Visualizar

Transcrição

Visualizar
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
CURSO SUPERIOR DE NEGÓCIOS DA MODA
TRABALHO DE PESQUISA DO CONSUMIDOR
O COMPORTAMENTO DE COMPRA
DO CONSUMIDOR DE BEACHWEAR
SÃO PAULO
2001
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
CURSO SUPERIOR DE NEGÓCIOS DA MODA
TRABALHO DE PESQUISA DO CONSUMIDOR
O COMPORTAMENTO DE COMPRA
DO CONSUMIDOR DE BEACHWEAR
ALESSANDRA PERLATTI
ANTHOULA FYSKATORIS
GRAZIELLA CABRAL ABRAHÃO
PATRÍCIA EMÍLIA GREJANIN
Trabalho desenvolvido no Curso Superior de Negócios da Moda
para a disciplina de Pesquisa do Consumidor sob a orientação
do Professor Airton Embracher.
SÃO PAULO
2001
LISTA DE GRÁFICOS
1. Composição da produção interna de roupas (em %) ...........................................14
2. Participação dos setores têxteis nas vendas do departamento (em %) ..............20
3. Participação das sub-famílias do setor sazonal nas vendas do departamento têxtil
(em %) ..................................................................................................................21
4. Participação das sub-famílias do setor permanente nas vendas do departamento
têxtil (em %) .........................................................................................................21
5. Participação
das sub-famílias do setor cama/mesa/banho nas vendas do
departamento têxtil (em %) ..................................................................................22
6. Participação das sub-famílias do setor calçados nas vendas do departamento
têxtil (em %) .........................................................................................................22
7. Participação das sub-famílias do segmento praia/esporte feminino
no
departamento têxtil (em %) ..................................................................................24
8. Faixa etária das entrevistadas consumidoras ......................................................28
9. Estado civil das entrevistadas consumidoras ......................................................28
10. Formação acadêmica das entrevistadas consumidoras ......................................29
11. Renda familiar das entrevistadas consumidoras .................................................29
12. Faixa etária das entrevistadas não consumidoras ..............................................30
13. Estado civil das entrevistadas não consumidoras ...............................................31
14. Formação acadêmica das entrevistadas não consumidoras ...............................31
15. Renda familiar das entrevistadas não consumidoras ..........................................32
LISTA DE TABELAS
1. Balança comercial de vestuário (em US$ mil) .....................................................15
2. Participação das sub-famílias do segmento praia/esporte feminino (em %) .......23
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................6
1.
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS TRAJES DE BANHO ...................................7
2.
A INDÚSTRIA DE VESTUÁRIO E O MERCADO DE BEACHWEAR .............13
2.1
A INDÚSTRIA DE VESTUÁRIO ......................................................................13
2.2
O MERCADO DE BEACHWEAR ....................................................................15
3.
A PESQUISA DE MARKETING ......................................................................18
3.1
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .........................................................................24
3.2
DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS .............................................................25
3.3
TIPO DE PESQUISA ......................................................................................26
3.4
MÉTODO DE PESQUISA ...............................................................................26
3.5
MÉTODO DE COLETA DE DADOS ...............................................................27
3.6
ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................27
3.6.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO ESTUDO EXPLORATÓRIO ..................32
3.6.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA DINÂMICA EM GRUPO .........................34
3.7
CONCLUSÕES ..............................................................................................34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................37
ANEXOS ...................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Os trajes de banho surgiram no final do século XIX, quando o banho
de mar deixou de ser praticado apenas com fins terapêuticos e tornou-se um hábito
de lazer. Inicialmente impróprios para o banho de mar, pois cobriam praticamente
todo o corpo, os trajes de banho sofreram, ao longo dos tempos, inúmeras
transformações. Todavia, foi a partir dos anos 60 do século passado, com a
popularização do biquíni motivada principalmente pela emancipação feminina e pela
imposição de um novo padrão de beleza – a mulher magra, quase esquálida – que
favorecia a exposição do corpo ao bronzeado, que o mercado de beachwear ganha
importância, criando condições para sua expansão em todo o mundo.
O Brasil, desde a década de 70, com o advento da tanga nas praias
cariocas, vem revelando sua vocação para a moda praia. Atualmente, entre biquínis
e maiôs, são cerca de 50 milhões de peças produzidas por ano, volume que coloca
o país entre os grandes produtores do segmento no mundo e reflete um
extraordinário potencial de crescimento, não só no mercado interno como também
no exterior.
O Carrefour, segunda cadeia de varejo do Brasil, vem reforçando a
área têxtil, consolidando sua participação no faturamento da rede. Tendo em vista
que o mercado de moda praia encontra-se em crescimento, esse estudo pretende –
partindo da perspectiva histórica dos trajes de banho e da análise do desempenho
recente da indústria de vestuário e do mercado de beachwear – examinar, com o
recurso da pesquisa de marketing, o comportamento do consumidor, de sexo
feminino, de moda praia do hipermercado Carrefour, objetivando identificar seus
hábitos e motivos de compra e os fatores que permitem elevar as vendas desse
segmento no hipermercado.
1. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS TRAJES DE BANHO
No final do século XIX o banho de mar, até então praticado com
finalidade terapêutica, começou
a se tornar um hábito de lazer, estimulando o
surgimento dos primeiros trajes de banho. Normalmente de malha de lã ou sarja, a
roupa de banho era composta de duas peças, uma túnica comprida e knickers –
calção folgado, franzido abaixo do joelho e preso com um botão ou fivela. Usados
com meias, sapatos de lona – com sola de borracha ou corda, presos ao tornozelo
por cadarços – e toucas de tecido, os trajes cobriam praticamente todo o corpo. Nos
primeiros anos do século XX, foram substituídos pelo traje de uma peça só divulgado
pela nadadora australiana Annette Kellerman.
Contudo, a popularização do banho de mar ocorreu somente no pósguerra, com a disseminação do esporte e, consequentemente, do culto ao corpo e
ao sol. Atendendo às exigências da nova silhueta masculinizada, a mulher começou
a fazer dieta e estar bronzeada era sinônimo de status, já que indicava o acesso às
praias, especialmente do sul da França. Assim sendo, os anos 20 trouxeram
mudanças significativas nos trajes de banho, como o encurtamento das roupas que
deixavam boa parte da coxa exposta.
A primeira roupa de banho de uma peça de malha elástica canelada
foi feita nos Estados Unidos em 1920 pela companhia Jantzen. Chanel encorajou a
moda da pele bronzeada e, em 1922, dois anos após ter lançado as calças largas
para mulheres, criou os pijamas para praia. Em 1924, Jean Patou lançou roupas de
banho com desenhos de inspiração cubista. Os tecidos grossos, e freqüentemente
de malha, ganharam assimetrias e ornamentações geométricas, influenciadas
também pela Art Déco. Os acessórios como toucas e
chapéus eram muito
utilizados.
Os trajes adotados na Europa também faziam sucesso no Brasil,
como revela Lucília Moraes Veiga Oswaldo Cruz.
“Íamos muito à praia de Copacabana, e eu e minha irmã gêmea (Claude Moraes Gray) usamos em
1924 os primeiros maiôs de malha de lã do Rio de Janeiro. Foi o maior frisson, e alguns rapazes
vinham de longe só para nos ver. O meu era vermelho e o da Claude era verde. Tinham decote
redondo e iam até o meio da coxa. Costumávamos levar vitrola para a praia, e isto era outro
escândalo”. (GONTIJO, 1987, p. 31-32)
A década de 30 propagava a mulher glamourosa, inspirada nas
divas do cinema hollywoodiano.
Os maiôs ficaram mais ousados, deixando à
mostra os ombros e grande parte das costas, lembrando que o nome maiô,
inicialmente uma meia de dançarinos ou ginastas, tem origem em Maillot,
confeccionista francês de figurinos e meias para o Opéra de Paris, que na década
de 1800, criava meias de tricô e o léotard – traje de uma só peça, com mangas
compridas, usado pela primeira vez no século XIX pelo trapezista francês Jules
Léotard. Confeccionados em jersey de lã, lastex e algodão, tecidos mais leves, com
fibras de propriedades secantes tornaram o maiô dos anos 30 semelhante ao que
conhecemos hoje, inteiriço e colado ao corpo. Sonia Delaunay lançou a moda do
pareô como saída de praia.
Nos anos 40, as mulheres eram mais atléticas: caminhavam,
andavam de bicicleta e participavam ativamente do mercado de trabalho. Embora
existam registros de traje de banho em duas peças desde a década de 20, o biquíni
foi lançado na França em 1946, segundo O‟HARA (1999), simultaneamente por
Jacques Heim, que o denominou atome, e Louis Réard. Nesse momento, falava-se
muito nas belezas naturais do atol de Bikini no Pacífico, onde também eram
realizados, pelos Estados Unidos, os testes com bombas atômicas. Réard resolveu
então batizar sua criação de bikini. Para mostrá-la escolheu como cenário um dia
ensolarado de verão e a piscina Molitor, em Paris, porém, teve muita dificuldade em
encontrar quem se dispusesse a vestir seu primeiro modelo. Várias manequins da
época recusaram o convite e coube a Micheline Bernardini, uma dançarina de
cabaré, a façanha de exibi-lo ao público. Muitos duvidaram que seria utilizado algum
dia, porém, Diane Vreeland, jornalista de moda das mais influentes, declarou na
época: “essa é a maior criação depois da bomba atômica”. Ao francês Jacques
Heim também se atribui a maior utilização do algodão nas roupas de banho, bem
como, o lançamento do maiô drapeado. Eram comuns na época os sutiãs com bojo,
drapeados
com
nozinhos
ou
decotes
tipo
frente-única,
que
valorizavam
especialmente os seios e o bronzeado.
Consta que o primeiro biquíni chegou ao Brasil em 1948. A alemã
Miriam Etz exibia o traje todas as manhãs, na praia do Diabo, no Rio de Janeiro,
mas sua popularização só ocorreu alguns anos mais tarde.
Nos anos 50, o corpo da mulher mudou, tornando-se mais
musculoso, tonificado, feminino e curvilíneo, evidenciando quadris e seios. De um
lado, Marilyn Monroe impunha-se como símbolo sexual; de outro, Audrey Hepburn
personificava a elegância da década.
O biquíni mantinha o sutiã com estrutura, porém, menos pontudo e
mais arredondado. O tomara-que-caia virou um sucesso. A calcinha, mais baixa,
deixava o umbigo de fora, mas cobria totalmente o bumbum. Babadinhos e
estampas (bolinhas, flores, xadrezinhos, bichos) eram muito utilizados e o algodão
aparecia puro ou misturado a novas fibras. Os maiôs costumavam ser espartilhados
e tinham barbatanas, chamando a atenção para o busto e afinando a cintura,
semelhantes às roupas íntimas da época. Haviam também os maiôs listrados ou
estampados em helanca, com enchimento de espuma no busto, com alças ou
tomara-que-caia.
No Brasil dos anos 50 o Rio de Janeiro atraía todas as atenções. As
mulheres iam à praia de maiô Catalina, óculos Ray-Ban e sandálias de salto alto.
A verdadeira popularização do biquíni só ocorreu nos anos 60
motivada por um novo padrão de beleza, simbolizado pela modelo Twiggy. A mulher
magra, quase esquálida, favorecia a exposição do corpo inclusive ao bronzeado.
Concomitantemente, a emancipação feminina impulsionada pela revolução sexual,
o cinema, as revistas femininas que incentivavam a prática da ginástica e das dietas
foram decisivos para a consagração do biquíni.
No Brasil, a lei de Jânio Quadros que proibia o uso do biquíni nas
praias acabou sendo um grande estímulo para sua disseminação. Os biquínis de
helanca lisos e estampados, invadiram as praias brasileiras.
Na revista o Cruzeiro,
“As Garotas do Alceu”, inspiravam as
“mocinhas” dos anos 50 e 60. Alceu Penna, responsável pela seção,
foi um
desenhista que influenciou os nossos principais desenhistas de moda. Além disso,
apresentava roupas bem modernas e descontraídas, estabelecendo um padrão
estético e de comportamento, fazendo com que cada novo número da revista fosse
aguardado com muita ansiedade. Mesmo assim, não deixou de se surpreender com
os biquínis usados nas praias brasileiras.
“No início do século XX, as mulheres começaram a freqüentar as praias (...) e os trajes cobriam o
mais possível as formas das senhoras (...). Depois o conforto foi dando suas ordens, e os maiôs se
encurtando... As pernas foram ficando inteiramente descobertas e surgiram os decotes nos ombros,
colo e costas... Mas o encurtamento prosseguiu, e veio o duas-peças e depois o toque ousado com o
biquíni. Parece que este modelo foi tirado do Teatro de Revista. Agora, perguntamos: ... o que faltará
às mulheres que desejarem se exibir? A sua radiografia?” (GONTIJO, 1987, p. 74)
Ao lado dos biquínis cada vez menores, apareceu o maiô “enganamamãe” – na frente um maiô; nas costas, um duas-peças – e uma ousadia que não
foi aceita: o monoquíni. Criação do estilista austríaco Rudi Gernreich, propunha, em
1964, um tipo de traje que partia de uma cintura alta e vinha até abaixo do busto,
deixando-o de fora, apenas cruzado por alças finas que se prendiam às costas. Além
da helanca, os materiais usados
eram a malha de algodão misturada com fio
sintético e o jersey. Nos pés, sandálias de dedos em couro cru ou com correntes. Os
chapéus eram de palha ou com faixa combinando; as saídas de praia harmonizavam
com o maiô ou eram do tipo pelerine.
“Barriguinha pra dentro e bundinha pro alto!” era o lema dos anos
70. A nova silhueta impunha curvas nos lugares certos e um ar de saúde. “Malhar”
virou mania. Os biquínis de elastano substituíram os de algodão e revelavam uma
mulher que fazia cooper ou ginástica.
Além da malha sintética, novos materiais foram adotados como
chamois, o crochê e o tricô. Argolas, nozinhos e conchinhas nas laterais vão sendo
incorporados como adornos aos biquínis. Os sutiãs perderam o forro, a armação e
se transformaram em triângulos regulares, ficando conhecidos como modelo
“cortininha”, segundo consta uma criação da estilista brasileira Inês Mynssen.
De fato, Inês Mynssen foi pioneira na fabricação de biquínis no
Brasil. Quando, na década de 60, as atrizes de cinema exibiam os reduzidos maiôs,
ela resolveu fazer seu primeiro modelo caseiro. A inspiração vinha de Brigittte
Bardot, em “... E Deus Criou a Mulher”, e era reforçada por tantas outras musas.
Inês fez uma calcinha em algodão amarelo, forrou com o mesmo tecido um sutiã e
foi à praia. As encomendas começaram a chegar no mesmo dia. A empresa de
biquínis decolava com apenas três funcionárias e a assessoria das amigas que
davam sugestões, traziam recados de outras mulheres a respeito de novos modelos
e adaptações. Ouvindo suas amigas, foi que Inês criou um novo tipo de sutiã. Atenta
para os seios das brasileiras que são separados, e nem sempre se acomodavam
bem debaixo daqueles dois triângulos fixos, ela inventou o sutiã-cortininha, em que
os triângulos correm nos fios que os unem, podendo ficar na posição que for mais
conveniente. Alguns anos depois, Inês tornou-se também a primeira estilista
especializada em biquíni tipo fio dental.
Nascida em 1973, em Ipanema, a tanga, que exibia o ossinho da
bacia e mostrava a virilha, foi outra criação brasileira. Atribuída à Rose de Primo,
modelo de sucesso da época, que encomendou à sua costureira um biquíni para
usar num baile de Carnaval. O biquíni acabou não dando certo e decidiu-se separar
os dois triângulos que formavam a calcinha, prendendo-os por cordões. O biquíni foi
usado no baile, depois na praia e ganhou adeptas no mundo todo.
Como aponta GONTIJO (1987, p. 110),
“a mulher começou a
década ganhando nas praias o direito de descobrir a gravidez (Leila Diniz) e
terminou lutando para fazer o mesmo com os seios (topless).”
Nos anos 80 predominavam o culto ao corpo e o ar de saúde. O
sportswear ganhou força e ter o corpo malhado e bronzeado era fundamental. As
mulheres aderiram ao fio dental, outra invenção brasileira, assim como, o asa delta,
onde a calcinha era altíssima e a lateral quase chegava à cintura. Tecidos com brilho
(paetês, strass, lurex e lamê), com elastano (lisos, coloridos e brilhantes) eram muito
utilizados. O short curtinho com elastano virou o biquíni enroladinho. O top triangular
era minúsculo e tinha alças soltas, permitindo várias amarrações. O biquíni de
lacinho dominava as praias e a canga e o short viraram as novas saídas de praia.
Em oposição aos valores dos anos 80, a beleza da década de 90 era
plural. Individualidade e personalidade sobrepunham-se às formas ou traços
perfeitos. A moda praia incorporou os avanços tecnológicos da indústria têxtil, como
os tecidos inteligentes, que respiram, transportam umidade e protegem contra raios
UV. No design e na estamparia eram freqüentes as releituras de décadas passadas,
com destaque para a sensualidade e para as formas aerodinâmicas.
O novo milênio trouxe a preocupação com a qualidade de vida e o
meio ambiente. Cuidados com a reciclagem de produtos, com técnicas de produção
que não agridam a natureza e com materiais que protejam dos efeitos nocivos
provocados por alterações climáticas são crescentes. A internet encarrega-se de
difundir esses conceitos rapidamente. Objetivando reduzir o impacto ambiental
provocado pela atividade têxtil, os fabricantes tanto de fibras quanto de produtos
químicos, têm investido no desenvolvimento de processos mais eficientes de
tingimento e acabamento e na reutilização de matérias-primas.
Nesse sentido, os avanços tecnológicos apontam para os tecidos
emocionais, que interagem com o corpo e proporcionam grande bem-estar. Estão
sendo incorporados a roupa contemporânea, ao segmento esportivo e naturalmente
vão sendo adotados pela moda praia, gerando um produto cada vez adequado às
necessidades e exigências dos consumidores.
2. A INDÚSTRIA DE VESTUÁRIO E O MERCADO DE BEACHWEAR
2.1 A Indústria de Vestuário
A indústria têxtil e de confecção no Brasil foi estimulada pela crise
econômica em meados dos anos 30 do século passado que dificultou a importação
de bens de consumo. Até então, praticamente todas as roupas consumidas no
mercado interno eram importadas ou feitas sob encomenda. Mas foi nas décadas de
50 e 60 que a indústria de vestuário alcançou grande progresso, permanecendo
auto-suficiente até o início dos anos 90, quando o governo deu início a política de
abertura comercial.
A indústria de vestuário no Brasil, é o principal elo da cadeia
produtiva têxtil que engloba todos os processos desde a produção de fibras até o
produto acabado e confeccionado. Os dados divulgados pela Associação Brasileira
da Indústria do Vestuário – Abravest – em março deste ano, indicam que o setor é
responsável por um faturamento de US$ 20,3 bilhões, um crescimento de 12,8%
sobre 1999,
e pelo emprego de 1,2 milhão de pessoas, sendo que 93% são
mulheres e 7% são homens.
Segundo a Abravest, o faturamento da indústria do vestuário tem
mantido pequena expansão desde 1996. Ainda que o número de empresas tenha
aumentado, não tem compensado a saída do mercado de empresas de grande
porte. Além disso, a política governamental de manter as taxas de juros altas, tem
dificultado os investimentos nas indústrias de confecção. De fato, em 1999 o setor
investiu US$ 53,19 milhões em máquinas e equipamentos importados, 27,8% a
menos que no ano anterior.
No início de 2001, o número de empresas de confecção de vestuário
era de 15,58 mil, contra 14,36 mil registrado em 1993. Desse total, 80%
correspondem a micros e pequenas empresas. Contudo, esses números referem-se
às empresas formais, lembrando que há muitas empresas informais presentes no
mercado de vestuário brasileiro que ficam fora dessas estatísticas.
Em 2000, produziram-se 5,1 bilhões de peças de vestuário, 900
milhões a mais que no ano anterior. A região sudeste responde por cerca de 50% da
produção nacional.
A produção de roupas no mercado interno está assim distribuída:
58,1% correspondem as roupas de lazer; 15,5% as roupas formais e 8% as roupas
esportivas. Os trajes para noite representam 4,8%; as roupas íntimas, 4%; os
uniformes para trabalho 3,8% e as roupas de praia, 1,5%. O gráfico 1 ilustra esses
dados.
Gráfico1 – Composição da produção interna de roupas (em %)
Outros
4%
Roupas de Praia
2%
Roupas de Lazer
57%
Roupas de
Trabalho
4%
Roupas Íntimas
4%
Trajes Noite
5%
Roupas Formais
16%
Roupas Esportivas
8%
Fonte: Abravest e Panorama Setorial (p.30)
A composição de matérias-primas utilizadas indica que 60% dos
tecidos são de malha e 40% são tecidos planos. Em relação a composição de
matérias-primas por tipos de fibras, 75% da produção são roupas de algodão; 15%
roupas com tecidos artificiais e sintéticos e 7% roupas de seda, linho e outros
tecidos.
A partir de 1990, com a
redução das tarifas alfandegárias, a
indústria de vestuário ficou sujeita a concorrência de países mais competitivos, como
os asiáticos, levando a balança comercial de vestuário a apresentar crescentes
saldos negativos. Em 1995, foram US$ 28,3 milhões contra um superávit de US$
267,4 milhões registrado no ano anterior, até atingir, em 1997, o déficit de US$
167,3 milhões. Esse quadro só foi revertido em 1999 com um pequeno superávit de
US$ 6,7 milhões resultado da maior competitividade do mercado nacional estimulada
pela desvalorização cambial no início de 1999 e conseqüente queda de 46,9% das
importações. Em 2000, as exportações alcançaram o volume de US$ 273,9 milhões
e as importações US$ 140,8 milhões, um superávit de US$ 133,1 milhões, revelando
que o setor de vestuário tem procurado se beneficiar da abertura de mercado,
reposicionando-se de forma a competir em igualdade de condições com os
concorrentes externos. A tabela 1 mostra a evolução da balança comercial nos
últimos anos.
Tabela 1 – Balança comercial de vestuário (em US$ mil)
Ano
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
Exportações
360.831
281.555
232.050
199.595
178.199
166.835
273.868
Importações
93.417
309.869
301.050
366.935
301.813
160.178
140.801
Saldo
267.414
-28.314
-69.000
-167.340
-123.614
6.657
133.067
Fonte: Abravest
2.2 O Mercado de Beachwear
Dos 5,1 bilhões de peças produzidas pela indústria de vestuário no
Brasil , menos de 2% corresponde ao setor de moda praia. Entre biquínis e maiôs
são 50 milhões de peças por ano. Segundo a Abravest, são cerca de 700 empresas
formais com faturamento de
R$ 1,2 bilhão não esquecendo que, como acontece
em toda indústria de vestuário, a informalidade é muito grande, principalmente entre
as empresas de pequeno porte, dificultando a mensuração mais precisa do setor.
O volume produzido pelo Brasil o coloca entre os grandes
produtores do segmento no mundo, ainda que com exportações bem abaixo dos
Estados Unidos e países europeus pois somente 2% a 4% desse total é exportado.
É
um
setor
com
extraordinário
potencial
de
crescimento,
especialmente no mercado externo, onde os biquínis e maiôs brasileiros têm muita
aceitação em função do design e estamparia das peças, principais fatores da
competitividade do produto nacional, além da maior qualidade do acabamento e dos
tecidos que vem sendo agregados às peças, oferecendo ao mercado um produto
globalizado mas com particularidades brasileiras.
Exportar tem sido também uma boa alternativa para driblar a
sazonalidade do setor, já que estamos falando de um produto tipicamente de verão,
lembrando que em determinadas épocas do ano o setor chega a utilizar apenas 25%
de sua capacidade de produção. As empresas localizadas nas regiões Norte e
Nordeste sofrem menos com a sazonalidade pois o clima é quente quase todo o
ano. Contudo, no eixo Rio-São Paulo empresas como a Cia. Marítima, Rosa Chá,
Rygy, Blue Man vêm aumentando significativamente sua participação no mercado
externo.
A Cia. Marítima – empresa paulista do grupo Rosset que lidera o
setor atuando numa faixa de mercado mais popular e voltada para as grandes lojas
– em 1993 não exportava mais do que 3% de sua produção total, 2 milhões de
peças por ano, subiu esse percentual para 8% nos últimos cinco anos. A Rosa Chá,
com 6 lojas e 10 franquias no Brasil, do total de 480 mil peças fabricadas por ano, já
exporta 9% de sua produção para os Estados Unidos, onde tem cerca de 120 pontos
de venda, além da Inglaterra, Portugal, Japão, Coréia, Líbano, África do Sul, entre
outros. Amir Slama, um dos sócios da empresa, pretende elevar esse percentual
para 30%, consolidando a marca internacionalmente para que, em cinco anos,
possa ser conhecida no mundo todo. A Blue Man, com 17 lojas no Brasil e uma
franquia em Portugal, e a Salinas, com 11 lojas no país e uma loja em San Diego, na
Califórnia, também são marcas comercializadas com sucesso no exterior.
A Abravest tem se empenhado em programas de valorização do
produto nacional com iniciativas como a certificação de qualidade (Certificado de
Qualidade Abravest) e incentivos à formação de consórcios de exportação, que
elevaram as exportações de 59 toneladas para 76 toneladas em 1999 e diminuíram
em 75% as importações do setor.
Três cooperativas de roupas para praia e piscina foram criadas,
desde 1999, no Rio de Janeiro, com o apoio do Sebrae-RJ, Banco do Brasil e
Agência de Promoção de Exportações (Apex). Em Vitória, no Espírito Santo, com o
auxílio da Abravest, Sebrae e Apex, também há um consórcio de maiôs e biquínis.
Uma outra forma encontrada para enfrentar a sazonalidade do setor
é investir na linha fitness (roupas de ginástica) que utiliza tecidos semelhantes ou
similares aos usados em maiôs e biquínis. A produção dessas peças, principalmente
no inverno, aumenta o aproveitamento dos materiais utilizados minimizando, em
contrapartida, custos e capacidade ociosa.
Outra peculiaridade do setor é a diversificação do mix de produtos.
Maiôs e biquínis são complementados por saídas de banho e outras peças de
vestuário, bem como, acessórios – óculos de sol, chinelos etc. – nas mesmas
tonalidades, tecidos ou estampas, ampliando as coleções de moda praia e tornandoas mais atrativas para o mercado consumidor.
Importante ressaltar que o setor de moda praia tem incorporado as
inovações das indústrias químicas e têxteis, através da
utilização de matérias-
primas avançadas tecnologicamente, gerando assim produtos cada vez mais
adequados às necessidades e exigências dos consumidores, ainda que a um custo
de produção mais elevado.
3. A PESQUISA DE MARKETING
Esta pesquisa de marketing propõe-se a examinar o comportamento
do consumidor, de sexo feminino, do segmento de moda praia do hipermercado
Carrefour.
Objetivando melhor definição e desenvolvimento do projeto de
pesquisa de marketing, investigaram-se dados secundários da rede Carrefour,
extraídos de fontes internas e externas, acerca da empresa e do mercado no qual
atua.
A rede francesa Carrefour implantou, em 1963, um novo conceito de
comércio – hipermercado – reunindo num único ponto de venda diferentes produtos
de consumo, do alimentar ao não-alimentar.
A abertura do primeiro hipermercado Carrefour aconteceu em
Sainte-Geneviève-des-Bois, próximo de Paris. Com 2500 m² de área e 400 vagas
para estacionamento, o hipermercado era grandioso para a época. O sucesso veio
rapidamente e, em pouco tempo, novas lojas foram abertas em diversas regiões da
França, fazendo do hipermercado Carrefour uma loja de referência no mundo.
Atualmente, a rede francesa é a maior cadeia de varejo da Europa e
a segunda no mundo, atrás apenas da Wal-Mart, cadeia varejista com vendas de
US$ 165 bilhões. Presente em 26 países, com um total de 9000 lojas, o faturamento
do Carrefour no ano passado foi de US$ 64 bilhões.
No início da década de 70, o Carrefour decidiu construir no Brasil o
primeiro hipermercado das Américas. O hipermercado já estava em construção no
Rio de Janeiro quando surgiu a oportunidade de adquirir um ponto comercial pronto,
instalado na Marginal Pinheiros, em São Paulo. O Carrefour de São Paulo foi
inaugurado em 1975, marcando a entrada da rede que traria inúmeras contribuições
para a profissionalização do varejo nacional.
Naquele momento, a disciplina, a organização e o cuidado com a
limpeza da loja surpreendiam funcionários e consumidores. Corredores largos,
estacionamento amplo e a sinalização correta das seções, preços e produtos eram
sinônimo de conforto. O tamanho das lojas e a variedade de itens possibilitavam que
as compras fossem feitas com praticidade e economia de tempo.
O Carrefour introduziu no Brasil o conceito de divisão das
mercadorias por segmentos – alimentos, limpeza, utilidades, eletrodomésticos etc. –
e, em cada segmento, novas subdivisões, facilitando as compras e atraindo o
consumidor. Essa forma de expor os produtos, hoje habitual, foi adotada por outras
redes de supermercados de todo o país.
Atualmente, o Carrefour está em 12 Estados e mais de 40 cidades
em todo o Brasil. Com 205 lojas – 75 hipermercados e 130 supermercados – e
empregando 47 mil funcionários, o Carrefour teve um faturamento, em 2000, de R$
9,5 bilhões. Líder do mercado de varejo brasileiro na última década, perdeu a
posição este ano para o grupo Pão de Acuçar pela diferença de R$ 30 milhões.
O grupo Carrefour é pioneiro no lançamento de produtos de marca
própria no mundo. Os primeiros foram produzidos na França, em 1976. No Brasil, o
Carrefour trabalha neste segmento desde 1989.
Os itens de marca própria são desenvolvidas especialmente para o
Carrefour, em geral por empresas de pequeno e médio porte, e chegam aos
consumidores custando de 15% a 20% menos que as marcas concorrentes, devido
a eliminação dos custos de comercialização e marketing, mas apresentando
qualidade similar as marcas vendidas nos respectivos departamentos.
A rede francesa, que conta com mais de 1,2 mil produtos com a
própria marca nos departamentos de alimentos, higiene, limpeza e bazar, tem
atualmente 400 itens de vestuário, cama, mesa e banho no departamento têxtil com
a marca exclusiva (Tex). Para este ano, o Carrefour prevê aumento em cerca de
25% no número de itens da Tex.
O departamento têxtil – 5,8% do faturamento do Carrefour em 2000,
com previsão de 8% para este ano – está dividido nos setores sazonal – bebê,
infanto/juvenil, feminino e masculino – com participação de 37,96% nas vendas do
Têxtil; permanente – puericultura, roupa íntima e acessórios bebê, roupa íntima
infanto/juvenil, feminina e masculina – com 28,86%; cama/mesa/banho com 20,33%;
e calçados com 12,85%, como ilustra o gráfico 2.
Gráfico 2 – Participação dos setores têxteis nas vendas do departamento
(em %)
28.86
Permanente
37.96
Sazonal
Calçados
Cama, Mesa e Banho
20.33
12.85
Os gráficos 3 a 6 esclarecem a participação das sub-famílias de cada setor nas
vendas do departamento têxtil, no período de janeiro a dezembro de 2000.
Gráfico 3 – Participação das sub-famílias do setor sazonal nas vendas do
departamento têxtil (em %)
18.84
11.18
Bebê
Infantil/ Juvenil
Feminino
Masculino
2.05
5.91
Gráfico 4 – Participação das sub-famílias do setor permanente nas vendas do
departamento têxtil (em %)
Puericultura Leve
7.85
Puericultura Pesada
Roupa Íntima Bebê
Acessórios Cama Bebê
12.19
3.22
3.16
1.52
0.49
0.43
Roupa Íntima Infantil/
Juvenil
Roupa Íntima Feminina
Roupa Íntima Masculina
Gráfico 5 – Participação das sub-famílias
vendas do departamento têxtil (em %)
do setor cama/mesa/banho nas
10.98
6.74
Cama
Banho
Mesa
Cozinha
Sala
0.28
1.2
1.12
Gráfico 6 – Participação das sub-famílias do setor calçados nas vendas do
departamento têxtil (em %)
4.71
5.56
1.94
Bebê
Infantil/
Juvenil
Feminino
Masculino
0.63
Os produtos comercializados pelo segmento praia/esporte feminino,
pertencente ao setor sazonal, são
biquíni, maiô, maiô clássico, saída de praia,
conjunto aeróbica e chapéu de praia. No período de janeiro a dezembro de 2000,
biquíni e maiôs representaram 66,2% do total de peças vendidas e 74,9% do
faturamento do segmento, como mostra a tabela 2.
Tabela 2 – Participação das sub-famílias do segmento praia/esporte feminino
(em %)
Sub-Família
Biquíni
Quantidade
Peças
Part%
Venda (R$)
Valor
Part%
Preço Médio(R$)
135.584
49,09
1.787.054,28
50,76
13,18
40.262
14,58
694.881,34
19,74
17,26
7.109
2,57
154.898,23
4,40
21,78
Saída de Praia
61.629
22,31
494.448,28
14,04
8,02
Cjto. Aeróbica
30.466
11,03
376.887,67
10,71
12,37
Chapéu Praia
1.165
0,42
12.348,17
0,35
10,60
Maiô
Maiô Clássico
Total
276.215
-
3.520.517,97
-
-
No 1º semestre de 2000, as sub-famílias biquíni e maiô clássico
apresentaram, em quantidades de peças vendidas, participações bem acima do
resultado do 2º semestre, respectivamente, 60,07% e 5,05% contra 45,04% e
1,66%.
Em contrapartida, as sub-famílias saída de praia e conjunto aeróbica
apresentaram, em quantidades de peças vendidas, participações destacadas no 2º
semestre de 2000, respectivamente, 26,80% e 11,66% contra 10,15% e 9,31%
registrados no 1º semestre do ano.
As demais sub-famílias – maiô e chapéu de praia – tiveram
participações constantes ao longo do ano.
No período de agosto a dezembro de 2000 a sub-família biquíni, de
maior participação no segmento praia/esporte feminino, ocupou o 32º lugar no
ranking de faturamento e o 54º lugar no ranking de quantidade de peças vendidas,
com participações, respectivamente, de 0,84% e 0,41% sobre o total do Têxtil.
Em 2000, o segmento praia/esporte feminino representava 2,42% do
faturamento do Têxtil. O gráfico 7 mostra as participações das sub-famílias do
segmento no departamento têxtil.
Gráfico 7 – Participação das sub-famílias do segmento praia/esporte feminino
no departamento têxtil (em %)
1.67
Biquíni
Maiô
Maiô Clássico
Saída de Praia
0.17
0.23
Cjto. Aeróbica
0.08
0.27
O segmento praia/esporte feminino não é comercializado com a
marca própria Tex. Atualmente, conta com 6 fornecedores de biquínis e maiôs, entre
eles a Acqua Mundi, segunda marca da Cia. Marítima empresa líder do mercado
brasileiro de moda praia.
3.1 Definição do Problema
A rede Carrefour objetiva recuperar a liderança no mercado de
varejo nacional. Tendo em vista que, nos últimos anos, os produtos têxteis têm
aumentado sua participação nas vendas dos hipermercados da rede e o mercado de
beachwear no Brasil encontra-se em franca expansão, a pesquisa de marketing
pretende responder a seguinte questão: quais são os fatores determinantes para o
crescimento das vendas do segmento de moda praia no departamento têxtil?
Formularam-se as seguintes hipóteses que favorecem a compra de
moda praia no hipermercado Carrefour:

O preço dos produtos é inferior aos concorrentes (Extra, Americanas,
Riachuelo, Renner, C&A).

Inúmeros pontos de venda e boa localização dos hipermercados Carrefour
facilitam o acesso dos consumidores.

O consumidor compra moda praia pela conveniência de adquirir vários
produtos num mesmo ponto de venda, com conseqüente economia de tempo.

Por apresentar preços inferiores aos concorrentes, o consumidor adquire um
número maior de peças de moda praia.

A localização do Têxtil nos hipermercados Carrefour favorece o acesso do
consumidor aos produtos.

A ausência de atendimento personalizado deixa o consumidor mais a vontade
para a compra.
Formularam-se as seguintes hipóteses que não favorecem a compra
de moda praia no hipermercado Carrefour:

A qualidade dos produtos de moda praia não é satisfatória.

O design dos produtos de moda praia não é atrativo.

Há pouca variedade de produtos de moda praia.

A disposição das peças de moda praia no Têxtil não é apropriada.

Os provadores existentes no Têxtil não são adequados.
3.2 Determinação dos Objetivos
O objetivo primário da pesquisa de marketing é identificar os hábitos
e motivos de compra desse consumidor.
São objetivos secundários da pesquisa de marketing:

Detectar os motivos que dificultam ou inviabilizam a compra de moda praia no
hipermercado Carrefour.

Verificar, entre os consumidores e os não consumidores do segmento, os
fatores que permitem aumentar a compra dos produtos de moda praia.

Determinar em que medida o preço é decisivo para a opção de compra de
moda praia pelo consumidor.
3.3 Tipo de Pesquisa
A pesquisa de marketing junto aos consumidores do hipermercado
Carrefour terá dois enfoques:

A pesquisa de produto para averiguar a opinião dos consumidores e não
consumidores dos produtos de moda praia, verificando os aspectos positivos
e negativos.

A pesquisa motivacional para determinar os motivos de compra do
consumidor de moda praia.
3.4 Método de Pesquisa
A pesquisa de marketing utilizará dois métodos de pesquisa: o
estudo exploratório e o estudo descritivo de caso (pesquisa qualitativa).
O estudo exploratório visa um primeiro contato com o objeto de
estudo – o consumidor de moda praia do hipermercado Carrefour – detectando as
preferências do consumidor em relação aos produtos, a quantidade adquirida, a
freqüência de compra e os motivos de compra dos produtos de moda praia.
Com base no estudo exploratório, será realizado um estudo
descritivo de caso com um grupo reduzido de pessoas, especialmente selecionadas
para este fim. Espera-se que a discussão em grupo revele os motivos que
impossibilitam a compra de produtos de moda praia e os fatores que podem reverter
esse comportamento do consumidor.
3.5 Método de Coleta de Dados
O estudo exploratório prevê entrevistas individuais – mulheres
escolhidas aleatoriamente no setor têxtil do hipermercado Carrefour localizado no
Shopping Eldorado – com questionário estruturado, perguntas fechadas, semiabertas e de múltipla escolha (Anexo 1). Serão realizadas 20 entrevistas em dois
dias de pesquisa.
Para o estudo descritivo de caso, serão selecionadas 3 mulheres
não consumidoras de moda praia do hipermercado Carrefour, para discussão em
grupo,
respeitando-se o perfil socioeconômico
individuais.
identificado pelas entrevistas
A discussão em grupo será efetuada em local fechado e mediante
roteiro pré-estabelecido (Anexo 2), sendo registrada em anotações e fita de áudio
para análise posterior.
3.6 Análise dos Resultados
3.6.1 Análise dos resultados do estudo exploratório
O estudo exploratório realizado no hipermercado Carrefour indica o
seguinte perfil para a consumidora do segmento praia/esporte feminino.
Gráfico 8 – Faixa etária das entrevistadas consumidoras
Até 20 anos
De 21 a 30 anos
De 31 a 40 anos
De 41 a 50 anos
Das entrevistadas, a maioria (43%) tem até 20 anos; 29% de 21 a
30 anos; 14% de 31 a 40 anos e 14% de 41 a 50 anos.
Gráfico 9 – Estado civil das entrevistadas consumidoras
Solteira
Casada
Viúva
Das entrevistadas, 57% são solteiras; 29% casadas e 14% viúvas.
Gráfico 10 – Formação acadêmica das entrevistadas consumidoras
2º grau incompleto
2º grau completo
Superior incompleto
Das entrevistadas, 43% possui o 2º grau incompleto; 43% o superior
incompleto e 14% o 2º grau completo.
Gráfico 11 – Renda familiar das entrevistadas consumidoras
De 6 a 10 SM
De 11 a 15 SM
De 16 a 20 SM
Mais de 20 SM
Das entrevistadas, 29% têm renda familiar de 6 a 10 SM; 29% de 11
a 15 SM; 29% mais de 20 SM e 13% de 16 a 20 SM.
Entre todas as entrevistadas,
35% compram no segmento
praia/esporte feminino, ainda que com pouca freqüência – 57% uma vez; 47% duas
vezes.
O produto de moda praia da preferência das consumidoras é o
biquíni (57%), seguido do maiô clássico (29%) e do maiô (14%), sendo que a grande
maioria (71%) adquiriu uma só peça.
Os
motivos
que
justificam
a
compra
dos
produtos
pelas
consumidoras são, em ordem decrescente de importância, o preço – 58% das
consumidoras consideram o fator determinante – a conveniência, a modelagem, a
qualidade, o design, a variedade e o atendimento.
A maioria das consumidoras (86%) considera a qualidade dos
produtos satisfatória – 57% boa e 29% ótima –
e 14% avaliam como regular.
Contudo, a variedade de modelos fica abaixo das expectativas – 42% julgam regular
e 29% ruim – sendo avaliada como boa por apenas 29% das consumidoras.
Entre as razões apontadas pelas consumidoras para o aumento das
compras dos produtos de moda praia no hipermercado Carrefour estão a venda de
peças avulsas (56%), a maior variedade de modelos (33%) e melhorias na
modelagem (11%).
Concomitantemente, o estudo revela o seguinte perfil para a não
consumidora do segmento praia/esporte feminino no hipermercado Carrefour.
Gráfico 12 – Faixa etária das entrevistadas não consumidoras
De 21 a 30 anos
De 31 a 40 anos
De 41 a 50 anos
Das entrevistadas, a maioria (60%) tem de 21 a 30 anos; 30% de 41
a 50 anos e 10% de 31 a 40 anos.
Gráfico 13 – Estado civil das entrevistadas não consumidoras
Solteira
Casada
Separada
Divorciada
50% das entrevistadas são solteiras; 30% casadas; 10% separadas
e 10% divorciadas.
Gráfico 14 – Formação acadêmica das entrevistadas não consumidoras
2º grau completo
Superior incompleto
Superior completo
A maioria da entrevistadas (50%) possui o superior incompleto; 30%
o 2º grau completo e 20% o superior completo.
Gráfico 15 – Renda familiar das entrevistadas não consumidoras
De 6 a 10 SM
De 11 a 15 SM
De 16 a 20 SM
Mais de 20 SM
Das entrevistadas, 40% têm renda familiar de 16 a 20 SM; 30% mais
de 20 SM; 20% de 11 a 15 SM e 10% de 6 a 10 SM.
As não consumidoras do segmento praia/esporte feminino do
hipermercado Carrefour correspondem a 65% de todas as entrevistadas. Destas,
53% indicam como principal motivo a falta de oportunidade e 31% não têm interesse
no segmento ou não vêem benefício na aquisição dos produtos de moda praia no
hipermercado. Qualidade e variedade aparecem ambos em 8% das respostas.
Entretanto, praticamente todas as entrevistadas não consumidoras
do segmento (99,2%) mostram disposição em adquirir produtos de moda praia no
Carrefour
e apontam como razões, em ordem decrescente de importância, a
modelagem, a qualidade, o design, o preço, a variedade, a conveniência e o
atendimento.
Entre as entrevistadas que não comprariam moda praia no Carrefour
(menos de 1%), a qualidade dos produtos é a justificativa mencionada.
3.6.2 Análise dos resultados da dinâmica em grupo
Respeitando o perfil indicado pelo estudo exploratório, a dinâmica
em grupo reuniu 3 mulheres – entre 20 e 30 anos, solteiras, com curso superior e
renda familiar entre 16 e 20 salários mínimos – não consumidoras do segmento
praia/esporte feminino do hipermercado Carrefour.
A dinâmica em grupo constatou que são clientes do Carrefour – têm
um bom conceito do hipermercado – com menor ou maior freqüência.
Embora não sejam consumidoras do segmento praia/esporte
feminino, costumam adquirir produtos têxteis no hipermercado, normalmente peças
básicas, como camiseta, ou lingerie. Preço e conveniência são os motivos
apontados para a compra destes produtos.
A aquisição de produtos de moda praia ocorre em lojas
especializadas, em função da maior variedade de modelos e, no caso do biquíni,
pela possibilidade de comprar as peças separadamente.
As razões indicadas para a não aquisição de produtos de moda
praia no Carrefour são as seguintes:

Baixa qualidade.

Pouca variedade de modelos.

Impossibilidade de adquirir as peças separadamente.

Design das peças.

A exposição dos produtos.

Falta de exclusividade dado o grande número de peças comercializadas do
mesmo modelo.
Pelos mesmos motivos, não compram em outros hipermercados ou
magazines.
Segundo
o
grupo,
os
fatores
que
podem
reverter
comportamento são, em ordem decrescente de importância, os seguintes:

Venda de peças separadas.

Variedade de modelos.

Maior qualidade.
esse

Design das peças.

Preço.

Exposição adequada das peças.

Atendimento qualificado.

Melhorias nos provadores.

Venda de marcas “conhecidas” por um preço mais acessível que as lojas
especializadas.
3.7 Conclusões
As conclusões apresentadas estão fundamentadas na dinâmica em
grupo e, muitas vezes, confirmam resultados apurados pelo estudo exploratório
realizado no hipermercado Carrefour.
Diferentemente de outros produtos de vestuário,
os produtos de
moda praia exigem do consumidor uma compra mais cuidadosa pois envolvem
maior exposição do corpo. Assim, constatou-se que o grupo não espera adquirir
esses produtos no hipermercado Carrefour, mas em lojas especializadas, ainda que
a um preço mais elevado, especialmente pela maior variedade de modelos e pela
possibilidade, se tratando de biquíni,
de adquirir as peças separadamente, que
proporciona maior flexibilidade e criatividade na composição do modelo.
Parte-se do pressuposto que o Carrefour não oferece um produto
adequado às necessidades do consumidor. A qualidade, a pequena variedade de
modelos, a impossibilidade de adquirir as peças separadamente e a inadequada
exposição dos produtos justificam, segundo o grupo, a não aquisição dos produtos.
Contudo,
colocado
diante
de
alguns
dos
produtos
da
próxima
coleção
primavera/verão que serão comercializados nas lojas a partir de agosto, o grupo
ficou perplexo com a qualidade, o acabamento, a modelagem, o design e a estampa
apresentados,
considerando-os extremamente satisfatórios e mostrando grande
interesse pelas peças. O desconhecimento revelado pelo grupo em relação aos
produtos explica-se, em parte, pela exposição dos mesmos no hipermercado,
freqüentemente pouco atrativa ao consumidor, como também, pela suposta falta de
exclusividade – presume-se que há grande quantidade comercializada de um
mesmo modelo – gerando no consumidor um certo preconceito em adquirir os
produtos de moda praia no hipermercado.
Verificou-se que para o grupo o preço é um fator importante, mas
não decisivo para a compra dos produtos ainda que, por se tratar de uma rede de
hipermercados, com maior poder de negociação junto aos fornecedores, espere que
os preços sejam inferiores às lojas especializadas. Contudo, no estudo exploratório,
as consumidoras do segmento, apontaram o preço como o principal motivo para a
aquisição dos produtos. Isso pode ser justificado em função do perfil dessas
consumidoras, mais jovens – 43% têm até 20 anos – e com renda mais baixa – 58%
têm renda entre 6 e 15 SM – indicando menor exigência quanto aos produtos e
poder aquisitivo mais baixo.
A partir da dinâmica em grupo detectou-se que o crescimento das
vendas dos produtos de moda praia no hipermercado Carrefour pode ser
impulsionado adotando-se algumas medidas.
A venda de peças separadas, pelas razões expostas anteriormente,
e a maior variedade de modelos são fatores fundamentais para a aquisição dos
produtos, resultado confirmado pelo estudo exploratório com as consumidoras dos
produtos.
A rigorosa qualidade e um design em sintonia com as tendências de
moda, que sugira às consumidoras inovação, também são recomendados.
A exposição dos produtos é um outro fator que pode estimular as
vendas. Apesar do Têxtil encontrar-se sempre na entrada do hipermercado,
obrigando o consumidor a circular pelo departamento, é aconselhável a adoção de
um visual merchandising atrativo, que proporcione ao consumidor uma atmosfera de
bem estar, permitindo maior envolvimento com os produtos. Uma melhor
comunicação e a correta identificação dos produtos também são desejáveis, bem
como, alterações nos provadores, com dimensões maiores e iluminação e espelhos
apropriados.
Por tratar-se de um hipermercado, não se espera um atendimento
personalizado. A presença de pessoas qualificadas que possam auxiliar quando
solicitadas pelo consumidor é considerado suficiente.
A venda de marcas conhecidas do consumidor por sua qualidade,
design e modelagem por preço inferior às lojas especializadas também pode motivar
o aumento das compras do segmento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONTIJO, S. 80 Anos de Moda no Brasil. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1987.
MOUTINHO, M. R., VALENÇA, M. T. A Moda no século XX. Rio de Janeiro, Senac
Nacional, 2000.
O‟HARA, G. Enciclopédia da Moda – De 1840 à década de 80. São Paulo,
Companhia das Letras, 1999.
TESSARI, C. Panorama Setorial Gazeta Mercantil – A Indústria da Moda, Volumes 1
e 2. São Paulo, Gazeta Mercantil, 2001.
Jornais
CRUZ, Ana Cláudia. Confecções de biquíni apostam na „moda lazer‟ para enfrentar
inverno. Gazeta Mercantil, São Paulo, 15 mar 2001, Caderno Grande São Paulo, p.
1.
CRUZ, Ana Cláudia. Exterior é „rota de fuga‟ de biquínis de inverno. Gazeta
Mercantil, São Paulo, 15 mar 2001, Caderno Grande São Paulo, p. 2.
DANTAS, Verônica. Hipermercados reforçam sua área têxtil. Gazeta Mercantil, São
Paulo, 27 abr 2001.
MARTINEZ, Christiane. Carrefour arruma a casa para voltar à liderança. Gazeta
Mercantil, São Paulo, 7 mai 2001.
PALOMINO, Erika. Padrões mudam a cada década. Folha de S. Paulo, São Paulo,
14 mar.1999, Caderno Especial Ano 2000, p. 12.
Sites
ABRAVEST – Associação Brasileira da Indústria de Vestuário
http:// www.abravest.org.br
ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção
http:// www.abit.org.br
IEMI – Instituto de Estudos de Marketing Industrial
http:// www.iemi.com.br
JORNAL WORLD FASHION
http:// www.worldfashion.com.br
REVISTA TEXTÍLIA
http:// www.textilia.net
SINDIVEST – Sindicato das Indústrias de Vestuário de São Paulo
http:// www.sindivest.org.br
TEXLINEA
http:// www.texlinea.com
UNIVERSIDADE INTERATIVA ANHEMBI MORUMBI
Curso de Pós Graduação On-Line em Moda e Comunicação – Disciplina História da
Moda
http:// www.anhembi.br/ei
ANEXOS
ANEXO 1
ROTEIRO PARA ENTREVISTA NO HIPERMERCADO CARREFOUR
1. Perfil do Entrevistado
Idade
( ) Até 20 anos
( ) De 21 a 30 anos
( ) De 31 a 40 anos
( ) De 41 a 50 anos
( ) Mais de 51 anos
Estado Civil
( ) Solteira
( ) Casada
( ) Separada
( ) Divorciada
( ) Viúva
( ) Outros
Qual? _____________________________________________________________
Formação Acadêmica
( ) 1º grau incompleto
( ) 1º grau completo
( ) 2º grau incompleto
( ) 2º grau completo
( ) Superior incompleto
( ) Superior completo
( ) Outro
Qual? _____________________________________________________________
Renda Familiar
( ) Até 5 SM
( ) De 6 a 10 SM
( ) De 11 a 15 SM
( ) De 16 a 20 SM
( ) Mais de 20 SM
2. Questionário
1. Compra (ou já comprou) moda praia no Carrefour?
( ) Sim
( ) Não
(se sim, vá para a pergunta 6)
2. Se não, por quê?
( ) Qualidade
( ) Variedade
( ) Atendimento
( ) Oportunidade
( ) Outro
Qual? _____________________________________________________________
3. Compraria moda praia no Carrefour?
( ) Sim
( ) Não
4. Se não, por quê?
( ) Qualidade
( ) Variedade
( ) Atendimento
( ) Oportunidade
( ) Outro
Qual? _____________________________________________________________
5. O que levaria você a comprar moda praia no Carrefour? Colocar em ordem de
importância de 1 (para o mais importante) a 7 (para o menos importante).
( ) Variedade
( ) Qualidade
( ) Preço
( ) Conveniência
( ) Design
( ) Modelagem
( ) Atendimento
6. O que levou você a comprar moda praia no Carrefour? Colocar em ordem de
importância de 1 (para o mais importante) a 7 (para o menos importante).
( ) Variedade
( ) Qualidade
( ) Preço
( ) Conveniência
( ) Design
( ) Modelagem
( ) Atendimento
7. Quantas vezes já comprou?
( ) Uma vez
( ) Duas vezes
( ) Três vezes
( ) Quatro vezes ou mais
8. Que tipo de peça?
( ) Biquíni
( ) Maiô
( ) Maiô Clássico
( ) Saída de praia
( ) Conjunto Aeróbica
( ) Chapéu de Praia
9. Quantas peças adquiriu?
( ) Uma peça
( ) Duas peças
( ) Três peças
( ) Quatro peças ou mais
10. O que achou da qualidade das peças?
( ) Ótima
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Péssima
11. O que achou da variedade, do estilo das peças?
( ) Ótima
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Péssima
12. O que a levaria a comprar novamente (ou comprar mais)?
( ) Atendimento personalizado
( ) Maior variedade de modelos
( ) Venda de peças avulsas
( ) Outro
Qual? _____________________________________________________________
ANEXO 2
ROTEIRO PARA DINÂMICA EM GRUPO
1. Associação de Idéias
Sugerir as palavras e solicitar associação de idéias

Hipermercado

Carrefour

Extra

Alimento

Não alimento

Têxtil

Biquíni
2. Questionário
Estimular o grupo a falar livremente sobre as questões:

Costuma comprar no Carrefour? O que? Por que? Com que freqüência?

Compra em outros hipermercados? O que? Por que? Com que freqüência?

Compra em magazines? O que? Por que? Com que freqüência?

Apesar de não comprar moda praia, já adquiriu produtos têxteis no Carrefour? O
que? Por que? Com que freqüência?

Onde você compra moda praia? Por que?

Que motivos fariam você comprar moda praia no Carrefour?
3. Exposição das peças
Expor algumas peças da próxima coleção primavera/verão do Carrefour, disponível
nas lojas a partir de agosto, e observar a reação do grupo.
Pedir a avaliação do grupo quanto a:

Qualidade

Acabamento (costura, forro etc.)

Modelagem

Design

Estampa
Após observar as peças, você compraria moda praia no Carrefour? Por que?
Quanto pagaria (em média) pelas peças apresentadas?

Biquíni

Maiô

Canga
Informar os preços (médios) e observar a reação do grupo.

Documentos relacionados