Humanismo Secular

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Humanismo Secular
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Humanismo Secular
O Que É Humanismo Secular.
Humanismo Secular é um termo que vem sendo usado nos últimos trinta anos para descrever uma visão do mundo
com os seguintes elementos e princípios:
- Uma convicção de que dogmas, ideologias e tradições, sejam religiosas, políticas ou sociais, devam ser consideradas e
testadas individualmente e não aceitas pela fé.
- Um compromisso com o uso da razão crítica, da evidência factual e dos métodos científicos em substituição à fé e ao
misticismo, na procura das soluções dos problemas humanos e nas respostas às importantes questões humanas.
- Uma preocupação prioritária com a realização, crescimento e criatividade tanto para o indivíduo como para a
humanidade em geral.
- Uma constante busca pela verdade objetiva, dentro do entendimento que novos conhecimentos e a experiência,
constantemente, alteram nossa percepção imperfeita dessa verdade.
- Uma preocupação com essa vida e um compromisso de fazê-la significativa através de uma melhor autocompreensão, da compreensão de nossa história, nossas realizações culturais e artísticas e da perspectivas daqueles que
diferem de nós.
- Uma procura por principios viáveis, individuais, sociais e políticos de conduta ética, considerando-os por sua
capacidade de elevar o bem-estar humano e as responsabilidade individuais.
- Uma convicção de que através da razão, um mercado aberto de idéias, boa vontade e tolerância, pode-se obter a
realização de progressos na construção de um mundo melhor para nós e nossos filhos.
Humanismo Secular X Religião e X Sobrenatural?
O Humanismo Secular aceita uma visão do mundo ou filosofia denominada naturalismo, na qual as leis físicas do
universo não são suplantadas por entidades não-materiais ou sobrenaturais tais como demônios, deuses, ou outros seres
"espirituais" fora do reino do universo natural. Eventos sobrenaturais tais como milagres (no qual as leis físicas são
afrontadas) e fenômenos psiquicos, tais como PES, telecinética, etc., não são descartados automaticamente, mas são
vistos com um alto grau de ceticismo.
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Os Humanistas Seculares São Ateístas?
Os Humanistas Seculares tipicamente se auto descrevem com ateístas (sem uma crença em um deus e muito cético
sobre a possibilidade) ou agnósticos (sem uma crença em um deus e incertos sobre a possibilidade) .
Os Humanistas Seculares provém de um amplo espectro de experiências filosóficas e religiosas, variando desde
fundamentalismo cristão até sistemas liberais de crença e para o ateísmo vitalício.
Alguns alcançaram uma posição secular humanista confortável após um período de deísmo. Deístas são aqueles que
expressam o sentimento místico ou vago de que uma inteligência criativa pode estar, ou esteve em algum tempo, ligada
ao universo ou envolvida em sua criação, mas no presente não existe mais ou não está mais preocupada com sua
operação.
Os Humanistas Seculares não contam com deuses ou outras forças sobrenaturais para solucionar seus problemas ou
obter orientação para sua conduta. Eles contam por sua vez com a aplicação da razão, das lições da história, e das
experiências pessoais para formar um alicerce ético/moral e para criar sentido na vida. Os Humanistas Seculares
encaram a metodologia científica como a mais confiável fonte de informação sobre o que é factual ou verdadeiro em
relação ao universo que todos compartilhamos, reconhecendo que as novas descobertas irão sempre alterar e expandir
nossa compreensão sobre esse mesmo universo e talvez mudar nosso entendimento, inclusive, para questões éticas.
Qual É A Origem do Humanismo Secular?
O Humanismo Secular, como um sistema filosófico organizado, é relativamente novo, mas seus fundamentos podem ser
encontrados nas idéias dos filósofos clássicos Gregos tais como os Estóicos e Epicuristas bem como também no
Confucionismo chinês. Estas visões filosóficas procuram mais pelos seres humanos do que pelos deuses para solucionar
os problemas humanos.
Durante a Era do Obscurantismo da Europa Ocidental, as filosofias humanistas eram reprimidas pelo poder político da
igreja. Aqueles que ousavam expressar pontos de vista em oposição aos dogmas religiosos predominantes eram banidos
torturados ou executados. Somente com o Renascimento, dos séculos quatorze ao dezessete, com o florescimento da
arte, música, literatura, filosofia e exploração pôde a consideração da alternativa humanista ser permitida em contraparida a
uma existência centrada em Deus. Durante o Iluminismo do século dezoito, com o desenvolvimento da ciência, os
filósofos finalmente começaram a criticar abertamente a autoridade da igreja e engajar-se no que se tornou conhecido
como "livre pensamento".
O movimento do Livre-Pensamento do século dezenove da América e Europa Ocidental finalmente tornou possível para
o cidadão comum rejeitar a fé cega e a superstição sem o risco de perseguição. A influência da ciência e da tecnologia,
juntamente com os desafios à ortodoxia religiosa por celebridades tais como Mark Twain e Rober G. Ingersoll trouxe
elementos da filosofia humanista até mesmo para as principais igrejas Cristãs, que tornaram-se mais preocupadas com
esse mundo e menos com o próximo.
No século vinte cientistas, filósofos e teólogos progressistas iniciaram a organizar um esforço para promover a alternativa
humanista para as visões do mundo baseadas na fé tradicional. Estes primeiros organizadores classificaram o
humanismo como uma religião não-teísta que preencheria a necessidade humana de um sistema ético/filosófico ordenado
para guiar a vida, uma "espiritualidade" sem o sobrenatural. Nos últimos trinta anos, aqueles que rejeitam o
supranaturalismo como um perfil filosófico viável adotaram o termo " humanismo secular" para descrever sua atitude de
vida não-religiosa.
Os críticos tentam frequentemente classificar o humanismo secular como uma religião.Todavia, o Humanismo Secular
carece das características essenciais de uma religião, incluindo a crença em uma divindade e a consequente ordem
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transcendental. Os Humanistas Seculares sustentam que as questões relativas à ética, condutas sociais e legais
apropriadas e as metodologias da ciência são filosóficas e não fazem parte do domínio da religião, que lida com o
sobrenatural, místico e transcendental.
O humanismo Secular, então, é uma filosofia e visão do mundo centrada nas preocupações humanas e emprega
métodos racionais e científicos para lidar com o amplo espectro de questões importantes para todos nós. Enquanto o
humanismo secular está em desacordo com sistemas religiosos baseados na fé em muitas questões, ele está
dedicado à realização do indivíduo e da humanidade em geral. Para atingir esse objetivo, o humanismo secular estimula um
compromisso com um conjunto de princípios que promovem o desenvolvimento da tolerância e compaixão e o
entendimento dos métodos da ciência, análise crítica e reflexão filosófica.
Declaração Humanista Secular
Emitida em 1980
The Council for Democratic and Secular Humanism
(hoje Council for Secular Humanism )
Conteúdo
- Introdução
- Livre Investigação
- Separação entre Igreja e Estado
- O Ideal de Liberdade
- Ética Baseada em Inteligência Crítica
- Educação Moral
- Ceticismo Religiosos
- Razão
- Ciência e Tecnologia
- Evolução
- Educação
- Conclusão
1- introdução
O Humanismo Secular é uma força vital no mundo contemporâneo. Está, atualmente, sob injustificado e desmedido
ataque de várias direções. Esta declaração defende apenas o humanismo secular que é explicitamente comprometido
com a democracia. Ele se opõe a todas as variedades de crenças que buscam ratificação sobrenatural para seus valores
ou patrocinam o domínio pela ditadura.
O Humanismo Secular Democrático tem sido uma poderosa força na cultura mundial. Seus ideais podem ser rastreados
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nos filósofos, cientistas, e poetas da Grécia clássica e de Roma, na antiga sociedade Confusiana chinesa, no
movimento Carvaka da Índia, e em outras distinguidas tradições morais e intelectuais. O secularismo e o humanismo
foram eclipsados na Europa durante a Era do Obscurantismo, quando a piedade religiosa corroeu a confiança da
humanidade nos seus próprios poderes para solucionar os problemas humanos. Eles reapareceram com força durante o
Renascimento, com a reafirmação dos valores humanistas seculares na literatura e nas artes e novamente nos séculos
dezesseis e dezessete com o desenvolvimento da ciência moderna e a visão naturalista do universo e sua influência
pode ser encontrada no século dezoito na Idade da Razão e do Iluminismo.
O Humanismo Secular Democrático floresceu, criativamente, nos tempos modernos com o crescimento da liberdade e
da democracia. Incontáveis milhões de pessoas de opinião tem abraçado os ideais humanistas seculares, levado vidas
significativas e contribuído para a construção de um mundo mais democrático e humano. A perspectiva do moderno
humanista secular tem conduzido à aplicação da ciência e da tecnologia para o melhoramento das condições humanas. Isto
tem tido um efeito na redução da pobreza, sofrimento e doenças em várias partes do mundo, quer seja na extensão da
longevidade, na melhoria do transporte e da comunicação e tornando possível uma vida melhor para mais e mais
pessoas. Ela conduziu a emancipação de milhões de pessoas do exercício da fé cega e dos medos da superstição e tem
contribuído para a educação e enriquecimento de suas vidas.
O Humanismo Secular tem provido aos humanos o ímpeto para resolver seus problemas com inteligência e
perseverança, para conquistar fronteiras geográficas e sociais e para estender o campo da exploração humana e da
aventura. Lamentavelmente, estamos hoje diante de uma variedade de tendências anti-seculares: o reaparecimento de
religiões dogmáticas autoritárias; fundamentalismo, literalismo, e Cristianismo doutrinário; um crescimento veloz de
um intransigente clericalismo Muçulmano no Oriente Médio; a reafirmação da autoridade ortodoxa pela hierarquia papal
Católica Romana; Judaísmo nacionalista religioso; e a reversão para o obscurantismo na Ásia.
Novos cultos do irracional bem como bizarras crenças paranormais e ocultas, tais como crença na astrologia, reencarnação
e os alegados misteriosos poderes da mente estão crescendo em muitas sociedades Ocidentais. Estes
desenvolvimentos confusos seguem na onda do surgimento, no início do século vinte, de intoleráveis movimentos
messiânicos e totalitários, quasi-religiosos, tais como o fascismo e o comunismo. Estes ativistas religiosos, não só são
responsáveis pela maior parte do terror e violência no mundo de hoje, mas se colocam como obstáculo para as
soluções dos mais sérios problemas do mundo.
Paradoxalmente, alguns críticos do humanismo secular afirmam que ele é uma filosofia perigosa. Alguns defendem que
ela é "moralmente corruptora" porque está comprometida com a liberdade individual, outros que ela fecha os olhos
sobre a "injustiça" porque defende o devido processo democrático. Nós, que defendemos o humanismo secular
democrático, renegamos estes ataques que são baseados em mal-entendidos e más interpretações, e nos esforçamos
para delinear um conjunto de princípios que a maioria de nós compartilha.
O Humanismo Secular não é um dogma ou credo. Existe uma gama larga de opiniões diferentes entre os humanistas
seculares, em muitas questões. No entanto, existe um consenso livre com relação a várias proposições. Nós estamos
apreensivos quanto a civilização moderna estar ameaçada por forças antitéticas à razão, democracia e liberdade. Muitos
crentes religiosos irão, sem dúvida, compartilhar conosco em muitos valores humanistas seculares e democráticos e
nos saudamos sua união conosco, na defesa desses ideais.
2- Livre Investigação
O primeiro princípio do humanismo secular democrático é o compromisso com a livre investigação. Nós nos opomos a
qualquer tirania sobre a mente do homem, qualquer ação por instituições eclesiásticas, políticas, ideológicas ou sociais para
acorrentar o livre pensamento.
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No passado, essas tiranias foram direcionadas por igrejas e estados na tentativa de reforçar os éditos de fanáticos
religiosos. Na longa contenda na história da idéias, instituições estabelecidas, tanto públicas como privadas, tem tentado
censurar a investigação, para impor crenças e valores ortodoxos e para excomungar heréticos e extirpar incrédulos. Hoje,
a luta pela livre investigação assumiu novas formas. Ideologias sectárias transformaram-se nas novas teologias que
usam partidos políticos e governos na sua missão de esmagar as opiniões dissidentes.
A Livre Investigação transfere o reconhecimento integral das liberdades civís a quem a busca, isto é, uma imprensa livre,
liberdade de comunicação, o direito de organizar partidos de oposição e se associar voluntariamente a associações, a
liberdade para cultivar e publicar os frutos da liberdade científica, filosófica, artística, literária, moral e religiosa. A Livre
Investigação requer que toleremos a diversidade de opiniões e que respeitemos o direito dos indivíduos expressar suas
crenças, quão impopular elas possam ser, sem proibições sociais ou legais ou medo de sanções.
Embora possamos tolerar pontos de vista contrastantes, isto não significa que eles são imunes a exame crítico. A
premissa orientadora daqueles que acreditam na livre investigação é que a verdade é mais facilmente descoberta se
existe oportunidade para a troca de opiniões contrárias; o processo de intercâmbio é frequentemente tão importante
quanto o resultado. Isto se aplica não somente à ciência mas também ao dia-a-dia, à política, economia, moralidade e
religião.
3- Separação Entre Igreja e Estado
Em razão de seu compromisso com a liberdade, o humanismo secular acredita no princípio da separação entre a igreja e o
estado. As lições da história são claras: Por toda a parte onde uma religião ou ideologia é estabelecida e recebe uma posição
dominante no estado, as opiniões minoritárias estão comprometidas.
Uma sociedade democrática aberta e pluralista permite que todos os pontos de vista sejam ouvidos. Qualquer atitude
para impor uma concepção exclusiva da Verdade, Religiosidade, Virtude, ou Justiça sobre o todo da sociedade é uma
violação da livre investigação. Autoridades clericais não podem ter permissão de legislar suas próprias visões paroquiais sejam morais, filosóficas, políticas, educacionais ou sociais - sobre o resto da sociedade.
Receitas de taxas não podem ser exigidas para o benefício ou suporte de instituições religiosas sectárias. Indivíduos e
associações voluntárias devem ser livres para aceitar ou não aceitar qualquer crença e para sustentar essas convicções
com quaisquer recursos que possam ter, sem serem compelidos, por taxação, a contribuir para esses cultos religiosos
com os quais eles não concordam.
Similarmente as propriedades da igreja devem compartilhar com a sua parte nas receitas públicas e não devem ser
isentas da taxação. Juramentos compulsórios e orações nas instituições públicas (políticas ou educacionais) são também uma
violação do princípio da separação. Hoje em dia, religiões teístas como não-teístas competem por atenção.
Lamentavelmente, em países comunistas o poder do estado está sendo usado para impor uma doutrina ideológica na
sociedade, sem tolerar a expressão da divergência ou visões heréticas. Aqui, vemos uma versão secular moderna de
violação do princípio da separação.
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4- O Ideal de Liberdade
Existem muitas formas de totalitarismo no mundo moderno - secular e não-secular - nós nos opomos vigorosamente a
todas elas. Como secularistas democráticos nós, consistentemente, defendemos o ideal de liberdade, dos interesses
eclesiásticos, políticos e econômicos que buscam reprimi-los, não somente liberdade de consciência e crença, mas a
genuína liberdade política, a tomada de decisão democrática baseada no poder da maioria e o respeito pelos direitos das
minorias e o cumprimento da lei.
Defendemos não somente a liberdade de controles religiosos mas também a liberdade de controles governamentais
jingoístas. Somos a favor da defesa dos direitos humanos básicos, incluindo o direito de proteger a vida, liberdade e a
busca da felicidade.
Na nossa visão, uma sociedade livre deve também estimular algumas medidas de liberdade econômica, submetendo
apenas restrições onde for necessário ao interesse público. Isto significa que indivíduos e grupos devem estar aptos a
competir no mercado, organizar sindicatos livres de comércio e desenvolver suas ocupações e negócios sem interferência
indevida através de controle político centralizado.
O direito à propriedade privada é um direito humano sem o qual os outros direitos perdem o valor. Quando for
necessário limitar qualquer desses direitos em uma democracia, a limitação deve ser justificada em termos de sua
consequencia na consolidação da completa estrutura de direitos humanos.
5- Ética Baseada em Inteligência Crítica
A visão moral do humanismo secular tem sido submetida à crítica por religiosos teístas fundamentalistas. O humanismo
secular reconhece o papel central da moralidade na vida humana; na verdade a ética foi desenvolvida como um ramo
do conhecimento humano muito antes dos religiosos proclamarem seus sistemas morais baseados na autoridade divina.
O campo da ética possui uma distinguida lista de pensadores que contribuíram para o seu desenvolvimento: Desde
Sócrates, Demócrito, Aristóteles, Epicuro, até Spinoza, Erasmo, Hume, Voltaire, Kant, Bentham, Mill, G.E. Moore, Bertrand
Russel, John Dewey, e outros.
Existe uma uma tradição influente filosófica que sustenta que a ética é um campo autônomo de investigação e que os
julgamentos éticos podem ser formulados independentemente de religião revelada e de que os seres humanos podem
cultivar razão prática e sabedoria e por sua aplicação alcançar vidas de virtude e excelência. Além disso os filósofos tem
enfatizado a necessidade de cultivar o aprêço pelos requisitos da justiça social e pelas obrigações e responsabilidades
individuais perante os outros.
Assim, os secularistas negam que a moralidade precisa ser deduzida de crenças religiosas ou que aqueles que não
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abraçam uma doutrina religiosa são imorais. Para os humanistas seculares, a conduta ética é, ou deve ser, julgada pela
razão crítica, e seu objetivo é desenvolver indivíduos autônomos e responsáveis, capacitados a fazerem suas próprias
escolhas na vida, baseados num entendimento do comportamento humano. A Moralidade que não é baseada em Deus
não precisa ser anti-social, subjetiva ou promíscua, nem precisa conduzir à ruptura dos padrões morais.
Embora nós acreditemos na tolerância aos diversos estilos de vida e maneiras sociais, não achamos que sejam imunes à
crítica. Nem acreditamos que qualquer das igrejas deva impor suas visões de virtude moral e pecado, conduta sexual,
casamento, divórcio, controle da natalidade, ou aborto, ou legislá-los para o resto da sociedade. Como humanistas
seculares acreditamos na importância central do valor da felicidade humana aqui e agora. Somos opostos à moralidade
absoluta, todavia nós sustentamos que objetivos padrões imergem, e os valores e princípios éticos podem ser
descobertos no curso de uma deliberação ética.
A ética humanista secular sustenta que é possível aos seres humanos levarem vidas expressivas e saudáveis para si
próprios e a serviço de seus companheiros seres humanos, sem a necessidade de mandamentos religiosos ou de
benefícios dos clero. Existiram muitos distinguidos secularistas e humanistas que demonstraram princípios morais em
suas vidas pessoais e trabalho: Protagoras, Lucrecio, Epicuro, Spinoza, Hume,Thomas Paine, Diderot, Mark Twain,
George Eliot, John Stuart Mill, Ernest Renan, Charles Darwin, Thomas Edison, Clarence Darrow, Robert Ingersoll,
Gilbert Murray, Albert Schwietzer, Albert Einstein, Max Born, Margaret Sanger e Bertrand Russel entre outros.
6- Educação Moral
Acreditamos que o desenvolvimento moral deva ser cultivado nas crianças e nos adultos jovens. Nós não acreditamos que
qualquer seita, em particular, possa reivindicar valores importantes como de sua exclusiva propriedade; Portanto, é
dever da educação pública lidar com esses valores. Consequentemente apoiamos a educação moral nas escolas, que
seja direcionada para desenvolver o apreço pelas virtudes morais, inteligência e construção do caráter.
Desejamos incentivar, onde for possível, o crescimento da precaução moral e a capacidade da livre escolha e o
entendimento das consequências disso. Nós não achamos que seja moral batizar as crianças, confirmar os adolescentes
ou impor um credo religioso nos jovens antes deles estarem aptos a consentir. Embora as crianças devam aprender
sobre a história das práticas religiosas, suas mentes jovens não devem ser doutrinadas na fé antes delas serem
maduras o suficiente para avaliar os méritos para elas próprias.
Deve ser notado que o humanismo secular não é tanto uma moralidade específica quanto é um método para a
explicação e descoberta dos princípios morais racionais.
7- Ceticismo Religioso
Como humanistas seculares somos geralmente céticos sobre as alegações sobrenaturais, reconhecemos a importância da
experiência religiosa; aquela experiência que redireciona e dá sentido à vida dos seres humanos. Nós negamos,
entretanto, que tais experiências tenham alguma coisa com o sobrenatural. Nós duvidamos das visões tradicionais de
Deus e divindade. Interpretações simbólicas e mitológicas da religião, frequentemente, servem como racionalizações para uma
sofisticada minoria, conduzindo o grosso da humanidade a debater-se na confusão teológica.
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Nós consideramos que o universo seja um palco dinâmico para forças naturais que são mais efetivamente entendidas
através da investigação científica. Nós estamos sempre abertos para a descoberta de novas possibilidades e fenômenos na
natureza. Entretanto, nós consideramos que visões tradicionais da existência de Deus ou, são sem sentido, não foram
ainda demonstradas serem verdadeiras ou são tiranicamente exploradas.
Humanistas seculares podem ser agnósticos, ateístas, racionalistas ou céticos, mas eles consideram as evidências
insuficientes na afirmação de que existe um propósito divino para o universo. Eles rejeitam a idéia de que deus tenha
intervindo, miraculosamente, na história ou se revelado a uns poucos escolhidos ou que ele possa salvar ou redimir os
pecadores. Eles acreditam que os homens e mulheres são livres e são responsáveis por seu próprio destino e que não
podem olhar em direção a um ser transcendental para salvação. Nós rejeitamos a divindade de Jesus, a missão divina de
Moisés, Maomé e outros profetas e santos do dia das várias seitas e denominações.
Nós não aceitamos, como verdade, as interpretações literais do Velho e do Novo Testamento, do Corão, ou outro alegado
documento religioso sagrado, independente de quão possam ser importantes como literatura. As religiões são fenômenos
sociológicos penetrantes e os mitos religiosos tem persistido, longamente, na história humana. A despeito do fato que os
seres humanos tem considerado as religiões como forma de elevação e consolo, nós não consideramos que seus reclamos
teológicos sejam verdadeiros. As religiões tem feito contribuições tanto negativas como positivas para o desenvolvimento da
civilização humana.
Embora tenham ajudado a construir hospitais e escolas e, no seu melhor, terem estimulado o espírito do amor e
caridade, muitas causaram também sofrimento humano ao serem intolerantes com aqueles que não aceitaram seus
dogmas ou credos. Algumas religiões tem sido fanáticas e repressivas, estreitando as esperanças humanas, limitando
suas aspirações e precipitando guerras religiosas e violência. Enquanto as religiões ofereceram, sem dúvida, conforto
aos despojados e moribundos exibindo a promessa de uma vida imortal, elas também levantaram medo mórbido e pavor.
Nós não encontramos nenhuma evidência convincente de que exista uma "alma" separável ou que ela exista antes do
nascimento ou sobreviva à morte.
Nós temos portanto, que concluir que a vida ética pode ser vivida sem as ilusões da imortalidade ou reencarnação. Os
seres humanos podem desenvolver a autoconfiança necessária para o aperfeiçoamento das condições humanas e para
conduzir vidas produtivas e significativas.
8- Razão
Nós vemos com preocupação o ataque presente por não secularistas na razão e na ciência. Nós estamos comprometidos
com o uso dos métodos racionais de investigação, com a lógica e com a evidência no desenvolvimento de conhecimento
e no teste de comprovação da verdade das afirmações.
Desde que o seres humanos são propensos a erro, nós estamos abertos para a modificação de todos os princípios,
incluindo aqueles que governam as investigações, acreditando que eles estejam sempre precisando de constante correção.
Embora não tão ingênuos, para acreditar que a razão e a ciência podem facilmente resolver todos os problemas
humanos, nós, não obstante, sustentamos que elas podem produzir uma grande contribuição para o conhecimento humano
e podem ser de grande valor para a humanidade. Nós não conhecemos nenhum substituto melhor para o cultivo da
inteligência humana.
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9- Ciência e Tecnologia
Nós acreditamos que o método científico, embora imperfeito, é ainda o mais confiável meio de compreender o mundo.
Dai olhamos para as ciências natural, biológica, social e comportamentais para conhecimento do universo e do lugar do
homem dentro dele. A astronomia moderna e a física abriram excitantes novas dimensões do universo: elas permitiram à
humanidade explorar o universo através das viagens espaciais. A biologia as ciências sociais e comportamentais
expandiram nosso entendimento do comportamento humano.
Nós estamos assim, em princípio, em oposição a toda ação que objetive censurar ou limitar a pesquisa científica sem uma
razão prioritária para fazê-lo. Enquanto estamos alertas e nos opomos aos abusos da tecnologia mal aplicada e suas
possíveis consequencias danosas para a ecologia natural do ambiente humano, nós insistimos na resistência contra
atitudes impensadas para limitar os avanços tecnológicos ou científicos.
Nós apreciamos os enormes benefícios que a ciência e tecnologia (especialmente a pesquisa básica e aplicada) podem
trazer para a humanidade, mas também reconhecemos a necessidade de contrabalançar os avanços tecnológicos e
científicos com explorações culturais na arte, música e literatura.
10- Evolução
Hoje a teoria da evolução está novamente sobre ataque pesado dos fundamentalistas religiosos. Embora a teoria da
evolução não pode ser considerada como tendo alcançado sua formulação final, ou como um princípio infalível da ciência, é
não obstante, sustentada de forma impressionante pelas descobertas de muitas ciências.
Parecem existir algumas diferenças significantes entre os cientistas com relação à mecânica da evolução; todavia a evolução
das espécies é sustentada tão fortemente pelo peso da evidência que é difícil rejeitá-la. Consequentemente,
deploramos os esforços dos fundamentalistas ( especialmente nos Estados Unidos) de invadir as classes de aula de
ciência, exigindo que a teoria criacionista seja ensinada aos estudantes e requerendo que ela seja incluída nos livros
texto de biologia.
Essa é uma séria ameaça tanto para a liberdade acadêmica como para a integridade do processo educacional. Nós
acreditamos que os criacionistas certamente devem ter o direito de expressar seus pontos de vista na sociedade. Além
disso, nós não negamos o valor do exame da teoria da criação em cursos educacionais de religião e de história das idéias;
nas é um embuste disfarçar um artigo de fé religiosa como uma verdade científica e infligir esta doutrina no curriculum de
ciências. Se vitoriosos, os criacionistas podem, seriamente, solapar a credibilidade da ciência propriamente dita.
11- Educação
Na nossa visão, a educação deve ser o método essencial para a construção de sociedades humanas livres e
democráticas. Os objetivos da educação são vários: a transmissão do conhecimento; treinamento para ocupações,
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carreiras e cidadania democrática; e o estímulo ao crescimento moral. Entre os seus múltiplos propósitos deve estar
também uma tentativa de desenvolver a capacidade para a inteligência crítica tanto no indivíduo como na comunidade.
Infelizmente as escolas estão hoje sendo substituídas pela mídia de massa como as instituições principais de educação e
informação ao público. Embora a mídia eletrônica ofereça oportunidades sem paralelo para um crescente enriquecimento
cultural e de lazer e poderosas oportunidades de aprendizado, tem havido uma séria má orientação dos seus propósitos.
Nas sociedades totalitárias, a mídia serve como veículo de propaganda e doutrinação. Nas sociedades democráticas, a
televisão, o rádio, os filmes e as publicações de massa buscam frequentemente somente audiência e se transformaram
numa banalidade descartável. Existe uma necessidade urgente de elevar os padrões de bom gosto e avaliação.
De especial atenção para os secularistas é o fato de que a mídia (particularmente nos Estados Unidos) está
excessivamente dominada por intenções pró religiosas. As visões de pregadores, curandeiros de fé, e mercenários
religiosos seguem largamente sem serem contestadas e sem ser dada uma oportunidade de audiência isenta ao
segmento secular. Nós acreditamos que os diretores e produtores da televisão tem uma obrigação de corrigir o equilíbrio e
rever sua programação. Na verdade, existe uma imensa tarefa que todos aqueles que acreditam nos valores da
democracia humanista secular reconhecerão, exatamente, a necessidade de se engajar num programa de longo prazo
de educação pública e esclarecimento com relação à relevância da perspectiva secular para a condição humana.
12- Conclusão
A Democracia Humanista Secular é muito importante para a humanidade para ser abandonada. Pessoas racionais
certamente reconhecerão sua profunda contribuição para o bem estar humano. Nós estamos, não obstante, cercados por
profetas do infortúnio do juízo final, sempre desejando girar o relógio para trás - eles são anticiência, antiliberdade, antihumanos. Em contrapartida a perspectiva humanista secular é basicamente melhoradora, voltada para a frente com
esperança e não para trás com desespero.
Nós estamos compromissados em expandir, através da comunidade mundial, os ideais de razão, liberdade, oportunidade
individual e coletiva e democracia. Os problemas que a humanidade se defrontará no futuro, tal qual no passado, serão
sem dúvida complexos e difíceis. Entretanto, se é para sobrepujá-los, isso só pode ser feito agregando-se
engenhosidade e coragem.
Os humanistas seculares confiam mais na inteligência humana do que na orientação divina. Céticos de teorias da
redenção, maldição e ressurreição, os humanistas seculares tentam conduzir a situação humana em termos realísticos: os
seres humanos são responsáveis por seu próprio destino. Nós acreditamos que é possível motivar um mundo mais
humano, baseado nos métodos da razão e nos princípios da tolerância, compromisso e negociações das diferenças.
Nós reconhecemos a necessidade da modéstia intelectual e a da boa vontade para revisar crenças à luz das críticas. A
despeito das emoções serem importantes, nós não precisamos lançar mão de panacéias de salvação, fugir através da ilusão
ou dar um salto desesperado na direção da paixão e da violência. Nós deploramos o aumento dos cultos sectários
intolerantes que fomentam o ódio. Num mundo engolido pelo obscurantismo e irracionalismo é vital que as idéias da
cidade secular não sejam perdidas.
Este texto é uma tradução feita de textos do CHS, conforme o crédito, no link ao início da Declaração. Devido à importância,
ao seu conteúdo e a própria falta de indicação de qualquer Copyright para esse texto na página do CHS, a tradução foi
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colocada na MPHP sem qualquer solicitação de autorização. Estamos certos, de que dentro dos princípios do humanismo
secular, expressos nessa própria declaração, o CHS não exigiria essa autorização. Esta tradução foi realizada e colocada no
ar num espaço de 24 hs. Conforme expresso na página principal estamos abertos a críticas e sugestões de correção,
dentro dos mesmo princípios citados. Qualquer sugestão deve ser devidamente especificada informando, exatamente, a
localização no texto e enviada por e-mail . A primeira parte "O que é humanismo secular " ("What is Secular Humanism")
foi escrita por Fritz Stevens, Edward Tabash, Tom Hill, Mary Ellen Sikes, and Tom Flynn. A segunda parte constituída da
declaração foi, basicamente, escrita pelo próprio Paul Kurtz, que elaborou a primeira versão (draft).
Gostaríamos também de sugerir o sítio Humanismo Secular Portugal
Se você leu até aqui assine o GuestBook
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