Imobiliárias atentas ao arrendamento
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Imobiliárias atentas ao arrendamento
Paulo Figueiredo Imobiliárias atentas ao arrendamento O arrendamento urbano está a ganhar peso no negócio das empresas de mediação imobiliária. A aposta na reabilitação urbana tem sido um motor de crescimento do mercado de arrendamento, tal como a crescente aposta no arrendamento urbano, tem potenciado novas obras de reabilitação. No fundo, “a reabilitação urbana sempre dialogou com o arrendamento urbano”, diz Luis Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). O responsável não tem dúvidas que “a reabilitação que estamos a iniciar visa o mercado de arrendamento. Mesmo quando o património reabilitado é adquirido por aforradores ou investidores, visa ser colocado no mercado de arrendamento, incluindo o do turismo residencial”, acredita. De alguma forma, esta aposta crescente no mercado de arrendamento acaba por ser uma resposta dos proprietários à dificuldade em vender as suas casas devido à dificuldade no acesso ao crédito. Além disso, o próprio Estado tem reabilitado imóveis devolutos com o objectivo de regenerar e repovoar os centros da cidade e atrair jovens, que optam “naturalmente” pelo arrendamento. Conscientes da procura crescente pelo arren- LUÍS LIMA damento, as próprias empresas de mediação imobiliária começam a olhar com outros olhos para este mercado. “O arrendamento é uma das soluções de filtro para o mercado imobiliário”, assume, admitindo que este segmento “é fundamental para equilibrar o exercício de muitas dessas empresas”. presidente da APEMIP “ O sector de mediação imobiliária não pode viver exclusivamente da compra e venda de imóveis. Peso do arrendamento na mediação imobiliária deixou de ser residual Luís Lima lembra que, “por razões que se prendem com o histórico do sector, muitas das empresas de mediação imobiliárias sempre preferiram o mercado de compra e venda do que o mercado de arrendamento”, mas admite que actualmente “o peso do arrendamento urbano na oferta de serviços de empresas de mediação imobiliária já deixou de ser residual”. O responsável vai mais longe ao afirmar que “o sector não pode viver exclusivamente da compra e venda de imóveis”. Porém, alerta que “este segmento não desaparece totalmente com o renascimento do mercado de arrendamento urbano”. O presidente da APEMIP afirma que hoje em dia as empresas de mediação imobiliára não olham só para os investidores e aforradores nacionais, estando também atentos ao inves- timento estrangeiro, ou seja, “na identificação de potenciais investidores estrangeiros interessados no nosso imobiliário. Gente que poderá reconhecer que adquirir imóveis em Portugal para os colocar no mercado de arrendamento é um bom negócio”. Quanto ao futuro do arrendamento urbano, o responsável diz acreditar estar muito ligado não só à reabilitação urbana, mas também, “por inerência, ao turismo residencial nas cidades que se oferecem como destinos apetecíveis neste tempo”. De frisar que o presidente da APEMIP sublinha ter sido o primeiro dirigente do sector imobiliário que “alertou para a necessidade de se olhar com outros olhos para este mercado específico de arrendamento”. Na sua opinião, “reabilirar o património construído, é antes de mais uma obrigação ética da nossa geração face aos nossos filhos e netos”, frisando a importância de “termos a obrigação de deixar um património construído que seja sustentável e que contribua para o bem estar das populações sem por em causa o futuro”. Luís Lima esclarece que ao reabilitar está-se a preservar o património a “regenerar e repovoar os centros das cidades e a melhorar a qualidade de vida de quem optar viver nas cidades”. ■ R.C. Os imóveis que são recuperados têm normalmente em vista o mercado do arrendamento, diz o presidente da associação de mediadoras imobiliárias. Rendas sobem entre 2001 e 2011 Três em cada quatro casas ainda são ocupadas pelos seus proprietários. Numa apresentação recente sobre o perfil da ocupação residencial em Portugal, feita no seminário “ Parque Habitacional e a sua Reabilitação: Retrato e Prospectiva”, Bárbara Veloso, do INE, afirmou que as regiões de Lisboa e do Porto tinham uma maior proporção de ocupação por arrendatários. Mas foi nos Açores que se registou a taxa de crescimento mais elevada do número de alojamentos arrendados. Em Portugal, a proporção situava-se, em 2011, nos 19,9%, valor semelhante ao registado em 2001. A maioria pertencia, em 2011, a particulares ou a empresas privadas. O valor médio mensal das rendas registou um aumento, passando de 123 euros em 2001 para 235 euros em 2011. A maior subida registou-de no parque habitacional pertencente ao Estado. I.M.