Universidade Indígena de Tauca (UIT)
Transcrição
Universidade Indígena de Tauca (UIT)
Universidade Indígena de Tauca (UIT) Venezuela, 08-19/09/2005 Arizete e Fernando Objetivo: Dar continuidade ao apoio à U.I.T. no aprofundamento da espiritualidade indígena. Fortalecer os contatos com as igrejas e organizações para dar continuidade aos encontros das 3 fronteiras. Distâncias e custos: De Manaus até a fronteira Pacaraima há uns 1000 Km é R$ 90,00 até Boa Vista + 15,00 (ônibus) ou 25,00 (lotação) até Pacaraimas. De Santa Elena a Porto Ordaz uns 700 Km e 40 Boluvares (1 Bolivar = 1 Real) - Ciudad Bolivar a uns 100 Km – Tauca a 200 Km. Total aproximado de custos por pessoa de uma itinerancia de apoio a Tauca (ida – volta, Manaus-Tauca-Manaus e outros pequenos gastos) é de uns $R 350,00. Os custos de alimentação, estadia e outras viagens locais na região de Tauca ficam por conta deles. Observações finais: A proposta é interessante. Precisa ser fortalecida. Fortalecer a equipe local de coordenação. Korta ir ficando mais na retaguarda. Não podem continuar crescendo (atualmente 50 alunos) sem antes consolidar a equipe de base e também assegurar o sustento econômico. Fortalecer a rede interinstitucional de apoios, a conexão com as organizações, povos e instituições da tríplice fronteira. Fortalecer a relação com a província sj de Venezuela, com a red sj de pastoral e solidariedade indígena e com o BAM. Anexos: Sínteses de pontos tratados com Korta, Julho, etc.; mapa, problemas da Amazôniaorinôquia venezuelana, etc. Localização: (ver mapa em anexo) C. Bolivar C. Guyana X TAUCA Boa Vista Manaus 1 1. Contatos em Boa Vista – Roraima Pe. Revislande Macuxi, Grupo Indígena de Padres e Religiosas/os da Amazônia Brasileira. “Não desistam de mim”. Preciso que me ajudem... + Casa dos Consolatas: - Luís e Éster, casal leigo aguardando o nascimento de sua filha. Segundo eles os trabalhos na escola de Surumu estão indo bem melhor, depois de tantos problemas na região. - Paola, esposa de Manolo, que trabalham em Catrimani com @s Yanomami: “Agora estamos bem. Mas tivemos momentos difíceis como equipe!”. A vida é assim.. - Pe. Quiriquinto, sofreu um acidente no carro conduzido por ele mesmo. Não dá para realizarmos a oficina sobre a homologação... - Pe. Tiago, a festa da homologação vai sair. Um dos fazendeiros anti-indígenas recebeu ordens de prisão por desacato à autoridade. Isso é boa notícia, dissemos tod@s. - Pe. Carlos, que fez experiência com a equipe e Pe. Fernando (novo provincial): apresentação básica do projeto da Equipe, pontos significativos da inter-institucionalidade. Interesse e importância por fazer parte da Equipe. Diálogo até o final do ano... + Conselho Indígena de Roraima: - Joênia: é uma das mulheres indígenas indicadas ao prêmio nobel da paz. Falou da importância da festa da homologação da T.I.R.S.S também para as articulações nacionais e internacionais quanto às questões indígenas: direitos, fronteiras... - Angélica, secretária do cir com quem buscamos material sobre o alcoolismo e vagas para irmos a Marturuca.. + Missionárias Servas do Espírito Santo: - Edina: esclarecimentos a respeito das oficinas com os temas: alcoolismo e drogas, direitos indígenas e auto-sustentação, junto com a ir. Cecília - Antonia: Relação de nomes da equipe Itinerantes para a festa em Maturuca. Contribuição de R$ 25,00 por pessoa mais a ajuda com alimentação. Encontros, suspenso o encontro de fronteiras por falta de melhor comunicação. Ida ou não de Rai junto aos yanomami. Situação da falta de recursos, a não renovação de projetos para a missão junto aos povos indígenas fez com que muit@s missionári@s deixassem Roraima. Lamentável situação. Boa notícia “Eu defendi o quanto pude a Equipe Itinerante no conselho de congregação. Contei dos trabalhos de apoio que a Equipe já faz com a gente e falei muito mais...Todas votamos a favor da ida de Claudia para a Equipe”. 2. Puerto Ordaz, Júlio Ávalos: Dificuldades de relacionamentos com os Jesuitas quanto ao apoio ou não a Universidade de Tauca. Vantagens e desvantagens... Levantamento de nomes para assumir a coordenação ... Busca de apoio financeiro, pedagógico e... Trocas de idéias quanto a possíveis contatos e ajudas Combinação de nossa presença: diálogo com a equipe de trabalho na Universidade. 2 3. Universidad Indígena de Tauca (UIT) Encontramos com as professoras Nilza e Isabel, da Universidade Bolivariana que há poucos meses assumiu compromissos com a U.I.T. Ä experiência de Tauca tem muito a nos ensinar.” Goyo, voluntário responsável administrativo nos pediu que trabalhássemos com alguns alunos o tema da espiritualidade indígena, duas horas pela manhã e duas horas pela tarde de terça a sextafeira. Korta chegou durante a noite, com um grupo de indígenas regressando da festa dos votos, de um noviço indígena makinatario, na Companhia de Jesus. Korta, sem conversar com Goyo foi até nós e apresentou a mudança de trabalho: termos um encontro com tod@s da universidade as 20:00h. Assuntos: A participação dos indígenas na festa dos votos (Korta e os representantes). E a apresentação mais ampla da Amazônia, pela equipe itinerante. Descanso para @s itinerantes e preparação do material a ser apresentado. Na hora do café Goyo reagiu forte com Korta quanto às mudanças de planejamento, o clima ficou pesado. Descansamos e Fernando preparou as alterações necessárias para a apresentação da realidade Amazônica. Na hora do delicioso almoço, arroz com lentilhas, preparado pelo irmão Korta tivemos a oportunidade de conversar com Nilza e Isabel, professoras da Universidade Bolivariana que há poucos meses assumiu compromisso com a U.I.T. À noite do dia 13 a linda e aconchegante churuata (maloca com desenhos e pinturas de mulheres e homens indígenas bonit@s, fortes e sonhadoras/es), acolheu alunos, professores e aliad@s para algumas horas de convivência. Realmente Korta abordou, com muita sabedoria o tema do significado dos votos do indígena: entrar na Companhia de Jesus para comprometer-se muito mais com aa causa indígena. Muitos dos alunos expressaram seus sentimentos e impressões vividas durante a festa: A nossa chegada parecia quando chega o presidente: aplausos, fotografias, entrevistas. Gostei muito da fala do provincial: o bom jesuíta deve “em tudo amar e servir”. Eu me senti muito profundo... Esteban Yekuana: gostei muito do que foi apresentado, abriu meu olhar para os problemas que outros indígenas estão enfrentando. Não podemos ficar calados. São nossos problemas também. Nilza, professora da Bolivariana: Muito contente com o que vocês apresentaram. Seria bom divulgar mais esse material. Poderíamos criar um espaço dentro da Universidade, fóruns para vocês apresentarem e abrir debates sobre esse assunto. Isabel: fiquei com aa pergunta, O que fazer? Naku Warao: é a primeira vez que eu vejo isso. Mas são problemas sérios. Ana Pemon: Gostei muito do que vi. Vemos que tem muitos problemas e que precisamos fazer alguma coisa. 3 4. Encontro com Korta e a equipe de coordenação da UIT Foi colocado o fato que não é conveniente que Korta forme parte do conselho de direção da entidade. Todos concordaram e Korta também. Foi sugerido que sejam propostos para o provincial uma terna de jesuitas para que ele escolha um e para formar parte do conselho da entidade. O fato do crescimento rápido da UIT (agora são 50 alunos de 7 etnias) está fazendo muito difícil a gestão da mesma, tanto no nível pratico e concreto do funcionamento do dia a dia como da gestão de recursos e parcerias institucionais. O crescimento é rápido, porém a raiz da planta ainda não é forte e pode cair toda a arvore. É preciso fortalecer a proposta, a equipe gestor e pensador da mesma, os parceiros e entidades de apoio financeiro, etc. Consolidando proporcionalmente a raiz com o crescimento institucional a coisa pode ir. Por isso foi sugerido que freiem o processo de crescimento e fortaleçam a equipe gestor, as relações e parcerias institucionais e as instituições de apoio financeiro. Captação de recursos: não só com as entidades da Venezuela. Há que diversificar os apoios institucionais para obter grandes e pequenos recursos. Foram dadas as instituições da Red Javier para que possam sondar fundos dela. É muito interessante a parceria com a Universidade Bolivariana. Também foi colocada a dificuldade da Equipe para apoiar devido a necessidade de que uma das duas pessoas da equipe que apóiem deve falar bem em castelhano para facilitar a comunicação. A realidade da equipe, na parte indígena, é que para o ano 2006 vai ter menos pessoas que falem castelhano. Há necessidade que a Eq-It avance no aprendizado por parte dos brasileiros do castelhano. Também ficou clara a dificuldade do SARES continuar apoiando o projeto com a saída de Roberto que é quem poderia apoiar em castelhano. Porém se vê que no nível mais estrutural, sendo Roberto superior do BAM, pode influir mais para que os sj de Venezuela e da CPAL possam tomar consciência da importância de apoiar esta iniciativa. 5. Encontro pessoal de Korta e Fernando Foi muito bonito o encontro. Korta colocou suas dificuldades e escutou as sugestões com muita humildade e acolhimento... Korta é uma testemunha de vida admirável. Fernando sugeriu que ele deve se afastar do dia a dia da UIT e deixar que a equipe faça sua experiência, acertando e errando... Também que ele tem que tomar distancia para que outros jesuitas possam entrar... que não pode ser que continuem os sj de Venezuela argumentando que ninguém pode ajudar porque Korta interfere o processo. 6. Com Julio em Porto Ordaz Escrevemos uma carta para o P. Obregozo, provincial de Venezuela y também uma carta para Fernando Franco y jXel. (Ver em anexo) 4 7. Santa Elena, com Dom Jesus ofm-cap, e Jesus O bispo de Santa Elena, Dom Jesus, nos acolheu muito bem. Ele pensa que é muito interessante o fato de ir articulando um encontro entre as três igrejas de fronteira. Opina que se tem que marcar com os bispos esse encontro para que a coisa possa sair bem. Também nos encontramos com um leigo, Jesus, que está levando toda a parte de recuperação cultural dos Pemon. Muito interessante o trabalho. Com os dois Jesus vimos o projeto da Equipe Itinerante e a apresentação de Amazônia segunda região geopolítica do mundo. 8. Boa Vista (16-17/09/05) Chegamos na casa de apoio. Na madrugada de aquela noite (17/09) foi assaltada e queimada a missão de Surumu. Todo o mundo da pastoral se reuniu na consolata. Almoçamos com a Ir. Idalina e uma irmã conselheira da Providencia de Gap. Colocamos o projeto e a possibilidade de elas formar parte da Equipe Itinerante. Ela vê muito interessante a proposta. Também sugeriu que seria interessante que a alguém da Equipe participasse no capítulo delas para colocar a proposta. Com elas vimos o projeto da equipe e também a apresentação da Amazônia segunda região geopolítica estratégica do mundo. Gostaram muito. Dom Roque. Fomos visitá-lo de tarde. Ele nos acolheu muito bem e abriu sua casa para quando cheguemos por Roraima... Sentimos ele muito cansado. Voltou a colocar que rezemos por ele para que “não seja uma pedra no caminho desta igreja profética de Roraima”. Por último visitamos as irmãs da Caridade. Muito acolhedoras. Continuamos com elas falando sobre a possibilidade de juntar forças no projeto da equipe itinerante. As fotos de Surumu queimado e o comunicado oficial da diocese nos levamos para Manaus para entregar para Dom Luis e para outras entidades. 5 Anexo 1 Tauca 14 de septiembre de 2005 Encuentro de Korta y Julio (de la UIT) con Arizete y Fernando (del Eq-It) Asuntos tratados y posible agenda a) Encuentro de las tres fronteras (Guyana, Venezuela y Brasil): Fernando hablará con Clark y esperaremos su señal para proponer una nueva fecha. Será la ocasión más próxima para iniciar contactos en red. Será mejor una fecha con estudiantes en Tauca: antes del 10 de diciembre o después del 10 de febrero. Invitar a posibles aliados de Venezuela. b) Contactos en Brasil y Perú: - CIMI e Egidio: posibilidad de formación en diversas áreas y tomar la experiencia de su funcionamiento en cuanto a organigrama, prácticas administrativas, estatutos, etc. - Surumú, Juan Carlos y Luis: capacitación, solicitud de apoyo itinerante para la formación y acompañamiento en áreas demostrativas. - FORMABIAP, Iquitos, Perú: coordinador, Never Tuesta, Aguaruna. * Se propone gira de visita con el propósito de crear alianzas. Fernando nos podría apoyar para hacer contactos previos (teléfonos, correo). Fechas posibles: Enero, cuando irá Hernán junto a Adedukawa o Abril aprovechando el encuentro de Teología Indígena. Nos haríamos acompañar por María Isabel Girón, la maestra pemón de FyA, simpatizante de CAK, que habla portugués. c) Red Javier para el apoyo financiero a UIT: Posibilidad de diversificar fuentes de financiamiento externo. Contactar a Javier Arellano sj de ALBOAN; Ivan de EntreCulturas, que apoya a FyA podría sensibilizarse si contamos con el aval de algunas personas, Carla de MAGIS Italia. d) Otras fuentes de financiamiento para tener una mayor diversificación y red de apoyo: Cáritas Española e Cáritas Francia. e) Composición del Consejo Directivo de CAK: Se sugiere no insistir en que Korta continúe en el Consejo Directivo para reducir tensiones. Sí se ve conveniente que haya otro jesuita. Podríamos proponer una terna para que el provincial eligiera a uno para el CD. f) Presentar proyectos de CAK y/o UIV: Fernando irá a España a partir de agosto de 2006. Él podría llevar un proyecto de CAK o UIV para presentarlo en varias instituciones. g) Estatutos de CAK-UIV: Interesaría conocer los del CIMI y de CIPCA para poder enriquecer el nuevo estatuto de CAK y de la UIV. h) Reunión con jXel y Fernando Franco: Apuntar a un compromiso de la Compañía en Venezuela y CPAL. Subrayar la necesidad de apoyo en recursos humanos y económicos. 6 Anexo 2 Tauca, 15 de septiembre de 2005 Problemas de mayor significación en la Amazonía-Orinoquia Venezolana Reflexiones en borrador del Hno. J. M. Korta sj 1. Destrucción de las culturas originarias: Proceso acelerado gestado por la dinámica neoliberal y política del Estado. 2. Destrucción del ambiente por los grandes intereses económicos: petróleo, madera, minerales. 3. Destrucción del ambiente por los propios pueblos indígenas sometidos a presiones comerciales y económicas que quieren asumir desde una modernidad mal entendida. 4. Invasión y colonización cultural de los Estados hacia las culturas autóctonas por la vía política, educativa y de los cargos oficiales. 5. Enrarecimiento socio-político del brazo militar guerrillero en donde en forma de sanwich quedan envueltos los pueblos indígenas. 6. Alcohol y drogas: Comercio ilícito en donde los pueblos indígenas serán la carnada de los intereses ajenos. 7. Penetración de fanatismos religiosos externos que debilitan la cultura autóctona. 8. Los puntos anteriores pueden de alguna manera enfrentarse: a) Autosuperación cultural de los pueblos indígenas mediante programas agroecológicos. b) Concientización de los pueblos indígenas. c) Generación de líderes indígenas con pensamiento fuerte desde dentro de la cultura (trabajo de la UIV). d) Respaldo de los aliados a las políticas de crecimiento del pensamiento indígena en el marco de la interculturalidad. e) Establecimiento de redes de conexión de todos los proyectos indígenas exitosos. f) Veo fundamental la creación de espacios donde se elabora el “Pensamiento Indígena” de Igualdad–Comunitariedad respecto al ambiente. La Universidad Indígena ha de ser el foco central en donde el indígena aprenda y desarrolle el pensamiento autóctono y logre una relación en simetría con la cultura envolvente. 7 Otros comentarios y contribuciones de Julio, miembro de Causa Amerindia: 1. Desde el punto de vista político veo como un gran desafío la construcción de Estados auténticamente interculturales con todas sus implicaciones aunque esto supone enfrentar tensiones con intereses económicos e instancias de poder formidables. 2. La diversidad cultural sigue sometida a la hegemonía estatal y su perspectiva monocultural sobre el manejo del espacio y los recursos. Poderes internacionales y/o supraestatales están debilitando las capacidades soberanas de los Estados; si esta tendencia continúa con éxito, el resultado podría ser mucho peor. Los pueblos permanecen demasiado lejos para influir en estos procesos, por lo tanto deben prepararse para resistir nuevos embates. 3. Es muy probable que la cultura dominante termine consumiéndose a sí misma en el plazo de apenas unas generaciones más, de manera que cada vez será mas evidente la necesidad de buscar propuestas alternativas de desarrollo humano. Los modelos culturales de pueblos indígenas serán entonces una riqueza cada vez más valiosa, por eso el reto de hoy es mantenerlas vivas en medio de los embates que indudablemente seguirán sufriendo. Resistencia es la palabra clave y crear los espacios para la resistencia es una estrategia urgente. 4. Una de las grandes amenazas es la filosofía liberal individualista que se transmite por un sinnúmero de canales y va contagiando comunidades y pueblos enteros. 5. Desde los espacios de poder comunicacional, económico y político, el papel del sujeto conciente debería ser intentar cerrar los caminos a la voracidad depredadora; también es una labor de resistencia y posiblemente tengan la posibilidad de sumar conciencias que puedan revertir en algún momento la estrategia defensiva para pasar a una ofensiva en universidades, institutos de investigación, medios comunicacionales, espacios políticos, etc. 8 Anexo 3: Mapa de localização e Povos indígenas na UIT 9