incontinência urinária masculina - revista scmm
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incontinência urinária masculina - revista scmm
INCONTINÊNCIA URINÁRIA MASCULINA – ESFÍNCTER ARTIFICIAL No Brasil, como em todo o mundo, a incidência do câncer da próstata vem apresentando números alarmantes. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia e Instituto Nacional do Câncer, em 2010 são 52.350 novos casos, com 8.000 óbitos, contabilizando um óbito a cada 66 minutos. Esta patologia, no momento de seu diagnóstico pode ser classificada nas mais diferentes fases de seu estadiamento, desde a doença localizada, até as mais avançadas como localmente invasiva e metastática. Nos últimos anos, com as campanhas de conscientização versadas pela mídia e Instituições Médicas da especialidade, felizmente temos encontrado em torno de 70% da doença em seu estádio inicial, ao contrário do que víamos há 20 anos atrás. Para a doença em estádio inicial, a Prostatovesiculectomia Radical é o tratamento mais indicado. Trata-se de uma cirurgia de alta complexidade em que é retirada não só a próstata como também as duas vesículas seminais, parte da uretra e colo da bexiga. Algumas complicações são inerentes a este procedimento sendo entre eles o mais importante e devastador a Incontinência Urinária. Esta pode ser classificada como leve, passando pelo grau moderado chegando até as mais severas. A presença ou não da incontinência e seus graus não podem ser previstos antes do procedimento cirúrgico, pois estão diretamente associados ao volume do tumor, intensidade de invasão de outras estruturas anatômicas adjacentes, principalmente as bandas neuro-vasculares que margeiam a próstata e o esfíncter uretral. Sendo assim foi desenvolvido pela American Medical Systems (A.M.S.), indústria americana, um Esfíncter Uretral Artificial, denominado AMS-800, que detém patente internacional, sendo o único com suas características no mercado mundial. Em Alagoas, o Serviço de Urologia da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, foi pioneiro na colocação destes esfíncteres, com trabalhos iniciados no ano de 2001. Uma das limitações para a colocação deste aparelho, além de uma longa curva de aprendizado é sem dúvida o seu valor de mercado que gira em torno de U$ 25.000,00 (vinte e cinco mil dólares). Este fator praticamente inviabiliza sua colocação em pacientes do SUS como também nos usuários da Saúde Suplementar. Por isso em todo o Brasil a maioria dos Serviços de Urologia detém um pequeno número destes procedimentos cirúrgicos. Na Santa Casa de Maceió, completamos este ano a colocação de 10 (dez) Unidades Esfincterianas Artificiais, cerca de um caso por ano, o que se torna um volume razoável de procedimentos para nossa realidade regional. Todos os esfíncteres colocados em pacientes do nosso Serviço até este momento, excetuando-se dois deles que faleceram por outras causas, estão funcionando normalmente, mantendo-os totalmente continentes gerando um elevado grau de satisfação e uma total re-inclusão social.
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