02/2010
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ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO Circular nº 2 17 .03. 2010 VINHA MÍLDIO (situação) Os oósporos colocados nos vários locais da região, ainda não se encontravam maduros, na segunda semana de Março. As videiras ainda se encontram em repouso vegetativo. Não existe risco de infecção desta doença. Aguarde novas informações. TRAÇA DA UVA Devem começar a ser colocadas agora as armadilhas sexuais para monitorização desta praga. POMÓIDEAS PEDRADO Observámos ascos com ascósporos maduros, em folhas de macieira do ano anterior, na primeira semana de Março. As macieiras ainda se encontram em repouso vegetativo (estado fenológico A) pelo que não há, por enquanto, risco de ocorrência de infecções. Quando as infecções primárias conseguem vingar, o combate a esta doença é muito mais difícil de fazer, tornando-se mais dispendioso e mais prejudicial para o ambiente. Por este motivo, recomendamos que a estratégia de luta a adoptar, seja uma estratégia preventiva + curativa. O primeiro tratamento deverá ser realizado quando as macieiras se encontrarem no estado fenológico B-C3, dando preferência à utilização de um fungicida que contenha cobre. Os produtos homologados são à base de hidróxido, oxicloreto, óxido cuproso, sulfato e sulfato tribásico. PRINCÍPIOS DA PROTECÇÃO CONTRA O PEDRADO DAS MACIEIRAS Três objectivos principais da luta química contra o pedrado das pomóideas: evitar a instalação da doença durante o período de contaminações primárias; posicionar os tratamentos de modo preventivo, o mais próximo possível dos períodos de risco; limitar o aparecimento de resistências, praticando uma alternância de produtos tão larga quanto possível, durante todo o período em que é necessário fazer tratamentos contra o pedrado. Deve haver a maior preocupação em realizar tratamentos de qualidade dispor dos meios materiais e humanos necessários para fazer os tratamentos no momento certo; dispor de material de aplicação em boas condições, correctamente regulado; fazer uma cobertura completa de todas as árvores, não deixando partes do pomar por tratar; respeitar as doses recomendadas; seguir as indicações e recomendações transmitidas pela Estação de Avisos para o tratamento contra o pedrado. DIVISÃO DE PROTECÇÃO E CONTROLO FITOSSANITÁRIO ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO Quinta de S. Gens Estrada Exterior da Circunvalação, 11 846 4460 – 281 SENHORA DA HORA Telefone: 229 574 010 Fax: 229 574 029 E-mail: [email protected] OÍDIO DA MACIEIRA BICHADO DA MACIEIRA O oídio da macieira é uma doença que requere alguma atenção sempre que existam no pomar variedades muito sensíveis como, por exemplo, o grupo das Jonathan, mesmo como polinizadoras. Nestas variedades é frequente a presença de micélio de oídio nas estremidades dos ramos do ano tornando-os de uma cor esbranquiçada. Ao observarem-se estes ramos atacados, devem ser suprimidos durante a poda, retirados do pomar e queimados. Nestas situações, deve ser feita uma vigilância desde muito cedo e proteger o pomar contra o oídio, utilizando fungicidas antipedrado, que combatam em simultâneo o oídio, como por exemplo o enxofre. Em luta biotécnica contra o bichado, podem ser ainda colocados os difusores de feromona, apenas em pomares com baixas populações de bichado. Nestes pomares, deve ser colocada uma armadilha sexual para controlo da eficácia do método. Lembramos que foi autorizada a venda em Portugal do vírus da granulose (MADEX), insecticida biológico de comprovada eficácia contra o bichado. MONILIOSE Esta doença manifesta-se principalmente pelo aparecimento de uma podridão castanha, que evolui dando origem ao aparecimento de pontuações de cor mais clara e a formar camadas dispostas em linhas circulares concêntricasEstas podridões podem aparecer ao longo do período de crescimento dos frutos, sendo normalmente mais evidentes na proximidade da colheita. COCHONILHA DE S. JOSÉ Nos pomares onde se verifique a presença desta praga, deve haver o cuidado de praticar uma poda que torne a copa das árvores menos densa, sobretudo na sua parte superior, contrariando a formação de “chapéus”. Esta técnica facilita a penetração das caldas insecticidas e da luz, um melhor arejamento e impede o desenvolvimento de grandes populações de cochonilha de S. José. Nesta altura, pode ainda ser realizado um tratamento com um óleo de verão contra esta praga, molhando muito bem a copa e os troncos, de maneira a obter um cobertura perfeita de toda a árvore. Consulte a ficha técnica nº 10 (ex-DRAEDM) ARANHIÇO VERMELHO Aplicação, nesta altura, de óleos de verão, apenas em pomares e árvores infestadas com ovos de aranhiço vermelho. PULGÃO LANÍGERO Pode ser ainda aplicado um óleo de verão sobre as árvores afectadas, procurando atingir bem as colónias de pulgão. Consulte a ficha técnica 51 (ex-DRAEDM) O combate à doença deve ser feito desde muito cedo e continuar durante o ciclo de desenvolvimento das fruteiras. O oídio desenvolvese sobretudo a partir de lesões na epiderme dos frutos, como por exemplo perfurações do bichado e de outras traças das maçãs, e lesões provocadas por geada. Em algumas variedades mais sensíveis, podem-se observar ataques a raminhos e flores, nas proximidades da floração. Pode ser realizado um primeiro tratamento com um fungicida à base de cobre, no estado fenológico B-C3 para combate à moniliose. Estação de Avisos de Entre Douro e Minho/ Circular nº 2 / 17.03.2010 NESPEREIRA DO JAPÃO PEDRADO Ao preverem-se condições de tempo húmido e chuvoso, recomenda-se a realização de tratamentos, até à mudança de cor dos frutos do verde para amarelo. Devem ser utilizados produtos à base de dodina (SYLLIT 400 SC, SYLLIT 65 WP, DODIVAL), folpete (FOLTENE, FOLPAN 80 WDG, FOLPETIS WG, AKOFOL 80 WDG, FOLPAN 50 WP AZUL, FOLPEC 50 AZUL, ORTHO PHALTAN, BELPRON F-50, FOLPEC 50, AKOFOL 50 WP, FOLPAN 500 SC) ou zirame (THIONIC WG, ZIDORA AG, ZICO). Não utilizar produtos à base de cobre a partir de agora. Página 2 de 6 PRUNÓIDEAS CEREJEIRA MONILIOSE Esta doença ataca as cerejeiras em plena floração, fazendo abortar as flores e levando à perda total da produção. Os ataques de moniliose são particularmente perigosos com períodos de chuva prolongada durante a floração das cerejeiras. Medidas preventivas ► eliminar frutos mumificados pela monília e ramos atacados ► nas plantações novas, favorecer o arejamento dos pomares, aumentando as distância entre as árvores ► proceder a podas que facilitem a circulação do ar no interior da copa das árvores ► cultivar variedades mais resistentes e rústicas. Podem ser feitos tratamentos ao entumescimento ou inchamento dos gomos utilizando fungicidas à base de cobre. De entre eles, o hidróxido de cobre tem efeito de protecção contra a geada. precoce e a queda das flores. As picadas destes piolhos nos ovários das flores e nos pequenos frutos, provocam a sua deformação. Nas variedades cujas flores têm pétalas grandes (corolas rosáceas), impede a abertura das flores. Deforma igualmente as folhas, que acabam por enrolar e encarquilhar. O piolho verde é também um dos vectores do vírus que provoca a grave doença da Sharka nos pessegueiros. Deve ser aplicado um aficida específico, no estado fenológico B-C, para destruir as fêmeas fundadoras, apenas se estas forem detectadas, impedindo a sua reprodução e os ataques precoces deste piolho. Este tratamento é também eficaz contra o piolho preto (Brachycaudus persicae), cujas fêmeas começam por esta altura a reproduzir-se. PESSEGUEIRO MONILIOSE E CRIVADO A moniliose é uma doença frequente nas prunoídeas, das quais o pessegueiro não é excepção. A sua incidência nos frutos depende das variedades e das condições de humidade que ocorrem ao longo do ciclo vegetativo. É um parasita que também se instala a partir de lesões, quer de insectos, quer de doenças. Nesta altura (antes da rebentação) é aconselhada a protecção contra a moniliose e o crivado, com fungicidas à base de cobre. LEPRA DO PESSEGUEIRO Com o decorrer do desenvolvimento do pessegueiro, os novos orgãos que se vão formando terão de ser protegidos contra esta doença, se o tempo decorrer frio e chuvoso. Essa nova protecção deve ser feita com fungicidas orgânicos, dado que o cobre é fitotóxico para a vegetação do pessegueiro. No combate ao piolho verde do pessegueiro, podem ser utilizados, por exemplo, os seguintes produtos: ACTARA 25 WG, CONDOR, CONFIDOR, CONFIDOR O-TEQ, CORSARIO, COURAZE, DECIS, DECIS EXPERT, DELTAPLAN, FASTAC, GAUCHO, KLARTAN, KOHINOR 20 SL, MAVRIK, etc… OLIVEIRA OLHO DE PAVÃO Recomenda-se a manutenção da protecção contra esta doença, que pode provocar uma desfoliação grave das oliveiras, com um produto à base de cobre (hidróxido, óxido cuproso, oxicloreto) ou de difenoconazol e tebuconazol . Na Primavera deve ser aplicado zirame. Em vegetação, devem ser utilizados produtos à base de: dodina, enxofre, metirame, tirame ou zirame. CITRINOS MÍLDIO OU AGUADO PIOLHO VERDE DO PESSEGUEIRO O piolho verde do pessegueiro (Myzus persicae) causa elevados prejuízos nesta cultura, provocando a esterilização, o dessecamento Efectuar ainda, sobretudo se ocorrerem períodos chuvosos prolongados, tratamentos contra o míldio, aplicando uma calda bordalesa. Estação de Avisos de Entre Douro e Minho/ Circular nº 2 / 17.03.2010 Página 3 de 6 Deve haver o cuidado de atingir com a calda toda a copa da árvore e dar atenção especial à parte inferior da copa. Pode também ser usada outra calda à base de cobre, nas formas de oxicloreto ou hidróxido e ainda especialidades à base de fosetil-alumínio (ALIETTE FLASH, ETYLIT Premier, FOSBEL 80 PM, ALFIL). O fosetilalumínio combate também a gomose. medidas que ajudem a manter seca a zona do colo e o próprio tronco da árvore. Em tratamento de árvores atingidas pela doença, pode ser utilizado sulfato de cobre ou fosetil-alumínio. NOGUEIRA GOMOSE PARASITÁRIA DOS CITRINOS BACTERIOSE Como medidas preventivas, recomenda-se ► afastar do colo do tronco das árvores as águas, quer de rega, no Verão, quer as águas que correm pelos laranjais durante o InvernoPrimavera. ► a limpeza das ervas junto do colo das árvores ► evitar a manutenção de ramos e folhagem até ao solo (que dificultam o arejamento do tronco e permitem a permanência da humidade em seu redor) ► para reduzir a possibilidade de ataques de Phytophtora, devem ser tomadas todas as Ao inchamento dos gomos, devem ser aplicadas caldas à base de cobre, com o objectivo de diminuir a pressão da bacteriose sobre as árvores. Deve ser dada especial atenção às novas plantações e árvores em viveiro, embora não se devam descurar as árvores em plena produção. ANTRACNOSE Como medida preventiva, recomenda-se a destruição das folhas caídas no chão, que são foco de propagação do fungo que causa a antracnose. Não há ainda condições para a infecção por esta doença. Aguarde outras informações. SENSIBILIDADE DE ALGUMAS VARIEDADES DE NOGUEIRA À BACTERIOSE E À ANTRACNOSE Origem da variedade USA USA Portugal USA França USA USA USA França França França França USA USA França França França França França USA USA Portugal USA USA USA USA USA USA Sensível Bacteriose Muito sensível Extremamente sensível Pouco sensível Adams 10 Muito sensível Adams 10 Amigo Arco Ashley Amigo Ashley Bordelais Chandler Bordelais Chico Cisco Corne Fernette Fernor Franquette Antracnose Sensível Cisco Corne Fernette Fernor Franquette Fernor Franquette Hartley Howard Lara Hartley Howard Lara Liba Mayette Liba Mayette Meylannaise Parisienne Payne Pedro Rego Serr Tehama Trinta Tulare Vina Waterloo Meylannaise Parisienne Parisienne Pedro Pedro Rego Serr Tehama Trinta Tulare Vina Waterloo Fonte: FAO (http://www.fao.org/docrep/007/y5704e/y5704e09.htm, consultado em 03MAR2010) Estação de Avisos de Entre Douro e Minho/ Circular nº 2 / 17.03.2010 Página 4 de 6 BATATEIRA PLANTAS ORNAMENTAIS MÍLDIO DA BATATEIRA EM VIVEIROS, PARQUES E JARDINS Decorrem já as primeiras plantações de batata na Região. Durante a cultura, podem ser tomadas medidas que reduzam os efeitos dos ataques de míldio: ► plantar variedades menos atreitas ao míldio e utilizar “semente” certificada; ► fazer germinar a batata antes da plantação, para obter um mais rápido nascimento e crescimento das plantas; ► Eliminar todos os restos de cultura, que são focos de conservação do fungo e de futuras infecões; ► deixar encascar o mais possível as batatas na terra, tornando-as assim mais resistentes a lesões durante a colheita. ► seguir o aconselhamento dos Avisos para a realização de um programa de tratamentos adequado durante o ciclo da batateira, alternando produtos de diferentes modos de acção (contactosistémicos-penetrantes) e de diversas famílias químicas. COCHONILHAS HORTÍCOLAS BOTRYTIS (PODRIDÃO CINZENTA) E SCLEROTINIA (PODRIDÃO DO COLO), SCLEROTINIA, FUSARIOSE MEDIDAS PREVENTIVAS Inúmeras plantas ornamentais, de ar livre e de interior, são atacadas por cochonilhas de diversas espécies. Além dos danos directos que provocam às plantas, as cochonilhas são responsáveis pela propagação da fumagina, fungo negro que recobre as folhas e ramos, causando-lhe também perda de valor estético e contribuindo para a sua destruição. São atacadas plantas isoladas, em maciços ou sebes, como: Aloendro ou Cevadilha, Anthurium, Aralia, Asparagus, Aspidistra, Cactos, Clivia, Cotoneaster, Fetos, Ficus, Escalonia, Evonymus, Palmeiras, Cissus (Vinha de apartamento), Medronheiro, Pyracantha, Camélia, Chamaecyparis, Citrinos usados como palnta decorativa, Glicínia, Groselheira, Hidrângea ou Hotênsia, Loureiro, Lilás, Roseira, Salgueiro, Thuya, Vinha-Virgem, Yucca… Muitas das cochonilhas que se encontram nas ornamentais, são também pragas de árvores de fruto e da Vinha. Como medidas preventivas, sugere-se a utilização de plantas sãs em plantações novas e recomendase a realização de tratamentos de fim de Inverno, contra cochonilhas não-farinosas, aplicando caldas à base de óleos minerais (GARBOL, TOLFIN, CITROLE, OLEOFIX, VEROL, POMOROL, SOLEOL, FITANOL, KLIK 80). ► Escolher, tanto quanto possível, variedades resistentes, tolerantes ou rústicas; ► Evitar o excesso de humidade, baixando a densidade das plantas e não efectuar regas excessivas e desnecessárias; ► Proceder a rotações de culturas com o mínimo de 3 anos; ► Utilizar plântulas sãs; ► Retirar do local das culturas todos os restos vegetais, incorporando-os numa pilha de compostagem (a temperatura de fermentação nestas pilhas de compostagem destrói os fungos, evitando a sua propagação futura). ► No Verão, estudar a possibilidade de proceder à desinfecção dos solos mais infestados por estes fungos, através da solarização, um método ecológico e natural. Sobre técnicas de compostagem, consulte a ficha técnica nº 69 (Ex-DRAEDM). Sobre Solarização do solo, consulte a ficha técnica nº 61 (Ex-DRAEDM) INFESTANTES CONTROLO DA JUNÇA A junça é uma planta infestante que se encontra difundida por todo o planeta, causando problemas sérios em inúmeras culturas, como por exemplo, milho, batata, hortícolas. O seu combate com recurso a herbicidas tem resultados muitas vezes insatisfatórios. Como se trata de uma planta heliófila (que precisa de muito sol e luz para se desenvolver), uma prática cultural que dá bons resultados na sua limitação, consiste em adiantar tanto quanto possível a sementeira ou plantação de culturas que possam ser afectadas (milho, batata). Estas, crescendo mais cedo que a junça e cobrindo o solo, vêm ensombrar aquela infestante e limitar o seu desenvolvimento. Estação de Avisos de Entre Douro e Minho/ Circular nº 2 / 17.03.2010 Página 5 de 6 Estação de Avisos de Entre Douro e Minho/ Circular nº 2 / 17.03.2010 Página 6 de 6