Confinamento Auditivo - Criadouro Monte Alvão
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Confinamento Auditivo - Criadouro Monte Alvão
Confinamento Auditivo Gilson Ferreira Barbosa O assunto Confinamento Auditivo, embora não seja novidade para a maioria dos criadores de pássaros canoros suscita ainda muitas dúvidas, daí permanecer como objeto do interesse da maioria dos criadores de Curiós, em especial, os iniciantes na técnica da Vetorização do Canto. Alguns aspectos da questão Confinamento Auditivo encontra-se ainda carentes de investigações mais aprofundadas, em especial quanto às reações apresentadas pelos Curiós quando submetidos a este Método. É importante salientar que os filhotes de Curiós submetidos a Instruções de Canto em regime de Confinamento Auditivo, reagem de maneiras diferenciadas quanto às exposições sonoras no interior das Cabines de Vetorização. A duração das exposições sonoras bem como suas intensidades, tanto na questão do “Módulo Sonoro Vetorial” ou mesmo nas sonorizações “assessórias” complementares, tais como sons aquáticos, gravações de filhotes corrichando, som de rádio etc. observamos respostas diferenciadas entre os filhotes confinados, de uma mesma origem. Acreditamos que tais diferenciações têm origem no fato da natureza favorecer com mais sensibilidade auditiva a uns do que a outros. Sabemos que em vida selvagem os Curiós possuidores de maior sensibilidade auditiva possuem maiores chances de sobrevivência, já que a sua percepção auditiva apurada permite-lhes pressentir até mesmo adormecidos a aproximação de algum predador, até mesmo o rastejar de uma cobra pelo simples deslocar de folhas secas sobre o solo. Os Curiós pelo que podemos observar são dotados de níveis diferenciados de sensibilidade auditiva. Desconcentram-se em relação às instruções de canto a que estão sendo submetidos, estressando-se quando submetidos a longos períodos de instrução, não apresentando o rendimento esperado, produzindo comportamento angustiante com abertura freqüente de asas e exaustão auditiva. O “enclausuramento acústico” com administração de instruções com níveis elevados de pressão sonora, ou mesmo silêncio absoluto, (eliminação do nível de pressão sonora) parecem exercer sobre o sistema nervoso do Curió ação determinante do seu comportamento. O ajustamento dos níveis de pressão sonora no interior das Cabines (Instrução de Canto) mediante o controle do volume e da adequação da fonte emissora das instruções, devem ser buscados incessantemente em função da sensibilidade de cada um dos aprendizes. Baixos níveis de pressão sonora no interior das Cabines são causadores de sonolências e apatias, resultando num baixo aproveitamento quando não provoca um total desinteresse pela Instrução. O ajuste da energia sonora, o tempo de duração das instruções, bem como o número e duração das pausas, são aspectos que devem ser ajustados à sensibilidade de cada filhote, observada as questões que envolvem o estresse, a inatividade e a sonolência individual apresentada por cada um. Estas questões aqui abordadas referem-se à adequação e dosagem dos elementos sonoros na Vetorização dos filhotes. As questões de Isolamento Acústico das Cabines e Absorção Sonora em seus interiores, referem-se a maior ou menor capacidade de determinados materiais formarem uma barreira, impedindo que a onda sonora “vaze”, ou seja, passe de um recinto a outro de forma descontrolada e indesejável. Para resolver esta questão usamos normalmente materiais densos (alta densidade) tais como madeira compensada e vidro, que devem atender também aos critérios construtivos e funcionais, tais como: Leveza, bom acabamento, durabilidade e transporte etc. Já a absorção acústica trata do fenômeno que minimiza a reflexão das ondas sonoras no ambiente interno. Ou seja, diminui ou elimina o nível de reverberação (vibração de eco). Neste caso melhoramos internamente o nível de pressão sonora e com isto o nível de inteligibilidade das instruções de canto. Contrariamente ao Isolamento Acústico, os materiais aí empregados são leves e de baixa densidade, constituindo-se nas categorias de fibrosos, porosos ou de poros abertos como as espumas de poliéster de células abertas, fibras, tecidos, carpetes, tapetes etc. Praticamente todos os materiais existentes no mercado isolam ou absorvem ondas sonoras, embora com diferentes eficácias. O material que geralmente apresenta um grande poder de isolamento acústico não tem poder de absorção e vice-versa, daí objetivarmos a aplicação combinada de ambos para obtenção dos resultados desejados. A tecnologia industrial tem desenvolvido novos materiais com coeficiente de isolamento acústico e ou absorção muito mais eficientes que os materiais até então considerados “Acústicos”. Desta maneira podemos obter resultados acústicos eficientes com excelentes resultados térmicos, alem de apresentar boa higiene e baixo índice de deterioração. As Cabines de Vetorização por possuírem dimensões reduzidas devem possuir níveis de pressão sonora e reverberação bem definida, para permitirem o conforto acústico desejado. Níveis de pressão sonoros muito baixos poderão tornar o recinto monótono e cansativo, induzindo os filhotes de Curiós a inatividade e sonolência. O bom tratamento acústico das Cabines deve promover o Isolamento e absorção acústica utilizadas mediante critérios bem definidos, para obtenção da melhor eficácia. Há de se considerar o desempenho acústico dos materiais aplicados, bem como a sua fixação mediante o uso de fitas adesivas tipo Velcron. A sua fixação em relação à fonte sonora e a facilidade de remoção para manutenção e limpeza é de suma importância na produção de um ambiente salubre e confortável. Os falantes deverão ser do tipo Mid-range e serem instalados em Caixas Sonofletoras capazes de absorver todas as freqüências de rarefação (freqüências emitidas pela parte traseira do Cone dos Falantes) e transmitirem ao interior da Cabine apenas as freqüências de compressão (freqüências produzidas pela parte frontal do Cone dos Falantes). Gilson Ferreira Barbosa [email protected] Tel- 73 - 3211 8233