Dossiê – Redes de Notícia

1 REDES DE NOTÍCIAS
Durante a reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas que ocorrerá neste
ano de 2020, a ONU considerou de grande relevância a presença de redes de notícias
que tem suas sedes localizadas em pontos importantes para a discussão que será feita.
Assim, estarão presentes como delegações observadoras as seguintes emissoras de
televisão: Al Arabiya News, Al Jazeera, CNN e BBC.
1.1 Al Arabiya News
Rede de televisão por satélite, localizada em Dubai, nos Emirados Árabes
Unidos, lançada em Fevereiro de 2003. Com 300 milhões de dólares, a Al Arabiya foi
fundada por investidores da Arábia Saudita, do Kuwait e de alguns países do Golfo, e é
transmitida por um satélite árabe. Atualmente, é dito por alguns que os investimentos do
Kuwait foram retirados. Fundada com o intuito de despolarizar as informações
difundidas no mundo árabe, a Al Arabiya é a principal concorrente da rede de televisão
do Qatar, a Al Jazeera.
Seu principal objetivo era transmitir informações precisas para seu público, e ao
contrário de sua rival, a Al Arabiya prometeu ser mais moderada e não entrar em
conflito com nenhum país árabe, transmitindo sempre a verdade, porém, sem
sensacionalismo. No entanto, em relação a países do ocidente, já no seu primeiro ano, a
rede de notícias “irritou” os Estados Unidos, principalmente por seu tom e foco na
cobertura do conflito no Iraque depois da derrubada de Saddam Hussein, acusada
muitas vezes de incitar assassinatos. Assim, por algum tempo a administração de
George W. Bush colocou tanto a Al Arabiya quanto a Al Jazeera na mesma categoria,
dizendo que ambas era obstrucionistas e extremistas. Porém, já em 2004 a primeira foi
escolhida para uma entrevista, estabelecendo claramente a preferência estadunidense no
Oriente Médio.
Por alguns críticos, a rede de notícias é vista com uma constante tentativa de
conseguir aprovação dos Estados Unidos, dando espaço para que os oficiais americanos
e seus aliados explicassem suas políticas. Outro ponto que é importante ressaltar, é que
muitas vezes a rede foi acusada de oposição política ao Islã.
Logo, desde 2003 a Al Arabiya vem recebendo influências estadunidenses,
dando sempre espaço para que suas políticas sejam transmitidas pelo canal árabe. Das
redes de notícias presentes na reunião que será realizada neste ano de 2020, esta está
entre as que mais passaram em tempo real os atentados praticados pelo grupo terrorista.
Seu posicionamento neste comitê será dado de acordo com a representação dos Estados
Unidos da América, buscando sempre a liberdade de expressão, além da manutenção da
relação próxima com a América.
Fontes:
http://english.alarabiya.net/
http://www.arabmediasociety.com/?article=420
http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/3236654.stm
1.2 Al Jazeera
Rede de notícias originária do Qatar, tem sua sede em Doha, e entrou no ar em
Novembro de 1996, tendo sido fundada pelo governo do país em parceria com a Orbit
Communications Company. Inicialmente, a rede transmitia apenas 6 horas por dia,
porém, em 1997 passa a ser transmitida 24 horas por dia. Já no século XXI, desenvolve
seu site bilíngue, além de seus programas serem transmitidos tanto em árabe quanto em
inglês. Um dos principais objetivos da rede é apresentar o Oriente Médio na visão árabe.
No ocidente a Al Jazeera só se torna conhecida no pós-11 de setembro. E a partir
de então, passa a ter níveis altíssimos de audiência internacional, se opondo sempre
tanto à mídia relacionada ao regime radical islâmico da Arábia Saudita, quanto à
hegemonia estadunidense. Seu comprometimento é, desde a sua fundação, de fornecer
informações confiáveis e que estejam de acordo com a “identidade cultural árabe”,
levando a seu público perspectivas diferentes em relação a um mesmo assunto.
Por se opor tanto a regimes radicais islâmicos quanto à hegemonia
estadunidense, a Al Jazeera sempre teve problemas com países do Oriente Médio e
obviamente, com Estados Unidos da América. Assim, existe também uma rivalidade
desta com a CNN e com a Al Arabiya.
Logo, na reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, que será realizada
neste ano de 2020, a Al Jazeera estará presente com o intuito de ressaltar sempre seu
posicionamento aos regimes aos quais se opõe, estando disposta a negociar e a discutir
diferentes perspectivas para que se chegue a um consenso.
Fontes:
http://cartainternacional.abri.org.br/index.php/Carta/article/view/61/46
http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/2460705.stm
http://allied-media.com/aljazeera/jazeera_history.html
http://www.aljazeera.com/archive/2006/11/2008410115625813175.html
1.3 CNN (Cable News Network)
Estreou em junho de 1980 a rede de notícias CNN (Cable News Network), sendo
a primeira no mundo a fazer transmissão de notícias 24 horas por dia. Tendo sido
fundada por Robert Ted Turner, surgiu para mudar a ideia de que as notícias só
poderiam ser anunciadas em horários fixos ao longo do dia. Ao longo de seu primeiro
ano, a CNN foi bastante criticada, tendo perdido muito dinheiro. Porém, o contínuo
investimento em novos centros de notícias no mundo fez com que em 1983 a rede
adquirisse o Satellite News Channel, que era propriedade de uma das suas concorrentes
nacionais, a ABC.
Já no fim do século XX, a CNN passa a ser conhecida como a rede de notícias
que cobria sempre ao vivo acontecimentos marcantes em todo o mundo, sendo, muitas
vezes, mais rápida que todas as outras. Um dos acontecimentos marcantes em sua
história foi a Guerra do Golfo, ocorrida em 1991, e para qual a CNN enviou muitos de
seus correspondentes, no intuito de dar cobertura ao vivo e em tempo real do conflito.
Porém, grande parte da população estadunidense e mundial ficou bastante receosa com
as imagens transmitidas pelo canal televisivo, visto que era a primeira vez que eram
passadas imagens tão pesadas. Assim, por alguns autores, isso ficou conhecido como
“Efeito CNN”, e no pós-11 de setembro foi bastante relembrado. Em 1996, a CNN se
associou à Time Warner, complexo de entretenimentos.
Logo, neste comitê, a CNN se posiciona a favor de todos os seus direitos de
liberdade de expressão e contra qualquer tipo de censura. Porém, por também estar
sendo prejudicada pelo medo e apreensão da população, está disposta a colaborar com
as decisões tomadas na reunião, até certo ponto. Assim, existe a possibilidade de
cooperação com a ONU para que se chegue a um consenso sobre quais atitudes tomar
em relação à frequência dos atentados no âmbito midiático.
Fontes:
http://www.eco.ufrj.br/portal/servicos/downloads/jornalismointernacional_apostila.pdf#
page=72
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/historia/29207/hoje+na+historia+1980++estreia+a+cnn+primeira+a+transmitir+programacao+de+noticias+24+horas.shtml
1.4 BBC (British Broadcasting Corporation)
A mais antiga das redes de notícia nesta reunião da Assembleia Geral das
Nações Unidas, a BBC originalmente era uma rádio, e desde 1922 está presente na
Inglaterra. Já em 1936, se torna a primeira rede de televisão a promever uma definição
de seus serviços, passeando programas como desenhos, esportes. Porém, alguns anos
depois, isso é interrompido em virtude da Segunda Guerra Mundial. Alguns anos depois
do fim desta, em 1948 a BBC passa a transmitir diariamente uma sequência dos eventos
do dia, iniciando seus programas de notícias. E neste mesmo ano, foi a primeira a
televisionar os Jogos Olímpicos.
Em 1960 o centro de televisão da BBC foi aberto, sendo o primeiro a ser
construído para uma emissora não comercial, e alguns anos depois fez a primeira
transmissão ao vivo por satélite para o mundo todo, tendo sido a primeira da Europa a
transmitir programas em cor. Porém, só em 1997 passa a ter programação 24 horas por
dia, sendo a segunda no Reino Unido a realizar isso, lançando também no mesmo ano
sua página online.
Assim, desde a sua fundação, a BBC segue valores como ser imparcial, honesta
e indepentes, manter a criatividade e considerar sempre a diversidade. Atualmente, a
rede de notícias se encontra em vários países do mundo, transmitindo imagens em
tempo real, sendo uma das emissoras mais assistidas internacionalmente, mantendo sua
sede em Londres, no Reino Unido.
Portanto, neste comitê a BBC, assim como a CNN, se posiciona contra qualquer
tipo de censura ou acordos que retirem sua liberdade de expressão. Porém, está disposta
a negociar, visto que como as outras redes de notícia, tem sido efetada pela apreensão e
medo da população. Logo, é possível que na reunião que será realizada neste ano de
2020 a BBC aceite fazer acordos com a Assembleia Geral das Nações Unidas, desde
que não existam limitações consideradas pela rede como muito invasivas.
Fontes:
http://www.bbc.co.uk/aboutthebbc/insidethebbc/whatwedo/aroundtheworld/
http://www.bbc.co.uk/aboutthebbc/insidethebbc/whoweare/mission_and_values/
http://www.bbc.co.uk/historyofthebbc/wherenext/index.shtml#51