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Escola Secundária de Manuel Teixeira Gomes - Portimão - 2011/2012
Aluno: Roberta Sofia Malveiro Cabrita | e-mail: [email protected] | Nº: 17
Latim A | Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades
11.º ano de escolaridade | Turma: L
« Os ludi circenses »
- Os principais espetáculos incluídos nesta atividade;
-As semelhanças com espetáculos contemporâneos.
Fig.1 – O Coliseu de Roma - http://rumoroyalbrasil.files.wordpress.com/2010/07/coliseu.jpg - Acedido no dia 27 de
novembro de 2011[20h23]; O interior do Coliseu de Roma - http://www.espacoturismo.com/blog/wpcontent/gallery/roma/roma-3.jpg - Acedido no dia 27 de novembro de 2011 [20h23]; O Circo Máximo de Roma http://2.bp.blogspot.com/-Qlk6y-Cjn-c/TeYTfB1CtVI/AAAAAAAABFY/PZJDyqQ7jsY/s1600/Circus-Maximus-Roma.jpg –
Acedido no dia 27 de novembro de 2011 [20h24].
Os ludi circenses (jogos de circo) tinham lugar no circo ou num anfiteatro, sendo
que estes produziam grandiosos espetáculos e até mesmo grande violência.
O anfiteatro romano mais importante é certamente o grandioso coliseu de Roma
(primeira e segunda imagem da figura 1) que tinha lugar para cerca de 80 000
espetadores. Neste coliseu, realizavam-se combates de gladiadores, lutas de homens
contra feras, caçadas e batalhas navais, sendo estes alguns dos tão conhecidos ludi
circenses.
O circo era composto por uma extensa pista alongada que era contornada por
bancadas, tendo no seu centro uma espécie de espinha dorsal (spina) que muitas das
vezes era ornamentada por esculturas e era à sua volta que se realizavam corridas.
O circo mais conhecido e também talvez o mais importante e antigo é o Circo
Máximo de Roma (Circus Maximus). Este, depois de ser restaurado por César e ampliado
no tempo de Nero e de Trajano, tinha por cerca de 600 metros de comprimento, 200
metros de largura e capacidade para 300 000 espetadores. Neste, realizavam-se bigas e
quadriga, corridas de carros puxados por dois ou quatro cavalos.
Os primeiros jogos eram inicialmente celebrados em honra de Marte e Júpiter. Os
ludi circenses eram normalmente organizados pelos magistrados, sendo que os
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particulares também podiam organizá-los em ocasiões especiais. Tinham, por norma,
uma duração de dois a três meses na República mas, no início do Império tinham cerca
de 100 dias. Estes jogos seguiam o calendário religioso, sendo iniciados por uma
procissão. Apesar disso, a religião não passava de um pretexto para estes jogos serem
vistos.
Nas quadrigas, ou corridas de cavalos, os cocheiros usavam túnicas de cores
diferentes (para diferenciarem os seus grupos), colocavam um capacete e atavam as
rédeas a volta da cintura. Para as corridas terem fim, bastava que um dos coches
tocasse com a roda na spina, perdendo assim o cocheiro (agitator) a corrida. O cocheiro
punha entre as suas roupas uma faca para que, quando o cavalo se entusiasmasse,
cortasse as rédeas.
De outro modo, as lutas de gladiadores duram cerca de quatro dias, após o som
das trombetas, trompas e o órgão hidráulico soarem (iniciando a temporada dos jogos),
onde os gladiadores lutam até à morte com feras vindas de todo ou mundo, ou até
mesmo com outros gladiadores. Existem vários tipos de gladiadores caracterizando-se
pelos vários tipos de instrumentos que cada um usa. (Trácio: protegem-se por um escudo
redondo e armam-se com um punhal curvo; Mirmilão: protegem-se com um capacete e
um pequeno escudo; Retiário: armam-se com um tridente e uma rede.)
Existiam conjuntamente batalhas marítimas. Para estas acontecerem, era
necessário encher-se o coliseu de água, onde os gladiadores lutavam entre si, em
pequenos navios.
Gere-se uma grande atração por estes jogos, que se estendeu por todo o Império
Romano e, portanto, passaram a realizar-se também em outros inúmeros anfiteatros.
Muitos desses anfiteatros ainda existem hoje em dia, apesar de muitos deles,
infelizmente, se encontrarem num estado bastante degradado e até mesmo em ruínas.
A paixão pelas corridas era tão grande, que correu todo o império, como provam
muitas das construções ainda hoje existentes. Estes espetáculos interessavam a toda a
gente, desde senadores e pensadores, até a jovens de boas famílias, como ainda hoje
acontece.
No nosso dia-a-dia, encontramos muitas semelhanças nos nossos espetáculos
contemporâneos em relação aos ludi circenses, como por exemplo, já em cima referido, o
facto de interessarem a todos, desde a classe social mais baixa, à mais alta. O Coliseu
Romano, como mostram as duas primeiras imagens da figura 1, tem um aspeto físico,
que podemos assemelhar ao aspeto físico dos estádios de futebol ou até mesmo
estádios de atletismo, que conhecemos hoje (onde por vezes hoje em dia são
representadas peças de teatro). Além disso, encontramos também o facto de os
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espetáculos contemporâneos ainda juntarem multidões, como acontecia nos ludi
circenses do Império Romano.
Hoje, parece que se mantém uma espécie de tradição. Com isto quero dizer que
os jogos de circo nunca saíram das nossas vidas e ainda hoje permanecem nos tão
conhecidos jogos olímpicos (existindo também outros espetáculos contemporâneos que
reúnem
algumas
caraterísticas
dos
ludi
circenses).
Verifica-se
que
mudaram
radicalmente o estilo de jogos, mas permanecem os grandes estádios ladeados por
grandes bancadas, atraindo grande um número de espetadores e certamente de diversas
classes sociais. Observam-se grandes atletas, mesmo que estes não lutem com feras
nem sejam gladiadores para lutarem uns contra os outros mas, laçam o peso, saltam em
comprimento e exercem muitos outros tipos de provas atléticas. Apesar disso, ainda sem
vêm lutas entre homens como no “wrestling”, luta livre e até mesmo judo e taekwondo.
Ainda hoje se verifica nas equipas de futebol, por exemplo, o facto de as variadas
equipas usarem cores diferentes nos seus equipamentos para se diferenciarem uns dos
outros, como se verificava na altura do Império Romano.
Referências Bibliográficas:
1.MARTINS, Isaltina e FREIRE, Maria Teresa. Noua Itinera.Rio Tinto: Edições Asa.
2.FREDOULILLE, Jean-Claude, Dicionário Temático Larousse - Civilização Romana, 1999, Círculo de Leitores.
3.BESNIER, Martine, Nova História Júnior - O Império Romano, 1993, Rio Tinto: Edições Asa.
4.SIMON, James, Enciclopédia Visual – Roma Antiga, Lisboa: Editorial Verbo.