Janusz Korczak – O Educomunicador

Transcrição

Janusz Korczak – O Educomunicador
JANUSZ KORCZAK - O Educomunicador
Liana Gottlieb*
Alguns dados biográficos
Janusz Korczak era um dos pseudônimos de Henryk Goldszmit. Ele o usou, pela primeira
vez, em 1898, quando era estudante e participou da competição literária I. Paderewski. A peça em
quatro atos com que concorreu chamava-se Któredy? (De que modo?) (Lewowicki, 1998).
Korczak recebeu uma menção honrosa com esta peça.
Igor Newerly (1978), que foi seu secretário e amigo, conta que na hora da entrega dos
originais da peça para o concurso Henryk viu sobre a mesa o livro de Karshaski, A Vida de Janasz
Korczak e a Filha do Cavaleiro Bonito, e adotou o nome do herói da história. A pessoa que
recebeu e registrou seu trabalho enganou-se e trocou a letra a pela letra u, e foi responsável, então,
pelo pseudônimo que nascia naquele momento e pelo qual ele se tornaria conhecido.
Diferente de suas outras publicações, seus escritos médicos são usualmente assinados com
seu nome real - Henryk Goldszmit.
Korczak nasceu em Varsóvia, em julho de 1878 ou 1879. Não se conhece precisamente o
ano pois seu pai demorou para registrá-lo (fato que era comum entre os judeus na época).
Sua família, assimilada à cultura polonesa, era composta por judeus liberais, que
mantinham uma intensa atividade comunitária. Seu avô participara do movimento iluminista
judaico, além de ter praticado a medicina. Seu tio, irmão de seu pai, era advogado e jornalista.
Seu pai era um conceituado advogado, e sua mãe vinha de uma família progressista. Korczak tinha
uma irmã chamada Anne.
Segundo Singer (1998), Korczak sonhava ser escritor, mas, pela insistência de seu pai,
inscreveu-se no curso de medicina da Universidade de Varsóvia (façanha rara, face o preconceito
de que eram vítimas os judeus na Polônia). No mesmo ano em que ingressava no nível superior,
seu pai veio a falecer, depois de um longo período atormentado por uma doença mental, que
consumiu todas as economias da família. Para ajudar sua mãe, e sustentar-se, Korczak dava aulas
particulares.
Em 1901 empreendeu uma viagem a Zurique, na Suíça, com o objetivo de aprofundar seus
estudos sobre a obra de Johann Heinrich Pestalozzi (educador suíço da virada do século XVIII
para o XIX, que dirigiu quatro instituições voltadas para as populações carentes). Korczak já se
interessava pelas crianças carentes. Data de 1901 seu livro As Crianças de Rua. Em 1900 já
publicara uma série de sete artigos denominada “Crianças e Educação”. Em Zurique ele conheceu
Stefa (Stefânia) Wilczynska, estudante de pedagogia, filha de uma família judia aristocrática de
Varsóvia. Influenciado por Stefa começou a freqüentar a faculdade de pedagogia, onde entrou em
contato com as obras dos pensadores da Escola Nova, então em voga na Europa. Um dos pioneiros
desse movimento foi o escritor russo Leon Tolstói, que Korczak já conhecia e admirava. Antes de
retornar à Varsóvia, Korczak fez uma especialização em pediatria em Berlim, para depois assumir
um posto em um hospital pediátrico em sua cidade e concluir seus estudos em medicina (Singer,
1998).
Entre 1898 e 1904 estudou medicina. Costumava ir para a cidade velha de Varsóvia, que
era o bairro conhecido como sendo da pobreza e da marginalidade. Lá era conhecido como amigo
dos pobres, o professor de crianças. Em 1904 publicou o livro A Criança do Salão (seu primeiro
romance), e começou a ocupar um lugar de destaque na literatura polonesa. Ainda em 1904 foi
chamado a servir no exército russo na guerra contra o Japão, num hospital de campo na
Manchúria. Após retornar da guerra, viajou para se especializar, passando meio ano em Paris e um
mês em Londres. Voltou a Varsóvia e abriu uma clínica particular, na qual cuidava dos pobres sem
cobrar. Entre 1908 e 1912 trabalhou também em colônias de férias para crianças (Newerly, 1978).
O trabalho como educador numa colônia de férias para crianças judias e em outra para
crianças católicas forneceu-lhe um novo terreno de observações, sistematizadas em Moski, Joski i
Srule (prenomes judeus) e Joski, Kaski i Franski (prenomes poloneses), livros lançados em 1910 e
1911 (Singer, 1998).
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Em 1909 Korczak foi preso pela polícia czarista, acusado de pertencer ao movimento de
libertação polonês (Newerly, 1978).
Korczak empenhou-se em várias formas de popularização do conhecimento no Instituto
Filantrópico de Varsóvia, em salas de leitura gratuitas, e por intermédio da Sociedade de Higiene
de Varsóvia. Desde 1900 ele esteve associado à Universidade do Ar, uma escola pós-secundária
clandestina que funcionava em Varsóvia durante a ocupação russa. Em 1905-1906, a escola foi
legalizada sob o nome de Sociedade para Cursos Acadêmicos. Mais tarde (depois de 1915), foi
fundada a Universidade Polonesa Livre, com a qual Korczak esteve envolvido durante alguns anos
(Lewowicki, 1998).
Após concluir o curso de pedagogia, sua amiga Stefa criou um orfanato para crianças
pobres em Varsóvia. Em 1911 Korczak deixa o seu trabalho no hospital e se junta a Stefa. Aos
poucos, Korczack transforma o orfanato em uma república de crianças, organizada sob os
princípios da justiça, da fraternidade, da igualdade de direitos e de obrigações. Em suas viagens
por alguns países da Europa, com a finalidade de conhecer os seus orfanatos, ele se decepcionou
com tudo o que viu, e junto com Stefa resolveu projetar o ambiente do orfanato (Singer, 1998),
que denominou de “arquitetura estilo criança”.
Das instalações iniciais, que se compunham de duas salas, o orfanato mudou-se para a rua
Krochmalna, local em que viviam judeus pobres de Varsóvia. Os judeus ricos do país é que
providenciaram os fundos para a aquisição do imóvel sito no número 92. A República das
Crianças (Lar das Crianças) foi inaugurada no dia 15 de abril de 1912. O seu público-alvo eram
as crianças judias carentes (Singer, 1998). Korczak vivia no sótão da ampla construção.
Em 1914 Korczak foi convocado para os serviços de pediatria de dois hospitais e para a
inspeção de três orfanatos em Kiev. Durante os quatro anos da Primeira Guerra Mundial Stefa
dirigiu sozinha o Lar das Crianças. Logo ao regressar, Korczak retomou a direção do lar mas, já
nacionalmente conhecido, foi convidado pelo marechal Pilsudski (que governou a Polônia por
vinte anos) a auxiliar na direção de outro orfanato, o Instituto Educacional Nasz Dom (Nosso Lar),
católico, em Pruzkow, perto de Varsóvia. Quando essa instituição se mudou para Varsóvia, alguns
anos mais tarde, ele continuou colaborando com sua administração. Seu contrato com o Nasz Dom
continuou até 1936. Além do Lar, Korczak se dedicava também a assessorar o Nosso Lar, escola
interna de filhos de operários e patrocinada pelos sindicatos (Lewowicki, 1998).
Ele também lecionava na faculdade de educação e era convidado como especialista em
crianças no tribunal de Varsóvia.
Em 1934 visitou a Palestina a convite de ex-alunos.
Korczak viajou mais uma vez à Palestina, em 1936, lá permanecendo por seis semanas,
das quais quatro no kibutz (colônia agrícola coletiva) Ein Harod. Ele ficou entusiasmado com o
que lá viu, e até pensou em transferir o Lar das Crianças para a Palestina. Só que não teve tempo
hábil para isso, pois em 1º de setembro de 1939 teve início a Segunda Guerra Mundial. Ele tentou
se alistar, mas não o aceitaram por causa da idade.
O orfanato foi transferido para o gueto de Varsóvia, rua Chlodna, número 33, em
novembro de 1940.
Seu último livro, o Diário do Gueto (publicado entre nós pela Editora Perspectiva, em
1986), começou a ser escrito em maio de 1942. Ele escrevia à noite, dando o testemunho daqueles
dias terríveis. O Diário foi enterrado nas ruínas do gueto de Varsóvia e salvo por Igor Newerly,
que o encontrou depois da guerra (Hotimsky e Hotimsky, 1993).
No dia 5 de agosto de 1942, Korczak, Stefa e os professores do orfanato acompanharam as
duzentas crianças do orfanato em sua marcha final. De quatro em quatro, vestindo suas melhores
roupas, elas marcharam pelas ruas de Varsóvia até o Umschlagplatz (aonde entraram no trem da
morte que os transportou para o Campo de Concentração de Treblinka), hasteando a bandeira
verde do Rei Mateusinho (uma das peças de teatro de Korczak) com a estrela de David, em
amarelo, em seu verso. A pequena procissão andava em silêncio e com dignidade e até os policiais
nazistas se impressionaram, pois não estavam batendo e empurrando o grupo como de costume.
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Tanto o trabalho como as atitudes de Korczak não só contrastavam como também se
opunham ao nazismo. De um lado a institucionalização da violência, a destruição da sociedade
civil e o racismo, a aceitabilidade do extermínio, enfim, a brutalidade generalizada. Do outro
lado, a ética na educação e na vida, a luta contra o preconceito e contra qualquer forma de
violência, a valorização de cada manifestação de vida, de cada detalhe, enfim, a delicadeza. O
último registro em seu diário, no dia anterior à deportação, foi o seguinte:
Rego as flores. A minha careca na janela. Que alvo esplêndido.
Ele tem um fuzil. Por que ele fica assim, olhando tranqüilamente?
Ele não recebeu ordens para atirar.
E talvez ele fosse um professor de uma aldeia enquanto civil,
ou um escrivão, um varredor de rua em Leipzig, um garçom em Colônia?
O que ele faria se eu lhe fizesse um sinal com a cabeça?
Um gesto amigável com a mão?
Talvez ele nem saiba que as coisas são como são.
Ele pode ter chegado apenas ontem, de um lugar muito distante...
[Korczak não renunciou à sua condição humana. (Hotimsky e Hotimsky, 1993).]
Precursor dos direitos da criança
A lei cruel mas franca da Grécia e da Roma antigas autorizou a matar uma criança. Na
Idade Média os pescadores achavam em suas redes cadáveres de bebês afogados nos rios.
Na Paris do século XVII vendiam-se crianças pequenas a mendigos e sobre o adro da
Nôtre Dame se livravam dos pequeninos por nada. E isto não faz tanto tempo. Ainda hoje
são abandonados quando são demais. O número de crianças ilegítimas, abandonadas,
negligenciadas, exploradas, depravadas, maltratadas, aumenta dia-a-dia. De certo, elas são
protegidas pela lei, mas suficientemente?Num mundo que evolui, as velhas leis precisam
ser revistas.” (Korczak, Direito da criança ao respeito, p.46)
Gadotti (1997) se aproximou da obra de Korczak no início dos anos oitenta, motivado
pela crítica que alguns pedagogos faziam à amorosidade na educação. Diziam, ironicamente, que
“quem sabe, ensina, e quem não sabe, ama”. Defendendo uma posição contrária a esse desvio
tecnicista, ele foi buscar argumentos na história da educação. Foi quando entrou em contato mais
de perto com a obra de Korczak que valorizava o papel da afetividade na educação e na
construção do conhecimento.
Sensibilizou-o o compromisso de Korczak com a criança de rua e a sua proposta de
autogestão pedagógica.
Gadotti se confessa surpreso, pois, apesar de uma enorme e importante obra, a pedagogia
de Korczak não havia merecido grande destaque nos livros de história da educação. Ele credita tal
fato à própria originalidade da obra de Korczak, não se filiando a nenhuma corrente do
pensamento pedagógico. Por outro lado, Korczak era um educador inteiramente dedicado à
prática e talvez muito pouco dessa prática tenha sido realmente escrito.
Segundo ele, em sua obra Como amar uma criança, Korczak descreve questões concretas
como a amamentação, o crescimento dos dentes, os primeiros passos, a recusa de comer, a
imitação do adulto, a brincadeira, o choro etc, enfim, o cotidiano da criança e o cansaço do
educador, a paulatina quebra do seu entusiasmo, as contradições, a insatisfação, a rejeição, o
fracasso do educador etc, numa linguagem simples e direta. Em Korczak a realidade é sempre
mais viva do que a teoria. Korczak é um pensador solitário, à margem das ideologias e correntes
científicas da sua época. Não polemizava, preferindo escrever o que sentia e o que sentia era um
profundo amor pelas crianças, assunto de toda a sua paixão. A linguagem de Korczak é poética,
literária, contrastando com o atual tecnicismo. Cita mais poetas e romancistas que pedagogos. Ele
não tem medo de dizer que ama a criança, confessa abertamente esse seu amor, mas dizia: Não
basta amá-las, é preciso respeitá-las, compreendê-las a partir do seu referencial e não em
nome de um futuro hipotético que elas não compreendem ainda. Korczak se preocupava com o
fato de o adulto mentir muito para as crianças, mesmo quando mente em nome do amor que tem
por elas.
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Gadotti faz coro com tantos admiradores de Korczak quando reconhece que ele é um
precursor dos direitos da criança e do adolescente, e cita uma passagem do seu livro Como amar
uma criança, escrito entre 1914 e 1915 ( a seguir excertos do texto):
Faço um apelo à magna charta libertatis, ou seja, a carta magna dos direitos da criança.
1. O direito da criança de viver sua vida de hoje;
2. O direito da criança a ser o que ela é;
3. O direito de expressar suas idéias;
4. O respeito pela ignorância;
5. O respeito pela busca do saber;
6. O respeito pelas lágrimas;
7. O respeito pelo transtorno do crescimento.
É importante compreender bem o sentido desses direitos, a fim de permitir às
crianças aproveitá-los, sem cometer erros em demasia. Erros, haverá sempre, mas o que é
preciso é ter coragem para enfrentá-los; a criança saberá corrigi-los com a condição de não
enfraquecermos nela essa preciosa faculdade que é o instinto de autodefesa.
Nós lhe damos leite demais para beber ou um ovo que não está muito fresco para
comer? Ela vomita. Nós lhe passamos uma informação que ultrapassa o seu
entendimento? Não compreende. Um conselho sem valor? Não o escuta. Não falo apenas
por falar ao dizer que é uma sorte para a humanidade não podermos obrigar as crianças a
obedecer os métodos educativos que vão contra seu bom senso ou sua saudável vontade.
Segundo Gadotti, Korczak escreveu isso em 1915. Mais tarde, fez o seguinte comentário à
margem, na edição de 1929:
Depois, estas idéias tendo se cristalizado no meu espírito, penso que o primeiro e
indiscutível direito da criança é aquele que lhe permite expressar livremente suas idéias e
tomar parte ativa no debate concernente à apreciação da sua conduta e também na
punição. Quando o respeito e a confiança que lhe devemos forem uma realidade, quando
ela própria se tornar confiante, grande número de enigmas e de erros desaparecerão.
Sua obra mais conhecida entre nós, é o livro Quando eu voltar a ser criança (Summus,
1981). Tatiana Belinky assim se expressa na apresentação da edição brasileira: “o livro, que é
uma espécie de ficção psicológica, está escrito na primeira pessoa, como o relato de um professor
primário que, cansado dos seus problemas de mestre-escola e adulto, se lembra com saudade da
decantada ‘aurora da minha vida’ - e magicamente volta à infância; volta a ser criança, mas sem
perder a memória de adulto”. Korczak revive aí a sala de aula, a vida em família, as humilhações
sentidas no contato com os adultos, os sustos diante de tantas coisas desconhecidas e de um
ambiente feito para os adultos.
Korczak diz que a criança é uma “classe oprimida”:
Nós vivemos como um povo de pigmeus, subjugados por sacerdotes gigantes que detêm a
força dos músculos e a ciência secreta. Somos uma classe oprimida que vocês desejam
manter viva às custas do menor esforço e com o mínimo de sacrifício. Somos criaturas
extremamente complexas, fechadas, desconfiadas e camufladas; e nem a bola de cristal
nem o olho do sábio lhes dirão qualquer coisa a nosso respeito, se vocês não tiverem
confiança em nós e identificação conosco.
Gadotti lembra que Korczak chamava essas crianças de rua de “proletários de calças
curtas”, e ele mesmo era chamado de “Karl Marx das crianças”.
Jayme Murahovschi analisa em seu texto “Pediatra Janusz Korczak: ‘O Bom Doutor’
(1998), a contribuição de Korczak aos conceitos pediátricos, expressos há quase 90 anos e tão
atuais. A seguir alguns dos temas que o preocupavam e sobre os quais emitiu pareceres: controle
da natalidade; a relação mãe do recém-nascido com o pediatra; a importância da hereditariedade;
a importância da imunização e da imunidade; amamentação; quando e com o que suplementar a
alimentação da criança; quando deve comer uma criança?; a importância de evitar a onipotência
do pediatra; advertência contra o “comércio da saúde”; a reconciliação da medicina com a
valorização da pediatria social; a higiene mental; psicologia comportamental; o amor; treinar o
médico também em instituições educativas, e em 1915, a instituição da Carta Magna dos
Direitos da Criança.
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Precursor da educação libertária (autogestionária)
Procuraremos, agora, identificar a abordagem da tendência pedagógica que mais se
aproxima das idéias e da práxis pedagógica de Korczak.
Luckesi reproduziu em seu livro Filosofia da Educação (Cortez, 1990) o texto
“Tendências pedagógicas da prática escolar”, de José Carlos Libâneo. Libâneo se propõe a “tratar
das concepções pedagógicas propriamente ditas, ou seja, das diversas tendências teóricas que
pretenderam dar conta da compreensão e da orientação da prática educacional em diversos
momentos e circunstâncias da história humana. Genericamente, pode-se dizer que a perspectiva
redentora da educação se traduz pelas pedagogias liberais e a perspectiva transformadora pelas
pedagogias progressistas”.
Para desenvolver a abordagem das tendências pedagógicas Libâneo utiliza como critério a
posição que cada tendência adota em relação às finalidades sociais da escola. Sendo assim ele
organiza o conjunto das pedagogias em dois grupos, como vemos a seguir:
1. Pedagogia Liberal - Tradicional; Renovada-Progressivista; Renovada Não-Diretiva;
Tecnicista.
2. Pedagogia Progressista - Libertadora; Libertária; Crítico-Social dos Conteúdos.
As características da Tendência Progressista Libertária são as seguintes:
Papel da escola - a escola deve exercer uma transformação na personalidade dos alunos num
sentido libertário e autogestionário. A idéia básica é introduzir modificações institucionais, a
partir dos níveis subalternos que, em seguida, vão “contaminando” todo o sistema. A escola
instituirá, com base na participação grupal, mecanismos institucionais de mudança (assembléias,
conselhos, eleições, reuniões, associações etc), de tal forma que o aluno, uma vez atuando nas
instituições “externas”, leve para lá tudo o que aprendeu. Há, portanto, um sentido expressamente
político, à medida que se afirma o indivíduo como produto do social e que o desenvolvimento
individual somente se realiza no coletivo. A autogestão é, assim, o conteúdo e o método; resume
tanto o objetivo pedagógico quanto o político.
Conteúdos - As matérias são colocadas à disposição do aluno, mas não são exigidas. São um
instrumento a mais, porque importante é o conhecimento que resulta das experiências vividas pelo
grupo, especialmente a vivência de mecanismos de participação crítica.
Métodos de ensino - É na vivência grupal, na forma de autogestão, que os alunos buscarão
encontrar as bases mais satisfatórias de sua própria “instituição”, graças à sua própria iniciativa e
sem qualquer forma de poder. Trata-se de “colocar nas mãos dos alunos tudo o que for possível: o
conjunto da vida, as atividades e a organização do trabalho no interior da escola (menos a
elaboração dos programas e a decisão dos exames que não dependem nem dos docentes, nem dos
alunos) (sic)”.
Relação Professor-Aluno - A pedagogia institucional visa “em primeiro lugar, transformar a
relação professor-aluno no sentido da não-diretividade, isto é, considerar desde o início a
ineficácia e a nocividade dos métodos à base de obrigações e ameaças”. O professor é um
orientador e um catalisador, ele se mistura ao grupo para uma reflexão em comum.
Libâneo cita alguns representantes desta abordagem, mas não menciona Korczak que, a
nosso ver, pôs em prática a proposta libertária, sem conhecê-la teoricamente, - nos referimos aqui
aos anarquistas que a propuseram ainda no século XIX e início do século XX, cremos que Korczak
não a conhecia -, acrescentando-lhe uma instância afetiva singular.
Vejamos, a seguir, como Korczak via o educador e como organizou a sua República
Livre das Crianças (trabalhando com crianças de rua, órfãos e filhos de lares destruídos),
apoiando-nos na lembrança de Zalman Wassertug que, quando jovem, trabalhou com Korczak e
escreveu o livro Janusz Korczak - Mestre e Mártir, em que descreve com todos os detalhes o
orfanato da Rua Krochmalna 92, e sua autogestão.
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Na construção do orfanato, Korczak e Stefa projetaram e desenharam nos mínimos
detalhes cada cômodo. Eles também teriam seus quartos, pois viviam com as crianças. O orfanato
foi inaugurado em 1914. Era uma construção ampla e muito confortável.
O orfanato era uma verdadeira república de crianças, onde elas viviam sua vida própria.
Uma república com sua constituição, com parlamento, com um tribunal e seus juízes, com seus
próprios jornais, e muitas outras instituições a serem formadas no futuro. As crianças executavam,
voluntariamente, trabalhos importantes, sem pressão ou ameaça por parte dos educadores. Korczak
era o presidente, sem caráter oficial. Seus colaboradores eram jovens estudantes, entusiastas,
professores e futuros mestres, porque o trabalho sob a inspeção do Dr. Korczak era um grande
privilégio. Havia também a “sala do silêncio”, que era uma sala de estudo, com bonitos quadros na
parede, e um aquário com peixinhos dourados. Ali era proibido falar alto e reinava um silêncio
absoluto. Quebrar o silêncio desta sala era o maior “pecado”, pelo qual se devia apresentar queixa
ao tribunal.
A liberdade que Korczak aspirava para a criança era aliviar a sua vida, para ela poder
viver bem a sua infância, mas também com disciplina e obrigação. Foi este o espírito e a
finalidade da administração autônoma. A criança adquiria aqui o sentido do trabalho social, e isso
era uma boa escola para o futuro. Essa administração autônoma das crianças era o produto de
muito esforço educacional, e ao mesmo tempo um valoroso instrumento educacional. Cada dia
trazia consigo novas dificuldades e perguntas complicadas e, dessa forma, as crianças que dirigiam
as instituições do orfanato adquiriam cada vez mais prática, mais compreensão e aperfeiçoavamse. As principais instituições de administração autônoma eram: o Tribunal e o Parlamento.
Antes de especificarmos essas duas instituições, pontuaremos a visão que Korczak tinha
do educador.
Wassertzug confessa que foi graças a sua incompetência que teve possibilidade de
trabalhar com Korczak. Ele lembra que a opinião de Korczak sobre os homens que se intitulam
competentes, não era muito elevada. Para ele, um homem competente era uma pessoa já
diplomada, e não bem-sucedida. Quanto às pessoas não competentes, deviam ainda sempre
estudar, pesquisar e se esforçar.
Ele relata um episódio que viveu com Korczak:
Eu era estudante, num seminário para professores judeus, onde o Dr. Korczak dava um
curso de psicologia infantil. Um dia, pegando-me de surpresa, ele perguntou:
- Em qual matéria de ensino o senhor é péssimo aluno?
E eu com toda minha sinceridade lhe respondi:
- Em matemática.
Ele, então, todo contente disse:
- O senhor vai ensinar matemática às crianças.
Korczak acreditava que para ensinar algo a alguém era preciso esclarecer o assunto a si
próprio primeiro, e ensinaria melhor quem tivesse dificuldade naquilo.
O principal trabalho dos educadores no orfanato não era ensinar a criança, mas observá-la.
Em geral, era essa a obrigação da maioria dos educadores, pois para cada cinco crianças havia um
educador. As crianças do orfanato freqüentavam as escolas primárias governamentais.
Para Korczak
A criança quando freqüenta uma escola entra em contato com outras crianças e com
outras pessoas em geral, com um mundo diferente do orfanato, e isso proporciona à
criança a satisfação de viver algumas horas em outro ambiente. E isso faz bem a ela, que
vive quase sempre uma vida monótona e disciplinada. Entrar em contato com crianças, de
vida familiar normal, alarga os horizontes do órfão. Em todos os aspectos isso para ela é
uma novidade e provoca saudades, anseios, pensamentos e lembranças.
A seu ver o educador
é uma criança adulta, e com mais experiência, uma criança que leu mais livros, viajou
mais, e viu mais coisas, mas não é lógico ele querer mandar, e fazer o papel de autoridade
que sabe tudo. Se ele quer se vangloriar da sua sabedoria, então a criança também tem seu
campo, no qual ela é mais competente e mais hábil do que o seu educador. Por exemplo: a
criança sabe assobiar mais alto, correr mais depressa, correr de joelhos em baixo da mesa,
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jogar botões e toda essa sabedoria custou-lhe muito esforço para poder dominá-la...A
principal qualidade do educador era a compreensão e os meios, que lhe seriam úteis na
educação da criança, o seu comportamento... O educador não deve se abaixar até a
criança, mas elevar-se a ela, e ao seu modo de ver e compreender as coisas.
O Tribunal - Wassertzug afirma que o Tribunal era a mais importante das instituições na
administração do orfanato, pois abordava a vida diária da casa. Todos os habitantes, tanto as
crianças como os adultos - os educadores e os funcionários - eram submetidos ao Tribunal. Havia o
Código, como se fosse uma Carta Magna - Constituição - que regia toda a vida do orfanato. O
interessante é que havia itens em branco no Código à espera de serem preenchidos, como fruto da
experiência. Fato raro podia acontecer neste Tribunal: muitas vezes uma criança, ou mesmo um
educador, apresentava queixa pelas suas próprias culpas ou faltas que cometeram. Esses casos
demonstravam o alto nível de cultura, e a atmosfera reinante nesta República exemplar.
O objetivo do Tribunal era proteger todo habitante do orfanato e seus direitos,
principalmente o mais fraco, para que o mais inteligente não se aproveitasse do menos esperto e o
maior não explorasse o menor. O Tribunal se reunia todos os sábados.
Outra função do Tribunal era preservar a ordem e a higiene, cuidar dos pertences da
propriedade, assim como do jardim, do pátio, das portas e paredes, das escadas e dos móveis, não
quebrá-los, estragá-los ou sujá-los. O mesmo se referia ao vestuário, louça, livros, cadernos etc.
Para dar queixa no Tribunal o queixoso devia inscrever seu nome, e o nome daquele contra quem
ele queria dar queixa, num cartaz pendurado na sala de refeições. A escolha dos juízes era
democrática. Mas só podia ser juiz quem não tivesse um processo contra si. Todo o código era a
favor e no espírito do perdão.
O Parlamento - Compunha-se de 20 deputados, mais Korczak como presidente honorário,
e um secretário, e escolhia uma comissão legislativa de cinco membros e um vice-presidente, que
era a câmara superior do Parlamento, o Senado. O Parlamento decidia sobre todas as normas da
instituição, que eram regularizadas pela Constituição. Toda criança tinha o direito de se
candidatar, se tinha a certeza de contar com cinco votos a seu favor. As crianças demonstravam
pouca ambição de ser deputado, pois se era uma grande honra era também um cargo de muita
responsabilidade e exigia da criança muita energia e tempo. As reuniões do Parlamento eram à
noite, mas as crianças sempre se apressavam em ir para seus dormitórios, onde os educadores
contavam bonitas histórias para dormir, ou tocavam músicas suaves para elas adormecerem.
A Educomunicação permeando toda a vida de Korczak e a da República das Crianças
Nessa atmosfera de responsabilidade compartilhada e de autogestão, a Comunicação, em
suas várias e possíveis formas na época, era da maior importância. Era preciso comunicar suas
próprias opiniões e ficar sabendo das dos outros a respeito de tudo. Para propiciar esse intercâmbio
havia dois jornais, reuniões e plebiscitos.
Korczak era, por natureza, o que hoje denominamos de gestor de processos
comunicacionais e/ou educomunicador. Toda a sua vida demonstra isso.
A vivência com os meios de comunicação do início do século XX era uma constante na
vida de Korczak. Lewowicki (1998) fala de seu trabalho jornalístico e literário: É impressionante
a produção jornalística e literária de Korczak. Os levantamentos mais recentes e, até agora, mais
completos de seus trabalhos publicados contêm cerca de mil títulos, incluindo 24 livros. Seus
escritos jornalísticos e vários trabalhos menores são surpreendentes quanto a sua variedade,
amplitude e multidimensionalidade de assuntos. Sua produção jornalística consiste em grande
parte de breves colunas e notas humorísticas:
• Já em 1896, tão jovem, Korczak colaborava com o jornal Kolce (Farpas) até 1904; um
periódico parcialmente satírico; escrevia sobre comportamento social e costumes, assuntos
gerais de Varsóvia, críticas à moralidade burguesa, à pretensão, à hipocrisia, à educação de
crianças e adolescentes, em especial das meninas, atentando para as falhas das escolas e outras
deficiências da educação; falava muito sobre os distritos pobres;
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• De 1899 a 1901, colaborou principalmente com Czytelnia dla Wszystkich (Leitor Universal),
publicação semanal voltada à cultura e ao bem-estar social; seus artigos eram sobre assuntos
sociais e muitas vezes de natureza científico-popular;
• De 1904 a 1905, passou a escrever para Glos - Tygodnik Naukowo-Literacki, Spoleczny i
Politiczny (A Voz - Semanário Científico, Literário, Social e Político); foram cerca de 60
artigos sobre assuntos sociais, políticos e educacionais, vinhetas sobre a vida das crianças de
Varsóvia, artigos polêmicos, bem como correspondência da frente de batalha da Guerra RussoJaponesa;
• Depois de 1906, passou a publicar em Przeglad Spoleczny (Revista Social) e Spoleczenstwo
(Sociedade), que foram fundadas quando Glos encerrou suas atividades.
Conforme foi adquirindo experiência pedagógica, começou a escrever mais sobre assuntos
educacionais além de obras para crianças. Escreveu poemas e histórias e relatos sobre as colônias
de férias - atividade instituída por ele para as crianças do orfanato - em forma de novelas. Pelo
menos uma peça infantil sua já foi encenada, com sucesso, aqui no Brasil, em São Paulo. Trata-se
de Rei Mateusinho I. Ele colaborou também com o periódico W Sloncu (No Sol), e com o
periódico infantil Maly Przeglad (Pequena Revista), fundada por ele, que mais tarde foi editada
conjuntamente por crianças e adolescentes, e que era um encarte no jornal popular Nasz Przeglad.
Escreveu vários livros e artigos para revistas pedagógicas, além de novelas, histórias e uma peça
teatral para adultos, Senado dos Loucos, encenada em 1931. Escreveu também trabalhos sobre
higiene, pediatria e medicina social (vale lembrar que também era professor na faculdade de
medicina). Em suas duas visitas à Palestina publicou artigos em jornais de lá. Toda a sua obra
continua a ser publicada cada vez mais em outras línguas, e começa a chegar ao Brasil também.
Na República Livre das Crianças havia dois jornais (Singer, 1998). O primeiro chamavase a Pequena Supervisão, era patrocinado por Korczak, que pagava às crianças por sua
colaboração, sendo que além da participação dos membros do Lar o jornal recebia ainda cartas de
crianças de toda a Polônia. O jornal oficial, no entanto, era O Semanário, que trazia todos os
acontecimentos importantes ocorridos durante a semana na república e colaborações de
professores e alunos, sendo lido em uma sessão pública todos os sábados por Korczak, sessão essa
muito concorrida e esperada.
De 1935 a 1939 a sua participação na Rádio Polonesa tornou-se uma constante na vida de
Korczak e um acontecimento cultural na Polônia. Milhões de crianças (e adultos também) ouviam
com muito entusiasmo e a respiração suspensa as palestras do “Velho Doutor”, na rádio de
Varsóvia. Eram histórias contadas com muito humor e muita graça, como só Korczak sabia contar.
Com o aumento do antissemitismo, a rádio não divulgava seu nome, mantendo o programa com o
título “Conversa com o velho doutor”. Ele contava histórias e dava aconselhamento para os pais.
Parte desses conselhos foi publicada em Pédagogie avec humour (Pedagogia com humor), de
1939. Mas, o diretor da rádio foi obrigado a suspender o programa por ordem dos nazistas, logo
que eles invadiram a Polônia.
Referente ao rádio e suas possibilidades Korczak enunciava já em 1926:
“Procuro estilo, como o rádio o procura. Claro, precisa ser diferente (...) e algo mais; (...).
Estás pequeno - escutas pequeno, não compreenderás tudo. (...) O rádio criará preguiçosos ou
exigirá esforços. Aqui não podemos mimar.”
No outono de 1935, o “Velho Doutor” levantou a voz pelo microfone esclarecendo:
“Toda mãe, no aconchego de sua casa, (...), ensinaria e formaria os próprios filhos. Isso constitui
uma enorme, quase apavorante responsabilidade: esta intrusão das vozes do rádio dentro de todos
os lares, na vida íntima, na alma e no coração humano”. Agora (1935), enfim, as audições são
ampliadas e enriquecidas, e aparecem audições para escolas.
Hoje, temos notícia de, pelo menos, uma experiência em curso: a BBC de Londres (rádio)
leva ao ar ao longo do dia, inserções rápidas contendo idéias de Korczak.
A principal homenagem, pós-morte, que Korczak recebeu de forma artística foi de
Andrzej Wajda, cineasta polonês, reconhecido internacionalmente e homenageado no Oscar 2000.
Wajda “usou branco e preto, granulado, estilo documentário, para contar a impressionante saga do
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Dr. Korczak (seleção oficial, hors-concours), um médico, escritor e educador polonês que virou
uma lenda viva no gueto de Varsóvia, cuidando de um orfanato de 200 crianças. É um daqueles
filmes-requisitórios antinázi que mobiliza a capacidade de indignação do mais cínico dos
ocidentais (exceto alguns cretinos críticos franceses). É um filme do fundo do coração de Wajda,
que participou ativamente da resistência polonesa. O Dr. Korczak e suas 200 crianças foram
cremados(sic) vivos em Treblinka (“Caderno 2” de O Estado de S.Paulo - comentário sobre o
festival de Cannes - 1990).
Entre as muitas atividades culturais, à noite, especialistas eram convidados a dar palestras
para as crianças. Um deles, Zylberberg, professor de história e literatura judaica, falou sobre
I.L.Peretz, escritor e professor, que estabelecera alguns orfanatos. Ele recitou um poema de Peretz
intitulado “Irmãos”. Esse poema havia se transformado em uma canção popular. As crianças
gostaram tanto que Korczak propôs que se tornasse o hino do orfanato. A seguir o poema/hino:
Branco e Marrom, negro e amarelo,
Misture as cores umas com as outras.
Somos todos irmãs e irmãos,
De um só pai e uma só mãe,
E Deus criou a todos nós.
O mundo inteiro é nossa pátria.
Somos todos irmãs e irmãos,
É isso que precisamos compreender.
Bibliografia
ABRAHAM, Ben. Janusz Korczak: Coletânea de Pensamentos. São Paulo: Associação Janusz
Korczak do Brasil, 1986.
DALLARI, Dalmo de A.e KORCZAK, Janusz. O direito da criança ao respeito. São Paulo:
Summus, 1986.
GADOTTI, Moacir. Korczak, precursor dos direitos da criança, in: Boletim nº 4 - 1997,
Associação Janusz Korczak do Brasil, São Paulo.
HOTIMSKY, Sonia N. e HOTIMSKY, Sílvio. Janusz Korczak e a “República das Crianças”, in
Boletim nº 3 - Dezembro de 1993, da Associação Janusz Korczak do Brasil, São Paulo.
KORCZAK, Janusz. Quando eu voltar a ser criança. São Paulo: Summus, 1981.
__________. Como Amar uma Criança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
__________. O direito da criança ao respeito. São Paulo: Perspectiva, 1984.
__________. Diário do Gueto. São Paulo: Perspectiva, 1986.
LEWOWICKI, Tadeusz. Perfil de Janusz Korczak, in: Janusz Korczak. São Paulo: Edusp, 1998.
LUCKESI, Cipriano C. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1990.
MURAHOVSCHI, Jayme. “O Bom Doutor”, in: Janusz Korczak. São Paulo: Edusp, 1998.
NEWERLY, Igor. “Preface”, in: KORCZAK, Janusz. Ghetto Diary. New York: Holocaust
Library, 1978.
SINGER, Helena. Lições de Janusz Korczak, in: Janusz Korczak. São Paulo: Edusp, 1998.
WASSERTZUG, Zalman. Janusz Korczak: Mestre e Mártir. São Paulo: Summus, 1983.
____________________________
* Liana Gottlieb - Doutora em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, Mestre em Teoria e Ensino da
Comunicação pela UMESP, Especialista em Didática do Ensino Superior, Pedagoga, Psicodramatista,
Didata e Supervisora de Psicodrama pela FEBRAP, Membro do Departamento de Psicodrama do Sedes
Sapientiae, Colunista do site do DPSedes, Consultora Organizacional, Membro Fundador e do Conselho
do Núcleo de Comunicação e Educação da ECA/USP, membro da Associação Janusz Korczak do Brasil,
Docente na Pós-Graduação da Faculdade Cásper Líbero, Co-autora dos livros “Diálogos sobre Educação...e
se Platão voltasse?” (Iglu, 1989), “O Professor Universitário: Herói ou Vilão?” (Cedas, 1994) e “As
aventuras de Lana e Drago, o dragão-voador” (Iglu, 2005), Co-coordenação e Organização do livro
“Comunicação e Plano Decenal de Educação: rumo ao ano 2003 – Anais do Simpósio Brasileiro de
Comunicação e Educação – UCBC, CCA-ECA/USP, DEMEC-SP, FISC – dez/1994” (Faculdades
Claretianas, 1996), Autora do livro “Mafalda vai à Escola” (Iglu e NCE - ECA/USP, 1996), Coordenadora e
co-autora do livro “Comunicação e Mercado. Mestrado na Cásper: Orientação e Resultado” (Iglu, 2004),
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Organizadora e co-autora dos livros “Comunicação Social. Pós-Graduação lato sensu na Cásper Líbero”
(Iglu, 2007) e, “Cenários Comunicativos. A Pesquisa na Pós-Graduação da Cásper Líbero” (Iglu, 2009), Coautora do audiolivro “Diálogos sobre Educação...e se Platão voltasse?” (Universidade Falada, 2010),
Organizadora e co-autora do livro “Interfaces da Comunicação, Cultura e Educação. Um panorama para
(re)pensar a atualidade” (Iglu, 2011), Organizadora e coautora do Volume 1 da Coleção Comunicação
em Cena. (Scortecci Editora, 2012).
Contatos: [email protected] - Facebook – fone 3822 1562.
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