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Transcrição

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ANO 31 - OUTUBRO 2015 - Nº 231
Entrevista com
Carlos Nunes
O ator é uma daquelas pessoas que
se a gente pudesse ficaria horas e
horas conversando. A prosa com ele
vai longe. Nesse bate papo, disse que
deve muito ao teatro e que “ eu aprendi
a vida através do teatro”, além de ser
apaixonado pelos palcos. É com esse
jeito simples de viver e com um sorriso
estampado no rosto que o ator dá vida
a personagens marcantes e arranca
gargalhadas do público. Pg. 8
ANOS
O curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais
comemora 45 anos com muito
orgulho de sua história.
Para os próximos 45 anos, os
desafios são muitos, como ampliar o conhecimento repassado
dentro da sala de aula aos futuros profissionais da educação.
Repleta de bons frutos é marcado pela paixão que seus profissionais se dedicam a ele e aos
alunos.
Leia mais na página 2
A história do Outubro Rosa
remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa foi
lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos
participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em
1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade.
No Brasil a campanha começou em 2002, quando o monumento Mausoléu
do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do
Ibirapuera), situado em São Paulo/SP, ficou iluminado de rosa. Saiba mais
nas páginas 4 e 5.
Foto: Glaucia Rodrigues
Reflexões sobre
o Saber Docente
Experiências além
da sala de aula
O curso de Pedagogia da FaE realizou
a 9ª edição do evento “Reflexões do Saber Docente”. A temática este ano foi
“Como melhorar e aprimorar a educação nas escolas?”
A programação do seminário contou
com a participação de professores da
faculdade, alunos, ex-alunos e profissionais da educação.
Leia mais na página 06.
Editorial
outubro de 2015
2
Editorial
Em seus 45 anos de existência, o Curso de Pedagogia, incorporado à Universidade do Estado de Minas Gerais
em 1995, como Faculdade de Educação, tem sido uma das referências na
formação de professores em nosso estado. Uma experiência, que antecede
à própria constituição da universidade estadual, e que é uma das poucas
instituições que oferece formação em
Pedagogia, sob a modalidade pública
e gratuita, desde 1970. Por
ela passaram muitas pessoas com relevantes serviços
prestados à educação, dentre
os quais pode‐se citar Alda
Lodi, Lúcia Monteiro Casassanta, Ely Fonseca Dutra,
Ana Lucia Amaral, Dalva
Cifuentes Gonçalves, Belkiss
Alves Nogueira, Janete Barreto Paiva, Jose Cosme Drumond, Santuza Abras, Dolores Borges de Amorim, só
para citar os professores que
dirigiram a instituiçao desde
a sua origem.
A despeito, porém, de sua
trajetória gloriosa, não se
pode esquecer que este caminho também foi permeado
de dificuldades e desafios.
Como não se lembrar da precariedade física característica dos “porões”
do Instituto de Educação? Além disto,
vale lembrar também as precárias condições a que foram submetidos muitos de seus professores, que embora
tenham atestado sua competência nos
diversos processos de seleção, foram
contratados com baixíssimos salários
e limitadas possibilidades acadêmicas
3
Notícias
outubro de 2015
Resgatando Histórias
Homenagem à professora Santuza Abras
em pesquisa e extensão etc.
Não obstante estes problemas, o corpo docente desta instituição assumiu
a Faculdade e, com muito trabalho,
levou‐a ao reconhecimento expresso
em conceitos publicados em periódicos
avaliadores das instituições de ensino
no país. Além do mais, a luta de seus
professores fez com que fosse estendido
a todos o direito a horas de pesquisa e
ANOS
de extensão. Mais uma vez o trabalho
dos professores ficou evidenciado na
produção científica, apresentação de
trabalhos em congressos internacionais
e inserção em programas instituicionais tanto em nível federal como também municipal e estadual. Chegamos,
portanto, ao crescimento institucional
expresso em sua grande visibilidade.
século XXI como parte importante e
vital da Universidade do Estado de
Minas Gerais e neste contexto enfrenta os desafios inerentes ao crescimento da UEMG, que, com o processo de
estadualização de diversas fundações,
passa a ser uma das maiores instituições públicas de ensino superior do
país. Um destes desafios é, sem dúvida, a afirmação da UEMG como uma
instituição universitária de fato, com
capacidade de gerir seus processos didáticos, englobados
aí a gestão de concursos e contratação de professores. Não
há dúvidas de que este não é
um caminho fácil. Mas mais
uma vez os professores, tantas
vezes chamados a intervir para
o bem da instituição, se põem
na linha de frente para reafirmar o compromisso com uma
Universidade pública , gratuita
e que tenha respeitada sua autonomia como convém a uma
Universidade de excelência
deste país.
Nestes quarenta e cinco anos,
podemos dizer que caminhamos muito, mas com a consciência de que há muito o que se
fazer; desta luta nós professores não fugiremos, ao contrário vamos
protagonizá‐la , tendo a convicção de
que o resultado dela será a afirmação
de uma Faculdade de Educação .
A Faculdade de Educação chega ao
A Biblioteca da Faculdade de Educação/CBH, durante o 9º Seminário Saber Docente, de 5 a 7 de outubro, prestou homenagem à professora Santuza
Abras, com a contação de estórias baseada em uma de suas obras, “Desenruga tartaruga”, feita por Madu Costa.
Foto: Adílio Vieira
A professora foi surpreendida com a
exposição de todos os seus livros, alguns premiados nacionalmente e recomendados pelo FNDE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
Dando prosseguimento às homenagens, foi realizada uma oficina de confecção de um dos personagens do livro
da escritora.
A Direção da FaE fez uma abordagem
histórica da vida profissional da escritora dedicada à educação, que na universidade iniciou como aluna do Curso
de Pedagogia, passando pelo ato de ensinar, onde foi Diretora da FaE/CBH
até 2008, quando foi eleita Diretora
do Campus de Belo Horizonte e, em
2010, foi eleita Vice-Reitora da Universidade do Estado de Minas Gerais.
Da esquerda para direita: Júnia Miranda Camillozzi - analista universitária, Prof.ª Santuza Abras - escritora infantil
e ex-vice-reitora da UEMG e Simone Rodrigues Martins - coordenadora da Biblioteca da FaE.
Foto: Adílio Vieira
Da esquerda para direita: Prof.ª Lavínia Rosa Rodrigues, vice-diretora da FaE, Prof.ª Santuza Abras , homenageada
e Prof.ª Fátima Silva Risério, diretora da FaE.
FaE promove o 1º web seminário sobre educação
A FaE/UEMG, por meio de seus núcleos de pesquisa, Conhecimento em
Educação (COED), Núcleo de Estudos
sobre Educação, Comunicação e Tecnologia (NECT), do Centro de Ensino
(FaE/UEMG), do Centro de Pesquisa
em Educação a Distância (CEPEAD),
do Curso de Pedagogia a Distância e
do Programa da Universidade Aberta
do Brasil (UAB) promoveram o 1º Web
Seminário Internacional em Educação:
Aprendizagem Ubíqua, Conectivismo
e Ensino Online, de 24 a 25 de junho.
O Web Seminário (WS) foi uma proposta de discussão e debate online,
que envolveu 450 participantes, 45 palestras nacionais e internacionais com
pesquisadores da Faculdade de Educação, de Universidades de Montreal,
do MIT e da Universidade de Lisboa,
dentre outras.
Os assuntos abordados no Webseminário ainda podem ser acessados através
do youtube, no endereço: http:sites.
google.com/site/webseminariofae/
home
A tecnologia a serviço da educação
EXPEDIENTE
FaE Informa é uma publicação da Faculdade de Educação do Campus de Belo Horizonte da UEMG – Edição, reportagem e diagramação: Equipe
CenC - Conselho Editorial: Alecir Francisco de Carvalho, Fatima Silva Riserio, Frederico Antonio de Araujo, Lavínia Rosa Rodrigues (Coordenadora),
Luciana Zenha Cordeiro, Lúcio Alves de Barros, Maria Cristina Olandim Pereira, Maria da Consolação Rocha, Maria Esperança de Paula, Vera Lucia
Nogueira. Centro de Comunicação:[email protected] - http://www.facebook.com/cenc.uemg. Jornalista Responsável: Silviana Giampaoli Projeto
Gráfico; Sofia Santos. Diagramação: Rachel Sager Boldt. Redação: Lavínia Rosa Rodrigues. Revisão: Antônio Rodrigues Franco e Agostinho Vieira
Neto. Universidade do Estado de Minas Gerais Reitor: Dijon Moraes Junior - Vice-reitor: José Eustáquio de Brito. FaE: Diretora: Profª. Fátima da
Silva Risério - Vice-Diretora: Lavínia Rosa Rodrigues. Os conceitos emitidos em colunas e artigos são de responsabilidade de seus autores. Editoração
e Impressão: Gráfica O Lutador- Tiragem: 1000 exemplares - Distribuição gratuita: circulação dirigida. Apoio: Fundação Renato Azeredo - FRA.
Youtube Pedagógico - Para que os 200
estudantes do curso de Pedagogia a distância pudessem acessar o acervo existente na web sobre Educação, foram
levantados 450 filmes relacionados à
Educação,e foi aberto o canal Pedagogia Online, que se encontra no endereço https://www.youtube.com/channel/
UCa0WNVIwbRot85iBjlzIC5A
Para a professora Luciana Zenha,
coordenadora do Curso de Pedagogia
a distancia, “no canal do Pedagogia
online, é possível acessar todos os
filmes, comentar e, além disso, temos
600 usuários inscritos que postam
novos vídeos e apostam em uma
comunidade colaborativa”.
Os estudantes do Pedagogia a distância
também podem assistir às aulas no canal do curso pelo youtube: http://ead.
uemg.br.
Artigo
outubro de 2015
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Outubro Rosa
A importância da prevenção
Dra. Irene de Paula Silveira Gonçalves
Prof.a Dra. da Faculdade de Medicina UFMG
As mamas são glândulas cuja finalidade
é a produção do leite para que as mães
amamentem seus filhos e eles sobrevivam ao nascer. Portanto, são órgãos de
perpetuação da espécie humana e de
autoestima, pois na estética feminina a
satisfação da mulher com o tamanho e
harmonia com o corpo são muito importantes para seu bem-estar psicológico e
de autoconfiança.
As mamas são órgãos externos no nosso corpo. Deveria ser fácil diagnosticar
suas doenças, mas não o é. O câncer de
mama é a doença mais grave das mamas.
Ocorre principalmente em mulheres
acima de 40 anos, sendo mais frequente, ainda, acima dos 50 anos. Entretanto
vem ocorrendo em mulheres cada vez
mais jovens, na faixa dos 30 anos e de
forma mais grave. Quanto mais jovem é
a mulher, geralmente mais grave é a doença. Os tratamentos do câncer de mama
incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia de longo prazo (em geral, de uso
contínuo de medicamento).
A cirurgia pode ser desde a retirada de
parte da mama até a retirada de toda a
mama. Ou seja, pode ter tanto resultados
estéticos excelentes, como muito comprometedores. A quimioterapia é por um
período prolongado. E, em geral, ocorre
a queda total dos cabelos da mulher, mas
que crescem de novo. Também há os
desconfortos e complicações inerentes
à quimioterapia. A radioterapia aplicada
sobre a mama muitas vezes queima a
pele ou a escurece.
mamografia é capaz de detectar.
Nós, mulheres, passamos por tudo isso
e, ainda, há o risco da metástase à distância. O câncer de mama envia células
malignas principalmente para o nosso
cérebro, pulmões, fígado, ossos, que por
lá ficam “adormecidas” e podem um dia
“acordar” e começar a crescer, formando
tumores nesses locais. As complicações
vão acontecendo até sobrevir a nossa
morte.
Atualmente o ultrassom de mamas contribui muito para esclarecer áreas na
mama que a mamografia sozinha não é
capaz de fazê-lo. Nos casos suspeitos,
realiza-se a biópsia, ou seja, a partir do
estudo histológico do material retirado
da mama, é possivel definir se a lesão é
benigna ou maligna. A ressonância nuclear magnética também pode ser usada.
Então, o que nós, mulheres, podemos
fazer por nós mesmas? E pela nossa família? É simples: autoexame, consulta
ginecológica, mamografia e ultrassom.
O autoexame é feito pela própria mulher.
O objetivo é que cada uma de nós acostume-se com suas mamas. E, quando
notar alguma diferença, procure o ginecologista. Palpar a mama direita com a
mão esquerda e a esquerda com a mão
direita. Colocar uma pressão suficiente
para sentir as costelas. Durante o banho
é um momento excelente! Ao notar alguma diferença, deve-se procurar um ginecologista.
Em função da idade, história familiar e o
exame clínico das mamas, o ginecologista solicita a mamografia e/ou ultrassom.
A mamografia é considerada o melhor
exame complementar para diagnóstico
precoce do câncer de mama. O câncer,
na sua forma inicial, modifica de forma
sutil uma pequenina área da mama que a
Alguns cuidados que auxiliam na prevenção do câncer de mama são :perceber pequenas modificações nas mamas;ir
ao ginecologista pelo menos uma vez
ao ano; fazer mamografia anual para as
mulheres acima de 40 anos; realizar o
ultrassom de mamas (em casos específicos); estar atenta, desde mais jovem, se
há casos de câncer na família, principalmente mãe, avó, irmã; ter hábitos de vida
saudáveis e combater a obesidade.
Portanto, quanto mais cedo o câncer é
diagnosticado, menos agressivos serão
os tratamentos e maiores serão as chances de cura. Fazer a mamografia é uma
forma de nos amarmos e às nossas famílias! Façamos a mamografia uma vez ao
ano, após os 40 anos!
O mês de outubro foi escolhido como
“outubro rosa” para lembrar a todas as
mulheres que o câncer é uma doença
grave, mas tem cura.
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Notícias
outubro de 2015
Câncer de mama
Uma doença silenciosa
O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve na glândula
mamária e provoca uma série de alterações celulares. Tipo de câncer mais
comum no sexo feminino, a doença
atinge cerca de um milhão de mulheres
todos os anos, chegando a matar quase
50% das pacientes – 450 mil, de acordo
com a Organização Mundial da Saúde
(OMS). No Brasil, estima-se que 57
mil casos surjam todos os anos, sendo
cinco mil em Minas Gerais – mil apenas na capital, Belo Horizonte.
A doença costuma aparecer em mu-
lheres a partir dos 40 anos e, a partir
dessa faixa etária, recomenda-se uma
série de exames clínicos preventivos.
“A mamografia e a consulta anual ao
mastologista (especialista em mamas),
além de exames complementares,
como ultrassonografia e ressonância
magnética”, elenca o médico Henrique
Salvador, presidente do Hospital Mater
Dei de Belo Horizonte.
As mulheres também podem fazer o
autoexame, que deve ser feito logo depois da menstruação. Durante o toque,
é importante procurar deformações ou
alterações no formato dos seios, retrações, feridas ao redor do mamilo, caroços nas mamas e axilas e possíveis
secreções.
Esse conjunto de ações tem como objetivo detectar a doença precocemente
e antecipar cuidados clínicos. “Houve
uma evolução no tratamento do câncer
de mama, bem como nos medicamentos utilizados”, diz Dr. Henrique. “Isso
contribui para a queda da mortalidade
entre mulheres que desenvolvem o tumor”, completa.
12 SINTOMAS DE CÂNCER DE MAMA MAIS FREQUENTES
1.Alterações do tamanho ou 5.Assimetria entre as duas
mama ou no mamilo;
2.Vermelhidão, inchaço, ca-
feridas na pele junto do mamilo;
forma da mama;
lor ou dor na pele da mama;
3.Nódulo ou caroço na
mama, que está sempre
presente e não diminui de
tamanho;
4.Inchaço e nódulos fre-
quentes nas ínguas das axilas;
mamas, como, por exemplo,
uma maior que a outra;
6.Presença de um sulco na
9.Formação de crostas ou
mama, como se fosse um
afundamento de uma parte da
mama;
10.Liberação de líquido
7.Endurecimento da pele da
11.Inversão súbita do ma-
mama, semelhante a casca de
laranja;
8.Coceira frequente na
pelo mamilo, especialmente
se for sangue;
milo;
12.Veia facilmente observada e crescente
Notícia
outubro de 2015
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Espaço Acadêmico
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Reflexões do Saber Docente
Caros colegas Pedagogos e Pedagogas
“Era uma vez ...dois reinos: um branco e outro preto. Um dia o rei branco
achou que seu reino estava desprotegido, que seus súditos poderiam estar
em perigo. O rei branco então decidiu
proteger suas riquezas. Em cada extremidade de seu reino colocou uma torre
para servir de vigilância. Seus melhores cavalos ficaram a postos, assim
como seus bispos. Seus peões ficaram
na linha de frente para proteger o rei e
a dama. O rei preto, vendo a movimentação do rei branco, fez a mesma coisa
em seu reino.”
Nesta edição, em comemoração aos
45 anos de criação do Curso de Pedagogia da FaE/UEMG, damos vozes às Pedagogas e aos Pedagogos,
expressas no discurso de formatura
proferido pela oradora da turma
Silvana Alves de Araújo. Mais do
que um depoimento de despedida,
o discurso apresenta questionamentos sobre a formação, bem como as
experiências que são referenciais do
tempo vivido como estudantes e as
perspectivas para a atuação profissional. Destaca, ainda, a responsabilidade de cada um(a) frente ao desafio de reinventar a educação, pois
levam em si as sementes do amanhã,
a esperança de um futuro melhor.
“Na prata de suas vozes, o ouro de seus corações” (Guimarães Rosa)
Experiências além da sala de aula
Tudo para que alunos e, por que não,
professores possamaprender aenfrentar
os desafios de sala de aula.
o talento.
Talento esse que acontece de todas as
formas. E uma delas é o despertar do
Foto: Silviana Giampaoli
Foi com essa estória que as alunas do
curso de Pedagogia da Faculdade de
Educação, Campus BH, Alessandra
Dutra, Shirley Bouri, Marislene Baia e
Élida Silva apresentaram o xadrez. O
jogo ajuda a melhorar o desempenho
cognitivo, o raciocínio, a socialização
e o rendimento escolar dos alunos.
Esse foi o tema central do 9º Seminário
“Reflexões do Saber Docente: como
melhorar e aprimorar a educação nas
escolas?”
A cada dia, oficinas e palestras disputaram a atenção do público. Desde as
contações de estórias, a utilização de
brinquedos, as rodas de cantigas, a importância de se manter viva a tradição
do congado mineiro com as manifestações afro-brasileiras, apresentações
musicais e teatrais.
“Um dia, um interesse em comum nos
uniu: o interesse pelo curso de Pedagogia, o interesse e o desejo de sermos
Pedagogas e Pedagogos.
Outro desafio enfrentado com competência foi a deficiência visual. Isabel
Maria de Oliveira, aluna do curso de
pedagogia, juntamente com o diretor
do Instituto São Rafael, Juarês Gomes
Martins, mostraram como a cerâmica
ajuda no desenvolvimento do tatoe, o
quanto contribui para a aceleração do
processo de aprendizagem do braile.
Não ficaram presos ao saber ler e escrever em braile, produziram lindas esculturas, provando que nada pode impedir
Foto: Adílio Vieira
interesse dos alunos para as regras.
Regras de português, matemática, ligações iônicas... para esses problemas
“insolúveis”, Rafael Soares Mansur,
também aluno da instituição, apresentou jogos eletrônicos educativos. Mostrou como a tecnologia digital pode ser
usada como ferramenta no desenvolvimento da criança.
Entre tantos desafios e superação a
figura do pedagogo se faz imprescindível. Como uma peça chave, a mola
mestra na formação do educador.
Esses três dias de reflexões, práticas e
debates serviram para reafirmar o empenho do curso de Pedagogia da FaE,
através da coordenadora, professora
Cristina Olandim, ao pautar temas caros à formação dos profissionais da
educação. O objetivo foi alcançando
com sucesso!
Portanto, tanto o rei preto, quanto o
branco podem ficar tranquilos. Seus
tesouros e riquezas estão muito bem
protegidos!
Talvez no primeiro momento, logo no
início do curso, não tenhamos todos
sido atingidos com a profundidade e o
significado da Pedagogia.
Com o passar dos dias, fomos descobrindo e ampliando as nossas concepções acerca do verdadeiro sentido da
Pedagogia como Ciência da Educação,
que se ocupa com levar as pessoas a
uma das maiores virtudes que se pode
ter, que é o conhecimento.
Assim, o nosso orgulho e nossa admiração por nossa escolha do curso de
Pedagogia aumentavam cada dia mais.
Hoje, ao olharmos para trás, percebemos o quanto batalhamos para a concretização de nosso sonho.
E, nessa caminhada, aprendemos muito
uns com os outros e com nossos mestres, aprendemos a nos conhecer melhor, ver que somos capazes de superar
limites.
Aprendemos a conviver e a trabalhar
em grupo, valorizando a importância
do outro; aprendemos a ouvir, a formar
e compartilhar opiniões, além de ques-
Foto: Solange Maria Dias da Silva/ AP
Formandos do curso de pedagogia FaE
tionar paradigmas e refletir sobre novas
possibilidades.
Mais do que construir verdadeiras amizades, aprendemos a importância de
cativá-las.
E aprendemos, assim, a conhecer, a fazer, a conviver e a ser, o que Jacques
Delors define como “Os quatro pilares
de uma educação para o século XXI”,
os quais deverão orientar sempre nossa
prática docente.
Percorrido esse caminho, entendemos
que ser pedagogos e pedagogas não é
uma tarefa simples, é uma profissão
que exige de nós muita coragem, paciência e amor.
“Educar é desafiar as pessoas a serem
protagonistas de um mundo melhor,
é formar pessoas criticas e reflexivas,
capazes de transformar realidades.” É
também dar sempre o melhor de nós,
mesmo diante de todos os obstáculos
que a nossa Educação enfrenta hoje.
A nossa escolha nos dá a chance de
desenvolver um bom trabalho e apontar um novo sentido para a Educação
em nosso país, onde crianças, jovens e
adultos depositam em nosso trabalho a
esperança de um futuro melhor.
Vencemos! Aqui estão nossos familiares que foram testemunhas de nossos
medos e angústias, e isso os torna vitoriosos também! Aos familiares, que
não estão mais conosco, a saudade e
o desejo de que estivessem aqui para
presenciar este momento.
Aos mestres, que compartilharam conosco, cada um do seu jeito, não só o
conhecimento acadêmico, mas também
suas experiências de vida, os nossos
sinceros agradecimentos, pois colaboraram sobremaneira para a nossa formação profissional e pessoal.
Hoje, 24 de setembro de 2015, encerramos com sucesso mais uma etapa de
nossas vidas. Estamos emocionados
pelo triunfo, mas também pela despedida.
Agora seguiremos caminhos diferentes. Diante dos vários rumos a que a
Pedagogia possa nos levar e nos permitir vislumbrar, que não se perca em nós
o seu objetivo de promover meios para
a qualidade da Educação de nosso país.
Muito obrigada.”
Silvana Alves de Araújo, pedagoga
formada pela FaE/ CBH/ UEMG
Entrevista
outubro de 2015
8
35 anos de pura risada
Foto: Silviana Giampaoli
não tinha jeito de não de fazer outra
coisa. Mas não sei como é que descobri
o teatro, porque eu nunca tinha ido ao
teatro, nunca tinha feito nada, nenhuma
manifestação cultural no Serro ( cidade
natal de Carlos Nunes), a não ser a peça
do Rosário.
FI: Esse ano você está comemorando
35 anos de carreira. O que isso representa para você?
FaE Informa: Como foi sua estreia
no teatro?
Carlos Nunes: É claro que eu conto
com humor, mas é verdade. Eu nasci
em 31 de outubro e no dia 25 de dezembro já fui o menino Jesus no presépio. Foi meu primeiro personagem.
FI: O que te influenciou para a comédia?
CN: Minha mãe. Ela era uma grande
inspiradora no humor, sabe?! Ela tinha
um humor ácido, rápido, ferino. Eu
adorava conversar com ela. De tudo ela
tirava uma piada.
FI: Como você se descobriu ator?
CN: Não consigo definir direito. Eu sei
que o humor me escolheu. Eu não escolhi o humor, o humor me escolheu.
Porque fazia umas peças meio sérias e
as pessoas riam do mesmo jeito. Então,
CN: Representa uma escolha acertada.... estou contando pra você que tirei
carteira de motorista com 42 anos de
idade. Eu nunca pensei que fosse ter um
carro, que fosse ter um apartamento,
que fosse ter uma estabilidade. Nunca
pensei que eu teria tudo isso, porque eu
decidi fazer teatro. Ouvi vários comentários que eu não teria sucesso e nem
nada na vida. E aí, percebo que mesmo
quando não tinha nada eu tinha a certeza de que seria feliz fazendo teatro. E,
foi essa certeza que me impulsiona até
hoje, fazendo 35 anos de carreira. Percebo que estou no caminho certo.
FI: Tem uma peça ou personagem
que você não pode mais deixar de
apresentar?
CN: Acho que nunca mais posso abandonar o “penetra do buffet escasso.”
Porque o penetra do buffet escasso
paga as minhas contas (kkkkkk) e todo
mundo pede para que o faça.
leva público ao teatro. Isso é sinal de
dever cumprido?
CN: Não. É sinal de responsabilidade
muito grande, porque me preocupo
quando as pessoas tomam banho, saem
de casa, pega o ônibus, o carro, investem o dinheiro pra poder se divertirem
comigo. Eu acho que isso só aumenta a
responsabilidade assim. Todos os dias
penso assim: “Meu Deus do céu, me
ajuda. Não deixa eu decepcionar essas
pessoas. Elas saíram de casa, elas acreditam em mim.”
FI: O que o teatro te ensinou?
CN: Tudo. Eu não fiz faculdade, eu não
fiz nada. Tudo o que aprendi foi no teatro, fazendo teatro. Tenho muito o que
agradecer ao teatro, porque como o teatro representa a vida, o teatro leva para
o palco a vida, aprendi a vida através
do teatro. Tudo o que sei, aprendi no teatro. E aí, uso o teatro como referência,
o tempo na minha vida.
FI: Qual o seu desejo?
CN: Hoje, meu maior desejo, minha
vontade é levar a mensagem de Francisco para um número maior de pessoas.
* Francisco, do Rio ao Riso, é a nova
peça de trabalho do ator Carlos Nunes
que conta passagens da vida Francisco
de Assis, padroeiro dos animais.
FI: Você é um dos atores que mais
Tome Nota!
O Caderno de Educação
de n° 47 apresenta artigos produzidos por
estudantes concluintes
do Curso de Pedagogia
da FaE-UEMG, em
co-autoria com os
professores que os orientaram. Nesta
nova fase, abre espaço para a divulgação de artigos produzidos a partir
das monografias e, também, para a
publicação de relatos de experiência,
resenhas, entrevistas, entre outras
modalidades de produção acadêmica.
A revista Educação
em Foco é um periódico científico semestral, com o objetivo
de publicar artigos,
a partir de reflexões
sobre a educação em
diálogo com outros campos do saber,
sobretudo aqueles ligados à escola
pública. É a revista do Programa de
Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais. Tem
Qualis/Capes: B1 para Educação.
A Revista SCIAS
Arte/Educação
do
Núcleo de pesquisa
Conhecimento
em
Educação da FaE divulga aspectos do
campo epistemológico sobre Arte, Arte/Educação e
ensino de arte. Ampliar, portanto,
o conhecimento, o saber (Scias em
esperanto), a oportunidade de transformação da experiência estética por
uma de suas vias possíveis: a mediação, o diálogo, a interlocução.
http://issuu.com/faecbhuemg
http://www.uemg.br/openjournal/index.php/educacaoemfoco
http://www.uemg.br/openjournal/index.php/SCIAS