plano aquarela 2007-2010
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plano aquarela 2007-2010
PLANO AQUARELA MARKETING TURÍSTICO INTERNACIONAL DO BRASIL 2007-2010 ANTECEDENTES Em 2004 foi iniciada a elaboração do Plano Aquarela - Marketing Turístico Internacional do Brasil, cujos objetivos foram impulsionar o turismo internacional no Brasil, incrementando o número de turistas estrangeiros no país e a conseqüente ampliação da entrada de divisas. O Plano Aquarela foi elaborado no momento em que o turismo brasileiro iniciava a implantação de mudanças estratégicas no seu sistema de gestão. Com a criação do Ministério do Turismo e uma nova estrutura de gerenciamento, a Embratur passava a dedicar-se exclusivamente a promoção do turismo no exterior. Esta mudança de foco requeria da Embratur, uma atuação profissional e direcionada a atender as necessidades e os desejos do mercado internacional. Desta forma, o Plano Aquarela enquadrou-se dentro do Plano Nacional de Turismo 2003-2007, onde o Ministério do Turismo estabeleceu seus objetivos e metas de trabalho. A implantação do Plano Aquarela iniciou-se a partir de março de 2005 com uma nova abordagem direcionada aos mercados prioritários. A definição das estratégias do Plano Aquarela ganhou forma a partir de um esquema metodológico, dividido em três fases distintas: - Diagnóstico: cujo foco foi à sistematização e análise de dados préexistentes, e a produção de novos dados, gerando um instrumento com informações consistentes e sendo base para as fases posteriores; - Formulação da Estratégia de Marketing: a partir da análise do diagnóstico foi possível definir a visão de futuro desejada para o turismo do país e estabelecer os objetivos e as linhas estratégicas para alcançá-la; 1 - Plano Operacional: com linhas orientadoras definidas, esta etapa tratou de desenhar as atuações necessárias para executar o plano e seguir as estratégias estabelecidas. O Plano Operacional no período 2005 – 2006 constituiu-se no elemento central para a implantação das estratégias formuladas na Fase II do Plano Aquarela. Este conjunto de macro-programas foi estruturado a partir de uma definição inicial dos diferentes tipos de programas, projetos e ações recomendadas como as mais adequadas ao turismo internacional do Brasil hoje. Este conjunto de macro-programas e ações foram detalhados em fichas específicas para sua implantação e controle. O Macro-programa Geral foi constituído por todas aquelas ações que foram necessárias para iniciar a atividade promocional e que podem ser aplicadas a todos os mercados. Por exemplo, o desenho e o manual de uso da marca turística, o desenho e manutenção do Portal, o desenho dos diferentes materiais de base, tais como as publicações para o trade e o consumidor, materiais como cartazes e CD’s de banco de imagens, os pontos de identidades para feiras, apresentações e os escritórios brasileiros de turismo no exterior. Neste Macro-programa, foram estabelecidos 3 programas para atuação da Embratur no curto prazo: • O Programa de Identidade; • O Programa de Tecnologias da Informação; e • O Programa de Base. 2 Para que o turismo no Brasil adquirisse a importância necessária, foi feita uma mudança formal importante que deve ser percebida por todos os públicos. Com esta finalidade o Programa de Identidade Turística incluiu o desenho da marca, o decálogo, a mensagem permanente e a normalização dos mesmos, assim como a preparação de um banco de imagens próprio para a nova imagem que pretende-se implantar. O Programa de Tecnologias da Informação incluiu os projetos do Portal Brasileiro do Turismo, com o desenho e a manutenção cotidiana dos novos conteúdos, o Projeto News e os Cadastros de Imprensa, Trade Internacional e Trade Brasil. O Programa de Base reuniu todos os projetos que constituem precisamente a base desta mudança e que mostrarão diretamente aos vários Públicos a nova identidade turística do Brasil. Reúne os Projetos de Publicações para o Trade e para o Consumidor, o Projeto de Materiais e o Projeto dos Pontos de Identidade. Durante o primeiro ano de implantação do Plano, o Macro-programa Geral deveria ter um orçamento superior ao normal, por ser o ponto de partida do Plano de Marketing, sendo que a cada ano o seu valor poderá ser gradualmente reduzido. O Macro-programa Mercado Internacional incluiu todos os programas que estariam diretamente ligados às ações por público alvo, mercados prioritários e segmentos. A escolha de prioridades de mercados considerou os seguintes critérios: Para a definição dos planos para os países prioritários, foram consideradas as informações que permitiriam que cada um dos EBT´s – Escritórios 3 Brasileiros de Turismo, pudessem preparar o seu Plano de Trabalho específico, em sintonia com a estratégia geral do Plano Aquarela e com as metas e os orçamentos disponíveis. Naquele momento, pela falta de informações históricas da Embratur anteriores a 2004, que permitissem avaliação de resultados das ações em cada mercado, foram considerados os seguintes parâmetros: ο Máximo histórico: em função das constantes oscilações no câmbio nos países vizinhos este máximo já havia acontecido em anos anteriores a 2004. ο Turistas internacionais: No caso dos países europeus foi colocado o número de turistas que fazem viagens internacionais fora da União Européia. Nos outros países estão consideradas todas as viagens internacionais. ο Turistas “grande interesse”: Corresponde ao percentual dos turistas potenciais que, de forma clara manifestaram seu interesse pelo Brasil. O volume e o resultado de considerar o turismo internacional, a porcentagem e o peso da América do Sul neste mercado. ο Competidores diretos. Aqueles três países que o turista potencial escolhe junto com o Brasil. ο Distribuição do orçamento promocional: A distribuição do orçamento nas regiões ocorre de acordo com a forma de organização de cada mercado-alvo (comportamento do consumidor, cadeia de distribuição de produtos e de informação de cada país-alvo). ο Conteúdo dos produtos: Porcentagem de importância nas diferentes ações de promoção baseada no portfólio de produtos e mercados. A mesma porcentagem foi aplicada para todos os países de cada região. 4 ο Mensagem. Aspectos positivos para viajar ao Brasil que o turista destaca, de forma espontânea, na pesquisa. Nos países em que não foram feitas pesquisas, para os quais as informações não foram disponibilizadas, as ações promocionais deveriam ter sido consideradas dentro da lógica do Plano Aquarela, caso a caso e consideradas no orçamento de reserva conjuntural. No Macro-programa Mercado Internacional, foram elaborados cinco programas: • O Programa Produtos do Brasil; • O Programa de Atenção; • O Programa de Imprensa; • O Programa Trade; e • O Programa Turistas. O Programa Produtos do Brasil inclui as Linhas de Produtos e ações para os segmentos chave. O projeto dos Bureaux de Comercialização visa incrementar a venda dos produtos “nichos de mercado” e o Programa de Excelência em Turismo, que visa o estudo de produtos complementares competitivos. O Programa de Atenção inclui as instâncias de atendimento direto nos mercados, tais como os EBT’s – Escritórios Brasileiros de Turismo já instalados e programados e os Agentes Brasil nos outros mercados prioritários. O Programa de Imprensa reúne os projetos do Kit de Imprensa, Boletim, Press Trips e o Monitor Brasil. 5 O Programa Trade inclui os projetos de publicidade em revistas e internet, o Boletim Informativo, as fam trips, chamadas Caravanas Brasil, as apresentações em feiras e seminários de vendas e o Treinamento de agência de viagens e parceria nos workshops dos operadores. O Programa Turistas inclui os projetos de Publicidade Própria, Publicidade Cooperada, Bem vindo ao Brasil, Eventos Brasil e o programa de Relações Públicas. O Macro-programa Aquarela objetivou manter o Plano como ferramenta de gestão e controle de programas, ações, metas e orçamentos. Incluiria os Programas de Informação, de Pesquisas e o Sistema de Controle. OBJETIVOS ALCANÇADOS Desta maneira, o Plano Aquarela se concretizou como novo instrumento orientador das ações promocionais da Embratur. É possível verificar que a estratégia prevista permitiu a implantação de um novo modelo de qualidade da promoção internacional, que teve como principais resultados os seguintes fatos: • A criação e colocação no mercado turístico mundial da primeira marca turística do Brasil; • Estabelecimento de uma imagem global do turismo do Brasil no mundo; • Estabelecimento de posicionamento frente aos principais destinos líderes do turismo mundial; 6 • Orientações e diretrizes claras para as ações promocionais do Brasil no exterior; • Compartilhamento das estratégias com o setor público dos Estados; • Informações estratégicas sobre mercados, oferta e demanda; • Criação e operação profissional dos escritórios brasileiros no exterior. Um dos primeiros objetivos do Plano Aquarela 2007 – 2010 foi estabelecer cenários adequados com metas para diferentes realidades orçamentárias. Após dois anos de sua implantação o plano foi revisado e tem uma nova versão, o Plano Aquarela 2007-2010, no qual, a partir da monitoria serão analisadas as ações executadas, os resultados alcançados e o desempenho da implantação do plano, segundo as metas estabelecidas em 2005. 7 BALANÇO DO PLANO AQUARELA 2005 – 2006 Este documento apresenta uma análise do mercado turístico, seu desempenho e sua evolução nos últimos dois anos. Além disso, descreve a situação atual dos produtos turísticos brasileiros, a receptividade destes produtos nos mercados emissivos e as tendências dos segmentos, nichos de mercado e grupos de consumo. 1. O MERCADO TURÍSTICO Neste capítulo é apresentada uma breve análise da evolução do turismo no mundo, nas Américas e no Brasil, identificando as principais variações e influências dos acontecimentos no comportamento do mercado turístico, com o objetivo de identificar as tendências do cenário do turismo global. O período de apreciação dos dados contemplou, sempre que possível, os anos 2003 a 2006, com prioridade para a análise comparativa de desempenho dos mercados na temporada 2005 a 2006, período previsto para a aplicação de recursos e orientações mercadológicas estabelecidas no Plano Aquarela. TABELA 1 TENDÊNCIAS DO TURISMO MUNDIAL - ENTRADA DE TURISTAS (MILHÕES) 2003 2004 2005 2006 Previsão 2010 Previsão 2020 694,0 764,0 806,0 842,0 1.006,0 1.561,0 AMÉRICAS 112,4 AMÉRICA DO SUL 9,3 125,7 133,5 136,2 190,0 282,0 16,2 18,2 19,5 26,9 42,8 MUNDO Fonte: Turismo: Panorama 2020. Previsiones mundiales y perfiles de los segmentos de mercado. OMT, 2004. & Barômetro OMT del Turismo Mundial, Vol. 4. Outubro de 2006 & Barômetro OMT del Turismo Mundial. Janeiro de 2007. 8 O fluxo turístico internacional em 2006 chegou a mais de 800 milhões de viajantes, salientando-se que o conceito de turista considerado para análise desta variação sinaliza que é a pessoa que realiza uma viagem para além das fronteiras territoriais de seu próprio país. A variação observada entre os anos 2003 e 2006 indica um aumento de cerca de 150 milhões de pessoas a mais realizando viagens internacionais. Este cenário ratifica a tendência de crescimento continuado do turismo no mundo, cuja previsão estimada pela Organização Mundial do Turismo (OMT) prevê um fluxo de mais de 1 bilhão de turistas em 2010. Em relação aos índices de crescimento acumulado para os períodos 20072010 e 2010-2020, os números foram estimados com base no crescimento anual para o turismo mundial, projetado em 4,1% pela OMT. A recuperação de crescimento dos fluxos turísticos mundiais, iniciada em 2003 e mantida até o período atual, mostra uma adequação dos mercados frente às dificuldades do mundo moderno, desencadeadas no ano de 2001 por conta dos acontecimentos do dia “11 de setembro”, para realização de viagens intercontinentais. 9 GRÁFICO 1: CRESCIMENTO DO TURISMO MUNDIAL POR REGIÃO O cenário turístico em 2003 indicava a Europa como principal mercado turístico mundial. Esta liderança é confirmada com a manutenção do continente europeu como maior mercado receptivo, porém verifica-se um pequeno decréscimo nos seus percentuais, cuja variação foi de - 5% entre período de 2003 e 2006. O decréscimo da presença da Europa no mercado turístico mundial resultou na redistribuição desta variação para os demais continentes, em que se destaca a Ásia com a maior variação contabilizada: sua presença no mercado aumentou em mais de 3%, totalizando um domínio de 20% do mercado turístico mundial. 10 TABELA 2 TENDÊNCIAS DE CRESCIMENTO DO TURISMO NAS AMÉRICAS 2003 AMÉRICA NORTE AMÉRICA CENTRAL TOTAL 2005 CRESCI MENTO (médias) 2004/2005 2006 CRESCI MENTO (médias) 2005/2006 DO CARIBE AMÉRICA SUL 2004 CRESCI MENTO (médias) 2003/2004 76,1 85,7 11,1 89,9 6,2 90,3 0,5 17,3 18,1 10,9 18,9 4,9 19,5 3,2 4,9 5,7 5,9 6,5 4,3 6,9 6,1 14,2 16,2 15,6 18,2 15,7 19,5 7,2 112,4 125,7 17,2 133,5 12,2 136,2 2,1 DO Fonte: Barômetro OMT del Turismo Mundial. 2006 & Janeiro 2007. Após a retração dos fluxos turísticos e queda nos índices de crescimento das Américas, por conta do cenário mundial, e da crise econômica e o “11 de setembro”, que afetou a atividade turística nas Américas já é possível indicar sua recuperação. O número de chegadas de turistas para as Américas sinaliza que após os índices de retração contabilizados até o ano de 2003, pode-se identificar uma retomada do crescimento, apontando números superiores aos alcançados no ano de 2001. Os dados da tabela apontam o crescimento continuado do fluxo turístico para todo continente, no período 2004 - 2006, porém os números apresentam a América do Sul e Central com melhor desempenho e maiores índices de crescimento. 11 GRÁFICO 2 O VOLUME TURÍSTICO NAS SUB-REGIÕES DAS AMÉRICAS O maior volume turístico para as Sub-regiões americanas é para a América do Norte, porém os números apontam para um decréscimo no percentual desta região, sendo que a retração iniciada em 2001 e as medidas preventivas adotadas para ataques terroristas, aumentam as dificuldades de acesso ao continente e mantém até hoje este em constante estado de alerta. No período de 2003 a 2006 os percentuais apontam para um crescimento na fatia de volume turístico nas regiões da América do Sul e América Central. Nos anos de 2005 e 2006 a América do Sul apresentou o maior crescimento para o volume turístico, registrando neste ano o mesmo número de turistas internacionais que o Caribe. Pode-se considerar que as sub-regiões da América do Sul e América Central estariam configurando-se como destinos alternativos nas Américas para fluxo anteriormente direcionado a América do Norte, que por conta das dificuldades encontradas nesta sub-região está buscando novos destinos. 12 O crescimento do turismo nas Américas para o ano de 2006 alcançou um índice modesto de 2%, e as sub-regiões da América do Sul e América Central obtiveram os maiores percentuais do total geral das Américas, configurando-se em 7,2% e 6,1% respectivamente, ratificando assim os resultados positivos dos últimos anos, ainda que em menor percentual. GRÁFICO 3 - ENTRADA DE TURISTAS NO BRASIL 2002/2006 5.358.170 4.793.703 5.018.991 4.132.847 3.784.898 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: DPF/Embratur A evolução da entrada de turistas no Brasil indica um crescimento acentuado até o ano de 2005, e uma pequena retração no volume de turistas para o ano 2006. Este decréscimo pode ser atribuído principalmente a dois fatores: a crise estrutural na aviação civil brasileira, por conta da situação econômica e operacional da VARIG e o baixo crescimento do turismo mundial. A crise da VARIG obrigou a empresa a reduzir sensivelmente o número de vôos internacionais operados até 2005, impactando a disponibilidade de assentos, impedindo que a demanda crescente gerada nos anos anteriores pudesse ser atendida. É importante lembrar que a companhia aérea era 13 líder de mercado nas rotas internacionais para o Brasil e possuía as melhores e mais rápidas conexões dos principais destinos internacionais e para os grandes portões de entrada do país. TABELA 3 DISPONIBILIDADE DE VÔOS INTERNACIONAIS 2005 2006 TOTAL DE DESEMBARQUES 6.788.000 6.330.000 TOTAL DE TURISTAS INTERNACIONAIS 3.938.000 3.600.000 TOTAL DE PASSAGEIROS NACIONAIS 2.850.000 2.730.000 OFERTA DE ASSENTOS 7.310.000 7.024.600 TOTAL DE VÔOS POR ANO 36.188 35.123 TOTAL DE VÔOS POR SEMANA 693 675 TOTAL DE VÔOS POR DIA 98 96 Fonte: Embratur. Em relação ao crescimento das chegadas de turistas nas Américas, durante o ano de 2006 é possível verificar que o continente atingiu os menores índices de crescimento identificados nos fluxos mundiais por continente, ficando em cerca de 2%, enquanto que o total do turismo mundial foi contabilizado em 4%. Esta redução de volume de fluxo turístico também impactou significativamente na retração de crescimento do turismo no Brasil, que até o ano anterior havia apresentado crescimento sustentado. O bom desempenho nestes anos pode ser atribuído à mudança no foco de atuação da Embratur, que passou a dedicar-se exclusivamente à promoção internacional, com esforços direcionados para os mercados de interesse, em conjunto com as estratégias de marketing desenhadas no Plano Aquarela. 14 GRÁFICO 4 RECEITA GERADA PELO TURISMO (BILHÕES US$) 5,342 4,687 3,812 2004 2005 2006 Fonte: DPF / Embratur 2006: dados preliminares. O turismo no Brasil gerou uma receita total de US$ 4.6866.733,00 em 2006, conforme estimativa preliminar, baseada nos dados calculados pela FIPE e fornecidos pela Embratur. A receita aqui foi calculada através do gasto médio diário, pelo número de dias de permanência, pelo número de turistas. Este valor ainda poderá ser reajustado quando da divulgação dos números finais contabilizados pela Polícia Federal, previsto para junho. Mesmo preliminares estes números continuam demonstrando o potencial de contribuição que o setor turístico pode representar no crescimento econômico global do Brasil. Além disso, o aumento da permanência média em mais de um (1) dia reflete o trabalho feito dentro da estratégia de produtos “Descubra o Brasil” e que tem como meta que o turista conheça mais lugares do país e a necessidade de permanecer mais tempo. 15 De acordo com a Embratur, metodologicamente não é possível estabelecer uma comparação com os anos 2002 e 2003, pois os parâmetros de análise dos dados para estes anos diferem na forma de avaliação das informações. Outra informação importante sob o ponto de vista da renda que o setor gera no país vem dos dados contabilizados pelo Banco Central, segundo os quais as divisas aumentaram em 2006 em relação a 2005. É importante salientar que os dados apurados pelo Banco Central não consideram o valor gasto pelo turista em espécie, durante a sua permanência no Brasil e são, portanto, sempre inferiores à receita estimada. GRÁFICO 5 - DIVISAS GERADAS PELO TURISMO (US$BILHÕES) 3,9 4,3 3,2 2004 2005 2006 Fonte: Banco Central / Embratur. A motivação da viagem ao Brasil também sofreu variações no período 2004 a 2006, com crescimento da motivação eventos/ congressos/ convenções. Esta variação pode ser atribuída aos esforços de promoção 16 internacional, pois boa parte das ações foi direcionada exclusivamente a este segmento de mercado. TABELA 4 MOTIVO DA VIAGEM AO BRASIL MOTIVO 2004 2006 Turismo/Lazer 70% 70% Eventos/congressos/ convenções 6% 12% Negócios 16% 9% Visitar amigos/parentes 5% 5% Estudo/ensino/pesquisa 2% 3% Religião 1% 1% Fonte: Embratur/Vox Populi Apesar da participação de negócios como uma das motivações do turista para a viagem ao Brasil ter diminuído em 2006, o número absoluto aumentou no período 2003 a 2005, com um incremento de 484.687 visitantes para realizar atividades de negócios. Este segmento cresceu aproximadamente 28% de 2003 para 2004 e 13% de 2004 para 2005, índices superiores ao crescimento total do turismo no Brasil que foram de cerca de 16% e 12% para os períodos. 17 GRÁFICO 5 - CRESCIMENTO DO TURISMO DE NEGÓCIOS 5.358.170 4.793.703 4.132.847 1.074.540 1.375.793 1.559.227 2003 2004 2005 NEGÓCIOS, EVENTOS E CONVENÇÕES TOTAL TURISTAS INTERNACIONAIS Fonte: Embratur / FIPE. Voltando à questão do segmento de Eventos, Congressos e Convenções, o aumento da sua participação percentual na motivação do turista, já poderia ser previsto, pois reflete um trabalho intenso do setor que está registrado no posicionamento atual do Brasil no Ranking da ICCA -International Congress & Convention Association. Esta entidade representa toda a indústria de Eventos / Congressos / Convenções, analisa o desempenho desta indústria no mundo, e apóia o setor disponibilizando informações estratégicas para atuação de um destino neste segmento específico. TABELA 5 - EVOLUÇÃO DO BRASIL NO RANKING DA ICCA 2002 POR NÚMERO DE EVENTOS SEDIADOS: POSIÇÃO 21º EVENTOS SEDIADOS 59 POR NÚMERO DE PARTICIPANTES: POSIÇÃO 16º PARTICIPANTES 67.158 2003 2004 2005 2006 19º 62 14º 106 11º 145 7º 207 13º 84.778 14º 92.526 8º 130.265 - Fonte: Embratur 18 Em 2005, o Brasil ampliou significativamente seu posicionamento no ranking da ICCA, passando de 21º colocado para 11º colocado como país sede de eventos internacionais, atingindo a marca de 145 eventos sediados em 2005. No ano seguinte, o país apresentou resultados ainda mais positivos no segmento, registrando 207 eventos internacionais sediados, número que o coloca em uma posição bastante notável no ranking. Ocupando hoje a 7ª posição, o Brasil passa a integrar os TOP 10 de países que mais sediam eventos internacionais no mundo, ficando com a 2ª melhor colocação das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos, atual 1º colocado do ranking, com 414 eventos sediados. TABELA 6 EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EVENTOS INTERNACIONAIS SEDIADOS PELO BRASIL 2002 2003 2004 2005 2006 59 62 106 145 207 Fonte: Embratur Com relação ao número de participantes, o Brasil também melhorou seu posicionamento atingindo, em 2005, a 8º posição no ranking ICCA na avaliação de desempenho deste item, registrando 130.265 turistas que vieram exclusivamente participar de eventos internacionais. Os números oficiais do ranking de 2006 por número de participantes ainda não foram divulgados, mas a expectativa é de que o Brasil possa ganhar posições também neste quesito. Quanto aos dados referentes à origem dos turistas no Brasil a partir das suas regiões de residência permanente mostram que a tendência de crescimento da Europa não só amplia sua participação do mercado 19 turístico brasileiro como passa a liderar o fluxo de entradas no país, apresentando incremento da participação no mercado de 14% a mais que no ano 2000. Outra evidência de aumento na participação do mercado turístico brasileiro foi a ampliação do número de turistas norte-americanos que, embora tenham apresentado uma sensível queda de 2005 para 2006, obtiveram um crescimento acumulado de 3% em relação a 2000, correspondendo a 17% de participação atual no mercado. GRÁFICO 7: TURISTAS INTERNACIONAIS NO BRASIL CONFORME REGIÃO A análise realizada sobre o item entrada de turistas no Brasil, segundo a região de residência permanente, considera o agrupamento a partir da divisão dos mercados estabelecida no Plano para o portfólio de produtos de promoção internacional. De acordo com esta análise, confirmando as tendências que já vinham se desenhando desde 2000, no último ano os países vizinhos perderam para a Europa a liderança quanto ao fluxo de 20 entrada de turistas no Brasil com um total de 1.803.013 contra 1.968.838 desta região. Em relação ao redirecionamento dos percentuais de entrada de turistas no Brasil por mercado, causado pela perda de mercado dos países vizinhos, observa-se que o maior crescimento ficará por conta do mercado dos Estados Unidos e Canadá, cujo índice até 2005 soma incremento de 12%, e do mercado da Europa Norte, com incremento de 16%, onde é possível perceber um aumento percentual de 6% em cada mercado se comparado ao crescimento percentual do período anterior a este ano. TABELA 7 - CRESCIMENTO DA ENTRADA DE TURISTAS, SEGUNDO REGIÃO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE REGIÕES 2003 2004 2005 2006 2005/2003 EUROPA 1.522.694 1.834.164 2.069.221 1.968.838 36% AMÉRICA DO SUL 1.579.889 1.829.017 2.016.202 1.803.013 28% AMÉRICA DO NORTE 787.407 838.595 941.777 855.098 20% ÁSIA 106.760 132.633 151.358 188.117 42% ÁFRICA 52.489 64.678 75.676 83.721 44% AMÉRICA CENTRAL 29.536 35.830 40.081 45.012 36% ORIENTE MÉDIO 26.460 32.159 35.138 41.461 33% OCEANIA 21.880 22.972 26.023 31.819 19% 4.132.847 4.793.703 5.018.991 30% TOTAL 5.358.170 FONTE: DPF / Embratur As variações quanto à entrada de turistas no Brasil, segundo região de residência permanente, observadas a partir do volume de turistas contabilizado a partir do continente de origem, sendo que a análise dos dados para as Américas está dividida por sub-regiões. Considerando, porém, que em 2006 o cenário do turismo no Brasil foi marcado por circunstâncias especiais, já debatidas anteriormente, que ocasionaram queda no volume turístico internacional do país à medida que afetaram alguns de seus principais mercados emissores, e que, por 21 conseqüência, desaceleraram o crescimento acumulado que foi registrado nos anos anteriores, a análise elaborada sob este prisma deverá considerar os índices de crescimento registrados no período de 2003 a 2005. A partir destes dados observa-se que, dentre as regiões responsáveis pelos maiores fluxos de turistas, a Europa lidera o crescimento da entrada de turistas estrangeiros no Brasil, com 36%, seguido da América do Sul com 28% e América do Norte com 20%. Comparando as duas formas de análise desta informação pode-se concluir que as variações de crescimento da entrada de turistas dos mercados Europa, América do Sul e América do Norte são constantes, mas na avaliação estratificada por agrupamento de mercados, podemos observar as variações mais exatas em relação a cada grupo de mercado estabelecido nesta matriz e verificar os efeitos diretos da promoção internacional focada nos mesmos a partir das ações promocionais desenhadas com base no portfólio de produtos. Assim, considerando também os dados de entrada de turistas no Brasil, segundo país de residência permanente, observa-se três grupos a partir das variações de crescimento. Na primeira tabela observamos o grupo de países com crescimento acumulado acima da média do Brasil, portanto com índices superiores a 30%, com destaque para Noruega, Suécia e China com crescimento médio de 70%. 22 TABELA 8 MÉDIA DE CRESCIMENTO NA ENTRADA DE TURISTAS SEGUNDO PAÍS DE ORIGEM CRESCIMENTO ACIMA DA MÉDIA DO BRASIL PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE 2003 2004 2005 2006 2005/2003 NORUEGA 15.631 23.560 26.812 26.761 72% SUÉCIA 26.939 37.809 45.764 36.118 70% CHINA 10.714 16.305 18.017 37.656 68% 229.594 336.988 357.640 312.521 56% PERU 38.948 56.647 60.251 54.002 55% GUIANA FRANCESA 12.227 14.244 17.372 9.208 42% ESPANHA 122.641 155.421 172.979 211.741 41% ITÁLIA 221.190 276.563 303.878 291.898 37% 16.745 21.034 22.558 17.147 35% CHILE 126.591 155.026 169.953 148.327 34% JAPÃO 51.387 60.806 68.066 74.638 32% MÉXICO 55.556 65.707 73.118 70.862 32% HOLANDA 83.999 102.480 109.708 86.122 31% PORTUGAL ÁUSTRIA Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados Embratur. Na tabela 9, também é possível observar o crescimento no número de turistas deste grupo de países, porém seus percentuais são inferiores à primeira planilha e superiores à média do turismo mundial, cujo crescimento acumulado no período é de 16%. Sua variação média, portanto será de 30% a 16%. 23 TABELA 9 MÉDIA DE CRESCIMENTO NA ENTRADA DE TURISTAS SEGUNDO PAÍS DE ORIGEM CRESCIMENTO ACIMA DA MÉDIA MUNDIAL PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE 2003 2004 2005 2006 2005/2003 COLÔMBIA 36.283 42.163 47.230 50.103 30% SUÍÇA 69.644 83.113 89.789 84.816 29% URUGUAI 270.251 309.732 341.647 290.240 26% EQUADOR 11.990 13.343 15.149 19.293 26% ARGENTINA 786.568 922.484 992.299 921.061 26% PARAGUAI 198.170 204.762 249.030 198.958 26% BOLÍVIA 54.865 60.239 68.670 55.169 25% CORÉIA 19.498 21.353 24.315 23.819 25% VENEZUELA 39.234 44.257 48.598 50.471 24% INGLATERRA 138.281 150.336 169.514 169.627 23% FRANÇA 211.347 224.160 252.099 275.913 19% CANADÁ 63.183 66.895 75.100 62.603 19% 668.668 705.993 793.559 721.633 19% 28.237 28.549 32.741 30.037 16% ESTADOS UNIDOS BÉLGICA Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados Embratur. Na terceira planilha (Tabela 10) identifica-se o grupo de países onde o crescimento sobre o número de entradas de turistas no Brasil situa-se abaixo da média mundial, com índices mais modestos de até 10%. 24 TABELA 10 MÉDIA DE CRESCIMENTO NA ENTRADA DE TURISTAS SEGUNDO PAÍS DE ORIGEM CRESCIMENTO ABAIXO DA MÉDIA MUNDIAL PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE ALEMANHA DINAMARCA 2003 2004 2005 2006 2005/2003 283.615 294.989 308.598 277.182 9% 19.722 15.555 19.672 23.288 0% Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados Embratur Em relação ao comportamento do turista no Brasil, no que tange aos gastos e permanência, identifica-se uma variação nos segmentos lazer e negócios. A diferença dos segmentos configura-se principalmente porque o turista de lazer permanece mais tempo no destino. A média de permanência deste turista no Brasil para o ano de 2005 foi de 12 dias, porém seu gasto diário é geralmente menor do que o do turista de negócios. O gasto diário do turista de lazer foi de US$ 80,6 representando um gasto total na viagem de US$ 967,20. TABELA 11 TURISMO DE NEGÓCIOS X TURISMO DE LAZER GASTO POR DIA, PERMANÊNCIA MÉDIA E GASTO TOTAL 25 O turista de negócios, por sua vez, realiza um gasto diário superior ao do turista de lazer, pois utiliza serviços específicos requeridos por sua motivação de viagem, bem como, equipamentos turísticos, muitas vezes de categoria superior pré-acordados com empresas de negócios. O turista de negócios no Brasil em 2005 teve um gasto diário de US$ 112,9, mas o seu gasto total foi de US$ 914,5, em função do tempo de permanência ser menor, cerca de 8 dias no ano 2005. TABELA 12 RANKING DE GASTO POR TURISTA SEGUNDO PAÍS DE ORIGEM RANKING 2005 GASTO TOTAL POR TURISTA (US$) ESPANHA 1.343,90 SUIÇA 1319,40 PORTUGAL 1253,90 REINO UNIDO 1245,80 ITÁLIA 1230,20 HOLANDA 1198,20 CANADÁ 1174,30 ESTADOS UNIDOS 1130,20 ALEMANHA 1123,20 MÉXICO 1107,40 FRANÇA 1100,50 CHILE 607,60 ARGENTINA 559,70 PARAGUAI 466,00 URUGUAI 386,30 Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de dados da Embratur. Quanto aos gastos realizados pelos turistas estrangeiros no Brasil, segundo sua origem, pode-se verificar que os turistas europeus realizam os maiores gastos individuais, com destaque para a Espanha, com US$ 1.343,90, seguida pela Suíça, com US$ 1.319,40 por turista. Também Estados Unidos e Canadá, segundo maior mercado de turista em crescimento para o Brasil, realizam gastos importantes no país, variando entre US$ 1.170,00 a US$ 1.130,00 por turista. 26 2. A OFERTA TURÍSTICA ATUAL INTERNACIONAL DO BRASIL O Brasil é considerado um país continente devido à sua extensão, diversidade ambiental e étnico-cultural. Com clima e paisagens diferenciadas, o país oferece inúmeras possibilidades para o turismo, já os viajantes podem combinar interesses e atividades múltiplas, cada oferta podendo se converter em destino exclusivo. Poucos destinos oferecem tamanha quantidade e variedade de opções turísticas quanto o Brasil, que conta com uma oferta abrangente, estruturada para cinco grandes segmentos e diversos nichos de mercado e produtos focados, de acordo com a Tabela 13. Com base nos estudos de mercado e nas estimativas dos volumes de viagens por segmento turístico estabeleceu-se uma caracterização dos grandes segmentos, onde são considerados os aspectos diferenciais, a potencialidade geral e dos nichos específicos. A extensão da oferta de Sol & Praia, Ecoturismo e Cultura possibilitou caracterizações mais detalhadas, até por que são segmentos que permitem um posicionamento competitivo imediato e que, pelos fluxos que geram, podem contribuir decisivamente para inserir o Brasil entre os principais destinos turísticos internacionais. Estudos da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam para dois grandes mercados turísticos por volume: o turismo baseado em enclaves turísticos (áreas costeiras e peninsulares, montanhas e desertos, e pontos estratégicos para observação da natureza) e o turismo de interesse geral (circuitos que combinam diferentes segmentos e atrativos). 27 TABELA 13 GRANDES SEGMENTOS E NICHOS DE MERCADO SOL & PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTE NEGÓCIOS & EVENTOS CAMINHADAS ARQUEOLOGIA AVENTURA FEIRAS ESPELEOLOGIA PALEONTOLOGIA TREKKING CONGRESSOS FLUTUAÇÃO ÉTNICO SURF INCENTIVOS OBS. DE FAUNA FESTAS POPULARES RAFTING COMPRAS ORNITOLOGIA CIDADES PATRIMÔNIO VÔO LIVRE MEGA-EVENTOS INTERCÂMBIO CANYONING E PRÁTICAS VERTICIAS VISITAS TÉCNICAS MERGULHO CAVALGADAS CONVENCIONAIS PESCA ESPORTIVA FUTEBOL GOLFE MOTOR VELA VÔLEI DE PRAIA 28 A análise do uso do produto pelo turista internacional atual, considerou o desempenho geral dos fluxos durante os meses do ano, avaliando as épocas de maior e menor visitação no decorrer dos últimos anos, o que permite perceber um comportamento padrão. GRÁFICO 8 ENTRADA DE TURISTAS INTERNACIONAIS POR MÊS ENTRADA DE TURISTAS INTERNACIONAIS NO BRASIL POR MÊS / 2003-2005 900.000 800.000 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun 2003 Jul 2004 Ago Set Out Nov Dez 2005 Fonte: Anuário Estatístico 2004, Embratur & Anuário Estatístico 2006, Embratur. Além disso, considerou-se o ranking dos destinos mais visitados pelos turistas, de acordo com a motivação de viagem, o que permitirá estabelecer o comparativo entre o uso atual do produto e a oferta atual presente no trade internacional. O fluxo de entrada de turistas estrangeiros, medido mensalmente, revela os picos de maior volume de turistas, concentrado no período de Dezembro a Março, temporada que coincide com o verão no hemisfério sul e férias escolares nos países vizinhos. Outro aumento importante no número de entrada de turistas refere-se ao período Julho a Agosto, que também coincide com férias de inverno dos 29 países vizinhos, porém destaca-se o início da temporada de férias no hemisfério norte. Por outro lado, esta temporada no hemisfério norte pode ser considerada como uma das razões da manutenção de fluxos de entrada de turistas para o período de Setembro a Outubro, que contemplará a temporada período final das férias na América Norte e Europa. Em relação aos destinos brasileiros mais visitados pelos estrangeiros, a partir de novos dados, é possível estabelecer o comparativo entre os turistas de lazer e de negócios, nos anos de 2004 e 2005. TABELA 14 DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA INTERNACIONAL DE LAZER LAZER DESTINOS VISITADOS 2004 2005 RIO DE JANEIRO - RJ 33,9% 31,5% FOZ DO IGUAÇU - PR 21,7% 17,0% SÃO PAULO - SP 13,6% 13,6% FLORIANÓPOLIS - SC 11,9% 12,1% SALVADOR - BA 14,2% 11,5% BALNEÁRIO CAMBURIÚ- SC 6,1% 6,7% FORTALEZA - CE 6,5% 6,4% NATAL - RN 2,7% 5,8% ARMAÇÃO DE BÚZIOS - RJ 5,8% 5,4% MANAUS - AM 4,0% 4,0% Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE Quando o motivo da viagem é o lazer, os destinos preferidos ainda são Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu. Mesmo assim é possível notar quedas nos percentuais de visitações a estes e outros destinos turísticos mais consolidados no cenário internacional como Salvador. 30 TABELA 15 DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA INTERNACIONAL DE NEGÓCIOS NEGÓCIOS, EVENTOS E CONVENÇÕES DESTINOS VISITADOS 2004 2005 SÃO PAULO - SP 51,4% 49,4% RIO DE JANEIRO - RJ 24,6% 22,3% PORTO ALEGRE - RS 7,0% 8,2% CURITIBA - PR 5,6% 5,4% BELO HORIZONTE - MG 4,5% 4,1% CAMPINAS - SP 3,7% 4,1% BRASÍLIA - DF 3,6% 3,4% FOZ DO IGUAÇU - PR 3,7% 3,0% SALVADOR - BA 4,4% 2,7% FLORIANÓPOLIS - SC 2,5% 1,8% Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE. Para negócios, eventos e convenções, a cidade de São Paulo continua sendo o principal referencial brasileiro no segmento, seguido pelo Rio de Janeiro. Entretanto, a exemplo do que ocorre quando o motivo é lazer, exceto pelo tímido crescimento apresentado por Porto Alegre e Campinas, todos os outros destinos foram citados menos vezes em 2005. Considerando o crescimento dos fluxos turísticos estrangeiros ao Brasil de 2004 para 2005, as quedas nos percentuais de visitações destes destinos não sugerem necessariamente números menores de turistas nestas cidades e sim, uma diversificação maior da oferta turística do país no mercado internacional em ambos os segmentos ao mesmo tempo em que reafirma a posição de seus grandes ícones de lazer e de negócios. 31 TABELA 16 COMPARAÇÃO DE DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA INTERNACIONAL DESTINOS VISITADOS PELO TURISTA INTERNACIONAL TURISMO GERAL* 2004 2006 Rio de Janeiro (RJ) 52% 60% São Paulo (SP) 40% 41% Salvador (BA) 21% 14% Foz do Iguaçu (PR) 12% 11% Manaus (AM) 6% 8% Fortaleza (CE) 7% 8% Natal (RN) 7% 8% Recife (PE) 6% 7% Florianópolis (SC) 4% 7% Brasília (DF) 3% 6% Fonte: Embratur/Vox Populi. * Turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em viagens de lazer, turismo e/ou eventos ou que, aliado a outra finalidade, passaram no mínimo três dias a passeio no Brasil. MÉDIA DE CIDADES VISITADAS A média de cidades visitadas pelo turista internacional no Brasil subiu de 2,6 cidades em 2004 para 2,74 em 2006. Apesar de ser um aumento percentual pequeno, o que se pode notar de interessante é a mudança na distribuição do turista pelo território nacional. As manchas azuis no mapa abaixo mostram os municípios que foram visitados e pode-se ver claramente como o turista afastou-se do litoral e diversificou a sua visita acrescentando municípios. 32 33 Gráfico 9 MÉDIA DE ESTADOS VISITAD0S 2004: 2,00 2006: 2,18 70 60 50 40 2004 2006 30 20 10 0 AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE MA PB PE PI RN SE DF GO MS MT ES MG RJ SP PR RS SC Fonte: Vox Populi/ Embratur Gráfico 10 MÉDIA DE MACRO-REGIÕES VISITADAS 2004: 1,52 2006: 1,57 76 79 39 32 23 24 2006 SUL 11 CENTROOESTE NORDESTE 8 SUDESTE 10 NORTE 8 2004 Fonte: Vox Populi/ Embratur. 34 Além de conhecer o uso do produto pelo turista, também é indispensável verificarmos o comportamento da opinião do turista atual. Para isto foram utilizadas duas fontes de dados: pesquisa Vox Populi 2006 e o Dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE. A primeira, uma pesquisa realizada em setembro de 2006, seguindo a mesma metodologia da pesquisa aplicada em 2004 para a elaboração do Plano Aquarela, porém a partir de uma amostragem maior, de 2.400 turistas estrangeiros que terminavam sua visita ao Brasil. A outra fonte consiste na pesquisa de Caracterização e Dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil, que envolveu um universo de 93.767 turistas estrangeiros, entrevistados entre os anos de 2004 e 2005, em 22 portões de acesso e saídas de turistas do país (aeroportos e fronteiras terrestres). A opção por utilizar duas fontes de dados justifica-se pelo fato de estabelecermos uma análise da opinião e comportamento dos turistas para todo período de 2004 a 2006, sem, no entanto, comparar duas fontes de dados com metodologias que diferem na forma de captação da informação. Salienta-se que em alguns itens não foi possível retratar todo o período, uma vez que, uma das pesquisas não apresentou informação para o tópico em estudo. Os principais objetivos da análise destas pesquisas foram: • Verificar as mudanças no perfil dos turistas e na experiência turística dos mesmos: atividades realizadas, a valoração do produto atual; as recomendações e conteúdos das mesmas; • Conferir a imagem atual que tais turistas têm do Brasil depois da visita; 35 • Medir a notoriedade da marca Brasil e das ações de promoção executadas nos diferentes mercados emissores. TABELA 17 FREQÜÊNCIA DE VISITA AO BRASIL 2004-2005 TURISMO DE LAZER 2004 2005 FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL PRIMEIRA VEZ 40,6% OUTRAS VEZES 59,4% 40,7% 59,3% TURISMO DE NEGÓCIOS, EVENTOS E CONVENÇÕES 2004 FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL PRIMEIRA VEZ 26,6% OUTRAS VEZES 73,4% 2005 31,3% 68,7% Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE. TABELA18 FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL 2004 – 2006 TURISMO GERAL* 2004 2006 FREQUÊNCIA DE VISITA AO BRASIL PRIMEIRA VEZ 53% 53% OUTRAS VEZES 47% 47% Fonte:Vox Populi * turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em viagens de lazer, turismo e/ou eventos ou que, aliado a outra finalidade, passaram no mínimo 3 dias a passeio no Brasil Quanto à freqüência de visita, na pesquisa referente ao período 2004 e 2005, nota-se que independente do motivo da viagem, a maioria dos turistas estrangeiros que vieram ao Brasil já visitou o país outras vezes e, portanto já estão fidelizados ao destino. Mesmo assim, entre 2004 e 2005, verifica-se um pequeno aumento percentual de turistas de negócios e eventos que estão visitando o país pela primeira vez, o que se pode entender como resposta aos esforços de 36 captação de novos eventos internacionais, orientados a partir do Plano Aquarela. Em relação à pesquisa Vox Populi, do período 2004 e 2006, nota-se que índices de turistas que visitam o país pela primeira vez são superiores aos turistas já fidelizados, sem, no entanto representar uma grande diferença entre as duas categorias de públicos. Porém é preciso levar em conta que a coleta de informações utilizadas para análise nesta pesquisa só abrangeu turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em viagens de lazer, turismo e/ou eventos e, caso tenham vindo a negócio, passaram no mínimo três dias a passeio no Brasil. Desta maneira, podemos atribuir a diferença entre os dados e entre as duas pesquisas a partir de dois fatores principais: primeiro poderia estar relacionado com os locais de aplicação das pesquisas, e o segundo se justificaria porque a pesquisa Vox Populi não contabiliza os turistas que entram no Brasil por motivo de negócios, sendo que este público apresenta grandes possibilidades de repetição de viagem para um destino em função de seus compromissos profissionais. Em relação aos locais de aplicação das pesquisas, a pesquisa Vox Populi foi aplicada nas salas de embarque dos principais aeroportos do Brasil, no momento do retorno dos turistas para seus países de origem. Já a pesquisa dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE realizou sua contagem de turistas por meio de duas formas de acesso, em 12 aeroportos do Brasil, os quais representam 99% do fluxo aéreo internacional do país e em 10 fronteiras terrestres, as quais representam 90% do fluxo terrestre internacional do país. 37 No fluxo terrestre a fidelização pode ser maior, pois o Brasil é considerado um destino de lazer de proximidade, com alta acessibilidade, favorecendo o retorno constante. Também as intensas relações comerciais favorecem o aumento das viagens de negócios. TABELA 18: FONTES DE INFORMAÇÃO SOBRE OS DESTINOS A publicidade, como fonte de informação ao turista, caiu de 4% em 2004 para menos de 1% em 2006, o que não significa que sua importância como elemento motivacional tenha mudado. Embora ainda pouco citadas, as feiras e eventos passaram a ser mencionadas em 2006 como fontes de informação para viagem. 38 Ressaltamos que não foi analisado o comparativo 2004 e 2005 do dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE, por esta pesquisa não levantar dados que permitam analisar a evolução da utilização das fontes de informações pelos turistas. TABELA 19 FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM 2004 - 2005 TABELA 20 FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA VIAGEM 2004 – 2006 Sobre as formas que o turista utiliza para organizar a sua viagem, em ambos os estudos as variações são similares, destacando que os maiores índices ainda ficam por conta da organização da viagem pelo próprio turista, devido às facilidades crescentes de disponibilidade de informações e serviços que podem ser adquiridos pelo turista, bem como pela flexibilidade nas programações e consumo de atividades. 39 Porém houve uma pequena variação de índices entre os dois estudos, sinalizando um índice mais alto e com crescimento considerável nesta opção do dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE. Este fato pode ser atribuído à facilidade de compra de bilhete aéreo via internet pelo consumidor final. Além disso, deve-se levar em consideração os fluxos terrestres dos países vizinhos que são pesquisados neste estudo, sendo possível presumir que este turista costuma visitar destinos específicos, onde já possui as fontes de informações e facilidades para organizar sua viagem de forma independente. Em relação à forma de organização da viagem por agência de turismo, estes prestadores de serviço ainda possuem uma participação importante no processo, uma vez que organizaram viagens ao Brasil em mais de 40% dos casos. TABELA 21 MOTIVO DA ESCOLHA DO BRASIL 2004 - 2005 MOTIVO DA ESCOLHA CLIMA TROPICAL LAZER NEGÓCIOS OUTROS 2004 2005 2004 2005 2004 2005 9% 13% 5% 9% 5% 4% 38% 39% 16% 26% 13% 19% ATRAÇÕES 6% 5% 11% 2% 3% 1% CURIOSIDADES 4% 3% 4% 8% 3% 2% 14% 5% 11% 4% 8% 3% 36% 36% 33% 45% 37% 27% 4% 5% 4% 4% 4% 3% 1% 3% 4% 5% 3% 1% 3% 6% 11% 8% 35% 48% BELEZA NATURAL DO PAÍS PREÇO HOSPITALIDADE GOSTO PELO BRASIL CULTURA DO PAÍS COMIDA/GASTRONOMIA BRASILEIRA VISITAR PARENTES QUE MORAM NO BRASIL Fonte: Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005 Embratur/FIPE. 40 TABELA 22 MOTIVO DA ESCOLHA 2004 – 2006 2004 2006 PRAIAS / MAR 31% 37% CLIMA TROPICAL 20% 18% BELEZA NATURAL DO PAÍS 16% 17% CONHECER LUGARES ESPECÍFICOS DO BRASIL 16% 23% CONHECER/VISITAR O BRASIL 10% 9% 5% 20% POVO 12% 19% CULTURA DO PAÍS 12% 12% 6% 6% DIVERSIDADE COMIDA/GASTRONOMIA BRASILEIRA VISITAR PARENTES QUE MORAM NO BRASIL NEGÓCIOS, CONGRESSO, PESQUISA APROVEITOU P/FAZER TURISMO RECOMENDAÇÃO/INDICAÇÃO DE PESSOAS 10% 11% 7% 7% 5% Fonte: Vox Populi Dentre as razões da escolha do Brasil, pode-se identificar que em ambos os estudos realizados ainda se destacam os aspectos naturais do país (as praias, seguida do clima e da beleza natural brasileira) como os motivos mais recorrentes para escolha do destino Brasil para viagem. Conhecer lugares e pontos específicos do país ou mesmo o Brasil como um todo, bem como sua diversidade, também foram citações recorrentes. Da mesma forma, os motivos relativos ao Povo Brasileiro e a Cultura Viva ainda merecem destaque. É importante salientar que os itens: belezas naturais, a diversidade brasileira, o povo e a cultura popular foram os principais aspectos motivadores de visita ao Brasil, identificados no Plano Aquarela, sendo estes itens constantemente utilizando nas campanhas promocionais para sensibilizar os turistas para viajar ao Brasil. A monitoria de variação dos 41 percentuais destes fatores motivacionais é essencial para o seguimento destas campanhas e abordagens adotadas. Em todos os estudos realizados foi possível identificar percentuais de crescimento motivacional para alguns pontos específicos, como: diversidade, conhecer lugares específicos, povo, cultural popular, clima e beleza. TABELA 23 - IMAGEM DO TURISTA INTERNACIONAL Fonte: Vox Populi Quanto à imagem dos turistas estrangeiros com relação ao Brasil, o que se pode notar é que a Natureza, combinada ao Povo Brasileiro, se reafirma como o aspecto determinante da imagem positiva destes turistas perante o país. Já no item imagem negativa consolida-se a preocupação do turista em relação à segurança. A violência ainda é o aspecto mais citado, seguido agora pela falta de segurança e policiamento. 42 Por outro lado, o percentual de entrevistados que mencionaram a pobreza como aspecto negativo do país diminuiu de 28% em 2004 para 18% em 2006. Também neste tópico não foi realizado o comparativo entre 2004 e 2005 e 2004 e 2006, tendo em vista o estudo do Dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil 2004/2005 – Embratur/FIPE não disponibilizar esta informação no processo de levantamento de dados. TABELA 23 GRAU DE SATISFAÇÃO DO TURISTA Pesquisa Fipe 2004 2005 SUPEROU 26% 29% ATENDEU PLENAMENTE 59% 57% ATENDEU EM PARTES 12% 12% DECEPCIONOU 3% 2% 2004 2006 SUPEROU N/D 30% ATENDEU PLENAMENTE 85% 57% ATENDEU EM PARTES 13% 11% DECEPCIONOU 2% 1% Pesquisa Vox Populi Fonte: Vox Populi 2004/2006 e Embratur/FIPE Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005 No que diz respeito ao grau de satisfação do turista estrangeiro em relação à viagem, verifica-se que, no geral, o país atendeu as expectativas destes turistas em ambos os estudos, com destaque para o crescimento no percentual de entrevistados que afirmaram ter suas expectativas superadas ao fim da viagem, chegando a índices superiores a 60%. 43 TABELA 24 - INTENÇÃO DE VOLTAR AO BRASIL 2004 – 2006 Pesquisa Fipe 2004 2005 SIM 96% 97% NÃO 4% 3% Pesquisa Vox Populi 2004 2006 SIM 86% 86% TALVEZ 12% 9% 2% 5% NÃO Fonte: Vox Populi 2004/2006 e Embratur/FIPE Dimensionamento do Turismo Internacional no Brasil 2004/2005. Em relação às intenções e motivações para retornar ao Brasil, identificadas na pesquisa Vox Populi, pode-se afirmar que a grande maioria dos entrevistados (86%) demonstrou interesse em voltar ao país. Dentre os principais motivos alegados estão: conhecer novos lugares, com destaque para o nordeste, citado por 11% dos entrevistados; o povo e os aspectos da Cultura Viva e a beleza do país. TABELA 25 - MOTIVO PARA VOLTAR AO BRASIL 2006 CONHECER NOVOS LUGARES Conhecer novos lugares Nordeste Sudeste / Rio de Janeiro Norte / Amazonas Sul / Foz do Iguaçu Centro-Oeste / Pantanal POVO / CULTURA VIVA BELEZA DO PAÍS SOL/CLIMA ADORA AO BRASIL VOLTAR AO MESMO LUGAR / TRAZER AMIGOS E PARENTES 35% N/D N/D N/D N/D N/D N/D 20% 15% 8% 11% 51% 31% 11% 6% 5% 4% 1% 28% 26% 6% 6% 2% 5% Fonte: Vox Populi 44 Para realizar a análise da presença do produto Brasil nos catálogos do trade internacional foram utilizados como fonte de pesquisa catálogos impressos publicados por operadores internacionais dos países priorizados pelo Plano Aquarela para promoção internacional. A análise incluiu todos os catálogos fornecidos pela Embratur e foi complementada com levantamento de dados de catálogos pré-analisados pela Diretoria de Turismo de Lazer e Incentivos. Para os países França e Reino Unido, estas informações representaram a totalidade dos dados analisados, pois não estavam disponíveis os catálogos impressos. É importante destacar que a base para análise da presença do produto Brasil nos catálogos internacionais consiste na utilização de catálogos impressos. Este pré-requisito justifica-se pelo fato de que os catálogos impressos representam um investimento considerável do operador, que o faz para a comercialização dos produtos mais consolidados e duradouros. Geralmente estes produtos já foram testados e pesquisados quanto ao desempenho junto à clientela dos operadores. GRÁFICO 11 PRESENÇA DO PRODUTO BRASIL NOS CATÁLOGOS DAS OPERADORAS INTERNACIONAIS – 2004 45 Na análise feita em 2004, quando foi elaborado o Plano Aquarela, foi possível verificar que a presença da oferta de destinos em folhetos sobre o Brasil estava muito concentrada nos grandes ícones como o Rio de Janeiro, a Amazônia, Foz do Iguaçu e a Bahia, notando-se também que esta presença já após o quinto destino ficava abaixo dos 30%. GRÁFICO 12 PRESENÇA DO PRODUTO BRASIL NOS CATÁLOGOS DAS OPERADORAS INTERNACIONAIS – 2006 Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos operadores internacionais. Nesta análise de 2006 - 2007 está presente um crescimento substancial na presença do Brasil nos catálogos de venda. Embora os grandes ícones permaneçam ainda com maior presença, temos uma importante elevação nos outros destinos nacionais, onde podemos observar que dezoito destinos e regiões estão acima da linha de 30% de presença, o que não acontecia em 2004. 46 Desta forma podemos notar que os operadores internacionais estão aumentando a oferta do destino Brasil e também diversificando mais os destinos incluídos em seus pacotes, pelo menos nos mercados analisados. TABELA 26 CATÁLOGOS ANALISADOS POR MERCADO PRIORITÁRIO PAÍS ESPANHA PORTUGAL ITÁLIA ARGENTINA FRANÇA ESTADOS UNIDOS REINO UNIDO CHILE ALEMANHA * CANADÁ * HOLANDA * PAISES NÓRDICOS * PARAGUAI * SUIÇA * URUGUAI * JAPÃO * TOTAL *Catálogos não disponíveis Nº 43 27 22 20 18 15 8 6 0 0 0 0 0 0 0 0 159 % 27% 17% 14% 13% 11% 9% 5% 4% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 100% Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais. Na análise dos produtos ofertados pelo trade internacional em seus catálogos impressos é possível identificar a liderança dos produtos do segmento sol e praia como os mais ofertados na maioria dos países analisados, sendo as exceções representadas pelos países Reino Unido e Espanha, que apresentam maior oferta em produtos de ecoturismo. Como segundo segmento mais ofertado entre os operadores internacionais dos destinos analisados destaca-se o ecoturismo. Como 47 terceira opção para oferta de produto com foco em segmentos identificase o turismo cultural na quase totalidade dos países. A variação quanto ao terceiro segmento mais consumido encontra-se na França, onde esta opção é pelo segmento esportivo, ficando o turismo cultural em quarto lugar. GRÁFICO 12 SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES ARGENTINOS ARGENTINA 100% 15% SOL E PRAIA ECOTURISMO 10% CULTURA 0% 0% ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais. 48 GRÁFICO 13 SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES CHILENOS CHILE 100% 33% SOL E PRAIA ECOTURISMO 0% 0% 0% CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais GRÁFICO 14 SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES ESPANHÓIS ESPANHA 72% 79% 30% 19% 0% SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS 49 GRÁFICO 15 SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES DOS ESTADOS UNIDOS ESTADOS UNIDOS 80% 80% 40% 20% SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA 13% ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais GRÁFICO 16 SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES FRANCESES FRANÇA 89% 61% 22% 28% 0% SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais. 50 GRÁFICO 17 SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES ITALIANOS ITÁLIA 91% 91% 73% 18% 0% SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais GRÁFICO 18 SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES PORTUGUESES PORTUGAL 96% 30% 19% 7% SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES 0% NEGÓCIOS E EVENTOS Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais 51 GRÁFICO 19 SEGMENTOS OFERECIDOS NOS CATÁLOGOS DOS OPERADORES BRITÂNICOS REINOUNIDO 100% 88% 50% 13% 0% SOL E PRAIA ECOTURISMO CULTURA ESPORTES NEGÓCIOS E EVENTOS Fonte: Elaboração Chias Marketing a partir de catálogos dos operadores internacionais. A Marca Brasil Desenhada e implantada a partir de 2005, a Marca Brasil hoje encontra-se em processo de solidificação. Ela serve de referência mandatária para todo o material gráfico produzido para as ações promocionais. A marca 52 hoje já tem sua presença em toda a promoção para o trade internacional do turismo e também foi adotada pela Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos), e está estampada em milhares de produtos de exportação brasileiros. Este trabalho de construção e consolidação da marca é trabalho constante e de longo prazo. Deve continuar e ampliar, sendo prioridade em todas as ações promocionais. Para a construção da marca turística do Brasil foi definido um briefing baseado em quatro idéias: • A primeira idéia foi a de que para manter a identidade, na mesma linha em que já trabalham outros países líderes, o nome Brasil, em português, deve ser incorporado como elemento de identidade sem tradução no desenho da marca. • A segunda refere-se as cores para o desenho. Em cada uma das pesquisas de opinião aos turistas atuais, trade e opinião interna foi pedida a sugestão das três cores que para eles identificam o Brasil. Os resultados destas pesquisas mostram que a visão é de que o Brasil é um país colorido: o Opinião interna: 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Amarelo Verde Azul Branco Vermelho 53 o Turista atual e trade: 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Verde Amarelo Azul Branco Vermelho Azul Vermelho Branco o Turista potencial: 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Verde Amarelo O desenho da marca teria que mostrar o Verde das florestas, o Amarelo do sol, das luz e das praias, o Azul do céu e das águas, o Vermelho das festas populares e o Branco da vestimenta e da religião popular. • A terceira se relaciona com o decálogo. A introdução da idéia de modernidade levou a que fossem selecionados alguns ícones da mesma no Brasil. Aparece então a arte, a arquitetura e a música como espaços artísticos mais destacados do Brasil no exterior. A música é difícil de expressar numa marca gráfica e portanto a pesquisa foi orientada para 54 a arte e a arquitetura. Os trabalhos de profissionais como Oscar Niemayer, Lúcio Costa, Portinari e Burle Marx, conquistam o imaginário com força. A pesquisa feita resultou na escolha de um desenho que ilustra a capa de um livro sobre a obra de Burle Marx. Especificamente um desenho para o projeto do jardim da cobertura do prédio do Ministério de Educação do Rio de Janeiro, que foi apresentado como uma referência para os designers gráficos selecionados: O concurso de desenho gráfico foi coordenado pela ADG - Associação de Design Gráfico do Brasil e por decisão unânime do júri foi selecionada a proposta de Kiko Farkas que sintetiza a mistura de cores e formas assim como agrega muita modernidade ao desenho: 55 Como exemplo da sua capacidade de competir no mercado internacional, podemos observar o destaque da marca turística do Brasil no conjunto de marcas mais importantes do mundo: 56 A Promoção Em 2005 foi escolhida e definida a imagem gráfica e o conceito da promoção do Brasil. Deu início à campanha “Vire Fã” do Brasil. Estrangeiros com o rosto pintado com forma que remete à Marca Brasil. Várias ações promocionais foram desenvolvidas a partir desta premissa de acordo com a disponibilidade de recursos da Embratur. Fato este que impossibilitou a execução completa das ações promocionais previstas no Plano Aquarela. Veja alguns exemplos de peças de campanha, matérias e materiais desenvolvidos com base nas orientações estabelecidas pelo Plano Aquarela: Campanhas 57 58 59 Campanha Temática Copa do Mundo – Alemanha 60 Material Promocional de Comunicação Envolve uma série de itens como publicações, folhetos, pôsteres, mapas, brindes, vídeos etc., imprescindíveis para as atividades promocionais da Embratur. Podem ser específicos ou gerais, dirigidos tanto aos profissionais de turismo (trade) como para o público consumidor (turistas e potenciais turistas) no mercado internacional, conforme a ação que irão compor. São distribuídos por meio de diversos canais como, as feiras da Agenda de Promoção Comercial do Turismo Brasileiro no Exterior, os Escritórios Brasileiros de Turismo, as Missões e Representações Diplomáticas do Brasil no exterior, entre outros. Como exemplo de materiais promocionais pode-se destacar: Bidding Book (manual de promocionais candidatura “Vire fã!”; para Coleção captação de de cartazes eventos); “Brazil by Cartazes Araquém Alcântara” – Ecoturismo; Revista Segmentos Turísticos (Sol & Praia, Ecoturismo, Esporte e Cultura); Material promocional para os XV Jogos Pan-Americanos Rio 2007 (Folhetos, Kit para Imprensa, toalhas de mão, bonés, canetas, cangas de praia, relógios de pulso, camisetas, entre outros); Gibis “Sítio do Pica-pau Amarelo”; “Guia Brasil” - Editora Abril; Brindes da Marca Brasil (camisetas, pins, bolas de futebol, pingentes para celular, entre outros) etc. 61 62 MATERIAL PROMOCIONAL PARA OS JOGOS PAN-AMERICANOS 63 Projeto Brasil By – Posters de renomados fotógrafo 64 Promoção em Feiras Internacionais Compreende a presença do Destino Brasil nas feiras de turismo de relevância para cada mercado e segmento, em que se promove a imagem do Brasil no exterior e se apóia a comercialização dos destinos e produtos brasileiros em diversos mercados, à medida que proporciona também a participação dos representantes da cadeia produtiva do turismo brasileiro. A realização de ações promocionais com artistas, grupos de dança, músicos e ícones brasileiros mundialmente conhecidos combinados ao stand da Embratur, bem como a realização de eventos paralelos como Workshops, seminários e Noites Brasileiras, contribuem para otimização desta ferramenta. 65 66 67 68 PORTAL NA INTERNET Voltado ao turista estrangeiro, este é o site oficial de promoção do turismo brasileiro e o principal canal de comunicação com o público-final (turistas reais e potenciais). Construído em oito idiomas (português, português lusitano, inglês americano e britânico, alemão, francês, italiano e espanhol), apresenta informações gerais sobre o Brasil e sobre os destinos turístico do país apontados pelo Plano Aquarela, bem como sobre os segmentos e nichos de mercado trabalhados; informações úteis ao turista; galeria multimídia; além de promover ações pontuais como a Campanha do Cristo Redentor, Rock in Rio Lisboa, etc. 69 É uma ferramenta de relacionamento com o trade específico de um setor econômico. A rede de relacionamentos em uma Feira é grande e ampla, facilitando portanto, a cria ção de um mailing para cada setor. Por meio deste mailing, é disparado um e-mail marketing contendo informações sobre as Feiras Comerciais Brasileiras (o mesmo conteúdo das lâminas) e sobre o Brasil como destino para o lazer. 70 RELAÇÕES PÚBLICAS MIDIA ESPONTÂNEA 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 PUBLIEDITORIAL 102 103 AÇÕES PROMOCIONAIS CAPTAÇÃO DE EVENTOS INTERNACIONAIS Com foco no estímulo ao turismo de eventos através do apoio à captação e à promoção de congressos técnicos ou científicos, eventos esportivos, dentre outros eventos de público internacional, esta ação constitui-se de diversos instrumentos de apoio ao trabalho das entidades e associações de classe e dos Convention & Visitor Bureaux, como o planejamento e confecção de dossiês de candidatura para o Brasil, apresentações visuais e participação em visitas de inspeção. 104 PLANO AQUARELA Marketing Turístico Internacional do Brasil 2007-2010 PLANO OPERACIONAL Caracterização da Oferta Turística Internacional do Brasil julho de 2007 1. DEFINIÇÃO DA GRADE DE PRODUTOS O Brasil é considerado um país continente devido à sua extensão, diversidade ambiental e étnico-cultural. Com clima e paisagens diferenciadas, o país oferece inúmeras possibilidades para o turismo, já os viajantes podem combinar interesses e atividades múltiplas, cada oferta podendo se converter em destino exclusivo. Poucos destinos oferecem tamanha quantidade e variedade de opções turísticas quanto o Brasil, que conta com uma oferta abrangente, estruturada para 5 grandes segmentos e diversos nichos de mercado e & S O O I T C N Ó E G V E E S S S O S O S T S S A N S A O S S V I A R E T R P V E A C T I I I E R N E M S I C N G E N C A V É O O I N C G E T M C F N E S A I S I A V S A I R T A R G E G E C I G T O H A N T R L A I A R O U N I F N I V R N I L E R D O A I O O E F R P A P T K R K I T L N V U G P B S O L L E T E C S N U F O S G L N E T O O D E E V E E S A O Y A R E A V A R T R V Ô N C A C T Á R I A G I Ê L O V M U V E V C F A C O N S E P C M P R U T A A A I I O O I I S G G E B S O O L L O A R E S N Ô M L O O C T I A T L D Â M C U E N T N S U E D A I R R C U R A Q O E L A P É P I T E F C P O A P N I T M S I O A A I S A G O N A I U T O R D O Ã U A O G A L F Ç H O A U E O L N I E L T D I T C M E L U . N S E C A P S E F B O O R & A I L A O R S P produtos focados: Com base nos estudos de mercado e nas estimativas dos volumes de viagens por segmento turístico estabeleceu-se uma caracterização dos grandes segmentos, onde são considerados os aspectos diferenciais, a potencialidade geral e dos nichos específicos. A extensão da oferta de Sol & Praia, Ecoturismo e Cultura possibilitou caracterizações mais detalhadas, até por que são segmentos que permitem um posicionamento competitivo imediato e que, pelos fluxos que geram, podem contribuir decisivamente para inserir o Brasil entre os principais destinos turísticos internacionais. Estudos da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam para dois grandes mercados turísticos por volume: o turismo baseado em enclaves turísticos (áreas costeiras e peninsulares, montanhas e desertos, e pontos estratégicos para observação da natureza) e o turismo de interesse geral (circuitos que combinam diferentes segmentos e atrativos). 105 2. CARACTERIZAÇÃO DOS SEGMENTOS E NICHOS DE MERCADO SOL & PRAIA Turismo de Sol & Praia constitui-se das atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor. Baseado em pontos de atração costeiros e peninsulares pode ser considerado hoje o mais amplo. A região do Mediterrâneo, por exemplo, que compreende um grupo de 24 países da Europa, África e Oriente Médio é, segundo dados da OMT, o principal destino turístico do mundo, tendo registrado anualmente quase 100 milhões de chegadas de turistas internacionais de Sol & Praia. A Espanha, em conjunto com a Itália, a Grécia, a França e a Turquia representam 85% desse volume. No entanto, esses territórios turísticos costeiros tradicionais de proximidade como o Caribe (para os americanos), o Havaí (para americanos e japoneses) e o Mediterrâneo (para os europeus) estão alcançando uma fase de maturidade ou saturação, em função da rapidez e facilidades da viagem. É crescente a tendência entre os turistas dos principais mercados emissores em procurar alternativas para férias em praias consideradas “exóticas”, distantes de seus roteiros habituais. • A potencialidade do segmento de Sol & Praia no Brasil A extensa costa brasileira, em função das diferenças climáticas e geológicas, abriga um rico mosaico de paisagens e ambientes, são 7.367 quilômetros de costa, recortada por centenas de praias. Praias que se diferenciam pelo cenário, determinado pela geografia, cor da água, textura e coloração das areias, marés, estuários, ilhas, manguezais, restingas, dunas, falésias, costões rochosos e recifes de corais. 106 As praias brasileiras se caracterizam pela existência da faixa de areia, mas se distinguem uma das outras pelo relevo, pelas ondas que chegam à costa e nuances de cor da areia. Por suas particularidades podem ser agrupadas pelo perfil de inclinação – suave, intermediário e inclinado – e pelo aspecto da areia – grossa, fina, compacta ou fofa –; elementos que, associados aos ventos e a extensão da plataforma continental, determinam o ritmo e o movimento de ondulação das águas do mar. Com predominância de sol durante todo o ano, a costa brasileira é banhada por águas quentes que ocupam grande parte das bordas tropicais e subtropicais do Atlântico Sul Ocidental e ventos brandos que garantem a tranqüilidade de banhistas e adeptos de práticas esportivas como o mergulho, o surfe e a vela. A diversidade da fauna e da flora litorânea, a preservação de extensas faixas da região costeira e a existência de praias isoladas e desertas permite a combinação do segmento de Sol & Praia com atividades próprias de Ecoturismo. o Mangues, marés, estuários e foz de grandes rios O litoral amazônico vai da foz do rio Oiapoque ao delta do rio Parnaíba e apresenta manguezais exuberantes, assim como matas de várzeas de marés, campos de dunas e rica diversidade em espécies de crustáceos, peixes e aves. A biodiversidade e a intensa variação de marés, que podem oscilar em até 20 metros de profundidade, levam a formação de praias de extensa faixa de areia batida e águas escuras. o Coqueirais, dunas, recifes de corais e piscinas naturais 107 O litoral nordestino começa na foz do rio Parnaíba e vai até o Recôncavo Baiano. É uma região plana, a paisagem com imensos coqueirais, dunas que mudam ao sabor do vento, praias de areia branca e macia, o mar transparente com águas que oscilam entre o azul e o verde, abriga recifes e corais. A geografia dessa área da costa permite a formação de imensas piscinas naturais, água do mar que se acumula na vazante da maré. o Mar, montanhas, florestas, riachos e baías. A partir do Recôncavo Baiano até parte do Estado de Santa Catarina, a região costeira é dominada por conjuntos de montanhas e grandes reservas de Mata Atlântica. É uma geografia que favorece a formação recortada, com muitos riachos, quedas de água, estuários, várias baías e pequenas enseadas. o Ilhas Ao longo da costa brasileira existem centenas de ilhas, a maioria delas resulta do afogamento da costa, sendo, portanto, prolongamentos dos tipos de relevos litorâneos, de suas geologias e demais características dos ecossistemas. a) Ilhas que se apresentam como cristas emersas das porções afogadas da serra do mar, os tipos mais comuns no litoral do país e das quais existem inúmeras; b) Ilhas sedimentares de baixa altitude; c) llhas oceânicas, resultantes de fenômenos de vulcanismo que soergueram do fundo atlântico, como Fernando de Noronha e o Atol das Rocas, que são completamente desvinculadas do relevo continental brasileiro. Em relação ao mercado mundial para o segmento de Sol & Praia a OMT aponta as seguintes tendências para as primeiras duas décadas do século XXI: 108 Destinos de Sol & Praia distantes Estima-se que nos próximos anos a busca por viagens à lugares de Sol & Praia distantes tenha um crescimento superior à média geral. Tais destinos estão aos poucos substituindo os destinos turísticos costeiros considerados tradicionais, estabelecidos há bastante tempo, os quais estão cada vez mais alcançando uma fase de saturação, adquirindo uma imagem de antiquados e defasados. Esta imagem motiva a que o turista busque os destinos mais distantes, considerados “exóticos”. Apenas a demanda européia pressupõe entre 10 e 12 milhões de turistas por ano e a OMT calcula que em 2010 representará entre 25 e 30 milhões de turistas, com uma taxa de crescimento anual entre 6,5 e 7%. Destino de Sol & Praia de “boutique” Também se observa uma tendência à procura por atividades mais específicas que atendam diferentes necessidades e exigências identificadas no consumidor, em que se destacam segmentos de mercado especializados como o Sol & Praia de “boutique”. Tal segmento produz um volume menor de turistas, mas de alto nível social e econômico. São turistas que buscam destinos com instalações sofisticadas, mas em lugares mais tranqüilos e menos desenvolvidos, que preservam mais a sua identidade local. Embora as características e singularidade do lugar sejam importantes, são os serviços e equipamentos de qualidade agregados aos atrativos que melhor caracterizam tais produtos. O potencial do mercado europeu para este tipo de turismo de Sol & Praia é considerado hoje em 5 milhões de turistas, ou mais de 50 milhões de pernoites. Férias combinadas 109 Trata-se de viagem que devem combinar o componente Sol & Praia, mais uma visita turística de interesse especial, como cultura ou ecoturismo. A escolha do destino está condicionada em função da concentração de oferta (diversidade) e singularidade (atrativos específicos do destino), para reforçar os conhecimentos sobre o lugar e a possibilidade de experiências únicas. Naturismo A International Naturism Federation (INF) define o naturismo como um modo de vida em harmonia com a natureza, caracterizado pela prática do nudismo coletivo; observando condutas de auto-respeito, respeito pelos outros e pelo meio ambiente. Segundo a INF existem atualmente cerca de mil centros e clubes de naturismo em todo o mundo. O clima tropical, as características geográficas e a extensão da costa brasileira, fazem do país um destino privilegiado para os praticantes do naturismo. Segundo a Federação Brasileira de Nudismo existem atualmente cerca de 250 mil naturistas no país e 10 praias oficiais de naturismo, com legislação própria e proteção aos usuários e mais de 30 praias em que a prática do naturismo é eventual, nesse caso são praias desertas que proporcionam privacidade aos banhistas. ECOTURISMO O termo Ecoturismo é definido como um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas. Consiste em viajar para áreas naturais não degradadas ou não poluídas , com o objetivo específico de estudar e 110 usufruir da paisagem, de sua fauna e flora, quanto das manifestações culturais (do passado e do presente) encontradas nessas áreas. É um segmento especializado, no qual o turista tem sempre um interesse peculiar e está disposto a participar ativamente da sua viagem. O ecoturista procura atividades em contato com a natureza, a caminha por trilhas ou a observação da fauna e da flora em seu habitat natural, por exemplo; porém mais do que admirar passivamente, ele busca um entendimento do “meio” que visita, quer explorar, descobrir e aprender, superar os limites aos quais está condicionado e as dificuldades que a natureza estabelece. Uma pesquisa realizada em 2006 pelo Departamento de Desenvolvimento Sustentável do Turismo da OMT junto aos principais mercados emissores de ecoturismo na América do Norte e Europa revelou que este nicho responde entre 4% e 5% das viagens organizadas, embora a Sociedade Internacional de Ecoturismo estime que este número corresponda na verdade de 7%. Considerando a média de 5% da OMT, calcula-se que em 2006 cerca de 42 milhões de pessoas se deslocaram de seus países de origem para fazer viagens internacionais motivadas pelo interesse na natureza. Em geral os ecoturistas se caracterizam por terem um padrão de vida elevado e um alto nível cultural, por terem idade superior a 30 anos e um interesse considerável pelo entorno. Podem ser tanto turistas experientes em viagens internacionais, que viajam sozinhos com o objetivo de observar, viver e apreciar o meio ambiente; ou mesmo pessoas aficionadas por atividades ao ar livre. 111 As viagens ecoturíticas são geralmente mais extensas, e o gasto em serviços e produtos turísticos neste segmento são aproximadamente 10% superiores do que os gastos em outro tipo de viagem. Em 2002 a estimativa da OMT era que a demanda de ecoturismo se incrementava no mercado internacional em um ritmo bastante acelerado, com índice de 20%. Daquele ano para cá a atividade sofreu um pouco de retração, sendo possível calcular que atualmente este índice de crescimento esteja entorno de 10% a 15%. De qualquer forma as perspectivas de crescimento do setor ainda são as mais fortes, sobretudo nos países em desenvolvimento. Pode-se citar como regiões que experimentam uma rápida expansão, a África do Sul e a América Latina, por exemplo. A existência de áreas protegidas é o principal fator que determina a escolha de um destino ecoturístico. O objetivo dos turistas nestas viagens não é desfrutar de boa comida e hospedagem. Mesmo que possam pagar por isso, suas preferências refletem em sua crença no respeito ao lugar turístico e por seus recursos naturais. No ecoturismo a caminhada é uma das atividades mais praticadas, por permitir a acessibilidade aos locais onde a interação com a natureza é mais adequada. As caminhadas ocorrem em trilhas, caminhos estreitos, geralmente em terrenos com vegetação de gramíneas ou em matas. Podemos ir mais longe e dizer que o ato de caminhar também pode transcender estas questões e ser uma forma de relaxamento, prazer, convívio com a natureza ou consigo mesmo. • A potencialidade dos produtos de ecoturismo no Brasil Incluído dentre os países de mega diversidade, detém um número entre 10% e 20% do total de espécies do planeta. Esta riqueza conhecida 112 corresponde a 22% da flora, 10% do anfíbios e mamíferos e 17% das aves do mundo. Ocupando um território de 8,5 milhões de km2 e situado em região tropical, o Brasil é constituído por diferentes ecossistemas, frutos da história geológica e da presença humana recente. Com base nesses elementos começou a se estabelecer uma nova geografia do turismo no país, em que prevalece a visão ambiental, na qual o Brasil passa a ser apresentado ao visitante a partir dos diferentes biomas – a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica, o Pantanal, etc. - e pontos de beleza cênica singular, como Foz do Iguaçu e os Lençóis Maranhenses, por exemplo. No Brasil difundiu-se na década de 80, acompanhando as preferências de extratos de consumidores-viajantes por acampamento, turismo selvagem e variantes, além de se adequar à conscientização de problemas ecológicos e à fuga de situações de estresse. Uma dificuldade implícita a esse tipo de oferta diz respeito às interferências que a presença de grandes levas de turistas pode provocar no ecossistema natural, contribuindo para o desequilíbrio do mesmo. 8. Unidades de Conservação: Superfícies de terra ou mar, com características peculiares e de importância ambiental e ecológica, que necessita de normas especiais de proteção, determinadas por legislação própria. Até o final de 2006 o Brasil contava com 62 Parques Nacionais e um total de 727 unidades de conservação, sendo 126 de proteção integral e 601 de uso sustentável. Atualmente cerca de 7% do território nacional encontrase protegido nesta forma. São áreas naturais que, além de ter grande relevância do ponto de vista ecológico, tem exemplar beleza cênica, científica, cultural e educativa. Algumas dessas unidades de conservação, pela importância ambiental que apresentam, foram elevadas à condição de Reserva da Biosfera, como o Parque Nacional da Floresta da Tijuca no Rio de Janeiro, considerada a maior floresta urbana do mundo; outros 113 pela especificidade de seus recursos foram inscritos na lista de Patrimônios Naturais da Humanidade - Cataratas do Iguaçu, Parque Nacional das Emas, Chapada dos Veadeiros, Reservas de Mata Atlântica do Sudeste, Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Costa do Descobrimento, Pantanal Mato-grossense e Parque Nacional do Jaú –, o Parque Nacional da Serra da Capivara pelo seu rico patrimônio arqueológico consta da lista de Patrimônios Culturais da Humanidade. Atualmente aproximadamente 25 Parques Nacionais já estão estruturados para o ecoturismo dentro de suas áreas e/ou entorno, que proporcionam aos visitantes atividades relacionadas ao meio ambiente e o contato com a maior biodiversidade do mundo. o Amazônia A maior floresta tropical do Planeta, a Amazônia sul-americana corresponde a 2/5 da América do Sul e a metade da área territorial do Brasil. A Amazônia possui o equivalente a 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas e o maior banco genético da Terra. Contém 1/5 da disponibilidade mundial de água doce e um patrimônio mineral não mensurado. A Amazônia não esconde a grande variedade de ecossistemas, com destaque para matas de terra firme, florestas inundadas, várzeas, igapós, campos abertos e cerrados. Conseqüentemente, a Floresta abriga uma infinidade de espécies vegetais e animais: 1,5 milhões de espécies vegetais catalogadas; três mil espécies de peixes; 950 tipos de pássaros; e ainda insetos, répteis, anfíbios e mamíferos. Até o final de 2006 o Ibama já havia delimitado na Amazônia brasileira 124 unidades de conservação federal, sendo 41 de proteção integral e 83 de uso sustentável, que somam cerca de 10% da área continental do país. 114 Dentre as UCs podemos destacar sendo o Parque Nacional do Jaú considerado Patrimônio Natural da Humanidade, que atualmente encontra-se fechado a visitação pública. o Cerrado É considerado como um ecossistema tropical de Savana, com similares na África e na Austrália. A área de Cerrado se distribui por todo o Planalto Central Brasileiro e inclui os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, parte de Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal. O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com mais de 10.000 espécies de plantas, sendo 4.400 endêmicas. A fauna apresenta 837 espécies de aves; 67 gêneros de mamíferos, abrangendo 161 espécies e 19 endêmicas; 150 espécies de anfíbios, das quais 45 endêmicas; 120 espécies de répteis, das quais 45 endêmicas; apenas no Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, mil espécies de borboletas e 500 espécies de abelhas e vespas. A paisagem do cerrado é caracterizada por extensas formações de savanas, interceptadas por matas ciliares ao longo dos rios, nos fundos de vale. Entretanto, outros tipos de vegetação podem aparecer na região dos cerrados, tais como os campos úmidos ou as veredas de buritis, onde o lençol freático é superficial; os campos rupestres podem ocorrer nas maiores altitudes com terreno pedregoso e os bosques situam-se sobre os solos mais férteis das encostas e das bases das elevações. O Cerrado abriga 16 Parques Nacionais, dos quais a Chapada dos Veadeiros e a Chapada das Emas estão inscritos na lista de Patrimônios 115 Naturais da Humanidade, além de diversos parques estaduais e estações ecológicas. o Mata Atlântica Originalmente a Mata Atlântica se estendia por toda uma faixa, relativamente, paralela à costa brasileira, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Atualmente a parcela mais representativa do que restou encontra-se nas regiões Sul e Sudeste, onde o relevo de escarpas íngremes dificulta o acesso e, portanto, impediu a devastação. A vegetação da Mata Atlântica é exuberante, as árvores chegam a atingir 40 metros de altura e uma grande variedade de arbustos, com destaque para as samambaias, orquídeas, bromélias, etc. A fauna é diversificada e marcada pela presença de muitas espécies endêmicas, no entanto, várias apresentam baixas densidades populacionais, o que caracteriza alto índice de espécies em risco de extinção. As reservas atuais de Mata Atlântica possuem valor cultural e ambiental extraordinários, por isso mesmo a Costa do Descobrimento e a Reserva do Sudeste são considerados Patrimônios Naturais da Humanidade, além de várias Reservas da Biosfera. O Ibama já delimitou 72 unidades de conservação em áreas da Mata Atlântica, sendo 22 Parques Nacionais. o Pantanal Pantanal do Mato Grosso, com uma extensão de 250 mil km2, é a maior planície de inundação contínua do planeta. O rio Paraguai e os outros rios pantaneiros apresentam pouca declividade, o que faz com que as águas que se acumulam nos períodos de chuvas intensas escoem com muita lentidão. Imensas quantidades de água, provavelmente centenas de 116 quilômetros cúbicos por ano, perdem-se por evaporação direta para a atmosfera. O Pantanal pode ser, com justiça, considerado a maior "janela" de evaporação de água doce do mundo. Por tudo isso o Pantanal Matogrossense está inscrito na lista de Patrimônios Naturais da Humanidade. Toda a vida natural esta ligada a este sistema de inundações, o Pantanal é habitado por uma rica fauna de aves e mamíferos que dependem, na sua grande maioria, da alimentação aquática. As aves do Pantanal são um de seus maiores atrativos. Reunidas em enormes concentrações, exploram os recursos alimentares aquáticos. O tuiuiú (Jabiru mycteria), a cabeça-seca (Mycteria americana) e o colhereiro (Ajaia ajaja), além das garças biguás e patos são os mais vistosos. Muitas espécies nidificam em áreas comuns, sobre determinadas árvores, conhecidas como ninhais, que se destacam na paisagem pantaneira. o Caatinga Entre a Amazônia e a Mata Atlântica, na área do clima semi-árido, encontram-se as caatingas do Nordeste brasileiro, paisagem presente nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Alagoas e parte de Minas Gerais. Elas cobrem cerca de 700 mil km2, aproximadamente 10% do território nacional. O termo Caatinga é originário do tupi-guarani e significa mata branca. A ocorrência de secas estacionais e periódicas estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa a vegetação sem folhas. O cenário mais comum da Caatinga é o da seca, quando a terra fica árida e as plantas têm aparência ressequida, como se estivessem mortas. Contudo, é após as chuvas que a diversidade animal e vegetal das caatingas se torna evidente. As plantas florescem e os animais se 117 reproduzem, deixando descendentes que já possuem adaptações para suportar longos períodos de estiagem. Até 2006 o Ibama havia definido 30 unidades de conservação em áreas de caatinga ou de transição, sendo 07 Parques Nacionais, dos quais 03 se destacam pelo potencial para atividades de ecoturismo. O Parque Nacional da Serra da Capivara, por seu rico acervo arqueológico é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade, e também uma expressiva reserva do bioma da Caatinga. o Costeiros A extensa costa brasileira abriga um rico mosaico de ecossistemas – mares, estuários, ilhas, manguezais, restingas, dunas, praias, falésias, costões rochosos, recifes de corais e uma das maiores extensões de manguezais do mundo. Ao contrário de outras florestas, os manguezais não são ricos em espécies, porém se destacam pela grande abundância das populações que neles vivem. Por isso as áreas de mangues podem ser consideradas um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil. No Norte do País, as espessas florestas de mangue apresentam árvores que podem atingir 20 metros de altura. Na região Nordeste há um tipo de manguezal conhecido como "mangue seco", com árvores de pequeno porte em um substrato de alta salinidade. Já no Sudoeste brasileiro, apresenta aspecto de bosque de arbustos. A faixa litorânea do Brasil possui riquezas significativas de recursos naturais e ambientais, o Ibama já definiu 39 unidades de conservação, sendo 13 de proteção integral e 26 de uso sustentável. Turismo em Cavernas O turismo em cavernas, ou espeleoturismo vem crescendo nos últimos anos tendo em vista o aperfeiçoamento das técnicas de manejo 118 desenvolvidas nas Unidades de Conservação no Brasil. As cavernas fascinam o homem desde sempre. A motivação pode ser o interesse científico, religioso, a aventura, a curiosidade, o contato intenso com a natureza, a possibilidade de estar dentro da terra. As cavernas são o ambiente ideal para a observação da história da própria terra, as formações geológicas seduzem o olhar pelas formas e pelo tempo que a natureza investe em suas constituições. Segundo a União Internacional de Espeleologia (UIS), atualmente existem no mundo 800 cavernas de uso turístico que são visitadas anualmente por 30 milhões de pessoas. O Brasil tem 3.974 cavernas catalogadas na sociedade Brasileira de Espeleologia – SBE, concentradas no Distrito Federal, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Paraná; sendo que cerca de 100 são de uso turístico. Várias cavernas brasileiras destacam-se no cenário internacional por suas dimensões e por sua raridade. É o caso da Toca da Boa Vista, na Bahia, que com 65,5 quilômetros de desenvolvimento é a maior gruta da América do Sul e a 19ª do mundo. A mais alta entrada de cavernas também está no Brasil, na Gruta Casa de Pedra, em São Paulo, com 215 metros de altura. Em Minas Gerais estão, simultaneamente, a maior gruta (caverna horizontal) e o segundo mais profundo abismo (caverna vertical) em quartzito do planeta, respectivamente a Gruta das Bromélias, com 2.560 metros, e a caverna do Centenário, com 360 metros de desnível. O Brasil possui, ainda, a maior caverna conhecida em micaxisto, a Gruta dos Ecos, no Distrito Federal, com 1.380 metros de desenvolvimento e um magnífico lago subterrâneo que chega a atingir 300 metros de comprimento; bem como enormes espeleotemas, como a estalactite de 28 metros da Gruta de Janelão, em Minas Gerais, considerada a maior do mundo. 119 Flutuação Modalidade de mergulho leve, de pequena profundidade, em que o praticante usa o snorkel (canudo) para garantir uma respiração tranqüila e a máscara para ter uma boa visibilidade do local visitado. A flutuação exige apenas um rápido treinamento, que pode ser feito um pouco antes do início da atividade, e a motivação é a apreciação do ambiente visitado, transfere-se para a água a vivência ecoturística de terra. Observação de Fauna Nos últimos 30 anos processou-se uma grande mudança na relação dos homens com a vida silvestre, é crescente o interesse de pessoas, principalmente no hemisfério Norte, na observação de diferentes espécies de animais. O interesse na observação da vida silvestre parece estar diretamente associado à tendência crescente de cobertura dos assuntos ambientais pela mídia, nesse período foram produzidas e veiculadas inúmeras matérias sobre a perda da biodiversidade global. As listas das espécies ameaçadas – e o movimento de resgate que induzem - também geraram um excesso de documentários para televisão e livros ilustrados alardeando as maravilhas que essas criaturas representam. Esse movimento contou com a ajuda dos avanços da tecnologia, que permitiu os fotógrafos e operadores a registrar aspectos das vidas privadas dos animais que nunca tinham sido vistos antes. A observação da vida silvestre tornou-se uma das formas de lazer ao ar livre de maior expansão na América do Norte, existem pessoas (e organizações) dedicadas a observar borboletas, pingüins, golfinhos, baleias, etc. O interesse crescente pela vida silvestre não se limita aos norte-americanos, ela parece ser um fenômeno global, com grandes implicações econômicas e ecológicas. Dentre os turistas franceses, por 120 exemplo, calcula-se um mercado potencial de 4,9 milhões para praticar o ecoturismo aliando atividades de observação de fauna. O crescimento rápido do turismo de observação da vida silvestre possibilitou, em vários casos, a preservação de espécies, seja através da redução da caça ou pela ampliação de áreas protegidas. Costa Rica, Equador, Belize, Quênia, Tanzânia, África do Sul são alguns exemplos em que o turismo de natureza, centrado na observação da vida silvestre, é responsável por quase totalidade da receita turística internacional. A fauna brasileira é rica em espécies, e essa diversidade é própria dos climas tropicais. Segundo dados disponíveis no Anuário Estatístico do Brasil, publicado pelo IBGE em 1997, com base em informações da Sociedade Brasileira de Zoologia a fauna é constituída de 600 espécies de mamíferos, aproximadamente 1700 aves, 390 de répteis e 331 espécies de anfíbios e 8.000 espécies de peixes. Turismo ornitológico ou observação de pássaros Existem aproximadamente 9.700 espécies de aves no mundo, sendo que nos países de clima tropical vivem os pássaros de cor brilhante, considerados mais exóticos e interessantes pelos observadores. No Brasil vivem 1.677 espécies, quase 18% da diversidade mundial de pássaros, onde se destacam inúmeras espécies de araras e beija-flores. Observar as aves é um passatempo praticado por milhões de pessoas em todo o mundo. Muitas pessoas viajam grandes distâncias apenas para contemplar pássaros. Atraídas pelo lindo cenário e pelo desafio de avistar e identificar espécies de pássaros, os observadores formam sua própria espécie. 121 Os Estados Unidos configuram-se com o maior mercado para esta atividade, com aproximadamente 27,4 milhões de observadores de aves dentre especialistas e amadores, que movimentam US$ 83bilhões por ano, de acordo com o governo norte-americano. Na Gran Bretanha, outro mercado importante, estima-se um publico potencial para viagens com este perfil de 7 milhões de ornitólogos amadores e 2 milhões de especialistas. Segundo a Real Sociedade para a Proteção das Aves (RSPB), nesta região mais de 1 milhão de pessoas são observadores de aves regulares; atividade considerada a 3ª opção como atividade de lazer preferencial dos ingleses, depois da pesca e do golfe. Além de Estados Unidos e Inglaterra, os países do Benelux, Suíça, Alemanha, Países Nórdicos e França podem ser considerados mercados interessantes. Na França, por exemplo, estima-se que haja de 200.000 a 300.000 observadores de aves regulares e cerca de 1,2 milhões de observadores ocasionais, calculando-se um mercado potencial de 2,3 milhões de pessoas. TURISMO CULTURAL O turismo cultural pode ser definido como a viagem a lugares diferentes da residência habitual de pessoas interessadas em conhecer outras culturas, costumes e tradições diferentes dos seus e a contemplar bens materiais e imateriais, principalmente aqueles relacionados com a história e arte do lugar escolhido. O turismo cultural engloba atrativos do patrimônio tangível e intangível, incluindo também atividades e vivências culturais e programas focados nos costumes de determinado povo ou região. Este segmento proporciona ao visitante mergulhar e desfrutar do estilo de vida dos habitantes do 122 local, das áreas de entorno e dos aspectos que determinam sua identidade e caráter. Nos estudos gerais publicados pela OMT e nas pesquisas específicas realizadas por alguns países, constata-se a crescente popularidade do turismo cultural, tanto dos produtos da cultura erudita quanto da cultura popular. Estima-se que 10% das chegadas turísticas em todo o mundo têm um propósito turístico cultural, o que equivale atualmente, em termos quantitativos a cerca de 84 milhões de viagens internacionais por ano. • A potencialidade dos produtos de turismo cultural no Brasil Uma das características singulares do Brasil é sua mistura racial e cultural, uma sociedade constituída por portugueses, índios e africanos, aos quais foram se juntando imigrantes de dezenas de outras nacionalidades. Essa miscigenação é o que distingue os traços da “brasilidade” – a amabilidade, a hospitalidade, a alegria e o jeito de ser do brasileiro –, e também a diversidade do patrimônio cultural do país em seus matizes regionais e/ou ambientais: a música, a dança, a arte popular, a religiosidade, o futebol, a arquitetura, a gastronomia, etc. O patrimônio cultural brasileiro (tangível e intangível) é inerente a todo o mercado turístico brasileiro, que combina e complementa outros segmentos, garantindo identidade e diferenciação a esses produtos. Mas constitui-se em um segmento diversificado e competitivo, que pode e deve receber tratamento específico e estruturação de produtos exclusivos de turismo cultural; sendo ainda complementado por produtos focados para grupos de público mais restritos e, portanto, considerados como nichos de mercado. A música no Brasil desenvolve-se claramente entre a tradição erudita e as múltiplas formas da música popular, ainda que mantendo trajetórias 123 próprias, elas se cruzam em vários momentos e, são essas “influências” e encontros, que dão vitalidade à produção musical do país. É interessante como a criatividade e o talento do artista brasileiro confirma a nossa formação histórico-cultural, a produção musical do Brasil é o resultado permanente da miscigenação, da fusão, da assimilação de novas influências e sonoridades. A música está presente no cotidiano das cidades brasileiras, nas ruas, bares e casas de espetáculo, mas pode ser conferida em momentos específicos de festas e eventos populares como o do carnaval e o do São João, por exemplo. O Brasil possui uma rica culinária regionalizada, mas as diferenças locais são tão marcantes que quase sempre os próprios brasileiros de um lugar não conhecem o que se come em outra parte do país. As frutas nativas da Amazônia ou do Cerrado são quase sempre ignoradas pelas populações litorâneas, por exemplo. O mesmo acontece com os pratos típicos. “É claro que cada região tem suas características, marcas do passado, da geografia e do meio ambiente que determinam sua comida típica, as comidas de dia de festa, como as dos santos na Bahia, das festas juninas, de Reis, dos jejuns e tudo o mais. É comida a ser encontrada nas festas, é claro, ou nos restaurantes especializados em comida regional” (Nina Horta) Arqueologia O Brasil possui algumas áreas de excepcional valor o estudo da história da terra e da evolução da vida no planeta. A principal referência nesse nicho de mercado é o Parque Nacional da Serra da Capivara no Piauí, criado para proteger a área na qual se 124 encontra o maior e mais antigo conjunto arqueológico das Américas. Pela importância de seus sítios arqueológicos, o Parque Nacional da Capivara foi inscrito na lista do Patrimônio Cultural Mundial em 1991. Suas formações geológicas são monumentos de rara beleza. A paisagem acidentada gera uma série diversificada de biótipos, com uma profusão de ecossistemas que se caracterizam por uma grande diversidade biológica. As especificidades, beleza natural e patrimônio cultural fazem do Parque Nacional uma região altamente atrativa para o turismo ecológico e cultural. Paleontologia Paleontologia pode ser definida como a ciência que estuda os fósseis, restos ou vestígios de animais ou vegetais que viveram em eras passadas e que por condições ambientais favoráveis, ficaram preservados nas rochas. Os primeiros trabalhos significativos sobre os fósseis brasileiros estão publicados nos diários de viagem dos naturalistas do século XIX. Eles realizaram longas expedições pelo Brasil, organizando muitas coleções, posteriormente enviadas aos seus países de origem para serem estudados. Os trabalhos de Peter Wilhelm Lund, cientista dinamarquês, foram de grande importância. Ele radicou-se e dedicou a maior parte de seu trabalho ao estudo de mamíferos pleistocênicos de Minas Gerais. Descreveu mais de uma centena de espécies novas e publicou dezenas de trabalhos importantes. Pelo seu pioneirismo e dedicação é considerado o "Pai da Paleontologia Brasileira". Atualmente a Paleontologia no Brasil, apesar de ainda não ter atingido o mesmo nível de pesquisa realizado em outros países, vem apresentando um desenvolvimento considerável. Destacam-se por estarem em ambientes naturais peculiares como a Chapada do Araripe (CE) e a Ilha do 125 Cajual (MA). No entanto apenas o Vale dos Dinossauros em Sousa (PE), conhecido por ser um dos maiores sítios com pegadas fósseis do mundo, está adequadamente estruturado para o recebimento de turistas. Turismo Étnico O contexto do desenvolvimento do turismo nos últimos 50 anos possibilitou o surgimento de um perfil de turista experiente em termos de viagens, culto e de alto poder aquisitivo, que constrói o foco da visitação turística na procura pelo diferente, pelo exótico. Mais especificamente demonstram interesse por pequenos grupos sociais em ambientes naturais, com suas particularidades e tradições. Esse fenômeno, denominado como turismo étnico, tem se configurado como um importante instrumento de desenvolvimento, na promoção do crescimento econômico das comunidades visitadas e na revitalização cultural dessas populações em si. No Brasil o turismo étnico envolve as comunidades representativas dos processos imigratórios europeus e asiáticos, as comunidades quilombolas e principalmente as comunidades indígenas. No turismo étnico com foco nas comunidades indígenas o visitante participa da cultura ancestral, combinando elementos tangíveis e intangíveis da cultura: seu conhecimento acerca da natureza, sua identidade territorial, seus mitos, o preparo de alimentos e a elaboração de pratos; o artesanato, etc. Se por um lado essa vivência enriquece a experiência turística do visitante, por outro permitem o reconhecimento da tradição cultural indígena. Existem atualmente no Brasil cerca de 215 comunidades indígenas, que falam mais de 180 línguas diferentes e totalizam aproximadamente 358 mil indivíduos. A maior parte dessa população distribui-se por milhares de 126 aldeias, situadas no interior de 611 Terras Indígenas, de norte a sul do território nacional. Como todo grupo humano, os povos indígenas que vivem no Brasil têm culturas que resultam da história de relações que se dão entre os próprios homens e entre estes e o meio ambiente. Países como México, Peru, Canadá e Austrália estão entre os que mais promovem o turismo étnico em comunidades indígenas. Festas populares As festas populares traduzem a cultura e a linguagem do povo, tudo que vem dele e de sua alma. São eventos comemorativos e a motivação pode ser religiosa ou profana. Essas celebrações reafirmam laços sociais, as raízes que aproximam os homens, movimentam e resgatam lembranças e emoções. Comumente as festas populares reúnem manifestações musicais de canto e dança e não raramente configuram-se em momentos de catarse social. No Brasil as festas populares são essencialmente musicais e mobilizam milhares de pessoas, tem em comum a característica de envolver todos no ato da “celebração”, é quase impossível uma pessoa permanecer na condição de mero espectador. Nas festas brasileiras como o carnaval, o reveillon ou as festas juninas todos participam, todos brincam. Cidades patrimônio: arquitetura, arte e história. 127 Nestas viagens o turista costuma experimentar lugares e atividades que representam a autenticidade do destino turístico, com sua gente, sua história, suas lendas, seu patrimônio, etc., incluindo os recursos culturais, históricos e naturais, cuja importância é geralmente validada através do processo de tombamento. Visitar outros povos e monumentos históricos, caminhar pelas ruas para observar o estilo de vida da comunidade anfitriã são algumas das atividades realizadas por este tipo de turista que deseja experimentar algo novo, o estilo de vida e as tradições culturais locais. A arquitetura é uma manifestação objetiva e duradoura da história de um povo, as edificações são exemplos da sua forma de viver, expressão da arte e das técnicas disponíveis. Por constituírem criações mais duráveis do que as outras manifestações culturais – muitas vezes abrigando ou incorporando outras artes como a escultura, a pintura, o mobiliário e manifestações de caráter popular. No Brasil, as edificações ainda constituem grande maioria dos bens tombados, dos quais 9 são inscritos na lista de Patrimônios Culturais da Humanidade da Unesco. Trajetória diferente tem a cidade de Brasília, construída no coração do país para ser a nova capital, o plano piloto projetado por Lúcio Costa e Oscar Niemayer é um exemplo da moderna arquitetura no Brasil. Intercâmbio Existe certo consenso entre os educadores que a melhor experiência pedagógica é a que possibilita a vivência do conhecimento. Viver e sentir são as chaves que suscitam no “aluno” o desejo de conhecer mais. Segundo Michel Serres, o ensino é uma viagem, que pode ser imaginária 128 ou intelectual, viajar é a experiência de encontrar o outro e é com ele que o sujeito aprende. O intercâmbio cultural ou turismo educativo é o segmento que proporciona viagens motivadas para a realização de programas e atividades de troca de experiências, vivências culturais, aprendizado orientado, treinamento ou ampliação de conhecimentos in situ. O intercâmbio é valorizado e incentivado em vários países, principalmente para faixas de público jovem, sobretudo em idade universitária, com o objetivo do aprimoramento de uma língua estrangeira e/ou em alguma área científica. A educação internacional se tornou parte essencial nas balanças comerciais de países como Estados Unidos da América, Nova Zelândia, Reino Unido, Austrália e Japão e estatísticas indicam que apenas os estudantes com ensino médio completo que buscam uma instituição de ensino no exterior já somem 1,5 milhão de pessoas no mundo e movimentem US$ 30 bilhões por ano. Diferentemente de outros países, o potencial do Brasil no mercado de intercâmbios não é para o ensino da língua, o português é um idioma de área de abrangência limitada tanto em termos geográficos quanto pelo número de pessoas que o têm como língua oficial. Ainda que, em algumas áreas do conhecimento científico o Brasil possua centros de excelência, o país não é uma referência internacional em termos de qualidade educacional. O potencial do Brasil no segmento de intercâmbio e turismo educativo está exatamente na diversidade cultural e ambiental do país. São os exemplos da sociedade brasileira de convivência com diferenças étnicas, do uso sustentável dos recursos naturais (como no Acre, por exemplo) 129 que podem se converter em produtos e ser estruturados em programas de voluntariado, dentro dos conceitos de responsabilidade social. Pesquisa realizada para o Brasil, em 2005, pela Language Travel Magazine, conceituada publicação inglesa sobre viagem de estudo, revelou que o País recebe cerca de 60 mil estudantes estrangeiros por ano. Desses, 50 mil vêm para programas de línguas e cursos combinados e outros 10 mil para ensino médio, universidade e cursos profissionalizantes. O estudo ainda mostrou que, em cursos de línguas, com atividades combinadas e uma permanência média de seis semanas, cada estudante estrangeiro investe cerca de US$ 2,250 mil na economia brasileira. Em um curso anual, o mesmo estudante deixa cerca de US$ 18,250 mil. O turismo de intercâmbio injeta na economia brasileira anualmente, cerca de R$ 631,300 milhões. Segundo a Belta, entre os países que mais enviam estudantes para o Brasil estão os Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido e Austrália. Os principais motivos apontados para a escolha do País como destino são: estudar uma língua que não é usualmente oferecida em cursos de idiomas; fazer novos amigos; conhecer um País de costume diferente; interesse em programas que combinam português e futebol; interesse em programas em universidades devido à qualidade de cursos oferecidos; fazer estágios em empresas brasileiras. TURISMO ESPORTIVO A relação entre turismo e esporte vem adquirindo grande importância como gerador de fluxos turísticos internacionais. Dois fatores são determinantes nesse processo: a popularidade crescente dos grandes eventos esportivos internacionais, como a Fórmula 1, a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas, por exemplo; e a imagem dos benefícios à saúde propiciados pela pratica esportiva regular. 130 O Turismo Esportivo pode ser definido como aquele praticado por indivíduos ou grupos de pessoas que participam ativamente em um esporte competitivo ou recreativo, viajando e residindo temporariamente em lugares distintos de seu entorno habitual. Pressupõe a existência de programas específicos para a prática de atividades esportivas, por amadores ou profissionais. O mercado esportivo define diferentes categorias de públicos: 1o) O turista esportivo radical, aquele que viaja para um determinado lugar com o objetivo exclusivo de participar ativamente de eventos esportivos competitivos, o esporte é objetivo da viagem, o local é uma questão secundária, isso acontece com os Jogos Olímpicos ou as competições por modalidade esportiva, seja ela amadora ou profissional; 2o) O turista esportivo convencional não tem exclusivamente a atividade esportiva como motivação, a atividade esportiva é apenas um complemento, que agrega valor e, por vezes, por ser um elemento importante como fator decisório para as viagens, quando outros segmentos turísticos conseguem agregar produtos esportivos excepcionais; 3o) Os esportes de grande aventura também mobilizam um grupo específico de turistas, pessoas que realizam viagens em busca de atividades orientadas para a prática de esforço físico, geralmente ao ar livre e em contato direto com a natureza, modalidades que podem envolver alguns riscos e exigir habilidades específicas dos participantes. O local onde a atividade esportiva é realizada é determinante na escolha do destino de uma viagem de esporte de aventura. 131 Cada categoria de turismo esportivo mobiliza fluxos específicos. As competições esportivas mantêm o controle de seus dados estatísticos através das federações ou dos comitês internacionais por modalidade esportiva e a captação envolve um delicado jogo de interesses, a promoção turística é apenas conseqüência. Estima-se que o turismo dos esportes de aventura apresenta crescimento entre 15% e 20% ao ano e que tenha mobilizado aproximadamente 1 milhão de europeus em 2003; nos Estados Unidos, considerado o principal mercado, estima-se que no ano de 1998, 85 milhões de pessoas tenham feito viagens envolvendo esportes de aventura, das quais 80% na própria América do Norte. O turismo esportivo é diferente do esporte turístico, já que este pressupõe a existência de um evento capaz de motivar a visita de um grande número de pessoas como, por exemplo, os Jogos Panamericanos, a Copa do Mundo, quando os turistas atuam passivamente, apenas na qualidade de espectadores. • A Potencialidade do turismo esportivo no Brasil Nas pesquisas com os turistas atuais e potenciais verificou-se a importância que algumas modalidades esportivas têm na divulgação internacional do Brasil, como o futebol e o vôlei, por exemplo. O excelente desempenho dos atletas brasileiros em competições mundiais é um fator decisivo na promoção da imagem do país, no entanto, não existem atualmente produtos esportivos estruturados capazes de motivar viagens exclusivas. No entanto, o Brasil é um destino privilegiado quando a atividade esportiva está integrada à natureza, sobretudo na área da costa brasileira, com destaque para o potencial para o vôlei de praia, o surfe, o vôo livre/asa delta, o mergulho e a pesca esportiva, o golfe, entre outros. Desta forma o turismo esportivo no país assume um papel importante 132 como complemento de outros segmentos, Sol e Praia, Ecoturismo e Negócios. Mas são produtos que ainda não estão completamente estruturados, para os quais devem ser criados fóruns especializados, capazes de estabelecer a gestão adequada a cada modalidade. Esportes de Aventura Consideram-se atividades de aventura as experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos que podem proporcionar sensações diversas: liberdade; prazer; superação,e etc., a depender da expectativa e experiências de cada pessoa e do nível de dificuldade de cada atividade. Para os mais experientes, o turismo de esportes de aventura pressupõe a existência de programas em que o contato com a natureza requer grandes esforços e o uso de técnicas e equipamentos específicos, assumindo conotação de desafio e envolvendo expedições acidentadas, viagens arrojadas e imprevistos. Esse tipo de viagem geralmente é programada para um público de jovens e adultos que gostam de fortes emoções e de correr riscos, mesmo que controlados. Embora as atividades de aventura possam ser praticadas em quaisquer espaços (natural, construído, rural, urbano), as características peculiares da geografia brasileira – chapadas, rios acidentados, extensa costa litorânea – oferecem lugares excepcionais para o exercício dos esportes de aventura junto à natureza como, por exemplo, as práticas verticais, o canyonning, o rafting, o vôo livre (asa-delta e parapente), e o mergulho. • Trekking ou Caminhadas Trekking significa migrar, e é justamente essa idéia de mudança, de ir de um lugar ao outro que foi incorporada a essa atividade física na natureza. 133 Na adaptação para o português, o trekking é a modalidade esportiva que pressupõe a realização de caminhada longa, com pernoite, que não exige equipamentos especiais. Proporciona andar em trilhas, caminhar por percursos diferenciados e com diferentes graus de dificuldade. A caminhada em si não faz sentido a não ser que esteja acompanhada de alguma motivação, seja ela física ou psíquica. O praticante é chamado de trekker. ο Surfe Acredita-se que surfe tenha surgido nas Ilhas Polinésias, há mais ou menos 1.500 anos atrás. Os habitantes daquelas ilhas tinham o mar como trabalho e também como diversão e o surfe teria nascido como uma brincadeira, como um exercício de equilíbrio sobre um tronco. Os polinésios teriam levado o surfe para o Havaí e daí o esporte ganhou o mundo através da colonização européia no arquipélago. O surfe chegou ao Brasil nos anos de 1930, mais especificamente nas praias de Santos. Mas foi com a Segunda Guerra Mundial que o esporte ganhou grande número de adeptos, influenciados pela presença dos americanos nas praias cariocas. A OMT aponta a popularidade crescente do surfe no mundo e calcula em 5 milhões o número de surfistas, a maioria nos Estados Unidos, Austrália e Europa. O Brasil – com vários surfistas de projeção internacional – está inserido nos circuitos mundiais do esporte em diferentes categorias. • Rafting O rafting existe desde meados do século XIX descoberto em 1869. Estudiosos afirmam que a primeira viagem desta modalidade, com finalidade comercial, data de 1909 nos Estados Unidos. Mas foi a partir da década de 1980, com o desenvolvimento de novos materiais mais leves e 134 resistentes que permitiram o desenho de novos equipamentos, que o rafting ganhou impulso. Estima-se que existem atualmente 1000 operadoras da modalidade em todo o mundo, sendo que 50% são americanas. Praticado em equipe, o rafting é uma modalidade esportiva que coloca o atleta, esporádico ou praticante regular, diante do desafio, da superação dos próprios limites e gera espírito de equipe, organização, cooperação, comunicação e liderança. Por isso é um esporte que se enquadra ao treinamento com vivência na natureza. A hidrografia brasileira oferece rios com níveis diferenciados de dificuldades para a prática do rafting, desde corredeiras fáceis, com ondas lisas e estáveis para iniciantes, até águas turbulentas com passagens estreitas, que exigem manobras precisas e habilidade do atleta. • Vôo Livre (Asa Delta e Parapente) O vôo livre começou no Brasil em 1974 no Rio de Janeiro e até hoje a primeira rampa, a da Pedra Bonita, é uma referência para praticantes de asa delta e do parapente, as duas categorias do esporte. O clima tropical e o relevo variado do território brasileiro permitiram a formação de várias rampas de vôo livre no Brasil. Além das condicionantes técnicas, como a altitude da rampa e as correntes, a paisagem é um elemento importante na definição de um local para a prática do esporte, a sensação que o vôo possibilita ao praticante é uma experiência considerada fundamental. No Brasil existem mais de 50 rampas oficiais, inseridas em circuitos nacionais e internacionais. As associações de vôo livre estimam entre 200 e 300 mil o número de praticantes em todo o mundo, divididos entre as categorias de asa delta e de parapente. 135 • Canyoning (rapel em cachoeira ou cascading) O canyoning pode ser definido como uma espécie de alpinismo praticado em cachoeiras, no ambiente dos cânions e rios em garganta, sendo o rapel em cachoeira (cascading) a atividade mais conhecida. É uma modalidade de baixo impacto no meio ambiente. O canyoning surgiu no final dos anos de 1970 na fronteira da França com a Espanha, a partir de técnicas de exploração "vertical" e do desenvolvimento dos esportes de "águas brancas", como rafting e canoagem. O esporte chegou ao Brasil na década de 1990 com um grupo de espeleólogos, que mapearam e cadastraram mais de 2 mil cachoeiras em 12 estados brasileiros. Em função das condições geográficas e climáticas bastante propícias – relevo extremamente variado e temperaturas amenas o ano todo - o Brasil está entre os 10 principais lugares para a prática de canyoning no mundo. • Mergulho O turismo de mergulho se refere às pessoas que viajam com o objetivo principal de praticar mergulho. O atrativo do destino está quase exclusivamente relacionado com sua qualidade para a prática deste esporte e, em menor grau, com a qualidade de alojamento ou das atrações na terra. O turismo subaquático, o mergulho esportivo e competitivo, o mergulho de resgate histórico e arqueológico e o mergulho profissional são algumas das possibilidades deste setor que movimenta 6 milhões de pessoas em todo o mundo e gera entre 4 e 6 bilhões de dólares por ano. O mercado europeu corresponde a mais de 30% dos praticantes de mergulho (2,2 milhões aproximadamente). Estados Unidos e Austrália também são mercados expressivos. Os mercados asiáticos 136 também têm crescido notavelmente, embora o número de praticantes seja ainda reduzido. A maioria dos mergulhadores possuem um alto poder aquisitivo, costumam ser jovens e solteiros, entre 25 e 45 anos, e serem profissionais autônomos. Calcula-se que um terço dos mergulhadores fazem viagens internacionais para praticar o esporte, sendo que os mergulhadores mais aficionados costumam fazer mais de uma viagem neste período, sendo uma sozinho e outra com a família. Em geral, os mergulhadores consideram 5 aspectos na avaliação de um local para a prática de mergulho: a limpidez da água, a visibilidade, as atividades e a diversidade da vida subaquática, as instalações específicas e os equipamentos para a prática do esporte e a facilidade de comunicação com as pessoas do local escolhido. No Parque Nacional Marinho de Abrolhos encontra-se a maior quantidade de corais do Atlântico Sul, as águas de Fernando de Noronha estão entre as de melhor visibilidade em todo o mundo. Estima-se que existam provavelmente 11 mil naufrágios na costa brasileira, aproximadamente 1.600 já foram cadastrados pelo Sistema de Informação de Naufrágios e apenas 600 foram realmente descobertos e explorados. • Cavalgadas Modalidade esportiva que, colocada neste contexto específico dos produtos no Brasil, exige certa prática e também a disposição física, envolvendo expedições em locais acidentados e viagens arrojadas. Pressupõe o uso de cavalos para locomoção em ambientes naturais e rurais. 137 O Brasil possui a terceira maior tropa do mundo, composta por 5,9 milhões de cavalos, e possui animais, como o manga-larga e o campolino, que são ideais para as cavalgadas recreativas. Entretanto o Brasil ainda é praticamente desconhecido como destino turístico para cavalgadas e ainda está se estruturando para receber esta demanda. Dentre os destinos nacionais o Pantanal é a grande referencia do país para a cavalgada, seguido pelo Parque de Aparatos da Serra (RS) e Lajes (SC). Esportes convencionais O Brasil exerce liderança mundial em algumas modalidades esportivas, nos quais os atletas brasileiros se destacam, não apenas pela qualidade técnica, mas principalmente pelo “jeito” como o fazem. Como no futebol, no futebol de areia, e nos vôleis de quadra e de areia, por exemplo. Existe um grande interesse dos turistas estrangeiros que visitam o país, principalmente dos europeus, por visitarem clubes e assistirem partidas. No entanto, não existem produtos estruturados adequadamente, que possibilitam um aproveitamento compatível com a expectativa gerada. Mas o Brasil se destaca também em modalidades esportivas vinculadas aos atrativos naturais do país, como a pesca esportiva. E em categorias onde a exigência é a infra-estrutura própria para a prática, como o golfe, por exemplo. 2. Pesca Esportiva A pesca esportiva é uma modalidade ecologicamente correta, sendo a que apresenta maior número de adeptos é a que conhecida como catch & release, que consiste basicamente em fisgar e soltar o peixe, tendo como princípio o prazer e a emoção do pescador na “briga” com o peixe. Vencida a batalha, o peixe é devolvido ao seu habitat para que não se perturbe o ecossistema do local de pesca. 138 A pesca esportiva pode ser praticada tanto no mar, em áreas oceânicas e no litoral, assim como em águas doces de rios e lagos. Por isso o Brasil se destaca como a nova fronteira deste esporte. O Brasil concentra uma das maiores diversidades de peixes do mundo, cerca de 10% de toda diversidade aquática do planeta, e em seu território estão localizados os rios mais piscosos. A Amazônia, o Pantanal, os rios Araguaia, São Francisco, e Paraná são alguns dos roteiros excepcionais consolidados para a pesca esportiva em águas doces. A esses roteiros no interior do país se pode acrescentar a potencialidade dos milhares de quilômetros de costa litorânea, que oferecem ótimas opções para a pesca oceânica. Em 2003 desembarcaram em território brasileiro cerca de 27 mil estrangeiros prontos para pescar e estima-se que em 2004 esse fluxo tenha chegado a 100 mil turistas. Segundo o Bureau Brasileiro de Pesca Esportiva a média de gasto de um visitante estrangeiro é de US$5,5 mil pela permanência média de uma semana no país. 3. Golfe O golfe é o esporte que mais cresce no mundo, com taxa média anual de 10%. Estima-se que dos 50 milhões de jogadores de golfe em todo o mundo, 30% façam viagens internacionais buscando locais agradáveis para a prática do golfe, correspondendo a aproximadamente 15 milhões de turistas, que por conseqüência, são responsáveis por uma receita de 12 bilhões de dólares. O maior grupo é de norte-americanos, onde cerca de 26,4 milhões de pessoas jogam golfe. Os jogadores de golfe querem, hoje, campos de golfe que atendam às exigências de beleza e dificuldades naturais, além de um campo com boa qualidade. É nesse aspecto que o Brasil surge como um importante destino para a prática de golfe e, de acordo com dados da European Golf Association, o esporte tem crescido 139 no país num ritmo superior ao índice mundial, em 2004, o crescimento brasileiro foi de 15%. O Brasil começou a entrar de vez na rota do turismo de golfe com a inauguração de campos de alto nível na Bahia, que vem se transformando em um importante pólo de atração de golfistas. Além disso, o país conta com um clima propício para a prática da atividade durante todo o ano. O golfe atrai um tipo de turista de alto poder aquisitivo que gasta em média 4 vezes mais que o turista convencional e que é fiel ao esporte: geralmente só viaja para lugares onde é possível praticar o esporte e optam por destinos com diversos campos. Portugal, Espanha, Caribe, África do Sul e Estados Unidos são os principais países que vem investindo neste nicho. 4. Motor Práticas esportivas e/ou viagens e expedições realizadas com a utilização de meio de locomoção e veículo motor especial, tais como barcos, lanchas, jet-sky, ultraleve, motor home, veículos off road. 140 EVENTOS & NEGÓCIOS Existem duas grandes associações que publicam dados e informações sobre o setor MICE – Meetings, Incentives, Conventions & Exhibitions. A Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA) publica informações sobre as reuniões de associações internacionais com mais de 50 participantes, enquanto a União de Associações Internacionais (UIA) trabalha com critérios mais complexos. A UIA publica dados em eventos como 300 participantes no mínimo, dos quais pelo menos 40% devem ser estrangeiros, com representação de no mínimo cinco nacionalidades e uma duração média mínima de três dias. Atualmente 5 países concentram 30% do mercado desse segmento: Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Reino Unido e França. Mas este é um segmento muito sensível às oscilações provocadas por mudanças na economia mundial, espera-se que o crescimento econômico dos países emergentes, sobretudo China, Índia e até mesmo o Brasil possa promover mudanças significativas neste mercado. Não é simples estabelecer o volume turístico do segmento de eventos e negócios, pois cada país trabalha com argumentos distintos na captação, na tabulação e interpretação dos dados sobre a motivação da viagem do turista internacional. No entanto, estima-se que o setor mobilize 20% do total das chegadas turísticas internacionais, o que representou em 2006 mais de 160 milhões de viagens anuais. O mais importante é que o turismo de eventos e negócios tem excelente rentabilidade. Avalia-se que os gastos individuais de um turista de negócios são, em média, o dobro de qualquer outro segmento. Cabe ressaltar ainda que este setor é complementar ao turismo em geral, na medida em que facilita a expansão e compartilha a mesma infra-estrutura 141 de serviços, proporcionando benefícios adicionais aos turistas e à comunidade local. Os estudos demonstram que este segmento fomenta o prolongamento da atividade turística e que aproximadamente 40% dos visitantes retornam ao mesmo destino, acompanhado de suas famílias ou amigos. • A Potencialidade do turismo de Eventos e Negócios no Brasil Em 1992, o Brasil foi sede da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio-92, reunião organizada pela ONU, da qual participaram 122 chefes de Estado na abertura e 170 delegações oficiais, com mais de 25 mil participantes, durante duas semanas de trabalho. A partir de 2001, Porto Alegre passou a sediar o Fórum Social Mundial (FMS), organização que tem como objetivo se contrapor ao Fórum Econômico Mundial de Davos; o FSM promove o encontro de representantes de organizações não governamentais de mais de 100 países, reunindo cerca de 50 mil participantes e uma ampla cobertura da imprensa internacional. A Rio-92 inseriu o Brasil no circuito de grandes eventos mundiais e o FSM confirmou a capacidade de realização e as diferentes alternativas que o país oferece a este segmento turístico. A cidade de São Paulo concentra a maioria dos negócios deste segmento, cuja liderança no Brasil e na América Latina neste mercado é indiscutível. Calcula-se que a capital paulista realize 90 mil eventos por ano, em média um evento a cada 6 minutos. Em 2006 a capital paulista, por exemplo, foi sede de 26% dos eventos internacionais registrados pela ICCA que aconteceram no Brasil, apresentando-se como a cidade mais bem posicionada de todas as Américas. Entretanto, há feiras e eventos em praticamente todas as grandes e médias cidades do país. Ainda citando o Ranking ICCA podemos destacar o Rio de Janeiro com 23% dos eventos registrados no Brasil, e Salvador 142 com 8% deles. Também apareceram no ranking outras cidades como Fortaleza, Brasília, Florianópolis, Curitiba, Campinas, etc. CIDADES BRASILEIRAS NO RANKING ICCA Posição Atual 1º 2º 3º 4º 6º 7º 9º 11º 14º Cidade Estado São Paulo Rio de Janeiro Salvador Fortaleza Brasília Florianópolis Curitiba Campinas Foz do Iguaçu Porto Alegre Gramado Santos Vitória Angra dos Reis Belo Horizonte Goiânia Joinville Natal Ouro Preto Recife SP RJ BA CE DF SC PR SP PR RS RS SP ES RJ MG GO SC RN MG PE Nº de Eventos 2005 2006 29 54 39 48 18 17 11 6 11 3 8 4 6 1 6 8 4 4 4 1 3 3 2 3 2 2 2 2 1 2 2 2 4 2 143 21º Águas de São Pedro Belém Búzios Ilhéus Manaus Niterói Paraty Porto Seguro Ribeirão Preto São Carlos São José do Rio Preto São José dos Campos São Leopoldo Ubatuba Uberlândia Aracaju Guarujá Águas de Lindóia Bento Gonçalves Blumenau Campo Grande Campos do Jordão Guarapari Maceió Petrópolis São Luís SP PA RJ BA AM RJ RJ BA SP SP 1 1 1 1 - 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 SP - 1 SP RS SP MG SE SP SP RS SC MS SP ES AL RJ MA 1 1 3 3 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 - Com oferta turística privilegiada e expansão da estrutura hoteleira, o Brasil desponta cada vez mais como potencial destino para congressos, convenções, feiras, exposições e todos os tipos de eventos e já vem entrando no circuito internacional de captação de eventos. Em 2005 realizou 145 eventos internacionais, ocupando o 11º no ranking da ICCA. Em 2006 foram 207 eventos deste tipo. Como suporte fundamental a esse importante setor, o país já dispõe de infra-estrutura de centros de convenções capazes de abrigar desde 144 encontros setoriais até grandes congressos internacionais, a exemplo do que já vem ocorrendo. E o Brasil tem potencialidade para ampliar muito sua participação no mercado mundial do turismo de eventos e negócios, por que além da infra-estrutura e serviços específicos para as atividades relacionadas aos eventos, a atratividade dos produtos turísticos contribui extraordinariamente nos argumentos de captação dentro do segmento, como elemento de diferenciação. Durante as reuniões, feiras, congressos e ou convenções, a maioria dos participantes sonha com a possibilidade de visitar a cidade e o entorno do local de hospedagem; assim as atrações novas, espetaculares ou únicas facilitam, e muito, a venda de destinos para o turismo de eventos e negócios. Feiras A Feira é um momento singular de divulgação em que o expositor pode interferir e investir diretamente em seu público-alvo e é considerada como uma ferramenta imprescindível no processo de internacionalização de empresas. O crescimento econômico do Brasil, proporcionado pela rápida expansão do setor de exportações e ampliação do mercado interno de consumo, insere o país em um contexto de internacionalização crescente, que desperta o interesse dos investidores e empresários de diferentes setores produtivos. Segundo a União Brasileira dos Promotores de Feiras (UBRAFE), é expressivo o crescimento do mercado brasileiro de feiras de negócios no Brasil, o país passou de uma agenda de 38 feiras anuais em 1992 para 127 esperados para 2007. 145 Em 2006 só as feiras de negócios promovidas pelos associados à UBRAFE atraíram cerca de 45 mil compradores estrangeiros e movimentaram R$ 3,2 bilhões nas diversas atividades de viabilização e operação das feiras de negócios, considerando desde locação de área para exposição e montagem dos estandes até o transporte e recepção dos participantes, o que por sua vez envolve passagem aérea, tranfer, hotéis, etc. Congressos A repercussão do desenvolvimento científico, técnico e cultural do mundo contemporâneo tem gerado um rápido crescimento do número de congressos, convenções e reuniões internacionais realizados com o objetivo de ampliar o debate, promover ajustes e celebrar acordos multilaterais sobre temas de interesse focado ou que mobilizam diferentes grupos sociais. O Brasil conquistou experiências importantes no cenário internacional com a realização da Rio 92 e das diferentes edições do Fórum Social Mundial, que deram prestígio e contribuíram positivamente na divulgação do país. Em algumas áreas, como meio ambiente, cultura e temas sociais, por exemplo, o Brasil pode exercer uma liderança importante, de destaque, o que contribuiria na captação de encontros internacionais ligados a esses assuntos. • Incentivos As Viagens de Incentivo se transformaram em um importante aliado das ações de endomarketing das empresas em todo o mundo. São consideradas como ferramentas motivacionais, focadas na comemoração de resultados, cujo objetivo é promover a integração e desenvolver aprendizados que possam induzir a produtividade do grupo. 146 Conhecer lugares com diversidade ambiental e cultural, paisagens espetaculares, recursos naturais preservados e que permitem vivenciar inúmeras atividades fora da rotina, são experiências memoráveis, o que garante o sucesso e excelentes retornos para as empresas que promovem viagens de incentivo. O potencial turístico brasileiro transforma o país em um excelente destino para o turismo de incentivo. Por apresentarem excelente oferta de meios de hospedagem, de serviços e atrativos, algumas das cidades brasileiras são consideradas como destinos-âncora; lugares com acomodação para grandes grupos e com atividades suficientes para mantê-los ocupados por três a cinco dias; e também por serem bem servidas por vôos internacionais diretos e freqüentes, ligando-as às maiores cidades-portões dos grandes mercados emissores externos. Compras O turismo de compras se caracteriza por viagens destinadas a refazer estoques de comerciantes estabelecidos e/ou a manter um comércio informal. Também são realizadas viagens para descoberta de novidades e para aproveitar liquidações no comércio a varejo em centros urbanos com lojas e centros de abastecimento de qualidade superior. Mega Eventos Viagens realizadas para participação ativa ou passiva em eventos de proporções enormes, realizados em locais de estrutura física e técnica especiais e que atraem grande quantidade de pessoas dos mais diversos segmentos de consumidor. Por exemplo: Grande Prêmio de Fórmula 1, Jogos Olímpicos, Círio de Nazaré. Estão muito associados ao turismo cultural religioso, ao esporte turístico e à indústria de entretenimento. 147 Visitas técnicas Viagens realizadas por estudantes, profissionais e empresários com o objetivo de conhecer novas tecnologias em centros de excelência em suas respectivas áreas. Também ocorre para a compra de novas tecnologias e de produtos. Por exemplo: compra de matrizes de gado em fazendas do Pantanal, visitas técnicas a plantações de frutas em São Paulo. 148 3. FICHAS ESTRATÉGICAS DOS SEGMENTOS, NICHOS DE MERCADO E GRUPOS DE CONSUMO SOL E PRAIA Turismo de Sol & Praia constitui-se das atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor. GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA DIÁRIO (EM (EM DIAS) US$) 80,59* 12,03* PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES Estados Unidos, Espanha, França, Portugal, países vizinhos (Argentina, Uruguai, Paraguai...). POTENCIAL NO MUNDO EM Nº. POTENCIAL EM FATURAMENTO DE TURISTAS 100.000.000 (OMT) PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Rio de Janeiro, Búzios, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Florianópolis. * Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil, segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005. 149 ECOTURISMO Consiste em uma experiência turística de caráter instrutivo e participativo, a lugares tanto naturais quanto culturais, que garante o uso sustentável e adequado dos recursos naturais ao mesmo tempo que é economicamente viável para o setor do turismo e para as comunidades anfitriãs, assegurando benefícios para todos os envolvidos diretamente no setor turístico. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA 80,59* 12,03* PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES MUNDO EM Nº. POTENCIAL EM FATURAMENTO DE TURISTAS 42.000.000 PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Foz do Iguaçu, Bonito, Fernando de Noronha, Amazônia (Manaus, Reserva de Estados Unidos, Canadá, Japão, Mamirauá, Santarém/Alter do Chão, Ilha de Alemanha, Inglaterra, Holanda. Marajó), Pantanal, Lençóis Maranhenses, Jalapão, Chapada dos Veadeiros. * Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil, segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005. CAMINHADAS Atividade em ambientes naturais, com diversos graus de dificuldade, em que se busca a contemplação das paisagens e superação dos limites pessoais. As caminhadas ocorrem em trilhas, caminhos estreitos, geralmente em terrenos com vegetação de gramíneas ou em matas. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Foz do Iguaçu, Fernando de Noronha, Reserva de Mamirauá, Pantanal, Lençóis Maranhenses, Chapada dos Veadeiros. 150 TURISMO EM CAVERNAS O Espeleoturismo (ou Turismo em Cavernas) constitui-se na prática esportiva e recreativa de visitação a cavernas. Explorar enormes salões ricamente ornamentados, se esgueirar por condutos estreitos, ou ainda, descer centenas de metros em seqüências de intermináveis abismos, são algumas das facetas desta atividade. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Chapada Diamantina; Parque Estadual do Alto do Ribeira; Cordisburo, Sete Lagoas e Lagoa Santa; Bonito; Parque Estadual da Terra Ronca 151 FLUTUAÇÃO Modalidade de mergulho leve, de pequena profundidade, em que o praticante usa o snorkel. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Bonito, Fernando de Noronha, Abrolhos POSICIONAMENTO DO BRASIL O grande destaque do país neste nicho é Bonito devido à concentração de oferta; ao valor único de seus lagos, rios e nascentes de águas cristalinas, dotados de grande diversidade de espécies de peixes; além da ótima infra-estrutura para esta atividade encontrada no destino. Porém é ainda possível praticar a flutuação em diversos trechos do litoral brasileiro, de onde se sobre-saem: Noronha (o principal e mais belo parque marinho brasileiro, sendo considerado um dos melhores lugares para a prática de mergulho do mundo) e Abrolhos (que está entre os 10 melhores locais do mundo para a prática do mergulho). 152 OBSERVAÇÃO DE FAUNA A observação de fauna, ou observação da vida selvagem, é uma atividade praticada como uma expedição para estudar ou só observar os animais em seu habitat natural. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES Estados Unidos, Canadá, França, MUNDO EM Nº. POTENCIAL EM FATURAMENTO DE TURISTAS França: 4,9 milhões PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Parque Nacional das Emas, Abrolhos, Praia do Forte, Ilha Mexiana, Garopaba, Prado e Caravelas. 153 OBSERVAÇÃO DE PÁSSAROS Prática originária dos Estados Unidos e Inglaterra, trata-se da observação de pássaros em geral, em seu habitat natural, ou seja, praças, parques e terrenos são próprios para o esporte. São necessários conhecimentos sobre ornitologia, do local e dos ecossistemas. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS EUA: 27,4 milhões POTENCIAL EM FATURAMENTO Inglaterra: 9 milhões PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES Estados Unidos, Inglaterra, França, Benelux, Suíça, Alemanha, Países Nórdicos França: 2,3 milhões PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Alta Floresta, Manaus, Abrolhos, Pantanal, Parque Estadual Intervales (SP). 154 CULTURA O turismo cultural engloba atrativos do patrimônio tangível e intangível, incluindo também atividades e vivências culturais e programas focados nos costumes de determinado povo ou região. Este segmento proporciona ao visitante mergulhar e desfrutar do estilo de vida dos habitantes do local, das áreas de entorno e dos aspectos que determinam sua identidade. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES Europa MUNDO EM Nº. POTENCIAL EM FATURAMENTO DE TURISTAS. 84.000.000 (OMT) PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Cidades Históricas de Minas Gerais, Salvador, Recife, Olinda, São Luis do Maranhão, Rio de Janeiro. 155 ARQUEOLOGIA O turismo arqueológico consiste no processo decorrente do deslocamento e da permanência de visitantes a locais denominados sítios arqueológicos, onde são encontrados os vestígios remanescentes de antigas sociedades, sejam elas préhistóricas e/ou históricas, passíveis de visitação terrestre ou aquática. Para esta atividade a quantidade de visitantes deve ser limitada, compatíveis com o espaço interno dos sítios e coerentes com a fragilidade de seus atrativos, possibilitando uma experiência turística de qualidade. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Serra da Capivara e São Miguel das Missões 156 PALEONTOLOGIA Paleontologia pode ser definida como a ciência que estuda os fósseis, restos ou vestígios de animais ou vegetais que viveram em eras passadas e que por condições ambientais favoráveis, ficaram preservados nas rochas. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Souza 157 ÉTNICO O Turismo étnico constitui-se das atividades turísticas decorrentes da vivência de experiências autênticas através do contato direto com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos. Busca-se estabelecer uma proximidade com a comunidade anfitriã, participar de suas atividades tradicionais, observar e aprender sobre suas expressões culturais, estilos de vida e costumes singulares. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Parque Nacional do Xingú, São Miguel da Cachoeira, Alta Floresta. 158 FESTAS POPULARES Uma festa popular pode ser definida como uma manifestação popular, cuja intensidade ultrapasse os limites de uma atividade festiva individual, abrangendo o coletivo. Há vários tipos de festas realizadas em diversos países com manifestações diferentes: festas religiosas (como as festas juninas), festas regionais (como o BoiBumbá) e nacionais (como o carnaval) e festas internacionais (como o dia da confraternização mundial / reveillon). POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Rio de Janeiro, Salvador, Olinda, Recife, Paritins, São Luiz do Maranhão, Caruaru, Campina Grande 159 CIDADES PATRIMÔNIO Nestas viagens o turista costuma experimentar lugares e atividades que representam a autenticidade do destino turístico, com sua gente, sua história, suas lendas, seu patrimônio, etc., incluindo os recursos culturais, históricos e naturais, cuja importância é geralmente validada através do processo de tombamento. As cidades e seu conjunto de edificações são a expressão mais clara de um povo em determinado momento histórico e são exemplos da sua forma de viver. Constituemse em criações mais duráveis do que outras manifestações culturais, e resultam da diversidade de técnicas e agenciamento dos espaços urbanos e edificados, muitas vezes incorporando outras artes como a escultura, a pintura, o mobiliário e manifestações de caráter popular. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Brasília, São Luís do Maranhão, Olinda, cidades históricas de MG, Salvador, Missões 160 INTERCÂMBIO Turismo de estudos e intercâmbio constitui-se da movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação, ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional. POTENCIAL NO POTENCIAL EM GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. FATURAMENTO DE TURISTAS. 30 bilhões / ano 1,5 milhões (mundo / demanda US$ 50,00 / dia 42 dias (demanda atual de atual de ensino ensino médio) médio) PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido 161 ESPORTES DE AVENTURA Compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo ou competitivo. Tais atividades constituem-se em experiências físicas e sensoriais que envolvem desafio, risco avaliado e controlável, utilização de procedimentos, técnicas e equipamentos específicos. Devem contemplar ainda, em sua prática, comportamentos e atitudes que possam evitar e minimizar possíveis impactos negativos ao ambiente, ressaltando o respeito e a valorização das comunidades receptoras. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Jalapão, Foz do Iguaçu, Serra do Cipó, Fernando de Noronha, Brotas 162 TREKKING Significa caminhar, trilhar por grandes distâncias com alguma motivação. O atleta pode seguir sozinho ou em grupos por trilhas, caminhos ou estradas em meio à natureza. Não existe faixa etária, percurso, ritmo ou duração definida para os praticantes, como também não há um equipamento especial, somente o essencial como botas de caminhada, roupas leves ou agasalho para frio, lanterna, pilha, bússola, barraca, saco de dormir e kit de primeiros socorros. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Fernando de Noronha, Chapada dos Guiamarães, Chapada dos Veadeiros, Estrada Real MG, Lençóis Maranhenses, Serra dos Ógãos, Parque Nacional da Tijuca 163 SURF O Surf é considerado parte do grupo de esportes radicais, dado seu aspecto criativo, cuja proficiência é verificada pelo grau de dificuldade dos movimentos executados. Praticado na superfície da água, a emoção do surfe é deslizar sobre ou dentro de tubos formados por ondas o maior tempo possível e com ajuda de uma prancha. Para fazer as manobras, o sufista usa o peso do corpo, a pressão dos pés e, é claro, muito equilíbrio. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES MUNDO EM Nº. POTENCIAL EM FATURAMENTO DE TURISTAS. 5.000.000 PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Florianópolis, Fernando de Noronha, Trairi, Jericoacoara. 164 RAFTING Consiste em descer rios sobre botes infláveis tomando-se o cuidado de desviar de pedras e outros obstáculos. O grau de dificuldade depende das características do rio e do regime de chuvas na Região. Praticado em equipe, o rafting é uma modalidade esportiva que coloca o atleta, esporádico ou praticante regular, diante do desafio, da superação dos próprios limites e gera espírito de equipe, organização, cooperação, comunicação e liderança. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Jalapão, Santo Amaro da Imperatriz, Timbó, Três Rios, Canela, Casimiro de Abreu, Itacaré, São Luiz do Paraitinga. 165 VÔO LIVRE Vôo-Livre é um esporte radical, com vôo não motorizado, que utiliza a atividade térmica e do vento para realizar vôos locais ou distantes, possibilitando alterar tanto a velocidade quanto a trajetória e, por exemplo, escolher o local de pouso. As duas principais modalidades são asa-delta e parapente. Os melhores locais para a prática de vôo livre são as regiões de clima seco, onde o atleta poderá aproveitar melhor as térmicas (massas de ar). As cidades litorâneas com montanhas também são boas para a prática. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. 200 mil a 300 mil PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO (praticantes) PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Quixadá, Sobral, Rio de Janeiro, Formosa. 166 CANYONING E PRÁTICAS VERTICAIS Canyoning é a descida ou exploração desportiva de cânions, rios em garganta ou desfiladeiros, aliando-se também técnicas do montanhismo, rafting e espeleologia. Dentre outras práticas verticais pode-se citar: a escalada (subida de paredões de montanhas, prédios, cavernas, etc. utilizando-se técnicas de alpinismo), rapel (técnica usada para efetuar uma descida vertical com o auxílio de uma corda), montanhismo (prática de subir montanhas através de caminhadas ou escaladas). POTENCIAL NO POTENCIAL EM GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. FATURAMENTO DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL São Luiz do Paraitinga, Pirenópolis, Chapada Diamantina, Serra dos Órgãos. 167 MERGULHO Esporte aquático praticado em rios, mar, lagoas a fim de se observar as belezas submersas. Pratica-se duas formar de mergulho, o livre, com o uso do snorkel e o autônomo, utilizando cilindro de ar comprimido. Em geral, os mergulhadores consideram 5 aspectos na avaliação de um local para a prática de mergulho: a limpidez da água, a visibilidade, as atividades e a diversidade da vida subaquática, as instalações específicas e os equipamentos para a prática do esporte e a facilidade de comunicação com as pessoas do local escolhido. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. 6.000.000 (nº POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES praticantes) PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Fernando de Noronha, Abrolhos, Ilha Alemanha, França, Itália, Reino Grande, Búzios, Arraial do Cabo, Guarapari, Unido, Estados Unidos, Austrália Búzios, Paraty, Bombinhas, Ilhabela, Salvador. 168 ESPORTES CONVENCIONAIS Os esportes convencionais constituem um fenômeno sócio-cultural, que envolve a prática voluntária de atividade predominantemente física competitiva com finalidade recreativa ou profissional, ou predominantemente física não competitiva com finalidade de lazer, contribuindo para a formação, desenvolvimento e/ou aprimoramento físico, intelectual e psíquico de seus praticantes e espectadores. POTENCIAL NO POTENCIAL EM GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. FATURAMENTO DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL 169 CAVALGADA A cavalgada ou turismo eqüestre propõe passeios organizados e maiores, com animais de qualidade e guias treinados. Para quem gosta de cavalgar, a hospedagem não é o item que mais importa, mas sim a segurança e a qualidade da travessia e a paisagem avistada. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. POTENCIAL EM FATURAMENTO US$ 2.200 (sem 7 a 10 dias aéreo) PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Parque do Pantanal, Parque Aparatos da Serra, Lages. 170 PESCA ESPORTIVA Pratica-se com linha de mão ou aparelho permitido, desde que não seja para fins comerciais e que se preserve os recursos naturais. Na pesca esportiva o maior atrativo do turista pescador é o peixe, de preferência em quantidade e de bom tamanho. Dado ao tempo necessário para que um peixe cresça e atinja tamanho para atrair o turista, a sua soltura é uma das bases fundamentais para que a pesca esportiva cresça e se estabeleça de forma sólida e duradoura. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. POTENCIAL EM FATURAMENTO US$ 5.500 – preço médio dos pacotes para 1 semana PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Vitória, Barcelos, Humaitá, Canavieiras, Arraial do Cabo, Corumbá, Aquidauna, Miranda, Cárceres, Formoso do Araguaia, Santarém, Ilha Mexiana, Angra dos Reis, Florianópolis 171 FUTEBOL O futebol é o esporte coletivo mais praticado no mundo e cada vez vem ganhando popularidade em diversos países sem muita tradição neste jogo como Estados Unidos, Japão,Coréia do Sul, etc. O torneio mais prestigiado do futebol é a Copa do Mundo Fifa, os maiores vencedores são Brasil (1958, 1962, 1970, 1994, 2002), Itália (1934, 1938, 1982, 2006) e Alemanha (1954, 1974, 1990). POTENCIAL NO POTENCIAL EM GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. FATURAMENTO DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL 172 GOLFE De origem escocesa, este esporte consiste em arremessar, com ajuda de um taco, uma pequena bolinha ao longo de um percurso que termina num buraco - onde a bolinha deve cair. O golfe é jogado em campos de grama, com um ou mais percursos delimitados. O objetivo do jogo é colocar a bolinha nesse buraco com o mínimo de tacadas possível. Para dificultar a tarefa, o trajeto até o buraco pode incluir pequenos lagos, poços de areia, árvores e locais com grama mais alta.Os jogadores de golfe querem, hoje, campos de golfe que atendam às exigências de beleza e dificuldades naturais, além de um campo com boa qualidade POTENCIAL NO POTENCIAL EM GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. FATURAMENTO DE TURISTAS. 16.600.000 (nº. de praticantes que fazem viagens PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES internacionais) PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Rio de Janeiro, Trancoso, Búzios, Foz do Estados Unidos Iguaçu, Montanhas Capixabas, Costa do Sauípe, Itapema, Guarujá, Mogi das Cruzes 173 MOTOR Práticas esportivas e/ou viagens e expedições realizadas com a utilização de meio de locomoção e veículo motor especial, tais como barcos, lanchas, jet-sky, ultraleve, motor home, 4X4, 4X2, buggies, motocicletas. A principal modalidade do esporte são as expedições off road ou fora de estrada que constituem-se em viagens mais ou menos longas, realizadas a bordo de veículos com tração nas quatro rodas por ambientes naturais como: trilhas, praias, desertos, dunas, estradas de terra, ou seja, por caminhos alternativos de acesso muito difícil ou mesmo impossível para o tráfego de veículos convencionais. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL POSICIONAMENTO DO BRASIL 174 VELA Os principais destinos e produtos do turismo náutico são aqueles que, além de possuir uma beleza natural que atraia turistas possuam uma infra-estrutura náutica capaz de recebê-los. Por infra-estrutura náutica entendem-se marinas, iate clubes ou clubes náuticos que ofereçam vagas aos velejadores, sejam elas vagas secas ou molhadas (no mar) e serviços que venham a complementar a sua oferta, como serviços de lavagem dos barcos, manutenção, restaurantes, entre outros. POTENCIAL NO POTENCIAL EM GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. FATURAMENTO DE TURISTAS. 114,00 euros/dia 2.000.000 PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Europa, EUA Florianópolis, Jijoca, Ilha Bela 175 VÔLEI DE PRAIA O vôlei de praia nasceu nas praias de Santa Mônica, Califórnia como forma de lazer na década de 1920. O primeiro torneio oficial aconteceu em 1947 em State Beach, também na Califórnia, onde o esporte foi incorporado ao estilo de vida da população. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL 176 NEGÓCIOS E EVENTOS Constitui-se em viagens a congressos de todas as espécies, conferências, seminários, palestras, feiras, ou qualquer outro tipo de reunião de pessoas, em torno de um ou vários assuntos. Avalia-se que os gastos individuais de um turista de negócios são, em média, o dobro de qualquer outro segmento. Cabe ressaltar ainda que este setor é complementar ao turismo em geral, na medida em que facilita a expansão e compartilha a mesma infra-estrutura de serviços, proporcionando benefícios adicionais aos turistas e à comunidade local. Os estudos demonstram que este segmento fomenta o prolongamento da atividade turística e que aproximadamente 40% dos visitantes retornam ao mesmo destino, acompanhado de suas famílias ou amigos. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA US$ 112,9* 8 dias* PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES MUNDO EM Nº. POTENCIAL EM FATURAMENTO DE TURISTAS. 160 milhões PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Foz do Iguaçu, Campinas... * Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil, segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005. 177 FEIRAS A Feira é um momento singular de divulgação em que o expositor pode interferir e investir diretamente em seu público-alvo e é considerada como uma ferramenta imprescindível no processo de internacionalização de empresas. POTENCIAL NO POTENCIAL EM GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. FATURAMENTO DE TURISTAS. US$ 112,9* 8 dias* PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL * Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil, segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005. 178 CONGRESSOS Os congressos, convenções e reuniões internacionais são realizados com o objetivo de ampliar o debate, promover ajustes e celebrar acordos multilaterais sobre temas de interesse focado ou que mobilizam diferentes grupos sociais. POTENCIAL NO POTENCIAL EM GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. FATURAMENTO DE TURISTAS. US$ 112,9* 8 dias* PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL * Dados de gasto médio diário e estadia média do turista de lazer que vem ao Brasil, segundo pesquisa Embratur/FIPE. Referente ao ano de 2005. 179 INCENTIVOS O turismo de incentivo envolve as chamadas viagens-prêmios, concedidas com o objetivo de incentivar o desempenho profissional e/ou recompensar o cumprimento de metas como cota de venda para o pessoal de vendas, de compra para consumidores, melhoria de padrões qualitativos, etc. Possuem um forte apelo cultural emocional e psicológico que proporcionam aos vencedores o lazer e o descanso merecidos em meio às atividades grupais prazerosas e altamente socializadoras. Assim, tais viagens caracterizam-se, por envolverem geralmente grandes grupos de pessoas e por incluírem serviços exclusivos em lugares únicos. Portanto é importante que o destino conte com equipamentos e atrativos diferenciados, com flexibilidade operacional e de serviços para construir algo diferente, garantindo que as pessoas jamais tenham outra viagem igual. Neste sentido, os resorts, por exemplo, por possuírem a facilidade do sistema de all inclusive e cenário próprio para atender a esta demanda, configuram-se em importantes produtos de incentivo. POTENCIAL NO POTENCIAL EM GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. FATURAMENTO DE TURISTAS. EUA – 1.200.000 7 dias (sem distinção 5 dias (de 3 a 7) viagens nacionais e PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES internacionais) PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Rio de Janeiro, Costa do Sauípe, Salvador, Foz do Iguaçu, Florianópolis, Ilha de Comandatuba, Trancoso, Bonito, Angra dos Portugal, Itália Reis, Porto de Galinhas, Cabo de Santo Agsotinho, Amazonas (Hotéis de Selva), Pantanal, Fortaleza, Porto Seguro. Resorts e Cruzeiros. COMPRAS 180 O turismo de compras se caracteriza por viagens destinadas a refazer estoques de comerciantes estabelecidos e/ou a manter um comércio informal. Também são realizadas viagens para descoberta de novidades e para aproveitar liquidações no comércio a varejo em centros urbanos com lojas e centros de abastecimento de qualidade superior. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL POSICIONAMENTO DO BRASIL VISITAS TÉCNICAS Viagens realizadas por estudantes, profissionais e empresários com o objetivo de conhecer novas tecnologias em centros de excelência em suas respectivas áreas. Também ocorre para a compra de novas tecnologias e de produtos. POTENCIAL NO POTENCIAL EM GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. FATURAMENTO DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL MEGA EVENTOS Viagens realizadas para participação ativa ou passiva em eventos de proporções enormes, realizados em locais de estrutura física e técnica especiais e que atraem grande quantidade de pessoas dos mais diversos segmentos de consumidor. POTENCIAL NO POTENCIAL EM GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. FATURAMENTO DE TURISTAS. PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL São Paulo, Rio de Janeiro 181 GRUPOS DE CONSUMO E NICHOS DE MERCADO PESQUISADOS PELA EMBRATUR MOCHILEIROS Turistas jovens e econômicos que mostram preferência por acomodações baratas, enfatizam o encontro com outras pessoas (locais e estrangeiras), organizam o itinerário da viagem de forma independente e flexível, seus períodos de férias são longos e buscam atividades recreativas informais e participativas. Geralmente visitam diversos lugares e priorizam para escolha dos destinos a diversidade cultural, a presença de atrativos famosos (ícones) e patrimônio reconhecido, segurança, sistema de transporte eficiente, preço viável, receptividade/hospitalidade da população local. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. POTENCIAL EM FATURAMENTO 20 a 30 dias / US$ 30,00 mundo 52,7 dias / Brasil PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES Inglaterra, Alemanha, França, Estados Unidos, Argentina PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Rio de Janeiro, Bahia, Foz do Iguaçu 182 LUA DE MEL O Turismo de Lua-de-Mel constitui-se em viagens de casais em núpcias, ou que estão comemorando bodas e/ou o que querem realizar a cerimônia de casamento como parte da viagem. Tratam-se de viagens organizas por agências especializadas e, portanto a comercialização se dá geralmente através de pacotes. Os produtos de lua-de-mel caracterizam-se por serviços de qualidade e personalizados, em lugares “paradisíacos” com boa infra-estrutura. Possuem ainda uma característica muito peculiar que é o papel fundamental do imaginário do turista no processo de escolha do destino. Segundo empresas especializadas, a procura por este tipo de viagens cresceu cerca de 250% em 2005. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. POTENCIAL EM FATURAMENTO US$ 1.500 a 2.000 (preço do 7 a 12 dias pacote) PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Portugal, Japão. PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Fernando de Noronha, Natal, Fortaleza, Rio de Janeiro, Maceió, Chapada dos Veadeiros, Serras Gaúchas. 183 GLS O Turismo GLS, embora ainda não possua uma definição aceita nem pela OMT, nem pelo Ministério do Turismo, é entendido como o turismo voltado a gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e simpatizantes. Dentro desses “simpatizantes” podemos incluir familiares, amigos e curiosos do mundo gay que muitas vezes os acompanham em suas viagens. No caso do Turismo GLS, a operação dos produtos busca locais com menores índices de preconceitos e aceitação da sociedade, e oferece guias especializados sobre lugares direcionados para o grupo. A diferença fundamental do pacote montado para este mercado dos demais são os serviços oferecidos, como a escolha do hotel e as saídas noturnas. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. US$ 200,00 PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES Estados Unidos, Argentina, França, Itália, Espanha, Alemanha POTENCIAL EM FATURAMENTO PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis 184 SAÚDE E BEM-ESTAR O Turismo de Saúde é motivado por razões relacionadas à saúde, seja ela física ou mental. Trata-se de um conceito amplo que engloba tanto questões terapêuticas quanto questões estéticas. Pode ser subdividido em Turismo Médico e Turismo de Bem-Estar: O Turismo Médico é motivado tendo em vista a busca por procedimentos médicos, odontológicos, cirúrgicos e não-cirúrgicos que podem estar relacionados tanto às questões terapêuticas como às estéticas. Neste caso, o principal fator motivador do deslocamento a outros países para a realização de tratamentos médicos é o valor mais baixo dos serviços – o que pode ser encontrado em países do Leste Europeu, África, Oriente Médio, Ásia e América Latina – e com uma qualidade dos serviços de excelência equivalente, e em alguns casos superior a dos tratamentos oferecidos nos Estados Unidos e Europa, mercados referência por serem os principais emissores. O Turismo de Bem-Estar é aquele que oferece programas e atividades desenvolvidos para aperfeiçoar ou equilibrar as condições físicas ou espirituais de um indivíduo ou grupo de pessoas. caracterizado por tratamentos estéticos e terapêuticos realizados em SPAs. POTENCIAL NO GASTO MÉDIO ESTADIA MÉDIA MUNDO EM Nº. DE TURISTAS. POTENCIAL EM FATURAMENTO US$ 120,00 22 dias PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES Inglaterra, Itália, França, Japão, PRINCIPAIS DESTINOS BRASIL Holanda, Alemanha, Estados Unidos, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Bahia Portugal, Espanha 185