mapaus - Master Eco
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mapaus - Master Eco
mapaus master in programmazione di ambienti urbani sostenibili Università degli Studi di Ferrara (Italia) Pontificia Università Cattolica del Paranà (Brasil) Università Cattolica di Cordoba (Argentina) Università Tecnica Federico Santa Maria di Valparaiso (Chile) anno accademico 2004-2005 Parques e Bosques em Curitiba no Paraná Leandro Nicoletti Gilioli Curitiba, Brasil Março 2006 mapaus master in programmazione di ambienti urbani sostenibili Università degli Studi di Ferrara (Italia) Pontificia Università Cattolica del Paranà (Brasil) Università Cattolica di Cordoba (Argentina) Università Tecnica Federico Santa Maria di Valparaiso (Chile) anno accademico 2004-2005 Parques e Bosques em Curitiba no Paraná Leandro Nicoletti Gilioli Curitiba, Brasil Março 2006 LEANDRO GILIOLI PARQUES E BOSQUES EM CURITBA NO PARANÁ Monografia apresentada ao Curso de Mestrado em Programação dos Ambientes Urbanos Sustentáveis, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC) Orientador: Ms. Prof. : Gianfranco Franz CURITIBA 2006 SUMÁRIO LISTA DE SIGLAS...........................................................................................v RESUMO....................................................................................................... vi 1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................01 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................02 2.1 PROJETOS PARQUE DE CURITIBA .................................................................02 2.1.1 Com Relação ao perfil do Entrevistado ........................................................02 2.1.2 Utilização dos Parque pelos Visitantes.........................................................02 2.1.3 Atrativos e Segurança ..............................................................................02 2.2 PARQUES E BOSQUES DE CURITIBA..............................................................03 2.2.1 Passeio Público ........................................................................................03 2.2.2 Jardim Botânico .......................................................................................04 2.2.3 Parque Barigui .........................................................................................05 2.2.4 Parque São Lourenço ................................................................................05 2.2.5 Parque Tanguá ........................................................................................06 2.2.6 Parque das Pedreiras ................................................................................06 2.2.7 Parque do Trabalhador..............................................................................07 2.2.8 Parques dos Tropeiros ..............................................................................07 2.2.9 Parque Bacacheri .....................................................................................07 2.2.10 Parque Passaúna ....................................................................................07 2.2.11 Parque Iguaçu .......................................................................................08 2.2.12 Parque Tingui ........................................................................................08 2.2.13 Parque Barreirinha .................................................................................08 2.2.14 Bosque Alemão ......................................................................................09 2.2.15 Bosque Boa Vista ...................................................................................09 2.2.16 Bosque Capão da Imbuia.........................................................................09 2.2.17 Bosque da Fazendinha ............................................................................09 2.2.18 Bosque Italiano ......................................................................................09 2.2.19 Bosque Gutierrez ...................................................................................10 2.2.20 Bosque João Paulo II ..............................................................................10 2.2.21 Bosque Portugal .....................................................................................10 2.2.22 Bosque Reinhard Maack ..........................................................................11 2.2.23 Bosque Zaninelli.....................................................................................11 2.3 ASPECTOS DA PROBLEMÁTICA AMBIENTAL URBANA DA CIDADE DE CURITIBA E O MITO DA “CAPITAL ECOLÓGICA..............................................................11 2.3.1 A Problemática dos Recursos Hídricos no Âmbito Urbano-metropolitano de Curitiba .....................................................................................................12 2.3.2 Alguns Aspectos da Qualidade do Ar ...........................................................14 2.3.3 Áreas Verdes na “Capital Ecológica” ...........................................................15 2.3.4 Resíduos Sólidos ......................................................................................16 2.4 PREFEITURA LANÇA O PROGRAMA “VIVA CURITIBA SAÚDE E MOVIMENTO” .......18 2.5 VIVER CURITIBA COMO “VIDA SAUDÁVEL” ....................................................19 2.6 BRITISH BROADCASTING COMUNICATION DESTACA CURITIBA COMO MOCELO NO GERENCIAMENTO DE ÁREAS VERDES ......................................................19 2.7 FESTA NO PARQUE SÃO LOURENÇO ..............................................................20 2.8 EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO E INSTRUMENTOS JURÍDICOS EM CURITIBA COMOSUBSÍDIO TÉCNICO, PLANEJAMENTO E PRESERVAÇÃO DE FLORESTAS NATIVAS .....................................................................................................21 2.8.1 Conflitos .................................................................................................23 2.8.2 Evolução das Florestas Hoje Ocupadas por Parques e Bosque Municipais.........23 3. CONCLUSÃO .............................................................................................26 4. REFERÊNCIAS ...........................................................................................27 LISTA DE SIGLAS AMA - Associação dos Moradores e Amigos (Parque São Lourenço) APA – Área de preservação Ambiental APP – Área de Preservação Permanente AV – Áreas Verdes BBC – British Broadcasting Comunication CABE - Comissão para Arquitetura e Ambiente Construído CIC – Cidade Industrial de Curitiba CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa CONAMA – Conselho nacional do Meio Ambiente CREA/PR – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da Regional Paraná FAZ – Fundação de Ação Social IAP – Instituto Ambiental do Paraná IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMS - Imposto Comercial sobre Mercadorias e Serviços IPPUC - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba IPTU – Imposto Predial e territorial Urbano IQA – Índice de Qualidade das Águas RMC – Região Metropolitana de Curitiba SEMA – Secretaria Estadual do meio Ambiente SMMA – Secretaria Municipal do Meio Ambiente SPVS - Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental SUDERHSA - Superintendência e Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental UFPR – Universidade Federal do Paraná UFSC - Universidade Federal de Santa catarina v RESUMO Curitiba se localiza á 934 metros de altitude em relação ao nível do mar. Ë local de serra com mais de 18 milhões de metros quadrados de áreas verdes, distribuídos pelos parques e bosques da cidade. Possui 12 grandes parques, 10 bosques, um Jardim Botânico, 282 praças e 259 jardinetes, além de dois hortos municipais e três viveiros de plantas. Os Parques totalizam 17 milhões, 679 mil, 873 metros quadrados de área e os Bosques totalizam 391 mil 468 metros quadrados de área verde. A análise de aspectos relativos à qualidade da água, do ar, das áreas verdes e dos resíduos sólidos, aqui enfocados na perspectiva do ambiente urbano, revelaram condições conflitantes ao ambiente ecologicamente correto. O estudo evidencia a incompatibilidade entre o título de “Capital Ecológica” e as condições sócio-ambientais da cidade de Curitiba. Dados oficiais resultantes de análises nos últimos anos revelam que os rios Bacacheri, Belém, Padilha, Barigui, Atuba e Iguaçu, aqueles que cortam a área mais urbanizada da cidade, apresentam a qualidade de suas águas como sendo de razoável a ruim, portanto altamente comprometidas. A área central da cidade é aquela que apresenta os índices de partículas sólidas no ar mais elevados decorrentes da circulação urbana de veículos automotores, notadamente o transporte coletivo de passageiros que emprega combustível poluente na frota. .Dados oficiais da administração da cidade tem apresentado que Curitiba possui um dos mais elevados índices de área verde por habitante (cerca de 53 m2/hab de área verde) O sistema atual de coleta e destinamento final dos resíduos sólidos urbanos encontra-se em franco esgotamento de suas capacidades e a prefeitura local e a região metropolitana ainda vivenciam enormes conflitos para o equacionamento da problemática. Alguns parques foram criados por conta de oferecer lazer aos habitantes (Parque Barigüi), outros pelo controle de enfermidades (Passeio Público), outros para o controle de enchentes de algumas regiões (Parque São Lourenço) ou pelo fator preservação de mata nativa, já que na década de 70 houve uma grande devastação das florestas do Paraná. Muitos conflitos estão há anos na justiça aguardando uma decisão por causa das primeiras desapropriações, feitas sem critérios. Hoje em dia existe uma política de preservação de florestas remanescentes, incentivos fiscais e de plantio de mata nativa, proporcionando um maior controle por parte de Órgãos como o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Secretaria municipal do Meio Ambiente (SMMA) . vi 1 1.0 INTRODUÇÃO Curitiba se localiza á 934 metros de altitude em relação ao nível do mar. Ë local de serra com mais de 18 milhões de metros quadrados de áreas verdes, distribuídos pelos parques e bosques da cidade. A relação das pessoas com estes lugares é tão intensa que transcende o simples lazer. É nos parques que o curitibano faz exercícios, cultua as tradições, aprende mais sobre sua própria história . A relação de Curitiba com os parques iniciou por motivos que nada têm a ver com diversão. Com a cidade constantemente ameaçada pelas enchentes que inundavam vários bairros, a prefeitura começou, na década de 70, a criar parques que tinham o objetivo múltiplo de drenar a água das chuvas, proteger os fundos de vale e preservar as áreas verdes. De quebra, a população ganhou mais espaços de lazer que logo caíram no gosto da maioria. Foi assim que surgiu o Barigüi, o parque preferido por nove entre dez curitibanos. Curitiba tem 12 grandes parques, 10 bosques, um Jardim Botânico, 282 praças e 259 jardinetes, além de dois hortos municipais e três viveiros de plantas. Os Parques totalizam 17 milhões, 679 mil, 873 metros quadrados de área e os Bosques totalizam 391 mil 468 metros quadrados de área verde. Justifica-se a pesquisa sobre este tema pelo fato de Curitiba ser intitulada “Capital Ecológica” brasileira, pois sua Áreas Verdes (AV) por habitante são superiores a qualquer outra cidade do Brasil servindo até mesmo como referência internacional para outros países. O objetivo desta monografia é verificar como foram criados os parques de Curitiba; averiguar se o título de “Capital Ecológica” foi apenas marketing dos governantes para atrair o turismo, ou se realmente a titularidade da capital ecológica cabe à cidade; caracterizar os benefícios à saúde que o contato com a natureza e os espaços criados através dela trazem a população curitibana e caracterizar como eram as desapropriações realizadas para a formação dos parques e bosques no século XIX e XX , e como são feitas hoje em dia. 2 2.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 PROJETOS PARQUES DE CURITIBA Através de entrevistas aos visitantes, foi possível listar as preferências dos usuários dos parques correlacionando com as funções dos parques, detectando possíveis necessidades de campanhas educativas para melhor utilização destes parques. A entrevista com os usuários dos parques curitibanos foi realizada com auxílio de um formulário contendo informações pessoais e individuais, aplicadas aleatoriamente quanto ao sexo e idade. Os usuários foram questionados sobre quanto e como utiliza o parque, além de opiniões sobre aspectos agradáveis e desagradáveis do parque. (www.florestas.ufpr.com.br) Foram realizadas 821 entrevistas em seis parques, em dois períodos: janeiro e julho de 2001. A partir dos dados obtidos, foram realizados estudos estatísticos sendo que os resultados foram os seguintes: 2.1.1 Com Relação ao Perfil do Entrevistado: 60% dos freqüentadores dos parques são homens; Os parques Barigui e Bosque do Papa são freqüentados, em sua maioria, por pessoas com nível de escolaridade superior ; Os parques São Lourenço, Tanguá e Jardim Botânico são freqüentados, em sua maioria, por pessoas com nível de escolaridade secundário; Passeio Público apresentou o menor nível escolar, com 36,5 % de pessoas com nível básico. 2.1.2 Utilização dos Parques pelos Visitantes: A maioria dos entrevistados visita parques diariamente, ou até três vezes por semana. O Parque Tanguá é freqüentado por turistas ou passeios com a família; 95,2% dos entrevistados no Parque Barigui realizam caminhadas no Parque Barigui; 2.1.3 Atrativos e Segurança: Infra-estrutura e segurança são os elementos que mais atraem os usuários, com 57,2% Com relação à assaltos, 7% dos entrevistados sofreram dentro dos limites dos parques, sendo 8,9% no Barigui, 14,4% no São Lourenço, 14% no Jardim Botânico e 4,8% no Passeio Público. 3 Aumento gradual do numero de pessoas freqüentando áreas naturais, principalmente para a prática de atividades esportivas. O contato com a natureza é outro fator relevante, pois se verificou que a grande maioria possui atividades profissionais em escritórios. Não somente a formação cultural, mas as mudanças sócio-econômicas ocorridas nos últimos tempos, têm despertado conscientização dos usuários em conservar a natureza. A melhor conservação destes locais é fundamental, pois proporciona uma forma de lazer e diversão acessível a todas as classes sociais, atendendo as necessidades da população, mantendo a alta qualidade de vida dos curitibanos. Nos Parques Tanguá e Passeio Público, devido as suas características e resultados obtidos, demonstram a necessidade da realização de campanhas de conservação dos recursos naturais existentes. (www.florestas.ufpr.com.br) 2.2 PARQUES E BOSQUES DE CURITIBA 2.2.1 Passeio Público O Passeio Público foi fundado no mês de fevereiro (não se sabe precisamente o dia ) do ano de 1886, com uma área de 69.285 metros quadrados, pelo prefeito Dr. Alfredo d' Escragnolle Taunay. No dia 2 de maio de 1886, foi inaugurado publicamente as obras verificadas até aquela data. O Passeio Público está localizado na região norte da cidade de Curitiba sobre as beiras do pantanoso rio Belém. Aliás um dos motivos da construção do parque, que ocuparia a região do “pântano” do rio Belém, causador ,segundo a população da época, de terríveis enfermidades. Na verdade, mesmo na época, não havia uma planta do parque e o projeto feito pelo Engenheiro João Lazzarini teve de ser abandonado, devido a inúmeras modificações que foi necessário introduzir, em virtude da natureza do terreno. À princípio, surgiu a idéia de unir a diversão e passatempo da população à também um meio de renda do parque. Também tinha-se o objetivo de instalar gôndolas para que nas tardes de primavera e verão a população pudesse desfrutar de um agradável passeio pelos rios e lagos do parque. E por fim quando as obras o parque estivessem acabado, haveriam de construir em seu centro um agradável chalé, para servir ao público, que desfrutaria debaixo de frondosas árvores suaves dias tropicais. O mais central dos parques, o Passeio Público conta com mais de um século de existência. Seus portões principais são cópia fiel do Portão do Cemitério de Cães de Paris. Conta com 35 pontos de atração, que vão desde as ilhas dos Macacos, das 4 Garças, dos Amores e da Ilusão até o aquário, o viveiro da cascata, a Gruta dos Amores, a ponte pênsil, o palco flutuante e as gaiolas com pássaros das mais variadas espécies. Possui muitas árvores nativas e um mini-zoológico, com três lagos, passeio de pedalinho, play ground e terrário. A vegetação é formada principalmente por eucaliptos, plátanos, canforeiras, ipês e carvalhos. Possui também bar e restaurante. (www.florestas.ufpr.com.br) 2.2.2 Jardim Botânico Em virtude da ausência no passado de políticas de preservação e proteção ao meio ambiente, muitas florestas foram devastadas e como fato ilustrativo, altamente alarmante, pode-se citar que no período de 1960 e 1979 o Estado do Paraná perdeu cerca de 240.000 ha de florestas por ano, gerando a maior devastação de florestas subtropicais de Araucária ,fazendo com que o remanescente vegetal atingisse níveis críticos, além de apresentar uma distribuição espacial irregular. Além da pressão exercida sobre florestas, as outras formações vegetais também sofreram sérios comprometimentos. Desta forma, o Jardim botânico de Curitiba resguarda exemplares típicos da floresta Estadual (Ombrófila Mista, Ombrófila Densa, Estacional) , bem como de ecossistemas diferenciados que merecem ser conhecidos e preservados em local apropriado e mediante técnicas específicas.(www.florestas.ufpr.com.br) O complexo botânico de Curitiba, um dos melhores do país, foi implantado em 1992 e ocupa uma área de aproximadamente 245 mil metros quadrados, na região Leste da cidade. É formado pelo Jardim Botânico, uma estufa e o Museu Botânico. Conhecido cartão de visitas da cidade, conta com um jardim formado por canteiros geométricos. A estufa de 500 metros quadrados, em ferro e vidro, inspirada nos palácios de cristal ingleses do século passado, expõe exemplares da flora brasileira. No Jardim Botânico, hoje uma referência nacional e internacional, são cultivadas plantas destinadas ao estudo científico. Seguramente, é um dos mais belos parques da cidade. Os jardins são belíssimos e muito bem cuidados, enfeitados por fontes e cascatas O Museu Botânico Municipal possui amplo espaço para exposições, pesquisa botânica, biblioteca e auditório. (www.curitibainterativa.com.br,2006) O Jardim Botânico promove a visitação pública livre e orientada possibilitando o conhecimento informal e formal dentro de uma programação específica de educação ambiental, o intercâmbio com outras regiões do país com a finalidade de implantar um pólo de amostragem de vegetação características destas regiões, possui um centro de exposições permanente e periódicas para desenvolver atividades vinculadas à conhecimentos científicos e à educação 5 ambiental, dota a cidade de Curitiba de mais uma opção de lazer e recreação, além de criar mais um pólo de atração turística, desenvolve pesquisas voltadas à recuperação de ecossistemas de áreas degradadas através de trabalhos de reprodução vegetal bem como de coletas de material “in vivo” a serem cultivadas nas formações vegetais e desenvolve pesquisas de plantas medicinais e aromáticas através de trabalhos de coleta de sementes e “in vivo” para reprodução e promove intercâmbio técnico-científico com entidades afins do Estado e outras unidades da Federação. 2.2.3 Parque Barigüi Distante apenas 5 Km do centro, o Barigui é um dos principais parques da cidade. Possui um grande lago com 400 mil metros quadrados, circundado por uma pista de "cooper" e ciclovia. Abriga um Centro de Exposições, onde são realizados diversos tipos de feiras o ano todo, além de churrasqueiras, um Centro Gastronômico, o Museu do Automóvel e um Parque de Diversões. O seu extenso bosque é cortado por muitas ruas e trilhas, convidando para um agradável passeio a pé. Nos dias mais quentes ou em promoções especiais, o parque reúne milhares de visitantes. O projeto do parque Barigui iniciou-se quando Jaime Lerner desapropriou os 15 alqueires que hoje formam o parque, pertencentes a Jaime de Paula França, Miguel Bacardt e outros. O arquiteto responsável pelo projeto foi Lubomir Ficinski tendo como objetivo inicial oferecer ao público um especial centro de lazer, contendo um grande parque de diversões, uma ferrovia, além de uma ampla utilização do lago com regatas a remo e a vela. Na prática este projeto tornou-se inviável, principalmente pelos gastos dispendiosos que ele seriam exigidos. Por causa disso, o Barigui passou a ser um “Parque de Consumo” onde a população poderia dele usufruir da forma que melhor lhes satisfizesse. Entretanto, coube a Sra. Lorete Tacla, em nome da Associação das Senhoras Sírio-Libanesas do Paraná o desafio de montar os primeiros restaurantes do Parque. (www.curitibainterativa.com.br,2006) 2.2.4 Parque São Lourenço Em 1970, houve um estouro na Represa do São Lourenço inundando toda região. Ruíram as barreiras e a água inundou vários bairros como: Abranches, Ahú, Taboão, etc. A partir daí, surgiu o projeto do Parque São Lourenço, cuja função era além de regulador de vazão das águas do Rio Belém, compreendendo toda área que compunha o tanque do São Lourenço, a aproveitar os arredores para a recreação, educação, controle de inundações, poluição e paisagismo. Inaugurado 6 oficialmente em 1972, o parque tem 203.918 metros quadrados e ocupa o local onde funcionava uma antiga fábrica de cola. Somente seu lago artificial possibilita o armazenamento, em época de chuva, de 54 mil metros quadrados de água que serão escoados através do canal do rio Belém evitando assim as enchentes repentinas. Contém aproximadamente 60 mil metros quadrados de bosque com mata nativa, um belo lago circundado por um pista de "cooper", churrasqueiras, lanchonete, play ground e uma pista exclusiva para descida com carrinhos de rolimã. Abriga ainda o Centro de Criatividade, administrado pela Fundação Cultural de Curitiba, local de incentivo às artes plásticas, com salas de aula, sala de projeção, auditórios, bibliotecas, ateliers e locais para exposição. (www.curitibainterativa.com.br,2006) 2.2.5 Parque Tanguá O Parque Tanguá foi criado em 1996 em um local que seria utilizado para depósito de lixo, com o intuito de preservar o meio ambiente e oferecer à população uma área de lazer com infra-estrutura adequada, além de outros belos atrativos como um portal com mirante, cachoeira e dois lagos. (www.curitibainterativa.com.br) Ocupa uma área de 235 mil metros quadrados de um antigo conjunto de pedreiras desativadas. O parque garante a preservação da bacia Norte do Rio Barigüi, bem próximo à sua nascente, no município de Almirante Tamandaré. Possui um túnel artificial, pelo qual os visitantes podem passar de barco. É dotado ainda de ancoradouro, ciclovia, pista de cooper, lanchonete e dois estacionamentos para carros. 2.2.6 Parque das Pedreiras O parque é um espaço cultural formado pela Pedreira Paulo Leminski e pela Ópera de Arame. Com excelente acústica, muito verde e um pequeno lago, a Pedreira Paulo Leminski tem sido cenário para espetáculos de grande porte. A Ópera de Arame, inaugurada em 1992, é um espaço fechado também destinado a apresentações artísticas. A estrutura em ferro tubular, revestida em tela aramada, é semelhante à Ópera de Paris. Cercada por um lago com cascata, tem 2.400 lugares, distribuídos entre (www.curitibainterativa.com.br) a platéia e os 46 camarotes. 7 2.2.7 Parque do Trabalhador Localizado na principal zona industrial da cidade, o Parque do Trabalhador oferece um bosque de mata nativa com 192 mil metros quadrados, playground, estacionamento, churrasqueiras e canchas esportivas aos moradores e trabalhadores da Cidade Industrial de Curitiba. Inaugurado em 1996, o parque é uma obra estratégica na manutenção da qualidade de vida e no equilíbrio das relações com o meio ambiente.(www.curitibainterativa.com.br,2006). 2.2.8 Parque dos Tropeiros Inaugurado em 1994, o parque tem uma área de 174 mil metros quadrados. Criado para homenagear o ciclo histórico do tropeirismo, o parque possui equipamentos especiais como cancha de rodeios de 10 mil metros quadrados, espaço para camping, salão de danças, salão de apresentações com palco, capril, museu e churrascaria. O salão de dança sedia, durante a semana, um Piá Ambiental. (www.curitibainterativa.com.br) 2.2.9 Parque Bacacheri Inaugurado em 1988, ocupa uma área de 152.033 metros quadrados. Oferece aos freqüentadores várias opções de lazer e recreação, canchas de futebol e vôlei de areia, churrasqueiras, playground, lago artificial e bosque com espécies nativas. Também chamado de Parque General Iberê de Mattos, resultou da recuperação de um lago artificial, realizada em 1988. Possui, além do lago, canchas de futebol de areia e vôlei, play-ground e churrasqueiras.(www.curitibainterativa.com.br) 2.2.10 Parque Passaúna Inaugurado em 1991, possui uma área de 6,5 milhões de metros quadrados margeando a represa do Rio Passaúna, responsável por um terço do abastecimento de água potável de Curitiba. No Passaúna é possível encontrar mais de 100 espécies de aves, entre as quais o beija-flor de topete, o verdinho coroado, o canário da terra e o joão-de-barro. À beira da água vivem jaçanãs e saracuras. A mata esconde capivaras, graxains, mãos peladas, gambás, preás e até jaguatiricas. Equipamentos: trilha ecológica com 3,5 quilômetros no meio da mata, ancoradouro de barcos, choupanas e um mirante com 46 metros de altura. Além de preservar espécies de animais, entre aves e pequenos mamíferos, o parque possui uma extensa pista de "cooper", ladeada pelo rio e por um bosque. Nos finais de semana e feriados, o parque é visitado por milhares de pessoas que apreciam a pescaria, 8 pedalar em uma bicicleta ou simplesmente caminhar. (www.curitibainterativa.com.br) 2.2.11 Parque Iguaçu Criado em 1976, é considerado o maior parque urbano do Brasil, com uma área aproximada de 8.264.316 metros quadrados. Oferece várias atrações, divididas em sete setores diferentes: esportivo, náutico, pesqueiro, bosques naturais, pomares públicos, santuários ecológicos e zoológico. Lá estão mais de mil animais de 80 espécies. O parque está equipado com estacionamentos, quiosques, bar e lanchonete. Relativamente distante do centro da cidade, o Zoológico de Curitiba abriga mais de mil animais, vivendo em um ambiente próximo dos seus habitats naturais. Faz parte do Parque Regional do Iguaçu, o maior parque urbano do país, com 8 milhões de metros quadrados, um santuário ecológico para muitas espécies. A infra-estrutura oferece estacionamento, sanitários e lanchonetes. (www.curitibainterativa.com.br) 2.2.12 Parque Tingüi Inaugurado em 1994, possui 380 mil metros quadrados de área. Entre suas atrações estão lagos, pontes de madeira, recantos, parque infantil, pista de cooper e ciclovias. Na entrada, vê-se a estátua do cacique Tindiqüera, líder da tribo Tingüi, que indicou aos colonizadores o local onde deveria ser instalada a Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, hoje Curitiba. O parque também abriga o Memorial Ucraniano, inaugurado em 26 de outubro de 1995 para marcar o centenário da imigração ucraniana no Brasil. Possui capela, campanário, uma casa típica, palco ao ar livre e portal. Todas as edificações foram feitas com madeira de lei encaixada, inclusive as coberturas. A capela é uma réplica da Igreja de São Miguel Arcanjo, construída no final do século passado na localidade de Serra do Tigre, município de Marechal Mallet. (www.curitibainterativa.com.br) 2.2.13 Parque Barreirinha Localiza-se no bairro da Barreirinha, a 10 quilometros do centro. Contém árvores nativas, cabanas rústicas, churrasqueiras, lagos e play-ground. Abriga várias espécies de mamíferos e aves. O Horto Municipal da Barreirinha, também pertencente ao parque, é responsável pela produção de mudas de plantas ornamentais. 9 2.2.14 Bosque Alemão Inaugurado em 1996, o bosque possui vários equipamentos que celebram e divulgam as tradições alemãs. A principal atração é o "Oratório de Bach", uma sala de concertos, cuja construção em madeira é réplica de uma antiga igreja presbiteriana do bairro Seminário. Descendo a torre, os visitantes encontram o Caminho dos Contos de Grimm, uma trilha que recupera a história de João e Maria em forma de versos gravados em azulejos. No interior do bosque, está a Casa de Contos, uma biblioteca de histórias infantis. (www.curitibainterativa.com.br) 2.2.15 Bosque Boa Vista Criado em 1959 mas transformado em parque e entregue à população apenas em 1972, tem 275.380 metros quadrados de área. Considerado o mais belo parque da cidade, lá se pode apreciar araucárias, aroeiras, canelas, bracatingas, pés de erva-mate e outras espécies nativas. Sua área verde, que serve como importante regulador da qualidade do ar da região, é utilizada por estudantes e professores universitários em aulas práticas de Botânica. O Horto Municipal, anexo ao parque, desempenha função científica e educativa - é responsável pela pesquisa e produção de espécimes vegetais. Entre seus equipamentos estão os bosques com mais de 200 mil metros quadrados de vegetação típica, biblioteca infantil, playground, cabana rústica, lanchonete, churrasqueiras e estacionamento. (www.curitibainterativa.com.br) 2.2.16 Bosque Capão da Imbuia Implantado em 1974, tem uma área de 11.682 metros quadrados. Está equipado com churrasqueiras e parque infantil. (www.curitibainterativa.com.br) 2.2.17 Bosque da Fazendinha Inaugurado em 1995, possui 73 mil metros quadrados de área verde. Oferece completa infra-estrutura de recreação, com palco ao ar livre, canchas esportivas, playground, churrasqueiras, mirante e trilhas ecológicas. Também conserva a casa em estilo neoclássico, construída em 1896, que serviu durante décadas como residência da tradicional família Klemtz. (www.curitibainterativa.com.br) 2.2.18 Bosque Italiano O antigo Bosque São Cristóvão hoje é um importante ponto de confraternização para a comunidade de Santa Felicidade. Sob as arcadas neoromânticas do Memorial Italiano, que lembram as antigas construções romanas, 10 são realizadas festas típicas desde 1993. A infra-estrutura do bosque conta com um palco coberto com camarins, uma polenteira com chaminé, quiosques para a venda de uvas e vinhos, churrasqueiras e um pavilhão que serve como restaurante. (www.curitibainterativa.com.br) 2.2.19 Bosque Gutierrez No ponto mais alto da cidade, foi inaugurado em 1989 com uma área total de 36 mil metros quadrados. Com uma área verde de 18 mil metros quadrados e uma fonte natural de água com vazão de 1350 litros por hora, o Bosque Gutierrez convida para um passeio a pé tomando um contato mais íntimo com a natureza. O bosque, preservado por João Carlos Gutierrez, abriga o memorial ao ecologista Chico Mendes. A réplica da carta enviada por Mendes ao juiz de Xapuri foi gravada em pedra, permanentemente envolvida por uma cortina de água mineral, que nasce no próprio bosque. Possui ainda dois pequenos lagos, trilhas de observação, Casa do Seringueiro, Escola Amazônica e um Centro de Criatividade. (www.curitibainterativa.com.br) 2.2.20 Bosque João Paulo II Criado logo após a visita do Papa a Curitiba, em 1980, caracteriza-se como Memorial da Imigração Polonesa no Paraná. Compreende uma área de 40 mil metros quadrados da antiga fábrica Estearina. O bosque possui um conjunto de edificações em troncos de madeira, típicas da arquitetura polonesa, que se constitui num museu ao ar livre. A casa principal, construída em 1983, foi transformada na Capela João Paulo II e guarda em seu interior a imagem de Nossa Senhora de Czestochowa, padroeira da Polônia.(www.curitibainterativa.com.br). 2.2.21Bosque Portugal Inaugurado em 1994, conta com 20,8 mil metros quadrados de área. Abriga a sede dos escoteiros e um conjunto de mata nativa. Possui um painel decorativo, o marco da poesia e a praça de eventos. Uma pista de cooper faz o elo de ligação entre as atrações, contornando todo o bosque e passando por três pontes cobertas que lembram a arquitetura portuguesa. Vinte pilares foram erguidos para servir de base a azulejos pintados à mão, com trechos de poesias de autores brasileiros e lusitanos.(www.curitibainterativa.com.br) 11 2.2.22 Bosque Reinhard Maack Criado em 1989, o bosque é uma homenagem ao engenheiro e aventureiro alemão que em 1923 chegou ao Paraná e contribuiu para a preservação do meio ambiente. Possui uma área com 78 mil metros quadrados de mata remanescente de araucárias, com espécies únicas na região. Abriga ainda uma trilha de aventuras com brinquedos educativos e ecológicos para crianças, equipamentos para recreação, casa de educação ambiental, portal, sanitários e estacionamento. Ocupa uma área de 78 mil metros quadrados, disputados por praticantes de trekking e jogging em meio a trilhas abertas pelo arvoredo. (www.curitibainterativa.com.br) 2.2.23 Bosque Zaninelli Possui uma área de 37 mil metros quadrados de mata nativa, onde existia desde 1947 uma das maiores pedreiras de Curitiba. Em meio à mata está instalada a Universidade Livre do Meio Ambiente, inaugurada em 1992 com a presença do oceanógrafo Jacques Cousteau, um interessante projeto que visa a difusão do conhecimento ecológico, com salas de aula ao ar livre e um anfiteatro, com o objetivo de ser um centro de educação ambiental. Edificado em eucalipto e rodeado por pedras naturais, o prédio de 874 metros quadrados possui uma rampa em espiral com 22 metros que permite uma vista panorâmica de toda a área verde. (www.curitibainterativa.com.br) 2.3 ASPECTOS DA PROBLEMÁTICA AMBIENTAL URBANA DA CIDADE DE CURITIBA E O MITO DA “CAPITAL ECOLÓGICA”. A imagem de “Capital Ecológica” da cidade de Curitiba consolidou-se na década de noventa como fruto de um acirrado processo de citymarketing promovido pela administração municipal. A análise de aspectos relativos à qualidade da água, do ar, das áreas verdes e dos resíduos sólidos, aqui enfocados na perspectiva do ambiente urbano, revelaram condições conflitantes ao ambiente ecologicamente correto. O estudo evidencia a incompatibilidade entre o título de “Capital Ecológica” e as condições sócio-ambientais da cidade de Curitiba.(Mendonça, 2002) A fase mais contemporânea da modernidade caracteriza-se por uma intensa complexidade das relações sociais e destas com a natureza. A relação conflituosa estabelecida entre a sociedade e o meio natural gerou consideráveis problemas sócio-ambientais nos últimos duzentos anos e que se agravaram quanto mais o modo de produção hegemônico no mundo ocidental se desenvolveu. A degradação das condições de vida humana e da natureza no final do último século se intensificaram de tal maneira que a sociedade pós-moderna 12 elegeu, de maneira muitas vezes obsessiva, a busca pelo ambiente saudável como uma necessidade básica de sua existência. Neste contexto, as áreas que ainda apresentam boa cobertura de vegetação natural, rios e ar limpos são consideradas ecologicamente saudáveis e são altamente disputadas pelos diferentes grupos sociais, seja para usufruto, para transformação em mercadoria do turismo, ou mesmo objeto de defesa da luta de movimentos ambientalistas. No âmbito da cidade os atributos do ambiente natural, ou pouco alterados, que ainda ali restam são, muitas vezes, utilizados como estratégia para o desenvolvimento do citymarketing, ou da promoção urbana, como muito bem o apontou Garcia (1997) ao analisar a criação e difusão mediática das imagens curitibanas como fator de atratividade de investimentos e populacional. A questão ambiental não se coloca, como se percebe, isolada de um contexto mais geral e complexo. Por sua natureza interdisciplinar e interinstitucional ela demanda uma postura aberta e integrativa de administrações municipais e de diferentes áreas do conhecimento associadas à toda a sociedade organizada. Para tanto, e sobretudo após os resultados da II Conferência Mundial para o Meio Ambiente – Rio/ECO 92, é preciso tratar não mais somente do meio ambiente mas sim das questões sócioambientais. A cidade de Curitiba (IBGE,1996) foi projetada, nacional e internacionalmente na última década, como sendo a “Capital Brasileira de Primeiro Mundo” e “Cidade Modelo” – manifestação de sua condição de cidade resultante da eficácia do planejamento urbano. No mesmo período, e também resultante deste processo, ainda atribuíram-lhe o título de “Capital Ecológica”. Todavia, as características da urbanização curitibana, devido sobretudo ao contexto histórico-geográfico em que ela se processou, revelam aspectos marcadamente contraditórios face à estas perspectivas imagéticas. Mesmo se algumas partes da cidade expressam características de espaços organizados na perspectiva do planejamento urbano, grande parte está aquém desta condição; vários aspectos do ambiente urbano o atestam de forma evidente: 2.3.1 A Problemática dos Recursos Hídricos no Âmbito Urbano-metropolitano de Curitiba. Os rios da RMC – Região Metropolitana de Curitiba estão, em boa parte, muito degradados e poluídos. A revista do CREA/PR (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, regional Paraná), por exemplo, traz em seu numero 10 (2000, pg. 21), várias reportagens relativas à qualidade das águas de Curitiba e Região Metropolitana de Curitiba, por ocasião do acidente do 13 derramamento de óleo da Petrobrás no rio Iguaçu em julho/2000. Uma das reportagens afirma: “(...) A gravidade é tanta que há muito tempo os ecologistas (e também o governo) sabem que o Barigui e o Iguaçu, nos limites da Região Metropolitana, estão praticamente mortos, tal é a carga de resíduos industriais e lixo orgânico carreada diariamente, sem que os órgãos públicos competentes se pronunciem. (...)”.(CREA,2000) Aqueles que cortam a área urbanizada do município sede da região metropolitana são os que apresentam os mais elevados índices de degradação, classificados como possuindo qualidade de regular a ruim segundo o IQA (Índice de Qualidade das Águas) parâmetro utilizado internacionalmente para aferir a qualidade das águas dos cursos hídricos. A degradação dos rios que se observa na área urbana de Curitiba e municípios limítrofes esta relacionada principalmente ao esgotamento sanitário, sobretudo o doméstico, sendo que o industrial também é um considerável contribuinte para a queda da qualidade das águas do município. Dados oficiais resultantes de análises nos últimos anos revelam que os rios Bacacheri, Belém, Padilha, Barigui, Atuba e Iguaçu, aqueles que cortam a área mais urbanizada da cidade, apresentam a qualidade de suas águas como sendo de razoável a ruim, portanto altamente comprometidas. Quando se analisa os dados apresentados, particularmente a temporalidade de alguns dos parâmetros aferidos, por exemplo o período que vai de 1987 a 1993 ou 1994, e se identifica que a criação do slogan “Curitiba Capital Ecológica” (IPPUC, 1992) se dá paralela e concomitantemente à constatação da alta poluição dos rios (caracterizados como de qualidade ruim e pertencentes à classe 4/Resolução n. 20 do CONAMA), evidencia-se a não correspondência entre a imagem e a realidade. A elevada degradação dos cursos hídricos de uma cidade revela uma insuficiente e ineficaz política de saneamento ambiental urbano, característica dos países não desenvolvidos ou em estagio de desenvolvimento complexo, nos quais o descaso dos governantes para com a qualidade de vida da população se manifesta, dentre outros, na parcial e insatisfatória cobertura da rede de água tratada e de esgotamento sanitário. Nestes países se observa, principalmente, uma maior atenção do poder publico ao sucesso econômico e uma considerável desatenção aos aspectos da promoção social – das condições e qualidade de vida da população. Na cidade de Curitiba, embora cerca de 90% da população tenham acesso à água tratada, somente cerca de 60% dos domicílios são servidos pela rede de 14 esgotamento sanitário. Há, portanto, uma expressiva parte da população (cerca de 40%, ou 700.000 pessoas) que lança seus esgotos em fossas, na rede de águas pluviais através de ligações clandestinas ou mesmo diretamente nos cursos hídricos; toda esta ação resulta em degradação da qualidade das águas dos rios e da água subterrânea, e compromete seriamente a qualidade de vida da população.(SUDERHSA, 1997). Como reflexo de sua condição de cidade localizada num país não desenvolvido, a distribuição espacial da rede de água tratada e de esgotamento sanitário revelam, de forma clara, a exclusão social e a concentração dos privilégios sociais numa determinada parcela da população. É exatamente na área da periferia urbana de Curitiba, além de alguns locais pericentrais de concentração da subhabitação nesta cidade, que se registram a escassez dos referidos recursos e equipamentos urbanos. É também a população destas áreas, sobretudo crianças, aquela que registra os mais elevados índices de doenças relacionadas à insalubridade do ambiente decorrente da falta ou insuficiência de saneamento básico. Todavia, o aspecto mais paradoxal de toda esta realidade é que a água utilizada para abastecimento da população curitibana é captada exatamente nos mananciais de superfície, cuja qualidade encontra-se, como se viu, bastante degradada. É sobre estas áreas de mananciais que a urbanização-industrialização, em boa parte decorrente do processo de periferização de Curitiba sobre as cidades aglomeradas do seu entorno, demanda as mais desafiadoras ações de planejamento visando a garantia da qualidade e condições de vida da população. É exatamente ali que a ação estatal é débil ou inexistente. 2.3.2 Alguns Aspectos da Qualidade do Ar Embora seja internacionalmente conhecida como sendo uma cidade que teria alcançado êxito no que diz respeito ao equacionamento dos problemas relativos ao meio ambiente, Curitiba apresenta graves problemas ligados à degradação da água, e do ar. Neste segundo aspecto o comprometimento de sua qualidade se dá principalmente devido à industria, concentrada na porção sudoeste da cidade mas em franco processo de re-locação (Cidade Industrial de Curitiba – CIC), ao transporte urbano na área central e às atividades ligadas à mineração na porção norte, isto quando considerado somente o interior da área urbana. (Oliveira,2000) Dados relativos ao período 1996-1997, evidenciam que no período do ano mais propicio à concentração de poluentes atmosféricos na cidade de Curitiba, entre junho e setembro - e com maior destaque no mês de agosto, os índices 15 relativos à concentração de partículas sólidas no ar apresentaram-se bastante acima dos valores máximos estabelecidos por lei (CONAMA,1989). Os parâmetros estabelecidos pelo CONAMA (Resolução 5/89), evidenciam condições de poluição do ar, em que a população da cidade encontrava-se em situações de forte risco ao desenvolvimento de patologias dela decorrentes. (Oliveira,2000) A área central da cidade é aquela que apresenta os índices mais elevados decorrentes da circulação urbana de veículos automotores, notadamente o transporte coletivo de passageiros que emprega combustível poluente na frota. Segundo Danni-Oliveira (2.000), ao concluir pesquisa relativa à correlação entre o clima e a poluição do ar em Curitiba, “(...) as áreas onde o fluxo de veículo se mostrou mais intenso, houve maior concentração de material particulado e de dióxido de nitrogênio (...)”(Danni-Oliveira,2000) destacando-se, conforme seu estudo, os bairros Água Verde e as imediações da rodoferroviária. Mesmo possuindo um sistema de transporte urbano reputado como eficiente e de boa qualidade, há que se assinalar que este fato não corresponde à toda a realidade do transporte na cidade e na região metropolitana. A rede do ônibus ligeirinho e dos expressos, aqueles utilizados para exemplificar o sucesso curitibano, cobrem somente parte da cidade, sendo que o restante é realizado em linhas de ônibus bairro-centro-bairro com uma considerável concentração de terminais na área central. São estes terminais que recebem tanto os veículos da própria cidade quanto aqueles provenientes da aglomeração metropolitana. É devido a uma tal concentração que os registros do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) expressam os maiores teores de poluentes no ar no centro da cidade, especialmente nos meses de inverno, dado que o principal combustível utilizado na frota de ônibus gera considerável poluição atmosférica. 2.3.3 Áreas Verdes na “Capital Ecológica”. Um dos pontos mais enfáticos na construção da imagem de Curitiba “Capital Ecológica” diz respeito à relação área verde por habitante. Dados oficiais da administração da cidade tem apresentado que Curitiba possui um dos mais elevados índices (cerca de 53 m2/hab de área verde) que são, todavia, questionáveis, já que os cálculos elaborados pela municipalidade não deixam claro quais foram os critérios utilizados para a seleção das áreas verdes, ou seja, qual o conceito de áreas verdes utilizado para se chegar aos aludidos resultados. Cálculos 16 elaborados por outras instituições e por pós-graduandos da Universidade Federal do Paraná (Hardt, 1994; Vanin, 2001), utilizando vários critérios, apontam para a existência de um índice de área verde/habitante inferior ao apresentado pelo poder municipal. Mas, independentemente da tentativa de tornar ótima a cidade a partir da criação de uma imagem que não corresponde fielmente à cidade real, a distribuição das áreas verdes na cidade de Curitiba, sobretudo os parques de uso público, é fortemente excludente. A quase totalidade dos parques públicos urbanos, bem equipados para o lazer e a pratica de esportes e de fácil acessibilidade aos citadinos está concentrada na porção norte da cidade, exatamente na área onde também se concentra a classe média e alta da sociedade curitibana, como se pode perceber em vários documentos cartográficos que registram a distribuição dos parques urbanos curitibanos. A porção centro-sul da cidade de Curitiba encontra-se desassistida no concerne à uma política de parques urbanos municipais. É esta a área que se encontra mais carente de parques com equipamentos de lazer gratuito pois é, paradoxalmente, também nela que se concentra grande parte da população de mais baixa renda do município. Como conseqüência do processo de urbanização seletivo que se processou nestas áreas periurbanas da porção centro-sul do município de Curitiba, deixandoas desassistidas quando à implantação de parques urbanos, observa-se que nelas os processos de inundações urbanas são os mais impactantes (Oliveira,1996), gerando centenas de vitimados a cada ano. É também nestas áreas que são registrados os mais elevados índices de criminalidade urbana nas últimas décadas, falta, dentre outros, da oferta do lazer gratuito e acessível às populações carentes do município; neste aspecto, as áreas verdes urbanas de lazer e esporte em muito contribuiriam para solucionar problemas relativos à violência na cidade (Mendonça, 2001). 2.3.4 Resíduos Sólidos. Os resíduos sólidos urbanos constituem, conforme Rodrigues (1998), um dos mais graves problemas ambientais da humanidade na era contemporânea, fruto direto do exacerbado consumismo que caracteriza a sociedade moderna e contemporânea de Curitiba, mesmo tendo aparentemente solucionado o problema do lixo, apresenta consideráveis desafios para solucionar o elevado montante de resíduos sólidos que são diariamente produzidos pelas residências, industrias, comércio, hospitais e serviços em geral. O Programa “Lixo que não é lixo”, um dos elementos basilares para a consolidação da idéia da “Capital Ecológica”, é 17 ineficiente e um dos mais caros do país pois não atende às demandas sociais e onera o poder púbico.(Ramos, 1985). O sistema atual de coleta e destinamento final dos resíduos sólidos urbanos encontra-se em franco esgotamento de suas capacidades e a prefeitura local e a região metropolitana ainda vivenciam enormes conflitos para o equacionamento da problemática. Um dos mais expressivos reflexos desta problemática – dos resíduos sólidos – é a formação de um contingente de pessoas vivendo em condições miseráveis de vida, verdadeiros excluídos do processo de vida cidadã. Cerca de três mil catadores de lixo sobrevivem desumanamente recolhendo lixo na porção mais central da cidade (Davanso, 2001; Amaral, 2001). Assim tomados, de forma genérica e introdutória, os elementos e argumentos acima apresentados permitem observar que os slogans e imagens que atribuem à Curitiba uma condição de cidade modelo a ser copiada não podem ser concebidos como verdadeiros, que não correspondem à realidade. O que se constata são ações decorrentes de intencionalidades do poder político local e regional, principalmente de grupos que se mantém no poder nos últimos quarenta anos, voltadas à criação de uma cidade “imagética” que, uma vez colocada como produto no mercado competitivo, realiza uma expressiva atratividade econômica e populacional. Os dados apresentados, sobretudo de caráter ilustrativo e a observação realizada nos últimos anos sobre o ambiente urbano de Curitiba permitem constatar que ela não poderia ser concebida como uma “Capital Ecológica” ou “Capital Social”, pois que não reúne condições necessárias para que lhe seja atribuída titulação tão importante. É bem verdade que ela apresenta condições ambientais bem melhores que a maioria das grandes cidades brasileiras e dos países em estágio de desenvolvimento complexo como o Brasil mas, há que se notar, a degradação ambiental de tais cidades é verdadeiramente alarmante. Encontrar-se melhor que elas não significa, absolutamente, estar em boas condições ambientais como se viu para o caso de Curitiba. O ato de nominar “Curitiba Capital Ecológica” é, de maneira geral, um ato insensato e preocupante, pois corre-se o risco de tomá-la como exemplo. Imaginese que alguma outra administração municipal tome os índices da qualidade da água e do ar, da distribuição das áreas verdes e do destinamento final e tratamento dos resíduos sólidos registrados nesta cidade como parâmetros considerados corretos. Causas e soluções dos problemas ambientais urbanos estão a demandar de todos enorme esforço na perspectiva da promoção da vida na cidade com qualidade e dignidade, principalmente quando a população mundial configura-se como majoritariamente urbana ou urbanizada como no presente (Ramos,1985). A 18 especulação da terra urbana e o modo de vida da sociedade moderna, nas condições capitalistas de produção do espaço, estão na raiz dos aludidos problemas, sendo necessário equacioná-los como primeira etapa para a solução dos problemas sócio-ambientais urbanos. Do ponto de vista ambiental, sobretudo dos elementos atinentes ao sitio da cidade, os desafios parecem apontar para a necessária revisão do recorte e administração do território gerados pelo estabelecimento do estado nacional burguês. O momento atual da modernidade tem apontado, paulatinamente, para o esgotamento e debilidade do recorte do suporte físico-natural do território representado pelos estados nacionais, pois os elementos da natureza (ar, água, solo, relevo e vegetação) não estão circunscritos à tais unidades administrativas do espaço. A gestão diferenciada destes elementos e recursos resulta, diretamente, em degradação e conflitos como os que se vive no presente. No que concerne à Curitiba, pode-se observar que uma das principais causas da degradação da natureza e dos recursos naturais locais é a gestão estanque do território. A não integração de objetivos, planos e ação de gestão entre a cidade pólo e os demais municípios da região metropolitana resultou em inúmeros problemas ambientais, que tendem ao agravamento quanto mais separadas e desintegradas estiverem as ações dos governos municipais. 2.4 PREFEITURA LANÇA O PROGRAMA “VIVA CURITIBA SAÚDE E MOVIMENTO” Em virtude da comemoração do Dia Internacional da Saúde no dia 7 de abril, a Prefeitura de Curitiba lança no próximo domingo (10), no Parque Barigui, o programa Viva Curitiba Saúde e Movimento (Zacarias,2005). O parque irá se transformar em um centro de atividades esportivas e culturais, além de fazer avaliações físicas, posturais e outras. Também serão oferecidos gratuitamente aos participantes do evento os exames de avaliação da glicemia, da pressão arterial e colesterol. O evento será realizado em parceria com as principais universidades da cidade, academias e hospitais. O programa tem por objetivo promover a integração, e incentivar as pessoas a praticar esportes. Serão oferecidos, pelos profissionais da área, todas as orientações necessárias para a manutenção de hábitos alimentares saudáveis. No domingo, quem prestigiar o lançamento do programa poderá participar de uma programação variada. Serão atividades oferecidas para todas as idades. Haverá 10 minis quadras de vôlei, outras 10 de futebol, camas elásticas, brinquedos gigantes, mesas de ping-pong e até um circuito de bicicleta onde as 19 crianças poderão ao mesmo tempo, se divertir e aprender como se comportar no trânsito. Na parte cultural as opções também são diversificadas. Serão oferecidas aulas de yoga, danças circulares, lian gong, demonstrações de capoeira, e aulas de happy class, uma modalidade de dança para aqueles que querem aprender a dançar. Pessoas com necessidades especiais vão participar de diferentes atividades esportivas e culturais, e também haverá a apresentação do coral dos meninos cantores de Angola. Desenvolvido pela secretaria municipal da Saúde de Curitiba, o programa será levado também a outros bairros da cidade, sempre aos domingos. Outro objetivo do programa é incentivar as pessoas a visitarem os parques, praças e bosques da cidade onde possam também praticar atividades físicas. 2.5 VIVER CURITIBA COMO “VIDA SAUDÁVEL” O Vida Saudável é o programa da Prefeitura Municipal de Curitiba que oferece dicas e sugestões para os cidadãos curitibanos terem uma melhor qualidade de vida. Com o lema “Viva Curitiba” a prefeitura também incentiva a população a conhecer os parques e pontos turísticos da cidade para, nesses locais, cultivarem os bons hábitos que levam a população a alcançar uma vida ainda mais saudável. (Zacarias,2005) 2.6 BRITISH BROADCASTING COMUNICATION DESTACA CURITIBA COMO MODELO NO GERENCIAMENTO DE ÁREAS VERDES Está no site da British Broadcasting Comunication (BBC) Brasil a matéria "Curitiba é exemplo de gerenciamento de áreas verdes". A reportagem é resultado de uma pesquisa ambiental realizada pela Comissão para Arquitetura e Ambiente Construído (CABE, em inglês), que presta assessoria para o governo britânico. (www.curitiba.org.br,2004) A cidade foi citada como exemplo de sucesso na administração das áreas verdes. Para a pesquisadora da CABE, Rachel Easton, as soluções encontradas pela administração curitibana foram resultado de investimentos de longo prazo. Segundo seu depoimento, registrado pela BBC Brasil, apesar das dificuldades para lidar com a pressão populacional, a administração pública da cidade conseguiu encontrar meios eficientes para ampliar o espaço verde, hoje de 51,5m2 por habitante. Isso se deve a "muita disposição política, liderança, comunicação eficiente, marketing e, principalmente, educação ambiental", lista Rachel. Curitiba está listada entre dez cidades com bons resultados nos investimentos para melhorar o espaço público e as áreas verdes urbanas. A Grã- 20 Bretanha designou a CABE para buscar exemplos bem-sucedidos destas ações para implantá-las em cidades como Londres, onde a proporção atual é de 26,9m2 de área verde por habitante, bem abaixo da capital paranaense, além de outras cidades britânicas que sofreram declínio e negligência em suas áreas verdes nos últimos anos. Curitiba é elogiada principalmente pelas ações de conscientização da população para a preservação do Meio Ambiente. É também destacada por apresentar, desde 1966, um plano de designação para a criação de parques, reservas de vegetação nativa, proteção dos recursos hídricos e de controle de enchentes. A existência de uma Secretaria Municipal do Meio Ambiente é apontada como grande responsável pelo impulso dado ao processo de ampliação e proteção das áreas verdes na cidade, graças sua autonomia para absorver as tarefas que antes eram de responsabilidade do Estado e do Governo Federal. 2.7 FESTA NO PARQUE SÃO LOURENÇO A Festa do Parque São Lourenço, realizada todos os anos pela Associação dos Moradores e Amigos do Parque (AMA) .A abertura, que terá a presença do prefeito Beto Richa, com um abraço ao parque reunindo cerca de dois mil alunos de escolas da região. A soltura de alevinos no lago também faz parte da programação de abertura. Serão três dias de atividades com a participação da população das imediações do parque, intensificada por diversas atividades organizadas pela Fundação Cultural de Curitiba, Secretarias Municipais do Esporte e Lazer, Saúde, Educação, Abastecimento, Meio Ambiente e Fundação de Ação Social (FAS). A programação conta com corrida rústica, torneio de futebol, competição de carinhos de rolimã, contadores de histórias, cantores mirins, exposição de desenhos, de fotografias, feira do livro, varal de poesia, oficinas de arte, teatro, grupos de escoteiros, feira de gastronomia e de artesanato, danças folclóricas, hiphop, street dance e lançamento do grupo "Lambairóbica", do programa “Comunidade Escola”, desenvolvido pela Escola Municipal Eny Caldeira. Durante os três dias da festa, técnicos e voluntários da Secretaria Municipal da Saúde estarão trabalhando no programa "Cárie Zero" e na verificação da pressão arterial, níveis de colesterol e diabetes. A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer colocará à disposição da criançada todos os equipamentos de recreação com brinquedos infláveis, jogos gigantes, cama elástica, perna de pau e oficina de brinquedos pedagógicos. A programação cultural está sendo coordenada pelo núcleo da Fundação Cultural da Regional Boa Vista.(Prezerpiorski,2005). 21 2.8 EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO E INSTRUMENTOS JURÍDICOS EM CURITIBA COMO SUBSÍDIO AO CADASTRO TÉCNICO, PLANEJAMENTO E PRESERVAÇÃO DE FLORESTAS NATIVAS. Uma pesquisa foi desenvolvida junto à UFSC (Universidade Federal de Santa catarina) e CNPq(Conselho Nacional de Pesquisa) para analisar os critérios de para localização de áreas verdes urbanas. As áreas estudadas foram O Bosque do Papa e Parque Barigüi no município de Curitiba-PR. A análise da legislação permitiu constatar que as infrações legais ocorreram sobretudo pela falta de conhecimento sistematizado sobre o meio físico e de fiscalização efetiva. A forma urbana foi desenvolvida a priori a partir de ocupação espontânea. As leis muitas vezes incompletas e contraditórias aliadas a atritos entre a esfera federal, estadual e municipal tiveram influência negativa sobre as florestas por permitir o corte desmedido até fins do século XX. A falta de controle do poder público sobre as transformações no meio edificado e natural foi agravada pelas transgressões constantes as leis, defasagem do Cadastro e mapeamento em Curitiba. Observa-se que o Cadastro e os registros cartográficos relevantes mais antigos do município surgiram em fins do século XIX. O Cadastro instituído em Curitiba se ocupou apenas do meio edificado. As florestas remanescentes foram representadas em mapas no século XX. Apesar da existência dos vôos aerofotogramétricos de 1933 e 1952 o vôo que foi restituído em escala 1 : 2. 000 ocorreu em 1972, mas as plantas cadastrais foram incompletas em muitos locais sendo complementadas duas décadas após com o vôo de 1990. O Cadastro Técnico Florestal municipal foi criado em 1974, facilitado pela existência de base cartográfica urbana compatível, cadastrou bosques remanescentes de araucária e florestas nativas. Durante o intervalo temporal subseqüente outras áreas florestadas foram declaradas de interesse público, baseando-se em novos levantamentos aerofotogramétricos de 1980, 1990 e 2002. Atualmente ainda prevalece a preponderância do controle legal efetivo sobre florestas de domínio público unidades de conservação e áreas verdes (AV). Outras leis, instrumentos jurídicos e incentivos mais específicos continuam sendo criados na tentativa de controlar o desmatamento em propriedades privadas. Em Curitiba a ocupação do território não fugiu a regra do binômio destruição e construção de desmatamento. No entanto, merece destaque que nem toda a área do município era ocupada por florestas nativas de araucária, pois parte do sítio original era ocupada por campos. A avaliação quali-quantitativa das florestas e vegetação original no município de Curitiba é dificultada pela inexistência de 22 mapeamento e Cadastro mais remoto. Os mapas antigos disponíveis com relevância e qualidade cartográfica datam de 1906 (esc. 1:50 000), 1915 (esc. 1:40 000), 1935 (esc. 1 :10 000) e 1954-57 (esc. 1 : 25 000). Segundo Papp & Vieira (2004) até a década de 20 as Florestas Ombrófilas Mistas ou florestas de Araucária cobriam 86% do estado do Paraná, na década de 40 a cobertura florestal foi reduzida para 50% segundo o citado coordenador da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental(SPVS). No último levantamento feito em 2001 pela UFPR contatou-se que restam apenas 66.109 ha ou 0,8 % do território paranaense coberto por florestas nativas de araucária. De acordo com a instituição as estatísticas indicam que se o descaso com a preservação continuar em 10 anos a partir de 2001, ou seja em 7 anos as florestas podem estar extintas. O maior empecilho a preservação das florestas de araucária é a falta de políticas de preservação de bosques remanescentes e de fiscalização. Medidas mais rigorosas e projetos ambientais específicos poderiam permitir que o bioma da floresta fosse preservado. Através dessas iniciativas a flora e fauna podem escapar da extinção. Para a manutenção da biodiversidade é necessária uma proporção de 20% de áreas nativas de florestas de araucária preservadas. Além do valor da floresta enquanto patrimônio biológico existe também o cultural .As espécies nativas agregam valor a identidade regional e brasileira. No momento atual quase todas as áreas remanescentes são pequenas e estão dispersas no estado do Paraná e no município de Curitiba. É indispensável resgatar os valores das florestas brasileiras, formular políticas para resgatar o potencial econômico e cultural para a sociedade. Os instrumentos para atingir esta meta consistem em políticas públicas para permitir a regeneração da floresta e trabalho conjunto do poder público e sociedade civil. Algumas das estratégias adotadas pela SPVS para a conservação de florestas são doações, abatimento de imposto de renda e parcerias. Entre os benefícios gerados pela conservação de florestas nativas em um importante fator que permite assegurar a defesa da biodiversidade nos ecossistemas consiste na agregação de valorização venal das propriedades rurais, dos imóveis urbanos e da produção agro-industrial pela concessão de “selo verde”, isenção e redução do ICMS e do IPTU, recebimento de Royalties ecológicos. Ecoambiental (2002), Papp & Vieira (2004) O Estado do Paraná têm 63 Unidades de conservação, bosques, Áreas de Proteção Ambiental (APA), Estações ecológicas, Reservas Florestais e Parques Estaduais, em seu domínio e sob responsabilidade do IAP. Alguns dos bosques e parques estaduais situados na região leste do Paraná são o Bosque do Papa João Paulo II, localizado em Curitiba, mas que é um Parque Estadual, do Marumbi, das 23 Lauráceas, APA de Guaratuba, da Escarpa devoniana entre outros dispersos pelo estado. Sob este enfoque o sítio de Curitiba é especialmente relevante, pois é o elo de ligação entre os biomas remanescentes florestais atlânticos e de Araucária permitindo conservar o habitat, viabilizar o trânsito da fauna, fluxo genético e evitar a sua extinção.(SEMA, s.d.) 2.8.1Conflitos Pilotto (2003) relatou haver atritos entre Poder Legislativo, Executivo e Judiciário na localização das AV visto serem locais em que ainda existem florestas nativas. Um fato preocupante é a possibilidade de parcelamento das áreas de parque contendo bosques nativos por pressões políticas e de particulares. As situações fundiárias irregulares persistem até os dias atuais, como é o caso do Parque Barigüi, justificado para o bem–estar coletivo da população, mas que continua sob júdice 32 anos após a desapropriação. Pilotto (2003) e Santos (2003) relataram que pela experiência do órgão SMMA é preferível a implantação de um parque ou bosque para uso público em local que apenas um proprietário seja afetado. A viabilidade de desapropriação ou entendimento entre as partes, privada e Poder Público, têm maior possibilidade de ser bem-sucedida do que com inúmeros deles. A negociação sobre o montante a ser indenizado pode durar longos anos, entrando em conflito os interesses individuais e coletivos. Outros entraves a implantação e parques e bosque são a superposição dos proprietários e ocupantes. Existem locais em que residem pessoas que ocuparam ilegalmente ou adquiriram as áreas sem saber da Área de Preservação Permanente (APP). 2.8.2 Evolução das Florestas Hoje Ocupada por Parques e Bosque Municipais Todos os locais em que foram implantados parques e bosques, como o Passeio Público, Barreirinha, Barigüi, São Lourenço, Iguaçu, Bosque do Papa, Tingüi, Tanguá, entre outros, se tratavam de propriedades privadas. Conforme Braga (1990) e Raiz (1990) em 1954 foi elaborado o Plano de Desapropriações disciplinando as desapropriações necessárias à implantação das partes aproveitadas do Plano Agache. Os parques pioneiros foram criados por desapropriação, resgatando na década de 70 as diretrizes do Plano Agache de 1934. Foram desapropriadas chácaras com remanescentes florestais de particulares para formar o Parque Barigüi, São Lourenço, Gal. Iberê de Mattos, Bosque do Papa, outros foram inviabilizados por problemas nas ações ou superposição com obras federais. 24 Apesar dos conflitos judiciais advindos, durante um século, a desapropriação continuou sendo o único instrumento utilizado. Pilotto (2003) relatou que a desapropriação é um dos piores instrumentos jurídicos para a aquisição de AV para o poder público, pois depende de recursos financeiros. São também inevitáveis conflitos com proprietários que podem se estender durante décadas. Confirma-se a preferência por grandes áreas para a localização de AV pela facilidade nos trâmites judiciais de desapropriação ou negociação com o proprietário. Os parques da década de 90 foram implantados mediante outros instrumentos. O local hoje ocupado pelo Bosque Alemão no Bairro Vista Alegre era ocupado por propriedades rurais; posteriormente desmembradas em loteamentos de alto poder Aquisitivo como o Jardim Schäeffer. No caso do Parque Tingüi, Tanguá e Atuba houve acordo com os grandes lotes para condomínios para respeitarem a faixa de preservação; obrigatória por leis específicas. O Parque Tingüi foi criado pela doação de 40 % de uma gleba privada localizada em zona agrícola e isenta de vias de acesso, que foi desmembrada em três condomínios residenciais horizontais e sistema viário. Pilotto (2003) e Matiello (2001). Com a Lei 9804 as propriedades dentro de unidade de conservação foram levantadas pelo mapeamento digital e trabalho de campo da PMC/IPPUC. A partir de então foram declaradas legalmente de interesse. Passaram e negociadas mediante troca de potencial construtivo e aquisição pelo município. Esta lei incentiva proprietários no anel sanitário, mas, não coíbe a ocupação. A lei ainda mistura na classificação as AV públicas e privadas, por isso está sendo revista. São previstos outros parques como o Parque do Atuba, das Nascentes do Rio Belém e da Vista Alegre em antiga pedreira ao norte da cidade são alguns exemplos. A ocupação humana ocorreu desrespeitando as leis vigentes até que foram assegurados instrumentos mais eficientes. A legislação colonial existia desde o século XVII, mas a regulamentação sobre o corte de árvores era freqüentemente menosprezada. Até o início do século XX as leis continuaram reafirmando a eliminação das florestas do meio urbano, mas não continham regulamentação quanto ao meio rural. O III Código de Posturas de Curitiba ou lei 527/1919 rompeu com a tradição colonial e avançou na proteção legal de florestas nativas a nível municipal. No entanto, em função dos Códigos de Posturas precedentes não terem instituído o Cadastro e mapeamento em escala grande das florestas, não foi possível controlar a derrubada de espécies nativas. Observe-se que a proteção legal a nível nacional ocorreu mais tarde através do Código de Águas de 1934.(Agache, 1943) 25 O I Plano Diretor plano Agache influenciou na criação da lei 699/1953, na conservação de florestas nativas de araucárias, controle da ocupação em fundos de vale e na implantação de Cadastro em todo o município. Contudo propôs grandes obras de engenharia em talvegues e desmatamento de matas ciliares. Note-se que o Código Florestal federal 4771/1965 surgiu depois. Dentre os atritos legais mais graves entre a esfera legal municipal e federal identificou-se a lei municipal 2828/1966 complementada pela lei 5263/1975 de “preservação” de fundos de vale, foi responsável pela implantação de canais, galerias e barragens, que “viabilizou” a derrubada de florestas nativas para as obras de engenharia em sítio ainda preservados por na década de 70. (Lorusso, 1992). Este fato pode ser comprovado pela série histórica de fotos aéreas 1952, 1972, 1980. A lei 2828/1966 influenciou inclusive na criação da lei federal dos loteamentos, lei Lehmann ou 6766/1979 para a piora do quadro ambiental nacional estendendo os impactos a outras cidades brasileiras. A nível de propriedade todas as áreas florestadas em Curitiba pertenciam ao domínio privado. Nenhuma AV em Curitiba era área previamente reservada pelo poder público. A nova abordagem do movimento ecológico influenciou na elaboração de leis Foi criada a lei 6816/1986 estimulando o plantio de nativas. Com a delegação de poderes federais de fiscalização ao município, através da lei 8633/1991,pôde ser controlado o corte de nativas com maior rigor. A lei 8353/1993 ou solo criado, 9804 de novas áreas de conservação, 6805 do anel sanitário e 9806 ou Código Florestal municipal todas de 2000, forneceram mais instrumentos para a preservação florestas remanescentes nativas. (Lorusso, 1992). 26 3. CONCLUSÃO A maioria dos parques e bosques, com grande concentração de áreas verdes em Curitiba, foram criados através de desapropriações de áreas particulares. Geralmente discutida judicialmente entre o poder público e as famílias de grandes posses e de renome na Cidade. oferecer lazer aos habitantes Alguns parques (Parque foram criados por conta de Barigüi), outros pelo controle de enfermidades (Passeio Público), outros para o controle de enchentes de algumas regiões (Parque São Lourenço) ou pelo fator preservação de mata nativa, já que na década de 70 houve uma grande devastação das florestas do Paraná. Alguns fatos, no presente trabalho, foram citados sobre Curitiba poder ou não exercer o título de “Capital Ecológica” . Mesmo que os dados sejam discutíveis em relação a quantidade de Área Verde/habitante, conclui-se que o índice de Curitiba em relação a outras cidades do Brasil e até do mundo, está bastante superior, em torno de 53m²/hab área verde. A política de formação de mentalidades ecolológicamente corretas na cidade de Curitiba é muito forte. Programas como: Lixo que não é lixo, programas de cunho social, cultural e que oferecem lazer, fortalecimento da saúde e principalmente de prevenção contra doenças, faz com que Curitiba seja realmente um referencial no País. Em muitos destes programas, os espaços ofertados pelos parques são utilizados em prol do cidadão. No início do século XIX, houve um início de processo de regulamentação das devastações da mata nativa e desapropriações já realizadas até então. Alguns programas e leis foram instauradas, porém a real aplicação das mesmas era muito lenta e pouco difundida. Em meados do século XX, começou-se a realmente haver uma conscientização ecológica, pois os efeitos malignos da devastação já demonstravam sinais (qualidade do ar, da água , no solo, etc.). Muitos conflitos estão há anos na justiça aguardando uma decisão por causa das primeiras desapropriações, feitas sem critérios, como por exemplo, a desapropriação de lotes que hoje formam o Parque Barigui (cerca de 30 anos). Hoje em dia existe uma política de preservação de florestas remanescentes, incentivos fiscais e de plantio de mata nativa, proporcionando um maior controle por parte de Órgãos como o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Secretaria municipal do Meio Ambiente (SMMA) . 27 4. REFERÊNCIAS Agache, A. (1934), “Boletim da Prefeitura Paranaense, n.12., p.106, novembro/dezembro. Municipal de Curitiba”. Gráfica Amaral, W.(2001), “Uma imagem de Curitiba a partir do olhar dos carrinheiros”. Curitiba: UFPR. 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