Aviso Agrícola

Transcrição

Aviso Agrícola
ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO
Circular nº 3
17. 03. 08
VINHA
© Reprodução sujeita a autorização
MÍLDIO
( Situação )
Verificou-se a maturação dos oósporos a
partir da semana de 3 de Março de 2008
Ainda não existem condições de vegetação
na Vinha que permitam que se dêm infecções.
Não trate ainda contra o míldio. Aguarde
novas informações.
ESCORIOSE
Impresso na Estação de
Avisos de Entre Douro e
Minho
Realização técnica:
J. F. Guerner Moreira
(Eng.º Agrónomo)
Carlos Coutinho
(Ag. Técnico Agrícola)
A maioria das vinhas encontram-se ainda
no início da rebentação.
Grande parte das vinhas da Região dos
Vinhos
Verdes,
em
anos favoráveis
manifestam sintômas de ataque desta doença.
Impressão e expedição:
C. Coutinho, Licínio
Monteiro, Maria de
Fátima Santos, Paula
Pequito
A evolução da doença nas cepas por falta
de tratamento pode ocasionar quebras de
rendimento
O 2º quando 40% dos gomos atinja o
estado fenológico E (folhas livres). Neste
caso, os produtos a utilizar são:
enxofre (na concentração de 1000 g por
100 litros de água), folpete (FOLTENE,
FOLPAN 500 SC, FOLPEC 50, ORTHOPHALTAN, FOLPETIS WG, etc.); mancozebe
(DITHANE
M
45,
DITHANE
AZUL,
NUFOSEBE
75
DG,
FUNGITANE,
MANGAZEB, MANCOZEB 80 VALLÉS,
NUFOSEBE FLOW, MANZENE, FUNGENE
etc.), metirame (POLYRAM DF), propinebe
(ANTRACOL) ou fosetil de alumínio +
mancozebe (MIKAL M FLASH, MAESTRO M,
MILDOR EXTRA MZ, MILAGRO, ZETYL MZ),
azoxistrubina
(ORTIVA,
QUADRIS,
QUADRIS G) e azoxistrubina + folpete
(QUADRIS MAX).
ou
Um tratamento, quando a Vinha se
encontrar no estado fenológico D (saída das
folhas), utilizando a mistura de folpete +
fosetil de alumínio (MAESTRO F, RHODAX
FLASH, ZETYL COMBI, ZETIL COMBI AZUL,
MAESTRO F AZUL).
Nas vinhas onde se manifestaram
sintômas, poderá ser adoptado um dos
seguintes procedimentos:
Dois tratamentos
O 1º quando 30 a 40% dos gomos
atingirem o estado fenológico D (saída das
folhas).
Consulte a ficha técnica nº 70
POMÓIDEAS
PEDRADO
No passado dia 10, observámos os primeiros
ascósporos livres, projectados nas lâminas
colocadas sobre as redes, contendo folhas com
pedrado.
Nos dias 10 e 11 de Março ocorreram
condições
meteorológicas
favoráveis
a
infecções graves.
Apenas algumas variedades de macieira se
encontravam, nessa data, susceptíveis aos
ataques desta doença.
Espera-se para essas variedades, a
manterem-se as temperaturas, o aparecimento
de manchas a partir do dia 28 de Março.
Nessas variedades deve realizar novo
tratamento, podendo dar preferência a um
orgânico de contacto, como por exemplo à base
de
captana,
dodina,
enxofre,
folpete,
mancozebe, metirame, propinebe, tirame ou
zirame.
Apenas haverá necessidade de tratar se for
atingido o nível económico de ataque, que nesta
fase é de 7 a 10 % de raminhos atacados.
Os insecticidas autorizados no combate a
esta praga são à base de: alfa-cipermetrina
(FASTAC 30, FASTAC), deltametrina (DECIS),
imidaclopride (PROVADO, PROVADO PIN,
AE,
GAUCHO,
CONFIDOR
O-TEQ,
CONFIDOR,
PLURAL,
SLING,
STUNT,
KOHINOR 20 SL, COURAZE, CORSÁRIO,
CONDOR);
tau-fluvalinato
(KLARTAN,
MAVRIK); tiametoxame (ACTARA 25 WG).
CEREJEIRA
MONILIOSE
A maioria das variedades estão a entrar em
floração. Trata-se de um estado fenológico de
grande sensibilidade por parte das cerejeiras,
aos ataques de moniliose nos raminhos, flores
e jovens frutos.
As condições meteorológicas de chuva e
humidade elevada propiciam ainda mais estes
ataques.
Para as variedades que se encontram mais
atrasadas, deve realizar o primeiro tratamento
ao estado fenológico C3- D.
PRUNÓIDEAS
PESSEGUEIRO
LEPRA
Têm-se verificado condições favoráveis ao
ataque desta doença.
Recomenda-se que mantenha a protecção do
pomar.
AFÍDEOS (PIOLHO VERDE)
Deve observar atentamente as jovens folhas
dos pessegueiros para averiguar da presença de
piolhos ou afídeos, que por serem verdes, são
de difícil detecção.
Por estes motivos, ao prever-se um período
de instabilidade meteorológica durante a
floração, recomenda-se a realização de dois
tratamentos contra esta doença, sendo o
primeiro no início da floração e o segundo em
plena floração.
Os fungicidas autorizados são à base de:
bitertanol: BAYCOR S, enxofre (várias
especialidades); mancozebe (PENNCOZEB
DG, DITHANE NEOTEC, NUFOSEBE 75 DG,
MANFIL 75 WG, STEP 75 WG, DITHANE AZUL,
MILTHANE AZUL, FUNGITANE, PENNCOZEB
80, MANCOZAN, MANCOZEBE SELECTIS,
MANCOZEBE SAPEC, MANCOZEBE 80 WP,
NUTHANE, FUNGITHANE AZUL, DITHANE M45, MANGAZEB, MANCOZEB 80 VALLÉS,
CAIMAN WP, MANFIL 80 WP, MANZENE,
FUNGÉNE, PENNCOZEB FLOW, DITHANE M45 FLOW, NUFOSEBE FLOW); tirame
(THIANOSAN, TIDORA G, TM-80, POMARSOL
ULTRA D, URAME 80 e FERNIDE) e zirame
(THIONIC WG, ZIDORA AG, ZICO, ZIRAME
SAPEC)
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NOGUEIRA
BACTERIOSE
As variedades de nogueiras de rebentação tardia
(Franquette, Lara, Hartley, Fernor) ainda se
encontram em dormência, o que as torna pouco
susceptíveis aos ataques desta doença.
Para estas variedades o tratamento deverá ser
feito mais tarde.
Para as variedades que não são enxertadas, e
que já iniciaram a rebentação, é oportuno fazer um
tratamento com um fungicida que contenha cobre,
autorizado para esta finalidade.
BATATEIRA
ALFINETES, MELOLONTAS E
OUTROS INSECTOS DO SOLO
Nesta altura do ano inicia-se um pouco por toda a
Região a plantação de batata, em maior extensão.
Nos terrenos onde é habitual a presença de
larvas de insectos que podem comprometer a
qualidade e o aspecto dos tubérculos, existem
insecticidas de solo autorizados para o seu combate.
Trata-se do clorpirifos (CICLONE 5G, RISBAN 5G
DURSBAN 5 G PYRINEX 5 G, RISBAN 5G) e do
diazinão (BASUDINE 10 G).
Estes insecticidas devem ser incorporados no
solo, antes da plantação, conforne as indicações
escritas no rótulo da embalagem.
CONTROLO DE INFESTANTES
Para o controlo das infestantes na cultura da
batateira, podem ser aplicados alguns herbicidas de
pré-emergência
como,
por
exemplo:
flufenacete+metribuzina (ARTIST); metribuzina
(SENCOR WG; METRIPHAR 35 WG; ARENA 70
WG; ARENA; METINA; ECLIPSE).
PRINCÍPIOS DA PROTECÇÃO CONTRA O
PEDRADO DAS MACIEIRAS
Três objectivos principais da luta química contra o
pedrado das pomóideas:
 evitar a instalação da doença durante o período de
contaminações primárias;
 posicionar os tratamentos de modo preventivo, o
mais próximo possível dos períodos de risco;
 limitar o aparecimento de resistências, praticando
uma alternância de produtos tão larga quanto
possível, durante todo o período em que é
necessário fazer tratamentos contra o pedrado.
Deve haver a maior preocupação em realizar
tratamentos de qualidade
Larvas de Melolonta
 dispor dos meios materiais e humanos
necessários para fazer os tratamentos no momento
certo;
 dispor de material de aplicação em boas
condições, correctamente regulado;
 fazer uma cobertura completa de todas as
árvores, não deixando partes do pomar por tratar;
 respeitar as doses recomendadas;
 seguir as indicações e recomendações
transmitidas através dos Avisos Agrícolas para o
tratamento contra o pedrado.
Larvas de alfinete
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NOTAS SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DOS
FUNGICIDAS UTILIZADOS PARA O COMBATE
AO PEDRADO(*):
Os fungicidas clássicos de contacto à base de
mancozebe, tirame, captana, etc. têm a vantagem de
poderem ser “redistribuídos” pela superfície
vegetal em presença de água (chuva fraca,
orvalho). Ou seja, os órgãos existentes na altura do
tratamento continuarão eficazmente protegidos,
mesmo continuando a desenvolver-se, durante uma
semana para a maior parte dos fungicidas, mas
menos tempo se a superfície vegetal aumentar muito
rapidamente. Têm a desvantagem de serem sujeitos
à lavagem pelas chuvas persistentes. O seu efeito
“curativo” é limitado normalmente a 24 horas. A
utilizar antes de períodos cuja previsão seja de
chuvas fracas.
Os fungicidas ditos “penetrantes” da família
das anilinopirimidinas têm vantagens inversas, ou
seja: uma maior resistência à lavagem pelas chuvas,
desde que tenham tempo de penetrar na planta (pelo
menos 2 horas sem chuva após a aplicação); mas
não são redistribuídos pela massa vegetal em
presença de água, o que pode diminuir a sua
capacidade protectora, se os órgãos vegetais se
desenvolverem rapidamente. O seu efeito
“curativo” é de 48 horas. Devem preferir-se em
tratamentos preventivos anteriores a previsão de
chuvas fortes e continuadas. A sua utilização é
possível em tratamento dito “curativo”, no caso de os
IBE (sistémicos) serem pouco indicados (com
temperaturas baixas). Não devem ser feitas mais de
três aplicações destes produtos por ano e por
parcela. Não aplicar quando já houver manchas
de pedrado.
Nota: o enxofre pode ter interesse em
tratamentos ditos “curativos” em situações de dúvida,
como por exemplo, quando o fungicida aplicado
anteriormente estiver no fim do período de duração
da acção ou tiver sido parcialmente lavado pela
chuva.
(*) Adaptado de SPV Limousin
Consulte a Ficha Técnica nº 52
TIPOS DE PRODUTOS A UTILIZAR NO COMBATE À LEPRA DO PESSEGUEIRO CONFORME OS
ESTADOS DE DESENVOLVIMENTO DAS ÁRVORES
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DIVULGAÇÃO
BACTERIOSE DA NOGUEIRA ( Xanthomonas campestris vp juglandis Dye )
A bacteriose da nogueira é provocada pela bactéria Xanthomonas campestris pv juglandis Dye. É a principal doença
desta árvore, afectando os gomos em abrolhamento, os raminhos novos, as folhas, as flores e os frutos.
A doença aparece em todos os pomares e pode atacar todas as variedades, embora possa ser mais grave nas de
floração precoce.
A protecção contra a bacteriose tem carácter
exclusivamente preventivo. Logo que se dê a
infecção, nada pode ser feito para impedir o
desenvolvimento da doença. Geralmente, as
variedades de floração mais temporã são mais
sensíveis, pois podem apanhar um maior período de
tempo húmido, o que favorece a dispersão da
bactéria.
Mancha de bacteriose num ramo novo
Em condições de
humidade, as
bactérias podem
penetrar na planta
através dos órgãos
jovens em
desenvolvimento.
De qualquer modo, a mais importante
medida de prevenção consiste no ajustamento das
práticas culturais e na realização de tratamentos à
base de cobre.
Floração (flores femininas) fase muito sensível à bacteriose
A bactéria passa o Inverno em feridas da
casca, nos gomos dormentes e nos amentilhos
(“candeios”). Quando se inicia o abrolhamento, na
Primavera, a bactéria penetra no interior dos tecidos
da planta através de aberturas naturais, como os
estomas, nos amentilhos e nas folhas novas.
Muito cedo, na Primavera, as flores femininas apresentam
uma lesão negra. Normalmente no final da floração, a maior
parte destas flores caem da árvore.
A maior parte das contaminações dá-se no
início da estação - do inchamento dos gomos ao fim
da floração - e apenas em condições húmidas.
Estas infecções primárias produzem mais
bactérias que, por tempo chuvoso, se espalham
pela árvore, infectando gomos em desenvolvimento,
raminhos, folhas, flores masculinas e femininas e
frutos. As infecções secundárias podem suceder-se
ao longo da estação. A água da chuva e o pólen
transportam a bactéria de umas árvores para as
outras.
A gravidade da doença depende, cada ano,
da humidade existente, pois a bactéria apenas se
desloca e infecta as plantas quando suspensa nas
minúculas gotas de água que circulam na
atmosfera.
Manchas de bacteriose nas nozes em desenvolvimento
Medidas preventivas que podem diminuir a
incidência da doença:
► favorecer o arejamento da copa através de uma
poda cuidada, de modo a permitir a circulação do ar
e a manter seca a vegetação, sobretudo nas árvores
jovens em formação;
► não plantar variedades muito sensíveis à
bacteriose;
► não regar durante a floração. Se o Inverno
decorrer muito seco, uma rega antes da floração, no
caso de solos muito secos, tem efeitos benéficos na
rebentação das árvores.
► corrigir a acidez do solo, muito frequente no EDM
► eliminar os ramos que tenham necroses negras
da bacteriose,
► reduzir as adubações azotadas; não aplicar azoto
depois do fim de Maio.
Em Primaveras chuvosas é indispensável um
programa de aplicação regular de caldas à base de
cobre (calda bordalesa ou outros preparados). O
primeiro tratamento deve ser realizado cedo,
imediatamente antes da floração. Em situações de
chuvas continuadas em cima da floração, os
tratamentos devem ser intervalados de 7 a 10 dias,
até que o bom tempo se instale.
Em caso de aplicações muito repetidas, o
cobre pode ter algum efeito de “queima” sobre as
folhas. A adição de um óleo de Verão à calda limita
este efeito fitotóxico do cobre sobre as folhas.
 Tratamentos
Actualmente, e apesar da sua eficácia
limitada, a aplicação de produtos à base de cobre
continua a ser o único meio directo válido para
combater a bacteriose da nogueira.
Os tratamentos são
preventivos, antes das chuvas, à
base de cobre. Começam no
estado Cf (inchamento dos gomos),
terminam no Gf (estigmas das
flores femininas secos), tendo as
árvores protegidas sempre que
venham as chuvas.
Manter todas as parcelas
protegidas, ao anúncio de novos
Cf
períodos de chuva. Não intervir
demasiado cedo, porque as folhas
que entretanto crescerem entre o dia do tratamento
e a chuva não estarão então correctamente
protegidas. A protecção cúprica contra a bacteriose
pode ser suspensa depois de passado o estado Gf.
Renovar o tratamento:
- 7 a 10 dias depois, se a vegetação tiver evoluído
sensivelmente entretanto.
- se o último tratamento tiver sido lavado.
A lavagem ou lixiviação corresponde a uma
acumulação de chuva caída, que justifica novo
tratamento: Assim, lavam os tratamentos de:
- sulfato e hidróxido de cobre - 25 a 30 mm de
chuva
- óxido de cobre - 50 mm de chuva
Aplicar uma calda de boa qualidade nos
períodos frios e húmidos e quando da receptividade
das flores femininas (estados Ff1 e Ff2).
Durante a floração é maior a sensibilidade
da nogueira à bacteriose. Neste estado, preferir
produtos à base de sulfato de cobre (calda
bordalesa).
O hidróxido de cobre é mais adaptado a
situações de chuvas fortes de Verão, pela sua
acção breve mas intensa.
Em pomares em produção, os tratamentos
limitam as necroses nos frutos, que estão na origem
de quebras importantes de produção. Além disso, o
cobre contribui para um melhor estado fitossanitário
geral e permite o desenvolvimento de ramos e
folhas sãos, o que é da maior importância,
sobretudo nos pomares jovens.
SENSIBILIDADE À BACTERIOSE DE ALGUMAS
VARIEDADES DE NOGUEIRA
Variedades
pouco
sensíveis
Variedades
medianamente
sensíveis
Variedades
sensíveis
Variedades
muito
sensíveis
Adams 10, Waterloo, Tehama,
Corne
Rego, Arco, Samil, Franquette,
Parisienne, Grandjean, Marbot
Mayette, Lara, Serr, Pedro,
Payne, Trinta, Eureka, Hartley
Chico, Amigo, Sunland, Ashley,
Gustine, Marchetti
Fonte: G. Charlot/ CTIFL, E. Germain/ INRA e outros
Textos de Divulgação Técnica da Estação de Avisos de Entre
Douro e Minho nº 1/ 2008 (II Série) ( Março/08 )
___________________________________________________
J. F. Guerner Moreira (Eng. Ag.) e C. Coutinho (Ag. Tec.) DRAPN/
DPCF/ Estação de Avisos de EDM/ R. da Restauração, 336 4050 - 501
PORTO
Telef. 22 606 244 48/ 22 606 22 17
1ª edição: Março/2008

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