Curso Fundamentos do Jornalismo

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Curso Fundamentos do Jornalismo
Seja Bem Vindo!
Curso
Fundamentos do Jornalismo
Carga horária: 50hs
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Dicas importantes
• Nunca se esqueça de que o objetivo central é aprender o
conteúdo, e não apenas terminar o curso. Qualquer um termina,
só os determinados aprendem!
• Leia cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se
deixando dominar pela pressa.
• Explore profundamente as ilustrações explicativas disponíveis,
pois saiba que elas têm uma função bem mais importante que
embelezar o texto, são fundamentais para exemplificar e melhorar
o entendimento sobre o conteúdo.
•
Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos
mais se diferenciará dos demais alunos dos cursos.
Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o
aproveitamento que cada aluno faz do seu momento de
aprendizagem diferencia os “alunos certificados” dos “alunos
capacitados”.
• Busque complementar sua formação fora do ambiente virtual
onde faz o curso, buscando novas informações e leituras extras,
e quando necessário procurando executar atividades práticas que
não são possíveis de serem feitas durante o curso.
• Entenda que a aprendizagem não se faz apenas no momento
em que está realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia.
Ficar atento às coisas que estão à sua volta permite encontrar
elementos para reforçar aquilo que foi aprendido.
• Critique o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação
do conteúdo no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido
quando pode efetivamente ser colocado em prática.
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Conteúdo
Assessoria de Imprensa
Comunicação Interna
Comunicação Organizacional
Comunicação Pública
Ética Jornalística
Conceitos diversos
Jornalismo Digital
Radiojornalismo
Relações Públicas
Telejornalismo
Teoria da Comunicação
Teorias do Jornalismo
Bibliografia/Links Recomendados
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Assessoria de Imprensa
A assessoria de imprensa é um dos instrumentos de
Comunicação desenvolvido para as organizações, e insere-se
nas atividades da área de comunicação. Ao contrário do que
alguns
equivocadamente
pensam,
a
tradução
do
inglêsPublicity não tem a ver com Publicidade, mas com
assessoria de imprensa. Sua principal tarefa é tratar da gestão do
relacionamento entre uma pessoa física, entidade, empresa ou
órgão público e a imprensa.
No Brasil, os profissionais que desempenham a função de
Assessoria de Imprensa costumam ter formação em Relações
Públicas ou em Jornalismo. Em alguns países, a função não é
exatamente de um jornalista, mas pode ser feita também por
relações públicas e pessoas com formação em comunicação.
Já em Portugal, não existe um acesso restrito à profissão e só
muito recentemente algumas instituições universitárias lhe
dedicam algumas matérias inseridas em cursos de comunicação
e jornalismo.
Segundo a explicação contida no website de uma empresa de
assessoria de imprensa brasileira e que ressalta bem as
peculiaridades dessa atividade, ainda há muita confusão entre
assessoria de imprensa e publicidade. Entretanto, são formas de
comunicação distintas. A publicidade utiliza-se de espaços pagos
(anúncios) em mídia eletrônica ou impressa, de um produto,
serviço ou empresa. Assessoria de imprensa é uma forma de se
conquistar cobertura editorial (reportagens, notas em colunas
etc.) nestas mesmas mídias, com apelo noticioso e não
comercial.
Uma Assessoria de Imprensa trabalha para um assessorado, que
pode ser um cliente particular ou uma instituição. Empresas,
pessoas físicas como "personalidades públicas", médicos,
advogados, músicos e instituições e organizações como
empresas estatais, autarquias, governos, partidos, sindicatos,
clubes, ONGs, ou indivíduos, entre outros costumam utilizar
serviços de assessoria de imprensa. O interesse pela assessoria,
em geral, é determinado pela geração de informações de
interesse público.
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Objetivos gerais
Estabelecer relações sólidas e confiáveis com os meios de
comunicação e seus agentes, com o objetivo de se tornar fonte
de informação respeitada e requisitada.
Criar situações para a cobertura sobre as atividades do
assessorado, para alcançar e manter – e, em alguns casos,
recuperar – uma boa imagem junto à opinião pública.
Apresentar, firmar e consolidar as informações pertinentes aos
interesses do assessorado no contexto midiático local, nacional e
internacional.
Implementar a cultura de comunicação de massa nos aspectos
interno e externo relativamente ao assessorado por meio de
condutas pró-ativas junto à estrutura midiática.
Capacitar o assessorado e outras fontes de informação
institucionais a entender e lidar com a imprensa.
Finalmente, mensurar o trabalho, mostrando relatórios
consistentes (de preferência usando indicadores ou KPI) aos
assessorados com os resultados conquistados.
Uma das principais funções do assessor de imprensa é aproximar
dos meios de comunicação a realidade das empresas, suas
notícias e principalmente informações de interesse público. É
impossível para os meios de comunicação ficarem sabendo de
tudo o que ocorre em entidades privadas e organismos
governamentais sem a ajuda de um assessor de imprensa.
Contudo, os assessorados também precisam entender que não
são todas as notícias internas da empresa que realmente
interessam à imprensa.
Press release
Press releases ou Comunicados de imprensa, ou apenas
releases são documentos divulgados por assessorias de
imprensa para informar, anunciar, contestar, esclarecer ou
responder à mídia sobre algum fato que envolva o assessorado,
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positivamente ou não. É, na prática, uma declaração pública
oficial e documentada do assessorado.
Geralmente, releases são usados para anúncios e lançamentos
de novidades, que a Assessoria tem interesse em que virem
notícia. Um release bem estruturado pode ser o mote para uma
pauta.
O release deve conter informação jornalística com objetivo
promocional para o assessorado — ou seja, ser ao mesmo tempo
de interesse jornalístico e institucional. Pode ser definido como o
material informativo distribuído aos jornalistas para servir de
pauta ou ser veiculado completa ou parcialmente, de maneira
gratuita. É uma proposta de assunto, um roteiro, uma sugestão
de pauta, mas do ângulo de quem o emite.
Os Press releases sobre eventos devem antecipar todos os
dados relativos, além de facilitar o acesso dos profissionais de
imprensa (caso exija credenciamento prévio, por exemplo). Sobre
produtos, devem conter informações específicas, factuais e
objetivas. Em todos os casos, uma boa contextualização do fato
anunciado ajuda a inserir melhor o conteúdo do comunicado na
pauta do veículo (em jargão jornalístico, dar "gancho" a uma
matéria).
O termo "press release" em inglês significa, literalmente, "soltura
à imprensa", e deriva do título comum que abria os comunicados
nos Estados Unidos: "for immediate release", ou "para divulgação
imediata".
Existe ainda o Press release direcionado, que é enviado com
exclusividade para um único veículo quando se pretende
negociar uma relação mais próxima entre a Assessoria e um
órgão específico de imprensa.
A popularização da internet facilitou o envio de comunicados por
correio eletrônico (e-mail) , fazendo aumentar o uso deste
recurso. Um aspecto disto é que, como conseqüência, houve
também um aumento da prática por jornalistas de publicar
releases integralmente ou quase inalterado. Para críticos, isto
tem gerado um esvaziamento da apuração no Jornalismo e um
crescimento indevido do poder das assessorias.
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Outro motivo que dá a diminuição da pesquisa de campo do
jornalista de redação é o enxugamento excessivo de jornalistas
dos veículos de comunicação que sobrecarregados utilizam
melhor o trabalho das assessorias e as solicitam mais. Também o
excesso de jornalistas formados e o pouco trabalho em redações
leva-os as assessorias.
O release, contudo, ainda é bastante mal visto por muitos
jornalistas das redações. Justamente por ter muitas assessorias
de imprensa, alguns jornalistas recebem centenas de releases
por dia.
Press-kit
Um Press-kit ou Pacote de imprensa é um pacote de Press
release com brindes promocionais, uma amostra/réplica do
produto ou o próprio produto, fotos de divulgação, credenciais de
imprensa e outros itens que facilitem a cobertura jornalística
sobre o que se quer divulgar e estimulem os jornalistas a publicar
a intenção do assessorado.
No formato de distribuição de noticiário denominado
"Regionalização da Notícia", informações oriundas das regiões ou
cidades em que será distribuido o release são insertadas neste
release, como entrevistas de personalidades locais, informações
sobre serviços disponíveis para os leitores da região ou cidade,
oferta de respostas a dúvidas dos leitores locais e outras formas
de interatividade.
Mailing list
A Mailing List (literalmente, "lista de correio") ou Mala Direta é
uma lista de endereços de destinatários aos quais a Assessoria
de Imprensa envia comunicados, notas, credenciais ou brindes
com o propósito de incentivar a publicação de determinada
informação.
Entrevistas coletivas
Coletiva de imprensa (português brasileiro) ou conferência de
imprensa (português europeu) ou entrevista coletiva é um evento
midiático onde uma assessoria de imprensa convida jornalistas
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para transmitir-lhes alguma informação, frequentemente abrindo
espaço para que estes façam perguntas acerca do assunto.
Existem dois motivos principais para o agendamento de uma
coletiva de imprensa. Uma é que a assessoria está tendo que
responder a muitos questionamentos de repórteres – por
telefone, por exemplo – e assim pode responder a todos de uma
vez só; outro motivo é tentar atrair a atenção da imprensa para
algo que, a princípio, não atraiu a atenção dos jornalistas.Coletiva
de imprensa (português brasileiro) ou conferência de imprensa
(português europeu) ou entrevista coletiva é um evento midiático
onde uma assessoria de imprensa convida jornalistas para
transmitir-lhes alguma informação, frequentemente abrindo
espaço para que estes façam perguntas acerca do assunto.
Em casos que uma declaração, opinião ou anúncio do
assessorado seja de interesse para um número significativo de
veículos de imprensa ou para a mídia em geral, as assessorias
de imprensa convocam entrevistas coletivas, que são eventos
nos quais o assessorado (ou um representante institucional) é
entrevistado ao mesmo tempo por vários órgãos de imprensa e
veículos de mídia.
Geralmente, o acesso de um jornalista a uma entrevista coletiva
depende de credenciamento prévio junto à assessoria ou à
instituição. As perguntas passíveis de serem dirigidas ao
assessorado podem ou não ter sido antecipadamente acordadas
e normalmente são limitadas a uma por veículo, ou pelo menos
uma por vez.
Entrevistas coletivas também são momentos propícios para
registro fotográfico.
Eventos e sociabilidade
Em certas ocasiões, uma Assessoria de Imprensa atua como
produção de eventos, atividade que não é sua, de origem.
Festas, coquetéis, cerimônias, seminários, oficinas, palestras,
entre outros, são eventos que podem ser úteis à Assessoria para
divulgar novidades ou atividades do assessorado. O público
destes eventos pode ser tanto externo quanto interno, e eles
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devem contar com a presença de agentes da mídia (jornalistas,
editores, fotógrafos, publicistas) para que sejam bem-sucedidos.
Comunicação Interna
Comunicação interna é a função responsável pela comunicação
efetiva entre integrantes de uma organização. Setor relativamente
jovem, a comunicação interna baseia-se nas teorias e práticas de
profissões relacionadas, como jornalismo, relações públicas,
marketing e recursos humanos, entre outras.
Definição
Entende-se por Comunicação Interna o esforço de comunicação
desenvolvido por uma empresa, órgão ou entidade para
estabelecer canais que possibilitem o relacionamento, ágil e
transparente, da direção com o público interno (na verdade, sabese que há vários públicos internos em uma organização) e entre
os próprios elementos que integram este público. Deve ficar
claro, portanto, que a Comunicação Interna não se restringe à
chamada comunicação descendente, aquela que flui da direção
para os empregados, mas inclui, obrigatoriamente, a
comunicação horizontal (entre os segmentos deste público
interno) e a comunicação ascendente, que estabelece o feedback e instaura uma efetiva comunicação. Nas organizações em
que se pratica apenas a comunicação descendente, talvez nem
seja apropriado mesmo falar-se em comunicação, porque, como
um processo, ela precisa realizar-se nos dois sentidos.
Tradicionalmente, a comunicação interna tem sido relegada a um
segundo plano no planejamento de comunicação das empresas,
órgãos ou entidades, certamente porque falta aos empresários e
executivos a consciência de que a comunicação (na verdade, a
boa comunicação - transparente, ágil, democrática e participativa)
é vital para o desenvolvimento e a sobrevivência das
organizações. É um equívoco imaginar que a comunicação
interna se restringe à circulação periódica de um jornal para os
funcionários, mesmo porque os jornais empresariais, com raras
exceções, têm uma pauta acentuadamente burocrática e não
incluem , necessariamente, os empregados como sujeitos ativos
do seu processo de produção. Nos últimos anos, em função do
esforço para aumento da produtividade e da qualidade, a
comunicação interna tem sido mais valorizada nas empresas,
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mas é preciso ainda derrubar uma série de tabus e, sobretudo,
democratizar a estrutura formal das organizações, que se
caracterizam (evidentemente, há poucas e boas exceções) por
uma hierarquia rígida e autoritária. Há uma bibliografia disponível
neste site sobre o tema (menor do que se deveria esperar, dada
a importância desta modalidade de comunicação) e é possível,
ainda, consultar alguns artigos, de autoria de profissionais
atuantes no mercado.
A Comunicação Interna engloba todas as práticas e processos
comunicativos de uma determinada organização com o seu
público interno (funcionários, colaboradores, acionistas).
Sendo estabelecida de forma correta, além de resultados
positivos nas áreas administrativa, mercadológica e econômica,
consegue tornar o ambiente de trabalho mais harmonioso e
agradável para todos que constituem a empresa. Criar um
planejamento estratégico, padronizando seus veículos de
Comunicação, a organização consegue passar informações
importantes, de forma organizada, clara e objetiva para seu
público interno, evitando o surgimento de suposições e
comentários errôneos, deixando os funcionários seguros e
motivados, estabelecendo uma imagem harmônica e clara que
transmite confiabilidade e credibilidade.
Neste processo de reestruturação, são vários os recursos que a
organização pode utilizar para que esta Comunicação Interna
comece a funcionar trazendo resultados positivos com o passar
do tempo, como: a criação de uma intranet única, a utilização de
jornal mural e jornal interno, realizando pesquisas de satisfação e
clima interno para tomar conhecimento da imagem que a
organização possui na cabeça de seus colaboradores.
Os colaboradores de uma organização querem ter conhecimento
dos negócios da empresa, das decisões que ela toma, da
situação que ela se encontra. A falta de informação, de uma
comunicação entre empresários e funcionários acaba gerando
desmotivação e falta de comprometimento. Torna-se fundamental
comunicar a missão da empresa, seus valores, metas e objetivos
ao público interno, pois quanto maior for seu envolvimento com a
organização, maior será o seu comprometimento.
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Portanto, a Comunicação Interna compreende os procedimentos
comunicacionais que ocorrem na Organização. Apoiando-se em
ideais administrativos, “visa proporcionar meios de promover
maior integração dentro da organização mediante o diálogo, a
troca de informações, experiências e a participação de todos os
níveis”(SCROFERNEKER, 2006, p. 47).
A ESTRUTURA DE UMA COMUNICAÇÃO INTERNA
Identificar canais de comunicação interna adequados é uma
tarefa cuidadosa e que exige um bom conhecimento da empresa,
dos seus costumes, da sua cultura e do perfil dos empregados.
Conhecer o público e saber como chegar a cada um é o ponto de
saída e a garantia de sucesso de um programa de comunicação
interna. O cuidado com a linguagem, com os meios é
fundamental. Não se pode informar a todos da mesma maneira,
com o mesmo linguajar e com os mesmo veículos, a não ser que
a neste caso dê preferência para a linguagem simples e que
todos tenham acesso ao veículo, que pode ser uma reunião
coletiva ou um informativo impresso.
Hoje, devido a custos, muitas empresas estão escolhendo
trabalhar a comunicação interna via Internet, Intranet. Quando
todos, ou grande parcela, têm acesso tudo bem, isso funciona.
Caso contrário, alternativas devem ser identificadas, como murais
em locais estratégicos (refeitório, entrada da empresa, local do
cafezinho, ônibus) e sistema de som.
Qualquer iniciativa de comunicação deve passar por
planejamento, revisto e discutido por uma equipe que contemple
várias áreas da empresa, desde que a área de comunicação e a
de recursos humanos interajam e se comprometam com o
processo. É muito comum apenas uma das áreas assumir,
eximindo a outra da responsabilidade, mas chamando-a para o
trabalho "braçal". Enquanto não houver integração nas próprias
áreas, é ilusão acreditar que a comunicação interna vai fluir.
Como Estruturar
Organização
a Comunicação
Interna
de uma
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A Organização que almeja resultados positivos e se preocupa
com o futuro, precisa se preocupar primeiramente com a
construção de uma Comunicação Interna eficaz. Para isto um
plano de ação deve ser programado e executado. Podemos
destacar os seguintes passos neste processo:
1) motivar os funcionários, mantendo-os sempre informados
sobre as diretrizes e mudanças na estrutura organizacional da
empresa.
2) direcionar as ações, estimular o cumprimento atingir metas.
3) estimular o desenvolvimento pessoal e a interação com outras
áreas.
4) Preocupar com a forma que as mensagens são transmitidas. A
comunicação deve ser clara, objetiva e, sobretudo transparente,
que não dê margens a conotações e dúbios sentidos.
5) atuar sempre em parceria com a gestão da organização, bem
como estimulando os funcionários a entendê-los e mostrar de
como podem alavancá-los com seu trabalho.
6) despertar o sentimento de vitória, reconhecer as qualidades
dos
funcionários.
7) informar o cenário econômico e tecnológico em que a empresa
está
inserida.
8) passar uma imagem de que todos são capazes de superar às
dificuldades e reverter à situação problemática.
A COMUNICAÇÃO INTERNA E SUA IMPORTÂNCIA
Para a maioria das empresas, a Comunicação Interna deixou de
ser apenas uma forma alternativa de comunicar. Visto sua
importância no ciclo de crescimento da empresa, agora é vista
como área fundamental e suas atividades integradas ajudam a
empresa em seu planejamento estratégico e êxito na conclusão
de seus objetivos.
Alguns gestores acreditam que não necessitam da criação da
área de Comunicação Interna, entretanto, não imaginam que
seus resultados poderiam ser maiores com a profissionalização
desta área.
Uma empresa com poucos colaboradores, independentemente
de seu resultado e atividade, pode e deve estabelecer
formalmente a Comunicação Interna.
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Algumas organizações recém-criadas acreditam que os primeiros
anos ainda são precoces para a implantação de um trabalho de
Comunicação Interna. Essa é uma visão míope, pois nada melhor
do que crescer cuidando de sua cultura organizacional desde a
fundação da empresa. (CLEMEN, 2005, p. 45) Não podemos
esquecer que as atividades de Comunicação Interna têm sempre
que estar diretamente ligadas com o planejamento da empresa,
tendo a visão clara do real interesse da empresa.
Para a autora Maria Alzira Pimenta (1999, p. 100), existem alguns
objetivos que se destacam mais: Construção da imagem
institucional da empresa, Adequação dos trabalhadores ao
aumento da competição no mercado, atender as exigências dos
consumidores mais conscientes de seus direitos, defender
interesses junto ao governo e aos políticos e encaminhar
questões sindicais e relacionadas à preservação do meio
ambiente, visto que hoje com a grande oferta de produtos o
consumidor pode escolher entre as empresas que além de
oferecem melhores preços, utilizam materiais biodegradáveis,
prestam assistência técnica, demonstram respeito aos direitos
trabalhistas.
As empresas, em sua maioria, buscam na Comunicação Interna
uma forma de suprir as necessidades dos cidadãos corporativos
para poderem assim alcançar seus objetivos, que são: aumento
dos lucros, melhor relacionamento entre os cidadãos
corporativos, melhoria da imagem interna e externa da empresa
entre outros objetivos que são fundamentais para o crescimento
e desenvolvimento da empresa. As empresas que acham que
seus resultados são gerados apenas pelos equipamentos de alta
tecnologia estão completamente enganadas e direcionadas ao
fracasso. Pois são as pessoas e sua interatividade, provocados
pela Comunicação Interna, as principais responsáveis pelos
resultados positivos de uma organização. Pode-se considerar que
as pessoas, ou seja, os cidadãos corporativos são os principais
responsáveis no êxito de quaisquer processos empresarial.
A Comunicação Interna, não deve ser usada para fazer com que
os empregados aceitem sem mais contestações às decisões
tomadas pelos presidentes e diretores da instituição, pelo
contrário, o departamento de comunicação interna deve ouvir as
decisões, ou melhor, ideias dos presidentes e passar isso de
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forma clara e objetiva para os demais funcionários, sendo
totalmente imparcial em sua mensagem. Não podemos esquecer
que em todas as empresas, sem nenhuma exceção, se não
foram bem informadas pelas fontes certas, entram no chamado
rádio peão, ou seja, comunicação informal. Este é o pior
informante dos funcionários, uma simples decisão de conter
gastos pode virar na imaginação dos funcionários e pelos
burburinhos dos corredores, corte do quadro de funcionários, não
pagamento de benefícios entre outras ideias mirabolantes
causadas pela falta da comunicação clara e objetiva.
Cabe ao departamento de Comunicação Interna produzir a
integração entre todos os departamentos, sendo assim as ideias
irão girar com maior rapidez, as pessoas se sentirão mais
motivadas, por percebem que não são apenas extensões das
máquinas.
Como as publicações institucionais são voltadas apenas para o
público interno, isso se torna um diferencial na empresa. As
publicações organizacionais se propõem a combater o
desconhecimento a respeito da empresa e promover a integração
entre os públicos ligados a ela, ao mesmo tempo em que
pretendem projetar a empresa para internamente assegurar a
boa produtividade e externamente conseguir aumentar as
vendas, e consequentemente, os lucros. Este é o objetivo
finalista, pois as empresas conseguem atingir muitos outros
objetivos intermediários com suas publicações. (REGO, 1986, p.
119).
Para muitos, o departamento de Comunicação Interna pode estar
ligado à qualquer outro departamento, quase sempre na área de
Recursos Humanos, as pessoas não conseguem enxergar a
Comunicação Interna como um departamento independente, com
sua equipe de trabalho especializada exatamente em transmitir
as mensagens com o pensamento em apenas um público, o
interno, e ainda poucos gestores de empresas têm a consciência
de que o público interno é tão importante quanto o público
externo.
Para CLEMEN (2005; 45), em vez de sistemas informais e
amadores de Comunicação Interna, essas empresas poderiam
realizar um trabalho direcionado e profissional de criação de valor
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para a marca da Organização, considerando o público interno
como principal multiplicador e disseminador de sua imagem.
OS INSTRUMENTOS DA COMUNICAÇÃO INTERNA
Jornal mural: este veículo, que deve se localizar em pontos
estratégicos e de visibilidade dentro da organização pode ser
descrito como um mural onde são dispostos os comunicados
oficiais da instituição. Hoje, com o avanço da tecnologia, algumas
empresas optam pelo mural eletrônico, que ao invés de se
localizar no corredor, fica disponível na intranet.
Veículos impressos: Uma de suas funções é a de registrar os
principais acontecimentos e eventos da instituição num
determinado período. Apresentam diversas vantagens, como a
publicação de entrevistas com membros da equipe ou alunos e
artigos de especialistas da entidade. Os impressos podem se
aprofundar mais em determinados assuntos e trazer imagens. É
importante que tais veículos mantenham uma linha editorial e
periodicidade fixas.
Exemplo: House organs, revistas e mala direta.
Eventos: nesta categoria, destacam-se congressos, palestras,
seminários, workshops, feiras e festas de confraternização. São
muito eficazes por gerar visibilidade, trabalhar com a emoção e
aproximar pessoas.
Painel eletrônico: único equipamento que pode ser visualizado
mesmo sob intensa luz solar.
Telão e vídeos convencionais não possuem a mesma capacidade
de visualização.
Mídia eletrônica: aqui se destacam os portais, blogs, intranet, emails, chats e fóruns. As vantagens estão na velocidade com a
qual se transmite a informação e no grande número de
receptores. No entanto, não se deve substituir todos os
impressos pela mídia eletrônica, tendo em vista que em alguns
casos não são todas as pessoas que têm acesso ao computador
e à internet na empresa.
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Minidoor: são cartazes confeccionados em folhas individuais de
outdoor. Por terem tamanho reduzido, podem ser utilizados para
divulgação de campanhas internas da organização, projetos e
parcerias.
Mobile marketing: torpedo SMS enviado via celular por meio de
mailing preestabelecido. Além de auxiliar na comunicação
interna, pode ser uma ferramenta de marketing direto. São
funcionais em período de processos seletivos e outras
divulgações especiais organização.
Rádio e TVs internos: esses veículos, que podem ser produzidos
pelos próprios colaboradores e gestores da organização, além de
integrar recursos potenciais como som e imagem, podem divulgar
diariamente os eventos e expor os profissionais da instituição.
House organ
House organ é a denominação dada ao veículo (jornal ou revista)
de uma empresa ou entidade. Ele geralmente é concebido para
divulgar os fatos e as realizações da empresa ou entidade e pode
assumir diferentes configurações, dependendo do público a que
se destina.
A maioria dos house organs tem o público interno como
prioritário, mas há casos ( cada vez mais frequentes) em que a
empresa ou entidade concebe dois ou mais house organs tendo
em vista atingir, de maneira adequada (em termos de pauta e
linguagem) públicos distintos.
Na verdade, esta é a solução ideal, pois é difícil imaginar que um
único veículo possa dar conta de promover a comunicação
efetiva com públicos com background cultural e demandas
informativas tão diversas, como os chamados trabalhadores do
"chão de fábrica", os executivos, os acionistas, os clientes, os
fornecedores e assim por diante. A época do house organ
"bombril", isto é, aquele que tem mil e uma utilidades, já passou,
ainda que as empresas ou entidades, por falta de percepção,
continuem optando por esta alternativa.
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As tecnologias modernas acrescentaram novas possibilidades
aos house organs, com a inclusão dos boletins eletrônicos e
interativos, disponíveis nas intranets.
Recentemente, tem crescido também a edição de newsletters,
veículos informativos mais ágeis e que, sobretudo, circunscrevem
conteúdos mais elitizados, destinados a públicos especiais,
normalmente constituídos de leitores interessados em
informações sobre negócios, mercado ou processos de gestão.
Jornalismo Institucional
Chama-se Jornalismo Institucional a especialização do jornalismo
voltada para o público interno de uma instituição, seja qual for
sua natureza (lucrativa, sem fins lucrativos, política, religiosa,
militar,
sindical
etc.).
O jornalismo institucional opera por vários suportes, mas
principalmente house organs (impressos de circulação interna) e
websites de internet e intranet. Geralmente é produzido por um
jornalista ou relações públicas ou ainda por empresas de
assessoria de imprensa.
A produção de jornais-mural, fôlderes, panfletos e de vídeos
institucionais também fazem parte do jornalismo institucional.
Esse material pode ter caráter informativo ou de divulgação e
marketing.
Comunicação Organizacional
Comunicação Organizacional é o tipo ou processo de
comunicação que ocorre no contexto de uma organização, seja
esta pública ou privada. Fazem parte da Comunicação
Organizacional o conhecimento e o estudo dos grupos de
interesse de uma instituição (públicos), o planejamento de
práticas de comunicação nos âmbitos interno (comunicação
interna) e externo (comunicação externa), aí compreendidos a
escolha e os usos de medidas empregadas, sua implementação
e sua contínua avaliação.
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Atualmente os estudos sobre a Comunicação Organizacional se
ampliam e tendem a levar cada vez mais em conta aspectos
político-econômicos das instituições, sua inserção em contextos
micro e macro-sociais, a existência de novas tecnologias de
comunicação e as novas configurações das relações com os
públicos. Diversas disciplinas contribuem para tais estudos, como
a Antropologia (cultura organizacional), a Sociologia (revisão dos
conceitos de público, estudos das redes sociais e teorias das
ações coletivas), a Filosofia (ética, estudo dos conceitos e das
lógicas dos discursos e práticas institucionais) e a Administração
(estudos das organizações, gestão estratégica).
A Comunicação Organizacional normalmente é uma área de
atuação do profissional ou amador de Relações Públicas, mas
atualmente vem contando também com a presença de jornalistas
(Jornalismo institucional ou corporativo) e publicitários. A
Universidade de Brasília - UnB, a partir do ano de 2010, está em
processo de formação da primeira turma de Comunicação
Organizacional, no Brasil. Esta turma de Comunicação
Organizacional é vinculada à sua Faculdade de Comunicação,
sem nenhuma relação de subordinação com a especialização em
Relações Públicas, sendo uma nova formação, independente
daquela (Relações Públicas).
Hunt e Grunig (1994 apud KUNSCH, 1997, p. 119) afirmam que
stakeholders são "Qualquer indivíduo ou grupo que pode afetar
uma organização ou é afetado por suas ações, decisões,
políticas,
práticas
ou
resultados.".
Existem
diversas
denominações para os públicos estratégicos, dentre as quais se
destaca a defendida por Donaldson e Lorsch (1983 apud HITT,
2003, p. 28) que os classificam em três grandes grupos:
"Stakeholders no mercado de capitais - acionistas e principais
fontes de capital-, stakeholders no mercado do produto - clientes
primários, fornecedores, comunidades anfitriãs e sindicatos - e
stakeholders no setor organizacional - empregados, gerentes e
não gerentes".
Comunicação Pública
A comunicação pública trata dos processos de comunicação
(instrumental) realizados pela sociedade civil organizada, Estado,
governo e terceiro setor, com foco no interesse público, na
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formação de uma sociedade cidadã e democrática, em encurtar
distâncias sociais reduzindo as diferenças e em ampliar a
capacidade analítica individual em prol do coletivo.
A Constituição Federal de 1988 instaurou no Brasil o Estado
Democrático de Direito, que tem como princípio a coresponsabilidade do cidadão e do governo na formação do
Estado e na defesa do interesse público. Esse modelo cria uma
atenuação das fronteiras entre o público e o privado, abre espaço
para a atuação da sociedade e de suas organizações em áreas
tidas até então como exclusivas do Estado e exige dos cidadãos
uma postura atuante, crítica e responsável. A comunicação,
processo básico da vida em sociedade, reflete esse novo
ambiente e assume características próprias, diferentes das que
foram estudadas e conceituadas até então. Surge, então, o
conceito de Comunicação Pública.
Comunicação Pública é diferente de comunicação governamental
e de comunicação política.
A comunicação governamental é a praticada por um determinado
governo, visando a prestação de contas, o estímulo para o
engajamento da população nas políticas adotadas e o
reconhecimento das ações promovidas nos campos político,
econômico e social. Enfim, é uma forma legítima do governo se
fazer presente perante a população.
Comunicação política, ou marketing político, é uma forma de
divulgação de um político ou de um partido político, com foco no
processo eleitoral, e carece, portanto, da indispensável
legitimação da sociedade.
Tanto a comunicação governamental como a política buscam
atingir a opinião pública, frequentemente usando a propaganda,
buscando respostas rápidas e efeitos imediatos que possam ser
auferidos pelas pesquisas e transformados em estratégias de
campanha. É comum o uso extensivo e intensivo da mídia na
competição por resultados eleitorais e/ou político-partidários, e
frequentemente servem como instrumento de gestão de um
processo social complexo, imprevisível e de difícil planejamento.
Já o conceito de Comunicação Pública relaciona-se diretamente
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com a correta compreensão do termo "bem público". Esse termo,
por muitos anos, foi entendido erroneamente como o "bem", ou
"aquilo", que não pertence a ninguém. No atual contexto em que
vivemos no Brasil, o "bem público" é, e deve ser amplamente
compreendido e reconhecido, como "aquilo" que pertence a
todos. Logo, deve ser tratado e defendido como próprio, por
dever e direito.
A Comunicação Pública implica numa prática comprometida com
a democracia e a construção da cidadania e é, portanto, um
conceito que supõe um posicionamento político (que não é o
mesmo que partidário). A abrangência do conceito é ampla e este
não pode ser reduzido, na medida em que precisa nortear uma
legítima política de comunicação entre Estado e sociedade.
Público é visto, na democracia como o que convém e interessa a
todos. Portanto, a comunicação pública pode ser entendida como
um processo de comunicação indispensável à democracia, como
maneira de garantir a liberdade e a autonomia da sociedade,
tendo como principais fundamentos a diversidade e a diferença. A
Comunicação Pública é, portanto, a comunicação que acontece
no espaço público e pretende ser um meio de negociação, debate
e interesse público, envolvendo a Sociedade Civil, o Estado e o
Governo.
Ética Jornalística
A Ética Jornalística é o conjunto de normas e procedimentos
éticos que regem a atividade do jornalismo. Ela se refere à
conduta desejável esperada do profissional. Portanto, não deve
ser confundida com a deontologia jornalística ligada à dêontica, a
deontologia se refere a uma série de obrigações e deveres que
regem a profissão. Embora geralmente não institucionalizadas
pelo Estado, estas normas são consolidadas em códigos de ética
que
variam
de
acordo
com
cada
país.
Atualmente, o jornalismo oscila entre a imagem romântica de
árbitro social e porta-voz da opinião pública e a de empresa
comercial sem escrúpulos que recorre a qualquer meio para
chamar a atenção e multiplicar suas vendas, sobretudo com a
intromissão em vidas privadas e a dimensão exagerada
concedida
a
notícias
escandalosas
e
policiais.
20
Jornalismo é também definido como "a técnica de transmissão de
informações a um público cujos componentes não são
antecipadamente conhecidos". Este particular diferencia o
Jornalismo das demais formas de comunicação. Atualmente,
termo Jornalismo faz referência a todas as formas de
comunicação pública de notícias e seus comentários e
interpretações.
O tipo de jornalismo de ética duvidosa ou contestável é chamado
de
imprensa
marrom.
Objetividade
Um princípio comum no jornalismo é o da objetividade, que prega
que o texto deve ser orientado pelas informações objetivas, não
subjetivas — ou seja, descrevendo características do objeto da
notícia, e não impressões ou comentários do sujeito que o
observa (no caso, quem redige a matéria). Por exemplo, o texto
jornalístico pode conter grandezas (altura, largura, peso, volume,
temperatura etc.), propriedades materiais (forma, cor, textura etc.)
e descrição de ações, mas não adjetivos e advérbios opinativos
("bom",
"ruim",
"melhor",
"pior",
"infelizmente"
etc.).
Mais recentemente, no entanto, diversos críticos e profissionais
têm refutado este princípio, alegando que, na prática, "a
objetividade não existe", pois toda construção de texto é um
discurso e uma narrativa em que ocorrem seleções vocabulares
influenciadas por ideologias, pela práxis e por outros valores
subjetivos.
Estes críticos costumam
desdenhosamente,
como
referir-se
o
"Mito
a este princípio,
da
Objetividade".
Imparcialidade
A questão da imparcialidade é também central nas discussões
sobre ética jornalística. É difícil distinguir textos jornalísticos
objetivos do chamado jornalismo opinativo. Jornalistas podem,
intencionalmente ou não, cair como vítimas de propaganda ou
desinformação. Mesmo sem cometer fraude deliberada,
jornalistas podem dar um recorte embasado dos fatos sendo
21
seletivos na apuração e na redação, focando em determinados
aspectos em detrimento de outros, ou dando explicações parciais
— tanto no sentido de incompletas quanto de tendenciosas. Isto é
especialmente efetivo no Jornalismo Internacional, já que as
fontes da apuração estão mais distantes para serem checadas.
Verdade e precisão
Todos os Códigos de Ética do jornalismo incluem como valores e
preceitos fundamentais do jornalismo a busca da verdade, a
veracidade
e
a
precisão
das
informações.
No Brasil, o Código de Ética da FENAJ (Federação Nacional dos
Jornalistas), estabelece, no art. 2º, I, que "a divulgação da
informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação
e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus
proprietários" e no art. 2º, II, acrescenta que "a produção e a
divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos
fatos". Por fim, o artigo 4º afirma que "o compromisso
fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos,
deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos
acontecimentos e na sua correta divulgação" e o art. 7º, que: "O
jornalista não pode (...) II - submeter-se a diretrizes contrárias à
precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da
informação”.
Por sua vez, a Declaração de Princípios sobre a Conduta do
Jornalista, da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ ou IFJ,
na sigla em inglês), afirma que "jornalistas dignos do nome" (art.
9) devem seguir fielmente o princípio estabelecido no artigo 1º:
"O respeito à verdade e ao direito do público à verdade é a
primeira obrigação do jornalista".
Confidencialidade
As fontes jornalísticas são pessoas, entidades e documentos que
fornecem informações aos jornalistas, seja emitindo comentários
e opiniões, verificando o rigor de dados obtidos ou aferindo a
veracidade dos juízos de valor que lhes foram confiados. Em
22
vários casos, as fontes concordam em prover estas informações
desde que sua identidade seja preservada incógnita pelo
jornalista com quem conversa. Nestas situações, o profissional
(repórter, editor ou redator) tem o dever de mantê-la no
anonimato e só pode revelá-la caso autorizado pela própria fonte.
Quando a fonte concorda em aparecer, mas fornece uma
informação pela qual não está disposto a responder ou sustentar,
ou não autoriza sua publicação, diz-se que a informação é dada
off the records (fora de registro), ou simplesmente "em off".
Nos EUA, entre 2003 e
de confidencialidade
envolvendo a repórter
colunista Robert Novak
Valerie
2005, houve um famoso caso de quebra
de fonte determinada pela Justiça,
Judith Miller, do New York Times, o
do Washington Post, e a agente da CIA
Plame.
Também em 2005, no mesmo país, foi revelada a identidade do
informante Mark Felt, conhecido como Garganta Profunda, que
entre 1972 e 1974 servira como principal fornecedor de
informações confidenciais aos repórteres Bob Woodward e Carl
Bernstein no caso Watergate.
Jabá
Algumas relações entre jornalistas e os assuntos de suas
matérias chegam a ser promíscuas, principalmente quando as
fontes e personagens oferecem benefícios materiais em troca de
exposição na mídia, publicidade ou elogios. Na maior parte das
vezes, porém, este tipo de "propina" ou "suborno" ocorre
tacitamente, veladamente, para evitar que alguma das partes seja
formalmente acusada. Uma maneira comum de oferecer esta
troca é enviar presentes ao responsável pela matéria. No Brasil,
esta prática de suborno implícito é chamada pelo jargão jabaculê
ou
simplesmente
jabá.
O jabá ocorre frequentemente com críticos e no Jornalismo
Cultural.
Matéria encomendada
23
Também é um problema ético quando determinadas assessorias
de imprensa negociam com jornalistas dos veículos a inclusão na
pauta de determinado assunto que seja de interesse da
instituição ou do indivíduo que elas assessoram. Nos casos em
que o assunto, por conta própria, não tenha valor noticioso
suficiente para ser publicado, diz-se que a matéria foi "plantada"
na redação — ou seja, nascida no ambiente externo à redação, e
não
naturalmente,
pelo
"faro"
dos
repórteres.
Quando, por outro lado, a pauta é indicada por um superior na
redação, por um dos diretores, executivos ou até pelo dono do
veículo, diz-se que a matéria é "recomendada", termo que no
jargão jornalístico é conhecido como reco, pauta rec ou pauta
500.
Quarto Poder
Uma função do Jornalismo nos regimes democráticos é fiscalizar
os poderes públicos e privados e assegurar a transparência das
relações políticas, econômicas e sociais. Por isto, a imprensa e a
mídia são às vezes cognominadas de Quarto Poder (em seguida
aos poderes constitucionalmente estabelecidos: Executivo,
Legislativo e Judiciário).
CÓDIGO DE ÉTICA DO JORNALISMO NO BRASIL
O Código de Ética dos Jornalistas brasileiros está em vigor desde
1987, depois de aprovado no Congresso Nacional dos
Jornalistas. Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas
(FENAJ) o documento "fixa as normas a que deverá subordinarse a atuação do profissional, nas suas relações com a
comunidade, com as fontes de informação, e entre jornalistas".
As punições previstas incluem desde advertência até expulsão do
sindicato
respectivo.
O que normalmente os jornais fazem atualmente é ter um
responsável jurídico para adequar textos que possam difamar,
caluniar e injuriar pessoas. Não só pela questão social
24
democrática do direito do indivíduo, mas porque os processos
judiciais saem muito caros e danosos financeiramente para os
veículos de comunicação e muito caros para a imagem. As
matérias mais polêmicas, portanto são verificadas e colocadas
em termos jurídicos não prejudiciais à sociedade e ao veículo de
comunicação.
Um caso notório de erro jornalístico no Brasil foi o da Escola
Base, no qual vários órgãos de imprensa publicaram acusações
de que um casal de pedagogos numa escola em São Paulo
estaria praticando abuso sexual com seus alunos. Mais tarde, as
acusações se provaram infundadas e a Justiça determinou que
os
caluniados
fossem
indenizados.
Outros casos foram os programas polêmicos de televisão que
duvidam da veracidade dos casos apresentados. E teve uma
pressão comercial de que marcas e produtos não fizessem
propostas
de
comerciais
com
as
emissoras.
Em janeiro de 2012, a Associação dos Cronistas Esportivos do
Rio de Janeiro decidiu punir profissionais da mídia que
comemorarem gols durante uma partida. A medida ocorreu após
o repórter Eric Faria, da TV Globo, ser flagrado pelas câmeras do
Premiere, da Globosat, comemorando o primeiro gol vascaíno
durante uma partida entre Fluminense e Vasco.
CÓDIGO DEONTOLÓGICO DO JORNALISMO
Em Portugal, o Código de Ética se denomina Código
Deontológico.
O episódio das crianças de pré-escola situada no bairro do
Cambuci, São Paulo, foi praticamente esgotado no livro "Caso
Escola Base - Os abusos da imprensa", do então graduando em
jornalismo, Alexander Augusto Ribeiro, conhecido por Alex
Ribeiro. O então bacharelando pesquisou sobre o assunto - teve
facilidades, porque era oficial de justiça do Fôro Criminal de São
Paulo - para elaborar trabalho de conclusão de curso. O então
diretor da Escola de Comunicações e Artes - ECA - da
Universidade de São Paulo, Jair Borin, já falecido, afirmou que o
aluno havia escrito um livro sobre ética da profissão, ao invés de
25
mero trabalho de conclusão de curso. Publicado, se tornou
referência em Ética Jornalística, propicado ao autor o "Prêmio
Jabuti". Hoje, a obra se encontra esgotada, e o autor é
correspondente em Washington, de um grande jornal brasileiro
de economia.
Conceitos diversos
ENTREVISTA
Entrevista é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o
entrevistador e o entrevistado) em que perguntas são feitas pelo
entrevistador para obter informação do entrevistado. Os
repórteres entrevistam as suas fontes para obter destas
declarações que validem as informações apuradas ou que
relatem situações vividas por personagens. Antes de ir para a
rua, o repórter recebe uma pauta que contém informações que o
ajudarão a construir a matéria.
Além das informações, a pauta sugere o enfoque a ser
trabalhado assim como as fontes a serem entrevistadas. Antes da
entrevista o repórter costuma reunir o máximo de informações
disponíveis sobre o assunto a ser abordado e sobre a pessoa que
será entrevistada. Munido deste material, ele formula perguntas
que levem o entrevistado a fornecer informações novas e
relevantes. O repórter também deve ser perspicaz para perceber
se o entrevistado mente ou manipula dados nas suas respostas,
fato que costuma acontecer principalmente com as fontes oficiais
do tema. Por exemplo, quando o repórter vai entrevistar o
presidente de uma instituição pública sobre um problema que
está a afetar o fornecimento de serviços à população, ele tende a
evitar as perguntas e a querer reverter a resposta para o que
considera positivo na instituição. É importante que o repórter seja
insistente. O entrevistador deve conquistar a confiança do
entrevistado, mas não tentar dominá-lo, nem ser por ele
dominado. Caso contrário, acabará induzindo as respostas ou
perdendo a objetividade.
As entrevistas apresentam com frequência alguns sinais de
pontuação como o ponto de interrogação, o travessão, aspas,
reticências, parêntese e às vezes colchetes, que servem para dar
ao leitor maior informações que ele supostamente desconhece. O
título da entrevista é um enunciado curto que chama a atenção
26
do leitor e resume a ideia básica da entrevista. Pode estar todo
em letra maiúscula e recebe maior destaque da página. Na
maioria dos casos, apenas as preposições ficam com a letra
minúscula. O subtítulo introduz o objetivo principal da entrevista e
não vem seguido de ponto final. É um pequeno texto e vem em
destaque também. A fotografia do entrevistado aparece
normalmente na primeira página da entrevista e pode estar
acompanhada por uma frase dita por ele. As frases importantes
ditas pelo entrevistado e que aparecem em destaque nas outras
páginas da entrevista são chamadas de "olho".
Métodos de entrevista
Os métodos de entrevista são uma aplicação dos processos
fundamentais de comunicação que quando são corretamente
utilizados permitem ao investigador retirar das suas entrevistas
elementos de reflexão muito ricos. Nos métodos de entrevista,
contrariamente ao inquérito por questionário, há um contato
direto entre o investigador e os seus interlocutores. Esta troca
permite o interlocutor do investigador exprimir as suas ideias,
enquanto que o investigador, através das suas perguntas, facilita
essa expressão e não deixá-la fugir dos objetivos de
investigação, cabendo também ao investigador trazer elementos
de análise tão fecundos quanto possível.
No âmbito da análise de histórias de vida, o método de entrevista
é extremamente aprofundado e detalhado com muitos poucos
interlocutores, o que leva a que as entrevistas sejam divididas em
várias sessões. O método de entrevista é especialmente
adequado na análise que os autores dão às suas práticas, na
análise de problemas específicos e na reconstituição de um
processo de ação, de experiências ou acontecimentos do
passado. Tem como principais vantagens o grau de profundidade
dos elementos de análise recolhidos, a flexibilidade e a fraca
diretividade do dispositivo que permite recolher testemunhos dos
interlocutores. Quanto a desvantagens, a questão de flexibilidade
também pode vir ao de cima. Isto porque o entrevistador tem que
saber jogar com este fator, de forma a estar à vontade, mas
também de forma a não intimidar o interlocutor, o que poderia
ocorrer caso, por exemplo, a linguagem ou a postura do
entrevistador fossem de tal forma flexíveis. Outra desvantagem
27
comparativamente ao método de inquérito por questionário é o
fato de os elementos recolhidos não se apresentarem
imediatamente sob uma forma de análise particular.
O método das entrevistas está sempre relacionado com um
método de análise de conteúdo.
Quantos mais elementos de informação conseguirmos aproveitar
da entrevista, mais credível será a nossa reflexão.
Entrevista não-dirigida
Uma entrevista para a televisão.
A entrevista semi-diretiva é a mais utilizada em investigação
social. É semi-diretiva, pois é encaminhada por uma série de
perguntas guias, relativamente abertas e não muito precisas, que
não obedecem necessariamente à ordem que está anotada no
guião. O entrevistador desta forma, “deixará andar” dentro do
possível
o
entrevistado,
esforçando-se
apenas
para
reencaminhar a entrevista para os seus objetivos quando esta se
perder um pouco, colocando perguntas às quais o entrevistado
não chega por si próprio, de forma natural e no tempo certo.
Entrevista dirigida
Já a entrevista dirigida, ou focused interview, tem como objectivo
analisar uma experiência que o entrevistado tenha vivido ou
assistido. O entrevistador não dispõe de nenhum guião com
perguntas preestabelecidas, mas sim de uma lista de tópicos
relativos ao tema estudado que serão necessariamente
abordados ao longo da entrevista com o desenrolar da conversa.
VALOR NOTÍCIA
Valor-notícia é um valor subjetivo que determina a importância
que um fato ou acontecimento tem para ser noticiado. Por este
motivo é também designado de critério de noticiabilidade. Sua
experiência profissional e intuição. Os fatores ou critérios que dão
um fato valor-notícia coincidem na maior parte das redações dos
meios de comunicação social. Em 1965, Johan Galtung e Mari
28
Holmboe Ruge enumeraram esses fatores. A sua análise
mantém-se atual embora existam outras tipologias.
De acordo com o impacto
Amplitude: quanto maior o número de pessoas envolvidas maior
a probabilidade de o acontecimento ser noticiado. Mas há que
contar com o fator da proximidade ou o princípio do mortoquilômetro: 300 mortos em Mogadíscio valem menos do que 10
mortos nos arredores de Lisboa (exemplo adaptado à realidade
portuguesa)
Frequência: quanto menor for a duração da ocorrência menor
probabilidade terá de ser relatada em notícia. Por exemplo, um
terremoto terá mais relevância noticiosa do que as medidas
tomadas após o mesmo. Acontecimentos de longa duração,
como por exemplo, a viagem de satélites pelo espaço, têm fraca
cobertura. Os acontecimentos rotineiros podem ser noticiados se
tiverem interesse para muita gente como os jogos de futebol do
fim-de-semana e as reuniões parlamentares, por exemplo. Já o
fato rotineiro de os comboios chegarem sempre há horas não tem
valor-notícia.
Negatividade: as más notícias vendem mais do que boas
notícias. Além disso, são mais fáceis de noticiar do que boas
notícias. Entre as más notícias há uma certa hierarquia na
preferência do leitor, telespectador, ouvinte ou internauta. O
noticiário envolvendo morte tem grande impacto junto à
audiência. As mortes por assassinato são as que mais comovem
e, consequentemente, atraem o público. Depois vêm as notícias
de mortes por atentados, guerras e conflitos diversos, acidentes
aéreos, automobilísticos ou por qualquer meio de transporte e as
tragédias naturais. A morte de celebridades, trágica ou não,
também têm grande poder de atração da audiência por parte dos
meios de comunicação.
Caráter inesperado: Um evento totalmente inesperado terá mais
impacto do que um evento agendado e previsto. Como o
jornalista Charles Anderson Dana escreveu: "Se um cão mordeu
um homem, isso não é notícia. Mas se um homem morder um
cão, isso é notícia!!!"
29
Clareza: eventos cujas implicações sejam claras vendem mais
jornais do que aquelas que estão abertas a mais do que uma
interpretação, ou cujo entendimento exija conhecimentos acerca
dos antecedentes ou contexto desse mesmo evento.
De acordo com a empatia com a audiência
Personalização: as ocorrências que possam ser retratadas como
ações de indivíduos atraem um maior interesse humano pela
história relatada pelo jornalista.
Significado: este critério está relacionado com a proximidade
geográfica e cultural que a ocorrência possa ou não ter para o
leitor. Notícias sobre acontecimentos, pessoas e interesses mais
próximos do leitor terão um maior significado para ele.
Referência a países de elite: notícias relacionadas com países
mais poderosos têm maior destaque do que notícias relativas a
países de menor expressão política e econômica.
Referência a pessoas que integram a elite: histórias acerca de
pessoas ricas, poderosas, influentes e famosas recebem uma
maior
cobertura
noticiosa.
De acordo com o pragmatismo da cobertura mediática
Consonância: segundo este critério os jornalistas têm esquemas
mentais em que prevêem que determinado acontecimento pode
vir a ocorrer. Esta previsão tem a ver com a experiência e rotina
do jornalista que escolhe o que é noticiável em consonância com
aquilo que tinha antevisto. Assim se uma ocorrência corresponder
às expectativas do jornalista terá maiores probabilidades de ser
publicada.
Continuidade: uma vez publicada, a notícia ganha uma certa
inércia. Como a história já foi tornada pública existe uma maior
clareza acerca da mesma. Isto cria um acompanhamento da
notícia até que outras notícias mais importantes em agenda
obriguem a deixar cair o assunto.
Composição: o arranjo das notícias por rubricas, seções ou
cadernos deve ser equilibrado. Se um acontecimento
internacional for importante terá de competir com o valor de
30
outros acontecimentos internacionais para ocupar um
determinado espaço na seção dedicada a este tipo de notícias.
Assim a importância de uma história não depende apenas do seu
valor-notícia, mas também do seu valor face a outras histórias.
TÉCNICA DE REDAÇÃO
Técnica de redação é o nome que se dá à disciplina que
determina as técnicas de escrever para a imprensa e veículos
jornalísticos. A redação jornalística é o estilo de prosa curta,
utilizado em matérias jornalísticas e boletins noticiosos
publicados
em
jornais,
revistas,
rádio
e
televisão.
A técnica diz respeito não apenas à estrutura frasal e ao
vocabulário utilizados, mas também a ordem em que as
informações são apresentadas, o tom, o discurso e os interesses
dos leitores.
Esta estrutura é chamada de pirâmide invertida. Entre os maiores
e mais respeitados jornais, franqueza e equilíbrio são fatores
fundamentais na apresentação verbal da informação. As políticas
editoriais determinam o não uso de adjetivo, eufemismos e
jargões. Jornais com público leitor internacional, por exemplo,
geralmente
usam
estilo
de
redação
mais
formal.
Especificamente, a redação jornalística deve ser inteligível para a
maior parte dos leitores em potencial, bem como ser instigante e
concisa. Dentro destes limites, matérias também pretendem ser
compreensíveis ou satisfazer a curiosidade dos leitores. Os
jornalistas devem antecipar as dúvidas dos leitores e respondêlas.
A prosa jornalística deve ser explícita e precisa, além de tentar
não se basear em jargões de profissões ou comunidades
específicas. Via de regra, jornalistas não usam termos incomuns
quando podem usar palavras coloquiais. A construção gramatical
utilizada
é
sujeito-verbo-predicado.
Em jornalismo mais popular ou literário, é comum incluir
exemplos, metáforas e anedotas, e menos generalizações e
31
idéias abstratas. Redatores geralmente evitam repetir a mesma
palavra em frases seguidas. O mais importante, no entanto, é
utilizar termos "neutros", na medida do possível, que não
traduzam julgamento de valor. O uso de elogios e pejorativos é
visto
como
falta
de
objetividade.
Estrutura da notícia e Pirâmide invertida
Professores de redação costumam descrever a organização ou
estrutura da notícia como uma "pirâmide invertida": o lado mais
largo (a base) da pirâmide fica voltado para cima, pois as
informações mais importantes devem vir no início do texto.
Essencialmente, os jornalistas colocam na abertura da matéria os
elementos mais relevantes e interessantes do fato. As demais
informações seguem em ordem decrescente de importância.
O elemento estrutural mais importante de uma matéria é o seu
lide ou lead (ou, até lede, uma grafia usada em inglês para evitar
confusão com leading, um conceito usado em tipografia). O lide é
a primeira frase — ou, em casos especiais, as duas primeiras
frases. O princípio de antecipar a informação se aplica
especialmente ao lide, mas a ilegibilidade de frases longas
contrai o tamanho do lide. Por isso, redigir um lide é,
tecnicamente, um problema de otimização, no qual o objetivo é
articular o dado mais inovador ou relevante em uma única frase,
de acordo com o material da apuração. É comum afirmar que a
imensa maioria dos leitores lê apenas o lide de cada matéria.
TÉCNICA DE APURAÇÃO
Apuração é a etapa do processo da produção jornalística no qual
se busca informações que podem ou não ser empregadas no
texto final. A apuração é normalmente associada a matérias,
mas qualquer conteúdo jornalístico exige alguma apuração.
Ir até o local dos acontecimentos, buscar documentos, entrevistar
fontes, ou realizar pesquisas de qualquer tipo são os métodos de
apuração. No caso das matérias jornalísticas, a pauta pode ser
considerada o ponto de partida da apuração. No caso dos
veículos impressos, o que sucede a apuração é a redação e,
idealmente, a confirmação das informações apuradas.
32
A apuração pode estar associada a checagem dos fatos,e é o
que difere os jornalistas de todos os outros profissionais
envolvidos na elaboração de um jornal. Também é uma maneira
de tentar aproximar a informação da verdade jornalística.
REDAÇÃO
Redação (AO 1945: redução) é o processo de redigir (escrever)
um texto. É uma atividade presente na cultura civilizada desde a
invenção da escrita, e atualmente considerada um campo
profissional e artístico na literatura, na produção de roteiros, na
elaboração de relatórios e documentos, na publicidade e no
jornalismo — entre diversas outras áreas. Por extensão, redação
também é o termo usado no jargão jornalístico brasileiro para o
ambiente de trabalho dos jornalistas de um veículo (jornal,
revista,
rádio,
TV
ou
website).
O profissional que vive exclusivamente de escrever (textos nãoautorais)
é
chamado
de
redator.
Máquinas de escrever como esta Olivetti eram as ferramentas
mais usadas pelos jornalistas até o fim da década de 1980.
Em Jornalismo, redação significava a etapa de construção da
notícia na qual o texto final é escrito a partir dos dados obtidos na
apuração ou reportagem. O profissional especializado neste
processo é chamado de Redator e o produto de seu trabalho
geralmente
são
matérias.
A redação jornalística começa a partir do clímax, da informação
mais relevante na narrativa. As primeiras palavras do texto de
uma matéria (primeira frase e, às vezes, segunda frase) contêm
os dados principais (o fato, os personagens, o local, o dia e o
horário, as causas) e são chamadas de lide ou lead, termo em
inglês que significa "guia", ou "o que vai na frente". O lidesumário é o primeiro parágrafo de uma reportagem e deve
resumir
a
notícia.
O conjunto de procedimentos técnicos utilizados para a redação
jornalística
é
chamado
de
técnica
de
redação.
33
Concretamente, o que se chama de uma redação no jargão é um
ambiente de trabalho, equivalente ao termo inglês newsroom. É o
local onde trabalham jornalistas, repórteres, editores, produtores
e outros profissionais relacionados à edição de notícias para
publicações em jornais e revistas ou transmissão em televisão ou
rádio.
Em redações televisivas é comum encontrar uma ou mais
bancadas de onde são apresentados os telejornais. Quando é o
caso, quase sempre a redação é exibida ao fundo dos
apresentadores, compondo o cenário do telejornal. Porém, isto
não é uma regra. Entre os telejornais brasileiros que têm a
redação ao fundo, podemos destacar o Jornal Nacional, SBT
Brasil, Jornal da Band e o Jornal da Record, noticiários principais
de quatro das maiores emissoras de televisão do Brasil.
Redação publicitária
Em Publicidade e Propaganda, redação significa, na sua
definição mais restrita, a elaboração criativa de peças
publicitárias, a partir de apelo textual persuasivo. É comum nas
agências de propaganda o modelo de criação publicitária
chamado duplas de criação (Redator e Diretor de Arte). A cargo
do primeirdfo fica a criação de chamadas ou títulos e textos;
complementos de peças impressas, imagens, roteiros para rádio,
televisão ou cinema. A cargo do segundo, fica a melhor
apresentação do roteiro criado, utilizando todos os mecanismos
que nos fazem "sentir", "absorver", degustar a redação. A função
do Redator e do Diretor de Arte, é mais ampla como profissionais
criativos, elaboram peças publicitárias completas em suas
diversas aplicações: anúncios, textos, spots de rádio e jingles,
filmes, peças para internet, ações de marketing entre muitas
outras.
Redator profissional
Os profissionais da escrita que trabalham com redação são
denominados redatores, e podem exercer diversas funções, tais
como redator de textos técnicos, científicos ou comerciais;
escritor de ficção, contista, cronista, ensaísta, fabulista, folclorista,
34
poeta, trovador, letrista de música, libretista, novelista,
romancista, prosador, memorialista, biógrafo, enciclopedista,
glossarista; dramaturgo; roteirista/argumentista de produtos
audiovisuais ou história em quadrinhos; adaptador de obras para
rádio, teatro, cinema e televisão; crítico de música, teatro,
cinema, dança, artes plásticas, televisão, crítico literário; e
ombudsman.
Segundo o Cadastro Brasileiro de Ocupações organizado pelo
Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, esta é a descrição
sumária
da
atividade
dos
redatores
profissionais:
Escrevem textos literários para publicação, representação e
outras formas de veiculação e para tanto criam projetos literários,
pesquisando temas, elaborando esquemas preliminares.
Podem buscar publicação ou encenação da obra literária bem
como sua divulgação.
Jornalismo Digital
Jornalismo online ou ciberjornalismo é o jornalismo praticado no
novo meio comunicacional da Internet.
Em teoria, deverá recorrer a técnicas diferentes do jornalismo
tradicional impresso. Há até discussões sobre a aplicação da
tradicional técnica jornalística da pirâmide invertida na construção
de notícias online, propondo o recurso a uma estrutura de blocos
que permite que o leitor "construa" a sua leitura da notícia.
No entanto, não é ainda muito frequente a utilização do
hipertexto, "Uma das mais poderosas ferramentas de publicação
na Internet" (Steve Outing) em notícias online.
O webjornalismo, jornalismo online, ciberjornalismo, jornalismo
electrónico ou jornalismo digital é o jornalismo dos meios digitais,
como CD-ROM e internet. Tendo sido, inicialmente, apenas uma
versão dos jornais impressos veiculada na internet, o
webjornalismo acabou por seguir trajetória diferente.
Definições
Jornalismo online (JOL) pode ser definido como a coleta e
distribuição de informações por redes de computadores como
internet ou por meios digitais. Os holandeses Bardoel e Deuze
35
usam um nome específico e adequado para esta produção:
network journalism, o jornalismo em rede. Já o professor de
jornalismo californiano Doug Millison pensa em uma abrangência
maior:
Ainda há outras tecnologias que podem ser incluídas nesta lista:
a edição de sistemas de ajuda (help) de computadores, como o
Windows Help e o HTML Help, e apresentações de slides para
palestras.
CARACTERÍSTICAS DO JOL
Independentemente de suas múltiplas definições, o jornalismo
online apresenta algumas características específicas em relação
a aspectos que quase sempre existiram nas mais diversas
mídias, em diversos graus.
Segundo uma pesquisa informal entre usuários de um site sobre
JOL, cerca de 41% dos participantes apontaram que a
instantaneidade é o que mais caracteriza o webjornalismo. A
interatividade aparece em segundo lugar, com 28,11%. Já cerca
de 19% apontaram que o fato das notícias ficarem arquivadas
para pesquisa é o que mais chama a atenção (JORNALISTAS
DA WEB, 2005).
Outros
autores
(ROCHA,
2000;
PALACIOS,
2001b;
MIELNICZUK, 2001) ampliam essa lista. Para eles, as
características mais interessantes do Jornalismo online são:
Instantaneidade.
Interatividade.
Perenidade (memória, capacidade de armazenamento de
informação)
Multimediação, programação.
Hipertextualidade.
Personalização de conteúdo, customização.
Instantaneidade
O grau de instantaneidade – a capacidade de transmitir
instantaneamente um fato – das publicações em rede aproximase do atingido pelo rádio, o mais alto entre as três mídias
tradicionais, seguido por TV e jornal. É muito rápido, fácil e barato
36
inserir ou modificar notícias em formato binário. Apesar disso,
algumas falhas podem ser detectadas, principalmente por conta
da rapidez, já que muitas vezes a informação deixa de ser
apurada da maneira mais completa. Em alguns casos, a falta de
uma conferência anterior a publicação online também provoca a
existência de inúmeros erros de português.
Perenidade
Também conhecido como arquivamento ou memória. O material
jornalístico produzido online pode ser guardado indefinidamente.
O custo de armazenamento de informação binária é barato. É
possível guardar-se grande quantidade de informação em pouco
espaço, e essa informação pode ser recuperada rapidamente
com busca rápida full text.
Interatividade
Alguns autores (LEMOS, 1997; BONILLA, 2002) entendem por
interatividade quando há comunicação mediada por tecnologias e
interação quando não há mediação tecnológica entre os seres
humanos. Por exemplo: uma conversa entre alunos e professor
numa sala de aula ou amigos num bar é interação, já a
interatividade é quando se usa um telefone, um e-mail e até
mesmo uma carta escrita por uma caneta, em todos estes casos
há uma tecnologia envolvida no processo comunicativo o que
justifica a interatividade.
As mídias tradicionais sempre tiveram algum tipo de
interatividade, como nas seções de cartas de jornais e TVs e nos
telefonemas para programas de rádio (talk radio). Mas no JOL a
interatividade atinge seu ponto máximo:
A escolha de vários "caminhos" para ler notícias é mais
automatizada do que em mídias de papel. Embora leitores de
mídia papel escolham seus próprios caminhos, constantemente
(como em chamadas de capa de jornais), os hiperlinques tornam
a tarefa muito mais fácil.
Na Web, o leitor pode enviar formulários com comentários sobre
uma notícia e ver suas observações colocadas imediatamente à
disposição de outros leitores.
37
O leitor pode participar de votações sobre temas polêmicos.
Entretanto, estes conceitos tratam do tema de maneira geral,
devendo ser problematizados, pois a interatividade vem se
desdobrando em níveis cada vez mais complexos.
MULTIMEDIAÇÃO,
CONVERGÊNCIA
MULTIMEDIALIDADE
OU
"A internet permite a utilização conjunta de várias linguagens,
para além do texto e imagem estáticas presentes no Jornalismo
tradicional”. O JOL usa vários tipos de mídia e de formatos de
arquivos de computador. Se diz que é uma convergência de
todas as mídias:
Texto
e
hipertexto
em
computador.
Áudio.
Imagem estática (fotos) e em movimento (clipes de vídeo).
Texto em papel (o conteúdo da internet frequentemente é
impresso).
Hipertextualidade
"Uma hiperligação, ou simplesmente ligação, é uma referência
em um documento hipertextual para outro documento ou recurso.
Como tal, ele é similar às citações em literatura.
Por exemplo, clicando no hiperlinque Instituto Poynter, você
instruirá o seu browser a buscar e a apresentar em sua tela as
informações que formam a página Web do instituto de ensino de
Jornalismo. Este link azul sublinhado é representado assim no
texto
interno
da
página
Web:
<A
href="http://poynter.org/">Instituto Poynter</A>
A marca "<A ... >" significa âncora de hipertexto.
"href" é a referência hipertexto, no caso, um endereço Web.
"Instituto pointer" é o texto que vai responder ao clic do mouse
"</A>" indica o fim do link.
38
Usar hiperlinques é chamado de "navegar", em português
brasileiro, em função do programa Netscape Navigator.
O uso de hiperlinques em conteúdo multimídia (áudio, vídeo,
fotos, animações) é chamado de hipermídia. Tecnicamente, não
há diferenças em fazer linques em texto ou em imagens.
Palacios e Mielniczuk (2001) argumentam que o linque pode ser
considerado um elemento paratextual.
Mídias tradicionais também usam hiperlinques, como o sistema
de sumário e número de páginas de livros, os sistema de
organização da Bíblia, as chamadas de capa de jornais.
Personalização de conteúdo
Como toda a informação está sendo tratada por computadores, é
rápido colher informações sobre usuários/leitores e oferecer a
mídia que mais interessa a ele. Esta personalização de conteúdo
pode se realizar de diversas maneiras:
Muitos sites de informação e serviços (portais) permitem que o
leitor escolha temas que lhe interessam e receba apenas notícias
sobre eles, ao acessar a página. Um bom exemplo é o News Is
Free, Netvibes ou Google News. Também é comum que se
assine newsletters sobre assuntos específicos. O sistema RSS
vem se tornando bastante popular como forma de filtrar apenas
informações que o leitor acha relevante.
Aliada à multimídia, a personalização de conteúdo permite a
programação de servidores de mídia, que podem escolher qual
informação enviar conforme as preferências do usuário que
solicita. Por exemplo, um vídeo de qualidade mais alta é
escolhido automaticamente pelo servidor Helix da Realmedia se o
usuário tem banda larga. Se tiver conexão telefônica, a mídia
enviada tem qualidade mais baixa.
INFLUÊNCIA DA MÍDIA ELETRÔNICA SOBRE O JOL
Mídia eletrônica são rádio e TV. Computadores não estão
incluídos na categoria porque vão além do eletrônico, usando
39
lógica binária para formatação de informações. Computador é,
portanto, mídia binária.
Rádio
O texto de rádio é o que mais se adapta para jornalismo em rede,
pela concisão, estilo direto, informalidade.
No entanto, o som pela internet ainda é de baixa qualidade e com
constantes lapsos, mas é uma maneira pela qual estações de
rádio tradicionais alcançam audiência mundial. Este panorama
começa a se modificar com a popularização do acesso de banda
larga à internet.
As "estações de rádio internet" (sites que armazenam som
binarizado) permitem que você crie programação e deixe
gravações disponíveis para quem quiser ouvir. A desvantagem é
que um número limitado de pessoas pode acessar ao mesmo
tempo uma estação de rádio internet, ao contrário do rádio
broadcast.
Recentemente, se difundiu o termo podcast para gravações de
áudio difundidas por meio do protocolo RSS. Estes "programas"
de áudio podem ser descarregados diretamente para os
tocadores de mídias, em geral no formato MP3. Como são
experimentais e feitos por amadores, os podcasts em geral têm
baixa qualidade de áudio, de edição e de estrutura.
Televisão
Os maiores sites jornalísticos já publicam pequenas matérias em
vídeo. Existem programas, como o Real Video, que têm "canais"
de vídeo [streaming].
Como no caso do áudio, os clips de vídeo são de baixa qualidade
e podem ter o movimento ou o áudio interrompidos por alguns
instantes, conforme o congestionamento da rede. No Brasil, o
portal de notícias G1, da Rede Globo, dedica uma seção inteira
aos vídeos exibidos nos telejornais da emissora, além de
apresentar alguns vídeos de arquivo de décadas passadas e
transmitir, ao vivo, a programação da Globo News. A BandNews
40
também consegue transmissões com razoável qualidade, em
internet banda larga.
Visualmente, animações em formato Flash, cada vez mais
usadas em sites multimídia, são inspiradas em vinhetas de TV.
A partir de 2005, sites que abrigam vídeos enviados por
colaboradores se tornaram uma febre, como o YouTube e Google
Video.
INFLUÊNCIA DO JOL SOBRE A MÍDIA TRADICIONAL
Está sendo bastante usado por jornais e revistas a ligação visual
entre palavras do texto e elementos gráficos como fotos e textos
explicativos (box), imitando a ligação lógica do hipertexto.
Aumento de textos curtos
O estilo de texto para a internet deve ser curto, na ordem direta,
com palavras-chave destacadas, em blocos de cerca de cem
palavras, no máximo. O estilo deve ser informal, porque internet é
um meio de comunicação individual e pessoal. Esta economia de
palavras (que as valoriza, pois as torna raras) encontra eco, em
2000, em dois dos jornais de maior tiragem do Rio Grande do
Sul, Correio do Povo e Diário Gaúcho.
Aumento de gráficos e uso da cor
O apelo visual nos websites também tem influenciado a mídia
impressa, que usa mais cor, produz mais infográficos e aumenta
a hierarquia de estilos de texto nos veículos, como a revista
Época e o Diário Gaúcho.
Ampliação da base de pesquisa e de fontes de notícias
As rádios e os pequenos jornais regionais estão coletando muita
informação na internet graças ao acesso a centenas de fontes
que
auxiliam
a
pesquisa
noticiosa:
•
Sites
de
busca.
• Programas de meta-busca, que pesquisam em diversos
41
engenhos de busca ao mesmo tempo e filtram os resultados.
• Listas de discussão e fóruns.
• FAQs, listas de perguntas freqüentemente feitas sobre um
assunto, e que, em geral, tem bastante credibilidade porque são
construídas
coletivamente.
• Sites pessoais, de empresas, de entidades e de órgãos de
governos. É importante que qualquer empresa ou pessoa tenha,
em seu site, o press kit, um conjunto de press releases e fotos
em alta resolução para que sejam usados pelas publicações de
papel.
O TEXTO PARA WEB
Muitos autores se entusiasmam com características como
multimediação e interatividade, e consideram que o conteúdo
online deve ser repleto de movimentos, hiperlinques e outros
truques. No entanto, produção digital custa caro, em termos de
recursos humanos. E o conteúdo publicado em redes não precisa
conter obrigatoriamente todos os recursos tecnológicos
disponíveis, só porque eles existem.
Considera-se, então, que não há um "formato para a internet" ou
"formato para a Web".
Existem diversas maneiras de se usar textos e outros conteúdos
na mídia em rede. Cada uma tem uma aplicação determinada,
com vantagens e desvantagens.
Transposição pura
O texto da mídia papel (tipo livro ou artigo) é transposto sem
modificação para a rede.
Vantagem: maior disponibilidade do que impresso, distribuição
instantânea, onipresença, rapidez e baixo custo de publicação,
facilidade de visualização, facilidade de impressão.
Desvantagens: não aproveita bem os recursos da mídia. Além
disso, muita gente considera desconfortável a leitura de textos
extensos na tela.
Exemplo: Projeto Gutenberg, que publica livros clássicos em
formato de "texto plano".
42
Transposição com uso de hyperlinks
Texto tradicional para papel, mas vertido para o formato
hipertexto, com links para notas de rodapé e para outros textos.
Vantagens: links tornam a leitura mais rápida pela facilidade de
consulta a outras fontes e a notas. Também é fácil de imprimir.
Desvantagens: as mesmas da transposição pura.
Exemplos: documentos acadêmicos do MS Word ou OpenOffice
gravados em formato HTML.
Adaptação ao hipertexto
Texto reescrito ou produzido especialmente para ser lido em tela
de computador. Informação em “cachos” (blocos de 100 palavras
ou menos), uso extensivo de hyperlinks, listas com bolinhas,
entretítulos.
Vantagens: aproveita melhor a mídia mas torna mais difícil a
impressão.
Desvantagens: tem produção mais cara, é mais demorado
reeditar
o
material
textual.
Exemplo: matéria de Carole Rich sobre o estilo Web traduzida
aqui.
Desenvolvimento de narrativa em hipermídia
Texto e imagens de áudio e vídeo pensados e editados para
serem distribuídos em hipermídia.
Vantagens: aproveitamento máximo de recursos permitidos pela
tecnologia.
Desvantagens: custo muito alto, pouco suporte para uso em
mídia papel.
O MAIL É A MENSAGEM
43
Apesar do apelo charmoso da Web, a aplicação mais útil e
utilizada da internet é o correio.
Com ele, você não só se comunica pessoa-a-pessoa (o que lhe
dá grande influência), como troca qualquer tipo de arquivo de
computador, como foto, áudio, vídeo, texto, animação. E o correio
também deve ser visto como uma poderosa mídia.
Até mesmo sites da Web se promovem através de newsletters,
boletins criados com os parcos recursos do correio. Todo o site
bem planejado deve ter um link para o internauta assinar uma
newsletter. Na mensagem, o editor do site deve colocar breves
descrições das novidades no site, com um link Web em que o
leitor pode clicar para conferir imediatamente o assunto.
Lista de distribuição
É um recurso que existe em alguns programa de correio: uma
lista com centenas de endereços de mail para onde você envia
uma mensagem de uma só vez.
Existem programas específicos para manipular listas de
discussão, mas uma opção barata e poderosa é o Pegasus Mail,
programa de correio gratuito para ambiente Windows e
Macintosh. Ele permite que você envie um texto para centenas de
pessoas ao mesmo tempo.
Um sistema de filtragem de mensagens recebidas permite que se
cadastre ou cancele a assinatura de listas dependendo do
conteúdo da mensagem. Por exemplo, uma mensagem com a
palavra subscribe no título faz com que o remetente seja anexado
à lista de pessoas que devem receber determinada newsletter. A
palavra unsubscribe pode tirar o endereço do remetente da lista.
Formatação
Para que sua mensagem seja mais efetiva, você deve dar
atenção aos seguintes aspectos de uma newsletter por correio:
Título
O título (subject, assunto) é o único gancho que o editor de uma
publicação tem para fisgar a atenção dos leitores. Quem recebe
44
dezenas de mensagens por dia abre apenas as mais
interessantes e descarta as outras com base no título. Uma
mensagem com título "Informativo n.153", tem mais chances de
ser apagada do que uma com "Anatel à CRT: estamos de olho
em vocês!". Para aproveitar espaço, o nome da newsletter deve
estar no endereço de mail do remetente, para não desperdiçar
espaço do subject com isto.
Cabeçalho e Logotipo
No topo da mensagem ficam o "logotipo", uma linha explicativa
sobre a newsletter, a data e o número da publicação.
Motivos do envio
É importante que você explique que o leitor recebeu sua
newsletter porque a assinou, e que ela não é enviada sem ser
solicitada. O spam (divulgação de mensagens para milhares de
pessoas que não a solicitaram) é uma das práticas mais odiadas
da internet. Por isso, o leitor não deve ter dúvidas de que ele
mesmo pediu para receber sua mensagem.
Publicidade
O correio em geral não tem grandes recursos de formatação de
texto e cores. Um anúncio poderia ser confundido facilmente com
conteúdo editorial. Por isso, os anúncios devem ter linhas
separando-os do resto da newsletter. As palavra "publicidade",
"anúncio" ou "comercial" devem estar na primeira linha
separadora.
Links para cancelar assinatura
Você deve deixar ao leitor a possibilidade de cancelar a
assinatura da newsletter a qualquer momento. Em alguns
sistemas, basta que o leitor responda à mensagem. Em outros,
deve-se enviar uma mensagem com a palavra "unsubscribe" no
campo Subject.
Mail merge
O Pegasus mail permite que se personalize uma newsletter com
textos variáveis. Verifique o Tutorial sobre mail merge com
Pegasus Mail.
Links normais
45
Os modernos programas leitores de mail mostram URLs
(endereços Web ou de mail) como links, sem que o editor precise
colocar formatação especial.
Mail HTML
Existe a possibilidade de se enviar mensagem em formato HTML
(com páginas Web), com texto em tamanhos e fontes diferentes,
cores, imagens fixas, imagens de áudio e vídeo.
Embora existam “cruzadas” contra mails em HTML (porque
ocupariam muita largura de banda), você não precisa abrir mão
destes recursos de imagem. Dê ao assinante oportunidade de
escolher se quer receber mails não-formatados ou com recursos
hipermídia.
EXIGÊNCIAS DO JOL
Texto
O texto, é claro, ainda é o elemento mais importante de qualquer
publicação. Quem tem bom texto para jornal de papel, rádio ou
TV, terá bom texto para JOL. Só precisa entender como o
internauta lê: ele apenas passa os olhos pelas telas à procura de
palavras-chave. Não tem tempo para as grandes elucubrações
mentais exigidas por figuras de linguagens do tempo do texto
corrido, nem paciência para textos longos...
Criatividade em design gráfico
O jornalista online deve não apenas saber escrever, mas saber
como dispor o texto no suporte.
Tem que conhecer tipos de letras, composição visual, uso de
cores, corte e edição de fotos, áudio e vídeo. Não precisa saber
desenhar, mas deve saber usar infografia e ser capaz de criar um
gráfico informativo a partir de dados numéricos, para ilustrar uma
matéria.
Língua estrangeira
46
Quase tudo na internet é em inglês. Portanto é preciso que o
profissional se empenhe mais por meio de cursos. Ou instale no
seu computador programas como o Babylon Translator.
Curiosidade
computador
e
experimentação
em
programas
de
Você precisa saber se virar sozinho, se seu maldito Windows
começar a dizer algo simpático como "Falha geral do aplicativo"
ou "Você executou uma operação ilegal, OK?". E precisa saber
como procurar –- produtivamente -- por algum tema específico na
floresta binária da internet.
Os mecanismos de busca em geral têm várias opções para você
estreitar sua busca. Procure em seções dizendo algo como
"Busca Avançada".
O MERCADO DE TRABALHO
O mercado para jornalista online já está aquecido. O jornal de
papel, o rádio ou a TV que não tiverem sua contraparte binária
estarão logo ultrapassados. Assim, pelo menos uma vaga existe
em toda a redação: a do jornalista que coloca na Web matérias
feitas para outras mídias. Mais empresas de comunicação estão
desenvolvendo redações especificamente para a internet, e a
disseminação de acesso por cabo de TV e por rádio exigirá
muitos profissionais multimídia.
Depois que estourou a "bolha" de entusiasmo pela internet, em
2000, o mercado para profissionais da Web encolheu. Mas
apenas na Web, que é um mercado limitado, de qualquer forma.
O maior mercado para os conhecimentos de tecnologia online
está nas empresas e nas assessorias de imprensa empresariais,
porque empresas médias e grandes começam a desenvolver
suas páginas Web e suas intranets e já precisam de quem
desenvolva conteúdo e press kits para estes novos canais de
informação.
Notas
47
A tecnologia de computadores atuais é melhor definida como
binária, e não de digital. O fato de trabalhar com lógica binária é
que torna os computadores tão poderosos. Eles trabalham
relativamente pouco com informação digital (numérica).
Busca full text é aquela usada por bancos de dados que
armazenam todas as palavras significativas de um documento, e
não apenas palavras-chave.
Vídeo em corrente, exibido conforme vai sendo recebido pelo
computador multimídia. As informações são descartadas depois
de exibidas, não ficando gravadas em forma de arquivo no disco
do computador. Assim, podem ser enviadas grandes quantidades
de informações sem ocupar espaço no disco do usuário.
Leituras sugeridas
Jornalismo On-line: Guia Teórico e Prático. Pesquisa acadêmica
realizada na Unoeste/SP por Gelson Souza, com artigos
publicados no Observatório da Imprensa e Webinsider. Em
http://webjornalismo.gelsonamaro.com/.
Online Journalism Review. Revista Web especializada no tema.
Use-it. Site pessoal de Jakob Nielsen, engenheiro de usabilidade,
que aborda a interface entre ser humano e computadores.
[http://www.useit.com/ Use-it.
Biblioteca Online de Ciências da Comunicação. o (BOCC) seção
Jornalismo Web GJOL Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-line
da Universidade Federal da Bahia.
Jornalismo Online. Site de José Antonio Meira
http://meiradarocha.jor.br/index.pl/jornalismo_online.
em
Mario Garcia. Site do professor e designer de jornais cubano. Em
http://www.mariogarcia.com/.
Online-journalist. Site do professor Doug Millison.
Intermezzo. Weblog coletivo sobre ciberjornalismo.
48
aKademia, um modelo de webjornal. Texto de João Simão sobre
a experiência adquirida na construção do webjornal aKademia.
Em aKademia, um modelo e webjornal.
Jornalismo - Prof. Gerson Martins. Site do professor Gerson Luiz
Martins, coordenador da Linha de Pesquisa Estudos de
Jornalismo
da
UFRN
e
membro
do
GJOL
em
[http://gersonmartins.jor.br/ http://gersonmartins.jor.br/.
Webjornalismo.com. Site de João Canavilhas com textos, notícias
e
links
sobre
o
jornalismo
na
web.
Em
http://www.webjornalismo.com
Jornalistas da Web. Mídias digitais com novidades na área.
Conteúdo n@ Rede - Coluna de Bruno Rodrigues sobre
webwritting no Portal Comunique-se.
Jornalismo Digital.org Site que discute diversos aspectos do
jornalismo
online
no
Brasil
e
no
mundo.
[http://www.jornalismodigital.org Jornalismo Digital.org
Radiojornalismo
Radiojornalismo é a prática profissional do jornalismo aplicada ao
rádio. Radiojornais são programas que duram entre segundos e
horas e divulgam notícias dos mais variados tipos, utilizando sons
e locução por repórteres e apresentadores (chamados de
âncoras, no jargão profissional).
As estações de rádio podem apresentar radiojornais como parte
da programação normal transmitida diariamente ou mais
freqüentemente, em horários fixos. Às vezes, outros programas
podem ser interrompidos por plantões de notícias ("news
flashes") em casos muito importantes e urgentes.
Jornal falado
Em radiojornalismo, no Brasil, um jornal falado corresponde à
reunião das principais notícias do dia ou da semana. Pode durar
de cinco a trinta minutos. O jornal falado tem divisões bem
definidas, com a apresentação de notícias locais, nacionais,
internacionais, esportivas e culturais. O ideal é que o jornal seja
49
lido por dois locutores, isso dá mais ritmo e agilidade às notícias
e evita a monotonia.
As três ou quatro notícias mais importantes merecem destaque
na forma de manchetes. As manchetes abrem a edição de um
jornal falado e anunciam para o ouvinte os principais fatos do dia.
Texto para radiojornalismo
Segundo normas canônicas praticadas no Brasil e em outros
países, o texto para radiojornalismo deve ser ainda mais curto e
objetivo que o texto jornalístico de mídia impressa e de TV, com
vocabulário o mais próximo possível do coloquial. Deve, ainda,
utilizar sempre ordem direta (sujeito; verbo; predicado) e ser
muito descritivo, para compensar a falta de imagens.
Conceitos de Radiojornalismo
As propostas formuladas por dois pioneiros do jornalismo no
Brasil, o casal Luiz Beltrão (1992:67) e Zita de Andrade Lima
(1970), determinam uma possível definição de radiojornalismo,
sendo considerado aqui como a informação dos fatos correntes,
transmitidos por meio de relatos radiofônicos, devidamente
interpretados e transmitidos periodicamente à sociedade, com o
objetivo de difundir conhecimentos e orientar a opinião pública,
no sentido de promover o bem comum. A ampliação do conceito
de radiojornalismo segue por um esclarecimento das
características do rádio propostas pela pesquisadora Gisela
Swetlana Ortriwano (1985: 78-81) e das características de
jornalismo propostas por estudiosos em teoria do jornalismo,
como Daniel Hudec (1980) e Otho Groth estão descritas por
Angel Faus Belau (1966: 43-85), justamente porque ambas
integram o (radio)jornalismo.
São sete as principais características do rádio, sendo o
imediatismo considerado como a transmissão dos fatos no
momento em que ocorrem; a instantaneidade como a mensagem
que precisa ser recebida no momento da emissão; a
interatividade sendo a relação direta com a mensagem durante e
após a sua emissão; a mobilidade em que o radio, por meio do
aparato tecnológico, pode ser deslocado facilmente para a
emissão e recepção da mensagem; a oralidade que desenvolve o
50
conceito de que o rádio fala e, para receber a mensagem, é
apenas necessário ouvir; a penetração que permite ao rádio
chegar a diversos lugares, sendo que, ao mesmo tempo, também
pode estar presente o regionalismo, que integra o ouvinte por
meio das mensagens locais e a sensorialidade que aplica ao
rádio a possibilidade de despertar a imaginação por meio da
mensagem.
Da mesma maneira, são destacadas sete das principais
características do jornalismo, com a atualidade sendo a relação e
orientação para os acontecimentos do presente; a difusão como a
divulgação em grande escala do trabalho jornalístico por meio
dos diversos meios de comunicação; a fidelidade dos fatos que
apresenta os problemas atuais de um modo simples, preciso e
correto, condicionado pela evidência dos fatos; a periodicidade
que considera o acompanhamento contínuo dos diversos fatos
que condicionam a realidade social; a rapidez que define a
transmissão imediata dos fatos presentes, determinando uma
reação do público diante do acontecimento em questão e a
universalidade que condiciona o vasto campo dos problemas
sociais cobertos pelo jornalismo.
Após as características, o Gênero é o instrumento de que dispõe
o rádio para atualizar seu público por meio da divulgação, do
acompanhamento e da análise dos fatos. Os seus relatos podem
possuir características subjetivas do ponto de vista de seus
conteúdos. No Brasil, segundo José Marques de Melo, podem ser
relacionados como gêneros informativos - registro claro e objetivo
dos fatos e acontecimentos, caracterizados pela observação, ou
opinativos - emissão de opinião diante das notícias,
caracterizados pelo aconselhamento. Para relacionar os gêneros
radiojornalísticos, utilizamos a classificação proposta pelo
jornalista, professor e pesquisador da USP e da Universidade
Metodista de São Paulo (UMESP), José Marques de Melo (1985:
77-131), e ampliada pelo professor e pesquisador André Barbosa
Filho
(2003:
89109).
Os principais gêneros jornalísticos são a reportagem e a
entrevista, por merecerem uma ampla cobertura sobre o fato. A
reportagem é o relato ampliado de um acontecimento que já
repercutiu no organismo social e produziu alterações que são
51
percebidas pela instituição jornalística. Também é produzido e
transmitido pelo repórter. O locutor faz a chamada da
reportagem, podendo interagir com o repórter nas transmissões
“ao vivo”. Já a entrevista é um relato que privilegia um ou mais
protagonistas do acontecimento, possibilitando-lhes um contato
direto com a coletividade. É produzida pela equipe de reportagem
e transmitida tanto pelo repórter como pelo locutor, que interagem
com o(s) entrevistado(s) durante a conversa.
A nota, a notícia e o boletim são matérias utilizadas para
divulgação de fatos ainda em fase de construção. A nota é o
resumo da notícia, corresponde ao relato dos acontecimentos
que estão em processo de configuração. É produzida pela equipe
de redação e transmitida pelo locutor. Já a notícia é o relato
integral de um fato que já eclodiu no organismo social. Também é
produzida pela equipe de redação e transmitida pelo locutor. O
boletim do repórter é o relato parcial ou integral dos fatos. É
produzido e transmitido pelo repórter. O locutor faz a chamada do
boletim, podendo interagir com o repórter nas transmissões “ao
vivo”.
Os gêneros opinativos são produzidos e transmitidos por um
jornalista, colaborador ou mesmo pelo ouvinte (neste caso,
falante), sendo o emissor responsável pelo conteúdo da
mensagem.
Já o locutor, além da chamada da matéria, muitas vezes emite
opiniões, interage com o produtor da mensagem ou mesmo emite
opinião, durante a transmissão.
O comentário é o gênero mais introduzido no rádio por possuir
uma relação direta com a notícia. Regularmente, é publicado logo
após um acontecimento e vem junto com a notícia ou
reportagem. O artigo se diferenciada do comentário porque é
inserido quando o jornalista ou colaborador tem liberdade para
expor suas opiniões. Os profissionais tratam os assuntos de
forma ampla, sem se prenderem ao tempo. Sendo assim, os fatos
do passado e do presente estão sempre interligados.
Já a crônica é conduzida, normalmente, de forma literária pelo
autor. Os cronistas, muitas vezes, fantasiam os fatos,
transformando os personagens em heróis ou vilões, e as notícias
em histórias figurativas e até mitológicas. Também ligada ao
52
universo cultural, a resenha ou crítica é o gênero que analisa,
geralmente, os fatos do universo artístico e cultural. Tem também
a finalidade de orientar o público na escolha dos produtos
culturais em circulação no mercado.
A coluna é uma seção especializada em que o escritor expõe
suas idéias e julgamentos de modo livre e pessoal. No colunismo,
o estilo do autor é fundamentado na utilização dos diversos
gêneros jornalísticos informativos e opinativos. A seção do
ouvinte é determinada pela seleção e permissão para opiniões
para pessoas de fora da emissora, mas integrantes por serem
ouvintes da rádio.
No âmbito institucional, o editorial é o gênero que expressa a
opinião da empresa jornalística diante dos fatos de maior
repercussão no momento. O profissional responsável por esta
seção geralmente interpreta e divulga os pontos de vista da
diretoria da empresa.
Os programas jornalísticos são gêneros ampliados. Conforme
Gisela Swetlana Ortriwano, a difusão da informação pode ocorrer
sob diferentes formas, sendo a mensagem estruturada em função
da oportunidade, conteúdo e tempo na emissão. Os programas
jornalísticos no rádio são classificados conforme o conteúdo e o
formato. Foram utilizados os conceitos de Ortriwano (1985: 9194), de Paul Chantler e Sim Harris(1998: 162-182) e de Robert
Mcleish (2001:. 43-95; 107-129; 179-198).
O mais importante é o radiojornal, que é conjunto de matérias
jornalísticas transmitidas por meio dos diversos gêneros.
Programas curtos são a Síntese Noticiosa ou Boletim Noticioso
que é um breve informativo que transmite um resumo das
principais notícias do dia, o flash, emissão curta que transmite,
durante a programação, apenas o necessário para informar que o
fato está ocorrendo, sem outros pormenores e a edição
Extraordinária, definida como um breve informativo que transmite,
durante a programação, os principais fatos de um acontecimento
em destaque.
Outros programas são determinados pelo tipo de cobertura e
produção. O Programa de Entrevista explora determinado tema
por meio do diálogo entre entrevistador(es) e entrevistado(s),
53
como os debates e mesas-redondas; o Especial é um programa
que aborda, em profundidade, determinado(s) tema(s). Entre os
programas especiais estão os radiodocumentários e as
audiobiografias, dentre outros. Os Especializados são programas
que transmitem informações sobre fatos de um mesmo campo de
atividade, em que apenas interessam as notícias referentes
àquele setor. Destacam-se aqui os programas esportivos, os
policiais e os culturais.
Após a definição das características e os gêneros, o
esclarecimento direto sobre a mensagem jornalística é essencial
para a compreensão do universo radiofônico. Conforme a obra de
Zita de Andrade Lima (1970: 33-61), a mensagem informativa se
caracteriza por meio de três parâmetros inseparáveis: a
linguagem, a estrutura e o estilo. Como apoio, relacionamos,
ainda, o conceito de linguagem por Luiz Artur Ferrareto (2001:26)
e George Bernard Sperber (1980), a estrutura por Emílio Prado
(1989:17-46) e o estilo por Pierre Ganz (1999: 37-38).
A linguagem determina a relação entre a linguagem verbal e a
não-verbal. No radiojornalismo, ocorre a predominância da fala
(palavra), por meio dos locutores, repórteres, colaboradores,
entrevistados e ouvinte (falante), mas também se observam
paisagens sonoras, como o efeito sonoro, a música, o ruído e o
silêncio.
A estrutura fundamenta as características da mensagem
jornalística conforme o encadeamento dos fatos, privilegiando a
seleção dos principais dados, coletados por meio de pesquisa
e/ou entrevistas. A estrutura da notícia determina os dados a
serem emitidos e quem vai participar da transmissão, assim como
denota a linha editorial do programa.
O estilo é a forma de comunicação e expressão do emissor. No
jornalismo, é importante variar os estilos, que podem ser
determinados tanto pela rotatividade dos gêneros, como pela
mescla de transmissões entre os locutores, colaboradores,
repórteres, além da inserção de entrevistados e ouvintes
(falantes), que emitem a informação conforme as próprias
características que o diferenciam, esclarecendo o teor das
mensagens conforme a participação e o conteúdo.
54
Âncora
O âncora é o apresentador de um radiojornal. Cabe a ele narrar,
anunciar ou comentar as notícias que serão transmitidas, ou
chamar repórteres que entram ao vivo na programação.
Diz-se que o termo "âncora", neste sentido, teria sido aplicado
pela primeira vez em 1952, para se referir ao trabalho de Walter
Cronkite na televisão durante a convenção pré-eleitoral do
Partido Democrata nos EUA.
Relações Públicas
Relações Públicas designa a profissão e relações-públicas o
profissional dessa atividade de comunicação. Relações Públicas
ofertam uma variedade de funções a serem exercidas para as
diversas organizações (sejam elas privadas, públicas ou do
terceiro setor), sempre com vistas à manutenção do equilíbrio
entre estas e os públicos com os quais interagem.
O objetivo do trabalho é o equilíbrio entre a identidade e a
imagem de uma organização, focando a imagem institucional e
trabalhando a relação com a opinião pública.
A Associação Brasileira de Relações Públicas propôs em 1955 o
seguinte conceito para a profissão: "Relações Públicas é a
atividade e o esforço deliberado, planejado e contínuo para
estabelecer e manter a compreensão mútua entre uma instituição
pública ou privada e os grupos de pessoas a que esteja, direta ou
indiretamente, ligada".
O PAPEL DO PROFISSIONAL
O profissional é o responsável pela comunicação integrada da
organização, pela sua comunicação com os mais diversos
públicos (público interno, público setorial e público externo) e pela
comunicação institucional. Para isso usará diversos instrumentos
e canais de comunicação, entre eles os house organs (jornais,
revistas, boletins etc) e os eventos (seminários, encontros,
reuniões etc).
55
Desenvolve e destaca o relacionamento institucional com os
públicos
estratégicos,
identificando
oportunidades
e
necessidades de comunicação da instituição com a sociedade,
seja em situações harmônicas ou controversas.
O profissional de Relações Públicas planeja, executa e avalia as
políticas de relacionamento da instituição, de maneira ética e
estratégica, com todos os segmentos sociais, dando suporte para
que ela se adapte num ambiente de constante transformação. Em
resumo é um profissional que trabalha com Comunicação
Estratégica e Mediada.
Relações Públicas é o profissional que administra interações
entre públicos diversos. Capacitado, então, para planejar,
organizar, decidir, executar e controlar atividades que envolvam
diretamente o processo de comunicação (ex: a implantação de
um sistema educacional e-learning, que exige um cuidado
especial com linguagens e formas de comunicação para públicos
diversos é uma ação que pode e deve ser gerenciada por um
relações-públicas).
Além disso, o profissional de relações públicas pode trabalhar
nas seguintes áreas: Administração Promover ações para a
valorização de uma empresa ou marcas. Criar canais de
comunicação com os funcionários e fornecedores, clientes,
governo e comunidade.
Atenção ao cliente
Atender as solicitações e reclamações de consumidores, para
melhorar a qualidade dos produtos e serviços da empresa.
Cerimonial e protocolo
Orientar empresários, políticos e chefes de Estado sobre etiqueta
e comportamento.
Comunicação institucional
Divulgar os valores e as políticas da organização para
funcionários, clientes, consumidores e fornecedores.
Eventos
Organizar palestras, exposições, recepções, coquetéis e outras
solenidades de promoção da empresa.
56
Pesquisa de opinião
Coletar dados sobre o público interno e externo da empresa para
desenvolver planos de comunicação e de ação.
Planejamento estratégico
Traçar a estratégia de relacionamento e de comunicação com a
comunidade, a imprensa, os fornecedores, a concorrência e os
consumidores.
Projetos institucionais
Analisar pedidos apresentados a empresas, de parceria em
projetos sociais, culturais e educacionais, coordenando sua
adequação à filosofia e aos objetivos da instituição.
Relações governamentais
Elaborar planejamento estratégico.
Relações Públicas Digitais
Relacionamento com os influenciadores de opinião nas mídias
sociais, promovendo o diálogo com os diferentes públicos da
organização que têm presença ativa na web.
OBJETIVOS DAS RELAÇÕES PÚBLICAS
• Construir, manter ou reformar a reputação positiva de uma
instituição, seja ela um produto, uma marca, uma empresa, uma
entidade, uma organização civil ou governamental, uma pessoa
física;
• Pensar e gerenciar as relações da organização com todos os
seus
públicos
e
o
impacto
na
reputação;
•
Gerenciar
crises;
• Planejar e organizar eventos dentro do conceito Institucional e
Organizacional visando objetivos estratégicos de relacionamento
público;
•
Promover
pesquisas
de
opinião
pública;
•
Planejar
e
produzir
publicações
institucionais;
• Desenvolver atividades de relacionamento com a mídia (muito
mais amplas que o termo popularmente conhecido - assessoria
de
imprensa);
57
• Identificar potenciais patrocinadores e fazer parcerias e
convênios;
• Desenvolver atividades de relacionamento com a comunidade a
partir
de
políticas
de
responsabilidade
social;
• Reconciliar o interesse público ou ajustar com este, dos
aspectos de uma conduta individual ou institucional que tem
significado
social.
• Desenvolver através da Comunicação o entendimento do
Público Interno às orientações diretivas conforme Planejamento
Estratégico estabelecido em função de objetivos organizacionais.
• Identificar e/ou construir canais e códigos de linguagens que
possibilitem a aceitação dos públicos em função dos Objetivos
Organizacionais
de
forma
ética
e
democrática.
• Monitorar as variáveis de comportamento dos públicos de
interesse da organização.
• Instrumentalizar através de informações estratégicas a cúpula
diretiva para permitir decisões claras e lógicas face ao contexto
político/social/econômico/tecnológico em que está inserido a
Empresa/Organização.
• Hoje em dia as relações públicas estão a enfrentar uma série de
desafios novos graças à web. Desde o aparecimento dos
chamados "Social Media" passando pela exigência de uma
transparência cada vez maior. Esses desafios têm vindo a
modificar os objetivos das relações públicas.
Forças das Relações Públicas
As Relações Públicas gerem as relações com os acionistas;
conseguem chegar a audiências difíceis como os líderes de
opinião e a determinados consumidores. Muitos destes
consumidores gastam muito tempo a ler e a ver ou ouvir
programas de notícias mas não se interessam por publicidade,
destroem os direct mail de que são alvo e têm assistentes que
lhes filtram as chamadas. A publicidade apresentada desta forma
pode ser mais efetiva para este tipo de pessoas. Além disso, os
profissionais de RP, sensíveis à opinião pública, podem
aconselhar clientes e empresas sobre as implicações das
atividades corporativas. Os especialistas de RP podem
apresentar a empresa como bom cidadão através da gestão
cuidada da reputação e da imagem. Podem planear o tratamento
das crises, minimizando os efeitos negativos. Oferecem também
mensagens mais flexíveis em comparação com a publicidade e
58
as promoções de vendas devido ao fato de as leis respeitantes às
press releases serem menos restritivas. As RP adicionam
credibilidade porque as audiências alvo consideram que as
notícias tendem a ser mais objetivas que as restantes
comunicações de marketing (que são desenvolvidas,
apresentadas e pagas por um sponsor). As RP são mais baratas
que as restantes ferramentas.
AS RP podem ter um grande impacto no conhecimento que o
público tem da empresa / produto, a um custo mais reduzido que
com a publicidade. A empresa não paga pelo espaço ou pelo
tempo nos media. Em contrapartida, paga ao seu staff para
desenvolver e fazer circular informação e gerir eventos. Se uma
empresa desenvolve uma história interessante, esta pode ser
"coberta" por vários media diferentes, tendo o mesmo efeito que
com a publicidade, a um custo mais baixo. E terá mais
credibilidade que a publicidade.
Fraquezas das Relações Públicas
As ações de Relações Públicas são geralmente muito eficazes
para levar um tema para a mídia, mas pela natureza da própria
imprensa, a decisão final do que será publicado é do veículo de
comunicação. O RP ou assessor de imprensa tem como objetivo
pautar assuntos na mídia, ou seja, despertar interesse para
cobertura, mas não tem controle sobre a publicação. Seus
resultados devem ser avaliados em médio e longo prazos e
nunca em curtos períodos.
PÚBLICOS DAS RELAÇÕES PÚBLICAS
Os públicos podem ser Internos e Externos
1 – Internos: são as pessoas com quem a organização comunica
regularmente na rotina do trabalho, tais como empregados,
investidores, fornecedores, negociantes e clientes regulares.
Dentro dos públicos internos, os mais importantes são os
funcionários.
As
comunicações
internas
podem
ser
descendentes, ascendentes e laterais. Nas comunicações
descendentes, os gestores mantêm os funcionários informados
sobre os programas e políticas da empresa. Os seus veículos são
os jornais da empresa, os posters, filmes, cartazes e eventos. As
59
comunicações ascendentes são menos desenvolvidas e os seus
veículos são o feedback, as caixas de sugestões, os inquéritos,
as reuniões de grupos e as jornadas de portas abertas. As
comunicações laterais estão normalmente estruturadas nos
departamentos, em pares as equipes comunicam entre si.
2 – Externos: são as pessoas com quem a empresa comunica
mas de uma forma não regular nem próxima, tais como os
vizinhos na comunidade local, entidades governamentais, grupos
de interesses, os media e a comunidade financeira. Nas relações
externas a principal preocupação são os media pois estes têm
uma grande influência na opinião pública. A informação é
disseminada através dos media como notícia ou história. Os
consumidores também são uma grande fatia deste público.
Chega-se a eles diretamente através da publicidade e das
vendas e indiretamente através da publicity. Outro público
importante é o governo. Frequentemente, os interesses
governamentais
sobrepõem-se
aos
consumidores,
particularmente aos grupos ativistas.
São necessários programas especiais para desenvolver relações
positivas com os grupos ativistas se a empresa está a trabalhar
em áreas sensíveis que afetam a saúde pública, a segurança ou
o ambiente. A comunidade financeira - investidores, acionistas e
a imprensa financeira - são outro público importante.
Os públicos podem ser primários, secundários e marginais:
Diferenciam-se pelo maior ou menor grau de importância que
possuem para a organização.
Os públicos podem ser apoiantes, opositores e indiferentes: Os
apoiantes são os que revelam uma atitude positiva face à
organização, devendo exercer-se junto destes um esforço
constante que vise reforçar as suas crenças; os opositores são
aqueles cuja atitude é contrária à organização e portanto junto
dos quais a comunicação a utilizar deve ser suficientemente
persuasiva para mudar a sua opinião sobre a organização;
finalmente os indiferentes são aqueles que reagem com
indiferença em relação à organização devendo constituir um alvo
importante
a
conquistar.
NO MUNDO
60
Em Portugal
A Associação de Relações Públicas de Portugal é o organismo
responsável por representar a profissão em Portugal.
No Brasil
O primeiro Departamento de Relações Públicas, com essa
denominação, criado no Brasil surgiu em 30 de janeiro de 1914.
Pertencia à "Light" (The Light and Power Co. Ltda.), companhia
canadense estabelecida no Brasil e concessionária da iluminação
pública e do transporte coletivo da cidade de São Paulo (SP). A
direção desse Departamento de Relações Públicas foi entregue
ao engenheiro Eduardo Pinheiro Lobo. A Lei nº 7.197, de 14
junho de 1984, concedeu-lhe o título de pioneiro das Relações
Públicas no Brasil, e estabeleceu o aniversário de seu
nascimento, dia 2 de dezembro, como o Dia Nacional das
Relações Públicas.
Em 21 de julho de 1954, na sede do Instituto de Organização
Racional do trabalho (IDORT), também em São Paulo, foi
fundada a Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP),
por 27 estudiosos e praticantes de Relações Públicas. Sua
primeira diretoria foi a seguinte: presidente, Hugo Barbieri; vicepresidente, Ubirajara Martins; secretário geral, Mey Nunes de
Souza; primeiro-secretário, Álvaro Roberto Mendes Gonçalves;
primeiro tesoureiro, Jonas Snyder; segundo tesoureiro, Nelson
Ramos Nóbrega; conselho consultivo: Murilo Mendes, Anibal
Bonfim e Ignácio Penteado da Silva Telles.
O primeiro curso universitário foi criado em 16 de junho de 1966,
na Escola de Comunicação e Cultura da Universidade de São
Paulo, que, em 1969, passou a se chamar Escola de
Comunicação e Artes (ECA-USP).
A partir de 11 de dezembro de 1967, a profissão passou a ser
regulamentada no país pela Lei nº 5377 (regulamentada pelo
Decreto nº 63.283, de 26 de setembro de 1968). Novos trabalhos
foram sendo desenvolvidos para organizar a efetivação da
legislação. Foi estabelecido então o Sistema CONFERP, formado
pelo Conselho Federal e pelos Conselhos Regionais de Relações
Públicas. Sua criação ocorreu em 11 de setembro de 1969, pelo
61
Decreto-Lei nº 860, e sua regulamentação aconteceu em 4 de
maio de 1971, pelo Decreto nº 68.582/71. Definiu-se, desta
forma, que somente podem exercer a profissão no Brasil os
indivíduos formados em curso superior de Relações Públicas (ou
equivalente no exterior, com o diploma devidamente reconhecido
no Brasil) e que estejam registrados em seu respectivo Conselho
Regional.
Em 1972, o CONFERP (Conselho Federal de Relações Públicas)
aprovou o Código de Ética, regulando o comportamento a ser
obedecido pelos que exercem a profissão, enfatizando o respeito
aos princípios da “Declaração Universal dos Direitos do Homem”
e o compromisso com a verdade e com a manutenção do diálogo
e da livre circulação de informações.
Reconhecimento da Profissão no Brasil
Desde a regulamentação da profissão no Brasil, em 1967, muitas
atividades foram realizadas por diversas instituições, entre
entidades representativas de classe, universidades, grupos
autônomos e profissionais da área de RP no sentido do
reconhecimento do seu papel e de sua potencialidade em
diversos setores da sociedade.
Sendo uma profissão relativamente recente no país, uma das
primeiras iniciativas nesse sentido foi a campanha "Relações
Públicas. O profissional no lugar certo", do ano de 1982. Ela foi
divulgada pela ABRP-DF (Associação Brasileira de Relações
Públicas - seção do Distrito Federal) e aprovada pelo VII
Congresso Brasileiro de Relações Públicas, realizado em
Brasília, em setembro daquele ano. Os objetivos da campanha
eram motivar as áreas governamentais e empresariais sobre a
necessidade de contratarem um profissional de RP e orientar o
próprio profissional sobre a importância das associações de
classe e da sua correta atuação na área. Com o surgimento da
Internet, também foi possível estabelecer novas formas de ação
para tornar a profissão mais reconhecida. Entre as ações mais
antigas no mundo virtual, e presentes até hoje, estão o Portal de
RP e Transmarketing (www.portal-rp.com.br) e o Portal Mundo
RP (www.mundorp.com.br).
Entre fevereiro de 2006 e dezembro de 2007, foi realizada, pelo
Portal RP-Bahia (www.rpbahia.com.br), a Campanha Nacional de
62
Valorização da Profissão de Relações Públicas, com o apoio de
várias entidades, personalidades e autores da área, além de
instituições de ensino, profissionais e estudantes de todas as
partes do país.
O seu lançamento nacional aconteceu dentro do programa oficial
do 3rd World Public Relations Festival (III Congresso Mundial de
Relações Públicas) realizado em Brasília, capital federal, em julho
de 2006. Sua central na internet era acessada através pelo
endereço www.campanha.rp-bahia.com.br e as suas ações de
maior destaque foram: Prêmio Relações Públicas do Brasil Duas edições: 2006/2007 - As cerimônias de premiação
aconteceram dentro da programação oficial do Congresso da
Intercom, que em 2006 foi em Brasília, e em 2007 em Santos; I
Seminário Brasileiro de Valorização da Profissão de Relações
Públicas - Sembrarp 2007 organizado em Salvador; Dia
Nacional de Luta pela Valorização da Profissão de Relações
Públicas - Ação em rede que em 2006 mobilizou a categoria em
16 estados da federação; e Livro Relações Públicas do Brasil Volume I - lançado oficialmente em 26 de setembro de 2007, o
Dia Interamericano de Relações Públicas, na Assembléia
Legislativa do Estado da Bahia.
Antes da iniciativa da Campanha Nacional, foi criada uma lista de
discussão virtual chamada Equipe-RP-Brasil, cuja proposta era
criar coletivamente um plano nacional de Relações Públicas para
a profissão. Dentro deste grupo surgiram outros, com propostas
de ações locais e regionais que se organizassem em rede, num
processo de proposição de intercâmbios iniciado em 1998 com a
lista Mundo-RP no YahooGrupos.
Com o desenvolvimento de tecnologias de produção de conteúdo
pelo usuário, cada vez mais acessíveis na internet, observou-se
também um aumento no número de blogs e sites que tratassem
do assunto do reconhecimento profissional, por vezes não
diretamente mas sim por meio da expressão das conquistas dos
profissionais, das agências e das organizações contratantes, com
a proposta de instaurar e consolidar uma nova perspectiva para a
área.
Um grande problema que os estudantes de Relações Públicas
enfrentam atualmente são os estágios em desacordo com as
atividades do curso. Grande parte das vagas de estágio
63
oferecidas têm como atividades as funções de secretária,
recepcionista e área de vendas, funções extremamente
importantes, mas que não são do profissional de RP. A profissão
é muito importante para uma empresa, e as atividades em
estágios e até mesmo no exercício da profissão não podem ser
restringidas a funções que pessoas que não cursam uma
faculdade podem exercer.
Telejornalismo
Telejornalismo é a prática profissional do jornalismo aplicada à
televisão. Telejornais são programas que duram entre segundos
e horas e divulgam notícias dos mais variados tipos, utilizando
imagens, sons e — geralmente — narração por um apresentador
(chamado de âncora, no jargão profissional).
Os canais de televisão podem apresentar telejornais como parte
da programação normal transmitida diariamente ou mais
freqüentemente, em horários fixos. Às vezes, outros programas
podem ser interrompidos por plantões de notícias (news flashes)
em casos muito importantes e urgentes.
Um newscast normalmente consiste em uma cobertura de várias
notícias e outras informações, produzida ou localmente por uma
emissora, ou por uma rede. Pode também incluir material
adicional como notícias de esportes, previsão do tempo, boletins
de trânsito, comentários e outros assuntos.
História
Com o surgimento do cinema, a iniciativa para filmar notas de tipo
informativo ficou latente, de tal modo que o primeiro filme
produzido foi a saída dos operários de uma fábrica, mostrando-se
assim as capacidades informativas do cinema como meio.
De tal modo, uma vez estabelecido tecnicamente, o cinema foi
transmissor
de
notícias.
As
primeiras
companhias
cinematográficas estabeleceram diversos equipamentos para a
confecção de noticiários em filme (cinejornais), que têm como
característica a periodicidade e a multiplicidade - em alguns
casos - para "localizar" (tornar local) a informação, oferecendo
conteúdos de interesse para zonas específicas e sobretudo no
idioma de cada população.
64
Com a chegada da televisão e o final da II Guerra Mundial, os
noticiários de cinema foram gradualmente perdendo relevância. A
televisão prometia imediatismo em vários sentidos: a notícia em
um momento mais próximo e a localização em casa.
O primeiro evento televisivo noticioso foi no mês de agosto de
1928, nos Estados Unidos. A emissora WGY transmitiu
simultaneamente em rádio e TV (WGY, 2XAF e 2XAD) o senhor
Al Smith, pré-candidato à presidência pelo Partido Democrata,
aceitando a indicação oficial. Foi o primeiro sinal ao vivo (em
direto) e o primeiro evento de notícias.
Nas origens, o jornalismo de televisão copiou o formato do rádio.
As primeiras notícias eram lidas diante da câmera, mas logo se
notou a importância do apresentador, que demonstrava o
jornalismo através de sua aparência, de sua expressão facial e
de sua entonação. Algum tempo depois, surgiram as imagens
que, no início não possuíam som. Mais tarde, os filmes passaram
a ser sonoros, com a utilização de uma câmara-gravadora. Logo
depois, surgiu o videoteipe e a transmissão de imagens via
satélite, o que acelerou o ritmo das transmissões.
O telejornalismo no Brasil surgiu nos anos 50 com a TV Tupi, que
entra no ar com o papel exclusivo de apresentadora de
espetáculos. Mais tarde, Heron Domingues, o Repórter Esso do
radiojornalismo, transforma-se numa das maiores expressões do
telejornalismo nascente. Sem explorar imagens, o que fazia era
rádio na televisão. Até o início da década de 60, não existiam
redatores e locutores no universo da TV. Sem as imagens, sem
redação própria e sem o recurso de câmeras, os telejornais
apostavam tudo no locutor. Alguns anos depois, alguns
telejornais adotaram novos formatos que duram até hoje, como
por exemplo o Jornal Nacional.
NO MUNDO
Bélgica
Na Bélgica, o primeiro jornal televisivo apareceu em 1956,
apresentado por Robert Stéphane. Entre 1953 e 1956, o TéléBruxelles se pôs a difundir as informações do «Relais de Paris».
65
Chile
Os primeiros programas informativos da televisão chilena foram
do Canal 9 da Universidade do Chile:Primer Plano (1961) com
Patricio Bañados e Chile TV (1962) com Patricio Bañados e
Diana Sanz. Em 1964, o Canal 13 foi pioneiro em criar um
departamento de imprensa e em agosto desse ano estreou El
Repórter Esso, conduzido por Pepe Abad, de segunda a sextafeira (originalmente às 21:00, depois às 22:00) com duração de
15 minutos. Assim como o Repórter Esso do Brasil, o programa
era uma franquia estrangeira, por isso a redação tinha acesso a
imagens da CBS dos Estados Unidos e da agência United Press
(UPI).
Em 1965, apareceu La Historia Secreta de las Grandes Noticias,
primeiro programa de reportagens transmitido pelo Canal 13. Até
1968 os noticiários eram Pantalla Noticiosa do Canal 9 e El
Repórter Esso, naquele ano substituído por Martini al Instante
com César Antonio Santis. Martini al Instantepassa em 1970 para
o nascente canal TVN (alterando a Telediario nacional), e
sucedido no Canal 13 por Teletrece com Pepe Abad. Além disso,
nascem edições em outros horários como Telenoche eTelecierre.
Martini al Instante é substituído pelo Noticiero nacional depois,
pelo Telediario nacionaloutra vez, e finalmente pelo 60 minutos.
Em 1975, Santis volta a conduzir o Teletrece, que na época ia ao
ar no horário das 21:15.
Espanha
Os primeiros telejornais diários transmitidos na Espanha, no
verão de 1952, foram uma cópia resumida do Diario Hablado da
Rádio Nacional da Espanha (o "Parte") das dois do meio-dia. O
primeiro apresentador da TVE escutava as notícias da rádio
antes de se colocar em frente às câmeras e repetia o que tinha
acabado de ouvir.
A televisão informativa começa a se desenvolver na Espanha sob
o modelo imposto pelo NODO: o noticiário documental, de forte
conteúdo ideológico/político, exibido obrigatoriamente em todas
as salas de cinema antes da projeção do longa-metragem.
66
Em fins da década de 1960, o telediario começa a se modernizar
e apresenta outra imagem, embora mantendo o formato em preto
e blanco e o suporte de cinema. A censura continua porque as
autoridades descobrem rapidamente a capacidade de incidência
social do meio.
No final dos anos 1970, apareceram os primeiros aparelhos de
vídeo portáteis e os telejornais adotaram o modelo europeu:
meia hora de duração e uma estrutura caracterizada pela divisão
das notícias em blocos.
França
Na França, o jornal televisionado das 20h, chamado 20 Heures é
um ritual muito seguido pelos telespectadores desde os anos
1960. No final dos anos 1990, sob uma concorrência para a
corrida de audiência, os editoriais políticos bem como os
Comentaristas que anteriormente analisam atualidade, e
dominaram a informação política internacional perspectiva quase
desapareceram dos dois grandes telejornais, mesmo os públicos,
que se contentam somente em dar as informações em seqüência,
quase sem análise, como se os fatos e as imagens falassem por
eles mesmos. Certos órgãos de imprensa escrita agora só
desempenham o papel de análise e de reflexão sobre a
atualidade. Ainda que os abandoram. Desde meados dos anos
1980, o jornal de imagens introduziu uma nova forma de jornal
televisivo sem apresentador aparente.
Itália
O primeiro telejornal italiano, ainda experimental, foi transmitido
às 21:00 do dia 10 de setembro de 1952, de Milão.
Curiosamente, a primeira notícia transmitida foi sobre a regata de
Veneza.
TEXTO PARA TELEJORNALISMO
Segundo normas canônicas praticadas no Brasil e em outros
países, o texto para telejornalismo deve ser ainda mais curto e
objetivo que o texto jornalístico de mídia impressa, com
vocabulário mais próximo do coloquial.
67
Videorreportagem
Videorreportagem é um formato alternativo de telejornalismo,
desenvolvido pelo videorrepórter ou videojornalista.
Nele, as etapas do processo de produção da reportagem para
televisão são desenvolvidos por um único jornalista, em especial
a captação da matéria na rua com uma câmera digital em mãos.
Essa é a principal diferença da videorreportagem para o formato
tradicional, feito por uma equipe com repórter, mais um
cinegrafista e um auxiliar.
Entre os diferentes formatos de trabalho do videorrepórter num
telejornal, ele pode estar inserido num esquema de trabalho mais
complexo - que se encaixa na estrutura maior de uma redação -,
trabalhando com o apoio da chefia de reportagem,
desenvolvendo uma pauta feita pelo setor de pauta da TV e tendo
seu material montado por editores do telejornal ou ainda pode se
pautar e editar o próprio material, trabalhando de uma forma mais
independente.
Âncora
O âncora ou pivô é o apresentador de um telejornal. Cabe a ele
narrar, anunciar ou comentar as notícias que serão exibidas, ou
chamar repórteres que entram ao vivo na programação. Dizse
que o termo "âncora", neste sentido, teria sido aplicado pela
primeira vez em 1952, para se referir ao trabalho de Walter
Cronkite durante a convenção pré-eleitoral do Partido Democrata
nos Estados Unidos.
PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS
Eles são organizados da seguinte maneira: diretor regional,
diretor de jornalismo, diretor de marketing, supervisor de
reportagem, supervisor de engenharia, editor de imagem, editor
de texto, produtor, repórter, repórter cinematográfico, técnico de
operações, operador de áudio, operador de iluminação, operador
de sistema e cameraman.
68
Edição de imagem
A Edição é a alteração/manuseamento de determinado conteúdo
tendo por objetivo um uso determinado.
Habitualmente o termo é mais relacionado com a edição de texto,
ou a transformação de um manuscrito em formato comercializável
e reprodutível, como um livro. O ato de editar determinado
conteúdo chama-se editoração, e o sujeito é o editor.
A edição compreende também a alteração de conteúdos vídeo,
como a edição de vídeo, num processo análogo à Montagem
cinematográfica ou videográfica, assim como imagens não
sequenciais, como a Edição de imagens como as fotografias,
textos de vários outros formatos consoante o meio de
comunicação, como a edição jornalística, ou a edição internet, ou
sons, como a edição de música ou a edição radiofônica.
Produtor
O produtor de televisão tem como sua função principal controlar
todos os aspectos da produção de um programa de televisão,
desde o desenvolvimento de sua ideia original e da contratação
do elenco até a supervisão das filmagens e a checagem dos
fatos.
Frequentemente é o produtor é responsável direto pela qualidade
do programa e pela sua duração no ar, com maior ou menor
intensidade dependendo do programa ou de sua emissora.
Alguns produtores assumem um papel mais executivo,
simplesmente concebendo novos programas e "lançando-as"
(pitching) para as redes, e uma vez que o projeto esteja em
andamento passam a dedicar-se exclusivamente a assuntos
relativos aos negócios, como orçamentos e contratos; outros, no
entanto, envolvem-se mais diretamente com o cotidiano dos
trabalhos, especialmente em atividades como os roteiros, o
design dos sets, o elenco e até mesmo a direção.
De acordo com o diretor e produtor brasileiro Daniel Filho, o
produtor seria o profissional que alia a capacidade de analisar e
relacionar determinado produto ao seu público-alvo com a de
prever os custos necessários para esta produção e suas
69
estimativas de retorno financeiro; seria o primeiro profissional a
entrar em determinado projeto e o principal responsável por levála adiante, captando profissionais e recursos para realizá-la.
Repórter Cinematográfico
Repórter cinematográfico é o profissional responsável pela
captação, fotografia, e linguagem das imagens das reportagens
do telejornalismo. Dessa forma, é uma função exercida,
exclusivamente, por jornalistas.
O profissional dedicado à profissão geralmente trabalha em
equipe com um repórter e, eventualmente, um auxiliar.
Operador de Áudio
O operador de áudio é um profissional que opera a mesa de
áudio durante gravações e transmissões, respondendo por sua
qualidade. É ele que é responsável pela nitidez e qualidade do
áudio em apresentações e gravações.
Cinegrafista
Cinegrafista ou operador de câmara/câmera é o profissional do
telejornalismo responsável pelo registro das imagens da notícia.
Repórter cinematográfico é o profissional que registra quaisquer
acontecimento ou assunto de interesse jornalístico. Seja com a
câmera no ombro, no tripé ou na mão, ele capta as imagens, sem
perder a informação que vai dar suporte à narrativa do repórter.
Depende da sensibilidade deste profissional o resultado de um
bom trabalho jornalístico; assim ele deve captar nas imagens não
apenas as ações, mas as emoções, os detalhes que vão fazer a
diferença. Para se ter uma idéia da importância do cinegrafista
para as reportagens basta dizer que o telespectador vê os
acontecimentos distantes de si através dos olhos do cinegrafista.
Geralmente quando assistimos a um bom documentário ou
reportagem não foi somente o texto do repórter que deu o brilho
70
ao resultado, mas também a competência do cinegrafista para
captar a essência desse casamento entre texto e imagem.
Teoria da Comunicação
Teoria da comunicação são estudos acadêmicos que pesquisam
os efeitos, origens e funcionamento do fenômeno da
Comunicação Social em seus aspectos tecnológicos, sociais,
econômicos, políticos e cognitivos. Englobam psicologia, filosofia
e sociologia, dependendo do tipo de abordagem e dos objetivos
da pesquisa.
Os estudos em Comunicação Social começaram com a crescente
popularização das tecnologias midiáticas e seu uso durante as
experiências totalitárias da Europa. Em sua primeira fase,
concentraram suas atenções sobre as mensagens da mídia e seu
efeito sobre os indivíduos; na segunda, enfatizaram o processo
de seleção, produção e divulgação das informações através da
mídia.
PRIMEIRA FASE
Em seus primórdios, os estudos em Comunicação Social
dedicaram-se principalmente ao papel e efeito social do rádio,
uma vez que este veículo fora a primeira mídia a alcançar
proporções e popularidade suficientes para ser caracterizado
como meio de comunicação de massa. Além disso, seu alcance o
levou a ser amplamente utilizado pelos estados totalitários que
emergiram na Europa no período entre-guerras.
Teoria Hipodérmica
Também conhecida como "Teoria dos Efeitos Ilimitados", a Teoria
Hipodérmica estudou o fenômeno da mídia a partir de premissas
behavioristas. Seu modelo comunicativo é baseado no conceito
de "estímulo/resposta": quando há um estímulo (uma mensagem
da mídia), esta adentraria o indivíduo sem encontrar resistências,
da mesma forma que uma agulha hipodérmica penetra a camada
cutânea e se introduz sem dificuldades no corpo de uma pessoa.
Daí o porquê de esta teoria também ser conhecida como "Teoria
da Bala Mágica", pois a mensagem da mídia conseguiria o
71
mesmo efeito "hipodérmico" de uma bala disparada por uma
arma de fogo.
O conceito de "massa" é fundamental para se compreender a
abordagem da teoria hipodérmica. Segundo os estudiosos desta
corrente, a massa seria um conjunto de indivíduos isolados de
suas referências sociais, agindo egoisticamente em nome de sua
própria satisfação.
Uma vez perdido na massa, a única referência que um indivíduo
possui da realidade são as mensagens dos meios de
comunicação. Dessa forma, a mensagem não encontra
resistências por parte do indivíduo, que as assimila e se deixa
manipular de forma passiva.
Modelo de Lasswell
O cientista político Harold Lasswell desenvolveu um modelo
comunicativo que, embora baseado na teoria hipodérmica,
apontava suas lacunas e contribuiria posteriormente para a sua
superação. Para Lasswell, compreender o alcance e efeito das
mensagens transmitidas pela mídia requer responder às
seguintes questões: Quem? Diz o quê? Através de que canal? A
quem? Com que efeito? Os desdobramentos das indagações
correspondem: o "quem" está ligado aos emissores da
mensagem; o "diz" corresponde ao conteúdo da mensagem; o
"canal" à análise dos meios e, por último, o "efeito" à análise da
audiência e reflexos na sociedade.
Teoria da Persuasão
Diferente da abordagem hipodérmica, a Teoria da Persuasão
afirma que a mensagem da mídia não é prontamente assimilada
pelo indivíduo, sendo submetida a vários filtros psicológicos
individuais. Portanto, os efeitos da mídia não seriam de
manipulação, mas de persuasão. O modelo comunicativo desta
teoria é bastante semelhante ao behaviorista – porém, acrescido
de processos psicológicos que determinam a resposta. Tais
processos psicológicos são relativos à audiência e à mensagem.
Em relação à audiência, o indivíduo ficará interessado pelos
assuntos aos quais estiver mais exposto; além disso, tenderá a
72
consumir as informações com as quais esteja de acordo. Em
algumas ocasiões, o indivíduo até mesmo distorcerá o conteúdo
das mensagens recebidas, de forma a adequá-las à sua forma de
entender a questão.
Em relação à mensagem, o indivíduo a consumirá de acordo com
o grau de prestígio e de confiança que depositar naquele que a
transmite (o comunicador). Conta também a maneira como os
argumentos são distribuídos; se todos ou apenas parte dos
argumentos estão presentes; a exposição implícita ou explícita
das intenções da mensagem; e o grau de envolvimento do
indivíduo com o assunto.
Teoria Empírica
Limitados)
de
Campo
(Teoria
dos
Efeitos
A Teoria Empírica de Campo ou Teoria dos Efeitos Limitados
(nome dado como resposta à Teoria dos Efeitos Ilimitados de
Lasswell) baseia suas pesquisas na sociologia, concluindo que a
mídia cumpre papel limitado no jogo de influência das relações
comunitárias. Em outras palavras, a mídia é apenas mais um
instrumento de persuasão na vida social, uma vez que é apenas
parte desta.
Dessa forma, a Abordagem Empírica de Campo abandona a
relação direta de causa e efeito entre a mensagem e o
comportamento do indivíduo. Antes, enfatiza a influência indireta
que a mídia exerce sobre o público tal como faria qualquer outra
força social (igreja, família, partido político etc). O alcance das
mensagens midiáticas depende do contexto social em que estão
inseridas, ficando sujeitos aos demais processos comunicativos
que se encontram presentes na vida social. Neste caso, os filtros
individuais pelos quais as mensagens passam seriam de origem
muito mais social do que psicológica.
Teoria Funcionalista
A Teoria Funcionalista estuda as funções exercidas pela mídia na
sociedade, e não os seus efeitos. Em lugar de pesquisar o mero
comportamento do indivíduo, estuda-se a sua ação social
enquanto consumidor de valores e modelos que se adquire
73
comunitariamente. Seus métodos de pesquisa distanciam-se dos
métodos da teoria Hipodérmica, EmpíricoExperimental e de
Efeitos Limitados por não estudar a mídia em casos
excepcionais, como campanhas políticas, mas em situações
corriqueiras e cotidianas.
Teoria Crítica
Inaugurada pela Escola de Frankfurt, a Teoria Crítica parte do
pressuposto das teorias marxistas e investiga a produção
midiática como típico produto da era capitalista. Desvendam
assim a natureza industrial das informações contidas em obras
como filmes e músicas: temas, símbolos e formatos são obtidos a
partir de mecanismos de repetição e produção em massa, que
tornam a arte adequada para produção e consumo em larga
escala.
Assim, a mídia padroniza a arte como faria a um produto
industrial qualquer. É o que foi denominado indústria cultural.
Nesta, o aspecto artístico da obra é perdido. O imaginário popular
é reduzido a clichês. O indivíduo consome os produtos de mídia
passivamente. O esforço de refletir e pensar sobre a obra é
dispensado: a obra "pensaria" pelo indivíduo.
Teoria Culturológica
A Teoria Culturológica parte de uma análise à Teoria Crítica e
desenvolve assim um pressuposto diferente das demais teorias.
No lugar de pesquisar os efeitos ou as funções da mídia, procura
definir a natureza da cultura das sociedades contemporâneas.
Conclui assim que a cultura de massa não é autônoma, como
pretende as demais teorias, mas parte integrante da cultura
nacional, religiosa ou humanística. Ou seja, a cultura de massa
não impõe a padronização dos símbolos, mas utiliza a
padronização desenvolvida espontaneamente pelo imaginário
popular.
A cultura de massa atende assim a uma demanda dupla. Por um
lado, cumpre a padronização industrial exigida pela produção
artística, por outro, corresponde à exigência por individualização
74
por parte do espectador. É o que se define como sincretismo. Os
produtos da mídia transitam entre o real e o imaginário, criando
fantasias a partir de fatos reais e transmitindo fatos reais com
formato de fantasia.
SEGUNDA FASE
Teoria do Agendamento
A Teoria do Agendamento estuda o poder de agenda dos meios
de comunicação, ou seja, a capacidade que estes possuem para
evidenciar um determinado assunto. Para isso, investiga a
importância da mídia como mediadora entre o indivíduo e uma
realidade da qual este se encontra distante. O Agenda Setting é
referido como uma "hipótese" devido às dificuldades
metodológicas impostas por suas premissas e conclusões.
Gatekeeper
Os estudos sobre os gatekeepers ("guardiões do portão")
analisam o comportamento dos profissionais da comunicação, de
forma a investigar que critérios são utilizados para se divulgar ou
não uma notícia. Isso porque estes profissionais atuariam como
guardiões que permitem ou não que a informação "passe pelo
portão", ou melhor, seja veiculada na mídia. A decisão de publicar
algo ou não publicar depende principalmente dos acertos e
pareceres entre os profissionais, que estão subordinados a uma
cultura de trabalho ou uma política empresarial e ainda aos
critérios de noticiabilidade. E que não raro exclui o contato com o
público.
Newsmaking
Segundo Mauro Wolf, o conceito de newsmaking diz respeito ao
profissional jornalista que dentro da empresa atua como editor. É
aquele que é responsável pela configuração final da página
(quando no jornal impresso) ou da sequência das notícias, bem
como daquelas que serão manchetes. É um sujeito que fabrica a
realidade porque, tendo incorporado os critérios universais de
75
seleção daquilo que distingue fatos de acontecimento, vai
selecionar de acordo com a seleção já determinada pelas
agências de notícias. O editor - que é um gatekeeper ao
selecionar - fabrica o que vai ser notícia. O jornalismo de massa,
ou o jornalismo produzido pela indústria cultural, é um jornalismo
que serve aos interesses do capital e é produzido para reproduzir
comportamentos e não para informar, no sentido que esperavase do jornalismo.
Isto porque quem mantém um jornal, geralmente está ligado a
interesses comerciais de alguma empresa, grupo econômico, ou
também tem relações implícitas com o Estado ou representantes
de elites econômicas.
Teorias do Jornalismo
Teoria do Espelho
É a teoria mais antiga. Inspira-se no Positivismo do filósofo
francês Auguste Comte (17981857).
A teoria acredita e defende a ideia de objetividade no jornalismo.
Essa corrente vê o jornalista como um comunicador
desinteressado, e que conta a verdade sempre, "doa a quem
doer". Para o senso comum, é até hoje a concepção dominante
no
jornalismo
ocidental.
Tem dois momentos históricos:
Meados do século 19. Nascimento do jornalismo informativo, que
separa opinião de informação.
Início do século 20 - o jornalismo aparece associado a
objetividade, aqui entendida como método criterioso de pesquisa
e checagem dos fatos.
De acordo com esta teoria, as notícias de um bom jornalismo
representam a realidade em sua forma fiel. Ou seja, ela acredita
que o bom jornalismo consegue transmitir a realidade
perfeitamente, como um espelho reproduz a imagem. A
imparcialidade, aqui, é vista como completamente possível, pois
crê que o jornalista é, como um profissional honesto, um
“comunicador desinteressado”.
76
O que isso significa? Para a Teoria do Espelho, o jornalista não
deixará que suas paixões políticas e toda a sua formação cultural
interfiram na comunicação. Isso significa que nem mesmo a sua
forma de ver o mundo, com seus conceitos de bom e mal, irão
prejudicar a reportagem ou notícia.
A Teoria do Espelho parte da própria formação da sociedade
capitalista democrática, onde o princípio de imparcialidade
sempre foi visto como fundamental para a livre circulação da
informação na sociedade, vista como um direito do cidadão. Daí o
princípio histórico do jornalismo em ser imparcial, se conter aos
fatos, sem distorcer a verdade.
Contestações
No entanto, os estudos de mídia e jornalismo mais recentes
mostram ser impossível que os jornalistas consigam, de fato,
reproduzir a verdade como um todo. Isso porque a “verdade”
pode variar de acordo com o conjunto de crenças culturais e
valores sociais em que se encontra.
Por exemplo, será que a verdade para um muçulmano é a
mesma para um cristão? Será que a verdade para um capitalista
é a mesma para um socialista? Ou melhor, será que a forma de
ver o mundo para um trabalhador é a mesma forma de ver o
mundo para um empresário? A resposta é simples: não. Onde
está verdade, então? Podemos perceber, portanto, que a
“verdade” não é algo tão simples. Muitas vezes, a “verdade” é
algo construído ao longo da existência de uma sociedade através
de sua cultura. Por isso, cada vez mais, a Teoria do Espelho é
rejeitada pelos estudiosos da área, já que ela chega a ser
inocente em sua crença.
Teoria da Ação Pessoal ou Teoria do Gatekeeper
O termo Gatekeeper significa “Guardião do portal”. Só por essa
definição já podemos notar claramente que a teoria repousa
sobre o processo de produção e seleção de notícias, partindo da
ação pessoal do profissional da área: o jornalista – mais
especificamente na função de editor, já que a figura do
Gatekeeper mostra um agente que decide o que se transformará
77
efetivamente em fato ou acontecimento noticiado, ou se
serásimplesmente descartado.
Em termos acadêmicos, sabe-se que a Teoria do Gatekeeper é
uma das primeiras a surgir na literatura específica do jornalismo.
Seus contornos foram traçados na década de 1950, por David
Mannig White. O pesquisador acompanhou a rotina do “Mr.
Gate”, um edior não identificado, para entender como se dava os
critérios de noticiabilidade e entender porque as noticias são
como são.
White chegou à conclusão de que o processo de escolha é
extremamente subjetivo, apesar dos pressupostos de
objetividade do jornalismo. E que o editor, em última instancia,
representa um funil que seleciona as notícias, decidindo
arbitrariamente o que seria ou não publicado. Ou seja, White
descreveu que o jornalista baseia-se em seu próprio conjunto de
experiências, atitudes e expectativas.
Críticas à Teoria do Gatekeeper
De uma forma geral, as críticas dos estudiosos da área recaem
na visão limitada de White em querer analisar todo o jornalismo
simplesmente a partir da figura do editor ou jornalista. Isso
porque, dessa forma – apesar das teorias atuais não negarem a
subjetividade da profissão – as análises do Gatekeeper não
consideram fatores externos que influenciam nas decisões do
profissional.
Enfim, a questão organizacional, a linha editorial, o público alvo,
audiência, concorrência entre outros fatores importantes ficam de
fora. Um claro exemplo é a semelhança dos produtos
jornalísticos, como os jornais impressos ou os telejornais que
possuem quase o mesmo leque de cobertura noticiosa, com os
mesmos assuntos.
Uma das primeiras teorias que contestaram as afirmações de
White foi a Teoria Organizacional, mostrando as influências do
ambiente de trabalhos sobre o jornalista.
Teoria Organizacional
78
A Teoria Organizacional teve origem na administração e na
psicologia, adaptada para o jornalismo somente em 1995, pelo
sociólogo
norte-americano
Warren-Breed.
Segundo
a
administração, a Teoria Organizacional surgiu com a mudança de
valores dentro das empresas e comunicação organizacional,
formação de bons líderes e a aplicação da psicologia
organizacional. Esta teoria de modelo funcionalista pode ser
observada no jornalismo dentro das redações, onde as notícias
são produzidas. O jornalismo é um mercado e as notícias são
seus produtos, por tanto é necessária a organização das
empresas, situação evidente no livro de Cremilda Medina,
‘Notícia: um produto à venda’. “As notícias são como são porque
as empresas e organizações jornalísticas assim as determinam”.
A Teoria Organizacional tem uma visão mercadológica: quanto
mais organizado o processo jornalístico, mais lucrativo.
Dentro das empresas jornalísticas pode-se observar comumente
a seguinte hierarquização, no caso dos jornais impressos:
Proprietário, Diretor-Executivo ou Diretor Administrativo, Diretor
Comercial, Diretor de circulação, Diretor de Jornalismo ou de
Redação, Editor-Chefe, Editores, Editor de Fotografia, Chefe de
Reportagem, Repórteres, Redatores, Revisores, Diagramadores,
Ilustradores, Fotógrafos, Correspondentes e Secretário de
Redação. A hierarquização das empresas jornalísticas acontece
também nos outros meios de comunicação, de forma a organizar,
como o próprio nome da teoria diz.
Existem dois tipos níveis que influenciam na produção de notícias
de acordo esta teoria: ao nível organizacional com fatores como o
desejo do lucro, a escolha de fontes, o acontecimento, a
competição entre editores e editorias, recursos humanos e
materiais, a hierarquia, organização e burocracia interna e
interação com as fontes interferem na produção da matéria; Ao
nível extra-organizacional as notícias sofrem influência sobre
fatores comoaudiência e mercado, a relação estabelecida entre
jornalista e fonte assim como a preferência aos canais de rotina.
De forma sociológica, é possível refletir que o jornalista torna-se
um membro da redação, portanto, dependente das influências
políticas do meio editorial e empresarial do veículo de
comunicação. De acordo com o jornalista Heitor Costa Lima da
Rocha, seis fatores são apontados pela Teoria Organizacional
79
como relevantes na promoção do conformismo do jornalista com
a política editorial da organização: (1) a autoridade institucional e
as sanções; (2) os sentimentos de obrigações e de estima para
com os superiores; (3) as aspirações de mobilidade; (4) a
ausência de grupos de lealdade em conflito; (5) o prazer da
atividade; (6) as notícias como valores.
Como as autoridades podem influenciar o fazer jornalístico?
Basta saber que o jornalista está sempre respondendo a algum
superior hierárquico e ao próprio dono da empresa. Se ele não
seguir as orientações editoriais pode sofrer sanções, além de
perder o próprio emprego, devido à falta de regulação da área por
algum órgão, como os conselhos profissionais, não há muito o
quê se fazer pelo jornalista.
O sensacionalismo está vinculado ao aumento do interesse da
população pelo assunto, que envolve a produção de sensações
nos receptores das informações e conseqüente aumento do
número de vendas. O sensacionalismo e o imediatismo criticados
pela Nova História são praticados na Teoria Organizacional,
devido à competição entre diferentes empresas de comunicação,
visando maior destaque, maior lucro, o furo jornalístico e maior
quantidade de informações. Acaba perdendo-se a qualidade da
informação segundo critérios jornalísticos e pensando nos
critérios mercadológicos.
Pensando pelo lado de vista de que a competição entre
empresas jornalísticas gera a publicação de notícias com
enfoques diferentes e por meio da investigação de diferentes
fontes, a Teoria Organizacional pode ser positiva para o
jornalismo. Todavia, a competição extrapola os níveis
jornalísticos e acaba tornando-se pessoal entre os profissionais
da área.
Influenciados por estas competições, o jornalismo novamente é
afetado pela subjetividade. A Teoria Organizacional dá
importância para a cultura organizacional, e não para a cultura
profissional.
Um conflito bastante claro entre diferentes empresas jornalísticas
acontece no meio televisivo entre a Rede Globo e a Rede
Record. A divulgação de informações, ora verdadeiras, ora
80
especulativas e até mesmo, agressivas, está presente nas duas
emissoras televisivas brasileiras. Além da competição jornalística,
influenciados pela hierarquia e pela própria identidade como uma
equipe, os jornalistas acabam se colocando em situações
constrangedoras. Por meio dessa concorrência entre empresas,
os jornalistas podem inclusive publicar informações superficiais,
sem o devido apuramento, o que relacionaria esta teoria com a
Teoria da Nova História.
Acredito que mesmo existindo diferenças e proximidades entre as
Teorias da Nova História e Organizacional é importante que se
entenda cada uma das teorias jornalísticas. O modelo reprodutivo
é evidente na Organizacional, modelo este criticado na Nova
História, que acredita que o jornalista deve ir além da reprodução
das notícias, entender e refletir os seus contextos e préformações dos acontecimentos. Conhecer as duas teorias e
estudá-las é melhor do que conhecer somente uma das duas. O
que uma teoria tem de incompleta, uma outra teoria pode vir para
complementar, mas acredito que nenhuma das teorias é
completa o suficiente para explicar o jornalismo, já que as
notícias e suas origens são mais complexas do que são tratadas
em
nosso
cotidiano
e
na
prática
jornalística.
Não podemos desconsiderar a importância da organização das
redações jornalísticas.
Assemelhando-se às indústrias, as redações estão divididas em
diferentes cargos e funções, mas a preocupação permanece na
facilidade de reprodução de informações, que se mal apuradas
podem causar uma série de prejuízos a sociedade. É preciso
deixar de lado a competição pelo furo jornalístico, e começar a se
preocupar mais com a qualidade das informações.
Deixo a seguinte reflexão aos leitores: é melhor ter a notícia em
primeira mão e mal apurada, por causa da ineficiência dos jornais
e jornalistas, que estão preocupados com a quantidade de
informações oferecidas e competição ou ter uma notícia que
levou mais tempo para chegar até o receptor, mas que possa ser
confiada, pois sabe que a mesma foi apurada, de forma a garantir
que esteja o mais próximo possível da verdade?
Teoria da Ação Política
81
Entende que a mídia está a serviço de interesse políticos;
Herman e Chomsky (EUA, 1986)
• A notícia é aquilo que vende(Medina);
• Os media reforçaram o “establishment”( poder estabelecido)
graças à ação dos donos meios e dos anúncios;
• O jornalismo funciona como modelo de propaganda.
Aponta que há cinco razões para a subordinação do jornalismo
aos interesses capitalistas:
1 Propriedades dos media;
2 Lucratividade ;
3 Oficialismo;
4 Punições
5 Ideologia anticomunista dominante entre jornalistas;
Limites aos estudos e das teorias esquerdistas, segundo Herman
e Chomsky:
• Desconsidera “certa autonomia do jornalista”;
• -Atribui fortes laços entre donos das empresas e os jornalistas.
As teorias da ação política pressupõem que as notícias são como
são porque interesses políticos e ideológicos assim as
determinam.
Para a teoria da ação política de direita, é o Estado que
determina as notícias. Para a teoria da ação política de esquerda,
elas são determinadas pelos interesses ideológicos capitalistas.
• Para esta teoria as notícias servem como instrumento para se
chegar a determinados interesses.
• Parte de um paradigma de estudos da parcialidade, cujo
objetivo é verificar ou não a existência de distorções nos textos
noticiosos.
Há duas versões dessa teoria:
1- “Esquerda”: As notícias servem como instrumento para manter
a
ordem
capitalista.
Aqui os teóricos “esquerdistas” defendem uma idéia de que as
notícias são produzidas para sustentar socialmente a idéia de um
mundo capitalista. Falam muito em teorias relacionadas à
82
manipulação da visão que temos de “realidade” e acusam a mídia
de agir de maneira parcial, ou seja, a favor dos interesses
capitalistas, de consumo.
2- “Direita”: As notícias são utilizadas para questionar o sistema.
Os teóricos “direitistas” (que em sua maioria defendem o sistema
capitalista como natural) se defendem dizendo que as notícias
não estão a serviço do sistema capitalista, mas sim na contramão
desse sistema, questionando-o.
• Essa teoria reflete a teoria do espelho na medida em que
propõe o estudo das distorções contidas nas notícias. Dessa
forma, a notícia aqui é encarada como reflexo/ reprodução da
realidade.
• Para os “esquerdistas” da Teoria Instrumentalista as notícias
são parte da publicidade que sustenta o sistema capitalista.
Valores como individualismo, competição e consumo aparecem
cotidianamente consolidados nas páginas dos jornais e telas da
televisão.
Noam Chomsky – um dos mais importantes teóricos dessa
escola.
Nasceu em Filadélfia em 1928 de família judia ucraniana.
Atualmente é professor no Departamento de Lingüística do MIT
(Massachusetts Institute of Technology).
“A fabricação de ilusões necessárias para a gestão social é tão
velha como a história”.
“Uma nova tecnologia como a televisão é muito útil, porque
produz o efeito de isolar as pessoas. Cada indivíduo está só
diante da tela. Não se comunica com ninguém, nem atua em
comum, nem se organiza. Uma das razões é que os indivíduos
devem estar sozinhos, enfrentando o poder centralizado e os
sistemas de informação de forma isolada, para que não possam
participar de modo significativo na administração dos assuntos
públicos”.
Para ele, a imprensa está subordinada aos interesses da elite
política e econômica dos Estados Unidos. É conhecido como um
83
crítico dos estudos sobre a manipulação e do consenso
fabricado.
• Já os “direitistas defendem a idéia de que os jornalistas formam
uma classe social específica e distorcem as notícias com o
objetivo exatamente inverso: veicular idéias anticapitalistas”.
Como refletir sobre essa troca de acusações?
Para reforçar a idéia esquerdista, Traquina relaciona quatro
fatores que explicam a submissão do jornalismo aos interesses
capitalistas:
1- Estrutura da imprensa jornalística;
2- Sua natureza capitalista
3- Dependência do jornalista às fontes governamentais e
empresariais;
4- Ações punitivas dos superiores;
Perseu Abramo cita alguns padrões que considera relativos à
manipulação da imprensa:
1- Ocultação;
2- Fragmentação: o real é fragmentado e dividido em fatos
desconectados para evitar a consciência crítica do contexto.
3- Indução: combinação de artifícios para induzir o público a
enxergar uma realidade conveniente para determinado veículo.
4- Global: ilusão de apresentar a realidade de forma completa,
total, acabada.
5- Inversão: após a descontextualização, há a troca de lugares e
importância dos fatos.
Para Traquina, o problema central desse modelo é a sua visão
determinista sobre os jornalistas. “Visões diferentes, limitações
semelhantes”.
Teoria Construcionista
Na Teoria Construcionista a notícia é vista como construção
social, ou seja, esta ajuda a construir a própria realidade. Esta
teoria, adaptada ao jornalismo nos anos 70, opõe-se à Teoria do
Espelho, por motivos citados por Traquina como, a
impossibilidade de estabelecer uma distinção radical entre
84
realidade e os meios noticiosos que devem refletir essa realidade;
a inexistência de uma linguagem neutral; a influência de fatores
organizacionais, orçamentais e
à imprevisibilidade dos
acontecimentos.
A notícia considerada uma construção não é ficcional, mas
muitos profissionais da área ainda acham que considerá-la uma
estória ou narrativa tira o valor de realidade. O que teóricos do
construcionismo, como Gaye Tuchman, Schudson, Bird,
Dardenne e Stauart Hall tentam explicar é que a notícia deixa de
ser um simples relato, e passa a ser considerada como uma
construção, pois podem apresentar diferentes enfoques ou
versões de um mesmo fato. “A conceitualização das notícias
como estórias dá relevo à importância de compreender a
dimensão cultural das notícias”, argumenta Nelson Traquina.
Segundo pesquisadores do jornalismo, como Schlesinger, é
importante
analisar
o
jornalismo
pela
abordagem
etnometodológica, e não somente pelo produto jornalístico, como
outras concepções fazem. Advinda de uma corrente da sociologia
americana, a etnometodologia surgiu no final da década de 1960.
A observação acadêmica da rotina nas redações jornalísticas
possibilitou a compreensão das ideologias e das práticas
profissionais dos jornalistas, corrigindo a visão mecânica do
processo de produção. Para Nelson Traquina, esses estudos
contribuíram com o entendimento do jornalismo: importância da
dimensão transorganizacional (Networking informal e Conexão
cultural); o reconhecimento das rotinas como elementos cruciais,
que englobam e são constitutivas de ideologia; corrigem as
teorias instrumentalistas.
Teoria Estruturalista
Inovações metodológicas e novas interrogações foram fatores
responsáveis pelo surgimento das Teorias Estruturalista e
Interacionista, a partir dos anos 60 e 70. Traquina argumenta que
as duas teorias são complementares, mas divergem em alguns
pontos. É preciso lembrar que essas duas teorias tiveram como
base a Teoria Construcionista. As duas teorias têm em comum a
crença de que a notícia é resultado de processos complexos de
interação social entre agentes sociais: “os jornalistas e fontes de
85
informação; os jornalistas e a sociedade; os membros da
comunidade profissional, dentro e fora da sua organização”,
argumenta Traquina.
Todas as argumentações apresentadas pelas outras teorias,
como por exemplo, de que o jornalista sozinho decidia o que
seria notícia ou não ou que a responsabilidade era só da
organização, são criticadas por estas teorias, mas não são
ignoradas, pois são complementares. Os teóricos dessas teorias
acreditam que as interações sociais são complexas. Traquina diz
que é importante a identidade das fontes de informação e é
preciso refletir sobre as consequências sociais resultantes dos
processos e procedimentos utilizados pelos jornalistas.
Traquina explica que Stuart Hall e outros autores defendem que
as notícias são um produto social resultante de vários fatores: a
organização burocrática da mídia; a estrutura dos valores notícia,
a prática e a ideologia profissional dos jornalistas; o próprio
momento de construção da notícia – identificação e
contextualização.
Ambas teorias são construcionistas e ressaltam a importância de
se analisar o jornalista como um construtor da realidade, não
somente um reprodutor. Entender este conceito é fundamental
para reforçar a importância do jornalista e do jornalismo, pois
deixa de relacionar este campo profissional somente à técnica.
Sem os devidos conhecimentos e capacidades de reflexão e
análise, o jornalista torna-se um reprodutor, parte de um processo
que poderia ser substituída e automatizada. Ser jornalista é muito
mais do que relatar, é construir, contextualizar, vivenciar. As
influências das teorias não estão somente na construção das
notícias, mas em como as pessoas as recebem. Os jornalistas,
por mais que tentem buscar a neutralidade, acabam incluindo
suas ideologias e experiências nas notícias, que podem
influenciar o receptor desprovido de uma leitura mais crítica.
Atualmente, os veículos e as próprias instituições de ensino do
jornalismo utilizam-se do pretexto de neutralidade e objetividade
no jornalismo, mas basta analisar dois veículos diferentes e os
diferentes enfoques ou construções dados à notícia podem ser
observados, ou seja, existe subjetividade no jornalismo, por mais
que esta tente ser camuflada ou ignorada.
86
A reprodução de uma ideologia dominante, um dos princípios da
Teoria Estruturalista aplicada no jornalismo, de acordo com a
filósofa Marilena Chaui, implica em um “mascaramento da
realidade social que permite a legitimação da exploração e da
dominação”. Ou seja, como explica Chaui, o falso pode tornar-se
verdadeiro, o injusto por justo. Os contrários à ideologia
dominante são minorias, portanto muitas vezes, o jornalismo
mesmo sendo uma construção da realidade, não constrói
necessariamente a realidade da sociedade.
Construir notícias implica em uma proximidade entre jornalista e
sociedade, caso contrário este estará construindo algo que difere
da maioria da população e certamente não é uma realidade. Os
conceitos apresentados por essas duas teorias são interessantes,
pois admitem a influência do jornalista na produção das notícias.
Contrárias à visão instrumental do jornalismo, as teorias reforçam
que o jornalista é um ser dotado de opiniões e experiências que
podem fazer parte das notícias, um jornalismo mais humano e
menos técnico. A técnica pode ser aprendida, mas a essência é o
que diferencia e faz parte de cada indivíduo, algo que nem
mesmo as máquinas poderão substituir um dia.
Teoria Espiral do Silêncio
Espiral do silêncio é uma teoria da ciência política e comunicação
de massa proposta pela cientista alemã Elisabeth NoelleNeumann.
É a hipótese científica de sucesso, segundo a qual há uma ideia
de espiral que explicita a dimensão cíclica e progressiva dessa
tendência ao silêncio.
Quanto mais minoritária a opinião dentro de um universo social,
maior será a tendência de que ela não seja manifestada.
Quando os meios de comunicação, diante de um escândalo
político, impõem uma imagem desfavorável de seu protagonista,
essa opinião será dominante no universo social que eles atingem.
Apesar de haver vozes minoritárias discordantes, haverá uma
tendência de que elas se calem.
87
Quando parte desse grupo se cala, a opinião discordante, que já
era minoria, se torna ainda mais minoritária, e a tendência ao
silêncio é ainda maior.
História
Estudos sobre a Espiral do Silêncio começaram na década de 60.
Essa teoria foi proposta epecificamente a partir das pesquisas da
alemã Elisabeth Noelle-Neumann sobre os efeitos dos meios de
comunicação de massa. Na Alemanha, entre 1965 e 1972,
durante as campanhas eleitorais Noelle-Neumann percebeu uma
súbita mudança de opinião, dos eleitores, na reta final do
processo de eleição. De acordo com seus estudos, ao mudar de
opinião, os eleitores buscavam se aproximar das opiniões que
julgavam dominantes.
A ideia central desta teoria situa-se na possibilidade de que os
agentes sociais possam ser isolados de seus grupos de convívio
caso expressem publicamente opiniões diferentes daquelas que o
grupo considere como opiniões dominantes. Isso significa dizer
que o isolamento das pessoas, de afastamento do convívio
social, acaba sendo a mola mestra que aciona o mecanismo do
fenômeno da opinião pública, já que os agentes sociais têm
aguda percepção do clima de opinião. E é esta alternância cíclica
e progressiva que Noelle-Neumann chamou de Espiral do
Silêncio (LAGE, 1998, p. 16).
Existe uma tendência de acompanhar a opinião da maioria das
pessoas, talvez por medo do fator isolamento, isto pelo fato de,
em geral, a sociedade exigir uma certa conformidade com o tema
em discussão. Este cenário tem a finalidade de manter-se um
mínimo de unidade para garantir coerência.
A Teoria da Espiral do Silêncio procura explicar a influência da
opinião pública nas opiniões de cada indivíduo. Os estudos desta
teoria começaram na década de 60, com base nas pesquisas
sobre efeitos dos meios de comunicação em massa e foram
elaborados pela socióloga e cientista política alemã Elizabeth
Noelle-Neuman. O conceito da Teoria do Espiral do Silêncio
surgiu pela primeira vez em 1972, em um congresso internacional
de psicologia, em Tóquio, com a participação da alemã Noelle88
Neuman. Todavia, somente em 1984 a teoria foi publicada em
forma de livro “Espiral do Silêncio”.
Como entender a Teoria da Espiral do Silêncio de forma simples?
Basicamente quando uma opinião individual difere da maioria ou
do pensamento coletivo, pode ocorrer uma reação de isolamento
social do indivíduo, em que as pessoas alteram a sua forma de
pensar ou são silenciadas. A pesquisadora Noelle-Neuman dizia
que as pessoas optavam pelo silêncio, por causa do medo da
solidão social. Jornalista e docente, Vânia Coelho conta em seu
blog que a alemã acreditava que esse medo se propaga em
espiral e pode esconder desejos de mudanças presentes na
maioria silenciosa, por isto o nome, Espiral do Silêncio. Ou seja, a
Espiral do Silêncio tenta entender a sociedade que é silenciada
diariamente e acaba sendo influenciada pelos hábitos baseados
no senso da maioria ou pela imaginação do que estes poderiam
dizer.
“O resultado é um processo em espiral que incita os indivíduos a
perceber as mudanças de opinião e a segui-las até que uma
opinião se estabelece como atitude prevalecente, enquanto as
outras opiniões são rejeitadas ou evitadas por todos, à exceção
dos duros de espírito”, argumenta Noelle-Neuman, que conta em
seu livro que propôs o termo Espiral do Silêncio para descrever
este mecanismo psicológico.
Para entender melhor como funciona a Espiral do Silêncio, é
preciso conhecer os três mecanismos descritos por NoelleNeuman pelos quais a teoria influencia a mídia sobre o público: 1)
Acumulação: excesso de exposição de determinados temas na
mídia; 2) Consonância: forma semelhante como as notícias são
produzidas e veiculadas; 3) Ubiqüidade: presença da mídia em
todos os lugares.
A mesma mídia que diz publicar o que é de opinião pública é
aquela que é indiferente à população quando esta precisa. A
Teoria do Espiral do Silêncio ajuda a entender como a mídia
funciona em relação à opinião pública e silencia suas idéias.
Teoria do Agendamento
89
A Teoria do Agendamento ou Agenda-setting theory, no original,
em inglês, é uma teoria de Comunicação formulada por Maxwell
McCombs e Donald Shaw na década de 1970. De acordo com
este pensamento, a mídia determina a pauta (em inglês, agenda)
para a opinião pública ao destacar determinados temas e preterir,
ofuscar ou ignorar outros tantos.
História
As ideias básicas da Hipotese do Agendamento podem ser
atribuídas ao trabalho de Walter Lippmann, um proeminente
jornalista estadunidense. Ainda em 1922, Lippmann propôs a
tese de que as pessoas não respondiam diretamente aos fatos do
mundo real, mas que viviam em um pseudo-ambiente composto
pelas "imagens em nossas cabeças". A mídia teria papel
importante no fornecimento e geração destas imagens e na
configuração
deste
pseudoambiente.
A premissa básica da teoria em sua forma moderna, entretanto,
foi formulada originalmente por Bernard Cohen em 1963: "Na
maior parte do tempo, [a imprensa] pode não ter êxito em dizer
aos leitores como pensar, mas é espantosamente exitosa em
dizer aos leitores sobre o que pensar".
Ao estudarem a forma como os veículos de comunicação cobriam
campanhas políticas e eleitorais, Shaw e McCombs constataram
que o principal efeito da imprensa é pautar os assuntos da esfera
pública, dizendo às pessoas não "como pensar", mas "em que
pensar".
Geralmente se refere ao agendamento como uma função da
mídia e não como teoria (McCombs & Shaw, 1972).
Contexto e Fundamentos
A teoria explica a correspondência entre a intensidade de
cobertura de um fato pela mídia e a relevância desse fato para o
público. Demonstrou-se que esta correspondência ocorre
repetidamente.
Acredita-se que o agendamento ocorra porque a imprensa deve
ser seletiva ao noticiar os fatos. Profissionais de notícias atuam
como gatekeepers (porteiros) da informação, deixando passar
90
algumas e barrando outras, na medida em que escolhem o que
noticiar e o que ignorar.
O que o público sabe e com o que se importa em dado momento
é, em grande parte, um produto do gatekeeping midiático.
A função de agendamento é um processo de três níveis:
• Media Agenda (Agenda Midiática) - questões discutidas na
mídia
• Public Agenda (Agenda Pública ou da Sociedade Civil) questões discutidas e pessoalmente relevantes para o público
• Policy Agenda (Agenda de Políticas Públicas) - questões que
gestores públicos consideram importantes.
Um dos debates entre pesquisadores são as questões de
causalidade: é a agenda midiática que pauta a agenda da
sociedade, ou o contrário? Iyengar e Kinder estabeleceram uma
relação de causalidade com um estudo experimental no qual
identificaram que o priming, a clareza da apresentação e a
posição eram todos determinantes da importância dada a uma
matéria de jornal. Entretanto, a questão de se há influência da
agenda pública na agenda midiática continua aberta a
questionamentos.
Conceitos importantes
Gatekeeping - controle sobre a seleção do conteúdo exercido
pela mídia e pela imprensa.
Priming - no agendamento, a ideia de que a mídia atrai atenção
para alguns aspectos da vida política em detrimento de outros
(Baran & Davis, 2000).
Framing ou Enquadramento - apresentação de conteúdo de
forma a orientar sua interpretação em certas linhas
predeterminadas.
Time-lag ou Intervalo temporal - o período que decorre entre a
cobertura informativa dos meios de comunicação de massa e a
agenda do público (variável dependente).
91
A Teoria do Agendamento, também conhecida como AgendaSetting, está relacionada aos meios de comunicação de massa e
a publicação, com ênfase, de assuntos, que acabam
influenciando a população, tornando-se tema de conversas e
atitudes da sociedade.
Há mais de 300 anos o pesquisador alemão Tobias Peucer já
estudava o jornalismo, a ética, os critérios de noticiabilidade e o
papel da imprensa. Peucer é considerado progenitor das teorias
do jornalismo e naquela época relatava como a imprensa
influenciava a sociedade. Todavia, a formulação da teoria do
Agenda-Setting aconteceu somente na década de 70, com os
norteamericanos Maxwell McCombs e Donald Shaw, com a
publicação de um artigo que analisava como a mídia é capaz de
agendar temas que geram debates e tornam-se presentes na
formação da opinião pública. Ainda de acordo com os teóricos,
existe uma correlação entre agenda midiática, agenda pública e
agenda política: a agenda midiática é a responsável pela criação
das pautas; A agenda pública sobre questões de relevância para
o público; A agenda política abrange questões políticas.
Funcionalista, a teoria tem como objeto de estudo a mensagem
na comunicação, principalmente as mídias ou meios de
comunicação de massa, como os jornais, as revistas, o rádio, a
televisão e a Internet. As funções são valorizadas, cada parte do
processo possibilita a existência de um todo, por isto
funcionalista. Por meio de pesquisas realizadas, um dos teóricos
do agenda-setting, Maxwell McCombs dá como exemplo de como
o Agendamento funciona e pode ser observado na questão
política: quando os políticos debatem sobre o que está em
destaque na mídia ou quando a mídia influencia os resultados
das eleições.
Nelson Traquina argumenta em seu livro “Teorias do Jornalismo Volume 1: Porque as notícias são como são” que os jornalistas
fabricam a opinião pública, em vez de expressá-la, pois nem
sempre o que é transmitido pela mídia é o que faz parte dos
assuntos da sociedade. A influência dos veículos de
comunicação de massa é tão grande que a população passa a
discutir e opinar de acordo com o contexto midiático, muitas
vezes, mergulhado no sensacionalismo, como por exemplo, os
atentados ao World Trade Center em setembro de 2001, o caso
92
dos mineiros chilenos que foram soterrados em agosto de 2010 e
o casamento real britânico em abril de 2011.
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