária na graduação. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, SÃO PAULO, SP 1 Orientação à saúde do idoso a partir da aferição do índice de massa corpórea como indicador de obesidade Camila Temple Vidal1 Paulo José Fortes Villas Bôas1 Luiz Henrique Congio1 Marília Maria Miguel1 Aline Caroline Souza1 Ariane Hisaye Raasch Takamoto1 RESUMO: Introdução: A Liga de Geriatria e Gerontologia de Botucatu (LGGB), da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/UNESP) participa anualmente da Feira de Saúde, evento organizado pelos alunos do Centro Acadêmico Pirajá da Silva, da FMB/UNESP, que busca oferecer atividades informacionais e assistenciais à população da região. No ano de 2009, a LGGB abordou a temática “Estado Nutricional dos Idosos”, priorizando o problema da obesidade. Objetivos:Avaliar o estado nutricional de idosos da região; averiguar a demanda que necessita de acompanhamento médico relacionado à obesidade, bem como facilitar o encaminhamento destes a atendimento; orientar os idosos de maneira geral sobre hábitos de vida saudáveis.Metodologia: Os alunos da LGGB elaboraram um folheto informativo com orientações sobre dietas e hábitos de vida saudável, além de um questionário fundamentado em preparação teórica, que procurava relacionar o estilo de vida adotado pelo idoso, a presença de comorbidades, e se o idoso já havia recebido orientação prévia quanto ao tema. Durante a Feira de Saúde, aos idosos que visitavam o estande da LGGB foi esclarecida a temática abordada, e em seguida aplicou-se o questionário e averiguou-se o estado nutricional, baseando-se no cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), utilizando-se balança eletrônica e calculadora. Após medida da circunferência abdominal, a classificação do estado nutricional foi feita em associação com o IMC, norteando a orientação nutricional com apoio do folheto informativo. Os idosos classificados como obesos foram encaminhados ao ambulátorio de Geriatria da FMB/UNESP. Foram tabulados os dados de questionários referentes aos idosos com mais de 60 anos.Resultados: Foram avaliados 33 idosos, com idade média de 68,4 anos. O IMC médio foi de 26,7. Dos entrevistados 56% foram classificados como obesos (IMC > 27kg/ m²), os quais foram orientados aos serviços de atenção primária à saúde. O evento proporcionou benefícios mútuos à comunidade e aos alunos, confirmando a importância de atividades de extensão universitária.Conclusões: Observa-se a necessidade de ações voltadas à orientação dos idosos sobre estilo de vida saudável como forma de prevenção de riscos à saúde Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 Panorama das Ligas Acadêmicas de Medicina (LAM) no Estado de São Paulo: percepção dos estudantes sobre seu conceito, objetivos e atividades Arthur Hirschfeld Danila1 Flávio Taniguchi1 RESUMO: Introdução: O primeiro registro existente sobre LAM data do ano de 1918, com a criação da Liga de Combate à Sífilis da FMUSP, na qual os estudantes montavam postos de profilaxia e tratamento gratuito à população. Iniciativas de cunho científico e assistencial semelhante foram criadas nos anos subsequentes, nas mais variadas instituições de ensino médico do país. Em 2005, reflexo desse movimento, foi criada a Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas de Medicina (ABLAM). Entretanto, nota-se considerável aumento do número de LAMs nos cursos de medicina, que não são adequadamente acompanhados de reflexão sobre seus determinantes, podendo se observar certa disparidade conceitual, de objetivos e atividades das LAMs, a qual esse estudo visa investigar. Objetivos: Confrontar dados sobre LAMs em Faculdades de Medicina (FMs) do Estado de São Paulo, buscando contextualizar suas inserções e desdobramentos no curso médico. Metodologia: Estudo exploratório virtual, de caráter qualitativo e quantitativo, aplicado para estudantes de diversas FMs do Estado de São Paulo. Resultados: 233 estudantes de 22 das 31 FMs do Estado de São Paulo responderam, com maior participação de estudantes da FM da USP-SP (69), FM de São José do Rio Preto (30), FM do ABC (30), FM da Universidade Nove de Julho (21) e FM da Universidade Federal de São Carlos (12). Dos respondentes, 29 estão no 1º ano do curso médico, 57 estão no 2º, 64 no 3º, 47 no 4º, 18 no 5º e 18 no 6º anos. Destes, 19 não participam de nenhuma LAM, 74 participam de uma, 77 de duas, 35 de três, 15 de quatro, 4 de cinco e 9 de mais de cinco LAMs. Ao responder a primeira pergunta (... entende por Liga Acadêmica?), boa parte dos estudantes identificou conceitos tradicionalmente atrelados às LAMs, como o fato de ser uma atividade de extensão formada por iniciativa estudantil, sob coordenação e supervisão médica, cujos objetivos seriam o aprofundamento em área específica da medicina por meio da promoção de atividades práticas, teóricas – palestras, cursos práticos, cursos introdutórios, jornadas, simpósios, congressos –, de pesquisa – por meio de trabalhos científicos – e de extensão social, de forma a revelar ao estudante a área médica em foco. Na segunda pergunta (... principais motivações para a participação em LAMs?), as respostas mais prevalentes levaram em consideração a ampliação e aprofundamento do conhecimento médico em áreas normalmente pouco abordadas na grade curricular, a produção científica, a vivência 43 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. da prática médica futura e a criação de um ambiente de contatos de áreas de interesse. Alguns destacaram a possibilidade de aprendizado de conhecimentos não necessariamente vinculados tradicionalmente à prática médica, como a didática, comunicação, administração, gestão de recursos, e trabalho em equipe. Na terceira pergunta (... existem para suprir eventuais lacunas curriculares?), 41,6% dos respondentes defendem principalmente em função da limitação de carga horária na grade, enquanto 58,4% não por acreditarem que as LAMs foram criadas e existem para complementar o currículo. Na pergunta (... há muitas Ligas Acadêmicas?), 67,4% dos respondentes acreditam que sim, contra 32,6% não, principalmente por ser vetada sua formação, pelo fato do curso médico ser novo. Na pergunta (... deveria haver um número limitado de Ligas Acadêmicas, definido por critérios estabelecidos democraticamente?), 46,8% sim, pois muitas apresentam conteúdos muito específicos contra 53,2% não, majoritariamente por julgarem que a qualidade das LAMs deve ser obrigatoriamente fiscalizada, com critérios definidos, mas o número delas não deve ser limitado. Conclusões: Os resultados apontam que o consenso em LAMs ainda não é pleno. Dentro de um rol de FMs tradicionais e recentes, as formas de legislação e fiscalização, bem como a inserção das LAMs no currículo médico oficial ainda são passíveis de discussão. Ainda são poucos os estudantes que enxergam as LAMs sob a luz de sua relevância na atuação profissional futura, por mudar a percepção do estudante sobre a realidade da prática médica. moderada dos fatores de risco avaliados. A maioria dos entrevistados não é portadora de hipertensão e diabetes, todavia, cerca de um terço possui hipercolesterolemia e mais da metade tem histórico para DCV. Observa-se ainda um desequilíbrio nos hábitos de vida, visto que o tabagismo não é freqüente ao contrário do sedentarismo, justificando a alta porcentagem de gordura abdominal e excesso de peso. Assim sendo, atividades de extensão das ligas acadêmicas contribuem para novas formas de ensino-aprendizagem baseadas na análise crítica e reflexiva das necessidades de saúde da comunidade. 1 Prevenção do tabagismo com atividade de educação em saúde nas escolas de Botucatu/ SP: experiência da Liga de Pneumologia de Botucatu Mariana Hikari Abe1 Priscila Garcia Viveiros2 Aline Ambrosio de Moraes3 Fellipe Tripoli de Miranda Mattos3 Mayra Naves Clemente3 Fernando de Freitas Monteiro3 Marina Gonçalves Elias Sampaio3 Irma de Godoy1 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 Perfil de participantes da campanha do Dia Mundial do Coração realizada na cidade de Marília em 2009 Laryssa Maria Siqueira Padua1 Gabriela Romano de Oliveira1 Fabiane Yumi Ogihara Kawano1 Cesar Yokoyama Iwata1 Thamires Baldo Cordeiro1 Carlos Augusto Cerati de Moraes1 Alexandre Rodrigues1 RESUMO: Introdução: Globalmente, as doenças cardiovasculares (DCV) são avaliadas como a principal causa de morbi-mortalidade. Porém, na ausência dos principais fatores de risco (FR), seriam consideradas relativamente raras como causa de morte. Logo, o controle dos FR, por meio de avaliação epidemiológica e prevenção à saúde, constitui a principal estratégia para alterar as estatísticas atuais. Na Semana do Coração, uma importante iniciativa em ações educativas, estudantes de medicina pertencentes à Sociedade Científica do Coração realizam campanhas temáticas que envolvem o impacto das DCV. Objetivos: Avaliar o perfil de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares em participantes da Campanha do Dia Mundial do Coração realizada em Marília (São Paulo)no ano de 2009. Metodologia: Durante a campanha aplicouse um questionário contendo perguntas sobre atividade física, tabagismo, histórico familiar para DCV, hipertensão arterial, diabetes, hipercolesterolemia e obesidade. Concordaram em participar da pesquisa, por meio de termo de consentimento livre e esclarecido, 69 pessoas, com idade entre 15 e 74 anos de ambos os sexos. Os dados obtidos foram analisados no EpiInfo em tabelas com números percentuais e absolutos. Resultados: Em nossa amostra, 55,8% dos entrevistados não praticam atividade física regular. A maioria nunca fumou (72%) e 53,6% apresentam história familiar para DCV. Mais da metade das pessoas negam hipertensão arterial (62,3%) e diabetes (72,4%), todavia, há uma parcela que desconhece ser ou não portadora das mesmas (13,04% para hipertensão e 19,04% para diabetes). Ao todo, 34,78% são portadores de hipercolesterolemia, 39,13% não portadores e 26,08% disseram desconhecer seu perfil lipídico. Quanto à obesidade, a maioria acredita estar com excesso de peso (82,6%) e destes, 38,5% com excesso superior a 10 quilos. Finalmente, 81,15% responderam apresentar gordura acumulada em região de cintura abdominal Conclusões: Verificou-se prevalência 44 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP RESUMO: Introdução: O tabagismo representa grandes malefícios para o organismo, sendo a segunda causa de óbitos no mundo. A prevalência mundial de fumantes ultrapassa um bilhão, configurandose um problema de saúde coletiva, cujo combate deve se iniciar ainda na adolescência, período em que frequentemente a primeira experimentação do cigarro ocorre. A Liga de Pneumologia de Botucatu (LPB), da Faculdade de Medicina de Botucatu, prioriza aquelas relacionadas à prevenção do tabagismo. Objetivos: Promover atividade de educação em saúde, sobre tabagismo, voltada à população jovem. Metodologia: Realizou-se campanha contra o tabagismo cujo público alvo foi estudantes do ensino médio e supletivo, e para tal, foi obtida autorização da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e do Município de Botucatu. Participaram da atividade 4 escolas públicas) e 1 escola particular e 23 integrantes da LPB, os quais previamente assistiram à aula preparatória e elaboraram apresentações de slides e vídeos informativos sobre o tabagismo (ativo/passivo) e as enfermidades correlacionadas. O material foi exposto aos escolares em palestras, seguidas de debate e esclarecimento de dúvidas.Resultados: As escolas públicas mostraram-se extremamente receptivas à atividade, abrindo espaço à futuras intervenções. Na escola particular, os alunos não demonstraram tanto interesse e não foi realizada discussão posterior. Nas palestras, a utilização de vídeos mostrou-se uma estratégia pedagógica efetiva para manter os alunos atentos. Observou-se um maior interesse daqueles alunos que possuem casos na família de doenças relacionadas ao tabagismo. Para os ligantes essa experiência foi importante no desenvolvimento de habilidades de comunicação e construção de atividades de educação e saúde. Conclusões: A campanha comprovou a necessidade de trabalhos sobre tabagismo com a população jovem, sendo sua efetividade vinculada ao modelo de abordagem. A atividade explicitou benefícios tanto aos acadêmicos quanto ao público das palestras. A LPB pretende estender estes trabalhos aproximando-se ainda mais da comunidade. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP 3 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Princípios norteadores da educação médica: nos caminhos da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão Juçara Gonçalves Lima Bedim1 Ivete Pillo Gonçalves1 Maria Aparecida Machado Orioli1 Margarete Zacarias Tostes de Almeida1 Wagner Luiz Ferreira Lima1 RESUMO: Introdução: O presente trabalho aborda uma experiência educativa no Curso de Medicina de uma universidade que vem buscando (re)significar a formação médica e (re)conduzir a prática pedagógica, tendo como perspectiva desconfigurar seu caráter, por ora, hospitalocêntrico e romper com o esquema rígido curricular da visão instrucionista, rumo à construção de uma matriz curricular alicerçada na educação problematizadora e libertadora do ideário de Paulo Freire, norteada pelo referencial teórico preconizado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina (2001), bem como das metodologias ativas; ou seja, uma visão curricular na qual seja possível verificar a consonância dos conteúdos previstos, levando-se em conta a flexibilização curricular e, consequentemente, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Objetivos: A proposta tem por objetivo construir uma educação médica comprometida com a ação interdisciplinar, articulada ao ensino, à pesquisa e à extensão, visando à assistência e à promoção da saúde, com o desenvolvimento do espírito científico e com a formação de sujeitos competentes, autônomos e cidadãos críticos e reflexivos.Metodologia: A metodologia eleita para o encaminhamento de tal práxis foi a abordagem qualitativa, tomando-se como eixo básico a “pesquisa-ação” (THIOLLENT, 2005), por ser um aporte que contribui para o esclarecimento de situações no contexto educacional, especialmente, devido ao seu cunho participativo, por estimular a cooperação, o comprometimento, a solidariedade entre as partes interessadas. Pesquisa-ação é uma ação em nível realista, sempre acompanhada da reflexão autocrítica objetiva e de uma avaliação dos resultados, no empenho de promover uma (trans)formação efetiva no ambiente acadêmico. Resultados: No tocante aos resultados, os princípios norteadores instituintes dessa nova prática apontam para uma visão prospectiva de mudanças, podendo-se apontar como evidências o impacto dos serviços prestados através dos diversos projetos de pesquisa e extensão que professores e estudantes vêm realizando junto à comunidade interna e externa, nas dobras de um cotidiano de educação médica consciente da importância de cumprir seu papel não apenas acadêmico e científico, mas, igualmente, social. Conclusões: Pode-se pressagiar a efetividade dessa práxis – interdisciplinar e transversal, ora sendo implantada – que assegura à construção curricular do Curso de Medicina um novo desenho e provoca uma transformação nesse cenário de ensino-aprendizagem. Alicerçada no princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão torna transfronteiriço o aprofundamento de um novo conceito de sala de aula, uma vez que o conhecimento adquirido no contexto das aulas regulares, na graduação, se estende para um público que demanda a necessidade de práticas e saberes construídos no contexto científico-acadêmico da escola médica. 1 Curso de Medicina da Universidade Iguaçu - Campus Itaperuna Processo de aprendizado a partir da análise dos registros médicos Andressa da Silva Longo1 Denise Siqueira de Carvalho1 Marcela Robl1 Luka David1 RESUMO: Introdução: O Hospital de Clínicas (HC) é um hospital-escola que atende prioritariamente pacientes em nível terciário. Em março de 2008, foi constituída a Comissão de Óbitos do Hospital (CO) que tem por finalidade avaliar os registros dos casos que apresentaram tal desfecho e rever os cuidados dispensados aos pacientes desde a sua entrada. No ano de 2009, foi proposta a criação de um Projeto de Extensão para acadêmicos do curso de medicina para que, além de apoiar as atividades da Comissão, tivessem a oportunidade de acompanhar e discutir os casos registrados no Hospital. Com isso, o contato precoce com os registros médicos, desde prontuários até a Declarações de Óbito objetiva desenvolver no acadêmico uma avaliação crítica acerca dos cuidados dispensados aos pacientes. Objetivos: Relatar a experiência dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal do Paraná no Projeto de Extensão “Apoio à implantação da Comissão de Óbitos do Hospital”. Metodologia: Descrever as atividades desenvolvidas pelos acadêmicos no Projeto e correlacionar com o desenvolvimento de competências dos acadêmicos em relação aos registros em saúde e à compreensão da evolução dos casos no contexto dos cuidados dispensados ao paciente Isto é feito por meio de triagem das Declarações de óbito e revisão dos prontuários. Além disso, há discussão de casos pré-selecionados envolvendo os estudantes e os médicos integrantes do Comitê. Resultados: A atividade dos acadêmicos no Projeto consiste em: a) realizar busca ativa semanal dos formulários preenchidos da Declaração de Óbito (DO); b) identificar o registro hospitalar e levantar o resumo do caso no sistema informatizado; c) triar os casos que apresentam problemas de preenchimento da DO, considerando-se campos incompletos, incorretos e discordantes em relação ao resumo; d) selecionar casos para a discussão, considerando-se aqueles que apresentaram evolução inesperada, morte prematura, registros incompletos, complicações hospitalares ou que seja de interesse identificado pelo acadêmico. No processo de busca das informações, DO, resumo do caso e prontuário hospitalar, registra-se a aprendizagem sobre a organização e funcionamento dos registros e informações em saúde, desde fluxos de informação, o correto preenchimento de documentos, importância de informações fidedignas para alimentação dos Sistemas de Informação e utilização para desenvolvimento de pesquisas. A aproximação do acadêmico aos protocolos hospitalares apresenta efeitos extensivos aos profissionais atuantes no serviço. Com relação à visão crítica do processo saúde-doença-morte, registra-se a importância da inserção do acadêmico na realidade hospitalar, permitindo o exercício do raciocínio clínico e confrontação com seus conhecimentos científicos, fundamentais à compreensão da história natural das doenças. Por ser um processo dinâmico, a revisão de toda a trajetória do cuidado permite ao aluno rever conteúdos relativos à semiologia médica, diagnóstico, prognóstico e tratamento de diversas doenças no contexto do cuidado prestado ao paciente. Conclusões: Os registros médicos em um hospital – escola tem dupla finalidade: prestação dos cuidados adequados ao paciente e utilização desses dados como material de ensino-aprendizagem. Os registros permitem observar casos reais, porém virtualmente, em que a anamnese, o exame físico, as condutas adotadas e as respostas relativas à sua evolução permitem o desenvolvimento da compreensão do processo saúde-doença-morte no contexto do cuidado hospitalar. O contato do acadêmico de medicina em fase precoce do curso com os profissionais de saúde auxiliam no desenvolvimento paulatino do raciocínio clínico e do processo de cuidado por parte do universitário. 1 Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR Projeto Bandeira Científica e seu papel social na formação médica Pedro Bichaff1 Gabriel Taricani Kubota2 Tiago Ribeiro Vannucchi1 RESUMO: Introdução: O projeto Bandeira Científica é uma iniciativa dos alunos e professores da Universidade de São Paulo voltada para a extensão acadêmica e formação de profissionais socialmente responsáveis ao mesmo tempo em que presta 45 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. serviços sociais em municípios envolvendo diversas áreas do conhecimento. Objetivos: Realizar um projeto condizente com os pilares da extensão acadêmica: ensino, pesquisa e assistência, por meio da interdisciplinaridade, visando o contato do “bandeirante” com a realidade na qual certos grupos sociais vivem e buscando uma reflexão sobre uma melhoria da qualidade de vida (biopsicossocial) em âmbito nacional, estimular o senso de responsabilidade social do universitário e realizar parcerias com governos e educação local a fim de perpetuar essas ações.Metodologia: Os participantes consistem em membros das faculdades da Universidade de São Paulo vinculadas ao projeto (Medicina, Fisioterapia, Odontologia, Nutrição, Psicologia, Fonoaudiologia, Escola Politécnica, Agronomia e Comunicação). Todo ano é escolhida uma “cidade-alvo” para o projeto, baseada em critérios pré-definidos: IDH (entre 0,5 e 0,75), população (entre 20 e 60 mil habitantes) e cobertura do PSF (maior que 50%); além disso, a cidade deve apresentar condições adequadas de alimentação, alojamentos, transporte, entre outros para receber os bandeirantes, assim como uma demanda que possa ser abordada pelas áreas participantes seja no campo da saúde ou técnico. Satisfeitas essas condições são realizadas parcerias com os gestores locais e Universidades do Estado em questão a fim de criar o suporte e o compromisso necessários para os fins desejados assim como a continuidade das ações. As atividades oferecidas à cidade pelos bandeirantes e seus parceiros são: atendimentos médicos e realização de exames com entrega de resultados; doações de remédios, próteses dentárias e óculos; treinamento e oficinas de saneamento básico; palestras para a população, agentes de saúde e professores; relatórios com diagnósticos e sugestão de desenvolvimento de projetos; pós-visitas para monitorar e analisar o impacto pós-projeto; parcerias com universidades locais; exposição do projeto para órgãos de diretores, docentes e discentes. O financiamento do projeto acontece por meio de patrocínio de fundações públicas e empresas particulares. Resultados: O projeto, desde 1998, evoluiu em termos quantitativos e qualitativos quanto às unidades participantes e serviços prestados sendo que em 2009, em Ivinhema (MS) o número de bandeirantes chegou a 239 (172 acadêmicos e 67 profissionais), com participação de 3 universidades. Em um período de oito dias de atuação foram realizados 5615 atendimentos distribuídos nas diversas áreas da saúde; ao final do trabalho foram ministradas 67 palestras e oficinas à população, organizadas 15 reuniões de capacitação e discussão com gestores e profissionais das áreas a fim de gerar multiplicadores, entregues 40 próteses dentárias confeccionadas durante a Bandeira e 610 óculos com o grau adequado aferido no exame oftalmológico. São gerados relatórios técnicos e epidemiológicos que ficam à disposição da cidade e dos participantes do projeto. Conclusões: A atuação dos estudantes fora de seu microambiente permite uma visão mais abrangente do Brasil por meio da resolução de problemas de base desde da estrutura física local até da efetividade do sistema de saúde. Sendo assim acredita-se que a participação na Bandeira científica contribua para a formação de um profissional diversificado, apesar de não haver nenhum estudo que demonstre esse fato. Por fim a manutenção da atenção aos municípios contemplados pelo projeto é uma tarefa árdua, que apesar das pós-visitas e contato à distância com os gestores está longe de ser o ideal preconizado, sendo a abordagem mais pontual do que contínua. Esse é um dos obstáculos que a cada ano tentamos contornar a fim de produzir uma ação o mais completa possível, no campo da extensão acadêmica. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, Santo André, SP 2 46 Projeto Olho Vivo: extensão em oftalmologia Jânio Araruna Carvalho1 Cinthia Guedes Chaves1 Edivaldo Almeida de Araújo Junior1 Andréa Lins Tavares Bezerra1 Larissa Vieira Baracuhy1 João Vítor Nóbrega e Mélo Pereira1 RESUMO: Introdução: Durante os primeiros anos de vida do ser humano, ocorre o desenvolvimento da visão, que é uma capacidade de fundamental importância para a nossa formação biopsicossocial, na medida em que ela promove a integração com outras habilidades sensoriais, permitindo uma maior compreensão e reação sobre os estímulos que recebemos do meio. Portanto, a evolução normal da visão permite que a criança desenvolva funções cognitivas e motoras, estimulando a aprendizagem, e os relacionamentos interpessoais. Dessa forma, este trabalho busca a prevenção e/ou tratamento da perda ou diminuição da acuidade visual, pelas principais afecções oculares na infância. Dentre elas, destacam-se na literatura a ambliopia, o estrabismo e as ametropias, que podem estar interrelacionados. A ambliopia consiste em uma redução da acuidade visual uni- ou bilateral, durante o período de desenvolvimento da visão (do nascimento até os 6-7 anos), na ausência de doença orgânica ocular, e que não é passível de correção pelo uso de lentes Objetivos: Possibilitou que crianças estudantes de escolas públicas municipais da cidade de João Pessoa PB com idade entre 5 e 10 anos que apresentem algum déficit visual realizem consulta oftalmológica com a finalidade diagnóstica e a possibilidade de um encaminhamento para uma terapêutica adequada.O presente trabalho tem como objetivo alertar para a necessidade de uma busca ativa de alterações oftalmológicas em crianças em idade escolar, esclarecendo também a importância de campanhas de conscientização; além de determinar a prevalência de déficits de acuidade visual. Metodologia: A presente análise quantitativa possui uma amostra de 133 crianças na faixa etária de 5 a 10 anos. Estes dados foram coletados a partir do preenchimento de formulário com informações da acuidade visual ao exame com tabela de Snellen a seis metros, e, posteriormente, dados de avaliação oftalmológica completa gratuita por especialista da área daquelas crianças com acuidade igual ou inferior a 20x40 ao primeiro exame. Resultados: : De uma amostra de 133 crianças, 45 (equivalente a 33,8%) tiveram acuidade visual igual ou inferior a 20x40 em pelo menos um dos olhos e necessitaram encaminhamento a oftalmologista. Destas, 77,8% nunca haviam tido consulta com tal especialista. Daquelas crianças que receberam encaminhamento apenas 12 (26,7%) compareceram à consulta, das quais 2 tinham história de uso de óculos. Aproximadamente 66,7% dos que compareceram tinham acuidade visual sem correção igual ou menor que 20x70 em pelo menos um dos olhos, sendo que este valor cai para aproximadamente 15,1% entre os absentes. A alteração de refração mais freqüente foi o astigmatismo, apresentada por 7 das 12 crianças (58,3%), seguida pela miopia ( 33,3% ) e hipermetropia (8,3%). A biomicroscopia estava normal e a pressão ocular entre 12mmHg e 20mmHg, em todos os casos. O fundo de olho estava alterado em apenas 1 caso, com escavação papilar (EP) - EP 0,7 ao olho direito e 0,5 ao esquerdo - o qual foi encaminhado para o serviço adequado. Oito crianças (equivalente a 66,7%) necessitaram de prescrição para o uso de óculos. Conclusões: É importante fazer um trabalho desses pais assim poderemos detectar as alterações oftalmológicas no início e prevenir maiores danos a criança, que muitas vezes perde o ano escolar por falta de atenção dos pais e professores que não percebem a real causa da deficiência do educando. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB 1 Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. • Gestão da Escola Médica e dos Hospitais Universitários A Interdisciplinaridade na Construção dos Conteudos Curriculares do Curso Médico a UNIMONTES Maria das Mercês Borém Correa Machado1 Sylvia Helena Souza da Silva Batista2 RESUMO: Introdução: Um novo Projeto Político Pedagógico (PPP) do Curso Médico foi implantado no âmbito da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em 2002 e adotou a Aprendizagem Baseada em Problemas. Este PPP é integrado e integrador com enfoque na aprendizagem, centrado no estudante e orientado para a comunidade, para isso o Curso se estruturou em quatro pilares/ módulos – Conteúdo Específicos, Habilidades e Atitudes, Interação Aprendizagem-Pesquisa-Serviço-Comunidade (IAPSC), e Avaliação. Essa nova estrutura se configura a partir da prática interdisciplinar de docentes com formações distintas. Os Módulos de Conteúdo Específicos do 1º ao 7º período constitui-se em unidades do currículo, organizadas por temas afins com a intencionalidade de proporcionar o aprendizado interdisciplinar, e são construídos por grupos de seis a oito docentes, que trabalham na construção dos módulos, dos conteúdos disciplinares, dos problemas que serão utilizados nas sessões tutoriais e na organização dos recursos de aprendizagem e das atividades práticas pré-programadas. Objetivos: Dimensionar o exercício da interdisciplinaridade na perspectiva dos professores coordenadores e construtores de módulos do Curso Médico da Unimontes e ainda apreender as concepções de interdisciplinaridade dos professores-coordenadores do 1º ao 7º período, mapear as vivências da interdisciplinaridade por professores-construtores de módulos, verificar as relações existentes entre as concepções dos sujeitos e a construção dos conteúdos curriculares. Metodologia: Pesquisa quanti-qualitativa que adotou o método descritivo e transversal. Constituíram-se sujeitos deste estudo 42 professoresconstrutores de conteúdo e 6 professores-coordenadores do 1º ao 7º período. Para mapear as vivências da interdisciplinaridade por professores-construtores utilizou-se o questionário composto, com alternativas de respostas organizadas pela Escala de Likert de cinco pontos, e para apreender as concepções de interdisciplinaridade dos professores-coordenadores utilizou-se a entrevista semi-estruturada. Os resultados das entrevistas foram obtidos por meio da análise de conteúdo. Resultados: Identificou-se que a maioria dos professores participantes possui curso de especialização e/ou mestrado e, exercem a docência universitária por mais de cinco anos. Todos os docentes trabalham na equipe de construção de módulos há mais de 1 ano e são de diferentes origens disciplinares. Em relação às concepções dos docentes-construtores, apreendeu-se que a interdisciplinaridade se caracteriza pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior do PPP e da prática pedagógica. As concepções sobre interdisciplinaridade para os docentes-construtores centram-se na comunicação interativa entre os campos do conhecimento como condição indispensável à concepção de interdisciplinares e a ação coletiva das pessoas e/ou do grupo como via de superação do modelo da educação tradicional. No âmbito das dificuldades, os docentes-construtores apontaram que há desconexões entre as disciplinas e falta da vivência ampla da interdisciplinaridade nas atividades pedagógicas. Para os docentes-coordenadores, as dificuldades abrangem a falta de interatividade entre os pilares do curso médico na escolha de alguns temas e conteúdos e das técnicas e estratégias de aprendizagem; a dissociação entre os eixos do curso, principalmente na integração entre os eixos do curso: conteúdos temáticos, IAPSC, habilidades e atitudes, além do desconhecimento do Programa Saúde da Família e sua abrangência. Conclusões: A análise dos dados e o diálogo com a literatura permitem delinear o desafio de estimular a construção participativa dos conteúdos, a presença dos construtores de conteúdo específico nos cenários de aprendizagem na saúde na comunidade, além de desenvolver uma escuta ativa dos sujeitos partícipes (estudantes, docentes, gestores, profissionais dos serviços, usuários). Faculdade de Medicina do Norte de Minas. Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, MG 2 Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP 1 •Humanidades Médicas e Humanização no ensino e no exercício da Medicina Recebendo uma notícia dificil: influência desse momento no enfrentamento da doença Fabiana Neman1 Fabrício da Silva Castilho1 RESUMO: Introdução: Sabemos que no desempenhar de suas funções, inúmeras vezes, o médico tem papel de comunicar notícias desagradáveis, seja em relação à terapêutica ou ao prognóstico. Buscamos entender esse momento tanto do ponto de vista do profissional como do cliente. Entre as dificuldades indicadas pelos médicos temos o medo de ser considerado culpado, o medo da falha terapêutica ou da sensação de impotência e de fracasso. Para o paciente há o medo pessoal da doença e da morte. Objetivos: Este estudo teve por objetivo avaliar a forma de transmitir más notícias, analisando a reação do paciente e entendendo o fenômeno desencadeado por vivenciar esta experiência. Conhecer este fenômeno é de grande importância, pois este momento é crucial para o comportamento do paciente durante seu tratamento, tendo grande significado sobre a qualidade de vida neste período. Metodologia: Este trabalho faz parte de um estudo caso-controle, que tem como objetivo geral reavaliar os fatores de risco associados ás infecções por Chlamydia trachomatis e Papiloma vírus Humano, desenvolvido no segundo semestre de 2009, no município de Mairiporã. Na busca do alcance deste objetivo geral, foi possibilitado acesso a uma população de mulheres com idade entre 18 e 40 anos. Na entrega dos resultados foi então possível obter os dados deste estudo, através de um instrumento com questões abertas e fechadas num primeiro momento e, depois, de uma entrevista com uma amostra aleatória deste grupo maior. Os dados foram analisadospor freqüência e percentual e por análise de discurso. Resultados: Após a coleta de dados foi possível identificar que o momento de receber uma notícia difícil gera sentimentos negativos ao paciente, pois não é uma situação esperada. Em geral o paciente quer ter o apoio de outras pessoas neste momento para sentir-se mais seguro. A transmissão do diagnóstico não esperado pode desencadear um pouco mais de segurança, quando entende que há possibilidade de tratamento e de cura. Entretanto referem que tal momento é tão difícil que possibilita não entender corretamente o que tem nem como pode ter contraindo a doença. Contudo, dar a notícia de modo mais confortável para o paciente parece propiciar o sentimento de que irão persistir no tratamento e no cuidado a sua saúde. Conclusões: Tais dados preliminares permitem entender uma realidade composta de um primeiro momento difícil com o diagnóstico. Num segundo momento, se orientada quanto à doença e tratamento, a ansiedade diminui e é possível entender a patologia que tem e como será o tratamento. Para a grande maioria, receber a notícia do médico é a referência mais esperada. Tal circunstancia permite entender que ao comunicar uma notícia difícil ou desagradável o profissional médico tem grande influencia no comportamento do paciente que vai acompanhar o tratamento desenvolvido. Estes dados apontam a grande necessidade de revermos o processo de formação profissional e a capacitação de profissionais já atuantes quanto ao processo de comunicação com o paciente/cliente. 1 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP 47 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. A humanização aprendida no ambulatório didático de pediatria Filomena Euridice Carvalho de Alencar1 Maria da Penha de Mattos Nascimento1 Vera Lucia Resende Marques1 RESUMO: Introdução: A assistência humanizada deve ser praticada pelo profissional de saúde e, para isso, é necessário que seja aprendida com a vivência. O interno de medicina deve vivenciar o atendimento no contexto da humanização. Objetivos: Chamar a atenção para a necessidade de praticar a humanização do atendimento pediátrico no internato de medicina. Metodologia:Descrição do modelo de assistência praticado no ambulatório didático de pediatria do internato do curso de medicina da UFES. Resultados: O Programa ESCADA funciona no ambulatório didático de pediatria do internato da UFES há cinco anos. Os objetivos do programa são favorecer o crescimento e o desenvolvimento físicos da criança e do adolescente e promover a cidadania. Nesse contexto, o interno vivencia três vezes por semana o atendimento de crianças e adolescentes, durante seis semanas. Além da demanda espontânea, são atendidos pacientes egressos da enfermaria geral para seguimento de problemas com complexidade variável. Ao final do atendimento diário é privilegiada a discussão dos aspectos psico-sociais e clínicos envolvidos na análise de cada situação e as intervenções necessárias ao bem estar da criança cidadã são enfatizadas. Vêm sendo discutidos não apenas aspectos relacionados à prevenção ou à intervenção no contexto da violência no nível individual, como também comunitário, e a identificação e auxílio na resolução de conflitos que geram droga-adição, negligência, entre outros aspectos relevantes. O programa conta com um ambulatório multidisciplinar que privilegia o encaminhamento e a comunicação pessoal e personalizada sempre que necessário e possível.Conclusões: É por meio da vivência que se constroem conceitos e atitudes concretas e que se tornam hábito. Dessa forma, a experiência vivida pelos internos nos programas educativos da universidade incorpora valores e atitudes de cidadania e torna o educando co-responsável pela sua formação. 1 Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES A identificação de problemas sociais no ambulatório de pediatria Filomena Euridice Carvalho de Alencar1 Maria da Penha de Mattos Nascimento1 Vera Lucia Resende Marques1 Marcelle Olivier Martins de Oliveira1 RESUMO: Introdução: O olhar atento é um privilégio na interpretação da entrelinhas de um diálogo na relação médico-paciente. “Olhar com olhos de ver” é necessário na interpretação de dados que muitas vezes são difíceis de serem revelados pelo paciente. Objetivos: Chamar a atenção para os problemas sociais ocultos por trás das alterações na saúde. Metodologia: Descrição da identificação de droga-adição durante o atendimento a um adolescente com hipertensão arterial leve no ambulatório didático de pediatria. Resultados: Adolescente de 16 anos, sexo masculino, procurou o ambulatório para consulta de rotina, acompanhado de sua mãe. Foi identificada hipertensão arterial leve. Na segunda consulta a pressão arterial estava normal, porém, questionado novamente a respeito dos hábitos de vida, o paciente revelou que era tabagista e que usava maconha desde os onze anos de idade. Identificaram-se reprovações na escola, problemas no contexto social e familiar (pais separados, novo companheiro da mãe também usuário de maconha) e o receio do paciente com relação à possibilidade de prisão como fator de dificuldade na procura de tratamento para a droga-adição. A mãe referiu mudanças de endereço em virtude de tráfico na sua vizinhança. A clareza nas informações melhorou na consulta subsequente. Foi oferecida ajuda para o tratamento dentro da universidade e reiterado o compromisso ético da equipe responsável pelos cuidados, principalmente com relação ao sigilo. Apesar do mostrar-se ainda receoso, aceitou ser ajudado e, para evitar exposição excessiva ou desistência, foi “levado pela mão”, juntamente com sua mãe, ao ambulatório de dependência 48 química, onde fez a primeira entrevista. Também foi encaminhado ao programa de “Menor Aprendiz” na intenção de auxiliar na construção de um projeto de vida. Conclusões: É fundamental o olhar atento e a oferta concreta de cuidado personalizado e comprometido com o bem estar global do cidadão diante do atendimento aos jovens com desvios de conduta e ingressos na droga-adição. A procura de atendimento médico é motivada por problemas físicos que são exteriorizados, muitas vezes, em virtude de problemas na esfera psico-social. Prover uma atmosfera de confiabilidade durante o cuidado é fundamental para que o cidadão sinta-se percebido de forma particular e não como um número. Esse contexto pode potencializar a adesão aos programas de recuperação. 1 Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES A importância da humanização na graduação médica da perspectiva de internos e profissionais que participaram de um projeto de humanização durante a formação Camila Ada Guazzelli1 Beatriz Lima Pereira2 Vitor Mauad3 Gabriela Takayanagi Garcia4 Sonia Nussenzweig Hotimsky4 RESUMO: Introdução: No início do século XXI, a temática da humanização da saúde ganha maior visibilidade e sustentação política no Brasil. O que era até então pauta de movimento social que se contrapunha ao assim denominado modelo tecnocrático de assistência, em que a tecnologia se transformara em valor hegemônico da medicina e sociedade, passa a ser incorporada como meta de programas do Ministério de Saúde, tal como o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Uma maior preocupação com a incorporação desse tema na formação em saúde ocorre a partir de 2003 com a criação da Política Nacional de Humanização. A interlocução com instituições de ensino passa a ser vista como desafio e estratégia privilegiada visando à transformação das práticas de atenção e gestão da saúde. Os sentidos polissêmicos do conceito de humanização podem ser agrupados em torno de dois eixos. Um circunscreve à humanização a esfera das relações interpessoais, sendo associada à atitude ética e humanitária. Outro associa o termo à qualidade do cuidado e inclui o reconhecimento dos direitos de usuários, condições de trabalho, modelo de assistência e formação profissional. Embora se reconheça a relevância da humanização do ensino médico, esforços visando incorporar o tema no currículo ainda são insuficientes para promover mudanças no perfil de profissionais. Nesse contexto, a análise de um projeto extracurricular de humanização organizado por estudantes de medicina pode contribuir para a compreensão da repercussão desse tema na formação médica. Objetivos:Descrever e analisar resultados de pesquisa feita por estudantes de medicina sobre um projeto de humanização da assistência a saúde por meio da arte clown promovida voluntariamente, por alunos da mesma faculdade. Busca-se discutir os significados da humanização da perspectiva de integrantes deste projeto durante o curso e sua repercussão na formação médica. Metodologia:Trata-se de pesquisa qualitativa envolvendo dez entrevistas semi-estruturadas. A análise é fundamentada na técnica de conteúdo temático categorial. Resultados: Iniciativa de alunos, o projeto emerge em 2003, inspira-se em Patch Adams e nos Doutores da Alegria, e objetiva a transformação do ambiente em serviços de saúde por meio da arte clown. Os significados do termo humanização mencionados giram em torno do eixo das relações intersubjetivas. Os motivos para a inserção no projeto incluem: idealismo; vontade de participar de um projeto social e/ou artístico, de “cuidar de gente”; possibilidade de antecipar o contato com pacientes nos serviços; e, autoconhecimento. Houve divergências quanto às repercussões da experiência nas características de seus integrantes. Enquanto alguns consideram que esta aumentou a sensibilidade, humanizando seus integrantes, para outros o projeto não opera transformações em seus integrantes. Há críticas quanto à formação médica: entrevistados consideram necessário humanizar a relação médico-aluno assim com a Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. interação médico-paciente. Em contraposição, considera-se formação e atuação clown nos serviços ferramentas facilitadoras das relações interpessoais, em especial com pacientes. Entrevistados aproximam formação “clown” e médica: ambas exigem dedicação e se valem de um dom altruísta. Também convergem quanto à importância do domínio da técnica: tanto a médica quanto à “clownesca”. O clown ensina ao médico: trabalho em grupo, percepção do outro, expressão corporal, improviso e jogo de cintura. O nariz do palhaço protege o estudante, mas, o clown também o expõe, deixa-lhe vulnerável, aproximando-o do doente. Essa atividade extracurricular promove bem-estar dos integrantes - seu caráter lúdico ameniza o estresse da faculdade. Esses fatores contribuiriam para a humanização, facilitando comunicação e vínculo com o paciente. Conclusões: Aprendizado e experiência em arte clown aprimoram a formação médica, contribuindo para a aquisição de uma competência comunicativa complementar à competência técnica e científica. Faculdade de Medicina do ABC, São Bernardo do Campo, SP Faculdade de Medicina do ABC, São Caetano do Sul, SP 3 Faculdade de Medicina do ABC, Jaú, SP 4 Faculdade de Medicina do ABC, São Paulo, SP 1 2 “I Gotta a Feeling!” - Médicos de Família como professores: cuidando do estresse do internos e promovendo uma medi-cina mais humana Marco Aurelio Janaudis1 Bruna Affonso Madaloso2 Gilberto Luppi dos Anjos2 Pablo González Blasco1 RESUMO: Introdução: No período do internato, a maioria das faculdades de medicina subdivide seus estudantes em grupos, sendo que essa escolha é feita por meio de afinidade; teoricamente essa liberdade de escolha deveria facilitar o trabalho em grupo, entretanto, a intensa convivência e um ambiente estressante acabam levando a desentendimentos entre os internos.Objetivos: Descrever o efeito benéfico do estágio em Saúde Coletiva num módulo de Medicina de Família e Comunidade em um dos grupos de internato da Faculdade de Medicina de Jundiaí.Metodologia: Era nosso último estágio, estávamos sobrecarregados e mal podíamos nos falar sem que uma discussão se iniciasse. Entretanto em nosso primeiro dia nos deparamos com um ambiente acolhedor. O professor não iniciou a matéria como esperado, mas perguntou sobre nós, pedindo que apresentássemos nosso colega ao lado e após, o grupo como um todo. Nessa tarefa nós acabamos por expor nossos dilemas, motivações e expectativas e nós demos conta da importância de entender o outro para que entendêssemos a comunidade. A experiência continuou por mais 10 semanas, com discussões e reflexões. Por fim realizou-se análise qualitativa pelo professor como obervador participante da experiência. Resultados: Aprendendo essa lição estaríamos prontos para compreender os princípios da Medicina de família e entender nossos pacientes como parte da comunidade em que estavam inseridos. Chegamos a conclusão sobre o que é medicina de família: entender um ao outro para compreender nosso paciente. Nossa última tarefa nasceu da proposta de realizarmos um trabalho em que pudêssemos estar juntos, tanto física como mentalmente: reproduzir o “flashmob†de “I gotta a feeling do Black Eyed Peas†foi a forma e o tributo ao nosso crescimento pessoal e profissional, de certa forma é nossa cura. Conclusões: A medicina de família nos ajudou a promover um entendimento melhor do ser humano e tornou os estudantes mais humanos e sensíveis às necessidades do outro os preparando para serem médicos. 1 2 Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo, SP RESUMO: Introdução: O projeto Teddy Bear Hospital simula o ambiente hospitalar onde a criança deixa de ser paciente e passa a ser cuidador mediante a responsabilidade de levar o brinquedo doente ao medico. Foi instituído para familiarizar a criança com o ambiente hospitalar, discutir questões relacionadas ao adoecer, refletir sobre os paradigmas do processo saúde-doença e, conseqüentemente, facilitar o envolvimento da criança com a equipe de saúde. Outrossim, também de proporcionar ao estudante de medicina a oportunidade de lidar com o público infantil, reconhecer seus medos, limitações e desenvolver técnicas de ajudar a superá-los. Este projeto foi desenvolvido pela IFMSA (International Federation of Medical Students Association of Brazil). Objetivos: Análise do impacto do Teddy Bear na percepção da criança quanto ao médico e ao seu atendimento e na percepção do estudante de medicina quanto a este processo.Metodologia: Desenvolvimento do projeto Teddy Bear pelos alunos da medicina em creches e escolas de Ribeirão Preto. Dinâmica do projeto e do atendimento criança-brinquedo: Apresentação da criança a recepção para preenchimento de ficha cadastral do brinquedo; questionário sobre suas impressões do médico e encaminhada à consulta. No consultório, o estudante faz anamnese e exame físico do brinquedo juntamente com a criança. Depois, a mesma é encaminhada a enfermaria com a receita. Após isto, serão analisadas as implicações da utilização do remédio. Resultados: Foram estudadas as respostas de 71 crianças, com idade de 2 a 5 anos. A maioria absoluta das crianças, 90%, já haviam ido ao médico acompanhado de seus pais ou exclusivamente de sua mãe (70%). Uma minoria das crianças, 12% apenas, referiu não gostar de ir ao médico atribuindo a isto a possibilidade de procedimentos dolorosos (principalmente injeção). O medo de ir ao médico foi identificado em 27% das crianças. Por outro lado, 86% das crianças demonstraram expectativas positivas do médico (“legal, inteligente, amigo”). A roupa branca não foi motivo de ansiedade nas crianças (p<0,05). Observou-se que a maioria das crianças atribuiu problemas de saúde ao seu urso com número significativo desse grupo classificando o estado de saúde do ursinho como “muito doente” (p<0,05). Após a consulta com o médico, observamos que as crianças sustentaram suas expectativas positivas referente ao médico e medo diminuiu significativamente (p<0,05). A ampliação da assistência à saúde no Brasil desde 1988 com o SUS, justifica a realidade atual em que a maioria das pessoas tem contato com o médico. A despeito da possibilidade de procedimentos dolorosos durante a consulta, a presença dos pais e a experiência prévia da criança em consultas anteriores justificam uma minoria demonstrar medo de ir ao médico. Apesar das expectativas positivas das crianças e sua confiança no médico, a transferência de agravos à saúde do seu ursinho pode traduzir a ansiedade que o momento da consulta traz para a criança e, que, trabalhando este sentimento, podemos minimizar o mesmo, como observado no estudo. Os alunos observaram que a boa relação médico-paciente estabelecida logo na infância permite minimizar traumas e eliminar preconceitos da criança em relação aos profissionais da saúde. Conclusões: As crianças têm expectativas positivas do médico e atribuem a ele adjetivos positivos de personalidade. O medo da consulta está relacionado a procedimentos dolorosos. Apesar das expectativas positivas, a consulta ainda gera ansiedade para a maioria das crianças (que atribuem danos e agravos ao seu ursinho). O trabalho desse sentimento com projetos como o Teddy Bear interferem de forma positiva nestas expectativas. Quanto ao estudante, o projeto permite criar vínculo e aprender formas de interagir o paciente pediátrico auxiliando na atuação em pediatria, seja no internato, na residência ou na vida profissional. Curso de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP 1 Apoio psicopedagógico ao discente do curso de medicina Aperfeiçoando a relação médico-paciente pediátrico de forma lúdica Lilian Regina Telles Faro1 Rodrigo Cezar Carvalho Freitas1 Ilson Abrantes Rosique1 Renan Cesar Zanon Teixeira1 Fábio Antonio Perecim Volpe1 RESUMO: Introdução: Certamente, a medicina representa um dos principais meios de mensuração do avanço científico-tecnológico da humanidade. A pergunta que pode ser feita é: Houve, paralelamente, 49 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. uma evolução humanizadora proporcional a evolução técnica na prática da Medicina? Independe da resposta a relevância atual desta discussão se dá em decorrência das novas bases legais da qualidade da assistência e dos debates em torno da formação do médico.Objetivos: Para isso, pretendemos por meio da orientação psicopedagogica, promover o desenvolvimento emocional dos alunos de graduação do 1° período do curso de medicina do Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA a fim de lhes proporcionar um entendimento crítico do mundo, uma visão humanizada da prática médica e uma melhor adaptação ao currículo modular baseado na problematização. Metodologia: Os alunos do 1o período do curso de medicina do UniFOA foram submetidos tanto a questionários avaliativos quanto a entrevistas. Através destas enquetes e encontros foram levantadas as dificuldades apresentadas não só pela avaliação (notas e trabalhos), mas também pelo que foi compreendido nas aulas. A partir os dados obtidos a orientação psicopedagogica foi realizada. Resultados: Essa orientação se mostrou muito eficaz na diminuição do nível de ansiedade dos alunos antes das avaliações. Após as sessões os alunos se mostraram mais calmos e confiantes em lidar com as metodologias ativas impostas pelo currículo modular. Ficou claro o aumento da busca pelo conhecimento, pois eles adquiriram confiança nos professores e passaram a revelar suas dúvidas. Conclusões: Este trabalho representa um esforço conjunto de vários profissionais (médicos e não médicos) na obtenção da interdisciplinaridade na educação médica e a sua conseqüente humanização. O envolvimento acadêmico do corpo docente e discente é a nossa meta e esta foi uma das primeiras etapas bem sucedidas do UniFOA na organização e implementação do currículo modular na graduação de medicina. Escola de Ciências Médicas do Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ 1 Avaliação da qualidade da consulta médica pediátrica a partir do nível de compreensão e grau de satisfação do responsável pela criança assistida Bruna Clemenc Esteves1 Wagner Sérgio Silvestrini1 RESUMO: Introdução: Este estudo justifica-se pela necessidade de se conhecer o grau de satisfação dos usuários e compreensão em relação ao atendimento médico, para que se possa intervir nas práticas médicas, visando efetiva promoção à saúde. Objetivos: Avaliar a qualidade da assistência médica prestada no pronto atendimento do Hospital Infantil Cândido Fontoura a partir da verificação do nível de compreensão da consulta médica pelo acompanhante e o grau de satisfação do mesmo. Metodologia: Foram incluso no estudo 100 acompanhantes que aceitaram participar do estudo voluntariamente, sendo que todos autorizaram, por meio de assinatura do Termo de Constimento Livre e Esclarecido, a divulgação das informações fornecidas, antes de responderem a um questionário a respeito de grau de escolaridade, renda familiar e compreensão da consulta quanto a diagnóstico, tratamento e orientações. Resultados: Verificou-se que grande maioria dos entrevistados, 64%, apersentavam 2º grau completo, e que 86% perteciam as classes D e E (segundo classificação por renda familiar – IBGE).Quando relacionado a renda familiar e o grau de escolaridade com o surgimento de alguma dúvida durante ou após a consulta, devidamente esclarecidas ou não pelo médico, verificou-se que a grande maioria pertenciam a classe D e E (75% de até 5 salários mínimos). A grande maioria, 83% dos entrevistados, informaram que o médico havia lhe informado o diagnóstico. Dentre os informantes que sairam da consulta sem um diagnóstico, verificouse que a grande maioria, 70%, não haviam 2º grau completo. Dentre os entrevistados que tiveram/tinham alguma dúvida quanto ao diagnóstico e/ou tratamento, 50% apresentavam 1° grau incompleto ou 2° grau incompleto. Quando questionados se o médico prescreveu medicamentos, 85% disseram que o médico falou e escreveu, 6% relataram que o médico somente escreveu, em 8% dos casos não houve prescrição médica e 1% informou que o médico só falou. 50 Quando questionados se o médico orientou a retornar ao hospital caso houvesse piora do quadro clínico, 72% dos entrevistados disseram que sim e 28% disseram que não. Grande maioria dos entrevistados, 95% não souberam informar o nome do médico. Cerca de 86% dos entrevistados demonstraram-se satisfeitos com a consulta médica. Os resultados demonstram que apesar das intercorrências, que resultaram em um aumento no número de pacientes e tempo de espera , o nível de insatisfeitos em relação à consulta médica nesses 2 dias fora de 7,5%. Conclusões: Os resultados dessa pesquisa permitem concluir que a compreensão da consulta está mais relacionada à atitude e atenção do médico, do que com o nível sócio-econômico do responsável pela criança. Os entrevistados insatisfeitos e aqueles com alguma reclamação, permitem concluir que a satisfação do atendimento está também diretamente relacionada ao comportamento médico durante a consulta. Cabe ao médico, antes de fazer o atendimento, “diagnosticar” a realidade socio-cultural em que o paciente/responsável está inserido. 1 Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP Bioética e os estudantes de Medicina Cláudio Cohen1 Gisele Joana Gobbetti1 RESUMO: Introdução: A Bioética, enquanto campo de reflexão sobre a saúde e a vida humanas, tem a preocupação de priorizar a dimensão humana na Ciência médica, colocando o paciente no lugar de sujeito e não objeto das práticas clí¬nicas. Esta vertente assume fundamental importância na formação médica, na qual o atendimento ao paciente também É um meio para o aprendizado dos futuros médicos. O modo como os estudantes encaram esta relação e como as escolas médicas podem atuar no sentido de colaborar com a formação ética dos futuros médicos são o tema do presente estudo. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi conhecer a opinião dos estudantes de Medicina sobre Bioética, abordando os temas das relações profissionais, enfocando o relacionamento dos estudantes com os pacientes e com a equipe, e a formação Bioética dos médicos. Metodologia: A metodologia utilizada foi a análise da transcrição de discussões em grupo com estudantes de Medicina junto a profissionais de saúde nas cidades de São Paulo e Recife. A amostra conta com estudantes de 5º e 6º anos das faculdades de Medicina: USP, Escola Paulista de Medicina, Santa Casa, Santo Amaro/ Unisa, Universidade Federal de Pernambuco e Universidade Estadual de Pernambuco. Resultados: Sobre o relacionamento com os pacientes, os estudantes acreditam que tem maior facilidade nesta relação porque os pacientes percebem nos estudantes maior grau de interesse por eles. Os estudantes se sentem bastante valorizados pelos pacientes, pois dão maior atenção a eles do que os médicos, mas justificam o fato de os médicos nem sempre serem atenciosos porque também são muito mais ocupados do que eles. Outro fator abordado foi o fato da responsabilidade do estudante ser limitada pela supervisão dos superiores, tornando o relacionamento com os pacientes mais leve e o tempo de dedicação a eles, mais dilatado. Consideram que a relação médico-paciente se deteriorou com a introdução de novas tecnologias de exames, embora elas tenham possibilitado diagnóstico mais preciso e mais rápido. Localizam maior dificuldade na relação com terceiros: especialmente com a famí¬lia, no caso de pacientes idosos ou crianças. Quanto ao relacionamento com a equipe, os estudantes costumam reclamar bastante dos médicos residentes que, apesar de quase seus colegas, os tratam como subalternos, mandando fazer trabalhos não pertinentes à formação, como transportar algum material de um lado para outro. Apesar dessas queixas, reconhecem que as circunstâncias variam caso a caso, e a interação com os superiores é muito necessária na formação acadêmica. Quanto à formação bioética do estudante de Medicina, sentem que as escolas de medicina trabalham para uma “dessensibilização” do estudante; o aprendizado da Medicina caminha junto com a banalização do sofrimento do paciente. Sobre a parte acadêmica, os estudantes acreditam que a ética é inerente ao ser humano, e apreendida desde sempre com a família, a escola e em todas as outras relações humanas. Desse modo, a maioria dos participantes tem uma certa aversão às disciplinas relacionadas à Ética quando estas se apresentam apenas teóricas. Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Avaliam que estas matérias só tem sentido se tratadas através de exemplos práticos e na discussão com os superiores sobre a maneira correta de agir em determinados casos. Conclusões: Os estudantes de Medicina sentem que a formação “desumaniza” o médico; enquanto os médicos detêm o melhor conhecimento técnico, os estudantes, que não se sentem responsáveis por esta parte, conseguem estabelecer um melhor ví¬nculo com os pacientes. Os estudantes sentem que a ética não pode ser ensinada de modo formal, e sim de um modo prático. Assim, a formação bioética do médico deveria ser discutida não só no âmbito pedagógico e didático das disciplinas, mas, principalmente, nos exemplos práticos do cotidiano do estudante de Medicina: as relações dos médicos e professores com eles e com os pacientes. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 Comunicação de más notícias Nelson Henrique da Silva1 RESUMO: Introdução: O interesse pelo presente trabalho surgiu por meio da observação de algumas pessoas que, por estarem passando por um processo de doença grave, receberam a notícia da patologia de maneira inadequada. Objetivos: O objetivo do estudo foi identificar a qualidade da comunicação realizada por médicos para seus clientes no tocante a informação de más notícias, realizadas por estes profissionais nas instituições de saúde do município de São Paulo.Metodologia: Foi realizado um estudo com caráter qualitativo, baseado em três etapas, as quais consistiram em: coleta dos dados fornecidos pelos profissionais médicos, tabulação das respostas obtidas e elaboração de um protocolo de orientação para os profissionais da saúde habilitados para comunicar más notícias.Para o alcance do objetivo proposto foi utilizado um questionário composto de 18 questões, com perguntas abertas e fechadas, as quais foram empregadas para uma população delimitada de 20 médicos que atendem nas instituições de saúde do município de São Paulo. Resultados: Dentre as respostas mais relevantes, 50% dos médicos opinou que não recebeu informação alguma em sua formação acadêmica relacionada a más notícias, 65% se sentem preparados para passar a informação e 75% não conhecem nenhum protocolo relacionado ao tema. Conclusões: Apesar de sentir insegurança e medo da reação do paciente frente à má notícia ou então não conhecer nenhum protocolo relacionado ao assunto, à maioria dos médicos sente-se preparada para enfrentar essa difícil situação. Esta é uma grande dualidade, visto que a falta de aceitação do desconhecimento pode levar à falta de novos aprendizados e menor humanização. A análise do trabalho permite a reflexão sobre a introdução do tema “más notícias” nas grades curriculares das faculdades de Medicina. 1 Univercidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Disciplina obrigatória em terminalidade da vida: transposição de barreiras no cumprimento dos princípios dos cuidados paliativos da OMS Andréia Padilha de Toledo1 Lilian Zaghis Martinelo1 Denise Gonçalves Priolli1 RESUMO: Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cuidado paliativo é a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual. Os princípios do tratamento paliativo se baseiam em: proporcionar alívio da dor e outros sintomas angustiantes; encarar a vida e a morte como um processo normal; não adiar nem acelerar o processo de morrer; Integrar os aspectos psicológicos e espirituais da assistência ao paciente; oferecer um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viver tão ativamente quanto possível até a morte; oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a enfrentar a doença e até mesmo o luto; realizar uma abordagem em equipe para atender as necessidades dos doentes e suas famílias, incluindo o luto; melhorar a qualidade de vida, podendo influenciar positivamente no curso da doença; ser aplicado no início do curso da doença, em conjugação com outras terapias destinadas a prolongar a vida, como a quimioterapia ou radioterapia, incluindo as investigações necessárias para melhor compreender e gerir as angustiantes complicações clínicas. As diretrizes curriculares dos cursos de Medicina do Brasil dispõem sobre a formação do médico, sendo que a questão do acompanhamento do processo de morte é uma competência que deve ser adquirida durante o curso de graduação. No entanto, a adoção obrigatória de uma disciplina com o foco primário em terminalidade da vida junto ao curso de Medicina não é uma exigência, assim, as escolas médicas podem ou não adotála. Objetivos: Verificar a validade de uma disciplina clínica ou préclínica obrigatória com foco primário em terminalidade da vida, frente ao cumprimento dos princípios que norteiam os cuidados paliativos propostos pela OMS. Metodologia: Foi aplicado um questionário sobre o ensino em terminalidade da vida nos responsáveis pela elaboração do currículo, os coordenadores do curso, de 38 escolas médicas do Brasil. A análise estatística foi feita pelo programa SPSS 13.0, adotando nível de significância de 95%. Resultados: A casuística do presente estudo contou com 38 escolas médicas participantes. Apenas 10 escolas possuem uma disciplina com foco primário em terminalidade da vida, sendo que destas, 9 a incluem como obrigatória. Escolas médicas que possuem uma disciplina clínica ou pré-clínica obrigatória com foco primário em terminalidade da vida conseguem preencher 7 dos 9 critérios propostos pela OMS quando comparadas às escolas em que essa disciplina não é obrigatória. São eles: Não adiar nem acelerar o processo de morrer (p= 0,029); oferecer um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viver tão ativamente quanto possível até a morte (p= 0,000); oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a enfrentar a doença e até mesmo o luto (p= 0,001); realizar uma abordagem em equipe para atender as necessidades dos doentes e suas famílias, incluindo o luto (p= 0,017); melhorar a qualidade de vida, podendo influenciar positivamente no curso da doença (p= 0,021); ser aplicado no início do curso da doença, em conjugação com outras terapias destinadas a prolongar a vida, como a quimioterapia ou radioterapia, incluindo as investigações necessárias para melhor compreender e gerir as angustiantes complicações clínicas (p=0,011). Conclusões: A obrigatoriedade de uma disciplina pré-clínica ou clínica com foco primário em terminalidade da vida é um fator preditivo para o preenchimento dos critérios dos cuidados paliativos propostos pela OMS. 1 Universidade São Francisco, Bragança Paulista, SP Educação médica, mudanças para humanizar Raimundo Nonato Bechara1 Celia Machado1 Djalma Rabelo Ricardo1 Rinaldo Henrique Aguilar da Silva1 Celso Matias1 Sandra Helena Cerrato Tibiriçá1 Oscarina da Silva Ezequiel1 RESUMO: Introdução: A formação do profissional médico sempre foi uma preocupação e provocou mudanças. Desde o Relatório Flexner, com repercussões mundiais, passando pelas Diretrizes Curriculares de 2001, com enfoque nacional, até mudanças dentro das Instituições de Ensino, de caráter local, mas, nem por isso menos importante. A Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (FCMS/JF) não fugiu a regra e, há cerca de três anos vem fazendo modificações importantes em seu projeto pedagógico com objetivo de cumprir as propostas das Diretrizes, mas, não apenas isso: sua preocupação principal é formar profissionais com características mais humanizadas, mais direcionadas a construir seu conhecimento em cima de valores coerentes com as necessidades de saúde da população e do SUS. : “Os sistemas de saúde precisam se resguardar contra a fragmentação dos serviços” (OMS,2003:8), e, entendemos que a 51 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. melhor maneira de integrar serviços é trabalhar desde a formação com currículos integrados “Os prestadores de serviços, o pessoal da área de saúde pública e aqueles que apóiam organizações de saúde precisam de novos modelos de equipe de saúde(...)( OMS, 2003:9) para construir uma prática mais humana e integrada sendo “ a integralidade é a apreensão ampliada das necessidades e a habilidade de reconhecer a adequação da oferta ao contexto específico” (Pestana eVilaça, 2004). Objetivos: Nossa proposta é relatar essa experiência considerando a possibilidade de disseminar idéias e mudanças, bem como suscitar críticas que nos possibilitem redirecionar rumos e estratégias. Metodologia: Relato de experiência a partir das vivências dos profissionais nos processos de mudanças ocorridos no período de 2008 até a data atual, no que diz respeito a integração das disciplinas clinicas com as atividades práticas desenvolvidas em cenários do município Resultados: O Programa Integrador foi, desde o início das atividades da FCMS um norte de suas atividades pedagógicas e, inseriu o estudante precocemente em atividades nas comunidades e nas unidades de saúde, provocando inovações em relação a percepção do usuário, não mais como um “paciente” que você “estuda”e descarta, mas como um ser ativo, com desejos e interesses e, principalmente com necessidades de saúde. Esta atividade, porém ficava um pouco desconectada das disciplinas teóricas, provocando, algumas vezes, ruídos de comunicação por causa do desconhecimento dos objetivos de cada um. A partir implantação das UAI - Unidades Acadêmicas Integradas e a organização do Núcleo Docente Estruturante houve a reorientação estrutural da matriz curricular quando foi possível a cada disciplina reconhecer a importância de cada área e a relação entre as diversas unidades acadêmicas.Esta nova forma de trabalhar tem proporcionado aos professores e alunos maior satisfação e mais coerência com uma formação mais humanizada, promovendo discussões e reflexões sobre a melhor forma de atuar para responder as necessidades da população e do SUS. Para vencer o desafio da mudança houve necessidade de quebrar paradigmas, alguns bem cristalizados e mudar atitudes de docentes e discentes. Conclusões: A partir implantação das UAI - Unidades Acadêmicas Integradas e a organização do Núcleo Docente Estruturante houve a reorientação estrutural da matriz curricular quando foi possível a cada disciplina reconhecer a importância de cada área e a relação entre as diversas unidades acadêmicas.Esta nova forma de trabalhar tem proporcionado aos professores e alunos maior satisfação e mais coerência com uma formação mais humanizada, promovendo discussões e reflexões sobre a melhor forma de atuar para responder as necessidades da população e do SUS. Para vencer o desafio da mudança houve necessidade de quebrar paradigmas, alguns bem cristalizados e mudar atitudes de docentes e discentes. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG segundo a dinâmica psiconeurofisiológica despertada na relação médico-paciente. Metodologia: Para aprofundar a compreensão da resposta placebo (nocebo) e relacioná-la à interação médicopaciente, levantamento bibliográfico foi realizado utilizando a base de dados Medline e as palavras-chave “efeito placebo” e “efeito nocebo”. Resultados: Inúmeros estudos experimentais e clínicos sobre o fenômeno placebo-nocebo reiteram os fundamentos necessários para aumentar a credibilidade científica nos possíveis benefícios ou malefícios que uma relação médico-paciente mais ou menos humanizada pode provocar nos pacientes. Através da união das teorias do condicionamento inconsciente e da expectativa consciente, a medicina baseada em evidências tem demonstrado que a postura do médico, permeada por manifestações positivas ou negativas (comentários, sugestões, atitudes etc.), pode exercer influências semelhantes no psiquismo dos enfermos, desencadeando respostas favoráveis ou desfavoráveis à evolução das enfermidades, atuando como instrumento terapêutico ou iatrogênico, respectivamente. Conclusões: Associadas às reflexões teórico-filosóficas que discorrem sobre a necessidade de se incrementar a relação médico-paciente e a humanização da medicina, o conhecimento dos mecanismos psiconeurofisiológicos implicados no fenômeno placebo-nocebo ampliam o raciocínio fisiopatológico clássico do processo saúde-doença, direcionando o profissional da saúde para uma ampla gama de abordagens antropológicas, vivenciais, psicológicas, hermenêuticas etc. Dedicando uma parte do tempo da consulta médica técnica e objetiva à escuta solidária da subjetividade psicosócioambiental que permeia a individualidade humana, o verdadeiro artista da cura saberá como estimular as expectativas conscientes positivas dos pacientes no sentido curativo dos distúrbios que os acompanham (efeito placebo), podendo acrescentar aos modernos protocolos terapêuticos um incremento de melhora excluído das estatísticas vigentes. Por outro lado, dispensará maior vigilância às palavras, gestos e atitudes permeados por sentimentos destituídos dos valores ético-humanistas que, ao induzirem expectativas negativas nos pacientes (efeito nocebo), poderão despertar efeitos iatrogênicos contrários ao ideal de cura dos tratamentos propostos. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 Empatia, Relação Médico-Paciente e Formação em Medicina: um olhar qualitativo Fabrício Donizete da Costa1 Renata Cruz Soares de Azevedo1 1 Efeito placebo e relação médico-paciente: integração básico-clínica que valoriza o ato médico humanizado Marcus Zulian Teixeira1 RESUMO: Introdução: Aspecto bastante valorizado nos sistemas médicos de todas as épocas, a relação médico-paciente assumiu importância secundária no modelo biomédico atual, privando o arsenal farmacológico moderno de um procedimento terapêutico humanístico capaz de complementar a resolução de muitos distúrbios clínicos modernos. Com o intuito de resgatar esse benefício, inúmeros incentivos à humanização da medicina têm surgido ultimamente, restando ao pensamento médico moderno aceitar a concepção holística de que este incremento relacional subjetivo pode aumentar a eficácia, a efetividade e a eficiência dos tratamentos convencionais. Objetivos: Com a proposta de sensibilizar os colegas de profissão em prol dessa mudança de paradigma, que visa incorporar de forma sistemática os conteúdos humanísticos aos procedimentos técnicocientíficos modernos, estudamos as principais evidências científicas que fundamentam e quantificam o fenômeno placebo-nocebo 52 RESUMO: Introdução: Para Suchman, a Relação Médico-Paciente (RMP) é constituída de processos psicossociais complexos de relação. A RMP tem a empatia como um de seus aspectos. Hojat nos alerta sobre a ambigüidade do termo empatia. Definida por Rogers, empatia envolve um sentimento de sensibilização pelas mudanças sentidas e refletidas, momento a momento, pela outra pessoa. Para Davis, empatia é um processo psicológico conduzido por mecanismos afetivos, cognitivos e comportamentais frente à observação da experiência do outro. Segundo Larson e Yao, a empatia é um símbolo das profissões que cuidam da saúde. A possibilidade de ensinar a ser empático aparece como uma alternativa para a amplificação da perspectiva médica, como apontam Di Blasi e Kleijnen ao afirmarem que a empatia seria uma ferramenta útil para transformar o paciente “propriamente dito” em um ser autônomo. Contrariando este pensamento, a empatia seria avaliada como uma espécie de “efeito do contexto” ou “efeito placebo”. Objetivos: Contextualizar a presença da empatia na prática médica e docente, a fim de se obter a compreensão desta habilidade como um dos constituintes da Relação Médico-Paciente (RMP). Discutir, de maneira introdutória, a possível transmissibilidade da empatia, enumerando sugestões advindas da prática e do conhecimento dos entrevistados, bem como considerações pessoais dos entrevistados acerca do mesmo processo. Metodologia: Pesquisa qualitativa e transversal cujo arcabouço material baseia-se na coleta de dados via entrevistas semi-estruturadas realizadas com médicos docentes. Agrupou-se os professores pelo critério de “proximidade teórico- Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. prática frente à empatia” em 6 grupos e um sétimo grupo congregou os demais departamentos. Passos Metodológicos 1.Definição dos entrevistados 2.Confecção do diário de campo 3.Distribuição por subgrupos de áreas 4.Construção da entrevista 5.Revisão da entrevista “piloto” 6.Aplicação /Realização das entrevistas 7.Reagrupamento das questões da entrevista a partir de sessões “nascidas naturalmente” 8.Categorização das sessões 9.Confrontamento das categorizações no Laboratório de Pesquisa Clínico-Qualitativa (LPCQ). Seguiuse roteiro composto pelas seguintes partes: parte 1 - cabeçalho de identificação,ficha de dados socioeconômicos e demográficos; parte 2 - 4 blocos de questões (empatia, empatia e graduação do docente, empatia e atuação médica e empatia e atuação docente). Finalizou-se com uma pergunta aberta para comentários finais. Material gravado para análise.Após sessões de “leituras flutuantes” realizadas pelos autores da pesquisa, houve a consolidação de quatro categorias (Trajetória Pessoal, Relação Médico-Paciente, Empatia e Observações). Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FCM/ UNICAMP, parecer N° 928/2007. Resultados: Trajetória Pessoal - A trajetória pessoal para escolha do curso mesclou principalmente aspectos afetivos e cognitivos e em menor monta, contextuais. A escolha da especialidade balanceou este três componentes. Já a escolha da docência foi matizada principalmente pelos dois últimos aspectos. Relação Médico-Paciente – Observou-se carga de importância “docente-dependente”, fato que se relaciona, sobretudo com à própria formação dos docentes envolvidos. Em situações em que a RMP não se constrói de maneira efetiva, ocorre distanciamento entre estes dois atores fato ilustrado pela metonímia inversa presente em um dos relatos. Empatia - A empatia está mais próxima dos aspectos relacionados aos sentimentos do que a cognição, sendo encarada como sinônimo de simpatia. Observou-se o paradoxo técnica-empatia. Observou-se ainda o fator-paciente, o fato de que alguns profissionais acreditam que a atitude pró-empática não depende necessariamente da atitude do médico, mas da aceitação do paciente. Existe uma postura empática conduzida pelo docente, que não poderia ser ensinada diretamente como uma habilidade; Nota-se o endurecimento do estudante, fato relacionado com as perdas necessárias mal-trabalhadas ao longo da formação. Conclusões: Pouca atenção é destinada ao desenvolvimento da identidade médica ao longo do curso médico. A capacitação docente em avaliar o corpo discente ainda precisa de maiores desdobramentos práticos. A RMP foi valorizada na maior parte das entrevistas, ora como um meio necessário à obtenção de resultados e integrante da boa técnica profissional, ora como um encontro humano, que utiliza ferramentas não exclusivamente verbais, caracterizado pela possibilidade do auxílio. A transmissibilidade da empatia foi apontada na forma do “exemplo”, do que algo a ser de fato ensinado e aprendido. Essa transmissibilidade é fortemente influenciada por características de personalidade e biografia. Momentos para a ocorrência dessa prática são rarefeitos e fragmentados ao longo do curso médico corrente. Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP 1 Ensinando a Prática da Medicina Humanística Fernando Soares Guedes1 Josefina Italia Ratto Barbetta1 Maria José Pereira Zago 2 RESUMO: Introdução: O ensino e a prática da atenção à saúde vêm sendo analisados e debatidos, há um consenso geral quanto à insatisfação e à necessidade de reformulações destas atividades, principalmente no tocante ao resgate do humanismo e da humanização. Pois o objetivo final da medicina é cuidar de pessoas. Para tanto, conhecer doenças é necessário, mas compreender pessoas é fundamental. É fundamental estudar o humano para além do componente biológico, é necessário tentar compreender o humano. A história da medicina mostra que uma das chaves para isto é a tipologia, esta foi uma ferramenta utilizada por praticamente todos os grandes expoentes da medicina, em diferentes culturas e civilizações orientais e ocidentais. Hipócrates tinha a sua tipologia. Objetivos: O objetivo é apresentar, demonstrar e ensinar na prática clínica diária a medicina humanística e como utilizar as ferramentas desta prática. Também é objetivo deste projeto demonstrar que a terapia medicamentosa é importante, mas que outras práticas terapêuticas devem ser empregadas, principalmente as práticas relacionadas à promoção da saúde e prevenção de doenças, como o estímulo ao autoconhecimento e o resgate do autocuidado. Para tanto pretende-se recuperar o papel de conselheiro que o médico historicamente sempre desempenhou. Mas para aconselhar as pessoas é necessário antes de tudo conhecêlas, saber de seu passado, de seu presente e de suas aspirações futuras, conhecer suas alegrias e adversidades. Metodologia: A grade curricular do 5ºano da Faculdade de Medicina do ABC(desde 2008) prevê um estágio de 3 semanas na Unidade Básica de Saúde⁄Escola de São Caetano do Sul. O objetivo deste estágio é demonstrar a utilização da tipologia na prática clínica diária. Para tanto mudamos o foco de atenção da doença para o ser humano a manifesta, do assistencialismo e da medicalização para o diálogo e o incentivo de uma postura pró-ativa dos pacientes. Ao focar na pessoa doente, o estágio evidencia que o modo de ser e de adoecer são construções da história de vida de cada indivíduo, onde o psíquico e o fisiológico estão intrinsecamente relacionados. Os alunos entram em contato com outras ferramentas, como a homeopatia e a acupuntura. E vêem a utilização da tipologia de Carl Jung, da tipologia da Medicina Tradicional Chinesa (Teoria dos 5 Elementos) e da tipologia da Homeopatia Clássica de Kent. Resultados: A formação do estudante de medicina apresenta a doença fora do contexto de vida do paciente, como algo adquirido e não como uma construção da história de vida. Em geral a maioria das terapêuticas não leva em conta o indivíduo, apenas a doença que o indivíduo manifesta. Mesmo as terapêuticas não medicamentosas e as práticas de prevenção e promoção seguem esta regra. Que é seguida também para quaisquer tipos de doenças, sejam do corpo ou da mente, como depressão, angústia e ansiedade. Os estudantes, em geral, têm grande experiência no estudo das doenças, mas estudar pessoas é algo novo para eles. Para a maioria deles a tipologia é somente uma curiosidade, algo histórico e ultrapassado e não vêem nela uma relação com a prática clínica diária. Em face disto, a primeira reação dos alunos é de estranhamento e de curiosidade. Com o passar dos dias percebem as boas reações dos pacientes e a grande aderência ao tratamento proposto. Com o tempo começam a adquirir certa habilidade na prática e no uso da tipologia como ferramenta clínica.Conclusões: O modelo humanístico proporciona a visão integral do ser e do adoecer, pois compreende as dimensões: biológica, psíquica, cultural, social e espiritual. Quando é incorporada à formação do médico deixa claro que apenas aprendizado das habilidades técnico-instrumentais é insuficiente para o seu exercício, exige o desenvolvimento das capacidades relacionais que permitem o estabelecimento de um vínculo adequado e uma comunicação efetiva. A medicina é interpretativa e a interpretação das subjetividades é tão importante no diagnóstico e tratamento quanto são os dados científicos objetivos e a dedução lógica. Centro de Estudos em Novas Tecnologias na Atenção Primária, São Caetano do Sul, SP 2 Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP 1 Ensino de ética médica em curso com metodologia de PBL Irene Abramovich1 Gabriela Vaccarezza1 Waldir Grec1 José Carlos Riechelmann1 Valdes Roberto Bollela1 RESUMO: Introdução: Introdução: Em atendimento a uma das diretrizes do MEC (“Os profissionais devem realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da ética/bioética, tendo desenvolvimento ético.”) e a um dos quesitos do pedagógico deste curso (o desenvolvimento ético) o Núcleo de Estudo e Pesquisa de Ética em Saúde- NEPES introduziu no teste de progresso individual (realizado semestralmente, em todas as turmas) cinco questões versando sobre as questões éticas da prática 53 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. médica cotidiana. Objetivo:Acompanhar a evolução dos estudantes (individual e coletivamente) durante todo o curso médico e mensurar o grau de incorporação cognitiva sobre ética. Métodos: Relato de experiência sobre a inclusão de perguntas sobre ética e bioética no teste de progresso dos alunos do Curso de Medicina, desde o primeiro semestre de 2008. O teste de progresso é uma prova semestral, com 75 testes de múltipla escolha sobre as cinco áreas básicas (Pediatria, GO, Clínica, Cirurgia e Saúde Coletiva) e ciências básicas aplicadas à clínica. As questões de ética foram elaboradas a partir de situação problemas que exigiam conhecimento dos princípios universais de ética. Os resultados foram tabulados por estudante, turma, e etapa de formação com o feedback dos resultados para o corpo docente e discente. Resultados:Foi observada uma boa receptividade por parte dos estudantes em relação a essa iniciativa, em particular, da disponibilização do gabarito comentado da prova. A presença regular de questões de ética, na forma de situações problemas, tem despertado o interesse e servido de oportunidade de aprendizagem para os estudantes de todos os anos do Curso Médico. Conclusão: Essa estratégia tem servido para valorizarmos a incoroporação de conceitos éticos como temas transversais e relevante na formação do estudante, utilizando a própria avaliação como momento de aprendizado, sendo possível detectar deficiências e permitindo uma intervenção no sentido de supri-las. Objetivos:objetivo :Acompanhar a evolução dos estudantes (individual e coletivamente) durante todo o curso médico e mensurar o grau de incorporação cognitiva sobre éticates e em todos os cenarios do curso. Metodologia: Métodos: Relato de experiência sobre a inclusão de perguntas sobre ética e bioética no teste de progresso dos alunos do Curso de Medicina, desde o primeiro semestre de 2008. O teste de progresso é uma prova semestral, com 75 testes de múltipla escolha sobre as cinco áreas básicas (Pediatria, GO, Clínica, Cirurgia e Saúde Coletiva) e ciências básicas aplicadas à clínica. As questões de ética foram elaboradas a partir de situação problemas que exigiam conhecimento dos princípios universais de ética. Os resultados foram tabulados por estudante, turma, e etapa de formação com o feedback dos resultados para o corpo docente e discente Resultados: Resultados:Foi observada uma boa receptividade por parte dos estudantes em relação a essa iniciativa, em particular, da disponibilização do gabarito comentado da prova. A presença regular de questões de ética, na forma de situações problemas, tem despertado o interesse e servido de oportunidade de aprendizagem para os estudantes de todos os anos do Curso Médico. Conclusões: Conclusão: Essa estratégia tem servido para valorizarmos a incoroporação de conceitos éticos como temas transversais e relevante na formação do estudante, utilizando a própria avaliação como momento de aprendizado, sendo possível detectar deficiências e permitindo uma intervenção no sentido de supri-las. aspectos relevantes da formação médica, incentivando a participação ativa do estudante no seu processo de formação profissional. Além disso, busca-se sensibilizar o estudante para uma prática médica fundamentada no modelo biopsicossocial. Metodologia: a atividade teve início em 2009.2, quando foram dedicadas 30 horas/aula na carga horária do MB II para inclusão das temáticas humanísticas, utilizandose como estratégia de ensino as discussões em pequenos grupos, com ênfase no caráter formativo, que valoriza a percepção e vivência dos estudantes. A metodologia ativa é utilizada, onde são realizadas entrevistas com a comunidade, exibição e discussão de filmes, dinâmicas de grupo e “role-playing”. O programa para o semestre envolve cinco encontros com cada grupo, que são planejados em articulação com os conteúdos de Morfologia, Fisiologia e Habilidades Clínicas, sendo debatidos os seguintes temas: (1) aspectos relevantes do cotidiano do estudante de Medicina, (2) suas relações interpessoais, incluindo a relação professor-estudante, (3) morte no contexto da formação médica, (4) percepção da sociedade acerca do papel profissional do médico, (5) além de uma visita a uma comunidade de baixa renda do município de Natal/ RN, onde os estudantes são estimulados a observar o cotidiano dessa população, conversando com eles sobre as dificuldades que enfrentam quando necessitam de assistência médica. Essa atividade fundamentada no modelo biopsicossocial visa ampliar a capacidade de percepção do estudante, no que se refere ao conceito de saúde-doença. O aporte teórico acontece por meio de leituras de texto e discussões críticas nos grupos. Resultados: em 2009.2, uma turma de 46 estudantes participou dessa atividade, e a 2° turma com 45 estudantes está participando no semestre atual. A integração dos conteúdos humanísticos com o MB II vem se mostrando efetiva, contribuindo para melhoria do conceito qualitativo atribuído pelos estudantes a esse componente curricular, na medida em que favorece uma maior significação dos conteúdos ministrados. A avaliação inicial demonstra que a atividade estimula a reflexão dos estudantes acerca das necessidades psicossociais dos pacientes, como também os estimula a compartilhar experiências, valores e sentimentos, contribuindo para uma formação acadêmica mais humanizada. Conclusões: nosso esforço tem sido no sentido de construir/ aprimorar um espaço de reflexão, que contribua para o desenvolvimento de habilidades relacionais importantes para a formação humanística do futuro médico. Para isso, a proposta pedagógica está ligada aos princípios da aprendizagem significativa, que valoriza os aspectos cognitivos e afetivos da aprendizagem, levando em consideração três alicerces: teoria, prática e desenvolvimento pessoal. Entretanto, cabe ressaltar que, mesmo abrindo espaço para a introspecção, reflexão pessoal e contato com os próprios sentimentos, em hipótese nenhuma, o espaço pedagógico é transformado em psicoterapêutico. 1 1 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Experiência da Inserção das “Humanidades Médicas” em integração com os conteúdos biomédicos do Módulo Morfofuncional na UFRN Simone da Nóbrega Tomaz Moreira1 George Dantas de Azevedo1 RESUMO: Introdução: nos últimos anos, vem ocorrendo um processo de mudança no contexto da educação médica. Nesse processo, destaca-se o surgimento de uma área de reflexão e pensamento denominada “Humanidades Médicas”, que se propõe a incluir temas das ciências humanas com objetivo de melhorar a formação humanística do futuro médico. Há, no entanto, vários desafios a serem enfrentados, tais como; garantir “espaço” na estrutura curricular, falta de continuidade das discussões de caráter humanístico no decorrer do curso, além do desafio de trabalhar com estudantes pouco motivados, que não valorizam esses conteúdos, em função da ênfase prioritária aos conteúdos biomédicos. Num contexto de mudança curricular, criamos dentro do módulo morfofuncional (“Módulo Biológico II” – MB II), um espaço para reflexão crítica sobre os aspectos relevantes da formação e prática médica. Objetivos: diante do exposto, o objetivo geral, que permeia todo o nosso trabalho, consiste em refletir (pensar) sobre 54 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN Futuros médicos: o imaginário coletivo de estudantes sobre a profissão de médico Marcela Pinto Teixeira1 Carolina Nunes Reis1 Isabela Borges de Miranda1 Lívia Cristina Rocha Jardim1 Maria Auxiliadora Motta Barreto1 RESUMO: Introdução: A escolha profissional está diretamente relacionada ao estilo de vida do indivíduo e é determinante da satisfação laboral e pessoal. Com a atuação profissional, vão se consolidando as práticas individuais e coletivas da profissão e estas são influenciadas pelo imaginário coletivo e se mantém determinantes da práxis. A escolha pela medicina resulta em conseqüências nas expectativas do curso e durante o exercício da atividade profissional em si, ao ingressar no mercado de trabalho, o que já justifica um estudo acerca da representação que os estudantes que escolhem a profissão têm dela. Como docente e discentes de um curso de medicina, observamos algumas diferenças entre a postura dos estudantes e suas verbalizações, daquilo que é preconizado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da graduação em medicina. Utilizando uma visão blegeriana que discute a importância de se considerar as condições concretas Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. na qual um fenômeno ocorre, a escolha profissional corresponde a uma conduta humana e, o que se aplica às condutas, aplica-se também às escolhas, sendo estas influenciadas por fatores pessoais e sociais. Dessa forma, julgamos que as inúmeras dificuldades de adaptação, ao longo dos anos de formação médica, incrementam a necessidade de compreender o imaginário coletivo de jovens que fazem essa escolha profissional. Objetivos:Considerar o imaginário coletivo de jovens estudantes de medicina, acerca da profissão de médico. Metodologia: Foi utilizado o procedimento de DesenhosEstória com Tema, nos moldes desenvolvidos por Aiello-Vaisberg e por Trinca, como recurso de abordagem para temas de difícil acesso. A pesquisa foi realizada no ano de 2009 com estudantes que foram escolhidos por estarem ingressando no curso ou no ciclo internato de medicina. O grupo constitui um meio que facilita o acesso ao imaginário coletivo e que nos comunica a concepção, neste caso, sobre quem escolhe medicina. Consideramos aproximadamente 120 alunos, ingressantes na graduação e no internato. Foram solicitados desenhos e estórias, a partir da consigna: “Desenhe um(a) médico(a) e, depois, escreva uma estória sobre ele(a) no verso da folha”. Não foi solicitada identificação, apenas sexo e idade. Resultados: Foram obtidos 59 desenhos-estórias, sendo 51 dos primeiro-anistas e o restante, alunos do internato. Durante a realização do procedimento, percebemos uma maior disponibilidade e interesse por parte dos primeiro anistas, o que justifica sua maioria neste trabalho. Na análise dos Desenhos-Estória com Tema, percebemos uma predominância de alguns campos psicológicos não conscientes e dentre eles destacamos: Dualidade (a escolha da especialidade e os papéis pessoal e profissional como antagônicos e dificilmente integrados); Idealização (o médico é capaz de solucionar todos os problemas, incansável e detentor do conhecimento sobre “cura para todo mal”) e O outro (o paciente, é frequentemente referenciado, mas não representado). Conclusões: A análise nos leva a considerar que a substituição das representações – que os alunos já trazem consigo – por outras, transmitidas durante o curso, não são suficientes para a formação do profissional médico, nos moldes das DCN’s preconizadas. Se esses futuros profissionais possuem concepções, a priori, desintegradas e idealizadas, é compreensível que o ambiente próximo do jovem que escolhe a medicina também encare a questão dessa forma. Por outro lado existem também aqueles que já se mostram tendenciosos em encarar a medicina como negócio, onipotência e independente do paciente. Encarada assim, a opção pela profissão e a formação profissional deixam de ser momentos integrados e passam a ser um sintoma de problema que impede a expressão do self. Escola de Ciências Médicas do Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ 1 Habilidades interpessoais, comunicação e sessões tutoriais: em foco um curso médico Marta Maria Gomes1 Sylvia Helena Souza da Silva Batista2 RESUMO: Introdução: As diretrizes curriculares definem um modelo de atenção à saúde que ancora-se nos princípios da integralidade e interdisciplinaridade, indicando a necessidade de programas de aprendizagem em saúde que privilegiem as habilidades interpessoais da pessoa que presta o atendimento. Os currículos organizados a partir da Aprendizagem Baseada em Problemas têm uma dinâmica que pode ser favorecedora das interações e assim, do desenvolvimento de possibilidades ampliadas do cuidado na relação de escuta, acolhimento e resolutividade. Objetivos: analisar o desenvolvimento das habilidades interpessoais na formação médica a partir do processo comunicacional construído nas sessões tutoriais do Curso de Medicina da UNIMONTES. Metodologia: foi utilizada nessa pesquisa abordagem quali-quantitativa. Os informantes da pesquisa foram 136 estudantes; do 1º ao 7º períodos. Também foram participantes 6 professores/ tutores do 1º ao 7º períodos sorteados aleatoriamente. Num primeiro momento foram convidados 24 tutores para participação em um grupo focal, mas obteve-se adesão de 6 tutores. Os instrumentos de coleta de dados abrangeram: a Escala IHS Del Prette aplicados nos estudantes do primeiro ao sétimo períodos, e o Grupo Focal com a participação de 6 tutores compondo amostra de tutores dos referidos períodos do curso médico. A análise dos dados abrangeu a análise da relevância estatística do inventário, bem como análise de conteúdo para compreensão e interpretação dos depoimentos no grupo focal. Resultados: Estudantes participantes: 46,3% do sexo masculino e 53,7% do sexo feminino. As idades dos participantes variam de 18 a 37 anos, sendo que a média geral de idade dos estudantes/participantes é de 22 anos. Os dados das tabelas corroboram os achados de Del Prette e Del Prette, no estudo relativo ao IHS (2001). A análise fatorial revelou uma estrutura de cinco fatores que reúnem habilidades sociais, sendo que para esta pesquisa foram destacados os fatores 2; 3; e 4. O fator 2. Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo, não apresentou resultados estatisticamente relevantes. Observa-se uma diferença relevante quando o fator 2 é analisado em relação ao gênero dos participantes, sendo maior a média no grupo feminino. No âmbito da análise temática, foram identificadas 93 unidades de contexto e 190 unidades de registros, das quais emergiram categorias. O relato dos dados e suas análises foram organizados a partir dos núcleos direcionadores: modalidades de comunicação, condições facilitadoras e dificultadoras para o processo de comunicação nas sessões tutoriais; e a comunicação promovendo habilidades interpessoais. A comunicação foi fortemente associada à questão da interação, reconhecendo-se as práticas avaliativas como cenários potentes para o desenvolvimento das habilidades interpessoais no âmbito das sessões tutoriais. Conclusões: Integrar questões psicossociais no processo de aprendizagem, com orientação adequada ao raciocínio clínico, são desafios a serem enfrentados. Para alcançar uma das tarefas da aprendizagem baseada em problemas, que é facilitar a discussão em grupo, questões de gênero, além daquelas relativas ao tutor inserido na UNIMONTES merecem atenção. Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, Montes Claros, MG 2 Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP 1 Humanização na Formação Médica: o Papel da Inserção Reflexiva do Estudante de Medicina em Atividades Comunitárias desde o Início do Curso de Graduação José Antonio Maia1 Maria Luisa Makabe2 RESUMO: Introdução: Introdução: A formação humanística situase atualmente como uma intencionalidade curricular na formação de graduação médica, no conjunto das competências do médico de que a população brasileira necessita para os cuidados à sua saúde. Acreditando nestas premissas, uma Escola Médica programou, em seu currículo fundamentado em metodologias problematizadoras (“PBL”), um Módulo longitudinal que se estende desde o primeiro semestre do curso até o início do Internato, no qual o estudante é inserido em Unidades Básicas de Saúde, em conjunto com a Estratégia de Saúde da Família. As atividades realizadas pelos alunos têm um caráter abrangente, de acordo com a dinâmica de funcionamento das Unidades. Supervisionados por docentes da Instituição, participam do cotidiano dos cenários, realizando desde planejamento e assistência nas Unidades como visitas domiciliares, acompanhados por Agentes Comunitários de Saúde. Todo o processo é acompanhado por portfólios individuais, com devolutivas individuais e coletivas. Objetivos:Objetivos: O principal objetivo deste trabalho foi investigar como o Módulo de inserção longitudinal de estudantes de medicina em cenários comunitários descrito poderia influenciar sua formação humanística de graduação. Metodologia: Metodologia: O estudo incluiu uma fase inicial de preenchimento voluntário de um questionário por 59 estudantes do primeiro ao quinto semestres do Curso, incluindo questões abertas e fechadas. Foi realizada uma entrevista parcialmente estruturada em função das respostas aos questionários com 11 estudantes, sendo este número determinado pela saturação de resultados. que foram categorizados por semelhanças de significados em eixos temáticos. Resultados: Resultados: O 55 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Módulo que é objeto do presente estudo buscou ir além da formação do “saber fazer”, privilegiando o “saber ser” e o “saber conviver” dos graduandos, em cenários reais e diversificados, Os resultados obtidos refletiram, dentre um vasto painel de concepções, a valorização, pelos pesquisados, com relação aos aspectos positivos das atividades curriculares programadas e não programadas (integrantes do chamado “currículo oculto”). Emergiu também a importância da observação crítica da prática, nos momentos em que esta ocorre realmente sob a forma de ações. O aspecto do desenvolvimento da humanização na formação surgiu espontaneamente nas entrevistas, refletindo muitas vezes nos sentimentos despertados no estudante, geralmentecom a dor, dialeticamente mesclada à satisfação pelo crescimento pessoal, despertada pela participação no cotidiano real das pessoas, em suas residências e locais próprios de vida. Foi surpreendente observar que diversos estudantes consideraram o futuro trabalho no cenário da Saúde da Família como uma possibilidade profissional. A grande maioria dos sujeitos indicou seu desenvolvimento pessoal global, desvendando aspectos próprios relacionados a sentimentos de proximidade do outro, de interesse e respeito por sua cultura e de uma visão que torne a relação médico-paciente menos “assimétrica”. Como era de se esperar, também emergiram, da observação crítica, de deficiências do cuidado à saúde da população com a qual conviveram, sobretudo no acesso a recursos de maior complexidade. Os resultados obtidos mostraram-se compatíveis com a importância da inserção do estudante em atividades extramuros, no que referem à Academia, colocando o aluno em contato com o paciente e suas necessidades desde o início do curso médico, ampliando a gama relacional interpessoal inerente à prática médica.Conclusões: Conclusão: O presente trabalho agrega aos relatos de experiências extramuros uma grande ênfase em atividades comunitárias como uma estratégia eficaz na formação humanística dos estudantes, que as correlacionaram com a formação de profissionais empenhados na valorização da complexidade dos cuidados, respeitando o ser humano em sua complexidade cultural e psicológica, e situando-a no âmago da sua formação humanística. UNIFESP - UNICID, São Paulo, SP 2 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP 1 Ivan Ilitch ensina Medicina a Estudantes do Terceiro Ano Maria Auxiliadora Craice de Benedetto1 André Atsushi Sugano2 Rodrigo Gonçalves de Oliveira2 Arthur Paredes Gatti2 Lívia C. Montanino2 Ivan Wilson Hossni Dias2 RESUMO: Introdução: A morte de Ivan Ilitch é uma obra literária de autoria de Tolstoi, escrita no século XIX,em que aspectos humanísticos e técnicos relacionados à prática da Medicina são abordados. As questões nela enfocadas são universais e têm se mostrado ainda pertinentes na atualidade. Este trabalho é um relato de experiência em que tal obra foi utilizada como ferramenta didática na formação de estudantes de Medicina. Objetivos: O objetivo deste trabalho é demonstrar os benefícios de se incluir a leitura e reflexão acerca do livro a Morte de Ivan Ilitch para estudantes de Medicina que estão iniciando sua atividades clínicas. Metodologia: Como parte de atividade didática, pediu-se a estudantes de Medicina do terceiro ano da Faculdade de Medicina São Camilo, em São Paulo, Brasil,em rodízio em um ambulatório didático de Medicina de Família, que lessem o livro A Morte de Ivan Ilitch. Os estudantes também foram orientados a prestar atenção aos aspectos humanísticos da obra que apresentassem para eles um significado especial. Em três reuniões, tiveram a oportunidade de compartilhar sentimentos, opiniões e insights que tivessem emergido com a leitura. Um exercício de escrita reflexiva encerrava cada encontro. Além disso, estudantes tinham de levantar três hipóteses diagnósticas acerca da doença que levou Ivan Ilitch à morte e preparar uma apresentação aos colegas sobre sua principal hipótese. Os autores atuaram como observadores participantes durante todo o processo. Resultados: Os estudantes acharam o método de estudo inovador e estimulante. Alguns temas predominantes emergiram 56 ao longo do processo: paralelismo entre obras literárias e a vida real; clarificação de situações difíceis que comumente surgem no dia-adia dos médicos e estudantes de Medicina; oportunidade de discutir sobre temas como dor, sofrimento e morte.; necessidade de combinar o aprendizado técnico-científico ao humanístico. Conclusões: A Medicina centrada na pessoa é o valor central da especialidade Medicina de Família. Uma boa prática da Medicina de Família requer conhecimento do ser humano em sua totalidade, levando-se em conta seus aspectos físico, emocional, intelectual, espiritual, cultural e social. O ensino das Humanidade, incluindo a Literatura dentro de contextos médicos, pode prover um melhor entendimento das questões humanas mais sutis que tão profundamente influenciam os processos de estabelecimento das doenças e de recuperação da saúde. Tal ensino também auxilia no preparo dos estudantes de Medicina para que possam aplicar os conhecimentos técnico e científico com discernimento e eficiência. Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP Curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP 1 2 Melhoria da formação dos alunos de medicina a partir do trabalho junto à comunidade Flavio Mitio Takahagui1 Iori Rodrigues Junqueira1 Marcelle Sakamoto Kubo1 Debora Duarte Macea1 Erika Neves de Souza Moraes1 Steeven Shu Kai Yeh1 Rafael Bernhart Carra1 RESUMO: Introdução: A Extensão Médica Acadêmica (EMA) fundada há mais de uma década, desenvolve um trabalho comunitário nos bairros Jardim São Luis (Fundação Julita) e Penha (Serviço de Assistência Social Penha). Nesses dois locais, atuam acadêmicos e profissionais de Medicina e Fisioterapia da instituição. Nos últimos 10 anos, a saúde brasileira tem tido como enfoque maior a atenção primária. O EMA tem seguido essas tendências, visando tanto a conscientização dos profissionais da saúde, quanto à atenção primária. Objetivos: Promover o atendimento médico e fisioterapêutico de forma humanizada e interdisciplinar, beneficiando os pacientes e os alunos que participam do projeto. Um dos objetivos desse projeto de extensão é oferecer aos alunos uma formação complementar à grade curricular atual das Faculdades de Saúde para um melhor panorama geral. Metodologia: Em um local cedido por organizações das próprias comunidades (Fundação Julita e SASP), são oferecidos atendimentos assistenciais de medicina e de fisioterapia à população local. Os atendimentos são realizados aos sábados pela manhã (das 8h ao 12h) nos dois locais de atendimento (Julita e SASP) por meio de grupos de alunos, tendo cada um seus próprios pacientes e sendo supervisionados por profissionais formados. Cada grupo atende dois pacientes por sábado, garantindo duas horas para cada um, tempo muito superior em relação às consultas atuais. Além disso, os alunos participam, ao longo do ano, de palestras e cursos de humanização e filosofia do projeto. Procura-se atingir a comunidade, também, por meio de outras atividades como: dinâmicas em grupo para promoção da saúde, campanha do Papanicolaou e visitas domiciliares. As dinâmicas são grupos de discussão com a comunidade sobre assuntos variados, como saúde da mulher, hipertensão, diabetes, dentre outros, que são levados ao público de maneira interativa entre os participantes. São realizadas mensalmente, apresentando um tema diferente todo mês. A Campanha do Papanicolaou é realizada em cada local uma vez por ano, geralmente no mês de junho (Julita) e agosto (SASP), no qual contase com o auxílio de acadêmicos internos e residentes ginecologistas para realização do exame. As visitas domiciliares visam incluir os pacientes acamados e cadeirantes que têm dificuldade de chegar ao local de atendimento. Resultados: Em 10 anos, mais de 300 alunos de graduação já participaram do projeto, com mais de 600 atendimentos. Houve inserção da fisioterapia no ano de 2003 no Julita e em 2010, no SASP. Há previsão de inclusão da nutrição ainda esse ano no EMA. As dinâmicas começaram em 2009, com a realização de 10 atividades Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. (total dos dois locais). Cerca de 150 pessoas participaram das dinâmicas, entre alunos e pessoas das comunidades. Foram realizadas campanhas de papanicolau, beneficiando mais de 300 mulheres dos dois bairros. Conclusões: O Projeto de Extensão Médica Acadêmica tem oferecido uma formação completa e complementar aos alunos de medicina e da fisioterapia da universidade, além dos benefícios oferecidos às comunidades locais. Com as mudanças constantes das práticas de saúde, o EMA é uma possibilidade de continuar a promover atendimentos mais humanos e próximos dos pacientes. Com a tendência da saúde para implementação da atenção básica, os alunos do EMA, junto aos seus supervisores, têm implementado ações de promoção da saúde e inclusão da população como um todo. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 Módulo Especial de Saúde Coletiva: Médicos de Família promovendo prática reflexiva, cuidados primários e humanismo Marco Aurelio Janaudis1 Gilberto Luppi dos Anjos2 Pablo González Blasco3 Carla Demarchi Salvagni4 Cristiane de Oliveira Breda5 Jonathas Ferreira de Sousa6 Mariana Aparecida de Oliveira5 Marjourie Dragoni de Arruda Biscaro5 RESUMO: Introdução: Embora as noções de Saúde Coletiva sejam imprescindíveis para entender a Medicina de Família na comunidade, os estudantes olham com receio para essa disciplina. Encontrandose no penúltimo período de formação acadêmica, visam melhorar o desempenho clinico sendo muito secundário o interesse por políticas e estratégias de saúde. Objetivos: Apresentar a experiência a seguir e mostrar como, mediante criatividade e novas estratégias docentes, é possível reverter esse clima e propiciar aos alunos um cenário de aprendizado altamente eficaz, assim avaliado por eles mesmos. Metodologia: Divididos em grupos de 15 alunos, e ao longo de 10 semanas, todos os alunos do 50 ano frequentaram um dia completo por semana este módulo, que possui um desenho especial e se encontra inserido na Disciplina de Saúde Coletiva, da Faculdade de Medicina de Jundiai. No período da manhã, em sala de aula, os alunos discutiam casos clínicos reais vistos na semana anterior; refletiam sobre textos literários e músicas; apresentavam seminários baseados em artigos previamente determinados (narrativas em cuidados paliativos, o papel do médico de família perante a morte, a harmonia dos cuidados médicos, a arte médica, as novas competências do médico de família). À tarde, dividiam-se em grupos menores para atender os pacientes na Unidade de Saúde de Família (USF), e os casos atendidos seriam apresentados para todos na semana seguinte. Resultados:Os resultados apresentados são um resumo das avaliações que os próprios alunos fizeram deste Modulo Especial. Relatam, em primeiro lugar, ter disposto de espaço para refletir sobre os próprios sentimentos, medos e expectativas, temas sempre latentes, mas que não tinham encontrado lugar apropriado para uma discussão oficial e construtiva até esse momento na formação acadêmica. Em atividades práticas na USF, tanto em consultório quanto em visita domiciliar, os estudantes aprenderam que a relação médico-paciente eficaz se constrói sobre o crescimento do médico como pessoa. Daí aprende-se a escutar o paciente com interesse, com desejo sincero de ajudar. Os alunos entenderam na prática os valores centrais da Medicina de Família e Comunidade. Aprenderam igualmente a contemplar a própria atitude profissional, expuseram abertamente as inseguranças e preconceitos, desenharam com maior clareza os seus objetivos futuros, como médicos e, também, como pessoas. Um resultado que os alunos destacaram de modo unânime foi o crescimento no conhecimento próprio, assim como a rara oportunidade de compartilhar com os colegas emoções e profundas reflexões pessoais. Tudo isso facilitado pela presença do professor que, como observador participante nesta análise qualitativa, conduziu os seminários e moderou as discussões. Conclusões: Os cursos de Medicina priorizam a formação do técnico mais do que o desenvolvimento do ser humano. Dessa forma, o ensino se torna fragmentado, desconexo, mecânico, focando mais a doença do que o doente. As consequências dessa prática são sentidas pelos pacientes que não são olhados com individualidade e pelos médicos que perdem, na rotina rígida, a paixão pela profissão. Surge a necessidade de mudar essa trajetória através de projetos pedagógicos inovadores. O Módulo Especial da Disciplina de Saúde Coletiva da FMJ, em funcionamento há 2 anos, tem se constituído numa experiência de sucesso. Incorporando uma metodologia que convoca a afetividade como parte integrante do processo de construção do conhecimento, mostra um novo olhar sobre a proposta da Saúde Pública, o que contribui para a humanização do ensino e da prática da medicina. Os alunos avaliam o aprendizado como uma surpresa positiva com a metodologia inovadora utilizada e um amadurecimento substancial na percepção da medicina, do paciente, e deles mesmos. Uma proveitosa lição da prática real e possível do humanismo médico, aliando a ciência e arte da medicina. Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo, SP 3 Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP 4 Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí, SP 5 Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo, SP 6 Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Bernardo do Campo, SP 1 2 Morte e morrer: reflexões de um grupo de estudantes de medicina do 1º ano Iêda Maria Barbosa Aleluia1 Tiago de Almeida Lemos1 Suyanne Thyerine da Silva Lopes1 Tancredo Alcantara1 Suzane Louise1 Tatiana Pergentino1 Sara Teles1 Tomás Viana1 Victor Cerqueira Silva Araripe1 RESUMO: Introdução: Durante o 2º semestre de 2009 do curso de medicina, um grupo de alunos da disciplina de Metodologia Instrumental, preparou um artigo de revisão sobre Morte e o Morrer como forma de avaliação final exigida. Além da orientação da professora da matéria, receberam supervisão de outra docente da escola. Objetivos: Estimular a busca de conhecimento e a preparação de material científico, proporcionando reflexão sobre a morte e o morrer.Metodologia: O grupo realizou revisão bibliográfica extensa e as informações que chegaram foram tão interessantes, que se aprofundou em pesquisas de campo realizando entrevistas e visita a UTI. Resultados: Os estudantes finalizaram o artigo e montaram uma apresentação para o grupo com slides, além de pôster com o material pesquisado, com a proposta de ser utilizado em uma oficina sobre o tema. Eles refletiram sobre o crescimento pessoal que o estudo trouxe, representado no reconhecimento do medo da morte que tiveram que se deparar ao entrarem na faculdade, com a importância do estudo da morte e do morrer nos cursos de medicina e da área de saúde desde o primeiro semestre, o que permite uma melhor reflexão sobre o assunto. Isto foi definido como teorização acoplada à prática, despertando no aluno a visão da singularidade do ser do ser e a complexidade da vida. Conclusões: A teorização e a percepção da terminalidade da vida foram privilegiadas no estudo e construção do artigo, destacando a importância de disciplinas e exercícios com o objetivo prático-vivêncial, que despertam no aluno, desde o primeiro semestre, o interesse em atender as mais diversas demandas do paciente e de sua família. 1 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública , Salvador, BA 57 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. O acolhimento psicopedagógico como dinâmica facilitadora da aprendizagem: um investimento humano necessário Margarete Zacarias Tostes de Almeida1 Ivete Pillo Gonçalves1 Juçara Gonçalves Lima Bedim1 Maria Aparecida Machado Orioli1 Wagner Luiz Ferreira Lima1 RESUMO: Introdução: A entrada na universidade constitui um momento de transição na vida do jovem estudante marcando seu desenvolvimento sócio-afetivo e cognitivo; transição que exige que este jovem reúna condições para adaptação à nova realidade e para enfrentamento dos desafios com os quais irá se defrontar constantemente. Neste contexto a escolha das estratégias para as intervenções psicopedagógicas dependerá da particularidade de cada situação, do sujeito aprendiz que está sendo atendido, acolhido com o intuito de melhor assistilo durante seu processo de formação. Objetivos: O objetivo deste estudo foi refletir sobre o acolhimento psicopedagógico oferecido ao estudante do ensino superior tomando como base a realização de ações de formação e desenvolvimento pessoal e acadêmico, bem como o encaminhamento de acordo com as demandas estudantis. Metodologia: Estudo de natureza qualitativa, com coleta de dados por amostragem em Unidades de Ensino Superior que oferecem atendimento psicopedagógico. Resultados: O resultado do estudo corroborou a hipótese de que há uma necessidade de maior investimento na formação continuada e consistente dos docentes, sustentada no movimento qualitativo da educação – ação/reflexão/ ação, no âmbito pedagógico, no intento de que estes acompanhem toda a proposta implementada pelo atendimento psicopedagógico nas salas de aula, através do desenvolvimento do estudante. Por outro lado, identificou-se o acolhimento ao estudante na maioria das instituições de Ensino Superior entrevistada, entretanto, diferenciado na qualidade e na eficácia no encaminhamento e intervenções. Conclusões: Há necessidade de maior investimento em profissionais que conduzem o processo de atendimento psicopedagógico e ensino-aprendizagem em prol da qualidade e eficácia do acolhimento. Curso de Medicina da Universidade Iguaçu - Campus Itaperuna, Itaperuna, RJ 1 O módulo de habilidades em comunicação no currículo médico da Universidade Cidade de São Paulo através da metodologia de simulação realística Carolina Felipe Soares Brandão1 Achille Savarese2 José Lúcio Martins Machado2 RESUMO: Introdução: A simulação tem sido cada vez mais utilizada para o desenvolvimento de habilidades técnicas aos estudantes de medicina. Podemos definir simulação como o emprego de simuladores (robôs) complexos ou não que proporcionam aos alunos vivenciar situações muito próximas as encontradas na prática profissional; possibilitando uma maior retenção e compreensão do conhecimento em questão. É fato que a tecnologia auxilia cada vez mais a capacitação técnica dos estudantes, porém a preparação humanística tende a ficar cada vez mais distante das “prioridades” das instituições de ensino em geral. A aprendizagem comportamental é uma ferramenta que pode ser realizada através da técnica de simulação, promovendo uma reflexão humanizada da medicina, contribuindo na capacitação de alunos mais bem preparados emocionalmente. Objetivos: Relatar a experiência da inserção da disciplina de habilidades em comunicação pela metodologia de simulação realística no currículo da medicina da Universidade de Cidade de São Paulo (UNICID). Metodologia: A disciplina “Habilidades em Comunicação” se desenvolve pela técnica de simulação há dois anos para os alunos do 2º semestre de Medicina. São discutidos cerca de cinco cenários, sendo que os temas escolhidos tem a característica de impulsionar a reflexão diante de conflitos, 58 buscando alternativas e ferramentas de comunicação para gerenciar ou negociar uma situação. Os temas utilizados são os que necessitam de uma postura ativa e empática frente ao paciente como, por exemplo, a relação médico recém formado e paciente, evento adverso grave, comunicação de óbito, paciente que não aceita o tratamento entre outros de complexidade variada. Para a realização dos cenários foi contratado um ator profissional que recebe detalhadamente as orientações do caso, ou seja, o comportamento do ator é direcionado pelos professores antes da realização do cenário, portanto o nível de conflito é discutido e treinado anteriormente entre os professores da disciplina. As reações do ator variam de acordo com a postura do aluno, levando em consideração a linguagem verbal, não verbal, empatia, capacidade de negociar o conflito entre outros. Os cenários são realizados por alunos voluntários e que tenham assinado o termo de consentimento livre e esclarecido. A gravação é realizada em uma sala específica com uma câmera profissional modelo DSR-PD170, sendo repassada ao computador através do programa Windows Movie Maker em sala de aula. Os alunos assistem a gravação com um check list em mãos a fim de anotar todos os pontos positivos e as oportunidades de melhoria apresentados no cenário. O debriefing é mediado pelos docentes da disciplina de acordo com as técnicas de simulação realística. Resultados: Como resultado desta disciplina no currículo do curso de medicina da UNICID pode-se observar o desenvolvimento de uma postura reflexiva dos alunos frente aos diversos fatores que influem na relação médico-paciente, assim como a percepção da importância da humanização do atendimento médico. Não houve qualquer resistência à implantação desta metodologia por parte discente, uma vez que a técnica de simulação realística de forma bem empregada, não expõem os alunos participantes, mas sim, estimula-os à discussão e os prepara para as situações de sua futura profissão. Conclusões: A implantação do laboratório de simulação na UNICID nos mostra que além de praticar as habilidades técnicas já conhecidas, esta metodologia também permite treinar e praticar habilidades comportamentais, com baixo investimento em recursos técnicos. Esta metodologia promove uma credibilidade muito superior às disciplinas que utilizam os próprios alunos como pacientes, explorando com mais seriedade as dificuldades de comunicação do médico, não apenas com pacientes, mas com familiares e equipe mutliprofissional. Os benefícios advindos desta atividade motiva os alunos a participarem voluntariamente dos cenários propostos, preparando-os para as dificuldades enfrentadas na atividade médica. Curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo, Santana de Parnaíba, SP 2 Curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP 1 Projeto: conheça te a ti mesmo: qual é o seu tipo? Fernando Soares Guedes1 Silmara Conchão2 Flávio Mendes2 Maria Alice Melo Rosa Tavares da Silva2 Maria José Pereira Zago3 RESUMO: Introdução: O objetivo final do exercício da medicina é cuidar de pessoas. Para tanto, conhecer doenças é necessário, mas compreender pessoas é fundamental. É fundamental estudar o humano para além do componente biológico (do corpo), é necessário tentar compreender a essência do ser. A história da medicina mostra que uma das chaves para tentar entender o ser humano é a tipologia, esta foi uma ferramenta utilizada por praticamente todos os grandes expoentes da medicina, em diferentes culturas e civilizações orientais e ocidentais. Hipócrates tinha a sua tipologia. Objetivos: O objetivo deste projeto é demonstrar que a tipologia é uma ferramenta importante para a compreensão do ser humano. Pretende-se apresentar, ensinar, refletir e difundir este conhecimento. A idéia é chamar a atenção da academia, do serviço e da população para esta ferramenta. Com o intuito de estimular o autoconhecimento e demonstrar a importância de re-introduzir o ensino da tipologia nas faculdades de medicina. Pretende-se o resgate da medicina humanística, onde o médico é um profundo conhecedor da natureza humana. Metodologia: Este projeto prevê 2 momentos distintos. O 1º momento será desenvolvido Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. na Academia, na Faculdade de Medicina do ABC (FmABC). O 2º será desenvolvido no Serviço, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de São Caetano do Sul (SCS). O estágio em Medicina de Família e Comunidade na UBS ⁄ Escola em SCS integra o currículo do 5º ano da FmABC. Neste estágio os internos participam do projeto: “Ensinando a minha Arte” onde aprendem a Tipologia e como fazer uso desta ferramenta na prática clínica diária. 1º MOMENTO: Os internos (sob supervisão) apresentarão a Tipologia para os primeiro-anistas da FmABC, como parte integrante da disciplina: Bases do Exercício Profissional. Apresentarão 3 Tipologias: de Hipócrates, da Teoria dos 5 Elementos da Medicina Tradicional Chinesa e a de Carl Jung. Terminada a apresentação os alunos serão divididos em 3 grupos, cada grupo representando uma tipologia. Durante uma semana, cada grupo receberá a tarefa de divulgar a “sua tipologia” no campus da FmABC.. Para tanto, receberão faixas, cartazes e outros materiais. Cada aluno do 1º ano terá a tarefa de apresentar a tipologia e estimular 6 indivíduos (5 alunos e 1 professor) a se enquadrarem nos tipos apresentados. 2º MOMENTO: Este 2º momento será muito semelhante ao 1º. Os internos apresentarão a tipologia para os integrantes das 20 Equipes de Saúde da Família (ESF) de SCS. As mesmas 3 tipologias serão apresentadas, a diferença será que neste 2º momento será utilizada somente a Tipologia de Jung. Em seguida, cada Equipe receberá a tarefa de divulgar a prática do autoconhecimento entre os pacientes de sua UBS. Receberão faixas, cartazes e outros materiais e durante uma semana farão uma grande divulgação. Cada integrante de cada equipe terá a tarefa de apresentar a Tipologia de Jung e estimular no mínimo 7 pacientes a tentar se enquadrar nos tipos apresentados. Resultados: O projeto foi muito bem recebido e acolhido pelo Serviço, gerando grandes expectativas entre os gestores e os integrantes das ESF. O 2º momento acontecerá de 12 a 19 de abril deste ano. Por outro lado, a Academia recebeu o projeto com grande desconfiança, sendo que o 1º momento que deveria ter sido iniciado em 24 de março foi suspenso na manhã deste mesmo dia.Conclusões: Apesar dos consistentes esforços para a substituição do modelo tradicional de organização do cuidado em saúde, observa-se que o ensino nas Faculdades de Medicina ainda é fortemente influenciado pelo modelo biomédico e pela ciência positivista. O curso médico ainda é hospitalocêntrico e voltado para a formação de especialista. A grade curricular do curso médico é quase toda voltada para o estudo do biológico. E concentra grande parte da sua atenção nas dimensões objetivas dos processos, no estudo das doenças e dos fármacos. Relegando à segundo plano os aspectos subjetivos e a compreensão do humano. Centro de Estudos em Novas Tecnologias na Atenção Primária de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP 2 Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP 3 Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP 1 pretendemos mudar isto, queremos focar a atenção no ser humano que manifesta a doença. Queremos auxiliar os alunos a resgatar o caráter intersubjetivo da relação médico paciente. Metodologia: Este projeto é desenvolvido a 3 anos com os alunos do 1º ano da Faculdade de Medicina do ABC. Os alunos são divididos em grupos, de 5 elementos. Cada grupo deve entrevistar um paciente e confeccionar uma narrativa por escrito desta entrevista, onde devem responder a pergunta: “Quem é a pessoa?“ que foi entrevistada. Os alunos são orientados a pesquisar a história de vida da pessoa e as relações de nexo entre os fatos. Devem fazer conexões entre o seu passado, seu presente e suas aspirações futuras. Buscar correlações entre a doença e a história de vida do paciente, para ampliar a compreensão da forma como o paciente vivencia e enfrenta suas adversidades, incluir a subjetividade e a perspectiva do paciente em sua análise, pois desta forma passam a reconhecê-lo enquanto sujeito ativo e autônomo. São orientados a observar as nuances de sua personalidade e, ao mesmo tempo, serem capazes de sensibilizar-se com as angústias e vicissitudes impostas pelo sofrimento e pela doença. Observar ativamente, utilizando os sentidos e a intuição na análise das queixas e da história do paciente, verificar a compatibilidade entre a linguagem verbal e não verbal, buscando significados associados à postura, ao olhar, aos gestos e à fala. Ao final da entrevista devem solicitar que o paciente avalie o encontro ocorrido. Este procedimento tem por objetivo contribuir para uma reflexão sobre a prática médica e sobre a atividade desenvolvida. Da narrativa também deverá constar às reflexões subjetivas dos próprios estudantes. Posteriormente, cada grupo de alunos faz uma apresentação desta entrevista em Power Point para a classe e para os professores. Resultados: A análise das narrativas produzidas pelos alunos evidenciou que estes se envolveram com a experiência pedagógica, experimentando diferentes graus de empatia com os pacientes. O desenvolvimento do projeto produziu deslocamentos no ponto de vista tradicionalmente adotado pelos alunos de medicina, mesmo tendo sido desenvolvido no 1º ano do curso. Verificou-se que quanto maior o grau de empatia estabelecido, maior a tendência dos narradores em legitimar o ponto de vista dos pacientes frente ao adoecimento, assim como foi maior o grau de reflexão sobre a experiência pedagógica vivenciada e sobre a prática médica. Conclusões: O modelo biopsicossocial proporciona a visão integral do ser e do adoecer, quando é incorporada à formação do médico deixa claro que apenas aprendizado das habilidades técnico-instrumentais é insuficiente para o seu exercício, exige o desenvolvimento das capacidades relacionais que permitem o estabelecimento de um vínculo adequado e uma comunicação efetiva. O objetivo desta atividade é auxiliar os estudantes a desenvolverem estas habilidades. Compreender o indivíduo que tem uma história, valores, saberes, sentimentos, e que desenvolveu a doença no contexto de sua vida. Centro de Estudos em Novas Tecnologias na Atenção Primária de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP 2 Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP 3 Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP 1 Projeto: quem é esta pessoa? Fernando Soares Guedes1 Silmara Conchão2 Flávio Mendes2 Maria Alice Melo Rosa Tavares da Silva2 Maria José Pereira Zago3 RESUMO: Introdução: As escolas de medicina enfatizam uma atenção à saúde embasada no modelo biomédico. Apresentam aos alunos uma visão restrita e descontextualizada do conceito saúdedoença, reduzindo-o exclusivamente à sua dimensão biológica. Isto favorece a construção de uma postura de desconsideração aos outros aspectos do binômio saúde-doença, desvalorizando a dimensão humana. É necessário uma mudança de ótica, e o instrumento desta transformação encontra-se no médico, em sua tomada de consciência, para a importância de considerar os aspectos subjetivos do adoecer. Objetivos: Com este projeto pretendemos expandir este olhar, queremos mostrar que adoecer é um processo de múltiplas dimensões e de muitas causas. Demonstraremos que os fatores psíquicos e os biológicos estão intimamente relacionados, e que modo de ser e de adoecer são construções da história de vida de cada pessoa. O foco da atenção dos profissionais de saúde encontra-se na doença, Violência e saúde: concepções e vivências de profissionais de uma Unidade Básica de Saúde Cristiano Claudino Oliveira1 Margareth Aparecida Santini de Almeida2 Ione Morita2 RESUMO: Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) brasileiro definem a violência como fenômeno multicausal, de múltiplas manifestações e naturezas, cujas conseqüências afetam de maneira ampla a sociedade, os indivíduos e, também o setor da saúde, impondo-se como um desafio aos atuais modelos de assistência e organização.Objetivos: Identificar as percepções dos profissionais de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) sobre a violência, compreendendo suas estratégias de conduta nas abordagens da temática e seus contatos prévios com o problema nas trajetórias de vida pessoal e profissional.Metodologia: A metodologia desenvolvida foi qualitativa, na modalidade das representações 59 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. sociais. Foram realizadas 17 entrevistas semi-estruturadas, áudio-gravadas, cujo conteúdo foi transcrito ipis literis e analisado pela identificação de núcleos recorrentes nas falas dos sujeitos. Resultados: Independentemente do nível de formação, os profissionais reconheceram a pluralidade da violência destacando suas múltiplas manifestações, revelando, porém, despreparo para esse tipo de abordagem, um reflexo da formação alicerçada na lógica biomédica. A violência, na comunidade, é subnotificada, pois a população, intimidada pelo problema, não procura o serviço, e o profissional não consegue abordá-lo. A atenção primária à saúde é classificada como despreparada para absorver casos de violência, pelos profissionais pouco capacitados e carência de suporte no acompanhamento desses pacientes. Conclusões: A violência subnotificada nessa área de abrangência representa um microcosmos da realidade de outras regiões brasileiras, demonstrando fragilidades do sistema de saúde na capacitação de profissionais e assistência multidisciplinar, justificando a inserção dessa temática na agenda da saúde pública nacional. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP essenciais ao próprio doutorando e o introduz aos valores centrais da medicina de família. Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP Curso de Medicina Universidade de Marília, Marilia, SP 3 Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP 4 Curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP 5 Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo, SP 1 2 Vivências psicológicas relatadas por pacientes cistectomizados e/ou prostectomizados considerando sua condição de chefe do grupo familiar Lucas Augusto Monteiro de Castro Tirgo1 Egberto Ribeiro Turato1 1 Visitas domiciliares a crianças com doenças crônicas e suas famílias: o papel essencial do Médico de Família no ensino de valores fundamentais da medicina de família a estudantes de medicina Deborah de Senne Oliveira Garcia1 Amanda de Paula Coelho2 Graziela Moreto1 Marina Borges Alves Brasileiro de Faria3 Bruna Camargo Safraider4 Cristiane de Oliveira Breda5 Guilherme Ayres Rossini3 Gabriel Caldato Barsotti3 RESUMO: Introdução: Como cuidar de pacientes crônicos e, em especial quando estes são crianças? Esta perspectiva, que envolve a continuidade do cuidado e lidar com as famílias, muitas vezes sobrecarregada, não é enfatizado no currículo regular das escolas médicas Objetivos: Médicos de Família, uma vez que lidam com a continuidade e com as famílias, são capazes de introduzir os estudantes de medicina neste importante tema. Aqui nós descrevemos um projeto para ensinar aos estudantes de medicina, valores fundamentais da medicina de família, dentro de um contexto de visitas domiciliares a crianças com doenças crônicas. Metodologia: Um grupo de estudantes de medicina da Faculdade de Medicina Uninove, em São Paulo, acompanhou médico de família da SOBRAMFA (Sociedade Brasileira de Medicina de Família), em visitas domiciliares a crianças com doenças crônicas e relatou seus pontos de vista através de uma narrativa descritiva. Os alunos relatam as informações aprendidas e refletem sobre a importância destas na sua formação médica. Os relatórios dos estudantes foram avaliados através de uma abordagem qualitativa para enfatizar os resultados. Resultados: O estudo revelou que os estudantes de medicina envolvidos neste projeto obtiveram uma ampla perspectiva sobre a complexidade do cuidar de crianças com doenças crônicas. Assim, aspectos emocionais, a dinâmica familiar, o ambiente doméstico, a dor e a angústia que as famílias sofrem para desativar as barreiras a fim de obter medicamentos específicos, juntamente com problemas financeiros, são retratados todos juntos em cada visita domiciliar. Os alunos percebem que precisam lidar com todas essas questões para obter uma assistência mais eficaz e compassiva. Entendem, ainda, que as visitas domiciliares têm alta eficácia clínica, uma vez que os pacientes permanecem em seus domicílios e são menos hospitalizadas Conclusões: Uma proposta projetada para ensinar estudantes de medicina ao ver crianças com doenças crônicas em visitas domiciliares com médicos de família é um cenário de ensino útil, porque revela os aspectos insuspeitados e 60 RESUMO: Introdução: Além do esperado desconforto fisiológico pós cistectomia ou prostectomia, há desconforto psicológico quanto ao uso de sondas, que contribui para a diminuição da auto-estima e para certo sentimento de incapacidade. O uso de fraldas e a incontinência urinária são associados a uma posição de “decaimento moral”, referindo-se preferir o isolamento do antigo cotidiano a encará-lo em sua nova condição. Temores quanto ao risco de impotência sexual e o desenvolvimento de novas formas de alcançar prazer sexual foram destaques. A preservação da libido não foi acompanhada da capacidade fisiológica e/ou psicológica de manter performance. Apesar da sensação de orgasmo ser alcançada com ou sem ereção, a condição sexual geral é apontada como de maior ‘infelicidade’. A relação conjugal não foi referida como abalada e serviu como suporte para seu seguimento. Desenvolveram-se mecanismos de fuga à realidade, em que, através de expressões remetendo-se ao passado, o paciente tenta não se sentir privado como se esta perda tivesse ocorrido sem estas vivências. Objetivos: discutir significados emocionais relatados por pacientes que sofreram recente cistectomia e/ou prostatectomia radical e que exercem papel de provedor em sua estrutura familiar. Método: clínico-qualitativo com entrevistas semidirigidas de questões abertas. Amostra por saturação de nove sujeitos no pós-cirúrgico da retirada de neoplasia de bexiga e/ou próstata. Tratamento dos dados feito com técnica de análise qualitativa de conteúdo, composta por leituras flutuantes e categorização dos núcleos de sentido emergentes nas entrevistas. Discussão dos resultados sustentou-se em quadro teórico de referenciais psicodinâmicos. Metodologia: clínicoqualitativo com entrevistas semidirigidas de questões abertas. Amostra por saturação de nove sujeitos no pós-cirúrgico da retirada de neoplasia de bexiga e/ou próstata. Tratamento dos dados feito com técnica de análise qualitativa de conteúdo, composta por leituras flutuantes e categorização dos núcleos de sentido emergentes nas entrevistas. Discussão dos resultados sustentou-se em quadro teórico de referenciais psicodinâmicos. Resultados: Além do esperado desconforto fisiológico pós cistectomia ou prostectomia, há desconforto psicológico quanto ao uso de sondas, que contribui para a diminuição da auto-estima e para certo sentimento de incapacidade. O uso de fraldas e a incontinência urinária são associados a uma posição de “decaimento moral”, referindo-se preferir o isolamento do antigo cotidiano a encará-lo em sua nova condição. Temores quanto ao risco de impotência sexual e o desenvolvimento de novas formas de alcançar prazer sexual foram destaques. A preservação da libido não foi acompanhada da capacidade fisiológica e/ou psicológica de manter performance. Apesar da sensação de orgasmo ser alcançada com ou sem ereção, a condição sexual geral é apontada como de maior ‘infelicidade’. A relação conjugal não foi referida como abalada e serviu como suporte para seu seguimento. Desenvolveram-se mecanismos de fuga à realidade, em que, através de expressões remetendo-se ao passado, o paciente tenta não se sentir privado como se esta perda tivesse ocorrido sem estas vivências.Conclusões: Adversidades encontradas no tratamento são superadas e a gratificação permanece. Maior queixa é a queda brusca na qualidade da vida sexual, seguida pela atenção ao tratamento da incontinência urinária. Os grupos de apoio, como os freqüentados antes e após a cirurgia, serviram para instrução no decorrer do tratamento. Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP 1 Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. • Instrumentos de Avaliação A visão dos estudantes de enfermagem e medicina quanto ao uso do portfólio reflexivo Maria Yvette de Aguiar Dutra Moravcik1 Maria José Sanches Marin1 Mercia Ilias1 Ieda Francischetti1 Adriana Paula Congro Michelone1 Elza de Fátima Ribeiro Higa1 RESUMO: Introdução: O portfólio reflexivo é considerado um importante instrumento de acompanhamento do desenvolvimento do estudante, tanto para o docente como para ele próprio, uma vez que a narrativa dos fatos vivenciados no cotidiano, com destaque dos aspectos relevantes, possibilita reflexão sobre os mesmos, com consequente identificação dos avanços e dificuldades no processo de aprendizagem. O uso do portfólio vem ao encontro das novas propostas de ensino aprendizagem que propõe o “conhecimento na ação” e a ”reflexão sobre a reflexão na ação” (CAMPOS; PESSOA, 1998). Objetivos: Considerando que o portfólio reflexivo foi implantado nos Cursos de Enfermagem e Medicina, em 2003, no presente estudo propõe-se a analisar a visão dos estudantes quanto ao seu uso. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, realizado com estudantes da 3ª e 4ª séries do Curso de Enfermagem e da 4ª, 5ª e 6ª séries do Curso de Medicina. A coleta de dados foi realizada por meio da técnica de grupo focal realizada com cada uma das séries, com oito estudantes por grupo. O grupo focal contou com a questão norteadora “Qual a sua opinião a respeito do uso do portfólio reflexivo? As falas dos estudantes foram gravadas transcritas na integra. Para análise dos dados elegeu-se a técnica de análise de conteúdo, modalidade temática, conforme proposta por Bardin, 2003. Resultados: Assim realizaram-se a leitura flutuante do conjunto das comunicações; organização do material, considerando normas de validade e definição das unidades de registro. Na sequência realizou-se a codificação dos dados brutos visando a alcançar o núcleo de compreensão do texto, o tratamento dos resultados obtidos e interpretação a partir de inferências previstas no seu quadro teórico. Foram identificadas as seguintes categorias temáticas: O uso do portfólio – “instiga a reflexão sobre a prática e sobre si mesmo”; “Processo de reflexão diário que possibilita identificar o feito e o não feito”; “Proporciona segurança quanto ao processo de aprendizagem”; “Depende do efetivo diálogo professor/ estudante”; “É cansativo e demanda tempo na sua realização”. Conclusões: Deprende-se que o uso do portfólio representa um instrumento que permite a construção do conhecimento de forma ativa e reflexiva e a clara visualização dos avanços e dificuldades do estudante. No entanto ao demandar efetivo diálogo entre professor/ estudante e ser considerado como cansativo, pode-se compreender a necessidade de preparo, disposição e disponibilidade dos atores envolvidos no processo. Salienta-se a necessidade de outros estudos visando aprofundar a perspectiva do uso deste instrumento, haja visto o seu caráter de avaliação contínua e abrangente das habilidades do estudante. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Análise de um Programa de Residência Medica (RM) em Pediatria à luz do perfil profissional dos egressos Vera Hermina K Koch Ulysses Doria Filho1 Valdes Roberto Bollela2 1 RESUMO: Introdução: A avaliação do perfil do egresso médico, através de questionários auto aplicáveis, é útil para verificar o sincronismo entre o treinamento fornecido e a demanda ao exercício profissional apresentada pela comunidade Este recurso nunca foi utilizado na avaliação da Residência Médica (RM) em Pediatria no Brasil Objetivos: Analisar os resultados do programa de Residência Medica do Departamento de Pediatria com base em informações do egresso 1997-2008 quanto a perfil profissional e compatibilidade entre programa curricular e os desafios da pratica clinica na comunidade. Metodologia: Analisou-se, através de um questionário padronizado, o perfil profissional dos egressos de um programa de RM de Pediatria no período 1997-2008, e a compatibilidade entre o programa curricular oferecido e a pratica clinica na comunidade. Pode-se localizar o endereço eletrônico de 297 /446 egressos,, dos quais 150 responderam a pesquisa online, após consentimento informado. Resultados: A análise dos dados mostrou que 126 são do sexo feminino, idade média 31,9± 2,8 anos (26,2-37,6), 61,3% é oriunda do Estado de São Paulo (SP), 64% atuam profissionalmente em SP no momento atual. A totalidade dos egressos provenientes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, se estabeleceu em São Paulo após o termino do curso, enquanto que 25% dos paulistanos migraram para outras cidades ou para o exterior. Todos optaram pelo programa avaliado pela notoriedade da instituição. A escolha da especialidade Pediatria foi relacionada ao afeto pela criança, à preferência de exercício profissional voltado â criança e a característica generalista do trabalho do pediatra. Os estágios considerados mais importantes para o exercício profissional foram ligados à Emergência, à Neonatologia, ao Ambulatório Geral e as enfermarias de atenção secundária e terciária. O programa foi considerado “adequado” por 76% respondedores. Dentre as mudanças sugeridas estão: maior exposição às especialidades pediátricas, preparo para atuação em clinica privada e tempo para estudo/ pesquisa, 72% dos egressos aprovaram uma ampliação da RM Pediatria para 3 anos, 66% visando aumentar a exposição às especialidades pediátricas; 84% julgaram que a RM os preparou para as intercorrências do cotidiano profissional; 78% consideraram-se profissionalmente realizados e 22% parcialmente realizados por apresentarem renda mensal inferior à esperada e por ainda não terem iniciado/ concluído a pós – graduação; 54% exercem alguma função docente, principalmente em serviços públicos. A renda dos entrevistados deriva, em ordem decrescente, de empregos públicos, hospitais privados e da clínica privada. Dentre as expectativas futuras predominaram o inicio/termino da pós- graduação, o aprimoramento/reconhecimento profissional e a melhoria da renda, com foco em clinica privada. Conclusões: Em conclusão, os egressos sentem a necessidade de uma formação mais sólida nas especialidades pediátricas, inclusive para atuação em clinica privada de pediatria geral. O egresso do programa apresenta tendência a manter-se na vida acadêmica e, em geral, se estabelece na cidade de São Paulo, não retornando ao seu estado de origem. 1 2 Instituto da Criança-HCFMUSP, São Paulo, SP Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Análise do Exame do CREMESP 2009 segundo os critérios do National Board of Medical Examiners (NBME) Carlos Fernando Collares1 Valdes Roberto Bollela1 João Carlos S. Bizario1 Waldir Grec1 José Lúcio Martins Machado1 RESUMO: Introdução: Desde 2005 o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) realiza anualmente o Exame de Avaliação dos acadêmicos egressos de escolas médicas. Assim o Conselho acredita estar identificando deficiências na formação do médico do Estado de São Paulo e contribuindo efetivamente para a melhoria da qualidade do ensino médico no país. Desde sua implementação existe um caloroso debate sobre a utilização de exames deste tipo para concessão de registros profissionais aos médicos. Em exames decisivos (“high-stakes examinations”) é fundamental que os testes sejam psicometricamente válidos, confiáveis e tenham alto 61 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. poder discriminativo. Do ponto de vista taxonômico, as avaliações discentes devem ainda mensurar níveis cognitivos elevados, como a capacidade de resolução de problemas em casos clínicos, ao invés da mera memorização de informações. Objetivos: Avaliar as questões do exame do CREMESP, conforme as orientações do manual de construção de questões do National Board of Medical Examiners (NBME), entidade responsável por exames similares nos Estados Unidos da América há várias décadas. Metodologia: As 120 questões da primeira fase do Exame de 2009 foram revistas e avaliadas para detecção de questões cujos enunciados não utilizaram casos clínicos, além de erros técnicos de redação identificados como não-conformidades, as quais deveriam ser evitadas conforme o referencial teórico supracitado. Resultados: Parcela significativa das questões não utilizou casos clínicos em seu enunciado (N=45; 37,50%), o que limita a avaliação de níveis cognitivos mais elevados. Foram encontradas 53 não-conformidades em 41 questões (34,17% da prova). Uma questão apresentou três não-conformidades, 10 questões apresentaram duas não-conformidades e 30 questões, uma não-conformidade. As ocorrências mais comuns foram: questões com enunciado negativo (“exceto”, “não”) (N=10; 8,33%); opções com termos vagos (“freqüentemente”, “geralmente”) (N=9; 7,50%); opções com termos absolutos (ex.: “nunca”, “sempre”, “todas”, “nenhuma”) (N=7; 5,83%) e enunciados “vazios” (“unfocused stems”) (N=7; 5,83%). Dentre as 120 questões, 55 (45,83%) foram consideradas adequadas, seja pelo nível cognitivo mensurado, seja pela ausência de não-conformidades. Conclusões: Exames com testes de múltipla escolha, se adequadamente construídos, têm se mostrado uma das melhores estratégias para avaliação cognitiva. Todavia, há dúvidas se tal Exame seria capaz, isoladamente, de concluir sobre a qualidade da formação e a capacidade profissional de futuros médicos. Tais inferências dependem da avaliação de um conjunto de competências dificilmente examináveis por um único método de avaliação. A frequência de problemas técnicos no Exame compromete a justiça da prova (“fairness”), sua validade e confiabilidade, especialmente se houver intenção de utilizá-la para concessão de licença profissional. Além do índice de dificuldade das questões, seria importante também a realização e publicação de análises psicométricas post hoc mais aprofundadas, como os índices de discriminação, a análise fatorial e o alfa de Cronbach, para determinação dos níveis de validade e confiabilidade do Exame. A nota de corte para aprovação deveria ser determinada por métodos específicos, como os de Angoff, Hofstee, Ebel e suas modificações. A disponibilização de um feedback detalhado poderia auxiliar as instituições formadoras na avaliação e requalificação de seus próprios programas. É necessário sistematizar o processo de confecção e análise das questões utilizadas no Exame, bem como ampliar a consonância com as diretrizes curriculares vigentes, no intuito de garantir a qualidade do Exame como instrumento de avaliação dos egressos. 1 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Análise psicométrica do teste de progresso individual (TPI) realizado pelo curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo no segundo semestre de 2009 Carlos Fernando Collares1 Waldir Grec1 Valdes Roberto Bollela1 José Lúcio Martins Machado1 RESUMO: Introdução: A alta qualidade na avaliação de competências em escolas médicas requer o uso integrado de diversos instrumentos. Além de propriedades psicométricas adequadas, os instrumentos de avaliação devem ser exeqüíveis e direcionados a partir dos objetivos pedagógicos, considerando o contexto e o ambiente de avaliação. O teste de progresso tem sido utilizado com sucesso tanto em escolas médicas tradicionais quanto naquelas que utilizam a aprendizagem baseada em problemas. É utilizado também em programas de pós-graduação e tem mostrado exeqüibilidade e boa relação custobenefício. Os testes de progresso não são ligados a nenhum módulo 62 e/ou disciplina do currículo e são aplicados para os alunos de todas as etapas do curso. Por serem abrangentes, considera-se que avaliem a aprendizagem mais significativa, ao invés do mero “estudo para a prova”. Todavia, questões de múltipla escolha supostamente tendem a avaliar níveis taxonômicos mais baixos, sendo criticadas quando avaliam apenas a memorização de fatos isolados. O curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) realiza semestralmente o TPI, na forma de uma prova com 75 questões de múltipla escolha com enunciados envolvendo situações clínicas, procurando-se observar as orientações do manual do National Board of Medical Examiners (NBME). Objetivos: Estudar as propriedades psicométricas do TPI realizado na UNICID no segundo semestre de 2009. Metodologia: As 75 questões do TPI foram avaliadas por meio de estatística descritiva e das medidas tradicionais da teoria clássica dos testes, como índices de dificuldade e de discriminação, além da correlação ponto-bisserial. Calculou-se a correlação ponto-bisserial de todas as alternativas, no intuito de identificar questões com percentual elevado respostas erradas entre alunos de elevado desempenho final no TPI. A análise fatorial exploratória foi realizada para assegurar a correção do valor do coeficiente do alfa de Cronbach, o qual é calculado para determinar a confiabilidade da prova, por meio de sua consistência interna. Para a realização das análises foram utilizados os softwares ITEMAN e SPSS. Resultados: Dos 600 estudantes regularmente matriculados, 385 (64,16%) realizaram o TPI. A média de acertos entre os estudantes de todas as etapas foi de 27,984 questões (37,31% da prova, o que resultou em um índice de dificuldade médio de 0,627), com um desvio padrão de 6,944. A assimetria da curva (“skewness”) foi de 0,395. A curva mostrou-se também platicúrtica (–0,088). A correlação ponto-bisserial média foi de 0,202. A análise fatorial revelou a unidimensionalidade do TPI, conforme observado no scree plot, com a solução unifatorial resultando em um eigenvalue aproximado de 4,9. O cálculo do alfa de Cronbach resultou em um coeficiente de 0,707. Apesar disso, 18 questões (24%) mostraram alternativas erradas com correlações ponto-bisseriais significativamente superiores à alternativa correta. Conclusões: O valor do alfa de Cronbach demonstra que o TPI apresentou ótima confiabilidade. A assimetria indica que houve leve desvio para a esquerda em relação ao desempenho, o que pode estar relacionado ao elevado percentual de ausentes em algumas etapas mais avançadas. Por outro lado, a curtose discretamente negativa indica pouco desvio da distribuição normal. O achado de alternativas erradas com correlações ponto-bisseriais significativamente superiores à alternativa correta, juntamente com a determinação dos índices de dificuldade, não apenas identificou questões que permitiam interpretações dúbias; mas também sinalizou quais áreas do currículo poderiam necessitar de ajustes no processo de ensino-aprendizagem. A realização de estudos sobre as propriedades psicométricas de instrumentos de avaliação, como o TPI, é uma ferramenta de apoio à garantia da qualidade na educação médica, fornecendo informações que auxiliam não apenas no aprimoramento dos programas de avaliação, mas também na integração curricular e no desenvolvimento docente. 1 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Avaliação de atividades em conjunto de disciplinas básico-clínicas na FMUSP sob diferentes olhares Viviane Olivastro Bressani1 Gladis dos Santos1 Maria Aparecida Basile1 RESUMO: Introdução: A USP proporciona aos seus pós-graduandos stricto sensu a oportunidade de participar do Programa de Aperfeiçoamento de Ensino (PAE), a fim de capacitá-los para a atividade docente por meio de Etapa prévia de Preparação Pedagógica e de Estágio Didático Supervisionado (EDS) em disciplinas da graduação. A disciplina escolhida para estágio neste semestre foi o Conjunto de Moléstias Transmissíveis (CDMT) do currículo nuclear do 4° ano do curso médico da FMUSP, de periodicidade semestral, duração de sete semanas e composto pelas disciplinas de Microbiologia Médica, Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Parasitologia e Imunologia Médica do Instituto de Ciências Biomédicas/ USP, e pelas disciplinas de Patologia, Clínica e Bases do Controle e Prevenção de Moléstias Transmissíveis da FMUSP. O CDMT tem como objetivo oferecer aos estudantes as bases para a compreensão da saúde/moléstia/comunidade e colocá-los em contato com a realidade médica brasileira e visa fornecer, de forma integrada, os conhecimentos sobre as relações dinâmicas entre o agente etiológico, o hospedeiro e o meio ambiente. A atuação da estagiária no CDMT consistiu em acompanhar atividades em blocos temáticos, participar da reunião dos coordenadores das disciplinas sobre planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades desenvolvidas, aplicação/análise de diferentes instrumentos de avaliação e discussão/apresentação dos resultados das avaliações para docentes e discentes. Objetivos: Avaliar as atividades do CDMT na visão dos estudantes, dos docentes e dos estagiários do PAE/FMUSP no controle de qualidade de sua proposta educacional. Metodologia: 1. A avaliação do CDMT foi realizada, em diferentes etapas, por meio de questionários para o curso do primeiro semestre de 2010: a) Avaliação discente de cada uma das atividades, de aplicação semanal; b) Avaliação didática da atividade pela estagiária PAE via ficha semi – estruturada; c) Entrevista com docentes pela estagiária; d) Avaliação intermediária das atividades; e) Avaliação final; 2. Comparação dos resultados destas avaliações com levantamento das avaliações dos cursos de 2006 a 2009. Resultados: A discussão dos resultados das avaliações semanais com discentes e docentes permitiu analisar os pontos positivos e negativos de cada uma das atividades com propostas de aprimoramento para cursos futuros, além da possibilidade de investimentos no presente. A avaliação intermediária permitiu um controle da proposta integrada inicial, enquanto a avaliação final nos permitiu saber se os objetivos propostos foram atingidos: A comparação das avaliações do CDMT deste semestre com os cursos de 2006 a 2009 nos permitiu analisar as readequações/aprimoramentos implementados em relação às atividades conjuntas das seis disciplinas, a partir de críticas/sugestões dos diferentes atores envolvidos no processo. Conclusões: A implementação da cultura de avaliação estabelecida no CDMT, calcada na parceria professores/estudantes/ estagiários PAE, permitiu uma reflexão contínua sobre a proposta de integração básico-clínica interdisciplinar, bem como a necessidade de implementação de mudanças curriculares centradas na relação docente/discente. A proposta do EDS para estagiários PAE obtida no CDMT possibilitou a percepção na prática da complexidade do processo educacional e das inúmeras variáveis envolvidas no processo de ensino-aprendizagem. ensino-aprendizagem do Curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo em seus diversos aspectos através da percepção dos estudantes obtida a partir da aplicação do DREEM. Metodologia: Nesta pesquisa foi aplicado o Dundee Ready Educational Environment Measure (DREEM),inventário validado internacionalmente com 50 itens, individualmente a cada estudante. O escore do inventário, com a escala de Likert, é de no máximo 200. É constituido de 50 itens que avaliam cinco diferentes aspectos. Doze itens avaliam a percepção do aprendizado, 11 itens, a percepção do ensino, 8 itens, a autopercepção academica, 12 itens, o ambiente e 7 itens, a autopercepção social, com escores máximos de 48, 44, 32, 48 e 28 respectivamente. O DREEM foi aplicado aos estudantes de cada Etapa do curso, distribuidos da seguinte maneira: 35 estudantes da Primeira Etapa, 25 estudantes da Segunda Etapa, 35 estudantes da Terceira Etapa, 28 estudantes da Quarta Etapa e 37 estudantes da Quinta Etapa. Os dados obtidos foram analisados e comparados com dados da literatura mundial, especialmente com o trabalho de validação do inventário DREEM de 1997. Resultados: Os resultados obtidos comparados com o escore máximo possivel foram os seguintes: Escore global = 131/200 Escore Médio de Primeira a Quinta Etapas para Cada Aspecto: Percepção da Aprendizagem = 31/48 Percepção do Ensino= 28,9/44 Autopercepção Academica= 21/32 Percepção do Ambiente = 32,3/48 Autopercepção Social= 17,8/28 Na análise do escore de cada item do inventário DREEM os itens a seguir obtiveram escore menor que 2, considerado um escore muito baixo indicando aspectos que merecem maior atenção: itens 3, 14, 24, 25 e 27. Conclusões: A analise dos dados obtidos permitiu a avaliação do ambiente de ensino-aprendizagem do Curso de Medicina à partir da visão do estudante, sendo que os escores estão em média com valores próximos da faixa citada pelos trabalhos internacionais como sendo de aspectos favoráveis. Alguns poucos itens receberam escore menor do que 2 considerado muito baixo e que indica a necessidade de maior atenção para com o aspecto avaliado. Alguns itens tiveram a percepção quase unânime dos estudantes das diversas etapas com atribuição de um escore abaixo de 2, como o item 27 - o ensino salienta em excesso o aprendizado efetivo, e o item 4- sou capaz de memorizar tudo do que preciso. Concluímos que a metodologia aplicada mostrou-se muito útil na análise do ambiente de ensino-aprendizagem. A partir dos dados obtidos pode-se elaborar propostas de implementação de atividades para atender à demanda obtida na pesquisa. Novas aplicações do DREEM podem ser realizadas com a finalidade de acompanhar a percepção do estudante ao longo de sua evolução nas Etapas do curso. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 1 Avaliação do Ambiente de Ensino-Aprendizagem do Curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo - 2006 Sandra Maria Alessandri Ribeiro1 José Lúcio Martins Machado1 RESUMO: Introdução: O Curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo utiliza a metodologia ativa de aprendizagem e o ingresso de estudantes ocorre no inicio de cada semestre. Cada Semestre do curso é denominado Etapa de modo que a Primeira e Segunda Etapas compõem o primeiro ano e assim sucesssivamente. Esta pesquisa foi realizada em Maio de 2006 com 160 estudantes que aceitaram participar voluntariamente da pesquisa de um total de 250 estudantes matriculados nas cinco Etapas semestrais do curso que estavam em andamento na época. Foi realizada a avaliação do ambiente de ensinoaprendizagem do Curso de Medicina da Universidade de São Paulo com aplicação do Dundee Ready Educational Environment Measure (DREEM), um inventário validado internacionalmente composto de cinquenta itens. A resposta dos 50 itens pelo estudante permite a avaliação de cinco diferentes aspectos do ambiente de ensino aprendizagem: percepção do aprendizado, percepção do ensino, autopercepção academica, percepção do ambiente, autopercepção social. Os escores médios obtidos na pesquisa estão apresentados na forma de tabelas e gráficos. Objetivos: Avaliar o ambiente de Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Avaliação do posicionamento perante questões éticas em cirurgia plástica por parte de alunos de uma Faculdade de Medicina após aulas expositivas da matéria bioética e discussão acerca do tema “Ética em Cirurgia Plástica” João Luiz Darques Ferreira1 Amanda Vieira Matos2 Raíssa Pereira Fernandes2 Juliana Silva Dias2 Ricardo Augusto M. B. Costa2 RESUMO: Introdução: Ética e estética são dois conceitos que caminham juntos. Quando esta estética refere-se a cirurgias plásticas esses conceitos se entremeiam ainda mais. As cirurgias plásticas são uma forma de adaptação ao que a sociedade impõe como padrão estético a fim de que a pessoa se integre ao que é esperado e imposto a ela. Desta forma, deve-se ter uma responsabilidade por parte dos profissionais médicos a fim de que as intervenções sejam feitas com resguardo e cuidado com a integridade do paciente. Objetivos: Procurando avaliar esta responsabilidade, realizou-se este trabalho, cuja finalidade era avaliar a influência dos valores pessoais e da conscientização realizada pelas aulas sobre o tema e discussões acerca da leitura de uma monografia de “Bioética em Cirurgia Plástica”, no posicionamento perante questões éticas que surgem diariamente nesta prática médica. Metodologia: Utilizou-se, como metodologia, 63 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. questionários que propunham sete situações retiradas de bibliografias diferentes e que, segundo dados da Sociedade Brasileira d e Cirurgia Plástica(SBCP), são as principais causas de processos éticos contra cirurgiões plásticos, sendo que cada aluno teve que classificar o posicionamento médico, na situação, numa escala que variava de ético até extremamente antiético. Além disso, foram questionados também quanto ao seu posicionamento perante o dilema atual sobre o entendimento da cirurgia estética como obrigação de meio ou resultado. Resultados: Tivemos como resultado a presença de um posicionamento bem homogêneo dos alunos, mesmo que a qualificação majoritária de algumas situações fugisse do que é proposto pela SBCP e pelos Conselhos de Ética Médica. Conclusões: Concluiuse com isso que, devido a permanência de valores leigos, mesmo depois da tentativa de conscientização através da Bioética, existe o comprometimento ético desta prática médica, trazendo como uma necessidade a reformulação da matéria ou a criação de métodos alternativos para gerar a mudança destes entendimentos. esse processo, percebem a importância da avaliação e a necessidade de sua implantação permanente e institucionalização. A análise das respostas desta pesquisa criou a base para uma visão mais abrangente do processo, levou todos a pensar sobre essa prática, quanto a sua potencialidade e possibilidades, e tornou-se objeto (como processo) e procedimento de reflexão da avaliação como promotora de mudanças de conhecimentos, habilidades e atitudes. A avaliação engloba, portanto múltiplos aspectos e múltiplos olhares. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO RESUMO: Introdução: O conhecimento de genética médica está em expansão e impacta as diversas áreas de cuidado em saúde. Na disciplina de Genética I de uma universidade federal o conteúdo selecionado e a metodologia utilizada visam a apresentar conceitos da genética aplicados às diversas especialidades médicas. A disciplina é ministrada no 3° período do curso de medicina e tem, em média, 70 estudantes matriculados. Desde o segundo semestre de 2008 uma das avaliações realizadas é denominada Maratona Lost e consiste na apresentação oral de dez grupos no período de quatro horas. Esta avaliação tem como objetivo estimular a busca ativa de conhecimento e as habilidades de planejamento e comunicação. Objetivos: Relatar experiência de avaliação planejada em conjunto por docentes, monitores e estudantes, sua realização e avaliação. Metodologia: O planejamento da avaliação é realizado em sala de aula, no período de três horas. Os estudantes recebem o Termo de Referência da atividade, uma situação problema e, em seguida, a turma é dividida em três grupos. Cada grupo escolhe: líder de discussão, gerente de tempo, relator e anotador e utiliza o Jogo do Plano de Grove para ser preenchido e orientar a apresentação da sua produção. Após estas apresentações o planejamento final é coletivo, envolvendo estudantes, monitores e professores. Os critérios de avaliação são acordados no planejamento. Os dez grupos formados para as apresentações recebem um tema motivador para estudo: artigo científico ou reportagem de revista/jornal. Os estudantes são informados de que é necessária a busca de bibliografia complementar e que o formato das apresentações é livre, com estímulo à criatividade. Resultados: A avaliação foi realizada conforme planejada, nas três versões. As apresentações foram criativas, os estudos bem realizados, e os grupos cumpriram o tempo pré-estabelecido. As apresentações foram avaliadas por professores e monitores da disciplina e professores convidados. A avaliação da própria Maratona Lost foi realizada por escrito, em folhas de papel A3 afixadas na sala de aula, com os títulos: “Que bom!”, “Que pena!” e “Que tal?” para que os discentes expressassem suas impressões e sugestões. Conclusões: A avaliação é um componente formativo da educação e é relevante envolver o estudante no planejamento desta atividade. A seleção de temas que aproximam o conteúdo da disciplina da realidade cotidiana pode motivar o estudo. Os estudantes destacaram ter gostado de planejar a sua própria avaliação, de exercitar a criatividade e consideraram ter aprendido mais nesse formato do que com provas tradicionais. 1 2 Avaliação docente: a visão do aluno Alexandre Alberto Cunha Mendes Ferreira1 Marcia Rodrigues Garcia Tamosauskas1 RESUMO: Introdução: Um dos aspectos do desenvolvimento docente é a sua atividade nos diferentes espaços pedagógicos (saberes da experiência), desse modo a avaliação de seu desempenho é necessária e deve ocorrer sob múltiplos aspectos. Com essa finalidade um instrumento de avaliação da atividade docente pelos alunos foi elaborado pelo Diretório Acadêmico (em parceria com professores), aplicado e tabulado pelos discentes. A preocupação com a qualidade e pertinência da avaliação nos leva a reflexão quanto à participação na resposta ao questionário e reflexão dos alunos a respeito do processo. Objetivos: Conhecer a percepção e expectativa dos alunos em relação ao processo de avaliação da atividade docente pelo discente, promovido pelo diretório acadêmico. Metodologia: Pesquisa de cunho quanti/qualitativo, foi aprovada pelo CEP da instituição (121/2009). O instrumento de coleta de informações foi um questionário semiestruturado, respondido por alunos do 2º e 3º ano do Curso Médico . Os alunos avaliaram os docentes das disciplinas do ano anterior. O questionário foi auto aplicado. Os dados quantitativos foram avaliados por porcentagem simples e os dados qualitativos foram analisados usando os pressupostos da Análise de Conteúdo. Resultados: Os questionários foram distribuídos para 200 alunos e 122 alunos responderam ao questionário (61%). Quando foi perguntado sobre a dificuldade em preenchimento do questionário. Foi observado que: 100 (81,97%) alunos não encontraram dificuldade, 14 (11,48%) sim e 08 (6,55%) não responderam; 98 alunos (80,33%) não mudariam nenhum item, 19 (15,57%) mudariam e 05 (4,10%) deixaram em branco. Desse modo o instrumento foi considerado de fácil preenchimento e adequado sob a perspectiva do aluno. A questão - Atuação docente é influenciada pela avaliação? - foi respondida da seguinte forma: 105 (86,06%) sim; 16 (13,12%) não e em branco 01(0,82%). Quando foi analisada a importância da avaliação do docente pelo aluno 121 (99,18%) respondem sim e 01(0,82%) não. Na análise do conteúdo de comentários sobre a importância dessa avaliação observamos como categorias relevantes: - melhoria no ensino – na fala de um aluno: “para a melhoria da faculdade como melhoria das aulas administradas, do conteúdo a ser aprendido e da qualidade das aulas dos professores”; - a perspectiva do aluno: “é possível verificar se o trabalho docente é efetivo ou não, devido ao grande contato professor-aluno”; - sua capacidade para avaliar: “ eles que sabem se está sendo proveitosa a aula e se ela está sendo compreensíveis, já que eles são o maiores interessados” e - promover mudanças: “para ter parâmetros para mudança; Só assim pode-se mudar atitudes, métodos, aulas de alguns docente”. Conclusões: A iniciativa de avaliação do docente pelos alunos, não se limitou à resposta ao instrumento, mas à construção de uma concepção de avaliação e esta pesquisa mostra a importância dessa participação discente. O processo de avaliação foi objeto de reflexão para alunos e professores. Os alunos, enquanto estimuladores e responsáveis por 64 1 Faculdade de Medicina do ABC, São Bernardo do Campo, SP Avaliação planejada por estudantes, monitores e docentes Regina Lugarinho1 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ 1 Avaliação prática na Residência Médica: A experiência do Objective Structured Clinical Examination (OSCE) em Geriatria Luiz Antonio Gil Jr.1 Thiago Junqueira Avelino da Silva1 Flávia Campora1 Elina Lika Kikuchi1 Wilson Jacob Filho1 RESUMO: Introdução: O OSCE (Objective Structured Clinical Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Examination) é um método alternativo, porém já bem estabelecido, de avaliação, que tem como grande benefício comparado com instrumentos convencionais a possibilidade de avaliação não apenas de conhecimento teórico, mas também de habilidades práticas, incluindo comunicação com o paciente/família e realização de exame físico. Objetivos: Implementar um modelo de OSCE em uma residência médica de Geriatria e comparar seus resultados com a avaliação teórica tradicional. Metodologia: Foram avaliados 15 alunos do programa de residência médica em Geriatria do segundo ano de duas formas: avaliação tradicional (prova teórica escrita) e depois avaliação em prova prática tipo OSCE. Esta consistia de 8 estações com duração de dez minutos, com enfoque em diversas áreas de conhecimentos e habilidades do atendimento geriátrico. Cada estação foi avaliada por médico geriatra treinado, através de formulário estruturado contendo gabarito previamente estabelecido. Os itens da avaliação foram subdivididos para propósito de análise estatística nos seguintes grupos: conhecimentos médico-teóricos (CMT) e capacidade de comunicação (CCOM). Em cada estação, as respostas foram pontuadas de 0 a 10. Resultados: A média de pontuação dos alunos foi de 6,80±0,73 na avaliação teórica escrita e 6,96±0,83 no OSCE, o que não demonstrou diferença estatísticamente significante (p=0,53). A média no CMT foi de 6,71±0,935, mantendo-se sem significância estatística em relação à média da prova teórica (p=0,78). A média do OSCE no quesito CCOM foi 7.66±0.11, indicando melhor performance nesse quesito que na prova teórica (p=0.012) e no quesito CMT (p=0,013). Os resultados da prova teórica escrita não foram preditivos da pontuação nos quesitos de CMT (p=0,83), nem nos de CCOM (p=0,78). O desempenho em uma categoria de avaliação do OSCE também não foi preditiva dos resultados na outra (p=0,2). Por outro lado, os alunos que tiveram pior desempenho no quesito CMT do OSCE em relação à avaliação teórica, também tiveram desempenho abaixo da média no quesito comunicação CCOM (p=0,014). O contrário não ocorreu: alunos que melhoraram suas notas no CMT em relação à prova teórica não necessariamente tiveram resultados acima da média no CCOM (p=0,658). Conclusões: O OSCE não só foi um método consistente na avaliação de conhecimentos teóricos mas proporcionou a avaliação de outras habilidades como aquelas de comunicação. Existe a possibilidade de que estudantes que tem maior dificuldade de interação interpessoal tenham tido maior dificuldade na avaliação prática e obtido piores resultados devido a nervosismo ou ansiedade. É importante frisar que as duas avaliações foram e devem ser utilizadas de forma complementares, ampliando a capacidade de avaliação dos alunos em diferentes aspectos do ensino médico. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 Currículo prescrito orientado por competências: um desafio paradigmático Margarete Zacarias Tostes de Almeida1 Ivete Pillo Gonçalves1 Juçara Gonçalves Lima Bedim1 Maria Aparecida Machado Orioli1 Wagner Luiz Ferreira Lima1 RESUMO: Introdução: Buscando responder aos anseios da comunidade em seu cotidiano e no contexto das Diretrizes Nacionais Curriculares da formação médica, as instituições educacionais têm procurado atualizar os currículos dos cursos de graduação da área da saúde, estabelecendo um processo de mudança que contemple uma aprendizagem voltada para o ensinar e o aprender, visando à (re) significação da prática avaliativa. Objetivos: O objetivo deste estudo foi demonstrar a importância da flexibilização curricular, propondo a interdisciplinaridade, as metodologias ativas de ensino-aprendizagem, a prática como base na construção do conhecimento e as oportunidades de conhecer e intervir sobre a realidade e as novas modalidades de avaliação como alguns dos ingredientes indispensáveis à nova orientação de organização curricular. Metodologia: Buscou-se aporte teórico-metodológico em Thiollent (2005), através da metodologia participativa tida como a ponte que liga o conhecimento teóricointerdisciplinar ao conhecimento da comunidade local. Resultados: O resultado do estudo apontou para a necessidade de centrar o ensino e aprendizagem no desenvolvimento de competências, em lugar do conteúdo conceitual. Conclusões: A educação médica vive uma fase de transição paradigmática entre o modelo da transmissão de conhecimento e o construtivista, rumo à aprendizagem por meio de resolução de problemas, pela própria necessidade de compreensão da complexidade da vida e do mundo no limiar do novo século. Neste desafio, mister se faz propor um currículo orientado por competências, almejando que o processo ensino-aprendizagem e, consequentemente, a práxis avaliativa se organizem, não em função de conteúdos a serem transmitidos, mas sim, em função da competência que os estudantes devem desenvolver, respeitando as construções e aprendizados anteriormente conquistados. Curso de Medicina da Universidade Iguaçu - Campus Itaperuna, Itaperuna, RJ 1 Expressão do conteúdo das reflexões dos alunos contidas no portfólio do Programa de integração em Saúde na Comunidade - PISCO Alba Lúcia dos Santos1 Ana Paula Bonanno2 Valéria Menezes P. Machado2 RESUMO: Introdução: O Curso de Medicina da UNICID, iniciado em 2002 tem como modelo pedagógico a metodologia ativa no processo de ensino-aprendizagem, baseado em módulos temáticos, interdisciplinares, que abordarão toda construção dos sistemas orgânicos, ciclos de vida e apresentações clínicas, integrando um conjunto nuclear de conhecimentos, habilidades e atitudes que são desenvolvidos como objetivos educacionais. [MACHADO 2002]. Além disso, desenvolve um módulo interdisciplinar, denominado PISCO – Programa de integração em Saúde da Comunidade inserido em serviços de saúde com PSF-Programa de Saúde da Família. EM 2006 introduziu-se o Portfólio para avaliação do aluno. Segundo Chaves (2000) o portfólio é, simultaneamente, uma estratégia que facilita a aprendizagem e permite a avaliação da mesma. Objetivos: Analisar o conteúdo das reflexões do aluno contidas no portfólio do PISCO. Metodologia: O estudo utilizou a metodologia qualitativa, utilizando o portfólio e a técnica de análise de conteúdo. Minayo (1994) relata ser “a análise de conteúdo a expressão mais freqüentemente utilizada, na área da Saúde, para representar o tratamento de dados de uma pesquisa qualitativa” (p.199). Para obtenção de dados da pesquisa foram utilizados portfólio de alunos dos oito períodos do PISCO de uma UBS, após a aceitação da participação no estudo, mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A análise contemplou os conteúdos das reflexões dos alunos sobre o aprendizado com as atividades realizadas. Resultados: Foram encontradas na análise as Categorias temáticas: 1-Relação equipe de saúde – usuário.“Aprendi como funciona o trabalho do agente comunitário e sua importância para a comunidade...fazem o diagnóstico das condições socio-econômicas e de saúde das familias.” (aluno D .1.a etapa) 2-Percepção do aluno dos cuidados do usuário pela sua saúde.“ Aprendi que apesar das orientações e dos incentivos, os pacientes ainda vêem a hipertensão e a diabetes como uma doença que não precisa de muitos cuidados, por não sentirem sintomas, não se sentem ameaçados por elas, não seguindo as orientações e agravando a propria situação.” (aluna C 2. a etapa). 3- Humanização do aluno.“ Apesar da situação vivida pelas duas familias, ambas demonstraram muita vontade de viver, como exemplo de superação” (aluna A 1.a etapa). 4 -Correlação da teoria e prática. “ Foi ótimo fazer a anamnese em uma pessoa obesa, pois teve relação com a teoria na tutoria”.aluna B (8.a etapa) Conclusões: Compreendemos a importância do portfólio como Instrumento de aprendizado do aluno, bem como para Avaliação de atividades dos alunos em cenários de Unidades de Saúde com estratégia de Saúde da Família. Concordância com autores: Centra (1994), afirmando que o portfólio vem sendo apontado como uma das mais recentes contribuições para uma avaliação eficaz do ensino. Chaves (2000) o portfólio é, simultaneamente, uma estratégia que facilita a aprendizagem e permite a avaliação da mesma. 1 2 Universidade Cidade de São Paulo, Arujá , SP Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP 65 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Instrumentos de Avaliação de Competências do Programa de Integração em Saúde na Comunidade (PISCO) no Curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo - UNICID Elizabeth Yu Me Yut Gemignani Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP 66 Osni Lázaro Pinheiro1 Maria Angélica Spadella1 Ana Paula Ceolotto Guimarães do Amaral1 Maria de Lourdes Marmorato Botta Hafner1 Zilda Maria Tosta Ribeiro1 Haydée Maria Moreira1 Odilon Marques Almeida Filho1 1 RESUMO: Introdução: A construção das competências profissionais na área de saúde, principalmente no que se refere às escolas médicas que se fundamentam na clínica básica, no conhecimento científico e no desenvolvimento ético/moral, incluem as dimensões cognitivas – a aquisição e aplicação dos conhecimentos tácitos e explícitos - para a solução de problemas da vida cotidiana; as dimensões integrativas - articular os aspectos biopsicosociais, e conhecimentos da clínica básicos e específicos, ao raciocínio clínico; as dimensões relacionais – habilidades de comunicação e interpessoais entre os pacientes, a comunidade e os colegas, e as dimensões afetivas/moral – paciência, controle emocional, e juízo moral e humanitário. Desta forma, a avaliação das competências dos alunos de Medicina no módulo de Programa de Integração em Saúde na Comunidade (PISCO) da UNICID através de metodologias ativas de aprendizagem – PBL e problematização - contempla estas dimensões ao longo de 8 semestres da formação básica. O PISCO insere o aluno, desde o início do curso, em contato com atividades de atenção à saúde, através da Estratégia da Saúde da Família (ESF) em Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da Família nos municípios de Guarulhos e de Mairiporã. Objetivos: Construir um instrumento de avaliação de competências no PISCO do curso de Medicina. Metodologia: Os alunos foram avaliados por meio de métodos quantitativos e qualitativos. A avaliação formativa do aluno foi feita por meio do portfólio e da planilha processual de acompanhamento de seu desempenho nas atividades propostas. A avaliação somativa do aluno foi feita por meio de prova teórica aplicada ao final do semestre, abrangendo questões sobre as atividades práticas desenvolvidas em campo e sobre os textos de referências que fundamentaram as suas ações. Para as avaliações do portfólio e processual foram construídos os descritores para as competências avaliadas. A avaliação quantitativa foi realizada através de média final ponderada. Resultados: A inserção dos alunos desde a 1ª etapa de sua formação acadêmica no sistema de saúde pública através do PISCO permitiu a eles otimizar e potencializar os saberes adquiridos no curso, possibilitando-os a desenvolver competências necessárias para o desempenho em atividades acadêmicas e extracurriculares. Também, a adquirirem habilidades interpessoais que lhes possibilitaram trabalhar em grupo e em equipe interdisciplinar e multiprofissional e a desenvolver atividades críticas e criativas com relação à atuação profissional do médico na área de saúde; a conhecerem e refletirem sobre os principais problemas de saúde de uma determinada comunidade; a integrarem-se na rotina médica de uma ESF em uma USF, propor e desenvolver alternativas de solução para problemas de saúde da comunidade. Os alunos apresentaram através dos instrumentos de avaliação formativa (avaliação processual/diária, tarjeta, portfólio) e somativa (relatório final individual e de grupo, prova individual) os cenários de prática como um ambiente positivo de aprendizagem, pois estabeleceram reflexões sobre as suas práxis com os problemas de saúde da comunidade, em seus aspectos biopsicosociais. Conclusões: A inserção precoce do aluno de Medicina através do PISCO nos serviços de saúde pública e dos feed-backs semestrais sobre o seu desempenho através das planilhas de avaliações de suas competências que englobaram o saber aprender, saber fazer e saber ser, possibilitaram aos alunos refletir criticamente sobre o seu papel e suas funções no trabalho em uma equipe de saúde e multiprofissional, além de repensar práticas anteriores e a melhorar as suas habilidades médicas para a inserção em outras atividades extra-curriculares, como também, na produção social de saúde e na produção de conhecimentos científicos. 1 Integração básico-clínica nas avaliações cognitivas realizadas em curso de medicina com aprendizagem baseada em problemas RESUMO: Introdução: No modelo de aprendizagem baseada em problemas (PBL), o ensino é centrado no estudante e as diversas áreas do conhecimento são contempladas em situações-problema baseadas em casos da prática médica que são discutidas em pequenos grupos. Estas situações-problema, geralmente abordam situações da prática médica que permitem uma integração entre as disciplinas básicas e clínicas. Este modelo de ensino-aprendizagem, que está em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Medicina, também apresenta um modelo de avaliação diferente dos modelos tradicionais. Uma destas avaliações é conhecida como Exercício de Avaliação Cognitiva (EAC), que representa um instrumento de avaliação da capacidade individual dos estudantes em dar respostas às perguntas formuladas em outras situaçõesproblema relacionadas com aquelas trabalhadas nas sessões de tutoria, de acordo com o grau de complexidade e autonomia de cada série. Trata-se de um instrumento de resposta escrita, sem consulta e aplicado ao longo da série, sendo elaborado pela equipe multidisciplinar de construção das séries e também por professores colaboradores. As perguntas e o gabarito dos EAC(s) são validados junto ao Comitê de Avaliação Cognitiva do Estudante, o qual é constituído por uma equipe de apoio à formulação de projetos e instrumentos para verificar a aprendizagem cognitiva. Este Comitê analisa os EAC(s) e faz sugestões de melhorias neste instrumento de avaliação para as equipes de construção das séries, as quais possuem autonomia para aceitar ou não as sugestões que são feitas. Objetivos: O presente trabalho tem como proposta apresentar uma análise quantitativa das questões dos EAC(s) aplicados no ano de 2009 junto aos estudantes do curso de medicina da 1ª a 4ª série, quanto à integração básico-clínica. Metodologia: Foram utilizados os quatro EAC(s) aplicados na 1ª, 2ª e 3ª séries do curso de Medicina ao longo do ano letivo e para a 4ª série foram analisados dois EAC(s), totalizando 40, 47, 48 e 25 questões analisadas respectivamente para a 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries. Todos estes EAC(s) foram validados pelo Comitê de Avaliação. Resultados: O percentual de questões que promoveram integração básico-clínica, foi de: 45% na 1ª série, 61,7% na 2ª série, 29,2% na 3ª série e 28% na 4ª série. Conclusões: Os resultados mostram a necessidade de maiores investimentos por parte das equipes de construção para que os EAC(s) promovam uma melhor integração entre as disciplinas básicas e clínicas. Dentre as séries analisadas a 3ª. e a 4ª. representam as que menos conseguiram atingir esta integração. De uma forma geral, as equipes de construção das séries são multidisciplinares, com representação tanto das disciplinas básicas, como das clínicas, com exceção da equipe da 4ª. série, com representação principalmente clínica. Desta forma, um caminho a ser seguido para melhorar a integração básico-clínica nas três primeiras séries de medicina é a transferência da interdisciplinaridade existente nas equipes de construção para o processo de avaliação, o qual deve conter um maior número de questões integrativas. Um maior diálogo entre estas disciplinas no momento da elaboração do EAC poderá favorecer esta integração. Com relação à quarta série, a tentativa de incorporação de representantes de cadeiras básicas na equipe de construção, poderá favorecer esta integração. Entretanto, um aspecto a ser observado é que tão importante quanto a avaliação integrativa é a construção de situações-problema que possam garantir a integração básico-clínica e também a capacitação de tutores para a operacionalização deste processo, com o papel de estimular os estudantes a elaborar questões de aprendizagem nas sessões de tutoria que apresentem como característica a integração básico-clínica. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Metodologia ativa para o ensino de antibioticoterapia e avaliação do aprendizado em um módulo de doenças infecto-parasitárias Luis Henrique Barbosa Borges1 Junia Rodrigues1 Janaína Schineider Aparecida Casotti1 Alexandre Rodrigues da Silva1 RESUMO: Introdução: A problematização é utilizada no ensino de antibioticoterapia no módulo de Doenças Infecto-parasitárias 2 (DIP-2) da Faculdade Brasileira - UNIVIX, diferentemente dos demais conteúdos que são ministrados em aulas expositivas. Pressupõe–se que as metodologias ativas de ensinagem em medicina conferem maior aproveitamento e retenção de conhecimentos pelo aluno. Contudo, são necessárias comprovações dos benefícios destas em cada contexto particular. Objetivos: Verificar a eficácia da problematização no ensino de antibioticoterapia no módulo de DIP-2 Metodologia: Estudo retrospectivo, que consistiu na análise dos acertos e erros nas questões das provas escritas bimestrais de duas turmas de alunos da disciplina de DIP-2. Os dados foram armazenados e analisados em programa do Excel 2003. Para a análise de significância foi usada tabela de associação 2x2 (Qui-quadrado) Resultados: Foram analisadas 5564 respostas de questões de provas referentes a 90 alunos, do ano de 2009. Destas questões, 1376 (24,7%) abordaram especificamente o tema de antibioticoterapia. Verificou-se um maior percentual de acertos nas questões relacionadas à antibioticoterapia, comparadas aos acertos nas questões referentes aos demais assuntos [55,3% x 46,3%, p < 0,001, OR:1,43 (1,27 – 1,62)]. Conclusões: A problematização usada no ensino de antibiótico relacionou-se positivamente com maior taxa de acertos de questões do mesmo tema nas provas bimestrais, o que de certa forma pode relacionar-se com maior retenção do conteúdo. Estudos prospectivos devem ser feitos, com novas provas aplicadas em prazo mais longo, que avaliem as mesmas questões, a fim de averiguar a retenção prolongada dos conteúdos. 1 Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES Metodologia de avaliação de aulas práticas no Laboratório de Habilidades Clínicas José Diniz Junior1 Rosiane Viana Zuza Diniz1 Heleno de Paiva Oliveira1 Monique Batista da Costa1 Newton Moreira Lima Neto1 Ana Carolina Batista Dantas1 Daniel Paiva de Oliveira1 RESUMO; Introdução: O Laboratório de Habilidades Clínicas (LHC) representa um cenário inovador para realização de atividades práticas e, portanto, vem sendo utilizado cada vez mais na formação dos profissionais da saúde. Entretanto, tais atividades muitas vezes carecem de adequado processo avaliativo visando o aprimoramento das mesmas. Objetivos: : Expor nossa experiência com avaliação das atividades práticas desenvolvidas no LHC durante o internato em cirurgia/otorrinolaringologia. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo relato de experiência realizado de 2009 a 2010. A cada encontro de atividade prática estudantes, docente e monitores são avaliados quanto à metodologia utilizada, adequação e profundidade do conteúdo exposto, avaliação de desempenho, bem como pontos positivos e negativos existentes durante a mesma. Para tanto são utilizados questionários semi-estruturados e checklist. Resultados: Todos os estudantes aprovaram o sistema de avaliação de performance e processual. A utilização do checklist permitiu identificação de lapso de aprendizagem em relação ao conteúdo da atividade, assim como a percepção pelo aluno de seus limites de desempenho motivando o aprimoramento da mesma. A avaliação do processo foi fundamental para identificação das fragilidades das atividades práticas, sendo pontuados itens como a necessidade de melhor adequação do espaço físico no LHC, mais monitores e manequins. É relevante dizer que todos os estudantes reconheceram a importância deste tipo de atividade para sua formação, sendo crescente a solicitação por atividade semelhante, durante o internato em cirurgia. Conclusões: A prática da monitoria junto às turmas de internos mostrou ser importante para o aprendizado dos conteúdos mínimos relevantes em cirurgia/otorrinolaringologia, possibilitando aprimoramento de conhecimentos tanto dos estudantes quanto dos monitores. Contudo, foi possível percebe para conseqüente obtenção de resultados mais sólidos dessas práticas. O sistema de dupla-avaliação (processual e de performance) mostou ser um bom método para avaliar o aprendizado durante a prática e também as deficiências de infra-estrutura. 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN MiniC.ex no Internato: um ou dois avaliadores? Luis Henrique Barbosa Borges1 Carla Coelho Siqueira1 Luiz Gustavo Favoreto Genelhu1 Filomena Euridice Carvalho de Alencar1 Junia Rodrigues1 RESUMO: Introdução: O Mini-c.ex tem sido usado para avaliar residentes e médicos candidatos à obtenção de título de especialista. Recentemente, tem sido introduzido por IES que utilizam metodologias ativas para avaliação dos alunos do internato.É uma avaliação que ocorre em situação real, e que originalmente é descrita com a participação de um avaliador e do aluno. Objetivos: Destacar a conveniência do uso de dois avaliadores na aplicação do Mini-c.ex no contexto do internato. Metodologia: Descrição de experiência na realização do Mini-c.ex e dos questionamentos a respeito de vieses ocorridos em função da construção de um vivência redirecionada a partir do olhar do outro. Resultados: O sistema de avaliação empregado no internato da UNIVIX inclui, entre outros aspectos, a avaliação diária do desempenho em serviço de cada interno. O Mini-c. ex vem sendo empregado como forma de incluir o elemento surpresa no processo de avaliação da prática. Desde o segundo semestre de 2009, os coordenadores das áreas do internato promoveram pelo menos uma avaliação utilizando o Mini-c.ex para cada interno, na penúltima ou na última semana do estágio, 3 a 4 testes/interno/ semestre, totalizando 350 testes. Não houve aviso prévio ao interno e os pacientes examinados foram escolhidos minutos antes. O avaliador do Mini-c.ex não é o responsável imediato pela avaliação diária dos internos, mas um outro professor/preceptor. No início do processo, os professores envolvidos no processo detectaram fragilidades na sua realização e sugeriram a parceria de um segundo avaliador, no intuito de buscar maior validade desse método em cenários de prática diversos. A prática da avaliação com dois docentes foi instituída nos estágios de Emergência e Medicina Interna e vem sendo considerada enriquecedora, na medida em que confere maior acurácia ao processo. Conclusões: Os professores envolvidos estão em constante reflexão a respeito da aplicação do Mini-c.ex, bem como do seu desempenho enquanto avaliadores. A possibilidade de um segundo olhar para o mesmo momento viabiliza mais credibilidade e um aprendizado conjunto na verificação dos instrumentos e técnicas aplicados em situações diversas, impossíveis de serem totalmente controladas. 1 Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES Mini-C.Ex: a relevância do diagnóstico clínico na avaliação do interno em situações reais Luis Henrique Barbosa Borges1 Luiz Gustavo Favoreto Genelhu1 Junia Rodrigues1 Filomena Euridice Carvalho de Alencar1 Carla Coelho Siqueira1 RESUMO: Introdução: O emprego do mini-C.Ex como método de verificação de múltiplas competências do interno de medicina permite 67 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. também avaliar a eficiência do projeto pedagógico do curso médico quem vem sendo oferecido. A partir da detecção das fragilidades e fortalezas no desempenho dos avaliados quanto às habilidades de comunicação, empatia, anamnese, exame físico e raciocínio clínico, é possível perceber a necessidade de ajustes no processo de ensinagem das estapas precedentes. A contextualização do mini-C. Ex. em cenários reais nos módulos de urgência e medicina interna da Faculdade Brasileira – UNIVIX reflete a assistência aos principais agravos à saúde da população local, uma vez que as avaliações ocorrem, respectivamente, em unidade de emergências clínicas de referência da Grande Vitória e em enfermaria do SUS de um hospital filantrópico. Objetivos: Descrever a diversidade de diagnósticos dos pacientes-alvo do mini-C.Ex no internato da Faculdade Brasileira, bem como a capacidade dos alunos em identificá-los. Metodologia: Análise retrospectiva descritiva dos diagnósticos estabelecidos nas avaliações práticas - mini-C.Ex.- nos módulos de medicina interna e urgência do internato, ocorridas entre agosto de 2009 a abril de 2010, a partir da revisão dos instrumentos (fichas) preenchidos pelos avaliadores. Resultados: Foi possível recuperar dados de diagnósticos do paciente em 64 (69,6%) das fichas preenchidas de 92 exames realizados. Foram registrados 6 (9,4%) casos de insuficiência cardíaca congestiva descompensada e também de infecções cutâneas ou de partes moles, 4(6,3%) de pneumonia e 3 (4,68%) de cada um dos seguintes diagnósticos: abdome agudo inflamatório, icterícia obstrutiva, hemorragia digestiva alta, insuficiência hepática, síndrome coronariana aguda e sepse grave. Em 53 fichas havia dados que permitiam avaliar o desempenho dos alunos com relação aos acertos dos diagnósticos sindrômicos, constatando-se concordância com a hipótese diagnóstica real em 37 situações (70%). Conclusões: O mini-C.Ex. é um poderoso instrumento de avaliação da prática em situação real, podendo detectar deficiências em aspectos pontuais e na competência global do interno. Permite a elaboração de um plano de recuperação, com a finalidade de sinalizar para o interno, sobretudo, as deficiências que, se não corrigidas, podem ser incompatíveis com o bom desempenho do futuro médico. Além disso, pode identificar a necessidade de correção de possíveis distorções no projeto pedagógico do curso em andamento. 1 Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES Mini-C.Ex: o desafio do plano de recuperação após a avaliação do interno Luis Henrique Barbosa Borges1 Filomena Euridice Carvalho de Alencar1 Junia Rodrigues1 Elizabeth Madeira1 Rosana Alves1 RESUMO: Introdução: O mini-C.Ex. utilizado como instrumento de avaliação permite ao avaliador propor um plano de recuperação do interno. Um dos principais objetivos da avaliação é promover o crescimento do interno em questão. Esse tem sido um processo pouco referenciado na literatura, o que estimula quem se propõe a fazê-lo a encontrar seus próprios caminhos. Objetivos: Relatar as dificuldades na implementação do plano de recuperação dos internos dos módulos já implantados do internato de medicina da Faculdade Brasileira (UNIVIX). Metodologia: Descrever a síntese da discussão dos professores responsáveis pela avaliação prática no internato em oficina ocorrida após o nono mês de implementação do internato. Resultados: Os professores e preceptores dos módulos de medicina interna, emergência, ginecologia e obstetrícia, saúde coletiva, cirurgia, saúde mental e neonatologia compartilharam suas ansiedades e dúvidas a respeito da pertinência do mini-C.Ex. como instrumento de avaliação em todos os cenários. Os participantes concordaram que a avaliação tem permitido identificar fragilidades na formação dos internos, além de ajudar na proposição de um plano de recuperação, mas isso ainda não tem sido a regra. Essa etapa ainda carece de padronização metodológica. Em função do mini-C.Ex. estar ocorrendo nas últimas semanas de cada módulo, fica inviabilizado o cumprimento deste plano no próprio módulo, amputando assim uma das principais virtudes do 68 método, a recuperação das fragilidades encontradas. A antecipação da avaliação para um período intermediário do módulo propiciaria a operacionalização do mesmo. Espera-se também que nos módulos afins subsequentes exista a monitoração dos resultados. Conclusões: A constatação de problemas não pressupõe a capacidade imediata de resolvê-los. No entanto é preciso encontrar metodologias que permitam a implementação do plano de recuperação no mesmo módulo e também ao longo do internato. Para isso é necessário o comprometimento dos professores e preceptores em gerar novas respostas. Outras oficinas serão necessárias para o aprofundamento dessa questão. 1 Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitoria, ES Mini-C.Ex: Um instrumento para ponderações a respeito da construção de um aprendizado Filomena Euridice Carvalho de Alencar1 Luiz Gustavo Favoreto Genelhu1 Junia Rodrigues1 Carla Coelho Siqueira1 Luis Henrique Barbosa Borges1 RESUMO: Introdução: O mini-C.Ex vem sendo empregado na avaliação de habilidades e competências de médicos residentes e para revalidação periódica de título de profissionais que já estão no mercado de trabalho. A Faculdade Brasileira (UNIVIX)vem empregando esse método de avaliação em todos os cenários do internato nos últimos nove meses. Foram conduzidas as avaliações práticas dos internos referentes aos cenários dos módulos de urgência e medicina interna que refletem a assistência aos principais agravos à saúde da população local, uma vez que as avaliações ocorrem respectivamente em unidade de emergências clínicas de referência da Grande Vitória e em enfermaria do SUS de um hospital filantrópico. Objetivos: Descrever o contexto da avaliação dos internos nos módulos de urgência e medicina interna entre agosto de 2009 a abril de 2010, o desempenho dos internos e as possíveis fragilidades do método em dois diferentes módulos. Metodologia: Descrição dos aspectos da avaliação e análise das pontuações atribuídas nos exames práticos (mini-C.Ex) a partir da revisão dos instrumentos(fichas)preenchidos pelos avaliadores, com levantamento das seguintes variáveis: tempo de duração da avaliação (TA), tempo de duração do feedback (TF) e os escore obtidos na entrevista médica (E), exame físico (EF), raciocínio clínico (R) e humanismo (H), que foram classificados como superior, satisfatório e insatisfatório. Foram subtraídas da análise de cada variável as fichas em ela não estava devidamente registrada. Resultados: Oitenta e três fichas foram analisadas. Houve 54 (65%) avaliações com pacientes em primeira consulta. A média do TA foi de 16,8 minutos (n=73; variação: 15 a 35 minutos); a média do TF foi de 8,8 minutos (n=60; variação: 4-25 minutos). Os conceitos foram: E (n=59) superior 22 (37%), satisfatório 26 (44%) e insatisfatório 11(22%) internos; EF (n=64) superior 19 (30%), satisfatório 31 (48%) e insatisfatório 14 (22%) internos; R (n=82) superior 25 (30%), satisfatório 48 (59%) e insatisfatório 09 (11%) internos; H (n=68) superior 60(88,2%), satisfatório 7 (10,3%) e insatisfatório 01 (1,5%). Conclusões: Concluímos que é viável a avaliação das diversas competências relevantes à formação do interno utilizando o mini-C.Ex em cenário real. Deve-se uniformizar a duração do exame e do feedback, entendendo-se que o feedback imediato é o ponto forte desta avaliação, que, ainda diante de um considerável percentual de performances insatisfatórias, deve orientar qual plano de recuperação é necessário traçar para cada interno. Pode-se enfatizar a boa qualidade humanística deste grupo. Esta análise preliminar do desempenho dos internos sugere uma rediscussão da avaliação praticada nos períodos que antecedem o internato, uma vez que 22%, 22% e 11% dos avaliados obtiveram conceito insuficiente nos quesitos E, EF e R,respectivamente. 1 Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. O uso do portfólio na avaliação de estágios práticos no pré-internato no curso de medicina Elbens M. M. de Azevedo1 Bianca Zucoloto Kawai de Azevedo1 Nathalie Fenti Soares1 Uheyna Gancedo Ruzon1 Guilherme de Godoy dos Santos1 Francisco Pereira1 RESUMO: Introdução: Nos últimos anos o uso do portfólio tem-se popularizado em todo o mundo, nas escolas médicas, como útil ferramenta de avaliação não apenas na aferição de conhecimentos, mas também como instrumento formativo, aspectos relevantes que poderão contribuir no processo ensino-aprendizagem do estudante. O portfólio serve, ainda, como veículo para promover aprendizado reflexivo, consoante aos modelos de Kolb (1984) e Schön (1987). Todavia, se requer tempo considerável para que seja adequadamente analisado pelo docente, que enviará seus comentários e observações ao autor (discente). As informações registradas das vivências adquiridas nos variados cenários de aprendizagem, poderão ainda propiciar úteis informações aos docentes, que poderão propor alterações, adequações ou outros ajustes necessários ao aprimoramento global das atividades desenvolvidas pelos graduandos em medicina. Os estudantes do 4º ano médico de nossa Instituição, que utiliza como modelo pedagógico o currículo integrado, durante o Módulo Saúde da Mulher, Reprodução e Sexualidade Humana, fazem 4 estágios práticos : Ambulatório de Ginecologia(AG); Ambulatório de Obstetrícia(AO); Pronto-Socorro de GO no Hospital Universitário(PSO)e Maternidade Municipal(MM). Tais estágios constituem-se em atividades pré-internato. Objetivos: Avaliação dos aspectos positivos e negativos de cada estágio pré-internato em ginecologia e obstetrícia, por meio de portfólio. Metodologia: Foram analisados aspectos qualitativos de 86 portfólios de estudantes do 4º ano de medicina de uma Instituição Pública Estadual, num período de 6 semanas, referentes a 4 estágios préinternato (AG,AO,PSO e MM), registrando-se os achados positivos e negativos de cada um deles. Resultados: Dos 86 portfólios, apenas 55 (64%) resgistraram informações sobre aspectos positivos e negativos de cada estágio. Dois (2%) alunos não fizeram a tarefa. Entre os aspectos positivos: “fixação mais sólida do conteúdo do módulo”; “oportunidade para aprender sobre a rotina hospitalar”; “discussão de casos com docentes, residentes e internos” ; “observar atendimentos, incluindo exame físico e exames complementares” ; “discutir casos reais de gestação de alto risco”; “valeram muito a pena essas atividades práticas pois à medida que estudávamos a parte teórica dos módulos, vivenciávamos a realidade ! ”. Entre os apectos negativos: “Não havia docente ”; “plantonista não discute os casos adequadamente, só dá suas condutas ”; “alguns estágios tinham muitos alunos, que estavam em horário que não era o deles ”. Conclusões: O estágio contemplado com mais aspectos positivos foi o do PSO, em que “docentes atenciosos estavam sempre presentes ” e “ contribuiu para melhor entender como atender urgencias ”. O pior estágio foi o do AG, em que “o docente quase nunca comparecia ”. O portfólio mostrou ser uma importante ferramenta não apenas de avaliação somativa, mas também de ser formativa, contribuindo com importantes informações para que medidas admnistrativas possam ser tomadas, com o objetivo de se propiciar melhor atendimento no processo ensino-aprendizagem discente de nossa Instituição, como também na assistência prestada à população cliente de nosso Hospital Universitario. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR 1 Perspectiva de Pacientes (gestantes) como subsídio para Avaliação do Estudante de Medicina – resultados preliminares Pedro Tadao Hamamoto Filho1 Cristiano Claudino Oliveira2 Ludmila Almeida Silva3 Caroline Martins Varge1 Elisabete Bemfato Dezan1 Lucia Galvão do Amaral Campos1 José Carlos Peraçoli1 Vera Therezinha Medeiros Borges1 RESUMO: Introdução: A avaliação é um desafio no ensino superior e, particularmente, na educação médica. São muitos os atributos esperados do médico ao final de sua formação e as escolas devem acompanhar a aquisição de conhecimentos, habilidades e competências de seus alunos. Diversas metodologias são empregadas para avaliar o estudante, com especial destaque para a avaliação de competências clínicas. Por outro lado, como os pacientes são o objetivo da organização do sistema de saúde, os profissionais da saúde não podem estar indiferentes ao feedback que os usuários têm a dar sobre o serviço que recebem. Envolver pacientes reais como “professores” traz importantes benefícios aos estudantes porque lhes oferecem qualidades únicas, que podem intensificar a aquisição de habilidades e mudar suas atitudes. Objetivos: Avaliar competências e habilidades clínicas de estudantes durante o Internato de Obstetrícia, sob a visão das pacientes. Metodologia: Foi realizado estudo transversal, avaliando-se a percepção das gestantes sobre o atendimento prestado por alunos do 5o e 6o anos de graduação em medicina, no ambulatório de Pré-natal de um hospital universitário de uma faculdade de medicina. Foram realizadas entrevistas estruturadas com pacientes que preencheram os seguintes critérios de inclusão: ter mais que 20 semanas de gestação e ser atendida por internos. A amostragem foi aleatória simples e as entrevistas foram realizadas após as consultas. O questionário utilizado para as entrevistas foi elaborado com 35 assertivas, às quais as pacientes respondiam segundo a escala de Likert, e foram divididas em três dimensões: avaliação de habilidades de comunicação, de exame físico e de profissionalismo. A identificação, tanto de alunos como de pacientes, foi preservada. As gestantes assinaram termo de consentimento livre e esclarecido. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local. Resultados: Foram entrevistadas 56 gestantes, que avaliaram 29 alunos do 5º ano e 27 do 6º ano. Nas habilidades de comunicação os alunos foram muito bem avaliados em todos os quesitos (cumprimentar a paciente, chamá-la pelo nome, ser cordial, deixar contar a história naturalmente, perguntar e responder com clareza, esclarecer dúvidas). Observaram-se discordâncias nos seguintes aspectos: “encorajou-me a perguntar”, “usou palavras compatíveis com meu entendimento”, “explicou o diagnóstico, foi acolhedor ao fazê-lo”. Nas habilidades de exame físico os alunos também foram bem avaliados, cumprindo quase todas as etapas do exame físico e obstétrico (deixar a paciente confortável, demonstrar respeito pela timidez, exame tranquilo, aferição de pressão arterial e altura uterina, ausculta de batimentos cardíacos fetais, preenchimento de cartão de pré-natal). Ocorreram algumas discordâncias nos aspectos: “lavou e enxugou as mãos antes de começar o exame” e “ao terminar o exame” e na pesquisa clínica de edema e anemia. Na avaliação de profissionalismo os alunos foram bem avalidos, com altas taxas de concordância para transmissão de segurança, respeito por valores e crenças, correspondência às expectativas e transmissão de impressão positiva a ponto de voltar e recomendar médico. Portanto, as discordâncias foram pontuais. Conclusões: Os alunos foram bem avaliados pelas pacientes em termos de competência e habilidades. A empatia das pacientes com os alunos pode ter influenciado respostas positivas. Não foi possível discriminar melhor ou pior grupo de alunos quanto a habilidades e competências, dada a uniformidade e predominância de respostas positivas em quase todos os ítens avaliados. No entanto, respostas persistentemente desfavoráveis de pacientes, para certos aspectos em algumas entrevistas, indicam comportamentos equivocados de alguns alunos, que devem ser valorizadas, pois apontam desvios de formação que merecem investimento. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP 3 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu/SP, SP 1 69 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. • Integração ensino/serviço e ensino na atenção básica “Depressão” e “Demência” no teatro: dramatizando para aprender e ensinar Maria Cristina Diniz Gonçalves Ezequiel1 Rachel Castro de Toledo Taguti1 Lauro César dos Santos1 Rodrigo Badin Werneck de Carvalho1 Fabiana Tomazeli Pozzobom1 Felipe Pacheco Fernandes da Silva1 Leonardo Flávio Nunes dos Santos1 Farlley Gomes Silvestre da Silva1 Angélica de Barros Franco1 RESUMO: Introdução: A Educação em Saúde preconiza o planejamento com a população e para a população, permitindo a compreensão das características sócio-culturais, crenças, valores, responsabilidades, tipo de vida, de trabalho, de moradia e os conhecimentos que possuem, o que favorecerá a troca entre o saber popular e o científico. No modelo tradicional do curso médico, o estudante é inserido tardiamente no campo de trabalho, predominando o modelo de ensino voltado para o hospital. No cumprimento das Diretrizes Curriculares de Ensino Médico, a IES em questão criou o Programa Curricular Saúde e Sociedade (PCSS) que é focado em educação em saúde com a realização de práticas extra-classe, realizadas na comunidade, em domicílios e UBS como uma das formas de estimular o estudante a exercer no futuro o papel de médico cidadão comprometido com as necessidades locais. O PCSS III estuda o ciclo de vida do idoso no segundo semestre e os estudantes perceberam o grande número de pacientes portadores de Demência e Depressão. A OMS assegura que a depressão se converterá, em 2020, na segunda causa de incapacidade no mundo. Ela atinge 340 milhões de pessoas e causa 850 mil suicídios por ano em todo o mundo. Somente no Brasil, estima-se que há 13 milhões de depressivos (BOEHRINGER, 2002). Nos EUA mais de 14% dos indivíduos maiores de 65 anos apresentam esta doença e sua prevalência aumenta em pelo menos 40% na população maior que 80 anos. Este trabalho foi elaborado com o intuito de descrever uma experiência própria de educação em saúde para os moradores da comunidade adstrita à USF MF num município do RJ. Objetivos: Apresentar à comunidade, através da dramatização, dois temas prevalentes no cotidiano de uma USF sob a gestão da IES e avaliar o grau de satisfação da população ouvinte. Metodologia: Após discussão coletiva entre professor e 26 estudantes, optaram pela dramatização de temas, como método para Educação em Saúde, utilizando dois roteiros de peças teatrais sobre Depressão e Demência produzidos por 22 estudantes do PCSSIII do ano anterior, 2008. “Zizi: uma história de depressão” e “Lidando com o vovô”. Foram efetuadas duas reuniões para decisão de tarefas, distribuição de papéis dos atores, formação de equipes da trilha sonora, figurino, logística (escolha do local), elaboração de convites, divulgação, produção de brinde, questionário avaliativo e conquista de lanche.Ensaio Resultados: : Produção de 100 convites que foram distribuídos pelos estudantes, agentes comunitários da saúde (ACS) da USF, demais membros da equipe para pessoas da comunidade. Divulgação boca-a-boca para estudantes da IES e na rádio local em parceria com representantes comunitários. Produção de banner explicativo sobre as peças teatrais exposto na IES. Escolhidas 21 músicas das décadas de 70 a 90, sugeridas pelas idosas do grupo de convivência da USF, para a trilha sonora das peças e elaboração de 5 CDs para sorteio entre os participantes. Parceria com a comunidade para escolha do local da apresentação das peças, sendo oferecido “Sociedade Carnavalesca Rancho do Amor”. Elaboração de documento oficial para uso gratuito do local. Apresentação das 2 peças a partir das 18:30 do dia 20 de novembro de 2009, com duração total de 4h. Participação de 50 pessoas da comunidade, estudantes, equipe de saúde da USF e seus familiares, professores da IES. Pipoca e refrigerantes após apresentações. Aplicação do questionário obtendo 30 respondentes, sendo 70% feminino, 50% provenientes da USF, 10% analfabetos, 69% souberam do teatro através da USF e dos ACS, 80% adorou, 97% dizem ter aprendido, 70% preferem a dramatização para aprendizagem e foram sugeridos 16 temas para discussão. 70 Conclusões: Através da dramatização de temas de interesse da comunidade e de importância epidemiológica, pode-se fazer uma maior integração estudantes/comunidade, academia/serviço, professor e estudante, ESF e IES. Aprender de forma lúdica é significante, edificante e fomenta a construção do conhecimento. Faculdade de Medicina de Petrópolis - Fundação Otacílio Gualberto, Petrópolis, RJ 1 A importância do uso de videos no aprendizado de habilidades em ginecologia Elbens M. M. de Azevedo1 Uheyna Gancedo Ruzon1 Francisco Pereira1 Guilherme de Godoy dos Santos1 Bianca Zucoloto Kawai de Azevedo1 Nathalie Fenti Soares1 RESUMO: Introdução: O Laboratório de Habilidades (LH) é um ambiente onde o estudante tem contato prático com modelos, que mimetizam segmentos do corpo humano. O LH de nossa Instituição possui pelve feminina (treinamento em exame ginecológico, coleta de material biológico), tórax feminino com mamas normais e com lesões palpáveis, modelos de útero com lesões cervicais intra e extra-uterinas, abdomens gravídicos (fetos e placentas em diversas disposições), simulador de batimentos cárdio-fetal entre outros. Possui acervo de vídeos produzidos na Instituição, demonstrando exame ginecológico, coleta de material biológico cérvico-vaginal, exame das mamas, histeroscopia e de técnica de agulhamento de lesões não palpáveis da mama. O objetivo do LH é treinar o estudante em práticas que a seguir serão realizadas em pacientes reais, o que pode conferir maior segurança e habilidade na prática médica cotidiana. Tais atividades são oferecidas no início do quarto ano de medicina, concomitante ao primeiro módulo temático “Saúde da Mulher e Sexualidade Humana”. As instruções são ministradas durante um período mínimo de 12 horas, que poderão repetir as práticas orientadas em pré-agendados. A avaliação dos conhecimentos auferidos é realizado por meio de OSCE (Exame Clínico Objetivo e Estruturado). Objetivos: Verificar a impressão de estudantes sobre o uso de videos no aprendizado de habilidades em ginecologia no Laboratório de Habilidades do Curso de Medicina de uma Instituição Pública Estadual. Metodologia: Utilizandose questionário semi-estruturado com perguntas abertas e fechadas, verificou-se a opinião dos egressos (internos e residentes, graduandos e graduados no curso de medicina de uma Instituição Pública Estadual), sobre a relevância do uso de videos demonstrativos, no aprendizado de habilidades em ginecologia. Resultados: Apenas 70, dentre cerca de 320 indivíduos, responderam o questionário, sendo 19% residentes. A média etária foi de 24,48 (21-31) anos, sendo 53% do sexo feminino. A maioria (47,69%) utilizou o LH por mais de 15 horas, entre aulas (12 horas) e treinamento voluntário. Consideram as seguintes habilidades como importante ou muito importante: exame especular (81,47%), coleta de material biológico (87,14%), toque vaginal (67,14%), exame das mamas (92,14%), exame obstétrico (82,60%), avaliação da apresentação fetal(84,05%) e toque obstétrico (58,57%). A avaliação por meio de OSCE, foi considerada adequada ou muito adequada por 73,13 % dos respondentes. Concordaram que o LH em GO contribuiu para o conhecimento mais pleno, adquirindo-se segurança e habilidades na abordagem tocoginecológica em 47,82 %, discordando apenas 8,7% dos respondentes; 37,14% concordaram parcialmente. Expressões como “ o uso de videos foi muito útil para nos ajudar a entender como realizar o exame ginecológico, antes de treinarmos em modelos e após em pacientes reais “ ou “após assistirmos os vídeos, a prática se tornava mais fácil....”, foram muito encontradas entre as respostas abertas. Conclusões: O uso de videos no Laboratório de Habilidades, apresenta-se como relevante instrumento de aprendizado prático em ginecologia, mas necessita aprimoramentos e adequações, alguns dos quais baseados no instrumento ora analisado. O aprimoramento do Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. LH em Ginecologia é fundamental para que novas abordagens com táticas, técnicas e materiais mais efetivos e adequados às realidades atuais, sejam utilizadas no afã de melhor preparar o futuro médico no enfrentamento de situações reais que lhe serão apresentadas. Tais práticas poderão contribuir para que, os graduados em medicina possam ter habilidades de forma a contemplar os requisitos propostos pela Diretrizes Curriculares Nacionais Brasileiras, o que poderá favorecer melhor saúde a população feminina brasileira. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR 1 A importancia do estágio no centro atenção psicossocial para o acadêmico de medicina Marcela Rodrigues Teixeira1 Rafael Domiciano1 Patricia Novais Aleixo2 RESUMO: Introdução: No Brasil existem grande número de pessoas com transtornos mentais , os Centros de atenção psicossocial(Caps) são instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais,estimular sua integração social e familiar,apoiá-los em suas iniciativas de busca de suas autonomia ,oferecer-lhes atendimento medico de psicológico. A introdução precoce e o acompanhamento acadêmico nos Caps é fundamental para o aprendizado teórico e prático dos transtornos mentais de maior relevância epidemiológica, bem como um diferencial na carreira medica ,pois devido a dificuldade de implantar a reforma psiquiátrica houve um distanciamento da prática medica na saúde mental de muitos profissionais. Objetivos: Determinar através de evidências cientificas a importância do contato com a saúde mental na formação médica do acadêmico. Metodologia: Realizou-se revisão da literatura em busca de artigos relacionados ao ensino médico e relato de experiência de alunos de medicina da UNICID. Resultados: O estágio nos Caps permite aos acadêmicos exercerem atividades juntamente com os profissionais de saúde mental como levantamento de prontuários,atendimento psicoterápicos, tratamento medicamentoso, orientação, discussões de casos clínicos, planejamento de atividades, visita domiciliar aos pacientes, desintoxicação ambulatorial nos Caps álcool e drogas, bem como soluções de problemas internos. Permite também um maior contato com os pacientes nas atividades oferecidas pelos Caps como oficinas culturais,atendimento a grupos de familiares e atividades de suporte social.Essa integração oferece ao acadêmico uma visão global do atendimento à saúde metal com suas peculiaridades e suas principais dificuldades. Conclusões: O contato do acadêmico com o atendimento na saúde mental é fundamental para uma boa formação médica já que a experiência adquirida nos estágios torna o acadêmico mais próximo da situação real que encontra-se o atendimento à saúde mental no Brasil.O contato precoce possibilita uma margem maior de segurança no atendimento aos pacientes psiquiátricos ,já que durante a graduação essa especialidade é muitas vezes deficiente.Concluindo desta forma que essa integração pode futuramente diminuir a lacuna assistencial no atendimento a pacientes com transtornos mentais. 1 2 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP A participação das equipes da saúde na família no ensino médico em um Município do interior do Estado do Rio de Janeiro Maria Aparecida Machado Orioli1 Ivete Pillo Gonçalves1 Juçara Gonçalves Lima Bedim1 Margarete Zacarias Tostes de Almeida1 Wagner Luiz Ferreira Lima1 RESUMO: Introdução: A aplicabilidade das práticas de atenção básica no ensino médico, baseada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Medicina, vem sendo concretizada a partir da inserção dos estudantes de medicina nas Unidades de Saúde da Família. O processo de ensino-aprendizagem, no cenário da Atenção Básica e Saúde da Família, permitem ampliar a relação discente-docente, para uma triangulação entre equipe, docente/ discentes e usuários, visando à formação de profissionais aptos à prática de atenção à saúde em conformidade com os fundamentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivos: Avaliar a colaboração das equipes de saúde para o ensino médico; analisar suas percepções e expectativas quanto à formação do médico com perfil generalista; avaliar as potencialidades e dificuldades da inserção do estudante nos cenários locais de práticas da assistência básica. Metodologia: Utilizou-se uma análise qualitativa, através de entrevistas coletivas, com preceptores do Programa de Saúde da Família, estudantes de medicina e usuários baseadas em um roteiro semi-estruturado, gravação das discussões, transcrição e análise do material. Resultados: Constatouse o relato de experiências diversas nas unidades avaliadas em relação à inserção do estudante no cenário das UBS, relacionadas ao perfil do preceptor (mais jovem ou mais idoso), infraestrutura física e de pessoal, além do perfil da comunidade assistida. No que se refere à formação do profissional generalista, as opiniões ainda retratam certa resistência por parte de todos os envolvidos, o que se explica pela dificuldade nas mudanças dos paradigmas, as quais envolvem um processo, igualmente, de mudança de conceitos e culturas que ocorrem de maneira gradual. Como aspectos facilitadores podem ser citados: a parceria entre as instituições, a participação efetiva do discente e do docente junto às equipes das UBS, a presença de um coordenador com vínculo na Universidade e no município, constituindo assim uma equipe multiprofissional que amplia o universo de inserção do estudante. As dificuldades apontadas referem-se à infraestrutura física, descontinuidade dos estágios, dificultando o vínculo dos discentes com a equipe e usuários; o descompromisso de alguns preceptores com a integração com os estudantes, a inexperiência das equipes em receber alunos, pontuando para a necessidade de Educação Permanente dos envolvidos. Conclusões: Observou-se que a inserção do estudante no cenário da atenção básica permite ampliar o intercâmbio de conhecimentos, qualificar a atenção, aprimorar a interdisciplinaridade, fortalecer a importância da abordagem multiprofissional e melhoria da resolutividade da atenção à saúde. A inserção do estudante no cenário das UBS permite viabilizar e fortalecer, no estudante, o novo modelo de assistência à saúde em conformidade com as Diretrizes Curriculares e o SUS, contribuindo para a construção de um profissional mais consciente da realidade atual. Curso de Medicina da Universidade Iguaçu - Campus Itaperuna Itaperuna, RJ 1 Agregação de conhecimento da atenção primária à saúde nas ações da Unidade Básica de Saúde Augusto Cesar Ferreira de Moraes1 Paulo Eduardo Mangeon Elias1 RESUMO: Introdução: O Curso de Graduação em Medicina deve desenvolver o conhecimento nos três níveis de atenção à saúde (primário, secundário e terciário). Assim sendo, a disciplina de Atenção Primária à Saúde visa atender as recomendações das diretrizes no contexto da atenção básica a saúde. Objetivos: Avaliar e permitir a auto-avaliação dos alunos nos problemas relacionados à mesma situação de saúde. Metodologia: As aulas alunos estão fundamentalmente ligadas às equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). A disciplina se apóia em três Unidades Básicas de Saúde (UBS), totalizando 15 Equipes de Saúde da Família (ESF), no qual acompanham as atividades dos agentes de saúde, realizam o reconhecimento do território, mantêm o primeiro contato com a situação de saúde local e desenvolvem projetos de ação em saúde na comunidade em interação com os profissionais das ESF. A carga horária anual é de 160 horas. Foi construído um instrumento contendo uma situação de saúde contando três perguntas relacionadas ao papel da ESF e dos agentes comunitários de saúde (ACS) na assistência a saúde. O instrumento foi aplicado em 28 alunos no primeiro e último dia de aula da disciplina. Resultados: Sete alunos não apresentaram as duas avaliações e foram excluídos. Entre os 21 alunos, seis (28,5%) 71 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. praticamente mantiveram o mesmo padrão de resposta em ambos os momentos. Enquanto os outros 15 (71,5%) mostraram sensíveis mudanças no padrão de resposta agregando ações que foram adquiridas durante a disciplina. Conclusões: A disciplina voltada a vivencia dos alunos das situações de saúde da comunidade na UBS permitiu aos alunos a agregação de conhecimentos das ações da ESF e dos ACS na atenção primária à saúde. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 escolaridade,menor renda mensal, menor número de uniões estáveis e maior número de companheiros indiferentes à amamentação, além de maior preocupação com possíveis resultados negativos de estética relacionados com o ato de amamentar.Ao analisar a informação sobre aleitamento materno no pré-natal e no pós-parto, verificou-se a alarmante escassez de informação no pré-natal, em ambos os grupos. Isso denota a necessidade de maior envolvimento dos profissionais de saúde no pré-natal visando a promoção e incentivo ao aleitamento materno. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 Aleitamento materno na adolescência: conhecimentos, atitudes e dificuldades Priscila Nalin Sauretti1 Francisca T. Veneziano Faleiros1 Lígia Maria S. Souza Rugolo1 RESUMO: Introdução: Apesar da recomendação da Organização Mundial de Saúde (2001)para o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida, a duração do aleitamento materno exclusivo ainda se mantém aquém da recomendada. A literatura mostra que, na mãe adolescente, a opção pelo aleitamento materno é menos freqüente que na mãe adulta, em decorrência da atuação inadequada da equipe de saúde, que tende a considerá-la imatura e não interessada oferecendo, conseqüentemente, suporte insuficiente para o sucesso do aleitamento materno. Assim, considerando os aspectos peculiares a essa faixa etária, bem como a importância das atitudes dos profissionais de saúde em relação à promoção do aleitamento materno, estes tópicos constituem um terreno fértil de investigação. Objetivos: Avaliar o conhecimento, as atitudes e principais dificuldades de mães adolescentes em relação ao aleitamento materno, comparando-as às adultas. Metodologia: Estudo prospectivo de secção transversal, envolvendo puérperas adolescentes e adultas, cujos filhos nasceram na Maternidade do serviço, no período de janeiro a dezembro de 2008. Momento e instrumento de avaliação: As puérperas foram entrevistadas entre o primeiro e terceiro dia pós parto, respondendo a questionário com questões abertas e fechadas, referentes ao aleitamento materno. A participação foi voluntária após leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, sendo critérios de inclusão: residência em Botucatu, nascimento na instituição, concepto único sem malformação congênita e sem necessidade de UTI neonatal. Conforme a idade materna foram constituídos 2 grupos: Adolescentes (<20 anos) e Adultas (≥20 anos). Análise estatística: A comparação dos grupos quanto às variáveis contínuas foi realizada pelo teste de Mann-Whitney, e para as variáveis categorizadas utilizou-se o Quiquadrado, com significância em 5%. Resultados: Foram entrevistadas 121 puérperas (52 adolescentes e 69 adultas). As adolescentes tiveram menor escolaridade, menor paridade e pior condição econômica. Não houve diferença na idade gestacional e na condição de vitalidade ao nascer (Apgar),porém, a média do peso de nascimento foi menor no grupo das adolescentes. Eram primigestas 79% das adolescentes e apenas 32% das adultas. Tiveram renda familiar inferior a 1000 reais 71% das adolescentes e 53% das adultas. Quanto à ocupação materna, o percentual de mães adolescentes classificadas como “donas de casa” (69%) foi significativamente maior do que as adultas (45%). Houve maior proporção de parto vaginal nas adolescentes (71%) do que nas adultas (44%), porém, a diferença não atingiu significância estatística. Tanto a proporção de união estável quanto a atitude do pai em relação à amamentação diferiram significantemente entre os grupos, com menor número de uniões estáveis (71% x 94%) e menos pais favoráveis ao aleitamento materno (67% x 90%) no grupo das adolescentes. A preocupação estética foi significantemente maior no grupo das adolescentes (17%) do que nas adultas (8,7%). A informação recebida no pré-natal e no pós parto não diferiu entre os dois grupos, mas essa instrução foi dada, na maioria das vezes, no pós-parto, sendo pouco freqüente no pré-natal em ambos os grupos. Conclusões: As adolescentes apresentaram maior necessidade de apoio pela própria família e, principalmente, orientação adequada pela equipe de saúde desde o pré-natal, por possuírem maior número de condições desfavoráveis ao aleitamento. As adolescentes apresentaram menor 72 Análise do perfil epidemiológico de transtornos psiquiátricos Bruno Cavalcanti Farras2 Flavio Tanouye Montini2 Nelson Henrique da Silva2 Caio Matsucuma Uemura1 Marila Polanowski Escudeiro Garcia2 Lucas Rinaldi2 Fabiana Neman2 RESUMO: Introdução: A conscientização de que os transtornos mentais representam um sério problema de saúde pública é relativamente recente. Utilizando como medida uma combinação do número de anos vividos com incapacidade, e conseqüente deterioração da qualidade de vida, e do número de anos perdidos por morte prematura causada pela doença, verificou-se que doenças como transtornos depressivos e transtornos cardiovasculares estão rapidamente substituindo a desnutrição, complicações perinatais e doenças infectocontagiosas em países subdesenvolvidos, onde vivem quatro quintos da população mundial. Embora os transtornos mentais causem pouco mais de 1% da mortalidade, são responsáveis por mais de 12% da incapacitação decorrente de doenças, e das dez principais causas de incapacitação, cinco delas são transtornos psiquiátricos, sendo a depressão responsável por 13% das incapacitações, alcoolismo por 7,1%, esquizofrenia por 4%, transtorno bipolar por 3,3% e transtorno obsessivo-compulsivo por 2,8%. A CID 10 define como principais transtornos psiquiátricos depressões, transtorno do humor , transtornos de ansiedade, ezquizofrenia e retardo mental. O conhecimento da epidemiologia dos transtornos psiquiátricos mais prevalentes permite a criação de programas e projetos voltados a essas doenças, que ajudariam tanto a população como o gasto da saúde publica. Objetivos: Avaliar a prevalência dos principais transtornos psiquiátricos, identificando gênero mais acometido bem como a realização de tratamento. Metodologia: Estudo retrospectivo baseado na verificação dos prontuários selecionados com auxílio das agentes comunitárias de saúde da Unidade Básica de Saúde Jd. Palmira, onde foi confeccionada uma tabela que contém: número do cadastrado, patologia referida, patologia diagnosticada, fármacos em uso. Resultados: Foram analisados 54 casos de pacientes com transtornos psiquiátricos. Destes, 19 eram homens (35%), e 35 eram mulheres (65%). Os transtornos do humor corresponderam a 41% dos casos, seguidos pelos transtornos de ansiedade (6%) e pela esquizofrenia (4%). Do total dos pacientes, 30 realizavam tratamento (56%), 7 não realizavam (13%) e 17 casos não constavam no prontuário e seguiam qualquer forma de tratamento (31%). Conclusões: Demonstrou-se maior prevalência dos transtornos de humor, e concluiu- se que a criação de programas e projetos específicos para os transtornos mais prevalentes, alem de um maior número de visitas domiciliárias permitirão uma maior integração entre a UBS e o paciente, que muitas vezes resiste ou é reticente ao tratamento/acompanhamento. 1 2 Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Aprendendo e ensinando na comunidade: educação em saúde no Programa Curricular Saúde e Sociedade - PCSS-III-RJ Maria Cristina Diniz Gonçalves Ezequiel1 Fabiana Tomazeli Pozzobom1 Farlley Gomes Silvestre da Silva1 Laila de Faria Elias1 Leonardo Medeiros Vitorio1 Leonardo Gonçalves Azambuja Ferreira1 Mario Amaral Puglisi1 Rachel Castro de Toledo Taguti1 Thiago Fraga Arruda1 Leonardo Gonçalves Sousa1 RESUMO: Introdução: A importância da Educação e da Comunicação em Saúde para a formação do médico compreende duas dimensões, sendo uma de caráter individual, na relação direta médico/paciente e a outra situada no contexto da comunidade em particular como estratégia de práticas educativo-comunicativas em grupos e com a sociedade em geral. (SILVA, MAIA, 2008). O Programa Curricular Saúde e Sociedade (PCSS) tem, entre muitas metas, a função de introduzir estudantes de Medicina no dia-a-dia das atividades das equipes de saúde que atuam nas 5 Unidades de Saúde da Família (USF)-sob a gestão da Instituição de Ensino Superior (IES) em questão. As atividades apresentam grau de complexidade crescente do primeiro ao quarto anos aproximando o estudante dos indivíduos no seio de sua família e na comunidade. Segundo Ceccim e Feuerwerker (2004) a educação em serviço é uma proposta apropriada para trabalhar a construção de uma nova abordagem do processo ensino-aprendizagem na saúde, pois permite articular gestão, atenção, ensino e controle social no contexto do usuário e equipes de saúde e em seu território geopolítico de atuação.Durante o primeiro semestre de 2009, o PCSS-III dedicou-se à saúde da mulher. Pensando em arrebanhar cidadãs de duas microáreas que estavam afastadas por falta de agente comunitária de saúde (ACS), associando ao método de aprender ensinando, trabalhar em equipe, vivência na comunidade, construímos juntos essa “atividade de garagem”. Objetivos: Explicar à comunidade os métodos contraceptivos e a importância do exame preventivo; Fazer captação de pacientes para regularização de consultas;construir com os estudantes do PCSSIII uma atividade de educação em saúde problematizando uma necessidade real. Metodologia: Método: Duas reuniões com os grupos A e B de estudantes do PCSS-III de uma das cinco USF para decisão coletiva, inclusive com orientações da Agente Comunitária conhecedora dos problemas das microáreas 6 e 7. Métodos escolhidos: naturais, anticoncepcionais orais, injetável, preservativos, DIU, diafragma, laqueadura, vasectomia. Divisão das tarefas: duplas de estudantes responsáveis pela apresentação de cada método contraceptivo e preventivo. Divulgação das atividades na rádio local e através de convites confeccionados pelos estudantes e distribuídos pela ACS durante a entrega da “Cesta Cheia”. Providência quanto ao local de apresentação. Confecção de planilha para coleta de dados. Relatórios pós-atividades para avaliação. Adesão, cumplicidade e participação de membros da equipe da USF em questão: ACS, médico, enfermeira e auxiliar de enfermagem durante as atividades. Resultados: foram dois dias de atividades com os dois grupos de estudantes A e B, professora, equipe de saúde da USF, internos, duas estudantes de nutrição, ACS, com duração de duas horas em garagens e materiais cedidos por moradores. Apresentação oral em duplas de estudantes, cartaz explicativo, manipulação dos instrumentos pelos pacientes, perguntas de interesse respondidas. Participaram 19 mulheres, 2 homens, com idades entre 14 e 83 anos , 11 solteiras, 1 viúva, 8 casados, 1 divorciada. Os métodos mais conhecidos: preservativo masculino e anticoncepcional oral; o menos conhecido, preservativo feminino. Os demais métodos, a maioria só tinha ouvido falar. Marcação de 7 consultas e 7 preventivos, sendo 1 primeira vez. Distribuição de folhetos explicativos do MS. Relatórios de estudantes com frases indicando muita satisfação e aprendizado Conclusões: Conclusão:O trabalho na comunidade através de Educação em Saúde e comunicação integra, humaniza, estimula estudantes, professores, profissionais e comunidade, aproxima ciência da assistência. É aprender ensinando em busca da transformação das práticas profissionais que deve estar calcada na reflexão crítica das atividades práticas reais de profissionais na rede de serviços, no seu cotidiano e nas necessidades de saúde das comunidades e das pessoas. Faculdade de Medicina de Petrópolis - Fundação Otacílio Gualberto, Petrópolis, RJ 1 Aprendizado através da continuidade no atendimento: a experiência do Programa de Medicina de Família no Centro Universitário São Camilo Adriana Roncoletta1 Maria Auxiliadora Craice de Benedetto2 Deborah de Senne Oliveira Garcia2 Erika da Cruz Campos4 Danielle Harumi Miachiro Oyama4 RESUMO: Introdução: O modelo predominante na formação dos alunos esta focado em disciplinas e no ensino hospitalocentrico. Este modelo enfatiza o tratamento de doenças raras e resulta na falta de continuidade no acompanhamento de doenças. O que observamos freqüentemente é uma fragmentação na educação médica. O Programa de Medicina de Família do Centro Universitário da São Camilo proporciona aos alunos um modelo longitudinal e integrativo do cuidado, que representa uma abordagem nova e inovadora o qual a continuidade é o princípio básico para realização deste programa. Objetivos: Descrever a experiência do programa de Medicina de Família realizada no Centro Universitário São Camilo . Metodologia: Este programa esta inserido curricularmente para o terceiro ano da Universidade de São Camilo, São Paulo. O curso ocorre seis meses na Clínica Escola da Instituição São Camilo. O atendimento a pacientes é gratuito. Esta é uma atividade semanal, atendimento realizado ambulatorialmente aos pacientes, com horários agendados. Cada grupo de sete estudantes está sob a supervisão de um Médico de Família. Enquanto dois alunos atendem um paciente, os outros têm a oportunidade de observar o atendimento através de um espelho (com o consentimento dos pacientes e estudantes). Depois do atendimento todo o grupo - preceptor e alunos - se reúnem para discutir simultaneamente as questões clínicas e humanísticas, discutir feedback positivo e negativo do atendimento, do exame físico, e posteriormente a discussão em grupo preceptor e aluno retornam a dar a conduta ao paciente. Estes pacientes são agendados para a mesma dupla que o atendeu, mensalmente ou conforme o quadro clínico do paciente. Mas a referência do paciente esta no aluno. Ele é o responsável pelo paciente. A clínica desenvolve um trabalho interdisciplinar com fisioterapia, fonoterapia, enfermagem, nutrição e terapia ocupacional, visto que atende-se muitos pacientes em reabilitação neurológica. Fator este que propicia a reflexão dos estudantes a lidarem com situações críticas e difíceis com possibilidades reduzidas de cura, e possibilidades amplas em cuidado integral. Resultados: Os resultados têm sido extremamente significantes. Os alunos dizem que se “sentem médicos”, têm a oportunidade de ver os mesmos pacientes várias vezes e aprendem simultaneamente a discutir condutas clínicas e a enfatizar a relação médico-paciente , priorizando as técnicas de comunicação, habilidades essenciais para o cenário ambulatorial. Esse modelo permite que os alunos incorporem os principais valores “core values” da Medicina de Família: - a importância de ver os pacientes como um todo, o desenvolvimento de atitudes humanísticas, e a construção das relações terapêuticas. O paciente em reabilitação, por vezes, requer um aprendizado ao estudante de trabalho em equipe, e da ampliação do “cuidado global”: sintomas, queixas, aspectos sociais e psicológicos, expondo o estudante de medicina a desenvolver criatividade e empatia para cuidar destes pacientes. A continuidade favorece o aprendizado aos estudantes nestes aspectos, e também auxilia a superar os estereótipos que poderiam prejudicar a empatia e julgamento clínico preciso, qualidades essenciais para o desenvolvimento do profissionalismo. Conclusões: Os resultados preliminares deste programa devem motivar instituições que desejam desenvolver programas semelhantes. Mais estudos são necessários para avaliar o impacto a longo prazo destes programas de educação médica. Curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP 2 Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP 3 Residência Cruz Azul Saúde, São Paulo, SP 4 Associação Assistencial de Saúde Suplementar Cruz Azul Saúde, São Paulo, SP 1 73 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Avaliação da Formação Interprofissional no Ensino Superior: aspectos da colaboração e do trabalho em equipe na Atenção Básica à Saúde (ABS) Avaliação de diabéticos candidatos à pé diabético no município de São Luis - Maranhão Filipe Aragão Felix1 Yanne Aragão Felix1 Maiara Morais Ferreira1 Adriana Santos de Brito Silva1 Natalia de Sousa Sales1 Nerci de Sá Cavalcante Ciarlini1 Ana Luiza Nogueira Dantas1 Rinaldo Henrique Aguilar da Silva1 Nildo Alves Batista2 RESUMO: Introdução: Em vários países, experiências de ensino interprofissional na graduação em saúde apresentaram mudanças consistentes no perfil dos profissionais formados. Uma delas é a de que este tipo de formação pode reforçar as atitudes para o trabalho em equipe e colaboração, levando a uma melhor assistência ao paciente. Em outras palavras, o objetivo fundamental da educação interprofissional é a formação de estudantes de graduação na área da saúde mais preparados para o exercício da profissão. No Brasil existem poucas experiências deste tipo. Uma delas é a instituição de um Programa Educacional que visa proporcionar condições de inserção dos estudantes de diferentes cursos da saúde em contextos reais de aprendizagem na ABS, por meio de ações nas comunidades, integração aos serviços de saúde, aprendizado das ações preventivas e de promoção, e atuação em equipes interprofissionais. Objetivos: Este estudo procurou determinar quais as percepções dos estudantes em relação à educação interprofissional na ABS, para os aspectos de colaboração e trabalho em equipe nos cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional. Metodologia: Os dados foram coletados utilizando-se uma escala de percepção do trabalho interprofissional (RIPLS) e realização de grupo focal com estudantes dos diferentes cursos. Resultados: Na aplicação da RIPLS a maioria dos estudantes concordaram ou concordaram fortemente que a aprendizagem com outros estudantes irá ajudá-los a tornarem-se melhores no trabalho em equipe e que a aprendizagem compartilhada os ajuda a compreender as próprias limitações. No que se refere ao relacionamento com outros profissionais de saúde, a maioria dos estudantes concordaram ou concordaram fortemente que, para trabalhar em pequeno grupo, é necessário a confiança e o respeito mútuo e que a aprendizagem compartilhada irá ajudá-los a pensar positivamente sobre os outros profissionais. No grupo focal todos apontaram em suas falas a importância do trabalho em equipe e a colaboração entre diferentes profissões para a ABS. Entretanto pareceu não existir clareza por parte de todos os estudantes de quais são as tarefas específicas de cada profissional para o estabelecimento das competências profissionais. De modo geral os resultados obtidos neste estudo revelaram a positividade da formação interprofissional em saúde no que se refere à colaboração e ao trabalho em equipe na ABS. Entretanto, para se estabelecer um trabalho em equipe coeso e eficiente é necessário o envolvimento de todos, busca pela satisfação no trabalho, o treinamento e desenvolvimento de competências, a criação de sinergia entre os participantes, a definição de papéis, além do acompanhamento e avaliação de resultados. Importante também é distinguir o grupo de trabalho, do trabalho de colaboração em equipe. O grupo de trabalho, na maioria das vezes, refere-se à união de profissionais de saúde para a realização de tarefas que ocorrem em um mesmo ambiente. Isto necessariamente não significa partilha de suas tarefas, constatações e responsabilidades que visariam aprimorar o serviço. Conclusões: A educação Interprofissional em Saúde aponta o desafio de mudança do paradigma educacional vigente buscando o desenvolvimento conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes para atuar com competência, com qualidade formal, e política e, ao mesmo tempo, responder às necessidades sociais. Esta mudança pode auxiliar na otimização dos recursos de saúde e desenvolver a consciência nos atos/escolhas praticados já que estes passam a ser discutidos criticamente em equipe buscando a melhor resolução para os problemas apresentados na ABS. Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP 1 2 74 RESUMO: Introdução: O Diabetes Mellitus é considerado, atualmente, um dos maiores problemas da saúde pública, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. O Pé Diabético pode ser considerado o pé do indivíduo diabético que apresenta ulceração, infecção ou destruição dos tecidos profundos associados com anormalidades neuropáticas e/ou isquêmicas, ou seja, é o pé que está em risco de amputação. Medidas simples de prevenção podem ser suficientes para evitar o Pé Diabético em pacientes com Diabetes Mellitus, principalmente no Diabetes do tipo 2, o tipo com maior número de Pés Diabéticos. A prevenção do Pé Diabético consiste em cuidados gerais. Essas medidas incluem o controle rigoroso da glicemia através da alimentação, o uso correto e regular de medicamentos e o cuidado com fatores precipitantes e/ou facilitadores. Objetivos: Identificar, quantificar e qualificar os pacientes portadores de Diabetes Mellitus que são potenciais candidatos a terem Pé Diabético. Metodologia: Foram entrevistados 64 portadores de Diabetes Mellitus em uma comunidade carente do município de São Luis – MA. Durante a entrevista foi aplicado questionário onde se foi avaliados: faixa etária, sexo, escolaridade, renda familiar, antecedentes de DM, antecedentes de Pé Diabético, sobrepeso/obesidade, etilismo, tabagismo, acesso ao Serviço Publico de Saúde, visita domiciliar do ACS, dislipidemias, média das 5 ultimas glicemia, aderência ao tratamento da Diabetes, tempo de diagnóstico, presença de lesões, forma como adquiriu a lesão, proeminências ósseas, limitação, deformidades, edema, eritema, amputação, pulso pedioso e/ou tibial posterior, sensibilidade preservada, tipo de calçado usado pelo paciente, limpeza do pé e hidratação do pé do paciente. Resultados: Avaliando o resultado desta pesquisa foi observado que 62,5% pertenciam ao sexo masculino. Nível da escolaridade: 50% eram analfabetos. Renda familiar: 62,5% até 1 salário mínimo. Apenas 12,5% sabiam dos seus antecedentes familiares para Diabetes Mellitus. Todos os pacientes desconheciam história pregressa de Pé Diabético na família. 87,5% pertencem ao Diabetes tipo II e 12,5% pertence ao Diabetes tipo I. 50% dos pacientes tinham sobrepeso/obesidade. 37,5% etilistas, 12,5% ex-etilista, e 50% não-etilistas. 25% eram tabagistas, 12,5% ex-tabagistas e 62,5% não tabagistas. Todos os pacientes tinham acesso ao Serviço Publico de Saúde. 100% dos pacientes também afirmaram receber a visita de ACS’s periodicamente. 50% tinham dislipidemias, 37,5% dos pacientes não tinham dislipidemias e 12,5% não tinham dados. 62,5% tinham a glicemia entre 111-200 mg/dL, 25% tinham entre 201-300 mg/dL e 12,5% tinham a glicemia abaixo de 111 mg/dL. 75% tinham aderência ao tratamento proposto para DM e 62,5% tinham aderência aos medicamentos anti-diabéticos. 50% tinham recebido o diagnóstico entre 2-5 anos, 37,5% dos pacientes entre 5-10 anos e 12,5% tinha o diagnóstico de 1 ano. Nos quesitos que avaliam o provável Pé Diabético, 25% tinham lesões nos pés, das quais uma era a presença de bolhas, e a outra era a presença de erosões, todas devido a traumas. 12,5% tinha proeminências ósseas. Nenhum dos pacientes avaliados apresentou eritema, limitação articular e/ou deformidades nos pés. 12,5% tinham edema nos pés,12,5% sofreram amputação menor. 50% não usavam calçados adequados,12,5% preferiam andar descalço e 37,5% usavam calçados adequados. 100% dos pacientes mantinham seus pés higienizados. 62,5% afirmaram não serem orientados, pelos médicos durante a consulta, quanto aos cuidados que os mesmos devem ter com os pés. 87,5% afirmaram ser orientados pelos ACSs quanto os cuidados com seus pés. 87,5% falaram que os médicos orientam quanto às complicações do DM. Todos afirmaram que seus pés não são examinados corretamente durante a consulta médica. Conclusões: Diante dos dados, percebe-se que mais esforços educacionais são necessários tanto para população geral quanto para os profissionais de saúde na prevenção e tratamento de um potencial pé diabético . 1 Centro Universitário do Maranhão, São Luis, MA Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Avaliação de Retinopatia diabética em Idosos do Lar São Vicente de Paula- Sorocaba, SP Capacitação ACS: fator determinante para promoção da saúde Gabriela Preturlan Capitani1 Anna Paula Romero de Oliveira1 Mariana Falcão1 Giovanna Cardia Caserta1 Marcelo Silva Soares1 Mariana Pinheiro Pinaffi1 Bárbara Miyake Queiroz1 Calixto Freitas1 André Rozas1 Luana Tanigawa1 Lucas Santos1 RESUMO: Introdução: O diabetes mellitus (DM) faz parte de um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia resultante de distúrbios na secreção de insulina e/ou na ação da insulina. A hiperglicemia associa-se a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, como olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. Uma das complicações microvasculares mais importantes do DM é a retinopatia diabética (RD), sendo no Brasil estimado que metade dos pacientes diabéticos sejam afetados pela RD. A RD consiste na manifestação retiniana de edema, exsudatos e hemorragias. Pode ser classificada em retinopatia diabética não proliferativa (RDNP) e proliferativa (RDP). Objetivos: Analisar a incidência de retinopatia diabética em idosos, moradores do Lar São Vicente de Paula, detectando novos casos e encaminhando os possíveis de serem tratados no Ambulatório de Oftalmologia do CHS de Sorocaba, por alunos e residentes da PUC-SP. Pretendeu-se com esse estudo: otimizar a assistência oferecida aos idosos estudados e criar uma interação entre universidade, alunos e instituições assistenciais. Metodologia: A população estudada abrangeu idosos portadores de Diabetes Mellitus abrigados no Lar São Vicente de Paula em SorocabaSP. Atualmente no local existem 114 homens e mulheres entre 65 e 94 anos. Inicialmente, foi aplicada em toda população estudada exame da acuídade visual pela escala de Snellen e o exame de fundo de olho (Fundoscopia).Posteriormente foi proposto o tratamento adequado. Os pacientes foram atendidos pelo Residente de Oftalmologia e pelas alunas do 4º ano de Medicina. Resultados: Dos 90 pacientes institucionalizados no Lar São Vicente de PAula em Sorocaba, 34 foram selecionados por serem portadores de Diabetes Mellitus. Por apresentarem condições debilitantes ou por desinteresse pelo projeto apenas 16 pacientes compareceram a consulta no Ambulatório de Oftalmologia do CHS, previamente agendada. Os pacientes foram submetidos ao exame de acuidade visual utilizando-se a tabela de Snellen e exame de pressao ocular. Foi realizado exame de oftalmoscopia binocular indireta sob midríase. Apenas 5 apresentaram alterações fundoscópicas relacionadas à retinopatia diabética.Sendo que 1 apresentou estreitamento vascular; 3 apresentaram estreitamento e tortuosidade vascular e1 paciente apresentou microaneurisma. Outros achados foram: Alterações causadas por catarata em 4 pacientes, precipitados vítreos em 1 paciente. Todos os 16 pacientes rastreados apresentaram grande diminuição da capacidade visual. Para todos os pacientes atendidos foram solicitados os exames:glicemia de jejum, uréia, creatinina, sódio e potássio. Foi solicitada também Angiografia aos 5 pacientes que apresentaram alterações vasculares. Por problemas burocraticos não realizaram os exames, portanto nos baseamos em exames antigos coletados entre 2008 e 2009. A Glicemia de Jejum variou entre 80 e 333 mg/dl, sendo a média de 139 mg/dl Apenas 5 tinham exames de creatinina e os valores variam entre 0,9 e 1,4 mg/dl. Apenas 1 paciente tinha exames de Sódio, Potássio e Uréia. Sendo os valores: Na=139mEq/dl K= 4mEq/dl e U=52mg/dl Quanto ao tratamento para DM, todos os pacientes foram são acompanhados por equipe multiprofissional na Instituição e seguem dieta apropriada. Destes, 8 pacientes usam Metformina 850mg, 5 Usam Daonil 5 mg, 1 usa glimepirida 1mg, 5 usam Insulina NPH. A Metformina e o Daonil foram associados em 1 caso. A Insulina NPH foi associada a Metformina em 4 casos e ao Daonil em 1 caso. O tratamento proposto para a Retinopatia e a Angiografia não foram realizados devido ao desinteresse da instituição. Conclusões: Há uma grande dificuldade em promover estudos e intervenções em pacientes de Instituições Assistenciais, pois é necessário estímulo para promover o interesse e a adesão às atividades propostas. Também constatou-se que o número de pacientes com Retinopatia foi de apenas 31,25% e estimava-se encontrar 50% de alterações. Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Campus Sorocaba, Sorocaba, SP 1 RESUMO: Introdução: Os agentes comunitários de saúde (ACS) possuem um papel muito específico que os difere dos demais membros da equipe. Antes de tudo, são pessoas que convivem com a realidade e as práticas de saúde do bairro onde moram e trabalham, portanto identificam-se com a cultura, linguagem e os costumes de sua própria comunidade. Em estudo desenvolvido sobre o agente comunitário de saúde, identificou que o agente comunitário não dispõe de instrumentos, de tecnologia, aqui incluídos os saberes para as diferentes dimensões esperadas do seu trabalho. Documento do Ministério da Saúde enfatiza a necessidade de que, face o novo perfil de atuação para o agente comunitário de saúde, sejam adotadas formas mais abrangentes e organizadas de aprendizagem, o que implica que os programas de capacitação desses trabalhadores devam adotar uma ação educativa crítica capaz de referenciar-se na realidade das práticas e nas transformações políticas, tecnológicas e científicas relacionadas à saúde e de assegurar o domínio de conhecimentos e habilidades específicas para o desempenho de suas funções. Segundo dados da Secretaria da Saúde de Sorocaba, o percentual de gestantes menores de 20 anos no município é igual a 24% . A unidade Carlos Amorim foi inaugurada em maio de 2008, e é responsável pelo atendimento de aproximadamente 16.000 pessoas.Essa intricada rede de causalidades que configura a gravidez precoce como situação de risco à saúde (e à vida) da mãe e do bebê poderia ser menos impactante se as adolescentes procurassem os serviços de saúde para um adequado acompanhamento pré-natal e do parto/puerpério. Objetivos: Capacitar os ACS com conteúdos téoricos relacionados à sexualidade, desenvolvimento de dinâmicas para abordagem do conteúdo teórico, e compreençao da Propagar informações para diminuir o índice de gravidez na adolescência, e assim diminuir o impacto social que uma gravidez na adolescência acarreta. Criação e fortalecimento de vínculo entre os adolescentes e os ACS, facilitando o acesso dos jovens à UBS. Metodologia: Foram submetidos a capacitação, elaborada e ministrada pelos alunos do PET-SAÙDE , 21 ACS de todas as equipes da UBS Carlos Amorim . As informações teóricas e o desenvolvimento de dinâmicas foram ministradas em oito encontros, desenvolvidos de agosto a novembro, para fornecer embasamento sobre os assuntos relacionados à gravidez na adolescência. Com o intuito de comparar o conhecimento prévio e retido pelos ACS após a capacitação, foi aplicado questionarios pré e pós teste elaborado pelos alunos do PET-SAÚDE. Resultados: Obtivemos resultados satisfatório comprovamos pelo pós-teste, evidenciando aumento do conhecimento pelos ACS perante aos temas abordados nas dinamicas. De acordo com relatos dos ACS houve a criação do vinculo com os jovens do bairro, sendo observado o aumento da procura destes pelos serviços da UBS. Conclusões: Acredita-se que por serem (os agentes) pessoas do povo, não só se assemelham nas características e anseios deste povo, como também preenchem lacunas, justamente por conhecerem as necessidades desta população. Acredito que os agentes são a mola propulsora para a consolidação do Sistema Único de Saúde, a organização das comunidades e a prática regionalizada e hierarquizada de assistência, na estruturação dos distritos sanitários. Ser agente de saúde é ser povo, é ser comunidade, é viver dia a dia a vida daquela comunidade. É ser o elo de ligação entre as necessidades de saúde da população e o que pode ser feito para melhorar suas condições de vida. É ser a ponte entre a população e os profissionais e serviços de saúde. O agente comunitário é o mensageiro de saúde de sua comunidade. Ser agente comunitário de saúde é, sobretudo, lutar e aglomerar forças em sua comunidade na defesa dos serviços públicos de saúde e educação, e da melhoria dos determinantes sociais de saúde. É ser agente de mudanças e de incentivo à participação comunitária. Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Campus Sorocaba, Sorocaba, SP 1 75 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Cocaína e crack: estudo de 958 casos registrados pelo centro de controle de intoxicações de São Paulo de 2006 a 2008 Bruno Cavalcanti Farras1 Nátalie Schnaider Borelli1 Flavio Tanouye Montini1 Marcel Campanha1 Carlos Fernando Collares1 Darciléia Alves do Amaral2 RESUMO: Introdução: Nos últimos anos tem se verificado um aumento de usuários de cocaína e crack, mostrando um grande número de crianças, jovens e adolescentes que acabam deixando ou prejudicando suas atividades escolares, acadêmicas e profissionais pelo uso dessas drogas, o que acaba por limitar suas potencialidades de desenvolvimento na idade produtiva, bem como corroborando para o aumento dos índices de violência e outras formas de criminalidade associadas ao tráfico. Outro fator de destaque são os custos para saúde pública, uma vez que os hospitais absorvem o custo do atendimento dessas intoxicações; e para a economia do país, por conta dos óbitos e seqüelas que ocorrem em idade precoce. Esse estudo poderá auxiliar na criação de projetos e programas voltados às populações mais suscetíveis ao uso dessas substâncias. Objetivos: Este trabalho teve o objetivo de descrever as características clínicas, epidemiológicas e históricas das intoxicações por cocaína e crack. Metodologia: Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo e observacional dos registros de casos atendidos pelo Centro de Controle de Intoxicações da cidade de São Paulo (CCI/SP), no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2008, que envolvessem intoxicação por cocaína e/ou crack. Resultados: No ano de 2006 foram registrados 272 casos, sendo 236 casos de cocaína e 36 por crack. Observou-se um maior número de casos nos meses de dezembro (13,9%), março (10,9%) e julho (9,9%), e maior frequência de adultos em março (89,2%) e julho (85%). O gênero masculino foi o mais acometido com 64% em março e 70% em julho. Nesse ano houve 35 registros de adolescentes, 6 escolares, 1 pré-escolar e 1 recém- nascido, todos por uso de cocaína. Em 2007, foram registrados 279 casos, com uma relação de 6 casos de cocaína para cada caso de crack. Os meses de julho (12,5%), dezembro (12,1%) e agosto (11,4%) foram os mais acometidos. Houve novamente maior incidência de adultos e o gênero mais acometido foi o masculino, com maior número de registros nos meses de julho e dezembro, apresentando respectivamente 74,2% e 79,4% de adultos e 62,8% e 55,8% do gênero masculino. Por fim, no ano de 2008 foram registrados 407 casos, sendo 338 por cocaína e 69 por crack. Os meses com maior número de registros foram dezembro (14%), outubro (11,3%) e setembro (10%), apresentando, assim como nos anos anteriores, maior incidência de adultos com 78,8% e o gênero masculino sendo o mais acometido com 84,7%. Houve nesse ano 47 registros de adolescentes, 11 escolares, 3 lactentes e 1 recém nascido. Com relação à circunstância da intoxicação foram registradas ao longo desses três anos 6 casos por causa criminosa, 843 casos por abuso, 11 casos por uso acidental, 32 casos por tentativa de suicídio e 2 casos de intoxicação que levaram a óbito. Conclusões: O número de casos registrados pelo CCI/SP nos anos de 2006, 2007 e 2008 apresentaram aumento abrupto no ano de 2008, superando em 128 casos 207 e 135 2006. Esses dados mostram incidências inferiores quando comparados a países como Estados Unidos, onde em 2005, o US Poison Control Centers registrou 7.077 casos de intoxicações por cocaína, dos quais 110 eram menores de 6 anos, 761 entre 6 e 19 anos e 6.101 maiores de 19 anos (AAPCC, 2005), obtendo uma incidência de 2,39 casos para cada 100.000 habitantes contra 0,66 no ano de 2006, 0,69 no ano de 2007 e 0,99 no ano de 2008 para cada 100.000 habitantes . O número de óbitos, segundo o US Poison Control Centers, decorrentes da utilização drogas ilícitas, que tiveram como agente primario a cocaína foi de 76 casos, ou seja, 1,07% contra semelhantes valores do ano de 2006, com 3 casos, ou 1,1% e nenhum nos anos de 2007 e 2008 registrados no CCI/SP. Nos Estados Unidos, as causas de óbito que tem a cocaína associada ou não a outras substancias estão por volta de 8,3% dos casos (AAPCC, 2005). Por sua vez os registros do CCI/SP, mostram que das tentativas de suicídio o uso de cocaína associado ou não a outras substancia não chega a 0,59% no ano de 2006, 0,48% no ano de 2007 e 0,44% no ano de 2008. Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Centro de Controle de Intoxicações da Cidade de São Paulo, São Paulo, SP 1 2 76 Como inserir o conceito de “Saúde para Todos” no âmbito Universitário através da Medicina de Família: a higiologia como disciplina obrigatória numa Faculdade de Medicina Graziela Moreto1 Lorenzo Fernandes Moça Trevizani2 Guilherme Ayres Rossini2 Gabriel Caldato Barsotti2 Nelson de Figueiredo Neto2 RESUMO: Introdução: Em 1978 o termo “Saúde para Todos” foi abordado na reunião da OMS em Alma Ata. A resposta acadêmica para preparar médicos para a atenção primária tem variado no decorrer dos anos nos diversos países. O governo brasileiro inaugurou em 1988 um novo modelo de Sistema de Saúde Público ( SUS – Sistema Único de Saúde) com o qual todos os cidadãos tem acesso aos serviços de saúde e promoveu estratégias para desenvolver programas de Saúde de Família desde 1994. AS escolas médicas e Universidades se tornaram responsáveis por preparar profissionais capazes de fornecer o tipo de cuidados de saúde previsto por este modelo. Torna-se necessário promover um equilíbrio entre generalistas e especialistas, para que os estudantes de medicina aprendam a responder às necessidades das pessoas Objetivos: RElatar a experiência da disciplina de Higioligia na Universidade Nove de Julho no processo de formação generalista do estudante de medicina Metodologia: Seguindo essas recomendações, a Universidade UNINOVE em São Paulo, Brasil, iniciou a sua Escola de Medicina em 2003, com objetivo de fornecer esse equilíbrio. A nova disciplina, aqui chamada Higiologia, com base na promoção da saúde, prevenção e embebidas de valores fundamentais da Medicina de Família foi estabelecida de maneira continuada durante os seis anos da faculdade de medicina. Os alunos ocupam 9% do seu processo de formação no âmbito desta disciplina (o que significa 944 horas de todo o montante de 10.560 horas de seu currículo) Resultados: Os estudantes relatam satisfação com este assunto acadêmico, uma vez que eles aprendem não apenas sobre a doença, mas, principalmente, sobre como lidar com os pacientes. Eles aprendem sobre o relacionamento, antropologia prática médica e ética, como também promoção e prevenção da saúde, e se preparam para atender qualquer tipo de paciente, independentemente da idade, gênero, etnia ou doença Conclusões: Para oferecer alta qualidade do cuidado não é apenas uma questão política do governo, mas implica o compromisso das Escolas Médicas em prepara médicos da atenção primária. A experiência bem sucedida da Faculdade de MEdicina da UNINOVE incorporando a disciplina de Higiologia no currículo pode ser um modelo a seguir. 1 2 Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP Criação de cenários de prática nas comunidades para alunos da área de saúde Sônia Regina Middleton1 RESUMO: Introdução: Considerando o aspecto de formação e de desenvolvimento curricular dos cursos da área de saúde, assim como as diretrizes curriculares nacionais, o estabelecimento de novos cenários de prática é desejado e constitui uma das estratégias para o cumprimento das diretrizes curriculares e para a formação de profissionais que conheçam e vivenciem toda a amplitude do processo saúde e doença, aliando competências técnicas da profissão à valores políticos e sociais.Nossa escola dispõe de um Hospital Geral, com diferentes especialidades médicas, que é utilizado como cenário de prática para formação dos estudantes. No entanto, sua integração com a rede pública de saúde ainda é incipiente, e precisa ser otimizada. Os alunos de medicina vão para as unidades de saúde apenas no internato, e não trabalham junto às comunidades. Alguns projetos de extensão desenvolvem-se em comunidades carentes.Queremos aproveitar estes espaços para criar novos cenários de prática para os internos de medicina, de modo a iniciar um aprendizado prático nas comunidades. Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Objetivos: Criação de um novo cenário de prática para o internato de medicina.Iniciar atividades na comunidade, visando preparar melhor os alunos para a integração ensino-trabalho-comunidade, colaborando também com a melhoria da saúde na comunidade. Metodologia: oferecimento de oficinas sobre metodologias ativas de ensino aprendizagem. levantamento das necessidades docentes, discentes e da comunidade.definição das estratégias pedagógicas.implantação das atividades no novo cenário de prática. Resultados: Iniciamos as atividades nas comunidades, contando com alguns alunos que se prontificaram a dar início ao projeto Fizemos reunião com o presidente da Associação de moradores e a agente comunitária para explicarmos os principais planos a serem desenvolvidos este ano. Em 14/03, participamos de uma Feira de Saúde, com o comparecimento de 15 alunos da UNIRIO de medicina e Enfermagem, onde aferimos cerca de 200 glicemias capilares e 250 medidas de pressão arterial. Os dados coletados serão quantificados para produção de trabalhos científicos. Conclusões: A integração ensino-serviço na atenção básica necessita de cenários de prática que promovam a integração entre os alunos e a comunidade. Atualmente os trabalhos realizados fazem parte de atividades extensionistas, atingindo apenas poucos alunos. A maior dificuldade desta participação é a falta de espaço na grade curricular para ações extra curriculares. A criação de uma disciplina, mais prática que teórica, onde as ações ocorressem nas comunidades, possibilitaria a participação de todos, o que auxiliaria as comunidades a receberem melhor e mais amplo atendimento primário em saúde. Além disso os alunos poderiam atuar em serviço, favorecendo um melhor relacionamento profissional-paciente, tão importante para a formação ética e humanística destes profissionais. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ 1 Curetagem uterina pós abortamento em adolescentes em uma maternidade escola Rosangela Joanilho Maldonado1 Ricardo Cristiano Leal da Rocha1 Suzél de Oliveira Barbosa1 Adriana Ribeiro1 Sylvia Ribeiro do Val1 RESUMO: Introdução: O número de curetagens decorrentes de abortos em adolescentes aumenta na mesma proporção em que aumentam os casos de gravidez na adolescência. Estima-se que ocorra no país de 1 a 1,2 milhão de abortamentos ao ano,que constituem a 5º causa de internação na rede do SUS e são responsáveis por 9% das mortes maternas e 25% das esterilidades por causa tubária. Objetivos: Avaliar a incidência de abortamentos inevitáveis em gestantes adolescentes de uma maternidade escola nos primeiros seis meses de seu funcionamento, bem como o percentual de curetagens nesta população. Metodologia: Estudo retrospectivo dos registros de movimentação do serviço das curetagens realizadas nas adolescentes atendidas na Maternidade Municipal de Cariacica (MMC) no período de junho a dezembro de 2009. Resultados: Observamos que neste período tivemos 211 curetagens pós abortamento, o que corresponde a 10,82% dos procedimentos cirúrgicos realizados no serviço. Destas, 24 (11,37%) eram adolescentes em trabalho de abortamento, sendo que 3 (12,5%) tinham menos de 15 anos. Conclusões: Tanto a gravidez como o aborto, seja ele provocado ou decorrente de situações criadas pela própria idade vem crescendo e há poucos estudos sobre aspectos emocionais e sociais destas jovens mulheres. Este problema é reflexo do que ocorre em todos os países do mundo, representando um desafio para os profissionais de saúde, considerando sua magnitude. 1 Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES Educação Permanente, cenários hospitalares e treinamento admissional: concepções, necessidades, barreiras e possibilidades Débora Schettini da Silva Alves1 Sylvia Helena Souza da Silva Batista1 RESUMO: Introdução: Os programas formais de orientação ao recémadmitido no âmbito hospitalar têm como expectativa o preparo desse profissional com qualidade na perspectiva de impactar positivamente a dinâmica do cuidado no ambiente hospitalar. Para SILVA (2008), a Educação Permanente em Saúde é um processo de formação e desenvolvimento das práticas educativas, entendento que o aprender e o ensinar incorporam ao quotidiano das organizações e ao trabalho. Objetivos: Investigar, na perpectiva de enfermeiros, concepções, necessidades, barreiras e possibilidades no treinamento admissional, em cenários hospitalares, em instituição privada, São Paulo. Metodologia: Estruturou-se dois grupos: 8 enfermeiros formadores (profissionais que atuam na educação de funcionários recémadmitidos) e 28 enfermeiros em formação (profissionais admitidos no cenário de junho/2007 à 2009). Foram realizadas entrevistas individuais semi-estruturadas e aplicado questionário, tendo-se como perspectiva a utilização da análise de conteúdo. Resultados: Perfil dos participantes:enfermeiros formadores: sexo feminino, idade 29 a 35 anos, nível superior com especialização, tempo de formação e de exercío profissional 11 a 15 anos; enfermeiros em formação: sexo feminino; 20 a 30 anos; graduação; tempo de exercícío profissional inferior a dois anos e tempo de atuação na instituição como enfermeiro, maior que 1 ano e 1 mês. Concepções: o enfermeiro em formação entende a educação permanente como uma prática com fortes traços informativos. Para os enfermeiros formadores não está clara a diferença entre a Educação Continuada e Educação Permanente, tendo-as como sinônimo. Necessidades e barreiras: ambos grupos reconhecem a importância do processo educativo, indicando as lacunas da formação inicial, bem como a adaptação ao contexto de trabalho. Os formadores expressam necessidade de trabalhar conteúdos que englobem os aspectos organizacionais, comportamentais e as competências profissionais. O enfermeiro em formação expressou carência de aprendizado em relação aos protocolos institucionais e procedimentos específicos. Possibilidades: a Educação Permanente favorece a parceria com a liderança (enfermeiro formador e recémadmitido) e aproximação do cenário de prática. Conclusões: O estudo permitiu identificar lacunas no treinamento admissional, que podem ser superadas com processos de Educação Permanente, implicando na construcção de uma cultura de aprendizagem que aponte para novas relações entre aprender, trabalho e gestão do cuidado. Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP 1 Ensino da hipertensão arterial em um cenário de atenção primária à saúde Fernando Antonio de Almeida1 Ronaldo D´Ávila1 Enio Marcio Maia Guerra1 Ricardo Augusto de Miranda Cadaval1 Cibele Isaac Saad Rodrigues1 RESUMO: Introdução: A hipertensão arterial é um grande problema de saúde pública, afetando cerca de 25% da população adulta. Suas complicações cardiovasculares e renais são as principais causas de mortalidade, morbidade e gastos com cuidados em saúde. A grande maioria dos hipertensos é acompanhada em unidades primárias de atenção à saúde (UBS/USF) dentro do programa HiperDia. No entanto, na educação médica, pouca atenção é dada aos pacientes hipertensos nestes locais, pois, na maioria das escolas médicas, o ensino da hipertensão arterial é feito em hospitais. Ao avaliarmos a eficácia do tratamento da hipertensão realizado em UBS/USFs observamos que apenas 40% dos pacientes tinham o controle pressórico recomendado, mesmo estando em acompanhamento regular e recebendo medicação 77 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. anti-hipertensiva. Objetivos: Estabelecer um modelo de assistência integral ao indivíduo com hipertensão arterial com o objetivo de entender as necessidades e peculiaridades do manuseio destes pacientes em seu local de origem (UBS/USF), adequando a este novo cenário o ensino e aprendizagem de internos, residentes, médicos e profissionais da saúde. Metodologia: Os participantes são profissionais de saúde das UBS/USF, estudantes de medicina do internato e residentes em clínica médica de uma escola com um currículo tradicional em fase de transição para metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Os pacientes são atendidos individualmente ou por duplas de internos/ residentes. Antes de iniciar o atendimento são inteirados dos principais objetivos do projeto e recebem um roteiro sistematizado desenvolvido para o programa de anamnese, exame físico e conduta (exames complementares e tratamento). Cada atendimento feito pelos alunos/ residentes é discutido com o preceptor e os pacientes recebem do grupo as orientações no sentido de seguir as recomendações e alcançar as metas de controle pressórico preconizadas pelas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. As visitas de acompanhamento são programadas de preferência com os mesmos indivíduos que estiveram envolvidos na primeira consulta. Resultados: Desde maio de 2009, este programa tornou-se uma atividade regular do internato em clínica médica. Uma avaliação qualitativa (questionário aberto) revelou que o programa foi bem recebido pelos internos e residentes, que elegeram os seguintes pontos positivos: a organização do programa, a aprendizagem de cuidados sistematizados em hipertensão, a oportunidade de praticar uma consulta médica no contexto de uma unidade primária e o aumento da segurança do aluno/residente. Apesar de enfatizarem que os benefícios predominam, relatam como fator negativo a distância do campus à UBS. A aferição da aquisição de conhecimentos e competências pelos estudantes não foi avaliada, pois a prova de clínica médica a que são submetidos não inclui perguntas específicas relacionadas ao manuseio da hipertensão e a esta atividade. Planejamos aplicar o mini-CEX como forma de avaliação. Dados preliminares mostram amplos ganhos para os pacientes atendidos neste sistema, tanto o relato de “satisfação” como a melhora do controle pressórico e de outros fatores de risco cardiovasculares. Conclusões: A transição de um curso de medicina com currículo tradicional para outro baseado em metodologias ativas de ensino-aprendizagem (hoje no 5º ano), que atende as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Graduação em Medicina de 2001 e integra a universidade aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), veio acompanhada de muitos benefícios para todos, alunos, universidade, docentes, usuários e profissionais da saúde. Práticas que nos expõem, alunos e docentes, a atividades nestes cenários de integração universidade-serviço obrigam-nos à reflexão cotidiana e são intensamente transformadoras em relação à formação clássica do médico. Tais atividades devem ser estimuladas para que os profissionais de saúde egressos dos nossos cursos estejam aptos e seguros a atender às necessidades da população e os desafios de seu maior empregador, o SUS. Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Campus Sorocaba, Sorocaba, SP 1 Ensino de pediatria na atenção básica em saúde – a prática clínica como integradadora de conteúdos da saúde coletiva e da pediatria Rosana Fiorini Puccini1 Rosa Resegue Ferreira da Silva1 Glaura Cesar Pedroso1 Alzira Rosa Esteves1 Rosinha Y. Matsubayaci Morishita1 Suely Midori Ishimoto Terao1 Renato Nabas Ventura1 Maria Wany Louzada Strufaldi1 Marcio Biczyk Amaral1 RESUMO: Introdução: Os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), como qualificadores do direito social, em especial o da integralidade das ações, são elementos que impulsionam a expressão de novas necessidades. No ato de reconhecer e valorizar essas novas 78 necessidades está a fundamental diferença entre o provimento mínimo e o básico do direito à saúde. Um dos grandes desafios da atenção básica relaciona-se à sua capacidade de responder à demanda espontânea, compreendendo esta atividade como parte de um todo e como oportunidade de se estabelecer vínculo e continuidade dos cuidados, o que exige a superação do modelo de consulta médica tipo queixa-conduta. Para tanto, é fundamental a existência de acolhimento, definição de fluxos, adequação de número e qualificação profissional e referência estabelecida quanto aos recursos diagnósticos e terapêuticos e aos demais níveis do sistema de saúde. É fundamental, também, que na formação do médico seja proporcionada essa experiência, como uma atividade qualificada, complexa, e que permita uma análise crítica dos serviços de saúde. Objetivos: Descrever a atividade de assistência à demanda espontânea realizada pelos alunos do internato, como um dos componentes do estágio de pediatria realizado em unidades básicas de saúde. Metodologia: Com duração de 4 semanas, as atividades práticas do estágio contam com supervisão de docentes da universidade e incluem: 1) consultas agendadas – acompanhamento do crescimento e desenvolvimento (puericultura) e assistência às crianças com afecções crônicas (obesidade, dores recorrentes, distúrbios de comportamento); 2) atuação em equipe multiprofissional na assistência às crianças de alto risco para adoecimento, em especial prematuros; 3) assistência à criança com asma brônquica – consulta médica, grupos de orientação, visitas domiciliares; 4) realização de consultas não agendadas (infecções respiratórias, crise asmática, afecções de pele e outras); este atendimento à demanda espontânea resulta no preenchimento de formulário com as seguintes variáveis: idade e sexo do paciente, diagnósticos estabelecidos na consulta, encaminhamentos, solicitação de exames. Estes dados são digitados em programa desenvolvido e orientado por docentes do Departamento de Informática em Saúde. No final do estágio é apresentado um trabalho para docentes dos departamentos envolvidos sobre essa atividade. Resultados: A apresentação do trabalho inclui introdução sobre o tema, objetivos, métodos (população/amostra, tipo de estudo, descrição de variáveis, estatística), resultados e discussão. O processo de elaboração exige consulta bibliográfica (estudos semelhantes, bases de dados oficiais como SEADE, DATASUS). No processo de elaboração são abordados os seguintes temas: informação e informática em saúde, o processo saúde – doença, conceitos de epidemiologia, aspectos clínicos das afecções mais freqüentes em pediatria, integralidade, continuidade dos cuidados, modelos de atenção, sistema local de saúde e o papel da atenção básica. Conclusões: A participação do aluno na assistência à demanda espontânea tem contribuído para a aquisição de competências (cognitivas e habilidades) visando ao atendimento de afecções agudas freqüentes em pediatria, bem como reconhecimento de risco e gravidade; sua atuação, na mesma unidade de saúde, em ações programáticas favorece sua compreensão de que essas ações estão correlacionadas e não são excludentes, ao contrário, se potencializam. O processo de organização desse trabalho tem contribuido para a reflexão e discussão de temas da saúde coletiva e da relação destes à prática clínica. As atividades na atenção básica com participação dos respectivos departamentos/setores ainda são limitadas à pediatria, e seria fundamental a ampliação dessa experiência com as demais áreas clínicas de forma articulada à saúde coletiva. Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP 1 Esquizofrenia: um estudo de caso Nelson Henrique da Silva1 Bruno Cavalcanti Farras1 Lucas Alvarez Rinaldi1 Caio Matsucuma Uemura2 Marila Polanowski Escudeiro Garcia1 Flavio Tanouye Montini1 Fabiana Neman1 RESUMO: Introdução: A esquizofrenia é um transtorno crônico caracterizado por sintomas psicóticos tais como delírios, alucinações, desorganização do pensamento além de sintomas cognitivos como embotamento afetivo, apatia, isolamento social. Através da CID- Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. 10 foi incluída na classificação das esquizofrenias o Transtorno Esquizotípico. A prevalência está estimada em 1% da população sem diferença significativa entre os sexos, geralmente iniciada antes dos 25 anos. O interesse pelo tema surgiu com o aumento de casos diagnosticados, já que o distúrbio está sendo amplamente divulgado e discutido. Objetivos: caracterizar clinicamente cinco integrantes de uma família portadores de sintomas compatíveis com esquizofrenia. Metodologia: Realizado um estudo de caso para posterior análise e discussão sobre as características clínicas dos indivíduos afetados. Resultados: Foi constatado que os cinco indivíduos apresentam os sintomas positivos, ou seja, são os mais floridos e exuberantes, tais como as alucinações (mais freqüentemente, as auditivas e visuais e, menos freqüentes as táteis, e olfativas), os delírios (persecutórios, de grandeza, de ciúmes, somáticos, místicos, fantásticos), perturbações da forma e do curso do pensamento (como incoerência, prolixidade, desagregação), comportamento desorganizado, bizarro, agitação psicomotora e mesmo negligência dos cuidados pessoais. Dois indivíduos apresentaram alguns sintomas negativos como pobreza do conteúdo do pensamento e da fala, embotamento ou rigidez afetiva e prejuízo do pragmatismo. Conclusões: Concluímos (Concluí- se) que todos os indivíduos da família podem ser caracterizados como portadores de esquizofrenia, de acordo com o critério de classificação DSM IV. Além disso, Foi encontrado um caráter fortemente indicativo de influência genética para a aquisição do distúrbio. 1 2 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP princípios e normas da Vigilância em Saúde e desenvolvimento prático de projetos de vigilância e educação em saúde nas escolas, creches e asilo municipal. No quarto período, o módulo de “Saúde da Família e Comunidade: anamnese clínica e psicossocial na comunidade”, adotam-se roteiros de anamneses segundo o ciclo de vida, como recomendados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, associados à elaboração e interpretação do genograma familiar e condução de entrevista psicológica, propiciando ao acadêmico, ainda no estágio pré-clinico a construção de uma história clínica, epidemiológica e psicossocial de pacientes por eles atendidos em USF. Já no quinto e sexto período, os módulos de “Saúde da Família e Comunidade: assistência terapêutica integral à criança e gestante” e “ao paciente crônico e idoso”, com a aplicação do Método Dáder, aliado ao aprendizado da Medicina Baseada em Evidências, fecha o ciclo de preparação do acadêmico de medicina, para que durante os sétimo e oitavo períodos do curso ele já possa atuar de maneira efetiva e integral na assistência de pacientes durante o estágio clínico em Saúde da Família e Comunidade nos sétimo e oitavo período de curso. Conclusões: Observa-se que esta mudança curricular, que vai desde ações iniciais de promoção à saúde até a assistência terapêutica integral, buscando sempre retorno e melhoria para os serviços, tem contribuído para desenvolvimento do pensamento crítico, reflexivo e humanista de nossos acadêmicos, assim como a habilidade do trabalho em equipe. 1 Estratégia de Saúde da Família como cenário de prática para a integração básico-clínico e ensinoserviço Universidade José do Rosário Vellano, Alfenas, MG Estudo comparativo sobre os sintomas depressivos e estresse em pacientes portadores de HAS entre duas unidades do Programa de Saúde da Família Miriam Monteiro de Castro Graciano Helena Alves Soares Chini1 Cynara Alves Rocha1 Everton Freixo Guedes1 Márcia Dorcelina Trindade Cardoso1 Geraldo Assis Cardoso1 RESUMO: Introdução: As diretrizes curriculares nacionais implantadas em agosto de 2001 desencadearam um processo de transformação dos currículos das escolas médicas. Em nosso caso, este processo foi reforçado pelo Edital do Pró-Saúde, ao ter nosso projeto aprovado e contemplado com recurso. O fio condutor do projeto era a proposta de revisão de conteúdos essenciais à Atenção Primária em Saúde, procurando relacioná-los com o processo saúde-doença-cuidado, com a família e com a comunidade, propiciando assim integralidade de ações e serviços de saú. Objetivos: a) Inserir o acadêmico de medicina desde o primeiro ano de curso na Estratégia de Saúde da Família (ESF). b) Diversificar cenários de ensino-aprendizado visando integrar conteúdos básicos e profissionalizantes por meio da ESF. c) Buscar métodos ativos de aprendizagem. Metodologia: Reconhecimento do território de saúde do município de Alfenas, Minas Gerais. Formação da Comissão Permanente de Integração Ensino-Serviço (CIES), seguida de negociação de espaços e estratégias de ampliação de cenários de práticas. Seleção das Unidades de Saúde da Família (USF) envolvidas no processo. Reuniões periódicas com as ESF para levantamento das necessidades dos serviços e acompanhamento do processo. Definição de temas e seqüência dos mesmos durante os quatro primeiros anos do curso. Resultados: Foram extintas as disciplinas de Saúde Coletiva I, durante o primeiro período e Saúde Coletiva II, durante o terceiro período, uma vez que o campo da Saúde Coletiva era o único espaço intra-institucional interessado no processo de mudança curricular. Aquelas disciplinas, com grande ênfase conceitual e teórica, cederam lugar à sete módulos temáticos em Saúde da Família e Comunidade com ênfases específicas no cuidado. No primeiro período, o módulo de “Saúde da Família e Comunidade: políticas e práticas de saúde” enfatiza a Política Nacional de Atenção Básica, a organização do cuidado e a abordagem clínica e epidemiológica das doenças crônicas não transmissíveis. No segundo período, o módulo de “Saúde da Família e Comunidade: saúde materno-infantil” enfatiza ações de cuidados primários em saúde, voltadas aos menores de cinco anos e o período de gestação, parto e puerpério. No terceiro período, o módulo de “Saúde da Família e Comunidade: vigilância e educação em saúde” propicia o conhecimento teórico da epidemiológica descritiva, RESUMO: Introdução: A depressão constitui uma patologia altamente prevalente na população em geral, sobretudo em pacientes que apresentam comorbidades como hipertensão arterial, déficits motores, neurológicos e sobre tudo idosos. De acordo com as atuais diretrizes curriculares para a formação médica generalista que enfatizam a capacitação para a atenção primária a saúde, intervenção e contribuição, realizamos um levantamento, em duas unidades do PSF em Volta Redonda-RJ, da prevalência de depressão e estresse em pacientes com hipertensão arterial, visto que os referidos fatores estão envolvidos com aumento no risco de doenças cardiovasculares de forma comparável ao aumento provocado pela hipertensão arterial e obesidade abdominal, segundo o estudo INTERHEART. (Yusuf et al, 2004) O referido estudo, realizado em 52 países, indicou ainda que a depressão e o estresse aumentaram o risco de Infarto Agudo do Miocárdio em 60% nos pacientes avaliados, sendo que a eliminação de tais fatores poderia reduzir em 33% incidência. Objetivos: Avaliar a prevalência de depressão e estresse em pacientes com HAS em dois PSF de Volta Redonda além de transportar os estudantes ao real contesto onde essa população vive. Metodologia: Através de um estudo transversal, foram amostrados 130 pacientes de duas unidades de PSF, (n=70) em nosso campus e (n=60) no Jd. Cidade do Aço. Aplicamos questionários padronizados contendo o Inventário de Depressão de Beck, composto de 21 perguntas referentes a sentimentos como tristeza e desvalia que foram aplicados, através de entrevista, sendo utilizados os escores 9/10; 18/19 e 29/30 para estratificação da sintomatologia depressiva, conforme Beck et al, 1988, propiciando a classificação em depressão leve a moderada, moderada a grave e grave, respectivamente. Para a análise quantitativa de estresse utilizou-se o GHQ-12 (General Health Questionnaire), sendo adotado como critério de caracterização do estresse somatório superior a 4, conforme outros estudos. Resultados: Observou-se depressão em 70% dos pacientes com HAS no PSF de nosso campus. Na estratificação da severidade, 57% apresentou depressão leve à moderada e 13% moderada a grave. A prevalência de estresse foi de 48%, sendo significativamente maior nos pacientes com depressão. 1 79 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Nos pacientes do PSF Jd. Cidade do aço observou-se 41,6% de sintomas depressivos sendo que 38,3% de leve a moderada e 3,3% de moderada a grave e a prevalência de estresse 75%. Conclusões: No PSF de nosso campus foi encontrada elevada prevalência da sintomatologia depressiva e baixa de estresse se comparado com o bairro Jd. Cidade do aço, onde a depressão encontrou uma baixa prevalência, mas em contra partida o estresse foi muito elevado. A partir desses resultados percebemos então a necessidade da participação interdisciplinar e multiprofissional, visto que depressão e o estresse são reconhecidamente fatores que aumentam o risco de doenças cardiovasculares sobre tudo em pacientes portadores de comorbidades como hipertensão arterial, diabetes e idosos, logo a implantação dos NAFS será de grande valia para o SUS, pois além de melhorar qualidade de vida da população irá reduzir gastos com as comorbidades dessas patologias. 1 Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ dos dados, obsservou- se que grande parte das adolescentes não conhece como é feito e nem a importância do exame de Papanicolaou. Quando interrogadas sobre o motivo sobre a falta de conhecimento, relatam ausência de programas de orientação por parte da UBS e do sistema de saúde como um todo. Porém, outro dado relevante observado na pesquisa, é que todas as pacientes que já passaram em consultas ginecológicas, sabem a importância da realização do exame. Observamos também a importância da família atuando como orientadora das atividades sexuais das adolescentes, visto que a grande maioria das garotas relatou que conversam com a mãe sobre sexo. Conclusões: Tendo em vista a análise dos dados, acreditamos que um maior número de palestras educativas tanto nas escolas como nas Unidades Básicas de Saúde, alem de uma maior divulgação das campanhas oferecidas possibilitarão maior compreensão sobre o câncer de colo, e consequentemente desaparecimento de mitos e preconceitos com relação ao exame, propiciando diagnósticos precoces e diminuição na taxa de mortalidade por esse câncer. 1 2 Identificação de fatores que influenciam a adesão por adolescentes ao programa de coleta de Papanicolaou Bruno Cavalcanti Farras1 Flavio Tanouye Montini1 Nelson Henrique da Silva1 Fabiana Neman1 Marila Polanowski Escudeiro Garcia1 Lucas Rinaldi1 Caio Matsucuma Uemura2 RESUMO: Introdução: O câncer de colo uterino é considerado um problema de saúde pública que atinge todas as camadas sociais e regiões do país, sendo considerado a segunda causa de morte por câncer em mulheres no mundo. No Brasil é a terceira neoplasia maligna mais comum entre as mulheres, depois do câncer de pele não- melanoma e do câncer de mama. As medidas de prevenção consideradas de suma importância envolvem o rastreamento de lesões na população sintomática e assintomática, identificando o grau das mesmas, uma vez que a partir de um diagnóstico precoce e tratamento correto é possível sua cura. A Organização Mundial de Saúde assinala os fatores sociais, ambientais e hábitos de vida como os de maior influência para essa patologia, destacando-se as baixas condições sócio-econômicas, início precoce da atividade sexual, multiplicidade de parceiros, tabagismo e uso prolongado de contraceptivos orais. Além disso, um fator de grande relevância é a história de doenças sexualmente transmissíveis (DST), principalmente na exposição ao vírus papiloma humano (HPV), cujos estudos demonstram papel importante no desenvolvimento da neoplasia das células cervicais e na sua transformação em células cancerígenas. Estudos revelam que campanhas de prevenção e/ou detecção precoce não têm sido bem sucedidas, apontando como possíveis causas: a dificuldade em acessar os serviços de saúde para a realização do exame de Papanicolau, desconhecimento sobre a patologia, idéias preconceituosas e tabus existentes. Objetivos: Este trabalho tem como objetivos: identificar fatores que influenciam na adesão ao exame de Papanicolaou, esclarecer a importância do exame, orientar as adolescentes com vida sexual ativa sobre a prevenção do câncer de colo uterino e a realização do exame e auxiliar Unidades Básicas de Saúde a aumentar o índice de adolescentes que realizam o exame de Papanicolaou. Metodologia: Estudo realizado com a finalidade de identificar fatores que possam influenciar na adesão por adolescentes (correspondente ao período de vida entre os 10 e 19 anos) ao programa de coleta de papanicolaou através da analise de formulário que permite evidenciar o conhecimento sobre a importância do exame, como é feito, se já o realizou ou se pretende realizá- lo, se conversa com a familia sobre sexo, se conhece os programas de orientação sexual da Unidade Básica de Saúde, se utiliza a Unidade Básica de Saúde quando tem problemas ginicológicos, qual o maior obstáculo que acredita existir para que as pessoas não realizem o exame e o que poderia ser feito para mudar essa idéia. Resultados: De acordo com a analise 80 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP Impacto da utilização de visitas domiciliares na formação dos alunos de graduação dos cursos de Medicina e Enfermagem Mariana Hikari Abe1 Mariana Alvares Penha2 Núria Avelar de Puertas3 Pamella Ajej Bonani1 Mayra Naves Clemente3 Pamela Medeiros dos Santos3 Maisa Batarra Lima3 Natanael Sutikno Adiwardana3 Maria Júlia de Barros Orsolini3 Lívia Maria Beraldo3 Maria Rachel Nogueira Barreira3 Valéria Winckler Fernandes3 Cátia Fonseca3 RESUMO: Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS), visando à assistência integral da população, implantou a Estratégia Saúde da Família (ESF), cujas práticas apresentam ações de caráter preventivo e de promoção da saúde, avançando além da intervenção médica isolada ao propiciar a integração do profissional de saúde com a comunidade numa atuação interdisciplinar. A visita domiciliar, incorporada á ESF, tem o intuito de permitir aos profissionais uma inserção mais próxima e o reconhecimento da realidade de vida da população. Ao entrar no espaço domiciliar o profissional evita considerar somente os problemas apresentados pelo indivíduo, passa também a ponderar os fatores sociais, os recursos disponíveis na casa, as condições de higiene e segurança e o grau de esclarecimento da família. Com o intuito de apoderar-se das ferramentas da ESF, sobretudo às visitas domiciliares (VDs), foi desenvolvido o presente trabalho como parte integrante de uma disciplina da graduação. Alunos dos cursos de medicina e enfermagem realizaram VDs, abordando a alimentação no primeiro ano de vida e a importância das atividades lúdicas no desenvolvimento infantil. O aleitamento exclusivo nos primeiros meses de vida tem papel fundamental na redução da morbi-mortalidade por doenças infecciosas, entretanto, as taxas de aleitamento exclusivo são ainda baixas em todo o mundo. Já a brincadeira é uma atividade presente no cotidiano de crianças nas mais diversas culturas, com um importante papel no desenvolvimento das mesmas, nem sempre reconhecidas pelos adultos. Objetivos: Capacitar os graduandos na promoção do bem-estar comunitário utilizando como ferramenta VDs temáticas dentre os dispositivos técnico-sociais da rede básica de saúde municipal. Metodologia: Formou-se um grupo constituído por 12 alunos de graduação (8 do curso de medicina e 4 de enfermagem) para a realização de atividades na comunidade do bairro Jardim Santa Eliza no município de Botucatu. Houve reconhecimento do território seguido de VDs temáticas abordando: alimentação no primeiro ano de vida da criança (estimulando o aleitamento materno exclusivo) e a importância Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. do brincar no desenvolvimento infantil. Houve preparação prévia por meio de palestras, discussões e estudo dirigido sob orientação de um tutor. Resultados: Foram abordadas 12 famílias residentes no bairro, todas com crianças menores de 6 meses de idade. Somente em 2 casos não era realizado o aleitamento materno (AM). Houve a possibilidade de discussão e estimulo ao AM em todos os casos. As atividades lúdicas foram realizadas em uma instituição filantrópica do bairro, com desenvolvimento de atividades educativas de brincar com cerca de 20 crianças, moradoras do bairro. Para os alunos o trabalho realizado foi relevante como habilidade para o profissional de saúde. As VDs foram um importante recurso para o contato com a diversidade de realidade e troca de experiências. O desenvolvimento de uma maneira adequada de transmitir as informações aprendidas em aula à comunidade foi uma dificuldade encontrada, pois a habilidade de comunicação numa linguagem adequada ao contexto econômico e social do ouvinte é muito importante, e é ainda insipiente em virtude da falta de experiência dos alunos. Conclusões: Alguns alunos vivenciaram a frustração ao se deparar com a resistência de cada indivíduo à informação transmitida, pois o processo educativo exige o estabelecimento de vínculo do estudante com a família visitada e o número de visitas realizadas constitui um fator limitante. A iniciativa de disciplinas que promovem a interação universidade, serviço e comunidade permite despertar nos alunos a concepção do outro em sua integralidade, assim como o desenvolvimento de uma percepção sobre a complexidade humana, cuja deficiência é ainda o maior entrave sobre a boa prática médica, pois segundo Edgar Morin, “é preciso compreender a compaixão que significa sofrer junto” para se estabelecer a verdadeira comunicação humana, a base da assistência à saúde. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Presidente Prudente, SP 3 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 Implantação de prontuário eletrônico em Unidade Básica de Saúde em comunidade carente no Município de São Luís – Maranhão Jorge Alberto Trabulsi Lisbôa1 Mariana Lorenzoni Barbosa de Sousa1 Filipe Aragão Felix1 Wagner Ribeiro Filho1 Maiara Morais Ferreira1 Adriana Santos de Brito Silva1 Natalia de Sousa Sales1 RESUMO: Introdução: É de consenso geral de que a informação sobre as condições epidemiológicas de uma determinada população é de fundamental importância para se obter o controle e a melhora das condições de saúde dessa população. O prontuário do paciente é um conjunto de informações da vida pregressa do paciente e de seus familiares, estes dados são de fundamental importância para o auxilio no diagnóstico de doenças do paciente, assim como os fatores de riscos para outras patologias e tratamentos propostos. Estas informações são armazenadas no prontuário pelos profissionais de saúde, para que os mesmos possam relembrar dos eventos clínicos do paciente. Sendo assim um importante e fundamental vinculo entre os profissionais de saúde. O Conselho Federal de Medicina (CFM), no Artigo 1o da Resolução de nº 1.638/2002, define o Prontuário do Paciente como sendo um documento único constituído por um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, utilizado para possibilitar a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo. O prontuário eletrônico é um meio físico, um repositório onde todas as informações de saúde, clínicas e administrativas, ao longo da vida de um indivíduo estão armazenadas; e muitos benefícios podem ser obtidos deste formato de armazenamento. Dentre eles, podem ser destacados: acesso rápido aos problemas de saúde e intervenções atuais; acesso a conhecimento científico atualizado com conseqüente melhoria do processo de tomada de decisão; melhoria de efetividade do cuidado, o que por certo contribuiria para obtenção de melhores resultados dos tratamentos realizados e atendimento aos pacientes; possível redução de custos, com otimização dos recursos. Objetivos: Organizar, de forma clara, os dados contidos nos prontuários dos pacientes atendidos em uma Unidade Básica de Saúde através da implantação do sistema de prontuários eletrônicos. Metodologia: Iniciando a parte prática do projeto, as atividades que foram desenvolvidas se baseiam na aquisição e instalação dos materiais que foram usados e a capacitação dos profissionais que irão usá-los, para, então, os prontuários em papel serem progressivamente substituídos pelo sistema de prontuários eletrônicos. No que se refere à aquisição dos materiais, o órgão superior responsável pela administração do centro de saúde incumbiu-se de disponibilizar os materiais necessários, juntamente com doações de empresas especializadas. O prosseguimento do projeto requereu a instalação e preparação dos mesmos. Os usuários (equipe técnica do posto) foram capacitados e treinados para usufruir corretamente do sistema. Com todo o sistema pronto e os profissionais capacitados, o próximo e último passo antes de por em funcionamento o sistema foi a transferência dos dados registrados em papel para o sistema de informação do centro de saúde. Resultados: Após a implantação do novo sistema de prontuários houve aplicação de questionário com os médicos desta unidade. Os médico desta UBS afirmaram, em 100%, que houve melhora das informações escritas, melhor entendimento das mesmas e maior agilidade na busca destas informações. Conclusões: O prontuário eletrônico para Unidades Básicas de Saúde é um sistema válido para a atenção primária, pois traz, a estas unidades, maior nível de informação e organização de dados dos pacientes e maior agilidade no processo de buscas destas informações. 1 Centro Universitário do Maranhão, São Luis, MA Integração universidade e comunidade: discussão de caso de fobia específica e proposta de intervenção Rodrigo Fernando Bustos Pena1 Nátalie Schnaider Borelli1 Sérgio de Ornelas Flôr1 Rafael Pires dos Santos1 Roger Sequeira Guerin1 Rodolfo Reis Correa1 Alba Lúcia dos Santos2 RESUMO: Introdução: A fobia específica caracteriza-se por ansiedade clinicamente significativa provocada pela exposição a um objeto ou situação específicos e temidos, freqüentemente levando ao comportamento de esquiva. O indivíduo experimenta um medo acentuado, persistente e excessivo ou irracional na presença ou previsão do encontro com determinada situação ou objeto. O tema central do medo pode envolver a previsão de um dano causado por algum aspecto do objeto ou situação. As fobias específicas também podem envolver preocupações e medo de perder o controle, entrar em pânico e levar à síncope, durante a exposição ao objeto temido. A fobia específica acomete mais mulheres do que homens, sendo o pico de incidência se aos 20 anos, e 5% a 10% da população brasileira seja afetada por essas condições pertubadoras e algumas vezes incapacitantes. Objetivos: Como se trata de patologia psíquica complexa e, em muitos casos sem resolubilidade, o objetivo do presente trabalho é, através de relato de um caso clínico com diagnóstico de fobia específica, discutir e levantar propostas de intervenções, para auxílio na conduta da equipe do Programa de Saúde da Família. Metodologia: Através de duas visitas domiciliárias à paciente, os alunos, acompanhados pelas agentes comunitárias, realizaram a anamnese e exame físico de uma paciente com fobia específica. Após a organização dos dados, foi apresentado o caso aos alunos do 3º ano do curso de medicina acompanhados de professores especialistas, com o objetivo de discutir e sugerir intervenção terapêutica. Resultados: Paciente do gênero feminino, 21 anos, natural da Bahia, relata ter pânico de andar de ônibus e sair de casa há 6 meses. Relaciona esse 81 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. pânico ao fato de ter passado por quatro assaltos. Relata que após o terceiro assalto passou a sofrer muito para ir ao trabalho, chorava durante o trajeto. Além disso, passou a apresentar quadro de insônia, pois pensava muito no que havia ocorrido e no que poderia vir a ocorrer. Logo após o quarto assalto passou a sofrer crises que eram caracterizadas por tremor em membros inferiores, sudorese em mãos, taquicardia, choro compulsivo e edema de lábios, seguidas sempre por cefaléia. Nas duas últimas semanas relata piora no quadro associada a pensamentos suicidas. No exame psíquico a paciente apresentava boa aparência pessoal, atitude subjetiva franca, estado de humor predominante choroso, contato interpessoal afável, comportamento cooperador, nível mental, capacidade de aprendizado e grau de cultura adequados a idade e condição social, orientada quanto ao tempo, lugar, ambiente, espaço objetivo e somático. Paciente tinha consciência de que estava doente. Não apresentou distúrbios de percepção, estando atenta, com pensamento rápido, lógico e sistematizado, com conteúdo verbal adequado. Conclusões: A paciente apresenta história clínica e exame físico condizentes com o diagnóstico de fobia específica. Por se tratar de um transtorno de ansiedade, necessita de tratamento orientado para tal diagnóstico. Sugerimos como proposta de intervenção, a administração medicamentosa e psicoterapia compatível com o transtorno apresentado pela paciente, sendo indicado ansiolítico. Nesse caso o ansiolítico de escolha é o Alprazolam, porém, devido a dificuldade em encontrarmos este medicamento na rede básica pode ser substituído pelo Bromazepam. Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP 2 Universidade Cidade de São Paulo, Arujá , SP 1 Investigação do risco cardíaco Patrícia Crestani Claro1 Fernanda Laurinavicius Abrantes1 Caio Zanotti Crochik1 Rafael Eliahu Vaidergorn1 RESUMO: Introdução: As doenças do aparelho circulatório constituem a maior causa de mortalidade no município de São Paulo e o segundo motivo de internações hospitalares nessa região. Em algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS), o rastreamento daqueles que fazem parte do grupo de risco para tais doenças ainda abrange um segmento pequeno da população. Tendo em vista esta deficiência e a relevância de tais enfermidades, o risco cardíaco foi escolhido, conjuntamente com as equipes do Programa de Saúde da Família, para ser abordado em um trabalho de intervenção realizado por estudantes do primeiro ano de medicina. Esse projeto, que ocorreu no segundo semestre de 2009, consistiu em avaliar o risco cardíaco da população cadastrada no Programa de Saúde da Família de uma das Unidades Básica de Saúde da região central da cidade de São Paulo para um posterior acompanhamento nessas unidades de atendimento. Objetivos: O projeto visou identificar pacientes com risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e encaminhá-los para um acompanhamento adequado na Unidade de Saúde. Em paralelo, visou-se elucidar todos os pacientes participantes do projeto a respeito da doença abordada: causas, formas de prevenção e de tratamento e fatores tanto de risco quanto de melhora. Buscou-se também, desenvolver as habilidades dos idealizadores do projeto no que se refere à relação médico-paciente. Metodologia: Para identificar aqueles que se encaixassem no grupo de risco cardíaco, seriam necessários os seguintes dados: valores de colesterol, valores de glicemia, índice de massa corpórea (IMC) e pressão arterial. Porém, não foi possível disponibilizar um medidor de colesterol, inviabilizando esta medida. A fim de realizar uma coleta eficiente dos dados montou-se, em uma escola pública próxima a UBS, um circuito que contou com quatro estações. Na primeira, os pacientes informaram dados pessoais e possíveis problemas de saúde. Na segunda estação, foi aferida a pressão arterial e na seguinte mediuse o peso e a altura, utilizados no cálculo do IMC. Na última etapa, a glicemia foi verificada. Ao final de todo o processo, ministrou-se uma palestra dinâmica aos pacientes que se constituiu de apresentações curtas com informações relevantes sobre doenças cardiovasculares. Ademais, foi aberto um espaço para o esclarecimento de dúvidas e compartilhamento de experiências pessoais relacionadas com a 82 enfermidade. Os pacientes que apresentaram pressão arterial, IMC e valores de glicemia elevados foram orientados individualmente pelos estudantes que participaram do projeto e pelo enfermeiro responsável da UBS. Finalmente, as fichas dos pacientes que apresentaram alterações de saúde significativas foram entregues ao médico e ao enfermeiro da equipe responsável, que posteriormente agendaram consultas e, quando necessário, iniciaram o tratamento. Resultados: A análise dos dados coletados permitiu concluir que a maioria dos pacientes apresenta um IMC acima do normal, revelando que o excesso de peso é um sério problema encontrado na região desta UBS. Também se constatou que o valor de pressão sistólica para a maioria dos pacientes estava normal ou limítrofe, assim como os valores de glicemia. Conclusões: Tendo em vista a alteração significativa nos valores encontrados, a palestra teve um papel importante na tentativa de conscientizar a população sobre os riscos dos altos valores de IMC, glicemia, pressão arterial e colesterol, que são os principais fatores no desenvolvimento de doenças do aparelho circulatório. Notou-se que os pacientes tinham algum conhecimento sobre a doença em questão, mas que não reconheciam a importância do acompanhamento médico e da manutenção da saúde. Assim, o projeto atingiu seu objetivo ao identificar pacientes que fazem parte do grupo de risco para doenças cardiovasculares e que não tinham consciência de tal fato, possibilitando que eles fossem acompanhados na UBS para prevenção e tratamento e contribuindo para o trabalho dos médicos da unidade. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP 1 Medidas para a prevenção do pé diabético em comunidade carente do Município de São Luís - Maranhão Filipe Aragão Felix1 Wagner Ribeiro Filho1 Maiara Morais Ferreira1 Adriana Santos de Brito Silva1 Natalia de Sousa Sales1 Mariana Lorenzoni Barbosa de Sousa1 Jorge Alberto Trabulsi Lisbôa1 RESUMO: Introdução: Sabe-se que mais de 120 milhões de pessoas no mundo são portadoras de Diabetes Mellitus e que muitas dessas possuem ulceras nos pés, principalmente quando se trata de países subdesenvolvidos ou países em desenvolvimento. O Pé Diabético pode ser considerado o pé do indivíduo diabético que apresenta ulceração, infecção ou destruição dos tecidos profundos associados com anormalidades neuropáticas e/ou isquêmicas, ou seja, é o pé que está em risco de amputação. O Pé Diabético mostra-se como uma das complicações mais freqüentes do Diabetes Mellitus, caracterizado pela presença de lesões nos pés em decorrência das alterações vasculares e/ou neurológicas, é também a principal causa de amputações nãotraumáticas no Brasil. Medidas simples de prevenção podem ser suficientes para evitar o Pé Diabético em pacientes com Diabetes Mellitus, principalmente no Diabetes do tipo 2, o tipo com maior número de Pés Diabéticos. A prevenção do Pé Diabético consiste em cuidados gerais. Essas medidas incluem o controle rigoroso da glicemia através da alimentação, o uso correto e regular de medicamentos e o cuidado com fatores precipitantes e/ou facilitadores. Objetivos: Reforçar as ações já existentes na rede de saúde para identificação, classificação e prevenção das lesões nos pés dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus, sem grandes custos. Metodologia: Foi criada a metodologia intitulada “Pegue no seu pé”, onde se foi incentivado o auto-exame do pé do portador de Diabetes Mellitus através de (1) Conscientização dos médicos do PSF sobre a importância do diagnóstico precoce, da prevenção e das possíveis complicações do Pé Diabético;(2) Capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde que visa orientações para os candidatos ao Pé Diabético sobre os cuidados que os mesmos devem ter com seus pés a partir da eliminação dos fatores de risco básicos; (3) Criação da rede de referência secundária e terciária. Sendo referenciados ambulatórios capazes de receber casos que não podem ser tratados na Unidade Básica de Saúde (atenção secundária) e Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. hospitais, para os casos que não podem ser tratados nos ambulatórios; (4) Realização da aula expositiva sobre a temática do Pé Diabético, com linguagem acessível, para todos os portadores de Diabetes Mellitus, treinando assim a população para a realização do auto-exame; (5) Distribuição da cartilha do Pé Diabético. Esta cartilha é um esquema de informações detalhadas sobre a enfermidade, a importância do controle glicêmico e do uso de calçados adequados, aspectos sobre a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e as complicações do Pé Diabético; (6) Projeto anual que ocorre em regime de mutirão, onde os pacientes são examinados e recebem informações sobre a enfermidade, evolvendo toda a equipe do PSF e os portadores de Diabetes Mellitus. Resultados: A partir das medidas adotadas com este projeto observou-se (1) aumento do número de casos diagnosticados em 65%; (2) diminuição do número de casos encaminhados aos serviços secundário e terciário em 130%; (3) aumento do exame do pé do paciente diabético durante a consulta de rotina em 200%; e (4) aumento do auto-exame diário em 180%. Também verificou-se melhor nível de informação dos pacientes durante a consulta médica, menor número de complicações do DM, melhor saúde do pé do paciente diabético, menos fatores de risco observados e menor incidência de Pés Diabéticos. Conclusões: A partir das medidas adotadas, o paciente portador de Diabetes Mellitus e candidato ao Pé Diabético, pode ter uma prevenção mais eficaz e um diagnóstico mais rápido, diminuindo assim o número de amputações de membros inferiores e de outras complicações que esta enfermidade pode acarretar. 1 Centro Universitário do Maranhão, São Luis, MA O ensino da saúde coletiva na graduação médica: desafios da integração ensino, serviço e comunidade João José Batista de Campos1 Paulo Eduardo Mangeon Elias2 RESUMO: Introdução: Historicamente, as diferentes concepções de Saúde Coletiva influenciaram tanto no ensino específico deste campo do saber como na formação geral do médico. Objetivos: Partindo deste pressuposto, o presente trabalho teve como objetivo estudar o ensino da Saúde Coletiva na graduação médica, buscando apreender suas configurações e as conseqüentes implicações nas propostas curriculares de três universidades do Paraná (Brasil): Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Positivo (UnicenP). Constituíram-se também em eixos de investigação, além das concepções de Saúde Coletiva, a relação ensino-aprendizagem, as ênfases assumidas pelo programa e os vínculos com os serviços de saúde. Metodologia: A pesquisa qualitativa foi realizada com base na análise documental dos projetos pedagógicos (os cursos instituídos) considerando como eles são efetivamente vividos, de acordo com a ótica dos agentes envolvidos. Para tanto, foram feitas entrevistas com 11 gestores, 18 professores, e foram constituídos 4 grupos focais de estudantes, considerados atores-chave nos três cursos de Medicina. Resultados: Os resultados evidenciaram a inserção de 5% a 20% da área de Saúde Coletiva nos currículos, dependendo das estratégias de ensino, mas sempre em abordagens acadêmicas fortemente vinculadas aos serviços de saúde, uma realidade que é fortalecida pelo grau de consolidação do SUS em ambas as cidades (Curitiba e Londrina). Independentemente da natureza da universidade, da configuração organizacional e acadêmica do curso e dos diferentes modos de inserção docente, a Saúde Coletiva se faz presente e se assume com considerável relevância para a formação médica. Conclusões: Ainda que não se constitua um eixo articulador da graduação em dois casos estudados, a área traz à dimensão técnica do saber médico o equilíbrio necessário representado pela consciência dos desafios e o compromisso com a realidade. De modo inverso, em função da complexidade da formação, a presença maciça da Saúde Coletiva ao longo de um curso não garante necessariamente o ideal da profissionalização médica. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR 2 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 Parto de adolescentes em uma Maternidade Escola Rosangela Joanilho Maldonado1 Ana Raquel Farranha1 Ricardo Cristiano Leal da Rocha1 Suzél de Oliveira Barbosa1 Adriana Ribeiro1 RESUMO: Introdução: A adolescência corresponde ao período da vida entre os 10 e 19 anos, no qual ocorrem profundas mudanças, caracterizadas principalmente por crescimento rápido, surgimento das características sexuais secundárias, conscientização da sexualidade, estruturação da personalidade, adaptação ambiental e integração social. No Brasil, corresponde a 20,8% da população geral, sendo 10% na faixa de 10 a 14 anos e 10,8% de 15 a 19 anos, A gravidez neste grupo populacional vem sendo considerada, em alguns países, problema de saúde pública, com sérias conseqüências para a vida dos adolescentes envolvidos, de seus filhos que nascerão e de suas famílias. No Brasil tem sido referido aumento da incidência da gravidez nesta faixa etária, com cifras que vão de 14 a 22%. Objetivos: Avaliar o tipo de parto realizado em gestantes adolescentes de uma maternidade escola nos primeiros seis meses de seu funcionamento, bem como o percentual de grávidas adolescentes recebidas no serviço. Metodologia: Estudo retrospectivo dos registros de movimentação do serviço sobre o tipo de parto das gestantes adolescentes atendidas na Maternidade Municipal de Cariacica (MMC) no período de junho a dezembro de 2009. As gestantes adolescentes foram divididas em dois grupos pela faixa etária; A- 13 a 15 anos e B- 16 a 17 anos. Resultados: Observamos que neste período tivemos 1950 internações cirúrgicas na MMC sendo 1057 (55,75%) de partos transpélvicos, 455 (23,33%) de cesarianas, 211 (10,82%) de curetagens pós abortamento e 197 (10,10%) de cirurgias ginecológicas. Em relação as gestantes adolescentes observamos que no grupo A, 35 (3,2%) delas tiveram parto transpélvico e 10 (2,19%) alcançaram resolução por cesariana. Nas adolescentes do grupo B, 109 (10,02%) tiveram parto transpélvico, enquanto 36 (7,9%) foram submetidas à cesariana. Conclusões: Concluímos que a incidência de gravidez entre adolescentes foi de 23,31% não diferindo das taxas referidas no país. Esses dados são preocupantes devido às possíveis repercussões psico-sociais acarretadas pela gestação precoce. Consideramos de grande importância conhecer a problemática e estimular os projetos e programas que visam à abordagem do tema, principalmente no que diz respeito a sua prevenção. 1 Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES Perfil dos pacientes hipertensos e solicitação de RX de tórax para seu acompanhamento em uma unidade de atendimento primário de Ribeirão Preto Camila Baltazar de Melo1 Agnes Meri Yasuda1 Eugênio Antônio de Melo1 Luciana Maran Deliberali1 Norberto Carone Castro Junior2 Jule Rouse O. G. Santos1 Marcella Reis Goulart1 RESUMO: Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um problema de saúde pública, compromete cerca de 20% da população mundial. Apresenta relação com sexo, idade e estilo de vida dos pacientes. Segundo perfil desses pacientes, os autores relatam que sejam do sexo masculino, acima dos 40 anos e sedentários. Compete ao atendimento primário, além do diagnóstico da HAS, a solicitação de exames periódicos para o acompanhamento dos pacientes hipertensos. A radiografia (RX) de tórax, apesar de não ser o exame padrão para avaliação de cardiopatias hipertensivas, pode, ao evidenciar aumento da área cardíaca, interferir na conduta adotada, mantendo o atendimento na atenção básica ou solicitar avaliação mais detalhada do caso no atendimento secundário. A solicitação do RX de tórax no 83 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. acompanhamento dos pacientes hipertensos ainda é controversa, pois apesar do Ministério da Saúde (MS) não apresentar esse exame como padrão, a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto tem a autonomia de padronizá-lo no protocolo municipal de atendimento ao hipertenso. Objetivos: Avaliar o perfil dos pacientes hipertensos da área estudada, assim como verificar qual o protocolo seguido no serviço. Verificar a possível influência de fatores relacionados com o controle pressórico no desenvolvimento de cardiomegalia, além de avaliar a interferência dos achados radiológicos e/ou sintomatologia na decisão da conduta adotada. Metodologia: Foi realizado estudo descritivo transversal de levantamento de dados de prontuários dos pacientes com idade superior a 18 anos atendidos em uma Unidade de Saúde de Família no período de 2 anos. Tomou-se nota de quais pacientes apresentam HAS, bem como seu perfil de vida, e qual a conduta tomada diante do achado radiológico e sintomatológico. Resultados: A taxa de hipertensos foi de 16,02%, com média de idade de 56,73 anos, sendo que, 61,26% eram do sexo feminino, 5,63% realizavam atividade física e 50,33% apresentavam peso acima do esperado de acordo com o IMC (índice de massa corpórea). Cerca de 64,57% estavam em acompanhamento na unidade e 10,67% dos que não acompanham com cardiologista, também não apresentam acompanhamento na unidade. Foi verificado, também, que apenas 13,58% dos pacientes hipertensos realizaram RX pelo menos uma vez durante o tempo de acompanhamento na unidade, sendo que 25% apresentavam laudo com 27,27% evidenciando aumento de área cardíaca, porém nenhum com sintomatologia de insuficiência cardíaca (IC). Apenas 33,33% dos pacientes que apresentaram cardiomegalia foram encaminhados ao atendimento secundário. Dos pacientes hipertensos, 40,4% apresentam sintomas de IC e desses, 62,5% são acompanhados no atendimento secundário. Conclusões: O perfil dos pacientes hipertensos foi caracterizado pela predominância de indivíduos do sexo feminino acima dos 50 anos, sedentários e acima do peso esperado. Este resultado pode sugerir uma subnotificação de possíveis pacientes, principalmente os do sexo masculino, evidenciando a necessidade de implementar ações diretas buscando esses pacientes, além de estimular a práticas de vida saudável, e principalmente, por se tratar de uma unidade vinculada à uma instituição de ensino, enfatizar a necessidade de abordar durante os atendimentos, o risco cardiovascular. O protocolo do MS foi o adotado pelo serviço prestado, o que não inclui a solicitação do exame de RX, e podemos inferir que, como uma porcentagem pequena dos pacientes faz seguimento conjunto em nível secundário, se fosse possível ao médico generalista solicitar o exame de ecocardiograma, a resolutividade do serviço poderia ser ainda maior, sendo este o exame padrão para a avaliação de cardiopatia hipertensiva. Curso de Medicina do Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, SP 2 Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP 1 Perfil epidemiologico das principais causas de internações na área de abrangência da UBS Jardim Cumbica II Alba Lúcia dos Santos1 Patricia Novais Aleixo2 Tabata Cristina Alterats Antoniaci3 RESUMO: Introdução: Nos últimos anos, o Brasil tem experimentado mudanças não só no que diz respeito à sua estrutura demográfica e epidemiológica como, também, nos aspectos financeiros e tecnológicos da assistência à saúde. Modificações consideráveis ocorreram em termos da mortalidade, morbidade, fecundidade e migração e essas alterações podem ter influído nas mudanças encontradas na assistência hospitalar. O objetivo deste estudo foi aplicar um formulário durante as visitas domiciliarias para traçar o perfil epidemiologico das principais causas de internações na area de abrangência da Unidade Basica de Saude (UBS) Jardim Cumbica II. Objetivos: Identificar as principais causas de internações na área de abrangência da UBS Jardim Cumbica II, no período de janeiro a novembro de 2009. Metodologia: O presente trabalho, utilizou como base para identificar as principais causas de internações um formulário elaborado pelos alunos da 84 oitava etapa que atuam nessa UBS, o “ Formulário de Identificação de Pacientes Hospitalizados – Unidade Saúde da Família Jd. Cumbica II”, que apresentava os seguintes itens : nome do paciente, sexo, idade, matrícula, data da internação e alta, precisará de visita do médico ou enfermeiro, recebeu orientações para encaminhamento, data da visita domiciliaria e agente comunitária responsável. Resultados: Nesse período registrou se 75 internações, sendo 82% das internações no município de Guarulhos e 18% em São Paulo, 65% mulheres, 35% homens, a principal causa foi maternidade 42%, seguida de cirurgias 16%, doenças cardiacas 15%, pulmonares 8%, neoplasias 7% e outros com 12% como trauma, doença renal e neurologica. A incidência é maior em pacientes de 20 a 29 anos correspondendo a 37% das causas, seguida de pacientes com mais de 50 anos 24%. Com tempo de internação menor que 7 dias 60%, entre 1 a 2 semanas 15% e mais de 1 mês 13% . Conclusões: Com esse trabalho observamos que nessa região a maior causa de internação é em mulheres e devido a maternidade, seguido de pacientes com mais de 50 anos, doenças cardíacas e pulmonares,assim nossos dados condizem com o da literatura. Propõem-se adotar esse formulário na UBS, para que possa ter um controle de todos os pacientes internados nessa área, assim como suas causas, e tempo de internação, traçando assim seu perfil. Universidade Cidade de São Paulo, Arujá , SP Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP 3 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP 1 2 Po r t fó l i o R e f l ex i vo n o p r i m e i ro a n o d a Interação Universidade Serviço Comunidade (IUSC): estimulando a auto-reflexão sobre o aprendizado Alice Yamashita Prearo1 Fernanda Miranda Fumelli Monti1 RESUMO: Introdução: Em faculdade com currículo tradicional e predomínio da avaliação cognitiva e somativa, acontece uma nova disciplina, baseada na interação entre a Universidade, Serviços e Comunidade (IUSC), que tem como objetivos centrais o desenvolvimento de habilidades de comunicação e reflexão (dentro de temas como atenção primária, comunicação e educação em saúde). Suas atividades acontecem em grupos de 12 alunos, vinculados a uma mesma área de abrangência, do 1o ao 3o ano e com a orientação de tutores de variadas profissões da área da saúde. Dentro da discussão de uma forma mais apropriada de avaliação para o IUSC, de caráter formativa, integradora do processo de aprendizagem e que permitisse ao aluno participar de forma mais livre, foi encontrado no portfólio reflexivo individual uma estratégia bastante interessante, já que a avaliação global do aluno feita através de relatórios escritos e portfólio do grupo não evidenciaram a auto-reflexão sobre o processo de aprendizagem de alguns estudantes. Objetivos: Compreender a necessidade e adequação da avaliação formativa em disciplinas como o IUSC e analisar o uso do portfólio reflexivo individual do aluno no primeiro ano da disciplina, através de projeto-piloto com alunos voluntários. Metodologia: Empregou-se a metodologia qualitativa de pesquisa, uma escolha determinada pela adequação ao tipo de questão do estudo, de cunho educacional. Foi proposto um estudo piloto com 15 alunos, divididos em dois grupos de diferentes áreas de abrangência, selecionados aleatoriamente que aceitaram desenvolver um portfólio. Realizou-se breve apresentação sobre o que é o portfólio, sobre como tem sido aplicado e de que forma poderia ser introduzido no IUSC, enfatizando o caráter reflexivo que tínhamos por objetivo e a liberdade que cada estudante teria na elaboração, para que o conteúdo deste realmente tivesse significado para o aprendizado. Elaboramos uma sugestão de estrutura básica do portfólio. E para que não houvesse diferenças no processo de avaliação dos estudantes que não participavam do estudo, o portfólio não foi considerado na finalização do conceito da disciplina. Os materiais analisados foram os próprios portfólios, desenvolvidos pelos alunos num período de aproximadamente 4 meses. Inicialmente foi usada a técnica de análise de conteúdo de Bardin, com posterior categorização definida por Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. relevância e repetição dos temas. Resultados: Na análise qualitativa do material identificou-se a presença de categorias como “reflexão sobre sua vida estudantil antes do curso universitário escolhido”, cabendo aqui destacar a relevância para o professor do conhecimento sobre o percurso estudantil de seu aluno, com a possibilidade de observar o progresso de cada estudante de forma individualizada. Outra categoria identificada foi a “reflexão sobre experiências de vida que levaram à escolha profissional”, que assim como a primeira, permite maior conhecimento da trajetória do aluno. Outra muito presente nos depoimentos espontâneos incluídos nos portfólios foi “sobre a família e a distância desta”, permitindo ao professor ficar especialmente atento aqueles alunos que precisem de maior apoio nesta fase de mudanças, que tão frequentemente gera sofrimento psíquico. Além dessas categorias iniciais, de cunho mais pessoal, biográfico, encontramos aquelas relacionadas à disciplina: “valorização da produção do próprio estudante como algo que se destaca na disciplina” e “correlação do aprendizado na disciplina com a prática profissional” e aquelas que mais nitidamente evidenciaram a auto-reflexão almejada, por exemplo na categoria “capacidade de identificar seu crescimento em habilidades de comunicação”, bastante presente nos relatos das visitas domiciliares realizadas. Conclusões: Portanto, o uso do portfólio mostrou-se como boa estratégia de estímulo da auto-reflexão e de avaliação numa disciplina como o IUSC, pois permitiu conhecer melhor o aprendizado do aluno, complementando a avaliação continuada que o tutor faz durante as atividades da disciplina. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 Prevalência de baixa acuidade visual em escolares Tânia Gisela Biberg-Salum1 Ana Caroline Blanco Carreiro1 Andressa Police1 Anny Rozolem1 RESUMO: Introdução: A OMS estima que cerca de 7,5 milhões de crianças em idade escolar sejam portadoras de algum tipo de deficiência visual. Isto pode limitar atividades de autocuidado, locomoção e comunicação, além de levar a sonolência, cefaléia, desatenção, indisciplina e alterações psicológicas. Setenta e um por cento delas necessitam de testes específicos para detecção do problema por não apresentarem qualquer alteração de comportamento frente à dificuldade visual. Objetivos: Verificar a prevalência de baixa acuidade visual em alunos de uma escola municipal de Campo Grande (MS) e identificar se há, por parte dos próprios alunos ou dos professores, percepção de sinais e sintomas causados pelos erros de refração nestes. Metodologia: O estudo foi do tipo transversal e observacional e avaliou 675 crianças do 1º ao 5º ano. Os acadêmicos foram previamente capacitados por um oftalmologista e realizaram a triagem oftalmológica da acuidade visual com a utilização da escala optométrica de Snellen e cartão oclusor. Os exames foram realizados na própria escola, em uma das salas de aula, com iluminação adequada para a avaliação. Alunos e professores responderam a um questionário quanto à percepção de sinais e sintomas quando o exame de triagem mostrou AV £ 0,7. Nestes casos, os responsáveis foram comunicados sobre a necessidade de exame oftalmológico completo e as crianças encaminhadas para serviço especializado. Os alunos com confirmação do déficit receberam a prescrição de óculos doados pela Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande. Resultados: A prevalência de baixa acuidade visual encontrada foi de 12,1% (n=21) do total de alunos examinados, sendo os erros de refração as desordens mais prevalentes. Dos 21 escolares com erros de refração confirmados por exame oftalmológico, 5 apresentaram dor ocular ou ardência nos olhos, dificuldade para enxergar o quadro e/ou o caderno, assistir televisão; o professor teve a percepção de apenas 1 aluno sentir dificuldade de copiar a matéria do quadro e 15 escolares não tiveram qualquer sinal e/ou sintoma reconhecido. Conclusões: Os dados encontrados são condizentes com outros estudos de prevalência realizados e sugerem a preconização de exames oftalmológicos regulares, pelo menos, até os nove anos de idade do escolar, mesmo que este não apresente nenhuma queixa. Principalmente em saúde pública, a triagem nas escolas faz-se pertinente, pois o acesso ao exame é limitado e uma grande parcela de crianças chega à escola sem nunca ter passado por um exame oftalmológico prévio. Além disso, é importante que os professores tenham acesso ao conhecimento, através de programas para detecção de distúrbios visuais, das alterações encontradas, para possível prevenção e encaminhamento médico. 1 Universidade Anhanguera-Uniderp, Campo Grande, MS Processo Ensino-Aprendizagem nos grupos de hipertensão e diabetes Rafael Domiciano1 Marcela Rodrigues Teixeira1 Patricia Novais Aleixo2 RESUMO: Introdução: As doenças do aparelho circulatório representam um importante problema de saúde pública em nosso país. Há algumas décadas são a primeira causa de morte no Brasil, segundo registros oficiais, com um número global de mortes por doenças cardiovasculares de 16 milhões a cada ano, e tem como principais fatores de risco hipertensão arterial e o diabetes mellitus. A presença de acadêmicos em grupos de hipertensão e diabetes é essencial para o aprendizado, por serem fatores de risco a promoção e prevenção da hipertensão e do diabetes devem estar incluídas no aprendizado teórico e prático, principalmente por sua relevância epidemiológica. A presença do acadêmico nos grupos tem como objetivo geral colocar o aluno precocemente em contato com atividades de atenção à saúde na comunidade. Isso permite que os alunos se familiarizem com o sistema de saúde vigente, bem como atuem em conjunto à equipe de saúde de forma multidisciplinar e integral. Objetivos: Demonstrar a evolução do acadêmico de medicina através do processo ensino-aprendizado relacionados aos grupos de hipertensão e diabetes. Metodologia: Realizou-se revisão da literatura em busca de artigos relacionados à ao ensino médico e grupos de hipertensão e diabetes. Utilizou-se das bases de pesquisa Medline, Scielo, Ministério da saúde, Bireme, Sociedade brasileira de cardiologia, Sociedade brasileira de educação médica, foram levantados os artigos mais atualizados, relacionados com educação médica. Resultados: Os grupos de hipertensão e diabetes permitem que o acadêmico exerça atividades como a aferir a pressão arterial, a glicemia, palestras de orientação aos pacientes, determinar o índice de massa corpórea e realizar atividades dinâmicas com os freqüentadores do grupo. A presença de um orientador é fundamental, inicialmente o processo ensino e aprendizado dos acadêmicos, deve se dar através de orientação dos docentes, essas orientações devem ser estudadas e compreendidas afim que o acadêmico entenda o objetivo de aprendizado e a importância da atividade. Nos grupos o acadêmico entra em contato com as aferições da glicemia e pressão arterial, onde há aprendizado prático, e o teórico, pois há contato com o paciente com a patologia estudada. As palestras realizadas pelos acadêmicos constituem ponto importante em seu aprendizado, sendo que antes dessa palestra houve estudo, podendo assim surgir sugestões de ações para a comunidade. Nos grupos há contato dos acadêmicos com os medicamentos que são retirados pelos pacientes, e esse contato permite que haja aprendizado. As atividades desenvolvidas pelos acadêmicos, facilitam a aprendizagem, pois coloca o acadêmico em contato com o que foi estudado e inclui atividades práticas. É essencial identificar os casos que necessitam de orientação e intervenção, e assim há oportunidade de serem realizadas ações de prevenção e controle do diabetes e hipertensão arterial. Conclusões: As evidencias cientificas encontradas demonstram que os grupos de hipertensão e diabetes, são importantes para a formação do acadêmico de medicina, pelo contato diretamente com casos reais e necessidade de uma ação para os que necessitam. O processo de ensino e aprendizado é amplo nos grupos, é importante que acadêmico seja orientado e assim o aprendizado é potencializado pela integração entre teoria e prática. 1 2 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP 85 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Quebrando paradigmas: uma inserção na realidade Érica Bachiega Cristovão da Luz1 Aline Maria Macagnan Ciciliati1 Aniello Savarese1 Carolina Rodrigues de Andrade1 Graciely Matias Guimarães1 Guilherme de Lima Soriano1 Juliana Barretto Almendro1 Vanelis Cristina Nolli1 Larissa Dall Antonia Garbelini1 Lisiane Alves dos Santos Messias1 Tainara Batista de Sá1 José Fittipaldi Neto1 Luzmarina Aparecia Doretto Braccialli1 Maurício Giovani Gomes1 Luís Augusto Magron Carrion1 RESUMO: Introdução: As grandes transformações da sociedade contemporânea têm colocado em questão, de uma maneira cada vez mais incisiva, os aspectos relacionados à formação profissional na área de saúde. A exigência de currículos mais integrados no aspecto básico-clínico tem sido de grande importância para a formação de um novo modelo profissional: do especialista para o generalista. Tal mudança pode ser ancorada na inserção gradual de um novo modelo educacional no Brasil baseado em metodologias ativas, dentre elas destacam-se a Problematização e a Aprendizagem Baseada em Problemas. Apoiado nessas visões educacionais bastante amplas, surge em algumas instituições de ensino na área de saúde um novo modelo de atividade curricular, a Unidade de Prática Profissional. Nela, os estudantes são colocados em contato com a realidade por meio da inserção numa equipe do Programa de Saúde da Família. Em grupos pequenos, os alunos recebem famílias da área de abrangência de sua unidade para seus cuidados. Nelas desenvolver-se-ão as capacidades individuais e coletivas de cada grupo, abordando tan-to aspectos cognitivos, psicomotores e afetivos. Por fim, cada estudante registra suas produções reflexivas sob a forma de narrativas em portfólios a fim de relatar tudo o que foi visto e aprendido no cenário real. Objetivos: Caracterizar a visão dos estudantes de saúde inseridos na prática profissional acerca da realidade das famílias. Metodologia: Estudantes do curso de medicina e enfermagem, divididos em subgrupos, a-companharam cinco famílias cada, totalizando 98 pacientes, por meio de visitas domiciliárias. As visitas foram registradas em portfólios reflexivos individuais. A síntese dessas narrativas permitiu identificar as percepções de cada estudante acerca da reali-dade em que estava inserido no início e ao final de um ano. Após a identificação, orga-nizou-se um quadro expondo as idéias centrais dessas percepções e realizou-se uma reflexão crítica sobre os resultados obtidos. Resultados: A leitura dos portfólios reflexivos escritos no decorrer das atividades permitiu a constatação de claras mudanças na visão do aluno em relação às famílias visitadas, o que possibilitou uma aplicação mais efetiva do conhecimento básico-clínico obtido na academia. A percepção inicial do estudante fundamentase no ambiente em que foi criado e é totalmente influenciada por valores familiares e até mesmo midiáticos. Sendo assim, cria-se uma visão preconceituosa, muitas vezes associando pobreza à violência; desumanizada, pela incapacidade de identificar o paciente como seu semelhante; ingê-nua, acreditando que suas “verdades” impostas aos pacientes serão plenamente acatadas; e imediatista, tomando como verdade absoluta a primeira informação passada por eles. Ao final de um ano, as principais mudanças voltam-se para o estabelecimento de empatia, colaborando para formação de vínculos mais fortes com as famílias, aumento de olhar crítico e visão menos preconceituosa. Dessa forma, a aplicação integrada do conhecimento básico-clínico torna-se mais efetiva pois o estudante passa a compreender o contexto sócio-cultural em que o paciente se insere. Isso acarreta a construção de uma relação mais sólida entre o profissional de saúde e o doente, e um olhar mais crítico sobre o processo saúde-doença em questão, permitindo que o estudante mobilize recursos para colocar em prática, de maneira eficaz, a teoria aprendida na academia. Desse modo, o aluno sente-se melhor preparado para o atendimento, na esfera biopsicossocial, das necessidades de saúde identificadas, permitindo 86 a elaboração de um plano de cuidados que faça mais sentido ao paciente e facilite o processo de adesão. Conclusões: Houve um amadurecimento, aumento da visão crítica, quebra de preconceitos e desenvolvimento de empatia por parte dos estudantes. Isso acarreta a formação de um profissional mais humanizado e mais consciente de todas as dimensões do processo saúde-doença. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP Questões de aprendizagem: fundamentando a integração básico-clínica aos estudantes Aline Maria Macagnan Ciciliati1 Aniello Savarese1 Carolina Rodrigues de Andrade1 Érica Bachiega Cristovão da Luz1 Graciely Matias Guimarães1 Guilherme de Lima Soriano1 Juliana Barretto Almendro1 Larissa Dall Antonia Garbelini1 Lisiane Alves dos Santos Messias1 Tainara Batista de Sá1 Vanelis Cristina Nolli1 José Fittipaldi Neto1 Maurício Giovani Gomes1 Luzmarina Aparecia Doretto Braccialli1 Luís Augusto Magron Carrion1 RESUMO: Introdução: Nas últimas décadas ocorreram mudanças no cuidado à saúde, sendo que este era voltado à doença e não ao doente. Percebeu-se a necessidade de criar nos estudantes uma integralidade no cuidado, enxergando o paciente como ser biopsicossocial e o compreendendo em seu cotidiano e problemas diários. Assim se mostrou a importância de o discente estar inserido na realidade daquele, por meio de visitas domiciliárias. Estas vias foram adotadas por algumas escolas médicas para incorporação dos conhecimentos sócio-culturais (NUNES, 1978). A adoção de um método de ensino-aprendizagem crítico e reflexivo assume coerência com a organização curricular por competência e com o currículo integrado na medida em que estão ancorados na articulação teoriaprática, na formação a partir do mundo do trabalho (BRACCIALLI, 2009). Na década de 90, escolas da área da saúde adotaram então formas de ensino ativas, como a problematização em Unidades de Prática Profissional (UPP) para atingir tais objetivos. A unidade de prática profissional engloba visitas a famílias realizando a anamnese e exame físico, proporcionando a integração básico-clínica. Os ciclos pedagógicos envolvem o conhecimento prévio da situação, compartilhado com todos os estudantes do grupo, identificando as lacunas de conhecimento e elaborando questões de aprendizagem. As mesmas são respondidas, fundamentadas em diversas fontes, e discutidas em um novo momento. Ao encerrar o ciclo, há momento de críticas construtivas. Esse percurso é registrado pelos estudantes em seu portfólio narrativo e reflexivo. Objetivos: Identificar de que forma questões de aprendizagem elaboradas em ciclos pedagógicos de uma UPP auxiliam os estudantes na integração básico-clínica. Metodologia: Dos sete ciclos pedagógicos dos portfólios de uma UPP do ano de 2009 foram coletadas todas as questões de aprendizagem. Por meio de investigação, identificaram-se as lacunas de conhecimento e como isso proporcionou a integração básico-clínica aos alunos. Resultados: Nos ciclos pedagógicos, primeiro o grupo necessitou compreender o Programa Saúde da Família, com visita à Unidade Básica de Saúde para identificar as diferenças entre elas. As experiências em visitas domiciliárias foram debatidas e foi preciso aprender a lidar com o relato espontâneo dos pacientes, resultando em questões sobre os diferentes perfis destes. Outro obstáculo foi o de considerar as famílias como um todo, dentro dos seus contextos e como estes as influenciam. Para iniciar o conteúdo curricular previsto para a série, foi questionado sobre a anamnese. Também foi detectado como significativo procurar sobre a comunicação com pacientes em momentos de estresse. Até aqui, a integração básico-clínica é evidente, abordada sob o contexto da comunicação entre os alunos e os pacientes. Foi percebido como ponto positivo a elaboração de questões com significado para os estudantes, Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. já que assim elas despertam a curiosidade e vontade de estudo, além de proporcionar a fixação do conteúdo visto. Isso se dá pela possibilidade de aplicar na prática de forma articulada o que é visto na teoria, tendo o grupo o compromisso de sempre dar um retorno às famílias, visando a integralidade do cuidado. Com a proximidade do fim do ano letivo, os alunos deveriam cumprir os desempenhos propostos para a série. Aqui a integração foi prejudicada, e percebe-se que devido a esta obrigaçãoos alunos deixaram de ampliar as dimensões abordadas nas questões e focaram na dimensão biológica. Isso caracteriza uma perda, pois limita o aprendizado e perde-se o olhar integral às famílias que foi estabelecido no começo. Conclusões: As questões de aprendizagem realmente proporcionam integração básico-clínica e de diferentes dimensões na formação do estudante. Comprovou-se que o objetivo da reforma curricular está sendo atingido, ampliando a visão dos futuros profissionais para o cuidado integral. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP tema abordado, sua importante incidência na população, principalmente da periferia da cidade de Botucatu, e a maneira como foi exposto, de modo a manter um diálogo com as crianças, tornou-se muito relevante para que puséssemos em prática um projeto de educação em saúde baseado no método dialógico, sendo uma atividade relevante na educação médica, e para que as crianças ampliassem seus conhecimentos, passassem a praticar a prevenção e fizessem um posterior papel de multiplicadoras de conhecimentos de qualidade dentro de sua comunidade. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 Tuberculose: capacitação de agentes comunitárias sociais Nelson Henrique da Silva1 Bruno Cavalcanti Farras1 Flavio Tanouye Montini1 Fabiana Neman1 Marila Polanowski Escudeiro Garcia1 Caio Matsucuma Uemura1 Lucas Rinaldi1 Trabalhando com crianças o conhecimento e a prevenção de parasitoses no município de Botucatu Débora Carvalho Molan1 Eliane Roio Ferreira2 RESUMO: Introdução: Na FMB, a disciplina de Interação-UniversidadeServiço-Comunidade (IUSC), ministrada conjuntamente para alunos de medicina e enfermagem, prioriza a integralidade do cuidado, considerando que ações de educação em saúde se traduzam em maior autonomia e emancipação do sujeito. Como estratégia, em parceria com a disciplina de Parasitologia, realizou-se atividade dialógica com crianças de um bairro do município, abordando o tema parasitoses a partir da demanda da comunidade e principalmente das crianças. Objetivos: Qualificar conhecimentos sobre parasitoses intestinais entre crianças, percebendo-as como possíveis multiplicadoras para gerar a propagação das possibilidades de prevenção para a comunidade, visto que essas crianças participariam de uma Feira de Educação no bairro ao final do mesmo ano da presente intervenção. Metodologia: A atividade foi realizada em uma entidade social, com cerca de cem crianças de seis a dez anos. Contamos com a colaboração do Departamento de Parasitologia da UNESP que nos forneceu vidros com parasitas para mostrá-los às crianças. Foram ministradas noções básicas de prevenção de parasitoses, no caso ascaridíase e teníase, enfocando principalmente o ciclo oral-fecal. Numa reunião entre nós e as crianças dentro da capela da escola (já que não havia uma sala em que coubessem as crianças e que fosse possível projetar os slides), pudemos ter noção do conhecimento delas sobre o tema a partir da abertura de espaço para que elas expusessem seus conhecimentos e fizessem seus questionamentos. Explicamos às crianças sobre as parasitoses mais comuns no bairro através de vídeos de “vermes animados” que cantam e dançam e a música “Lavar as mãos” do “Castelo Rá-Tim-Bum”. Também propomos a elas falar com suas famílias sobre os cuidados para prevenir parasitoses, enfocando a importância de lavar bem as mãos e os alimentos antes de comê-los. Após a apresentação, as crianças foram lavar suas mãos e oferecemos a elas pedaços de maçãs bem higienizadas pelas cozinheiras da entidade. Resultados: A reação das crianças nos surpreendeu, pois elas dançaram e bateram palmas muito animadas durante a apresentação do vídeo e da música, fizeram diversas perguntas pertinentes e se mostraram muito ativas em toda a intervenção. Os conhecimentos prévios das crianças sobre as parasitoses referiam-se a: acometer “a barriga” e precisar lavar suas mãos, esse adquirido durante a campanha de prevenção da gripe H1N1, não se observando a percepção ou ideia sobre prevenção de parasitoses. Além do resultado positivo para as crianças, que foram esclarecidas e mobilizadas para a prevenção das parasitoses, nós alunos de medicina e enfermagem pudemos ver na prática a importância e o quão rentável é o método dialógico que, na teoria, resumidamente nos ensina que educação em saúde é dialogar sobre saúde, desde como é uma doença e formas de evitá-la, até formas de viver melhor e ser mais feliz. Conclusões: O RESUMO: Introdução: A tuberculose é uma doença pulmonar, de disseminação aérea e também extrapulmonar, sendo a via de transmissão a própria deglutição do escarro contaminado. O agente etiológico da tuberculose é o Mycobacterium tuberculosis. A sua transmissão ocorre a partir de gotículas na forma de aerossóis, pela tosse, espirros ou a fala. Os locais com pouca ventilação são aqueles onde a transmissão do bacilo da tuberculose é mais evidente. Da infecção à doença, depende-se de fatores endógenos como sensibilidade inata do indivíduo em função da imunidade celular. A doença clínica que ocorre diretamente após a infecção é a tuberculose primária, comum em crianças com até 4 anos de idade. Na maioria dos adultos e no primeiro ou segundo ano após a infecção, desenvolve-se a tuberculose dita secundária. A maioria dos casos é vista em homens, no final da adolescência e início da idade adulta. Já em mulheres, a incidência varia entre 25 e 34 anos. O fator de risco mais importante é o HIV, que suprime a imunidade celular. O procedimento radiológico clássico se baseia no lobo superior do pulmão com infiltrados e cavidades. O tratamento correto cura praticamente todos os casos. Se não tratada, é fatal em 5 anos, na metade dos casos. Objetivos: Capacitação das agentes comunitárias de saúde ACS no que tange à identificação e notificação da tuberculose. Metodologia: Realizada uma palestra na própria Unidade Básica de Saúde, na forma de apresentação de “slides”, para 50 agentes comunitárias sociais de diferentes microáreas, com noções básicas de epidemiologia, agente etiológico, transmissão, fatores de risco, diagnóstico, sintomas, quadro clínico, prevenção e tratamento da tuberculose, com a finalidade de orientá-las para que saibam distinguir e diagnosticar uma pessoa com tuberculose de, por exemplo, uma possível gripe. Importante ressaltar a adequação da palestra ao contexto social e à realidade do público-alvo. Resultados: A expectativa inicial da palestra foi superada tendo em vista o aprendizado das ACS, que se mostraram conscientizadas em relação à grande importância da doença em questão. O maior impacto da apresentação foi evidenciado pelo interesse do público-alvo, que se expressou com diversas dúvidas e se comprometeu a notificar e prevenir a Tuberculose, mediando a qualidade de saúde da população local aos cuidados da equipe multiprofissional da UBS. Conclusões: O objetivo final da palestra foi alcançado, visto que a incidência da tuberculose no Estado de São Paulo é elevada - o número de casos notificados da doença é de cerca de 21.000 por ano, de acordo com o Centro de Vigilância Epidemiologia (CVE). Dessa forma, as ACS podem auxiliar na identificação da doença em cada microárea, contribuindo assim com a efetividade das medidas de ações preventivas e diminuição da incidência da tuberculose. 1 Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP 87 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Visita domiciliar: o ensino no mundo não imaginário Thaís Pimentel Veloso1 Renata Tamie Akazawa2 Tamires Ferreira Siqueira3 Thaís Bassi Cardoso4 Roberto Merlo Júnior3 Renata Boldrin de Araujo3 Taison Regis Penariol Natarelli5 Priscila Braga de Oliveira3 Renan Nogueira Chemin6 Priscila de Oliveira Bissiguini7 Regiane Alves de Souza8 Silvana Sue Sato9 Cássia Marisa Manoel3 Marina Lemos Villardi3 RESUMO: Introdução: A Visita Domiciliar (VD) é uma tecnologia que permanece presente no sistema de saúde brasileiro, visto sua importância na busca da integralidade e da equidade do cuidado através de ações promocionais de saúde. Ademais, a VD possibilita o ensino, o qual foi vivenciado, com enfoque no brincar e na saúde da criança, pelo grupo de graduandos primeiranistas de Medicina e de Enfermagem atuante no bairro Jardim Peabiru (JP) em Botucatu durante a disciplina Interação Universidade Serviço Comunidade (IUSC) da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. Objetivos: Através da VD e de estudos teóricos, visou-se desenvolver a observação crítica e a reflexão pelos mais diversos fatores fixos e móveis que esculpem e influenciam a ampla esfera da rede social e familiar onde se insere a criança visitada. Também se objetivou aprimorar a postura ética a ser exercida com o outro, considerando que o adentrar na casa do indivíduo expõe sua rotina e suas diferenças e, desse modo, começar já no primeiro ano o processo de construção do futuro profissional de saúde, com um perfil humanizado e ético. Metodologia: A disciplina é cursada em pequenos grupos mistos de alunos de Medicina e de Enfermagem e iniciou-se com embasamento teórico e prático sobre o território a ser estudado. A seguir, planejou-se as VDs a famílias com bebês menores de um ano de idade, indicadas pela Unidade de Saúde da Família do JP. Algumas palestras foram ministradas por especialistas da Universidade, com enfoque no tema que seria abordado durante a visita: Visita domiciliar, aleitamento materno, a importância do brincar e as etapas do desenvolvimento infantil. As VDs foram realizadas em duplas, o que favoreceu o companheirismo e a melhor observação, assim como a possibilidade de discussão crítica a respeito da situação encontrada. Após cada visita foram realizadas discussões em grupo e as dúvidas que surgiram a respeito de alguma questão de saúde da criança ou de sua família foram pesquisadas pelos alunos e esclarecidas pela professora tutora. Dessa forma, cada dupla da equipe pôde levar esclarecimentos e recomendações às suas respectivas famílias visitadas, tornando-se um fator positivo no processo de saúde-doença. Ao final do ano letivo, concluiu-se o estudo focado na criança com a perspectiva de retorno no ano seguinte para o acompanhamento da família de uma forma mais abrangente. Resultados: O exercício da escuta foi bastante enfatizado durante a disciplina, considerando que seu poder terapêutico, sua capacidade de fortalecer o vínculo entre os envolvidos e a oportunidade de reunir o máximo de informações são muito importantes para a VD, visto que há troca de saber entre o aluno e o individuo. Ao longo do curso, os graduandos do grupo responsável pelo JP puderam constatar as condições e carências do bairro, assim como os determinantes sociais e ambientais que influenciam o processo saúde-doença. Através dos pilares teóricos sedimentados anteriormente e da vivência prática, os alunos encontraram-se melhor capacitados a interagir e a intervir, sendo que o diálogo deu-se de modo crescente, em contraposição às dificuldades de comunicação iniciais, e os detalhes quase imperceptíveis da rotina material e moral das casas foram se evidenciando. Conclusões: Mesmo que várias conexões tenham sido estabelecidas entre o sujeito entrevistado, as experiências vivenciadas pelo estudante nem sempre podem ser verbalizadas, o que exigiu dos graduandos uma observação mais cautelosa ao que não é evidente, mas ainda assim latente no cotidiano do indivíduo. Logo, ‘compreender 88 o fenômeno é atingir a essência’(Kosík, 1989). Portanto, a VD de caráter educativo capacitou os alunos à compreensão das relações entre o indivíduo, a família e a comunidade e à maneira de efetuar mediações sobre tais relações, sendo que ‘o resultado desse processo é sempre uma transformação na natureza e no próprio homem, uma vez que ao final ele já não é mais o mesmo homem’ (Guerra, 2000). Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Santos, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Santo André, SP 3 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 4 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Franca, SP 5 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Jabuticabal, SP 6 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Fernandópolis, SP 7 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP 8 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Jundiaí, SP 9 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Assaí, SP 1 Vivência de Integração: Parasitologia e IUSC (Interação Universidade Serviço Comunidade) promovendo ações de Educação em Saúde em Botucatu – SP Isadora Pimentel de Souza1 RESUMO: Introdução: Desde 2003, a disciplina IUSC (Interação Universidade Serviço Comunidade) leva alunos dos três primeiros anos do curso médico da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP para as UBS e PSF da cidade, visando uma aproximação dos mesmos com a população botucatuense e com a realidade da comunidade com a qual trabalharão. No primeiro ano, divididos em grupos pequenos, os alunos são distribuídos pelos bairros da cidade e seu objetivo é conhecer a estrutura e a dinâmica populacional do local. Para tal, são realizadas visitas domiciliares tutoradas. No segundo ano, a primeira meta é a de conhecer teoricamente e na prática o funcionamento e a aplicabilidade dos princípios do SUS na Atenção Básica à saúde. Isso é feito por meio de leitura e discussão de artigos, visitas domiciliares e à UBS. A segunda meta é a de promover educação em saúde para uma parcela da população de cada área de abrangência de Botucatu. A atividade é feita com a parceria da disciplina de Parasitologia do Instituto de Biociências, que é ministrada aos alunos também no 2° ano. Objetivos: A atividade objetivou a confecção de um projeto de Educação em Saúde envolvendo o tema de Prevenção de Parasitoses e o modelo de Paulo Freire. Foi realizada também visando um interesse maior dos alunos pelos assuntos ministrados nas aulas de Parasitologia e uma maior noção do que seria a prevenção e promoção de saúde, praticadas majoritariamente na Atenção Primária. Metodologia: Primeiramente os alunos confeccionaram um questionário sobre higiene pessoal e domiciliar e hábitos alimentares para ser respondido por familiares de crianças matriculadas na creche municipal do bairro Vila Paulista. Nele constavam perguntas como “Você lava as verduras e frutas antes do consumo?” e “Costuma andar descalço fora de casa (quintal)?”. Após conversa com a diretora da creche sobre problemas de saúde mais freqüentes com as crianças e análise das respostas dos questionários, não se chegou à conclusão de algum tipo de parasitose mais prevalente na região. Por isso, o tema escolhido pelo grupo foi mais geral: “A higiene pessoal, hábitos de vida cotidiana e as parasitoses.” Foi produzido um folheto informativo para ser entregue às famílias das crianças e foi feita uma atividade presencial na creche. Numa tarde, o grupo de alunos fez uma apresentação teatral, uma gincana informativa e uma música para trabalhar o tema com 90 crianças de 3 a 5 anos. O método freireano foi aplicado durante a Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. atividade, fazendo com que as crianças reconhecessem hábitos certos e errados de higiene em situações encenadas pelo grupo. Resultados: O resultado da atividade foi interessante do ponto de vista acadêmico. Os estudantes que participaram e dedicaram-se à atividade relatam ter aumentado seu interesse pela parasitologia, que é uma ciência básica que em sala de aula não lhes chamava muita atenção. Eles afirmam ter se sentido bem colocando em prática os conhecimentos adquiridos nas aulas expositivas e ajudando a comunidade a ter acesso a esse conhecimento. Com relação às crianças que participaram do projeto, o resultado foi positivo à medida que, durante a aplicação das dinâmicas, já se sentia que elas tomavam mais conhecimento do assunto. Conclusões: A experiência foi positiva no sentido de que uma ciência básica integrou-se a uma disciplina que é quase que puramente de vivência prática na comunidade. Após as atividades, foi sugerido que essa integração ocorra também com outras ciências, para que os alunos sintam que aquele conteúdo que recebem de forma teórica e expositiva nos primeiros anos do curso seja aplicável durante sua prática como profissional da saúde. Essa vivência proporcionou aos alunos um exemplo de integração entre básico e aplicado que, se bem estruturada, pode servir de estímulo ao aprendizado e aplicação das ciências básicas. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP 1 • Internato, Residência, pós-graduação lato e stricto sensu em ciências básicas e educação médica A homeopatia na graduação e residência médica no Brasil Alessandra Rodrigues Fiuza1 Nelson Filice de Barros1 Marcia Aparecida Padovan Otani2 RESUMO: Introdução: A Medicina Homeopática é reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina no Brasil desde 1980. Praticamente trinta anos passados, poucas escolas médicas brasileiras oferecem disciplinas ou práticas de homeopatia. Objetivos: Este estudo analisa a percepção dos médicos residentes quanto à inserção da homeopatia como disciplina na graduação e como programa de residência médica. Metodologia: O estudo é transversal, com amostra aleatória e sistemática do universo dos médicos matriculados nos programas de residência médica da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Estadual de Campinas (FCM/ UNICAMP). Para coleta de dados foi utilizado um questionário com questões fechadas, respondido por 176 médicos residentes. A análise dos dados foi realizada por meio do programa Epi Info, versão 6.04d. Resultados: A população estudada tem idade entre 23 e 33 anos, sendo 53,4% do sexo feminino e 46,6% do sexo masculino; todos concluíram o curso de medicina entre os anos de 2000 e 2008, sendo 46,0% formados na Unicamp e 54,0% em outras 42 instituições. Os resultados evidenciaram que a variável local de formação apresentou diferença estatisticamente significante (p<0,05) quando tabulada com a inserção da homeopatia na graduação médica, mostrando que médicos residentes formados fora da FCM/UNICAMP são mais favoráveis à inserção da homeopatia na graduação, o que não ocorreu quando cruzados com os dados sobre a criação do programa de residência médica. Conclusões: Conclui-se que a orientação curricular da formação médica pode estar relacionada à percepção dos médicos quanto a essa prática, já que na FCM/UNICAMP não há inserção da homeopatia em nenhuma disciplina no currículo. Além disso, inferese que a pequena inserção da homeopatia no ensino de graduação médica e o modelo de produção de pesquisa científica desenvolvido pela FCM/Unicamp podem levar a carência de informações, que pode ser a responsável pelo preconceito ou objeção de consciência dos profissionais em relação à Medicina Homeopática. 1 2 Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP A inserção da Disciplina de Farmacologia no 5º ano do curso de medicina Carlos Alberto Lazarini1 Osni Lázaro Pinheiro1 Agnaldo Bruno Chies1 RESUMO: Introdução: Atualmente, várias escolas médicas no Brasil estão fazendo um movimento de avaliar seus currículos além dos limites disciplinares e conceituais do conhecimento. Estas avaliações têm mostrado que os cursos das áreas médicas apresentam como principais problemas a dissociação entre os ciclos básico e profissionalizante, descompasso nos programas das disciplinas, falta de intercâmbio entre os professores e a discrepância nas cargas horárias das disciplinas. Neste sentido, construir caminhos no ensino médico a partir da interdisciplinaridade inclui a implementação de desenhos curriculares que possibilitem a articulação de conteúdos, valorizem o enfoque “problematizador” e desenvolvam atividades acadêmicas que tenham como eixos a prática médica no contexto do trabalho em saúde e, a inserção do estudante e do professor como sujeitos na produção contextualizada de saberes. Para atender estes quesitos, o 5º ano do nosso curso de medicina está estruturado para desenvolver o ensino-aprendizagem na forma de Unidade de Prática Profissional, com base na metodologia da problematização. A inovação do ensino neste curso levou o grupo de docentes da disciplina de Farmacologia a desenvolverem atividade integrando o conteúdo desta com a prática profissional junto aos alunos do internato, nas áreas de Clínica Médica, Pediatria e Saúde Mental. Objetivos: Apresentar a experiência da disciplina de Farmacologia na integração do seu conteúdo com a prática profissional junto aos alunos do 5º ano do curso médico, nas áreas de Clínica Médica, Pediatria e Saúde Mental. Metodologia: A disciplina em questão buscou a diversificação dos cenários de ensino-aprendizagem, a partir da articulação da mesma com campos de prática dos estudantes do 5º ano, os quais são distribuídos em grupos de dez, e ficam em cada campo de estágio por seis semanas. As atividades de discussão com a Farmacologia aconteceram em um período/semana. A estratégia utilizada por cada grande área está descrita a seguir: a) na Clínica Médica adotou-se, como deflagrador da discussão, os temas oriundos da vivência prática à partir da discussão do ciclo pedagógico, sempre com a presença de um profissional médico junto com o professor de Farmacologia; b) na Pediatria, o professor de Farmacologia após discussão com os docentes da disciplina de Pediatria elencou os temas de farmacologia mais importantes para este estágio; e c) na Saúde Mental trabalhou-se com base nos medicamentos relatados no ciclo pedagógico, assim como na Clínica Médica. A única diferença foi que, quando na abertura do ciclo não apareciam medicamentos, o grupo de alunos definia o tema a ser discutido sempre pautado nas medicações prescritas aos pacientes aos quais os estudantes prestavam cuidados. Tanto na Clínica Médica quanto na Saúde Mental, a estratégia utilizada foi centrada nos estudantes, onde os mesmos faziam busca na literatura sobre os temas escolhidos e discutiam o conteúdo com o professor responsável. Na Pediatria foi utilizada a estratégia de seminários, sempre apresentados pelos estudantes, os quais são estimulados a trazer as experiências vivenciadas durante a semana sobre o assunto que está sendo discutido. Resultados: A inserção da disciplina de Farmacologia no quinto ano do curso de Medicina tem trazido uma nova motivação para os estudantes, pois o aprendizado tem se tornado bastante significativo. Nas três áreas em que foi iniciada esta experiência os estudantes participam ativamente das discussões. Conceitos básicos de Farmacologia que não haviam sido compreendidos nas séries anteriores voltam a ser discutidos por iniciativa dos estudantes. Conclusões: Desta forma, a vivência dos estudantes nesta forma de integração entre a Farmacologia e as atividades práticas reais no internato possibilitou a ampliação da percepção do aluno acerca das relações saúde/doença e da complexidade encontrada nessa área de atuação. Esta proposta contempla, ainda, os parágrafos II e IV do artigo 12 das DCNs para o curso de Medicina. 1 Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP 89 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. As percepções de estudantes de medicina sobre o internato médico Desafios na implantação do internato em tocoginecologia Maria de Fátima Aveiro Colares1 Claudia Maria Leite Maffei1 João Paulo Sales Segalla1 Luiz Ernesto de Almeida Troncon1 Rosangela Joanilho Maldonado1 Ricardo Cristiano Leal da Rocha1 Alessandra Loureiro Paixão1 Cinara Sadala1 Suzél de Oliveira Barbosa1 RESUMO: Introdução: Introdução: O Ensino Médico na atualidade têm sido discutido levando em conta a necessidade do estudante estar constantemente vinculado a formação profissional e ao mundo do trabalho. Sendo assim torna-se necessário que o aprendizado da prática médica ocorra em diversos contextos e que o mesmo seja focado em diferentes espaços que não exclusivamente o hospitalar, tais como: ambulatórios, comunidades, famílias, escolas. Nesta investigação foi destacado o internato médico definido como “treinamento em serviço”. É a etapa da formação destinada a prática pré-profissional supervisionada Objetivos: Objetivos: Identificar as percepções dos estudantes de medicina do internato em relação aos aspectos do ambiente educacional e ao cotidiano acadêmico nesse período da formação. Metodologia: Material e Métodos: Participaram deste estudo 51 estudantes de 6º ano. Os dados foram coletados durante a realização do Teste do Progresso desenvolvido na Instituição. Foram utilizados os seguintes instrumentos: a) Questionário semi-estruturado sobre internato médico contendo questões sobre: dados sócio demográficos, nível de satisfação dos estudantes aos aspectos envolvendo o internato médico e questões “abertas” b) Questionário Dundee sobre aprendizado e ambiente : instrumento auto aplicável, com 50 itens, que investiga 5 domínios relacionados ao ambiente educacional: Percepções, Aprendizado, Professores, Acadêmico, Ambiente e Social, c) Questionário de Vivência Acadêmica – Reduzido (QVA-r): instrumento auto aplicável, com 60 itens, que estão distribuídos por 5 grandes áreas da adaptação acadêmica dos estudantes: pessoal, interpessoal, vocacional, estudo-aprendizagem; e institucional. Resultados: Resultados: Para esta apresentação serão divulgados apenas os resultados obtidos em relação ás respostas do Questionário semi-estruturado sobre internato médico. Os demais instrumentos encontram-se em fase de análise e serão apresentados oportunamente. Serão utilizadas as seguintes siglas em relação ao nível de satisfação dos estudantes: MB (Muito Boa), B (Boa), S (Satisfatória), R (Ruim, MR (Muito Ruim). A maioria dos estudantes demonstraram percepções positivas frente a alguns tópicos perguntados. Serão citados alguns exemplos de questões: Atividades práticas: (N=10:MB; N=16: B, N=24: S), Desempenho nas atividades práticas: (N=21: MB, N=13: B, N=16:S), relacionamentos interpessoais com colegas: (N=23: MB, N=14: B, N=11, S); com professores (N=21: MB, N=15: B, N=14, S), com residentes : (N=21: MB, N=17: 17, N=13: S). Quanto as atividades do internato e sua relação com a profissão médica obtivemos: (N=10: MB, N=19: B, N=19: S). Quanto ao modelo de atuação profissional dos professores foram obtidas as seguintes respostas: (N=03: MB, N=15: B, N=23: S); Médicos contratados: (N=10: MB, N=23: B, N=17: S); Médicos residentes: (N=9:MB, N=17: B, N=23: S). Conclusões: Algumas questões foram apontadas como pontos negativos para os alunos tais como : o interno como “tocador de serviço”, algumas áreas não demonstram a sua utilidade prática e com isso parece existir uma sub utilização do interno nas mesmas. Este estudo permitiu o conhecimento de algumas percepções dos internos frente a um modelo de “internato ideal”, onde deveriam existir sobretudo espaço de reflexões para esse período da formação e também um maior preparo dos docentes para assumirem os papeis de supervisores, sendo que estes papéis muitas vezes parecem ser melhor desempenhados pelo médicos residentes ou contratados. Através deste estudo foi possível obter um mapeamento do nível de satisfação dos estudantes frente a esse momento da formação. Como implicações educacionais consideramos que o levantamentos desses dados pode possibilitar uma melhor compreensão sobre o período do internato cabendo dessa forma aos colegiados responsáveis pelo ensino a implantação de mudanças para adequação desse espaço da formação médica. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP 1 90 RESUMO: Introdução: Em 1994, com o lançamento pelo Governo Federal do Programa de Saúde da Família, que preconiza o trabalho comunitário, a territorialização da prática de saúde, a resolubilidade no nível de atenção primária de saúde e a educação em saúde, a reorganização da prática assistencial, centrada no hospital, passando a enfocar a família em seu ambiente físico e social, houve um reforço à importância da criação das Diretrizes Curriculares Nacionais. Surge em algumas escolas o currículo nuclear como uma nova maneira de encarar o ensino médico, baseado nas novas diretrizes curriculares tendo como razão principal da sua implantação evitar a dissociação básico-clínica, considerada inadequada frente às necessidades atuais. Objetivos: Relatar a experiência na estruturação dos módulos de toco ginecologia para a primeira turma de internato da UNIVIX, pontuando as fragilidades e fortalezas encontradas neste caminho. Metodologia: O presente estudo consta da descrição da montagem e estruturação dos quatro módulos do internato de toco ginecologia oferecido aos alunos do nono período (Obstetrícia Geral - OG), do décimo período (Ginecologia Geral- GG e Obstetrícia Especializada - OE) e do décimo primeiro período (Ginecologia Especializada GE), do curso de graduação em medicina da UNIVIX, avaliando as dificuldades encontradas e os resultados obtidos. São módulos com duração de 6 semanas cada, onde os internos, em grupos de 8 a 10 alunos, são distribuídos em atividades práticas ambulatoriais e hospitalares e teóricas com seminários e discussão de casos clínicos. As atividades hospitalares constam de visitas em enfermarias e plantões nos vários setores do serviço. Resultados: Ao término do quinto rodízio nos módulos de OG, GG e OE e do primeiro rodízio da GE, pudemos ter uma avaliação bastante positiva em relação ao desenvolvimento dos internos. Nas avaliações práticas (avaliação formativa + mini-Cex) a média foi de 8,19 e nas avaliações teóricas foi de 7, 64, perfazendo uma média total de 7,91. Dos 130 alunos que passaram nos módulos da toco ginecologia, 34% tiveram que repetir a avaliação teórica visto não alcançarem a média sete necessária para aprovação e 4 internos (3%) foram reprovados tendo que repetir o módulo novamente. Conclusões: As mudanças são sempre muito difíceis e trabalhosas, mas, a gratificação em observar o crescimento destes estudantes nos leva a crer que estamos no caminho certo para uma melhor formação na área de toco ginecologia, fundamental á boa prática clínica no futuro. Desta maneira estamos também desmistificando o internato considerado por muitos um período onde o aluno fica em prática sem qualquer tipo de controle ou avaliação. 1 Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES Experiência da otorrinolaringologia na integração básico clínico, internato e residência médica José Diniz Junior1 Heleno de Paiva Oliveira2 Newton Moreira Lima Neto2 Ana Carolina Batista Dantas2 Daniel Paiva de Oliveira2 Monique Batista da Costa2 Rosiane Viana Zuza Diniz2 George Dantas de Azevedo2 RESUMO: Introdução: O Laboratório de Habilidades Clínicas (LHC) é um espaço de fundamental importância para os cursos da área da saúde, pois permite treinamento em manequins, respeitando preceitos éticos e humanísticos. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o LHC dispõe de diversos manequins no entanto nenhum específico para as práticas em cefaléia, epistaxe e retirada de corpo estranho. A presença da especialidade médica no cenário de prática pode ser proveitosa tanto para integração com o básico, como o internato e a residência médica. Objetivos: Descrever as atividades Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. práticas de Otorrinolaringologia em atenção primária realizadas junto ao LHC, e centro cirurgico,integrando o básico e o internato, além da residência médica. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo relato de experiência realizado de 2009 a 2010. Utilizou-se análise retrospectiva de experiências dos professores, alunos, monitores e residentes. Resultados: Os autores descrevem diversas atividades junto às disciplinas de otorrinolaringologia, internato, Residência médica e Modulo Biológico 2. Foram contempladas as práticas de Otoscopia e Rinoscopia, Epistaxe, Retirada de Corpo estranho e Entubação orotraqueal e cricotireoidostomia, em concordância com as recomendações de habilidades práticas para o médico generalista segunda a ABEM. Essas atividades beneficiaram as turmas do Internato em Cirurgia Geral, Residentes do primeiro ano da Otorrinolaringologia, Iniciação ao Exame Clínico e o Módulo Biológico II. As práticas foram conduzidas pelos monitores da disciplina de iniciação ao exame clínico, otorrinolaringologia, residentes e (PET)medicina. Conclusões: A presença da especialidade médica no LH, bem como dos alunos no centro cirúrgico, permitiu a real integração básico clínica. Foi possível integrar o profissional especialista as novas diretrizes curriculares, tanto no antigo básico como no internato e residência médica. Os cenários para as atividades foram um estímulo a mais para os alunos nos diversos níveis de conhecimento. O aproveitamento desses especialistas no quadro de docentes e preceptores, com foco na atenção básica, foi possível e enriquecedor. 1 2 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Parnamirim, RN Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN O desafio da implantação do internato de medicina interna em um Hospital Público Privado Carla Coelho Siqueira1 Luis Henrique Barbosa Borges1 Rosana Alves1 RESUMO: Introdução: Seguindo as diretrizes curriculares nacionais, a prática dos estudantes deve ser precoce e inserida na rede de assistência do SUS. Desta forma as novas faculdades caminham para a organização de hospital de ensino, sendo necessário pacto com hospitais que ofereçam boas condições para a implantação de serviços para o internato. Objetivos: Debater sobre as dificuldades da inserção do interno na rede e especialmente em unidades particulares conveniadas com a rede e avaliar os benefícios trazidos principalmente ao atendimento do paciente. Metodologia: Descrição da implantação do cenário de medicina interna em um Hospital filantrópico com leitos destinados ao SUS. Resultados: Para o início do internato de medicina interna da UNIVIX, em uma ala de 36 leitos destinada ao SUS do Hospital dos Funcionários Públicos do Espírito Santo, foram feitas várias reuniões administrativas e técnicas com as equipes de ambas as partes. Decorridos os primeiros meses da implantação, docentes e discentes acreditam que o cenário é adequado, embora necessite de ajustes. As fortalezas até então verificadas incluem: aumento da média de ocupação dos leitos, alocação de preceptores do corpo clínico aumentando a auto-estima e a permanência no serviço, aumento da credibilidade por parte da enfermagem, equipe de nutrição e do serviço social que avaliam a ocorrência de maior resolubilidade. Houve necessidade de ajustes do laboratório e do setor de radiologia, em virtude da nova demanda. A relação com a central de vagas dá-se diretamente com os docentes, o que otimiza a ocupação dos leitos. Ainda são necessárias adequações na estrutura física para comportar as atividades acadêmicas. Entretanto, a pactuação tem sido dificultada pela falta de consenso com relação às contrapartidas exigidas pelo hospital. Conclusão: A equipe docente-assistencial necessita demonstrar a contribuição positiva que a implantação do internato em um Hospital privado viabiliza. No entanto, o sucesso da implantação e de sua continuidade necessita do consenso em relação às contrapartidas a serem pactuadas entre partes. Conclusões: A equipe docente-assistencial necessita demonstrar a contribuição positiva que a implantação do internato em um Hospital privado viabiliza. No entanto, o sucesso da implantação e de sua continuidade necessita do consenso em relação às contrapartidas a serem pactuadas entre partes. 1 Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitoria, ES O internato em Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - a valorização de uma necessidade socio-epidemiológica na formação médica José Medeiros do Nascimento Filho1 Henio Godeiro Lacerda1 RESUMO: Introdução: As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em medicina do ano de 2001 preconizam, dentre outras coisas, a formação de um médico generalista, que domine bem a arte do exame clínico e que possua uma formação voltada para as necessidades sociais e epidemiológicas da sua realidade. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), historicamente um dos principais cenários de prática do internato constitue-se no Hospital Estadual Giselda Trigueiro (HGT), uma unidade de atenção terciária onde se concentra a alta tecnologia na área de infectologia do Rio Grande do Norte. Com as reformas curriculares desencadeadas no país pelo PROMED, surgiu um desafio na UFRN: ainda seria válido manter um estágio de 7 semanas em um hospital especializado no contexto da formação de um médico generalista? Objetivos: Descrever a experiência atual do internato em Infectologia da UFRN enquanto alternativa para a formação médica preconizada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, retrospectivo, do tipo relato de experiência. Foi tomado como referencial teórico o estudo de caso das ciências sociais, fazendo uso da oralidade, os documentos do departamento de infectologia e a história de vida dos autores como ferramentas na construção desse trabalho. Resultados: O internato se desenvolve com uma carga horária de 315 horas total em 7 semanas, totalizando 45 horas por semana. As atividades incluem: enfermarias de infectologia geral, HIV/AIDS, tisiologia; ambulatórios de infectologia geral e HIV/ AIDS; plantões na urgência/emergêcia do HGT; 2 momentos teórios semanais. No período estabelecido, uma média de 15 estudantes se distribuem nas atividades supracitadas. No intuito de valorizar a formação generalista, metade do estágio é dedicada aos espaços de infectologia geral e a outra metade as especificidades da especialidade (HIV/AIDS e tisiologia). Semelhantemente, as discussões teóricas buscam abordar temas necessários para a prática médica, tais como o uso racional de antimicrobianos e as doenças infectocontagiosas mais prevalentes no Rio Grande do Norte. Cada dupla de discentes é avaliada por 1 docente em um esquema tutorial. Pela incipiência da discussão de educação médica no departamento de infectologia, uma dificuldade atual consiste na homogenização desse momento ficando ainda a cargo do docente a metodologia empregada. Uma segunda avaliação consiste numa prova teórica (60% da nota). Por não se tratar de um hospital universitário, a presença de internos no HGT ajuda a aproximar o vínculo do ensino-serviço, sendo desenvolvidas atividades de pesquisa e extensão no hospital a partir dessa relação. Conclusões: No contexto do Rio Grande do Norte, estado do Nordeste brasileiro tradicionalmente marginalizado, o perfil epidemiológico ainda tem nas doenças infectocontagiosas um forte percentual - apesar da sua constante queda para as doenças crônico-degenerativas. Assim sendo, uma sólida formação para os médicos no campo da infectologia se faz necessária. O internato de infectologia, além de saciar essa necessidade, permite aos estudantes o treinamento na grande área de Clínica Médica - totalizando 25% da carga horária do internato da UFRN para essa Grande Área, cojuntamente com outros dois estágios de 07 semanas (Clínica Médica I e Clínica Médica II). A heterogeneidade nos métodos avaliativos e a pesada carga horária são as principais reclamações discentes. Futuros investimentos em capacitação docente podem ser de grande valia na resolução dessas inadequações. 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN Perfil dos critérios de seleção para residência em clínica médica e cirurgia geral Eliane Camargo de Jesus1 Romulo Luiz Machado Velho Gonçalves2 Ariane Gomes Paixao1 91 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Diego Hissao Hayashi de Oliveira1 Krystal Calmeto Negri1 Luiz Gustavo Abranches Werneck Pereira1 Seleção à residência médica: o desafio à integração básico-clínica e seu impacto na implantação das diretrizes curriculares RESUMO: Introdução: Introdução: Avaliações teórico – práticas, estão sendo aliadas à análise das atividades curriculares e extracurriculares nos processos de seleção para residência em clínica médica e cirurgia geral na maioria das instituições de ensino no sudeste do país. Objetivos: Objetivo: Analisar os critérios de seleção utilizados em provas de residência de clínica médica e cirurgia geral, a importância atribuída ao curriculum vitae e a valorização dada ás atividades extra-curriculares. Metodologia: Métodos: Estudo transversal com uma amostra de 42 instituições analisadas através de seus editais divulgados nos anos de 2009 e 2010. Variáveis avaliadas: provas teóricas, provas práticas e análise curricular: características das Instituições de Ensino, Curriculum Vitae e argüição do candidato. Resultados: Resultados: A prova teórica corresponde á 50% da nota do candidato, a prova prática 40% e a análise curricular 10%. A análise curricular foi dividida em 3 setores. Houve uma predominância na avaliação do primeiro setor ( instituição de ensino de origem do candidato) nas instituições do estado de São Paulo. Os critérios que prevaleceram foram a “duração do internato” (42,85%) e “hospital escola próprio” (35,71%). O peso dado ao setor variou de 3 a 10 pontos no estado de São Paulo e teve peso zero nos outros estados. No segundo setor (curriculum vitae) houve uma variação de pesos entre 3 a 10 pontos. O critério de “Participação em congressos e cursos de extensão, liga acadêmica, assistência médica e estágios supervisionados, pesquisa e produção científica e envolvimento institucional” estão presentes em 100% das instituições. “Monitorias” e “Publicação de trabalhos completos em periódicos”, estão em 78,57% das instituições. “Língua Estrangeira” está presente em 5 instituições do estado de São Paulo (35,71%) e em todas de Minas Gerais (14,28%).No terceiro setor (arguição) para clínica médica houve uma predominância no estado de São Paulo com pesos variando de 3 a 10 e em uma instituição carioca com peso 4, e para cirurgia geral, as instituições paulistas ainda predominam, porém em nenhuma carioca é encontrada. Conclusões: Este estudo partiu do interesse de acadêmicos de medicina que anseiam vagas em concursos de residência de acesso direto, em especial o de clínica médica. Após a análise de diferentes editais, foi constatado que a análise curricular faz parte de um dos critérios de avaliação. Segundo Koifman, o currículo – incluindo currículo médico – pode ser entendido de várias maneiras, desde como um mero texto escrito ou uma “grade” de disciplinas e de cargas horárias, até o “tudo” que ocorre na escola ou na universidade. Os currículos das escolas médicas norte-americanas, e a partir daí no resto do mundo, tiveram profundas influências do relatório Flexner, publicado em 1910. Recentemente, movimentos como o da Reforma Sanitária, a promulgação da Constituição de 1988, a criação do SUS e a criação da estratégia do PSF, além de congressos mundiais de educação médica, como o da ABEM, tem proposto diversos projetos para efetuar modificações no ensino médico, tendo ênfase em uma formação ética, generalista, crítica, humanista e reflexiva, capazes de responder às necessidades de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde da população. De acordo com Tavares e cols., sete dimensões da competência devem ser desenvolvidas no processo de formação profissional, sendo essas: cognitiva, técnica, integrativa, contextual, relacional, afetivo-moral e de hábitos mentais. Um estudo propõe que seja criado um sistema de avaliação dos residentes ao término de seus programas, acoplado à avaliação dos próprios programas. Um bom começo para que as instituições de residência aprovem os médicos mais qualificados para os cursos de acesso direto, em especial o de clínica médica, é dar o devido peso e importância ao currículo do candidato, levando em conta os principais critérios adotados neste estudo e somando-os ao conhecimento teórico-prático do mesmo. Denise Herdy Afonso1 Lia Márcia Cruz da Silveira1 João Carlos dos Santos Arieira Fernandes1 Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ 2 Centro Universitário de Volta Redonda, Barra Mansa, RJ 1 92 RESUMO: Introdução: Desde 2001 a Coordenadoria de Desenvolvimento Acadêmico (CDA), envolvida na elaboração dos processos seletivos às Residências , busca alternativas de avaliação que incluam parâmetros importantes e pertinentes, buscando a diferenciação dos candidatos que, nas últimas seleções, pela atuação dos cursos preparatórios (existentes em todas as áreas profissionais) têm obtido notas iguais ou com variações decimais na etapa objetiva do processo. Buscou-se reconstruir o processo seletivo nas etapas tradicionais (objetiva e discursiva), além de introduzir outras modalidades de avaliação que contemplassem atributos diversos daqueles verificados nas etapas anteriores, a saber: atitudes, habilidades e competências valorizadas nas Diretrizes Curriculares de Graduação dos cursos. Experimentou-se os recursos de multimídia, situações simuladas para avaliação de conteúdos específicos e atitudes, além de etapa prática com atendimento de pacientes no cenário do ambulatório ou enfermaria. Objetivos: Refletir a partir da análise de experiência acumulada desde 2001 na construção de processos seletivos à Residência Médica sobre as oportunidades e desafios para explicitar neste processo, a progressiva integração básico clínica. Acreditamos que o processo de seleção à residência médica, especialmente aquele que se passa nas universidades, no âmbito das escolas formadoras, tem um papel fundamental, facilitador / dificultador e até mesmo gerador de resistências à implantação das diretrizes, na razão direta de sua aproximação ou afastamento do modelo de médico a ser valorizado assim como dos processos de avaliação utilizados. Metodologia: Análise de conteúdo de questões elaboradas buscando identificar a integração básico clínica na construção apresentada; análise do índice de acerto e erro de questões selecionadas; descrição da experiência vivenciada pela banca examinadora na construção do processo seletivo. Resultados: Há dificuldades de construção de questões objetivas que integrem o conhecimento básico clínico; a construção de questões discursivas ou situações simuladas parecem ser mais favoráveis à uma construção integrada; a etapa prático oral tem grande potencial para buscar, a partir do raciocínio clínico e da construção do plano terapêutico uma integração de conhecimentos. No entanto, ainda parece focada nos aspectos direcionados à doença perdendo a oportunidade de identificar os mecanismos básicos de adoecimento e sua repercussões na saúde. A análise dos participantes das bancas revela o processo de construção da seleção à Residência como uma estratégia potente de educação Permanente em Saúde Conclusões: O processo de construção e definição das Diretrizes Curriculares foi um processo longo, por vezes conflituoso em função das percepções dos diferentes atores, com idas e vindas, interpretações diversas de suas conclusões, enfim um misto de ideologias e convicções, certezas e incertezas, diagnósticos e prognósticos (para não abandonar nossa linguagem) e indubitavelmente de contentes e descontentes com o resultado final. Como todo processo de construção de regras, dispositivos de orientação, diretrizes, sua finalização não significa sua aplicação imediata, em igual tempo e com o mesmo grau de dificuldade/ facilidade. A efetivação ou aplicação das diretrizes comuns é um processo particular de cada escola de medicina, modulado por sua história, composição docente e discente, inserção na rede assistencial e fundamentalmente pelo seu projeto político-pedagógico. Hospital Universitário Pedro Ernesto da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ 1 Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. • Metodologia de Pesquisa em Educação Médica Estudantes de medicina ensinando seus pares: uma nova metodologia de ensino baseada em discussões de casos, com grande impacto no processo de aprendizagem Graziela Moreto1 Guilherme Ayres Rossini2 Gabriel Caldato Barsotti2 Nelson de Figueiredo Neto2 João Antonio Gonçalves Garreta Prats3 Cauê Freita Monaco4 Marcelo Rozenfeld Levites5 RESUMO: Introdução: Exposição dos alunos de medicina a grandes quantidades de conhecimentos científicos de uma forma fragmentada durante a graduação pode ter impacto negativo no desenvolvimento do raciocínio clínico no futuro Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto das discussões de caso clínico realizado por estudantes de medicina. Metodologia: A Sociedade Brasileira de Medicina de Família (SOBRAMFA) promove mensalmente reuniões científicas na Associação Paulista de Medicina (APM), que reúnem estudantes de diversas escolas de medicina, residentes e médicos de família onde são realizadas apresentações interativas de casos clínicos. Os casos são selecionados a partir da experiência pessoal do apresentador, ou da revista The New England Journal of Medicine. As sessões são realizadas por 2 estudantes de medicina e coordenada por 3 professores da medicina de família. A dinâmica consiste na apresentação de um caso por alunos e os coordenadores interrompem a apresentação questionando o público sobre possíveis diagnósticos e manejo do caso. As discussões são realizadas em conhecimentos básicos, síndromes clínicas, diagnósticos diferenciais. O objetivo é estimular o raciocínio clínico do aluno. Após estas sessões, foram feitas duas perguntas abertas aos participantes: O que você aprendeu com esta reunião? Por favor, aponte aspectos positivos e negativos desta apresentação de caso. Resultados: 50 questionários foram obtidos a partir de março e 09 de dezembro-09. Os alunos que apresentaram apontaram o aprendizado em: prática de falar em público, gerir e organizar idéias logicamente, estímulo para a pesquisa científica e ao estudo das matérias básicas como patologia, fisiologia, anatomia, bioquímica e até mesmo em temas específicos como reumatologia. O público relatou aprendizado em: desenvolvimento do pensamento e prática clínica, auto-reflexão sobre o processo de formação médica e desenvolvimento de conhecimentos científicos e práticos Conclusões: A metodologia de discussão de casos clínicos realizada por alunos tiveram impacto significativo sobre o complexo processo de formação médica. Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP 3 Faculdade de Ciências Médicas do Centro Universitário Lusíada, Santos, SP 4 Associação Paulista de Medicina, Santos, SP 5 Curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, SP 1 2 Monitoria na iniciação à prática de ciências: de aluno para aluno João Carlos de Jesus1 Gabriel Peres1 Marcelo Salomão Casadei1 Egberto Ribeiro Turato1 RESUMO: Introdução: A concepção do que é Ciência, como ela constrói novos conhecimentos e como estes são aplicados em particular à prática clínica, constituem em um dos principais desafios ao início da formação médica. É necessário apresentar aos alunos os meios utilizados pelos profissionais para traduzirem, em suas condutas, conceitos fundamentados em literatura adequada e confiável. Frente a este problema, o aluno dispõe desde ferramentas populares de busca na Internet até as grandes bases de dados digitais de indexação de periódicos, mundialmente visitadas, que levam a numerosos artigos científicos a partir de simples palavras. Assim, o estudante se expõe a todo o conhecimento de que precisa para ser um profissional atualizado e crítico. Objetivos: Relatar as experiências de três alunos do quarto ano em Medicina como monitores em disciplina de introdução à prática de ciências, ministrada a 110 segundanistas de medicina, para auxiliá-los no desenvolvimento do senso crítico perante artigos publicados na área da saúde. Metodologia: Nesta etapa do curso, todos os alunos da turma elaboraram um projeto de pesquisa, em disciplinas anteriores, dentro deste eixo do ensino da prática das ciências. Levantaram conhecimentos teóricos junto a bases de dados e adquiriram certa visão de sua construção. Então, propõe-lhes, nesta disciplina, um exercício didático que simula pareceres técnicos sobre artigos SciELO, usando detalhado check-list, elaborado pelo professor em conjunto com monitores, com a finalidade de estimular a crítica metodológica e epistemológica. Semanalmente, foram ministrada aulas teóricas, por este docente, contemplando temas história das ciências, epistemologia e os tipos de pesquisa científica (experimental, epidemiológica, ensaio clínico-terapêutico, qualitativa versus quantitativa). Seguidas às aulas, grupos de cinco alunos que, em rodízio ao longo do semestre, traziam em sala os artigos previamente designados, analisados e discutidos com os monitores em atividade extra-sala. Apontam as insuficiências e considerações gerais, emergentes pelo check-list, e justificadas. Pela qualidade do preenchimento destes roteiros de revisão sobre a consistência dessas publicações, foram ministradas notas pelos monitores, revisadas pelo docente responsável. Destaca-se a boa sustentação da crítica feita pelos alunos quanto aos pontos que eles consideraram como insuficientes. O conceito dado a esta tarefa teórico-prática serviu como modulador às notas advindas da prova teórica final de avaliação dos conhecimentos passados nas aulas, em que houve apoio dos monitores na elaboração das questões e correção. Resultados: Por 10 anos esta disciplina vinha ministrada sem o apoio de monitores. Existia até então uma relevante limitação de interação entre o docente e os alunos quanto às atividades extra-sala, agora superada com a participação direta dos monitores nessas tarefas. Foi favorecido o aprendizado, tal como a crítica metodológica e epistemológica de trabalhos publicados. A atuação dos três monitores junto aos 22 grupos compostos por cinco alunos estimulou a discussão sobre a prática das ciências em nosso meio. Conclusões: A experiência aqui relatada indica ganhos no aprendizado da turma, supostamente maior que nas turmas até então, que não contavam com o suporte da monitoria. Os monitores selecionados eram então alunos do quarto ano médico e desenvolveram boa relação de trabalho com seus colegas aprendizes do segundo ano. Uma das experiências significativas para os monitores foi atuar no ensino, diretamente com seus pares e conhecer mais um campo de atuação para o médico, a docência. Neste contexto, ficaram expostos às peculiaridades de cada aluno e grupo, o que aumentou a perspicácia na interação com pessoas e grupos, Constituiu-se, portanto, em ganho pessoal considerável, sobretudo para futura atuação médica, cujo sucesso da relação com seu paciente e de sua adesão terapêutica, depende em boa parte na didática da boa explicação sobre as condutas médicas. 1 Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP 93 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. O impacto da tecnologia de escaners de lâminas nas aulas práticas de patologia especial: uma mudança de paradigma Um ano de experiência do “Núcleo Acadêmico de Pesquisa em Educação Médica” Pedro Tadao Hamamoto Filho1 Cristiano Claudino Oliveira2 Vinicius Cunha Venditti3 Ludmila Almeida Silva3 Fernanda Miranda Fumelli Monti3 Licério Miguel3 José Carlos Peraçoli3 Cristiano Claudino Oliveira Maria Aparecida Custodio Domingues2 1 RESUMO: Introdução: O ensino de patologia na graduação medica, se iniciou nas escolas medicas no inicio do século passado, pautandose no estudo das entidades nosológicas, distribuídas em órgãos e sistemas. A crescente importância da correlação anatomo -clinica, contextualizando a doença e o doente, bem como a facilidade de projetar laminas e micro–fotografias, fez com que o uso do microscópio individualizado fosse decrescendo; soma-se a este fato o alto custo da manutenção deste equipamento e das coleções de laminas. O ensino da Patologia na graduação medica passou a constelar uma fase de intersecção, em que o uso do microscópio ou de imagens projetadas da microscopia dependia da opinião de cada educador; somando-se a este fato a aplicabilidade, por vezes, não visualizada pelo aluno do microscópio convencional, fez com que este se mostrasse arredio e pouco interessado nas aulas de microscopia. A partir do final do século passado, foram desenvolvidos equipamentos capazes de escanear lâminas, transformando-as em material digital, possibilitando tanto a interação do patologista cirúrgico, pesquisador e aluno com a imagem virtual, que pode ser visualizada com aumentos e foco correspondentes a microscopia tradicional. A esta tecnologia deu-se o nome de microscopia virtual, que a partir de 2000 passou a ser utilizada em escolas medicas dos EUA e Europa no ensino da Patologia Objetivos: Avaliar o impacto da microscopia virtual no ensino da Hemopatologia, um dos assuntos que compõe a disciplina de Patologia Especial II, ministrada ao quarto ano do curso de Medicina Humana da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP. Metodologia: 95 alunos foram contemporizados com aulas práticas realizadas no Laboratório de Informática da FMB, que dispõe de 45 computadores e monitores LCD de 19 polegadas. Trinta laminas coradas em HE, foram escaneadas com instrumento ScanScope XT (Aperio). Após a prova cognitiva, aplicou-se questionário qualitativo, contendo 10 perguntas de múltipla escolha, com espaço para respostas espontâneas Resultados: 100% opinaram que a microscopia digital foi de grande importância no aprendizado; 98% confirmaram a facilidade de estudar em casa pós aula prática, com a vantagem de acessar as imagens e poder manipulá-las junto com a leitura do livro texto. 95% opinaram que a utilização da nova tecnologia reviveu o uso da microscopia na disciplina de Patologia Especial, despertando o interesse por esta. 88% salientaram a praticidade do estudo a distancia com múltiplos observadores e interação entre estes. 100% elogiaram a busca da disciplina por novas tecnologias, inseridas na realidade tecnológica atual. Comparou-se ainda a nota media dos alunos da prova cognitiva com o ano anterior, quando não se utilizou da microscopia virtual: no ano de 2008 os alunos tiveram uma nota media de 6,5, enquanto que em 2009 a nota media foi de 9,5, ou seja, um aumento de 30% na media final Conclusões: A microscopia virtual é uma tecnologia que vem revolucionando da patologia, inicialmente na patologia cirúrgica e, atualmente, no ensino da ciência Patologia. Possui inúmeras vantagens como: acessibilidade, a qualquer hora e de qualquer computador; a facilidade de gerar inúmeras imagens dinâmicas provindas de uma única lamina; eficiência, visto que a acuidade das imagens não depende de ajustes de foco manual e luminosidade variável; pedagógico, por se inserir na realidade tecnológica dos alunos e permitir formação de grupos de estudos online; e custo, quando contabilizamos as necessidades geradas no ensino baseado na microscopia tradicional. Este estudo aponta para eficiência desta ferramenta pedagógica no ensino da Patologia Especial, ao revelar o aumento das notas. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 1 94 RESUMO: Introdução: A importância de evidências para tomada de decisões na área da educação médica é crescente. Avanços no conhecimento sobre o processo de aprendizagem, aquisição de saber, métodos de ensino e de avaliação têm motivado investigações na área de educação médica. Por outro lado, as reformas curriculares implementadas pelas escolas motivam estudantes ao aprofundamento das reflexões sobre o ensino que recebem. Além de uma participação política, tem-se destacado também a importância do envolvimento de estudantes com a produção científica. Assim, do entendimento da importância do crescimento da pesquisa em educação médica, da necessidade de qualificação de propostas para o ensino médico, com os estudantes assumindo um protagonismo nos processos de mudança curricular, e do reconhecimento da iniciação científica como instrumento de qualificação acadêmica e profissional, estudantes da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP organizaram o “Núcleo Acadêmico de Pesquisa em Educação Médica” – NAPEM. Objetivos: Relatar o primeiro ano de experiência do NAPEM. Metodologia: Descrição do histórico de organização e funcionamento do NAPEM e dos projetos de pesquisa em curso. Resultados: O NAPEM foi organizado em agosto de 2008, tendo iniciado seus primeiros trabalhos em outubro do mesmo ano. Estudantes envolvidos em discussões e debates sobre educação médica no Centro Acadêmico Pirajá da Silva (CAPS) uniram-se para arregimentar estudantes e docentes para realizar pesquisas de impacto junto à comunidade acadêmica a fim de provocar reflexões e incitar melhorias no curso médico, além de contribuir com o conhecimento científico em educação médica. O núcleo possui um coordenador, um sub-coordenador, um tesoureiro e um secretário. Qualquer estudante pode participar do NAPEM. Para cada projeto há um estudante responsável. Um docente foi convidado para supervisionar as atividades do núcleo, auxiliando com sugestões de projetos e possíveis colaboradores docentes, e orientando o grupo quanto a meios de financiamento e parcerias institucionais. Para cada projeto de pesquisa ao menos um professor é convidado como orientador. O NAPEM é aberto à participação de médicos-residentes e outros profissionais ligados à educação em saúde. Está à disposição para parcerias com outros órgãos da comunidade acadêmica e científica. Hoje estão envolvidos 17 estudantes e 10 professores de diferentes especialidades médicas. Os projetos atuais investigam: avaliação do curso médico, avaliação do estudante, fatores que influenciam a busca por iniciação científica, Ligas Acadêmicas e interdisciplinaridade. Em um ano, o NAPEM apresentou 6 trabalhos em congressos, publicou um artigo em periódico indexado e está certificado como grupo de pesquisa no CNPq. Foi convidado a expor suas propostas em reunião da Comissão Permanente de Pesquisa (representante local da Pró-Reitoria de Pesquisa da UNESP) e em reunião da Congregação da escola. Alguns de seus membros participaram do 1.o Encontro de Pesquisa da FMB/UNESP, evento em que se discutiu a agenda de toda a pesquisa na escola para os próximos anos. Conclusões: Os estudantes envolvidos têm formulado propostas e os mesmos estão escrevendo seus projetos de pesquisa e aprendendo na prática sobre os mecanismos de condução de projetos, desde a redação inicial, com levantamento bibliográfico, passando pela solicitação de aprovação do projeto pelo conselho de ética em pesquisa, até a execução do trabalho e a publicação de seus resultados. O envolvimento de diferentes professores também é considerado um avanço. O NAPEM foi acolhido com bastante respeito e entusiasmo na escola e os resultados de seus trabalhos têm sido esperados como informações úteis para a reestruturação do currículo. Dentre seus desafios estão a necessidade de contínua renovação dos estudantes e o avanço nas pesquisas de modo que os projetos não se encerrem em si mesmos, mas que se coloquem como continum de investigação à medida que novas informações são agregadas ao conhecimento. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP 2 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP 3 Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu/SP, SP 1 Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Uma reflexão sobre a Iniciação Científica Cynara Alves Rocha Carolina Lisbôa Boechat1 Daniel Magalhães Baldini Figueira1 Larissa Felizardo Oliveira1 Tagiane Oliveira1 Eliane Camargo de Jesus1 1 RESUMO: Introdução: Segundo Osler, “a Medicina é uma ciência da incerteza e uma arte da probabilidade”(ATALLAH, 2004).Nesse intuito, na década de 70, Cochrane, A.,et al, passaram a utilizar métodos epidemiológicos associados aos conhecimentos da fisiopatologia, nas situações práticas, iniciando a Epidemiologia Clínica. Na década de 90, surgiu o conceito de Medicina Baseada em Evidências – MBE. A educação médica passa por modificações de toda ordem, na doutrina e na prática da formação profissional, conectada à contemporaneidade de um mundo globalizado e condicionada por parâmetros biologicistas, humanísticos e éticos. E, ultimamente, também pelos aspectos políticos e comunitários relacionados às mudanças nos sistemas e serviços de saúde. Acompanhar a evolução da medicina é imprescindível,é fundamental a busca por novos conhecimentos. A prática precoce de atividades de iniciação científica estimula o interesse dos alunos do curso de medicina, que formam, conseqüente a esse fato, uma capacidade crítica sobre os diversos assuntos abordados. Capacidade essa que faz com que o aluno almeje buscar novas saídas, refutar ou vir a ratificar a questão levantada. A iniciação científica é uma forma de expandir o conhecimento do graduando, personagem esse fundamental para o exercício dessas atividades extracurriculares. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi discutir a importância da pesquisa científica na vida de um acadêmico, questionando a melhor época para iniciá-la; bem como de verificar a aceitabilidade e a aplicabilidade de projetos de iniciação científica na prática clínica. Metodologia: Realizamos um estudo quantitativo, descritivo e transversal. Utilizou-se um questionário padronizado, contendo dez questões. Este foi aplicado a 100 acadêmicos. Os critérios de inclusão foram: os acadêmicos estarem regularmente matriculados no período a ser pesquisado; o preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido; e responder completamente o questionário. Excluímos os acadêmicos que não preenchiam aos quesitos mencionados anteriormente; bem como os acadêmicos do internato, devido à dificuldade de localizálos; os alunos dos períodos iniciais por ainda não terem contato efetivo com a disciplina de epidemiologia científica. O questionário foi respondido voluntariamente, após explanação dos objetivos e concordância com a pesquisa. Resultados: Verificou-se que, apesar de possuírem conteúdo teórico, a maior parte dos acadêmicos não realizaram nenhuma pesquisa científica. Dos que já realizaram , grande parte concluiu apenas um trabalho. Os acadêmicos não se sentem estimulados pela Universidade para a realização de trabalhos científicos, embora aceitem e concordem que a iniciativa deve partir do aluno. A grande maioria acha que a realização de trabalhos científicos têm muito a acrescentar na vida acadêmica (complemento para o currículo, uma forma de atualização, ampliação do conhecimento). Entretanto, acham difícil a aplicabilidade de resultados de tais pesquisas na prática clínica diária. Conclusões: A iniciação científica caracteriza-se como instrumento de apoio teórico e metodológico à realização de um projeto de pesquisa e constitui um canal adequado de auxílio para a formação de uma nova mentalidade no aluno. É a possibilidade de colocar o aluno desde cedo em contato direto com a atividade científica e engajá-lo na pesquisa. Em síntese, pode ser definida como um instrumento de formação de recursos humanos qualificados. Este projeto permite concluir que o índice de trabalhos científicos na Universidade são poucos. Os acadêmicos possuem dificuldade em realizá-la; e muitos acham difícil a sua aplicabilidade. Grande parte dos estudantes manifestaram que a pesquisa científica é uma experiência institucional importante para a formação médica. Ainda é pouco freqüente e precisa ser conhecida com mais profundidade para que se possa compreender sua influência, principalmente para tentar estabelecer uma medida que indique claramente o valor da correlação entre participação em iniciação científica e aprendizagem. 1 Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ 95 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. ÍNDICE DE AUTOR/ AUTHOR INDEX Abdalla I, 2 Abe MH, 35, 39, 44, 80 Abramovich I, 53 Abrantes FL, 82 Abrao KC, 3 Abreu EPF de, 11 Abreu NMB, 31 Achar E, 13 Achar RAN, 3 Adiwardana NS, 80 Affonso F de C, 27 Afonso DH, 92 Akazawa RT, 88 Albino CD, 36 Alcantara JA de, 27 Alcantara T, 57 Aleixo PN, 71, 84, 85 Aleluia IMB, 57 Alencar FEC de, 48, 67, 68 Alloufa SL, 14 Almeida B da R de, 22, 24 Almeida CR de, 33 Almeida FA de, 77 Almeida Filho OM, 66 Almeida MAS de, 59 Almeida MI de, 15 Almeida MZT de, 12, 45, 58, 65, 71 Almeida TL de, 41 Almendro JB, 86 Alves DS da S, 77 Alves MB, 17, 28 Alves R, 68, 91 Amaral APCG do, 11, 66 Amaral DA do, 76 Amaral MB, 78 Amaral VS do, 14 Ambrus TG, 22 Amendola F, 26 Andrade CP de, 25 Andrade CR de, 86 Andrade JC de, 23 Andrade TG, 26 Anjos GL dos, 49, 57 Anjos LMM dos, 27 Antoniaci TCA, 84 Antoniazzi PCD, 41 Araripe VCS, 57 Araujo JF, 12 Araújo Junior EA de, 46 Araujo MP, 3 Araujo RB de, 88 Arruda TF, 73 Augusto MC, 19, 22, 24 Ávila RB de, 27 Azevedo BZK de, 69, 70 Azevedo EMM de, 69, 70 Azevedo GD de, 8, 14, 54, 90 Azevedo RCS de, 52 Bachmann MNV, 33 Baldini LS, 17 Baracuhy LV, 46 Barbetta JIR, 53 96 Barbosa ARG, 16 Barbosa S de O, 77, 83, 90 Barboza CAG, 8, 11 Barreira MRN, 80 Barreto MAM, 54 Barros AAP de, 11 Barros NF de, 89 Barsotti GC, 60, 76, 93 Basile MA, 62 Bastos A de A, 19, 24 Batista HP, 31 Batista Júnior FFA, 47, 16 Batista NA, 2, 74 Batista SHS da S, 1, 2, 47, 55, 77 Bava M do CGC, 29 Bechara RN, 51 Bedim JGL, 12, 45, 58, 65, 71 Behar N, 26 Benatti RG, 31 Benedetto MAC de, 56, 73 Beraldo LM, 80 Bettini RV, 11, 42 Bezerra ALT, 46 Bezerra ELM, 8 Biancalana PM, 25 Biberg-Salum TG, 85 Bichaff P, 45 Biscaro MD de A, 57 Bismara MLN, 19 Bissiguini P de O, 88 Bizario JCS, 61 Blasco PG, 49, 57 Boechat CL, 95 Boechat MI, 6 Bollela VR, 53, 61, 62 Bonani PA, 80 Bonanno AP, 65 Bonifacio LA, 18 Bordim Filho E, 16 Borelli NS, 76, 81 Borges LHB, 67, 68, 91 Borges VTM, 69 Botelho FR, 33 Braccialli LAD, 86 Brandão BR, 28 Brandão CFS, 58 Breda C de O, 57, 60 Breganó JW, 14 Bregano RM, 14 Bressani VO, 62 Brígido ARD, 14 Brito VM, 12, 16 Bueno FT, 20 Busetti KPP, 26 Cacure L, 17 Cadaval RA de M, 77 Calazans GJ, 22 Calvani CFR, 9 Camargo G de, 12 Camilles HJ, 11 Camillo C da S, 11 Campanaro CM, 32 Campanha M, 76 Campora F, 64 Campos E da C, 73 Campos JJB de, 83 Campos LG do A, 69 Canedo FSNA, 7 Canevari T da S, 31 Capitani GP, 28, 75 Cardoso GA, 79 Cardoso MDT, 79 Cardoso TB, 88 Carneiro DTO, 8 Carra RB, 34, 42, 56 Carreiro ACB, 85 Carrion LAM, 86 Carvalho ACM de, 25 Carvalho CL, 21 Carvalho DS de, 45 Carvalho JA, 46 Carvalho Junior PM, 26 Carvalho LR de, 35 Carvalho MV, 26 Carvalho RBW de, 70 Casadei MS, 93 Caserta GC, 75 Casotti JSA, 67 Cassão BC, 19, 29 Castilho F da S, 47 Castro Junior NC, 83 Cavazzane A, 17 Cesar F de O, 7 Chaoul AM, 21 Chaves CG, 46 Chemin RN, 88 Chies AB, 89 Chini HAS, 79 Chirelli MQ, 17 Choi HJ, 21 Chueiri PS, 26 Ciantelli GL, 13 Ciarlini N de SC, 74 Ciciliati AMM, 86 Cisoto L, 29 Claro PC, 82 Clemente MN, 35, 39, 44, 80 Coelho A de P, 60 Cohen C, 50 Colares M de FA, 90 Collares CF, 61, 62, 76 Conchão S, 58, 59 Conchon-Costa I, 14 Congio LH, 17, 37, 43 Cordeiro TB, 44 Corrêa ACL, 1, 3, 5 Correa RR, 81 Cortez RA, 20 Costa CC, 17 Costa FD da, 52 Costa MB da, 67, 90 Costa MP da, 23 Costa RAMB, 63 Coutinho VP, 33, 40 Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Couto IC, 25 Crochik CZ, 82 Cruz PT da, 29 Cunha AF da, 8 Cunha DFS, 27 Cyrino AP, 23, 27 D´Ávila R, 77 Dal Bello PP, 24 Danila AH, 7, 43 Dantas ACB, 4, 16, 67, 90 Dantas ALN, 74 Dantas RMB, 10 Danziere FR, 24 Daroz I, 10 David L, 45 Del Bianco LM, 41 Deliberali LM, 41, 83 Dezan EB, 69 Dias DA, 24, 31, 42 Dias IWH, 56 Dias JS, 63 Dichi J, 6 Diniz Junior J, 8, 67, 90 Diniz RVZ, 4, 8, 16, 67, 90 Dionisio MCF, 36 Domiciano R, 71, 85 Domingues MAC, 94 Doria Filho U, 61 Duek JR, 31 Eckert JB, 32 Elias L de F, 73 Elias PEM, 71, 83 Endo CM, 21 Esteves AR, 78 Esteves BC, 50 Evangelista JL, 32 Ezequiel MCDG, 70, 73 Ezequiel O da S, 51 Faifer VS, 31 Falcão M, 28, 75 Faleiros FTV, 72 Fantini AM, 17 Faria MBAB de, 60 Faro LRT, 49 Farranha AR, 2, 83 Farras BC, 72, 76, 78, 80, 87 Favarin VR, 22 Favero LF, 28 Felix FA, 74, 81, 82 Felix YA, 74 Fernandes FG, 40 Fernandes JC dos AS, 92 Fernandes RP, 63 Fernandes RR, 20 Fernandes VW, 80 Ferrarese R, 41 Ferrari JO, 36 Ferrari RJR, 31 Ferreira AACM, 64 Ferreira ER, 16, 87 Ferreira FCNS, 41 Ferreira JLD, 7, 63 Ferreira LGA, 73 Ferreira LK, 18 Ferreira MM, 74, 81, 82 Ferreira VTR, 24, 36 Figueira DMB, 95 Figueiredo EA, 4 Figueiredo Neto N de, 76, 93 Fittipaldi Neto J, 32, 86 Fiuza AR, 89 Flôr S de O, 81 Floripes TMF, 19, 22, 24 Fonseca C, 80 Fraga EMV, 11 Francischetti I, 1, 3, 5, 61 Franco A de B, 70 Freire M, 3 Freitas C, 75 Freitas RCC, 49 Fuentes ACRC, 23 Fukumoto AECG, 35 Gabriel EMN, 18 Galera B, 42 Galhardi CM, 1, 5, 3, 30, 38 Galhardi WP, 32 Galvão GC de M, 36 Gambaro MCO, 28 Gambeta N, 26 Garbelini LDA, 86 Garcia CE, 27 Garcia D de SO, 60, 73 Garcia F de C, 17 Garcia GT, 48 Garcia MAA, 23 Garcia MPE, 72, 78, 80, 87 Gatti AP, 56 Gemignani EYMY, 66 Genelhu LGF, 67, 68 Gerab IF da S, 2 Gil F, 41 Gil Jr. LA, 64 Gobbetti GJ, 50 Godoy I de, 35, 39, 44 Gomes ABAGR, 25 Gomes D, 26 Gomes MG, 86 Gomes MM, 55 Gomes P, 22, 24 Gonçalves IP, 12, 45, 58, 65, 71 Gonçalves MP, 19, 22 Gonçalves RLMV, 91 Gondo DCAF, 20 Gonzada MAL, 24 Goulart FC, 5 Goulart MR, 83 Goulart TP, 31 Graciano MM de C, 79 Grec W, 53, 61, 62 Guazzelli CA, 48 Guedes EF, 79 Guedes FS, 30, 53, 58, 59 Guerin RS, 81 Guerini MF, 36 Guerra EMM, 77 Guimarães GM, 86 Hafner M de LMB, 66 Hamamoto Filho PT, 35, 69, 94 Hamamura AC, 17, 28 Harada VB, 30 Hashimoto MK, 25 Higa E de FR, 4, 18, 61 Holzer S, 21 Hortêncio L de OS, 40 Hotimsky SN, 48 Iglesias SRA, 2 Ikuno MRM, 18 Ilias M, 4, 26, 61 Inoue CSL, 13 Iwata CY, 44 Jacob Filho W, 64 Janaudis MA, 49, 57 Jardim LCR, 54 Jatene FB, 40 Jesus CH de, 21 Jesus EC de, 91, 95 Jesus JC de, 93 Jesus VC de, 26 João PFA, 31 José MRF, 4 Junqueira IR, 34, 42, 56 Kanno DT, 41 Kawano FYO, 44 Kijimura MY, 30 Kikuchi EL, 64 Kishima M, 6 Koch VHK, 61 KondoRH, 31 Kubo MS, 34, 42, 56 Kubota GT, 45 Lacerda FM, 36 Lacerda HG, 91 Lanza L, 28 Laporta MC, 27 Lazarini CA, 1, 3, 5, 11, 89 Lee SH de N, 24 Leite SSM, 6 Leitzke L, 33, 40 Lemos de A, 57 Leonato DD, 13 Leutewiler CB, 36 Levites MR, 3, 93 Levy SF, 22 Lima FAZ, 17, 28 Lima JC, 12 Lima MB, 80 Lima Neto NM, 67, 90 Lima WLF, 12, 45, 58, 65, 71 Limonta L, 17 Lisbôa JAT, 81, 82 Lobello H, 27 Longo A da S, 45 Lopes AS de A, 20 Lopes ST da S, 57 López EAC, 27 Louise S, 57 Loureiro JS, 27 Lozano PAM, 13 Lugarinho R, 64 Luna WF, 42 Luppi CG, 21 Luz EBC da, 86 Macea DD, 34, 56 Macedo AG de O, 8 Macerox N, 7 Machado C, 51 Machado DS, 39 Machado JLM, 58, 61, 62, 63 97 Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica. Machado JM, 2 Machado M das MBC, 47 Machado VMP, 65 Maciel JFR, 4, 16 Madalos BA, 49 Madeira E, 68 Maffei CML, 90 Maia FGS da S, 12 Maia JA, 55 Makabe ML, 55 Maldonado RJ, 2, 77, 83, 90 Manoel CM, 88 Mansínero A de AS, 24 Manzano AH, 10 Marcelino M, 27 Marchese M de C, 9 Marcondes MB, 27 Marin MJS, 61 Marinho SP, 40 Marques VLR, 48 Martinelo LZ, 51 Martins RB, 19, 29 Matarazzo DD, 17 Matias C, 51 Matos AV, 63 Mattos FT de M, 20, 35, 39, 44 Mauad V, 48 Medeiros e Silva MLN, 4, 16 Meireles FPM, 26 Mello MB de, 2 Melo CB de, 41, 83 Melo EA de, 83 Melo LN de S, 7 Mélo Pereira JVN, 46 Mendes BCF, 22, 24 Mendes F, 58, 59 Mendonça VC, 23 Menezes MCND de, 14 Merlo Júnior R, 88 Mesquita CMB, 4, 10, 18 Messias LA dos S, 86 Michelone APC, 26, 61 Middleton SR, 39, 40, 76 Miguel L, 94 Miguel MM, 43 Miranda e Figueiredo AC de, 32 Miranda IB de, 54 Moda M, 13 Moisés CCS, 22 Molan DC, 16, 19, 24, 87 Monaco CF, 93 Montanino LC, 56 Monteiro F de F, 35, 39, 44 Montemagni PS, 21 Monti FMF, 84, 94 Montini FT, 72, 76, 78, 80, 87 Moraes AA de, 17, 35, 39, 44 Moraes ACF de, 71 Moraes CAC de, 44 Moraes EM de S, 34, 42, 56 Moraes M, 28 Moraes MAA de, 10 Moravcik MY de AD, 61 Moreira HM, 10, 66 Moreira MCL, 41 Moreira S da NT, 54 98 Morelli F, 27 Moreto G, 60, 76, 93 Morishita RYM, 78 Morita I, 59 Mota FP da, 23 Moura SAB de, 8, 11 Móz LES, 17, 37 Muniz WS, 31 Muraguchi EMO, 9, 14 Murbach Filho P, 26 Nadia R, 36 Nascimento Filho JM do, 4, 16, 91 Nascimento Júnior ES do, 8 Nascimento M da P de M, 48 Natarelli TRP, 88 Negri KC, 92 Negrini AA, 36 Neiva BFD, 36 Neman F, 36, 37, 47, 72, 78, 80, 87 Nobre MC, 31 Nogueira D de J, 24 Nogueira PVS, 14 Nolli VC, 86 Nonose R, 41 Novais DT, 36 Nunes AA, 29 Nunes R, 28 Oba PF, 12 Oda MT, 24 Oliveira AK de, 25 Oliveira APR de, 75 Oliveira CC, 35, 59, 69, 94 Oliveira CFR, 1, 2 Oliveira DHH de, 92 Oliveira DP de, 67, 90 Oliveira F dos S, 41 Oliveira FJ de A, 14 Oliveira GR de, 30, 32, 36, 38, 39, 44 Oliveira H de P, 67, 90 Oliveira LF, 95 Oliveira MA de, 57 Oliveira MA, 36 Oliveira MOM de, 48 Oliveira PB de, 88 Oliveira RG de, 56 Oliveira RLA de, 20 Oliveira RLS, 21 Oliveira T, 95 Oliveira TS, 18 Orioli MAM, 12, 45, 58, 65, 71 Orsolini MJ de B, 80 Otani MAP, 89 Oyama DHM, 73 Padua LMS, 39, 44 Pagotto MUN, 26 Paixao AG, 91 Paixão AL, 90 Paro FS, 30 Paschoalini RB, 20, 37 Patrício KP, 18 Pavelqueires S, 11, 32 Pedroso GC, 78 Pedroso S, 2 Pêgo-Fernandes PM, 40 Pelegrini Junior CG, 32 Pena RFB, 81 Penachio FM, 24 Penha MA, 80 Penido F de SO, 25 Peraçoli JC, 69, 94 Pereira BL, 8 Pereira F, 69, 70 Pereira Filho GV, 13 Pereira LGAW, 92 Pereira MJB, 29 Pereira SP, 22 Pereira FC, 7 Peres CRFB, 11, 18 Peres G, 93 Peres LM, 40 Pergentino T, 57 Peseto D de C, 41 Pesinato RM, 26 Pinaffi MP, 75 Pinhal MG, 28 Pinheiro OL, 10, 66, 89 Pinheiro S de FL, 8 Pinto MPP, 34 Pirolo SM, 30 Piúma LA, 6 Poit ML, 21 Police A, 85 Pozzobom FT, 70, 73 Prats JAGG, 93 Prearo AY, 20, 84 Pretti V de P, 36 Primon RG, 31 Priolli DG, 51 Prohmann LF, 31 Puccini RF, 78 Puertas NA de, 80 Puglisi MA, 73 Pydd SB, 33, 40 Queiroz BM, 75 Rafaelli RJ, 10 Ramos DC da S, 27 Reis CN, 54 Renor BS, 36 Rezende KTA, 24, 31 Ribeiro A, 77, 83 Ribeiro BB, 32 Ribeiro Filho W, 81, 82 Ribeiro JTR, 18, 35 Ribeiro RPR, 31 Ribeiro SMA, 63 Ribeiro ZMT, 3, 66 Ricardo DR, 6, 51 Riechelmann JC, 53 Rinaldi L, 72, 80, 87 Rinaldi LA, 78 Robl M, 45 Rocha CA, 79, 95 Rocha PMO, 20 Rocha RCL da, 2, 77, 83, 90 Rodrigues A, 39, 44 Rodrigues CA de A, 22 Rodrigues CB, 12 Rodrigues CIS, 77 Rodrigues J, 67, 68 Rodrigues PS, 17 Rolin LMG, 1, 3, 5, 10 Roncoletta A, 33, 73 Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99. Rosique IA, 49 Rossini GA, 60, 76, 93 Rottini T, 19, 25 Rozas A, 75 Rozolem A, 85 Rugolo LMSS, 72 Rujula MJP, 20 Ruzon UG, 9, 16, 69, 70 Sá TB de, 86 Saad J do N, 17 Sadala C, 90 Safraider BC, 33, 60 Sakai MH, 16 Sales N de S, 74, 81, 82 Salles MJS, 16 Salvagni CD, 57 Salvi MC, 32 Salviano FAM, 4, 16 Sampaio MGE, 35, 39, 44 Sanefuji DYS, 9 Santana FA de O, 17, 28 Santana TB de, 36 Santos ACA dos, 23 Santos AL dos, 65, 81, 84 Santos E de L, 26 Santos FM dos, 7 Santos G de G dos, 9, 69, 70 Santos G dos, 62 Santos GA dos, 19, 22 Santos GGN, 14 Santos JROG, 41, 83 Santos Júnior C, 33, 40 Santos L, 75 Santos LC dos, 70 Santos LFN dos, 70 Santos MC dos, 22 Santos Netto L de M de, 19, 25 Santos PM dos, 80 Santos RP dos, 81 Santos TI, 23 Santos V, 29 Sarno CW, 24 Sasso BM, 17 Sato SS, 88 Sato TKS, 20 Sauretti PN, 72 Savarese A, 58, 86 Schellini AS, 35 Scherer P de C, 23 Schoeps VA, 22 Scotton MF, 37 Segalla JPS, 90 Senger MH, 13, 19, 29, 31 Serrano AP de P, 4, 16 Shimizu GS, 20 Silva KCM da, 21 Silva APN, 22 Silva AR da, 67 Silva AS de B, 74, 81, 82 Silva AXG, 11 Silva BLALA da, 27 Silva CPS da, 34 Silva EW da, 36 Silva F da, 19, 22 Silva FGS da, 70, 73 Silva FPF da, 70 Silva JN da, 26 Silva LA, 69, 94 Silva LL da, 27 Silva MAMRT da, 58, 59 Silva NH da, 51, 72, 78, 80, 87 Silva RHA da, 6, 15, 51, 74 Silva RRF da, 78 Silva TJA da, 64 Silva TP da, 11 Silveira C, 22 Silveira LMC da, 92 Silvestrini WS, 50 Simões O, 27 Simonetti JP, 17 Siqueira CC, 67, 68, 91 Siqueira Júnior AC, 3, 26 Siqueira M de AC, 24 Siqueira TF, 88 Soares MMO, 1, 3, 5 Soares MS, 75 Soares NF, 69, 70 Sonzogno MC, 2 Soriano G de L, 86 Sousa JF de, 57 Sousa LG, 73 Sousa MLB de, 81, 82 Sousa RC de, 6 Souza AC, 43 Souza BM de, 36 Souza IP de, 88 Souza KP, 21 Souza LV de, 19, 22 Souza ML de, 19, 22, 24 Souza RA de, 88 Souza WB de, 37 Spadella MA, 10, 66 Spera RM, 27 Stéfano JG, 22, 24 Strufaldi MWL, 78 Stuck RC, 23 Sugano AA, 56 Swarça AC, 6 Taguti RC de T 70, 73 Takahagui FM, 34, 42, 56 Takamoto AHR, 43 Tamai LMB, 18 Tamashiro GU, 17, 28 Tamosauskas MRG, 64 Tan DM, 36 Tanigawa L, 75 Taniguchi F, 43 Tavano PT, 15 Teixeira LS, 6 Teixeira MP, 54, 71, 85 Teixeira MZ, 52 Teixeira RCZ, 49 Tejo AM, 9 Teles S, 57 Terao SMI, 78 Thiago L, 4, 11 Thomazatti FG, 16 Tibiriçá SHC, 51 Tirgo LAM de C, 60 Toda T, 22 Toledo AP de, 51 Toledo FD de, 27 Topolniak R, 21 Trevizani LFM, 76 Troncon LE de A, 90 Tsuji H, 15 Turato ER, 60, 93 Turini B, 6 Uemura CM, 72, 78, 80, 87 Vaccarezza G, 53 Vaidergorn RE, 82 Val SR do, 77 Valle F do, 40 Vannucchi TR, 38,45 Vargas LHM, 6, 9, 12 Vargas MM, 9, 12 Varge CM, 69 Vasconcellos B, 28 Vechi HT, 11 Veloso AR, 36, 88 Venâncio PM, 41 Venditti VC, 35, 94 Ventura RN, 78 Veras MF, 40 Verotti ABG, 24 Viana T, 57 Vicentini HC, 35 Vidal CT, 43 Vieira JE, 7 Vieira T de Q, 17, 28 Vilar MJP, 8 Villar HCCE, 10 Villardi ML, 88 Villas Bôas PJF, 19, 22, 24, 43 Vitorio LM, 73 Viveiros PG, 35, 39, 44 Volpe FAP, 49 Waisberg DR, 40 Watanabe M, 29 Witsmiszyn E, 21 Xander PAW, 36 Xavier RS, 23 Yabar1 SAI, 2 Yasuda AM, 83 Yeh SSK, 34, 42, 56 Zago MJP, 30, 53, 58, 59 Zanchettin S, 32 Zangirolani LTO, 23 Zanolli MB, 11, 36 99 Orientação aos Colaboradores Rev Med (São Paulo). 2010;89(suplemento especial):1-99. 1 Objetivos da Revista A “Revista de Medicina” é um periódico trimestral, que tem por finalidade a publicação de artigos de profissionais e estudantes de medicina e ciências afins, bem como a exploração de temas importantes para a formação médico-acadêmica. O artigo deverá atingir um nível de complexidade de forma a atender alunos de graduação de curso superior e pós-graduação stricto e lato sensu. Para esse fim, sempre que possível, encoraja-se um enfoque fisiopatológico ao texto. Somente serão aceitos artigos de caráter médicocientífico. Deseja-se que sejam citadas referências atualizadas, permitindo leituras complementares mais aprofundadas. Artigos de revisão serão aceitos mediante aprovação do Conselho Consultivo. 2 Seções Editorial: Artigos que apresentam uma introdução sobre o tema da Revista, analisando suas perspectivas atuais. Estes artigos devem ser avaliados pelo Conselho Consultivo que poderá modificá-lo para sua adequação a esta secção. Notícias: Textos curtos e objetivos, que relatam eventos importantes da área médica, ou relevantes para os alunos de medicina. A fonte dos textos deve ser sempre informada. Aprendendo: Os artigos dessa secção têm como objetivo frisar temas consagrados da área médica, estimulando o raciocínio clínico desde os primeiros anos da graduação. Estes artigos não visam “copiar” livro-textos, mas sim apresentar tópicos da área médica de maneira clara, objetiva e apresentando dicas que normalmente não se encontram nos livros. Por esse motivo, artigos para o “Aprendendo” devem ter a participação de um profissional médico da área. Esta secção poderá apresentar-se como: - Relato de Caso; - Diagnóstico de Imagem; - Mecanismos de Doenças. Nas duas primeiras sub-secções contaremos com a participação dos alunos de medicina, que poderão enviar o diagnóstico para o e-mail [email protected]. É necessária a identificação do participante; os acertadores, assim como o diagnóstico completo serão divulgados no próximo número. Artigos Médicos: Os artigos para esta secção devem ser inéditos e destinar-se exclusivamente à Revista de Medicina. Os artigos publicados são de propriedade da Revista, sendo vedada a reprodução total ou parcial em outros periódicos, bem como a tradução para outros idiomas sem a autorização do Corpo Editorial da Revista. Todos os artigos submetidos à apreciação do Corpo Editorial deverão ser acompanhados de uma declaração de transferência de direitos autorais, assinados por todos os autores. No caso da não aprovação de um artigo pelo Corpo Editorial, esse será devolvido aos autores. A Revista de Medicina não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nos artigos, sendo esses de exclusiva responsabilidade dos autores. Daremos preferência aos artigos escritos pelos estudantes de medicina, contudo sempre deve haver um professor responsável por cada artigo. Carreira e Educação Médica: Artigos com o objetivo de ajudar na formação do médico, durante a graduação e os anos de residência, apresentando informações sobre diferentes especialidades médicas, cursos e congressos, com o objetivo de ajudar o estudante a escolher sua futura carreira. Os artigos sobre especialidades devem ter a co-autoria de um profissional da área. Nessa secção também pode-se incluir uma entrevista com um médico ou professor da faculdade. Medicina & Cultura: Esta secção visa mostrar tudo o que um estudante de medicina pode fazer, sem estar necessariamente ligada a alguma área acadêmica ou científica. Os temas devem ser amplos, alternativos e até bem humorados. Exemplos: a experiência pessoal de participar da Bandeira Científica, estudantes de medicina dando aulas. Poderá ser abordada também uma dissertação sobre algum livro, filme ou peça teatral que pode ser, de alguma maneira, interessante para os alunos de medicina. Cartas: Espaço reservado à publicação de opiniões e críticas de edições anteriores da Revista ou que sejam relevantes para os estudantes de medicina. As cartas devem ser endereçadas para: Departamento Científico Revista de Medicina Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Av. Dr. Arnaldo, 455 – Subsolo. 01246-903 São Paulo – SP e-mail: [email protected] 3 Seleção dos Artigos Os artigos aceitos pelo Corpo Editorial serão encaminhados a um membro do Conselho Consultivo. Este designará relatores responsáveis pela avaliação dos artigos. O autor permanecerá anônimo perante o Conselho Consultivo e os relatores, e estes permanecerão anônimos perante o autor. Caso o artigo não seja aprovado pelo Conselho Consultivo, os autores serão comunicados desta decisão. O Corpo Editorial se reserva o direito a realizar adaptações ao estilo da Revista e corrigir eventuais erros gramaticais, de grafia, de digitação, de normalização bibliográfica, nos unitermos e key words, sem alterações no conteúdo dos artigos. Toda matéria relacionada à investigação humana e à pesquisa animal deve ter aprovação prévia da Comissão de Ética da Instituição onde o trabalho foi realizado, de acordo com as recomendações da Declaração de Helsinque (1964 e suas versões posteriores de 1965, 1983 e 1989), as Normas Internacionais de Proteção aos Animais e a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos. 4 NORMAS PARA A APRESENTAÇÃO DE ARTIGOS Os artigos devem apresentar 10 a 15 páginas digitadas em espaço duplo e em uma só face do papel A4, preservando 3 cm nas margens. Devem ser apresentados um original e duas cópias do artigo, sendo uma destas em versão eletrônica, gravado em formato Microsoft Word, e as figuras no formato JPEG (separado do texto). Cada disquete deve estar claramente identificado e marcado com o nome do autor e título do trabalho. O texto submetido deve ser a versão final corrigida do artigo e estar de acordo com a versão final aceita para a publicação. Siga as instruções gerais de estilo, em especial as das referências, contidas abaixo. Ilustrações e Tabelas serão manuseadas de modo convencional, entretanto, as legendas devem ser incluídas no final do arquivo eletrônico. Caracteres não-standard (letras gregas, símbolos matemáticos, etc) devem ser codificados no texto. Faça uma lista de tais caracteres e dos códigos usados. - - - - - - Na página de rosto do original devem constar: título do artigo elaborado de forma clara e concisa; versão do título em inglês; nome completo dos autores e respectivos títulos profissionais e acadêmicos; instituição na qual o trabalho foi realizado; referência à publicação do trabalho em evento, indicando local e data de realização; nome, endereço e e-mail do autor responsável pela publicação. 4.1 Resumo/Abstract Todo artigo deve apresentar dois resumos: um em português e outro em inglês. Os resumos devem ter no máximo 250 palavras. O resumo deve: - indicar o objetivo do trabalho; - descrever de forma concisa os métodos e técnicas, quando novos, nomear princípios básicos, tipos de operação e grau de exatidão; - relacionar os resultados em ordem lógica, usando o verbo no passado; - discutir a compatibilidade ou não entre resultados obtidos e as investigações anteriores; - usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoal do singular; - evitar as locuções “o autor descreve”, “neste artigo”, “o autor expõe”; - não adjetivar; - não usar parágrafos. 4.2 Descritores/Keywords Devem ser no máximo cinco, de acordo com as metodologias: - Descritores em Ciências da Saúde. Metodologia LILACS – Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde - http://www.bireme. br/decs/; - MESH – Medical Subject Heading da National Library of Medicine - http://www.nlm.nih.gov/cgi/mesh/. 4.3 Estrutura formal Introdução: Estabelecer objetivo de trabalho embasado em bibliografia, relacionando a outros trabalhos publicados anteriormente, esclarecendo o estado atual em que se encontra o problema investigado. Material e Métodos ou Casuística e Métodos (quando a pesquisa envolve seres humanos): Descrever procedimentos, apresentar as variáveis incluídas na pesquisa, determinar e caracterizar a população e a amostra, detalhar técnicas e equipamentos novos, indicar quantidades exatas, referenciar os métodos e técnicas utilizadas (incluindo métodos estatísticos). Resultados: Exposição factual da observação, apresentados na seqüência lógica do texto e apoiados por gráficos e tabelas. Discussão: Apresentar os dados obtidos e resultados alcançados, estabelecer a compatibilidade ou não com os resultados anteriores de outros autores. As comunicações pessoais ou publicações de caráter restrito devem ser evitadas como provas de argumentos. Conclusões: Apresentar as deduções lógicas fundamentais nos resultados e na discussão. As conclusões podem ser apresentadas na Discussão. Agradecimentos (Opcionais): Devem ser breves, dirigidos a pessoas e Instituições que contribuíram para a elaboração do trabalho. 4.3.1 Referências Organizar uma lista em ordem alfabética, pelo último sobrenome dos seis primeiros autores e numerar consecutivamente. Citar as iniciais do prenome. - Abreviar os títulos dos periódicos de acordo com o List of Journals Indexed in Index Medicus - http://www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lji.html. - Seguir Estilo de Vancouver “Requisitos Uniformes para Originais Submetidos a Revistas Médicas” - http://www.icmje.org/index.html. Apresentar as Referências de acordo com os exemplos: - Livros e outras monografias Pastore AR, Cerri GG. Ultra-sonografia: ginecologia, obstetrícia. São Paulo: Sarvier; 1997. - Capítulo de Livros Ribeiro RM, Haddad JM, Rossi P. Imagenologia em uroginecologia. In: Girão MBC, Lima GR, Baracat EC. Cirurgia vaginal em uroginecologia. 2a. ed. São Paulo: Artes Médicas; 2002. p. 41-7. - Artigo de Periódico Shikanai-Yasuda MA, Sartori AMC, Guastini CMF, Lopes MH. Novas características das endemias em centros urbanos. Rev Med (São Paulo). 2000;79(1):27-31. - Dissertações e Teses Del Sant R. Propedêutica das síndromes catatônicas agudas [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 1989. - Eventos - Considerados no todo 7th World Congress on Medical Informatics; 1992 Sep 6-10; Geneva, Switzerland. Amsterdam: North-Holland; 1992. p.1561-5. - Eventos - Considerados em parte: House AK, Levin E. Immune response in patients with carcinoma of the colo and rectum and stomach. In: Resumenes do 12º Congreso Internacional de Cancer; 1978; Buenos Aires; 1978. p.135. - Material Eletrônico Morse SS. Factors in the emergence of infections diseases. Emerg Infect Dis [serial online];1(1):[24 screens]. Available from: http://www.cdc.gov/ oncidod/EID/eid.htm. CDI, clinical dermatology illustrated [monograph on CD-ROM], Reeves JRT, Maibach H. CMEA Multimedia Group, producers. 2nd ed. Version 2.0. Sand Diego: CMEA; 1995. - Normas Completas poderão ser consultadas “Estilo Vancouver” – Uniform requirements for manuscripts submitted to biomedical journals (Requisitos uniformes para originais submetidos a revistas médicas). · Ann Intern Med. 1997;126:36-47. · N Engl J Med. 1991;324:424-8. · Folha Médica. 2000;119 (2):9-21. · http://www.icmje.org/index.html · http://www.cma.ca/mwc/uniform.htm A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores. 4.4 Citação no texto As referências são representadas no texto pelo número índice e, apenas em caso especiais, é acrescido o nome do autor. Exemplo: Gown10 . 4.5 Tabelas Devem ser digitadas e apresentadas em folhas à parte, numeradas consecutivamente em algarismo arábicos na ordem em que forem citadas no texto. Evitar linhas verticais e inclinadas. A entidade responsável pelo levantamento de dados deve ser indicada no rodapé da tabela. 4.6 Figuras Todas as ilustrações, fotografias, desenhos, slides, gráficos, etc. devem ser numerados consecutivamente em algarismos arábicos na ordem em que forem citados no texto, identificados como figuras por número e título do trabalho. As legendas devem ser apresentadas em folha à parte, de forma breve e clara. Devem ser enviadas separadas do texto, formato JPEG. Os artigos devem ser enviados para: Departamento Científico Revista de Medicina Centro Acadêmico Oswaldo Cruz Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Av. Dr. Arnaldo, 455 - Subsolo 01246-903 São Paulo, SP Tel.: (011) 3066-7410 e-mail: [email protected] http://www.fm.usp.br/revistadc