plano aquarela 2007-2010

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plano aquarela 2007-2010
PLANO AQUARELA
MARKETING TURÍSTICO INTERNACIONAL DO BRASIL
2007-2010
ANTECEDENTES
Em 2004 foi iniciada a elaboração do Plano Aquarela - Marketing
Turístico Internacional do Brasil, cujos objetivos foram impulsionar o
turismo internacional no Brasil, incrementando o número de turistas
estrangeiros no país e a conseqüente ampliação da entrada de divisas.
O Plano Aquarela foi elaborado no momento em que o turismo brasileiro
iniciava a implantação de mudanças estratégicas no seu sistema de
gestão. Com a criação do Ministério do Turismo e uma nova estrutura de
gerenciamento, a Embratur passava a dedicar-se exclusivamente a
promoção do turismo no exterior.
Esta mudança de foco requeria da Embratur, uma atuação profissional e
direcionada a atender as necessidades e os desejos do mercado
internacional. Desta forma, o Plano Aquarela enquadrou-se dentro do
Plano Nacional de Turismo 2003-2007, onde o Ministério do Turismo
estabeleceu seus objetivos e metas de trabalho.
A implantação do Plano Aquarela iniciou-se a partir de março de 2005 com
uma nova abordagem direcionada aos mercados prioritários.
A definição das estratégias do Plano Aquarela ganhou forma a partir de
um esquema metodológico, dividido em três fases distintas:
- Diagnóstico: cujo foco foi à sistematização e análise de dados préexistentes, e a produção de novos dados, gerando um instrumento com
informações consistentes e sendo base para as fases posteriores;
- Formulação da Estratégia de Marketing: a partir da análise do
diagnóstico foi possível definir a visão de futuro desejada para o turismo
do país e estabelecer os objetivos e as linhas estratégicas para alcançá-la;
1
- Plano Operacional: com linhas orientadoras definidas, esta etapa tratou
de desenhar as atuações necessárias para executar o plano e seguir as
estratégias estabelecidas.
O Plano Operacional no período 2005 – 2006 constituiu-se no elemento
central para a implantação das estratégias formuladas na Fase II do Plano
Aquarela.
Este conjunto de macro-programas foi estruturado a partir de uma
definição inicial dos diferentes tipos de programas, projetos e ações
recomendadas como as mais adequadas ao turismo internacional do Brasil
hoje. Este conjunto de macro-programas e ações foram detalhados em
fichas específicas para sua implantação e controle.
O Macro-programa Geral foi constituído por todas aquelas ações que
foram necessárias para iniciar a atividade promocional e que podem ser
aplicadas a todos os mercados. Por exemplo, o desenho e o manual de
uso da marca turística, o desenho e manutenção do Portal, o desenho dos
diferentes materiais de base, tais como as publicações para o trade e o
consumidor, materiais como cartazes e CD’s de banco de imagens, os
pontos de identidades para feiras, apresentações e os escritórios
brasileiros de turismo no exterior.
Neste Macro-programa, foram estabelecidos 3 programas para atuação da
Embratur no curto prazo:
•
O Programa de Identidade;
•
O Programa de Tecnologias da Informação; e
•
O Programa de Base.
2
Para que o turismo no Brasil adquirisse a importância necessária, foi feita
uma mudança formal importante que deve ser percebida por todos os
públicos. Com esta finalidade o Programa de Identidade Turística incluiu o
desenho
da
marca,
o
decálogo,
a
mensagem
permanente
e
a
normalização dos mesmos, assim como a preparação de um banco de
imagens próprio para a nova imagem que pretende-se implantar.
O Programa de Tecnologias da Informação incluiu os projetos do Portal
Brasileiro do Turismo, com o desenho e a manutenção cotidiana dos novos
conteúdos,
o
Projeto
News
e
os
Cadastros
de
Imprensa,
Trade
Internacional e Trade Brasil.
O
Programa
de
Base
reuniu
todos
os
projetos
que
constituem
precisamente a base desta mudança e que mostrarão diretamente aos
vários Públicos a nova identidade turística do Brasil. Reúne os Projetos de
Publicações para o Trade e para o Consumidor, o Projeto de Materiais e o
Projeto dos Pontos de Identidade.
Durante o primeiro ano de implantação do Plano, o Macro-programa Geral
deveria ter um orçamento superior ao normal, por ser o ponto de partida
do Plano de Marketing, sendo que a cada ano o seu valor poderá ser
gradualmente reduzido.
O Macro-programa Mercado Internacional incluiu todos os programas
que estariam diretamente ligados às ações por público alvo, mercados
prioritários e segmentos.
A escolha de prioridades de mercados considerou os seguintes critérios:
Para a definição dos planos para os países prioritários, foram consideradas
as informações que permitiriam que cada um dos EBT´s – Escritórios
3
Brasileiros de Turismo, pudessem preparar o seu Plano de Trabalho
específico, em sintonia com a estratégia geral do Plano Aquarela e com as
metas e os orçamentos disponíveis.
Naquele momento, pela falta de informações históricas da Embratur
anteriores a 2004, que permitissem avaliação de resultados das ações em
cada mercado, foram considerados os seguintes parâmetros:
ο Máximo histórico: em função das constantes oscilações no câmbio
nos países vizinhos este máximo já havia acontecido em anos
anteriores a 2004.
ο Turistas internacionais: No caso dos países europeus foi colocado
o número de turistas que fazem viagens internacionais fora da União
Européia. Nos outros países estão consideradas todas as viagens
internacionais.
ο Turistas “grande interesse”: Corresponde ao percentual dos
turistas potenciais que, de forma clara manifestaram seu interesse
pelo Brasil. O volume e o resultado de considerar o turismo
internacional, a porcentagem e o peso da América do Sul neste
mercado.
ο Competidores diretos. Aqueles três países que o turista potencial
escolhe junto com o Brasil.
ο Distribuição do orçamento promocional: A distribuição do orçamento nas regiões ocorre de acordo com a forma de organização de
cada mercado-alvo (comportamento do consumidor, cadeia de distribuição de produtos e de informação de cada país-alvo).
ο Conteúdo
dos
produtos:
Porcentagem
de
importância
nas
diferentes ações de promoção baseada no portfólio de produtos e
mercados. A mesma porcentagem foi aplicada para todos os países
de cada região.
4
ο Mensagem. Aspectos positivos para viajar ao Brasil que o turista
destaca, de forma espontânea, na pesquisa.
Nos países em que não foram feitas pesquisas, para os quais as
informações não foram disponibilizadas, as ações promocionais deveriam
ter sido consideradas dentro da lógica do Plano Aquarela, caso a caso e
consideradas no orçamento de reserva conjuntural.
No Macro-programa Mercado Internacional, foram elaborados cinco
programas:
•
O Programa Produtos do Brasil;
•
O Programa de Atenção;
•
O Programa de Imprensa;
•
O Programa Trade; e
•
O Programa Turistas.
O Programa Produtos do Brasil inclui as Linhas de Produtos e ações para
os segmentos chave. O projeto dos Bureaux de Comercialização visa
incrementar a venda dos produtos “nichos de mercado” e o Programa de
Excelência em Turismo, que visa o estudo de produtos complementares
competitivos.
O Programa de Atenção inclui as instâncias de atendimento direto nos
mercados, tais como os EBT’s – Escritórios Brasileiros de Turismo já
instalados e programados e os Agentes Brasil nos outros mercados
prioritários.
O Programa de Imprensa reúne os projetos do Kit de Imprensa, Boletim,
Press Trips e o Monitor Brasil.
5
O Programa Trade inclui os projetos de publicidade em revistas e internet,
o Boletim Informativo, as fam trips, chamadas Caravanas Brasil, as
apresentações em feiras e seminários de vendas e o Treinamento de
agência de viagens e parceria nos workshops dos operadores.
O Programa Turistas inclui os projetos de Publicidade Própria, Publicidade
Cooperada, Bem vindo ao Brasil, Eventos Brasil e o programa de Relações
Públicas.
O Macro-programa Aquarela objetivou manter o Plano como ferramenta
de gestão e controle de programas, ações, metas e orçamentos. Incluiria
os Programas de Informação, de Pesquisas e o Sistema de Controle.
OBJETIVOS ALCANÇADOS
Desta maneira, o Plano Aquarela se concretizou como novo instrumento
orientador das ações promocionais da Embratur.
É possível verificar que a estratégia prevista permitiu a implantação de
um novo modelo de qualidade da promoção internacional, que teve como
principais resultados os seguintes fatos:
•
A criação e colocação no mercado turístico mundial da primeira marca
turística do Brasil;
•
Estabelecimento de uma imagem global do turismo do Brasil no
mundo;
•
Estabelecimento de posicionamento frente aos principais destinos
líderes do turismo mundial;
6
•
Orientações e diretrizes claras para as ações promocionais do Brasil no
exterior;
•
Compartilhamento das estratégias com o setor público dos Estados;
•
Informações estratégicas sobre mercados, oferta e demanda;
•
Criação e operação profissional dos escritórios brasileiros no exterior.
Um dos primeiros objetivos do Plano Aquarela 2007 – 2010 foi estabelecer
cenários adequados com metas para diferentes realidades orçamentárias.
Após dois anos de sua implantação o plano foi revisado e tem uma nova
versão, o Plano Aquarela 2007-2010, no qual, a partir da monitoria serão
analisadas
as
ações
executadas,
os
resultados
alcançados
e
o
desempenho da implantação do plano, segundo as metas estabelecidas
em 2005.
7
BALANÇO DO PLANO AQUARELA 2005 – 2006
Este documento apresenta uma análise do mercado turístico, seu
desempenho e sua evolução nos últimos dois anos. Além disso, descreve a
situação atual dos produtos turísticos brasileiros, a receptividade destes
produtos nos mercados emissivos e as tendências dos segmentos, nichos
de mercado e grupos de consumo.
1. O MERCADO TURÍSTICO
Neste capítulo é apresentada uma breve análise da evolução do turismo
no mundo, nas Américas e no Brasil, identificando as principais variações
e influências dos acontecimentos no comportamento do mercado turístico,
com o objetivo de identificar as tendências do cenário do turismo global.
O período de apreciação dos dados contemplou, sempre que possível, os
anos 2003 a 2006, com prioridade para a análise comparativa de
desempenho dos mercados na temporada 2005 a 2006, período previsto
para a aplicação de recursos e orientações mercadológicas estabelecidas
no Plano Aquarela.
TABELA 1
TENDÊNCIAS DO TURISMO MUNDIAL - ENTRADA DE TURISTAS (MILHÕES)
2003
2004
2005
2006
Previsão
2010
Previsão
2020
694,0
764,0
806,0
842,0
1.006,0
1.561,0
AMÉRICAS
112,4
AMÉRICA DO
SUL
9,3
125,7
133,5
136,2
190,0
282,0
16,2
18,2
19,5
26,9
42,8
MUNDO
Fonte: Turismo: Panorama 2020. Previsiones mundiales y perfiles de los segmentos de mercado. OMT, 2004. & Barômetro
OMT del Turismo Mundial, Vol. 4. Outubro de 2006 & Barômetro OMT del Turismo Mundial. Janeiro de 2007.
8
O fluxo turístico internacional em 2006 chegou a mais de 800 milhões de
viajantes, salientando-se que o conceito de turista considerado para
análise desta variação sinaliza que é a pessoa que realiza uma viagem
para além das fronteiras territoriais de seu próprio país.
A variação observada entre os anos 2003 e 2006 indica um aumento de
cerca de 150 milhões de pessoas a mais realizando viagens internacionais.
Este cenário ratifica a tendência de crescimento continuado do turismo no
mundo, cuja previsão estimada pela Organização Mundial do Turismo
(OMT) prevê um fluxo de mais de 1 bilhão de turistas em 2010.
Em relação aos índices de crescimento acumulado para os períodos 20072010
e
2010-2020,
os
números
foram
estimados
com
base
no
crescimento anual para o turismo mundial, projetado em 4,1% pela OMT.
A recuperação de crescimento dos fluxos turísticos mundiais, iniciada em
2003 e mantida até o período atual, mostra uma adequação dos mercados
frente às dificuldades do mundo moderno, desencadeadas no ano de 2001
por conta dos acontecimentos do dia “11 de setembro”, para realização de
viagens intercontinentais.
9
GRÁFICO 1: CRESCIMENTO DO TURISMO MUNDIAL POR REGIÃO
O cenário turístico em 2003 indicava a Europa como principal mercado
turístico mundial. Esta liderança é confirmada com a manutenção do
continente europeu como maior mercado receptivo, porém verifica-se um
pequeno decréscimo nos seus percentuais, cuja variação foi de - 5% entre
período de 2003 e 2006.
O decréscimo da presença da Europa no mercado turístico mundial
resultou na redistribuição desta variação para os demais continentes, em
que se destaca a Ásia com a maior variação contabilizada: sua presença
no mercado aumentou em mais de 3%, totalizando um domínio de 20%
do mercado turístico mundial.
10
TABELA 2
TENDÊNCIAS DE CRESCIMENTO DO TURISMO NAS AMÉRICAS
2003
AMÉRICA
NORTE
AMÉRICA
CENTRAL
TOTAL
2005
CRESCI
MENTO
(médias)
2004/2005
2006
CRESCI
MENTO
(médias)
2005/2006
DO
CARIBE
AMÉRICA
SUL
2004
CRESCI
MENTO
(médias)
2003/2004
76,1
85,7
11,1
89,9
6,2
90,3
0,5
17,3
18,1
10,9
18,9
4,9
19,5
3,2
4,9
5,7
5,9
6,5
4,3
6,9
6,1
14,2
16,2
15,6
18,2
15,7
19,5
7,2
112,4
125,7
17,2
133,5
12,2
136,2
2,1
DO
Fonte: Barômetro OMT del Turismo Mundial. 2006 & Janeiro 2007.
Após a retração dos fluxos turísticos e queda nos índices de crescimento
das Américas, por conta do cenário mundial, e da crise econômica e o “11
de setembro”, que afetou a atividade turística nas Américas já é possível
indicar sua recuperação.
O número de chegadas de turistas para as Américas sinaliza que após os
índices de retração contabilizados até o ano de 2003, pode-se identificar
uma retomada do crescimento, apontando números superiores aos
alcançados no ano de 2001.
Os dados da tabela apontam o crescimento continuado do fluxo turístico
para todo continente, no período 2004 - 2006, porém os números
apresentam a América do Sul e Central com melhor desempenho e
maiores índices de crescimento.
11
GRÁFICO 2
O VOLUME TURÍSTICO NAS SUB-REGIÕES DAS AMÉRICAS
O maior volume turístico para as Sub-regiões americanas é para a
América do Norte, porém os números apontam para um decréscimo no
percentual desta região, sendo que a retração iniciada em 2001 e as
medidas preventivas adotadas para ataques terroristas, aumentam as
dificuldades de acesso ao continente e mantém até hoje este em
constante estado de alerta.
No período de 2003 a 2006 os percentuais apontam para um crescimento
na fatia de volume turístico nas regiões da América do Sul e América
Central. Nos anos de 2005 e 2006 a América do Sul apresentou o maior
crescimento para o volume turístico, registrando neste ano o mesmo
número de turistas internacionais que o Caribe.
Pode-se considerar que as sub-regiões da América do Sul e América
Central estariam configurando-se como destinos alternativos nas Américas
para fluxo anteriormente direcionado a América do Norte, que por conta
das dificuldades encontradas nesta sub-região está buscando novos
destinos.
12
O crescimento do turismo nas Américas para o ano de 2006 alcançou um
índice modesto de 2%, e as sub-regiões da América do Sul e América
Central obtiveram os maiores percentuais do total geral das Américas,
configurando-se em 7,2% e 6,1% respectivamente, ratificando assim os
resultados positivos dos últimos anos, ainda que em menor percentual.
GRÁFICO 3 - ENTRADA DE TURISTAS NO BRASIL 2002/2006
5.358.170
4.793.703
5.018.991
4.132.847
3.784.898
2002
2003
2004
2005
2006
Fonte: DPF/Embratur
A evolução da entrada de turistas no Brasil indica um crescimento
acentuado até o ano de 2005, e uma pequena retração no volume de
turistas
para
o
ano
2006.
Este
decréscimo
pode
ser
atribuído
principalmente a dois fatores: a crise estrutural na aviação civil brasileira,
por conta da situação econômica e operacional da VARIG e o baixo
crescimento do turismo mundial.
A crise da VARIG obrigou a empresa a reduzir sensivelmente o número de
vôos internacionais operados até 2005, impactando a disponibilidade de
assentos, impedindo que a demanda crescente gerada nos anos anteriores
pudesse ser atendida. É importante lembrar que a companhia aérea era
13
líder de mercado nas rotas internacionais para o Brasil e possuía as
melhores e mais rápidas conexões dos principais destinos internacionais e
para os grandes portões de entrada do país.
TABELA 3
DISPONIBILIDADE DE VÔOS INTERNACIONAIS
2005
2006
TOTAL DE DESEMBARQUES
6.788.000
6.330.000
TOTAL DE TURISTAS INTERNACIONAIS
3.938.000
3.600.000
TOTAL DE PASSAGEIROS NACIONAIS
2.850.000
2.730.000
OFERTA DE ASSENTOS
7.310.000
7.024.600
TOTAL DE VÔOS POR ANO
36.188
35.123
TOTAL DE VÔOS POR SEMANA
693
675
TOTAL DE VÔOS POR DIA
98
96
Fonte: Embratur.
Em relação ao crescimento das chegadas de turistas nas Américas,
durante o ano de 2006 é possível verificar que o continente atingiu os
menores índices de crescimento identificados nos fluxos mundiais por
continente, ficando em cerca de 2%, enquanto que o total do turismo
mundial foi contabilizado em 4%. Esta redução de volume de fluxo
turístico também impactou significativamente na retração de crescimento
do turismo no Brasil, que até o ano anterior havia apresentado
crescimento sustentado.
O bom desempenho nestes anos pode ser atribuído à mudança no foco de
atuação da
Embratur, que passou a dedicar-se exclusivamente à
promoção internacional, com esforços direcionados para os mercados de
interesse, em conjunto com as estratégias de marketing desenhadas no
Plano Aquarela.
14
GRÁFICO 4
RECEITA GERADA PELO TURISMO (BILHÕES US$)
5,342
4,687
3,812
2004
2005
2006
Fonte: DPF / Embratur 2006: dados preliminares.
O turismo no Brasil gerou uma receita total de US$ 4.6866.733,00 em
2006, conforme estimativa preliminar, baseada nos dados calculados pela
FIPE e fornecidos pela Embratur. A receita aqui foi calculada através do
gasto médio diário, pelo número de dias de permanência, pelo número de
turistas.
Este valor ainda poderá ser reajustado quando da divulgação dos números
finais contabilizados pela Polícia Federal, previsto para junho. Mesmo
preliminares estes números continuam demonstrando o potencial de
contribuição que o setor turístico pode representar no crescimento
econômico global do Brasil.
Além disso, o aumento da permanência média em mais de um (1) dia
reflete o trabalho feito dentro da estratégia de produtos “Descubra o
Brasil” e que tem como meta que o turista conheça mais lugares do país e
a necessidade de permanecer mais tempo.
15
De acordo com a Embratur, metodologicamente não é possível estabelecer
uma comparação com os anos 2002 e 2003, pois os parâmetros de análise
dos
dados
para
estes
anos
diferem
na
forma
de
avaliação
das
informações.
Outra informação importante sob o ponto de vista da renda que o setor
gera no país vem dos dados contabilizados pelo Banco Central, segundo
os quais as divisas aumentaram em 2006 em relação a 2005.
É importante salientar que os dados apurados pelo Banco Central não
consideram o valor gasto pelo turista em espécie, durante a sua
permanência no Brasil e são, portanto, sempre inferiores à receita
estimada.
GRÁFICO 5 - DIVISAS GERADAS PELO TURISMO (US$BILHÕES)
3,9
4,3
3,2
2004
2005
2006
Fonte: Banco Central / Embratur.
A motivação da viagem ao Brasil também sofreu variações no período
2004 a 2006, com crescimento da motivação eventos/ congressos/
convenções. Esta variação pode ser atribuída aos esforços de promoção
16
internacional, pois boa parte das ações foi direcionada exclusivamente a
este segmento de mercado.
TABELA 4
MOTIVO DA VIAGEM AO BRASIL
MOTIVO
2004
2006
Turismo/Lazer
70%
70%
Eventos/congressos/ convenções
6%
12%
Negócios
16%
9%
Visitar amigos/parentes
5%
5%
Estudo/ensino/pesquisa
2%
3%
Religião
1%
1%
Fonte: Embratur/Vox Populi
Apesar da participação de negócios como uma das motivações do turista
para a viagem ao Brasil ter diminuído em 2006, o número absoluto
aumentou no período 2003 a 2005, com um incremento de 484.687
visitantes para realizar atividades de negócios. Este segmento cresceu
aproximadamente 28% de 2003 para 2004 e 13% de 2004 para 2005,
índices superiores ao crescimento total do turismo no Brasil que foram de
cerca de 16% e 12% para os períodos.
17
GRÁFICO 5 - CRESCIMENTO DO TURISMO DE NEGÓCIOS
5.358.170
4.793.703
4.132.847
1.074.540
1.375.793
1.559.227
2003
2004
2005
NEGÓCIOS, EVENTOS E CONVENÇÕES
TOTAL TURISTAS INTERNACIONAIS
Fonte: Embratur / FIPE.
Voltando à questão do segmento de Eventos, Congressos e Convenções, o
aumento da sua participação percentual na motivação do turista, já
poderia ser previsto, pois reflete um trabalho intenso do setor que está
registrado no posicionamento atual do Brasil no Ranking da ICCA
-International Congress & Convention Association.
Esta entidade representa toda a indústria de Eventos / Congressos /
Convenções, analisa o desempenho desta indústria no mundo, e apóia o
setor disponibilizando informações estratégicas para atuação de um
destino neste segmento específico.
TABELA 5 - EVOLUÇÃO DO BRASIL NO RANKING DA ICCA
2002
POR NÚMERO DE EVENTOS SEDIADOS:
POSIÇÃO
21º
EVENTOS SEDIADOS
59
POR NÚMERO DE PARTICIPANTES:
POSIÇÃO
16º
PARTICIPANTES
67.158
2003
2004
2005
2006
19º
62
14º
106
11º
145
7º
207
13º
84.778
14º
92.526
8º
130.265
-
Fonte: Embratur
18
Em 2005, o Brasil ampliou significativamente seu posicionamento no
ranking da ICCA, passando de 21º colocado para 11º colocado como país
sede de eventos internacionais, atingindo a marca de 145 eventos
sediados em 2005. No ano seguinte, o país apresentou resultados ainda
mais positivos no segmento, registrando 207 eventos internacionais
sediados, número que o coloca em uma posição bastante notável no
ranking.
Ocupando hoje a 7ª posição, o Brasil passa a integrar os TOP 10 de países
que mais sediam eventos internacionais no mundo, ficando com a 2ª
melhor colocação das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos, atual 1º
colocado do ranking, com 414 eventos sediados.
TABELA 6
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EVENTOS INTERNACIONAIS
SEDIADOS PELO BRASIL
2002
2003
2004
2005
2006
59
62
106
145
207
Fonte: Embratur
Com relação ao número de participantes, o Brasil também melhorou seu
posicionamento atingindo, em 2005, a 8º posição no ranking ICCA na
avaliação de desempenho deste item, registrando 130.265 turistas que
vieram exclusivamente participar de eventos internacionais. Os números
oficiais do ranking de 2006 por número de participantes ainda não foram
divulgados, mas a expectativa é de que o Brasil possa ganhar posições
também neste quesito.
Quanto aos dados referentes à origem dos turistas no Brasil a partir das
suas regiões de residência permanente mostram que a tendência de
crescimento da Europa não só amplia sua participação do mercado
19
turístico brasileiro como passa a liderar o fluxo de entradas no país,
apresentando incremento da participação no mercado de 14% a mais que
no ano 2000.
Outra evidência de aumento na participação do mercado turístico
brasileiro foi a ampliação do número de turistas norte-americanos que,
embora tenham apresentado uma sensível queda de 2005 para 2006,
obtiveram um crescimento acumulado de 3% em relação a 2000,
correspondendo a 17% de participação atual no mercado.
GRÁFICO 7: TURISTAS INTERNACIONAIS NO BRASIL CONFORME
REGIÃO
A análise realizada sobre o item entrada de turistas no Brasil, segundo a
região de residência permanente, considera o agrupamento a partir da
divisão dos mercados estabelecida no Plano para o portfólio de produtos
de promoção internacional. De acordo com esta análise, confirmando as
tendências que já vinham se desenhando desde 2000, no último ano os
países vizinhos perderam para a Europa a liderança quanto ao fluxo de
20
entrada de turistas no Brasil com um total de 1.803.013 contra 1.968.838
desta região.
Em relação ao redirecionamento dos percentuais de entrada de turistas no
Brasil por mercado, causado pela perda de mercado dos países vizinhos,
observa-se que o maior crescimento ficará por conta do mercado dos
Estados Unidos e Canadá, cujo índice até 2005 soma incremento de 12%,
e do mercado da Europa Norte, com incremento de 16%, onde é possível
perceber um aumento percentual de 6% em cada mercado se comparado
ao crescimento percentual do período anterior a este ano.
TABELA 7 - CRESCIMENTO DA ENTRADA DE TURISTAS, SEGUNDO REGIÃO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE
REGIÕES
2003
2004
2005
2006
2005/2003
EUROPA
1.522.694
1.834.164
2.069.221
1.968.838
36%
AMÉRICA DO SUL
1.579.889
1.829.017
2.016.202
1.803.013
28%
AMÉRICA DO NORTE
787.407
838.595
941.777
855.098
20%
ÁSIA
106.760
132.633
151.358
188.117
42%
ÁFRICA
52.489
64.678
75.676
83.721
44%
AMÉRICA CENTRAL
29.536
35.830
40.081
45.012
36%
ORIENTE MÉDIO
26.460
32.159
35.138
41.461
33%
OCEANIA
21.880
22.972
26.023
31.819
19%
4.132.847
4.793.703
5.018.991
30%
TOTAL
5.358.170
FONTE: DPF / Embratur
As variações quanto à entrada de turistas no Brasil, segundo região de
residência permanente, observadas a partir do volume de turistas
contabilizado a partir do continente de origem, sendo que a análise dos
dados para as Américas está dividida por sub-regiões.
Considerando, porém, que em 2006 o cenário do turismo no Brasil foi
marcado por circunstâncias especiais, já debatidas anteriormente, que
ocasionaram queda no volume turístico internacional do país à medida que
afetaram alguns de seus principais mercados emissores, e que, por
21
conseqüência, desaceleraram o crescimento acumulado que foi registrado
nos anos anteriores, a análise elaborada sob este prisma deverá
considerar os índices de crescimento registrados no período de 2003 a
2005.
A partir destes dados observa-se que, dentre as regiões responsáveis
pelos maiores fluxos de turistas, a Europa lidera o crescimento da entrada
de turistas estrangeiros no Brasil, com 36%, seguido da América do Sul
com 28% e América do Norte com 20%.
Comparando as duas formas de análise desta informação pode-se concluir
que as variações de crescimento da entrada de turistas dos mercados
Europa, América do Sul e América do Norte são constantes, mas na
avaliação estratificada por agrupamento de mercados, podemos observar
as variações mais exatas em relação a cada grupo de mercado
estabelecido nesta matriz e verificar os efeitos diretos da promoção
internacional focada nos mesmos a partir das ações promocionais
desenhadas com base no portfólio de produtos.
Assim, considerando também os dados de entrada de turistas no Brasil,
segundo país de residência permanente, observa-se três grupos a partir
das variações de crescimento. Na primeira tabela observamos o grupo de
países com crescimento acumulado acima da média do Brasil, portanto
com índices superiores a 30%, com destaque para Noruega, Suécia e
China com crescimento médio de 70%.
22
TABELA 8
MÉDIA DE CRESCIMENTO NA ENTRADA DE TURISTAS SEGUNDO PAÍS DE
ORIGEM
CRESCIMENTO ACIMA DA MÉDIA DO BRASIL
PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE
2003
2004
2005
2006
2005/2003
NORUEGA
15.631
23.560
26.812
26.761
72%
SUÉCIA
26.939
37.809
45.764
36.118
70%
CHINA
10.714
16.305
18.017
37.656
68%
229.594
336.988
357.640
312.521
56%
PERU
38.948
56.647
60.251
54.002
55%
GUIANA FRANCESA
12.227
14.244
17.372
9.208
42%
ESPANHA
122.641
155.421
172.979
211.741
41%
ITÁLIA
221.190
276.563
303.878
291.898
37%
16.745
21.034
22.558
17.147
35%
CHILE
126.591
155.026
169.953
148.327
34%
JAPÃO
51.387
60.806
68.066
74.638
32%
MÉXICO
55.556
65.707
73.118
70.862
32%
HOLANDA
83.999
102.480
109.708
86.122
31%
PORTUGAL
ÁUSTRIA
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados Embratur.
Na tabela 9, também é possível observar o crescimento no número de
turistas deste grupo de países, porém seus percentuais são inferiores à
primeira planilha e superiores à média do turismo mundial, cujo
crescimento acumulado no período é de 16%. Sua variação média,
portanto será de 30% a 16%.
23
TABELA 9
MÉDIA DE CRESCIMENTO NA ENTRADA DE TURISTAS SEGUNDO PAÍS DE
ORIGEM
CRESCIMENTO ACIMA DA MÉDIA MUNDIAL
PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE
2003
2004
2005
2006
2005/2003
COLÔMBIA
36.283
42.163
47.230
50.103
30%
SUÍÇA
69.644
83.113
89.789
84.816
29%
URUGUAI
270.251
309.732
341.647
290.240
26%
EQUADOR
11.990
13.343
15.149
19.293
26%
ARGENTINA
786.568
922.484
992.299
921.061
26%
PARAGUAI
198.170
204.762
249.030
198.958
26%
BOLÍVIA
54.865
60.239
68.670
55.169
25%
CORÉIA
19.498
21.353
24.315
23.819
25%
VENEZUELA
39.234
44.257
48.598
50.471
24%
INGLATERRA
138.281
150.336
169.514
169.627
23%
FRANÇA
211.347
224.160
252.099
275.913
19%
CANADÁ
63.183
66.895
75.100
62.603
19%
668.668
705.993
793.559
721.633
19%
28.237
28.549
32.741
30.037
16%
ESTADOS UNIDOS
BÉLGICA
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados Embratur.
Na terceira planilha (Tabela 10) identifica-se o grupo de países onde o
crescimento sobre o número de entradas de turistas no Brasil situa-se
abaixo da média mundial, com índices mais modestos de até 10%.
24
TABELA 10
MÉDIA DE CRESCIMENTO NA ENTRADA DE TURISTAS SEGUNDO PAÍS DE
ORIGEM
CRESCIMENTO ABAIXO DA MÉDIA MUNDIAL
PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE
ALEMANHA
DINAMARCA
2003
2004
2005
2006
2005/2003
283.615
294.989
308.598
277.182
9%
19.722
15.555
19.672
23.288
0%
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados Embratur
Em relação ao comportamento do turista no Brasil, no que tange aos
gastos e permanência, identifica-se uma variação nos segmentos lazer e
negócios. A diferença dos segmentos configura-se principalmente porque
o turista de lazer permanece mais tempo no destino.
A média de permanência deste turista no Brasil para o ano de 2005 foi de
12 dias, porém seu gasto diário é geralmente menor do que o do turista
de negócios. O gasto diário do turista de lazer foi de US$ 80,6
representando um gasto total na viagem de US$ 967,20.
TABELA 11 TURISMO DE NEGÓCIOS X TURISMO DE LAZER
GASTO POR DIA, PERMANÊNCIA MÉDIA E GASTO TOTAL
25
O turista de negócios, por sua vez, realiza um gasto diário superior ao do
turista de lazer, pois utiliza serviços específicos requeridos por sua
motivação de viagem, bem como, equipamentos turísticos, muitas vezes
de categoria superior pré-acordados com empresas de negócios.
O turista de negócios no Brasil em 2005 teve um gasto diário de US$
112,9, mas o seu gasto total foi de US$ 914,5, em função do tempo de
permanência ser menor, cerca de 8 dias no ano 2005.
TABELA 12
RANKING DE GASTO POR TURISTA SEGUNDO PAÍS DE ORIGEM
RANKING
2005
GASTO TOTAL POR TURISTA (US$)
ESPANHA
1.343,90
SUIÇA
1319,40
PORTUGAL
1253,90
REINO UNIDO
1245,80
ITÁLIA
1230,20
HOLANDA
1198,20
CANADÁ
1174,30
ESTADOS UNIDOS
1130,20
ALEMANHA
1123,20
MÉXICO
1107,40
FRANÇA
1100,50
CHILE
607,60
ARGENTINA
559,70
PARAGUAI
466,00
URUGUAI
386,30
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados da Embratur.
Quanto aos gastos realizados pelos turistas estrangeiros no Brasil,
segundo sua origem, pode-se verificar que os turistas europeus realizam
os maiores gastos individuais, com destaque para a Espanha, com US$
1.343,90, seguida pela Suíça, com US$ 1.319,40 por turista. Também
Estados Unidos e Canadá, segundo maior mercado de turista em
crescimento para o Brasil, realizam gastos importantes no país, variando
entre US$ 1.170,00 a US$ 1.130,00 por turista.
26
2. A OFERTA TURÍSTICA ATUAL INTERNACIONAL DO BRASIL
O Brasil é considerado um país continente devido à sua extensão,
diversidade
ambiental
e
étnico-cultural.
Com
clima
e
paisagens
diferenciadas, o país oferece inúmeras possibilidades para o turismo, já os
viajantes podem combinar interesses e atividades múltiplas, cada oferta
podendo se converter em destino exclusivo.
Poucos destinos oferecem tamanha quantidade e variedade de opções
turísticas quanto o Brasil, que conta com uma oferta abrangente,
estruturada para cinco grandes segmentos e diversos nichos de mercado e
produtos focados, de acordo com a Tabela 13.
Com base nos estudos de mercado e nas estimativas dos volumes de
viagens por segmento turístico estabeleceu-se uma caracterização dos
grandes segmentos, onde são considerados os aspectos diferenciais, a
potencialidade geral e dos nichos específicos.
A extensão da oferta de Sol & Praia, Ecoturismo e Cultura possibilitou
caracterizações mais detalhadas, até por que são segmentos que
permitem um posicionamento competitivo imediato e que, pelos fluxos
que geram, podem contribuir decisivamente para inserir o Brasil entre os
principais destinos turísticos internacionais.
Estudos da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam para dois
grandes mercados turísticos por volume: o turismo baseado em enclaves
turísticos (áreas costeiras e peninsulares, montanhas e desertos, e pontos
estratégicos para observação da natureza) e o turismo de interesse geral
(circuitos que combinam diferentes segmentos e atrativos).
27
TABELA 13
GRANDES SEGMENTOS E NICHOS DE MERCADO
SOL & PRAIA
ECOTURISMO
CULTURA
ESPORTE
NEGÓCIOS &
EVENTOS
CAMINHADAS
ARQUEOLOGIA
AVENTURA
FEIRAS
ESPELEOLOGIA
PALEONTOLOGIA
TREKKING
CONGRESSOS
FLUTUAÇÃO
ÉTNICO
SURF
INCENTIVOS
OBS. DE FAUNA
FESTAS
POPULARES
RAFTING
COMPRAS
ORNITOLOGIA
CIDADES
PATRIMÔNIO
VÔO LIVRE
MEGA-EVENTOS
INTERCÂMBIO
CANYONING E
PRÁTICAS VERTICIAS
VISITAS TÉCNICAS
MERGULHO
CAVALGADAS
CONVENCIONAIS
PESCA ESPORTIVA
FUTEBOL
GOLFE
MOTOR
VELA
VÔLEI DE PRAIA
28
A análise do uso do produto pelo turista internacional atual, considerou o
desempenho geral dos fluxos durante os meses do ano, avaliando as
épocas de maior e menor visitação no decorrer dos últimos anos, o que
permite perceber um comportamento padrão.
GRÁFICO 8
ENTRADA DE TURISTAS INTERNACIONAIS POR MÊS
ENTRADA DE TURISTAS INTERNACIONAIS NO BRASIL POR MÊS / 2003-2005
900.000
800.000
700.000
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
2003
Jul
2004
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2005
Fonte: Anuário Estatístico 2004, Embratur & Anuário Estatístico 2006, Embratur.
Além disso, considerou-se o ranking dos destinos mais visitados pelos
turistas, de acordo com a motivação de viagem, o que permitirá
estabelecer o comparativo entre o uso atual do produto e a oferta atual
presente no trade internacional.
O fluxo de entrada de turistas estrangeiros, medido mensalmente, revela
os picos de maior volume de turistas, concentrado no período de
Dezembro a Março, temporada que coincide com o verão no hemisfério sul
e férias escolares nos países vizinhos.
Outro aumento importante no número de entrada de turistas refere-se ao
período Julho a Agosto, que também coincide com férias de inverno dos
29
países vizinhos, porém destaca-se o início da temporada de férias no
hemisfério norte. Por outro lado, esta temporada no hemisfério norte pode
ser considerada como uma das razões da manutenção de fluxos de
entrada de turistas para o período de Setembro a Outubro, que
contemplará a temporada período final das férias na América Norte e
Europa.
Em relação aos destinos brasileiros mais visitados pelos estrangeiros, a
partir de novos dados, é possível estabelecer o comparativo entre os
turistas de lazer e de negócios, nos anos de 2004 e 2005.
TABELA 14
DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA INTERNACIONAL DE LAZER
LAZER
DESTINOS VISITADOS
2004
2005
RIO DE JANEIRO - RJ
33,9%
31,5%
FOZ DO IGUAÇU - PR
21,7%
17,0%
SÃO PAULO - SP
13,6%
13,6%
FLORIANÓPOLIS - SC
11,9%
12,1%
SALVADOR - BA
14,2%
11,5%
BALNEÁRIO CAMBURIÚ- SC
6,1%
6,7%
FORTALEZA - CE
6,5%
6,4%
NATAL - RN
2,7%
5,8%
ARMAÇÃO DE BÚZIOS - RJ
5,8%
5,4%
MANAUS - AM
4,0%
4,0%
Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE
Quando o motivo da viagem é o lazer, os destinos preferidos ainda são Rio
de Janeiro e Foz do Iguaçu. Mesmo assim é possível notar quedas nos
percentuais de visitações a estes e outros destinos turísticos mais
consolidados no cenário internacional como Salvador.
30
TABELA 15
DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA INTERNACIONAL DE NEGÓCIOS
NEGÓCIOS, EVENTOS E CONVENÇÕES
DESTINOS VISITADOS
2004
2005
SÃO PAULO - SP
51,4%
49,4%
RIO DE JANEIRO - RJ
24,6%
22,3%
PORTO ALEGRE - RS
7,0%
8,2%
CURITIBA - PR
5,6%
5,4%
BELO HORIZONTE - MG
4,5%
4,1%
CAMPINAS - SP
3,7%
4,1%
BRASÍLIA - DF
3,6%
3,4%
FOZ DO IGUAÇU - PR
3,7%
3,0%
SALVADOR - BA
4,4%
2,7%
FLORIANÓPOLIS - SC
2,5%
1,8%
Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE.
Para negócios, eventos e convenções, a cidade de São Paulo continua
sendo o principal referencial brasileiro no segmento, seguido pelo Rio de
Janeiro. Entretanto, a exemplo do que ocorre quando o motivo é lazer,
exceto pelo tímido crescimento apresentado por Porto Alegre e Campinas,
todos os outros destinos foram citados menos vezes em 2005.
Considerando o crescimento dos fluxos turísticos estrangeiros ao Brasil de
2004 para 2005, as quedas nos percentuais de visitações destes destinos
não sugerem necessariamente números menores de turistas nestas
cidades e sim, uma diversificação maior da oferta turística do país no
mercado internacional em ambos os segmentos ao mesmo tempo em que
reafirma a posição de seus grandes ícones de lazer e de negócios.
31
TABELA 16
COMPARAÇÃO DE DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA INTERNACIONAL
DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA
INTERNACIONAL
TURISMO GERAL*
2004
2006
Rio de Janeiro (RJ)
52%
60%
São Paulo (SP)
40%
41%
Salvador (BA)
21%
14%
Foz do Iguaçu (PR)
12%
11%
Manaus (AM)
6%
8%
Fortaleza (CE)
7%
8%
Natal (RN)
7%
8%
Recife (PE)
6%
7%
Florianópolis (SC)
4%
7%
Brasília (DF)
3%
6%
Fonte: Embratur/Vox Populi.
* Turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em viagens de lazer, turismo
e/ou eventos ou que, aliado a outra finalidade, passaram no mínimo três
dias a passeio no Brasil.
MÉDIA DE CIDADES VISITADAS
A média de cidades visitadas pelo turista internacional no Brasil subiu de
2,6 cidades em 2004 para 2,74 em 2006. Apesar de ser um aumento
percentual pequeno, o que se pode notar de interessante é a mudança na
distribuição do turista pelo território nacional.
As manchas azuis no mapa abaixo mostram os municípios que foram
visitados e pode-se ver claramente como o turista afastou-se do litoral e
diversificou a sua visita acrescentando municípios.
32
33
Gráfico 9 MÉDIA DE ESTADOS VISITAD0S
2004: 2,00
2006: 2,18
70
60
50
40
2004
2006
30
20
10
0
AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE MA PB PE PI RN SE DF GO MS MT ES MG RJ SP PR RS SC
Fonte: Vox Populi/ Embratur
Gráfico 10 MÉDIA DE MACRO-REGIÕES VISITADAS
2004: 1,52
2006: 1,57
76
79
39
32
23 24
2006
SUL
11
CENTROOESTE
NORDESTE
8
SUDESTE
10
NORTE
8
2004
Fonte: Vox Populi/ Embratur.
34
Além de conhecer o uso do produto pelo turista, também é indispensável
verificarmos o comportamento da opinião do turista atual. Para isto foram
utilizadas duas fontes de dados: pesquisa
Vox Populi 2006 e o
Dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 –
Embratur/FIPE.
A primeira, uma pesquisa realizada em setembro de 2006, seguindo a
mesma metodologia da pesquisa aplicada em 2004 para a elaboração do
Plano Aquarela, porém a partir de uma amostragem maior, de 2.400
turistas estrangeiros que terminavam sua visita ao Brasil.
A outra fonte consiste na pesquisa de Caracterização e Dimensionamento
do Turismo Internacional do Brasil, que envolveu um universo de 93.767
turistas estrangeiros, entrevistados entre os anos de 2004 e 2005, em 22
portões de acesso e saídas de turistas do país (aeroportos e fronteiras
terrestres).
A opção por utilizar duas fontes de dados justifica-se pelo fato de
estabelecermos uma análise da opinião e comportamento dos turistas
para todo período de 2004 a 2006, sem, no entanto, comparar duas
fontes de dados com metodologias que diferem na forma de captação da
informação. Salienta-se que em alguns itens não foi possível retratar todo
o período, uma vez que, uma das pesquisas não apresentou informação
para o tópico em estudo.
Os principais objetivos da análise destas pesquisas foram:
• Verificar as mudanças no perfil dos turistas e na experiência turística
dos mesmos: atividades realizadas, a valoração do produto atual; as
recomendações e conteúdos das mesmas;
• Conferir a imagem atual que tais turistas têm do Brasil depois da visita;
35
• Medir a notoriedade da marca Brasil e das ações de promoção
executadas nos diferentes mercados emissores.
TABELA 17
FREQÜÊNCIA DE VISITA AO BRASIL 2004-2005
TURISMO DE LAZER
2004
2005
FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL
PRIMEIRA VEZ
40,6%
OUTRAS VEZES
59,4%
40,7%
59,3%
TURISMO DE NEGÓCIOS, EVENTOS E CONVENÇÕES
2004
FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL
PRIMEIRA VEZ
26,6%
OUTRAS VEZES
73,4%
2005
31,3%
68,7%
Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE.
TABELA18
FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL 2004 – 2006
TURISMO GERAL*
2004
2006
FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL
PRIMEIRA VEZ
53%
53%
OUTRAS VEZES
47%
47%
Fonte:Vox Populi
* turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em viagens de lazer, turismo
e/ou eventos ou que, aliado a outra finalidade, passaram no mínimo 3
dias a passeio no Brasil
Quanto à freqüência de visita, na pesquisa referente ao período 2004 e
2005, nota-se que independente do motivo da viagem, a maioria dos
turistas estrangeiros que vieram ao Brasil já visitou o país outras vezes e,
portanto já estão fidelizados ao destino.
Mesmo assim, entre 2004 e 2005, verifica-se um pequeno aumento
percentual de turistas de negócios e eventos que estão visitando o país
pela primeira vez, o que se pode entender como resposta aos esforços de
36
captação de novos eventos internacionais, orientados a partir do Plano
Aquarela.
Em relação à pesquisa Vox Populi, do período 2004 e 2006, nota-se que
índices de turistas que visitam o país pela primeira vez são superiores aos
turistas já fidelizados, sem, no entanto representar uma grande diferença
entre as duas categorias de públicos. Porém é preciso levar em conta que
a coleta de informações utilizadas para análise nesta pesquisa só
abrangeu turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em viagens de lazer,
turismo e/ou eventos e, caso tenham vindo a negócio, passaram no
mínimo três dias a passeio no Brasil.
Desta maneira, podemos atribuir a diferença entre os dados e entre as
duas pesquisas a partir de dois fatores principais: primeiro poderia estar
relacionado com os locais de aplicação das pesquisas, e o segundo se
justificaria porque a pesquisa Vox Populi não contabiliza os turistas que
entram no Brasil por motivo de negócios, sendo que este público
apresenta grandes possibilidades de repetição de viagem para um destino
em função de seus compromissos profissionais.
Em relação aos locais de aplicação das pesquisas, a pesquisa Vox Populi
foi aplicada nas salas de embarque dos principais aeroportos do Brasil, no
momento do retorno dos turistas para seus países de origem.
Já a pesquisa dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil
2004/2005 – Embratur/FIPE realizou sua contagem de turistas por meio
de duas formas de acesso, em 12 aeroportos do Brasil, os quais
representam 99% do fluxo aéreo internacional do país e em 10 fronteiras
terrestres, as quais representam 90% do fluxo terrestre internacional do
país.
37
No fluxo terrestre a fidelização pode ser maior, pois o Brasil é considerado
um destino de lazer de proximidade, com alta acessibilidade, favorecendo
o retorno constante. Também as intensas relações comerciais favorecem o
aumento das viagens de negócios.
TABELA 18: FONTES DE INFORMAÇÃO SOBRE OS DESTINOS
A publicidade, como fonte de informação ao turista, caiu de 4% em 2004
para menos de 1% em 2006, o que não significa que sua importância
como elemento motivacional tenha mudado.
Embora ainda pouco citadas, as feiras e eventos passaram a ser
mencionadas em 2006 como fontes de informação para viagem.
38
Ressaltamos que não foi analisado o comparativo 2004 e 2005 do
dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 –
Embratur/FIPE, por esta pesquisa não levantar dados que permitam
analisar a evolução da utilização das fontes de informações pelos turistas.
TABELA 19
FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM 2004 - 2005
TABELA 20
FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM 2004 – 2006
Sobre as formas que o turista utiliza para organizar a sua viagem, em
ambos os estudos as variações são similares, destacando que os maiores
índices ainda ficam por conta da organização da viagem pelo próprio
turista, devido às facilidades crescentes de disponibilidade de informações
e serviços que podem ser adquiridos pelo turista, bem como pela
flexibilidade nas programações e consumo de atividades.
39
Porém houve uma pequena variação de índices entre os dois estudos,
sinalizando um índice mais alto e com crescimento considerável nesta
opção do dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005
– Embratur/FIPE. Este fato pode ser atribuído à facilidade de compra de
bilhete aéreo via internet pelo consumidor final. Além disso, deve-se levar
em consideração os fluxos terrestres dos países vizinhos que são
pesquisados neste estudo, sendo possível presumir que este turista
costuma visitar destinos específicos, onde já possui as fontes de
informações
e
facilidades
para
organizar
sua
viagem
de
forma
independente.
Em relação à forma de organização da viagem por agência de turismo,
estes prestadores de serviço ainda possuem uma participação importante
no processo, uma vez que organizaram viagens ao Brasil em mais de 40%
dos casos.
TABELA 21
MOTIVO DA ESCOLHA DO BRASIL 2004 - 2005
MOTIVO DA ESCOLHA
CLIMA TROPICAL
LAZER
NEGÓCIOS OUTROS
2004 2005 2004 2005 2004 2005
9%
13%
5%
9%
5%
4%
38%
39%
16%
26%
13%
19%
ATRAÇÕES
6%
5%
11%
2%
3%
1%
CURIOSIDADES
4%
3%
4%
8%
3%
2%
14%
5%
11%
4%
8%
3%
36%
36%
33%
45%
37%
27%
4%
5%
4%
4%
4%
3%
1%
3%
4%
5%
3%
1%
3%
6%
11%
8%
35%
48%
BELEZA NATURAL DO PAÍS
PREÇO
HOSPITALIDADE
GOSTO PELO BRASIL
CULTURA DO PAÍS
COMIDA/GASTRONOMIA
BRASILEIRA
VISITAR PARENTES QUE MORAM NO
BRASIL
Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005 Embratur/FIPE.
40
TABELA 22
MOTIVO DA ESCOLHA 2004 – 2006
2004 2006
PRAIAS / MAR
31%
37%
CLIMA TROPICAL
20%
18%
BELEZA NATURAL DO PAÍS
16%
17%
CONHECER LUGARES ESPECÍFICOS DO BRASIL
16%
23%
CONHECER/VISITAR O BRASIL
10%
9%
5%
20%
POVO
12%
19%
CULTURA DO PAÍS
12%
12%
6%
6%
DIVERSIDADE
COMIDA/GASTRONOMIA BRASILEIRA
VISITAR PARENTES QUE MORAM NO BRASIL
NEGÓCIOS, CONGRESSO, PESQUISA
APROVEITOU P/FAZER TURISMO
RECOMENDAÇÃO/INDICAÇÃO DE PESSOAS
10%
11%
7%
7%
5%
Fonte: Vox Populi
Dentre as razões da escolha do Brasil, pode-se identificar que em ambos
os estudos realizados ainda se destacam os aspectos naturais do país (as
praias, seguida do clima e da beleza natural brasileira) como os motivos
mais recorrentes para escolha do destino Brasil para viagem.
Conhecer lugares e pontos específicos do país ou mesmo o Brasil como
um todo, bem como sua diversidade, também foram citações recorrentes.
Da mesma forma, os motivos relativos ao Povo Brasileiro e a Cultura Viva
ainda merecem destaque.
É importante salientar que os itens: belezas naturais, a diversidade
brasileira, o povo e a cultura popular foram os principais aspectos
motivadores de visita ao Brasil, identificados no Plano Aquarela, sendo
estes itens constantemente utilizando nas campanhas promocionais para
sensibilizar os turistas para viajar ao Brasil. A monitoria de variação dos
41
percentuais destes fatores motivacionais é essencial para o seguimento
destas campanhas e abordagens adotadas.
Em todos os estudos realizados foi possível identificar percentuais de
crescimento
motivacional
para
alguns
pontos
específicos,
como:
diversidade, conhecer lugares específicos, povo, cultural popular, clima e
beleza.
TABELA 23 - IMAGEM DO TURISTA INTERNACIONAL
Fonte: Vox Populi
Quanto à imagem dos turistas estrangeiros com relação ao Brasil, o que
se pode notar é que a Natureza, combinada ao Povo Brasileiro, se
reafirma como o aspecto determinante da imagem positiva destes turistas
perante o país.
Já no item imagem negativa consolida-se a preocupação do turista em
relação à segurança. A violência ainda é o aspecto mais citado, seguido
agora pela falta de segurança e policiamento.
42
Por outro lado, o percentual de entrevistados que mencionaram a pobreza
como aspecto negativo do país diminuiu de 28% em 2004 para 18% em
2006.
Também neste tópico não foi realizado o comparativo entre 2004 e 2005 e
2004 e 2006, tendo em vista o estudo do Dimensionamento do Turismo
Internacional do Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE não disponibilizar esta
informação no processo de levantamento de dados.
TABELA 23
GRAU DE SATISFAÇÃO DO TURISTA
Pesquisa Fipe
2004
2005
SUPEROU
26%
29%
ATENDEU PLENAMENTE
59%
57%
ATENDEU EM PARTES
12%
12%
DECEPCIONOU
3%
2%
2004
2006
SUPEROU
N/D
30%
ATENDEU PLENAMENTE
85%
57%
ATENDEU EM PARTES
13%
11%
DECEPCIONOU
2%
1%
Pesquisa Vox Populi
Fonte: Vox Populi 2004/2006 e Embratur/FIPE Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005
No que diz respeito ao grau de satisfação do turista estrangeiro em
relação à viagem, verifica-se que, no geral, o país atendeu as expectativas
destes turistas em ambos os estudos, com destaque para o crescimento
no percentual de entrevistados que afirmaram ter suas expectativas
superadas ao fim da viagem, chegando a índices superiores a 60%.
43
TABELA 24 - INTENÇÃO DE VOLTAR AO BRASIL 2004 – 2006
Pesquisa Fipe
2004
2005
SIM
96%
97%
NÃO
4%
3%
Pesquisa Vox Populi
2004
2006
SIM
86%
86%
TALVEZ
12%
9%
2%
5%
NÃO
Fonte: Vox Populi 2004/2006 e Embratur/FIPE Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil
2004/2005.
Em
relação
às
intenções
e
motivações
para
retornar
ao
Brasil,
identificadas na pesquisa Vox Populi, pode-se afirmar que a grande
maioria dos entrevistados (86%) demonstrou interesse em voltar ao país.
Dentre os principais motivos alegados estão: conhecer novos lugares, com
destaque para o nordeste, citado por 11% dos entrevistados; o povo e os
aspectos da Cultura Viva e a beleza do país.
TABELA 25 - MOTIVO PARA VOLTAR AO BRASIL 2006
CONHECER NOVOS LUGARES
Conhecer novos lugares
Nordeste
Sudeste / Rio de Janeiro
Norte / Amazonas
Sul / Foz do Iguaçu
Centro-Oeste / Pantanal
POVO / CULTURA VIVA
BELEZA DO PAÍS
SOL/CLIMA
ADORA AO BRASIL
VOLTAR AO MESMO LUGAR / TRAZER AMIGOS E
PARENTES
35%
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
20%
15%
8%
11%
51%
31%
11%
6%
5%
4%
1%
28%
26%
6%
6%
2%
5%
Fonte: Vox Populi
44
Para realizar a análise da presença do produto Brasil nos catálogos
do trade internacional foram utilizados como fonte de pesquisa
catálogos impressos publicados por operadores internacionais dos países
priorizados pelo Plano Aquarela para promoção internacional.
A análise incluiu todos os catálogos fornecidos pela Embratur e foi
complementada com levantamento de dados de catálogos pré-analisados
pela Diretoria de Turismo de Lazer e Incentivos. Para os países França e
Reino Unido, estas informações representaram a totalidade dos dados
analisados, pois não estavam disponíveis os catálogos impressos.
É importante destacar que a base para análise da presença do produto
Brasil nos catálogos internacionais consiste na utilização de catálogos
impressos. Este pré-requisito justifica-se pelo fato de que os catálogos
impressos representam um investimento considerável do operador, que o
faz para a comercialização dos produtos mais consolidados e duradouros.
Geralmente estes produtos já foram testados e pesquisados quanto ao
desempenho junto à clientela dos operadores.
GRÁFICO 11 PRESENÇA DO PRODUTO BRASIL NOS CATÁLOGOS DAS
OPERADORAS INTERNACIONAIS – 2004
45
Na análise feita em 2004, quando foi elaborado o Plano Aquarela, foi
possível verificar que a presença da oferta de destinos em folhetos sobre o
Brasil estava muito concentrada nos grandes ícones como o Rio de
Janeiro, a Amazônia, Foz do Iguaçu e a Bahia, notando-se também que
esta presença já após o quinto destino ficava abaixo dos 30%.
GRÁFICO 12
PRESENÇA DO PRODUTO BRASIL NOS CATÁLOGOS DAS OPERADORAS
INTERNACIONAIS – 2006
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos operadores internacionais.
Nesta análise de 2006 - 2007 está presente um crescimento substancial
na presença do Brasil nos catálogos de venda. Embora os grandes ícones
permaneçam ainda com maior presença, temos uma importante elevação
nos outros destinos nacionais, onde podemos observar que dezoito
destinos e regiões estão acima da linha de 30% de presença, o que não
acontecia em 2004.
46
Desta forma podemos notar que os operadores internacionais estão
aumentando a oferta do destino Brasil e também diversificando mais os
destinos incluídos em seus pacotes, pelo menos nos mercados analisados.
TABELA 26
CATÁLOGOS ANALISADOS POR MERCADO PRIORITÁRIO
PAÍS
ESPANHA
PORTUGAL
ITÁLIA
ARGENTINA
FRANÇA
ESTADOS UNIDOS
REINO UNIDO
CHILE
ALEMANHA *
CANADÁ *
HOLANDA *
PAISES NÓRDICOS *
PARAGUAI *
SUIÇA *
URUGUAI *
JAPÃO *
TOTAL
*Catálogos não disponíveis
Nº
43
27
22
20
18
15
8
6
0
0
0
0
0
0
0
0
159
%
27%
17%
14%
13%
11%
9%
5%
4%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
100%
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais.
Na análise dos produtos ofertados pelo trade internacional em seus
catálogos impressos é possível identificar a liderança dos produtos do
segmento sol e praia como os mais ofertados na maioria dos países
analisados, sendo as exceções representadas pelos países Reino Unido e
Espanha, que apresentam maior oferta em produtos de ecoturismo.
Como
segundo
segmento
mais
ofertado
entre
os
operadores
internacionais dos destinos analisados destaca-se o ecoturismo. Como
47
terceira opção para oferta de produto com foco em segmentos identificase o turismo cultural na quase totalidade dos países.
A variação quanto ao terceiro segmento mais consumido encontra-se na
França, onde esta opção é pelo segmento esportivo, ficando o turismo
cultural em quarto lugar.
GRÁFICO
12
SEGMENTOS
OFERECIDOS
NOS
CATÁLOGOS
DOS
OPERADORES ARGENTINOS
ARGENTINA
100%
15%
SOL E PRAIA
ECOTURISMO
10%
CULTURA
0%
0%
ESPORTES
NEGÓCIOS E
EVENTOS
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais.
48
GRÁFICO
13
SEGMENTOS
OFERECIDOS
NOS
CATÁLOGOS
DOS
OPERADORES CHILENOS
CHILE
100%
33%
SOL E PRAIA
ECOTURISMO
0%
0%
0%
CULTURA
ESPORTES
NEGÓCIOS E
EVENTOS
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais
GRÁFICO 14
SEGMENTOS
OFERECIDOS
NOS
CATÁLOGOS
DOS
OPERADORES
ESPANHÓIS
ESPANHA
72%
79%
30%
19%
0%
SOL E PRAIA
ECOTURISMO
CULTURA
ESPORTES
NEGÓCIOS E
EVENTOS
49
GRÁFICO 15
SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES DOS
ESTADOS UNIDOS
ESTADOS UNIDOS
80%
80%
40%
20%
SOL E PRAIA
ECOTURISMO
CULTURA
13%
ESPORTES
NEGÓCIOS E
EVENTOS
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais
GRÁFICO 16
SEGMENTOS
OFERECIDOS
NOS
CATÁLOGOS
DOS
OPERADORES
FRANCESES
FRANÇA
89%
61%
22%
28%
0%
SOL E PRAIA
ECOTURISMO
CULTURA
ESPORTES
NEGÓCIOS E
EVENTOS
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais.
50
GRÁFICO 17
SEGMENTOS
OFERECIDOS
NOS
CATÁLOGOS
DOS
OPERADORES
ITALIANOS
ITÁLIA
91%
91%
73%
18%
0%
SOL E PRAIA
ECOTURISMO
CULTURA
ESPORTES
NEGÓCIOS E
EVENTOS
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais
GRÁFICO
18
SEGMENTOS
OFERECIDOS
NOS
CATÁLOGOS
DOS
OPERADORES PORTUGUESES
PORTUGAL
96%
30%
19%
7%
SOL E PRAIA
ECOTURISMO
CULTURA
ESPORTES
0%
NEGÓCIOS E
EVENTOS
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais
51
GRÁFICO 19
SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES
BRITÂNICOS
REINOUNIDO
100%
88%
50%
13%
0%
SOL E PRAIA
ECOTURISMO
CULTURA
ESPORTES
NEGÓCIOS E
EVENTOS
Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais.
A Marca Brasil
Desenhada e implantada a partir de 2005, a Marca Brasil hoje encontra-se
em processo de solidificação. Ela serve de referência mandatária para
todo o material gráfico produzido para as ações promocionais. A marca
52
hoje já tem sua presença em toda a promoção para o trade internacional
do turismo e também foi adotada pela Apex-Brasil (Agência de Promoção
de Exportações e Investimentos), e está estampada em milhares de
produtos de exportação brasileiros.
Este trabalho de construção e consolidação da marca é trabalho constante
e de longo prazo. Deve continuar e ampliar, sendo prioridade em todas as
ações promocionais.
Para a construção da marca turística do Brasil foi definido um briefing
baseado em quatro idéias:
•
A primeira idéia foi a de que para manter a identidade, na mesma linha
em que já trabalham outros países líderes, o nome Brasil, em português, deve ser incorporado como elemento de identidade sem tradução
no desenho da marca.
•
A segunda refere-se as cores para o desenho. Em cada uma das pesquisas de opinião aos turistas atuais, trade e opinião interna foi pedida
a sugestão das três cores que para eles identificam o Brasil. Os resultados destas pesquisas mostram que a visão é de que o Brasil é um país
colorido:
o Opinião interna:
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Amarelo
Verde
Azul
Branco
Vermelho
53
o Turista atual e trade:
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Verde
Amarelo
Azul
Branco
Vermelho
Azul
Vermelho
Branco
o Turista potencial:
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Verde
Amarelo
O desenho da marca teria que mostrar o Verde das florestas, o Amarelo
do sol, das luz e das praias, o Azul do céu e das águas, o Vermelho das
festas populares e o Branco da vestimenta e da religião popular.
•
A terceira se relaciona com o decálogo. A introdução da idéia de modernidade levou a que fossem selecionados alguns ícones da mesma no
Brasil. Aparece então a arte, a arquitetura e a música como espaços
artísticos mais destacados do Brasil no exterior. A música é difícil de
expressar numa marca gráfica e portanto a pesquisa foi orientada para
54
a arte e a arquitetura. Os trabalhos de profissionais como Oscar Niemayer, Lúcio Costa, Portinari e Burle Marx, conquistam o imaginário
com força. A pesquisa feita resultou na escolha de um desenho que
ilustra a capa de um livro sobre a obra de Burle Marx. Especificamente
um desenho para o projeto do jardim da cobertura do prédio do Ministério de Educação do Rio de Janeiro, que foi apresentado como uma referência para os designers gráficos selecionados:
O concurso de desenho gráfico foi coordenado pela ADG - Associação de
Design Gráfico do Brasil e por decisão unânime do júri foi selecionada a
proposta de Kiko Farkas que sintetiza a mistura de cores e formas assim
como agrega muita modernidade ao desenho:
55
Como exemplo da sua capacidade de competir no mercado internacional,
podemos observar o destaque da marca turística do Brasil no conjunto de
marcas mais importantes do mundo:
56
A Promoção
Em 2005 foi escolhida e definida a imagem gráfica e o conceito da
promoção do Brasil. Deu início à campanha “Vire Fã” do Brasil.
Estrangeiros com o rosto pintado com forma que remete à Marca Brasil.
Várias ações promocionais foram desenvolvidas a partir desta premissa de
acordo com a disponibilidade de recursos da Embratur. Fato este que
impossibilitou a execução completa das ações promocionais previstas no
Plano Aquarela.
Veja alguns exemplos de peças de campanha, matérias e materiais
desenvolvidos
com
base
nas
orientações
estabelecidas
pelo
Plano
Aquarela:
Campanhas
57
58
59
Campanha Temática Copa do Mundo – Alemanha
60
Material Promocional de Comunicação
Envolve uma série de itens como publicações, folhetos, pôsteres, mapas,
brindes, vídeos etc., imprescindíveis para as atividades promocionais da
Embratur.
Podem
ser
específicos
ou
gerais,
dirigidos
tanto
aos
profissionais de turismo (trade) como para o público consumidor (turistas
e potenciais turistas) no mercado internacional, conforme a ação que irão
compor. São distribuídos por meio de diversos canais como, as feiras da
Agenda de Promoção Comercial do Turismo Brasileiro no Exterior, os
Escritórios
Brasileiros
de
Turismo,
as
Missões
e
Representações
Diplomáticas do Brasil no exterior, entre outros.
Como exemplo de materiais promocionais pode-se destacar: Bidding Book
(manual
de
promocionais
candidatura
“Vire
fã!”;
para
Coleção
captação
de
de
cartazes
eventos);
“Brazil
by
Cartazes
Araquém
Alcântara” – Ecoturismo; Revista Segmentos Turísticos (Sol & Praia,
Ecoturismo, Esporte e Cultura); Material promocional para os XV Jogos
Pan-Americanos Rio 2007 (Folhetos, Kit para Imprensa, toalhas de mão,
bonés, canetas, cangas de praia, relógios de pulso, camisetas, entre
outros); Gibis “Sítio do Pica-pau Amarelo”; “Guia Brasil” - Editora Abril;
Brindes da Marca Brasil (camisetas, pins, bolas de futebol, pingentes para
celular, entre outros) etc.
61
62
MATERIAL PROMOCIONAL PARA OS JOGOS PAN-AMERICANOS
63
Projeto Brasil By – Posters de renomados fotógrafo
64
Promoção em Feiras Internacionais
Compreende a presença do Destino Brasil nas feiras de turismo de
relevância para cada mercado e segmento, em que se promove a imagem
do Brasil no exterior e se apóia a comercialização dos destinos e produtos
brasileiros em diversos mercados, à medida que proporciona também a
participação dos representantes da cadeia produtiva do turismo brasileiro.
A realização de ações promocionais com artistas, grupos de dança,
músicos e ícones brasileiros mundialmente conhecidos combinados ao
stand da Embratur, bem como a realização de eventos paralelos como
Workshops, seminários e Noites Brasileiras, contribuem para otimização
desta ferramenta.
65
66
67
68
PORTAL NA INTERNET
Voltado ao turista estrangeiro, este é o site oficial de promoção do turismo
brasileiro e o principal canal de comunicação com o público-final (turistas
reais e potenciais). Construído em oito idiomas (português, português
lusitano, inglês americano e britânico, alemão, francês, italiano e
espanhol), apresenta informações gerais sobre o Brasil e sobre os destinos
turístico do país apontados pelo Plano Aquarela, bem como sobre os
segmentos e nichos de mercado trabalhados; informações úteis ao turista;
galeria multimídia; além de promover ações pontuais como a Campanha
do Cristo Redentor, Rock in Rio Lisboa, etc.
69
É uma ferramenta de relacionamento com o trade específico de um setor
econômico. A rede de relacionamentos em uma Feira é grande e ampla,
facilitando portanto, a cria
ção de um mailing para cada setor. Por meio deste mailing, é disparado
um e-mail marketing contendo informações sobre as Feiras Comerciais
Brasileiras (o mesmo conteúdo das lâminas) e sobre o Brasil como destino
para o lazer.
70
RELAÇÕES PÚBLICAS
MIDIA ESPONTÂNEA
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
PUBLIEDITORIAL
102
103
AÇÕES PROMOCIONAIS
CAPTAÇÃO DE EVENTOS INTERNACIONAIS
Com foco no estímulo ao turismo de eventos através do apoio à captação
e à promoção de congressos técnicos ou científicos, eventos esportivos,
dentre outros eventos de público internacional, esta ação constitui-se de
diversos instrumentos de apoio ao trabalho das entidades e associações
de classe e dos Convention & Visitor Bureaux, como o planejamento e
confecção de dossiês de candidatura para o Brasil, apresentações visuais e
participação em visitas de inspeção.
104
PLANO AQUARELA
Marketing Turístico Internacional do Brasil
2007-2010
PLANO OPERACIONAL
Caracterização da Oferta Turística
Internacional do Brasil
julho de 2007
1. DEFINIÇÃO DA GRADE DE PRODUTOS
O Brasil é considerado um país continente devido à sua extensão,
diversidade ambiental e étnico-cultural. Com clima e paisagens
diferenciadas, o país oferece inúmeras possibilidades para o turismo, já os
viajantes podem combinar interesses e atividades múltiplas, cada oferta
podendo se converter em destino exclusivo.
Poucos destinos oferecem tamanha quantidade e variedade de opções
turísticas quanto o Brasil, que conta com uma oferta abrangente,
estruturada para 5 grandes segmentos e diversos nichos de mercado e
&
S
O
O
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T
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A
I
L
A
O
R
S
P
produtos focados:
Com base nos estudos de mercado e nas estimativas dos volumes de
viagens por segmento turístico estabeleceu-se uma caracterização dos
grandes segmentos, onde são considerados os aspectos diferenciais, a
potencialidade geral e dos nichos específicos.
A extensão da oferta de Sol & Praia, Ecoturismo e Cultura possibilitou
caracterizações mais detalhadas, até por que são segmentos que
permitem um posicionamento competitivo imediato e que, pelos fluxos
que geram, podem contribuir decisivamente para inserir o Brasil entre os
principais destinos turísticos internacionais.
Estudos da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam para dois
grandes mercados turísticos por volume: o turismo baseado em enclaves
turísticos (áreas costeiras e peninsulares, montanhas e desertos, e pontos
estratégicos para observação da natureza) e o turismo de interesse geral
(circuitos que combinam diferentes segmentos e atrativos).
105
2. CARACTERIZAÇÃO DOS SEGMENTOS E NICHOS DE MERCADO
SOL & PRAIA
Turismo de Sol & Praia constitui-se das atividades turísticas relacionadas à
recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença
conjunta de água, sol e calor.
Baseado em pontos de atração costeiros e peninsulares pode ser
considerado hoje o mais amplo. A região do Mediterrâneo, por exemplo,
que compreende um grupo de 24 países da Europa, África e Oriente Médio
é, segundo dados da OMT, o principal destino turístico do mundo, tendo
registrado anualmente quase 100 milhões de chegadas de turistas
internacionais de Sol & Praia. A Espanha, em conjunto com a Itália, a
Grécia, a França e a Turquia representam 85% desse volume.
No entanto, esses territórios turísticos costeiros tradicionais de
proximidade como o Caribe (para os americanos), o Havaí (para
americanos e japoneses) e o Mediterrâneo (para os europeus) estão
alcançando uma fase de maturidade ou saturação, em função da rapidez e
facilidades da viagem. É crescente a tendência entre os turistas dos
principais mercados emissores em procurar alternativas para férias em
praias consideradas “exóticas”, distantes de seus roteiros habituais.
•
A potencialidade do segmento de Sol & Praia no Brasil
A extensa costa brasileira, em função das diferenças climáticas e
geológicas, abriga um rico mosaico de paisagens e ambientes, são 7.367
quilômetros de costa, recortada por centenas de praias. Praias que se
diferenciam pelo cenário, determinado pela geografia, cor da água,
textura e coloração das areias, marés, estuários, ilhas, manguezais,
restingas, dunas, falésias, costões rochosos e recifes de corais.
106
As praias brasileiras se caracterizam pela existência da faixa de areia, mas
se distinguem uma das outras pelo relevo, pelas ondas que chegam à
costa e nuances de cor da areia. Por suas particularidades podem ser
agrupadas pelo perfil de inclinação – suave, intermediário e inclinado – e
pelo aspecto da areia – grossa, fina, compacta ou fofa –; elementos que,
associados aos ventos e a extensão da plataforma continental,
determinam o ritmo e o movimento de ondulação das águas do mar.
Com predominância de sol durante todo o ano, a costa brasileira é
banhada por águas quentes que ocupam grande parte das bordas
tropicais e subtropicais do Atlântico Sul Ocidental e ventos brandos que
garantem a tranqüilidade de banhistas e adeptos de práticas esportivas
como o mergulho, o surfe e a vela.
A diversidade da fauna e da flora litorânea, a preservação de extensas
faixas da região costeira e a existência de praias isoladas e desertas
permite a combinação do segmento de Sol & Praia com atividades
próprias de Ecoturismo.
o Mangues, marés, estuários e foz de grandes rios
O litoral amazônico vai da foz do rio Oiapoque ao delta do rio Parnaíba e
apresenta manguezais exuberantes, assim como matas de várzeas de
marés, campos de dunas e rica diversidade em espécies de crustáceos,
peixes e aves. A biodiversidade e a intensa variação de marés, que podem
oscilar em até 20 metros de profundidade, levam a formação de praias de
extensa faixa de areia batida e águas escuras.
o Coqueirais, dunas, recifes de corais e piscinas
naturais
107
O litoral nordestino começa na foz do rio Parnaíba e vai até o Recôncavo
Baiano. É uma região plana, a paisagem com imensos coqueirais, dunas
que mudam ao sabor do vento, praias de areia branca e macia, o mar
transparente com águas que oscilam entre o azul e o verde, abriga recifes
e corais. A geografia dessa área da costa permite a formação de imensas
piscinas naturais, água do mar que se acumula na vazante da maré.
o Mar, montanhas, florestas, riachos e baías.
A partir do Recôncavo Baiano até parte do Estado de Santa Catarina, a
região costeira é dominada por conjuntos de montanhas e grandes
reservas de Mata Atlântica. É uma geografia que favorece a formação
recortada, com muitos riachos, quedas de água, estuários, várias baías e
pequenas enseadas.
o Ilhas
Ao longo da costa brasileira existem centenas de ilhas, a maioria delas
resulta do afogamento da costa, sendo, portanto, prolongamentos dos
tipos de relevos litorâneos, de suas geologias e demais características dos
ecossistemas.
a) Ilhas que se apresentam como cristas emersas das porções afogadas
da serra do mar, os tipos mais comuns no litoral do país e das quais
existem inúmeras;
b) Ilhas sedimentares de baixa altitude;
c) llhas oceânicas, resultantes de fenômenos de vulcanismo que
soergueram do fundo atlântico, como Fernando de Noronha e o Atol das
Rocas, que são completamente desvinculadas do relevo continental
brasileiro.
Em relação ao mercado mundial para o segmento de Sol & Praia a OMT
aponta as seguintes tendências para as primeiras duas décadas do século
XXI:
108
Destinos de Sol & Praia distantes
Estima-se que nos próximos anos a busca por viagens à lugares de Sol &
Praia distantes tenha um crescimento superior à média geral. Tais
destinos estão aos poucos substituindo os destinos turísticos costeiros
considerados tradicionais, estabelecidos há bastante tempo, os quais
estão cada vez mais alcançando uma fase de saturação, adquirindo uma
imagem de antiquados e defasados. Esta imagem motiva a que o turista
busque os destinos mais distantes, considerados “exóticos”. Apenas a
demanda européia pressupõe entre 10 e 12 milhões de turistas por ano e
a OMT calcula que em 2010 representará entre 25 e 30 milhões de
turistas, com uma taxa de crescimento anual entre 6,5 e 7%.
Destino de Sol & Praia de “boutique”
Também se observa uma tendência à procura por atividades mais
específicas que atendam diferentes necessidades e exigências
identificadas no consumidor, em que se destacam segmentos de mercado
especializados como o Sol & Praia de “boutique”.
Tal segmento produz um volume menor de turistas, mas de alto nível
social e econômico. São turistas que buscam destinos com instalações
sofisticadas, mas em lugares mais tranqüilos e menos desenvolvidos, que
preservam mais a sua identidade local. Embora as características e
singularidade do lugar sejam importantes, são os serviços e equipamentos
de qualidade agregados aos atrativos que melhor caracterizam tais
produtos.
O potencial do mercado europeu para este tipo de turismo de Sol & Praia
é considerado hoje em 5 milhões de turistas, ou mais de 50 milhões de
pernoites.
Férias combinadas
109
Trata-se de viagem que devem combinar o componente Sol & Praia, mais
uma visita turística de interesse especial, como cultura ou ecoturismo. A
escolha do destino está condicionada em função da concentração de oferta
(diversidade) e singularidade (atrativos específicos do destino), para
reforçar os conhecimentos sobre o lugar e a possibilidade de experiências
únicas.
Naturismo
A International Naturism Federation (INF) define o naturismo como um
modo de vida em harmonia com a natureza, caracterizado pela prática do
nudismo coletivo; observando condutas de auto-respeito, respeito pelos
outros e pelo meio ambiente. Segundo a INF existem atualmente cerca de
mil centros e clubes de naturismo em todo o mundo.
O clima tropical, as características geográficas e a extensão da costa
brasileira, fazem do país um destino privilegiado para os praticantes do
naturismo. Segundo a Federação Brasileira de Nudismo existem
atualmente cerca de 250 mil naturistas no país e 10 praias oficiais de
naturismo, com legislação própria e proteção aos usuários e mais de 30
praias em que a prática do naturismo é eventual, nesse caso são praias
desertas que proporcionam privacidade aos banhistas.
ECOTURISMO
O termo Ecoturismo é definido como um segmento da atividade turística
que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural,
incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência
ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem
estar das populações envolvidas. Consiste em viajar para áreas naturais
não degradadas ou não poluídas , com o objetivo específico de estudar e
110
usufruir da paisagem, de sua fauna e flora, quanto das manifestações
culturais (do passado e do presente) encontradas nessas áreas.
É um segmento especializado, no qual o turista tem sempre um interesse
peculiar e está disposto a participar ativamente da sua viagem. O
ecoturista procura atividades em contato com a natureza, a caminha por
trilhas ou a observação da fauna e da flora em seu habitat natural, por
exemplo; porém mais do que admirar passivamente, ele busca um
entendimento do “meio” que visita, quer explorar, descobrir e aprender,
superar os limites aos quais está condicionado e as dificuldades que a
natureza estabelece.
Uma pesquisa realizada em 2006 pelo Departamento de Desenvolvimento
Sustentável do Turismo da OMT junto aos principais mercados emissores
de ecoturismo na América do Norte e Europa revelou que este nicho
responde entre 4% e 5% das viagens organizadas, embora a Sociedade
Internacional de Ecoturismo estime que este número corresponda na
verdade de 7%.
Considerando a média de 5% da OMT, calcula-se que em 2006 cerca de
42 milhões de pessoas se deslocaram de seus países de origem para fazer
viagens internacionais motivadas pelo interesse na natureza.
Em geral os ecoturistas se caracterizam por terem um padrão de vida
elevado e um alto nível cultural, por terem idade superior a 30 anos e um
interesse considerável pelo entorno. Podem ser tanto turistas experientes
em viagens internacionais, que viajam sozinhos com o objetivo de
observar, viver e apreciar o meio ambiente; ou mesmo pessoas
aficionadas por atividades ao ar livre.
111
As viagens ecoturíticas são geralmente mais extensas, e o gasto em
serviços e produtos turísticos neste segmento são aproximadamente 10%
superiores do que os gastos em outro tipo de viagem.
Em 2002 a estimativa da OMT era que a demanda de ecoturismo se
incrementava no mercado internacional em um ritmo bastante acelerado,
com índice de 20%. Daquele ano para cá a atividade sofreu um pouco de
retração, sendo possível calcular que atualmente este índice de
crescimento esteja entorno de 10% a 15%. De qualquer forma as
perspectivas de crescimento do setor ainda são as mais fortes, sobretudo
nos países em desenvolvimento. Pode-se citar como regiões que
experimentam uma rápida expansão, a África do Sul e a América Latina,
por exemplo.
A existência de áreas protegidas é o principal fator que determina a
escolha de um destino ecoturístico. O objetivo dos turistas nestas viagens
não é desfrutar de boa comida e hospedagem. Mesmo que possam pagar
por isso, suas preferências refletem em sua crença no respeito ao lugar
turístico e por seus recursos naturais.
No ecoturismo a caminhada é uma das atividades mais praticadas, por
permitir a acessibilidade aos locais onde a interação com a natureza é
mais adequada. As caminhadas ocorrem em trilhas, caminhos estreitos,
geralmente em terrenos com vegetação de gramíneas ou em matas.
Podemos ir mais longe e dizer que o ato de caminhar também pode
transcender estas questões e ser uma forma de relaxamento, prazer,
convívio com a natureza ou consigo mesmo.
•
A potencialidade dos produtos de ecoturismo no Brasil
Incluído dentre os países de mega diversidade, detém um número entre
10% e 20% do total de espécies do planeta. Esta riqueza conhecida
112
corresponde a 22% da flora, 10% do anfíbios e mamíferos e 17% das
aves do mundo.
Ocupando um território de 8,5 milhões de km2 e situado em região
tropical, o Brasil é constituído por diferentes ecossistemas, frutos da
história geológica e da presença humana recente. Com base nesses
elementos começou a se estabelecer uma nova geografia do turismo no
país, em que prevalece a visão ambiental, na qual o Brasil passa a ser
apresentado ao visitante a partir dos diferentes biomas – a Amazônia, o
Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica, o Pantanal, etc. - e pontos de
beleza cênica singular, como Foz do Iguaçu e os Lençóis Maranhenses, por
exemplo. No Brasil difundiu-se na década de 80, acompanhando as
preferências de extratos de consumidores-viajantes por acampamento,
turismo selvagem e variantes, além de se adequar à conscientização de
problemas ecológicos e à fuga de situações de estresse. Uma dificuldade
implícita a esse tipo de oferta diz respeito às interferências que a presença
de grandes levas de turistas pode provocar no ecossistema natural,
contribuindo para o desequilíbrio do mesmo.
8. Unidades de Conservação: Superfícies de terra ou mar, com
características peculiares e de importância ambiental e ecológica,
que necessita de normas especiais de proteção, determinadas
por legislação própria.
Até o final de 2006 o Brasil contava com 62 Parques Nacionais e um total
de 727 unidades de conservação, sendo 126 de proteção integral e 601 de
uso sustentável. Atualmente cerca de 7% do território nacional encontrase protegido nesta forma. São áreas naturais que, além de ter grande
relevância do ponto de vista ecológico, tem exemplar beleza cênica,
científica, cultural e educativa. Algumas dessas unidades de conservação,
pela importância ambiental que apresentam, foram elevadas à condição
de Reserva da Biosfera, como o Parque Nacional da Floresta da Tijuca no
Rio de Janeiro, considerada a maior floresta urbana do mundo; outros
113
pela especificidade de seus recursos foram inscritos na lista de
Patrimônios Naturais da Humanidade - Cataratas do Iguaçu, Parque
Nacional das Emas, Chapada dos Veadeiros, Reservas de Mata Atlântica
do Sudeste, Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Costa do
Descobrimento, Pantanal Mato-grossense e Parque Nacional do Jaú –, o
Parque Nacional da Serra da Capivara pelo seu rico patrimônio
arqueológico consta da lista de Patrimônios Culturais da Humanidade.
Atualmente aproximadamente 25 Parques Nacionais já estão estruturados
para o ecoturismo dentro de suas áreas e/ou entorno, que proporcionam
aos visitantes atividades relacionadas ao meio ambiente e o contato com a
maior biodiversidade do mundo.
o Amazônia
A maior floresta tropical do Planeta, a Amazônia sul-americana
corresponde a 2/5 da América do Sul e a metade da área territorial do
Brasil. A Amazônia possui o equivalente a 1/3 das reservas de florestas
tropicais úmidas e o maior banco genético da Terra. Contém 1/5 da
disponibilidade mundial de água doce e um patrimônio mineral não
mensurado.
A Amazônia não esconde a grande variedade de ecossistemas, com
destaque para matas de terra firme, florestas inundadas, várzeas, igapós,
campos abertos e cerrados. Conseqüentemente, a Floresta abriga uma
infinidade de espécies vegetais e animais: 1,5 milhões de espécies
vegetais catalogadas; três mil espécies de peixes; 950 tipos de pássaros;
e ainda insetos, répteis, anfíbios e mamíferos.
Até o final de 2006 o Ibama já havia delimitado na Amazônia brasileira
124 unidades de conservação federal, sendo 41 de proteção integral e 83
de uso sustentável, que somam cerca de 10% da área continental do país.
114
Dentre as UCs podemos destacar sendo o Parque Nacional do Jaú
considerado Patrimônio Natural da Humanidade, que atualmente
encontra-se fechado a visitação pública.
o Cerrado
É considerado como um ecossistema tropical de Savana, com similares na
África e na Austrália.
A área de Cerrado se distribui por todo o Planalto Central Brasileiro e
inclui os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
parte de Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.
O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em
biodiversidade com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora
com mais de 10.000 espécies de plantas, sendo 4.400 endêmicas. A fauna
apresenta 837 espécies de aves; 67 gêneros de mamíferos, abrangendo
161 espécies e 19 endêmicas; 150 espécies de anfíbios, das quais 45
endêmicas; 120 espécies de répteis, das quais 45 endêmicas; apenas no
Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, mil espécies de borboletas e
500 espécies de abelhas e vespas.
A paisagem do cerrado é caracterizada por extensas formações de
savanas, interceptadas por matas ciliares ao longo dos rios, nos fundos de
vale. Entretanto, outros tipos de vegetação podem aparecer na região dos
cerrados, tais como os campos úmidos ou as veredas de buritis, onde o
lençol freático é superficial; os campos rupestres podem ocorrer nas
maiores altitudes com terreno pedregoso e os bosques situam-se sobre os
solos mais férteis das encostas e das bases das elevações.
O Cerrado abriga 16 Parques Nacionais, dos quais a Chapada dos
Veadeiros e a Chapada das Emas estão inscritos na lista de Patrimônios
115
Naturais da Humanidade, além de diversos parques estaduais e estações
ecológicas.
o Mata Atlântica
Originalmente a Mata Atlântica se estendia por toda uma faixa,
relativamente, paralela à costa brasileira, desde o Rio Grande do Norte até
o Rio Grande do Sul. Atualmente a parcela mais representativa do que
restou encontra-se nas regiões Sul e Sudeste, onde o relevo de escarpas
íngremes dificulta o acesso e, portanto, impediu a devastação.
A vegetação da Mata Atlântica é exuberante, as árvores chegam a atingir
40 metros de altura e uma grande variedade de arbustos, com destaque
para as samambaias, orquídeas, bromélias, etc. A fauna é diversificada e
marcada pela presença de muitas espécies endêmicas, no entanto, várias
apresentam baixas densidades populacionais, o que caracteriza alto índice
de espécies em risco de extinção.
As reservas atuais de Mata Atlântica possuem valor cultural e ambiental
extraordinários, por isso mesmo a Costa do Descobrimento e a Reserva do
Sudeste são considerados Patrimônios Naturais da Humanidade, além de
várias Reservas da Biosfera. O Ibama já delimitou 72 unidades de
conservação em áreas da Mata Atlântica, sendo 22 Parques Nacionais.
o Pantanal
Pantanal do Mato Grosso, com uma extensão de 250 mil km2, é a maior
planície de inundação contínua do planeta. O rio Paraguai e os outros rios
pantaneiros apresentam pouca declividade, o que faz com que as águas
que se acumulam nos períodos de chuvas intensas escoem com muita
lentidão. Imensas quantidades de água, provavelmente centenas de
116
quilômetros cúbicos por ano, perdem-se por evaporação direta para a
atmosfera. O Pantanal pode ser, com justiça, considerado a maior "janela"
de evaporação de água doce do mundo. Por tudo isso o Pantanal Matogrossense está inscrito na lista de Patrimônios Naturais da Humanidade.
Toda a vida natural esta ligada a este sistema de inundações, o Pantanal
é habitado por uma rica fauna de aves e mamíferos que dependem, na
sua grande maioria, da alimentação aquática.
As aves do Pantanal são um de seus maiores atrativos. Reunidas em
enormes concentrações, exploram os recursos alimentares aquáticos. O
tuiuiú (Jabiru mycteria), a cabeça-seca (Mycteria americana) e o
colhereiro (Ajaia ajaja), além das garças biguás e patos são os mais
vistosos. Muitas espécies nidificam em áreas comuns, sobre determinadas
árvores, conhecidas como ninhais, que se destacam na paisagem
pantaneira.
o Caatinga
Entre a Amazônia e a Mata Atlântica, na área do clima semi-árido,
encontram-se as caatingas do Nordeste brasileiro, paisagem presente nos
estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba,
Sergipe, Alagoas e parte de Minas Gerais. Elas cobrem cerca de 700 mil
km2, aproximadamente 10% do território nacional. O termo Caatinga é
originário do tupi-guarani e significa mata branca. A ocorrência de secas
estacionais e periódicas estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa
a vegetação sem folhas.
O cenário mais comum da Caatinga é o da seca, quando a terra fica árida
e as plantas têm aparência ressequida, como se estivessem mortas.
Contudo, é após as chuvas que a diversidade animal e vegetal das
caatingas se torna evidente. As plantas florescem e os animais se
117
reproduzem, deixando descendentes que já possuem adaptações para
suportar longos períodos de estiagem.
Até 2006 o Ibama havia definido 30 unidades de conservação em áreas de
caatinga ou de transição, sendo 07 Parques Nacionais, dos quais 03 se
destacam pelo potencial para atividades de ecoturismo. O Parque Nacional
da Serra da Capivara, por seu rico acervo arqueológico é considerado
Patrimônio Cultural da Humanidade, e também uma expressiva reserva do
bioma da Caatinga.
o Costeiros
A extensa costa brasileira abriga um rico mosaico de ecossistemas –
mares, estuários, ilhas, manguezais, restingas, dunas, praias, falésias,
costões rochosos, recifes de corais e uma das maiores extensões de
manguezais do mundo. Ao contrário de outras florestas, os manguezais
não são ricos em espécies, porém se destacam pela grande abundância
das populações que neles vivem. Por isso as áreas de mangues podem ser
consideradas um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil. No
Norte do País, as espessas florestas de mangue apresentam árvores que
podem atingir 20 metros de altura. Na região Nordeste há um tipo de
manguezal conhecido como "mangue seco", com árvores de pequeno
porte em um substrato de alta salinidade. Já no Sudoeste brasileiro,
apresenta aspecto de bosque de arbustos.
A faixa litorânea do Brasil possui riquezas significativas de recursos
naturais e ambientais, o Ibama já definiu 39 unidades de conservação,
sendo 13 de proteção integral e 26 de uso sustentável.
Turismo em Cavernas
O turismo em cavernas, ou espeleoturismo vem crescendo nos últimos
anos tendo em vista o aperfeiçoamento das técnicas de manejo
118
desenvolvidas nas Unidades de Conservação no Brasil. As cavernas
fascinam o homem desde sempre. A motivação pode ser o interesse
científico, religioso, a aventura, a curiosidade, o contato intenso com a
natureza, a possibilidade de estar dentro da terra. As cavernas são o
ambiente ideal para a observação da história da própria terra, as
formações geológicas seduzem o olhar pelas formas e pelo tempo que a
natureza investe em suas constituições.
Segundo a União Internacional de Espeleologia (UIS), atualmente existem
no mundo 800 cavernas de uso turístico que são visitadas anualmente por
30 milhões de pessoas.
O Brasil tem 3.974 cavernas catalogadas na sociedade Brasileira de
Espeleologia – SBE, concentradas no Distrito Federal, Goiás, Tocantins,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e
Paraná; sendo que cerca de 100 são de uso turístico.
Várias cavernas brasileiras destacam-se no cenário internacional por suas
dimensões e por sua raridade. É o caso da Toca da Boa Vista, na Bahia,
que com 65,5 quilômetros de desenvolvimento é a maior gruta da
América do Sul e a 19ª do mundo. A mais alta entrada de cavernas
também está no Brasil, na Gruta Casa de Pedra, em São Paulo, com 215
metros de altura. Em Minas Gerais estão, simultaneamente, a maior gruta
(caverna horizontal) e o segundo mais profundo abismo (caverna vertical)
em quartzito do planeta, respectivamente a Gruta das Bromélias, com
2.560 metros, e a caverna do Centenário, com 360 metros de desnível. O
Brasil possui, ainda, a maior caverna conhecida em micaxisto, a Gruta dos
Ecos, no Distrito Federal, com 1.380 metros de desenvolvimento e um
magnífico lago subterrâneo que chega a atingir 300 metros de
comprimento; bem como enormes espeleotemas, como a estalactite de 28
metros da Gruta de Janelão, em Minas Gerais, considerada a maior do
mundo.
119
Flutuação
Modalidade de mergulho leve, de pequena profundidade, em que o
praticante usa o snorkel (canudo) para garantir uma respiração tranqüila
e a máscara para ter uma boa visibilidade do local visitado. A flutuação
exige apenas um rápido treinamento, que pode ser feito um pouco antes
do início da atividade, e a motivação é a apreciação do ambiente visitado,
transfere-se para a água a vivência ecoturística de terra.
Observação de Fauna
Nos últimos 30 anos processou-se uma grande mudança na relação dos
homens com a vida silvestre, é crescente o interesse de pessoas,
principalmente no hemisfério Norte, na observação de diferentes espécies
de animais. O interesse na observação da vida silvestre parece estar
diretamente associado à tendência crescente de cobertura dos assuntos
ambientais pela mídia, nesse período foram produzidas e veiculadas
inúmeras matérias sobre a perda da biodiversidade global.
As listas das espécies ameaçadas – e o movimento de resgate que
induzem - também geraram um excesso de documentários para televisão
e livros ilustrados alardeando as maravilhas que essas criaturas
representam. Esse movimento contou com a ajuda dos avanços da
tecnologia, que permitiu os fotógrafos e operadores a registrar aspectos
das vidas privadas dos animais que nunca tinham sido vistos antes.
A observação da vida silvestre tornou-se uma das formas de lazer ao ar
livre de maior expansão na América do Norte, existem pessoas (e
organizações) dedicadas a observar borboletas, pingüins, golfinhos,
baleias, etc. O interesse crescente pela vida silvestre não se limita aos
norte-americanos, ela parece ser um fenômeno global, com grandes
implicações econômicas e ecológicas. Dentre os turistas franceses, por
120
exemplo, calcula-se um mercado potencial de 4,9 milhões para praticar o
ecoturismo aliando atividades de observação de fauna.
O crescimento rápido do turismo de observação da vida silvestre
possibilitou, em vários casos, a preservação de espécies, seja através da
redução da caça ou pela ampliação de áreas protegidas. Costa Rica,
Equador, Belize, Quênia, Tanzânia, África do Sul são alguns exemplos em
que o turismo de natureza, centrado na observação da vida silvestre, é
responsável por quase totalidade da receita turística internacional.
A fauna brasileira é rica em espécies, e essa diversidade é própria dos
climas tropicais. Segundo dados disponíveis no Anuário Estatístico do
Brasil, publicado pelo IBGE em 1997, com base em informações da
Sociedade Brasileira de Zoologia a fauna é constituída de 600 espécies de
mamíferos, aproximadamente 1700 aves, 390 de répteis e 331 espécies
de anfíbios e 8.000 espécies de peixes.
Turismo ornitológico ou observação de pássaros
Existem aproximadamente 9.700 espécies de aves no mundo, sendo que
nos países de clima tropical vivem os pássaros de cor brilhante,
considerados mais exóticos e interessantes pelos observadores. No Brasil
vivem 1.677 espécies, quase 18% da diversidade mundial de pássaros,
onde se destacam inúmeras espécies de araras e beija-flores.
Observar as aves é um passatempo praticado por milhões de pessoas em
todo o mundo. Muitas pessoas viajam grandes distâncias apenas para
contemplar pássaros. Atraídas pelo lindo cenário e pelo desafio de avistar
e identificar espécies de pássaros, os observadores formam sua própria
espécie.
121
Os Estados Unidos configuram-se com o maior mercado para esta
atividade, com aproximadamente 27,4 milhões de observadores de aves
dentre especialistas e amadores, que movimentam US$ 83bilhões por
ano, de acordo com o governo norte-americano.
Na Gran Bretanha, outro mercado importante, estima-se um publico
potencial para viagens com este perfil de 7 milhões de ornitólogos
amadores e 2 milhões de especialistas. Segundo a Real Sociedade para a
Proteção das Aves (RSPB), nesta região mais de 1 milhão de pessoas são
observadores de aves regulares; atividade considerada a 3ª opção como
atividade de lazer preferencial dos ingleses, depois da pesca e do golfe.
Além de Estados Unidos e Inglaterra, os países do Benelux, Suíça,
Alemanha, Países Nórdicos e França podem ser considerados mercados
interessantes. Na França, por exemplo, estima-se que haja de 200.000 a
300.000 observadores de aves regulares e cerca de 1,2 milhões de
observadores ocasionais, calculando-se um mercado potencial de 2,3
milhões de pessoas.
TURISMO CULTURAL
O turismo cultural pode ser definido como a viagem a lugares diferentes
da residência habitual de pessoas interessadas em conhecer outras
culturas, costumes e tradições diferentes dos seus e a contemplar bens
materiais e imateriais, principalmente aqueles relacionados com a história
e arte do lugar escolhido.
O turismo cultural engloba atrativos do patrimônio tangível e intangível,
incluindo também atividades e vivências culturais e programas focados
nos costumes de determinado povo ou região. Este segmento proporciona
ao visitante mergulhar e desfrutar do estilo de vida dos habitantes do
122
local, das áreas de entorno e dos aspectos que determinam sua identidade
e caráter.
Nos estudos gerais publicados pela OMT e nas pesquisas específicas
realizadas por alguns países, constata-se a crescente popularidade do
turismo cultural, tanto dos produtos da cultura erudita quanto da cultura
popular. Estima-se que 10% das chegadas turísticas em todo o mundo
têm um propósito turístico cultural, o que equivale atualmente, em termos
quantitativos a cerca de 84 milhões de viagens internacionais por ano.
•
A potencialidade dos produtos de turismo cultural no Brasil
Uma das características singulares do Brasil é sua mistura racial e
cultural, uma sociedade constituída por portugueses, índios e africanos,
aos quais foram se juntando imigrantes de dezenas de outras
nacionalidades. Essa miscigenação é o que distingue os traços da
“brasilidade” – a amabilidade, a hospitalidade, a alegria e o jeito de ser do
brasileiro –, e também a diversidade do patrimônio cultural do país em
seus matizes regionais e/ou ambientais: a música, a dança, a arte
popular, a religiosidade, o futebol, a arquitetura, a gastronomia, etc.
O patrimônio cultural brasileiro (tangível e intangível) é inerente a todo o
mercado turístico brasileiro, que combina e complementa outros
segmentos, garantindo identidade e diferenciação a esses produtos. Mas
constitui-se em um segmento diversificado e competitivo, que pode e
deve receber tratamento específico e estruturação de produtos exclusivos
de turismo cultural; sendo ainda complementado por produtos focados
para grupos de público mais restritos e, portanto, considerados como
nichos de mercado.
A música no Brasil desenvolve-se claramente entre a tradição erudita e as
múltiplas formas da música popular, ainda que mantendo trajetórias
123
próprias, elas se cruzam em vários momentos e, são essas “influências” e
encontros, que dão vitalidade à produção musical do país.
É interessante como a criatividade e o talento do artista brasileiro
confirma a nossa formação histórico-cultural, a produção musical do Brasil
é o resultado permanente da miscigenação, da fusão, da assimilação de
novas influências e sonoridades.
A música está presente no cotidiano das cidades brasileiras, nas ruas,
bares e casas de espetáculo, mas pode ser conferida em momentos
específicos de festas e eventos populares como o do carnaval e o do São
João, por exemplo.
O Brasil possui uma rica culinária regionalizada, mas as diferenças locais
são tão marcantes que quase sempre os próprios brasileiros de um lugar
não conhecem o que se come em outra parte do país. As frutas nativas da
Amazônia ou do Cerrado são quase sempre ignoradas pelas populações
litorâneas, por exemplo. O mesmo acontece com os pratos típicos.
“É claro que cada região tem suas características, marcas do passado, da
geografia e do meio ambiente que determinam sua comida típica, as
comidas de dia de festa, como as dos santos na Bahia, das festas juninas,
de Reis, dos jejuns e tudo o mais. É comida a ser encontrada nas festas, é
claro, ou nos restaurantes especializados em comida regional” (Nina
Horta)
Arqueologia
O Brasil possui algumas áreas de excepcional valor o estudo da história da
terra e da evolução da vida no planeta.
A principal referência nesse nicho de mercado é o Parque Nacional da
Serra da Capivara no Piauí, criado para proteger a área na qual se
124
encontra o maior e mais antigo conjunto arqueológico das Américas. Pela
importância de seus sítios arqueológicos, o Parque Nacional da Capivara
foi inscrito na lista do Patrimônio Cultural Mundial em 1991. Suas
formações geológicas são monumentos de rara beleza. A paisagem
acidentada gera uma série diversificada de biótipos, com uma profusão de
ecossistemas que se caracterizam por uma grande diversidade biológica.
As especificidades, beleza natural e patrimônio cultural fazem do Parque
Nacional uma região altamente atrativa para o turismo ecológico e
cultural.
Paleontologia
Paleontologia pode ser definida como a ciência que estuda os fósseis,
restos ou vestígios de animais ou vegetais que viveram em eras passadas
e que por condições ambientais favoráveis, ficaram preservados nas
rochas.
Os primeiros trabalhos significativos sobre os fósseis brasileiros estão
publicados nos diários de viagem dos naturalistas do século XIX. Eles
realizaram longas expedições pelo Brasil, organizando muitas coleções,
posteriormente enviadas aos seus países de origem para serem
estudados. Os trabalhos de Peter Wilhelm Lund, cientista dinamarquês,
foram de grande importância. Ele radicou-se e dedicou a maior parte de
seu trabalho ao estudo de mamíferos pleistocênicos de Minas Gerais.
Descreveu mais de uma centena de espécies novas e publicou dezenas de
trabalhos importantes. Pelo seu pioneirismo e dedicação é considerado o
"Pai da Paleontologia Brasileira".
Atualmente a Paleontologia no Brasil, apesar de ainda não ter atingido o
mesmo nível de pesquisa realizado em outros países, vem apresentando
um desenvolvimento considerável. Destacam-se por estarem em
ambientes naturais peculiares como a Chapada do Araripe (CE) e a Ilha do
125
Cajual (MA). No entanto apenas o Vale dos Dinossauros em Sousa (PE),
conhecido por ser um dos maiores sítios com pegadas fósseis do mundo,
está adequadamente estruturado para o recebimento de turistas.
Turismo Étnico
O contexto do desenvolvimento do turismo nos últimos 50 anos
possibilitou o surgimento de um perfil de turista experiente em termos de
viagens, culto e de alto poder aquisitivo, que constrói o foco da visitação
turística na procura pelo diferente, pelo exótico. Mais especificamente
demonstram interesse por pequenos grupos sociais em ambientes
naturais, com suas particularidades e tradições. Esse fenômeno,
denominado como turismo étnico, tem se configurado como um
importante instrumento de desenvolvimento, na promoção do crescimento
econômico das comunidades visitadas e na revitalização cultural dessas
populações em si.
No Brasil o turismo étnico envolve as comunidades representativas dos
processos imigratórios europeus e asiáticos, as comunidades quilombolas
e principalmente as comunidades indígenas.
No turismo étnico com foco nas comunidades indígenas o visitante
participa da cultura ancestral, combinando elementos tangíveis e
intangíveis da cultura: seu conhecimento acerca da natureza, sua
identidade territorial, seus mitos, o preparo de alimentos e a elaboração
de pratos; o artesanato, etc. Se por um lado essa vivência enriquece a
experiência turística do visitante, por outro permitem o reconhecimento
da tradição cultural indígena.
Existem atualmente no Brasil cerca de 215 comunidades indígenas, que
falam mais de 180 línguas diferentes e totalizam aproximadamente 358
mil indivíduos. A maior parte dessa população distribui-se por milhares de
126
aldeias, situadas no interior de 611 Terras Indígenas, de norte a sul do
território nacional.
Como todo grupo humano, os povos indígenas que vivem no Brasil têm
culturas que resultam da história de relações que se dão entre os próprios
homens e entre estes e o meio ambiente.
Países como México, Peru, Canadá e Austrália estão entre os que mais
promovem o turismo étnico em comunidades indígenas.
Festas populares
As festas populares traduzem a cultura e a linguagem do povo, tudo que
vem dele e de sua alma. São eventos comemorativos e a motivação pode
ser religiosa ou profana. Essas celebrações reafirmam laços sociais, as
raízes que aproximam os homens, movimentam e resgatam lembranças e
emoções. Comumente as festas populares reúnem manifestações musicais
de canto e dança e não raramente configuram-se em momentos de
catarse social.
No Brasil as festas populares são essencialmente musicais e mobilizam
milhares de pessoas, tem em comum a característica de envolver todos no
ato da “celebração”, é quase impossível uma pessoa permanecer na
condição de mero espectador. Nas festas brasileiras como o carnaval, o
reveillon ou as festas juninas todos participam, todos brincam.
Cidades patrimônio: arquitetura, arte e história.
127
Nestas viagens o turista costuma experimentar lugares e atividades que
representam a autenticidade do destino turístico, com sua gente, sua
história, suas lendas, seu patrimônio, etc., incluindo os recursos culturais,
históricos e naturais, cuja importância é geralmente validada através do
processo de tombamento.
Visitar outros povos e monumentos históricos, caminhar pelas ruas para
observar o estilo de vida da comunidade anfitriã são algumas das
atividades realizadas por este tipo de turista que deseja experimentar algo
novo, o estilo de vida e as tradições culturais locais.
A arquitetura é uma manifestação objetiva e duradoura da história de um
povo, as edificações são exemplos da sua forma de viver, expressão da
arte e das técnicas disponíveis. Por constituírem criações mais duráveis do
que as outras manifestações culturais – muitas vezes abrigando ou
incorporando outras artes como a escultura, a pintura, o mobiliário e
manifestações de caráter popular.
No Brasil, as edificações ainda constituem grande maioria dos bens
tombados, dos quais 9 são inscritos na lista de Patrimônios Culturais da
Humanidade da Unesco.
Trajetória diferente tem a cidade de Brasília, construída no coração do
país para ser a nova capital, o plano piloto projetado por Lúcio Costa e
Oscar Niemayer é um exemplo da moderna arquitetura no Brasil.
Intercâmbio
Existe certo consenso entre os educadores que a melhor experiência
pedagógica é a que possibilita a vivência do conhecimento. Viver e sentir
são as chaves que suscitam no “aluno” o desejo de conhecer mais.
Segundo Michel Serres, o ensino é uma viagem, que pode ser imaginária
128
ou intelectual, viajar é a experiência de encontrar o outro e é com ele que
o sujeito aprende.
O intercâmbio cultural ou turismo educativo é o segmento que
proporciona viagens motivadas para a realização de programas e
atividades de troca de experiências, vivências culturais, aprendizado
orientado, treinamento ou ampliação de conhecimentos in situ. O
intercâmbio é valorizado e incentivado em vários países, principalmente
para faixas de público jovem, sobretudo em idade universitária, com o
objetivo do aprimoramento de uma língua estrangeira e/ou em alguma
área científica.
A educação internacional se tornou parte essencial nas balanças
comerciais de países como Estados Unidos da América, Nova Zelândia,
Reino Unido, Austrália e Japão e estatísticas indicam que apenas os
estudantes com ensino médio completo que buscam uma instituição de
ensino no exterior já somem 1,5 milhão de pessoas no mundo e
movimentem US$ 30 bilhões por ano.
Diferentemente de outros países, o potencial do Brasil no mercado de
intercâmbios não é para o ensino da língua, o português é um idioma de
área de abrangência limitada tanto em termos geográficos quanto pelo
número de pessoas que o têm como língua oficial. Ainda que, em algumas
áreas do conhecimento científico o Brasil possua centros de excelência, o
país não é uma referência internacional em termos de qualidade
educacional.
O potencial do Brasil no segmento de intercâmbio e turismo educativo
está exatamente na diversidade cultural e ambiental do país. São os
exemplos da sociedade brasileira de convivência com diferenças étnicas,
do uso sustentável dos recursos naturais (como no Acre, por exemplo)
129
que podem se converter em produtos e ser estruturados em programas de
voluntariado, dentro dos conceitos de responsabilidade social.
Pesquisa realizada para o Brasil, em 2005, pela Language Travel
Magazine, conceituada publicação inglesa sobre viagem de estudo, revelou
que o País recebe cerca de 60 mil estudantes estrangeiros por ano.
Desses, 50 mil vêm para programas de línguas e cursos combinados e
outros
10
mil
para
ensino
médio,
universidade
e
cursos
profissionalizantes. O estudo ainda mostrou que, em cursos de línguas,
com atividades combinadas e uma permanência média de seis semanas,
cada estudante estrangeiro investe cerca de US$ 2,250 mil na economia
brasileira. Em um curso anual, o mesmo estudante deixa cerca de US$
18,250 mil. O turismo de intercâmbio injeta na economia brasileira
anualmente, cerca de R$ 631,300 milhões. Segundo a Belta, entre os
países que mais enviam estudantes para o Brasil estão os Estados Unidos,
Canadá, Alemanha, Reino Unido e Austrália. Os principais motivos
apontados para a escolha do País como destino são: estudar uma língua
que não é usualmente oferecida em cursos de idiomas; fazer novos
amigos; conhecer um País de costume diferente; interesse em programas
que
combinam
português
e
futebol;
interesse
em
programas
em
universidades devido à qualidade de cursos oferecidos; fazer estágios em
empresas brasileiras.
TURISMO ESPORTIVO
A relação entre turismo e esporte vem adquirindo grande importância
como gerador de fluxos turísticos internacionais. Dois fatores são
determinantes nesse processo: a popularidade crescente dos grandes
eventos esportivos internacionais, como a Fórmula 1, a Copa do Mundo de
Futebol e as Olimpíadas, por exemplo; e a imagem dos benefícios à saúde
propiciados pela pratica esportiva regular.
130
O Turismo Esportivo pode ser definido como aquele praticado por
indivíduos ou grupos de pessoas que participam ativamente em um
esporte competitivo ou recreativo, viajando e residindo temporariamente
em lugares distintos de seu entorno habitual. Pressupõe a existência de
programas específicos para a prática de atividades esportivas, por
amadores ou profissionais.
O mercado esportivo define diferentes categorias de públicos:
1o) O turista esportivo radical, aquele que viaja para um determinado
lugar com o objetivo exclusivo de participar ativamente de eventos
esportivos competitivos, o esporte é objetivo da viagem, o local é uma
questão secundária, isso acontece com os Jogos Olímpicos ou as
competições por modalidade esportiva, seja ela amadora ou profissional;
2o) O turista esportivo convencional não tem exclusivamente a atividade
esportiva como motivação, a atividade esportiva é apenas um
complemento, que agrega valor e, por vezes, por ser um elemento
importante como fator decisório para as viagens, quando outros
segmentos turísticos conseguem agregar produtos esportivos
excepcionais;
3o) Os esportes de grande aventura também mobilizam um grupo
específico de turistas, pessoas que realizam viagens em busca de
atividades orientadas para a prática de esforço físico, geralmente ao ar
livre e em contato direto com a natureza, modalidades que podem
envolver alguns riscos e exigir habilidades específicas dos participantes. O
local onde a atividade esportiva é realizada é determinante na escolha do
destino de uma viagem de esporte de aventura.
131
Cada categoria de turismo esportivo mobiliza fluxos específicos. As
competições esportivas mantêm o controle de seus dados estatísticos
através das federações ou dos comitês internacionais por modalidade
esportiva e a captação envolve um delicado jogo de interesses, a
promoção turística é apenas conseqüência. Estima-se que o turismo dos
esportes de aventura apresenta crescimento entre 15% e 20% ao ano e
que tenha mobilizado aproximadamente 1 milhão de europeus em 2003;
nos Estados Unidos, considerado o principal mercado, estima-se que no
ano de 1998, 85 milhões de pessoas tenham feito viagens envolvendo
esportes de aventura, das quais 80% na própria América do Norte.
O turismo esportivo é diferente do esporte turístico, já que este pressupõe
a existência de um evento capaz de motivar a visita de um grande
número de pessoas como, por exemplo, os Jogos Panamericanos, a Copa
do Mundo, quando os turistas atuam passivamente, apenas na qualidade
de espectadores.
•
A Potencialidade do turismo esportivo no Brasil
Nas pesquisas com os turistas atuais e potenciais verificou-se a
importância que algumas modalidades esportivas têm na divulgação
internacional do Brasil, como o futebol e o vôlei, por exemplo. O excelente
desempenho dos atletas brasileiros em competições mundiais é um fator
decisivo na promoção da imagem do país, no entanto, não existem
atualmente produtos esportivos estruturados capazes de motivar viagens
exclusivas.
No entanto, o Brasil é um destino privilegiado quando a atividade
esportiva está integrada à natureza, sobretudo na área da costa brasileira,
com destaque para o potencial para o vôlei de praia, o surfe, o vôo
livre/asa delta, o mergulho e a pesca esportiva, o golfe, entre outros.
Desta forma o turismo esportivo no país assume um papel importante
132
como complemento de outros segmentos, Sol e Praia, Ecoturismo e
Negócios. Mas são produtos que ainda não estão completamente
estruturados, para os quais devem ser criados fóruns especializados,
capazes de estabelecer a gestão adequada a cada modalidade.
Esportes de Aventura
Consideram-se atividades de aventura as experiências físicas e sensoriais
recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e
assumidos que podem proporcionar sensações diversas: liberdade;
prazer; superação,e etc., a depender da expectativa e experiências de
cada pessoa e do nível de dificuldade de cada atividade.
Para os mais experientes, o turismo de esportes de aventura pressupõe a
existência de programas em que o contato com a natureza requer grandes
esforços e o uso de técnicas e equipamentos específicos, assumindo
conotação de desafio e envolvendo expedições acidentadas, viagens
arrojadas e imprevistos.
Esse tipo de viagem geralmente é programada para um público de jovens
e adultos que gostam de fortes emoções e de correr riscos, mesmo que
controlados.
Embora as atividades de aventura possam ser praticadas em quaisquer
espaços (natural, construído, rural, urbano), as características peculiares
da geografia brasileira – chapadas, rios acidentados, extensa costa
litorânea – oferecem lugares excepcionais para o exercício dos esportes de
aventura junto à natureza como, por exemplo, as práticas verticais, o
canyonning, o rafting, o vôo livre (asa-delta e parapente), e o mergulho.
•
Trekking ou Caminhadas
Trekking significa migrar, e é justamente essa idéia de mudança, de ir de
um lugar ao outro que foi incorporada a essa atividade física na natureza.
133
Na adaptação para o português, o trekking é a modalidade esportiva que
pressupõe a realização de caminhada longa, com pernoite, que não exige
equipamentos especiais. Proporciona andar em trilhas, caminhar por
percursos diferenciados e com diferentes graus de dificuldade. A
caminhada em si não faz sentido a não ser que esteja acompanhada de
alguma motivação, seja ela física ou psíquica. O praticante é chamado de
trekker.
ο Surfe
Acredita-se que surfe tenha surgido nas Ilhas Polinésias, há mais ou
menos 1.500 anos atrás. Os habitantes daquelas ilhas tinham o mar
como trabalho e também como diversão e o surfe teria nascido como uma
brincadeira, como um exercício de equilíbrio sobre um tronco. Os
polinésios teriam levado o surfe para o Havaí e daí o esporte ganhou o
mundo através da colonização européia no arquipélago.
O surfe chegou ao Brasil nos anos de 1930, mais especificamente nas
praias de Santos. Mas foi com a Segunda Guerra Mundial que o esporte
ganhou grande número de adeptos, influenciados pela presença dos
americanos nas praias cariocas.
A OMT aponta a popularidade crescente do surfe no mundo e calcula em 5
milhões o número de surfistas, a maioria nos Estados Unidos, Austrália e
Europa. O Brasil – com vários surfistas de projeção internacional – está
inserido nos circuitos mundiais do esporte em diferentes categorias.
•
Rafting
O rafting existe desde meados do século XIX descoberto em 1869.
Estudiosos afirmam que a primeira viagem desta modalidade, com
finalidade comercial, data de 1909 nos Estados Unidos. Mas foi a partir da
década de 1980, com o desenvolvimento de novos materiais mais leves e
134
resistentes que permitiram o desenho de novos equipamentos, que o
rafting ganhou impulso. Estima-se que existem atualmente 1000
operadoras da modalidade em todo o mundo, sendo que 50% são
americanas.
Praticado em equipe, o rafting é uma modalidade esportiva que coloca o
atleta, esporádico ou praticante regular, diante do desafio, da superação
dos próprios limites e gera espírito de equipe, organização, cooperação,
comunicação e liderança. Por isso é um esporte que se enquadra ao
treinamento com vivência na natureza.
A hidrografia brasileira oferece rios com níveis diferenciados de
dificuldades para a prática do rafting, desde corredeiras fáceis, com ondas
lisas e estáveis para iniciantes, até águas turbulentas com passagens
estreitas, que exigem manobras precisas e habilidade do atleta.
• Vôo Livre (Asa Delta e Parapente)
O vôo livre começou no Brasil em 1974 no Rio de Janeiro e até hoje a
primeira rampa, a da Pedra Bonita, é uma referência para praticantes de
asa delta e do parapente, as duas categorias do esporte.
O clima tropical e o relevo variado do território brasileiro permitiram a
formação de várias rampas de vôo livre no Brasil. Além das
condicionantes técnicas, como a altitude da rampa e as correntes, a
paisagem é um elemento importante na definição de um local para a
prática do esporte, a sensação que o vôo possibilita ao praticante é uma
experiência considerada fundamental. No Brasil existem mais de 50
rampas oficiais, inseridas em circuitos nacionais e internacionais.
As associações de vôo livre estimam entre 200 e 300 mil o número de
praticantes em todo o mundo, divididos entre as categorias de asa delta e
de parapente.
135
• Canyoning (rapel em cachoeira ou cascading)
O canyoning pode ser definido como uma espécie de alpinismo praticado
em cachoeiras, no ambiente dos cânions e rios em garganta, sendo o
rapel em cachoeira (cascading) a atividade mais conhecida. É uma
modalidade de baixo impacto no meio ambiente.
O canyoning surgiu no final dos anos de 1970 na fronteira da França com
a Espanha, a partir de técnicas de exploração "vertical" e do
desenvolvimento dos esportes de "águas brancas", como rafting e
canoagem. O esporte chegou ao Brasil na década de 1990 com um grupo
de espeleólogos, que mapearam e cadastraram mais de 2 mil cachoeiras
em 12 estados brasileiros.
Em função das condições geográficas e climáticas bastante propícias –
relevo extremamente variado e temperaturas amenas o ano todo - o
Brasil está entre os 10 principais lugares para a prática de canyoning no
mundo.
•
Mergulho
O turismo de mergulho se refere às pessoas que viajam com o objetivo
principal de praticar mergulho. O atrativo do destino está quase
exclusivamente relacionado com sua qualidade para a prática deste
esporte e, em menor grau, com a qualidade de alojamento ou das
atrações na terra. O turismo subaquático, o mergulho esportivo e
competitivo, o mergulho de resgate histórico e arqueológico e o mergulho
profissional são algumas das possibilidades deste setor que movimenta 6
milhões de pessoas em todo o mundo e gera entre 4 e 6 bilhões de
dólares por ano. O mercado europeu corresponde a mais de 30% dos
praticantes de mergulho (2,2 milhões aproximadamente). Estados Unidos
e Austrália também são mercados expressivos. Os mercados asiáticos
136
também têm crescido notavelmente, embora o número de praticantes seja
ainda reduzido.
A maioria dos mergulhadores possuem um alto poder aquisitivo,
costumam ser jovens e solteiros, entre 25 e 45 anos, e serem
profissionais autônomos.
Calcula-se que um terço dos mergulhadores fazem viagens internacionais
para praticar o esporte, sendo que os mergulhadores mais aficionados
costumam fazer mais de uma viagem neste período, sendo uma sozinho e
outra com a família.
Em geral, os mergulhadores consideram 5 aspectos na avaliação de um
local para a prática de mergulho: a limpidez da água, a visibilidade, as
atividades e a diversidade da vida subaquática, as instalações específicas
e os equipamentos para a prática do esporte e a facilidade de
comunicação com as pessoas do local escolhido.
No Parque Nacional Marinho de Abrolhos encontra-se a maior quantidade
de corais do Atlântico Sul, as águas de Fernando de Noronha estão entre
as de melhor visibilidade em todo o mundo. Estima-se que existam
provavelmente 11 mil naufrágios na costa brasileira, aproximadamente
1.600 já foram cadastrados pelo Sistema de Informação de Naufrágios e
apenas 600 foram realmente descobertos e explorados.
•
Cavalgadas
Modalidade esportiva que, colocada neste contexto específico dos
produtos no Brasil, exige certa prática e também a disposição física,
envolvendo expedições em locais acidentados e viagens arrojadas.
Pressupõe o uso de cavalos para locomoção em ambientes naturais e
rurais.
137
O Brasil possui a terceira maior tropa do mundo, composta por 5,9
milhões de cavalos, e possui animais, como o manga-larga e o campolino,
que são ideais para as cavalgadas recreativas. Entretanto o Brasil ainda é
praticamente desconhecido como destino turístico para cavalgadas e ainda
está se estruturando para receber esta demanda.
Dentre os destinos nacionais o Pantanal é a grande referencia do país para
a cavalgada, seguido pelo Parque de Aparatos da Serra (RS) e Lajes (SC).
Esportes convencionais
O Brasil exerce liderança mundial em algumas modalidades esportivas,
nos quais os atletas brasileiros se destacam, não apenas pela qualidade
técnica, mas principalmente pelo “jeito” como o fazem. Como no futebol,
no futebol de areia, e nos vôleis de quadra e de areia, por exemplo. Existe
um grande interesse dos turistas estrangeiros que visitam o país,
principalmente dos europeus, por visitarem clubes e assistirem partidas.
No entanto, não existem produtos estruturados adequadamente, que
possibilitam um aproveitamento compatível com a expectativa gerada.
Mas o Brasil se destaca também em modalidades esportivas vinculadas
aos atrativos naturais do país, como a pesca esportiva. E em categorias
onde a exigência é a infra-estrutura própria para a prática, como o golfe,
por exemplo.
2. Pesca Esportiva
A pesca esportiva é uma modalidade ecologicamente correta, sendo a que
apresenta maior número de adeptos é a que conhecida como catch &
release, que consiste basicamente em fisgar e soltar o peixe, tendo como
princípio o prazer e a emoção do pescador na “briga” com o peixe.
Vencida a batalha, o peixe é devolvido ao seu habitat para que não se
perturbe o ecossistema do local de pesca.
138
A pesca esportiva pode ser praticada tanto no mar, em áreas oceânicas e
no litoral, assim como em águas doces de rios e lagos. Por isso o Brasil se
destaca como a nova fronteira deste esporte.
O Brasil concentra uma das maiores diversidades de peixes do mundo,
cerca de 10% de toda diversidade aquática do planeta, e em seu território
estão localizados os rios mais piscosos. A Amazônia, o Pantanal, os rios
Araguaia, São Francisco, e Paraná são alguns dos roteiros excepcionais
consolidados para a pesca esportiva em águas doces. A esses roteiros no
interior do país se pode acrescentar a potencialidade dos milhares de
quilômetros de costa litorânea, que oferecem ótimas opções para a pesca
oceânica.
Em 2003 desembarcaram em território brasileiro cerca de 27 mil
estrangeiros prontos para pescar e estima-se que em 2004 esse fluxo
tenha chegado a 100 mil turistas. Segundo o Bureau Brasileiro de Pesca
Esportiva a média de gasto de um visitante estrangeiro é de US$5,5 mil
pela permanência média de uma semana no país.
3. Golfe
O golfe é o esporte que mais cresce no mundo, com taxa média anual de
10%. Estima-se que dos 50 milhões de jogadores de golfe em todo o
mundo, 30% façam viagens internacionais buscando locais agradáveis
para a prática do golfe, correspondendo a aproximadamente 15 milhões
de turistas, que por conseqüência, são responsáveis por uma receita de
12 bilhões de dólares. O maior grupo é de norte-americanos, onde cerca
de 26,4 milhões de pessoas jogam golfe. Os jogadores de golfe querem,
hoje, campos de golfe que atendam às exigências de beleza e dificuldades
naturais, além de um campo com boa qualidade. É nesse aspecto que o
Brasil surge como um importante destino para a prática de golfe e, de
acordo com dados da European Golf Association, o esporte tem crescido
139
no país num ritmo superior ao índice mundial, em 2004, o crescimento
brasileiro foi de 15%.
O Brasil começou a entrar de vez na rota do turismo de golfe com a
inauguração de campos de alto nível na Bahia, que vem se transformando
em um importante pólo de atração de golfistas. Além disso, o país conta
com um clima propício para a prática da atividade durante todo o ano.
O golfe atrai um tipo de turista de alto poder aquisitivo que gasta em
média 4 vezes mais que o turista convencional e que é fiel ao esporte:
geralmente só viaja para lugares onde é possível praticar o esporte e
optam por destinos com diversos campos.
Portugal, Espanha, Caribe, África do Sul e Estados Unidos são os principais
países que vem investindo neste nicho.
4. Motor
Práticas esportivas e/ou viagens e expedições realizadas com a utilização
de meio de locomoção e veículo motor especial, tais como barcos,
lanchas, jet-sky, ultraleve, motor home, veículos off road.
140
EVENTOS & NEGÓCIOS
Existem duas grandes associações que publicam dados e informações
sobre o setor MICE – Meetings, Incentives, Conventions & Exhibitions. A
Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA) publica
informações sobre as reuniões de associações internacionais com mais de
50 participantes, enquanto a União de Associações Internacionais (UIA)
trabalha com critérios mais complexos. A UIA publica dados em eventos
como 300 participantes no mínimo, dos quais pelo menos 40% devem ser
estrangeiros, com representação de no mínimo cinco nacionalidades e
uma duração média mínima de três dias.
Atualmente 5 países concentram 30% do mercado desse segmento:
Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Reino Unido e França. Mas este é um
segmento muito sensível às oscilações provocadas por mudanças na
economia mundial, espera-se que o crescimento econômico dos países
emergentes, sobretudo China, Índia e até mesmo o Brasil possa promover
mudanças significativas neste mercado.
Não é simples estabelecer o volume turístico do segmento de eventos e
negócios, pois cada país trabalha com argumentos distintos na captação,
na tabulação e interpretação dos dados sobre a motivação da viagem do
turista internacional. No entanto, estima-se que o setor mobilize 20% do
total das chegadas turísticas internacionais, o que representou em 2006
mais de 160 milhões de viagens anuais.
O mais importante é que o turismo de eventos e negócios tem excelente
rentabilidade. Avalia-se que os gastos individuais de um turista de
negócios são, em média, o dobro de qualquer outro segmento. Cabe
ressaltar ainda que este setor é complementar ao turismo em geral, na
medida em que facilita a expansão e compartilha a mesma infra-estrutura
141
de serviços, proporcionando benefícios adicionais aos turistas e à
comunidade local. Os estudos demonstram que este segmento fomenta o
prolongamento da atividade turística e que aproximadamente 40% dos
visitantes retornam ao mesmo destino, acompanhado de suas famílias ou
amigos.
•
A Potencialidade do turismo de Eventos e Negócios no Brasil
Em 1992, o Brasil foi sede da Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento - Rio-92, reunião organizada pela ONU, da
qual participaram 122 chefes de Estado na abertura e 170 delegações
oficiais, com mais de 25 mil participantes, durante duas semanas de
trabalho. A partir de 2001, Porto Alegre passou a sediar o Fórum Social
Mundial (FMS), organização que tem como objetivo se contrapor ao Fórum
Econômico Mundial de Davos; o FSM promove o encontro de
representantes de organizações não governamentais de mais de 100
países, reunindo cerca de 50 mil participantes e uma ampla cobertura da
imprensa internacional. A Rio-92 inseriu o Brasil no circuito de grandes
eventos mundiais e o FSM confirmou a capacidade de realização e as
diferentes alternativas que o país oferece a este segmento turístico.
A cidade de São Paulo concentra a maioria dos negócios deste segmento,
cuja liderança no Brasil e na América Latina neste mercado é indiscutível.
Calcula-se que a capital paulista realize 90 mil eventos por ano, em média
um evento a cada 6 minutos. Em 2006 a capital paulista, por exemplo, foi
sede de 26% dos eventos internacionais registrados pela ICCA que
aconteceram no Brasil, apresentando-se como a cidade mais bem
posicionada de todas as Américas.
Entretanto, há feiras e eventos em praticamente todas as grandes e
médias cidades do país. Ainda citando o Ranking ICCA podemos destacar
o Rio de Janeiro com 23% dos eventos registrados no Brasil, e Salvador
142
com 8% deles. Também apareceram no ranking outras cidades como
Fortaleza, Brasília, Florianópolis, Curitiba, Campinas, etc.
CIDADES BRASILEIRAS NO RANKING ICCA
Posição
Atual
1º
2º
3º
4º
6º
7º
9º
11º
14º
Cidade
Estado
São Paulo
Rio de Janeiro
Salvador
Fortaleza
Brasília
Florianópolis
Curitiba
Campinas
Foz do Iguaçu
Porto Alegre
Gramado
Santos
Vitória
Angra dos Reis
Belo Horizonte
Goiânia
Joinville
Natal
Ouro Preto
Recife
SP
RJ
BA
CE
DF
SC
PR
SP
PR
RS
RS
SP
ES
RJ
MG
GO
SC
RN
MG
PE
Nº de Eventos
2005
2006
29
54
39
48
18
17
11
6
11
3
8
4
6
1
6
8
4
4
4
1
3
3
2
3
2
2
2
2
1
2
2
2
4
2
143
21º
Águas de São
Pedro
Belém
Búzios
Ilhéus
Manaus
Niterói
Paraty
Porto Seguro
Ribeirão Preto
São Carlos
São José do Rio
Preto
São José dos
Campos
São Leopoldo
Ubatuba
Uberlândia
Aracaju
Guarujá
Águas de Lindóia
Bento Gonçalves
Blumenau
Campo Grande
Campos do Jordão
Guarapari
Maceió
Petrópolis
São Luís
SP
PA
RJ
BA
AM
RJ
RJ
BA
SP
SP
1
1
1
1
-
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
SP
-
1
SP
RS
SP
MG
SE
SP
SP
RS
SC
MS
SP
ES
AL
RJ
MA
1
1
3
3
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
-
Com oferta turística privilegiada e expansão da estrutura hoteleira, o
Brasil desponta cada vez mais como potencial destino para congressos,
convenções, feiras, exposições e todos os tipos de eventos e já vem
entrando no circuito internacional de captação de eventos.
Em 2005 realizou 145 eventos internacionais, ocupando o 11º no ranking
da ICCA. Em 2006 foram 207 eventos deste tipo.
Como suporte fundamental a esse importante setor, o país já dispõe de
infra-estrutura de centros de convenções capazes de abrigar desde
144
encontros setoriais até grandes congressos internacionais, a exemplo do
que já vem ocorrendo.
E o Brasil tem potencialidade para ampliar muito sua participação no
mercado mundial do turismo de eventos e negócios, por que além da
infra-estrutura e serviços específicos para as atividades relacionadas aos
eventos, a atratividade dos produtos turísticos contribui
extraordinariamente nos argumentos de captação dentro do segmento,
como elemento de diferenciação. Durante as reuniões, feiras, congressos
e ou convenções, a maioria dos participantes sonha com a possibilidade
de visitar a cidade e o entorno do local de hospedagem; assim as atrações
novas, espetaculares ou únicas facilitam, e muito, a venda de destinos
para o turismo de eventos e negócios.
Feiras
A Feira é um momento singular de divulgação em que o expositor pode
interferir e investir diretamente em seu público-alvo e é considerada como
uma ferramenta imprescindível no processo de internacionalização de
empresas.
O crescimento econômico do Brasil, proporcionado pela rápida expansão
do setor de exportações e ampliação do mercado interno de consumo,
insere o país em um contexto de internacionalização crescente, que
desperta o interesse dos investidores e empresários de diferentes setores
produtivos.
Segundo a União Brasileira dos Promotores de Feiras (UBRAFE), é
expressivo o crescimento do mercado brasileiro de feiras de negócios no
Brasil, o país passou de uma agenda de 38 feiras anuais em 1992 para
127 esperados para 2007.
145
Em 2006 só as feiras de negócios promovidas pelos associados à UBRAFE
atraíram cerca de 45 mil compradores estrangeiros e movimentaram R$
3,2 bilhões nas diversas atividades de viabilização e operação das feiras
de negócios, considerando desde locação de área para exposição e
montagem dos estandes até o transporte e recepção dos participantes, o
que por sua vez envolve passagem aérea, tranfer, hotéis, etc.
Congressos
A repercussão do desenvolvimento científico, técnico e cultural do mundo
contemporâneo tem gerado um rápido crescimento do número de
congressos, convenções e reuniões internacionais realizados com o
objetivo de ampliar o debate, promover ajustes e celebrar acordos
multilaterais sobre temas de interesse focado ou que mobilizam diferentes
grupos sociais.
O Brasil conquistou experiências importantes no cenário internacional com
a realização da Rio 92 e das diferentes edições do Fórum Social Mundial,
que deram prestígio e contribuíram positivamente na divulgação do país.
Em algumas áreas, como meio ambiente, cultura e temas sociais, por
exemplo, o Brasil pode exercer uma liderança importante, de destaque, o
que contribuiria na captação de encontros internacionais ligados a esses
assuntos.
•
Incentivos
As Viagens de Incentivo se transformaram em um importante aliado das
ações de endomarketing das empresas em todo o mundo. São
consideradas como ferramentas motivacionais, focadas na comemoração
de resultados, cujo objetivo é promover a integração e desenvolver
aprendizados que possam induzir a produtividade do grupo.
146
Conhecer lugares com diversidade ambiental e cultural, paisagens
espetaculares, recursos naturais preservados e que permitem vivenciar
inúmeras atividades fora da rotina, são experiências memoráveis, o que
garante o sucesso e excelentes retornos para as empresas que promovem
viagens de incentivo.
O potencial turístico brasileiro transforma o país em um excelente destino
para o turismo de incentivo.
Por apresentarem excelente oferta de meios de hospedagem, de serviços
e atrativos, algumas das cidades brasileiras são consideradas como
destinos-âncora; lugares com acomodação para grandes grupos e com
atividades suficientes para mantê-los ocupados por três a cinco dias; e
também por serem bem servidas por vôos internacionais diretos e
freqüentes, ligando-as às maiores cidades-portões dos grandes mercados
emissores externos.
Compras
O turismo de compras se caracteriza por viagens destinadas a refazer
estoques de comerciantes estabelecidos e/ou a manter um comércio
informal. Também são realizadas viagens para descoberta de novidades e
para aproveitar liquidações no comércio a varejo em centros urbanos com
lojas e centros de abastecimento de qualidade superior.
Mega Eventos
Viagens realizadas para participação ativa ou passiva em eventos de
proporções enormes, realizados em locais de estrutura física e técnica
especiais e que atraem grande quantidade de pessoas dos mais diversos
segmentos de consumidor. Por exemplo: Grande Prêmio de Fórmula 1,
Jogos Olímpicos, Círio de Nazaré. Estão muito associados ao turismo
cultural religioso, ao esporte turístico e à indústria de entretenimento.
147
Visitas técnicas
Viagens realizadas por estudantes, profissionais e empresários com o
objetivo de conhecer novas tecnologias em centros de excelência em suas
respectivas áreas. Também ocorre para a compra de novas tecnologias e
de produtos. Por exemplo: compra de matrizes de gado em fazendas do
Pantanal, visitas técnicas a plantações de frutas em São Paulo.
148
3. FICHAS ESTRATÉGICAS DOS SEGMENTOS, NICHOS DE MERCADO
E GRUPOS DE CONSUMO
SOL E PRAIA
Turismo de Sol & Praia constitui-se das atividades turísticas relacionadas à
recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta
de água, sol e calor.
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
DIÁRIO (EM
(EM DIAS)
US$)
80,59*
12,03*
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
Estados Unidos, Espanha, França,
Portugal, países vizinhos (Argentina,
Uruguai, Paraguai...).
POTENCIAL NO
MUNDO EM Nº.
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
DE TURISTAS
100.000.000 (OMT)
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Rio de Janeiro, Búzios, Salvador, Recife,
Natal, Fortaleza, Florianópolis.
* Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil,
segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005.
149
ECOTURISMO
Consiste em uma experiência turística de caráter instrutivo e participativo, a lugares
tanto naturais quanto culturais, que garante o uso sustentável e adequado dos
recursos naturais ao mesmo tempo que é economicamente viável para o setor do
turismo e para as comunidades anfitriãs, assegurando benefícios para todos os
envolvidos diretamente no setor turístico.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
80,59*
12,03*
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
MUNDO EM Nº.
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
DE TURISTAS
42.000.000
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Foz do Iguaçu, Bonito, Fernando de
Noronha, Amazônia (Manaus, Reserva de
Estados Unidos, Canadá, Japão,
Mamirauá, Santarém/Alter do Chão, Ilha de
Alemanha, Inglaterra, Holanda.
Marajó), Pantanal, Lençóis Maranhenses,
Jalapão, Chapada dos Veadeiros.
* Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil,
segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005.
CAMINHADAS
Atividade em ambientes naturais, com diversos graus de dificuldade, em que se
busca a contemplação das paisagens e superação dos limites pessoais. As
caminhadas ocorrem em trilhas, caminhos estreitos, geralmente em terrenos com
vegetação de gramíneas ou em matas.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Foz do Iguaçu, Fernando de Noronha,
Reserva de Mamirauá, Pantanal, Lençóis
Maranhenses, Chapada dos Veadeiros.
150
TURISMO EM CAVERNAS
O Espeleoturismo (ou Turismo em Cavernas) constitui-se na prática esportiva e
recreativa de visitação a cavernas. Explorar enormes salões ricamente
ornamentados, se esgueirar por condutos estreitos, ou ainda, descer centenas de
metros em seqüências de intermináveis abismos, são algumas das facetas desta
atividade.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Chapada Diamantina; Parque Estadual do
Alto do Ribeira; Cordisburo, Sete Lagoas e
Lagoa Santa; Bonito; Parque Estadual da
Terra Ronca
151
FLUTUAÇÃO
Modalidade de mergulho leve, de pequena profundidade, em que o praticante usa o
snorkel.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Bonito, Fernando de Noronha, Abrolhos
POSICIONAMENTO DO BRASIL
O grande destaque do país neste nicho é Bonito devido à concentração de oferta; ao
valor único de seus lagos, rios e nascentes de águas cristalinas, dotados de grande
diversidade de espécies de peixes; além da ótima infra-estrutura para esta
atividade encontrada no destino.
Porém é ainda possível praticar a flutuação em diversos trechos do litoral brasileiro,
de onde se sobre-saem: Noronha (o principal e mais belo parque marinho brasileiro,
sendo considerado um dos melhores lugares para a prática de mergulho do mundo)
e Abrolhos (que está entre os 10 melhores locais do mundo para a prática do
mergulho).
152
OBSERVAÇÃO DE FAUNA
A observação de fauna, ou observação da vida selvagem, é uma atividade praticada
como uma expedição para estudar ou só observar os animais em seu habitat
natural.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
Estados Unidos, Canadá, França,
MUNDO EM Nº.
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
DE TURISTAS
França: 4,9 milhões
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Parque Nacional das Emas, Abrolhos, Praia
do Forte, Ilha Mexiana, Garopaba, Prado e
Caravelas.
153
OBSERVAÇÃO DE PÁSSAROS
Prática originária dos Estados Unidos e Inglaterra, trata-se da observação de
pássaros em geral, em seu habitat natural, ou seja, praças, parques e terrenos são
próprios para o esporte. São necessários conhecimentos sobre ornitologia, do local e
dos ecossistemas.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS
EUA: 27,4 milhões
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
Inglaterra: 9
milhões
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
Estados Unidos, Inglaterra, França,
Benelux, Suíça, Alemanha, Países
Nórdicos
França: 2,3 milhões
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Alta Floresta, Manaus, Abrolhos, Pantanal,
Parque Estadual Intervales (SP).
154
CULTURA
O turismo cultural engloba atrativos do patrimônio tangível e intangível, incluindo
também atividades e vivências culturais e programas focados nos costumes de
determinado povo ou região. Este segmento proporciona ao visitante mergulhar e
desfrutar do estilo de vida dos habitantes do local, das áreas de entorno e dos
aspectos que determinam sua identidade.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
Europa
MUNDO EM Nº.
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
84.000.000 (OMT)
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Cidades Históricas de Minas Gerais,
Salvador, Recife, Olinda, São Luis do
Maranhão, Rio de Janeiro.
155
ARQUEOLOGIA
O turismo arqueológico consiste no processo decorrente do deslocamento e da
permanência de visitantes a locais denominados sítios arqueológicos, onde são
encontrados os vestígios remanescentes de antigas sociedades, sejam elas préhistóricas e/ou históricas, passíveis de visitação terrestre ou aquática.
Para esta atividade a quantidade de visitantes deve ser limitada, compatíveis com o
espaço interno dos sítios e coerentes com a fragilidade de seus atrativos,
possibilitando uma experiência turística de qualidade.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Serra da Capivara e São Miguel das Missões
156
PALEONTOLOGIA
Paleontologia pode ser definida como a ciência que estuda os fósseis, restos ou
vestígios de animais ou vegetais que viveram em eras passadas e que por condições
ambientais favoráveis, ficaram preservados nas rochas.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Souza
157
ÉTNICO
O Turismo étnico constitui-se das atividades turísticas decorrentes da vivência de
experiências autênticas através do contato direto com os modos de vida e a
identidade de grupos étnicos.
Busca-se estabelecer uma proximidade com a comunidade anfitriã, participar de
suas atividades tradicionais, observar e aprender sobre suas expressões culturais,
estilos de vida e costumes singulares.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Parque Nacional do Xingú, São Miguel da
Cachoeira, Alta Floresta.
158
FESTAS POPULARES
Uma festa popular pode ser definida como uma manifestação popular, cuja
intensidade ultrapasse os limites de uma atividade festiva individual, abrangendo o
coletivo. Há vários tipos de festas realizadas em diversos países com manifestações
diferentes: festas religiosas (como as festas juninas), festas regionais (como o BoiBumbá) e nacionais (como o carnaval) e festas internacionais (como o dia da
confraternização mundial / reveillon).
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Rio de Janeiro, Salvador, Olinda, Recife,
Paritins, São Luiz do Maranhão, Caruaru,
Campina Grande
159
CIDADES PATRIMÔNIO
Nestas viagens o turista costuma experimentar lugares e atividades que
representam a autenticidade do destino turístico, com sua gente, sua história, suas
lendas, seu patrimônio, etc., incluindo os recursos culturais, históricos e naturais,
cuja importância é geralmente validada através do processo de tombamento.
As cidades e seu conjunto de edificações são a expressão mais clara de um povo em
determinado momento histórico e são exemplos da sua forma de viver. Constituemse em criações mais duráveis do que outras manifestações culturais, e resultam da
diversidade de técnicas e agenciamento dos espaços urbanos e edificados, muitas
vezes incorporando outras artes como a escultura, a pintura, o mobiliário e
manifestações de caráter popular.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Brasília, São Luís do Maranhão, Olinda,
cidades históricas de MG, Salvador, Missões
160
INTERCÂMBIO
Turismo de estudos e intercâmbio constitui-se da movimentação turística gerada
por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação,
ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional.
POTENCIAL NO
POTENCIAL EM
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº.
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
30 bilhões / ano
1,5 milhões
(mundo / demanda
US$ 50,00 / dia
42 dias
(demanda atual de
atual de ensino
ensino médio)
médio)
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Estados Unidos, Canadá, Alemanha,
Reino Unido
161
ESPORTES DE AVENTURA
Compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de
aventura de caráter recreativo ou competitivo. Tais atividades constituem-se em
experiências físicas e sensoriais que envolvem desafio, risco avaliado e controlável,
utilização de procedimentos, técnicas e equipamentos específicos. Devem
contemplar ainda, em sua prática, comportamentos e atitudes que possam evitar e
minimizar possíveis impactos negativos ao ambiente, ressaltando o respeito e a
valorização das comunidades receptoras.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Jalapão, Foz do Iguaçu, Serra do Cipó,
Fernando de Noronha, Brotas
162
TREKKING
Significa caminhar, trilhar por grandes distâncias com alguma motivação. O atleta
pode seguir sozinho ou em grupos por trilhas, caminhos ou estradas em meio à
natureza. Não existe faixa etária, percurso, ritmo ou duração definida para os
praticantes, como também não há um equipamento especial, somente o essencial
como botas de caminhada, roupas leves ou agasalho para frio, lanterna, pilha,
bússola, barraca, saco de dormir e kit de primeiros socorros.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Fernando de Noronha, Chapada dos
Guiamarães, Chapada dos Veadeiros,
Estrada Real MG, Lençóis Maranhenses,
Serra dos Ógãos, Parque Nacional da Tijuca
163
SURF
O Surf é considerado parte do grupo de esportes radicais, dado seu aspecto criativo,
cuja proficiência é verificada pelo grau de dificuldade dos movimentos executados.
Praticado na superfície da água, a emoção do surfe é deslizar sobre ou dentro de
tubos formados por ondas o maior tempo possível e com ajuda de uma prancha.
Para fazer as manobras, o sufista usa o peso do corpo, a pressão dos pés e, é claro,
muito equilíbrio.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
MUNDO EM Nº.
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
5.000.000
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Florianópolis, Fernando de Noronha, Trairi,
Jericoacoara.
164
RAFTING
Consiste em descer rios sobre botes infláveis tomando-se o cuidado de desviar de
pedras e outros obstáculos. O grau de dificuldade depende das características do rio
e do regime de chuvas na Região. Praticado em equipe, o rafting é uma modalidade
esportiva que coloca o atleta, esporádico ou praticante regular, diante do desafio,
da superação dos próprios limites e gera espírito de equipe, organização,
cooperação, comunicação e liderança.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Jalapão, Santo Amaro da Imperatriz, Timbó,
Três Rios, Canela, Casimiro de Abreu,
Itacaré, São Luiz do Paraitinga.
165
VÔO LIVRE
Vôo-Livre é um esporte radical, com vôo não motorizado, que utiliza a atividade
térmica e do vento para realizar vôos locais ou distantes, possibilitando alterar tanto
a velocidade quanto a trajetória e, por exemplo, escolher o local de pouso. As duas
principais modalidades são asa-delta e parapente.
Os melhores locais para a prática de vôo livre são as regiões de clima seco, onde o
atleta poderá aproveitar melhor as térmicas (massas de ar). As cidades litorâneas
com montanhas também são boas para a prática.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
200 mil a 300 mil
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
(praticantes)
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Quixadá, Sobral, Rio de Janeiro, Formosa.
166
CANYONING E PRÁTICAS VERTICAIS
Canyoning é a descida ou exploração desportiva de cânions, rios em garganta ou
desfiladeiros, aliando-se também técnicas do montanhismo, rafting e espeleologia.
Dentre outras práticas verticais pode-se citar: a escalada (subida de paredões de
montanhas, prédios, cavernas, etc. utilizando-se técnicas de alpinismo), rapel
(técnica usada para efetuar uma descida vertical com o auxílio de uma corda),
montanhismo (prática de subir montanhas através de caminhadas ou escaladas).
POTENCIAL NO
POTENCIAL EM
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº.
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
São Luiz do Paraitinga, Pirenópolis, Chapada
Diamantina, Serra dos Órgãos.
167
MERGULHO
Esporte aquático praticado em rios, mar, lagoas a fim de se observar as belezas
submersas. Pratica-se duas formar de mergulho, o livre, com o uso do snorkel e o
autônomo, utilizando cilindro de ar comprimido. Em geral, os mergulhadores
consideram 5 aspectos na avaliação de um local para a prática de mergulho: a
limpidez da água, a visibilidade, as atividades e a diversidade da vida subaquática,
as instalações específicas e os equipamentos para a prática do esporte e a facilidade
de comunicação com as pessoas do local escolhido.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
6.000.000 (nº
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
praticantes)
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Fernando de Noronha, Abrolhos, Ilha
Alemanha, França, Itália, Reino
Grande, Búzios, Arraial do Cabo, Guarapari,
Unido, Estados Unidos, Austrália
Búzios, Paraty, Bombinhas, Ilhabela,
Salvador.
168
ESPORTES CONVENCIONAIS
Os esportes convencionais constituem um fenômeno sócio-cultural, que envolve a
prática voluntária de atividade predominantemente física competitiva com finalidade
recreativa ou profissional, ou predominantemente física não competitiva com
finalidade de lazer, contribuindo para a formação, desenvolvimento e/ou
aprimoramento físico, intelectual e psíquico de seus praticantes e espectadores.
POTENCIAL NO
POTENCIAL EM
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº.
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
169
CAVALGADA
A cavalgada ou turismo eqüestre propõe passeios organizados e maiores, com
animais de qualidade e guias treinados. Para quem gosta de cavalgar, a
hospedagem não é o item que mais importa, mas sim a segurança e a qualidade da
travessia e a paisagem avistada.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
US$ 2.200 (sem
7 a 10 dias
aéreo)
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Parque do Pantanal, Parque Aparatos da
Serra, Lages.
170
PESCA ESPORTIVA
Pratica-se com linha de mão ou aparelho permitido, desde que não seja para fins
comerciais e que se preserve os recursos naturais. Na pesca esportiva o maior
atrativo do turista pescador é o peixe, de preferência em quantidade e de bom
tamanho. Dado ao tempo necessário para que um peixe cresça e atinja tamanho
para atrair o turista, a sua soltura é uma das bases fundamentais para que a pesca
esportiva cresça e se estabeleça de forma sólida e duradoura.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
US$ 5.500 –
preço médio dos
pacotes para 1
semana
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Vitória, Barcelos, Humaitá, Canavieiras,
Arraial do Cabo, Corumbá, Aquidauna,
Miranda, Cárceres, Formoso do Araguaia,
Santarém, Ilha Mexiana, Angra dos Reis,
Florianópolis
171
FUTEBOL
O futebol é o esporte coletivo mais praticado no mundo e cada vez vem ganhando
popularidade em diversos países sem muita tradição neste jogo como Estados
Unidos, Japão,Coréia do Sul, etc. O torneio mais prestigiado do futebol é a Copa do
Mundo Fifa, os maiores vencedores são Brasil (1958, 1962, 1970, 1994, 2002),
Itália (1934, 1938, 1982, 2006) e Alemanha (1954, 1974, 1990).
POTENCIAL NO
POTENCIAL EM
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº.
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
172
GOLFE
De origem escocesa, este esporte consiste em arremessar, com ajuda de um taco,
uma pequena bolinha ao longo de um percurso que termina num buraco - onde a
bolinha deve cair. O golfe é jogado em campos de grama, com um ou mais
percursos delimitados. O objetivo do jogo é colocar a bolinha nesse buraco com o
mínimo de tacadas possível. Para dificultar a tarefa, o trajeto até o buraco pode
incluir pequenos lagos, poços de areia, árvores e locais com grama mais alta.Os
jogadores de golfe querem, hoje, campos de golfe que atendam às exigências de
beleza e dificuldades naturais, além de um campo com boa qualidade
POTENCIAL NO
POTENCIAL EM
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº.
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
16.600.000 (nº. de
praticantes que
fazem viagens
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
internacionais)
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Rio de Janeiro, Trancoso, Búzios, Foz do
Estados Unidos
Iguaçu, Montanhas Capixabas, Costa do
Sauípe, Itapema, Guarujá, Mogi das Cruzes
173
MOTOR
Práticas esportivas e/ou viagens e expedições realizadas com a utilização
de meio de locomoção e veículo motor especial, tais como barcos, lanchas,
jet-sky, ultraleve, motor home, 4X4, 4X2, buggies, motocicletas. A principal
modalidade do esporte são as expedições off road ou fora de estrada que
constituem-se em viagens mais ou menos longas, realizadas a bordo de
veículos com tração nas quatro rodas por ambientes naturais como: trilhas,
praias,
desertos,
dunas,
estradas
de
terra,
ou
seja,
por
caminhos
alternativos de acesso muito difícil ou mesmo impossível para o tráfego de
veículos convencionais.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
POSICIONAMENTO DO BRASIL
174
VELA
Os principais destinos e produtos do turismo náutico são aqueles que, além de
possuir uma beleza natural que atraia turistas possuam uma infra-estrutura náutica
capaz de recebê-los. Por infra-estrutura náutica entendem-se marinas, iate clubes
ou clubes náuticos que ofereçam vagas aos velejadores, sejam elas vagas secas ou
molhadas (no mar) e serviços que venham a complementar a sua oferta, como
serviços de lavagem dos barcos, manutenção, restaurantes, entre outros.
POTENCIAL NO
POTENCIAL EM
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº.
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
114,00 euros/dia
2.000.000
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Europa, EUA
Florianópolis, Jijoca, Ilha Bela
175
VÔLEI DE PRAIA
O vôlei de praia nasceu nas praias de Santa Mônica, Califórnia como forma de lazer
na década de 1920. O primeiro torneio oficial aconteceu em 1947 em State Beach,
também na Califórnia, onde o esporte foi incorporado ao estilo de vida da
população.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
176
NEGÓCIOS E EVENTOS
Constitui-se em viagens a congressos de todas as espécies, conferências,
seminários, palestras, feiras, ou qualquer outro tipo de reunião de pessoas, em
torno de um ou vários assuntos.
Avalia-se que os gastos individuais de um turista de negócios são, em média, o
dobro de qualquer outro segmento. Cabe ressaltar ainda que este setor é
complementar ao turismo em geral, na medida em que facilita a expansão e
compartilha a mesma infra-estrutura de serviços, proporcionando benefícios
adicionais aos turistas e à comunidade local. Os estudos demonstram que este
segmento fomenta o prolongamento da atividade turística e que aproximadamente
40% dos visitantes retornam ao mesmo destino, acompanhado de suas famílias ou
amigos.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
US$ 112,9*
8 dias*
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
MUNDO EM Nº.
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
160 milhões
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto
Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Foz do
Iguaçu, Campinas...
* Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil,
segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005.
177
FEIRAS
A Feira é um momento singular de divulgação em que o expositor pode interferir e
investir diretamente em seu público-alvo e é considerada como uma ferramenta
imprescindível no processo de internacionalização de empresas.
POTENCIAL NO
POTENCIAL EM
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº.
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
US$ 112,9*
8 dias*
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
* Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil,
segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005.
178
CONGRESSOS
Os congressos, convenções e reuniões internacionais são realizados com o objetivo
de ampliar o debate, promover ajustes e celebrar acordos multilaterais sobre temas
de interesse focado ou que mobilizam diferentes grupos sociais.
POTENCIAL NO
POTENCIAL EM
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº.
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
US$ 112,9*
8 dias*
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
* Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil,
segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005.
179
INCENTIVOS
O turismo de incentivo envolve as chamadas viagens-prêmios, concedidas com o
objetivo de incentivar o desempenho profissional e/ou recompensar o cumprimento
de metas como cota de venda para o pessoal de vendas, de compra para
consumidores, melhoria de padrões qualitativos, etc. Possuem um forte apelo
cultural emocional e psicológico que proporcionam aos vencedores o lazer e o
descanso merecidos em meio às atividades grupais prazerosas e altamente
socializadoras.
Assim, tais viagens caracterizam-se, por envolverem geralmente grandes grupos de
pessoas e por incluírem serviços exclusivos em lugares únicos. Portanto é
importante que o destino conte com equipamentos e atrativos diferenciados, com
flexibilidade operacional e de serviços para construir algo diferente, garantindo que
as pessoas jamais tenham outra viagem igual. Neste sentido, os resorts, por
exemplo, por possuírem a facilidade do sistema de all inclusive e cenário próprio
para atender a esta demanda, configuram-se em importantes produtos de incentivo.
POTENCIAL NO
POTENCIAL EM
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº.
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
EUA – 1.200.000
7 dias
(sem distinção
5 dias (de 3 a 7)
viagens nacionais e
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
internacionais)
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Rio de Janeiro, Costa do Sauípe, Salvador,
Foz do Iguaçu, Florianópolis, Ilha de
Comandatuba, Trancoso, Bonito, Angra dos
Portugal, Itália
Reis, Porto de Galinhas, Cabo de Santo
Agsotinho, Amazonas (Hotéis de Selva),
Pantanal, Fortaleza, Porto Seguro. Resorts e
Cruzeiros.
COMPRAS
180
O turismo de compras se caracteriza por viagens destinadas a refazer estoques de
comerciantes estabelecidos e/ou a manter um comércio informal. Também são
realizadas viagens para descoberta de novidades e para aproveitar liquidações no
comércio a varejo em centros urbanos com lojas e centros de abastecimento de
qualidade superior.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
POSICIONAMENTO DO BRASIL
VISITAS TÉCNICAS
Viagens realizadas por estudantes, profissionais e empresários com o objetivo de
conhecer novas tecnologias em centros de excelência em suas respectivas áreas.
Também ocorre para a compra de novas tecnologias e de produtos.
POTENCIAL NO
POTENCIAL EM
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº.
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
MEGA EVENTOS
Viagens realizadas para participação ativa ou passiva em eventos de proporções
enormes, realizados em locais de estrutura física e técnica especiais e que atraem
grande quantidade de pessoas dos mais diversos segmentos de consumidor.
POTENCIAL NO
POTENCIAL EM
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº.
FATURAMENTO
DE TURISTAS.
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
São Paulo, Rio de Janeiro
181
GRUPOS DE CONSUMO E NICHOS DE MERCADO PESQUISADOS
PELA EMBRATUR
MOCHILEIROS
Turistas jovens e econômicos que mostram preferência por acomodações baratas,
enfatizam o encontro com outras pessoas (locais e estrangeiras), organizam o
itinerário da viagem de forma independente e flexível, seus períodos de férias são
longos e buscam atividades recreativas informais e participativas. Geralmente
visitam diversos lugares e priorizam para escolha dos destinos a diversidade
cultural, a presença de atrativos famosos (ícones) e patrimônio reconhecido,
segurança, sistema de transporte eficiente, preço viável,
receptividade/hospitalidade da população local.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
20 a 30 dias /
US$ 30,00
mundo
52,7 dias / Brasil
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
Inglaterra, Alemanha, França,
Estados Unidos, Argentina
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Rio de Janeiro, Bahia, Foz do Iguaçu
182
LUA DE MEL
O Turismo de Lua-de-Mel constitui-se em viagens de casais em núpcias, ou que
estão comemorando bodas e/ou o que querem realizar a cerimônia de casamento
como parte da viagem. Tratam-se de viagens organizas por agências especializadas
e, portanto a comercialização se dá geralmente através de pacotes. Os produtos de
lua-de-mel caracterizam-se por serviços de qualidade e personalizados, em lugares
“paradisíacos” com boa infra-estrutura. Possuem ainda uma característica muito
peculiar que é o papel fundamental do imaginário do turista no processo de escolha
do destino. Segundo empresas especializadas, a procura por este tipo de viagens
cresceu cerca de 250% em 2005.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
US$ 1.500 a
2.000 (preço do
7 a 12 dias
pacote)
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
Estados Unidos, Argentina,
Alemanha, Portugal, Japão.
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Fernando de Noronha, Natal, Fortaleza, Rio
de Janeiro, Maceió, Chapada dos Veadeiros,
Serras Gaúchas.
183
GLS
O Turismo GLS, embora ainda não possua uma definição aceita nem pela OMT, nem
pelo Ministério do Turismo, é entendido como o turismo voltado a gays, lésbicas,
bissexuais, transgêneros e simpatizantes. Dentro desses “simpatizantes” podemos
incluir familiares, amigos e curiosos do mundo gay que muitas vezes os
acompanham em suas viagens.
No caso do Turismo GLS, a operação dos produtos busca locais com menores
índices de preconceitos e aceitação da sociedade, e oferece guias especializados
sobre lugares direcionados para o grupo. A diferença fundamental do pacote
montado para este mercado dos demais são os serviços oferecidos, como a escolha
do hotel e as saídas noturnas.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
US$ 200,00
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
Estados Unidos, Argentina, França,
Itália, Espanha, Alemanha
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis
184
SAÚDE E BEM-ESTAR
O Turismo de Saúde é motivado por razões relacionadas à saúde, seja ela física ou
mental. Trata-se de um conceito amplo que engloba tanto questões terapêuticas
quanto questões estéticas. Pode ser subdividido em Turismo Médico e Turismo de
Bem-Estar:
O Turismo Médico é motivado tendo em vista a busca por procedimentos médicos,
odontológicos, cirúrgicos e não-cirúrgicos que podem estar relacionados tanto às
questões terapêuticas como às estéticas. Neste caso, o principal fator motivador do
deslocamento a outros países para a realização de tratamentos médicos é o valor
mais baixo dos serviços – o que pode ser encontrado em países do Leste Europeu,
África, Oriente Médio, Ásia e América Latina – e com uma qualidade dos serviços de
excelência equivalente, e em alguns casos superior a dos tratamentos oferecidos
nos Estados Unidos e Europa, mercados referência por serem os principais
emissores.
O Turismo de Bem-Estar é aquele que oferece programas e atividades
desenvolvidos para
aperfeiçoar ou equilibrar as condições físicas ou espirituais de um indivíduo ou
grupo de pessoas. caracterizado por tratamentos estéticos e terapêuticos realizados
em SPAs.
POTENCIAL NO
GASTO MÉDIO
ESTADIA MÉDIA
MUNDO EM Nº.
DE TURISTAS.
POTENCIAL EM
FATURAMENTO
US$ 120,00
22 dias
PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES
Inglaterra, Itália, França, Japão,
PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL
Holanda, Alemanha, Estados Unidos,
São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Bahia
Portugal, Espanha
185