acessa - Associação Médica Fluminense
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Benito Petráglia Presidente AMF O exercício da medicina passa por um momento de reflexão. Já somos mais de 350 mil médicos no Brasil, e a cada ano são despejados milhares de recém-formados (muitos despreparados) no mercado de trabalho. Isso é bom para a sociedade civil? É bom para a categoria médica? Absolutamente, não! Não dá mais para tolerar a abertura indiscriminada de faculda- Expediente Associação Médica Fluminense Avenida Roberto Silveira, 123 - Icaraí Niterói - RJ - CEP 24230-150 Tel.: (21) 2710-1549 Diretoria da Associação Médica Fluminense Gestão: 2011-2014 Presidente: Benito Petraglia Vice Presidente: Gilberto Garrido Junior Secretário Geral: Ilza Boeira Fellows Primeiro Secretário: Christina Thereza Machado Bittar Primeiro Tesoureiro: Gustavo Emílio Arcos Campos Segundo Tesoureiro: José Emídio Ribeiro Elias Diretor Científico: Valdenia Pereira de Souza Diretor Sócio Cultural: Zelina Maria da Rocha Caldeira Diretor de Patrimônio: Luiz Armando Rodrigues Velloso Conselho Editorial da Revista da AMF Benito Petraglia Felipe Carino Gustavo Campos Heraldo Victer Conselho Deliberativo Membros Natos Alcir Vicente Visela Chacar Alkamir Issa des de medicina e programas de revalidação automática ou flexibilizada de diplomas de medicina obtidos no exterior. A quem isso interessa? Em vez de facilitar a entrada de médicos estrangeiros, o governo deve criar mecanismos que viabilizem de verdade o exercício da medicina nas regiões mais pobres do país, e isto passa pela oferta de bons salários e boas condições de trabalho. O Brasil não precisa de mais médicos; seu número excessivo desvaloriza nossa remuneração e a própria profissão. A divisão da medicina por especialidades é uma forma de diminuir o impacto do excesso de profissionais, porém a criação de tabelas para a remuneração dessas especialidades de forma diferenciada está tendo uma forte influência na escolha da especialidade pelos jovens médicos. A pediatria e a clinica médica, por terem valores desvalorizados, estão sendo Aloysio Decnop Martins Celso Cerqueira Dias Flávio Abramo Pies Glauco Barbieri Luiz José Carneiro de Souza Lacerda Neto Miguel Angelo D’Elia Waldenir de Bragança Membros Efetivos Amaro Alexandre Neto Antonio Carlos da Silva Navega Antonio Orlando Respeita Ary Cesar Nunes Galvão Carlos Umberto Coelho de Souza Carmine Masullo Eliane Bordalo Cathalá Esberard Flávio Nogueira de Oliveira Graziella Bard de Carvalho Laurinei Muniz da Cunha Maria da Conceição Farias Stern Paulo Roberto Visela Chacar Pedro Ângelo Bittencourt Raquel Elias Cozendey Rodrigo Schwartz Pegado Membros Suplentes Alessandra Sant’Anna de Miranda Ana Cristina Pereira Dantas Anadeje Maria da Silva Abunahman Andre Luiz Carvalho Vicente Carlos Alberto de Oliveira Cordeiro Carlos Roberto Ferreira Jardim Cristina Pereira Veloso Clóvis Abrahim Cavalcanti Emanuel Decnop Martins Junior Frederico de Souza Pena preteridas. Outras como a obstetrícia e a cirurgia geral, por oferecerem maiores riscos jurídicos, também estão sendo deixadas de lado. Urge uma maior discussão de nossas entidades sobre o assunto, sendo que a primeira luta deve ser o impedimento dos empresários da educação em abrir cursos de medicina sem terem hospitais próprios, e fechar aquelas escolas com baixo nível de conceituação. Cabe também ao médico procurar exercer uma boa pratica médica, resgatando a relação médico-paciente. Reparem que o médico enriquece a todos no “Ciclo da Saúde” (Hospitais, laboratórios, clinicas, planos de saúde, governo, indústria farmacêutica, e intermediarias de órteses e próteses) menos a ele próprio. Vamos praticar uma medicina consciente e tendo o cliente/ paciente como único objetivo maior a ser cuidado. Editorial Momento Médico Jose Antonio Bernardino de Oliveira José de Moura Nascimento Paulo Cesar Santos Dias Roberto Wermelinger da Silva Washington Barbosa de Araújo Conselho Fiscal Membros Efetivos Felipe de Souza Carino Fritz Alfredo Sanchez Cardenas Nédio Mocarzel Membros Suplentes Abrahão Malbergier Kathya Elizabeth M. Teixeira Leila Rodrigues Azevedo e Silva Ano VIII - nº 51 - Mai/Jun - 2012 Produzida por LL Divulgação Editora Cultural Ltda. Redação e Publicidade Rua Lemos Cunha, 489 - Icaraí - Niterói - RJ Tel/Fax: 2714-8896 - www.lldivulga.com.br e-mail: [email protected] Diretor Executivo - Luthero de Azevedo Silva Diretor de Marketing - Luiz Sergio Alves Galvão Editor: Verônica Martins de Oliveira Reg. Mtb RJ 23534 JPMTE Projeto Gráfico: Luiz Fernando Motta Coordenação: Kátia Regina Silva Monteiro Gráfica: Grupo Smart Printer Fotos: acervo AMF Supervisão de Circulação: LL Divulgação Editora Cultural Ltda Os artigos publicados nesta revista são de inteira responsabilidade de seus autores, não expressando, necessariamente, a opinião da LL Divulgação e da AMF. “País rico é país sem corrupção e impunidade” 3 Sumário Matéria de Capa Agenda XVI Congresso Brasileiro de Nutrologia Pág. 06 Pág. 27 Curiosidade Bossa Nova Medicina cara e sem cara. É bom para o médico? Evento Arte na Medicina Lição de Anatomia por Van der Meer Pág. 18 Perfil Pág. 28 Dra. Gesmar Volga Haddad Herdy Pág. 08 AMF congrega médicos em Festa da Integração Pág. 20 Tribuna Livre Viagem Inesquecível Entrevista Dr. Ramon Varela Blanco Pág. 10 Informática Utilizando Descritores e Qualificadores em Pesquisas Bibliográficas via Internet Pág. 13 Pág. 22 Dia a dia da diretoria Delegação médica realiza visita técnica à Alemanha Pág. 23 Casos e causos médicos ao acaso Pág. 17 Pág. 31 Enofilia Vinhos, Doces e Aromáticos Curiosidade As dez maiores descobertas da medicina Pág. 24 Pág. 32 Livro em Foco “IMPROVISANDO SOLUÇÕES o jazz como exemplo para alcançar o sucesso” Saúde Crônicas 4 Por um Código Florestal Justo Dieta do Mediterrâneo Pág. 26 Pág. 35 Matéria de Capa Medicina cara e sem cara É bom para o médico? Neste artigo vamos abordar um assunto inesgotável para esta edição, e que interfere diretamente nos rumos do setor da saúde e no futuro da profissão médica. Na medicina quanto maior a oferta, maior a procura, o que é uma total inversão das regras de mercado. Exemplo disso é a quantidade de aparelhos de Ressonância Magnética na Avenida Paulista ser maior que em todo o Canadá, e todos funcionando sem nenhuma ociosidade. Também observamos que quanto mais leitos hospitalares se oferece mais leitos serão ocupados. Os custos assistenciais estão crescendo de forma exponencial; a população está envelhecendo e demandando mais serviços de saúde; surgem novas tecnologias mais caras e que se somam às anteriores; as exigências da Agência Nacional de Saúde (ANS) asfixiam, exploram e pressionam as operadoras de saúde; as operadoras por questões de mercado e pelo controle, não conseguem aumentar o valor de seus planos; as crescentes demandas dos órgãos de defesa dos consumidores e ações do judiciário acrescentam custos enormes em todas as escolas da saúde, 6 sem esquecer o sócio majoritário – o governo; com seus tributos. Todos os atores envolvidos no setor da saúde estão insatisfeitos, menos os atravessadores e os fabricantes de insumos. A incapacidade para encontrar soluções consistentes, colocam em risco muitos dos envolvidos no setor, tornando a área de saúde um buraco sem fundo. No atual panorama, de um lado estão os médicos que espremidos em seus honorários, tentam aferir rendimentos compatíveis com quem estudou e investiu tanto em uma formação cara, trabalhando longas jornadas, atendendo um grande número de pacientes e gerando uma demanda de exames para tentar agilizar o diagnóstico ou praticar uma medicina defensiva contra erros. Em muitos casos, os médicos acabam por adquirir aparelhos que permitam ganhos extras, através de exames autogerados, (estimuladores por tabelas da própria Associação Médica Brasileira), o que compromete sua imagem profissional e aumenta as despesas relacionadas ao custo/efetividade da área. Do outro lado estão as fontes pa- gadoras e hospitais que, ano após ano, tentam administrar negócios em que a conta teima e não fecha no azul. A lei da Responsabilidade Fiscal também obriga os governos a contingenciar seus recursos, na área pública. Os salários dos serviços públicos foram progressivamente esvaziados e, com isso, cada vez mais atender pelo SUS se torna uma opção secundária. Vivemos uma “guerra de nervos” entre a classe médica, os hospitais, as operadoras de saúde, os fornecedores, as secretarias de saúde e os clientes consumidores. É clara a dificuldade em encontrar respostas que contemplem múltiplos interesses. Nessa realidade o cliente e o médico vivem um sistema de saúde desumanizado e impessoal. Hoje o nível de profissionais deprimidos ou desiludidos com a profissão é percebido como um indicador inegável da crise na área da saúde. Esse modelo não é bom para o médico. Ciclo Vicioso das Relações Médico/Contestante Fonte: Saúde S.A Que medidas poderiam beneficiar os médicos? Dentro da ótica do mercado, não há dúvidas que é preciso agir em prol da lei da oferta e procura, impedindo a abertura de novas faculdades de Medicina e fechando as atuais que não possuem hospitais escola próprios. O excesso de médicos desvaloriza o seu trabalho. Essa abertura desenfreada de cursos de medicina foi proposital, atendendo a outros interesses. Outra medida depende do próprio médico, mudando sua conscientização individualista e tendo uma percepção mais corporativa e coletiva da profissão. E a regra ouro e onde tudo começa é na boa relação médico-pa- ciente, buscando sua humanização do atendimento. A boa relação médico paciente é uma das maiores conquistas que o médico pode alcançar e não depende de títulos acadêmicos, além de racionalizar os custos usando de forma regrada as novas tecnologias. Não é bom para o médico a medicina perder o ar de profissão nobre para virar só um negócio em que o paciente não é mais do que um produto. Isso só interessa aos outros atores do setor. Uma Medicina sem cara não é bom para o médico. Veja aqui o Ciclo Vicioso das Relações Médico / Contratante na Área de Saúde* 1. Pressionadas pelos custos assistenciais, as organizações adotam medidas que acabam gerando tensão entre as partes, impactando ainda na redução dos honorários médicos. Essas medidas são o arrocho no controle e a redução de repasses. 5. Outro fator impactante são os casos de AUTO GERADOS e OPME desnecessários. Ambos culminam no aumento da receita e geram impacto na qualidade do atendimento e nos custos assistenciais. Com isso, é preciso que o contratante tenha maior controle do processo. A relação médico/paciente também fica comprometida com a perda da confiança, criando maior probabilidade de erros médicos. * Este é um quadro simplificado do cenário, apenas visando ilustrar as principais situações, entendendo que existem mais problemas envolvidos. 4. No entanto, o médico seguinte atende esse paciente nos mesmos moldes do anterior. Os resultados são o aumento nos custos assistenciais, com o mesmo nível de resolução. 2. A fim de obter maiores rendimentos, o médico atende os pacientes mais rapidamente e de forma impessoal. Para compensar essa ineficiência, solicita inúmeros exames, pensando em conseguir um diagnóstico mais rápido, mas, com isso, aumenta a possibilidade de erro nesse diagnóstico e no seu consequente tratamento. 3. A reação do paciente é de insegurança quanto ao tratamento e diagnóstico recebidos, o que o faz marcar uma nova consulta com outro profissional. No entanto, essa ação não resolve o problema, ocasionando, muitas vezes, diagnósticos controversos. Com isso, insatisfeito, o paciente tende a se queixar da má qualidade do atendimento recebido. 7 Evento U ma das atuais iniciativas do presidente da AMF, Dr. Benito Petraglia, tem sido reunir as entidades representativas do Estado do Rio como forma de buscar uma coesão da classe médica e consequente fortalecimento da mesma. Por esse motivo, o dia 13 de abril foi marcado pela Festa da Integração, realizada no salão nobre da Associação Médica Fluminense. No entanto, Petraglia fez questão de frisar que a iniciativa do encontro, além de manter acessa a luta pela manutenção da dignidade profissional, também tem como objetivo proporcionar momentos de lazer aos médicos. Entre as lideranças presentes esta- AMF congrega médicos em Festa da Integração Dr. Alcir Chácar, Dr José Ramon e Dr. Benito Petráglia vam o presidente da SOMERJ, Dr. José Ramon Varela Blanco; o presidente da Academia Brasileira de Medicina, Dr. Alcir Chácar; a diretora secretária geral da AMF e diretora do Hospital de Clínicas de Niterói, Dra. Ilza Fellows e a diretora científica da AMF, Dra Valdenia Pereira de Souza. Todos foram unânimes ao ressaltar a relevância desta ação de Petraglia. Um deles, o Dr. José Ramon, ressaltou o afastamento das entidades como um fator prejudicial às lutas em prol da classe. Para ele, essa unidade tem de estar cada vez mais fortalecida entre os componentes dessas estruturas. O Dr. Alcir Chácar, da Academia Brasileira de Medicina, destacou o papel relevante da AMF na história da medicina, tendo sempre uma ação proativa em prol da classe. Ele lembrou o envolvimento da Casa no movimento nacional para erradicar a poliomelite no Brasil, convidando o criador da vacina contra a doença, Albert Sabin, para visitar o país e contribuir com o fim da doença. Outra iniciativa histórica da AMF foi a sua influência na história da homeopatia, chegando a congregar 17 municípios participantes com associações médicas, antes da fusão dos dois Estados. 8 Além disso, grandes Congressos de Medicina e importantes nomes passaram pela Associação, solidificando a sua importância. De acordo com a Dra. Ilza Fellows, essa é a proposta da AMF, que tem como missão congregar os médicos e todos os grupos que compõem essa sociedade. Para a Dra. Valdenia, a integração tem sempre um sentido de troca de experiências entre as especialidades, que foi um dos principais objetivos do encontro técnico realizado no dia seguinte à festa da integração. Durante o evento, a banda Caramadas agradou o público presente, assim como o coquetel. O encontro contou com o patrocínio da Unimed Leste Fluminense, Hospital de Clínicas de Niterói - HCN, Laboratório Bittar e Life Imagem. Entrevista Liderança da SOMERJ fala sobre as lutas da classe médica Presidente da Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro - SOMERJ, o dermatologista Dr. José Ramon Varela Blanco tem em sua trajetória profissional um passado de luta pela classe médica. No seu currículo figuram cargos expressivos no segmento, tais como o de membro da COMSSU – Comissão de Saúde Suplementar do CREMERJ e da Comissão de Títulos de Especialista do CREMERJ. Além disso, ele é ex-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Rio de Janeiro e Conselheiro e Membro da Comissão de Ética da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Sempre presente nos movimentos de classe, o Dr. José Ramon concedeu uma entrevista à Revista da Associação Médica Fluminense para falar de pontos considerados cruciais nos rumos do atual cenário médico. Dr. José Ramon Varela Blanco Revista AMF: Como presidente de entidade médica representativa no Estado do Rio de Janeiro, qual a sua expectativa em relação aos movimentos de classe que visam buscar melhores condições de trabalho, tendo como fato mais recente o protesto dos médicos federais? Dr. José Ramon: Como nos move a esperança e o exercício do bem comum, não podemos admitir que a prática, em execução, da desconstrução da imagem do médico se perpetue. Há setores fortemente interessados neste fim e não é à toa que os salários médicos sofreram brutal achatamento e a manutenção das unidades de saúde como modelo de aperfeiçoamento de ensinamentos, como sempre o foram, está lentamente sendo destruída. A rotatividade no serviço público com as ditas novas formas de contratação estão aí, exibindo sua face enganadora e mascarada, num desfile de alegorias e adereços que mais se parecem com um carnaval, onde a fantasia toma temporariamente o lugar da realidade. Sofre o médico, sofre a população que é enganada na invasão de atos médicos, que são substituídos em sua execução por profissionais sem atribuição legal para fazê-lo, como se pode ver na legislação que norteia as profissões regulamentadas. O fato presente demonstra apenas um estágio avançado 10 dessa insensibilidade que tenta colocar o médico como bode expiatório das ações da saúde pública, mal gerida e mal financiada. Revista AMF: Na sua opinião como ficará a saúde, a partir da Medida Provisória nº 568, de 2012, visto que esta determina aos médicos que atualmente mantêm jornada de 20 horas semanais no serviço público tenham de, ao ingressar na carreira, cumprir 40 horas semanais com a mesma remuneração? E qual a posição da SOMERJ em relação a essa MP? Dr. José Ramon: A SOMERJ esteve presente nesta luta e se mostrou inconformada inicialmente com a falta de discussão da Lei que antecedeu a promulgação da MP. Os médicos do serviço público tiveram sua extensão para 40 horas por necessidade de cobrir as lacunas da desassistência flagrante do setor, permitindo-se com base em Lei que fossem configuradas duas situações de vínculo. A aberração surge no momento em que se tenta conceituar a carga horária como sendo de 40 horas e o salário percebido se refere às 20 horas. Por ser confusa e indefensável a parte da MP que se refere ao contingente médico à luz do ordenamento jurídico, a categoria se mobilizou, representações parlamentares encamparam a luta na correção do que num linguajar mais suave poderia ser nominado de injustiça. Revista AMF: Como o senhor vê o movimento associativo no Brasil? Quais as medidas efetivas adotadas pela SOMERJ como forma de trazer mais a classe para o debate de questões de relevância na sua própria atuação profissional? Dr. José Ramon: Vejo o movimento associativo com as dificuldades de qualquer movimento coletivo, onde a compreensão de que o poder de força e pressão de uma coletividade só se faz através da unidade. As associações devem ser fortalecidas. Não adianta fortalecer somente a Sociedade de uma especialidade, pois a Medicina não é campo exclusivo desta ou daquela área. Assim como o organismo é um conjunto de sistemas que se interligam e interagem, devemos ter esse conceito firmado entre nós. A divisão em territórios estanques, sem o envolvimento de todos em lutas comuns, só favorece o jogo perverso dos que nos desejam divididos em redutos fortalecidos de per si, mas frágeis como categoria única. Num exemplo elementar das lições de Maquiavel, colocadas em prática por nossos adversários. Não sejamos ingênuos, pois os temos e não são poucos. Revista AMF: O projeto do ATO MÉDICO está completando 10 anos e até o momento não teve nenhuma conclusão definitiva. Levando-se em consideração ainda os pontos polêmicos do projeto, como o senhor reflete sobre esses obstáculos que impedem a sua devida aprovação? Dr. José Ramon: Infelizmente os conflitos artificialmente criados por outras categorias não são verdadeiros. Este tem sido o entendimento da maioria parlamentar que se manifestou até agora. Não há como ultrapassar o que está disposto nas leis que regem as demais profissões da área da saúde. Não há que se falar em poder médico, isto é uma falácia, o que existe, e felizmente assim o é, é a responsabilidade médica. Falar em humanização da Medicina chega a ser cômico, parece que até a chegada de novos iluminados a Medicina era praticada com desumanidade. Creio que em relação a algumas situações práticas do exercício até coubesse essa roupagem em relação aos próprios médicos sem condições adequadas de trabalho e sem remuneração à altura de sua formação, saber e de sua responsabilidade. Revista AMF: Atualmente, quais são as principais lutas da SOMERJ em prol da classe médica? Dr. José Ramon: Tentar aglutinar as diferentes especialidades dentro do sistema AMB e suas filiadas. Fortalecer os polos municipais do próprio sistema. Aliança forte com o CRM na vigilância e promoção da prática ética dentro de nossas possibilidades legais. Promover Educação Médica Continuada em nossas reuniões. Revigorar o espaço sociocultural. Qualificar nossas ações administrativas. Qualificar nosso veículo de divulgação. Atuar, como vem sendo feito há anos, na luta por dignidade e remuneração adequada, tanto no sistema de saúde suplementar quanto na saúde pública. Envolver-se nas lutas políticas que digam respeito ao exercício profissional dos médicos. Enfim, onde houver necessidade de atuação que seja do interesse da categoria médica. Revista AMF: Quais as medidas consideradas necessárias pelo senhor como forma de promover o fortalecimento das entidades representativas médicas e, por conseguinte, de toda a classe de profissionais? Dr. José Ramon: Buscar fontes de financiamento, aperfeiçoamento e transparência dos atos administrativos e não deixar de atuar em nenhum dos setores que já expusemos na questão anterior. É do envolvimento de cada um que se produz a força de todos. Este momento que vivemos, onde brotou nossa autoestima ao termos sentido o golpe que nos seria imposto pela MP568/12, talvez nos aponte para o início de novas lutas diante das situações em que a saúde deste país esteve relegada apenas aos discursos, impondo sacrifícios aos profissionais e ao povo que acorre aos seus serviços. Não vejo a hora de resolvermos a questão da distribuição adequada, a questão dos médicos formados no exterior, a carreira médica, o ensino de qualidade nas faculdades sem o massacre salarial a que estão submetidos professores e preceptores, enfim os grandes desafios que estão por hora debaixo do tapete que pisamos todos os dias. 11 Utilizando Descritores e Qualificadores em Pesquisas Bibliográficas via Internet Informática E ste texto tem como objetivo apontar ao leitor caminhos e estratégias para a utilização de descritores e qualificadores em pesquisa bibliográfica. Um descritor, também conhecido como “descritor de assunto”, “termo”, ou “unitermo”, é semelhante ao que se denomina como “palavra-chave”. Ele está representado por palavras de livre escolha pelo usuário, ao passo em que os descritores disponíveis encontram-se criteriosamente catalogados, com suas descrições, origens, significados e relações com outros descritores, na base de dados denominada DeCS – Descritores em Ciências da Saúde1, originária do MeSH - Medical Subject Headings2 da U.S. National Library of Medicine, entidade que instituiu a base de dados MEDLINE3. Tanto as palavras-chave, de livre escolha pelo usuário, como os descritores, são utilizados para pesquisa bibliográfica. No entanto, estes últimos conduzem à pesquisas mais eficientes, ou seja, à obtenção de um número menor de referências bibliográficas, mais estreitamente relacionadas com o objetivo da Ronaldo Curi Gismondi * Figura 1. Página principal da Biblioteca Virtual em Saúde da BIREME, onde se visualiza “DeCS - Terminologia em Saúde” Figura 2. À esquerda, encontra-se parte da página dos Descritores em Ciências da Saúde1, onde o usuário deverá clicar sobre o link “Consulta ao DeCS”, quando então será disponibilizado o formulário à direita, para pesquisa sobre a existência do descritor de assunto “leptospirose”, bem como seus possíveis qualificadores, na base de dados DeCS. pesquisa. Por outro lado, os “qualificadores” são aspectos relacionados ao descritor. Por exemplo, pesquisando-se sobre o descritor “hipertensão arterial”, poderemos restringir (ou focar) a pesquisa bibliográfica ao aspecto do “tratamento” (qualificador) dessa doença ou ainda à “prevenção” da mesma. Assim, o primeiro passo de uma busca bibliográfica deverá ser a escolha do(s) descritor(es) a ser(em) pesquisado(s) e de eventuais qualificadores (aspectos) daquele descritor. Para exemplificar, será utilizada a base de dados denominada DeCS1, da BIREME4, antiga “Biblioteca Regional de Medicina”, hoje Centro Latino-americano e do Caribe de Informação em Ciências 13 da Saúde, mantido pela Organização Panamericana da Saúde – OPAS/OMS, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e Universidade Federal de São Paulo. O usuário poderá ter acesso ao DeCS, através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) da BIREME, pelo link http:// www.bireme.br, clicando no tópico “DeCS - Terminologia em Saúde” e, adiante, em “Consulta ao DeCS”, conforme as Figuras 1 e 2. Observe-se, adicionalmente, que a página principal da BVS (Figura 1) apresenta e dá acesso a uma infinidade de fontes de informação em saúde, como as bases de dados LILACS (literatura latino-americana e do Caribe), MEDLINE (mundial), portais de evidências em medicina e saúde, o localizador de informações em saúde (inclusive legislação), dentre muitos outros. Este autor encoraja os leitores a navegarem pelas diferentes opções da página principal da BVS, com vistas a melhor aquilatar a riqueza de conteúdos e links que disponibiliza. No quadro à esquerda da Figura 2, ao acionar-se, com o mouse, o link “Consulta ao DeCS”, aparecerá a tela à direita da mesma figura, com um formulário que permite pesquisar se uma determinada palavra existe, como descritor exato, no DeCS. Supondo-se uma pesquisa sobre profilaxia da Leptospirose, o descritor será leptospirose (escrita em minúsculas e sem utilizar acentuação) e o qualificador (aspecto a pesquisar) será profilaxia. Após digitar-se leptospirose no campo “Consulta por Palavra”, deve-se observar e selecionar as demais opções existentes sobre o “idioma dos descritores”, “consulta por índice” e a utilização de “descritor exato”, ao invés de palavra ou termo. Recomenda-se iniciar a pesquisa com esta configuração, conforme demonstrado na Figura 2. A seguir, será necessário clicar sobre o botão “Consulta”. A Figura 3 exibe o resultado da pesquisa, confirmando a existência do des14 Figura 3. Resultado da pesquisa sobre o descritor leptospirose. Figura 4. Informações disponíveis sobre o qualificador “prevenção e controle”. Observe-se que, em pesquisa bibliográfica, é facultado utilizar-se a abreviatura de um qualificador, no caso “PC”, para referência ao mesmo. critor leptospirose, fornecendo diversas informações sobre o mesmo, inclusive os qualificadores (aspectos) disponíveis para uma pesquisa bibliográfica mais específica. Tendo em vista o objetivo de pesquisar a profilaxia da leptospirose, o usuário deverá clicar sobre o qualifica- dor “prevenção e controle”, que seria o mais próximo de “profilaxia”. A Figura 4 exibe informações sobre o qualificador “prevenção e controle”. Uma vez identificados o descritor de assunto e seu qualificador, deve-se anotá-los e partir para a pesquisa bi- bliográfica, retornando à página principal da BVS, em http://www.bireme. br; nesta, seleciona-se, por exemplo, o link da base de dados “MEDLINE” (clicar sobre ele – abaixo de “Ciências da Saúde em Geral”), após o que aparecerá nova página, com o “formulário avançado”, conforme Figura 5. A Figura 5 exibe o Formulário Avançado de pesquisa bibliográfica da BVS. Observe-se, na mesma Figura, que o descritor selecionado, bem como seu qualificador (preferencialmente a abreviatura deste), devem ser digitados no primeiro campo, separados por uma barra e entre aspas, conforme exibido. Onde se encontra “no campo”, deve-se selecionar “Descritor de Assunto” na primeira linha. Supondo-se que o pesquisador ou usuário só esteja à procura de artigos em inglês, este deverá escrever, na segunda linha, a palavra “inglês” (neste caso sem aspas e sem acento) e selecionar “Idioma” no campo à direita. A seguir, basta pressionar o botão “pesquisa” e aguardar o resultado. Não se encontra comprovado, mas este autor tem obtido melhores resultados em pesquisas bibliográficas realizadas com descritores no idioma inglês, provavelmente devido ao fato de que a tradução dos mesmos para outros idiomas, como o português, represente um trabalho de pesquisa, desenvolvido pela equipe da BIREME, em constante evolução. O exemplo apresentado atende a essa possibilidade; bastaria, no caso, utilizar-se, como descritor/qualificador, Figura 5. Formulário avançado de pesquisa bibliográfica. “LEPTOSPIROSIS/PC”; o próprio DeCS apresenta os descritores em inglês, espanhol e português. Referências Bibliográficas: 1) DeCS – Descritores em Ciências da Saúde. Centro Latino-americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde – BIREME / Organização Panamericana da Saúde. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://decs.bvs.br . Março de 2012. 2) MeSH - MeSH - Medical Subject Headings. United States National Library of Medicine. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http:// www.ncbi.nlm.nih.gov/mesh . Março de 2012. 3) MEDLINE e PubMed. United States National Library of Medicine. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://www.ncbi.nlm.nih. gov/entrez/query.fcgi. Março de 2012. 4) BVS – Biblioteca Virtual em Saúde da BIREME - Organização Panamericana da Saúde. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http:// www.bireme.br. Março de 2012. 5) GISMONDI, R. C. Pesquisa Bibliográfica e Obtenção de Artigos Científicos via Internet. Revista da Associação Médica Fluminense, Niterói, RJ, v.3, p.20 - 22, 2005. Observação: todas as marcas e produtos eventualmente citados são de propriedade de seus respectivos fabricantes, editores, proprietários ou detentores. * Médico. Professor Adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ. Membro Titular da Academia Fluminense de Medicina. 15 Esputo Crônicas Casos e Causos Médicos ao acaso Dr. Bernardinelli era estrela da medicina no Rio de Janeiro nos anos 1940, tempos de intenso turismo internacional, antes que Dona Santinha impusesse ao marido, o General Presidente Eurico Gaspar Dutra, o fechamento dos cassinos. A preferência dos turistas endinheirados era pelos hotéis Glória e Copacabana Palace. Para eventuais problemas de saúde da clientela requisitavam-se os préstimos do famoso doutor. Certa vez o doutor foi chamado ao Hotel Gloria para atender a uma senhora argentina que apresentava tosse e febre. Um parêntese para definir o termo médico esputo: o catarro que se expele pela boca ao tossir. Pois bem, o médico realizava cuidadosa anamnese antes do início do exame físico. Então Bernardinelli perguntou: - Esputa? O Gardelón seu par se antecipou na resposta. - Si, pero ahora es mi mujer! Falos Esta é da turma da Gama Filho, da década de 70, quando as mulheres ainda eram minoria na classe. Leila era evangélica fervorosa e vivia anunciando a vinda para o Brasil de seu ídolo pastor Billy Grahan. Além disso, era toda recatada e cheia de manias. Na aula de anatomia era a única de máscara, gorro e luvas. Na abordagem dos órgãos sexuais, o professor Toledo falava de uma tribo africana em que colocavam pesos pendurados aos pênis dos meninos para fazê-los crescer mais. Como resultado a população masculina tinha falos avantajados, os mais desenvolvidos do planeta. A rapaziada se assanhou, fazendo gracejos, soltando risadas. Foi quando a Leila que estava no grupo, indignada levantou-se e saiu pisando duro. Quando ia chegando à porta do anatômico, o professor chamou-a. Ela voltou-se e ele completou: - Não se apresse. O avião pra lá é só na segunda-feira. 17 Arte na Medicina Lição de Anatomia por Van der Meer Heraldo Victer* Neste quadro, o artista holandês Pieter van Mierevelt (1596-1623) retratou na tela uma aula de anatomia em cadáver, conduzida pelo professor de Medicina, Dr. Willem Van der Meer. A obra data de 1617 e integra o acervo do Museu Gemeente Musea, em Delft, na Holanda. No detalhe do quadro, o cadáver está cercado por vários médicos, que acompanham a lição do Dr. Van der Meer. A pintura apresenta os trajes típicos da época e alguns instrumentos cirúrgicos. Os holandeses têm o mesmo aspecto, uma dessas características é a barba ruiva. *Cardiologista 18 Serviço Médico Associe-se! Você tem a sua disposição: • Salão de festas multifuncional • Piscinas • Churrasqueiras • Amplos e modernos auditórios • Teatro Tudo isso será seu! 19 Perfil Gesmar Volga Haddad Herdy Médica Pediatra Médica pediatra, especializada em cardiologia, a Dra. Gesmar Volga Haddad Herdy tem uma larga experiência na área em que atua. Nas horas de lazer prefere uma boa música ou um bom filme. Detentora de uma família numerosa, ela procura sempre estar entre os seus filhos e netos. - Tempo de formada: 44 anos - Especialidade: cardiologia pediátrica e pediatria - Formação: residência em Pediatria; mestrado em Pediatria e Doutorado em Cardiologia. - Livro preferido: O Físico, de Noah Gordon - Religião: Católica - Se não fosse médica faria ... Geografia - Pensamento que segue: “Tudo na vida passa menos a lembrança querida” - Fato mais contundente na profissão: tratar a criança que certamente evoluirá brevemente para o óbito. - O que mais aprecia nas pessoas: honestidade - Como vê a Medicina hoje: a Medicina hoje no Brasil passa por um momento difícil, pois a classe médica é desunida e, por isso, está sem força para vencer a política contrária. - O que representa a AMF: representa uma casa que se esforça para unir os médi cos. - Mensagem ao jovem médico: Ao jovem médico aconselho que realize uma excelente formação para merecer posição de destaque entre tantos motivos adversos. - Hobby: música e cinema - Prato predileto: bacalhoada 20 - Lugar mais bonito de Niterói: Fortaleza de Santa Cruz - O que decepciona ver nelas: falsidade - Música preferida: Olhos Negros - Filme preferido: “Aviso aos navegantes”, com Oscarito e Grande Otelo - Maior obra de arte: Madona, de Leonardo Da Vinci - Família: o que mais me preocupa 4 filhos e 9 netos - Frase para a posteridade: O amor ao próximo é a chave do bom viver. Tribuna Livre Por um Código Florestal Justo Dr. Pedro Angelo Bittencourt E m 2010 a humanidade decorrentes de profundas alterações entre os interesses dos ruralistas e am- atingiu a marca histórica climáticas, intenso vulcanismo ou bientalistas, porém o que foi aprovado de 7 bilhões de habitantes. brutais impactos de corpos celestes. pela Câmara dos Deputados, através As previsões para o ano de O último deles data de 65 milhões do parecer do deputado Aldo Rabelo de anos. (PC do B), é tendencioso e favorável 2050 indicam uma população total de dez bilhões. Prover alimen- Na atualidade, mudanças cli- aos ruralistas. O novo texto mantém tos e demais produtos agroflo- máticas, poluição generalizada em os percentuais de desmatamento restais, principalmente madeira, terra e no mar, desertificação, rápi- (“desbravamento”- para os ruralistas) biocombustíveis, celulose e fibras, da perda de diversidade biológica e autorizados em legislação anterior, para tamanha massa humana exi- alterações profundas em cobertura ignorando que a Amazônia Legal, o girá enormes esforços! Com ine- florestal são inquietações dos am- Cerrado e a Mata Atlântica, já tiveram, vitáveis reflexos negativos sobre o bientalistas. respectivamente, 20%, 50% e 90% de ambiente natural. 22 Essas preocupações também afe- suas florestas destruídas. O homem já se tornou o prin- tam os ruralistas, porém estes se vol- Infelizmente esse novo Código cipal agente geológico sobrepu- tam primeiramente para as lides de Florestal abre amplas possibilidades jando todas as causas naturais, e produção e comercialização de seus de destruição suas ações estão eliminando es- produtos, os preços de fertilizantes, nativa, justamente quando o com- pécies com intensidade somente as deficientes crônicas da logística promisso da nação presente à comu- comparáveis à dos raros episó- de escoamento etc. nidade internacional é de redução de nossa vegetação dios de extinção em massa que A revisão do novo Código Florestal das emissões de gases do efeito es- a ciência nos indica ter ocorrido deve levar em conta de forma equili- tufa, cuja principal causa no Brasil é nos últimos 600 milhões de anos, brada todos os aspectos conflitantes justamente o desmatamento. Dia a dia na diretoria A diretoria da AMF tem se reunido ordinariamente as quintas-feiras, à noite, sendo aprovadas as seguintes medidas administrativas: execução de grade protetora da frente da AMF e execução da recuperação da parte elétrica do salão de festas. Também foram realizadas reuniões com diversos locatários, objetivando melhorias no relacionamento. Destacamos o encontro com o “Quintal da Casa da Ana”, uma ONG que estimula a adoção. A AMF continua abatendo a dívida junto à UNICRED, restando atualmente 20 prestações, perfazendo R$ 255 mil. As festividades pelo dia do Médico já estão planejadas, com destaque para o re-lançamento da Revista Fluminense de Medicina, voltada exclusivamente para artigos científicos. A AMF tem apoiado intensivamente a luta dos médicos contra a medida provisória do governo, que reduz em até 50% o salário do médico. Foi fechado acordo com o curso de inglês Freeway Med para participar do clube de benefícios da AMF, oferecendo desconto para associado. Os sócios da AMF já podem contar com a consultoria jurídica gratuita com o escritório de advocacia Alexi Japiaçu. Dra. Ilza Boeira Fellows Diretora Secretária Geral da AMF; Médica pediatra, com 20 anos de experiência como executiva de serviços na área da saúde (Sergio Frango, Rede de Serviços Médicos Dix/Amico, Diretora de Atendimento Amil, Cardio Trauma entre outros); MBA Executivo na COPPEAD; Formação Psicograma e Terapia Transpessoal; Atualmente Diretora Geral do Hospital de Clínicas Niterói. Dr. José Emídio Ribeiro Elias Médico Dermatologista Diretor Segundo Tesoureiro da Associação Médica Fluminense; Diretor Financeiro da Unimed Leste Fluminense – 2002/2005 – 2006/2009 – 2010/2012; Conselheiro de Administração da Unicred Niterói LTDA – Gestão 2000/2002; Prêmio Destaque do cooperativismo Médico do ano de 2005 – SESCOOP E OCB-RJ – 02/07/2005; Diretor Tesoureiro do Sindicato dos Médicos de Niterói e São Gonçalo - Gestão 1993/1996. 23 Curiosidades 1- IMUNIZAÇÃO PREVENTIVA: As medidas de prevenção às doenças, por meio de imunização em massa, foram a maior contribuição da medicina à saúde pública. 2- A DESCOBERTA DOS ANTIBIÓTICOS: A descoberta dos antibióticos, na primeira metade do século XX, vem reduzindo drasticamente as taxas de mortalidade ao longo do tempo, à medida que novas drogas são produzidas. As dez maiores descobertas da medicina Na avaliação do médico Joffre M. de Rezende, em seu livro À Sombra do Plátano (Editora Unifesp, de 2009), foram relacionados os dez mais importantes avanços na Medicina. Não seria uma unanimidade, mas serve para uma discussão sobre o tema. 3- SÍNTESE DE HORMÔNIOS E VITAMINAS: A produção da insulina (composição artificial) foi fundamental no controle da DM e da cortisona, poderoso anti-inflamatório e imunossupressor. A descoberta das vitaminas revolucionou a prevenção e o tratamento das hipovitaminoses. 4- MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM: A descoberta dos raios-X abriu caminho para outros meios de diagnóstico por imagens, se constituindo numa revolução propedêutica. Ultrassonografia, ecodoppler, tomografia computadorizada e ressonância nuclear vieram a substituir exames anteriores, com mais acurácia e de forma menos agressiva. A aplicação de radioisótopos e cintilografia foi uma extraordinária contribuição aos métodos de diagnóstico não invasivo, com mais sensibilidade e mais especificidade. 5- TÉCNICAS DE ALTA SENSIBILIDADE: O radioimunoensaio depois evoluiu para o método imunoenzimático, conseguindo detectar substâncias em concentrações infinitamente pequenas nos líquidos orgânicos e nos tecidos. 6- FIBRO E VIDEOENDOSCOPIA: A fibroendoscopia foi um grande progresso nos métodos diagnósticos porque substituiu os então utilizados aparelhos metálicos, rígidos e cheios de limitações. 24 Posteriormente, a fibroendoscopia foi superada pela videoendoscopia. 7- ENGENHARIA GENÉTICA: O campo da engenharia genética deu origem a um acontecimento promissor: a determinação da estrutura do DNA – base de toda matéria viva e responsável pela transmissão do código genético. 8- FECUNDAÇÃO ARTIFICIAL: A fecundação artificial do óvulo em laboratório e o implante intrauterino do ovo fecundado são uma façanha sem paralelo na história da reprodução humana. 9- PROGRESSOS CIRÚRGICOS E PROCEDIMENTOS INTERVENCIONISTAS: Grandes progressos nos atos cirúrgicos, com destaque para a cirurgia cardíaca, a neurocirurgia, oftalmologia, ortopedia e cirurgia abdominal. Procedimentos intervencionistas nas áreas da cardiologia, angiologia e neurologia, com implante de stents e endopróteses. Próteses em diferentes especialidades, com material inerte e durável, sem causar reações teciduais exageradas. 10- TRANSPLANTE DE ORGÃOS: Inicialmente os transplantes eram de um único órgão: o rim. Atualmente já é possível transplantar coração, pulmão, fígado, tecido pancreático e medula óssea. O sucesso dos transplantes se deve à imunologia (descoberta de antígenos com histocompatibilidade) e à farmacologia (imunossupressores). Saúde Dieta do Mediterrâneo A dieta mediterrânea (européia) tradicional se caracteriza pela abundância de alimentos como pão, massas, verduras, saladas, legumes, frutas e frutas secas, azeite de oliva como principal fonte de gordura, moderado consumo de pescado, aves, produtos lácteos e ovos, pequenas quantidades de carnes vermelhas e pequenas ou moderadas quantidade de vinho, consumidas normalmente durante as refeições. Esta dieta é pobre em ácidos graxos saturados, rica em carboidratos e fibra, e tem alto conteúdo de ácidos graxos monoinsaturados derivados do azeite de oliva. Vantagens Proteger o coração contra infartos, diminuir o risco de câncer, defender a pele contra agressões, retardar os danos ao cérebro causados pelo envelhecimento e aumentar a longevidade. Esses benefícios à saúde são oferecidos pela Dieta Mediterrânea em geral, e pelo azeite de oliva, em particular. Receita Insalata di arancie e finocchio Ingredientes ¼ de um pé de erva-doce fresca com o talo 2 laranjas pera 80 gr de azeitona preta 1 cebola roxa Sal, pimenta do reino preta em grão Azeite extra virgem 26 Modo de Preparo: Cortar o bulbo da erva doce em tiras finas, reservando os talos. Descascar as laranjas e cortar os gomos em pedaços. Cortar as azeitonas pretas em filetes e a cebola em fatias finas. Misturar os ingredientes, incluindo os talos da erva-doce picados, e temperar com sal, pimenta e azeite. Refrigerar por alguns minutos antes de servir. Cursos pré-Congresso O evento disponibilizará também dois Cursos Pré-Congresso. O primeiro tema abordado será a “4ª Atualização em Transtornos Alimentares” – ministrado pela Dra. Maria Del Rosario Zariategui De Alonso, médica especialista em Nutrologia pela Universidade de Buenos Aires (UBA) e diretora da ABRAN. O objetivo do curso é atualizar, facilitar e colocar os médicos e nutrólogos em condições de diagnosticar, orientar e tratar seus pacientes portadores de transtornos alimentares. O segundo tema será a “1º Atualização em Suplementação Alimentar no Esporte: do Amador ao Profissional” – ministrado por Dr. Carlos Alberto Werutsky, médico nutrólogo e diretor da XVI Congresso Brasileiro de Nutrologia Agenda O XVI Congresso Brasileiro de Nutrologia receberá três mil médicos nutrólogos e terá cursos de atualização. O evento apresenta novidades em medicina e alimentação e traz informações sobre a prescrição de agentes terapêuticos na obesidade e nos pacientes críticos O XVI Congresso Brasileiro de Nutrologia reunirá em São Paulo mais de três mil médicos e especialistas nacionais e internacionais para palestrar e discutir os principais assuntos ligados à Nutrologia. O evento é organizado pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e acontece no Centro de Convenções do Maksoud Plaza Hotel, de 19 a 21 de setembro. Serão abordados temas como: obesidade, estresse oxidativo, transtornos da conduta alimentar, biotecnologia, nutrologia pediátrica, nutrologia geriátrica, alimentação do adolescente, nutrologia esportiva, nutrição enteral, nutrição parenteral, síndrome metabólica, medicina funcional, antiaging, entre outros. Data: 19,20 e 21 de setembro de 2012 Local: Hotel Maksoud Plaza – São Paulo (SP) Tel.: (17) 3523-9732 - www.abran.org.br/congresso ABRAN e Doutor em Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e da Universidade de São Paulo. O curso tem finalidade de apresentar o consenso científico e a prática clínica do uso dos suplementos alimentares para o praticante de atividade física, esportista ou atleta. Seguindo o exemplo das edições anteriores, o XVI Congresso Brasileiro de Nutrologia recebe novamente, simultaneamente ao evento, o XVII Simpósio de Obesidade e Síndrome Metabólica, X Annual Meeting International Colleges For Advancements of Medical Nutrition (décima edição do Encontro Internacional Anual de Universidades Para Avanços em Nutrologia) e o IX Fórum de Direito Humano à Alimentação Adequada. O Congresso da ABRAN também terá muitas palestras e debates sobre diabetes, longevidade, nutrologia pediátrica, nutrologia geriátrica, transtornos alimentares, nutrologia esportiva, nutrogenômica, medicina estética, alergia alimentar, ergogênicos, entre outros. Agenda Cursos pré-Congresso: “4ª Atualização em Transtornos Alimentares” Data: 19 de setembro de 2012 Local: Sala Santa Catarina Horário: 8h às 10h É necessário fazer download da ficha de inscrição no site do evento da ABRAN “1º Atualização em Suplementação Alimentar no Esporte: do Amador ao Profissional” Data: 19 de setembro de 2012 Local: Sala Paraná Horário: 8h às 10h É necessário fazer download da ficha de inscrição no site do evento da ABRAN Sobre a ABRAN A ABRAN é uma entidade médica científica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. Fundada em 1973, dedica-se ao estudo de nutrientes dos alimentos, decisivos na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da maior parte das doenças que afetam o ser humano, a grande maioria de origem nutricional. Reúne mais de 3.800 médicos nutrólogos associados, que atuam no desenvolvimento e atualização científica em prol do bem estar nutricional, físico, social e mental da população. Visite www.abran.com.br e siga a fan page www.facebook.com/nutrologos. 27 Curiosidades 28 E m 1949, Luiz Serrano, voltando dos USA onde trabalhou na gravadora Capitol, introduziu a figura do disc-jockey, tocando discos e falando de cantores. Estimulou os fãs club. O primeiro foi o SINATRA- FARNEY FAN CLUB, na Tijuca, que tinha como sócios o Johnny ALF (Alfredo José da Silva), João Donato, Nora Ney, Carlos Manga, Cyl Farney [Cileno Dutra – irmão do Dick Farney, (Farnesio Dutra)] e Dóris Monteiro, entre outros. O Samba canção foi ficando demodée. Também em 1949, João Gilberto saiu de Juazeiro para Salvador para se apresentar no Radio Sociedade; onde conheceu Alvinho, fundador do conjunto vocal “Garotos da Lua”, que eram contratados da Radio Tupi do Rio, cujo diretor artístico era Antonio Maria. João Gilberto com 21 anos foi logo contratado como crooner dos “ Garotos da Lua”. Havia grande concorrência entre os conjuntos vocais, criados nas ondas dos norte americanos. O número deles era maior do que as rádios, gravadoras, e boates podiam absorver: “Vagalumes do luar”, “Bandos da lua”, “Os Cariocas”, “Vocalistas tropicais” etc. O baiano João Gilberto, sujeito excêntrico e esquisito, foi demitido do conjunto devido a repetidos atrasos e faltas, em menos de um ano, indo morar de favor na casa de Tito Madi até se desentenderem. Numa madrugada, foi acolhido por Ronaldo Bôscoli, em seu quarto e sala, já dividido com Miele e mais quatro amigos. A turma foi se juntando sem intenção ou compromisso, e assim já nos idos de 1957/1958 ia se formando um gênero musical inovador, criado essencialmente pela classe média e em um meio universitário. No final de 1957, uma apresentação de um grupo de novos músicos (Carlos Lyra, Roberto Menescal, Luiz Eça, Ronaldo Bôscoli, Sylvia Telles, etc.) no colégio Israelita- Brasileiro, no Rio, foi anunciado num quadro negro como show de uma turma “bossa nova”, com repertório de sambas modernos. Já se falava muito de João Gilberto no meio musical. Carlos Lyra já o conhecia; Menescal também; os dois se extasiavam com a voz quase sussurrante do João, quase não abrindo os lábios A Bossa Nova e com uma maneira muito peculiar de tocar o violão. Alias esse instrumento tomou lugar do acordeom nas escolas de música. O ritmo foi a chave da bossa nova. Marcantes também as letras abordando temáticas leves e descompromissadas. Inicialmente considerada música de elite, fez-se cada vez mais popular. O jeito coloquial de cantar baixinho, com forte influência de jazz; o canto falado bem expresso permitia realçar a harmonia. Em 1956 a peça “Orfeu da Conceição” proporcionou a primeira parceria da dupla Tom Jobim e Vinicius de Moraes. O entrosamento foi instantâneo. As criações eram num sobradinho do Tom em Ipanema e a primeira produção foi “Se todos fossem iguais a você”. A partir daí compuseram no embalo do escocês, convencido o maestro pelo poeta de que cerveja é perda de tempo. Nesse mesmo ano conheceram-se Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, Menescal trocou a marinha pela música e Bôscoli era repórter da “Ultima Hora”. A empatia foi imediata, pois os dois eram inconformados com o estágio da música popular, plenos de dores de cotovelo, traições e outras quadradezas. Assim surgiu “Fim de Noite”. Menescal tinha uma academia de violão em sociedade com Carlos Lyra, tendo Nara Leão entre suas alunas. Passaram então a conviver no apartamento de Nara, na Av. Atlântica, com saraus Carlos Lyra, Chico Feitosa, os irmãos Castro Neves, Luis Carlos Vinhas, Menescal etc. Foi efervescente o laboratório criador da Bossa Nova embalado por criações solos ou célebres parcerias: Tom Jobim/ Newton Mendonça; Tom e Vinicius; Tom e Dolores Duram; Bôscoli e Menescal; Carlos Lyra e Bôscoli; Luis Bonfá e Antonio Maria; Tom e Aloysio de Oliveira etc... O parceiro mais profícuo foi Vinicius de Moraes que criou com Edu Lobo vinte músicas; trinta com Carlos Lyra; quarenta com Baden Powel e cinquenta com Tom Jobim. O clichê da Bossa Nova foi o banquinho e o violão. Copacabana foi sua vitrine e Ipanema seu coração. Em 1964, Nara Leão declarou na revista “Fatos e Fotos”: Chega de Bossa Nova. Desde 1963, rompido seu noivado com Ronaldo Bôscoli, após o rumoroso caso dele com Maysa, Nara namorando o cineasta Ruy Guerra, de esquerda, bandeou-se para a cisão política iniciada por Marcos Vale, Edu Lobo e Francis Hime, com adesão de Carlos Lyra, Nara se aproximou de sambistas do morro; Zé Kéti, Cartola e Nelson Cavaquinho. Três são os marcos do fim da Bossa Nova e o inicio do que seria rotulado MPB. Primeiro a vitória de “Arrastão” de Edu Lobo e Vinicius, defendida por Elis Regina no 1º festival da canção da TV Excelsier em 1965, os outros dois aconteceram em 1966. No 2º festival de música Popular da TV Record, dividiram o 1º lugar “A Banda” de Chico Buarque de Holanda defendida por Nara Leão, e “A Disparada” De Theo de Barros e Geraldo Vandré, defendida por Jair Rodrigues. E ainda em 1966, o disco “ Os Afro-sambas” de Baden Powel e Vinicius. Ao mesmo tempo acontecia a explosão universal do Beatles onde o som das guitarras abafava os dos violões. Também surgia a “Jovem Guarda” consagrando Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléa. Dos expoentes da Bossa Nova, muitos foram para os USA. Tom gravou com Sinatra. João Gilberto ficou por lá dezoito anos. Carlos Lyra viveu no México onde se casou. Vinicius exilou-se em Paris e Baden Powel na Alemanha. Nunca uma onda tão efêmera 1958 a 1966, marcou tanto, onde havia o toque da beleza dos Anos Dourados, num país que era mais alegre, feliz e pleno de otimismo e esperanças. Aqui estão as dez melhores canções da Bossa Nova: 1) Desafinado 2) Chega de Saudades 3) Samba de uma nota só 4) Manhã de Carnaval 5) Garota de Ipanema 6) Eu sei que vou te amar 7) Rapaz de bem 8) Samba do avião 9) Corcovado 10) Minha namorada 29 Rodrigo Pegado Viagem Inesquecível Delegação médica realiza visita técnica à Alemanha Passeio ao museu da Mercedes Benz (Dr Daniel Pegado) O s professores Paulo Roberto Pfeil e Rodrigo Schwartz Pegado organizam todo ano uma visita à Alemanha como forma de promover um aprofundamento de conhecimentos na área de oftalmologia e gestão de saúde. A última delas aconteceu no mês de março deste ano, quando a sexta turma teve a oportunidade de adquirir aprendizados interculturais, com visitas técnicas a grandes companhias alemãs do segmento. Ainda para completar a visita, o grupo teve a oportunidade de realizar um estágio no Hospital de Olhos de Tubingen (Eberhard Karls Universitat UKT). * Dr. Rodrigo Pegado é médico oftalmologista Hospital de Olhos de Tubingen Rodrigo Pegado e esposa no castelo alemão que inspirou o Castelo da Disney Turma 2012 Chegada na estação de trem de Tubingen Alemanha Foto no castelo de Heidelberg 31 Enofilia Vinhos, Doces e Aromáticos Dra. Valéria Patrocínio Vinhos doces: apenas para iniciantes? Os iniciantes no vinho quase sempre preferem ou começam tomando vinhos doces. Para os paladares ainda não habituados ao tanino, acidez e outras sensações proporcionadas pelos vinhos secos, o açúcar é um aliado que amacia a presença na boca e traz sensações familiares, similares aos sucos e refrigerantes. Porém, os vinhos doces constituem um grupo especial, destinado a aompanhar pratos doces, geralmente as sobremesas, ou em brindes e festas com serviço de doces e bombons. Acompanhando frutas frescas ou cristalizadas formam um elegante par para manhãs divertidas na praia ou na piscina. Em sobremesas, combine vinhos doces aromáticos com tortas e bolos com frutas e creme, numa perfeita tentação gastronômica rica, diferente e bastante divertida ! Espumantes Moscatel Os espumantes Moscatel são elaborados pelo método Asti um produto típico do norte da Itália que explora todo o traço aromático da uva Moscatel. Apesar de serem espumantes, são produzidos em uma única fermentação, repousando em baixas temperaturas para concentrar todo o potencial aromático. O açúcar dessses espumantes é natural, vindo da própria uva graças à interrupção da fermentação em meio ao processo. Essa técnica também cria uma outra característica desses vinhos: baixo teor alcóolico, entre 6 e 8 graus. Por isso é uma bebida leve, saborosa e informal, agradando bastante ao público feminino (sem preconceitos !) Vinhos doces ou suaves ? Muito importante explicar a diferença. Vinhos doces podem ser produzidos por dois métodos: 32 1 - usar o açúcar natural da uva, interrompendo a fermantação antes de seu término. Nessa caso, são chamados de vinhos doces naturais, vinhos licorosos ou de sobremesa. Diversas técnicas são utilizadas nos vinhedos para essa finalidade, saiba mais sobre vinhos doces naturais no site da Academia do Vinho - Elaboração. 2 - Adicionar açúcar após o final da fermentação, “adoçando” o vinho. Nesse caso temos os vinhos ditos suaves. Os resultados são diferentes, pois o açúcar natural da uva é mais delicado e rico, preservando-se aromas naturais no processo. Os vinhos suaves são apenas vinhos secos adoçados artificialmente, podendo ter alguma parcela de açúcar natural. Vinhos Aromáticos Por definição, uvas aromáticas são aquelas que passam aos vinhos os aromas e sabores presentes na uva, o que não acontece com a maioria das variedades. As mais difundidas variedades aromáticas são a Moscatel, a Gewürztraminer e a Malvasia. A Moscatel é muito famosa por sua presença nos espumantes tipo Asti e nos vinhos de sobremesa europeus, os Muscats (FR) e Moscatos (IT), sendo os mais difundidos. Os vinhos produzidos com essas variedades são marcados pelo traço aromático, situado entre flores e frutas delicadas. http://www.academiadovinho.com.br Matéria Científica Problemas Respiratórios Mais uma vez, o RESVERATROL é o grande herói: aparentemente ele é capaz de diminuir a presença nos pulmões de químicos causadores de algumas doenças (bronquite, enfisema, etc.). Substâncias naturalmente resultantes da vinificação - e também largamente utilizadas na esterilização de equipamentos e do próprio vinho -, os SULFITOS podem causar reações adversas em asmáticos. Há uma busca por redução ao máximo da aplicação do mesmo em toda a comunidade vinícola e, em alguns países, é obrigatória a presença no rótulo da indicação CONTÉM SULFITOS. http://www.vinhoesexualidade.com.br Dica de leitura História do Mundo em 6 Copos Standage, Tom Uma história da humanidade, da Idade da Pedra ao século XXI, contada em seis copos. As bebidas, mais do que apenas matar a sede, nos informam sobre progressos científicos, relações sociais, rituais religiosos e tratados comerciais. Com charme e autoridade, Tom Standage, editor de tecnologia da revista The Economist, discorre sobre vinho, chá, café, cerveja, destilados e Coca-Cola, mostrando que papel cada um deles exerceu em diversas épocas e civilizações. Vinho sugerido Quarts de Chaume 2000 (Domaine Baumard) - meia gfa. Produtor: Domaine Baumard; País: França; Região: Loire Safra: 2000; Tipo: Branco Doce; Volume: 375 ml Baumard é sem dúvida uma das maiores figuras do Loire e da França. Os Quart de Chaume deste produtor estão entre os melhores vinhos doces do mundo. 33 E Livro: “IMPROVISANDO SOLUÇÕES - o jazz como exemplo para alcançar o sucesso” Autor: Roberto Muggiati Editora: Bestseller sta é uma boa dica para os amantes e apreciadores do jazz. Esse estilo musical repleto de improvisações, historicamente nascido em New Orleans, gerado por americanos descendentes de africanos. A palavra jazz vem do francês “jaser” (conversar). Diferentemente da música clássica em que seus músicos seguem partituras, o jazz é uma conversa improvisada entre diferentes instrumentos musicais. Contudo, muitos músicos do jazz romperam essas barreiras entre o erudito e o jazz. Estas e outras informações acerca do mundo jazzístico estão na introdução do autor que vai da página 11 a 24 do livro. A introdução é uma síntese interessante e bela da história do jazz no mundo e discorre acerca das relações do jazz com a música clássica, o Blues e a música popular. Até Adolphe Sax e sua magnífica invenção, o saxofone, ícone da música nos nossos dias, circula por essas páginas, sem contar outros gigantes como Louis Armstrong, Charlie Parker, Duke Ellington, Hermeto Pascoal, Chet Baker, Benny Goodman, Sonny Rollins, entre outros. Apesar do título, “Improvisando Soluções...” não me parece um livro de auto-ajuda, e sim um livro de curtas biografias em que estrelas do jazz mundial deram-nos exemplos de superação das adversidades da vida, através da criatividade, determinação e talento. Mesmo que alguns tenham sucumbido ao vício em álcool e outras drogas, seus exemplos nos servem como demonstração de caminhos que devem ser evitados. Após uma pequena história do jazz na introdução da obra, o autor dá exemplos bigráficos das estrelas, dividindo em partes intituladas: “Abraçando o acaso”, “Usando a imaginação”, “Superando adversidades”, “Encontrado uma voz”, “A gilizando a mente”, “Rompendo barreiras”, “Aprendendo a Livro em Foco “IMPROVISANDO SOLUÇÕES o jazz como exemplo para alcançar o sucesso” Por Wellington Bruno* liderar”, “Ultrapassando a morte”, “O jazz salvou a minha vida” e “O Jazz como estratégia para o sucesso”. Esses últimos referem-se à interessante experiência pessoal do autor. O livro parece um daqueles agradáveis programas de jazz no rádio de tal modo que é repleto de referências musicais. Aproveitando das facilidades dos novos tempos, eu recomendo sua leitura com consultas ao <youtube.com> onde é possível colocar o nome do músico, ver e apreciar a arte dos mesmos na tela do computador. Há muitos exemplos e não daria para citar muitos aqui. Para quem deseja ficar alguns instantes perto do céu, eu sugiro procurar Keith Jarret tocando “Bach’s French Suite” no youtube( apenas 2:18 minutos de duração). Em relação ao Keith Jarret, essas palavras são oportunas para o ser humano: “... é que você pode transformar qualquer estado mental ou estado emocional em que você se encontra em música. Aprendi isso muito cedo. Se estava com raiva ia tocar piano, e não tocaria música raivosa. Tudo é energia e você pode mudar a direção para onde essas flechas estão apontando.” Isso nos mostra o quanto a música pode fazer bem nos momentos difíceis, e me remete a um outro livro já esgotado, de Mario de Andrade (1893-1945), com o título “Namoros com a medicina”, na parte “Terapêutica Musical”, em que ele discorre acerca dos benefícios da música como terapia para diversos males - como leigo, é claro! -, resguardados alguns exageros. Este livro de Roberto Muggiati - jornalista, escritor e saxofonista bissexto - é um antídoto para os momentos de tédio e para nos livrar das bobagens de certos programas televisivos dos dias atuais. Até a próxima (leitura)! *Cardiologista 35
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