Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.

Transcrição

Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Professores Titulares da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Membros natos, conforme artigo 4º, parágrafo 1º do regimento – FMUSP
MARCOS BOULOS - Diretor e Professor Titular do Depto. de Moléstias Infecciosas e Parasitárias
TARCÍSIO ELOY PESSOA DE BARROS FILHO - Vice-Diretor. Professor Titular do Depto. de Ortopedia e Traumatologia
ALBERTO JOSÉ DA SILVA DUARTE - Professor Tirular do Depto. de Patologia ANTONIO ALCI BARONE - Professor Titular do Depto. de Moléstias Infecciosas e Parasitárias
ARNALDO VALDIR ZUMIOTTI - Professor Titular do Depto. de Ortopedia e Traumatologia
BERENICE BILHARINHO DE MENDONÇA - Professora Tiular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Endocrinologia e Metabologia
/ Chefe do Depto. de Clínica Médica - mandato: 15/02/2010 a 16/02/2012
CLARICE TANAKA - Professora Titular do Depto. de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional - Cursos de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional
CLAUDIA REGINA FURQUIM DE ANDRADE - Professora Titular do Depto. de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional - Curso
de Fonoaudiologia DALTON DE ALENCAR FISCHER CHAMONE - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Hematologia e Hemoterapia
DANIEL ROMERO MUÑOZ - Professor Titular do Depto. de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do Trabalho
EDMUND CHADA BARACAT - Professor Titular do Depto. de Obstetrícia e Ginecologia - Disciplina de Ginecologia - Chefe do Depto. de
Obstetrícia e Ginecologia - mandato: 08/04/2009 a 07/04/2011
EDUARDO MASSAD - Professor Titular da Disciplina de Informática Médica / Chefe do Depto. de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina
Social e do Trabalho - mandato: 01/02/2008 a 31/01/2011
ELOISA SILVA DUTRA DE OLIVEIRA BONFÁ - Professora Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Reumatologia
EUCLIDES AYRES DE CASTILHO - Professor Titular do Depto. de Medicina Preventiva
EURIPEDES CONSTANTINO MIGUEL FILHO - Professor Titular do Depto. de Psiquiatria
EVANDRO ARARIGBÓIA RIVITTI - Professor Titular do Depto. de Dermatologia / Chefe do Depto. de Dermatologia - mandato:
19/12/2008 a 20/12/2010
FÁBIO BISCEGLI JATENE - Professor Titular do Depto. de Cardiopneumologia / Área de Cirurgia Torácica
FLAIR JOSÉ CARRILHO - Professor Titular do Depto. de Gastroenterologia - Disciplina de Gastroenterologia Clínica FRANCISCO VARGAS SUSO - Professor Titular do Depto. de Cardiopneumologia - Disciplina de Pneumologia
GERSON CHADI - Professor Titular do Depto. de Neurologia
GIOVANNI GUIDO CERRI - Professor Titular do Depto. de Radiologia IRINEU TADEU VELASCO - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Emergências Clínicas
IVAN CECCONELLO - Professor Titular do Depto. de Gastroenterologia - Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia
– Chefe do Depto. de Gastroenterologia – mandato: 16/12/2009 a 15/12/2011
JORGE ELIAS KALIL FILHO - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Imunologia Clínica e Alergia
JOSÉ ANTONIO FRANCHINI RAMIRES - Professor Titular do Depto. de Cardiopneumologia - Disciplina de Cardiologia
JOSÉ EDUARDO KRIEGER - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Área de Medicina Molecular
JOSÉ ELUF NETO - Professor Titular do Depto. de Medicina Preventiva - Chefe do Depto. de Medicina Preventiva - mandato: 20/03/2009
a 19/03/2011
JOSÉ OTÁVIO COSTA AULER JÚNIOR - Professor Titular do Depto. de Cirurgia - Disciplina de Anestesiologia
JOSÉ RICARDO DE CARVALHO MESQUITA AYRES - Professor Titular do Depto. de Medicina Preventiva - Presidente da Comissão de
Cultura e Extensão Universitária - mandato: 16/05/2009 a 15/05/2011
LUIZ AUGUSTO CARNEIRO D ALBUQUERQUE – Professor Titular do Depto. de Gastroenterologia / Disciplina de Transplantes LUIZ FRANCISCO POLI DE FIGUEIREDO - Professor Titular do Depto. de Cirurgia - Disciplina de Técnica Cirurgica e Cirurgia Experimental
MAGDA MARIA SALES CARNEIRO-SAMPAIO - Professora Titular do Depto. de Pediatria
MANOEL JACOBSEN TEIXEIRA - Professor Titular do Depto. de Neurologia - Disciplina de Neurocirurgia
MARCELO ZUGAIB - Professor Titular do Depto. de Obstetrícia e Ginecologia - Disciplina de Obstetrícia MARCUS CASTRO FERREIRA - Professor Titular do Depto. de Cirurgia - Disciplina de Cirurgia Plástica e Queimaduras MARIA APARECIDA SHIKANAI YASUDA - Professora Titular do Depto. de Moléstias Infecciosas e Parasitárias - Chefe do Depto. de
MI - mandato: 24/06/2008 a 23/06/2010
MARIA IRMA SEIXAS DUARTE - Professora Titular do Depto. de Patologia
MIGUEL LORENZO BARBERO MARCIAL – Professor Titular do Depto. de Cardiopneumologia / Área de Cirurgia Cardíaca Pediatrica
MIGUEL SROUGI – Professor Titular do Depto. de Cirurgia – Disciplina de Urologia MILBERTO SCAFF – Professor Titular do Depto. Neurologia - Disciplina de Neurologia Clínica MÍLTON DE ARRUDA MARTINS - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Clínica Geral - Presidente da Comissão de
Graduação – mandato: 14/05/2009 a 13/05/2011
NOEDIR ANTONIO GROPPO STOLF – Professor Titular do Depto. de Cardiopneumologia - Disciplina de Cirurgia Torácica e Cardiovascular - Chefe do Depto. de Cardiopneumologia - mandato: 10/06/2009 a 09/06/2011
OLAVO PIRES DE CAMARGO - Professor Titular do Depto. de Ortopedia e Traumatologia / Chefe do Depto. de Ortopedia e Traumatologia – mandato: 22/12/2008 a 21/12/2010
PAULO ANDRADE LOTUFO - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Programa de Socioeconomia e Epidemiologia em Clínica
Médica
PAULO HILÁRIO NASCIMENTO SALDIVA - Professor Titular do Depto. de Patologia PAULO MARCELO GEHM HOFF - Professor Titular do Depto. de Radiologia - Disciplina de Oncologia, na Área de Oncologia Clínica
PEDRO PUECH-LEÃO - Professor Titular do Depto. de Cirurgia - Disciplina de Cirurgia Vascular REMO SUSANNA JR. - Professor Titular do Depto. de Oftalmologia e Otorrinolaringologia / Disciplina de Oftalmologia - Chefe do Depto.
de Oftalmologia e Otorrinolaringologia - mandato: 26/11/2009 a 25/11/2011
RICARDO FERREIRA BENTO - Professor Titular do Depto. de Oftalmologia e Otorrinolaringologia - Disciplina de Otorrinolaringologia ROBERTO ZATZ - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica - Disciplina de Nefrologia
ROGER CHAMMAS - Professor Titular do Depto. de Radiologia - Disciplina de Oncologia, na Área de Oncologia Básica / Chefe do Depto.
de Radiologia - mandato: 07/11/2008 a 06/11/2010
SAMIR RASSLAN - Professor Titular do Depto. de Cirurgia - Disciplina de Cirurgia Geral / Chefe do Depto. de Cirurgia - mandato:
07/08/2009 a 06/08/2011
SANDRA JOSEFINA FERRAZ ELLERO GRISI - Professora Titular do Depto. de Pediatria – Disciplina de Pediatria Preventiva e Social /
Chefe do Depto. de Pediatria - mandato: 06/12/2008 a 05/12/2010 SELMA LANCMAN - Professora Titular do Depto. de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional - Cursos de Terapia Ocupacional
/ Chefe do Depto. de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional – mandato: 17/12/2009 a 16/12/2011 UENIS TANNURI – Professor Titular do Depto. de Pediatria - Disciplina de Cirurgia Pediátrica UMBERTINA CONTI REED – Professora Titular do Depto. de Neurologia – Disciplina de Neurologia Infantil / Chefe do Depto. de Neurologia – mandato: 13/07/2009 a 12/07/2011
VALENTIM GENTIL FILHO - Professor Titular do Depto. de Psiquiatria - Chefe do Depto. de Psiquiatria - mandato: 23/06/2008 a
22/06/2010
VENÂNCIO AVANCINI FERREIRA ALVES - Professor Titular do Depto. de Patologia - Chefe do Depto. de Patologia – mandato:
10/09/2009 a 09/09/2011
VICENTE ODONE FILHO - Professor Titular do Depto. de Pediatria
WAGNER FARID GATTAZ - Professor Titular do Depto. de Psiquiatria
WILLIAM CARLOS NAHAS - Professor Titular do Depto. de Cirurgia / Disciplina de Urologia na Área de Transplante
WILSON JACOB FILHO - Professor Titular do Depto. de Clínica Médica / Disciplina de Geriatria mmm
7º CPEM
Congresso Paulista de
Educação Médica
ANAIS
Integração básico-clínica nos
currículos médicos contemporâneos:
evidências, desafios e superações
São Paulo
21 a 23 de maio de 2010
mmm
Sumário/Contents
Editorial
i
Desenvolvimento docente
1
Ensino das Ciências Básicas: alternativas e modelos de integração Básico-Básico e Básico-Clinico
4
Experiências Pró-saúde e PET-saúde
17
Extensão universitária, Ligas Acadêmicas e seu impacto na Educação Médica
32
Gestão da Escola Médica e dos Hospitais Universitários
47
Humanidades Médicas e Humanização no ensino e no exercício da Medicina
47
Instrumentos de Avaliação
61
Integração ensino/serviço e ensino na atenção básica
70
Internato, Residência, pós-graduação lato e stricto sensu em ciências básicas e educação médica 89
Metodologia de Pesquisa em Educação Médica
Índice de autor/Author index
Orientação aos Colaboradores/Standardization
93
96
mmm
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Editorial
O sétimo Congresso Paulista de Educação Médica (CPEM) vem apresentar inovações na educação médica, bem como estratégias
de sucesso num tema internacional como é o da integração entre disciplinas que compõe o currículo médico. Este importante evento
será, ainda, palco de discussão de tópicos conhecidos, mas que se renovam à luz de novas visões a cerca do tema. Dessa forma, o 7º
CPEM tem, indubitavelmente, enorme responsabilidade acadêmica e social, à medida que lida com profundas questões da saúde brasileira que se descortinam para os próximos anos.
A educação médica, assim como toda a ciência educacional, se vale, o tempo todo, de novas tecnologias e idéias que são pertinentes a uma determinada conjuntura à qual uma escola médica se enquadra. O ensino médico deve ser feito por metodologias ativas ou
tradicionais, em cenário hospitalista ou ambulatorial (e Unidades Basicas de Saúde), deve ter enfoque biomédico ou humanista, deve
se voltar ao atendimento terciário ou à atenção primária à saúde? Estas questões deixam claro que a discussão a cerca do ensino de
medicina no Brasil está longe de perder seu valor e de se tornarem desnecessárias.
Questões que também nunca devem deixar de ser causa de reflexão e debate são a responsabilidade individual de estudantes e professores com relação ao cuidado às pessoas; a responsabilidade institucional, que se reflete pela oferta de meios estruturais necessários
para a valorização acadêmica do trabalho e da formação médica e a responsabilidade governamental, que deve zelar por formar médicos
éticos, críticos e reflexivos, que consigam estender seu conhecimentos para, apropriadamente, assistir à sociedade.
Em vista disso, a Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP) têm o prazer de oferecer este evendo à comunidade médica, estudantes e professores de medicina e a todos os interessados
em enriquecer a educação médica brasileira, o 7º Congresso Paulista de Educação Médica.
Neste suplemento da Revista de Medicina, encontram-se publicados todos os resumos dos trabalhos aprovados pela Comissão
Científica do 7º CPEM.
Novas idéias nem sempre são totalmente novas e pode ser inadequado se atentar a eventuais modismos. A formação médica pode ser
desenhada por música, e da melhor qualidade, com trechos conhecidos:
Ser médico, desde o vestibular...
O primeiro ano do resto de nossa vidas começa assim:
Desligo a cabeça, relaxo e viajo profundamente... escuto as cores de meus sonhos...1. É maravilhoso estar aqui, é tudo que quero e poderia até levar vocês para casa2! Esperava só esse momento para desabrochar3. Oito dias por semana não seriam suficientes para tudo4.
E vai seguindo pelo segundo ano afora:
As palavras caiam como chuva sem fim, escorregando através de mim, indo para algum lugar do universo5. Todo mundo me via como
preguiçoso... tudo bem, eu também achava todo mundo maluco, correndo pra todo lado e, no fim, sem necessidade6. Me escute pelo menos
uma vez. Não consegue ver que tento te acompanhar7? Viver parece fácil com os olhos fechados, sem entender nada. Tem sido difícil ser
alguém, mas no fim consigo8... E tenho a ajuda de meus amigos9.
Chega o tempo de por os pés no chão do terceiro ano:
Eu ficava maluco na escola, os professores difíceis... Mas, admito, agora está melhor, bem melhor10. Não tem nada que eu não possa
fazer, nada que eu não consiga, nada que eu não aprenda11. E agora estou olhando através disso tudo... antes pensava de um jeito antigo
e as coisas ficavam muito acima, mas não mais12.
Chão que parece se mover sob nosso pés no quarto ano:
Ainda ontem, todos os problemas pareciam tão distantes, e agora parece que não me abandonam!13. No começo, eu não queria ajuda
de ninguém. Mas esses dias já passaram e parece que não me sinto mais tão seguro. Uma ajuda pode cair bem e eu gostaria de ver alguém
do meu lado14. Você não faz idéia do quanto preciso de você15.
Então vem o Internato, o quinto ano:
O seu dia começa, a cabeça dói, parece que tudo o que foi dito antes tem importância!16. Não é para carregar o mundo nas costas... fico
esperando alguém para fazer comigo, mas devo fazer sozinho, mesmo17. De onde vem toda essa gente tão solitária? Escrevo palavras que
ninguém vai ler, nem chegar perto18... Vivo uma vida fácil, onde parece que tenho tudo19! – “Por favor, pode acreditar, não vou machucar
você”20. “Doutor, você é tão boa pessoa...”, – “...vai entender...” “...vou fazer tudo por você...”21.
Que nos dá a certeza de que nada será como antes do sexto ano:
E chega uma hora... preciso avançar, mesmo que eu perca um amigo, no final se entende22. “Caro... poderia ler meu texto, demorou anos
para ser feito. Se gostar, pode publicar (até sozinho)”23. Todo mundo teve um ano difícil. Todo mundo se deu bem. Todo mundo já acordou
suado. Todo mundo já viu o sol nascer24....
E um novo começo, na residência:
Final da escola, sem dinheiro, sem futuro, sem lugar para ficar, tudo acabado, sem lugar para ir25. Nem sei por que falar adeus, é para
dizer ‘olá’! 26. Vendo por mim mesmo, será que preciso ficar falando e falando e falando? A vida é breve e não tenho tempo para ficar lutando
o tempo todo27. Eu acordo cedo, pulo da cama, mal me penteio. Desço correndo, um café rápido só para perceber que estou atrasado28...
E se o assistente diz que isso e isso e aquilo é o que ele diz, então deve ser mesmo, ele é tão difícil de encontrar29! Não tem um ponto de
vista, nem sabe para onde está indo, mas não é mesmo parecido comigo30?
De uma história sem fim... somos médicos, para sempre médicos:
Tem lugares que eu vou lembrar para sempre, mesmo que mudem, para melhor ou pior... Embora eu saiba que nunca perderei o afeto
por pessoas que conheci e coisas que vivi, eu sei que vou sempre parar o tempo só para poder lembrar31...
Subo num táxi feito de jornais, numa praia linda, com a cabeça nas nuvens, e parecia que já me esperavam. Minha juventude num céu
de diamantes32...
Prof. Dr. Joaquim Edson Vieira
Acad. Arthur Hirschfeld Danila
Acad. Mateus Rozalem Aranha
Tomorrow never knows
Sgt. Pepper’s lonely hearts club band
3
Blackbird
4
Eight days a week
5
Across the universe
6
I’m only sleeping
7
Tell me what you see
8
Strawberry fields forever
With a little help from my friends
Getting better
11
All you need is Love
12
I’m looking through you
13
Yesterday
14
Help
15
I need you
16
For no one
Hey Jude
Eleanor rigby
19
Yellow submarine
20
Oh! darling
21
Doctor Robert
22
I’ll follow the Sun
23
Paperback writer
24
I’ve got a feeling
You never give me your money
Hello, goodbye
We can work it out
28
A Day in the life
29
Come together
30
Nowhere man
31
In my life
32
Lucy in the sky with diamonds
1
9
17
25
2
10
18
26
27
i
mmm
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
• Desenvolvimento docente
Análise da atividade de educação permanente
segundo relatos da avaliação de tutores da 1ª série
Carlos Alberto Lazarini1
Ana Carolina Lemos Corrêa1
Cristiano Machado Galhardi1
Lilian Maria Giubbina Rolin1
Márcia Mayo Oliveira Soares1
Ieda Francischetti1
RESUMO: Introdução: Há mais de uma década, esta instituição de
ensino superior adota metodologias ativas de ensino-aprendizagem em
seus cursos na área da saúde, utilizando, nas Unidades Educacionais
Sistematizadas (UESs), a estratégia da aprendizagem baseada em
problemas. Para dar suporte ao trabalho dos docentes, criou-se o
Programa de Desenvolvimento Docente, composto pela Educação
Continuada e pela Educação Permanente. Este programa objetiva refletir
a atividade docente e assim favorecer o crescimento do grupo e de seus
componentes com a construção de aprendizagens e transformações
das práticas. Desde 2002, ocorre a Educação Permanente (EP), que
foca o cotidiano dos docentes junto aos seus grupos de estudantes,
oportunizando o acolhimento e a problematização da prática docente
vivenciada nos diferentes cenários de aprendizagem, bem como a
socialização dessas experiências, visando favorecer o crescimento dos
mesmos e melhoria/otimização do processo de trabalho. A EP dos tutores
das UESs, neste contexto, é uma atividade para fomentar e dar suporte
às mudanças e à consolidação da proposta curricular, possibilitando,
através da reflexão da prática educacional, o desenvolvimento dos
profissionais envolvidos e do processo de trabalho. A EP ocorre
semanalmente, em dois grupos de 8 tutores e dois facilitadores, com 1
hora de duração. Ao final do semestre, esta atividade é avaliada pelos
tutores em formato específico. Objetivos:Avaliar a opinião dos tutores
da 1ª série quanto à importância de participar da EP, considerando as
fortalezas e fragilidades desta atividade. Metodologia: Estudo qualiquantitativo com base em avaliação escrita na forma de questionário
semi-estruturado, contendo questões abertas e de múltipla escolha,
aplicado aos tutores participantes da EP da 1ª série, no primeiro semestre
de 2009. A análise quantitativa considerou a resposta objetiva relacionada
a relevância em participar da atividade de EP. Para a análise qualitativa,
empregou-se a técnica de análise temática do Discurso do Sujeito
Coletivo (DSC). Resultados: Dos 15 formatos de avaliação distribuídos,
14 foram respondidos. Quanto à importância de participar das atividades
de EP, 85,7% dos tutores consideraram essa atividade como relevante.
As idéias-centrais apresentadas pelos tutores enquanto sujeitos coletivos
em relação às fortalezas da atividade de EP foram: trocas de vivências
grupais, debate à respeito do método, harmonia no trabalho em grupo, e
embasamento teórico nas discussões. Em relação às fragilidades desta
atividade, as idéias centrais apresentadas pelos tutores enquanto sujeitos
coletivos foram: baixo aporte teórico, facilitador pouco problematizador,
não cumprimento do contrato de trabalho, não realização da avaliação
ao final da atividade, dificuldade na conclusão das discussões e tempo
insuficiente para a atividade. Conclusões: As avaliações da maioria dos
tutores mostram que a atividade de EP é considerada relevante para
seu processo de trabalho. As idéias centrais relativas às fortalezas desta
atividade apontam que os tutores consideram este programa como sendo
importante para seu desenvolvimento pedagógico. Seus relatos indicam
claramente que a principal proposta da EP, reflexão sobre a prática, é
atingida, embora haja divergências em relação à forma de realização da
atividade. Este aspecto é expresso pelas idéias centrais apontadas nas
fragilidades, não satisfazendo a necessidade de todos. Estes resultados
sugerem uma reflexão sobre a forma com que a atividade de EP é
desenvolvida, uma vez que as fragilidades remetem ao método utilizado
na realização da mesma. Ainda, com base nos resultados qualitativos
obtidos neste estudo, o Programa de Desenvolvimento Docente propõe
uma oficina com os facilitadores de EP visando reflexão sobre limites e
potencialidades do método utilizado na atividade.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Desenvolvimento docente nos cursos de medicina
fundamentados na aprendizagem baseada em
problemas: apontando os caminhos da produção
científica
Cinthia Fernanda Rêgo Oliveira1
Sylvia Helena Souza da Silva Batista2
RESUMO: Introdução: Tentativas de inserir mudanças significativas
no processo da educação médica é um movimento mundial. Currículos
planejados e orientados de forma a atender uma nova demanda
social induziam mudanças nos cenários de prática e tentativas de
se trabalhar de forma multiprofissional faziam-se necessárias. As
propostas de formação docente têm encontrado na prática docente
um movimento de ação-reflexão-ação como ponto de partida para
empreender mudanças no cotidiano do ensinar e aprender que
emerge como instigante caminho a ser trilhado nas práticas de
formação na e para a educação superior. Objetivos: empreender
uma revisão sistemática da literatura – RSL no âmbito da formação
docente em currículo médicos orientados pela aprendizagem baseada
em problemas – ABP/PBL. Metodologia: busca, identificação,
seleção e análise de estudos nas bases de dados: SCIELO,
LILACS, COCHRANE, MEDLINE, IBESC, PUBMED e ERIC com
os descritores: faculty OR faculty medical or staff development
and education, medical or education, medical undergraduate or
medical, schools and problem-based learning. No período de agosto
a dezembro de novembro 2009. A seleção dos estudos deu-se
com os critérios de inclusão: (1) estudos que apresentavam uma
combinação de dois ou mais descritores definidos na pesquisa.
(2) estudos que no abstract e nos descritores tivessem: faculty;
medical, schools; problem-based learning. (3) estudos que tinham
como objeto central “desenvolvimento docente em cursos médicos
a fundamentados na metodologia de ensino PBL”. Resultados: Ao
final do processo de busca tínhamos os seguintes resultados: 101
achados LILACS, 16 IBESC, 124 MEDLINE, 27 ERIC, 49 SCIELO,
143 PUBMED, na base de dados da COCHRABE não obtivemos
achados. Temos assim, um total de 442 achados. Iniciamos a seleção
dos estudos com a aplicação dos critérios de inclusão, configurando
ao final um campo empírico de 18 estudos para análise. Estes
foram publicados no período de 1980 a 2008, tendo como origem
os países África, Índia, Canadá, Austrália, Suíça, Reino Unido,
USA, Brasil, Bangladesh. Conclusões: Os achados nos apontam
para uma produção ainda não significativa no que se refere ao
desenvolvimento de professores nos currículos PBL. A base de
dados LILACS não apresentou estudos abordando a temática PBL,
PUBMED também apresentou um número de artigos reduzidos com
baixa produção em currículos PBL, todavia traz várias publicações em
desenvolvimento docente. ERIC e SCIELO apresentam igualmente
um número reduzido de artigos na temática em foco. A base de dados
MEDLINE aparece com o maior número de publicações na temática:
desenvolvimento docente nos currículos PBL. Os diferentes estudos
analisados apresentam uma ênfase em três eixos temáticos: (1)
ensino de módulos e/ou conteúdos; (2) desenvolvimento docente
como ferramenta para ampliar a qualidade da formação; (3) o papel
do professor como um elemento importante para no aprendizado do
estudante. A análise da produção científica revelou-se um campo
importante para elucidar questões emergentes sobre o tema, bem
como surgimento de novas questões de pesquisa.
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo,
Picos, PI
2
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo,
São Paulo, SP
1
1
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Docência e inovação curricular na área da saúde:
um estudo da literatura
Nildo Alves Batista1
Irani Ferreira da Silva Gerab1
Sonia Regian Abdalla Iglesias1
Maria Cecilia Sonzogno1
Ively Abdalla1
Sueli Pedroso1
Cinthia Fernanda Rêgo Oliveira2
Sylvia Helena Souza da Silva Batista1
RESUMO: Introdução: No âmbito do projeto “Docência, inovação
curricular e formação: da produção científica nacional (1997-2007) a
propostas de desenvolvimento docente em saúde” (CNPq/ Processo
484748/2007-6), realiza-se uma análise documental em periódicos
nacionais, tendo por analisar artigos publicados em periódicos
nacionais que abordem a temática docência universitária e inovações
curriculares em saúde nos cursos de graduação, no período de 1997
a 2007. Objetivos: identificar e caracterizar artigos publicados em
periódicos nacionais que abordam temáticas relativas aos eixos
“docência” e “inovações curriculares” em saúde.Metodologia: Nas
bases Scielo e Lilacs, foram capturados 264 artigos em 11 periódicos
selecionados para o estudo, utilizando-se os descritores docência,
docentes, currículo, inovação e mudança curricular. Resultados: Os 11
periódicos selecionados são veículos importantes no campo da saúde
e/ou do ensino em ciências da saúde: Revista Brasileira de Educação
Médica, Revista Brasileira de Enfermagem, Revista da Associação
Brasileira do Ensino da Odontologia, Revista de Nutrição, InterfaceComunicação, Saúde e Educação, Cadernos de Saúde Pública, Revista
de Saúde Pública, Ciência e Educação, Psicologia – Ciência e Profissão;
História Ciências Saúde – Manguinhos; Ciência & Saúde Coletiva. No
eixo “docência em saúde” foram mapeados 108 artigos, sendo: 20 da
Revista Brasileira De Ensino Odontológico, 06 da Ciência e Saúde
Coletiva, 01 Manguinhos, 28 Revista Brasileira de Educação Médica,
04 Ciência e Educação, 01 Revista e Nutrição, 22 Revista Brasileira de
Enfermagem, 02 Psicologia Ciência e Profissão, 02 Revista de Saúde
Pública e 22 Interface: Comunicação, Saúde e Educação. Observa-se
que não publicação deste eixo no periódico Cadernos de Saúde Pública
e que as Revistas vinculadas às áreas de ensino odontológico, médico e
enfermagem, juntamente com o periódico INTERFACE – Comunicação,
Saúde e Educação, centralizam quantitativamente as produções no
campo da docência em saúde. Este dado mostra-se instigante, seja
pela tradição da Medicina, Enfermagem e Odontologia discutirem em
seus eventos específicos sobre ensino sobre as práticas de formação
que estão sendo implementadas, seja pela presença significativa de
um periódico – a revista Interface- com forte e indiscutível “vocação”
interdisciplinar. No eixo “inovações curriculares em saúde” foram
mapeados 156 artigos, sendo: 03 Ciência e Educação, 03 Ciência &
Saúde Coletiva, 03 Cadernos de Saúde Pública, 09 História Ciência
Saúde Manguinhos, 21 Interface Comunicação Saúde Educação, 16
Psicologia Ciência e Profissão, 53 Revista Brasileira de Educação
Médica, 20 Revista Brasileira de Enfermagem, 25 Revista da Associação
Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO), 02 Revista de Nutrição, e
01 Revista de Saúde Pública. Observa-se que a Revista Brasileira de
Educação Médica responde por um terço da produção sobre inovação
curricular, tendo as Revistas ABENO, Brasileira de Enfermagem e
INTERFACE – Comunicação, Saúde e Educação com uma quantidade
significativa de publicações nesta temática. Importante sublinhar que
estes dados parecem indicar o desafio de implementar as Diretrizes
Curriculares Nacionais para os cursos de graduação da área da saúde,
observando-se que este eixo tem uma centralidade de publicações entre
os anos de 2001 a 2007. Infere-se, assim, que as DCNS têm funcionado
para a área da saúde como indutoras de mudanças em seus processos
de formação, respondendo tanto às mudanças preconizadas pela
Constituição Federal do Brasil de 1988, como pelas demandas colocadas
pela criação, implementação e consolidação do SUS. Conclusões: A
hipótese que fundamentou esta pesquisa parece ter fortes indícios de
potência, indicando que movimentos de reestruturação e transformação
do ensino superior em saúde no país têm fortes influências no modo de
fazer-se docente, bem como as mudanças também parecem refletir as
práticas e concepções que têm marcado a formação no país.
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo,
São Paulo, SP
2
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo,
Picos, PI
1
2
O desafio de montar o módulo tocoginecologia
de 54 horas no currículo nuclear, com
experiência em curriculo tradicional
Rosangela Joanilho Maldonado1
Madalena Bandeira de Mello1
Ana Raquel Farranha1
Ricardo Cristiano Leal da Rocha1
Janine Martins Machado1
RESUMO: Introdução: Influenciado pelas mudanças que ocorriam
na Europa, em especial na Alemanha e diante do cenário das escolas
médicas no século XX, onde a abertura de escolas médicas se tornava
indiscriminada, sem padronização e sem critério de admissão, Abraham
Flexner desenvolveu em 1910, o relatório Flexner, impulsionador da
reforma das escolas médicas nos Estados Unidos, que gerou grande
repercussão para a formação médica. Com a aprovação em 1990
da Lei n 8.080 do Sistema Único de Saúde ficou garantido por lei,
a integralidade das ações, equilíbrio entre o conhecimento geral e
especializado, determinação social do processo saúde e doença, trabalho
interdisciplinar, uso de tecnologia adequada e inclusão de práticas de
medicina alternativa. Em 1994, com o lançamento pelo Governo Federal
do Programa de Saúde da Família que em 1998 passou a ser chamada de
Estratégias de Saúde da Família, que preconiza o trabalho comunitário, a
territorialização da prática de saúde, a resolubilidade no nível de atenção
primária de saúde e a educação em saúde, a reorganização da prática
assistencial, centrada no hospital, passando a enfocar a família em seu
ambiente físico e social, houve um reforço à importância da criação
das Diretrizes Curriculares Nacionais. O currículo nuclear é uma nova
maneira de encarar o ensino médico, baseado nas novas diretrizes
curriculares que tem como razão principal da sua implantação, a grande
quantidade de informações presentes nos currículos tradicionais. Além
disso, a dissociação básico-clínica, o currículo centrando em disciplinas,
o currículo fundamentalmente biomédico, o pouco tempo para ministrar
as informações, a abordagem de especializações de ponta com a mesma
relevância das informações gerais, repetições de temas, cargas horárias
não cumpridas, defasagem nas necessidades sociais entre outras, são
pontos presentes nos currículos tradicionais, considerados inadequados
frente as necessidades atuais. Objetivos: Relatar a experiência na
estruturação do módulo de toco ginecologia, pontuando as fragilidades
e fortalezas encontradas no caminho dentro de um currículo nuclear
sendo que os profissionais teriam que rever de forma global já que tinham
a experiência de um currículo tradicional. Metodologia: O presente
estudo consta da descrição da montagem e estruturação do primeiro
curso de tocoginecologia oferecido aos alunos do oitavo período do
curso de graduação em medicina da UNIVIX, avaliando as dificuldades
encontradas , bem como os resultados obtidos ao final da primeira turma.
Esta disciplina é bimestral , foi oferecida para 40 alunos divididos em dez
grupos de oito alunos cada , tem uma carga horária total de 54 horas e
foi dividida em um módulo teórico composto por oito aulas expositivas
de duas horas de duração (16 horas) e, um módulo prático composto de
oito aulas práticas semanais com duração de 4 horas cada(32 horas.As
seis horas restantes foram destinadas a avaliações práticas e teóricas..
Para o módulo prático os grupos foram divididos em dois subgrupos
de quatro alunos cada, os quais se alternaram ora na UBS focando
atendimentos na área de ginecologia e pré natal, ora na Maternidade,
fazendo acompanhamento de gestantes e puérperas. Para tanto
desenvolvemos um protocolo básico de intenção em cada uma destas
semanas baseado nos vários cenários disponíveis. Resultados: Ao
término da primeira turma do curso de tocoginecologia pudemos ter
uma avaliação bastante positiva em relação ao desenvolvimento dos
alunos. Nas avaliações práticas (avaliação formativa + prova prática)
a média foi de 9,19 e nas avaliações teóricas (2 provas discursivas, 1
prova de imagens) foi de 6,44, perfazendo uma média total de 7,81. Dos
40 alunos deste módulo 2 foram para prova final (5%). Conclusões: As
mudanças são sempre muito difíceis e trabalhosas mas, a gratificação em
observar o crescimento destes estudantes nos leva a crer que estamos
no caminho certo para uma melhor formação na área de tocoginecologia,
fundamental á boa prática clínica no futuro. 1
Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
O que os professores de medicina falam entre
eles no intervalo das aulas? Como melhorar os
resultados educacionais e manter motivação dos
professores durante a hora do café
Marcelo Rozenfeld Levites1
Karen Cristine Abrao1
Maita Poli Araujo1
Marcos Freire1
RESUMO: Introdução: O que os professores falam entre eles no
intervalo? Apesar de questões cotidianas surgirem durante esses
períodos, muitas vezes, há tempo para falar sobre seus alunos e seus
resultados, principalmente os maus: os problemas específicos com os
alunos, os problemas com o ambiente de aprendizagem e problemas
com a universidade. É possível utilizar este tempo de pausa para ajudar
uns aos outros e melhorar suas habilidades de ensino? Objetivos: É
possível utilizar o tempo das conversas entre profesores de medicina
nos intervalos de aula como uma ferramennta para ajudar uns aos outros
a melhorar suas habilidades de ensino? Metodologia:Foi realizado
entrevistas individuais com 20 professores de 5 diferentes escolas
médicas da cidade de São Paulo, Brasil. Uma abordagem qualitativa
foi utilizada para compreender melhor este assunto. Resultados: Esta
pesquisa qualitativa aponta que as questões negativas enchem a maior
parte dessas conversas entre os professores. Quando os professores
se encontram, o assunto é principalmente sobre problemas. Eles
perdem a possibilidade de fazer um comentário positivo entre eles,
de refletir sobre seus erros e fracassos, e comemorar as experiências
bem sucedidas. Eles perdem o foco do seu círculo de influência, e por
isto aumentam seu desgaste provocado por apenas contemplar os
assuntos negativos. O mais importante de tudo, perdem a chance de
fazer uma reflexão de coração aberto sobre o seu papel no ensino de
estudantes de medicina. Conclusões: Praticar reflexão é uma meta
para os educadores que queiram atingir a excelência. Professores que
praticam a reflexão entre eles podem fomentar a aprendizagem criando
ambientes de aprendizagem mais favoráveis para entender melhor seus
alunos e a natureza dos processos de aprendizagem. O melhor ensino
é a criação intelectual e uma arte do espetáculo, simultaneamente. Por
isso, excelentes professores desenvolvem suas habilidades através
de constante auto-avaliação, a reflexão, a vontade de mudança, e da
unidade dos professorespara se aprender algo. Estas perspectivas
trazem inspiração para uma melhor utilização da conversa oficial entre
as aulas e transformar a sala dos professores em uma ferramenta
importante para melhorar a sua prática docente. Curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo,
SP
1
O uso do “role-playing” na capacitação docente
para o processo tutorial
Carlos Alberto Lazarini1
Ana Carolina Lemos Corrêa1
Antonio Carlos Siqueira Júnior1
Cristiano Machado Galhardi1
Lilian Maria Giubbina Rolin1
Márcia Mayo Oliveira Soares1
Zilda Maria Tosta Ribeiro1
Ieda Francischetti1
RESUMO: Introdução: Nossa Faculdade, frente às demandas
pedagógicas vinculadas à implantação de métodos ativos de ensino-
aprendizagem, investe em programa de capacitação docente (PDD),
composto por atividades de educação continuada (EC) e educação
permanente. Antecedendo as atividades tutoriais do corrente ano
foram realizadas oficinas de EC no formato de “Role Playing”, visando
mobilizar docentes para a necessidade de capacitação, e contribuir
tanto para a construção de conhecimentos pedagógicos quanto para
a aprendizagem relacional. Reproduziu-se o processo tutorial cujo
disparador foi um artigo científico voltado à corrosão da aplicação
de método ativo de aprendizagem e, ao término das atividades, foi
passado um formato de avaliação. Objetivos: Discutir as percepções
dos docentes com relação à oficina “Revisitando o processo tutorial”,
no formato “Role Playing”. Metodologia: Estudo descritivo, com
abordagem qualitativa, analisando os formatos de avaliação escrita,
preenchidos pelos docentes participantes da referida oficina. As
questões respondidas foram: 1) Fale sobre fortalezas e fragilidades
das estratégias usadas; 2) Destaque fortalezas e fragilidades
em relação ao(s) facilitador(es) da oficina. As respostas foram
analisadas seguindo o modelo de Análise de Conteúdo, proposto
por Bardin. Resultados: Dos 26 formatos obtidos pôde-se destacar
4 categorias (CAT), com suas unidades temáticas (UTs). CAT
1- Concepções acerca das fortalezas da estratégia usada – UTs:
Organização da atividade – “Inovação na abordagem da introdução
à tutoria deste ano” (a15); Espaço de reflexão - “Gostei da estratégia
da “tutoria” que fizemos, pois permitiu rever nosso fazer, de sentir
nossas dificuldades, bem como nossas fortalezas”(a20); Aproximação
interpessoal - “Possibilidade para discutir problemas reais que
envolvem o processo tutorial, vivenciar suas etapas e poder sentir
o que o aluno vivência para estruturação do conhecimento”(a19).
CAT 2- Concepções acerca das fragilidades da estratégia usada UTs: Baixa adesão - “Seria, talvez, mais produtivo e interessante se
todos estivessem presentes”(A21); Vivência do método - “É difícil
se colocar na posição de aluno, na posição do outro”(A20). CAT 3Fortalezas dos facilitadores - UTs: Capacitação para o trabalho em
grupo - “Interesse em estar no processo. Interesse nas pessoas”(d17);
“postura continente e integradora”(d25); Atitude ativa - “Tolerância
às colocações e exposições de idéia de cada membro do grupo,
bem como, articular as idéias e propostas.”(d23). CAT 4- Limitações
dos facilitadores - UTs: Administração do tempo - “O tempo para
cada atividade deveria ter sido melhor controlado”(e11); Baixa
responsabilização - “Baixa responsabilização dos facilitadores no
processo de coordenação do grupo”(e17). Conclusões: A oficina
permitiu a aplicação da técnica de ”Role Playing”, propiciando
espaço de reflexão centrada na prática do processo tutorial, pois
os docentes se colocaram no lugar dos alunos, favorecendo a
discussão do papel do tutor. O absenteísmo apareceu como
fragilidade, sugerindo a necessidade de estreitar o compromisso
docente-instituição. Na temática “Vivência do método” (CAT 2), as
falas mostram o potencial da estratégia em reproduzir as limitações
do contexto real e permitir reflexão e construção de conhecimentos.
A capacitação dos facilitadores foi valorizada quanto aos aspectos
atitudinais prevalecendo uma postura continente, de mediação e
problematizadora, e ainda de articulação de conhecimentos. Quanto
às limitações pôde-se problematizar o limite na interpretação entre
o respeito à autonomia do tutor enquanto ator e a implicação ou coresponsabilização do facilitador enquanto mediador. Assim, a análise
qualitativa desta oficina trouxe várias contribuições para o PDD e
demonstrou ser o “Role Playing” um potente facilitador do processo de
aprendizagem ao favorecer novos olhares e percepções do indivíduo
ao protagonizar outros papéis.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
3
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
•Ensino das Ciências Básicas: alternativas e modelos de integração Básico-Básico e
Básico-Clinico
A monitoria na consolidação de conhecimentos
e treinamento em semiologia médica: uma
experiência na disciplina de Iniciação ao Exame
Clínico da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte
José Medeiros do Nascimento Filho1
Ana Carolina Batista Dantas1
Joyci Florida Rafael Maciel1
Francisco Fábio Araújo Batista Júnior1
Fellipe Alexandre Macena Salviano1
Maria Luisa Nobre Medeiros e Silva1
Ana Paula de Paiva Serrano1
Rosiane Viana Zuza Diniz1
RESUMO: Introdução: As Diretrizes Curriculares Nacionais do
Curso de Graduação em Medicina preconizam que o futuro médico
deve ser capaz de realizar uma boa anamnese e história clínica,
dominar a arte e a técnica do exame físico e otimizar o uso de
recursos propedêuticos. Porém, com a implementação dos novos
currículos e o aumento do tempo do internato, um desafio surge: como
solidificar os conhecimentos de semiologia médica na graduação com
a diminuição da carga horária nas disciplinas? Objetivos: Relatar
a experiência da monitoria da disciplina de Iniciação ao Exame
Clínico (IEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN).Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo
relato de experiência realizado de 2008 a 2010. Utilizou-se como
fonte de dados os arquivos do Laboratório de Habilidades Clínicas
(LHC) da UFRN e os relatos dos estudantes monitores, através
do método biográfico, com a recuperação da história oral de vida
desses discentes. Resultados: Os 10 discentes selecionados para
a monitoria participaram de oficinas de capacitação e elaboraram
aulas e roteiros de semiologia médica sob supervisão de um docente
associado à disciplina de IEC. Todas as capacitações foram realizadas
inicialmente no LHC com uso de manequins e posteriormente
com pacientes no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL).
Finalizada essa etapa, os monitores empregaram o mesmo modelo
de treinamento aos alunos da disciplina de IEC: as primeiras aulas
eram realizadas no LHC para revisão do roteiro de exame físico e
treinamento em manequins e posteriormente os treinamentos eram
realizados nas enfermarias do HUOL. As dificuldades iniciais foram
a pouca adesão dos discentes, a incompatibilidade de horários dos
monitores com os alunos e a reforma do acervo de manequins do
LHC. O projeto persistiu e evoluiu com transposição progressiva das
dificuldades, de modo que atualmente os horários são disponíveis em
todos os dias da semana e em vários turnos, a procura dos alunos
é considerável e foi inclusa uma atividade teórica para discussão
de casos clínicos com enfoque na avaliação dos sinais e sintomas
e no diagnóstico sindrômico. Conclusões: Apesar das dificuldades
apresentadas, a avaliação positiva e a crescente procura dos discentes
demonstram a importância do desenvolvimento de estratégias que
valorizem o ensino da semiologia médica. Considerando as atuais
diretrizes curriculares, o projeto em questão demonstra sinais de um
desempenho positivo no curso de medicina da UFRN. Todavia, futuros
estudos quantitativos devem ser realizados para avaliar o grau de
impacto dessa atividade de monitoria na aquisição de habilidades e
competências por parte dos estudantes.
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
4
Análise da integração básico-clínica em cenário
real
Celeste Maria Bueno Mesquita1
Elza de Fátima Ribeiro Higa1
Luciana Thiago1
Eliane Alves Figueiredo1
Mercia Ilias1
Miriam Rosa Ferraz José1
RESUMO: Introdução: Introdução: a reforma da educação médica
proposta por Flexner foi a base do ensino médico no século XX, que
propunha a divisão das ciências em básicas e clínicas e uma formação
centrada na medicina curativa-individual, biologicista, em ambiente
hospitalar. No Brasil as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)
reorientam as mudanças de perfil do profissional médico para uma
formação generalista, humanista, crítica, reflexiva e capaz de atuar
fundamentado na integralidade da assistência. Desse modo, enfatiza
uma formação centrada no desenvolvimento da aprendizagem do
estudante, orientado para a comunidade, com abordagem integrada
nas dimensões biológica, psicológica e social. Surge nesse período
para contribuir com a implementação do novo currículo, o Programa
Nacional da Reorientação Profissional em Saúde (Pró-Saúde). A
Famema num movimento de vanguarda aderiu às recomendações das
DCN. Como estratégia educacional a Famema desenvolve o processo
de ensino- aprendizagem por meio das seguintes metodologias ativas:
Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e Problematização.
Esta segunda estratégia propõe uma visão ampliada sobre a realidade
em busca do levantamento e análise dos problemas de saúde da
população, o que possibilita o desenvolvimento do raciocínio clínico
e crítico do estudante por meio da ação-reflexão-ação. As atividades
realizadas em cenário real, hospitalar, fazem parte da Unidade de Prática
Profissional (UPP3) cuja metodologia é a problematização. Na UPP3 os
estudantes dão continuidade à sua formação sendo instrumentalizados
progressivamente para a realização de ações mais complexas segundo
padrões ético-técnico-culturais, desse modo são desenvolvidas a história
clínica, exame clínico geral e específico com ênfase nas necessidades
de saúde da mulher, gestante, criança, adulto e idoso. As atividades
de ensino-aprendizagem são realizadas em pequenos grupos de 8
estudantes e acompanhadas por um professor, no ambiente hospitalar. A
UPP é organizada por meio do ciclo pedagógico, constituído das seguintes
etapas: confronto experiencial, síntese provisória, busca e análise das
informações e referências adequadas, nova síntese e avaliação. Este
ciclo de aprendizagem é registrado, por meio de um discurso narrativo
e reflexivo no portfólio reflexivo, que representa um instrumento de
avaliação formativa. Visando a análise dos caminhos percorridos neste
contexto de mudanças curriculares, este estudo foi realizado para avaliar
a integração básico-clinica das questões de aprendizagem, elaboradas
na UPP3. Objetivos: Objetivo: identificar e analisar a integração básicoclínica das questões de aprendizagem elaboradas na síntese provisória
do ciclo pedagógico. Metodologia:Metodologia: pesquisa de caráter
exploratório e descritivo, desenvolvida a partir da análise de 36 portfólios
de estudantes da 3ª série de Medicina da Famema, que avaliou as
questões de aprendizagem. Foi desenvolvida durante o ano letivo de
2009, com dois grupos de UPP e aprovada pela diretoria de graduação
e Comitê de Ética em Pesquisa da Famema. Resultados:Resultados: A
análise dos dados coletados indica que do total de 36 questões, 26 foram
consideradas integradoras da atenção básico-clínica, uma vez que os
estudantes conseguiam, a partir da análise critica da realidade vivenciada
no confronto experiencial, elaborar questões coerentes e integradoras
da teoria com a prática. Dessa maneira, as questões elaboradas pelos
estudantes impulsionam buscas cientificas que contribuem com a
fundamentação para o desenvolvimento do saber, saber fazer e saber
ser proposto nas DCN, desencadeadas e desenvolvidas no cenário real
de aprendizagem. Este resultado representa 72% do total das questões
de aprendizagem. Conclusões: Conclusões: Esta pesquisa evidencia
a integração básico-clínica, indicando a ocorrência de mudanças, mas
com necessidade de ampliação deste entendimento de modo eficiente e
efetivo a todos os facilitadores e estudantes da 3ª série de medicina. 1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Aprendendo fisiologia numa metodologia ativa
de ensino aprendizagem
Flávia Cristina Goulart1
Carlos Alberto Lazarin1
RESUMO: Introdução: Nos últimos anos tem se produzido intenso
debate sobre a reforma curricular das escolas biomédicas no Brasil.
Um dos maiores desafios para o sucesso dessas mudanças é a adoção
de uma visão mais holística e de métodos mais participativos. Neste
sentido, a disciplina de Fisiologia de um curso na área de saúde de
uma Universidade Estadual, estruturada pedagogicamente no ensino
tradicional, propôs o uso de problemas estruturados como estratégia de
ensino, da seguinte maneira: 16 estudantes que cursaram pela segunda
vez (dependência) esta disciplina tinham dois encontros semanais com
o professor da mesma, sendo que no primeiro, recebiam o problema
a ser trabalhado, faziam a leitura, discutiam em duplas levantando
conhecimentos prévios, e por fim, discutiam e elaboravam questões de
aprendizagem sobre os conteúdos desconhecidos, e no segundo, os
estudantes faziam a discussão das respostas das questões levantadas,
em grupo único, tendo o professor como facilitador da discussão. Os
conteúdos trabalhados foram: membrana celular e líquidos corporais,
e sistemas: sanguíneo, cardiovascular, respiratório, renal, endócrino e
nervoso, utilizando, ao total, sete problemas. Objetivos: Apresentar a
avaliação dos estudantes sobre a experiência da disciplina de Fisiologia,
no uso de problemas estruturados como estratégia de aprendizagem,
em uma Universidade Estadual estruturada pedagogicamente no
ensino tradicional. Metodologia: Estudo transversal analítico, utilizando
abordagens quanti e qualitativa, estruturado em avaliação da proposta
da disciplina de Fisiologia. A amostra foi composta por todos os
formatos de avaliação preenchidos pelos estudantes da disciplina, ao
final do primeiro semestre de 2009. As questões de múltipla escolha
exploraram dois referenciais: 1 – satisfação em participar desta
proposta didática; e 2 – quantificação do ganho de conhecimento
adquirido ao longo da disciplina (muito pequeno, pequeno, médio,
grande e muito grande). Em relação às questões abertas para
análise qualitativa, este trabalho aborda duas questões consideradas
primordiais. As questões selecionadas foram: “Em sua opinião, quais
as fortalezas desta proposta didática?” e “Em sua opinião, quais as
fragilidades desta proposta didática?”. Para o tratamento dos dados
empregou-se a técnica de análise do discurso do sujeito coletivo
(DSC).Resultados: Os resultados mostram que todos os estudantes
consideraram esta estratégia de ensino satisfatória. Os resultados
mostram, ainda, que 92,9% dos estudantes apontaram que seu ganho
de conhecimento, quando da utilização desta proposta, foi “Grande”.
Já 3,55% definiram seu ganho de conhecimento como “Muito Grande”,
e 3,55% dos estudantes classificou seu ganho de conhecimento
como “Médio”. As idéias centrais e os DSC de 16 estudantes, em
resposta à pergunta sobre fortalezas foram: estimulou a busca do
conhecimento; proporcionou e trabalho em grupo; permitiu falar em
público; e promoveu maior interesse pela matéria. As idéias centrais e
os DSC de 16 estudantes, em resposta à pergunta sobre fragilidades
foram: tempo para pesquisa insuficiente; e pouca participação do
facilitador. Conclusões: Os resultados mostram que os estudantes
consideraram esta proposta como eficaz na aquisição de conhecimento,
apesar de sentirem dificuldades quanto a disponibilidade de tempo
para pesquisa. Possivelmente, isto se deve ao fato da grade horária
do curso não possuir muitos períodos livres para estudo. Os resultados
mostram, ainda, dificuldade na discussão oral do conteúdo, talvez
por não ter desenvolvido este hábito ao longo da vida escolar. Esta
proposta inovadora no curso fez com que os estudantes assumissem
maior compromisso com a construção de seu conhecimento, uma vez
que eles eram responsáveis pela busca dos conteúdos. Este fato foi
considerado como fortaleza na proposta. Embora os estudantes tenham
apontado fragilidades, todos avaliaram esta proposta como satisfatória,
e com grande ganho de conhecimento.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Aprendizado baseado em problemas: uma
experiência com grandes grupos no ensino
médico
Cristiano Machado Galhardi1
Márcia Mayo Oliveira Soares1
Lilian Maria Giubbina Rolin1
Carlos Alberto Lazarini1
Ieda Francischetti1
Ana Carolina Lemos Corrêa1
RESUMO: Introdução: Na aprendizagem por meio de método ativo
e em especial na aprendizagem baseada em problemas (ABP), o
conhecimento é construído a partir de problemas de papel, casos
clínicos embasados na realidade, como forma do estudante resgatar
conhecimentos prévios e construir novos. Nesta instituição de
ensino superior, a disciplina de bioestatística, embora acessível
nas unidades de prática profissional, é trabalhada nas unidades
educacionais sistematizadas (UES) da terceira série do curso médico
por meio da análise de artigos publicados em revistas nacionais
utilizando-se o referencial da clínica baseada em evidências. Visto
que a bioestatística é entendida pelos estudantes como ciência
aplicada e dificilmente incluída no contexto biopsicossocial ao qual
estão familiarizados, buscou-se uma abordagem em grupos tutoriais
que permitisse a aprendizagem ativa com entendimento ampliado
da mesma. Contudo, partiu-se da formação de tutoriais em grandes
grupos respaldados por uma atividade de consultoria com especialista
no fechamento das mesmas. Objetivos: Construir conhecimento
de bioestatística de forma ativa, utilizando-se análise de artigos de
revistas. Metodologia:Oitenta estudantes da terceira série do curso de
medicina foram distribuídos em quatro grupos com vinte participantes
cada. Estes grandes grupos trabalharam no formato tutorial, levantando
questões de aprendizagem relacionadas a análise do artigo escolhido.
Após a realização de reuniões de abertura e fechamento das questões
de aprendizagem com os quatro grandes grupos, realizou-se uma
terceira atividade caracterizada por consultoria de um especialista na
área com amplo conhecimento na área da saúde com a finalidade de
responder às dúvidas remanescentes. Ao término das atividades, os
participantes responderam a um questionário com questões fechadas
sobre o método de ensino aplicado para a questão específica da
bioestatística. Os dados foram analisados pelo programa EpiInfo
(EpiInfo V.6.0). Resultados: A maioria dos alunos, 63% (p<0,05) não
aprovaram trabalhar em grandes grupos, entretanto, 79% (p<0,05)
dos alunos aprovaram a presença de um especialista na área ao
final da consultoria. Expressivos 91% (p<0,01) responderam que a
bioestatística deveria ser contemplada desde a primeira série do ensino
médico, enquanto os 9% restantes entenderam que seria adequado
a partir da segunda série. Conclusões: A primeira observação
encontrada nas respostas dos estudantes, no qual se colocam contra
o trabalho em grandes grupos, é vista de forma positiva. Instituições
pioneiras na utilização de métodos ativos vêm observando que ao longo
dos anos, mudanças nos formatos originais das reuniões tutoriais, como
por exemplo, o aumento no número de participantes por grupos, é uma
das causas de erosão do método, de deterioração da ABP. Nossos
estudantes valorizaram a manutenção das atividades em pequenos
grupos. Outro ponto abordado no questionário foi a presença do
especialista; o ABP não advoga a mediação da tutoria pelo especialista.
Nesse caso, em particular, a presença do mesmo num terceiro encontro
final, como consultor, para esclarecimento de dúvidas remanescentes,
foi entendida como positiva. Foi colocado pelos estudantes que a
presença do especialista durante todo o tutorial poderia direcioná-los e
conduzi-los a uma aprendizagem não significativa. Contudo, a presença
deste no momento de consultoria auxiliou muito no entendimento
ampliado da bioestatística no artigo em questão. Assim, concluímos
que foi possível, ainda que em grandes grupos, contribuir para a
construção de conhecimentos ampliados de bioestatística para estes
estudantes. E, por entendermos que a construção do conhecimento
se dá por sucessivas aproximações, consideramos que a disciplina
de bioestatística possa ser apresentada aos estudantes nas UES, em
consonância com os desempenhos esperados para a série, desde o
primeiro ano do ensino médico.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
5
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Aprimoramento da integração curricular:
atividades da comissão de acompanhamento
curricular do curso de Medicina da Universidade
Estadual de Londrina
Lucia Helena Mendonça Vargas1
Raquel Carvalho de Sousa1
Marina Kishima1
Ana Claudia Swarça1
Jane Dichi1
Barbara Turini1
RESUMO: Introdução: O currículo integrado do curso de Medicina
da UEL, implantado em 1998, apresenta grande sintonia com as
diretrizes curriculares nacionais. Com a preocupação de acompanhar
permanentemente o desenvolvimento do currículo integrado desde
sua implantação, foram criadas as comissões de apoio ao colegiado,
dentre estas se instituiu a Comissão de Revisão Curricular, em 2001.
Esta teve como responsabilidade rever o currículo implantado e verificar
se ele contemplava todo o conteúdo biomédico considerado nuclear,
elaborado em 1997, após consulta aos departamentos e distribuído
segundo a Pirâmide de Competências (Miller, 1990). Com a conclusão
deste trabalho, o Colegiado do Curso criou, em 2003, uma Comissão de
Acompanhamento Curricular (CAC) de caráter permanente. Esta tem
por finalidade acompanhar o desenvolvimento dos conteúdos modulares
e dos estágios do internato, revisando os tópicos, de forma a assegurar
que o conteúdo nuclear necessário para a formação geral do médico
esteja contemplado e aprimorar. Objetivos: O objetivo do presente
trabalho é relatar as atividades realizadas pela CAC no período de 20082009 para o desenvolvimento do currículo integrado. Metodologia: Em
2008, ocorreu o VII Fórum do Curso, sendo que as propostas relativas
à CAC foram discutidas no VI Seminário de Integração, organizado
pela comissão. Os objetivos primordiais do seminário foram: melhorar
a integração entre os módulos; e aprimorar a integração entre as
várias áreas do conhecimento biomédico. Anteriormente ao seminário
fez-se uma preparação prévia dos conteúdos de cada módulo por
série. Durante o seminário de integração, inicialmente ocorreu uma
apresentação geral para todos os participantes e posteriormente
divisão dos grupos por série que discutiu as possibilidades de
integração. A propostas de integração de cada série fornecida pelos
grupos foram sumarizadas em quadros integradores e aprovadas
pelo colegiado.No ano de 2009 fez-se o planejamento das propostas
para cada um dos itens apontados. Resultados: Como resultados
iniciais deste trabalho podem ser destacados: para a primeira série
a construção de problemas integradores entre os módulos temáticos
e o módulo de práticas de interação ensino, serviço e comunidade I;
para a segunda série o desenvolvimento das atividades do módulo de
habilidades clínicas de forma simultânea para todos os estudantes,
possibilitando assim a melhor integração dos módulos temáticos
consequentemente a real integração básico- clinico – prática
profissional; para a terceira série a construção de uma proposta
visando a capacitação para o raciocínio clínico e para quarta série
um planejamento de preparação para o internato médico. Neste ano
de 2010, as propostas estão sendo implantadas e a avaliação deste
processo será realizada Conclusões: Como conclusão pode ressaltar
que o currículo é dinâmico e necessita estar constantemente sendo
avaliado, acompanhado; é flexível e adapta-se a diversas situações
de acordo com as experiências.
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, PR
1
Articulação Interdisciplinar no Curso Médico: a
participação dos estudantes e dos professores na
construção de um modelo pedagógico: desafios
e experiências bem sucedidas
Luciana Scapin Teixeira1
Rinaldo Henrique Aguilar da Silva2
Maria Inês Boechat1
6
Lúcia Araújo Piúma1
Simone Salles Monteiro Leite1
Djalma Rabelo Ricardo1
RESUMO: Introdução: Ao estabelecer o perfil do egresso com
formação geral, humanista, crítica e reflexiva, pautada em princípios
éticos, atuando na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da
saúde, com responsabilidade social e compromisso com a cidadania, as
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) tem impulsionado importantes
debates e mudanças nas IES, ao responsabilizá-las pela tarefa de
formar esse profissional. Entretanto, diversos trabalhos apontam o
ensino médico da maioria das escolas como ainda ineficiente, ao
se constatar a incapacidade dos estudantes recém-formados de
diagnosticar e tratar as doenças mais prevalentes, estabelecer uma
adequada relação médico-paciente, permeada por valores éticos e
humanísticos, bem como de se atualizar na profissão. Nesse sentido,
iniciativas têm sido buscadas e cabe destacar, as mudanças nas
configurações dos currículos dos cursos médicos, com a diminuição
ou mesmo a extinção de disciplinas isoladas e estanques, a
incorporação por parte dos professores de estratégias pedagógicas
mais dinâmicas e interativas, o trabalho com pequenos grupos de
estudantes e, principalmente, a promoção de uma interlocução
que propicie a interdisciplinaridade, como formas de trabalhar
essas deficiências Objetivos: Apresentar o trabalho de articulação
interdisciplinar desenvolvido na FCMS/JF desde 2008 que integra
atualmente 24 disciplinas e demonstrar suas fortalezas, dificuldades
e estratégias para superá-las Metodologia: Através da análise
documental de todas as avaliações de professores e estudantes desde
a sua implantação no primeiro período, até o momento, ou seja, de um
trabalho de três semestres, serão descritos e discutidos os processos
de sua implantação e organização Resultados: foram destacadas as
fortalezas, fragilidades e os estudantes deram sugestões. Foi unânime
a satisfação de estudantes e professores quanto ao trabalho em
pequenos grupos. Destaca-se a forma randomizada para a divisão dos
grupos, comentada por vários estudantes como uma fortaleza, pois eles
passaram a conhecer pessoas que antes não eram próximas. A união
de todas as disciplinas, através do caso clínico integrador, levou-os a
pesquisar e aprender sobre questões que seriam estudadas de forma
fragmentada muito à frente no curso e isso foi muito valorizado. A
relação teoria e prática, o despertar de valores éticos e humanísticos, a
forma pedagógica, que motivou o interesse em aprender, foram também
destaques nas avaliações, além do importante trabalho dos tutores.
Dentre as fragilidades, ficaram evidenciados os poucos encontros com
os tutores, a apresentação de todos os grupos ao final, que tornou
o processo árduo e cansativo, a prova escrita que foi considerada
por todos como desnecessária. A falta de um diagnóstico definitivo
do caso foi manifestada pelos estudantes do primeiro período. As
atividades do segundo período sofreram muitas modificações a partir
das sugestões dos estudantes e envolveu a disciplina Método Clínico,
considerada uma fortaleza por todos, pois possibilitou uma articulação
entre o ciclo básico-clínico, a realização em uma semana e maior
tempo para as buscas. Como a prova foi retirada por sugestão deles,
as fragilidades apontadas na segunda avaliação estão relacionadas
à pontuação dada à atividade, que ficou bem menor, às poucas
atividades presenciais na semana, que já estão sendo corrigidas nesse
semestre, com a inclusão das estações e suporte tutorial diversificado.
Com relação aos tutores, a maior fragilidade é a comunicação e
quanto a isso estamos construindo um ambiente virtual e modificando
o formato das reuniões, com a inclusão no grupo, de um membro
da psicologia Conclusões: Ficou evidenciado a partir de todas as
avaliações que os estudantes contribuíram significativamente para as
mudanças e também apontaram para a necessidade do envolvimento
de todos os professores no processo. Se depender deles, o caminho
não tem volta. O grande desafio é unir professores e amadurecer no
método.
Faculdade de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde
de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG
2
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
1
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
As ciências básicas e os conhecimentos clínicos
do currículo médico contemporâneo: percepção
entre discentes, médicos e docentes sobre o
curso médico atual da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo
Avaliação da influência da monitoria de anatomia
sobre o aprendizado dos alunos do primeiro
ano do Curso de Medicina de uma Universidade
Federal
João Luiz Darques Ferreira1
Luiza Ninon de Souza Melo1
Felipe Sales Nogueira Amorim Canedo1
Fernanda de Oliveira Cesar1
Filipe Malta dos Santos1
Arthur Hirschfeld Danila
Nathalia Macerox1
Joaquim Edson Vieira1
1
RESUMO: Introdução: O Relatório Flexner preconizava a
proximidade entre estudantes de medicina e pacientes no hospital,
entendido como equivalente ao laboratório científico. Na Declaração
de Edimburgo (1988) propõe-se um modelo de ensino centrado no
aluno, valorizando a auto-aprendizagem. As Diretrizes Curriculares
Nacionais em Medicina promovem ações para responder à velocidade
do aparecimento de novos conhecimentos nessa área. Integrar os
conteúdos curriculares tem sido objeto de investigações e não deve
ser diferente para a Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FMUSP). Objetivos: Registrar a percepção de estudantes,
médicos e docentes da FMUSP acerca da importância das ciências
básicas no currículo médico. Metodologia: Questionário virtual
qualitativo, método Delphi, para estudantes, residentes, preceptores,
médicos assistentes e docentes. Os estudantes responderam
duas perguntas abertas. Residentes, médicos e docentes (RMD)
responderam as mesmas perguntas a partir das respostas prevalentes
dos estudantes, sem ordem de importância e com espaço para
adição de alternativas. Resultados: 130 estudantes responderam.
Na primeira pergunta (... quais... as ciências básicas que o médico
deve dominar para sua prática profissional?), foram citadas 28
disciplinas, com 14 mais prevalentes: Anatomia e Fisiologia, ambas
com 122 citações, Farmacologia (111), Microbiologia e Parasitologia
(83), Bioquímica (60), Biologia Molecular (32), Histologia (28),
Patologia (28), Genética (20), Imunologia (14), Embriologia (9),
Biologia Celular (8), Biologia Física (6), e Estatística (4). Na segunda
pergunta (... quais... os principais conhecimentos clínicos que o
médico deve conhecer para sua prática profissional?), os estudantes
citaram 37 disciplinas e 16 mais prevalentes: Clínica Médica (CM)
(112), Propedêutica (110), Cirurgia Geral (CG) (94), Epidemiologia
(82), Pediatria (26), Ginecologia (24), Obstetrícia (22), Moléstias
Infecciosas (MI) (13), Psiquiatria (Pq) (11), Ortopedia (9), Patologia
Clínica (9), Radiologia (9), Dermatologia (8), Neurologia (6),
Oftalmologia (5) e Otorrinolaringologia (5). A segunda lista,remetida
a RMD obteve 107 respostas na primeira pergunta: Fisio com 102
citações, Anato (93), Pato (93), Farmaco (91), Imuno (81), Micro/
Parasito (76), Bioquímica (72), Bio Celular (68), Estatística (67),
Histologia (66), Genética (60), Bio Mol (55), Embrio (44), Bio Física
(37). Citaram ainda 10 disciplinas: Ciências Humanas – Sociologia,
Filosofia; Comunicação, Tecnologia da Informação (TI), Semiologia,
Epidemiologia, Método científico, Administração e Economia.
Na segunda pergunta, RMD elencaram a CM com 103 citações,
Propedêutica (87), CG (78), MI (78), Epidemio (73), Gineco (70),
Pediatria (68), Radio (63), Pato Clínica (61), Neuro (58), Obstetrícia
(57), Dermato (57), Pq (56), Ortopedia (48), Otorrino (41), Oftalmo
(38). Ciências Humanas, Antropologia (5), Ética Médica (2), Geriatria
(2), Psicologia Clínica (2) e ainda: Gestão, Tanatologia, Medicina
Preventiva, Reabilitação e Atenção Primária. Conclusões: Houve
compatibilidade de importância entre os participantes sobre os
conhecimentos fundamentais da ciência básica e da clínica. Mas,
sugere pobre apreciação de temas da pauta do desenvolvimento
da medicina do milênio: genética, imunologia e biologia celular,
além do instrumento da medicina de evidências, a estatística. Os
profissionais apresentam novas abordagens (comunicação, TI,
administração, economia, geriatria, gestão em saúde, tanatologia
e atenção primária) que poderão ser novas especialidades na
prática médica. As respostas sugerem que o termo “básico”, na
formação em medicina, não deve ser associado somente às ciências
“tradicionais” de anatomia, fisiologia e em biologia e química.
1
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, São Paulo, SP
RESUMO: Introdução: A disciplina de Anatomia é uma das mais
importantes para a formação médica, constituindo, juntamente com
histologia e fisiologia, os assuntos mais relevantes abordados ao
longo do primeiro ano no curriculo médico da maioria das faculdades.
O estudo desta matéria exige extrema dedicação por parte dos
estudantes, principalmente na parte prática, uma vez que, além do
ambiente nada convidativo, a metodologia acaba por ser cansativa e
maçante, fazendo com que a maioria dos acadêmicos permaneça lá por
um tempo aquém do necessário para um aprendizado efetivo. Como
forma de melhorar essas condições adversas, diversas universidades
adotam a utilização das monitorias de anatomia, o que, teoricamente
facilitaria o aprendizado por parte dos alunos. Objetivos: Desta forma,
foi feito este trabalho, o qual objetivou avaliar os pontos positivos e
negativos da forma que a disciplina é dada nesta universidade e como
o sistema de monitorias adotado influencia o aprendizado de anatomia
dos alunos do primeiro ano. Metodologia: Para tanto, utilizou-se de
um questionário que exigia a qualificação de dados como: a satisfação
dos alunos com seu aprendizado em anatomia, com suas notas na
matéria, com a metodologia adotada nas aulas, com a freqüência das
monitorias, além da influência das monitorias sobre o seu aprendizado,
entre outros. Resultados: Tivemos como resultado a revelação de
uma enorme insatisfação, praticamente homogênea na turma, com
as aulas de anatomia e quanto a suas notas e aprendizado, sendo
que a monitoria foi, muitas vezes, tomada como o único ponto de
ensino que realmente atinge os alunos.Conclusões: Tendo em vista
estes resultados, concluiu-se que se deve buscar uma metodologia
alternativa para as aulas de anatomia, como também analisar um
provável aumento na freqüência das monitorias, objetivando preservar,
acima de tudo, o aprendizado dos alunos do primeiro ano e o não
comprometimento de sua desenvoltura nas matérias médicas. 1
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO
Avaliação do sistema de monitorias de anatomia
do Curso de Medicina do ponto dos vista dos
alunos monitores
João Luiz Darques Ferreira1
Luiza Ninon de Souza Melo1
Felipe Sales Nogueira Amorim Canedo1
Fernanda de Oliveira Cesar1
Filipe Malta dos Santos1
RESUMO: Introdução: A disciplina de Anatomia é uma das mais
importantes para a formação médica. O estudo desta matéria
exige dedicação por parte dos estudantes, principalmente na parte
prática, pois, primeiramente, eles, na maior parte das vezes, não
estavam habituados a ter aulas práticas antes de ingressar na
Universidade. Outro ponto é o fato de o ambiente do laboratório
não ser convidativo, fazendo com que a maioria dos acadêmicos lá
permaneça por tempo aquém do necessário para um aprendizado
efetivo. Confrontando a importância da disciplina de Anatomia para
a Medicina e a imaturidade dos estudantes no início do curso, a
Universidade estabelece o sistema de monitorias, no qual os alunos
que já concluíram a matéria dão aulas práticas aos primeiranistas,
reforçando o conteúdo lecionado pelos professores nas aulas práticas
e teóricas. Dessa maneira, tanto os monitores têm a oportunidade de
revisar, quanto os alunos têm a oportunidade de fixar o conteúdo da
disciplina de Anatomia. Objetivos: Este trabalho objetivou avaliar
7
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
os pontos positivos e negativos do sistema de monitorias adotado
na disciplina de Anatomia no curso de Medicina do ponto de vista
dos monitores. Além disso, visou-se também colher sugestões dos
mesmos para possíveis melhorias neste sistema. Metodologia:O
método utilizado foi a aplicação de questionários, que avaliavam a
influência da monitoria de anatomia tanto sobre seu aprendizado
quanto sobre criterios quanto tempo, estudo e importância curricular,
aos alunos monitores. Resultados: Tivemos como resultado uma
aprovação maciça dos monitores ao sistema de monitorias. Sendo
que estes alegaram que grande parte do seu conhecimento e de suas
habilidades em anatomia foi desenvolvida durante a monitoria. Sendo
colocada até como mais essencial do que o proprio curso de anatomia.
Conclusões: Concluimos assim que a monitoria de anatomia, alem de
auxiliar os alunos que estao cursando a materia, acaba por auxiliar os
alunos que estão ministrando a mesma. Sendo que ajuda na construção
do conhecimento e no desenvolvimento de suas habilidades. 1
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO
Avanços e desafios da integração básico-clínica
no Curso de Medicina da UFRN
Elaine Lira Medeiros Bezerra1
Expedito Silva do Nascimento Júnior1
José Diniz Junior1
Maria José Pereira Vilar1
Rosiane Viana Zuza Diniz1
George Dantas de Azevedo1
RESUMO: Introdução: A necessidade de reorientar a formação
médica segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais/2001 trouxe à
tona a relevância da integração de conteúdos curriculares, imbricando
saberes a princípio designados como do ciclo básico aos do ciclo
profissionalizante ou clínico. Neste contexto, o curso de Medicina vem
desenvolvendo estratégias que proporcionem essa integração, com
a inserção de correlações e habilidades clínicas nas etapas iniciais
do curso.Objetivos: Permitir maior aplicabilidade e contextualização
dos conteúdos básicos dos diversos sistemas orgânicos com a prática
clínica. Metodologia: Desde a implantação do Projeto Pedagógico em
2002, o Módulo Biológico II (II período do curso) começou a construir,
de forma progressiva, a integração dos conteúdos de Anatomia,
Fisiologia, Embriologia, Histologia e Biofísica, organizados sob a
lógica de sistemas orgânicos, às áreas de ginecologia/obstetrícia,
reumatologia, otorrinolaringologia, semiologia geral e cardiologia. Com
esse objetivo, diversos recursos pedagógicos vêm sendo utilizados na
disciplina, como inserção de correlações clínicas nas aulas expositivas
tradicionais, discussões de casos e situações clínicas, inserção de
práticas no Laboratório de Habilidades, discussões sobre Ética e
Humanidades, entre outros. Nas diversas situações os estudantes
são orientados e estimulados a 1-identificar o processo fisiopatológico;
2 - analisar os dados de epidemiologia e semiologia geral; 3 - discutir
os casos clínicos propostos, integrando conhecimentos; 4 – associar
o raciocínio clínico ao desenvolvimento de habilidades profissionais. A
avaliação do processo é realizada através de mecanismos institucionais
(avaliação dos docentes e das atividades da disciplina pelos discentes)
e pelo emprego de questionários online aplicados ao final de cada
período. Resultados: Na visão dos discentes, fica evidente que
essas práticas têm contribuído para seu aprendizado, dando sentido
aos conhecimentos básicos estudados previamente quando são
correlacionados com a clínica. Os estudantes destacam como principais
fatores que facilitam o aprendizado nas atividades: discussões em
pequenos grupos (66,7%), realização de atividades práticas (61,7%)
e diversificação de cenários para as atividades (44,4%). Em relação
ao corpo docente, o envolvimento das áreas clínicas é ainda pequeno,
tornando-se necessárias ações de capacitação e desenvolvimento
do corpo docente para a implementação de atividades integradas.
Conclusões: A oportunidade para vivenciar e compreender, de
forma precoce, a integração dos conhecimentos básicos entre si e
com situações clínicas relevantes é uma busca na formação médica
atual. Nossa experiência poderá se constituir na base para uma futura
avaliação mais sistematizada da repercussão desta estratégia de
ensino ao final do curso.
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
8
Blog da embriologia: aprendendo conceitos
fundamentais da biologia do desenvolvimento
através de casos clínicos
Carlos Augusto Galvão Barboza1
Anderson Farias da Cunha1
Ana Glaucia de Oliveira Macedo1
Diego Thiers Oliveira Carneiro1
Sally de França Lacerda Pinheiro1
Sérgio Adriane Bezerra de Moura1
RESUMO: Introdução: A embriologia é uma área que vem adquirindo
um fenomenal destaque nos últimos anos, por abranger temas de
grande interesse como reprodução artificial, manipulação de embriões,
engenharia tecidual e células-tronco. Além disso, os conteúdos
abordados nesta área são básicos para diversas disciplinas ao longo
dos cursos de graduação da área biomédica. Neste sentido, o uso
de recursos digitais combinados com as facilidades propiciadas pela
internet aponta para novos direcionamentos no ensino da embriologia
humana. A metodologia apoiada no ensino virtual de processos
básicos do desenvolvimento a partir de casos clínicos se constitui
em um recurso pedagógico que reúne características importantes no
tangente à melhoria da qualidade de ensino uma vez que favorece
estudos à distância, permite aprimorar as habilidades e competências
básicas dos cursos da área de saúde e possibilita a abordagem de
conteúdos transdisciplinares e ético-humanisticos que, por limitações
na carga-horária, por vezes não são cumpridos de modo satisfatório
em sala de aula. Objetivos: O presente trabalho teve por objetivo
avaliar a adesão dos alunos e a eficácia de um método de ensino da
embriologia humana através da organização de um blog com casos
clínicos. Metodologia: Para complementar o conteúdo discutido em
sala de aula e disponibilizado no sistema acadêmico institucional
(SigaA), os monitores e docentes organizaram um blog utilizandose seis eixos temáticos da embriologia humana: fecundação e
segmentação; implantação do blastocisto e gemelaridade; gastrulação
e produção da diversidade celular; neurulação e dobramento do corpo
do embrião; defeitos congênitos humanos; e células-tronco. Seis
casos clínicos foram selecionados de forma a abordar todos os temas
propostos. Artigos de revisão de literatura (e alguns de pesquisa) sobre
os casos selecionados também foram disponibilidados no blog para
consolidação dos conteúdos teóricos estudados e o conteúdo éticohumanistico foi trabalhado de forma transversal em todos os temas,
através de fóruns de discussão. Os alunos tiveram oportunidade de
comunicar-se com a equipe através de um outro ambiente virtual
(Formspring), onde as perguntas eram feitas de forma anônima. Ao
final da parte de Embriologia no Módulo Biológico I, uma avaliação
tradicional do conhecimento foi aplicada e a média das notas dos
alunos foi comparada com as médias dos semestres anteriores.
Também foi avaliada a adesão dos alunos à metodologia e a eficácia
do uso do blog no relato de aprendizado dos mesmos, através da
estatística de acesso e de questionário. Resultados: Percebeu-se
uma crescente adesão dos alunos à metodologia proposta, com o
incremento de acessos ao blog e download de materiais no SigaA. A
análise do questionário mostrou que os alunos consideraram o blog
um instrumento prático e útil de aprendizado, especialmente por ser
uma ferramenta de uso rotineiro dos mesmos. A disponibilização dos
artigos científicos foi relatada como um fator de estímulo à leitura e à
busca de material complementar. Os fóruns de discussão e o ambiente
para interação virtual com a equipe de monitores e docentes, de acordo
com os alunos, funcionaram como um ambiente informal para a troca de
idéias e esclarecimento de dúvidas. A comparação da média da turma
na avaliação de conhecimento mostrou um aumento considerável em
relação às turmas dos semestres anteriores. Conclusões: O uso do
blog com casos clínicos estimulou a leitura de material complementar
e melhorou a aprendizagem dos conteúdos transversais relacionados
à embriologia/biologia do desenvolvimento, despertou nos alunos o
interesse pela pesquisa e melhorou o desempenho dos mesmos na
avaliação teórica de conteúdo. A dificuldade observada neste método
de ensino foi a limitação de acesso de alguns alunos em situação de
exclusão digital. Para sobrepujar este tipo de dificuldade, é fundamental
a preocupação dos gestores em promover acesso a equipamentos de
informática e à internet, para o completo sucesso do projeto.
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Comparação da participação de docentes das
áreas básicas e clínicas na construção de
módulo temático interdisciplinar em um currículo
integrado com metodologias interativas
César Felipe Rosa Calvani
Uheyna Gancedo Ruzon1
Guilherme de Godoy dos Santos1
Danilo Yukio Silva Sanefuji1
Maurício de Castro Marchese1
1
RESUMO: Introdução: Historicamente, a organização curricular
segue a distribuição estrutural de disciplinas de maneira isolada, o que
tendencia para uma formação fragmentada tecnicista e especializada,
desfavorecendo a formação de um médico que tenha seu raciocínio
clínico fundamentado em conceitos básicos. Atualmente busca-se a
integração básico-clínico em cursos de medicina currículos integrados
e metodologias interativas. Um dos ambientes de ensino-aprendizado
em um currículo com metodologia ABP (Aprendizagem Baseada em
Problemas) são os módulos temáticos interdisciplinares, os quais
abordam conteúdos de áreas básicas e clínicas em proporções relativas
a cada série. O módulo de Funções Biológicas, com duração de sete
semanas, é um dos que compõe a primeira série de um curso de
Medicina do Sul do Brasil, há mais de dez anos. Nele são estudadas
as funções respiratória, circulatória, excretora, termorreguladora e
de equilíbrio ácido-básico de forma a possibilitar a compreensão de
sua importância para o funcionamento do organismo humano e sua
relação com o meio ambiente. São trabalhadas simultaneamente as
disciplinas de fisiologia, anatomia, farmacologia e histologia, já sendo
introduzidos conteúdos clínicos pertinentes a um estudante de primeiro
ano e eventuais aspectos sociais. Para a efetivação da integração
desses conteúdos, se fez necessária a participação dos docentes de
diversas áreas em um processo de construção coletiva do respectivo
módulo. Objetivos: O objetivo desse estudo foi comparar a participação
de docentes das áreas básicas e clínicas no grupo de planejamento e
na composição do corpo de professores-tutores do módulo de funções
biológicas no período de 1998 - 2008. Metodologia:Foi realizada
análise documental dos cadernos do módulo nos anos de 1998- 2008,
relacionando o número de docentes de cada área (básica ou clínica)
nos grupos de planejamento e de tutores atuantes no módulo em cada
ano. Resultados: Os componentes do grupo de planejamento durante
o transcorrer dos 10 anos mantiveram-se estáveis com uma média geral
de 67% dos docentes das áreas básicas e 33% das áreas clínicas.
Isso reflete o que se espera em currículos integrados; uma proporção
maior de conteúdos básicos no primeiro ano. Entre professorestutores, no primeiro ano de implantação do currículo integrado (1998)
houve uma participação de 100% de docentes da área básica. A partir
segundo ano (1999), houve um crescimento gradual na participação
de docentes das áreas clínicas configurando 20% do número de
professores-tutores nesse ano, 45% em 2000 e 75% em 2001. De 2002
em diante, a proporção de 63% de docentes das áreas clínicas e 37%
das áreas básicas se manteve sem grandes variações. O alto grau de
inserção dos docentes das áreas clínicas no grupo de tutores reforça
a integração básico-clínico do módulo. Conclusões: Houve verificação
da participação de professores das áreas básicas e clínicas tanto no
grupo de planejamento do Módulo quanto no grupo de professorestutores, favorecendo o trabalho conjunto e a interdisciplinaridade. A
proporção de professores no grupo de planejamento reflete a relação
de conteúdos das áreas básicas e clínicas preconizada na literatura. 1
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, PR
Distribuição das Áreas Básicas e Clínicas no
Currículo Integrado do Curso de Medicina da
Universidade Estadual de Londrina
Guilherme de Godoy dos Santos1
Alexandre Mestre Tejo1
Danilo Yukio Silva Sanefuji1
Mateus Mendonça Vargas1
Uheyna Gancedo Ruzon1
Lucia Helena Mendonça Vargas1
Evelin Massae Ogata Muraguchi1
RESUMO: Introdução: O currículo integrado tem sua organização
acadêmico-administrativa diferenciada, estruturando a aprendizagem
em módulos temáticos: unidades de ensino que resultam do
cruzamento matricial das áreas de conhecimento existentes nas
disciplinas/departamentos das áreas básicas e clinicas. A Universidade
Estadual de Londrina adotou currículo integrado no curso de medicina
em 1998, quando implantou a aprendizagem baseada em problemas
(ABP/ PBL- problem based learning) nos módulos temáticos de primeira
à quarta série. Dessa forma, o curso aproximou-se dos princípios
da pluralidade de idéias, preconizando à indissociabilidade entre
teoria e prática e propiciando uma potencialização da articulação das
habilidades técnicas, científicas e sociais por meio da intersecção
das áreas básicas e clínicas. Objetivos: Analisar a evolução da
distribuição das áreas básicas, clínicas e saúde coletiva ao longo
dos 24 módulos temáticos da primeira à quarta série do curso de
medicina. Metodologia: Os dados referentes à distribuição dos
conteúdos foram obtidos por meio do Projeto Político Pedagógico do
curso de Medicina (VERSÃO V – 29 de Julho de 2004, aprovado pelo
Conselho de Centro do CCS), Resolução CEPE/CA Nº 88/2006 e
informações fornecidas pelo Colegiado de Medicina - CCS. Procedeuse uma análise quantitativa, através de gráficos e tabelas, relacionando
as disciplinas envolvidas em cada um dos 24 módulos distribuídos
equivalentemente nos quatro primeiros anos do curso; e as cargas
horárias referentes às atividades desenvolvidas por cada departamento
envolvido nas áreas básicas e clínicas do curso de medicina. As
disciplinas consideradas básicas foram: Anatomia, Bioestatística,
Biofísica, Biologia Celular, Bioquímica, Embriologia, Farmacologia,
Fisiologia, Genética, Histologia, Parasitologia, Genética, Imunologia,
Microbiologia e Patologia Geral. Dentre as áreas consideradas
clínicas estão: a clinica médica (cardiologia, nefrologia, dermatologia,
hematologia, psiquiatria, gastroentorologia, reumatologia, neurologia,
pneumologia, endocrinologia, nutrologia, geriatria, moléstia infecciosas,
psicologia médica, semiologia, radiologia, medicina interna, UTI,
pronto socorro médico), a clínica cirúrgica (neurocirurgia, cirurgia
geral, anestesiologia, ortopedia, otorrinolaringologia, oftalmologia,
angiologia, oncologia, urologia e pronto socorro cirúrgico), a pediatria
e a ginecologia e obstetrícia. Resultados: No primeiro ano a área
básica correspondeu a 60% da carga horária docente; a clínica médica,
14%; a saúde coletiva 11%; a pediatria 6%; a clínica cirúrgica 5% e a
ginecologia e obstetrícia 4% do total de 5533 horas. No segundo ano,
do total de 5913 horas a clínica médica obteve 29%, a área básica
25%, a clínica cirúrgica 16%, a saúde coletiva 16%, a pediatria 9%
e a ginecologia e obstetrícia 5%. Já o terceiro ano do total de 5153
horas, a clínica médica ocupa 55% do tempo, a área básica 19%, a
clínica cirúrgica 13%, a pediatria 6%, a ginecologia e obstetrícia 6% e
a saúde coletiva 1%. A quarta série possui um total de 5068,a clínica
médica possui 41%, a clínica cirúrgica 24%, a ginecologia e obstetrícia
13%, a área básica 10%, a pediatria 10% e a saúde coletiva 2%.
Compondo um total de 21.667 horas, distribuídas em área básica (29%),
clínica médica (34%), clínica cirúrgica (14%), saúde coletiva (8%),
pediatria (8%) e ginecologia e obstetrícia (7%). Entretanto, ao avaliar
a distribuição docente nota-se que 74% do quadro situam-se na área
clínica, 15% na área básica e 11% na saúde coletiva. Em se tratando
da inserção das disciplinas dentro dos 24 módulos nos 4 anos de curso,
as disciplinas básicas correspondem a 54% do conteúdo abordado
durante a primeira série, 26% durante a segunda série, 25% durante
a terceira série e 20% na quarta série, totalizando 27% das disciplinas
ministradas durante os primeiros quatro anos. Já as disciplinas da
área clínica correspondem a 38% do conteúdo abordado durante a
primeira série, 68% durante a segunda série, 74% durante a terceira
série e 78% durante a quarta série, totalizando 69% das disciplinas
ministradas durante os primeiros quatro anos. Por fim, a saúde coletiva
é responsável por 8% do conhecimento ensinado na primeira série,
6% na segunda série, 1% na terceira série e 2% na quarta série,
totalizando 4% do total. Conclusões: O currículo tradicional há uma
9
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
prevalência do básico no primeiro ano e do clínico a partir do terceiro
ano. No currículo integrado, verificou-se a coexistência básico/ clínico
em todos os anos, com aumento gradual da área clínica. A integração
dos conteúdos básicos e clínicos permite melhor visão analítica do
todo, refletindo em um estudante mais motivado, que compreende
a inserção do conhecimento básico na prática clínica, por melhor
entendimento dos mecanismos fisiopatológicos nos casos clínicos.
1
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, PR
Estudo de terminologia técnico-científica:
atualização e compreensão para melhor
aprendizado e difusão de conhecimentos
Isabel Daroz1
RESUMO: Introdução: O conhecimento, uso e difusão de terminologia
própria em qualquer ciência relaciona-se com atividades que
envolvem um saber especializado. Os termos técnico-científicos
transmitem conceitos próprios do conhecimento científico, médico,
tecnológico,jurídico, entre outros domínios. Daí a razão pela qual
se pode fazer referência à terminologia da química, da biologia, da
lingüística, além de muitas outras. Assim, cresce o interesse pela
estudo da terminologia em razão de sua funcionalidade na comunicação
profissional, em qualquer área. O uso de termos adequados e
padronizados contribui, em muito, para tornar a chamada comunicação
especializada mais objetiva, menos sujeita a ambigüidades e,
conseqüentemente, mais eficiente, sem ruídos. Este trabalho relata
experiência de grupo de estudo em terminologia médica. Objetivos: compreender origens da termilogia médica - conhecer fontes de
consulta sobre terminologia médica (sites, dicionários, artigos, livros
especializados) - identificar importância de estudar terminologia divulgar novas fontes de pesquisa Metodologia: O grupo de estudos
constituído por um professor da área de morfologia e alunos intressados
realizou reuniões semanais, com duração de uma hora cada uma. O
professor enviou artigos e textos aos alunos nos primeiros encontros,
e posteriormente os mesmos foram estimulados a buscar mais artigos
e obras sobre o assunto. Nas reuniões foram feitas discussões na
área de terminologia médica, e elaboração ao final de relatórios,
com destaque para os pontos mais importantes. O professor fez o
relatório do primeiro encontro, e os subsequentes fora feitos pelos
alunos. Todos os relatórios foram enviados aos componentes do
grupo, através de email.Resultados: Após a conclusão das atividades,
foram elaborados 8 relatórios, os quais foram encaminhados por email
a todos componentes do grupo de estudos. Além dos relatórios, foi
criado um banco de artigos e textos sobre terminologia médica, história
da medicina e aspectos de apresentações oaris e escritas, com claro
incremento nos aspectos a serem estudados, e enriquecimento das
discussões. Conclusões: As reuniões continuam acontecendo, pois é
um trabalho que não possui encerramento, uma vez que a linguagem
está em contante atualização, em contante mudança. A terminologia
médica não possui termos errados ou corretos, mas sim adequados ou
inadequados para determinado momento ou situação. A terminologia
adequada tem impacto sobre a divulgação de novos conhecimentos,
trabalhos de conclusão de curso, monografias, dissertações e teses,
prontuários, prescrições, laudos, publicações científicas, dentre muitos
outros. 1
Instituto Metropolitano de Ensino Superior, Ipatinga, MG
Integração básico-clínica em questões de
aprendizagem elaboradas em sessão de tutoria
no modelo de aprendizagem baseada em
problemas
Osni Lázaro Pinheiro1
Maria Angélica Spadella1
Lilian Maria Giubbina Rolin1
10
Magali Aparecida Alves de Moraes1
Rosa Maria Batista Dantas1
Celeste Maria Bueno Mesquita1
Ana Helena Manzano1
Haydée Maria Moreira1
Heloísa Cerqueira César Esteves Villar1
Reinaldo José Rafaelli1
RESUMO: Introdução: No modelo de aprendizagem baseada em
problemas (PBL), o ensino é centrado nos estudantes e os mesmos
discutem, em pequenos grupos, as diversas situações-problema
relacionadas à prática médica. Nas discussões, o estudante
compartilha informações com o seu grupo na presença de um
professor que exerce o papel de facilitador do processo de ensinoaprendizagem, sendo denominado tutor. Após as discussões, o grupo
de estudantes levanta questões de aprendizagem, preferencialmente
que integrem as dimensões biopsicossociais e também as disciplinas
básico/clínicas. As questões de aprendizagem levantadas são
estudadas e as informações compartilhadas com o grupo em uma
nova sessão de tutoria. Objetivos:Verificar a integração básico-clínica
das questões de aprendizagem levantadas pelos estudantes após
a abertura de uma situação-problema utilizada na terceira série do
curso de medicina.Metodologia: Foram utilizadas as questões de
aprendizagem elaboradas pelos estudantes da 3ª. série de medicina
do ano de 2010, referentes a uma situação-problema que enfocava
uma jovem com sangramento genital. Resumidamente, trata-se de
um caso de uma jovem de 28 anos que procura o pronto-atendimento
em função de um sangramento genital que perdura por 18 dias. O
exame ginecológico mostrou presença de massa de aproximadamente
4 cm de diâmetro, com consistência cística, em anexo direito e útero
de dimensão aumentada. Foi indicada ultrassonografia transvaginal
e exame histopatológico do material proveniente da curetagem
uterina. O exame ultrassonográfico permitiu identificar um cisto
anecóide de 38 mm de diâmetro e o exame anátomo-patológico do
material da curetagem uterina mostrou hiperplasia glandular simples
de endométrio sem atipias celulares significativas. Esta situaçãoproblema foi elaborada pela equipe de construção da terceira série
com o objetivo principal de relacionar a fisiopatologia da doença
com os sinais e sintomas apresentados pela paciente. Dez grupos
de tutoria com aproximadamente oito estudantes em cada grupo
participaram da sessão de abertura desta situação-problema. Estas
questões foram analisadas com relação ao percentual de integração
básico-clínica. Resultados: O percentual de questões que abordou
a integração básico-clínica, foi de 44,4%, 50%, 25%, 66,6%, 37,5%,
36,3%, 50%, 40%, 33,3% e 60%, respectivamente para os grupos de 1
a 10. Conclusões: O percentual de questões com integração básicoclínica foi variável entre os grupos de tutoria, os quais elaboraram pelo
menos duas questões de aprendizagem com estas características. A
elaboração de questões de aprendizagem integrativas depende tanto
das características da situação-problema, como também do trabalho
realizado pelo tutor. Por um lado a situação-problema utilizada
trouxe um assunto que permitiu a integração básico-clínica, pois os
estudantes para entender a fisiopatologia da doença apresentada pela
paciente deveriam integrar conhecimentos básicos sobre fisiologia
do ciclo menstrual, anatomia e embriologia de genitália interna e
externa feminina, farmacologia dos contraceptivos hormonais, entre
outros. Entretanto, estes assuntos relacionados com as áreas básicas
da medicina dependendo da ação dos tutores poderiam aparecer
isoladamente, ou seja, sem integração. Da mesma forma, discussões
exclusivamente clínicas sobre causas de sangramento genital,
diagnósticos diferenciais, sinais e sintomas, e outros, poderiam
ocorrer de maneira isolada. Assim, para que haja uma boa integração
básico-clínica, é necessário que a equipe de construção das unidades
educacionais elabore situações-problema integrativas e que sejam
feitas reuniões com os tutores para que os mesmos operacionalizem
esta proposta de integração de forma satisfatória.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Integração básico-clínica na unidade educacional
sistematizada da segunda série dos Cursos de
Medicina e Enfermagem
Carlos Alberto Lazarini1
Adriana Augusta Pimenta de Barros1
Ana Paula Ceolotto Guimarães do Amaral1
Cássia Regina Fernandes Biffe Peres1
Elaine Morelato Vilela Fraga1
Heraldo José Camilles1
Luciana Thiago1
Maurício Braz Zanolli1
Roseli Vernasque Bettini1
Shirlene Pavelqueires1
Teresa Prado da Silva1
RESUMO: Introdução: Historicamente, os currículos têm seu modelo
organizado em disciplinas isoladas, desvinculadas da realidade
profissional, hipertrofiadas em conteúdos, voltadas para uma formação
tecnicista e para especialidades, não dando subsídios para a formação
de profissionais que atendam às necessidades de saúde. O final da
década de 90 foi caracterizado pelo processo de mudanças curriculares,
focando a formação de profissionais críticos e reflexivos, tendo como
princípios a integração básico-clínica e a articulação teoria-prática.
Em nossa instituição de ensino superior, à partir de 2004, houve a
implantação do ciclo de 2 anos para as 2 primeiras séries dos cursos
de Medicina e Enfermagem, no qual as atividades são desenvolvidas
em duas unidades educacionais, comuns aos dois cursos. Na Unidade
Educacional Sistematizada (UES), busca-se discutir experiências e
construir conhecimentos para que o estudante possa elaborar um
raciocínio clínico-epidemiológico, utilizando o conceito de necessidades
de saúde, propiciando novas compreensões e transformações na
saúde, que irá direcionar a prática do futuro profissional. Para tal, a UES
utiliza a metodologia da aprendizagem baseada em problemas, onde o
problema é utilizado como estímulo à busca de saberes e compreensão
de conceitos, desenvolvendo a capacidade de explorar situações
que se aproximem da realidade. Objetivos:Descrever a experiência
de integração básico-clínica na construção da UES da 2ª série dos
cursos de Medicina e Enfermagem. Metodologia: A UES da 2ª série é
construída por docentes das seguintes disciplinas: Anatomia, Clínica
Médica (Cardiologia, Gastroenterologia e Nefrologia), Farmacologia,
Fisiologia, Saúde Coletiva, Saúde Mental e Semiologia, os quais se
reúnem semanalmente, para a construção dos problemas, bem como
dos respectivos guias e das avaliações cognitivas. Os conteúdos das
demais disciplinas (Bioquímica, Embriologia, Endocrinologia, Histologia,
Neurologia, Pneumologia) são contemplados na forma de consultoria,
onde os docentes responsáveis por cada uma destas áreas recebem
os problemas, fazem a leitura, e enviam contribuições referentes às
suas respectivas áreas, relacionando-as com a história existente no
caso. A apresentação dos conteúdos da série segue a lógica céfalocaudal, acompanhando a seqüência do exame físico realizado no
Laboratório de Prática Profissional.Resultados: Em média, esta equipe
de trabalho produz 18 problemas/ano os quais partem de situações
clínicas que envolvem a integração de conteúdos de diferentes áreas
de conhecimento. A seleção dos problemas se dá a partir de casos
reais e prevalentes e sua análise permite a exploração de histórias
integradas com conteúdos de diversas disciplinas, articulando aspectos
das dimensões social, psicológica e biológica. É necessária a elaboração
desta história para atingir os objetivos propostos da série e os
desempenhos esperados dos estudantes. Assim, há a contextualização
da pessoa na família e na sociedade, considerando a articulação dos
aspectos clínicos com o contexto de vida. Conclusões: Construir a
história articulando as várias dimensões (social, psicológica e biológica)
é um desafio constante diante dos objetivos e desempenhos propostos.
Re-criar possibilidades de inter-relações de profissionais e disciplinas é
um exercício de descobertas e adaptações, bem como de constatações
de possibilidades e limites, focando não mais sua disciplina em um caso,
mas a necessidade de saúde do individuo ou da sociedade, quando
vários olhares são lançados na integração de um cuidado ampliado.
Relacionar estes aspectos é de extrema complexidade, pois revelar os
sintomas oriundos do funcionamento físico/clínico com os sentimentos
de uma pessoa e sua maneira de viver exige muita elaboração e trabalho
por parte dos docentes envolvidos. Tornar um relato escrito dinâmico
e funcional exige, além do conhecimento, muita disponibilidade,
elaboração e capacidade de criação.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Interação entre componentes das ciências
morfológicas e aspectos clínico-patológicos
Christina da Silva Camillo1
Carlos Augusto Galvão Barboza1
Afonso Xavier Gomes Silva1
Elker Philipe Fernandes de Abreu1
Hareton Teixeira Vechi1
Sérgio Adriane Bezerra de Moura1
RESUMO: Introdução: A gestão digital de recursos educativos e de
informação está se tornando uma parte importante da educação em
saúde e salienta-se a importância destes para que ocorra a consolidação,
integração e desenvolvimento dos recursos da Web como estratégia de
ensino. As ferramentas da web permitem uma forma de gestão para
fornecer as seguintes funções educativas: acompanhar o progresso
dos alunos e apresentar informações sobre o curso; promover a
inter-relação aluno-aluno e aluno-instrutor e emitir componentes de
aprendizagem auto-dirigidos. Além disso, as ferramentas virtuais
também proporcionam aos alunos os recursos importantes como
apresentações multimídia e acesso a disciplinas da fundamentação
biológica e suas interfaces com a prática clínica. Objetivos: O propósito
desse trabalho foi enfocar os aspectos do planejamento e elaboração
de material didático envolvendo conteúdos da fundamentação biológica
na área da morfologia assim como, a interface que os conteúdos
selecionados fazem com a prática clínica e as apresentações
histopatológicas de determinados grupos de doenças. O material
preparado por alunos bolsistas de um programa de ações integradas
envolvendo ensino, pesquisa e extensão sob a orientação docente, foi
disponibilizado em ambiente virtual (blog). Metodologia: Os bolsistas
do projeto intitulado “Novas abordagens educacionais nas ciências
morfológicas: uso de tecnologias digitais em ambiente cibernético”
selecionaram lâminas das disciplinas Embriologia e Histologia e esse
material foi base para a captura de imagens através de microscópio
e câmera digital. As imagens foram editadas e postadas em um blog
com acesso livre. Preparou-se um atlas virtual útil para complementar
as sessões de estudo dos alunos. Outra ação do trabalho foi a seleção
de temas específicos (exemplos: estruturas do domínio baso-lateral
das células; domínio apical e membrana basal) e tais estruturas
foram descritas dentro de seus aspectos de normalidade; além disso,
foram selecionados artigos científicos com alterações patológicas que
tinham como base os referidos assuntos. O trabalho foi desenvolvido
nos laboratórios de ensino do departamento de morfologia da UFRN
e após a postagem no ambiente virtual foi realizada uma divulgação
para as turmas que cursam tais disciplinas de modo a incentivar o uso
desse recurso auxiliar de ensino para favorecer a aprendizagem. À
medida que foi se elevando o número de acessos ao material virtual,
passou-se a observar o discurso dos discentes e suas experiências
com tal ferramenta metodológica. Resultados: A metodologia aplicada
proporcionou um interesse crescente nas temáticas desenvolvidas
nas ciências morfológicas e representa um recurso pedagógico que
reúne características importantes no tocante a promoção de melhorias
da qualidade de ensino, uma vez que favorece estudos à distância e
possibilita maior interesse dos discentes na busca de conhecimentos
fundamentais da biologia como base para o entendimento das doenças.
A metodologia ativa através do espaço virtual proporciona ao aluno a
prática da auto-instrução e tal fato tem despertado nos discentes um
interesse maior no estudo desse campo das ciências. Nos relatos dos
sujeitos observam-se falas que apóiam tal metodologia uma vez que
favorece a aprendizagem e dispõe da ferramenta de comunicação
com monitores e professores e permite discussão virtual útil para o
esclarecimento de eventuais dúvidas. Conclusões: A metodologia
empregada se constituiu em uma forma conveniente de disponibilizar
informações científicas e desperta nos discentes a compreensão de
eventos biológicos como base para o entendimento das doenças.
Outra nuance válida é a oportunidade de feedback dos alunos e isso
contribui para o ajuste do material disponível, assim como, funciona
como ambiente de sugestões para a inclusão de novos tópicos e
permite uma construção continuada de modo que se entenda como
um produto em constante evolução e que requer reflexões na direção
do melhoramento.
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
11
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Journal Club de Medicina Interna - integração
básico-clínico
John Fontenele Araujo1
Ferdinand Gilbert Saraiva da Silva Maia1
José Carlos Lima1
RESUMO: Introdução: Um “Journal Club” é um grupo de pessoas que
se reúne regularmente para discutir, de forma crítica, artigos recentes
da literatura científica, se constituindo, atualmente, em uma atividade
educacional de vários programas de pós-graduação e pesquisa pelo
mundo.O “Journal Club de Medicina Interna” foi formado no curso de
medicinada Universidade Federal do Rio Grande do Norte em agosto
de 2006,inicialmente em reuniões quinzenais. A partir de 2008, um
novo formato foi implementado, sendo incorporado à grade curricular do
curso de medicina como disciplina complementar (Integração BásicoClínico), com atividades semanais e com um grupo de 25 estudantes de
diversos períodos. Objetivos: Promover a leitura crítica e a discussão
de artigos científicos atuais e relevantes à medicina, contextualizandoos com as políticas de saúde, a educação médica e as realidades local,
nacional e internacional. Outros temas relevantes para o cotidiano e a
trajetória dos estudantes no curso de Medicina também são discutidos.
Metodologia: As reuniões do grupo são realizadas semanalmente
aos sábados e são organizadas da seguinte forma: apresentação do
sumário dos artigos publicados New England Journal of Medicine da
semana anterior e escolha dos artigos que serão discutidos na semana
seguinte; apresentação de artigos ou casos clínicos por um estudante
e discussão em grupo; apresentação de vídeos de procedimentos
ou correlacionados com a prática médica. Ocasionalmente são
convidados professores para apresentarem aulas especiais. Todos
os temas e atividades são escolhidos previamente pelo conjunto dos
alunos na semana anterior. A avaliação do Journal Club tem sido
realizada ao final de cada semestre em conjunto pelos estudantes e
professores através de discussões abertas. Resultados: A avaliação
final realizada pelos estudantes foi positiva, considerando a atividade
como importante para a formação médica e destacando-se como
pontos positivos a qualidade dos textos, a contextualização dos temas
à realidade local e a participação de estudantes de diversos períodos.
Além disso, habilidades com língua estrangeira e apresentação de
trabalhos são praticadas. Conclusões: O modelo do Journal Club
possui um impacto positivo em conhecimento, habilidades e atitudes
dos estudantes, permitindo uma participação ativa e discussões
enriquecidas pela presença de estudantes de diversos períodos.
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
Mapas conceituais: um recurso de aprendizagem
no módulo de metabolismo
Lucia Helena Mendonça Vargas1
Guilherme de Camargo1
Mateus Mendonça Vargas1
Paula Franco Oba1
Silvia Irla Alfaro Yabar1
Vanessa Mizubuti Brito1
RESUMO: Introdução: A implantação da Aprendizagem Baseada
em Problemas (ABP) no curso de Medicina da UEL proporcionou ao
estudante uma maior responsabilidade na sua formação, bem como,
um maior estimulo para o aprendizado. Porém, ao buscarem os
conhecimentos para solução dos problemas, os estudantes se deparam
com uma ampla quantidade de informações, ficando inseguros até onde
devem aprofundar seus estudos, especialmente no início do curso. O
módulo de Metabolismo, da primeira série, tem como objetivo geral
possibilitar aos estudantes compreender os principais processos que
envolvem a utilização de nutrientes pelo organismo incluindo digestão,
absorção, transporte, incorporação e mobilização. Nesse módulo,
problemas sobre patologias mais prevalentes como diabetes mellitus e
obesidade servem de cenário para o estudo do metabolismo. No campo
da saúde, o mapeamento conceitual ajuda os estudantes a organizar
e a integrar as informações, avaliar os conhecimentos prévios, obter
12
uma nova visão em relações ao conteúdo e relacionar os conceitos
das ciências básicas aos aspectos clínicos dos pacientes. Os mapas
conceituais, idealizados por Novak e Gowin na década de 70 e 80,
são fundamentados na teoria de aprendizagem significativa e são
ferramentas cognitivas estruturadas por conceitos interligados, formando
unidades semânticas que expressam idéias.Objetivos: Os estudantes
construiram mapas conceituais com o objetivo de visualizarem a
integração dos temas abordados no módulo de metabolismo, bem
como auxiliar na síntese dos conteúdos.Os docentes(coordenador e
tutores do módulo) analisam os mapas construídos visando verificar
a aprendizagem, identificar objetivos de estudos não alcançados e,
assim, propor modificações. Metodologia: Os problemas do módulo
de metabolismo foram agrupados por conteúdos para construção
dos mapas. Após o fechamento das sessões tutoriais do grupo de
problemas previamente estabelecidos, foi feita a confecção de mapas
pelos estudantes coordenadores das respectivas sessões tutoriais.
Os mapas foram construídos no programa CmapTools que pode ser
encontrado no endereço eletrônico www.camaptools.com. Os passos
utilizados para a construção dos mapas incluíram: construir lista de
conceitos; ordenar dos mais gerais aos mais específicos; começar o
mapa com os conceitos mais gerais; ligar os conceitos com palavras
chaves que expressem a relação entre eles; incluir novos conceitos de
forma hierárquica, procurar ligações cruzadas, relacionando diferentes
segmentos do mapa e reposicionar e redefinir a estrutura do mapa.
Posteriormente, o mapa era exposto para todo grupo tutorial e caso
julgassem necessário realizam modificações. O professor tutor checava
se todos os objetivos propostos nos problemas estavam apresentados
no mapa. O coordenador do módulo temático analisou os mapas dos
diferentes grupos tutoriais e pode verificar se havia diferenças entre os
grupos tutoriais. Resultados: Os resultados obtidos mostraram que os
mapas conceituais viabilizaram uma compreensão interdisciplinar do
conteúdo estudado, pois os estudantes conseguem traçar as relações
entre as disciplinas de cada grupo de problemas e, dessa forma,
compreender a totalidade dos temas propostos.Os mapas conceituais
representam a síntese dos estudantes em relação ao conteúdo abordado.
Além disso, permitiu aos professores (coordenador e tutores do módulo)
verificarem a aprendizagem e identificar objetivos de estudos não
alcançados, traçando assim estratégias para atingi-los. Conclusões: A
construção de mapas pelos estudantes exigiu um processo de reflexão
e possibilitou a integração, organização e conseqüente síntese do
conteúdo apreendido. Desta maneira mostra ser uma ferramenta
apropriada para etapa de síntese de conhecimento. O uso do mapa
auxiliou na avaliação dos diferentes grupos tutoriais fornecendo
dados importantes para a coordenação do módulo de Metabolismo. 1
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, PR
Metodologia complementar ao ensino da pediatria:
atividades práticas no Laboratório de Habilidades
e Simuladores (LHS)
Maria Aparecida Machado Orioli1
Ivete Pillo Gonçalves1
Juçara Gonçalves Lima Bedim1
Margarete Zacarias Tostes de Almeida1
Wagner Luiz Ferreira Lima1
Claudemir Bragança Rodrigues1
RESUMO: Introdução: Estudos demonstram a dificuldade do ensino
médico da prática pediátrica nas escolas médicas e vêm sinalizando
para a necessidade de métodos alternativos no processo ensinoaprendizagem, que possam capacitar os estudantes nas habilidades
necessárias à prática da clínica através do desenvolvimento de
competências e habilidades em laboratórios de habilidades e
simulações. O método utilizado nos LHS mostra-se útil para o
ensino e sua eficácia é similar ao método tradicional de prática em
ambulatórios e enfermarias, porém, não substituindo esses últimos,
mas sim servindo de complementação para o desenvolvimento de
habilidades que requerem treinamentos que não podem ser adquiridos
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
da prática direta nos pacientes pediátricos, por questões éticas e de
eficácia clínica. A partir da necessidade deste novo modelo de ensino
foi criado o LHS. Objetivos: Avaliar a utilização do LHS como material
didático-científico, disponibilizado para os estudantes do curso de
Medicina, onde os professores ensinam as técnicas semiológicas e
a realização de procedimentos invasivos para o ensino da prática
pediátrica, com ética e qualidade. Metodologia: Utilizou-se uma
análise qualitativa através de questionário de avaliação, aplicado a
docentes e discentes, sobre as técnicas de aprendizado utilizadas no
LHS e o impacto no desempenho do estudante após o aprendizado
simulado. Resultados: Constatou-se uma melhora na relação docente/
discente; melhora das habilidades e competências do estudante na
prática com seres humanos, devido à maior autoconfiança em suas
tarefas; maior efetividade no aprendizado prático. Conclusões: Ainda
há controvérsias sobre o tipo ideal de paciente para a prática do ensino
médico: o real ou simulado. Contudo, no que diz respeito às vantagens
e benefícios no aprendizado em ambientes simulados, não há o que
se discutir. Os benefícios vão desde a melhor interação docente/
discente e discente/usuário, ate a maior efetividade das ações nos
ambulatórios e enfermarias de ensino. Ressalta-se a necessidade de
ampliação dos LHS e do estudo dos resultados obtidos nesta nova
prática do ensino medico, em conformidade com as novas diretrizes
do ensino médico.
1
Curso de Medicina da Universidade Iguaçu - Campus Itaperuna
Metodologias ativas e aprendizagem nas ciências
básicas: visão dos ingressantes em um curso de
Medicina
Diego Delcorso Leonato1
Marlon Moda1
Guilherme Lippi Ciantelli1
Christiane Sayuri Lopes Inoue1
Maria Helena Senger1
RESUMO: Introdução: Diferentemente do currículo tradicional,
o currículo inovador utiliza de metodologias ativas de ensinoaprendizagem, centradas no estudante, que deixa de ser um mero
espectador e passa a ser sujeito atuante no seu processo pessoal
de construção do conhecimento. Outra importante característica
do currículo inovador diz respeito ao seu caráter de integração
interdisciplinar, fator decisivo para que se rompa com a conhecida
e indesejada compartimentalização entre os conteúdos básicos
e clínicos. No entanto, ao se optar por um currículo inovador, a
avaliação passa a ser parte integrante do processo de ensinagem,
para propiciar correções de trajetórias e constante aprimoramento
deste mesmo processo. Os estudantes, ao serem sujeitos ativos,
ocupam lugar de destaque. A maioria deles provém de escolas com
currículos tradicionais. Ao serem incorporados como primeiro-anistas
em curso com desenho inovador, cria-se uma situação de aparente
conflito que necessita ser superada, o que só pode ocorrer com o
conhecimento e a delimitação das necessidades. Assim, é importante
investigar e avaliar a primeira impressão do curso pela perspectiva
destes discentes. Objetivos:Investigar e avaliar a primeira impressão
do curso de medicina pela perspectiva dos discentes do primeiro
ano. Metodologia: Estudo observacional transversal com coleta de
dados que avaliaram a visão de 96 alunos do primeiro ano sobre as
metodologias ativas de ensino e integração interdisciplinar, através
de questionários, respondidos mediante assinatura de termo de
consentimento. Resultados: Setenta e sete alunos (80,2%) já tinham
conhecimento prévio à matrícula do currículo inovador utilizado pelo
curso. Apenas seis alunos (7,8%) responderam que isto foi decisivo
para sua opção pelo curso. No entanto, após quase três meses do seu
início, cinquenta e três alunos (55,2%) acham que seu aprendizado
será melhor em relação ao método tradicional de ensino. Sessenta e
dois alunos (64,6%) consideraram o tempo disponibilizado na matriz
horária como suficiente para o estudo. Quanto à abordagem dos
conteúdos das anteriormente chamadas ‘disciplinas básicas, quarenta
e nove alunos (51%) acreditam que terão maior dificuldade com a
aprendizagem de bioquímica pelas metodologias ativas, seguida
por histologia e anatomia, respectivamente com 22 (22,9%) e 13
(13,5%) alunos. Conclusões:Concluímos que, apesar de grande
parte dos alunos não julgarem o método de ensino como fator
decisivo para a escolha de determinada faculdade, a maioria acredita
que o aprendizado por metodologias ativas será igual ou melhor, em
comparação ao método tradicional, possivelmente em decorrência
da aproximação e maior familiaridade com tais metodologias. Outro
importante resultado positivo, percebido pelos alunos, foi a apropriação
do tempo para estudo dentro da matriz horária. Apesar da avaliação
aqui descrita ainda ter um caráter preliminar, se reveste de importância
ao revelar possíveis dificuldades existentes com relação à desejada
integração básico-clínica. Enquanto se esperava que os tradicionais
conteúdos de anatomia e histologia fossem ser os responsáveis pelas
maiores dificuldades, vimos que tal não ocorreu. Isto nos parece ser
altamente positivo, pois auxilia a romper com a cultura vigente de que as
metodologias ativas dificultam a obtenção de conhecimentos das ciências
morfológicas. Quanto à dificuldade apresentada para a aprendizagem
da bioquímica, nos pareceu pontual para a semana em que o
questionário foi preenchido, o que será objeto de comprovação, quando
o mesmo questionário for novamente aplicado no segundo semestre.
1
Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
- Campus Sorocaba, Sorocaba, SP
Modelo para o aprendizado experimental em
cirurgia e microcirurgia vascular: esôfago e
traquéia de frango
Rosi Aparecida Nunes Achar1
Pedro Alexandre Martinez Lozano1
Eduardo Achar1
Gerson Vilhena Pereira Filho1
RESUMO: Introdução: O treinamento da técnica cirúrgica vascular
passa por diversas etapas antes do seu emprego clínico; dentre estas
estão: treino em luvas de borracha, animais de pequeno e médio
porte. Entretanto, não havia um modelo de treino que simulasse o
calibre, a resistência e a textura de artérias e veias, sem que houvesse
necessidade de sacrifício animal, ou aumento dos custos. O preparo até
a aplicação clínica exige treino que simule as etapas do ato operatório
em seres humanos.O ato cirúrgico depende do treino de habilidades
motoras. Treinar em anima nobile é expor o paciente ao dano e o
médico ao erro. Surge, então a necessidade de equilíbrio, em que o
pesquisador esgote a possibilidade de todos os métodos alternativos,
inclusive com a utilização de animais já mortos, para só, como última
fase, valer-se de animais vivos, que devem ser tratados com absoluto
respeito em reconhecimento ao serviço que prestarão, muitas vezes
com a própria vida, para o desenvolvimento do conhecimento humano
.Trabalhar inversamente, partindo-se da experimentação em animais
vivos, é muitas vezes inaceitável e constitui crime. O presente trabalho
tem como objetivo descrever um modelo experimental que atenda a
estas necessidades. Objetivos: O presente trabalho propõe um modelo
de treinamento de habilidades cirúrgicas em anastomoses vasculares
utilizando um modelo animal que simula o calibre, a consistência e a
resistência arterial e venosa, utilizar-se para isto a traquéia e esôfago
de frango cadáver, respectivamente. Metodologia: Foram utilizados
pescoços de frango de onde foram dissecados esôfago e traquéia
e após preparo foram seguidos todos os passos do procedimento
da anastomose vascular. O fluxo das anastomoses foi comprovado
por observação direta e teste de enchimento (empty-and-refill test)
imediatamente após as anastomoses. Resultados: Mantendo-se o
clamp vascular pinçando a estrutura distalmente à anastomose e o
outro clamp na porção proximal até aproximadamente 2 cm da linha
de sutura; injeta-se iodo 5 % sob pressão para se avaliar pontos de
“hemorragia”(figs 14 e 15).Caso estes pontos de ‘hemorragia’ ocorram,
deve ser interpretado como sinal de alerta e motivar o cirurgião a
revisar a anastomose realizada. A análise visual do leito do vaso
é procedida se retirando os clamps e liberando as extremidades,
everte-se a estrutura e então se avalia se a sutura provocou, ou não,
estreitamentos no calibre do ‘vaso’,ou seja se há, ou não, estenoses.
O aluno tem suas habilidades desenvolvidas em todas as áreas:
destreza manual, capacitação nas diferentes técnicas de sutura, e
13
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
como as microanastomoses requerem uma nova dimensão óptica com
a necessidade de muitas vezes se utilizar de lupas ou microscópios
,consegue-se alto grau de qualidade técnica, pois a habilidade adquirida
durante o treinamento em microcirurgia torna o cirurgião ou residentes
de cirurgia familiarizados com técnicas de sutura e reconstrução
vascular. Conclusões: Para o exercício da técnica cirúrgica é
imprescindível treinamento prévio em materiais inertes e animais de
experimentação, sendo preconizado por alguns autores um índice
superior a 98% de sucesso em anastomoses em vasos de 0,5mm, para
a seguir empregá-la em seres humanos. O uso de vasos de cadáver
para treinamento, no entanto, é necessária obtenção de cadáveres
frescos, o que nem sempre é de fácil acesso.Este modelo pela primeira
vez descrito permite o estudo e o treinamento básico em anastomoses,
pois se podem realizar tanto anastomoses término-terminais, términolaterais e entre estruturas com diâmetros assimétricos. A utilização
deste modelo, garante um treino mais adequado, que somado
ao baixo custo do material utilizado, atende as questões éticas e
bioéticas propostas. Diversos fatores são causas de insucesso nas
microanastomoses vasculares, porém muitos destes fatores são
suprimidos se o treino realizado for intenso e se as condições oferecidas
para tal treino são as mais similares a realidade. 1
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
O aprendizado da parasitologia no curriculo
integrado do Curso de Medicina – PBL (Problem
Based Learning) da Universidade Estadual de
Londrina-PR
Regina Mitsuka Bregano1
Ivete Conchon-Costa1
Francisco José de Abreu Oliveira1
Maria Claudia Noronha Dutra de Menezes1
José Wander Breganó1
Evelin Massae Ogata Muraguchi1
RESUMO: Introdução: O curso de Medicina da UEL implantou a
metodologia do PBL em 1998 onde os conteúdos da 1ª à 4ª série
foram organizados em módulos temáticos. O conteúdo da disciplina
de Parasitologia foi distribuído em quatro módulos, da 1ª à 3a série
do curso. No módulo de Agressão e Defesa (1ª série), são abordados
a leishmaniose tegumentar americana (LTA), a esquistossomose, a
doença de Chagas e a tungíase junto com problema de tétano; no
módulo de Doenças Resultantes da Agressão ao Meio Ambiente
(2ª série) são abordados teniose/cisticercose, toxoplasmose,
geohelmintoses e o Aedes aegypti associado à dengue; no módulo de
Dor abdominal, Diarréia, Icterícia e Vômito (3ª série) são abordados
giardose e amebiose e no módulo de Febre, Inflamação e Infecção
(3ª série) malária e os parasitas oportunistas. Objetivos: Descrever
a inserção da Parasitologia no currículo integrado e analisar os
resultados. Metodologia: A maior parte do conteúdo é apresentada
na forma de problemas elaborados pelo grupo de planejamento de
cada módulo, que é composto por docentes de todas as disciplinas
envolvidas no módulo, tanto do básico quanto do clínico. Esses
problemas são discutidos em sessões tutoriais, com duas a três
horas de duração. O estudo do tema é integrado, com conteúdo de
várias disciplinas. Para exemplificar citamos o problema sobre LTA
envolvendo as disciplinas de Parasitologia, Imunologia, Patologia,
Anatomia Patológica, Histologia, Bioquímica e Moléstias Infecciosas.
Além dos tutoriais, durante a semana são programadas aulas práticas
de histologia da pele, prática integrada de histologia e bioquímica
sobre colágeno e prática integrada de Imunologia, Parasitologia e
Anatomia-patológica, dessa forma os alunos aprendem deste a pele
normal, passando pelas alterações causadas pelo parasita, o agente
etiológico, o ciclo biológico, a resposta imune (hipersensibilidade tipo
IV, resposta imune (Th1 e Th2), o diagnóstico, o tratamento, o processo
de cicatrização, bem como a epidemiologia e os aspectos psicossociais
como população mais suscetível, conseqüências psicológicas das
deformidades, adesão ao tratamento prolongado e automedicação. A
avaliação é formativa, por meio da avaliação do desempenho do aluno
14
nas sessões tutoriais e cognitiva (avaliação teórica e prática) com
questões integradas das diversas disciplinas. Resultados:Nestes 12
anos de currículo integrado destacamos como fortalezas a possibilidade
de visão concatenada do conteúdo de diversas disciplinas, com a
integração básico-clínico, básico-básico e clínico-clínico; o aprendizado
ativo, onde o aluno é responsável por buscar as informações em livros
texto, artigos científicos e sites oficiais como do Ministério da Saúde;
currículo baseado nos aspectos biopsicossociais que envolve cada
tema; maior interesse dos alunos nos conteúdos do básico, pois os
alunos conseguem perceber a sua importância na prática clínica;
flexibilidade do currículo que permite diferentes formas de abordagem
de um conteúdo (na forma de problemas, palestra, estudo de caso
clínico etc.). Além disso, a integração dos docentes, principalmente
básico-clínico, possibilitou o aumento do número de projetos de
pesquisa e de extensão interdisciplinares, abrindo campo de estágio
para os alunos. Com relação às fragilidades do método podemos
destacar o tempo reduzido para estudo individual, necessidade de
recortes de alguns conteúdos e distanciamento do docente em relação
ao aluno, principalmente os docentes do básico que ficam com os
alunos apenas durante as atividades descritas, diferente das disciplinas
tradicionais onde o docente permanecia durante o ano todo com os
alunos.Conclusões: Analisando os aspectos positivos e negativos,
a metodologia do PBL demonstrou-se adequada para o aprendizado
da Parasitologia que pode ser confirmado pelo bom desempenho dos
alunos nas avaliações. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, PR
1
O Ensino de Genética no Curso de Medicina da
UFRN
Viviane Souza do Amaral1
Giovanni G. N. Santos1
Sarah L. Alloufa1
Pedro Victor S. Nogueira1
Alexandra R. D. Brígido1
George Dantas de Azevedo1
RESUMO: Introdução: A compreensão dos princípios da genética e
suas aplicações são fundamentais para a formação do médico apto a
atuar de forma efetiva nos problemas de saúde, tanto do ponto de vista
individual como coletivo. No Brasil, o ensino da genética na medicina
iniciou na Universidade de São Paulo em 1959, com uma disciplina
de Genética Humana. Atualmente, muitas escolas de Medicina no
país oferecem além deste componente curricular, o de Genética
Clínica. Nesse contexto e considerando o princípio da integração
básico-clínica, o projeto pedagógico do curso de medicina da UFRN
busca favorecer aos estudantes o estabelecimento de conexões que
envolvam o conhecimento básico da genética com o que é observado
na clínica, permitindo que os futuros profissionais médicos apreciem o
papel central que a Genética e a Genômica estão tendo na medicina
e inspirem-se a participar desses desenvolvimentos.Objetivos: Em
função do exposto, o objetivo de nosso trabalho consiste em refletir
sobre os aspectos relevantes da genética na formação médica,
incentivando a participação ativa do estudante no seu processo de
formação profissional. Metodologia: A atividade teve início em 2009.1,
quando foram propostas mudanças na forma de abordagem dos
temas na disciplina de Genética Humana. Como principal estratégia
de ensino foi inserida a discussão de casos clínicos com enfoque
problematizador, apresentando aos estudantes diferentes realidades
vivenciadas na prática médica, como pano de fundo para estudo dos
conceitos de genética. Adicionalmente, abordamos as descrições
de testes moleculares mais recentes, relacionadas com casos reais,
para mostrar como a genética moderna interage com a clínica. Os
estudantes, através de seminários, tiveram a oportunidade de se
aprofundar em alguns distúrbios específicos, compreendendo as bases
genéticas de doenças e a importância do diagnóstico genético precoce
para a eficácia do tratamento. Resultados: A integração dos conteúdos
de genética com a clínica vem se mostrando efetiva, contribuindo
para melhoria do conceito qualitativo atribuído pelos estudantes a
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
esse componente curricular, na medida em que favorece uma maior
significação dos conteúdos ministrados. A procura pelos estudantes por
programas de monitoria e projetos de pesquisa em Genética Humana
cresceu significativamente no período, fornecendo mais um importante
indicador de efetividade das ações realizadas. Adicionalmente, a
disciplina estabeleceu importante canal de integração com os hospitais
universitários, que resultou na sua inserção no Programa de Residência
Multiprofissional em Saúde da Criança. Na perspectiva docente, tem
sido estimulante observar que a estratégia adotada está rendendo
frutos. Entretanto, ainda há muito o que avaliar e aprimorar, no sentido
de inserir os conhecimentos de genética em outros níveis do curso e
tornar esse conteúdos transversais com as diversas clínicas. Como
perspectiva para curto e médio prazo, planeja-se a criação da disciplina
de Genética Clínica. Conclusões: Nosso esforço tem sido no sentido
de preencher uma lacuna no curso de medicina da UFRN referente ao
componente curricular de Genética Humana. Os resultados observados
apontam para a efetividade das ações desenvolvidas, destacando-se
como fatores positivos: integração com conteúdos clínicos, emprego
de métodos ativos de ensino-aprendizagem e enfoque problematizador
baseado na discussão de casos clínicos. 1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
Questões elaboradas na Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e sua relação com
a articulação básico-clínica e os aspectos
humanísticos
Rinaldo Henrique Aguilar da Silva1
Hissachi Tsuji1
RESUMO: Introdução: A educação médica no Brasil é norteada
pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). Para isso faz-se
necessária a transformação do currículo, buscando novos cenários
de ensino-aprendizagem, tendo em vista às necessidades de
saúde da comunidade, através da utilização de processos ativos
de aprendizagem visando a formação de um médico generalista,
ético, crítico, reflexivo e humanista. A ABP em um currículo
integrado e orientado por competência profissional contribui para
que isto aconteça. Entretanto, para que de fato a ABP seja efetiva,
é necessário que a “questão” de aprendizagem que corresponde a
“pergunta” de pesquisa do método científico seja bem feita. Um dos
aspectos mais importantes é que ela possa ser respondida, tenha
boa taxonomia do domínio cognitivo e articule aspectos básico/
clínicos e humanísticos, atingindo assim os objetivos traçados no
currículo. Objetivos:Avaliar as questões de aprendizagem elaboradas
pelos estudantes durante a ABP quanto à articulação básico-clínica e
aspectos humanísticos. Metodologia: Avaliou-se questões anotadas
no “Registro de questões de aprendizagem” dos estudantes da 1ª. a
4ª. série, durante o 1º. semestre de 2009. Nove grupos de cada série
foram incluídos, aleatoriamente. As questões foram categorizadas
como Biológicas (B) e Humanísticas (H). As B foram subdivididas em
questões com articulação básico/básico (BB), básico/clínica (BC) e
eminentemente clínica (C). As H foram subdivididas em psicológicas
(P), sociais (S), psicossociais (PS) e biopsicossociais (BPS).
Resultados: Avaliou-se 2967 questões, sendo 917, 862, 810 e 378
questões da 1ª., 2ª., 3ª. e 4ª. séries respectivamente. 1ª. série – de 917
questões avaliadas: 77,75% foram B, sendo 26,1% BB, 30,1% BC e
21,6% C. Destas 22,19% foram questões H, sendo 6,2% P, 11,3% S,
4,25% PS e 0,44% BPS. 2ª. série – de 862 questões: 80,85% foram
B, sendo 22,50% BB, 33,29% BC e 25,05% C. Destas 16,59% foram
questões H, sendo 5,68% P, 8,35% S, 2,44% PS e 0,12% BPS. 3ª.
série – das 810 questões avaliadas: 84,44% foram B, sendo 19,75%
(BB), 26,54% BC e 32,72% C. Destas 15,55% foram questões H,
sendo 6,54% P, 6,05% S, 2,84% PS e 0,12% BPS. 4ª. série – das
378 questões avaliadas: 98,1% foram B, sendo 26,45% BB, 22,75%
BC e 59,79% C. Destas 4,23% foram questões H, sendo 0,79% P,
3,44% S e nenhuma questão PS e BPS. Conclusões: Os resultados
demonstram uma predominância do levantamento de questões B.
Algum grau de articulação básico-clínica e humanização pôde ser
verificado em todas as séries com exceção da 4ª. Do grande número
de questões de aprendizagem com predomínio das B, verificou-se que
a maioria foi BB e C, revelando fragilidades na articulação básico-clinica
e aspectos humanísticos. As questões H foram pouco abordadas em
todas as séries o que pode indicar entendimento deficitário do currículo,
fundamentos do método pedagógico e dificuldades em lidar com os
aspectos humanísticos por parte dos docentes e discentes. Além
disso, o tamanho, a qualidade do “problema” e guia do tutor podem
ter contribuído para o desenvolvimento inadequado da tutoria e da
elaboração das questões. Algumas medidas para correção destas
fragilidades poderiam ser: recapacitação dos tutores quanto ao currículo
integrado e orientado por competência profissional, fundamentos do
processo ativo de aprendizagem, reavaliação das funções dos grupos
de construção de “problemas” e avaliação e reativação da educação
continuada paralelamente à educação permanente de professores. 1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Tensões sobre o ensino da Anatomia Humana
enquanto disciplina básica nos currículos
convencionais de educação médica
Patricia Teixeira Tavano1
Maria Isabel de Almeida1
RESUMO: Introdução: Desde a década de 1990, intensificaramse as propostas em relação à reformulação dos currículos médicos
refletindo em modificações de seriação, carga horária, procedimento
metodológico, e mesmo de nomeação e discussão do conteúdo
das disciplinas curriculares. Tais propostas são fruto das tentativas
de alinhar estes currículos às iniciativas didático-pedagógicas que
buscam o desenvolvimento de um ensino mais próximo à realidade
clínica do futuro médico, dando-lhe subsídios desde o início do
curso para a reflexão acerca de sua intervenção terapêutica. Nos
currículos convencionais, a Anatomia Humana é disciplina constante
e compõe seu ciclo básico, comparecendo não apenas como um
campo de saberes central, mas também associada ou aplicada a
outros campos do saber médico, e expressa variações de importância
à sua posição curricular de acordo com a situação política, religiosa,
social, econômica, ou acadêmica de cada período de sua longa
história, sofrendo e refletindo estas influências na construção
de sua densidade disciplinar, marcando seu valor nos currículos
médicos. Objetivos:Apresentar e discutir algumas tensões que incidem
sobre a disciplina de Anatomia Humana. Metodologia: Revisão
bibliográfica e análise documental. Resultados: A atualidade da
Anatomia como disciplina dos currículos médicos convencionais se
sujeita a uma série de tensões que colocam em xeque sua permanência
como disciplina, uma entidade de conteúdos, métodos, avaliações e
práticas reconhecidas enquanto parte de seus fundamentos. Dentre as
tensões estão: desencontro entre ensino e pesquisa, com conteúdos
programáticos voltados para Anatomia Macroscópica e pesquisas mais
direcionadas às novas idéias do campo, como a Biologia Molecular;
ampliação na variedade de cursos de formação profissional oferecidos
pelas universidades que incorporaram em seus currículos a disciplina
de Anatomia (como Fisioterapia e outros) e exigiria novas abordagens
da disciplina para adequação às especificidades profissionais, o que
nem sempre se observa; expansão na quantidade de instituições
de ensino superior, com aumento real da demanda por material
anatômico, o que pode gerar dificuldades de obtenção de cadáveres em
quantidade e em qualidade suficientes para o estudo, além da rápida
deterioração pelo uso intensivo; formação insuficiente, em número
e em qualidade, de profissionais para seu ensino, acompanhando
o incremento de vagas e o envelhecimento dos profissionais no
Ensino Superior; modificações curriculares ocorridas na década de
1990 que culminam com o replanejamento curricular em diversas
instituições em decorrência da emergência da Genética e da Biologia
Molecular nas décadas de 1970 e 1980, que, além de impor suas
abordagens aos currículos médicos através da maior quantidade de
conhecimentos pressionando para serem discutidos nas academias,
15
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
também levaram a reconfigurações com o incremento de novas
disciplinas, o redimensionamento das cargas horárias das disciplinas
básicas redirecionando este espaço para as disciplinas emergentes e
com importância clínica patente, o que pode estar comprometendo a
qualidade da formação possível. Conclusões: A Anatomia Humana
pode estar sendo esvaziada de importância, pela degradação no ensino
da Anatomia Macroscópica em seu papel de formadora básica do
profissional médico, com as reduções da carga horária, a integração
com outras disciplinas, sempre à custa da abertura de espaço na grade
curricular, com remodelação metodológica com a ausência parcial ou
total das dissecações. Enquanto, através da modificação do campo de
pesquisa incorporando novas tecnologias, novos métodos e objetos
através da Biologia Molecular e de aplicações clínico-cirúrgicas,
engorda-se a base de atuação, gera-se uma dicotomia entre pesquisa
e ensino, apresentando uma disciplina enraizada em um campo de
pesquisa não mais revisitado, assemelhando-se a um processo de
secundarização da disciplina.
1
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, SP
Trabalhando o tema Obesidade na integração
básico-aplicado com visitas domiciliares e
atividades na USF
Eliane Roio Ferreira1
Débora Carvalho Molan1
RESUMO: Introdução: No curriculo da FMB, no segundo ano,
ocorre,em cada semestre, uma semana de integração básicoaplicado, sobre um tema relevante no formato LBP. Em 2009, houve
uma integração entre essa atividade e a disciplina IUSC, ministrada
conjuntamente para alunos de medicina e enfermagem, que prioriza
a integralidade do cuidado, considerando que ações de educação em
saúde se traduzam em maior autonomia e emancipação do sujeito.
Como estratégia, realizam-se atividades, onde são abordados temas,
a partir de demandas da população. Objetivos: Apresentar estudo e
intervenções sobre Obesidade na atividade de integração, salientando o
papel do estudante de Medicina na atuação no cuidado dessa doença.
Metodologia: Após o levantamento de questões sobre a Obesidade,
estudo individual e discussão em grupo, planejou-se visita domiciliar
à obesos com o intuito de observar a realidade, hábitos alimentares
e de vida, condições de sobrevivência, crenças, riscos associados e
possíveis formas de ajuda. Procurou-se realizar práticas educativas
direcionadas às necessidades dos pacientes visitados. Para tal, foi
organizado evento em USF com atividades sobre o tema, buscando
envolver os pacientes, contando com participação de professor de
educação física e nutricionista. Neste evento houve apresentação de
danças com idosas, prática de exercícios físicos na posição sentada,
para os presentes e lanche, com receitas simples, saudáveis, nutritivas
e de baixo custo que foram distribuídas. Resultados: Os diálogos
entre pacientes e estudantes foram considerados como um espaço
para aprendizagem pelo contato com um paciente que apresentava
o que havia sido estudado, em maior ou menor grau; e também pela
aplicação das orientações aprendidas e dadas aos pacientes de uma
forma acessível ao contexto dos mesmos. As atividades na USF foram
uma oportunidade de promover atividades de educação em saúde,
com a participação de forma interativa do grupo alvo com diferentes
profissionais de saúde, visando a integralização do cuidado. Além
disso, qualificou o relacionamento entre pacientes e profissionais
da USF. Conclusões: A educação em saúde integra saberes sobre
o cuidar, permitindo o diálogo entre conhecimentos científicos e
populares e permite mudanças na comunidade, onde cada indivíduo
torna-se apto a tomar suas próprias decisões no auto-cuidado. O tema
obesidade é prioridade pela alta prevalência, sendo portanto, relevante
na educação médica e passível de intervir, ampliar os conhecimentos
e pôr em prática sua prevenção. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP
1
16
Utilização do Laboratório de Habilidades Clínicas
como cenário de ações interdisciplinares
José Medeiros do Nascimento Filho1
Ana Carolina Batista Dantas1
Joyci Florida Rafael Maciel1
Francisco Fábio Araújo Batista Júnior1
Fellipe Alexandre Macena Salviano1
Ana Paula de Paiva Serrano1
Maria Luisa Nobre Medeiros e Silva1
Rosiane Viana Zuza Diniz1
RESUMO: Introdução: O Laboratório de Habilidades Clínicas (LHC)
é um espaço de fundamental importância para os cursos da área
da saúde, pois permite treinamento em manequins, respeitando
preceitos éticos e humanísticos. Na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) o LHC iniciou suas atividades no ano de
2008, atendendo os cursos de graduação do Centro de Ciências da
Saúde. Objetivos: Descrever as atividades realizadas pela monitoria
do LHC da UFRN nos anos de 2008 a 2010. Metodologia: Tratase de um estudo qualitativo do tipo relato de experiência realizado
de 2008 a 2010. Utilizou-se como fonte de dados os arquivos do
laboratório e os relatos dos estudantes monitores. Resultados: As
atividades realizadas foram agrupadas em quatro eixos: infra-estrutura,
ensino, extensão e produção acadêmica. No primeiro eixo houve o
reconhecimento do acervo do LHC; participação nas visitas técnicas de
manutenção do acervo e elaboração do potencial do LHC para o ensino.
No segundo, foi enfocado o treinamento e capacitação de habilidades
clínicas; organização de um projeto de monitoria dentro da disciplina
de Iniciação ao Exame Clínico do curso de graduação em medicina e
a integração com novos componentes curriculares e parceria docente.
No terceiro, priorizou-se a divulgação das atividades do LHC, criação
da logomarca, elaboração do projeto de extensão Atendimento Básico
à Vida e realização do I e II Congresso Multiprofissional da Saúde. O
último eixo envolveu a produção do conhecimento como a elaboração
de roteiros sobre as práticas no LHC e apresentação de trabalhos em
eventos científicos. Conclusões: A monitoria permitiu aprofundamento
teórico-prático dos conteúdos ministrados e atendeu à expectativa em
relação ao estímulo à docência. Além disso, levou à organização e
consolidação das atividades realizadas pelo LHC nos cursos da área
de saúde da UFRN. 1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
Visita à Maternidade Municipal de Londrina como
ferramenta de ensino complementar ao estudo
da Embriologia
Uheyna Gancedo Ruzon1
Vanessa Mizubuti Brito1
Álan Roger Gomes Barbosa1
Fernanda Gomes Thomazatti1
Evaldir Bordim Filho1
Marcia Hiromi Sakai1
Maria José Sparça Salles1
RESUMO: Introdução: A literatura mostra que a inserção precoce
do estudante no contexto de prática favorece o processo de ensinoaprendizagem durante a formação médica. O atrelamento entre teoria
e prática viabiliza aos graduandos os recursos necessários para a
elaboração de pensamentos críticos com a realidade em que estão
inseridos. Objetivos: Complementar o estudo do desenvolvimento
embrionário e fetal por meio de uma visita à maternidade municipal
de Londrina onde os estudantes tiveram a oportunidade de entrevistar
pacientes no puerpério, assistir à realização de partos e de exames
pré-natais. Metodologia: quali-quantitativamente utilizou-se um
questionário semi-estruturado, aplicado aos estudantes amostrados
(79) da primeira série do curso de medicina da Universidade Estadual
de Londrina em maio-junho de 2009. Os quesitos analisados
relacionaram-se com os aspectos positivos e negativos da atividade.
Para análise dos dados foram utilizados: a distribuição de freqüência
relativa e a análise de conteúdo. Resultados: Sobre os aspectos
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
positivos da atividade (56,96%) dos participantes consideraram que
a visita à maternidade, contribuiu para a formação de postura médica
ressaltando o contato com os pacientes, (36,7%) possibilidade
de assistir a um parto ou acompanhar exames e (6,2%) conhecer
a estrutura de uma maternidade. Por conseguinte, (53,16%) dos
estudantes afirmaram que não houve aspectos negativos na atividade.
Com relação à entrevista (77,21%) dos estudantes sentiram-se
confortáveis com a interação aluno-paciente e (22,78%) afirmaram
insegurança para desenvolver a prática. Conclusões: Os dados
mostraram que a visita à maternidade despertou nos estudantes
maior interesse pelo estudo da embriologia. Também a habilidade
de comunicação e atitude profissional perante os pacientes exigida
durante a visita assegurou ao estudante o desenvolvimento de sua
postura médica. Esse primeiro contato com o paciente apresentou-se
como desafio aos primeiro-anistas inexperientes que instigados com
a situação se estimularam para perder a inibição e o receio para com
a relação médico-paciente. A comunicação com as mães levou a uma
reflexão do aspecto biopsicossocial, o que corrobora para a formação
do perfil atitudinal do futuro médico. Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, PR
1
• Experiências Pró-saúde e PET-saúde
A educação em saúde com usuários hipertensos:
a visão dos profissionais de uma equipe de saúde
da família do município de Marília
Frederico Adão de Oliveira Santana1
Ana Carolina Hamamura1
Fabíola Ambrósio Silveira Lima1
Gabriele Uyeda Tamashiro1
Mariana Borini Alves1
Tamara de Queiroz Vieira1
Paula Sales Rodrigues1
Mara Quaglio Chirelli1
RESUMO: Introdução: A Estratégia de Saúde da Família (ESF)
surge como uma forma de reorientação do modelo assistencial de
saúde no Brasil. Dentre os princípios fundamentais que norteiam a
ESF, destacamos a integralidade, pois acreditamos que promoção,
prevenção, recuperação da saúde e reabilitação de doenças e
agravos não podem ser compartimentalizadas, mas se trabalhadas na
perspectiva de uma abordagem integral, autônoma e resolutiva podem
modificar o processo de saúde e doença de um indivíduo, família e
comunidade.¹ No entanto, questionamos as práticas de educação
em saúde estabelecidas aos usuários em acompanhamento com
hipertensão e como os profissionais vêm trabalhando essas práticas.
Nessa perspectiva, consideramos importante investigar a educação em
saúde por ser essa uma ferramenta para mudança da qualidade de vida
e construção da autonomia dos sujeitos, e por ser a hipertensão arterial
um problema de saúde que causa risco e danos biológicos, emocionais
e sociais à saúde das pessoas, além do aumento gradativo dos custos
com o tratamento. Objetivos: OBJETIVO GERAL - Analisar as ações
de educação em saúde aos usuários hipertensos em acompanhamento
nas ESFs; OBJETIVOS ESPECÍFICOS - A abordagem das ações
de educação em saúde na visão dos profissionais da Unidade de
Saúde da Família - Tóffoli. Metodologia:Trata-se de uma pesquisa de
abordagem qualitativa, exploratório-descritiva, ao propor a exploração
do universo de significados e sentidos.² Buscamos o entendimento
dos sujeitos acerca das práticas educativas, realizadas nos diversos
momentos de acompanhamento na ESF de pessoas com hipertensão
na perspectiva da integralidade em saúde, analisando como essas
práticas podem influenciar no seguimento regular do usuário. O cenário
de realização da pesquisa foi a ESF Tóffoli com total de 854 famílias
(2941 pessoas), sendo 243 usuários hipertensos. Para a coleta dos
dados empíricos utilizamos entrevista semi-estruturada por fornecer
amplo campo de interrogativas.³ Com a equipe local foram realizadas
09 entrevistas, incluindo todos os profissionais de saúde do local exceto
a enfermeira da unidade por ser esta uma das autoras da pesquisa. A
análise dos dados foi pela técnica de Análise de Conteúdo, modalidade
temática.4 Durante o processo de análise identificamos dois temas:
práticas de saúde e avaliação das ações em saúde e relação com
os usuários. Resultados: Percebemos limitações no alcance das
necessidades de saúde dos usuários, considerando a dificuldade
na organização do processo de trabalho com limitação de recursos
humanos e de tempo apropriado a este fim. Os profissionais sentem-se
sobrecarregados com acúmulo de tarefas; até pluralidade envolvida
no processo saúde doença, mas não vislumbram potencialidades
para mudança. Ou então, alguns consideram simples ações como
conquistas qualidade de vida das pessoas ou até qualificam o impacto
a saúde pela freqüência das pessoas as atividades na ESF. Quando
percebem que há mudança na condição de vida das pessoas, está
mais centrada na dimensão biológica e psicológica. Demonstram,
também, dificuldades na co-responsabilização do cuidado, atribuindo
somente aos usuários as responsabilidades pelos insucessos no
processo saúde-doença. Conclusões: Percebemos a centralidade do
atendimento na doença e não na pessoa – sujeito; ou ainda, e uma
educação em saúde baseada na transmissão do conhecimento – a dita
“orientação”, sendo árduo o caminho para a educação saúde como um
processo político pedagógico com desenvolvimento de pensar crítico
e reflexivo propondo ações transformadoras que levem o indivíduo a
sua autonomia e emancipação. Há predomínio do cuidado centrado
na medicalização, com potencialidades para mudanças e conceitos
divergentes sobre saúde entre a própria equipe (profissionais), e entre
a equipe e a comunidade. Esses dados sugerem que há falhas no
processo de educação em saúde.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
A Estratégia Saúde da Família junto ao paciente
portador de hipertensão arterial
Luis Eduardo Silva Móz1
Bruna Morassi Sasso1
Leandro Cacure1
Lívia Limonta1
Luiz Henrique Congio1
Cláudia Carolina Costa1
Lívia Santos Baldini1
Aline Ambrosio de Moraes1
Fernanda Costa Pereira1
Amanda Maria Fantini1
Adriana Cavazzane1
Fábio de Carvalho Garcia1
Drielly Daiane Matarazzo1
Júlia do Nascimento Saad1
Janete Pessuto Simonetti1
RESUMO: Introdução: Na população em geral, os riscos para a
Hipertensão Arterial (HA) são menores para os adultos com pressão
arterial sistólica menor que 120 mmHg e com pressão arterial diastólica
menor que 80 mmHg. O seu controle inicia-se com a detecção e
observação contínua, não devendo ser diagnosticada com base em uma
única medida da Pressão Arterial (PA). Após sua confirmação, deve-se:
classificar a HA em primária ou secundária e pesquisar a presença de
17
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
outros fatores de risco cardiovasculares como história familiar, idade,
níveis tensionais, obesidade, diabetes e etnia. Objetivos: Identificar
a clientela portadora de HA assistida em uma Unidade de Saúde
da Família (USF); verificar as condições de saúde desta clientela
relacionadas aos fatores de risco; buscar sugestões para ampliar e
melhorar o atendimento da USF.Metodologia: Estudo descritivo e
exploratório realizado em uma USF da Rede Municipal de uma cidade
do Interior do Estado de São Paulo. Fizeram parte da pesquisa 79
indivíduos portadores de HA. Resultados: A amostra estudada foi
composta por uma maioria de mulheres (55), de etnia branca, com o
ensino fundamental incompleto, trabalhadores assalariados, no qual
houve o predomínio de empregadas domésticas. O estado civil que
se destacou foi de casados. Quanto ao acompanhamento da doença
cerca de 70% freqüentam a unidade nas diversas modalidades
de atendimento: consulta de enfermagem, grupos de orientação,
campanhas, exames laboratoriais, grupo de caminhada, atividades de
lazer, aquisição de medicamentos e aferição da PA. No que diz respeito
às mudanças no estilo de vida, a redução do uso de sal e ingestão de
gorduras saturadas foram as mais citadas, seguidas da execução de
atividade física e redução do peso. O atendimento da equipe de saúde
foi avaliado positivamente. Quanto a sugestões para a melhoria do
funcionamento, cerca de 70 % sugeriram o aumento de funcionários
principalmente médicos. A medida da PA variou de 100X70 a 220X100
mm Hg.Conclusões: Apesar da maioria dos entrevistados fazer o
acompanhamento da doença, percebe-se que as mudanças no estilo
de vida precisam ser intensificadas, já que estas irão beneficiá-los,
principalmente no que se refere à prevenção de complicações. Cabe
aos profissionais da área de saúde a elaboração de estratégias para
melhorar a participação dos hipertensos no tratamento. Uma delas pode
ser um trabalho educativo que valorize não apenas a informação, mas
também que estimule a adesão dos pacientes ao tratamento, de forma
consciente de que são sujeitos autônomos sobre sua saúde. população, a fim de melhorar o meio ambiente da área de abrangência.
Participaram 46 profissionais que avaliaram muito bem as atividades,
como: “Momento importante para o fechamento dos trabalhos permitiu
uma maior reflexão e aprofundamento da interseção saúde/meio
ambiente”. “Pudemos nos sentir mais como seres humanos que
dependemos do outro e do meio em que nos inserimos e ao mesmo
tempo tivemos com o outro e meio ambiente tudo o que está no mais
profundo de nossa existência. Aqui podemos perceber o verdadeiro
sentido e amplitude da palavra saúde, ou seja, o conceito de saúde
no sentido ampliado”. Conclusões: A partir destas atividades com
as equipes de EFS foi possível despertar sentimentos e reflexões
essenciais para se abordar e trabalhar com o meio ambiente e a saúde,
numa perspectiva mais complexa e transdisciplinar, abrindo caminho
para o desenvolvimento do projeto numa visão ampliada de saúde
ambiental, no sentido da promoção à saúde. Notou-se a necessidade
de trabalhar este tema como os profissionais de saúde, uma vez que
não tiveram estas discussões em sua formação e por reconhecerem
a necessidade diante dos problemas ambientais existentes nas áreas
trabalhadas, desafiando-os a pensarem em propostas de intervenção
juntamente com a comunidade, avançando na promoção da saúde e
lutando por um ambiente mais equilibrado e uma melhor qualidade
de vida a todos. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
Lívia Miumi Batista Tamai1
Lorine Arias Bonifacio1
Maelly Romy Maruyama Ikuno1
Elza de Fátima Ribeiro Higa1
Liliana Kuabara Ferreira1
Cássia Regina Fernandes Biffe Peres1
Celeste Maria Bueno Mesquita1
1
A inserção da temática saúde e meio ambiente
no Pet-Saúde
Karina Pavão Patrício1
Eliana Maria Nicolini Gabriel2
Thaís Santos Oliveira1
Jamil Thiago Rosa Ribeiro1
RESUMO: Introdução: A degradação ambiental vem modificando
nosso cenário de forma acelerada e interferindo negativamente
no processo saúde doença. Torna-se essencial discutir a temática
saúde ambiental com profissionais de saúde, sendo o Programa
PET-Saúde um facilitador e as unidades de Estratégia de Saúde da
Família (ESF) excelentes cenários. Objetivos: Propôs-se introduzir
o tema saúde e meio ambiente, como projeto, dentro do PET-Saúde,
orientando um grupo de alunos bolsistas da medicina e da enfermagem
a fim de sensibilizar profissionais de saúde de três equipes de EFS
(Botucatu/SP), por meio de discussões teóricas e de vivências.
Metodologia: Para sensibilizar as equipes inicialmente foram
realizadas trilhas interpretativas nomeadas: “reverência a vida”, por
meio de parceria com a Escola do Meio Ambiente de Botucatu. Ao longo
da trilha trabalhou-se com várias dinâmicas despertando sensações
do contato com a natureza, o respeito e a grandeza destas relações.
Depois organizou-se evento denominado: “Meio Ambiente e Saúde:
interfaces na Atenção Básica”, na qual reuniram-se este profissionais
de saúde e de outras unidades, não contempladas pelo projeto que
demonstraram interesse em participar, apresentando conteúdo teórico
(palestra inicial sobre meio ambiente e saúde) e prático (oficinas
de compostagem, artesanato com pet e bijuterias com sementes).
Resultados: Foram realizadas três trilhas interpretativas na EMA que
foram conduzidas pelos professores e estagiários da EMA, tendo 52
profissionais participantes. No outro evento cada participante refletiu e
escreveu o que poderia implantar em sua unidade, juntamente com a
18
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
2
Escola do Meio Ambiente, Botucatu, SP
1
Análise comparativa sobre a compreensão
conceitual de integralidade pelos estudantes da
Famema e profissionais da Estratégia de Saúde
da Família
RESUMO: Introdução: Este estudo focaliza a concepção da
integralidade na visão dos estudantes de medicina e enfermagem e
dos profissionais atuantes nas equipes da Estratégia da Saúde da
Família (ESF). Ele faz parte de uma pesquisa aprovada pelo Programa
de Educação para o Trabalho em Saúde (PET-SAÚDE) intitulado
“Identificando a integralidade nas práticas vigentes para construção
de novos caminhos”. De acordo com a Lei 8080 de 19 de setembro de
1990, a integralidade da assistência é entendida “como um conjunto
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema” (BRASIL, 1990, capítulo 2), preconiza ainda,
o respeito à autonomia das pessoas e assistência sem preconceitos
ou privilégios. A abordagem da integralidade do cuidado na formação
do profissional requer uma compreensão do ensino como um processo
construído por docentes, estudantes, profissionais de serviço e
comunidade que se movimenta como sujeitos determinantes das
práticas de saúde, de educação e de controle social (SILVA e SENA,
2006). Pode ser desenvolvida em vários cenários de aprendizagem e
nos campos de saberes e práticas do cuidado. (AYRES, 2004). Para
isto, são necessárias estratégias de aprendizagem que permitam a
compreensão da integralidade como um pressuposto que precisa ser
construído durante toda a formação. Objetivos: Analisar e comparar a
compreensão sobre o conceito de integralidade dos estudantes e dos
profissionais da ESF. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório
e descritivo buscando a compreensão da integralidade do cuidado.
Participaram da pesquisa 58 estudantes do 1º, 2º e 4º ano dos cursos
de Medicina e Enfermagem da Faculdade de Medicina de Marília e
52 profissionais da ESF do município de Marília. A coleta de dados foi
realizada por meio de Grupo Focal e a interpretação dos resultados,
fundamentada na Análise de Conteúdo, Modalidade Temática (GOMES,
2008).Resultados: Os estudantes indicaram fundamentalmente que
é necessário trabalho em equipe multidisciplinar e multiprofissional
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
para o alcance da integralidade. Para os profissionais a integralidade
compreende a identificação das necessidades da saúde, empatia,
acolhimento, escuta ampliada, visita domiciliar e trabalho em equipe. Os
estudantes inseridos nas equipes parecem valorizar esta possibilidade,
enquanto as ações profissionais propiciam desenvolvimento de outros
saberes no cotidiano. O ponto considerado comum é o trabalho em
equipe. Houve diferença na conceituação de integralidade entre
acadêmicos e profissionais da área de saúde, no entanto, há uma
compreensão de que ela pode ser desenvolvida nas práticas de
aprendizagem e de trabalho. Conclusões: A análise dos dados obtidos
demonstra que tanto os estudantes quanto os profissionais de saúde
compreendem a integralidade como: atenção biopsicossocial, ações
de promoção, prevenção e reabilitação; vínculo; acesso do usuário a
todos os níveis de atenção e intersetorialidade. Esta construção coletiva
também indica a importância da articulação da academia com a ESF
em prol do desenvolvimento da integralidade do cuidado.
Referências:
AYRES, J. R. C. M. O cuidado, os modos de ser (do) Humano e as
práticas de saúde. Saúde e Sociedade v.13, n.3, p.16-29, set./dez.
2004.
BRASIL. Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990. Lei Orgânica da
Saúde. Brasília: Mistério da Saúde, 1990. 17 p.
GOMES, R. Análise e interpretação de dados de pesquisa qualitativa.
In: MINAYO, M.C.S. (org), DESLANDES, S.F. Pesquisa Social: teoria,
método e criatividade. 27 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
SILVA; K.L.; SENA, R.R. A formação do enfermeiro: construindo a
integralidade do cuidado. Revista Brasileira Enfermagem, v.59, n.4,
p.488-491, jul./ago. 2006. 1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Análise da satisfação dos usuários atendidos
em unidade de saúde da família em projeto de
intervenção do PET-Saúde
Rafael Birelo Martins1
Bianca Cristina Cassão1
Maria Helena Senger1
Maria Lucia Nardy Bismara4
RESUMO: Introdução: A medida da satisfação do usuário é de
fundamental importância como medida de qualidade de atenção,
porque proporciona informações sobre o êxito do provedor em alcançar
os valores e expectativas do paciente. Objetivos: avaliar a satisfação
e o tempo de espera dos usuários de unidade de saúde da família
(USF), apontando os possíveis nós críticos na atenção à saúde para
elaborar futura intervenção pelos acadêmicos. Metodologia: Inquérito
domiciliar e na unidade com aplicação de dois questionários, em
dois momentos diferentes, por acadêmicos do curso de medicina
previamente treinados, participantes do Programa de Educação pelo
Trabalho para a Saúde (PET-SAÚDE), junto à população coberta pelo
Programa de Saúde da Família (PSF) no território daquela USF (com
aproximadamente 16.500 habitantes). O primeiro questionário, simples
e de rápida aplicação, baseava-se em perguntas sobre satisfação
geral quanto ao atendimento na USF. Já o segundo, foi formulado
de acordo com os resultados encontrados no primeiro, abordando
dados relativos à qualidade do atendimento prestado (classificado
em excelente, bom, regular ou ruim, segundo a percepção pessoal do
entrevistado) e avaliação do tempo de espera nos diferentes setores
(classificado como satisfatório ou insatisfatório). Resultados: No
primeiro questionário (n=602) verificamos que o grau de satisfação dos
usuários foi identificado como satisfatório (92%) e que a resolubilidade
do serviço atingia 81%. Entretanto, durante as entrevistas realizadas
pelos alunos, os pacientes fizeram ressalvas quanto à demora do
atendimento em setores da unidade. No segundo questionário (n=64)
identificamos dados quanto à qualidade do atendimento e avaliação
do tempo de espera pelos usuários. Na avaliação da qualidade do
atendimento, a Consulta Médica (excelente/bom: 75%, regular/ruim:
25%), recepção (excelente/bom: 71,8%, regular/ruim: 28,1%), pósconsulta (excelente/bom: 71,9%, regular/ruim: 26,5%, não usam/
não opinaram: 1,6%) e acolhimento (excelente/bom: 78,2%, regular/
ruim: 20,3%, não usam/não opinaram: 1,6%) obtiveram as menores
notas. Quanto ao tempo de espera para a atividade, consulta médica
(satisfatório: 45,3%, insatisfatório: 54,7%) e pós-consulta (satisfatório:
51,6%, insatisfatório: 46,9%, não usam/não opinaram: 1,6%) foram
consideradas as mais demoradas. Conclusões: Das respostas ao
primeiro questionário concluímos que os usuários estão, em sua
maioria, satisfeitos com o atendimento na unidade. A resolubilidade
da USF está dentro do esperado (80 a 85%). Nas respostas ao
segundo questionário, identificamos relação direta entre a qualidade
do atendimento e o tempo de espera. Este último item interferiu na
piora da análise sobre o primeiro na opinião dos usuários. Dessa forma
a elaboração de uma futura intervenção deve abordar a demora no
atendimento como um fator importante na melhora da avaliação do
serviço pelos cidadãos assistidos por essa unidade.
Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
- Campus Sorocaba, Sorocaba, SP
2
Unidade de Saúde da Família Dr. Carlos Alberto Amorim, Sorocaba, SP
1
Aspectos psicossociais do acompanhamento
domiciliar ao idoso na rede básica de saúde
Milena Luckesi de Souza1
Tricia Maria Feitosa Floripes1
Mariana Cristina Augusto1
Paulo José Fortes Villas Bôas2
Luiz de Mello de Santos Netto2
Marcelo Pacheco Gonçalves2
Leandro Vinícius de Souza2
Thais Rottini2
Alina de Almeida Bastos2
Débora Carvalho Molan3
Fabrício da Silva2
Gabriela Antonio dos Santos2
RESUMO: Introdução: Neste relato de experiência serão abordados
alguns dos aspectos psicossociais que foram avaliados na pesquisa
Acompanhamento domiciliar ao idoso de unidade básica de saúde
desenvolvido no período de março de 2009 a abril de 2010, vinculado
ao Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde.
Tendo em vista seu caráter interdisciplinar, o projeto investigou as
condições de saúde da população na atenção básica fortalecendo
a prática acadêmica que objetiva interligar a universidade, em suas
atividades de ensino, pesquisa, serviço e extensão, com demandas da
comunidade. No contexto do paciente idoso, o atendimento domiciliar
insere-se no modelo gerontológico que visa à reinserção do idoso na
comunidade, à preservação de sua autonomia e a recuperação de sua
independência funcional.Objetivos: Dentre os objetivos da pesquisa,
buscou-se realizar acompanhamento aos idosos de unidade básica
de saúde a partir da realização de visita domiciliar, considerando a
abordagem de aspectos psicossociais. Metodologia: Fizeram parte
do projeto 11 alunos do curso de medicina e 1 aluno do curso de
enfermagem; 3 preceptores (enfermeira, psicóloga e assistente social) e
1 tutor com especialidade em geriatria. Cada aluno foi responsável pelo
acompanhamento de um idoso no domicílio. Num período de 6 meses
foram realizadas 8 visitas. À medida que as visitas eram realizadas, o
grupo de alunos se reunia com os preceptores acadêmicos e o tutor
para discussão de artigos científicos que embasavam a elaboração
de intervenções terapêuticas para cada idoso e o debate sobre as
facilidades e dificuldades de implementação das mesmas. Os alunos
foram instruídos quanto à importância de considerarem os aspectos
psicossociais na abordagem ao idoso e seu familiar e/ou cuidador, a
investigarem sobre as condições socioeconômicas, situações de risco,
negligência, maus-tratos, violência, uso de substância química pelo
idoso, familiar e/ou cuidador. Foram também orientados a respeitarem
crenças, hábitos, cultura dos sujeitos a fim de evitar juízo de valor,
preconceitos e intervenções que sobrepõe o saber acadêmico ao saber
popular construído a partir das vivências individuais. Resultados: Os
alunos puderam discutir nas reuniões a percepção da dinâmica
familiar para além daquilo que é dito, mencionado pelo idoso e seu
familiar, considerando expressões não-verbais que se manifestam nas
entrelinhas, nas formas como o cuidado se estrutura e se organiza.
19
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Observaram os mecanismos de defesa atuantes no processo de
adoecimento e diante das perdas e proximidade da finitude da vida,
condição que motivou resistências quanto à implementação das
intervenções propostas e gerou, em alguns casos, sentimentos como
frustração, impotência, ansiedade no aluno. O olhar também foi
direcionado para o cuidador e sobre a influência que a sobrecarga
e o despreparo podem acarretar na boa qualidade de vida do idoso.
Os alunos relataram a importância da atenção integral aos idosos,
perceberam que algumas perdas funcionais podem ser evitadas com
orientações aos familiares. Destacaram a necessidade da solidariedade
com idosos, família e cuidadores e observaram que apesar dos cuidados
tomados, trata-se de uma população propensa à doenças de toda a
natureza, o que configura uma limitação quanto a atuação profissional.
Os alunos também apontaram que vínculo necessário para a boa
adesão dos idosos e familiares/cuidadores às intervenções também
é um fator dificultador que os impediu de desenvolver as atividades
de forma mais livre. Conclusões: A pesquisa, através do instrumento
da visita domiciliar mostrou-se um recurso importante à medida que
propiciou ao aluno o contato com a realidade do idoso, apreendendo os
vários aspectos que compõe o seu cotidiano, interagindo com familiares
e cuidadores. Neste sentido, percebe-se a importância da inserção da
abordagem psicossocial e das práticas de cuidado interdisciplinar na
formação dos profissionais de saúde. Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu/Faculdade de Medicina
de Botucatu, Botucatu, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
3
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP
planejaram e iniciaram as atividades de Educação em Saúde
nas escolas, utilizando como pressuposto o modelo dialógico de
comunicação. Conclusões: Considerando a relevância da vacinação
para o desenvolvimento saudável dos adolescentes e a falta de uma
cultura que estimule os jovens para a questão da imunização, justificamse as necessidades da análise da real situação em que se encontram
os adolescentes do município, da busca ativa dos não vacinados e as
atividades de Educação em Saúde em parceria com as equipes da
Estratégia de Saúde da Família (ESF).
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
1
Avaliação da composição nutricional da dieta da
população freqüentadora da Unidade Básica de
Saúde Armando d’Arienzzo
Andressa Sato de Aquino Lopes1
Gabriela Suemi Shimizu1
Fabiana Toledo Bueno1
Maria Josefa Penon Rujula1
1
Avaliação da cobertura vacinal do adolescente
em Botucatu: como estamos?
Rafael Bispo Paschoalini1
Ricardo Rodrigues Fernandes1
Fellipe Tripoli de Miranda Mattos1
Priscilla Melchior Oliveira Rocha1
Rachel Andrade Cortez1
Thiago Kazuto Sasake Sato1
Danielle C. A. Feitosa Gondo1
Renata Leite Alves de Oliveira1
Alice Yamashita Prearo1
RESUMO: Introdução: O Programa Nacional de Imunizações e o
sistema nacional de vigilância epidemiológica institucionalizados em
1973 através da padronização dos calendários vacinais e ampliação do
marketing nas campanhas de vacinação tem obtido ótimos resultados,
com ampliação da cobertura vacinal média da população, em menores
de um ano, a erradicação da poliomielite e a diminuição de todas
as doenças imunopreviníveis. Contudo, ainda paira no período da
adolescência, certo despreparo das instituições públicas de saúde em
estimular e acompanhar a vacinação desses indivíduos, justificando a
necessidade de estudos neste campo de atuação. Objetivos: Avaliar
a situação vacinal dos alunos adolescentes, de 10 a 19 anos, do
município de Botucatu e divulgar a importância da imunização dos
adolescentes nas escolas em área de abrangência da Estratégia
Saúde da Família. Metodologia: Foram levantadas as carteiras
de vacinação, disponíveis no Sistema Municipal de Informação em
Saúde (SIMIS), a partir das listas dos alunos de cinco escolas do
município, dos adolescentes nascidos entre 27 de abril de 1989 e 27
de abril de 1999. As carteiras foram analisadas, de acordo com o PNI
e classificadas em: vacinação em dia, vacinação em atraso, carteira
sem informação e carteira não encontrada, quando as informações
não estavam registradas no sistema. Resultados: Após análise de
2325 carteiras, constatou-se que 78,5% estavam atualizadas, 15%
em atraso, 4,9% sem informação no sistema e 1,9% das carteiras
não foram encontradas. Das vacinas em atraso, 41,84% de dupla
adulto, 35,95% de hepatite B e 22,21% de tríplice viral. Perante
tais resultados, iniciou-se a vacinação dos adolescentes cujas
carteiras estavam em atraso. Ainda, com o objetivo de sensibilizar
os adolescentes sobre a importância da imunização, os alunos
20
RESUMO: Introdução: Durante o ano de 2008, alunos da Faculdade
de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, estagiamos na UBS
Armando d’Arienzzo pelo Pró-Saúde, no qual acompanhamos agentes
comunitárias de saúde pelo programa PSF e visitamos diversas famílias
da região. Observando os hábitos alimentares destas famílias e sabendo
que uma alimentação equilibrada é importante para a manutenção de
um bom estado físico, mental e também para a prevenção, tratamento
e controle de doenças, resolvemos avaliar a situação nutricional dos
usuários da UBS. Objetivos: Descrever e analisar a composição
nutricional da dieta da população freqüentadora da Unidade Básica de
Saúde Armando d’Arienzzo, da Bela Vista. Metodologia: De setembro
a novembro de 2009, aplicamos na UBS questionários recordatários,
nos quais o participante deveria preencher quais alimentos consumiu
em suas refeições do dia anterior e em que quantidade. Para uniformizar
as respostas e não ter erro de interpretação, disponibilizamos amostras
de colheres, conchas e xícaras. Posteriormente, calculamos o valor
energético (kcal) e de nutrientes (carboidrato, proteína, gordura, sódio,
vitaminas A e C, cálcio) consumidos. O questionário era anônimo
e também continha questões com respeito a idade, sexo, renda,
doenças (diabetes, hipertensão arterial, câncer e colesterol alto) e
hábitos (fumo e etilismo) do entrevistado. A pesquisa foi aprovada no
CEP. Resultados: Foram entrevistadas 132 pessoas: 102 mulheres
(77,3%) e 30 homens (22,7%), de idade entre 04 e 93 anos, com
média de 43,05 e mediana 41, com maior freqüência de 30 a 69
anos. 53% possuem renda de até 03 salários mínimos (SM), sendo
que 15,9% são sem renda, 18,9% de 03 a 10 SM e 6,1% acima de
10 SM (6,1% não declararam). Doenças associadas estão presentes
em 47 indivíduos (35,6%), com padrão similar para ambos os sexos
e aumento de freqüência com aumento da idade. A média de calorias
foi de 1818,7kcal, variando de 314,35 a 4802,02kcal. A ingestão de
carboidratos foi de 56,25 a 757,9g, com média geral de 262,46g,
sendo a média na população etilista de 339,23g e não etilista de
256,84g. Proteína variou de 18,05 a 220,59g (média: 94,43g). A média
de gordura foi de 56,87g (5,13 a 56.7,01g). A média de sódio foi de
1145,283mg, variando entre 127,165 e 5605,31mg. 92,71mg foi a
média de vitamina C e 11020,55 µg foi a de vitamina A. No geral, a
média de cálcio foi de 658,18mg, sendo maior nos homens (757,5mg)
e menor nas mulheres (628,96mg); com doença associada 551,57 mg
e sem doença 717,12mg. Conclusões: Observamos a prevalência
da população feminina na UBS, principalmente da porção adulta. A
maioria da população é de baixa renda. O aumento da idade leva a
maior freqüência de doenças associadas, o que torna a faixa etária
um fator de risco (p<0,000...). Com relação à ingestão calórica, temos
uma média inferior ao valor de referência (VR)(2000kcal), o que pode
estar relacionado à baixa renda ou ao excesso de dietas hipocalóricas,
destacando o mínimo valor notificado (314,35kcal), que está muito
abaixo do aceitável (mínimo de 1200kcal diárias). O recomendável são
300g de carboidrato, sendo a média geral encontrada um pouco inferior.
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Entretanto, nos etilistas a média excede o VR. A média de proteínas
foi maior do que os 75g recomendados. Foi um bom sinal a média de
gordura encontrada, uma vez que está próxima do VR (55g). A ingestão
de sódio também foi menor do que a recomendada (2400mg). Doenças
por carência de vitaminas A e C devem ser raras nesta população, já
que as médias são muito maiores que o recomendado (600 µg e 45
mg, respectivamente). Nenhuma das médias de cálcio (para homens,
mulheres, com ou sem doenças associadas) atingiu o VR de 1000
mg, havendo um déficit importante deste íon. É importante portanto
conhecer a situação nutricional de uma população por componentes
para melhor orientar uma dieta saudável.
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São
Paulo, SP
1
Educação à Saúde em Oficina de Costura de
Bolivianos. Relato de experiência dos Alunos do
Pró-saúde de Medicina e um Centro de Saúde
Escola na região central do Município de São
Paulo
Karla Cristina Monteiro da Silva1
Roberto Topolniak1
Patrícia S. Montemagni1
Adriana M. Chaoul1
Camila M. Endo1
Eduardo Witsmiszyn1
Hélio Jiseok Choi1
Kauê Polizel Souza1
Rute Loreto Sampaio Oliveira1
Carla Gianna Luppi1
Cláudia Lopes Carvalho1
Christiane Herold de Jesus1
RESUMO: Introdução: O Centro de Saúde Escola Barra Funda
“Dr. Alexandre Vranjac”(CSEBF-AV) é uma Unidade de Atenção
Primária da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo,
ambos localizados na região central do Município de São Paulo.
Há quatro anos, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa
de São Paulo, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde
do Município de São Paulo vem trabalhando e desenvolvendo
ações de ensino aprendizado junto aos alunos de medicina, por
meio do Pró-saúde nessa região. Os principais agravos à saúde e
populações mais vulneráveis percebidos pelos alunos no processo de
territorialização foram doenças respiratórias, dores osteoarticulares,
imigrantes latinos trabalhando com costura morando e trabalhando em
condições precárias. As condições encontradas nas oficinas de costura
bolivianas são um problema de saúde pública. Além disso, a condição
de ilegalidade de alguns trabalhadores gera insegurança quanto à
busca de atendimento médico nas Unidades Básicas de Saúde, o que
facilita complicações em sua saúde, fugindo do controle de medidas
epidemiológicas. Objetivos: Realizar atividade educativa, com
enfoques na promoção e prevenção de saúde em oficinas de Bolivianos,
sobre os temas: problemas respiratórios; a importância da ginástica
laboral e como realizá-la. Além de realizar busca ativa de hipertensos,
diabéticos assintomáticos e sintomáticos respiratórios de tuberculose.
Realizar vacinação aos que se dispuserem. Metodologia: O trabalho
foi desenvolvido em duas etapas. No primeiro dia de visita foi feita
uma anamnese simples, para identificar as principais necessidades
da população abordada;Na apresentação seriada enfocou-se questões
respiratórias, importância da vacinação e do bem estar. Distribuíram
recipientes para coleta de escarro para sintomáticos de tuberculose.
Aferiu-se a pressão arterial. No segundo dia de visita aferiu-se a taxa
glicêmica. Realizou-se vacinação contra hepatite B, dupla adulto
(tétano e difteria), dupla viral (sarampo e caxumba). Resultados: A
apresentação seriada mostrou-se produtiva, com ampla participação
dos presentes que demonstraram compreender as informações
apresentadas, tal como a execução da ginástica laboral. A anamnese
foi realizada com sucesso. Os dados coletados na anamnese com
relevância foram cefaléia, cervicalgia/lombalgia, dor nas pernas e alergia
respiratória. Estima-se que a causa das cefaléias seja o estresse ao
qual os trabalhadores são submetidos, insegurança social e financeira,
cobrança na produção, muito tempo sem comer. A permanência em
um ambiente pouco salubre e também as doenças respiratórias, como
as alergias, agravadas pelo pó. A inalação desse pó gera sintomas
como coriza, espirros e erupções cutâneas. Grande porcentagem
apresentava dores nas pernas e dores nas costas ou pescoço. Isso
devido à postura corporal forçada durante muitas horas, exigida pelo
ofício, o que tenciona os músculos diminuindo a circulação sanguínea.
Não foram encontrados casos de diabetes mellitus e hipertensão.
Verificou-se um caso sintomático respiratório para tuberculose que
foi orientado a realizar coleta de escarro. Poucas pessoas foram
vacinadas, pois muitas estavam ausentes. Conclusões: Mesmo com as
dificuldades encontradas como resistência, apreensão, incompreensão
de algumas palavras em português e o envolvimento de muitos
bolivianos com a regularização dos documentos para permanência
no Brasil, juntamente com o período de eleição boliviana da qual
deveriam participar, o trabalho obteve êxito, os principais objetivos
foram alcançados: busca ativa de tuberculose, hipertensos e diabéticos,
conscientização sobre a importância da vacinação, direitos e acesso
aos serviços de saúde. Assim é importante tanto a continuação de
buscas ativas de tuberculose quanto à conscientização desse público
sobre os direitos de procurarem unidades de saúde. Tais medidas,
além de melhorarem as condições de vida dos trabalhadores, criam
um vínculo de confiança entre eles com os profissionais da saúde,
aumentando a aderência a tratamentos.
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São
Paulo, SP
1
Estratégia de Ensino no Curso de Graduação
Médica, integrando alunos com a comunidade,
através de um Comissão Escolar de Prevenção
de Acidentes e Promoção à Saúde (CEPAPS)
Marisa Lazzer Poit1
Simone Holzer2
RESUMO: Introdução: A promoção da saúde e prevenção de acidentes
na escola é o processo de capacitação da comunidade escolar para
atuar na melhoria da qualidade de vida. Cabe ao profissional da saúde
a assessoria e o desenvolvimento das ações preventivas, respeitando
desejos e prioridades da comunidade. Três pontos destacam-se na
promoção da saúde e prevenção de acidentes em adolescentes na
escola: 1. Características da população alvo; 2. Participação de: alunos,
pais, profissionais da área da saúde e da educação; 3. Parcerias com
a Comunidade e com Faculdades da Área da Saúde. Levando-se em
consideração estes pontos, as Faculdades em questão e a comunidade
formaram uma Comissão Escolar nos moldes da Comissão Industrial
de Prevenção de Acidentes (CIPA),com a denominação de Comissão
Escolar de Prevenção de Acidentes e Promoção da Saúde (CEPAPS).
A comissão é composta pelos membros eleitos descritos a seguir:
2 alunos de cada série(5a.-8a.), 1 representante da Diretoria da
escola, 2 dos Professores, 2 dos Pais, 2 da Faculdade de Medicina,
que devem se reunir periodicamente para elaboração, discussão e
implementação das ações a serem desenvolvidas ou que já foram
discutidas e precisam ser implantadas. Objetivos: Desenvolver
atividades práticas que permitam exercitar, de forma integrada, os
conhecimentos teóricos apreendidos na Disciplina de Bases do
Exercício Profissional, desenvolvida no 1º. Ano do Curso de Medicina,
pelos alunos do 2º Ano, da Faculdade de Medicina do ABC. Integrar os
alunos, à rede básica de prestação de serviços em saúde e educação
de crianças e adolescentes, concomitantemente; contribuir para a
produção de conhecimentos nessa rede dando, assim, subsídios à
formação de recursos humanos em saúde que vão ao encontro das
diretrizes do Projeto Federal do Ministério da Saúde e do Ministério da
Educação, Saúde e Prevenção nas Escolas; ajudar na implantação de
Escolas Promotoras de Saúde que implica em um trabalho conjunto
de todos os integrantes da instituição educativa, do setor saúde e da
comunidade na identificação das necessidades e problemas de saúde
e na definição de estratégias e linhas de ação. Metodologia: As
ações de saúde serão desenvolvidas através de: •Oficinas interativas
21
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
como: dinâmicas de grupo, palestras,trocas de informações sobre
materiais específicos para trabalhar com jovens (apostilas, folders,
vídeos...); •Capacitar profissionais da educação para atuarem na
comunidade em programas de educação em saúde para o grupo de
jovens e adolescentes; •Conhecendo o crescimento: Aferir e classificar
medidas antropométricas; conhecendo o DNPM; realizando ações de
prevenção - Educação em saúde (Educação alimentar, Avaliar medidas
de educação em saúde); conhecendo a morbidade da população
(Levantamento das fichas dos alunos, checagem de cartão vacinal,
detecção de surtos: medidas de controle). As atividades práticas
serão desenvolvidas em escolas estaduais e municipais, permitindo
o desenvolvimento de atividades “extra-muros” da Academia, onde
os 100 alunos possam estabelecer, precocemente, relações com os
usuários do SUS, em seus diferentes ambientes de vida. No primeiro
semestre participam os 50 alunos e no segundo os demais alunos do
2º. Ano, em esquema de rodízio com as outras disciplinas curriculares.
Os 50 alunos serão divididos entre os três municípios da Região
do ABC. Resultados: Os resultados deste trabalho serão obtidos
totalmente no final do ano letivo. Agora, em meados de maio de 2010
teremos uma avaliação parcial do trabalho que está sendo desenvolvido
através do Portfólio de cada aluno. Conclusões:A escola promotora da
saúde tem um conceito muito mais amplo que o de escola educadora.
A escola deve fortalecer e oferecer meios para garantir a vida, o
aprendizado e o trabalho, estendendo suas ações para a comunidade,
identificando demandas, estimulando ações e atitudes na melhoria da
qualidade de vida dos adolescentes. É dever de todos os profissionais
da saúde e da educação, trabalharem os temas principais propostos
pela comunidade escolar. 1
2
Faculdade de Medicina do ABC, São Bernardo do Campo, SP
Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP
Influência de grupo multidisciplinar no acompanhamento de portadores de doenças crônicas
Vinícius Andreoli Schoeps1
Carlos Alexandre de Almeida Rodrigues1
Suheyla Pollyana Pereira1
Stephanie Fonseca Levy1
Caio Célio Santiago Moisés1
Marina Colella dos Santos1
Aryane Pereira Neves Silva1
Taciana Toda1
Thais Grodzicki Ambrus1
Viviane Rinaldi Favarin1
Cassio Silveira1
Gabriela Junqueira Calazans1
RESUMO: Introdução: A estrutura do Sistema Único de Saúde
apresenta déficits em sua organização, os quais foram evidenciados
durante o período de Estágio Pró-Saúde, realizado na Unidade Básica
de Saúde Santa Cecília. Dentre as deficiências verificamos que, devido
à grande demanda de pacientes, o corpo clínico se vê obrigado a
realizar consultas médicas de curta duração. Dessa forma, não há
tempo hábil para explorar todas as variáveis às quais doenças de alta
incidência na região abrangem, como Diabetes Mellitus, Hipertensão
Arterial Sistêmica e Dislipidemias.Objetivos: Estas variáveis englobam
a compreensão, pelo paciente, do processo saúde-doença, do
tratamento, o que inclui sua ativa participação na mudança de hábitos,
e sanar questionamentos que possa vir a ter. Assim, uma melhor
relação médico-paciente seria estabelecida, facilitando a adesão
ao tratamento. Metodologia: Levando isso em conta, criamos um
grupo multidisciplinar e dinâmico composto por um cardiologista,
uma psicóloga, uma nutricionista, dois residentes de clínica médica
e estudantes de medicina. Em conjunto foram capazes de gerenciar
uma dinâmica de grupo peculiar dividida em dois momentos. No
primeiro momento, que se seguia da apresentação dos portadores
de patologia ao grupo, estes eram atendidos individualmente por
estudantes de medicina. Nesta primeira abordagem era preenchida
uma ficha de identificação do paciente, para o estabelecimento de um
vínculo com a atividade, que constava em dados pessoais e perguntas
a respeito do tempo que apresentava a patologia e medicações. Ainda
neste primeiro momento, era aferida a pressão arterial e realizada
22
a medição de altura e pesagem para o cálculo do IMC. Além disso,
os estudantes eram incumbidos de explicar sobre a patogênese de
suas doenças, fazer recomendações e esclarecer eventuais dúvidas,
com o objetivo de gerar questionamentos para o próximo momento.
No segundo momento, os pacientes formavam um grande círculo de
discussão juntamente com os estudantes e profissionais da saúde.
Neste, os portadores de patologias crônicas, ao exporem seus casos
e dúvidas, entravam em contato com a experiências de outros que
estão na mesma situação e de profissionais da área questionada. De
forma geral, os assuntos mais questionados tinham relação com dieta e
atividade física, temas que dificilmente tinham abordagem significativa
nas consultas da unidade. A solução prática era apresentada às
indagações mas sempre tendo como enfoque o paciente como agente
ativo. Todas essas discussões eram feitas de forma descontraída
e visavam expor os conhecimentos de forma clara e acessível. É
interessante destacar que para as primeiras reuniões foi necessária
propaganda realizada através da recomendação por parte do corpo
clínico aos portadores de patologias crônicas e através do convite por
parte dos estudantes para os pacientes presentes na sala de espera
da unidade. Resultados: Apesar dessa divulgação, tivemos que lidar
com um número reduzido de pacientes, que ao invés de se mostrarem
incomodados perante a maioridade numérica de profissionais agiram
com bastante naturalidade e demonstraram grande aceitação com
relação à dinâmica. Tal aceitação pôde ser verificada no retorno por
parte de muitos pacientes, que inclusive desejavam continuar sendo
atendidos, no primeiro momento, pelos mesmos estudantes. E, à
medida que as reuniões se concretizavam, esses que retornavam eram
indagados quanto sua melhora de qualidade de vida e acabavam por
estimular novos membros a fazerem parte do grupo. Ao analisarmos
as discussões percebemos que muitos não compreendiam o
significado de suas doenças e tinham medo de questionar seu médico.
Conclusões: Infelizmente, não realizamos as reuniões por tempo
suficiente para que se pudesse demonstrar estatísticamente maior
aderência ao tratamento nem melhoras em índices mensuráveis. De
certa forma, nós, estudantes aprendemos muito com os profissionais
e, principalmente com a oportunidade de estar em contato íntimo com
os pacientes, melhorando nossa abordagem clínica.
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São
Paulo, SP
1
O acompanhamento domiciliar a idosos na rede
de Atenção Básica de Saúde
Tricia Maria Feitosa Floripes1
Milena Luckesi de Souza1
Mariana Cristina Augusto1
Paulo José Fortes Villas Bôas2
Fabrício da Silva2
Gabriela Antonio dos Santos2
Juliana Golfieri Stéfano2
Bruna Carla Ferreira Mendes2
Marcelo Pacheco Gonçalves2
Leandro Vinícius de Souza2
Bruno da Rosa de Almeida2
Patricia Gomes2
RESUMO: Introdução: O envelhecimento populacional é um
fenômeno mundial, com significativas modificações nos aspectos
físicos, psíquicos e sociais do ser humano, levando, muitas vezes,
a necessidade de cuidado. Na atualidade é visível o predomínio de
patologias crônicas que acometem os idosos e o baixo investimento
em programas de saúde para atender esses indivíduos. Diante
do aumento da expectativa de vida da população brasileira e da
necessidade de implementação de políticas públicas em diversos
setores, incluindo a saúde, entende-se que pesquisar recursos
assistenciais, tais como, o acompanhamento domiciliar pode contribuir
para melhorar a qualidade de vida dos idosos. Objetivos: O projeto
de pesquisa Acompanhamento domiciliar ao idoso em unidade básica
de saúde que integrou as atividades desenvolvidas pelo Programa
de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET Saúde no período
de março de 2009 a abril de 2010 visou realizar acompanhamento
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
domiciliar aos idosos de unidade básica de saúde; aplicar a Avaliação
Geriátrica Ampla (AGA) e mensurar o impacto dessas medidas após
intervenções propostas. Metodologia: O acompanhamento domiciliar é
caracterizado por todo e qualquer atendimento a domicílio realizado por
profissionais da equipe de saúde e quanto ao idoso, insere-se no modelo
gerontológico que visa sua reinserção na comunidade, preservação da
sua autonomia e recuperação de sua independência funcional. Para
avaliação do idoso utiliza-se a Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) que é
um instrumento interdisciplinar que objetiva o planejamento do cuidado
e o acompanhamento a longo prazo dos idosos. A AGA baseia-se em
escalas e testes quantitativos e avalia: capacidade funcional; estado e
risco nutricionais; equilíbrio e mobilidade; função cognitiva; deficiências
sensoriais; condições emocionais; disponibilidade e adequação do
suporte familiar e social e condições ambientais. Fizeram parte do
projeto 11 alunos do segundo e terceiro ano do curso de medicina
e 1 aluno do segundo ano do curso de enfermagem; 3 preceptores
(enfermeira, psicóloga e assistente social) e 1 tutor com especialidade
em geriatria. Cada aluno acompanhou 1 idoso no domicílio. Num
período de 6 meses foram realizadas 8 visitas com aplicação da AGA.
A medida que as visitas eram realizadas, o grupo de alunos se reunia
com os preceptores e o tutor para discussão de artigos científicos que
embasavam a elaboração de intervenções terapêuticos para cada
idoso. Após 6 meses foi realizada nova aplicação da AGA para análise
do grau de dependência dos idosos comparando os valores obtidos
nos domínios registrados na primeira avaliação. Resultados: A faixa
etária dos idosos acompanhados foi de 84,3 (+ 2,6) anos, sendo 75% do
sexo feminino. Inicialmente foram avaliados 15 idosos e acompanhados
12 idosos, pois dois mudaram de cidade e um faleceu. A renda média
era de 1,15 salários mínimos. Somente 16,6% dos pacientes recebiam
algum tipo de auxílio assistencial. Dos 12 avaliados, 5 (41,6) relataram
terem sofrido perda importante nos últimos anos. Apenas 1 (8,3%)
referiu uso de álcool. A média do número de medicações consumida
regularmente foi de 5,6 (+ 1,2) por dia e está relacionada com a média
de diagnósticos médicos de 5,6 (+ 2,9), sendo os mais freqüentes:
Diabetes Mellitus (3), Hipertensão arterial (4), Síndrome Demencial (3),
Sequela de Acidente Vascular Encefálico (2). Conclusões: Avaliou-se
que não houve piora da capacidade funcional dos idosos. Verificou-se
que os alunos tiveram oportunidade de realizar atividades em cenários
diferentes do habitual vivenciado no curso de graduação e que os
mesmos estabeleceram bom vínculo com os pacientes e familiares.
As intervenções propostas pelos alunos aos idosos e seus familiares
e/ou cuidadores mostraram uma melhoria na assistência ofertada
aos pacientes, com maior integração entre a universidade, unidade
de saúde e comunidade.
Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu, Botucatu, SP
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
1
2
O ensino para o Sistema Único de Saúde – SUS,
na percepção dos acadêmicos
Lia Thieme Oikawa Zangirolani1
Ana Carla Albuquerque dos Santos1
Ana Carolina Ramos Castelhano Fuentes1
Juliane Custódio de Andrade1
Raquel Caldato Stuck1
Maria Alice Amorim Garcia1
RESUMO: Introdução: A articulação ensino-serviço no processo
de formação dos profissionais da saúde vem sendo apontada no
Brasil como objeto de algumas propostas pedagógicas. Atualmente é
observado um esforço por parte de instituições de ensino, apoiadas
pelos Ministérios da Saúde e da Educação, no sentido de inserir
os estudantes na rede de serviços do Sistema Único de Saúde –
SUS. Por meio do Programa de Educação pelo Trabalho para a
Saúde - PET-Saúde, este grupo de pesquisa, buscou subsidiar o
planejamento das ações de ensino e serviço, junto às Unidades
Básicas de Saúde – UBS do município de Campinas. Objetivos: O
estudo tem como objetivo conhecer e mapear o ensino para o SUS
na percepção dos acadêmicos. Metodologia: Trata-se de um estudo
descritivo, qualitativo, de análise de conteúdo, embasada na Teoria
da Ação Social. Foram entrevistados 27 estudantes, participantes do
PET-Saúde, de ambos os sexos, dos cursos de medicina, psicologia,
fonoaudiologia, enfermagem, ciências farmacêuticas, odontologia,
nutrição, terapia ocupacional e fisioterapia. Resultados: As categorias
de análise foram cenários e métodos de ensino. Foram referidas 112
disciplinas relacionadas ao SUS; destas, 55 ocorrem em sala de aula,
22 são disciplinas práticas, e 32 associam sala de aula e aulas práticas.
Dos cenários de práticas, os mais referidos foram UBS ou Centro de
Saúde - CS, que apareceram nos relatos de todos os cursos, exceto
psicologia e farmácia. O curso de medicina foi o único que referiu como
cenário de práticas o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Os
estudantes que referiram apenas sala de aula como cenário, referiram
como aspecto negativo a falta de vivência prática. Uma das entrevistas
referiu encontrar muitas contradições entre teoria e prática, durante a
vivência, e duas entrevistas que tiveram como cenários sala de aula
e prática associadas referiram a falta de atividades multiprofissionais
como aspecto negativo. Os métodos apontados como estratégia de
ensino totalizaram 148 tipos, sendo 56,7% aulas teóricas, 12,2%
visitas de reconhecimento, 10,1% atuação prática, e os demais
métodos referidos variando de 1,3% a 8,8%. Conclusões: A partir
dos resultados levantaram-se três hipóteses a serem investigadas:
a primeira é que ainda seja nebuloso o entendimento de que o SUS
é formado por diferentes níveis de atenção. A segunda é que devido
ao fato dos respondentes terem sido todos estudantes participantes
do PET- Saúde, as respostas possam conter uma tendência para a
atenção primária. E finalmente a terceira hipótese é que as atividades
de formação estejam concentrando seu campo de práticas na atenção
primária, fato que pode ser investigado por um estudo posterior que
busque estas respostas nos planos das disciplinas. No que tange
aos métodos de ensino, o conteúdo apontou as aulas teóricas como
o principal método, sendo a atuação prática, uma estratégia de
aproximação do SUS pouco frequente. Apesar da pouca atuação
prática, estratégias interessantes de aproximação do campo foram
referidas, como a visita ao território, atendimentos, entrevistas, e
algumas atividades que demandam criatividade como dinâmicas,
palestras, debates e produção artística. Um ponto frágil detectado foi
a falta de relatos de atividades multiprofissionais. A organização do
conhecimento em disciplinas e a falta de preparo dos profissionais para
estas atividades, sejam as principais dificuldades em tornar o processo
de ensino multidisciplinar. A partir da análise destes apontamentos dois
desdobramentos são possíveis: um estudo dos planos de disciplinas
que busque conhecer os diferentes campos de práticas e métodos
de ensino, para uma análise comparativa. Outro desdobramento, a
construção coletiva, dos diferentes cursos, de uma reestruturação dos
métodos, aproveitando os cenários comuns como campo fértil para
a integração do aprendizado e a criação de atividades e momentos
multidisciplinares, que permitam desenvolver uma visão da inserção da
interdisciplinaridade no SUS, desde a formação na graduação.
1
Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, SP
Obstáculos ao autocuidado no Diabetes Mellitus
Tipo 2: o difícil equilíbrio entre a norma e a vida
Paula de Castro Scherer1
Thais Isabela Santos1
Vilmara Carvalho Mendonça1
Renan Souza Xavier1
Fábio Peres da Mota1
Marilene Placido da Costa1
Antonio Pithon Cyrino1
RESUMO: Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 é uma prevalente
causa de morbi-mortalidade no Brasil, com elevados custos para seu
controle. O autocuidado é uma medida central para controle e requer
do portador o desenvolvimento de diferentes habilidades, dentre as
quais se destacam aquelas competências requeridas para adaptar a
prescrição médica ao seu cotidiano de vida. Há evidências de que os
portadores que alcançam um melhor controle são aqueles que melhor
23
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
ajustam as normas médicas em seu dia-a-dia, buscando alcançar um
equilíbrio entre as demandas de controle e o modo como desejam
levar sua vida. Objetivos: Identificar entre portadores de diabetes
mellitus tipo 2 aqueles obstáculos ao autocuidado mais relacionados
ao esforço de adaptação das normas médicas ao cotidiano de
vida. Metodologia: Este trabalho é parte de programa de pesquisa
e intervenção desenvolvido no âmbito do Programa de Educação
para o Trabalho em Saúde (PET). Trata-se de pesquisa de natureza
quantitativa e qualitativa que buscou em sua primeira etapa mapear
os obstáculos ao autocuidado de portadores de diabetes tipo 2. Foram
entrevistados 112 pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2,
usuários de quatro unidades de saúde da família (USF) de município de
porte médio do estado de São Paulo. Utilizou-se como instrumento de
coleta questionário com campo aberto para o registro de comentários
dos entrevistados. A equipe de entrevistadores foi composta por 13
alunos de graduação em medicina e enfermagem, bolsistas do PET.
Estes receberam treinamento para a realização das entrevistas com os
diabéticos, as quais se realizaram no domicílio e na própria USF. Os
dados foram processados em Excel e os comentários dos pacientes
analisados segundo núcleos temáticos. Resultados: Dentre os 33
campos problemáticos identificados neste estudo, destacamos para sua
caracterização e análise temática dos discursos dos diabéticos aqueles
que consideramos mais relevantes para que alcancem um desejável
equilíbrio entre as normas médicas de controle e “os modos de levar a
vida”, quais sejam: “quando o desejo dificulta o autocuidado”, “quando
a dinâmica da vida contrapõe-se à rigidez das normas” e “quando o
diabetes domina a vida”. O obstáculo “quando o desejo dificulta o
autocuidado” foi reconhecido como tal por 49% dos portadores, dentre
os quais se identificou como núcleo mais expressivo das narrativas a
vontade de comer doces. Já o obstáculo ao autocuidado “quando a
dinâmica da vida contrapõe-se à rigidez das normas” (dos profissionais
de saúde) foi identificado entre 47% dos entrevistados e é aquele que
melhor expressa o desafio para o paciente de alcançar um equilíbrio
entre as normas e a vida. Por fim, 37,5% dos participantes deste estudo
informaram terem vivido a dificuldade que o diabetes interpõe sobre
seu modo de viver, muitas vezes levando a doença a dominar o “modo
de andar a vida”. Conclusões: Os resultados alcançados apontam a
expressiva freqüência de portadores de diabetes que enfrentam tais
obstáculos ao autocuidado, os quais se estruturam como importantes
barreiras para que o paciente alcance um adequado equilíbrio entre as
normas médicas e o modo desejado de levar a vida. Estas barreiras ao
autocuidado devem ser devidamente investigadas pelos profissionais
de saúde, para que possam oferecer ao paciente um adequado apoio
ao seu enfrentamento.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
1
Participação social: estratégia para exercer
cidadania
Danielle Rigueira Dias1
Cláudia Weltson Sarno1
Ana Beatriz Grassi Verotti1
Andréa de Araújo Soares Mansínero1
Débora de Jordão Nogueira1
Fernanda Ribeiro Danziere1
Flora Macie Penachio1
Kátia T. Alves Rezende1
Marisa Tamie Oda1
Maria Augusta Lanzi Gonzada1
Matheus de Almeida Carvalho Siqueira1
Pedro Paulo Dal Bello1
Stephanie Hitomi de Nishi Lee1
Vinicius Tadeu Rodrigues Ferreira1
RESUMO: Introdução: Este estudo é decorrente do desenvolvimento
do Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET-SAÚDE)
financiado pelo Ministério da Saúde e da Educação. É direcionado
às instituições de Educação Superior e às Secretarias Municipais de
Saúde, destinado a fomentar grupos de aprendizado tutorial no âmbito
da Estratégia de Saúde da Família (ESF), viabilizando programas de
24
aperfeiçoamento e especialização em serviços dos profissionais da
saúde, bem como de iniciação ao trabalho, estágios e vivências dirigidos
aos estudantes da área. A Faculdade de Medicina de Marília e a
Secretaria Municipal de Saúde desenvolveram oito projetos de pesquisa
partindo da preposição dos órgãos financiadores. Esta investigação faz
parte do Projeto intitulado: “Participação Social na Saúde da Família:
realidade e desafios”, pois consideramos que a história brasileira
remete a uma tradição tipicamente autoritária e excludente desde os
tempos da Coroa Portuguesa que, de maneira mais discreta, perpetuase até os dias atuais. No entanto, a criação do SUS e a elaboração
de seus princípios doutrinários e operacionais representaram um
respaldo à sociedade e uma tentativa de minimizar tal tradição
excludente. A atuação na ESF nos leva a refletir sobre a forma com
que a sociedade exerce a cidadania. Objetivos: Analisar a concepção
dos profissionais em relação a direitos/ deveres e participação/controle
social à luz do ideário do SUS. Metodologia: Utilizamos abordagem
qualitativa, com realização de entrevistas semi-estruturadas com
profissionais de uma USF. A Análise de Conteúdo seguiu vertente
Temática. Resultados: Em relação à concepção dos profissionais
sobre Direitos e Deveres, a maioria faz referência à área de saúde,
destacando o direito ao atendimento médico de qualidade. Foram
citados ainda os direitos de acesso ao SUS, à medicação, à educação,
ao respeito, a um bom trabalho, ao lazer e à realização de atividades
cotidianas. Foi associado o pagamento de impostos à condição de
possuir direitos e o cumprimento dos deveres como requisito para
exigir os direitos. Destacamos a fala de um profissional sobre o direito
que possui de cobrar os seus direitos. Com relação à participação
social, apenas um profissional não soube conceituá-la; a maioria
deles a considera como uma participação de pessoas de determinada
comunidade. Definiram-na também como uma maneira de conquistar
melhorias na qualidade de vida da comunidade e como forma de
buscar os direitos e exercer a cidadania. Ressaltamos das entrevistas
aspectos que dificultam o seu exercício, como o comodismo, falta
de interesse e de tempo, atividades cotidianas e o convênio médico.
Quanto aos aspectos que contribuem para a participação, foram citadas
a conscientização dos problemas emergentes e a determinação da
comunidade. Foi relatada a importância das relações interpessoais
como modo de divulgação dos problemas. Com relação aos meios para
o exercício da participação social, referiram a reunião de comunidade,
as reclamações (na USF, rádio e Ministério Público), participação
em organizações sociais e políticas, manifestações, palestras,
presença nos conselhos regionais e envolvimento junto à Secretária
de Saúde. Conclusões: Podemos perceber que a concepção dos
profissionais de saúde sobre direitos e deveres é centrada na dimensão
social da cidadania, principalmente na saúde, além de educação,
trabalho e salário justo. Os direitos relacionados à dimensão civil foram
pouco abordados e focados na igualdade. Não se relatou direitos na
dimensão política. Quanto à participação social, percebemos que
os profissionais têm algum conhecimento sobre sua concepção,
porém não se reconhecem como sujeitos participantes, destacando
apenas o usuário para esse fim. Além disso, relatam apenas fatores
limitadores de participação relacionados aos usuários, deixando
de lado sua responsabilidade no processo de estimular e propiciar
meios para o exercício da participação social pela comunidade.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Percepção de preceptores multidisciplinares a
cerca do acompanhamento domiciliar ao idoso
em uma unidade da rede básica de saúde
Mariana Cristina Augusto1
Milena Luckesi de Souza2
Tricia Maria Feitosa Floripes1
Paulo José Fortes Villas Bôas3
Alina de Almeida Bastos3
Débora Carvalho Molan4
Bruno da Rosa de Almeida3
Patricia Gomes3
Juliana Golfieri Stéfano3
Bruna Carla Ferreira Mendes3
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Thais Rottini3
Luiz de Mello de Santos Netto3
RESUMO: Introdução: Estima-se que a população brasileira com
60 anos ou mais alcançará, em 2020, 32 milhões de pessoas
(MOSEGUI et al., 2003). Considerando esta mudança no perfil da
pirâmide populacional foi proposto um projeto de pesquisa visando
atendimento domiciliar dos idosos de uma unidade de atenção básica,
vinculado ao Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde –
PET Saúde no período de março de 2009 a abril de 2010. O presente
trabalho aborda a percepção dos preceptores a cerca das atividades
desenvolvidas pelos alunos, quanto as variáveis: acessibilidade do
paciente ao serviço de saúde antes e após o início das atividades,
receptividade da família e idoso às visitas e propostas dos alunos,
vínculos estabelecidos entre os participantes e resultados parciais
das propostas implementadas. Objetivos: Reconhecer a percepção
de preceptores (monitores)multiprofissionais (enfermeira, psicóloga,
assistente social e médico), quanto as atividades desenvolvidas por 12
alunos (11 de medicina e 1 de enfermagem) no acompanhamento de
15 idosos no decorrer de um ano, quanto à receptividade da família e
do idoso, acessibilidade ao serviço da atenção básica e intervenções
propostas nas visitas domiciliares (VD) e vínculos estabelecidos entre
os alunos,idosos e suas famílias.Metodologia: As visitas ocorreram na
área de abrangência de uma unidade de atenção básica no período de
março de 2009 a abril de 2010, foram aplicadas as escalas de Avaliação
Geriátrica Ampla (AGA) em dois períodos com intervalo de 6 meses e
avaliadas as intervenções propostas pelos alunos após cada uma das
8 visitas, através de discussões multidisciplinares dos casos. Nestes
encontros preceptores e alunos discutiam e relatavam conjuntamente
suas percepções a cerca das visitas domiciliares,propostas
implementadas, resultados obtidos e agendavam visitas conjuntas,
quando verificadas dificuldades no processo de acompanhamento da
saude do idoso e família. Resultados: Dos 15 idosos acompanhados
1 foi a óbito e 2 mudaram do município, dos 12 acompanhados, foram
realizadas oficialmente 8 VD, ficando a encargo de cada aluno a
disponibilidade de mais acompanhamentos, bem como outras formas
de contato. Nenhum dos alunos foi impedido pelo idoso ou família
de realizar suas visitas nas datas agendadas. Foram propostas,
medidas não medicamentosas como controle de HGT, PA ( pressão
arterial), mudanças simples de ambiente, como: posicionamento de
móveis,barras de apoio no banheiro, entre outras propostas,orientações
quanto a atividades físicas, cognitivas e de lazer, para todos os
pacientes, de acordo com as necessidades e possibilidades de
cada um, além de medidas terapêuticas medicamentosas, quando
àquelas não eram suficientes, todas as condutas foram discutidas
entre aluno, preceptor e equipe de saúde tendo como base as visitas
e o prontuário do paciente. De todos os pacientes 6 necessitaram
de readequação terapêutica medicamentosa, sendo que, em todos
os casos houve melhor controle dos quadros clínicos, apenas em 2
famílias as intervenções não foram seguidas, apesar do bom vínculo
estabelecido entre alunos e idosos. Conclusões: Verificou-se nesta
pequena amostra a importância da atividade implementada, pois, estas
favoreceram acessibilidade entre idoso e serviço de saúde, através da
discussão de casos e da VD, aspecto este referenciados pelos próprios
pacientes. Todos os alunos estabeleceram bom vinculo nas VDs e mais
de 80% deles conseguiram implementar ações não medicamentosas de
impacto para a vida destes idosos, 50% dos pacientes estabeleceram
vínculo de acompanhamento regular na unidade de saúde, devido
ação mediadora entre os alunos e a equipe de saúde, na readequação
das terapêuticas medicamentosas. Percebeu-se a importância da
realização das VDs, associadas às discussões multidisciplinares,
na implementação das propostas aos idosos de na avaliação dos
resultados obtidos pelos pacientes acompanhados no projeto.
Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu, Botucatu, SP
Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu/Faculdade de Medicina
de Botucatu, Botucatu, SP
3
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
4
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP
1
2
Perfil, stress e necessidades de acompanhantes
de Núcleo de Atenção à Saúde do Idoso- NAI
e Cuidadores não Profissionais de Idosos/
Acamados na Atenção Básica
Maurício Karakida Hashimoto1
Priscila Marcondes Biancalana1
Ana Carolina Mayor de Carvalho1
Ingrid Cardoso Couto1
Carolina Puglia de Andrade1
Ana Beatriz Ayroza Galvão Ribeiro Gomes1
Ana Karine de Oliveira1
Flávia de Souza O. Penido1
RESUMO: Introdução: No Brasil, 8,5% da população tem mais
de 60 anos, e em áreas metropolitanas chega a 15%. Nas visitas
domiciliares no estágio do Pró-Saúde, vimos idosos e acamados
com Cuidadores que também necessitavam de cuidados. Núcleos de
Atenção ao Idoso - NAI implantados em UBS, contam na equipe com
Acompanhantes de idosos, capacitados e remunerados. Bibliografia
consultada: consenso quanto às razões (físicas, psicológicas,
sociais, econômicas e de conhecimento) que sobrecarregam o
Cuidador. Objetivos: Objetivo Geral: Conhecer o perfil, nível de stress e
necessidades de Acompanhantes- NAI e Cuidadores não Profissionais
de Idosos/Acamados atendidos em UBS e USF. Específicos: morbidade
referida e capacitação para a tarefa. Impacto psicológico da tarefa.
Interesse em capacitação e grupos de discussão. Grau de dependência
do idoso/acamado. Metodologia: Projeto aprovado no CEP/SMS,
CAE:0116.0.162.000-09, assinado TCLE. Aplicados quatro tipos de
questionários a nove Acompanhantes- NAI e a dezoito Cuidadores nãoProfissionais de idosos/acamados da UBS e USF: Perfil do entrevistado,
Inventário de Sintomas e Stress (Lipp & Guevara, 1994), versão
brasileira da Burden Interview (Rev. Bras. Psiq. V.24 nº1, SP: mar
2002) e Escala de Avaliação Funcional do Idoso/Acamado (adaptação
NAI). Burden Interview: avalia a sobrecarga do Cuidador associada às
deficiências funcionais e comportamentais dos idosos. Resultados:
85,25% dos entrevistados são mulheres e 14,8% homens, todos estes
Cuidadores- não profissionais; maioria dos Acompanhantes- NAI têm
entre 36- 55anos; 40,7% dos Cuidadores tem mais de 60 anos, e,
dentre estes, 7,4%, 80 anos ou mais; 77,8% dos Acompanhantes têm
escolaridade de nível médio, os Cuidadores se distribuem mais entre
ensino médio, fundamental completo ou incompleto. AcompanhantesNAI são remunerados e sem relação de parentesco com os idosos/
acamados; 77,8% dos Cuidadores não Profissionais são parentes
de quem cuidam, predominando cônjuges ou filhos; 66,7% referiram
alguma patologia, sendo referidas por 100% dos Cuidadores não
Profissionais da USF. Hipertensão isolada ou associada a outras
patologias corresponde a 40,7% das queixas. A maioria trata-se pelo
SUS e 11,1% pelo convênio. Acompanhantes- NAI foram capacitados,
88% deseja mais capacitação e 88,9% participar de grupos de
discussão sobre o trabalho; 22,2% dos Cuidadores não-Profissionais
foi capacitado, 38,9% gostaria de recebê-la e 83,3% de participar de
grupos de discussão. Estresse dos Acompanhantes – NAI e Cuidadores
não Profissionais: Acompanhantes- NAI referem nenhuma ou pequena
sobrecarga; de leve a moderada entre os Cuidadores não Profissionais
de Idosos/Acamados da UBS referem leve a moderada, e, Cuidadores
não Profissionais de Idosos da USF, de moderada a severa. Inventário
de Sintomas de Stress: 44,4% dos Cuidadores não profissionais
estavam na fase de alerta, 14,8% de resistência e 40,8% de exaustão.
Itens mais assinalados: vontade súbita de iniciar novos projetos(44,4%)
na fase de alerta, irritabilidade excessiva na de resistência(70,4%), e
insônia(44,4%) e cansaço constante excessivo(44,4%) na de exaustão.
Avaliação Funcional dos Idosos/Acamados: 77,8% dos cuidados pelos
Acompanhantes- NAI apresentavam alta dependência; o mesmo
ocorrendo com 75% dos seguidos na UBS, e 100% dos acompanhados
na USF. Conclusões: O cuidado de idosos/acamados causam estresse
nos Cuidadores, especialmente os não profissionais. AcompanhantesNAI e Cuidadores não- profissionais valorizaram a capacitação e
participação em grupos de discussão, embora os não profissionais
tenham menos oportunidade. Recomenda-se que na Atenção Básica,
se dê atenção especial aos Cuidadores não–profissionais de idosos/
acamados.
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São
Paulo, SP
1
25
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Polimedicamentalização: uma proposta de
educação
Tamirys Guimaraes Andrade1
Valéria Corrêia de Jesus1
Edwiges de Lima Santos1
Fanny Patrícia Martins Meireles1
Josiane Neres da Silva1
Pedro Murbach Filho1
RESUMO: Introdução: Polifarmácia é o uso desnecessário de pelo
menos um medicamento ou presença de cinco ou mais fármacos em
associação (para um mesmo paciente). Tal problemática é comum na
prática clínica das UBS, e pela simples observação, deparamos com
pacientes polimedicamentosos e poliqueixosos que possivelmente pela
falta de orientação, fazem uso inadequado desses medicamentos. Por
meio do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PETSaúde, este grupo observou a importância das devidas orientações
e acompanhamento (educação) direto com o usuário, visando uma
farmacoterapia racional voltados para a melhoria da qualidade
de vida. Objetivos: É realizar um levantamento de informações
sobre o número de paciente polimedicamentalizados e propiciar o
acompanhamento farmacoterapêutico dos usuários da Farmácia do
Centro de Saúde Integração da região Noroeste de Campinas – SP,
visando a promoção e proteção da saúde dos mesmos.Metodologia: O
desenvolvimento do trabalho é composto por duas fases. A primeira
utiliza a observação da rotina, do fluxograma, do ambiente de
dispensação e armazenamento de medicamentos. Na segunda fase
utilizaremos como ferramenta o banco de dados do SUS onde consta
o controle da Dispensação Individual de Medicamentos (DIM), no
qual teremos acesso ao número de pacientes polimedicamentosos
do município de Campinas-SP. Resultados: As observações
preliminares foram coletadas 52 prescrições médicas, destas 30
continham 5 ou mais medicamentos. Entretanto, essa fase do projeto
não compreende a coleta no banco de dados do SUS- DIM, que será
feita posteriormente. Nesta etapa foi constada também a inadequação
das estruturas físicas. A recepção fica a certo distanciamento
do paciente, o espaço de contato e o tempo para orientação são
insuficientes, e não há conforto na dispensação dos medicamentos.
Tais problemáticas dificultam o acompanhamento (educação) dos
usuários da farmácia. Conclusões: A partir dos dados analisados e
coletados na primeira fase do nosso trabalho observamos que atenção
desenvolvida atualmente é insuficiente para a promoção e proteção da
saúde, sendo que estratégias para a sua implementação devem ser
desenvolvidas de forma a promover e garantir o efetivo uso racional de
medicamentos com identificação, prevenção e resolução de problemas
relacionados a eles. Nota-se ainda que a estrutura física e o ambiente
de trabalho do Serviço de Farmácia relacionados a dispensação e
armazenamento de medicamentos necessita de mais qualificação para
atender aos usuários, visto que parte significativa desses demonstram
problemas com os medicamentos por eles utilizados.
1
concepção sobre ensino e aprendizagem oposta ao modelo tradicional,
superando o pensamento humano da lógica formal para a lógica do
pensamento dialético, baseado em uma aprendizagem significativa,
participativa, problematizadora, utilizando a metodologia dialética para
construção do conhecimento. O maior desafio era que essa atividade
cumprisse o seu papel na totalidade, com vistas a fortalecer o modelo
nacional de atenção à saúde através da formação de recursos humanos
qualificados nessa área, no âmbito particular aproximando a academia
do serviço a fim de conhecer melhor a realidade do município e a
prática da Estratégia Saúde da Família e no âmbito singular através
da aprendizagem e do desenvolvimento de habilidades de cada
um dos participantes do grupo. Para tal, partiu-se da concepção
da palavra ensinar, do latim insignare que significa marcar com um
sinal. Era preciso que o processo de ensino- aprendizagem fosse
significativo e motivador a ponto de marcar o grupo para que a busca do
conhecimento fosse inerente às suas ações. Objetivos: Fundamentar
a trajetória do grupo na condução da elaboração do Projeto de
Pesquisa embasado nos referenciais teóricos dos novos modelos de
ensino, baseados na lógica do pensamento dialético e na metodologia
dialética de construção do conhecimento. Metodologia: Trata-se de
um relato de experiência descrito a partir de alguns critérios utilizados
para a construção do conhecimento com base nos novos modelos
de ensino. Resultados: Na etapa inicial da construção do Projeto,
várias linhas de pesquisa haviam sido inicialmente propostas por
docentes e preceptores, porém, como se tratava de temas muito
distintos era preciso eleger uma linha de pesquisa para que o grupo
pudesse aprofundá-lo e transformá-lo em uma pesquisa consistente
e relevante na temática elegida. Para tal, o grupo se reuniu e a partir
do artigo intitulado “Internações por condições sensíveis à atenção
primária: a construção da lista brasileira como ferramenta para medir
o desempenho do sistema de saúde (Projeto ICSAP – Brasil)” o
grupo discutiu e decidiu estudar esse tema elegendo duas causas de
internação por condições sensíveis à atenção primária contemplada
na lista brasileira: a insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e a sífilis
congênita. A partir desse momento, foi elaborado um cronograma de
atividades para que o Projeto pudesse ser construído coletivamente,
contemplando todas as etapas necessárias. Para tal o grupo promoveu
aulas e fóruns de discussão sobre metodologia científica e elaboração
de um Projeto de Pesquisa, discussão de artigos relacionados ao
tema e a realização de um curso sobre acesso a base de dados
ministrado pelas bibliotecárias. Também foram realizadas aulas sobre
as variáveis envolvidas no estudo como, sífilis congênita e insuficiência
cardíaca congestiva, acessibilidade, utilização dos serviços de saúde
e determinantes sócio-demográficos, ministradas pelos preceptores e
alunos que ficaram responsáveis pela preparação das aulas a cada
encontro. Conclusões: Destaca-se, que neste processo todos foram
envolvidos na tarefa de se apropriar do conteúdo a ser estudado e
compartilhá-los com o grupo. O conhecimento está sendo construído
coletivamente, bem como, a apropriação do objeto de pesquisa.
Curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, São Paulo,
SP
1
Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, SP
Projeto de pesquisa PET Saúde-São Camilo:
construção a partir de um novo modelo de
ensino
Fernanda Amendola1
Mayumi Uchoa Nawa Pagotto1
Patrícia Sampaio Chueiri1
Raphael Marion Pesinato1
Danila Gomes1
Karen Priscila Pereira Busetti1
Nathália Gambeta1
Michelle Viana Carvalho1
Nino Behar1
RESUMO: Introdução: A proposta para a elaboração do Projeto de
Pesquisa de um grupo PET-Saúde teve como objetivo fazer com que
o grupo se apropriasse do conteúdo a ser estudado, partindo de uma
26
Pró-Saúde: exemplo no uso de um modelo de
gestão integrada e compartilhada
Paulo Marcondes Carvalho Junior1
Antonio Carlos Siqueira Júnior1
Adriana Paula Congro Michelone1
Mercia Ilias1
RESUMO: Introdução: A escolha por um currículo dinâmico e
inovador pressupõe modificações constantes, buscando qualificar
profissionais que atendam o propósito dos dois cursos da nossa
instituição. Em 2005 os Ministérios da Saúde e da Educação lançam
o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional
em Saúde - Pró-Saúde. O que é considerado um recurso político e
financeiro estratégico para a continuidade do processo de mudança
iniciado em nossa escola, uma vez que aponta para a necessidade
de aprofundamento de várias áreas nas quais ainda se identificam
fragilidades, apesar dos cursos da instituição já terem organizado as
mudanças pedagógicas e de cenários conforme definem as diretrizes
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
curriculares nacionais. Objetivos:Relatar a experiência de gestão
compartilhada e integrada dos gestores dos Projetos de Apoio a
Mudanças Curriculares dos Cursos de Medicina e Enfermagem –
Pró-Saúde, desde o planejamento até a prestação de contas da
primeira carta-acordo. Metodologia: Há um único grupo gestor para
os projetos Pró-saúde dos cursos de Medicina e Enfermagem, que é
composto por representantes do corpo docente, discente, comunidade
(membros do Conselho Municipal de Saúde), Secretaria Municipal de
Saúde do município (SMS) e gestores institucionais dos projetos. Este
trabalho agregou relatos das experiências dos gestores acadêmicos
do projeto no desenrolar das atividades realizadas mensalmente
tendo como finalidade deliberar o uso dos recursos do projeto, no
período de Dezembro de 2005 até Abril de 2008. Resultados: Desde
a publicação do edital de seleção dos projetos em novembro de 2005,
a diretoria da instituição decidiu que os projetos de cada um dos dois
cursos seriam planejados e executados em conjunto. Para tal, definiuse uma equipe de trabalho representativa dos diversos segmentos
dos cursos e também dos gestores da secretaria municipal de saúde.
Após divulgação e levantamento de sugestões pela comunidade
em geral foi realizada uma oficina de trabalho para diagnóstico da
situação atual de acordo com os estágios estabelecidos no edital
do programa. Houve participação de 112 pessoas entre docentes,
estudantes, profissionais de saúde da SMS, profissionais do serviço,
representantes da Regional de Saúde, e comunidade. Na oficina
os participantes subdividiram-se para descrever a situação atual
e elencar estratégias e operações para cada imagem-objetivo. Os
relatórios dos subgrupos foram encaminhados para uma comissão
responsável para redação final de duas propostas. Estas deveriam
ser complementares e coerentes entre si. Ambos os cursos foram
agraciados com financiamento. Em Abril de 2007, a partir da visita
de acompanhamento de representantes do Ministério da Saúde, foi
discutida a necessidade de um acompanhamento local, neste sentido
foi instituído o comitê local de acompanhamento único para ambos
os projetos. Este foi composto com 16 membros, indicados pelos
respectivos segmentos. A primeira reunião deste comitê ocorreu
no dia 14 de Junho de 2007. Uma característica deste projeto é a
participação democrática. O papel dos gestores do projeto é muito
mais de mediação e de operacionalização do que centralização das
decisões, inclusive nas reuniões do comitê. Para a realização das
atividades propostas no projeto, foi instituído um formulário para
“solicitação de atividades”, através do qual, qualquer membro da
comunidade pode solicitar recursos para a realização de atividades
relacionadas ao projeto proposto. É papel do comitê local discutir
as solicitações e ordenar despesas, tendo como princípios o projeto
proposto e as diretrizes do programa. Conclusões: Este processo
democrático e participativo facilitou a realização de atividades que
envolvem sempre todos os segmentos. Também facilita a discussão e
o entendimento das despesas realizadas. Os representantes de alguns
segmentos têm realizado reuniões com seus pares para discussão das
pautas do comitê local de acompanhamento e têm trazido sugestões
para a realização de atividades e priorização dos investimentos.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marilia, SP
Pró-Saúde: projeto de intervenção à saúde de
crianças imigrantes de 0 a 3 anos da região do
Bom Retiro, no Centro da Cidade de São Paulo
Jenifer Silva Loureiro1
Fernando Morelli1
Bárbara Lucia Azevedo L. A. da Silva1
Caroline Esposo Garcia1
Diego Fontana Siqueira Cunha1
Mayara Celentano Laporta1
Marilia Marcelino1
Ricardo Bertozzi de Ávila1
Laércio Lopes da Silva1
Rafael Mattosinhos Spera1
Fernanda de Carvalho Affonso1
Henrique Lobello1
Edgar Allan Cifuentes López1
Oziris Simões1
RESUMO: Introdução: A população do centro da cidade de São
Paulo é marcada pela extrema pobreza e pelas diversas dificuldades
sociais que os rodeiam. Não é diferente no bairro do Bom Retiro, na
região central, onde temos ainda um grande número de imigrantes,
em especial de países sul-americanos como a Bolívia e o Paraguai,
que trabalham confeccionando roupas para suprir a necessidade
do bairro, que é comercialmente famoso pela indústria têxtil. Esses
imigrantes tem relações de trabalho complexa, onde apesar das
más condições de trabalho, eles são explorados de tal forma que
é possível observar características vestigiais de trabalho escravo,
lembrando ainda que muitos trabalham de forma ilegal em nosso país.
Em frente a essa realidade de uma população com tantas carências
e alta vulnerabilidade, pudemos ainda ressaltar a alta freqüência de
crianças com problemas de carências nutricionais, já que as próprias
imposições do trabalho das mães as impedem de ter tempo de cuidar do
desenvolvimento adequado delas. Encarando essa realidade, buscouse uma solução através de um projeto que mediasse as relações entre
essa população necessitada e os agentes de saúde da unidade básica
de saúde da região, de forma a usar essas relações como fonte de
informação para instruir essas mães imigrantes com relação aos seus
direitos nas políticas de saúde brasileira e com relação ao seu papel
no desenvolvimento de seus filhos. Objetivos:Incentivar a atenção
primária à saúde de crianças imigrantes, atendidas pelo SUS, através
de projetos que envolvam as mães e os agentes de saúde, garantindo
assim uma maior integração entre eles e o serviço de saúde brasileiro.
Sensibilizar pais ou cuidadores para as necessidades nutricionais,
vacinais, de higiene bucal e do desenvolvimento neuro-psico-motor
de crianças de 0 a 3 anos, contribuindo para o seu desenvolvimento
saudável. Metodologia: Foram realizadas consultas à equipe médica
da U.B.S. do Bom Retiro, de modo a conhecer o principal problema
enfrentado pelas crianças imigrantes da região, e entende-lo em todas
as suas dimensões. A partir dessa definição, elaborou-se um trabalho de
campo, no qual médicos, agentes de saúde e mães foram entrevistados,
para que fosse possível coletar dados relevantes ao projeto. Foram
desenvolvidas duas cartilhas com orientações nutricionais, vacinais, de
higiene bucal e de desenvolvimento neuro-psico-motor para crianças
(Cartilha do Bebê – 0 a 3 anos) ; visto que, uma em língua portuguesa
e outra em espanhol. Realizou-se palestras a fim de instruir os agentes
de saúde e prepara-los para darem continuidade a distribuição das
cartilhas e ao trabalho de darem orientações gerais. Resultados: As
atividades executadas foram: desenvolvimento das cartilhas, em
português e espanhol; elaboração de palestras instrutivas, que
contiveram dinâmicas de grupo, demonstrações práticas, ilustrações
e parte teórica, aos agentes de saúde; e uma apresentação-teste às
mães, para que pudéssemos compreender suas reações diante do
projeto. Conclusões: Apesar das dificuldades que encontramos em
interferir na forma cultural das mães de cuidar de seus filhos e em
adaptar todo o nosso trabalho para que as dificuldades financeiras e
as limitações de tempo das mães pudessem ser conciliadas com um
estilo de vida saudável para a criança, nós não encontramos resistência
alguma por parte das mães que se interessaram muito por todas as
informações que tínhamos a passar. Além disso, a equipe de agentes
de saúde também gostou do projeto e se familiarizou com a cartilha,
de forma a dar continuidade ao processo de aconselhamento as
mães imigrantes, e os médicos da unidade de saúde acharam que o
projeto deu inicio a um grande passo para a integração dessas mães
ao sistema de saúde brasileiro.
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São
Paulo, SP
1
Reconhecendo barreiras ao autocuidado no
Diabetes Mellitus Tipo 2
Flavia Dutra de Toledo1
Juliana Amaral de Alcantara1
Laís Martins Moreira dos Anjos1
Mariana Barros Marcondes1
Daniela Cristina da Silva Ramos1
Antonio Pithon Cyrino1
RESUMO: Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 tem alta prevalência
no Brasil e autocuidado é uma medida central para seu controle e
requer do portador o desenvolvimento de diferentes habilidades. A
educação para o autocuidado no diabetes demanda do profissional
27
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
de saúde o reconhecimento das dificuldades vividas pelo paciente em
seu cotidiano de autocuidado.Objetivos: Reconhecer e caracterizar
os principais campos problemáticos ao autocuidado no diabetes
mellitus tipo 2 entre usuários de Unidades de Saúde da Família
(USF). Metodologia:Este trabalho é parte de programa de pesquisa
e intervenção desenvolvido no âmbito do Programa de Educação
para o Trabalho em Saúde (PET). Trata-se de pesquisa de natureza
quantitativa e qualitativa que envolveu 112 pacientes portadores de
diabetes mellitus tipo 2, usuários de quatro USFs de município de
porte médio do estado de São Paulo. Utilizou-se como instrumento de
coleta questionário com campo aberto para o registro de comentários
dos entrevistados. A equipe de entrevistadores foi composta por 13
alunos de graduação em medicina e enfermagem, bolsistas do PET.
Os dados foram processados em Excel e os comentários dos pacientes
analisados segundo núcleos temáticos. Resultados: Os sujeitos desta
pesquisa tinham o seguinte perfil: 76% eram do sexo feminino e 53%
tinham 61 anos ou mais. A análise dos dados permitiu identificar um
total de 33 campos problemáticos ao autocuidado, dentre os quais
destacados aqueles mais relevantes nesta comunidade, conforme
segue: “viver com o fantasma das complicações” (68%); “ser nervoso”
(61%); “o intervalo longo entre as consultas médicas” (60%); “o
receio da hipoglicemia” (49%); “o difícil controle do desejo” (49%), “a
descontinuidade do cuidado” (49%) e “a comunicação profissionalpaciente (49%)”. Em cada um destes campos problemáticos foi
possível reconhecer a singularidade com que cada entrevistado
enfrentou estas barreiras ao autocuidado. Estes campos podem
assim ser sinteticamente caracterizados: 1. Fico muito apreensivo,
com receio e medo do aparecimento futuro de alguma complicação
do diabetes (amortecimento dos pés, perda da visão, disfunção erétil
– dificuldade de ereção nas relações sexuais – etc); 2 Por ser nervoso
(ou estressado) é difícil controlar a diabetes; 3 Fica mais difícil acertar o
cuidado quando o intervalo entre uma consulta médica e outra é mais
longo”; 3. É muito incomodo a ocorrência freqüente de hipoglicemia;
4 Tenho muita dificuldade de controlar a vontade que tenho por certos
alimentos ou pratos (especialmente, doces); 5 Fica mais difícil acertar o
cuidado quando em cada consulta é um médico diferente que atende; 6
Fica mais difícil acertar o cuidado quando não se consegue ter uma boa
conversa (ou um bom contato) com o profissional. O reconhecimento
de cada um destes campos requerem da equipe reconhecer que a
educação para o autocuidado não deve se restringir aos conhecimentos
técnicos sobre o controle da diabetes, mas que inclui o reconhecimento
da singularidade e riqueza das vivências identificadas em destes
campos problemáticos, mediante práticas de educação que valorizem
o “saber da experiência” destes diabéticos e lhes permita partilhar
seus saberes entre usuários e profissionais de saúde.Conclusões: Os
resultados alcançados apontam a expressiva frequência de portadores
de diabetes que enfrentam tais obstáculos ao autocuidado, os quais se
estruturam como importantes barreiras para que o paciente alcance um
adequado equilíbrio entre as normas médicas e o modo desejado de
levar a vida. Estas barreiras ao autocuidado devem ser devidamente
investigadas pelos profissionais de saúde, para que possam oferecer
ao paciente um adequado apoio ao seu enfrentamento. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
1
Referência e contra-referência de portadores
de enfermidades cardíacas: uma fragilidade na
atenção básica em saúde
Gabriela Preturlan Capitani
Brenda Ribeiro Brandão1
Mariana Falcão1
Mariana Cristina Ortiz Gambaro1
Luis Fernando Favero1
Mariane Moraes1
Marília Guizelini Pinhal1
Bruno Vasconcellos1
Ricardo Nunes1
Leni Lanza1
inegável importância na manutenção da integralidade do SUS, uma
grande dificuldade que se enfrenta, ainda hoje, é o referenciamento /
contrarreferenciamento adequado dos pacientes aos diversos serviços.
A referência representa o maior grau de complexidade e compreende
o momento em que o usuário é encaminhado para um atendimento
com níveis de especialização mais complexos. Já a contrarreferência
diz respeito ao menor grau de complexidade, quando a necessidade
do usuário, em relação aos serviços de saúde, é mais simples, ou
seja, “o cidadão pode ser contrarreferenciado, isto é conduzido para
um atendimento em nível mais primário”. Constatou-se a necessidade
de realizar um levantamento que possibilitasse rastrear as dificuldades
que envolvem esse entrave no fluxo entre a atenção primária e a
secundária. Objetivos: • Identificar as necessidades enfrentadas
pelos profissionais médicos das 4 USF de Sorocaba integrantes
do PET-Saúde, para o atendimento nas mesmas, de portadores
de enfermidades cardíacas; • Rastrear as dificuldades encontradas
pelo clínicos da USF no referenciamento de pacientes cardíacos
para o serviço secundário; • Identificar as necessidades enfrentadas
pelos profissionais médicos cardiologistas da Policlínica em relação
ao recebimento de referencias e envio de contrareferenciamento
de paciente cardíacos para as USF • Viabilizar as propostas por
eles sugeridas visando à melhora no atendimento dessa parcela de
usuários. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo pesquisa-ação,
cujo universo tem como sujeitos, profissionais médicos das quatro USF
integrantes do do PET Saúde. Os profissionais forão estimulados a
manifestarem suas dificuldades e necessidades, por meio de questões
abertas com relação ao referenciamento e contra-refenciamento. A
análise dos dados foi feita por meio do “O desafio do conhecimento:
pesquisa qualitativa em saúde” Minayo 2003. Resultados: Foram
convidados para participar do estudo os 14 clínicos das USF
incluídas no PET SAÚDE, e 6 cardiologistas da Policlínica de
Sorocaba. Destes, 18 profissionais se prontificaram a responder às
2 questões. A categorização temática proposta por Minayo(2003) e
aqui adotada, apresentou como temas emergidos dos discursos as
seguintes categorias: A 1ª categoria, o tempo de espera prolongado
esteve presente em 8 das 18 respostas. A 2ª foi a falta de critério no
encaminhamentos. A 3ª categoria evidenciada foi a inadequação do
atendimento médico básico nas USFs. Finalmente, o referenciamento
pouco informativo, a quarta categoria, torna-se decorrente de todo
esse processo de precariedade do serviço. Quanto as dificuldades
no contrarreferenciamento de pacientes cardíacos, destacaramse: A 5ª categoria é o não envio das fichas de contrarreferência. O
preenchimento inadequado por parte do especialista, 6ª categoria,
prejudica o clínico pelas informações imprecisas. A 7ª,elegida pelos
cinco especialistas como principal problema do contrarreferenciamento
é a insegurança do clínico em dar continuidade ao tratamento proposto
pelo cardiologista. A 8ª categoria remete a insegurança do paciente
em continuar seu tratamento com o clínico na USF. Em relação à 9ª
categoria, criação de um protocolo de atendimento, os profissionais
dos 2 serviços propõem medidas similares em relação à melhora
desse sistema.Conclusões: No intuito de abranger as expectativas
de ambos os lados do serviço, um protocolo deve ser elaborado em
conjunto e contemplar a abordagem inicial do paciente na USF, seu
encaminhamento e também como continuar o tratamento iniciado
no serviço secundário. A elaboração de uma ficha específica para
a cardiologia que permita o encaminhamento com as informações
adequadas, também é conveniente. Curso de Medicina Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Campus Sorocaba, Sorocaba, SP
1
1
RESUMO: Introdução: A principal função do complexo ReferênciaContrarreferência é viabilizar o trânsito do usuário, bem como
das informações sobre seu tratamento, nos diferentes níveis de
atendimento do Sistema Único de Saúde. Entretanto, apesar dessa
28
Relato de Experiência da Iniciação Científica
no Projeto de Extensão e Pesquisa PET-Saúde,
Trabalhando no Subgrupo USF-Tóffoli
Frederico Adão de Oliveira Santana1
Ana Carolina Hamamura1
Fabíola Ambrósio Silveira Lima1
Gabriele Uyeda Tamashiro1
Mariana Borini Alves1
Tamara de Queiroz Vieira1
RESUMO: Introdução: O projeto de Pesquisa e Extensão PET-SAÚDE,
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
desenvolvido através da Faculdade de Medicina de Marília, é destinado
a fomentar a aprendizagem tutorial no âmbito da Estratégia Saúde da
Família (ESF) e fortalecer a integração ensino-serviço-comunidade,
objetivando a qualificação da Atenção Básica em Saúde. Para a
elaboração do projeto inicial, formaram-se grupos, dentre os quais, um
deles propôs identificar as ações de educação em saúde destinadas a
usuários hipertensos, analisá-las sob o ponto de vista dos pacientes
e dos profissionais das USFs estudadas e elaborar novas estratégias
de abordagem, que permitam o exercício da clínica empliada e
integralidade no cuidado. O ingresso dos estudantes foi motivado pela
oportunidade de aperfeiçoarem seus conhecimentos sobre Metodologia
Científica e compreenderem a real dimensão da comorbidade
examinada. Objetivos: Relatar a experiência dos estudantes do
subgrupo Tóffoli do Projeto PET-SAÚDE em seus ciclos pedagógicos
e atuação em campo de pesquisa. Metodologia: Em função da
necessidade de uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem,
adequamos a proposta do projeto ao contexto educacional da
FAMEMA, distribuindo os estudantes em cinco subgrupos compostos
por seis graduandos dos cursos de Medicina e Enfermagem e dois
preceptores profissionais da Estratégia Saúde da Família. Diante de
uma pesquisa com enfoque qualitativo, o subgrupo Tóffoli instituiu
Ciclos Pedagógicos para capacitação de seus integrantes. Os ciclos
são compostos por momentos de Síntese Provisória, Teorização
e construção de Nova Síntese. Foram abordados temas como
mecanismos de seleção do sujeito, realização de entrevistas semiestruturadas e análise de conteúdo na modalidade temática. Após
cada atividade, estudantes e preceptores realizam auto-avaliações
a analisam o desempenho dos demais componentes do subgrupo.
Do mesmo modo, depois de decorridos dois meses de participação
no Projeto, o grupo é submetido a um formato de avaliação. Ao
término do ciclo pedagógico, os alunos compartilham as experiências
vivenciadas, através da descrição de suas percepções, em Portfólios
Reflexivos individuais. Resultados: Através da atividade nos ciclos
pedagógicos, os cinco subgrupos desenvolveram, coletivamente, um
instrumento de colte da dados dos prontuários de usuários hipertensos
e participaram de Oficinas de Trabalho com o intuito de permutar
informações e sanar dúvidas. Os momentos no campo de pesquisa e
a realização de Entrevistas Piloto proporcionaram a aproximação dos
estudantes ao operacional de um projeto científico, ampliaram o olhar
para a importância da informação escrita e para as possibilidades
de aplicação dos resultados que serão obtidos e permitiram a
compreensão prática da morbidade estudada. Conclusões: A
aprendizagem tutorial transpõe nosso conceito de processo de ensinoaprendizagem. Trabalhar em subgrupos ligados a projetos de pesquisa
propicia aprendizado significativo e reforça a importância do trabalho
em equipe, aperfeiçoando nossa formação acadêmico-profissional.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marilia, SP
Relato de experiência dos alunos de Medicina
participantes do PET-Saúde em uma Unidade de
Saúde da Família
Rafael Birelo Martins1
Bianca Cristina Cassão1
Maria Helena Senger1
RESUMO: Introdução: O PET-SAÚDE (Programa de Educação
pelo Trabalho para a Saúde), prevê a incorporação de estudantes
para vivência em situações de trabalho apoiadas e desenvolvidas
no SUS. A adesão de nossa faculdade ao PET-SAÚDE se deu em
abril/09. A USF – Carlos Alberto Amorim, inaugurada no primeiro
semestre de 2008, foi cenário do programa e atende área com
população aproximada de 16.500 habitantes. Nesta USF participaram
12 monitores bolsistas, 18 monitores não bolsistas, 6 preceptores
e 1 tutor, os quais desenvolveram projetos (frentes de trabalho) no
período de Abril/09 a Março/10. Dentre eles, destacamos: pesquisa da
satisfação dos usuários, gravidez na adolescência, afecções de vias
aéreas superiores em pediatria e saúde mental. Objetivos: Descrever e
refletir sobre o trabalho de campo e dentro da unidade realizado em um
dos projetos (satisfação dos usuários). Metodologia: Os acadêmicos
participantes (pertencentes aos cursos de Medicina e Enfermagem)
foram divididos em quatro grupos com igual número de participantes
e cada um ficou responsável por uma frente de trabalho. Nossa
participação envolveu o desenvolvimento, a aplicação e a análise das
respostas a questionários respondidos por usuários, na própria USF
e em seu território, para avaliar a satisfação dos mesmos com os
serviços oferecidos. Resultados: Analisamos dados de literatura, os
itens que deveriam compor o questionário, o cronograma de aplicação
e desenvolvemos dois questionários, que foram aplicados a 668
usuários (602 no primeiro e 64 no segundo). O primeiro se revelou de
fácil aplicação, que foi realizada por 4 acadêmicos e pelos Agentes
Comunitários de Saúde. Após análise das respostas, resolvemos
conjuntamente pela aplicação do segundo, que foi feita apenas
por dois alunos remanescentes. Conclusões: Ao refletirmos sobre
nossa experiência proporcionada pelo PET-SAÚDE, verificamos que
participamos ativamente para responder ao seu objetivo de “fortalecer
a integralidade horizontal, implementando a Clínica Ampliada”. Além
dos dados obtidos no projeto, observamos que alcançamos um melhor
conhecimento sobre a unidade, seu serviço e os programas lá realizados,
além do seu território. Também serviu como experiência de trabalho
pactuado e social, de rico conteúdo e de importância considerável
tanto para a população quanto para a formação dos alunos do curso
de Medicina. Esse trabalho também possibilitou aos pesquisadores
criar o mapa de fluxo dos usuários dentro da USF, que agora será
utilizado para trabalhar seus pontos vulneráveis quanto à qualidade
de atendimento e seu tempo de espera. As intervenções elaboradas
e aplicadas pelos discentes se revestem de grande importância na
formação médica, por favorecer a apropriação do conhecimento da
saúde pública de forma dinâmica e ativa, além de poder beneficiar a
população nesse processo de aprendizagem, especialmente quando
orientado criticamente. Concluímos pela necessidade de oferecimento
e participação contínua dos cursos de Medicina e da área da saúde
em programas baseados nas políticas indutoras da melhor formação
de futuros profissionais, como é o PET-SAÚDE.
Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
- Campus Sorocaba, Sorocaba, SP
1
Relato de experiência no contexto dos desafios
e avanços do PET Saúde
Maria do Carmo Guimaraes Caccia Bava1
Altacilio Aparecido Nunes1
Maria José Bistafa Pereira2
Luciana Cisoto1
Marlivia Watanabe3
Vania Santos4
Priscila Tavares da Cruz1
Grupo PET Saúde Campus USP & Secretaria Municipal de Saúde
de Ribeirão Preto1
RESUMO: Introdução: Os Ministérios da Saúde e Educação,
reconhecendo que a distância entre a formação acadêmica e as
práticas assistenciais na saúde fragiliza a construção do SUS
assumem importante parcela de responsabilidade na definição das
diretrizes desse processo político pedagógico para adequar o perfil
dos futuros profissionais da saúde às necessidades sanitárias e
sociais do país. Pelo Programa de Educação pelo Trabalho para a
Saúde - PET-SAÚDE, estimulam a geração de conhecimentos para
a Atenção Básica (AB) e a qualificação da assistência aos usuários
do SUS, propondo relações inovadoras, solidárias e articuladas entre
instituições de ensino e a rede assistencial. Objetivos: Este trabalho
objetiva relatar a experiência desenvolvida ao longo do primeiro ano do
PET Saúde Metodologia: Baseia-se, conceitualmente, na Saúde como
produção social, na interdisciplinaridade e nos novos paradigmas para
a formação em saúde. Traz experiência envolvendo estudantes de nove
cursos da saúde, docentes e profissionais de 13 Unidades de Saúde, e
a avaliação dos trabalhos do PET sistematizadas a partir das posições
de seus 185 integrantes, no que diz respeito aos avanços e dificuldades
da relação entre a academia e a rede assistencial. Resultados:
Reconheceram-se favoravelmente os seguintes aspectos trazidos
pelo PET: Maior integração entre os alunos dos cursos, antes isolados;
Identificação na rede assistencial de pessoas comprometidas com o
29
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
SUS; Ressignificação das ações de rotina dos estágios; Intensificação
do contato com as equipes e, principalmente, com os médicos da AB,
permitindo construir um modelo para o aluno, além do especialista;
Conhecer melhor o território das unidades e os determinantes
sociais da saúde; Gerar conhecimentos que podem mudar práticas;
Reativação de Liga de Atenção Primária; Debates claros em torno
das dificuldades presentes nos campos de estágio; Eventos PET
impactaram fortemente nos participantes, dando uma dimensão política
ao trabalho conjunto entre as instâncias acadêmicas e de gestão do
SUS; Inserção dos estudantes em campo desde o início dos cursos,
quando, para alguns, o único contato curricular com a ABS se dá no
último ano; Tornam-se mais claros os papéis de cada segmento; Há
resultados concretos: “ a partir do PET se iniciaram reuniões dentro das
unidades de saúde unindo professores, alunos e preceptores, olhandose para a inserção dos estagiários”. Dificuldades: Estudantes vêem o
despreparo docente para lidar com novas práticas pedagógicas na
AB; Falhas de comunicação entre os participantes; Falta de interação
entre os profissionais e os estudantes; Coleta de dados e digitação
para a pesquisa cansativas; Inibição dos estudantes iniciantes ao
se inserirem nas UBS. Dificuldades iniciais para compreender as
funções de cada segmento; Quanto à multidisciplinaridade, ainda foi
mantido certo padrão de funcionamento em que os alunos continuaram
focando sua atuação profissional particular; A distribuição de alunos
recaiu em unidades já sobrecarregadas. A Coordenação PET busca
articular os vários estágios, mas sem governabilidade suficiente
para disparar mudanças maiores que dependem das Comissões de
Graduação (CG) e suas dinâmicas internas. Sugestões: “Expandir
a experiência a todos os futuros profissionais da saúde, para que
eles tenham as mesas chances que estamos tendo”; Aumentar a
influência do PET dentre integrantes não oficiais -docentes, alunos e
profissionais; Articular-se em torno das Associações representativas
dos estudantes, CG e Diretorias das Faculdades; Aumentar as bases
de sustentação política para as decisões tiradas das Oficinas PET,
como apoio a expansão da ESF; Os estudantes devem ser mais próativos; Montagem de “cartilha” dos deveres dos alunos PET, tutores
e preceptores. Conclusões: Conclui-se pelo cumprimento do papel
desse Programa, no sentido de gerar oportunidades para que ocorram
as mudanças requeridas na formação acadêmica e na qualificação da
assistência no SUS.
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus
Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP
2
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - Campus
Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP
3
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo - Campus
Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP
4
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo
- Campus Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP
1
Resgatando a sabedoria popular
Fernando Soares Guedes1
Maria José Pereira Zago2
RESUMO: Introdução: Muitos dos atuais problemas de saúde
devem-se ao fato de que antigas regras simples de autocuidado
foram desprezadas. A ciência positivista e a medicina científica
desacreditaram antigos saberes populares (embasados na intuição,
no empirismo e na observação da natureza) alegando que estes não
haviam sido revelados ou testados pelo método científico positivista.
Relegando-os ao plano das crendices e das superstições. Isto levou á
posturas equivocadas, como à passividade dos indivíduos que delegam
aos profissionais de saúde a responsabilidade pelo tratamento de
seus males. Relutam em operar mudanças salutares (mas sofridas)
de hábitos e de comportamentos. Esta perda de autonomia criou uma
crescente e elevada dependência dos indivíduos para com a oferta de
serviços e bens médico-assistencial. O que gerou inúmeras distorções
como a patoligização, a medicalização e uma grande intromissão da
tecnologia médica na vida das pessoas. Isto ocasionou a elevação dos
custos, frente a estes, os indivíduos e os serviços públicos sentem-se
cada vez mais impotentes. Por outro lado, o envelhecimento gradual
da população e a progressiva ascensão das doenças crônicas têm
30
constituído um desafio, pois seu tratamento envolve a participação
ativa dos pacientes no sentido de modificar alguns comportamentos
prejudiciais e assimilar outros que beneficiem sua saúde. Objetivos: O
objetivo é resgatar conhecimentos, habilidades, técnicas ou práticas da
cultura que conduzam à harmonia, ao equilíbrio e ao bem estar físico,
mental, social e espiritual. Pretende-se encontrar práticas de promoção
à saúde, prevenção de doenças e reabilitação. Não é o intuito deste
projeto descobrir ou discutir remédios ou curas milagrosas. A idéia é
resgatar os conhecimentos e os valores da sabedoria popular e discutilos à luz de uma nova concepção de ciência embasada no estudo da
filosofia. Não tem o objetivo de verificar as bases científicas positivistas
destes conhecimentos. Pretende-se avaliar, refletir, apresentar,
ensinar e difundir estes conhecimentos. Resgatando práticas de
autocuidado. Metodologia: O projeto prevê um estudo teórico que dará
sustentação epistemológica a um trabalho prático. Será desenvolvido
nas Unidades de Saúde da Família de São Caetano do Sul e contará
com a participação de alunos da Faculdade de Medicina do ABC. O
estudo teórico constará do desenvolvimento de seminários (por parte
dos alunos), que serão desenvolvidos com base no livro-texto: Convite à
filosofia, de Marilena Chaui, entre outras referências. O trabalho prática
será desenvolvido pelos agentes comunitários de saúde que farão uma
busca ativa por indivíduos que detenham estes saberes populares.
Cada caso será analisado individualmente para verificar se é seguro
e não oferece riscos para a saúde. O princípio que deverá nortear este
projeto será: “primum non nocere”, que significa: “antes de tudo não
causar dano”. Resultados: ao final do projeto todas estas práticas
serão agrupadas e os indivíduos convidados a ensinar as suas técnicas
em oficinas, que terão ampla divulgação entre a população. Esta será
convidada a aprender e a colocar em prática estes conhecimentos. Este
projeto foi contemplado pelo Programa de Educação pelo Trabalho do
Ministério da Saúde, será desenvolvido de abril/2010 à março/2011.
Conclusões: A medicina científica dá prioridade à “doença observada”
que é detectada por meio das alterações anatômicas e bioquímicas.
Em geral o tratamento é medicamentoso e é imposto ao indivíduo.
Nas doenças crônicas, ao contrário, as ações de saúde devem ser
realizadas pelo próprio paciente de acordo com as suas percepções.
Estão mais em sintonia com a “doença percebida” pelo paciente do
que pela “doença observada” pelo profissional de saúde. Existe a
necessidade de tornar o indivíduo um agente ativo na condução de sua
vida e de sua saúde, aceitando seu papel e suas responsabilidades
em garantir seu próprio bem-estar. Mas isto não deve ser visto como
uma ação de culpabilização do indivíduo ou de despolitização do
problema.
Centro de Estudos em Novas Tecnologias na Atenção Primária de
São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP
2
Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul,
SP
1
Saúde do homem articulada à integralidade do
cuidado na hipertensão arterial sistêmica: é
possível?
Gabriela Romano de Oliveira1
Felipe Sanches Paro1
Marinei Yuko Kijimura1
Sueli Moreira Pirolo1
Vinicius Bonfim Harada1
Cristiano Machado Galhardi1
RESUMO: Introdução: Os agravos no sexo masculino constituem
graves problemas de saúde pública. Dados epidemiológicos constatam
que os homens são mais vulneráveis, e padecem mais do que as
mulheres. A doença cardiovascular que mais acomete essa população
é a hipertensão arterial sistêmica (HAS). Nesse contexto, a elaboração
de medidas de educação em saúde acompanha o preconizado na
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, considerando
o impacto da HAS no cenário das doenças metabólicas do século
XXI e a realidade do sistema de saúde no tratamento das doenças
crônicas. Objetivos: Avaliar a prevalência dos fatores de risco
segundo hábitos de vida, condições de saúde, ações de autocuidado e
percepção de adoecimento na população masculina de trabalhadores
municipais de Marília-SP para subsidiar ações de integralidade do
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
cuidado na perspectiva da promoção à saúde. Metodologia: Optou-se
pela pesquisa descritiva e de campo com 293 homens, considerando
o universo estatístico existente, com idade entre 20 e 65 anos. Foi
aplicada entrevista estruturada com dados de identificação, hábitos
de vida, medicação em uso, ações de autocuidado, mensuração de
pressão arterial e índice de massa corpórea (IMC). Os dados foram
processados pelo programa Epi-info e tratados pelos testes de Quiquadrado com p<0,05. Resultados:Verificou-se que 77,8% dos
avaliados apresentaram pressão acima dos níveis normais, sendo
que desses, 41,22% sabiam que eram hipertensos. Na parcela dos
já diagnosticados, 84,0% referem uso de medicação e 44,7% fazem
dieta para controle pressórico. Entre os pesquisados 57,0% estão
com IMC>25 e 50,5% são sedentários. Dos questionados, 56,5% têm
consigo a concepção de cuidar de sua saúde indo ao médico quando
precisam e 33,6% deles têm medo de ir ao médico por receio de
descobrir alguma doença. Conclusões: Os dados condizem com outros
estudos de prevalência de HAS. Identifica-se, porém, uma discreta
adesão ao tratamento após o diagnóstico. Existe uma clara deficiência
nas ações de promoção a saúde para esses homens, adoecidos e sem
abordagem adequada. Isso requer planejamento de ações de saúde
efetivas e prudentes na perspectiva da integralidade do cuidado, para
tornar possível uma intervenção eficaz para um problema complexo, de
grande risco e impacto no cenário biológico, psicológico e social. 1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
moradia e estrutura familiar. Apenas um funcionário não menciona o
trabalho como meio para se obter saúde. Em relação à concepção
sobre direitos, nas nove entrevistas realizadas, todas citaram a saúde,
sendo que em apenas uma esse relato não foi espontâneo. Dentro
dessa área, dois funcionários citaram o bom atendimento como direito,
sendo que uma relacionou-a a um bom médico e outra, ao direito a
exames complementares com agilidade. Outros três pontos citados
em entrevistas distintas e individuais foram: atendimento médico,
acolhimento e informação correta não exclusiva da área da saúde. Do
total de entrevistas, um terço referiu-se à educação como direito. Duas
referiram que, além deste, temos o direito de ir e vir, e uma, o direito
de expressão. Outra entrevistada englobou apenas o direito à saúde
e à educação. O último discurso relacionado ao direito e à educação
citava também como sendo universal, direito ao voto, a participar
ativamente na comunidade e no trabalho. Este foi citado em mais uma
entrevista juntamente com direito ao respeito às pessoas, ao patrimônio
público, à informação, às condições laborais e materiais adequados,
bem como suporte profissional. Conclusões: No caso citado, o
parcial desconhecimento mostrado por essa parcela da população
sobre o processo de saúde e doença e cidadania, priva- os de buscar
maneiras corretas para tentar mudar o cenário apresentado, fazendo
com que apenas reclamem de maneira desorganizada, ao invés de
participarem ativamente do processo de mudança. É preciso, portanto,
elaborar propostas e promover conhecimento, visando, dessa forma, à
mudança dessa atitude passiva, incorporada pela população ao longo
da história brasileira.
1
“Saúde e Doença” e “Cidadania”: concepção de
profissionais de uma USF de Marília
Rodrigo Hidd Kondo1
Larissa Fortunato Prohmann1
Rafael Garcia Benatti1
Thalita da Silva Canevari1
Vitor Speranza Faifer1
Ricardo José Rambaiolo Ferrari1
Ricardo Gomes Primon1
Mariana Costa Nobre1
Daiane Aparecida Dias1
Thiago Pereira Goulart1
Kátia T. Alves Rezende1
Wilson Spinola Muniz1
RESUMO: Introdução: O curso de medicina da Faculdade de Medicina
de Marília (FAMEMA) é constituído por duas unidades educacionais
em cada série, a Unidade Educacional Sistematizada (UES) e a
Unidade de Prática Profissional (UPP). Nesse momento, destacamos
o desenvolvimento da UPP nos dois primeiros anos da graduação.
Essa unidade educacional é organizada em grupos de 12 estudantes
(08 de Medicina e 04 de Enfermagem) atuando em Unidades de Saúde
da Família (USF). A atuação dos estudantes nas USFs nos permitiu a
reflexão sobre a forma de como sociedade exerce a cidadania uma vez
que se identificou: uma baixa participação da população em reuniões de
comunidade; as reivindicações estão somente relacionadas ao serviço
de saúde, e são realizadas de forma individualizada; os trabalhadores
de saúde naturalizam o termo “controle” e “participação social”; e
dificuldade da equipe em realizar uma escuta ampliada. Assim, para
o desenvolvimento do Pet Saúde decidimos investigar a temática
Participação Social na Saúde. Objetivos: Analisar a concepção dos
usuários e trabalhadores de saúde em relação ao processo de saúde
e doença e direitos do cidadão, à luz dos princípios e diretrizes do
SUS.Metodologia: Utilizamos abordagem qualitativa, com realização
de entrevistas semi estruturadas com 09 trabalhadores de saúde
e usuários de uma USF, localizada em um distrito do município de
Marília-SP. A análise de dados se baseou na análise de conteúdo na
vertente temática.Resultados: Analisando-se as entrevistas, percebeuse que, no geral, os funcionários têm como concepção de saúde
uma boa alimentação, bem-estar físico e mental. Dois deles ainda
destacam a importância do bem-estar espiritual para se ter uma vida
saudável. Dois não conseguiram definir o que significa ter uma vida
saudável; no entanto, conseguiram apontar os meios para alcançá-la
e, segundo a maioria, esses meios são: um bom emprego, uma boa
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Saúde mental: buscando caminhos para integrar!
Julia Rezende Duek1
Paulo Fernando A. João1
Rafael Peloso Reis Ribeiro1
Héllen P. Batista1
Neide Maria Britto Abreu1
Maria Helena Senger1
RESUMO: Introdução: A superação do modelo manicomial teve um
marco teórico e político na Conferência Regional para a Reestruturação
da Assistência Psiquiátrica, realizada em Caracas, em 1990. Passou-se
a privilegiar a criação de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico:
redes de atenção à saúde mental, Centros de Atenção Psicossocial
(CAPS), entre outros, objetivando o deslocamento dos recursos para
modalidades alternativas à internação psiquiátrica e compatibilizando os
procedimentos das ações de saúde mental com o modelo assistencial,
o que levaria a uma desinstitucionalização. Objetivos: Capacitar os
profissionais da saúde para diagnóstico e tratamento dos transtornos
mentais mais freqüentes, visando melhorar suas relações com estes
pacientes e fortalecer a comunidade na resolução de seus problemas.
Metodologia: Essa proposta foi desenvolvida em cinco etapas: A
primeira foi conhecer os aparelhos públicos (CAPS) e conveniados
(Hospital Jardim das Acácias) de apoio à saúde mental do município
de Sorocaba/SP para criar um protocolo de encaminhamentos em
saúde mental. A segunda etapa consistiu em pesquisar os mitos
em transtornos mentais com funcionários da Unidade Básica de
Saúde (Dr.Carlos Amorim) aplicando-se um questionário (pré
capacitação),contendo 18 perguntas, sendo que dos 66 funcionários,40
participaram do levantamento. A terceira etapa envolveu a análise dos
dados,servindo de base para a capacitação dos funcionários tendo
como seguimento a elaboração de um projeto sobre transtorno mental,
orientado por um profissional psiquiátrico. A capacitação foi dividida
em 4 encontros sendo dois direcionados para transtorno do humor e
dois para transtornos de ansiedade. A quarta etapa foi a reaplicação
do mesmo questionário (pró capacitação),do qual participaram 14
funcionários dos 40 que participaram da capacitação. A quinta etapa
foi desenvolver atendimento semanal de Terapia Comunitária para
a comunidade local, coordenada por uma médica. Resultados: Um
dos objetivos dessa proposta foi a capacitação dos funcionários da
USF Dr. Carlos Amorim/Sorocaba/SP. Nessa fase foi aplicado um
questionário antes e após a capacitação. A partir dos resultados obtidos
do questionário,através de respostas “sim” ou “não”, selecionou-se um
31
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
total de 4 pontos mais importantes, cujos dados foram interpretados
e apresentados em porcentagem, comparando-se as respostas das
seguintes questões pré e pós capacitação:”você conhece pessoas
com problemas mentais?”,nesse caso, a análise dos dados pós
capacitação teve uma melhora de 11%;”na sua família tem alguém
assim?”, verificou-se uma melhora 24%;”você tem medo de pessoas
com problemas mentais?”,melhora de 9%; “a dependência é doença
mental?”, melhora de 6%. O último ponto tratava-se da seguinte
questão: “qual o problema mental que voce mais vê na sua área?”.
Nesse caso, a resposta era espontânea, e dos 40 participantes da fase
pré capacitação, obteve-se os seguintes resultados, considerando o
número de citações:depressão (13),demência (2), esquizofrenia (2),
surto repentino (1), distúbios mentais(1), nenhum (5) e sindrome de
down(3). No questionário aplicado pós capacitação,14 participantes, a
melhora nas respostas foi relevante, uma vez que foram citados apenas
verdadeiros diagnósticos de doenças mentais:depressão(9),depressão
e ansiedade(3), esquizofrenia(1),convulsão(1). Outro objetivo foi a
inserção de sessões de terapia para a comunidade local,considerada
positiva uma vez que está tendo uma adesão média de 10 participantes
por sessões semanais. Conclusões: Os resultados evidenciam
os desafios da reforma psiquiátrica e a necessidade urgente da
capacitação dos funcionários que trabalham com atenção básica,
particularmente os envolvidos no Programa de Saúde da Família.
Evidencia também a importância do PET-Saúde, estratégia adotada
pelo Ministério da Saúde,constituindo-se na desinstitucionalização da
psiquiatria, deslocando as ações de saúde mental para um contexto
comunitário com a produção de uma nova cultura de saúde/doença
mental. Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
- Campus Sorocaba, Sorocaba, SP
1
Uma experiência de ensino na medicina e enfermagem: promovendo a saúde da criança
Bruna Brenha Ribeiro1
Juliane Beatrice Eckert1
Wania Papile Galhardi1
Célia Martins Campanaro1
Anna Carolina de Miranda e Figueiredo1
RESUMO: Introdução: O Projeto aprovado da Faculdade de Medicina
de Jundiaí para o PET-Saúde 2009 foi desenvolvido com a Secretaria
Municipal de Saúde e os estudantes de medicina e enfermagem,
professores das duas áreas e profissionais da saúde atuaram no
território da Unidade de Saúde da Família do Bairro Santa Gertrudes,
onde vivem famílias numerosas, com baixo nível educacional e
condições sócio-econômicas ruins com reflexos sobre a saúde
infantil. Objetivos:Promover a integração entre ensino e serviço na
Atenção Básica à Saúde; capacitar os alunos e os profissionais para
promoção de saúde e prevenção de doenças; conhecer as condições
que influenciam no processo saúde-doença dos moradores; propor e
desenvolver ações para melhoria da qualidade de vida da população;
estimular os acadêmicos a conhecer e se interessar pelos serviços da
rede pública. Metodologia: Na 1ª fase do Programa foram selecionados
os preceptores do projeto e os monitores entre os alunos do 3º ano dos
cursos de Enfermagem e Medicina. Os alunos do 2º ano de Medicina,
integrantes do PET-Saúde, foram divididos em pares ou trios, que
orientados por monitores e preceptores, fizeram o cadastramento do
território adstrito. Através de visitas às famílias, amparados por um
questionário estruturado (ficha A do Ministério da Saúde ampliada),
recolheram informações sobre a composição familiar, condições de
vida, doenças prevalentes e cuidados com a saúde. Os dados foram
organizados pelos monitores em planilha eletrônica estruturada com
os conteúdos da ficha A ampliada juntamente a um condensado de
relatórios entregues. Após cada atividade de campo, preceptores e
monitores se reuniam para a análise quanti-qualitativa e esclarecimento
de dúvidas. A 2ª fase do PET-Saúde consistiu de ações específicas,
identificadas como necessárias na 1ª fase e a opção foi atuar em três
frentes: saúde da criança, da mulher e do adulto/idoso. Este trabalho
trata da saúde da criança. Resultados: O levantamento mostrou
que 12% da comunidade ingere água não tratada. Entre a população
infantil (164 crianças), entre 0 e 12 anos, 18% não foram amamentadas
adequadamente. Verificou-se que 6% das crianças do bairro têm
problemas respiratórios, sendo que 2% delas são asmáticas. A situação
da vacinação foi avaliada e 8% das crianças não foi adequadamente
vacinada e cerca de 2% não foram vacinadas. Por meio dos relatórios
qualitativos realizados pelos estudantes, sobre as visitas às famílias
com a aplicação da Ficha A ampliada, foram identificados situações
freqüentes de risco para acidentes na infância. Os fatos observados
mostram a necessidade de desenvolver os trabalhos educativos
para a saúde da criança nos temas: Aleitamento Materno, Doenças
Respiratórias, Obesidade, Acidentes Domésticos, Verminoses e
Anemia. Neste momento, os preceptores, assim como monitores e os
alunos foram divididos para trabalharem com os temas selecionados.
Para abordá-los com a população local, primeiro os alunos discutiam
os temas na disciplina Atenção Primária à Saúde, em seguida os
monitores se reuniam com alunos e propunham uma estratégia para
a aplicação de cada tema. Os usuários da Unidade eram convidados
a participarem da atividade pela equipe de saúde local e por um
dos preceptores do PET-saúde, médico pediatra naquela unidade.
Então, a partir das atividades com a população local resultaram os
relatórios individuais elaborados pelos alunos, com a descrição de
suas percepções e as sugestões para o prosseguimento das atividades
nos anos seguintes, bem como foi quantificado os participantes por
idade, gênero e profissão, de modo que se pudesse avaliar o público
interessado em cada atividade. Conclusões: A vivência entre alunos
e profissionais da saúde fortaleceu a integração Secretaria Municipal
de Saúde e Instituição de Ensino Médico. As atividades práticas
permitiram compreender a importância da Educação em Saúde como
prática da medicina preventiva ampliando a visão crítica dos estudantes
envolvidos.
1
Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí, SP
•Extensão universitária, Ligas Acadêmicas e seu impacto na Educação Médica
A experiência da introdução da espiritualidade no
cenário médico-acadêmico
Gabriela Romano de Oliveira1
Janaina Lopes Evangelista1
Mariana Costa Salvi1
José Fittipaldi Neto1
Cassio Guedes Pelegrini Junior1
Sabrina Zanchettin1
Shirlene Pavelqueires1
RESUMO: Introdução: Desde que o homem se entende como ser
pensante, ele vem usando a espiritualidade para entender o significado
da vida e da morte, da sua presença no mundo e melhorar sua saúde
32
e como ferramenta para lidar com as adversidades e a dor, seja ela
física, moral e/ou espiritual. Sente-se, porém, que apenas uma pequena
porcentagem dos médicos se sente à vontade para perguntar aos
seus pacientes quais são as suas opções religiosas, alegando falta
de tempo, incapacidade para lidar com o assunto, ou até mesmo
porque pensam que a Espiritualidade não é relevante para a prática
da Medicina. Visando a integralidade na formação médico-acadêmica
a Sociedade Científica de Saúde e Espiritualidade vem inserindo a
vertente da espiritualidade no paradigma pedagógico dos estudantes.
Objetivos: Compreender o Ser Humano como um ser Espiritual. Ter a
dimensão que a consciência pode atuar no próprio corpo e de forma nãolocal. Perceber a multidimensionalidade e apoderar-se de conceitos de
Cuidar, de Saúde e de Doença. Metodologia: Conhecendo as principais
linhas de pesquisa sobre medicina e espiritualidade e suscitamos no
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
estudante a abordagem das necessidades de aspectos espiritualidade
dos pacientes e valores humanos que compõem a espiritualidade.
Promovemos a consciência no cuidar de si, articulando os principais
conceitos em tanatologia na relação medicina e espiritualidade através
de práticas clínicas direcionadas e supervisionadas. Após as atividades
práticas são feitos portfólios reflexivos acerca das experiências
vivenciadas e a partir delas são planejadas as abordagens e os temas
alvo das dicussões acadêmicas.Resultados: A aplicação prática da
teoria espiritualista nos tópicos da anamnese espiritual proporciona uma
melhor relação com o paciente, que se sente mais acolhido e seguro
nos seus momentos de angústia. O estudante, por sua vez, começa
a compreender o processo do adoecer por um outro paradigma não
mecanicista, tornando-se um profissional extremamente diferenciado e
valorizado pelo paciente. Conclusões: Passamos para os estudantes
a necessidade da compaixão e do amor no cuidar, ou seja, dos ideais
hipocráticos que pautam o ato da medicina por si. Verificamos que
partindo de bases científicas já existentes, a comunicação entre o
profissional de saúde e o paciente fica mais eficaz, suscitando em
menor sofrimento no enfrentamento do processo saúde-doença.
Proporcionando suporte individualizado aos pacientes durante as
crises de adoecimento esperamos então treinar os estudantes a serem
melhores ouvintes, comunicadores e profissionais, mais hábeis em
proporcionar suporte às capacidades de cura do paciente em sua
espiritualidade.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
A importância das ligas acadêmicas: relato de
experiência do centro acadêmico de uma Escola
Médica do Sul do Brasil
Vinicius Pena Coutinho1
Lionel Leitzke2
Cléber Santos Júnior1
Samuel Bamberg Pydd1
RESUMO: Introdução: O Centro Acadêmico de Medicina - Ulbra
(CAMU) tem, entre suas propostas, incentivar e regulamentar o
exercício das Ligas Acadêmicas (LA) no Curso de Medicina da
Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). As LA são grupos discentes,
que estudam determinado tema, na busca de complementação
acadêmica e saneamento das demandas da população. Conhecer
a realidade de organizações discentes como as LA, possibilita o
entendimento de seu conceito e suas propostas de atuação, além de
ser importante para orientar as políticas institucionais de incentivo à
formação de grupos desta natureza. Igualmente, permite-se mensurar
a abrangência dos assuntos e atividades das LA, para que as mesmas
não se tornem organizações pessoais, com a única finalidade de
qualificar o currículo de seus organizadores.Objetivos: Relatar a
experiência do CAMU na regulamentação da criação das LA e apoio às
atividades científicas organizadas pelas mesmas, além de demonstrar a
importância de tais grupos na formação dos acadêmicos de medicina da
Ulbra. Metodologia: Foram revisados os temas das LA, presentes nos
estatutos de cada entidade. Relatou-se o perfil das atividades das LA
de acordo com os dados presentes no Livro de Registro de Atividades
Científicas do CAMU. Através de revisão da literatura analisou-se o
conceito do que seja uma LA, o perfil de atuação dessas organizações
em realidades distintas e comparou-se tais dados com as informações
presentes nos arquivos do CAMU. Resultados: Atualmente, o Curso
de Medicina da Ulbra conta com as seguintes LA: Liga do Trauma &
Emergência, Liga da Clínica Médica, Liga da Cirurgia Geral, Liga de
Cardiologia, Liga da Dor, Liga Integrada da Ulbra (Cirurgia Plástica,
Mastologia e Patologia), Liga de Medicina da Família e Comunidade
e a Liga de Radiologia. Anualmente, foram realizados em média,
quatro atividades extracurriculares pelas LA, desde 2001. Todas as
temáticas foram consideradas abrangentes e complementares pelo
Conselho das Ligas Acadêmicas do CAMU, criado na gestão 2008
para orientar e fiscalizar o exercício das LA. Além disso, foi encontrada
a presença de membros de pelo menos quatro semestres diferentes
na relação de colaboradores de todas as LA, o que fortalece o caráter
integrativo e isento desses grupos. Conclusões: A formação de LA
por grupos de estudantes que buscam complementação acadêmica,
promoção de saúde e atividades de pesquisa e extensão iniciou na
Ulbra com a Liga do Trauma em 2001, que realizou diversos cursos de
atendimento pré-hospitalar tanto para estudantes de medicina quanto
para a comunidade. Da mesma forma, as LA criadas após a Liga do
Trauma, seguiram promovendo atividades científicas complementares
anualmente. Na gestão 2008 do CAMU foi elaborado o regulamento
das ligas acadêmicas, normatizando o exercício e a criação de novas
ligas, evitando a proliferação indiscriminada das mesmas, exigindo
representações docente e discente nos quadros de colaboradores e
estimulando de maneira sustentável a criação de novas LA, à medida
que apenas as LA com temas considerados abrangentes foram
autorizadas a funcionar oficialmente. Isso foi comprovado com a
identificação de membros pertencentes a no mínimo quatro semestres
diferentes em cada LA, além da evidente generalidade dos temas de
cada organização.
1
2
Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, Canoas, RS
Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, Porto Alegre, RS
A Liga de Medicina de Família LHuMHA: um
modelo de integração humanista para estudantes
de medicina
Adriana Roncoletta1
Camila Rocha de Almeida1
Marjorie Nunes Vieira Bachmann1
Bruna Camargo Safraider1
Fabiana Rodrigues Botelho1
RESUMO: Introdução: As escolas brasileiras ainda não apresentam
bons resultados, quando falamos em humanização no cuidado
aos nossos pacientes. O modelo acadêmico atual esta centrado
principalmente na ciência e tecnologia e o “lado humano” da
medicina muitas vezes apresenta-se esquecido. Novas estratégias
são necessárias para aumentar o interesse dos estudantes “em
questões humanistas. Objetivos: Este projeto LHUMHA visa promover
a reflexão aos estudantes de medicina da importância de uma
medicina humanista. Metodologia: A LHuMHA – que significa Liga de
Humanização Médico de Homens e de Almas - é uma organização de
estudantes de Medicina do Centro Universitário São Camilo, formada
por estudantes de medicina com o objetivo de encontrar uma nova
maneira de estudar e praticar a medicina proporcionar uma visão mais
ampla da relação médico-paciente e seu impacto sobre o tratamento do
paciente como um todo. A organização tem como princípio fundamental
a eficiência e a beneficência (goodwill), no âmbito terapêutico, através
da educação e cuidado de seus membros, da comunidade profissional e
acadêmica da área da saúde. Para alcançar seus objetivos, a LHuMHA
propicia atividades na área médica como atendimento no ambulatório
de Medicina de Família do Centro Universitário São Camilo, integração
com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família (SOBRAMFA)
e outras instituições, reuniões onde os alunos podem trazer temas
que causam dúvidas e angústias relativas a sua formação e futura
profissão. A dinâmica da Liga funciona com reuniões semanais e
uma divisão dos integrantes em quatro grupos: enquanto um grupo
realiza atendimento, os outros três participam de reuniões científicas.
Essas reuniões se alternam no assunto: a cada duas semanas de
discussões científicas, tem-se uma dinâmica tratando da relação
médico-paciente ou discussão de artigos de cunho filosófico ou
bioético. A abordagem científica na liga de humanização se justifica
uma vez que a LHuMHA tem como fundamento a formação médica de
excelência em todos os aspectos. O contato precoce com o paciente
suscita questões éticas e as preocupações dos estudantes, que
também são discutidos nas reuniões, porque proporciona um ambiente
acolhedor para que os alunos possam se expressar. Resultados: Os
resultados foram extremamente significativos, especialmente no
contexto do atendimento realizado aos pacientes. Muitos dos alunos
que passaram por essa experiência descreveram que após o medo
inicial em relação ao atendimento, esse primeiro contato e, a integração
com os colegas criada nas discussões em grupo, deixou-os “mais
animados “ para buscar soluções e novas formas de se relacionar
com o paciente. Com isso, foram proporcionados o desenvolvimento
33
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
e a incorporação de modelos a serem seguidos para humanizar a
prática médica Conclusões: Programas destinados a promover o
interesse do estudante de medicina em questões humanistas são úteis
para a educação médica, promovendo a reflexão e contribuir para a
compreensão nossos pacientes como um ser humano e não fazer a
diferença em suas vidas. Curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, São Paulo,
SP
1
estratégia amplamente utilizada em diversas instituições de ensino.
Pudemos compreender que no contexto da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto ela cumpriu o seu papel oferecendo suporte, apoio,
realmente acolhendo os seus estudantes. Apesar de mostrar-se uma
estratégia em construção nessa instituição a tutoria é reconhecida
como espaço importante e que contribuiu para formação integral dos
estudantes que fizeram parte dela. Os temas levantados durante os
grupos focais podem ser diretamente relacionados aos temas colhidos
nos relatórios dos tutores, e essa convergência só pode ser percebida
pela metodologia empregada.
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus
Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP
2
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, Ribeirão Preto, SP
1
A tutoria institucional como estratégia de
acompanhamento de alunos ingressantes na
FMRP – USP: avaliando suas contribuições para
o processo de ensino-aprendizagem
Cecília Prado Sales da Silva1
Maria Paula Panúncio-Pinto2
RESUMO: Introdução: A nova situação colocada pelo ingresso na
Universidade pressupõe uma nova visão sobre o que é estudar e como
fazê-lo com responsabilidade e disciplina. Para dar suporte a essa
nova fase que se inicia com o ingresso na graduação a Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto – USP através da Comissão de
Graduação e do Centro de Apoio Educacional e Psicológico-CAEP
mantém um programa institucional de tutoria que pretende ir além do
acompanhamento, orientação e supervisão pedagógica do processo
ensino-aprendizagem. Objetivos: Identificar através de estudo
documental o histórico da tutoria institucional realizada nos cursos de
graduação da FMRP-USP. E indicar como os estudantes percebem
e avaliam a tutoria como estratégia de acompanhamento de alunos
ingressantes. Metodologia: O presente estudo foi desenvolvido
através da realização de um levantamento geral de temas e estratégias
presentes nos encontros de tutoria desde o início do programa.
Tais informações foram colhidas através de estudo documental dos
relatórios de tutoria encaminhados pelos tutores. E através de uma
abordagem preferencialmente qualitativa para obter a avaliação e a
percepção dos alunos sobre o programa, estudantes foram abordados
através de grupos focais, os quais seguiram um roteiro de discussão.
Os estudantes selecionados para a pesquisa deveriam pertencer
aos cursos de graduação da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto – USP (Medicina, Fisioterapia, Informática Biomédica, Nutrição
e Metabolismo, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional), e deveriam
participar ou terem participado da tutoria institucional. A seleção dos
sujeitos dependia também do seu interesse em participar da pesquisa
e da sua disponibilidade de horários para participar dos grupos focais,
procedendo a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido
e comparecendo a uma reunião do grupo focal. Resultados: A etapa
de estudo documental baseou-se em dois tipos de documentos: (1)
Projeto de implantação do Programa; (2) Relatórios dos encontros.
A tutoria na FMRP-USP teve início no ano de 2003 atendendo
apenas o curso de medicina. Os outros cursos ou “cursos novos”
aderiram ao Programa Institucional de tutoria a partir de 2005. Foram
disponibilizados pelo CAEP os relatórios da tutoria de 2003 a 2009. O
tema mais freqüente, tanto em termos de sua presença em todos os
anos e em todos os cursos, quanto em termos da freqüência com que
foi abordado é o da “escolha profissional”.Foram realizados 4 grupos
focais, com a participação de estudantes do mesmo curso durante cada
grupo (grupo 1: Terapia ocupacional; grpuo 2: Terapia ocupacional;
grupos 3: Medicina; grupo 4: Fonoaudiologia). Seguindo o roteiro de
discussão, os resultados foram separados em dois eixos da discussão:
(1) o impacto do ingresso na Universidade e (2) a tutoria (percepção
e avaliação dos estudantes). Na primeira categoria a maior parte dos
alunos relataram orgulho por está na FMRP-USP, responsabilidade
por está na FMRP-USP, a universidade é diferente do que eles
imaginavam e dificuldades de adaptação a nova rotina. Na segunda
categoria,os resultados levaram a uma reflexão sobre inúmeros
aspectos importantes que envolvem a tutoria, a educação universitária,
o impacto do ingresso na universidade, a relação professor-aluno.
Sendo que, os relatos de forma geral foram de que a tutoria ajudou
os estudantes que participaram dela. Conclusões: A tutoria é uma
34
Atendimentos conjuntos com outras especialidades da saúde para a real formação interdisciplinar
Marcelle Sakamoto Kubo1
Erika Neves de Souza Moraes1
Debora Duarte Macea1
Flavio Mitio Takahagui1
Steeven Shu Kai Yeh1
Rafael Bernhart Carra1
Iori Rodrigues Junqueira1
RESUMO: Introdução: No início dos anos 90, muitos hospitais e
centros especializados de saúde têm abordado a necessidade do
trabalho interdisciplinar entre equipes de saúde, tendo como objetivo
final a melhora da saúde do paciente. Nas diversas tentativas já
implementadas, encontram-se reuniões semanais dos diferentes
profissionais de saúde, envolvimento das diversas profissões no
mesmo projeto e relatórios mensais de cada equipe. Entretanto,
nenhum modelo foi definido como a melhor forma de concretizar um
atendimento interdisciplinar entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas,
psicólogos, e outros. Dessa maneira, o projeto de Extensão Médica
Acadêmica (EMA) pretende abordar essa problemática incluindo na
formação de médicos e demais profissionais da saúde, dentro da
graduação de cada um, a integração interdisciplinar. Acreditamos que
o atendimento aos pacientes por meio de grupos multidisciplinares
melhora o resultado. Objetivos: Relatar a experiência de trabalho
interdisciplinar vivenciada por alunos e profissionais de medicina e
fisioterapia em um projeto de caráter voluntário e social, analisando
os resultados. Metodologia: Utilizar-se-á o projeto EMA, do Bairro da
Penha. O EMA foi criado por alunos em 1998 oferecendo atendimentos
assistenciais médicos à comunidade do Bairro São Luiz, por meio da
Fundação Julita. Há 6 anos, o projeto foi também implementado no
Bairro da Penha, tendo apoio do Serviço de Assistência Social Penha
(SASP). Em 2010, iniciaram-se os atendimentos da fisioterapia na
comunidade com um modelo diferenciado dos centros de saúde atuais,
onde os alunos de fisioterapia fazem parte dos mesmos grupos de
atendimentos dos alunos da medicina, com discussão de todos os
casos e atendimento dos pacientes em conjunto. Os atendimentos e
atividades com a comunidade ocorrem aos sábados, tendo cerca de
8 pacientes por dia. Alunos de medicina e de fisioterapia atendem aos
pacientes na mesma sala, com supervisão de médicos e fisioterapeutas,
com quem discutem conjuntamente à respeito dos tratamentos e dos
casos clínicos. Há reuniões semanais entre os membros do grupo
para discussões dos casos. Cada grupo é formado por alunos de
todos os anos da medicina e da fisioterapia. Resultados: Atualmente,
são 4 grupos em atendimento na Penha, com cerca de 15 alunos de
medicina e 2 alunos da fisioterapia. Foram realizados cerca de 20
atendimentos e discussões em conjunto, com 8 reuniões semanais.
Fazem parte do projeto, nove alunos da fisioterapia, sendo 2 do quarto
ano e seis do terceiro ano. A fisioterapia, juntamente com a medicina,
já orientou cerca de 10 pacientes que apresentavam queixas de
dores osteomusculares ou de outros acometimentos neurológicos ou
ginecológicos. Conclusões: O modelo da ação conjunta pioneiro no
Bairro da Penha vem apresentando resultados positivos tanto para
alunos de medicina e fisioterapia, como para os pacientes da região,
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
o que proporciona um atendimento completo, além do aprendizado
e respeito mútuo entre as duas áreas da saúde. Está em processo
a integração dos alunos de nutrição no projeto seguindo o mesmo
modelo já implementado. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, São Paulo, SP
1
Atividade de Extensão da Liga de Pneumologia de
Botucatu (LPB): conscientização sobre tabagismo
ativo e passivo
Marina Gonçalves Elias Sampaio1
Mariana Hikari Abe2
Priscila Garcia Viveiros3
Aline Ambrosio de Moraes1
Fellipe Tripoli de Miranda Mattos1
Mayra Naves Clemente1
Fernando de Freitas Monteiro1
Cristiano Claudino Oliveira3
Ana Esther Carvalho Gomes Fukumoto1
Irma de Godoy2
RESUMO: Introdução: A importância do cigarro como fator de risco
para doenças graves promoveu implementação de medidas de
controle na maioria dos países desenvolvidos, diminuindo o consumo.
Porém o que se observa é um aumento do consumo nos países em
desenvolvimento. A Liga de Pneumologia de Botucatu (LPB), entende
que a atuação na cessação do tabagismo é uma importante atividade
de extensão. Objetivos: Analisar a dependência dos entrevistados, a
limitação de fluxo aéreo causada pelo tabaco e informar sobre os efeitos
nocivos do cigarro e do tabagismo passivo, os benefícios obtidos com
o fim do hábito de fumar e os tratamentos disponíveis para ajudar na
cessação do tabagismo. Metodologia: Realizou-se, na 12ª Feira de
Saúde do Município de Botucatu, abordagem dos tabagistas e, para
tal, foi utilizado o questionário de Fagerströn, um parâmetro de medida
da dependência nicotínica. Para cada tabagista abordado foi realizado
o teste da medida do pico de fluxo expiratório (PFE) a fim de avaliar a
limitação de fluxo aéreo causada pelo tabaco. Houve orientação sobre
os riscos do tabagismo, além de frisar os problemas da exposição
passiva ao tabaco. Foram distribuídos panfletos do ministério da saúde
e outro confeccionado pela disciplina de Pneumologia do departamento
de Clínica Médica da Faculdade. Resultados: A maior parte dos
entrevistados mostrou interesse em entender melhor sobre a temática
do tabagismo. Além disso, houve correlação entre dependência
e alteração de espirometria. Os integrantes da LPB tiveram a
oportunidade de desenvolver intervenção da população tabagista e
comunicação com um público muito variado. Conclusões: A atividade
demonstrou que os tabagistas ainda não são bem esclarecidos em
relação aos malefícios do cigarro, as terapêuticas e aos benefícios da
parada. Diante disso a LPB acredita que o tabagismo é um tema ainda
muito importante a ser abordado em suas atividades.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP
3
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP
1
Avaliação de Ligas Acadêmicas: sociedades científicas ou atividades de Extensão Universitária?
Pedro Tadao Hamamoto Filho1
Vinicius Cunha Venditti1
Cristiano Claudino Oliveira2
Henrique Claudio Vicentini1
Jamil Thiago Rosa Ribeiro1
Lidia Raquel de Carvalho3
Silvana Artioli Schellini1
RESUMO: Introdução: Ligas Acadêmicas (LA) são atividades
estudantis de extensão universitária que cada vez mais ocupam
o cotidiano dos estudantes de medicina no país. Nelas, os
estudantes organizam atividades de vivência clínica, preparam
aulas e seminários teóricos, desenvolvem projetos de pesquisa e
trabalhos comunitários. Entretanto, a percepção de que as LA têm se
constituído espaços de “especialização precoce”, motivou o Conselho
das Ligas Acadêmicas (CONLIGAC) da Faculdade de Medicina
de Botucatu/UNESP a organizar um programa para avaliação das
LA. Objetivos: Avaliar quais são e como estão distribuídas as
atividades das LA da FMB/UNESP, com a intenção de analisar o perfil
das mesmas. Metodologia: Entrevistas com os dirigentes das LA, nas
quais se utilizou instrumento de avaliação com critérios organizados
em quatro dimensões: eixo fundamental (objetivos, gestão e
ideologia) e vetores de ensino, pesquisa e extensão universitária.
Para comparações múltiplas entre as LA foi feitas análise de medidas
repetidas com o método de Tukey. O projeto foi aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa Local e os entrevistados acordaram com termo
de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Foram avaliadas
16 das 17 LA existentes na escola (uma delas, por recente criação,
foi excluída do estudo). Das 16 Ligas, 15 têm objetivos bem definidos.
As atividades são coerentes com a concepção de Liga em 81%. Em
69% há pactuação com os objetivos de formação da escola. Metade
delas não articula satisfatoriamente ensino, pesquisa e extensão.
Todas têm adequação financeira. Em 15 observou-se adequada
supervisão docente nas atividades clínicas, com bom apoio de
docentes e departamentos. Apenas uma não apresenta parâmetros
de ingresso bem definidos. 75% das LA é aberta à participação de
estudantes de outros cursos de graduação. 88% dos representantes
das LA são assíduos nas reuniões do CONLIGAC. Atividades de
interação entre LA estão presentes em quase todas (15), nas quais
também há assiduidade dos membros em suas atividades. Menos
de um terço das LA promove discussões sobre ensino de graduação.
As maiores pontuações foram observadas no vetor de ensino. 75%
das LA oferece aulas regularmente. 88% favorecem metodologias
diversificadas de ensino, Na realização de cursos de capacitação
e atualização, há atenção a temas de interesse do médico geral.
Cerca de 80% oferece atividades práticas no Hospital das Clínicas
ou em outros serviços de saúde. Já na dimensão de pesquisa, as LA
têm desempenho fraco: metade das LA realiza trabalhos científicos,
metade não apresentou trabalhos em congressos e mais de 80%
não tem trabalhos publicados. Em extensão universitária, as LA
concentram suas atividades em momentos pontuais de campanhas
e feiras de saúde: todas participaram da Feira de Saúde do centro
acadêmico e 75% em outras campanhas. Por outro lado, mais da
metade das LA não faz atividades contínuas junto à população e
sequer têm um projeto para fazê-lo. Com relação a atividades clínicas,
81,3% têm algum tipo de participação. Numa análise de comparações
múltiplas entre as LA, o desempenho destas foi homogêneo, com
apenas uma delas apresentando média superior à de outra; as demais
não diferiram entre si. Conclusões: Chama a atenção o fato de as
LA se concentrarem em atividades de ensino e, em sua maioria, não
desenvolverem atividades contínuas junto à comunidade e terem
pequena produção científica. Disso surge nosso questionamento:
o que têm feito as LA? São apenas sociedades científicas para
“especialização precoce” dos alunos interessados ou são, de fato,
atividades de extensão universitária? As informações obtidas
apontam para o primeiro perfil. Com nossos dados não é possível
avaliar o impacto das LA na formação médica pois não investigamos
motivações discentes para participação em LA nem a repercussão
destas no cotidiano dos estudantes. Entretanto, o entendimento do
perfil das LA e seus desvios, amplia a compreensão sobre o tema e
suscita alvos de investigação.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP
3
Instituto de Biociências de Botucatu, Universidade Estadual Paulista
(UNESP), Botucatu, SP
1
35
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Avaliação do binômio ensino-aprendizagem
no Projeto de Extensão em Anatomia Humana
realizado em Porto Velho, Rondônia, Brasil
Alexandre Rezende Veloso1
Elton Waldraff da Silva1
Beatriz Souza Renor1
Beatriz Moser de Souza1
Danilo Teles Novais1
Paulo Adolfo Wessel Xander1
José Odair Ferrari1
RESUMO: Introdução: O projeto surgiu em 2005, sob o nome
“Anatomia de Inclusão”, a partir de iniciativa desenvolvida por
acadêmicos de medicina e professores da disciplina de anatomia. O
público-alvo é composto por alunos do ensino médio de escolas do
estado de Rondônia. Este projeto proporciona a interação entre alunos
de medicina e alunos de ensino médio por meio do intercâmbio de
saberes e da ampliação de horizontes das oportunidades educacionais.
Objetivos: O objetivo deste estudo foi aprimorar o conhecimento dos
acadêmicos de medicina na disciplina de Anatomia Humana, além
de enfatizar a importância dessa vivência para a formação médica
e construção de cidadania dos universitários e demais participantes
envolvidos no projeto. Metodologia: O estudo prospectivo foi realizado
ao longo do ano de 2009. A cada etapa do projeto, são recebidos
aproximadamente 50 estudantes do ensino médio, provenientes de
escolas previamente selecionadas, que comparecem ao Campus
Universitário, acompanhados por seus professores. São recebidos
no Bloco da Anatomia e assistem a uma exposição teórica ministrada
pelos monitores da Disciplina de Anatomia. Em seguida, participam
de uma visita ao Laboratório de Anatomia para contato com peças
anatômicas artificiais e naturais. Ao término de cada visita, são
aplicados questionários semi-estruturados, não-identificados, que
abordam a opinião dos alunos em relação ao conteúdo ministrado, à
relevância do mesmo e ao desempenho dos acadêmicos palestrantes.
Também são abordadas as dificuldades encontradas pelos alunos,
como acomodação na sala, acesso ao campus, compreensão da
palestra. Finalmente, realizam um teste objetivo, com cinco questões,
para a verificação do aprendizado do grupo. Uma reunião de autoavaliação é feita entre os acadêmicos ao final do dia. Os questionários
e os testes são analisados por contagem simples. Resultados:Ao
longo do ano de 2009, 284 estudantes do ensino médio participaram
do projeto. Verificou-se que 250 (88%) alunos acertaram três questões
ou mais do teste objetivo e 14 (12%) alunos revelaram dificuldades
na compreensão da palestra. A explanação teórica foi ótima para
194 (68,3%) e boa para 88 (31%). Sobre as atividades com as peças
anatômicas, 187 (65,84%) estudantes avaliaram como ótima, 84
(29,6%) como boa e 7 (2,5%) como regular. Além disso, 115 (40,5%)
conceituaram ótima a explicação dos acadêmicos para tirar as suas
dúvidas, 153 (54%) conceituaram boa e 9 (5,5%) consideraram
regular. Conclusões: A análise dos questionários permite verificar
que os estudantes convidados adquiriram conhecimentos de
Anatomia Humana e tiveram o interesse despertado para estudar
na Universidade. O Projeto, além de gratificante, tem sido marcante
na formação dos acadêmicos com desdobramentos na consolidação
de competências e habilidades em Anatomia Humana, permitindo a
divulgação de conhecimentos, além de constituir um treinamento para
a docência e exercício de cidadania. 1
Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, RO
Avaliação do nível de conhecimento das crian-ças
acerca de doenças renais: efetividade e repercussão da campanha do dia mundial do rim em
2010
Gabriela Romano de Oliveira1
Maurício Braz Zanolli1
Denise Marvulle Tan1
Vinicius Tadeu Rodrigues Ferreira1
Viviane de Paula Pretti1
36
Andrea Alonso Negrini1
Gabriela Cristina de Moreira Galvão1
Mirella Almeida Oliveira1
Felipe Mendonça Lacerda1
Cintia Delbem Albino1
Clara Buscarini Leutewiler1
Mariana Carrasco Ferreira Dionisio1
Bruna Fernandes Diniz Neiva1
Maria Fernanda Guerini1
Rie Nadia1
RESUMO: Introdução: A Doença Renal Crônica(DRC) emerge hoje
como um sério problema de saúde pública em todo mundo, sendo
considerada uma “epidemia” de crescimento alarmante. Estima-se que
existam mais de 2 milhões de brasileiros portadores de algum grau de
disfunção renal. A presença dessa disfunção acarreta em elevação do
risco de morrer prematuramente por doença cardiovascular em cerca
de 10 vezes em comparação à população normal. Os principais fatores
de risco para o desenvolvimento desta desordem são: diabetes mellitus,
hipertensão arterial, envelhecimento e história familiar de DRC. Uma
importante iniciativa é a mobilização para conscientizar e alertar as
crianças sobre a importância de cuidar dos rins. Por se tratarem de
doenças silenciosas, muitos indivíduos só procuram ajuda quando as
doenças já estão num estágio mais avançado. Objetivos: Avaliar o grau
de instrução das crianças com relação a prevenção de doenças renais e
identificar os fatores de risco como importante estratégia de promoção à
saúde. Metodologia: Foi realizada campanha temática sobre diabetes
e rim numa escola particular de Marília-SP. Todas foram informadas
sobre riscos e complicações de diabetes e doenças renais, bem como
receberam orientações gerais sobre mudanças nos hábitos de vida. Ao
final da abordagem, 240 crianças com idade entre 9 e 13 anos de ambos
os sexos, responderam um questionário contendo itens sobre hábitos
alimentares, nivel de conhecimento sobre creatinina, história familiar
de Hipertensão, Diabetes ou patologias renais, bem como avaliação
da atividade. Resultados: Em nossa amostra, 97% tem o hábito de
comer fast-food e/ou lanches pelo menos 1 vezes por semana, 26%
ingerem mais de 2 litros de água por dia, 90% praticam exercício físico
ao menos 2 vezes por semana, 68% come salgadinhos industrializados
ao menos 1 vez por semana. Nenhuma das crianças sabia o que
era creatinina. Dos entrevistados 44% já realizaram exame de urina
previamente. Deles, 88% têm histórico de pressão alta, diabetes
na família e 34% têm histórico de alguma doença renal na família.
A maioria das crianças julgou como muito importante a abordagem
realizada para prevenção de doenças que lesam o rim (98%), bem
como a iniciativa dos pesquisadores(94%). Conclusões:Atividades
educativas e preventivas com relação a doenças renais com crianças
são exeqüíveis e de grande significado epidemiológico, pois as crianças
estão em sobrepeso, alimentando-se com alta ingesta de sódio, baixa
ingesta hídrica e a maior parte desconhece os malefícios dessa conduta
para a função renal. 1
Faculdade de Medicina de Marília, Marilia, SP
Avaliando o processo de ensino aprendizagem:
a percepção do aluno sobre a realização do TCC
Thiago Barbosa de Santana1
Fabiana Neman2
RESUMO: Introdução: O currículo universitário tem uma carga
horária que torna difícil transmitir aos alunos todo o conteúdo extenso
e importante para a formação do profissional mais adequado ao
mercado de trabalho, gerando assim a percepção da necessidade da
busca de conhecimento além daqueles transmitidos em sala de aula.
Um dos maiores desafios para o sucesso das mudanças é a adoção
de uma metodologia mais holística e de métodos mais participativos.
Considerando o atual panorama nas políticas de formação profissional
e para configurar um profissional médico comprometido com a realidade
social, com a organização do setor de saúde e com a própria profissão,
a faculdade propõe ações que interagem e propiciem transformações
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
no pensar e fazer, implicando em um ensino de qualidade. As diretrizes
curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Medicina
também determina que para a conclusão do curso o aluno deverá
realizar um trabalho sob orientação docente. O TCC (trabalho de
conclusão de curso) deverá apresentar o resultado das experiências
desenvolvidas pelos alunos, sendo o tema de escolha do aluno
em conjunto com seu orientador. Cabe ressaltar que o TCC deve
ser entendido como o ponto de partida para o desenvolvimento do
raciocínio científico e do produzir conhecimento científico, contribuindo
para despertá-lo do pensar/ fazer em Medicina. Muitos estudos
apontam a necessidade de integrar a pesquisa no eixo norteador da
formação profissional. Por isso sentíamos a necessidade de investir
na atividade, salientando para o aluno a importância de aprender a
pesquisar. Objetivos: Identificar se a realização do estudo científico
durante o curso de graduação em medicina tem possibilitado construir
seu próprio aprendizado, gerando mudanças na postura acadêmica
do aluno de graduação em medicina; Conhecer quais as mudanças
possibilitadas na postura acadêmica do aluno em decorrência de ter
participado dessa atividade. Metodologia: A população foi constituída
por alunos do curso de graduação em medicina que desenvolveram as
atividades objetivo de avaliação deste estudo. As técnicas de coletas
de dados são basicamente relatos de primeira pessoa. Essa entrevista
tem o objetivo de permitir a manifestação de cada um dos participantes
sobre as questões deste estudo e suas impressões de importância e
interesse pela temática abordada. Os dados obtidos foram submetidos
ao procedimento de análise de discurso sugeridos por Forghieri
(1993) conforme as necessidades exigidas para conclusões desta
pesquisa. Resultados: A realização do TTC muda a percepção do
aluno no âmbito do ensino-aprendizagem, esses alunos ficam mais
críticos, pesquisam melhor , organizam o seu estudo, valorizam mais
os congressos os quais participam e aprenderam a valorizar mais as
metodologias dos artigos os quais lêem. Conclusões:Analisando os
relatos dos alunos que concederam as entrevistas, podemos observar
que é evidente que depois da realização do TCC há uma melhora dos
estudos dos alunos; segundo o relato desses alunos que realizaram o
TCC, a principal mudança é o senso crítico melhorado. Outra opinião
que prevalece pós-realização do TCC, domínio sobre o assunto
abordado no TCC; atualização é outro relato dos entrevistados e
freqüentar congressos e simpósios nos quais está inserido o assunto
tema de seus TCCs é outro relato dos estudantes.
1
2
Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
durante o curso de graduação tem possibilitado construir seu
próprio aprendizado, permitindo a graduação de um profissional
crítico e reflexivo capacitado a inserir-se no mercado de trabalho,
estando mais apto a solucionar problemas de maneira mais prática
e usual. Metodologia: A busca de respostas orienta-nos para que o
presente estudo tenha um caráter qualitativo, por pretender desvelar
uma realidade de vivência de aprendizado profissional.A população
será constituída por alunos do curso de graduação em medicina que
desenvolveram as atividades objeto de avaliação deste estudo. As
técnicas de coletas de dados serão basicamente relatos de primeira
pessoa. Com o consentimento grupal e prévia autorização da CEP da
instituição em questão, os sujeitos convidados a participar da pesquisa
com aplicação de um instrumento de coleta de dados composto de
uma entrevista semi-estruturada. Resultados: Na busca de respostas
utilizou-se entrevistas com alunos que ja realizaram essas atividades,
escolhidos de modo aleatóreo. Estas entrevistas foram gravadas com
o consentimeno dos respondentes. A análise seguiu orientações de
Frghieri (1989).A análise das repostas obtidas com as entrevistas
indica que realizar tais atividades extracurriculares, embora seja mais
uma tarefa para aqueles que estão com muitas atividades, parece
comensar satisfatoriamente, pis agrega qualidade ao processo
de formação. O estudo parece confrmar que desenvolver estas
atividades gera impacto positivo no prcesso de ensino apendizagem,
deixando o aluno mais seguro para seu desenvolvimento, bem como
ampliando os horizontes de conhecimento. Conclusões: Sabemos
que as competências começam a se formar antes mesmo do aluno
ser graduado como profissional.Segundo Saldiva (2006) a iniciação
científica é uma oportunidade de desenvolver habilidades que
colaboram com a boa formação médica. O desenvolvmento deste
estudo permite entender que realizar avidades de ensino-aprendizagem
extra-muro/extra-sala de aula, de cunho cientfico,durante o curso de
graduação, influencia de modo positivo o aprendizado dos alunos,
sob a ótica deles próprios, fornecendo subsídios que otimizam a
qualidade do aprendizado do processo de formação profissional. Foi
possivel entender os alunos que realizaram atividades complementares
adicionariam algo para sua formação acadêmica, muitos afirmam
terem melhorado muito na pesquisa de artigos científicos bem como
no parendizado coidiano. Houve tanto interesse pelas atividades que
muitos referiram pretender seguir uma especialidade relacionada
aa atividades complementares desenvolvidas durante este epríodo. 1
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Avaliando o processo de ensino aprendizagem:
a percepção do aluno sobre as atividades
complementares
Campanhas de cadastro de doadores de medula
óssea: uma importância para o REDOME e para
o planejamento de uma terapia transfusional
Fabiana Neman1
William Brunelli de Souza1
Luis Eduardo Silva Móz1
Marília Formentini Scotton1
Luiz Henrique Congio1
Rafael Bispo Paschoalini1
RESUMO: Introdução: Considerando atual panorama nas políticas
de formação profissional e para configurar um profissional médico
comprometido com a realidade social, com a organização do setor
saúde e com a própria profissão, a UNICID propõe ações que integrem
e propiciem transformações no pensar e fazer, implicando em um
ensino de qualidade. Para tanto, visando enriquecer e complementar
mais sua a formação, o aluno de medicina será constantemente
estimulado a participar de programas de iniciação científica, monitorias,
extensão, atividades extracurriculares e programas de atendimento
à comunidade entre outros. As Atividades Complementares deverão
perfazer 360 horas (5% da carga horária do currículo) e possuem a
característica de serem atemporais, respeitando o tempo de cada
aluno, mantendo coerência com a proposta curricular institucional.
Então, podem ser desenvolvidas durante todos os semestres, devendo
estar completa até o final do curso de graduação, sendo suas normas
regulamentadas pelo colegiado do curso. Objetivos: Conscientes de
que o conhecimento é produzido em diferentes e variados momentos
e considerando a circunstância atual prevalente no ensino superior,
cujo objetivo maior é a formação médica com qualidade, elegemos
para este estudo analisar se para o aluno participar das experiências
de aprendizado possibilitadas pelas Atividades Complementares
RESUMO: Introdução: Em meio à dificuldade em se encontrar
doadores compatíveis para transplante de medula óssea, a Liga do
Câncer de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, junto com
o Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
dessa cidade vem realizando campanhas de cadastro de doadores
de medula óssea em eventos de promoção à saúde na cidade, como
duas Feiras de Saúde promovidas pelos estudantes da instituição e
o Ação Global promovido pelo SESI em parceria com a Rede Globo,
entre 2008 e 2009. Objetivos: Os principais objetivos são aumentar o
número de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores
de Medula Óssea (REDOME), capacitar os alunos da liga sobre o tema
Transplante de Medula Óssea, bem como transmitir essas informações
à população. Metodologia: Foram ministradas aulas aos participantes
da Liga, com temática relacionada, a fim de capacitar os integrantes
para o correto preenchimento do cadastro e esclarecimento de dúvidas
da população. Nos dias dos eventos, após o cadastro, a equipe
de enfermeiros do hemocentro realizou a coleta de 5ml de sangue
para posterior análise do sistema HLA. Resultados: No período de
37
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
um ano, foram realizadas três campanhas com o cadastro de 281
pessoas, número considerável já que no Hemocentro da instituição
diariamente se cadastram cerca de 3 pessoas. Além disso, no último
evento foi possível analisar a prevalência dos tipos sanguíneos das
pessoas cadastradas (80 de um total de 111) por meio de dados do
cadastro, com maior incidência do tipo O (50%), A (41,25%), seguidos
do tipo B (6,25%) e AB (2,5%), sendo que 31 pessoas não souberam
informar seu tipo sanguíneo. Conclusões: A maior contribuição foi
o aumento do número de pessoas cadastradas no REDOME. No
entanto, os resultados encontrados no último evento também são de
extrema importância para que novos estudos sejam realizados a fim
de que políticas de planejamento em saúde sejam empregadas para
um adequado suprimento das demandas da terapia transfusional na
cidade.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
1
Campanhas temáticas como extensão universitária:
uma via de prevenção
Gabriela Romano de Oliveira1
Cristiano Machado Galhardi1
RESUMO: Introdução: As atividades de extensão das ligas
acadêmicas têm como preceitos contribuir para o atendimento e
promoção de saúde à comunidade, estabelecer uma oportunidade
para o aprimoramento da formação técnico-científica e humanística
dos alunos, promovendo atividades interdisciplinares, integrando
os profissionais da saúde e produzindo conhecimentos frente às
demandas sociais. As campanhas temáticas como forma de atividade
de extensão tem como propósito desenvolver ações de sensibilização
sobre a importância do cuidado com a saúde e captar a população
precocemente através da prevenção. Para atuar nesse contexto,
tem-se enfatizado um novo processo de trabalho que consiste na
co-responsabilização do cuidado entre profissionais de saúde e
população alvo, com vistas a possibilitar a construção de consciência
preventiva. Objetivos: Identificar as necessidades em saúde da
comunidade para organização de práticas que promovam ações
essencialmente assistenciais, que favoreçam ações de promoção,
prevenção em saúde e integralidade do cuidado. Metodologia: Para
seleção da amostra, foram utilizadas as associações de moradores
dos bairros, shoppings e ruas comerciais da cidade. Essas populações
que foram inseridas fazem parte do nosso cenário de atuação, que
são as unidades de práticas profissionais integradas às comunidades.
A abordagem ocorreu por meio de anamnese dirigida, verificação de
fatores de risco e informações via material impresso temático. Os
entrevistados responderam a questionários mistos, com questões que
avaliaram a intencionalidade da campanha, bem como sua efetividade
e repercussão, dando uma percepção da especificidade necessária
em cada abordagem. Resultados: A maior parte dos abordados nas
campanhas (99,7%) descobriu ser portadora de um novo fator de risco
para adoecimento, tal como pressão arterial elevada, glicemia capilar
fora dos padrões preconizados ou creatinina elevada, fato este que
indicia uma grande necessidade de ação pontual nas populações
atendidas. Os entrevistados julgaram como muito importante a
abordagem realizada para prevenção (96,55%), pois se sentiram
acolhidos e informados por meio de linguagem acessível. A iniciativa
dos acadêmicos foi satisfatoriamente avaliada (98,86%). A população
abordada propôs diferentes temas, sugerindo outras patologias e locais
que possuam públicos alvo diferenciados para próximas atuações
(94,52%), contribuindo para ações que visem a integralidade do
cuidado em suas diferentes necessidades sob a ótica dos que dela
usufruem.Conclusões: O desafio que se impõe, portanto, é transformar
a premissa de prevenção em ações de saúde, considerando a
complexidade do ambiente social e cultural em que as ações de saúde
acontecem, transcendendo o enfoque biologicista predominante no
cotidiano das práticas na área da saúde. Assim sendo, as campanhas
tem como finalidade qualificar a prática da atenção integral a saúde
através de intervenções pontuais, eficazes e direcionadas.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marilia, SP
38
COLIGG-SP – A extensão envolvendo várias
universidades
Tiago Ribeiro Vannucchi1
RESUMO: Introdução: COLIGG-SP, Coordenadoria das Ligas de
Geriatria e Gerontologia do Estado de São Paulo, é formada por
Ligas acadêmicas de Geriatria e/ou Gerontologia; é reconhecida e
filiada à Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seção
São Paulo (SBGG-SP). Todas as Ligas do Estado de São Paulo
podem se associar à COLIGG-SP; Ligas de outros Estados poderão
compor o quadro de colaboradores. Objetivos: Os principais
objetivos são promoção e estímulo da troca de experiências entre
as Ligas estudantis de Geriatria e Gerontologia, incentivo à criação
de novas Ligas, realização de eventos que envolvam acadêmicos
de diferentes universidades e coleta, análise e divulgação de dados
epidemiológicos. Metodologia: Organização do Simpósio das Ligas
de Geriatria e Gerontologia durante cada edição do Congresso
Paulista de Geriatria e Gerontologia (GERP) promovido pela
SBGG-SP, orientação da Campanha do Dia do Idoso de cada Liga
participante, organização do Tele-Simpósio das Ligas e promoção
de atividades em conjunto entre as Ligas participantes, incluindo
a realização de estudos multicêntricos. Resultados: As Ligas de
Geriatria e/ou Gerontologia cadastradas em 2009 foram das seguintes
instituições: FMUSP, Faculdade de Medicina de Ribeirão PretoUSP, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal
do Amazonas, Faculdade de Medicina de Jundiaí, PUC-Campinas,
UNIFESP, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto – USP, Curso de Gerontologia da
EACH-USP e FAMEMA. A Liga de Telemedicina e Telessaúde da
FMUSP também esteve cadastrada e sua participação é fundamental
na realização do Tele-Simpósio. Em 2008, a Liga de Cuidados
Paliativos da FMUSP também participou na elaboração do TeleSimpósio que teve esse tema. O último simpósio das Ligas no
GERP discutiu os temas “A formação do profissional em saúde e o
envelhecimento populacional”, “Ligas Acadêmicas: especialização
precoce ou bases para um generalista?”, “Como uma Liga de geriatria
pode contribuir para a formação de um não geriatra?”, “Comunicação
entre estudantes de Ligas e idosos assistidos: relação conversacional
idoso-jovem e infantilização da velhice no diálogo cotidiano”. O tema
do I Tele-Simpósio, realizado em 2008, foi “Cuidados Paliativos no
Idoso”; foram 683 inscritos e 1168 kg de alimentos foram arrecadados;
dessa forma, 10 instituições envolvidas com a saúde de idosos foram
beneficiadas. O tema do Tele-Simpósio de 2009 foi “Sexualidade
no Idoso”. A Campanha do Dia do Idoso é um evento multicêntrico
organizado anualmente pela COLIGG-SP. Após a escolha do tema a
ser trabalhado, cada Liga organiza sua campanha estando livre para
abordar o tema da forma mais apropriada e desenvolver atividades
educativas e intervenções voltadas tanto para a população idosa
como para os acadêmicos da área da saúde. No ano passado, na
Campanha realizada na FMUSP, foi realizada uma pesquisa com
os idosos sobre “Inclusão Digital” e “Auto-percepção da Saúde” que
será seguida por uma coleta multicêntrica de dados nas campanhas
deste ano, com posterior elaboração de um estudo multicêntrico
realizado por acadêmicos. Conclusões: A COLIGG-SP tenta
extrapolar os alicerces de um projeto de extensão (assistência, ensino
e pesquisa) para além de uma única universidade. A comunicação
entre estudantes de diferentes cursos (medicina, enfermagem e
gerontologia) e universidades é a base para a realização de todos
os projetos. Por isso, sem dúvida, o maior desafio da COLIGG-SP
é a comunicação entre os membros e a realização de reuniões,
justamente por envolver pessoas de diferentes cidades e estados.
Com certeza, todas as diretorias da COLIGG-SP sonharam em criar
um grupo nacional, mas os entraves da logística impedem essa
realização. Além disso, as atividades de pesquisa desse projeto de
extensão ainda precisam ser melhor estruturadas, incentivadas e
padronizadas.
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus
São Paulo, São Paulo, SP
1
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Educação em saúde - que profissionais pretendemos formar?
Sônia Regina Middleton1
Danielle Silva Machado1
RESUMO: Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde –
OMS, “o foco da educação em saúde está voltado para a população
e para a ação”. As ações desenvolvidas pelos profissionais de saúde
devem encorajar as pessoas a terem hábitos saudáveis, e atitudes
e decisões que visem melhoria das condições de saúde e do meio
ambiente, de forma individual e coletiva. Projetos de extensão,
desenvolvidos na nossa universidade, têm proporcionado atividades em
comunidades populares, onde interagem profissionais e acadêmicos de
saúde de diferentes áreas, em perfeita integração, possibilitando que os
estudantes programem palestras, elaborem instrumentos e trabalhos
de pesquisa, busquem soluções para auxiliar as comunidades. Estas
atividades contribuem para a formação de profissionais mais adequados
às necessidades do nosso país, e para que tenham um compromisso
cívico desejado. Objetivos: Estimular acadêmicos das áreas de
saúde a participarem de atividades extensionistas nas comunidades.
Metodologia: Os acadêmicos realizam ações preventivas de saúde e
educação. Organizam palestras e eventos, promovem orientação aos
pacientes. Atuam como educadores em saúde. Os dados coletados de
suas ações são utilizados na elaboração de trabalhos científicos. Nas
reuniões de avaliação, são relatados os sentimentos dos acadêmicos,
dificuldades e idéias que possam melhorar o trabalho e a interação
com as comunidades. Resultados: Os alunos trabalham em equipe
multidisciplinar, praticando conhecimentos teóricos, relacionandose com os clientes e conhecendo o cotidiano do paciente que está
tratando. Esta vivência cria uma formação prática, e um compromisso
cívico. Para as comunidades a ação amplia o atendimento primário
adequado. Os alunos têm maior aprendizado prático, consolidando o
aprendizado teórico. Princípios de liderança, trabalho em equipe, prática
de atendimento com poucos suportes e troca de experiências entre
os acadêmicos são sempre estimuladas neste trabalho, e tem grande
valor para a formação discente. O trabalho na atenção primária, além
da inserção precoce do aluno no atendimento ao paciente, desperta
nestes alunos segurança e compromisso. Estando na comunidade, têmse uma noção real do cotidiano dos pacientes. A avaliação regular das
ações e a troca de experiências entre discentes de diferentes cursos,
amplia a visão de que pessoas com aptidões diferentes enriquecem
o trabalho em equipe.Conclusões: : Muito se fala no tripé ensino,
pesquisa e extensão, mas a prática mostra que apenas as atividades
de ensino são consideradas essenciais à formação. A melhor forma
de estimular a participação extensionista, seria fornecer espaço na
grade curricular para estas atividades, e pontuar estas atividades,
considerando-as parte integrante da formação discente. Poderíamos
ter 10 ou 15 % dos cursos de graduação destinados a atividades
diferenciadas. Assim poderíamos formar, numa mesma universidade,
profissionais com características diferentes, não massificados, aptos a
trabalhar em diferentes campos, desde a atenção básica até cuidados
terciários. As grandes injustiças sociais instigam os jovens a fazer a
diferença. A participação ajuda a formar cidadãos mais atuantes e
conscientes, aprimorando seu caráter. A universidade deve colaborar e
incentivar esta participação, de modo a formar cidadãos comprometidos
com uma sociedade mais justa.
Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ
1
Efetividade e repercussão da campanha do dia
mundial do coração na cidade de Marília
Gabriela Romano de Oliveira1
Alexandre Rodrigues1
Laryssa Maria Siqueira Padua1
RESUMO: Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) tornaramse a primeira causa de óbitos no Brasil desde a década de 60, sendo
fundamental uma boa forma de atuação sobre os fatores de risco que
as compõem. Uma importante iniciativa de promoção à saúde é a
Semana do Coração, organizada pelo Fundo de Aperfeiçoamento e
Pesquisa em Cardiologia, órgão da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Estudantes de medicina, membros da Sociedade Científica do Coração,
realizam a cada ano, na Semana do Coração, campanha temática
a fim de alertar a população participante sobre o impacto das DCV
como forma de extensão e prática universitária. Objetivos:Avaliar a
efetividade e repercussão da campanha do dia mundial do coração na
cidade de Marília como importante estratégia de promoção à saúde
e integralidade do cuidado. Metodologia: Foi realizada campanha
temática num shopping de Marília. Cerca de 1.000 pessoas foram
abordadas por meio de anamnese dirigida, verificação de sinais vitais
e dados antropométricos. Todas foram informadas sobre riscos e
complicações de DCV e receberam orientações gerais sobre mudanças
nos hábitos de vida. Ao final da abordagem, 426 indivíduos com idade
entre 15 e 75 anos de ambos os sexos, concordaram em participar
da pesquisa e responderam um questionário com três itens sobre a
percepção do entrevistado para com sua saúde e outros três sobre a
importância dessa iniciativa, sendo as opções de resposta afirmação,
negação ou anulação. Resultados: Em nossa amostra, 59,62% dos
entrevistados acreditam que cuidam da saúde e 50,70% conversam
abertamente sobre mudanças de hábitos para prevenção de DCV.
Entretanto, 53,05% não se consideram felizes com o corpo atualmente.
Dos abordados, 69,24% descobriram serem portadores de um novo fator
de risco por meio da campanha. A maioria julgou como muito importante
a abordagem realizada para prevenção de DCV (97,88%), bem
como a iniciativa dos acadêmicos (94,6%). Conclusões: Atividades
educativas, preventivas e de triagem na Semana do Coração são
exeqüíveis e de grande significado epidemiológico. A população sente
a necessidade desse tipo de informação e serviço, consolidando o
conceito de extensão universitária no meio médico-acadêmico. Isso
indica tendência à integralidade do cuidado na prevenção e promoção
à saúde.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marilia, SP
Experiência da Liga de Pneumologia de Botucatu
no planejamento e execução de campanha de
conscientização sobre tuberculose
Priscila Garcia Viveiros1
Mariana Hikari Abe2
Aline Ambrosio de Moraes3
Fellipe Tripoli de Miranda Mattos3
Mayra Naves Clemente3
Fernando de Freitas Monteiro3
Marina Gonçalves Elias Sampaio3
Irma de Godoy2
RESUMO: Introdução: A tuberculose é uma enfermidade com altas taxas
de incidência e mortalidade no mundo, representando grave problema
de saúde pública. Atividades de conscientização sobre a doença são
relevantes para realização de diagnósticos e tratamentos precoces dos
infectados, contribuindo para o controle da doença. Neste contexto, a
Liga de Pneumologia de Botucatu (LPB), participou, em 2009, do Dia
Mundial de Combate à Tuberculose. Objetivos: Esclarecer a população
sobre os sintomas e tratamento da tuberculose. Metodologia: Os
18 acadêmicos membros da LPB foram capacitados em aula com
Infectologista e depois elaboraram um folder explicativo sobre a
doença, fundamentando-se nos conceitos aprendidos e em bibliografia
científica. Realizou-se a campanha de conscientização sobre a
tuberculose transmitindo informações por meio de panfletagem (600
folders distribuídos em 2 dias) e diálogo com pacientes em sala de
espera para atendimento em diferentes setores do Hospital das
Clínicas da Faculdade. Resultados: A campanha despertou a atenção
das pessoas para os sintomas da tuberculose. Elas foram orientadas
que, nesses casos, é preciso dirigir-se à Unidade Básica de Saúde
para investigação. Percebeu-se que grande parte dos pacientes
sabia sobre a doença e sua forma de contágio, porém desconhecia a
possibilidade de tratamento. Alguns indivíduos não ofereceram grande
abertura ao diálogo, permitindo apenas a entrega do panfleto não
dando chances de maiores esclarecimentos, sendo esse um ponto
crítico da abordagem. Conclusões: A experiência de contribuir para a
39
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
conscientização da população em relação à tuberculose foi significativa
para os ligantes, especialmente àqueles que ainda estão no ciclo
básico, pois tiveram a oportunidade de interagirem com a comunidade.
A LPB pretende aprimorar essas atividades de educação em saúde,
estendendo-as à rede de atenção primária.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP
3
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
Importância da Semana Acadêmica na formação
dos estudantes de medicina: relato de experiência
do centro acadêmico de uma Escola Médica do
Sul do Brasil
1
Extensão universitaria: instrumento para a valorização do ser humano
Sônia Regina Middleton1
Mariana Ferreira Veras1
Leandro Moreira Peres1
Suelen Peixoto Marinho1
RESUMO: Introdução: Numa sociedade marcada por desigualdades
e injustiças sociais, a legitimidade da universidade só será cumprida
quando as atividades de extensão se tornarem tão essenciais que
passem a integrar as atividades curriculares. A função das universidades
para a transformação social ocorre a partir do momento em que esse
aprofundamento busca formar cidadãos conscientes da realidade do
país e da importância do papel que exercem junto à sociedade. Nesse
contexto, o trabalho realizado nas comunidades da Providência, Chapéu
Mangueira e Babilônia tem uma historia relevante na conscientização
dos estudantes para a valorização do ser humano, favorecendo um
aprendizado prático da vivência do profissional de saúde na atenção
básica. Objetivos: Relatar a experiência de estudantes de medicina no
atendimento a comunidades, ainda no ciclo básico. Oferecer atendimento
primário de qualidade nas comunidades assistidas Metodologia: Estudo
descritivo, tipo relato de experiência, desenvolvido pelos autores após
um ano de participação nos projetos de extensão na comunidade da
Providência, no Instituto Central do Povo (ICP), e nas comunidades
Chapéu Mangueira e Babilônia no Leme, Rio de Janeiro. Resultados: Os
projetos de extensão a que se refere esse estudo tiveram suas parcerias
firmadas em 1999, objetivando oportunizar o aprendizado teórico prático no atendimento a populações de baixa renda. A infra-estrutura
conta com atendimento médico regular, através de atendimento
ambulatorial, e acompanhando do desenvolvimento ponduro-estatural
das crianças das creches comunitárias e do reforço escolar. Os alunos
participam das consultas médicas, pesando , medindo e avaliando os
sinais vitais dos pacientes, e visitam as creches regularmente para
pesar e medir todas as crianças. Os dados são plotados na curva de
crescimento, e todos os que estão fora da faixa de normalidade e/ou
próximo aos extremos da normalidade são encaminhados para consulta
na pediatria, de modo a prevenir grandes desvios da normalidade. Os
atendimentos possibilitam conhecer a realidade social, assumindo
particular importância na medida em que se integram à rede assistencial
e servem de espaço diferenciado para novas experiências voltadas
à humanização, ao cuidado e à qualificação da atenção básica à
saúde. Os acadêmicos também participam da organização de eventos
de saúde nas comunidades, e de eventos de instituições parceiras,
como a Sociedade de Amigos da Terceira Idade (SATI), realizados no
calçadão de Copacabana, oferecendo aferição de pressão arterial e
de glicemia capilar e orientações de cuidados de saúde à população
atendida. Os dados obtidos nestas feiras e no acompanhamento
das crianças são utilizados para a elaboração de diversos trabalhos
científicos. Conclusões: O acadêmico que participa destes projetos
é capaz de aprimorar seus conhecimentos e sua comunicação com
o público, tornando o atendimento mais humanizado, e possibilitando
a prática em serviço. Os conhecimentos adquiridos na universidade
passam a ter um sentido maior e mais imediato, facilitando o aprendizado
teórico. Auxiliam a população atendida, pois os discentes se envolvem
com a comunidade, passam a conhecer as reais necessidades e
problemas deles, buscando, juntos, soluções para melhorar a qualidade
de vida destas pessoas e selando um compromisso social duradouro. A
elaboração de trabalhos de pesquisa, e a apresentação em congressos
e similares, favorecem a desenvoltura do discente e sua integração com
estudantes de outras universidades e com linhas de pesquisa diferentes,
ampliando o conhecimento e as futuras áreas de atuação profissional.
Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ
1
40
Vinicius Pena Coutinho1
Lionel Leitzke2
Cléber Santos Júnior1
Samuel Bamberg Pydd1
RESUMO: Introdução: O Centro Acadêmico de Medicina - Ulbra
(CAMU) tem entre suas propostas, organizar anualmente a Semana
Acadêmica do Curso de Medicina (SA), um evento científico, organizado
exclusivamente por estudantes, com o apoio da coordenação do Curso
de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Conhecer
a estrutura deste tipo de encontro, organizado por acadêmicos, na
busca de complementação científica, é importante para a orientação
de políticas institucionais e discentes de apoio à extensão universitária,
pois tais atividades promovem a complementação do ensino médico e a
integração dos participantes através do encontro dos palestrantes, com
ouvintes e expositores de posteres de diversas instituições de ensino.
Além disso, é valorizada a iniciação científica, à medida que trabalhos
são expostos e premiados na SA. Objetivos: Relatar a experiência
do CAMU na organização de semanas acadêmicas e apresentar
uma reflexão sobre a importância desta atividade complementando
a formação do estudante de medicina. Metodologia: As semanas
acadêmicas realizadas nas gestões 2007/ 2008 e 2008/2009 do
CAMU, foram descritas levando em consideração as características do
evento e o apontamento dos dados registrados no Livro de Registros
de Atividades Científicas do Centro Acadêmico de Medicina – Ulbra.
A reflexão sobre a importância da SA na formação dos estudantes de
medicina, buscou bases na literatura que comprovaram a relevância
de eventos dessa natureza e relacionou tais informações com os
números encontrados nos registros oficiais das atividades científicas,
nos arquivos do CAMU.Resultados: A média de participantes das SA
de 2008 e 2009 foi de 201 ouvintes, o que corresponde a 33,5% das
matrículas totais permitidas para o Curso de Medicina da Ulbra. Em
média, houve a exposição de 84,5 posteres de trabalhos científicos
de autoria exclusiva de estudantes de graduação e 10,5 palestras
compondo a programação das SA. Conclusões: A elaboração e a
promoção de uma SA é um processo complexo, que exige de seus
organizadores planejamentos prévios, apoio institucional, percepção
das necessidades científicas do público-alvo, referenciais de
palestrantes e adesão da comunidade em que o evento está inserido.
Aulas de temas como “Medicina do Exercício e Esporte – SA 2008
e “Transplante Multi-visceral” - SA 2009, atribuíram o caráter de
complementação acadêmica ao temário dos eventos. A participação
de palestrantes de instituições como Conselho Regional de Medicina
do Rio Grande do Sul (CREMERS), Universidade de Caxias do Sul
(UCS), dentre outras, confirmaram a capacidade integrativa desse tipo
de evento. Sendo assim, fica evidente a importância do fomento às
SA pelas universidades mantenedoras, coordenações e organizações
discentes dos cursos de medicina, à medida que tais encontros
promovem integração, complementação da formação médica e
incentivo à pesquisa e extensão.
1
2
Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS
Universidade Luterana do Brasil, Porto Alegre, RS
Liga de Cirurgia Cardiotorácica da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo: doze
anos de experiência em educação médica
Flávio Guimarães Fernandes1
Lucas de Oliveira Serra Hortêncio1
Daniel Reis Waisberg1
Fernando do Valle1
Paulo Manuel Pêgo-Fernandes1
Fabio Biscegli Jatene1
RESUMO: Introdução: Ligas acadêmicas são entidades pertencentes
a faculdades de medicina e seus complexos hospitalares. Tais
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
organizações compartilham os mesmos objetivos de seus centros
acadêmicos: pesquisa, ensino e a assistência à saúde. Há doze
anos a Liga de Cirurgia Cardiotorácica da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo foi fundada com o objetivo de proporcionar
aos estudantes de graduação em Medicina a oportunidade de aprofundar
seus conhecimentos em cirurgia cardiotorácica e participar de trabalhos
científicos relacioandos à área. Objetivos: Avaliar a experiência
adquirida com a implementação, atividades e produção científica da
LCCT em seus primeiros doze anos. Metodologia: Membros antigos
e atuais da LCCT foram submetidos a um formulário de avaliação
especificamente feito para o estudo, respondido pessoalmente ou por
correio eletrônico. O formulário proporciona dados sobre a opinião
geral dos alunos sobre as atividades da LCCT, as razões sobre tal e
sobre a escolha de especilidades médicas. Além disso, a produção
científica total da LCCT também foi avaliada, por meio de consulta
a bases de dados públicas de trabalhos científicos. Resultados: A
maioria dos estudantes em fase de graduação (78.5%) e membros
antigos (77.7%) responderam ao formulário. O interesse em cirurgia
cardiotorácica foi a razão mais apontada para aderir à LCCT. A maior
parte dos alunos (64.7%) afirma que suas expectativas iniciais foram
parcialmente atingidas, principalmente devido a pouca participação
em procedimentos cirúrgicos (23.8%). As aulas teóricas (24.1%) foram
apontadas como a maior razão de satisfação com relação às atividades
da LCCT. Quase a totalidade dos respondentes (98%) indicariam
a participação na LCCT a outros acadêmicos e aproximadamente
metade (49%) participaram de trabalhos científicos relacionados à
LCCT. No total, a Liga publicou 47 trabalhos nos quais seus membros
participaram como autores ou co-autores. Dentre os antigos membros
que optaram por especialidades cirúrgicas, 12.4% deles escolheram
cirurgia torácica ou cardiovascular. Conclusões: A Liga de Cirurgia
Cardiotorácica atingiu seus objetivos: tanto seus membros atuais
como antigos reconhecem que esta colaborou para sua formação
acadêmica, além da considerável produção científica alcançada por
essa instituição.
letivo, avaliando, entre o período de março a novembro de 2009,
todas as atividades da LTI. Os participantes da Liga pontuaram,
através de notas de zero a dez, os temas das aulas ministradas, o
Simpósio, os preceptores, professores convidados, diretoria, além de
realizarem uma auto-avaliação. Opiniões e sugestões também foram
colhidas e analisadas. Resultados: No ano de 2009, participaram
da LTI 11 graduandos de Medicina, entre as idades de 21 a 29 anos,
divididos em 54,5% do quinto ano e 45,4% do quarto ano, sendo
que a maioria(81,8%) participava pela primeira vez e se interessou
pela especialidade de Medicina Intensiva após ter feito parte da Liga
(63,6%). A avaliação geral dos temas administrados em aulas teóricas
obteve nota 10 em 81,1% e nota 09 em 9,09%. Já na avaliação geral
dos temas administrados no Simpósio a nota 10 apareceu em 45,4%,
a nota 9 e 8 em 9,09% contando que 36,3% não responderam a este
item do questionário. Nota-se também uma satisfação em relação aos
Preceptores/Médicos plantonistas, professores convidados e Diretoria
uma vez que foi dada nota 10 para todos esses itens. Não por menos
ficou o grau de satisfação e aprendizado do corpo discente que
também obteve nota 10. Dentre os pontos positivos citados destacaram
o aprendizado prático realizado no CTI, a ajuda e disposição dos
professores e médicos preceptores em orientar e as aulas expositivas.
Como pontos negativos houve o pouco aproveitamento dos plantões
voluntários nos finais de semana e feriados que eram de 12 horas,
sobrecarregando as atividades curriculares. Em contrapartida sugeriram
o aumento do número de aulas teóricas futuras que ao todo foram nove
no ano de 2009. Conclusões: De acordo com exposto questionário a
LTI foi capaz de inserir o estudante de forma satisfatória em um contexto
ampliado de Medicina Intensiva, proporcionando maior interesse por
essa área de atuação médica. Possibilitou, também, a capacitação de
seus membros, por meio do aprendizado e aquisição de experiência
sob diversos aspectos, com destaque para atividades práticas. Sem
falar que desmistificou valores negativos outrora agregados como a
superespecialização precoce.
Curso de Medicina do Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão
Preto, SP
1
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, São Paulo, SP
1
Liga de Terapia Intensiva, um impacto positivo na
Educação Médica
Luciana Maran Deliberali1
Camila Baltazar de Melo1
Jule Rouse O. G. Santos1
Paulo Cesar Daguano Antoniazzi1
RESUMO: Introdução: O texto das Diretrizes Curriculares para o
ensino de Medicina do MEC não traça recomendações claras para a
obrigatoriedade do ensino de Medicina Intensiva (MI) na graduação,
mas recomenda que os recém formados tenham os conhecimentos e
as habilidades necessárias para reconhecer o paciente grave, iniciar
precocemente a intervenção terapêutica, executar procedimentos,
além de discutir aspectos éticos. Associado aos fatos expostos há a
deficiência na grade curricular no que se diz respeito à disciplina de
medicina intensiva, fazendo com que as Ligas de Terapia Intensiva
entrem como alternativas encontradas pelos estudantes para que
os mesmos adquiram mais conhecimentos através de atividades
extracurriculares diversas como plantões voluntários, aulas, simpósio e
trabalhos científicos. Assim, Liga de Terapia Intensiva (LTI) é uma liga
acadêmica sem fins lucrativos, voltada aos graduandos de Medicina,
que promove atividades extracurriculares e foi fundada em março de
2006 com finalidade de promover o aprimoramento dos conhecimentos
na área de medicina intensiva e fornecer subsídios aos participantes
para sua formação futura, assim como promover atividades e estimular
o desenvolvimento científico na área em questão contando com o
apoio da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) com
a afiliação no Comitê das Ligas Acadêmicas de Medicina Intensiva
(LIGAMI), e com isso gerando um impacto positivo na Educação
Médica. Objetivos: O presente estudo buscou avaliar as atividades
propostas pela Liga, bem como o grau de satisfação e o conhecimento
obtido junto aos discentes no final do ano de 2009. Metodologia: Foi
aplicado um questionário aos membros no encerramento do ano
Liga de Urgência e Emergência Dr. Mario Mantovani: Relato de Experiência
Danielle de Campos Peseto1
Rodrigo Ferrarese1
Felipe Gil1
Tatiana Lopes de Almeida1
Ronaldo Nonose1
Danilo Toshio Kanno1
Paula Marcondes Venâncio1
Marcella Cabral Lemos Moreira1
Laura Moreira Del Bianco1
Fernanda dos Santos Oliveira1
Flávia Carolina Nicácio Soares Ferreira1
RESUMO: Introdução: A Liga de Urgência e Emergência Dr. Mario
Mantovani (LUE), filiada ao Comitê Brasileiro das Ligas do Trauma
(CoBRALT) e a Sociedade Brasileira do Atendimento Integrado ao
Traumatizado (SBAIT), foi fundada em março de 2004. As atividades
da LUE baseiam-se na tríade: ensino, extensão e pesquisa, expondo o
estudante às situações de aprendizagem em urgências e emergências
das diversas clínicas. Objetivos: As ligas atuam na formação dos
estudantes, de modo a preencherem lacunas curriculares e possibilitam
aos alunos se aprofundarem em temas de sua escolha, facilitando
suas decisões quanto às suas especializações. Propõe-se ainda uma
maior integração no aprendizado teórico-prático, através de estágios
e cursos, o que torna o processo mais produtivo e aproxima o aluno
da prática médica e da população. A realização de pesquisas leva
ao amadurecimento científico dos estudantes, coloca-os em contato
com as questões éticas e ensina-os a fazer a pesquisa bibliográfica
e a escrever projetos. Metodologia: A LUE, vinculada ao Centro
Acadêmico, é composta por uma comissão executiva e membros que
gerenciam suas atividades. De acordo com o tripé supracitado, na área
41
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
do ensino a LUE trabalha com aulas teóricas 2 e plantões nas áreas
médicas, com prioridade ao Pronto-Socorro. Já na área da extensão,
atividades sociais tanto internas quanto externas são realizadas. Os
principais projetos são o curso de atendimento pré-hospitalar (APH);
e colaboração na organização de eventos e congressos, como o
curso introdutório da LUE e Congresso Regional das Ligas de Trauma
(Pré-CoLT), Congresso Brasileiro das Ligas de Trauma (CoLT) e
Congresso da Sociedade Panamericana do Trauma (SPT).4 A LUE
também participa de eventos sociais anuais para promover a Saúde
e Prevenir a população geral dos riscos de acidentes. Um deles tem
co-atuação com o Corpo de Bombeiros da cidade para realizar um
simulado de catástrofe. Resultados: Os membros da LUE tiveram a
oportunidade de realizar procedimentos fundamentais da formação
médica, por exemplo: gasometrias arteriais, suturas, instrumentação
cirúrgica, reanimação cardiopulmonar, discussão de casos clínicos,
etc.2 Puderam também interagir com os alunos recém-ingressados no
curso de medicina, escoteiros, e acadêmicos de medicina de outras
universidades através das atividades de extensão, que adicionou ao
acadêmico uma visão abrangente da educação médica. 2,3 O curso
APH dos alunos de medicina conta com a participação de 40 alunos
em média. O Curso do APH dos escoteiros contou com a participação
de 164 escoteiros da região Bragantina e de Campinas. Os cursos
introdutórios contam com a participação de médicos convidados
que ministram palestras para uma platéia de 70 alunos em média.
Os Congressos Pré-CoLT e CoLT/Panamericano do Trauma foram
realizados em Campinas com a participação conjunta entre as ligas do
trauma da Unicamp, Puccamp e USF;4,5 a experiência criou laços entre
as ligas do trauma. Obteve-se experiência no convívio das atividades
com a comunidade através do “Se Liga na Saúde” e nas atividades
conjuntas com o Corpo de Bombeiros. A pesquisa produzida pela liga é
próspera, apresentando participação nas edições dos Livros das Ligas
do Trauma sob orientação do Dr. Mario Mantovani. E, está em fase
de finalização do livro interno da USF, que conta com a participação
de diversas ligas acadêmicas da universidade. Conclusões: A partir
de suas parcerias e atividades desenvolvidas, a LUE contribui para
a difusão de conhecimento em medicina do trauma permitindo aos
seus participantes melhor compreensão de conceitos, habilidades
práticas em diferentes aplicações e ,também, no desenvolvimento
cientifico através de pesquisas. Além disso, a multidisciplinaridade
do grupo ( alunos de medicina, médicos, bombeiros e escoteiros), é
fator considerado um diferencial para o sucesso do trabalho realizado,
e permite uma visão mais ampla e um aprendizado mais completo a
partir de diferentes perspectivas. 1
Universidade São Francisco, Bragança Paulista, SP
O encontro do estudante com a Humanização:
re-criando um olhar em saúde.
Danielle Rigueira Dias1
Bruno Galera1
Roseli Vernasque Bettini1
Willian Fernandes Luna2
RESUMO: Introdução: Em 2002, dois estudantes de Medicina
sensibilizaram-se com momentos difíceis enfrentados pelas pessoas
durante o processo de adoecimento e internação, e buscaram construir
uma estratégia que possibilitasse novas experiências e reações
mais acolhedoras diante destas situações. Objetivos: Possibilitar
o envolvimento de estudantes da área de saúde em atividades
lúdicas que contribuam com a educação em saúde e seus efeitos
multiplicadores e com o processo de humanização, favorecendo um
olhar integral ao ser humano e uma atitude acolhedora diante de suas
necessidades. Propiciar através de atividades lúdicas, vinculação,
comunicação com as crianças e um novo encontro entre elas e
seus acompanhantes/familiares.Metodologia: Durante seis meses,
os estudantes selecionados participam de capacitação organizada
anualmente pelos integrantes, o que permite trocas de experiências
e transformação do olhar à saúde, visando melhor funcionamento e
desenvolvimento. Constitui-se de acolhimento, de discussões tutoriais
sobre vínculo, desenvolvimento humano, processo saúde-doença e
atividades lúdicas, de discussões reflexivas sobre responsabilidade
42
social e extensão universitária e de oficinas de técnica vocal, expressão
corporal e biossegurança. Cada integrante desenvolve um tema,
um personagem e cria suas próprias atividades lúdicas. Estas são
realizadas semanalmente com crianças internadas na Enfermaria
Pediátrica de um Hospital e com as que realizam quimioterapia e
transfusão sangüínea em um Hemocentro. Ainda realizam atividades
extras sobre temas coerentes aos objetivos do Grupo, nas Unidades
de Saúde, escolas, empresas, instituições e encontros científicos. Toda
atividade é precedida por planejamento e seguida por supervisão, que
são momentos para reflexão e educação continuada, possibilitando
a agregação de significados às experiências vividas e geração de
conhecimento acadêmico/profissional. Nesse contexto é preconizada
a qualidade dos encontros e o envolvimento dos participantes nos
diversos cenários. Também são efetivadas reuniões administrativas
semanais, assembleias mensais, vivências anuais e outros encontros
esporádicos que reiteram o objetivo comum pelo qual o Grupo se une
e trabalha. A coordenação do Grupo é realizada por uma diretoria
acadêmica, eleita anualmente, formada por cerca de 15 estudantes,
que recebem assessoria de uma psicóloga e de um médico de
família e comunidade. Além disso, são realizadas pesquisas e o
financiamento das atividades advem da doação de materiais, de artigos
confeccionados e do investimento dos participantes. Resultados:O
Grupo que iniciou com 12 estudantes dos cursos de Medicina e
Enfermagem, hoje é constituído por 105 integrantes. Aqueles que
permanecem até o final da graduação tornam-se “Imortais”. Até o
momento foram realizadas 168 atividades no hospital, envolvendo
cerca de 2403 crianças, e 148 atividades no hemocentro, envolvendo
828 crianças. Os acompanhantes e profissionais de saúde, bem
como o público das atividades extras, não foram contabilizados neste
momento. Conclusões: As experiências vividas no Grupo propiciam o
acolhimento dos participantes, a humanização em saúde e a vigilância
como uma prioridade na atenção às pessoas. O desenvolvimento de
processos criativos em diversos cenários possibilita a formação de
vínculos e visões mais amplas e coerentes sobre o cuidado à pessoa
humana e suas necessidades de saúde. A elaboração dos sentimentos
gerados no processo e a sensibilidade conquistada re-criam um
entendimento sobre a saúde, no qual é possível compartilhar, sonhar e
refletir, fortalecendo a criatividade, a cidadania e a autonomia. Participar
de um Grupo como este é, acima de tudo, acreditar nas possibilidades
de mudanças e na concretização de sonhos. Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba,
João Pessoa, PB
1
2
Obtendo uma experiência de atenção primária em
instituição de ensino baseada em centro terciário:
extensão universitária como alternativa
Rafael Bernhart Carra1
Steeven Shu Kai Yeh1
Marcelle Sakamoto Kubo1
Iori Rodrigues Junqueira1
Flavio Mitio Takahagui1
Erika Neves de Souza Moraes1
RESUMO: Introdução: Tradicionalmente organizado em torno de
centros especializados, o ensino médico tem seu enfoque distante
da atenção primária e de seus princípios, como a continuidade
e integralidade da atenção, além da coordenação da assistência
dentro do sistema, da atenção centrada na família, da orientação e
participação comunitária e da competência cultural dos profissionais.
Para buscar uma reaproximação, surgem certas iniciativas
acadêmicas. A Extensão Médica Acadêmica (EMA), projeto voluntário
desenvolvido por acadêmicos de Medicina e Fisioterapia, realiza
atendimento ambulatorial em comunidades carentes de São Paulo.
Os alunos entram em contato com o paciente desde o primeiro ano
desenvolvendo uma visão integral, continua e humanizada. Nesse
contexto, é importante conhecer o perfil do paciente e experiência
clínica proporcionada. Objetivos: Caracterizar o perfil do paciente
atendido, a prevalência dos principais diagnósticos e a experiência
clínica proporcionada pela EMA, e verificar se esta experiência clínica
é próxima do nível básico de atenção e concordante com os ideais do
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
projeto em ambos os locais. Metodologia: Dados obtidos de prontuários
de pacientes de comunidades carentes dos bairros Penha, onde não
há atendimento de fisioterapia, e Jardim São Luís, onde há, ambos
no município de São Paulo, atendidos entre janeiro de 2005 e junho
de 2009. Foram classificados os diagnósticos da última consulta de
acordo com a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças
(CID-10), e analisados: sexo, idade, escolaridade, estado civil, número
de filhos, cor, religião e ocupação. Os diagnósticos dos três capítulos
mais prevalentes foram detalhados. Tais variáveis foram comparadas
entre os dois locais.Resultados: No local sem fisioterapia analisaramse 222 prontuários. Encontrou-se que 75% dos pacientes são
mulheres, sendo a maioria entre 45 e 65 anos.54% cursaram apenas
ensino fundamental. 29,5% dos pacientes receberam diagnóstico
do capítulo 13 da CID-10 (Doenças do sistema osteomuscular e do
tecido conjuntivo), 38,1% do capítulo 9 (Aparelho circulatório), 25,1%
do capítulo 4 (Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas),
67,12% de outros capítulos. 33% dos pacientes são hipertensos, 9%
diabéticos e 8% dislipidêmicos.No local com fisioterapia analisaram-se
350 prontuários. Encontrou-se que 78% dos pacientes são mulheres,
maioria entre 45 e 65 anos. 64% cursaram apenas ensino fundamental.
54% dos pacientes receberam diagnóstico do capítulo 13 da CID-10,
38% do capítulo 9, 26% do capítulo 4, 56% de outros capítulos. 32% dos
pacientes são hipertensos, 7% diabéticos e 12% dislipidêmicos. 88,5%
dos pacientes atendidos pela Fisioterapia apresentam diagnóstico do
capítulo 13 e 11 e 5% do capítulo 9. Conclusões: O perfil de paciente
atendido é significativamente semelhante em ambos os locais de
atendimento, o que evidencia que a ideologia e forma do projeto se
mantém semelhante em locais totalmente diferentes. A única diferença
expressiva encontrada foi a muito maior prevalência de doenças do
capitulo 13 no local com fisioterapia, que se explica por uma procura
de pacientes necessitando de fisioterapia pelo projeto. Os diagnósticos
são predominantemente resolvidos em nível primário, sendo que
quadros mais complexos são encaminhados para unidades secundárias
ou terciárias da instituição. O paciente é tratado continuamente, e
o atendimento de tempo livre permite e incentiva o conhecimento
aprofundado do contexto psico-social e cultural do paciente. A presença
da fisioterapia em um dos locais, e a alta prevalência de condições
abordadas em conjunto contribui para essa visão integral e ainda
estimula fortemente a interdisciplinaridade, também muito pouco
explorada no ensino médico. Como o foco é majoritariamente no
paciente, o projeto se distancia dos ideias da atenção primária pela falta
de contato substancial com os familiares e comunidade, mas pode-se
concluir que a EMA é capaz de promover uma experiência significativa
de atenção primária que é deficitária na graduação. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, SÃO PAULO, SP
1
Orientação à saúde do idoso a partir da aferição
do índice de massa corpórea como indicador de
obesidade
Camila Temple Vidal1
Paulo José Fortes Villas Bôas1
Luiz Henrique Congio1
Marília Maria Miguel1
Aline Caroline Souza1
Ariane Hisaye Raasch Takamoto1
RESUMO: Introdução: A Liga de Geriatria e Gerontologia de Botucatu
(LGGB), da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/UNESP) participa
anualmente da Feira de Saúde, evento organizado pelos alunos do
Centro Acadêmico Pirajá da Silva, da FMB/UNESP, que busca oferecer
atividades informacionais e assistenciais à população da região. No ano
de 2009, a LGGB abordou a temática “Estado Nutricional dos Idosos”,
priorizando o problema da obesidade. Objetivos:Avaliar o estado
nutricional de idosos da região; averiguar a demanda que necessita
de acompanhamento médico relacionado à obesidade, bem como
facilitar o encaminhamento destes a atendimento; orientar os idosos
de maneira geral sobre hábitos de vida saudáveis.Metodologia: Os
alunos da LGGB elaboraram um folheto informativo com orientações
sobre dietas e hábitos de vida saudável, além de um questionário
fundamentado em preparação teórica, que procurava relacionar o estilo
de vida adotado pelo idoso, a presença de comorbidades, e se o idoso
já havia recebido orientação prévia quanto ao tema. Durante a Feira de
Saúde, aos idosos que visitavam o estande da LGGB foi esclarecida
a temática abordada, e em seguida aplicou-se o questionário e
averiguou-se o estado nutricional, baseando-se no cálculo do Índice de
Massa Corpórea (IMC), utilizando-se balança eletrônica e calculadora.
Após medida da circunferência abdominal, a classificação do estado
nutricional foi feita em associação com o IMC, norteando a orientação
nutricional com apoio do folheto informativo. Os idosos classificados
como obesos foram encaminhados ao ambulátorio de Geriatria da
FMB/UNESP. Foram tabulados os dados de questionários referentes
aos idosos com mais de 60 anos.Resultados: Foram avaliados 33
idosos, com idade média de 68,4 anos. O IMC médio foi de 26,7. Dos
entrevistados 56% foram classificados como obesos (IMC > 27kg/
m²), os quais foram orientados aos serviços de atenção primária à
saúde. O evento proporcionou benefícios mútuos à comunidade e
aos alunos, confirmando a importância de atividades de extensão
universitária.Conclusões: Observa-se a necessidade de ações
voltadas à orientação dos idosos sobre estilo de vida saudável como
forma de prevenção de riscos à saúde Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
1
Panorama das Ligas Acadêmicas de Medicina
(LAM) no Estado de São Paulo: percepção dos
estudantes sobre seu conceito, objetivos e
atividades
Arthur Hirschfeld Danila1
Flávio Taniguchi1
RESUMO: Introdução: O primeiro registro existente sobre LAM data
do ano de 1918, com a criação da Liga de Combate à Sífilis da FMUSP,
na qual os estudantes montavam postos de profilaxia e tratamento
gratuito à população. Iniciativas de cunho científico e assistencial
semelhante foram criadas nos anos subsequentes, nas mais variadas
instituições de ensino médico do país. Em 2005, reflexo desse
movimento, foi criada a Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas
de Medicina (ABLAM). Entretanto, nota-se considerável aumento do
número de LAMs nos cursos de medicina, que não são adequadamente
acompanhados de reflexão sobre seus determinantes, podendo se
observar certa disparidade conceitual, de objetivos e atividades das
LAMs, a qual esse estudo visa investigar. Objetivos: Confrontar dados
sobre LAMs em Faculdades de Medicina (FMs) do Estado de São
Paulo, buscando contextualizar suas inserções e desdobramentos no
curso médico. Metodologia: Estudo exploratório virtual, de caráter
qualitativo e quantitativo, aplicado para estudantes de diversas FMs
do Estado de São Paulo. Resultados: 233 estudantes de 22 das 31
FMs do Estado de São Paulo responderam, com maior participação
de estudantes da FM da USP-SP (69), FM de São José do Rio Preto
(30), FM do ABC (30), FM da Universidade Nove de Julho (21) e
FM da Universidade Federal de São Carlos (12). Dos respondentes,
29 estão no 1º ano do curso médico, 57 estão no 2º, 64 no 3º,
47 no 4º, 18 no 5º e 18 no 6º anos. Destes, 19 não participam de
nenhuma LAM, 74 participam de uma, 77 de duas, 35 de três, 15
de quatro, 4 de cinco e 9 de mais de cinco LAMs. Ao responder a
primeira pergunta (... entende por Liga Acadêmica?), boa parte dos
estudantes identificou conceitos tradicionalmente atrelados às LAMs,
como o fato de ser uma atividade de extensão formada por iniciativa
estudantil, sob coordenação e supervisão médica, cujos objetivos
seriam o aprofundamento em área específica da medicina por meio
da promoção de atividades práticas, teóricas – palestras, cursos
práticos, cursos introdutórios, jornadas, simpósios, congressos –, de
pesquisa – por meio de trabalhos científicos – e de extensão social,
de forma a revelar ao estudante a área médica em foco. Na segunda
pergunta (... principais motivações para a participação em LAMs?),
as respostas mais prevalentes levaram em consideração a ampliação
e aprofundamento do conhecimento médico em áreas normalmente
pouco abordadas na grade curricular, a produção científica, a vivência
43
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
da prática médica futura e a criação de um ambiente de contatos de
áreas de interesse. Alguns destacaram a possibilidade de aprendizado
de conhecimentos não necessariamente vinculados tradicionalmente à
prática médica, como a didática, comunicação, administração, gestão
de recursos, e trabalho em equipe. Na terceira pergunta (... existem
para suprir eventuais lacunas curriculares?), 41,6% dos respondentes
defendem principalmente em função da limitação de carga horária
na grade, enquanto 58,4% não por acreditarem que as LAMs foram
criadas e existem para complementar o currículo. Na pergunta (... há
muitas Ligas Acadêmicas?), 67,4% dos respondentes acreditam que
sim, contra 32,6% não, principalmente por ser vetada sua formação,
pelo fato do curso médico ser novo. Na pergunta (... deveria haver
um número limitado de Ligas Acadêmicas, definido por critérios
estabelecidos democraticamente?), 46,8% sim, pois muitas apresentam
conteúdos muito específicos contra 53,2% não, majoritariamente
por julgarem que a qualidade das LAMs deve ser obrigatoriamente
fiscalizada, com critérios definidos, mas o número delas não deve
ser limitado. Conclusões: Os resultados apontam que o consenso
em LAMs ainda não é pleno. Dentro de um rol de FMs tradicionais e
recentes, as formas de legislação e fiscalização, bem como a inserção
das LAMs no currículo médico oficial ainda são passíveis de discussão.
Ainda são poucos os estudantes que enxergam as LAMs sob a luz de
sua relevância na atuação profissional futura, por mudar a percepção
do estudante sobre a realidade da prática médica.
moderada dos fatores de risco avaliados. A maioria dos entrevistados
não é portadora de hipertensão e diabetes, todavia, cerca de um terço
possui hipercolesterolemia e mais da metade tem histórico para DCV.
Observa-se ainda um desequilíbrio nos hábitos de vida, visto que o
tabagismo não é freqüente ao contrário do sedentarismo, justificando
a alta porcentagem de gordura abdominal e excesso de peso. Assim
sendo, atividades de extensão das ligas acadêmicas contribuem para
novas formas de ensino-aprendizagem baseadas na análise crítica e
reflexiva das necessidades de saúde da comunidade. 1
Prevenção do tabagismo com atividade de
educação em saúde nas escolas de Botucatu/
SP: experiência da Liga de Pneumologia de
Botucatu
Mariana Hikari Abe1
Priscila Garcia Viveiros2
Aline Ambrosio de Moraes3
Fellipe Tripoli de Miranda Mattos3
Mayra Naves Clemente3
Fernando de Freitas Monteiro3
Marina Gonçalves Elias Sampaio3
Irma de Godoy1
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, São Paulo, SP
1
Perfil de participantes da campanha do Dia
Mundial do Coração realizada na cidade de Marília
em 2009
Laryssa Maria Siqueira Padua1
Gabriela Romano de Oliveira1
Fabiane Yumi Ogihara Kawano1
Cesar Yokoyama Iwata1
Thamires Baldo Cordeiro1
Carlos Augusto Cerati de Moraes1
Alexandre Rodrigues1
RESUMO: Introdução: Globalmente, as doenças cardiovasculares
(DCV) são avaliadas como a principal causa de morbi-mortalidade.
Porém, na ausência dos principais fatores de risco (FR), seriam
consideradas relativamente raras como causa de morte. Logo, o
controle dos FR, por meio de avaliação epidemiológica e prevenção
à saúde, constitui a principal estratégia para alterar as estatísticas
atuais. Na Semana do Coração, uma importante iniciativa em ações
educativas, estudantes de medicina pertencentes à Sociedade
Científica do Coração realizam campanhas temáticas que envolvem
o impacto das DCV. Objetivos: Avaliar o perfil de risco para
desenvolvimento de doenças cardiovasculares em participantes da
Campanha do Dia Mundial do Coração realizada em Marília (São
Paulo)no ano de 2009. Metodologia: Durante a campanha aplicouse um questionário contendo perguntas sobre atividade física,
tabagismo, histórico familiar para DCV, hipertensão arterial, diabetes,
hipercolesterolemia e obesidade. Concordaram em participar da
pesquisa, por meio de termo de consentimento livre e esclarecido,
69 pessoas, com idade entre 15 e 74 anos de ambos os sexos. Os
dados obtidos foram analisados no EpiInfo em tabelas com números
percentuais e absolutos. Resultados: Em nossa amostra, 55,8%
dos entrevistados não praticam atividade física regular. A maioria
nunca fumou (72%) e 53,6% apresentam história familiar para DCV.
Mais da metade das pessoas negam hipertensão arterial (62,3%) e
diabetes (72,4%), todavia, há uma parcela que desconhece ser ou
não portadora das mesmas (13,04% para hipertensão e 19,04% para
diabetes). Ao todo, 34,78% são portadores de hipercolesterolemia,
39,13% não portadores e 26,08% disseram desconhecer seu perfil
lipídico. Quanto à obesidade, a maioria acredita estar com excesso
de peso (82,6%) e destes, 38,5% com excesso superior a 10 quilos.
Finalmente, 81,15% responderam apresentar gordura acumulada em
região de cintura abdominal Conclusões: Verificou-se prevalência
44
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
RESUMO: Introdução: O tabagismo representa grandes malefícios
para o organismo, sendo a segunda causa de óbitos no mundo. A
prevalência mundial de fumantes ultrapassa um bilhão, configurandose um problema de saúde coletiva, cujo combate deve se iniciar
ainda na adolescência, período em que frequentemente a primeira
experimentação do cigarro ocorre. A Liga de Pneumologia de Botucatu
(LPB), da Faculdade de Medicina de Botucatu, prioriza aquelas
relacionadas à prevenção do tabagismo. Objetivos: Promover
atividade de educação em saúde, sobre tabagismo, voltada à
população jovem. Metodologia: Realizou-se campanha contra
o tabagismo cujo público alvo foi estudantes do ensino médio e
supletivo, e para tal, foi obtida autorização da Secretaria de Educação
do Estado de São Paulo e do Município de Botucatu. Participaram da
atividade 4 escolas públicas) e 1 escola particular e 23 integrantes
da LPB, os quais previamente assistiram à aula preparatória e
elaboraram apresentações de slides e vídeos informativos sobre
o tabagismo (ativo/passivo) e as enfermidades correlacionadas.
O material foi exposto aos escolares em palestras, seguidas de
debate e esclarecimento de dúvidas.Resultados: As escolas
públicas mostraram-se extremamente receptivas à atividade, abrindo
espaço à futuras intervenções. Na escola particular, os alunos não
demonstraram tanto interesse e não foi realizada discussão posterior.
Nas palestras, a utilização de vídeos mostrou-se uma estratégia
pedagógica efetiva para manter os alunos atentos. Observou-se um
maior interesse daqueles alunos que possuem casos na família de
doenças relacionadas ao tabagismo. Para os ligantes essa experiência
foi importante no desenvolvimento de habilidades de comunicação
e construção de atividades de educação e saúde. Conclusões: A
campanha comprovou a necessidade de trabalhos sobre tabagismo
com a população jovem, sendo sua efetividade vinculada ao modelo
de abordagem. A atividade explicitou benefícios tanto aos acadêmicos
quanto ao público das palestras. A LPB pretende estender estes
trabalhos aproximando-se ainda mais da comunidade.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP
3
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
1
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Princípios norteadores da educação médica: nos
caminhos da indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão
Juçara Gonçalves Lima Bedim1
Ivete Pillo Gonçalves1
Maria Aparecida Machado Orioli1
Margarete Zacarias Tostes de Almeida1
Wagner Luiz Ferreira Lima1
RESUMO: Introdução: O presente trabalho aborda uma experiência
educativa no Curso de Medicina de uma universidade que vem
buscando (re)significar a formação médica e (re)conduzir a prática
pedagógica, tendo como perspectiva desconfigurar seu caráter, por
ora, hospitalocêntrico e romper com o esquema rígido curricular
da visão instrucionista, rumo à construção de uma matriz curricular
alicerçada na educação problematizadora e libertadora do ideário
de Paulo Freire, norteada pelo referencial teórico preconizado
pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em
Medicina (2001), bem como das metodologias ativas; ou seja, uma
visão curricular na qual seja possível verificar a consonância dos
conteúdos previstos, levando-se em conta a flexibilização curricular
e, consequentemente, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa
e extensão. Objetivos: A proposta tem por objetivo construir uma
educação médica comprometida com a ação interdisciplinar, articulada
ao ensino, à pesquisa e à extensão, visando à assistência e à promoção
da saúde, com o desenvolvimento do espírito científico e com a
formação de sujeitos competentes, autônomos e cidadãos críticos e
reflexivos.Metodologia: A metodologia eleita para o encaminhamento
de tal práxis foi a abordagem qualitativa, tomando-se como eixo
básico a “pesquisa-ação” (THIOLLENT, 2005), por ser um aporte que
contribui para o esclarecimento de situações no contexto educacional,
especialmente, devido ao seu cunho participativo, por estimular a
cooperação, o comprometimento, a solidariedade entre as partes
interessadas. Pesquisa-ação é uma ação em nível realista, sempre
acompanhada da reflexão autocrítica objetiva e de uma avaliação dos
resultados, no empenho de promover uma (trans)formação efetiva
no ambiente acadêmico. Resultados: No tocante aos resultados,
os princípios norteadores instituintes dessa nova prática apontam
para uma visão prospectiva de mudanças, podendo-se apontar como
evidências o impacto dos serviços prestados através dos diversos
projetos de pesquisa e extensão que professores e estudantes vêm
realizando junto à comunidade interna e externa, nas dobras de um
cotidiano de educação médica consciente da importância de cumprir
seu papel não apenas acadêmico e científico, mas, igualmente,
social. Conclusões: Pode-se pressagiar a efetividade dessa práxis
– interdisciplinar e transversal, ora sendo implantada – que assegura
à construção curricular do Curso de Medicina um novo desenho e
provoca uma transformação nesse cenário de ensino-aprendizagem.
Alicerçada no princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão torna transfronteiriço o aprofundamento de um novo conceito
de sala de aula, uma vez que o conhecimento adquirido no contexto
das aulas regulares, na graduação, se estende para um público que
demanda a necessidade de práticas e saberes construídos no contexto
científico-acadêmico da escola médica. 1
Curso de Medicina da Universidade Iguaçu - Campus Itaperuna
Processo de aprendizado a partir da análise dos
registros médicos
Andressa da Silva Longo1
Denise Siqueira de Carvalho1
Marcela Robl1
Luka David1
RESUMO: Introdução: O Hospital de Clínicas (HC) é um hospital-escola
que atende prioritariamente pacientes em nível terciário. Em março de
2008, foi constituída a Comissão de Óbitos do Hospital (CO) que tem por
finalidade avaliar os registros dos casos que apresentaram tal desfecho
e rever os cuidados dispensados aos pacientes desde a sua entrada.
No ano de 2009, foi proposta a criação de um Projeto de Extensão
para acadêmicos do curso de medicina para que, além de apoiar as
atividades da Comissão, tivessem a oportunidade de acompanhar e
discutir os casos registrados no Hospital. Com isso, o contato precoce
com os registros médicos, desde prontuários até a Declarações
de Óbito objetiva desenvolver no acadêmico uma avaliação crítica
acerca dos cuidados dispensados aos pacientes. Objetivos: Relatar
a experiência dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal
do Paraná no Projeto de Extensão “Apoio à implantação da Comissão
de Óbitos do Hospital”. Metodologia: Descrever as atividades
desenvolvidas pelos acadêmicos no Projeto e correlacionar com
o desenvolvimento de competências dos acadêmicos em relação
aos registros em saúde e à compreensão da evolução dos casos
no contexto dos cuidados dispensados ao paciente Isto é feito por
meio de triagem das Declarações de óbito e revisão dos prontuários.
Além disso, há discussão de casos pré-selecionados envolvendo
os estudantes e os médicos integrantes do Comitê. Resultados: A
atividade dos acadêmicos no Projeto consiste em: a) realizar busca
ativa semanal dos formulários preenchidos da Declaração de Óbito
(DO); b) identificar o registro hospitalar e levantar o resumo do caso
no sistema informatizado; c) triar os casos que apresentam problemas
de preenchimento da DO, considerando-se campos incompletos,
incorretos e discordantes em relação ao resumo; d) selecionar casos
para a discussão, considerando-se aqueles que apresentaram evolução
inesperada, morte prematura, registros incompletos, complicações
hospitalares ou que seja de interesse identificado pelo acadêmico.
No processo de busca das informações, DO, resumo do caso e
prontuário hospitalar, registra-se a aprendizagem sobre a organização
e funcionamento dos registros e informações em saúde, desde fluxos
de informação, o correto preenchimento de documentos, importância de
informações fidedignas para alimentação dos Sistemas de Informação
e utilização para desenvolvimento de pesquisas. A aproximação do
acadêmico aos protocolos hospitalares apresenta efeitos extensivos
aos profissionais atuantes no serviço. Com relação à visão crítica do
processo saúde-doença-morte, registra-se a importância da inserção
do acadêmico na realidade hospitalar, permitindo o exercício do
raciocínio clínico e confrontação com seus conhecimentos científicos,
fundamentais à compreensão da história natural das doenças. Por
ser um processo dinâmico, a revisão de toda a trajetória do cuidado
permite ao aluno rever conteúdos relativos à semiologia médica,
diagnóstico, prognóstico e tratamento de diversas doenças no contexto
do cuidado prestado ao paciente. Conclusões: Os registros médicos
em um hospital – escola tem dupla finalidade: prestação dos cuidados
adequados ao paciente e utilização desses dados como material
de ensino-aprendizagem. Os registros permitem observar casos
reais, porém virtualmente, em que a anamnese, o exame físico, as
condutas adotadas e as respostas relativas à sua evolução permitem
o desenvolvimento da compreensão do processo saúde-doença-morte
no contexto do cuidado hospitalar. O contato do acadêmico de medicina
em fase precoce do curso com os profissionais de saúde auxiliam
no desenvolvimento paulatino do raciocínio clínico e do processo de
cuidado por parte do universitário.
1
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR
Projeto Bandeira Científica e seu papel social
na formação médica
Pedro Bichaff1
Gabriel Taricani Kubota2
Tiago Ribeiro Vannucchi1
RESUMO: Introdução: O projeto Bandeira Científica é uma
iniciativa dos alunos e professores da Universidade de São Paulo
voltada para a extensão acadêmica e formação de profissionais
socialmente responsáveis ao mesmo tempo em que presta
45
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
serviços sociais em municípios envolvendo diversas áreas do
conhecimento. Objetivos: Realizar um projeto condizente com os
pilares da extensão acadêmica: ensino, pesquisa e assistência, por
meio da interdisciplinaridade, visando o contato do “bandeirante” com
a realidade na qual certos grupos sociais vivem e buscando uma
reflexão sobre uma melhoria da qualidade de vida (biopsicossocial)
em âmbito nacional, estimular o senso de responsabilidade social
do universitário e realizar parcerias com governos e educação local
a fim de perpetuar essas ações.Metodologia: Os participantes
consistem em membros das faculdades da Universidade de São
Paulo vinculadas ao projeto (Medicina, Fisioterapia, Odontologia,
Nutrição, Psicologia, Fonoaudiologia, Escola Politécnica, Agronomia
e Comunicação). Todo ano é escolhida uma “cidade-alvo” para
o projeto, baseada em critérios pré-definidos: IDH (entre 0,5 e
0,75), população (entre 20 e 60 mil habitantes) e cobertura do PSF
(maior que 50%); além disso, a cidade deve apresentar condições
adequadas de alimentação, alojamentos, transporte, entre outros
para receber os bandeirantes, assim como uma demanda que possa
ser abordada pelas áreas participantes seja no campo da saúde ou
técnico. Satisfeitas essas condições são realizadas parcerias com
os gestores locais e Universidades do Estado em questão a fim de
criar o suporte e o compromisso necessários para os fins desejados
assim como a continuidade das ações. As atividades oferecidas
à cidade pelos bandeirantes e seus parceiros são: atendimentos
médicos e realização de exames com entrega de resultados;
doações de remédios, próteses dentárias e óculos; treinamento e
oficinas de saneamento básico; palestras para a população, agentes
de saúde e professores; relatórios com diagnósticos e sugestão
de desenvolvimento de projetos; pós-visitas para monitorar e
analisar o impacto pós-projeto; parcerias com universidades locais;
exposição do projeto para órgãos de diretores, docentes e discentes.
O financiamento do projeto acontece por meio de patrocínio de
fundações públicas e empresas particulares. Resultados: O projeto,
desde 1998, evoluiu em termos quantitativos e qualitativos quanto
às unidades participantes e serviços prestados sendo que em 2009,
em Ivinhema (MS) o número de bandeirantes chegou a 239 (172
acadêmicos e 67 profissionais), com participação de 3 universidades.
Em um período de oito dias de atuação foram realizados 5615
atendimentos distribuídos nas diversas áreas da saúde; ao final
do trabalho foram ministradas 67 palestras e oficinas à população,
organizadas 15 reuniões de capacitação e discussão com gestores
e profissionais das áreas a fim de gerar multiplicadores, entregues
40 próteses dentárias confeccionadas durante a Bandeira e 610
óculos com o grau adequado aferido no exame oftalmológico. São
gerados relatórios técnicos e epidemiológicos que ficam à disposição
da cidade e dos participantes do projeto. Conclusões: A atuação
dos estudantes fora de seu microambiente permite uma visão mais
abrangente do Brasil por meio da resolução de problemas de base
desde da estrutura física local até da efetividade do sistema de saúde.
Sendo assim acredita-se que a participação na Bandeira científica
contribua para a formação de um profissional diversificado, apesar
de não haver nenhum estudo que demonstre esse fato. Por fim a
manutenção da atenção aos municípios contemplados pelo projeto
é uma tarefa árdua, que apesar das pós-visitas e contato à distância
com os gestores está longe de ser o ideal preconizado, sendo a
abordagem mais pontual do que contínua. Esse é um dos obstáculos
que a cada ano tentamos contornar a fim de produzir uma ação o mais
completa possível, no campo da extensão acadêmica. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus
São Paulo, São Paulo, SP
1
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus
São Paulo, Santo André, SP
2
46
Projeto Olho Vivo: extensão em oftalmologia
Jânio Araruna Carvalho1
Cinthia Guedes Chaves1
Edivaldo Almeida de Araújo Junior1
Andréa Lins Tavares Bezerra1
Larissa Vieira Baracuhy1
João Vítor Nóbrega e Mélo Pereira1
RESUMO: Introdução: Durante os primeiros anos de vida do ser
humano, ocorre o desenvolvimento da visão, que é uma capacidade
de fundamental importância para a nossa formação biopsicossocial,
na medida em que ela promove a integração com outras habilidades
sensoriais, permitindo uma maior compreensão e reação sobre os
estímulos que recebemos do meio. Portanto, a evolução normal da
visão permite que a criança desenvolva funções cognitivas e motoras,
estimulando a aprendizagem, e os relacionamentos interpessoais.
Dessa forma, este trabalho busca a prevenção e/ou tratamento da
perda ou diminuição da acuidade visual, pelas principais afecções
oculares na infância. Dentre elas, destacam-se na literatura a ambliopia,
o estrabismo e as ametropias, que podem estar interrelacionados. A
ambliopia consiste em uma redução da acuidade visual uni- ou bilateral,
durante o período de desenvolvimento da visão (do nascimento até
os 6-7 anos), na ausência de doença orgânica ocular, e que não é
passível de correção pelo uso de lentes Objetivos: Possibilitou que
crianças estudantes de escolas públicas municipais da cidade de João
Pessoa PB com idade entre 5 e 10 anos que apresentem algum déficit
visual realizem consulta oftalmológica com a finalidade diagnóstica e a
possibilidade de um encaminhamento para uma terapêutica adequada.O
presente trabalho tem como objetivo alertar para a necessidade
de uma busca ativa de alterações oftalmológicas em crianças em
idade escolar, esclarecendo também a importância de campanhas
de conscientização; além de determinar a prevalência de déficits de
acuidade visual. Metodologia: A presente análise quantitativa possui
uma amostra de 133 crianças na faixa etária de 5 a 10 anos. Estes
dados foram coletados a partir do preenchimento de formulário com
informações da acuidade visual ao exame com tabela de Snellen a seis
metros, e, posteriormente, dados de avaliação oftalmológica completa
gratuita por especialista da área daquelas crianças com acuidade igual
ou inferior a 20x40 ao primeiro exame. Resultados: : De uma amostra
de 133 crianças, 45 (equivalente a 33,8%) tiveram acuidade visual
igual ou inferior a 20x40 em pelo menos um dos olhos e necessitaram
encaminhamento a oftalmologista. Destas, 77,8% nunca haviam tido
consulta com tal especialista. Daquelas crianças que receberam
encaminhamento apenas 12 (26,7%) compareceram à consulta, das
quais 2 tinham história de uso de óculos. Aproximadamente 66,7%
dos que compareceram tinham acuidade visual sem correção igual ou
menor que 20x70 em pelo menos um dos olhos, sendo que este valor
cai para aproximadamente 15,1% entre os absentes. A alteração de
refração mais freqüente foi o astigmatismo, apresentada por 7 das 12
crianças (58,3%), seguida pela miopia ( 33,3% ) e hipermetropia (8,3%).
A biomicroscopia estava normal e a pressão ocular entre 12mmHg e
20mmHg, em todos os casos. O fundo de olho estava alterado em
apenas 1 caso, com escavação papilar (EP) - EP 0,7 ao olho direito e
0,5 ao esquerdo - o qual foi encaminhado para o serviço adequado.
Oito crianças (equivalente a 66,7%) necessitaram de prescrição para
o uso de óculos. Conclusões: É importante fazer um trabalho desses
pais assim poderemos detectar as alterações oftalmológicas no início
e prevenir maiores danos a criança, que muitas vezes perde o ano
escolar por falta de atenção dos pais e professores que não percebem
a real causa da deficiência do educando.
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba,
João Pessoa, PB
1
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
• Gestão da Escola Médica e dos Hospitais Universitários
A Interdisciplinaridade na Construção dos
Conteudos Curriculares do Curso Médico a
UNIMONTES
Maria das Mercês Borém Correa Machado1
Sylvia Helena Souza da Silva Batista2
RESUMO: Introdução: Um novo Projeto Político Pedagógico (PPP)
do Curso Médico foi implantado no âmbito da Universidade Estadual
de Montes Claros (Unimontes), em 2002 e adotou a Aprendizagem
Baseada em Problemas. Este PPP é integrado e integrador com
enfoque na aprendizagem, centrado no estudante e orientado para
a comunidade, para isso o Curso se estruturou em quatro pilares/
módulos – Conteúdo Específicos, Habilidades e Atitudes, Interação
Aprendizagem-Pesquisa-Serviço-Comunidade (IAPSC), e Avaliação.
Essa nova estrutura se configura a partir da prática interdisciplinar
de docentes com formações distintas. Os Módulos de Conteúdo
Específicos do 1º ao 7º período constitui-se em unidades do currículo,
organizadas por temas afins com a intencionalidade de proporcionar
o aprendizado interdisciplinar, e são construídos por grupos de seis
a oito docentes, que trabalham na construção dos módulos, dos
conteúdos disciplinares, dos problemas que serão utilizados nas
sessões tutoriais e na organização dos recursos de aprendizagem
e das atividades práticas pré-programadas. Objetivos: Dimensionar
o exercício da interdisciplinaridade na perspectiva dos professores
coordenadores e construtores de módulos do Curso Médico da
Unimontes e ainda apreender as concepções de interdisciplinaridade
dos professores-coordenadores do 1º ao 7º período, mapear as
vivências da interdisciplinaridade por professores-construtores de
módulos, verificar as relações existentes entre as concepções dos
sujeitos e a construção dos conteúdos curriculares. Metodologia:
Pesquisa quanti-qualitativa que adotou o método descritivo e
transversal. Constituíram-se sujeitos deste estudo 42 professoresconstrutores de conteúdo e 6 professores-coordenadores do 1º ao
7º período. Para mapear as vivências da interdisciplinaridade por
professores-construtores utilizou-se o questionário composto, com
alternativas de respostas organizadas pela Escala de Likert de cinco
pontos, e para apreender as concepções de interdisciplinaridade dos
professores-coordenadores utilizou-se a entrevista semi-estruturada.
Os resultados das entrevistas foram obtidos por meio da análise de
conteúdo. Resultados: Identificou-se que a maioria dos professores
participantes possui curso de especialização e/ou mestrado e, exercem
a docência universitária por mais de cinco anos. Todos os docentes
trabalham na equipe de construção de módulos há mais de 1 ano e
são de diferentes origens disciplinares. Em relação às concepções
dos docentes-construtores, apreendeu-se que a interdisciplinaridade
se caracteriza pela intensidade das trocas entre os especialistas e
pelo grau de integração real das disciplinas no interior do PPP e da
prática pedagógica. As concepções sobre interdisciplinaridade para os
docentes-construtores centram-se na comunicação interativa entre os
campos do conhecimento como condição indispensável à concepção
de interdisciplinares e a ação coletiva das pessoas e/ou do grupo como
via de superação do modelo da educação tradicional. No âmbito das
dificuldades, os docentes-construtores apontaram que há desconexões
entre as disciplinas e falta da vivência ampla da interdisciplinaridade
nas atividades pedagógicas. Para os docentes-coordenadores, as
dificuldades abrangem a falta de interatividade entre os pilares do
curso médico na escolha de alguns temas e conteúdos e das técnicas
e estratégias de aprendizagem; a dissociação entre os eixos do curso,
principalmente na integração entre os eixos do curso: conteúdos
temáticos, IAPSC, habilidades e atitudes, além do desconhecimento do
Programa Saúde da Família e sua abrangência. Conclusões: A análise
dos dados e o diálogo com a literatura permitem delinear o desafio de
estimular a construção participativa dos conteúdos, a presença dos
construtores de conteúdo específico nos cenários de aprendizagem
na saúde na comunidade, além de desenvolver uma escuta ativa dos
sujeitos partícipes (estudantes, docentes, gestores, profissionais dos
serviços, usuários). Faculdade de Medicina do Norte de Minas. Universidade Estadual
de Montes Claros, Montes Claros, MG
2
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo,
São Paulo, SP
1
•Humanidades Médicas e Humanização no ensino e no exercício da Medicina
Recebendo uma notícia dificil: influência desse
momento no enfrentamento da doença
Fabiana Neman1
Fabrício da Silva Castilho1
RESUMO: Introdução: Sabemos que no desempenhar de suas
funções, inúmeras vezes, o médico tem papel de comunicar notícias
desagradáveis, seja em relação à terapêutica ou ao prognóstico.
Buscamos entender esse momento tanto do ponto de vista do profissional
como do cliente. Entre as dificuldades indicadas pelos médicos temos
o medo de ser considerado culpado, o medo da falha terapêutica ou
da sensação de impotência e de fracasso. Para o paciente há o medo
pessoal da doença e da morte. Objetivos: Este estudo teve por objetivo
avaliar a forma de transmitir más notícias, analisando a reação do
paciente e entendendo o fenômeno desencadeado por vivenciar esta
experiência. Conhecer este fenômeno é de grande importância, pois
este momento é crucial para o comportamento do paciente durante
seu tratamento, tendo grande significado sobre a qualidade de vida
neste período. Metodologia: Este trabalho faz parte de um estudo
caso-controle, que tem como objetivo geral reavaliar os fatores de risco
associados ás infecções por Chlamydia trachomatis e Papiloma vírus
Humano, desenvolvido no segundo semestre de 2009, no município de
Mairiporã. Na busca do alcance deste objetivo geral, foi possibilitado
acesso a uma população de mulheres com idade entre 18 e 40 anos.
Na entrega dos resultados foi então possível obter os dados deste
estudo, através de um instrumento com questões abertas e fechadas
num primeiro momento e, depois, de uma entrevista com uma amostra
aleatória deste grupo maior. Os dados foram analisadospor freqüência
e percentual e por análise de discurso. Resultados: Após a coleta de
dados foi possível identificar que o momento de receber uma notícia
difícil gera sentimentos negativos ao paciente, pois não é uma situação
esperada. Em geral o paciente quer ter o apoio de outras pessoas neste
momento para sentir-se mais seguro. A transmissão do diagnóstico não
esperado pode desencadear um pouco mais de segurança, quando
entende que há possibilidade de tratamento e de cura. Entretanto
referem que tal momento é tão difícil que possibilita não entender
corretamente o que tem nem como pode ter contraindo a doença.
Contudo, dar a notícia de modo mais confortável para o paciente
parece propiciar o sentimento de que irão persistir no tratamento e no
cuidado a sua saúde. Conclusões: Tais dados preliminares permitem
entender uma realidade composta de um primeiro momento difícil com
o diagnóstico. Num segundo momento, se orientada quanto à doença
e tratamento, a ansiedade diminui e é possível entender a patologia
que tem e como será o tratamento. Para a grande maioria, receber
a notícia do médico é a referência mais esperada. Tal circunstancia
permite entender que ao comunicar uma notícia difícil ou desagradável
o profissional médico tem grande influencia no comportamento do
paciente que vai acompanhar o tratamento desenvolvido. Estes dados
apontam a grande necessidade de revermos o processo de formação
profissional e a capacitação de profissionais já atuantes quanto ao
processo de comunicação com o paciente/cliente. 1
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
47
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
A humanização aprendida no ambulatório didático
de pediatria
Filomena Euridice Carvalho de Alencar1
Maria da Penha de Mattos Nascimento1
Vera Lucia Resende Marques1
RESUMO: Introdução: A assistência humanizada deve ser praticada
pelo profissional de saúde e, para isso, é necessário que seja aprendida
com a vivência. O interno de medicina deve vivenciar o atendimento
no contexto da humanização. Objetivos: Chamar a atenção para a
necessidade de praticar a humanização do atendimento pediátrico
no internato de medicina. Metodologia:Descrição do modelo de
assistência praticado no ambulatório didático de pediatria do internato
do curso de medicina da UFES. Resultados: O Programa ESCADA
funciona no ambulatório didático de pediatria do internato da UFES há
cinco anos. Os objetivos do programa são favorecer o crescimento e
o desenvolvimento físicos da criança e do adolescente e promover a
cidadania. Nesse contexto, o interno vivencia três vezes por semana
o atendimento de crianças e adolescentes, durante seis semanas.
Além da demanda espontânea, são atendidos pacientes egressos da
enfermaria geral para seguimento de problemas com complexidade
variável. Ao final do atendimento diário é privilegiada a discussão dos
aspectos psico-sociais e clínicos envolvidos na análise de cada situação
e as intervenções necessárias ao bem estar da criança cidadã são
enfatizadas. Vêm sendo discutidos não apenas aspectos relacionados à
prevenção ou à intervenção no contexto da violência no nível individual,
como também comunitário, e a identificação e auxílio na resolução de
conflitos que geram droga-adição, negligência, entre outros aspectos
relevantes. O programa conta com um ambulatório multidisciplinar que
privilegia o encaminhamento e a comunicação pessoal e personalizada
sempre que necessário e possível.Conclusões: É por meio da vivência
que se constroem conceitos e atitudes concretas e que se tornam
hábito. Dessa forma, a experiência vivida pelos internos nos programas
educativos da universidade incorpora valores e atitudes de cidadania
e torna o educando co-responsável pela sua formação.
1
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES
A identificação de problemas sociais no ambulatório de pediatria
Filomena Euridice Carvalho de Alencar1
Maria da Penha de Mattos Nascimento1
Vera Lucia Resende Marques1
Marcelle Olivier Martins de Oliveira1
RESUMO: Introdução: O olhar atento é um privilégio na interpretação
da entrelinhas de um diálogo na relação médico-paciente. “Olhar com
olhos de ver” é necessário na interpretação de dados que muitas vezes
são difíceis de serem revelados pelo paciente. Objetivos: Chamar a
atenção para os problemas sociais ocultos por trás das alterações
na saúde. Metodologia: Descrição da identificação de droga-adição
durante o atendimento a um adolescente com hipertensão arterial
leve no ambulatório didático de pediatria. Resultados: Adolescente
de 16 anos, sexo masculino, procurou o ambulatório para consulta de
rotina, acompanhado de sua mãe. Foi identificada hipertensão arterial
leve. Na segunda consulta a pressão arterial estava normal, porém,
questionado novamente a respeito dos hábitos de vida, o paciente
revelou que era tabagista e que usava maconha desde os onze anos
de idade. Identificaram-se reprovações na escola, problemas no
contexto social e familiar (pais separados, novo companheiro da mãe
também usuário de maconha) e o receio do paciente com relação
à possibilidade de prisão como fator de dificuldade na procura de
tratamento para a droga-adição. A mãe referiu mudanças de endereço
em virtude de tráfico na sua vizinhança. A clareza nas informações
melhorou na consulta subsequente. Foi oferecida ajuda para o
tratamento dentro da universidade e reiterado o compromisso ético
da equipe responsável pelos cuidados, principalmente com relação
ao sigilo. Apesar do mostrar-se ainda receoso, aceitou ser ajudado
e, para evitar exposição excessiva ou desistência, foi “levado pela
mão”, juntamente com sua mãe, ao ambulatório de dependência
48
química, onde fez a primeira entrevista. Também foi encaminhado ao
programa de “Menor Aprendiz” na intenção de auxiliar na construção
de um projeto de vida. Conclusões: É fundamental o olhar atento e a
oferta concreta de cuidado personalizado e comprometido com o bem
estar global do cidadão diante do atendimento aos jovens com desvios
de conduta e ingressos na droga-adição. A procura de atendimento
médico é motivada por problemas físicos que são exteriorizados, muitas
vezes, em virtude de problemas na esfera psico-social. Prover uma
atmosfera de confiabilidade durante o cuidado é fundamental para
que o cidadão sinta-se percebido de forma particular e não como um
número. Esse contexto pode potencializar a adesão aos programas
de recuperação.
1
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES
A importância da humanização na graduação
médica da perspectiva de internos e profissionais
que participaram de um projeto de humanização
durante a formação
Camila Ada Guazzelli1
Beatriz Lima Pereira2
Vitor Mauad3
Gabriela Takayanagi Garcia4
Sonia Nussenzweig Hotimsky4
RESUMO: Introdução: No início do século XXI, a temática da
humanização da saúde ganha maior visibilidade e sustentação política
no Brasil. O que era até então pauta de movimento social que se
contrapunha ao assim denominado modelo tecnocrático de assistência,
em que a tecnologia se transformara em valor hegemônico da medicina
e sociedade, passa a ser incorporada como meta de programas do
Ministério de Saúde, tal como o Programa Nacional de Humanização
da Assistência Hospitalar. Uma maior preocupação com a incorporação
desse tema na formação em saúde ocorre a partir de 2003 com a criação
da Política Nacional de Humanização. A interlocução com instituições
de ensino passa a ser vista como desafio e estratégia privilegiada
visando à transformação das práticas de atenção e gestão da saúde.
Os sentidos polissêmicos do conceito de humanização podem ser
agrupados em torno de dois eixos. Um circunscreve à humanização
a esfera das relações interpessoais, sendo associada à atitude ética
e humanitária. Outro associa o termo à qualidade do cuidado e inclui
o reconhecimento dos direitos de usuários, condições de trabalho,
modelo de assistência e formação profissional. Embora se reconheça
a relevância da humanização do ensino médico, esforços visando
incorporar o tema no currículo ainda são insuficientes para promover
mudanças no perfil de profissionais. Nesse contexto, a análise de um
projeto extracurricular de humanização organizado por estudantes
de medicina pode contribuir para a compreensão da repercussão
desse tema na formação médica. Objetivos:Descrever e analisar
resultados de pesquisa feita por estudantes de medicina sobre um
projeto de humanização da assistência a saúde por meio da arte clown
promovida voluntariamente, por alunos da mesma faculdade. Busca-se
discutir os significados da humanização da perspectiva de integrantes
deste projeto durante o curso e sua repercussão na formação
médica. Metodologia:Trata-se de pesquisa qualitativa envolvendo dez
entrevistas semi-estruturadas. A análise é fundamentada na técnica
de conteúdo temático categorial. Resultados: Iniciativa de alunos, o
projeto emerge em 2003, inspira-se em Patch Adams e nos Doutores
da Alegria, e objetiva a transformação do ambiente em serviços de
saúde por meio da arte clown. Os significados do termo humanização
mencionados giram em torno do eixo das relações intersubjetivas.
Os motivos para a inserção no projeto incluem: idealismo; vontade
de participar de um projeto social e/ou artístico, de “cuidar de gente”;
possibilidade de antecipar o contato com pacientes nos serviços; e,
autoconhecimento. Houve divergências quanto às repercussões da
experiência nas características de seus integrantes. Enquanto alguns
consideram que esta aumentou a sensibilidade, humanizando seus
integrantes, para outros o projeto não opera transformações em seus
integrantes. Há críticas quanto à formação médica: entrevistados
consideram necessário humanizar a relação médico-aluno assim com a
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
interação médico-paciente. Em contraposição, considera-se formação
e atuação clown nos serviços ferramentas facilitadoras das relações
interpessoais, em especial com pacientes. Entrevistados aproximam
formação “clown” e médica: ambas exigem dedicação e se valem
de um dom altruísta. Também convergem quanto à importância do
domínio da técnica: tanto a médica quanto à “clownesca”. O clown
ensina ao médico: trabalho em grupo, percepção do outro, expressão
corporal, improviso e jogo de cintura. O nariz do palhaço protege
o estudante, mas, o clown também o expõe, deixa-lhe vulnerável,
aproximando-o do doente. Essa atividade extracurricular promove
bem-estar dos integrantes - seu caráter lúdico ameniza o estresse da
faculdade. Esses fatores contribuiriam para a humanização, facilitando
comunicação e vínculo com o paciente. Conclusões: Aprendizado e
experiência em arte clown aprimoram a formação médica, contribuindo
para a aquisição de uma competência comunicativa complementar à
competência técnica e científica. Faculdade de Medicina do ABC, São Bernardo do Campo, SP
Faculdade de Medicina do ABC, São Caetano do Sul, SP
3
Faculdade de Medicina do ABC, Jaú, SP
4
Faculdade de Medicina do ABC, São Paulo, SP
1
2
“I Gotta a Feeling!” - Médicos de Família como
professores: cuidando do estresse do internos e
promovendo uma medi-cina mais humana
Marco Aurelio Janaudis1
Bruna Affonso Madaloso2
Gilberto Luppi dos Anjos2
Pablo González Blasco1
RESUMO: Introdução: No período do internato, a maioria das
faculdades de medicina subdivide seus estudantes em grupos, sendo
que essa escolha é feita por meio de afinidade; teoricamente essa
liberdade de escolha deveria facilitar o trabalho em grupo, entretanto,
a intensa convivência e um ambiente estressante acabam levando a
desentendimentos entre os internos.Objetivos: Descrever o efeito
benéfico do estágio em Saúde Coletiva num módulo de Medicina de
Família e Comunidade em um dos grupos de internato da Faculdade
de Medicina de Jundiaí.Metodologia: Era nosso último estágio,
estávamos sobrecarregados e mal podíamos nos falar sem que
uma discussão se iniciasse. Entretanto em nosso primeiro dia nos
deparamos com um ambiente acolhedor. O professor não iniciou
a matéria como esperado, mas perguntou sobre nós, pedindo que
apresentássemos nosso colega ao lado e após, o grupo como um todo.
Nessa tarefa nós acabamos por expor nossos dilemas, motivações e
expectativas e nós demos conta da importância de entender o outro
para que entendêssemos a comunidade. A experiência continuou por
mais 10 semanas, com discussões e reflexões. Por fim realizou-se
análise qualitativa pelo professor como obervador participante da
experiência. Resultados: Aprendendo essa lição estaríamos prontos
para compreender os princípios da Medicina de família e entender
nossos pacientes como parte da comunidade em que estavam
inseridos. Chegamos a conclusão sobre o que é medicina de família:
entender um ao outro para compreender nosso paciente. Nossa
última tarefa nasceu da proposta de realizarmos um trabalho em que
pudêssemos estar juntos, tanto física como mentalmente: reproduzir
o “flashmob†de “I gotta a feeling do Black Eyed Peas†foi
a forma e o tributo ao nosso crescimento pessoal e profissional, de
certa forma é nossa cura. Conclusões: A medicina de família nos
ajudou a promover um entendimento melhor do ser humano e tornou
os estudantes mais humanos e sensíveis às necessidades do outro
os preparando para serem médicos.
1
2
Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP
Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo, SP
RESUMO: Introdução: O projeto Teddy Bear Hospital simula o ambiente
hospitalar onde a criança deixa de ser paciente e passa a ser cuidador
mediante a responsabilidade de levar o brinquedo doente ao medico. Foi
instituído para familiarizar a criança com o ambiente hospitalar, discutir
questões relacionadas ao adoecer, refletir sobre os paradigmas do
processo saúde-doença e, conseqüentemente, facilitar o envolvimento
da criança com a equipe de saúde. Outrossim, também de proporcionar
ao estudante de medicina a oportunidade de lidar com o público infantil,
reconhecer seus medos, limitações e desenvolver técnicas de ajudar
a superá-los. Este projeto foi desenvolvido pela IFMSA (International
Federation of Medical Students Association of Brazil). Objetivos: Análise
do impacto do Teddy Bear na percepção da criança quanto ao médico e
ao seu atendimento e na percepção do estudante de medicina quanto
a este processo.Metodologia: Desenvolvimento do projeto Teddy
Bear pelos alunos da medicina em creches e escolas de Ribeirão
Preto. Dinâmica do projeto e do atendimento criança-brinquedo:
Apresentação da criança a recepção para preenchimento de ficha
cadastral do brinquedo; questionário sobre suas impressões do médico
e encaminhada à consulta. No consultório, o estudante faz anamnese
e exame físico do brinquedo juntamente com a criança. Depois, a
mesma é encaminhada a enfermaria com a receita. Após isto, serão
analisadas as implicações da utilização do remédio. Resultados: Foram
estudadas as respostas de 71 crianças, com idade de 2 a 5 anos.
A maioria absoluta das crianças, 90%, já haviam ido ao médico
acompanhado de seus pais ou exclusivamente de sua mãe (70%).
Uma minoria das crianças, 12% apenas, referiu não gostar de ir ao
médico atribuindo a isto a possibilidade de procedimentos dolorosos
(principalmente injeção). O medo de ir ao médico foi identificado em
27% das crianças. Por outro lado, 86% das crianças demonstraram
expectativas positivas do médico (“legal, inteligente, amigo”). A roupa
branca não foi motivo de ansiedade nas crianças (p<0,05). Observou-se
que a maioria das crianças atribuiu problemas de saúde ao seu urso com
número significativo desse grupo classificando o estado de saúde do
ursinho como “muito doente” (p<0,05). Após a consulta com o médico,
observamos que as crianças sustentaram suas expectativas positivas
referente ao médico e medo diminuiu significativamente (p<0,05). A
ampliação da assistência à saúde no Brasil desde 1988 com o SUS,
justifica a realidade atual em que a maioria das pessoas tem contato
com o médico. A despeito da possibilidade de procedimentos dolorosos
durante a consulta, a presença dos pais e a experiência prévia da
criança em consultas anteriores justificam uma minoria demonstrar
medo de ir ao médico. Apesar das expectativas positivas das crianças
e sua confiança no médico, a transferência de agravos à saúde do seu
ursinho pode traduzir a ansiedade que o momento da consulta traz para
a criança e, que, trabalhando este sentimento, podemos minimizar o
mesmo, como observado no estudo. Os alunos observaram que a boa
relação médico-paciente estabelecida logo na infância permite minimizar
traumas e eliminar preconceitos da criança em relação aos profissionais
da saúde. Conclusões: As crianças têm expectativas positivas do
médico e atribuem a ele adjetivos positivos de personalidade. O medo
da consulta está relacionado a procedimentos dolorosos. Apesar das
expectativas positivas, a consulta ainda gera ansiedade para a maioria
das crianças (que atribuem danos e agravos ao seu ursinho). O trabalho
desse sentimento com projetos como o Teddy Bear interferem de forma
positiva nestas expectativas. Quanto ao estudante, o projeto permite
criar vínculo e aprender formas de interagir o paciente pediátrico
auxiliando na atuação em pediatria, seja no internato, na residência
ou na vida profissional. Curso de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão
Preto, SP
1
Apoio psicopedagógico ao discente do curso de
medicina
Aperfeiçoando a relação médico-paciente pediátrico de forma lúdica
Lilian Regina Telles Faro1
Rodrigo Cezar Carvalho Freitas1
Ilson Abrantes Rosique1
Renan Cesar Zanon Teixeira1
Fábio Antonio Perecim Volpe1
RESUMO: Introdução: Certamente, a medicina representa um dos
principais meios de mensuração do avanço científico-tecnológico da
humanidade. A pergunta que pode ser feita é: Houve, paralelamente,
49
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
uma evolução humanizadora proporcional a evolução técnica na
prática da Medicina? Independe da resposta a relevância atual
desta discussão se dá em decorrência das novas bases legais da
qualidade da assistência e dos debates em torno da formação do
médico.Objetivos: Para isso, pretendemos por meio da orientação
psicopedagogica, promover o desenvolvimento emocional dos
alunos de graduação do 1° período do curso de medicina do Centro
Universitário de Volta Redonda – UniFOA a fim de lhes proporcionar
um entendimento crítico do mundo, uma visão humanizada da prática
médica e uma melhor adaptação ao currículo modular baseado na
problematização. Metodologia: Os alunos do 1o período do curso
de medicina do UniFOA foram submetidos tanto a questionários
avaliativos quanto a entrevistas. Através destas enquetes e encontros
foram levantadas as dificuldades apresentadas não só pela avaliação
(notas e trabalhos), mas também pelo que foi compreendido nas
aulas. A partir os dados obtidos a orientação psicopedagogica foi
realizada. Resultados: Essa orientação se mostrou muito eficaz na
diminuição do nível de ansiedade dos alunos antes das avaliações.
Após as sessões os alunos se mostraram mais calmos e confiantes
em lidar com as metodologias ativas impostas pelo currículo modular.
Ficou claro o aumento da busca pelo conhecimento, pois eles
adquiriram confiança nos professores e passaram a revelar suas
dúvidas. Conclusões: Este trabalho representa um esforço conjunto
de vários profissionais (médicos e não médicos) na obtenção da
interdisciplinaridade na educação médica e a sua conseqüente
humanização. O envolvimento acadêmico do corpo docente e discente
é a nossa meta e esta foi uma das primeiras etapas bem sucedidas
do UniFOA na organização e implementação do currículo modular na
graduação de medicina.
Escola de Ciências Médicas do Centro Universitário de Volta Redonda,
Volta Redonda, RJ
1
Avaliação da qualidade da consulta médica
pediátrica a partir do nível de compreensão e
grau de satisfação do responsável pela criança
assistida
Bruna Clemenc Esteves1
Wagner Sérgio Silvestrini1
RESUMO: Introdução: Este estudo justifica-se pela necessidade de
se conhecer o grau de satisfação dos usuários e compreensão em
relação ao atendimento médico, para que se possa intervir nas práticas
médicas, visando efetiva promoção à saúde. Objetivos: Avaliar a
qualidade da assistência médica prestada no pronto atendimento do
Hospital Infantil Cândido Fontoura a partir da verificação do nível de
compreensão da consulta médica pelo acompanhante e o grau de
satisfação do mesmo. Metodologia: Foram incluso no estudo 100
acompanhantes que aceitaram participar do estudo voluntariamente,
sendo que todos autorizaram, por meio de assinatura do Termo
de Constimento Livre e Esclarecido, a divulgação das informações
fornecidas, antes de responderem a um questionário a respeito de
grau de escolaridade, renda familiar e compreensão da consulta quanto
a diagnóstico, tratamento e orientações. Resultados: Verificou-se
que grande maioria dos entrevistados, 64%, apersentavam 2º grau
completo, e que 86% perteciam as classes D e E (segundo classificação
por renda familiar – IBGE).Quando relacionado a renda familiar e o
grau de escolaridade com o surgimento de alguma dúvida durante
ou após a consulta, devidamente esclarecidas ou não pelo médico,
verificou-se que a grande maioria pertenciam a classe D e E (75% de
até 5 salários mínimos). A grande maioria, 83% dos entrevistados,
informaram que o médico havia lhe informado o diagnóstico. Dentre
os informantes que sairam da consulta sem um diagnóstico, verificouse que a grande maioria, 70%, não haviam 2º grau completo. Dentre
os entrevistados que tiveram/tinham alguma dúvida quanto ao
diagnóstico e/ou tratamento, 50% apresentavam 1° grau incompleto
ou 2° grau incompleto. Quando questionados se o médico prescreveu
medicamentos, 85% disseram que o médico falou e escreveu, 6%
relataram que o médico somente escreveu, em 8% dos casos não
houve prescrição médica e 1% informou que o médico só falou.
50
Quando questionados se o médico orientou a retornar ao hospital caso
houvesse piora do quadro clínico, 72% dos entrevistados disseram
que sim e 28% disseram que não. Grande maioria dos entrevistados,
95% não souberam informar o nome do médico. Cerca de 86% dos
entrevistados demonstraram-se satisfeitos com a consulta médica.
Os resultados demonstram que apesar das intercorrências, que
resultaram em um aumento no número de pacientes e tempo de espera
, o nível de insatisfeitos em relação à consulta médica nesses 2 dias
fora de 7,5%. Conclusões: Os resultados dessa pesquisa permitem
concluir que a compreensão da consulta está mais relacionada à
atitude e atenção do médico, do que com o nível sócio-econômico do
responsável pela criança. Os entrevistados insatisfeitos e aqueles com
alguma reclamação, permitem concluir que a satisfação do atendimento
está também diretamente relacionada ao comportamento médico
durante a consulta. Cabe ao médico, antes de fazer o atendimento,
“diagnosticar” a realidade socio-cultural em que o paciente/responsável
está inserido. 1
Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP
Bioética e os estudantes de Medicina
Cláudio Cohen1
Gisele Joana Gobbetti1
RESUMO: Introdução: A Bioética, enquanto campo de reflexão sobre
a saúde e a vida humanas, tem a preocupação de priorizar a dimensão
humana na Ciência médica, colocando o paciente no lugar de sujeito e
não objeto das práticas clí¬nicas. Esta vertente assume fundamental
importância na formação médica, na qual o atendimento ao paciente
também É um meio para o aprendizado dos futuros médicos. O modo
como os estudantes encaram esta relação e como as escolas médicas
podem atuar no sentido de colaborar com a formação ética dos futuros
médicos são o tema do presente estudo. Objetivos: O objetivo deste
trabalho foi conhecer a opinião dos estudantes de Medicina sobre
Bioética, abordando os temas das relações profissionais, enfocando o
relacionamento dos estudantes com os pacientes e com a equipe, e a
formação Bioética dos médicos. Metodologia: A metodologia utilizada
foi a análise da transcrição de discussões em grupo com estudantes
de Medicina junto a profissionais de saúde nas cidades de São Paulo e
Recife. A amostra conta com estudantes de 5º e 6º anos das faculdades
de Medicina: USP, Escola Paulista de Medicina, Santa Casa, Santo
Amaro/ Unisa, Universidade Federal de Pernambuco e Universidade
Estadual de Pernambuco. Resultados: Sobre o relacionamento com
os pacientes, os estudantes acreditam que tem maior facilidade nesta
relação porque os pacientes percebem nos estudantes maior grau
de interesse por eles. Os estudantes se sentem bastante valorizados
pelos pacientes, pois dão maior atenção a eles do que os médicos, mas
justificam o fato de os médicos nem sempre serem atenciosos porque
também são muito mais ocupados do que eles. Outro fator abordado
foi o fato da responsabilidade do estudante ser limitada pela supervisão
dos superiores, tornando o relacionamento com os pacientes mais
leve e o tempo de dedicação a eles, mais dilatado. Consideram que
a relação médico-paciente se deteriorou com a introdução de novas
tecnologias de exames, embora elas tenham possibilitado diagnóstico
mais preciso e mais rápido. Localizam maior dificuldade na relação com
terceiros: especialmente com a famí¬lia, no caso de pacientes idosos
ou crianças. Quanto ao relacionamento com a equipe, os estudantes
costumam reclamar bastante dos médicos residentes que, apesar de
quase seus colegas, os tratam como subalternos, mandando fazer
trabalhos não pertinentes à formação, como transportar algum material
de um lado para outro. Apesar dessas queixas, reconhecem que as
circunstâncias variam caso a caso, e a interação com os superiores
é muito necessária na formação acadêmica. Quanto à formação
bioética do estudante de Medicina, sentem que as escolas de medicina
trabalham para uma “dessensibilização” do estudante; o aprendizado
da Medicina caminha junto com a banalização do sofrimento do
paciente. Sobre a parte acadêmica, os estudantes acreditam que a
ética é inerente ao ser humano, e apreendida desde sempre com
a família, a escola e em todas as outras relações humanas. Desse
modo, a maioria dos participantes tem uma certa aversão às disciplinas
relacionadas à Ética quando estas se apresentam apenas teóricas.
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Avaliam que estas matérias só tem sentido se tratadas através de
exemplos práticos e na discussão com os superiores sobre a maneira
correta de agir em determinados casos. Conclusões: Os estudantes
de Medicina sentem que a formação “desumaniza” o médico; enquanto
os médicos detêm o melhor conhecimento técnico, os estudantes, que
não se sentem responsáveis por esta parte, conseguem estabelecer um
melhor ví¬nculo com os pacientes. Os estudantes sentem que a ética
não pode ser ensinada de modo formal, e sim de um modo prático.
Assim, a formação bioética do médico deveria ser discutida não só no
âmbito pedagógico e didático das disciplinas, mas, principalmente, nos
exemplos práticos do cotidiano do estudante de Medicina: as relações
dos médicos e professores com eles e com os pacientes.
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, São Paulo, SP
1
Comunicação de más notícias
Nelson Henrique da Silva1
RESUMO: Introdução: O interesse pelo presente trabalho surgiu por
meio da observação de algumas pessoas que, por estarem passando
por um processo de doença grave, receberam a notícia da patologia de
maneira inadequada. Objetivos: O objetivo do estudo foi identificar a
qualidade da comunicação realizada por médicos para seus clientes no
tocante a informação de más notícias, realizadas por estes profissionais
nas instituições de saúde do município de São Paulo.Metodologia: Foi
realizado um estudo com caráter qualitativo, baseado em três etapas, as
quais consistiram em: coleta dos dados fornecidos pelos profissionais
médicos, tabulação das respostas obtidas e elaboração de um protocolo
de orientação para os profissionais da saúde habilitados para comunicar
más notícias.Para o alcance do objetivo proposto foi utilizado um
questionário composto de 18 questões, com perguntas abertas e
fechadas, as quais foram empregadas para uma população delimitada
de 20 médicos que atendem nas instituições de saúde do município de
São Paulo. Resultados: Dentre as respostas mais relevantes, 50% dos
médicos opinou que não recebeu informação alguma em sua formação
acadêmica relacionada a más notícias, 65% se sentem preparados
para passar a informação e 75% não conhecem nenhum protocolo
relacionado ao tema. Conclusões: Apesar de sentir insegurança e
medo da reação do paciente frente à má notícia ou então não conhecer
nenhum protocolo relacionado ao assunto, à maioria dos médicos
sente-se preparada para enfrentar essa difícil situação. Esta é uma
grande dualidade, visto que a falta de aceitação do desconhecimento
pode levar à falta de novos aprendizados e menor humanização. A
análise do trabalho permite a reflexão sobre a introdução do tema “más
notícias” nas grades curriculares das faculdades de Medicina.
1
Univercidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Disciplina obrigatória em terminalidade da vida:
transposição de barreiras no cumprimento dos
princípios dos cuidados paliativos da OMS
Andréia Padilha de Toledo1
Lilian Zaghis Martinelo1
Denise Gonçalves Priolli1
RESUMO: Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), cuidado paliativo é a abordagem que promove qualidade de
vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam
a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento.
Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da
dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual.
Os princípios do tratamento paliativo se baseiam em: proporcionar
alívio da dor e outros sintomas angustiantes; encarar a vida e a morte
como um processo normal; não adiar nem acelerar o processo de
morrer; Integrar os aspectos psicológicos e espirituais da assistência
ao paciente; oferecer um sistema de apoio para ajudar os pacientes a
viver tão ativamente quanto possível até a morte; oferecer um sistema
de apoio para ajudar a família a enfrentar a doença e até mesmo o luto;
realizar uma abordagem em equipe para atender as necessidades dos
doentes e suas famílias, incluindo o luto; melhorar a qualidade de vida,
podendo influenciar positivamente no curso da doença; ser aplicado
no início do curso da doença, em conjugação com outras terapias
destinadas a prolongar a vida, como a quimioterapia ou radioterapia,
incluindo as investigações necessárias para melhor compreender e
gerir as angustiantes complicações clínicas. As diretrizes curriculares
dos cursos de Medicina do Brasil dispõem sobre a formação do
médico, sendo que a questão do acompanhamento do processo de
morte é uma competência que deve ser adquirida durante o curso de
graduação. No entanto, a adoção obrigatória de uma disciplina com
o foco primário em terminalidade da vida junto ao curso de Medicina
não é uma exigência, assim, as escolas médicas podem ou não adotála. Objetivos: Verificar a validade de uma disciplina clínica ou préclínica obrigatória com foco primário em terminalidade da vida, frente
ao cumprimento dos princípios que norteiam os cuidados paliativos
propostos pela OMS. Metodologia: Foi aplicado um questionário sobre
o ensino em terminalidade da vida nos responsáveis pela elaboração
do currículo, os coordenadores do curso, de 38 escolas médicas
do Brasil. A análise estatística foi feita pelo programa SPSS 13.0,
adotando nível de significância de 95%. Resultados: A casuística
do presente estudo contou com 38 escolas médicas participantes.
Apenas 10 escolas possuem uma disciplina com foco primário em
terminalidade da vida, sendo que destas, 9 a incluem como obrigatória.
Escolas médicas que possuem uma disciplina clínica ou pré-clínica
obrigatória com foco primário em terminalidade da vida conseguem
preencher 7 dos 9 critérios propostos pela OMS quando comparadas
às escolas em que essa disciplina não é obrigatória. São eles: Não
adiar nem acelerar o processo de morrer (p= 0,029); oferecer um
sistema de apoio para ajudar os pacientes a viver tão ativamente quanto
possível até a morte (p= 0,000); oferecer um sistema de apoio para
ajudar a família a enfrentar a doença e até mesmo o luto (p= 0,001);
realizar uma abordagem em equipe para atender as necessidades
dos doentes e suas famílias, incluindo o luto (p= 0,017); melhorar
a qualidade de vida, podendo influenciar positivamente no curso da
doença (p= 0,021); ser aplicado no início do curso da doença, em
conjugação com outras terapias destinadas a prolongar a vida, como
a quimioterapia ou radioterapia, incluindo as investigações necessárias
para melhor compreender e gerir as angustiantes complicações
clínicas (p=0,011). Conclusões: A obrigatoriedade de uma disciplina
pré-clínica ou clínica com foco primário em terminalidade da vida é
um fator preditivo para o preenchimento dos critérios dos cuidados
paliativos propostos pela OMS. 1
Universidade São Francisco, Bragança Paulista, SP
Educação médica, mudanças para humanizar
Raimundo Nonato Bechara1
Celia Machado1
Djalma Rabelo Ricardo1
Rinaldo Henrique Aguilar da Silva1
Celso Matias1
Sandra Helena Cerrato Tibiriçá1
Oscarina da Silva Ezequiel1
RESUMO: Introdução: A formação do profissional médico sempre foi
uma preocupação e provocou mudanças. Desde o Relatório Flexner,
com repercussões mundiais, passando pelas Diretrizes Curriculares
de 2001, com enfoque nacional, até mudanças dentro das Instituições
de Ensino, de caráter local, mas, nem por isso menos importante.
A Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora
(FCMS/JF) não fugiu a regra e, há cerca de três anos vem fazendo
modificações importantes em seu projeto pedagógico com objetivo
de cumprir as propostas das Diretrizes, mas, não apenas isso: sua
preocupação principal é formar profissionais com características mais
humanizadas, mais direcionadas a construir seu conhecimento em cima
de valores coerentes com as necessidades de saúde da população
e do SUS. : “Os sistemas de saúde precisam se resguardar contra
a fragmentação dos serviços” (OMS,2003:8), e, entendemos que a
51
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
melhor maneira de integrar serviços é trabalhar desde a formação
com currículos integrados “Os prestadores de serviços, o pessoal
da área de saúde pública e aqueles que apóiam organizações de
saúde precisam de novos modelos de equipe de saúde(...)( OMS,
2003:9) para construir uma prática mais humana e integrada sendo “ a
integralidade é a apreensão ampliada das necessidades e a habilidade
de reconhecer a adequação da oferta ao contexto específico” (Pestana
eVilaça, 2004). Objetivos: Nossa proposta é relatar essa experiência
considerando a possibilidade de disseminar idéias e mudanças, bem
como suscitar críticas que nos possibilitem redirecionar rumos e
estratégias. Metodologia: Relato de experiência a partir das vivências
dos profissionais nos processos de mudanças ocorridos no período de
2008 até a data atual, no que diz respeito a integração das disciplinas
clinicas com as atividades práticas desenvolvidas em cenários do
município Resultados: O Programa Integrador foi, desde o início
das atividades da FCMS um norte de suas atividades pedagógicas e,
inseriu o estudante precocemente em atividades nas comunidades e
nas unidades de saúde, provocando inovações em relação a percepção
do usuário, não mais como um “paciente” que você “estuda”e descarta,
mas como um ser ativo, com desejos e interesses e, principalmente
com necessidades de saúde. Esta atividade, porém ficava um pouco
desconectada das disciplinas teóricas, provocando, algumas vezes,
ruídos de comunicação por causa do desconhecimento dos objetivos
de cada um. A partir implantação das UAI - Unidades Acadêmicas
Integradas e a organização do Núcleo Docente Estruturante houve
a reorientação estrutural da matriz curricular quando foi possível a
cada disciplina reconhecer a importância de cada área e a relação
entre as diversas unidades acadêmicas.Esta nova forma de trabalhar
tem proporcionado aos professores e alunos maior satisfação e
mais coerência com uma formação mais humanizada, promovendo
discussões e reflexões sobre a melhor forma de atuar para responder
as necessidades da população e do SUS. Para vencer o desafio da
mudança houve necessidade de quebrar paradigmas, alguns bem
cristalizados e mudar atitudes de docentes e discentes. Conclusões: A
partir implantação das UAI - Unidades Acadêmicas Integradas e a
organização do Núcleo Docente Estruturante houve a reorientação
estrutural da matriz curricular quando foi possível a cada disciplina
reconhecer a importância de cada área e a relação entre as diversas
unidades acadêmicas.Esta nova forma de trabalhar tem proporcionado
aos professores e alunos maior satisfação e mais coerência com uma
formação mais humanizada, promovendo discussões e reflexões sobre
a melhor forma de atuar para responder as necessidades da população
e do SUS. Para vencer o desafio da mudança houve necessidade de
quebrar paradigmas, alguns bem cristalizados e mudar atitudes de
docentes e discentes. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora, Juiz
de Fora, MG
segundo a dinâmica psiconeurofisiológica despertada na relação
médico-paciente. Metodologia: Para aprofundar a compreensão
da resposta placebo (nocebo) e relacioná-la à interação médicopaciente, levantamento bibliográfico foi realizado utilizando a base de
dados Medline e as palavras-chave “efeito placebo” e “efeito nocebo”.
Resultados: Inúmeros estudos experimentais e clínicos sobre o
fenômeno placebo-nocebo reiteram os fundamentos necessários
para aumentar a credibilidade científica nos possíveis benefícios ou
malefícios que uma relação médico-paciente mais ou menos humanizada
pode provocar nos pacientes. Através da união das teorias do
condicionamento inconsciente e da expectativa consciente, a medicina
baseada em evidências tem demonstrado que a postura do médico,
permeada por manifestações positivas ou negativas (comentários,
sugestões, atitudes etc.), pode exercer influências semelhantes no
psiquismo dos enfermos, desencadeando respostas favoráveis ou
desfavoráveis à evolução das enfermidades, atuando como instrumento
terapêutico ou iatrogênico, respectivamente. Conclusões: Associadas
às reflexões teórico-filosóficas que discorrem sobre a necessidade de se
incrementar a relação médico-paciente e a humanização da medicina,
o conhecimento dos mecanismos psiconeurofisiológicos implicados
no fenômeno placebo-nocebo ampliam o raciocínio fisiopatológico
clássico do processo saúde-doença, direcionando o profissional da
saúde para uma ampla gama de abordagens antropológicas, vivenciais,
psicológicas, hermenêuticas etc. Dedicando uma parte do tempo da
consulta médica técnica e objetiva à escuta solidária da subjetividade
psicosócioambiental que permeia a individualidade humana, o
verdadeiro artista da cura saberá como estimular as expectativas
conscientes positivas dos pacientes no sentido curativo dos distúrbios
que os acompanham (efeito placebo), podendo acrescentar aos
modernos protocolos terapêuticos um incremento de melhora excluído
das estatísticas vigentes. Por outro lado, dispensará maior vigilância
às palavras, gestos e atitudes permeados por sentimentos destituídos
dos valores ético-humanistas que, ao induzirem expectativas negativas
nos pacientes (efeito nocebo), poderão despertar efeitos iatrogênicos
contrários ao ideal de cura dos tratamentos propostos.
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, São Paulo, SP
1
Empatia, Relação Médico-Paciente e Formação
em Medicina: um olhar qualitativo
Fabrício Donizete da Costa1
Renata Cruz Soares de Azevedo1
1
Efeito placebo e relação médico-paciente: integração básico-clínica que valoriza o ato médico
humanizado
Marcus Zulian Teixeira1
RESUMO: Introdução: Aspecto bastante valorizado nos sistemas
médicos de todas as épocas, a relação médico-paciente assumiu
importância secundária no modelo biomédico atual, privando o
arsenal farmacológico moderno de um procedimento terapêutico
humanístico capaz de complementar a resolução de muitos distúrbios
clínicos modernos. Com o intuito de resgatar esse benefício, inúmeros
incentivos à humanização da medicina têm surgido ultimamente,
restando ao pensamento médico moderno aceitar a concepção
holística de que este incremento relacional subjetivo pode aumentar
a eficácia, a efetividade e a eficiência dos tratamentos convencionais.
Objetivos: Com a proposta de sensibilizar os colegas de profissão
em prol dessa mudança de paradigma, que visa incorporar de forma
sistemática os conteúdos humanísticos aos procedimentos técnicocientíficos modernos, estudamos as principais evidências científicas
que fundamentam e quantificam o fenômeno placebo-nocebo
52
RESUMO: Introdução: Para Suchman, a Relação Médico-Paciente
(RMP) é constituída de processos psicossociais complexos de relação.
A RMP tem a empatia como um de seus aspectos. Hojat nos alerta
sobre a ambigüidade do termo empatia. Definida por Rogers, empatia
envolve um sentimento de sensibilização pelas mudanças sentidas
e refletidas, momento a momento, pela outra pessoa. Para Davis,
empatia é um processo psicológico conduzido por mecanismos afetivos,
cognitivos e comportamentais frente à observação da experiência do
outro. Segundo Larson e Yao, a empatia é um símbolo das profissões
que cuidam da saúde. A possibilidade de ensinar a ser empático
aparece como uma alternativa para a amplificação da perspectiva
médica, como apontam Di Blasi e Kleijnen ao afirmarem que a empatia
seria uma ferramenta útil para transformar o paciente “propriamente
dito” em um ser autônomo. Contrariando este pensamento, a empatia
seria avaliada como uma espécie de “efeito do contexto” ou “efeito
placebo”. Objetivos: Contextualizar a presença da empatia na prática
médica e docente, a fim de se obter a compreensão desta habilidade
como um dos constituintes da Relação Médico-Paciente (RMP). Discutir,
de maneira introdutória, a possível transmissibilidade da empatia,
enumerando sugestões advindas da prática e do conhecimento dos
entrevistados, bem como considerações pessoais dos entrevistados
acerca do mesmo processo. Metodologia: Pesquisa qualitativa e
transversal cujo arcabouço material baseia-se na coleta de dados
via entrevistas semi-estruturadas realizadas com médicos docentes.
Agrupou-se os professores pelo critério de “proximidade teórico-
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
prática frente à empatia” em 6 grupos e um sétimo grupo congregou
os demais departamentos. Passos Metodológicos 1.Definição dos
entrevistados 2.Confecção do diário de campo 3.Distribuição por
subgrupos de áreas 4.Construção da entrevista 5.Revisão da entrevista
“piloto” 6.Aplicação /Realização das entrevistas 7.Reagrupamento das
questões da entrevista a partir de sessões “nascidas naturalmente”
8.Categorização das sessões 9.Confrontamento das categorizações
no Laboratório de Pesquisa Clínico-Qualitativa (LPCQ). Seguiuse roteiro composto pelas seguintes partes: parte 1 - cabeçalho
de identificação,ficha de dados socioeconômicos e demográficos;
parte 2 - 4 blocos de questões (empatia, empatia e graduação do
docente, empatia e atuação médica e empatia e atuação docente).
Finalizou-se com uma pergunta aberta para comentários finais.
Material gravado para análise.Após sessões de “leituras flutuantes”
realizadas pelos autores da pesquisa, houve a consolidação de quatro
categorias (Trajetória Pessoal, Relação Médico-Paciente, Empatia e
Observações). Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FCM/
UNICAMP, parecer N° 928/2007. Resultados: Trajetória Pessoal - A
trajetória pessoal para escolha do curso mesclou principalmente
aspectos afetivos e cognitivos e em menor monta, contextuais. A
escolha da especialidade balanceou este três componentes. Já a
escolha da docência foi matizada principalmente pelos dois últimos
aspectos. Relação Médico-Paciente – Observou-se carga de
importância “docente-dependente”, fato que se relaciona, sobretudo
com à própria formação dos docentes envolvidos. Em situações em que
a RMP não se constrói de maneira efetiva, ocorre distanciamento entre
estes dois atores fato ilustrado pela metonímia inversa presente em
um dos relatos. Empatia - A empatia está mais próxima dos aspectos
relacionados aos sentimentos do que a cognição, sendo encarada
como sinônimo de simpatia. Observou-se o paradoxo técnica-empatia.
Observou-se ainda o fator-paciente, o fato de que alguns profissionais
acreditam que a atitude pró-empática não depende necessariamente da
atitude do médico, mas da aceitação do paciente. Existe uma postura
empática conduzida pelo docente, que não poderia ser ensinada
diretamente como uma habilidade; Nota-se o endurecimento do
estudante, fato relacionado com as perdas necessárias mal-trabalhadas
ao longo da formação. Conclusões: Pouca atenção é destinada ao
desenvolvimento da identidade médica ao longo do curso médico. A
capacitação docente em avaliar o corpo discente ainda precisa de
maiores desdobramentos práticos. A RMP foi valorizada na maior parte
das entrevistas, ora como um meio necessário à obtenção de resultados
e integrante da boa técnica profissional, ora como um encontro humano,
que utiliza ferramentas não exclusivamente verbais, caracterizado pela
possibilidade do auxílio. A transmissibilidade da empatia foi apontada
na forma do “exemplo”, do que algo a ser de fato ensinado e aprendido.
Essa transmissibilidade é fortemente influenciada por características de
personalidade e biografia. Momentos para a ocorrência dessa prática
são rarefeitos e fragmentados ao longo do curso médico corrente.
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, SP
1
Ensinando a Prática da Medicina Humanística
Fernando Soares Guedes1
Josefina Italia Ratto Barbetta1
Maria José Pereira Zago
2
RESUMO: Introdução: O ensino e a prática da atenção à saúde
vêm sendo analisados e debatidos, há um consenso geral quanto
à insatisfação e à necessidade de reformulações destas atividades,
principalmente no tocante ao resgate do humanismo e da humanização.
Pois o objetivo final da medicina é cuidar de pessoas. Para tanto,
conhecer doenças é necessário, mas compreender pessoas é
fundamental. É fundamental estudar o humano para além do
componente biológico, é necessário tentar compreender o humano. A
história da medicina mostra que uma das chaves para isto é a tipologia,
esta foi uma ferramenta utilizada por praticamente todos os grandes
expoentes da medicina, em diferentes culturas e civilizações orientais
e ocidentais. Hipócrates tinha a sua tipologia. Objetivos: O objetivo é
apresentar, demonstrar e ensinar na prática clínica diária a medicina
humanística e como utilizar as ferramentas desta prática. Também
é objetivo deste projeto demonstrar que a terapia medicamentosa
é importante, mas que outras práticas terapêuticas devem ser
empregadas, principalmente as práticas relacionadas à promoção da
saúde e prevenção de doenças, como o estímulo ao autoconhecimento
e o resgate do autocuidado. Para tanto pretende-se recuperar o papel
de conselheiro que o médico historicamente sempre desempenhou.
Mas para aconselhar as pessoas é necessário antes de tudo conhecêlas, saber de seu passado, de seu presente e de suas aspirações
futuras, conhecer suas alegrias e adversidades. Metodologia: A grade
curricular do 5ºano da Faculdade de Medicina do ABC(desde 2008)
prevê um estágio de 3 semanas na Unidade Básica de Saúde⁄Escola
de São Caetano do Sul. O objetivo deste estágio é demonstrar a
utilização da tipologia na prática clínica diária. Para tanto mudamos
o foco de atenção da doença para o ser humano a manifesta, do
assistencialismo e da medicalização para o diálogo e o incentivo de
uma postura pró-ativa dos pacientes. Ao focar na pessoa doente, o
estágio evidencia que o modo de ser e de adoecer são construções da
história de vida de cada indivíduo, onde o psíquico e o fisiológico estão
intrinsecamente relacionados. Os alunos entram em contato com outras
ferramentas, como a homeopatia e a acupuntura. E vêem a utilização
da tipologia de Carl Jung, da tipologia da Medicina Tradicional Chinesa
(Teoria dos 5 Elementos) e da tipologia da Homeopatia Clássica de
Kent. Resultados: A formação do estudante de medicina apresenta
a doença fora do contexto de vida do paciente, como algo adquirido
e não como uma construção da história de vida. Em geral a maioria
das terapêuticas não leva em conta o indivíduo, apenas a doença que
o indivíduo manifesta. Mesmo as terapêuticas não medicamentosas
e as práticas de prevenção e promoção seguem esta regra. Que é
seguida também para quaisquer tipos de doenças, sejam do corpo ou
da mente, como depressão, angústia e ansiedade. Os estudantes, em
geral, têm grande experiência no estudo das doenças, mas estudar
pessoas é algo novo para eles. Para a maioria deles a tipologia
é somente uma curiosidade, algo histórico e ultrapassado e não
vêem nela uma relação com a prática clínica diária. Em face disto,
a primeira reação dos alunos é de estranhamento e de curiosidade.
Com o passar dos dias percebem as boas reações dos pacientes e
a grande aderência ao tratamento proposto. Com o tempo começam
a adquirir certa habilidade na prática e no uso da tipologia como
ferramenta clínica.Conclusões: O modelo humanístico proporciona
a visão integral do ser e do adoecer, pois compreende as dimensões:
biológica, psíquica, cultural, social e espiritual. Quando é incorporada
à formação do médico deixa claro que apenas aprendizado das
habilidades técnico-instrumentais é insuficiente para o seu exercício,
exige o desenvolvimento das capacidades relacionais que permitem o
estabelecimento de um vínculo adequado e uma comunicação efetiva.
A medicina é interpretativa e a interpretação das subjetividades é tão
importante no diagnóstico e tratamento quanto são os dados científicos
objetivos e a dedução lógica.
Centro de Estudos em Novas Tecnologias na Atenção Primária, São
Caetano do Sul, SP
2
Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul,
SP
1
Ensino de ética médica em curso com metodologia
de PBL
Irene Abramovich1
Gabriela Vaccarezza1
Waldir Grec1
José Carlos Riechelmann1
Valdes Roberto Bollela1
RESUMO: Introdução: Introdução: Em atendimento a uma das
diretrizes do MEC (“Os profissionais devem realizar seus serviços
dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da
ética/bioética, tendo desenvolvimento ético.”) e a um dos quesitos
do pedagógico deste curso (o desenvolvimento ético) o Núcleo de
Estudo e Pesquisa de Ética em Saúde- NEPES introduziu no teste
de progresso individual (realizado semestralmente, em todas as
turmas) cinco questões versando sobre as questões éticas da prática
53
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
médica cotidiana. Objetivo:Acompanhar a evolução dos estudantes
(individual e coletivamente) durante todo o curso médico e mensurar
o grau de incorporação cognitiva sobre ética. Métodos: Relato de
experiência sobre a inclusão de perguntas sobre ética e bioética no
teste de progresso dos alunos do Curso de Medicina, desde o primeiro
semestre de 2008. O teste de progresso é uma prova semestral, com
75 testes de múltipla escolha sobre as cinco áreas básicas (Pediatria,
GO, Clínica, Cirurgia e Saúde Coletiva) e ciências básicas aplicadas
à clínica. As questões de ética foram elaboradas a partir de situação
problemas que exigiam conhecimento dos princípios universais de
ética. Os resultados foram tabulados por estudante, turma, e etapa
de formação com o feedback dos resultados para o corpo docente
e discente. Resultados:Foi observada uma boa receptividade por
parte dos estudantes em relação a essa iniciativa, em particular,
da disponibilização do gabarito comentado da prova. A presença
regular de questões de ética, na forma de situações problemas, tem
despertado o interesse e servido de oportunidade de aprendizagem
para os estudantes de todos os anos do Curso Médico. Conclusão:
Essa estratégia tem servido para valorizarmos a incoroporação de
conceitos éticos como temas transversais e relevante na formação
do estudante, utilizando a própria avaliação como momento de
aprendizado, sendo possível detectar deficiências e permitindo uma
intervenção no sentido de supri-las. Objetivos:objetivo :Acompanhar
a evolução dos estudantes (individual e coletivamente) durante todo
o curso médico e mensurar o grau de incorporação cognitiva sobre
éticates e em todos os cenarios do curso. Metodologia: Métodos:
Relato de experiência sobre a inclusão de perguntas sobre ética e
bioética no teste de progresso dos alunos do Curso de Medicina,
desde o primeiro semestre de 2008. O teste de progresso é uma prova
semestral, com 75 testes de múltipla escolha sobre as cinco áreas
básicas (Pediatria, GO, Clínica, Cirurgia e Saúde Coletiva) e ciências
básicas aplicadas à clínica. As questões de ética foram elaboradas a
partir de situação problemas que exigiam conhecimento dos princípios
universais de ética. Os resultados foram tabulados por estudante,
turma, e etapa de formação com o feedback dos resultados para o
corpo docente e discente Resultados: Resultados:Foi observada
uma boa receptividade por parte dos estudantes em relação a essa
iniciativa, em particular, da disponibilização do gabarito comentado da
prova. A presença regular de questões de ética, na forma de situações
problemas, tem despertado o interesse e servido de oportunidade
de aprendizagem para os estudantes de todos os anos do Curso
Médico. Conclusões: Conclusão: Essa estratégia tem servido para
valorizarmos a incoroporação de conceitos éticos como temas
transversais e relevante na formação do estudante, utilizando a própria
avaliação como momento de aprendizado, sendo possível detectar
deficiências e permitindo uma intervenção no sentido de supri-las. aspectos relevantes da formação médica, incentivando a participação
ativa do estudante no seu processo de formação profissional. Além
disso, busca-se sensibilizar o estudante para uma prática médica
fundamentada no modelo biopsicossocial. Metodologia: a atividade
teve início em 2009.2, quando foram dedicadas 30 horas/aula na carga
horária do MB II para inclusão das temáticas humanísticas, utilizandose como estratégia de ensino as discussões em pequenos grupos,
com ênfase no caráter formativo, que valoriza a percepção e vivência
dos estudantes. A metodologia ativa é utilizada, onde são realizadas
entrevistas com a comunidade, exibição e discussão de filmes, dinâmicas
de grupo e “role-playing”. O programa para o semestre envolve cinco
encontros com cada grupo, que são planejados em articulação com
os conteúdos de Morfologia, Fisiologia e Habilidades Clínicas, sendo
debatidos os seguintes temas: (1) aspectos relevantes do cotidiano
do estudante de Medicina, (2) suas relações interpessoais, incluindo
a relação professor-estudante, (3) morte no contexto da formação
médica, (4) percepção da sociedade acerca do papel profissional do
médico, (5) além de uma visita a uma comunidade de baixa renda
do município de Natal/ RN, onde os estudantes são estimulados a
observar o cotidiano dessa população, conversando com eles sobre as
dificuldades que enfrentam quando necessitam de assistência médica.
Essa atividade fundamentada no modelo biopsicossocial visa ampliar a
capacidade de percepção do estudante, no que se refere ao conceito
de saúde-doença. O aporte teórico acontece por meio de leituras
de texto e discussões críticas nos grupos. Resultados: em 2009.2,
uma turma de 46 estudantes participou dessa atividade, e a 2° turma
com 45 estudantes está participando no semestre atual. A integração
dos conteúdos humanísticos com o MB II vem se mostrando efetiva,
contribuindo para melhoria do conceito qualitativo atribuído pelos
estudantes a esse componente curricular, na medida em que favorece
uma maior significação dos conteúdos ministrados. A avaliação
inicial demonstra que a atividade estimula a reflexão dos estudantes
acerca das necessidades psicossociais dos pacientes, como também
os estimula a compartilhar experiências, valores e sentimentos,
contribuindo para uma formação acadêmica mais humanizada.
Conclusões: nosso esforço tem sido no sentido de construir/ aprimorar
um espaço de reflexão, que contribua para o desenvolvimento de
habilidades relacionais importantes para a formação humanística
do futuro médico. Para isso, a proposta pedagógica está ligada aos
princípios da aprendizagem significativa, que valoriza os aspectos
cognitivos e afetivos da aprendizagem, levando em consideração três
alicerces: teoria, prática e desenvolvimento pessoal. Entretanto, cabe
ressaltar que, mesmo abrindo espaço para a introspecção, reflexão
pessoal e contato com os próprios sentimentos, em hipótese nenhuma,
o espaço pedagógico é transformado em psicoterapêutico. 1
1
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Experiência da Inserção das “Humanidades
Médicas” em integração com os conteúdos
biomédicos do Módulo Morfofuncional na UFRN
Simone da Nóbrega Tomaz Moreira1
George Dantas de Azevedo1
RESUMO: Introdução: nos últimos anos, vem ocorrendo um processo
de mudança no contexto da educação médica. Nesse processo,
destaca-se o surgimento de uma área de reflexão e pensamento
denominada “Humanidades Médicas”, que se propõe a incluir
temas das ciências humanas com objetivo de melhorar a formação
humanística do futuro médico. Há, no entanto, vários desafios a serem
enfrentados, tais como; garantir “espaço” na estrutura curricular, falta
de continuidade das discussões de caráter humanístico no decorrer do
curso, além do desafio de trabalhar com estudantes pouco motivados,
que não valorizam esses conteúdos, em função da ênfase prioritária aos
conteúdos biomédicos. Num contexto de mudança curricular, criamos
dentro do módulo morfofuncional (“Módulo Biológico II” – MB II), um
espaço para reflexão crítica sobre os aspectos relevantes da formação
e prática médica. Objetivos: diante do exposto, o objetivo geral, que
permeia todo o nosso trabalho, consiste em refletir (pensar) sobre
54
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
Futuros médicos: o imaginário coletivo de
estudantes sobre a profissão de médico
Marcela Pinto Teixeira1
Carolina Nunes Reis1
Isabela Borges de Miranda1
Lívia Cristina Rocha Jardim1
Maria Auxiliadora Motta Barreto1
RESUMO: Introdução: A escolha profissional está diretamente
relacionada ao estilo de vida do indivíduo e é determinante da
satisfação laboral e pessoal. Com a atuação profissional, vão se
consolidando as práticas individuais e coletivas da profissão e estas
são influenciadas pelo imaginário coletivo e se mantém determinantes
da práxis. A escolha pela medicina resulta em conseqüências nas
expectativas do curso e durante o exercício da atividade profissional
em si, ao ingressar no mercado de trabalho, o que já justifica um
estudo acerca da representação que os estudantes que escolhem a
profissão têm dela. Como docente e discentes de um curso de medicina,
observamos algumas diferenças entre a postura dos estudantes e suas
verbalizações, daquilo que é preconizado nas Diretrizes Curriculares
Nacionais da graduação em medicina. Utilizando uma visão blegeriana
que discute a importância de se considerar as condições concretas
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
na qual um fenômeno ocorre, a escolha profissional corresponde
a uma conduta humana e, o que se aplica às condutas, aplica-se
também às escolhas, sendo estas influenciadas por fatores pessoais
e sociais. Dessa forma, julgamos que as inúmeras dificuldades de
adaptação, ao longo dos anos de formação médica, incrementam
a necessidade de compreender o imaginário coletivo de jovens que
fazem essa escolha profissional. Objetivos:Considerar o imaginário
coletivo de jovens estudantes de medicina, acerca da profissão de
médico. Metodologia: Foi utilizado o procedimento de DesenhosEstória com Tema, nos moldes desenvolvidos por Aiello-Vaisberg e
por Trinca, como recurso de abordagem para temas de difícil acesso.
A pesquisa foi realizada no ano de 2009 com estudantes que foram
escolhidos por estarem ingressando no curso ou no ciclo internato de
medicina. O grupo constitui um meio que facilita o acesso ao imaginário
coletivo e que nos comunica a concepção, neste caso, sobre quem
escolhe medicina. Consideramos aproximadamente 120 alunos,
ingressantes na graduação e no internato. Foram solicitados desenhos
e estórias, a partir da consigna: “Desenhe um(a) médico(a) e, depois,
escreva uma estória sobre ele(a) no verso da folha”. Não foi solicitada
identificação, apenas sexo e idade. Resultados: Foram obtidos 59
desenhos-estórias, sendo 51 dos primeiro-anistas e o restante, alunos
do internato. Durante a realização do procedimento, percebemos uma
maior disponibilidade e interesse por parte dos primeiro anistas, o que
justifica sua maioria neste trabalho. Na análise dos Desenhos-Estória
com Tema, percebemos uma predominância de alguns campos
psicológicos não conscientes e dentre eles destacamos: Dualidade
(a escolha da especialidade e os papéis pessoal e profissional como
antagônicos e dificilmente integrados); Idealização (o médico é capaz de
solucionar todos os problemas, incansável e detentor do conhecimento
sobre “cura para todo mal”) e O outro (o paciente, é frequentemente
referenciado, mas não representado). Conclusões: A análise nos leva
a considerar que a substituição das representações – que os alunos
já trazem consigo – por outras, transmitidas durante o curso, não
são suficientes para a formação do profissional médico, nos moldes
das DCN’s preconizadas. Se esses futuros profissionais possuem
concepções, a priori, desintegradas e idealizadas, é compreensível que
o ambiente próximo do jovem que escolhe a medicina também encare
a questão dessa forma. Por outro lado existem também aqueles que
já se mostram tendenciosos em encarar a medicina como negócio,
onipotência e independente do paciente. Encarada assim, a opção
pela profissão e a formação profissional deixam de ser momentos
integrados e passam a ser um sintoma de problema que impede a
expressão do self.
Escola de Ciências Médicas do Centro Universitário de Volta Redonda,
Volta Redonda, RJ
1
Habilidades interpessoais, comunicação e sessões tutoriais: em foco um curso médico
Marta Maria Gomes1
Sylvia Helena Souza da Silva Batista2
RESUMO: Introdução: As diretrizes curriculares definem um modelo
de atenção à saúde que ancora-se nos princípios da integralidade
e interdisciplinaridade, indicando a necessidade de programas de
aprendizagem em saúde que privilegiem as habilidades interpessoais
da pessoa que presta o atendimento. Os currículos organizados a
partir da Aprendizagem Baseada em Problemas têm uma dinâmica que
pode ser favorecedora das interações e assim, do desenvolvimento
de possibilidades ampliadas do cuidado na relação de escuta,
acolhimento e resolutividade. Objetivos: analisar o desenvolvimento
das habilidades interpessoais na formação médica a partir do processo
comunicacional construído nas sessões tutoriais do Curso de Medicina
da UNIMONTES. Metodologia: foi utilizada nessa pesquisa abordagem
quali-quantitativa. Os informantes da pesquisa foram 136 estudantes;
do 1º ao 7º períodos. Também foram participantes 6 professores/
tutores do 1º ao 7º períodos sorteados aleatoriamente. Num primeiro
momento foram convidados 24 tutores para participação em um
grupo focal, mas obteve-se adesão de 6 tutores. Os instrumentos
de coleta de dados abrangeram: a Escala IHS Del Prette aplicados
nos estudantes do primeiro ao sétimo períodos, e o Grupo Focal
com a participação de 6 tutores compondo amostra de tutores dos
referidos períodos do curso médico. A análise dos dados abrangeu a
análise da relevância estatística do inventário, bem como análise de
conteúdo para compreensão e interpretação dos depoimentos no grupo
focal. Resultados: Estudantes participantes: 46,3% do sexo masculino
e 53,7% do sexo feminino. As idades dos participantes variam de 18 a
37 anos, sendo que a média geral de idade dos estudantes/participantes
é de 22 anos. Os dados das tabelas corroboram os achados de Del
Prette e Del Prette, no estudo relativo ao IHS (2001). A análise fatorial
revelou uma estrutura de cinco fatores que reúnem habilidades sociais,
sendo que para esta pesquisa foram destacados os fatores 2; 3; e 4.
O fator 2. Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo, não
apresentou resultados estatisticamente relevantes. Observa-se uma
diferença relevante quando o fator 2 é analisado em relação ao gênero
dos participantes, sendo maior a média no grupo feminino. No âmbito
da análise temática, foram identificadas 93 unidades de contexto e
190 unidades de registros, das quais emergiram categorias. O relato
dos dados e suas análises foram organizados a partir dos núcleos
direcionadores: modalidades de comunicação, condições facilitadoras
e dificultadoras para o processo de comunicação nas sessões
tutoriais; e a comunicação promovendo habilidades interpessoais.
A comunicação foi fortemente associada à questão da interação,
reconhecendo-se as práticas avaliativas como cenários potentes para o
desenvolvimento das habilidades interpessoais no âmbito das sessões
tutoriais. Conclusões: Integrar questões psicossociais no processo
de aprendizagem, com orientação adequada ao raciocínio clínico,
são desafios a serem enfrentados. Para alcançar uma das tarefas da
aprendizagem baseada em problemas, que é facilitar a discussão em
grupo, questões de gênero, além daquelas relativas ao tutor inserido
na UNIMONTES merecem atenção.
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo,
Montes Claros, MG
2
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo,
São Paulo, SP
1
Humanização na Formação Médica: o Papel da
Inserção Reflexiva do Estudante de Medicina em
Atividades Comunitárias desde o Início do Curso
de Graduação
José Antonio Maia1
Maria Luisa Makabe2
RESUMO: Introdução: Introdução: A formação humanística situase atualmente como uma intencionalidade curricular na formação
de graduação médica, no conjunto das competências do médico de
que a população brasileira necessita para os cuidados à sua saúde.
Acreditando nestas premissas, uma Escola Médica programou, em
seu currículo fundamentado em metodologias problematizadoras
(“PBL”), um Módulo longitudinal que se estende desde o primeiro
semestre do curso até o início do Internato, no qual o estudante
é inserido em Unidades Básicas de Saúde, em conjunto com a
Estratégia de Saúde da Família. As atividades realizadas pelos
alunos têm um caráter abrangente, de acordo com a dinâmica de
funcionamento das Unidades. Supervisionados por docentes da
Instituição, participam do cotidiano dos cenários, realizando desde
planejamento e assistência nas Unidades como visitas domiciliares,
acompanhados por Agentes Comunitários de Saúde. Todo o processo
é acompanhado por portfólios individuais, com devolutivas individuais
e coletivas. Objetivos:Objetivos: O principal objetivo deste trabalho
foi investigar como o Módulo de inserção longitudinal de estudantes
de medicina em cenários comunitários descrito poderia influenciar
sua formação humanística de graduação. Metodologia: Metodologia:
O estudo incluiu uma fase inicial de preenchimento voluntário de um
questionário por 59 estudantes do primeiro ao quinto semestres do
Curso, incluindo questões abertas e fechadas. Foi realizada uma
entrevista parcialmente estruturada em função das respostas aos
questionários com 11 estudantes, sendo este número determinado pela
saturação de resultados. que foram categorizados por semelhanças
de significados em eixos temáticos. Resultados: Resultados: O
55
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Módulo que é objeto do presente estudo buscou ir além da formação
do “saber fazer”, privilegiando o “saber ser” e o “saber conviver” dos
graduandos, em cenários reais e diversificados, Os resultados obtidos
refletiram, dentre um vasto painel de concepções, a valorização, pelos
pesquisados, com relação aos aspectos positivos das atividades
curriculares programadas e não programadas (integrantes do chamado
“currículo oculto”). Emergiu também a importância da observação
crítica da prática, nos momentos em que esta ocorre realmente sob a
forma de ações. O aspecto do desenvolvimento da humanização na
formação surgiu espontaneamente nas entrevistas, refletindo muitas
vezes nos sentimentos despertados no estudante, geralmentecom a
dor, dialeticamente mesclada à satisfação pelo crescimento pessoal,
despertada pela participação no cotidiano real das pessoas, em suas
residências e locais próprios de vida. Foi surpreendente observar que
diversos estudantes consideraram o futuro trabalho no cenário da Saúde
da Família como uma possibilidade profissional. A grande maioria dos
sujeitos indicou seu desenvolvimento pessoal global, desvendando
aspectos próprios relacionados a sentimentos de proximidade do
outro, de interesse e respeito por sua cultura e de uma visão que
torne a relação médico-paciente menos “assimétrica”. Como era de
se esperar, também emergiram, da observação crítica, de deficiências
do cuidado à saúde da população com a qual conviveram, sobretudo
no acesso a recursos de maior complexidade. Os resultados obtidos
mostraram-se compatíveis com a importância da inserção do estudante
em atividades extramuros, no que referem à Academia, colocando o
aluno em contato com o paciente e suas necessidades desde o início
do curso médico, ampliando a gama relacional interpessoal inerente
à prática médica.Conclusões: Conclusão: O presente trabalho
agrega aos relatos de experiências extramuros uma grande ênfase
em atividades comunitárias como uma estratégia eficaz na formação
humanística dos estudantes, que as correlacionaram com a formação
de profissionais empenhados na valorização da complexidade dos
cuidados, respeitando o ser humano em sua complexidade cultural e
psicológica, e situando-a no âmago da sua formação humanística.
UNIFESP - UNICID, São Paulo, SP
2
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
1
Ivan Ilitch ensina Medicina a Estudantes do
Terceiro Ano
Maria Auxiliadora Craice de Benedetto1
André Atsushi Sugano2
Rodrigo Gonçalves de Oliveira2
Arthur Paredes Gatti2
Lívia C. Montanino2
Ivan Wilson Hossni Dias2
RESUMO: Introdução: A morte de Ivan Ilitch é uma obra literária de
autoria de Tolstoi, escrita no século XIX,em que aspectos humanísticos
e técnicos relacionados à prática da Medicina são abordados. As
questões nela enfocadas são universais e têm se mostrado ainda
pertinentes na atualidade. Este trabalho é um relato de experiência
em que tal obra foi utilizada como ferramenta didática na formação
de estudantes de Medicina. Objetivos: O objetivo deste trabalho é
demonstrar os benefícios de se incluir a leitura e reflexão acerca do
livro a Morte de Ivan Ilitch para estudantes de Medicina que estão
iniciando sua atividades clínicas. Metodologia: Como parte de
atividade didática, pediu-se a estudantes de Medicina do terceiro
ano da Faculdade de Medicina São Camilo, em São Paulo, Brasil,em
rodízio em um ambulatório didático de Medicina de Família, que
lessem o livro A Morte de Ivan Ilitch. Os estudantes também foram
orientados a prestar atenção aos aspectos humanísticos da obra que
apresentassem para eles um significado especial. Em três reuniões,
tiveram a oportunidade de compartilhar sentimentos, opiniões e insights
que tivessem emergido com a leitura. Um exercício de escrita reflexiva
encerrava cada encontro. Além disso, estudantes tinham de levantar
três hipóteses diagnósticas acerca da doença que levou Ivan Ilitch à
morte e preparar uma apresentação aos colegas sobre sua principal
hipótese. Os autores atuaram como observadores participantes durante
todo o processo. Resultados: Os estudantes acharam o método de
estudo inovador e estimulante. Alguns temas predominantes emergiram
56
ao longo do processo: paralelismo entre obras literárias e a vida real;
clarificação de situações difíceis que comumente surgem no dia-adia dos médicos e estudantes de Medicina; oportunidade de discutir
sobre temas como dor, sofrimento e morte.; necessidade de combinar
o aprendizado técnico-científico ao humanístico. Conclusões: A
Medicina centrada na pessoa é o valor central da especialidade
Medicina de Família. Uma boa prática da Medicina de Família requer
conhecimento do ser humano em sua totalidade, levando-se em
conta seus aspectos físico, emocional, intelectual, espiritual, cultural
e social. O ensino das Humanidade, incluindo a Literatura dentro de
contextos médicos, pode prover um melhor entendimento das questões
humanas mais sutis que tão profundamente influenciam os processos
de estabelecimento das doenças e de recuperação da saúde. Tal
ensino também auxilia no preparo dos estudantes de Medicina
para que possam aplicar os conhecimentos técnico e científico com
discernimento e eficiência. Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP
Curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, São Paulo,
SP
1
2
Melhoria da formação dos alunos de medicina a
partir do trabalho junto à comunidade
Flavio Mitio Takahagui1
Iori Rodrigues Junqueira1
Marcelle Sakamoto Kubo1
Debora Duarte Macea1
Erika Neves de Souza Moraes1
Steeven Shu Kai Yeh1
Rafael Bernhart Carra1
RESUMO: Introdução: A Extensão Médica Acadêmica (EMA)
fundada há mais de uma década, desenvolve um trabalho comunitário
nos bairros Jardim São Luis (Fundação Julita) e Penha (Serviço de
Assistência Social Penha). Nesses dois locais, atuam acadêmicos e
profissionais de Medicina e Fisioterapia da instituição. Nos últimos
10 anos, a saúde brasileira tem tido como enfoque maior a atenção
primária. O EMA tem seguido essas tendências, visando tanto
a conscientização dos profissionais da saúde, quanto à atenção
primária. Objetivos: Promover o atendimento médico e fisioterapêutico
de forma humanizada e interdisciplinar, beneficiando os pacientes e
os alunos que participam do projeto. Um dos objetivos desse projeto
de extensão é oferecer aos alunos uma formação complementar
à grade curricular atual das Faculdades de Saúde para um melhor
panorama geral. Metodologia: Em um local cedido por organizações
das próprias comunidades (Fundação Julita e SASP), são oferecidos
atendimentos assistenciais de medicina e de fisioterapia à população
local. Os atendimentos são realizados aos sábados pela manhã (das
8h ao 12h) nos dois locais de atendimento (Julita e SASP) por meio
de grupos de alunos, tendo cada um seus próprios pacientes e sendo
supervisionados por profissionais formados. Cada grupo atende dois
pacientes por sábado, garantindo duas horas para cada um, tempo
muito superior em relação às consultas atuais. Além disso, os alunos
participam, ao longo do ano, de palestras e cursos de humanização
e filosofia do projeto. Procura-se atingir a comunidade, também, por
meio de outras atividades como: dinâmicas em grupo para promoção da
saúde, campanha do Papanicolaou e visitas domiciliares. As dinâmicas
são grupos de discussão com a comunidade sobre assuntos variados,
como saúde da mulher, hipertensão, diabetes, dentre outros, que são
levados ao público de maneira interativa entre os participantes. São
realizadas mensalmente, apresentando um tema diferente todo mês. A
Campanha do Papanicolaou é realizada em cada local uma vez por ano,
geralmente no mês de junho (Julita) e agosto (SASP), no qual contase com o auxílio de acadêmicos internos e residentes ginecologistas
para realização do exame. As visitas domiciliares visam incluir os
pacientes acamados e cadeirantes que têm dificuldade de chegar ao
local de atendimento. Resultados: Em 10 anos, mais de 300 alunos de
graduação já participaram do projeto, com mais de 600 atendimentos.
Houve inserção da fisioterapia no ano de 2003 no Julita e em 2010, no
SASP. Há previsão de inclusão da nutrição ainda esse ano no EMA.
As dinâmicas começaram em 2009, com a realização de 10 atividades
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
(total dos dois locais). Cerca de 150 pessoas participaram das
dinâmicas, entre alunos e pessoas das comunidades. Foram realizadas
campanhas de papanicolau, beneficiando mais de 300 mulheres dos
dois bairros. Conclusões: O Projeto de Extensão Médica Acadêmica
tem oferecido uma formação completa e complementar aos alunos
de medicina e da fisioterapia da universidade, além dos benefícios
oferecidos às comunidades locais. Com as mudanças constantes
das práticas de saúde, o EMA é uma possibilidade de continuar a
promover atendimentos mais humanos e próximos dos pacientes.
Com a tendência da saúde para implementação da atenção básica, os
alunos do EMA, junto aos seus supervisores, têm implementado ações
de promoção da saúde e inclusão da população como um todo.
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, São Paulo, SP
1
Módulo Especial de Saúde Coletiva: Médicos de
Família promovendo prática reflexiva, cuidados
primários e humanismo
Marco Aurelio Janaudis1
Gilberto Luppi dos Anjos2
Pablo González Blasco3
Carla Demarchi Salvagni4
Cristiane de Oliveira Breda5
Jonathas Ferreira de Sousa6
Mariana Aparecida de Oliveira5
Marjourie Dragoni de Arruda Biscaro5
RESUMO: Introdução: Embora as noções de Saúde Coletiva sejam
imprescindíveis para entender a Medicina de Família na comunidade,
os estudantes olham com receio para essa disciplina. Encontrandose no penúltimo período de formação acadêmica, visam melhorar o
desempenho clinico sendo muito secundário o interesse por políticas
e estratégias de saúde. Objetivos: Apresentar a experiência a
seguir e mostrar como, mediante criatividade e novas estratégias
docentes, é possível reverter esse clima e propiciar aos alunos um
cenário de aprendizado altamente eficaz, assim avaliado por eles
mesmos. Metodologia: Divididos em grupos de 15 alunos, e ao longo
de 10 semanas, todos os alunos do 50 ano frequentaram um dia
completo por semana este módulo, que possui um desenho especial e
se encontra inserido na Disciplina de Saúde Coletiva, da Faculdade de
Medicina de Jundiai. No período da manhã, em sala de aula, os alunos
discutiam casos clínicos reais vistos na semana anterior; refletiam sobre
textos literários e músicas; apresentavam seminários baseados em
artigos previamente determinados (narrativas em cuidados paliativos,
o papel do médico de família perante a morte, a harmonia dos cuidados
médicos, a arte médica, as novas competências do médico de família).
À tarde, dividiam-se em grupos menores para atender os pacientes
na Unidade de Saúde de Família (USF), e os casos atendidos seriam
apresentados para todos na semana seguinte. Resultados:Os
resultados apresentados são um resumo das avaliações que os
próprios alunos fizeram deste Modulo Especial. Relatam, em primeiro
lugar, ter disposto de espaço para refletir sobre os próprios sentimentos,
medos e expectativas, temas sempre latentes, mas que não tinham
encontrado lugar apropriado para uma discussão oficial e construtiva
até esse momento na formação acadêmica. Em atividades práticas na
USF, tanto em consultório quanto em visita domiciliar, os estudantes
aprenderam que a relação médico-paciente eficaz se constrói sobre
o crescimento do médico como pessoa. Daí aprende-se a escutar
o paciente com interesse, com desejo sincero de ajudar. Os alunos
entenderam na prática os valores centrais da Medicina de Família e
Comunidade. Aprenderam igualmente a contemplar a própria atitude
profissional, expuseram abertamente as inseguranças e preconceitos,
desenharam com maior clareza os seus objetivos futuros, como médicos
e, também, como pessoas. Um resultado que os alunos destacaram
de modo unânime foi o crescimento no conhecimento próprio, assim
como a rara oportunidade de compartilhar com os colegas emoções
e profundas reflexões pessoais. Tudo isso facilitado pela presença do
professor que, como observador participante nesta análise qualitativa,
conduziu os seminários e moderou as discussões. Conclusões: Os
cursos de Medicina priorizam a formação do técnico mais do que o
desenvolvimento do ser humano. Dessa forma, o ensino se torna
fragmentado, desconexo, mecânico, focando mais a doença do que o
doente. As consequências dessa prática são sentidas pelos pacientes
que não são olhados com individualidade e pelos médicos que
perdem, na rotina rígida, a paixão pela profissão. Surge a necessidade
de mudar essa trajetória através de projetos pedagógicos inovadores.
O Módulo Especial da Disciplina de Saúde Coletiva da FMJ, em
funcionamento há 2 anos, tem se constituído numa experiência de
sucesso. Incorporando uma metodologia que convoca a afetividade
como parte integrante do processo de construção do conhecimento,
mostra um novo olhar sobre a proposta da Saúde Pública, o que
contribui para a humanização do ensino e da prática da medicina.
Os alunos avaliam o aprendizado como uma surpresa positiva com
a metodologia inovadora utilizada e um amadurecimento substancial
na percepção da medicina, do paciente, e deles mesmos. Uma
proveitosa lição da prática real e possível do humanismo médico,
aliando a ciência e arte da medicina.
Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP
Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo, SP
3
Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP
4
Faculdade de Medicina de Jundiaí, Jundiaí, SP
5
Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo, SP
6
Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Bernardo do Campo, SP
1
2
Morte e morrer: reflexões de um grupo de
estudantes de medicina do 1º ano
Iêda Maria Barbosa Aleluia1
Tiago de Almeida Lemos1
Suyanne Thyerine da Silva Lopes1
Tancredo Alcantara1
Suzane Louise1
Tatiana Pergentino1
Sara Teles1
Tomás Viana1
Victor Cerqueira Silva Araripe1
RESUMO: Introdução: Durante o 2º semestre de 2009 do curso
de medicina, um grupo de alunos da disciplina de Metodologia
Instrumental, preparou um artigo de revisão sobre Morte e o Morrer
como forma de avaliação final exigida. Além da orientação da
professora da matéria, receberam supervisão de outra docente da
escola. Objetivos: Estimular a busca de conhecimento e a preparação
de material científico, proporcionando reflexão sobre a morte e o
morrer.Metodologia: O grupo realizou revisão bibliográfica extensa
e as informações que chegaram foram tão interessantes, que se
aprofundou em pesquisas de campo realizando entrevistas e visita
a UTI. Resultados: Os estudantes finalizaram o artigo e montaram
uma apresentação para o grupo com slides, além de pôster com
o material pesquisado, com a proposta de ser utilizado em uma
oficina sobre o tema. Eles refletiram sobre o crescimento pessoal
que o estudo trouxe, representado no reconhecimento do medo da
morte que tiveram que se deparar ao entrarem na faculdade, com a
importância do estudo da morte e do morrer nos cursos de medicina
e da área de saúde desde o primeiro semestre, o que permite uma
melhor reflexão sobre o assunto. Isto foi definido como teorização
acoplada à prática, despertando no aluno a visão da singularidade
do ser do ser e a complexidade da vida. Conclusões: A teorização e
a percepção da terminalidade da vida foram privilegiadas no estudo
e construção do artigo, destacando a importância de disciplinas e
exercícios com o objetivo prático-vivêncial, que despertam no aluno,
desde o primeiro semestre, o interesse em atender as mais diversas
demandas do paciente e de sua família.
1
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública , Salvador, BA
57
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
O acolhimento psicopedagógico como dinâmica
facilitadora da aprendizagem: um investimento
humano necessário
Margarete Zacarias Tostes de Almeida1
Ivete Pillo Gonçalves1
Juçara Gonçalves Lima Bedim1
Maria Aparecida Machado Orioli1
Wagner Luiz Ferreira Lima1
RESUMO: Introdução: A entrada na universidade constitui um momento
de transição na vida do jovem estudante marcando seu desenvolvimento
sócio-afetivo e cognitivo; transição que exige que este jovem reúna
condições para adaptação à nova realidade e para enfrentamento dos
desafios com os quais irá se defrontar constantemente. Neste contexto
a escolha das estratégias para as intervenções psicopedagógicas
dependerá da particularidade de cada situação, do sujeito aprendiz
que está sendo atendido, acolhido com o intuito de melhor assistilo durante seu processo de formação. Objetivos: O objetivo deste
estudo foi refletir sobre o acolhimento psicopedagógico oferecido
ao estudante do ensino superior tomando como base a realização
de ações de formação e desenvolvimento pessoal e acadêmico,
bem como o encaminhamento de acordo com as demandas
estudantis. Metodologia: Estudo de natureza qualitativa, com coleta
de dados por amostragem em Unidades de Ensino Superior que
oferecem atendimento psicopedagógico. Resultados: O resultado do
estudo corroborou a hipótese de que há uma necessidade de maior
investimento na formação continuada e consistente dos docentes,
sustentada no movimento qualitativo da educação – ação/reflexão/
ação, no âmbito pedagógico, no intento de que estes acompanhem
toda a proposta implementada pelo atendimento psicopedagógico nas
salas de aula, através do desenvolvimento do estudante. Por outro lado,
identificou-se o acolhimento ao estudante na maioria das instituições
de Ensino Superior entrevistada, entretanto, diferenciado na qualidade
e na eficácia no encaminhamento e intervenções. Conclusões: Há
necessidade de maior investimento em profissionais que conduzem
o processo de atendimento psicopedagógico e ensino-aprendizagem
em prol da qualidade e eficácia do acolhimento. Curso de Medicina da Universidade Iguaçu - Campus Itaperuna,
Itaperuna, RJ
1
O módulo de habilidades em comunicação no
currículo médico da Universidade Cidade de
São Paulo através da metodologia de simulação
realística
Carolina Felipe Soares Brandão1
Achille Savarese2
José Lúcio Martins Machado2
RESUMO: Introdução: A simulação tem sido cada vez mais utilizada
para o desenvolvimento de habilidades técnicas aos estudantes de
medicina. Podemos definir simulação como o emprego de simuladores
(robôs) complexos ou não que proporcionam aos alunos vivenciar
situações muito próximas as encontradas na prática profissional;
possibilitando uma maior retenção e compreensão do conhecimento em
questão. É fato que a tecnologia auxilia cada vez mais a capacitação
técnica dos estudantes, porém a preparação humanística tende a ficar
cada vez mais distante das “prioridades” das instituições de ensino
em geral. A aprendizagem comportamental é uma ferramenta que
pode ser realizada através da técnica de simulação, promovendo uma
reflexão humanizada da medicina, contribuindo na capacitação de
alunos mais bem preparados emocionalmente. Objetivos: Relatar a
experiência da inserção da disciplina de habilidades em comunicação
pela metodologia de simulação realística no currículo da medicina
da Universidade de Cidade de São Paulo (UNICID). Metodologia: A
disciplina “Habilidades em Comunicação” se desenvolve pela técnica
de simulação há dois anos para os alunos do 2º semestre de Medicina.
São discutidos cerca de cinco cenários, sendo que os temas escolhidos
tem a característica de impulsionar a reflexão diante de conflitos,
58
buscando alternativas e ferramentas de comunicação para gerenciar
ou negociar uma situação. Os temas utilizados são os que necessitam
de uma postura ativa e empática frente ao paciente como, por exemplo,
a relação médico recém formado e paciente, evento adverso grave,
comunicação de óbito, paciente que não aceita o tratamento entre
outros de complexidade variada. Para a realização dos cenários
foi contratado um ator profissional que recebe detalhadamente as
orientações do caso, ou seja, o comportamento do ator é direcionado
pelos professores antes da realização do cenário, portanto o nível
de conflito é discutido e treinado anteriormente entre os professores
da disciplina. As reações do ator variam de acordo com a postura
do aluno, levando em consideração a linguagem verbal, não verbal,
empatia, capacidade de negociar o conflito entre outros. Os cenários
são realizados por alunos voluntários e que tenham assinado o termo
de consentimento livre e esclarecido. A gravação é realizada em uma
sala específica com uma câmera profissional modelo DSR-PD170,
sendo repassada ao computador através do programa Windows
Movie Maker em sala de aula. Os alunos assistem a gravação com
um check list em mãos a fim de anotar todos os pontos positivos e as
oportunidades de melhoria apresentados no cenário. O debriefing é
mediado pelos docentes da disciplina de acordo com as técnicas de
simulação realística. Resultados: Como resultado desta disciplina
no currículo do curso de medicina da UNICID pode-se observar o
desenvolvimento de uma postura reflexiva dos alunos frente aos
diversos fatores que influem na relação médico-paciente, assim como
a percepção da importância da humanização do atendimento médico.
Não houve qualquer resistência à implantação desta metodologia
por parte discente, uma vez que a técnica de simulação realística de
forma bem empregada, não expõem os alunos participantes, mas sim,
estimula-os à discussão e os prepara para as situações de sua futura
profissão. Conclusões: A implantação do laboratório de simulação
na UNICID nos mostra que além de praticar as habilidades técnicas
já conhecidas, esta metodologia também permite treinar e praticar
habilidades comportamentais, com baixo investimento em recursos
técnicos. Esta metodologia promove uma credibilidade muito superior às
disciplinas que utilizam os próprios alunos como pacientes, explorando
com mais seriedade as dificuldades de comunicação do médico, não
apenas com pacientes, mas com familiares e equipe mutliprofissional.
Os benefícios advindos desta atividade motiva os alunos a participarem
voluntariamente dos cenários propostos, preparando-os para as
dificuldades enfrentadas na atividade médica. Curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo, Santana
de Parnaíba, SP
2
Curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo, São
Paulo, SP
1
Projeto: conheça te a ti mesmo: qual é o seu
tipo?
Fernando Soares Guedes1
Silmara Conchão2
Flávio Mendes2
Maria Alice Melo Rosa Tavares da Silva2
Maria José Pereira Zago3
RESUMO: Introdução: O objetivo final do exercício da medicina
é cuidar de pessoas. Para tanto, conhecer doenças é necessário,
mas compreender pessoas é fundamental. É fundamental estudar o
humano para além do componente biológico (do corpo), é necessário
tentar compreender a essência do ser. A história da medicina mostra
que uma das chaves para tentar entender o ser humano é a tipologia,
esta foi uma ferramenta utilizada por praticamente todos os grandes
expoentes da medicina, em diferentes culturas e civilizações orientais
e ocidentais. Hipócrates tinha a sua tipologia. Objetivos: O objetivo
deste projeto é demonstrar que a tipologia é uma ferramenta importante
para a compreensão do ser humano. Pretende-se apresentar, ensinar,
refletir e difundir este conhecimento. A idéia é chamar a atenção da
academia, do serviço e da população para esta ferramenta. Com o
intuito de estimular o autoconhecimento e demonstrar a importância
de re-introduzir o ensino da tipologia nas faculdades de medicina.
Pretende-se o resgate da medicina humanística, onde o médico é
um profundo conhecedor da natureza humana. Metodologia: Este
projeto prevê 2 momentos distintos. O 1º momento será desenvolvido
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
na Academia, na Faculdade de Medicina do ABC (FmABC). O 2º será
desenvolvido no Serviço, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs)
de São Caetano do Sul (SCS). O estágio em Medicina de Família e
Comunidade na UBS ⁄ Escola em SCS integra o currículo do 5º ano da
FmABC. Neste estágio os internos participam do projeto: “Ensinando
a minha Arte” onde aprendem a Tipologia e como fazer uso desta
ferramenta na prática clínica diária. 1º MOMENTO: Os internos (sob
supervisão) apresentarão a Tipologia para os primeiro-anistas da
FmABC, como parte integrante da disciplina: Bases do Exercício
Profissional. Apresentarão 3 Tipologias: de Hipócrates, da Teoria
dos 5 Elementos da Medicina Tradicional Chinesa e a de Carl Jung.
Terminada a apresentação os alunos serão divididos em 3 grupos, cada
grupo representando uma tipologia. Durante uma semana, cada grupo
receberá a tarefa de divulgar a “sua tipologia” no campus da FmABC..
Para tanto, receberão faixas, cartazes e outros materiais. Cada aluno
do 1º ano terá a tarefa de apresentar a tipologia e estimular 6 indivíduos
(5 alunos e 1 professor) a se enquadrarem nos tipos apresentados.
2º MOMENTO: Este 2º momento será muito semelhante ao 1º. Os
internos apresentarão a tipologia para os integrantes das 20 Equipes
de Saúde da Família (ESF) de SCS. As mesmas 3 tipologias serão
apresentadas, a diferença será que neste 2º momento será utilizada
somente a Tipologia de Jung. Em seguida, cada Equipe receberá a
tarefa de divulgar a prática do autoconhecimento entre os pacientes de
sua UBS. Receberão faixas, cartazes e outros materiais e durante uma
semana farão uma grande divulgação. Cada integrante de cada equipe
terá a tarefa de apresentar a Tipologia de Jung e estimular no mínimo 7
pacientes a tentar se enquadrar nos tipos apresentados. Resultados: O
projeto foi muito bem recebido e acolhido pelo Serviço, gerando grandes
expectativas entre os gestores e os integrantes das ESF. O 2º momento
acontecerá de 12 a 19 de abril deste ano. Por outro lado, a Academia
recebeu o projeto com grande desconfiança, sendo que o 1º momento
que deveria ter sido iniciado em 24 de março foi suspenso na manhã
deste mesmo dia.Conclusões: Apesar dos consistentes esforços
para a substituição do modelo tradicional de organização do cuidado
em saúde, observa-se que o ensino nas Faculdades de Medicina
ainda é fortemente influenciado pelo modelo biomédico e pela ciência
positivista. O curso médico ainda é hospitalocêntrico e voltado para a
formação de especialista. A grade curricular do curso médico é quase
toda voltada para o estudo do biológico. E concentra grande parte da
sua atenção nas dimensões objetivas dos processos, no estudo das
doenças e dos fármacos. Relegando à segundo plano os aspectos
subjetivos e a compreensão do humano.
Centro de Estudos em Novas Tecnologias na Atenção Primária de
São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP
2
Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP
3
Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul,
SP
1
pretendemos mudar isto, queremos focar a atenção no ser humano que
manifesta a doença. Queremos auxiliar os alunos a resgatar o caráter
intersubjetivo da relação médico paciente. Metodologia: Este projeto
é desenvolvido a 3 anos com os alunos do 1º ano da Faculdade de
Medicina do ABC. Os alunos são divididos em grupos, de 5 elementos.
Cada grupo deve entrevistar um paciente e confeccionar uma narrativa
por escrito desta entrevista, onde devem responder a pergunta:
“Quem é a pessoa?“ que foi entrevistada. Os alunos são orientados
a pesquisar a história de vida da pessoa e as relações de nexo entre
os fatos. Devem fazer conexões entre o seu passado, seu presente
e suas aspirações futuras. Buscar correlações entre a doença e a
história de vida do paciente, para ampliar a compreensão da forma
como o paciente vivencia e enfrenta suas adversidades, incluir a
subjetividade e a perspectiva do paciente em sua análise, pois desta
forma passam a reconhecê-lo enquanto sujeito ativo e autônomo.
São orientados a observar as nuances de sua personalidade e, ao
mesmo tempo, serem capazes de sensibilizar-se com as angústias
e vicissitudes impostas pelo sofrimento e pela doença. Observar
ativamente, utilizando os sentidos e a intuição na análise das queixas
e da história do paciente, verificar a compatibilidade entre a linguagem
verbal e não verbal, buscando significados associados à postura, ao
olhar, aos gestos e à fala. Ao final da entrevista devem solicitar que
o paciente avalie o encontro ocorrido. Este procedimento tem por
objetivo contribuir para uma reflexão sobre a prática médica e sobre
a atividade desenvolvida. Da narrativa também deverá constar às
reflexões subjetivas dos próprios estudantes. Posteriormente, cada
grupo de alunos faz uma apresentação desta entrevista em Power
Point para a classe e para os professores. Resultados: A análise das
narrativas produzidas pelos alunos evidenciou que estes se envolveram
com a experiência pedagógica, experimentando diferentes graus de
empatia com os pacientes. O desenvolvimento do projeto produziu
deslocamentos no ponto de vista tradicionalmente adotado pelos
alunos de medicina, mesmo tendo sido desenvolvido no 1º ano do
curso. Verificou-se que quanto maior o grau de empatia estabelecido,
maior a tendência dos narradores em legitimar o ponto de vista dos
pacientes frente ao adoecimento, assim como foi maior o grau de
reflexão sobre a experiência pedagógica vivenciada e sobre a prática
médica. Conclusões: O modelo biopsicossocial proporciona a visão
integral do ser e do adoecer, quando é incorporada à formação
do médico deixa claro que apenas aprendizado das habilidades
técnico-instrumentais é insuficiente para o seu exercício, exige
o desenvolvimento das capacidades relacionais que permitem o
estabelecimento de um vínculo adequado e uma comunicação efetiva.
O objetivo desta atividade é auxiliar os estudantes a desenvolverem
estas habilidades. Compreender o indivíduo que tem uma história,
valores, saberes, sentimentos, e que desenvolveu a doença no contexto
de sua vida.
Centro de Estudos em Novas Tecnologias na Atenção Primária de
São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, SP
2
Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP
3
Secretaria da Saúde de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul,
SP
1
Projeto: quem é esta pessoa?
Fernando Soares Guedes1
Silmara Conchão2
Flávio Mendes2
Maria Alice Melo Rosa Tavares da Silva2
Maria José Pereira Zago3
RESUMO: Introdução: As escolas de medicina enfatizam uma
atenção à saúde embasada no modelo biomédico. Apresentam aos
alunos uma visão restrita e descontextualizada do conceito saúdedoença, reduzindo-o exclusivamente à sua dimensão biológica. Isto
favorece a construção de uma postura de desconsideração aos outros
aspectos do binômio saúde-doença, desvalorizando a dimensão
humana. É necessário uma mudança de ótica, e o instrumento desta
transformação encontra-se no médico, em sua tomada de consciência,
para a importância de considerar os aspectos subjetivos do adoecer.
Objetivos: Com este projeto pretendemos expandir este olhar,
queremos mostrar que adoecer é um processo de múltiplas dimensões
e de muitas causas. Demonstraremos que os fatores psíquicos e
os biológicos estão intimamente relacionados, e que modo de ser e
de adoecer são construções da história de vida de cada pessoa. O
foco da atenção dos profissionais de saúde encontra-se na doença,
Violência e saúde: concepções e vivências de
profissionais de uma Unidade Básica de Saúde
Cristiano Claudino Oliveira1
Margareth Aparecida Santini de Almeida2
Ione Morita2
RESUMO: Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS)
e o Ministério da Saúde (MS) brasileiro definem a violência como
fenômeno multicausal, de múltiplas manifestações e naturezas, cujas
conseqüências afetam de maneira ampla a sociedade, os indivíduos
e, também o setor da saúde, impondo-se como um desafio aos atuais
modelos de assistência e organização.Objetivos: Identificar as
percepções dos profissionais de uma Unidade Básica de Saúde (UBS)
sobre a violência, compreendendo suas estratégias de conduta nas
abordagens da temática e seus contatos prévios com o problema nas
trajetórias de vida pessoal e profissional.Metodologia: A metodologia
desenvolvida foi qualitativa, na modalidade das representações
59
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
sociais. Foram realizadas 17 entrevistas semi-estruturadas,
áudio-gravadas, cujo conteúdo foi transcrito ipis literis e analisado
pela identificação de núcleos recorrentes nas falas dos sujeitos.
Resultados: Independentemente do nível de formação, os profissionais
reconheceram a pluralidade da violência destacando suas múltiplas
manifestações, revelando, porém, despreparo para esse tipo de
abordagem, um reflexo da formação alicerçada na lógica biomédica.
A violência, na comunidade, é subnotificada, pois a população,
intimidada pelo problema, não procura o serviço, e o profissional não
consegue abordá-lo. A atenção primária à saúde é classificada como
despreparada para absorver casos de violência, pelos profissionais
pouco capacitados e carência de suporte no acompanhamento
desses pacientes. Conclusões: A violência subnotificada nessa área
de abrangência representa um microcosmos da realidade de outras
regiões brasileiras, demonstrando fragilidades do sistema de saúde na
capacitação de profissionais e assistência multidisciplinar, justificando
a inserção dessa temática na agenda da saúde pública nacional. Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
essenciais ao próprio doutorando e o introduz aos valores centrais da
medicina de família. Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP
Curso de Medicina Universidade de Marília, Marilia, SP
3
Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP
4
Curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, São Paulo,
SP
5
Faculdade de Medicina de Jundiaí, São Paulo, SP
1
2
Vivências psicológicas relatadas por pacientes
cistectomizados e/ou prostectomizados considerando sua condição de chefe do grupo familiar
Lucas Augusto Monteiro de Castro Tirgo1
Egberto Ribeiro Turato1
1
Visitas domiciliares a crianças com doenças
crônicas e suas famílias: o papel essencial
do Médico de Família no ensino de valores
fundamentais da medicina de família a estudantes
de medicina
Deborah de Senne Oliveira Garcia1
Amanda de Paula Coelho2
Graziela Moreto1
Marina Borges Alves Brasileiro de Faria3
Bruna Camargo Safraider4
Cristiane de Oliveira Breda5
Guilherme Ayres Rossini3
Gabriel Caldato Barsotti3
RESUMO: Introdução: Como cuidar de pacientes crônicos e, em
especial quando estes são crianças? Esta perspectiva, que envolve
a continuidade do cuidado e lidar com as famílias, muitas vezes
sobrecarregada, não é enfatizado no currículo regular das escolas
médicas Objetivos: Médicos de Família, uma vez que lidam com a
continuidade e com as famílias, são capazes de introduzir os estudantes
de medicina neste importante tema. Aqui nós descrevemos um projeto
para ensinar aos estudantes de medicina, valores fundamentais da
medicina de família, dentro de um contexto de visitas domiciliares
a crianças com doenças crônicas. Metodologia: Um grupo de
estudantes de medicina da Faculdade de Medicina Uninove, em São
Paulo, acompanhou médico de família da SOBRAMFA (Sociedade
Brasileira de Medicina de Família), em visitas domiciliares a crianças
com doenças crônicas e relatou seus pontos de vista através de uma
narrativa descritiva. Os alunos relatam as informações aprendidas
e refletem sobre a importância destas na sua formação médica. Os
relatórios dos estudantes foram avaliados através de uma abordagem
qualitativa para enfatizar os resultados. Resultados: O estudo revelou
que os estudantes de medicina envolvidos neste projeto obtiveram uma
ampla perspectiva sobre a complexidade do cuidar de crianças com
doenças crônicas. Assim, aspectos emocionais, a dinâmica familiar,
o ambiente doméstico, a dor e a angústia que as famílias sofrem
para desativar as barreiras a fim de obter medicamentos específicos,
juntamente com problemas financeiros, são retratados todos juntos
em cada visita domiciliar. Os alunos percebem que precisam lidar
com todas essas questões para obter uma assistência mais eficaz
e compassiva. Entendem, ainda, que as visitas domiciliares têm alta
eficácia clínica, uma vez que os pacientes permanecem em seus
domicílios e são menos hospitalizadas Conclusões: Uma proposta
projetada para ensinar estudantes de medicina ao ver crianças com
doenças crônicas em visitas domiciliares com médicos de família é
um cenário de ensino útil, porque revela os aspectos insuspeitados e
60
RESUMO: Introdução: Além do esperado desconforto fisiológico pós
cistectomia ou prostectomia, há desconforto psicológico quanto ao
uso de sondas, que contribui para a diminuição da auto-estima e para
certo sentimento de incapacidade. O uso de fraldas e a incontinência
urinária são associados a uma posição de “decaimento moral”,
referindo-se preferir o isolamento do antigo cotidiano a encará-lo em
sua nova condição. Temores quanto ao risco de impotência sexual
e o desenvolvimento de novas formas de alcançar prazer sexual
foram destaques. A preservação da libido não foi acompanhada da
capacidade fisiológica e/ou psicológica de manter performance. Apesar
da sensação de orgasmo ser alcançada com ou sem ereção, a condição
sexual geral é apontada como de maior ‘infelicidade’. A relação
conjugal não foi referida como abalada e serviu como suporte para
seu seguimento. Desenvolveram-se mecanismos de fuga à realidade,
em que, através de expressões remetendo-se ao passado, o paciente
tenta não se sentir privado como se esta perda tivesse ocorrido sem
estas vivências. Objetivos: discutir significados emocionais relatados
por pacientes que sofreram recente cistectomia e/ou prostatectomia
radical e que exercem papel de provedor em sua estrutura familiar.
Método: clínico-qualitativo com entrevistas semidirigidas de questões
abertas. Amostra por saturação de nove sujeitos no pós-cirúrgico da
retirada de neoplasia de bexiga e/ou próstata. Tratamento dos dados
feito com técnica de análise qualitativa de conteúdo, composta por
leituras flutuantes e categorização dos núcleos de sentido emergentes
nas entrevistas. Discussão dos resultados sustentou-se em quadro
teórico de referenciais psicodinâmicos. Metodologia: clínicoqualitativo com entrevistas semidirigidas de questões abertas.
Amostra por saturação de nove sujeitos no pós-cirúrgico da retirada
de neoplasia de bexiga e/ou próstata. Tratamento dos dados feito
com técnica de análise qualitativa de conteúdo, composta por leituras
flutuantes e categorização dos núcleos de sentido emergentes nas
entrevistas. Discussão dos resultados sustentou-se em quadro teórico
de referenciais psicodinâmicos. Resultados: Além do esperado
desconforto fisiológico pós cistectomia ou prostectomia, há desconforto
psicológico quanto ao uso de sondas, que contribui para a diminuição
da auto-estima e para certo sentimento de incapacidade. O uso de
fraldas e a incontinência urinária são associados a uma posição
de “decaimento moral”, referindo-se preferir o isolamento do antigo
cotidiano a encará-lo em sua nova condição. Temores quanto ao
risco de impotência sexual e o desenvolvimento de novas formas de
alcançar prazer sexual foram destaques. A preservação da libido não
foi acompanhada da capacidade fisiológica e/ou psicológica de manter
performance. Apesar da sensação de orgasmo ser alcançada com
ou sem ereção, a condição sexual geral é apontada como de maior
‘infelicidade’. A relação conjugal não foi referida como abalada e serviu
como suporte para seu seguimento. Desenvolveram-se mecanismos
de fuga à realidade, em que, através de expressões remetendo-se ao
passado, o paciente tenta não se sentir privado como se esta perda
tivesse ocorrido sem estas vivências.Conclusões: Adversidades
encontradas no tratamento são superadas e a gratificação permanece.
Maior queixa é a queda brusca na qualidade da vida sexual, seguida
pela atenção ao tratamento da incontinência urinária. Os grupos de
apoio, como os freqüentados antes e após a cirurgia, serviram para
instrução no decorrer do tratamento.
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, SP
1
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
• Instrumentos de Avaliação
A visão dos estudantes de enfermagem e medicina
quanto ao uso do portfólio reflexivo
Maria Yvette de Aguiar Dutra Moravcik1
Maria José Sanches Marin1
Mercia Ilias1
Ieda Francischetti1
Adriana Paula Congro Michelone1
Elza de Fátima Ribeiro Higa1
RESUMO: Introdução: O portfólio reflexivo é considerado um
importante instrumento de acompanhamento do desenvolvimento
do estudante, tanto para o docente como para ele próprio, uma vez
que a narrativa dos fatos vivenciados no cotidiano, com destaque
dos aspectos relevantes, possibilita reflexão sobre os mesmos, com
consequente identificação dos avanços e dificuldades no processo
de aprendizagem. O uso do portfólio vem ao encontro das novas
propostas de ensino aprendizagem que propõe o “conhecimento na
ação” e a ”reflexão sobre a reflexão na ação” (CAMPOS; PESSOA,
1998). Objetivos: Considerando que o portfólio reflexivo foi implantado
nos Cursos de Enfermagem e Medicina, em 2003, no presente
estudo propõe-se a analisar a visão dos estudantes quanto ao seu
uso. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, realizado com
estudantes da 3ª e 4ª séries do Curso de Enfermagem e da 4ª, 5ª e 6ª
séries do Curso de Medicina. A coleta de dados foi realizada por meio
da técnica de grupo focal realizada com cada uma das séries, com oito
estudantes por grupo. O grupo focal contou com a questão norteadora
“Qual a sua opinião a respeito do uso do portfólio reflexivo? As falas
dos estudantes foram gravadas transcritas na integra. Para análise
dos dados elegeu-se a técnica de análise de conteúdo, modalidade
temática, conforme proposta por Bardin, 2003. Resultados: Assim
realizaram-se a leitura flutuante do conjunto das comunicações;
organização do material, considerando normas de validade e definição
das unidades de registro. Na sequência realizou-se a codificação dos
dados brutos visando a alcançar o núcleo de compreensão do texto, o
tratamento dos resultados obtidos e interpretação a partir de inferências
previstas no seu quadro teórico. Foram identificadas as seguintes
categorias temáticas: O uso do portfólio – “instiga a reflexão sobre a
prática e sobre si mesmo”; “Processo de reflexão diário que possibilita
identificar o feito e o não feito”; “Proporciona segurança quanto ao
processo de aprendizagem”; “Depende do efetivo diálogo professor/
estudante”; “É cansativo e demanda tempo na sua realização”.
Conclusões: Deprende-se que o uso do portfólio representa um
instrumento que permite a construção do conhecimento de forma
ativa e reflexiva e a clara visualização dos avanços e dificuldades do
estudante. No entanto ao demandar efetivo diálogo entre professor/
estudante e ser considerado como cansativo, pode-se compreender
a necessidade de preparo, disposição e disponibilidade dos atores
envolvidos no processo. Salienta-se a necessidade de outros estudos
visando aprofundar a perspectiva do uso deste instrumento, haja visto
o seu caráter de avaliação contínua e abrangente das habilidades do
estudante.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Análise de um Programa de Residência Medica
(RM) em Pediatria à luz do perfil profissional dos
egressos
Vera Hermina K Koch
Ulysses Doria Filho1
Valdes Roberto Bollela2
1
RESUMO: Introdução: A avaliação do perfil do egresso médico,
através de questionários auto aplicáveis, é útil para verificar o
sincronismo entre o treinamento fornecido e a demanda ao exercício
profissional apresentada pela comunidade Este recurso nunca foi
utilizado na avaliação da Residência Médica (RM) em Pediatria no
Brasil Objetivos: Analisar os resultados do programa de Residência
Medica do Departamento de Pediatria com base em informações do
egresso 1997-2008 quanto a perfil profissional e compatibilidade entre
programa curricular e os desafios da pratica clinica na comunidade.
Metodologia: Analisou-se, através de um questionário padronizado,
o perfil profissional dos egressos de um programa de RM de Pediatria
no período 1997-2008, e a compatibilidade entre o programa curricular
oferecido e a pratica clinica na comunidade. Pode-se localizar o
endereço eletrônico de 297 /446 egressos,, dos quais 150 responderam
a pesquisa online, após consentimento informado. Resultados: A
análise dos dados mostrou que 126 são do sexo feminino, idade
média 31,9± 2,8 anos (26,2-37,6), 61,3% é oriunda do Estado de São
Paulo (SP), 64% atuam profissionalmente em SP no momento atual.
A totalidade dos egressos provenientes das regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste, se estabeleceu em São Paulo após o termino do curso,
enquanto que 25% dos paulistanos migraram para outras cidades ou
para o exterior. Todos optaram pelo programa avaliado pela notoriedade
da instituição. A escolha da especialidade Pediatria foi relacionada ao
afeto pela criança, à preferência de exercício profissional voltado
â criança e a característica generalista do trabalho do pediatra. Os
estágios considerados mais importantes para o exercício profissional
foram ligados à Emergência, à Neonatologia, ao Ambulatório Geral
e as enfermarias de atenção secundária e terciária. O programa foi
considerado “adequado” por 76% respondedores. Dentre as mudanças
sugeridas estão: maior exposição às especialidades pediátricas,
preparo para atuação em clinica privada e tempo para estudo/ pesquisa,
72% dos egressos aprovaram uma ampliação da RM Pediatria
para 3 anos, 66% visando aumentar a exposição às especialidades
pediátricas; 84% julgaram que a RM os preparou para as intercorrências
do cotidiano profissional; 78% consideraram-se profissionalmente
realizados e 22% parcialmente realizados por apresentarem renda
mensal inferior à esperada e por ainda não terem iniciado/ concluído a
pós – graduação; 54% exercem alguma função docente, principalmente
em serviços públicos. A renda dos entrevistados deriva, em ordem
decrescente, de empregos públicos, hospitais privados e da clínica
privada. Dentre as expectativas futuras predominaram o inicio/termino
da pós- graduação, o aprimoramento/reconhecimento profissional e
a melhoria da renda, com foco em clinica privada. Conclusões: Em
conclusão, os egressos sentem a necessidade de uma formação mais
sólida nas especialidades pediátricas, inclusive para atuação em clinica
privada de pediatria geral. O egresso do programa apresenta tendência
a manter-se na vida acadêmica e, em geral, se estabelece na cidade
de São Paulo, não retornando ao seu estado de origem. 1
2
Instituto da Criança-HCFMUSP, São Paulo, SP
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Análise do Exame do CREMESP 2009 segundo os
critérios do National Board of Medical Examiners
(NBME)
Carlos Fernando Collares1
Valdes Roberto Bollela1
João Carlos S. Bizario1
Waldir Grec1
José Lúcio Martins Machado1
RESUMO: Introdução: Desde 2005 o Conselho Regional de Medicina
do Estado de São Paulo (CREMESP) realiza anualmente o Exame
de Avaliação dos acadêmicos egressos de escolas médicas. Assim
o Conselho acredita estar identificando deficiências na formação
do médico do Estado de São Paulo e contribuindo efetivamente
para a melhoria da qualidade do ensino médico no país. Desde sua
implementação existe um caloroso debate sobre a utilização de exames
deste tipo para concessão de registros profissionais aos médicos. Em
exames decisivos (“high-stakes examinations”) é fundamental que
os testes sejam psicometricamente válidos, confiáveis e tenham alto
61
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
poder discriminativo. Do ponto de vista taxonômico, as avaliações
discentes devem ainda mensurar níveis cognitivos elevados, como
a capacidade de resolução de problemas em casos clínicos, ao
invés da mera memorização de informações. Objetivos: Avaliar
as questões do exame do CREMESP, conforme as orientações do
manual de construção de questões do National Board of Medical
Examiners (NBME), entidade responsável por exames similares nos
Estados Unidos da América há várias décadas. Metodologia: As
120 questões da primeira fase do Exame de 2009 foram revistas e
avaliadas para detecção de questões cujos enunciados não utilizaram
casos clínicos, além de erros técnicos de redação identificados
como não-conformidades, as quais deveriam ser evitadas conforme
o referencial teórico supracitado. Resultados: Parcela significativa
das questões não utilizou casos clínicos em seu enunciado (N=45;
37,50%), o que limita a avaliação de níveis cognitivos mais elevados.
Foram encontradas 53 não-conformidades em 41 questões (34,17%
da prova). Uma questão apresentou três não-conformidades, 10
questões apresentaram duas não-conformidades e 30 questões, uma
não-conformidade. As ocorrências mais comuns foram: questões
com enunciado negativo (“exceto”, “não”) (N=10; 8,33%); opções com
termos vagos (“freqüentemente”, “geralmente”) (N=9; 7,50%); opções
com termos absolutos (ex.: “nunca”, “sempre”, “todas”, “nenhuma”)
(N=7; 5,83%) e enunciados “vazios” (“unfocused stems”) (N=7;
5,83%). Dentre as 120 questões, 55 (45,83%) foram consideradas
adequadas, seja pelo nível cognitivo mensurado, seja pela ausência
de não-conformidades. Conclusões: Exames com testes de múltipla
escolha, se adequadamente construídos, têm se mostrado uma das
melhores estratégias para avaliação cognitiva. Todavia, há dúvidas se
tal Exame seria capaz, isoladamente, de concluir sobre a qualidade
da formação e a capacidade profissional de futuros médicos. Tais
inferências dependem da avaliação de um conjunto de competências
dificilmente examináveis por um único método de avaliação. A
frequência de problemas técnicos no Exame compromete a justiça
da prova (“fairness”), sua validade e confiabilidade, especialmente se
houver intenção de utilizá-la para concessão de licença profissional.
Além do índice de dificuldade das questões, seria importante também
a realização e publicação de análises psicométricas post hoc mais
aprofundadas, como os índices de discriminação, a análise fatorial
e o alfa de Cronbach, para determinação dos níveis de validade e
confiabilidade do Exame. A nota de corte para aprovação deveria ser
determinada por métodos específicos, como os de Angoff, Hofstee,
Ebel e suas modificações. A disponibilização de um feedback detalhado
poderia auxiliar as instituições formadoras na avaliação e requalificação
de seus próprios programas. É necessário sistematizar o processo de
confecção e análise das questões utilizadas no Exame, bem como
ampliar a consonância com as diretrizes curriculares vigentes, no intuito
de garantir a qualidade do Exame como instrumento de avaliação dos
egressos.
1
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Análise psicométrica do teste de progresso
individual (TPI) realizado pelo curso de Medicina
da Universidade Cidade de São Paulo no segundo
semestre de 2009
Carlos Fernando Collares1
Waldir Grec1
Valdes Roberto Bollela1
José Lúcio Martins Machado1
RESUMO: Introdução: A alta qualidade na avaliação de competências
em escolas médicas requer o uso integrado de diversos instrumentos.
Além de propriedades psicométricas adequadas, os instrumentos de
avaliação devem ser exeqüíveis e direcionados a partir dos objetivos
pedagógicos, considerando o contexto e o ambiente de avaliação. O
teste de progresso tem sido utilizado com sucesso tanto em escolas
médicas tradicionais quanto naquelas que utilizam a aprendizagem
baseada em problemas. É utilizado também em programas de
pós-graduação e tem mostrado exeqüibilidade e boa relação custobenefício. Os testes de progresso não são ligados a nenhum módulo
62
e/ou disciplina do currículo e são aplicados para os alunos de todas
as etapas do curso. Por serem abrangentes, considera-se que
avaliem a aprendizagem mais significativa, ao invés do mero “estudo
para a prova”. Todavia, questões de múltipla escolha supostamente
tendem a avaliar níveis taxonômicos mais baixos, sendo criticadas
quando avaliam apenas a memorização de fatos isolados. O curso
de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) realiza
semestralmente o TPI, na forma de uma prova com 75 questões
de múltipla escolha com enunciados envolvendo situações clínicas,
procurando-se observar as orientações do manual do National Board
of Medical Examiners (NBME). Objetivos: Estudar as propriedades
psicométricas do TPI realizado na UNICID no segundo semestre de
2009. Metodologia: As 75 questões do TPI foram avaliadas por meio
de estatística descritiva e das medidas tradicionais da teoria clássica
dos testes, como índices de dificuldade e de discriminação, além da
correlação ponto-bisserial. Calculou-se a correlação ponto-bisserial de
todas as alternativas, no intuito de identificar questões com percentual
elevado respostas erradas entre alunos de elevado desempenho final
no TPI. A análise fatorial exploratória foi realizada para assegurar a
correção do valor do coeficiente do alfa de Cronbach, o qual é calculado
para determinar a confiabilidade da prova, por meio de sua consistência
interna. Para a realização das análises foram utilizados os softwares
ITEMAN e SPSS. Resultados: Dos 600 estudantes regularmente
matriculados, 385 (64,16%) realizaram o TPI. A média de acertos entre
os estudantes de todas as etapas foi de 27,984 questões (37,31% da
prova, o que resultou em um índice de dificuldade médio de 0,627),
com um desvio padrão de 6,944. A assimetria da curva (“skewness”)
foi de 0,395. A curva mostrou-se também platicúrtica (–0,088). A
correlação ponto-bisserial média foi de 0,202. A análise fatorial revelou
a unidimensionalidade do TPI, conforme observado no scree plot, com
a solução unifatorial resultando em um eigenvalue aproximado de 4,9.
O cálculo do alfa de Cronbach resultou em um coeficiente de 0,707.
Apesar disso, 18 questões (24%) mostraram alternativas erradas com
correlações ponto-bisseriais significativamente superiores à alternativa
correta. Conclusões: O valor do alfa de Cronbach demonstra que o
TPI apresentou ótima confiabilidade. A assimetria indica que houve leve
desvio para a esquerda em relação ao desempenho, o que pode estar
relacionado ao elevado percentual de ausentes em algumas etapas
mais avançadas. Por outro lado, a curtose discretamente negativa
indica pouco desvio da distribuição normal. O achado de alternativas
erradas com correlações ponto-bisseriais significativamente superiores
à alternativa correta, juntamente com a determinação dos índices
de dificuldade, não apenas identificou questões que permitiam
interpretações dúbias; mas também sinalizou quais áreas do currículo
poderiam necessitar de ajustes no processo de ensino-aprendizagem.
A realização de estudos sobre as propriedades psicométricas de
instrumentos de avaliação, como o TPI, é uma ferramenta de apoio à
garantia da qualidade na educação médica, fornecendo informações
que auxiliam não apenas no aprimoramento dos programas de
avaliação, mas também na integração curricular e no desenvolvimento
docente.
1
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Avaliação de atividades em conjunto de disciplinas
básico-clínicas na FMUSP sob diferentes
olhares
Viviane Olivastro Bressani1
Gladis dos Santos1
Maria Aparecida Basile1
RESUMO: Introdução: A USP proporciona aos seus pós-graduandos
stricto sensu a oportunidade de participar do Programa de
Aperfeiçoamento de Ensino (PAE), a fim de capacitá-los para a atividade
docente por meio de Etapa prévia de Preparação Pedagógica e de
Estágio Didático Supervisionado (EDS) em disciplinas da graduação.
A disciplina escolhida para estágio neste semestre foi o Conjunto de
Moléstias Transmissíveis (CDMT) do currículo nuclear do 4° ano do
curso médico da FMUSP, de periodicidade semestral, duração de
sete semanas e composto pelas disciplinas de Microbiologia Médica,
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Parasitologia e Imunologia Médica do Instituto de Ciências Biomédicas/
USP, e pelas disciplinas de Patologia, Clínica e Bases do Controle e
Prevenção de Moléstias Transmissíveis da FMUSP. O CDMT tem como
objetivo oferecer aos estudantes as bases para a compreensão da
saúde/moléstia/comunidade e colocá-los em contato com a realidade
médica brasileira e visa fornecer, de forma integrada, os conhecimentos
sobre as relações dinâmicas entre o agente etiológico, o hospedeiro
e o meio ambiente. A atuação da estagiária no CDMT consistiu em
acompanhar atividades em blocos temáticos, participar da reunião dos
coordenadores das disciplinas sobre planejamento, acompanhamento e
avaliação das atividades desenvolvidas, aplicação/análise de diferentes
instrumentos de avaliação e discussão/apresentação dos resultados
das avaliações para docentes e discentes. Objetivos: Avaliar as
atividades do CDMT na visão dos estudantes, dos docentes e dos
estagiários do PAE/FMUSP no controle de qualidade de sua proposta
educacional. Metodologia: 1. A avaliação do CDMT foi realizada, em
diferentes etapas, por meio de questionários para o curso do primeiro
semestre de 2010: a) Avaliação discente de cada uma das atividades,
de aplicação semanal; b) Avaliação didática da atividade pela estagiária
PAE via ficha semi – estruturada; c) Entrevista com docentes pela
estagiária; d) Avaliação intermediária das atividades; e) Avaliação final;
2. Comparação dos resultados destas avaliações com levantamento
das avaliações dos cursos de 2006 a 2009. Resultados: A discussão
dos resultados das avaliações semanais com discentes e docentes
permitiu analisar os pontos positivos e negativos de cada uma das
atividades com propostas de aprimoramento para cursos futuros, além
da possibilidade de investimentos no presente. A avaliação intermediária
permitiu um controle da proposta integrada inicial, enquanto a avaliação
final nos permitiu saber se os objetivos propostos foram atingidos: A
comparação das avaliações do CDMT deste semestre com os cursos
de 2006 a 2009 nos permitiu analisar as readequações/aprimoramentos
implementados em relação às atividades conjuntas das seis disciplinas,
a partir de críticas/sugestões dos diferentes atores envolvidos no
processo. Conclusões: A implementação da cultura de avaliação
estabelecida no CDMT, calcada na parceria professores/estudantes/
estagiários PAE, permitiu uma reflexão contínua sobre a proposta de
integração básico-clínica interdisciplinar, bem como a necessidade
de implementação de mudanças curriculares centradas na relação
docente/discente. A proposta do EDS para estagiários PAE obtida
no CDMT possibilitou a percepção na prática da complexidade do
processo educacional e das inúmeras variáveis envolvidas no processo
de ensino-aprendizagem.
ensino-aprendizagem do Curso de Medicina da Universidade Cidade
de São Paulo em seus diversos aspectos através da percepção dos
estudantes obtida a partir da aplicação do DREEM. Metodologia:
Nesta pesquisa foi aplicado o Dundee Ready Educational Environment
Measure (DREEM),inventário validado internacionalmente com 50
itens, individualmente a cada estudante. O escore do inventário, com
a escala de Likert, é de no máximo 200. É constituido de 50 itens que
avaliam cinco diferentes aspectos. Doze itens avaliam a percepção do
aprendizado, 11 itens, a percepção do ensino, 8 itens, a autopercepção
academica, 12 itens, o ambiente e 7 itens, a autopercepção social, com
escores máximos de 48, 44, 32, 48 e 28 respectivamente. O DREEM
foi aplicado aos estudantes de cada Etapa do curso, distribuidos da
seguinte maneira: 35 estudantes da Primeira Etapa, 25 estudantes
da Segunda Etapa, 35 estudantes da Terceira Etapa, 28 estudantes
da Quarta Etapa e 37 estudantes da Quinta Etapa. Os dados obtidos
foram analisados e comparados com dados da literatura mundial,
especialmente com o trabalho de validação do inventário DREEM de
1997. Resultados: Os resultados obtidos comparados com o escore
máximo possivel foram os seguintes: Escore global = 131/200 Escore
Médio de Primeira a Quinta Etapas para Cada Aspecto: Percepção da
Aprendizagem = 31/48 Percepção do Ensino= 28,9/44 Autopercepção
Academica= 21/32 Percepção do Ambiente = 32,3/48 Autopercepção
Social= 17,8/28 Na análise do escore de cada item do inventário
DREEM os itens a seguir obtiveram escore menor que 2, considerado
um escore muito baixo indicando aspectos que merecem maior
atenção: itens 3, 14, 24, 25 e 27. Conclusões: A analise dos dados
obtidos permitiu a avaliação do ambiente de ensino-aprendizagem do
Curso de Medicina à partir da visão do estudante, sendo que os escores
estão em média com valores próximos da faixa citada pelos trabalhos
internacionais como sendo de aspectos favoráveis. Alguns poucos
itens receberam escore menor do que 2 considerado muito baixo e que
indica a necessidade de maior atenção para com o aspecto avaliado.
Alguns itens tiveram a percepção quase unânime dos estudantes
das diversas etapas com atribuição de um escore abaixo de 2, como
o item 27 - o ensino salienta em excesso o aprendizado efetivo, e o
item 4- sou capaz de memorizar tudo do que preciso. Concluímos que
a metodologia aplicada mostrou-se muito útil na análise do ambiente
de ensino-aprendizagem. A partir dos dados obtidos pode-se elaborar
propostas de implementação de atividades para atender à demanda
obtida na pesquisa. Novas aplicações do DREEM podem ser realizadas
com a finalidade de acompanhar a percepção do estudante ao longo
de sua evolução nas Etapas do curso.
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, São Paulo, SP
1
1
Avaliação do Ambiente de Ensino-Aprendizagem
do Curso de Medicina da Universidade Cidade de
São Paulo - 2006
Sandra Maria Alessandri Ribeiro1
José Lúcio Martins Machado1
RESUMO: Introdução: O Curso de Medicina da Universidade Cidade
de São Paulo utiliza a metodologia ativa de aprendizagem e o ingresso
de estudantes ocorre no inicio de cada semestre. Cada Semestre do
curso é denominado Etapa de modo que a Primeira e Segunda Etapas
compõem o primeiro ano e assim sucesssivamente. Esta pesquisa
foi realizada em Maio de 2006 com 160 estudantes que aceitaram
participar voluntariamente da pesquisa de um total de 250 estudantes
matriculados nas cinco Etapas semestrais do curso que estavam em
andamento na época. Foi realizada a avaliação do ambiente de ensinoaprendizagem do Curso de Medicina da Universidade de São Paulo
com aplicação do Dundee Ready Educational Environment Measure
(DREEM), um inventário validado internacionalmente composto de
cinquenta itens. A resposta dos 50 itens pelo estudante permite
a avaliação de cinco diferentes aspectos do ambiente de ensino
aprendizagem: percepção do aprendizado, percepção do ensino,
autopercepção academica, percepção do ambiente, autopercepção
social. Os escores médios obtidos na pesquisa estão apresentados
na forma de tabelas e gráficos. Objetivos: Avaliar o ambiente de
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Avaliação do posicionamento perante questões
éticas em cirurgia plástica por parte de alunos
de uma Faculdade de Medicina após aulas
expositivas da matéria bioética e discussão
acerca do tema “Ética em Cirurgia Plástica”
João Luiz Darques Ferreira1
Amanda Vieira Matos2
Raíssa Pereira Fernandes2
Juliana Silva Dias2
Ricardo Augusto M. B. Costa2
RESUMO: Introdução: Ética e estética são dois conceitos que
caminham juntos. Quando esta estética refere-se a cirurgias plásticas
esses conceitos se entremeiam ainda mais. As cirurgias plásticas são
uma forma de adaptação ao que a sociedade impõe como padrão
estético a fim de que a pessoa se integre ao que é esperado e imposto
a ela. Desta forma, deve-se ter uma responsabilidade por parte dos
profissionais médicos a fim de que as intervenções sejam feitas com
resguardo e cuidado com a integridade do paciente. Objetivos:
Procurando avaliar esta responsabilidade, realizou-se este trabalho,
cuja finalidade era avaliar a influência dos valores pessoais e da
conscientização realizada pelas aulas sobre o tema e discussões
acerca da leitura de uma monografia de “Bioética em Cirurgia Plástica”,
no posicionamento perante questões éticas que surgem diariamente
nesta prática médica. Metodologia: Utilizou-se, como metodologia,
63
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
questionários que propunham sete situações retiradas de bibliografias
diferentes e que, segundo dados da Sociedade Brasileira d e Cirurgia
Plástica(SBCP), são as principais causas de processos éticos contra
cirurgiões plásticos, sendo que cada aluno teve que classificar o
posicionamento médico, na situação, numa escala que variava de
ético até extremamente antiético. Além disso, foram questionados
também quanto ao seu posicionamento perante o dilema atual sobre
o entendimento da cirurgia estética como obrigação de meio ou
resultado. Resultados: Tivemos como resultado a presença de um
posicionamento bem homogêneo dos alunos, mesmo que a qualificação
majoritária de algumas situações fugisse do que é proposto pela
SBCP e pelos Conselhos de Ética Médica. Conclusões: Concluiuse com isso que, devido a permanência de valores leigos, mesmo
depois da tentativa de conscientização através da Bioética, existe o
comprometimento ético desta prática médica, trazendo como uma
necessidade a reformulação da matéria ou a criação de métodos
alternativos para gerar a mudança destes entendimentos.
esse processo, percebem a importância da avaliação e a necessidade
de sua implantação permanente e institucionalização. A análise das
respostas desta pesquisa criou a base para uma visão mais abrangente
do processo, levou todos a pensar sobre essa prática, quanto a sua
potencialidade e possibilidades, e tornou-se objeto (como processo) e
procedimento de reflexão da avaliação como promotora de mudanças
de conhecimentos, habilidades e atitudes. A avaliação engloba,
portanto múltiplos aspectos e múltiplos olhares.
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO
Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, GO
RESUMO: Introdução: O conhecimento de genética médica está
em expansão e impacta as diversas áreas de cuidado em saúde.
Na disciplina de Genética I de uma universidade federal o conteúdo
selecionado e a metodologia utilizada visam a apresentar conceitos da
genética aplicados às diversas especialidades médicas. A disciplina é
ministrada no 3° período do curso de medicina e tem, em média, 70
estudantes matriculados. Desde o segundo semestre de 2008 uma
das avaliações realizadas é denominada Maratona Lost e consiste
na apresentação oral de dez grupos no período de quatro horas. Esta
avaliação tem como objetivo estimular a busca ativa de conhecimento
e as habilidades de planejamento e comunicação. Objetivos: Relatar
experiência de avaliação planejada em conjunto por docentes, monitores
e estudantes, sua realização e avaliação. Metodologia: O planejamento
da avaliação é realizado em sala de aula, no período de três horas. Os
estudantes recebem o Termo de Referência da atividade, uma situação
problema e, em seguida, a turma é dividida em três grupos. Cada grupo
escolhe: líder de discussão, gerente de tempo, relator e anotador e utiliza
o Jogo do Plano de Grove para ser preenchido e orientar a apresentação
da sua produção. Após estas apresentações o planejamento final é
coletivo, envolvendo estudantes, monitores e professores. Os critérios
de avaliação são acordados no planejamento. Os dez grupos formados
para as apresentações recebem um tema motivador para estudo:
artigo científico ou reportagem de revista/jornal. Os estudantes são
informados de que é necessária a busca de bibliografia complementar
e que o formato das apresentações é livre, com estímulo à criatividade.
Resultados: A avaliação foi realizada conforme planejada, nas três
versões. As apresentações foram criativas, os estudos bem realizados,
e os grupos cumpriram o tempo pré-estabelecido. As apresentações
foram avaliadas por professores e monitores da disciplina e professores
convidados. A avaliação da própria Maratona Lost foi realizada por
escrito, em folhas de papel A3 afixadas na sala de aula, com os
títulos: “Que bom!”, “Que pena!” e “Que tal?” para que os discentes
expressassem suas impressões e sugestões. Conclusões: A avaliação
é um componente formativo da educação e é relevante envolver o
estudante no planejamento desta atividade. A seleção de temas que
aproximam o conteúdo da disciplina da realidade cotidiana pode motivar o
estudo. Os estudantes destacaram ter gostado de planejar a sua própria
avaliação, de exercitar a criatividade e consideraram ter aprendido mais
nesse formato do que com provas tradicionais.
1
2
Avaliação docente: a visão do aluno
Alexandre Alberto Cunha Mendes Ferreira1
Marcia Rodrigues Garcia Tamosauskas1
RESUMO: Introdução: Um dos aspectos do desenvolvimento docente
é a sua atividade nos diferentes espaços pedagógicos (saberes
da experiência), desse modo a avaliação de seu desempenho é
necessária e deve ocorrer sob múltiplos aspectos. Com essa finalidade
um instrumento de avaliação da atividade docente pelos alunos foi
elaborado pelo Diretório Acadêmico (em parceria com professores),
aplicado e tabulado pelos discentes. A preocupação com a qualidade
e pertinência da avaliação nos leva a reflexão quanto à participação
na resposta ao questionário e reflexão dos alunos a respeito do
processo. Objetivos: Conhecer a percepção e expectativa dos
alunos em relação ao processo de avaliação da atividade docente
pelo discente, promovido pelo diretório acadêmico. Metodologia:
Pesquisa de cunho quanti/qualitativo, foi aprovada pelo CEP da
instituição (121/2009). O instrumento de coleta de informações foi um
questionário semiestruturado, respondido por alunos do 2º e 3º ano
do Curso Médico . Os alunos avaliaram os docentes das disciplinas do
ano anterior. O questionário foi auto aplicado. Os dados quantitativos
foram avaliados por porcentagem simples e os dados qualitativos
foram analisados usando os pressupostos da Análise de Conteúdo.
Resultados: Os questionários foram distribuídos para 200 alunos e
122 alunos responderam ao questionário (61%). Quando foi perguntado
sobre a dificuldade em preenchimento do questionário. Foi observado
que: 100 (81,97%) alunos não encontraram dificuldade, 14 (11,48%)
sim e 08 (6,55%) não responderam; 98 alunos (80,33%) não mudariam
nenhum item, 19 (15,57%) mudariam e 05 (4,10%) deixaram em branco.
Desse modo o instrumento foi considerado de fácil preenchimento e
adequado sob a perspectiva do aluno. A questão - Atuação docente
é influenciada pela avaliação? - foi respondida da seguinte forma:
105 (86,06%) sim; 16 (13,12%) não e em branco 01(0,82%). Quando
foi analisada a importância da avaliação do docente pelo aluno 121
(99,18%) respondem sim e 01(0,82%) não. Na análise do conteúdo de
comentários sobre a importância dessa avaliação observamos como
categorias relevantes: - melhoria no ensino – na fala de um aluno: “para
a melhoria da faculdade como melhoria das aulas administradas, do
conteúdo a ser aprendido e da qualidade das aulas dos professores”; - a
perspectiva do aluno: “é possível verificar se o trabalho docente é efetivo
ou não, devido ao grande contato professor-aluno”; - sua capacidade
para avaliar: “ eles que sabem se está sendo proveitosa a aula e se ela
está sendo compreensíveis, já que eles são o maiores interessados”
e - promover mudanças: “para ter parâmetros para mudança; Só
assim pode-se mudar atitudes, métodos, aulas de alguns docente”.
Conclusões: A iniciativa de avaliação do docente pelos alunos, não se
limitou à resposta ao instrumento, mas à construção de uma concepção
de avaliação e esta pesquisa mostra a importância dessa participação
discente. O processo de avaliação foi objeto de reflexão para alunos e
professores. Os alunos, enquanto estimuladores e responsáveis por
64
1
Faculdade de Medicina do ABC, São Bernardo do Campo, SP
Avaliação planejada por estudantes, monitores
e docentes
Regina Lugarinho1
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
RJ
1
Avaliação prática na Residência Médica: A
experiência do Objective Structured Clinical
Examination (OSCE) em Geriatria
Luiz Antonio Gil Jr.1
Thiago Junqueira Avelino da Silva1
Flávia Campora1
Elina Lika Kikuchi1
Wilson Jacob Filho1
RESUMO: Introdução: O OSCE (Objective Structured Clinical
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Examination) é um método alternativo, porém já bem estabelecido,
de avaliação, que tem como grande benefício comparado com
instrumentos convencionais a possibilidade de avaliação não apenas de
conhecimento teórico, mas também de habilidades práticas, incluindo
comunicação com o paciente/família e realização de exame físico.
Objetivos: Implementar um modelo de OSCE em uma residência
médica de Geriatria e comparar seus resultados com a avaliação teórica
tradicional. Metodologia: Foram avaliados 15 alunos do programa
de residência médica em Geriatria do segundo ano de duas formas:
avaliação tradicional (prova teórica escrita) e depois avaliação em
prova prática tipo OSCE. Esta consistia de 8 estações com duração
de dez minutos, com enfoque em diversas áreas de conhecimentos e
habilidades do atendimento geriátrico. Cada estação foi avaliada por
médico geriatra treinado, através de formulário estruturado contendo
gabarito previamente estabelecido. Os itens da avaliação foram
subdivididos para propósito de análise estatística nos seguintes grupos:
conhecimentos médico-teóricos (CMT) e capacidade de comunicação
(CCOM). Em cada estação, as respostas foram pontuadas de 0 a 10.
Resultados: A média de pontuação dos alunos foi de 6,80±0,73 na
avaliação teórica escrita e 6,96±0,83 no OSCE, o que não demonstrou
diferença estatísticamente significante (p=0,53). A média no CMT foi
de 6,71±0,935, mantendo-se sem significância estatística em relação
à média da prova teórica (p=0,78). A média do OSCE no quesito
CCOM foi 7.66±0.11, indicando melhor performance nesse quesito
que na prova teórica (p=0.012) e no quesito CMT (p=0,013). Os
resultados da prova teórica escrita não foram preditivos da pontuação
nos quesitos de CMT (p=0,83), nem nos de CCOM (p=0,78). O
desempenho em uma categoria de avaliação do OSCE também não
foi preditiva dos resultados na outra (p=0,2). Por outro lado, os alunos
que tiveram pior desempenho no quesito CMT do OSCE em relação
à avaliação teórica, também tiveram desempenho abaixo da média
no quesito comunicação CCOM (p=0,014). O contrário não ocorreu:
alunos que melhoraram suas notas no CMT em relação à prova
teórica não necessariamente tiveram resultados acima da média
no CCOM (p=0,658). Conclusões: O OSCE não só foi um método
consistente na avaliação de conhecimentos teóricos mas proporcionou
a avaliação de outras habilidades como aquelas de comunicação.
Existe a possibilidade de que estudantes que tem maior dificuldade
de interação interpessoal tenham tido maior dificuldade na avaliação
prática e obtido piores resultados devido a nervosismo ou ansiedade. É
importante frisar que as duas avaliações foram e devem ser utilizadas
de forma complementares, ampliando a capacidade de avaliação dos
alunos em diferentes aspectos do ensino médico.
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo - Campus São Paulo, São Paulo, SP
1
Currículo prescrito orientado por competências:
um desafio paradigmático
Margarete Zacarias Tostes de Almeida1
Ivete Pillo Gonçalves1
Juçara Gonçalves Lima Bedim1
Maria Aparecida Machado Orioli1
Wagner Luiz Ferreira Lima1
RESUMO: Introdução: Buscando responder aos anseios da
comunidade em seu cotidiano e no contexto das Diretrizes Nacionais
Curriculares da formação médica, as instituições educacionais têm
procurado atualizar os currículos dos cursos de graduação da área
da saúde, estabelecendo um processo de mudança que contemple
uma aprendizagem voltada para o ensinar e o aprender, visando à (re)
significação da prática avaliativa. Objetivos: O objetivo deste estudo
foi demonstrar a importância da flexibilização curricular, propondo a
interdisciplinaridade, as metodologias ativas de ensino-aprendizagem, a
prática como base na construção do conhecimento e as oportunidades
de conhecer e intervir sobre a realidade e as novas modalidades
de avaliação como alguns dos ingredientes indispensáveis à nova
orientação de organização curricular. Metodologia: Buscou-se aporte
teórico-metodológico em Thiollent (2005), através da metodologia
participativa tida como a ponte que liga o conhecimento teóricointerdisciplinar ao conhecimento da comunidade local. Resultados: O
resultado do estudo apontou para a necessidade de centrar o ensino
e aprendizagem no desenvolvimento de competências, em lugar do
conteúdo conceitual. Conclusões: A educação médica vive uma
fase de transição paradigmática entre o modelo da transmissão de
conhecimento e o construtivista, rumo à aprendizagem por meio de
resolução de problemas, pela própria necessidade de compreensão
da complexidade da vida e do mundo no limiar do novo século. Neste
desafio, mister se faz propor um currículo orientado por competências,
almejando que o processo ensino-aprendizagem e, consequentemente,
a práxis avaliativa se organizem, não em função de conteúdos a serem
transmitidos, mas sim, em função da competência que os estudantes
devem desenvolver, respeitando as construções e aprendizados
anteriormente conquistados.
Curso de Medicina da Universidade Iguaçu - Campus Itaperuna,
Itaperuna, RJ
1
Expressão do conteúdo das reflexões dos alunos
contidas no portfólio do Programa de integração
em Saúde na Comunidade - PISCO
Alba Lúcia dos Santos1
Ana Paula Bonanno2
Valéria Menezes P. Machado2
RESUMO: Introdução: O Curso de Medicina da UNICID, iniciado
em 2002 tem como modelo pedagógico a metodologia ativa no
processo de ensino-aprendizagem, baseado em módulos temáticos,
interdisciplinares, que abordarão toda construção dos sistemas
orgânicos, ciclos de vida e apresentações clínicas, integrando um
conjunto nuclear de conhecimentos, habilidades e atitudes que são
desenvolvidos como objetivos educacionais. [MACHADO 2002]. Além
disso, desenvolve um módulo interdisciplinar, denominado PISCO
– Programa de integração em Saúde da Comunidade inserido em
serviços de saúde com PSF-Programa de Saúde da Família. EM 2006
introduziu-se o Portfólio para avaliação do aluno. Segundo Chaves
(2000) o portfólio é, simultaneamente, uma estratégia que facilita a
aprendizagem e permite a avaliação da mesma. Objetivos: Analisar
o conteúdo das reflexões do aluno contidas no portfólio do PISCO.
Metodologia: O estudo utilizou a metodologia qualitativa, utilizando o
portfólio e a técnica de análise de conteúdo. Minayo (1994) relata ser
“a análise de conteúdo a expressão mais freqüentemente utilizada,
na área da Saúde, para representar o tratamento de dados de uma
pesquisa qualitativa” (p.199). Para obtenção de dados da pesquisa
foram utilizados portfólio de alunos dos oito períodos do PISCO de
uma UBS, após a aceitação da participação no estudo, mediante
a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A
análise contemplou os conteúdos das reflexões dos alunos sobre
o aprendizado com as atividades realizadas. Resultados: Foram
encontradas na análise as Categorias temáticas: 1-Relação equipe
de saúde – usuário.“Aprendi como funciona o trabalho do agente
comunitário e sua importância para a comunidade...fazem o diagnóstico
das condições socio-econômicas e de saúde das familias.” (aluno D
.1.a etapa) 2-Percepção do aluno dos cuidados do usuário pela sua
saúde.“ Aprendi que apesar das orientações e dos incentivos, os
pacientes ainda vêem a hipertensão e a diabetes como uma doença
que não precisa de muitos cuidados, por não sentirem sintomas, não se
sentem ameaçados por elas, não seguindo as orientações e agravando
a propria situação.” (aluna C 2. a etapa). 3- Humanização do aluno.“
Apesar da situação vivida pelas duas familias, ambas demonstraram
muita vontade de viver, como exemplo de superação” (aluna A 1.a
etapa). 4 -Correlação da teoria e prática. “ Foi ótimo fazer a anamnese
em uma pessoa obesa, pois teve relação com a teoria na tutoria”.aluna
B (8.a etapa) Conclusões: Compreendemos a importância do portfólio
como Instrumento de aprendizado do aluno, bem como para Avaliação
de atividades dos alunos em cenários de Unidades de Saúde com
estratégia de Saúde da Família. Concordância com autores: Centra
(1994), afirmando que o portfólio vem sendo apontado como uma das
mais recentes contribuições para uma avaliação eficaz do ensino.
Chaves (2000) o portfólio é, simultaneamente, uma estratégia que
facilita a aprendizagem e permite a avaliação da mesma.
1
2
Universidade Cidade de São Paulo, Arujá , SP
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
65
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Instrumentos de Avaliação de Competências do
Programa de Integração em Saúde na Comunidade
(PISCO) no Curso de Medicina da Universidade
Cidade de São Paulo - UNICID
Elizabeth Yu Me Yut Gemignani
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
66
Osni Lázaro Pinheiro1
Maria Angélica Spadella1
Ana Paula Ceolotto Guimarães do Amaral1
Maria de Lourdes Marmorato Botta Hafner1
Zilda Maria Tosta Ribeiro1
Haydée Maria Moreira1
Odilon Marques Almeida Filho1
1
RESUMO: Introdução: A construção das competências profissionais
na área de saúde, principalmente no que se refere às escolas
médicas que se fundamentam na clínica básica, no conhecimento
científico e no desenvolvimento ético/moral, incluem as dimensões
cognitivas – a aquisição e aplicação dos conhecimentos tácitos
e explícitos - para a solução de problemas da vida cotidiana; as
dimensões integrativas - articular os aspectos biopsicosociais,
e conhecimentos da clínica básicos e específicos, ao raciocínio
clínico; as dimensões relacionais – habilidades de comunicação e
interpessoais entre os pacientes, a comunidade e os colegas, e as
dimensões afetivas/moral – paciência, controle emocional, e juízo
moral e humanitário. Desta forma, a avaliação das competências
dos alunos de Medicina no módulo de Programa de Integração em
Saúde na Comunidade (PISCO) da UNICID através de metodologias
ativas de aprendizagem – PBL e problematização - contempla estas
dimensões ao longo de 8 semestres da formação básica. O PISCO
insere o aluno, desde o início do curso, em contato com atividades
de atenção à saúde, através da Estratégia da Saúde da Família
(ESF) em Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da
Família nos municípios de Guarulhos e de Mairiporã. Objetivos:
Construir um instrumento de avaliação de competências no PISCO
do curso de Medicina. Metodologia: Os alunos foram avaliados por
meio de métodos quantitativos e qualitativos. A avaliação formativa
do aluno foi feita por meio do portfólio e da planilha processual de
acompanhamento de seu desempenho nas atividades propostas.
A avaliação somativa do aluno foi feita por meio de prova teórica
aplicada ao final do semestre, abrangendo questões sobre as
atividades práticas desenvolvidas em campo e sobre os textos de
referências que fundamentaram as suas ações. Para as avaliações
do portfólio e processual foram construídos os descritores para as
competências avaliadas. A avaliação quantitativa foi realizada através
de média final ponderada. Resultados: A inserção dos alunos desde
a 1ª etapa de sua formação acadêmica no sistema de saúde pública
através do PISCO permitiu a eles otimizar e potencializar os saberes
adquiridos no curso, possibilitando-os a desenvolver competências
necessárias para o desempenho em atividades acadêmicas e
extracurriculares. Também, a adquirirem habilidades interpessoais
que lhes possibilitaram trabalhar em grupo e em equipe interdisciplinar
e multiprofissional e a desenvolver atividades críticas e criativas
com relação à atuação profissional do médico na área de saúde; a
conhecerem e refletirem sobre os principais problemas de saúde de
uma determinada comunidade; a integrarem-se na rotina médica de
uma ESF em uma USF, propor e desenvolver alternativas de solução
para problemas de saúde da comunidade. Os alunos apresentaram
através dos instrumentos de avaliação formativa (avaliação
processual/diária, tarjeta, portfólio) e somativa (relatório final individual
e de grupo, prova individual) os cenários de prática como um ambiente
positivo de aprendizagem, pois estabeleceram reflexões sobre as
suas práxis com os problemas de saúde da comunidade, em seus
aspectos biopsicosociais. Conclusões: A inserção precoce do
aluno de Medicina através do PISCO nos serviços de saúde pública
e dos feed-backs semestrais sobre o seu desempenho através das
planilhas de avaliações de suas competências que englobaram o
saber aprender, saber fazer e saber ser, possibilitaram aos alunos
refletir criticamente sobre o seu papel e suas funções no trabalho em
uma equipe de saúde e multiprofissional, além de repensar práticas
anteriores e a melhorar as suas habilidades médicas para a inserção
em outras atividades extra-curriculares, como também, na produção
social de saúde e na produção de conhecimentos científicos.
1
Integração básico-clínica nas avaliações
cognitivas realizadas em curso de medicina com
aprendizagem baseada em problemas
RESUMO: Introdução: No modelo de aprendizagem baseada em
problemas (PBL), o ensino é centrado no estudante e as diversas
áreas do conhecimento são contempladas em situações-problema
baseadas em casos da prática médica que são discutidas em
pequenos grupos. Estas situações-problema, geralmente abordam
situações da prática médica que permitem uma integração entre as
disciplinas básicas e clínicas. Este modelo de ensino-aprendizagem,
que está em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais
do Curso de Medicina, também apresenta um modelo de avaliação
diferente dos modelos tradicionais. Uma destas avaliações é conhecida
como Exercício de Avaliação Cognitiva (EAC), que representa um
instrumento de avaliação da capacidade individual dos estudantes
em dar respostas às perguntas formuladas em outras situaçõesproblema relacionadas com aquelas trabalhadas nas sessões de
tutoria, de acordo com o grau de complexidade e autonomia de cada
série. Trata-se de um instrumento de resposta escrita, sem consulta e
aplicado ao longo da série, sendo elaborado pela equipe multidisciplinar
de construção das séries e também por professores colaboradores.
As perguntas e o gabarito dos EAC(s) são validados junto ao Comitê
de Avaliação Cognitiva do Estudante, o qual é constituído por uma
equipe de apoio à formulação de projetos e instrumentos para
verificar a aprendizagem cognitiva. Este Comitê analisa os EAC(s) e
faz sugestões de melhorias neste instrumento de avaliação para as
equipes de construção das séries, as quais possuem autonomia para
aceitar ou não as sugestões que são feitas. Objetivos: O presente
trabalho tem como proposta apresentar uma análise quantitativa das
questões dos EAC(s) aplicados no ano de 2009 junto aos estudantes do
curso de medicina da 1ª a 4ª série, quanto à integração básico-clínica.
Metodologia: Foram utilizados os quatro EAC(s) aplicados na 1ª, 2ª e
3ª séries do curso de Medicina ao longo do ano letivo e para a 4ª série
foram analisados dois EAC(s), totalizando 40, 47, 48 e 25 questões
analisadas respectivamente para a 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries. Todos estes
EAC(s) foram validados pelo Comitê de Avaliação. Resultados: O
percentual de questões que promoveram integração básico-clínica,
foi de: 45% na 1ª série, 61,7% na 2ª série, 29,2% na 3ª série e 28%
na 4ª série. Conclusões: Os resultados mostram a necessidade de
maiores investimentos por parte das equipes de construção para que os
EAC(s) promovam uma melhor integração entre as disciplinas básicas
e clínicas. Dentre as séries analisadas a 3ª. e a 4ª. representam as
que menos conseguiram atingir esta integração. De uma forma geral,
as equipes de construção das séries são multidisciplinares, com
representação tanto das disciplinas básicas, como das clínicas, com
exceção da equipe da 4ª. série, com representação principalmente
clínica. Desta forma, um caminho a ser seguido para melhorar a
integração básico-clínica nas três primeiras séries de medicina é
a transferência da interdisciplinaridade existente nas equipes de
construção para o processo de avaliação, o qual deve conter um
maior número de questões integrativas. Um maior diálogo entre estas
disciplinas no momento da elaboração do EAC poderá favorecer esta
integração. Com relação à quarta série, a tentativa de incorporação de
representantes de cadeiras básicas na equipe de construção, poderá
favorecer esta integração. Entretanto, um aspecto a ser observado é
que tão importante quanto a avaliação integrativa é a construção de
situações-problema que possam garantir a integração básico-clínica
e também a capacitação de tutores para a operacionalização deste
processo, com o papel de estimular os estudantes a elaborar questões
de aprendizagem nas sessões de tutoria que apresentem como
característica a integração básico-clínica.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Metodologia ativa para o ensino de antibioticoterapia
e avaliação do aprendizado em um módulo de
doenças infecto-parasitárias
Luis Henrique Barbosa Borges1
Junia Rodrigues1
Janaína Schineider Aparecida Casotti1
Alexandre Rodrigues da Silva1
RESUMO: Introdução: A problematização é utilizada no ensino
de antibioticoterapia no módulo de Doenças Infecto-parasitárias 2
(DIP-2) da Faculdade Brasileira - UNIVIX, diferentemente dos demais
conteúdos que são ministrados em aulas expositivas. Pressupõe–se
que as metodologias ativas de ensinagem em medicina conferem maior
aproveitamento e retenção de conhecimentos pelo aluno. Contudo, são
necessárias comprovações dos benefícios destas em cada contexto
particular. Objetivos: Verificar a eficácia da problematização no
ensino de antibioticoterapia no módulo de DIP-2 Metodologia: Estudo
retrospectivo, que consistiu na análise dos acertos e erros nas questões
das provas escritas bimestrais de duas turmas de alunos da disciplina
de DIP-2. Os dados foram armazenados e analisados em programa
do Excel 2003. Para a análise de significância foi usada tabela de
associação 2x2 (Qui-quadrado) Resultados: Foram analisadas 5564
respostas de questões de provas referentes a 90 alunos, do ano de
2009. Destas questões, 1376 (24,7%) abordaram especificamente o
tema de antibioticoterapia. Verificou-se um maior percentual de acertos
nas questões relacionadas à antibioticoterapia, comparadas aos
acertos nas questões referentes aos demais assuntos [55,3% x 46,3%,
p < 0,001, OR:1,43 (1,27 – 1,62)]. Conclusões: A problematização
usada no ensino de antibiótico relacionou-se positivamente com maior
taxa de acertos de questões do mesmo tema nas provas bimestrais, o
que de certa forma pode relacionar-se com maior retenção do conteúdo.
Estudos prospectivos devem ser feitos, com novas provas aplicadas
em prazo mais longo, que avaliem as mesmas questões, a fim de
averiguar a retenção prolongada dos conteúdos.
1
Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES
Metodologia de avaliação de aulas práticas no
Laboratório de Habilidades Clínicas
José Diniz Junior1
Rosiane Viana Zuza Diniz1
Heleno de Paiva Oliveira1
Monique Batista da Costa1
Newton Moreira Lima Neto1
Ana Carolina Batista Dantas1
Daniel Paiva de Oliveira1
RESUMO; Introdução: O Laboratório de Habilidades Clínicas
(LHC) representa um cenário inovador para realização de atividades
práticas e, portanto, vem sendo utilizado cada vez mais na formação
dos profissionais da saúde. Entretanto, tais atividades muitas vezes
carecem de adequado processo avaliativo visando o aprimoramento
das mesmas. Objetivos: : Expor nossa experiência com avaliação
das atividades práticas desenvolvidas no LHC durante o internato
em cirurgia/otorrinolaringologia. Metodologia: Trata-se de um estudo
qualitativo do tipo relato de experiência realizado de 2009 a 2010. A
cada encontro de atividade prática estudantes, docente e monitores são
avaliados quanto à metodologia utilizada, adequação e profundidade
do conteúdo exposto, avaliação de desempenho, bem como pontos
positivos e negativos existentes durante a mesma. Para tanto são
utilizados questionários semi-estruturados e checklist. Resultados:
Todos os estudantes aprovaram o sistema de avaliação de performance
e processual. A utilização do checklist permitiu identificação de lapso
de aprendizagem em relação ao conteúdo da atividade, assim como
a percepção pelo aluno de seus limites de desempenho motivando o
aprimoramento da mesma. A avaliação do processo foi fundamental
para identificação das fragilidades das atividades práticas, sendo
pontuados itens como a necessidade de melhor adequação do espaço
físico no LHC, mais monitores e manequins. É relevante dizer que todos
os estudantes reconheceram a importância deste tipo de atividade para
sua formação, sendo crescente a solicitação por atividade semelhante,
durante o internato em cirurgia. Conclusões: A prática da monitoria
junto às turmas de internos mostrou ser importante para o aprendizado
dos conteúdos mínimos relevantes em cirurgia/otorrinolaringologia,
possibilitando aprimoramento de conhecimentos tanto dos estudantes
quanto dos monitores. Contudo, foi possível percebe para conseqüente
obtenção de resultados mais sólidos dessas práticas. O sistema de
dupla-avaliação (processual e de performance) mostou ser um bom
método para avaliar o aprendizado durante a prática e também as
deficiências de infra-estrutura.
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
MiniC.ex no Internato: um ou dois avaliadores?
Luis Henrique Barbosa Borges1
Carla Coelho Siqueira1
Luiz Gustavo Favoreto Genelhu1
Filomena Euridice Carvalho de Alencar1
Junia Rodrigues1
RESUMO: Introdução: O Mini-c.ex tem sido usado para avaliar
residentes e médicos candidatos à obtenção de título de especialista.
Recentemente, tem sido introduzido por IES que utilizam metodologias
ativas para avaliação dos alunos do internato.É uma avaliação
que ocorre em situação real, e que originalmente é descrita com
a participação de um avaliador e do aluno. Objetivos: Destacar a
conveniência do uso de dois avaliadores na aplicação do Mini-c.ex
no contexto do internato. Metodologia: Descrição de experiência na
realização do Mini-c.ex e dos questionamentos a respeito de vieses
ocorridos em função da construção de um vivência redirecionada
a partir do olhar do outro. Resultados: O sistema de avaliação
empregado no internato da UNIVIX inclui, entre outros aspectos, a
avaliação diária do desempenho em serviço de cada interno. O Mini-c.
ex vem sendo empregado como forma de incluir o elemento surpresa
no processo de avaliação da prática. Desde o segundo semestre
de 2009, os coordenadores das áreas do internato promoveram
pelo menos uma avaliação utilizando o Mini-c.ex para cada interno,
na penúltima ou na última semana do estágio, 3 a 4 testes/interno/
semestre, totalizando 350 testes. Não houve aviso prévio ao interno e
os pacientes examinados foram escolhidos minutos antes. O avaliador
do Mini-c.ex não é o responsável imediato pela avaliação diária dos
internos, mas um outro professor/preceptor. No início do processo,
os professores envolvidos no processo detectaram fragilidades na
sua realização e sugeriram a parceria de um segundo avaliador, no
intuito de buscar maior validade desse método em cenários de prática
diversos. A prática da avaliação com dois docentes foi instituída nos
estágios de Emergência e Medicina Interna e vem sendo considerada
enriquecedora, na medida em que confere maior acurácia ao processo.
Conclusões: Os professores envolvidos estão em constante reflexão
a respeito da aplicação do Mini-c.ex, bem como do seu desempenho
enquanto avaliadores. A possibilidade de um segundo olhar para
o mesmo momento viabiliza mais credibilidade e um aprendizado
conjunto na verificação dos instrumentos e técnicas aplicados em
situações diversas, impossíveis de serem totalmente controladas.
1
Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES
Mini-C.Ex: a relevância do diagnóstico clínico na
avaliação do interno em situações reais
Luis Henrique Barbosa Borges1
Luiz Gustavo Favoreto Genelhu1
Junia Rodrigues1
Filomena Euridice Carvalho de Alencar1
Carla Coelho Siqueira1
RESUMO: Introdução: O emprego do mini-C.Ex como método de
verificação de múltiplas competências do interno de medicina permite
67
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
também avaliar a eficiência do projeto pedagógico do curso médico
quem vem sendo oferecido. A partir da detecção das fragilidades
e fortalezas no desempenho dos avaliados quanto às habilidades
de comunicação, empatia, anamnese, exame físico e raciocínio
clínico, é possível perceber a necessidade de ajustes no processo de
ensinagem das estapas precedentes. A contextualização do mini-C.
Ex. em cenários reais nos módulos de urgência e medicina interna
da Faculdade Brasileira – UNIVIX reflete a assistência aos principais
agravos à saúde da população local, uma vez que as avaliações
ocorrem, respectivamente, em unidade de emergências clínicas de
referência da Grande Vitória e em enfermaria do SUS de um hospital
filantrópico. Objetivos: Descrever a diversidade de diagnósticos dos
pacientes-alvo do mini-C.Ex no internato da Faculdade Brasileira,
bem como a capacidade dos alunos em identificá-los. Metodologia:
Análise retrospectiva descritiva dos diagnósticos estabelecidos nas
avaliações práticas - mini-C.Ex.- nos módulos de medicina interna
e urgência do internato, ocorridas entre agosto de 2009 a abril de
2010, a partir da revisão dos instrumentos (fichas) preenchidos pelos
avaliadores. Resultados: Foi possível recuperar dados de diagnósticos
do paciente em 64 (69,6%) das fichas preenchidas de 92 exames
realizados. Foram registrados 6 (9,4%) casos de insuficiência cardíaca
congestiva descompensada e também de infecções cutâneas ou de
partes moles, 4(6,3%) de pneumonia e 3 (4,68%) de cada um dos
seguintes diagnósticos: abdome agudo inflamatório, icterícia obstrutiva,
hemorragia digestiva alta, insuficiência hepática, síndrome coronariana
aguda e sepse grave. Em 53 fichas havia dados que permitiam avaliar
o desempenho dos alunos com relação aos acertos dos diagnósticos
sindrômicos, constatando-se concordância com a hipótese diagnóstica
real em 37 situações (70%). Conclusões: O mini-C.Ex. é um poderoso
instrumento de avaliação da prática em situação real, podendo detectar
deficiências em aspectos pontuais e na competência global do interno.
Permite a elaboração de um plano de recuperação, com a finalidade
de sinalizar para o interno, sobretudo, as deficiências que, se não
corrigidas, podem ser incompatíveis com o bom desempenho do futuro
médico. Além disso, pode identificar a necessidade de correção de
possíveis distorções no projeto pedagógico do curso em andamento.
1
Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES
Mini-C.Ex: o desafio do plano de recuperação
após a avaliação do interno
Luis Henrique Barbosa Borges1
Filomena Euridice Carvalho de Alencar1
Junia Rodrigues1
Elizabeth Madeira1
Rosana Alves1
RESUMO: Introdução: O mini-C.Ex. utilizado como instrumento
de avaliação permite ao avaliador propor um plano de recuperação
do interno. Um dos principais objetivos da avaliação é promover o
crescimento do interno em questão. Esse tem sido um processo pouco
referenciado na literatura, o que estimula quem se propõe a fazê-lo a
encontrar seus próprios caminhos. Objetivos: Relatar as dificuldades
na implementação do plano de recuperação dos internos dos módulos já
implantados do internato de medicina da Faculdade Brasileira (UNIVIX).
Metodologia: Descrever a síntese da discussão dos professores
responsáveis pela avaliação prática no internato em oficina ocorrida
após o nono mês de implementação do internato. Resultados:
Os professores e preceptores dos módulos de medicina interna,
emergência, ginecologia e obstetrícia, saúde coletiva, cirurgia, saúde
mental e neonatologia compartilharam suas ansiedades e dúvidas a
respeito da pertinência do mini-C.Ex. como instrumento de avaliação
em todos os cenários. Os participantes concordaram que a avaliação
tem permitido identificar fragilidades na formação dos internos, além
de ajudar na proposição de um plano de recuperação, mas isso ainda
não tem sido a regra. Essa etapa ainda carece de padronização
metodológica. Em função do mini-C.Ex. estar ocorrendo nas últimas
semanas de cada módulo, fica inviabilizado o cumprimento deste plano
no próprio módulo, amputando assim uma das principais virtudes do
68
método, a recuperação das fragilidades encontradas. A antecipação
da avaliação para um período intermediário do módulo propiciaria a
operacionalização do mesmo. Espera-se também que nos módulos
afins subsequentes exista a monitoração dos resultados. Conclusões:
A constatação de problemas não pressupõe a capacidade imediata de
resolvê-los. No entanto é preciso encontrar metodologias que permitam
a implementação do plano de recuperação no mesmo módulo e também
ao longo do internato. Para isso é necessário o comprometimento dos
professores e preceptores em gerar novas respostas. Outras oficinas
serão necessárias para o aprofundamento dessa questão.
1
Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitoria, ES
Mini-C.Ex: Um instrumento para ponderações a
respeito da construção de um aprendizado
Filomena Euridice Carvalho de Alencar1
Luiz Gustavo Favoreto Genelhu1
Junia Rodrigues1
Carla Coelho Siqueira1
Luis Henrique Barbosa Borges1
RESUMO: Introdução: O mini-C.Ex vem sendo empregado na
avaliação de habilidades e competências de médicos residentes
e para revalidação periódica de título de profissionais que já estão
no mercado de trabalho. A Faculdade Brasileira (UNIVIX)vem
empregando esse método de avaliação em todos os cenários do
internato nos últimos nove meses. Foram conduzidas as avaliações
práticas dos internos referentes aos cenários dos módulos de
urgência e medicina interna que refletem a assistência aos principais
agravos à saúde da população local, uma vez que as avaliações
ocorrem respectivamente em unidade de emergências clínicas de
referência da Grande Vitória e em enfermaria do SUS de um hospital
filantrópico. Objetivos: Descrever o contexto da avaliação dos
internos nos módulos de urgência e medicina interna entre agosto
de 2009 a abril de 2010, o desempenho dos internos e as possíveis
fragilidades do método em dois diferentes módulos. Metodologia:
Descrição dos aspectos da avaliação e análise das pontuações
atribuídas nos exames práticos (mini-C.Ex) a partir da revisão dos
instrumentos(fichas)preenchidos pelos avaliadores, com levantamento
das seguintes variáveis: tempo de duração da avaliação (TA), tempo
de duração do feedback (TF) e os escore obtidos na entrevista médica
(E), exame físico (EF), raciocínio clínico (R) e humanismo (H), que
foram classificados como superior, satisfatório e insatisfatório. Foram
subtraídas da análise de cada variável as fichas em ela não estava
devidamente registrada. Resultados: Oitenta e três fichas foram
analisadas. Houve 54 (65%) avaliações com pacientes em primeira
consulta. A média do TA foi de 16,8 minutos (n=73; variação: 15 a
35 minutos); a média do TF foi de 8,8 minutos (n=60; variação: 4-25
minutos). Os conceitos foram: E (n=59) superior 22 (37%), satisfatório
26 (44%) e insatisfatório 11(22%) internos; EF (n=64) superior 19
(30%), satisfatório 31 (48%) e insatisfatório 14 (22%) internos; R
(n=82) superior 25 (30%), satisfatório 48 (59%) e insatisfatório 09
(11%) internos; H (n=68) superior 60(88,2%), satisfatório 7 (10,3%)
e insatisfatório 01 (1,5%). Conclusões: Concluímos que é viável a
avaliação das diversas competências relevantes à formação do interno
utilizando o mini-C.Ex em cenário real. Deve-se uniformizar a duração
do exame e do feedback, entendendo-se que o feedback imediato é
o ponto forte desta avaliação, que, ainda diante de um considerável
percentual de performances insatisfatórias, deve orientar qual plano
de recuperação é necessário traçar para cada interno. Pode-se
enfatizar a boa qualidade humanística deste grupo. Esta análise
preliminar do desempenho dos internos sugere uma rediscussão da
avaliação praticada nos períodos que antecedem o internato, uma vez
que 22%, 22% e 11% dos avaliados obtiveram conceito insuficiente
nos quesitos E, EF e R,respectivamente.
1
Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
O uso do portfólio na avaliação de estágios
práticos no pré-internato no curso de medicina
Elbens M. M. de Azevedo1
Bianca Zucoloto Kawai de Azevedo1
Nathalie Fenti Soares1
Uheyna Gancedo Ruzon1
Guilherme de Godoy dos Santos1
Francisco Pereira1
RESUMO: Introdução: Nos últimos anos o uso do portfólio tem-se
popularizado em todo o mundo, nas escolas médicas, como útil
ferramenta de avaliação não apenas na aferição de conhecimentos,
mas também como instrumento formativo, aspectos relevantes que
poderão contribuir no processo ensino-aprendizagem do estudante.
O portfólio serve, ainda, como veículo para promover aprendizado
reflexivo, consoante aos modelos de Kolb (1984) e Schön (1987).
Todavia, se requer tempo considerável para que seja adequadamente
analisado pelo docente, que enviará seus comentários e observações
ao autor (discente). As informações registradas das vivências adquiridas
nos variados cenários de aprendizagem, poderão ainda propiciar úteis
informações aos docentes, que poderão propor alterações, adequações
ou outros ajustes necessários ao aprimoramento global das atividades
desenvolvidas pelos graduandos em medicina. Os estudantes do 4º
ano médico de nossa Instituição, que utiliza como modelo pedagógico
o currículo integrado, durante o Módulo Saúde da Mulher, Reprodução
e Sexualidade Humana, fazem 4 estágios práticos : Ambulatório de
Ginecologia(AG); Ambulatório de Obstetrícia(AO); Pronto-Socorro
de GO no Hospital Universitário(PSO)e Maternidade Municipal(MM).
Tais estágios constituem-se em atividades pré-internato. Objetivos:
Avaliação dos aspectos positivos e negativos de cada estágio
pré-internato em ginecologia e obstetrícia, por meio de portfólio.
Metodologia: Foram analisados aspectos qualitativos de 86 portfólios
de estudantes do 4º ano de medicina de uma Instituição Pública
Estadual, num período de 6 semanas, referentes a 4 estágios préinternato (AG,AO,PSO e MM), registrando-se os achados positivos e
negativos de cada um deles. Resultados: Dos 86 portfólios, apenas 55
(64%) resgistraram informações sobre aspectos positivos e negativos
de cada estágio. Dois (2%) alunos não fizeram a tarefa. Entre os
aspectos positivos: “fixação mais sólida do conteúdo do módulo”;
“oportunidade para aprender sobre a rotina hospitalar”; “discussão de
casos com docentes, residentes e internos” ; “observar atendimentos,
incluindo exame físico e exames complementares” ; “discutir casos
reais de gestação de alto risco”; “valeram muito a pena essas atividades
práticas pois à medida que estudávamos a parte teórica dos módulos,
vivenciávamos a realidade ! ”. Entre os apectos negativos: “Não havia
docente ”; “plantonista não discute os casos adequadamente, só dá
suas condutas ”; “alguns estágios tinham muitos alunos, que estavam
em horário que não era o deles ”. Conclusões: O estágio contemplado
com mais aspectos positivos foi o do PSO, em que “docentes atenciosos
estavam sempre presentes ” e “ contribuiu para melhor entender como
atender urgencias ”. O pior estágio foi o do AG, em que “o docente
quase nunca comparecia ”. O portfólio mostrou ser uma importante
ferramenta não apenas de avaliação somativa, mas também de ser
formativa, contribuindo com importantes informações para que medidas
admnistrativas possam ser tomadas, com o objetivo de se propiciar
melhor atendimento no processo ensino-aprendizagem discente de
nossa Instituição, como também na assistência prestada à população
cliente de nosso Hospital Universitario.
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, PR
1
Perspectiva de Pacientes (gestantes) como
subsídio para Avaliação do Estudante de Medicina
– resultados preliminares
Pedro Tadao Hamamoto Filho1
Cristiano Claudino Oliveira2
Ludmila Almeida Silva3
Caroline Martins Varge1
Elisabete Bemfato Dezan1
Lucia Galvão do Amaral Campos1
José Carlos Peraçoli1
Vera Therezinha Medeiros Borges1
RESUMO: Introdução: A avaliação é um desafio no ensino superior
e, particularmente, na educação médica. São muitos os atributos
esperados do médico ao final de sua formação e as escolas
devem acompanhar a aquisição de conhecimentos, habilidades e
competências de seus alunos. Diversas metodologias são empregadas
para avaliar o estudante, com especial destaque para a avaliação
de competências clínicas. Por outro lado, como os pacientes são o
objetivo da organização do sistema de saúde, os profissionais da
saúde não podem estar indiferentes ao feedback que os usuários
têm a dar sobre o serviço que recebem. Envolver pacientes reais
como “professores” traz importantes benefícios aos estudantes
porque lhes oferecem qualidades únicas, que podem intensificar a
aquisição de habilidades e mudar suas atitudes. Objetivos: Avaliar
competências e habilidades clínicas de estudantes durante o Internato
de Obstetrícia, sob a visão das pacientes. Metodologia: Foi realizado
estudo transversal, avaliando-se a percepção das gestantes sobre o
atendimento prestado por alunos do 5o e 6o anos de graduação em
medicina, no ambulatório de Pré-natal de um hospital universitário de
uma faculdade de medicina. Foram realizadas entrevistas estruturadas
com pacientes que preencheram os seguintes critérios de inclusão:
ter mais que 20 semanas de gestação e ser atendida por internos. A
amostragem foi aleatória simples e as entrevistas foram realizadas após
as consultas. O questionário utilizado para as entrevistas foi elaborado
com 35 assertivas, às quais as pacientes respondiam segundo a
escala de Likert, e foram divididas em três dimensões: avaliação de
habilidades de comunicação, de exame físico e de profissionalismo.
A identificação, tanto de alunos como de pacientes, foi preservada.
As gestantes assinaram termo de consentimento livre e esclarecido.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local.
Resultados: Foram entrevistadas 56 gestantes, que avaliaram 29
alunos do 5º ano e 27 do 6º ano. Nas habilidades de comunicação os
alunos foram muito bem avaliados em todos os quesitos (cumprimentar
a paciente, chamá-la pelo nome, ser cordial, deixar contar a história
naturalmente, perguntar e responder com clareza, esclarecer dúvidas).
Observaram-se discordâncias nos seguintes aspectos: “encorajou-me
a perguntar”, “usou palavras compatíveis com meu entendimento”,
“explicou o diagnóstico, foi acolhedor ao fazê-lo”. Nas habilidades
de exame físico os alunos também foram bem avaliados, cumprindo
quase todas as etapas do exame físico e obstétrico (deixar a paciente
confortável, demonstrar respeito pela timidez, exame tranquilo, aferição
de pressão arterial e altura uterina, ausculta de batimentos cardíacos
fetais, preenchimento de cartão de pré-natal). Ocorreram algumas
discordâncias nos aspectos: “lavou e enxugou as mãos antes de
começar o exame” e “ao terminar o exame” e na pesquisa clínica de
edema e anemia. Na avaliação de profissionalismo os alunos foram
bem avalidos, com altas taxas de concordância para transmissão
de segurança, respeito por valores e crenças, correspondência às
expectativas e transmissão de impressão positiva a ponto de voltar
e recomendar médico. Portanto, as discordâncias foram pontuais.
Conclusões: Os alunos foram bem avaliados pelas pacientes em
termos de competência e habilidades. A empatia das pacientes com
os alunos pode ter influenciado respostas positivas. Não foi possível
discriminar melhor ou pior grupo de alunos quanto a habilidades e
competências, dada a uniformidade e predominância de respostas
positivas em quase todos os ítens avaliados. No entanto, respostas
persistentemente desfavoráveis de pacientes, para certos aspectos
em algumas entrevistas, indicam comportamentos equivocados de
alguns alunos, que devem ser valorizadas, pois apontam desvios de
formação que merecem investimento.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP
3
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu/SP, SP
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Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
• Integração ensino/serviço e ensino na atenção básica
“Depressão” e “Demência” no teatro: dramatizando
para aprender e ensinar
Maria Cristina Diniz Gonçalves Ezequiel1
Rachel Castro de Toledo Taguti1
Lauro César dos Santos1
Rodrigo Badin Werneck de Carvalho1
Fabiana Tomazeli Pozzobom1
Felipe Pacheco Fernandes da Silva1
Leonardo Flávio Nunes dos Santos1
Farlley Gomes Silvestre da Silva1
Angélica de Barros Franco1
RESUMO: Introdução: A Educação em Saúde preconiza o planejamento
com a população e para a população, permitindo a compreensão das
características sócio-culturais, crenças, valores, responsabilidades, tipo
de vida, de trabalho, de moradia e os conhecimentos que possuem, o
que favorecerá a troca entre o saber popular e o científico. No modelo
tradicional do curso médico, o estudante é inserido tardiamente no
campo de trabalho, predominando o modelo de ensino voltado para o
hospital. No cumprimento das Diretrizes Curriculares de Ensino Médico,
a IES em questão criou o Programa Curricular Saúde e Sociedade
(PCSS) que é focado em educação em saúde com a realização de
práticas extra-classe, realizadas na comunidade, em domicílios e UBS
como uma das formas de estimular o estudante a exercer no futuro o
papel de médico cidadão comprometido com as necessidades locais.
O PCSS III estuda o ciclo de vida do idoso no segundo semestre e
os estudantes perceberam o grande número de pacientes portadores
de Demência e Depressão. A OMS assegura que a depressão se
converterá, em 2020, na segunda causa de incapacidade no mundo.
Ela atinge 340 milhões de pessoas e causa 850 mil suicídios por
ano em todo o mundo. Somente no Brasil, estima-se que há 13
milhões de depressivos (BOEHRINGER, 2002). Nos EUA mais de
14% dos indivíduos maiores de 65 anos apresentam esta doença e
sua prevalência aumenta em pelo menos 40% na população maior
que 80 anos. Este trabalho foi elaborado com o intuito de descrever
uma experiência própria de educação em saúde para os moradores
da comunidade adstrita à USF MF num município do RJ. Objetivos:
Apresentar à comunidade, através da dramatização, dois temas
prevalentes no cotidiano de uma USF sob a gestão da IES e avaliar o
grau de satisfação da população ouvinte. Metodologia: Após discussão
coletiva entre professor e 26 estudantes, optaram pela dramatização
de temas, como método para Educação em Saúde, utilizando dois
roteiros de peças teatrais sobre Depressão e Demência produzidos por
22 estudantes do PCSSIII do ano anterior, 2008. “Zizi: uma história de
depressão” e “Lidando com o vovô”. Foram efetuadas duas reuniões
para decisão de tarefas, distribuição de papéis dos atores, formação
de equipes da trilha sonora, figurino, logística (escolha do local),
elaboração de convites, divulgação, produção de brinde, questionário
avaliativo e conquista de lanche.Ensaio Resultados: : Produção de 100
convites que foram distribuídos pelos estudantes, agentes comunitários
da saúde (ACS) da USF, demais membros da equipe para pessoas
da comunidade. Divulgação boca-a-boca para estudantes da IES e na
rádio local em parceria com representantes comunitários. Produção de
banner explicativo sobre as peças teatrais exposto na IES. Escolhidas
21 músicas das décadas de 70 a 90, sugeridas pelas idosas do grupo
de convivência da USF, para a trilha sonora das peças e elaboração de
5 CDs para sorteio entre os participantes. Parceria com a comunidade
para escolha do local da apresentação das peças, sendo oferecido
“Sociedade Carnavalesca Rancho do Amor”. Elaboração de documento
oficial para uso gratuito do local. Apresentação das 2 peças a partir
das 18:30 do dia 20 de novembro de 2009, com duração total de
4h. Participação de 50 pessoas da comunidade, estudantes, equipe
de saúde da USF e seus familiares, professores da IES. Pipoca e
refrigerantes após apresentações. Aplicação do questionário obtendo
30 respondentes, sendo 70% feminino, 50% provenientes da USF,
10% analfabetos, 69% souberam do teatro através da USF e dos ACS,
80% adorou, 97% dizem ter aprendido, 70% preferem a dramatização
para aprendizagem e foram sugeridos 16 temas para discussão.
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Conclusões: Através da dramatização de temas de interesse da
comunidade e de importância epidemiológica, pode-se fazer uma
maior integração estudantes/comunidade, academia/serviço, professor
e estudante, ESF e IES. Aprender de forma lúdica é significante,
edificante e fomenta a construção do conhecimento.
Faculdade de Medicina de Petrópolis - Fundação Otacílio Gualberto,
Petrópolis, RJ
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A importância do uso de videos no aprendizado
de habilidades em ginecologia
Elbens M. M. de Azevedo1
Uheyna Gancedo Ruzon1
Francisco Pereira1
Guilherme de Godoy dos Santos1
Bianca Zucoloto Kawai de Azevedo1
Nathalie Fenti Soares1
RESUMO: Introdução: O Laboratório de Habilidades (LH) é um
ambiente onde o estudante tem contato prático com modelos, que
mimetizam segmentos do corpo humano. O LH de nossa Instituição
possui pelve feminina (treinamento em exame ginecológico, coleta de
material biológico), tórax feminino com mamas normais e com lesões
palpáveis, modelos de útero com lesões cervicais intra e extra-uterinas,
abdomens gravídicos (fetos e placentas em diversas disposições),
simulador de batimentos cárdio-fetal entre outros. Possui acervo de
vídeos produzidos na Instituição, demonstrando exame ginecológico,
coleta de material biológico cérvico-vaginal, exame das mamas,
histeroscopia e de técnica de agulhamento de lesões não palpáveis
da mama. O objetivo do LH é treinar o estudante em práticas que a
seguir serão realizadas em pacientes reais, o que pode conferir maior
segurança e habilidade na prática médica cotidiana. Tais atividades
são oferecidas no início do quarto ano de medicina, concomitante ao
primeiro módulo temático “Saúde da Mulher e Sexualidade Humana”.
As instruções são ministradas durante um período mínimo de 12
horas, que poderão repetir as práticas orientadas em pré-agendados.
A avaliação dos conhecimentos auferidos é realizado por meio de
OSCE (Exame Clínico Objetivo e Estruturado). Objetivos: Verificar
a impressão de estudantes sobre o uso de videos no aprendizado de
habilidades em ginecologia no Laboratório de Habilidades do Curso de
Medicina de uma Instituição Pública Estadual. Metodologia: Utilizandose questionário semi-estruturado com perguntas abertas e fechadas,
verificou-se a opinião dos egressos (internos e residentes, graduandos
e graduados no curso de medicina de uma Instituição Pública Estadual),
sobre a relevância do uso de videos demonstrativos, no aprendizado
de habilidades em ginecologia. Resultados: Apenas 70, dentre cerca
de 320 indivíduos, responderam o questionário, sendo 19% residentes.
A média etária foi de 24,48 (21-31) anos, sendo 53% do sexo feminino.
A maioria (47,69%) utilizou o LH por mais de 15 horas, entre aulas (12
horas) e treinamento voluntário. Consideram as seguintes habilidades
como importante ou muito importante: exame especular (81,47%),
coleta de material biológico (87,14%), toque vaginal (67,14%), exame
das mamas (92,14%), exame obstétrico (82,60%), avaliação da
apresentação fetal(84,05%) e toque obstétrico (58,57%). A avaliação
por meio de OSCE, foi considerada adequada ou muito adequada por
73,13 % dos respondentes. Concordaram que o LH em GO contribuiu
para o conhecimento mais pleno, adquirindo-se segurança e habilidades
na abordagem tocoginecológica em 47,82 %, discordando apenas 8,7%
dos respondentes; 37,14% concordaram parcialmente. Expressões
como “ o uso de videos foi muito útil para nos ajudar a entender como
realizar o exame ginecológico, antes de treinarmos em modelos e
após em pacientes reais “ ou “após assistirmos os vídeos, a prática
se tornava mais fácil....”, foram muito encontradas entre as respostas
abertas. Conclusões: O uso de videos no Laboratório de Habilidades,
apresenta-se como relevante instrumento de aprendizado prático em
ginecologia, mas necessita aprimoramentos e adequações, alguns dos
quais baseados no instrumento ora analisado. O aprimoramento do
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
LH em Ginecologia é fundamental para que novas abordagens com
táticas, técnicas e materiais mais efetivos e adequados às realidades
atuais, sejam utilizadas no afã de melhor preparar o futuro médico
no enfrentamento de situações reais que lhe serão apresentadas.
Tais práticas poderão contribuir para que, os graduados em medicina
possam ter habilidades de forma a contemplar os requisitos propostos
pela Diretrizes Curriculares Nacionais Brasileiras, o que poderá
favorecer melhor saúde a população feminina brasileira.
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, PR
1
A importancia do estágio no centro atenção
psicossocial para o acadêmico de medicina
Marcela Rodrigues Teixeira1
Rafael Domiciano1
Patricia Novais Aleixo2
RESUMO: Introdução: No Brasil existem grande número de pessoas
com transtornos mentais , os Centros de atenção psicossocial(Caps)
são instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos
mentais,estimular sua integração social e familiar,apoiá-los em suas
iniciativas de busca de suas autonomia ,oferecer-lhes atendimento
medico de psicológico. A introdução precoce e o acompanhamento
acadêmico nos Caps é fundamental para o aprendizado teórico e prático
dos transtornos mentais de maior relevância epidemiológica, bem como
um diferencial na carreira medica ,pois devido a dificuldade de implantar
a reforma psiquiátrica houve um distanciamento da prática medica na
saúde mental de muitos profissionais. Objetivos: Determinar através
de evidências cientificas a importância do contato com a saúde mental
na formação médica do acadêmico. Metodologia: Realizou-se revisão
da literatura em busca de artigos relacionados ao ensino médico e
relato de experiência de alunos de medicina da UNICID. Resultados:
O estágio nos Caps permite aos acadêmicos exercerem atividades
juntamente com os profissionais de saúde mental como levantamento
de prontuários,atendimento psicoterápicos, tratamento medicamentoso,
orientação, discussões de casos clínicos, planejamento de atividades,
visita domiciliar aos pacientes, desintoxicação ambulatorial nos
Caps álcool e drogas, bem como soluções de problemas internos.
Permite também um maior contato com os pacientes nas atividades
oferecidas pelos Caps como oficinas culturais,atendimento a grupos
de familiares e atividades de suporte social.Essa integração oferece ao
acadêmico uma visão global do atendimento à saúde metal com suas
peculiaridades e suas principais dificuldades. Conclusões: O contato
do acadêmico com o atendimento na saúde mental é fundamental para
uma boa formação médica já que a experiência adquirida nos estágios
torna o acadêmico mais próximo da situação real que encontra-se o
atendimento à saúde mental no Brasil.O contato precoce possibilita
uma margem maior de segurança no atendimento aos pacientes
psiquiátricos ,já que durante a graduação essa especialidade é muitas
vezes deficiente.Concluindo desta forma que essa integração pode
futuramente diminuir a lacuna assistencial no atendimento a pacientes
com transtornos mentais.
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Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP
A participação das equipes da saúde na família
no ensino médico em um Município do interior do
Estado do Rio de Janeiro
Maria Aparecida Machado Orioli1
Ivete Pillo Gonçalves1
Juçara Gonçalves Lima Bedim1
Margarete Zacarias Tostes de Almeida1
Wagner Luiz Ferreira Lima1
RESUMO: Introdução: A aplicabilidade das práticas de atenção básica
no ensino médico, baseada nas Diretrizes Curriculares Nacionais
para o curso de graduação em Medicina, vem sendo concretizada
a partir da inserção dos estudantes de medicina nas Unidades de
Saúde da Família. O processo de ensino-aprendizagem, no cenário
da Atenção Básica e Saúde da Família, permitem ampliar a relação
discente-docente, para uma triangulação entre equipe, docente/
discentes e usuários, visando à formação de profissionais aptos à
prática de atenção à saúde em conformidade com os fundamentos
do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivos: Avaliar a colaboração
das equipes de saúde para o ensino médico; analisar suas percepções
e expectativas quanto à formação do médico com perfil generalista;
avaliar as potencialidades e dificuldades da inserção do estudante
nos cenários locais de práticas da assistência básica. Metodologia:
Utilizou-se uma análise qualitativa, através de entrevistas coletivas, com
preceptores do Programa de Saúde da Família, estudantes de medicina
e usuários baseadas em um roteiro semi-estruturado, gravação das
discussões, transcrição e análise do material. Resultados: Constatouse o relato de experiências diversas nas unidades avaliadas em relação
à inserção do estudante no cenário das UBS, relacionadas ao perfil
do preceptor (mais jovem ou mais idoso), infraestrutura física e de
pessoal, além do perfil da comunidade assistida. No que se refere à
formação do profissional generalista, as opiniões ainda retratam certa
resistência por parte de todos os envolvidos, o que se explica pela
dificuldade nas mudanças dos paradigmas, as quais envolvem um
processo, igualmente, de mudança de conceitos e culturas que ocorrem
de maneira gradual. Como aspectos facilitadores podem ser citados: a
parceria entre as instituições, a participação efetiva do discente e do
docente junto às equipes das UBS, a presença de um coordenador
com vínculo na Universidade e no município, constituindo assim
uma equipe multiprofissional que amplia o universo de inserção do
estudante. As dificuldades apontadas referem-se à infraestrutura física,
descontinuidade dos estágios, dificultando o vínculo dos discentes com
a equipe e usuários; o descompromisso de alguns preceptores com a
integração com os estudantes, a inexperiência das equipes em receber
alunos, pontuando para a necessidade de Educação Permanente dos
envolvidos. Conclusões: Observou-se que a inserção do estudante
no cenário da atenção básica permite ampliar o intercâmbio de
conhecimentos, qualificar a atenção, aprimorar a interdisciplinaridade,
fortalecer a importância da abordagem multiprofissional e melhoria da
resolutividade da atenção à saúde. A inserção do estudante no cenário
das UBS permite viabilizar e fortalecer, no estudante, o novo modelo de
assistência à saúde em conformidade com as Diretrizes Curriculares
e o SUS, contribuindo para a construção de um profissional mais
consciente da realidade atual.
Curso de Medicina da Universidade Iguaçu - Campus Itaperuna
Itaperuna, RJ
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Agregação de conhecimento da atenção primária
à saúde nas ações da Unidade Básica de Saúde
Augusto Cesar Ferreira de Moraes1
Paulo Eduardo Mangeon Elias1
RESUMO: Introdução: O Curso de Graduação em Medicina deve
desenvolver o conhecimento nos três níveis de atenção à saúde
(primário, secundário e terciário). Assim sendo, a disciplina de
Atenção Primária à Saúde visa atender as recomendações das
diretrizes no contexto da atenção básica a saúde. Objetivos: Avaliar
e permitir a auto-avaliação dos alunos nos problemas relacionados
à mesma situação de saúde. Metodologia: As aulas alunos estão
fundamentalmente ligadas às equipes do Programa de Saúde da
Família (PSF). A disciplina se apóia em três Unidades Básicas de
Saúde (UBS), totalizando 15 Equipes de Saúde da Família (ESF),
no qual acompanham as atividades dos agentes de saúde, realizam
o reconhecimento do território, mantêm o primeiro contato com a
situação de saúde local e desenvolvem projetos de ação em saúde
na comunidade em interação com os profissionais das ESF. A carga
horária anual é de 160 horas. Foi construído um instrumento contendo
uma situação de saúde contando três perguntas relacionadas ao papel
da ESF e dos agentes comunitários de saúde (ACS) na assistência a
saúde. O instrumento foi aplicado em 28 alunos no primeiro e último
dia de aula da disciplina. Resultados: Sete alunos não apresentaram
as duas avaliações e foram excluídos. Entre os 21 alunos, seis (28,5%)
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Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
praticamente mantiveram o mesmo padrão de resposta em ambos
os momentos. Enquanto os outros 15 (71,5%) mostraram sensíveis
mudanças no padrão de resposta agregando ações que foram
adquiridas durante a disciplina. Conclusões: A disciplina voltada a
vivencia dos alunos das situações de saúde da comunidade na UBS
permitiu aos alunos a agregação de conhecimentos das ações da ESF
e dos ACS na atenção primária à saúde.
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, São Paulo, SP
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escolaridade,menor renda mensal, menor número de uniões estáveis
e maior número de companheiros indiferentes à amamentação, além
de maior preocupação com possíveis resultados negativos de estética
relacionados com o ato de amamentar.Ao analisar a informação
sobre aleitamento materno no pré-natal e no pós-parto, verificou-se a
alarmante escassez de informação no pré-natal, em ambos os grupos.
Isso denota a necessidade de maior envolvimento dos profissionais
de saúde no pré-natal visando a promoção e incentivo ao aleitamento
materno.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
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Aleitamento materno na adolescência: conhecimentos, atitudes e dificuldades
Priscila Nalin Sauretti1
Francisca T. Veneziano Faleiros1
Lígia Maria S. Souza Rugolo1
RESUMO: Introdução: Apesar da recomendação da Organização
Mundial de Saúde (2001)para o aleitamento materno exclusivo até o
sexto mês de vida, a duração do aleitamento materno exclusivo ainda
se mantém aquém da recomendada. A literatura mostra que, na mãe
adolescente, a opção pelo aleitamento materno é menos freqüente
que na mãe adulta, em decorrência da atuação inadequada da
equipe de saúde, que tende a considerá-la imatura e não interessada
oferecendo, conseqüentemente, suporte insuficiente para o sucesso
do aleitamento materno. Assim, considerando os aspectos peculiares a
essa faixa etária, bem como a importância das atitudes dos profissionais
de saúde em relação à promoção do aleitamento materno, estes
tópicos constituem um terreno fértil de investigação. Objetivos:
Avaliar o conhecimento, as atitudes e principais dificuldades de mães
adolescentes em relação ao aleitamento materno, comparando-as
às adultas. Metodologia: Estudo prospectivo de secção transversal,
envolvendo puérperas adolescentes e adultas, cujos filhos nasceram
na Maternidade do serviço, no período de janeiro a dezembro de 2008.
Momento e instrumento de avaliação: As puérperas foram entrevistadas
entre o primeiro e terceiro dia pós parto, respondendo a questionário
com questões abertas e fechadas, referentes ao aleitamento materno.
A participação foi voluntária após leitura e assinatura do termo
de consentimento livre e esclarecido, sendo critérios de inclusão:
residência em Botucatu, nascimento na instituição, concepto único
sem malformação congênita e sem necessidade de UTI neonatal.
Conforme a idade materna foram constituídos 2 grupos: Adolescentes
(<20 anos) e Adultas (≥20 anos). Análise estatística: A comparação
dos grupos quanto às variáveis contínuas foi realizada pelo teste de
Mann-Whitney, e para as variáveis categorizadas utilizou-se o Quiquadrado, com significância em 5%. Resultados: Foram entrevistadas
121 puérperas (52 adolescentes e 69 adultas). As adolescentes tiveram
menor escolaridade, menor paridade e pior condição econômica. Não
houve diferença na idade gestacional e na condição de vitalidade ao
nascer (Apgar),porém, a média do peso de nascimento foi menor no
grupo das adolescentes. Eram primigestas 79% das adolescentes
e apenas 32% das adultas. Tiveram renda familiar inferior a 1000
reais 71% das adolescentes e 53% das adultas. Quanto à ocupação
materna, o percentual de mães adolescentes classificadas como “donas
de casa” (69%) foi significativamente maior do que as adultas (45%).
Houve maior proporção de parto vaginal nas adolescentes (71%) do
que nas adultas (44%), porém, a diferença não atingiu significância
estatística. Tanto a proporção de união estável quanto a atitude do
pai em relação à amamentação diferiram significantemente entre os
grupos, com menor número de uniões estáveis (71% x 94%) e menos
pais favoráveis ao aleitamento materno (67% x 90%) no grupo das
adolescentes. A preocupação estética foi significantemente maior no
grupo das adolescentes (17%) do que nas adultas (8,7%). A informação
recebida no pré-natal e no pós parto não diferiu entre os dois grupos,
mas essa instrução foi dada, na maioria das vezes, no pós-parto, sendo
pouco freqüente no pré-natal em ambos os grupos. Conclusões:
As adolescentes apresentaram maior necessidade de apoio pela
própria família e, principalmente, orientação adequada pela equipe de
saúde desde o pré-natal, por possuírem maior número de condições
desfavoráveis ao aleitamento. As adolescentes apresentaram menor
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Análise do perfil epidemiológico de transtornos
psiquiátricos
Bruno Cavalcanti Farras2
Flavio Tanouye Montini2
Nelson Henrique da Silva2
Caio Matsucuma Uemura1
Marila Polanowski Escudeiro Garcia2
Lucas Rinaldi2
Fabiana Neman2
RESUMO: Introdução: A conscientização de que os transtornos
mentais representam um sério problema de saúde pública é
relativamente recente. Utilizando como medida uma combinação
do número de anos vividos com incapacidade, e conseqüente
deterioração da qualidade de vida, e do número de anos perdidos
por morte prematura causada pela doença, verificou-se que doenças
como transtornos depressivos e transtornos cardiovasculares estão
rapidamente substituindo a desnutrição, complicações perinatais e
doenças infectocontagiosas em países subdesenvolvidos, onde vivem
quatro quintos da população mundial. Embora os transtornos mentais
causem pouco mais de 1% da mortalidade, são responsáveis por mais
de 12% da incapacitação decorrente de doenças, e das dez principais
causas de incapacitação, cinco delas são transtornos psiquiátricos,
sendo a depressão responsável por 13% das incapacitações,
alcoolismo por 7,1%, esquizofrenia por 4%, transtorno bipolar por
3,3% e transtorno obsessivo-compulsivo por 2,8%. A CID 10 define
como principais transtornos psiquiátricos depressões, transtorno do
humor , transtornos de ansiedade, ezquizofrenia e retardo mental. O
conhecimento da epidemiologia dos transtornos psiquiátricos mais
prevalentes permite a criação de programas e projetos voltados
a essas doenças, que ajudariam tanto a população como o gasto
da saúde publica. Objetivos: Avaliar a prevalência dos principais
transtornos psiquiátricos, identificando gênero mais acometido bem
como a realização de tratamento. Metodologia: Estudo retrospectivo
baseado na verificação dos prontuários selecionados com auxílio
das agentes comunitárias de saúde da Unidade Básica de Saúde
Jd. Palmira, onde foi confeccionada uma tabela que contém: número
do cadastrado, patologia referida, patologia diagnosticada, fármacos
em uso. Resultados: Foram analisados 54 casos de pacientes com
transtornos psiquiátricos. Destes, 19 eram homens (35%), e 35
eram mulheres (65%). Os transtornos do humor corresponderam
a 41% dos casos, seguidos pelos transtornos de ansiedade (6%)
e pela esquizofrenia (4%). Do total dos pacientes, 30 realizavam
tratamento (56%), 7 não realizavam (13%) e 17 casos não constavam
no prontuário e seguiam qualquer forma de tratamento (31%).
Conclusões: Demonstrou-se maior prevalência dos transtornos
de humor, e concluiu- se que a criação de programas e projetos
específicos para os transtornos mais prevalentes, alem de um maior
número de visitas domiciliárias permitirão uma maior integração
entre a UBS e o paciente, que muitas vezes resiste ou é reticente ao
tratamento/acompanhamento.
1
2
Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Aprendendo e ensinando na comunidade:
educação em saúde no Programa Curricular
Saúde e Sociedade - PCSS-III-RJ
Maria Cristina Diniz Gonçalves Ezequiel1
Fabiana Tomazeli Pozzobom1
Farlley Gomes Silvestre da Silva1
Laila de Faria Elias1
Leonardo Medeiros Vitorio1
Leonardo Gonçalves Azambuja Ferreira1
Mario Amaral Puglisi1
Rachel Castro de Toledo Taguti1
Thiago Fraga Arruda1
Leonardo Gonçalves Sousa1
RESUMO: Introdução: A importância da Educação e da Comunicação
em Saúde para a formação do médico compreende duas dimensões,
sendo uma de caráter individual, na relação direta médico/paciente e a
outra situada no contexto da comunidade em particular como estratégia
de práticas educativo-comunicativas em grupos e com a sociedade em
geral. (SILVA, MAIA, 2008). O Programa Curricular Saúde e Sociedade
(PCSS) tem, entre muitas metas, a função de introduzir estudantes de
Medicina no dia-a-dia das atividades das equipes de saúde que atuam
nas 5 Unidades de Saúde da Família (USF)-sob a gestão da Instituição
de Ensino Superior (IES) em questão. As atividades apresentam grau
de complexidade crescente do primeiro ao quarto anos aproximando
o estudante dos indivíduos no seio de sua família e na comunidade.
Segundo Ceccim e Feuerwerker (2004) a educação em serviço é
uma proposta apropriada para trabalhar a construção de uma nova
abordagem do processo ensino-aprendizagem na saúde, pois permite
articular gestão, atenção, ensino e controle social no contexto do usuário
e equipes de saúde e em seu território geopolítico de atuação.Durante o
primeiro semestre de 2009, o PCSS-III dedicou-se à saúde da mulher.
Pensando em arrebanhar cidadãs de duas microáreas que estavam
afastadas por falta de agente comunitária de saúde (ACS), associando
ao método de aprender ensinando, trabalhar em equipe, vivência
na comunidade, construímos juntos essa “atividade de garagem”.
Objetivos: Explicar à comunidade os métodos contraceptivos e a
importância do exame preventivo; Fazer captação de pacientes para
regularização de consultas;construir com os estudantes do PCSSIII uma
atividade de educação em saúde problematizando uma necessidade real.
Metodologia: Método: Duas reuniões com os grupos A e B de estudantes
do PCSS-III de uma das cinco USF para decisão coletiva, inclusive com
orientações da Agente Comunitária conhecedora dos problemas das
microáreas 6 e 7. Métodos escolhidos: naturais, anticoncepcionais orais,
injetável, preservativos, DIU, diafragma, laqueadura, vasectomia. Divisão
das tarefas: duplas de estudantes responsáveis pela apresentação de
cada método contraceptivo e preventivo. Divulgação das atividades na
rádio local e através de convites confeccionados pelos estudantes e
distribuídos pela ACS durante a entrega da “Cesta Cheia”. Providência
quanto ao local de apresentação. Confecção de planilha para coleta de
dados. Relatórios pós-atividades para avaliação. Adesão, cumplicidade e
participação de membros da equipe da USF em questão: ACS, médico,
enfermeira e auxiliar de enfermagem durante as atividades. Resultados:
foram dois dias de atividades com os dois grupos de estudantes A e
B, professora, equipe de saúde da USF, internos, duas estudantes de
nutrição, ACS, com duração de duas horas em garagens e materiais
cedidos por moradores. Apresentação oral em duplas de estudantes,
cartaz explicativo, manipulação dos instrumentos pelos pacientes,
perguntas de interesse respondidas. Participaram 19 mulheres, 2
homens, com idades entre 14 e 83 anos , 11 solteiras, 1 viúva, 8
casados, 1 divorciada. Os métodos mais conhecidos: preservativo
masculino e anticoncepcional oral; o menos conhecido, preservativo
feminino. Os demais métodos, a maioria só tinha ouvido falar. Marcação
de 7 consultas e 7 preventivos, sendo 1 primeira vez. Distribuição
de folhetos explicativos do MS. Relatórios de estudantes com frases
indicando muita satisfação e aprendizado Conclusões: Conclusão:O
trabalho na comunidade através de Educação em Saúde e comunicação
integra, humaniza, estimula estudantes, professores, profissionais e
comunidade, aproxima ciência da assistência. É aprender ensinando
em busca da transformação das práticas profissionais que deve estar
calcada na reflexão crítica das atividades práticas reais de profissionais
na rede de serviços, no seu cotidiano e nas necessidades de saúde das
comunidades e das pessoas.
Faculdade de Medicina de Petrópolis - Fundação Otacílio Gualberto,
Petrópolis, RJ
1
Aprendizado através da continuidade no
atendimento: a experiência do Programa de
Medicina de Família no Centro Universitário São
Camilo
Adriana Roncoletta1
Maria Auxiliadora Craice de Benedetto2
Deborah de Senne Oliveira Garcia2
Erika da Cruz Campos4
Danielle Harumi Miachiro Oyama4
RESUMO: Introdução: O modelo predominante na formação dos
alunos esta focado em disciplinas e no ensino hospitalocentrico. Este
modelo enfatiza o tratamento de doenças raras e resulta na falta de
continuidade no acompanhamento de doenças. O que observamos
freqüentemente é uma fragmentação na educação médica. O
Programa de Medicina de Família do Centro Universitário da São
Camilo proporciona aos alunos um modelo longitudinal e integrativo
do cuidado, que representa uma abordagem nova e inovadora o qual
a continuidade é o princípio básico para realização deste programa.
Objetivos: Descrever a experiência do programa de Medicina de
Família realizada no Centro Universitário São Camilo . Metodologia:
Este programa esta inserido curricularmente para o terceiro ano da
Universidade de São Camilo, São Paulo. O curso ocorre seis meses
na Clínica Escola da Instituição São Camilo. O atendimento a pacientes
é gratuito. Esta é uma atividade semanal, atendimento realizado
ambulatorialmente aos pacientes, com horários agendados. Cada
grupo de sete estudantes está sob a supervisão de um Médico de
Família. Enquanto dois alunos atendem um paciente, os outros têm
a oportunidade de observar o atendimento através de um espelho
(com o consentimento dos pacientes e estudantes). Depois do
atendimento todo o grupo - preceptor e alunos - se reúnem para discutir
simultaneamente as questões clínicas e humanísticas, discutir feedback
positivo e negativo do atendimento, do exame físico, e posteriormente
a discussão em grupo preceptor e aluno retornam a dar a conduta ao
paciente. Estes pacientes são agendados para a mesma dupla que
o atendeu, mensalmente ou conforme o quadro clínico do paciente.
Mas a referência do paciente esta no aluno. Ele é o responsável
pelo paciente. A clínica desenvolve um trabalho interdisciplinar com
fisioterapia, fonoterapia, enfermagem, nutrição e terapia ocupacional,
visto que atende-se muitos pacientes em reabilitação neurológica.
Fator este que propicia a reflexão dos estudantes a lidarem com
situações críticas e difíceis com possibilidades reduzidas de cura, e
possibilidades amplas em cuidado integral. Resultados: Os resultados
têm sido extremamente significantes. Os alunos dizem que se “sentem
médicos”, têm a oportunidade de ver os mesmos pacientes várias
vezes e aprendem simultaneamente a discutir condutas clínicas e
a enfatizar a relação médico-paciente , priorizando as técnicas de
comunicação, habilidades essenciais para o cenário ambulatorial. Esse
modelo permite que os alunos incorporem os principais valores “core
values” da Medicina de Família: - a importância de ver os pacientes
como um todo, o desenvolvimento de atitudes humanísticas, e a
construção das relações terapêuticas. O paciente em reabilitação,
por vezes, requer um aprendizado ao estudante de trabalho em
equipe, e da ampliação do “cuidado global”: sintomas, queixas,
aspectos sociais e psicológicos, expondo o estudante de medicina a
desenvolver criatividade e empatia para cuidar destes pacientes. A
continuidade favorece o aprendizado aos estudantes nestes aspectos,
e também auxilia a superar os estereótipos que poderiam prejudicar
a empatia e julgamento clínico preciso, qualidades essenciais para
o desenvolvimento do profissionalismo. Conclusões: Os resultados
preliminares deste programa devem motivar instituições que desejam
desenvolver programas semelhantes. Mais estudos são necessários
para avaliar o impacto a longo prazo destes programas de educação
médica.
Curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, São Paulo,
SP
2
Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP
3
Residência Cruz Azul Saúde, São Paulo, SP
4
Associação Assistencial de Saúde Suplementar Cruz Azul Saúde,
São Paulo, SP
1
73
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Avaliação da Formação Interprofissional no
Ensino Superior: aspectos da colaboração e do
trabalho em equipe na Atenção Básica à Saúde
(ABS)
Avaliação de diabéticos candidatos à pé diabético
no município de São Luis - Maranhão
Filipe Aragão Felix1
Yanne Aragão Felix1
Maiara Morais Ferreira1
Adriana Santos de Brito Silva1
Natalia de Sousa Sales1
Nerci de Sá Cavalcante Ciarlini1
Ana Luiza Nogueira Dantas1
Rinaldo Henrique Aguilar da Silva1
Nildo Alves Batista2
RESUMO: Introdução: Em vários países, experiências de ensino
interprofissional na graduação em saúde apresentaram mudanças
consistentes no perfil dos profissionais formados. Uma delas é a de
que este tipo de formação pode reforçar as atitudes para o trabalho
em equipe e colaboração, levando a uma melhor assistência ao
paciente. Em outras palavras, o objetivo fundamental da educação
interprofissional é a formação de estudantes de graduação na área
da saúde mais preparados para o exercício da profissão. No Brasil
existem poucas experiências deste tipo. Uma delas é a instituição
de um Programa Educacional que visa proporcionar condições de
inserção dos estudantes de diferentes cursos da saúde em contextos
reais de aprendizagem na ABS, por meio de ações nas comunidades,
integração aos serviços de saúde, aprendizado das ações preventivas
e de promoção, e atuação em equipes interprofissionais. Objetivos:
Este estudo procurou determinar quais as percepções dos estudantes
em relação à educação interprofissional na ABS, para os aspectos
de colaboração e trabalho em equipe nos cursos de Medicina,
Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional. Metodologia:
Os dados foram coletados utilizando-se uma escala de percepção
do trabalho interprofissional (RIPLS) e realização de grupo focal
com estudantes dos diferentes cursos. Resultados: Na aplicação
da RIPLS a maioria dos estudantes concordaram ou concordaram
fortemente que a aprendizagem com outros estudantes irá ajudá-los
a tornarem-se melhores no trabalho em equipe e que a aprendizagem
compartilhada os ajuda a compreender as próprias limitações. No
que se refere ao relacionamento com outros profissionais de saúde,
a maioria dos estudantes concordaram ou concordaram fortemente
que, para trabalhar em pequeno grupo, é necessário a confiança e
o respeito mútuo e que a aprendizagem compartilhada irá ajudá-los
a pensar positivamente sobre os outros profissionais. No grupo focal
todos apontaram em suas falas a importância do trabalho em equipe
e a colaboração entre diferentes profissões para a ABS. Entretanto
pareceu não existir clareza por parte de todos os estudantes de quais
são as tarefas específicas de cada profissional para o estabelecimento
das competências profissionais. De modo geral os resultados obtidos
neste estudo revelaram a positividade da formação interprofissional
em saúde no que se refere à colaboração e ao trabalho em equipe na
ABS. Entretanto, para se estabelecer um trabalho em equipe coeso e
eficiente é necessário o envolvimento de todos, busca pela satisfação
no trabalho, o treinamento e desenvolvimento de competências, a
criação de sinergia entre os participantes, a definição de papéis, além
do acompanhamento e avaliação de resultados. Importante também é
distinguir o grupo de trabalho, do trabalho de colaboração em equipe.
O grupo de trabalho, na maioria das vezes, refere-se à união de
profissionais de saúde para a realização de tarefas que ocorrem em
um mesmo ambiente. Isto necessariamente não significa partilha de
suas tarefas, constatações e responsabilidades que visariam aprimorar
o serviço. Conclusões: A educação Interprofissional em Saúde aponta
o desafio de mudança do paradigma educacional vigente buscando o
desenvolvimento conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
para atuar com competência, com qualidade formal, e política e, ao
mesmo tempo, responder às necessidades sociais. Esta mudança
pode auxiliar na otimização dos recursos de saúde e desenvolver a
consciência nos atos/escolhas praticados já que estes passam a ser
discutidos criticamente em equipe buscando a melhor resolução para
os problemas apresentados na ABS.
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo,
São Paulo, SP
1
2
74
RESUMO: Introdução: O Diabetes Mellitus é considerado, atualmente,
um dos maiores problemas da saúde pública, tanto em países
desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. O Pé Diabético
pode ser considerado o pé do indivíduo diabético que apresenta
ulceração, infecção ou destruição dos tecidos profundos associados
com anormalidades neuropáticas e/ou isquêmicas, ou seja, é o pé que
está em risco de amputação. Medidas simples de prevenção podem
ser suficientes para evitar o Pé Diabético em pacientes com Diabetes
Mellitus, principalmente no Diabetes do tipo 2, o tipo com maior número
de Pés Diabéticos. A prevenção do Pé Diabético consiste em cuidados
gerais. Essas medidas incluem o controle rigoroso da glicemia através
da alimentação, o uso correto e regular de medicamentos e o cuidado
com fatores precipitantes e/ou facilitadores. Objetivos: Identificar,
quantificar e qualificar os pacientes portadores de Diabetes Mellitus que
são potenciais candidatos a terem Pé Diabético. Metodologia: Foram
entrevistados 64 portadores de Diabetes Mellitus em uma comunidade
carente do município de São Luis – MA. Durante a entrevista foi aplicado
questionário onde se foi avaliados: faixa etária, sexo, escolaridade,
renda familiar, antecedentes de DM, antecedentes de Pé Diabético,
sobrepeso/obesidade, etilismo, tabagismo, acesso ao Serviço Publico
de Saúde, visita domiciliar do ACS, dislipidemias, média das 5 ultimas
glicemia, aderência ao tratamento da Diabetes, tempo de diagnóstico,
presença de lesões, forma como adquiriu a lesão, proeminências
ósseas, limitação, deformidades, edema, eritema, amputação, pulso
pedioso e/ou tibial posterior, sensibilidade preservada, tipo de calçado
usado pelo paciente, limpeza do pé e hidratação do pé do paciente.
Resultados: Avaliando o resultado desta pesquisa foi observado que
62,5% pertenciam ao sexo masculino. Nível da escolaridade: 50%
eram analfabetos. Renda familiar: 62,5% até 1 salário mínimo. Apenas
12,5% sabiam dos seus antecedentes familiares para Diabetes Mellitus.
Todos os pacientes desconheciam história pregressa de Pé Diabético
na família. 87,5% pertencem ao Diabetes tipo II e 12,5% pertence ao
Diabetes tipo I. 50% dos pacientes tinham sobrepeso/obesidade. 37,5%
etilistas, 12,5% ex-etilista, e 50% não-etilistas. 25% eram tabagistas,
12,5% ex-tabagistas e 62,5% não tabagistas. Todos os pacientes
tinham acesso ao Serviço Publico de Saúde. 100% dos pacientes
também afirmaram receber a visita de ACS’s periodicamente. 50%
tinham dislipidemias, 37,5% dos pacientes não tinham dislipidemias
e 12,5% não tinham dados. 62,5% tinham a glicemia entre 111-200
mg/dL, 25% tinham entre 201-300 mg/dL e 12,5% tinham a glicemia
abaixo de 111 mg/dL. 75% tinham aderência ao tratamento proposto
para DM e 62,5% tinham aderência aos medicamentos anti-diabéticos.
50% tinham recebido o diagnóstico entre 2-5 anos, 37,5% dos pacientes
entre 5-10 anos e 12,5% tinha o diagnóstico de 1 ano. Nos quesitos que
avaliam o provável Pé Diabético, 25% tinham lesões nos pés, das quais
uma era a presença de bolhas, e a outra era a presença de erosões,
todas devido a traumas. 12,5% tinha proeminências ósseas. Nenhum
dos pacientes avaliados apresentou eritema, limitação articular e/ou
deformidades nos pés. 12,5% tinham edema nos pés,12,5% sofreram
amputação menor. 50% não usavam calçados adequados,12,5%
preferiam andar descalço e 37,5% usavam calçados adequados. 100%
dos pacientes mantinham seus pés higienizados. 62,5% afirmaram
não serem orientados, pelos médicos durante a consulta, quanto aos
cuidados que os mesmos devem ter com os pés. 87,5% afirmaram
ser orientados pelos ACSs quanto os cuidados com seus pés. 87,5%
falaram que os médicos orientam quanto às complicações do DM.
Todos afirmaram que seus pés não são examinados corretamente
durante a consulta médica. Conclusões: Diante dos dados, percebe-se
que mais esforços educacionais são necessários tanto para população
geral quanto para os profissionais de saúde na prevenção e tratamento
de um potencial pé diabético .
1
Centro Universitário do Maranhão, São Luis, MA
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Avaliação de Retinopatia diabética em Idosos do
Lar São Vicente de Paula- Sorocaba, SP
Capacitação ACS: fator determinante para promoção da saúde
Gabriela Preturlan Capitani1
Anna Paula Romero de Oliveira1
Mariana Falcão1
Giovanna Cardia Caserta1
Marcelo Silva Soares1
Mariana Pinheiro Pinaffi1
Bárbara Miyake Queiroz1
Calixto Freitas1
André Rozas1
Luana Tanigawa1
Lucas Santos1
RESUMO: Introdução: O diabetes mellitus (DM) faz parte de um grupo
de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia resultante
de distúrbios na secreção de insulina e/ou na ação da insulina. A
hiperglicemia associa-se a complicações, disfunções e insuficiência
de vários órgãos, como olhos, rins, nervos, cérebro, coração e
vasos sangüíneos. Uma das complicações microvasculares mais
importantes do DM é a retinopatia diabética (RD), sendo no Brasil
estimado que metade dos pacientes diabéticos sejam afetados pela
RD. A RD consiste na manifestação retiniana de edema, exsudatos
e hemorragias. Pode ser classificada em retinopatia diabética não
proliferativa (RDNP) e proliferativa (RDP). Objetivos: Analisar a
incidência de retinopatia diabética em idosos, moradores do Lar
São Vicente de Paula, detectando novos casos e encaminhando os
possíveis de serem tratados no Ambulatório de Oftalmologia do CHS de
Sorocaba, por alunos e residentes da PUC-SP. Pretendeu-se com esse
estudo: otimizar a assistência oferecida aos idosos estudados e criar
uma interação entre universidade, alunos e instituições assistenciais.
Metodologia: A população estudada abrangeu idosos portadores de
Diabetes Mellitus abrigados no Lar São Vicente de Paula em SorocabaSP. Atualmente no local existem 114 homens e mulheres entre 65 e 94
anos. Inicialmente, foi aplicada em toda população estudada exame
da acuídade visual pela escala de Snellen e o exame de fundo de olho
(Fundoscopia).Posteriormente foi proposto o tratamento adequado.
Os pacientes foram atendidos pelo Residente de Oftalmologia e
pelas alunas do 4º ano de Medicina. Resultados: Dos 90 pacientes
institucionalizados no Lar São Vicente de PAula em Sorocaba, 34
foram selecionados por serem portadores de Diabetes Mellitus. Por
apresentarem condições debilitantes ou por desinteresse pelo projeto
apenas 16 pacientes compareceram a consulta no Ambulatório de
Oftalmologia do CHS, previamente agendada. Os pacientes foram
submetidos ao exame de acuidade visual utilizando-se a tabela
de Snellen e exame de pressao ocular. Foi realizado exame de
oftalmoscopia binocular indireta sob midríase. Apenas 5 apresentaram
alterações fundoscópicas relacionadas à retinopatia diabética.Sendo
que 1 apresentou estreitamento vascular; 3 apresentaram estreitamento
e tortuosidade vascular e1 paciente apresentou microaneurisma. Outros
achados foram: Alterações causadas por catarata em 4 pacientes,
precipitados vítreos em 1 paciente. Todos os 16 pacientes rastreados
apresentaram grande diminuição da capacidade visual. Para todos
os pacientes atendidos foram solicitados os exames:glicemia de
jejum, uréia, creatinina, sódio e potássio. Foi solicitada também
Angiografia aos 5 pacientes que apresentaram alterações vasculares.
Por problemas burocraticos não realizaram os exames, portanto nos
baseamos em exames antigos coletados entre 2008 e 2009. A Glicemia
de Jejum variou entre 80 e 333 mg/dl, sendo a média de 139 mg/dl
Apenas 5 tinham exames de creatinina e os valores variam entre 0,9 e
1,4 mg/dl. Apenas 1 paciente tinha exames de Sódio, Potássio e Uréia.
Sendo os valores: Na=139mEq/dl K= 4mEq/dl e U=52mg/dl Quanto
ao tratamento para DM, todos os pacientes foram são acompanhados
por equipe multiprofissional na Instituição e seguem dieta apropriada.
Destes, 8 pacientes usam Metformina 850mg, 5 Usam Daonil 5
mg, 1 usa glimepirida 1mg, 5 usam Insulina NPH. A Metformina e o
Daonil foram associados em 1 caso. A Insulina NPH foi associada a
Metformina em 4 casos e ao Daonil em 1 caso. O tratamento proposto
para a Retinopatia e a Angiografia não foram realizados devido ao
desinteresse da instituição. Conclusões: Há uma grande dificuldade
em promover estudos e intervenções em pacientes de Instituições
Assistenciais, pois é necessário estímulo para promover o interesse e
a adesão às atividades propostas. Também constatou-se que o número
de pacientes com Retinopatia foi de apenas 31,25% e estimava-se
encontrar 50% de alterações.
Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
- Campus Sorocaba, Sorocaba, SP
1
RESUMO: Introdução: Os agentes comunitários de saúde (ACS)
possuem um papel muito específico que os difere dos demais
membros da equipe. Antes de tudo, são pessoas que convivem com
a realidade e as práticas de saúde do bairro onde moram e trabalham,
portanto identificam-se com a cultura, linguagem e os costumes de
sua própria comunidade. Em estudo desenvolvido sobre o agente
comunitário de saúde, identificou que o agente comunitário não
dispõe de instrumentos, de tecnologia, aqui incluídos os saberes para
as diferentes dimensões esperadas do seu trabalho. Documento do
Ministério da Saúde enfatiza a necessidade de que, face o novo perfil
de atuação para o agente comunitário de saúde, sejam adotadas formas
mais abrangentes e organizadas de aprendizagem, o que implica que
os programas de capacitação desses trabalhadores devam adotar uma
ação educativa crítica capaz de referenciar-se na realidade das práticas
e nas transformações políticas, tecnológicas e científicas relacionadas
à saúde e de assegurar o domínio de conhecimentos e habilidades
específicas para o desempenho de suas funções. Segundo dados da
Secretaria da Saúde de Sorocaba, o percentual de gestantes menores
de 20 anos no município é igual a 24% . A unidade Carlos Amorim foi
inaugurada em maio de 2008, e é responsável pelo atendimento de
aproximadamente 16.000 pessoas.Essa intricada rede de causalidades
que configura a gravidez precoce como situação de risco à saúde
(e à vida) da mãe e do bebê poderia ser menos impactante se as
adolescentes procurassem os serviços de saúde para um adequado
acompanhamento pré-natal e do parto/puerpério. Objetivos:
Capacitar os ACS com conteúdos téoricos relacionados à sexualidade,
desenvolvimento de dinâmicas para abordagem do conteúdo teórico,
e compreençao da Propagar informações para diminuir o índice de
gravidez na adolescência, e assim diminuir o impacto social que uma
gravidez na adolescência acarreta. Criação e fortalecimento de vínculo
entre os adolescentes e os ACS, facilitando o acesso dos jovens à
UBS. Metodologia: Foram submetidos a capacitação, elaborada e
ministrada pelos alunos do PET-SAÙDE , 21 ACS de todas as equipes
da UBS Carlos Amorim . As informações teóricas e o desenvolvimento
de dinâmicas foram ministradas em oito encontros, desenvolvidos de
agosto a novembro, para fornecer embasamento sobre os assuntos
relacionados à gravidez na adolescência. Com o intuito de comparar o
conhecimento prévio e retido pelos ACS após a capacitação, foi aplicado
questionarios pré e pós teste elaborado pelos alunos do PET-SAÚDE.
Resultados: Obtivemos resultados satisfatório comprovamos pelo
pós-teste, evidenciando aumento do conhecimento pelos ACS perante
aos temas abordados nas dinamicas. De acordo com relatos dos ACS
houve a criação do vinculo com os jovens do bairro, sendo observado
o aumento da procura destes pelos serviços da UBS. Conclusões:
Acredita-se que por serem (os agentes) pessoas do povo, não só se
assemelham nas características e anseios deste povo, como também
preenchem lacunas, justamente por conhecerem as necessidades
desta população. Acredito que os agentes são a mola propulsora
para a consolidação do Sistema Único de Saúde, a organização das
comunidades e a prática regionalizada e hierarquizada de assistência,
na estruturação dos distritos sanitários. Ser agente de saúde é ser
povo, é ser comunidade, é viver dia a dia a vida daquela comunidade.
É ser o elo de ligação entre as necessidades de saúde da população
e o que pode ser feito para melhorar suas condições de vida. É ser
a ponte entre a população e os profissionais e serviços de saúde. O
agente comunitário é o mensageiro de saúde de sua comunidade. Ser
agente comunitário de saúde é, sobretudo, lutar e aglomerar forças em
sua comunidade na defesa dos serviços públicos de saúde e educação,
e da melhoria dos determinantes sociais de saúde. É ser agente de
mudanças e de incentivo à participação comunitária.
Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
- Campus Sorocaba, Sorocaba, SP
1
75
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Cocaína e crack: estudo de 958 casos registrados
pelo centro de controle de intoxicações de São
Paulo de 2006 a 2008
Bruno Cavalcanti Farras1
Nátalie Schnaider Borelli1
Flavio Tanouye Montini1
Marcel Campanha1
Carlos Fernando Collares1
Darciléia Alves do Amaral2
RESUMO: Introdução: Nos últimos anos tem se verificado um aumento
de usuários de cocaína e crack, mostrando um grande número de
crianças, jovens e adolescentes que acabam deixando ou prejudicando
suas atividades escolares, acadêmicas e profissionais pelo uso dessas
drogas, o que acaba por limitar suas potencialidades de desenvolvimento
na idade produtiva, bem como corroborando para o aumento dos índices
de violência e outras formas de criminalidade associadas ao tráfico.
Outro fator de destaque são os custos para saúde pública, uma vez que
os hospitais absorvem o custo do atendimento dessas intoxicações; e
para a economia do país, por conta dos óbitos e seqüelas que ocorrem
em idade precoce. Esse estudo poderá auxiliar na criação de projetos
e programas voltados às populações mais suscetíveis ao uso dessas
substâncias. Objetivos: Este trabalho teve o objetivo de descrever as
características clínicas, epidemiológicas e históricas das intoxicações
por cocaína e crack. Metodologia: Foi realizado um estudo descritivo,
retrospectivo e observacional dos registros de casos atendidos pelo
Centro de Controle de Intoxicações da cidade de São Paulo (CCI/SP),
no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2008, que envolvessem
intoxicação por cocaína e/ou crack. Resultados: No ano de 2006 foram
registrados 272 casos, sendo 236 casos de cocaína e 36 por crack.
Observou-se um maior número de casos nos meses de dezembro
(13,9%), março (10,9%) e julho (9,9%), e maior frequência de adultos em
março (89,2%) e julho (85%). O gênero masculino foi o mais acometido
com 64% em março e 70% em julho. Nesse ano houve 35 registros
de adolescentes, 6 escolares, 1 pré-escolar e 1 recém- nascido, todos
por uso de cocaína. Em 2007, foram registrados 279 casos, com uma
relação de 6 casos de cocaína para cada caso de crack. Os meses
de julho (12,5%), dezembro (12,1%) e agosto (11,4%) foram os mais
acometidos. Houve novamente maior incidência de adultos e o gênero
mais acometido foi o masculino, com maior número de registros nos
meses de julho e dezembro, apresentando respectivamente 74,2% e
79,4% de adultos e 62,8% e 55,8% do gênero masculino. Por fim, no
ano de 2008 foram registrados 407 casos, sendo 338 por cocaína e 69
por crack. Os meses com maior número de registros foram dezembro
(14%), outubro (11,3%) e setembro (10%), apresentando, assim como
nos anos anteriores, maior incidência de adultos com 78,8% e o gênero
masculino sendo o mais acometido com 84,7%. Houve nesse ano 47
registros de adolescentes, 11 escolares, 3 lactentes e 1 recém nascido.
Com relação à circunstância da intoxicação foram registradas ao longo
desses três anos 6 casos por causa criminosa, 843 casos por abuso,
11 casos por uso acidental, 32 casos por tentativa de suicídio e 2 casos
de intoxicação que levaram a óbito. Conclusões: O número de casos
registrados pelo CCI/SP nos anos de 2006, 2007 e 2008 apresentaram
aumento abrupto no ano de 2008, superando em 128 casos 207 e 135
2006. Esses dados mostram incidências inferiores quando comparados
a países como Estados Unidos, onde em 2005, o US Poison Control
Centers registrou 7.077 casos de intoxicações por cocaína, dos quais
110 eram menores de 6 anos, 761 entre 6 e 19 anos e 6.101 maiores
de 19 anos (AAPCC, 2005), obtendo uma incidência de 2,39 casos para
cada 100.000 habitantes contra 0,66 no ano de 2006, 0,69 no ano de
2007 e 0,99 no ano de 2008 para cada 100.000 habitantes . O número de
óbitos, segundo o US Poison Control Centers, decorrentes da utilização
drogas ilícitas, que tiveram como agente primario a cocaína foi de 76
casos, ou seja, 1,07% contra semelhantes valores do ano de 2006, com
3 casos, ou 1,1% e nenhum nos anos de 2007 e 2008 registrados no
CCI/SP. Nos Estados Unidos, as causas de óbito que tem a cocaína
associada ou não a outras substancias estão por volta de 8,3% dos
casos (AAPCC, 2005). Por sua vez os registros do CCI/SP, mostram
que das tentativas de suicídio o uso de cocaína associado ou não a
outras substancia não chega a 0,59% no ano de 2006, 0,48% no ano
de 2007 e 0,44% no ano de 2008.
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Centro de Controle de Intoxicações da Cidade de São Paulo, São
Paulo, SP
1
2
76
Como inserir o conceito de “Saúde para Todos”
no âmbito Universitário através da Medicina de
Família: a higiologia como disciplina obrigatória
numa Faculdade de Medicina
Graziela Moreto1
Lorenzo Fernandes Moça Trevizani2
Guilherme Ayres Rossini2
Gabriel Caldato Barsotti2
Nelson de Figueiredo Neto2
RESUMO: Introdução: Em 1978 o termo “Saúde para Todos” foi
abordado na reunião da OMS em Alma Ata. A resposta acadêmica para
preparar médicos para a atenção primária tem variado no decorrer dos
anos nos diversos países. O governo brasileiro inaugurou em 1988 um
novo modelo de Sistema de Saúde Público ( SUS – Sistema Único de
Saúde) com o qual todos os cidadãos tem acesso aos serviços de saúde
e promoveu estratégias para desenvolver programas de Saúde de
Família desde 1994. AS escolas médicas e Universidades se tornaram
responsáveis por preparar profissionais capazes de fornecer o tipo
de cuidados de saúde previsto por este modelo. Torna-se necessário
promover um equilíbrio entre generalistas e especialistas, para que
os estudantes de medicina aprendam a responder às necessidades
das pessoas Objetivos: RElatar a experiência da disciplina de
Higioligia na Universidade Nove de Julho no processo de formação
generalista do estudante de medicina Metodologia: Seguindo essas
recomendações, a Universidade UNINOVE em São Paulo, Brasil,
iniciou a sua Escola de Medicina em 2003, com objetivo de fornecer
esse equilíbrio. A nova disciplina, aqui chamada Higiologia, com
base na promoção da saúde, prevenção e embebidas de valores
fundamentais da Medicina de Família foi estabelecida de maneira
continuada durante os seis anos da faculdade de medicina. Os alunos
ocupam 9% do seu processo de formação no âmbito desta disciplina
(o que significa 944 horas de todo o montante de 10.560 horas de seu
currículo) Resultados: Os estudantes relatam satisfação com este
assunto acadêmico, uma vez que eles aprendem não apenas sobre
a doença, mas, principalmente, sobre como lidar com os pacientes.
Eles aprendem sobre o relacionamento, antropologia prática médica e
ética, como também promoção e prevenção da saúde, e se preparam
para atender qualquer tipo de paciente, independentemente da idade,
gênero, etnia ou doença Conclusões: Para oferecer alta qualidade do
cuidado não é apenas uma questão política do governo, mas implica
o compromisso das Escolas Médicas em prepara médicos da atenção
primária. A experiência bem sucedida da Faculdade de MEdicina da
UNINOVE incorporando a disciplina de Higiologia no currículo pode
ser um modelo a seguir.
1
2
Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP
Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP
Criação de cenários de prática nas comunidades
para alunos da área de saúde
Sônia Regina Middleton1
RESUMO: Introdução: Considerando o aspecto de formação e de
desenvolvimento curricular dos cursos da área de saúde, assim
como as diretrizes curriculares nacionais, o estabelecimento de
novos cenários de prática é desejado e constitui uma das estratégias
para o cumprimento das diretrizes curriculares e para a formação de
profissionais que conheçam e vivenciem toda a amplitude do processo
saúde e doença, aliando competências técnicas da profissão à valores
políticos e sociais.Nossa escola dispõe de um Hospital Geral, com
diferentes especialidades médicas, que é utilizado como cenário de
prática para formação dos estudantes. No entanto, sua integração com
a rede pública de saúde ainda é incipiente, e precisa ser otimizada. Os
alunos de medicina vão para as unidades de saúde apenas no internato,
e não trabalham junto às comunidades. Alguns projetos de extensão
desenvolvem-se em comunidades carentes.Queremos aproveitar
estes espaços para criar novos cenários de prática para os internos de
medicina, de modo a iniciar um aprendizado prático nas comunidades.
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Objetivos: Criação de um novo cenário de prática para o internato de
medicina.Iniciar atividades na comunidade, visando preparar melhor
os alunos para a integração ensino-trabalho-comunidade, colaborando
também com a melhoria da saúde na comunidade. Metodologia:
oferecimento de oficinas sobre metodologias ativas de ensino
aprendizagem. levantamento das necessidades docentes, discentes
e da comunidade.definição das estratégias pedagógicas.implantação
das atividades no novo cenário de prática. Resultados: Iniciamos
as atividades nas comunidades, contando com alguns alunos que se
prontificaram a dar início ao projeto Fizemos reunião com o presidente
da Associação de moradores e a agente comunitária para explicarmos
os principais planos a serem desenvolvidos este ano. Em 14/03,
participamos de uma Feira de Saúde, com o comparecimento de 15
alunos da UNIRIO de medicina e Enfermagem, onde aferimos cerca de
200 glicemias capilares e 250 medidas de pressão arterial. Os dados
coletados serão quantificados para produção de trabalhos científicos.
Conclusões: A integração ensino-serviço na atenção básica necessita
de cenários de prática que promovam a integração entre os alunos
e a comunidade. Atualmente os trabalhos realizados fazem parte de
atividades extensionistas, atingindo apenas poucos alunos. A maior
dificuldade desta participação é a falta de espaço na grade curricular
para ações extra curriculares. A criação de uma disciplina, mais
prática que teórica, onde as ações ocorressem nas comunidades,
possibilitaria a participação de todos, o que auxiliaria as comunidades
a receberem melhor e mais amplo atendimento primário em saúde.
Além disso os alunos poderiam atuar em serviço, favorecendo um
melhor relacionamento profissional-paciente, tão importante para a
formação ética e humanística destes profissionais.
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
RJ
1
Curetagem uterina pós abortamento em adolescentes em uma maternidade escola
Rosangela Joanilho Maldonado1
Ricardo Cristiano Leal da Rocha1
Suzél de Oliveira Barbosa1
Adriana Ribeiro1
Sylvia Ribeiro do Val1
RESUMO: Introdução: O número de curetagens decorrentes de
abortos em adolescentes aumenta na mesma proporção em que
aumentam os casos de gravidez na adolescência. Estima-se que ocorra
no país de 1 a 1,2 milhão de abortamentos ao ano,que constituem
a 5º causa de internação na rede do SUS e são responsáveis por
9% das mortes maternas e 25% das esterilidades por causa tubária.
Objetivos: Avaliar a incidência de abortamentos inevitáveis em
gestantes adolescentes de uma maternidade escola nos primeiros
seis meses de seu funcionamento, bem como o percentual de
curetagens nesta população. Metodologia: Estudo retrospectivo dos
registros de movimentação do serviço das curetagens realizadas nas
adolescentes atendidas na Maternidade Municipal de Cariacica (MMC)
no período de junho a dezembro de 2009. Resultados: Observamos
que neste período tivemos 211 curetagens pós abortamento, o que
corresponde a 10,82% dos procedimentos cirúrgicos realizados
no serviço. Destas, 24 (11,37%) eram adolescentes em trabalho
de abortamento, sendo que 3 (12,5%) tinham menos de 15 anos.
Conclusões: Tanto a gravidez como o aborto, seja ele provocado ou
decorrente de situações criadas pela própria idade vem crescendo e
há poucos estudos sobre aspectos emocionais e sociais destas jovens
mulheres. Este problema é reflexo do que ocorre em todos os países
do mundo, representando um desafio para os profissionais de saúde,
considerando sua magnitude.
1
Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES
Educação Permanente, cenários hospitalares e
treinamento admissional: concepções, necessidades, barreiras e possibilidades
Débora Schettini da Silva Alves1
Sylvia Helena Souza da Silva Batista1
RESUMO: Introdução: Os programas formais de orientação ao recémadmitido no âmbito hospitalar têm como expectativa o preparo desse
profissional com qualidade na perspectiva de impactar positivamente
a dinâmica do cuidado no ambiente hospitalar. Para SILVA (2008),
a Educação Permanente em Saúde é um processo de formação e
desenvolvimento das práticas educativas, entendento que o aprender
e o ensinar incorporam ao quotidiano das organizações e ao trabalho.
Objetivos: Investigar, na perpectiva de enfermeiros, concepções,
necessidades, barreiras e possibilidades no treinamento admissional,
em cenários hospitalares, em instituição privada, São Paulo.
Metodologia: Estruturou-se dois grupos: 8 enfermeiros formadores
(profissionais que atuam na educação de funcionários recémadmitidos) e 28 enfermeiros em formação (profissionais admitidos
no cenário de junho/2007 à 2009). Foram realizadas entrevistas
individuais semi-estruturadas e aplicado questionário, tendo-se como
perspectiva a utilização da análise de conteúdo. Resultados: Perfil
dos participantes:enfermeiros formadores: sexo feminino, idade 29
a 35 anos, nível superior com especialização, tempo de formação e
de exercío profissional 11 a 15 anos; enfermeiros em formação: sexo
feminino; 20 a 30 anos; graduação; tempo de exercícío profissional
inferior a dois anos e tempo de atuação na instituição como enfermeiro,
maior que 1 ano e 1 mês. Concepções: o enfermeiro em formação
entende a educação permanente como uma prática com fortes
traços informativos. Para os enfermeiros formadores não está clara
a diferença entre a Educação Continuada e Educação Permanente,
tendo-as como sinônimo. Necessidades e barreiras: ambos grupos
reconhecem a importância do processo educativo, indicando as lacunas
da formação inicial, bem como a adaptação ao contexto de trabalho.
Os formadores expressam necessidade de trabalhar conteúdos
que englobem os aspectos organizacionais, comportamentais e as
competências profissionais. O enfermeiro em formação expressou
carência de aprendizado em relação aos protocolos institucionais e
procedimentos específicos. Possibilidades: a Educação Permanente
favorece a parceria com a liderança (enfermeiro formador e recémadmitido) e aproximação do cenário de prática. Conclusões: O estudo
permitiu identificar lacunas no treinamento admissional, que podem ser
superadas com processos de Educação Permanente, implicando na
construcção de uma cultura de aprendizagem que aponte para novas
relações entre aprender, trabalho e gestão do cuidado.
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo,
São Paulo, SP
1
Ensino da hipertensão arterial em um cenário de
atenção primária à saúde
Fernando Antonio de Almeida1
Ronaldo D´Ávila1
Enio Marcio Maia Guerra1
Ricardo Augusto de Miranda Cadaval1
Cibele Isaac Saad Rodrigues1
RESUMO: Introdução: A hipertensão arterial é um grande problema
de saúde pública, afetando cerca de 25% da população adulta. Suas
complicações cardiovasculares e renais são as principais causas de
mortalidade, morbidade e gastos com cuidados em saúde. A grande
maioria dos hipertensos é acompanhada em unidades primárias de
atenção à saúde (UBS/USF) dentro do programa HiperDia. No entanto,
na educação médica, pouca atenção é dada aos pacientes hipertensos
nestes locais, pois, na maioria das escolas médicas, o ensino da
hipertensão arterial é feito em hospitais. Ao avaliarmos a eficácia do
tratamento da hipertensão realizado em UBS/USFs observamos que
apenas 40% dos pacientes tinham o controle pressórico recomendado,
mesmo estando em acompanhamento regular e recebendo medicação
77
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
anti-hipertensiva. Objetivos: Estabelecer um modelo de assistência
integral ao indivíduo com hipertensão arterial com o objetivo de entender
as necessidades e peculiaridades do manuseio destes pacientes em
seu local de origem (UBS/USF), adequando a este novo cenário o
ensino e aprendizagem de internos, residentes, médicos e profissionais
da saúde. Metodologia: Os participantes são profissionais de saúde
das UBS/USF, estudantes de medicina do internato e residentes em
clínica médica de uma escola com um currículo tradicional em fase
de transição para metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Os
pacientes são atendidos individualmente ou por duplas de internos/
residentes. Antes de iniciar o atendimento são inteirados dos principais
objetivos do projeto e recebem um roteiro sistematizado desenvolvido
para o programa de anamnese, exame físico e conduta (exames
complementares e tratamento). Cada atendimento feito pelos alunos/
residentes é discutido com o preceptor e os pacientes recebem do grupo
as orientações no sentido de seguir as recomendações e alcançar as
metas de controle pressórico preconizadas pelas Diretrizes Brasileiras
de Hipertensão. As visitas de acompanhamento são programadas de
preferência com os mesmos indivíduos que estiveram envolvidos na
primeira consulta. Resultados: Desde maio de 2009, este programa
tornou-se uma atividade regular do internato em clínica médica. Uma
avaliação qualitativa (questionário aberto) revelou que o programa foi
bem recebido pelos internos e residentes, que elegeram os seguintes
pontos positivos: a organização do programa, a aprendizagem de
cuidados sistematizados em hipertensão, a oportunidade de praticar uma
consulta médica no contexto de uma unidade primária e o aumento da
segurança do aluno/residente. Apesar de enfatizarem que os benefícios
predominam, relatam como fator negativo a distância do campus à
UBS. A aferição da aquisição de conhecimentos e competências pelos
estudantes não foi avaliada, pois a prova de clínica médica a que são
submetidos não inclui perguntas específicas relacionadas ao manuseio
da hipertensão e a esta atividade. Planejamos aplicar o mini-CEX como
forma de avaliação. Dados preliminares mostram amplos ganhos para
os pacientes atendidos neste sistema, tanto o relato de “satisfação”
como a melhora do controle pressórico e de outros fatores de risco
cardiovasculares. Conclusões: A transição de um curso de medicina
com currículo tradicional para outro baseado em metodologias ativas
de ensino-aprendizagem (hoje no 5º ano), que atende as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino de Graduação em Medicina
de 2001 e integra a universidade aos serviços do Sistema Único de
Saúde (SUS), veio acompanhada de muitos benefícios para todos,
alunos, universidade, docentes, usuários e profissionais da saúde.
Práticas que nos expõem, alunos e docentes, a atividades nestes
cenários de integração universidade-serviço obrigam-nos à reflexão
cotidiana e são intensamente transformadoras em relação à formação
clássica do médico. Tais atividades devem ser estimuladas para que
os profissionais de saúde egressos dos nossos cursos estejam aptos
e seguros a atender às necessidades da população e os desafios de
seu maior empregador, o SUS.
Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
- Campus Sorocaba, Sorocaba, SP
1
Ensino de pediatria na atenção básica em saúde –
a prática clínica como integradadora de conteúdos
da saúde coletiva e da pediatria
Rosana Fiorini Puccini1
Rosa Resegue Ferreira da Silva1
Glaura Cesar Pedroso1
Alzira Rosa Esteves1
Rosinha Y. Matsubayaci Morishita1
Suely Midori Ishimoto Terao1
Renato Nabas Ventura1
Maria Wany Louzada Strufaldi1
Marcio Biczyk Amaral1
RESUMO: Introdução: Os princípios do Sistema Único de Saúde
(SUS), como qualificadores do direito social, em especial o da
integralidade das ações, são elementos que impulsionam a expressão
de novas necessidades. No ato de reconhecer e valorizar essas novas
78
necessidades está a fundamental diferença entre o provimento mínimo
e o básico do direito à saúde. Um dos grandes desafios da atenção
básica relaciona-se à sua capacidade de responder à demanda
espontânea, compreendendo esta atividade como parte de um todo
e como oportunidade de se estabelecer vínculo e continuidade dos
cuidados, o que exige a superação do modelo de consulta médica tipo
queixa-conduta. Para tanto, é fundamental a existência de acolhimento,
definição de fluxos, adequação de número e qualificação profissional e
referência estabelecida quanto aos recursos diagnósticos e terapêuticos
e aos demais níveis do sistema de saúde. É fundamental, também, que
na formação do médico seja proporcionada essa experiência, como
uma atividade qualificada, complexa, e que permita uma análise crítica
dos serviços de saúde. Objetivos: Descrever a atividade de assistência
à demanda espontânea realizada pelos alunos do internato, como
um dos componentes do estágio de pediatria realizado em unidades
básicas de saúde. Metodologia: Com duração de 4 semanas, as
atividades práticas do estágio contam com supervisão de docentes da
universidade e incluem: 1) consultas agendadas – acompanhamento
do crescimento e desenvolvimento (puericultura) e assistência às
crianças com afecções crônicas (obesidade, dores recorrentes,
distúrbios de comportamento); 2) atuação em equipe multiprofissional
na assistência às crianças de alto risco para adoecimento, em especial
prematuros; 3) assistência à criança com asma brônquica – consulta
médica, grupos de orientação, visitas domiciliares; 4) realização de
consultas não agendadas (infecções respiratórias, crise asmática,
afecções de pele e outras); este atendimento à demanda espontânea
resulta no preenchimento de formulário com as seguintes variáveis:
idade e sexo do paciente, diagnósticos estabelecidos na consulta,
encaminhamentos, solicitação de exames. Estes dados são digitados
em programa desenvolvido e orientado por docentes do Departamento
de Informática em Saúde. No final do estágio é apresentado um trabalho
para docentes dos departamentos envolvidos sobre essa atividade.
Resultados: A apresentação do trabalho inclui introdução sobre o
tema, objetivos, métodos (população/amostra, tipo de estudo, descrição
de variáveis, estatística), resultados e discussão. O processo de
elaboração exige consulta bibliográfica (estudos semelhantes, bases de
dados oficiais como SEADE, DATASUS). No processo de elaboração
são abordados os seguintes temas: informação e informática em saúde,
o processo saúde – doença, conceitos de epidemiologia, aspectos
clínicos das afecções mais freqüentes em pediatria, integralidade,
continuidade dos cuidados, modelos de atenção, sistema local de
saúde e o papel da atenção básica. Conclusões: A participação do
aluno na assistência à demanda espontânea tem contribuído para
a aquisição de competências (cognitivas e habilidades) visando ao
atendimento de afecções agudas freqüentes em pediatria, bem como
reconhecimento de risco e gravidade; sua atuação, na mesma unidade
de saúde, em ações programáticas favorece sua compreensão de que
essas ações estão correlacionadas e não são excludentes, ao contrário,
se potencializam. O processo de organização desse trabalho tem
contribuido para a reflexão e discussão de temas da saúde coletiva e
da relação destes à prática clínica. As atividades na atenção básica com
participação dos respectivos departamentos/setores ainda são limitadas
à pediatria, e seria fundamental a ampliação dessa experiência com as
demais áreas clínicas de forma articulada à saúde coletiva.
Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo,
São Paulo, SP
1
Esquizofrenia: um estudo de caso
Nelson Henrique da Silva1
Bruno Cavalcanti Farras1
Lucas Alvarez Rinaldi1
Caio Matsucuma Uemura2
Marila Polanowski Escudeiro Garcia1
Flavio Tanouye Montini1
Fabiana Neman1
RESUMO: Introdução: A esquizofrenia é um transtorno crônico
caracterizado por sintomas psicóticos tais como delírios, alucinações,
desorganização do pensamento além de sintomas cognitivos como
embotamento afetivo, apatia, isolamento social. Através da CID-
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
10 foi incluída na classificação das esquizofrenias o Transtorno
Esquizotípico. A prevalência está estimada em 1% da população
sem diferença significativa entre os sexos, geralmente iniciada antes
dos 25 anos. O interesse pelo tema surgiu com o aumento de casos
diagnosticados, já que o distúrbio está sendo amplamente divulgado
e discutido. Objetivos: caracterizar clinicamente cinco integrantes de
uma família portadores de sintomas compatíveis com esquizofrenia.
Metodologia: Realizado um estudo de caso para posterior análise e
discussão sobre as características clínicas dos indivíduos afetados.
Resultados: Foi constatado que os cinco indivíduos apresentam os
sintomas positivos, ou seja, são os mais floridos e exuberantes, tais
como as alucinações (mais freqüentemente, as auditivas e visuais e,
menos freqüentes as táteis, e olfativas), os delírios (persecutórios, de
grandeza, de ciúmes, somáticos, místicos, fantásticos), perturbações
da forma e do curso do pensamento (como incoerência, prolixidade,
desagregação), comportamento desorganizado, bizarro, agitação
psicomotora e mesmo negligência dos cuidados pessoais. Dois
indivíduos apresentaram alguns sintomas negativos como pobreza do
conteúdo do pensamento e da fala, embotamento ou rigidez afetiva
e prejuízo do pragmatismo. Conclusões: Concluímos (Concluí- se)
que todos os indivíduos da família podem ser caracterizados como
portadores de esquizofrenia, de acordo com o critério de classificação
DSM IV. Além disso, Foi encontrado um caráter fortemente indicativo
de influência genética para a aquisição do distúrbio.
1
2
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP
princípios e normas da Vigilância em Saúde e desenvolvimento prático
de projetos de vigilância e educação em saúde nas escolas, creches
e asilo municipal. No quarto período, o módulo de “Saúde da Família
e Comunidade: anamnese clínica e psicossocial na comunidade”,
adotam-se roteiros de anamneses segundo o ciclo de vida, como
recomendados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais,
associados à elaboração e interpretação do genograma familiar
e condução de entrevista psicológica, propiciando ao acadêmico,
ainda no estágio pré-clinico a construção de uma história clínica,
epidemiológica e psicossocial de pacientes por eles atendidos em
USF. Já no quinto e sexto período, os módulos de “Saúde da Família
e Comunidade: assistência terapêutica integral à criança e gestante”
e “ao paciente crônico e idoso”, com a aplicação do Método Dáder,
aliado ao aprendizado da Medicina Baseada em Evidências, fecha
o ciclo de preparação do acadêmico de medicina, para que durante
os sétimo e oitavo períodos do curso ele já possa atuar de maneira
efetiva e integral na assistência de pacientes durante o estágio clínico
em Saúde da Família e Comunidade nos sétimo e oitavo período de
curso. Conclusões: Observa-se que esta mudança curricular, que vai
desde ações iniciais de promoção à saúde até a assistência terapêutica
integral, buscando sempre retorno e melhoria para os serviços, tem
contribuído para desenvolvimento do pensamento crítico, reflexivo
e humanista de nossos acadêmicos, assim como a habilidade do
trabalho em equipe.
1
Estratégia de Saúde da Família como cenário de
prática para a integração básico-clínico e ensinoserviço
Universidade José do Rosário Vellano, Alfenas, MG
Estudo comparativo sobre os sintomas depressivos e estresse em pacientes portadores de HAS
entre duas unidades do Programa de Saúde da
Família
Miriam Monteiro de Castro Graciano
Helena Alves Soares Chini1
Cynara Alves Rocha1
Everton Freixo Guedes1
Márcia Dorcelina Trindade Cardoso1
Geraldo Assis Cardoso1
RESUMO: Introdução: As diretrizes curriculares nacionais implantadas
em agosto de 2001 desencadearam um processo de transformação
dos currículos das escolas médicas. Em nosso caso, este processo
foi reforçado pelo Edital do Pró-Saúde, ao ter nosso projeto aprovado
e contemplado com recurso. O fio condutor do projeto era a proposta
de revisão de conteúdos essenciais à Atenção Primária em Saúde,
procurando relacioná-los com o processo saúde-doença-cuidado, com
a família e com a comunidade, propiciando assim integralidade de
ações e serviços de saú. Objetivos: a) Inserir o acadêmico de medicina
desde o primeiro ano de curso na Estratégia de Saúde da Família
(ESF). b) Diversificar cenários de ensino-aprendizado visando integrar
conteúdos básicos e profissionalizantes por meio da ESF. c) Buscar
métodos ativos de aprendizagem. Metodologia: Reconhecimento do
território de saúde do município de Alfenas, Minas Gerais. Formação da
Comissão Permanente de Integração Ensino-Serviço (CIES), seguida
de negociação de espaços e estratégias de ampliação de cenários de
práticas. Seleção das Unidades de Saúde da Família (USF) envolvidas
no processo. Reuniões periódicas com as ESF para levantamento das
necessidades dos serviços e acompanhamento do processo. Definição
de temas e seqüência dos mesmos durante os quatro primeiros anos
do curso. Resultados: Foram extintas as disciplinas de Saúde Coletiva
I, durante o primeiro período e Saúde Coletiva II, durante o terceiro
período, uma vez que o campo da Saúde Coletiva era o único espaço
intra-institucional interessado no processo de mudança curricular.
Aquelas disciplinas, com grande ênfase conceitual e teórica, cederam
lugar à sete módulos temáticos em Saúde da Família e Comunidade
com ênfases específicas no cuidado. No primeiro período, o módulo
de “Saúde da Família e Comunidade: políticas e práticas de saúde”
enfatiza a Política Nacional de Atenção Básica, a organização do
cuidado e a abordagem clínica e epidemiológica das doenças crônicas
não transmissíveis. No segundo período, o módulo de “Saúde da
Família e Comunidade: saúde materno-infantil” enfatiza ações de
cuidados primários em saúde, voltadas aos menores de cinco anos
e o período de gestação, parto e puerpério. No terceiro período, o
módulo de “Saúde da Família e Comunidade: vigilância e educação em
saúde” propicia o conhecimento teórico da epidemiológica descritiva,
RESUMO: Introdução: A depressão constitui uma patologia altamente
prevalente na população em geral, sobretudo em pacientes que
apresentam comorbidades como hipertensão arterial, déficits motores,
neurológicos e sobre tudo idosos. De acordo com as atuais diretrizes
curriculares para a formação médica generalista que enfatizam
a capacitação para a atenção primária a saúde, intervenção e
contribuição, realizamos um levantamento, em duas unidades do
PSF em Volta Redonda-RJ, da prevalência de depressão e estresse
em pacientes com hipertensão arterial, visto que os referidos fatores
estão envolvidos com aumento no risco de doenças cardiovasculares
de forma comparável ao aumento provocado pela hipertensão arterial
e obesidade abdominal, segundo o estudo INTERHEART. (Yusuf et
al, 2004) O referido estudo, realizado em 52 países, indicou ainda que
a depressão e o estresse aumentaram o risco de Infarto Agudo do
Miocárdio em 60% nos pacientes avaliados, sendo que a eliminação
de tais fatores poderia reduzir em 33% incidência. Objetivos: Avaliar
a prevalência de depressão e estresse em pacientes com HAS em
dois PSF de Volta Redonda além de transportar os estudantes ao
real contesto onde essa população vive. Metodologia: Através de
um estudo transversal, foram amostrados 130 pacientes de duas
unidades de PSF, (n=70) em nosso campus e (n=60) no Jd. Cidade
do Aço. Aplicamos questionários padronizados contendo o Inventário
de Depressão de Beck, composto de 21 perguntas referentes a
sentimentos como tristeza e desvalia que foram aplicados, através
de entrevista, sendo utilizados os escores 9/10; 18/19 e 29/30 para
estratificação da sintomatologia depressiva, conforme Beck et al,
1988, propiciando a classificação em depressão leve a moderada,
moderada a grave e grave, respectivamente. Para a análise quantitativa
de estresse utilizou-se o GHQ-12 (General Health Questionnaire),
sendo adotado como critério de caracterização do estresse somatório
superior a 4, conforme outros estudos. Resultados: Observou-se
depressão em 70% dos pacientes com HAS no PSF de nosso campus.
Na estratificação da severidade, 57% apresentou depressão leve à
moderada e 13% moderada a grave. A prevalência de estresse foi de
48%, sendo significativamente maior nos pacientes com depressão.
1
79
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Nos pacientes do PSF Jd. Cidade do aço observou-se 41,6% de
sintomas depressivos sendo que 38,3% de leve a moderada e 3,3%
de moderada a grave e a prevalência de estresse 75%. Conclusões:
No PSF de nosso campus foi encontrada elevada prevalência da
sintomatologia depressiva e baixa de estresse se comparado com
o bairro Jd. Cidade do aço, onde a depressão encontrou uma baixa
prevalência, mas em contra partida o estresse foi muito elevado.
A partir desses resultados percebemos então a necessidade da
participação interdisciplinar e multiprofissional, visto que depressão
e o estresse são reconhecidamente fatores que aumentam o risco
de doenças cardiovasculares sobre tudo em pacientes portadores
de comorbidades como hipertensão arterial, diabetes e idosos, logo
a implantação dos NAFS será de grande valia para o SUS, pois além
de melhorar qualidade de vida da população irá reduzir gastos com as
comorbidades dessas patologias.
1
Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ
dos dados, obsservou- se que grande parte das adolescentes não
conhece como é feito e nem a importância do exame de Papanicolaou.
Quando interrogadas sobre o motivo sobre a falta de conhecimento,
relatam ausência de programas de orientação por parte da UBS e
do sistema de saúde como um todo. Porém, outro dado relevante
observado na pesquisa, é que todas as pacientes que já passaram
em consultas ginecológicas, sabem a importância da realização do
exame. Observamos também a importância da família atuando como
orientadora das atividades sexuais das adolescentes, visto que a
grande maioria das garotas relatou que conversam com a mãe sobre
sexo. Conclusões: Tendo em vista a análise dos dados, acreditamos
que um maior número de palestras educativas tanto nas escolas como
nas Unidades Básicas de Saúde, alem de uma maior divulgação das
campanhas oferecidas possibilitarão maior compreensão sobre o
câncer de colo, e consequentemente desaparecimento de mitos e
preconceitos com relação ao exame, propiciando diagnósticos precoces
e diminuição na taxa de mortalidade por esse câncer.
1
2
Identificação de fatores que influenciam a adesão
por adolescentes ao programa de coleta de
Papanicolaou
Bruno Cavalcanti Farras1
Flavio Tanouye Montini1
Nelson Henrique da Silva1
Fabiana Neman1
Marila Polanowski Escudeiro Garcia1
Lucas Rinaldi1
Caio Matsucuma Uemura2
RESUMO: Introdução: O câncer de colo uterino é considerado um
problema de saúde pública que atinge todas as camadas sociais
e regiões do país, sendo considerado a segunda causa de morte
por câncer em mulheres no mundo. No Brasil é a terceira neoplasia
maligna mais comum entre as mulheres, depois do câncer de pele
não- melanoma e do câncer de mama. As medidas de prevenção
consideradas de suma importância envolvem o rastreamento de lesões
na população sintomática e assintomática, identificando o grau das
mesmas, uma vez que a partir de um diagnóstico precoce e tratamento
correto é possível sua cura. A Organização Mundial de Saúde assinala
os fatores sociais, ambientais e hábitos de vida como os de maior
influência para essa patologia, destacando-se as baixas condições
sócio-econômicas, início precoce da atividade sexual, multiplicidade
de parceiros, tabagismo e uso prolongado de contraceptivos orais.
Além disso, um fator de grande relevância é a história de doenças
sexualmente transmissíveis (DST), principalmente na exposição ao
vírus papiloma humano (HPV), cujos estudos demonstram papel
importante no desenvolvimento da neoplasia das células cervicais e
na sua transformação em células cancerígenas. Estudos revelam que
campanhas de prevenção e/ou detecção precoce não têm sido bem
sucedidas, apontando como possíveis causas: a dificuldade em acessar
os serviços de saúde para a realização do exame de Papanicolau,
desconhecimento sobre a patologia, idéias preconceituosas e tabus
existentes. Objetivos: Este trabalho tem como objetivos: identificar
fatores que influenciam na adesão ao exame de Papanicolaou,
esclarecer a importância do exame, orientar as adolescentes com
vida sexual ativa sobre a prevenção do câncer de colo uterino e a
realização do exame e auxiliar Unidades Básicas de Saúde a aumentar
o índice de adolescentes que realizam o exame de Papanicolaou.
Metodologia: Estudo realizado com a finalidade de identificar fatores
que possam influenciar na adesão por adolescentes (correspondente
ao período de vida entre os 10 e 19 anos) ao programa de coleta de
papanicolaou através da analise de formulário que permite evidenciar
o conhecimento sobre a importância do exame, como é feito, se já o
realizou ou se pretende realizá- lo, se conversa com a familia sobre
sexo, se conhece os programas de orientação sexual da Unidade
Básica de Saúde, se utiliza a Unidade Básica de Saúde quando tem
problemas ginicológicos, qual o maior obstáculo que acredita existir
para que as pessoas não realizem o exame e o que poderia ser
feito para mudar essa idéia. Resultados: De acordo com a analise
80
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP
Impacto da utilização de visitas domiciliares na
formação dos alunos de graduação dos cursos
de Medicina e Enfermagem
Mariana Hikari Abe1
Mariana Alvares Penha2
Núria Avelar de Puertas3
Pamella Ajej Bonani1
Mayra Naves Clemente3
Pamela Medeiros dos Santos3
Maisa Batarra Lima3
Natanael Sutikno Adiwardana3
Maria Júlia de Barros Orsolini3
Lívia Maria Beraldo3
Maria Rachel Nogueira Barreira3
Valéria Winckler Fernandes3
Cátia Fonseca3
RESUMO: Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS), visando à
assistência integral da população, implantou a Estratégia Saúde da
Família (ESF), cujas práticas apresentam ações de caráter preventivo e
de promoção da saúde, avançando além da intervenção médica isolada
ao propiciar a integração do profissional de saúde com a comunidade
numa atuação interdisciplinar. A visita domiciliar, incorporada á ESF,
tem o intuito de permitir aos profissionais uma inserção mais próxima
e o reconhecimento da realidade de vida da população. Ao entrar
no espaço domiciliar o profissional evita considerar somente os
problemas apresentados pelo indivíduo, passa também a ponderar
os fatores sociais, os recursos disponíveis na casa, as condições de
higiene e segurança e o grau de esclarecimento da família. Com o
intuito de apoderar-se das ferramentas da ESF, sobretudo às visitas
domiciliares (VDs), foi desenvolvido o presente trabalho como parte
integrante de uma disciplina da graduação. Alunos dos cursos de
medicina e enfermagem realizaram VDs, abordando a alimentação
no primeiro ano de vida e a importância das atividades lúdicas no
desenvolvimento infantil. O aleitamento exclusivo nos primeiros meses
de vida tem papel fundamental na redução da morbi-mortalidade por
doenças infecciosas, entretanto, as taxas de aleitamento exclusivo
são ainda baixas em todo o mundo. Já a brincadeira é uma atividade
presente no cotidiano de crianças nas mais diversas culturas, com
um importante papel no desenvolvimento das mesmas, nem sempre
reconhecidas pelos adultos. Objetivos: Capacitar os graduandos na
promoção do bem-estar comunitário utilizando como ferramenta VDs
temáticas dentre os dispositivos técnico-sociais da rede básica de
saúde municipal. Metodologia: Formou-se um grupo constituído por 12
alunos de graduação (8 do curso de medicina e 4 de enfermagem) para
a realização de atividades na comunidade do bairro Jardim Santa Eliza
no município de Botucatu. Houve reconhecimento do território seguido
de VDs temáticas abordando: alimentação no primeiro ano de vida da
criança (estimulando o aleitamento materno exclusivo) e a importância
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
do brincar no desenvolvimento infantil. Houve preparação prévia por
meio de palestras, discussões e estudo dirigido sob orientação de um
tutor. Resultados: Foram abordadas 12 famílias residentes no bairro,
todas com crianças menores de 6 meses de idade. Somente em 2 casos
não era realizado o aleitamento materno (AM). Houve a possibilidade
de discussão e estimulo ao AM em todos os casos. As atividades
lúdicas foram realizadas em uma instituição filantrópica do bairro, com
desenvolvimento de atividades educativas de brincar com cerca de 20
crianças, moradoras do bairro. Para os alunos o trabalho realizado foi
relevante como habilidade para o profissional de saúde. As VDs foram
um importante recurso para o contato com a diversidade de realidade e
troca de experiências. O desenvolvimento de uma maneira adequada
de transmitir as informações aprendidas em aula à comunidade foi
uma dificuldade encontrada, pois a habilidade de comunicação numa
linguagem adequada ao contexto econômico e social do ouvinte é muito
importante, e é ainda insipiente em virtude da falta de experiência dos
alunos. Conclusões: Alguns alunos vivenciaram a frustração ao se
deparar com a resistência de cada indivíduo à informação transmitida,
pois o processo educativo exige o estabelecimento de vínculo do
estudante com a família visitada e o número de visitas realizadas
constitui um fator limitante. A iniciativa de disciplinas que promovem
a interação universidade, serviço e comunidade permite despertar
nos alunos a concepção do outro em sua integralidade, assim como o
desenvolvimento de uma percepção sobre a complexidade humana,
cuja deficiência é ainda o maior entrave sobre a boa prática médica,
pois segundo Edgar Morin, “é preciso compreender a compaixão que
significa sofrer junto” para se estabelecer a verdadeira comunicação
humana, a base da assistência à saúde.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Presidente Prudente, SP
3
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
1
Implantação de prontuário eletrônico em Unidade
Básica de Saúde em comunidade carente no
Município de São Luís – Maranhão
Jorge Alberto Trabulsi Lisbôa1
Mariana Lorenzoni Barbosa de Sousa1
Filipe Aragão Felix1
Wagner Ribeiro Filho1
Maiara Morais Ferreira1
Adriana Santos de Brito Silva1
Natalia de Sousa Sales1
RESUMO: Introdução: É de consenso geral de que a informação
sobre as condições epidemiológicas de uma determinada população
é de fundamental importância para se obter o controle e a melhora
das condições de saúde dessa população. O prontuário do paciente
é um conjunto de informações da vida pregressa do paciente e de
seus familiares, estes dados são de fundamental importância para o
auxilio no diagnóstico de doenças do paciente, assim como os fatores
de riscos para outras patologias e tratamentos propostos. Estas
informações são armazenadas no prontuário pelos profissionais de
saúde, para que os mesmos possam relembrar dos eventos clínicos
do paciente. Sendo assim um importante e fundamental vinculo entre
os profissionais de saúde. O Conselho Federal de Medicina (CFM),
no Artigo 1o da Resolução de nº 1.638/2002, define o Prontuário do
Paciente como sendo um documento único constituído por um conjunto
de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos,
acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência
a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, utilizado para
possibilitar a comunicação entre membros da equipe multiprofissional
e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo. O prontuário
eletrônico é um meio físico, um repositório onde todas as informações
de saúde, clínicas e administrativas, ao longo da vida de um indivíduo
estão armazenadas; e muitos benefícios podem ser obtidos deste
formato de armazenamento. Dentre eles, podem ser destacados:
acesso rápido aos problemas de saúde e intervenções atuais; acesso
a conhecimento científico atualizado com conseqüente melhoria do
processo de tomada de decisão; melhoria de efetividade do cuidado,
o que por certo contribuiria para obtenção de melhores resultados dos
tratamentos realizados e atendimento aos pacientes; possível redução
de custos, com otimização dos recursos. Objetivos: Organizar, de
forma clara, os dados contidos nos prontuários dos pacientes atendidos
em uma Unidade Básica de Saúde através da implantação do sistema
de prontuários eletrônicos. Metodologia: Iniciando a parte prática do
projeto, as atividades que foram desenvolvidas se baseiam na aquisição
e instalação dos materiais que foram usados e a capacitação dos
profissionais que irão usá-los, para, então, os prontuários em papel
serem progressivamente substituídos pelo sistema de prontuários
eletrônicos. No que se refere à aquisição dos materiais, o órgão superior
responsável pela administração do centro de saúde incumbiu-se de
disponibilizar os materiais necessários, juntamente com doações de
empresas especializadas. O prosseguimento do projeto requereu a
instalação e preparação dos mesmos. Os usuários (equipe técnica do
posto) foram capacitados e treinados para usufruir corretamente do
sistema. Com todo o sistema pronto e os profissionais capacitados,
o próximo e último passo antes de por em funcionamento o sistema
foi a transferência dos dados registrados em papel para o sistema de
informação do centro de saúde. Resultados: Após a implantação do
novo sistema de prontuários houve aplicação de questionário com os
médicos desta unidade. Os médico desta UBS afirmaram, em 100%,
que houve melhora das informações escritas, melhor entendimento das
mesmas e maior agilidade na busca destas informações. Conclusões:
O prontuário eletrônico para Unidades Básicas de Saúde é um sistema
válido para a atenção primária, pois traz, a estas unidades, maior nível
de informação e organização de dados dos pacientes e maior agilidade
no processo de buscas destas informações.
1
Centro Universitário do Maranhão, São Luis, MA
Integração universidade e comunidade: discussão
de caso de fobia específica e proposta de
intervenção
Rodrigo Fernando Bustos Pena1
Nátalie Schnaider Borelli1
Sérgio de Ornelas Flôr1
Rafael Pires dos Santos1
Roger Sequeira Guerin1
Rodolfo Reis Correa1
Alba Lúcia dos Santos2
RESUMO: Introdução: A fobia específica caracteriza-se por
ansiedade clinicamente significativa provocada pela exposição a um
objeto ou situação específicos e temidos, freqüentemente levando
ao comportamento de esquiva. O indivíduo experimenta um medo
acentuado, persistente e excessivo ou irracional na presença ou
previsão do encontro com determinada situação ou objeto. O tema
central do medo pode envolver a previsão de um dano causado por
algum aspecto do objeto ou situação. As fobias específicas também
podem envolver preocupações e medo de perder o controle, entrar
em pânico e levar à síncope, durante a exposição ao objeto temido.
A fobia específica acomete mais mulheres do que homens, sendo
o pico de incidência se aos 20 anos, e 5% a 10% da população
brasileira seja afetada por essas condições pertubadoras e algumas
vezes incapacitantes. Objetivos: Como se trata de patologia psíquica
complexa e, em muitos casos sem resolubilidade, o objetivo do presente
trabalho é, através de relato de um caso clínico com diagnóstico de
fobia específica, discutir e levantar propostas de intervenções, para
auxílio na conduta da equipe do Programa de Saúde da Família.
Metodologia: Através de duas visitas domiciliárias à paciente, os
alunos, acompanhados pelas agentes comunitárias, realizaram a
anamnese e exame físico de uma paciente com fobia específica. Após
a organização dos dados, foi apresentado o caso aos alunos do 3º ano
do curso de medicina acompanhados de professores especialistas, com
o objetivo de discutir e sugerir intervenção terapêutica. Resultados:
Paciente do gênero feminino, 21 anos, natural da Bahia, relata ter
pânico de andar de ônibus e sair de casa há 6 meses. Relaciona esse
81
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
pânico ao fato de ter passado por quatro assaltos. Relata que após
o terceiro assalto passou a sofrer muito para ir ao trabalho, chorava
durante o trajeto. Além disso, passou a apresentar quadro de insônia,
pois pensava muito no que havia ocorrido e no que poderia vir a
ocorrer. Logo após o quarto assalto passou a sofrer crises que eram
caracterizadas por tremor em membros inferiores, sudorese em mãos,
taquicardia, choro compulsivo e edema de lábios, seguidas sempre por
cefaléia. Nas duas últimas semanas relata piora no quadro associada
a pensamentos suicidas. No exame psíquico a paciente apresentava
boa aparência pessoal, atitude subjetiva franca, estado de humor
predominante choroso, contato interpessoal afável, comportamento
cooperador, nível mental, capacidade de aprendizado e grau de cultura
adequados a idade e condição social, orientada quanto ao tempo, lugar,
ambiente, espaço objetivo e somático. Paciente tinha consciência
de que estava doente. Não apresentou distúrbios de percepção,
estando atenta, com pensamento rápido, lógico e sistematizado,
com conteúdo verbal adequado. Conclusões: A paciente apresenta
história clínica e exame físico condizentes com o diagnóstico de fobia
específica. Por se tratar de um transtorno de ansiedade, necessita de
tratamento orientado para tal diagnóstico. Sugerimos como proposta de
intervenção, a administração medicamentosa e psicoterapia compatível
com o transtorno apresentado pela paciente, sendo indicado ansiolítico.
Nesse caso o ansiolítico de escolha é o Alprazolam, porém, devido a
dificuldade em encontrarmos este medicamento na rede básica pode
ser substituído pelo Bromazepam.
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
2
Universidade Cidade de São Paulo, Arujá , SP
1
Investigação do risco cardíaco
Patrícia Crestani Claro1
Fernanda Laurinavicius Abrantes1
Caio Zanotti Crochik1
Rafael Eliahu Vaidergorn1
RESUMO: Introdução: As doenças do aparelho circulatório constituem
a maior causa de mortalidade no município de São Paulo e o segundo
motivo de internações hospitalares nessa região. Em algumas Unidades
Básicas de Saúde (UBS), o rastreamento daqueles que fazem parte
do grupo de risco para tais doenças ainda abrange um segmento
pequeno da população. Tendo em vista esta deficiência e a relevância
de tais enfermidades, o risco cardíaco foi escolhido, conjuntamente
com as equipes do Programa de Saúde da Família, para ser abordado
em um trabalho de intervenção realizado por estudantes do primeiro
ano de medicina. Esse projeto, que ocorreu no segundo semestre de
2009, consistiu em avaliar o risco cardíaco da população cadastrada
no Programa de Saúde da Família de uma das Unidades Básica de
Saúde da região central da cidade de São Paulo para um posterior
acompanhamento nessas unidades de atendimento. Objetivos: O
projeto visou identificar pacientes com risco para o desenvolvimento de
doenças cardiovasculares e encaminhá-los para um acompanhamento
adequado na Unidade de Saúde. Em paralelo, visou-se elucidar todos
os pacientes participantes do projeto a respeito da doença abordada:
causas, formas de prevenção e de tratamento e fatores tanto de risco
quanto de melhora. Buscou-se também, desenvolver as habilidades dos
idealizadores do projeto no que se refere à relação médico-paciente.
Metodologia: Para identificar aqueles que se encaixassem no grupo
de risco cardíaco, seriam necessários os seguintes dados: valores
de colesterol, valores de glicemia, índice de massa corpórea (IMC)
e pressão arterial. Porém, não foi possível disponibilizar um medidor
de colesterol, inviabilizando esta medida. A fim de realizar uma coleta
eficiente dos dados montou-se, em uma escola pública próxima a UBS,
um circuito que contou com quatro estações. Na primeira, os pacientes
informaram dados pessoais e possíveis problemas de saúde. Na
segunda estação, foi aferida a pressão arterial e na seguinte mediuse o peso e a altura, utilizados no cálculo do IMC. Na última etapa, a
glicemia foi verificada. Ao final de todo o processo, ministrou-se uma
palestra dinâmica aos pacientes que se constituiu de apresentações
curtas com informações relevantes sobre doenças cardiovasculares.
Ademais, foi aberto um espaço para o esclarecimento de dúvidas
e compartilhamento de experiências pessoais relacionadas com a
82
enfermidade. Os pacientes que apresentaram pressão arterial, IMC e
valores de glicemia elevados foram orientados individualmente pelos
estudantes que participaram do projeto e pelo enfermeiro responsável
da UBS. Finalmente, as fichas dos pacientes que apresentaram
alterações de saúde significativas foram entregues ao médico e ao
enfermeiro da equipe responsável, que posteriormente agendaram
consultas e, quando necessário, iniciaram o tratamento. Resultados:
A análise dos dados coletados permitiu concluir que a maioria dos
pacientes apresenta um IMC acima do normal, revelando que o
excesso de peso é um sério problema encontrado na região desta UBS.
Também se constatou que o valor de pressão sistólica para a maioria
dos pacientes estava normal ou limítrofe, assim como os valores de
glicemia. Conclusões: Tendo em vista a alteração significativa nos
valores encontrados, a palestra teve um papel importante na tentativa
de conscientizar a população sobre os riscos dos altos valores de IMC,
glicemia, pressão arterial e colesterol, que são os principais fatores no
desenvolvimento de doenças do aparelho circulatório. Notou-se que
os pacientes tinham algum conhecimento sobre a doença em questão,
mas que não reconheciam a importância do acompanhamento médico
e da manutenção da saúde. Assim, o projeto atingiu seu objetivo ao
identificar pacientes que fazem parte do grupo de risco para doenças
cardiovasculares e que não tinham consciência de tal fato, possibilitando
que eles fossem acompanhados na UBS para prevenção e tratamento
e contribuindo para o trabalho dos médicos da unidade.
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São
Paulo, SP
1
Medidas para a prevenção do pé diabético em
comunidade carente do Município de São Luís
- Maranhão
Filipe Aragão Felix1
Wagner Ribeiro Filho1
Maiara Morais Ferreira1
Adriana Santos de Brito Silva1
Natalia de Sousa Sales1
Mariana Lorenzoni Barbosa de Sousa1
Jorge Alberto Trabulsi Lisbôa1
RESUMO: Introdução: Sabe-se que mais de 120 milhões de pessoas
no mundo são portadoras de Diabetes Mellitus e que muitas dessas
possuem ulceras nos pés, principalmente quando se trata de países
subdesenvolvidos ou países em desenvolvimento. O Pé Diabético
pode ser considerado o pé do indivíduo diabético que apresenta
ulceração, infecção ou destruição dos tecidos profundos associados
com anormalidades neuropáticas e/ou isquêmicas, ou seja, é o pé que
está em risco de amputação. O Pé Diabético mostra-se como uma das
complicações mais freqüentes do Diabetes Mellitus, caracterizado pela
presença de lesões nos pés em decorrência das alterações vasculares
e/ou neurológicas, é também a principal causa de amputações nãotraumáticas no Brasil. Medidas simples de prevenção podem ser
suficientes para evitar o Pé Diabético em pacientes com Diabetes
Mellitus, principalmente no Diabetes do tipo 2, o tipo com maior número
de Pés Diabéticos. A prevenção do Pé Diabético consiste em cuidados
gerais. Essas medidas incluem o controle rigoroso da glicemia através
da alimentação, o uso correto e regular de medicamentos e o cuidado
com fatores precipitantes e/ou facilitadores. Objetivos: Reforçar as
ações já existentes na rede de saúde para identificação, classificação
e prevenção das lesões nos pés dos pacientes portadores de Diabetes
Mellitus, sem grandes custos. Metodologia: Foi criada a metodologia
intitulada “Pegue no seu pé”, onde se foi incentivado o auto-exame do
pé do portador de Diabetes Mellitus através de (1) Conscientização
dos médicos do PSF sobre a importância do diagnóstico precoce,
da prevenção e das possíveis complicações do Pé Diabético;(2)
Capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde que visa orientações
para os candidatos ao Pé Diabético sobre os cuidados que os mesmos
devem ter com seus pés a partir da eliminação dos fatores de risco
básicos; (3) Criação da rede de referência secundária e terciária. Sendo
referenciados ambulatórios capazes de receber casos que não podem
ser tratados na Unidade Básica de Saúde (atenção secundária) e
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
hospitais, para os casos que não podem ser tratados nos ambulatórios;
(4) Realização da aula expositiva sobre a temática do Pé Diabético, com
linguagem acessível, para todos os portadores de Diabetes Mellitus,
treinando assim a população para a realização do auto-exame; (5)
Distribuição da cartilha do Pé Diabético. Esta cartilha é um esquema
de informações detalhadas sobre a enfermidade, a importância
do controle glicêmico e do uso de calçados adequados, aspectos
sobre a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e as complicações
do Pé Diabético; (6) Projeto anual que ocorre em regime de mutirão,
onde os pacientes são examinados e recebem informações sobre a
enfermidade, evolvendo toda a equipe do PSF e os portadores de
Diabetes Mellitus. Resultados: A partir das medidas adotadas com este
projeto observou-se (1) aumento do número de casos diagnosticados
em 65%; (2) diminuição do número de casos encaminhados aos
serviços secundário e terciário em 130%; (3) aumento do exame do
pé do paciente diabético durante a consulta de rotina em 200%; e (4)
aumento do auto-exame diário em 180%. Também verificou-se melhor
nível de informação dos pacientes durante a consulta médica, menor
número de complicações do DM, melhor saúde do pé do paciente
diabético, menos fatores de risco observados e menor incidência de Pés
Diabéticos. Conclusões: A partir das medidas adotadas, o paciente
portador de Diabetes Mellitus e candidato ao Pé Diabético, pode ter
uma prevenção mais eficaz e um diagnóstico mais rápido, diminuindo
assim o número de amputações de membros inferiores e de outras
complicações que esta enfermidade pode acarretar.
1
Centro Universitário do Maranhão, São Luis, MA
O ensino da saúde coletiva na graduação
médica: desafios da integração ensino, serviço
e comunidade
João José Batista de Campos1
Paulo Eduardo Mangeon Elias2
RESUMO: Introdução: Historicamente, as diferentes concepções de
Saúde Coletiva influenciaram tanto no ensino específico deste campo
do saber como na formação geral do médico. Objetivos: Partindo
deste pressuposto, o presente trabalho teve como objetivo estudar o
ensino da Saúde Coletiva na graduação médica, buscando apreender
suas configurações e as conseqüentes implicações nas propostas
curriculares de três universidades do Paraná (Brasil): Universidade
Estadual de Londrina (UEL), Universidade Federal do Paraná (UFPR)
e Universidade Positivo (UnicenP). Constituíram-se também em
eixos de investigação, além das concepções de Saúde Coletiva, a
relação ensino-aprendizagem, as ênfases assumidas pelo programa
e os vínculos com os serviços de saúde. Metodologia: A pesquisa
qualitativa foi realizada com base na análise documental dos projetos
pedagógicos (os cursos instituídos) considerando como eles são
efetivamente vividos, de acordo com a ótica dos agentes envolvidos.
Para tanto, foram feitas entrevistas com 11 gestores, 18 professores,
e foram constituídos 4 grupos focais de estudantes, considerados
atores-chave nos três cursos de Medicina. Resultados: Os resultados
evidenciaram a inserção de 5% a 20% da área de Saúde Coletiva
nos currículos, dependendo das estratégias de ensino, mas sempre
em abordagens acadêmicas fortemente vinculadas aos serviços de
saúde, uma realidade que é fortalecida pelo grau de consolidação do
SUS em ambas as cidades (Curitiba e Londrina). Independentemente
da natureza da universidade, da configuração organizacional e
acadêmica do curso e dos diferentes modos de inserção docente,
a Saúde Coletiva se faz presente e se assume com considerável
relevância para a formação médica. Conclusões: Ainda que não se
constitua um eixo articulador da graduação em dois casos estudados,
a área traz à dimensão técnica do saber médico o equilíbrio necessário
representado pela consciência dos desafios e o compromisso com a
realidade. De modo inverso, em função da complexidade da formação, a
presença maciça da Saúde Coletiva ao longo de um curso não garante
necessariamente o ideal da profissionalização médica.
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, PR
2
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, São Paulo, SP
1
Parto de adolescentes em uma Maternidade
Escola
Rosangela Joanilho Maldonado1
Ana Raquel Farranha1
Ricardo Cristiano Leal da Rocha1
Suzél de Oliveira Barbosa1
Adriana Ribeiro1
RESUMO: Introdução: A adolescência corresponde ao período da
vida entre os 10 e 19 anos, no qual ocorrem profundas mudanças,
caracterizadas principalmente por crescimento rápido, surgimento das
características sexuais secundárias, conscientização da sexualidade,
estruturação da personalidade, adaptação ambiental e integração social.
No Brasil, corresponde a 20,8% da população geral, sendo 10% na
faixa de 10 a 14 anos e 10,8% de 15 a 19 anos, A gravidez neste grupo
populacional vem sendo considerada, em alguns países, problema de
saúde pública, com sérias conseqüências para a vida dos adolescentes
envolvidos, de seus filhos que nascerão e de suas famílias. No Brasil
tem sido referido aumento da incidência da gravidez nesta faixa etária,
com cifras que vão de 14 a 22%. Objetivos: Avaliar o tipo de parto
realizado em gestantes adolescentes de uma maternidade escola nos
primeiros seis meses de seu funcionamento, bem como o percentual
de grávidas adolescentes recebidas no serviço. Metodologia: Estudo
retrospectivo dos registros de movimentação do serviço sobre o tipo de
parto das gestantes adolescentes atendidas na Maternidade Municipal
de Cariacica (MMC) no período de junho a dezembro de 2009. As
gestantes adolescentes foram divididas em dois grupos pela faixa
etária; A- 13 a 15 anos e B- 16 a 17 anos. Resultados: Observamos que
neste período tivemos 1950 internações cirúrgicas na MMC sendo 1057
(55,75%) de partos transpélvicos, 455 (23,33%) de cesarianas, 211
(10,82%) de curetagens pós abortamento e 197 (10,10%) de cirurgias
ginecológicas. Em relação as gestantes adolescentes observamos que
no grupo A, 35 (3,2%) delas tiveram parto transpélvico e 10 (2,19%)
alcançaram resolução por cesariana. Nas adolescentes do grupo B,
109 (10,02%) tiveram parto transpélvico, enquanto 36 (7,9%) foram
submetidas à cesariana. Conclusões: Concluímos que a incidência
de gravidez entre adolescentes foi de 23,31% não diferindo das taxas
referidas no país. Esses dados são preocupantes devido às possíveis
repercussões psico-sociais acarretadas pela gestação precoce.
Consideramos de grande importância conhecer a problemática e
estimular os projetos e programas que visam à abordagem do tema,
principalmente no que diz respeito a sua prevenção.
1
Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES
Perfil dos pacientes hipertensos e solicitação de
RX de tórax para seu acompanhamento em uma
unidade de atendimento primário de Ribeirão
Preto
Camila Baltazar de Melo1
Agnes Meri Yasuda1
Eugênio Antônio de Melo1
Luciana Maran Deliberali1
Norberto Carone Castro Junior2
Jule Rouse O. G. Santos1
Marcella Reis Goulart1
RESUMO: Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um
problema de saúde pública, compromete cerca de 20% da população
mundial. Apresenta relação com sexo, idade e estilo de vida dos
pacientes. Segundo perfil desses pacientes, os autores relatam que
sejam do sexo masculino, acima dos 40 anos e sedentários. Compete
ao atendimento primário, além do diagnóstico da HAS, a solicitação de
exames periódicos para o acompanhamento dos pacientes hipertensos.
A radiografia (RX) de tórax, apesar de não ser o exame padrão
para avaliação de cardiopatias hipertensivas, pode, ao evidenciar
aumento da área cardíaca, interferir na conduta adotada, mantendo o
atendimento na atenção básica ou solicitar avaliação mais detalhada
do caso no atendimento secundário. A solicitação do RX de tórax no
83
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
acompanhamento dos pacientes hipertensos ainda é controversa, pois
apesar do Ministério da Saúde (MS) não apresentar esse exame como
padrão, a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto tem a autonomia de
padronizá-lo no protocolo municipal de atendimento ao hipertenso.
Objetivos: Avaliar o perfil dos pacientes hipertensos da área estudada,
assim como verificar qual o protocolo seguido no serviço. Verificar a
possível influência de fatores relacionados com o controle pressórico
no desenvolvimento de cardiomegalia, além de avaliar a interferência
dos achados radiológicos e/ou sintomatologia na decisão da conduta
adotada. Metodologia: Foi realizado estudo descritivo transversal
de levantamento de dados de prontuários dos pacientes com idade
superior a 18 anos atendidos em uma Unidade de Saúde de Família
no período de 2 anos. Tomou-se nota de quais pacientes apresentam
HAS, bem como seu perfil de vida, e qual a conduta tomada diante
do achado radiológico e sintomatológico. Resultados: A taxa de
hipertensos foi de 16,02%, com média de idade de 56,73 anos, sendo
que, 61,26% eram do sexo feminino, 5,63% realizavam atividade
física e 50,33% apresentavam peso acima do esperado de acordo
com o IMC (índice de massa corpórea). Cerca de 64,57% estavam
em acompanhamento na unidade e 10,67% dos que não acompanham
com cardiologista, também não apresentam acompanhamento na
unidade. Foi verificado, também, que apenas 13,58% dos pacientes
hipertensos realizaram RX pelo menos uma vez durante o tempo de
acompanhamento na unidade, sendo que 25% apresentavam laudo
com 27,27% evidenciando aumento de área cardíaca, porém nenhum
com sintomatologia de insuficiência cardíaca (IC). Apenas 33,33% dos
pacientes que apresentaram cardiomegalia foram encaminhados ao
atendimento secundário. Dos pacientes hipertensos, 40,4% apresentam
sintomas de IC e desses, 62,5% são acompanhados no atendimento
secundário. Conclusões: O perfil dos pacientes hipertensos foi
caracterizado pela predominância de indivíduos do sexo feminino acima
dos 50 anos, sedentários e acima do peso esperado. Este resultado
pode sugerir uma subnotificação de possíveis pacientes, principalmente
os do sexo masculino, evidenciando a necessidade de implementar
ações diretas buscando esses pacientes, além de estimular a práticas
de vida saudável, e principalmente, por se tratar de uma unidade
vinculada à uma instituição de ensino, enfatizar a necessidade de
abordar durante os atendimentos, o risco cardiovascular. O protocolo do
MS foi o adotado pelo serviço prestado, o que não inclui a solicitação do
exame de RX, e podemos inferir que, como uma porcentagem pequena
dos pacientes faz seguimento conjunto em nível secundário, se fosse
possível ao médico generalista solicitar o exame de ecocardiograma, a
resolutividade do serviço poderia ser ainda maior, sendo este o exame
padrão para a avaliação de cardiopatia hipertensiva.
Curso de Medicina do Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão
Preto, SP
2
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus São
Paulo, São Paulo, SP
1
Perfil epidemiologico das principais causas de
internações na área de abrangência da UBS
Jardim Cumbica II
Alba Lúcia dos Santos1
Patricia Novais Aleixo2
Tabata Cristina Alterats Antoniaci3
RESUMO: Introdução: Nos últimos anos, o Brasil tem experimentado
mudanças não só no que diz respeito à sua estrutura demográfica e
epidemiológica como, também, nos aspectos financeiros e tecnológicos
da assistência à saúde. Modificações consideráveis ocorreram em
termos da mortalidade, morbidade, fecundidade e migração e essas
alterações podem ter influído nas mudanças encontradas na assistência
hospitalar. O objetivo deste estudo foi aplicar um formulário durante as
visitas domiciliarias para traçar o perfil epidemiologico das principais
causas de internações na area de abrangência da Unidade Basica de
Saude (UBS) Jardim Cumbica II. Objetivos: Identificar as principais
causas de internações na área de abrangência da UBS Jardim
Cumbica II, no período de janeiro a novembro de 2009. Metodologia:
O presente trabalho, utilizou como base para identificar as principais
causas de internações um formulário elaborado pelos alunos da
84
oitava etapa que atuam nessa UBS, o “ Formulário de Identificação de
Pacientes Hospitalizados – Unidade Saúde da Família Jd. Cumbica II”,
que apresentava os seguintes itens : nome do paciente, sexo, idade,
matrícula, data da internação e alta, precisará de visita do médico ou
enfermeiro, recebeu orientações para encaminhamento, data da visita
domiciliaria e agente comunitária responsável. Resultados: Nesse
período registrou se 75 internações, sendo 82% das internações no
município de Guarulhos e 18% em São Paulo, 65% mulheres, 35%
homens, a principal causa foi maternidade 42%, seguida de cirurgias
16%, doenças cardiacas 15%, pulmonares 8%, neoplasias 7% e outros
com 12% como trauma, doença renal e neurologica. A incidência
é maior em pacientes de 20 a 29 anos correspondendo a 37% das
causas, seguida de pacientes com mais de 50 anos 24%. Com tempo
de internação menor que 7 dias 60%, entre 1 a 2 semanas 15% e
mais de 1 mês 13% . Conclusões: Com esse trabalho observamos
que nessa região a maior causa de internação é em mulheres e
devido a maternidade, seguido de pacientes com mais de 50 anos,
doenças cardíacas e pulmonares,assim nossos dados condizem com
o da literatura. Propõem-se adotar esse formulário na UBS, para que
possa ter um controle de todos os pacientes internados nessa área,
assim como suas causas, e tempo de internação, traçando assim
seu perfil.
Universidade Cidade de São Paulo, Arujá , SP
Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP
3
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
1
2
Po r t fó l i o R e f l ex i vo n o p r i m e i ro a n o d a
Interação Universidade Serviço Comunidade
(IUSC): estimulando a auto-reflexão sobre o
aprendizado
Alice Yamashita Prearo1
Fernanda Miranda Fumelli Monti1
RESUMO: Introdução: Em faculdade com currículo tradicional
e predomínio da avaliação cognitiva e somativa, acontece uma
nova disciplina, baseada na interação entre a Universidade,
Serviços e Comunidade (IUSC), que tem como objetivos centrais o
desenvolvimento de habilidades de comunicação e reflexão (dentro de
temas como atenção primária, comunicação e educação em saúde).
Suas atividades acontecem em grupos de 12 alunos, vinculados a
uma mesma área de abrangência, do 1o ao 3o ano e com a orientação
de tutores de variadas profissões da área da saúde. Dentro da
discussão de uma forma mais apropriada de avaliação para o IUSC,
de caráter formativa, integradora do processo de aprendizagem e que
permitisse ao aluno participar de forma mais livre, foi encontrado no
portfólio reflexivo individual uma estratégia bastante interessante, já
que a avaliação global do aluno feita através de relatórios escritos e
portfólio do grupo não evidenciaram a auto-reflexão sobre o processo
de aprendizagem de alguns estudantes. Objetivos: Compreender
a necessidade e adequação da avaliação formativa em disciplinas
como o IUSC e analisar o uso do portfólio reflexivo individual do aluno
no primeiro ano da disciplina, através de projeto-piloto com alunos
voluntários. Metodologia: Empregou-se a metodologia qualitativa
de pesquisa, uma escolha determinada pela adequação ao tipo de
questão do estudo, de cunho educacional. Foi proposto um estudo
piloto com 15 alunos, divididos em dois grupos de diferentes áreas de
abrangência, selecionados aleatoriamente que aceitaram desenvolver
um portfólio. Realizou-se breve apresentação sobre o que é o portfólio,
sobre como tem sido aplicado e de que forma poderia ser introduzido
no IUSC, enfatizando o caráter reflexivo que tínhamos por objetivo
e a liberdade que cada estudante teria na elaboração, para que o
conteúdo deste realmente tivesse significado para o aprendizado.
Elaboramos uma sugestão de estrutura básica do portfólio. E para que
não houvesse diferenças no processo de avaliação dos estudantes
que não participavam do estudo, o portfólio não foi considerado na
finalização do conceito da disciplina. Os materiais analisados foram
os próprios portfólios, desenvolvidos pelos alunos num período de
aproximadamente 4 meses. Inicialmente foi usada a técnica de análise
de conteúdo de Bardin, com posterior categorização definida por
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
relevância e repetição dos temas. Resultados: Na análise qualitativa do
material identificou-se a presença de categorias como “reflexão sobre
sua vida estudantil antes do curso universitário escolhido”, cabendo
aqui destacar a relevância para o professor do conhecimento sobre
o percurso estudantil de seu aluno, com a possibilidade de observar
o progresso de cada estudante de forma individualizada. Outra
categoria identificada foi a “reflexão sobre experiências de vida que
levaram à escolha profissional”, que assim como a primeira, permite
maior conhecimento da trajetória do aluno. Outra muito presente nos
depoimentos espontâneos incluídos nos portfólios foi “sobre a família e
a distância desta”, permitindo ao professor ficar especialmente atento
aqueles alunos que precisem de maior apoio nesta fase de mudanças,
que tão frequentemente gera sofrimento psíquico. Além dessas
categorias iniciais, de cunho mais pessoal, biográfico, encontramos
aquelas relacionadas à disciplina: “valorização da produção do próprio
estudante como algo que se destaca na disciplina” e “correlação do
aprendizado na disciplina com a prática profissional” e aquelas que
mais nitidamente evidenciaram a auto-reflexão almejada, por exemplo
na categoria “capacidade de identificar seu crescimento em habilidades
de comunicação”, bastante presente nos relatos das visitas domiciliares
realizadas. Conclusões: Portanto, o uso do portfólio mostrou-se como
boa estratégia de estímulo da auto-reflexão e de avaliação numa
disciplina como o IUSC, pois permitiu conhecer melhor o aprendizado
do aluno, complementando a avaliação continuada que o tutor faz
durante as atividades da disciplina.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
1
Prevalência de baixa acuidade visual em
escolares
Tânia Gisela Biberg-Salum1
Ana Caroline Blanco Carreiro1
Andressa Police1
Anny Rozolem1
RESUMO: Introdução: A OMS estima que cerca de 7,5 milhões
de crianças em idade escolar sejam portadoras de algum tipo de
deficiência visual. Isto pode limitar atividades de autocuidado,
locomoção e comunicação, além de levar a sonolência, cefaléia,
desatenção, indisciplina e alterações psicológicas. Setenta e um
por cento delas necessitam de testes específicos para detecção do
problema por não apresentarem qualquer alteração de comportamento
frente à dificuldade visual. Objetivos: Verificar a prevalência de
baixa acuidade visual em alunos de uma escola municipal de Campo
Grande (MS) e identificar se há, por parte dos próprios alunos ou dos
professores, percepção de sinais e sintomas causados pelos erros
de refração nestes. Metodologia: O estudo foi do tipo transversal e
observacional e avaliou 675 crianças do 1º ao 5º ano. Os acadêmicos
foram previamente capacitados por um oftalmologista e realizaram a
triagem oftalmológica da acuidade visual com a utilização da escala
optométrica de Snellen e cartão oclusor. Os exames foram realizados
na própria escola, em uma das salas de aula, com iluminação adequada
para a avaliação. Alunos e professores responderam a um questionário
quanto à percepção de sinais e sintomas quando o exame de triagem
mostrou AV £ 0,7. Nestes casos, os responsáveis foram comunicados
sobre a necessidade de exame oftalmológico completo e as crianças
encaminhadas para serviço especializado. Os alunos com confirmação
do déficit receberam a prescrição de óculos doados pela Secretaria
Municipal de Saúde de Campo Grande. Resultados: A prevalência
de baixa acuidade visual encontrada foi de 12,1% (n=21) do total de
alunos examinados, sendo os erros de refração as desordens mais
prevalentes. Dos 21 escolares com erros de refração confirmados por
exame oftalmológico, 5 apresentaram dor ocular ou ardência nos olhos,
dificuldade para enxergar o quadro e/ou o caderno, assistir televisão;
o professor teve a percepção de apenas 1 aluno sentir dificuldade de
copiar a matéria do quadro e 15 escolares não tiveram qualquer sinal
e/ou sintoma reconhecido. Conclusões: Os dados encontrados são
condizentes com outros estudos de prevalência realizados e sugerem
a preconização de exames oftalmológicos regulares, pelo menos, até
os nove anos de idade do escolar, mesmo que este não apresente
nenhuma queixa. Principalmente em saúde pública, a triagem nas
escolas faz-se pertinente, pois o acesso ao exame é limitado e uma
grande parcela de crianças chega à escola sem nunca ter passado
por um exame oftalmológico prévio. Além disso, é importante que os
professores tenham acesso ao conhecimento, através de programas
para detecção de distúrbios visuais, das alterações encontradas, para
possível prevenção e encaminhamento médico.
1
Universidade Anhanguera-Uniderp, Campo Grande, MS
Processo Ensino-Aprendizagem nos grupos de
hipertensão e diabetes
Rafael Domiciano1
Marcela Rodrigues Teixeira1
Patricia Novais Aleixo2
RESUMO: Introdução: As doenças do aparelho circulatório
representam um importante problema de saúde pública em nosso país.
Há algumas décadas são a primeira causa de morte no Brasil, segundo
registros oficiais, com um número global de mortes por doenças
cardiovasculares de 16 milhões a cada ano, e tem como principais
fatores de risco hipertensão arterial e o diabetes mellitus. A presença
de acadêmicos em grupos de hipertensão e diabetes é essencial para
o aprendizado, por serem fatores de risco a promoção e prevenção
da hipertensão e do diabetes devem estar incluídas no aprendizado
teórico e prático, principalmente por sua relevância epidemiológica. A
presença do acadêmico nos grupos tem como objetivo geral colocar o
aluno precocemente em contato com atividades de atenção à saúde na
comunidade. Isso permite que os alunos se familiarizem com o sistema
de saúde vigente, bem como atuem em conjunto à equipe de saúde
de forma multidisciplinar e integral. Objetivos: Demonstrar a evolução
do acadêmico de medicina através do processo ensino-aprendizado
relacionados aos grupos de hipertensão e diabetes. Metodologia:
Realizou-se revisão da literatura em busca de artigos relacionados
à ao ensino médico e grupos de hipertensão e diabetes. Utilizou-se
das bases de pesquisa Medline, Scielo, Ministério da saúde, Bireme,
Sociedade brasileira de cardiologia, Sociedade brasileira de educação
médica, foram levantados os artigos mais atualizados, relacionados com
educação médica. Resultados: Os grupos de hipertensão e diabetes
permitem que o acadêmico exerça atividades como a aferir a pressão
arterial, a glicemia, palestras de orientação aos pacientes, determinar
o índice de massa corpórea e realizar atividades dinâmicas com os
freqüentadores do grupo. A presença de um orientador é fundamental,
inicialmente o processo ensino e aprendizado dos acadêmicos, deve se
dar através de orientação dos docentes, essas orientações devem ser
estudadas e compreendidas afim que o acadêmico entenda o objetivo
de aprendizado e a importância da atividade. Nos grupos o acadêmico
entra em contato com as aferições da glicemia e pressão arterial, onde
há aprendizado prático, e o teórico, pois há contato com o paciente
com a patologia estudada. As palestras realizadas pelos acadêmicos
constituem ponto importante em seu aprendizado, sendo que antes
dessa palestra houve estudo, podendo assim surgir sugestões de
ações para a comunidade. Nos grupos há contato dos acadêmicos com
os medicamentos que são retirados pelos pacientes, e esse contato
permite que haja aprendizado. As atividades desenvolvidas pelos
acadêmicos, facilitam a aprendizagem, pois coloca o acadêmico em
contato com o que foi estudado e inclui atividades práticas. É essencial
identificar os casos que necessitam de orientação e intervenção, e
assim há oportunidade de serem realizadas ações de prevenção e
controle do diabetes e hipertensão arterial. Conclusões: As evidencias
cientificas encontradas demonstram que os grupos de hipertensão e
diabetes, são importantes para a formação do acadêmico de medicina,
pelo contato diretamente com casos reais e necessidade de uma ação
para os que necessitam. O processo de ensino e aprendizado é amplo
nos grupos, é importante que acadêmico seja orientado e assim o
aprendizado é potencializado pela integração entre teoria e prática.
1
2
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
Universidade Cidade de São Paulo, Guarulhos, SP
85
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Quebrando paradigmas: uma inserção na
realidade
Érica Bachiega Cristovão da Luz1
Aline Maria Macagnan Ciciliati1
Aniello Savarese1
Carolina Rodrigues de Andrade1
Graciely Matias Guimarães1
Guilherme de Lima Soriano1
Juliana Barretto Almendro1
Vanelis Cristina Nolli1
Larissa Dall Antonia Garbelini1
Lisiane Alves dos Santos Messias1
Tainara Batista de Sá1
José Fittipaldi Neto1
Luzmarina Aparecia Doretto Braccialli1
Maurício Giovani Gomes1
Luís Augusto Magron Carrion1
RESUMO: Introdução: As grandes transformações da sociedade
contemporânea têm colocado em questão, de uma maneira cada vez
mais incisiva, os aspectos relacionados à formação profissional na
área de saúde. A exigência de currículos mais integrados no aspecto
básico-clínico tem sido de grande importância para a formação de
um novo modelo profissional: do especialista para o generalista. Tal
mudança pode ser ancorada na inserção gradual de um novo modelo
educacional no Brasil baseado em metodologias ativas, dentre elas
destacam-se a Problematização e a Aprendizagem Baseada em
Problemas. Apoiado nessas visões educacionais bastante amplas,
surge em algumas instituições de ensino na área de saúde um novo
modelo de atividade curricular, a Unidade de Prática Profissional.
Nela, os estudantes são colocados em contato com a realidade por
meio da inserção numa equipe do Programa de Saúde da Família. Em
grupos pequenos, os alunos recebem famílias da área de abrangência
de sua unidade para seus cuidados. Nelas desenvolver-se-ão as
capacidades individuais e coletivas de cada grupo, abordando tan-to
aspectos cognitivos, psicomotores e afetivos. Por fim, cada estudante
registra suas produções reflexivas sob a forma de narrativas em
portfólios a fim de relatar tudo o que foi visto e aprendido no cenário
real. Objetivos: Caracterizar a visão dos estudantes de saúde
inseridos na prática profissional acerca da realidade das famílias.
Metodologia: Estudantes do curso de medicina e enfermagem,
divididos em subgrupos, a-companharam cinco famílias cada,
totalizando 98 pacientes, por meio de visitas domiciliárias. As visitas
foram registradas em portfólios reflexivos individuais. A síntese dessas
narrativas permitiu identificar as percepções de cada estudante acerca
da reali-dade em que estava inserido no início e ao final de um ano.
Após a identificação, orga-nizou-se um quadro expondo as idéias
centrais dessas percepções e realizou-se uma reflexão crítica sobre
os resultados obtidos. Resultados: A leitura dos portfólios reflexivos
escritos no decorrer das atividades permitiu a constatação de claras
mudanças na visão do aluno em relação às famílias visitadas, o que
possibilitou uma aplicação mais efetiva do conhecimento básico-clínico
obtido na academia. A percepção inicial do estudante fundamentase no ambiente em que foi criado e é totalmente influenciada por
valores familiares e até mesmo midiáticos. Sendo assim, cria-se uma
visão preconceituosa, muitas vezes associando pobreza à violência;
desumanizada, pela incapacidade de identificar o paciente como seu
semelhante; ingê-nua, acreditando que suas “verdades” impostas aos
pacientes serão plenamente acatadas; e imediatista, tomando como
verdade absoluta a primeira informação passada por eles. Ao final de
um ano, as principais mudanças voltam-se para o estabelecimento
de empatia, colaborando para formação de vínculos mais fortes com
as famílias, aumento de olhar crítico e visão menos preconceituosa.
Dessa forma, a aplicação integrada do conhecimento básico-clínico
torna-se mais efetiva pois o estudante passa a compreender o contexto
sócio-cultural em que o paciente se insere. Isso acarreta a construção
de uma relação mais sólida entre o profissional de saúde e o doente,
e um olhar mais crítico sobre o processo saúde-doença em questão,
permitindo que o estudante mobilize recursos para colocar em prática,
de maneira eficaz, a teoria aprendida na academia. Desse modo,
o aluno sente-se melhor preparado para o atendimento, na esfera
biopsicossocial, das necessidades de saúde identificadas, permitindo
86
a elaboração de um plano de cuidados que faça mais sentido ao
paciente e facilite o processo de adesão. Conclusões: Houve um
amadurecimento, aumento da visão crítica, quebra de preconceitos e
desenvolvimento de empatia por parte dos estudantes. Isso acarreta
a formação de um profissional mais humanizado e mais consciente de
todas as dimensões do processo saúde-doença.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
Questões de aprendizagem: fundamentando a
integração básico-clínica aos estudantes
Aline Maria Macagnan Ciciliati1
Aniello Savarese1
Carolina Rodrigues de Andrade1
Érica Bachiega Cristovão da Luz1
Graciely Matias Guimarães1
Guilherme de Lima Soriano1
Juliana Barretto Almendro1
Larissa Dall Antonia Garbelini1
Lisiane Alves dos Santos Messias1
Tainara Batista de Sá1
Vanelis Cristina Nolli1
José Fittipaldi Neto1
Maurício Giovani Gomes1
Luzmarina Aparecia Doretto Braccialli1
Luís Augusto Magron Carrion1
RESUMO: Introdução: Nas últimas décadas ocorreram mudanças
no cuidado à saúde, sendo que este era voltado à doença e não
ao doente. Percebeu-se a necessidade de criar nos estudantes
uma integralidade no cuidado, enxergando o paciente como ser
biopsicossocial e o compreendendo em seu cotidiano e problemas
diários. Assim se mostrou a importância de o discente estar inserido
na realidade daquele, por meio de visitas domiciliárias. Estas vias
foram adotadas por algumas escolas médicas para incorporação
dos conhecimentos sócio-culturais (NUNES, 1978). A adoção de um
método de ensino-aprendizagem crítico e reflexivo assume coerência
com a organização curricular por competência e com o currículo
integrado na medida em que estão ancorados na articulação teoriaprática, na formação a partir do mundo do trabalho (BRACCIALLI,
2009). Na década de 90, escolas da área da saúde adotaram então
formas de ensino ativas, como a problematização em Unidades de
Prática Profissional (UPP) para atingir tais objetivos. A unidade de
prática profissional engloba visitas a famílias realizando a anamnese
e exame físico, proporcionando a integração básico-clínica. Os
ciclos pedagógicos envolvem o conhecimento prévio da situação,
compartilhado com todos os estudantes do grupo, identificando as
lacunas de conhecimento e elaborando questões de aprendizagem.
As mesmas são respondidas, fundamentadas em diversas fontes, e
discutidas em um novo momento. Ao encerrar o ciclo, há momento de
críticas construtivas. Esse percurso é registrado pelos estudantes em
seu portfólio narrativo e reflexivo. Objetivos: Identificar de que forma
questões de aprendizagem elaboradas em ciclos pedagógicos de uma
UPP auxiliam os estudantes na integração básico-clínica. Metodologia:
Dos sete ciclos pedagógicos dos portfólios de uma UPP do ano de
2009 foram coletadas todas as questões de aprendizagem. Por meio
de investigação, identificaram-se as lacunas de conhecimento e como
isso proporcionou a integração básico-clínica aos alunos. Resultados:
Nos ciclos pedagógicos, primeiro o grupo necessitou compreender o
Programa Saúde da Família, com visita à Unidade Básica de Saúde
para identificar as diferenças entre elas. As experiências em visitas
domiciliárias foram debatidas e foi preciso aprender a lidar com o relato
espontâneo dos pacientes, resultando em questões sobre os diferentes
perfis destes. Outro obstáculo foi o de considerar as famílias como um
todo, dentro dos seus contextos e como estes as influenciam. Para
iniciar o conteúdo curricular previsto para a série, foi questionado sobre
a anamnese. Também foi detectado como significativo procurar sobre
a comunicação com pacientes em momentos de estresse. Até aqui,
a integração básico-clínica é evidente, abordada sob o contexto da
comunicação entre os alunos e os pacientes. Foi percebido como ponto
positivo a elaboração de questões com significado para os estudantes,
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
já que assim elas despertam a curiosidade e vontade de estudo, além de
proporcionar a fixação do conteúdo visto. Isso se dá pela possibilidade
de aplicar na prática de forma articulada o que é visto na teoria, tendo
o grupo o compromisso de sempre dar um retorno às famílias, visando
a integralidade do cuidado. Com a proximidade do fim do ano letivo,
os alunos deveriam cumprir os desempenhos propostos para a série.
Aqui a integração foi prejudicada, e percebe-se que devido a esta
obrigaçãoos alunos deixaram de ampliar as dimensões abordadas
nas questões e focaram na dimensão biológica. Isso caracteriza
uma perda, pois limita o aprendizado e perde-se o olhar integral às
famílias que foi estabelecido no começo. Conclusões: As questões
de aprendizagem realmente proporcionam integração básico-clínica
e de diferentes dimensões na formação do estudante. Comprovou-se
que o objetivo da reforma curricular está sendo atingido, ampliando a
visão dos futuros profissionais para o cuidado integral.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
tema abordado, sua importante incidência na população, principalmente
da periferia da cidade de Botucatu, e a maneira como foi exposto,
de modo a manter um diálogo com as crianças, tornou-se muito
relevante para que puséssemos em prática um projeto de educação
em saúde baseado no método dialógico, sendo uma atividade
relevante na educação médica, e para que as crianças ampliassem
seus conhecimentos, passassem a praticar a prevenção e fizessem
um posterior papel de multiplicadoras de conhecimentos de qualidade
dentro de sua comunidade.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Bauru, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
1
Tuberculose: capacitação de agentes comunitárias
sociais
Nelson Henrique da Silva1
Bruno Cavalcanti Farras1
Flavio Tanouye Montini1
Fabiana Neman1
Marila Polanowski Escudeiro Garcia1
Caio Matsucuma Uemura1
Lucas Rinaldi1
Trabalhando com crianças o conhecimento e
a prevenção de parasitoses no município de
Botucatu
Débora Carvalho Molan1
Eliane Roio Ferreira2
RESUMO: Introdução: Na FMB, a disciplina de Interação-UniversidadeServiço-Comunidade (IUSC), ministrada conjuntamente para alunos
de medicina e enfermagem, prioriza a integralidade do cuidado,
considerando que ações de educação em saúde se traduzam em maior
autonomia e emancipação do sujeito. Como estratégia, em parceria
com a disciplina de Parasitologia, realizou-se atividade dialógica com
crianças de um bairro do município, abordando o tema parasitoses
a partir da demanda da comunidade e principalmente das crianças.
Objetivos: Qualificar conhecimentos sobre parasitoses intestinais entre
crianças, percebendo-as como possíveis multiplicadoras para gerar
a propagação das possibilidades de prevenção para a comunidade,
visto que essas crianças participariam de uma Feira de Educação no
bairro ao final do mesmo ano da presente intervenção. Metodologia:
A atividade foi realizada em uma entidade social, com cerca de
cem crianças de seis a dez anos. Contamos com a colaboração do
Departamento de Parasitologia da UNESP que nos forneceu vidros
com parasitas para mostrá-los às crianças. Foram ministradas noções
básicas de prevenção de parasitoses, no caso ascaridíase e teníase,
enfocando principalmente o ciclo oral-fecal. Numa reunião entre nós e
as crianças dentro da capela da escola (já que não havia uma sala em
que coubessem as crianças e que fosse possível projetar os slides),
pudemos ter noção do conhecimento delas sobre o tema a partir da
abertura de espaço para que elas expusessem seus conhecimentos
e fizessem seus questionamentos. Explicamos às crianças sobre as
parasitoses mais comuns no bairro através de vídeos de “vermes
animados” que cantam e dançam e a música “Lavar as mãos” do
“Castelo Rá-Tim-Bum”. Também propomos a elas falar com suas
famílias sobre os cuidados para prevenir parasitoses, enfocando a
importância de lavar bem as mãos e os alimentos antes de comê-los.
Após a apresentação, as crianças foram lavar suas mãos e oferecemos
a elas pedaços de maçãs bem higienizadas pelas cozinheiras da
entidade. Resultados: A reação das crianças nos surpreendeu,
pois elas dançaram e bateram palmas muito animadas durante a
apresentação do vídeo e da música, fizeram diversas perguntas
pertinentes e se mostraram muito ativas em toda a intervenção. Os
conhecimentos prévios das crianças sobre as parasitoses referiam-se
a: acometer “a barriga” e precisar lavar suas mãos, esse adquirido
durante a campanha de prevenção da gripe H1N1, não se observando a
percepção ou ideia sobre prevenção de parasitoses. Além do resultado
positivo para as crianças, que foram esclarecidas e mobilizadas para
a prevenção das parasitoses, nós alunos de medicina e enfermagem
pudemos ver na prática a importância e o quão rentável é o método
dialógico que, na teoria, resumidamente nos ensina que educação em
saúde é dialogar sobre saúde, desde como é uma doença e formas de
evitá-la, até formas de viver melhor e ser mais feliz. Conclusões: O
RESUMO: Introdução: A tuberculose é uma doença pulmonar,
de disseminação aérea e também extrapulmonar, sendo a via de
transmissão a própria deglutição do escarro contaminado. O agente
etiológico da tuberculose é o Mycobacterium tuberculosis. A sua
transmissão ocorre a partir de gotículas na forma de aerossóis,
pela tosse, espirros ou a fala. Os locais com pouca ventilação são
aqueles onde a transmissão do bacilo da tuberculose é mais evidente.
Da infecção à doença, depende-se de fatores endógenos como
sensibilidade inata do indivíduo em função da imunidade celular. A
doença clínica que ocorre diretamente após a infecção é a tuberculose
primária, comum em crianças com até 4 anos de idade. Na maioria dos
adultos e no primeiro ou segundo ano após a infecção, desenvolve-se
a tuberculose dita secundária. A maioria dos casos é vista em homens,
no final da adolescência e início da idade adulta. Já em mulheres, a
incidência varia entre 25 e 34 anos. O fator de risco mais importante é
o HIV, que suprime a imunidade celular. O procedimento radiológico
clássico se baseia no lobo superior do pulmão com infiltrados e
cavidades. O tratamento correto cura praticamente todos os casos.
Se não tratada, é fatal em 5 anos, na metade dos casos. Objetivos:
Capacitação das agentes comunitárias de saúde ACS no que tange
à identificação e notificação da tuberculose. Metodologia: Realizada
uma palestra na própria Unidade Básica de Saúde, na forma de
apresentação de “slides”, para 50 agentes comunitárias sociais de
diferentes microáreas, com noções básicas de epidemiologia, agente
etiológico, transmissão, fatores de risco, diagnóstico, sintomas, quadro
clínico, prevenção e tratamento da tuberculose, com a finalidade de
orientá-las para que saibam distinguir e diagnosticar uma pessoa com
tuberculose de, por exemplo, uma possível gripe. Importante ressaltar a
adequação da palestra ao contexto social e à realidade do público-alvo.
Resultados: A expectativa inicial da palestra foi superada tendo em
vista o aprendizado das ACS, que se mostraram conscientizadas em
relação à grande importância da doença em questão. O maior impacto
da apresentação foi evidenciado pelo interesse do público-alvo, que
se expressou com diversas dúvidas e se comprometeu a notificar e
prevenir a Tuberculose, mediando a qualidade de saúde da população
local aos cuidados da equipe multiprofissional da UBS. Conclusões:
O objetivo final da palestra foi alcançado, visto que a incidência da
tuberculose no Estado de São Paulo é elevada - o número de casos
notificados da doença é de cerca de 21.000 por ano, de acordo
com o Centro de Vigilância Epidemiologia (CVE). Dessa forma, as
ACS podem auxiliar na identificação da doença em cada microárea,
contribuindo assim com a efetividade das medidas de ações preventivas
e diminuição da incidência da tuberculose.
1
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP
87
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Visita domiciliar: o ensino no mundo não
imaginário
Thaís Pimentel Veloso1
Renata Tamie Akazawa2
Tamires Ferreira Siqueira3
Thaís Bassi Cardoso4
Roberto Merlo Júnior3
Renata Boldrin de Araujo3
Taison Regis Penariol Natarelli5
Priscila Braga de Oliveira3
Renan Nogueira Chemin6
Priscila de Oliveira Bissiguini7
Regiane Alves de Souza8
Silvana Sue Sato9
Cássia Marisa Manoel3
Marina Lemos Villardi3
RESUMO: Introdução: A Visita Domiciliar (VD) é uma tecnologia
que permanece presente no sistema de saúde brasileiro, visto sua
importância na busca da integralidade e da equidade do cuidado através
de ações promocionais de saúde. Ademais, a VD possibilita o ensino,
o qual foi vivenciado, com enfoque no brincar e na saúde da criança,
pelo grupo de graduandos primeiranistas de Medicina e de Enfermagem
atuante no bairro Jardim Peabiru (JP) em Botucatu durante a disciplina
Interação Universidade Serviço Comunidade (IUSC) da Faculdade
de Medicina de Botucatu – UNESP. Objetivos: Através da VD e
de estudos teóricos, visou-se desenvolver a observação crítica e a
reflexão pelos mais diversos fatores fixos e móveis que esculpem e
influenciam a ampla esfera da rede social e familiar onde se insere
a criança visitada. Também se objetivou aprimorar a postura ética a
ser exercida com o outro, considerando que o adentrar na casa do
indivíduo expõe sua rotina e suas diferenças e, desse modo, começar
já no primeiro ano o processo de construção do futuro profissional de
saúde, com um perfil humanizado e ético. Metodologia: A disciplina
é cursada em pequenos grupos mistos de alunos de Medicina e de
Enfermagem e iniciou-se com embasamento teórico e prático sobre
o território a ser estudado. A seguir, planejou-se as VDs a famílias
com bebês menores de um ano de idade, indicadas pela Unidade
de Saúde da Família do JP. Algumas palestras foram ministradas
por especialistas da Universidade, com enfoque no tema que seria
abordado durante a visita: Visita domiciliar, aleitamento materno, a
importância do brincar e as etapas do desenvolvimento infantil. As VDs
foram realizadas em duplas, o que favoreceu o companheirismo e a
melhor observação, assim como a possibilidade de discussão crítica
a respeito da situação encontrada. Após cada visita foram realizadas
discussões em grupo e as dúvidas que surgiram a respeito de alguma
questão de saúde da criança ou de sua família foram pesquisadas
pelos alunos e esclarecidas pela professora tutora. Dessa forma,
cada dupla da equipe pôde levar esclarecimentos e recomendações
às suas respectivas famílias visitadas, tornando-se um fator positivo
no processo de saúde-doença. Ao final do ano letivo, concluiu-se o
estudo focado na criança com a perspectiva de retorno no ano seguinte
para o acompanhamento da família de uma forma mais abrangente.
Resultados: O exercício da escuta foi bastante enfatizado durante a
disciplina, considerando que seu poder terapêutico, sua capacidade
de fortalecer o vínculo entre os envolvidos e a oportunidade de reunir
o máximo de informações são muito importantes para a VD, visto
que há troca de saber entre o aluno e o individuo. Ao longo do curso,
os graduandos do grupo responsável pelo JP puderam constatar
as condições e carências do bairro, assim como os determinantes
sociais e ambientais que influenciam o processo saúde-doença.
Através dos pilares teóricos sedimentados anteriormente e da vivência
prática, os alunos encontraram-se melhor capacitados a interagir
e a intervir, sendo que o diálogo deu-se de modo crescente, em
contraposição às dificuldades de comunicação iniciais, e os detalhes
quase imperceptíveis da rotina material e moral das casas foram se
evidenciando. Conclusões: Mesmo que várias conexões tenham sido
estabelecidas entre o sujeito entrevistado, as experiências vivenciadas
pelo estudante nem sempre podem ser verbalizadas, o que exigiu dos
graduandos uma observação mais cautelosa ao que não é evidente,
mas ainda assim latente no cotidiano do indivíduo. Logo, ‘compreender
88
o fenômeno é atingir a essência’(Kosík, 1989). Portanto, a VD de caráter
educativo capacitou os alunos à compreensão das relações entre o
indivíduo, a família e a comunidade e à maneira de efetuar mediações
sobre tais relações, sendo que ‘o resultado desse processo é sempre
uma transformação na natureza e no próprio homem, uma vez que ao
final ele já não é mais o mesmo homem’ (Guerra, 2000).
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Santos, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Santo André, SP
3
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
4
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Franca, SP
5
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Jabuticabal, SP
6
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Fernandópolis, SP
7
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP
8
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Jundiaí, SP
9
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Assaí, SP
1
Vivência de Integração: Parasitologia e IUSC
(Interação Universidade Serviço Comunidade)
promovendo ações de Educação em Saúde em
Botucatu – SP
Isadora Pimentel de Souza1
RESUMO: Introdução: Desde 2003, a disciplina IUSC (Interação
Universidade Serviço Comunidade) leva alunos dos três primeiros anos
do curso médico da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP para
as UBS e PSF da cidade, visando uma aproximação dos mesmos com
a população botucatuense e com a realidade da comunidade com a
qual trabalharão. No primeiro ano, divididos em grupos pequenos,
os alunos são distribuídos pelos bairros da cidade e seu objetivo é
conhecer a estrutura e a dinâmica populacional do local. Para tal, são
realizadas visitas domiciliares tutoradas. No segundo ano, a primeira
meta é a de conhecer teoricamente e na prática o funcionamento e a
aplicabilidade dos princípios do SUS na Atenção Básica à saúde. Isso
é feito por meio de leitura e discussão de artigos, visitas domiciliares
e à UBS. A segunda meta é a de promover educação em saúde para
uma parcela da população de cada área de abrangência de Botucatu.
A atividade é feita com a parceria da disciplina de Parasitologia do
Instituto de Biociências, que é ministrada aos alunos também no 2°
ano. Objetivos: A atividade objetivou a confecção de um projeto de
Educação em Saúde envolvendo o tema de Prevenção de Parasitoses
e o modelo de Paulo Freire. Foi realizada também visando um interesse
maior dos alunos pelos assuntos ministrados nas aulas de Parasitologia
e uma maior noção do que seria a prevenção e promoção de saúde,
praticadas majoritariamente na Atenção Primária. Metodologia:
Primeiramente os alunos confeccionaram um questionário sobre
higiene pessoal e domiciliar e hábitos alimentares para ser respondido
por familiares de crianças matriculadas na creche municipal do bairro
Vila Paulista. Nele constavam perguntas como “Você lava as verduras
e frutas antes do consumo?” e “Costuma andar descalço fora de casa
(quintal)?”. Após conversa com a diretora da creche sobre problemas
de saúde mais freqüentes com as crianças e análise das respostas
dos questionários, não se chegou à conclusão de algum tipo de
parasitose mais prevalente na região. Por isso, o tema escolhido pelo
grupo foi mais geral: “A higiene pessoal, hábitos de vida cotidiana e as
parasitoses.” Foi produzido um folheto informativo para ser entregue
às famílias das crianças e foi feita uma atividade presencial na creche.
Numa tarde, o grupo de alunos fez uma apresentação teatral, uma
gincana informativa e uma música para trabalhar o tema com 90
crianças de 3 a 5 anos. O método freireano foi aplicado durante a
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
atividade, fazendo com que as crianças reconhecessem hábitos certos
e errados de higiene em situações encenadas pelo grupo. Resultados:
O resultado da atividade foi interessante do ponto de vista acadêmico.
Os estudantes que participaram e dedicaram-se à atividade relatam
ter aumentado seu interesse pela parasitologia, que é uma ciência
básica que em sala de aula não lhes chamava muita atenção. Eles
afirmam ter se sentido bem colocando em prática os conhecimentos
adquiridos nas aulas expositivas e ajudando a comunidade a ter acesso
a esse conhecimento. Com relação às crianças que participaram do
projeto, o resultado foi positivo à medida que, durante a aplicação
das dinâmicas, já se sentia que elas tomavam mais conhecimento do
assunto. Conclusões: A experiência foi positiva no sentido de que
uma ciência básica integrou-se a uma disciplina que é quase que
puramente de vivência prática na comunidade. Após as atividades,
foi sugerido que essa integração ocorra também com outras ciências,
para que os alunos sintam que aquele conteúdo que recebem de forma
teórica e expositiva nos primeiros anos do curso seja aplicável durante
sua prática como profissional da saúde. Essa vivência proporcionou
aos alunos um exemplo de integração entre básico e aplicado que, se
bem estruturada, pode servir de estímulo ao aprendizado e aplicação
das ciências básicas.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, SP
1
• Internato, Residência, pós-graduação lato e stricto sensu em ciências básicas e
educação médica
A homeopatia na graduação e residência médica
no Brasil
Alessandra Rodrigues Fiuza1
Nelson Filice de Barros1
Marcia Aparecida Padovan Otani2
RESUMO: Introdução: A Medicina Homeopática é reconhecida como
especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina no Brasil
desde 1980. Praticamente trinta anos passados, poucas escolas
médicas brasileiras oferecem disciplinas ou práticas de homeopatia.
Objetivos: Este estudo analisa a percepção dos médicos residentes
quanto à inserção da homeopatia como disciplina na graduação e como
programa de residência médica. Metodologia: O estudo é transversal,
com amostra aleatória e sistemática do universo dos médicos
matriculados nos programas de residência médica da Faculdade de
Ciências Médicas, da Universidade Estadual de Campinas (FCM/
UNICAMP). Para coleta de dados foi utilizado um questionário com
questões fechadas, respondido por 176 médicos residentes. A análise
dos dados foi realizada por meio do programa Epi Info, versão 6.04d.
Resultados: A população estudada tem idade entre 23 e 33 anos,
sendo 53,4% do sexo feminino e 46,6% do sexo masculino; todos
concluíram o curso de medicina entre os anos de 2000 e 2008, sendo
46,0% formados na Unicamp e 54,0% em outras 42 instituições. Os
resultados evidenciaram que a variável local de formação apresentou
diferença estatisticamente significante (p<0,05) quando tabulada com a
inserção da homeopatia na graduação médica, mostrando que médicos
residentes formados fora da FCM/UNICAMP são mais favoráveis à
inserção da homeopatia na graduação, o que não ocorreu quando
cruzados com os dados sobre a criação do programa de residência
médica. Conclusões: Conclui-se que a orientação curricular da
formação médica pode estar relacionada à percepção dos médicos
quanto a essa prática, já que na FCM/UNICAMP não há inserção da
homeopatia em nenhuma disciplina no currículo. Além disso, inferese que a pequena inserção da homeopatia no ensino de graduação
médica e o modelo de produção de pesquisa científica desenvolvido
pela FCM/Unicamp podem levar a carência de informações, que pode
ser a responsável pelo preconceito ou objeção de consciência dos
profissionais em relação à Medicina Homeopática.
1
2
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
A inserção da Disciplina de Farmacologia no 5º
ano do curso de medicina
Carlos Alberto Lazarini1
Osni Lázaro Pinheiro1
Agnaldo Bruno Chies1
RESUMO: Introdução: Atualmente, várias escolas médicas no Brasil
estão fazendo um movimento de avaliar seus currículos além dos limites
disciplinares e conceituais do conhecimento. Estas avaliações têm
mostrado que os cursos das áreas médicas apresentam como principais
problemas a dissociação entre os ciclos básico e profissionalizante,
descompasso nos programas das disciplinas, falta de intercâmbio
entre os professores e a discrepância nas cargas horárias das
disciplinas. Neste sentido, construir caminhos no ensino médico a
partir da interdisciplinaridade inclui a implementação de desenhos
curriculares que possibilitem a articulação de conteúdos, valorizem
o enfoque “problematizador” e desenvolvam atividades acadêmicas
que tenham como eixos a prática médica no contexto do trabalho em
saúde e, a inserção do estudante e do professor como sujeitos na
produção contextualizada de saberes. Para atender estes quesitos, o
5º ano do nosso curso de medicina está estruturado para desenvolver
o ensino-aprendizagem na forma de Unidade de Prática Profissional,
com base na metodologia da problematização. A inovação do ensino
neste curso levou o grupo de docentes da disciplina de Farmacologia
a desenvolverem atividade integrando o conteúdo desta com a prática
profissional junto aos alunos do internato, nas áreas de Clínica Médica,
Pediatria e Saúde Mental. Objetivos: Apresentar a experiência da
disciplina de Farmacologia na integração do seu conteúdo com a prática
profissional junto aos alunos do 5º ano do curso médico, nas áreas de
Clínica Médica, Pediatria e Saúde Mental. Metodologia: A disciplina em
questão buscou a diversificação dos cenários de ensino-aprendizagem,
a partir da articulação da mesma com campos de prática dos estudantes
do 5º ano, os quais são distribuídos em grupos de dez, e ficam em cada
campo de estágio por seis semanas. As atividades de discussão com
a Farmacologia aconteceram em um período/semana. A estratégia
utilizada por cada grande área está descrita a seguir: a) na Clínica
Médica adotou-se, como deflagrador da discussão, os temas oriundos
da vivência prática à partir da discussão do ciclo pedagógico, sempre
com a presença de um profissional médico junto com o professor de
Farmacologia; b) na Pediatria, o professor de Farmacologia após
discussão com os docentes da disciplina de Pediatria elencou os
temas de farmacologia mais importantes para este estágio; e c) na
Saúde Mental trabalhou-se com base nos medicamentos relatados no
ciclo pedagógico, assim como na Clínica Médica. A única diferença
foi que, quando na abertura do ciclo não apareciam medicamentos,
o grupo de alunos definia o tema a ser discutido sempre pautado
nas medicações prescritas aos pacientes aos quais os estudantes
prestavam cuidados. Tanto na Clínica Médica quanto na Saúde Mental,
a estratégia utilizada foi centrada nos estudantes, onde os mesmos
faziam busca na literatura sobre os temas escolhidos e discutiam o
conteúdo com o professor responsável. Na Pediatria foi utilizada a
estratégia de seminários, sempre apresentados pelos estudantes, os
quais são estimulados a trazer as experiências vivenciadas durante
a semana sobre o assunto que está sendo discutido. Resultados:
A inserção da disciplina de Farmacologia no quinto ano do curso de
Medicina tem trazido uma nova motivação para os estudantes, pois o
aprendizado tem se tornado bastante significativo. Nas três áreas em
que foi iniciada esta experiência os estudantes participam ativamente
das discussões. Conceitos básicos de Farmacologia que não haviam
sido compreendidos nas séries anteriores voltam a ser discutidos
por iniciativa dos estudantes. Conclusões: Desta forma, a vivência
dos estudantes nesta forma de integração entre a Farmacologia e
as atividades práticas reais no internato possibilitou a ampliação
da percepção do aluno acerca das relações saúde/doença e da
complexidade encontrada nessa área de atuação. Esta proposta
contempla, ainda, os parágrafos II e IV do artigo 12 das DCNs para
o curso de Medicina.
1
Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP
89
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
As percepções de estudantes de medicina sobre
o internato médico
Desafios na implantação do internato em tocoginecologia
Maria de Fátima Aveiro Colares1
Claudia Maria Leite Maffei1
João Paulo Sales Segalla1
Luiz Ernesto de Almeida Troncon1
Rosangela Joanilho Maldonado1
Ricardo Cristiano Leal da Rocha1
Alessandra Loureiro Paixão1
Cinara Sadala1
Suzél de Oliveira Barbosa1
RESUMO: Introdução: Introdução: O Ensino Médico na atualidade
têm sido discutido levando em conta a necessidade do estudante
estar constantemente vinculado a formação profissional e ao mundo
do trabalho. Sendo assim torna-se necessário que o aprendizado
da prática médica ocorra em diversos contextos e que o mesmo
seja focado em diferentes espaços que não exclusivamente o
hospitalar, tais como: ambulatórios, comunidades, famílias, escolas.
Nesta investigação foi destacado o internato médico definido como
“treinamento em serviço”. É a etapa da formação destinada a prática
pré-profissional supervisionada Objetivos: Objetivos: Identificar as
percepções dos estudantes de medicina do internato em relação
aos aspectos do ambiente educacional e ao cotidiano acadêmico
nesse período da formação. Metodologia: Material e Métodos:
Participaram deste estudo 51 estudantes de 6º ano. Os dados foram
coletados durante a realização do Teste do Progresso desenvolvido
na Instituição. Foram utilizados os seguintes instrumentos: a)
Questionário semi-estruturado sobre internato médico contendo
questões sobre: dados sócio demográficos, nível de satisfação dos
estudantes aos aspectos envolvendo o internato médico e questões
“abertas” b) Questionário Dundee sobre aprendizado e ambiente :
instrumento auto aplicável, com 50 itens, que investiga 5 domínios
relacionados ao ambiente educacional: Percepções, Aprendizado,
Professores, Acadêmico, Ambiente e Social, c) Questionário de
Vivência Acadêmica – Reduzido (QVA-r): instrumento auto aplicável,
com 60 itens, que estão distribuídos por 5 grandes áreas da adaptação
acadêmica dos estudantes: pessoal, interpessoal, vocacional,
estudo-aprendizagem; e institucional. Resultados: Resultados:
Para esta apresentação serão divulgados apenas os resultados
obtidos em relação ás respostas do Questionário semi-estruturado
sobre internato médico. Os demais instrumentos encontram-se
em fase de análise e serão apresentados oportunamente. Serão
utilizadas as seguintes siglas em relação ao nível de satisfação dos
estudantes: MB (Muito Boa), B (Boa), S (Satisfatória), R (Ruim, MR
(Muito Ruim). A maioria dos estudantes demonstraram percepções
positivas frente a alguns tópicos perguntados. Serão citados alguns
exemplos de questões: Atividades práticas: (N=10:MB; N=16: B,
N=24: S), Desempenho nas atividades práticas: (N=21: MB, N=13:
B, N=16:S), relacionamentos interpessoais com colegas: (N=23:
MB, N=14: B, N=11, S); com professores (N=21: MB, N=15: B,
N=14, S), com residentes : (N=21: MB, N=17: 17, N=13: S). Quanto
as atividades do internato e sua relação com a profissão médica
obtivemos: (N=10: MB, N=19: B, N=19: S). Quanto ao modelo de
atuação profissional dos professores foram obtidas as seguintes
respostas: (N=03: MB, N=15: B, N=23: S); Médicos contratados:
(N=10: MB, N=23: B, N=17: S); Médicos residentes: (N=9:MB, N=17:
B, N=23: S). Conclusões: Algumas questões foram apontadas como
pontos negativos para os alunos tais como : o interno como “tocador
de serviço”, algumas áreas não demonstram a sua utilidade prática
e com isso parece existir uma sub utilização do interno nas mesmas.
Este estudo permitiu o conhecimento de algumas percepções dos
internos frente a um modelo de “internato ideal”, onde deveriam existir
sobretudo espaço de reflexões para esse período da formação e
também um maior preparo dos docentes para assumirem os papeis
de supervisores, sendo que estes papéis muitas vezes parecem ser
melhor desempenhados pelo médicos residentes ou contratados.
Através deste estudo foi possível obter um mapeamento do nível de
satisfação dos estudantes frente a esse momento da formação. Como
implicações educacionais consideramos que o levantamentos desses
dados pode possibilitar uma melhor compreensão sobre o período
do internato cabendo dessa forma aos colegiados responsáveis pelo
ensino a implantação de mudanças para adequação desse espaço
da formação médica.
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - Campus
Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP
1
90
RESUMO: Introdução: Em 1994, com o lançamento pelo Governo
Federal do Programa de Saúde da Família, que preconiza o trabalho
comunitário, a territorialização da prática de saúde, a resolubilidade
no nível de atenção primária de saúde e a educação em saúde, a
reorganização da prática assistencial, centrada no hospital, passando
a enfocar a família em seu ambiente físico e social, houve um reforço
à importância da criação das Diretrizes Curriculares Nacionais. Surge
em algumas escolas o currículo nuclear como uma nova maneira de
encarar o ensino médico, baseado nas novas diretrizes curriculares
tendo como razão principal da sua implantação evitar a dissociação
básico-clínica, considerada inadequada frente às necessidades
atuais. Objetivos: Relatar a experiência na estruturação dos módulos
de toco ginecologia para a primeira turma de internato da UNIVIX,
pontuando as fragilidades e fortalezas encontradas neste caminho.
Metodologia: O presente estudo consta da descrição da montagem
e estruturação dos quatro módulos do internato de toco ginecologia
oferecido aos alunos do nono período (Obstetrícia Geral - OG), do
décimo período (Ginecologia Geral- GG e Obstetrícia Especializada
- OE) e do décimo primeiro período (Ginecologia Especializada GE), do curso de graduação em medicina da UNIVIX, avaliando as
dificuldades encontradas e os resultados obtidos. São módulos com
duração de 6 semanas cada, onde os internos, em grupos de 8 a
10 alunos, são distribuídos em atividades práticas ambulatoriais e
hospitalares e teóricas com seminários e discussão de casos clínicos.
As atividades hospitalares constam de visitas em enfermarias e
plantões nos vários setores do serviço. Resultados: Ao término do
quinto rodízio nos módulos de OG, GG e OE e do primeiro rodízio
da GE, pudemos ter uma avaliação bastante positiva em relação ao
desenvolvimento dos internos. Nas avaliações práticas (avaliação
formativa + mini-Cex) a média foi de 8,19 e nas avaliações teóricas
foi de 7, 64, perfazendo uma média total de 7,91. Dos 130 alunos que
passaram nos módulos da toco ginecologia, 34% tiveram que repetir
a avaliação teórica visto não alcançarem a média sete necessária
para aprovação e 4 internos (3%) foram reprovados tendo que repetir
o módulo novamente. Conclusões: As mudanças são sempre muito
difíceis e trabalhosas, mas, a gratificação em observar o crescimento
destes estudantes nos leva a crer que estamos no caminho certo
para uma melhor formação na área de toco ginecologia, fundamental
á boa prática clínica no futuro. Desta maneira estamos também
desmistificando o internato considerado por muitos um período onde
o aluno fica em prática sem qualquer tipo de controle ou avaliação.
1
Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitória, ES
Experiência da otorrinolaringologia na integração
básico clínico, internato e residência médica
José Diniz Junior1
Heleno de Paiva Oliveira2
Newton Moreira Lima Neto2
Ana Carolina Batista Dantas2
Daniel Paiva de Oliveira2
Monique Batista da Costa2
Rosiane Viana Zuza Diniz2
George Dantas de Azevedo2
RESUMO: Introdução: O Laboratório de Habilidades Clínicas (LHC)
é um espaço de fundamental importância para os cursos da área da
saúde, pois permite treinamento em manequins, respeitando preceitos
éticos e humanísticos. Na Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN), o LHC dispõe de diversos manequins no entanto
nenhum específico para as práticas em cefaléia, epistaxe e retirada
de corpo estranho. A presença da especialidade médica no cenário de
prática pode ser proveitosa tanto para integração com o básico, como
o internato e a residência médica. Objetivos: Descrever as atividades
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
práticas de Otorrinolaringologia em atenção primária realizadas junto
ao LHC, e centro cirurgico,integrando o básico e o internato, além da
residência médica. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo do
tipo relato de experiência realizado de 2009 a 2010. Utilizou-se análise
retrospectiva de experiências dos professores, alunos, monitores e
residentes. Resultados: Os autores descrevem diversas atividades
junto às disciplinas de otorrinolaringologia, internato, Residência
médica e Modulo Biológico 2. Foram contempladas as práticas de
Otoscopia e Rinoscopia, Epistaxe, Retirada de Corpo estranho e
Entubação orotraqueal e cricotireoidostomia, em concordância com
as recomendações de habilidades práticas para o médico generalista
segunda a ABEM. Essas atividades beneficiaram as turmas do Internato
em Cirurgia Geral, Residentes do primeiro ano da Otorrinolaringologia,
Iniciação ao Exame Clínico e o Módulo Biológico II. As práticas foram
conduzidas pelos monitores da disciplina de iniciação ao exame clínico,
otorrinolaringologia, residentes e (PET)medicina. Conclusões: A
presença da especialidade médica no LH, bem como dos alunos no
centro cirúrgico, permitiu a real integração básico clínica. Foi possível
integrar o profissional especialista as novas diretrizes curriculares,
tanto no antigo básico como no internato e residência médica. Os
cenários para as atividades foram um estímulo a mais para os alunos
nos diversos níveis de conhecimento. O aproveitamento desses
especialistas no quadro de docentes e preceptores, com foco na
atenção básica, foi possível e enriquecedor.
1
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Parnamirim, RN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
O desafio da implantação do internato de medicina
interna em um Hospital Público Privado
Carla Coelho Siqueira1
Luis Henrique Barbosa Borges1
Rosana Alves1
RESUMO: Introdução: Seguindo as diretrizes curriculares nacionais,
a prática dos estudantes deve ser precoce e inserida na rede de
assistência do SUS. Desta forma as novas faculdades caminham
para a organização de hospital de ensino, sendo necessário pacto
com hospitais que ofereçam boas condições para a implantação de
serviços para o internato. Objetivos: Debater sobre as dificuldades da
inserção do interno na rede e especialmente em unidades particulares
conveniadas com a rede e avaliar os benefícios trazidos principalmente
ao atendimento do paciente. Metodologia: Descrição da implantação
do cenário de medicina interna em um Hospital filantrópico com leitos
destinados ao SUS. Resultados: Para o início do internato de medicina
interna da UNIVIX, em uma ala de 36 leitos destinada ao SUS do
Hospital dos Funcionários Públicos do Espírito Santo, foram feitas várias
reuniões administrativas e técnicas com as equipes de ambas as partes.
Decorridos os primeiros meses da implantação, docentes e discentes
acreditam que o cenário é adequado, embora necessite de ajustes. As
fortalezas até então verificadas incluem: aumento da média de ocupação
dos leitos, alocação de preceptores do corpo clínico aumentando a
auto-estima e a permanência no serviço, aumento da credibilidade
por parte da enfermagem, equipe de nutrição e do serviço social que
avaliam a ocorrência de maior resolubilidade. Houve necessidade de
ajustes do laboratório e do setor de radiologia, em virtude da nova
demanda. A relação com a central de vagas dá-se diretamente com os
docentes, o que otimiza a ocupação dos leitos. Ainda são necessárias
adequações na estrutura física para comportar as atividades acadêmicas.
Entretanto, a pactuação tem sido dificultada pela falta de consenso com
relação às contrapartidas exigidas pelo hospital. Conclusão: A equipe
docente-assistencial necessita demonstrar a contribuição positiva
que a implantação do internato em um Hospital privado viabiliza. No
entanto, o sucesso da implantação e de sua continuidade necessita do
consenso em relação às contrapartidas a serem pactuadas entre partes.
Conclusões: A equipe docente-assistencial necessita demonstrar a
contribuição positiva que a implantação do internato em um Hospital
privado viabiliza. No entanto, o sucesso da implantação e de sua
continuidade necessita do consenso em relação às contrapartidas a
serem pactuadas entre partes.
1
Curso de Medicina da Faculdade Brasileira, Vitoria, ES
O internato em Infectologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte - a valorização
de uma necessidade socio-epidemiológica na
formação médica
José Medeiros do Nascimento Filho1
Henio Godeiro Lacerda1
RESUMO: Introdução: As Diretrizes Curriculares Nacionais para o
curso de graduação em medicina do ano de 2001 preconizam, dentre
outras coisas, a formação de um médico generalista, que domine
bem a arte do exame clínico e que possua uma formação voltada
para as necessidades sociais e epidemiológicas da sua realidade. Na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), historicamente
um dos principais cenários de prática do internato constitue-se
no Hospital Estadual Giselda Trigueiro (HGT), uma unidade de
atenção terciária onde se concentra a alta tecnologia na área de
infectologia do Rio Grande do Norte. Com as reformas curriculares
desencadeadas no país pelo PROMED, surgiu um desafio na UFRN:
ainda seria válido manter um estágio de 7 semanas em um hospital
especializado no contexto da formação de um médico generalista?
Objetivos: Descrever a experiência atual do internato em Infectologia
da UFRN enquanto alternativa para a formação médica preconizada
pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Metodologia: Trata-se de
um estudo qualitativo, retrospectivo, do tipo relato de experiência.
Foi tomado como referencial teórico o estudo de caso das ciências
sociais, fazendo uso da oralidade, os documentos do departamento
de infectologia e a história de vida dos autores como ferramentas na
construção desse trabalho. Resultados: O internato se desenvolve com
uma carga horária de 315 horas total em 7 semanas, totalizando 45
horas por semana. As atividades incluem: enfermarias de infectologia
geral, HIV/AIDS, tisiologia; ambulatórios de infectologia geral e HIV/
AIDS; plantões na urgência/emergêcia do HGT; 2 momentos teórios
semanais. No período estabelecido, uma média de 15 estudantes
se distribuem nas atividades supracitadas. No intuito de valorizar a
formação generalista, metade do estágio é dedicada aos espaços de
infectologia geral e a outra metade as especificidades da especialidade
(HIV/AIDS e tisiologia). Semelhantemente, as discussões teóricas
buscam abordar temas necessários para a prática médica, tais como
o uso racional de antimicrobianos e as doenças infectocontagiosas
mais prevalentes no Rio Grande do Norte. Cada dupla de discentes é
avaliada por 1 docente em um esquema tutorial. Pela incipiência da
discussão de educação médica no departamento de infectologia, uma
dificuldade atual consiste na homogenização desse momento ficando
ainda a cargo do docente a metodologia empregada. Uma segunda
avaliação consiste numa prova teórica (60% da nota). Por não se
tratar de um hospital universitário, a presença de internos no HGT
ajuda a aproximar o vínculo do ensino-serviço, sendo desenvolvidas
atividades de pesquisa e extensão no hospital a partir dessa relação.
Conclusões: No contexto do Rio Grande do Norte, estado do Nordeste
brasileiro tradicionalmente marginalizado, o perfil epidemiológico ainda
tem nas doenças infectocontagiosas um forte percentual - apesar da
sua constante queda para as doenças crônico-degenerativas. Assim
sendo, uma sólida formação para os médicos no campo da infectologia
se faz necessária. O internato de infectologia, além de saciar essa
necessidade, permite aos estudantes o treinamento na grande área de
Clínica Médica - totalizando 25% da carga horária do internato da UFRN
para essa Grande Área, cojuntamente com outros dois estágios de 07
semanas (Clínica Médica I e Clínica Médica II). A heterogeneidade
nos métodos avaliativos e a pesada carga horária são as principais
reclamações discentes. Futuros investimentos em capacitação docente
podem ser de grande valia na resolução dessas inadequações.
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN
Perfil dos critérios de seleção para residência em
clínica médica e cirurgia geral
Eliane Camargo de Jesus1
Romulo Luiz Machado Velho Gonçalves2
Ariane Gomes Paixao1
91
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Diego Hissao Hayashi de Oliveira1
Krystal Calmeto Negri1
Luiz Gustavo Abranches Werneck Pereira1
Seleção à residência médica: o desafio à
integração básico-clínica e seu impacto na
implantação das diretrizes curriculares
RESUMO: Introdução: Introdução: Avaliações teórico – práticas,
estão sendo aliadas à análise das atividades curriculares e
extracurriculares nos processos de seleção para residência em
clínica médica e cirurgia geral na maioria das instituições de ensino
no sudeste do país. Objetivos: Objetivo: Analisar os critérios de
seleção utilizados em provas de residência de clínica médica e cirurgia
geral, a importância atribuída ao curriculum vitae e a valorização
dada ás atividades extra-curriculares. Metodologia: Métodos: Estudo
transversal com uma amostra de 42 instituições analisadas através de
seus editais divulgados nos anos de 2009 e 2010. Variáveis avaliadas:
provas teóricas, provas práticas e análise curricular: características
das Instituições de Ensino, Curriculum Vitae e argüição do candidato.
Resultados: Resultados: A prova teórica corresponde á 50% da
nota do candidato, a prova prática 40% e a análise curricular 10%. A
análise curricular foi dividida em 3 setores. Houve uma predominância
na avaliação do primeiro setor ( instituição de ensino de origem do
candidato) nas instituições do estado de São Paulo. Os critérios que
prevaleceram foram a “duração do internato” (42,85%) e “hospital
escola próprio” (35,71%). O peso dado ao setor variou de 3 a 10
pontos no estado de São Paulo e teve peso zero nos outros estados.
No segundo setor (curriculum vitae) houve uma variação de pesos
entre 3 a 10 pontos. O critério de “Participação em congressos e
cursos de extensão, liga acadêmica, assistência médica e estágios
supervisionados, pesquisa e produção científica e envolvimento
institucional” estão presentes em 100% das instituições. “Monitorias” e
“Publicação de trabalhos completos em periódicos”, estão em 78,57%
das instituições. “Língua Estrangeira” está presente em 5 instituições
do estado de São Paulo (35,71%) e em todas de Minas Gerais
(14,28%).No terceiro setor (arguição) para clínica médica houve uma
predominância no estado de São Paulo com pesos variando de 3 a
10 e em uma instituição carioca com peso 4, e para cirurgia geral,
as instituições paulistas ainda predominam, porém em nenhuma
carioca é encontrada. Conclusões: Este estudo partiu do interesse
de acadêmicos de medicina que anseiam vagas em concursos de
residência de acesso direto, em especial o de clínica médica. Após a
análise de diferentes editais, foi constatado que a análise curricular faz
parte de um dos critérios de avaliação. Segundo Koifman, o currículo
– incluindo currículo médico – pode ser entendido de várias maneiras,
desde como um mero texto escrito ou uma “grade” de disciplinas e de
cargas horárias, até o “tudo” que ocorre na escola ou na universidade.
Os currículos das escolas médicas norte-americanas, e a partir daí no
resto do mundo, tiveram profundas influências do relatório Flexner,
publicado em 1910. Recentemente, movimentos como o da Reforma
Sanitária, a promulgação da Constituição de 1988, a criação do SUS
e a criação da estratégia do PSF, além de congressos mundiais de
educação médica, como o da ABEM, tem proposto diversos projetos
para efetuar modificações no ensino médico, tendo ênfase em uma
formação ética, generalista, crítica, humanista e reflexiva, capazes de
responder às necessidades de promoção, prevenção, recuperação
e reabilitação da saúde da população. De acordo com Tavares e
cols., sete dimensões da competência devem ser desenvolvidas no
processo de formação profissional, sendo essas: cognitiva, técnica,
integrativa, contextual, relacional, afetivo-moral e de hábitos mentais.
Um estudo propõe que seja criado um sistema de avaliação dos
residentes ao término de seus programas, acoplado à avaliação dos
próprios programas. Um bom começo para que as instituições de
residência aprovem os médicos mais qualificados para os cursos de
acesso direto, em especial o de clínica médica, é dar o devido peso e
importância ao currículo do candidato, levando em conta os principais
critérios adotados neste estudo e somando-os ao conhecimento
teórico-prático do mesmo.
Denise Herdy Afonso1
Lia Márcia Cruz da Silveira1
João Carlos dos Santos Arieira Fernandes1
Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ
2
Centro Universitário de Volta Redonda, Barra Mansa, RJ
1
92
RESUMO: Introdução: Desde 2001 a Coordenadoria de
Desenvolvimento Acadêmico (CDA), envolvida na elaboração dos
processos seletivos às Residências , busca alternativas de avaliação
que incluam parâmetros importantes e pertinentes, buscando a
diferenciação dos candidatos que, nas últimas seleções, pela atuação
dos cursos preparatórios (existentes em todas as áreas profissionais)
têm obtido notas iguais ou com variações decimais na etapa objetiva
do processo. Buscou-se reconstruir o processo seletivo nas etapas
tradicionais (objetiva e discursiva), além de introduzir outras modalidades
de avaliação que contemplassem atributos diversos daqueles
verificados nas etapas anteriores, a saber: atitudes, habilidades e
competências valorizadas nas Diretrizes Curriculares de Graduação
dos cursos. Experimentou-se os recursos de multimídia, situações
simuladas para avaliação de conteúdos específicos e atitudes, além de
etapa prática com atendimento de pacientes no cenário do ambulatório
ou enfermaria. Objetivos: Refletir a partir da análise de experiência
acumulada desde 2001 na construção de processos seletivos à
Residência Médica sobre as oportunidades e desafios para explicitar
neste processo, a progressiva integração básico clínica. Acreditamos
que o processo de seleção à residência médica, especialmente aquele
que se passa nas universidades, no âmbito das escolas formadoras,
tem um papel fundamental, facilitador / dificultador e até mesmo gerador
de resistências à implantação das diretrizes, na razão direta de sua
aproximação ou afastamento do modelo de médico a ser valorizado
assim como dos processos de avaliação utilizados. Metodologia:
Análise de conteúdo de questões elaboradas buscando identificar a
integração básico clínica na construção apresentada; análise do índice
de acerto e erro de questões selecionadas; descrição da experiência
vivenciada pela banca examinadora na construção do processo
seletivo. Resultados: Há dificuldades de construção de questões
objetivas que integrem o conhecimento básico clínico; a construção
de questões discursivas ou situações simuladas parecem ser mais
favoráveis à uma construção integrada; a etapa prático oral tem grande
potencial para buscar, a partir do raciocínio clínico e da construção
do plano terapêutico uma integração de conhecimentos. No entanto,
ainda parece focada nos aspectos direcionados à doença perdendo a
oportunidade de identificar os mecanismos básicos de adoecimento e
sua repercussões na saúde. A análise dos participantes das bancas
revela o processo de construção da seleção à Residência como uma
estratégia potente de educação Permanente em Saúde Conclusões:
O processo de construção e definição das Diretrizes Curriculares foi
um processo longo, por vezes conflituoso em função das percepções
dos diferentes atores, com idas e vindas, interpretações diversas de
suas conclusões, enfim um misto de ideologias e convicções, certezas
e incertezas, diagnósticos e prognósticos (para não abandonar
nossa linguagem) e indubitavelmente de contentes e descontentes
com o resultado final. Como todo processo de construção de regras,
dispositivos de orientação, diretrizes, sua finalização não significa sua
aplicação imediata, em igual tempo e com o mesmo grau de dificuldade/
facilidade. A efetivação ou aplicação das diretrizes comuns é um
processo particular de cada escola de medicina, modulado por sua
história, composição docente e discente, inserção na rede assistencial
e fundamentalmente pelo seu projeto político-pedagógico.
Hospital Universitário Pedro Ernesto da Faculdade de Ciências
Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
RJ
1
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
• Metodologia de Pesquisa em Educação Médica
Estudantes de medicina ensinando seus pares:
uma nova metodologia de ensino baseada em
discussões de casos, com grande impacto no
processo de aprendizagem
Graziela Moreto1
Guilherme Ayres Rossini2
Gabriel Caldato Barsotti2
Nelson de Figueiredo Neto2
João Antonio Gonçalves Garreta Prats3
Cauê Freita Monaco4
Marcelo Rozenfeld Levites5
RESUMO: Introdução: Exposição dos alunos de medicina a grandes
quantidades de conhecimentos científicos de uma forma fragmentada
durante a graduação pode ter impacto negativo no desenvolvimento
do raciocínio clínico no futuro Objetivos: Este estudo teve como
objetivo avaliar o impacto das discussões de caso clínico realizado
por estudantes de medicina. Metodologia: A Sociedade Brasileira de
Medicina de Família (SOBRAMFA) promove mensalmente reuniões
científicas na Associação Paulista de Medicina (APM), que reúnem
estudantes de diversas escolas de medicina, residentes e médicos
de família onde são realizadas apresentações interativas de casos
clínicos. Os casos são selecionados a partir da experiência pessoal do
apresentador, ou da revista The New England Journal of Medicine. As
sessões são realizadas por 2 estudantes de medicina e coordenada
por 3 professores da medicina de família. A dinâmica consiste na
apresentação de um caso por alunos e os coordenadores interrompem
a apresentação questionando o público sobre possíveis diagnósticos
e manejo do caso. As discussões são realizadas em conhecimentos
básicos, síndromes clínicas, diagnósticos diferenciais. O objetivo é
estimular o raciocínio clínico do aluno. Após estas sessões, foram feitas
duas perguntas abertas aos participantes: O que você aprendeu com
esta reunião? Por favor, aponte aspectos positivos e negativos desta
apresentação de caso. Resultados: 50 questionários foram obtidos
a partir de março e 09 de dezembro-09. Os alunos que apresentaram
apontaram o aprendizado em: prática de falar em público, gerir e
organizar idéias logicamente, estímulo para a pesquisa científica e
ao estudo das matérias básicas como patologia, fisiologia, anatomia,
bioquímica e até mesmo em temas específicos como reumatologia. O
público relatou aprendizado em: desenvolvimento do pensamento e
prática clínica, auto-reflexão sobre o processo de formação médica e
desenvolvimento de conhecimentos científicos e práticos Conclusões:
A metodologia de discussão de casos clínicos realizada por alunos
tiveram impacto significativo sobre o complexo processo de formação
médica.
Sociedade Brasileira de Medicina de Família, São Paulo, SP
Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP
3
Faculdade de Ciências Médicas do Centro Universitário Lusíada,
Santos, SP
4
Associação Paulista de Medicina, Santos, SP
5
Curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo,
SP
1
2
Monitoria na iniciação à prática de ciências: de
aluno para aluno
João Carlos de Jesus1
Gabriel Peres1
Marcelo Salomão Casadei1
Egberto Ribeiro Turato1
RESUMO: Introdução: A concepção do que é Ciência, como ela
constrói novos conhecimentos e como estes são aplicados em particular
à prática clínica, constituem em um dos principais desafios ao início
da formação médica. É necessário apresentar aos alunos os meios
utilizados pelos profissionais para traduzirem, em suas condutas,
conceitos fundamentados em literatura adequada e confiável. Frente a
este problema, o aluno dispõe desde ferramentas populares de busca
na Internet até as grandes bases de dados digitais de indexação de
periódicos, mundialmente visitadas, que levam a numerosos artigos
científicos a partir de simples palavras. Assim, o estudante se expõe
a todo o conhecimento de que precisa para ser um profissional
atualizado e crítico. Objetivos: Relatar as experiências de três
alunos do quarto ano em Medicina como monitores em disciplina de
introdução à prática de ciências, ministrada a 110 segundanistas de
medicina, para auxiliá-los no desenvolvimento do senso crítico perante
artigos publicados na área da saúde. Metodologia: Nesta etapa do
curso, todos os alunos da turma elaboraram um projeto de pesquisa,
em disciplinas anteriores, dentro deste eixo do ensino da prática das
ciências. Levantaram conhecimentos teóricos junto a bases de dados
e adquiriram certa visão de sua construção. Então, propõe-lhes,
nesta disciplina, um exercício didático que simula pareceres técnicos
sobre artigos SciELO, usando detalhado check-list, elaborado pelo
professor em conjunto com monitores, com a finalidade de estimular
a crítica metodológica e epistemológica. Semanalmente, foram
ministrada aulas teóricas, por este docente, contemplando temas
história das ciências, epistemologia e os tipos de pesquisa científica
(experimental, epidemiológica, ensaio clínico-terapêutico, qualitativa
versus quantitativa). Seguidas às aulas, grupos de cinco alunos
que, em rodízio ao longo do semestre, traziam em sala os artigos
previamente designados, analisados e discutidos com os monitores
em atividade extra-sala. Apontam as insuficiências e considerações
gerais, emergentes pelo check-list, e justificadas. Pela qualidade do
preenchimento destes roteiros de revisão sobre a consistência dessas
publicações, foram ministradas notas pelos monitores, revisadas
pelo docente responsável. Destaca-se a boa sustentação da crítica
feita pelos alunos quanto aos pontos que eles consideraram como
insuficientes. O conceito dado a esta tarefa teórico-prática serviu
como modulador às notas advindas da prova teórica final de avaliação
dos conhecimentos passados nas aulas, em que houve apoio dos
monitores na elaboração das questões e correção. Resultados: Por
10 anos esta disciplina vinha ministrada sem o apoio de monitores.
Existia até então uma relevante limitação de interação entre o docente
e os alunos quanto às atividades extra-sala, agora superada com a
participação direta dos monitores nessas tarefas. Foi favorecido o
aprendizado, tal como a crítica metodológica e epistemológica de
trabalhos publicados. A atuação dos três monitores junto aos 22
grupos compostos por cinco alunos estimulou a discussão sobre
a prática das ciências em nosso meio. Conclusões: A experiência
aqui relatada indica ganhos no aprendizado da turma, supostamente
maior que nas turmas até então, que não contavam com o suporte
da monitoria. Os monitores selecionados eram então alunos do
quarto ano médico e desenvolveram boa relação de trabalho com
seus colegas aprendizes do segundo ano. Uma das experiências
significativas para os monitores foi atuar no ensino, diretamente com
seus pares e conhecer mais um campo de atuação para o médico,
a docência. Neste contexto, ficaram expostos às peculiaridades de
cada aluno e grupo, o que aumentou a perspicácia na interação
com pessoas e grupos, Constituiu-se, portanto, em ganho pessoal
considerável, sobretudo para futura atuação médica, cujo sucesso
da relação com seu paciente e de sua adesão terapêutica, depende
em boa parte na didática da boa explicação sobre as condutas
médicas.
1
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP
93
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
O impacto da tecnologia de escaners de lâminas
nas aulas práticas de patologia especial: uma
mudança de paradigma
Um ano de experiência do “Núcleo Acadêmico de
Pesquisa em Educação Médica”
Pedro Tadao Hamamoto Filho1
Cristiano Claudino Oliveira2
Vinicius Cunha Venditti3
Ludmila Almeida Silva3
Fernanda Miranda Fumelli Monti3
Licério Miguel3
José Carlos Peraçoli3
Cristiano Claudino Oliveira
Maria Aparecida Custodio Domingues2
1
RESUMO: Introdução: O ensino de patologia na graduação medica,
se iniciou nas escolas medicas no inicio do século passado, pautandose no estudo das entidades nosológicas, distribuídas em órgãos e
sistemas. A crescente importância da correlação anatomo -clinica,
contextualizando a doença e o doente, bem como a facilidade
de projetar laminas e micro–fotografias, fez com que o uso do
microscópio individualizado fosse decrescendo; soma-se a este
fato o alto custo da manutenção deste equipamento e das coleções
de laminas. O ensino da Patologia na graduação medica passou a
constelar uma fase de intersecção, em que o uso do microscópio ou
de imagens projetadas da microscopia dependia da opinião de cada
educador; somando-se a este fato a aplicabilidade, por vezes, não
visualizada pelo aluno do microscópio convencional, fez com que este
se mostrasse arredio e pouco interessado nas aulas de microscopia. A
partir do final do século passado, foram desenvolvidos equipamentos
capazes de escanear lâminas, transformando-as em material digital,
possibilitando tanto a interação do patologista cirúrgico, pesquisador e
aluno com a imagem virtual, que pode ser visualizada com aumentos
e foco correspondentes a microscopia tradicional. A esta tecnologia
deu-se o nome de microscopia virtual, que a partir de 2000 passou
a ser utilizada em escolas medicas dos EUA e Europa no ensino da
Patologia Objetivos: Avaliar o impacto da microscopia virtual no
ensino da Hemopatologia, um dos assuntos que compõe a disciplina
de Patologia Especial II, ministrada ao quarto ano do curso de
Medicina Humana da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP.
Metodologia: 95 alunos foram contemporizados com aulas práticas
realizadas no Laboratório de Informática da FMB, que dispõe de 45
computadores e monitores LCD de 19 polegadas. Trinta laminas
coradas em HE, foram escaneadas com instrumento ScanScope
XT (Aperio). Após a prova cognitiva, aplicou-se questionário
qualitativo, contendo 10 perguntas de múltipla escolha, com espaço
para respostas espontâneas Resultados: 100% opinaram que a
microscopia digital foi de grande importância no aprendizado; 98%
confirmaram a facilidade de estudar em casa pós aula prática, com a
vantagem de acessar as imagens e poder manipulá-las junto com a
leitura do livro texto. 95% opinaram que a utilização da nova tecnologia
reviveu o uso da microscopia na disciplina de Patologia Especial,
despertando o interesse por esta. 88% salientaram a praticidade
do estudo a distancia com múltiplos observadores e interação entre
estes. 100% elogiaram a busca da disciplina por novas tecnologias,
inseridas na realidade tecnológica atual. Comparou-se ainda a nota
media dos alunos da prova cognitiva com o ano anterior, quando não
se utilizou da microscopia virtual: no ano de 2008 os alunos tiveram
uma nota media de 6,5, enquanto que em 2009 a nota media foi
de 9,5, ou seja, um aumento de 30% na media final Conclusões:
A microscopia virtual é uma tecnologia que vem revolucionando
da patologia, inicialmente na patologia cirúrgica e, atualmente, no
ensino da ciência Patologia. Possui inúmeras vantagens como:
acessibilidade, a qualquer hora e de qualquer computador; a facilidade
de gerar inúmeras imagens dinâmicas provindas de uma única lamina;
eficiência, visto que a acuidade das imagens não depende de ajustes
de foco manual e luminosidade variável; pedagógico, por se inserir
na realidade tecnológica dos alunos e permitir formação de grupos
de estudos online; e custo, quando contabilizamos as necessidades
geradas no ensino baseado na microscopia tradicional. Este estudo
aponta para eficiência desta ferramenta pedagógica no ensino da
Patologia Especial, ao revelar o aumento das notas.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
1
94
RESUMO: Introdução: A importância de evidências para tomada
de decisões na área da educação médica é crescente. Avanços no
conhecimento sobre o processo de aprendizagem, aquisição de saber,
métodos de ensino e de avaliação têm motivado investigações na
área de educação médica. Por outro lado, as reformas curriculares
implementadas pelas escolas motivam estudantes ao aprofundamento
das reflexões sobre o ensino que recebem. Além de uma participação
política, tem-se destacado também a importância do envolvimento
de estudantes com a produção científica. Assim, do entendimento da
importância do crescimento da pesquisa em educação médica, da
necessidade de qualificação de propostas para o ensino médico, com
os estudantes assumindo um protagonismo nos processos de mudança
curricular, e do reconhecimento da iniciação científica como instrumento
de qualificação acadêmica e profissional, estudantes da Faculdade de
Medicina de Botucatu/UNESP organizaram o “Núcleo Acadêmico de
Pesquisa em Educação Médica” – NAPEM. Objetivos: Relatar o primeiro
ano de experiência do NAPEM. Metodologia: Descrição do histórico de
organização e funcionamento do NAPEM e dos projetos de pesquisa
em curso. Resultados: O NAPEM foi organizado em agosto de 2008,
tendo iniciado seus primeiros trabalhos em outubro do mesmo ano.
Estudantes envolvidos em discussões e debates sobre educação médica
no Centro Acadêmico Pirajá da Silva (CAPS) uniram-se para arregimentar
estudantes e docentes para realizar pesquisas de impacto junto à
comunidade acadêmica a fim de provocar reflexões e incitar melhorias
no curso médico, além de contribuir com o conhecimento científico em
educação médica. O núcleo possui um coordenador, um sub-coordenador,
um tesoureiro e um secretário. Qualquer estudante pode participar do
NAPEM. Para cada projeto há um estudante responsável. Um docente
foi convidado para supervisionar as atividades do núcleo, auxiliando com
sugestões de projetos e possíveis colaboradores docentes, e orientando
o grupo quanto a meios de financiamento e parcerias institucionais. Para
cada projeto de pesquisa ao menos um professor é convidado como
orientador. O NAPEM é aberto à participação de médicos-residentes
e outros profissionais ligados à educação em saúde. Está à disposição
para parcerias com outros órgãos da comunidade acadêmica e científica.
Hoje estão envolvidos 17 estudantes e 10 professores de diferentes
especialidades médicas. Os projetos atuais investigam: avaliação do
curso médico, avaliação do estudante, fatores que influenciam a busca
por iniciação científica, Ligas Acadêmicas e interdisciplinaridade. Em
um ano, o NAPEM apresentou 6 trabalhos em congressos, publicou um
artigo em periódico indexado e está certificado como grupo de pesquisa
no CNPq. Foi convidado a expor suas propostas em reunião da Comissão
Permanente de Pesquisa (representante local da Pró-Reitoria de Pesquisa
da UNESP) e em reunião da Congregação da escola. Alguns de seus
membros participaram do 1.o Encontro de Pesquisa da FMB/UNESP,
evento em que se discutiu a agenda de toda a pesquisa na escola para
os próximos anos. Conclusões: Os estudantes envolvidos têm formulado
propostas e os mesmos estão escrevendo seus projetos de pesquisa e
aprendendo na prática sobre os mecanismos de condução de projetos,
desde a redação inicial, com levantamento bibliográfico, passando
pela solicitação de aprovação do projeto pelo conselho de ética em
pesquisa, até a execução do trabalho e a publicação de seus resultados.
O envolvimento de diferentes professores também é considerado um
avanço. O NAPEM foi acolhido com bastante respeito e entusiasmo
na escola e os resultados de seus trabalhos têm sido esperados como
informações úteis para a reestruturação do currículo. Dentre seus desafios
estão a necessidade de contínua renovação dos estudantes e o avanço
nas pesquisas de modo que os projetos não se encerrem em si mesmos,
mas que se coloquem como continum de investigação à medida que
novas informações são agregadas ao conhecimento.
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
2
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, SP
3
Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Botucatu/SP, SP
1
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Uma reflexão sobre a Iniciação Científica
Cynara Alves Rocha
Carolina Lisbôa Boechat1
Daniel Magalhães Baldini Figueira1
Larissa Felizardo Oliveira1
Tagiane Oliveira1
Eliane Camargo de Jesus1
1
RESUMO: Introdução: Segundo Osler, “a Medicina é uma ciência da
incerteza e uma arte da probabilidade”(ATALLAH, 2004).Nesse intuito,
na década de 70, Cochrane, A.,et al, passaram a utilizar métodos
epidemiológicos associados aos conhecimentos da fisiopatologia, nas
situações práticas, iniciando a Epidemiologia Clínica. Na década de
90, surgiu o conceito de Medicina Baseada em Evidências – MBE. A
educação médica passa por modificações de toda ordem, na doutrina
e na prática da formação profissional, conectada à contemporaneidade
de um mundo globalizado e condicionada por parâmetros biologicistas,
humanísticos e éticos. E, ultimamente, também pelos aspectos políticos
e comunitários relacionados às mudanças nos sistemas e serviços
de saúde. Acompanhar a evolução da medicina é imprescindível,é
fundamental a busca por novos conhecimentos. A prática precoce
de atividades de iniciação científica estimula o interesse dos alunos
do curso de medicina, que formam, conseqüente a esse fato, uma
capacidade crítica sobre os diversos assuntos abordados. Capacidade
essa que faz com que o aluno almeje buscar novas saídas, refutar ou
vir a ratificar a questão levantada. A iniciação científica é uma forma de
expandir o conhecimento do graduando, personagem esse fundamental
para o exercício dessas atividades extracurriculares. Objetivos: O
objetivo deste trabalho foi discutir a importância da pesquisa científica
na vida de um acadêmico, questionando a melhor época para iniciá-la;
bem como de verificar a aceitabilidade e a aplicabilidade de projetos
de iniciação científica na prática clínica. Metodologia: Realizamos
um estudo quantitativo, descritivo e transversal. Utilizou-se um
questionário padronizado, contendo dez questões. Este foi aplicado
a 100 acadêmicos. Os critérios de inclusão foram: os acadêmicos
estarem regularmente matriculados no período a ser pesquisado;
o preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido; e
responder completamente o questionário. Excluímos os acadêmicos
que não preenchiam aos quesitos mencionados anteriormente; bem
como os acadêmicos do internato, devido à dificuldade de localizálos; os alunos dos períodos iniciais por ainda não terem contato
efetivo com a disciplina de epidemiologia científica. O questionário
foi respondido voluntariamente, após explanação dos objetivos e
concordância com a pesquisa. Resultados: Verificou-se que, apesar
de possuírem conteúdo teórico, a maior parte dos acadêmicos não
realizaram nenhuma pesquisa científica. Dos que já realizaram ,
grande parte concluiu apenas um trabalho. Os acadêmicos não se
sentem estimulados pela Universidade para a realização de trabalhos
científicos, embora aceitem e concordem que a iniciativa deve partir do
aluno. A grande maioria acha que a realização de trabalhos científicos
têm muito a acrescentar na vida acadêmica (complemento para o
currículo, uma forma de atualização, ampliação do conhecimento).
Entretanto, acham difícil a aplicabilidade de resultados de tais
pesquisas na prática clínica diária. Conclusões: A iniciação científica
caracteriza-se como instrumento de apoio teórico e metodológico à
realização de um projeto de pesquisa e constitui um canal adequado
de auxílio para a formação de uma nova mentalidade no aluno. É a
possibilidade de colocar o aluno desde cedo em contato direto com
a atividade científica e engajá-lo na pesquisa. Em síntese, pode ser
definida como um instrumento de formação de recursos humanos
qualificados. Este projeto permite concluir que o índice de trabalhos
científicos na Universidade são poucos. Os acadêmicos possuem
dificuldade em realizá-la; e muitos acham difícil a sua aplicabilidade.
Grande parte dos estudantes manifestaram que a pesquisa científica é
uma experiência institucional importante para a formação médica. Ainda
é pouco freqüente e precisa ser conhecida com mais profundidade para
que se possa compreender sua influência, principalmente para tentar
estabelecer uma medida que indique claramente o valor da correlação
entre participação em iniciação científica e aprendizagem.
1
Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ
95
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
ÍNDICE DE AUTOR/ AUTHOR INDEX
Abdalla I, 2
Abe MH, 35, 39, 44, 80
Abramovich I, 53
Abrantes FL, 82
Abrao KC, 3
Abreu EPF de, 11
Abreu NMB, 31
Achar E, 13
Achar RAN, 3
Adiwardana NS, 80
Affonso F de C, 27
Afonso DH, 92
Akazawa RT, 88
Albino CD, 36
Alcantara JA de, 27
Alcantara T, 57
Aleixo PN, 71, 84, 85
Aleluia IMB, 57
Alencar FEC de, 48, 67, 68
Alloufa SL, 14
Almeida B da R de, 22, 24
Almeida CR de, 33
Almeida FA de, 77
Almeida Filho OM, 66
Almeida MAS de, 59
Almeida MI de, 15
Almeida MZT de, 12, 45, 58, 65, 71
Almeida TL de, 41
Almendro JB, 86
Alves DS da S, 77
Alves MB, 17, 28
Alves R, 68, 91
Amaral APCG do, 11, 66
Amaral DA do, 76
Amaral MB, 78
Amaral VS do, 14
Ambrus TG, 22
Amendola F, 26
Andrade CP de, 25
Andrade CR de, 86
Andrade JC de, 23
Andrade TG, 26
Anjos GL dos, 49, 57
Anjos LMM dos, 27
Antoniaci TCA, 84
Antoniazzi PCD, 41
Araripe VCS, 57
Araujo JF, 12
Araújo Junior EA de, 46
Araujo MP, 3
Araujo RB de, 88
Arruda TF, 73
Augusto MC, 19, 22, 24
Ávila RB de, 27
Azevedo BZK de, 69, 70
Azevedo EMM de, 69, 70
Azevedo GD de, 8, 14, 54, 90
Azevedo RCS de, 52
Bachmann MNV, 33
Baldini LS, 17
Baracuhy LV, 46
Barbetta JIR, 53
96
Barbosa ARG, 16
Barbosa S de O, 77, 83, 90
Barboza CAG, 8, 11
Barreira MRN, 80
Barreto MAM, 54
Barros AAP de, 11
Barros NF de, 89
Barsotti GC, 60, 76, 93
Basile MA, 62
Bastos A de A, 19, 24
Batista HP, 31
Batista Júnior FFA, 47, 16
Batista NA, 2, 74
Batista SHS da S, 1, 2, 47, 55, 77
Bava M do CGC, 29
Bechara RN, 51
Bedim JGL, 12, 45, 58, 65, 71
Behar N, 26
Benatti RG, 31
Benedetto MAC de, 56, 73
Beraldo LM, 80
Bettini RV, 11, 42
Bezerra ALT, 46
Bezerra ELM, 8
Biancalana PM, 25
Biberg-Salum TG, 85
Bichaff P, 45
Biscaro MD de A, 57
Bismara MLN, 19
Bissiguini P de O, 88
Bizario JCS, 61
Blasco PG, 49, 57
Boechat CL, 95
Boechat MI, 6
Bollela VR, 53, 61, 62
Bonani PA, 80
Bonanno AP, 65
Bonifacio LA, 18
Bordim Filho E, 16
Borelli NS, 76, 81
Borges LHB, 67, 68, 91
Borges VTM, 69
Botelho FR, 33
Braccialli LAD, 86
Brandão BR, 28
Brandão CFS, 58
Breda C de O, 57, 60
Breganó JW, 14
Bregano RM, 14
Bressani VO, 62
Brígido ARD, 14
Brito VM, 12, 16
Bueno FT, 20
Busetti KPP, 26
Cacure L, 17
Cadaval RA de M, 77
Calazans GJ, 22
Calvani CFR, 9
Camargo G de, 12
Camilles HJ, 11
Camillo C da S, 11
Campanaro CM, 32
Campanha M, 76
Campora F, 64
Campos E da C, 73
Campos JJB de, 83
Campos LG do A, 69
Canedo FSNA, 7
Canevari T da S, 31
Capitani GP, 28, 75
Cardoso GA, 79
Cardoso MDT, 79
Cardoso TB, 88
Carneiro DTO, 8
Carra RB, 34, 42, 56
Carreiro ACB, 85
Carrion LAM, 86
Carvalho ACM de, 25
Carvalho CL, 21
Carvalho DS de, 45
Carvalho JA, 46
Carvalho Junior PM, 26
Carvalho LR de, 35
Carvalho MV, 26
Carvalho RBW de, 70
Casadei MS, 93
Caserta GC, 75
Casotti JSA, 67
Cassão BC, 19, 29
Castilho F da S, 47
Castro Junior NC, 83
Cavazzane A, 17
Cesar F de O, 7
Chaoul AM, 21
Chaves CG, 46
Chemin RN, 88
Chies AB, 89
Chini HAS, 79
Chirelli MQ, 17
Choi HJ, 21
Chueiri PS, 26
Ciantelli GL, 13
Ciarlini N de SC, 74
Ciciliati AMM, 86
Cisoto L, 29
Claro PC, 82
Clemente MN, 35, 39, 44, 80
Coelho A de P, 60
Cohen C, 50
Colares M de FA, 90
Collares CF, 61, 62, 76
Conchão S, 58, 59
Conchon-Costa I, 14
Congio LH, 17, 37, 43
Cordeiro TB, 44
Corrêa ACL, 1, 3, 5
Correa RR, 81
Cortez RA, 20
Costa CC, 17
Costa FD da, 52
Costa MB da, 67, 90
Costa MP da, 23
Costa RAMB, 63
Coutinho VP, 33, 40
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Couto IC, 25
Crochik CZ, 82
Cruz PT da, 29
Cunha AF da, 8
Cunha DFS, 27
Cyrino AP, 23, 27
D´Ávila R, 77
Dal Bello PP, 24
Danila AH, 7, 43
Dantas ACB, 4, 16, 67, 90
Dantas ALN, 74
Dantas RMB, 10
Danziere FR, 24
Daroz I, 10
David L, 45
Del Bianco LM, 41
Deliberali LM, 41, 83
Dezan EB, 69
Dias DA, 24, 31, 42
Dias IWH, 56
Dias JS, 63
Dichi J, 6
Diniz Junior J, 8, 67, 90
Diniz RVZ, 4, 8, 16, 67, 90
Dionisio MCF, 36
Domiciano R, 71, 85
Domingues MAC, 94
Doria Filho U, 61
Duek JR, 31
Eckert JB, 32
Elias L de F, 73
Elias PEM, 71, 83
Endo CM, 21
Esteves AR, 78
Esteves BC, 50
Evangelista JL, 32
Ezequiel MCDG, 70, 73
Ezequiel O da S, 51
Faifer VS, 31
Falcão M, 28, 75
Faleiros FTV, 72
Fantini AM, 17
Faria MBAB de, 60
Faro LRT, 49
Farranha AR, 2, 83
Farras BC, 72, 76, 78, 80, 87
Favarin VR, 22
Favero LF, 28
Felix FA, 74, 81, 82
Felix YA, 74
Fernandes FG, 40
Fernandes JC dos AS, 92
Fernandes RP, 63
Fernandes RR, 20
Fernandes VW, 80
Ferrarese R, 41
Ferrari JO, 36
Ferrari RJR, 31
Ferreira AACM, 64
Ferreira ER, 16, 87
Ferreira FCNS, 41
Ferreira JLD, 7, 63
Ferreira LGA, 73
Ferreira LK, 18
Ferreira MM, 74, 81, 82
Ferreira VTR, 24, 36
Figueira DMB, 95
Figueiredo EA, 4
Figueiredo Neto N de, 76, 93
Fittipaldi Neto J, 32, 86
Fiuza AR, 89
Flôr S de O, 81
Floripes TMF, 19, 22, 24
Fonseca C, 80
Fraga EMV, 11
Francischetti I, 1, 3, 5, 61
Franco A de B, 70
Freire M, 3
Freitas C, 75
Freitas RCC, 49
Fuentes ACRC, 23
Fukumoto AECG, 35
Gabriel EMN, 18
Galera B, 42
Galhardi CM, 1, 5, 3, 30, 38
Galhardi WP, 32
Galvão GC de M, 36
Gambaro MCO, 28
Gambeta N, 26
Garbelini LDA, 86
Garcia CE, 27
Garcia D de SO, 60, 73
Garcia F de C, 17
Garcia GT, 48
Garcia MAA, 23
Garcia MPE, 72, 78, 80, 87
Gatti AP, 56
Gemignani EYMY, 66
Genelhu LGF, 67, 68
Gerab IF da S, 2
Gil F, 41
Gil Jr. LA, 64
Gobbetti GJ, 50
Godoy I de, 35, 39, 44
Gomes ABAGR, 25
Gomes D, 26
Gomes MG, 86
Gomes MM, 55
Gomes P, 22, 24
Gonçalves IP, 12, 45, 58, 65, 71
Gonçalves MP, 19, 22
Gonçalves RLMV, 91
Gondo DCAF, 20
Gonzada MAL, 24
Goulart FC, 5
Goulart MR, 83
Goulart TP, 31
Graciano MM de C, 79
Grec W, 53, 61, 62
Guazzelli CA, 48
Guedes EF, 79
Guedes FS, 30, 53, 58, 59
Guerin RS, 81
Guerini MF, 36
Guerra EMM, 77
Guimarães GM, 86
Hafner M de LMB, 66
Hamamoto Filho PT, 35, 69, 94
Hamamura AC, 17, 28
Harada VB, 30
Hashimoto MK, 25
Higa E de FR, 4, 18, 61
Holzer S, 21
Hortêncio L de OS, 40
Hotimsky SN, 48
Iglesias SRA, 2
Ikuno MRM, 18
Ilias M, 4, 26, 61
Inoue CSL, 13
Iwata CY, 44
Jacob Filho W, 64
Janaudis MA, 49, 57
Jardim LCR, 54
Jatene FB, 40
Jesus CH de, 21
Jesus EC de, 91, 95
Jesus JC de, 93
Jesus VC de, 26
João PFA, 31
José MRF, 4
Junqueira IR, 34, 42, 56
Kanno DT, 41
Kawano FYO, 44
Kijimura MY, 30
Kikuchi EL, 64
Kishima M, 6
Koch VHK, 61
KondoRH, 31
Kubo MS, 34, 42, 56
Kubota GT, 45
Lacerda FM, 36
Lacerda HG, 91
Lanza L, 28
Laporta MC, 27
Lazarini CA, 1, 3, 5, 11, 89
Lee SH de N, 24
Leite SSM, 6
Leitzke L, 33, 40
Lemos de A, 57
Leonato DD, 13
Leutewiler CB, 36
Levites MR, 3, 93
Levy SF, 22
Lima FAZ, 17, 28
Lima JC, 12
Lima MB, 80
Lima Neto NM, 67, 90
Lima WLF, 12, 45, 58, 65, 71
Limonta L, 17
Lisbôa JAT, 81, 82
Lobello H, 27
Longo A da S, 45
Lopes AS de A, 20
Lopes ST da S, 57
López EAC, 27
Louise S, 57
Loureiro JS, 27
Lozano PAM, 13
Lugarinho R, 64
Luna WF, 42
Luppi CG, 21
Luz EBC da, 86
Macea DD, 34, 56
Macedo AG de O, 8
Macerox N, 7
Machado C, 51
Machado DS, 39
Machado JLM, 58, 61, 62, 63
97
Anais do 7º CPEM - Congresso Paulista de Educação Médica.
Machado JM, 2
Machado M das MBC, 47
Machado VMP, 65
Maciel JFR, 4, 16
Madalos BA, 49
Madeira E, 68
Maffei CML, 90
Maia FGS da S, 12
Maia JA, 55
Makabe ML, 55
Maldonado RJ, 2, 77, 83, 90
Manoel CM, 88
Mansínero A de AS, 24
Manzano AH, 10
Marcelino M, 27
Marchese M de C, 9
Marcondes MB, 27
Marin MJS, 61
Marinho SP, 40
Marques VLR, 48
Martinelo LZ, 51
Martins RB, 19, 29
Matarazzo DD, 17
Matias C, 51
Matos AV, 63
Mattos FT de M, 20, 35, 39, 44
Mauad V, 48
Medeiros e Silva MLN, 4, 16
Meireles FPM, 26
Mello MB de, 2
Melo CB de, 41, 83
Melo EA de, 83
Melo LN de S, 7
Mélo Pereira JVN, 46
Mendes BCF, 22, 24
Mendes F, 58, 59
Mendonça VC, 23
Menezes MCND de, 14
Merlo Júnior R, 88
Mesquita CMB, 4, 10, 18
Messias LA dos S, 86
Michelone APC, 26, 61
Middleton SR, 39, 40, 76
Miguel L, 94
Miguel MM, 43
Miranda e Figueiredo AC de, 32
Miranda IB de, 54
Moda M, 13
Moisés CCS, 22
Molan DC, 16, 19, 24, 87
Monaco CF, 93
Montanino LC, 56
Monteiro F de F, 35, 39, 44
Montemagni PS, 21
Monti FMF, 84, 94
Montini FT, 72, 76, 78, 80, 87
Moraes AA de, 17, 35, 39, 44
Moraes ACF de, 71
Moraes CAC de, 44
Moraes EM de S, 34, 42, 56
Moraes M, 28
Moraes MAA de, 10
Moravcik MY de AD, 61
Moreira HM, 10, 66
Moreira MCL, 41
Moreira S da NT, 54
98
Morelli F, 27
Moreto G, 60, 76, 93
Morishita RYM, 78
Morita I, 59
Mota FP da, 23
Moura SAB de, 8, 11
Móz LES, 17, 37
Muniz WS, 31
Muraguchi EMO, 9, 14
Murbach Filho P, 26
Nadia R, 36
Nascimento Filho JM do, 4, 16, 91
Nascimento Júnior ES do, 8
Nascimento M da P de M, 48
Natarelli TRP, 88
Negri KC, 92
Negrini AA, 36
Neiva BFD, 36
Neman F, 36, 37, 47, 72, 78, 80, 87
Nobre MC, 31
Nogueira D de J, 24
Nogueira PVS, 14
Nolli VC, 86
Nonose R, 41
Novais DT, 36
Nunes AA, 29
Nunes R, 28
Oba PF, 12
Oda MT, 24
Oliveira AK de, 25
Oliveira APR de, 75
Oliveira CC, 35, 59, 69, 94
Oliveira CFR, 1, 2
Oliveira DHH de, 92
Oliveira DP de, 67, 90
Oliveira F dos S, 41
Oliveira FJ de A, 14
Oliveira GR de, 30, 32, 36, 38, 39, 44
Oliveira H de P, 67, 90
Oliveira LF, 95
Oliveira MA de, 57
Oliveira MA, 36
Oliveira MOM de, 48
Oliveira PB de, 88
Oliveira RG de, 56
Oliveira RLA de, 20
Oliveira RLS, 21
Oliveira T, 95
Oliveira TS, 18
Orioli MAM, 12, 45, 58, 65, 71
Orsolini MJ de B, 80
Otani MAP, 89
Oyama DHM, 73
Padua LMS, 39, 44
Pagotto MUN, 26
Paixao AG, 91
Paixão AL, 90
Paro FS, 30
Paschoalini RB, 20, 37
Patrício KP, 18
Pavelqueires S, 11, 32
Pedroso GC, 78
Pedroso S, 2
Pêgo-Fernandes PM, 40
Pelegrini Junior CG, 32
Pena RFB, 81
Penachio FM, 24
Penha MA, 80
Penido F de SO, 25
Peraçoli JC, 69, 94
Pereira BL, 8
Pereira F, 69, 70
Pereira Filho GV, 13
Pereira LGAW, 92
Pereira MJB, 29
Pereira SP, 22
Pereira FC, 7
Peres CRFB, 11, 18
Peres G, 93
Peres LM, 40
Pergentino T, 57
Peseto D de C, 41
Pesinato RM, 26
Pinaffi MP, 75
Pinhal MG, 28
Pinheiro OL, 10, 66, 89
Pinheiro S de FL, 8
Pinto MPP, 34
Pirolo SM, 30
Piúma LA, 6
Poit ML, 21
Police A, 85
Pozzobom FT, 70, 73
Prats JAGG, 93
Prearo AY, 20, 84
Pretti V de P, 36
Primon RG, 31
Priolli DG, 51
Prohmann LF, 31
Puccini RF, 78
Puertas NA de, 80
Puglisi MA, 73
Pydd SB, 33, 40
Queiroz BM, 75
Rafaelli RJ, 10
Ramos DC da S, 27
Reis CN, 54
Renor BS, 36
Rezende KTA, 24, 31
Ribeiro A, 77, 83
Ribeiro BB, 32
Ribeiro Filho W, 81, 82
Ribeiro JTR, 18, 35
Ribeiro RPR, 31
Ribeiro SMA, 63
Ribeiro ZMT, 3, 66
Ricardo DR, 6, 51
Riechelmann JC, 53
Rinaldi L, 72, 80, 87
Rinaldi LA, 78
Robl M, 45
Rocha CA, 79, 95
Rocha PMO, 20
Rocha RCL da, 2, 77, 83, 90
Rodrigues A, 39, 44
Rodrigues CA de A, 22
Rodrigues CB, 12
Rodrigues CIS, 77
Rodrigues J, 67, 68
Rodrigues PS, 17
Rolin LMG, 1, 3, 5, 10
Roncoletta A, 33, 73
Rev Med (São Paulo). 2010;89 (suplemento especial):1-99.
Rosique IA, 49
Rossini GA, 60, 76, 93
Rottini T, 19, 25
Rozas A, 75
Rozolem A, 85
Rugolo LMSS, 72
Rujula MJP, 20
Ruzon UG, 9, 16, 69, 70
Sá TB de, 86
Saad J do N, 17
Sadala C, 90
Safraider BC, 33, 60
Sakai MH, 16
Sales N de S, 74, 81, 82
Salles MJS, 16
Salvagni CD, 57
Salvi MC, 32
Salviano FAM, 4, 16
Sampaio MGE, 35, 39, 44
Sanefuji DYS, 9
Santana FA de O, 17, 28
Santana TB de, 36
Santos ACA dos, 23
Santos AL dos, 65, 81, 84
Santos E de L, 26
Santos FM dos, 7
Santos G de G dos, 9, 69, 70
Santos G dos, 62
Santos GA dos, 19, 22
Santos GGN, 14
Santos JROG, 41, 83
Santos Júnior C, 33, 40
Santos L, 75
Santos LC dos, 70
Santos LFN dos, 70
Santos MC dos, 22
Santos Netto L de M de, 19, 25
Santos PM dos, 80
Santos RP dos, 81
Santos TI, 23
Santos V, 29
Sarno CW, 24
Sasso BM, 17
Sato SS, 88
Sato TKS, 20
Sauretti PN, 72
Savarese A, 58, 86
Schellini AS, 35
Scherer P de C, 23
Schoeps VA, 22
Scotton MF, 37
Segalla JPS, 90
Senger MH, 13, 19, 29, 31
Serrano AP de P, 4, 16
Shimizu GS, 20
Silva KCM da, 21
Silva APN, 22
Silva AR da, 67
Silva AS de B, 74, 81, 82
Silva AXG, 11
Silva BLALA da, 27
Silva CPS da, 34
Silva EW da, 36
Silva F da, 19, 22
Silva FGS da, 70, 73
Silva FPF da, 70
Silva JN da, 26
Silva LA, 69, 94
Silva LL da, 27
Silva MAMRT da, 58, 59
Silva NH da, 51, 72, 78, 80, 87
Silva RHA da, 6, 15, 51, 74
Silva RRF da, 78
Silva TJA da, 64
Silva TP da, 11
Silveira C, 22
Silveira LMC da, 92
Silvestrini WS, 50
Simões O, 27
Simonetti JP, 17
Siqueira CC, 67, 68, 91
Siqueira Júnior AC, 3, 26
Siqueira M de AC, 24
Siqueira TF, 88
Soares MMO, 1, 3, 5
Soares MS, 75
Soares NF, 69, 70
Sonzogno MC, 2
Soriano G de L, 86
Sousa JF de, 57
Sousa LG, 73
Sousa MLB de, 81, 82
Sousa RC de, 6
Souza AC, 43
Souza BM de, 36
Souza IP de, 88
Souza KP, 21
Souza LV de, 19, 22
Souza ML de, 19, 22, 24
Souza RA de, 88
Souza WB de, 37
Spadella MA, 10, 66
Spera RM, 27
Stéfano JG, 22, 24
Strufaldi MWL, 78
Stuck RC, 23
Sugano AA, 56
Swarça AC, 6
Taguti RC de T 70, 73
Takahagui FM, 34, 42, 56
Takamoto AHR, 43
Tamai LMB, 18
Tamashiro GU, 17, 28
Tamosauskas MRG, 64
Tan DM, 36
Tanigawa L, 75
Taniguchi F, 43
Tavano PT, 15
Teixeira LS, 6
Teixeira MP, 54, 71, 85
Teixeira MZ, 52
Teixeira RCZ, 49
Tejo AM, 9
Teles S, 57
Terao SMI, 78
Thiago L, 4, 11
Thomazatti FG, 16
Tibiriçá SHC, 51
Tirgo LAM de C, 60
Toda T, 22
Toledo AP de, 51
Toledo FD de, 27
Topolniak R, 21
Trevizani LFM, 76
Troncon LE de A, 90
Tsuji H, 15
Turato ER, 60, 93
Turini B, 6
Uemura CM, 72, 78, 80, 87
Vaccarezza G, 53
Vaidergorn RE, 82
Val SR do, 77
Valle F do, 40
Vannucchi TR, 38,45
Vargas LHM, 6, 9, 12
Vargas MM, 9, 12
Varge CM, 69
Vasconcellos B, 28
Vechi HT, 11
Veloso AR, 36, 88
Venâncio PM, 41
Venditti VC, 35, 94
Ventura RN, 78
Veras MF, 40
Verotti ABG, 24
Viana T, 57
Vicentini HC, 35
Vidal CT, 43
Vieira JE, 7
Vieira T de Q, 17, 28
Vilar MJP, 8
Villar HCCE, 10
Villardi ML, 88
Villas Bôas PJF, 19, 22, 24, 43
Vitorio LM, 73
Viveiros PG, 35, 39, 44
Volpe FAP, 49
Waisberg DR, 40
Watanabe M, 29
Witsmiszyn E, 21
Xander PAW, 36
Xavier RS, 23
Yabar1 SAI, 2
Yasuda AM, 83
Yeh SSK, 34, 42, 56
Zago MJP, 30, 53, 58, 59
Zanchettin S, 32
Zangirolani LTO, 23
Zanolli MB, 11, 36
99
Orientação aos Colaboradores
Rev Med (São Paulo). 2010;89(suplemento especial):1-99.
1 Objetivos da Revista
A “Revista de Medicina” é um periódico trimestral, que tem por finalidade a publicação de artigos de profissionais e estudantes de medicina
e ciências afins, bem como a exploração de temas importantes para a formação médico-acadêmica.
O artigo deverá atingir um nível de complexidade de forma a atender alunos de graduação de curso superior e pós-graduação stricto e
lato sensu.
Para esse fim, sempre que possível, encoraja-se um enfoque fisiopatológico ao texto. Somente serão aceitos artigos de caráter médicocientífico. Deseja-se que sejam citadas referências atualizadas, permitindo leituras complementares mais aprofundadas. Artigos de revisão serão
aceitos mediante aprovação do Conselho Consultivo.
2 Seções
Editorial: Artigos que apresentam uma introdução sobre o tema da Revista, analisando suas perspectivas atuais. Estes artigos devem ser
avaliados pelo Conselho Consultivo que poderá modificá-lo para sua adequação a esta secção.
Notícias: Textos curtos e objetivos, que relatam eventos importantes da área médica, ou relevantes para os alunos de medicina. A fonte
dos textos deve ser sempre informada.
Aprendendo: Os artigos dessa secção têm como objetivo frisar temas consagrados da área médica, estimulando o raciocínio clínico desde
os primeiros anos da graduação. Estes artigos não visam “copiar” livro-textos, mas sim apresentar tópicos da área médica de maneira clara, objetiva
e apresentando dicas que normalmente não se encontram nos livros. Por esse motivo, artigos para o “Aprendendo” devem ter a participação de
um profissional médico da área. Esta secção poderá apresentar-se como:
- Relato de Caso;
- Diagnóstico de Imagem;
- Mecanismos de Doenças.
Nas duas primeiras sub-secções contaremos com a participação dos alunos de medicina, que poderão enviar o diagnóstico para o e-mail
[email protected]. É necessária a identificação do participante; os acertadores, assim como o diagnóstico completo serão divulgados
no próximo número.
Artigos Médicos: Os artigos para esta secção devem ser inéditos e destinar-se exclusivamente à Revista de Medicina. Os artigos publicados
são de propriedade da Revista, sendo vedada a reprodução total ou parcial em outros periódicos, bem como a tradução para outros idiomas sem
a autorização do Corpo Editorial da Revista. Todos os artigos submetidos à apreciação do Corpo Editorial deverão ser acompanhados de uma
declaração de transferência de direitos autorais, assinados por todos os autores. No caso da não aprovação de um artigo pelo Corpo Editorial,
esse será devolvido aos autores. A Revista de Medicina não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nos artigos, sendo esses de
exclusiva responsabilidade dos autores. Daremos preferência aos artigos escritos pelos estudantes de medicina, contudo sempre deve haver um
professor responsável por cada artigo.
Carreira e Educação Médica: Artigos com o objetivo de ajudar na formação do médico, durante a graduação e os anos de residência,
apresentando informações sobre diferentes especialidades médicas, cursos e congressos, com o objetivo de ajudar o estudante a escolher sua
futura carreira. Os artigos sobre especialidades devem ter a co-autoria de um profissional da área. Nessa secção também pode-se incluir uma
entrevista com um médico ou professor da faculdade.
Medicina & Cultura: Esta secção visa mostrar tudo o que um estudante de medicina pode fazer, sem estar necessariamente ligada a alguma
área acadêmica ou científica. Os temas devem ser amplos, alternativos e até bem humorados. Exemplos: a experiência pessoal de participar da
Bandeira Científica, estudantes de medicina dando aulas. Poderá ser abordada também uma dissertação sobre algum livro, filme ou peça teatral
que pode ser, de alguma maneira, interessante para os alunos de medicina.
Cartas: Espaço reservado à publicação de opiniões e críticas de edições anteriores da Revista ou que sejam relevantes para os estudantes
de medicina. As cartas devem ser endereçadas para:
Departamento Científico
Revista de Medicina
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Av. Dr. Arnaldo, 455 – Subsolo.
01246-903 São Paulo – SP
e-mail: [email protected]
3 Seleção dos Artigos
Os artigos aceitos pelo Corpo Editorial serão encaminhados a um membro do Conselho Consultivo. Este designará relatores responsáveis
pela avaliação dos artigos. O autor permanecerá anônimo perante o Conselho Consultivo e os relatores, e estes permanecerão anônimos perante
o autor. Caso o artigo não seja aprovado pelo Conselho Consultivo, os autores serão comunicados desta decisão. O Corpo Editorial se reserva o
direito a realizar adaptações ao estilo da Revista e corrigir eventuais erros gramaticais, de grafia, de digitação, de normalização bibliográfica, nos
unitermos e key words, sem alterações no conteúdo dos artigos.
Toda matéria relacionada à investigação humana e à pesquisa animal deve ter aprovação prévia da Comissão de Ética da Instituição onde o trabalho
foi realizado, de acordo com as recomendações da Declaração de Helsinque (1964 e suas versões posteriores de 1965, 1983 e 1989), as Normas
Internacionais de Proteção aos Animais e a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos.
4 NORMAS PARA A APRESENTAÇÃO DE ARTIGOS
Os artigos devem apresentar 10 a 15 páginas digitadas em espaço duplo e em uma só face do papel A4, preservando 3 cm nas margens.
Devem ser apresentados um original e duas cópias do artigo, sendo uma destas em versão eletrônica, gravado em formato Microsoft Word, e as
figuras no formato JPEG (separado do texto). Cada disquete deve estar claramente identificado e marcado com o nome do autor e título do trabalho.
O texto submetido deve ser a versão final corrigida do artigo e estar de acordo com a versão final aceita para a publicação. Siga as instruções
gerais de estilo, em especial as das referências, contidas abaixo.
Ilustrações e Tabelas serão manuseadas de modo convencional, entretanto, as legendas devem ser incluídas no final do arquivo eletrônico.
Caracteres não-standard (letras gregas, símbolos matemáticos, etc) devem ser codificados no texto. Faça uma lista de tais caracteres e dos
códigos usados.
-
-
-
-
-
-
Na página de rosto do original devem constar:
título do artigo elaborado de forma clara e concisa;
versão do título em inglês;
nome completo dos autores e respectivos títulos profissionais e acadêmicos;
instituição na qual o trabalho foi realizado;
referência à publicação do trabalho em evento, indicando local e data de realização;
nome, endereço e e-mail do autor responsável pela publicação.
4.1 Resumo/Abstract
Todo artigo deve apresentar dois resumos: um em português e outro em inglês. Os resumos devem ter no máximo 250 palavras. O resumo
deve:
- indicar o objetivo do trabalho;
- descrever de forma concisa os métodos e técnicas, quando novos, nomear princípios básicos, tipos de operação e grau de exatidão;
- relacionar os resultados em ordem lógica, usando o verbo no passado;
- discutir a compatibilidade ou não entre resultados obtidos e as investigações anteriores;
- usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoal do singular;
- evitar as locuções “o autor descreve”, “neste artigo”, “o autor expõe”;
- não adjetivar;
- não usar parágrafos.
4.2 Descritores/Keywords
Devem ser no máximo cinco, de acordo com as metodologias:
- Descritores em Ciências da Saúde. Metodologia LILACS – Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde - http://www.bireme.
br/decs/;
- MESH – Medical Subject Heading da National Library of Medicine - http://www.nlm.nih.gov/cgi/mesh/.
4.3 Estrutura formal
Introdução: Estabelecer objetivo de trabalho embasado em bibliografia, relacionando a outros trabalhos publicados anteriormente,
esclarecendo o estado atual em que se encontra o problema investigado.
Material e Métodos ou Casuística e Métodos (quando a pesquisa envolve seres humanos): Descrever procedimentos, apresentar as variáveis
incluídas na pesquisa, determinar e caracterizar a população e a amostra, detalhar técnicas e equipamentos novos, indicar quantidades exatas,
referenciar os métodos e técnicas utilizadas (incluindo métodos estatísticos).
Resultados: Exposição factual da observação, apresentados na seqüência lógica do texto e apoiados por gráficos e tabelas.
Discussão: Apresentar os dados obtidos e resultados alcançados, estabelecer a compatibilidade ou não com os resultados anteriores de
outros autores. As comunicações pessoais ou publicações de caráter restrito devem ser evitadas como provas de argumentos.
Conclusões: Apresentar as deduções lógicas fundamentais nos resultados e na discussão. As conclusões podem ser apresentadas na
Discussão.
Agradecimentos (Opcionais): Devem ser breves, dirigidos a pessoas e Instituições que contribuíram para a elaboração do trabalho.
4.3.1 Referências
Organizar uma lista em ordem alfabética, pelo último sobrenome dos seis primeiros autores e numerar consecutivamente. Citar as iniciais
do prenome.
- Abreviar os títulos dos periódicos de acordo com o List of Journals Indexed in Index Medicus - http://www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lji.html.
- Seguir Estilo de Vancouver “Requisitos Uniformes para Originais Submetidos a Revistas Médicas” - http://www.icmje.org/index.html.
Apresentar as Referências de acordo com os exemplos:
- Livros e outras monografias
Pastore AR, Cerri GG. Ultra-sonografia: ginecologia, obstetrícia. São Paulo: Sarvier; 1997.
- Capítulo de Livros
Ribeiro RM, Haddad JM, Rossi P. Imagenologia em uroginecologia. In: Girão MBC, Lima GR, Baracat EC. Cirurgia vaginal em uroginecologia. 2a.
ed. São Paulo: Artes Médicas; 2002. p. 41-7.
- Artigo de Periódico
Shikanai-Yasuda MA, Sartori AMC, Guastini CMF, Lopes MH. Novas características das endemias em centros urbanos. Rev Med (São Paulo).
2000;79(1):27-31.
- Dissertações e Teses
Del Sant R. Propedêutica das síndromes catatônicas agudas [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;
1989.
- Eventos - Considerados no todo
7th World Congress on Medical Informatics; 1992 Sep 6-10; Geneva, Switzerland. Amsterdam: North-Holland; 1992. p.1561-5.
- Eventos - Considerados em parte:
House AK, Levin E. Immune response in patients with carcinoma of the colo and rectum and stomach. In: Resumenes do 12º Congreso Internacional
de Cancer; 1978; Buenos Aires; 1978. p.135.
- Material Eletrônico
Morse SS. Factors in the emergence of infections diseases. Emerg Infect Dis [serial online];1(1):[24 screens]. Available from: http://www.cdc.gov/
oncidod/EID/eid.htm.
CDI, clinical dermatology illustrated [monograph on CD-ROM], Reeves JRT, Maibach H. CMEA Multimedia Group, producers. 2nd ed. Version 2.0.
Sand Diego: CMEA; 1995.
- Normas Completas poderão ser consultadas
“Estilo Vancouver” – Uniform requirements for manuscripts submitted to biomedical journals (Requisitos uniformes para originais submetidos
a revistas médicas).
· Ann Intern Med. 1997;126:36-47.
· N Engl J Med. 1991;324:424-8.
· Folha Médica. 2000;119 (2):9-21.
· http://www.icmje.org/index.html
· http://www.cma.ca/mwc/uniform.htm
A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores.
4.4 Citação no texto
As referências são representadas no texto pelo número índice e, apenas em caso especiais, é acrescido o nome do autor.
Exemplo: Gown10 .
4.5 Tabelas
Devem ser digitadas e apresentadas em folhas à parte, numeradas consecutivamente em algarismo arábicos na ordem em que forem citadas
no texto. Evitar linhas verticais e inclinadas. A entidade responsável pelo levantamento de dados deve ser indicada no rodapé da tabela.
4.6 Figuras
Todas as ilustrações, fotografias, desenhos, slides, gráficos, etc. devem ser numerados consecutivamente em algarismos arábicos na
ordem em que forem citados no texto, identificados como figuras por número e título do trabalho. As legendas devem ser apresentadas em folha
à parte, de forma breve e clara. Devem ser enviadas separadas do texto, formato JPEG.
Os artigos devem ser enviados para:
Departamento Científico
Revista de Medicina
Centro Acadêmico Oswaldo Cruz
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
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