TEATRO FOLIA Antonio Gomes Pereira Neto (UFRN, Rio Grande do
Transcrição
TEATRO FOLIA Antonio Gomes Pereira Neto (UFRN, Rio Grande do
Modalidade: Artigo GT: Teatro Eixo Temático: Iniciação Científica TEATRO FOLIA Antonio Gomes Pereira Neto (UFRN, Rio Grande do Norte, Brasil) RESUMO: Este presente Artigo de Iniciação Científica é o projeto de mestrado desenvolvido através do Mestrado Profissional em Artes (PROF-ARTES), a partir da pesquisa do Teatro Dramático Folclórico, contextualizado no aprendizado e na prática educacional do aluno do ensino básico. Esta atividade possibilita o estudo do teatro de raízes populares, a formação estética e artística dos alunos e a interrelação dos participantes do projeto. Um teatro pedagógico que busca promover a expressividade do aluno interface ao processo de ensino-aprendizagem com caráter transformador. Através de atividades lúdicos, jogo dramático, improvisação teatral e aulas de história do teatro, possibilita uma reflexão sobre os valores artísticos na sociedade atual e a importância do teatro na educação. Neste processo de construção os alunos descobrem sua maneira de criar e representar, exercitando o seu músculos da imaginação. Trabalhar seu raciocínio para o dia-a-dia da escola, manter uma relação de aprendizado e uma conexão entre arte e educação, cultura e criação espontânea. Palavras-chave: Teatro/Educação; Raízes populares; Pedagogia teatral THEATER REVELRY RESUMEN: This this Article Scientific Initiation is the master project developed through the Professional Master of Arts (PROF-ARTS), from the research of Folk Drama Theatre, contextualized learning and educational practice in the student's basic education. This activity allows the study of the roots of popular theater, aesthetic and artistic development of students and the interrelationship of the project participants. An educational theater that seeks to promote the expressiveness of the student interface to the process of teaching and learning with transforming character. Through playful activities, dramatic play, theatrical improvisation and theater history classes, provides a reflection on the artistic values in society today and the importance of theater in education. This construction process students find their way to create and represent your exercising muscles of the imagination. Working his reasoning for the day-to-day school, maintain a learning relationship and a connection between art and education, culture and spontaneous creation. Key words: Theatre/Education; Popular and folk roots; Theatre Pedagogy 1 Introdução A criatividade do povo brasileiro se expressa magistralmente na arte e nas formas míticas e em suas crenças. Através do Teatro Dramático de Raízes Populares – cria-se um folclore com as características do povo e da região, espetáculos ricos em signos, emblemas, magia e encantamento. Roteiros que utilizam as ledas, mitos, lugares e as festas, o canto ou hábitos possuem estórias que nos permitem entender a origem ou o formato dos acontecimentos, personagens cosmogônicos qual pluralizam as ações das cenas, um teatro vivo, enérgico, fantástico e antiilusionista. Nessas estórias é criada uma dramaturgia folclórica, um exemplo de arte incomum e congruente. As ações destes personagens populares possibilitam múltiplas vertentes à construção dramatúrgica, unindo o imaginário popular ao folclore. Sendo assim, esta diversidade resulta em um teatro com possibilidade e vertentes de criação. Uma mistura de emblemas e elementos artísticos que resulta em uma arte irreverente, desconstruída e cosmopolita, um Teatro Folia. Deste modo, a matriz é a observação do cotidiano das pessoas, para recriar os personagens e enredos, desenvolvendo uma estética arbitrária e continuada da dramaturgia. Abrindo novos caminhos para o imaginário fantástico, com possibilitas e vertentes para uma nova dramaturgia negra, mulata, mameluca, tropical, com sua densidade e tensão, formas e elementos da arte genuína. Toda tradição do povo brasileiro está protegida nas raízes da sua cultura, valorizando os elementos nacionais e mostrando toda opressão, conflitos agrários, escravidão e a exploração de trabalho. Homens e mulheres que através da arte dialogam neste turbilhão de ideias e compatibilidade, representam personagens libidinosos, figuras avultas, brincantes e artistas populares. Sem dúvida uma expressividade nata e verdadeira, uma narrativa do mundo e dos fatos que os rodeiam, soma-se a um inesgotável manancial de sonhos e desejos, elementos salutares e comuns na expressão dramática. Uma forma teatral com grandes valores culturais e estéticos que provoca o encantamento do imaginário dos espectadores, de um modo geral, cumpre inicialmente observar o caráter anárquico, por vezes arbitrário, descontinuo, por outro lado permite avaliar uma estrutura totalmente desmontada, como que improvisada, surgida na hora, as situações decorrem da própria cena, como numa espécie de cena-puxa-cena (PIMENTEL, 2003). Nesta troca de informação foi encontrada a base para o desdobramento das atividades, o jogo da improvisação. Utilizam-se as loas, toadas, dança e situação dramáticas dos brincantes, para resolver as situações da sala de aula. A forma teatral é o resultado de um processo voluntário e premeditado de criação, onde a espontaneidade e o intuitivo também exercem um papel de importância (CHACRA, 1991). Assim, compreendendo as emoções, o processo de criação se torna prazeroso e possível, avançar em sua liberdade de expressão e de representação, provocar a momentaneidade e a troca de conhecimento. A montagem de peças teatrais com base no processo de aprendizagem leva a observar a dinamicidade, criatividade e conflitos resultantes da ação destes elementos do teatro e a sala de aula. Em outras vertentes podendo ser chamado de teatro multifacetado, dispõem de vários outros elementos de sua arte plural, como no teatro e circo, teatro de animação e o teatro de rua, sugerido aos alunos como momentos lúdicos e de conhecer novos formatos. Estas experiências transforma-se em textos para encenação, roteiros para cinema e performance, um processo de improvisação e um dialogo com sua criatividade, como algo inesperado ou inacabado, que vai surgindo no decorrer da criação artística, aquilo que se manifesta durante os ensaios para se chamar a ação acabada. (CHACRA, 1991). O teatro transforma e provoca a reflexão de problemas e situações, estimulam ações e atitudes no homem, seu principal instrumento de estudo, direcionando e mostrando respostas e caminhos para sua expressividade. Uma liberdade atravancada pela batalha da resistência e da opressão, uma arte que faz respirar qualquer comunidade desfavorecida e excluída das políticas culturais. O teatro acontece como uma possibilidade de libertação e força que levanta o homem a se colocar no lugar do outro e a força da criação espontânea do povo à beleza rude e maravilhosa de um teatro antiilusionista, primitivo e anárquico. A trama possui o encantatório do improviso, do feito na hora, daí as transformações por que passa, em processo dinâmico, adaptando-se a cada nova realidade, e a irresistível atração e o interesse permanentes (PIMENTEL, 2004). Através deste processo de criação personagens na forma dos brincantes, menestréis, saltimbancos e cantadores foram dando possibilidade para criação de um cronograma de atividade. Junto a este sincretismo entre o teatro folclórico e a cultura das festas, cortejos e a crença, surgiram histórias e causos, nos exercícios dos jogos de improvisação. Com falas, cenas cômicas, situações típicas da Commedia dell’arte, cada qual com seu papel fixo, mas deve improvisar falas de acordo com a situação dada (Pimentel, 2003). Dotado de uma simplicidade admirável, uma percepção do natural e uma transgressão espontânea, mesmo com todo processo de escravidão, censura e do distanciamento da mudança, a fé e a vida sempre falou alto. O povo brasileiro fincou seus hábitos na desesperançosa cavalgada da ilusão e na arrebatadora força da utopia. Para este narrador popular, atrevido e anárquico com tantas propriedades que chega a transformar-se através de rituais religiosos, resulta na representação do significado do teatro em suas raízes. O olhar crítico e o imaginário múltiplo criam uma forma possível e consistente de ver os fatos e traduz com elementos concretos em arte. Uma ruptura para a cultura de massa, a liberdade da prisão psicológica, ao crime a ausência de educação, informação e valores humanos. O teatro está como um instrumento dialético e facilitador do processo estético da arte, com sua irreverência e continuidade, trás o enriquecimento à expressão e sabedoria da humanidade. 2 Desenvolvimento O imaginário popular e o folclore possuem elementos ricos para construção da dramaturgia brasileira. Este imaginário popular que se abre a partir da resistência desses populares, camponeses, operários, artesões, ameríndios, homens e mulheres que redescobriram seus mitos e valores. São mamelucos, cafuzos, caboclos, mulatos, quais reinventam nos terreiros, matas, vilas, rua e feiras as personagens deste enredo. Trazem uma arte/identidade nata e vislumbraste, são cantadores de violas, cordelistas, contadores de estórias, pessoas comuns que trazem na sua imaginação toda beleza e criatividade em sua arte. Através de seus costumes, fé e religião, possibilitam novas vertentes à dramaturgias, traduzir a forma empírica e a da alma desta gente. O folclore é a redoma que protege essas verdades poéticas, uma forma de arte enérgica e impetuosa. Os encontros destas duas formas possibilitam adentramos em um universo criativo, um Teatro Folia, da improvisação que transforma e realimenta o homem comum, primitivo, com sua sátira, farsa, lirismo e drama. Esta construção se dá a partir do encontro entre as cenas clássicas e o improviso das possibilidades do pós- dramático e da performance. Esta força poética se torna uma expressão continuada, vibrante, atual e livre, com seus riscos, contradições, miséria e opressão surge o “aprender a aprender”, dos acontecimentos e revoluções. Uma expressividade brasileira de manifestação artísticas, significante e antiilusionista, raízes poéticas que valorizam e caracterizam esta estética. Possuem em seu enredo personagens como os bois, caboclos, bonecos, realimentando seus saberes e fazeres, amadurecendo a relação dos personagens neste enredo de criações. Este é o homem da resistência e lutar, o artista que cristaliza cada vez mais esta forma de teatro, sendo pouco provável que deixe de existir. Uma arte que se renova e adapta em espaço e tempo, uma forma de dar voz a esta gente simples e irreverente, que tem em suas raízes folclóricas, sua expressão, um povo astuto e esperto que faz destas características um instrumento para sobrevivência. O teatro pela sua dinâmica tem o poder de influenciar, por isso é forte. Só que quando se trata de teatro na educação precisamos orientá-lo pedagogicamente de tal forma que sua prática se torne uma atividade construtiva e solidária, criativa e conscientizadora.¹ (CARLOS CARTAXO, 2001, p.64) Em seu ciclo de atividades os participantes desenvolvem atividades de arte cênicas, integrando aos jogos e a música, através dos instrumentos, aproximando de suas manifestações populares. Tendo no folclore e nos brincantes populares elementos essenciais para provocar nos alunos o realismo fantástico nas criações. Tendo no teatro o papel importante para a socialização e convivência escolar, a comunidade é importante neste dialogo, os mestres de cultura popular, os cantadores e os brincantes, realimenta esta compreensão entre arte e aprendizagem. Esta dialética acontece ao aluno tocar um instrumento ou entoar uma canção, uma ferramenta social e transformadora. Esta reflexividade surge ao observar o universo amostral que permeia o processo de formação, através dos seus relacionamentos no dia-a-dia e sua participação nas atividades escolares. Abrindo caminhos para um imaginário amplo e infindo de criatividade e criação. Encontrando nos elementos folclóricos, na fé, nos fazeres de cada povo, de cada comunidade, um universo imaginário para sua formação e crescimento. Referencial Teórico A pesquisa do projeto Teatro Folia está direcionada as raízes populares e folclóricas, vertente pesquisa pelo dramaturgo Altima Pimentel. Através dela, formar o aluno artisticamente integrado ao processo de ensino-aprendizagem e criação artística. Utilizando elementos da cultura popular e realimentando as técnicas teatrais na aquisição à cultura e a formação cidadão de cada aluno. As vertentes de criação dos brincantes têm um mote que é a improvisação, Esta técnica auxilia a construções dos jogos dramáticos e nas dinâmicas utilizadas durante as aulas de teatro, possibilitando um caminho rico de aprendizagem e transformação. A trama possui o encantatório do improviso, do feito na hora, daí as transformações por que passa, em processo dinâmico, adaptando-se a cada nova realidade. (PIMENTEL, 2004). Imagem 1 – Brincantes de pés do chão Fotografia de Tony Rodrigues Santa Rita – PB O teatro está neste processo pedagógico como um instrumento dialético e facilitador na educação, com sua irreverência e continuidade, um enriquecimento à expressão e sabedoria do homem. Essa atividade tem regras que estimulam a disciplina, a lealdade, alto-estima e afetividade, elementos essências à busca de conhecimento e felicidade, consequentemente um bom desempenho nos momentos seguintes da criação cênica. O aluno utiliza desta linguagem da expressão e comunicação no meio escolar e em outros ambientes extraescolares, questões cotidianas que são abordadas e resolvidas utilizando o jogo, qual está contribuindo para a construção da sociedade, com espírito coletivo e facilitador das relações interpessoais. Os exercícios auxiliam na aquisição da arte teatral e aproxima a criança e o adolescente das atividades artísticas. Torna seus momentos alegres e criativos, contribui para sua alto estima, possibilita aos alunos se envolverem em uma tríade importante neste processo o fazer, apreciar e o construir. Orientando para que se identifique como grupos e se relacionem buscando a amizade e a confiança, uma base para a construção da personalidade e o crescimento do aluno com aspectos de solidariedade, respeito, compreensão, democracia, liderança e liberdade, conceitos importantes para o seu convívio em sociedade. O teatro pela sua dinâmica tem o poder de influenciar, por isso é forte. Só que quando se trata de teatro na educação precisamos orientá-lo pedagogicamente de tal forma que sua prática se torne uma atividade construtiva e solidária, criativa e conscientizadora (CARTAXO, 2001). O Teatro Popular do Nordeste para Lourdes Ramalho coloca em cena experiências, conflitos e sonhos do povo da região. Defende o conceito de um teatro popular, apoiando-se, sobretudo, no trabalho de recriação das narrativas do imaginário popular, traduzindo a intenção de levar a população local a reconhecer a si mesma e à sua cultura, desta forma recriar as possibilidades de criação, juntamente com o desenvolvimento intelectual, interpretação e a visão crítica de cada aluno. Através desta narrativa revisita personagens, fábulas e procedimentos estéticos da literatura popular em verso e de contos de fadas, além de provérbios e danças dramáticas, realizando uma mistura de versos e ritmos, tudo envolto num clima de magia, brincadeira e festa, próprio da cultura popular e, igualmente, do teatro infantil. Instituem este mundo de fantasia, recriado a partir do teatro popular de rua, do circo, das histórias de folheto de cordel, a que não falta, porém, a crítica social incisiva característica da produção. Com a proposta de reinventar no palco o universo nordestino, Ramalho valoriza sua herança cultural, estando presente na sua dramaturgia a discussão sobre a seca, o êxodo rural e os abusos de poder político local. Temas transformados em ações pedagógicas e educativas para observação e reflexão sobre os dias atuais. O teatro possibilita uma visão livre e significativa dos fatos, exercitar essas ações pedagogicamente através das aulas como uma proposta estética voltada para o desvendamento e ressignificar das raízes étnico-culturais do universo popular nordestino, especialmente as que remontam à cultura ibérica. As variadas formas de produzir o teatro influência a transformação estética das artes, as descobertas das novas formas de criação são realimentadas através de um processo continuo e transgressor. O teatro Hermiliano tem esta forma de universalidade, com base na sua trivialidade e do cotidiano em seus personagens. Busca elevar o teatro nordestino trazendo a tona sua problemática social. O homem brasileiro posto no palco com toda a sua luta, o sofrimento, a derrota, a insistência, a vitória; um teatro de intensidade emocional e crítica, um teatro vivo, aberto, sem a ilusão da quarta parede, permitindo ao público a compreensão maior de sua própria história (BORBA FILHO, 1987). Pesquisar a história das marionetes, desde sua criação até o teatro de bonecos no Brasil é fortalece as informações e o crescimento intelectual do aluno, através da interpretação das peças de teatro, abrir para uma visão críticas dos fatos, uma interação entre arte e educação quais os resultados são sempre estimulantes. Metodologia Nas aulas práticas foram utilizado os recurso do Teatro Dramático Folclórico que facilitou a participativo aluno nas atividades, os exercícios auxiliam na aquisição da arte teatral e aproxima a criança e o adolescente das atividades artísticas. Tornando seus momentos alegres e criativos, contribui para sua alto estima, possibilita aos alunos se envolverem em uma tríade importante neste processo o fazer, apreciar e o construir. Orientado para que se identifique como grupos e se relacionem buscando a amizade e a confiança, adquirir uma base na construção da sua personalidade e o seu crescimento, com aspectos de solidariedade, respeito, compreensão, democracia, liderança e liberdade, conceitos importantes para o seu convívio em sociedade. Os momentos dos jogos dramáticos com características simbólicas e de livre expressão, sem direção, texto ou plateia, representando a realidade fantástica do pensamento, do aqui agora. Um exercício ao músculo da imaginação, uma busca pela intuição, pela criação das ações e jogos de improvisação. Trabalha-se aspectos emocionais e ações físicas do aluno, um exercício de representação que traz uma carga de signos, adquiridos desde sua fase afetiva. Sendo direcionado como atividade programática, respeita os limites do aluno e a compreensão do seu senso artístico e social, seu caráter. Um exercício que estimula o gosto pela livre criação e reflexão, tornando-se um jovem mais participativo e formador de opinião. Nesta atividade o aluno sugere temas e assuntos, jogos de palavras e pantomimas, priorizando sua expressão e respeitando seus sentimentos, suas emoções e ideias. Como atividade livre, o espaço das aulas tem características de explorar a imaginação e a criatividade do aluno, fazer uma reflexão política e social, discutindo conceitos de cidadania e censura. Trabalha a cumplicidade do jovem, suas habilidades e seu relacionamento com o outro, a percepção da utilização da palavra no jogo e dos símbolos corporais para as ações. Promover uma visão abrangente dos acontecimentos, uma análise entre o imaginário fantástico e o se mágico, a ação teatral pré-estabelecida, cristalizada e estruturada para representação, para o diálogo com o público, uma expressiva transgressora. Essa atividade tem regras que estimulam a disciplina, a lealdade, alto-estima e afetividade, elementos essências à busca de conhecimento e felicidade, consequentemente um bom desempenho nos momentos seguintes da criação cênica. O aluno utiliza desta linguagem da expressão e comunicação no meio escolar e em outros ambientes extraescolares, questões cotidianas que são abordadas e resolvidas utilizando o jogo, qual está contribuindo para a construção da sociedade, com espírito coletivo e facilitador das relações interpessoais. O estudo sobre a história do teatro é a estrutura teórica pela qual o aluno possui, conhecer a história para poder fazer o novo. Ferramentas como a leitura de peças, poesias e romance, que facilitaram a aquisição de técnicas da dicção e construção de personagens, desenvolvendo a escrita e leitura, a interpretação de cenas e poemas, contribuem na convicção de suas ideias, buscando a compreensão do autor e do texto. Como exercícios as peças são analisadas em cenas, subcenas, rupturas, situação significante, perguntas sobre as ações das personagens e criação da fábula. Uma maneira de formar a opinião do participante a respeito do estudo e compartilhada com a turma, estimulando a criatividade, importante no processo de montagem da encenação e no estudo das palavras nas ações e partitura corporal. Imagem 2 – Os títeres de porrete XX Festival de Teatro do Estudante, UFPB/NTU Fotografia de Tony Rodrigues Teatro Lima Penante Com as informações adquiridas os alunos buscam resolver pequenas cenas com o jogo da improvisação retirado dos folguedos da região, redescobrir caminhos de construção da personagem e seu estilo de criação, suas mensagens direcionadas ao espectador. Os alunos realizaram uma pesquisa de campo sobre as manifestações populares presentes na comunidade, conversaram com mestres e cantadores sobre sua forma de expressão, suas danças, toadas, os personagens que compõe a encenação, ao tocar instrumentos musicais e utilizar a técnica dos brincantes, desenvolve a improvisação para utilizar no enredo criado. Uma forma teatral com grandes valores culturais e estéticos, que provoca o encantamento do imaginário, de um modo geral, cumpre inicialmente observar o caráter anárquico, por vezes arbitrário, descontinuo, por outro lado permite avaliar uma estrutura totalmente desmontada, como que improvisada, surgida na hora, as situações decorrem da própria cena, como numa espécie de cena-puxa-cena (PIMENTEL, 2003). Nesta troca de informação foi encontrada a base da construção para as apresentações, o jogo do improviso, utilizado pelos brincantes serviu como caminho para encontrar as respostas que as cenas necessitavam para se cristalizar, trabalhando sempre neste processo com fins pedagógicos para o jovem compreendendo suas emoções, seu crescimento pessoal, fazendo da expressão a mais livre possível. Acreditar em suas ideias é um fato decisivo para sua comunicação com as artes, adquirindo as técnicas teatrais promove o novo, o flexível, dentro de um universo de mudanças, mostram os aspectos que são da improvisação, da momentaneidade. A fim de tornar-se apreciável, estimulante e que desenvolva os caminhos da imaginação, os cinco sentidos e a intuição. Busca produzir uma forma característica para ação acabada, preocupando-se com a estética teatral e os limites do imaginário do aluno. Através das personagens do folguedo expressão suas ideias, dinamicidade e criatividade, passa a compreende o desenvolvimento da construção das cenas e o significando de utilizando da música e outras vertentes como o teatro e circo, o teatro de bonecos e a dança como suporte para as cenas. A forma teatral é o resultado de um processo voluntário e premeditado de criação, onde a espontaneidade e o intuitivo também exercem um papel de importância. A esse processo podemos chamar de improvisação, como algo inesperado ou inacabado, que vai surgindo no decorrer da criação artística, aquilo que se manifesta durante os ensaios para se chamar a ação acabada (CHACRA, 1991). Resultados Os alunos realizaram uma pesquisa de campo sobre as manifestações populares e o folclore presentes na comunidade, conversaram com os mestres e os cantadores sobre sua forma de expressão, suas danças, toadas e os personagens que compõe a encenação, tocaram instrumentos musicais e utilizaram da técnica do improviso, desenvolvida pelos brincantes. Buscaram resolver pequenas cenas com o jogo da improvisação retirado dos folguedos, descobrindo caminhos de criação, personagens e enredos para serem resolvidos e cristalizados. Através de temas e assuntos do seu cotidiano. Uma forma teatral com grandes valores culturais e estéticos, que provoca o encantamento do imaginário, observa Altimar Pimentel. Nesta jornada os participantes têm a possibilidades de vivenciar o fazer teatral. Através de personagens com características dos brincantes, menestréis, saltimbancos e cantadores foram dando forma as montagens, dando formas as cenas através da observação do cotidiano das pessoas da comunidade. Observando o folclórico, festas populares e a religiosidade. Algumas montagens foram realizadas como pesquisa e experimentação do formato de aulas e estudo com fins pedagógicos. Textos do dramaturgo Altimar Pimentel, no Auto da cobiça, texto do Teatro Popular Nordestino da escritora Lourdes Ramalho, nas As aventuras de João grilo e Viagem no pau de arara. Além de texto adaptados de autores variados, encenados com as características da cultura popular e das manifestações da região, montagem de Os brincantes de pés no chão, com a criação do texto e das cenas feita pelos próprios alunos, “com falas, improvisação, cenas cômicas, situações típicas da Commedia dell’arte, cada qual com seu papel fixo, mas deve improvisar falas de acordo com a situação dada, caracterizado pelo desenvolvimento de entrechos dramáticos em prosa e versos, entremeados de contos e loas.” (Pimentel, 2003). Utilizado os elementos estéticos encontrados nos folguedos populares como o cavalo marinho, os mestres curandeiro e mestres rabequeiro, um processo de pesquisa para a construção das encenações. Recriar enredos como em Os Brincantes de pés no chão em que o Mateus sai para capital atrás de um curandeiro, o caboclo de Arubá, para trazer uma reza que ressuscitará o Boi ele que matou, para dar sua língua a Catirina que está com desejo. O Capitão Marinho, dono da fazenda, descobre o feito e jura matá-lo se não encontrar o tal curandeiro. Nesta procura, encontra outros personagens como o Mestre Ambrosio, São Domingos, Baltazar e os Caboclos de Lança que o encaminham ao caboclo de Arubá que vive nas estradas do canavial. Nestes encontros são interpretados textos críticos e políticos, com interferências nas canções e na poesia, com características dos ritmos regionais como o baião, ciranda, samba, maracatu tocado pelos personagens. Imagem 3 – A bruxinha que era boa XVIII Festival de Teatro do Estudante, UFPB/NTU Fotografia de Paulo Philippe Teatro Lima Penante Imagem 4 – Auto da Cobiça XIX Festival de Teatro do Estudante, UFPB/NTU Fotografia de Tony Rodrigues Teatro Lima Penante Análise Durante o processo de oficinas e a montagem das encenações foi observado como é forte a expressão popular de cada povo, de cada pessoa. Os jovens estudantes que buscam refletir através do teatro a sua história de vida, sua cultura, suas raízes populares, construindo a identidade do povo brasileiro, uma expressão nata e autoral. Um teatro do povo, que abri caminhos para possibilidade de recriar-se na estrada da continuidade e transformação das artes. Com novas perspectivas de interpretação, se atrelado aos valores educacionais, contribuindo para que o jovem sinta-se capaz de fazer seu destino, de mudar sua história, passar há ter metas e pensar adiante, assumindo responsabilidades políticas e individuais, integradas ao seu desenvolvimento cultural e social. Os alunos tem a possibilidade de vivenciar o fazer teatral com apresentações de peças na sua escola, dinamizando o ambiente escolar e a participação da família no ambiente escolar. Proporcionando uma reflexão sobre arte, fatos da atualidade e educação, uma valiosa troca de informações entre plateia e aluno-ator, a apreciação as artes, sua liberdade de pensamento, o alto conhecimento e o domínio de técnicas teatrais, vivenciada em ações artístico-eduacionais. Com a progressão deste processo entre os jogos, exercícios, pesquisa, montagem e apresentação, as turmas compreenderam a importância do teatro para sua escola e comunidade, percebendo o dinamismo desta arte tão antiga quanto o homem, vivenciada na sua própria realidade, onde o palco é o palco e não uma extensão da vida, com suas magias, momentos e encantos. Um espaço transcende, por onde o aluno transfigura para realizar o fenômeno da imitação, a prefiguração da representação dramática. Este teatro na educação não visa produtos artísticos acabados, mas direcionar esta energia para o enriquecimento individual do aluno, explorando a pesquisa da estética teatral e o desenvolvimento intelectual do mesmo, um Teatro Folia com ferramentas eficazes para a aquisição de conhecimento, novas diretrizes e vertentes pedagógicas congêneres com a educação. Considerações Os jogos de improvisação são ferramentas indispensáveis para o rendimento e o dinamismo nas atividades, utilizado pelos brincantes em sua apresentação, esta técnica serve como caminho para encontrar as respostas que as cenas necessitavam para ser cristalizada. Trabalhando sempre o processo de construção com fins pedagógicos para o jovem compreender suas emoções, seu crescimento pessoal, fazer da expressão a mais livre possível. Apurando a ideia de comunicação teatral, promover o novo, o flexível, dentro de um universo de mudanças, mostrar os aspectos que são da improvisação. A fim de tornar-se apreciável, estimulante e que desenvolva os caminhos da criação, os cinco sentidos e a intuição. Provocar a reflexão através dos jogos teatrais, qual contribui para sua formação escola e cidadão, preocupando-se com a estética teatral e os limites do seu corpo. Através das personagens do folguedo os alunos foram expressando seus pontos de vista, sua dinamicidade e criatividade, desenvolvendo as cenas utilizando a música e outras vertentes como o teatro e circo e o teatro de bonecos, surgindo assim textos para encenação. No entanto, observar de que forma estas manifestação e aptidões podem ajudar o aluno no aprendizado escolar e em suas relações interpessoais. _____________________________ ¹ CARTAXO, Carlos. Ensino das artes cênicas nas escolas fundamental e média. João Pessoa: Gráfica JB, 2001. Referências Bibliográficas ASLAN, Odette. O ator no século XX. São Paulo: Perspectiva, 1984. ADLER, Stela. Técnica de representação teatral. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. BERARDINELLI, Cleonice. Antologia do teatro de Gil Vicente. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira,1984. BERTHOLD, Margol. História Mundial do Teatro. Lisboa: Edição 70 (Coleção Signos), 2001. BOAL, Augusto. Jogos para atores e não atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. BORBA FILHO, Hermilo. Apresentação do Bumda-meu-boi. Recife: Guararapes, 1982. BORBA FILHO, Hermilo. Fisionomia e Espírito do Mamulengo. Rio de Janeiro: Minc/Inacen, 1987. BROOK, Peter. A Porta Aberta: Reflexão sobre a Interpretação Teatral. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. CARTAXO, Carlos. Teatro Determinado. Sal da Terra Editora: João Pessoa, 2009. CARTAXO, Carlos. Ensino das Artes Cênicas na Escola Fundamental e Média. João Pessoa: Gráfica JB, 2001. CHENG, S. C. O Tao da Voz. Rio de Janeiro: Rocco,1999. CHACRA, Sandra. Natureza e sentido da improvisação teatral. São Paulo: Editora Perspectiva, 1991. D’AMORIN, Elvira. Do lundu ao samba, pelos caminhos do coco. João Pessoa: Idéia/Arpoador, 2003. ESSLIN, Martin. Teatro do Absurdo. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1968. FIALHO, Terezinha. Teatro na Educação: Um Desafio. João Pessoa: Editora Universitária, 1998. GUINSBURG, J., COELHO NETTO, Teixeira., CARDOSO, Reni Chaves. Semiologia do Teatro. São Paulo: Perspectiva, 1988. IBSEN, Henrik. Jonh Gabriel Borkman. São Paulo: Editora 34, 1996. LOBO, Lenora. Teatro do movimento. Brasília: L.G.E. Editora, 2003. MADÁCH, Imre. A tragédia do Homem. Rio de Janeiro: Salamandra Núcleo Editorial da UERJ. 1980. MAGALHÃES, Augusto. História do Teatro na Paraíba. João Pessoa: Idéia, 2005. NOVELLY, Maria C. Jogos teatrais para grupo e sala de aula. São Paulo: Papirus Editora, 1994. PALHANO, Romualdo Rodrigues. Entre terra e Mar – Sociogênese e Caminhos do Teatro na Paraíba 1822 – 1905. João Pessoa: Sal da Terra Editora, 2009. PALHANO, Romualdo Rodrigues. A saga de Altimar Pimentel e o Teatro Experimental de Cabedelo. João Pessoa: Sal da Terra Editora, 2009. PIMENTEL, Altimar de Alencar. Teatro de Raízes Populares. João Pessoa: Editorado Autor, 2003. PIMENTEL, Altimar de Alencar. O Mundo Mágico de João Redondo. Rio de Janeiro: Minc/Inacen, 1987. PIMENTEL, Altimar de Alencar. Boi de Reis. João Pessoa: Gráfica Mundial e Editora, 2004. PIMENTEL, Altimar de Alencar. Lapinha. João Pessoa: Gráfica Mundial e Editora, 2005. RAMALHO, Lourdes. Teatro Infantil: Coletânea de Texto Infanto-Juvenil. Campina Grande: RG Gráfica e Editora, 2004. RAMALHO, Lourdes. Teatro de Lourdes Ramalho: 2 texto para ler e/ou montar. Campina Grande: Editora Bagagem LTDA. 2005. RAMALHO, Lourdes. Teatro Infantil. Campina Grande: RG Editora e Gráfica. 2004. ROUBINE, Jean-Jacques. A arte do Ator. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1987. STANISLAVISK, Constatin. Construção da personagem. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1999. SPOLIN, Viola. Improvisação para teatro. São Paulo: Perspectiva, 1992. KUSNET, Eugênio. Ator e método. Rio de Janeiro: Serviço nacional de teatro, 1975. 3 Currículo do autor Mestrando na UFRN, Mestrado Profissional em Artes (PROF-ARTES); Arte/Educador pela da Secretária de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do Norte, cursa na UFRN a Especialização em Educação Ambiental para Escolas Sustentável. Tem formação em Artes Habilitação em Arte Cênica pela UFPB, 2010. Curso de Formação do Ator, FUNESC - PB, 2005. Produtor Cultural e Diretor Artístico com trabalhos na área do teatro, música e cinema. Desenvolve a pesquisa no Teatro Dramático Folclórico do Nordeste, interface ao processo de interação artístico-educacional. Com projetos na área da Educação e Cultura com a pesquisa de promover a expressividade autoral da arte.