Histórico do CV II (1)_ppt [Modo de Compatibilidade]

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Histórico do CV II (1)_ppt [Modo de Compatibilidade]
CONCÍLIO VATICANO II
“SENTIR COM A IGREJA, no momento atual, - escreve
Dom Boaventura Kloppenburg na introdução à
edição brasileira dos Documentos do Vaticano II significa sentir e sintonizar com o Vaticano II. E para
viver e amar este XXI Concílio Ecumênico é necessário
conhecê-lo em seus documentos, em sua intenção e
em seu espírito”.
• O Papa Paulo VI assim escrevia ao Congresso de
Teologia pós-Conciliar (21/09/1966), logo depois da
conclusão do Concílio: "A tarefa do Concílio
Ecumênico não está completamente terminada com
a promulgação de seus documentos. Esses, como o
ensina a história dos Concílios, representam antes um
ponto de partida que um alvo atingido. É preciso
ainda que toda a vida da Igreja seja impregnada e
renovada pelo vigor e pelo espírito do Concílio, é
preciso, que as sementes de vida lançadas pelo
Concílio no campo que é a Igreja cheguem á plena
maturidade. Ora, tudo isso não poderá chegar a
termo antes que o riquíssimo patrimônio legado
pelo Concílio à Igreja tenha sido aprofundado
cuidadosa e diligentemente pelo povo cristão”.
• Beato João Paulo II: “Com o Grande Jubileu (a
Igreja) foi introduzida no novo milênio levando
nas mãos o Evangelho, aplicado ao mundo atual
através da autorizada, repetida leitura do
Concílio Vaticano II. Justamente o Papa João
Paulo II indicou o Concílio como "bússola" com a
qual orientar-se no vasto oceano do terceiro
milênio (cf. Carta apostólica Novo millennio ineunte, 57-58)”
• No seu Testamento espiritual ele anotava: "Estou
convencido que ainda será concedido às novas
gerações haurir das riquezas que este Concílio
do século XX nos concedeu (17.III.2000)”
• Papa Bento XVI, na sua primeira mensagem aos
Cardeais, no fim do Conclave que o elegeu,
dizia: “Desejo afirmar com vigor a vontade decidida
de prosseguir no compromisso de atuação do
Concílio Vaticano II, no seguimento dos meus
Predecessores e em fiel continuidade com a
bimilenária tradição da Igreja”.
Os Concílios na história da Igreja
• Por Concílio se entende uma assembleia dos
bispos. Às vezes o nome é usado aleatoriamente
com o nome “sínodo”, do grego “syn-odos” caminhar juntos.
– Concílios universais (chamados ecumênicos), com a
participação de todos os bispos da Igreja,
– Concílios provinciais
– Concílios nacionais
• O Concílio Vaticano II foi o XXI concílio ecumênico
na história da Igreja
• Os concílios se identificam com o lugar onde
foram realizados, p. ex. de Jerusalém, de Éfeso,
de Nicéia, de Trento etc. O Vaticano II se chama
assim, porque foi o segundo concílio a ser
celebrado no Vaticano, em Roma.
• Para que concílios e sínodos? Há coisas que Jesus
instituiu e elas são fundamentais, constituintes.
Mas nem tudo Jesus deixou resolvido. Surgem
situações novas, diante das quais a Igreja deve
decidir.
• Concílio de Jerusalém: (primeiro concílio ecumênico da
Igreja At 15, 6-29) Diante da expansão do cristianismo
entre os pagãos, por obra de São Paulo, surgiu a
controvérsia a respeito do Batismo dos pagãos:
deveriam eles primeiro ser circuncisos, para depois
serem batizados?
• Concílios de Éfeso, de Calcedônia e de Constantinopla II.
– De Éfeso (ano 431) teve de defender a unidade de Cristo
(uma só pessoa) – contra a heresia do Patriarca Nestório;
– Concílio de Calcedônia (451) teve de defender a dualidade em
Cristo: Sendo Deus e homem, Ele tem uma natureza divina e
uma natureza humana – contra os monofisitas;
– Concílio II de Constantinopla (ano 553) um só homem em duas
naturezas.
• Igualmente se poderá dar o exemplo de continuidade
entre o Concílio Vaticano I e o Concílio Vaticano II, por
exemplo, quanto à doutrina sobre o ministério
apostólico na Igreja. O Concílio Vaticano I esclareceu (e
definiu solenemente) a missão própria do Papa na
Igreja universal, particularmente o seu carisma de
infalibilidade. Mas o Concílio não pôde mais tratar a
missão própria dos Bispos na Igreja
• Portanto, os Concílios estão em continuidade entre si,
não em contradição; há novidade dentro da
continuidade. Por isso, um Concílio não deve ser
interpretado em contraposição a um Concílio anterior
ou outros anteriores. Portanto, deve ser interpretado
"à luz da Tradição"
Contexto histórico e as ideias mestras
do Concílio Vaticano II
• Foi convocado pelo Papa João XXIII e conduzido
até o fim pelo Papa Paulo VI. Iniciou em 11 de
outubro de 1962 e terminou em 08 de dezembro
de 1965.
• O Papa Pio XII já falava da necessidade de
algumas reformas no campo da liturgia.
• Os grandes teólogos do século XX, os santos e os
apóstolos do século XX apontavam para
– as rápidas mudanças no mundo, a
– s conquistas tecnológicas que postulavam a adaptação
das formas de ser da Igreja ao mundo atual
• Para caracterizar o espírito do Concílio
Vaticano II costuma-se recorrer às duas
palavras: “aggiornamento” e “retorno às
fontes”
– A palavra italiana “aggiornamento” significa
atualização, adaptação da imutável verdade
revelada da fé à compreensão do homem dos
nossos tempos. Significa a expressão do imutável
depósito da fé na linguagem acessível do homem
moderno. Significa, ainda, uma abertura aos
novos desafios que o momento atual traz;
– A expressão “retorno às fontes”, significa a
redescoberta das riquezas espirituais, doutrinárias
e litúrgicas dos primeiros tempos da Igreja
• Papa João XXIII no discurso inaugural do
Concílio: “Desde Trento até o Vaticano I, o espírito
cristão, católico e apostólico do mundo inteiro,
espera um progresso na penetração doutrinal
autêntica... Sempre a Igreja se opôs aos erros;
muitas vezes até os condenou com a maior
severidade. Nos nossos dias, porém, a Esposa de
Cristo prefere usar mais o remédio da
misericórdia que o da severidade; julga
satisfazer melhor às necessidades de hoje
mostrando a validez da sua doutrina que
condenando erros... A Igreja deseja mostrar-se
mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia
de misericórdia e bondade...”
• Dias depois, os Padres Conciliares proclamavam
na Mensagem à Humanidade: “Procuraremos
apresentar aos homens de nosso tempo, íntegra e
pura, a verdade de Deus de tal maneira que eles a
possam compreender e a ela espontaneamente
assentir. Pois somos Pastores...”
O que pretendia ser o Concílio Vaticano II?
• Dizia o Papa João XXIII, no início do Concílio: "O ‘punctum
saliens' deste Concílio não é a discussão de um ou outro
artigo da doutrina fundamental da Igreja, repetindo e
proclamando o ensino dos Padres e dos Teólogos antigos e
modernos, pois este supõe-se bem presente e familiar ao
nosso espírito. Para isto não haveria necessidade de um
Concílio. Mas da renovada, serena e tranquila adesão a
todo o ensino da Igreja, na sua integridade e exatidão,
como brilha nos Atos Conciliares, desde Trento até ao
Vaticano I, o espírito cristão, católico e apostólico do
mundo inteiro espera um progresso na penetração
doutrinal e na formação das consciências, em
correspondência mais perfeita com a fidelidade à doutrina
autêntica; mas também esta seja estudada e exposta por
meio de formas de indagação e formulação literária do
pensamento moderno.
Uma é a substância da antiga doutrina do depositum
fidei e outra é formulação que a reveste: e é disto que
se deve - com paciência se necessário - ter grande
conta, medindo tudo nas formas e proporções do
magistério prevalentemente pastoral... Sempre a Igreja
se opôs aos erros; muitas vezes até os condenou com a
maior severidade. Nos nossos dias - porém, a Esposa
de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia
que o da severidade. Julga satisfazer melhor às
necessidades de hoje mostrando a validez da doutrina
que condenando erros... A Igreja católica, levantando
por meio deste Concílio o facho da verdade religiosa,
deseja mostrar-se mãe amorosa de todos, benigna,
paciente, cheia de misericórdia e bondade com os
filhos dela separados".
• Ser um Concílio doutrinário – no modo atualizado
de apresentar a sempre válida doutrina da Igreja,
o depósito da fé, da revelação, afirmado pelos
Concílios anteriores, especialmente pelo Concílio
de Trento.
• O Papa Paulo VI, no início da terceira sessão, em
14 de setembro de 1964, dizia: “Trata-se de
completar a doutrina que o Concílio Vaticano I se
propunha enunciar, mas que, sendo interrompido
por obstáculos exteriores, não pôde definir senão
sua primeira parte... Temos de completar a
exposição desta doutrina para explicar
o pensamento de Cristo sobre sua Igreja (...)
Um Concílio conscientemente pastoral parte do
princípio de que a doutrina nos foi dada para ser
vivida, para ser anunciada às almas (e não aos
teólogos), para demonstrar sua virtude salvadora
na realidade histórica; que é preciso unir a ação da
inteligência à da vontade, o pensamento ao
trabalho, a verdade à ação, a doutrina ao
apostolado, o magistério ao ministério; que é
necessário imitar a figura inefável, doce e heroica
do Bom Pastor, sua missão de guia, de mestre, de
guardião, de salvador; que a ciência da Igreja é
enriquecida de poderes e carismas particulares
para salvar as almas, isto é: conhecê-las, abeirarse delas, instruí-las, guiá-las, servi-las, defendêlas, amá-las, santificá-las.
Um Concílio conscientemente pastoral procura
perceber as relações entre os valores eternos da
verdade cristã e sua inserção na realidade
dinâmica, hoje extremamente mutável, da vida
humana tal qual é, continua e diversamente
moldada na história presente, inquieta,
conturbada e fecunda; procura perceber o
aspecto relativo e experimental do ministério da
salvação, cuja eficácia é condicionada pelo
estado cultural, moral e social das almas
que devem ser salvas; tem medo dos hábitos
superados, do cansaço que freia a marcha, das
formas incompreensíveis, das distâncias
neutralizantes, das ignorâncias presunçosas e
inconscientes dos novos fenômenos humanos”.
• Ser um Concílio “ecumênico” – no sentido de
envolver todos os bispos do mundo e no
sentido de favorecer a unidade dos cristãos. Já
em 1959 escrevia L´Osservatore
Romano: "Pelo que se refere à celebração de
um Concílio Ecumênico, este, segundo o
pensamento do Santo Padre, não somente
tende à edificação do povo cristão, mas
também quer ser um convite às Comunidades
separadas para a busca da unidade pela qual
hoje em dia muitas almas anseiam em todos
os pontos da terra"
Quais foram as intenções do Concílio?
• Entre outras, procurou evidenciar os valores e as
verdades essenciais para a cristandade:
– o papel central da pessoa de Jesus Cristo na História
da Salvação, o
– caráter litúrgico e comunitário do culto divino,
– a Igreja como novo Povo de Deus, sentido de
fraternidade,
– o diálogo e corresponsabilidade dentro da Igreja,
– a colegialidade dos dirigentes da Igreja,
– a inculturação da fé,
– a renovação das estruturas da Igreja.
• O Concílio teve um grande tema central, que foi a
IGREJA - doutrinal e teológico Lumen Gentium,
os outros 15 documentos giram em torno deste.
• Os 16 documentos do Concílio Vaticano II são de
três tipos: Constituição, Decretos e Declarações.
– CONSTITUIÇÕES (4) são documentos que se referem à
essência da vida da Igreja e trazem ensinamentos
sobre o mistério da Igreja e a missão que ela recebeu
de Cristo.
– DECRETOS (9) têm caráter mais prático, de orientação
pastoral, sendo que todos eles supõem ensinamento
contido nas Constituições.
– DECLARAÇÕES (3) sobre assuntos que não diziam
respeito apenas à vida da Igreja, mas a todo mundo.
Documentos do Concílio Vaticano II
• A Constituição dogmática “Lumen Gentium” (Luz
dos povos), sobre a Igreja, tem a intenção de
"oferecer a seus fiéis e a todo o mundo um
ensinamento mais preciso sobre sua natureza e sua
missão universal." (n. 1).
• A Constituição dogmática “Dei Verbum” (O Verbo
Divino), sobre a Revelação Divina, "se propõe expor
a genuína doutrina acerca da Revelação Divina e de
sua transmissão” (n. 161).
• A Constituição pastoral “Gaudium et Spes”
(Alegria e Esperança), sobre a Igreja no mundo de
hoje, "pretende falar a todos, para esclarecer o
mistério do homem e cooperar na descoberta da
solução dos principais problemas de nosso
tempo" (n. 231).
• A Constituição “Sacrosanctum Concilium”
(Sacrosanto Concílio), sobre a Sagrada Liturgia,
quer relembrar os princípios e estatuir as normas
práticas para a renovação e o incremento da
Liturgia (n. 523).
Relacionamento entre a Igreja Católica e as demais
• O Decreto “Unitatis Redintegratio”
(Restabelecimento da Unidade), sobre o
Ecumenismo, "quer propor a todos os católicos
os meios, os caminhos e os modos que lhes
permitam corresponder a esta divina vocação e
graça para a restauração da unidade entre todos
os cristãos)" (n. 753).
• O Decreto “Orientalium Ecclesiarum” (Igrejas
Orientais), sobre as Igrejas Orientais Católicas,
"resolve estabelecer alguns pontos principais"
para que aquelas Igrejas floresçam e realizem
com novo vigor apostólico a missão que lhes foi
confiada (n. 830).
• O Decreto “Ad Gentes” (Missão entre os povos),
sobre a Atividade Missionária da Igreja, "deseja
delinear os princípios da atividade missionária"
(n. 864).
Bispos
• O Decreto “Christus Dominus” (Cristo Senhor),
sobre o Múnus Pastoral dos Bispos na Igreja,
"tem a intenção de determinar com maior
precisão o múnus pastoral dos Bispos" (n. 1019).
Presbíteros
• O Decreto “Presbyterorum Ordinis” (A Ordem
dos Presbíteros), sobre o Ministério e a Vida dos
Presbíteros, quer "tratar mais ampla e
profundamente dos Presbíteros"; e, "com o
intuito de sustentar-lhes com mais eficácia o
ministério e de prover-lhes melhor a vida nos
ambientes pastorais e humanos tantas vezes
inteiramente mudados, declara e estabelece..."
(n. 1142).
• O Decreto “Optatam Totius” (Dom total), sobre a
Formação Sacerdotal, "proclama a suma
importância da formação sacerdotal e declara
alguns de seus princípios básicos" (n. 1248).
Atuação dos cristão leigos
• O Decreto “Apostolicam Actuositatem” (Atividade
Apostólica), sobre o Apostolado dos Leigos, "tem a
intenção de ilustrar a natureza do apostolado dos
leigos, sua índole e possibilidades, enunciando ainda os
princípios fundamentais e transmitindo as instruções
pastorais para uma ação mais eficiente" (n. 1333).
• O Decreto “Inter Mirifica” (Entre as maravilhas), sobre
os Meios de Comunicação Social, "julga seu dever de
abordar as principais questões conexas com os
instrumentos de comunicação social. Confia outrossim
que sua doutrina e disciplina assim propostas..." (n.
1462).
Vida religiosa
• O Decreto “Perfectae Caritatis” (Vida em perfeita
caridade), sobre a Atualização dos Religiosos,
"propõe-se tratar da vida e da disciplina dos
Institutos" (n. 1216) e estabelecer normas" (n.
1218)
• A Declaração “Gravissimum Educationis” (O
dever da educação), sobre a Educação Cristã,
quer "emitir alguns princípios fundamentais da
educação cristã" (n. 1502).
• A Declaração “Dignitatis Humanae” (Dignidade
humana), sobre a Liberdade Religiosa, "propõe-se
declarar quanto [os atuais anelos dos espíritos] são
conformes á verdade e à justiça" (n. 1533) e
"desenvolver a doutrina dos últimos Sumos
Pontífices sobre os direitos invioláveis da pessoa
humana e sobre a ordenação jurídica da
sociedade" (n. 1535).
• A Declaração “Nostra Aetate” (Nossa época), sobre
as Relações da Igreja com as Religiões não-Cristãs,
"no seu dever de promover a unidade e a caridade
entre os homens e mesmo entre os povos,
considera aqui, sobretudo o que é comum aos
homens e os move a viver juntos o seu destino" (n.
1578).
“A fé não muda, os tempos mudam. Por isso, a
Igreja, na sua peregrinação terrena, é
responsável para que em todas as épocas
mutáveis a imutável mensagem da fé seja
compreendida e acolhida por todos.”
Dom João Wilk, OFMConv.
Bispo Diocesano
Anápolis - GO

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