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TG 064 - Projeto Arquitetônico 1 - Período 2011 / 1
À GUISA DE PREÂMBULO:
“Aliás, o que é o ensino da arquitetura senão, basicamente, o ensino da teoria e
da prática da projetação arquitetônica?”
ELVAN SILVA1
Caro(a) estudante:
Neste semestre tem início a etapa mais importante de sua formação profissional,
que é o aprendizado da projetação2. “A projetação é a invenção de um objeto
por meio de outro, que o precede no tempo. O projetista opera sobre este
primeiro objeto, o projeto, modificando-o até julgá-lo satisfatório. A seguir
traduz suas características em um código de instruções apropriado a ser entendido
pelos encarregados da materialização do segundo objeto: o edifício ou „a obra‟”.3
O projeto tem duas finalidades: a primeira, mais óbvia, é permitir a execução de
alguma coisa que ainda não existe; a segunda, menos evidente porém tão ou mais
importante, é possibilitar que se avalie o desempenho futuro desta mesma coisa,
antes mesmo de construí-la, ou seja, antes que seja tarde demais. Esta avaliação
prévia é do máximo interesse dos futuros usuários, que terão de sofrer na pele, às
vezes por longos e penosos anos, as conseqüências do projeto idiota de um
arquiteto incompetente. Mas sem dúvida é também do maior interesse do próprio
arquiteto, cuja reputação decorre em grande parte da qualidade de sua produção.
“O arquiteto sofre de excessiva visibilidade: todas as suas asneiras e equívocos
ficam para sempre expostas ao olhar do transeunte. Um escritor néscio logo é
esquecido por todos, salvo um ou outro bibliotecário. Um advogado burro cedo
desaparece dos foros. Um professor imbecil simplesmente mantém seu emprego
até aposentar-se dignamente por tempo de serviço. Mas, coitado, um arquiteto,
ainda que só ligeiramente idiota, fica exposto para sempre, amarrado a seus
pedimentos e portais. Se estes forem de mármore, sua má fama durará tanto
quanto o mármore”4.
Mas como surge o projeto? Face à folha de papel em branco, o que você tem de
fazer para que nela apareçam os traços que permitem a concretização da obra? Para
alguns, partidários da visão da arquitetura como arte por excelência, o projeto é
fruto de intuição iluminada, de inspiração genial, coisa que só ocorre ao verdadeiro
Artista, ou seja, aquele ser excepcional dotado de Talento. Como no entender desta
corrente o Talento é inato, isto é, não se adquire, o Artista não se forma: já nasce
feito. Outra facção, muito popular desde o Modernismo, é de opinião que a forma
arquitetônica “segue a função”5 ou, em outras palavras, é uma “conseqüência
inevitável da correlação lógica entre a análise dos requerimentos operacionais do
programa e a análise dos recursos técnicos disponíveis” 6. Se a forma é uma
“conseqüência inevitável” seja lá do que for, é fácil deduzir que o arquiteto é
perfeitamente dispensável: pega-se um computador, insere-se uma série de dados
de engenharia civil e engenharia elétrica, adicionam-se algumas pitadas de física,
matemática, geografia e história, acrescenta-se sociologia a gosto e voilá!,
introduzidos os dados do problema, a solução salta imediatamente da impressora. É
evidente que para estas duas correntes, que no momento ainda dominam o
pensamento arquitetônico, você está perdendo seu precioso tempo aqui, visto que
arquitetura não se ensina (embora possa ser aprendida) 7. No fundo concordam com
George Bernard Shaw, dramaturgo inglês, que achava só existirem duas categorias
de estudantes universitários: a dos que não precisam e a dos que não adiantam
cursar universidade.
Em PA1 tentaremos mostrar que o bom projeto não decorre da decisão arbitrária de
subjetividade iluminada, não é fruto acidental de intuição inspirada e muito menos
conseqüência inevitável dos requisitos programáticos e dos meios disponíveis. Ao
final do semestre você deverá ter percebido que a projetação é um processo de
4
PITKIN, Walter P.: A SHORT INTRODUCTION TO THE HISTORY OF HUMAN STUPIDITY;
Londres, George Allen & Unwin Ltd, 1935, 574 páginas, pg. 166 e 167.
Ao que se saiba, a idéia ( “Form follows Function”) foi formulada originalmente por Louis Sullivan,
arquiteto norte-americano de Chicago, em cujo escritório estagiou Frank Lloyd Wright.
5
1
SILVA, Elvan: UMA INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO, Porto Alegre, Editora da
UFRGS, 1983, pg. 13.
2
Na disciplina utilizamos a palavra projetação para falarmos do ato ou processo de projetar e a
palavra projeto ao nos referirmos ao produto que resulta daquele processo.
3
CORONA MARTINEZ, Alfonso: ENSAYO SOBRE EL PROYECTO, Buenos Aires, CP67 S.A.,
1990, pg.9.
6
COMAS, Carlos Eduardo Dias: Ideologia Modernista e Ensino de Projeto Arquitetônico: Duas
Proposições em Conflito; em COMAS, Carlos E. D. (organizador): PROJETO ARQUITETÔNICO:
DISCIPLINA EM CRISE, DISCIPLINA EM RENOVAÇÃO, São Paulo, Editora Projeto, 1986; pg. 34.
“A arquitetura não pode ser ensinada realmente (é por isso que não há boas escolas de arquitetura).
Mas a arquitetura pode ser aprendida (é por isso que existem bons arquitetos)”. Frase de Mário
Salavatori no prefácio do livro Architecture and People, de Eugene Ruskin, conforme citação de
SILVA, Elvan: Sobre a Renovação do Conceito de Projeto Arquitetônico e sua Didática, em COMAS
(Organizador), opus cit., pg. 23.
7
1
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trabalho, é um esforço deliberado, metódico e gradativo de busca de soluções
para um dado problema arquitetônico. Neste processo você precisará usar
intensamente as capacidades de observar, analisar e interpretar dados e fatos, de
organizar idéias, raciocinar logicamente, estabelecer relações, elaborar hipóteses,
avaliar criteriosamente, gerar, ponderar e selecionar alternativas e expressá-las
com precisão e clareza.
Em face de uma solicitação de projeto, o projetista inicialmente toma
conhecimento dos dados do problema: a destinação do prédio, o programa de
necessidades, as características do terreno, as limitações legais, as peculiaridades
dos clientes ou futuros usuários, etc. Na análise e ponderação daqueles dados,
conscientemente ou não, ele recorda problemas e estabelece analogias com
soluções conhecidas. Para tanto, faz uso de um “repertório” de imagens que ele,
como todo o mundo, tem. Em geral, estas relações e associações não são
aleatórias: quando se trata de projetar uma capela, é pouco provável que nos
venham à mente muitas imagens de represas ou estádios. O uso eficaz do
repertório, ou seja, do conhecimento de soluções arquitetônicas típicas, tem de
levar em consideração o contexto de sua aplicabilidade. O que não quer dizer que
por vezes a solução de um detalhe de uma capela não possa surgir da lembrança
de detalhe de outro prédio totalmente diferente (até mesmo uma represa, por
exemplo), visto que “todo problema de projeto admite decomposição em
subproblemas que podem ser referenciados, por analogia, a precedentes
conhecidos” 8.
Quase sempre o projeto traduz-se por desenhos e especificações escritas. Há
entre muitos leigos a crença equivocada de que o arquiteto primeiro “bola” o
projeto, imagina-o, cria dele uma prefiguração mental para, a seguir, desenhá-lo.
Na verdade, “o projetista inventa o objeto no ato mesmo de representá-lo, isto é,
desenha um objeto inexistente, cada vez com maior precisão”9. Cada desenho de
estudo, ou croquis, é iniciado numa tentativa de dar solução a alguma questão do
projeto que decorre da visão que o projetista tem do problema no momento em
que começa a desenhar. Ocorre que, como todo arquiteto sabe, “o processo de
produzir esta representação resulta em gráficos nos quais o projetista lê mais
informação do que a que ele introduziu. Esta nova informação refere-se a
possíveis relações espaciais, compatibilidade e incompatibilidade entre soluções
parciais e novas sugestões de forma. Também se apresentam ao projetista
8
9
2
COMAS, opus cit., pg 37.
CORONA MARTINEZ, opus cit., pg. 10.
parentescos inesperados com soluções existentes que ele conhecia mas das quais
não se lembrava e que doravante passam a integrar para ele o contexto do
problema”10.
Você vai ver que à medida que a projetação progride os novos desenhos, cada vez
mais precisos e detalhados, vão descartando uma série de desenhos anteriores, cujas
hipóteses de solução são incompatíveis com o rumo que o projeto vai tomando. Ou
seja: quanto mais definida a representação, quanto mais próxima a “solução
definitiva”, mais estreita vai se tornando sua faixa de escolhas. É preciso ter
cuidado para que isto não ocorra muito no começo do processo: “Se desde o
princípio se tenta representar como se tivesse certeza do objeto, o processo
empanca. Ou então o objeto se empobrece. É o que ocorre quando o projetista se
concentra numa única representação (geralmente a planta) e só quando a tem
firmemente resolvida, tenta produzir as demais. (...) A planta produz a ilusão de
dominar a realidade tridimensional, um efeito particularmente grave nas etapas
iniciais da formação do arquiteto”.11
Seja como for, de tudo isto o fundamental é lembrar que, “em última instância,
interessa menos como se chegou ao partido que a verificação retrospectiva de sua
razoabilidade, mediante o exercício do juízo crítico”12. Em suma, o que importa é
saber se o projeto é bom ou não. Para tanto você precisa dispor de elementos de
análise claros e relevantes e de critérios de avaliação explícitos e devidamente
fundamentados. É com este intuito, ou seja, de dotá-lo de seu próprio instrumental
de avaliação e crítica, que foram adotadas as Fichas de Avaliação que irão
acompanhá-lo ao longo de todo este semestre. Estas fichas são, na verdade, uma
introdução à teoria da arquitetura. Não uma teoria que se esgote na mera erudição,
destas voltadas a impressionar moçoilas ingênuas em mesas de bar. Nem, como diz
o Professor Jorge Czajkowsky, uma teoria “que favoreça a reflexão em detrimento
da prática, num sistema que antagonize teoria e prática. É, ao contrário, a defesa da
indissolúvel ligação da teoria e da prática no fazer arquitetônico, a defesa do
enriquecimento da prática pela readmissão do pensamento teórico como
instrumento prático de trabalho”.13
10
CORONA MARTINEZ, opus cit., pg 41.
11
CORONA MARTINEZ, opus cit., pg 41 (grifo meu).
12
COMAS, opus cit., pg 39.
CZAJKOWSKY, Jorge: “Arquitetura Brasileira: Produção e Crítica”; em COMAS
(organizador): opus cit, p. 12-13.
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1. PROGRAMA DA DISCIPLINA:
Para alguns, a projetação e a consideração das inúmeras e complexas variáveis
que informam o projeto arquitetônico podem ser um processo lento, penoso e
aborrecido. A estes eu recomendaria a busca de outro métier, pois a vida é curta
demais para que fiquemos a nos flagelar à toa. Para outros (e minha experiência
mostra que estes são a maioria), trata-se de atividade excitante, prazerosa e
recompensadora. Faço votos de que você se inclua nestes últimos e, sendo este o
caso, que se divirta bastante ao longo de todo este semestre.
Fortaleza, 20 de fevereiro de 2011.
Prof. JOSÉ DA ROCHA FURTADO FILHO
1.1 - IDENTIFICAÇÃO:
Projeto Arquitetônico I, código TG 064, disciplina do Departamento de Arquitetura
e Urbanismo, obrigatória para o Curso de Arquitetura e Urbanismo, locada no 3º
semestre, com 8 créditos (120 horas-aula).
1.2 – EMENTA (proposta):
Introdução à projetação pelo estudo de edificação de pequeno porte, de programa
familiar ao aluno ou por ele facilmente assimilável: o processo de projetação
arquitetônica e suas interações com o programa de necessidades, as
características geográficas, geomorfológicas, climáticas e ecológicas do sítio, os
materiais, as técnicas e os processos construtivos disponíveis, bem como o
processo histórico e o contexto cultural, social, econômico e político em que se
insere a obra projetada. Introdução à metodologia de projetação e ao uso dos
meios de representação e expressão como instrumentos de aceleração da atividade
projetual.
1.3 - OBJETIVOS:
1.3.1 - Exercitar a visão e a imaginação espaciais.
1.3.2 - Desenvolver juízo crítico fundamentado em critérios e elementos de análise
claros, relevantes e adequadamente sistematizados.
1.3.4 - Incentivar, no processo de projetação, efetiva consideração aos requisitos de
funcionalidade e conforto a serem atendidos pela obra.
1.3.4 - Desenvolver sensibilidade para as implicações que técnicas e materiais
construtivos apresentam para a conformação de espaços e volumes
edificados.
1.3.5 - Evitar tendência ao formalismo gratuito e arbitrário.
1.3.6 - Capacitar o aluno a abordar e articular de forma ágil e coerente as diferentes
escalas do projeto.
1.3.7 - Fazer o aluno perceber que os meios de representação, a par de sua
utilização específica, são ferramentas indispensáveis do processo de
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projetação, tanto na agilização de seu andamento quanto no controle de
seus resultados.
1.4.8 - Iluminação natural e artificial, conforto térmico e isolamento acústico:
 aspectos fisiológicos, psicológicos, culturais e plásticos;
 soluções técnicas e implicações sobre as decisões de projeto.
1.4 - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
1.4.1 -
1.4.2 -
Implantação do edifício, conformação e tratamento das áreas não
edificadas, em função:
 das atividades a serem abrigadas na obra;
 do bem estar físico e psicológico dos usuários;
 das peculiaridades do sítio: conformação, tamanho, relevo, cobertura
vegetal, hidrografia, micro clima e paisagem circundante.
Orientação dos cômodos em decorrência:
 das condições ambientais requeridas pelas atividades neles
abrigadas;
 das características ambientais do sítio: temperatura, grau de umidade,
insolação, ventilação, pluviosidade, ruídos, odores, etc.;
 das peculiaridades da vizinhança: caráter da paisagem circundante,
marcos visuais, possibilidades de comprometimento da privacidade,
etc.
1.4.3 - Distribuição e articulação espacial das atividades no prédio, com vistas à
eficácia de sua utilização.
1.4.4 - Conformação e dimensionamento de espaços em função:
 das atividades que deverão abrigar;
 do mobiliário e do equipamento que os complementarão;
 dos materiais e técnicas a serem empregados em sua construção.
1.4.5 - Tipos mais usuais de estruturas de alvenaria, concreto armado e madeira:
 condições de estabilidade;
 critérios de pré dimensionamento;
 implicações sobre a conformação e o dimensionamento de espaços e
volumes edificados.
1.4.6 - Geometria de telhados; escoamento e destino de águas pluviais.
1.4.7- Instalações prediais de água e esgoto: implicações sobre a distribuição, a
articulação e a conformação dos espaços.
4
1.4.9 - Decisões projetivas de caráter estético e suas relações:
 com os requisitos funcionais do programa;
 com os meios construtivos disponíveis;
 com os mecanismos da percepção da forma;
 com peculiaridades culturais, psicológicas e ideológicas dos usuários.
1.4.10 - Metodologias de projetação:
 organização e hierarquização dos dados do problema;
 geração de alternativas de solução;
 escolha e avaliação de alternativas;
 articulação, compatibilização e reavaliação de alternativas;
 os meios de representação enquanto ferramentas do processo projetivo;
 agilização do processo criativo.
1.5 - ESTRATÉGIA DIDÁTICA:
Por se tratar da disciplina inicial da seqüência de Projeto Arquitetônico, é
conveniente que o estudante possa exercitar-se em todas as fases mais relevantes do
processo de projetação, de modo a ter oportunidade de amadurecer sua proposta e
de dominar-lhe, tanto quanto possível, os aspectos funcionais, construtivos e
formais. Neste sentido, ao longo de todo o período letivo estudar-se-á uma única
edificação de pequeno porte, com grau limitado de complexidade e programa
familiar ao aluno ou por ele facilmente assimilável.
Evitar-se-á a metodologia de projetação mais usual, cuja seqüência cronológica das
etapas de estudo preliminar, anteprojeto, projeto e detalhes acaba por atribuir maior
importância aos requisitos programáticos “mais gerais”, ou seja, cujas soluções
sejam mais facilmente estudadas nas escalas mais abrangentes do projeto. Uma vez
definidas, aquelas soluções passam a requerer coerência e subordinação dos demais
requisitos cujos estudos, em escalas mais pormenorizadas, seguem-se-lhes no
tempo. Nestas circunstâncias é comum observar-se, especialmente entre os
iniciantes, uma tendência a, em cada fase da projetação, encarar o produto das
precedentes como fatos consumados. Em contraste, o procedimento adotado pela
disciplina requer do aluno que alterne entre a abordagem dos aspectos mais gerais
da obra e a de seus pormenores, numa tentativa de levá-lo a perceber as relações e
implicações mútuas das diferentes escalas do projeto, bem como de capacitá-lo a
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analisar, hierarquizar e articular coerentemente um conjunto complexo de
requisitos e soluções por vezes aparentemente conflitantes.
reduzir tanto quanto possível o caráter de arbítrio subjetivo que não raro parece
envolver o julgamento de projetos arquitetônicos.
A projetação desenvolver-se-á em três etapas:
a) PROJETO INICIAL, que consiste na proposição de um primeiro partido ou
alternativa de solução para a edificação em estudo, em nível de anteprojeto.
b) ESTUDOS SETORIAIS, que consiste no desenvolvimento de propostas
minuciosamente detalhadas de setores ou elementos da obra estudada,
desvinculadas do partido gerado na etapa anterior ou de quaisquer outros
partidos gerais para a edificação. Nesta etapa busca-se fazer com que cada
aluno possa aprofundar-se ao máximo no estudo de alguns dos aspectos
parciais mais relevantes do projeto para, em seguida, compartilhar seus
achados e conclusões com os demais colegas.
c) PROJETO REFORMULADO, quando se desenvolve uma segunda proposta
para a edificação, inteiramente diferente do partido adotado para o projeto
inicial, incorporando a experiência e os conhecimentos supostamente
acumulados ao longo das etapas precedentes e procurando articular, num
todo coerente, o elenco de soluções geradas para o conjunto de requisitos a
que deverá responder o projeto.
Outro aspecto importante da estratégia didática é a limitação da escolha de técnicas
e materiais a serem empregados no projeto a uma gama restrita, preestabelecida
pelo professor. Este procedimento permite que o aluno venha a se familiarizar ao
menos com os elementos e processos construtivos mais corriqueiros em nossa
região, incentivando-o a explorar o potencial plástico daqueles meios em vez de
apelar para soluções formais gratuitas e caprichosas, adotadas muitas vezes ao
arrepio das possibilidades do contexto tecnológico.
Ao final de cada etapa os trabalhos serão apresentados e discutidos coletivamente
em painéis, de modo a permitir a cada um aproveitar-se das experiências dos
demais, bem como acostumar-se, ao menos a nível acadêmico, ao exercício da
crítica e da autocrítica.
Os critérios de avaliação do rendimento escolar basear-se-ão nos objetivos a
serem atingidos em cada etapa, conforme o programa arquitetônico que se segue
e de acordo com instruções específicas divulgadas de antemão. O instrumento de
aferição utilizado é uma Ficha de Avaliação, distribuída ao início da etapa
respectiva. Desta Ficha constam todos os requisitos de programa que deverão ser
abordados naquela fase e outros elementos de análise do trabalho como, por
exemplo, a qualidade dos meios de representação e expressão, aos quais são
atribuídos pesos diferenciados, conforme a relevância ou o grau de dificuldade de
cada item. Este sistema de pesos tem o intuito de fazer com que o estudante
concentre suas energias nos aspectos didaticamente mais importantes de cada
fase da projetação. Vale ressaltar ainda que, como seus elementos e critérios de
análise são agrupados por categorias, espera-se que as Fichas sejam um
instrumento auxiliar no desenvolvimento e na sistematização de um arcabouço
teórico básico do aluno. Há que mencionar finalmente que o uso das Fichas visa
Evita-se solicitar dos alunos que façam “pesquisas” prévias ao projeto. Para que
eles possam dedicar o máximo de seu tempo à projetação strictu sensu, são-lhes
fornecidos o programa arquitetônico da edificação, explicitando detalhadamente os
requisitos a serem atendidos pelo projeto, bem como os dados mais relevantes do
terreno da obra. A fim de que o próprio estudante desenvolva seus critérios de
dimensionamento e conformação de espaços e volumes, o programa abstém-se de
quantificar áreas a priori, bem como de induzir soluções. Com este mesmo intuito,
os códigos de obra e a legislação concernente ao uso e à ocupação do solo são
ignorados durante todo o desenvolvimento do projeto.
1.6 - DISPOSIÇÕES GERAIS:
a) Cada uma das 3 etapas do projeto receberá uma nota, dita “de Avaliação
Progressiva”: AP1, AP2 e AP3.
b) A média aritmética daquelas 3 notas resultará na Nota das Avaliações
Progressivas, ou NAP.
c) Quem obtiver NAP igual ou superior a 7 (sete) estará aprovado por média. Para
tanto, é preciso que as notas das AP‟s somem 20,9 (vinte e nove décimos) ou
mais.
d) Quem tiver NAP inferior a 4 (quatro) estará reprovado.
e) Aqueles cuja NAP situar-se entre 4 (quatro) e 6,9 (seis e nove décimos),
inclusive, deverão submeter-se a Avaliação Final.
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f)
A Avaliação Final consistirá na complementação das eventuais lacunas e na
correção das falhas detectadas no Projeto Reformulado.
mediante execução de tarefa extra, no horário de aula e na presença do
professor, de modo a tranqüilizá-lo sobre a autoria de determinadas produções.
g) Será considerado aprovado o aluno que obtiver Nota de Avaliação Final
(NAF) igual ou superior a 5 (cinco) e Média Final, isto é, (NAP+NAF) / 2,
também igual ou superior a 5 (cinco).
m) Havendo necessidade de “fila” para orientação, quem desejar falar com o
professor deverá escrever seu nome na lousa, abaixo dos colegas já inscritos.
Em cada aula, terão prioridade de atendimento os que naquele dia ainda não
tiverem tido oportunidade de orientação.
h) A presença será controlada por hora-aula. Nossa disciplina é considerada
prática e, conforme o Regimento da UFC, O ALUNO SÓ PODERÁ
FALTAR 10% DA CARGA HORÁRIA, OU SEJA, 12 HORAS-AULA.
Vale lembrar que as normas da Universidade proíbem o abono de faltas a
qualquer título, ou seja, mesmo que causada por problema grave de saúde.
i) A chamada será feita sempre ao início da primeira hora-aula de cada dia. OS
RETARDATÁRIOS DEVERÃO SEMPRE LEMBRAR-SE DE SOLICITAR
PRESENÇA AO PROFESSOR LOGO AO CHEGAREM.
j)
Dada a importância, para o processo didático da disciplina, do cumprimento
do cronograma de atividades afixado na sala de aula, os trabalhos sofrerão
acréscimo ou redução de nota conforme sejam entregues nos prazos
estipulados ou com atraso.

Trabalhos entregues no prazo terão nota acrescida de 10%.

Trabalhos entregues na 1ª aula subseqüente terão nota integral.

Trabalhos entregues na 2ª aula subseqüente terão nota reduzida de
10% e, na 3ª, de 20%.

APÓS O TÉRMINO DA 3ª AULA SUBSEQÜENTE À DATA DE
ENTREGA, SEU TRABALHO NÃO SERÁ MAIS ACEITO PARA
EFEITO DE NOTA.
k) O atraso na entrega de uma etapa não exime o aluno do comparecimento aos
painéis de apresentação e discussão coletivas da mesma. DURANTE
AQUELES PAINÉIS NÃO SERÃO ADMITIDAS QUAISQUER OUTRAS
ATIVIDADES NO RECINTO DO ATELIER.
l) O trabalho extra classe é não só permitido como estimulado. Entretanto, a
bem da seriedade acadêmica e com o intuito de viabilizar orientação adequada
por parte do professor, EXIGE-SE O DESENVOLVIMENTO DO
TRABALHO TAMBÉM NO ATELIER, DURANTE O HORÁRIO DA
DISCIPLINA. Em conseqüência, trabalhos surgidos “milagrosamente” de
última hora não serão levados em consideração para efeito de nota a não ser
6
2. PROGRAMA ARQUITETÔNICO:
Tema de estudo: POUSADA NO PORTO DAS DUNAS
2.1 – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES:
O turismo tornou-se um dos setores mais importantes da economia de nosso Estado,
tanto na geração de renda quanto na criação de postos de trabalho, visto tratar-se de
atividade que usa mão de obra de modo muito intensivo. Em conseqüência nossa
rede hoteleira tem-se ampliado bastante, proporcionando aos visitantes uma gama
muito variada de opções de hospedagem que vão do resort “cinco estrelas” às
adaptações baratas de casas de moradia. O perfil do turista também é muito amplo e
inclui desde o “paulista” do centro-sul do país até famílias de finlandeses, passando
por italianos pedófilos, senhoras de “terceira idade”, universitários mochileiros, etc.
Aparentemente o fluxo turístico ainda está em expansão e, em decorrência, a
demanda por hospedagem continua crescente.
Nosso cliente é um escandinavo que, após visita ao Ceará, encantado com nosso
clima tórrido, nossa paisagem “selvagem”, nossas nativas amigáveis, nossa água de
coco docinha, nossa lagosta ensopada e nossas frutas tropicais, resolveu dar uma de
Gauguin, decidindo mudar-se de mala e cuia para cá. Assim sendo, desfez-se de
suas propriedades norueguesas e, provido de quantidade razoável de Euros,
adquiriu um terreno no Porto das Dunas onde pretende construir pequena pousada
que lhe sirva de refúgio e lhe proporcione renda. Sua idéia é trazer como clientes,
ao menos de início, seus próprios compatriotas, atraídos pelo fato de poderem
dispor de um anfitrião e cincerone que lhes fale a língua e entenda seus costumes e
preferências. Para tanto seu estabelecimento deverá exibir o padrão de conforto e
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higiene a que está acostumada sua futura clientela, proveniente do país de maior
renda per capita do mundo. Por outro lado, conforme assinala o Professor Flávio
Motta, à diferença do viajante, que vê o que vê, o turista vê o que veio ver. Em
outras palavras, ele vem a nossa região com certas expectativas: encontrar praias
ensolaradas cheias de coqueiros, rodeadas de selva impenetrável, com nativas
seminuas, indígenas ferozes, onças, jacarés, etc. É função da indústria do turismo
atender estas expectativas ao menos em parte e na medida do possível. Em
decorrência a edificação deverá ter caráter e atmosfera marcadamente
“nordestinas”, diferenciando-se inequivocamente de qualquer estilo internacional
“neutro”. Nosso cliente tornou-se admirador de redes na varanda, telhas de barro,
alvenarias caiadas, pisos de cerâmica e de outros elementos característicos de
nossa região, inexistentes em seu país de origem. De modo que ele solicita que a
pousada tenha uma arquitetura marcadamente “cearense”.
2.2 - O TERRENO
Situado no Porto das Dunas, junto à margem nordeste do acesso principal, o
terreno tem duas frentes e forma retangular, medindo 30m de largura por 40m de
profundidade, com queda de cerca de 4,50m em direção ao mar. A visão do
litoral, que engloba a barra do Papicu e o Beach Park, é deslumbrante. Árido,
praticamente desprovido de vegetação, tem solo de superfície arenosa e subsolo
entre arenoso e síltico, não apresentando problemas para a construção desta
tipologia edilícia. Mesmo na estação chuvosa o lençol freático não chega a
menos de 4m da cota mínima da superfície do terreno, não representando entrave
seja à construção em si, seja ao funcionamento do sistema de esgotamento
sanitário. A planta e o corte fornecidos, na escala de 1:50, mostram o acesso
principal já duplicado, conforme planos existentes.
O clima local é característico dos doldrums, ou Aw‟, na classificação de
Köppen14. A temperatura varia entre os 23 e os 31ºC ao longo do dia. As
variações térmicas sazonais são negligenciáveis, sendo em geral superadas pelas
diferenças entre o dia e a noite. A umidade do ar é geralmente alta, entre os 80 e
os 90%, acentuando ainda mais a sensação de desconforto nas horas mais quentes
do dia. O calor, entretanto, é atenuado pelas brisas quase constantes que sopram
predominantemente de sudeste. À noite, quando a temperatura cai, e entre os
meses de julho e setembro, quando se intensificam os ventos, o excesso de
ventilação pode resultar em desconforto térmico (sensação de frio).
14
ANDRADE, Gilberto Osório de: “Os Climas”, em AZEVEDO, Haroldo de (Organizador):
BRASIL, A TERRA E O HOMEM (volume 1: “As Bases Físicas”), pp. 397 a 472;
São Paulo, Editora Nacional, 1968.
2.3 - RELAÇÃO DOS CÔMODOS E ESPAÇOS:
2.3.1 – Acesso principal;
2.3.2 – Saguão e estar;
2.3.3 – Portaria;
2.3.4 – Administração;
2.3.5 – Sanitário da Administração;
2.3.6 – Loja de conveniência;
2.3.7 – Copa;
2.3.8 – Salão do café;
2.3.9 – Área das piscinas;
2.3.10 – Sanitários coletivos;
2.3.11 – 6 apartamentos sem ar condicionado;
2.3.12 – 6 apartamentos com ar condicionado;
2.3.13 – 2 suítes “luxo”;
2.3.14 – Apoio(s) para as arrumadeiras;
2.3.15 – Rouparia / depósito;
2.3.16 – Vestiários e banheiros dos funcionários;
2.3.17 - Central de gás;
2.3.18 – Depósito de lixo;
2.3.19 – Acesso de serviço;
2.3.20 – Estacionamento para 1 van e 5 automóveis de porte médio.
2.4 - ESPECIFICAÇÃO DOS REQUISITOS FUNCIONAIS:
2.4.1 - Implantação; tratamento das áreas não edificadas:
Ao dispor a edificação no terreno cuidar para que não surjam áreas imprensadas
entre aquela e os muros ou as construções vizinhas, com desagradável proporção de
“corredor”, bem como sobras inúteis, sem acesso físico ou visual, que venham a
cair em desuso, degradando-se e tornando-se fonte de insetos e roedores.
2.4.2 – Acesso principal:
Destinado aos hóspedes e seus visitantes, dar-se-á obrigatoriamente pela via de
acesso principal ao Porto das Dunas, que será duplicada em futuro próximo. Prever
acesso de veículos com possibilidade de parada paralela ao meio fio de dois sedans
de tamanho médio (tipo Chevrolet Vectra) em pista com largura suficiente para a
passagem de um terceiro veículo de porte similar. Pelo menos um dos dois veículos
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estacionados deverá poder fazê-lo a coberto, de modo a permitir o embarque ou
desembarque do hóspede ao abrigo do sol e da chuva.
Deverá ter distribuição e intensidade adequadas à leitura, especialmente sobre as
áreas dos assentos, buscando ainda valorizar quadros e objetos de decoração.
Paralelamente à pista de acesso de veículos, por seu lado interno, deverá haver
calçada para pedestres com continuidade com a calçada da via pública. Em frente
à entrada do saguão esta calçada deverá ter largura suficiente para a colocação de
bagagens, além da espera e circulação de hóspedes e visitantes.
f) Outros requisitos:
Lembrar que, em certa medida, é o Saguão que, aos olhos dos hóspedes e seus
visitantes, define a “categoria” do estabelecimento. Assim sendo, procure causar
uma “boa impressão” da Pousada através de uma solução espacial generosa e
criativa desta área.
2.4.3 – Saguão e estar:
Local de entrada e recepção da Pousada, bem como de estar e espera de hóspedes
e visitantes. A ele devem ligar-se diretamente a Portaria e a Loja de
Conveniência.
a) Mobiliário e equipamento:
 Uma TV de plasma de 42”;
 Assentos estofados para 12 pessoas, metade dos quais dispostos de modo a
permitir visão cômoda da TV;
 Mesinhas de apoio para os assentos (para a colocação de luminárias,
copos, cinzeiros, periódicos, etc.);
 Um telefone público em cabine individual;
 Quadros, tapetes, cerâmicas e objetos de decoração.
b) Distribuição do mobiliário:
O mobiliário e o equipamento deverão estar dispostos no espaço de modo a não
interferirem com os principais fluxos de circulação através do Saguão (entre a
entrada, a recepção e os apartamentos). Lembrar que estes percursos são
costumeiramente feitos com bagagens volumosas. A disposição dos assentos
deverá propiciar flexibilidade de utilização pelos usuários, seja individual e
isoladamente, seja em pequenos grupos.
2.4.4 – Portaria:
A Portaria inclui, além do balcão da Recepção, um depósito de malas e local
resguardado para o leito do plantonista.
a) Recepção:
A Recepção controla a entrada e a saída dos hóspedes, recebe e transmite recados
para os mesmos e fiscaliza o ingresso de visitantes. Consiste em balcão voltado
diretamente para o Saguão, com dimensões adequadas ao atendimento simultâneo
de até 3 pessoas, bem como para a exposição de folhetos turísticos e material
similar. Na Recepção ficará afixada a tabela de preços da Pousada. Ela contará com
pequena central telefônica de mesa (h=75cm, l=80cm, p=60cm), operada pelo(s)
próprio(s) recepcionista(s) e deverá compartilhar das mesmas condições ambientais
de conforto térmico, iluminação natural e iluminação artificial estabelecidas para o
Saguão.
b) Depósito de malas:
Cômodo com cerca de 4m² ligado diretamente à Recepção. Deve ter prateleiras
profundas (60cm) e altas (40cm) para a colocação eventual de bagagens de
hóspedes. Não deverá ter abertura para o exterior.
c) Conforto térmico:
O Saguão não terá ar condicionado, devendo dispor de boa ventilação natural,
especialmente nas áreas dos assentos, sobre os quais não deverá haver incidência
direta de luz solar.
c) Local do plantonista:
Contíguo à Recepção, ligado diretamente a ela, mas resguardado visualmente do
Saguão, deverá ter leito (80x200x40cm) onde o plantonista noturno possa cochilar
enquanto espera hóspedes retardatários, O local deverá ser adequadamente
ventilado.
d) Iluminação natural:
Durante as horas de sol e com as lâmpadas apagadas deverá ter nível adequado à
leitura, especialmente nas áreas dos assentos.
2.4.5 – Administração:
Sala onde trabalham o proprietário da pousada e sua secretária, deve ter acesso fácil
a partir do Saguão.
e) Iluminação artificial:
a) Mobiliário e equipamento:
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 Escrivaninha de dois gaveteiros para o proprietário (75x180x70cm), com
cadeira de braços com rodízios e espaldar alto, além de duas cadeiras para
visitantes;
 Mesa para o computador do proprietário, contígua à escrivaninha;
 Escrivaninha de um gaveteiro (75x130x60cm), mesinha lateral para
computador (65x85x50cm) e cadeira de rodízios para a secretária;
 Arquivo de 4 gavetas para pastas suspensas (75x45x60cm);
 Estante fechada com cerca de 4m lineares de prateleiras para pastas e
colecionadores;
 Armário com cerca de 0,5m³ para guarda do material de expediente;
 Quadro de avisos (cerca de 2m²) fixado à parede;
 Condicionador de ar de 10.000BTU instalado em parede externa a pelo
menos 1,8m do piso.
b) Conforto térmico:
Evitar insolação direta, especialmente sobre os usuários, para não provocar
sobrecarga no ar condicionado.
c) Iluminação natural:
Durante as horas de sol e com as lâmpadas apagadas deverá ser intensa,
homogênea e sem sombras pronunciadas, especialmente sobre os tampos das
escrivaninhas.
d) Iluminação artificial:
Deverá ser intensa, homogênea e sem sombras pronunciadas, especialmente
sobre os tampos das escrivaninhas.
2.4.6 - Sanitário da Administração:
Cômodo contíguo ao da Administração, contendo 1 lavatório encimado por
armário com espelho, 1 mictório e 1 bacia sanitária com ducha lateral.
Exaustão de gases e odores:
Cuide-se para que se faça para o exterior do prédio, sem afetar outras
dependências internas.
a) Iluminação:A artificial deverá privilegiar o usuário do espelho. A natural é
dispensável mas, em havendo, não deverá resultar em reflexos e
ofuscamentos indesejáveis para o usuário do espelho.
2.4.7 – Loja de conveniência:
Abrindo-se diretamente para o Saguão, servirá à venda de jornais, revistas, filmes
fotográficos, cartões postais, souvenirs, camisetas, perfumaria e medicamentos de
uso mais corriqueiro. Prever um provador de roupas.
a) Conforto térmico:
Não dispondo de ar condicionado, o conforto deverá basear-se na ventilação
natural.
b) Iluminação:
Será basicamente artificial, voltada para a valorização das mercadorias.
2.4.8 – Salão do café:
Servirá ao desjejum, no horário convencional, e de apoio aos hóspedes, no restante
do dia, para atividades como ler, jogar baralho, usar notebook, etc.
a) Mobiliário e equipamento:
 Balcão para o buffet do desjejum (75x60x300cm), possibilitando o apoio de
louças, talheres, frutas, sucos, café, leite, pães, etc.;
 4 mesas de 4 lugares, com as respectivas cadeiras;
b) Conforto térmico:
Deverá ter boa ventilação natural, não se admitindo insolação direta sobre o balcão
ou os usuários.
c) Iluminação natural:
Com as lâmpadas apagadas, deverá ser adequada à leitura nas horas de sol.
d) Iluminação artificial:
Deverá ser intensa sobre o balcão, permitindo meia penumbra sobre as mesas.
Prever focos localizados sobre os elementos de decoração.
2.4.9 – Copa:
Contígua ao Salão do Café, a Copa deverá ligar-se ao mesmo por uma porta tipo
“vai-e-vem” e ao Bar da Piscina, a copa não fornecerá refeições completas (almoço
ou jantar) mas apenas o desjejum e lanches leves. Estará capacitada para o preparo
de:
 Café, leite quente ou frio e achocolatados;
 Ovos fritos, cozidos, mexidos e omeletes;
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 Sanduíches de queijo, presunto, misto e cachorro quente;
 Tira-gostos frios: queijos cortados, azeitonas, frios, bolachas e patês.
Na hora do desjejum trabalharão na Copa dois funcionários simultaneamente: um
no preparo e o outro na lavagem. No restante do tempo o serviço será feito por
uma única pessoa.
a) Mobiliário e equipamento:
 Dois balcões de aço inoxidável (160x55cm), com uma cuba cada;
 Fogão convencional de 4 bocas, com forno (90x65x65cm);
 Geladeira vertical “duplex” (170x70x70cm);
 Congelador horizontal para gêneros (75x60x100cm);
 Lavadora de louça (90x65x65cm);
 Uma chapa elétrica, dois liquidificadores, uma batedeira e um espremedor
de frutas profissional;
 Armário para louça por sobre uma das pias (cerca de 0,4m³);
 Armário(s) para gêneros, latarias, panelas talheres, etc. (cerca de 2m³);
 Mesa ou plano de trabalho (com a mesma altura das pias e cerca de 1m²)
para a arrumação de pratos;
 Mesa ou balcão de 4 lugares para refeições e descanso dos funcionários.
b) Conforto térmico:
A Copa abriga atividades físicas intensas e equipamento gerador de calor. Não
dispondo de condicionamento de ar, deverá ser protegida da insolação direta e
dotada de ventilação intensa, especialmente nos locais de trabalho. Esta
ventilação, entretanto, deverá preservar as bocas do fogão. Para evitar moscas e
outros insetos todas as aberturas de acesso e ventilação deverão ser teladas. Em
conseqüência, o dimensionamento das aberturas de entrada e saída de ventilação
precisa levar em conta que a tela reduz sua eficácia em cerca de 50%. A fumaça,
a gordura e eventuais odores gerados na Copa deverão ser retirados diretamente
para o exterior da edificação de modo a não lhe afetar outras dependências.
c) Iluminação natural:
Durante as horas de sol deverá ser intensa, homogênea e sem sombras
pronunciadas sobre os balcões e planos de trabalho.
d) Iluminação artificial:
Deve responder aos mesmos requisitos da iluminação natural.
e) Outros requisitos:
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O dimensionamento e a conformação do ambiente e a disposição de seu mobiliário
e equipamento deverão minimizar os percursos e os movimentos dos encarregados
do serviço, evitando conflitos de circulação entre eles. O cômodo deve ser de fácil
limpeza: evite-se o surgimento de frestas e cantinhos que possam servir de abrigo a
insetos e roedores, bem como a colocação de armários por sob pias e balcões. A
Copa deverá abrir-se para circulação de serviço, facilitando seu abastecimento e a
saída de lixo, que deverão ocorrer ao abrigo da vista de hóspedes e visitantes.
2.4.10 – Área das Piscinas:
A área da piscina inclui a varanda, o bar, o solário (ou deck) e as piscinas de adulto
e de crianças, com a respectiva casa de máquinas.
a) Varanda:
Será a principal área de estar da pousada, onde os hóspedes devem permanecer a
maior parte do tempo em que estejam fora dos apartamentos. A varanda deve ter
total integração espacial com as piscinas e o solário e, em decorrência, terá piso
áspero, antiderrapante, à exceção de pequena pista de dança com cerca de 10m². A
varanda será equipada com:
 6 mesas de 4 lugares que possam ser unidas ou separadas na medida das
conveniências dos usuários;
 Assentos estofados com material impermeável para cerca de 12 pessoas, que
permitam flexibilidade de uso por hóspedes isolados ou em grupos.
Os usuários da varanda deverão estar abrigados de insolação direta. A iluminação
artificial deverá ser flexível: permitir leitura sobre as mesas e assentos e possibilitar
“penumbra romântica” na pista de dança e luz concentrada num eventual artista de
música ao vivo.
b) Bar:
Consiste num balcão integrado à varanda e ligado diretamente à Copa, que lhe
servirá de apoio. O balcão deverá ter cerca de 95cm de altura, com 6 banquetas
altas pela face externa. Prever apoio de pés para os usuários das banquetas, na
altura adequada, bem como espaço suficiente para suas pernas. O lado interno do
balcão deverá ter geladeira horizontal para refrigerantes e cerveja, bem como locais
adequados à guarda e exposição de copos, pratos, talheres, guardanapos, vinhos,
etc.
c) Solário:O solário à volta da piscina terá pavimentação áspera e será equipado
com 8 espreguiçadeiras e 4 conjuntos de mesas com 4 cadeiras cada, em fibra
de vidro, cobertas com sombrinhas.
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d) Piscina de adultos:
Deverá ter cerca de 45m² de área e profundidade de 1,20m. Será equipada com
escada(s) que facilite(m) a entrada e saída dos banhistas.
b) Exaustão de gases e odores:
Dar-se-á obrigatoriamente para o exterior do prédio, de modo a não lhe afetar as
demais dependências.
e) Piscina infantil:
Vaso comunicante com a piscina dos adultos, deverá ter uns 10m² de área e 50cm
de profundidade.
c) Iluminação:
Tanto a natural quanto a artificial deverão privilegiar o usuário do espelho, sobre o
qual deverão incidir com intensidade adequada, de forma homogênea e sem
sombras acentuadas ou reflexos que possam provocar ofuscamento.
f) Casa de máquinas:
Com área de 4m² e pé direito mínimo de 1,80m, deverá ter seu piso ao menos 1m
abaixo do nível d‟água das piscinas. Atente-se para o fato de que a casa de
máquinas não precisa necessariamente estar muito próxima das piscinas.
Distância excessiva, entretanto, implicará em aumento de custos.
Outros requisitos:
Prever chuveiro ou ducha próximo às piscinas para o banho prévio dos usuários.
Evitar vegetação de porte muito próxima das piscinas, especialmente a
barlavento, para não afetá-las com folhas secas.
2.4.11 – Sanitários coletivos:
Em número de dois (o masculino e o feminino), devem situar-se em local
estratégico que lhes facilite a identificação e o acesso a partir do Saguão e da
Varanda. Os sanitários não terão porta externa mas parede “corta brecha” que
lhes garanta a privacidade.
a) Equipamento:
Cada sanitário deverá ter 2 lavatórios embutidos em bancada de mármore ou
granito projetada de modo a evitar que a água eventualmente acumulada em sua
superfície pingue no piso. Os lavatórios serão complementados com espelho,
recipiente de sabonete líquido e toalheiro de papel.
O sanitário feminino será equipado com 2 bacias sanitárias situadas em cubículos
dotados de ducha higiênica, porta-papel, toalheiro de papel e depósito de lixo.
Estes cubículos, quando fechados, deverão ficar isolados acústica e visualmente
do restante do cômodo.
O sanitário masculino terá somente 1 bacia sanitária, instalada em condições
idênticas às do sanitário feminino, e 2 mictórios de louça, de parede, situados de
modo a incentivar o seu uso, seja pela conveniência da localização em relação à
entrada, seja pela possibilidade de utilização com o resguardo da privacidade.
2.4.12 – Apartamentos:
Em número de 12, serão interligados 2 a 2 através de abertura fechada por porta
dupla, cada folha abrindo para uma das unidades. A interligação será sempre entre
apartamentos do mesmo tipo (com ou sem ar).
a) Mobiliário e equipamento:
 Ou 2 camas de solteiro (90x200cm cada) ou 1 de casal (160x200cm);
 2 mesas de cabeceira junto à(s) cama(s);
 Armadores para 1 rede, a 1,80m do piso, distanciados horizontalmente de
cerca de 3,30m e dispostos de forma a que a rede, quando ocupada, não
encoste em paredes, camas ou no restante do mobiliário;
 Apoio para 2 malas grandes (18x45x60cm), com altura e dimensões
adequadas a seu manuseio cômodo;
 Guarda roupa com prateleiras, porta cabides e cofre;
 “Frigobar” (60x60x75cm);
 Aparelho de TV (plasma ou LCD, de 29”);
 Mesa com 2 cadeiras;
 Espelho de corpo inteiro;
 Nos 6 apartamentos com ar: condicionador de ar tipo split com unidade
compressora contígua ao apartamento.
b) Conforto térmico:
Apartamento sem ar: ventilação intensa e controlável sobre a cama e a rede, mesmo
com a porta do quarto fechada. O controle da ventilação não deverá afetar
sensivelmente o nível de iluminação natural.
Apartamento com ar: Evitar incidência de insolação direta no interior do cômodo.
c) Iluminação natural:
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d) Apartamento sem: nas horas de sol, com as lâmpadas apagadas, adequada à
leitura, especialmente sobre a cama, a rede e a mesa. Evitar reflexos na TV.
Prever escurecimento do recinto durante o dia, sem que isto afete em nada o
nível de ventilação.
Apartamento com: também adequada à leitura durante as horas de sol, podendo
ser escurecido se o hóspede o desejar.
2.4.14 – Suítes:
As duas suítes, compostas de dormitório, banheiro, estar e varanda, terão ar
condicionado. Valem para o banheiro da Suíte os mesmos requisitos do banheiro do
apartamento. O dormitório da Suíte, com uma cama de casal, diferencia-se do
dormitório dos apartamentos por não ter TV. A entrada da Suíte será feita pelo
Estar.
Iluminação artificial:
Deverá haver uma iluminação geral (para circulação segura), iluminação de
leitura (para os leitos) e “penumbra romântica”, quando desejado. Evitar focos de
luz no teto, que incomodem os usuários dos leitos ou da rede.
2.4.15 – Estar da Suíte:
e) Outros requisitos:
Prever espaço adequado à circulação cômoda e segura entre os móveis.
2.4.13 – Banheiro do apartamento:
a) Equipamento:
 Bancada de mármore ou granito com lavatório embutido, feita de modo a
evitar que a água pingue no piso;
 Espelho (sem armário) acima do lavatório;
 Prateleira entre a bancada e o espelho para apoio de copos, frascos e
objetos correlatos;
 Bacia sanitária com ducha de parede;
 Box com chuveiro, com piso anti deslizante e dimensões que permitam ao
usuário esquivar-se do jato do chuveiro;
 Saboneteiras, cabides, toalheiros, porta papel, lixeira e outros
complementos usuais.
b) Exaustão de gases e odores:
Far-se-á diretamente para o exterior do prédio, sem afetar o dormitório e outras
dependências internas.
c) Iluminação:
A natural pode ser dispensada, mas, se existir, não deverá prejudicar o usuário do
espelho. A artificial deverá privilegiar o utente do espelho, sobre o qual incidirá
com intensidade adequada, de forma homogênea e sem sombras acentuadas ou
reflexos que possam provocar ofuscamento.
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a) Mobiliário e equipamento:
 Assentos estofados para 5 ou mais pessoas, dentre os quais deverá haver um
sofá cama;
 Mesinhas complementares aos assentos, para o apoio de copos, garrafas,
cinzeiros, luminárias, periódicos, etc.;
 Mesa de refeição para 4 pessoas, com as respectivas cadeiras;
 Aparelho de TV (idêntico aos dos apartamentos);
 Quadros, cerâmicas e outros complementos decorativos.
b) Conforto térmico:
Ar condicionado.
c) Iluminação:
Tanto a natural quanto a artificial devem permitir leitura cômoda nos assentos e na
mesa, sem reflexos indesejáveis na TV. O cômodo deve poder ser escurecido
durante o dia.
2.4.16 – Varanda da Suite:
Deverá caber uma rede (armadores a 1,80m do piso, distanciados de cerca de
3,30m) e uma mesa com 2 cadeiras.
2.4.17 – Apoio(s) da arrumadeira:
A se situar em cada andar ou setor de apartamentos e suítes, destinado à guarda do
carrinho da arrumadeira e de algumas mudas de roupa de cama e banho, bem como
de equipamento e material de limpeza.
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2.4.18 – Rouparia / depósito:
Local para a estocagem de roupa de mesa, cama e banho, bem como do material
de consumo não perecível necessário ao funcionamento e manutenção da
Pousada. O setor de Rouparia terá cerca de 20m lineares de prateleiras profundas
(45cm), espaçadas verticalmente de uns 40cm. O restante do cômodo terá cerca
de 10m lineares de prateleiras com 50cm de profundidade e outro tanto de altura,
para a guarda de itens volumosos (aparelhos de TV, ar condicionado, etc.), 15m
lineares de prateleiras (p=30cm, h=35cm) para material de limpeza e uns 6m² de
área livre para a estocagem de engradados de bebidas, estrados, colchões, etc.
Este setor deve ser ventilado e protegido de insolação direta.
2.4.19 – Vestiários e banheiros dos funcionários:
a) Vestiário feminino:
Deverá ter 6 escaninhos individuais para a guarda de roupa e objetos pessoais
(40x50x80cm cada), banco para 3 pessoas e cabides de parede na área seca. O
banheiro terá 2 lavatórios, 2 bacias sanitárias em cubículos e 1 chuveiro em Box.
b) Vestiário Masculino:
Idêntico ao feminino, com 1 só bacia sanitária e acréscimo de 1 mictório de
louça, de parede, no banheiro.
c) Outros requisitos:
Prever iluminação natural e artificial adequadas à segurança dos usuários e
exaustão de gases e odores para o exterior do prédio.
2.4.20 – Central de gás:
Local próximo à entrada de serviço, com capacidade para 3 botijões grandes de
GLP, fechado por grade de ferro.
2.4.21 – Depósito de lixo:
Com capacidade para 4m³, deve ser situado no acesso de serviço, voltado
diretamente para a calçada.
2.4.22 – Acesso de serviço:
Servindo à entrada e saída do material ou do lixo relacionados ao funcionamento
da Pousada, deverá se dar pela rua secundária (testada nordeste). Não é
necessária a entrada de veículos de entrega.
2.4.23 – Estacionamento:
Com acesso pela via principal, deverá ser dimensionado para o estacionamento e a
manobra cômoda e segura da van e de mais 6 carro médios, tipo Corolla.
3. ASPECTOS TÉCNICO-CONSTRUTIVOS:
3.1 - DIMENSIONAMENTO DE ESPAÇOS E VOLUM ES:
Atendidas as exigências funcionais e simbólicas do programa arquitetônico, os
espaços e volumes deverão ser projetados em obediência ao critério de
dimensionamento mínimo. Paredes e circulações não poderão ocupar em conjunto
mais de 25% do total da área construída.
3.2 – RELAÇÃO COM O TERRENO E SUA TOPOGRAFIA:
Como o terreno tem inclinação e os espaços de permanência devem ser planos
horizontais, será necessário fazer movimentação de terra e criar muros de
contenção. Procurar minimizar tanto quanto possível a quantidade de escavações e
de aterros, bem como a altura das contenções.
3.3- PARTIDO ESTRUTURAL:
Afora o madeiramento dos telhados, a alvenaria de tijolo deverá ser o principal
elemento estrutural. Outros materiais, como o concreto armado, só poderão ser
utilizados em caráter complementar.
3.4 - ALVENARIAS:
As alvenarias estruturais serão de tijolos cerâmicos, que tanto podem ser brancos
maciços (de 3,5 x 10 x 20cm) como vermelhos, de 8 furos (de 10 x 20 x 20cm).
Nas demais, poderão ser usados também os combogós de concreto ou de cerâmica,
desde que em modelos existentes no mercado local, e os tijolos de vidro.
3.5 - LAJES DE PISO E FORRO:
Serão pré-moldadas, do tipo Volterrana, compostas de trilhos de concreto armado e
de tijolos furados, conforme esquema constante da contra-capa deste folheto. O
espaçamento entre trilhos é de 40cm de eixo a eixo.
Estas lajes são
obrigatoriamente bi apoiadas e não podem vencer vãos superiores a 5m (cinco
metros) nem resistem a balanço. Quando usadas em forro apresentam espessura de
cerca de 11cm, incluído o reboco. Em pisos, àquela espessura dever-se-á
acrescentar a decorrente do revestimento que for utilizado.
É importantíssimo lembrar que ESTAS LAJES NÃO RESISTEM A GRANDES
CARGAS CONCENTRADAS, como as devidas a paredes de alvenaria, por
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exemplo, AS QUAIS TERÃO DE SER SUPORTADAS POR OUTROS
ELEMENTOS ESTRUTURAIS.
3.6 - VIGAS E PILARES DE CONCRETO ARMADO:
Deverão ser pré dimensionados de acordo com as “dicas” constantes do final
deste folheto, as quais aplicam-se tão somente ao tipo de edificação em estudo.
3.7 - COBERTURA:
É proibida a utilização de laje impermeabilizada. Somente poderão ser usadas no
telhado as telhas cerâmicas dos tipos “colonial”, “romana” ou similar, bem como
telhas translúcidas de vidro ou plástico, onduladas ou de forma compatível com a
das telhas cerâmicas, quando se fizer necessária a admissão de iluminação
zenital. Os telhados deverão ter caimento situado entre os 25 e os 35%. A
geometria dos telhados deverá ser estudada de modo a eliminar o uso de calhas
horizontais, as quais são expressamente proibidas a não ser quando situadas na
extremidade de beiral.
3.8 - ESCOAMENTO E DESTINO DAS ÁGUAS PLUVIAIS:
A chuva incidente sobre os telhados não poderá desaguar para terrenos vizinhos
nem escoar por sobre paredes e esquadrias.
Apenas o terreno não impermeabilizado por construção ou pavimentação poderá
absorver água da chuva. Fica arbitrado que UM TRECHO PERMEÁVEL DE
TERRENO SÓ PODERÁ ABSORVER A ÁGUA INCIDENTE SOBRE ÁREA
HORIZONTAL IGUAL OU MENOR QUE O DOBRO DA SUA. Superada esta
proporção, deve-se garantir o escoamento das águas pluviais para a sarjeta ou
para o mar, cuidando-se para que isto se faça sem causar erosão ao terreno.
3.9 - REVESTIMENTO DE FORROS:
As lajes tanto poderão ser deixadas aparentes como ser rebocadas e pintadas.
Permite-se também o uso de forros “falsos” de gesso, lambris, PVC ou placas,
tipo Eucatex ou similar.
3.10 - REVESTIMENTOS DE PAREDES:
Nas áreas internas secas, serão rebocadas e pintadas. Nas áreas internas
molhadas, rebocadas e revestidas com material impermeável: azulejo, pastilha,
cerâmica, parquetes vinílicos (tipo Paviflex ou similar), laminado plástico (tipo
Fórmica ou similar), etc. Nas áreas externas não poderão ser empregados os
parquetes vinílicos nem os laminados plásticos, por serem pouco resistentes às
intempéries.
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3.11 - PISOS INTERNOS:
Nas áreas molhadas: cerâmicas, pedras, parquetes vinílicos, parquetes de borracha
(tipo Plurigoma ou similar) e outros pisos impermeáveis, cuidando-se para, em
áreas críticas, como os boxes de chuveiro, usar piso ante derrapante. Nas áreas
secas pode-se utilizar, além daqueles, os tacos e soalhos de madeira e as alcatifas
(carpetes).
3.12 - PISOS EXTERNOS:
Cimento esponjado (cortado no mínimo de metro em metro), pedras ásperas e
ladrilhos ante derrapantes de cerâmica ou cimento.
3.13 - PORTAS INTERNAS:
A não ser em casos especiais, deverão ser usadas as lisas, tipo “Paraná”, de 210cm
de altura e larguras padronizadas de 60, 70, 80 ou 90cm. Estas
portas tem espessura de 3,5cm.
3.14 - ESQUADRIAS EXTERNAS:
Poderão ser utilizados a madeira, o ferro (em perfis de produção industrial) e o
alumínio (idem), além dos vidros transparentes (lisos) e translúcidos (impressos ou
despolidos).
3.15 - ESTOCAGEM DE ÁGUA:
Deverá totalizar 14.000l (14m³), dos quais 10.000 em cisterna e os restantes 4.000l
(4m³) em caixa d‟água cujo fundo deverá estar pelo menos 4m acima do piso mais
alto que tiver um ponto de distribuição d‟água. Sua altura interna deverá ser igual
ou superior a 1,80m, de modo a facilitar a limpeza. O acesso à caixa d‟água deverá
ser fácil, cômodo e seguro, não implicando em circulação sobre o telhado. Lembrar
que a caixa d‟água é a maior carga concentrada do prédio: só o líquido pesa 4
toneladas, ou o equivalente a 5 Fiat Mille, por exemplo. Esta carga deverá ser
transmitida ao solo da forma mais direta e estável possível.
3.16 - PROTEÇÃO CONTRA AS INTEMPÉRIES:
As paredes e esquadrias externas deverão ser protegidas do excesso de chuva e de
insolação direta. Armários e guarda-roupas não deveriam ser colocados junto às
paredes externas mais sujeitas a umidade.
3.17 - ESCADAS:
Toda escada deverá obedecer à fórmula [2e + p = 66cm], onde e é a altura (ou o
“espelho”) do degrau e p, a sua profundidade. As escadas de acesso aos
apartamentos ou de uso corriqueiro dos hóspedes deverão ter no mínimo 120cm de
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largura. As de uso cotidiano nas áreas de serviço terão largura mínima de 90cm.
Em ambos os casos os degraus não poderão ter altura (ou e) maior que 18cm,
sendo preferíveis os espelhos com 16cm ou menos. Escadas de uso eventual
(como a de acesso à caixa d‟água, por exemplo) poderão ter menor largura e
espelho maior, desde que obedeçam à fórmula indicada. As escadas helicoidais
não são recomendadas, por serem menos cômodas e seguras. Entretanto, caso
venham a ser usadas, deverão também respeitar a fórmula [2e + p = 66cm] ao
longo de um raio 40cm menor que o da face interna do corrimão, além de terem
largura igual ou superior a 90cm, se forem de uso diário. Por uma questão de
segurança, as escadas deverão ter iluminação adequada e revestimento de piso
antideslizante.
4. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS:
4.1 - SOBRE ASSUNTOS CORRELATOS:
 BAUDRILLARD, Jean: Para uma Crítica da Economia Política do Signo;
Lisboa, Edições 70, 1981 (especialmente a primeira parte do livro: “FunçãoSigno e Lógica de Classe”).
 HALL, Edward T.: La Dimensión Oculta: Un Enfoque Antropológico del
Uso del Espacio; Madri, Instituto de Estudios Administrativos Locales, 1973.
 SOMMER, Robert: Personal Space: The Behavioral Basis of Design;
Englewood Cliffs, Prentice-Hall, 1969.
 VEBLEN, Thornstein: A Teoria da Classe Ociosa; São Paulo, Abril
Cultural, Coleção “Os Pensadores”, volume Veblen, 1980.
 LEMOS, Carlos A. C.: Cozinhas, etc.; São Paulo, Perspectiva, 1978.
 REIS FILHO, Nestor Goulart: Quadro da Arquitetura no Brasil; São Paulo,
Perspectiva, 1973.
 ROWE, Colin e KOETTER, Fred: Collage City; Cambridge, The M. I. T.
Press, 1979 (existe tradução espanhola da Gustavo Gili: Ciudad Colage).
 SNYDER, James e CATANESE, Anthony J. (editores): Introduction to
Architecture; Nova York, McGraw-Hill, 1979 (há tradução brasileira).
 TEDESCHI, Enrico: Teoria de la Arquitectura; Buenos Aires, Nueva Vision,
1963.
 WOLFE, Tom: Da Bauhaus ao nosso Caos; Rio de Janeiro, Rocco, 1990.
 ZEVI, Bruno: Saber Ver a Arquitetura; São Paulo, Martins Fontes, 1978.
4.3

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
4.2 - SOBRE QUESTÕES GERAIS DE ARQUITETURA:
 BATTISTI, Emílio: Arquitectura, Ideologia, Ciencia; Madri, Blume, 1980.
 BENEVOLO, Leonardo: Introdução à Arquitetura; São Paulo, Mestre Jou,
1973.
 BICCA, Paulo: Arquiteto: a Máscara e a Face; São Paulo, Projeto, 1984.
 DREW, Philip: Tercera Generación: La Significación Cambiante de la
Arquitectura; Barcelona, Gustavo Gili, 1973.
 FERRO, Sérgio: O Canteiro e o Desenho; São Paulo, Projeto, 1983.
 FURTADO FILHO, José da Rocha: Architectural Meaning: the Built
Environment as an Expression of Social Values and Relations; Milwaukee,
University of Wisconsin, tese xerografada, 1979.
 JENCKS, Charles: The Language of Post-Modern Architecture; Nova York,
Rizzoli, 1977.
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
-
SOBRE QUESTÕES CONCEITUAIS E METODOLÓGICAS DA
PROJETAÇÃO:
ALEXANDER, Christopher e outros: Un Lenguage de Padrones; Barcelona,
Gustavo Gili, 1983.
BLOOMER, Kent e MOORE, Charles: Cuerpo, Memória y Arquitectura:
Introducción al Diseño Arquitectônico; Madri, Blume, 1983.
COMAS, Carlos Eduardo (organizador): Projeto Arquitetônico: Disciplina em
Crise, Disciplina em Renovação; São Paulo, Projeto, 1986.
CORONA MARTINEZ, Alfonso: Ensayo sobre el Proyecto; Buenos Aires,
CP67, 1990.
HOLANDA, Armando de: Roteiro para Construir no Nordeste; Recife,
Mestrado em Desenvolvimento Urbano, UFPe, s/d.
LLOVET, Jordi: Ideologia y Metodologia del Diseño; Barcelona, Gustavo
Gili, 1981.
MACHADO, Isis e outros: Cartilha: Procedimentos Básicos para uma
Arquitetura no Trópico Úmido; São Paulo, Pini, 1984.
ROWE e KOETTER: obra citada.
SILVA, Elvan: Uma Introdução ao Projeto Arquitetônico; Porto Alegre,
UFRGS, 1983.
4.4 - SOBRE ESTÉTICA DO PROJETO:
 CHING, Francis D. K.: Arquitectura: Forma, Espácio y Orden; México,
Gustavo Gili, 1986.
 DAHINDEN, Justus: Estructuras Urbanas para el Futuro; Barcelona, Gustavo
Gili, 1973.
15
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 DREXLER, Arthur: Transformaciones en la Arquitectura Moderna;
Barcelona, Gustavo Gili, 1983.
 JULES, Frederick:
Form/Space and the Language of Architecture;
Milwaukee, edição do autor, 1974.
 PRAK, Niels L.: The Visual Perception of the Built Environment; Delft,
Delft University Press, 1977.
 RASMUSSEN, Steen E.: Experiencing Architecture; Cambridge, The M. I. T.
Press, 1959.
4.5 - SOBRE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO:
 ABCI (Associação Brasileira de Construção Industrializada): Manual
Técnico de Alvenaria; São Paulo, Projeto, 1990.
 AZEREDO, Hélio Alves de: O Edifício até sua Cobertura; São Paulo, Edgar
Blüchner, 1977.
 BARDOU, Patrick e ARZOUMANIAN, Varoujan: Arquitecturas de Adobe;
Barcelona, Gustavo Gili, 1977.
 BAUD, G.: Tecnologias de la Construcción; Barcelona, Blume, 1970.
 BORGES, Alberto de C.: Prática das Pequenas Construções; São Paulo,
Edgar Blüchner, 1963.
 CARDÃO, Celso: Instalações Domiciliares; Belo Horizonte, UFMG, 1966.
 GASC, Yves e DELPORT, Robert: Les Charpentes en Bois; Paris, Eyrolles,
1954.
 HODGKINSON, Allan (editor): AJ Handbook of Building Structures;
Londres, The Architectural Press, 1974.
 MASCARÓ, Juan Luis: O Custo das Decisões Arquitetônicas; São Paulo,
Nobel, 1986.
 MOLITERNO, Antônio: Caderno de Projeto de Telhados em Estrutura de
Madeira; São Paulo, Edgar Blüchner, 1981.
 RIPPER, Ernesto: Come Evitar Erros na Construção; São Paulo, Pini, 1986.
 ROSENTHAL, Werner: La Estructura; Buenos Aires, Blume, 1977.
 SAGE, Konrad: Instalaciones Técnicas en Edifícios (volume 2); Barcelona,
Gustavo Gili, 1974.
 VASCONCELOS, Augusto Carlos de:
Estruturas Arquitetônicas:
Apreciação Intuitiva das Formas Estruturais; São Paulo, Studio Nobel, 1991.
 VOLGER, Karl: Instalaciones Técnicas en la Construcción de Viviendas;
Barcelona, Labor, 1968.
16
4.6 - SOBRE CONDICIONAMENTO AMBIENTAL:
 CARVALHO, Benjamim: Acústica Aplicada à Arquitetura; Rio, Freitas
Bastos, 1967.
 HOPKINSONS, R. G., PETHERBRIDGE, P. e LONGMOR, J.: Iluminação
Natural; Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1976.
 LIPPSMEIER, Georg: Tropenbau / Building in the Tropics; Munique,
Callwey-verlag, 1969.
 MASCARÓ, Lúcia R. de: Luz, Clima, Arquitetura; São Paulo, Nobel, 1983.
 OLGYAY, Victor: Design by Climate: Bioclimatic Approach to Architectural
Regionalism; Princeton, Princeton University Press, 1963.
 SILVA, Pérides: Acústica Arquitetônica; Belo Horizonte, UFMG, 1971.
4.7 – SOBRE A TEMÁTICA EM ESTUDO:
 CANDILIS, George: Arquitetura e Urbanismo del Turismo de Masas; Gustavo
Gil, Barcelona, 1978.
 CBA / Cadernos Brasileiros de Arquitetura, nº 19 (especial sobre hotéis);
Editora Projeto, São Paulo.
 Legislação básica sobre os meios de hospedagem: Lei Federal 6505/77 e
Deliberação Normativa 429/02, da Embratur, com seus anexos.
 KIRA, Alexander: The Bathroom: Criteria for Design; Bantam Books, Nova
York, 1967.
 Ver também exemplos em livros sobre arquitetos famosos (Wright, Corbusier,
Mies, Niemeyer, Mario Botta, Meyer, Artigas, Aalto, Otahke, etc.) ou sobre
arquiteturas nacionais ou regionais (EUA, Europa, América Latina, Ásia,
África, etc.), bem como outros publicados corriqueiramente em periódicos
estrangeiros).
 A Internet pode ser boa fonte de consulta. Visite, por exemplo, o site
www.arcoweb.com.br , onde se pode fazer busca por tipo de edifício.

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