Aquarela - Richard John

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Aquarela - Richard John
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Aquarela
Watercolor (ing.), Acuarela (esp.), Aquarelle (fra.) Aquarelverf (ale.)
Marcas conhecidas
Winsor & Newton Artists' Watercolor. (Inglaterra, “para artistas”, tubos de 5 e 14ml.)
Winsor & Newton Cotman Watercolor. (Inglaterra, “para estudantes”, tubos de 8ml.)
Talens Rembrandt Watercolor (Holanda, “para artistas”, tubos de 8ml.)
Talens Van Gogh Watercolor (Holanda, “para estudantes”, tubos de 10ml.)
Daler-Rowney Artists' Watercolor (Inglaterra, “para artistas”, tubos de 5 e 15ml.)
Daler-Rowney Georgian Watercolor (Inglaterra, “para estudantes”.)
Utrecht Professional Artist's Watercolor (E.U.A., “para artistas”, tubos de 7,5ml.)
Pebeo Fragonard (França, “para artistas”, tubos de 5ml.)
Outras marcas: Pelikan (Alemanha), Guitar (Japão), Sakura (Japão), Pentel (Japão).
Breve histórico
Durante séculos o homem utilizou-se de misturas de pigmentos de terra, aglutinantes e água. Porém, a aquarela como conhecemos
hoje surgiu e teve seu florescimento na Escola Inglesa na segunda metade do século XVIII e primeira metade do século XIX. A
aquarela é basicamente um composto de pigmento e goma arábica solúvel em água. A melhor goma arábica vem de uma arvore
acácia conhecida como “Acacia Senegal” que é nativa de Kordofan, uma província do Sudão. A goma é moída e dissolvida em água
destilada quente e são adicionados preservantes, agentes umectantes e espessantes conforme as características específicas do
pigmento utilizado na preparação de cada cor.
Características essenciais
A principal característica da aquarela é a transparência de seus pigmentos e a fluidez de seu meio aquoso. A intensidade de suas cores
só se dilui com a adição de água e nunca com a adição de um pigmento branco, conferindo-lhe leveza e uma luminosidade peculiar.
O branco, portanto, é formado pelo próprio suporte (normalmente papel) que transparece através dos lavados de cor ou é deixado
intocado nas altas-luzes. A rápida secagem requer uma prática apurada que permite poucas correções, levando o artista, muitas
vezes, a improvisar a partir da sugestão de uma mancha ou pincelada inicial. Os lavados e as veladuras (sobreposições transparentes)
conferem à aquarela uma riqueza cromática e efeitos de luminosidade excepcionais, brilho e frescor que não podem ser obtidos em
nenhuma outra técnica.
Cores
Básicas
Vermelho Cadmio, Carmim de Alizarin, Amarelo Ocre, Azul de Ftalocianina, Viridian, Sombra Queimada, Cinza Paine, Azul Ultramar,
Verde Hooker, Amarelo Cadmio, Preto Marfim.
Complementares
Sombra Natural, Siena Queimada, Siena Natural, Vermeelho Índio, Vermelho Claro, Quinacridona (rosa), Aureolín, Amarelo Azo (de
arilamida), Azul Cobalto, Azul Manganez, Azul Cerúleo, Verde de Ftalocianina, Terra Verde, Óxido de Cromo, Cinza de Davy e Cinza
Carvão.
Palheta mínima para a Winsor & Newton Artists' Watercolor:
Winsor Lemon, Winsor Yellow, French Ultramarine, Winsor Blue (Green Shade), Permanent Rose and Scarlet Lake.
Palheta mínima para a Cotman Watercolor:
Lemon Yellow Hue, Cadmium Yellow Pale Hue, Ultramarine, Intense Blue, Permanent Rose e Cadmium Red Hue.
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Papéis Recomendados
Os papéis para aquarela devem ter boa gramatura (peso) para que resista bem à água. A gramatura dos papéis é medida
mundialmente em gramas por metro quadrado (gsm ou gm²), podendo ir de 12 até 620 (em alguns papéis especiais para aquarela).
Um bom papel para aquarela deve ter uma gramatura por volta de 300 gsm. Os papéis normalmente se dividem em 3 tipos: o rugoso
(áspero, de grão); o prensado à frio (C.P. ou 'NO', não prensado à quente) e o prensado à quente (ou H.P.), que é
caracteristicamente liso.
Existe uma variedade imensa de tipos e marcas de papel para aquarela, entre eles: Canson comum (nacional), Acqua (nacional, semirugoso, 290 gsm), Smith (nacional, liso), Canson Montval (várias gramaturas e formatos), Arches Satiné (liso, 300 gsm), Arches Torchon
(rugoso, 300 gsm), Fabriano 2G (italiano, feito à mão, semi-rugoso, 210 gsm), Fabriano 40 GG (rugoso, 300 gsm), Debret (Canson),
Barcham Green, T.H. Saunders (inglês), Arnold, R.W.S. (Royal Watercolour Society), Bockingford, Creswick, Crisbrook, David Cox,
De Wint, Guarro Casas, Michallet (raiado, leve), Van Gelder, Kent Turkey Mill (branco, fino e resistente), Montgolfier, Schoellershammer.
Pode-se também usar papel arroz japonês, mais frágeis e absorventes. As marcas principais são: Kozo, Mitsumata e Gambi.
Alguns cuidados
q Normalmente não se usa branco em aquarela. O trabalho é construído em gradações do claro ao escuro utilizando-se a cor do
papel como o branco (no caso de um branco puro, este seria o próprio papel, intocado por qualquer cor). Altas luzes podem ser
protegidas com fluido mascarador (art masking fluid). Eventuais toques de branco são normalmente feitos com branco chinês
(chinese white) ou branco titânio, mas este procedimento deve ser utilizado com limitação por estar em desacordo com a
característica essencial da aquarela: sua transparência e leveza.
w A qualidade da água é fundamental na aquarela. Portanto, para trabalhos mais apurados, utilizar somente água destilada ou pelo
menos filtrada (tanto para a diluição da tinta como para a limpeza dos pincéis).
e Como forma de evitar o enrugamento, os papéis devem ser preferencialmente esticados e presos a um suporte. Deve-se primeiro
molhar todo o papel, secar um pouco, e prende-lo com fita crepe e percevejos a um suporte de madeira.
r Assim como no guache, a pintura à aquarela não deve ser envernizada, pois o verniz altera suas cores e “afunda” no papel,
podendo ainda causar rachaduras. A melhor maneira de conservação seria a moldura com vidro, com um espaçador que não o deixe
em contato com o trabalho.
t Tons e cores diferentes podem ser obtidos por camadas transparentes sobrepostas, aplicadas quando a camada anterior estiver
seca. Mas deve-se ter uma noção precisa do efeito que se quer obter pois se deve trabalhar rápido e com poucas correções. Fazer
testes antes de um trabalho maior.
y Experimente com diferentes tipos de papel. Textura, cor e gramatura podem influir bastante na maneira com que se trabalha a
aquarela.
u Diferentes pigmentos podem reagir diferentemente: podem ser transparentes ou opacos, podem criar manchas ao secar ou em
reação a outros pigmentos, ou não; e podem sofrer um efeito de granulação; ou não. Variações podem ocorrer, ainda, em função da
temperatura da água (pode-se usa-la quente como forma de alterar efeitos). O ideal é fazer uma espécie de cartela, onde todas as
combinações podem ser testadas e anotadas para posterior utilização.
Bibliografia
HAYES, Colin. Guia completa de pintura y dibujo : tecnicas y materials. Madrid : Hermann Blume, 1980.
MAYER, Ralph. Materiales y técnicas del arte. Madrid : Hermann Blume, 1985.
SMITH, Ray. El manual del artista. Madrid : Hermann Blume, 1990.
SMITH, Stan; TEN HOLT, H. F.. Manual del artista : equipo, materials y tecnicas. Madrid : Hermann Blume, 1980.
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Exercícios propostos:
Lavado plano 1. Inclinar a prancheta de
desenho, apoiando-a numa madeira para
que se mantenha fixa.
5. Pintar uma faixa larga de tinta sobre o
papel úmido, trabalhando numa só
direção.
Aplicação de um lavado gradual
1. Molhar o papel, prepar a tinta e pintar
uma linha de tom muito intenso.
2. Colocar ao alcance da mão dois
recipientes com água, um deles com água
limpa para molhar o papel.
6. Pintar uma segunda linha bem debaixo
da primeira, na direção contrária, deixando
que se fundam uma com a outra.
2. Diluir mais a tinta e pintar uma segunda
faixa de tom mais claro, deixando que se
funda com a primeira. Repetir, cada vez
com tons mais claros.
3. Molhar o papel com um pincel grande e
água limpa, procurando que fique úmido
mas não muito molhado.
7. Segue-se trabalhando de um lado a
outro, até que toda a zona esteja coberta
de tinta uniformimente.
Lavados manchados
1. Molhar o papel com água limpa. Isso
pode ser feito com uma esponja.
4. Mesclar a tinta com água na palheta.
Deve-se preparar quantidade bastante
para cobrir toda a área com um tom
uniforme.
Lavado gradual O aspecto de um lavado
gradual diferencia-se quando aplicado
sobre um papel texturado (esquerda) ou
liso (direita).
2. Misturar um pouco de tinta e aplicar a
primeira cor em uma parte do papel,
deixando que flua formando uma
mancha irregular.
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3. Prepara-se uma segunda cor e aplicase do mesmo modo, deixando que se
funda com a primeira cor, mas sem
escorrer demasiadamente.
Pontilhado Pintar pontinhos com um
pincel fino, com pressão constante.
Variando a pressão ou o tamanho do
pincel, se obtém diferentes texturas.
2. Separar as cerdas apertando com o
indicador e o polegar. Passar o pincel
por toda a superfície do papel.
3. Para desenhar linhas retas sobre um
lavado úmido, se usa uma régua com a
borda levantada, e se passa o pincel ao
largo da régua.
4. Repetir a operação com uma terceira
cor. Se pode seguir aplicando quantas
cores desejar. Deixar secar o lavado
antes de fazer alterações.
Para tornar a tinta mais espessa e fazerla mais brilhante, se acrescen-ta goma
arábica. Misturar cores no papel para
criar uma textura rica.
3. Para esta técnica deve-se utilizar um
pincel redondo ou de bordas
arredondadas.
Lavados com bordas complicadas 1.
Desenhar o contorno com um lápis,
sem apertar. Molhar o papel seguindo
a linha.
5. Se a tinta estiver muito forte ou tem
água em demasia, se pode recorrer a
um papel secante, para conter o fluxo
de pintura.
Esfregados Carregar o pincel com
tinta, mas mantendo-o bem seco.
Trabalhar no papel com movimentos
circulares.
Lavado e linha
1. Aplicar um lavado plano com um
pincel grande. Deixar secar um pouco
antes de pintar linhas por cima.
2. Aplicar a tinta sobre a zona úmida,
deixando que a pintura se extender
lentamente até a linha desenhada.
Pulverizados Carrega-se de tinta um
escova de dentes e passa-se o lado de
uma faca por suas cerdas, respingando
sobre o papel de pintura.
Pincel seco Carregar o pincel e
eliminar o excesso de umidade
passando-o numa folha de papel
secante.
2. Com pena e tinta, desenhar linhas
sobre o lavado. Dependendo da
umidade do papel, as linhas serão mais
ou menos finas ou borradas.
3. Uma vez completada a borda, se
segue aplicando o lavado até cobrir
toda a área.
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Papel secante Pode-se usar para
controlar o fluxo de pintura, e para
proteger zonas já pintadas enquanto se
segue trabalhando.
Esponjas Para se obter uma textura
particularmente manchada, carrega-se
com tinta uma esponja e aplica-se a cor
com ela.
2. Deixa-se secar a tinta e logo se
repassa cada mancha com um pincel
molhado e limpo.
2. Tirar o pincel da água e dar forma,
passando as cerdas entre o polegar e o
índice.
Lápis aquareláveis
1. Desenha-se com eles como se
fossem lápis comuns, mas deixando
espaços para extender a tinta.
Aguarrás Aplicar aguarrás no paple e
pintar por cima um lavado de aquarela.
A tinta se separa.
3. Lava-se o papel com água limpa para
tirar a pintura, colocondo-o debaixo da
torneira ou usando uma esponja com
muita água.
3. Deixar o pincel secar, com as cerdas
para cima.
2. Molha-se um pincel com água limpa
e passa-se sobre o desenho a lápis.
Extender os lavados, acrescentando
mais água se necessário.
Pintar com uma lâmina
Recolhe-se a tinta com o fio de uma
lâmina e passa-se pelo papel.
4. Deixa-se secar totalmente o papel, e
se comprova quais cores deixam
manchas mais intensas.
Transferência de manchas
1. Prender um papel na prancheta,
dobrando-o para formar uma aba.
Gotas sopradas Faz-se uma gota
grande de tinta sobre o papel e soprase forte para extender-la e criar efeitos.
Para comprovar o poder de tintura
1. Pinta-se uma mancha de cada cor,
no mesmo tipo de papel que se pensa
usar para pintar.
Limpeza dos pincéis
1. Limpa-se bem o pincel num vidro
com água limpa.
2. Carrega-se um pincel de tinta e
pinta-se uma forma no papel dobrado.
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3. Desdobra-se a aba, aplicando a face
pintada ao papel de aquarela.
Pressionar um pouco.
2. Aplicar um lavado, deixar secar a
pintura e voltar a umidece-la com um
pincel limpo.
3. Quando tudo estiver bem seco,
colocar a pintura debaixo de um jorro
d’água e lavar. Ficarão restos de
aquarela, guache e nanquim.
3. Com massa de modelar (ou borracha
plástica) se retira o fluido mascarador.
Se a pintura não estiver seca, as cores
se tornarão borradas e sujas.
4. Levanta-se a aba, comprovando que
a forma pintada tenha se transferido
para o papel.
3. Aplicar uma cor contrastante sobre o
lavado original, trabalhando com
cuidado para não estragar a pintura
debaixo.
Mascaramento com ceras
1. Desenhar com giz-de-cera ou pastel
a óleo e pintar por cima com aquarela.
Mascaramento com fita adesiva
1. Desenhar a forma desejada e
mascarar certas zonas com fita adesiva.
Molhar o papel com água.
5. Repetir o processo com uma cor
diferente, para ir elaborando um
desenho.
Raspado 1. Aplicar um lavado de
aquarela e deixar secar. Pintar por cima
com guache espesso, deixando
aparecer um pouco da aquarela.
Mascaramento com fluido
1. Pintar um desenho com fluido
emascarador e deixar secar. O fluido
deve ser novo, para não manchar de
amarelo o papel.
2. Aplicar um lavado sobre o papel
molhado e sobre a fita adesiva,
empregando quantas cores desejar.
Pintura úmida sobre seca
1. Preparar cores diferentes, usando
como palheta um prato ou qualquer
outro utensílio lavável.
2. Deixar o guache secar. Pintar sobre
ele com tinta nanquim, usando traços
largos e irregulares. Deixar a tinta secar.
2. Uma vez seco, pinta-se por cima com
aquarela. Esperar que esta se seque
bem.
3. Ao terminar, se retira a fita com
cuidado, procurando não estragar o
papel.

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