memórias inapagáveis - Associação Cultural Videobrasil
Transcrição
memórias inapagáveis - Associação Cultural Videobrasil
memórias inapagáveis um olhar histórico no acervo videobrasil press kit Memórias Inapagáveis um olhar histórico no acervo videobrasil * Akram Zaatari (Líbano), Ayrson Heráclito e Danillo Barata (Brasil), Aurélio Michiles (Brasil), Bouchra Khalili (Marrocos), Carlos Motta (Colômbia), Coco Fusco (EUA), Dan Halter (Zimbábue), Enio Staub (Brasil), Jonathas de Andrade (Brasil), León Ferrari & Ricardo Pons (Argentina), Liu Wei (China), Luiz de Abreu (Brasil), Mwangi Hutter (Quênia), Rabih Mroué (Líbano), Rosângela Rennó (Brasil), Sebastián Diaz Morales (Argentina), Vincent Carelli e Dominique Gallois (França/China) e Walid Raad (Líbano) * CURADORIA Agustín Pérez Rubio * ABERTURA DA EXPOSIÇÃO 30 de agosto de 2014, às 19h Galpão – Sesc Pompeia – São Paulo VISITAÇÃO 31 de agosto a 30 de novembro de 2014 * ABERTURA DOS PROGRAMAS PÚBLICOS Como combater a amnésia histórica a partir da arte? Responsabilidade e compromisso artístico (Agustín Pérez Rubio, Octavio Zaya, Jonathas de Andrade, Sebastián Diaz Morales, Aurélio Michiles, Enio Staub) 31 de agosto, às 16h Galpão – Sesc Pompeia – São Paulo 3 * RESUMO Memórias Inapagáveis um olhar histórico no acervo videobrasil Pela primeira vez em 30 anos, o Sesc São Paulo e a Associação Cultural Videobrasil – parceiros desde 1992 – realizam um projeto de curadoria a partir do Acervo Videobrasil. A exposição Memórias Inapagáveis nasce da coleção composta por cerca de três mil títulos que contém obras de artistas seminais da arte contemporânea e conserva a memória audiovisual do Brasil e de regiões do Sul Geopolítico (América Latina, África, Oriente Médio, Leste Europeu, Sul e Sudeste Asiático e Oceania). O curador e historiador espanhol Agustín Pérez Rubio (atual diretor artístico do Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires - Malba) foi o primeiro convidado da Associação a realizar uma imersão na coleção. Ele selecionou 18 obras entre vídeos, videoinstalações, documentários e registros de performances de artistas de diversos países – tais como Argentina, Brasil, China, Colômbia, EUA, França, Marrocos, Quênia, Líbano, Zimbábue –, que resgatam episódios de conflitos a partir de lembranças e narrativas pessoais. Memórias Inapagáveis é uma exposição que atesta o poder da arte contra a amnésia histórica. No espaço expositivo, o público também poderá visitar o ambiente chamado de Zona de Reflexão, onde acontecem as Ações Educativas e Programas Públicos da exposição, com atividades que têm o intuito de aprofundar o conceito curatorial e amplificar a experiência do público com as obras. Neste espaço, estarão dispostos computadores com acesso à Videoteca, que reúne cerca de 1.300 obras, incluindo trabalhos selecionados pelo Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, vídeos históricos, antologias de artistas, registros de performances e documentários produzidos pela Associação. Outros computadores instalados no local darão acesso à Plataforma:VB, uma ferramenta online de pesquisa e curadoria que traz entrevistas e referências dos artistas sobre suas obras, e ao Canal VB, que reúne depoimentos e registros audiovisuais que formam a memória do Videobrasil e da cena artística do circuito Sul nos últimos 30 anos. A abertura de Memórias Inapagáveis - um olhar histórico no acervo videobrasil acontece no sábado, dia 30 de agosto de 2014, às 19h, no Galpão do Sesc Pompeia, em São Paulo. No dia seguinte, 31 de agosto (domingo), acontece o primeiro encontro dos Programas Públicos, às 16h, na Zona de Reflexão, com o tema “Como combater a amnésia histórica a partir da arte? Responsabilidade e compromisso artístico”. O encontro é aberto ao público e contará com a participação do curador Agustín Pérez Rubio, do crítico Octavio Zaya e dos artistas Jonathas de Andrade, Sebastián Diaz Morales e Aurélio Michiles. Memórias Inapagáveis fica aberta para visitação até 30 de novembro de 2014. Serviço Memórias Inapagáveis - um olhar histórico no Acervo Videobrasil Abertura: 30 de agosto de 2014, sábado, 19h Visitação: 31 de agosto a 30 de novembro de 2014 (de terça a sábado, das 9 às 21h, domingos e feriados, das 9 às 19h) Galpão — Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93, São Paulo – SP) Programas Públicos — Como combater a amnésia histórica a partir da arte? Responsabilidade e compromisso artístico. (com Agustín Pérez Rubio, Octavio Zaya, Jonathas de Andrade, Sebastián Diaz Morales, Aurélio Michiles, Enio Staub) 31 de agosto de 2014, domingo, 16h Zona de Reflexão — Galpão — Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93, São Paulo – SP) 5 * Memórias Inapagáveis um olhar histórico no acervo videobrasil Com curadoria realizada a partir do acervo dedicado à preservação e difusão da produção artística em vídeo do eixo Sul Geopolítico, a exposição apresenta a força das narrativas pessoais na construção da memória social de países marcados por conflitos Da “conquista” do Brasil pelos portugueses aos novos deslocamentos e movimentos migratórios para a Europa, passando pelo golpe militar no Chile, pelo massacre na Praça da Paz Celestial na China, pelo atentado às Torres Gêmeas nos EUA, e pela guerra civil no Líbano, há muitas maneiras de contar – ou tentar apagar – histórias que permanecem vivas por meio da sensibilidade e das obras de artistas dessas regiões. Memórias Inapagáveis – um olhar histórico no acervo videobrasil é a primeira grande exposição realizada a partir da coleção da Associação Cultural Videobrasil, marcando um importante momento na trajetória da instituição. Com curadoria do historiador espanhol Agustín Pérez Rubio, a mostra apresenta 18 obras em vídeo, videoinstalações e registros de performances que revelam a memória social e política de países marcados por histórias de conflitos e violência. Produzidas desde a década de 1980 até os dias atuais, essas obras revelam também a potência do acervo da Associação, comprometida com a divulgação de obras de artistas seminais da arte contemporânea. A abertura de Memórias Inapagáveis acontece no dia 30 de agosto de 2014, com visitação de 31 de agosto a 30 de novembro no Sesc Pompeia, em São Paulo. A exposição é uma realização do Sesc São Paulo e da Associação Cultural Videobrasil – parceiros desde 1992 na realização do Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil e de exposições de artistas internacionais como Olafur Eliasson, Peter Greenaway, Joseph Beuys, Sophie Calle e Isaac Julien. Contudo, há um caráter inédito, afinal, trata-se do primeiro projeto das duas instituições com curadoria realizada a partir do Acervo Videobrasil, composto por cerca de três mil títulos – entre obras, registros, documentários, documentos, publicações – reunidos ao longo dos últimos 30 anos. Memórias Inapagáveis integra um conjunto crescente de estratégias para manter o acervo da Associação acessível e em contato com o mundo. “Agustín Pérez Rubio estabelece aproximações entre obras de períodos diversos, traz elementos da década de 1980 para o contexto atual, resgata, atualiza, ativando o acervo e contribuindo com a missão da Associação”, explica Solange Farkas, fundadora e diretora do Videobrasil. “Primeira experiência envolvendo o acervo e um curador convidado, a exposição Memórias Inapagáveis não poderia ser melhor exemplo do potencial desta coleção para alimentar o debate sobre as relações entre produção artística e a realidade contemporânea”, completa Farkas. Para Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo, a parceria com o Videobrasil possibilita a realização de um trabalho essencial para a política cultural brasileira, latino-americana e, de certa maneira, até mesmo mundial, na medida em que desperta um olhar sobre um aspecto que não é abordado com tanta frequência ou relevância por outras instituições. “Há 22 anos, os projetos do Sesc e do Videobrasil têm um papel catalisador, reunindo pessoas, propostas e ideias de várias partes do mundo, mas que discutem sobretudo a questão da presença do Sul Geopolítico, que tem papel relevante não apenas como área de influência, mas também como área que influencia”, afirma Miranda. Ao acompanhar os maiores eventos de artes visuais pelo mundo, como a Documenta de Kassel, a Bienal de Veneza, exposições e bienais nos EUA, na Europa e no Brasil, o diretor regional do Sesc acredita que a especificidade do Videobrasil está exatamente em dar visibilidade e protagonismo à expressão dos criadores das regiões menos vinculadas às estruturas consolidadas – sejam elas econômicas, sociais ou culturais – da hegemonia europeia e norte-americana. “Esta nossa nova exposição nos dá a oportunidade de aprofundar essa discussão ao buscar, pela primeira vez nesse acervo, o trabalho de artistas brasileiros, sul-americanos, asiáticos, europeus e de outras regiões que formam este Sul, a partir do ponto de vista do curador Agustín Pérez Rubio. Este é um projeto próprio daqueles que desejam ter a arte 6 como expressão da vontade humana de melhoria e de transformação da sociedade, algo muito presente nos trabalhos selecionados”, finaliza o diretor regional do Sesc São Paulo. Para o curador Agustín Pérez Rubio, “uma coleção é mais importante e interessante na medida em que nos devolve experiências únicas, vividas e sentidas por artistas que nos fazem recordar tanto outros mundos possíveis, como aquele em que estamos”. Ele selecionou 18 obras do acervo da Associação que, embora produzidas em regiões e épocas diversas, têm em comum a preocupação de resgatar do esquecimento incômodas memórias de conflitos e violência. “Existe uma unicidade em cada obra, mas também um conjunto comum, no sentido em que elas estão interligadas por temas, cronologias, territórios ou pelos conflitos vividos por pessoas físicas e testemunhos que prevalecem aqui”, explica Pérez Rubio. “Violência, guerra, fronteiras, raça, sexo, gênero, escravidão continuam nos atormentando. Queremos que a arte nos devolva essa coleção de experiências vividas, tanto as belas quanto as mais cruéis e inumanas, para aprendermos constantemente com elas”, reforça o curador. Ele conta que, há menos de 40 anos, a Espanha estava nas mãos de um ditador fascista que se manteve no poder por mais de 35 anos. Desde a morte de Franco, a Espanha tenta esquecer sua existência, apagando-o dos nomes de ruas e praças, de suas imagens, enfim, de tudo que faça lembrar sua existência, que remeta aos traumas associados a ela. “O resultado disso é que muitas pessoas com menos de 20 anos já nem sabem ou se lembram de quem era Franco, desconhecendo os prejuízos, as proibições e as barbaridades que esse personagem causou”. Para Pérez Rubio, Memórias Inapagáveis é um projeto contra a amnésia histórica, termo utilizado para se referir à memória seletiva de eventos do passado, geralmente esquecendo-se dos negativos. “Os artistas da exposição tocam nessas feridas. Suas obras apontam para aquilo que parece esquecido e desvanecido. Eles nos convocam a questionar, combater ou recusar os fatos; a reaver sua memória. Memórias Inapagáveis pode ser compreendida como um guia para seguirmos adiante sem ter que apagar as fatalidades do que nos acometeu”, provoca. A exposição acontece no Galpão do Sesc Pompeia, espaço projetado por Lina Bo Bardi, que nos últimos anos tem abrigado as parcerias entre o Sesc São Paulo e a Associação Cultural Videobrasil. A expografia é de André Vainer, com identidade visual de Celso Longo + Daniel Trench e concepção geral de Solange Farkas. * Sobre as Obras Memórias Inapagáveis – um olhar histórico no acervo videobrasil é composto ao todo por 18 obras, entre vídeos, videoinstalações, documentários e registros de performances. Onze delas, formam o eixo central da exposição: Vera Cruz, 2000, de Rosângela Rennó (Brasil), é o ponto de partida cronológico da montagem. A artista cria um “filme impossível” sobre a descoberta do Brasil a partir da carta escrita por Pero Vaz de Caminha para o Rei de Portugal, evidenciando o estranhamento entre os portugueses e os povos nativos. Barrueco, 2004, de Ayrson Heráclito e Danillo Barata (Brasil), aborda de maneira poética, e quase performativa, as recordações das viagens e os mares navegados com sofrimento pelos negros trazidos como escravos da África. Na videoinstalação Projeto Pacífico, 2010 (Brasil), Jonathas de Andrade cria uma ficção na qual o Chile vaga pelo Oceano após um terremoto separá-lo do resto do continente. Um cataclismo que se mostra, ao mesmo tempo, solução violenta e metáfora para questões políticas e de construção de memória do país. Na obra Face A Face B, 2002, Rabih Mroué (Líbano) apropria-se de arquivos pessoais, como fotografias da casa de sua família em Beirute, destruída após a explosão de um míssil, vinculando sua biografia à devastadora macro-história do período, marcado pela guerra civil libanesa (1975-1990). 7 O Sangue da Terra, 1984, de Aurélio Michiles (Brasil), mostra a luta política dos índios Santaré-Mawé contra uma multinacional petrolífera francesa que invadiu o seu território. In This House, 2004, Akram Zaatari (Líbano), desenterra o passado ao registrar as implicações pessoais da invasão de Israel a uma vila do Líbano. Untitled (Zimbabwean Queen of Rave), 2005, de Dan Halter (Zimbábue), cruza imagens de manifestações na África e de raves no Reino Unido, movidas pelo hit Everybody’s Free (To Feel Good), da cantora zimbabuana Rozalla. Em Unforgettable Memory, 2010, Liu Wei (China), exibe aos compatriotas a célebre foto do homem que enfrenta tanques de guerra na Praça da Paz Celestial. O esquecimento coletivo é compensado pelos registros do artista, que tomou parte nos protestos violentamente reprimidos pelo governo. Lucharemos Hasta Anular La Ley, 2004, de Sebastián Diaz-Morales (Argentina), aborda a espetacularização de conflitos sociais pela mídia ao evocar imagens capazes de despertar memórias de protestos políticos e organização coletiva. Letter to My Father (Standing by the Fence), 2005, de Carlos Motta (Colômbia), parte de uma genealogia afetiva, dos efeitos, estatísticas e das experiências pessoais diante do atentado às torres gêmeas do World Trade Center. Em Four Selected Videos from The Mapping Journey Project, 2008-2011, videoinstalação de Bouchra Khalili (Marrocos), imigrantes narram as sinuosas e comoventes histórias de seus deslocamentos sobre o traçado exato e frio de um mapa mundi. Rotas traçadas com caneta e memórias. Junto a estes trabalhos, a seleção de Agustín Pérez Rubio apresenta ainda sete registros de performances e documentários. A Arca dos Zo’e, 1993, de Vincent Carelli (Brasil), traz o registro da visita dos índios da tribo Waiãpi à remota aldeia dos Zoé, no interior do Pará, em colaboração com a antropóloga Dominique Gallois (China). Em Contestado, a Guerra Desconhecida, 1985, Enio Staub (Brasil) registra a batalha travada no início do século X X entre operários desempregados e camponeses desalojados pela ferrovia construída no sul do Brasil contra o Exército Brasileiro. No vídeo Casa Blanca, 2005 (Argentina), León Ferrari realiza, em parceria com Ricardo Pons, o registro de uma ação realizada com minhocas, que são jogadas e rastejam por uma maquete da Casa Branca, sede do poder executivo dos Estados Unidos. The Loudest Muttering is Over: Documents From The Atlas Group Archive, 2003, de Walid Raad (Líbano), é o registro de uma performance realizada pelo artista em formato de palestra, na qual ele apresenta um projeto dedicado a reconstituir e documentar a história recente de seu país, sobretudo do período da guerra civil (1975-1991). Bare life Study #1, 2005, de Coco Fusco (EUA), traz o registro da ação apresentada pela artista em frente à embaixada dos EUA, em São Paulo, onde um grupo de performers é obrigado a realizar a impraticável tarefa de limpar a rua com de escovas de dentes, numa referência direta aos casos de humilhação e tortura praticados pelo exército americano. No registro da performance My Possesion, 2005, Mwangi Hutter (Quênia) usa o seu próprio corpo para abordar a discriminação cultural e social resultantes da diáspora. E por fim, O Samba do Crioulo Doido, 2013, traz o registro da performance de Luiz de Abreu (Brasil), que provoca a reflexão sobre a discriminação racial e sua incidência no corpo negro. Segue ficha completa com os artistas e obras: Akram Zaatari | In this House, 2004, vídeo (Líbano) Ayrson Heráclito & Danillo Barata | Barrueco, 2004, vídeo (Brasil) Aurélio Michiles | O Sangue da Terra, 1984 (Brasil) Bouchra Khalili | Four selected videos from The Mapping Journey Project, 2008-2011, videoinstalação (Marrocos) Carlos Motta | Letter to My Father (Standing by the Fence), 2005, vídeo (Colômbia) Coco Fusco | Bare Life Study #1, 2005, vídeo (EUA) Dan Halter | Untitled (Zimbabwean Queen of Rave), 2005, vídeo (Zimbábue) Enio Staub | Contestado, a Guerra Desconhecida, 1985, vídeo (Brasil) Jonathas de Andrade | Projeto Pacífico, 2010, videoinstalação (Brasil) León Ferrari & Ricardo Pons | Casa Blanca, 2005, vídeo (Argentina) Liu Wei | Unforgettable Memory, 2009, vídeo (China) Luiz de Abreu | O Samba do Crioulo Doido, 2013, vídeo (Brasil) 8 Mwangi Hutter | My Possesion, 2005, vídeo (Quênia) Rabih Mroué | Face a Face B, 2002, vídeo (Líbano) Rosângela Rennó | Vera Cruz, 2000, vídeo (Brasil) Sebastián Diaz-Morales | Lucharemos Hasta Anular la Ley, 2004, vídeo (Argentina) Vincent Carelli e Dominique Gallois | A Arca dos Zo’e, 1993, vídeo (Brasil/China) Walid Raad | The Loudest Muttering is Over: Documents From The Atlas Group Archive, 2003, vídeo (Líbano) * Zona de Reflexão Espaço de ativação da exposição e do acervo Além das 18 obras, o Galpão do Sesc Pompeia abriga ainda a Zona de Ref lexão, ambiente que reúne as diferentes ações de ativação da exposição. Entre Ações Educativas e encontros dos Programas Públicos, as atividades nesse espaço visam a estabelecer conexões entre história, memória e produção artística, a fim de aprofundar a experiência das obras, do conceito curatorial e do Acervo Videobrasil, disponível para acesso por meio da Videoteca instalada em terminais. Nela, estão disponíveis cerca de 1.300 vídeos, incluindo obras selecionadas pelo Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, vídeos históricos e antologias de artistas, registros de performances e documentários produzidos pela Associação. No mesmo espaço, estará disponível para acesso a PLATAFORMA:VB, a mais nova ferramenta online do Videobrasil, lançada durante o 18º Festival, em 2013. Ela pode ser usada tanto como um dispositivo para pesquisa e curadoria, quanto para fins educacionais, permitindo agregar e cruzar textos, imagens, links e outras informações relacionadas às obras da exposição e de mais de cem outras obras do Acervo Videobrasil, trazendo ainda o depoimento dos artistas sobre seu processo criativo. Atualmente, 119 obras estão cadastradas por meio de “pontos” na Plataforma, gerando mais de 270 palavras-chaves e cinco mapeamentos realizados por pesquisadores e curadores convidados. Por meio dos terminais, será possível acessar também o Canal VB, um espaço de ativação da memória do Videobrasil. O Canal reúne mais de 250 vídeos, entre depoimentos, entrevistas, documentários e outros registros audiovisuais, que resgatam as transformações da cena artística brasileira e do circuito Sul nos últimos 30 anos. Três mesas concebidas pelo curador Agustín Pérez Rubio estão entre as atividades dos Programas Públicos. Artistas da exposição, críticos e pesquisadores reúnem-se em conversas sobre as obras e as histórias que elas iluminam. O primeiro encontro acontece no dia 31 de agosto, às 16h, data em que a mostra será aberta para visitação. Agustín Pérez Rubio se une aos artistas Jonathas de Andrade, Sebastián Diaz Morales, Aurélio Michiles e ao crítico Octavio Zaya para debater o tema “Como combater a amnésia histórica a partir da arte? Responsabilidade e compromisso artístico”. Em 21 de outubro, às 20h, acontece o segundo encontro dos Programas Públicos, com Solange Farkas, diretora e curadora geral do Videobrasil, conversando com o pesquisador Eduardo de Jesus sobre o tema “Acervo Videobrasil: estratégias de ativação”, com mediação do crítico Fabio Cypriano. O livro da exposição Memórias Inapagáveis, será lançado nessa ocasião. Muito mais do que um catálogo, a publicação é uma obra crítica, que traz o olhar de 18 curadores e pesquisadores convidados sobre cada uma das obras, além de uma entrevista com Solange Farkas, realizada por Cypriano. O último encontro dos Programas Públicos ocorre um dia antes do final da exposição, em 29 de novembro, às 16h, novamente com a presença do curador Agustín Pérez Rubio. Nessa ocasião, estarão reunidos os artistas Rosângela Rennó, Ayrson Heráclito e Vincent Carelli para discutir o tema “As Histórias Renegadas: memórias indígenas e africanas”. Nesse mesmo dia, acontece a performance inédita Ritual na Rota do Atlântico Negro (2014), de 9 Heráclito, resultado da residência artística que ele realizará no Raw Material, em Dacar, entre setembro e outubro deste ano. Heráclito foi um dos artistas contemplados com prêmio de residência no 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, em 2013. A Zona de Reflexão concentra ainda as Ações Educativas promovidas pelo coletivo Zebra5 Jogo e Arte, criadas em torno da exposição e voltadas para crianças, famílias e público em geral. As atividades serão realizadas por meio de jogos de tabuleiro ou pequenas instalações interativas que estimulam o público a mergulhar no universo da exposição, além de oficinas de edição de filmes curtos, animações em stop motion e outras experiências. Aos sábados, domingos e feriados, serão oferecidas oficinas às 12h, 15h e 17h, com inscrições realizadas com meia hora de antecedência, no próprio espaço. Também será possível realizar visitas mediadas, sob agendamento, inclusive para grupos, durante os horários de visitação da exposição (terça a sábado, das 10 às 21h, e domingos e feriados, das 10 às 19h). O agendamento pode ser feito pelo telefone (11) 3871-7780 ou email [email protected]. * Memórias do Sul Geopolítico ativação e salvaguarda do Acervo Videobrasil O Acervo Videobrasil é composto por cerca de três mil títulos – entre obras, documentários, documentos, registros e publicações – reunidos ao longo das últimas três décadas. Entre eles, estão cerca de 1.300 obras em vídeo e registros de performances. Embora incorpore clássicos da videoarte internacional, a grande força desta coleção é reunir a memória da produção audiovisual do Sul geopolítico, foco da mostra Panoramas do Sul do Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, formado por países da América Latina, África, Oriente Médio, Leste Europeu, Sul e Sudeste Asiático e Oceania. Por conta da participação recorrente de alguns artistas no Festival, o Acervo possui pequenas coleções de autores, como toda a produção em vídeo do libanês Akram Zaatari. A coleção também é composta por inúmeras obras de Lenora de Barros, Cao Guimarães, Carlos Nader, Kiko Goiffman, Lucas Bambozzi, Shawn Gladwell, Gregg Smith, Bouchra Khalili, Gillermo Cifuentes e Fernando Meirelles. Recentemente, por conta dos 30 anos do Festival, comemorados em 2013, foram adquiridos alguns trabalhos históricos da videoarte internacional, de artistas como Nam June Paik, Bruce Nauman, Gary Hill, Vito Acconci, Bill Viola, Dan Graham, Joan Jonas, John Baldessari e Paul McCarthy. Ainda que essas obras tenham sido exibidas no Festival, elas não faziam parte do Acervo. A coleção do Videobrasil é formada ainda por doações, como as obras de Rafael França (1957-1991), Marina Abs (1962-2002) e Eder Santos. Também foram incorporadas à coleção produções do próprio Videobrasil, como entrevistas com artistas e registros das performances durante o Festival, além documentários da série Videobrasil Coleção de Autores – VCA, com filmes sobre o sul-africano William Kentridge, o libanês Akram Zaatari, a cubana Coco Fusco e os brasileiros Rafael França, Chelpa Ferro e Mau Wal (Maurício Dias e Walter Riedweg). O cineasta Karim Aïnouz assina a próxima edição, que será lançada em breve, tendo como mote a obra de Olafur Eliasson. Foi justamente a compreensão em torno da necessidade de ativação e salvaguarda deste acervo que levou à criação da Associação Cultural Videobrasil em 1991, oito anos depois da primeira edição do Festival. “Uma das principais diretrizes do Videobrasil é tornar essa coleção uma fonte permanente para novos projetos curatoriais e de pesquisa”, afirma Solange Farkas, que ao longo dos últimos anos foi responsável por realizar várias mostras de vídeo em resposta a solicitações de instituições dentro e fora no Brasil, exibindo obras do Acervo em vários estados do Brasil e no ex- 10 terior, em países como África do Sul, Nigéria, Moçambique, Argentina, Colômbia, Peru, Polônia, Portugal, Qatar, Austrália, EUA, entre outros. Nesse sentido, a Associação também tem concentrado esforços para produzir uma trama sofisticada de conteúdos em torno das obras do seu acervo, como referências e textos críticos. Além da PLATAFORMA: VB, que evidencia as conexões entre os vários conteúdos abordados pelo Videobrasil, propondo-se a contribuir para a criação de novas estruturas de mediação dedicadas à produção artística contemporânea, a Associação produz ainda o ff >>dossier. O dossier é uma publicação online que reúne um extenso material de pesquisa sobre 52 artistas – como Ali Cherri, Arnaldo Antunes, Cao Guimarães, Dias & Riedweg, Detanico e Lain, Eustáquio Neves, Federico Lamas entre outros – e oito projetos curatoriais realizados a partir deste universo de artistas, realizados por curadores e pesquisadores convidados, como Marcio Harum, Paula Alzugaray, Marcelo Rezende, além da própria Solange Farkas. Os ff>>dossier apresentam textos críticos, entrevistas e imagens da cena artística contemporânea, como uma iniciativa de documentação, formação de acervo e produção de conteúdo da instituição. O outro eixo de trabalho da Associação Cultural Videobrasil diz respeito à própria salvaguarda da coleção. O vídeo está entre as mídias mais difíceis e caras em termos de conservação. Manter uma coleção de obras em vídeo demanda uma ampla estrutura e investimentos significativos, além de um conhecimento muito específico, que requer atualização permanente. A Associação enfrenta o desafio constante de encontrar meios de vencer a obsolescência das tecnologias e dispositivos que os artistas utilizaram no momento em que criaram seus trabalhos. Mas, ao mesmo tempo em que é preciso garantir a sobrevida das obras, o Videobrasil busca manter a identidade e a integridade de suas propostas, independentemente das mudanças tecnológicas. Para isso, é preciso um diálogo direto com o artista, para entender o significado do suporte que ele escolheu e observar como ele se comporta ao longo do tempo. 11 * programação completa Abertura da exposição Memórias Inapagáveis – um olhar histórico no acervo videobrasil 30 de agosto (sábado), 19h Sesc Pompeia — Galpão * Programas Públicos — Como combater a amnésia histórica a partir da arte? Responsabilidade e compromisso artístico. com Agustín Pérez Rubio, Octavio Zaya, Jonathas de Andrade, Sebastián Diaz Morales, Aurélio Michiles, Enio Staub 31 de agosto, domingo, 16h Sesc Pompeia — Galpão — Zona de Ref lexão O curador da exposição e o crítico convidado Octavio Zaya conversam com os criadores das obras Projeto Pacífico (Andrade), Lucharemos Hasta Anular la Ley (Diaz Morales) e O sangue da terra (Michiles). O debate foca as relações que esses trabalhos estabelecem com a memória histórica e seus aspectos políticos e sociais; as vertentes que aproximam documentário e videoarte, produzindo mesclas de realidade e ficção; e as formas como a pesquisa histórica influi na criação de práticas artísticas e curatoriais. * Programas Públicos — Acervo Videobrasil: Estratégias de Ativação + Encontro e lançamento do livro “Memórias Inapagáveis” com Fabio Cypriano, Solange Farkas, Eduardo de Jesus 21 de outubro, terça, 20h Sesc Pompeia — Galpão — Zona de Ref lexão O pesquisador Eduardo de Jesus e o jornalista Fabio Cypriano conversam com Solange Farkas, curadora geral do Videobrasil, sobre as estratégias de ativação do Acervo Videobrasil. A coleção, que foca a produção artística do Sul Geopolítico nos últimos trinta anos, é uma das mais significativas deste recorte no mundo. A mesa marca o lançamento do livro Memórias Inapagáveis, que reúne sinopses críticas das obras da exposição assinadas por curadores e pesquisadores egressos de campos e disciplinas diversos. 12 * Programas Públicos — As Histórias Renegadas: Memórias Indígenas e Africanas + Ritual na Rota do Atlântico Negro (2014), performance de Ayrson Heráclito com Agustín Pérez Rubio, Rosângela Rennó, Ayrson Heráclito, Vincent Carelli 29 de novembro, sábado, 16h Sesc Pompeia — Galpão — Zona de Ref lexão As memórias africanas trazidas pelos escravos e as culturas indígenas tradicionais, parte essencial do discurso de formação da América Latina, vêm sendo apagadas da história do continente. Esse tema perpassa as obras de Rosângela Rennó, Ayrson Heráclito e Vincent Carelli reunidas na exposição. A partir de suas experiências, trabalhos e práticas, artistas e curador discutem as formas como a invisibilidade e a marginalização são impostas às populações de ascendência africana e indígena, nos discursos da história e da arte. Heráclito apresenta ainda sua performance-ritual livremente inspirada em religiões matriciais do Senegal e da Bahia. A ação é fruto do prêmio de residência na RAW Material Company, em Dacar, com o qual o artista foi contemplado no 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil. * Serviço Memórias Inapagáveis — um olhar histórico no acervo videobrasil Abertura: 30 de agosto de 2014, sábado, 19h Visitação: 31 de agosto a 30 de novembro de 2014 (de terça a sábado, das 9 às 21h, domingos e feriados, das 9 às 19h) Galpão — Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93, São Paulo – SP) Encontros dos Programas Públicos Dias 31 de agosto (16h), 21 de outubro (20h) e 29 de novembro (16h) de 2014 Zona de Reflexão— Galpão — Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93, São Paulo – SP) Oficinas – Para todos os públicos – Ação educativa Aos sábados, domingos e feriados, às 12h, 15h e 17h Inscrições com meia hora de antecedência no espaço educativo. Zona de Reflexão — Galpão — Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93, São Paulo – SP) Visitas mediadas ou em grupo Verificar disponibilidade de horário Agendamento: (11) 3871-7780 ou [email protected] Para mais informações videobrasil.org.br | sescsp.org.br 13 * minibios curador & artistas Agustín Pérez Rubio Natural de Valencia, Espanha, Agustín Pérez Rubio é o atual diretor artístico do MALBA (Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires), o espanhol Agustín Pérez Rubio, que também foi diretor do MUSAC (Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y León), na Espanha, é o curador convidado de Memórias Inapagáveis — Um Olhar Histórico no Acervo Videobrasil. Reconhecido por pesquisas a partir de acervos, Agustín, que também é historiador, se debruçou sobre a coleção de mais de 1.300 obras em vídeo do Videobrasil, selecionando obras que colocam em evidência fatos históricos e políticos normalmente interpretados a partir do ótica oficial, dominante e colonizadora, por meio do olhar sensível de artistas do Brasil e exterior. Akram Zaatari Sídon, Líbano, 1966 | Vive em Beirute, Líbano Akram Zaatari trabalha com fotografia, filme, vídeo, instalação e performance. Sua obra explora a forma como as imagens são construídas e lida com questões de representação, identidade e desejo. Um dos fundadores da Fundação Árabe da Imagem, participou da Trienal de Turim (2008), das bienais de Istambul (2011), Veneza (2007) e São Paulo (2006), e da dOCUMENTA 13 (Kassel, 2012), e mostrou a individual Projects 100: Akram Zaatari no MoMA de Nova York (2013). Seus trabalhos integram as coleções da Tate Modern, Londres, e do Centre Georges Pompidou, em Paris. Aurélio Michiles Manaus, Brasil, 1952 | Vive em São Paulo, Brasil Aurélio Michiles é cineasta e documentarista. Iniciada nos anos 1980, sua obra em filme e televisão tem como foco a região e os povos amazônicos. Formado em arquitetura pela UnB e em artes cênicas pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1978), dirigiu filmes premiados, como O cineasta da selva (1997), Que viva Glauber (1991), Teatro Amazonas (2002) e Lina Bo Bardi (1993), e A agonia do mogno (1992), além do recente Tudo por amor ao cinema (2014). Ayrson Heráclito Macaúbas, Brasil, 1968 | Vive em Salvador, Brasil Ayrson Heráclito é artista, curador e professor. Trabalha com instalação, performance, fotografia e vídeo, em obras que lidam com elementos da cultura afro-brasileira. Participou de coletivas como Afro-Brazilian Contemporary Art, Europalia.Brasil, Bruxelas (2012); Trienal de Luanda, Angola (2010); e MIP 2, Manifestação Internacional de Performance, Belo Horizonte (2009). Foi premiado no 17º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil (2011). Danillo Barata Salvador, Brasil, 1976 | Vive em São Félix, Brasil Danillo Barata é artista, curador e professor. Sua obra articula performance e imagem, e tem como centro as relações entre o corpo, câmera, sistema da arte e mundo. Possui obras nos acervos do Museum der Weltkulturen Frankfurt (Alemanha), da World Wide Visual Factory (Holanda) e do Museu de Arte Moderna da Bahia. Foi premiado no 16º Videobrasil. Bouchra Khalili Casablanca, Marrocos, 1975 | Vive em Berlim, Alemanha Bouchra Khalili é artista. Seus filmes, vídeos, instalações, fotografias e gravuras articulam linguagem, subjetividade e territórios de transição para investigar estratégias e discursos de resistência elaborados e narrados por grupos minoritários. Sua obra foi vista internacionalmente na La Triennale, Palais de Tokyo (Paris, 2012); 18ª Bienal de Sydney (2012); MoMA (Nova York, 2011); e 10ª Bienal de Charjah (2011), entre outras mostras. Carlos Motta Bogotá, Colômbia, 1978 | Vive em Nova York, EUA Carlos Motta é um artista multidisciplinar. Seu trabalho se debruça sobre a história política em uma tentativa de criar contranarrativas que contemplem histórias, comunidade e identidades suprimidas. Foi apresentado em âmbito internacional, em espaços como a Tate Modern, Londres; The New Museum, The Guggenheim Museum e MoMA/PS1 Contemporary Art Center, Nova York; Institute of Contemporary Art, Filadélfia; e Museo de Arte del Banco de la República, Bogotá. 14 Coco Fusco Nova York, EUA, 1960 | Vive em Nova York, EUA Coco Fusco é artista interdisciplinar, pesquisadora e professora da Universidade de Colúmbia, em Nova York. Seus vídeos, instalações, ensaios e performances exploram a dinâmica psicossocial dos encontros entre culturas. Participou das bienais do Whitney (Nova York), Sydney e Johannesburgo, e de festivais como Transmediale e Videobrasil. Fusco é autora de ensaios como The Bodies that Were Not Ours and Other Writings (2001) e A Field Guide for Female Interrogators (2008). Dan Halter Harare, Zimbábue, 1977 | Vive em Cidade do Cabo, África do Sul Dan Halter é artista. Seus vídeos, instalações e objetos servem-se de elementos apropriados da cultura africana para falar da erosão dos direitos humanos no continente. Participou da 3ª Trienal de Guangzhou (China, 2010), da 10ª Bienal de Havana (Cuba, 2009), e de exposições coletivas e individuais na África do Sul, Itália, Alemanha e Brasil. Foi premiado com uma residência no Instituto Sacatar, Bahia, pelo 16º Festival Sesc_Videobrasil (2007). Enio Staub Porto Alegre, Brasil, 1956 | Vive em Florianópolis, Brasil Enio Staub é diretor e roteirista de cinema e televisão. Sua obra reúne documental e ficção para expressar uma visão particular do drama das relações sociais. Dirigiu o curta Cone Sul (1983) sobre aliança político-militar firmada nos anos 1970 entre Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai para coordenar a repressão a opositores de suas ditaduras; e a série de TV Movimento (Rede Manchete, 1987), sobre organizações sociais populares no Brasil. Jonathas de Andrade Maceió, Brasil, 1982 | Vive em Recife, Brasil Jonathas de Andrade cria instalações e vídeos que investigam questões sociais, políticas, culturais e ideológicas ameaçadas de desaparecer da memória coletiva. Seus trabalhos foram mostrados na 12ª Bienal de Lyon (2013), na 2ª Trienal do New Museum, Nova York (2012), na 12ª Bienal de Istambul (2011), na 29ª Bienal de São Paulo (2010) e na 7ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2009). León Ferrari Buenos Aires, Argentina, 1920-2013 León Ferrari criou uma das obras mais contundentes do século 20. Crítico ferrenho da ditadura argentina e da igreja católica, trabalhou com os meios mais diversos, de escultura e gravura a fotocópia, arte postal, escultura sonora, performance, vídeo e livro de artista. Viveu no Brasil, exilado, entre 1976 e 1991. Sua obra foi vista em retrospectivas na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2006), no MoMA, Nova York, e no Centro de Arte Reina Sofía, Madri. Participou de edições diversas da Bienal de São Paulo e da 52ª Bienal de Veneza (2007), que o premiou com o Leão de Ouro. Ricardo Pons Buenos Aires, Argentina, 1967 | Vive em Buenos Aires, Argentina Ricardo Pons é músico e artista. Sua obra trata da história argentina, de problemáticas sociais, da relação entre homem e tecnologia e da tensão entre os conceitos de projeto e utopia. Cineasta independente nos anos 1980, trabalha com videoarte a partir de 1992, criando instalações e obras interativas. Em 2004 realizou Lombrices, também com León Ferrari. Liu Wei Hebei, China, 1965 | Vive em Pequim, China Liu Wei transita entre pintura, desenho, vídeo e fotografia em uma pesquisa focada nas mudanças históricas da China no último século. Participou de coletivas como Opera: Contemporary Chinese Photography and Video, Smart Museum of Art, Chicago (2014); EXPO 1, MoMA PS1, Nova York (2013); Video, An Art, A History 1965 – 2010, Singapore Art Museum, Cingapura (2011); e Bienal de Charjah (2009), além de festivais de cinema, vídeo e documentário, como International Film Festival Rotterdam (2002, 2010), Cinéma du Réel (2006, 2010) e Transmediale (2006). Luiz de Abreu Araguari, Brasil, 1963 | Vive em São Paulo, Brasil Luiz de Abreu é bailarino e performer. Seu trabalho investiga os estereótipos relacionados ao corpo negro. Apresentouse em festivais de dança contemporânea na França, Alemanha, Portugal, Croácia, Cuba, Espanha, África e Brasil. Esteve na Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2009), e mostrou o solo Travesti na mostra Sesc de Dança, São Paulo (2001). Sua peça O samba do crioulo doido integra o acervo de videodança do Centre Georges Pompidou, em Paris. 15 Mwangi Hutter Nairóbi, Quênia, 1975 | Vive entre Ludwigshafen e Berlim, Alemanha, e Nairóbi, Quênia Mwangi Hutter é o nome comum adotado em 2005 pelos artistas Ingrid Mwangi e Robert Hutter, que trabalham com vídeo, fotografia, instalação, escultura e performance, usando os próprios corpos para refletir sobre realidades sociais em transformação. Formados em novas mídias na Alemanha, com residências artísticas na Cité Internationale des Arts, em Paris, participaram das bienais de São Paulo e Veneza, entre outras mostras na África, Ásia, Europa, Estados Unidos e América do Sul. Rabih Mroué Beirute, Líbano, 1967 | Vive em Beirute, Líbano Rabih Mroué é ator, diretor, dramaturgo e artista visual. Ajudou a fundar o Beirut Art Center (BAC), em Beirute, e integra sua diretoria. Abrangendo diferentes disciplinas e formatos, como teatro, performance e artes visuais, sua prática diversa e complexa lida com questões escamoteadas pelo clima político vigente no Líbano. Participou de coletivas como a 11ª Bienal de Istambul (2009), a Bienal de Charjah (2009) e a Bienal de Sydney (2006). Rosângela Rennó Belo Horizonte, Brasil, 1962 | Vive no Rio de Janeiro, Brasil Rosângela Rennó trabalha com fotografia, apropriação, objeto, vídeo e instalação para tratar de questões relativas à natureza da imagem. Formada em arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais e em artes plásticas pela Escola Guignard, participou das bienais de Johannesburgo (1997), São Paulo (1994, 2010) e Istambul (2011), além de mostras como América Latina 1960-2013, Fondation Cartier (Paris, 2014), e Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil, Wexner Center for the Arts (Ohio, 2014). Sebastián Diaz Morales Comodoro Rivadavia, Argentina, 1975 | Vive em Amsterdã, Holanda Sebastián Diaz Morales usa filme, vídeo e instalação para explorar as possibilidades de uma narrativa situada entre o documentário e a ficção. Seus trabalhos foram expostos em instituições como a Tate Modern, em Londres; o Centro Georges Pompidou, em Paris; e o Museu Stedelijk, em Amsterdã. Foi premiado no 17º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil (2011). Recebeu bolsas de residência artística da Guggenheim Fellowship, Nova York (2009) e Fundação Mondriaan, Amsterdã (2001). Vicent Carelli Paris, França, 1953 | Vive em Olinda, Brasil Vincent Carelli é indigenista e cineasta. Criou, em 1986, a ONG Vídeo nas Aldeias, que forma cineastas indígenas. Realizou uma série de documentários ligados a esse trabalho, como a trilogia O espírito da TV, premiado no 9º Videobrasil, e Corumbiara (2009), sobre o massacre de índios isolados em Rondônia. Em 1999, recebeu o Prêmio Unesco pelo respeito à diversidade cultural. Dominique Gallois Xangai, China, 1950 | Vive em São Paulo, Brasil Dominique Tilkin Gallois é antropóloga, docente do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, do qual também coordena o Centro de Estudos Ameríndios. Desde 1977, estuda estéticas ameríndias e artes verbais indígenas. Organizou o livro Redes de sociabilidade nas Guianas (2005) e escreveu Mairi revisitada (1994). Walid Raad Chbanieh, Líbano, 1967 | Vive em Beirute, Líbano Walid Raad é um artista que trabalha com novas mídias. Professor assistente de arte na universidade Cooper Union (Nova York), sua obra compreende vídeo, fotografia e ensaios literários. Sua obra em vídeo foi exibida na Documenta11 (Kassel), na Bienal de Veneza, na Bienal do Whitney (Nova York) e em numerosos espaços na Europa, Oriente Médio e América do Norte. Walid Raad integra a Arab Image Foundation (www.fai.org.lb) e é cofundador do The Atlas Group (www.theatlasgroup.org). 16 * associação cultural videobrasil A Associação Cultural Videobrasil dedica-se ao fomento, difusão e mapeamento da arte contemporânea, bem como à formação de público e ao intercâmbio entre artistas, curadores e pesquisadores. Independente e comprometida com o papel questionador da arte, tem se voltado, com crescente ênfase, para ações públicas e de ativação de seu Acervo – uma representativa coleção de vídeo e performance do Sul geopolítico global. Nesse sentido, destina especial atenção à produção de América Latina, Caribe, África, Oriente Médio, Leste Europeu, Sul e Sudeste Asiático e Oceania, promovendo e articulando uma rede de cooperação internacional. O Videobrasil realiza ainda exposições internacionais, mostras itinerantes, publicações sobre arte contemporânea e cultura, programas públicos, produtos audiovisuais e programas de residência artística, além de um festival internacional de periodicidade bienal, em parceria com o Sesc São Paulo, correalizador do evento desde 1992. Em 2013, o Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil completou três décadas atuando nas lacunas do universo da arte e no estímulo à experimentação artística: quando a videoarte surgia na cena brasileira, criou o primeiro festival voltado à modalidade e facilitou sua consolidação. Mais tarde, abriu-se à arte eletrônica e, depois, incluiu também a performance e práticas mistas. Desde 2011, passou a abranger todas as linguagens artísticas contemporâneas. * sesc são paulo Criado pelo empresariado do comércio e serviços brasileiro há mais de sessenta anos, o Sesc – Serviço Social do Comércio – baseia suas ações em um sólido projeto cultural e educativo, voltado à inovação e à transformação social. O Sesc inovou ao introduzir novos modelos de ação cultural e sublinhar, na década de 1980, a educação permanente como pressuposto para a transformação social. A concretização desse propósito se deu por uma intensa atuação no campo da cultura e suas diferentes manifestações, destinadas a todos os públicos, em diversas faixas etárias e estratos sociais. No estado de São Paulo, o Sesc conta com uma rede de 32 unidades, em sua maioria centros culturais e desportivos. Oferece também atividades de turismo social, programas de saúde, educação ambiental e inclusão digital, e programas especiais para crianças e terceira idade. É o principal parceiro do Videobrasil há mais de 20 anos e abriga as exposições da Associação, a Videoteca e o Festival de Arte Contemporânea. * ficha técnica memórias inapagáveis um olhar histórico no acervo videobrasil Curadoria/ Curator | Agustín Pérez Rubio Assistente de Curadoria/ Assistant To The Curator | Marina Torre Produção/ Production | Marcia Vaz Identidade Visual/ Visual Identity | Celso Longo + Daniel Trench Produção Gráfica/ Graphic Production | Prata da Casa Projeto Arquitetônico e Cenografia/ Architectonic and Scenographic Design | André Vainer Arquitetos - Fernanda Jozsef, Marina Ferreira, Tiago Wright Projeto de Iluminação/ Lighting Design | Wagner Freire Projeto de Elétrica e Segurança/ Electrics And Safety |Hit Engenharia Projeto de Estrutura/ Structural Project | Arquimedes Costa Engenharia Estrutural Consultor Técnico/Technical | Consultant Marcos dos Santos Ação Educativa/Educacional | Action Zebra5 Jogo e Arte Pesquisa PLATAFORMA | VB / Research PLATFORM |VB | Gabriel Bogossian Assessoria de Imprensa/Press Relations | A4 Comunicação Registro Fotográfico/Photography | Everton Ballardin * assessoria de imprensa A4 COMUNICAÇÃO [email protected] | + 55 11 3897 4122 SESC POMPEIA [email protected] | + 55 11 3871-7720 ASSOCIAÇÃO CULTUR AL VIDEOBR ASIL [email protected] | +55 11 3645 0516 18 apoio institucional realização