SINTESE Projeto Comparangoleiros

Transcrição

SINTESE Projeto Comparangoleiros
Projeto Internacional Comparangoleiros
Portugal * Brasil * Timor
Promovido pela APECV – Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual
“Voz de Timor, Timor até vós”
Educação Visual – Profª Felisbela Barbosa
Abril de 2012
A Escola Ruy Cinatti é uma Escola Portuguesa em Timor-Leste. A República
Democrática de Timor-Leste é um dos países mais jovens do mundo, e ocupa a
parte oriental da ilha de Timor no Sudeste Asiático, cuja independência foi
reconhecida a 20 de Maio de 2002.
A escola fica situada em Díli. Actualmente integra 780 alunos, do pré-escolar ao
ensino secundário, distribuídos por 34 turmas. A maior percentagem de alunos,
91%, é de origem timorense, mas a escola é também frequentada por alunos de
origem portuguesa, 6%, brasileira 2%, e 1% de outras nacionalidades (Cabo Verde,
Moçambique, São Tomé e Inglaterra).
“Temos mais uma professora connosco: Felisbela Barbosa, de Timor .
Este projecto está a ir além fronteiras...”
Profª Teresa Eça (Portugal)
“ Vozes de Timor, plasticidade de Timor, sejam bem vindassssssss…”
Tiago Nascimento (Brasil)
BREVE SÍNTESE DA PARTICIPAÇÃO NO PROJETO COMPARANGOLEIROS
Pinturas vivas e ambulantes
Parangolés são capas, estandartes, bandeiras para serem vestidas ou carregadas pelo
participante. As capas são feitas com panos coloridos (que podem conter reproduções de palavras
e fotos), revelados apenas quando a pessoa se movimenta. A cor ganha um dinamismo no espaço
através da associação com a dança e a música. A obra só existe plenamente quando o
participante a veste e lhe dá movimento. O participante torna-se arte.
Educação Visual 8ºs anos
Envolvidos 37 alunos entre os 12 e os 17 anos
Professora Felisbela Barbosa, Educação Visual - Coordenação do projeto a nível de escola.
Desenvolvimento do processo gráfico/plástico dos parangolés na disciplina de Educação Visual. Os
desenhos, pinturas e textos, deram “cor” à performance.
Com a colaboração:
do professor Carlos Batalha, de Educação Musical – sob orientação deste professor o coro e a
banda da escola deram “voz” à performance.
e da professora Paula Gavina, de Educação Física – sob orientação desta professora, foram
estudados/ensaiados passos e gestos que deram “movimento” à performance.
Juntámos a pintura, a dança e a música… e as nossas telas tornaram-se arte em movimento.
O balanço da participação neste projeto tem sido muito positivo, não só pelo trabalho
final, mas também, e principalmente, por todo o processo que implicou, na
envolvência das artes visuais com a escola e com o mundo.
Falaram da sua cultura e pintaram o que queriam expressar, deram a conhecer a
música tradicional, dançaram e fizeram dançar…
Conheceram melhor o poeta patrono da escola, Ruy Cinatti, transcreveram-no, levando
os seus poemas aos outros…
A pintura abraçou a música, a dança e a poesia, na união engrandeceram-se e
tornaram-se uma só.
Todos tiveram igualdade de oportunidades na construção do saber, podendo criar,
pensar e sentir o mundo que os rodeia na tomada de consciência cultural. Através das
artes visuais foram também promovidas a expressão musical e a expressão corporal.
Através das artes visuais, participaram no mesmo projeto três países, de três
continentes diferentes, onde se fala a Língua Portuguesa.
Através das artes visuais, conheceram-se melhor e acreditaram que eram capazes.
Foi visível durante todo o processo o estímulo da interdisciplinaridade, a discussão e
tomada de decisões, uma aprendizagem ativa, criativa e gerador de múltiplas questões,
assim como a participação de todos os alunos, na resolução de problemas e na
cooperação com o grupo e a turma, aspetos fundamentais para o desenvolvimento de
participantes ativos na sociedade.
O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Esta atividade foi iniciada com a apresentação do projeto. Conheceram Helio Oiticica e visionaram
alguns exemplos de parangolés.
De entre as muitas possibilidades de temas, foi escolhido o tema Timor, tendo sido a primeira vez
que este país se viu representado no projeto, quisemos mostrar aos outros participantes a nossa
visão de Timor.
O tema “Voz de Timor, Timor até vós”
O quadro da sala de aula, serviu para em conjunto os alunos expressarem as suas ideias. Foi
realizado um brainstorming do que queriam mostrar de Timor.
Como dar a ver o que se cheira, o que se escuta, o que se toca?
Das palavras partiram para as imagens. Começaram a desenhar, a pensar cores…
Em grupo foram divididos os subtemas. Realizaram desenhos individuais, juntaram e discutiram
algumas ideias e em conjunto elaboraram a composição final que passaram para os panos.
Concluídos os desenhos, foi tempo de passar à pintura. Cooperaram, dividiram tarefas,
experimentaram técnicas de pintura e partilharam aprendizagens. Na sala de aula o ambiente foi de
partilha, entusiasmo e alegria.
Terminadas as pinturas, estas foram enriquecidas com frases de Ruy Cinatti. Os pormenores e
excertos do livro foram realizados a caneta de feltro.
OS NOSSOS PARANGOLÉS
Os nossos parangolés concluídos. As cores, sabores, tradições foram representadas através de
desenhos, pinceladas e frases de Ruy Cinatti.
“Uma brisa irradiou
Ondulada de perfume.
Uma brisa arrepiou
A superfície das águas.”
Ruy Cinatti
“E se esta noite me disserem corre,
Toma o avião, volta a Timor,
Responderei que há muito já deixei
Timor e trouxe o coração…”
Ruy Cinatti
“Um módulo de sete notas
plangentes, de meio tom,
baixou veloz voo de ave
mais fundo que o próprio som.”
Ruy Cinatti
“Ó terra minha, verdade de sempre
E esperança afim, certeza maior,
Resiste só com os teus, retoma-os silente
Nos braços vivos de um mundo melhor!”
“Meu o aroma
Que já lhe empresto.
Só minha a música
Com que a liberto.”
Ruy Cinatti
Ruy Cinatti
“Fora do mundo, fora
Ilha dormente na encruzilhada
Dos mares do espaço,
encontro-te Timor,
Nos mares do tempo.”
“Palmeiras balançam.
Casas iluminam-se.
A baía cala-se.
O mar principia.”
Ruy Cinatti
Ruy Cinatti
“Terra minha, minha amada,
No teu ventre vou nascendo
Como promessa ofertada
Por um povo sonhador.”
Ruy Cinatti
“As pedras ancestrais têm um nome
Que todos sabem ser a dos avós.”
Ruy Cinatti
A PERFORMANCE
Terminados os nossos trabalhos, foi tempo de apresentá-los à escola.
Convidámos o pré escolar e o 1º ciclo, e todos aqueles que se quiseram juntar a nós. Partilhámos o
nosso projeto, e o público fez parte do mesmo, cantando e dançando.
Foi escolhida uma música tradicional timorense. Na semana da apresentação envolveram-se
professores que a ensaiaram nas turmas. Sabida a música, o resto veio por acréscimo. O dançar
alastrou-se a todos os assistentes, que deixaram de ser assistentes e passaram a ser participantes.
PRESENÇA NA FESTA DA NOITE PORTUGUESA
Os nossos parangolés saíram da escola e ganharam vida na Festa da noite portuguesa, organizada
pela GNR em Díli. Além dos anfitriões e de parte da comunidade portuguesa, estiveram presentes
encarregados de educação e algumas entidades timorenses.
A EXPOSIÇÃO NA FACHADA DA ESCOLA
Antes de partirem para Portugal e Brasil, ao encontro dos nossos colegas de intercâmbio, os
parangolés estiveram expostos na fachada principal da escola.
A TROCA DE CORRESPONDÊNCIA - PARANGOLÉS
Em Díli foi com muita alegria que recebemos a 1ª encomenda. Os parangolés de Peniche (Portugal)
foram vestidos e ganharam nova vida em Timor. Venham mais! Queremos fazer uma performance
com todos os que chegarem…
Os nossos vão a caminho. Queremos visitar-vos através deles!
TESTEMUNHOS DOS PARTICIPANTES
Alguns testemunhos de alunos da Escola Portuguesa Ruy Cinatti:
“Eu gostei muito deste trabalho porque pintámos com tintas e pincéis desenhos tradicionais de
Timor-Leste.” Lídia Baptista
“Acho que o trabalho final ficou bonito porque era muito colorido.”
Adelina Rego
“Este trabalho foi um desafio, e foi muito importante pelo trabalho em equipa.”
Luigi Dias
“Gostei muito deste trabalho porque aprendi novas técnicas.”
Graciete Ximenes
“Este trabalho é muito interessante porque vou fazer amigos em Portugal e no Brasil.”
Francisca Soares
“Fiquei muito feliz comigo mesma, porque pensava que não conseguia desenhar em grande, mas
agora acredito que consigo fazer.”
Isabel Fernandes
“O melhor de tudo foi conseguir mostrar o nosso trabalho a alunos de outros países e eles
mostrarem-nos o deles.”
Beatriz Ferreira
“O trabalho final resultou muito bem e todos participaram.”
Carla Klau
“ Este trabalho foi bem realizado, porque o grupo trabalhou como se fosse um só.”
Pedro Marques

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