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Estudo das propriedades ópticas de um fluido magnético Raphael Ximenes; Tiago Krall Instituto de Física INTRODUÇÃO Pela lei de Malus a transmitância de dois polarizadores lineares é dada por: As aplicações dos fluídos magnéticos variam, sendo utilizado, por exemplo, em áreas da engenharia e da biomedicina. Recentemente, com o desenvolvimento da comunicação óptica, o estudo das propriedades ópticas de fluídos magnéticos sob a influência de campos magnéticos externos ganhou grande importância. Tais propriedades são conhecidas como propriedades ópticas magnéticas. OBJETIVO Este estudo consistiu em observar a rotação do plano de polarização do feixe de laser após sua emersão da amostra de ferrofluido sob a influência de um campo magnético. Além de realizar um teste de uma alternativa para a determinação da temperatura de Curie (temperatura na qual os materiais perdem suas propriedades ferromagnéticas). I/I0 = cos2θ Conforme o ajuste da função f(x)=A+ Bcos2x observa-se a compatibilidade com o modelo dentro de três incertezas quando há campo magnético, e não compatibilidade quando o campo é nulo. Figura 6 – Atividade óptica da amostra na presença e ausencia de campo magnético. Para analise do desvio do plano de polarização montou-se o esquema representado nas figuras 7 e 8 e mediu-se a diferença do ângulo correspondente ao mínimo de cada gráfico comparado ao gráfico da figura 7. O mesmo procedimento foi realizado para diversos campos magnéticos (distância do ímã à amostra). Para caracterizar o desvio de plano de polarização, realizou-se a medida na ausência de campo magnético (sem ímã). METODOLOGIA O ferrofluido utilizado foi o tipo EMG 905 que continha partículas de 10nm de diâmetro e concentração de 2,36%. O ferrufluido foi colocado em microslides plano de vidro. Figura 1 – Esquema de montagem do porta-amostra. Caracterizou-se o laser utilizado (He-Ne) e observou-se a atividade óptica da amostra sob a ação de um campo magnético constante, utilizando-se polarizadores e 2 ímãs distintos. A coleta de dados foi feita a partir da interface PASCO. Para a variação da temperatura da amostra utilizou-se um aquecedor. Figura 7 – Atividade óptica na ausência de campo. Figura 8 – Atividade óptica para diferentes campos. RESULTADOS Primeiramente verificou-se a qualidade do laser utilizado, ou seja,se a intensidade transmitida pelo laser era suficientemente constante para o experimento, obtendo o gráfico apresentado na figura 2. Figura 9 - Δθ é a diferença entre o ângulo para o qual ocorreu o mínimo de intensidade entre os polarizadores quando a amostra era submetida ao campo magnético do imã e o ângulo para o qual ocorreu o mínimo de intensidade entre os polarizadores sem a amostra. Figura 2 – Esquema de montagem experimental e dados obtidos na caracterização do laser. O tipo de polarização do feixe laser foi estudado incidindose o feixe do laser sobre um polarizador linear e captando a intensidade transmitida. Figura 11 – Esquema do arranjo experimental e ajuste linear para obtenção da temperatura de Curie. (a) (b) Figura 3 – Esquema de montagem experimental (a) teste de polarização; (b) teste do tipo de polarização. O mapeamento do campo magnético também foi necessário. Utilizou-se dois ímãs distintos: Figura 10 – O mínimo de tensão é a tensão correspondente ao ponto de mínimo das curvas de atividade óptica. Com os dados disponíveis pôde-se notar que o aumento da intensidade do campo magnético acarreta no aumento de Δθ não necessariamente linear. O mínimo de tensão aumenta com o campo magnético. Definiu-se como I0 é a irradiância emergente da amostra medida sem a presença do campo magnético temperatura ambiente. A temperatura de Curie dá-se quando a intensidade medida pelo sensor na presença do campo magnético é igual a I0. O valor obtido foi 587 (29) K. CONCLUSÕES •Aparentemente a amostra comporta-se como um polarizador plano (Lei de Malus). As variações dos mínimos de intensidade sugerem que o feixe emergente de laser da amostra possui alguma polarização não-linear. •O campo magnético atua de forma a girar o eixo de polarização no sentido anti-horário, no referencial do laser. (b) •A amplitude do giro é proporcional ao campo magnético. (a) •Para uma determinação mais precisa da temperatura de Curie seria necessário atingirmos temperaturas mais elevadas. - Problema: Risco de danos na amostra (evaporação). - (b) (a) Figura 5 – (a) Mapa da intensidade do campo magnético; (b) Desenho esquemático do ímã pequeno. Figura 4 – (a) Desenho esquemático do ímã furado; (b) Mapa da intensidade do campo magnético paralelo ao plano da mesa. O módulo do campo magnético é bem próximo ao módulo da intensidade da componente paralela. •Como sugestão para a continuação do experimento seria estudar o comportamento microscópico da amostra submetida ao campo magnético. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS •[01] G. Wang; J.P. Huang; Chem. Phys.Letters 421 (2006) 544- 548. •[02] S. Engelmann; A. Nethe; Th. Scholz; H.D. Stahlmann; Jour. Mag. And Mag. Mat. 293 (2005) 685- 689. •[03] P. Trivedi; R. Patel; K. Parekh; R.V. Upadhyay; R.V. Mehta; Appl. Opt. 43(2004) 3619- 3622. •[04] V. Mendelev; A. Ivanov; Jour. Mag. And Mag. Mat. 289(2005) 211- 214. •[05] R. Patel, R.V. Upadhyay; R.V. Mehta; Jour. Mag. And Mag. Mat. 300(2006) e217- e220. •[06] H.S. Shah; R.V. Mehta, R.V.Desai; “Estimation of particle size distribuition parameters with forward scattering techniques”,Appl. Opt. 18 (1979) 41734177. • D. Deirmendjian, Eletromagnetic Scattering on Sperical Polydispersions (Elsevier, New York, 1969). AGRADECIMENTOS Ao Professor Wayne Seale; aos técnicos e monitores do laboratório, especialmente ao Flávio; ao Grupo de Fluídos Complexos do IFUSP (GFCx), especialmente ao Diogo Soga e à Sarah Isabel P.M. do Nascimento Alves; ao Sérgio Antonio Romero, Marcelo Shiroma Lancarotte, Renato Cohen , do laboratório de Física do Estado Sólido; ao doutorando Gustavo, do CCTM (IPEN);e ao Professor Manoel Robillota; aos alunos da turma de laboratório IV do primeiro semestre de 2006 (prof. Wayne Seale).