Comportamento do Consumidor Perante a Atual Crise Mundial
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Comportamento do Consumidor Perante a Atual Crise Mundial
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR PERANTE A ATUAL CRISE ECONÔMICA MUNDIAL Sharmila Nonis 1 Introdução De fato, todos os setores saíram prejudicados com as mudanças ocorridas na economia mundial mais precisamente no início de 2008. No entanto, estas mudanças foram se fortalecendo e com isso afetando diretamente o comportamento da sociedade em geral, produzindo sentimentos de incerteza e receio com relação ao consumo de bens e serviços. Conseqüentemente, houve a diminuição na produção e no número de funcionários das empresas, a aquisição de matéria-prima também diminui, abalando todo o ciclo. Um dos setores afetados pela atual crise mundial foi o setor do vestuário. Porém como afirma Castro (apud RECH,ano,198:23) a “moda é um meio pelo qual o indivíduo como comprador, ao satisfazer as suas exigências estéticosociais, influência toda a complexa estrutura sócio-econômica de que faz parte”. Neste sentido percebe-se que, ainda que fatores adversos venham a atrapalhar o setor de vestuário, este ainda consegue encontrar saídas para se sobressair à crise. O Colapso do mercado de ações de Nova York, que levou a uma depressão mundial e ao desemprego em massa, foi um começo nada auspicioso para a década de 1930. Em um lance para enfrentar a crise, os estilistas reduziram seus preços e também diversificaram, “introduzindo séries mais baratas, prontas para usar, e os nomes de primeira linha elevaram suas receitas endossando produtos relacionados com moda”. No início da década, os costureiros abandonaram as técnicas decorativas custosas, como o bordado, que requeriam mão-de-obra intensiva (MENDES, 2003, p.71). Com o tempo as casas de moda diminuíam de tamanho e milhares de modistas, alfaiates, costureiras, bordadeiras e produtores de acessórios eram dispensados. A situação atual é parecida, o que a difere daquela época é que hoje o consumo não é mais comandado pelo processo de distinção social e de diferenciação estatuária, depois de ter desencadeado um processo tendencioso de dessocialização, valoriza-se o prazer individual e o objeto-uso, buscando através desses objetos uma satisfação privada cada vez mais indiferente aos julgamentos dos outros (LIPOVETSKY,1989). 1 [email protected]. Acadêmica do Curso de Moda da Universidade Estadual de Maringá, CRC- Campus Regional de Cianorte, Departamento de Design e Moda. O “consumo, no essencial, não é mais uma atividade regrada pela busca do reconhecimento social; manifesta-se, isso sim, em vista do bem-estar, da funcionalidade, do prazer para si mesmo”, no entanto, há uma redução da importância do olhar do outro no processo de aquisição das coisas e uma pacificaçãoneutralização do universo do consumo (LIPOVETSKY, 1989,p.173). A moda é o modo temporário de se vestir, regulado pelo gosto e pela maneira de viver de determinado grupo humano, em determinado, influenciada pelos movimentos artísticos, econômicos, filosóficos, sociais, políticos e religiosos que o mundo experimenta (CATELLANI, 2003, p.339). Deste modo, através de uma revisão bibliográfica fez-se um levantamento de dados referente ao comportamento do consumidor mediante a atual crise econômica mundial, proporcionando medidas de solução para o mercado de moda. Em períodos de recessão a quantidade de dinheiro em circulação diminui, a produção cai, menos estilos são oferecidos e cores chamativas ou pouco usuais tendem a desaparecer (JONES, 2005). Metodologia O procedimento metodológico utilizado para a compilação dos dados referentes a este estudo deu-se por meio de pesquisa bibliográfica de material literário pertinente ao assunto em questão. Resultados e discussão Pode-se perceber com isso que o comportamento dos consumidores mudou, não sendo estes passivo como a décadas atrás. Isso contribui para a mudança que está acontecendo no mercado da moda, ou seja, uma nova realidade em que é necessário entender e sobreviver diante deste novo mercado. Apesar de o mercado ser dirigido pelo consumidor, a indústria tem uma importante arma de persuasão: os preços, ou seja, no topo do mercado subsiste um desejo de possuir mercadorias exclusivas como um símbolo de status, porém, mais abaixo na cadeia de compras uma roupa torna-se desejável quando corresponde ao orçamento do mercado de classe média. (JONES, 2005, p.73) Deixar o produto mais barato implica torná-lo menos rebuscado e mais comercial, com peças mais clássicas, visto que, o consumidor na crise vai optar pelo mais usual. Jones afirma que “períodos de instabilidade econômica e de inflação resultam em compras conservadoras e estilos que tragam mais benefícios pelo dinheiro gasto” (JONES, 2005, p.32). Os consumidores gastam de acordo com seu nível de renda, sendo assim, “depois de pagos os impostos, taxas e itens de primeira necessidade, como alimentação e habitação, sobra a “renda discricionária” (que pode ser gasta ou poupada)”. Geralmente os adultos independentes, as famílias e os idosos usam a renda disponível em mensalidades escolares, saúde, móveis para casa, lazer, e assim sobra menos para a moda ou que ela não é uma prioridade. Por essa razão que muitas empresas focam aquelas pessoas com renda discricionária disponível. (JONES, 2005, p.32) Conclui-se com isto que a economia é um fator que interfere diretamente na moda e no comportamento de compra do consumidor, entretanto, todas as empresas possuem ferramentas eficazes que ajudam a persuadir o consumidor. O importante é saber e entender que hoje a prioridade de consumo mudou e esta depende do orçamento de cada público-alvo. Referências CATELLANI,Regina Maria.Moda ilustrada de A a Z.São Paulo: Manole, 2003. JONES,Sue Jenkyn.Fashion Design: manual do estilista.São Paulo:Cosac Naify,2005. LIPOVETSKY,Gilles.O império do Efêmero:A moda e seu destino nas sociedades modernas.São Paulo:Companhia das Letras, 1989. MENDES,Valerie;HAYE, Amy de la. A moda do século XX.São Paulo:Martins Fontes,2003. RECH,Sandra.Moda:por um fio de qualidade.Florianópolis:Udesc,2002.