12.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 12.2.1
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12.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 12.2.1
Quadro12.1 - Divisão dos municípios nas três regiões do Projeto “ES sem Lixão”. Região Região Norte (15 municípios) Região Doce Oeste (22 municípios) Região Sul (29 municípios) Municípios Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Conceição da Barra, Ecoporanga, Jaguaré, Montanha, Mucurici, Nova Venécia, Pedro Canário, Pinheiros, Ponto Belo, São Mateus, Sooretama e Vila Pavão. Afonso Cláudio, Águia Branca, Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Colatina, Governador Lindenberg, Ibiraçu, Itaguaçu, Itarana, João Neiva, Laranja da Terra, Linhares, Mantenópolis, Marilândia, Pancas, Rio Bananal, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha, São Roque do Canaã e Vila Valério. Alegre, Alfredo Chaves, Anchieta, Apiacá, Atílio Vivacqua, Bom Jesus do Norte, Brejetuba, Castelo, Conceição de Castelo, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Iconha, Itapemirim, Irupi, Iuna, Jerônimo Monteiro, Marataízes, Mimoso do Sul, Muniz Freire, Muqui, Piúma, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul, São José do Calçado, Vargem Alta e Venda Nova do Imigrante. Fonte: SEDURB (2014). 12.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS A classificação dos resíduos sólidos visa agrupar os resíduos com características afins, de forma a tornar mais fácil a sua gestão e seu gerenciamento. A NBR 10004:2004 classifica os resíduos em duas classes considerando os seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. A Política Nacional de Resíduos Sólidos classifica os resíduos sólidos quanto à origem e quanto à periculosidade. 12.2.1 Quanto à origem A PNRS classifica os resíduos sólidos quanto à origem em 11 tipologias, conforme descrito na Quadro 12.2. 385 Quadro12.2 - Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem, Lei 12.305/2010. Tipologia Descrição a) Resíduos domiciliares Os originários de atividades domésticas em residências urbanas; b) Resíduos de limpeza urbana Os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; c) Resíduos sólidos urbanos A soma dos resíduos domiciliares e resíduos de limpeza urbana; d) Resíduos de estabelecimentos Os gerados nessas atividades, excetuados os resíduos de comerciais e prestadores de limpeza urbana, dos serviços públicos de saneamento básico, serviços de serviços de saúde, da construção civil e de serviços de transportes; e) Resíduos dos serviços públicos f) Os gerados nessas atividades, excetuados os classificados de saneamento básico como resíduos sólidos urbanos Resíduos industriais Os gerados nos processos produtivos e instalações industriais; g) Resíduos de serviços de saúde Os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS h) Resíduos da construção civil Os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis; i) Resíduos agrossilvopastoris Os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; 386 j) Resíduos de serviços transportes k) Resíduos de mineração de Os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; Os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios; 12.2.2 Quanto à periculosidade A PNRS classifica os resíduos sólidos quanto à periculosidade em duas classes, resíduos perigosos e resíduos não perigosos, conforme descrito no Quadro 13.3. Quadro 13.3 -- Classificação dos resíduos sólidos quanto à periculosidade, Lei 12.305/2010. Classificação Descrição a) Resíduos perigosos Aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica; b) Resíduos não perigosos Aqueles não enquadrados como resíduos perigosos. Fonte: BRASIL (2010). Ainda segundo a PNRS, os resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, se caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal. Da mesma forma, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na NBR10004:2004 já classificava os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, também em duas classes conforme Quadro 13.4. 387 Quadro 13.4- Classificação dos resíduos sólidos quanto à periculosidade, NBR10004:2004. Classe Descrição Resíduos que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto- a) Resíduos classe I – Perigosos contagiosas, podem apresentar: risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices; riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada; ou ainda inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. - resíduos classe II A – Não inertes: os resíduos que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B - Inertes, nos termos da Norma. Podendo ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, b) Resíduos classe II – combustibilidade ou solubilidade em água. Não perigosos - resíduos classe II B – Inertes: quaisquer resíduos que, amostrados segundos Normas da ABNT, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. Fonte: ABNT (2004). 12.3 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS A Caracterização dos resíduos é uma importante etapa do diagnóstico, pois irá permitir o conhecimento dos diversos tipos de resíduos gerados em um determinado espaço. A caracterização deve ser realizada de acordo com o objetivo do estudo, o detalhamento das informações deve ser coerente com a necessidade do estudo, ou seja, planos de gestão, projetos básicos ou projetos executivos. Desta forma permite que os investimentos aplicados no levantamento dos dados sejam compatíveis com as fases do processo. Desta forma, os dados devem ser coletados no momento em que forem realmente necessários a sua utilização, otimizando desta forma os recursos públicos. Neste estudo a caracterização foi realizada seguindo a classificação por origem definida na Lei 12.305/2010. 388 12.3.1 Resíduos sólidos urbanos (RSU) Segundo a Lei 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os Resíduos Sólidos Urbanos englobam os resíduos domiciliares, originários de atividades domésticas em residências urbanas e os resíduos de limpeza urbana originários da varrição limpeza de vias públicas e logradouros e outros serviços de limpeza urbana (BRASIL, 2010). São os resíduos gerados em estabelecimentos comerciais. Em termos de composição, os resíduos comerciais e de prestadores de serviços basicamente são similares aos resíduos domésticos sendo que muitas vezes os mesmos acabam sendo dispostos junto aos resíduos domiciliares e coletados pelo poder público, principalmente quando as quantidades geradas são pequenas (BRASIL, 2010). Geralmente este resíduos são coletados e destinado pelo mesmo sistema, não havendo mecanismo por parte dos municípios de diferenciação em relação a quantidade coletada e destinada destas três diferentes parcelas, apesar de suas especificidades. Portanto, neste estudo o termo RSU estará englobando estas três tipologias, em se tratando de quantificação. 12.3.1.1 Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) Os resíduos sólidos domiciliares são gerados nas atividades domésticas em residências urbanas, são compostos por resíduos secos e resíduos úmidos. Os resíduos secos são constituídos por embalagens fabricadas a partir de plásticos, papéis, vidros e metais diversos. Já os resíduos úmidos são constituídos, principalmente, por restos provenientes do preparo dos alimentos, podendo apresentar em sua composição folhas, cascas e sementes, restos de alimentos industrializados e outros (BRASIL, 2012). 389 Os rejeitos, que também são resíduos domiciliares, referem-se às parcelas contaminadas dos resíduos, tais como embalagens que não se preservaram secas, resíduos úmidos que não podem ser processados em conjunto com os demais, resíduos das atividades de higiene e outros tipos de resíduos (MMA, 2011). Segundo do censo demográfico 2010 do IBGE o número de domicílios existente no município de Venda nova do Imigrante era de 6.324 habitantes (IBGE, 2010). 12.3.1.2 Resíduos Sólidos Comerciais (RSC) O regulamento de limpeza urbana de cada município pode dividir os resíduos comerciais em “pequenos geradores” e “grandes geradores”. É importante identificar o grande gerador, pois é necessário que este tenha seu resíduo coletado e transportado por uma empresa particular, pois esta prática diminui o custo da coleta municipal em cerca de 10 a 20% (IBAM, 2001). O Decreto Nº 769 de 23 de setembro de 2009 que regulamenta a gestão dos resíduos orgânicos e rejeitos de responsabilidade pública e privada no Município de Londrina e dá outras providências, define Pequeno Gerador como pessoas, físicas ou jurídicas, que gerem resíduos provenientes de habitações unifamiliares ou em cada unidade das habitações em série ou coletivas, cuja coleta é regular, limitada à quantidade máxima de 600 (seiscentos) litros por semana disponível à coleta pública. . Os grandes geradores, por sua vez, são pessoas, físicas ou jurídicas, que geram resíduos decorrentes de atividade econômica ou não econômica, excedentes à quantidade máxima de 600 (seiscentos) litros por semana (LONDRINA, 2009). A Lei Municipal n 12.382, de 28 de agosto de 2007 “Dispõe sobre a implantação de coleta seletiva de lixo em Shopping Center no município de Curitiba”.A coleta seletiva é obrigatória em Shoppings Centers de Curitiba que possuam um número igual ou superior a quarenta estabelecimentos comerciais (CURITIBA, 2007). 390 O fato dos centros comerciais originarem grandes quantidades de resíduos recicláveis pode contribuir com a coleta seletiva desde que os geradores separem os resíduos produzidos em todos os seus setores, de acordo com a sua natureza. Os resíduos orgânicos, quando separados dos resíduos secos, podem ser encaminhados para sistemas de compostagem. Deve ser feito o recolhimento periódico dos resíduos coletados e o envio destes para locais que garantam o seu bom aproveitamento. Os estabelecimentos comerciais podem contribuir também para a logística reversa, disponibilizando postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis. Os comerciantes devem efetuar a devolução, dos produtos e embalagens que foram devolvidos nos postos de entrega, aos fabricantes ou aos importadores que por sua vez deverão encaminhar para o reaproveitamento e o rejeito para a disposição final ambientalmente adequada. Segundo do censo demográfico 2010 do IBGE o número de empresas atuantes no município de Venda nova do Imigrante era de 773 incluindo indústria e comércio, empregando 6,089 pessoas, do total de 20447 habitantes, o que representa 30% da população. (IBGE, 2010). A Lei Municipal de Limpeza Urbana de Venda Nova do Imigrante nº1000/2012 define o em seu artigo 7º: IX que o lixo que possa ser tipificado como domiciliar produzido em estabelecimentos comerciais, de serviços ou unidades industriais ou instituições/entidades públicas ou privadas ou unidades de trato de saúde humana ou animal ou mesmo em imóveis não residenciais, cuja natureza ou composição sejam similares àquelas do lixo domiciliar e cuja produção esteja limitada ao volume diário, por contribuinte, de cento e vinte litros ou sessenta quilogramas. O Anexo 4 apresenta a listagem de instalações comerciais existentes no município e que devem ser objeto de ação nos programas de coleta seletiva, sistemas de compostagem, sistemas de logística reversa e na normatização de pequenos e grandes geradores de RSU. 391 12.3.1.3 Resíduos de Limpeza Urbana (RLU) Os Resíduos de limpeza urbana são os resíduos originários da varrição, capina, podas e limpeza dos logradouros e vias públicas, como folhas e solos, além dos resíduos advindos de outros serviços públicos de limpeza urbana prestados pelo município, como galhos provenientes das podas de árvores e limpeza urbana em geral. Nesse contexto, enquadram-se ainda como resíduos de limpeza urbana os móveis usados que normalmente são descartados pela população junto a logradouros públicos (BRASIL, 2010). 12.3.1.4 Resíduos de Varrição Os resíduos de varrição são aqueles referentes à atividades de remoção de resíduos no chão de ambientes públicos. Nestes serviços estão contempladas as remoções de resíduos provenientes de lixeiras instaladas ao longo de vias, logradores públicos e também a varrição pontual, remoção de papéis, plásticos, latas, embalagens e demais resíduos de pequenas dimensões que se encontram nas calçadas, ruas e canteiros centrais que foram carreados pelo vento ou oriundos da presença humana nos espaços urbanos (SANETAL, 2011). 12.3.1.5 Resíduos de Capina, Roçada e Poda São resíduos provenientes de atividades de corte e retirada total da cobertura vegetal que é realizada em vias e logradouros públicos (SANETAL, 2011). 12.3.1.6 Composição gravimétrica dos RSU A composição gravimétrica dos resíduos sólidos apresenta as porcentagens (geralmente em peso) das várias frações dos materiais constituintes dos RSU. Essas 392 frações normalmente distribuem-se em matéria orgânica, papel, papelão, plástico rígido, plástico filme, metais ferrosos, metais não ferrosos, vidro, borracha, madeira e outros (couros, trapos, cerâmicas, ossos, madeiras etc (PEREIRA NETO, 2007). Esta é uma informação importante para estudos de aproveitamento dos resíduos e de compostagem, uma vez que traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de resíduos analisada. Quando da elaboração de projetos básicos e executivos de sistemas de coleta seletiva e compostagem é necessário que se realize um estudo gravimétrico. Neste estudo trabalharemos com dados secundários, visto que se trata de um instrumento de planejamento sem detalhamento de infraestruturas. A Tabela 13.1 e Figura 13.5 apresentam a partir da média simples a composição gravimétrica dos resíduos coletados em 93 municípios brasileiros. Tabela 13.1- Estimativa da composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no Brasil. Materiais Participação Quantidade 2000 2008 % t/dia t/dia Material reciclável 31,9 47.558,5 58.527,4 Metais 2,9 4.301,5 5.293,5 Aço 2,3 3.424,0 4.213,7 Alumínio 0,6 877,5 1.079,9 Papel, papelão e tetrapak 13,1 19.499,9 23.997,4 Plástico total 13,5 20.191,1 24.847,9 Plástico filme 8,9 13.326,1 16.399,6 393 Plástico rígido 4,6 6.865,0 8.448,3 Vidro 2,4 3.566,1 4.388,6 Matéria orgânica 51,4 76.634,5 94.309,5 Outros 16,7 24.880,5 30.618,9 Total coletado 100,0 149.094,3 183.481,5 Fonte: IBGE (2010) e trabalhos diversos, apud IPEA, 2011. Figura 13.5 - Composição gravimétrica dos RSU no Brasil. Outros 16,7% Material reciclável 31,9% Matéria orgânica 51,4% Outros 16,7% Metais 2,9% Papel, papelão e tetrapak Plástico 13,1% total 13,5% Matéria orgânica 51,4% Vidro 2,4% Fonte: Autoria própria A composição gravimétrica média dos RSU coletados no Brasil é bastante diversificada nas diferentes regiões, uma vez que está diretamente relacionada com 394 características, hábitos e costumes de consumo e descarte da população local de cada região (ABRELPE, 2011). O município de Venda Nova do Imigrante realizou uma caracterização gravimétrica, para elaboração do seu primeiro Plano Municipal de Gerenciamento de resíduos Sólidos em 2009. Segundo os autores, para determinação deste parâmetro foi utilizada a metodologia recomendada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB, 1990) e a técnica de quarteamento descrita na ABNT NBR 10.007:2004 (Amostragem de Resíduos Sólidos). A Quadro 13.3 e as Figuras 13.6 e 13.7 a seguir apresentam os dados de composição gravimétrica obtidos no estudo realizado no ano de 2009. Quadro13.5 - Composição gravimétrica dos RSD gerados pela população urbana e rural. Tipo de material Área urbana Área rural Matéria orgânica 58,5 % 77,2 % Plástico maleável 8,0 % 7,5 % Plástico rígido 4,9 % 3,3 % Papel 2,5 % 2,6 % Papelão 7,4 % 5,1 % Vidros 2,3 % 2,9 % Metais 2,0 % 1,2 % Trapos 10,4 % 0,3 % Outros (sapatos) 2,5 % - 395 Outros (isopor) 1,6 % - Fonte: PMGIRSVNI (2014). Figura 13.6- Composição gravimétrica dos resíduos urbanos 3% 2% 2% 2% Matéria orgânica Plástico maleável 10% Plástico rígido 7% Papel 3% 58% 5% 8% Papelão Vidros Metais Fonte: PMGIRSVN (2014). Figura 13.7 - Composição gravimétrica dos resíduos rurais. 3% 5% 3% 1% 0% Matéria orgânica 3% Plástico maleável Plástico rígido 8% Papel Papelão Vidros 77% Metais Fonte: PMGIRSVNI (2014) 396 12.3.1.7 Peso específico aparente dos RSU O peso específico aparente é o peso do lixo solto em função do volume ocupado livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m 3. Ele é fundamental para o dimensionamento da frota de coleta, assim como de contêineres e caçambas estacionárias (IBAM, 2001). Os valores de peso específico são influenciados pela composição gravimétrica dos resíduos, sendo que quanto maior a quantidade de resíduos orgânicos maior será o peso especifico do RSU. Por outro lado, valores mais elevados de peso específico podem ser indicativos de práticas relacionadas com a coleta seletiva de materiais recicláveis como plásticos, papelão e vidro, que ao serem retirada dos resíduos, os conferem proporcionalmente maiores teores de material orgânico e consequentemente maiores pesos específicos, devido maior teor de umidade deste material (CARNEIRO, 2006). Na ausência de dados mais precisos para peso específico pode-se utilizar os valores descritos na Tabela 13.2. Tabela13.2 - Valores típicos para peso específico de resíduos gerados nos municípios brasileiros. Tipo de Resíduo Peso específico aparente (kg/m3) RSU 230 RSS 280 RCC 1.300 Fonte: Adaptada de IBAM (2001). Estudos realizados anteriormente no município indicaram valores para o peso específico aparente, sendo que no estudo foi denominado como densidade aparente. A Tabela 13.3 apresenta os valores encontrados para o município. 397 Tabela13.3 - Densidade aparente dos RSU gerados pela população urbana e rural. Peso específico aparente Localização (Kg/m3) Área urbana 222 Área rural 257 Fonte: PMGIRSVNI (2014). 12.3.1.8 Geração per capta A geração per capita determina a quantidade de resíduos urbanos gerada diariamente e o número de habitantes de determinada região. Muitos técnicos consideram de 0,5 a 0,8kg/hab./dia como a faixa de variação média para o Brasil. É muito importante para determinar a taxa de coleta, bem como para o correto dimensionamento de todas as unidades que compõem o Sistema de Limpeza Urbana (IBAM, 2001). Para se avaliar corretamente a projeção da geração de lixo per capita é necessário conhecer o tamanho da população residente, bem como o da flutuante, principalmente nas cidades turísticas, quando esta última gera cerca de 70% a mais de resíduo do que a população local (IBAM, 2001). Estudos realizados anteriormente no município indicaram valores para a geração per capta de resíduos. Foram calculados dois valores referentes à geração per capta de resíduos: um considerando o peso dos resíduos domiciliares, comerciais, públicos (varrição), da construção civil e dos serviços de saúde e outro considerando somente o quantitativo dos resíduos domésticos, comerciais e públicos (varrição). A Tabela 13.4 apresenta os valores encontrados para a geração per capta no município. Tabela 13.4 - Geração per capita de RSU do município de Venda Nova do Imigrante. Resíduos Geração per capita (Kg/hab.dia) 398 Domiciliar + comercial + público + construção 2,28 civil + saúde Domiciliar + comercial + público 0,59 Fonte: PMGIRSVNI (2014). A fim de comparar os dados do fornecidos pelo município e valores de outros municípios do estado do Espírito Santo, foram utilizados dados cedidos pela SEDURB (2014). A SEDURB realizou por meio de um questionário uma pesquisa em 42 municípios capixabas, participantes do Programa “Espírito Santo sem Lixão”, a fim de obter o panorama da gestão de resíduos sólidos no Estado do Espírito Santo. A Figura 13.8 apresenta a geração per capta média nas sedes e nos distritos capixabas. É notória uma maior taxa nas sedes dos municípios motivada pelo maior desenvolvimento dessas regiões quando comparadas com os distritos. Figura 13.8 - Geração per capita média dos 42 municípios capixabas que participaram da pesquisa. Geração per capta Média (Kg/hab./dia) 0,90 0,82 0,80 0,70 0,70 0,65 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 Sedes Distritos Municípios Fonte: SEDURB (2014). 399 A Figura 13.9 apresenta uma comparação de geração per capta entre as regiões do Projeto ES Sem Lixão. O CONDOESTE apresenta números um pouco superiores as demais regiões. Enquanto o CONSUL, do qual Venda Nova do Imigrante faz parte, apresenta as menores taxas de geração. Figura 13.9 - Comparação da geração per capta média entre os Consórcios do Projeto “ES Sem Lixão”. Geração percapta média (Kg/hab./dia) 0,90 0,80 0,85 0,82 0,76 0,67 0,70 0,71 0,70 0,73 0,66 0,58 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 Sedes CONDOESTE Distritos CONORTE Municípios CONSUL Fonte: SEDURB (2014). 12.3.2 Resíduos da construção civil (RCC) Resíduos da construção civil são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha (BRASIL, 2002). Marco legal na gestão dos RCC é a Resolução 307 de 2002 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) que estabelece e determina a execução de um Plano 400 Integrado de Gerenciamento de RCC, cabendo aos Municípios e Distrito Federal, buscar soluções para o gerenciamento dos pequenos volumes de resíduos, bem como com o disciplinamento da ação dos agentes envolvidos com os grandes volumes. Esses resíduos representam um grande problema em muitas cidades brasileiras, especialmente pela disposição inadequada em córregos, terrenos baldios e beira de estradas. A disposição irregular desses resíduos pode gerar problemas de ordem estética, ambiental e de saúde pública. Esses resíduos representam um problema que sobrecarrega os sistemas de limpeza pública municipais, visto que, no Brasil, os RCC podem representar de 50 a 70% da massa dos resíduos sólidos urbanos (BRASIL, 2005). A quantificação do volume de resíduo gerado em uma determinada obra de construção civil é algo bastante variável. PINTO (1999) com base na análise de seis municípios brasileiros estima uma massa aproximada de 1200 kg/m² para edificações executadas por processos tradicionais, sendo que, 25% dessa massa se constitui em perdas no canteiro de obras e dessa perda, cerca de 50% ou 150 kg/m² são simplesmente entulho. Ou seja, 12,5% da massa de uma determinada edificação caracteriza-se como resíduo. No Quadro 13.4 são apresentas algumas práticas em execução em municípios brasileiros na gestão dos RCC. Em 2011, São José do Rio Preto/ SP possuía 16 PEVs (Pontos de Apoio) sendo 14 padronizados, e estando previsto o total de 30. Segundo a prefeitura os 16 Pontos de Apoio recolheram em 2010 cerca de 30 mil toneladas de entulho, eu se transformaram em 5 mil guias de rua, 2,5 mil filetes para canteiros, 2 mil blocos de vedação, entre outros produtos. / SP São José do Rio Preto Quadro 13.4 - Boas Práticas na gestão de RCC nos municípios brasileiros. (PMSJRP, 2011). 401 Em 2011, o município de Guarulhos implementou o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) Guarulhos/SP Verde, que se transformou em política pública municipal conforme Lei 6.793/2011 e estabelece descontos de 3% a 20% no valo do imposto ara edificações que apresentam requisitos de sustentabilidade como: separação dos resíduos para reciclagem e utilização de materiais ambientalmente sustentáveis na construção (FERNANDES, 2013). Horizonte/MG Belo O município de Belo Horizonte é uma referência fundamental na gestão de RCC, por ter desenvolvido desde 1993 o Programa de correção Ambiental e Reciclagem de Resíduos de Construção que previu uma Rede de Atração contando com nove áreas para recebimento dos resíduos e quatro centrais de reciclagem (PINTO, 2005). Fonte: Autoria própria 12.3.2.1 Gestão dos RCC no município de Venda Nova do Imigrante A gestão do RCC no município de Venda Nova do Imigrante é realizada pela prefeitura que faz a locação de caixas estacionárias para acondicionamento de RCC e a empresa contratada faz o transporte das mesmas até um bota fora do município. O município não possui legislação que trate sobre pequeno e grande gerador. Em 2013 o contrato com empresa terceirizada previa pelo prazo um ano, o transporte de RCC, bem como galhos e folhas provenientes da limpeza de jardins pelo município, devendo disponibilizar 15 caixas estacionárias, com capacidade de 5m 3. O contrato previa um total de 800 viagens com um preço unitário de R$ 77,375, totalizado R$ 61.900,00, de acordo com o contrato 000083/2013. A Figura 13.10 apresenta uma caixa estacionária locada pelo município para receber os RCC gerados pelos munícipes. Observa-se que resíduos também são depositados no chão próximo a caçamba. 402 Figura 13.10 - Caixa estacionária de disposição de RCC no bairro Vila da Mata. Fonte: Autoria própria Segundo a prefeitura de Venda Nova do Imigrante foram coletados em torno de 7.000 ton/ano de RCC em 2013, considerando a população estimada pela IBGE para o mesmo período, 22.873 habitantes, teremos uma geração per capta em torno de 306 kg/hab/ano. Entretanto, ressalta-se que não há a pesagem deste resíduo e que os resíduos de podas são coletados e transportados juntamente com o RCC, o que torna o valor calculado apenas uma estimativa. Dados mais reais devem ser averiguados quando da elaboração de programas específicos para RCC e seus respectivos projetos básicos e executivos. A empresa contratada para disponibilizar as caixas estacionárias, realiza o transporte até o bota fora municipal, aonde fazem a destinação final do RCC (Figura 13.11). Esta área de disposição final de RCC está localizada às Coordenadas UTM 0277750E/7751152N, Datum WGS 84, e opera sob responsabilidade da Secretaria de Obras e Infra Estrutura e Secretaria de Meio Ambiente. O Local ainda se encontra em processo de regularização junto ao órgão ambiental. 403 Figura 13.11 - Área de disposição final de RCC no município de Venda Nova do Imigrante. Fonte: Autoria própria. 12.3.3 Resíduos de serviços de saúde (RSS) Os resíduos de serviços de saúde são todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamento; serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem entre outros similares que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final (BRASIL, 2005). Todo estabelecimento gerador de RSS deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). Este plano é um documento que aponta e 404 descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas características, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final, bem como a proteção à saúde pública (BRASIL, 2004). Os resíduos do serviço de saúde causam riscos potenciais e merecem atenção especial em todas as suas fases de manejo (segregação, condicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final) em decorrência dos imediatos e graves riscos que podem oferecer a saúde da população e ao meio ambiente, por apresentarem componentes químicos, biológicos e radioativos (BRASIL, 2006). 12.3.3.1 Gestão dos RSS no município de Venda Nova do Imigrante A gestão dos RSS no município de Venda Nova do Imigrante é realizada pela prefeitura que tem um contrato firmado com uma empresa que faz a coleta, transporte e destinação final desse resíduo. A coleta é feita quinzenalmente no hospital Padre Máximo e nas Unidades de saúde do município. Os Principais geradores de RSS no município são os apresentados na Tabela 13.5. Tabela 13.5 - Principais geradores de RSS no município de Venda Nova do Imigrante. Unidades de Saúde Quantidade Hospitais 01 Unidades básica de atendimento 06 Farmácias de Manipulação 2 Drogarias 10 Clinicas veterinárias 02 405 Postos de coleta laboratorial 02 Laboratórios 02 Clinicas médicas - Consultórios médicos* 07 Consultórios odontológicos 27 Cemitérios 06 Unidades de Saúde Quantidade Crematórios - Funerária 01 Fonte: PMVNI, 2014. Existem vários consultórios médicos no município, porém, segundo a Vigilância Sanitária, os que realmente geram resíduos de serviço de saúde, em virtude dos serviços prestados são: consultórios ginecológicos (04), consultório pediátrico com sala de vacina (01) e consultórios de endoscopia digestiva (02). Incluindo consultórios médicos e outros pequenos geradores, o município possui 110 geradores de RSS. Em 2013/2014 o contrato com empresa terceirizada tinha contrato pelo prazo de um ano para coleta, transporte e destinação de RSS, devendo ser executado quinzenalmente, com quantidade estimada como sendo inferior a 1,5 toneladas/mês. O contrato previa pagamento mensal com um preço unitário de R$ 13.000,00 totalizando R$ 156.000,00/ano, de acordo com o contrato 000051/2013. Segundo a prefeitura de Venda Nova do Imigrante foram coletados em torno de 11,1 toneladas em 2012 e 10,2 tonelada em 2013, considerando a população estimada pela IBGE para 2013, 22.873 habitantes, o município tem uma geração per capta de RSS em torno de 0,45kg/hab/ano. 406 Os RSS coletados no município de Venda Nova do Imigrante são destinados para empresa Marca Ambiental localizada no município de Cariacica, Região Metropolitana da Grande Vitória – ES. A distância média entre os dois municípios é de 110Km. 12.3.4 Resíduos volumosos (RV) Os resíduos volumosos são constituídos por peças de grandes dimensões como móveis e utensílios domésticos inservíveis, grandes embalagens, podas e outros resíduos de origem não industrial e não coletados pelo sistema de recolhimento domiciliar convencional. Os componentes mais constantes são as madeiras e os metais (MMA, 2011). Os resíduos volumosos precisam ser diagnosticados em conjunto com os resíduos de construção, pois são manejados pelo mesmo tipo de transportadores. Em alguns municípios são organizadas campanhas de, cujos encarregados conseguem indicar o percentual do volume composto por este tipo de resíduo. Os inventários de alguns municípios revelaram taxa de geração de 30,0 kg anuais per capita (GUARULHOS, 2011). Os impactos ambientais causados pelos resíduos volumosos comprometem a qualidade do ambiente e da paisagem local. Quando esses resíduos são depositados de forma irregular podem dificultar o tráfego de pedestres e veículos e causar acidentes. Podem ainda comprometer o sistema de drenagem urbana, obstruindo os coletores superficiais e ainda assorear o leito de córregos e rios, resultando em enchentes. O município de Vitória, ES destaca-se o projeto Papamóveis que tem por objetivo a recolha programada de resíduos volumosos tais como mobiliário, sofás, eletrodomésticos, colchões, entre outros, provenientes das residências de todos os bairros do município (Silva et al., 2004). 407 De acordo com Silva et al. (2004) após a recolha, os resíduos volumosos são transportados para a central de triagem do município, sendo que os objetos em condições de uso são encaminhados para organizações de caridade e os restantes desmontados e encaminhados para reciclagem. A criação deste projeto foi uma alternativa adequada e vantajosa sob os pontos de vista de saúde pública, ambiental, econômico e social. Ao nível da saúde pública e ambiental, uma vez que evita o lançamento indiscriminado destes resíduos em terrenos, baldios e vias públicas, bem como a sua acumulação de forma inadequada, e ao nível econômico, uma vez que ordena e otimiza a recolha destes resíduos. Por último ao nível social, uma vez que facilita o acesso de artigos recolhidos em bom estado de utilização a famílias com necessidades, além de gerar emprego tanto na operação do sistema como na oficina de recuperação de objetos recolhidos (Silva et al., 2004). 12.3.4.1 Gestão dos RV no município de Venda Nova do Imigrante A gestão dos RV no município de Venda Nova do Imigrante é realizada pela prefeitura que realiza a coleta, transporte e destinação final, por meio da Secretaria de Obras e Infra Estrutura. O resíduo é coletado de forma diferenciada em um veículo próprio, podendo ser ou um trator ou uma caçamba. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente está em fase de estudo para implantar um programa de coleta específico para esse tipo de resíduo. Os resíduos que podem ser reaproveitados ou reutilizados são enviados para a associação de catadores do município, já os que não possuem mais utilidade são levados até o transbordo e descartados junto com os RSU. 408 12.3.5 Resíduos verdes Os resíduos verdes são provenientes da manutenção de parques, áreas verdes e jardins, redes de distribuição de energia elétrica, telefonia e outras. São comumente classificados em troncos, galharia fina, folhas e material de capina e desbaste. Boa parte deles coincide com os resíduos de limpeza pública (MMA, 2012). As fontes de informação para a quantificação destes resíduos são principalmente o setor de manutenção pública de parques, áreas verdes e jardins, e o setor responsável pela manutenção das redes de distribuição de energia. Em cidades pequenas e médias, não densamente ocupadas, costumam constituir volume bastante significativo (MMA, 2012). Em Porto Alegre o Departamento Municipal de Limpeza Urbana e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente reaproveitam seus resíduos verdes. Os troncos e ramos maiores são fornecidas a olarias e trocadas por tijolos, utilizados na construções de edificações do próprio Departamento. Na Central, um funcionário faz a triagem e orienta os motoristas a descarregarem separadamente o material a ser reaproveitado como lenha ou composto orgânico (WALDEMAR, 2000). O sistema de compostagem dos resíduos está sendo realizado através de um picador de resíduos arbóreos de porte médio que uniformiza e diminui o tamanho das partículas a serem humificadas e que aceita ramos de até 10cm e através da compactação de um trator de esteiras, de 22 toneladas de peso, que diminui o tamanho do material a ser fermentado. A produção estimada de composto orgânico é de 2.408 t/ano (WALDEMAR, 2000). 409 12.3.5.1 Gestão dos Resíduos Verdes no município de Venda Nova do Imigrante Os resíduos verdes são coletados por um trator e destinados ao bota fora do município, esse serviço é todo prestado pela PMVNI. Ocasionalmente os resíduos são depositados nas caçambas estacionárias dispersas pela cidade e o recolhimento é feito pela empresa contratada para prestar esse tipo de serviço justamente com os RCC. . Por ser destinado a um bota fora, o município não possui controle de quantas toneladas desse resíduo é disposta mensalmente nesse local. O bota fora é o mesmo que recebe os RCC e está em processo de regularização. 12.3.6 Resíduos industriais (RI) De acordo com o Artigo 13 da Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, resíduos industriais são “os gerados nos processos produtivos e instalações industriais” (BRASIL, 2010). A Resolução CONAMA nº 313/2002 que dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, define que resíduos industriais são todos os resíduos que resultem de atividades industriais e que se encontrem nos estados sólido, semisólido, gasoso - quando contido, e líquido - cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição. 410 A adequada destinação desses resíduos é um dos grandes desafios da humanidade. E, no caso do Brasil, o desafio é ainda maior, pois poucos são os casos de destinação final correta dos resíduos sólidos industriais (LIMA, 2007). 12.3.6.1 Gestão dos RI no município de Venda Nova do Imigrante A gestão dos resíduos industriais é de responsabilidade do gerador, os quais devem apresentar seus planos de gerenciamento de resíduos como parte do processo de licenciamento ambiental. Entretanto, parte dos resíduos gerados nas indústrias que possuem as mesmas características dos resíduos domiciliares também é coletada pelo município. Os dados referentes às atividades que geram resíduos industriais foram levantados junto ao IEMA e à Secretaria de Meio Ambiente do município. Ao todo o município possui 85 indústrias que geram resíduos industriais, e destas 57 geram resíduos perigosos. Não estão incluídas neste valores as atividades incluída em outras tipologias detalhadas neste estudo, como mineração e construção civil. A quantificação detalhada destes resíduos, devido à diversidade de atividades e porte dos mesmos, não apresentaria resultados totalmente fidedignos com amostragem e extrapolação dos resultados, bem como o levantamento em todos os empreendimentos se torna inviável considerando tempo e recurso disponível. A forma mais coerente de fazer esta quantificação é por meio da cobrança por parte dos órgãos de licenciamento ambiental e estadual, do relatório de movimentação de resíduos, em meio digital, bem como implantação do Sistema de Informação de Resíduos que é outro instrumento previsto de Lei 12.305/2010, que deverá ser implementado pelos municípios, estado e União. Outra ação necessária, por parte do município, é a definição de pequenos e grandes geradores de resíduos com características domiciliares, os quais deverão ter cobrança 411 diferenciada para coleta, transporte e destinação final, caso o serviço seja prestado pelo município. 12.3.7 Resíduos dos serviços de transporte (RST) De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Federal no 12.305/2010, os resíduos de serviços de transportes são definidos, em seu Artigo 13, como aqueles “originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira” (BRASIL, 2010). São exemplos de RST: restos de papéis, alimentos, plásticos, óleos, ferragens, resíduos químicos, material de escritório, resíduos infectantes e sucatas, entre outros (IPEA, 2011). Dos impactos causados pelos RST, pesquisas apontam que os resíduos gerados por embarcações, por exemplo, contaminam o mar em grandes proporções, pois representam cerca de 8 bilhões de objetos (resíduos sólidos), dentre esses os principais são materiais plásticos, metálicos e de vidro, encontrados diariamente nos oceanos (Schindler, 2007 apud IPEA, 2012). Já em relação aos veículos em fim de vida e todos os seus componentes, o material em deterioração dos veículos sucateados pode contaminar o solo e o lençol freático e contribuir para a proliferação de doenças, como a dengue e o tétano. Adicionalmente, há os impactos sociais relacionados à desvalorização do entorno onde se encontram os veículos abandonados e a depreciação das condições de trabalho no local (CNT, 2010). 12.3.7.1 Gestão dos RST no município de Venda Nova do Imigrante No município, só existe uma rodoviária, e os resíduos gerados são destinados para a coleta pública convencional. 412 Não há, por parte do município, a exigência quanto a gestão diferenciada deste tipo de resíduo por parte do gerador. 12.3.8 Resíduos de mineração (RM) A Lei 12.305/2010 em seu artigo 13 define resíduos de mineração como: “os gerados nas atividades de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios” (BRASIL, 2010). A mineração é um dos setores básicos da economia do país, contribuindo na melhoria da qualidade de vida da população, desde que seja operada com responsabilidade social e, principalmente ambiental, estando sempre presentes os preceitos de desenvolvimento sustentável (FARIAS, 2002). Os resíduos de mineração podem ser pilhas de rejeitos sólidos (minérios pobres, estéreis, rochas, sedimentos de cursos d’água e solos), as lamas de serrarias de mármore e granito, as lamas de decantação de efluentes, o lodo resultante do processo de tratamento do efluente da galvanoplastia no tratamento de jóias e folheados, os resíduos/rejeitos da mineração artesanal de pedras preciosas e semipreciosas, o mercúrio proveniente do processo de amalgamação do outo, rejeitos finos e ultrafinos não aproveitados no beneficiamento, entre outros (IPEA, 2011) O estado de Espírito Santo se destaca com grande polo de setor de rochas ornamentais, mármore e granito. O grande volume de resíduos gerados na atividade de beneficiamento de rochas ornamentais ocasiona significativos impactos ambientais quando descartados em locais inadequados. Assim, deve-se buscar o gerenciamento adequado, desde a etapa de acondicionamento até a destinação final (MAGACHO et al., 2006). Uma pratica comum é utilizar os resíduos mais finos do beneficiamento de rochas ornamentais na aplicação de compostos de argamassas, cerâmicas vermelha (tijolos, tijolo solo‐cimento, telhas), vidro, tintas, bloquetes, manilhas, corretivos de solos e mosaicos, e os resíduos mais grossos em fábricas de cimento, brita e areia artificial, 413 artesanatos, seixos ornamentais, bijuterias, degraus de escada, muros de contenção de taludes, meio‐fio, pavimentação e filetes para muros (CAMPOS et al., 2009). 12.3.8.1 Gestão dos RM no município de Venda Nova do Imigrante O município de Venda Nova do Imigrante possui um número expressivo de indústrias de mineração, totalizado 33 geradores, dentre extração e beneficiamento. Da mesma forma como ocorre com os demais resíduos industriais, a gestão dos resíduos de mineração é de responsabilidade do gerador, os quais devem apresentar seus planos de gerenciamento de resíduos como parte do processo de licenciamento ambiental. Entretanto, parte dos resíduos gerados nas indústrias que possuem as mesmas características dos resíduos domiciliares também é coletada pelo município. Os dados referentes às atividades que geram resíduos de mineração foram levantados junto ao IEMA e à Secretaria de meio ambiente do município. A forma mais coerente de fazer esta quantificação é por meio da cobrança por parte dos órgãos de licenciamento ambiental e estadual, do relatório de movimentação de resíduos, em meio digital, bem como implantação do Sistema de Informação de Resíduos que é outro instrumento previsto de Lei 12.305/2010, que deverá ser implementado pelos municípios, estado e União. Outra ação necessária, por parte do município, é a definição de pequenos e grandes geradores de resíduos com características domiciliares, os quais deverão ter cobrança diferenciada para coleta, transporte e destinação final, caso o serviço seja prestado pelo município. 12.3.9 Resíduos agrossilvopastoris (RASP) Os resíduos agrossilvopastoris precisam ser analisados segundo suas características orgânicas ou inorgânicas. Entre os resíduos de natureza orgânica há que se considerar os resíduos de culturas perenes (café, banana, laranja, coco etc.) ou 414 temporárias (cana, soja, milho, mandioca, feijão e outras). Das criações de animais precisam ser consideradas as de bovinos, equinos, caprinos e ovinos, suínos, aves e outros, bem como os resíduos gerados nos abatedouros e outras atividades agroindustriais (Fonte DMSRS de Anchieta). Os Impactos ambientais associados a esses resíduos decorrem da alta geração em termos quantitativos e da degradabilidade, em certos casos, muito lenta e em outros com geração de subprodutos que podem ser tóxicos, cumulativos ou de difícil degradação. Reduzir, reciclar ou reaproveitar os resíduos gerados com o objetivo de recuperar a matéria e energia, objetiva fundamentalmente preservar os recursos naturais e evitar a degradação ambiental (IPEA, 2011). A versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos trouxe dados interessantes sobre as culturas, produção total, resíduos, efluentes e potencial energéticos, usando como ano base 2009, como pode ser visto na Tabela 13.6. Tabela 13.6 - Produção e potencial energético dos resíduos sólidos agrossilvopastoris. Setores Produção Resíduos Indústria (t/ano) Total (t/ano) Subtotal 845.668.872 Pecuária Cabeças Subtotal Agroindústria da agricultura Agroindústria da Pecuária Subtotal Efluentes Potencial Efluentes Energia (m3/ano) (MW/ano) 290.838.391 604.255.461 22.999 Dejetos Efluentes Energia (m3/ano) (m3/ano) (MW/ano) 5.042.993.340 365.315.261 -- 1.291 Animais Total abatidos / litros Resíduos Efluentes Energia de leite (t/ano) (m3/ano) (MW/ano) 16.861.313.361 266.163 121.540.947 14,6 de 415 Florestal Subtotal Madeira em Resíduos Efluentes toras (m3/ano) (m3/ano) (m3/ano) 122.159.595 85.574.464 -- Energia 1.604 Fonte: MMA (2011). 12.3.9.1 Gestão dos RASP no município de Venda Nova do Imigrante O município não realiza gestão sobre esta tipologia de resíduo, excetos os gerados pelas agroindústrias que são licenciadas e são tratadas pelo município como geradoras de resíduos industriais. Como o município não forneceu informações das indústrias por tipologia, não foi possível fazer esta diferenciação. De qualquer forma as ações necessárias são as mesmas já relatadas no item relativo a Resíduos industriais. Para as demais atividades agroassilvopastoris dispensadas de licenciamento ambiental não se tem dados reais quanto ao gerenciamento dos resíduos gerados. Para esta tipologia de resíduos deverá ser previstos projetos visado um melhor gestão por parte do município. 12.3.10 Resíduos de óleos de cozinha (ROC) O óleo de cozinha saturado ou resíduo de óleo de cozinha é aquele utilizado em processos de frituras de alimentos em residências, restaurantes, lanchonetes e cozinhas industriais. Grande parte da população ainda não sabe o que fazer com o óleo residual e acaba descartando-o de forma inadequada – jogando na pia, ralo, vaso sanitário – (BIOLEO, 2013): 416 Causa a impermeabilização do solo, impedindo a infiltração da água causando impactos negativos para a vegetação e colabora para aumentar enchentes e erosões. Cada litro de óleo contamina 20 mil litros de água. Se considerarmos que cada domicílio tem uma caixa de água de 1000 litros, cada litro desse resíduo descartado inadequadamente, deixa 20 famílias sem água para beber, cozinhar, tomar banho, etc; Ao descartamos na pia, ele chega, por meio dos encanamentos, aos córregos, rios e mares onde flutua, impede a entrada de luz e oxigênio, altera o ecossistema e extermina muitas espécies de vida aquática; O acúmulo de óleo nos corpos d’água dificulta o sistema de tratamento da água chegando a impossibilitar a sua utilização para consumo humano; Quando jogado no ralo ou na pia, o óleo residual de cozinha provoca entupimentos nos encanamentos e aumenta os custos de limpeza nas caixas de gordura das residências. Contribui muito para aumentar a proliferação de ratos, baratas e outros vetores transmissores de doenças; O óleo de cozinha usado jogado em pias, ralos e vasos sanitários aumenta o custo de manutenção das redes de esgoto; e, O óleo se degenera sobre a água grandes quantidades de gás metano, em um processo semelhante ao que ocorre nos lixões e aterros sanitários. Isso contribui sobremaneira para o efeito estufa. 12.3.10.1 Gestão dos ROC no município de Venda Nova do Imigrante Os ROC são gerados de forma difusa, pela população em geral e de forma pontual de em maior quantidade por bares, restaurantes e padarias e afins. No município não 417 existe nenhuma ação visando a colata diferenciada deste resíduo. Portanto, deverão ser previstas ações visando uma melhor gestão deste tipo de resíduo. 12.4 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS COM LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA A logística reversa é definida na PNRS como um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (BRASIL, 2010). Devido à importância da fiscalização do ciclo de vida dos produtos, desde sua fabricação até sua destinação final, a Lei nº 12.305/2010, regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010, passou a obrigar que os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de certos produtos estruturem e implementem sistemas de logística reversa mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos. São resíduos com logística reversa obrigatória definidos na PNRS: agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos e seus componentes. 418 Além dos resíduos citados também são passíveis de logística reversa àqueles definidos através de acordos setoriais, firmados entre o Poder Público e os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, visando a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto. No Anexo4 é apresentada uma listagem contendo as legislações federais e normas técnicas correlatas aos resíduos com logística reversa obrigatória ou com acordo setorial em andamento. 12.4.1 Resíduos de embalagens de agrotóxicos (RAGRO) As embalagens de agrotóxico apresentam um risco potencial de contaminação de solos e corpos hídricos quando não acondicionadas e destinadas corretamente. As embalagens lavadas por meio de tríplice lavagem ou lavagem sob pressão são classificadas como resíduos sólidos não perigosos. Enquanto as não lavadas são classificadas pela como resíduos sólidos perigosos. Na localidade de São José do Auto Viçosa existe um posto de recebimento de embalagens de agrotóxico que é administrado por uma associação de comerciantes desses produtos. Segundo estimativa dessa associação, anualmente são recolhidos por volta de 16,6 toneladas de embalagens. O Quadro 12.5 apresenta a listagem com a identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de RAGRO no município. Quadro 12.5 - Identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de RAGRO. Nome / Razão social Abanutre Alimentos Comércio e representações Ltda Me Mee Agrosapucaia Produtos Veterinários Ltda CNPJ 08.636.724/0001-38 10.218.796/0001-07 Endereço Rua Vitório Brioschi 99 Sala 02 Centro Rua Amor Perfeito 134 Loja 01 Vila da Mata 419 Agroverde Comercia Ltda Me 01.688.547/0001-94 Agrovia Comercia Ltda Me 02.602.624/0001-04 Agronova Comércio e Representação Ltda-Me Campo Verde Rural Assessoria e 32.453.953/0001-00 Av. Angelo Altoé 1022 Fundos Vila Betânea Av. Evandi Américo Comarela 1071 Marmim Av. Angelo Altoé 328 1° Pavimento Loja B São Pedro 05.574.282/0004-05 Estrada alto Caxixe s/N° Sala 01 Casa do Adubo Ltda 28.138.113/0002-58 Rua Lorenço Lorenção 210 Centro Defagro Defensivos Agrícolas Ltda 32.437.881/0007-94 Av. Angelo Altoé 1018 Vila betânea Ireni do V. Jacomelli Me 03.988.671/0001-09 Katia Machado Roncette Me 07.492.141/0001-18 Nutrientes Agropecuária Ltda 27.487.214/0001-90 Plasatec Indústria e Comércio Ltda 04.151.520/0001-56 Tecno Agro Ltda Me 02.423.133/0001-04 V.N. Comércio e Serviços Ltda 31.816.515/0005-11 V.N. Comércio e Serviços Ltda 31.816.515/0001-98 Serviços Ltda COMERCIAL AGRÍCOLA TERRA NOVA LTDA 09.356.027/0001-96 Estrada de Lavrinhas s/N° Km 0,95 Lavrinhas A. Nona Vitória 954 Loja 01 São João de Viçosa Av. Evandi Américo Comarela 279 Esplanada Av. Angelo Altoé 72 Loja 02 São Pedro Av. Domingo perim 344 Loja 06 galeria Via Venetto Av. Evandi Américo Comarela 895 Santa Cruz Estrada Alto Caxixe s/N° Zona Rural caxixe Alto Caxixe 420 Agropecuaria Nutrientes 11.609.935/0001-96 Plantec INSUMOS LTDA 04.351.856/0001-62 Av. Evandi Americo Comarela B. Esplanada Alto caxixe Fonte: Adaptado do PMGIRSVNI (2014). 12.4.2 Resíduos de pilhas e baterias (RPB) As pilhas e baterias contêm metais pesados, possuindo características de corrosividade, reatividade e toxicidade, sendo classificadas como Resíduo Perigoso de Classe I. Os principais metais contidos em pilhas e baterias são: chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês (Mn) entre outros compostos. Esses metais causam impactos negativos sobre o meio ambiente, principalmente ao homem se expostos de forma incorreta. Portanto, existe a necessidade de um gerenciamento ambiental adequado (coleta, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final correta), uma vez que descartadas em locais inadequados, liberam componentes tóxicos, assim contaminando o meio ambiente (MMA, 2012). No Brasil são produzidas 800 milhões de pilhas e 17 milhões de baterias por ano. Um estudo realizado na cidade de Natal/RN revelou que são descartadas por dia 475,6 kg de pilhas, o que corresponde a 0,036% da produção total de lixo da cidade e 0,08 do lixo doméstico, excetuando-se o lixo hospitalar (TRIGUEIRO et al., 2006). De acordo com o PMGIRSVNI (2014), existem no município 04 pontos de coleta de resíduos de pilhas e baterias, são eles: Loja Curbani, Defagro, Studio Minete e Avecel. Porém, de acordo com informações colhidas em campo, esses pontos são pouco utilizados pela população. O Quadro 12.6 apresenta a listagem com a identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de RPB no município. 421 Quadro 12.6 - Identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de RPB. Nome / Razão social CNPJ Supermercados Pagoto LTDA 27.277.961/0002-85 Supermercados Pagoto LTDA 27.277.961/0001-02 Supermercado Nutribem 28.386.043/0001-76 Supermercado Avenida 04.737.057/0001-29 Supermercado Pizzol 00.334.930/0001-81 Av. Domingos Perim, B. Centro Supermercado Pravato & Pravato 04.315.442/0001-88 Caxixe Curbani 00.671.386/0001-63 Mais Claro Telefonica Venda Nova LTDA Roberto Haroldo Lamas ME SUPERMERCADOS VILA BETANEA LTDA ME SUPERMERCADO MIEIS LTDA ME MEE VILA SUPERMERCADO LTDAME BAR E SUPERMERCADOS VINCO LTDA ME MEE Endereço Av. Domingos Av. Lourenço Zandonade, Vila Betânia Av. Evandi Américo Comarela Av. Domingos Centro Caxixe 27.315.969/0001-08 B. Av. Domingos Perim, 213 B. 06.154.021/0001-48 31.775.497/0001-43 Perim, Providencia R. São Lorenço, 07.696.451/0001-54 B. Centro 08.160.639/0001-46 10.559.364/0001-60 Perim, 22 R. Amelia Sossai Zandonade, 210 B. Vila Betanea Alto Caxixe Av. Lorenzo Zandonade, 210 B. Vila Betanea Est. Da Lavrinhas 422 BAR E SUPERMERCADO BETANEA LTDA SUPERMERCADO REGIANE LTDA SUPERMERCADOS VILAMATENSE LTDA ME MEE 31.703.424/0001-46 28.472.181/0001-78 05.033.908/0001-15 R. Amelia Sossai Zandonadi, 196 B. Vila Betanea Av. Domingos Perim B. Centro Av. Domingos Perim, 674 B. Vila da Mata Fonte: Adaptado do PMGIRSVNI (2014). 12.4.3 Resíduos pneumáticos (RPNEU) São considerados resíduos pneumáticos aqueles que não mais se prestam a processos de reforma que permitam condições de rodagem adicional. Segundo o Relatório de Pneumáticos, instituído pela Instrução Normativa nº 01/2010 do IBAMA, preenchido pelos fabricantes e importadores de pneus novos e também pelas empresas destinadoras de pneumáticos inservíveis existiam 17 empresas fabricantes e 6041 importadoras de pneumáticos cadastradas no Brasil até o dia 31 de março de 2012 (IBAMA, 2013). De acordo com a Resolução do Conama nº 416/2009, os municípios com mais de 100 mil habitantes têm a obrigatoriedade de implementar os pontos de recebimentos. Atualmente, 1.165 pontos de recebimento encontram-se em municípios com este porte. No total, estão cadastrados 1.768 pontos de coleta no território nacional, conforme apresentado na Figura 12.12 (IBAMA, 2013). 423 Figura 12.12 - Pontos de coleta de pneus inservíveis declarados, por Estado. Fonte: IBAMA (2013). O município de Venda Nova do Imigrante não possui atualmente nenhum projeto ou ação para coleta desse tipo de resíduos. Cabe destacar que a Prefeitura firmou convênio com a Reciclanip para a destinação dos pneus, entretanto, o Ministério Público recomendou a desativação do ponto de recebimento de pneus, devido ao fato do gerenciamento desses resíduos não ser de responsabilidade do poder público e sim das empresas envolvidas nessa logística reversa. Diante do exposto, o Município aderiu, em setembro de 2013, ao pólo ativo da ação judicial a ser proposta pelo MP/ES referente à questão dos pneumáticos (SEMMAM, 2014). A Tabela 12.7 apresenta a listagem com a identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de RPNEU no município. 424 Tabela12.7 - Identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de RPNEU. Nome / Razão social CNPJ Endereço Vecar Pneus 02.175.176/0001-00 Av. Angelo Altoé, 980 Vendap Revendedora de Pneus 32.463010/0001-50 BR 262, B. Bicuíba T & M PNEUS LTDA-ME 12.968.077/0001-39 Av. Evandi Américo Comarela JMV - Moto peças LTDA-ME 08.219.609/0001-68 Av. Domingos Perim,1116 Moreira Bike (oficina de bicicleta) 03.974.434/0001-80 Av. Domingos Perim,696 Itacar Venda Nova motos LTDA Av. Ângelo Altoé,1044 EF COMÉRCIO DE PNEUS LTDA ME 09.362.477/0001-91 CENTER BIKE COMERCIO LTDA ME 14.703.196/0001-95 COMERCIAL CICLO VILA LTDA ME MEE 36.317.881/0001-16 Alto Caxixe Av. Lorenzo Zandonade, 69 B. Vila Betanea Fonte: Adaptado do PMGIRSVNI (2014). 12.4.4 Resíduos de embalagens em geral (REMB) São os resíduos compostos pelas embalagens que compõem a fração seca dos resíduos sólidos urbanos ou equiparáveis, exceto aquelas classificadas como perigosas pela legislação brasileira, as embalagens de agrotóxicos, de óleos lubrificantes e de medicamentos. Embora não contemplados na PNRS como resíduos de logística reversa obrigatória já está publicado o Edital 02/2012 de Chamamento para a elaboração de Acordo Setorial para Implantação da Logística Reversa de Embalagens. 425 Os REMB têm fontes diversas de geração e são comumente misturados aos demais resíduos domiciliares. 12.4.5 Resíduos de óleos lubrificantes e suas embalagens (ROLEO) Os óleos lubrificantes, sintéticos ou não sintéticos, são derivados do petróleo e apresentam diversos impactos ambientais quando descartados inadequadamente. Em dezembro de 2012 foi celebrado o Acordo Setorial para a implantação de sistema de logística reversa de embalagens plásticas usadas de lubrificantes com o objetivo de estruturar e implementar um sistema de logística reversa de embalagens plásticas usadas de óleos lubrificantes, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP, 2007) a geração estimada de embalagens plásticas de óleos lubrificantes é de cerca de 150 milhões, sendo a maioria das embalagens de 1 litro e faltam informações para estimar a geração em residências. Não foi identificado no município nenhum programa de coleta de ROLEO, porém, as empresas que comercializam ou prestam serviços, tem como condicionantes a apresentação de comprovação de destinação correta desses resíduos. Não há identificação da presença desses resíduos no lixo da coleta domiciliar. Não é responsabilidade do poder público estabelecer um programa de coleta, entretanto a destinação correta é cobrada por meio dos processos de licenciamento ambiental. O Quadro 12.7 apresenta a listagem com a identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de ROLEO. Quadro 12.7 - Identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de ROLEO. 426 Nome / Razão social CNPJ Endereço 12.501.892/0001-93 Av. Lorenzo Zandonadi,300 Adenis Claudio Freire 987.451.907-04 Providência s/N° Zona Rural Agostinho Nalli ME 02.441.101/0001-23 Av. Lorenzo Zandonade,239 Alcimar Rodrigues Dias Me Mee 08.735.907/0001-00 Adenes e Sinesio automóveis LTDA (Peta automóveis) Altozan Mecânica Diesel Ltda ME 05.197.277/0001-70 Rua João Paulo II 61 Loja 01 Vila Betânea Av. Prefeito Nicolau Falchetto,3240 Rua São Joaquim 56 Antonio Quinto Ribeiro 16.599.866/0001-09 Auto Box 262 Ltda Me 07.111.001/0001-52 Auto Molas Fabrini Ltda-ME 03.013.518/0001-58 Rod. Br 262 - KM 108,5, Bicuíba Auto Peças 3L LTDA - ME 00.3752.680/001-08 Av. Ângelo Altoé,356 05.996.933/0001-02 Caxixe Auto Posto Esmig LTDA 22.444.595/0001-20 Av. Ângelo Altoé,886 Auto posto Falqueto Ltda 03.930.791/0001-47 Auto posto Zavarize Ltda 09.159.686/0001-32 Auto Serviço Venturim Ltda 31.786.429/0001-80 Auto posto e Material construção Mieis Ltda de Resid/Fundos Vila da Mata Rua Lourenço Lorenção 274 Loja 01 Centro Rodovia BR 262 s/ N° Km 104 Bananeiras Rod. Br 262, Km 106 Rodovia BR 262 s/ N° Km 110 São João de Viçosa 427 Automolas Fabrini Ltda Me Autozan Mecânica Diesel 03.013.518/0001-58 e Peças Ltda Me Mee Brasil Nova Indústria e comércio Limitada Clecio Cardoso Bornelli Cola Representações Indústria 05.197.277/0001-70 27.434.323/0001-40 39.399.688/0001-60 Rodovia BR 262 - Km 108,5 São João de Viçosa Avenida Ângelo Altoé, 370, Centro Av. Evandi Américo Comarela,15 Av. Nona Vitória s/N° São João de Viçosa 27.074.921/0003-16 Rod Br 262, km 104, Bananeiras Comercial Ciclo Vila LTDA 36.317.881/0001-16 Av. Lorenzo Zandonadi,69 Comercial Marcelo Motos LTDA 07.347.155/0001-48 Cristiano Christo Gegenheimer 022.885.097-59 e Comércio Ltda Darcio lorenço Falqueto ME Av. Evandi Comarela,735 Rodovia BR 262 Km 110 Apt 202 São João de Viçosa 27.445.394/0001-48 R. São Lourenço,08 Dore e Veículos LTDA 07.912.252/0001-36 Av. Ângelo Altoé,1550 Edes Agostinho Masioli 682.272.997-68 Edison Canal 12.758.149/0001-13 Euzelio Venturim 015.228.987-94 (São lourenço Diesel) Américo Rua 29 de junho 10 apt 101 Vila da Mata Rua Nossa Senhora Aparecida 50 Vila Betânea Av. Lorenço Zandonade 104 Loja 01 Vila Betânea 428 Evaldo de Sousa Flor F.P da Silva ME 043.819.057-25 - Poli Autopeças Fabio Luciano Rossow Ferassa Auto Peças LTDA-ME (tonoli) 09.099.232/0001-13 902.144.636-72 06.306.439/0001-23 Zona Rural Rua Padre Emílo Bertoldero 203 Loja 01 santa Cruz R. da União,43 B. São Pedro Betânea Flavio Santolin de Bortolo 10.704.988/0001-23 Francisco Carlos Cardoso Me 07.826.824/0001-64 Francisco de Assis Libardi 924.034.337-72 Francisco Faé e Irmãos 27.273.945/0001-33 GF Auto Peças Ltda Me 09.223.317/0001-33 GF Mecânica Diesel Ltda Me 08.492.218/0001-13 Gilmar Botacim e Irmãos 007.841.807-09 do Kiko) Providêcia Rua das Roseiras s/N°, Vila Ferro Velho Bota Branca Hélio Carlos Cola ME (Mecânica Est. Entrada da Providência s/N° 10.481.072/0001-51 Rod. Br 262, S/N°, Km 108,5 Av. Angelo Altoé 1562 Vila Betânea Rua Justo Pizzol s/N° São João de Viçosa Av. Ângelo Altoé,776 Santa Cruz Rua Projetada s/Nº 1 Pavimento São João de Viçosa Bicuíba Rua Projetada s/N° 2 pavimeto Bicuiba São João de Viçosa R. Pedro Altoé,33 Av. Domingos Perim s/n° Vila da Mata Rod. Pedro Cola, 1484, Providência 429 Imigrantes Tratores Ltda 09.815.407/0001-41 (HONDA) JMV - Moto peças LTDA-ME Evandi Américo Comarela,1253 Av. Angelo Altoé 1230 Loja 01 Irmãos Lavarize Ltda Me Itacar Venda Nova motos LTDA Av. Vila Betânea 03.461.876/0001-23 08.219.609/0001-68 Av. Ângelo Altoé,1044 B. Vila Betânea Av. Domingos Perim,1116 Loja 01 Providência Av. José Círio Lorenção Angelo Altoé 1562 Betânea Rua Alberto Zavarize 184 Vila José Silva Cardoso Betânea Jovelino Fardin 015.456.107-03 Rua Projetada s/N° Tapera Jozinei Mendes 17.066.107/0001-35 Av. Pedro Minete,99,loja 2 JR oficina mecânica a diesel Ltda-ME 11.875.769/0001-70 Lenke Moto Peças 00.522.485/0001-83 Lucas Modesto Dias 123.435.477-26 Luciano Venturim & Cia LTDAME (oficina primo) Luis Cloves ferreira Vila 02.451.810/0001-66 31.744.196/0001-52 R. Projetada, S/N, Loja 02,Bicuíba R. Estrada do caxixe s/n zona rural Av. 24 de Junho s/N° São João de Viçosa Av. Ângelo Altoé, s/n B. Centro Rua São Lourenço 335 Esplanada 430 R. Estrada do caxixe s/n zona Luiz Fernando Uliana Meroto rural M.M.J.Tratores e Implementos Avenida Agrícolas Ltda Comarela, 1463, Bairro Marmim. Mar-cel Tratores Máquinas Agrícolas 04.651.674/0001-07 Américo Av. Tapera S/N , galpão, Tapera Rua Alberto Zavarize 135 apt 102 Márcio José do Carmo Peterle Vila Betânea Rua Dom João Batista - Vila Márcio Motos Betania Marco Antônio Correia 034.513.277-75 Maxwell Delázaro Estrada da Providência, 324 Rua Soares 290 Castelo Mecânica Camata 07.801.605/0001-20 Mecânica Cardiesel ME Venda Br 262 - Km 108,5 São João de Viçosa Mecânica Dario Falqueto Ltda- Mecânica Evandi 07.887.951/0001-73 Nova Rod. Br 262, Km 104 S/N Av. Evandi Américo Comarela N° Automóveis Ltda Me 195 Esplanada Minete Moto e Peças Ltda Av. José Minetti 22 Minete ML Dalfior Peças e acessórios (Minete moto peças) Moreira bicicleta) Bike (oficina de 10.658.289/0001-94 Av. José Minetti,22 03.974.434/0001-80 Av. Domingos Perim,696 431 Moto Fire (Oriel Casagrande Neto) 04.348.214/0001-04 Rod. Pedro Cola R. Giovanna Faustina NAPF Serviços Eirelli 16.715.701/0001-47 Oficina Mendonça LTDA-ME 07.243.131/0001-49 Oriel Casagrande Neto Me Mee 04.348.214/0001-04 Pasinato Comércio de Veículos 07.718.397/0001-09 Av. Ângelo Altoé,662 Peter Frut agrícola S/A 07.844.788/0001-61 R. Projetada S/N Retífica Venda Nova 03.801.959/0001-14 R: Da Mata,54 Vadagnin,115 R: Alberto Zavarize, 443 Rodovia Pedro Cola 1461 Providência Av. 24 de Junho 923 São João de Retífica Venda Nova Ltda Me Viçosa (Obs. Bairro Minete) Av. Evandi Américo Comarela Ricardo Romanel 020.132.837-25 Roberto Carlos Zambon 170.242.676-9 Ruimar Moreira Tratores – ME 15.554.731/0001-56 Av. 24 de Junho,881,Galpão 01 São Lorenço Diesel 00.573.403/0001-20 Rod. Br 262 Km 111 S/n Sérgio Alves da Silva (VEIM) 14.040.378/0001-23 Sossai Auto Peças LTDA 36.379.121/0001-33 s/N° Marmim Av. Evandi Américo Comarela, 1665 Av. Prefeito Nicolau Falchetto,S/N Av. Evandi Américo Comarela,767, Santa Cruz 432 R. São Lourenço,259,loja 01, Tosi Comércio de motos LTDA 05.583.916/0001-35 Transprimo LTDA 27.980.523/0001-06 R. Antônio Camata,103 12.596.265/0001-83 R. Alberto Zavaraze,26 Vai e Vem Turismo 02.423.011/0001-00 Rua principal S/N Venda Nova Lava Jato 17.230.636/0001-22 R. Vitório Brioschi Vicente Perim e Cia LTDA 02.014.688/0001-94 Av. Domingos Perim,339, Centro Zambon e Zavarize LTDA 08.015.193/0001-66 Uziel da Rocha Machado (A fé veículos) Esplanada Av. Evandi Américo Comarela,1019, Marmim Fonte: Adaptado do PMGIRSVNI (2014). 12.4.6 Resíduos de lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio ou vapor de mercúrio (RLAMP) A lâmpada fluorescente é composta por um metal pesado altamente tóxico, o mercúrio. Quando intacta, ela ainda não oferece perigo, sua contaminação se dá quando ela é quebrada, queimada ou descartada em aterros sanitários, assim, liberando vapor de mercúrio, causando grandes prejuízos ambientais, como a poluição do solo, dos recursos hídricos e da atmosfera. Já está publicado o Edital de Chamamento para a elaboração de Acordo Setorial para Implantação da Logística Reversa de Lâmpadas (Edital 01/2012), mas o Acordo Setorial ainda foi celebrado. Diversos tipos de lâmpadas contêm mercúrio (fluorescentes tubulares e compactas, de indução magnética, de luz mista, de vapor de mercúrio, sódio ou metálicos). Em 433 2007 foram comercializadas cerca de 169 milhões de lâmpadas contendo mercúrio sendo a maioria importadas (ABILUX, 2008). A Tabela 12.8 apresenta a quantidade de lâmpadas comercializadas por tipo e origem. Tabela 12.8 - Dados estimados do mercado de lâmpadas que contêm mercúrio, para o ano de 2007. Nº Tipo de lâmpadas comercializadas Origem Interna Importada Fluorescentes Tubulares 70 milhões/ano 80% 20% Fluorescentes Compactas 90 milhões/ano 0% 100% 9 milhões/ano 30% 70% HID vapor (vapor de de sódio, mercúrio, vapores metálicos) (descarga de alta pressão) Fonte: ABILUX (2008). Foi identificada a inexistência de coleta diferenciada de lâmpadas pela administração municipal de Venda Nova do Imigrante e nem pelos estabelecimentos que comercializam esse produto. Durante o período de coleta de informações constatouse que sua coleta e disposição final são realizadas junto aos resíduos sólidos domésticos. O Quadro 12.8 apresenta a listagem com a identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de RLAMP. 434 Quadro 12.8 - Identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de RLAMP. Nome / Razão social CNPJ Supermercados Pagoto LTDA 27.277.961/0002-85 Supermercados Pagoto LTDA 27.277.961/0001-02 Supermercado Nutribem 28.386.043/0001-76 Supermercado Avenida 04.737.057/0001-29 Supermercado Pizzol 00.334.930/0001-81 Av. Domingos Perim, B. Centro 04.315.442/0001-88 Caxixe AVEMAR Material Elétricos 28.478.378/0001-14 Av. Angelo Altoé, 258 Iluminar Material Elétrico 11.327.531/0001-00 Roberto Haroldo Lamas ME 06.154.021/0001-48 Supermercado Pravato & Pravato SUPERMERCADOS VILA BETANEA LTDA ME SUPERMERCADO MIEIS LTDA ME MEE VILA SUPERMERCADO LTDAME BAR E SUPERMERCADOS VINCO LTDA ME MEE 10.559.364/0001-60 07.696.451/0001-54 31.775.497/0001-43 27.315.969/0001-08 Endereço Av. Domingos Perim, 22 B. Centro Av. Lourenço Zandonade, Vila Betânia Av. Evandi Américo Comarela Av. Domingos Perim, B. Providencia Av. Evandi Américo Comarela, 923 B. Marmim Caxixe R. Amelia Sossai Zandonade, 210 B. Vila Betanea Alto Caxixe Av. Lorenzo Zandonade, 210 B. Vila Betanea Est. Da Lavrinhas 435 BAR E SUPERMERCADO BETANEA LTDA SUPERMERCADO REGIANE LTDA SUPERMERCADOS VILAMATENSE LTDA ME MEE GIGAELETRO COMERCIO DE MATERIAL ELETRICO LTDA HIDRAULICOS E ELETRICOS HIDRALUZ LTDA EPP ESPIRITO SANTO CENTRAIS ELETRICAS S/A ENGELMIG ELETRICA LTDA 31.703.424/0001-46 28.472.181/0001-78 05.033.908/0001-15 08.882.111/0001-80 07.973.161/0001-00 28.152.650/0066-17 21.066.139/0001-08 R. Amelia Sossai Zandonadi, 196 B. Vila Betanea Av. Domingos Perim B. Centro Av. Domingos Perim, 674 B. Vila da Mata Av. Domingos Perim , 720 B. Vila da Mata Av. Angelo Altoé, 674 B. São Pedro Av. domingos Perim, 664 B. Vila da Mata R. Girassol, B. Providencia Fonte: Adaptado do PMGIRSVNI (2014). 12.4.7 Resíduos eletroeletrônicos (REE) São os resíduos compostos por de equipamentos eletroeletrônicos (computadores, televisores, geladeiras, telemóveis/celulares, entre outros dispositivos) descartados ou obsoletos. Além de serem de logística reversa obrigatória já está publicado o Edital 01/2013 de Chamamento para a elaboração de Acordo Setorial para Implantação da Logística Reversa de Eletroeletrônicos. Segundo FEAM (2009) o aumento da geração de REE é decorrente do aumento do consumo, se tornando um problema ambiental, e requerendo manejo e controle dos volumes de aparatos e componentes eletrônicos descartados. 436 O Brasil produz cerca de 2,6 kg por ano de resíduos eletrônicos por habitante. Estes produtos podem conter chumbo, cádmio, arsênio, mercúrio, bifenilas policloradas (PCBs), éter difenil polibromados, entre outras substâncias perigosas (FEAM, 2009). No município de Venda Nova do Imigrante não foi identificada nenhuma ação de recolhimento desses equipamentos por parte dos fabricantes. O Quadro 12.9 apresenta a listagem com a identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de REE. Quadro 12.9 - Identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de REE. Nome / Razão social CNPJ ELETRO VENDA NOVA LTDA - ME 16.567.228/0001-06 IMPERIO ELETRONICOS LTDA ME ML COMPONENTES ELETRONICOS LTDA ME LAURA MOVEIS E ELETRODOMESTICOS LTDA ME MORELAR MOVEIS E ELETRODOMESTICOS LTDA ME ELETRO ANTENAS FELETTI LTDA 14.353.851/0001-22 13.941.783/0001-50 08.936.321/0003-76 07.965.938/0003-57 04.974.436/0001-32 ELETRONOVA MANUTENCAO E MONTAGEM INDUSTRIAL LTDA ME 04.284.903/0001-00 Endereço R. Carmelia Delpupo Martinusso, 32 B. S J de Viçosa R. Lorenzo Zandonade, 410 B. Vila Betanea Av. Pedro Minete, 845 B. Santa Cruz Av. Angelo Altoe, 1058 B. Vila Betanea Av. Evandi Americo Comarela, 1003 B. Marmim. Av. Domingos Perim, 218 B. Vila da Mata R. Carmelia Delpupo Martinusso, 32 B. São João de Viçosa 437 JBF COMERCIO DE ELETRODOMESTICOS LTDA BELLON SISTEMAS ELETRONICOS LTDA ME COMERCIAL ELETROPRIMO LTDA ME 03.839.510/0001-45 03.467.264/0001-48 00.558.705/0001-29 IRMAOS CURBANI LTDA ME 00.671.386/0001-63 DASC - INFORMATICA LTDA - ME 39.620.828/0001-88 DMD INFORMATICA LTDA -ME 36.367.837/0001-10 S F INFOREDE LTDA ME 13.774.734/0001-70 L. P. DE LIMA - SUPRIMENTOS DE INFORMATICA ME HICENTER CELULARES INFORMATICA LTDA E 13.325.073/0001-03 10.897.414/0001-19 X F S INFORMATICA LTDA ME 10.887.739/0001-10 R & E INFORMATICA LTDA 10.315.239/0001-04 NZ INFORMÁTICA LTDA 09.658.609/0001-27 FEU INFORMATICA LTDA ME 08.962.823/0001-00 Av. Angelo Altoe, 888 B. Santa Cruz R. Vitorino Brioschi, 258 B. Centro Av. Evandi Americo Comarela, 145 B. Esplanada Av. Domingos Perim, 213 B. Centro R. João XXIII, 32 B. Vila Betanea R. das Margaridas, 407 B. Providencia Av. Lorenzo Zandonade, 161 B. Vila Betanea Av. Angelo Altoe, 258 B. São Pedro Av. Domingos Perim, 234 B. Centro Av. Domingos Perim, 526 B. Centro R. Ana Minete, 82 B. Centro Av. Angelo Altoe, 258 B. São Pedro R. Giobbe Zandonade, 136 B. Vila Betanea 438 TECNOSHOP SERVIÇOS COMERCIO DE E INFORMÁTICA 08.667.353/0001-51 Av. Angelo Altoe, 886 B. S Cruz LTDA -ME ALV INFORMÁTICA LTDA 07.513.683/0001-20 SDA INFORMÁTICA LTDA 07.188.119/0001-89 P. J. BARROS INFO PEÇAS ME/MEE ESPACO SIDERAL INFORMATICA LTDA MBYTE INFORMATICA LTDA AVECEL COMERCIO 01.218.307/0002-07 01.061.109/0001-00 DE CELULARES EIRELI - ME Mais Claro Telefonica Venda Nova LTDA 05.920.686/0001-52 R. Catarina Zandonade Busato, 56 B. São Pedro R. João Minete, 37 B. São Pedro R. Assunta Serafim Mognhol, 19 B. Centro R. Alberto Zavarize, 121 B. Vila Betanea R. Amelia Sossai Zandonadi, 188 B. Vila Betanea 16.896.213/0001-83 Av. Angelo Altoe, 258 B. S. Pedro 08.160.639/0001-46 R. São Lorenço, Fonte: Adaptado do PMGIRSVNI (2014). 12.4.8 Resíduos de medicamentos (RMED) Corresponde aos medicamentos domiciliares, vencidos ou em desuso, após o descarte pelo consumidor, industrializados e manipulados e suas embalagens. Embora não contemplados na PNRS como resíduos de logística reversa obrigatória já está publicado o Edital 02/2013 de Chamamento para a elaboração de Acordo Setorial para Implantação da Logística Reversa de Medicamentos. Tendo o mesmo sido prorrogado para 2014. 439 De acordo com informações colhidas em campo, não foram encontrados no município postos de coleta para recebimento de RMED. O Quadro 12.10 apresenta a listagem com a identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de RMED. Quadro 12.10 - Identificação dos geradores sujeitos a logística reversa de RMED. Nome / Razão social DROGARIA CNPJ VENDA NOVA LTDA (ME) DROGARIA ZANOLI FREITAS LTDA EPP FARMACIA AV DOMINGOS 108 CENTRO AV 28.428.043/0001-91 PERIM EVANDI AMERICO COMARELA 243 1º PAVIMENTO - LOJA 01 ESPLANADA FEITOZA LTDA EPP FARMACIA JDL LTDA FARMACIA TEREZINHA 32.441.776/0001-33 Endereço 05.351.154/0001-41 12.091.649/0001-44 SANTA DO MENINO 08.211.905/0001-12 JESUS LTDA ME MANIPOLARE FARMACIA DE MANIPULACAO LTDA VITAFARMA - FARMACIA DE MANIPULACAO LTDA -ME 04.486.570/0001-94 07.110.849/0001-67 AV LORENZO ZANDONADI 199 VILA BETANEA AV DOMINGOS PERIM 227 LOJA 02 CENTRO AV LORENZO ZANDONADI 288 LOJA 01 VILA BETANEA AV DOMINGOS PERIM 120 CENTRO AV ANGELO ALTOE 886 EDF. ESMIG- LOJA 09 SANTA CRUZ Fonte: Adaptado do PMGIRSVNI (2014). 440 12.5 CARACTERIZAÇÃO OPERACIONAL DO SLUMRS O sistema de limpeza urbana e manejo de RSU é composto tanto por atividades de varrição e limpeza de logradouros e vias públicas quanto pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo e destinação final de resíduos sólidos urbanos. Sendo considerado um serviço público de saneamento básico pela Lei 11.445/2007. 12.5.1 Limpeza de pública O serviço de limpeza pública engloba os serviços de varrição de vias e logradouros públicos e serviços especiais como, capina, poda, limpeza de cemitérios, dentre outros. O Quadro 12.11 apresenta as etapas do processo de limpeza pública informando a responsabilidade e os responsáveis pela execução, no município. Quadro 12.11 - Etapas do processo de limpeza pública e respectivos responsáveis pelo serviço. Atividade Responsável pelo serviço Varrição Secretaria de Obras e Infra Estrutura Acondicionamento Secretaria de Obras e Infra Estrutura Limpeza de boca de lobo Secretaria de Obras e Infra Estrutura Limpeza de sarjetas e pintura de meio-fio Secretaria de Obras e Infra Estrutura Limpeza de feiras Próprios feirantes e excepcionalmente Secretaria de Obras e Infra Estrutura Limpeza de cemitérios Secretaria de Obras e Infra Estrutura Poda capina, roçada Secretaria de Obras e Infra Estrutura 441 Fonte: Secretaria de Obras e Infra Estrutura, 2014. 12.5.1.1 Varrição de vias e logradouros públicos O serviço de varrição de vias logradouros públicos, feito de forma manual ou mecânica tem a finalidade de remover do ambiente público os resíduos dispostos por vias naturais como folhas e galhos de árvores, areia e terra advindas de terrenos vizinhos ou pelas águas da chuva e por via antrópica como gimbas de cigarro, embalagens, papéis, entre outros. No município de Venda Nova do Imigrante o serviço de varrição de logradouros públicos é realizado por agentes públicos vinculados à Secretaria de Obras e Infra Estrutura em todos os bairros e distritos do município. Estimativas feitas pelo município apontam que, atualmente, são varridos cerca de 68 km de sarjeta por dia, ou seja, cerca de 1.496 km/mês. Esse trabalho conta com 17 varredores trabalhando de segunda a sexta feira no período a partir de 04:00 horas da manhã até por volta de 11:00 horas e aos sábados e feriados o serviço acontece de 04:00 até as 08 horas da manhã A Tabela 12.9 apresenta o resumo das informações relacionadas ao serviço de varrição realizado no município de Venda Nova do Imigrante. Tabela 12.9 - Resumo das informações do serviço de varrição. Numero de Extensão varredores Frequência Horário semanal Secretaria Responsável 17 68 km/ dia 2ª a 6ª 4:00 - 11:00 h 17 68 km/dia Sab e Feriados 04:00 - 08:00 h Obras e Infra e Infra Estrutura Obras Estrutura Fonte: Secretaria de Obras e Infra Estrutura, 2014. 442 12.5.1.2 Serviços especiais Os serviços especiais englobam atividades de limpeza urbana como: Capina; Raspagem; Roçada; Manutenção de vias (pavimentação e drenagem); Recolhimento de entulho; Manutenção da limpeza de cemitérios; Pintura de meio-fio; Instalação e manutenção de papeleiras Limpeza dos locais de eventos; Remoção de animais mortos. Limpeza de bocas de lobo; Limpeza de caixas ralos. Devido à diversidade destas atividades muitas vezes elas carecem de equipamentos adicionais como guinchos e caminhões caçamba que oneram o serviço de limpeza urbana. No município de Venda Nova do Imigrante, o serviço de Limpeza de praças e feiras consiste na varrição manual, coleta e transporte dos resíduos gerados nas praças e logradouros públicos, numa freqüência semanal. O serviço de limpeza das praças é executado pelos servidores municipais em suas rotinas de varrição dos logradouros públicos, já a limpeza das feiras é feita pelos próprios feirantes e ocasionalmente o serviço também é feito pelos servidores municipais. Os serviços de capina, roçada e pintura de meio-fio, é realizado de acordo com a demanda identificada pelos próprios agentes ou solicitações feitas pela população e também conforme o calendário de festividades do município. Geralmente o serviço de 443 capina e roçada tem demanda maior no período do verão e conta com a colaboração de 03 agentes públicos. Os outros serviços também são realizados pela secretaria de obras e infraestrutura, porém, não possuem cronograma e são realizados de acordo com a necessidade. 12.5.2 Acondicionamento O acondicionamento dos resíduos urbanos impacta diretamente na paisagem de uma cidade. Um correto acondicionamento prevê a instalação de lixeiras ou containers que acumulem os resíduos dispostos pela população até a coleta pelo serviço publico de forma a evitar que os mesmos sejam dispostos no chão e ao alcance de animais. O modelo de acondicionamento depende ainda da presença ou ausência de sistema de coleta seletiva, caso seja na forma de Pontos de Entrega Voluntária (PEV), carece de recipientes que possibilitem segredar os resíduos recicláveis dos não-recicláveis. No município de Venda Nova do Imigrante os RSU ficam acondicionados em sacos plásticos e dispostos no chão em pontos de coleta determinados dessa forma. Existem também na cidade as chamadas papeleiras que são formas de acondicionamento dos resíduos no cotidiano do transeunte, porém, estas sofrem com a degradação constante. Ocorre também a disposição de resíduos de maneira incorreta, devido à inexistência de lixeiras em alguns pontos ou simplesmente são jogados fora das lixeiras existentes, atraindo a presença de animais. Todos os resíduos provenientes da limpeza pública no município, à exceção dos resíduos da construção civil e resíduos verdes, são acondicionados em sacos plásticos e coletados pelos caminhões compactadores junto aos resíduos sólidos domiciliares e comerciais. 444 12.5.3 Coleta, transporte e transbordo Os serviços de coleta, transporte e transbordo devem ser projetados e implantados de forma a manter limpo o ambiente público na maior parte do tempo. Para tanto carece da adoção de um sistema de coleta eficiente que maximize o trabalho dos coletores e evite que o caminhão de coleta passe mais de uma vez por uma mesma rua. Ao mesmo tempo é necessária a adoção de uma rotina na coleta para que a população saiba em qual horário deve dispor o seu resíduo nos acondicionadores para que este não fique na rua por muito tempo a espera da coleta. Outro cuidado importante é a localização de áreas de transbordo a certa distancia de aglomerados domiciliares para que evite o mal estar da população pelos odores advindos da estação de transbordo. O município de Venda Nova do Imigrante realiza de forma direta a prestação de serviço de coleta e transporte dos RSU. A coleta é feita de forma convencional em todos os bairros e distritos do município. Estimativas da prefeitura apontam que de 2012 a 2013 houve um aumente de 10% na abrangência da coleta de resíduos no município e aproximadamente 95% da população conta com esse serviço. O resíduo coletado vai para a estação provisória de transbordo e é acondicionado em caixas estacionárias, quando elas atingem sua capacidade máxima, é feito o transporte das mesmas até um aterro sanitário da empresa CTRCI no município de Cachoeiro de Itapemirim. A Secretaria Municipal de Obras e Infra Estrutura não possui nenhum sistema de controle de quilometragem e velocidade percorrida pelos veículos coletores, sendo este controle realizado pela própria secretaria. 445 12.5.3.1 Coleta A coleta dos resíduos sólidos pode ser realizada de forma manual (convencional) ou de forma mecanizada. A escolha da coleta ideal depende de certos fatores como tipo de pavimentação das ruas, custo da mão-de-obra local, custo dos equipamentos de coleta mecanizados, entre outros. De forma geral vê-se que em grandes centros urbanos com pavimentação asfáltica e valor mais caro de mão-de-obra a coleta mecânica, embora mais custosa, apresenta ganhos ante a coleta manual. No município de VNI a coleta é feita de forma convencional em pontos já conhecidos pela população dos bairros e distritos e tem periodicidades diferentes, de forma que os bairros da sede tem coleta feita em mais dias da semana e os distritos mais longes da sede tem uma menor frequência de coleta. A forma de disposição dos resíduos pela população é em sacos plásticos que ficam dispostos no chão, e em alguns locais existe uma estrutura metálica que faz com que os resíduos fiquem suspensos. Juntamente com a remoção dos resíduos domiciliares é realizada a coleta dos resíduos das “papeleiras” implantadas nos logradouros públicos. A coleta é feita em dois caminhões compactadores e as equipes são compostas por um motorista e dois coletadores, totalizando seis pessoas envolvidas nesse trabalho. Existe mais um motorista, mas esse faz o transporte dos resíduos das caixas estacionárias, diariamente, do transbordo até o aterro sanitário, com exceção dos fins de semana. . 12.5.3.2 Roteiros de Coleta No município de Venda Nova do Imigrante não existe um roteiro de coleta definido, o que existe é o quadro de horários da coleta, e a rota na prática feita pelo motorista do caminhão. O Quadro 12.12 apresenta os locais e horários de coleta de RSU no 446 município, todos sob a responsabilidade direta da Secretaria de Obras e Infra Estrutura. Quadro 12.12 - Horário de Coleta de RSU em Venda Nova do Imigrante. Dia Segundas, quartas Horário Bairro/comunidade 07:00 h as 09:30 Marmim, Santa Cruz (próximo ao Fioravante Caliman), h Esplanada, 30 de Dezembro e Vila da Mata 09:30 h às 11:00 Centro, Providência e Santo Antônio da Serra h e sextas Minete, São Pedro, São Rafael, Santa Cruz (próximo 12:00 h às 15:00 ao Polentão), Vila Betânea, Residencial do Bosque, h Vicente Zandonadi, Lavrinhas e Vila São Miguel (próximo ao antigo “pinicão”) Terças, quintas e 07:00h às 11:00 Vila São Miguel (próximo ao campo Bananeiras), sábados h Bananeiras, Bicuíba I, II, III e São João de Viçosa 11:00 h às 15:00 Tapera, São José do Alto Viçosa e Alto Caxixe Terças e quintas h 07:00 às 11:00 h Camargo, Viçosinha, Cachoeira Alegre, Alto Viçosinha, Vargem Grande, Saúde, Brambila e Evangelista Quintas 12:00 às 15:00 h Sábados 07:00 às 11:00 h Pindobas, Vargem Grande, Santo Antônio do Oriente, Cutia, São Roque, Bissoli e Bela Aurora Alto Caxixe, Tapera e Cesconeto Fonte: Elaborado pelos autores. 447 12.5.3.3 Transbordo As estações de transbordo são locais nos quais os veículos da coleta de resíduos sólidos (geralmente caminhões compactadores) transferem suas cargas para caminhões de capacidade maior. Esta atividade visa diminuir os custos do transporte dos resíduos do município até o local de destinação final, que por vezes se localiza em outro município. No município de Venda Nova do Imigrante os resíduos coletados são transportados para a Estação Provisória de Transbordo, localizada na Garagem da Prefeitura, no bairro Vila São Miguel. Os caminhões coletores descarregam 04 vezes ao dia (duas viagens no período da manhã, duas no período da tarde) na estação, onde os resíduos permanecem armazenados temporariamente em 02 caixas estacionárias de 25 m³. A área de transbordo do município conta com uma estrutura com piso nivelado onde são sobrepostas as caixas estacionárias, existe uma canalização para a drenagem do lixiviado que venha ser formado. A área possui um desnível para que os resíduos possam ser transferidos com mais facilidade do caminhão compactador para as caixas, além de uma área de manobra para os caminhões e proteção contra as intempéries. Em 2009 foi requerido licença ambiental para atividade de transbordo nesse local, considerando um parecer favorável do IEMA que constatou que o local era apto para a implantação da atividade. Entretanto, em 2010 foi publicado a Instrução Normativa 01/2010, pelo mesmo instituto, com critérios para o licenciamento de transbordo de resíduos sólidos urbanos, onde recomenda-se uma distância de 500 metros de residências. Em 2013 o processo foi arquivado mediante a assinatura do Termo de Compromisso Ambiental junto ao IEMA e Ministério Público, estando o funcionamento da atividade atrelado ao cumprimento do TCA. Não houve emissão de licença para o transbordo. 448 O município é integrante do Programa “ES sem lixão” na região Consul e com o licenciamento e construção das infraestruturas previstas no programa passará a contar com um aterro sanitário e transbordo regional. 12.5.3.4 Transporte O transporte é caracterizado pela atividade de condução dos resíduos coletados até o local de tratamento ou disposição final. Essa atividade pode gerar grande impacto nos custos do sistema caso o destino final se localize a uma grande distância do município. De segunda a sexta-feira, os resíduos depositados nas caixas estacionárias são transportados por meio de um veículo rollon-rollof até um aterro sanitário no município de Cachoeiro de Itapemirim. Este transporte também é realizado pela Secretaria de Obras e Infraestrutura. O aterro sanitário fica a uma distância de cerca de 80 Km da atual estação de transbordo. 12.5.4 Tratamento e disposição de RSU O tratamento dos RSU visa modificar suas características de modo que os resíduos possam retornar ao meio de forma ambientalmente correta. Já a disposição é um meio de armazenar os resíduos de forma segura até que se tenha tecnologia adequada e acessível para seu o tratamento. O que existe no município sobre tratamento de RSU é a coleta seletiva que, após a coleta do resíduo seco são destinados a triagem e enviados para a reciclagem. A coleta seletiva será tratada em capítulo específico. Os demais resíduos coletados na coleta convencional são destinados diretamente ao aterro sanitário sem passar por qualquer tipo de tratamento prévio. 449 12.5.5 Disposição final dos rejeitos A disposição final dos resíduos corresponde as atividades de distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos A forma de disposição final dos RSU do município é em aterro sanitário de propriedade privada. Até 2012 os resíduos eram enviados para um aterro particular no município de Cariacica, de 2013 até os dias atuais o destino é em a CRTCI em Cachoeiro de Itapemirim. A empresa que opera o aterro é a Central de Tratamento de Resíduos Cachoeiro de Itapemirim LTDA (CTRCI). O aterro se localiza no município de Cachoeiro do Itapemirim de a cerca de 80 km de Venda Nova do Imigrante. A série histórica da quantidade de RSU destinados a aterro sanitário pelo município de Venda Nova do Imigrante nos últimos cinco anos é apresentada na Tabela 12.10 e na Figura 12.12. Tabela 12.10 - Série histórica dos RSU coletados no município Ano 2009 2010 2011 2012 2013 3.537,77 3.367,21 3.579,12 3.644,29 3.484,18 - -4,8 6,3 1,8 -4,4 Quantidade (toneladas) Taxa de crescimento (%) Fonte: Adaptado do PMGIRSVNI (2014). A média de destinação final de RSU nos últimos cinco anos foi de 3.522, 294 toneladas, com crescimento total entre 2009 e 2013 de 1,5%. 450 Para fins de prognóstico será considerado o valor médio dos últimos cinco anos, Figura 13.12 - Série histórica dos RSU coletados no município. 2013 3.484,18 Ano 2012 3.644,29 2011 3.579,12 2010 3.367,21 2009 3.537,77 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 Quatidade de RSU (Toneladas) Fonte: Autoria própria Ressalta-se que o valor coletado pode não representar apenas o RSU (domiciliar, de limpeza pública e comercial), podendo estar recendo uma parcela de Resíduos da construção civil e outros. 12.5.6 Infraestrutura dos SLUMRS Para uma correta gestão do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos (SLUMRS) é necessária uma infraestrutura mínima de equipamentos e recursos humanos que abarquem as atividades de limpeza pública, coleta, transbordo e transporte dos resíduos sólidos. 451 12.5.6.1 Equipamentos São considerados equipamentos do SLUMRS os veículos utilizados para a limpeza urbana e para a coleta de resíduos como, por exemplo, caminhões compactadores, baú, basculantes, poliguindaste, tratores e carretas. O Quadro 12.12 apresenta os equipamentos utilizados no SLUMRS de Venda Nova do Imigrante. Quadro12.12 - Equipamentos utilizados no transporte de resíduos sólidos. Tipo de resíduos Transporte Coleta dos Resíduos sólidos domiciliares (RSD) e de Limpeza pública Transporte do Transbordo até aterro sanitário 02 caminhões compactadores Caixas estacionárias e caminhão rollon-rolloff Veículo da empresa terceirizada (caminhão Resíduos da Construção civil poliguincho) Resíduos Volumosos Caminhão Mercedez 1113 90/91 6m³ Resíduos Verdes Trator - Massei Ferguson – 235 1985 4 ton. Resíduos de serviço de saúde Veículo da empresa terceirizada Fonte: Autoria própria 12.5.6.2 Equipe operacional A equipe operacional do SLUMRS compreende os servidores contratados e treinados para a limpeza urbana, coleta e triagem dos resíduos sólidos. A quantidade total de pessoas envolvidas no manejo de RSU é estimada em 32 pessoas, tanto do setor administrativo quanto do setor operacional. Para o serviço de coleta e transporte dos RSU são 04 catadores e 03 motoristas (02 para os caminhões compactadores e 01 para o transporte das caixas estacionárias até o aterro sanitário). 452 Para o serviço de varrição são alocadas 17 pessoas que fazem o serviço na sede e nos distritos. Para o serviço de capina e roçada existem 03 pessoas que não são exclusivas desse serviço, mas o fazem como atividade principal. E no setor administrativo são 05 pessoas que são envolvidas nas atividades de planejamento, coordenação e fiscalização dos trabalhos, pessoas essas que estão divididas entre a sec. de obras e infraestrutura e sec. de meio ambiente. O Quadro 12.13apresenta o resumo das informações sobre a equipe operacional do SLUMRS do município de Venda Nova do Imigrante. Quadro12.13 - Dimensionamento equipe operacional do SLUMRS. Atividades Número de funcionários Coleta e Transporte de RSU 03 Motoristas e 04 coletadores Limpeza Pública (Varrição) 17 Varredores Limpeza Pública (Capina e Roçada) 03 Pessoas Setor Administrativo 05 Pessoas Fonte: Autoria própria No Anexo 4 é apresentado o mapa de localização de todas as unidades de manejo de Resíduos sólidos existentes no município de Venda Nova do Imigrante. 12.6 INDICADORES OPERACIONAIS, ECONÔMICO-FINANCEIROS, ADMINISTRATIVOS E DE QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS A medição da eficiência dos processos do SLUMRS é fundamental para a avaliação periódica do desempenho dos serviços. 453 O Governo federal criou e administra o seu Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, vinculado à Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) do Ministério das Cidades (MCidades). Dentre os objetivos do SNIS destacam-se: (i) planejamento e execução de políticas públicas; (ii) orientação da aplicação de recursos; (ii) avaliação de desempenho dos serviços; (iv) aperfeiçoamento da gestão, elevando os níveis de eficiência e eficácia; e (v) orientação de atividades regulatórias, de fiscalização e de controle social. Além disso, permite a utilização dos seus indicadores como referência para comparação e como guia para medição de desempenho. Portanto, para avaliar a eficiência do SLUMRS de Venda Nova do Imigrante, iremos utilizar o banco de dados do SNIS – Resíduos Sólidos, e de forma a sistematizar esta avaliação, foram selecionados nove indicadores relacionados a prestação de serviço de coleta de RSU, RSS, RCC e limpeza pública. Os dados do município de Venda Nova do Imigrante foram comparados com os dados gerais do Brasil, Região Sudeste e demais municípios do Espírito Santo, que também responderam aos SNIS no ano de 2012. Os Indicadores selecionados são apresentados no Quadro 12.14 e os dados são apresentados individualmente nas Figuras 12.13 a 12.21. 454 Quadro12.14 - Indicadores selecionados do SNIS - Resíduos Sólidos. Indicadores do SNIS - Resíduos Sólidos Região Espírito Venda Nova do Sudeste Santo Imigrante 2,08 2,1 3,52 2,09 6,67 5,91 7,02 6,25 2.116,40 2.181,70 1.717,57 2.086,62 0,54 0,5 0,62 0,59 1,02 0,97 0,91 1,06 Brasil IN001_RS - Taxa de empregados em relação à população urbana (empregados/1000 hab) IN010_RS - Incidência de empregados gerenciais e administrativos no total de empregados no manejo de RSU (%) IN018_RS - Produtividade média dos empregados na coleta (coletadores + motoristas) na coleta (RSU) em relação à massa coletada (Kg/empregado/dia) IN019_RS - Taxa de empregados (coletadores + motoristas) na coleta (RSU) em relação à população urbana (empregado/1000 hab) IN021_RS - Massa coletada (RSU) per capita em relação à população urbana (Kg/hab/dia) 455 IN029_RS - Massa de RCC per capita em relação à população urbana (Kg/habitante/dia) 294,87 258,55 719,99 720 4,28 4,5 5,8 1,79 1,31 1,54 1,34 1,24 0,67 0,66 1,44 1,05 IN036_RS - Massa de rss coletada per capita em relação à população urbana (Kg/1000 hab/dia) IN044_RS - Produtividade média dos varredores (prefeitura + empresas contratadas) (Km/empregado/dia) IN045_RS - Taxa de varredores em relação à população urbana (empregado/1000 hab) Fonte: Autoria própria 456 Figura 12.13 - Taxa de empregados no manejo de resíduos em relação à população urbana Nº empregados/1000 hab 4 3,52 3,5 3 2,5 2,08 2,1 Brasil Região Sudeste 2,09 2 1,5 1 0,5 0 Espírito Santo Venda Nova do Imigrante Fonte: Autoria própria Figura 12.14 - Incidência de empregados gerenciais e administrativos no total de empregados no manejo de RSU 7,5 7,02 % 7 6,67 6,5 6,25 5,91 6 5,5 5 Brasil Região Sudeste Espírito Santo Venda Nova do Imigrante Fonte: Autoria própria 457 Figura 12.15 - Produtividade média dos empregados na coleta (coletadores + motoristas) na coleta de RSU em relação à massa coletada (Kg/empregados/dia) 2.500,00 2.116,40 2.181,70 2.086,62 2.000,00 1.717,57 1.500,00 1.000,00 500,00 0,00 Brasil Região Sudeste Espírito Santo Venda Nova do Imigrante Fonte: Autoria própria Figura 12.16 - Taxa de empregados (coletadores + motoristas) na coleta de RSU em relação à população urbana Nº empregados/1000 hab 0,7 0,6 0,62 0,54 0,59 0,5 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 Brasil Região Sudeste Espírito Santo Venda Nova do Imigrante Fonte: Autoria própria 458 Figura 12.17 - Massa coletada de RSU per capita em relação à população urbana 1,5 Kg/hab/dia) 1,25 1,02 1 1,06 0,97 0,91 0,75 0,5 Brasil Região Sudeste Espírito Santo Venda Nova do Imigrante Fonte: Autoria própria Figura 12.18 - Massa de RCC per capita em relação à população urbana Kg/habitante/dia 800 719,99 720 Espírito Santo Venda Nova do Imigrante 600 400 294,87 258,55 200 0 Brasil Região Sudeste Fonte: Autoria própria Figura 12.19 - Massa de RSS coletada per capita em relação à população urbana 459 7 5,8 Kg/1000 hab/dia 6 5 4,28 4,5 4 3 1,79 2 1 0 Brasil Região Sudeste Espírito Santo Venda Nova do Imigrante Fonte: Autoria própria Figura 12.20 - Produtividade média dos varredores Km/empregados/dia 2 1,54 1,5 1,34 1,31 1,24 1 0,5 0 Brasil Região Sudeste Espírito Santo Venda Nova do Imigrante Fonte: Autoria própria Figura 12.21 - Taxa de varredores em relação à população urbana 460 Nº de empregados/1000 hab 2 1,44 1,5 1,05 1 0,67 0,66 Brasil Região Sudeste 0,5 0 Espírito Santo Venda Nova do Imigrante Fonte: Autoria própria Ao se comparar com os indicadores do SNIS observa-se que o município apresenta valores próximos aos valores médios nacionais, da região sudeste e dos demais municípios do Espírito Santo. Com exceção, a Massa de RCC per capita em relação à população urbana, fica próxima a media do ES, mas ambas as medias estão bem acima da media nacional e região sudeste. Em relação a Massa de RSS coletada per capita em relação à população urbana os valores são inferiores aos valores médios do Brasil, região sudeste e demais municípios do ES. Ressalta-se que os dados são referentes a 2012, pois são os dados mais atuais disponibilizados pelo SNIS, que permite uma comparação com outros municípios brasileiros, mas como ocorrem mudanças de um ano para outro, este valores podem ter sofrido alterações. 461 12.7 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE DISPOSIÇÃO INADEQUADA DE RESÍDUOS E ÁREAS CONTAMINADAS A identificação de áreas de disposição inadequada de resíduos visa averiguar onde a população normalmente dispõe seus resíduos e que necessitam de intervenções por parte do município com vistas à readequação destas áreas. No caso de pontos viciados, programas de educação ambiental associados a fiscalização são procedimentos necessários para que as áreas não continuem sendo utilizadas pela população como ponto de disposição inadequada de resíduos. 12.7.1 Lixões É uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos municipais que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. É o mesmo que descarga de resíduos à céu aberto ou vazadouro (CEMPRE, 2010). O Estado do Espírito Santo, por meio do Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) e Ministério Público tem firmado Termos de Compromisso Ambiental (TCA), com vistas a regularizar a situação dos lixões nos municípios capixabas. Em 18 de junho de 2013 foi firmado o TCA 02/13 entre o Ministério Público do Estado do Espírito Santo, o Ministério Público do Trabalho, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e a Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante, a fim de que sejam adotadas as medidas de destinadas a adequar, corrigir, minimizar e prevenir eventuais impactos e degradações ambientais causadas pelo compromissário em áreas utilizadas para disposição de resíduos. Existem no município três áreas que já foram utilizadas como lixões, mas que hoje estão desativadas e que estão em processo de recuperação. De acordo com os itens 2.1 e 3.4 do TCA 02/13, ás área degradadas encontram-se referenciadas pelas 462 coordenadas geográficas. Foi incluída no TCA a área utilizada atualmente como estação de transbordo de RSU. O Quadro 12.13 apresenta a localização destas áreas em coordenadas UTM, Datum WGS 84. Quadro 12.13 - Áreas inadequadas de recebimentos de resíduos a serem recuperadas Locais Coordenadas Área de Transbordo 276126 E 7751196 N Lixão Desativado (Saúde) 280546 E 7745050 N Lixão Desativado (Pindobas) 276655 E 7744140 N Lixão Desativado (Camilo Cola) 277040 E 7744600 N Fonte: Autoria própria As plantas de localização destas áreas encontram-se no Anexo 4. 12.7.2 Pontos viciados Pontos viciados são aqueles locais comumente utilizados pela população para descarte e acúmulo de resíduos sem, no entanto conter as estruturas necessárias para condicionar os resíduos. Em geral, ocorrem em terrenos desocupados e calçadas prejudicando o paisagismo da cidade e atraindo animais. No Quadro 12.14 e nas Figuras 12.21,12.21 e 12.23 são apresentadas a localização dos pontos viciados constatados em visita em campo 463 Quadro 12.14 - Localização de pontos viciados no município de Venda Nova do Imigrante. Bairro/Localidade Endereço Coordenada UTM Tipos de resíduos Bairro Providência Rua Girassol 0277505E/7749183 N RCC / Volumosos Bairro Providência Rua Treviso 0277382E/7748699 N RCC / Volumosos Bairro Providência Rua Girassol 0277551E/7749266 N RCC / Volumosos Bairro Providência Rua das Orquídeas 0277454E/7749147 N RCC Bairro Providência Rua das Margaridas 0277455E/7749244 N RSU / Volumosos Bairro Providência Rua das Margaridas 0277506E/7749307 N RSU Vila da Mata Rua 29 de Junho 0277487E/7749645 N RCC / RSU Centro Estrada Nova (Beira Rio) 0277736E/7749882 N RCC Bairro Minete Av. Beira Rio 0277815E/7750660 N Volumosos Bairro São Pedro Av. Beira Rio 0277745E/7750697 N RSU / Volumosos Bairro São Rafael Atrás do Polentão 0277673E//7751041N RSU / RCC / Volumosos Bairro São Rafael Perto do IFES 0277814E/7750973 N RSU Bairro Vila Betanea Atrás do Diagcenter 277144 E/7751483 N Bairro Bicuiba Av. Bicuiba 0274209E/7750139 N RCC / RSU Dist. S. J. de Viçosa Perto da STE da CESAN 0271143E/7749810 N RCC / RSU / Volumosos Bairro Esplanada Rua São Lourenço RCC 0277490E/7750390 N RSU / Volumosos 464 Figura 12.21 - Ponto viciado na Rua das Margaridas (0277455 E 7749244 N). Fonte: Autoria própria. Figura 12.22 - Ponto viciado: Rua das Orquídeas (0277454 E7749147 N). Fonte: Autoria própria 465 Figura 12.23 - Ponto Viciado: Distrito de São João - Perto da STE da CESAN (0271143 E 7749810 N). Fonte: Autoria própria O Anexo4 apresenta mapa com as localizações dos pontos viciados e das áreas degradadas pela disposição inadequada de resíduos sólidos que estão listadas no TCA 02/2013, incluindo três lixões desativados e a atual área da Estação de Transbordo. 466 12.8 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM A segregação de materiais dos resíduos sólidos tem como objetivo principal a reciclagem de seus componentes. A reciclagem é o resultado de uma série de atividades, pelas quais materiais são desviados, coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima, na manufatura de novos produtos (CEMPRE, 2010). A coleta seletiva é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis, tais como papéis, plásticos, vidros e metais previamente separados na fonte geradora (CEMPRE, 2010). 12.8.1 Formas de coleta segregada e triagem Existem diversas formas de operar um sistema de coleta seletiva. Cada município deve avaliar e adotar aquele que melhor lhe convier. As quatro principais modalidades de coleta seletiva são (CEMPRE, 2010): Porta-a-porta (ou domiciliar); Em postos de entrega voluntária; Em postos de troca; e Por catadores. Os galpões de triagem são locais onde os materiais recicláveis são recebidos, separados, prensados ou picados e enfardados ou embalados para fins de venda (CEMPRE, 2010). Em Venda Nova do Imigrante a coleta seletiva era realizada em 02 bairros, Vila da Mata e Providência, mas recentemente foi ampliada para mas 03 bairros, Minete, São Pedro e São Rafael, totalizando 05 bairros atendidos. A coleta é feita de forma binária (Resíduos Seco x Resíduo Úmido), essa coleta de resíduo seco é feita todas as terças-feiras a partir de 08 da manhã nos bairros Vila da Mata e Providência e todas 467 as quintas-feiras a partir do mesmo horário nos bairros Minete, São Pedro e São Rafael. A PMVNI é responsável por fazer a coleta utilizando veículo próprio (MERCEDEZ-BENZ – 1214 K, Ano 1990,14m³). A Sec. de Meio Ambiente é responsável pela divulgação, o acompanhamento e fiscalização da coleta nos novos bairros que estão sendo atendidos e também sobre a triagem no galpão provisório da associação. Recentemente foi criada a Associação de Catadores de Material Reciclável de Venda Nova do Imigrante ES – ASCAVENI, especificamente, em junho/2014. Nessa associação foram cadastradas 08 pessoas, mas atualmente são 06 pessoas trabalhando, entretanto, há uma rotatividade. O galpão fica na comunidade de Viçosinha (UTM 0271301 E 7747475 N). O galpão é provisório e ainda faltam equipamentos, como uma máquina de prensa, que segundo a secretaria municipal de meio ambiente já estão sendo providenciados, assim como o licenciamento ambiental da atividade. A Figura 12.24 apresenta a foto do Galpão de triagem. Figura 12.24 - Galpão de triagem. Fonte: Autoria própria 468 12.8.2 Mercado de reciclagem A atividade de reciclagem só é possível de existir uma demanda pelos produtos oriundos desta atividade. Assim antes da implantação de sistemas de segregação de materiais é importante verificar os esquemas pelos quais possa haver escoamento desses materiais (venda ou doação) (CEMPRE, 2010). No município de Venda Nova do Imigrante existe uma empresa de gerenciamento de resíduos que recebia os resíduos coletados pela prefeitura. Até 2012 a empresa trabalhava com resíduos recicláveis, mas hoje não atua mais nesse ramo. Segundo representante da empresa, em 2011 foram recolhidas 31 toneladas de resíduos secos e após passar pela triagem, foram comercializados 18,8 toneladas. Atualmente dos resíduos são destinados a associação de catadores, e não foi possível obter informações mais recentes. A Tabela 12.6 apresenta e estratificação deste quantitativo de resíduos. Quadro12.6 - Estratificação dos resíduos recicláveis. Tipo de resíduos Quantidade (kg/ano) % Papel branco 1.841 5,9 Jornal 1.110 3,6 Papelão 7.739 25,0 Plástico 4.685 15,1 Vidro 2.289 7,4 Metal 1.065 3,4 Alumínio 96,4 0,3 Total comercializado 18.825 60,7 469 Rejeito 12.174,60 39,3 Total coletado 31.000 100,0 Fonte: Empresa Resitech Gerenciamento Ambiental, 2014. A fim de comparar a eficiência do sistema de coleta seletiva, foi calculado o total gerado, considerando a soma da quantidade de resíduos destinada a aterro sanitário e a parcela destinada para a coleta seletiva. Desta forma, verificou- se que a eficiência do sistema foi de 0,86%. O Quadro 12.7 apresenta os valores calculados. Quadro.12.7 - Eficiência do sistema de coleta seletiva do município de VNI em 2011. Descrição Quantidade (Kg/ano) Total RSU destinado em aterro sanitário em 2011 3.579.120,00 Total Coletado pela coleta seletiva 31.000,00 Total gerado (destinado a aterro + coleta seletiva) 3.610.120,00 Eficiência do sistema* 0,86% *Total da coleta seletiva em relação ao total gerado (destinado em aterro + coletado seletivamente) Fonte: Autoria Própria. 12.9 ASPECTOS SOCIAIS RELATIVOS À INCLUSÃO SOCIAL NO MANEJO DE RESÍDUOS A PNRS tem como um de seus instrumentos o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. Além de ser peça chave da atividade do beneficiamento dos resíduos recicláveis oriundos da coleta seletiva, a associação 470 possui relevante importância devido a sua atividade agregar valor aos resíduos recicláveis. Atualmente existem 06 trabalhadores associados que fazem o trabalho de separação do material recolhido. O município não forneceu dados referentes a situação destes catadores como renda, escolaridade, profissão, entre outras. Nos lixões desativados não existem catadores de material reaproveitável e não foi observada a presença de catadores nas ruas do município durante as vistas de campo. Considerando, a média de geração de resíduos nos últimos cinco anos, de 35.226t/ano, o potencial total de resíduos secos estimado em 31,9%, 11.236,2 t/ano e a capacidade de trabalho do catador de 200kg/dia estimado pelo IPEA para separação de material reciclável em mesa de triagem, com 22 dias de trabalho por mês, o município teria uma demanda de 67, catadores na etapa de triagem de resíduos. Entretanto, sabe-se que este crescimento é gradual e depende de vários fatores como, mercado de reciclagem, regulação da logística reversa de embalagens em geral, e adesão da população ao programa de coleta seletiva. Este valor também pode aumentar considerando outras funções que o catador pode assumir na associação e outras atividades externa relacionadas a mobilização para a coleta seletiva. 12.10PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOSEM SLUMRS Existem diversos convênios firmados com os municípios para repasses de verbas para compra de equipamentos de limpeza urbana e construção de unidades de manejo de resíduos sólidos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) instituiu, em dezembro de 1997, o Fundo para o Desenvolvimento Regional com Recursos da 471 Desestatização (FRD) destinado a financiar projetos, a fundo perdido, de desenvolvimento regional e social em municípios situados na área geográfica da Cia. Vale do Rio Doce. No caso do Espírito Santo, estão incluídos 47 municípios conforme pode ser verificado na Figura 28. Previsto no processo de Desestatização da CVRD, o Fundo dispôs para o ES R$ 21.000.000,00 (vinte e um milhões de reais), sendo este valor corrigido conforme rendimentos líquidos resultantes de aplicações financeiras (IJSN, 2014). O Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) concluiu a primeira fase do Plano de Investimentos no Estado do Espírito Santo em 2006, no qual foi aplicado um montante de recursos na ordem de R$ 19,0 milhões, que resultou na realização de 154 projetos que contribuíram, sobremaneira, para a melhoria na qualidade do atendimento nas áreas de Saúde, Saneamento e Assistência Social. Em decorrência dos rendimentos da aplicação dos recursos citados acima, o BNDES firmou novo contrato com o IJSN implementando a 2ª Etapa do Programa FRD no Estado do Espírito Santo a partir de 29 de junho de 2006, objetivando a continuidade do apoio aos 47 municípios da área de influência da Vale e, desta vez, contemplando apenas projetos de Saneamento Ambiental e que visam à despoluição da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (IJSN, 2014). 472 Figura 12.5 - Municípios contemplados com recursos do FRD. Fonte: IJSN (2014). 473 O Ministério da Saúde por meio da Fundação Nacional da Saúde (FUNASA) também tem firmado convênios com alguns municípios para construção de unidades de tratamento de resíduos sólidos e compra de equipamentos. Além deste o Governo Estadual por meio da Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (SEDURB) tem entregado equipamentos aos municípios capixabas visando a melhoria do SLUMRS. A Tabela 12.8 relaciona os convênios firmados com o município de Venda Nova do Imigrante para a área de Resíduos Sólidos. Quadro12.8 - Convênios firmados com o município para a área de Resíduos Sólidos. Entidade Ano Objeto Valor Contrapartida Total R$ 63.854,00 R$ 16.146,00 R$ 80.000,00 R$ 48.000,00 R$ 4.800,00 R$ 52.800,00 R$ 187.825,00 - Aquisição de uma FRD 2006 Caçamba Coletora de Lixo Veículo caçamba, FUNASA 1998 coletor compactador e de lixo Coletor SEDURB 2013 Compactador 10m3 R$ 187.825,00 Fonte: Autoria própria 12.11LACUNAS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DO SLUMRS Após a análise dos dados primários e secundários obtidos para elaboração deste diagnóstico, foi possível identificar algumas lacunas na prestação de serviço do SLUMRS. 474 O município de Venda Nova do Imigrante mostrou-se de modo geral com uma boa organização dos serviços e atendendo a questões básicas no gerenciamento dos resíduos, desde a limpeza pública até a destinação final dos RSU, RCC e RSS. No município não existem lixões e tem Termo de Compromisso firmado para a recuperação das antigas áreas degradadas pela disposição inadequadas de resíduos. As lacunas observadas serão listadas de forma a direcionar as ações que deverão de formuladas nas etapas seguintes do PMGIRS. Limpeza Pública: Os serviços são prestados diretamente pela Secretaria de Obras e Infra Estrutura. Entretanto não há programas e projetos específicos para a limpeza pública como projeto de varrição contemplando mapas de varrição e medição de produtividades dos varredores. Estas lacunas fazem com que o serviço, mesmo que receba por parte da população uma avaliação positiva, faz com que os recursos utilizados não tenham uma apuração quanto sua efetividade. Acondicionamento: Não existem projetos de acondicionamento de resíduos. O projeto de acondicionamento deve prever regras para todas as tipologias de resíduos, considerando pequenos e grandes geradores, bem como regras quanto a localização de pontos fixos de recebimento, mesmo que estes resíduos sejam de responsabilidade do gerador. Desta forma o munícipio propricia uma padronização e facilita a comunicação visual por parte do usuário, bem como pela fiscalização. Coleta: Não existe projeto de coleta com roteirização de forma otimizada do serviço prestado e controle de percursos realizados. Transporte: Todo o transporte é realizado pela Secretaria de Obras e Infra Estrutura e em não o controle de velocidade e percurso por parte do município. Destinação final: A destinação final é realizada de forma adequada em aterro licenciado. 475 Coleta seletiva: A coleta seletiva no município é incipiente e necessita que seja elaborado um projeto de coleta seletiva, adequado a realidade local de contar com um número pequeno de catadores de materiais reaproveitáveis. Compostagem: Não existe no município sistema de compostagem de resíduos orgânicos e toda esta parcela é destinada para aterro sanitário. Portanto deverá ser proposto um projeto de compostagem. Inclusão social de catadores: Existe no município a ASCAVENI que conta com 6 associados. A PMVNI identificou apenas 02 catadores no município e devido a ausência desse público, a associação é formada por pessoas que estão incluídas no Cadastro Único da Secretaria de Assistência Social. Quando houver necessidade de ampliação dos membros da associação, a consulta será feita ao Cad Único, buscando pessoas que estão desempregadas. Resíduos de Construção Civil: O município faz o gerenciamento dos RCC gerados por meio de contratação de empresa terceirizada que disponibiliza caçambas estacionárias e transporta até bota fora. Diante este cenário, contata-se que o município não possui legislação que diferencie pequeno é médio gerador, a arca com os custos de uma parcela de geradores que não deveria, os grandes geradores. Além disto, o contrato não leva em consideração a quantidade gerada, pois os resíduos não são pesados, o que não possibilita a avaliação real quanto ao volume gerado e o custo real que deveria ser cobrado. Outra situação observada é o local de disposição de RCC que não atende as normas técnicas, pois não permite o reaproveitamento da parcela reaproveitável dos RCC. Além disto, parte dos resíduos verdes é destinada na mesma área. Resíduos de Serviço de Saúde: O município faz o gerenciamento dos RSS gerados no município por meio de contratação de empresa terceirizada que disponibiliza coleta os resíduos a cada 15 dias nos geradores e transporta até aterro licenciado. Diante este cenário, contata-se que o município não possui legislação que diferencie 476 pequeno é médio gerador, a arca com os custos de uma parcela de geradores que não deveria, os grandes geradores. Além disto, o contrato não leva em consideração a quantidade gerada. O contrato é por mês de serviço prestado, o que não possibilita a avaliação real quanto ao volume gerado e o custo real que deveria ser cobrado. Outra situação que está em desacordo com as normas sanitárias é o tempo de coleta de 15 dias, o que faz com que estes resíduos tenham que ficar armazenados na fonte geradora por tempo superior ao exigido pelas normas sanitárias, caso não sejam refrigerados. Resíduos de responsabilidade dos geradores: O município não tem controle de gestão sobre os resíduos de responsabilidade dos geradores. Não possui legislação e instrumento normativo que indique quais atividades necessitam apresentar os Planos de Gerenciamento de Resíduos, quando licenciados pelo município ou quando são licenciados pelo órgão estadual competente, conforme a competência. Não existe sistema de informação de resíduos. Resíduos com logística reversa obrigatória: O município não tem controle de gestão sobre os resíduos com logística reversa obrigatória. Sistematização das informações: Na etapa de coleta de dados verificou-se que os dados não estão sistematizados, e que parte das informações está sobre a tutela da secretaria de meio ambiente e outra parte com a secretaria de obras e infraestrutura. 12.12DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO Os serviços prestados foram avaliados pela população como sendo de boa qualidade e com regularidade e frequência compatível com a demanda de serviço. A população conhece os horários do caminhão de coleta e esta é feita de maneira regular. A prefeitura está implantando o sistema de coleta seletiva no município e existe uma associação em fase de implantação. 477 12.13REFERÊNCIAS ABILUX – Associação Brasileira da Indústria de Iluminação. Reunião do Grupo de Trabalho sobre lâmpadas mercuriais do CONAMA. Descarte de lâmpadas contendo mercúrio. São Paulo, 2008. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004:2004. Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro. ABNT, 2004. ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2011. São Paulo, 2012. BIOLEO. Instituto Bióleo de Desenvolvimento Sustentável. Descarte inadequado do óleo. Disponível em:<http://bioleo.org.br/programa-bioleo/descarte-inadequado/>. Acesso em: 20 de Junho de 2014 BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 307, de 05 de Julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2002. BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 313, de 29 de outubro de 2002. Dispõe sobre o inventário nacional de resíduos sólidos industriais. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 2002. BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 358, de 29 de Abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 de maio de 2005. BRASIL. Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei no 12.305, e cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 2010. 478 BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Saneamento. 1. ed. rev. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2004. 408p. BRASIL. Lei nº 12.305/2010. 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Nesse sentido, o Plano de Saneamento Básico se constitui em importante ferramenta de planejamento e gestão para alcançar a melhoria das condições sanitárias e ambientais dos municípios e, consequentemente, da qualidade de vida da população. Soma-se ao exposto a exigência do PMSB como condição de validade dos contratos que tenham por objeto a prestação de serviços públicos de saneamento básico, assegurando, com isso, a adequada cobertura e qualidade dos serviços prestados. Cabe destacar, também, a determinação do Decreto no. 7217, de 21 de junho de 2010, Art. 26, § 4º, que vincula a existência do Plano de Saneamento Básico, elaborado pelo titular dos serviços, segundo os preceitos estabelecidos na Lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007, como condição de acesso, a partir de 2014, a recursos orçamentários da União ou recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da administração pública federal, quando destinados a serviços de saneamento básico. Além do exposto acima, a saúde constitui-se como premissa básica para elaboração dos PMSB, tendo em vista a sua importante influência no controle das doenças relacionados a falta ou precariedade dos serviços de saneamento básico oferecidos. Essa premissa está garantida na Constituição Federal de 1988, no Art. 21, XX, e na Lei 8.080 de 1990 (BARROSO, 2007). Art 21. Compete a União: (...) “XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transporte público” 487 A lei 8080/1990, que é a Lei do Sistema Único de Saúde (SUS), define a importância do saneamento para saúde, em seu TÍTULO I, DAS DISPOSIÇÕES GERAIS no artigo 3º, que expressa a relação da saúde com o saneamento básico. "Art. 3o - Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais." Como expressão dessa relação da saúde e saneamento básico, a lei estabelece que o saneamento deverá integrar-se no campo de atuação do SUS como uma política. “Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;” A partir da formulação da política, a legislação estabelece os princípios e diretrizes do SUS no Artigo 7º, item X, garantindo a integração dos setores da saúde e saneamento básico como apresentado a seguir. Em seu CAPÍTULO II, Dos Princípios e Diretrizes em seu artigo 7º, inciso X. Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas noart. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; Para que a integração se efetive, há a necessidade de articulação das políticas e programas no âmbito da gestão. Dessa forma, as atividades são implementadas para a melhoria da qualidade de vida da população. No CAPÍTULO III, Da Organização, da Direção e da Gestão em seu artigo 13º, inciso II. 488 “Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades: II - saneamento e meio ambiente;” Em relação às competências, cada esfera de governo tem sua própria responsabilidade, além daquelas que são comuns e estão descritas abaixo: No CAPÍTULO IV, Da Competência e das Atribuições, Seção I, Das Atribuições Comuns, em seu artigo 15º, Inciso VII. “Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: VII - participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento básico e colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente;” Na Seção II, Da Competência, em seu artigo 16º, Inciso II. “Art. 16. À direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete: II - participar na formulação e na implementação das políticas: b) de saneamento básico;” Em seu artigo 17º, Inciso VI. “Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete: VI - participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico;” Em seu artigo 18º, Inciso IV, Item d. “Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete: IV - executar serviços: d) de saneamento básico;” Também está presente no TÍTULO V - DO FINANCIAMENTO, CAPÍTULO I, Dos Recursos, no artigo 32º, Inciso VI, Parágrafo 3º. 489 “Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de: VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. § 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Portanto, a legislação imprime a garantia da interface saúde e saneamento básico como fundamento para garantia da saúde da vida humana. Nesse aspecto, destacase a importância de se efetivar a universalização do acesso ao saneamento básico por meio da implantação e implementação da Política de Saúde com ênfase na Política de Saneamento Básico, garantida na CF de 1988, que estabelece que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 1988). Cazelli(2013)afirma que a falta de saneamento básico tem sido fator disparador de problemas relacionados à saúde, como as hepatites virais, as diarreias infecciosas causadas por bactérias, vírus e parasitas, a desnutrição proteico-calórica, doenças respiratórias, leptospirose, dentre outras. Estas doenças implicam em um alto custo de atenção médica e contribuem para o aumento da mortalidade infantil quando comparados aos dos países desenvolvidos. Esta etapa do trabalho é um estudo de caso que teve como base a realização do diagnóstico de saúde que se fundamentou em dados e documentos oficiais no âmbito municipal, estadual e nacional, do Município de Venda Nova do Imigrante. 490 13.1 COLETA DE DADOS A coleta de dados foi realizada através do levantamento em base de dados, tais como: DATASUS, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (SESA), Sistema de Apoio a Relatório de Gestão (SARGSUS) e Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Para o levantamento dos índices de morbidade e mortalidade de doenças, foi considerada a classificação do Capítulo da Classificação Internacional de Doenças CID-10, suas categorias, grupo de doenças e doenças identificadas no banco de dados para o referido município, priorizando as doenças infecciosas e parasitárias, relacionados ao saneamento ambiental inadequado. O banco de dados consultado para a obtenção dessas informações foio site do DATASUS: http://www.datasus.gov.br.Abaixo segue classificação das doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado. Tabela13.1– Classificação das doenças relacionadas ao Saneamento Inadequado. GRUPO DE CATEGORIA DOENÇAS DE TRANSMISSÃO FECOORAL DOENÇAS DOENÇAS 1. Diarréias CID - 10 1.1 Cólera A00 1.2 Infecções por Salmonela A02 1.3 Shigelose A03 1.4 Outras Infecções bacterianas (E. coli, A04 Campylobacter, Y. enterocolitica, C. difficile, outras) 1.5 Amebíase 1.6 Outras protozoários A06 Doenças Intestinais (Balantidíases, por A07 Giardíase, Criptosporidiose). 491 GRUPO DE CATEGORIA DOENÇAS DOENÇAS CID - 10 1.7 Isosporíase, outras e as NE 1.8 Doenças Intestinais por vírus (Enterite p/rotavirus, p/agente Gatroenteropatia de Norwalk, A08 aguda enterite p/adenovírus, outras enterites virais e as NE) 2. Febres entéricas 2.1 Febre Tifóide A01 2.2 Febre Paratifóide 3. Hepatite A B15 4. Dengue A90; A91 5. Febre Amarela A95 6. Leishmanioses Leishmaniose Tegumentar DOENÇAS B55 Leishmaniose visceral TRANSMITIDAS POR INSETO VETOR 7. Filariose linfática B74 8. Malária 9. B50; B54 Doença de B57 Chagas DOENÇAS 10. TRANSMITIDAS ATRAVÉS CONTATO B65 Esquistossomose DO COM A 11. Leptospirose A27 ÁGUA 12. DOENÇAS RELACIONADAS HIGIENE Doença dos Olhos Tracoma A71 Conjuntivites H10 13.1 Dermatofitoses B35 13.2 Outras micoses superficiais B36 A 13. Doenças da pele 492 GRUPO DE CATEGORIA 14. Helmintíases GEO-HELMINTOS DOENÇAS DOENÇAS E TENÍASES 15. Teníases CID - 10 14.1 Equinococose B67 14.2 Ancilostomíase B76 14.3 Ascarídiase B77 14.4 Estrongilodíase B78 14.5 Tricuríase B79 14.6 Oxiuríase B80 15.1 Teníase B68 15.2 Cisticercose B69 Fonte: Adaptado de Costa et al., 2002. Quanto a Estratégia Saúde da Família, as informações foram levantadas através dos Planos Municipais de Saúde e Relatório de Gestão. Estes documentos foram solicitados por intermédio da coordenação do projeto às administrações municipais. As informações incompletas enviadas pelos municípios foram complementadas pelas bases de dados do Ministério da Saúde. 13.2 CARACTERÍSTICAS POPULACIONAIS De acordo com os dados do Censo de 2010 do IBGE, observa-se que houve um aumento dos extratos de 20 anos a mais. A população predominante do município, concentra-se na faixa etária entre 20 a 59 anos, constituindo, predominantemente, a população economicamente ativa da região. Estes dados demostram uma tendência de envelhecimento da população do município, assim como o observado no Brasil. 493 Figura 13.1– Pirâmide etária de Venda Nova do Imigrante, segundo grupos de sexo e faixa etária (Venda Nova do Imigrante, 2013). 13.3 INFORMAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS 13.3.1 Mortalidade Os indicadores epidemiológicos de mortalidade nas diferentes regiões brasileiras mostram uma realidade na qual se observa no país a ocorrência de doenças prevalentes em países desenvolvidos, as doenças cardiovasculares e as crônicas, como também de situações encontradas em países menos desenvolvidos, como as mortes por doenças infecciosas, desnutrição, óbitos infantis e maternos. No município de Venda Nova do Imigrante, mais da metade do número de óbitos se concentra nos grupos das seguintes doenças: doenças do aparelho circulatório (29,3%), Neoplasias (20,2%), causas externas de morbidade e mortalidade (16,7%) e doenças do aparelho respiratório (10,2%). 494 No caso das doenças infecciosas e parasitárias, que tem relação direta com as condições de saneamento, se encontra em 14º lugar, de acordo com a tabela abaixo, representando uma reduzida influencia no quadro da mortalidade. Tabela 13.2- Mortalidade Geral, por grupo de causas, 2009 – 2012. Capítulo CID-10 2009 2010 2011 2012 Total % - 1 1 2 4 1,07 15 18 18 24 75 20,2 - - - 1 1 0,26 4 5 2 10 21 5,6 V. Transtornos mentais e comportamentais 1 3 2 - 6 1,6 VI. Doenças do sistema nervoso 3 6 4 6 19 5,1 IX. Doenças do aparelho circulatório 25 28 26 30 109 29,3 X. Doenças do aparelho respiratório 9 9 11 9 38 10,2 XI. Doenças do aparelho digestivo 2 4 1 5 12 3,2 XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo - - - 1 1 0,26 1 1 - - 2 0,53 2 1 1 1 5 1,33 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias II. Neoplasias (tumores) III. Doenças sangue órgãos hemat e transtorno imunitário IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas XIII. Doenças sistema osteomuscular e tecido conjuntivo XIV. Doenças do aparelho geniturinário 495 XVI. Algumas afecções originadas no período perinatal XVII. Malformação congênita deformidades e anomalias cromossômicas XVIII. Sintomas, sinais e achados anormais exames clínicos e laboratoriais XX. Causas externas de morbidade e mortalidade Total 1 2 2 2 7 1,88 1 1 2 1 5 1,34 3 - - 2 5 1,34 23 11 13 15 62 16,6 90 90 83 109 372 Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. DATASUS, 2014. A mortalidade geral por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado está representada pelas seguintes causas: outras infecções intestinais bacterianas (diarréia) um caso em 2010, leptospirose, um caso em 2011 e cisticercose, um caso em 2012. Tabela13.3– Mortalidade geral por doenças relacionadas ao saneamento inadequado no município de Venda Nova do Imigrante, 2009-2012. Categoria CID-10 2010 2011 2012 Total 1 - - 1 A27 Leptospirose - 1 - 1 B69 Cisticercose - - 1 1 Total 1 1 1 3 A04 Outras infecções intestinais bacterianas Fonte:MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. DATASUS, 2014. 496 13.3.2 Mortalidade infantil A mortalidade infantil reflete a efetividade de intervenções governamentais no âmbito da saúde pública e sofre influência direta dos modelos socioeconômicos adotados por um país (SANTOS et al., 2010). A Taxa ou Coeficiente de Mortalidade Infantil estima o risco de uma criança morrer antes de completar o primeiro ano de vida. É definida pelo número de mortes em menores de um ano para cada mil nascimentos vivos (NV). Nas últimas décadas no Brasil, houve uma redução acentuada da taxa de mortalidade infantil no período de 1990 (47,1 por 1.000 NV) até 2008 (19,0 por 1.000 NV). A redução da taxa de natalidade, a melhoria das condições de vida da população e as políticas voltadas para a melhoria dos serviços de saúde, são apontadas como alguns dos fatores responsáveis por este declínio (BOING; BOING, 2008). A análise das variações da mortalidade infantil é extremamente importante, representando um indicador sensível às condições de saúde, da qualidade de vida da população,a falta de infraestrutura e acesso aos serviços básicos, principalmente o saneamento ambiental (SANTOS et al., 2010). A precária infraestrutura dos serviços de saneamento básico nos países em desenvolvimento, desempenha uma interface com a situação de saúde e com as condições de vida da população (TEIXEIRA et al., 2014). As doenças infecciosas continuam sendo uma importante causa de morbidade e mortalidade nesses países, e são um indicativo da fragilidade dos serviços públicos de saneamento (TEIXEIRA et al., 2014). De acordo com a Tabela 13.4, a mortalidade infantil no Município de Venda Nova do Imigrante para o ano de 2011 foi de 11,7/1000 nascidos vivos. A causa principal foi por algumas afecções originadas no período perinatal, representando um alerta para as condições de acompanhamento do pré-natal, assistência ao parto e puerpério. 497 Tabela13.3– Mortalidade infantil por grupo de causa CID10, 2009-2012, Venda Nova do Imigrante, 2009-2012. Capítulo CID-10 X. Doenças do aparelho respiratório 2009 2010 - XVI. Algumas afecções originadas no período 1 1 2011 - 2 2012 - 2 Total 1 2 7 perinatal XVII.Malformação congênita deformidades e - - 1 - 1 - 1 anomalias cromossômicas XX. Causas externas de morbidade e 1 - - mortalidade Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade –SIM. DATASUS, 2014. 13.3.3 Morbidade Morbidade é a variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto dos indivíduos que adquirem doenças (ou determinadas doenças) num dado intervalo de tempo em uma determinada população. A morbidade mostra o comportamento das doenças e dos agravos à saúde na população (DUARTE, 2007). As doenças infecciosas e parasitárias têm ocupado um papel de destaque entre as causas de morbidade e mortalidade no Brasil. A análise desse grupo de doenças é importante devido ao significativo impacto social, já que está relacionada a pobreza e a qualidade de vida, enquadrando doenças relacionadas a condições de habitação, alimentação e higiene precárias. Além disso, a análise do comportamento dessas doenças, serve como subsidio para avaliar as condições de desenvolvimento de determinada região, através da relação entre níveis de mortalidade e morbidade e condições de vida da população (PAES; SILVA, 1999). 498 No período de 2010 a 2014 ocorreram 119 casos de morbidades, causadas pelo grupo de doenças infecciosas e parasitárias no município de Venda Nova do Imigrante. Considerando o total de casos ocorridos no período estabelecido, 81 (68,06%) foram de Diarréias e gastrenterites de origem infecciosas presumíveis e 15 (12,60%) de outras doenças infecciosas intestinais, conforme Tabela 13.5 abaixo. Tabela13.4– Morbidade por doenças relacionadas ao saneamento inadequado no Município de Venda Nova do Imigrante, 2009 – 2014. Lista Morbidade CID-10 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total 1 21 24 41 24 8 119 .. Febres tifóide e paratifóide - - - 2 1 - 3 .. Diarréia e gastroenterite origem - 12 10 34 19 6 81 - 4 6 2 3 - 15 .. Outras doenças bacterianas - 2 2 1 1 - 6 .... Leptospirose icterohemorrágica - - 1 - - - 1 .... Leptospirose não especificada - 2 1 1 1 - 5 .. Outras febre p/arbovírus e febre - 2 3 - - - 5 .... Dengue [dengue clássico] - 2 2 - - - 4 .... Febre hemorrágica devida ao - - 1 - - - 1 01 Algumas doenças infecciosas e parasitárias infecciosapresumíveis .. Outras doenças infecciosas intestinais hemorrágica p/vírus vírus da dengue 499 .. Outras hepatites virais - - 1 - - - 1 .. Micoses 1 - 1 1 - 1 4 .. Malária - - - - - 1 1 .... Malária não especificada - - - - - 1 1 .. Leishmaniose - 1 1 - - - 2 .... Leishmaniose cutânea - 1 - - - - 1 .... Leishmaniose não especificada - - 1 - - - 1 .. Outras helmintíases - - - 1 - - 1 Total 1 21 24 41 24 8 119 Fonte: DATASUS, 2014. 13.4 PROGRAMAS EXISTENTES RELACIONADOS À SAÚDE DE SANEAMENTO Os programas existentes no município de Venda Nova do Imigrante estão previstas e regulamentadas pela Lei 843 de 28 de outubro de 2009, que institui o Código de Saúde do Município de Venda Nova do Imigrante. De acordo com o código, entende-se por Vigilância em Saúde as ações de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância em Saúde Ambiental e Vigilância em Saúde do Trabalhador. 500 13.4.1 Vigilância sanitária As ações da Vigilância Sanitária, incluem um conjunto de medidas capazes de eliminar, diminuir e prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, inclusive o do trabalho, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde (VENDA NOVA DO IMIGRANTE, 2009). De acordo com o Plano, a programação das ações no município é planejada anualmente, onde são descritas suas metas, objetivos, resultados esperados, os recursos financeiros necessários e a equipe e parcerias para a sua execução. O campo de atuação da Vigilância Sanitária do município é amplo, com ações de fiscalização nos estabelecimentos do município por área de interesse e eixo estruturante (serviços de baixa complexidade) e estratégico (serviços de média e alta complexidade). Segue apresentado na tabela abaixo: Tabela13.5– Consolidado dos estabelecimentos por área de interesse e eixo estratégico e estruturante, 2013. ESTRUTURANTE ESTRATÉGICO Grupo I Grupo II e III Serviço de Alimentação 237 50 Serviços de Saúde 173 52 Serviços de Interesse à Saúde 10 - Total 420 102 ÁREA Fonte: Plano Municipal de Saúde de Venda Nova do Imigrante 2010-2013. 501 13.4.2 Vigilância epidemiológica A vigilância epidemiológica abrange um conjunto de atividades que visa o conhecimento, detecção e prevenção dos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e coletiva, com a medida de recomendar medidas de prevenção para o controle de doenças. A vigilância epidemiológica do município atende as rotinas estabelecidas pela Secretaria Estadual de Saúde. Atua na notificação de agravos e doenças de notificação compulsória em hospitais, laboratórios e Unidades de Saúde municipais, de acordo com as orientações estabelecidas na Portaria do Ministério da Saúde nº 1.271/2014 (BRASIL, 2014). 13.4.3 Vigilância em saúde ambiental A Vigilância em Saúde Ambiental compreende as ações que tem relação com a saúde e meio ambiente. Refere-se ao conjunto de medidas das vigilâncias sanitária e epidemiológica, incluindo ações especificas de prevenção e controle de zoonoses e enfermidades transmitidas por vetores, bem como agravos oriundos de outras formas de poluição do meio ambiente, que serão exercidas em articulação com outros setores locais, incluindo os do saneamento básico, planejamento urbano, obras públicas e meio ambiente. A vigilância ambiental de Venda Nova do Imigrante, está composta por 7 agentes de endemias, 1 agente que realiza análises laboratoriais e 1 supervisor de endemias. 13.4.4 Vigilância em saúde do trabalhador As ações da Vigilância em Saúde do Trabalhador, refere-se ao conjunto de atividades que se destina à promoção e proteção à saúde dos trabalhadores submetidos aos 502 riscos e agravos provenientes do ambiente, das condições de trabalho e de atividades potencialmente nocivas à saúde. A vigilância em Saúde do Trabalhador está prevista por meio da Lei 843/2009 para o município de Venda Nova do Imigrante, entretanto, ainda está em fase de implantação, embora já sejam realizadas algumas ações de caráter principalmente educativo. 13.5 CAPACIDADE INSTALADA DA REDE DO MUNICÍPIO E OUTROS SERVIÇOS O município de Venda Nova do Imigrante conta com 10 estabelecimentos de saúde, sendo 7 Unidades básicas de saúde, 1 Hospital Geral Filantrópico, e 2 Laboratórios privados, conforme segue apresentado abaixo. Tabela13.6– Quadro de estabelecimentos municipais de saúde públicos e privados conveniados ao SUS. PROFISSIONAIS DE CNES ESTABELECIMENTO TIPO 2403358 US de Venda Nova Público 39* 2466228 US de Vargem Grande Público 24* 2466260 US de São João de Viçosa Público 29* 2466198 US de São Roque Público 01 * 2466236 US de Alto Caxixe Público 28* 6845738 US Minete I e II Público 47* SAÚDE 503 6845711 US Vila da Mata Público 34* 2403331 Hospital Padre Máximo Filantrópico 68* 2677946 Laboratório Diagcenter Privado 7* Privado 02* 7015372 Laboratório de Análises Clinicas Ltda - LACEN *- As informações sobre o quantitativo de profissionais por categoria profissional e por especialidades encontram-se no Anexo 5. Fonte: CNES, 2014; Venda Nova do Imigrante, 2013. 13.6 ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA A Estratégia Saúde da Família (ESF) é caracterizada como uma equipe multiprofissional composta por no mínimo: um médico, um enfermeiro, um auxiliar ou técnico de enfermagem, e 6 agentes comunitários de saúde (ACS). Considerando a proposta de uma equipe com profissionais variados, a ESF pode possuir profissionais de saúde bucal como cirurgião dentista geral, ou auxiliar/técnico em Saúde Bucal (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2014). O número de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) deve cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por agente e de 12 agentes por equipe, não ultrapassando o limite máximo recomendado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). Cada equipe de ESF é responsável pelo acompanhamento de, no máximo, 4.000 pessoas de uma determinada área, que passam a ter responsabilidade no cuidado com a saúde dessa população (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2014). De acordo com o Plano Municipal de Saúde, o município conta com 6 equipes de ESF, com cobertura de 100%, sendo cada equipe composta por 6 médicos, 6 enfermeiros, 504 5 odontólogos, 6 auxiliares de enfermagem, 5 auxiliares de odontologia e 51 agentes comunitários de saúde. Todas as equipes possuem veículo para realizar os trabalhos em seus territórios sanitários. Os ACS possuem bicicletas, disponibilizadas pela Secretaria de Saúde, para realizarem suas visitas domiciliares. As equipes de ESF estão situadas nas unidades de saúde dos distritos de São João de Viçosa, Vargem Grande, Alto Caxixe, Minete (02 equipes) e Vila da Mata. 13.7 APLICAÇÃO NA SAÚDE A Emenda Constitucional n. 29, de 13/9/2000.Altera os Artigos 34,35, 156,160, 167 e 198 da Constituição Federal e acrescenta artigo ao Ato das Disposições Transitórias, para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde (BRASIL,2000). A aprovação da Emenda Constitucional nº 29 (EC-29) em 2000 determinou a vinculação de percentuais mínimos de recursos orçamentários que a União, Estados, Distrito Federal e municípios seriam obrigados a aplicar em ações e serviços públicos de saúde (CAMPELLI,2007). A EC-29, ou Emenda Constitucional da Saúde, foi criada com o objetivo de evitar a repetição dos problemas que comprometeram o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) nos anos 90 (CAMPELLI,2007). A Lei Complementar nº 141/2012 do Governo Federal define que os estados deverão aplicar no mínimo 12% de seu orçamento na saúde, já os municípios deverão aplicar no mínimo 15% (Brasil, 2012). O Município de Venda Nova do Imigrante, em seu relatório de gestão 2013, informou a participação da receita própria aplicada em Saúde conforme a EC 29/2000 e a Lei 505 Complementar nº 141/2012 foi de 20,89%, sendo superior ao preconizado na legislação. 13.8 DESPESA PER CAPITA O município de Venda Nova do Imigrante, em seu relatório de gestão 2013, apresentou despesa total com Saúde, sob a responsabilidade do Município, por habitante de R$588,57. 13.9 TIPO DE GESTÃO O município de Venda Nova do Imigrante é Gestão Plena do Sistema Único de Saúde, e integra a Região Metropolitana de Saúde, definida através do Plano Diretor de Regionalização da Saúde do Espírito Santo (2011). 13.10 REFERÊNCIAS BRASIL,Emenda Constitucional n. 29, de 13/9/2000. Disponível em <<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm>> Acesso no dia 18/07/2014. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. BRASIL, Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública, Portaria nº 1.271, de 06 de junho de 2014. Ministério da Saúde, Brasília. 2014. CAMPELLI, M. G. R.; CALVO, M. C. M.O cumprimento da Emenda Constitucional nº. 29 no Brasil.Cadernos de Saúde Pública (FIOCRUZ), v. 23, p. 1613-1623, 2007. 506 CAZELLI,W.DE M.; Interfaces da atenção básica à saúde e o saneamento básico no estado do Espírito Santo nos anos de 2001, 2006 e 2011. [Dissertação de Mestrado]. Vitória, Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal do Espírito Santo, 2013. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO ESPÍRITO SANTO - SESA. Plano Diretor de Regionalização da Saúde Espírito Santo – 2011. Vitória. 2011. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE Cidades 2010. Brasília, 2010. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 01 de agosto de 2014. INSTITUTO JONES DOS SANTOS NEVES–IJSN. Disponível em: http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/. Acesso em: 01 de agosto de 2014. MÉDICI, A. O Índice de Desempenho do SUS (IDSUS). Disponível em: http://www.idisa.org.br/site/documento_7234_0_o-indice-de-desempenho-do-sus(idsus)-(*).html. Acesso em 17 de jul de 2014. VENDA NOVA DO IMIGRANTE. Plano Municipal de Saneamento Básico 20142017. Secretaria Municipal de Saúde, 2013. CADASTRO NACIONAL DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE – CNES. Ministério da Saúde. Disponível em: http://cnes.datasus.gov.br/. Acesso em 25 de agosto de 2014. SISTEMA DE APOIO AO RELATÓRIO DE GESTÃO – SARGSUS. Ministério da Saúde. Disponível em: ......Acesso em 20 de agosto de 2014. DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – DATASUS. Ministério da Saúde. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/datasus. Acesso em: 23 de agosto de 2014. SALA DE APOIO A GESTÃO ESTRATÉGICA DO SUS. Ministério da Saúde. Disponível em: http://189.28.128.178/sage/. Acesso em: 01 de agosto de 2014. 507 PAES, N. A.; SILVA, L. A. A. Doenças infecciosas e parasitárias no Brasil: uma década de transição. Revista Panamerica de Salud Publica, v. 6, n. 2, 1999. PEREIRA, SHEILA DUARTE. Conceitos e Definições em Epidemiologia importantes para Vigilância Sanitária. Revisão Bibliográfica e Organização de Sheila Duarte Pereira. São Paulo, março de 2007.Disponível em <http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/epid_visa.pdf> acesso em 2 de Agosto de 2014 COSTA, A. M. et al. Classificação das doenças relacionadas a um saneamento ambiental inadequado (DRSAI) e os sistemas de informações em saúde no Brasil: Possibilidades e limitações de analise epidemiológica em saúde ambiental. In: XXVIII Congresso Interamericano de IngeniriaSanitaria y Ambiental, Cancum, México, 2002. BOING, A. F.; BOING, A. C. Mortalidade infantil por causas evitáveis no Brasil: um estudo ecológico no período de 2000-2002. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 447-455, 2008. SABTOS, H. H. et al. Mortalidade infantil no Brasil: uma revisão de literatura antes e após a implantação do Sistema Único de Saúde. Pediatria, São Paulo, v. 32, n. 2, p. 131-143, 2010. TEIXEIRA, J. C. et al. Estudo do impacto das deficiências de saneamento básico sobre a saúde pública no Brasil no período de 2001 a 2009. Engenharia Sanitária Ambiental, v. 19, n. 1, p. 87-96, 2014. 508 14 DIAGNÓSTICO DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO A primeira etapa de levantamentos de dados consistiu em uma organização de informações secundárias, através de sites de organizações governamentais, trabalhos acadêmicos e demais instituições de pesquisa. Nesta etapa, buscava-se a organização de informações que subsidiassem o entendimento da forma de distribuição da população sobre o território municipal com destaques para as áreas de precariedade e áreas ambientalmente frágeis. Na segunda etapa foi realizada uma consulta ao corpo técnico da Prefeitura Municipal, através da aplicação de um questionário estruturado com perguntas abertas que objetivava validar e complementar os dados previamente colhidos (ver estrutura do questionário noAnexo 6). Em eventuais casos foram realizados levantamentos de campo que embora não tivessem previstos no Plano de Trabalho, tornaram-se necessários para melhor compreendimento do território em estudo.7 14.1 MARCO REGULATÓRIO Para a elaboração deste relatório foram analisadas algumas legislações municipais que regulamentam as questões territoriais, dentre elas: Código de Obras – Lei nº 070/90 Lei de Parcelamento de Solo – Lei nº 099/91 Plano Diretor Urbano – Lei nº 557/2002, atualmente o município está revisando o PDU. Código Municipal de Meio Ambiente– Lei nº 841/2009 Criação de Zona de Especial Interesse Social - Lei nº 781/2008 Leis de Perímetro Urbano: Lei nº 1.122/2014, Lei nº 1.121/2014 e Lei nº 1.132/2014. 509 7 O levantamento de campo em Venda Nova do imigrante está previsto para o mês de setembro de 2014. Com exceção das leis de alteração do perímetro urbano, todos os anexos onde contem imagens e mapeamentos não estão disponíveis no arquivo da Câmara Municipal, porém embora tenham sido disponibilizados pela Prefeitura esta consultoria ainda não teve acesso. Adotou-se, portanto uma análise que aborda dois critérios avaliativos, sendo: a) Estrutura básica e redação da lei: que deve abordar a forma de apresentação do assunto, as normas nela aplicadas e as medidas para sua implementação; b) Consolidação das Leis: abordando a integração ou complementação relacionada a outras legislações que ditem sobre o mesmo tema, ou tema semelhante. Cabe reforçar que aspectos específicos da aplicabilidade da legislação poderão ser novamente avaliados quando da abordagem do tema. 14.1.1 Código de Obras – Lei nº 070/90 Aprovado em 20 de dezembro de 1990, sofreu duas alterações com as Leis nº 85/1991 e nº 151/1993. Chama atenção para o tempo de existência da legislação, principalmente pela não revisão em data posterior à aprovação do PDU. De forma geral aborda os seguintestemas necessários a esta legislação: A forma e responsabilidade de aprovação dos projetos de edificações; O processo de aprovação e licenciamento da obra; Os elementos mínimos para edificações: compartimentos, ventilação e insolação; Dos índices urbanísticos: taxa de ocupação, afastamentos e gabaritos Mobilidade e acessibilidade no tratamento dos passeios públicos (Art. 112 a 114) 510 Usos específicos: industrial, comércio, serviço e atividades profissionais, estabelecimentos hospitalares e laboratórios, postos de gasolina, estabelecimentos de ensino e edifícios públicos, áreas de estacionamento, entre outros. 14.1.2 Lei de Parcelamento de Solo – Lei nº 099/91 Aprovado em 09 de dezembro de 1990, não sofreu alterações ou revogação nem mesmo com a aprovação do PDU. Art. 55 O parcelamento do solo urbano, no Município de Venda Nova do Imigrante rege-se por esta Lei, observadas as disposições da Lei Federal n.º 6.766 de 19 de dezembro de 1979 e da lei Federal n.º 9.785 de 29 de janeiro de 1999. (Lei Complementar nº 557/2002). Cabe ressaltar a existência de leis federal e estadual que legislam sobre o mesmo tema e que, portanto, esta legislação municipal não pode ser menos restritiva em qualquer questão. Chama atenção a não previsão de órgão fiscalizador, ou seja, a lei prevê a fiscalização, mas não responsabiliza a que Secretaria Municipal ou Órgão esta estará submetida. De forma geral aborda os seguintes temas necessários a esta legislação: Definição e tipologias de parcelamento do solo: desmembramento e loteamentos (residencial, industrial, de urbanização específica, destinado a conjuntos habitacionais de interesse social); Requisitos urbanísticos para o loteamento: área mínima parcelável, destinação pública, áreas não edificáveis, sistema de circulação, entre outros; Áreas de Preservação Permanente; Instituição e regramento de condomínios por unidades autônomas; Processo de aprovação de loteamentos e desmembramentos; Fiscalização, notificação e vistoria. 511 14.1.3 Plano Diretor Municipal – Lei nº 557/2002 Aprovado em 23 de dezembro de 2002, sofreu diversas alterações sendo: Lei nº 579/2003, Lei nº 640/2005, Lei nº 718/2007, Lei nº 985/2011, Lei nº 1.019/2012, Lei nº 1.023/2012. De forma geral aborda os seguintes temas necessários a esta legislação: A instituição do Conselho Municipal do Plano Diretor Urbano; Do Uso e Ocupação do Solo urbano e rural; Do Parcelamento do Solo; Definições de índices urbanísticos: quadro de índices urbanísticos, Zoneamento urbano, quadro de estacionamentos, quadro de usos e atividades, quadro de parcelamento, quadro de hierarquização viária, vias existentes e projetadas, categorias de usos. 14.1.4 Código Municipal de Meio Ambiente– Lei nº 841/2009 Aprovado em 09 de outubro de 2009, até a presente data não sofreu alterações. De forma geral aborda os seguintes temas necessários a esta legislação: Conceitos e definições para entendimento da lei; Instrumentos da política do Meio Ambiente: criação de fundo municipal, Plano de Preservação e Restauração, Sistema de Unidades de Conservação (SMUC), o Zoneamento Ecológico, Cadastro Técnico Rural e o Sistema Municipal de Informações Ambientais,entre outros. Da gestão dos recursos naturais e da qualidade ambiental. 512 14.1.5 Criação de Zona de Especial Interesse Social - Lei nº 781/2008 Aprovado em 21 de julho de 2008, até a presente data não sofreu alterações. Trata-se da criação de uma Zona de Especial Interesse Social no bairro São Pedro, no Distrito Sede. A legislação foi criada com intuito de regularização fundiária da região. Cabe reforçar que a criação de um zoneamento urbano deve ser incorporada ao Plano Diretor Urbano, o que não foi o caso. A legislação não menciona em nenhum momento a alteração do zoneamento do PDU, nem tampouco regulamenta índices urbanísticos específicos para a região. 14.1.6 Leis de Perímetro Urbano: Lei nº 1.122/2014, Lei nº 1.121/2014 e Lei nº 1.132/2014. Lei nº 1.121, de 17 de março de 2014: institui o novo perímetro urbano do Distrito de São João de Viçosa, Ilha Urbana de Camargo e Ilha Urbana de Viçosinha. Lei nº 1122, de 17 de março de 2014: institui o novo perímetro urbano do Distrito de Alto Caxixe e as Ilhas Urbanas de São José de Alto Viçosa, Chácaras Califórnia, e Braço do Sul. Lei nº 1.132, de 30 de abril de 2014: institui o novo perímetro urbano do Distrito da Sede do Município de Venda Nova do Imigrante e as ilhas urbanas de Vargem Grande e Brambila. 513 15 DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL A Lei n° 11.445/2007, que define as diretrizes nacionais para o saneamento básico, estabelece a educação ambiental como estratégia permanentede fortalecimento da participação e do controle social desta política, em seu artigo 49º no inciso XII, a mesma sugere “promover educação ambiental voltada para a economia de água pelos usuários.”, dentre outros aspectos técnicos e políticos relevantes previstos na legislação nacional, como na lei nº 9.795 / 1999, em seu art. 1º que preconiza que a educação ambiental compreende Processos por meio dos quais, o indivíduo e a coletividade, constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências, voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999, s/p) Deste modo, a educação ambiental se insere como elemento estratégico no conjunto da Política de Saneamento Básico e Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Os motivos são pertinentes, uma vez que a questão do saneamento tem como condicionante central a relação direta com componentes naturais e sociais, bem como o modo de produção e de reprodução da vida que estruturam e viabilizam as relações nos espaços urbanos e rurais. Daí, consta no desenvolvimento do Plano Municipal de Saneamento Básico de VNI e substanciam este documento, os seguintes objetivos específicos: - Levantar as políticas públicas e programas sociais em educação ambiental em saneamento que possam potencializar as ações desenvolvidas na comunidade - Mapear as informações gerais da organização social, grupos sociais que atuam na área ambiental e; - Captar as formas de percepção da população em relação à saúde, ao saneamento e ao ambiente. 514 Tais objetivos se apresentam aqui como parte da 2ª etapa de elaboração do PMSB, desenvolvido por parte da equipe de mobilização social e sua coordenação, realizados nesta fase diagnóstica por meio do levantamento de dados secundários disponibilizados pela PMVNI e abordagem grupal incluída no rol de questões presentes na reunião com a população durante a Mobilização Social 1. O relatório está dividido em 03 itens, a saber: Os aspectos teórico-metodológicos da questão da educação ambiental na área de saneamento básico; as ações desenvolvidas no âmbito governamental e da sociedade civil e por fim, as percepções da população em relação à questão da educação ambiental no município. Por fim, as considerações gerais indicativas para a fase prognóstica deste Plano. 15.1 ASPECTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL A implementação do Programa Nacional de Educação Ambiental e a Mobilização Social em Saneamento surgem como um dos desafios estratégicos de mudar a realidade das ações de Educação Ambiental em saneamento, de forma que elas sejam continuadas, permanentes e transformadoras do atual panorama dos investimentos desenvolvidos. Os documentos oficiais da FUNASA e do Ministério das Cidades, bem como os estudos na área de meio ambiente, saúde coletiva e educação relacionados ao saneamento básico, reforçam que uma vez seja estabelecido um padrão de vínculo entre os vértices que representam as diversas políticas e passe a existir uma dinâmica criativa, construtiva, de parceria e cooperação a favor do saneamento básico entre as diferentes áreas de gestão das cidades. Esta integração se coloca como potencialidade real para a efetivação da complementaridade entre os setores, planos e ações, tendo como elo a educação 515 ambiental e como combustível a participação social qualificada e permanente na área do saneamento. Estas práticas podem representar um avanço na efetividade desta política pública em seu caráter universal, democrático e emancipatório. Deste modo, aintegração água - saúde -meio ambiente - educação ambiental -saneamento básico - direito à cidade, funciona como uma mudança de percurso do roteiro de vulnerabilidade que leva à crise e à insustentabilidade, para abertura de novo caminho, de alcance de imunidade e do desejado cenário de sustentabilidade(CHRISTOFIDIS, 2009) Os princípios básicos da PNEA - Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.795 / 1999), são: I. o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II. a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; III. o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV. a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; V. a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI. a permanente avaliação crítica do processo educativo; VII. a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais e globais; e VIII. o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. Ao se articular a educação ambiental ao saneamento básico, numa perspectiva crítica dos processos de desenvolvimento e gestão do urbano, tem-se um olhar mais amplo, e se bem internalizados e compreendidos, podem ser enriquecidos e complementados permanentemente pelos diferentes sujeitos que compõem a cidade. Deste modo, as 516 ações ganham aspectos que articulam a totalidade, a integralidade, a participação dos sujeitos e a visão mais ampla dos aspectos que envolvem sociedade e meio ambiente, como unidades indissolúveis, apesar de seus inúmeros aspectos contraditórios gerados no modo de produção industrial capitalista, que tende a fragmentar e cindir esta noção totalizante. Nesta direção, Loureiro (2011) afirma que A educação ambiental é uma práxis educativa e social que tem por finalidade a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes que possibilitem o entendimento da realidade de vida e a atuação lúcida e responsável de atores sociais individuais e coletivos no ambiente. Nesse sentido, contribui para a tentativa de implementação de um padrão civilizacional e societário distinto do vigente, pautado numa nova ética da relação sociedade-natureza. Dessa forma, para a real transformação do quadro de crise estrutural e conjuntural em que vivemos. A educação ambiental, por definição, é elemento estratégico na formação de ampla consciência crítica das relações sociais e de produção que situam a inserção humana na natureza. (LOUREIRO, 2011, p. 73) Este autor reforça a ideia de que a educação ambiental ganha um contorno emancipatório, na medida em que se expandem dos espaços restritos à educação formal e do seu caráter instrumental, técnico e individual; e se amplia para o exercício constante de reflexão e práticas em ambientes formais e não formais no âmbito do Estado e da sociedade em geral, a partir de problematizações e das contradições e impactos gerados pela forma de organização da produção que tende à dilapidação dos recursos naturais e humanos com objetivos e interesses hegemônicos de sustentação à lucratividade do capital em detrimento da existência da natureza preservada e sustentabilidade da vida humana no conjunto das cidades. O aumento das “liberdades individuais” para o consumo e aumento da produção, criam uma sociabilidade voltada ao indivíduo e a noção de liberdade se restringe ao consumo e acesso que este pode lhes garantir, a prática é a da produção de excedentes e de desperdícios. O desdobramento do capitalismo mundializado, coloca 517 na escala global um padrão de insustentabilidade. Logo, capitalismo no estágio atual das forças produtivas e sustentabilidade, são incompatíveis em sua essência. “Por isso, a ação educativa ambientalista, sem as devidas orientações políticas e teóricas, perde seu efeito transformador, por mais ricas que sejam as propostas metodológicas e práticas” (Loureiro, 2011, p. 82), quando apresentadas de forma isoladas do conjunto de processos decisórios dos rumos de uma cidade. Sinteticamente, as estratégias locais e regionais, precisam levar em conta a dinâmica e o desenho do desenvolvimento das forças produtivas em curso e poder criar estratégias de democracia local que consiga não somente acompanhar de forma subordinada os processos externos que podem impactar no meio ambiente, mas intervir na crise socioambiental que nos encontramos, podendo agir nas determinações sociais geradoras deste possível colapso ambiental, por meio de uma democracia local fortalecida pelo processos e práticas de organização política e social de preservação das localidades, seus recursos e identidades. Nesta direção, Meszáros (2007) insta Pois sustentabilidade significa estar realmente no controle dos processos sociais, econômicos, e culturais vitais, pelos quais os seres humanos não apenas sobrevivem, mas também encontram realização, de acordo com os desígnios que estabeleceram para si mesmos, ao invés de ficarem à mercê de forças naturais imprevisíveis e determinações socioeconômicas quase naturais. (p. 190) Portanto, é possível inferir que a educação ambiental, possui um leque de abordagens que seguem desde as mais instrumentais de caráter positivista de gestão dos problemas ambientais e ações imediatistas para a sua contenção dos aspectos mais aparentes do fenômeno de destruição ambiental, até aquelas mais críticas, que evidenciam a dimensão de totalidade e a indissociabilidade da relação humano e natureza, mediadas pela forma trabalho e transformações ocorridas através dos diferentes modos de produção. Esta última, se coloca como potencialmente radical no 518 sentido de apresentar as contradições e insuficiência das repostas imediatistas dos acordos multilaterais propostos pelos Organismos Internacionais (ONU, Banco Mundial, OMS, dentre outros) e as sucessivas propostas fracassadas de se estabelecer no plano global medidas que ultrapassem as contingências, sem conseguir avançar de fato, para um modelo de sustentabilidade no sistema de produção desigual do capitalismo em escala ampliada. Os indicadores ambientais de esgotamento deste modelo já se mostram suficientemente claros para a urgência que temos de processos de transformação neste padrão de sociabilidade. Nestes termos, a educação ambiental tem como objetivo a formação de uma consciência crítica, do ponto de vista ambiental, posto que seja capaz de, criticamente, compreender a desigualdade social, a padronização cultural e o fetichismo da política como dimensões de uma mesma totalidade complexa. (SILVA, 2010, p. 138) Diante deste quadro, trazer o diagnóstico e futuras proposições para a educação ambiental em um município, de forma articulada ao contexto social, político e econômico do desenvolvimento e sua direção no cenário local e estadual, é promover o diálogo crítico e ampliado com todos os setores da sociedade que se pretendem planejar o futuro em relação à questão do saneamento e suas interfaces com as demais políticas públicas. 15.2 PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO 15.2.1 Projetos desenvolvidos pela Municipalidade De acordo com o Plano Municipal de Resíduos Sólidos do município (PMVNI, 2014), ressaltam-se os objetivos da Política Nacional de Resíduos, que tem como um de seus eixos a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. O cumprimento desse objetivo dependerá, em parte, do comportamento da sociedade. 519 Nesse sentido, o desenvolvimento de programas de educação ambiental, serão essenciais para a contribuição no processo de construção de valores, hábitos e atitudes voltadas para a conservação do meio ambiente. Nas escolas, a educação ambiental deve ser um componente essencial e permanente da educação, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. No ano de 2010, o município se tornou parceiro do Projeto ECOAR – Escola, Comunidade, Ambiente e Responsabilidade, uma proposta do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - IEMA - para fortalecimento da educação ambiental no Estado. Através desse projeto, foi implantado o “Grupo de Sustentabilidade” que integra profissionais das secretarias de meio ambiente, saúde e educação com a missão de apoiar e estimular as três escolas que participam do Projeto (EMEIEF Pindobas, EMEIEF Caxixe e EMEF Atílio Pizzol) a desenvolverem ações com o foco na conservação ambiental. O Projeto oferece, dentre outras atividades, capacitações, oficinas e seminários que proporcionam a formação e a troca de experiências entre os profissionais dos municípios parceiros. A partir do Projeto ECOAR, as três escolas passaram a desenvolver trabalhos na temática dos resíduos sólidos e a receber resíduos secos das famílias dos alunos para serem encaminhados para reciclagem. A EMEIEF Pindobas, além de receber os recicláveis, implantou um projeto de horta vertical visando o reaproveitamento dos resíduos orgânicos resultantes da merenda escolar. A ideia do projeto surgiu a partir da vivência de práticas desenvolvidas no Centro de Desenvolvimento Sustentável Guaçu-virá (CDS Guaçu-virá). Em parceria com o Grupo de Sustentabilidade e com um produtor rural parceiro da escola que cedeu um espaço em sua propriedade para a execução do projeto. O CDS Guaçu-virá é um importante pólo de educação ambiental localizado no município. Constituído em 1996, abrange uma área de 10 alqueires, sendo 04 de mata atlântica. Situado na localidade de São José do Alto Viçosa, o CDS desenvolve 520 capacitação profissional e programas de educação ambiental, além de projetos como agricultura vertical, horta orgânica, pátio de compostagem, minhocário e reatores biológicos. O local destaca-se como um importante pólo de disseminação de práticas de sustentabilidade aplicadas à realidade local, principalmente na gestão de resíduos sólidos. Para alcançar os objetivos da PNRS, a educação ambiental deve atravessar os muros das escolas e abordar toda a população do município, seja através de iniciativas do Poder Público, de empresas privadas, de igrejas ou de meios de comunicação. No que se refere às ações em educação ambiental no ambiente escolar, constatouse que a Escola de Ensino Infantil e Ensino Fundamental de Pindobas existem ações ainda remanescentes do projeto ECOAR do IEMA, voltadas ao reaproveitamento dos resíduos da cozinha da escola em uma estufa de uma propriedade particular, cedida pelo proprietário, onde é cultivado morango, alface, entre outros, de forma orgânica. Neste mesmo espaço, é também é feita a compostagem das sobras dos resíduos da cozinha da escola e a manutenção de um minhocário no local para produção de adubo orgânico, reaproveitado no próprio projeto. Tudo isso é gerenciado por técnicos da secretaria de meio ambiente, juntamente com técnicos e os alunos da escola. Segue abaixo algumas fotografias do projeto. 521 Figura 15.1 - Forma de acondicionamento e cultivo de hortaliças na escola de Pindobas. Fonte: Autoria própria. Figura 15.2 - Cultivo de morango orgânico e Minhocário na escola de Pindobas. Fonte: Autoria própria. 522 Figura 15.3 - Compostagem na escola de Pindobas. Fonte: Autoria própria. Na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Fioravante Caliman, foi identificado um projeto para que os resíduos do refeitório passem pelo processo de compostagem e posteriormente sejam usados em uma horta, na própria área da escola, que já está sendo preparada para a sua execução. Segue abaixo as fotos da preparação da horta na escola acima citada: Figura 15.4 - Preparação do terreno para horta na escola Fioravante Caliman. Fonte: Autoria própria. 523 • Projeto 4 L’s: Liberal Libera o Lixo Legal O projeto foi desenvolvido na EEEF Liberal Zandonadi pela diretora Eliete Jubini Machado. Iniciou nos anos de 2008 e 2009 como de Agenda Ambiental, onde havia determinado um dia para os alunos levarem os materiais para as escolas. Apesar do sucesso, o projeto precisou sofrer algumas melhorias para ampliar o projeto e resolver alguns desafios, dentre eles, a contagem dos materiais coletados por cada aluno para promover a premiação. Dessa forma foi elaborada uma cartilha informativa, onde contém informações ambientais e uma área para marcação da quantidade de material proveniente dos alunos. A ideia da cartilha é funcionar como um álbum de figurinhas, onde a cada quantidade de resíduo entregue a escola, o aluno recebe um carimbo. (OLIVEIRA e ASSIS, 2013) Nesse projeto tem a participação ativa dos alunos, pais e servidores e premiação para cada categoria (alunos e profissional) e além de sensibilizar a comunidade, traz de forma lúdica o compromisso com o meio ambiente, as atitudes sustentáveis e responsabilidade social. E com os recursos da venda dos resíduos são adquiridos materiais para escolas, aulas de reforço e de música. De acordo com o estudo desenvolvido pelo SEBRAE no município (OLIVEIRA e ASSIS, 2013), atualmente uma das dificuldades que a instituição tem enfrentado é a falta de regularidade da coleta pela empresa. Mas vem sendo buscado alternativas para mudança dessa situação. O projeto teve repercussão no município em que outras escolas também iniciaram a implantação do projeto, entretanto ainda não se estabilizou. Uma da proposta para educação nas escolas, é que haja ampliação do projeto em todas as escolas e no município: Projeto Minha Escola Libera o Lixo Legal e Projeto Venda Nova Libera o Lixo Legal, com parcerias entre instituições. A iniciativa privada também pode desempenhar um ótimo papel na educação ambiental, como a empresa 524 Tetra Pak que oferece cursos de capacitação para professores, com disponibilização de Kit de educação ambiental para professores e alunos, com material que orienta o professor integrar os assuntos em sua disciplina. (OLIVEIRA e ASSIS, 2013) Cabe destacar ainda que o IFES do município também tem um programa interno de coleta seletiva, cujos detalhes não foram disponibilizados para este diagnóstico. 15.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SAÚDE A atenção primária à saúde, através do programa Estratégia Saúde da Família, proporciona cenários e oportunidades privilegiados para a abordagem de questões ambientais, através do vínculo já estabelecido com a comunidade. Essa equipe exerce um papel importante no diagnóstico de sua área de abrangência que pode colocar em evidência os problemas encontrados nas localidades e contribuir para o direcionamento do planejamento das ações de educação ambiental. O município atualmente conta com 06 (seis) equipes do programa Estratégia Saúde da Família. Outros agentes que atuam em contato direto com a comunidade, possibilitando a formação de agentes ambientais são os Agentes de Combate às endemias. Atualmente, existem 08 (oito) agentes atuando no município. 15.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ASSITÊNCIA SOCIAL E TRABALHO E RENDA • Projeto Semear Segundo Oliveira e Assis (2013) trata-se de uma ação da Secretaria de Ação Social para atender as crianças das comunidades nos turnos em que não estão nas escolas. Atualmente possui suas estruturas físicas localizadas nas comunidades de São João de Viçosa e São Roque. 525 São realizadas atividades educacionais, com intuito de trazer novas perspectivas de vida para as crianças, com inclusão de novos conceitos, responsabilidade social e ambiental. São oferecidos cursos de teatro, música, produção de produtos alimentícios e de reciclagem. O projeto possui uma instalação que conta com salas de aula, biblioteca, cozinha, refeitório, pátio, jardim com flores de garrafa pet, televisão e cozinha para promover o curso de panificação. Os produtos são fabricados através do reaproveitamento de resíduos sólidos confeccionados pelos alunos e instrutores, e são disponibilizados na loja da instituição para venda. Os recursos adquiridos retornam para os alunos e para o projeto. Além de utilizar o recurso para compra de material para as atividades, a instituição oferece apoio financeiro para os alunos com pagamento de alguns serviços básicos, como corte de cabelo. A instituição conta com o apoio da prefeitura para compra dos materiais, entretanto para motivar e incentivar os alunos, boa parte das móveis e instalações são reaproveitamento de materiais descartados pela comunidade, como peças de guarda-roupa, sofá velho, filtro de caminhão. O atual objetivo do projeto é ser autossustentável, de forma que atenda todas as crianças e comunidades através dos recursos provenientes da reciclagem e outras atividades. • Oficina Escola de Artesanato em Mármore e Granito Assim como o projeto Semear, Oficina Escola de Artesanato em Mármore e Granito é um projeto de iniciativa da Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Assistência Social, e possui o apoio do SEBRAE. O objetivo do projeto é promover e valorizar a cidadania de crianças e adolescentes. A oficina promove o reaproveitamento das sobras de granito de empresa da região para confecção de produtos personalizados, artesanato. 526 Em 2013 o projeto atendeu a 32 crianças, 16 para cada turno. (OLIVEIRA e ASSIS, 2013) 2.1.4. PROJETO COLETA SELETIVA PARA TODOS Este projeto tem o objetivo sensibilizar a população para o comprometimento na ampliação da coleta seletiva em todos os bairros distritos e comunidades do município, tendo em vista que o município já possui a coleta seletiva (binária – Resíduos Secos, Resíduos Úmidos) implantada em dois bairros, a saber: Vila da Mata e Providência. A população de VNI, inserida nestes bairros piloto, segrega estes materiais e dispõe nas portas de suas residências no dia da coleta. Nos anexos II e III são apresentados os mapas com os horários da coleta convencional e da coleta seletiva nos bairros e comunidade de Venda Nova do Imigrante. O município possui três empresas (apenas uma licenciada) no serviço de beneficiamento de resíduos sólidos (segregação, triagem, enfardamento e venda), que atuam como agentes no gerenciamento de resíduos sólidos (Classe I e Classe II). Próximo à região, nos municípios de Castelo e de Ibatiba existem duas Cooperativas de triagem. Os resíduos secos segregados na coleta seletiva em Venda Nova do Imigrante são destinados para o município de Castelo, todas as terças-feiras. De acordo com o volume coletada, é realizada duas viagens. 527 15.5 INICIATIVAS DA SOCIEDADE CIVIL EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 15.5.1 Centro de Desenvolvimento Sustentável Guaçu-Virá – CDS Guaçu-Virá Criado em 1993 pela associação de Amigos da Terra e oficializado em 1996, uma sociedade civil, sem fins lucrativos, cujo objetivo é promover o desenvolvimento sustentável. Abrange uma área de 10 alqueires, sendo quatro alqueires de Mata Atlântica. (PMVNI, 2014) O Centro trabalha ativamente, no estudo, pesquisa e desenvolvimento de praticas sustentáveis com uso de recursos naturais sem agredi-los, com equipamentos de baixo custo, construção simples utilizando materiais reciclados ou naturais disponíveis na região do empreendimento. Atualmente constitui um Centro de Desenvolvimento Sustentável onde por três anos, através de convênio, foi considerado como Pólo no Programa de Pólos de Educação Ambiental da Mata Atlântica do Estado do Espírito Santo, o CDS era utilizado como centro de apoio a todas as ações de educação ambiental do IEMA. (PMVNI, 2014) O Centro de Desenvolvimento Sustentável Guaçu-virá é um importante polo de educação ambiental localizado no município. Constituído em 1996, abrange uma área de 10 alqueires, sendo 04 de mata atlântica. Situado na localidade de São José do Alto Viçosa. O CDS desenvolve capacitação profissional e programas de educação ambiental, além de projetos como agricultura vertical, horta orgânica, pátio de compostagem, minhocário e reatores biológicos. O local destaca-se como um importante polo de disseminação de práticas de sustentabilidade aplicadas à realidade local, principalmente na gestão de resíduos sólidos.(PMVNI, 2014) Para o desenvolvimento de seus projetos o CDS possui alguns parceiros privados como a empresa Agrosabor Industrial Ltda (principal financiador) e outros como a 528 Samarco. Na área do CDS são encontrados alguns recursos naturais, atividades ecológicas, projetos e equipamentos alternativos. Tais como: • Trilha ecológica; • Massas alimentícias Nonna (Agrosabor Industrial Ltda); • Estação de tratamento de Efluente; • Minhocário; • Reatores Biológicos; • Desidratador Solar; • Agricultura Vertical; • Fazendinha; • Centro de Convivências; • Unidade Fotovoltaica; • Aquecedor Solar de Água; • Captação de Água; • Área em Processo de Reflorestamento; • Nascentes; • Fragmento em Regeneração; • Monjolo; • Fragmento de Mata Atlântica para pesquisa; • Horta Orgânica; • Alimentador Automático de Peixes; • Psicultura; 529 • Marcenaria; • Fogão Solar; • Refletor Termosolar; • Roda d' Água; • Córrego Vai-Vem; • Pátio de Compostagem A ideia do CDS Guaçu-virá é realizar o reaproveitamento de todos os resíduos gerados na instituição e na fábrica de massas alimentícias, bem como uso sustentável dos recursos naturais, energia renovável (hídrica e solar). Na Figura 5, apresenta graficamente o reaproveitamento do resíduo úmido gerado na cozinha do CDS e todos os subprodutos gerados a partir dos reatores biológicos, Minhocário, horta orgânica e agricultura vertical.(PMVNI, 2014) O CDS Guaçu-Virá é uma instituição de potencial para o município, podendo ser instituído como Polo Municipal de Educação Ambiental, para o desenvolvimento de cursos de capacitação para professores e profissionais, programas de educação ambiental para os alunos e comunidade, com demonstração de todos os recursos disponível no CDS, de forma a incentivar e mostrar que atitudes e hábitos sustentáveis são possíveis e além dos benefícios ambientais, sociais e econômicos alcançados. Em parceria com a CDS Guaçu-virá e PMVNI, um projeto piloto de compostagem pode ser elaborado de forma que atenda os bairros contemplados pela coleta seletiva (Vila de Mata e Providência). Bem como estruturar o curso de Compostagem já ministrado pelo CDS, de forma que atenda a comunidade e a incentive a implantar em suas residências para uso próprio. 530 15.5.2 Sitio Jabuticabeira Segundo o PMGRS (2014), trata-se de um exemplo da expansão do Guaçu-Virá, atualmente ele possui uma unidade demonstrativa para compostagem, agricultura vertical, Minhocário e biodigestor. Faz uso dos resíduos gerados na propriedade e é muito visita na semana do meio ambiente pelos alunos das escolas da região. Dessa forma também pode ser definido como outro Polo de Educação Ambiental Municipal para oferecer apoio às atividades do município. (PMVNI, 2014) Para sobrevivência dos projetos ambientais, o Guaçu-Virá e seus desdobramentos locais, contam com parcerias de instituições públicas e privadas interessadas em atividades direcionadas ao desenvolvimento de uma consciência sustentável. 15.5.3 Associação de Mulheres da Comunidade Bela Aurora É uma iniciativa da comunidade que se organizar em um grupo de mulheres para realização de atividades extras a tarefas do lar, com o objetivo de promover a valorização da mulher, aumentar a autoestima, o bem-estar da mulher. São realizadas atividades como palestras temáticas a saúde da mulher, atividades físicas, e o incentivo a atitudes sustentáveis. (PMVNI, 2014) Atualmente é a única comunidade de Venda Nova do Imigrante a ter a coleta seletiva. De acordo com a secretaria, os moradores segregam, e os resíduos secos são nas terças-feiras juntamente com os dos bairros providência e Vila da Mata. 15.6 PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO A PARTIR DAS QUESTÕES DA REUNIÃO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL DO PMSB 531 Diante da perspectiva teórico-metodológica até aqui destacada, de articulação entre educação ambiental e mobilização e participação social nas questões relacionadas ao meio ambiente e sua preservação no que se refere ao saneamento básico, destacamos as seguintes questões e respostas abordadas pela população na reunião participativa para o diagnóstico participativo realizado pela equipe de mobilização social do PMSB de VNI, estas respostas, servem como uma amostra da percepção geral da população em relação ao tema da educação ambiental e sua relação com a cidade. Abaixo, listamos as mais relevantes observações: A educação ambiental é parte da cultura da cidade? Quais as formas mais importantes para a população? Quem é responsável por elas? Existem poucas ações na Escola Pública Estadual. Já em relação ao Município, há projetos dentro da própria escola e ações com algumas iniciativas de turmas, percebese o apoio da prefeitura para algumas escolas (Ex de Pindobas). No âmbito da saúde na questão da dengue há mutirão de limpeza nas escolas. No IFES há articulação com a Secretaria de Meio ambiente e alunos, foi feito um trabalho de sensibilização com panfletagem, limpeza de rios. Na Escola L. Zandonade, também existe um projeto de coleta. A Secretaria de Saúde se manifestou alegando fazer ações de conscientização. Os presentes propuseram haver um projeto contínuo em todas as escolas, como parte do Projeto Político Pedagógico do município. Sobre a questão da destinação do esgoto: Indicaram que em todo o município deve ter residência que não está ligada à rede oficial, principalmente os domicílios mais antigos. 532 Os domicílios mais antigos, até mesmo na Sede lançam o esgoto residência e comercial diretamente na rede pluvial. Alegam que a questão cultural é muito forte, os moradores acham que não estão prejudicando também ao meio ambiente com esta prática. A questão é cultural e não financeira conforme relataram. Há lançamentos de esgotos provenientes de pocilgas, matadouros, granjas e outros semelhantes nos cursos d'água? Onde se localizam? Sim, há. Viçozinha, Lavrinhas, onde existem pocilgas e granjas em maior quantidade. Em áreas rurais há lançamento de agrotóxicos nos cursos d'água? Onde? Utilização indevida próximo aos rios, sim. Isso ocorre em todo município e em especial, destacou-se a Região do Caxixe. Sobre a destinação dos resíduos destacaram ainda: Que a prefeitura disponibilizou uma cartilha que informa os horários de coleta, mas ainda existe o registro de pessoas que colocam o lixo fora do horário. Mas no geral, a maioria respeita o horário. Relataram que sacolas de supermercado são colocadas nas ruas e nas calçadas. E quando colocadas fora do horário, os cachorros espalham o lixo pelas calçadas. O local de maior incidência é o Bairro Providência.Apresentaram ainda, que ocorre infelizmente, muita depredação das lixeiras. Sobre a questão da água: 533 Diante destes relatos de dificuldades da população em relação aos cuidados com o meio ambiente e à questão sanitária, constatou-se a importância de se priorizar a preservação das áreas dos mananciais e do Caxixe bem como as fontes de captação que hoje estão comprometidas. A educação ambiental foi apontada como uma das Prioridades para o PMSB, a saber indicaram: Investimento na Educação Ambiental como forma de subsidiar a construção, desde a tenra idade, da nova sociabilidade pautada nos princípios de sustentabilidade para com o meio ambiente. 15.7 CONSIDERAÇÕES GERAIS: O leque de possibilidades de ampliação e investimentos na área de educação ambiental encontra em Venda Nova um potencial subjacente que pode ser melhor articulado e potencializado para outras áreas do saneamento, a exemplo, a manutenção e preservação de recursos hídricos e seus mananciais, bem como ações de reflorestamento e preservação de parques, reservas e florestas. Pelo o que foi identificado no PMGRS(2014), em campo existem algumas ações sobre educação ambiental município, entretanto estas precisam ser potencializadas e divulgadas nas comunidades, de maneira que possa atingir maior público. Concordamos que as ações de educação ambiental devem ser realizadas de forma regular, frequente e dinâmica. Deste modo as parcerias são de grande importância para que haja continuidade e melhores resultados. As parcerias podem ser feitas entre as secretarias, escolas, Centro de Desenvolvimento Sustentável Guacu-Virá, o Sítio Jabuticabeira e outros órgãos como Instituto de Defesa Agropecuário e Florestal do Espírito Santo (IDAF) e Instituto 534 Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER). E ainda iniciativas da população organizada como as associações, exemplo a Associação d e Mulheres da Comunidade de Bela Aurora. E além dessas instituições, outras podem ser indicadas como potencias para o Programa de Educação Ambiental Municipal, como as iniciativas privadas. É interessante destacar que nas parcerias sejam delimitas as responsabilidades de cada parte, mas que haja o envolvimento e interação entre as atividades de todas as instituições. Entretanto, é necessário dinamizar no âmbito da Prefeitura a estruturação de programas de caráter permanente e com financiamento para estas ações como parte das políticas públicas, bem como, dinamizar instrumentos de incentivo às boas práticas de educação ambiental, comunicação com a população e a fiscalização mais efetiva das situações problema. Descrevemos abaixo as sugestões das possíveis atividades propostas no PMGRS (2014) que se afinam ao conjunto de medidas aqui arroladas no diagnóstico do PMSB (2014): • As Instituições de ensino são responsáveis pela educação sobre o meio ambiente, com atividades de ensino-aprendizagem. Como contextualização das disciplinas com o meio ambiente com transversalidade entre assuntos, realização de oficinas de reciclagem de papel, atividades com uso de materiais reutilizáveis, produção de sabão e detergente de óleo de cozinha e produção de adubo orgânico através da compostagem e ainda gincanas. • O Centro de Desenvolvimento Sustentável – Guacu-Virá, o Sitio Jabuticabeira, com as secretarias de turismo, INCAPER, IDAF são potenciais para o desenvolvimento de educação no meio ambiente. Através de cronograma planejado com atividades educativas e dinâmicas, como por exemplo, de visitas técnicas programadas em pontos estratégicos, em locais como na unidade demonstrativa de compostagem, horta vertical, Minhocário, agricultura orgânica, usina de triagem e compostagem, 535 empresa de reciclagem, trilha ecológica, caminhada ecológica, dentre outros pontos conhecidos no município. • De forma a aprimorar ações de educação ambiental, poderá ser firmada uma parceria, por meio de um convênio com o CDS Guaçu-Virá, instituindo-o como Polo de Educação Ambiental Municipal. O polo de educação se tornaria um centro de apoio às ações de educação ambiental para a prefeitura, bem como responsável por promover projetos que envolvessem escolas e comunidades com a responsabilidade ambiental e social. A educação ambiental pode ter com uma grande parceira a população, com a ajuda dos pais conscientes eles podem transmitir valores de sua geração para os filhos, afinal, eles viveram em época em que os recursos eram mais escassos, a para isso buscavam alternativas de baixo custo para suas propriedades, racionalizavam o uso, reaproveitavam e reciclavam mais do que hoje por uma questão de necessidade. Para melhor desempenho do programa de educação ambiental faz-se necessário que adote pequenos projetos de educação ambiental com públicos específicos, como por exemplo, as crianças, agricultores, donas de casas, professores, comerciantes, gestores públicos. Estes projetos deverão ter linguagem específica para o público alvo, devendo atender as demandas de cada um. Bem como projetos para preservação, conservação do meio ambiente, como Limpeza de encostas, plantação de mudas, coleta de óleo de cozinha, pilhas, baterias e lâmpadas para destinação correta, incentivo ao consumo consciente. Como complementação ao Projeto Minha Escola Libera o Lixo Legal, atividades como seminários, fóruns, conferência podem ser adotadas no calendário escolar. O objetivo é incentivar as escolas incluírem eventos de caráter ambiental para discutir problemas ambientais e despertar os alunos para causa ambiental, bem como inclusão da comunidade. 536 Para que o projeto tome maiores proporções, no Projeto Venda Libera o Lixo Legal aconselha organizar um evento, com a participação de todas as escolas e comunidade. Com uma comissão organizadora, composto por professores e alunos. Este evento poderá ser realizado como uma feira, fórum, com exposição de atividades sustentáveis da comunidade, produtos sustentáveis, premiações de todas as escolas (geral). Como pode ser observado a Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante é responsável em promover projetos ambientais que atingem a população em massa do munícipio. O CDS Guaçu-Vira, Sítio Jabuticabeira e o IFES em destaque são instituições potenciais para parceria e convênios com a para desenvolvimento e apoio de projetos de educação ambiental e capacitação. O Anexo V apresenta o mapa com indicação desses locais. Outra proposta para motivar a educação ambiental no município é o estabelecimento de incentivos ambientais efetivos para a população. 15.8 REFERENCIAS CHRISTOFIDIS, D., Educação ambiental e mobilização social em saneamento, em Coletânea da LNSB, MCidades, Brasília, 2009. BRASIL, Lei nº 9.795 / 1999, Política Nacional de Educação Ambiental. Brasília: Camara Federal, 1999. SILVA, M. G.Questão ambiental e desenvolvimento sustentável: um desafio ético-político ao Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2011. MESZÁROS, István. O desafio e o fardo do tempo histórico. São Paulo: Boitempo, 2007. LOUREIRO, C. F. B. Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2011. 537 HARVEY, D. Espaços de Esperança. 4 ed. São Paulo: Loyola, 2011. OLIVEIRA,L.A.A.;ASSIS,S. F. Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – PMGIRS - Programas de Educação Ambiental (PEA). SEBRAE: Fundão, 2013. Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante. PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE – ES. PMVNI, 2014. 538 16 CRONOGRAMA FÍSICO DE TRABALHO Quadro 16.1 – Cronograma de trabalho. FASE 1 2 ETAPA O início do projeto ocorre a partir da assinatura do contrato de prestação de serviços, pelas partes interessadas. ETAPA 1: Definição da Comissão Municipal de Acompanhamento (GT) e Elaboração da Metodologia de Trabalho PRODUTO(S) CONTRATO e ORDEM DE SERVIÇO X Produto 01: Plano de Trabalho; Produto 02: Plano de Mobilização Social; e Produto 03: Minuta do GT. X REUNIÃO DE MOBILIZAÇÃO 1 COM GRUPO DE TRABALHO ETAPA 2: Diagnósticos TécnicoParticipativos Setoriais Produto 04: Relatório do diagnóstico técnico-participativo REUNIÃO DE MOBILIZAÇÃO 2 3 Produto 05: Relatório dos Prognósticos e Alternativas para a Universalização, Condicionantes, Diretrizes, Objetivos e Metas; ETAPA 4: Plano de Execução e Programas, Produto 06: Plano de execução; Projetos e Ações (incluindo Emergência e Produto 07: Relatório dos Programas, Contingência) Projetos e Ações; ETAPA 3: Construção de Cenários de Evolução com Prognósticos - Prospectiva de Planejamento Estratégico ETAPA 5: Mecanismos e Procedimentos para Avaliação Sistemática e Monitoramento 1 Produto 08: Relatório dos Instrumentos para Avaliação 2 3 4 5 6 X X X X X X X MESES 7 8 9 10 11 12 13 14 15 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 539 da Eficiência, Eficácia e Efetividade das Ações dos Planos 4 5 Sistemática e Monitoramento da Eficiência, Eficácia e Efetividade das Ações dos Planos; Produto 09: Plano Municipal de Saneamento Básico; ETAPA 6: Documento Final dos Planos e Produto 10: Plano Municipal de Minuta Gestão Integrada de Resíduos Sólidos; Produto 11: Minuta dos Planos. Relatório mensal simplificado de Relatório bimestral de acompanhamento acompanhamento das atividades; REUNIÃO DE MOBILIZAÇÃO 3 (AUDIÊNCIA PÚBLICA) X X X X X X X X X X X * Contrato de Prestação de Serviço: 29/11/2013; Ordem de Serviço: 21/01/2014. Prazo de 12 (doze) meses para entrega da versão final dos Planos. 540 17 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério das Cidades. Guia para a elaboração de planos municipais de saneamento básico. Ministério das Cidades. – Brasília: MCidades, 2006. 2ª Edição, 2009. PMVNI – Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante. Termo de Referência para Elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico de Venda Nova do Imigrante. 2013. FUNASA - FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Ministério da Saúde. Termo de Referência para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico e Procedimentos Relativos ao Convênio de Cooperação Técnica e Financeira da Fundação Nacional de Saúde. VERSÃO 2012. 541 ANEXO 1 – MAPA DE BACIAS E SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS DO MUNICÍPIO DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE 542 ANEXO 2 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO MUNICÍPIO DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE 543 544 Relatório fotográfico do sistema de abastecimento alternativo de Venda Nova. Localida de Unidades do Sistema Alternativo Distrito de Viçosinha Fig.1 - Poço Fig.2 - Reservatório Fig.3 - Poço Fig.4 - Reservatório Fig.5 - Poço Fig.6 - Reservatório São José de Alto Viçosa Alto Caxixe 545 Alto Caxixe Fig.7 - Poço Fig.8 - Reservatório 546 ANEXO 3 – SISTEMA DE SISTEMA DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS DO MUNICÍPIO DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE 547 ANEXO 4 – SISTEMA DE SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 548 Atividades comerciais no Município de Venda Nova do Imigrante Atividades Comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem Comércio varejista de produtos farmacêuticos, com Comércio varejista de artigos de perfumaria, cosméticos e de Comércio varejista de medicamentos veterinários Comércio varejista de máquinas, aparelhos e equipamentos Comércio varejista de artigos fotográficos e cinema Comércio varejista de instrumentos musicais e acessórios Comércio varejista de discos e fitas Comércio varejista de móveis Comércio varejista de artigos de colchoaria Comércio varejista de artigos de tapeçaria Comércio varejista de artigos de iluminação Comércio varejista de outros artigos de utilidade Comércio varejista de ferragens, ferramentas e prod Comércio varejista de vidros, espelhos e vitrais Comércio varejista de material para pintura Comércio varejista de madeiras e seus artefatos Comércio varejista de materiais elétricos para construção Comércio varejista de materiais hidráulicos Comércio varejista de cal, areia e pedra britada Comércio varejista de material de construção em geral Comércio varejista de materiais de construção não especificados anteriormente Comércio varejista de móveis para escritórios Comércio varejista de máquinas, equipamentos e materiais Comércio varejista de máquinas, equipamentos e material de construção Comércio varejista de livros Comércio varejista de artigos de papelaria Comércio varejista de artigos de ótica Comércio varejista de artigos de relojoarias e joias Comércio varejista de artigos de souveniers Comércio varejista de bicicletas e triciclos Comércio varejista de artigos esportivos Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos Comércio varejista de plantas e flores naturais Comércio varejista de artigos de caça, pesca e “camping” Comércio varejista de artigos para animais, ração Comércio varejista de peças e acessórios para eletrodomésticos Comércio varejista de outros produtos não especificados Comércio varejista de tecidos Comércio varejista de artigos de armarinho Comércio varejista de artigos de cama, mesa e banho Quantidade de Geradores por Atividade 5 2 9 4 9 3 2 1 8 2 1 4 6 8 4 1 5 1 2 1 4 8 1 4 3 1 8 2 4 5 4 6 9 1 2 3 2 12 10 18 11 549 Atividades Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios Comércio varejista de calçados Comércio varejista de artigos de couro e viagem Comércio a varejo de peças e acessórios novos para veículos Comércio a varejo de pneumáticos e camaras de ar Representantes comerciais e agentes do comércio Comércio a varejo de peças e acessórios para veículo Serviços de manutenção e reparação de veículos Serviços de manutenção e reparação de caminhões Serviços de lavagem, lubrificação e polimento de veículos Serviços de instalação, manutenção e reparação de pneus Comércio varejista de produtos de padaria e de laticínios Comércio varejista de produtos de laticínios, frios e conservas Serviços de conservação de rodovias, pontes e ou tuneis Comércio varejista de balas, bombons e semelhantes Comércio varejista de carnes - açougues Estacionamento de veículos Comércio varejista de bebidas Serviços de reboque de veículos Comércio varejista de hortifrutigranjeiros Comércio varejista de outros produtos alimentícios Comércio a varejo de motocicletas e motonetas Comércio a varejo de peças e acessórios para moto Manutenção e reparação de motocicletas e motonetas Serviço de pulverização e controle de pragas agrícolas Serviço de poda de arvores para lavouras Serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita Atividades de apoio a agricultura não especializado anteriormente Serviço de jardinagem – inclusive plantio de gramado Atividade de apoio a pecuária não especificada anteriormente Atividade pós-colheita Atividade de apoio a aquicultura em agua doce Fabricação de rações balanceadas para animais Restaurante Choperias, whiskeria e outros estabelecimentos esp Lanchonete, casas de chá, de sucos e similares Outros serviços de alimentação (trailers, quiosques) Comércio a varejo de automóveis, caminhonetas e utilitários Comércio a varejo de automóveis, caminhonetas e utilitários Comércio a varejo de combustíveis e lubrificantes Comércio varejista de mercadorias em geral Minercados Mercearias e armazéns varejistas Lojas de variedades, exceto lojas de departamentos Hotel Quantidade de Geradores por Atividade 37 16 10 8 3 1 3 5 10 7 1 5 3 1 3 5 1 7 2 4 2 3 5 1 6 1 6 3 1 2 1 1 1 9 4 23 2 1 4 3 6 4 10 2 3 550 Atividades Outros alojamentos não especializados anteriormente Serviços veterinários Ensino médio Comércio atacadista de gás liquefeito de petróleo Comércio varejista especializado de equipamentos e suprimentos Comércio varejista especializado de equipamentos e suprimentos de informática Recarga de cartuchos para equipamentos de informática Comércio varejista especializado de equipamentos Comércio varejista especializado de eletrodoméstico Comércio varejista de móveis Comércio varejista de artigos de colchoaria Comércio varejista de artigos de iluminação Comércio varejista de tecidos Comércio varejista de artigos de armarinho Comércio varejista de artigos de cama, mesa e banho Comércio varejista especializado de instrumentos musicais e acessórios Comércio varejista especializado de peças e acessórios para aparelhos eletroeletrônicos para uso doméstico, exceto informática e comunicação Comércio varejista de artigos de tapeçaria, cortinas e persianas Comércio varejista de outros artigos de uso pessoal e doméstico não especificado anteriormente Comércio varejista de tintas e materiais para pintura Comércio varejista de material elétrico Comércio varejista de vidros Comércio varejista de ferragens e ferramentas Comércio varejista de madeiras e seus artefatos Comércio varejista de materiais hidráulicos Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas Comércio varejista de materiais de construção não especificados anteriormente Comércio varejista de pedras para revestimento Comércio varejista de materiais de construção em geral Restaurantes e similares Bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas Lanchonete, casa de chá, de sucos e similares Serviços ambulantes de alimentação Comércio por atacado de peças e acessórios para motocicletas e motonetas Comércio a varejo de motocicletas e motonetas novas Comércio a varejo de motocicletas e motonetas usadas Comércio a varejo de peças e acessórios para motocicletas e moto Comércio a varejo de motocicletas e motonetas novas Quantidade de Geradores por Atividade 2 1 2 1 19 25 2 29 58 20 11 7 16 42 47 5 12 17 19 9 18 10 40 13 11 7 11 3 42 40 66 67 10 3 4 11 17 3 551 Atividades Representantes comerciais e agentes do comércio de motocicletas e motonetas, peças e acessórios Manutenção e reparação de motocicletas e motonetas Padaria e confeitaria com predominância de produção própria Padaria e confeitaria com predominância de revenda Comércio varejista de laticínios e frios Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes Comércio varejista de carnes – açougues Peixaria Comércio varejista de bebidas Comércio varejista de hortifrutigranjeiros Comércio varejista de produtos de tabacaria Comércio varejista de mercadorias em loja de conveniência Comércio varejista de produtos alimentícios em geral ou especializado em produtos alimentícios não especificados anteriormente Comércio atacadista de roupas e acessórios para uso profissional e segurança do trabalho Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso veterinário Comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, hospitalar e laboratórios Comércio atacadista de equipamentos elétricos de uso pessoal e doméstico Comércio atacadista de aparelhos eletrônicos de uso pessoal e doméstico Comércio atacadista de lustres, luminárias e abajures Comércio atacadista de produtos de higiene, limpeza e conservação domiciliar Comércio atacadista de produtos de higiene, limpeza e conservação domiciliar, com atividade de fracionamento e acondicionamento associado Comércio atacadista de outros equipamentos e artigos de uso pessoal e domésticos não especificados anteriormente Comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de formulas Comércio varejista de produtos farmacêuticos homeopáticos Comércio varejista de medicamentos veterinários Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal Comércio varejista de artigos médicos e ortopédicos Comércio varejista de artigos de optica Comércio por atacado de peças e acessórios novos para veículos automotores Comércio a varejo de peças e acessórios novos para veículos automotores Comércio a varejo de peças e acessórios usados para veículos automotores Quantidade de Geradores por Atividade 1 10 3 13 14 26 9 1 27 14 1 3 36 2 1 1 2 1 1 1 1 3 6 1 13 82 3 4 2 42 10 552 Atividades Comércio a varejo de pneumáticos e camaras de ar Representantes comerciais e agentes do comércio de peças e acessórios novos e usados para veículos automotores Comércio a varejo de peças e acessórios novos para veículos automotores Comércio a varejo de peças e acessórios usados para veículos automotores Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores Comércio varejista de lubrificantes Hotéis Quantidade de Geradores por Atividade 18 1 2 1 4 12 9 553 Legislações Federais e normas técnica correlatas aos resíduos com logística reversa obrigatória. RESÍDUOS DE EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Resolução CONAMA nº 334 de 03 de abril de 2003. Dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos. RESÍDUOS DE PILHAS E BATERIAS Resolução CONAMA nº 401 de 04 de novembro de 2008. Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências. Alterada pela Resolução nº 424, de 22 de abril de 2010. Resolução CONAMA nº 228 de 20 de agosto de 1997. Dispõe sobre a importação de desperdícios e resíduos de acumuladores elétricos de chumbo. RESÍDUOS PNEUMÁTICOS Resolução CONAMA nº 416 de 30 de setembro de 2009. Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências. RESÍDUOS DE ÓLEOS LUBRIFICANTES E SUAS EMBALAGENS Resolução CONAMA nº 362 de 23 de junho de 2005. Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado. RESÍDUOS DE EMBALAGENS EM GERAL Não possui legislação específica 554 RESÍDUOS DE LÂMPADAS FLUORESCENTES, DE VAPOR DE SÓDIO OU VAPOR DE MERCÚRIO Não possui legislação específica RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS Não possui legislação específica Legislações comuns a todos Resolução CONAMA nº 008 de 19 de setembro de 1991. Dispõe sobre a entrada no país de materiais residuais. Resolução CONAMA nº 023 de 12 de dezembro de 1996. Regulamenta a importação e uso de resíduos perigosos. Alterada pelas Resoluções nº 235, de 07 de janeiro de 1998, e nº 244, de 16 de outubro de 1998. Resolução CONAMA nº 228 de 20 de agosto de 1997.Dispõe sobre a importação de desperdícios e resíduos de acumuladores elétricos de chumbo. Resolução CONAMA nº 420 de 28 de dezembro de 2009. Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. ABNT NBR 8418/1984. Apresentação de projetos de aterros de resíduos industriais perigosos - Procedimento. ABNT NBR 10157/1987. Aterros de resíduos perigosos - Critérios para projeto, construção e operação – Procedimento. ABNT NBR 11175/1990. Incineração de resíduos sólidos perigosos - Padrões de desempenho – Procedimento. ABNT NBR 12235/1992. Armazenamento de resíduos sólidos perigosos – Procedimento. 555 ANEXO 5 – SISTEMA DE SAÚDE – CAPACIDADE INSTALADA DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE COD. CNES ESTABELECIMENTO 2403358 US de Venda Nova PROFISSIONAIS DE SAÚDE/EPECIALIDADE QUANTIDADE Assistente Social 02 Aux. de Enfermagem 04 Enfermeiro 02 Farmacêutico 04 Médico Clínico Geral 02 Médico Cirurgião 01 Anestesiologista 01 Gastroenterologista 01 Ginecologista 03 Dermatologista 02 Angiologista 01 Fonoaudiólogo 01 Cardiologista 01 Otorrinolaringologista 01 Oftalmologista 03 Urologista 01 Neurologista 01 Homeopata 01 Nutricionista 01 Psiquiatra 01 Fisioterapeuta 02 Auxiliar de Laboratório 01 Assistente Administrativo 01 556 COD. CNES 2466228 2466260 2466198 ESTABELECIMENTO US de Vargem Grande US de São João de Viçosa US de São Roque PROFISSIONAIS DE SAÚDE/EPECIALIDADE QUANTIDADE Ag. Comunitário Saúde 06 Auxiliar de Saúde Bucal 01 Auxiliar de Enfermagem 02 Aux. de Enfermagem ESF 01 Enfermeiro 01 Dentista Clinico Geral 01 Dentista ESF 01 Psicólogo 02 Médico Clínico Geral 03 Nutricionista 02 Pediatra 0z Ag. Comunitário Saúde 10 Aux. Saúde Bucal 02 Aux. Enfermagem 03 Aux. Enfermagem ESF 01 Enfermagem 01 Enfermagem ESF 01 Dentista Clinico Geral 02 Dentista ESF 01 Psicologia 02 Médico Clinico Geral 02 Nutricionista 02 Pediatra 01 Aux. Enfermagem 01 557 COD. CNES 2466236 6845738 ESTABELECIMENTO US de Alto Caxixe US Minete I e II PROFISSIONAIS DE SAÚDE/EPECIALIDADE QUANTIDADE Aux. Saúde Bucal 01 Aux. Enfermagem 03 Aux. Enfermagem ESF 01 Enfermeiro 01 Enfermeiro ESF 01 Dentista Clinico Geral 01 Dentista ESF 01 Psicólogo 02 Médico Clínico Geral 02 Nutricionista 02 Pediatra 02 Fisioterapeuta 02 Ag. Comunitário Saúde 16 Aux. Saúde Bucal 03 Aux. Enfermagem 02 Aux. Enfermagem ESF 01 Téc. Enfermagem 01 Enfermeiro ESF 02 Dentista Clínico Geral 02 Dentista Endodontista 02 Dentista Radiologista 01 Dentista Periodontista 02 Dentista ESF 01 Farmacêutico 02 Psicólogo 01 Médico Clínico Geral 04 558 COD. CNES 6845711 2403331 ESTABELECIMENTO US Vila da Mata Hospital Padre Máximo PROFISSIONAIS DE SAÚDE/EPECIALIDADE QUANTIDADE Médico ESF 02 Ginecologista 01 Nutricionista 02 Pediatra 02 Agente Comunitário de Saúde 10 Aux. de Saúde Bucal 02 Aux. Enfermagem 02 Aux. Enfermagem ESF 01 Enfermagem ESF 01 Dentista Clinico Geral 01 Dentista Endodontista 01 Dentista Radiologista 01 Dentista Periodontista 01 Dentista ESF 01 Psicologo 02 Médico Clínico Geral 02 Ginecologista 01 Nutricionista 02 Pediatra 02 Aux. Escritório 01 Aux. Enfermagem 15 Téc. Enfermagem 20 Enfermeiro 07 Farmacêutico 03 Médico Clinico Geral 04 Médico Cirurgião 02 559 COD. CNES 2677946 7015372 ESTABELECIMENTO Laboratório Diagcenter Laboratório LACEN PROFISSIONAIS DE SAÚDE/EPECIALIDADE QUANTIDADE Ginecologista 03 Nutricionista 01 Pediatra 04 Téc. Radiologia e Imagenologia 07 Ass. Administrativo 02 Téc. Patologia 02 Farmacêutico 03 Recepcionista 02 Farmacêutico 01 Gerente Administrativo 01 560 ANEXO 6 – QUESTIONÁRIO SOBRE HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO O questionário aqui apresentado foi enviado por email no dia 23 de julho de 2014 à Prefeitura Municipal e respondido pela Secretária de Meio Ambiente Sabrina S. Zandonade, encaminhado, também por email no dia 1° de agosto de 2014. Neste relatório apresentaremos apenas as questões específicas do primeiro bloco. QUESTIONÁRIO PARA DIAGNÓSTICO TÉCNICO E PARTICIPATIVO DA SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO E DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS BLOCO 01: CARACTERIZAÇÃO FÍSICA 1. O município possui Plano Diretor Municipal (PDM) aprovado? Qual é o número da Lei? (Informar a existência e possibilidade de disponibilização de arquivos digitais ou cópias, do texto da lei, bem como de todos os seus anexos) O município não possui PDM. Possui uma minuta de projeto de lei de PDM em fase de finalização. Podemos disponibilizar todos os arquivos para a equipe. Obs. Temos PDU, aprovado em 2002 sob o número 557/2002. Podemos disponibilizar todos os arquivos, porém grande parte deles já se encontram no site da Câmara municipal. 2. Em sua opinião, o PDM continua atendendo a realidade municipal ou já caminha para a necessidade de revisões de alguns de seus artigos e anexos? No caso da necessidade de revisões quais seriam as mais urgentes? O PDU possui pontos onde se fizeram necessárias algumas adaptações ou revisões. Esse pontos foram considerados quando da elaboração da minuta do PDM. As principais alterações foram com relação aos pontos omissos da lei e alteração de zoneamento. 561 3. O município participou do Plano de Desenvolvimento Local Sustentável (PDLS), implementado pelo Governo do Estado, com o objetivo de definir diretrizes estratégicas de apoio ao desenvolvimento local e propostas de ordenamento territorial? Dos anteprojetos de lei elaborados (Perímetro Urbano, Código de Obras e Edificações, Código de Posturas, Parcelamento do Solo Urbano e Código de Meio Ambiente) quais foram aprovados? Citar o número da lei. (Informar a existência e possibilidade de disponibilização de arquivos digitais ou cópias, do texto das leis de perímetro urbano, bem como de seus anexos) Não participamos do PDLS, porém temos as seguintes legislações: 3.1 – código de obras – 070/90 3.2 – código de posturas – 058/90 3.3 – lei de parcelamento de solo – 099/91 3.4 – código ambiental – 841/2009 3.5 - Leis de perímetro urbano (ultima versão):1.122/2014, 1.121/2014 e 1.132/2014. Todas as leis estão disponíveis no site da Câmara municipal. Os anexos das leis de perímetros também se encontram disponíveis na sede da secretária de obras. 4. Na(s) área(s) urbana(s) do município existem concentrações de comércio e indústrias? Onde estão localizadas estas concentrações? (Citar bairros e principais vias e elaborar mapa de localização) A maior concentração de comércio e serviços se dá ao longo das principais avenidas e ao longo do eixo da Rodovia Br 262. Podemos disponibilizar o nosso atual mapa de zoneamento, essa concentração se dá na Zona Corredor consolidado I. 5. Nas áreas urbanas e/ou rurais do município onde estão localizadas as residências de mais alto padrão? (Citar bairros e principais vias e elaborar mapa de localização) O conceito de residência de alto padrão pode ser um pouco subjetivo, porém considerando como alto padrão residência de alto padrão como as de 2 ou mais pavimentos, elas se localizam principalmente no Bairro residencial (bairro todo), além disso temos casas nesse padrão de forma mais pulverizadas no Bairro Lavrinhas, Centro (ruas AntonioVenturim e Rua dos Pinheiros). 6. Com relação ao crescimento urbano, quais são as regiões onde se observa o crescimento da cidade (expansão urbana), em que direção? (Citar bairros e principais vias e elaborar mapa de localização) 562 O distrito sede esta crescendo no sentido São João de Viçosa (ao longo da Rodovia BR 262), Bairro Lavrinhas e Bairro Providência. Ainda no distrito sede temos umas ilhas urbanas de crescimento desordenado em Vargem Grande e Comunidade Brambila. No Distrito de Alto Caxixe também esta ocorrendo um grande crescimento desordenado. 7. Nas áreas urbanas e/ou rurais do município onde estão localizadas as edificações de maior importância patrimonial, ou seja, aquelas em que o município tem interesse de preservação do bem arquitetônico? (Citar endereço e elaborar mapa de localização) Não foi respondida. 8. Nas áreas urbanas e/ou rurais do município onde estão localizadas as áreas mais precárias, onde vivem famílias de menor poder aquisitivo e em situação precária (loteamentos irregulares e habitações improvisadas) ou de risco (áreas sujeitas à inundações, alagamentos e deslizamentos)? (Citar bairros e principais vias e elaborar mapa de localização, especificando cada situação de precariedade) Os loteamentos irregulares, conforme já citado se concentram em Vargem Grande e Caxixe. As residências precárias se localizam na comunidade de Camargo e São José de Alto Viçosa, em ambas as localidades o município já efetuou intervenções, construindo novas casas e removendo as mais precárias. 9. Nas áreas urbanas e/ou rurais do município onde estão localizados os novos loteamentos (surgidos nos últimos 05 anos), regulares e irregulares? Dos novos loteamentos citados todos foram aprovados pela prefeitura municipal? Quais desses loteamentos são destinados à população de mais alta renda e quais são destinados à população de baixa renda?(Citar bairros e endereços e elaborar mapa de localização, especificando cada situação de precariedade) Nos últimos 5 anos foram iniciados alguns processos de loteamento, sendo que parte deles concluídos e outros ainda em conclusão. Segue a relação dos loteamentos aprovados junto ao município ou em processo de aprovação: 9.1 – loteamento DeogenesZandonade – concluído – Bananeiras - em ocupação 9.2 – Imobiliária Venda Nova – em conclusão – Lavrinhas – s/ ocupação 9.3 – ImobiliariaZandonadi – concluído – Marmim – processo inicial de ocupação 563 9.4 – Providência administradora de imóveis –em conclusão–Providência s/ ocupação 9.5 – Lot. Nelson Gagno – iniciando – Caxixe – S/ ocupação 9.6 – Lot. Alvino Minete – iniciando – Tapera – s/ocupação 9.7 – Lot. Aguilar Peterle – iniciado – Caxixe – s/ocupação 9.8 – Lot. Irani Peterle – iniciado – Caxixe – S/ocupação Os loteamentos acima citado até a presente data encontram-se dentro da legalidade. Segue abaixo a listagem dos loteamentos que deram início ao processo de regularização, porém as vendas foram iniciadas a mais de 5 anos. 9.1 – Luiz Cardozo – iniciado – Caxixe – ocupação consolidado 9.2 – Luiz Minete – iniciado – Minete – ocupação consolidado 9.3 – Laurentino Andreão – iniciado – Vargem Grande – ocupação em consolidação 9.4 – Flora Dazzi – iniciado – Providência – em ocupação 9.5 – Altair Filete – iniciado – Providência – ocupação em consolidação Todos os loteamentos citados são de uso misto e nenhum deles declarado como popular. 10. Nas áreas urbanas e/ou rurais do município onde estão localizadas as mais importantes áreas naturais, podendo ser rios, lagos, lagoas, formações rochosas, áreas de mata natural, entre outras? (Citar bairros/localidades e elaborar mapa de localização, especificando cada situação de precariedade) Não foi respondida. 564 ANEXO 7 – SISTEMA DE SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Os anexos a seguir apresentam a indicação no mapa de Venda Nova do Imigrante das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) existentes levantadas no diagnóstico do município, além das Estações Elevatórias de Esgoto (EEE). O mapa intitulado “Sistemas de esgotamento sanitário: Sede” apresenta os pontos onde se encontram as ETEs e EEEs da sede do município, cujas coordenadas estão apresentadas na Quadro 0.1. O mapa intitulado “Sistemas alternativos de esgotamento sanitário: Distritos” apresenta as ETEs existentes no interior do município, e seus nomes e coordenadas estão apresentados na Quadro 0.2. Quadro 0.1. Coordenadas UTM das ETEs e EEEs da Sede de Venda Nova do Imigrante. Sede 24K 276030 UTM 7751133 24K 276646 UTM 7751261 24K 277106 UTM 7751235 24K 276445 UTM 7751190 24K 272493 UTM 7749882 ETE São 24K 271139 João UTM 7749809 ETE EEE 1 EEE 2 EEE Nova ETE Bicuíba Fonte: Autoria própria. 565 Quadro 0.2. Coordenadas UTM das ETEs no interior do município de Venda Nova do Imigrante. Camargo ETE 24K 269445 UTM 7751134 Viçosinha ETE 24K 271551 UTM 7747752 Vargem Grande ETE 24K 273461 UTM 7743690 Caxixe ETE 24K 282770 UTM 7742529 566