EDITORIAL - Escola Secundária de Fonseca Benevides

Transcrição

EDITORIAL - Escola Secundária de Fonseca Benevides
Ano Letivo 2014-2015
Nº 5
0.20 ovos
“O ensino a distância é, sem
dúvida, uma fantástica forma
de garantir que crianças cujos
pais precisam de se deslocar
em trabalho com frequência
tenham acesso à escolaridade
obrigatória”. páginas 2 a 5
PROTOCOLO VODAFONE p. 6
CIRCUS LIFE p. 7
DIA DE S. VALENTIM p. 8 e 9
PROJETO DE VOLUNTARIADO
p. 13
VISITAS DE ESTUDO p. 15
EDITORIAL
As escolas, tal como a vida, têm as
suas dinâmicas orientadas por ciclos que têm um início, um desenvolvimento e uma conclusão. Neste momento, já no final do segundo
período, a nossa escola encontra-se
em plena fase de desenvolvimento
de mais um ano escolar.
O segundo período é sempre um
momento em que as dificuldades
do arranque do ano lectivo parecem distantes e em que as preocupações do final do ano escolar ainda estão a alguns meses.
Todas as actividades decorrem
com um ritmo intenso, mas todos
sabem que, apesar da intensidade
de todas as tarefas, as exigências
irão aumentar.
A escola está absorvida pelas tarefas que preenchem o seu quotidiano: as aulas, os testes, o final do
período e, com ele, o aproximar da
Semana da Escola.
Este ano, em que o Ensino a Distância cresceu e se consolidou,
também os Cursos Profissionais
sofreram alterações profundas.
Os alunos passaram a estagiar ao
longo de dois anos e a escola iniciou uma relação de colaboração
com a Vodafone.
Esta colaboração, enquadrada por
um protocolo, permite à Vodafone
passar a contar com alunos preparados num contexto escolar que
possui décadas de experiência nesta área e, por outro lado, permite
à Fonseca Benevides manter a sua
identidade de escola vocacionada
para a preparação de alunos para o
mercado de trabalho.
A equipa editorial da Gazeta da
Fonseca faz votos de uma boa continuidade de todos os projetos.
Redação e Coordenação Editorial:
2.º Departamento
ENTREVISTA À MÃE DO GUILHERME CANDEIAS - 6ºA2
Susana Pinto, Médica Fisiatra, concorreu a um lugar
num hospital internacional (americano), localizado em
Abu Dhabi, que visa tornar-se um centro de referência
no país e na região do Golfo Pérsico. Acompanhada da
mãe e do seu filho, Guilherme Candeias, aluno da turma 6ºA2 do EaD, rumou para a capital dos Emirados
Árabes Unidos. Como professora, Diretora de Turma
e tutora do Guilherme, decidi solicitar-lhes uma entrevista. Segundo o que me foi dado perceber, a assistência médica no país é deficiente, os doentes deslocam-se
frequentemente ao estrangeiro, América ou Europa,
para serem tratados, sendo essas despesas asseguradas,
monetariamente, pelo país. Percebeu-se, assim, que seria uma mais valia trazer o hospital aos doentes em vez
de os deslocar para o estrangeiro. A grande maioria dos
habitantes dos Emirados são estrangeiros (os locais
são apenas 15 a 20% da população total, atualmente
avaliada em quase 10 milhões de habitantes). A deslocação para este país de médicos, enfermeiros e outro
pessoal de saúde levou à deslocação das suas famílias.
O hospital assegura habitação para os seus funcionários e muitos deles decidem viver próximo, em apartamentos nos mesmos edifícios, criando comunidades de
estrangeiros que procuram criar amizades e que veem
nos outros o espelho das dificuldades que sentem. A
Doutora Susana decidiu escolher um apartamento no
centro da cidade, de forma a que a sua mãe e o seu filho
se sentissem melhor integrados e não deslocados num
complexo afastado.
Dra. Susana, em primeiro lugar quero agradecer-lhe por ter acedido a fazer esta entrevista por e-mail. Fale-nos um pouco sobre as decisões que teve
de tomar antes de ir para os Emirados Árabes Unidos.
O que mais me preocupou na minha mudança foi, sem
dúvida, o meu filho. Contei com o apoio dos meus pais
e a minha mãe fez questão de vir também, para cuidar do neto. Tive de pensar no que seria melhor para
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ele, de forma a manter a instrução e o contacto com
os amigos do colégio que frequentava. Fizemos uma
carta com múltiplos tipos de contacto do Gui para os
colegas, desde Skype, Facebook, email, PS4 e PSN.
Mudando com a minha mãe, tive também de ensinar
o meu pai a usar o Skype (o meu pai, com mais de 70
anos, nunca soube ligar um vídeo quanto mais usar um
smartphone ou configurar um acesso à internet).
Como obteve conhecimento do EaD? Que procedimentos e decisões tomou face a isso?
Quando decidi que mudaríamos para Abu Dhabi escrevi, por email, ao Ministério da Educação. Estava preocupada com o facto de o Gui não ter aulas de Português no estrangeiro. Fiquei realmente surpresa quando
recebi a resposta informando-me da possibilidade das
crianças portuguesas poderem ter Ensino a Distância.
No mesmo email informavam-me do nome da Escola responsável em Portugal por este tipo de ensino e
forneciam-me o contacto da pessoa responsável.
Foi fácil “convencer” o Guilherme a ir estudar para
um país estrangeiro?
O Gui estava particularmente integrado no Colégio que
frequentava. Era muito bom aluno, o que, naquele Colégio, é muito respeitado e incentivado. Mas, acima de
tudo, tinha muitos amigos. Não foi fácil dizer-lhe que
tinha de mudar e sei que não está contente e que deseja
voltar. No entanto, como somos muito próximos, não
conseguiríamos ficar longe um do outro. Assim, nunca
ponderei deixá-lo com os avós, em Portugal, por uns
meses, nem ele alguma vez considerou não vir comigo. Por outro lado, o Gui percebe que Portugal está a
ser mal gerido em vários aspetos e não entende porque
os pais têm de trabalhar tanto e com menos recursos
disponíveis, recebendo quantias que são bastante inferiores ao que é pago noutros países.
Qual foi a sua primeira impressão quando entrou
na sala do EaD? Que dúvidas, certezas, inseguran-
ças se mantiveram, caíram, surgiram nesse primeiro contacto?
Procurei no Google Maps a localização da Escola e
fiquei admirada pela sua ótima localização, num ambiente particularmente agradável. Ao entrar na escola
não consegui perceber a organização conjunta de múltiplas entidades educacionais. O pessoal foi bastante
simpático e rapidamente me direcionaram para a sala
do EaD. Claro que não sabia o que ia encontrar nem
imaginava que fosse assim. Pensava que iria entrar no
gabinete da pessoa responsável. Em vez disso entrei
numa área ampla, cheia de mesas e com várias pessoas
sentadas em frente aos computadores (diria umas 15).
Pensei que fossem técnicos que garantissem a sustentabilidade da plataforma informática. Logo me apercebi que eram os professores, que me foram simpática
e amavelmente apresentados. Fiquei inclusivamente a
conhecer a maioria dos professores que seriam responsáveis pelas aulas do Gui. Pensei então que, de facto,
“existiam”, pois talvez imaginasse que fosse algo do
tipo e-learning. Percebi que estavam a decorrer aulas
e que os professores pareciam bem integrados e empenhados, o que me descansou. Foi-me explicado como
funcionava a plataforma, como o Gui acederia e os
passos que teria de efetuar para “entrar na aula”. Achei
complicado mas como o Gui gosta de tecnologias pensei que essa parte iria correr bem. A única dúvida com
que fiquei foi, sem dúvida, o nível educacional na medida em que não percebi como seria a dinâmica das aulas e como seria possível ensinar através de um “chat”.
O que sentiu quando saiu da escola? Como avalia,
hoje, esse primeiro olhar sobre a mudança escolar
do seu filho?
Ao sair da escola senti que, embora não estivesse totalmente confiante de ter feito a escolha certa, tinha a
segurança de que, de alguma forma, tinha assegurado a
continuação da instrução do Gui. Hoje estou confiante
que foi a melhor escolha por vários motivos. Em primeiro lugar, porque o Guilherme continua a ter aulas,
segundo o mesmo método de ensino, e com bons professores. Em segundo lugar, porque não tendo ainda
comprado um automóvel aqui, não teria forma de levar pessoalmente o Gui à escola. As escolas aqui têm
autocarros próprios, mas este método de transporte,
para além de caro, implica que as crianças se levantem
muito cedo. Conheço pais que referem que as crianças
passam mais de hora e meia de manhã no autocarro
da escola (de facto, quando esporadicamente saio muito cedo para trabalhar, já há muitas crianças na rua às
6h10 à espera dos autocarros!) Finalmente, o facto de
não ter de inscrever o Gui de imediato numa escola
possibilitou-me visitar, com ele, várias escolas, após
termos chegado, e de ele próprio escolher aquela que
quer frequentar no próximo ano letivo.
Quais as dificuldades iniciais nos primeiros dias de
aulas?
Inicialmente o Gui não tinha a password para aceder à
plataforma, o que demorou dois ou três dias. Quando
começou a aceder, não conseguia abrir os programas,
não sabia onde estavam os ficheiros que devia abrir
em cada aula, não sabia como fazer o download ou o
upload dos programas. Sentia-se frustrado e cansado
pela atenção permanente que as aulas exigiam.
Como foi a adaptação à diferença do fuso horário?
Como conseguem conciliar o horário escolar?
A adaptação ao fuso horário e aos dias de aulas foi
difícil. Em primeiro lugar porque o fim-de-semana nos
Emirados Árabes Unidos é sexta-feira e sábado, o que
se traduz por apenas ter um dia de fim-de-semana com
o Gui, o sábado. Por outro lado, nos dias em que o
Gui termina as aulas às 17 horas de Portugal, significa
que termina aqui as aulas às 21h, a horas do jantar.
Assim, à noite só faz os trabalhos de casa (que tenta
terminar nos intervalos das aulas durante o dia) e brinca um pouco. No início deitava-se à uma ou duas da
manhã daqui (22h em Portugal), já estava eu a dormir
há muito. Assim, falava pelo skype com os amigos em
Portugal. Agora já vamos para a cama mais cedo, às
23h30. De manhã levanto-me cedo para ir trabalhar e
o Gui fica em casa com a avó. Estuda um pouco, vai
às compras com a avó e almoça, antes de começar as
aulas.
Que alterações foram surgindo na sua avaliação
positiva e negativa deste tipo de ensino à medida
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que se foi familiarizando com este processo?
No início via o Gui e a minha mãe ansiosos e frustrados. Tentava chegar o mais cedo possível para ajudar
o Gui. Ele não conseguia aceder ou não sabia como
aceder ao fórum e fazer o download/upload dos trabalhos. Também não sabia que programas usar. Por
outro lado, ficava muito cansado porque este método
de ensino exige atenção constante. Como são poucos
alunos, estão constantemente a ser chamados, o que
foi uma surpresa para mim, pois achei que seria difícil
controlar a aula. À medida que foi percebendo como
o EaD funcionava, foi-se tornando mais confiante e
agora já controla tudo. Relativamente ao ensino em si,
fiquei particularmente admirada, de forma muito positiva. Posso inclusivamente dizer que tem professores
que são melhores do que alguns que teve no colégio
onde andou.
Tem sugestões, opiniões a fornecer aos professores?
Pessoalmente, acho que, por vezes, os professores
que lecionam este método de ensino se podem sentir
frustrados por não terem os resultados que imagino
que pretendam. Por outro lado, as escolas são sempre
avaliadas segundo rankings que, na verdade, nada traduzem sobre a qualidade do ensino. Apenas tenho de
agradecer aos professores e assegurar-lhes que estão
a fazer um ótimo trabalho. Considero apenas que seria útil os alunos terem algum suporte em papel ou,
tal como se começou a fazer na disciplina de matemática, tenham algum tipo de sebenta que lhes permita
organizarem-se nos vários grupos de matérias que são
lecionadas.
Como considera o ensino da Matemática, em geral?
E qual a sua importância?
A Matemática é fundamental. É uma disciplina que
afasta os alunos porque exige trabalho, continuidade
e persistência. Se os alunos não percebem uma matéria, mais dificuldade terão na seguinte e assim sucessivamente, de tal forma que, a dado momento, nunca
conseguirão ter o aproveitamento mínimo necessário.
O ajuste das matérias às dificuldades individuais dos
alunos permite tentar superá-las precocemente evitando insucessos futuros. A matemática é uma linguagem
universal, que não exige traduções linguísticas, globalizante portanto! Não foi por acaso que o Homem
muito cedo na sua existência sentiu necessidade de
quantificar o que possuía ou o próprio tempo. O ensino da matemática, para além da sua importância no
dia-a-dia, como o contar, fazer compras, economizar,
é fundamental para o desenvolvimento intelectual
precoce das crianças, pois exige níveis de abstração
que ultrapassam o concreto, visível e palpável. Desta forma se percebe também a sua importância para
as outras disciplinas e para a própria continuação do
desenvolvimento e do progresso da espécie humana.
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Quando nos questionamos, o processo inerente é uma
escolha matemática, o método científico baseia-se em
equações matemáticas, a tecnologia não existiria sem
a matemática.
Relativamente ao ensino da Matemática no EaD, só
tenho a referir que é de elevada qualidade. A Professora do Gui é muito empenhada e motivada, conseguindo ajustar o ensino aos diferentes alunos que tem
na sua turma e às suas dificuldades. Motiva os alunos,
envolvendo-os em várias atividades relacionadas com
as matérias lecionadas e é muito presente e persistente. Claro que tal é fundamental para manter os alunos
interessados e para a aquisição e consolidação de conhecimentos.
Qual a importância da Tutoria e da figura do tutor
no EaD?
O Gui nunca teve tutoria no colégio que frequentou.
A figura do tutor neste tipo de ensino é importantíssima pois permite que os alunos tenham acesso direto a
um professor cujo objetivo, ao invés de os avaliar, é
ajudá-los em qualquer tipo de problema que tenham,
seja ele pessoal com implicações escolares, ou escolar,
dificuldades na interação com professores, dúvidas,
incentivo à realização de tarefas em atraso, contactos
com Encarregados de Educação, etc. A perceção individual de cada problema, para cada criança, permite o
esclarecimento de métodos para a resolução adequada
desse mesmo problema e, desta forma, contribui para
o sucesso escolar da criança.
Que conselhos daria aos pais que pretendem colocar os filhos no EaD, sabendo que, de outra forma,
muitas destas crianças, filhas de artistas de circo,
profissionais ambulantes, não teriam acesso a outro
tipo de escolarização?
O ensino à distância é, sem dúvida, uma fantástica
forma de garantir que crianças cujos pais precisam de
se deslocar em trabalho com frequência tenham acesso à escolaridade obrigatória, de uma forma contínua,
consistente e integradora. De outra forma, o absentismo escolar seria maior e a aquisição de competências
básicas seria limitada. Finalmente, os próprios alunos
seriam excluídos ou se autoexcluiriam se tivessem de
mudar de escola com frequência, não criando laços
com os professores ou colegas. Gostaria de referir que
é importante que os pais tenham confiança na qualidade dos professores que asseguram este ensino e que o
sucesso dos seus filhos passa por uma motivação constante, em que devem mostrar o quão importante é a
atenção durante as aulas, a participação e a realização
dos trabalhos de casa. Se possível, aconselho os pais
também a estarem atentos às aulas, pois o acompanhamento dos seus filhos é muito importante para o seu
sucesso escolar.
E para terminar, deseja transmitir-nos....?
Gostaria, em primeiro lugar, de agradecer todo o empenho que diariamente demonstram para com os vossos alunos, os conhecimentos que transmitem e a forma como conseguem manter os alunos interessados,
procurando ajustar o ensino às dificuldades que cada
um tem, o que não é nada fácil. Espero sinceramente
que se mantenham motivados e unidos, e que consigam manter as aulas aliciantes para o tipo de alunos
que as frequenta. Finalmente, que tenham a certeza
que fazem a diferença para muitas crianças e que, sem
vocês, muitas estariam isoladas e excluídas à partida.
Entrevista conduzida por: Ana Paula Silva (Prof. de
Matemática), imagens cedidas pela dra. Susana Pinto
UM DIA DA MINHA VIDA EM
ABU DHABI
Abu Dhabi é a capital e o maior emirado dos
Emirados Árabes Unidos, a cerca de 130km de distância
do Dubai. O país, formado em 1971, é a união de sete
emirados e está no continente asiático, no Golfo Pérsico,
fazendo fronteira com a Arábia Saudita, Qatar e Omã. É
governado pelo xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan. É o país onde vivo, desde o fim de dezembro de
2014, bem diferente de Portugal.
Levanto-me por volta das 8h da manhã. Tomo o
pequeno-almoço e sento-me na sala a ver o You Tube no
iPad ou a ver a Fox na televisão (em inglês e com legendas em árabe!). Costumo ver os Simpsons e o American Dad e, à noite, vejo também o Breakout Kings e
o Walking Dead com a minha mãe. Só temos um canal
português, a RTP internacional. Por vezes vejo a CNN
e a BBC em inglês e o National Geographic em árabe
(de que não percebo nada). Antes das aulas começarem,
depois da hora do almoço, costumo por vezes ir ao supermercado com a minha avó. Nas ruas as mulheres árabes
vestem uma túnica preta e usam lenços pretos na cabeça,
por vezes cobrindo também a cara. Os homens árabes
usam túnicas brancas, lenços brancos e cordas pretas na
cabeça. Falam em árabe e em inglês. Mas a maioria das
pessoas que vejo na rua são indianos, paquistaneses ou
filipinos. Parecem-me todos iguais, baixos e com pele
suja. As mulheres e raparigas andam com roupas compridas, com os braços e as pernas tapadas. O supermercado,
dentro de um grande centro comercial, é enorme, com
produtos de todo o mundo. Até há pera rocha de Portugal
cá!
Costumo almoçar e jantar comida “tipo” portuguesa que
a minha avó faz, mas é preciso ter cuidado com os pican-
tes que os indianos adoram. Detesto! Passo as tardes em
casa, a ter as aulas online de Portugal. Estudo na sala do
meu apartamento que é na torre mais alta de Abu Dhabi e
que tem as paredes envidraçadas. É um apartamento muito giro. Vê-se Abu Dhabi, cheia de edifícios, com a torre
mais inclinada do mundo (18º de inclinação, quatro vezes
mais que a Torre de Pisa), construída propositadamente assim e os edifícios “ananases”, que têm uma parede
“tipo” casca de ananás e que se abre ou fecha se está sol
ou não. A cidade é muito castanha, com poucas árvores
no centro, mas com uma grande zona de mangais perto
do mar. O céu não é limpo, é menos azul e não há estrelas
à noite. À noite, depois das aulas, faço os trabalhos de
casa e falo pelo Skype com os meus amigos em Portugal.
Jogo também on-line com eles, pela PS4. Estudo também
um bocadinho (e de manhã também). O prédio tem um
piscina interior e uma exterior e vou lá de vez em quando.
Abu Dhabi parece uma cidade em construção, ainda com
ilhas planas, de areia castanha, e sem nada lá. É muito
diferente de Lisboa, parece que não tem alma, como a
minha mãe diz. Não gosto de viver aqui, não tenho amigos aqui. Sinto a falta deles, dos meus gatinhos, do meu
pai e do meu avô. Mas estou com a minha mãe e com a
minha avó, o que me faz feliz.
Redação: Guilherme Candeias (EaD, 6º ano)
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BRIGHT FUTURE - PROTOCOLO COM A VODAFONE
No final do ano letivo transato o Ministério da Educação assinou um protocolo de colaboração com a Vodafone. Nesse documento a Escola Secundária de Fonseca Benevides foi escolhida para, em Lisboa, formar
alunos dos cursos profissionais de Gestão de Equipamentos Informáticos e de Electrónica e Telecomunicações, os quais, nos dois últimos anos do seu curso
profissional estariam a estagiar na Vodafone.
Capa e contracapa do nº 57, de Novembro de 2014, da revista
interna da Vodafone, “Gazeta DOC”, onde o programa Bright Future foi tema de fundo.
Este estágio seria realizado nas áreas de Suporte Técnico e de Instalação de Redes de Telecomunicações em
Clientes de Consumo e Empresariais.
Em outubro de 2014 iniciou-se o programa de estágios
designado Bright Future, dirigido a alunos dos 10°, 11°
e 12° anos.
A “Gazeta DOC” da Vodafone detalha as característi-
cas do programa Bright Future: no 10º ano, o programa
desenrola-se maioritariamente em contexto escolar,
através de um conjunto de palestras e demonstrações,
que decorrerão ao longo do ano e algumas visitas à
Vodafone. Nos 11° e 12° anos, com cargas horárias
diferentes, o programa desenrola-se diariamente nas
instalações da Vodafone visando preparar os alunos
para o Suporte técnico, field service e outro tipo de
trabalho técnico.
A celebração deste protocolo veio permitir dar continuidade àquela que tem sido a linha de força mais
significativa da orientação pedagógica da Fonseca Benevides.
Esta orientação, prosseguida ao longo de décadas e,
mais tarde, constante do seu Projeto Educativo, sempre aproximou a escola das empresas e, portanto, do
mercado de trabalho.
Na sequência deste protocolo, no dizer de João Cruz,
na “Gazeta DOC”, à excelência do corpo docente, instalações e equipamentos da Fonseca Benevides ju­­nta­-se o ecossistema empresarial, capaz de proporcionar
aos alunos estágios com qualidade, para que a sua
preparação seja a adequada.
João Cruz acrescenta A Vodafone acredita que uma
boa qualidade nestes estágios pode fazer saltar muitas
etapas na vida destes jovens, fazendo-os ganhar muito tempo no seu ciclo normal de aprendizagem, quer
pretendam entrar no mercado profissional no fim do
estágio ou ingressar no ensino superior.
O professor João Santos, diretor da Fonseca Benevides, numa entrevista concedida à “Gazeta DOC”, refere que a escola pretende dar resposta às necessidades
específicas da Vodafone da melhor forma possível e
perpetuar, e melhorar, esta iniciativa ao longo do tempo.
Este ano, como documentam os flashes fotográficos
da revista interna da Vodafone, os nossos alunos das
turmas 11PI e 12PI já iniciaram os seus estágios, que
terminarão no final de maio.
A Gazeta da Fonseca formula votos de felicidades a
todos os envolvidos nesta nova experiência.
Estagiários da Fonseca Benevides nas instalações da Vodafone.
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Redação e imagem: Gazeta DOC da Vodafone e António
Monteiro (Gazeta da Fonseca)
How people
think it is
THE REALITY
THE FUN AND
ADVENTURE
BUT ALSO THE HARD
WORK
CIRCUS LIFE
Circus
The circus life is an amazing life, it really is amazing how we can enjoy our work, work
in several places, all around the world, visit all kind of cities and everything. It is an
amazing adventure, of course like everywhere else, there are difficulties, hard work and
some “not so good” moments, buwt in general it is the dream life, I love it.
There´s a lot to
discover about
circus, people
just need to stop
­underestimating
our lives and try
to understand
more about it
I could never imagine myself leaving circus, it is my life, I work here, I live here, and I
love it over here.
If you want to be in circus, I should warn you, it is not an easy life, you need to work
hard, help everyone, and practice a lot! If you want to be succeeded in circus you will
have to have a good act, and so, you have to practice for it, practice really hard.
In circus we travel a lot, and so, we have to help build the circus every week or every
two weeks.
People should have the interest to know a little bit more about our life because sometimes they underestimate us, but we all are humans, and we all are equal.
Redação: Carina Calção -12A
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TARJETAS DEL DÍA DE SAN VALENTÍN
Eliana Silva-7ºA3
Núria Tavares-7A3
Maísa Luftman-7A2
Inês Tavares-7A3
Sónia Belo-7A2
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Nilton Pinheiro-7A3
SÃO VALENTIM, PADROEIRO
DOS NAMORADOS
POEMA
Tu és a estrela da noite,
Tu és a estrela do dia.
Tu és eclipse do amor que eu vou amar
para toda a minha vida.
Bianca Mata-5A1
Valentim, amor sem fim
Perde-se a olhar para as estrelas
O nosso amigo Valentim;
O seu coração bate forte
E o Amor deixa à sorte.
Corre veloz o pensamento
Por todo o firmamento
Um rasto de luz vai deixando
E as estrelas ofuscando.
Uma seta o cupido enviou
E o seu coração trespassou
Valentim, o teu Amor renasce agora
Vê como és feliz nesta hora.
Ó Valentim, acorda!
Que o sol já nasceu
Cuida bem da tua amada
Que o destino te ofereceu.
Guilherme Candeias 6A2
Iven Luftman - 5A1
POEMA
Se pensas que eu penso em ti
Pensas bem, porque ao pensares
Que eu penso em ti
Pensas em mim também.
Gosto muito dos teus olhos
Mas gosto mais dos meus,
Porque se não fossem os meus olhos
Não poderia ver os teus.
Tive sede e fui beber à fonte de S Martinho,
Desde então para te ver
Não procuro outro caminho.
Mas ao ver-te a sede passa
Já não tenho que beber
Pois a sede que eu sentia
Era apenas de te ver.
Gislene Mendes 6A1
Eva Cardoso 5A2
VENCEDORA DO DESAFIO
DE MATEMÁTICA
Joana Veríssimo - 9ºVI
Vencedora do canguru matemático no ano anterior, Joana
Veríssimo mais uma vez orgulha a nossa Escola, ao vencer o
desafio matemático:
“Quatro suspeitos de um crime
fizeram as seguintes declarações à polícia:
António: Foi o Carlos
Bernardo: Eu não fui
Carlos: Foi o David
David: O Carlos mentiu quando disse que fui eu.
Sabendo que exatamente uma das quatro declarações é
verdadeira, quem cometeu o crime?”
Resolução: Como as declarações do Carlos e do David
são contraditórias, uma delas é necessariamente verdadeira. Como só uma das quatro declarações é verdadeira, então as do António e do Bernardo são falsas.
Portanto quem cometeu o crime foi o Bernardo.
Parabéns Joana!
Prémio: Dois bilhetes para a peça “PIRANDELLO”
Parabéns à vencedora e um Bem-haja a todos pela Vossa Participação!
Redação: Susana Martin Tenreiro (Prof. de Matemática)
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CARNAVAL
Foi assim que a Professora Ana Pietra Torres, de
Educação Visual - EaD, nos ensinou a mascarar !!!
8ºA Samuel Fernandes
9ºA2 Luana Costa
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9ºA2 André Maldonado
9ºA2 Ana Rita Ferreira
CARNAVAL
Foi tão divertido … ficámos tão giros e originais !!!
7ºA2 Urien Ferreira
7ºA2 Nair Bento
7ºA3 Nilton Pinheiro
8ºA Quévin Mariz
Grafismo: Ana Pietra Torres
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SUA EXCELÊNCIA O PI
Razão entre o perímetro de uma circunferência e o diâmetro de um círculo.
= Po / D
= 3,14159
O dia do π comemora-se a 14 de Março.
É um dia especial para celebrar um número especial.
Albert Einstein, uma pessoa muito especial, nasceu no dia do π.
PROBLEMA:
O Homem das cavernas fugiu do T-Rex. Após andar
200m em linha reta, é comido pelo T-Rex. Sabendo
que o T-Rex completou um semicírculo em torno do
Homem das Cavernas quando este tinha andado 100m,
quantos metros percorreu o T-Rex?
RESPOSTA: π x 100= 314,159m
Redação: Guilherme Candeias 6A2, com recurso ao
software Augment para gerar as imagens
BULLYING
Bullying is unfortunately a word that is in fashion because of numerous cases of harassment and assaults that
are detecting in schools and colleges, and are leading to
many students to live truly terrifying situations.
Bullying refers to all forms of aggressive attitudes,
intentional and repeated, with no evident reason, performed by one or more students against another or others. What exercises bullying does to impose his power
over another through constant threats, insults, beatings,
humiliation, etc., and so have you total control of her
for months, even years. The victim suffers silent in most
cases. The intimidating abuse will make you feel pain,
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anguish, fear, to the point that, in some cases, can lead
them to devastating consequences such as suicide.
The bullying causes can be in educational models to
which children are exposed. In his article titled Bullying:
a fear of death, the psychologist and journalist Henar L.
Senovilla says that the causes that can bring up aggression are incalculable, both in the ways that manifest as
the damage they cause. In general the causes or factors
that cause it can be personal, family and school.
On the personal side, the aggressor is seen higher. Well
it relies on the support of accomplices, or because the
victim is someone with very little ability to respond to
aggression. The attacker wants to see the victim feel bad.
Bullying can happen in any school, public or private, but
some experts say, the higher the educational center, the
greater the risk that there is school aggression. Of course,
it must add the lack of physical control and surveillance.
In the corridors there should always be someone, teachers
or instructors to meet and inspect students. Furthermore,
the treatment is given to students is very important. The
lack of respect, humiliation, threats or exclusion among
teachers and students lead to a climate of violence and
aggression situations. The college should not be limited
only to teach, but should work as a social behavior generator.
In short, the causes of bullying may reside in educational
models to which children are exposed, in the absence of
values, limits, rules of coexistence; to receive punishment or punishment through violence or intimidation and
learn to solve problems and difficulties with violence.
When a child is constantly exposed to these situations,
just automatically recording everything in his memory,
starting to externalize them when he meets opportunity.
For the child who does bullying, the violence is just an
intimidation tool. For him, his performance is correct and
therefore not self-condemned, which is not to say that
does not suffer for it.
Redação: Cíntia Luftman 12º A
JOKE
Other times...
The grandfather tells his grandson John the great
changes that have taken place in society, from his
youth until now ...
"You know, John, when I was little, my mother gave
me ten crowns = (+/-) 5 cents today, and she sent me to
the corner store.
So I came back with a stick of butter, two liters of milk,
a bag of potatoes, a cheese, a sugar packet, a loaf of
bread and a dozen eggs ..! "
And John answered him:
"But grandfather, in your time there were no surveillance cameras?"
Redação: Kety Luftman 11º A
FONSECA EM AÇÃO
PROJETO DE
VOLUNTARIADO
ÉS – PROJETO DE
EDUCAÇÃO PARA A
SAÚDE
No âmbito deste projeto realizaram-se, no decorrer do
2º período, as seguintes ações:
- Recolha de 20 kg de pilhas e baterias a favor do Instituto Português de Oncologia, contribuindo, desta
forma, para a doação efetuada pela Ecopilhas de dois
aparelhos de tratamento.
- Início das sessões de formação de voluntariado ao
3º ciclo, com a turma do 9º1ª, sensibilizando-a para
esta temática. O resultado desta ação foi a recolha de
roupa a favor dos desalojados da Ilha do Fogo. Foram
angariados 61 kg de roupa, que foram entregues no Regimento de Sapadores Bombeiros de Marvila.
- Durante a semana dos afetos, sorteou-se o “CABAZ
DOS AFETOS”, cujo montante angariado nas rifas foi
convertido em 98 Kg de produtos de higiene e leite
que fomos entregar na IPSS Pro Alcântara, em 19 de
Fevereiro.
Agradecemos a todos os que connosco colaboraram.
Uma gota após a outra fazem um oceano de solidariedade.
O projeto de Educação para a Saúde da nossa escola
foi selecionado e aprovado pela Direção Geral de Educação, assim pertencemos à rede de escolas promotoras da saúde.
No âmbito deste projeto realizaram-se, no decorrer do
2º período, as seguintes ações:
- Para celebrar a semana dos afetos, no dia 12 de fevereiro, realizámos um “Docinho por um Gostinho”.
Os alunos escreveram mensagens alusivas ao tema e
receberam em troca gomas confecionadas pela turma
do 11º PQ, sob a orientação da Prof. Anna Campos.
- Foi construída a MAÇÃ DOS AFETOS, sob a orientação das Profs. Elsa Matos e Fátima Ponte, onde os
alunos colocaram mensagens sobre o tema.
A maçã está inserida no projeto da UCC Consigo e vai
ser exposta junto às outras maçãs das diversas escolas
de Lisboa e Oeiras, que colaboraram nesta iniciativa.
Redação: Grupo de Voluntariado “Fonseca em Ação”
Redação: Grupo ÉS
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A ESCOLA FOI AO TEATRO
VISITA DE ESTUDO
XVIII SEMANA DA FÍSICA-IST
No dia 3 de fevereiro, os alunos da turma 12.º PQ participaram na 18.ª edição da semana da Física do Instituto
Superior Técnico.
Numa espécie de circo, vários alunos dos cursos de
Eng.ª Física e de Eng.ª de Materiais realizaram, em
ambiente descontraído, uma série de experiências demonstrativas dos mais fundamentais fenómenos físicos, envolvendo vários domínios da Física:
Mecânica, Ondas, Óptica e Electomagnetismo, Sistemas Dinâmicos, e Termodinânica.
Primeiro, no dia 13 de fevereiro, foi o 11º ano (turmas
PE1/3; PI e PQ) assistir à representação de “Frei Luís
de Sousa“, de Almeida Garrett. Depois, no dia 26,foi
o 12º (PD, PI e PQ) ver “Felizmente há luar!”, de Luís
de Sttau Monteiro.
Os espectáculos, da responsabilidade do Grupo ACTUS, tiveram lugar no Auditório da Igreja de Santa
Joana Princesa «que tem poltronas muito confortáveis».
Na opinião dos alunos, «a peça foi interessante e os
atores cativaram o público»; «a encenação foi muito
criativa»; «no final, os atores conviveram um pouco
connosco, perguntaram-nos se tínhamos percebido
tudo ou se havia dúvidas, tendo-se mostrado pessoas
afáveis e preocupadas com o seu público»; «a peça
foi muito bem encenada, o que nos ajudou a entender
melhor… e o público também foi excelente»; «recomendo esta peça a quem tenha curiosidade ou goste
de teatro»; «gostei muito e voltava lá outra vez. Recomendo»
No ‘Explora os Materiais’, revelaram-se os mistérios
de alguns dos mais surpreendentes materiais de engenharia utilizados em equipamentos eletrónicos, aeroespaciais, de segurança...
Os professores e alunos da Escola Sec. de Fonseca Benevides agradecem a forma como foram recebidos e
acompanhados ao longo da visita pelos vários monitores.
Redação e imagem: Eduardo Baptista (Prof. de Físico-Química)
Redação: Cidália Magalhães (Prof. de Português) e
alunos do 12.PI, imagens captadas por alunos
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SEMPRE HOUVE
PROBLEMAS
Decorreu entre 8 e 18 de janeiro, nas instalações da Biblioteca da Escola Secundária de Fonseca Benevides,
a exposição de matemática, “Sempre Houve Problemas”.
Nesta exposição, esteve patente o carácter “lúdico na
pedagogia medieval”. O uso do lúdico como instrumento pedagógico, remonta há muitos séculos atrás.
Já Alcuíno, (735), filósofo e pedagogo britânico, tinha
como norma pedagógica, “deve-se ensinar divertindo”,
para “aguçar a inteligência”. Os seus problemas refletem todo um conjunto de enigmas e gracejos como:
“Um boi que está arando todo o dia, quantas pegadas
deixa ao fazer o último sulco?”
Resposta: nenhuma, pois
as pegadas do boi são apagadas pelo arado que passa
depois.
Com vários problemas
para os alunos resolverem,
o vencedor, Guilherme
Candeias do 6ºano, presentemente no Dubai e antigo
aluno do colégio Manuel
Bernardes, confessou-nos:
“ Acho que a matemática pode ser difícil porque é
preciso saber sempre o que foi dado antes. Por outro
lado, é preciso muitas vezes imaginar as coisas. A minha mãe sempre me ajudou a estudar e antes de fazer
os exercícios leio sempre a parte da matéria correspondente. Os problemas tornam-se mais fáceis quando se
percebe o que é realmente pedido, ou seja, como o que
está escrito em português se traduz na matemática. Por
exemplo, se pedem para calcular qualquer coisa “de”
outra coisa, sei automaticamente que o “de” significa
multiplicar.”
Agradecemos à associação de professores de matemática, que promove a cultura científica, a oportunidade
que nos deu em presentear os alunos da Escola Secundária de Fonseca Benevides, com esta exposição.
Redação: Susana Martin Tenreiro (Prof. de Matemática)
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VIAGEM NO TEMPO - SANTO AMARO DOS NOSSOS AVÓS
1857. Carta Topográfica de Lisboa [fragmento], levantada e executada sob a direção de Filipe Folque.
Escala 1:1000. Assinalada com um círculo a ermida de Santo Amaro; a seta marca a localização da escola
Fonseca Benevides, hoje.
Um desafio ao olhar. É o que propomos com o exercício de tentar reconhecer nesta planta o sítio de Santo
Amaro onde hoje se localiza a Fonseca Benevides. De
facto, não se afigura tarefa fácil a leitura da planta da
responsabilidade do Brigadeiro Filipe Folque, a primeira realizada em Portugal de forma rigorosa e que
constitui uma referência da história da evolução urbana de Lisboa e da cartografia terrestre portuguesa.
O que à partida parece mais complicado, pela ausência
do xadrez das ruas que estamos habituados a percorrer
diariamente a caminho da escola, tem na verdade uma
explicação simples: no ano em que a planta foi levantada, em 1857, toda a zona em torno do cume do Monte de Santo Amaro não passava de um grande ermo.
Sendo os eixos viários os pontos de referência, observemo-los com atenção. De imediato, dois saltam à
vista: a via Junqueira/Calvário (composta, então, pelas ruas direita da Junqueira e direita do Calvário, em
baixo, à direita) e a Calçada de Santo Amaro (ao centro, em diagonal). Galgando morro acima, esta última
era então o principal acesso ao Alto de Santo Amaro,
entroncando no cimo com uma travessa que fechava
pelo lado poente o perímetro da vasta área despovoada
até unir com a antiga Estrada da Tapada, hoje calçada.
Embora se mantenham, ambas as vias viram a sua relevância diminuir, secundarizadas que foram pela marginal - troço da Avenida da Índia - e pela malha urbana
que preencheu aquele miolo.
Com poucas diferenças para os dias de hoje, a Calçada
de Santo Amaro permitia o acesso ao largo da ermida
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que deu nome ao sítio, embora tenha nascido já como
uma segunda via, uma alternativa à rampa e escadaria
que servia o santuário. Ao atrair as gentes devotas ao
santo, que de abade chegou a bispo e acabou famoso
nas maleitas de braços e pernas, a ermida foi a grande
responsável pela primeira urbanização do sítio e, sobretudo, pelo nome que se estendeu a todo o bairro,
1909. Levantamento da Planta de Lisboa: 1904-1911 [fragmento]. J.A.V. da Silva Pinto. Escala 1:100
crédito que reclama à memória da cidade.
Assim, ao longo do século XVIII, as pessoas foram-se fixando calçada acima. E o sítio urbanizou-se com
um tom popular. Pouco mudou, neste sopé da encosta,
desde o levantamento de Filipe Folque. Pelo lado direito, o casario acompanhava a subida, chegando ao
alto de forma já tímida, até desaparecer. Nada mais
por ali se via. Tudo era ermo, tudo era campo. E assim ficou mais algumas dezenas de anos. Quem então
se aventurasse umas dezenas de metros por veredas e
azinhagas em direção aos bem arranjados jardins dos
palácios da Junqueira, mais a sul (em baixo à esquerda), certamente estaria longe de imaginar que, pouco
menos de um século depois, naquele solo deixaria de
têndencia a chegar, a escassez de precipitações durante
este próximo período que permitirá que seja o astro
rei - sol, a comandar a sucessão dos dias e das noites
para bem estar de toda a população nesta nova estação
de primavera que se aproxima para nos ajudar a renascer....do letárgico e longo Inverno. Sol, Luz, Cor e
Alegria. Desfrutemos!
Vista da Ermida de Santo Amaro. Gravura de Jacobus Baptist,
Leide, c. de 1707.
germinar o produto das terras de pão e de semeadura e
se ergueriam os alicerces do edifício que acolhe hoje a
nossa escola.
Quanto à urbanização moderna do bairro, projetada nos
últimos anos de Oitocentos, estava já bem avançada no
início do século XX, como se constata pela planta de
Silva Pinto, de 1909, com os seus eixos estruturantes
bem destacados: a Rua Luís de Camões, a Rua Jau e a
Rua Conselheiro Pedro Franco, rebaptizada pela República como Rua dos Lusíadas. Para sul e poente seria
preciso esperar ainda mais uns anos...
Redação: Jorge Paulo (Prof. de História)
METEORÚBRICA
Aqui estão os “links” referentes à perspetiva das próximas duas semanas em termos de temperaturas e precipitação.
http://www.wxmaps.org/pix/temp4.html (temperatura)
http://www.wxmaps.org/pix/prec4.html
(precipitação).
O leitor pode, desde já, consultar o primeiro dos gráficos: o das temperaturas.
Redação: Prof. Paulo Sousa (prof. de Geografia)
Apesar da Primavera estar a 20 dias de distância (equinócio de primavera - 20 Março (6ªF - 10.45)). As perspetivas meteorológicas apontam para um “adiantamenNo lago L o nenúfar N duplica, diariamente, a sua
to” da mesma, face à data meteorológica. As próximas
área, levando 30 dias a cobrir o lago. Duas plantas
semanas serão marcadas por uma subida progressiva
iguais a N quantos dias levarão a cobrir o lago L?
das temperaturas capazes de escalar para lá...dos 20ºC,
os dias cada vez mais longos, a radiação solar mais intensa, ingredientes mais que suficientes para justificar
esta subida térmica. Pouco-a-pouco, o verde da folhagem das árvores começará a inundar as nossas cidades,
atenção....alérgicos, aproximam-se dias críticos para as
alergias. Nada que o bom tempo não ajude a superar.
A reforçar a beleza e o bem estar desta primavera com
MATEMAGIA…
Redação: Rafael Pacheco (Prof. de Matemática)
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7 MIL MILHÕES NO MUSEU DA ELETRICIDADE
Entre os dias 8 novembro 2014 a 8 fevereiro 2015 esteve patente no Museu da Eletricidade, da Fundação
EDP, a exposição “7 mil milhões de Outros”, que foi
criada em 2003, já percorreu o mundo e proporciona
um retrato real e atual da humanidade. Até ao momento foi vista por mais de 5 milhões de pessoas. Mais do
que uma simples exposição, trata-se da apresentação
de testemunhos de mais de 6 mil pessoas de 84 países,
incluindo Portugal, baseados num conjunto de perguntas. A mostra em Lisboa foi uma iniciativa do Projecto
Memória, em parceria com a Fundação EDP e a Fundação GoodPlanet.
O fotógrafo e cineasta Yann Arthus-Bertrand, que ficou mundialmente conhecido sobretudo pelo seu livro
A Terra Vista do Céu e pelo filme Home, viajou pelo
mundo, com uma equipa de repórteres, e colocou as
mesmas 45 perguntas sobre temas gerais, a pessoas
de distintas culturas. Essas perguntas, sobre 30 temas
universais - família, amor, morte, perdão, clima, natureza, sentido da vida, desafios ou sonhos de infância
– ajudam-nos a encontrar o que nos separa, mas sobretudo o que nos une. A recolha de informação resultou
numa vídeo-exposição que traça, assim, um retrato da
humanidade.
Os visitantes da exposição deparavam-se com vozes
e rostos de pessoas desconhecidas, que partilhavam
vivências e experiências acerca dos temas abordados.
Essa possibilidade de entrar na intimidade de pessoas
tão diferentes como um pescador brasileiro ou um empresário afegão, um artista alemão ou um sapateiro
chinês, motivava a reflexão, mas também despertava
diversos sentimentos. Na sala dedicada aos portugueses, muitos eram os que se reviam nos depoimentos
apresentados. Mais do que assumirem um papel de
meros espetadores, os visitantes tinham também a possibilidade de serem entrevistados e gravar o seu testemunho.
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Esta exposição teve um papel educativo, sendo muito
enriquecedora para ser vista em família, pela possibilidade de contacto com diferentes culturas e visões
sobre o mundo partilhadas num único espaço, acerca
de temas que dizem respeito à vivência humana. Cabe
aos pais, enquanto agentes educativos, possibilitar aos
filhos novas experiências, que os ajudem a crescer enquanto cidadãos conscientes e responsáveis, numa sociedade competitiva e por vezes cruel, como a nossa.
A organização deu também especial atenção à comunidade educativa, tendo disponibilizado um kit pedagógico que os docentes podiam explorar, previamente,
em sala de aula. Durante a visita à exposição os alunos
eram acompanhados por uma equipa do Museu. Muitos alunos que visitaram a exposição reviram-se nalguns testemunhos.
Sites para saber mais:
http://www.7billionothers.org/pt/
http://www.goodplanet.org/en/educating-informing/
presentation/
Redação: Leonilde Lucas (Prof. Geografia), imagens
do site: http://www.7billionothers.org/pt/
NOTÍCIAS LITERÁRIAS
A Gazeta da Fonseca tem o grato prazer de informar
que o professor João Reis, docente da escola e colaborador regular da Gazeta desde o primeiro número,
irá brevemente ver publicado o seu primeiro livro de
poesia.
O livro, que irá intitular-se Suor sem Rosto, está em
fase de edição.
Este aconteceimento literário é tanto mais significativo
quanto se prevê que a capa tenha uma pintura de um
outro docente desta escola, já aposentado, trata-se do
pintor Augusto Grácio.
O lançamento da obra está previsto para o mês de Abril.
A Chiado Editora, onde será editado o livro Suor sem
Rosto, tem publicado anualmente uma Antologia da
Poesia Portuguesa Contemporânia. A Antologia referente a 2015 incluirá um poema de João Reis intitulado
Adeus e que, por gentileza do autor, cedemos aos leitores.
Redação: António Monteiro (Gazeta da Fonseca)
ADEUS
Queria dizer-te – Adeus amor
e enterrar-te em mim
com um lençol bordado de poemas.
Queria dizer-te – Adeus amor
sombra silenciosamente diluída
no oceano dos ruídos imaginários
sem essa imagem desfocada
no fundo das tuas pupilas.
do texto quando se pretendia ler o que podia dar azo a
“queimar as pestanas”.
Redação: Ana Amorim (Prof. de Português)
O SOL
Ao brilho das estrelas brilhando
Desce do céu uma doce companhia
Sendo os teus olhos a luz que ilumina
E fortalece a minha poesia.
Na noite encontro a tua boca.
Nela me colo p’ra não ficar abandonado,
Entrego-me cego com amor,
Contigo me sinto apaixonado.
Este desejo de te amar
Numa dança cheia de loucura
É força que não consigo evitar,
Essa tua armadura.
06-03-2015
António Magalhães, 10PE2
EDUCAÇÃO:
INQUIETAÇÕES E ESPERANÇAS
No passado dia 4 de Março, pelas 14.30 teve lugar
uma conferencia intitulada: “Educação: Inquietações e
Esperanças”, pelo dr. Fernando Carneiro, onde se discutiu a fenomenologia da educação, e as suas relações
com o poder e demais saberes.O local foi a simpática
E não escrever a pulso este poema
Tangendo um filho recém-morto
Na planície dos fantasmas inocentes.
Queria ver antes do teu regaço
saltarem novas estrelas para o espaço
como faúlhas em fúria na fogueira.
Por isso esqueço (ou finjo que o faço)
dedos famintos como sorrisos sufocados
à espera dos meus a noite inteira.
João Reis (Prof. de Electrónica)
QUEIMAR AS PESTANAS
Significado: Estudar muito.
Origem: Usa-se ainda esta expressão, apesar de o facto real
que a originou já não ser de uso.
Foi, inicialmente, uma frase
ligada aos estudantes, querendo
significar aqueles que estudavam
muito. Antes do aparecimento da
eletricidade, recorria-se a uma
lamparina ou uma vela para iluminação. A luz era
fraca e, por isso, era necessário colocá-las muito perto
biblioteca da escola, que acolheu alguns visitantes
previamente inscritos, onde depois se debateu o tema.
Falou-se ainda das relacões da escola com a sociedade,
nomeadamente em relação a novos assuntos como o
género, a ecologia, o sentido da escola num mundo
global, as relações com a comunidade envolvente, a
sociologia da educação como ferramenta auxiliar, e a
mentalidade que a sustenta.
Redação: Fernando Carneiro e Rafael Pacheco (Prof. de Matemática), imagem: António
(Gazeta da Fonseca)
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LISBOA DÁ PRÉMIOS…
A exposição interativa “Lisboa: espaço, palavra e memória” dá prémios às melhores legendas que dão vida
à sua memória.
De uma forma lúdica e interativa, respeitando, porém,
o rigor histórico, que uma cidade com o passado de
Lisboa exige e merece, a exposição fotográfica sobre
Lisboa de outrora proporciona, ao visitante, uma viagem no tempo e no espaço, convidando-o a legen­dar,
criativamente, cada uma das fotos.
Esta exposição fotográfica, constituída, a título de empréstimo, por fotos dos vários docentes da nossa escola, vai estar patente até ao final do 2º período.
SUGESTÃO LITERÁRIA DA
BIBLIOTECA ESCOLAR…
No dia 8 de março de 2015, a Biblioteca Escolar destacou um livro especial de liberdade e de tolerância.
“Persépolis” é uma “memória inteligente, divertida e
comovente de uma rapariga que cresce no Irão durante
a Revolução Islâmica”.
Este livro ilustra a forma como os regimes repressivos
limitam a vida pública dos seus cidadãos, num ataque
permanente à liberdade individual.
Como não o queremos na prateleira da BE, aguardamos, brevemente, a sua re­quisição…
A SEMANA DOS AFETOS
Na semana dos afetos, “Os Amores da História” tiveram um destaque especial...
A partir da Biblioteca Escolar, o amor ganhou “corpo”
e percorreu alguns séculos até aos nossos dias.
Por toda a escola, os alunos deram a conhecer, através da “Literatura ao Vivo”, alguns dos amores mais
célebres da nossa História Nacional e Universal: “D.
Pedro e D. Inês de Castro”, “Romeu e Julieta”, Simão
e Teresa” e Fernando Pessoa e Ofélia”.
A BE louva a entrega e a dedicação de todos os alunos
e professores que ajudaram a escrever mais um dia de
amor na história da nossa Biblioteca Escolar.
Redacção: Maria João Martins e Manuela Silva
(Equipa de coordenação da Biblioteca), imagem:
António Monteiro (Gazeta da Fonseca) e Arq.
Munícipal de Lisboa

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