Referênciais Europeus de Acção e de
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Referênciais Europeus de Acção e de
TRANSFERÊNCIA DOS PERFIS DE ACÇÃO – FORMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA RELAÇÃO DE AJUDA AOS TRABALHADORES SOCIAIS QUE INTERVÊM JUNTO DE PÚBLICOS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO (CRIANÇAS, ADOLESCENTES, IDOSOS) Referênciais Europeus Referenciais Europeus Documento no. 3.2.pt de Acção e de Formação da Relação de Ajuda para Adolescentes em Situação de Abandono Documento redigido por: L'Association PARTENER - le Groupement d'Initiative pour le Développement Local de Iasi - ROMÉNIA Referênciais Europeus de Acção e de Formação da Relação de Ajuda para Adolescentes em Situação de Abandono Novembro de 2008 ÍNDICE I. Nota metodológica sobre a elaboração dos referenciais profissionais e de formação ....................................................................................................... p 5 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Método de trabalho Natureza e distribuição dos trabalhos Composição do grupo profissional Objectivos desta fase dos trabalhos Apresentação das grelhas de referenciais Questão dos “níveis de formação" Pessoas de contacto II. Referencial profissional da relação de ajuda a adolescentes em situação de abandono ................................................................................... p 19 III. Referencial de formação da relação de ajuda a adolescentes em situação de abandono ................................................................................... p 39 IV. Anexo: Guia de viagem para a transferência .................................................... p 61 3 4 1 ª PARTE I. NOTA METODOLÓGICA SOBRE A ELABORAÇÃO DOS REFERENCIAIS PROFISSIONAIS E DE FORMAÇÃO 5 6 1. Método de trabalho 1.1. Método de trabalho do projecto Relais 1 Os trabalhos realizados em França, Itália e Roménia - sobre as condições de vida das crianças em situação de abandono sobre as formas de intervenção social que visam prestar-lhes uma ajuda adequada sobre o diagnóstico das necessidades de profissionalização permitiram identificar os pontos de convergência e de divergência entre os três países. Permitiram, em particular, especificar, a partir de algumas das profissões directamente relacionadas com a relação de ajuda, as diferenças eventualmente existentes entre as competências necessárias e as que os profissionais em actividade efectivamente possuíam. Esta análise foi efectuada cruzando as perspectivas dos profissionais que desempenham funções variadas com diferentes níveis de responsabilidade com as perspectivas dos "beneficiários" da ajuda. Um documento sintético centrado no diagnóstico das necessidades de competências, validado por todas as equipas1 serviu de ponto de partida para modelizar a relação de ajuda sob a forma de um referencial profissional. Por último, foi decidido não se partir desta ou daquela profissão existente, que não tem necessariamente correspondência nos outros países, mas elaborar referenciais adaptáveis a uma grande diversidade de profissões da intervenção social, desde que as mesmas estivessem relacionadas com crianças em situação de abandono e que incluíssem ipso facto uma dimensão da relação de ajuda sobre a qual incidissem os referenciais. Esta escolha de uma perspectiva que se interessa primeiramente pelas pessoas necessitadas de ajuda, pelas suas situações concretas e pelos elos com elas estabelecidos, valoriza, sem dúvida, uma visão mais global do que é habitual na intervenção dos profissionais. A partir de exigências comuns, aproxima os profissionais que muitas vezes intervêm de forma compartimentada e de acordo com hierarquias que subestimam algumas das suas intervenções, sobretudo quando estas são levadas a cabo por profissionais com menos qualificações. Intervém na construção do conceito de competências de equipa e mais amplamente no conceito de competências colectivas. Esta abordagem deixa entrever uma eventual renovação das modalidades de formação (em equipa, inter-categorias…), juntando-se assim à preocupação de criar canais de comunicação entre as profissões, a despeito das resistências mais ou menos acentuadas que, todavia, convém reconhecer e ter em conta. É o sentido que se deve dar a este termo genérico que optámos por utilizar no singular: "profissão da relação de ajuda". Visar a coerência tendo em conta a especificidade e a heterogeneidade dos contextos: este desafio é permanente num projecto europeu. Foi particularmente esse o caso neste projecto Relais 1 em que a situação em cada um dos países é por si só complexa e está em grande evolução. Mas através do diálogo, da confrontação, da discussão sem excessivas concessões, da preocupação positiva de não nos limitarmos ao menor denominador comum, progredimos para uma cultura comum que integra as especificidades de cada um, que se enriquece e se mantém suficientemente aberta para poder posteriormente ser adaptada a outros contextos ou outros públicos. 1 In : Etat des lieux et diagnostic des besoins de professionnalisation des acteurs de la relation d'aide aux publics en situation d'abandon. Documento n°2 – Projecto Relais 1 7 Método de trabalho do projecto Relais II O método de trabalho do projecto Relais I foi enriquecido. Cada um dos três novos países – Bulgária, Hungria, Portugal – criou, efectivamente, para cada um dos públicos um grupo de peritos específico encarregado de examinar os resultados dos trabalhos do Relais I, assinalar os pontos de acordo, de discussão, de divergência, validar os trabalhos realizados durante os estudos no terreno e elaborar o ponto da situação e os referenciais profissionais e de formação. Conceito de transferência No primeiro seminário transnacional, o conceito de « transferência » foi objecto de uma análise, de uma ilustração, duma definição. Este documento de síntese encontra-se no anexo p 57. 2. Natureza e distribuição dos trabalhos 2.1 Para o Relais 1 Os trabalhos decorreram de forma um pouco diferente da primeira fase de elaboração do ponto da situação, pois cada um dos países estava encarregado de aprofundar o trabalho a partir de um dos públicos considerados, e de o propor em seguida para discussão com os parceiros. A distribuição foi a prevista pelo projecto, tendo havido um esforço no sentido de mobilizar ao máximo as competências disponíveis. Público País Crianças Roménia Adolescentes Itália Idosos França O referencial profissional foi produzido em cada um dos países pelas equipas dos parceiros do projecto Relais 1, aos quais se juntaram profissionais de cada um dos sectores em causa, segundo a metodologia dita dos "grupos profissionais" (membros associados). Os "grupos profissionais", constituídos por professores, formadores, consultores e profissionais, reúnem-se sempre que necessário para analisar, em termos de funções e de actividades, a profissão em causa a partir de uma grelha de referências apresentada mais adiante. O documento aqui apresentado respeita apenas aos referenciais profissionais e de formação da relação de ajuda aos adolescentes2 2 Foram elaborados dois outros documentos para os referenciais profissionais e de formação respeitantes aos idosos e às crianças. Documentos n°2 e n°3 8 2.2 A distribuição para o projecto Relais 2 é a seguinte: Público País Síntese europeia Crianças Bulgária Hungria Portugal Roménia – Universidade de Iasi Adolescentes Bulgária Hungria Portugal Roménia – Associação Partener Idosos Bulgária Hungria Portugal França – GIP FIPAG 3. Composição do grupo profissional PROJECTO RELAIS 1 A composição do grupo profissional era a seguinte: Coordenador científico: LABOS • Giuseppe Campagna, consultor. Perito científico: ESIP • Antonio Lucca, responsável técnico. Profissionais: • Walter Persico, na qualidade de gestor e de responsável pelos serviços no domínio do acolhimento e da gestão de adolescentes em situação de abandono. • Manuela Tomisich, psicóloga e psicoterapeuta, professora de psicologia da adolescência e membro do conselho psicológico da Universidade Católica de Milão. • Sabrina Ghislanzoni, educadora profissional que desenvolve a sua actividade em estruturas de acolhimento para adolescentes em situação de abandono e em risco, especializada em aconselhamento familiar. • Paola Arrigoni, educadora profissional, que trabalha em estruturas de acolhimento para adolescentes em situação de abandono, responsável por um serviço de intervenção de urgência para adolescentes em risco. PROJECTO RELAIS 2 Composição do grupo profissional - produção (Bulgária) Líder: • Nelly Petrova, doutorada em ciências, docente na Universidade de Sofia. Perito científico: • Zlatna Angelova – SAPI Profissionais: • Nadya Stoykova, directora executiva do Instituto de Actividades e de Práticas Sociais • Zlatka Angelova, perita do Instituto de Actividades e Práticas Sociais • Formadores: 9 Composição do grupo profissional - produção (Hungria) Instituição Nome da pessoa Função da pessoa na agência Universidade de Pécs Gizella Cserné Adermann Líder Universidade de Pécs Terézia Kleisz Perita científica Fundação « Diaktamasz » Lajos Kardos Profissional Association culturelle des tziganes Istvan Kosztics Profissional Universidade de Pécs Terézia Reisz Formadora Escola de formação profissional nas áreas social e sanitária Maria Tabiné Mogyorosi Formadora Composição do grupo profissional - produção (Portugal) Peritos científicos: • Maria do Céu TAVEIRA – Universidade Grupo Lusófona • Belmiro CABRITO • Lina Paula MATOSO Líder: Pedro Figueiredo – Casa Pia • Formadores: • Graça ANDRÉ, Licenciada em Serviço Social. Assessora de Serviço social. Professora. Casa Pia de Lisboa • Marina VINHAS, Licenciada em Serviço Social. Departamento de formação profissional do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) Profissionais: • Samuel BRANCO, Licenciado em Psicologia. Psicólogo. Associação para o Bem-Estar Infantil - Profissional • Inês MARTINS, Associação para o Bem-estar Infantil - Profissional 10 4. Objectivos e desenvolvimento desta fase dos trabalhos O Relais II não trouxe alterações aos objectivos e ao desenvolvimento desta fase dos trabalhos. Consolidou os seguintes objectivos: - Elaborar referenciais de actividades para os intervenientes sociais junto dos idosos - Analisar as actividades exercidas na prática profissional em função dos adolescentes em situação de abandono - Sistematizar os referenciais de actividade da relação de ajuda a pessoas em situação de abandono, susceptíveis de serem submetidos à crítica dos outros parceiros, e cujos resultados finais podem ser transversais aos três países e preparatórios dos trabalhos de síntese europeia. O objecto deste trabalho consistiu em propor uma análise da actividade que fosse simultaneamente o mais exaustiva e o mais aberta possível para dar conta de situações diversificadas e em rápida evolução e permitir, conforme previsto, a elaboração de um programa de formação pertinente. Houve que ter em conta os condicionalismos inerentes ao exercício, mas que constituíam também a sua riqueza. Existem vários métodos de análise do trabalho mas eles inscrevem-se em abordagens muito mais extensas ou segmentadas. Podemos evocar aqui o método ETED (Estudo do emprego em dinâmica elaborado em França pelo CEREQ3), ou análises que incidem mais nos modelos ergonómicos e assentam na observação directa dos profissionais na sua actividade. O método aqui adoptado visa oferecer um quadro que permita articular de forma muito simples o referencial profissional e o referencial de formação, que esteja adaptado a contextos culturais diferentes e que leve simultaneamente em conta várias profissões em diferentes níveis de qualificação. As grelhas validadas no início dos trabalhos foram entretanto modificadas ao longo do processo, por forma a responder a uma necessidade de legibilidade e de simplificação, particularmente para todos os potenciais utilizadores que não tenham uma familiaridade espontânea com este tipo de instrumentos, que não tenham “mergulhado” na sua elaboração, mas que deverão poder aproveitar dos mesmos em função de preocupações específicas. A preocupação com a operacionalidade e a difusão deveria ser uma prioridade. Simultaneamente, era necessário fazer com que esta simplificação não fosse prejudicial à preocupação, senão de exaustividade, pelo menos de abordagem dos pontos essenciais. Apesar deste desejo de simplificação, devemos notar que nem sempre foi possível evitar algumas repetições resultantes das interferências entre as diferentes funções. Os seminários que pontuaram a progressão dos trabalhos constituíram a ocasião para estes diversos reajustamentos. O seu distanciamento temporal conferiu, evidentemente, um carácter um pouco laborioso a esta etapa, ainda que as trocas de ideias durante o intervalo prosseguissem, em especial por meio de um fórum na Intranet. Pode dizer-se também, a contrario, que esta distribuição no tempo favoreceu uma maturação progressiva e evitou esquecimentos importantes. Os seminários transnacionais foram também, na sua grande maioria, consagrados à apresentação e à explicação de cada uma das produções nacionais, à sua crítica e também ao enriquecimento dos conteúdos pelas equipas de outros países, por forma a que cada um pudesse finalmente reconhecer-se na produção proposta. Por vezes, foi necessário voltar a pôr em cima da mesa aquilo que já parecia ser um dado adquirido, mas que a progressão dos trabalhos obrigava a modificar. Todos se lançaram a essa tarefa com boa vontade. Os nove referenciais propostos apresentam na sua fase final a forma mais homogénea possível e testemunham, a um tempo, as transversalidades e as especificidades respeitantes à relação de ajuda aos três públicos considerados. 3 Centre d'études et de recherche sur les qualifications (França) 11 5. Apresentação dos referenciais O referencial profissional e o referencial de formação são propostos numa versão separada por razões de comodidade de leitura e de utilização, mas devemos entendê-los como fazendo parte de um documento único que permite uma compreensão global das actividades decorrentes da "profissão da relação de ajuda", das competências que mobilizam e que a formação deve permitir adquirir. Está compreendido neste quadro reestruturado: Relação de ajuda às pessoas em situação de abandono Referencial profissional Referencial de formação Funções Activida des Metodologia de realização Condições de realização Pontos críticos Saberes Saber Saber associafazer ser dos Recursos Precaução de utilização: qualquer classificação organiza a realidade de forma parcialmente arbitrária mas tem por função propor a sua compreensão. A actividade constitui um todo e a divisão proposta seria contraproducente se a compreendêssemos como uma compartimentação da realidade. O quadro permite observar sucessivamente os diferentes aspectos desta realidade. Os termos utilizados poderiam eventualmente dar origem a debate, mas a dada altura é necessário optar por uma terminologia e assegurar a maior clareza possível. Cada pessoa poderá privilegiar alternadamente uma leitura horizontal a partir das funções ou uma leitura vertical coluna a coluna, e evidentemente navegar a seu gosto entre estes nove documentos, sendo que as ferramentas multimédia constituirão uma outra porta de acesso4. Discriminamos aqui o que convém saber em cada uma das rubricas seleccionadas. Referencial profissional: descreve a actividade exercida por diversos tipos de profissionais que ocupam funções variadas mas estão empenhados numa relação de ajuda a um dos públicos-alvo do projecto. Referencial de formação: descreve o conjunto dos saberes que devem ser adquiridos numa formação ou que, caso já o tenham sido antes da formação, devem ser re-situados e o seu domínio validado de forma a que o profissional possa justificar a sua competência. Funções: a escolha das oito funções propostas decorre do trabalho em torno das competências transversais e específicas julgadas necessárias para uma relação de ajuda com qualidade. 4 No âmbito do projecto serão produzidos para este efeito um DVD e um CD-ROM 12 É a divisão que estrutura toda a sequência do trabalho. Convém ter sempre em mente que se trata de um sistema em que cada função remete para as outras. Abordar a actividade a partir das funções, é de alguma forma fazer um «zoom» sobre um aspecto que se torna prioritário. Mas passando agora para o segundo plano, as outras funções não estão menos presentes, e sem elas o sentido da relação de ajuda e a intervenção junto da pessoa não passariam de palavras vãs. As zonas de sobreposição parcial são evidentes. A formação integrará o trabalho sobre as relações entre as funções: a inteligibilidade do sistema impõe-se. Uma função, neste aspecto, desempenha um papel específico, o da profissionalização, pois tratase menos de uma função própria da relação de ajuda, e mais de uma forma de exercer a profissão que permite adquirir competência, aperfeiçoar-se, fazer-se reconhecer, evitar o esgotamento próprio das profissões de relacionamento com públicos em situação difícil, retomar de alguma forma o sentido daquilo que se faz, de o questionar, de o colocar em perspectiva, de se tornar um "praticante reflexivo". Profissionalização Comunicação Acolhimento Escuta Funções da relação de ajuda Socialização animação Identificação das necessidades Assistência à vida quotidiana Protecção Acompanhamento Apresentação das diversas funções tal como foram diferenciadas e articuladas para a construção dos referenciais profissionais e de formação. 13 Actividades: é um conjunto de tarefas complexas, aquilo que é necessário ser capaz de realizar para cumprir a missão. São, portanto, formuladas através de verbos que exprimem acção. Este agrupamento constitui uma espécie de crivo de malha grossa para subdivisão das funções em tarefas concretas, agrupando-as, porém, no pressuposto de que ainda não chegámos à pormenorização de todas as tarefas possíveis, que são em número quase ilimitado, tendo em conta a diversidade de cada situação. Esta "malha" permite organizar a actividade, articular as intenções do profissional com a expectativa do beneficiário da ajuda. É em torno destas actividades que ocorre o encontro dos actores cujas expectativas estão por vezes em tensão, ou pelo menos não são espontaneamente acordadas. A dificuldade aqui reside em fazer compreender o relacional que suporta estas actividades, que não é directamente visível mas lhes confere sentido. Metodologia de realização: trata-se de especificar de que forma as actividades são implementadas. A malha é mais fina a fim de descrever aquilo que o profissional executa; a descrição é mais segmentada; também neste caso, não poderíamos ser exaustivos, mas as situações descritas são suficientemente numerosas para dar a ver a relação de ajuda consubstanciada nas situações mais concretas, das mais corriqueiras às mais excepcionais. A pedido dos profissionais associados, e numa preocupação de simplificação, o número foi voluntariamente reduzido. «O método é definido como um conjunto de procedimentos ou de técnicas específicas tendo em vista a recolha e análise de dados utilizados no âmbito da tentativa de resolução de um problema ou de um tema de pesquisa previamente colocado ou proposto. Trata-se de estratégias utilizadas para avaliar provas, verificar princípios e acumular informações de forma sistemática ». (Davidoff, 1983). A metodologia utilizada é de natureza qualitativa, sabendo-se que a fonte directa de dados é o ambiente natural e que o pesquisador constitui o instrumento principal, isto é, que os profissionais/investigadores frequentam os locais de estudo, que eles analisam as acções no ambiente em que estas habitualmente ocorrem. Neste trabalho, a metodologia consiste na manifestação da maneira/modo de fazer, de ensinar, segundo os princípios e em função de uma certa orientação. É o modo de actuação baseado nos princípios de uma ciência ou de um quadro de referências técnicas. A metodologia utilizada para este trabalho assume as dimensões de uma intervenção individual e colectiva, fundada em matrizes de intervenção multidisciplinar e transdisciplinar. Condições de realização: trata-se de dispor de uma ferramenta para análise do contexto no qual a intervenção é realizada, sendo este contexto multidimensional descritível a partir de vários pontos de vista. Esta grelha de leitura do contexto é, a nosso ver, absolutamente essencial quando se faz um esforço de melhoria do desempenho. Permite ancorar os projectos, especialmente os de formação, numa realidade situada, datada, apoiando-se em recursos materiais e humanos. Favorece o exercício de uma responsabilidade efectiva. Permite igualmente ultrapassar a abordagem frequentemente muito individualista da relação de ajuda, reduzida a um frente-a-frente. Convida a re-situar a prestação na sua dimensão de equipa, nas suas dimensões institucionais e de parceria. As condições são também a base material, os meios concretos de que os profissionais dispõem para realizar as tarefas que lhes são confiadas. 14 Fundam-se num conjunto de princípios orientadores da acção institucional, a saber: • Participação • Autonomia • Cidadania • Cooperação • Parceria • Rede • Responsabilidade partilhada • Planificação e gestão participadas/partilhadas da acção • Competência • Desenvolvimento social e humano Pontos críticos: esta rubrica é original e permite introduzir um certo número de elementos para os quais os profissionais ou os beneficiários chamam a atenção. Alguns destes pontos críticos reaparecem como um leitmotiv nos "grupos profissionais". São como sinais de alerta que podem fazer balançar a intervenção no sentido oposto ao que se pretende, a despeito das intenções declaradas, e por vezes mesmo à revelia dos protagonistas. Estes pontos críticos estão vocacionados para alimentar a formação, permitindo igualmente abrir pistas para recomendações. Os saberes: para realizar as actividades, há que ser capaz de mobilizar saberes com diferentes registos. Para maior simplicidade, a opção é a de manter a tripartição, de ora em diante clássica, nas análises de competência: saber-fazer, saberes, saber-ser. Foi possível complexificar esta organização através da referência a uma classificação mais precisa das formas de inteligência, em especial no que se refere à sua dimensão emocional. Mas mais do que as distinções, são os elos que importam. Também neste caso dissociados por necessidades de análise, os três tipos de saberes que compõem as competências são totalmente indissociáveis, ainda que as formas de aquisição não sejam idênticas. É a articulação dinâmica destas três formas de saberes, mobilizadas de forma original em cada uma das situações encontradas pelo profissional, que permite falar de competência e de profissionalismo. É ela que permite "fazer face ao acontecimento". O referencial de formação testemunha a ambição do projecto de jogar nestes três registos, seja qual for o nível dos profissionais. Obviamente, os graus de aprofundamento teórico não serão os mesmos para todas as tarefas de cada profissional, mas a formação deve dar a todos ocasião de ligar estes três tipos de saber. Trata-se de, num mesmo passo, fornecer ao profissional simultaneamente o domínio das técnicas que lhe conferem desembaraço na sua intervenção, mas também referências mais teóricas que lhe permitam dar sentido à sua prática, analisar as situações novas e efectuar transferências entre as situações familiares ou as que o são menos ou o não são de todo. A rubrica saber-ser é, sem dúvida, a mais complexa: esta noção é, desde há muito, objecto de numerosos debates teóricos, em especial sobre a educabilidade da pessoa, e sobre os modos de aprendizagem possíveis e de modificação dos comportamentos que radicam na estrutura da personalidade. A aposta da profissionalização reside no facto de existirem neste registo possibilidades de aquisição, de maturação, de revisão crítica da sua maneira de ser profissional que, por sua vez, está ligada à maneira de ser pessoal, mas que pode e deve distinguir-se desta. Também neste caso é a composição original entre estes diferentes registos que permite a cada um funcionar num quadro de referências explícitas mas sem colocar entraves às margens de iniciativa e de expressão pessoal. 15 Recursos: este termo designa o conjunto da logística pedagógica que permite tornar as situações de formação mais apropriadas à diversidade das pessoas em formação. Estes recursos fazem eco das condições concretas da actividade, tal como descritas no referencial profissional. Bem entendido, estes recursos evoluem em função das inovações pedagógicas e do grau de sofisticação da engenharia. No entanto, elas mantêm-se sempre na ordem dos meios e não saberiam prevalecer na dos fins. 6. A questão dos “níveis de formação" Esta questão surge recorrentemente no decurso dos trabalhos, testemunhando visões muito diferentes, mais uma vez ligadas aos contextos que simultaneamente condicionam as maneiras de pensar e constrangem as possibilidades objectivas. Na realidade, esta questão decompõe-se, pelo menos, em três sub-questões: - uma questão de ordem técnica que é a das equivalências e que pressuporia que as hierarquias em vigor em cada um dos seus países fossem unívocas, o que está longe de ser o caso. - uma questão mais estratégica: quais as pessoas a formar prioritariamente para melhorar a qualidade dos serviços: as pessoas já formadas, supostamente "de bom nível" e susceptíveis de ocupar lugares de gestão ou pelo menos de coordenação de equipa e capazes de desmultiplicar as competências adquiridas, ou as pessoas com menos formação até à data, caracterizadas como "de baixo nível" mas que estão muitas vezes "na primeira linha" e realizam tarefas falsamente simples? - e ainda uma interrogação de ordem mais pedagógica: convirá organizar acções de formação por níveis supostamente homogéneos ou trata-se não apenas de uma ilusão, mas até de um mau preconceito, sendo a heterogeneidade, pelo contrário, uma escolha pedagógica positiva para a confrontação e o enriquecimento de experiências que não decorrem dos níveis mas do posicionamento e da sensibilidade? As respostas serão progressivamente elaboradas. Foi decidido não fazer constar nos referenciais os indicadores de níveis, por um lado para não tornar a sua apresentação ainda mais pesada, e por outro porque pareceu mais sensato apostar na ambição de uma oferta formativa eventualmente acessível a todos. Isto reflecte-se nos programas de formação destinados às pessoas já em actividade, em primeiro lugar, bem entendido, os funcionários, mas sem excluir as pessoas com um estatuto muito mais ambíguo, por vezes a meio caminho entre o profissional e o voluntário, que ainda existe muito, sem esquecer as pessoas em regime de trabalho não declarado que poderiam progressivamente ganhar visibilidade através do acesso à formação e que não devem ser remetidas para a sombra através das barreiras dos níveis. Em contrapartida, pareceu possível fazer distinções de níveis, que geralmente envolvem menos a natureza dos conteúdos e mais o seu grau de aprofundamento, no que se refere aos candidatos a emprego, para os quais foram elaboradas propostas diversificadas. Foi adoptada a nomenclatura francesa; era necessário escolher uma, sem lhe atribuir qualquer superioridade, abordando também as categorias propostas pela Itália e pela Roménia. Níveis dos ajudantes e dos ajudados, níveis das actividades, níveis das formações, níveis de reconhecimento social: tudo isto se imbrica e atravessa todo o tipo de hierarquias. A tentativa de acordar ou pelo menos de clarificar as dificuldades específicas contribui para a clarificação do posicionamento das profissões de intervenção social. 16 Tabela dos níveis de formação a partir da nomenclatura utilizada em França, com indicação de alguns diplomas atribuídos nestes níveis Nível de referência França Itália Roménia Espanha Portugal Hungria Bulgária considerado para o projecto VI Sem qualificação, fim da escolaridade obrigatória Matura Escola Escola Certificado de aptidão (Exame de fim Formação Escolaridade Aprendizagem secundária +2 de escolaridade secundária +2 profissional (CAP) profissional de obrigatória Formação V anos escola anos de escola Diploma de estudos nível 2 (nível I) profissional não profissional profissional profissionais (BEP) sancionador) Escolaridade obrigatória e Bacharelato Bacharelato Formação Formação formação profissional profissional, Diploma profissional Maturità Bacharelato profissional de IV profissional Diploma de técnico, Diploma nível 3 Diploma de estudos profissional profissional profissionais (nível II) Formação Diploma de técnico profissional/ Formação Escola superior III IFTS Escola pós-liceal superior secundária Formação técnica Diploma universitário profissional Bacharelato de tecnologia (nível III) Formação técnica, Diploma pós-secundária Universidade Licenciatura Diploma Colégio Diploma do nível universitário ou II « Bacalavar » Certificado de profissional universitário universitário bacharelato engenharia (4 anos) aptidão profissional técnica (nível IV) Diploma universitário, Universidade Licenciatura ou Licenciatura, «Mestrado» Mestrado, diploma de Licenciatura 1, 2 Diploma do nível engenheiro I Laurea engenheiro 34 licenciatura Doutoramento Mestrado, diploma superior (5 anos) especializado (nível V) 17 7. Pessoas de contacto - Projecto Relais 2 : FRANÇA GIP-FIPAG Catherine Chaboud [email protected] ROMÉNIA Associação PARTENER–Agrupamento da Iniciativa para o Desenvolvimento Local de Iasi Catalin ILASCU [email protected] BULGÁRIA Nelly Petrova, doutorada em ciências, responsável pelos cursos na universidade de Sofia [email protected] HUNGRIA Universidade de Pécs Teréz Kleisz 003672501500 [email protected] Universidade de Pécs Mária Husz 003630501500 [email protected] PORTUGAL Lina Paula MATOSO Aldeia de Santa Isabel – Santa Casa da Misericórdia e-mail: [email protected] Graça ANDRÉ Casa Pia de Lisboa e-mail: graça.andré@casapia.pt 18 2 ª PARTE II. REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO 19 20 REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 1 A C O L H I M E N T O E E S C U T A Actividades Metodologia de realização Condições de realização • Desenvolver uma escuta empática e activa. • Estar permanentemente acessível e disponível para o interlocutor. • Com pedido. • Oferecer uma alternativa de escolha ao adolescente e criar a sensação de livre escolha • Tranquilizar através de um ambiente caloroso • Criar condições que favoreçam a comunicação na língua em que o adolescente se exprime. • Dar rapidamente as referências necessárias ao adolescente • Organizar intervenções no contexto de vida do adolescente, em especial para os adolescentes das minorias (ciganos e turcos). • Determinar a intervenção sem deter informações sobre o estado civil do adolescente • Fazer com que a ajuda seja aceite. • Tornar-se próximo e acolhedor • Sem pedido. • Prestar atenção às necessidades e especificidades de cada adolescente. • Em perigo. • Receber todas as mensagens com interesse. • Criar um espaço de escuta agradável (decoração adaptada aos adolescentes) • Apresentar a estrutura ao jovem e levá-lo a visitá-la • Responder às dúvidas e inquietações do adolescente. • Explicar, de forma adequada, o funcionamento e a organização da intervenção. • Na falta de intérprete, estabelecer uma comunicação não verbal com o adolescente que não fale a língua do interveniente. • Conhecer as especificidades socioculturais dos adolescentes oriundos de minorias e em especial os de origem cigana e turca. • Adaptar o acolhimento às especificidades culturais das • Gerir a agressividade, os conflitos, as diferentes comunidades minoritárias situações de violência. • Identificar os indicadores gerais adequados (idade, nome • Intervir na área do sofrimento, do mau-trato, trabalhar na reparação. próprio, nome dos pais, morada…). Situação da pessoa ajudada • Abandonada. • Maltratada. • Numa relação de agressividade. • Em recusa de ajuda. • Em dependência física, psíquica, com capacidades de comunicação insuficientes. • Com dificuldade de expressão tendo em conta a origem e cultura diferentes das pessoas que a acolhem • Em situação de suicídio • Em situação de depressão permanente • Em situação de vida em mudança Local de intervenção • No domicílio da pessoa. • No domicílio do interveniente (família de acolhimento) de forma permanente. • No domicílio temporário do itinerante. • Encorajar os adolescentes a exprimir em os seus sentimentos. • Estar atento a todos os registos de necessidade da pessoa (material, • Aceitar todos os sentimentos transmitidos pelo interlocutor, psicológica, social, cultural, espiritual). seja qual for a sua natureza, sem emitir juízos de valor. • Ver o adolescente e o seu mundo tal como ele se vê a si próprio e ao seu mundo • Criar uma relação empática caracterizada pela estima, pela abertura, mas também pela diferença. • Respeitar a intimidade. • Conhecer a história de sofrimento do adolescente. • Observar e registar a evolução do adolescente. 21 • Em instituição permanente. • Em instituição ocasional. • Em situação intercultural. • Em centro de dia. • À distância. • Estabelecimento social/educativo/de higiene mental • Serviços de prevenção (prevenção do álcool, da droga) • Meio aberto: rua, estação, meios de transporte Pontos críticos • Tendência para responsabilizar os outros pelas dificuldades sentidas. • Intervenção de diversas barreiras de comunicação: -culturais / -psicológicas -sociais -linguísticas • Falta de meios humanos e financeiros para um acolhimento personalizado do adolescente • Modo de vida, valores familiares, costumes e práticas das comunidades ciganas e turcas (casamento prematuro, patriarcado) • Papel marcante da família na educação dos adolescentes. • Não-aceitação por parte do adolescente da substituição da família pela instituição para esta função. • Dificuldades de identificação das pessoas itinerantes por não estarem registadas no Registo Civil • Tendência para dar prioridade à linguagem verbal em detrimento da não verbal • Aceitação da frustração que é um dado da relação de ajuda. • Qualidade de atenção e manutenção da distância. REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 1 Actividades • Favorecer a autonomia. • Oferecer uma alternativa de escolha ao adolescente e dar-lhe condições para ele efectuar as suas escolhas de forma autónoma A C O L H I M E N T O E E S C U T A • Organizar a sua intervenção no respeito pela intimidade do jovem. • Favorecer as identificações e apoiar a construção do seu eu. • Estar ao lado. • Gerir as frustrações, a falta de reciprocidade. • Permitir ao adolescente arranjar rapidamente referências e conhecer as regras de que necessita para se estruturar • Interpretar as interacções entre o adolescente e o seu contexto social numa abordagem sociológica • Descobrir laços sociais do adolescente • Conhecer e tratar os diferentes tipos de sintomas de abusos Metodologia de realização • Descodificar os sofrimentos. • Tolerar as manifestações de desconfiança, hostilidade e rejeição. • Oferecer a possibilidade de libertar a agressividade de forma legítima e não destrutiva. • Integrar o ponto de vista do adolescente nas decisões a tomar. • Apoiar o adolescente na construção da sua identidade pessoal. • Envolver os outros adolescentes do grupo na relação de ajuda. • Aconselhar. • Verificar se o interlocutor compreendeu bem a mensagem. • Oferecer alternativas às actividades, objectos, situações que geram ou perpetuam o conflito. • Utilizar os jogos terapêuticos. • Comunicar as informações sobre as causas das frustrações do adolescente e as soluções capazes de remediar a situação. • Manter-se no seu papel e à distância. • Estipular limites e formular as regras. • Encorajar o adolescente a exprimir o seu ponto de vista. • Encorajar a expressão dos sentimentos (inclusive dos sentimentos negativos). • Identificar as fontes de frustração. • Controlar a sua própria frustração sem que esta se reflicta na relação com o adolescente. • Ajudar os adolescentes a aceitar as frustrações como parte inevitável da existência e a interpretálas como um factor possível de desenvolvimento. • Abordar com o adolescente as causas das frustrações e procurar soluções em conjunto. • Apresentar os direitos mas também os deveres do adolescente com a ajuda de documentos e métodos adaptados às suas capacidades, à sua língua… 22 Condições de realização Período de intervenção • Quotidiana. • Pontual. • De urgência. • Vespertina. • Nocturna. Sistema de actores • Reduzido. • Complexo. • Coerente e inteligível. • Fiável. • Conflitual. Modo de intervenção • A solo. • Em equipa. • Em complemento familiar. • Em rede Posição do interveniente • Responsabilidade completa. • Responsabilidade delegada. • Em complementaridade com a família Qualidade do interveniente • Estreante ou experiente. • Estagiário, aprendiz. Organização do trabalho • Organigrama. • Utilização específica das novas tecnologias. • Acessibilidade às informações significativas sobre a história psico-médico-social do adolescente. • Espaço seguro e personalizado de acordo com a idade, o sexo, os interesses (por meio de diversos jogos, livros, objectos pessoais, etc.) • Espaço-tempo da relação de ajuda, adaptando-a ao estágio e ao ritmo de desenvolvimento de cada adolescente Pontos críticos • Confrontação com a recusa da ajuda, com as situações conflituais. • Resignação. Descontinuidade da história institucional do adolescente. • Experiências traumatizantes do adolescente que prejudicam o esforço de o co-interessar e de o levar a participar em pleno • Promoção da violência nos meios de comunicação. • Adolescente na expectativa de uma recompensa material em troca duma atitude de cooperação. • Impressões adquiridas durante o primeiro encontro. • Prestação de uma ajuda que ultrapassa a vontade e as necessidades do adolescente • Situação de depressão permanente, apatia do adolescente RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 I D E N T I F I C A Ç Ã O D A S N E C E S S I D A D E S Actividades Metodologia de realização • Ajudar o adolescente a identificar os problemas inerentes à sua situação de abandono • Ajudar o adolescente a avaliar e a considerar as suas dificuldades ligadas às suas competências pessoais, sociais, profissionais e ao seu meio • Estar atento aos pequenos sinais de alarme e aos possíveis descontrolos do comportamento • Ajudar o adolescente a reflectir sobre a inadequação dos seus pais. • Avaliar de que forma o adolescente define as suas necessidades (as suas relações importantes, as suas ambições, os seus interesses). • Estar atento a todos os registos das necessidades do adolescente (materiais, psicológicos, sociais, culturais, espirituais). • Fazer com que o adolescente compreenda as diversas causas da sua situação de abandono • Fazer com que o adolescente compreenda que o abandono não foi de forma alguma causado por ele. • Conhecer a história de cada adolescente para poder fazer face às necessidades. • Recorrer à escuta activa e dar ao adolescente oportunidade de falar das suas experiências pessoais, dos acontecimentos significativos do seu passado. • Prestar atenção às necessidades e às particularidades de cada adolescente. • Avaliar os comportamentos dos pais a partir de modelos de interpretação; • Ajudar o adolescente a aceitar as frustrações; • Manter o contacto com o adolescente após a mudança da sua situação ; • Utilizar jogos terapêuticos adequados a cada situação; • Criar oportunidades para o adolescente valorizar a sua formação e desenvolver a sua auto-estima. • Completar e verificar permanentemente as suas próprias observações do adolescente em comparação com as opiniões, as observações e as informações das outras pessoas do seu meio: a equipa pluridisciplinar, os colegas, os amigos, os pais, etc. • Manter o seu papel e um distanciamento correcto. • Avaliar o nível de integração do adolescente no que respeita ao seu percurso institucional. • Preparar o adolescente para fazer face às alterações previstas. • Reservar tempo para ajudar o adolescente a discernir as suas necessidades prioritárias e discutir a gestão das despesas correntes. • Encorajar o desabrochar da cultura e da língua do adolescente • Estabelecer o contacto com o adolescente após a afectação a um novo quadro (família de origem / centro de reinserção familiar, outra instituição). • Voltar a envolver a família na educação do adolescente. • Gerir as descontinuidades (ligadas às decisões judiciais, às mudanças de família de acolhimento…). • Ajudar os adolescentes a gerir os seus interesses. • Estar atento aos pequenos sinais de alerta e às possíveis derrapagens • Estar atento à evolução das necessidades do jovem durante toda a intervenção 23 Condições de realização Situação da pessoa ajudada • Com pedido. • Sem pedido. • Em perigo. • Abandonada. • Maltratada. • Numa relação de agressividade. • Em recusa de ajuda. • Em maior ou menor dependência física, psíquica, com capacidades de comunicação insuficientes. • De origem cultural ou linguística diferente da do interveniente. Local de intervenção • No domicílio da pessoa. • No domicílio do interveniente (família de acolhimento). • Em instituição permanente. • Em instituição ocasional. • Em situação intercultural. • Num centro de dia. • À distância. Período de intervenção • Quotidiana. • Semanal • Pontual. • Urgente. • Vespertina. • Nocturna. Pontos críticos • Psicopatologia e patologia somática dos pais. • Psicopatologia dos adolescentes. • Situações de abuso grave por parte dos pais. • Situação de pobreza, dificuldades socioeconómicas graves (desemprego, precariedade) dos pais • Falta de meios • Preocupação pecuniária da família de substituição sobrepõe-se ao interesse do adolescente. • Tendência para considerar como suficiente a satisfação das necessidades materiais e de saúde. • Risco de atraso do crescimento e do desenvolvimento psíquico e social do adolescente institucionalizado, especialmente no caso dos adolescentes de etnia cigana e dos jovens de rua devido à sua situação de pobreza extrema. • Cessação da confiança do adolescente nos adultos. • Fraca tolerância do adulto à frustração. • Tendência do interveniente para o autoritarismo. • Dificuldade do adolescente em aceitar o adulto como uma pessoa de referência. • Dificuldades do interveniente em apoiar-se nas qualidades do adolescente, para lá dos seus problemas REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 I D E N T I F I C A Ç Ã O D A S N E C E S S I D A D E S Actividades • Favorecer o desenvolvimento da personalidade • Assinalar as condutas de risco, darlhes um sentido, descodificar os comportamentos inoportunos, tratálos. • Assinalar as necessidades próprias de cada adolescente, em especial dos oriundos das minorias cigana e turca. Metodologia de realização • Colocar em evidência – seja qual for a situação – os aspectos positivos do comportamento dos pais. • Propor modelos de interpretação do comportamento dos pais. • Ajudar a aceitar as frustrações. • Utilizar jogos terapêuticos adaptados ao abandono. • Criar oportunidades de valorização, de formação e de desenvolvimento da auto-estima. • Valorizar as diferenças. • Tratar com indulgência as funções, os modelos de tratamento do problema, as mudanças de hábitos • Com o auxílio de técnicas psicossociais e informações, ajudar o adolescente a elaborar uma reflexão sobre a sua situação • Respeitar o modo de vida, os hábitos do adolescente, preservar o direito à diferença • Observar o desenvolvimento do adolescente • Avaliar regularmente as necessidades do adolescente comparando-as com as avaliações precedentes. • Procurar as aptidões especiais e os pontos fortes do adolescente (desporto, artes…) • Efectuar avaliações e entrevistas individuais regulares • Privilegiar uma atitude de empatia • Adoptar uma abordagem individualizada com vista a implementar planos de acções personalizados. 24 Condições de realização Sistema de actores • Reduzido. • Complexo. • Coerente e inteligível. • Fiável. • Conflitual. Modo de intervenção • A solo. • Em equipa. Pontos críticos • Intervenção das diferentes barreiras de comunicação: - culturais - educacionais - psicológicas - sociais - linguísticas • Oposição típica da idade da adolescência. • Em complemento familiar. • Falta de reconhecimento das exigências individuais. • Em rede Posição do interveniente • Avaliação das necessidades dificultada em situação de crise. • Responsabilidade delegada • Valorização diferente de certos aspectos por culturas diferentes. • Em complementaridade com a família Qualidade do interveniente • Mudança das necessidades ao longo do tempo • Responsabilidade completa. • Estreante ou experiente. • Estagiário, aprendiz. Organização do trabalho • Organigrama. • Utilização específica das novas tecnologias. RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 3 A S S I S T Ê N C I A À V I D A Q U O T I D I A N A Actividades Metodologia de realização Condições de realização Pontos críticos • Dinamizar, favorecer o desenvolvimento dos recursos da pessoa ajudada. • Introduzir um quadro de vida, modelos repetitivos na vida quotidiana do adolescente • Estar atento a todos os registos de necessidade da pessoa (material, psicológica, social, cultural, espiritual) e oferecer serviços correspondentes às suas necessidades. • Favorecer a autonomia. • Conhecer o contexto institucional, político. • Inscrever as intervenções técnicas numa relação de ajuda, ou seja, que tenha realmente em conta as necessidades da pessoa (educação gestual, cuidados, higiene, conforto, primeiros socorros, segurança, alimentação, cuidados domésticos, diligências externas, socialização). • Fazer em conjunto, adoptar uma pedagogia do projecto, do contrato, estimular e acompanhar as iniciativas. • Englobar a sua acção num meio aberto, actuar no sentido de um regresso ao meio normal. • Ajudar o jovem a gerir os seus interesses. • Transmitir-lhe o gosto de aprender. • Ajudar o jovem a desenvolver os seus centros de interesse • Partilhar os momentos da vida quotidiana. • Utilizar as actividades quotidianas como recursos de observação. • Propor os significados possíveis das experiências quotidianas. • Estruturar os hábitos. • Ensinar os adolescentes a planificar e organizar as suas actividades. • Incitar o adolescente a cuidar de si próprio. • Descobrir os ritmos do adolescente e respeitá-los. • Reconhecer e valorizar as aptidões e competências de cada adolescente. • Apoiar o adolescente na construção da sua identidade pessoal. • Proporcionar experiências e meios diversos. • Ensinar o adolescente a evitar pessoas e situações perigosas. • Partilhar o sentido das experiências de descoberta e de novidade. • Ajudar os adolescentes oriundos de culturas diferentes a integrar-se no seio da sociedade de que são nacionais. • Respeitar a intimidade. • Conhecer a história de cada adolescente para poder fazer face às necessidades. • Completar e verificar permanentemente as suas próprias observações sobre o adolescente com as opiniões, as observações e as informações das outras pessoas do seu meio: a equipa pluridisciplinar, colegas, amigos, pais, etc. • Utilizar os grupos de adolescentes como recursos de aprendizagem. • Ter em conta e ensinar o respeito pelos diferentes modelos culturais. • Narrar e levar o adolescente a narrar a actualidade. Situação da pessoa ajudada • Com pedido. • Sem pedido. • Em perigo. • Abandonada. • Maltratada. • Numa relação violenta. • Em recusa de ajuda. • Em maior ou menor dependência física, psíquica, com capacidades de comunicação insuficientes. • De origem cultural ou linguística diferente da do interveniente. Local de intervenção • No domicílio da pessoa. • No domicílio do interveniente (família de acolhimento). • Numa instituição permanente. • Numa instituição ocasional. • Numa situação intercultural. • Num centro de dia. • À distância. • No domicílio do itinerante. Período de intervenção • Quotidiana. • Pontual. • Urgente. • Vespertina. • Nocturna. • Experiências traumatizantes do adolescente. • Conflito entre as regras (exemplo: higiene) e a realidade quotidiana. • Desvalorização das experiências ou dos saberfazeres atípicos • Funcionalidade das actividades sem ocasiões de prazer. • Resistência à mudança. • Resignação. • Rigidez. • Rotina. • Transformação das técnicas em receitas. • Ausência de formalização das normas deontológicas da profissão. 25 REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 3 A S S I S T Ê N C I A À V I D A Actividades Metodologia de realização Condições de realização • Descobrir as aptidões particulares e os pontos fortes do adolescente • Favorecer o dinamismo da pessoa e a sua sede de saber. Modo de intervenção • Estar atento às novas tecnologias e saber utilizá-las. • Promover a instituição e o interesse do adolescente na comunidade. • Em equipa. • Incentivar a autonomia dos Provocar o questionamento, a procura de informação. adolescentes com deficiência • A solo. • Em complementaridade familiar. • Em rede Posição do interveniente • Incentivar a autonomia financeira • Responsabilidade completa. do jovem, sensibilizando-o para o custo de vida • Responsabilidade delegada. • Em complementaridade familiar. Qualidade do interveniente • Incentivar a auto-confiança • Motivar a aprendizagem • Estreante ou experiente. • Transmitir técnicas da vida quotidiana • Estagiário, aprendiz. Estatuto do interveniente: • Desenvolver a capacidade do adolescente para pedir ajuda • Profissional ou voluntário Organização do trabalho • Organigrama. • Utilização específica das novas tecnologias. • Acesso do adolescente a todos os recursos educativos, desportivos, culturais e recreativos existentes na instituição e na comunidade. Q U O T I D I A N A • Existência de uma base de dados / biblioteca legislativa. • Existência de uma base de dados necessária à formação do educador. 26 Pontos críticos • Ausência de informação relativa às redes sociais existentes • Falta de financiamentos para desenvolver as actividades adequadas a cada jovem. • Sofrimento psíquico associado à pobreza, às desigualdades sociais. • Falta de interesse de certos intervenientes pela vida quotidiana dos adolescentes. • Falta de auto-confiança e de motivação do adolescente RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 C O M U N I C A Ç Ã O Actividades Metodologia de realização • Compreensão dos diversos modos de comunicação (verbal, não verbal…). • Saber transmitir a ideia de que o interveniente quer compreender o adolescente. • Comunicar de forma congruente (congruência das palavras e dos sentimentos por trás das palavras). • Escutar, observar, transmitir observações, oralmente, por escrito, respeitando os protocolos previstos. • Favorecer o dinamismo da pessoa e a sua sede de saber. • Emitir uma mensagem, adaptá-la ao contexto, à situação, ao interlocutor. • Estar atento às novas tecnologias e saber utilizá-las. • Saber conduzir uma conversa. • Ter em conta a interculturalidade. • Favorecer a comunicação intercultural • Criar condições que favoreçam a comunicação na língua em que o adolescente se exprime. • Favorecer a comunicação entre jovens • Encorajar a mobilidade • Criar espaços de recolha de informação (recursos) e de debate, em função das necessidades. • Gerir as relações com a família, o território e os parceiros institucionais como a escola, a saúde, o lazer, a justiça, o trabalho e o meio cultural. • Utilizar estratégias que ajudem o jovem a manter uma comunicação aberta e mais acessível. • Levar o jovem a tomar consciência dos seus próprios preconceitos e ajudá-lo a ultrapassá-los. • Incitar o jovem a colocar questões e suscitar o gosto pela descoberta. • Respeitar as diferentes culturas e histórias de vida de cada jovem e fazê-las respeitar num contexto mais alargado (espírito de tolerância). • Criar espaços privados, propícios a um bom desenvolvimento da comunicação, mesmo que isso não seja solicitado pelo utente. • Fazer com que o utente participe na gestão da informação que lhe diz respeito (autorização consentida). • Estar sempre acessível e disponível para o adolescente. • Utilizar todos os métodos e meios para comunicar • Aceitar as diversas modalidades de expressão das necessidades do adolescente (verbais, não verbais) • Mostrar interesse e tolerância em relação às informações recebidas. • Interpretar o comportamento e verificar se foi correctamente compreendido recorrendo a reformulações e perguntas. • Saber captar a atenção dos adolescentes • Exprimir-se claramente, oralmente e por escrito • Utilizar uma linguagem adequada em função da situação / pessoa • Adaptar-se aos interlocutores de meios sociais e culturais diferentes. • Dominar as subtilezas da linguagem falada pelos adolescentes (calão) a fim de assegurar uma boa comunicação com eles 27 Condições de realização Pontos críticos Situação da pessoa ajudada Com pedido. Sem pedido. Em perigo. Abandonada. Maltratada. Numa relação violenta. Em recusa de ajuda. Em situação de maior ou menor dependência física, psíquica, com capacidades de comunicação insuficientes. • De origem cultural ou linguística diferente da do interveniente. Local de intervenção • No domicílio da pessoa. • No domicílio do interveniente (família de acolhimento). • No domicílio temporário do itinerante. • Em instituição permanente. • Em instituição ocasional. • Em situação intercultural. • Num centro de dia. • À distância. Período de intervenção • Quotidiana. • Pontual. • De urgência. • Vespertina. • Nocturna. Sistema de actores • Reduzido. • Complexo. • Coerente e inteligível. • Fiável. • Conflitual. • Intervenção das diferentes barreiras de comunicação: - culturais - educacionais - psicológicas - sociais - linguísticas • Dificuldade do adolescente em aceitar o adulto como uma pessoa de referência . • Oposição típica da idade do adolescente. • Experiências traumatizantes do adolescente. • Dificuldades em atrair e motivar certos interlocutores / pais. • Tendência de uniformização institucional. • Tendência do educador para o autoritarismo. • Falta de intervenientes oriundos de diversas culturas • Preconceitos do assistente • Falta de capacidade de comunicação do assistente • Reconhecimento das características de comunicação do adolescente • Intrusão na vida privada • • • • • • • • REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades Metodologia de realização Condições de realização Pontos críticos • Valorizar a interculturalidade do grupo de adolescentes. • Respeitar o silêncio do adolescente; dar-lhe o tempo necessário para se exprimir. • Aplicar os métodos de comunicação transaccional, de negociação • Evitar os juízos de valor precipitados C O M U N I C A Ç Ã O • Estar atento aos sintomas patológicos do desenvolvimento da comunicação • Situar a sua intervenção numa rede de relações, numa equipa profissional. • Desempenhar o papel de mediador. • Saber pedir ajuda • Assegurar-se da correcta compreensão das informações fornecidas • Encorajar o adolescente a comunicar através de uma atitude aberta. • Provocar o questionamento , a procura de informações. Modo de intervenção • Favorecer o dinamismo da pessoa e a sua sede de saber • A solo. • Dar explicações, informações e conselhos • Em complementaridade com a família. • Analisar e registar o comportamento do adolescente utilizando todas as ferramentas elaboradas. • Em rede. Posição do interveniente • Descodificar os sofrimentos • Ajudar o adolescente a compreender a sua própria cultura. • Oferecer informações correctas sobre os diferentes modelos culturais. • Na falta de um intérprete, estabelecer comunicação não verbal com o adolescente que não fale a língua do interveniente. • Conhecer as especificidades socioculturais dos jovens oriundos das minorias. • Ajudar os adolescentes oriundos de culturas diferentes a integrarem-se no seio da sociedade de que são nacionais. • Encorajar a inscrição nas associações de bairro, desportivas, artísticas… • Encorajar a organização de viagens, de intercâmbios. • Organizar actividades adequadas à sociabilidade dos adolescentes • Desenvolver no adolescente o espírito de tolerância apresentando os valores / realizações de cada cultura. • Dar provas de flexibilidade na tomada de uma decisão. 28 • Em equipa. • Responsabilidade completa. • Responsabilidade delegada. • Em complementaridade familiar. Qualidade do interveniente • Estreante ou experiente. • Estagiário, aprendiz. Organização do trabalho • Organigrama. • Utilização específica das novas tecnologias. • Existência de recursos educativos adequados (acesso às manifestações culturais, religiosas, acesso às tradições). • Existência de uma base de dados com informações (morada, telefone, etc.) que permitam entrar em contacto com os especialistas sempre que houver necessidade. Uma política institucional sensível às necessidades profissionais do educador • Dificuldades em aceitar e renunciar aos seus próprios preconceitos. • Desconhecimento dos programas de intercâmbio com outras equipas de jovens • Desconhecimento das formalidades administrativas a cumprir para os intercâmbios • Comportamentos dos adolescentes durante os programas de intercâmbio • Falta de motivação. • Resistência à mudança • Tomada em conta da diversidade dos actores envolvidos na ajuda à pessoa ou envolvidos no abandono. Reticências em reconhecer publicamente os seus próprios limites e a necessidade de ajuda. RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades Metodologia de realização • Tomar consciência dos seus próprios preconceitos e obrigar-se a ultrapassá-los. • Dominar o processo global da relação de ajuda e a metodologia específica • Informar a equipa de trabalho sobre todas as alterações no desenvolvimento do adolescente. C O M U N I C A Ç Ã O • Gerir as relações com a família, o território e os parceiros institucionais: o meio escolar, a saúde, a justiça, o trabalho, o meio cultural • Identificar novos parceiros para a relação de ajuda • Orientar as pessoas que solicitam ajuda (adolescentes, pais, etc.) para os especialistas mais competentes. 29 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 A C O M P A N H A M E N T O Actividades Metodologia de realização • Registar todas as intervenções no processo individual do adolescente • Ajudar o adolescente a desfazer-se dos laços com a instituição • Personalizar a relação. • Situar-se numa relação de apoio (saber encontrar o distanciamento correcto, fazer a distinção entre o seu desejo e o desejo do outro). • Estar atento aos sentimentos, conhecimentos, aptidões, relações do adolescente • Gerir a agressividade, os conflitos, as situações de violência. • Intervir na área do sofrimento, dos maus-tratos, ser capaz de fazer face à miséria, trabalhar na reparação. • Ajudar a fazer o luto. • Favorecer a passagem à idade adulta. • Desenvolver a capacidade de efectuar escolhas e de as diversificar. • Proteger a intimidade. • Desempenhar o papel de mediador junto do meio escolar, socioeconómico e cultural. • Ajudar, apoiar as necessidades de independência, o desenvolvimento da autonomia • Gerir as descontinuidades ligadas às decisões judiciais, às mudanças de família de acolhimento... • Apoiar as aprendizagens de todo o tipo, estimular a curiosidade 30 Condições de realização Pontos críticos Situação da pessoa ajudada • Com pedido. • Sem pedido. • Em perigo. • Abandonada. • Maltratada. • Numa relação violenta. • Em recusa de ajuda. • Em situação de maior ou menor dependência física, psíquica, com capacidades de comunicação insuficientes. • De origem cultural ou linguística diferente da do interveniente. Local de intervenção • No domicílio da pessoa. • No domicílio do interveniente (família de acolhimento). • No domicílio temporário do itinerante. • Numa instituição permanente. • Numa instituição ocasional. • Numa situação intercultural. • No centro de dia. • À distância. Período de intervenção • Quotidiana. • Pontual. • Urgente. • Vespertina. • Nocturna. • Descontinuidade da história institucional do adolescente. • Experiências traumatizantes do adolescente. • Intervenção das diversas barreiras de comunicação • Agressividade, recusa de ajuda, situações conflituais. • A falta de afeição e de confiança do adolescente é um entrave à estabilidade das relações e fragiliza o acompanhamento • Subjectividade do observador / assistente • Aceitação das origens de cada um • Aceitação da frustração que é um dado da relação de ajuda. RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 Actividades Metodologia de realização • Procurar as aptidões especiais e os pontos fortes do adolescente (desportos, artes…) Sistema de actores • Reduzido. • Complexo. • Acompanhar o adolescente no seu desejo de reencontrar as suas origens A C O M P A N H A M E N T O Condições de realização • Coerente e inteligível. • Fiável. • Ajudar o adolescente oriundo de uma minoria (cigana, turca) a reconhecer as suas origens como uma riqueza e não como um handicap a fim de favorecer a sua socialização • Acompanhar o jovem na superação da sua crise da adolescência • Prevenir os maus-tratos físicos, psicológicos • Trabalhar com uma equipa de orientação profissional • Conflitual. Modo de intervenção • A solo. • Em equipa. • Em complementaridade com a família. • Em rede Posição do interveniente • Responsabilidade completa. • Responsabilidade delegada. • Em complementaridade com a família. Qualidade do interveniente • Estreante ou experiente. • Estagiário, aprendiz. Organização do trabalho • Organigrama. • Utilização específica das novas tecnologias. • Conhecimentos e experiência de negociação e mediação de conflitos Acessibilidade a informação significativa sobre o adolescente. 31 Pontos críticos • Transmissão da violência pelos meios de comunicação. • Resignação, sentimento de impotência. • Falta de tempo e de meios financeiros (deslocações…) • Descontentamento dos intervenientes em relação a certos assuntos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 P R O T E C Ç Ã O S E C U R I Z A Ç Ã O Actividades Metodologia de realização • Estabelecer contratos e compromissos de qualidade e de segurança • Fazer por restabelecer a confiança no adolescente e a confiança no adulto • Garantir os direitos do adolescente e tomar medidas para esse fim • Transmitir segurança através de uma relação fiável, ser capaz de recriar laços. • Gerir a agressividade, os conflitos, as situações de violência. • Dominar os protocolos de qualidade, de segurança. • Gerir os encontros do adolescente a fim de garantir a sua segurança física e moral • Fazer com que ele recupere a confianças em si próprio e nos adultos. • Integrar o seu esforço numa política de prevenção. • Prevenir e dar meios para recusar o consumo de drogas ilegais, mas também legais (álcool, tabaco) • Assinalar os comportamentos de risco • Integrar as oportunidades permitidas pelas novas tecnologias. • Enquadrar a utilização das novas tecnologias de informação e de comunicação • Proteger a pessoa. • Determinar os graus de protecção adequados • Adaptar a organização ao nível do adolescente • Utilizar a segurança como um dos temas da relação; • Prevenir as situações de perigo e os comportamentos de risco • Dar provas de acessibilidade e disponibilidade; • Ser tolerante e paciente • Criar um meio seguro e adequado às necessidades do adolescente. • Observar a conduta do adolescente. • Solicitar e oferecer monitorização. • Vigiar o estado de saúde física e mental da pessoa e a sua evolução. • Identificar todos os riscos possíveis do meio e das actividades. • Utilizar a segurança como um dos temas da relação. • Permanecer do lado do adolescente, sobretudo nas situações de perigo e nos comportamentos de risco. • Manter um registo das pessoas que visitam o adolescente na instituição • Manifestar-se acessível e disponível. • Negociar com o adolescente as regras, os direitos, os deveres, as recompensas. • Dar provas de tolerância, paciência, abertura, sinceridade e benevolência constantes. • Gerir o imprevisto. • Utilizar a segurança como um dos temas da relação. • Utilizar diversos modos de sensibilização (afixação de cartazes, reuniões, testemunhos…) • Informar os adolescentes sobre os riscos associados ao consumo de substâncias adictivas. * Informar-se sobre a personalidade do adolescente: • agressividade, resistência à frustração, tipos de reacções agressivas, situações típicas em que se torna agressivo. • Identificar a fonte das manifestações agressivas. • Oferecer ao adolescente a possibilidade de libertar a sua agressividade de forma legítima e não destrutiva. • Oferecer alternativas às actividades, objectos, situações que geram ou alimentam o conflito. • Individualizar a relação educativa e propor actividades adaptadas às preferências do adolescente para assegurar as máximas possibilidades de êxito. • Trabalhar em articulação com as autoridades judiciais. 32 Condições de realização • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Situação da pessoa ajudada Com pedido. Sem pedido. Em perigo. Abandonada. Maltratada. Numa relação violenta. Em recusa de ajuda. Em situação de maior ou menor dependência física, psíquica, com capacidades de comunicação insuficientes. Local de intervenção No domicílio da pessoa. No domicílio do interveniente (família de acolhimento). No domicílio temporário do itinerante. Em instituição permanente. Em instituição ocasional. Em situação intercultural. No centro de dia. À distância. Período de intervenção Quotidiana. Pontual. Urgente. Vespertina. Nocturna. Modo de intervenção A solo. Em equipa. Em complementaridade com a família Em rede • Posição do interveniente • Responsabilidade completa. Pontos críticos • Experiências traumatizantes do adolescente. • Conflito de papéis. • O medo • Atitudes hiper-protectoras que podem comprometer a liberdade, gerar angústia, fragilizar, causar perda de confiança e de autonomia. • Risco de não saber pedir ajuda. • Resistência à mudança • Utilização intempestiva dos regulamentos que prejudica as iniciativas. Dar à segurança toda a sua dimensão, que não é apenas material, fazer dela um elemento de confiança da pessoa nela própria e na organização do seu ambiente e da sua vida. Risco de fuga • Promoção da violência pelos meios de comunicação. • Localização da instituição num ambiente de violência • Inscrever-se no aumento da lógica securitária e querer garantir todos os riscos assumidos • Descontentamento dos intervenientes face a certas problemáticas • Clarificar os graus de protecção em favor duma intervenção eficaz • As deficiências jurídicas da protecção do adolescente • Risco das seitas e dos grupos fanáticos • Rotatividade significativa do pessoal interveniente RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 P R O T E C Ç Ã O S E C U R I Z A Ç Ã O Actividades • Garantir a liberdade de pensamento e de credo • Prevenir e combater a prostituição e a exploração (pelo trabalho) • Criar um ambiente seguro, estável e são Metodologia de realização • Respeitar a confidencialidade. • Ajudar o adolescente a interpretar a sua experiência de vida, o seu passado • Ajudar o adolescente a encontrar soluções para os seus problemas e para as suas dificuldades. • Analisar com o adolescente os riscos inerentes à vida na rua, ao trabalho clandestino, às infracções à lei, etc. • Apresentar aos adolescentes os seus direitos e elementos de legislação . • Conhecer a regulamentação e as ordens. • Formar a consciência da responsabilidade • Pedir e aceitar a opinião do adolescente e fazer com que os outros a aceitem • Permitir e favorecer a prática religiosa • Elaborar periodicamente relatórios contendo a avaliação da situação das necessidades, da evolução do adolescente e da sua securização. • Cooperar com as instituições da comunidade (polícia, igreja, escola, etc.) para apresentar aos adolescentes fenómenos como: crime organizado, prostituição, tráfego de drogas, etc. • Saber obter a ajuda de outros profissionais. • Utilizar o “role play” e o estudo de casos. • Ajudar o adolescente a conhecer e respeitar uma cultura diferente e a maneira de pensar de cada um. Ajudar o adolescente a conhecer as regras morais, a respeitar o seu corpo… 33 Condições de realização • Responsabilidade delegada. Em complemento familiar. Qualidade do interveniente • Estreante ou experiente. • Estagiário, aprendiz. Organização do trabalho • Utilização específica das novas tecnologias. • Disponibilidade de todas as informações necessárias. • Monitorização e apoio por parte da equipa de especialistas Tempo previsto para a negociação, mediação e gestão dos conflitos. Pontos críticos REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 Actividades Metodologia de realização • Estar atento a todos os registos das necessidades de cada pessoa (materiais, psicológicas, sociais, culturais, espirituais). • Observar a conduta do adolescente. • Conhecer a história de cada adolescente para poder fazer face às necessidades. • Redescobrir e valorizar a história familiar. • Ter em conta as preferências do adolescente. • Deixar exprimir as opiniões. • Favorecer uma socialização coerente. • Utilizar procedimentos óptimos para animar o clima educativo. • Organizar actividades educativas segundo os centros de interesse. • Criar oportunidades de valorização, de formação e de desenvolvimento da auto-estima. • Gerir conflitos interétnicos, interculturais • Estimular e valorizar a criatividade. • Utilizar técnicas de estimulação da criatividade individual e em grupo. • Encorajar a personalização do espaço de aprendizagem para que este seja estimulante para os adolescentes. • Proporcionar modelos culturais diversos. • Valorizar as diferenças. • Identificar os recursos necessários para satisfazer as necessidades de desenvolvimento do adolescente • Utilizar a competição e a cooperação de forma equilibrada como processos de motivação. • Favorecer a identificação dos valores sexuais do adolescente. • Informar-se sobre a possibilidade de utilizar as novas tecnologias no domínio educacional, cultural e social • .Encorajar os adolescentes a desenvolverem relações sociais com a ajuda da comunicação na Internet. • Oferecer alternativas às actividades, objectos, situações que geram ou alimentam o conflito S O C I A L I S A Ç Ã O • Saber gerir a agressividade, os conflitos, as situações de violência. E • Propor um ambiente estimulante. A N I M A Ç Ã O • Ensinar o controlo da agressividade, da violência • Ajudar o adolescente a construir a sua identidade ligada a um grupo cultural, uma etnia • Adaptar as técnicas de animação em função da idade e dos gostos. • Ter em conta a utilização social das novas tecnologias. • Favorecer o papel da família e dos parceiros exteriores. • Educar para o respeito por si próprio e pelos outros. • Apoiar a formação da identidade sexual. • Ajudar o adolescente a construir relações (espaço interpessoal, virtual e simbólico) • Ajudar o adolescente a tomar consciência do seu papel presente e futuro na sociedade (cidadão, cônjuge, pai…) • Ajudar o adolescente a gerir os seus tempos livres Condições de realização Situação da pessoa ajudada • Com pedido. • Sem pedido. • Em perigo. • Abandonada. • Maltratada. • Ausência de um clima de confiança e de estima. • Tendência para considerar suficiente a satisfação das necessidades materiais e de saúde. • Em recusa de ajuda. • Localização da instituição em comunidades com um nível elevado de violência. • Em situação de maior ou menor dependência física, psíquica, com capacidades de comunicação insuficientes. • Tomada de consciência da agressividade e da violência • Com origem cultural ou linguística diferente da do interveniente. Local de intervenção • Rotina. • No domicílio da pessoa. • Transformação das técnicas de animação em receitas. • Numa relação violenta. • No domicílio do interveniente (família de acolhimento). • Em instituição permanente. • Em instituição ocasional. • No centro de dia. • Em situação intercultural. • Identificar os problemas inter-étnicos • Risco de dependência em relação às novas tecnologias e perda do hábito das relações directas. • À distância. • No domicílio temporário do itinerante • Resistência à mudança. • Resignação. • Rigidez. Período de intervenção • Quotidiana. • Pontual. • Urgente. • Vespertina. • Nocturna. 34 Pontos críticos • Manutenção do equilíbrio entre a autoridade e a permissividade. RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 Actividades • Favorecer a criatividade S O C I A L I Z A Ç Ã O E A N I M A Ç Ã O • Valorizar e explorar os aspectos culturais • Propor ao adolescente novos desafios, oportunidades • Ajudar o jovem a manter boas relações sociais construtivas • Motivar o adolescente relativamente à sua escolaridade • Explorar a animação enquanto meio de valorização e promoção da capacidade de integração do adolescente Metodologia de realização • Preparar os adolescentes para a participação em programas de mobilidade • Identificar a fonte geradora de manifestações agressivas. • Ter consciência do risco de se tornar o próprio uma fonte de frustração e de violência: ser correcto, imparcial, não “rotular” nos adolescentes, não os ofender. • Organizar grupos de debate, grupos artísticos, grupos de trabalho • Proporcionar a possibilidade de libertar a agressividade de modo legítimo e não destrutivo. • Completar e verificar permanentemente as suas próprias observações sobre o adolescente com as opiniões, as observações e as informações das outras pessoas do seu meio: equipa pluridisciplinar, colegas, amigos, pais, etc. • Transmitir a situação / o caso a outros especialistas para satisfazer as necessidades que ultrapassam as suas próprias competências. • Utilizar as novas tecnologias (computador, telefone, portátil, fax, etc.) nas relações profissionais. • Utilizar diferentes técnicas: “role play”, jogos didácticos, dramatização, exposição com um oponente, estudo de caso, problemas, etc. • Organizar testemunhos, encontros com pessoas da sociedade civil, profissionais. • Responsabilizar os adolescentes pelos actos da vida quotidiana. • Informar sobre as actividades culturais, desportivas • Criar espaços equipados para os «tempos livres» (biblioteca, sala de informática…) • Criar oficinas (pintura, olaria, fotografia...), Visitas a museus… • Utilizar técnicas de animação sociocultural • Reforçar o comportamento adequado 35 Condições de realização Modo de intervenção • A solo. • Em equipa. • Em complemento familiar Posição do interveniente • Responsabilidade completa. • Responsabilidade delegada. • Em complemento familiar. Qualidade do interveniente • Estreante ou experiente. • Estagiário, aprendiz. Organização do trabalho • Organigrama. • Utilização específica das novas tecnologias no campo da animação e da socialização. • Acessibilidade das informações significativas sobre o adolescente. • «Monitorização» e apoio por parte da equipa de especialistas. • Recursos materiais e equipamentos diversos adaptados. Pontos críticos • Acentuação dos estereótipos de género. • O assistente deve acreditar na possibilidade do jovem ocupar um lugar na sociedade. • Falta de meios • Respostas prontas, orientações prédeterminadas • Conhecimento da cultura das minorias étnicas REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O Actividades Metodologia de realização Condições de realização Pontos críticos • Assegurar a qualificação e formação contínuas. • Iniciar, encorajar a criação de organizações profissionais e a implementação de fóruns profissionais • Pedir ajuda. • “Recarregar baterias”. • Analisar a sua prática. • Actuar de forma autónoma e responsável • Avaliar a sua intervenção. • Estar atento às novas tecnologias e saber utilizá-las. • Apoiar e desempenhar o papel de mediador. • Reconhecer os seus limites, evitar a omnipotência. • Saber aceitar as frustrações, a não reciprocidade. • Gerir o seu interesse. • Situar a intervenção numa rede de relações, numa equipa profissional. • Conhecer o contexto institucional, político. • Adoptar uma dinâmica de adesão às novas políticas de intervenção junto dos adolescentes. • Facilitar o contacto do adolescente com os modelos de êxito; • Propor modelos comportamentais diferentes ao adolescente. • Utilizar sistematicamente as ferramentas de análise e a formalização da prática; • Utilizar formas específicas de acompanhamento; • Elaborar grelhas de observação; • Utilizar o feedback dos outros especialistas para adaptar as suas actividades; • Integrar a avaliação da sua performance nos resultados da avaliação da relação global de ajuda; • Considerar os desempenhos dos adolescentes como um indicador de eficácia da actividade propriamente dita; • Planificar bem as actividades. • Definir o seu papel no quadro da relação de ajuda e saber definir os seus objectivos. • Organizar debates profissionais, trocas de experiências • Avaliar com realismo as suas competências e os seus limites. • Comparar a sua prática educacional com a dos outros colegas. • Utilizar formas específicas de «monitorização», supervisão e intervisão. • Elaborar grelhas de observação. • Tomar decisões adequadas à situação do adolescente • Utilizar sistematicamente os instrumentos de registo da sua prática educativa. • Definir claramente o tipo de ajuda necessária. • Aproveitar as oportunidades de promoção pessoal, social e reconhecimento das competências. • Critérios de análise da prática educativa • A política da instituição leva em conta as necessidades de monitorização e de apoio do interveniente. • Politica institucional que leva em conta as inovações da formação contínua. • Existência de oportunidades formais de formação contínua (cursos, conferências, seminários). • Monitorização de casos e apoio da equipa de especialistas • Disponibilidade de uma gama diversificada de instrumentos de avaliação. • «Monitorização» e apoio na elaboração dos instrumentos de avaliação • Recursos materiais (computador, outros equipamentos , ligação à Internet, etc.) e humanos. • Aceitação das origens de cada um. • Reticências em reconhecer publicamente os seus próprios limites e a necessidade de ajuda. • Atitudes hiper-protectoras que podem comprometer a liberdade, gerar angústia, fragilizar, levar a uma perda de confiança e de autonomia. • Estilo de direcção autoritário. • Resistência à mudança. • Decisões inadequadas • Rigidez. • Falta de tempo • Estilo institucional baseado na competição entre colegas • Conflito entre as regras de deontologia e a realidade quotidiana. • Formulação de diagnóstico e terminologia que estigmatizam o adolescente. • Formação de voluntários. • Aceitar a opinião de outros especialistas • Recusa em mudar as práticas institucionais. • Colocar os seus limites e dar espaço à complementaridade, à nãoomnipotência, ser capaz de explicitar o seu papel. • Relacionar um conjunto de referências jurídicas, económicas, administrativas, psicológicas, culturais, étnicas, deontológicas. • Participar em cursos de formação contínua. • Informar-se permanentemente sobre as alterações à legislação. • Utilizar todas as actividades e experiências para melhorar o seu profissionalismo. • Colaborar com as publicações da especialidade. 36 • Desencorajamento das iniciativas por uma utilização intempestiva dos regulamentos. RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O Actividades Metodologia de realização • Dominar os protocolos de qualidade, de segurança • Elaborar ou utilizar ferramentas de avaliação, • Dominar os procedimentos profissionais, as formalidades administrativas • Para cada uma destas competências dispor de critérios de avaliação • Lutar contra as ideias feitas e as representações (uma criança abandonada está forçosamente perturbada …) • Analisar a sua prática de forma reflexiva, praticar a auto-avaliação • Profissionalizar a função de ajudante para valorizar a sua imagem na sociedade • Analisar a sua prática de forma reflexiva, praticar a auto-avaliação. • Identificar o impacte das condições jurídicas, económicas, administrativas, psicológicas, culturais, éticas, • deontológicas na sua própria prática profissional. • Elaborar periodicamente relatórios contendo a avaliação da situação das necessidades e da evolução do adolescente • Correlacionar a avaliação do seu esforço com os resultados da avaliação da relação global de ajuda. • Identificar novos parceiros para a relação de ajuda. • Promover a instituição e o interesse do adolescente na comunidade. • Utilizar os recursos existentes na zona. • Participação na implementação de novas políticas de intervenção junto do adolescente (reuniões…) • Identificar as modalidades existentes para atrair novos recursos para a instituição. • Integrar novas tecnologias. • Utilizar o computador para criar bases de dados sobre os parceiros, redigir e enviar relatórios, aceder a informações. • Respeitar as normas deontológicas da profissão. • Informar-se e estudar as especificidades culturais (história, língua…) de cada minoria. • Responder com justeza mas sem tabus às perguntas dos adolescentes • Valorizar os exemplos dos jovens que tenham tido um percurso positivo original. • Conhecer as normas da profissão • Organizar intercâmbios profissionais para reforçar a coesão entre os ajudantes e valorizar a profissão, compensar a fadiga, o burn-out precoce das pessoas que prestam apoio 37 Condições de realização Pontos críticos • Flutuações do pessoal no quadro da equipa de especialistas. • Alterações rápidas / frequentes da legislação, da política e das práticas sociais. • Ausência de formalização das normas deontológicas da profissão • Complexidade do sistema de formação contínua. • Utilização dos resultados da avaliação como pretexto de penalização do educador, e não como ocasião para melhorar a prática educativa. • Estigmatização e encerramento dos adolescentes em falsas representações. REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO 38 3 ª PARTE III. REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO 39 RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 1 A C O L H I M E N T O E E S C U T A Actividades • Desenvolver uma escuta empática e activa • Oferecer uma alternativa de escolha ao adolescente e dar-lhe possibilidades de fazer as suas escolhas de forma autónoma • Tranquilizar através de um ambiente caloroso • Criar condições que favoreçam a comunicação na língua em que o adolescente se exprime. • Fornecer rapidamente as referências necessárias ao adolescente • Organizar intervenções no contexto de vida do adolescente, em particular para os adolescentes das minorias (cigana e turca). • Determinar a intervenção sem possuir informações sobre o estado civil do adolescente • Fazer com que a ajuda seja aceite • Gerir a agressividade, os conflitos, as situações de violência • Intervir na área do sofrimento, dos maus-tratos, trabalhar na reparação • Estar atento a todos os registos de necessidade de cada pessoa (material, psicológica, social, cultural, espiritual). • Incentivar a autonomia. • Oferecer uma alternativa de escolha ao adolescente e dar-lhe meios para ele fazer as suas escolhas de forma autónoma • Organizar a sua intervenção respeitando a intimidade do jovem • Favorecer as identificações e apoiar a auto-construção • Estar «ao lado» SABERES Saber-fazer Saberes associados • Reproduzir a escuta • Respeitar «regras» da comunicação • Colocar-se no lugar do outro, aceitar a diferença • Adaptar-se ao ritmo de pensamento e à expressão do interlocutor • Receber todas as mensagens com interesse • Adaptar-se ao ritmo de pensamento, de acção do adolescente. • Saber favorecer uma atmosfera directa, tranquilizadora e acolhedora • Identificar os sinais de pedido de ajuda • Organizar-se para o pedido de ajuda • Acolher na vida em colectividade • Prevenir as ocasiões de conflito • Aceitar as observações • Analisar as diferentes necessidades • Analisar a situação • Implementar respostas adequadas • Resistir às pressões do grupo de adolescentes • Valorizar os recursos do jovem • Gerir as suas vivências e a expressão dos seus sentimentos • Arranjar o espaço por forma a responder à necessidade de intimidade própria do período da adolescência • Ajudar o adolescente a apropriar-se do seu novo ambiente (visita à estrutura…) • Saber manter relações com os seus pares • Conhecimento da família Psicologia • Psicologia social • Psicologia do desenvolvimento • Psicologia da adolescência • Técnicas de observação • Técnicas de escuta activa • Conhecimento do contexto multicultural em que a intervenção se inscreve • Psicologia da personalidade • Psicologia do conflito • Psicologia da comunicação social • Psicologia etnocultural Metodologia • Técnicas de socialização • Trabalho de grupo com os jovens e os pares • Teoria do método e técnicas de intervenção educativa • Comunicação • Dinâmicas de grupo • Processos de interacção intercultural • Técnicas de optimização dos espaços 41 Recursos Saber-ser • Paciente • Compreensivo • Coerente • Próximo • Disponível para escutar • Atento • Motivado • De espírito aberto • Tolerante • Firme • Positivo • Empático • Rigoroso • Convincente • Motivado • Curioso Métodos pedagógicos : • Role play • Jogos de grupo • Jogos de percepção • Dramatização • Técnicas da discussão e de mediação • Conversas • Experiências quotidianas • Execução de tarefas • Jogos de comunicação Suportes audiovisuais e ferramentas vídeo • Vídeo • CD-ROM • DVD • Filmes • Livros • Documentos pedagógicos Logística • Material informático • Acesso à Internet • Material especializado • Documento a enviar ao jovem: • Livro de acolhimento • Regras dos direitos e deveres dos adolescentes • Condições materiais e ambientais gerais REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 1 Actividades SABERES Saberes associados Saber-fazer A C O L H I M E N T O E E S C U T A • • • • • Responder às questões e às inquietações do adolescente. • Explicar, através de meios adequados, a Gerir as frustrações, a não organização da sua intervenção. reciprocidade • Comunicar de forma não verbal com os Permitir ao adolescente receber adolescentes rapidamente orientações e conhecer as regras de que necessita para se • Adaptar-se às especificidades estruturar socioculturais dos adolescentes oriundos das minorias, p. ex. cigana e turca Interpretar as interacções entre o (comportamento, postura…) adolescente e o seu contexto social numa abordagem sociológica • Saber fazer-se acolher pelas famílias durante as visitas aos locais, em especial Descobrir os elos sociais do no caso dos ciganos. adolescente Conhecer e tratar os diferentes tipos e • Trabalhar em equipa e constituir redes a fim de mutualizar os conhecimentos. sintomas de abusos • Definir as bases da vida em colectividade • Adoptar uma atitude para manifestar a vontade do trabalhador social de compreender a pessoa, o seu estado de espírito no momento, e assegurar o modo de assumir os seus sentimentos. • Assumir os seus próprios sentimentos e os do adolescente • Ser capaz de constituir a história do adolescente 42 Direito/deontologia • Elementos de Direito • Elementos de Economia • Sistema de Instituições de Direito Público e Privado • Elementos de Sociologia jurídica • História, etnologia e sociologia das minorias • Noções elementares das línguas minoritárias. • Pedagogia construtiva • Pedagogia diferenciada • Métodos de análise dos recursos e dos documentos Recursos Saber-ser • Espaço acolhedor • Quadro formal e informal para análise de casos com uma equipa interdisciplinar composta por especialistas • Parcerias internas e externas Meios Humanos • Equipas multidisciplinares e pluridisciplinares • Supervisão por um especialista RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 I D E N T I F I C A Ç Ã O D A S N E C E S S I D A D E S Actividades • Ajudar o adolescente a identificar os problemas inerentes à sua situação de abandono • Ajudar o adolescente a avaliar e ter em conta as dificuldades ligadas às suas competências pessoais, sociais, profissionais e ao seu ambiente • Estar atento aos pequenos sinais de alarme e aos possíveis descontrolos de comportamento • Ajudar o adolescente a reflectir sobre a inadequação dos seus pais • Avaliar de que forma o adolescente define as suas necessidades (as suas relações importantes, as suas ambições, os seus interesses). • Estar atento a todos os registos das necessidades do adolescente (materiais, psicológicas, sociais, culturais, espirituais) • Gerir as descontinuidades (associadas às decisões judiciais, às mudanças de família de acolhimento…) • Ajudar o adolescente a gerir os seus interesses • Apoiar todo o tipo de aprendizagens, estimular a curiosidade • Estar atento aos pequenos sinais, sinais de alerta e possíveis perdas de controlo • Assinalar os comportamentos de risco, dar-lhes um sentido, descodificar os comportamentos inoportunos, tratá-los • Assinalar as necessidades próprias de cada adolescente, em particular as dos adolescentes oriundos das minorias cigana e turca SABERES Saber-fazer Saberes associados • Analisar as dimensões jurídicas, sociais e psicológicas associadas à situação de abandono • Reconhecer os eventuais descontrolos de comportamento • Identificar as consequências inerentes à situação de abandono • Analisar as diferentes necessidades • Remediar as dificuldades • Hierarquizar as diferentes necessidades primárias e secundárias • Reconhecer os sinais de alerta • Descobrir informações fiáveis sobre o estado e as necessidades do adolescente • Registar as informações sobre as necessidades apuradas e partilhá-las com a equipa de trabalhadores sociais • Estabelecer prioridades no quadro da adaptação ao ambiente • Gerir a identificação étnica do adolescente • Diagnosticar as necessidades de cada pessoa (materiais, psicológicas, sociais, culturais….) • Criar ferramentas de avaliação das necessidades do adolescente • Proceder a avaliações regulares e analisar os dados recolhidos a fim de adaptar a intervenção à evolução das necessidades • Assinalar os pontos fortes dos adolescentes • Dominar a arte-terapia e as diversas formas de psicoterapias Psicologia • Psicologia do desenvolvimento • Psicologia da adolescência • Psicologia da comunicação • Psicologia do risco • Psicologia cognitiva • Psicologia dos maus-tratos e do sofrimento Metodologia • Métodos e técnicas da intervenção social (método da conversa individual , plano de acção personalizado…) • Método de avaliação das necessidades Conhecimentos sobre aconselhamento e economia social e familiar Sociologia • Sociologia dos serviços à pessoa • Sociologia do descontentamento e do desvio • Sociologia da organização • Conhecimentos sociológicos da interculturalidade • Sociologia dos jovens • Sociologia das minorias étnicas • Sociologia da família 43 Recursos Saber-ser • • • • • • • • • • • • • • • • • Empático Atento Motivado Compreensivo Confiante Flexível Criativo Perspicaz Motivador Convincente Equilibrado do ponto de vista emocional Curioso Resistente ao stress e à frustração Aberto às novas políticas de intervenção Disponível Tolerante Dinâmico Métodos pedagógicos: • Role play • Jogos de grupo • Actividades artísticas • Actividades desportivas • Jogos de percepção • Dramatização • Técnicas de discussão e de mediação • Conversas • Experiências quotidianas • Execução de tarefas • Estudos de casos • Observações no local • Seminários Suportes audiovisuais e ferramentas vídeo • Vídeo • CD-ROM • DVD • Filmes • Livros • Documentos pedagógicos • Registos audiovisuais e projecções de situações com vista a uma análise e a uma reflexão sobre as práticas Logística • Documentos profissionais • Material informático • Acesso à Internet • Material especializado REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 Actividades SABERES Saber-fazer I D E N T I F I C A Ç Ã O • Estar atento à avaliação das necessidades do jovem ao longo da intervenção • Favorecer o desenvolvimento da personalidade Saberes associados • Discernir a verdadeira necessidade entre Conhecimento do ambiente o não pedido e a solicitação permanente • Território • História social local • Instituições e estruturas locais • Conhecimento dos direitos da • Individualizar a intervenção (adaptando-a criança à idade e à psicologia do adolescente) • Gestão financeira • Mobilizar as capacidades disponíveis no Psicoterapias adolescente e dn seu meio • Arte-terapia • Musicoterapia D A S N E C E S S I D A D E S 44 Recursos Saber-ser Rede • Parceria com as municipalidades e os outros actores RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 3 A S S I S T Ê N C I A À V I D A Q U O T I D I A N A Actividades SABERES Saber-fazer Saberes associados • Dinamizar, favorecer o desenvolvimento dos recursos da pessoa ajudada • Introduzir um quadro de vida, modelos repetitivos na vida quotidiana do adolescente • Estar atento a todos os registos de necessidades de cada pessoa (materiais, psicológicos, sociais, culturais, espirituais) e oferecer serviços correspondentes às suas necessidades • Favorecer a autonomia • Conhecer o contexto institucional, político • Inscrever as intervenções técnicas numa relação de ajuda, isto é, uma relação que tenha realmente em conta as necessidades da pessoa (educação gestual, cuidados, higiene, conforto, primeiros socorros, segurança, alimentação, cuidados domésticos, diligências externas, socialização) • Fazer em conjunto, adoptar uma pedagogia do projecto, do contrato, estimular e acompanhar as iniciativas • Inscrever a sua acção num meio aberto, mobilizar esforços no sentido de um retorno ao meio normal • Ajudar o jovem a gerir os seus interesses • Transmitir o prazer de aprender • Ajudar o jovem a desenvolver os seus centros de interesse • Qualificar as os processos • Desenvolver a autonomia • Demonstrar flexibilidade na execução das tarefas quotidianas • Hierarquizar os diferentes interesses e as suas exigências • Desenvolver a compreensão do contexto institucional e político • Determinar um objectivo comum e mínimo para todos os adolescentes com base no qual se possa elaborar um plano de desenvolvimento individualizado. • Explorar os recursos do ambiente • Utilizar os recursos para o projecto de vida do jovem • Suscitar iniciativas inovadoras • Dominar as técnicas de dinamização e de motivação • Estimular o auto-conhecimento • Descrever o seu papel relativamente ao beneficiário, ao seu pedido e às suas necessidades • Fazer a ponte entre a organização colectiva e a intervenção pessoal • Utilizar as situações de aprendizagem • Desenvolver um espírito crítico (moda, propaganda política, publicidade, seita…) • Organizar um acompanhamento escolar e regular (idealmente quotidiano) e de qualidade • Propor actividades de lazer educativas Psicologia Psicologia do desenvolvimento Psicologia da adolescência Psicologia da comunicação Psicopatologia Sociologia • Sociologia dos serviços à pessoa • Sociologia do descontentamento e do desvio • Sociologia da organização Pedagogia • Pedagogia da vida quotidiana • Filosofia da educação • Pedagogias alternativas Metodologia • Metodologia do trabalho socioeducativo • Técnicas da comunicação, equipamento técnico dos locais e do quadro de vida • Métodos e técnicas da intervenção social • Metodologia do trabalho de grupo. Metodologia da investigação socioeducativa Direito/deontologia • Elementos de Direito • Elementos de Economia • Sistema das Instituições de Direito Público e Privado • Elementos de Sociologia jurídica • Descobrir as aptidões específicas e os pontos fortes do adolescente • Facilitar o acesso à cultura (biblioteca gratuita, espectáculos para jovens…) 45 • • • • Recursos Saber-ser • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Paciente Compreensivo Empático Coerente Próximo Disponível para escutar Motivado Criativo De espírito aberto Capaz de se colocar em jogo Sensível Entusiasta Confiante Disponível para a reflexão Pontual Respeitador do outro Flexível Persuasivo Informado sobre as tendências geracionais. Interessado pela vida quotidiana Equilibrado, em particular do ponto de vista afectivo Métodos pedagógicos : • Role play • Actividades culturais • Actividades artísticas • Actividades desportivas • Jogos de percepção • Dramatização • Técnicas de discussão e mediação • Conversas • Experiências quotidianas • Execução de tarefas • Animação sociocultural Suportes audiovisuais e ferramentas vídeo • Vídeo • CD-ROM • DVD • Filmes • Livros • Documentos pedagógicos Logística • Material informático • Acesso à Internet • Material especializado • Material escolar e educativo REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 3 Actividades SABERES Saber-fazer A S S I S T Ê N C I A À • Estar atento às novas tecnologias e saber utilizá-las. • Incentivar a autonomia dos adolescentes com deficiência • Incentivar a autonomia financeira do jovem , sensibilizando-o para o custo de vida • Incentivar a auto-confiança • Motivar a aprendizagem • Transmitir técnicas ligadas à vida quotidiana • Desenvolver a capacidade do adolescente para pedir ajuda Saberes associados • Conseguir estimular o adolescente e dar-lhe meios para concretizar os seus desejos • Desenvolver actividades com vista a assinalar e valorizar as aptidões de cada adolescente. • Adaptar as infra-estruturas, os métodos de aprendizagem, etc., às necessidades dos adolescentes com deficiência • Sensibilizar e prestar aconselhamento sobre economia social e familiar • Desenvolver aptidões artísticas, desportivas, técnicas e informáticas • Ajudar o adolescente a projectar-se no futuro e a avaliar os condicionalismos que terá de ultrapassar na sua vida de adulto. V I D A Q U O T I D I A N A 46 Recursos Saber-ser RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades • Compreensão dos diferentes modos de comunicação (verbal, não verbal…) • Saber transmitir que o ajudante quer compreender o adolescente. C O M U N I C A Ç Ã O • Comunicar de forma congruente (congruência das palavras e dos sentimentos por trás das palavras). • Escutar, observar, transmitir observações, oralmente, por escrito , respeitando os protocolos previstos. • Favorecer o dinamismo da pessoa e a sua sede de saber • Emitir uma mensagem, adaptá-la ao contexto, à situação, ao interlocutor • Estar atento às novas tecnologias e saber utilizá-las • Saber conduzir uma conversa • Ter em conta a interculturalidade • Incentivar a comunicação intercultural • Criar condições que favoreçam a comunicação na língua em que o adolescente se exprime. • Incentivar a comunicação entre jovens • Encorajar a mobilidade • Situar a sua intervenção numa rede de relações, numa equipa profissional • Desempenhar o papel de mediador SABERES Saber-fazer Saberes associados • Gerir a comunicação com os parceiros locais no processo de acompanhamento • Recorrer a estratégias que permitam uma comunicação fiável • Fazer com que os adolescentes tomem consciência dos seus próprios preconceitos • Levar os jovens a participar na gestão da informação que lhes diz respeito (autorização consentida) • Respeitar as regras de comunicação • Identificar as diferentes linguagens de comunicação • Melhorar as modalidades comunicativas no interior do grupo • Construir relações positivas no interior do grupo Psicologia • Psicologia do desenvolvimento • Psicologia da adolescência • Psicologia da comunicação • Psicologia da aprendizagem • Psicologia etnocultural • Técnicas de desenvolvimento de grupos Pedagogia • Pedagogia da vida quotidiana • Pedagogia especial (deficiência) • Pedagogia intercultural • Escolher um enquadramento adequado à entrevista (enquadramento espacial, outros participantes possíveis, lista dos assuntos a discutir, das informações que devem ser obtidas/verificadas, adequação da comunicação às particularidades do interlocutor, etc.) • Modificar o plano inicial em função do interlocutor e do contexto da entrevista • Possuir um repertório adequado de técnicas de encorajamento (encorajamentos verbais, meios não verbais e para-verbais de manifestar a disponibilidade, o interesse, a atenção, a simpatia) e seleccionar as mais adequadas à situação. Metodologia • Metodologia do trabalho socioeducativo • Técnicas da comunicação • Técnicas de ordenamento dos espaços • Métodos e técnicas de intervenção social • Metodologia do trabalho de grupo • Metodologia da investigação socioeducativa • Dinâmicas de grupo • Técnicas de animação • Ética e deontologia profissional • Formular perguntas e respostas adequadas • Adaptar-se ao ritmo de pensamento e de expressão do interlocutor • Adaptar a linguagem e solicitar ao outro que faça o mesmo 47 • Conhecimentos de TIC Recursos Saber-ser • Paciente Métodos pedagógicos: • Motivado • Role play • Compreensivo • Jogos de grupo • Capaz de trabalhar em equipa • Jogos de percepção • Atento • De espírito aberto • Técnicas de discussão e de mediação • Empático • Conversas • Perseverante • Experiências quotidianas • Disponível para escutar • Execução de tarefas • Flexível • Sensível • Tolerante • Dramatização Suportes audiovisuais e ferramentas vídeo • Vídeo • Respeitador do outro • CD-ROM • Capaz de aculturação sobretudo nas intervenções domiciliárias • DVD • Filmes • Entusiasta • Documentos pedagógicos • Confiante • Registos audiovisuais e projecções de situações com vista a uma análise e a uma reflexão sobre as práticas • Criativo • Capaz de se colocar em jogo • Coerente • Mediador • Autêntico • Livros Logística • Material informático • Acesso à Internet • Material especializado • Intervenientes “actores” capazes de desempenhar diversos papéis (sejam técnicos, gestores ou estagiários). REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades SABERES Saber-fazer • Aplicar métodos de comunicação transaccional, de negociação. Evitar juízos de valor precipitados. • Estar atento aos sintomas patológicos do desenvolvimento da comunicação • Saber pedir ajuda C O M U N I C A Ç Ã O • Assegurar-se da boa compreensão das informações fornecidas Saberes associados • Utilizar de forma permanente e adequada reformulações e perguntas para verificar a correcção da compreensão da mensagem recebida/transmitida. • Situar os esforços do processo de ajuda no quadro de uma metodologia • Ter consciência dos seus preconceitos e ser capaz de os ultrapassar • Identificar os factores perturbadores do meio físico /social que podemos controlar, efectuar imediatamente as alterações necessárias (solicitar a presença ou saída de uma pessoa, afastar ou trazer objectos que possam influenciar o interlocutor de forma positiva/negativa). • Adaptar-se às especificidades socioculturais dos adolescentes oriundos de minorias (comportamento, postura…) em especial nas intervenções no domicílio das pessoas itinerantes. • Passar de forma fácil e natural dum tipo de mensagem "oficial/informativa” para uma mensagem afectiva, empática; da expressão “culta” para uma expressão próxima da que é familiar ao interlocutor – sem confundir os respectivos papéis • Dominar as especificidades culturais • Identificar a especificidade de cada adolescente • Deter e oferecer de forma imparcial informações correctas sobre os diversos modelos culturais • Organizar situações de aprendizagem adaptadas ao potencial individual e à especificidade cultural de todos os adolescentes do grupo 48 Recursos Saber-ser Língua • Noções elementares de turco, língua cigana. • Sociolinguística • Línguas das minorias étnicas Rede • Parceria com as municipalidades, escolas (programas de intercâmbio) Documentos que servem de suporte ao diálogo com o adolescente para assegurar a correcta compreensão das informações fornecidas : • Boletim de acolhimento Regras dos direitos e deveres dos adolescentes RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades SABERES Saber-fazer Saberes associados • Ajudar os adolescentes a compreender, respeitar e aceitar a sua cultura C O M U N I C A Ç Ã O • Ajudar os adolescentes a integrar a especificidade cultural na compreensão e estruturação da sua identidade • Desenvolver nos adolescentes o espírito de tolerância, apresentando os valores / as realizações de cada cultura • Analisar com os adolescentes os preconceitos ligados ao multiculturalismo • Saber elaborar documentos simples, exaustivos e adaptados às capacidades de cada adolescente • Ter a preocupação de desenvolver uma cultura da escrita (prova de transmissão da informação) 49 Recursos Saber-ser REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 Actividades Saber-fazer Saberes associados • Obter as informações necessárias para ter uma imagem clara da história psicomédico-social dos adolescentes e dos Ajudar o adolescente a desfazer-se seus problemas dos laços com a instituição • Experimentar situações, actividades, Personalizar a relação comportamentos diversos para encontrar a via de comunicação mais eficaz com o Situar-se numa relação de apoio adolescente (saber encontrar a distância correcta, • Organizar e participar em eventos para distinguir entre o seu desejo e o festejar momentos importantes de cada desejo do outro) adolescente (o aniversário, os sucessos, Estar atento aos sentimentos, aos as festas da comunidade) conhecimentos, às aptidões, às • Conhecer as preferências / paixões de relações do adolescente cada adolescente e levá-las em conta Gerir a agressividade, os conflitos, as sempre que houver ocasião ou transmitisituações de violência las à equipa de gestão • Escutar e identificar as necessidades Intervir na área do sofrimento, dos maus-tratos, ser capaz de fazer face à • Ultrapassar os tabus e os preconceitos indigência, trabalhar na reparação • Respeitar o ritmo de comunicação do adolescente Ajudar a fazer o luto Favorecer a passagem à idade adulta • Zelar pela confidencialidade • Gerir a vida em comum Desenvolver a capacidade de efectuar • Gerir as ocasiões de conflito escolhas e de as diversificar • Aceitar as observações Proteger a intimidade • Analisar a situação Desempenhar um papel de mediador • Criar respostas adequadas com o ambiente escolar, • Gerir e aceitar os seus estados de alma: socioeconómico e cultural sentimentos positivos e negativos, Ajudar, apoiar as necessidades de alterações sofridas do ponto de vista físico e mental independência, o desenvolvimento da autonomia, gerir as descontinuidades • Dominar as ferramentas de mediação com o seu meio e responder com (associadas às decisões jurídicas, às prontidão aos pedidos de cada mudanças de família de adolescente/pessoa com quem se criam acolhimento…) relações • Registar todas as intervenções no processo do adolescente • A C O M P A N H A M E N T O • • • • • • • • • • • Recursos SABERES Saber-ser Psicologia • Paciente • Psicologia do desenvolvimento • Compreensivo /das idades • À distância correcta • Psicologia da adolescência • Motivado • Psicologia do conflito • Psicologia clínica • Psicologia da comunicação • Psicologia da aprendizagem • Psicologia etnocultural • Psicologia de trabalho Metodologia / técnicas • Teoria da comunicação: • Técnicas de escuta activa • Processo de interacção intercultural • Técnicas de conversação • Metodologia do trabalho socioeducativo • Coerente • Jogos de percepção • Criativo • Dramatização • Flexível • Técnicas de discussão e de mediação • Disponível para escutar • Empático • Perseverante • Rigoroso • Tolerante • Convincente • Curioso. • Equilibrado • Eficaz • Técnicas de mediação no interior do grupo de referência • Dinâmico • Sistemático • Métodos e técnicas de intervenção social • Analítico • Arte teatral • Actividades artísticas • Actividades desportivas • Flexível • Dinâmicas de grupo • Jogos de grupo • Atento • Técnicas da comunicação • Metodologia do trabalho de grupo Métodos pedagógicos: • Role play • Estimulante • Conversas • Experiências quotidianas • Execução de tarefas • Testes psicológicos da personalidade • Testes de aptidões • Testes de criatividade • Observações Suportes audiovisuais e ferramentas vídeo • Vídeo • CD-ROM • DVD • Filmes • Livros • Documentos pedagógicos Logística : • Material informático • Acesso à Internet • Material especializado 50 RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 Actividades Saber-fazer • Apoiar todo o tipo de aprendizagens, estimular a curiosidade Saberes associados • Aceitar incondicionalmente os sentimentos expressos e os diversos modos de comunicação do adolescente • Acompanhar o jovem na superação da • Encorajar a iniciativa do adolescente crise da adolescência • Oferecer ao adolescente oportunidades para tomar decisões sozinho Conhecimentos e técnicas de intervenção nas situações de stress e de frustração Direito/deontologia A C O M P A N H A M E N T O • • • • • Recursos SABERES • Apresentar soluções alternativas e ajudar o adolescente a avaliá-las e escolher a Procurar as aptidões específicas e os melhor solução pontos fortes do adolescente • Ensinar os adolescentes a tomarem (desportos, artes…) decisões em função das consequências e não apenas em função do impulso do Acompanhar o adolescente no seu momento desejo de reencontrar as suas origens • Oferecer diversos modelos de valores Ajudar o adolescente oriundo de • Interpretar e cultivar os valores minorias (cigana, turca) a reconhecer as suas origens como uma riqueza e • Ter em conta os desejos dos outros mesmo que não correspondam aos seus não como um handicap, a fim de desejos favorecer a socialização. • Ajudar o adolescente a estabelecer a Trabalhar com uma equipa de hierarquia das necessidades, dos orientação profissional interesses e dos sentimentos em função do impacte a curto e longo prazo Prevenir os maus-tratos físicos e • Apresentar a história da relação de ajuda psicológicos para cada adolescente • Possuir um repertório adequado de técnicas de encorajamento do interlocutor (encorajamentos verbais, meios não verbais e para-verbais de manifestação da disponibilidade, do interesse, da atenção, da simpatia) e seleccionar os mais adequados à situação • Identificar as pessoas pelas quais o adolescente se sente ainda atraído e recomendar/facilitar a manutenção dos laços, utilizando-os como recurso • Avaliar os sintomas determinados pela descontinuidade 51 • Elementos de Direito • Elementos de direito da filiação • Sistema jurídico • Elementos de Economia • Sistema das Instituições de Direito Público e Privado • Ético/ deontológico Língua • Noções elementares de línguas minoritárias. Saber-ser REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 Actividades Saber-fazer Saberes associados • Compreender, ensinar e aplicar as modalidades terapêuticas adequadas, recomendadas pelo especialista A C O M P A N H A M E N T O Recursos SABERES • Identificar e propor os modelos alternativos de interpretação positiva das experiências anteriores de colocação do adolescente • Manter a coerência com os compromissos contratados • Apoiar os esforços do jovem e ajudá-lo a superar um eventual fracasso • Ajudar o adolescente a encontrar emprego 52 Saber-ser RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 Actividades Saber-fazer • Estabelecer contratos e compromissos de qualidade e de segurança • Actuar de forma a restabelecer a confiança no adolescente e no adulto • Garantir os direitos do adolescente e tomar medidas para os garantir P R O T E C Ç Ã O • Tranquilizar através de uma relação fiável, ser capaz de recriar laços • Gerir a agressividade, os conflitos, as situações de violência • Dominar os protocolos de qualidade, de segurança • Gerir os encontros do adolescente a fim de garantir a sua segurança física e moral • Fazer com que ele readquira a confiança em si próprio e nos adultos • Integrar o seu esforço numa política de prevenção Recursos SABERES Saberes associados • Respeitar as “regras” da comunicação: contacto visual, disposição espacial e postura que denotem interesse, compreensão e acessibilidade Saber - ser Psicologia • Psicologia do desenvolvimento /das idades • Estabelecer uma relação de intimidade e • de confiança • • Estabelecer relações afectivas e emocionais • • Possuir um repertório adequado de • técnicas de encorajamento do interlocutor (encorajamentos verbais, • meios não verbais e para-verbais para manifestar a disponibilidade, o interesse, • a atenção, a simpatia) e seleccionar os mais adequados à situação • Manter um registo das pessoas que visitam o adolescente na instituição Psicologia da adolescência Psicologia do conflito • Vigilante • Role play • Disponível para a reflexão • Paciente Psicologia clínica Psicologia da comunicação • Compreensivo Psicologia da aprendizagem Psicologia etnocultural Metodologia / técnicas • Motivado • Oferecer – para que o adolescente • Prevenir e facultar meios para recusar compreenda – exemplos de situações que possam ser interpretadas de uma o consumo não só de drogas ilegais forma diferente, uma verdade relativa como também legais (álcool, tabaco) 53 • Jogos de grupo • Actividades artísticas • Actividades desportivas • Jogos de percepção • Dramatização • Atento • Teoria da comunicação : • Adaptar-se ao ritmo de pensamento e de • Técnicas de escuta activa expressão do interlocutor • Processo das interacções • Saber entrar no jogo interculturais • Guardar uma distância correcta • Técnicas de conversação • Adaptar a sua linguagem e solicitar ao • Metodologia do trabalho outro que faça o mesmo socioeducativo • Aceitar incondicionalmente os sentimentos expressos e as diversas • Técnicas de comunicação modalidades de comunicação das necessidades do adolescente (verbais, • Técnica de mediação no não verbais) interior do grupo de referência Métodos pedagógicos : • Coerente • Técnicas de discussão e mediação • Conversas • Criativo • Experiências quotidianas • Flexível • Execução de tarefas • Entusiasta • Afixação de cartazes • Confiante • Reuniões • Testemunhos • Métodos e técnicas de intervenção social • Objectivo • Metodologia do trabalho de grupo • Comunicativo • Estudos de casos Jogos de cooperação REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 Actividades Saber-fazer Saberes associados • Assinalar as condutas de risco • • • P R O T E C Ç Ã O • • • • • • Recursos SABERES • Demonstrar boa vontade, amizade, cuidado, empatia, mesmo quando é necessário transmitir mensagens de Integrar as oportunidades permitidas desaprovação, lembrando situações pelas novas tecnologias semelhantes de comportamento adequado do adolescente Proteger a pessoa • Ajudar o adolescente a interpretar a experiência de vida, o passado, e a Trabalhar em articulação com as distinguir entre os acontecimentos, as autoridades judiciais situações positivas e as negativas, as reacções adequadas ou não, as soluções semelhantes Garantir a liberdade de pensamento e • Encorajar o adolescente a falar das suas de credo relações com os adultos, dos sentimentos associados às relações Prevenir e lutar contra a prostituição e • Gerir a vida em comum a exploração (pelo trabalho) • Gerir as ocasiões de conflito • Aceitar as observações Enquadrar a utilização das novas • Conhecer os recursos do meio tecnologias de informação e de • Utilizar os seus recursos para o projecto comunicação de vida do jovem • Acompanhar Criar um ambiente seguro, estável e • Apresentar, para que os adolescentes são compreendam, e analisar com eles os riscos da vida na rua, do trabalho não Determinar os graus de protecção declarado, da inobservância da lei. adequados • Poder conceber, descrever, motivar e realizar acções de cooperação com as Adaptar a organização ao nível do instituições da comunidade (polícia, adolescente igreja, escola, etc.) para apresentar aos adolescentes fenómenos como o crime organizado, a prostituição, o tráfego de drogas. • Apresentar aos adolescentes, de forma clara, os elementos de legislação que lhes dizem respeito 54 Saber - ser • Dinâmicas de grupos • Teatro • Flexível • Conhecimentos e técnicas de intervenção nas situações de stress e de frustração • Assertivo; Sociologia • Sociologia dos serviços à pessoa • Sociologia do descontentamento e do desvio • Sociologia da organização Elementos de conhecimento • Saúde pública: comportamentos adictivos, toxicologia • Seitas e comportamentos fanáticos • TIC • Circunspecto; Suportes audiovisuais e ferramentas vídeo. • Vídeo • CD-ROM • Perseverante ; • Fiável. • DVD • Filmes • Livros • Documentos pedagógicos Logística • Material informático • Acesso à Internet Material especializado RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 Actividades Saber-fazer Saberes associados • Conceber, escrever, motivar e realizar acções para ensinar os adolescentes a distinguirem as pessoas de confiança das perigosas P R O T E C Ç Ã O Recursos SABERES • Apresentar aos adolescentes uma lista de instituições /pessoas às quais podem recorrer se vierem a ser vítimas de exploração, de tráfico, etc. • Descrever os procedimentos e dispor de informações de contacto necessárias para informar as instituições competentes (polícia, Ministério Público, etc.) da existência de casos de adolescentes explorados • Conhecer as tradições culturais e religiosas 55 Saber - ser REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 Actividades SABERES Saber-fazer S O C I A L I Z A Ç Ã O E A N I M A Ç Ã O Saberes associados • Informar-se sobre a história do adolescente para melhor compreender as suas necessidades • Propor alternativas às actividades, assuntos, situações que estão na origem • Saber gerir a agressividade, os dos conflitos conflitos, as situações de violência • Demonstrar flexibilidade na execução das tarefas quotidianas • Ensinar o controlo da agressividade, • Gerir a vida em comum da violência • Gerir as ocasiões de conflito • Ajudar o adolescente a construir a sua • Identificar as técnicas de animação identidade ligada a um grupo, uma adequadas cultura, uma etnia • Alargar as redes relacionais do • Adaptar as técnicas de animação às adolescente idades, aos gostos • Individualizar as propostas • Diferenciar e valorizar os dois sexos • Ter em conta a utilização social das • Integrar as novas tecnologias na vida novas tecnologias quotidiana • Favorecer o papel da família e dos • Saber colocar-se em jogo parceiros exteriores • Identificar e descrever correctamente as • Educar no respeito por si próprio e diversas técnicas: role play, jogo pelos outros didáctico, dramatização, exposição com o oponente, estudo de casos, problemas, • Propor um ambiente estimulante e sua utilização adequada. • Favorecer a formação da identidade • Denominar e descrever correctamente as sexual técnicas de estimulação da criatividade de grupo e individual. Indicar clara e • Ajudar o adolescente a tomar correctamente as situações adequadas consciência do seu papel presente e futuro na sociedade (cidadão, cônjuge, ou inadequadas à utilização de cada técnica pai…) • Informar-se sobre a utilização das novas • Ajudar o adolescente a gerir os seus tecnologias no domínio educativo, tempos livres cultural e social e utilizá-las • Favorecer a criatividade • Reforçar os sentimentos de identidade e de pertença • Valorizar e explorar os aspectos • Ensinar o jovem a cuidar de si culturais • Valorizar as diferenças • Individualizar as propostas e as iniciativas. • Propor diversos modelos culturais • Estar atento a todos os registos das necessidades de cada pessoa (materiais, psicológicas, sociais, culturais, espirituais) 56 Recursos Saber-ser Psicologia • Paciente • Psicologia do desenvolvimento • Compreensivo /das idades • Coerente • Psicologia do conflito • Próximo • Psicologia clínica • Psicologia da comunicação • Psicologia da aprendizagem • Psicologia etnocultural Metodologia / técnicas • Teoria da comunicação • Técnicas de escuta activa • Processo das interacções culturais • Metodologia do trabalho socioeducativo • Actividades artísticas • Actividades desportivas • Jogo de percepção • Tolerante • Dramatização • Confiante • Técnicas de discussão e de mediação • Entusiasta • De espírito aberto • Colaborativo • Flexível • Dinâmico • Aberto às novidades • Técnicas de mediação no interior do grupo de referência • Perseverante • Métodos e técnicas de intervenção social • Envolvido na medida justa • Metodologia do trabalho de grupo • Objectivo • Técnicas de intervenção nas situações de stress e de frustração • Jogos de grupo • Motivado • Criativo • Arte teatral • Role play • Disponível para escutar • Técnicas da comunicação • Dinâmicas de grupo Métodos pedagógicos: • Curioso • Inventivo • Realista • Resistente ao stress e à frustração (resiliente) • Equilibrado • Conversas • Experiências quotidianas • Execução de tarefas • Afixação • Reuniões • Testemunhos (pessoas da sociedade civil…) • Encontros • Micro-ensino • Questionários e atitudes étnicas • Técnicas: música, dança, expressão corporal Suportes audiovisuais e ferramentas vídeo • Vídeo • CD-ROM • DVD • Métodos e técnicas de jogo e de animação • Filmes • Dramaturgia • Documentos pedagógicos • Livros RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 Actividades SABERES Saber-fazer Saberes associados • Mediação dos grupos de referência • Ajudar o adolescente a construir relações (espaço interpessoal, virtual e simbólico) S O C I A L I Z A Ç Ã O E A N I M A Ç Ã O Recursos Saber-ser • Propor ao adolescente novos desafios, oportunidades • Gravações audiovisuais e projecções de situações com vista a uma análise e a uma reflexão sobre as práticas • • Material informático • • • • Encorajar a personalização dos espaços • Jogos adaptados às idades e de actividades, a fim de que estes se aos gostos tornem estimulantes para os adolescentes • Técnicas de criatividade • Organizar actividades educativas em • Mediação sociocultural função dos centros de interesse. Ajudar o jovem a manter relações • Assegurar a continuidade das sociais construtivas actividades Motivar o adolescente para a • Apoiar o adolescente na sua abordagem à sexualidade escolaridade • Organizar de forma participativa os Explorar a animação enquanto meio momentos importantes para cada de valorizar e promover a capacidade adolescente (aniversário, sucessos, de integração do adolescente festas da comunidade) Ajudar os jovens a organizar um • Utilizar as novas tecnologias e encorajar os adolescentes a desenvolverem espectáculo relações sociais com a ajuda da comunicação via Internet • Mobilizar os adolescentes em torno de actividades comuns, impulsionar uma dinâmica de grupo • Ajudar os adolescentes a levarem a bom termo um projecto pessoal. • Optimizar a utilização dos tempos livres de forma adaptada aos jovens e aos meios existentes (manter-se informado sobre as actividades culturais e desportivas a fim de as apresentar aos adolescentes) • Elaborar actividades /projectos interculturais. • Associar, se possível, as famílias e/ou os amigos dos jovens a uma manifestação organizada pelo jovem 57 Logística • Acesso à Internet • Material especializado Condições materiais: • Espaços adaptados aos diferentes grupos de adolescentes • Meios materiais (incluindo transporte) para facilitar a descoberta do ambiente cultural • Intervenientes “actores” capazes de desempenhar diversos papéis (sejam eles técnicos, gestores ou estagiários). • Desenvolver actividades intergeracionais REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 Actividades SABERES Saber-fazer P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O Recursos Saberes associados • Qualificação e formação contínuas • Iniciar, encorajar a criação de organizações, fóruns profissionais • Pedir ajuda. • “Recarregar baterias” • Analisar a sua prática. • Comportar-se de forma autónoma e responsável • Avaliar a sua intervenção • Estar atento às novas tecnologias e saber utilizá-las • Apoiar e desempenhar o papel de mediador. • Reconhecer os seus limites, eliminar a omnipotência • Saber aceitar as frustrações, a não reciprocidade • Gerir o interesse próprio e o da pessoa ajudada • Situar a intervenção numa rede de relações, numa equipa profissional • Conhecer o contexto institucional, político • Adoptar uma dinâmica de adesão às novas políticas de intervenção junto do adolescente. • Colocar os seus limites e optar pela complementaridade, pela não omnipotência, ser capaz de explicitar o seu papel. • Relacionar um conjunto de referências jurídicas, económicas, administrativas, psicológicas, culturais, étnicas, deontológicas. • Dominar os protocolos de qualidade, de segurança • Realizar uma descrição correcta e sincera das competências necessárias à sua função na profissão / relação de ajuda • Indicar as competências, as técnicas, os métodos de trabalho que é necessário desenvolver • Ser capaz de planificar um programa de desenvolvimento profissional individual Identificar e motivar a escolha da oferta existente no mercado, dos cursos de formação profissional contínua mais indicados, organizados pelos empregadores / outros profissionais do sector • Manter-se ao corrente: - Das alterações legislativas e institucionais - Das descobertas da investigação - Das práticas inovadoras - Da utilização das novas tecnologias - Do domínio da protecção do adolescente • Apresentar informações actualizadas sobre as alterações introduzidas à legislação e as práticas respeitantes à protecção do adolescente em dificuldade • Clarificar os esforços pluridisciplinares • Conhecer os seus limites, os seus pontos fortes e fracos • Elaborar ou utilizar ferramentas de avaliação, Transformar as situações dos diferentes actores Psicologia Psicologia do desenvolvimento Psicologia da adolescência Psicologia da comunicação Psicologia da aprendizagem Psicopatologia Psicologia etnocultural Pedagogia • Pedagogia da vida quotidiana • Psicopedagogia especial (deficiência) • Pedagogia intercultural Metodologia • Metodologia do trabalho socioeducativo • Métodos de supervisão e de intervisão • Técnicas de comunicação • Métodos e técnicas de intervenção social • Metodologia do trabalho de grupo • Metodologia da investigação socioeducativa • Metodologia da investigação • Técnicas relacionais • Técnicas de socialização • Dinâmicas de grupo • Técnicas de animação • Técnicas de aprendizagem • • • • • • Sociologia • Sociologia dos serviços à pessoa 58 Saber-ser • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Dinâmico Aberto às novidades Perseverante Selectivo Reflexivo Capaz de assumir responsabilidades e riscos Respeitador do outro Confiante Flexível Atento Paciente Compreensivo Coerente Motivado Entusiasta Envolvido Dinâmico Criativo Perseverante Curioso Aberto às novas políticas de intervenção Objectivo (não estigmatizante) Equilibrado Consequente Criativo Psicólogo Cooperante Empático • Exigente • Tolerante Métodos pedagógicos: • Supervisão e intervisão • Seminário • Role play • Jogos de grupo • Actividades desportivas • Jogos de percepção • Dramatização • Técnicas de discussão e de mediação • Conversas • Experiências quotidianas • Execução de tarefas • Reuniões • Testemunhos • Grupo de expressão de opiniões Mesa redonda Suportes audiovisuais e ferramentas vídeo • Vídeo • CD-ROM • DVD • Filmes • Livros • Documentos pedagógicos Logística • Material informático • Acesso à Internet • Material especializado RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 Actividades SABERES Saber-fazer P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O • Dominar os procedimentos profissionais, as formalidades administrativas • Dispor de critérios de avaliação para cada uma destas competências • Analisar a sua prática de forma reflexiva, praticar a auto-avaliação • Profissionalizar a função de ajudante • Valorizar a sua imagem na sociedade • Combater as ideias feitas e as representações (um adolescente abandonado está forçosamente perturbado…) Saberes associados • Assistir às actividades terapêuticas específicas realizadas por outros especialistas (especialista em ortofonia, psicólogo, fisioterapeuta, médico, etc.) e integrar no seu processo educativo as técnicas necessárias ao adolescente • Identificar as situações a resolver • Elaborar relatórios adequados ao contexto • Explorar o ambiente como ocasião de profissionalização • Desenvolver e formalizar os métodos de construção • Aceitar a derrota e o insucesso • Dominar e adaptar os diferentes instrumentos de seguimento, avaliação e controlo. • Confrontar as suas representações com as de outros profissionais com vista à objectividade no tratamento do caso. • Trabalhar em rede a fim de combater as ideias feitas e estigmatizantes. • Utilizar pessoas para intermediação externas à estrutura. • Formalizar um pedido de formação contínua 59 Recursos Saber-ser • Responsável • Sociologia do descontentamento e do desvio Direito/deontologia • Elementos de Direito • O sistema das Instituições de Direito Público e Privado • Elementos de Sociologia jurídica Língua • Noções elementares de turco, língua cigana, outras línguas. • TIC • Direito na formação contínua • Falar outras línguas, pelo menos a um nível elementar RÉFÉRENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ABANDONO 60 4 ª PARTE VI – ANEXO GUIA DE VIAGEM PARA A TRANSFERÊNCIA 61 62 Guia de viagem para a transferência 2 FAZER A MALA 9 3 ITINERÁRIO GRAUS DE SATISFAÇÃO 1 8 ENCONTROS Finalidade da transferência Bom-trato Dignidade Públicos em situação de abandono 7 TOMAR NOTAS TIRAR FOTOGRAFIAS 4 ACOMPANHANTES PARCEIROS 5 6 HISTÓRIA E CULTURA DO PAÍS 63 OS GUIAS 1 – FINALIDADE DA VIAGEM PERSPECTIVA DO CHEFE DE PROJECTO ANGLO-SAXÓNICO PERSPECTIVA ESCANDINAVA OBJECTIVOS OPERACIONAIS OBJECTIVO GERAL Página 51 - Diagnóstico das necessidades - Identificar os entraves - Visar os problemas Desenvolver Consolidar Relação de ajuda pág. 13 § 3.2 *definida pág.12 §2.1 Pág. 11 doc 3 (referencial profissional) * PARA QUÊ VIAJAR ? Finalidade *definida pág. 11 § 1.1 * Abandono dignidade Maus-tratos Bom-trato Desigualdade de oportunidades PERSPECTIVA AVALIADORA Pág. 32 § 1 pág. 9 pág. 23 docum. 2 ponto situação igualdade de oportunidades pág. 29 § 1 4.4 GESTÃO DA QUALIDADE Pág. 63 § E 1. 4 2 – FAZER A MALA • CAIXA DE FERRAMENTAS METODOLÓGICAS PROFISSIONAL - Parceria DE CONTROLO DE APOIO DE PRODUÇÃO Definido Definido pág. 48 Pág. 19 § 10 Composição em anexo - Pontos críticos - Processo de qualidade - Avaliação por critérios - Descompartimentação e transversalidade - Novos processos ILUSTRADOS NO DOC. N°3 especificado pág. 17 § 715 pág. 63 pág. 64 pág. 17 § 717 § 17 § 72 • DESPERTADOR - Tempo concedido - Calendário de reuniões - Calendário de realização pág. 53 54 55 • ESCOVA DE DENTES - Inovação - Novas abordagens pág. 16 § 7 pág. 16 (alínea 71...) ACESSORIAMENTE MEDICAMENTOS - Paracetamol / aspirina «Isto dá-me cabo da cabeça» «Já estou pelos cabelos» «Estou farto» - Tranquilizante 65 3 – ITINERÁRIO DA TRANSFERÊNCIA PONTO DE PARTIDA RELAIS I Que formas de abandono FRANÇA CONTROLOS RADAR Que relação de ajuda Que profissionalização de actores ITÁLIA ROMÉNIA CONTROLOS RADAR IDA-E-VOLTA DE : AVALIAÇÃO DE : DK : EXPERTISE TRABALHO SOCIAL DK : METODOLOGIA HUNGRIA PORTUGAL FASE I FASE II PONTO DE CHEGADA RELAIS II 66 BULGÁRIA 4 – ACOMPANHANTES – PARCEIROS DE VIAGEM I. QUEM ? FAZ O QUÊ? QUADRO SINÓPTICO (Pág. 30-31 formulário) PARTENER CIENTÍFICO - LÍDER ROMÉNIA PERITO UNIVERSIDADE AIC-IASI GIP FIPAG - EXPERTISE CIENTÍFICA PROMOTOR GESTOR DO PROJECTO GRETA LEMAN LÍDER ROMÉNIA ANTIGOS FRANÇA NOVOS PERITOS FRANÇA PERITO CIENTÍFICO APROPRIAÇÃO Beneficiários da transf. EXPERIMENTAÇÃO BULGÁRIA HUNGRIA PORTUGAL DE PRO INNOVATION VALORIZAÇÃO PERITO AVALIAÇÃO DK KOEDS SKOLE PERITO TRABALHO SOCIAL II . ASSOCIADOS Quadro dos 55 organismos associados pág. 39, 40, 41, 42, 43, 44 FORMULÁRIO III . MODO DE FUNCIONAMENTO DA PARCERIA pág. 45 FORMULÁRIO IV . FORMAS DE COOPERAÇÃO Em cada país pág. 17 § 7.4 TRABALHO EM REDE FORMAS DE ABANDONO COMPETÊNCIAS Entre os países pág. 17 § 743 TRATAMENTO DIVERSIDADES SITUAÇÃO COMPARADA V. PARCEIROS SOCIAIS pág. 18 § 744 67 5 – GUIAS FOMULÁRIO pág. 47 II LÍDER (pág. 47§ 262) GRUPO DE APOIO Relatório Relatório III I PERITOS CIENTÍFICOS (pág. 47§263) CHEFE DE PROJECTO REPORTAM A CRIANÇAS ADOLESCENTES IDOSOS COMISSÃO DE CONTROLO (formulário pág. 47 § 2.6.1) GRUPO DE INVESTIGAÇÃO - PRODUÇÃO Observação IV AVALIADOR DE V EXPERTISE SOCIAL DK 68 Assistência 6 – HISTÓRIA E CULTURA FUNDAÇÃO DOS VALORES PRIORIDADES DAS POLÍTICAS SOCIAIS VIDA ECONÓMICA HISTÓRIA DAS INSTITUIÇÕES ESTRUTURA DAS PROFISSÕES DADOS SINGULARES Formulário pág. 13§ 32 BULGÁRIA PORTUGAL HUNGRIA CONSEQUÊNCIAS ABORDAGEM CONCEPTUAL ABANDONO RELAÇÃO DE AJUDA PROBLEMÁTICAS SOCIAIS RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DIAGNÓSTICO NECESSID. – EXPECTATIVAS PONTO DE SITUAÇÃO 69 PROFISSIONALIZAÇÃO DOS ACTORES 7 – TOMADA DE NOTAS TOMADA DE PONTOS DE VISTA DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS (a língua) METODOLOGIA VIDA DOS GRUPOS COESÃO IDENTIDADE VALORIZAÇÃO DOS CONTRIBUTOS RELATÓRIO RELAIS I PONTOS CRÍTICOS GRANDE ANGULAR ZOOM RELAIS II RELATÓRIOS DE EXPERTISE PONTO DE SITUAÇÃO ESTADO DAS NECESSIDADES FORMULÁRIO pág. 17§715 70 8 – ENCONTROS PARADOXOS DIFICULDADES METODOLÓGICAS PÚBLICOS CRIANÇAS ADOLESCENTES IDOSOS ESCOLHA DOS REPRESENTANTES QUEM FALA DE QUÊ QUEM DIZ O QUÊ GRUPOS REPRESENTATIVOS ESTUDO SOBRE LOCAIS DE EXPRESSÃO ESTUDO SOBRE AS FORMAS DE EXPRESSÃO ESCOLHIDOS POR QUEM EM QUE LOCAIS CRITÉRIOS DE ABANDONO PERTINÊNCIA CRITÉRIOS DE MAUS-TRATOS ACTORES – TRALHADORES SOCIAIS INSTITUCIONAIS ASSALARIADOS VOLUNTÁRIOS COLOCAÇÃO EM CAUSA DISCURSOS OFICIAIS INVESTIGAÇÕES COLOCAÇÃO EM CAUSA PROTECÇÃO DO ESTATUTO HIERARQUIA ORGANIZAÇÕES FAMÍLIAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS PARCEIROS SOCIAIS INSTÂNCIAS REPRESENTATIVAS REIVINDICAÇÕES ESGOTAMENTO NO TRABALHO TEÓRICAS REAIS FUNCIONÁRIOS QUALIFICAÇÃO ANÁLISES RESPOSTAS 71 9 – GRAU DE SATISFAÇÃO RESPEITAR O CADERNO DE ENCARGOS 1. RESPEITAR OS OBJECTIVOS OPERACIONAIS ASSOCIADOS AOS OBJECTIVOS GERAIS 2. DOMINAR A CAIXA DE FERRAMENTAS METODOLÓGICAS 3. CUMPRIR O ITINERÁRIO, OS PONTOS DE PARTIDA E DE CHEGADA 4. APOIAR-SE NOS PARCEIROS – ACOMPANHANTES 5. IDENTIFICAR – TRABALHAR COM OS GUIAS 6. SITUAR OS ELEMENTOS CULTURAIS PRÓPRIOS 7. PRESTAR CONTAS IDENTIFICANDO OS PONTOS CRÍTICOS 8. ENCONTRAR – QUESTIONAR OS PÚBLICOS, OS ACTORES COMUNICAR O que é transferido O que é transferível O que não o é: O cálice de Porto branco no cais do Douro A compota de pétalas de rosa no sopé dos Balcãs 72