EDITORIAL - Escola Secundária de Fonseca Benevides
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EDITORIAL - Escola Secundária de Fonseca Benevides
Ano Letivo 2014-2015 Nº 5 0.20 ovos “O ensino a distância é, sem dúvida, uma fantástica forma de garantir que crianças cujos pais precisam de se deslocar em trabalho com frequência tenham acesso à escolaridade obrigatória”. páginas 2 a 5 PROTOCOLO VODAFONE p. 6 CIRCUS LIFE p. 7 DIA DE S. VALENTIM p. 8 e 9 PROJETO DE VOLUNTARIADO p. 13 VISITAS DE ESTUDO p. 15 EDITORIAL As escolas, tal como a vida, têm as suas dinâmicas orientadas por ciclos que têm um início, um desenvolvimento e uma conclusão. Neste momento, já no final do segundo período, a nossa escola encontra-se em plena fase de desenvolvimento de mais um ano escolar. O segundo período é sempre um momento em que as dificuldades do arranque do ano lectivo parecem distantes e em que as preocupações do final do ano escolar ainda estão a alguns meses. Todas as actividades decorrem com um ritmo intenso, mas todos sabem que, apesar da intensidade de todas as tarefas, as exigências irão aumentar. A escola está absorvida pelas tarefas que preenchem o seu quotidiano: as aulas, os testes, o final do período e, com ele, o aproximar da Semana da Escola. Este ano, em que o Ensino a Distância cresceu e se consolidou, também os Cursos Profissionais sofreram alterações profundas. Os alunos passaram a estagiar ao longo de dois anos e a escola iniciou uma relação de colaboração com a Vodafone. Esta colaboração, enquadrada por um protocolo, permite à Vodafone passar a contar com alunos preparados num contexto escolar que possui décadas de experiência nesta área e, por outro lado, permite à Fonseca Benevides manter a sua identidade de escola vocacionada para a preparação de alunos para o mercado de trabalho. A equipa editorial da Gazeta da Fonseca faz votos de uma boa continuidade de todos os projetos. Redação e Coordenação Editorial: 2.º Departamento ENTREVISTA À MÃE DO GUILHERME CANDEIAS - 6ºA2 Susana Pinto, Médica Fisiatra, concorreu a um lugar num hospital internacional (americano), localizado em Abu Dhabi, que visa tornar-se um centro de referência no país e na região do Golfo Pérsico. Acompanhada da mãe e do seu filho, Guilherme Candeias, aluno da turma 6ºA2 do EaD, rumou para a capital dos Emirados Árabes Unidos. Como professora, Diretora de Turma e tutora do Guilherme, decidi solicitar-lhes uma entrevista. Segundo o que me foi dado perceber, a assistência médica no país é deficiente, os doentes deslocam-se frequentemente ao estrangeiro, América ou Europa, para serem tratados, sendo essas despesas asseguradas, monetariamente, pelo país. Percebeu-se, assim, que seria uma mais valia trazer o hospital aos doentes em vez de os deslocar para o estrangeiro. A grande maioria dos habitantes dos Emirados são estrangeiros (os locais são apenas 15 a 20% da população total, atualmente avaliada em quase 10 milhões de habitantes). A deslocação para este país de médicos, enfermeiros e outro pessoal de saúde levou à deslocação das suas famílias. O hospital assegura habitação para os seus funcionários e muitos deles decidem viver próximo, em apartamentos nos mesmos edifícios, criando comunidades de estrangeiros que procuram criar amizades e que veem nos outros o espelho das dificuldades que sentem. A Doutora Susana decidiu escolher um apartamento no centro da cidade, de forma a que a sua mãe e o seu filho se sentissem melhor integrados e não deslocados num complexo afastado. Dra. Susana, em primeiro lugar quero agradecer-lhe por ter acedido a fazer esta entrevista por e-mail. Fale-nos um pouco sobre as decisões que teve de tomar antes de ir para os Emirados Árabes Unidos. O que mais me preocupou na minha mudança foi, sem dúvida, o meu filho. Contei com o apoio dos meus pais e a minha mãe fez questão de vir também, para cuidar do neto. Tive de pensar no que seria melhor para 2 ele, de forma a manter a instrução e o contacto com os amigos do colégio que frequentava. Fizemos uma carta com múltiplos tipos de contacto do Gui para os colegas, desde Skype, Facebook, email, PS4 e PSN. Mudando com a minha mãe, tive também de ensinar o meu pai a usar o Skype (o meu pai, com mais de 70 anos, nunca soube ligar um vídeo quanto mais usar um smartphone ou configurar um acesso à internet). Como obteve conhecimento do EaD? Que procedimentos e decisões tomou face a isso? Quando decidi que mudaríamos para Abu Dhabi escrevi, por email, ao Ministério da Educação. Estava preocupada com o facto de o Gui não ter aulas de Português no estrangeiro. Fiquei realmente surpresa quando recebi a resposta informando-me da possibilidade das crianças portuguesas poderem ter Ensino a Distância. No mesmo email informavam-me do nome da Escola responsável em Portugal por este tipo de ensino e forneciam-me o contacto da pessoa responsável. Foi fácil “convencer” o Guilherme a ir estudar para um país estrangeiro? O Gui estava particularmente integrado no Colégio que frequentava. Era muito bom aluno, o que, naquele Colégio, é muito respeitado e incentivado. Mas, acima de tudo, tinha muitos amigos. Não foi fácil dizer-lhe que tinha de mudar e sei que não está contente e que deseja voltar. No entanto, como somos muito próximos, não conseguiríamos ficar longe um do outro. Assim, nunca ponderei deixá-lo com os avós, em Portugal, por uns meses, nem ele alguma vez considerou não vir comigo. Por outro lado, o Gui percebe que Portugal está a ser mal gerido em vários aspetos e não entende porque os pais têm de trabalhar tanto e com menos recursos disponíveis, recebendo quantias que são bastante inferiores ao que é pago noutros países. Qual foi a sua primeira impressão quando entrou na sala do EaD? Que dúvidas, certezas, inseguran- ças se mantiveram, caíram, surgiram nesse primeiro contacto? Procurei no Google Maps a localização da Escola e fiquei admirada pela sua ótima localização, num ambiente particularmente agradável. Ao entrar na escola não consegui perceber a organização conjunta de múltiplas entidades educacionais. O pessoal foi bastante simpático e rapidamente me direcionaram para a sala do EaD. Claro que não sabia o que ia encontrar nem imaginava que fosse assim. Pensava que iria entrar no gabinete da pessoa responsável. Em vez disso entrei numa área ampla, cheia de mesas e com várias pessoas sentadas em frente aos computadores (diria umas 15). Pensei que fossem técnicos que garantissem a sustentabilidade da plataforma informática. Logo me apercebi que eram os professores, que me foram simpática e amavelmente apresentados. Fiquei inclusivamente a conhecer a maioria dos professores que seriam responsáveis pelas aulas do Gui. Pensei então que, de facto, “existiam”, pois talvez imaginasse que fosse algo do tipo e-learning. Percebi que estavam a decorrer aulas e que os professores pareciam bem integrados e empenhados, o que me descansou. Foi-me explicado como funcionava a plataforma, como o Gui acederia e os passos que teria de efetuar para “entrar na aula”. Achei complicado mas como o Gui gosta de tecnologias pensei que essa parte iria correr bem. A única dúvida com que fiquei foi, sem dúvida, o nível educacional na medida em que não percebi como seria a dinâmica das aulas e como seria possível ensinar através de um “chat”. O que sentiu quando saiu da escola? Como avalia, hoje, esse primeiro olhar sobre a mudança escolar do seu filho? Ao sair da escola senti que, embora não estivesse totalmente confiante de ter feito a escolha certa, tinha a segurança de que, de alguma forma, tinha assegurado a continuação da instrução do Gui. Hoje estou confiante que foi a melhor escolha por vários motivos. Em primeiro lugar, porque o Guilherme continua a ter aulas, segundo o mesmo método de ensino, e com bons professores. Em segundo lugar, porque não tendo ainda comprado um automóvel aqui, não teria forma de levar pessoalmente o Gui à escola. As escolas aqui têm autocarros próprios, mas este método de transporte, para além de caro, implica que as crianças se levantem muito cedo. Conheço pais que referem que as crianças passam mais de hora e meia de manhã no autocarro da escola (de facto, quando esporadicamente saio muito cedo para trabalhar, já há muitas crianças na rua às 6h10 à espera dos autocarros!) Finalmente, o facto de não ter de inscrever o Gui de imediato numa escola possibilitou-me visitar, com ele, várias escolas, após termos chegado, e de ele próprio escolher aquela que quer frequentar no próximo ano letivo. Quais as dificuldades iniciais nos primeiros dias de aulas? Inicialmente o Gui não tinha a password para aceder à plataforma, o que demorou dois ou três dias. Quando começou a aceder, não conseguia abrir os programas, não sabia onde estavam os ficheiros que devia abrir em cada aula, não sabia como fazer o download ou o upload dos programas. Sentia-se frustrado e cansado pela atenção permanente que as aulas exigiam. Como foi a adaptação à diferença do fuso horário? Como conseguem conciliar o horário escolar? A adaptação ao fuso horário e aos dias de aulas foi difícil. Em primeiro lugar porque o fim-de-semana nos Emirados Árabes Unidos é sexta-feira e sábado, o que se traduz por apenas ter um dia de fim-de-semana com o Gui, o sábado. Por outro lado, nos dias em que o Gui termina as aulas às 17 horas de Portugal, significa que termina aqui as aulas às 21h, a horas do jantar. Assim, à noite só faz os trabalhos de casa (que tenta terminar nos intervalos das aulas durante o dia) e brinca um pouco. No início deitava-se à uma ou duas da manhã daqui (22h em Portugal), já estava eu a dormir há muito. Assim, falava pelo skype com os amigos em Portugal. Agora já vamos para a cama mais cedo, às 23h30. De manhã levanto-me cedo para ir trabalhar e o Gui fica em casa com a avó. Estuda um pouco, vai às compras com a avó e almoça, antes de começar as aulas. Que alterações foram surgindo na sua avaliação positiva e negativa deste tipo de ensino à medida 3 que se foi familiarizando com este processo? No início via o Gui e a minha mãe ansiosos e frustrados. Tentava chegar o mais cedo possível para ajudar o Gui. Ele não conseguia aceder ou não sabia como aceder ao fórum e fazer o download/upload dos trabalhos. Também não sabia que programas usar. Por outro lado, ficava muito cansado porque este método de ensino exige atenção constante. Como são poucos alunos, estão constantemente a ser chamados, o que foi uma surpresa para mim, pois achei que seria difícil controlar a aula. À medida que foi percebendo como o EaD funcionava, foi-se tornando mais confiante e agora já controla tudo. Relativamente ao ensino em si, fiquei particularmente admirada, de forma muito positiva. Posso inclusivamente dizer que tem professores que são melhores do que alguns que teve no colégio onde andou. Tem sugestões, opiniões a fornecer aos professores? Pessoalmente, acho que, por vezes, os professores que lecionam este método de ensino se podem sentir frustrados por não terem os resultados que imagino que pretendam. Por outro lado, as escolas são sempre avaliadas segundo rankings que, na verdade, nada traduzem sobre a qualidade do ensino. Apenas tenho de agradecer aos professores e assegurar-lhes que estão a fazer um ótimo trabalho. Considero apenas que seria útil os alunos terem algum suporte em papel ou, tal como se começou a fazer na disciplina de matemática, tenham algum tipo de sebenta que lhes permita organizarem-se nos vários grupos de matérias que são lecionadas. Como considera o ensino da Matemática, em geral? E qual a sua importância? A Matemática é fundamental. É uma disciplina que afasta os alunos porque exige trabalho, continuidade e persistência. Se os alunos não percebem uma matéria, mais dificuldade terão na seguinte e assim sucessivamente, de tal forma que, a dado momento, nunca conseguirão ter o aproveitamento mínimo necessário. O ajuste das matérias às dificuldades individuais dos alunos permite tentar superá-las precocemente evitando insucessos futuros. A matemática é uma linguagem universal, que não exige traduções linguísticas, globalizante portanto! Não foi por acaso que o Homem muito cedo na sua existência sentiu necessidade de quantificar o que possuía ou o próprio tempo. O ensino da matemática, para além da sua importância no dia-a-dia, como o contar, fazer compras, economizar, é fundamental para o desenvolvimento intelectual precoce das crianças, pois exige níveis de abstração que ultrapassam o concreto, visível e palpável. Desta forma se percebe também a sua importância para as outras disciplinas e para a própria continuação do desenvolvimento e do progresso da espécie humana. 4 Quando nos questionamos, o processo inerente é uma escolha matemática, o método científico baseia-se em equações matemáticas, a tecnologia não existiria sem a matemática. Relativamente ao ensino da Matemática no EaD, só tenho a referir que é de elevada qualidade. A Professora do Gui é muito empenhada e motivada, conseguindo ajustar o ensino aos diferentes alunos que tem na sua turma e às suas dificuldades. Motiva os alunos, envolvendo-os em várias atividades relacionadas com as matérias lecionadas e é muito presente e persistente. Claro que tal é fundamental para manter os alunos interessados e para a aquisição e consolidação de conhecimentos. Qual a importância da Tutoria e da figura do tutor no EaD? O Gui nunca teve tutoria no colégio que frequentou. A figura do tutor neste tipo de ensino é importantíssima pois permite que os alunos tenham acesso direto a um professor cujo objetivo, ao invés de os avaliar, é ajudá-los em qualquer tipo de problema que tenham, seja ele pessoal com implicações escolares, ou escolar, dificuldades na interação com professores, dúvidas, incentivo à realização de tarefas em atraso, contactos com Encarregados de Educação, etc. A perceção individual de cada problema, para cada criança, permite o esclarecimento de métodos para a resolução adequada desse mesmo problema e, desta forma, contribui para o sucesso escolar da criança. Que conselhos daria aos pais que pretendem colocar os filhos no EaD, sabendo que, de outra forma, muitas destas crianças, filhas de artistas de circo, profissionais ambulantes, não teriam acesso a outro tipo de escolarização? O ensino à distância é, sem dúvida, uma fantástica forma de garantir que crianças cujos pais precisam de se deslocar em trabalho com frequência tenham acesso à escolaridade obrigatória, de uma forma contínua, consistente e integradora. De outra forma, o absentismo escolar seria maior e a aquisição de competências básicas seria limitada. Finalmente, os próprios alunos seriam excluídos ou se autoexcluiriam se tivessem de mudar de escola com frequência, não criando laços com os professores ou colegas. Gostaria de referir que é importante que os pais tenham confiança na qualidade dos professores que asseguram este ensino e que o sucesso dos seus filhos passa por uma motivação constante, em que devem mostrar o quão importante é a atenção durante as aulas, a participação e a realização dos trabalhos de casa. Se possível, aconselho os pais também a estarem atentos às aulas, pois o acompanhamento dos seus filhos é muito importante para o seu sucesso escolar. E para terminar, deseja transmitir-nos....? Gostaria, em primeiro lugar, de agradecer todo o empenho que diariamente demonstram para com os vossos alunos, os conhecimentos que transmitem e a forma como conseguem manter os alunos interessados, procurando ajustar o ensino às dificuldades que cada um tem, o que não é nada fácil. Espero sinceramente que se mantenham motivados e unidos, e que consigam manter as aulas aliciantes para o tipo de alunos que as frequenta. Finalmente, que tenham a certeza que fazem a diferença para muitas crianças e que, sem vocês, muitas estariam isoladas e excluídas à partida. Entrevista conduzida por: Ana Paula Silva (Prof. de Matemática), imagens cedidas pela dra. Susana Pinto UM DIA DA MINHA VIDA EM ABU DHABI Abu Dhabi é a capital e o maior emirado dos Emirados Árabes Unidos, a cerca de 130km de distância do Dubai. O país, formado em 1971, é a união de sete emirados e está no continente asiático, no Golfo Pérsico, fazendo fronteira com a Arábia Saudita, Qatar e Omã. É governado pelo xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan. É o país onde vivo, desde o fim de dezembro de 2014, bem diferente de Portugal. Levanto-me por volta das 8h da manhã. Tomo o pequeno-almoço e sento-me na sala a ver o You Tube no iPad ou a ver a Fox na televisão (em inglês e com legendas em árabe!). Costumo ver os Simpsons e o American Dad e, à noite, vejo também o Breakout Kings e o Walking Dead com a minha mãe. Só temos um canal português, a RTP internacional. Por vezes vejo a CNN e a BBC em inglês e o National Geographic em árabe (de que não percebo nada). Antes das aulas começarem, depois da hora do almoço, costumo por vezes ir ao supermercado com a minha avó. Nas ruas as mulheres árabes vestem uma túnica preta e usam lenços pretos na cabeça, por vezes cobrindo também a cara. Os homens árabes usam túnicas brancas, lenços brancos e cordas pretas na cabeça. Falam em árabe e em inglês. Mas a maioria das pessoas que vejo na rua são indianos, paquistaneses ou filipinos. Parecem-me todos iguais, baixos e com pele suja. As mulheres e raparigas andam com roupas compridas, com os braços e as pernas tapadas. O supermercado, dentro de um grande centro comercial, é enorme, com produtos de todo o mundo. Até há pera rocha de Portugal cá! Costumo almoçar e jantar comida “tipo” portuguesa que a minha avó faz, mas é preciso ter cuidado com os pican- tes que os indianos adoram. Detesto! Passo as tardes em casa, a ter as aulas online de Portugal. Estudo na sala do meu apartamento que é na torre mais alta de Abu Dhabi e que tem as paredes envidraçadas. É um apartamento muito giro. Vê-se Abu Dhabi, cheia de edifícios, com a torre mais inclinada do mundo (18º de inclinação, quatro vezes mais que a Torre de Pisa), construída propositadamente assim e os edifícios “ananases”, que têm uma parede “tipo” casca de ananás e que se abre ou fecha se está sol ou não. A cidade é muito castanha, com poucas árvores no centro, mas com uma grande zona de mangais perto do mar. O céu não é limpo, é menos azul e não há estrelas à noite. À noite, depois das aulas, faço os trabalhos de casa e falo pelo Skype com os meus amigos em Portugal. Jogo também on-line com eles, pela PS4. Estudo também um bocadinho (e de manhã também). O prédio tem um piscina interior e uma exterior e vou lá de vez em quando. Abu Dhabi parece uma cidade em construção, ainda com ilhas planas, de areia castanha, e sem nada lá. É muito diferente de Lisboa, parece que não tem alma, como a minha mãe diz. Não gosto de viver aqui, não tenho amigos aqui. Sinto a falta deles, dos meus gatinhos, do meu pai e do meu avô. Mas estou com a minha mãe e com a minha avó, o que me faz feliz. Redação: Guilherme Candeias (EaD, 6º ano) 5 BRIGHT FUTURE - PROTOCOLO COM A VODAFONE No final do ano letivo transato o Ministério da Educação assinou um protocolo de colaboração com a Vodafone. Nesse documento a Escola Secundária de Fonseca Benevides foi escolhida para, em Lisboa, formar alunos dos cursos profissionais de Gestão de Equipamentos Informáticos e de Electrónica e Telecomunicações, os quais, nos dois últimos anos do seu curso profissional estariam a estagiar na Vodafone. Capa e contracapa do nº 57, de Novembro de 2014, da revista interna da Vodafone, “Gazeta DOC”, onde o programa Bright Future foi tema de fundo. Este estágio seria realizado nas áreas de Suporte Técnico e de Instalação de Redes de Telecomunicações em Clientes de Consumo e Empresariais. Em outubro de 2014 iniciou-se o programa de estágios designado Bright Future, dirigido a alunos dos 10°, 11° e 12° anos. A “Gazeta DOC” da Vodafone detalha as característi- cas do programa Bright Future: no 10º ano, o programa desenrola-se maioritariamente em contexto escolar, através de um conjunto de palestras e demonstrações, que decorrerão ao longo do ano e algumas visitas à Vodafone. Nos 11° e 12° anos, com cargas horárias diferentes, o programa desenrola-se diariamente nas instalações da Vodafone visando preparar os alunos para o Suporte técnico, field service e outro tipo de trabalho técnico. A celebração deste protocolo veio permitir dar continuidade àquela que tem sido a linha de força mais significativa da orientação pedagógica da Fonseca Benevides. Esta orientação, prosseguida ao longo de décadas e, mais tarde, constante do seu Projeto Educativo, sempre aproximou a escola das empresas e, portanto, do mercado de trabalho. Na sequência deste protocolo, no dizer de João Cruz, na “Gazeta DOC”, à excelência do corpo docente, instalações e equipamentos da Fonseca Benevides junta-se o ecossistema empresarial, capaz de proporcionar aos alunos estágios com qualidade, para que a sua preparação seja a adequada. João Cruz acrescenta A Vodafone acredita que uma boa qualidade nestes estágios pode fazer saltar muitas etapas na vida destes jovens, fazendo-os ganhar muito tempo no seu ciclo normal de aprendizagem, quer pretendam entrar no mercado profissional no fim do estágio ou ingressar no ensino superior. O professor João Santos, diretor da Fonseca Benevides, numa entrevista concedida à “Gazeta DOC”, refere que a escola pretende dar resposta às necessidades específicas da Vodafone da melhor forma possível e perpetuar, e melhorar, esta iniciativa ao longo do tempo. Este ano, como documentam os flashes fotográficos da revista interna da Vodafone, os nossos alunos das turmas 11PI e 12PI já iniciaram os seus estágios, que terminarão no final de maio. A Gazeta da Fonseca formula votos de felicidades a todos os envolvidos nesta nova experiência. Estagiários da Fonseca Benevides nas instalações da Vodafone. 6 Redação e imagem: Gazeta DOC da Vodafone e António Monteiro (Gazeta da Fonseca) How people think it is THE REALITY THE FUN AND ADVENTURE BUT ALSO THE HARD WORK CIRCUS LIFE Circus The circus life is an amazing life, it really is amazing how we can enjoy our work, work in several places, all around the world, visit all kind of cities and everything. It is an amazing adventure, of course like everywhere else, there are difficulties, hard work and some “not so good” moments, buwt in general it is the dream life, I love it. There´s a lot to discover about circus, people just need to stop underestimating our lives and try to understand more about it I could never imagine myself leaving circus, it is my life, I work here, I live here, and I love it over here. If you want to be in circus, I should warn you, it is not an easy life, you need to work hard, help everyone, and practice a lot! If you want to be succeeded in circus you will have to have a good act, and so, you have to practice for it, practice really hard. In circus we travel a lot, and so, we have to help build the circus every week or every two weeks. People should have the interest to know a little bit more about our life because sometimes they underestimate us, but we all are humans, and we all are equal. Redação: Carina Calção -12A 7 TARJETAS DEL DÍA DE SAN VALENTÍN Eliana Silva-7ºA3 Núria Tavares-7A3 Maísa Luftman-7A2 Inês Tavares-7A3 Sónia Belo-7A2 8 Nilton Pinheiro-7A3 SÃO VALENTIM, PADROEIRO DOS NAMORADOS POEMA Tu és a estrela da noite, Tu és a estrela do dia. Tu és eclipse do amor que eu vou amar para toda a minha vida. Bianca Mata-5A1 Valentim, amor sem fim Perde-se a olhar para as estrelas O nosso amigo Valentim; O seu coração bate forte E o Amor deixa à sorte. Corre veloz o pensamento Por todo o firmamento Um rasto de luz vai deixando E as estrelas ofuscando. Uma seta o cupido enviou E o seu coração trespassou Valentim, o teu Amor renasce agora Vê como és feliz nesta hora. Ó Valentim, acorda! Que o sol já nasceu Cuida bem da tua amada Que o destino te ofereceu. Guilherme Candeias 6A2 Iven Luftman - 5A1 POEMA Se pensas que eu penso em ti Pensas bem, porque ao pensares Que eu penso em ti Pensas em mim também. Gosto muito dos teus olhos Mas gosto mais dos meus, Porque se não fossem os meus olhos Não poderia ver os teus. Tive sede e fui beber à fonte de S Martinho, Desde então para te ver Não procuro outro caminho. Mas ao ver-te a sede passa Já não tenho que beber Pois a sede que eu sentia Era apenas de te ver. Gislene Mendes 6A1 Eva Cardoso 5A2 VENCEDORA DO DESAFIO DE MATEMÁTICA Joana Veríssimo - 9ºVI Vencedora do canguru matemático no ano anterior, Joana Veríssimo mais uma vez orgulha a nossa Escola, ao vencer o desafio matemático: “Quatro suspeitos de um crime fizeram as seguintes declarações à polícia: António: Foi o Carlos Bernardo: Eu não fui Carlos: Foi o David David: O Carlos mentiu quando disse que fui eu. Sabendo que exatamente uma das quatro declarações é verdadeira, quem cometeu o crime?” Resolução: Como as declarações do Carlos e do David são contraditórias, uma delas é necessariamente verdadeira. Como só uma das quatro declarações é verdadeira, então as do António e do Bernardo são falsas. Portanto quem cometeu o crime foi o Bernardo. Parabéns Joana! Prémio: Dois bilhetes para a peça “PIRANDELLO” Parabéns à vencedora e um Bem-haja a todos pela Vossa Participação! Redação: Susana Martin Tenreiro (Prof. de Matemática) 9 CARNAVAL Foi assim que a Professora Ana Pietra Torres, de Educação Visual - EaD, nos ensinou a mascarar !!! 8ºA Samuel Fernandes 9ºA2 Luana Costa 10 9ºA2 André Maldonado 9ºA2 Ana Rita Ferreira CARNAVAL Foi tão divertido … ficámos tão giros e originais !!! 7ºA2 Urien Ferreira 7ºA2 Nair Bento 7ºA3 Nilton Pinheiro 8ºA Quévin Mariz Grafismo: Ana Pietra Torres 11 SUA EXCELÊNCIA O PI Razão entre o perímetro de uma circunferência e o diâmetro de um círculo. = Po / D = 3,14159 O dia do π comemora-se a 14 de Março. É um dia especial para celebrar um número especial. Albert Einstein, uma pessoa muito especial, nasceu no dia do π. PROBLEMA: O Homem das cavernas fugiu do T-Rex. Após andar 200m em linha reta, é comido pelo T-Rex. Sabendo que o T-Rex completou um semicírculo em torno do Homem das Cavernas quando este tinha andado 100m, quantos metros percorreu o T-Rex? RESPOSTA: π x 100= 314,159m Redação: Guilherme Candeias 6A2, com recurso ao software Augment para gerar as imagens BULLYING Bullying is unfortunately a word that is in fashion because of numerous cases of harassment and assaults that are detecting in schools and colleges, and are leading to many students to live truly terrifying situations. Bullying refers to all forms of aggressive attitudes, intentional and repeated, with no evident reason, performed by one or more students against another or others. What exercises bullying does to impose his power over another through constant threats, insults, beatings, humiliation, etc., and so have you total control of her for months, even years. The victim suffers silent in most cases. The intimidating abuse will make you feel pain, 12 anguish, fear, to the point that, in some cases, can lead them to devastating consequences such as suicide. The bullying causes can be in educational models to which children are exposed. In his article titled Bullying: a fear of death, the psychologist and journalist Henar L. Senovilla says that the causes that can bring up aggression are incalculable, both in the ways that manifest as the damage they cause. In general the causes or factors that cause it can be personal, family and school. On the personal side, the aggressor is seen higher. Well it relies on the support of accomplices, or because the victim is someone with very little ability to respond to aggression. The attacker wants to see the victim feel bad. Bullying can happen in any school, public or private, but some experts say, the higher the educational center, the greater the risk that there is school aggression. Of course, it must add the lack of physical control and surveillance. In the corridors there should always be someone, teachers or instructors to meet and inspect students. Furthermore, the treatment is given to students is very important. The lack of respect, humiliation, threats or exclusion among teachers and students lead to a climate of violence and aggression situations. The college should not be limited only to teach, but should work as a social behavior generator. In short, the causes of bullying may reside in educational models to which children are exposed, in the absence of values, limits, rules of coexistence; to receive punishment or punishment through violence or intimidation and learn to solve problems and difficulties with violence. When a child is constantly exposed to these situations, just automatically recording everything in his memory, starting to externalize them when he meets opportunity. For the child who does bullying, the violence is just an intimidation tool. For him, his performance is correct and therefore not self-condemned, which is not to say that does not suffer for it. Redação: Cíntia Luftman 12º A JOKE Other times... The grandfather tells his grandson John the great changes that have taken place in society, from his youth until now ... "You know, John, when I was little, my mother gave me ten crowns = (+/-) 5 cents today, and she sent me to the corner store. So I came back with a stick of butter, two liters of milk, a bag of potatoes, a cheese, a sugar packet, a loaf of bread and a dozen eggs ..! " And John answered him: "But grandfather, in your time there were no surveillance cameras?" Redação: Kety Luftman 11º A FONSECA EM AÇÃO PROJETO DE VOLUNTARIADO ÉS – PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE No âmbito deste projeto realizaram-se, no decorrer do 2º período, as seguintes ações: - Recolha de 20 kg de pilhas e baterias a favor do Instituto Português de Oncologia, contribuindo, desta forma, para a doação efetuada pela Ecopilhas de dois aparelhos de tratamento. - Início das sessões de formação de voluntariado ao 3º ciclo, com a turma do 9º1ª, sensibilizando-a para esta temática. O resultado desta ação foi a recolha de roupa a favor dos desalojados da Ilha do Fogo. Foram angariados 61 kg de roupa, que foram entregues no Regimento de Sapadores Bombeiros de Marvila. - Durante a semana dos afetos, sorteou-se o “CABAZ DOS AFETOS”, cujo montante angariado nas rifas foi convertido em 98 Kg de produtos de higiene e leite que fomos entregar na IPSS Pro Alcântara, em 19 de Fevereiro. Agradecemos a todos os que connosco colaboraram. Uma gota após a outra fazem um oceano de solidariedade. O projeto de Educação para a Saúde da nossa escola foi selecionado e aprovado pela Direção Geral de Educação, assim pertencemos à rede de escolas promotoras da saúde. No âmbito deste projeto realizaram-se, no decorrer do 2º período, as seguintes ações: - Para celebrar a semana dos afetos, no dia 12 de fevereiro, realizámos um “Docinho por um Gostinho”. Os alunos escreveram mensagens alusivas ao tema e receberam em troca gomas confecionadas pela turma do 11º PQ, sob a orientação da Prof. Anna Campos. - Foi construída a MAÇÃ DOS AFETOS, sob a orientação das Profs. Elsa Matos e Fátima Ponte, onde os alunos colocaram mensagens sobre o tema. A maçã está inserida no projeto da UCC Consigo e vai ser exposta junto às outras maçãs das diversas escolas de Lisboa e Oeiras, que colaboraram nesta iniciativa. Redação: Grupo de Voluntariado “Fonseca em Ação” Redação: Grupo ÉS 13 A ESCOLA FOI AO TEATRO VISITA DE ESTUDO XVIII SEMANA DA FÍSICA-IST No dia 3 de fevereiro, os alunos da turma 12.º PQ participaram na 18.ª edição da semana da Física do Instituto Superior Técnico. Numa espécie de circo, vários alunos dos cursos de Eng.ª Física e de Eng.ª de Materiais realizaram, em ambiente descontraído, uma série de experiências demonstrativas dos mais fundamentais fenómenos físicos, envolvendo vários domínios da Física: Mecânica, Ondas, Óptica e Electomagnetismo, Sistemas Dinâmicos, e Termodinânica. Primeiro, no dia 13 de fevereiro, foi o 11º ano (turmas PE1/3; PI e PQ) assistir à representação de “Frei Luís de Sousa“, de Almeida Garrett. Depois, no dia 26,foi o 12º (PD, PI e PQ) ver “Felizmente há luar!”, de Luís de Sttau Monteiro. Os espectáculos, da responsabilidade do Grupo ACTUS, tiveram lugar no Auditório da Igreja de Santa Joana Princesa «que tem poltronas muito confortáveis». Na opinião dos alunos, «a peça foi interessante e os atores cativaram o público»; «a encenação foi muito criativa»; «no final, os atores conviveram um pouco connosco, perguntaram-nos se tínhamos percebido tudo ou se havia dúvidas, tendo-se mostrado pessoas afáveis e preocupadas com o seu público»; «a peça foi muito bem encenada, o que nos ajudou a entender melhor… e o público também foi excelente»; «recomendo esta peça a quem tenha curiosidade ou goste de teatro»; «gostei muito e voltava lá outra vez. Recomendo» No ‘Explora os Materiais’, revelaram-se os mistérios de alguns dos mais surpreendentes materiais de engenharia utilizados em equipamentos eletrónicos, aeroespaciais, de segurança... Os professores e alunos da Escola Sec. de Fonseca Benevides agradecem a forma como foram recebidos e acompanhados ao longo da visita pelos vários monitores. Redação e imagem: Eduardo Baptista (Prof. de Físico-Química) Redação: Cidália Magalhães (Prof. de Português) e alunos do 12.PI, imagens captadas por alunos 14 SEMPRE HOUVE PROBLEMAS Decorreu entre 8 e 18 de janeiro, nas instalações da Biblioteca da Escola Secundária de Fonseca Benevides, a exposição de matemática, “Sempre Houve Problemas”. Nesta exposição, esteve patente o carácter “lúdico na pedagogia medieval”. O uso do lúdico como instrumento pedagógico, remonta há muitos séculos atrás. Já Alcuíno, (735), filósofo e pedagogo britânico, tinha como norma pedagógica, “deve-se ensinar divertindo”, para “aguçar a inteligência”. Os seus problemas refletem todo um conjunto de enigmas e gracejos como: “Um boi que está arando todo o dia, quantas pegadas deixa ao fazer o último sulco?” Resposta: nenhuma, pois as pegadas do boi são apagadas pelo arado que passa depois. Com vários problemas para os alunos resolverem, o vencedor, Guilherme Candeias do 6ºano, presentemente no Dubai e antigo aluno do colégio Manuel Bernardes, confessou-nos: “ Acho que a matemática pode ser difícil porque é preciso saber sempre o que foi dado antes. Por outro lado, é preciso muitas vezes imaginar as coisas. A minha mãe sempre me ajudou a estudar e antes de fazer os exercícios leio sempre a parte da matéria correspondente. Os problemas tornam-se mais fáceis quando se percebe o que é realmente pedido, ou seja, como o que está escrito em português se traduz na matemática. Por exemplo, se pedem para calcular qualquer coisa “de” outra coisa, sei automaticamente que o “de” significa multiplicar.” Agradecemos à associação de professores de matemática, que promove a cultura científica, a oportunidade que nos deu em presentear os alunos da Escola Secundária de Fonseca Benevides, com esta exposição. Redação: Susana Martin Tenreiro (Prof. de Matemática) 15 VIAGEM NO TEMPO - SANTO AMARO DOS NOSSOS AVÓS 1857. Carta Topográfica de Lisboa [fragmento], levantada e executada sob a direção de Filipe Folque. Escala 1:1000. Assinalada com um círculo a ermida de Santo Amaro; a seta marca a localização da escola Fonseca Benevides, hoje. Um desafio ao olhar. É o que propomos com o exercício de tentar reconhecer nesta planta o sítio de Santo Amaro onde hoje se localiza a Fonseca Benevides. De facto, não se afigura tarefa fácil a leitura da planta da responsabilidade do Brigadeiro Filipe Folque, a primeira realizada em Portugal de forma rigorosa e que constitui uma referência da história da evolução urbana de Lisboa e da cartografia terrestre portuguesa. O que à partida parece mais complicado, pela ausência do xadrez das ruas que estamos habituados a percorrer diariamente a caminho da escola, tem na verdade uma explicação simples: no ano em que a planta foi levantada, em 1857, toda a zona em torno do cume do Monte de Santo Amaro não passava de um grande ermo. Sendo os eixos viários os pontos de referência, observemo-los com atenção. De imediato, dois saltam à vista: a via Junqueira/Calvário (composta, então, pelas ruas direita da Junqueira e direita do Calvário, em baixo, à direita) e a Calçada de Santo Amaro (ao centro, em diagonal). Galgando morro acima, esta última era então o principal acesso ao Alto de Santo Amaro, entroncando no cimo com uma travessa que fechava pelo lado poente o perímetro da vasta área despovoada até unir com a antiga Estrada da Tapada, hoje calçada. Embora se mantenham, ambas as vias viram a sua relevância diminuir, secundarizadas que foram pela marginal - troço da Avenida da Índia - e pela malha urbana que preencheu aquele miolo. Com poucas diferenças para os dias de hoje, a Calçada de Santo Amaro permitia o acesso ao largo da ermida 16 que deu nome ao sítio, embora tenha nascido já como uma segunda via, uma alternativa à rampa e escadaria que servia o santuário. Ao atrair as gentes devotas ao santo, que de abade chegou a bispo e acabou famoso nas maleitas de braços e pernas, a ermida foi a grande responsável pela primeira urbanização do sítio e, sobretudo, pelo nome que se estendeu a todo o bairro, 1909. Levantamento da Planta de Lisboa: 1904-1911 [fragmento]. J.A.V. da Silva Pinto. Escala 1:100 crédito que reclama à memória da cidade. Assim, ao longo do século XVIII, as pessoas foram-se fixando calçada acima. E o sítio urbanizou-se com um tom popular. Pouco mudou, neste sopé da encosta, desde o levantamento de Filipe Folque. Pelo lado direito, o casario acompanhava a subida, chegando ao alto de forma já tímida, até desaparecer. Nada mais por ali se via. Tudo era ermo, tudo era campo. E assim ficou mais algumas dezenas de anos. Quem então se aventurasse umas dezenas de metros por veredas e azinhagas em direção aos bem arranjados jardins dos palácios da Junqueira, mais a sul (em baixo à esquerda), certamente estaria longe de imaginar que, pouco menos de um século depois, naquele solo deixaria de têndencia a chegar, a escassez de precipitações durante este próximo período que permitirá que seja o astro rei - sol, a comandar a sucessão dos dias e das noites para bem estar de toda a população nesta nova estação de primavera que se aproxima para nos ajudar a renascer....do letárgico e longo Inverno. Sol, Luz, Cor e Alegria. Desfrutemos! Vista da Ermida de Santo Amaro. Gravura de Jacobus Baptist, Leide, c. de 1707. germinar o produto das terras de pão e de semeadura e se ergueriam os alicerces do edifício que acolhe hoje a nossa escola. Quanto à urbanização moderna do bairro, projetada nos últimos anos de Oitocentos, estava já bem avançada no início do século XX, como se constata pela planta de Silva Pinto, de 1909, com os seus eixos estruturantes bem destacados: a Rua Luís de Camões, a Rua Jau e a Rua Conselheiro Pedro Franco, rebaptizada pela República como Rua dos Lusíadas. Para sul e poente seria preciso esperar ainda mais uns anos... Redação: Jorge Paulo (Prof. de História) METEORÚBRICA Aqui estão os “links” referentes à perspetiva das próximas duas semanas em termos de temperaturas e precipitação. http://www.wxmaps.org/pix/temp4.html (temperatura) http://www.wxmaps.org/pix/prec4.html (precipitação). O leitor pode, desde já, consultar o primeiro dos gráficos: o das temperaturas. Redação: Prof. Paulo Sousa (prof. de Geografia) Apesar da Primavera estar a 20 dias de distância (equinócio de primavera - 20 Março (6ªF - 10.45)). As perspetivas meteorológicas apontam para um “adiantamenNo lago L o nenúfar N duplica, diariamente, a sua to” da mesma, face à data meteorológica. As próximas área, levando 30 dias a cobrir o lago. Duas plantas semanas serão marcadas por uma subida progressiva iguais a N quantos dias levarão a cobrir o lago L? das temperaturas capazes de escalar para lá...dos 20ºC, os dias cada vez mais longos, a radiação solar mais intensa, ingredientes mais que suficientes para justificar esta subida térmica. Pouco-a-pouco, o verde da folhagem das árvores começará a inundar as nossas cidades, atenção....alérgicos, aproximam-se dias críticos para as alergias. Nada que o bom tempo não ajude a superar. A reforçar a beleza e o bem estar desta primavera com MATEMAGIA… Redação: Rafael Pacheco (Prof. de Matemática) 17 7 MIL MILHÕES NO MUSEU DA ELETRICIDADE Entre os dias 8 novembro 2014 a 8 fevereiro 2015 esteve patente no Museu da Eletricidade, da Fundação EDP, a exposição “7 mil milhões de Outros”, que foi criada em 2003, já percorreu o mundo e proporciona um retrato real e atual da humanidade. Até ao momento foi vista por mais de 5 milhões de pessoas. Mais do que uma simples exposição, trata-se da apresentação de testemunhos de mais de 6 mil pessoas de 84 países, incluindo Portugal, baseados num conjunto de perguntas. A mostra em Lisboa foi uma iniciativa do Projecto Memória, em parceria com a Fundação EDP e a Fundação GoodPlanet. O fotógrafo e cineasta Yann Arthus-Bertrand, que ficou mundialmente conhecido sobretudo pelo seu livro A Terra Vista do Céu e pelo filme Home, viajou pelo mundo, com uma equipa de repórteres, e colocou as mesmas 45 perguntas sobre temas gerais, a pessoas de distintas culturas. Essas perguntas, sobre 30 temas universais - família, amor, morte, perdão, clima, natureza, sentido da vida, desafios ou sonhos de infância – ajudam-nos a encontrar o que nos separa, mas sobretudo o que nos une. A recolha de informação resultou numa vídeo-exposição que traça, assim, um retrato da humanidade. Os visitantes da exposição deparavam-se com vozes e rostos de pessoas desconhecidas, que partilhavam vivências e experiências acerca dos temas abordados. Essa possibilidade de entrar na intimidade de pessoas tão diferentes como um pescador brasileiro ou um empresário afegão, um artista alemão ou um sapateiro chinês, motivava a reflexão, mas também despertava diversos sentimentos. Na sala dedicada aos portugueses, muitos eram os que se reviam nos depoimentos apresentados. Mais do que assumirem um papel de meros espetadores, os visitantes tinham também a possibilidade de serem entrevistados e gravar o seu testemunho. 18 Esta exposição teve um papel educativo, sendo muito enriquecedora para ser vista em família, pela possibilidade de contacto com diferentes culturas e visões sobre o mundo partilhadas num único espaço, acerca de temas que dizem respeito à vivência humana. Cabe aos pais, enquanto agentes educativos, possibilitar aos filhos novas experiências, que os ajudem a crescer enquanto cidadãos conscientes e responsáveis, numa sociedade competitiva e por vezes cruel, como a nossa. A organização deu também especial atenção à comunidade educativa, tendo disponibilizado um kit pedagógico que os docentes podiam explorar, previamente, em sala de aula. Durante a visita à exposição os alunos eram acompanhados por uma equipa do Museu. Muitos alunos que visitaram a exposição reviram-se nalguns testemunhos. Sites para saber mais: http://www.7billionothers.org/pt/ http://www.goodplanet.org/en/educating-informing/ presentation/ Redação: Leonilde Lucas (Prof. Geografia), imagens do site: http://www.7billionothers.org/pt/ NOTÍCIAS LITERÁRIAS A Gazeta da Fonseca tem o grato prazer de informar que o professor João Reis, docente da escola e colaborador regular da Gazeta desde o primeiro número, irá brevemente ver publicado o seu primeiro livro de poesia. O livro, que irá intitular-se Suor sem Rosto, está em fase de edição. Este aconteceimento literário é tanto mais significativo quanto se prevê que a capa tenha uma pintura de um outro docente desta escola, já aposentado, trata-se do pintor Augusto Grácio. O lançamento da obra está previsto para o mês de Abril. A Chiado Editora, onde será editado o livro Suor sem Rosto, tem publicado anualmente uma Antologia da Poesia Portuguesa Contemporânia. A Antologia referente a 2015 incluirá um poema de João Reis intitulado Adeus e que, por gentileza do autor, cedemos aos leitores. Redação: António Monteiro (Gazeta da Fonseca) ADEUS Queria dizer-te – Adeus amor e enterrar-te em mim com um lençol bordado de poemas. Queria dizer-te – Adeus amor sombra silenciosamente diluída no oceano dos ruídos imaginários sem essa imagem desfocada no fundo das tuas pupilas. do texto quando se pretendia ler o que podia dar azo a “queimar as pestanas”. Redação: Ana Amorim (Prof. de Português) O SOL Ao brilho das estrelas brilhando Desce do céu uma doce companhia Sendo os teus olhos a luz que ilumina E fortalece a minha poesia. Na noite encontro a tua boca. Nela me colo p’ra não ficar abandonado, Entrego-me cego com amor, Contigo me sinto apaixonado. Este desejo de te amar Numa dança cheia de loucura É força que não consigo evitar, Essa tua armadura. 06-03-2015 António Magalhães, 10PE2 EDUCAÇÃO: INQUIETAÇÕES E ESPERANÇAS No passado dia 4 de Março, pelas 14.30 teve lugar uma conferencia intitulada: “Educação: Inquietações e Esperanças”, pelo dr. Fernando Carneiro, onde se discutiu a fenomenologia da educação, e as suas relações com o poder e demais saberes.O local foi a simpática E não escrever a pulso este poema Tangendo um filho recém-morto Na planície dos fantasmas inocentes. Queria ver antes do teu regaço saltarem novas estrelas para o espaço como faúlhas em fúria na fogueira. Por isso esqueço (ou finjo que o faço) dedos famintos como sorrisos sufocados à espera dos meus a noite inteira. João Reis (Prof. de Electrónica) QUEIMAR AS PESTANAS Significado: Estudar muito. Origem: Usa-se ainda esta expressão, apesar de o facto real que a originou já não ser de uso. Foi, inicialmente, uma frase ligada aos estudantes, querendo significar aqueles que estudavam muito. Antes do aparecimento da eletricidade, recorria-se a uma lamparina ou uma vela para iluminação. A luz era fraca e, por isso, era necessário colocá-las muito perto biblioteca da escola, que acolheu alguns visitantes previamente inscritos, onde depois se debateu o tema. Falou-se ainda das relacões da escola com a sociedade, nomeadamente em relação a novos assuntos como o género, a ecologia, o sentido da escola num mundo global, as relações com a comunidade envolvente, a sociologia da educação como ferramenta auxiliar, e a mentalidade que a sustenta. Redação: Fernando Carneiro e Rafael Pacheco (Prof. de Matemática), imagem: António (Gazeta da Fonseca) 19 LISBOA DÁ PRÉMIOS… A exposição interativa “Lisboa: espaço, palavra e memória” dá prémios às melhores legendas que dão vida à sua memória. De uma forma lúdica e interativa, respeitando, porém, o rigor histórico, que uma cidade com o passado de Lisboa exige e merece, a exposição fotográfica sobre Lisboa de outrora proporciona, ao visitante, uma viagem no tempo e no espaço, convidando-o a legendar, criativamente, cada uma das fotos. Esta exposição fotográfica, constituída, a título de empréstimo, por fotos dos vários docentes da nossa escola, vai estar patente até ao final do 2º período. SUGESTÃO LITERÁRIA DA BIBLIOTECA ESCOLAR… No dia 8 de março de 2015, a Biblioteca Escolar destacou um livro especial de liberdade e de tolerância. “Persépolis” é uma “memória inteligente, divertida e comovente de uma rapariga que cresce no Irão durante a Revolução Islâmica”. Este livro ilustra a forma como os regimes repressivos limitam a vida pública dos seus cidadãos, num ataque permanente à liberdade individual. Como não o queremos na prateleira da BE, aguardamos, brevemente, a sua requisição… A SEMANA DOS AFETOS Na semana dos afetos, “Os Amores da História” tiveram um destaque especial... A partir da Biblioteca Escolar, o amor ganhou “corpo” e percorreu alguns séculos até aos nossos dias. Por toda a escola, os alunos deram a conhecer, através da “Literatura ao Vivo”, alguns dos amores mais célebres da nossa História Nacional e Universal: “D. Pedro e D. Inês de Castro”, “Romeu e Julieta”, Simão e Teresa” e Fernando Pessoa e Ofélia”. A BE louva a entrega e a dedicação de todos os alunos e professores que ajudaram a escrever mais um dia de amor na história da nossa Biblioteca Escolar. Redacção: Maria João Martins e Manuela Silva (Equipa de coordenação da Biblioteca), imagem: António Monteiro (Gazeta da Fonseca) e Arq. Munícipal de Lisboa