Anestesia em revista jan-fev.p65
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Anestesia em revista jan-fev.p65
Nesta Edição Editorial • Presidência SBA _________________________________________________ 4 Notícias Diretoria SBA Gestão 2009 ______________________________________ 6 Planejamento Estratégico - Ano 2009 ___________________________ 8 Comissões, Comitês, Conselhos e RBA 2009 ____________________ 13 Planejamento Estratégico até 2012 insere a SARGS na Gestão Moderna ____________________________________ 14 • Louros ao Anestesista _________________________________________ 14 • • • • XXXIII JONNA __________________________________ 15 Artigos • Valorização Profissional do Médico: uma questão de atitude ____ 17 • Quando somos pacientes ______________________________________ 18 Necrológio • Necrológio do Dr. Carlos Pereira Parsloe ________________________ 19 Homenagem • Parte um Homem e fica uma História ___________________________ 20 • Clício Costa, o colega inesquecível _____________________________ 22 Educação Continuada • Curso de Capacitação em Anestesiologia à Distância (CCAD) da SBA ____________________________________ 23 44a JOSULBRA _________________________________ 24 Entrevista • Entrevista da Sociedade Brasileira de Anestesiologia concedida à Agência Estado ___________________________________ 26 Calendário Científico Oficial ________________________ 28 Regionais _____________________________________ 29 Provas da SBA 2009 _____________________________ 31 Datas Associativas Importantes _____________________ 32 Notícias da Tesouraria ____________________________ 33 Responsabilidade Social • O ciclo do papel ________________________________________________ 34 Relatório Gerencial Ano 2008 _______________________ 35 Expediente Anestesia em revista é uma publicação da Sociedade Brasileira de Anestesiologia Departamento de Anestesiologia da Associação Médica Brasileira Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ CEP: 22.251-080 - Tel.: (21) 2537-8100 - Fax: (21) 2537-8188 Conselho Editorial: Luiz Antônio Vane, Carlos Eduardo Lopes Nunes, Márcio de Pinho Martins, Henri Braunstein, Nádia Maria da Conceição Duarte, José Mariano Soares de Moraes e Airton Bagatini Diretor Responsável: Airton Bagatini Foto da Capa: JONNA/JOSULBRA Programação Visual: Ito Oliveira Lopes - 12516-DRT/RJ - Wellington L. R. Lopes Equipe Editorial: José Bredariol Jr, Marcelo Marinho, Marcelo Sperle, Mercedes Azevedo e Rodrigo Matos Impressão e Acabamento: MasterGraph - Tiragem: 9.000 - Distribuição gratuita. IMPORTANTE: Cadastre seu e-mail na SBA Visite o site da SBA na Internet: www.sba.com.br - [email protected] EDITORIAL Presidência SBA “Q uando a sorte nos sorri e temos tudo o que desejamos, então devemos nos defender, com mais cuidado, do orgulho, do desprezo e da arrogância. Não há maior mesquinhez de espírito do que não saber carregar a boa ou má fortuna; nada mais belo do que conservar, em quaisquer situações, uma alma igual, uma fronte serena...” Estas palavras, escritas pelo grande orador Cícero em seu livro “Dos Deveres” (De officiis) e dedicadas ao filho Marco Cícero, são tomadas, neste momento, como um conselho de sábio que me norteia, para avaliar com serenidade esta condição de Presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia. De fato, receber este importante cargo é tamanha fortuna para mim que, entre a comoção e o orgulho, temo deixar-me levar por emoções que revelem mais que meus reais merecimentos. As palavras do orador romano, no entanto, me ajudaram a encontrar minha exata dimensão, que é a dimensão de um homem da família e do trabalho. Assumir este cargo é o primeiro passo de uma longa, e ao mesmo tempo breve, trajetória de 12 meses, durante a qual procuraremos implantar as propostas fundamentais de nosso programa de planejamento estratégico que foi amplamente discutido com a comunidade e democraticamente sancionado pela maioria de seus membros. Chegamos à solenidade de posse após quase 30 anos de intensa ativida- 4 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista de associativa, em que tivemos a oportunidade de participar do crescimento e desenvolvimento de nossa sociedade, de dirigi-la e de sofrer as inquietações impostas pelas agruras das decisões difíceis e da solidão da responsabilidade. É um momento mágico em que a alegria da vitória arduamente conquistada confunde-se com o senso de responsabilidade diante do cenário que se descortina. Temos necessidade, urgentemente, de escolher o caminho a ser seguido frente à visão dos obstáculos que se antepõem à nossa marcha para que atinjamos a plenitude de uma Sociedade de qualidade e cientificamente atualizada. Esta Sociedade precisa ser capaz de gerar novos conhecimentos e de estar intimamente integrada com a comunidade que a mantém, comprometendo-se, conscientemente, com o seu desenvolvimento autônomo na busca permanente da solução dos problemas de nossos associados, de nossas regionais e dela mesma como um todo. Sempre fui e sempre continuarei sendo um homem simples. Nasci em Marília, e em 1970 mudei-me para Botucatu. Lá, fiz meu curso de graduação em Medicina, a Residência Médica em Anestesiologia e encetei a carreira acadêmica, que me fez chegar a professor titular. Casei-me com Vilma em 1978 e tivemos nossos filhos Lucas e Matheus. Ainda, naquele ano, fui aprovado nos exames para o Título Superior em Anestesiologia e, em seguida, iniciei-me na atividade associativa como membro da Comissão Científica da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo - SAESP - sob a batuta do saudoso amigo Dr. Manoel Luis Moreira de Souza. Na Sociedade de Anestesiologia encontrei, desde o primeiro momento, um grande, bom e acolhedor espírito que me apontou caminhos e me deu segurança para percorrê-los, quer nos meus relacionamentos de amizade, quer nos profissionais. A SAESP fez-me sentir, ao longo do tempo, que fazia parte não de um aglomerado de pessoas, mas de uma grande família, uma grande e unida família, em nome da qual fui seu Presidente, no período de 1991 a 1992, e membro da Diretoria da SBA, como Diretor Administrativo, de 1993 a 1994. Nos anos seguintes, participei, por dois mandatos, da Co- missão de Ensino e Treinamento da SBA e sentindo-me, mais do que nunca, membro e representante dessa grande família, participei, em 2002 e 2003, como Diretor Científico da SAESP e, em 2005, novamente como Diretor do Departamento Administrativo da SBA. Em 2006 e 2007, fui Diretor do Departamento Científico da SBA e, em 2008, Vice-Presidente da Sociedade. Creio que não preciso dizer mais sobre minha pessoa e formação. Não vem ao caso ressaltar minha individualidade, mas, ao contrário, é preciso destacar o coletivo de que faço parte, ou seja, o papel que os anestesiologistas vêm exercendo em cada Região do país. A contribuição de cada um deles não se limita ao seu trabalho profissional, mas, ao contrário, estende-se a todas as iniciativas que toma em sua vida profissional, isoladamente ou em conjunto, pois todas elas representam causas de múltiplos e bons efeitos: o que se pensa e o que se faz têm sempre como foco dominante o bem-estar da coletividade em que se insere. Toda essa vivência administrativa contribuiu para a visão e o conceito que hoje temos da sociedade. Nunca fugimos das pesadas responsabilidades dos cargos e sempre optamos pelo ônus do cumprimento do dever ao invés do aplauso fácil da acomodação. Recebi influências decisivas na minha formação: da minha família, que deixou em mim o caminho reto, mas áspero, da dignidade pessoal, a dedicação permanente na construção de um ideal de vida, a capacidade de sacrifício na luta em prol de uma causa justa e a abdicação de vantagens pessoais em favor de uma conquista coletiva com abrangência social; do Professor Pedro Thadeu Galvão Vianna, da Professora Yara Marcondes Machado Castiglia e, principalmente, do meu orientador, o Professor José Reinaldo Cerqueira Braz, Professores Titulares de Anestesiologia com os quais aprendi a arte da anestesia e a máxima de que nada resiste ao trabalho e cujos ensinamentos constituíram-se no impulso inicial de minha trajetória profissional; dos inúmeros pacientes que assisti e acompanhei em seus momentos de angústia e sofrimento, quando aprendi as duras lições da humildade e a prática da solidariedade humana; dos amigos do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu com os quais recebi o melhor da minha experiência e aprendi que só é realmente livre e independente quem não se ofende com o sucesso alheio; dos meus alunos e dos médicos em especialização com os quais aprendi que para a transmissão de conhecimentos e lições de vida o melhor conselho é o exemplo. Vivi uma época de profundas transformações na área da Saúde em geral e da Medicina em particular, como conseqüência do grande desenvolvimento científico e tecnológico. Iniciei minha formação profissional na era da moderna Anestesiologia que alargou as fronteiras da técnica cirúrgica e ampliou o arsenal terapêutico da arte médica. Vivenciei o início e a plenitude da era dos transplantes e estamos na fase da biologia molecular e da decifração do código genético humano. Mais do que assistir e participar, tive a oportunidade de refletir e meditar, buscando sempre o conteúdo humanista da ciência e entendendo que o desenvolvimento só tem sentido se for para beneficiar pessoas. Do contrário, certamente, o avanço científico sem ética conviverá com a decadência social e estimulará o predomínio dos mais fortes. Mahatma Ghandi, líder político e espiritual da Índia, cuja sabedoria e postura tornaram-no conhecido no mundo inteiro listava os sete pecados responsáveis pela degeneração dos costumes: riqueza sem trabalho; prazeres sem escrúpulos; conhecimento sem sabedoria; comércio sem moral; política sem idealismo; religião sem sacrifício e ciência sem humanismo. Hoje, decorridos mais de meio século dessa citação, esses princípios, infelizmente, não conseguiram se firmar em nossa sociedade de consumo, seduzida por outros valores, que degradam o meio ambiente, fragilizam as relações humanas e promovem a violência, fruto da insatisfação coletiva e irracional na busca egoística do supérfluo, esquecendo-se da solidariedade e do bem-estar de todos. Chego à condição de Presidente da SBA no momento em que o mundo se confronta com situação da maior complexidade, sendo feitas exigências cada vez maiores pela Sociedade, ao mesmo tempo em que se tornam cada vez mais restritas as políticas de financiamento das suas atividades associativas. A SBA, no ano em que completou 60 anos de existência, atingiu a presti- giosa situação de ser uma das maiores sociedades de anestesiologia do mundo, não por acaso, mas a custa do trabalho de muitos. Participaram significativamente dessa tarefa hercúlea todos os seus exdirigentes, que atuaram em circunstâncias históricas e econômicas diversas. O resultado de seus trabalhos não pode ser avaliado de forma simplista e, principalmente, quando contaminado por forte componente emocional e sectarismos ideológicos que deformam a realidade e mascaram a objetividade científica da análise. De todos eles, sem exceção, independentemente de eventuais divergências ou diferenças de concepção na forma de conduzir as tarefas administrativas da SBA, reconheço publicamente os méritos pessoais e administrativos e o esforço honesto que desenvolveram e que resultou em contribuições efetivas para o crescimento e a consolidação do prestígio de nossa Sociedade. Destaco a liderança, o espírito democrático e participativo de nosso Presidente cessante, o Dr. Jurandir Coan Turazzi, com quem aprendi lições importantíssimas da difícil arte de presidir a SBA. Aprendi com ele que sem ousadia criativa sempre estaremos no escuro da noite juntos com aqueles que não querem avançar. Dr. Jurandir, minha admiração e meu muito obrigado. As instituições como as pessoas têm o seu momento de verdade. O momento em que, afastadas as ilusões, tem-se que reexaminar os seus propósitos e corrigir os seus métodos, a fim de controlar o seu destino, ao invés de se escravizar às circunstâncias. Nesse processo difícil, porém necessário, de reencontro com sua vocação histórica de uma das mais importantes sociedades de especialidade do Brasil, será preciso dar continuidade à sua modernização. Modernização pelo aprimoramento e valorização dos seus recursos humanos, seu maior patrimônio e garantia de realização das tarefas de desenvolvimento estável e conseqüente, para que não incorramos no erro da improvisação imediatista. Há muito estamos afirmando que não acreditamos em pessoas que salvam, mas em estruturas que funcionam. Aos nossos parceiros da indústria de equipamentos e dos laboratórios de produtos anestésicos, meus respeitos e agradecimentos pela confiança depositada na SBA, através do inconteste apoio aos nossos projetos. Pretendemos, juntamente com o Vice-Presidente e demais membros desta Diretoria, e com toda a nossa grande equipe de trabalho (Funcionários, Regionais, Comissões, Conselhos, Comitês, RBA e CET), todos altamente qualificados, responder aos imensos desafios da realidade atual. Neste contexto, o papel do Presidente da SBA será um misto de prudência e inconformismo. Prudência para analisar novas propostas e enfrentar situações inesperadas e inconformismo para rejeitar as atitudes expectantes e imobilistas. As reivindicações legítimas dos associados e das regionais terão de ser consideradas e avaliadas democraticamente pelas comissões legalmente constituídas. Nosso paradigma será a criatividade, a produtividade e, sobretudo, a qualidade. Por tudo isso, percebo que me enquadro, hoje, com surpreendente exatidão, nas palavras anteriormente citadas do grande orador e filósofo Marco Túlio Cícero. A sorte hoje me sorri. Tenho tudo o que desejo o amor de minha família, a amizade de meus colegas, o respeito de meus alunos, a admiração de meus superiores, o louvor de minha comunidade. Sou, realmente, um cidadão afortunado. Por isso mesmo, devo me precaver contra as armadilhas do orgulho e da arrogância. Tenho de saber carregar esta boa fortuna com uma alma sempre igual e uma fronte sempre serena. É com este espírito, é com esta certeza que me apresento aqui, hoje, portanto, não como um indivíduo que disserta sobre aquilo que é ou vaidosamente imagina ser, mas como alguém que se orgulha do que representa: a coletividade anestesiológica brasileira da qual faço parte e que é a grande e verdadeira merecedora de todas as homenagens. É assim que me vejo. Sou professor, sou médico, sou um homem simples, que ama sua família, sua sociedade, seu país. E é como homem simples, unidade na pluralidade da Família, unidade na pluralidade da SBA, unidade na pluralidade do Brasil, que recebo o honroso cargo de Presidente da SBA, neste que é um dos mais belos momentos de minha existência. Muito obrigado! DR. LUIZ ANTÔNIO VANE Presidente da SBA Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 5 Diretoria SBA Gestão 2009 Da esquerda para a direita: José Mariano Soares de Moraes - Dir. do Depto de Def. Profissional, Henri Braunstein - Tesoureiro, Márcio de Pinho Martins - Secretário Geral, Luiz Antônio Vane - Presidente, Airton Bagatini - Dir. Depto Administrativo, Nádia Maria da Conceição Duarte - Dir. Depto Científico e Carlos Eduardo Lopes Nunes - Vice-Presidente N um ambiente de muita alegria e descontração, foi realizada no salão Capitânia do Clube Naval Piraquê, no Rio de Janeiro, a cerimônia de posse da Diretoria da SBA eleita para a ges- Dr. Luiz Antônio Vane Presidente SBA 2009 6 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista tão 2009. A cerimônia contou com a presença de associados de vários estados brasileiros, assim como Membros de Comissões, Comitês, Conselhos, Regionais, Cooperativas, Indústrias e Laboratórios e representantes de várias instituições médicas. Destacamos a presença dos seguintes doutores: José Luiz Gomes do Amaral - Presidente AMB, Gastão Fernandes Duval Neto Membro do Comitê Executivo da WFSA e Presidente da Comissão de Saúde Ocupacional da SBA, Maria Célia Ferreira da Costa - Vice-Presidente da FEBRACAN, Eduardo Alves do Amorim - Médico Anestesiologia e Deputado Federal e Sérgio Swain Müller - Diretor da Faculdade de Medicina da UNESP. Dr. Jurandir Coan Turazzi Presidente do Conselho Superior e Presidente SBA 2008 Dr. José Luiz Gomes do Amaral Presidente da AMB nal de nossa especialidade. Comunicado o empenho da Diretoria em conseguir a Certificação da SBA na ISO e criação de um Sêlo de Qualidade SBA. Para a realização desta cerimônia, contamos com o apoio das empresas Cristália Da esquerda para a direita: Luiz Vane, Vilma Vane, Produtos Químicos Ivone Turazzi e Jurandir Turazzi Farmacêuticos Ltda e K. Takaoka Indústria Presentes também representantes e Comércio Ltda, nossos parceido Conselho Regional de Mediciros de anos, aos quais registrana e Sindicato dos Médicos do mos os nossos sinceros agradeEstado do Rio de Janeiro. cimento. A cerimônia teve como pontos altos os discursos proferidos pelos Drs. José Luiz Amaral, Jurandir Turazzi e Luiz Vane que versaram sobre assuntos voltados para a situação da saúde no Brasil, focando a luta da SBA e AMB por melhoria da remuneração, aposentadoria especial, segurança da prática anestésica e qualidade de vida do médico anestesiologista. Ênfase na administração da SBA através do Planejamento Estratégico, visando o aprimoramento dos serviços prestados aos associados, aumento do quadro associativo e consequentemente um maior fortalecimento nacional e internacio- Da esquerda para a direita: José Luiz Amaral, Luiz Vane e Sérgio Swain Müller Da esquerda para a direita: Luiz Vane, Vilma Vane e Helton Setta Da esquerda para a direita: Luiz Vane, Adhemar Valverde e Jedson Nascimento Da esquerda para a direita: Gualter Ramalho e Luciana Lima Eduardo Amorim e Luiz Vane De forma muito especial e carinhosa, agradecemos ao nosso colega associado e Vice Almirante, Helton José Bastos Setta, a possibilidade de utilização das dependências do Clube Militar. Registramos o propósito da Diretoria 2009 de continuidade dos Projetos iniciados por diretorias anteriores, assim como ampliação de nossos horizontes através de um trabalho intenso, mas com certeza prazeiroso. Participe e colabore. “A SBA somos todos nós”. Da esquerda para a direita: Gualter Ramalho e Aurílio Estrela Funcionários SBA Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 7 A Diretoria da SBA no cumprimento de suas atribuições estatutárias, reuniu-se no dia 10/01/2009, no Rio de Janeiro, com os Presidentes de Comissões Permanentes e Editora Chefe da RBA, quando foi apresentado o Planejamento Estratégico da SBA para o ano de 2009. Planejamento Estratégico Ano 2009 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS • Obtenção de receita compatível com financiamento dos projetos • Crescimento de parcerias • Incremento da fidelização, reinserção e captação de novos associados • Otimização do ensino e atualização científica da anestesiologia, medicina perioperatória e tratamento da dor • Promoção e desenvolvimento da defesa profissional de seus associados • Busca da excelência na gestão administrativa FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO • • • • Composição da receita e custo operacional Conhecimento das necessidades dos clientes Recursos didáticos e campo de atuação Qualidade da remuneração do SUS e implementação da CBHPM • Condições de segurança profissional • Planejamento Estratégico • Programa de Gestão de Qualidade VALORES • Qualidade - Programas de ensino, atualização científica e segurança profissional de qualidade, atendendo e superando as expectativas de seus associados. • História e Tradição - Armazenamento, catalogação e divulgação da história da SBA, gerando reconhecimento e identificação das suas tradições. • Empreendedorismo - Busca continuada de melhorias dos processos, com implementação de novas práticas e projetos, visando ganhos para seus associados. • Imagem - Informações que divulgam o nome e as ações da Anestesiologia junto à Sociedade médica e leiga. • União - Ações de melhorias organizacionais que buscam o comprometimento, a satisfação e a valorização de todos os seus associados e colaboradores. • Ética - Valores da organização, dos indivíduos e da sociedade. • Relacionamento - Desenvolvimento, com seus pares, fornecedores e clientes, de parcerias baseadas na confiança mútua, ganhos compartilhados, e visão de longo prazo. • Organização - Investimento contínuo em práticas de gestão, e melhorias organizacionais, visando geração de ganhos para seus associados. Bagatini apresenta o Planejamento Estratégico da SBA 2009 8 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 9 Melhoria Continua na Gestão Administrativa Q Programas de Gestão de Qualidade • Descrição: Obter a Certificação ISO 9001 até julho/2009 o Meta: 100% • Descrição: Criar pelo menos um Procedimento Operacional Padrão(POP) para cada setor da sede e departamentos. o Meta: 5 POP • Descrição: Reduzir o número de indicadores em situação de risco o Meta: 30% • Descrição: Instituir o Planejamento Estratégico em todas as Regionais o Meta: 15% • Descrição: Criar uma Comissão Temporária para estudar o tema: segurança e qualidade em anestesia o Meta: 100% • Descrição: Implementar e divulgar o compromisso da SBA com Responsabilidade Social – divulgação em todos os números do AR. o Meta: 5 divulgações Q Gestão da Informação • Descrição: Reduzir os assuntos pautados para a Reunião de Diretoria utilizando sua ferramenta eletrônica o Meta: 30% Q Treinamentos • Descrição: Capacitar os funcionários da SBA com a promoção de dois cursos de aprimoramento o Meta: 100% Otimização do Ensino e Atualização Científica da Anestesiologia Q Criação, manutenção e adesão aos recursos oferecidos • Descrição: Elaborar cursos para capacitação dos sócios em ensino e pesquisa o Meta: 2 cursos • Descrição: Aumentar o número participantes/mês nas videoaulas. o Meta: 15% • Descrição: Aumentar o número instrutores de CET/mês nas videoaulas. o Meta: 15% • Descrição: Aumentar o número ME/mês nas videoaulas o Meta: 40%. • Descrição: Aumentar o número de instrutores de CET o Meta: 50%. • Descrição: Aumentar o índice de conformidade com a carga horária didática anual de 240 horas por CET o Meta: 70%. • Descrição: Aumentar o número de CET com pontuação acima de 36 no relatório anual o Meta: 50%. • Descrição: Aumentar o número de ME com média igual ou superior a sete na prova nacional de especialização o Meta: 50%. • Descrição: Aumentar a percentagem de sócios portadores do TSA o Meta: 20%. • Descrição: Aumentar o número acessos dos sócios não ME nos livros e cursos do portal por mês o Meta: 25%. • Descrição: Aumentar o número acessos dos sócios ME nos livros e cursos do portal por mês o Meta: 96%. • Descrição: Aumentar o número de atividades/ano por Comissão ou Comitê o Meta: 5 atividades. Vane presta esclarecimentos ao plenário Capacitação para Novos Campos de Atuação Q Detecção e treinamento para novos campos de atuação • Descrição: Criar projetos para novos campos de atuação o Meta: 4 projetos 10 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista • Descrição: Aumentar o número de sócios com Certificado de Atuação na Área de Dor o Meta: 6,5%. • Descrição: Aumentar o número de CET com Centros de Atuação na Área de Dor o Meta: 34%. Incremento na Visibilidade Científica Internacional da SBA Q Determinação do impacto da participação dos sócios na comunidade científica internacional • Descrição: Aumentar o índice de participação como conferencistas em eventos internacionais de Diretores da SBA; Membros de Comissões e Comitês; Corpo Editorial da RBA; Instrutores, Co-Responsáveis e Responsáveis de CET e Diretores de Regionais o Meta: 10%. • Descrição: Aumentar o impacto internacional da RBA no SCiELO o Meta: 0,13 pontos • Descrição: Aumentar o número de participação da SBA em projetos científicos internacionais o Meta: 5 participações Nádia explana sobre o Planejamento do Depto Científico Promoção e Desenvolvimento da Defesa Profissional de seus Associados Q Qualidade, Remuneração SUS e Implantação da CBHPM • Descrição: Criar um projeto de melhoria da remuneração da Saúde Complementar o Meta: 100% • Descrição: Obter linhas de financiamento, junto ao Ministério da Saúde, para que hospitais SUS e Filantrópicos se adéqüem a Resolução CFM 1.802/2006 o Meta: 100% • Descrição: Obter junto ao Ministério da Saúde um projeto de aposentadoria especial para o anestesiologista o Meta: 100% Q Condições de Segurança Profissional • Descrição: Pleitear junto ao Ministério da Saúde – ANVISAregulamentação das condições mínimas de segurança para o procedimento anestésico o Meta: 100% Q Política de Saúde Ocupacional • Descrição: Desenvolver uma política de Saúde Ocupacional na SBA o Meta: 100% Desenvolvimento de Projetos em Parcerias Q Conhecimento das necessidades dos clientes • Descrição: Aumentar o número de projetos em parcerias com outras instituições o Meta: 3 projetos • Descrição: Descrever os clientes da SBA até março o Meta: 100% • Descrição: Buscar as reais necessidades dos nossos clientes até julho de 2009 o Meta: 100% • Descrição: Descrever o índice de satisfação dos clientes com a SBA o Meta: 100% Incremento na Fidelização, Reinserção e Captação dos Associados Q Conhecimento das necessidades dos clientes • Descrição: Manter a fidelização dos sócios o Meta: 100% • Descrição: Aumentar a reinserção dos sócios o Meta: 1% • Descrição: Aumentar a captação de novos sócios o Meta: 5% Composição da Receita e Custo operacional Q Obtenção da receita compatível com o financiamento dos projetos • Descrição: Realizar parcerias com instituições acreditadoras hospitalares o Meta: 1 parceria • Descrição: Intensificar os estudos junto aos associados com vistas à redução de custos da RBA o Meta: 100% Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 11 ADMINISTRAÇÃO • Presidente: Luiz Antônio Vane • Vice Presidente: Carlos Eduardo Lopes Nunes • Secretário Geral: Márcio de Pinho Martins • Tesoureiro: Henri Braunstein • Diretor do Departamento Administrativo: Airton Bagatini • Diretora do Departamento Cientifico: Nádia Maria da Conceição Duarte • Diretor do Departamento de Defesa Profissional: José Mariano Soares de Moraes QUADRO DE PESSOAL • Gerente Administrativa Financeira: Maria de Las Mercedes Gregoria Martin de Azevedo • Auxiliar Administrativo Júnior: Carla Palmieri • Assistente Administrativa Júnior: Lúcia Morais Lacerda Basílio • Auxiliar Administrativa Pleno: Adelaide Rodrigues • Analista de Sistemas Júnior: Rodrigo Ribeiro Matos • Assistente Administrativo Sênior: Marcelo de Azevedo Marinho • Auxiliar de Serviços Gerais: Alcinete Oliveira de Souza • Auxiliar de Expedição Júnior: Hosenclever Torres Louzada • Assistente de Tesouraria Sênior: Regina Lúcia Rogério Miguel • Assistente de Tesouraria Júnior: Deize Lúcia da Silva • Bibliotecária Pleno: Teresa Maria Maia Libório • Auxiliar Administrativo Pleno: Marcelo de Carvalho • Assessor de Informática: José Bredariol Junior Diretoria e FEBRACAN representada pela Dra. Maria Celia Costa Diretoria SBA com Presidentes de Comissões Permanentes e Editora Chefe da RBA NOVOS MEMBROS Aspirante-Adjunto Marcos Lúcio Milanez Filho Ativo Alexandre Mendes de Melo Almiro Francisco de Castro Junior Ana Virgínia Tomaz Portella Anna Carolina M. de Moraes Amora Antônio Rubens Cordeiro Filho Bernardo Rafael Skorek Bruno Lucena de Souza Pires Camila Alves de Andrade Camila de Carvalho Teixeira Carlos Renê de Lima Luz Carolina Bandeira de Mello Lefevre César de Araújo Miranda Cláudia Daniela Santos Amoedo Cristian Sbardelotto Daniele Sampedro Ramos David Luiz Ramos Brandão Débora Assis Melo Déborah Marussi Morsoletto Diogo Pinheiro Sampaio Fabiano Tadashi Shiohara Fábio de Sousa Carvalho Felipe Cavalcante Sampaio Fernanda dos Reis Meireles 12 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista Fernanda Fonseca Rodrigues Fernando Ferraz Aguiar Fernando Rocha Miranda de Oliveira Francisco Sidney Lopes Correia Gabriela Calado Xavier Germano Barros Chagas de Oliveira Guilherme Barros da Silva Santos Guilherme de Souza Stefli Guilherme Nogueira de Almeida Guilherme Zemi Gustavo Rech dos Santos Gustavo Rodrigues Bonheur Haline Laíse da Silva Teixeira Duarte Hélder Gil de Abreu Lacerda Helena Soares Hein Idelberto do Val Ribeiro Junior Igor Kubiak Igor Lopes da Silva José Cristóvão Ferreira Karina Rodrigues Romanini Subi Leandro Jorge Cleto G. da Cunha Jr. Leonardo Brandão Lúcio Fiuza Gouthier Junior Luis Fernando Gomes Querino Marcela Alves Lima Abrantes Marcelo Cristiano Bezerra e Silva Marcelo Grisólia Gonçalo Marcia Fernandes Ferreira Márcio Pereira Lopes Marcio Cardoso Pires Marcus de Paula Thurler Mendonça Marcus Vinicius A. de Arruda Meyer Mário Sampaio Jales Max Gonçalves Xerez Nara Olívia Lima Reinoso Osvaldo Macedo Junior Otávio Estevam Ferreira Patrícia Teixeira da Silva Marçal Priscilla De Carli dos Santos Rafael Nogueira Figueiredo Raquel Morihisa Renata Carvalho Porto Renata Neri da Silva Ricardo Gorgulho Paulino Rodrigo Couto Gabas Selma Westphal Rodrigues Sheyla Roncato França Silvio Antonio Fernandes Filho Tiago Vieira Rodrigues Víctor Rocha da Silva Araújo Vinícius Lobo Rocha Vitor Borges Palau Wilson Mares Lacerda Comissões, Comitês, Conselhos e RBA 2009 A Diretoria da SBA 2009, para o desenvolvimento de suas atividades, contará especialmente com os apoio das seguintes pessoas: COMISSÃO DE ENSINO E TREINAMENTO Edno Magalhães - Presidente Ana Maria Meneses Caetano Ana Maria Vilela Bastos Ferreira Getúlio Rodrigues de Oliveira Filho Mary Neide Romero Oscar César Pires COMISSÃO EXAMINADORA DO TÍTULO SUPERIOR EM ANESTESIOLOGIA Marcos G. Cunha Cruvinel - Presidente Antônio Fernando Carneiro Glória Maria Braga Potério Ligia Andrade da Silva Telles Mathias Marcos Antônio Costa de Albuquerque Ronaldo Contreiras de Oliveira Vinagre COMISSÃO DE ESTATUTO, REGULAMENTOS E REGIMENTOS José Mauro Mendes Gifoni - Presidente Haroldo de Oliveira Torres Maria Lúcia Bonfim Arbex COMISSÃO DE NORMAS TÉCNICAS E SEGURANÇA EM ANESTESIA Neuber Martins Fonseca - Presidente Carlos Rogério Degrandi Oliveira Edisio Pereira COMISSÃO DE HONORÁRIOS MÉDICOS Francisco José A. de Brito - Presidente Eduardo Oliveira Filho Wagner Ricardo Soares de Sá COMISSÃO DE SINDICÂNCIA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO Henrique César F. Pereira - Presidente Desire Carlos Callegari Glauco Kleming Florêncio da Cunha Maria Jucinalva Lima Costa Mozart Ribeiro Ronaldo Fixina Barreto COMISSÃO DE SAÚDE OCUPACIONAL Gastão F. Duval Neto - Presidente André Luiz Braga das Dores Railton César G. de Abrantes LOCO-REGIONAL Adilson Hamaji – Presidente João Aurílio Rodrigues Estrela Luís Cláudio de Araújo Ladeira COMISSÃO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA Pedro Thadeu G. Vianna - Presidente Alexandra Resende Assad Antonio Roberto Carraretto ANESTESIA EM OBSTETRÍCIA Carlos Othon Bastos - Presidente Rômulo Frota Lobo Vinicius Pereira de Souza CONSELHO FISCAL - MEMBROS EFETIVOS Ronaldo Queiroz Gurgel - Presidente José Gualberto de Oliveira Filho José Maria Corrêa da Silva CONSELHO FISCAL - MEMBROS SUPLENTES Dário Humber to de Paiva Luiz Fernando Saubermann Roberto Henique Benedetti PRESIDENTE DO CONSELHO SUPERIOR Jurandir Coan Turazzi SECRETÁRIO DO CONSELHO DE DEFESA PROFISSIONAL Sebastião Monte Neto REVISTA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA Judymara Lauzi Gozzani – Editor Chefe Gastão F. Duval Neto - Co-Editor COMITÊS ANESTESIA AMBULATORIAL Renato Santiago - Presidente Deoclécio Tonelli Eduardo Tadeu Moraes Santos ANESTESIA CARDIOVASCULAR E TORÁCICA Alexandre Slullitel – Presidente José Fernando Bastos Folgosi Ricardo Lopes da Silva ANESTESIA EM PEDIATRIA Emilia Aparecida Valinetti – Presidente Daniela Bianchi Garcia Gomes Danielle Maia Holanda Dumaresq REANIMAÇÃO E ATENDIMENTO AO POLITRAUMATIZADO Antônio Carlos A. Brandão - Presidente Marcio Augusto Lacerda Rafael Vilela Silva Derré Torres ANESTESIA VENOSA Ricardo Francisco Simoni - Presidente Marcelino Jager Fernandes Ranger Cavalcanti da Silva DOR Durval Campos Kraychete - Presidente Irimar de Paula Posso Gualter Lisbos Ramalho HIPERTERMIA MALÍGNA Daniel Carlos Cagnolati - Presidente Claudia Márquez Simões Luiz Bomfim Pereira da Cunha VIA AÉREA DIFÍCIL Cláudia Lutke - Presidente Marcio de Pinho Martins Waston Vieira Silva MEDICINA PERIOPERATÓRIA Antonio Vanderlei Ortenzi Claudia Regina Fernandes Florentino Fernandes Mendes Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 13 Planejamento Estratégico até 2012 insere a SARGS na Gestão Moderna “Definir a Missão de uma empresa é difícil, doloroso e arriscado”, segundo Peter Drucker, considerado o pai da Gestão Moderna. “Mas é só assim que se consegue estabelecer políticas, desenvolver estratégias, concentrar recursos e começar a trabalhar. É só assim que uma empresa pode ser administrada, visando a um desempenho ótimo”, explica o próprio Drucker. E o conceito vem sendo aplicado com sucesso em entidades de diferentes portes e áreas. A Sociedade de Anestesiologia do Rio Grande do Sul (SARGS), por exemplo, inovou quando foi a primeira regional a consolidar o Planejamento Estratégico 2008-2012, espelhada na Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), que publicou suas metas 2007/2008 também no ano anterior. “A atitude da SARGS é inovadora e realça sua posição de vanguarda”, avalia o atual presidente da SARGS, Dr. Daniel Volquind, que assumiu o cargo em dezembro passado. De acordo com ele, que era vice-presidente da entidade em 2008, a Sociedade está passando por processos de modernização, pois além do planejamento estratégico, válido para os pró- ximos 3 anos, ainda fez o recadastramento dos sócios e ampliou em 20% o número de associados. “O planejamento é fundamental para que a SARGS consiga desenvolver estratégias e direcionar seus objetivos, que prevêem a ampliação do número de sócios e de eventos científicos e, por sua vez, o aumento da arrecadação financeira da entidade”, enfatiza. Eventos Científicos no interior do RS E uma das formas encontradas pelos membros da diretoria que estará à frente da SARGS nessa nova gestão é a de programar eventos científicos presenciais em cidades do interior do Rio Grande do Sul, consideradas pólos importantes da área. “Pretendemos realizar cursos itinerantes em Pelotas, Santa Maria, Passo Fundo, Ijuí e Caxias do Sul para que possamos reunir os sócios na sua região, escutá-los e contribuir positivamente para sua atualização científica e também estimular a participação associativa”, adianta Dr. Daniel Volquind. Essa programação, descentralizada e igualmente inovadora, resulta do que foi definido para a missão Transcrição de texto publicado pelo Jornal O Estado de São Paulo, em seu “Foro Eletrônico” Louros ao Anestesista Antes de mais nada, devo dar os merecidos parabéns aos distintos colegas que intervieram na cirurgia do nosso vice-presidente, uma das mais longas de que tive notícia, prolongando-se por mais de 17 horas. Os professores drs. Roberto Kalil (cardiologista), Paulo Hoff (oncologista) e Ademar Lopes (cirurgião) fizeram um trabalho exemplar, provando que a nossa Medicina está entre as primeiras do mundo, assim como o excepcional nível de excelência do Sírio Libanês, um hospital que, para mim, que o conheço de perto, pois também fui operado lá, não fica nada a dever à tão famosa Mayo Clinic, nos Estados Unidos. As notícias, contudo, omitiram outro membro da equipe, cujo papel foi fundamental para manter o paciente vivo durante todo esse tempo, permitindo uma cirurgia deste porte num homem com 77 anos. Trata-se do médico anestesiologista. Ele faz parte de um grupo, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia, que engloba mais de 8.500 integrantes em todo o País, com 85 Centros de Ensino da Especialidade espalhados por todo o nosso território. Este profissional também merece compartilhar os louros desta vitória. Seria importante para nós que o hospital completasse a notícia dizendo o nome deste colega, que teve um papel fundamental neste resultado, a sobrevida em condições estáveis após um procedimento tão difícil quanto o que foi realizado no nosso vice-presidente. É bom sabermos que podemos contar com equipes desta qualidade, mostrando que ninguém necessita sair do País para procurar atendimentos médicos de ponta. ARMANDO FORTUNA armando.for [email protected] Prof. Dr., anestesiologista, TSA (Brasil), DA (Dinamarca), DA (Inglaterra), FACA (USA), Aposentado Santos 14 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista Dr. Daniel Volquind e visão da instituição, estipuladas no Planejamento Estratégico 2008-2012, e condiz com os valores da SARGS, que são o pioneirismo, a liderança, a ética, a proficiência e a cooperação (coleguismo). Vale ressaltar que a Sociedade estabeleceu que sua missão é buscar o aprimoramento técnico-científico na área da anestesiologia e da dor, promover a defesa profissional e da imagem e fortalecer as relações entre os anestesiologistas e destes com a sociedade. Por sua vez, a visão da SARGS é ser vista, em cinco anos, como uma sociedade atuante na defesa do Médico Anestesiologista e no desenvolvimento de um projeto técnicocientífico de vanguarda, com ênfase em medicina perioperatória e sendo o principal elo de união entre os anestesiologistas. DR. DANIEL VOLQUIND NOTA DE CORREÇÃO DE MATÉRIA NÃO ELABORADA PELA SBA Informamos que no Anestesia em Revista 05/2008 - out/nov/ dez, foi publicada uma matéria de autoria de Chico Damaso - Assessor de Imprensa do 55º CBA. Na pág. 13 - coluna do meio Prêmios e Destaques, ao relatar os vencedores do Prêmio Dr. Affonso Fortis foi omitido o nome do Dr. Fernando Nardy Bellicieri, do CET do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, como um dos premiados. Face ao exposto, informamos ter havido empate na maior nota da prova nacional de ME2/2007, assim sendo, os ganhadores do Prêmio Dr. Affonso Fortis em 2008 foram os Drs. Marcela Alves Lima Abrantes e Fernando Nardy Bellicieri. ARTIGOS VALORIZAÇÃO Profissional do Médico: UMA QUESTÃO DE ATITUDE O que fazer para obter sucesso na valorização profissional do médico? Esta pergunta passa pela cabeça de todos nós médicos. Algumas pessoas diriam que a resposta é atualização. Outras apostariam que o caminho é a especialização. Na minha opinião, o segredo está em sabermos exatamente em que lugar nós queremos chegar na nossa profissão, porque como ela está indo e já chegou em algumas regiões do País, seremos os profissionais mais desvalorizados da classe médica. Um bom caminho para nós é um plano de carreira, onde podemos traçar metas objetivas e claras, com este plano podemos traçar o melhor caminho e as ferramentas mais adequadas para atingir as metas. Outro elemento importante é sabermos que nível de envolvimento nós queremos ter (exemplos: cargo de diretor significa maior salário e o reconhecimento de sua competência profissional, porém, isso também significa trabalho dobrado, pouco tempo com sua família, mudar as vezes de cidade, etc) se a pessoa não quer ficar longe de sua família teremos opções de ocupar cargos operacionais. Uma carreira valorizada necessita de pessoas que tenham a clareza do que querem e que gostem do que fazem. Saber escolher é o aspecto mais importante da valorização profissional. Nós não podemos mais viver sem planejamento, seja em casa ou na vida profissional, é preciso planejar nos mínimos detalhes e vencidas com louvor todas as suas etapas. Para que isso aconteça, há a necessidade do comprometimento com a missão e o objetivo (vencer todas as dificuldades da profissão e reduzir os nossos riscos maternos e fetais). Hoje não basta ter o curso universitário é preciso avançar na formação profissional (pós, mestrado e idiomas). Sejamos os melhores profissionais na área médica, mudemos nossos há- bitos, mudemos nossos comportamentos. Não devemos esperar acontecer, devemos fazer acontecer. Para as federadas e entidades médicas (FEBRASGO, FENAME, CFM, CRM, Sindicatos, etc) é necessário conhecer quais são as motivações pelas quais os médicos trabalham e procurar dentro do possível satisfazê-las é fundamental para as organizações. A satisfação e o prazer no trabalho estão ligados tanto a aspectos tangíveis, como a remuneração, quanto os fatores mais subjetivos, como respeito e confiança, ambiente de trabalho, orgulho de fazer algo importante para si e a sociedade enfrentar e vencer desafios. Que dinheiro não é tudo, já o diz a sabedoria popular. Mas cuidar bem de um profissional e reconhecer o seu trabalho passa sim, por uma remuneração justa e atraente. As perspectivas de crescimento que o médico percebe dentro da organização são forte fator motivacional. Ascensão tanto em termos hierárquicos, que resulta em uma melhor remuneração quanto em termos de absorção de conhecimento, por meio de programas de desenvolvimentos, que o levem a desempenhar melhor seu papel na organização-saúde e também melhorem seu status profissional. Desafio é outro conceito importante e caminha lado a lado com a competência dos profissionais. Um prazer especial por situações ou tarefas que coloquem à prova sua capacidade de criação e de realização, permitindolhes expor todo o seu talento. Unir para valorizar e fortalecer é a essência desta proposta que objetiva mais alcance e comprometimento de todas as esferas públicas e privadas no sentido de colocar a profissão de médico no seu lugar de direito: entre as principais na área social, zelar pela qualidade dos serviços oferecidos à sociedade, orientar, supervisionar, fiscalizar, N legalizar, técnica e eticamente o exercício da profissão. Promover o aperfeiçoamento e atualização dos profissionais, é a missão não apenas dos CRM, que visam buscar soluções para promover melhorias capazes de qualificar ainda mais a atividade da instituição, mas também buscar e serem objetivos em resultados concretos, que tragam verdadeiros benefícios para os profissionais médicos. Que essa proposta humanizadora, participativa e tecnicamente qualificada, seja 90% trabalho de transpiração e apenas 10% de trabalho de inspiração. Avancemos sempre na vida, as coisas às vezes andam muito devagar, mas é importante não parar. Mesmo um pequeno avanço na direção certa já é um progresso, e qualquer um pode fazer um pequeno progresso. Se você não conseguir fazer uma coisa grandiosa hoje, faça alguma coisa pequena, pequenos riachos acabam convertendo-se em grandes rios. Continue andando e fazendo. O que parecia fora de alcance esta manhã, vai parecer um pouco mais próximo amanhã ao anoitecer, se você continuar movendo-se para frente. A cada momento intenso e apaixonado que você dedica a seu objetivo, um pouquinho mais você se aproxima dele. Se você pára completamente é muito mais difícil começar tudo de novo, então continue andando e fazendo. Não desperdice a base que você já construiu. Existe alguma coisa que você pode fazer agora mesmo, hoje, neste exato instante. Pode não ser muito, mas vai mantê-lo no jogo. Vá rápido quando puder, vá devagar quando for obrigado, mas, seja lá o que for, continue. O importante é não parar!!!! “O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã. (Leonardo da Vinci) DR. TADEU SAMPAIO CRM 2747-PA Ginecologista - obstetra-mastologista Ultra-sonografista Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 17 Quando somos pacientes As coisas não têm explicações; têm existência. S ão pequenos os gestos que nos trazem alegrias ou tristezas. Em 2000 fui submetido à herniorrafia inguinal sob raquianestesia com bupivacaína 0,5% isobárica e posteriormente descrevi todos os comemorativos da instalação e regressão do bloqueio em carta publicada na RBA1, terminei dizendo que do outro lado da agulha não é uma situação desagradável. Naquela época omiti um dado fundamental para a compreensão da raquianestesia e para mudança no tratamento de meus pacientes. Desde que não prejudique ninguém, mude de opinião de vez em quando, e caia em contradição sem se envergonhar disso. Nós temos esse direito; não importa o que os outros vão pensar – porque eles vão pensar de qualquer maneira. Se eu errei, sei que foi apenas como parte do percurso para acertar. Com o aparecimento da bupivacaína isobárica após editorial de Gouveia2 publicado em 1984, passei a usar esta solução com objetivo de se obter qualidade na raquianestesia. Durante mais de 16 anos defendi o uso de soluções isobáricas para raquianestesia, com a procura sistemática da estabilidade cardiocirculatória, através de diversos trabalhos publicados3-5. Porém, ao permanecer seis longas horas sem sentir minhas pernas, refleti exaustivamente sob a qualidade da anestesia que praticava nos seres viventes. Refiz meus conceitos e hoje procuro muito mais a satisfação do paciente, realizando raquianestesia sem bloqueio motor (menor grau ou menor tempo)6-9, do que a estabilidade cardiocirculatória antes tão procurada. Toda profissão deve ser exercida com arte, pois a arte salva. Recentemente fui submetido à artrodese do 5º artelho do pé direito, anestesiado com penta bloqueio com ropivacaína e anestesia venosa com propofol. No final da cirurgia realizado bloqueio do fibular comum com ropivacaína, permanecendo durante 12 horas com total analgesia da área cirúrgica e completa incapacidade de 18 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista Fernando Pessoa mover o pé. A sensação que tive de não sentir as pernas durante seis horas com a raquianestesia foi a mesma que senti com a impossibilidade de mover o pé, levando-me a nova reflexão sobre os bloqueios periféricos que tanto defendo. Será que não seria possível realizar bloqueios periféricos com o mínimo de bloqueio motor? O cavaleiro andante de Cervantes já dizia: E que aventura mais palpitante do que conhecer novas terras. As mudanças sempre acontecem. Ennio Flaiano dizia: estamos numa fase de transição. Como sempre. Será isto uma verdade? É preciso muitas vezes mudar de lado. Muitas vezes nós achamos que estamos fazendo o melhor para nossos pacientes, porém ao nos tornarmos pacientes percebemos que nem sempre o que defendemos é o melhor que estamos oferecendo. Na maioria das vezes nós temos a serenidade de ser um ignorante. Quando decidimos agir, alguns excessos acontecem. Também é natural que surjam conflitos inesperados. O bloqueio motor é um conflito para quem o sente. É natural também que surjam feridas no decorrer desses conflitos. As feridas passam: permanecem apenas as cicatrizes. Isto é uma benção. Estas cicatrizes ficam conosco o resto da vida, e vão nos ajudar muito, principalmente numa tomada de posição para se mudar. Se em algum momento – por comodismo ou qualquer outra razão – a vontade de voltar ao passado for grande, basta olhar para o que aconteceu. Relaxe. Deixe o universo se movimentar à sua volta, e descubra a alegria de ser uma surpresa para você mesmo. No meu entender devemos buscar a excelência na analgesia pós-operatória, mas tenho certeza, por experiência própria, que o bloqueio motor dos membros inferiores é uma das piores sensações que se pode ter, e deve ser a mesma sensação que os paraplégicos sentem. No momento em que o mundo tanto fala em humanismo, devemos antes de tudo buscar o melhor para o paciente como ser humano e não como um simples paci- ente operado. Desta forma, hoje em dia é preciso buscar a excelência da analgesia, porém não permanecer ignorante em relação ao bloqueio motor proporcionado pela nossa anestesia. O que realmente o paciente precisa, é de analgesia. Daí, prefiro buscar a simplicidade da analgesia à complexidade do bloqueio motor. DR. LUIZ EDUARDO IMBELLONI TSA/SBA Referências 1. Imbelloni LE. Do outro lado da agulha. Rev Bras Anestesiol 2001;51:181-2 2. Gouveia MA. Bupivacaína na raque: Há vantagens? (Editorial). Rev Bras Anestesiol 1984;34:1-3 3. Imbelloni LE, Carneiro ANG. Efeito da postura nas características do bloqueio subaracnóideo com bupivacaína 0,5% isobárica. Rev Bras Anestesiol 1994;44:227-230 4. Imbelloni LE, Sobral MGC, Carneiro ANG. Efeito da postura nas características do bloqueio subaracnóideo com bupivacaína 0,75% pura. Rev Bras Anestesiol 1996;46:409-414 5. Imbelloni LE, Carneiro ANG. Efeito da postura nas características do bloqueio subaracnóideo com lidocaína 2% pura. Rev Bras Anestesiol 1998;48:1-6 6. Imbelloni LE, Vieira EM, Gouveia MA, Netinho JG, Cordeiro JÁ. Bupivacaína a 0,15% hipobárica para procedimentos cirúrgicos anorretais em regime ambulatorial. Rev Bras Anestesiol 2006;56:571-582 7. Imbelloni LE, Beato L, Gouveia MA, Cordeiro JÁ. Baixa dose de bupivacaína isobárica, hiperbárica ou hipobárica para raquianestesia unilateral. Rev Bras Anestesiol 2007;57:261-271 8. Imbelloni LE, Gouveia MA, Cordeiro JA. Low dose of lidocaine: comparison of 15 with 20 mg/ml with dextrose for spinal anesthesia in lithotomy position and ambulator y surger y. Acta Anaesthesiol Scand 2008;52:856-61 9. Imbelloni LE, Gouveia MA, Cordeiro JA. Selective sensory spinal anaesthesia with hypobaric lidocaine for anorectal surger y. Acta Anaesthesiol Scand. 2008;52:1327-30. NECROLÓGIO Necrológio do Dr. Carlos Pereira Parsloe Da esquerda para a direita: Dr. Carlos Pereira Parsloe e Dr. José Roberto Nociti É com pesar que escrevo o necrológio de Carlos Pereira Parsloe, o mais ilustre aneste-siologista brasileiro de sua geração. Nascido em Santos, Estado de São Paulo, em 1919, Carlos Parsloe concluiu o curso colegial em sua cidade natal e formou-se médico pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (antiga Praia Vermelha) no Rio de Janeiro, em 1943. Fez seu internato no Masonic Hospital em Chicago em 1943 e a seguir sua Residência em Anestesia com o Prof. Ralph Waters no State of Wisconsin General Hospital, da Universidade de Wisconsin, em Madison, em 1946-1948. Retornando ao Brasil, desenvolveu prática clínica na Santa Casa de Misericórdia de Santos entre 1948 e 1952. Voltou aos Estados Unidos em 1952 como Pesquisador Associado no Departamento de Anestesiologia da University of Wisconsin Medical School em Madison, então sob a chefia do Prof. Sidney Orth, ali permanecendo até 1954. De 1955 até o término das atividades profissionais, exerceu a prática clínica da anestesia em São Paulo, nomeadamente no Hospital Samaritano. Ao mesmo tempo, manteve suas ligações com a anestesia norte-americana, como atestam suas atividades como Pesquisador Associado do Departamento de Anestesiologia da University of Wisconsin Medical School em 1963 e como Professor Visitante do Departamento de Anestesiologia do Toledo Medical College em 1974. Carlos Parsloe sempre foi ativo em inúmeras organizações tanto no Brasil como no exterior. Foi Presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado São Paulo (SAESP) em 1973; Membro e Presidente da Comissão de Assuntos Internacionais (CAI) da Sociedade Brasileira de Aneste-siologia (SBA) durante muitos anos; Membro da Comissão do Título de Especialista em Aneste-siologia da SBA; Membro do Conselho Editorial da Revista Brasileira de Anestesiologia e do Conselho Editorial do periódico internacional Survey of Anesthe-siology. Seu trabalho e influência na World Federation of Societies of Anaes-thesiologists (WFSA) foram notáveis: Presidente do Comitê Cientifico do Terceiro Congresso Mundial de Anestesiologistas em São Paulo, 1964; Membro do Comité Educacional e de Assuntos Cientificos, 1964-1972; Membro do Comité Executivo, 1972-1980; VicePresidente, 1980-1984; e finalmente Presidente da WFSA, 1984 – 1988. Como Presidente da WFSA, visitou quase todas as Sociedades-membro e fez contribuições a inúmeros Congressos ao redor do mundo. Carlos Parsloe recebeu muitas honrarias em reconhecimento pelo seu trabalho na propagação de padrões científicos, educacio-nais e de segurança da nossa especialidade tanto em seu país como em todo o mundo: Membro Benemérito da SAESP; Membro Honorário da SBA e das Socie-dades Regionais de Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais; Membro Honorário do Australian and New Zealand College of Anaesthetists (FANZCA), 1986; Membro Honorário do Royal College of Anaesthetists (FRCA), 1989; Membro Honorário da Association of Anaesthetists of Great Britain and Ireland (AAGBI), 1989. Sua personalidade afável e sua enorme capacidade de trabalho em prol do aperfeiçoamento da Anestesiologia fizeram de Carlos Parsloe um dos pilares da WFSA ao longo da sua fascinante história. A Edith, esposa e companheira leal de Parsloe ao longo de toda sua vida, nossas condolências; aos filhos, nossa reverência pelo sentimento de orgulho que certamente devem nutrir pela figura paterna; à Anestesiologia brasileira, a expressão de luto associada ao reconhecimento da felicidade por ter contado durante tantos anos entre seus membros com a figura marcante de Carlos Pereira Parsloe. JOSÉ ROBERTO NOCITI Ex-Membro do Comitê Executivo e Vice-Presidente da WFSA Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 19 HOMENAGEM Parte um Homem e fica uma História estávamos vivendo, da sua idade, agradeceu e finalizou deixando uma mensagem de despedida: “cultivem a amizade”. A amizade é o maior e talvez o único patrimônio que o homem leva ao deixar essa vida. Realmente o Dr. Parsloe deixou tudo o que fez e o que tinha, porém levou consigo a sua amizade. Perdemos sim um grande amigo. Da esquerda para a direita: Dr. Carlos Pereira Parsloe e Dr. Irimar de Paula Posso LUIZ M. CANGIANI “Cultivem a Amizade” Tive a honra de fazer parte da mesa da sessão solene de abertura do 55º Congresso Brasileiro de Anestesiologia (05/11/2008) em São Paulo, juntamente com o Dr. Carlos Pereira Parsloe, Presidente de Honra do mesmo. Na oportunidade ele foi homenageado pela Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo, regional sede do congresso. Após ouvir a leitura de alguns tópicos do seu vasto currículo e o texto da homenagem, o Dr. Parsloe fez uso da palavra. Esperávamos, mais uma vez, ouvir e aprender mais sobre a nossa atividade associativa, sobre os fatos históricos comparados com a evolução da Anestesiologia e finalmente uma conclusão de destaque sempre recheada de fé e esperança, ressaltando o trabalho a ser realizado com altruísmo e competência. Era muito agradável ouvi-lo. O Dr. Parsloe esbanjava conhecimentos aliados a experiência e com o fácil domínio da palavra conseguia prender a atenção de todos. Era uma pessoa muito gentil que exercitava seus conhecimentos acumulados durante sua longa vida com espontaneidade e respeito. Propunha-se a colaborar com tudo aquilo que estivesse a seu alcance. Era uma espécie de evangelizador. Era firme, claro e objetivo. Fazia-nos pensar. Diferentemente das vezes anteriores o seu breve discurso foi envolvido por emoção. Falou do momento que 20 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista Dr. Carlos Pereira Parsloe Aqueles que passam por nós não vão só. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. ANTOINE DE SAINT-EXUPERY Sociedade Brasileira de Anestesiologia O Adeus a um Mestre Querido. Dr. Carlos, meu amigo. Ele acreditava no progresso da ciência, na genômica, o “boom”, dos dias atuais. E saia por ai, difundindo sua crença: anestesia calcada nos mistérios dos genes. Foi um arauto divulgando as últimas novidades que os grandes centros desenvolviam: e sintetizava tudo que acontecia cientificamente; muito oportuno para a aculturação dos da linha de frente que militam no dia a dia na arte de fazer dormir e principalmente fazer acordar. Seguramente o mais aclamado e premiado em toda a História da Anestesiologia Brasileira, com humildade e desprendimento ajudou muitos dos que o procuravam, posto que acreditava nas pessoas. Foi assim, nos idos do final da década de 60, quando representava a ASTRA no Brasil, e acreditou no meu projeto de pesquisa sobre a toxicidade dos anestésicos locais; confiou-me o sal da recém lançada etidocaína (Duranest®), que de duradoura só teve o nome de fantasia. Mas foi com ela e outros sais de compostos já utilizados na Clínica que resultou uma tese de mestrado; esses agentes foram estudados quanto aos efeitos cardiotóxico no coração de cobaia. Através dele, conheci o livro do Professor Covino, a bíblia da farmacologia dos anestésicos locais, que ele presenteou-me, e naquela ocasião não existindo a informática, me atualizava com as novidades vindas da Suécia e Alhures, que ele me fornecia. Concluído o trabalho, comuniquei-lhe o dia e hora da defesa de tese. Surpreendentemente muito cedo ainda, lá estava ele na Cidade Universitária de porte esguio, vestido todo de branco mais parecendo uma figura santa, um pastor de almas, pois que envolto na simplicidade que o particularizava. Rendi-lhe minha homenagem numa página especial do meu artigo agradecendo-lhe o estímulo que deu frutos, por causa dele. Depois de sorver o livro do Professor Covino, fiquei empolgada e pretendi me especializar na Meca dos anes- tésicos locais (a Harvard University, em Boston) e ele promoveu a aproximação; viajei para San Antonio, Texas, e numa coincidência memorável o Professor iria proferir o Labat Lecture, a mais alta láurea para aqueles que notabilizam-se na Anestesia Regional, naquele meeting da ASRA. Graças às cartas de apresentação do “meu guru”, e do respeitável mestre Armando Fortuna, tudo foi arranjado e cheguei ao Brigham and Women Hospital, Research Laboratories, em 1980. Mas não ficaram aí as gentilezas daquele que aprendi a venerar. Convivemos por este mundo afora, me jactando de compartilhar da amizade de um dos mais respeitáveis brasileiros e queria que o mundo todo soubesse da tamanha honra de poder estar perto do casal Carlos/Edith. Assim acontecia no hemisfério Norte, Ásia, Oceania etc, onde ele era conhecido e representava gloriosamente nosso País. Uma característica que lhe era peculiar e que se materializava na vontade de ajudar foram suas críticas construtivas. Não esqueço sua contribuição por um grave erro que eu havia cometido. Numa palestra, ao projetar um slide confrontando isômeros: “o bom versus o mal”, ele me admoestou particularmente, corrigindo a palavra mal por “mau” que é de fato, a antítese do bom. Recebi outras críticas com humildade e mais que tudo com vaidade, pois me orgulhava de saber de sua presença nas minhas falas e na leitura dos meus escritos, interessando-se por eles. Por esse Brasil afora, pregava a ética quanto à conduta dos anestesiologistas, na lida com os pacientes, enfatizando o respeito; com senso crítico comentava favorável ou desfavoravelmente as novidades na anestesia, o que nos enriquecia e nos fazia absorver mais seus ensinamentos, pois que sempre ilustrados com artifícios visuais: figuras e símbolos inteligentes, e por vezes, hilários. Algumas vezes, tive a honra de ser solicitada por ele para que procurasse livros e ou papers antigos. Pronta-mente, lá estava eu nos acervos da biblioteca do meu Instituto procurando os títulos que digitalizava e os enviava via mensagens eletrônicas. Com a bagagem de toda uma vida profissional, não esquecia os erros do passado para não repeti-los no presente, e nos alertava. Era um comunicador eloqüente e por vezes, mordaz, mas que superlotava os auditórios... sempre aplaudido com reverência. Ele era muito honesto com o que o que nos transmitia. Tendo sido agraciado com a Conferência Roberto Simão Mathias, falou dos progressos no desenvolvimento dos anestésicos locais. E para citar o novo composto, a Simocaína, foi procurar antes, o colega para certificar-se da veracidade de sua autoria da famosa frase: “o anestésico local para ser bom, precisa ser tóxico”. Então, terminou sua magistral oração enfatizando a perspectiva desse composto vir a se enquadrar no arsenal terapêutico da Anestesia Regional. Sempre era aplaudido de pé, pelo mérito das verdades e pelo entusiasmo com os quais nos contagiava, e muitos de nós subíamos ao palco para aquele beijo respeitoso. Em agosto fomos homenageados pela LASRA, ele, outros colegas e eu. O mais emocionante fato em toda minha vida foi estar ao lado daquele grande homem, cientista, sem títulos universitários, mas uma das mais expressivas culturas hodiernas. E, receber o troféu junto com ele, naquela noite memorável, foi a maior compensação pela minha atividade na pesquisa. Ele deveria chegar atrasado à cerimônia de entrega e ficamos esperando por ele, que vencendo o trânsito nos honrou com sua figura: elegante, magra, de cabelos brancos e ralos que mais pareciam aos dos santos dos altares. No CBA de 2008 em São Paulo ele apareceu em público pela última vez. Foi merecidamente homenageado, o homem que mais troféus recebeu em toda a história da anestesiologia brasi-leira; aceitou a láurea como se fora a primeira, pois podia-se captar emoção e agradecimento estampados no seu semblante. Certa vez quando por ocasião da festa promovida pela nossa Sociedade em regozijo à vitória que o fez Presidente da World Federation Society of Anaesthesiologists nos revelou o sacrifício a ser enfrentado para esse mister. Fiel a hábitos imutáveis ressaltou que toda a vida morou na mesma casa e com a mesma mulher... o que arrancou aplausos de todos os presentes, numa aprovação á sua vida de homem realizado e verdadeiro. Ele pouco se importava com as coisas matérias: seu carro um modelo antiqüíssimo, não era tratado com o devido esmero. E nos idos de 70 quando fazíamos o curso preparatório para o TEA (como se chamava na época) na sede da SAESP, acompanhei alguns colegas parta surrupiar a chave da “charanga” antes de sua aula, para ser levado para um banho no Posto... Ele divertiu-se muito com a brincadeira afetiva e respeitosa e até gostou!. Naquela ocasião já era o nosso ídolo, pois não sobrepunha o bem-quer ao ferro, em detrimento ao bem-querer às pessoas. Providencialmente muitos fatos aproximaram nossas almas: eu tive a subida honra de votar nele naquela tumultuada e histórica eleição onde uma plêiade de anestesiologistas de todos os confins do mundo se fazia presente na úmida e nevoenta capital das Filipinas. O tumulto aconteceu nos bastidores, pois os americanos queriam açambarcar a presidência... Mas a América Latina estava irmanada. Ao me identificar como brasileira no Exterior sempre vinha a pergunta se eu conhecia o Dr. Parsloe. Assim fizeram: Winner, Moore, Gorth, Bromage, Bonica e etc (para citar alguns veteranos), e eu me jactava de ser do Brasil e de privar de sua amizade, embora não privasse de sua intimidade. Quando ele esteve doente, as visitas foram proibidas e eu me fiz presente com chocolates de kiwi depositados na caixa do correio. Naquela ocasião esta fruta só existia na Nova Zelândia, de onde eu havia trazido. Ele ficou feliz ou teria eu o curado!? Muitos lances honrosos me fazem ter saudade redobrada: Dr. Carlos e D. Edith (aquela respeitável senhora, amparada por uma bengala e pelo marido frágil, porém firme) compareceram à minha festa de 70 anos. Poderia haver honraria maior? Nada mais poso dizer desta figura humana que só nos enriqueceu trazendo respeitabilidade para a anestesiologia brasileira posto que conhecido no mundo inteiro, se constitui no ícone maior da nossa pátria. Sentia que ele gostava de mim, por tudo que fez para que eu crescesse. Felizes os da minha geração que o conheceram e com ele conviveram. Sob minha ótica são essas as lembranças que ficam, porém pela ótica divina, seguramente, Dr. Carlos já está sentado entre os justos, ao lado do Pai Eterno... Venero-o, Dr. Carlos, meu amigo. MARIA P. B. SIMONETTI Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 21 CLÍCIO COSTA, o colega inesquecível F aleceu, em 04 de janeiro deste ano (2009), o colega, amigo e companheiro Clício de Oliveira Costa. Estamos nos referindo a uma das mais emblemáticas figuras da anestesiologia baiana. Clício não desejou ocupar o proscênio da anestesiologia brasileira, mas a sua atuação discreta e silenciosa, resultante da grande modéstia que tinha, não conseguiu fazer esquecido o seu papel relevante em momentos importantes do movimento associativo da anestesiologia brasileira. Clício, por seu temperamento sério e agregador, ocupou, por duas vezes, a presidência da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia (SAEB), em dois mandatos distintos, estando à frente da entidade durante quatro anos. Em 1975 e 1985, época de realização, na Bahia, de bem sucedidos Congressos Brasileiros, ele encontrava-se na presidência da nossa Regional. E por que Clício? Porque ele, desprovido de ambição, conseguia ser unanimidade na preferência dos colegas que iam envolver-se nas atividades preparatórias e executivas dos eventos, possibilitando a harmonia e solidariedade necessárias nessas ocasiões tão propícias ao surgimento de divergências. Com ele, os entendimentos se tornav a m possí- 22 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista veis, e o trabalho de realização daqueles eventos foi, em nossa apreciação e no depoimento dos que aqui vieram, plenos de êxitos. Clício veio do Piauí, formou-se na Bahia, aqui se tornou profissional da anestesiologia, constituiu família e fez um nome respeitado. Como médico, era um exemplo; na conduta, um paradigma de ética; no trabalho, um espelho em que todos podiam mirar-se, notadamente os mais jovens, que, buscando ícones, viam na sua serenidade e dedicação o que havia de melhor como modelo profissional a ser seguido. Acredito que fomos, Altamirando Santana e eu, os seus maiores amigos, porque havia, a identificar-nos, o barro de nossas origens. Mas eu e Clício éramos iguais, nas fantasias e nos prazeres. Amávamos o sertão, as caatingas, a vida simples das aldeias do interior. Gostávamos de viajar olhando umburanas, favelas, unhas-de-gato, essas coisas que fazem parte das tristes paisagens cinzentas do nossos matos nas prolongadas estiagens das secas. Gostávamos dos “restaurantes” de estrada e suportávamos até mesmo as dormidas nas pousadas desconfortáveis dos lugarejos em que a noite nos alcançava. Tivemos a sorte de ter esposas solidárias que nos acompanhavam, demonstrando alegria e entusiasmo (?), e o apoio delas permitiu-nos visitar os mais simbólicos lugares do sertão baiano, onde misticismo, lendas e história misturamse no imaginário da cultura popular: Bom Jesus da Lapa, Monte Santo, Canudos, Raso da Catarina, Angicos e outros mais. Por isso, as nossas férias aconteciam no mesmo mês, prevendo esse tipo de viagens que outros não teriam interesse em fazer. Clício foi a melhor imagem do anestesiologista perfeito, do companheiro de trabalho que todos gostariam de ter. Não transferia aos jovens os encargos pesados que teriam de ser realizados por alguém, e, muitas vezes, ele próprio os assumia. Trabalhou, até o seu limite de aposentadoria compulsória, no Pronto Socorro da Bahia, enfrentando a grande luta das emergências, solícito a todos os chamados, no seu tempo integral de trabalho. Faltava a Clício o espírito de chefe, mas não lhe faltavam atributos de liderança como: solidariedade para com os colegas; coragem de enfrentar desafios; alegria pelo trabalho e identificação com o que estava a fazer. Foi, essencialmente, um indivíduo bom, de uma bondade poucas vezes encontrada em outros e nunca superada por ninguém. E, além disso, era de uma perfeição absoluta. Nos últimos 30 anos, pela forte influência da esposa, Ianê, Clício dedicou-se aos movimentos cristãos, participando ativamente de encontros de casais, ministrando cursos para noivos ou levando para outras cidades a sua experiência e conhecimento religiosos, num trabalho bem reconhecido pela Paróquia da Vitória, a que era ligado. Clício foi um homem sem defeitos e um mestre, que não ensinou por palavras, ensinou por exemplos. Ao partir, deixou saudades nos colegas de sua geração, mas foi nos mais jovens que se viu o sentimento da perda de um exemplo, de uma referência moral, de um paradigma dos melhores valores humanos. OLIVEIROS GUANAIS Salvador, 04 de janeiro de 2009 EDUCAÇÃO CONTINUADA Curso de Capacitação em Anestesiologia à Distância (CCAD) da SBA A SBA, por meio da Comissão de Educação Continuada, tem a satisfação de informar que, neste ano (2009), encontra-se a disposição dos seus membros, no portal da SBA (www.sba.com.br) o Curso de Capacitação à Distância em Anestesiologia (CCAD) da SBA. Este curso foi adaptado segundo as normas da lei No. 1.191/2005 do Governo Federal – Ministério da Educação (MEC).. Os anestesiologistas que tenham cargos públicos neste Ministério podem, com este curso, ter progressão funcional e melhora na sua remuneração. Para que isto aconteça, basta acessar o portal da SBA e realizar as aulas de Ensino à Distância. Cada aula corresponde a 2 (duas) horas de curso. O Certificado será obtido em três níveis: Nível I - com 60 aulas ou 120 horas de estudo. Nível II - com 75 aulas perfazendo 150 horas de estudo. O Nível III será obtido quem realizar 90 aulas ou 180 horas de estudo durante o ano. É necessário ser feito avaliação em cada aula realizada e será aprovado quem obtiver a nota mínima de 7 (sete). A partir de 01/01/2009, todos os que realizaram as aulas já estão automaticamente cadastrados e registrados no banco de horas da SBA. Ao completar o número de aulas no período de 01/01/2009 a 31/ 12/2009, o anestesiologista deverá solicitar junto a Secretaria da SBA a emissão do seu certificado que terá com anexo o conteúdo programático de cada aula. Poderá ser acessada qualquer aula, inclusive a dos anos anteriores, ficando a critério de cada um a escolha do assunto para completar a carga horária do curso. Cada anestesiologista só terá direito a um certificado anual. Além do Certificado no Curso de Capacitação à Distância em Anestesiologia (CCDA) da SBA, os anestesiologistas também estarão, simultaneamente, sendo pontuados pela CNA (Comissão Nacional de Acreditação) nas aulas acreditadas por essa Comissão e em vigor para este ano (2009). Como informa a Coordenadora da Comissão de Desenvolvimento Pessoal da UFRJ, Rita dos Anjos, muitos profissionais desconhecem que além dos cursos de especialização, Mestrado e Doutorado, outros cursos podem gerar aumento na remuneração dos funcionários do MEC. A SBA tem o prazer de ajudar o seu membro na atualização científica, e, também, na sua ascensão funcional. PEDRO THADEU GALVÃO VIANNA ANTÔNIO ROBERTO CARRARETTO ALEXANDRA REZENDE ASSAD Comissão de Educação Continuada Pedro Thadeu Galvão Vianna Antônio Roberto Carraretto Alexandra Rezende Assad Obituário NOME Arildo Benedito dos S. Abreu Carlos Pereira Parsloe Clício de Oliveira Costa Elizabeth Pellegrini Superti Francisco Xavier dos Santos Rodrigues João Rodrigues de Paula Neto Renato Riciardi del Nero Roberto Reis e Senna Tatyanne Frique Ferreira MATR. 00953 00083 01719 5937 00364 12486 00268 01277 16108 REGIONAL SAES SAESP SAEB SPA SAERJ SAEGO SAESP SAERJ SAERJ Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 23 ENTREVISTA Entrevista da Sociedade Brasileira de Anestesiologia concedida à Agência Estado Dr. Luiz Antônio Vane - Presidente / Dr. Carlos Eduardo Nunes - Vice Presidente CRÉDITO: Carolina Freitas Repórter Agência Estado 1 - O senhor percebe um déficit de anestesiologistas no País? Na realidade não há déficit. Pode estar havendo uma distribuição geográfica não uniforme. A Sociedade Brasileira de Anestesiologia – (SBA) conta atualmente com um pouco mais de 8.000 associados. Há ainda um contingente, que é difícil quantificar, de anestesiologistas que não fazem parte da SBA, uns 2.000, talvez. Ainda, a SBA conta hoje no país, com 84 Centros de Ensino e Treinamento em Anestesiologia (CET), credenciados para a formação de novos especialistas em anestesiologia, tendo cerca de 1200 médicos em especialização. É a terceira maior Sociedade de Anestesiologia do mundo e a maior da América Latina. Grande parte de seus CET é regida tanto pela SBA como pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), através da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Têm, porém, alguns centros que são regidos somente pelo MEC e, alguns poucos são credenciados somente pela SBA. A associação da CNRM com as sociedades de especialidade é altamente salutar, pois enquanto a CNRM cuida, e cuida bem, da parte administrativa e legal, as Sociedades de Especialidades cuidam muito bem da qualidade e, numa atuação conjunta, poderá ser mais bem definida a quantidade de especializandos que um CET pode formar, sem faltar profissionais no mercado, mas, sem comprometer a qualidade do profissional a ser formado. A SBA, após algumas reuniões com a CNRM, se dispôs a ser uma sociedade de especialidade pi26 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista loto nesta interessante parceria. Para isso, a SBA conta com estrutura muito bem consolidada para fiscalizar e corrigir os centros formadores, primando pela qualidade. Esse trabalho deve estar a cargo das Sociedades de Especialidade. No momento, estamos aguardamos a decisão da CNRM para que os centros formadores no Brasil, todos eles, sejam regidos tanto pelo MEC quanto pela Sociedade de Especialidade (SE), nunca somente por um desses órgãos. Nossa expectativa é grande para que isso possa ser acordado e regulamentado o quanto antes. 2 - Em que Estados há menos profissionais do que o necessário? A rigor, em nenhum. Os problemas são basicamente de dois tipos: primeiro, é difícil fixar o profissional em pequenas cidades do interior. Segundo, no setor público, os salários estão em geral muito defasados, principalmente em algumas redes estaduais e municipais, que arcam com grande parte do atendimento. O resultado é que o profissional acaba por desistir do cargo e o déficit aparece. Na realidade a maioria dos anestesiologistas está nas regiões sudeste e sul do Brasil. Isto tem a ver com o desenvolvimento tecnológico destas regiões, com a formação de equipes médicas com outras especialidades cirúrgicas e, também, com a possibilidade de ganho melhor. Mas, não é só isso. Algumas cidades do interior não têm nenhum médico. Soma-se a isso o fato de também, não terem hospitais equipados. Agora, do que adianta um anestesiologista numa cidade sem outros médicos? Ele passará a ser um despreparado “resolve tudo”, ou seja, será ginecologista, obstetra, ortopedista, cirurgião, clínico etc. Logicamente não fará bem nenhuma dessas atividades. Por outro lado, colocar uma equipe médica de 5 – 7 especialistas numa cidade de 3.000 habitantes é lógico? O problema não é o número de anestesiologistas, mas, das condições que ele terá para trabalhar. 3 - O problema é a falta de anestesiologistas ou a má distribuição deles pelo País? Na nossa opinião há uma má distribuição, motivada pelas condições de trabalho oferecidas. Não é possível hoje, se bem que legal, um médico fazer tanto uma hérnia como uma cesariana, tratar um enfarto e cuidar de um recém-nascido, de uma fratura e tratar um glaucoma. Apesar de legal, não é ético. 4 - Como estimular uma melhor distribuição desses profissionais nos Estados? Este é um trabalho de longo prazo e necessita de vontade política. Quando tivermos cidades com hospitais bem equipados e em conformidades com as Resoluções do Conselho Federal de Medicina, com condições de trabalho e salários razoáveis, médicos não faltarão, mas, não é com o simples aumento do número de egressos que vamos ter a ilusão de que povoaremos todas as cidades de médicos. Em síntese, podemos dizer resumidamente que para estimular uma melhor distribuição desses profissionais nos estados, devemos: 1Aumentar a remuneração prevista na Tabela do SUS, para os prestadores de Serviço àquele Sistema; 2- Equipar a rede hospitalar nos Estados, principalmente no interior, para que o anestesista trabalhe com mais recursos e possa prover maior segurança ao pacien- te anestesiado; 3 - Nas cidades onde a assistência de saúde baseia-se principalmente em hospitais públicos próprios, não se podem esperar que o médico se fixe ali e viva dos salários pagos atualmente. 5 - Quais os maiores desafios e dificuldades enfrentados pela categoria e em que Estados os problemas são mais críticos? O maior desafio hoje é o de preparar para o mercado, profissionais bem formados tanto na graduação como na especialização. Para isso, a SBA conta com os trabalhos de uma Comissão que cuida da formação do especialista em anestesiologia, fiscalizando os CET, aplicando provas e, aprovando ou não tanto o CET quanto o médico em especialização. Para este árduo trabalho, nossa proposta é contarmos com o apoio da CNRM. Por outro lado, nem todos os problemas surgidos chegam a SBA. Pode haver, nesse exato momento, um grande hospital de urgência de uma Capital, sem anestesista. Nem sempre as unidades informam as ocorrências à SBA. 6 - A escassez de anestesistas acontece só na rede pública ou também nos hospitais privados? Não há escassez. Há falta de condições de trabalho em alguns locais. Alguns serviços públicos oferecem salários irrisórios por um médico em 24 horas de trabalho semanal. Ainda, ter que trabalhar em hospitais sucateados, que falta quase tudo e, o paciente, no seu direito, reclama com o médico, o qual não tem a menor culpa. A rede privada está bem servida, exceto aqueles hospitais que tenham convênios exclusivamente com a assistência de saúde oficial, ou seja, o SUS. Nestes, como os valores previstos na Tabela SUS são baixos, há uma tendência de evasão do profissional. Esta situação, entretanto, é rara, porque, em geral, o mesmo hospital que tem convênio com o SUS atende também outros planos de saúde. 7 - Como são as condições trabalhistas dos anestesistas de uma forma geral? De forma geral, as condições sob o ponto de vista de capacidade do profissional, geralmente é boa. Já, quanto às condições de trabalho, um número razoável de hospitais deixa a desejar. Temos em vigor, a Resolução 1802/ 2006 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estipula as condições mínimas para a prática da anestesia no Brasil. Estamos sensibilizando o Ministério da Saúde, a ANVISA e os Diretores de hospitais a se adequarem a ela. Temos tentado junto ao Ministério da Saúde, a disponibilização de condições especiais de financiamento para aquisição de equipamentos para os hospitais beneficentes, como as Santas Casas de Misericórdia, que ainda são responsáveis por boa parcela do atendimento de saúde no país. 8 - Como são as condições trabalhistas dos anestesistas na rede pública? O anestesiologista é um profissional que vive dentro de um ambiente insalubre, pois, está diuturnamente respirando sub doses de vapores anestésicos com comprometimento de sua saúde e, até, de sua capacidade de vigilância. Tem, desta maneira, aumentada a incidência de tumores malignos, alterações enzimáticas, infecções, radiações, abortamentos, infertilidade, insuficiência renal e hepática entre outras, quando comparados com a incidência destas doenças em outros médicos de outras especialidades. Quanto à radiação ionizantes a que estamos expostos, ainda não há para o anestesiologista dosímetros sobre a quantidade de radiações que ele já recebeu num intervalo de tempo. 9 - Como a falta de anestesiologistas impacta o funcionamento da emergência e de outros setores de um hospital? Na realidade não há falta, mas se houver, certamente impactará o atendimento de emergência e urgência, bem como das cirurgias de rotina de um hospital. Por ser uma especialidade que provê meios para que outros especialistas atuem, a Anestesiologia é sempre um ponto essencial em hospitais que prestam atendimento terciário, isto é, que fazem cirurgias, procedimentos terapêuticos complexos, investigações diagnósticas, exames radiológicos invasivos, clínicas de dor, etc. Se esta mesma unidade hospitalar possuir também um setor de emergência de grande porte, a falta de anestesistas implicará em grave risco para a população. 10 - O senhor acredita que a falta de mão de obra é um problema exclusivo da anestesiologia ou acontece também em outras especialidades médicas? Em quais? Não acredito que haja falta de mão de obra. Acredito haver muito mais uma distribuição geográfica não uniforme do que uma escassez de anestesiologistas. A irregularidade na distribuição dos profissionais, conforme exposto anteriormente, ocorre também em outras especialidades, principalmente aquelas em que, por existirem menos especialistas ainda que o número seja adequado , propiciam que o médico jovem se estabeleça mais precocemente na rede privada. Talvez a dramaticidade da falta de anestesistas num hospital seja mais visível que a de outros especialistas porque a Anestesiologia é imprescindível para o funcionamento de todas as especialidades cirúrgicas, além de alguns procedimentos cardiológicos, radiológicos e endoscópicos. Ainda, o anestesiologista precisa de um local de trabalho minimamente equipado, de acordo com a Resolução 1802/2006 do CFM e, isso, nem sempre é encontrado. Precisa também, contar com equipe de trabalho para que os pacientes tenham atendimento de forma digna. Finalmente, remuneração que possa dar ao profissional condições razoáveis de vida. Na prática, todos esses itens em conjunto, dificilmente são encontrados. Quando satisfeitas estas condições, sem dúvida, o número de profissionais poderá estar adequado. Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 27 CALENDÁRIO CIENTÍFICO OFICIAL 2009 MARÇO 26 a 28 de março - XXXIII JONNA – Jornada Norte-Nordeste de Anestesiologia, V Jornada Norte-Nordeste de Dor e II e Fórum de Cooperativismo Belém – PA ABRIL 18 A 20 – 44ª JORNADA SULBRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA - JOSULBRA Florianópolis - SC JUNHO AGOSTO 13 a 15 – 40ª Jornada de Anestesiologia do Brasil Central – Xl Curso Fundamentos Científicos em Anestesiologia Goiânia / GO OUTUBRO 17 A 21 – ASA Annual Meeting New Orleans – Los Angeles - USA SETEMBRO 10 a 12 XVII JAEPE - Jornada de Anestesiologia do Estado de Pernambuco Summerville Beach Resort na Praia de Muro Alto - Porto de Galinhas / PE 06 a 09 – Euroanesthesia 2009 MILÃO - ITÁLIA NOVEMBRO 25 a 27 – 42ª JASB – Jornada de Anestesiologia do Sudeste Brasileiro – Rio de Janeiro – RJ Hotel Intercontinental 14 a 18 - 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia Centro de Convenções da Bahia Salvador / BA cursos pré-congresso estão previsto para dias 13 e 14/11 de (09h17h) - depender da demanda. 2010 OUTUBRO 16 a 20 – ASA Annual Meeting San Diego – California - USA NOVEMBRO 57º Congresso Brasileiro de Anestesiologia Porto Alegre / RS 2011 OUTUBRO 15 a 19 – ASA Annual Meeting Chicago – Illinois - USA NOVEMBRO 58º Congresso Brasileiro de Anestesiologia Fortaleza / CE Não percam em 2009! 28 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista REGIONAIS Eleições N SARGS elege nova diretoria a noite de quarta-feira (03/12), foi realizada a Assembléia Geral Ordinária da Sociedade de Anestesiologia do Rio Grande do Sul (SARGS) que elegeu a nova Diretoria para a gestão 2009, presidida pelo Dr. Daniel Volquind, de Caxias do Sul. No total, foram 110 votos válidos, dos quais apenas dois foram brancos e nenhum nulo. A maioria das células veio do interior gaúcho, por carta. Na ocasião, também foram eleitos os Membros da Assembléia de Representantes da SARGS - gestão 2009/2010. Em seu discurso de posse, o Dr. Daniel Volquind agradeceu a confiança e observou que a Chapa Única teve aprovação, uma vez que o número de votos brancos foi desprezível e não houve voto nulo. Agradecemos aos colegas que nos deram credibilidade e nos elegeram por meio de seu voto, nos dando coragem para os novos desafios que, certamente, teremos no decorrer desta gestão que se inicia, enfatizou. Por sua vez, antes de passar o comando da Sociedade, o então presidente da SARGS, Dr. Florentino Mendes, se disse grato por ter finalizado sua terceira gestão com sucesso. A cada nova oportunidade, aprendemos a errar menos, disse Dr. Mendes. E essa nova diretoria comprova o sucesso de nosso trabalho, uma vez que muitos membros pertenciam a nossa gestão que, acima de tudo, buscou unir a categoria de anestesiologistas, salientou o ex-presidente, argumentando que o número de associados ampliou em quase 20% nesse ano. Durante o ano, ainda foi elaborado o Planejamento Estratégico da SARGS 2008-2012, quando foi definida a missão da SARGS: buscar o aprimoramento técnico-científico na área da anestesiologia e da dor, promover a defesa profissional e da imagem e fortalecer as relações entre os anestesiologistas e destes com a sociedade. O presidente eleito salientou que a diretoria da SARGS foi parcialmente renovada e seguirá atuante e interagindo com seus associados. Nosso maior objetivo será o de levar cur- Da esquerda para a direita: Drs. Vasco Miranda Júnior - Diretor Financeiro, Danilo Rangel Menezes - Diretor Social e de Marketing, Daniel Volquind - Presidente, Fábio Amaral Ribas - Vice-Presidente, Regis Borges Aquino - Diretor Científico e André Prato Schmidt - 1º Vice-diretor Científico sos itinerantes ao interior do Estado, de março a agosto, privilegiando cinco pólos do Estado: Pelotas, Santa Maria, Passo Fundo, Ijuí e Caxias do Sul, adiantou Dr. Volquind. Nos anos anteriores, ele foi vice-presidente da SARGS e diretor científico. Entre outros eventos para 2009, está confirmada a 20ª edição da Jornada de Anestestesiologia do Rio Grande do Sul (JARGS) e a 3ª Jornada de Dor, em Canela, nos dias 5 e 7 de setembro de 2009. A Comissão Organizadora já está empenhada em proporcionar uma Jornada de nível científico-associativo elevado e oferecer descontos aos sócios que anteciparem sua inscrição. A diretoria da SARGS gestão 2009 tem a seguinte composição: Presidente: Dr. Daniel Volquind Vice-presidente: Dr. Fábio Amaral Ribas Diretor Social e de Marketing: Dr. Danilo Rangel Menezes Diretor Científico: Dr. Regis Borges Aquino 1º Vice-diretor Científico: Dr. André Prato Schmidt 2º Vice-diretor Científico: Dr. Gustavo Ayala de Sá Diretor Financeiro: Dr. Vasco Miranda Junior Homenagem Dra. Maria Simonetti recebe homenagem durante Jornada em Mossoró/RN. PARABÉNS Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 29 Novas diretorias de Regionais Gestão 2009/2010 SAEPI SAEPA Presidente: Lindolfo Galvão Diretor Financeiro: Ursulino Martins Neiva Diretor Administrativo: Antônio de Pádua de Sousa Ramos Diretor Científico: Ézio Ricardo de Brito Amorim Presidente: Mário de Nazareth Chaves Fáscio Vice-Presidente: Bruno Mendes Carmona Secretário Geral: Antônio Jorge Ferreira da Silva Júnior Tesoureira: Heloisa Chaves Arêas Diretor Científico: Luís Paulo Araújo Mesquita Diretor de Defesa Profissional: Jalvo Hermínio Chucair Granhen Presidente: João Maximiano Pierin Barros Vice-Presidente: Kleber Machareth de Souza Diretor Científico: Fábio Vinicius Benevenuto Feltrim Primeiro Secretário: Adriana Marques da Costa Segundo Secretário: Ester Stangarlin Fernandes Rocha Primeiro Tesoureiro: Édina Rodrigues Teruya Segundo Tesoureiro: Sérgio Augusto Rodrigues Presidente: Francisco José Antunes de Brito Secretário Geral: Maria do Socorro Almeida Barbosa 1º Tesoureiro: Airton Ayres Bezerra da Costa 2º Tesoureiro: Cristovam Alves de Lira Terceiro Diretor Administrativo: Maria Ester Correia Troncoso Diretor de Defesa Profissional: Ana Cecília Melo da Silva Sarubbi Diretor Científico: Ana Cintia Carneiro Leão 30 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista Presidente: Sérgio Luiz do Logar Mattos Vice-Presidente: Luiz Bomfim Pereira da Cunha Primeiro Secretário: Maria Aparecida Barreto de Oliveira Segundo Secretário: Sylvio Valença Lemos Neto Primeiro Tesoureiro: Samuel Felipe da Fonseca Gelli Segundo Tesoureiro: Helton José bastos Setta Diretor Científico: Ana Cristina Pinho Mendes Pereira Diretor de Eventos e Publicações Periódicas Edmar Alves dos Santos Presidente: José Nilson Fortaleza de Araújo Vice-Presidente: Rômulo Frota Lôbo Tesoureiro: Sérgio Mota Rôla Secretário Geral: Cícero Péricles de Lucena Feitosa Diretora Científica: Danielle Maia Holanda Dumaresq Diretora Defesa Profissional: Shirley Ulisses Paiva Provas da SBA 2009 Como efetuar a inscrição: - Efetuar depósito bancário correspondente ao valor da inscrição, cujo comprovante deverá ser encaminhado à Secretaria da SBA, pelo correio, com aviso de recebimento, juntamente com o requerimento de inscrição que deve identificar qual a prova desejada. (vide modelo portal da SBA) Endereço para envio da inscrição: Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - 22251-080 Rio de Janeiro RJ -Datas limite para inscrições nas provas: TSA oral primeiro semestre TEA Dor, TSA escrita e TSA oral segundo semestre 23/03/2009 11/05/2009 17/08/2009 - Dados do Depósito: Valor único para inscrição nas provas: R$ 428,00 (quatrocentos e vinte oito reais) Favorecido: Sociedade Brasileira de Anestesiologia CNPJ: 33.748.831/0001-03 Banco Real: Agência: 0826 Conta-Corrente: 7805109-6 - Informações importantes: 1- Não serão efetuadas inscrições com pendências de documentos ou necessidade de alteração de categoria. 2- Antes de solicitar sua inscrição, confirme no portal da SBA os documentos necessários para efetivação de sua inscrição. 3- Não serão aceitas inscrições via fax ou e-mail. 4- Caso até 30 dias após o encerramento das inscrições não receba nenhuma comunicação da SBA, favor encaminhar solicitação de revisão de sua inscrição, acompanhada do aviso de recebimento comprovando a entrega da inscrição pelo correio. 5- No dia da prova, será exigida como identificação do candidato, a carta de confirmação da inscrição e documento de identidade com foto atualizada. O candidato deverá estar munido de caneta preta ou azul. 6- Caso necessite de maiores esclarecimentos sobre o assunto, favor contatar a SBA - (21) 2537-8100, anotando o nome do funcionário atendente 7- Não haverá prorrogação de prazo para inscrição. Não serão aceitas inscrições fora do prazo. 8- Provas Escritas: Prova TEA - será realizada na regional de origem do candidato inscrito - dia 08/08/2009 Prova de Dor - dia 13/11/2009 Prova TSA - dia 14/11/2009 9- Provas Orais: A distribuição dos dias de realização das provas orais, será efetuada pela ordem de inscrição, assim sendo, antecipe sua inscrição. Prova Nacional para Médicos em Especialização em Centros de Ensino e Treinamento 12 de dezembro de 2009 – sábado ME1 – 10:00 / 12:00 h • • • • ME2 – 14:00 / 16:00 h ME3 – 17:00 / 19:00 h (Horário de Brasília) Todos os médicos em especialização, cadastrados como membros aspirantes da SBA, automaticamente encontram-se inscritos para a realização destas provas. Os médicos em especialização deverão quitar sua anuidade até a data de vencimento (30/04/2009). Os médicos em especialização que não estiverem regularizados não poderão realizar a prova nacional. Solicitações de realização de prova fora da Regional onde o ME encontra-se cadastrado e horário especial por motivos religiosos, deverão ser encaminhados para a secretaria da SBA, por escrito, pelo(a) Responsável pelo CET até 01/10/2009. Mais informações, acesse o site da SBA: www.sba.com.br/home/provassba.asp Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 31 Datas Associativas Importantes DATA DESCRIÇÃO ELEIÇÕES DIRETORIA E CONSELHO FISCAL - SBA 16/8/2009 a 16/9/2009 16/8/2009 Período de inscrição de chapas para eleições da Diretoria e Conselho Fiscal. Limite para regularização SBA e Regional para os associados interessados em participarem das eleições. 13/11/2009 Limite para recebimento de votos postais para as eleições da Diretoria e Conselho Fiscal. ASSEMBLÉIA GERAL 16/8/2009 15/11/2009 - 12:00 h Convocação para a Assembléia Geral. Assembléia Geral para eleição da Diretoria e Conselho Fiscal, aprovação das contas e alterações Estatutárias. 15/11/2009 Limite para regularização com a SBA e Regional dos membros ATIVOS que queiram participar da Assembléia. ASSEMBLÉIA DE REPRESENTANTES 16/9/2009 16/9/2009 Convocação para a Assembléia de Representantes. Limite para regularização com a SBA e Regional dos associados que serão indicados por suas Regionais como representantes e/ou suplentes. 17/8/2009 Limite para envio pelas Regionais, à secretaria da SBA, listagem de membros quites com a Regional, para cálculo do número de Representantes da AR. 16/9/2009 Limite de envio dos relatórios para o Boletim Agenda (Diretoria, Comissões, Comitês, Conselhos e RBA). Até 16/9/2009 Divulgação do número de Representantes de cada Regional para a Assembléia de Representantes. 14/11/2009 - Até 13:00 h Entrega à secretaria da SBA, no CBA, pelos Presidentes das Regionais, da lista de Representantes e Suplentes de suas Regionais. 15/11/2009 - Até 11:00 h 15/11/2009 - 13:00 h 15/11/2009 - Até 13:00 h 17/11/2009 - Até 17:00 h Disponibilização das credenciais de representantes e suplentes para os presidentes de Regionais. Sessão de Instalação. Devolução da lista de Representantes e Suplentes, devidamente assinada para liberação da bancada. Disponibilização do material da AR para os Presidentes, na secretaria da SBA, no CBA. 18/11/2009 - 13:00 h Sessão de Ordem do Dia. 18/11/2009 - 13:00 h Até o início da Sessão de Ordem do Dia poderão ser substituídas credenciais Representes por Suplentes. REUNIÕES DA DIRETORIA DA SBA DURANTE JORNADAS REGIONAIS 28/3/2009 - JONNA 09:00 h - com Presidentes de Regionais / 11:00 h - com Presidentes de Cooperativas e FEBRACAN 19/4/2009 - JOSULBRA 09:00 h - com Presidentes de Regionais / 14:00 h - com Presidentes de Cooperativas e FEBRACAN 27/6/2009 - JASB 09:00 h - com Presidentes de Regionais / 14:00 h - com Presidentes de Cooperativas e FEBRACAN 15/8/2009 - JABC 09:00 h - com Presidentes de Regionais / 14:00 h - com Presidentes de Cooperativas e FEBRACAN REUNIÕES DA CET DURANTE JORNADAS REGIONAIS 28/3/2009 - JONNA 19/4/2009 - JOSULBRA 08:00 h - com Responsáveis Região Norte-Nordeste / 11:00 h - com ME Região Norte-Nordeste 08:00 h - com Responsáveis Região Sul / 11:00 h - com ME Região Sul 27/6/2009 - JASB 08:00 h - com Responsáveis Região Sudeste / 11:00 h - com ME Região Sudeste 15/8/2009 - JABC 08:00 h - com Responsáveis Região Centro Oeste / 11:00 h - com ME Região Centro Oeste DIVERSOS 30/6/2009 Limite para envio do relatório anual dos CET 30/6/2009 Limite para inscrição de trabalhos concorrentes a Prêmios / SBA (vide por tal) 32 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista Notícias da Tesouraria Senhores Associados, A Diretoria da SBA elaborou a Proposta Orçamentária a ser executada durante o ano de 2009, tendo o cuidado de manter todos os benefícios concedidos anteriormente e ainda considerando novas aquisições para o ano em curso. Conscientes da situação político-financeira em vigência em nosso País e no mundo, propusemos que a anuidade se mantivesse congelada pelo terceiro ano consecutivo. Face ao exposto, informamos que os valores praticados para o ano de 2009 não sofreram nenhum reajuste. Informamos que a cobrança da anuidade 2009 já foi encaminhada pelo correio. O vencimento da anuidade com desconto será em 31/03/2009; o pagamento da primeira parcela para os que optarem pelo pagamento parcelado será em 28/02/2009 e o vencimento da anuidade com valor integral será em 30/04/2009. Caso não receba o boleto até a semana do seu vencimento, poderá solicitar uma segunda via, por e-mail, que encaminharemos em seguida (também por e-mail). 1- VALORES DAS ANUIDADES 2009 ATIVOS E ADJUNTOS - R$ 428,00 (quatrocentos e vinte e oito reais) a. Pagamento até: 31/03/2009: R$ 408,00 (quatrocentos e oito reais) – com desconto. b. Pagamento até: 30/04/2009: R$ 428,00 (quatrocentos e vinte e oito reais) – integral. ASPIRANTES ME1 (ADMISSÃO) - R$ 214,00 (duzentos e quatorze reais). Na admissão de novos membros, a anuidade não poderá ser parcelada. ME2 E ME3 - R$ 214,00 (duzentos e quatorze reais) a. Pagamento até 31/03/2009: R$ 204,00 (duzentos e quatro reais) – com desconto. b. Pagamento até 30/04/2009: R$ 214,00 (duzentos e quatorze reais). ASPIRANTES-ADJUNTO (Ingresso e Renovação) R$ 214,00 (duzentos e quatorze reais). Na admissão de novos membros, a anuidade não poderá ser parcelada. ESTRANGEIRO US$ 240,00 (duzentos e quarenta dólares americanos) No caso de admissões de novos membros, não serão aplicados os descontos. 2- TAXA DE READMISSÃO ASPIRANTES/ASPIRANTES-ADJUNTOS - R$ 10,00 (dez reais) A partir de 01/05/2009: R$ 214,00 (duzentos e quatorze reais)+ taxa de readmissão vigente R$ 10,00 (dez reais) para pagamento à vista – totalizando o valor de R$ 224,00. ATIVOS/ADJUNTOS - R$ 20,00 (vinte reais) A partir de 01/05/2009: R$ 428,00 (quatrocentos e vinte e oito reais) + taxa de readmissão vigente R$ 20,00 (vinte reais) para pagamento à vista - – totalizando o valor de R$ 448,00. 3- PARCELAMENTO ANUIDADES - Até o prazo do vencimento, poderá ocorrer parcelamento em até 3 vezes, devendo o vencimento da última parcela coincidir com o da anuidade da SBA - 30/04/2009. 1º Vencimento 28/02/2009 2º Vencimento 31/03/2009 3º Vencimento 30/04/2009 - No caso de parcelamento será acrescido um valor de: Aspirantes, Aspirantes-Adjuntos R$ 10,00; Ativos e Adjuntos R$ 20,00. A taxa de readmissão e parcelamento serão acrescidas, integralmente, na primeira parcela da anuidade. O valor com desconto, não poderá ser pago de forma parcelada. Na admissão de novos membros, a anuidade não poderá ser parcelada. 4- ASSINATURA DA REVISTA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA: Nacional R$ 428,00 Internacional U$ 240,00 (dólares americanos) Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 33 RESPONSABILIDADE SOCIAL O Ciclo do Papel O ciclo de vida do papel tem início muito antes de adquirir o seu aspecto final - o de papel pronto a utilizar. Na verdade, o seu ciclo de vida tem início na matéria prima que lhe dá origem: a árvore. E, ao contrário do que muitos pensam, a vida do papel não termina depois de ser utilizado: o papel é um produto que pode ser reciclado várias vezes, sendo os papéis usados uma importante fonte de matérias primas. O papel é um produto natural obtido a partir de recursos renováveis. O seu ciclo de vida tem início quando se plantam árvores destinadas a serem utilizadas pela indústria papeleira, de acordo com uma política de Gestão Florestal sustentada. Estas árvores, depois de colhidas e cortadas, são descascadas e estilhaçadas para serem cozidas, dando assim forma à pasta de papel. Tem então lugar o fabrico do papel propriamente dito. A pasta é introduzida no pulper, juntamente com outros elementos, formando a folha de papel em bobine. É nesta fase do processo que podem ser introduzidos os papéis usados que, depois de seleccionados e triados, são adi- 34 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista cionados à pasta de papel. Assim nasce o papel que, consoante a quantidade de fibras recuperadas e fibras virgens presentes na sua composição, apresenta características distintas. Na verdade, existem 57 categorias de papel diferentes. Depois de fabricado, o papel é transformado de acordo com as utilizações que vai conhecer: desde simples folhas de papel até envelopes, caixas e sacos, o papel conhece múltiplas funções. O papel assim transformado é depois utilizado pelo consumidor final, que o introduz de forma quase maquínica e inconsciente no seu dia-a-dia. As revistas e livros que lemos, os bilhetes de cinema, as embalagens de leite e sumo, as caixas de sapatos e as embalagens de produtos alimentares são apenas alguns dos produtos que consumimos diariamente e nos quais o papel está presente. A vida do papel não termina com a sua utilização, uma vez que o papel usado pode ser reciclado até 5 vezes. As fibras de papel recuperadas são reutilizadas no fabrico de novos produtos de papel, conferindo assim ao papel usado uma nova vida. Contudo, e para que a reciclagem seja uma realidade, a colaboração dos consumidores é fundamental - na prática, a reciclagem tem início na separação doméstica das embalagens usadas. A reciclagem de papel usado poupa recursos naturais e contribui para a defesa do meio ambiente. Papel reciclado não é sinönimo de papel sem qualidade - é antes um sinal de qualidade de vida. Recicle: o seu papel é essencial! Fontes: 1- http://www.recipac.pt 2 - http://filmescomenergia.blogspot.com 3 - http://br.answers.yahoo.com 4- http://www.furg.br/ portaldeembalagens/tres/reciclag.html Sociedade Brasileira de Anestesiologia Relatório Gerencial SBA 2008 MISSÃO Congregar os anestesiologistas brasileiros, promovendo a formação e a atualização técnico-científica, associada à implementação de ações de defesa profissional, visando for talecer a especialidade junto à comunidade médica e leiga. VISÃO Significar, para a comunidade de profissionais envolvidos na prática da Anestesiologia, Tratamento da Dor e Medicina Perioperatória, uma entidade exemplar no campo do ensino, atualização científica e defesa profissional, com reconhecimento da comunidade científica mundial. Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 35 Planejamento Estratégico da Sociedade Brasileira de Anestesiologia “Num mundo como este, a única certeza estável é a de que os ventos da mudança virão... ... mas se não posso controlar os ventos, devo comandar as velas” AC Kronemberger A era do conhecimento que estamos vivenciando, sinaliza e orienta as organizações a quebrar tradicionais paradigmas e atuar de forma diversa de como vinham atuando no passado. Quando se quebram antigos paradigmas ocorre a necessidade de se buscar os novos, de forma consciente e planejada. Idéias inovadoras devem ser estudadas e esforços devem ser dirigidos à sua implantação. Os responsáveis diretos pela condução dos destinos da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), além do desenvolvimento das questões puramente científicas, econômicas e administrativas, estão agindo nas rupturas políticas e culturais atuais, no sentido de inserir a organização neste ambiente de constantes mudanças. Para tanto, cuidados especiais e uma revisão profunda na análise do cenário onde a Sociedade está inserida estão sendo realizados nos últimos anos. O Planejamento Estratégico foi criado como uma forma de identificar objetivos que a nossa Sociedade pretende alcançar, definindo e executando as ações necessárias. Há três anos a SBA vem desenvolvendo a identificação de objetivos e o diagnóstico de fatores críticos, utilizando para tal, uma metodologia definida como Planejamento Estratégico Organizacional. Neste modelo, os caminhos a serem perseguidos para atingir os objetivos estabelecidos deverão ser ponderados sob a ótica de fatores que influenciarão de forma positiva ou negativa o alcance dos mesmos. Torna-se importante que a busca destes objetivos estratégicos considerem o contexto no qual a 36 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista sociedade está inserida, e para tanto, a identificação dos pontos fortes e fracos da organização e as oportunidades e ameaças (análise SWOT) que o cenário externo contextualiza farão com que a adoção desta metodologia permita o desenvolvimento de um elenco de ações que deverão ser adotados de forma estruturada e acompanhada de forma matricial. Como pode ser observado no Mapa Estratégico Organizacional de 2008, nossos Objetivos Estratégicos (retângulos) e os correspondentes Fatores Críticos de Sucesso (elipses), estão agrupados sob quatro perspectivas, listadas na coluna da esquerda, denominadas “Pessoas/Conhecimento”, “Processos Internos”, “Clientes/Sociedade” e “Financeira”, numa sequência que deve ser lida de baixo para cima, já que cada perspectiva serve de apoio para as que estão acima (tabela 1). Neste contexto, de forma objetiva, relatamos a performance de cada departamento, que será detalhada com a utilização da metodologia acima descrita. Departamento Administrativo Neste ano, foi realizado um conjunto de decisões e ações estratégicas para determinar o desempenho da SBA a longo prazo (figura 1). No mundo plano em que vivemos, o planejamento é a principal ferramenta que nos diferencia dos comuns. Após a implantação, nosso desafio foi o aprimoramento e a manutenção deste conjunto de ações que nortearão nosso futuro. Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 37 Trabalhamos também para aproximar os anestesiologistas em não-conformidade com a Diretoria, a desmistificação da anestesiologia junto ao público leigo e a modernização do portal da SBA. Outro pilar importante da diretoria administrativa foi a editoração do “Anestesia em Revista”, que consiste num veículo de comunicação direta com os sócios, disponibilizando ma- Fig. 1 – índice de indicadores em situação crítica térias referentes às ações da Diretoria, divulgação de evenEste projeto visa o estabelecimento de convênios tos científicos, notícias das comissões e comitês, de cooperação entre instituição hospitalar, gestor de pareceres técnicos e informações diversas sobre a saúde do município sede do hospital e Ministério da anestesiologia brasileira e mundial. Saúde que disponibilizará recursos para as instituiTambém é importante que se divulgue o acervo ções hospitalares se adequar aos requisitos exigidos científico disponibilizado como: inúmeros livros e na resolução. periódicos científicos que compõem a biblioteca siEste programa visa contemplar primariamente tuada na sede e a biblioteca virtual, que disponibiliza adequação dos Hospitais do SUS, Hospitais Filanem nosso portal virtual 16 periódicos full-text e dois trópicos, Santas Casas e Hospitais Universitários. livros. A SBA tem mantido contato freqüente com o Ministério da Saúde através do Departamento de Departamento de Defesa Profissional Regulação Avaliação e Controle de sistemas buscando melhorias na remuneração dos atos anestéEm 2008 foi concluída a pesquisa para avaliar o sicos praticados em pacientes do SUS. Esta prática cumprimento da resolução CFM 1.802/2006 no que tem refletido em melhorias pecuniárias e na prótange as adequações estruturais e tecnológicas nos pria estruturação da tabela, contemplando procehospitais brasileiros (figuras: 2, 3 e 4). dimentos que não eram previstos e inclusão da Dos 4.775 hospitais cadastrados na Federação remuneração do anestesista para procedimentos de Brasileira de Hospitais, 785 (16,5%) responderam ao questionário evidenciando que um número significativo de instituições não cumprem os quesitos considerados como condições mínimas de segurança para a prática do ato anestésico enumerados na referida resolução. Diante desta realidade a SBA estabeleceu junto ao Ministério da Saúde através da Coordenadoria Geral de Alta Complexidade Ambulatorial, um projeto de adequação das instituições às recomendações da Fig. 2 – distribuição geográfica dos hospitais que Resolução CFM 1.802/06. responderam ao questionário 38 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista Fig. 3 – percentual de hospitais que disponibilizam uma unidade por local onde há prática do Ato Anestésico diagnóstico e terapêutico que não eram contemplados anteriormente. Este trabalho continuará no ano que se inicia buscando sempre alcançar um nível digno de remuneração dos serviços prestados na assistência do cidadão amparado pelo poder público. Na saúde suplementar a SBA e a FEBRACAN vem procurando estreitar uma relação entre estas instituições, buscando inicialmente o desenvolvimento de um banco de dados que permita mapear nos diferentes estados da federação as práticas comerciais e organizacionais, para que possamos desenvolver ações estratégicas que tragam melhorias das condições de trabalho, ganhos compartilhados e visão de longo prazo, tanto para os anestesiologistas quanto para todos os “players” envolvidos no processo assistencial. A diretoria da SBA em conjunto com o departamento jurídico elaborou um projeto de solicitação de reconhecimento por parte da previdência social do caráter de aposentadoria especial para o profissional anestesiologista. Para tanto foi realizado o perfil profissiográfico da atividade do anestesista, e elaborada a sustentação jurídica do caráter especial da profissão. Este projeto foi encaminhado ao Congresso Nacional e encontra-se em tramitação na Câmara dos Deputados. ensino e treinamento trabalhou com afinco para permitir aos Centros de Ensino e Treinamento (CET) condições adequadas para o ensino da anestesiologia. Diversas vistorias foram realizadas e infelizmente, porém necessário, sugeriu a suspensão de vagas para o próximo ano em algumas delas, até que graves problemas encontrados venham a ser corrigidos. Temos insistido com a Comissão Nacional de Residência Médica que adote o sistema de controle utilizado pela SBA em seus centros, nas residências médicas que não são credenciadas pela SBA visando a uniformização do padrão na formação de novos especialistas em anestesiologia. Destacou-se o desenvolvimento de um novo projeto, as vídeoaulas para médicos em especialização que permitiram a democratização do ensino para todos os oitenta e quatro centros, através de aulas ao vivo, via internet, permitindo inclusive interatividade entre o especializando e os renomados palestrantes convidados para ministrarem as aulas do programa. Esperamos ao longo de três anos ofe- Departamento Científico Neste ano procuramos não descuidar da formação e aperfeiçoamento do anestesiologista brasileiro. A nossa comissão de Fig. 4 - percentual de hospitais que disponibilizam uma unidade no Centro Cirúrgico Anestesia em revista - jan/fev, 2009 - 39 Fig. 5 - nº de acessos a vídeoaulas / mês cia, no portal da SBA, os ME superaram a nossa meta de de seiscentos acessos/mês (figura 6). Outro destaque foi a publicação do livro de Metodologia Científica, que contribuirá para o desenvolvimento de pesquisas e publicações de trabalho científico no bojo da nossa sociedade. A comissão de normas técnicas e segurança em anestesia tem procurado manter vigilância constante quanto as normativas relacionadas aos equipamentos e instrumentos utilizados em anestesia. Ao longo do ano participou de diversas reuniões na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), bem recer um percentual significativo do programa científico do curso de especialização (figura 5). Devido ao alto custo deste programa e a problemas de incompatibilidade do horário para assistir a apresentação on-line para os oitenta e quatro CET, novas alternativas também foram estudadas para garantir a qualidade no ensino da anestesiologia. A comissão de educação continuada tem procurado oferecer aos anestesiologistas instrumentos eficazes para o constante aprimoramento de nossos sócios. Através de cursos on-line, videoconFig. 6 - nº de acessos de ME aos livros de educação continuada ferências e publicação de livros com temas específicos. Tem cuidado com como esta desenvolvendo um trabalho de revisão os erros das questões ligadas a resertificação do Título em todas as normas vigentes, que dizem respeito à de Especialista em Anestesiologia. Nos livros a distânanestesia, procurando a sua modernização e aperfeiçoamento. A Comissão Examinadora do Título Superior em Anestesiologia, além do eficiente trabalho na elaboração das provas, desenvolveu uma série de ações com o objetivo de tornar os testes cada vez mais adequados à realidade do anestesiologista brasileiro tentando diminuir ao máximo a chance de serem cometidas injustiças com aqueles que procuram ter uma titulação diferenciada (figuras 7 e 8). Fig. 7 - índice de aprovação na prova do TSA - escrito 40 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista Em especial, queremos destacar que, finalmente, tivemos confirmada a indexação da Revista Brasileira de Anestesiologia (RBA) no Medline. Isto permitirá que a partir de agora nossos autores tenham seus trabalhos visíveis perante a comunidade científica internacional. É o processo final de reconhecimento por anos de trabalho árduo de tantos diretores, ediFig. 8 - índice de aprovação na prova do TSA - oral tores, revisores, autores e funcionários da nossa sociedade, tão Administrativa” e “Incremento na na busca e manutenção da excelência da nossa Fidelização, Reinserção e Captação de Associarevista. dos” (figuras 9, 10 e 11). O primeiro insere-se na perspectiva “Pessoas/Conhecimento”, que apóia as ações vinculadas ao Departamento Científico e ao de Defesa Profissional, ambas enquadradas em “Processos Internos”. Já o segundo, enquadra-se sob a perspectiva “Clientes/Sociedade”, que atua em sinergismo com a Tesouraria, que, por sua vez, se alinha na perspectiva “Financeira”. Entre as ações que visam o Fig 9 - nº de fidelização de sócios objetivo “Busca da Excelência na Gestão Administrativa”, encontraSecretaria Geral se a elaboração de Procedimentos Operacionais Padrão, ou simplesmente POP, que são sistematiÀ semelhança da própria Anestesiologia, que é uma atividade de meios e não de fim, a Secretaria da SBA provê suporte para o desenvolvimento de praticamente todas as ações descritas no planejamento estratégico da entidade. A Secretaria da SBA, além de apoiar os demais setores em suas ações, tem sob sua responsabilidade específica ações relacionadas aos objetivos Fig 10 - nº de reinserção de sócios “Busca da Excelência na GesAnestesia em revista - jan/fev, 2009 - 41 Tesouraria Fig 11 - nº de captação de novos sócios zações de processos internos, almejando uniformizar e racionalizar o trâmite de documentos. Em 2008, nossa meta constava da elaboração e descrição de nove POP e foi alcançada. Para 2009, estamos com mais 13 (treze) POP elaborados e em fase final de descrição. ADMINISTRAÇÃO • • • • • Presidente: Jurandir Coan Turazzi Vice Presidente: Luiz Antônio Vane Secretário Geral: Carlos Eduardo Lopes Nunes Tesoureiro: Henri Braunstein Diretor do Departamento Administrativo: Airton Bagatini • Diretora do Departamento Científico: Nádia Maria da Conceição Duarte • Diretor do Departamento de Defesa Profissional: José Mariano Soares de Moraes QUADRO DE PESSOAL • Gerente Administrativa Financeira: Maria de Las Mercedes Gregoria Martin de Azevedo • Auxiliar Administrativo Júnior: Carla Palmieri • Assistente Administrativa Pleno: Valeria de Souza Teixeira 42 - jan/fev, 2009 - Anestesia em revista O Planejamento estratégico, que a SBA implantou para o ano de 2008, propiciou a criação de metas que motivaram a obtenção de recursos para torná-las exeqüíveis. A busca pelo crescimento das parcerias com empresas farmacêuticas e com outras entidades médicas nortearam o nosso gerenciamento financeiro, bem como, contribuíram para a fidelização, reinserção e captação de sócios. Em suma, a obtenção de receita compatível com financiamento de projetos, o aumento da receita bruta da SBA, a intensificação da busca de anunciantes nas publicações e na parceria dos novos projetos, foram as metas atingidas do departamento financeiro. • Auxiliar Administrativa Pleno: Adelaide de Souza Rodrigues • Analista de Sistemas Júnior: Rodrigo Ribeiro Matos • Assistente Administrativo Sênior: Marcelo de Azevedo Marinho • Auxiliar de Serviços Gerais: Alcinete Oliveira de Souza • Auxiliar de Expedição Júnior: Hosenclever Torres Louzada • Assistente de Tesouraria Sênior: Regina Lúcia Rogério Miguel • Assistente de Tesouraria Júnior: Deize Lúcia da Silva • Bibliotecária Pleno: Teresa Maria Maia Libório • Auxiliar Administrativo Pleno: Marcelo de Carvalho Sperle • Assessor de Informática: José Bredariol Junior
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