CLIPPING SAúDE 25.07.2012
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CLIPPING SAúDE 25.07.2012
Jornal do Commercio - PE 25/07/2012 - 07:17 Esperança para vítima de moto Convênio firmado entre governo do Estado e AACD vai garantir tratamento completo para quem sofreu lesão na medula Adultos que sofreram lesões na medula agora têm a oportunidade de receber atendimento completo na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Convênio formalizado ontem, entre a entidade e o governo estadual, permite o início das atividades da primeira clínica pernambucana especializada na reabilitação física de quem sofreu o trauma. A iniciativa é uma esperança para as vítimas de colisões envolvendo motocicleta que tiveram a medula atingida. Somente no ano passado, segundo o Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto registrou, cerca de 160 das 3.250 vítimas de acidentes com moto submetidas a cirurgias nos hospitais da Restauração, Getúlio Vargas e Otávio de Freitas, acabaram paraplégicas. “O ideal é que essas pessoas não precisassem desse tipo de serviço. Trabalhamos para que a prevenção diminua o número de paraplégicos em decorrência de acidentes. A clínica da AACD será importante para a adaptação dos acidentados à nova situação deles”, opina o presidente do comitê, João Veiga. A princípio, só serão aceitas na entidade pessoas que adquiririam a lesão há, no máximo, dois anos. Com a novidade, a AACD amplia o atendimento de adultos, que, até então, era voltada apenas para amputados. A entidade receberá, ainda, portadores de lesão encefálica adquirida e doenças neuromusculares. “Em 2003, a gente começou a receber adultos, fornecendo próteses através da oficina ortopédica da AACD. Essas pessoas já têm apoio de toda a equipe da entidade. Com os serviços inaugurados hoje (ontem), teremos capacidade para atender 300 outros pacientes por mês. Mas isso é apenas estimativa. Vamos ter a real noção da demanda a partir de agora”, afirma a diretora-médica da AACD, Vanessa Van Der Linden. Ninguém melhor do que um paciente para avaliar o desempenho da entidade filantrópica nesses quase dez anos de atendimento a adultos. O aposentado Geraldo Gomes da Silva, 85, é um entre os 2.000 amputados cadastrados e considera o serviço fundamental. “Perdi a perna depois que uma veia dilatou. A AACD fez uma prótese com todas as minhas medidas e agora está me ajudando na adaptação. Tenho apoio de psicólogo, de fisioterapeuta, de todos os profissionais que eu preciso para voltar a andar.” Já a aposentada Maria José Ferreira do Nascimento, 72, é mais enfática ao explicitar o sentimento pela entidade: “quem falar do atendimento daqui eu passo na frente e derrubo”, brinca. PARCERIA Cabe ao Estado o repasse mensal de R$ 110 mil, através do SUS, para os serviços inaugurados ontem na instituição. Desse total, R$ 60 mil serão usados na fabricação de órteses e meios auxiliares para novos pacientes (como muletas e cadeiras de rodas). Os demais R$ 50 mil serão destinados para consultas e terapias. A equipe responsável pelos novos atendimentos é formada por neurologistas, ortopedistas, fisiatras, urologistas, pneumologistas, profissionais em fisioterapia aquática e de solo, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos. Para ser paciente da nova clínica, é preciso apresentar laudo médico especificando o tempo da lesão, no caso das lesões medulares e encefálicas adquiridas através de traumas. Também é necessário ter em mãos a certidão de nascimento, CPF, comprovante de residência e cartão do SUS. Jornal do Commercio - PE 25/07/2012 - 07:17 Estado quer criar rede de reabilitação Para que o Estado disponha de outros centros capacitados para atender pessoas com deficiência, a Secretaria de Saúde de Pernambuco planeja estabelecer uma rede de reabilitação, com base nas unidades básicas de saúde, nas emergências hospitalares e em Centros Especializados Regionais (CERs), que serão inaugurados no Recife, em Caruaru (no Agreste), em Petrolina e em Serra Talhada, ambos no Sertão pernambucano. “Estamos chamando o projeto de Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. O Estado já oferece muitos serviços nesse sentido, como a Fundação Altino Ventura, destinada a pacientes com problemas de visão. Mas a intenção da rede é ampliar o acesso e qualificar o atendimento. Além disso, é importante que pessoas com mais de uma deficiência sejam atendidas em um só local, por isso se faz necessária a construção das CERs”, explica a secretária-executiva de Assistência à Saúde, Tereza Campos. O projeto já foi aprovado pelo Ministério da Saúde e o governo estadual aguarda repasse para a construção das primeiras CERs, que ficarão em Petrolina e no Recife. Os centros da capital e do Sertão vão atender pessoas com deficiências físicas, auditivas, intelectuais e visuais. Ainda não há prazos nem valores fixados. Em Pernambuco, cerca de 10% das pessoas possuem algum tipo de deficiência, de acordo com estudo elaborado pelo governo do Estado, em 2010. Jornal do Commercio - PE 25/07/2012 - 07:17 Saiba mais 21.882 consultas estão previstas para serem realizadas pela AACD até o fim de 2012. No ano passado, foram feitos 16.945 atendimentos 61.297 sessões de terapia devem ser oferecidas aos pacientes este ano. Em 2011, o total de terapias foi 109.164 350 pacientes adultos podem ser atendidos, por mês, na clínica inaugurada ontem, totalizando cerca de 900 consultas mensais Jornal do Commercio - PE 25/07/2012 - 07:17 Repórter JC A Associação Barãozinho precisa de você A Pediatria do Hospital Barão de Lucena promove festa beneficente, dia 26, às 20h, com muito forró, na Cachaçaria Carvalheira. Participe. Jornal do Commercio - PE 25/07/2012 - 07:17 JC nas Ruas Teste de hepatite de graça no metrô A CBTU-Metrorec e a Secretaria de Saúde estão realizando teste rápido para hepatite C na Estação Recife até sexta-feira. Vale a pena aproveitar a iniciativa. Jornal do Commercio - PE 25/07/2012 - 07:17 Novo caso de doença degenerativa Com 13 casos notificados desde 2006, a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) teve mais um registro em Pernambuco. Uma mulher de 74 anos de Petrolina, no Sertão, internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Recife, foi diagnosticada com a patologia, que ataca o cérebro e é degenerativa. A doença, explicam os médicos, é um tipo de encefalopatia espongiforme incurável provocada por uma proteína infectante conhecida como príon. Quando acomete o gado e é transmitida aos humanos pelo consumo da carne contaminada, é chamada de mal da vaca louca, mas essa variante ainda não foi detectada no Brasil. A dona de casa, ex-vice-prefeita de Orocó, no Sertão, respira com a ajuda de aparelhos e se alimenta e urina por meio de sondas. Maria Carolina da Conceição recebeu no dia 6 de junho o diagnóstico por meio de uma ressonância magnética nuclear. A confirmação, a partir do exame do líquido da medula óssea, ocorreu em seguida. Parentes da paciente, que ocupa um leito da enfermaria do setor de neurologia do hospital, querem a transferência para Petrolina. Para isso, aguardam a liberação de uma vaga no Hospital Geral de Urgência (HGU), que mantém convênio com o plano de saúde da aposentada. “Ela já teve alta do Oswaldo Cruz. Só falta o HGU aceitá-la e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) providenciar uma ambulância aérea”, diz a filha da paciente, a empresária Genilda Maria Barros Silva, 46. Segundo Genilda, a viagem de helicóptero é mais segura que numa ambulância. “O voo dura de uma a duas horas, enquanto por terra o tempo é cinco vezes maior”, alega. A empresária conta que a mãe, casada com o ex-prefeito de Orocó Sebastião Rufino da Silva, 76, apresentou os primeiros sintomas em maio. “Ela sentiu uma dor na perna. Um ortopedista prescreveu dez sessões de fisioterapia. Depois, começou perder os movimentos dos braços. Por fim, já não mais falava”, lembra. Dos 13 casos de DCJ notificados pela SES, desde 2006, quatro são deste ano. “Não é uma doença contagiosa. A expressão mal da vaca louca é utilizada de forma equivocada, como sinônimo de Doença de Creutzfeldt-Jakob”, diz a secretaria, em nota. Folha de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 07:24 Caruaru terá complexo hospitalar Plano tem um investimento de R$ 78 milhões, mas cerca de R$ 41 milhões serão utilizados na construção do Hospital da Mulher Renata Coutinho Segundo Aparecida Souza já há gestão compartilhada O bairro de Indianópolis em Caruaru ganhará, nos próximos meses, um complexo hospitalar do Governo do Estado. O centro médico irá agregar a UPA, que já funciona desde 2010, uma nova UPA especialidades, que está na fase de terraplanagem do terreno e, de quebra, o Hospital da Mulher, que tem o início das obras marcado para outubro deste ano. O carro chefe do mega projeto é o atendimento especializado a mulher, promovendo a ampliação e a descentralização dos serviços de obstetrícia em um prazo de dois anos. O plano tem um investimento de R$ 78 milhões, mas cerca de R$ 41 milhões serão utilizados na construção do Hospital da Mulher. A nova unidade terá 257 leitos, sendo 36 deles de alto risco, e outros 30 de UTI adulto e neonatal. A unidade será referência para grávidas de alto risco de 32 municípios do Agreste, ajudando a desafogar a rede de saúde do Recife. Com a construção do novo hospital, haverá uma mudança na gestão do Hospital Jesus Nazareno (HJN), que hoje é gerido pela Secretaria Estadual de Saúde e, nos próximos anos, será municipalizado. “Haverá uma fase de transição. Já há uma gestão partilhada entre o Estado e o município, mas, ao final da construção do hospital e com o seu funcionamento, o Jesus Nazareno será municipal”, explicou a secretaria de Saúde de Caruaru, Aparecida Souza. A secretária ainda esclareceu que, com o comando nas mãos de Caruaru, o HJN passará da classificação de alta complexidade para o atendimento de grávidas de risco habitual. Segundo Aparecida, nesta troca de gerenciamento do HJN as questões de recursos humanos não devem ser problema. Outro hospital de grande porte que será construído pelo Estado, em Caruaru, é o Mestre Vitalino. Localizado às margens da BR-104, ele deve estar pronto no segundo semestre de 2013. Orçado em 74 milhões, o hospital será o maior do interior do Estado, e servirá de referência para atendimentos de média e alta complexidade, beneficiando mais de 1,2 milhões de habitantes de todos os 32 municípios que compõem a IV Gerência Regional de Saúde. A unidade oferecerá atendimento de urgência e emergência, internação e atendimento ambulatorial de egressos, nas especialidades de Clínica Médica, Cirurgia Geral, Neurologia Clínica, Cirurgia Vascular, Psiquiatria, Pediatria Clínica e Cirúrgica, Cardiologia, Urologia e Oncologia. Folha de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 07:31 Folha da Cidade Leite - O Hospital Memorial Guararapes prepara grande ação para a Semana Mundial de Amamentação, que é comemorada entre os dias um e sete de agosto próximo. Enquanto a data não chega, a unidade convida a população a visitar o HMG para doar vidros vazios de café e maionese, com tampas de plástico, para arrecadação de leite humano e alimentação do banco da unidade. Informações e instruções pelo telefone (81) 3461.5300. Curtas AACD - A AACD/PE assinou, ontem, com o governador Eduardo Campos, convênio de instalação da primeira Clínica de Adultos para reabilitação em lesão medular de Pernambuco. E apoio da Secretaria de Saúde do Estado. Saúde - No Dia do Motorista, o Sesc/PE, através do Banco de Alimentos em Ação, promove, hoje, um dia de saúde com os funcionários do Centro de Distribuição da Schio. De 9h às 16h, na BR-101 Sul, S/N, Km 93. Diario de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 06:41 Cada um no seu lugar Resolução proíbe médicos de fazerem partos domiciliares e de parteiras em unidades de saúde Alice de Souza Em meio ao crescente movimento de estimulação do parto humanizado, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) publicou duas resoluções proibindo a participação de médicos em partos domiciliares e em assistências perinatais, além da participação de parteiras ou outros profissionais que não trabalhem na área de saúde em ambientes hospitalares. As resoluções 265 e 266 entrarão em vigor a partir de amanhã e, caso descumpridas, poderão Bento e Marilha ocasionar um processo disciplinar contra o médico. O principal argumento dos documentos é a garantia da segurança para o bebê e a mãe. Mesmo antes de entrar em vigor, a decisão já começou a causar polêmica, por ser considerada uma afronta ao direito da mulher de ser protagonista do momento do parto. Ricardo Fernandes Atualmente, o Brasil é considerado o campeão mundial em números de cesarianas. São cerca de 52% dos procedimentos de parto totais do país e 90% se considerada apenas a rede privada de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice admissível é de até 15%. Pela resoluções do Cremerj, os partos devem ser realizados apenas em maternidades, para evitar possíveis faltas de assepsia e consequentemente riscos ao parto. As recomendações do Conselho permite apenas a participação de acompanhantes legais no momento do nascimento, ficando vetada a presença de doulas, obstetrizes ou parteiras. Os médicos também não poderão mais participar de equipes de suporte a partos realizados em casa. A decisão considera que o médico fica impedido de atestar óbito em casos onde houver apenas a atuação desses profissionais e que a assitência à gravidez é permanente e pode exigir vigilância para possíveis situações emergenciais. Para os defensores do parto humanizado, a decisão é, na verdade, uma reserva de mercado para os médicos. “A resolução é preconceituosa, ilegal. Hoje há uma tendência a tirar o direito da mãe ao protagonismo no parto. Ele se transformou num ato médico”, afirmou a obstretra e integrante da Rede pela Humanização do Parto e do Nascimentro (Rehuna), Leila Katz. Segundo ela, os riscos de um parto em casa são os mesmos de um em hospital quando a gravidez é de baixo risco e a mãe faz um acompanhamento anterior. A opinião é compartilhada por mães que já passaram pela experiência de um parto domiciliar, como Simone Jubert: “O parto foi a experiência mais íntima e transformadora da minha vida. Fiz todo o pré-natal e estava segura da minha decisão”. Diario de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 06:41 Realidade no estado Em Pernambuco, 99,6% dos partos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, são realizados em estabelecimentos de saúde. Entre 2005 e 2010, o número de cesáreas cresceu. Só na rede de maternidades privadas do Recife, o índice já chegou a 97% em 2010. Atualmente, 873 parteiras são inscritas na SES. Por enquanto, o estado ainda não tem resoluções que regulamentem a atuação do médico em partos domiciliares. Segundo a presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Helena Carneiro Leão, a decisão de onde o parto será realizado deve ser da família, mas é preciso garantir a segurança à mãe e ao bebê. “Vamos aguardar uma decisão do Conselho Federal para nortar nossas ações sobre o tema”. Para a produtora Marilha Assis, ter um filho de parto normal pesou na hora de encontrar apoio. “Cheguei a ir em seis obstetras e nenhum quis fazer o parto normal. Hoje há uma cultura muito grande de cesárea, os médicos não querem perder tempo e dinheiro e induzem você a uma cirurgia”. Diario de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 07:17 Mais vidas perdidas Detran-PE selou convênio com Defesa Social para mapear locais de colisão De 2000 a 2010, o Recife teve aumento de 28,7% nos óbitos em acidentes de trânsito. Apesar disso, se comparada às outras capitais, a cidade caiu da 4ª posição (2000) para a 7ª posição (2010) no ranking da violência no trânsito. No estado, houve crescimento de 33,9%. Pernambuco desceu uma posição em relação a 2000 e está em 16ª na lista de 2010. Os dados fazem parte do Mapa da Violência 2012, organizado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. Especialistas acreditam que o aumento é causado pela crescente frota e a imprudência. O Detran-PE anunciou convênio com a Secretaria de Defesa Social para mapear os locais de colisão e atropelamento, propondo soluções. O diretor de Fiscalização do órgão, Sérgio Lins, explicou que o estudo vai incluir não só os endereços das colisões e atropelamentos, mas os horários, dias da semana, tipos de transporte e perfis dos envolvidos. “Desta forma, vamos enviar indicações aos municípios de como eles devem proceder para a redução, como, por exemplo, a colocação de lombadas eletrônicas ou passarelas”, disse Lins. “Por enquanto, nosso trabalho está focado em reforço das fiscalizações, entre elas a Operação Lei Seca. A expectativa é de que, até outubro, o mapeamento do primeiro semestre seja concluído”, informa. Jornal Destak - São Paulo - SP 25/07/2012 - 07:02 AACD passa a atender jovens e adultos Expectativa é que a média de atendimentos mensais chegue a 1,5 mil. A Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD), em Pernambuco, firmou parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), ontem, e passará a atender, a partir deste mês, jovens e adultos portadores de lesão medular adquirida, lesão encefálica adquirida ou ainda distrofia neuromuscular. A oficialização da parceria aconteceu na presença do governador Eduardo Campos (PSB). No acordo, ficou acertado que a SES vai repassar R$ 1,4 milhão por ano para a AACD, para a manutenção das atividades e concessão de órteses, próteses e outros meios de locomoção aos usuários do serviço. Para acolher a nova demanda de 350 pacientes, a AACD, referência na assistência à criança com deficiência motora, ampliou a carga horária de seus fisioterapeutas e contratou dois terapeutas ocupacionais, além de dois psicólogos. A expectativa é que a média de atendimentos mensais chegue a 1,5 mil. A parceria possibilitará também a reabilitação de vítimas de acidentes com motocicletas. Os pacientes receberão acompanhamento integral com equipe médica e multiprofissional. Jornal do Commercio - PE 25/07/2012 - 07:17 Obra de R$ 2,3 mi se arrasta no Estado Acesso viário à Hemobrás parte para a terceira licitação. Falta de estrada pode prejudicar empreendimento que, em breve, transportará plasma Felipe Lima A indústria é de ponta, mas para chegar até a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) é preciso encarar uma estrada de barro. Um dos símbolos da transformação econômica de Pernambuco, o empreendimento de R$ 670 milhões e âncora do polo farmacoquímico de Goiana, espera há dois anos o governo do Estado cumprir com o que prometeu: construir um acesso viário, de três quilômetros de extensão, conectando-o à BR-101. Orçada em R$ 2,39 milhões, valor pequeno se comparado a outros investimentos estaduais, a rodovia pena para sair do papel. O capítulo mais recente dessa história foi a revogação do segundo processo de licitação. No Diário Oficial do Estado do último sábado, dia 21, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sdec) tornou público o fracasso de mais uma licitação, que havia sido finalizada em 2011. A segunda disputa – a primeira foi iniciada em 2010 e também terminou cancelada – havia sido vencida pela empresa Cobrapa, que cobrou R$ 2,39 milhões do dinheiro dos pernambucanos para tocar as obras. Essas estavam previstas para terem início no próximo mês de agosto, depois do período de chuvas no Estado. Seria preciso 90 dias para concluir a pequena estrada. Em nota oficial, a Sdec informou que “no início deste mês, a empresa vencedora do certame para executar as obras de acesso à Hemobrás-Fase 1 desistiu da assinatura do contrato alegando problemas internos”. Também na edição do dia 21 do Diário Oficial, a secretaria publicou o terceiro edital para a mesma obra. Se não bastasse as idas e vindas no projeto, há o forte risco de a Hemobrás começar a armazenar bolsas de plasma humano congelado em sua câmara fria neste segundo semestre e o caminho até o seu portão de entrada permanecer como está, descampado. O produto será utilizado na fabricação dos chamados hemoderivados, usados desde no tratamento de queimaduras até de hemofílicos – são eles: albumina, complexo protrombínico, Fator IX, Fator VIII, Fator de von Willebrand e imunoglobulina. Hoje, todos eles são importados pelo Brasil, a um custo anual de R$ 800 milhões. A primeira concorrência para o acesso foi realizada em 2010. Na época, foi responsabilidade da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) elaborar o processo licitatório. A vencedora foi a construtora Camilo Brito, contratada por R$ 2,2 milhões. Porém, a empresa desistiu no meio do caminho. A justificativa teria sido a ocorrência de fortes chuvas que atrapalharam o cronograma e também “problemas internos”. Entretanto, informações extraoficiais são de que a empresa pediu uma revisão nos valores do contrato e governo não aceitou. Após a desistência, a segunda colocada na concorrência, Imobiliária Rocha, foi procurada para assumir a obra. A resposta dada ao governo estadual foi “não”. Assim, por uma decisão administrativa, a responsabilidade de licitar o acesso ficou com a Sdec – que terminou enfrentando as mesmas dificuldades para transformar três quilômetros de asfalto em realidade. Jornal do Commercio - PE 25/07/2012 - 07:05 Engarrafamento de navios Greve da Anvisa prejudica operações em Suape, aumenta custo das empresas e gera fila de navios nos cais Angela Fernanda Belfort A greve dos funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deixou, até ontem, 13 navios sem poder atracar no Porto de Suape. “O navio Clipper Tarpon [DAS , está com 30 mil toneladas de trigo. Caso não consiga atracar hoje vai comprometer a produção de um grande moinho instalado no Estado”, disse, referindo-se à Bunge, o presidente do Sindicato das Agências de Navegação do Estado de Pernambuco (Sindanpe), Ricardo Luiz Von Sohsten. A Bunge usa o trigo para fazer a farinha e revende o produto para fábricas e padarias. “Se a empresa parar de moer, a população só deve sentir alguma consequência caso a greve se prolongue, porque o moinho e as empresas compradoras têm estoque”, adiantou. O Sindanpe entrou com uma ação na Justiça ontem à tarde pedindo para que os navios atraquem sem o certificado de livre prática, emitido pelos servidores da Anvisa. O certificado é um documento exigido para os navios atracarem e iniciarem as suas operações de embarque e desembarque em todo o território nacional. Outros portos também estão com o mesmo problemas, como o do Rio de Janeiro, o de Vitória e o de Santos, em São Paulo. Em Suape, dos 13 navios que estavam fundeados (estacionados) próximos ao cais, um desistiu. Foi o brasileiro Castillo de Maceda, que chegou na última sexta-feira e foi embora ontem. A embarcação trazia 7 mil toneladas de cloroetano, substância usada em solventes e que pode ser adicionada à gasolina. Os navios que estão nessa situação chegaram ao porto depois da última sexta-feira. O navio City of Antwerp, de bandeira panamenha, está trazendo 600 veículos do Sudeste para desembarcar em Suape. “São 400 carros da GM e 200 da Volkswagen”, afirmou Ricardo. “O prejuízo é muito grande para as empresas. Cada navio parado tem um custo médio de US$ 25 mil por dia”, comentou. Dependendo do tipo de embarcação, esta despesa pode chegar a US$ 50 mil diariamente. Segundo informações de Suape, entre 3 e 4 navios atracam, por dia, no cais da estatal. Além dos navios citados, os que estavam na mesma situação são (com as suas respectivas cargas): Alexandros M (combustível), Forte São Luiz (Butadieno - gás de cozinha), Trade Wind (embarque de etanol), Fairchem Mustang (etanol), Thorco Sapphire (carga para projetos como equipamentos e peças utilizadas na construção civil, como vigas), Aliança Europa, MSC Coruña, Chacabuco, Cap Gregory e Maestra Mediterrâneo. Os últimos cinco transportam contêineres com cargas que vão desde matéria-prima para a indústria até alimentos, entre outros. Os funcionários da Anvisa entraram em greve no último dia 16 e estão pedindo um reajuste salarial de 25%. Ontem, a reportagem do JC contatou a direção da agência que não retornou a ligação até o fechamento desta edição. Ainda ontem, duas liminares permitiram que dois navios iniciassem o processo de atracação. Eles traziam combustível e gás de cozinha, de acordo com o Sindanpe. Jornal do Commercio - PE 25/07/2012 - 07:17 SP exige teste para ser médico Conselho de Regional de Medicina paulista determinou realização de exame para que recém-formado possa exercer profissão A partir deste ano, todos os formandos de medicina no Estado de São Paulo serão obrigados a fazer a prova do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). O exame será obrigatório e pré-requisito para exercer a profissão e fazer residência. O Cremesp diz que a iniciativa se deu em decorrência da queda acentuada na qualidade do ensino médico. Segundo o órgão, das 28 instituições que formarão médicos neste ano, ao menos 16 apoiaram a medida. A Associação Médica Brasileira e as sociedades de medicina também se declararam favoráveis, diz o Cremesp. Neste ano, o exame será aplicado em 11 de novembro para cerca de 2.460 alunos do último ano do curso. Inicialmente, a prova será realizada uma vez por ano. A prova será composta por 120 questões de múltipla escolha sobre as nove principais áreas da medicina, que incluem pediatria, clínica médica, obstetrícia e saúde pública. O exame é aplicado desde 2005, mas de forma voluntária. Em sete anos, dos 4.821 alunos que participaram, 2.250 não foram aprovados. No ano passado, 46% dos alunos voluntários foram reprovados. Escolas tradicionais como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) boicotam o exame todos os anos. “Somos contra qualquer exame de ordem porque acreditamos que a medida serviria somente para punir o estudante no final do curso, e não as instituições de ensino responsáveis pela educação médica”, diz Marcela Vieira Freire, coordenadora-geral da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina. Segundo o cardiologista Braulio Luna Filho, coordenador do exame e 1º secretário do Cremesp, o Brasil é o único país que não aplica um exame final para estudantes de medicina. “Somos contra a abertura indiscriminada de cursos feita pelo MEC e essa é a forma de avaliarmos o ensino médico no Estado”, diz. O Conselho Federal de Medicina diz concordar com medidas de avaliação, mas não tem ainda consenso sobre a melhor abordagem para enfrentar o problema. Jornal do Commercio - PE 25/07/2012 - 07:17 Dia a Dia E o parque? O Parque da Tamarineira, área polêmica que precisou da mobilização da população para ser preservada, ainda não mereceu a devida atenção dos candidatos a prefeito do Recife. O projeto anda a passos lentos e é bom saber como o próximo gestor vai tocá-lo. Diario de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 07:06 Cartas à redação Água não mineral Espalha-se, no Recife, cada vez mais a venda de água “mineralizada”, como se fosse mineral, da fonte. A maioria das pessoas desconhece esse fato, pois ao ligarmos ao revendedor, as marcas oferecidas são vendidas como água mineral, de fato. Os órgãos de saúde de Pernambuco, vigilância sanitária e os jornais de grande circulação poderiam informar ao público do que se trata, se é seguro consumir água potável comum, adicionada de sais, e quais as marcas que operam dessa forma no estado e na capital. Paulo Santos – Recife Diario de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 06:32 Esforço para não criticar as gestões de ex-aliados Como estratégia de campanha, Geraldo Julio só atacará petistas se crítica for muito forte Glauce Gouveia Andréa Rêgo Barros Um desafio grande foi imposto pela coordenação de campanha ao candidato a prefeito do Recife pelo Frente Popular, Geraldo Julio (PSB): se esforçar para mostrar que vai ser melhor prefeito que os petistas João Paulo (2000/2008) e João da Costa (desde 2009) sem criticar as gestões dos dois. Quatro motivos são apresentados para isso: o candidato a vice-prefeito na chapa de Geraldo Agenda 40 na Campina do Barreto: é o ex-vice-prefeito de João Paulo, Luciano Geraldo tem quatro motivos para Siqueira (PCdoB); o atual vice-prefeito é o evitar ataques a João Paulo e João socialista Milton Coelho; não é bom chamar da Costa João Paulo, candidato a vice do prefeiturável Humberto Costa (PT), para a briga – ele é bom de voto na capital –; e os socialistas ainda apostam no apoio – e no voto – de boa parte dos aliados de João da Costa. Enquanto os ataques que recebe não são considerados fortes o suficiente para uma resposta, e enquanto João da Costa não define oficialmente seu apoio, Geraldo vem cumprindo bem a tarefa. Desde que começou a campanha, no último dia 6, só candidatos a vereador e algumas lideranças políticas de partidos que compõem a Frente Popular carregam nas críticas às gestões petistas. Nem o governador Eduardo Campos (PSB) – maior liderança da coligação – nem Geraldo Julio têm dito uma só vírgula contra aqueles que, até o começo de junho, eram aliados. “Me perguntam o tempo todo se vou criticar meus adversários nessa campanha. Vou não! Não vou estar brigando com A ou com B. Nossa briga é contra os problemas do Recife”, disse Geraldo para uma plateia formada por cerca de 600 pessoas durante Agenda 40 realizada ontem à noite na Campina do Barreto. “O povo não quer saber de intriga. O povo não quer que eu bata. Quer ouvir propostas”, acrescentou. E falando em propostas, o candidato justificou o fato de, até agora, ter se limitado a detalhar as ações previstas para a saúde (como a construção das 20 Upinhas em apoio às Unidade de Pronto Atendimento – UPAs). “Isso foi feito ouvindo a população. Em breve iremos detalhar nossas propostas para a educação, o trânsito, a mobilidade, os morros e os problemas de alagamentos. Escutando a gente acerta mais. E estamos escutando”, declarou. Esta semana, as tradicionais caminhadas pela cidade entrarão na agenda do socialista. De quinta a sábado, Geraldo Julio vai caminhar nos bairros do Ibura, Vasco da Gama e Água Fria. A partir da próxima semana, segundo o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, serão duas caminhadas por dia, sendo três nos sábados e nos domingos. Por ora, não há previsão da participação do governador nas caminhadas. Diario de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 07:06 Fora de controle Com a febre dos games, resta saber quando o prazer se transforma em vício. Há poucas pesquisas Enquanto você começa a ler as primeiras linhas desta reportagem, existe uma grande chance de Augusto Henrique Carvalho de Melo, 32 anos, estar sentado no sofá de sua casa, diante de um televisor e com um joystick nas mãos. Atari, Master System, Nintendinho, Mega Drive, Sega Saturn, Dream Cast, PlayStation 1, PlayStation 2, Xbox 1, Xbox 360, Nintendo 64 e Nintendo DS tornaram-se amigos inseparáveis ao longo dos anos. Mais de 600 games, no formato de cartuchos ou CDs, passaram pelas suas mãos. A média de jogatina diária é de 12 a 14 horas, segundo o próprio. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos mostram que a dependência dos jogos eletrônicos é bastante similar ao uso abusivo de álcool ou o vício em chocolate. No Brasil, esses estudos começam a engatinhar. O ambulatório de psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo oferece tratamento para dependentes digitais, com foco em internet e games. De acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, o estado não possui tratamento especializado para esses casos. Mas uma pesquisa inédita, realizada com 200 alunos da UFPE que utilizaram jogos eletrônicos nos últimos 12 meses, mostrou que 42% jogaram por um período de tempo maior que o planejado. Por isso, o Informática de hoje conta a história de Augusto. “Admito que sou viciado e sei que isso faz mal, assim como qualquer coisa em excesso”, diz. Ao ser perguntado se já tentou ou pretende parar, responde na maior franqueza: “Honestamente, não. Eu gosto disso”, afirma. A entrevista, que seria marcada para as 13h, foi adiada para 16h30. O motivo não foi trabalho. Por enquanto, Augusto está desempregado e faz bicos consertando computadores durante a semana. Uma parte do dinheiro vai para os jogos. Ele também estava estudando para prestar vestibular e ingressar em uma universidade, mas, por recomendação médica, deu uma pausa nos livros para cuidar da saúde. No início daquela tarde, ele estava concentrado jogando Tony Hawk’s HD. Havia dormido de madrugada, às 2h, tentando zerar Dead Space 2 para Xbox 360 no modo difícil. Às 7h, acordou e começou a jogar antes mesmo do café. “Não tenho muito sono, durmo em média duas ou quatro horas por dia”, explica. O primeiro contato com o universo dos videogames foi aos 8 anos, quando herdou um Atari 2600 do tio. Ele revela que sempre jogou bastante e isso não afetou seu desempenho na escola. “Eu tirava boas notas, porque fazia o dever de casa logo e ficava com o tempo livre. Não sou antis-social, mas saio pouco. Quando era adolescente, pratiquei taekwondo e judô. Atualmente, faço natação três vezes por semana, até por uma questão de saúde”, relata, tentando se desvencilhar do estereótipo de nerd. Augusto lembra que, no começo, a mãe pedia para ele moderar o tempo gasto jogando. “Hoje, ela nem briga mais. O desconforto maior é quando estou com um jogo mais violento”, comenta, acrescentando que não tem predileção por algum gênero ou estilo em específico. “Algo que me deixa bastante irritado é quando preciso dar pause para atender o telefone ou dar algum recado. Só não me aborreço se for algo programado e combinado antes, como a natação. Meu recorde foram 48 horas seguidas no Master System. Nem lembro qual foi o jogo”, conclui. Perfil do jogador Estudantes da graduação em psicologia da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade Católica de Pernambuco, coordenados pelo psicólogo Igor Lins Lemos, realizaram uma análise epidemiológica e sintomatológica do uso problemático de jogos eletrônicos. A pesquisa foi feita entre setembro e dezembro do ano passado e ouviu 200 estudantes da UFPE, de ambos os sexos, maiores de idade, de diversas áreas de ensino. Eles responderam nove perguntas de uma escala chamada Problem Video Game Playing (PVP). Todos tiveram contato com jogos eletrônicos nos últimos 12 meses. A maioria dos jogadores pesquisados é homem - 68% 34,56% dos 136 homens entrevistados apresentaram uso problemático dos jogos eletrônicos Entre as mulheres, o percentual foi de 21,88% 75,5% dos entrevistados afirmaram que precisaram continuar jogando porque perderam ou não alcançaram os resultados desejados 42% disseram que já tentaram parar de jogar, controlar ou diminuir o tempo gasto ou então jogaram por um período mais longo do que o planejado 76,5% dos participantes disseram ter feito pelo menos uma das seguintes coisas porque estavam jogando: deixar de comer, dormir tarde, passar menos tempo com amigos e família ou deixar de fazer lição de casa e trabalhos da faculdade. Diario de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 07:06 Entrevista - Igor Lins Lemos Vida social em segundo plano Igor Lins Lemos formou-se em psicologia em 2009 pela Universidade Católica de Pernambuco. Atualmente, atende em consultório e ministra aulas na Esuda e no Instituto Brasileiro de Gestão & Marketing (IBGM). Ele possui especialização em psicoterapia cognitiva comportamental pela UPE e estuda o universo dos jogos eletrônicos há cinco anos. Sua pesquisa de mestrado teve como tema Representações sociais da violência contida nos jogos eletrônicos. Igor possui outra pesquisa, esta de doutorado, em andamento, com o tema Um estudo da dependência de jogos eletrônicos em pacientes previamente diagnosticados com depressão. Nas horas vagas, joga Left 4 Dead, Unreal e Fifa. Há alguma forma de medir ou determinar se uma pessoa é viciada em games? Quanto ao uso de jogos eletrônicos, podemos falar em três fases. A primeira é o uso adaptativo, que é algo casual e corriqueiro. A segunda é o uso excessivo, que ocorre bastante na adolescência, mas não pode ser caracterizada como vício ou patologia. A terceira fase é a dependência, que se manifesta com alguns sintomas. Que sintomas são esses? De um modo geral, o indivíduo tem dificuldade em controlar o tempo gasto com o jogo. É muito difícil para ele interromper a atividade e ele deixa de ter uma vida com família, amigos e trabalho para jogar. Outro sintoma é uma certa irritabilidade. A pessoa fica ansiosa, com desejo de estar novamente jogando. Nesses casos, que tipo de jogo é o preferido? Normalmente, a dependência é para jogos online. Há uma preocupação em voltar a ficar conectado para evoluir o personagem no mundo virtual. Observamos uma frequência maior nos gêneros RPG e shooters, principalmente FPS. São games onde há formação de equipe. Como são os estudos sobre este tipo de dependência no mundo? Ainda é uma discussão relativamente recente, que aumentou na metade da década de 1990. Estados Unidos e Alemanha possuem centros de tratamento específicos para isso. No Brasil, o Hospital das Clínicas, em São Paulo, oferece tratamento. Mas a maioria das pesquisas realizadas no país analisa a dependência da internet e não dos jogos. Um grupo de psiquiatras está tentando colocar a dependência dos jogos eletrônicos como transtorno mental específico, em 2013, na DSM-V. Existe alguma semelhança com a dependência de álcool? Em ambos os casos, o dependente tem uma distorção perceptiva sobre ele mesmo. Costuma falar que vai demorar só mais cinco minutos e esse tempo nunca é o bastante para satisfazê-lo. Como é o tratamento? Eu trabalho com terapia cognitiva comportamental, que avalia por que o paciente acha o jogo e a internet mais interessantes do que a vida social. Os pais devem estar presentes para observar e regular os filhos. Já vi casos de crianças de seis anos com jogos para maiores de idade. Também tentamos praticar o tempo oposto. É uma inversão do tempo: o que era gasto socialmente, fica para os games e vice-versa. Deixar lembretes perto do computador, alertando sobre o uso excessivo, também é eficaz. A motivação do paciente deve ser bem trabalhada e podemos buscar juntos formas alternativas de uso das tecnologias. Quais as principais dificuldades do tratamento? Dificilmente a pessoa toma a decisão de vir sozinha. Alguém precisa convencê-la da importância da terapia. É comum os amigos falarem que é besteira procurar um psicólogo para falar sobre jogos e isso atrapalha. Muitas vezes, o paciente chega com TOC, depressão e outros tipos de transtornos. É preciso entender o que é causa e o que é consequência. Com um tratamento eficaz, geralmente a pessoa recebe alta com seis meses, sem necessidade de medicamentos. Serviço Consultório: Igor Lins Endereço: Rua Demócrito Souza Filho, 335, sala 402. Empresarial Green Tower. Bairro da Madalena, Recife. E-mail: [email protected] Diario de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 07:06 Recuperação é possível Aos 27 anos, Igor Rafael Medeiros está na reta final de sua graduação. No segundo semestre deste ano, vai para o último período do curso de ciências da computação na UFPE e começa a planejar seu ingresso no mercado, através de uma startup que vai incentivar a leitura. Os jogos eletrônicos foram praticamente riscados de sua agenda. Raramente, para não dizer quase nunca, ele joga algo. Nem sempre foi assim. Aos 18 anos, no ensino médio, descobriu que sua mãe estava com câncer e começou a buscar os games. “Jogava muito Counter Strike e RPG online como válvula de escape, só que fui perdendo o controle”, recorda. Jogava no mínimo três horas por dia, mas passava mais tempo na frente do PC. Uma vez chegou ao extremo de 22h jogando. No terceiro ano tentando prestar vestibular, conseguiu a vaga para o curso de ciências da computação. A dependência prejudicou o desempenho nas notas e nos trabalhos em equipe. Como consequência, no primeiro período, reprovou duas cadeiras. Às vezes, brigava com alguns amigos que tentavam ajudar ou até mesmo com a irmã, com quem dividia o PC. “Iniciei terapia com um psicólogo. As vezes que tentei racionar o tempo não deu certo. A solução foi radical, desinstalei tudo e parei com os games. Acho que o que mais contou para a minha recuperação foi força de vontade. Foi uma fase ruim que durou cinco anos”, comenta Igor, que deu a volta por cima. Ele espera que seu depoimento ajude outros jogadores dependentes a fazer uma autoanálise dos seus hábitos. Diario de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 07:06 Problema não está no jogo Left 4 Dead, Batman Arkham City e NBA 2k12 são apenas alguns dos jogos que o relações públicas Lucas Cisneiros, 25 anos, curte. Seus games favoritos pertencem aos gêneros esportes, ação com first person shooter (FPS) e RPG. Curiosamente, os mesmos estilos que o psicólogo Igor Lins Lemos apontou como predominantes entre o público que desenvolveu dependência de jogos eletrônicos. Só que a jogatina do rapaz dificilmente passa de uma hora por dia. Isso nos leva a uma pergunta: existe, de fato, um game viciante? “Jogo o suficiente para me distrair e tenho certeza que não prejudico minha vida social. Às vezes, minha namorada e meus amigos se juntam para jogar comigo. Pratico esportes e diminuo ainda mais o ritmo nos finais de semana. Eu também acho legal pesquisar placa de vídeo e incrementar a máquina”, explica Lucas Cisneiros. Na opinião do presidente da Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Games (Abragames), Fred Vasconcelos, as empresas não podem ser responsabilizadas. “Todo exagero é nocivo em qualquer coisa na vida. Um funcionário meu que tenho muita consideração deixou de ir ao meu casamento porque tinha um encontro amoroso em World of Warcraft. O vício é uma exceção à regra. O problema não está no jogo e sim na pessoa. As empresas preferem o cara que joga duas horas durante seis meses ao que passa o sábado e o domingo inteiros conectado”, afirma ele. Fred ressalta a importância dos games para várias indústrias, saindo do escopo de entretenimento e sendo utilizados também para propaganda, educação e até fins medicinais. “O jogo traz o lúdico, que é algo que precisamos no nosso dia a dia. Mas se você passa metade da semana jogando, está deixando de fazer alguma coisa. Essa corda, uma hora, vai arrebentar para o lado social, familiar, financeiro ou da saúde. Minha inquietação é outra pergunta: será que a vida está tão chata assim?”, questiona. Folha de Pernambuco - PE 25/07/2012 - 07:44 Combate a Hepatite vai até sexta-feira De hoje até sexta-feira, uma equipe está realizando testes rápidos para Hepatites B e C, no CTA/Coas de Caruaru. O teste é gratuito e de alta precisão Livia Mota De olho no Dia Mundial da Luta contra as Hepatites B e C, o município de Caruaru, no Agreste do Estado, lança hoje a campanha municipal. Serão três dias destinados à prevenção e informação sobre a doença. “Nosso desafio é conseguir chegar à parcela da população em situação de vulnerabilidade. São usuários de drogas, pessoas que fizeram transfusão de sangue antes de 1993 e filhos de mães com a Hepatite B”, pontuou o coordenador do Centro de Orientação e Aconselhamento Sorológico (Coas), Claudino Melo. Uma equipe de 400 agentes comunitários de saúde serão capacitados para abordar essas pessoas, levar informação sobre a doença e encaminhá-las para exames, se detectada a necessidade. “A população precisa fazer exames periodicamente. Atualmente existem mais de 500 milhões de pessoas infectadas no mundo e só 5% têm conhecimento. Isso se dá porque a doença demora a apresentar um sintoma”, declarou Melo. O mote da campanha 2012 foca no dado: de cada 12 pessoas no mundo, uma tem o vírus. De hoje até sexta-feira, uma equipe está realizando testes rápidos para Hepatites B e C, no CTA/Coas de Caruaru. O teste é gratuito e de alta precisão. A abertura oficial da campanha acontece hoje, na Escola Professor Machadino, com a presença da Secretária de Saúde, Aparecida de Souza.