Outra lição de - Escola São Paulo

Transcrição

Outra lição de - Escola São Paulo
Outra lição de
AMOR
Patrícia Engel Secco
Ilustrações
Maria Eugênia
Outra lição de
AMOR
Patrícia Engel Secco
Ilustrações
Maria Eugênia
Patrícia Engel Secco
Ilustrações
Maria Eugênia
Projeto
Outra Lição de Amor
Projeto Gráfico
Lili Tedde
Revisão
Trisco Comunicação
Coordenação Editorial
Ler é Fundamental Produções e Projetos
Realização
Secco Assessoria Empresarial
Concepção
Patrícia Engel Secco
50.000 exemplares
Agosto de 2008
Editora Boa Companhia
www.projetofeliz.com.br
Fale conosco
[email protected]
Outra lição de
AMOR
O
dia estava perfeito, morno, gostoso, e o vento
que soprava era refrescante na medida certa.
– Gaia! Este lugar que você descobriu é simplesmente
maravilhoso! Olha só! Um lindo campo gramado, ideal
para uma partida de futebol, muitas e muitas árvores, que
cresceram somente para oferecer uma sombrinha gostosa
aos jogadores, e, para completar, um rio de águas límpidas e cristalinas, perfeito para matar a sede de todo o
time! – exclamou Artur, quase sem conseguir conter a vontade de sair correndo para avisar os amigos. Mas o olhar
penetrante da amiga e o rosnado de seu fiel companheiro
Eco, um enorme cachorro labrador, fizeram com que ele
congelasse.
2
3
– Será que você só pensa nisso? É só futebol pra lá, futebol pra cá! Eu já estou tão cansada dessa história que não
vejo a hora de que as férias terminem! Aí você vai ter alguma coisa séria com que se preocupar, como lição de casa,
provas bimestrais etc.
Foi a vez de Artur olhar para a amiga, incrédulo.
– Você quer que as férias terminem?
Como se tivesse entendido perfeitamente a pergunta de
Artur, Eco sacudiu a cabeça, coçou atrás da orelha e ficou
quietinho, esperando pela resposta de sua dona. Afinal, ele
tinha interesses pessoais envolvidos...
– Claro que não! – respondeu a menina. – Estou só te
provocando um pouquinho. Afinal, não agüento mais você
falando de futebol o dia todo!
– Ufa! Que susto! Eu e o Eco achamos que você poderia
estar delirando e... Ué! Mas você também não adora futebol? – perguntou Artur.
– Claro que sim! – respondeu Gaia fazendo carinho em
Eco. – Mas não 24 horas por dia, sete dias por semana, durante mais de um mês! Será que você não consegue pensar
em nenhuma outra coisa? Pessoas normais se interessam por
diversos assuntos...
Artur percebeu, então, que havia algo diferente com sua
querida amiga Gaia, talvez o penteado, talvez a roupa, talvez um sorriso muito especial no rosto. Olhou em volta e,
como se alguém tivesse acendido as luzes de uma sala escura, notou que aquele lugar não era somente ideal para
jogar futebol, mas também parecia bastante romântico, com
sombras, flores e barulho de riacho. Seu coração disparou, e
as batidas eram tão fortes que ele tinha certeza de que Gaia
estava ouvindo, todas elas. Sem saber o que fazer, vermelho
feito um pimentão e muito, muito sem graça, Artur levantouse de um pulo só.
4
5
– Hum! Sabe, Gaia... É claro que eu penso em outras
coisas, quer ver? Pi-po-ca, ci-ne-ma, mú-si-ca, flo-res, cho-cola-tes... – disse ele falando pausadamente todas as palavras
românticas das quais conseguia se lembrar. – Na-mo-ra-da...
Foi a vez de Gaia dar um pulo enorme, assustando seu
companheiro Eco a ponto de ele sair correndo para se esconder atrás de uma árvore.
– Artur! O que aconteceu com você? Que conversa maluca é essa? – perguntou ela.
– Bem, é que eu... hum! Você está tão bonita e... Eu só
tenho jogado futebol e... Ufa! Deixa pra lá! Eu vou dizer:
quando você me trouxe aqui e ficou brava com os meus comentários, achei que estivesse reclamando por eu não ver a
beleza que existe em cada pétala de rosa, em cada gota de
orvalho, enfim, esse papo de novelinha romântica que você
conhece! Depois, achei que você fosse me abraçar e confessar que queria namorar comigo! – disse ele, desabafando.
Gaia, que não podia acreditar no que estava ouvindo,
ficou por alguns segundos em silêncio, porém não conseguiu
segurar o riso e logo caiu na maior gargalhada:
– Eu? Namorar você, meu melhor amigo? Artur, desculpa, mas não dá! De jeito nenhum! Além do mais, nós ainda
somos muito jovens e...
6
7
– Quer dizer que não foi por isso que você me trouxe
aqui? Oba! Gaia, eu levei o maior susto, você nem imagina!
Não que seria ruim namorar você, mas... Bem... É melhor a
gente deixar isso para o futuro, né? – disse Artur, realmente
aliviado. Depois, dando um grande suspiro, perguntou: – Então, se não foi pelo meu time de futebol nem por amor que
você me trouxe aqui, quais foram os motivos?
Gaia olhou fixamente nos olhos do amigo e respondeu
com o tom de voz mais meloso que conseguiu encontrar:
– E quem disse que não foi por amor?
Artur, que estava com o maior sorriso no rosto, quase
engasgou. Depois de sacudir muito a cabeça, disse:
– Ah! Não! Essa não! Não venha me contar que você
estava me enganando e que...
– Calma, Artur! Desde quando eu gosto de enganar as
pessoas? E, ainda, desde quando eu engano o meu melhor
amigo? – perguntou Gaia, um pouco brava. – Eu trouxe você
aqui por amor ao planeta Terra!
8
9
Artur precisou sacudir mais uma vez a cabeça para colocar as idéias no lugar, e pelo jeito foi isso o que aconteceu,
pois ele disse então a primeira frase do dia que realmente
animou Gaia:
– Nossa! Então você escolheu mesmo o melhor local
para isso! Olha só, que lugar mais perfeito... Aqui tem tudo
o que a natureza fez de mais bonito: plantas de todos os
tipos e tamanhos, um riacho lindo cheio de vida. – E depois,
percebendo que Eco ainda estava escondido atrás de uma
enorme jabuticabeira, continuou: – Árvores que não apenas
são o lar para milhares de animaizinhos, como também servem de esconderijo ideal para outros, não é, Eco?
Notando que o clima entre Gaia e Artur tinha voltado ao
normal, Eco saiu de trás da árvore e de novo foi se deitar, ao
lado de sua dona.
10
Gaia, que estava achando a maior graça na situação,
deu um grande abraço em Eco, fez carinho em sua barriga e
perguntou para Artur:
– Não foi você mesmo que há apenas alguns minutos
disse que as árvores tinham sido plantadas aqui especialmente para oferecer sombra ao seu time de futebol e que o
riacho era perfeito para refrescar a galera todinha?
Artur tirou o boné, coçou a cabeça e disse, pensativo:
– Pois é, você tem razão! Assim que eu cheguei aqui
só consegui ver este lugar como ideal para um joguinho de
futebol. Depois, quando você veio com aquele sorriso estranho no rosto, eu só consegui enxergar um lugar romântico,
até meio bobo. Mas agora que você mencionou o planeta
Terra... eu mudei o meu ponto de vista! Incrível, não é, como
a gente consegue enxergar a mesma coisa de maneiras tão
diferentes!
– Pois é, e é exatamente isso que tem me preocupado
nos últimos tempos! – disse Gaia.
– Mas você está de férias. Como pode ficar preocupada
com alguma coisa? – perguntou Artur, sentando na grama
ao lado da amiga.
– Bem... Eu estou realmente preocupada com o nosso
planeta! Aliás, eu e o Eco, não é, amigão? – falou a menina,
com uma voz bastante triste. Depois, sem esperar que Artur
dissesse qualquer coisa, continuou: – Semana passada eu fui
visitar a minha avó. Como você sabe, ela mora do outro lado
do ribeirão, e, sempre que eu e o Eco vamos até lá, aproveitamos para nadar um pouquinho também! Só que dessa vez
eu nem cheguei a colocar o meu biquíni. E o Eco... Bem, ele
não colocou nem a ponta de suas patinhas na água!
– O que aconteceu? Estava chovendo? – perguntou Artur.
– Não, o dia estava lindo, porém o riacho... estava imundo! As águas, que antes eram transparentes, estavam escuras. E a vovó disse que havia muitos e muitos peixes mortos
por lá, misturados com um monte de lixo que veio da cidade.
– Que triste! – exclamou Artur.
– Pois é, triste e bem sujo! – concordou Gaia.
– E sua avó contou o que aconteceu com o riacho? –
perguntou o menino, interessado.
12
13
– Contou, sim! Ela disse que perto da casa dela tem um
vale muito, muito lindo. Quer dizer, tinha, pois agora alguém
resolveu enxergar o lugar como ideal para um lixão clandestino. Todos os dias aparece mais e mais lixo por lá, e pelo
jeito é a sujeira do lixão que está poluindo o riacho e matando os peixes! – disse Gaia.
– Nossa, que horror! – exclamou Artur muito chateado. – E
não há nada que possa ser feito pelo riachinho?
– Eu e a minha avó já fizemos muitas placas dizendo que
era proibido jogar lixo no vale. Até o Eco ajudou, colocando
sua pata nas placas. Depois, fomos conversar com o prefeito
e já conseguimos algum apoio na cidade para salvar o lugar
– disse a menina. – Sabe, eu acho que agora vai funcionar!
Ontem minha avó disse que já não encontrou mais garrafas
vazias nem sacos plásticos boiando nas águas!
14
15
– Oba! Isso então é uma grande vitória! – disse Artur
animado. – Vamos comemorar?
– Comemorar como, Artur? O riachinho perto da casa
da minha avó serviu apenas como uma sacudidela que nos
fez abrir os olhos! – disse Gaia. – Foi justamente depois disso que eu e o Eco percebemos que existe muita coisa errada
acontecendo no nosso querido planeta Terra. Quer ver só?
Você se lembra de quando éramos pequenos e o programa
mais gostoso era brincar no balanço de pneu que o Seu João
fez para a gente no meio da floresta, perto da casa dele?
– Claro! Como é que eu podia esquecer? Você vivia tentando balançar o Eco, e ele sempre pulava do pneu! – disse
Artur, dando uma gostosa risada. – Como eu adorava ir até lá!
Aliás, faz um tempão que a gente não visita o Seu João e...
– Pois é, Artur, faz muito tempo que você não vai até lá,
mas eu e o Eco fomos conversar com o Seu João na semana
passada – disse a menina.
– E... Está tudo bem? Você foi até a floresta?
– Artur, você não iria acreditar! Não tem mais nada por
ali, quer dizer, nenhuma árvore! – disse Gaia, bastante chateada. Sua voz estava tão triste que Eco colocou a enorme
cabeça no seu colo, como se quisesse consolá-la.
– Pois é... Alguém enxergou a floresta como o lugar mais
sensacional do mundo para morar, derrubou todas as árvores e construiu muitas e muitas casas. Agora o Seu João mora
no meio de um bairro da cidade, e o nosso balanço de pneu
já não existe mais! – disse a menina.
16
17
Artur, triste com a notícia, resolveu não falar nada. Deitou na grama verde e ficou quieto observando o céu. Gaia
imitou o amigo e os três ficaram assim por um longo tempo,
até que o menino resolveu dizer:
– Sabe, Gaia, eu conheço um monte de balanços de
pneu por aí!
– Artur! O que você está querendo dizer com isso? Que
eu não preciso ficar triste com o que aconteceu? – disse
Gaia, muito brava. – Pois saiba o senhor que eu fiquei muito
chateada, assustada e preocupada, sim! E o Eco também! E
mesmo que você nos leve para conhecer outro balanço de
pneu em outra floresta, eu vou continuar a sentir muita falta
do balanço do Seu João, pois... pois... pois...
– Pois o que você está sentindo, e que eu também estou,
Gaia, é uma estranha sensação de que as coisas no mundo
estão mudando rápido demais e que nós não podemos fazer
nada! – disse Artur. – Foi isso que eu quis dizer quando falei
que conhecia outros balanços de pneu. Olha só, a Floresta
Amazônica é um grande exemplo! Nós sabemos que é lá
que se encontra a maior biodiversidade do planeta, e onde
vive o maior número de espécies de árvores, insetos, aves e
muito mais, não é? Mas, mesmo assim, todos os dias ouvimos
uma ou mais notícias sobre desmatamento e queimadas! Eu
não gosto nem de pensar como é que essa história vai acabar se nada for feito para impedir que a floresta seja incendiada! Você sabia que a cada dia que passa desaparece da
floresta uma área maior do que muitos campos de futebol?
18
19
– Nossa, eu não tinha conseguido entender o que você
estava querendo dizer! Desculpe a sua amiga aqui! – disse
Gaia, ainda chateada.
– Não precisa se preocupar! Eu compreendo o que você
está sentindo, pois agora não consigo mais parar de pensar
nisso! Você acredita que outro dia mesmo eu assisti a uma
reportagem sobre uma enorme geleira que derreteu e se desprendeu da Antártida em apenas 35 dias? E não pense você
que era apenas uma casquinha de gelo, não! Era um bloco
maior que o Estado de Alagoas! – exclamou Artur.
– Ah! Coitados dos ursos-polares! Eu ouvi dizer que eles
estão se afogando, pois saem para caçar no mar e nadam
muito em busca de alimento. Na volta, cansados, eles não
conseguem encontrar um bloco de gelo grande o suficiente
e... Bem, é uma história muito, muito triste! – disse a menina,
com os olhos cheios de lágrimas.
– Calma, Gaia! Chorar não vai resolver o problema dos
ursos, principalmente porque no Pólo Sul, ou seja, na Antártida, não existem ursos-polares, só pingüins... Mas, de qualquer modo, para mim, o aquecimento global é o mais sério
problema que o nosso querido planeta Terra está enfrentando! E como tudo o que nós conversamos, está acontecendo
rápido demais! – disse Artur.
– Você está falando sério? – perguntou Gaia.
– Claro! O aquecimento global é uma realidade e... –
começou Artur.
20
21
– Eu sei! Eu sei que o clima do planeta tem mudado muito
ultimamente, que temos enfrentado altas temperaturas e tudo
o mais, mas o que eu quero saber é se é verdade que não
existem ursos no Pólo Sul! – exclamou Gaia, impaciente.
– Não, nem pingüins no Pólo Norte! – disse Artur, cheio
de sabedoria. – Portanto, se algum dia lhe perguntarem
quantos pingüins um urso-polar come por dia, a resposta é:
nenhum!
– Muito interessante! Eu não sabia disso! Quer dizer que
por conta do aquecimento global nós temos enormes blocos
de gelo derretendo tanto no Pólo Norte como no Pólo Sul? –
perguntou Gaia pensativa. E, sem esperar por uma resposta,
gritou: – Ah! Isso é horrível! Se o gelo continuar a derreter,
ele vai se transformar em água! – concluiu a menina.
De novo, Eco, que estava confortavelmente deitado na
grama, levou um susto enorme com o grito de Gaia. Todos os
pêlos do seu corpo se arrepiaram e, dessa vez, nem mesmo
sua dona conseguiu acalmá-lo.
– Nossa, parece até que o Eco entende o problema do
aquecimento global! – exclamou Artur.
– Pois é, você viu como ele está atento? – perguntou
Gaia.
23
– Ele deve estar pensando no que fazer caso todo o gelo
dos pólos se derreta e... – tentou dizer Artur, mas foi interrompido por Gaia:
– Ai, ai, ai! O gelo! – gritou ela novamente. – Se ele se
transformar em água, o nível dos mares vai subir e... Bem, se
tudo continuar assim, com florestas queimando, lixo em todos
os lugares e o planeta se aquecendo, daqui a alguns anos,
quando os meus netos vierem me visitar, eu e o Eco vamos
estar sentados no telhado da minha casa, rodeados de água
por todos os lados e na companhia de pingüins e ursos-polares, que, finalmente, vão se conhecer.
Entretanto, como Artur ficou quieto de boca aberta sem
compreender muito bem o que ela tinha dito, Gaia resolveu
ser mais clara:
– Você entendeu, né? Tanto os pingüins como os ursos,
que vão estar nadando à procura de apoio, infelizmente não
vão encontrar gelo, mas, por sorte, vão encontrar o meu telhado! Nessa hora eu e o Eco vamos estar lá sentados esperando pelos meus netos e... – disse Gaia, pensativa.
24
25
– É, até que seria interessante se tudo fosse fácil assim! –
exclamou Artur.
– Como fácil? Você não compreendeu que eu descrevi
uma tragédia? – perguntou Gaia.
– Claro que sim, mas o que eu quis dizer é que o problema é muito maior do que esse, e nós precisamos fazer alguma coisa, urgente! – disse Artur, pensativo.
Os dois ficaram por mais alguns segundos em silêncio
até que Eco, como se estivesse ouvindo algum som distante,
começou a latir.
– O que será que ele tem? – perguntou Artur.
– Não sei. Parece que ele está querendo nos dizer algo!
– disse Gaia.
Então, demonstrando que realmente compreendia tudo
o que estava sendo discutido, Eco olhou para o céu e, como
um lobo em noite de lua cheia, uivou. Foi aí que Gaia, que
o conhecia como ninguém mais, descobriu o que ele estava
tentando mostrar:
– Um avião! – exclamou ela. – Por que você está uivando para um avião, Eco?
Dessa vez, foi Artur quem falou:
– Eu já entendi. O que o Eco está querendo nos mostrar
é que o nosso querido planeta é muito parecido com aquele
avião, não é, amigão?
– Como assim? – perguntou Gaia.
– Muito simples! Escuta só: aquele avião, tal como a Terra, é uma aeronave arrojada, mas depende totalmente da
maneira como é pilotado para viajar em segurança...
26
27
– Interessante! – exclamou Gaia. – Mas eu acho que é
mais do que isso, não é, Eco?
O labrador abanou o rabo, lambeu o rosto de Gaia e latiu de novo. Estava dando a entender que ainda queria dizer
alguma coisa.
– Viu? – perguntou Gaia. – Ele ainda tem muito a nos
contar, e eu acho que já compreendi o que é!
– Então, desembucha! Estou ficando curioso! – exclamou
Artur.
– Pois prepare os ouvidos: o que o Eco quis mostrar é
que o nosso planeta é uma espaçonave, sim, mas um pouco
diferente daquele avião! Nele, o piloto e o co-piloto seguem
uma determinada rota que leva os passageiros a um único
destino – disse a menina, pensativa. – Mas aqui na Terra somos nós que decidimos seu destino...
– ...como se todos nós fôssemos pilotos! – concluiu Artur.
– Isso mesmo! – exclamou Gaia, fazendo carinho na cabeça de Eco, que, alegremente, balançava a cauda.
– Nossa, quanta responsabilidade! – disse Artur.
– É mesmo! Uma responsabilidade da qual ninguém deve
tentar fugir! – falou Gaia animada. – O que nós precisamos
mesmo é pensar em alguma forma de mostrar para todos
que o nosso planeta precisa de ajuda, que a Terra precisa
de ajuda. Pensando bem, foi exatamente por isso que eu o
trouxe aqui! Precisava fazer com que você deixasse o futebol
de lado por alguns minutos. Eu, como você bem sabe, não
consigo ficar parada, de braços cruzados, sem fazer nadica
de nada, enquanto a Terra pede socorro!
28
– E quem disse que você vai ficar parada? Aliás, ninguém vai ficar parado depois que a gente contar para todo
mundo essa fantástica história – disse Artur.
– Que história? – perguntou Gaia.
– Essa que o Eco acabou de nos mostrar, a do avião! Ela
é um exemplo tão bom que vai fazer com que todos compreendam, facilmente, que é das nossas atitudes positivas com
relação ao meio ambiente que o planeta precisa – disse Artur, bastante orgulhoso.
Foi então que Gaia olhou para o amigo, deu-lhe um
grande abraço e disse:
– Tolinha eu, não? Achei que você só queria saber de
futebol!
– Pois é, até que eu me saí bem, não foi? – disse Artur,
um pouco encabulado. E continuou: – Está certo que precisei
de uma certa ajuda aqui do Eco, mas...
– Ora, relaxa, eu exagerei! Sei muito bem que nesse seu
coração tem lugar para muitas coisas além do futebol!!! – exclamou Gaia, sorridente.
– Pois é, coisas que você nem imagina! – respondeu Artur. – Nem imagina!
31
Não há passageiros na espaçonave Terra;
somos todos tripulantes.
- Marshall McLuhan (filósofo e educador canadense)
Dicas do Artur e da Gaia para ajudar a preservar o
meio ambiente. Afinal, quem quer ficar de braços cruzados
enquanto o nosso querido planeta Terra precisa de ajuda?
• Economizar eletricidade.
Para isso, basta você desligar
as lâmpadas de cômodos
desocupados, não deixar a
televisão nem outros aparelhos
eletrônicos ligados o dia todo
(nem a noite toda), não tomar
banhos muito demorados.
• Economizar água.
Não deixar torneiras abertas
desnecessariamente (enquanto
você escova os dentes, lava o
rosto etc.), não usar a mangueira
para “varrer” a calçada ou lavar
o carro e não tomar banhos
muito demorados.
• Reduzir, Reutilizar e
Reciclar. Falando de lixo, é
muito importante ter sempre
em mente os 3 Rs para assim
reduzir a quantidade do que
consumimos, deixar de lado tudo
que não é realmente necessário,
reutilizar ao máximo o que já é
nosso e reciclar o que não nos
será mais útil. São recicláveis:
metais, vidros, plásticos e papéis.
• Economizar verde
e plantar árvores.
Cuidar bem das árvores que nos
rodeiam e, se possível, plantar
outras. As árvores são muito
importantes para a preservação
do nosso planeta.
• Jogar sempre
o lixo no lixo.
Manter sua casa, classe
e cidade limpas, evitando
que o lixo jogado em local
inapropriado entupa bueiros e
vá parar nos rios e riachos.

Documentos relacionados