Protótipos Textuais
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Protótipos Textuais
Protótipos Textuais A argumentação Ana Luísa Costa (org.) Ana Luísa Costa (org.) Sequência argumentativa Esquema tripartido (Ducrot: 1973) A passagem das premissas à conclusão, ou a uma tese nova, é feita através de diversas operações argumentativas que sustentam a conexão e a progressão textuais. Ana Luísa Costa (org.) Operações argumentativas Asserção argumentativa básica (Adam:1992, 105) O Presidente falou ao país, mas não me convenceu. Premissa maior implícita: quando o Presidente fala, convence toda a gente. Premissa menor explícita: o Presidente falou ao país. Conclusão a que deveriam ter levado as duas premissas: O Presidente convenceu-me. Mudança de orientação argumentativa: O Presidente não me convenceu. Chave para a compreensão do argumento: MAS (estrutura contrastiva) Ana Luísa Costa (org.) Operações argumentativas Silogismo Todas as qualidades estão presentes nas flores. Todas as flores estão presentes no mel. O mel XXX. Bassols e Torrent (2003, 33-34) [Trad. Nossa] Premissa maior explícita: todas as qualidades estão presentes nas flores. Premissa menor explícita: todas as flores estão presentes no mel. Conclusão implícita: (portanto, todas as qualidades estão no mel). e Premissa maior implícita: todas as qualidades estão presentes no mel. Premissa menor explícita: XXX é mel. Conclusão implícita: portanto, todas as qualidades estão presentes no mel XXX. Chaves para a compreensão do argumento: - Paralelismo sintáctico das premissas - Resolução da elipse na conclusão. Ana Luísa Costa (org.) Tipos de premissas Factos Verdades (sistemas complexos de factos) Pressupostos do senso comum Valores Hierarquias (conceptuais ou quantitativas) Topoi quantitativos, qualitativos ou existenciais (cf. Perelman e Olbrechts-Tyteca (1988, 87-140) apud Bassols e Torrent (2003, 37-44)) Ana Luísa Costa (org.) Tipos de premissas Alguns exemplos Factos: há guerras inevitáveis Verdades (sistemas complexos de factos): a sociedade democrática funda-se numa justiça independente, na liberdade de expressão, ... ... Topoi Quantitativos: ex: acreditar no que acredita a maioria Qualitativos (todos os que se opõem à opinião comum): ex: preferir o difícil ao fácil Existenciais: dá prioridade ao que é real, actual, vivido. (cf. Perelman e Olbrechts-Tyteca (1988, 87-140) apud Bassols e Torrent (2003, 37-44)) Ana Luísa Costa (org.) Tipos de argumentos Argumentos por associação Argumentos por dissociação “Pseudo-argumentos” Cf. taxinomia dePerelman e Olbrechts-Tyteca (1988) Ana Luísa Costa (org.) Argumentos por associação Argumento causal; Argumento pragmático (por exemplo, o critério de validade); Argumento que relaciona fins e meios (por exemplo, competitividade-inovação); Argumento da inércia (por exemplo, a tradição); Argumento de autoridade; Outros recursos, como “exemplos”, “comparações” e “metáforas”. Ana Luísa Costa (org.) Argumentos por dissociação Exploração de pares antitéticos Teoria / prática Nacional / estrangeiro Subjectivo / objectivo ... Tira-se partido das oposições geralmente aceites. Ana Luísa Costa (org.) “Pseudo-argumentos” o ridículo; a redução ao absurdo; a ironia; as definições argumentativas; as tautologias; a regra da igualdade; a reciprocidade; relações parte-todo/todo-parte Ana Luísa Costa (org.) “Pseudo-argumentos” Alguns exemplos Tautologia: “A direita é a direita” Reciprocidade: “Se vender não é problema, comprar também não é.” Inclusão: “O que não é adequado à equipa não é adequado aos jogadores.” Relações parte / todo: “Se o filho é como a família, temos problemas.” Ana Luísa Costa (org.) Argumentação polémica e argumentação expositiva O conjunto de produtos textuais argumentativos inclui textos com argumentação expositiva cuja finalidade é defender uma tese sem que a argumentação passe necessariamente pela negação de teses contrárias, e textos com argumentação polémica, que envolvem sempre o confronto entre teses contrárias. Ana Luísa Costa (org.) Estruturas gramaticais na argumentação Conectores lógicos (de inferência, de causa, de condição, de oposição, de concessão, …); Estruturas contrastivas (adversativas, concessivas, Contraste Sintagmático, …); Subordinadas causais, concessivas e condicionais. Ana Luísa Costa (org.) Referências bibliográficas BASSOLS, M. e A. M. Torrent (2003) Modelos Textuales. Teoría y Práctica. Barcelona: EUMO. Octadero [pp. 11-28 e pp. 31-67] GRABE, William e Robert Kaplan (1996) Theory and Practice of Writing. Londres e Nova Iorque: Longman [pp. 177-201] Ana Luísa Costa (org.) Outras referências ADAM, J.-M. (1992) Textes: Types et Prototypes. Paris : Hachette BEREITER e SCARDAMALIA (1987). The Psychology of Written Composition. Hillsdale: Lawrence Erlbaum BRASSART, D. «Didactique de l’Argumentation Écrite : Approches psycho-cognitives» Argumentation 10, nº 1, 69-87 COUTINHO, Maria Antónia (2003) Texto(s) e Competência Textual. Lisboa: MCES, Fundação Calouste Gulbenkian PETITJEAN, A. (1989) «Les Typologies textuelles» Pratiques 62, 86-125 POMBO, Olga e António Guerreiro (eds.) (2006) Enciclopédia e Hipertexto. Lisboa: Editora Duarte Reis SCARDAMALIA, M. e C. Bereiter (1987) “Knowledge Telling and Knowledge Transforming in Written Composition”. In S. Rosenberg (ed.) Advances in Applied Psycolinguistics.V.2: Reading, Writing and Language Learning. Cambridge: Cambridge University Press TUTESCU, M. L’Argumentation. Introduction à l’Étude du Discours . Bucareste : Universitatea din Bucuresti, Editura Universitãtii din Bucuresti [online em http://www.unibuc.ro/eBooks/lls/MarianaTutescu-Argumentation/index.htm Last update February 2005] WERLICH (1976) Tipologie der Texte. Heidelberg: Quelle & Meyer Ana Luísa Costa (org.)