HISTÓRIA DA FAMILHA:

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HISTÓRIA DA FAMILHA:
HISTÓRIA DA FAMÍLIA
Lina Rossi e Benigno Dal Moro
ORIGENS
Benigno Dal Moro: A Família Dal Moro tem sua origem na Itália, mais
precisamente em Torino.
Pedro João Batista Dal Moro e sua esposa Luiza Sachet, avós paternos,
imigraram para o Brasil em 1880. Pedro João Batista, quando criança, foi
sacristão de São João Bosco.
Benigno nasceu em 1917, em Cacique Doble, RS.
O SEMINÁRIO
Aos 12 anos, se internou no Seminário em Veranópolis. Após 06 anos de
internato, submeteu-se a um exame clínico, o qual indicava que poderia estar
contaminado com o bacilo de Koc (tuberculose), uma verdadeira epidemia em
todo o Estado. Isto ocorria em função do abandono que se encontravam as
famílias dos imigrantes. Devido a este fato, a conselho médico, voltou para casa.
O ENCONTRO - LINA EM SUA VIDA
Benigno lecionava em Mão Curta, e ali não tardou a se encontrar com
aquela que seria sua companheira durante 56 anos. Lina era seu nome, filha de
Redenzio Rossi e Maria A. Scotton, família de origem também da Itália, vindo para
o Brasil em 1923.
Lina era uma jovem de 16 anos, forte, sadia, extrovertida e sempre com um
sorriso nos lábios. Ajudava a família nas lidas da lavoura.
O CASAMENTO
Em 1939, resolveram casar-se, tendo, com ajuda daquela gente boa,
comprado uma área de terra de 24 ha, e passaram a morar em sua casa.
Os 15 FILHOS
Selina nasceu em (1940), Lidia (1942), Zélia (1943), Sérgio (1946), o qual
mais tarde se tornou Padre, hoje Provincial dos Capuchinhos do Rio Grande do
Sul.
MUDANÇA PARA A CIDADE – 1947
Benigno é convidado a assumir com diretor comercial da Cooperativa
Regional de Sananduva de Carnes e Derivados Ltda., permanecendo neste cargo
durante 04 anos. Nesta época tiveram a filha Geni (1948) e Élio (1950).
SONHO DA AGRICULTURA
Benigno no entanto tinha uma forte inclinação para a agricultura, por isso,
em 1951, com mais um companheiro, Tibério Parise, transferiu-se para o interior,
localidade de Sto Antonio dos Fagundes, implantando a primeira lavoura
mecanizada de toda região. A cultura principal era o trigo, incentivado pela política
governamental.
Região de campanha, terras áridas e secas, porém corrigidas e adubadas,
se tornavam muito produtivas, plantando anualmente em média, 500 sacos de
trigo, inédito até então na região. Neste período de 07 anos, nasceram, Flávio
(1952), Alceu (1953), Francisco Luiz (1955), e Carlos Roberto (1957).
A VOLTA PARA SANANDUVA – OLARIA
Em 1957, Benigno estabeleceu-se em Sananduva na localidade de São
Domingos, uma olaria. Negócio que não deu certo, pela falta de matéria-prima e
desconhecimento técnico.
DIREÇÃO DE OUTRA COOPERATIVA
Em 1961, Benigno assumiu a direção da Cooperativa Tritícula Sanaduva
Ltda. Esta Cooperativa recém fundada, não possuía nem o mínimo necessário
para sua sobrevivência.
O primeiro presidente (fundador) foi o Sr. Antonio Navarini.
Foi uma luta sem igual, porém Benigno, com sua força de vontade, fazendo
uma administração com seriedade, conseguiu conservar um crédito sem igual,
com a ajuda de 2.500 associados. Após 11 anos, conseguiu deixar esta
Cooperativa, numa excelente situação econômica e financeira.
Na sua saída da direção, a Cooperativa já possuía um bom escritório, uma
loja para venda de insumos, armazéns convencionais e graneleiros com
capacidade de quase um milhão de sacos de cereais.
Após este trabalho, Benigno, dedicou-se a uma pequena lavoura em sua
propriedade. Chegou o décimo filho Pedro Celso (1958), e após, Maristela (1960),
Antonio Augusto (1962), João Carlos (1964), e Maria Teresa (1968).
Foi fundador do sindicato dos pequenos agricultores, foi proprietário da
Tipografia Sanaduva Ltda. Foi vereador eleito, e candidato a prefeito.
Os filhos, quase todos com curso superior, residem em diferentes estados,
Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, ocupando cargos como gerente de
banco, Selina a filha mais velha é Diretora da Educação da Universidade de
Passo Fundo, engenheiro eletrônico, representantes comerciais, etc. Todos bem
sucedidos e com grande preocupação em manter os valores herdados pelos pais.
Carlos Roberto (engenheiro Agrônomo) ocupa hoje, (1988), o cargo de ViceDiretor da Cooperativa Tritícula de Sananduva Ltda.
Em 1995, a esposa Lina partiu, deixando seu exemplo maravilhoso de
dedicação, bondade, humildade de filha, mãe e avó, à todos nós. Após a
superação desta perda, Benigno, apesar de seus 78 anos, se sente muito forte de
continuar a ser útil à sociedade.
Muitos trabalhos, lhe foram oferecidos, porém uma coisa não o
abandonara, a idéia de ser ordenado Padre. Com este intuito, após muita reflexão
e oração, se apresentou ao Bispo D. Orlando Doti, bispo de Vacaria - RS, e expôs
seu desejo de ser ordenado padre. D. Orlando foi categórico e respondeu: “Se tu
queres, Eu quero”, e acrescentou: “Podes marcar a data da ordenação”.
Diante desta afirmação, Benigno e família, marcaram para o dia 23 de
dezembro de 1996, sua ordenação. Para Pe. Benigno foi um dia memorável, além
de grande parte da população, estava presente toda a família, destacando-se Frei
Sérgio, seu filho. Muitos padres vieram à festa, bispos como D. Orlando, D.
Urbano, bispo de Passo Fundo, e D. Paulo Moretto, bispo de Caxias do Sul.
No mesmo dia D. Orlando deu ao Pe. Benigno o poder, além de celebrar a
Eucaristia, ouvir os cristãos em confissão. Pe Benigno foi nomeado Vigário
Paroquial da Paróquia São João Batista de Sananduva.
Pe. Benigno, já com quase 81 anos, trabalha com muito entusiasmo,
atendendo doentes, aconselhando pessoas, casais, e Celebrando a Eucaristia
todos os dias.
Por ser um caso raro, a ordenação de Pe. Benigno, foi muito comentada,
sendo amplamente divulgada nas rádios, televisão, jornais e, inclusive na
imprensa Italiana e Alemã.
HERANÇAS E VALORES
Hoje a família não guarda muito riqueza, porém os valores sociais e morais
foram herdados por todos. A honestidade marcou fortemente, assim como os
valores morais e religiosos. Todos lutam com dignidade por uma vida melhor de si
e dos irmãos.