Vitrinismos II

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Vitrinismos II
Exclusivo
Vitrinismo
Ponto-De-Venda
Poderosa ferramenta de vendas
Gelson Schmidt e Fernando
Bervian, da H Design (foto),
especialistas em vitrinismo
com especialização na
Europa, e a vitrinista Patrícia
Rodrigues, da Vitrina e Cia,
que já atendeu marcas como
Louis Vuitton, Samello e
Ramarim, são as fontes
consultadas para esta edição
Quem nunca saiu de casa um
dia simplesmente para ver
vitrines? Essa ação, comum a
todos os mortais e tão agradável, mostra a importância que a
vitrina tem em uma loja, pois
ela atrai a atenção e define, já
no primeiro contato visual, o
conceito que aquele estabelecimento quer transmitir. A especialista em vitrinismo Patrícia
Rodrigues, da Vitrina e Cia (São
Paulo/SP), que já atendeu entre
outros clientes as marcas Louis
Vuitton, Samello e Ramarim,
explica que a vitrine não é
apenas o ‘cartão postal’ de uma
loja. “Ela é responsável direta e
indiretamente por cerca de 80%
das vendas e este número por si
só já fala do grau de sua importância. É uma das mais poderosas ferramentas de vendas e
comunicação que se tem no
ponto-de-venda”, destaca
Patrícia. “Sua importância vai
muito além do visual, ela se
encarrega de formar um conceito, atingindo desta maneira o
tipo de cliente desejado”, complementam os especialistas em
vitrinismo com especialização
na Europa, Gelson Schmidt e
Fernando Bervian, da H Design
(Salvador/BA).
A vitrine, continua Patrícia,
não se limita a comunicação. “É
uma vendedora silenciosa e
obediente”, define. Trata-se da
ferramenta de comunicação
com melhor custo/benefício
pois seu resultado é imediato.
E a importância dela aumenta
na medida em que o consumidor está cada vez mais exigente
e com acesso facilitado a um
número maior de informações.
“O consumidor é muito mais
consciente do seu poder hoje
do que era há dez anos. Isto
lhe faz ter critérios de seleção
de onde vai comprar que tem
na estética um dos primeiros
itens seletivos”, explica Patrícia.
O primeiro passo para
desenvolver uma boa vitrina,
atrativa e eficiente, segundo os
especialistas, é definir com
precisão o tipo de produto a
ser exposto e o cliente a ser
atingido. “Para a elaboração de
uma boa vitrine é necessário
primeiro conhecer bem produto, pois ele será o seu foco
principal. Todo o cenário criado
para atrair clientes tem como
objetivo valorizar o produto
exposto, cabendo ao vitrinista
os cuidados necessários para
que a decoração não sobressaia
em detrimento do produto”,
pondera Gelson. “Mas temos
que ter, também, foco no
público-alvo, para quem se
destina esta vitrine, analisando criteriosamente fatores
como faixa etária e níveis
sócio-econômicos e culturais”,
complementa Patricia.
No que diz respeito a criação propriamente dita, os
vitrinistas apostam na simplicidade. “Lembrem-se que na
criação o menos é sempre
mais. Muitos elementos confundem o consumidor e tiram
o foco do produto, que, definitivamente, é a estrela de
toda a exposição”, diz Patricia.
“Estar por dentro das tendências, ter um bom conhecimento de cores, criatividade e bom
gosto também são indispensáveis par ao êxito do trabalho”,
completa Gelson.
Dar orientações e dicas objetivas sobre os
assuntos que mais afetam o cotidiano dos lojistas
de calçados e acessórios. Esse é o principal
objetivo do suplemento mensal Exclusivo Pontode-Vendas. A cada edição,
o Exclusivo PDV tratará um novo tema, sempre
pesquisando fontes de alta qualidade e
entrevistando profissionais reconhecidos pela sua
credibilidade e competência.
Vitrinismo
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Localização como fator de diferenciação
grande espelho que torna difícil a visualização interna da
loja, porém à noite nada se
compara a iluminação de uma
vitrine de rua”, relata Patrícia.
Nas lojas de shopping
deve se ter outros cuidados
pois os consumidores estão
sendo bombardeados por informações e se destacar neste coquetel é o maior desafio, até mesmo porque a loja
divide espaço com seus concorrentes. “Porém a importância da vitrina do shopping
tem outra dimensão, afinal
quem entra em um centro de
compras para passear está
com todos os sentidos voltados para exposição dos produtos, desta fora todo o detalhe será percebido”, avalia
Patricia.
Em uma loja de rua, lembra Gelson, onde transitam
carros e pedestres é necessário uma comunicação fácil,
pois o tempo que o cliente
tem para a visualização da
vitrine é muito curto, o que
não acontece em lojas localizadas em calçadões, por
exemplo, em que o cliente tem
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Ponto-De-Venda
Ponto-De-Venda
Um dos fatores mais importantes a ser levado em
consideração na construção
de um bom projeto de vitrine é a localização da loja, se
na rua ou no shopping. As
vitrines de rua acabam tendo, geralmente, melhor estrutura porque não sofrem
tanto com as limitações de
espaço, como nas lojas de
shopping. A iluminação também se reflete de maneira diferente nos dois casos. “Durante o dia as lojas de rua
sofrem influencia dos reflexos, ou seja, o vidro vira um
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tempo suficiente para analisar o produto exposto. “Dependendo de alguns fatores,
como posição solar, toldos e
prédios altos, a iluminação
externa causará efeito de espelho no vidro, dificultando
a visualização. Neste caso, a
iluminação interna da vitrine
torna-se um
aliado para que
isso não ocorra ou seja minimizado”, ensina Gelson e
Bervian. Nos
shoppings,
prossegue, a concorrência visual é muito maior. “Depois
de um certo tempo, o público
vai se sentir mais atraído por
lojas cujas vitrines estejam
melhor produzidas. Criatividade e iluminação cênica ajudam o vitrinista nesta tarefa”, enfatiza.
A vitrine corresponde a uma das
etapas de um departamento de
marketing de uma empresa. Ela
deve estar em conformidade com
todas as etapas do produto, pois
no momento da exposição um
vitrinista tem apenas alguns
segundos para passar a imagem
geral desde qualidade, categoria,
matéria prima, custo benefício,
etc. E esta tarefa envolve muito
planejamento, conhecimento
técnico e sensibilidade.
Dicas especiais para lojas de
calçados e acessórios
Expor o conjunto, com bolsa, cinto, sapato e carteira, formando grupos que se
complementam
Deixar espaço entre as exposições para que os clientes visualize-os separadamente,
dando movimento as peças
Eliminar o excesso de vidros, principalmente os utilizados com prateleiras. Este
elemento por seu reflexo torna o ambiente muito poluído
Evitar a colocação de produtos em suportes
Manter a vitrine bem iluminada
ESTRUTURA BÁSICA
Basicamente um projeto simples de uma vitrine deve
prever:
1. Teto
Talvez tenha neste item um dos maiores diferencias
estrutural de uma vitrine. Ele deve prever todas as situações de montagem.
2- Piso
O piso de uma vitrine nunca deve estar fixo, ou seja, o
correto é que seja desenvolvido uma plataforma ou
tablado. O piso fixo limita as montagens de vitrine,
impossibilitando variações de suportes e cenografias.
3- Lateral
Sempre deve existir este apoio lateral, que determina o
fim da loja e da vitrine. Ela é a fronteira. Deixe as laterais
livres.
Encantar é preciso
O encantamento é palavra-chave para quem pretende
desenvolver uma vitrine de qualidade. Ela tem diversas
funções e, entre elas, podemos destacar a de ser um meio
para se confirmar ou não as tendências de moda. “É como se
a revista tomasse um formato tridimensional”, exemplifica
Patricia. Para o consumidor, a influência da vitrine vai muito
além da compra do produto, ela vende a possibilidade de
ter alguns sonhos realizados. “Quando vemos um lindo
vestido na vitrine, nos projetamos para cenas onde estamos
usando aquela roupa e sempre em momentos felizes”, relata
a vitrinista. Gelson diz que é indispensável que um produto
exposto na vitrine esteja valorizado, pois quando o cliente o
observa logo se imagina como ficaria se estivesse usando-o,
principalmente no caso de vestuário, calçados e acessórios.
“Muitas vezes saímos de casa sem intenção de comprar algo,
mas ao passarmos por uma vitrine acabamos atraídos por
um produto o que nos faz entrar na loja e comprá-lo. Se este
produto estiver bem exposto e a vitrine com um visual
agradável, isto vai ocorrer mais facilmente”, argumenta
Gelson.
Os profissionais da área lembram que, como em todo a
área, contar com a assessoria de especialistas reconhecidos
no meio é a maior garantia de um bom resultado final. “O
mais importante, então, é analisarmos os profissionais e
buscar aqueles que tenham uma contuda voltada às
necessidades da empresa que o contratou, nada de vaidade pessoal pois a vitrine não pertence a ele, e que
tenham consciência que a vitrine é uma ferramenta de
venda e comunicação e não uma obra de arte”, explica
Patrícia. “É importante ver este profissional como um
investimento e não como um custo, pois ele estará
cuidando de uma parte importantíssima da loja e a
seqüência de seu trabalho criará uma identidade para o
estabelecimento que o contratou”, concorda Gelson.
Mas para aqueles que não dispõem de recursos para
contratar um profissional, Patrícia e Gelson recomendam bom senso e cautela, sem maiores invencionices.
“Nestes casos, o lojista não deve abusar de cores e
elementos de decoração”, conclui Gelson. “Ele pode
adquirir elementos que chamamos de ‘coringas’, como
cubos brancos ou transparente, que têm vida útil longa
e possibilitam diversas formas de exposição, dando ao
seu investimento um alto poder de retorno”, finaliza
Patricia.
4- Fundo
Hoje em dia não se usa com freqüência a vitrine baú, ou
seja, uma caixa com vidro frontal e laterais e fundos
fechados. Esta vitrine se encontra mais em magazines
ou joalherias. Este fundo da vitrine baú, tem seu lado
bom (Isolamento da encenação, foco total no produto,
possibilidade maior de cenografias e maior liberdade ao
consumidor) e ruim, pois esconde a loja
O ideal seria trabalhar o meio termo. Um pouco fechada.
Mas existe o fundo psicológico, que obtido através de
banners, gingantográfias, manequins, vidros, acrílicos,
ou mesmo pela composição dos elementos.
5- Iluminação/ Eletricidade
Temos aqui um dos itens essenciais do teto. O teto da
vitrine deve prever a colocação da iluminação e nesta
temos variantes. A eletricidade também deve estar prevista no projeto, saídas para tomadas. É ideal que se
tenha em cada vitrine três tomadas. Elas devem estar
devidamente escondidas ou com caixas de fechar para
quando não estiverem sendo usadas.
6- Apoios de retaguarda
No apoio vão também as tomadas. Mas estamos falando
de ganchos que permitam afixação dos banners, fios,
cenografias. Os ganchos também devem estar inseridos
no teto, sempre pintados da mesma cor que o mesmo,
ou serem de materiais nobres que não comprometam
seu aparecimento.
HARMONIA COM AS CORES
A cor é elemento chave na execução da vitrine. Quando trabalhado
corretamente seu resultado é harmonioso, trazendo somente nela
em muitos casos o próprio tema (intrinsecamente). Mas a cor não
pode ser trabalhada isoladamente, pois o que determina seu
resultado é a escolha da luz. Luz e Cor andam de mãos dadas.
A relação entre duas ou mais cores chama-se harmonia, existem
dois tipos:
1- Cores Análogas - harmonia de cores vizinhas
no círculo cromático, ex: tons de amarelo até o
verde e azul esverdeados.
2 - Contraste - harmonia de cores opostas no
círculo cromático, ex: vermelho e verde.
3 - Monocromática - utiliza sempre cores do
mesmo espectro.
TROCA DA VITRINE
O produto deve ser trocado com muito mais freqüência em
relação à decoração. A orientação básica é:
Lojas de rua
De 20.000 a 50.000 habitantes - a cada 7 dias
De 50.000 a 100.000 habitantes - a cada 15 dias
De 100.000 a 300.000 habitantes - a cada 20 dias
Acima de 300.000 habitantes - até 30 dias
Lojas de shopping
De 150.000 a 300.000 - a cada 15 dias
Acima de 300.000 - até 30 dias
Situações Especiais
São aconselhadas, também, mudanças em datas
especiais e em grandes eventos.
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ESTÉTICA
A estética é o estudo racional do belo, do agradável ao
olhar, quer quanto à possibilidade de sua conceitualização, quer quanto a diversidade de emoções e sentimentos que ela suscita no homem.
Desto ponto de vista da estética pode se dividir a vitrine
em nove categorias., categorizamos as vitrines em:
1 - Expositivas: Esta vitrina não possui decoração, ela trabalha com o produto no máximo com
expositores ( manequins, display, suportes)
2 - Visuais: Ela contém decoração, que basicamente segue a seguinte divisão:
a. Cenário: Corresponde a reprodução fiel de um
cenário propriamente dito. Este tipo de vitrine é
mais comum em espaços fechados com fundo, recomendada para tempos de exposição mais longo
b. Cenográfica: A vitrina cenográfica se difere do
cenário por não ter o compromisso de reprodução
fiel, sua composição esta ligada a reprodução de
uma determinada cena.
3. Viva: Este tipo de vitrine é mais comum em Feiras
e eventos. Ela confere dramatização ao espaço, o que é
de certa forma um dos elementos para complicados
para os vitrinistas.
4. Cinética: a vitrine cinética de uma montagem
que tem movimentos mecânicos, dando movimento
real a montagem.
5. Luminosa: a vitrine luminosa usar de feitos de
iluminação como grande destaque de sua criação.
6. Conceitual: esta vitrine trabalha o conceito do
produto, tanto no sentido de utilização, quando mostramos o produto sendo utilizado através de imagens
ou mesmo de composição cênica.
7. Gráfica: esta vitrine usa do grafismo para se
compor. Este grafismo vai destes desenhos propriamente ditos como banners, painéis, gigantografias, etc.O
8. Escala: A vitrine de escala brinca com os tamanhos dos elementos, tanto aumentando como diminuindo. Este tipo de vitrina é muito recomendado para
empresas que trabalhem com objetos pequenos.
9. Contínua: Só possível de ser realizada em lojas
que possuam mais de uma vitrine, isto é uma seqüência de vitrines lado a lado, os elementos da decoração
atravessam de uma vitrine para a outra, ou cada vitrine é uma parte da estória.
Fontes e fotos: sites www.vitraecia.com.br e www.hagadesign.com
A luz é alma da vitrine
A iluminação contribui para realçar as formas, o espaço, as texturas e as cores, cria sombras dando profundidade. Para se eliminar reflexos a luz no interior (vitrina) deve ser mais forte que a do exterior. Acabamentos
foscos e claros em tetos e paredes também ajudam.
A luz pode ser:
a) Quentes (Amarelas) - Produzidas por lâmpadas
incandescentes, as que possuem filamentos, permitem
a exploração de claro e escuro. .
b) Frias (Brancas) - Lâmpadas que possuem gás no seu
interior, não permitindo emissão de raios direcionais.
A Iluminação pode ser:
a) Direta - Quando a luz é direcionada para o objeto
sem haver fuga de luminosidade, isto pode ser conseguido através de lâmpadas e spots lights. A distancia
ideal é de 50 a 70 cm.
b) Indireta: - Quando a luz que ilumina o objeto é refletida ou a fonte é difusa (sem foco específico), isto pode
ser conseguido através de lâmpadas (refletora, halógena, lapiseira e fluorescente) luminárias, sancas, etc.
c) Geral - Define a visibilidade, é característica básica
(quantidade, cor e distribuição) e deve ser indireta.
Podem-se usar as fluorescentes, porém, como distorcem as cores, é aconselhável que se misture 40% de
incandescente. As halógenas resolvem os problemas:
não distorcem as cores são econômicas e frias.
d) Perimetral ou planos verticais - Fornecem luminosidade agradável e deve ser direta, destacando mercadorias, displays painéis, etc. Pode usar incandescente e
halógenas.
Uma boa iluminação comercial deve atender as seguintes necessidades:
- Chamar a atenção
- Gerar interesse
- Criar uma atmosfera agradável
- Integrar-se a arquitetura e identidade da loja
- Ser flexível
PONTO FOCAL
O ponto focal de uma vitrine é aquele onde está ponto
forte . O ser humano, já é fato provado, dirige o olhar
sempre da mesma forma ao observar uma vitrine: da
esquerda para a direita e de cima para baixo. O ponto
focal da vitrine, portanto, está baseado nessas condições e divide a área (a cada 1,5 m no caso de vitrines
grandes) nos pontos onde há mais concentração de
atenção por parte do observador. No caso de vitrines
com mais de 1m de comprimento, é importante manter
a coerência em todo conjunto, apesar dos diversos
pontos focais.
EQUILÍBRIO
O equilíbrio, como qualquer outro item referente a
composição pode ser utilizado separadamente, mas
nunca deveremos deixar de considerar que ele é um
dos elementos e assim sendo interage com todos os
outros, o conjunto (todos os elementos compositivos,
sua aplicação e inter-relação) não deve ser esquecido.
Devemos sempre considerar o equilíbrio físico e psicológico, nem sempre coincidem.
Em física se entende por equilíbrio o estado onde as
forças que atuam sobre um corpo se compensam.
ERROS BANAIS, PORÉM FATAIS
A altura do produto exposto tem que ser adequada e coerente. Colocar os calçados acima da roupa,
por exemplo,
Presença de elementos desnecessários, como
enfeites que não tem qualquer vínculo com o
produto exposto ou a proposta da loja.

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