Jubileu da Misericórdia

Transcrição

Jubileu da Misericórdia
Jubileu da Misericórdia
Sex, 11 de Dezembro de 2015 18:10
Ressoa no mundo inteiro a convocação do Jubileu da Misericórdia, inspiração dada por Deus
ao Papa Francisco. Na Solenidade da Imaculada Conceição, aquela que foi preservada do
pecado original, em previsão dos méritos de Cristo, seu Filho, abriram-se portas de
reconciliação e de paz para todas as pessoas de boa vontade que desejarem declarar umas às
outras um propósito de perdão, cancelamento das dívidas, descanso para a terra martirizada
pelos conflitos existentes em toda parte. "Misericordiosos como o Pai" é o convite que se
espalha, para que as pessoas busquem o abraço do perdão, oferecido largamente a todos!
A celebração do jubileu tem origem judaica. Seis dias de trabalho, um sábado de repouso;
seis anos de trabalho, um ano sabático; sete vezes sete anos, um ano inteiro, no qual os
escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido,
perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava.
"Contarás sete semanas de anos, ou seja, sete vezes sete anos, o que dará quarenta e nove
anos. Então farás soar a trombeta no dia dez do sétimo mês. No dia do Grande Perdão fareis
soar a trombeta por todo o país. Declarareis santo o quinquagésimo ano e proclamareis a
libertação para todos os habitantes do país. Será para vós um jubileu. Cada um de vós poderá
retornar à sua propriedade e voltar para sua família. O quinquagésimo ano será para vós um
ano de jubileu: não semeareis, nem colhereis o que a terra produzir espontaneamente, nem
fareis a colheita da videira não podada. Porque é o ano de jubileu, sagrado para vós" (Lv 25,
8-12). A palavra jubileu se inspira no termo hebraico "yobel", que faz alusão ao chifre do
cordeiro que servia como instrumento. Jubileu também remete ao latim "jubilum" que
representa um grito de alegria.
O Jubileu foi proclamado como convocação para que as pessoas se convertam em seu
interior e se reconciliem com Deus, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos
sacramentos e da peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um
peregrino” (Misericordiae vultus 14). Precisamos sempre de contemplar o mistério da
misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia:
é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia é o ato último e
supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia é a lei fundamental que mora no
coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da
vida. Misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à
esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado
(Misericordiae vultus 2). É a convicção clara do Papa Francisco, que nos quer respondendo à
maldade e à violência com a escolha da bondade e da misericórdia. É o princípio evangélico
posto em prática: "Ouvistes que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Ora, eu vos digo:
1/3
Jubileu da Misericórdia
Sex, 11 de Dezembro de 2015 18:10
não ofereçais resistência ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face direita,
oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica,
dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois
com ele! Dá a quem te pedir, e não vires as costas a quem te pede emprestado" (Mt 5, 38-42).
Diante de guerras, vinganças, retaliações, violência e corrupção de todo tipo, nossa resposta
de cristãos será diferente! Perdoar, reconciliar-se, derramar o unguento da misericórdia!
Todas as Catedrais e Santuários espalhados pelo mundo inteiro abrirão nos próximos dias a
"Porta da Misericórdia", para expressar a peregrinação, saída de nós mesmos, rumo à casa do
Senhor. Na Arquidiocese de Belém, a Porta da Misericórdia será aberta na Catedral da Sé às 9
horas do dia 13 de dezembro e na Basílica de Nazaré às 18 horas do dia 20 de dezembro. Ao
passar pela Porta Santa, cada pessoa deve levar consigo as disposições necessárias à
recepção da Indulgência Plenária, a saber: a Confissão Sacramental, rejeitando todos os
pecados, receber a Sagrada Eucaristia, rezar pelo Papa o Credo, o Pai-nosso e a Ave-Maria.
Além da Catedral e da Basílica, todos os enfermos e idosos poderão receber a indulgência,
quando cumpridas as condições, em sua própria casa. Para os presos, a porta da misericórdia
é a porta da própria cela. E na Arquidiocese de Belém, quem visitar a "Fazenda da Esperança"
durante o Ano Santo também poderá receber os benefícios do Ano Santo da Misericórdia.
"Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já
perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas
condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e
aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos" (Manual das
Indulgências, norma 1). O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que: “pelas indulgências, os
fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das
penas temporais, sequelas dos pecados” (Catecismo da Igreja Católica, 1498). O pecado tem
duas consequências: a culpa e a pena. A culpa é perdoada na Confissão; a pena, que é a
desordem que o pecado provoca no pecador e nos outros, e que precisa ser reparada e é
eliminada pela indulgência que pode ser plenária ou parcial.
O Papa recomenda ainda a prática das obras de misericórdia, como sinal concreto do
acolhimento da Misericórdia de Deus. Para a Arquidiocese de Belém, propomos a prática das
Obras de Misericórdia durante o Ano Santo, assim distribuídas: Janeiro, Obras de misericórdia
corporais "Dar de comer a quem tem fome e dar de beber a quem tem sede; Fevereiro, Obras
de Misericórdia espirituais "Dar bom conselho e ensinar os que precisam; Março, Obra de
Misericórdia Corporal "Vestir os nus"; Abril, Obra de Misericórdia espiritual "Corrigir os que
erram"; Maio, Obra de Misericórdia Corporal "Dar acolhida aos peregrinos e emigrantes";
Junho, Obra de Misericórdia Espiritual "Consolar os aflitos"; Julho, Obra de Misericórdia
corporal "Assistir e visitar os doentes"; Agosto, Obra de Misericórdia Espiritual "Perdoar os que
nos ofenderam"; Setembro, Obra de Misericórdia Corporal "Visitar os presos"; Outubro, Obra
2/3
Jubileu da Misericórdia
Sex, 11 de Dezembro de 2015 18:10
de Misericórdia Espiritual "Suportar com paciência as fraquezas do próximo" e Obra de
Misericórdia Corporal "Dar acolhida aos peregrinos e romeiros do Círio"; Novembro, Obra de
Misericórdia Corporal "Enterrar os mortos, visitar os Cemitérios e rezar pelos falecidos";
Dezembro, Obra de Misericórdia Espiritual "Rogar a Deus pelos vivos e falecidos".
3/3

Documentos relacionados

Leia na íntegra…

Leia na íntegra… anos. Durante o ano os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava. E...

Leia mais