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Clipping Nacional de Educação Quarta-feira, 13 de Novembro de 2013 Capitare Assessoria de Imprensa SHN, Quadra 2 Bloco F Edifício Executive Tower - Brasília Telefones: (61) 3547-3060 (61) 3522-6090 www.capitare.com.br 13/11/13 00 O PAÍS 13/11/13 A2 EDITORIAL Devagar com as crianças Judô, balé, escolinha de artes, aula de inglês, natação --e, frequentemente, alguma terapia por cima da mistura. Compõe-se desse modo, com múltiplas atividades, a rotina de um grande número de crianças da classe média brasileira. Tanta coisa interessante pode resultar em estresse sem motivos e em perda de independência e criatividade. É o que argumentam os seguidores do "slow parenting" (pais sem pressa), movimento que foi tema de reportagem na seção Equilíbrio desta terça-feira. A tese nada tem de implausível. Cabe perguntar, todavia, o quanto também pode conter de nostalgia romântica. Na memória de muitos adultos, fixou-se a imagem de uma infância mais simples e feliz, em contraste com a de seus filhos. Especulações à parte, é inegável que muitos fatores contribuem para o atulhamento da agenda infantil --e para o estresse, se não das crianças, dos próprios pais. Diferentemente de países europeus, as escolas daqui não adotam período integral. Há resistências culturais a isso; como imaginar um filho oito horas fora de casa? O resultado é que sobra tempo para as crianças. Diante da alternativa (horas dentro de um apartamento, diante da TV ou do videogame), é natural que surjam ofertas de educação paralela, capazes de descobrir ou desenvolver talentos que a escola não explora. A fantasia de um filho multitalentoso, o desejo de abrir-lhe o máximo de possibilidades, a percepção de que nas horas livres não terá tantas ocasiões de conviver com os pais --tudo encaminha a criança para mais aulinhas e atividades. Por mais que se considere, ainda, o Brasil como um lugar vocacionado à indolência tropical, o fato é que o modelo da competitividade e do trabalho se imiscui às próprias atividades de lazer. O tão saudável hábito do hobby não deixa de ser um cruzamento entre a vida laboral e o ócio absoluto. Será que este ócio absoluto, contemplativo, vegetal, tem espaço nos dias de hoje? Pode ser, como em toda vida ligada aos ritmos da natureza, o ingrediente necessário para que a alma, como as árvores e as frutas, amadureça. Pode opor-se, entretanto, à também natural inquietude humana. Encontrar o equilíbrio, na vida das crianças como na dos adultos, seria o ideal. Mas só seria capaz disso, sem dúvida, quem já desfruta dele internamente. 13/11/13 A2 OPINIÃO Fapesp Antonio Delfim Netto Hoje, ninguém desconhece que a atividade de pesquisa e o estímulo à inovação são ingredientes principais do desenvolvimento econômico, que é condição necessária, ainda que não seja suficiente, para o sucesso do processo civilizatório que tenta combinar valores não inteiramente compatíveis: a liberdade de iniciativa individual, relativa igualdade de oportunidades e certa eficiência produtiva. O fato interessante é que isso já era claramente sabido por dois deputados constituintes paulistas de 1947, representantes dos extremos do espectro ideológico daquele momento. Um, do Partido Comunista Brasileiro, o historiador marxista Caio Prado Júnior. Outro, um ilustre representante do conservadorismo inteligente, Lincoln Feliciano, do Partido Social Democrático. Eles conseguiram aprovar o importante e, se o termo já não estivesse abusado demais, "histórico" artigo 123, que dispunha: "Artigo 123 - O amparo à pesquisa científica será propiciado pelo Estado, por intermédio de uma fundação, organizada em moldes que forem estabelecidos por lei. Parágrafo único - Anualmente o Estado atribuirá a essa fundação, como renda especial de sua privativa administração, quantia não inferior a meio por cento do total da sua receita ordinária." Como todas as decisões constitucionais que dependem de leis para serem implementadas, esta hibernou por 15 anos. Em 1962, o grande governador Carlos Alberto de Carvalho Pinto criou, como parte do seu "Plano de Ação", a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Nos últimos 50 anos, ela teve papel decisivo no desenvolvimento da pesquisa e da educação, integrando-as ao setor produtivo privado, inclusive na pequena e média empresa. É, seguramente, um dos fatores do diferencial de crescimento do Estado de São Paulo. Apesar do dispositivo da Constituição paulista de 1947 não ter sido acolhido na de 1967, nem recuperado na de 1989, a qualidade da Fapesp e os seus palpáveis resultados têm lhe proporcionado dotação orçamentária que, nos últimos cinco anos, cresceu a uma taxa real da ordem de 7%. Atingiu, no ano passado, exatos R$ 1,035 bilhão em bolsas de estudo (mais de 12 mil) e suporte de pesquisa e desenvolvimento de toda sorte, com ênfase em saúde (30%), biologia (17%), engenharia e ciências exatas (26%) e agronomia e veterinária (9%). O relatório das atividades da Fapesp deveria ser leitura obrigatória daqueles que ainda têm dúvida sobre o fundamental e indispensável papel do Estado nas pesquisas e desenvolvimentos que dão suporte ao setor privado. ANTONIO DELFIM NETTO escreve às quartas-feiras nesta coluna. 13/11/13 A4 Bomba O Ministério da Educação está preocupado com o impacto da greve de professores no resultado do Ideb, que mede a qualidade da educação básica. Paralisações no Rio, Pará, Maranhão e Mato Grosso podem atrapalhar o desempenho dos alunos na Prova Brasil. PAINEL 13/11/13 PODER 00 Dilma pode substituir Gleisi por Mercadante Filho do vice-presidente José Alencar, Josué Gomes da Silva (PMDB) poderá assumir o Ministério do Desenvolvimento Vital do Rêgo deve ficar com ministério que era controlado pelo PSB de Eduardo Campos antes de rompimento VALDO CRUZ DE BRASÍLIA IGOR GIELOW DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Anunciada pela própria presidente Dilma Rousseff em sua viagem ao Peru, a reforma ministerial do final do ano ou início do próximo pode levar o ministro Aloizio Mercadante (Educação) para o comando da Casa Civil. Outra troca em análise é a nomeação do empresário Josué Gomes da Silva, filho do vicepresidente José Alencar (19312011), para o lugar de Fernando Pimentel no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Dilma fará mudanças na equipe daqui a dois meses para substituir os ministros que vão disputar a eleição em 2014, casos de Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Alexandre Padilha (Saúde) e Pimentel. Mercadante já foi dado como nome certo no posto de Gleisi, que disputará o governo do Paraná, mas sua cotação havia perdido força após a presidente ter desaprovado algumas de suas articulações --como críticas ao Congresso. Agora volta a ser considerado como provável chefe da Casa Civil, deixando de ir para o comando da campanha de Dilma --uma hipótese que ainda não está descartada. Uma alternativa a Mercadante na chefia da Casa Civil seria a ministra Miriam Belchior (Planejamento). A pasta de Belchior poderia, então, ficar com o ministro Paulo Bernardo (Comunicações). A ida de Josué --que recentemente se filiou ao PMDB-para o ministério teria duplo significado: agradar o partido do vice Michel Temer e criar uma ponte com o setor empresarial, descontente com o governo Dilma. O empresário era citado como candidato a vice na chapa do petista Pimentel, que disputará o governo de Minas, mas os peemedebistas mineiros defendem outro nome para o posto --o do ministro Antonio Andrade (Agricultura), outro que deixará a equipe nos próximos meses. Dilma deve enfim nomear o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) para o Ministério da Integração Nacional, prometido ao partido desde a saída do PSB do governo. Com isso, agradaria Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado e fiador de Vital. Caso Josué e Vital do Rêgo emplaquem, os peemedebistas podem perder um dos ministérios que comandam. Pode ser o do Turismo, ocupado por Gastão Vieira, que será candidato a deputado. Além de Gleisi e Pimentel, outro ministro do PT que disputará um governo é Alexandre Padilha, em São Paulo. Ele deve ser substituído na Saúde pelo seu secretário de Gestão do Trabalho e Educação, Mozart Sales, dentro da estratégia de manter na pasta um nome que já esteja familiarizado com o programa Mais Médicos, uma das bandeiras eleitorais de Dilma. Além de lidar com o PMDB, Dilma deverá barganhar para assegurar apoio de PP, PSD e Pros. Assim, o ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), do PP, pode ser substituído pelo presidente do partido, o senador Ciro Nogueira (PI). 13/11/13 00 MERCADO ABERTO Espírito Santo prepara PPP para novas escolas O governo do Espírito Santo planeja lançar no primeiro semestre de 2014 uma PPP (parceria públicoprivada) para construção e gestão de 20 novas escolas no Estado. Além das obras das unidades, a empresa vencedora do contrato terá de administrar por 20 anos todos os serviços não pedagógicos, o que inclui limpeza, manutenção e até a merenda dos alunos. O projeto está em fase de modelagem, por isso o valor definitivo que será aportado pela iniciativa privada não foi fechado pelo governo. O montante, no entanto, poderá superar os R$ 200 milhões --cada escola com 16 salas de aula e área construída de 4.000 m² custa, em média, R$ 10 milhões "Estamos na etapa de preparativos, com acertos de pontos jurídicos, econômicos e administrativos", diz José Eduardo Azevedo, secretário de Projetos Especiais e Metropolitana. Articulação "Trabalhamos para abrir as audiências públicas da PPP em maio e a licitação em julho", afirma Azevedo. As unidades, todas de ensino médio, serão construídas em bairros pobres de municípios da região metropolitana de Vitória e de cidades maiores do interior, de acordo com o secretário. "Esse modelo vai permitir melhorar a qualidade dos serviços com menor custo. Haverá indicadores a serem cumpridos pela empresa, para o pagamento da contraprestação por parte do Estado." Um projeto semelhante foi adotado em 2012 pela Prefeitura de Belo Horizonte, o primeiro do gênero no país --a Odebrecht venceu uma PPP para construir e gerenciar 37 escolas por 20 anos. 13/11/13 COTIDIANO 00 PM desocupa reitoria da USP; 2 são detidos Alunos deixam prédio pacificamente; sindicato afirma que presos não têm relação com invasão ocorrida em 1º de outubro Invasores destruíram instalações e furtaram equipamentos, diz USP; para DCE, demora em negociar originou danos DE SÃO PAULO A Polícia Militar cumpriu na manhã de ontem a reintegração de posse da reitoria da USP, na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo. A universidade acusa os estudantes, que ocupavam o prédio desde 1º de outubro, de depredarem as instalações; eles culpam a reitoria pelos danos, dizendo que foram deixados sem água e luz e houve demora na negociação. A desocupação foi determinada pela Justiça no último dia 4. Os jovens reivindicam mais autonomia na eleição para reitor. A maioria deles já havia deixado o local quando os cerca de 50 policiais da Tropa de Choque chegaram, às 4h45, segundo a universidade. Apesar de não ter havido confronto, dois foram detidos. O Sintusp (Sindicado dos Trabalhadores da USP) e a defesa deles dizem que eles não estavam no prédio invadido. Em nota, o sindicato informou que ambos são alunos de filosofia que estavam em uma festa no centro acadêmico: João Victor Gonzaga Campos é ainda funcionário da universidade; Inauê Taiguara Monteiro de Almeida reside na moradia estudantil. Segundo a Secretaria de Segurança, eles foram indiciados sob suspeita de furto qualificado, dano ao patrimônio e formação de quadrilha. Também em nota, a defesa de Campos e Almeida afirma que eles deixaram a festa para verificar boatos sobre a reintegração e, ao perguntarem a um policial, "foram abordados, com truculência e dirigidos até um ônibus da polícia". Os advogados afirmam ainda que ambos sofreram "agressões físicas e psicológicas, que pela lei configurariam a prática de tortura". HORA ERRADA Alunos da USP mobilizados em frente à delegacia para onde foram levados afirmaram que eles não têm relação a invasão. "Estavam na hora e no lugar errados, mas são inocentes", relatou uma jovem que não quis se identificar. Em nota, a Polícia Militar informou que "coloca-se à disposição dos envolvidos" para formalizem queixas na Corregedoria". CENÁRIO Após vistoria preliminar, a USP afirmou que o cenário dentro da reitoria é de destruição e que prevê ter um cálculo dos prejuízos amanhã. Em nota, classificou de "barbárie" as "cenas de vândalismo e depredação". De acordo com a universidade, sumiram equipamentos como computadores, máquinas fotográficas, tablets, mesas e cadeiras. Há ainda paredes e objetos pichados, salas vazias e portas internas danificadas, disse a instituição. Arielli Tavares, 23, diretora do DCE (Diretório Central dos Estudantes), disse que o que houve na reitoria se deve à falta de água e luz imposta pela USP nos primeiros dias da invasão e à demora da universidade em negociar. A Folha entrou no prédio e constatou que quase todas as paredes estavam bastante pichadas. Havia ainda móveis revirados, armários arrombados, portas quebrados e muita sujeira, como pó de extintores de incêndio espalhado por toda parte. 13/11/13 00 METRÓPOLE Reitoria da USP é depredada por alunos PM prende 2 em reintegração após 42 dias de ocupação; no prédio foram encontrados equipamentos destruídos e paredes pichadas Bárbara Ferreira Santos e Victor Vieira - O Estado de S.Paulo Dois alunos foram presos na manhã dessa terça-feira, 12, durante a reintegração de posse da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), após uma ocupação de 42 dias. Dentro do prédio, a Tropa de Choque da Polícia Militar encontrou mesas reviradas, equipamentos destruídos e paredes pichadas. Os detidos foram indiciados por furto e dano ao patrimônio público, além de formação de quadrilha. Além de funcionário da universidade, João Vítor Gonzaga Campos, de 27 anos, é estudante de Filosofia, assim como Inauê Taiguara Monteiro de Almeida, de 23. De acordo com a Polícia Civil, eles foram detidos em flagrante, às 6 horas, durante tentativa de fuga. O Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), no entanto, informou que Campos e Almeida não participavam da ocupação e foram abordados quando voltavam de uma festa no Centro Acadêmico de Filosofia. Os outros manifestantes não ofereceram resistência e saíram do prédio antes da chegada da PM, avisados por colegas que faziam vigília em diversos pontos da Cidade Universitária. Os estudantes também soltaram rojões para alertar sobre a presença da PM no câmpus. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, cerca de 30 alunos se revezavam no prédio nos últimos dias. A reintegração de posse havia sido autorizada pelo Tribunal de Justiça no dia 5. "A manutenção dos dois na prisão depende do Judiciário, mas nosso entendimento é de que houve graves prejuízos ao patrimônio público", disse o delegado do 93.º DP (Jaguaré), Celso Lahoz Garcia, para onde os presos foram encaminhados. Segundo ele, outros alunos podem ser detidos por envolvimento nos supostos furtos e depredações. Um inquérito foi instaurado em 1.º de outubro, início da ocupação, para apurar ilegalidades nos protestos. Para o advogado do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Felipe Vono, as prisões foram "arbitrárias e a acusação de formação de quadrilha é um absurdo". Segundo ele, os detidos foram agredidos pelos policiais. Vono pediu a soltura dos alunos na Justiça, mas, até a noite de ontem, eles continuavam detidos. Os estudantes iriam passar a madrugada em vigília na frente do DP. A PM informou que queixas podem ser prestadas no plantão da Corregedoria. Depredações. Segundo a Assessoria de Imprensa da USP e a Polícia Civil, há registro de computadores e troféus históricos desaparecidos. Havia equipamentos destruídos, portas arrombadas e mesas reviradas. As pichações nas paredes e pilastras traziam mensagens contra a atual gestão. A auditoria patrimonial será concluída até amanhã e o prédio deve voltar a funcionar em duas semanas. A USP, em nota, lamentou as depredações no edifício, onde trabalham cerca de mil servidores. O texto diz que a sociedade se cansou "desse método violento e ilegal utilizados por certas minorias". Segundo a USP, o DCE deve ser responsabilizado pelos prejuízos. A estudante de Letras e diretora do DCE, Arielli Tavares contesta as acusações. "A orientação do movimento, desde o início, era de zelo ao patrimônio público." Para ela, os alunos deveriam participar da vistoria. Arielli criticou a falta de abertura da reitoria para diálogo e disse que houve autoritarismo na desocupação. "A reitoria não marcou outro encontro de negociação desde a semana passada", disse. A reitoria e os representantes do DCE fizeram cinco reuniões desde outubro, mas não chegaram a um acordo. A USP não prevê novos encontros de negociação. Hoje à noite, os alunos fazem assembleia para decidir o movimento. 13/11/13 00 METRÓPOLE 13/11/13 00 METRÓPOLE Novo reitor terá missão de pacificar comunidade Integrantes das chapas que concorrem ao cargo admitem que será preciso abrir o diálogo e rever as regras das eleições Bruno Paes Manso Elevada evasão de alunos da graduação, gastos excessivos em relação à receita e sucateamento dos métodos de ensino diante dos avanços da tecnologia da informação. Além de enfrentar os imensos desafios para garantir a excelência da Universidade de São Paulo (USP) nos próximos anos, o novo reitor vai assumir o cargo com a missão de ampliar os canais de diálogo com alunos, funcionários e professores para pacificar a comunidade uspiana já no ano que vem. Essa é a opinião dos integrantes das quatro chapas que concorrem ao cargo de reitor e vice-reitor da USP na eleição de 19 de dezembro. Cinco dias antes, será divulgado o resultado de uma consulta indicativa (sem efeito decisório) a todos os alunos, professores e funcionários sobre o candidato preferido. Todos os candidatos admitem iniciar a gestão revendo a forma como são escolhidos os cargos de comando na USP. Dois pontos devem ser reformados. Primeiro, o peso dos votos dos alunos e dos funcionários deve aumentar na escolha do reitor. Atualmente, essas duas categorias dividem 15% dos votos. Cerca de 85% dos votos vêm dos professores. A proporção dos docentes deve cair para a casa dos 70%, como define a Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Em segundo lugar, os candidatos também concordam em dar mais autonomia para a escolha dos diretores de cada uma das unidades. Hoje, o reitor escolhe os diretores a partir de uma lista tríplice enviada pelas faculdades. A ideia é que a escolha passe a ser feita diretamente nas unidades. Para os observadores do processo eleitoral na universidade, esse consenso em torno da ampliação da participação na USP já é resultado da reforma promovida pelo Conselho Universitário no dia 1.º de outubro, liderada pelos diretores das unidades, que mudou as regras da votação neste ano. Entre as principais mudanças, neste ano a eleição ocorrerá em um único turno, com mais de 1.900 eleitores (85% professores). Até o ano passado, a decisão final era feita no segundo turno por 325 pessoas, integrantes dos conselhos universitários e dos conselhos centrais, permitindo ao leitor maior margem de manobra para fazer o sucessor. Além disso, os candidatos foram obrigados a inscrever chapas e colocar seus programas no papel. Até a última eleição, todos os professores titulares eram considerados candidatos em potencial, o que facilitava surpresas e manobras políticas. "O discurso consensual favorável à ampliação do diálogo é interessante. Só é preciso ficar atento se não passa somente de discurso para conquistar essa base de votos ampliada", pondera o professor Brasilio Sallum Jr., titular do departamento de Sociologia. Entre as quatro chapas, duas são apontadas como mais próximas ao atual reitor, João Grandino Rodas. A chapa 4, "Mantendo o Rumo", encabeçada pelo geógrafo Wanderley Messias, que tem a exreitora Suely Vilela como candidata a vice, é considerada como representante da continuidade. "A infraestrutura da universidade melhorou, a USP se internacionalizou e houve avanço nas carreiras de funcionários e professores. Mas é preciso ampliar o diálogo para pacificar a USP", diz. O economista Hélio Nogueira da Cruz foi vice-reitor na atual gestão. Ele defende que a universidade deve apostar na ampliação da diversidade dos alunos, sem que para isso tenha de perder a excelência. Cruz também acredita ser urgente a ampliação dos canais de diálogos com a Continua Continuação 13/11/13 comunidade uspiana e aponta a urgência na contenção dos gastos. "Os gastos atualmente estão acima das receitas, o que vem queimando a reserva financeira da universidade. Os investimentos foram importantes, mas devem ser feitos de acordo com a realidade das receitas", diz. Dois pró-reitores, Marco Antonio Zago (Pró-reitoria de Pesquisa) e Vahan Agopyan (Pró-reitoria de Pós Graduação), estão associados ao movimento dos diretores que liderou as reformas de 1.º de outubro, o que associa a chapa à renovação. "É preciso investir na graduação, cuja evasão já alcança os 20%. Também é preciso melhorar as tecnologias de ensino", diz. O aumento no total de investimentos na graduação também é apontado como o eixo da candidatura do engenheiro José Roberto Cardoso, que foi diretor da Faculdade Politécnica e o único que não participou da gestão atual. "Como diretor, estou na linha de frente da batalha. Tenho a visão do soldado e não a dos coronéis, como ocorre com meus concorrentes", diz. A eleição vai definir três vencedores. Apenas um fica de fora da lista tríplice a ser encaminhada ao governador Geraldo Alckmin, que toma a decisão final. 13/11/13 00 METRÓPOLE CORREIO BRAZILIENSE 13/11/13 00 Piscou, perdeu O governo “comeu mosca” na Comissão de Educação do Senado, e Cristovam Buarque, do PDT, conseguiu aprovar o projeto que transforma o Ministério da Educação em Ministério da Educação de Base. A parte de ensino superior seguiria para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O governo é contra. BRASÍLIA-DF CORREIO BRAZILIENSE 13/11/13 00 POLÍTICA NAS ENTRELINHAS Dilma joga damas; Lula, xadrez Dilma procura manter os aliados no governo, tratando-os com distância regulamentar. Lula joga com a capacidade de transferir votos e criar expectativas de poder por Luiz Carlos Azedo [email protected] Nove entre os 10 maiores empresários do país estão fazendo lobby para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concorra às eleições presidenciais do próximo ano no lugar da presidente Dilma Rousseff. E frequentam o Instituto Lula, no Ipiranga, com muito mais assiduidade do que o gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que consideram perdido diante das dificuldades da economia. E nunca tiveram tanta saudade do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que, por breve período, foi chefe da Casa Civil da presidente Dilma Rousseff e hoje vive de consultorias na área econômica. Na verdade, Lula retroalimenta essa romaria dos empresários, que mantêm vivo o “Volta, Lula!”. Nas conversas com os políticos, o petista sempre descarta a possibilidade de disputar a próxima eleição no lugar de Dilma, mas seu olho brilha quando trata do assunto, garantem todos os interlocutores. “Se me encherem o saco, eu volto… Em 2018”, chegou a admitir durante almoço no Senado, por ocasião da festa dos 10 anos do Programa Bolsa Família, conforme revelou a repórter Denise Rothenburg na coluna Brasília-DF. Aquela foi mais uma semana na qual o ex-presidente da República roubou a cena e sufocou os esforços da presidente Dilma para ter uma marca própria de seu governo, além de pôr mais lenha na fogueira do “Volta, Lula!” Dilma e o ex-presidente Lula operam o mesmo tabuleiro político, mas cada um tem um jogo diferente. Dilma se movimenta como quem joga damas, no qual todas as peças são iguais e se movem da mesma forma. Ganha quem capturar todas as peças do oponente. Lula joga xadrez: as peças são variadas e cada tipo faz um movimento específico. O objetivo final é comer o rei do adversário. Dilma procura manter os aliados no governo, tratando-os com distância regulamentar; é bemsucedida porque conhece e usa o poder de cooptação da máquina do governo, ou seja, de sua caneta cheia de tinta. Lula joga com a sua capacidade de transferir votos e criar expectativas de poder, inclusive para reaproximar os ex-aliados que se desgarraram. O rei adversário nesse jogo é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que de aliado histórico dos petistas passou à oposição aberta. Para quem quiser ouvir, Campos jura que será candidato a qualquer preço. Ele não perdoa as retaliações que sofreu do Palácio do Planalto desde que se colocou na disputa presidencial de 2014. Na conversa que selou o destino de Marina Silva e da Rede, Campos disse que será candidato mesmo que o expresidente Lula concorra no lugar de Dilma. Foi somente após essa resposta que a ex-senadora decidiu ser vice na chapa de Campos e recomendar aos militantes da Rede a entrada em bloco no PSB. Na noite do acordo, Campos ligou duas vezes para Lula e não foi atendido. Considerou o ex-presidente da República informado de sua decisão, o que só veio acontecer pelos jornais, no dia seguinte. Em 27 de outubro, Campos ligou para Lula novamente, para dar os parabéns pelo aniversário do ex-presidente. Conversaram como se nada demais houvesse ocorrido: “Eduardo, estaremos Continua Continuação 13/11/13 juntos como sempre”. É ou não um jogo de xadrez? Miscelânea Guerra fiscal/ A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou projeto de lei complementar do senador Paulo Bauer (PSDB-SC) que disciplina a compensação das perdas dos estados com a redução das alíquotas interestaduais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). São reduzidas para 4% e 7% as atuais alíquotas interestaduais, de 7% e 12%, com exceção dos produtos da Zona Franca de Manaus e do gás natural, que continuariam com 12%. O placar de 12 a 8 na CAE mostra que a guerra entre a União e os estados está só começando no Senado. Pessimista/ Nunca o ministro da Fazenda, Guido Mantega, esteve tão jururu, nem mesmo quando enfrentou grave problema de saúde na família. Anda pessimista porque não consegue reduzir os gastos do governo e os indicadores da economia sinalizam baixo crescimento para 2014. CORREIO BRAZILIENSE 13/11/13 00 CIÊNCIA Aprendizado contra a demência Estudo conduzido por universidade escocesa conclui que falar mais de um idioma ajuda a adiar o aparecimento de doenças neurológicas, incluindo o mal de Alzheimer Vilhena Soares Crianças em aula de inglês na Índia, onde foi feito o estudo: o bilinguismo adiou em quase cinco anos o aparecimento de demências em idosos Aprender uma nova língua pode trazer mais vantagens do que se imaginava, aponta uma pesquisa coordenada por especialistas de uma universidade escocesa na Índia. Segundo o estudo, publicado recentemente na revista Neurology, falar um segundo idioma parece retardar o aparecimento de algumas doenças neurológicas, como o mal de Alzheimer. Para chegar a essa conclusão, os autores analisaram os históricos médicos de idosos indianos e constataram que, no grupo dos bilíngues, o surgimento de alguns tipos de demência ocorreu, em média, quase cinco anos depois. Thomas Bak, professor do Centro de Neurociência Cognitiva da Universidade de Edimburgo e principal autor do estudo, explica que a ideia da investigação surgiu em 2007, quando foi publicado um trabalho do Canadá que observou um resultado parecido ao comparar idosos nascidos naquele país com outros que haviam migrado de outros países. “Esses bilíngues (do estudo anterior) são, em sua maioria, de origem judia do leste europeu. Eles têm hábitos e genética diferentes, o que torna difícil fazer um comparativo”, explica Bak. O pesquisador decidiu, então, comparar pessoas com genética e estilos de vida semelhantes para ver se alcançava resultados semelhantes. Para isso, contou com a parceria do Instituto Nizam de Ciências Médicas, na cidade indiana de Hyderabad, onde há muitas pessoas com o conhecimento de mais de um idioma. “Em lugares como Hyderabad, o bilinguismo é parte da vida cotidiana. O conhecimento de várias línguas é a norma, e o monolinguismo, uma exceção”, explica Bak. Lá, os autores puderam analisar o histórico médico de quase 650 pessoas diagnosticadas com algum tipo de demência, observando que os pacientes bilíngues e poliglotas com mal de Alzheimer, demência vascular e demência frontotemporal apresentaram o problema, em média, quatro anos e meio mais tarde que os demais. E o benefício alcançava até mesmo aqueles que eram analfabetos e tinham apenas aprendido a falar outro idioma. “Isso acaba confirmando que o efeito observado não é causado por diferenças na educação formal”, afirma Bak. Malhação mental Na opinião do pesquisador, os resultados indicam que há vantagens cognitivas que são conquistadas pelo aprendizado, que proporciona uma espécie de treino cerebral. “Quando as pessoas têm muitas atividades mentais, elas tornam seu cérebro mais forte”, diz. O especialista acha que os treinos mentais não livram totalmente a pessoa de ter problemas futuros, mas podem retardar o aparecimento de doenças. “O tempo que se ganha antes que ela apareça é importante para o bemestar do idoso”, complementa. Para Marcelo Kawano, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), a investigação mostra que o aprendizado de línguas pode auxiliar o cérebro a se proteger de doenças que surgem com o avanço da idade, independentemente do nível de instrução. “Um dos pontos positivos é englobar na análise pessoas que são analfabetas e que, mesmo assim, apresentaram os problemas neurais mais tardiamente”, destaca. Continua Continuação O brasileiro, que não participou do estudo, destaca ainda que, além do aprendizado de idiomas, outras “tarefas” podem auxiliar o desenvolvimento cognitivo. “Sabemos que qualquer estímulo serve como profilaxia (proteção de doenças). Também sabemos que os neurônios não se multiplicam, mas fazem sinapses. Ao realizarmos tarefas que exigem mais do cérebro, qualquer tipo de aprendizado, como computação por exemplo, há um maior número de sinapses, levando o cérebro a trabalhar mais e se proteger por mais tempo.” Para Sérgio Fernandes, geriatra do Laboratório Exame, a pesquisa mostra dados interessantes, mas é preciso ressaltar que outros fatores podem ter influenciado o resultado. “É preciso considerar que os participantes podem ter tido outros hábitos, como fazer cursos profissionalizantes, costume comum na Índia. Mesmo assim, é possível ver nos números uma diferença bem grande do tempo ao qual a doença demorou para aparecer”, analisa. O geriatra acredita que estudos que seguem essa linha alimentam conceitos que já são conhecidos e 13/11/13 utilizados por médicos para orientar seus pacientes. “Existem algumas práticas que já sabemos ter eficácia para a saúde do cérebro. Hobbies como aprender uma segunda língua não vão impedir as pessoas de desenvolverem demências, mas, com certeza, podem contribuir para que elas cheguem mais tarde.” Diferentes tipos Demência é um termo usado na medicina para descrever uma série de doenças que afetam o funcionamento cerebral. A demência frontotemporal surge, normalmente, depois dos 50 anos e tem sintomas que incluem um quadro de depressão tardia e distúrbios comportamentais, como desinibição, negligência com cuidados pessoais e de higiene, desatenção, agressividade, perda de memória e alterações na fala. É mais comum em mulheres. Já a demência vascular é uma das mais comuns, depois do Alzheimer. É causada por pequenos infartos que ocorrem no cérebro ao longo da vida, prejudicando cada vez mais o funcionamento do órgão. (Fonte: drauziovarella.com.br) JORNAL DE BRASÍLIA 13/11/13 00 DO ALTO DA TORRE JORNAL DE BRASÍLIA 13/11/13 00 PONTO DO SERVIDOR MILENA LOPES Lançamento no Sinpro O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) lança a coletânea musical “Canções de Luta e Esperança” e o livro “No silêncio do voo Poesia”. O CD, que tem como temas principais a sustentabilidade e a luta dos educadores, traz 13 composições inéditas de professores e professoras. Já o livro aborda a relação entre os seres humanos e destes com o planeta. Literatura, poesia e música O lançamento faz parte do projeto Lítero-Poético-Musical, realizado pela Secretaria de Políticas Culturais do Sinpro-DF. Chico do Gama, ex-diretor do Sinpro e idealizador do projeto, diz que o tanto o CD como o livro podem contribuir para a divulgação dos talentos artísticos de professores e também propiciar às escolas o contato com a diversidade musical e poética. O evento ocorre no dia 22 de novembro, às 19h, na sede do Sindicato. JORNAL DE BRASÍLIA 13/11/13 00 BRASIL JORNAL DE BRASÍLIA 13/11/13 00 CIDADES CLÁUDIO HUMBERTO 13/11/13 00 GOVERNO COMEU MOSCA O senador Cristovam Buarque (PDTDF) aprendeu a jogar: aproveitou ausência de governistas na Comissão de Educação para aprovar seu projeto transferindo o ensino superior à pasta de Ciência e Tecnologia. DIÁRIO DO PODER.COM.BR BLOG DO CALLADO http://blogdocallado.comuniweb.com.br/ INFORME ON LINE 13/11/2013 baseou o seu relatório na lei dos taxistas, sancionada recentemente pela presidente da república. O PL também recebeu o voto favorável dos deputados Cláudio Abrantes (PT), Eliana Pedrosa (PPS) e Robério Negreiros (PMDB). Comissão de Constituição e Justiça aprovou várias matérias na reunião. Foto: Rinaldo Morelli/CLDF CCJ aprova regra de transição para cantinas A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou, nesta terça-feira (12), o Projeto de Lei nº 1645/2013, de autoria do Executivo, que estabelece regras de transição para a “exploração” das cantinas instaladas nas escolas da rede pública de ensino. De acordo com a proposta, antes da licitação que irá definir a ocupação, os atuais responsáveis pelas cantinas terão três anos à frente dos estabelecimentos e, se ocorrer falecimento dentro desse prazo, a concessão será transmitida para os familiares. “Como não há legislação sobre o tema, é necessário criar essas regras com prazos que não configurem um prolongamento da concessão, mas que levem em conta a situação dos atuais ocupantes, que daí tiram seu sustento”, justificou o deputado Chico Leite (PT), relator da matéria e presidente da comissão. Ele Pessoas com deficiência – Duas proposições aprovadas trazem benefícios para pessoas com deficiência. O Projeto de Lei nº 1320/2012, do deputado Chico Leite, tem o objetivo de garantir a educação especial na rede pública de ensino; e o PL 666/ 2011, do deputado Rôney Nemer (PMDB), trata da instalação de plataforma elevada para que as pessoas com deficiências possam assistir a apresentações artísticas e culturais. Isenção em concursos – A CCJ aprovou, de autoria da deputada Eliana Pedrosa, o PL Continua Continuação 13/11/2013 nº 955/2012. Pela proposição, ficam isentos do pagamento da taxa de inscrição em concursos públicos, os eleitores que prestarem serviço eleitoral, antes, durante ou na apuração. Concessão gratuita – A CCJ aprovou ainda o Projeto de Lei Complementar nº 74/2013 que permite a concessão de uso, gratuita, de imóveis do GDF a entidades religiosas e de assistência social que comprovem a existência de programas e ações contínuas de atendimento a crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, dependentes químicos, gestantes ou pessoas que vivem nas ruas. O PLC 74/2013 também prevê que a área cedida não pode sofrer alteração de uso e essa condição deve constar obrigatoriamente da escritura de transferência, como cláusula resolutiva. (Marco Túlio Alencar – Coordenadoria de Comunicação Social)