Peregrino

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IMPRESSO
Peregrino
Peregrino
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2005
Informação, Cultura e Livre Expressão
www.jperegrino.com.br
1ª edição - Maio / 2000
Ribeirão Preto - SP - Ano V - Nº 9 - Janeiro/2005 - R$ 1,00
TERAPIA
COMUNITÁRIA
O que é a Terapia Comunitária: É a
partilha de experiências de vida e
sabedorias de uma forma horizontal e
circular. Cada um torna-se terapeuta
de si mesmo, a partir da escuta das
histórias de vida. Todos são coresponsáveis na busca de soluções e
superação dos desafios do cotidiano.
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Erliquiose: A Doença
do carrapato que
mata!!
Devido à grande ocorrência de
carrapatos na cidade de Ribeirão
Preto, fica pertinente salientarmos o
risco que estes parasitas da pele,
oferecem aos nossos amigos cães.
Trata-se da transmissão da Erliquiose
canina, por estes vetores e
reservatórios
(Rhipicephalus
sanguineus) que vêm merecendo
atenção especial de nós veterinários.
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O CENTENÁRIO DE
PABLO NERUDA
Neruda possuía muito amor pela
natureza e humanidade. Esse amor e
humanidade, sua alegria e tristeza,
toda sua intensa emoção povoaram
seus poemas.
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Informação, Cultura e Livre Expressão
Editorial
Neste ano que se inicia. Nesta época em que todos se sentem
tão solitários e se perguntam sobre o valor das coisas materiais,
ficamos nos perguntando: que mensagem enviar? A de realizações
muitas, a de muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender? Até
poderia ser, mas veio a nossa mente o centenário de nascimento de
dois grandes homens já falecidos, cujas mensagens nos pareceram
ser de louvor a vida e a tudo que ela possa nos trazer. O primeiro,
Joseph Campbell, foi um dos maiores estudiosos de mitologia. Ao
debruçar-se sobre as mitologias dos diferentes povos ele observou
o quão semelhantes eram umas das outras, observou mais, que os
diversos símbolos que povoam os mitos conduzem a uma
consciência de quem somos, de nossa própria natureza. Os mitos,
segundo ele, são sonhos do mundo e nos conduzem a uma
experiência espiritual. Através deles percebemos que fazemos parte
de um universo pulsante e dançamos a dança da vida, cada um no
seu ritmo, porém todos dançarinos, cujo objetivo é apresentar a
própria coreografia da melhor forma possível e preparar-se para a
última apresentação tão perfeita e adequadamente quanto nos
apresentamos para a primeira.
Dizia também, que o que procuramos não é um sentido para a
vida e, sim, uma experiência de estarmos vivos de modo que todas
as experiências no físico tivessem ressonância interior. Embora
tivesse transitado por diferentes formas de abordar a divindade ele
não possuía como crença um Deus específico e sim, através das
várias máscaras de Deus, percebia e acreditava no transcendente.
O segundo, Pablo Neruda, é um dos poetas mais conhecidos do
mundo. Transitou entre experiências de morte e de vida, sem jamais
perder o contacto com a natureza que o cercava. Ninguém cantou
como ele o Chile, que era a sua pátria. Ninguém sentiu como ele a
experiência de estar vivo. Como Campbell, Neruda tinha um vasto
conhecimento universal, mas não era o intelecto que o prendia!
Ambos observavam os sinais, um através dos mitos, outro através
da poesia!
Mariza Helena
[email protected]
CAPA
www.apbp.com.br
Reprodução de Pintura Original
Férias na praia – Gayle Russell
Original pintado com o pé
Temas Abordados
Arte (Música, Pintura, Escultura, Arquitetura, Cinema), Ecologia, Misticismo, Ciência, Filosofia, Psicologia, História, Mitologia, Museus, Povos, Países e Costumes, Saúde, Literatura e outros que se enquadrem na filosofia de
nosso periódico.
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2005
PENSAMENTOS E VISLUMBRES
Onde quer que tu vires um
grande fim, fica seguro de um
grande começo. Onde uma
monstruosa e dolorosa destruição
estarrece tua mente, consola-a com
a certeza de uma grande e vasta
criação. Deus está não apenas na
pequenina voz tranqüila, mas
também no fogo e no turbilhão.
Quanto maior a destruição, mais
profusas as chances de criação; mas
a destruição é freqüentemente
longa, demorada e opressiva, a
criação tardia em seu aparecimento
ou interrompida em seu triunfo. A
noite retorna outra vez e mais outra,
e o dia tarda a chegar ou parece
mesmo ter sido um falso alvorecer.
Não te desesperes, portanto, mas
vigia e trabalha. Aqueles que
esperam violentamente desesperamse rapidamente: não esperes nem
tenhas medo, mas fica certo do
propósito de Deus e de tua vontade
em realizar.
A Mão do Divino Artista
trabalha freqüentemente como se
estivesse insegura de seu gênio e
de seu material. Parece tocar e testar
e deixar, apanhar e jogar fora e
apanhar de novo, laborar e falhar e
remendar e juntar outra vez.
Surpresas e desapontamentos são
a ordem de seu trabalho antes que
todas as coisas estejam prontas. O
que foi selecionado é lançado no
abismo da desaprovação; o que foi
rejeitado, torna-se a pedra
fundamental de um poderoso
edifício. Mas por trás de tudo isso
está a visão segura de um
conhecimento que ultrapassa nossa
razão e o sorriso vagaroso de uma
habilidade infinita.
Deus tem todo o tempo diante
de si e não necessita estar sempre
correndo. Ele está certo de seu
objetivo e sucesso e não se importa
de quebrar seu trabalho centenas de
vezes para o trazer mais perto da
perfeição. Paciência é nossa primeira
grande lição, mas não a apática
lentidão que move o tímido, o cético,
o fraco, o preguiçoso, o não
ambicioso ou o débil: uma paciência
cheia de uma força calma e
concentrada que observa e se
prepara para a hora das grandes
passadas rápidas, poucas, mas
suficientes para mudar o destino.
Por que Deus martela tão
ferozmente seu mundo, pisa-o e
trabalha-o como se fosse uma massa,
lança-o tão freqüentemente num
banho de sangue e no calor do
inferno rubro da fornalha?
Porque a massa da humanidade
é ainda um minério duro, grosseiro,
desprezível, que de outra forma não
seria fundido e moldado; conforme
seu material, assim seu método. Que
isso ajude a transmutá-la em metal
mais nobre e mais puro, e sua maneira
de tratá-la será mais gentil e suave,
mais elevados e belos seus usos.
Para que Ele selecionou ou fez
tal material quando tinha todas as
infinitas possibilidades de escolha?
Por causa de sua Divina idéia que
viu diante de Si, não apenas beleza
e doçura e pureza, mas também força
e vontade e grandeza. Não
desprezes a força, nem a odeie pela
feiúra de algumas de suas faces, nem
pense que o amor apenas é Deus.
Toda perfeição perfeita deve ter em
si algo do estofo do herói e mesmo
do Titã. Mas a maior força nasce da
maior dificuldade.”
Sry Aurobindo
(Texto extraído do livro
“Sabedoria de Sry Aurobindo”;
Editora Shakti).
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Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2005
Erliquiose: A Doença do Carrapato que Mata!!
Devido à grande ocorrência de
carrapatos na cidade de Ribeirão
Preto, fica pertinente salientarmos o
risco que estes parasitas da pele,
oferecem aos nossos amigos cães.
Trata-se da transmissão da Erliquiose canina, por estes vetores e
reservatórios (Rhipicephalus
sanguineus) que vêm merecendo
atenção especial de nós veterinários.
A Erliquiose é uma doença
relativamente comum dos cães,
recentemente confirmada como
zoonose. Causada por agentes como
Ehrlichia caniv, Ehrlichia equi, é
transmitida através das picadas dos
carrapatos, que ingerem o microorganismo a partir do hospedeiro
infectado. É interessante ressaltar
que a Erliquiose pode também ser
transmitida por transfusões sanguíneas contaminadas.
Os sinais clínicos são variáveis,
destacando-se o aumento do
volume de gânglios (linfonodos),
aumento do fígado e aumento do
baço, bem como alterações no
sangue. Portanto, desta forma, os
animais se encontrarão em um
quadro de febre intensa, dificuldades respiratórias, alterações
neurológicas, petéquias e equimoses. Lembrando-se que na fase
crônica, poderá apresentar perda de
peso progressiva, palidez em
mucosas e sangramentos espontâneos.
A identificação do microorganismo se dá através de
diagnósticos como citologia
aspirativa em baço e linfonodos, e
testes de anticorpos imunofluorescentes indiretos, através de
coleta sanguínea para hemogramas.
O tratamento, após a confirmação do diagnóstico, será realizado
pelo médico veterinário, que irá dar
o acompanhamento necessário até
a cura clínica e deve durar de 14 a 21
dias aproximadamente.
O prognóstico para Erliquiose
canina é excelente com o tratamento
apropriado e quando diagnosticado
no início da doença. Sempre
enfatizando que o controle de
carrapatos constitui o esteio da
prevenção contra Erliquiose.
Atualmente contamos com a
ajuda de vários laboratórios, no
crescente cuidado em oferecer
produtos eficazes para a eliminação
destes parasitas tão indesejáveis,
desta forma, manter seu animal de
estimação em constante higiene e
atenção veterinária, torna-se
fundamental para melhorar sua
qualidade de vida.
Dr. Mussi A. de Lacerda
Médico Veterinário
Arca de Noé Hospital Veterinário
[email protected]
Huna
Filosofia de realizações que
pode ser aplicada em qualquer
contexto: religioso, científico,
social ou pessoal.
O Espírito de Aloha - O
Espírito de Aloha é uma
referência bem conhecida da
atitude de aceitação amistosa
pela qual as Ilhas Havaianas são
bem famosas. No entanto,
também se refere a uma maneira
poderosa de resolver qualquer
problema, atingir qualquer meta
e, ainda, atingir qualquer estado
de mente ou espírito que se
deseje.
Na língua havaiana Aloha
significa muito mais do que
“alô” e “adeus” ou “amor”. Seu
significado maior é: compartilhar
(alo) com alegria (oha) da
energia da vida (ha) no presente
(alo)”.
Aos interessados em
conhecer um pouco mais sobre
esta filosofia disponibilizamos
para download em nosso site
dois pequenos livros de autoria
de Serge Kahili King, a saber: O
pequeno livro cor de rosa de
Aloha – Mostra-nos a maneira
simples de compartilharmos a
energia da vida e fazer com que
opere a nosso favor; Ajude-se
com a mente ativa – que explica
de uma maneira agradável,
simples e efetiva a técnica de
cura que tem sido usada com
sucesso em problemas físicos,
emocionais e mentais.
Fonte: www.huna.org
Alamanda
(Allamanda cathartica
schotii)
A alamanda é uma das
trepadeiras mais vigorosas.
Possui folhagem verde-escura
brilhante e floresce quase o ano
todo. Suas vistosas flores
amarelas, em forma de sino, são
menores, porém mais numerosas nessa variedade.
Luz: Alta intensidade, bem
próximo a uma janela de face
norte.
Temperatura:15 a 30ºC,
tolerando até 7ºC.
Água: Espere o solo secar,
antes da próxima rega.
Adubação: A cada 2 meses.
Propagação: Estacas de galhos
(prefira os galhos mais velhos).
Cuidados especiais: Use
mistura de solo rica em matéria
orgânica. Quando plantar estacas, envolva o vaso com um
plástico e feche bem para evitar
que murchem. Quando a planta
crescer, amarre-a num suporte.
Problemas comuns: Cuidado
com os ácaros e pulgões que
atacam principalmente as folhas
novas.
Fonte: Essencial - Um guia
prático para a saúde e beleza.
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Informação, Cultura e Livre Expressão
FALAR BEM...
Prezado Leitor, nesta coluna, espero poder esclarecer
algumas dúvidas a respeito da Língua Portuguesa.
1. Você já esta “EM FÉRIAS” ou “DE FÉRIAS”?
Não importa a forma. É indiferente estar EM férias ou
DE férias. O que importa, agora, é a sua programação
para um bom descanso!!!
2. Você vai em 2005 “AFASTAR PARA TRÁS” os problemas e “AVANÇAR
PARA FRENTE” sua vida afetiva e profissional?
Preste atenção, prezado leitor, com a Língua Portuguesa para começar o
ano bem: AFASTAR não significa para trás. Significa pôr longe, enviar para
longe, desviar, repelir, ir embora...
AVANÇAR significa: caminhar para a frente, progredir, adiantar-se...
Quer uma dica? Diga apenas AFASTAR os problemas!
É o que todos desejam!!!
3. A fofoca faz parte do ser humano... É inevitável!!! Mesmo com as pessoas
mais discretas. Chega a ser irresistível!!!
Ela disse que contaria, nos “MÍNIMOS DETALHES”, a festa de Natal e
Ano Novo na casa da sogra...
Digamos que é a típica pessoa redundante!!! Quer transcender mesmo a
verdade ou a fofoca!
Veja: DETALHE já tem a idéia de MÍNIMO, pormenor (escrita junta),
minúcia...
Seria o mesmo que dizer contar a verdade nos MÍNIMOS PORMENORES
ou nas MÍNIMAS MINÚCIAS!!!
Por isso, prezado leitor, conte apenas EM DETALHES, EM MINÚCIAS ou
EM PORMENORES!!!
Colaboração: Renata Carone Sborgia
Advogada e Profª de Português e Inglês
[email protected]
Amêndoa
Misture 150 g de óleo de amêndoas doces com 150 g de bicarbonato de
sódio e 100 g de ácido tartárico. Acrescente algumas gotas de essência de
alfazema e mexa até obter uma pasta. Coloque uma ou duas colheres dessa
pasta na água da banheira e deixe dissolver (ou dissolva-a em um copo de
água quente e passe no corpo após o banho de chuveiro). A pele ficará
macia e perfumada.
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2005
Afinal, o que é “Parto
Humanizado”?
Eis uma questão que envolve grande polêmica. Diversos hospitais
vêm divulgando serviços de parto humanizado entendendo-o como o
direito ao pai na sala de parto, ou música ambiente na hora do
nascimento. Alguns profissionais e instituições sentem-se até mesmo
ofendidos, afinal o que haveria de “desumano” em seu trabalho que
precisasse ser humanizado?!
É um problema. O termo “humanização” carrega em si interpretações
diversas. A qualidade de “humano” em nossa cultura quase sempre se
refere à idéia arraigada na moral cristã de ser bom, dócil, empático,
amável e de ajudar o próximo. Nesse contexto, retirar a mulher de seu
“sofrimento” e “acelerar” o parto através de medicações e de manobras
técnicas ou cirúrgicas seria uma tarefa “nobre” da medicina obstétrica
e assim vem sendo cumprida.
Mas a qualidade de “humano” que se quer aqui revelar envolve os
processos inerentes ao ser humano, os processos pertinentes ao ciclo
vital e a gama de sentimentos e transformações que a acompanham. O
nascimento, as passagens para a vida adolescente e adulta, a vivência
da gravidez, do parto, da maternidade, da morte e da separação são
processos naturais e inteiros. Processos que muitas vezes envolvem
dor, incômodo, conflito, medo. E são estes mesmos os “portais” para a
transição, para o crescimento, para o desenvolvimento e amadurecimento
humano.
A assistência ao parto deveria oferecer um suporte caloroso para
tal transição, ser seu berço, respeitar e acompanhar o processo como
um todo, as escolhas e necessidades da mulher, deixar que mãe e bebê
se entendam e se separem naturalmente pelo parto. Permitir que se
unam novamente com o contato, com o olhar, o toque e a amamentação
imediatamente após o parto. Sem pressa, sem corre-corre, sem vozes
altas, agulhas, julgamentos e separação precoce.
Humanizar é acreditar na fisiologia da gestação e do parto.
Humanizar é respeitar esta fisiologia, e apenas acompanhá-la.
Humanizar é perceber e respeitar os diversos aspectos culturais,
individuais, psíquicos e emocionais da mulher e de sua família.
Humanizar é permitir o contato contínuo entre mãe, pai e recémnascido.
Humanizar é devolver o protagonismo do parto à mulher.
É garantir-lhe o direito de conhecimento e escolha.
Eleonora de Moraes
Psicóloga – Coordenadora do Curso para casais grávidos “Nove Luas”
Doula pela ANDO (Associação Nacional de Doulas)
Tel.: (16) 9705 8922 / 629 0625
[email protected]
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Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2005
Informação, Cultura e Livre Expressão
Reprovação: problema ou solução?
A reprovação é vista como uma vivência traumática na infância da qual
os pais procuram livrar seus filhos e sem saber criam problemas muito
maiores quando permitem que avancem para a série seguinte mesmo que
sem preparo.
Esta atitude pode gerar vários distúrbios de conduta. Primeiro, a criança
percebe que não teve rendimento adequado e, mesmo assim, foi aprovada,
o que a estimula a idéia de que há outros modos de prosperar que não os
que derivam do mérito pessoal. Depois, ela se perceberá como fraca e incapaz
até para repetir o ano; tendo de ser poupada da dor a qualquer custo. Além
disso, aprende mais um pouco da arte da chantagem sentimental, da
capacidade de obter benefícios ao se fazer de vítima, e a prometer, para o
ano seguinte, rendimento que sabe que não irá cumprir.
A aprendizagem se dá através de um processo contínuo que necessita
de conhecimentos pré-estabelecidos para que se possa construir os
seguintes. Quando existe uma falha neste processo, toda a aprendizagem
fica comprometida, tornando-se muitas vezes impossível acompanhar com
qualidade o conteúdo do ano seguinte e o problema só vai aumentando.
A reprovação deve ser vista como uma nova chance de ver o que não
estava adequado, refazer o caminho, percorrer o processo novamente, agora
com mais qualidade. Para tanto, é necessário que o educando, os pais e os
educadores tenham consciência de que se a criança brincou o ano todo e
não levou a escola a sério, esta será para ela uma lição de vida, uma
conseqüência e não um castigo, e se a criança não conseguir compreender
e assimilar o conteúdo, será necessário um tempo maior para que ela o faça,
pois cada um tem seu próprio tempo para a aprendizagem em diferentes
fases do desenvolvimento sócio-psicocognitivo.
É impossível evitar que nossos filhos passem por obstáculos, transtornos
e sofrimentos que geram frustrações. Portanto, nos resta ajudá-los a ser
fortes e capazes de tolerar as dores e frustrações para que se recomponham
e se levantem novamente para continuar a caminhada.
Colaboração: Débora Morão Mantovanini
Psicopedagoga, professora de psicologia da educação
Metodologia do ensino fundamental
Acônito (Aconitum napellus)
HUNA KUPUA
Huna é uma palavra havaiana que significa “segredo”,
mas também se refere à
sabedoria esotérica da
Polinésia. Kupua é outra palavra
havaiana que se refere a um
curador especializado que
trabalha com os poderes da
mente e forças da natureza.
Nestes aspectos é muito similar
a palavra xamã.
O entendimento Huna,
descrito aqui, vem da tradição
kupua da família Kahili da ilha
de Kauai, através de Serge
Kahili King, que foi adotado
como neto de Joseph Kahili e
treinado nesta tradição.
Os sete princípios
Os pressupostos básicos
Huna são:
1. O mundo é o que você
pensa que ele é.
2. Não há limites.
3. A energia flui para onde a
atenção vai.
4. Agora é o momento de
poder.
5. Amar é estar feliz com
(alguém ou alguma coisa).
6. Todo poder vem de
dentro.
7. Efetividade é a medida da
verdade.
Os três selfs (ou quatro)
Cresce espontaneamente em
campos e florestas. Planta
perene com raízes tuberosas, a
acónita é originária da Europa,
e cultivada em grande escala
para fins farmacêuticos. É
utilizada como componente de
misturas medicinais analgésicas. Por isso deve ser usada
somente com orientação médica.
Parte utilizada: Tubérculo.
Ajuda a tratar de: Afecções
pulmonares, reumatismo, gota,
ciática, dor de dente, bronquite.
Fonte: Essencial - Um guia
prático para a saúde e beleza.
Outro conjunto de pressupostos usados na psicofilosofia
Huna é que o comportamento e
a experiência humana podem ser
explicados e modificados através da interação dos três
(algumas vezes quatro) selfs.
1. O Self Superior (Kane,
Aumakua), inspira.
2. O Self da Consciência
(Lono), imagina.
3. O Self do Subconsciente
(Ku), lembra.
4. O Self da Essência
(Kanaloa), deseja.
Os quatro níveis de realidade
Um terceiro conjunto de
pressupostos vindo da tradição
kupua divide toda experiência
em quatro níveis ou quadros de
crenças sobre a realidade que
podem ser sumarizadas como
segue:
1. Tudo é objetivo
(realidade científica).
2. Tudo é subjetivo
(realidade psíquica).
3. Tudo é simbólico
(realidade xamânica).
4. Tudo é holístico
(realidade mística).
O kupua (xamã havaiano)
aprende a mover-se dentro e
fora dessas realidades de forma
a transformar a experiência de
forma mais efetiva.
Nota: Tradução livre de José
Roberto Ruiz e Mariza
Helena Ribeiro Facci Ruiz
Fonte: www.huna.org
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TERAPIA COMUNITÁRIA
O que é a Terapia Comunitária: É a partilha de experiências de vida e
sabedorias de uma forma horizontal e circular. Cada um torna-se terapeuta
de si mesmo, a partir da escuta das histórias de vida. Todos são coresponsáveis na busca de soluções e superação dos desafios do cotidiano.
É uma reunião de pessoas, onde todos são acolhidos, ouvidos, podendo
conversar com simplicidade, onde o terapeuta não é o especialista do
conhecimento.
É um lugar onde o indivíduo deixa brotar de dentro para fora, suas
riquezas, suas competências, e suas experiências (boas e más). Compartilham
problemas, dificuldades, soluções, e despertam solidariedade.
Os encontros acontecem sempre em um clima de amizade, compreensão,
tolerância, onde no final todos cantam, se abraçam em um círculo do qual
cada um é elo.
Na terapia Comunitária, a própria comunidade é a detentora das soluções
de seus problemas.
Hoje temos 6000 Terapeutas Comunitários em 19 estados. Em Ribeirão
Preto, hoje temos 4 Terapeutas Comunitários do
Programa Ribeirão Preto Pela Paz, e mais 2 Terapeutas
Comunitários que fazem trabalhos voluntários em
hospital e comunidade carente.
A Terapia Comunitária está alicerçada em 4 eixos
teóricos: o pensamento sistêmico, a teoria da
comunicação, a antropologia cultural e a resiliência.
Objetivos da Terapia Comunitária (T.C.)
Alguns dos objetivos da Terapia Comunitária:
Valorizar o papel da família e da rede de relações que ela estabelece com
seu meio;
Reforçar a dinâmica interna de cada indivíduo para que descubra seus
valores e potencialidades, e tornar-se mais autônomo e menos dependente;
Suscitar sentimento de união e identificação com seus valores culturais.
Promover e valorizar as instituições e práticas culturais tradicionais,
que são detentoras do “saber fazer” e guardiãs da identidade cultural;
Favorecer o desenvolvimento comunitário, prevenindo e combatendo
as situações de desintegração dos indivíduos e das famílias, através da
restauração e fortalecimento dos laços sociais;
Redescobrir e reforçar a confiança de cada indivíduo, diante de sua
capacidade de evoluir e de se desenvolver como pessoa;
Tornar possível a comunicação entre as diferenças formas de “saber
popular” e de “saber científico”;
Estimular a participação como requisito fundamental para dinamizar as
relações sociais, promovendo a conscientização e estimulando o grupo,
através do diálogo e da reflexão, a tornar iniciativas e ser agente de sua
própria transformação;
Reforçar a auto-estima individual e coletiva;
Não se propõe a resolver problemas, mas sim a suscitar dinâmicas que
possibilitam a partir de experiências criar uma rede de apoio aos que sofrem.
O Programa Ribeirão Preto Pela Paz, já desenvolve a Terapia
Comunitária na comunidade, gratuitamente, no bairro Jardim Aeroporto
com pessoas adultas e adolescentes utilizando espaço da escola EMEF Dr.
Jaime Monteiro Barros e no Atelier Energia Superior – Artes e Terapias
Complementares e Núcleo da ABR, no bairro Planalto Verde II com pessoas
da comunidade, além de outros locais em cidades da região.
No Atelier Energia Superior, acontece às quartasfeiras das 20h às 21h30, e se reiniciará dia 19 de janeiro
de 2005.
Informações: (16) 639-4271.
E-mail: [email protected]
O Programa Ribeirão Preto Pela Paz, em maio de
2005 irá iniciar o Curso de Formação em Terapia
Comunitária, em parceria com seu criador, Dr. Adalberto
Barreto – médico psiquiatra, teólogo, antropólogo,
professor de graduação e pós-graduação do Depto de Saúde Comunitária
da Universidade Federal do Ceará.
Informações: (16) 3911-1979. E-mail: [email protected]
Terapeutas Comunitários voluntários do Programa Ribeirão Preto Pela
Paz:
João Roberto de Araújo - Mestre em Psicologia Social e Presidente do
Programa Ribeirão Preto Pela Paz
Maria Donizete Araújo Roquetti - Terapeuta Analista Corporal e
Bionergética
Ercilia Osti – Designer e Terapeuta Naturista Reikiana representante da
ABR
Sandra Mara Lamas - Professora e Coordenadora de Ensino
COMUNICADO AOS NOSSOS CLIENTES
(LEITORES, ASSINANTES E ANUNCIANTES)
Os textos publicados no Peregrino ficam disponíveis em nosso site por
um período de 13 meses (Edições Anteriores), podendo os artigos serem
copiados e utilizados desde que informada a procedência. Também
disponibilizamos as edições anteriores (ano de 2.003 e 2.004) no formato
PDF, neste caso faz-se o download de toda edição.
INO
R
G
E
PER
Informação, Cultura e Livre Expressão
Assinatura - Para todo o Brasil
06 meses - R$15,00 / 12 meses - R$30,00
PER
EGR
INO
Através dos telefones (0**16) 621 9225 / 9992 3408, pelo e-mail: [email protected], ou deposite no Banco Itaú - Ag. 0332 - Conta: 741941 e envie o comprovante do depósito juntamente com seus dados para Av. Guilhermina Cunha Coelho, 350 A6 - Ribeirão Preto - SP - CEP: 14021-520.
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Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2005
O CENTENÁRIO DE PABLO NERUDA
Rosa Maria Britto Cosenza de Oliveira (*)
“Minha vida é uma vida feita de
todas as vidas: as vidas do poeta.”
(Neruda)
Neruda possuía muito amor pela
natureza e humanidade. Esse amor e
humanidade, sua alegria e tristeza,
toda sua intensa emoção povoaram
seus poemas.
Antes de completar dez anos,
aprendeu a colocar no papel
palavras semi-rimadas dedicadas à
madrasta que protegera sua infância.
Seu primeiro poema, que recebera
crítica e incompreensão ao mostrálo a seus pais: de onde o
copiaste? Não abateu Neruda.
Entregou-se à leitura com avidez e
encontrou grandes incentivadores.
Conheceu Gabriela Mistral, que o
iniciou na leitura dos novelistas
russos.
Unido a seu povo e à luta pela
felicidade universal, Neruda
considerava-se feliz materialmente,
mas infeliz internamente, fruto de
sua inteligência intranqüila. Povo
hospitaleiro, gentil, alegre, cantador
e versejador. Fibra de índio e garra
de europeu. Operários do cobre,
salitre e carvão, dos lanifícios.
Pescadores e agricultores unidos em
cooperativas. Injustiçados. Explorados. Trabalhador, sempre em
busca de liberdade e justiça.
Assim é o chileno. Assim é
Neruda. Neruda traz nas veias o
vento dos Andes e no coração o
Chile acolhedor, que se estende aos
pés dos vulcões que adornam a
Cordilheira, ao lado dos desertos
arenosos e à beira do Pacífico de
água fria e azul profundo.
Nascido em Parral, sul do Chile,
em 12/07/1904, Neftali Ricardo Reyes
Basoalto adotou o pseudônimo de
Pablo Neruda – oficializado em 1946
– quando da publicação de seus
poemas para evitar a ira de seu pai
que não gostava de poetas. Um mês
pós-nascimento, morre sua mãe. De
Parral, terra das vinhas, foram para
Temuco. Seu pai, maquinista, casase novamente com aquela que viria
a ser o seu anjo tutelar: a madrasta.
Em Temuco, freqüentou o liceu dos
meninos desde seis anos e aí
conheceu a poetisa Gabriela Mistral.
Findo o liceu, Neruda parte para a
capital, para estudar na Universidade
de Santiago do Chile, onde teve que
buscar independência. Morou nos
fundos de uma lavanderia. Formouse professor de francês pelo
Instituto de Pedagogia. Em 1927,
ingressa na carreira diplomática.
Viaja pelo mundo todo. Começa na
Birmânia, passa pelo Ceilão, Java,
Cingapura, Argentina, Barcelona e
Madri, como cônsul.
Em 1929, é nomeado cônsul para
a emigração espanhola, sediado em
Paris. Neruda realiza a grande
façanha de embarcar no Winnipeg
cerca de 2.500 refugiados espanhóis,
recebidos pelo ainda jovem
Salvador Allende. Neruda, antes de
Schindler, criara a sua lista salvadora
de refugiados, que levou o juiz
espanhol, Baltasar Garzón, em 1998,
em retribuição, a mandar o ex-ditador
Augusto Pinochet ao banco dos
réus, acusado de crime contra a
humanidade.
Em 1936, época da Guerra Civil
Espanhola e assassinato de Lorca,
Neruda é destituído de seu cargo
consular. Vai para Paris e funda, com
César Vallejo, o Grupo HispanoAmericano de Ajuda à Espanha.
Volta ao Chile. Funda e preside a
Aliança de Intelectuais do Chile para
a Defesa da Cultura. Em 1938, fica
órfão do pai e de sua madrasta, tão
importante em sua vida.
Em 1940, volta ao Chile. É
nomeado cônsul-geral para o
México. Seus livros são sucesso em
vários países. Visita Guatemala,
Cuba, Estados Unidos e Peru,
sempre recebendo homenagens.
A partir de 1917, ano da primeira
publicação sua, Neruda escreve e
publica seguidamente. Obtém seu
primeiro prêmio em Temuco, em
1920, na Festa da Primavera. Passa a
ser presidente do Ateneu Literário
do Liceu de Temuco. Já em Santiago,
em 1921, obtém prêmio no Concurso
da Federação de Estudantes do
Chile, com “La canción de fiesta”,
publicado na revista Juventud. Em
1944, ganha o Prêmio Municipal de
Poesia.
Em 1945, elege-se senador,
ingressa no Partido Comunista do
Chile e reforça a resistência e a luta
antifascista. Em 1948, passa à
clandestinidade por ter sido
decretada a sua prisão política em
conseqüência de seu discurso “Eu
acuso”, pronunciado no Senado. No
ano seguinte, sai do Chile e vai para
a França, depois União Soviética,
Polônia e Hungria. Viaja ao México,
com Paul Éluard. Em 1950, vai para
Guatemala, Itália, Alemanha Oriental
e Índia. Em 1952, fixa residência na
Itália, em Capri, quando obtém a
revogação de sua prisão no Chile,
podendo, então voltar ao seu país
de origem.
Em 1949, fora nomeado membro
do Conselho Mundial da Paz e
recebe, em Moscou, a homenagem
da União dos Escritores Soviéticos.
Em 1950, recebera, com Picasso e
outros artistas, o Prêmio Internacional da Paz, que lhe fora
entregue em Pequim.
Em 1965, recebe o título de Dr.
Honoris Causa em Filosofia e Letras,
pela Universidade de Oxford, o
primeiro concedido a um sulamericano. Em 1966, vai aos Estados
Unidos, como convidado de honra
do PEN Clube. Nesse mesmo ano, é
condecorado com o Sol do Peru, pela
Associação dos Escritores do Peru.
Em 1967, recebe o Prêmio Literário
Internacional de Viarregio, na Itália.
Em 1968, a condecoração JoliotCurie e designação como membro
da Academia Chilena de Língua. O
Senado declara-o Filho Ilustre do
Chile. Em 1971, recebe o Nobel de
Literatura.
Em 1969, candidatara-se à
Presidência do Chile pelo Partido
Comunista, mas renunciara a favor
de Allende, por quem trabalhou
ativamente na campanha. Allende
eleito, Neruda é nomeado embaixador do Chile em Paris.
Em 1973, renuncia a seu cargo
de embaixador e volta ao Chile,
quando dirige apelo aos intelectuais
latino-americanos e europeus para
evitar uma guerra civil em seu país.
Em 11 de setembro, um golpe militar
derruba o governo da Unidade
Popular e mata o Presidente Allende.
Em 23 de setembro, morre Neruda,
em Santiago do Chile.
Para esse grande homem
público, defensor dos injustiçados,
e poeta, “a poesia é sempre um ato
de paz, que deve conter a vida e a
luta dos povos. Seu caminho juntase ao de todos, a fim de que possa
servir de espada e de lenço para
secar o suor das grandes dores e
dar-lhes uma arma na luta pelo pão”.
Reflitamos, pois, sobre seu belo
poema “Vem comigo”:
“Por isto estou aqui em tua
companhia: / Pelo Chile, sua azul
soberania, / E pelo oceano dos
pescadores, / Pelo pão dos meninos
cantadores, / Pelo cobre e a luta na
oficina, / Pela agricultura e pela
farinha, / Pelo bom companheiro e
pela amiga, / Pelo mar, pela rosa e
pela espiga, / Por nossos
compatriotas olvidados, / Estudantes, marinheiros, soldados, /
Pelos povos de todos os países, /
Pelos sinos e pelas raízes, / Pelos
caminhos e pelas veredas, / Que
levam a luz ao mundo inteiro / E pela
vontade libertadora / Das bandeiras
vermelhas na aurora. / Com esta
união estão minhas alegrias. / Luta
comigo e eu te entregarei / Todas as
armas de minha poesia”.
Neruda alerta-nos, para não
perdermos a esperança: “Este
tempo, esta taça, esta terra são teus:
conquista-os e escuta como nasce
a aurora. (...) Sempre há um
trabalhador a quem o vento e a noite
e as estrelas dizem muitas vezes: não
estás só; há um poeta que pensa em
teu sofrimento”.
(*) Membro da ARL, UBE,
ARLJ, ARE e OVJRP.
Peregrino
8
Informação, Cultura e Livre Expressão
Poderes e Feitiços
do Alho
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2005
Tartaruga da Amazônia
Podocnemis expansa
Tempero, enfeite, remédio, amuleto: quem diria que o alho serve para
tudo isso? Pois veja como o allium sativum pulou da cozinha para a
farmacopéia caseira, começou a dar sorte e foi enfeitar jardineiras.
Tempero
Como a cebola, o alho pertence à família das liláceas e também é originário
da Ásia Central. Como tempero, é presença garantida em qualquer
cozinha. Usado com moderação, o alho valoriza o sabor das carnes,
peixes, molhos e massas. Quando preparar um assado, experimente
esfregar alguns dentes de alho no fundo do recipiente usado. Fica
surpreendentemente bom.
Remédio
Quem não conhece os maravilhosos efeitos do famoso chá de alho? É
ótimo para combater a gripe, baixa a febre, facilita a digestão, alivia as
vias respiratórias... A receita é simples: ferva 1/2 litro de água com 2
dentes de alho, abafe e deixe descansar por 5 minutos.
A ficha do bicho
Nome comum: Tartaruga-da-amazônia
Nome científico: Podocnemis expansa
Onde vive: Norte e Centro-Oeste do Brasil, Colômbia
Quanto mede: Até 107 cm de carapaça
O que come: Vegetais, mas em cativeiro come peixe
Filhotes: 63 a 136 ovos que enterra na areia
Decorativo
Além de útil, o alho também é decorativo. Para plantá-lo, separe os
dentes um a um e enterre na terra bem fofa e adubada, mantendo entre
eles uma distância de uns 6 cm. Em vasos, não plante mais de 2 ou 3
dentes. A planta leva de 4 a 8 meses para desenvolver e não exige regas
freqüentes. Colha quando as folhinhas começarem a secar. Retire o
bulbo, deixe secar um pouco ao ar livre e depois pendure em lugar
fresco e seco.
Amuleto
Não é todo mundo que acredita, mas o alho se difundiu também como
um fetiche poderoso. Segundo os mais supersticiosos, ele afasta mausolhados e energias negativas.
Fonte: Essencial - Um guia prático para a saúde e beleza.
Há centenas de anos, índios, caboclos e recentemente também os
restaurantes de Belém e de Manaus passaram a consumir essa tartaruga,
cuja carne é famosa. A caça de dezenas de milhares desses bichos não seria
grave, porque numa postura cada fêmea bota mais de cem ovos. O problema
é que, além de capturar a tartaruga, há quem roube os ovos, para fazer
“manteiga de tartaruga” e eles são usados também na indústria de
cosméticos.
O resultado dessa “guerra” contra a tartaruga foi que o animal se tornou
raro. Para evitar a extinção, o Centro Nacional de Quelônios da Amazônia
pegou ovos no Rio Araguaia, tartarugas pequenas e adultas e pediu para
os cientistas estudarem como salvar o bicho.
O Zoológico de São Paulo foi uma das instituições que recebeu os
ovos, chocou em incubadeira, verificou peso, crescimento e comportamento
das tartaruguinhas. O trabalho mostrou que, ao contrário da natureza, onde
a maior parte dos filhotinhos são mortos por peixes, jacarés e gaviões, em
cativeiro todas as tartaruguinhas conseguem crescer e chegar à fase adulta.
Com base nos estudos, o lbama autorizou a criação em cativeiro, para
garantir matéria-prima para os pratos finos dos restaurantes e também
adultos saudáveis para repovoamento.
Fonte: 100 Animais Brasileiros publicados no Estadão de Luiz Roberto
de Souza Queiroz.
Peregrino
9
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2005
A casa 12 – dos 66 aos 72 anos e a descoberta da espiritualidade
Da noite para o dia, do inverno
para a primavera, o ciclo da
natureza se renova. O ser humano
tem essa capacidade, mas precisa
saber como despertá-la.
Mestre Liu
Neste mês completamos a série
de artigos sobre a viagem que todo
ser humano faz pelas doze casas do
Zodíaco, cada uma trazendo uma
experiência necessária para nosso
crescimento e evolução como seres
materiais e espirituais que somos.
Assim, aos 66 anos chegamos à
última casa, a casa de Peixes, que
tem Júpiter como regente para os
assuntos da vida cotidiana e
Netuno, que cuida de nosso
desenvolvimento espiritual.
No artigo anterior vimos como
por doze anos, dos 54 até aos 66
anos, estivemos sob o comando de
Saturno, regente das casas
anteriores de Capricórnio e Aquário.
Nesta idade Saturno tanto pode nos
levar ao enrijecimento das
articulações e à cristalização das
emoções, atitudes e pensamentos,
o que seria uma lástima, como pode
nos ensinar preciosas lições de duas
ordens. A primeira delas, e a mais
imediata e visível, nos desperta para
o cuidado com o corpo físico,
treinando-o para não perder a
elasticidade, a flexibilidade, já que a
rigidez de qualquer ordem lembra a
morte. A outra se dá num nível
psicológico e nos leva a descobrir o
valor da economia da energia vital,
não a gastando inutilmente com
emoções negativas e destruidoras,
o que se consegue pelo cultivo da
serenidade. Tendo aprendido estas
lições podemos passar à etapa
seguinte, para a casa de Peixes,
Júpiter e Netuno, os últimos no
Zodíaco. Vejamos agora que
contraste entre o que vemos no
nosso cotidiano e o plano que
Espírito e a Natureza fizeram para nós
seres humanos!
Muitas e muitas vezes ouço uma
opinião consagrada e repetida até a
exaustão por quem está chegando
ou já passou dos quarenta anos:
quando chegamos nos “entas”
estamos fadados ao declínio, à
doença, à rigidez e a morte nos
espreita sorrateira. Não deixa de ser
uma verdade, nascida do senso
comum, da observação do que se
passa na vida. Mestre Liu, mestre
taoísta de Tai Chi, dizia que aos
quarenta anos somos metade
homem, metade fantasma, referindose à perda gradual da energia vital.
No entanto, vejamos agora o que
nos diz o sistema zodiacal, que
coincide maravilhosamente com as
palavras do Mestre citadas acima.
Aos 66 anos chegamos à casa
de Peixes, signo mutável de água. A
palavra mutável encerra em si a idéia
de flexibilidade, adaptação, mudança
de um estado a outro, direcionamento ao aprendizado, à
percepção, à relativização e
principalmente ao amor. Por ser um
signo de água, ocupa-se com os
sentimentos, as emoções. O eixo da
existência, isto é, a eterna dicotomia
entre o mundo espiritual, o ser, e o
mundo material, o ter, é representado
respectivamente por Peixes e seu
signo complementar Virgem.
Peixes é regido por Júpiter, que
por sua vez também rege Sagitário.
Em Sagitário Júpiter ensinou-nos a
ter pensamentos próprios, estabelecer uma filosofia de vida,
baseada muito mais em nossa
experiência diária do que nos livros
e, principalmente, a emprestar um
significado, um propósito a estas
experiências, a perceber que tudo o
que nos acontece é de nossa inteira
responsabilidade, porque reflete
nosso mundo interno. Agora em
Peixes, Júpiter precisa completar sua
tarefa, tem outras coisas a nos
ensinar.
Júpiter pertence à categoria dos
planetas de contato, e por isso
mesmo, é mutável, portanto, flexível,
adaptável, amoroso. Representa as
funções do lado direito do cérebro,
o lado Yin, para não dizer feminino,
o que poderia introduzir um juízo de
valor: criatividade artística,
habilidade visual e para os sons,
idéias, imaginação, orientação
espacial, intuição, holismo, visão do
todo. São estas três últimas funções
que entram em funcionamento em
Peixes. Elas nos capacitam a
perceber a dimensão espiritual da
vida.
Quando eu era mocinha, na volta
para casa, passava muitas vezes pela
Igreja São Benedito já ao entardecer,
na hora da missa da tarde. Os fiéis,
que não eram numerosos e
acompanhavam a cerimônia com
rezas, ladainhas e cânticos,
chamavam-me a atenção: algumas
senhoras e uns poucos senhores,
bem entrados em anos. Aquilo me
constrangia e agoniava profundamente, porque, do alto da minha
sabedoria e experiência dos dezoito
anos, achava que o que os movia
para a religiosidade era o medo da
morte. Hoje, percebo que esta
dimensão espiritual é parte inerente
da evolução do ser humano e
alcançá-la é a finalidade da vida.
Como conseqüência natural, o medo
da morte desaparece porque
estaremos cultivando a vida.
O outro regente de Peixes é
Netuno, também um planeta de
contato, portanto mutável, além de
ser um planeta transpessoal, da
mesma categoria daqueles três que
dirigem nossa evolução no planeta
Terra: Urano, Netuno e Plutão. Não
vou me estender na análise de
Netuno, o que farei nos artigos
seguintes. O que nos importa agora
é percebermos que estamos no
âmbito da mutabilidade, da
flexibilidade. Justamente no último
signo do Zodíaco, na casa 12 que
nos remete à velhice física, a lição a
aprender é a flexibilidade: do corpo
físico, das emoções e sentimentos,
dos contatos, dos pensamentos, das
idéias. Não devemos nos esquecer
que Jesus diz que “quem não se
tornar criança não entra no Reino
dos Céus”. Há alguém mais flexível
do que uma criança?
Acabando de viver a casa de
Peixes dos 66 aos 72 anos, se
estivermos flexíveis, não esperamos
morrer assim tão jovens! Re-
começaremos a caminhada pelo
Zodíaco, vivendo outra vez as
experiências da casa 1, casa de
Áries. Como todos sabem, o ano
astrológico começa dia 21 de março,
que marca a entrada da primavera
do hemisfério norte. Com Áries
comemoramos a chegada de um
novo recomeço. Se tivermos
aprendido as lições de flexibilidade
de Peixes, poderemos ter certeza de
que para nós também começará um
novo tempo de despertar primaveril,
como assegura Mestre Liu, com a
experiência de quem havia trabalhado uma vida inteira para ter
flexibilidade no corpo e serenidade
no coração.
Colaboração: Regina Martins
Astrologia para o
Autoconhecimento
Tel.: (16) 3023 2187
Peregrino
10
Informação, Cultura e Livre Expressão
A Gramática do Esperanto
Alfabeto e Pronúncia
No alfabeto do Esperanto há 28
letras, sendo que todas têm um
único som.
letras iguais são pronunciadas
distintamente - guu(djú-u),
dommastro(dom-más-tro).
Vogais - São ao todo cinco: a, e, i,
o, u - que se pronunciam: á, ê, i, ô,
u.
Deve-se tomar cuidado para não
se dizer o “o” e “e” finais como
“u” ou “i”, pois isso confundiria
o significado de muitas palavras
em Esperanto.
Acentuação e ditongos
Todas as palavras em Esperanto
são paroxítonas - leciono (le-tsiô-no), cevalo (tche-vá-lo).
Consoantes - b, d, f, k, l, m, n, p, t,
v, z são pronunciadas como no
português. Mas:
Alfabeto - As 28 letras do alfabeto
do esperanto e seus nomes são:
A, B (bo), C (tsô), C (tchô), D (dô),
E (ê), F (fô), G (go), G (djô), H
(hô), H (hô), I, J (iô), J (jô), K
(kô), L (lô), M (mô), N (nô), O (ô),
P (pô), R (rô), S (sô), S (chô), T
(tô), U, U (uô), V (vô), Z (zô).
c - pronuncia-se como o “ts” de
“tsar”;
j - tem um som de “i” breve como
em “pai, lei”.
g - é sempre gutural como em
“gato”.
h - é sempre aspirado como na
palavra inglesa “house”.
r - tem um som fraco com em
“caro”.
s - é sempre forte e sibilante como
em “sapo, assim”.
Consoantes com sinais - Existem
6 consoantes em Esperanto que
têm sinais diacríticos:
c - pronuncia-se “tch”, como em
“atchim”;
g - pronuncia-se “dj”, como em
“adjetivo, adjunto”;
h - é fortemente aspirado como
em “mujer” do espanhol;
j- é como o nosso “j” de “janela”;
s - tem o som de “ch”, como em
“chá”;
u - tem o som de “u” breve como
em “pau, mau, saudade”.
Nasalização e fonética - Em
Esperanto, não há sons
nasalizados. A cada letra
corresponde um único som e viceversa. Em Esperanto, não há
letras mudas, nem encontros
consonantais. Quando aparecem,
Há tantas sílabas em esperanto,
quanto as vogais existentes em
cada palavra.
Obs.: As letras entre parênteses
representam o som.
Fontes: Esperanto para um
mundo moderno – Adonis
Saliba e, Esperato sem mestre
– Francisco Valdomiro Lorenz
Com as 16 regras fundamentais
do Esperanto (edição anterior do
Peregrino), mais o alfabeto e a
pronúncia, finalizamos nossa
introdução à gramática do
Esperanto. Lembramos que em
nosso site:
w w w. j p e r e g r i n o . c o m . b r ,
disponibilizamos dicionários,
gramáticas, livros e cursos, que
podem ser gratuitamente
copiados através da opção
“downloads”. Ainda assim,
convidamos nossos leitores
interessados em aprender o
Esperanto que procurem os
cursos existentes em sua cidade,
ou, os disponíveis na internet
(veja os endereços na página de
“links” do Peregrino).
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2005
MANJERONA - Origanum majorana
Esta é mais uma das plantas com
que as pessoas fazem a maior
confusão. Muitos até falam em seu
nome, mas poucos conhecem
realmente a manjerona, principalmente a planta viva. Provavelmente
pela semelhança entre os nomes de
manjericão, manjerona e pela
semelhança entre as plantas de
orégano e manjerona, esta acabou
perdendo praticamente a sua
identidade para os brasileiros. Planta
rasteira, que atinge 20 a 30 cm de
altura, com folhas pequenas e
aveludadas, de coloração prateada,
muito aromática, parecendo até
mesmo um perfume francês. Mas
existem algumas variedades,
principalmente as selvagens, que
podem atingir até 1 metro de altura.
Nos países de clima quente esta
plantinha pode ser perene, mas em
climas frios ela tem de ser semeada
anualmente, pois não resiste ao frio
intenso. Para os gregos antigos era
considerada símbolo da felicidade,
tanto é que o significado do termo
origanum em grego é felicidade das
montanhas.
O princípio ativo mais importante
da manjerona é o óleo essencial, que
pode ser encontrado em uma
concentração de até 1 % do peso
seco. Na sua composição encontrase o metil-cravicol, cineol, eugenol,
e terpineol. Este óleo é empregado
na industria de perfumes, de bebidas
e de alimentícios. Dependendo de
sua aplicação colhem-se os ramos
para a destilação sem as flores, ou
floridos.
A manjerona é utilizada como
antiespasmódica, em casos de
resfriados, dilatação do estômago e
de insônia. No caso de resfriados
recomenda-se fazer inalação várias
vezes ao dia, e tomar o chá logo
após. Em casos de digestão difícil
recomenda-se tomar o chá após as
refeições. Pode-se enriquecer o chá
com tomilho e hortelã.
A manjerona é uma erva
condimentar pouco conhecida e
utilizada pela população brasileira.
Poucos são os que conhecem os
seus segredos, e sabem como extrair
o máximo de suas qualidades
aromáticas. De forte sabor e aroma
adocicado não é do agrado de
muitas pessoas, sendo que a maioria
diz que parece que foi colocado
perfume na comida. Mas isto é
devido ao exagero. Como é uma erva
muito aromática, deve ser consumida com muita moderação. Esta
erva pode ser utilizada em vários
pratos, como carnes vermelhas,
frango, peixes, molhos de tomate,
pizzas e qualquer tipo de massa
italiana. Pode-se preparar vinagres
e óleos aromáticos, além de ser
utilizadas em patês, omeletes e
alguns tipos de saladas, como grãode-bico.
Ademar Menezes Jr
Eng. Agrônomo – Especializado
em Plantas Medicinais
[email protected]
Peregrino
11
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2005
Leitura
Universo Holográfico – Marcos Torrigo
Neste livro o autor - que é
colaborador da revista Sexto Sentido
- um eterno buscador de novos
paradigmas, recorre ao cyberpunk,
à cibercultura, ao xamanismo e à
inteligência artificial para mostrar
que a evolução humana unida à
tecnologia provoca de um lado a
destruição das culturas e padronização dos comportamentos, e do
outro, possibilita a diversidade
cultural que pode criar de fato um
mundo novo para todos os seres
vivos deste planeta.
Grupo Editorial Madras
Tel.: (11) 6959 1127 - Fax.: (11) 6959
3090
www.madras.com.br
Assistência de Enfermagem Materno-Infantil –
Nívea Cristina Moreira Santos
Destinada a alunos dos cursos
profissionalizantes de enfermagem,
auxiliares e técnicos, bem como a
estudantes de nível superior, esta
obra destaca a importância da
enfermagem no dia-a-dia do processo materno-infantil. Aborda de
maneira objetiva, direta e coesiva
desde a revisão anatômica e fisiológica do aparelho reprodutor até
os primeiros cuidados ao recémnascido.
Iátria
Tel.: (11) 295 3066 / Fax: (11) 6197
4060
www.iatria.com.br
Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto
No mês de Dezembro/2004, o Peregrino fez a doação de parte dos livros recebidos em 2.004 para a Penitenciária que está
formando uma biblioteca. Aproveitamos a oportunidade para agradecer as Editoras Madras, Petit, Mercuryo, Érica, Butterfly e
Iátria por nos ter proporcionado esta doação e, convidamos os leitores que dispuserem de livros (em boas condições), para que
façam sua doação.
Os demais livros recebidos, serão como de costume doados às Bibliotecas Padre Euclides e Altino Arantes.
PINTOR
Claude Monet – (1840 –
1926), pintor francês, tido
muitas vezes como o maior
expoente do impressionismo. Um de seus
quadros, Impressão:
Alvorecer (1872), deu
nome ao movimento.
Depois de um período de
grandes dificuldades
financeiras, começou a
Vista de Saint Adresse, 1866
obter relativo sucesso. Em
1883, fixou-se em Giverny, onde construiu um lago para ninféias, que
serviu de inspiração para uma série de Ninféias. A partir de 1870, restringiu
sua temática quase completamente às paisagens e desenvolveu diversas
possibilidades de harmonia das
cores em variadas condições de
luz. Entre as obras mais famosas
desta época estão a série da
catedral de Rouen, pintada em
diferentes horas do dia, com
luminosidades variadas (1892 –
4), e os quadros sobre temas
aquáticos, que prepararam o
caminho para o conjunto de
murais que realizou no Museu de
l’Orangerie, no final da vida.
Monet, Lago de lírios,1899
DOE LIVROS À BIBLIOTECA
DE SUA CIDADE
Peregrino
12
Informação, Cultura e Livre Expressão
Para anunciar ligue
621 9225
9992 3408
Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2005
Antes que elas cresçam
Há um período em que os pais vão ficando órfãos
de seus próprios filhos.
É que as crianças crescem independentes de nós,
como árvores tagarelas e pássaros
estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes
com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira,
crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem
uma frase com tal maneira que você
sente que não pode mais trocar as fraldas daquela
criatura.
Onde é que andou crescendo aquela danadinha
que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de
aniversário com palhaços e o
primeiro uniforme do maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência
orgânica e desobediência civil. E
você está agora ali, na porta da discoteca,
esperando que ela não apenas cresça, mas
apareça...
Ali estão muitos pais ao volante, esperando que
eles saiam esfuziantes e cabelos longos,
soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas,
lá estão nossos filhos com uniforme de
sua geração.
Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar,
apesar dos golpes dos ventos, das
colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.
E eles crescem meio amestrados, observando e
aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros que esperamos que
não se repitam.
Há um período em que os pais vão ficando um
pouco órfãos dos filhos.
Não mais os pegaremos nas portas das discotecas
e das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e
do judô.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante
de suas próprias vidas.
Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer
para ouvirmos sua alma respirando
conversas e confidências entre os lençóis da
infância, e os adolescentes cobertores
daquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas
coloridas e discos ensurdecedores.
Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao
shopping, não lhes demos suficientes
hambúrgueses e refrigerantes, não lhes compramos
todos os sorvetes e roupas que
gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o
nosso afeto.
No princípio iam à casa de praia entre embrulhos,
bolachas, engarrafamentos, natais,
páscoas, piscinas e amiguinhos.
Sim havia as brigas dentro do carro, a disputa pela
janela, os pedidos de chicletes e
cantorias sem fim.
Depois chegou o tempo em que viajar com os pais
começou a ser um esforço, um
sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os
primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a
solidão que sempre desejaram, mas, de
repente, morriam de saudades daquelas “pestes”.
Chega o momento em que só nos resta
ficar de longe torcendo e rezando muito para que
eles acertem nas escolhas em busca da
felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo
possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar
netos.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não
exercido nos próprios filhos e que não
pode morrer conosco.
Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem
tão incontrolável carinho.
Os netos são a última oportunidade de reeditar o
nosso afeto.
Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais,
antes.
Affonso Romano de Sant’Anna
Curso de Florais de Bach - Início: Março
Objetivos do curso: Promover um conhecimento das essências dos Florais de Bach.
Trabalharemos as essências dos sete grupos dos Florais de Bach, através de teoria e de estudos de casos,
estabelecendo similaridades e diferenças de forma a facilitar a prática terapêutica.
Facilitadora: Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz - BFRP
Practitioner pela Dr. Edward Bach Foundation, Escritora, Poetisa e Contadora de Estórias, Pesquisadora de
Mitos e Contos de fadas.
Informações: (16) 621 8407 / 621 9225
PEREGRINO - EDIÇÕES DE 2.004
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