Engenharias - XIX Enapet

Transcrição

Engenharias - XIX Enapet
ENGENHARIAS
1424
1425
ENGENHARIAS
308
UNIVERSITAR 2013 – O DESAFIO DA CIDADE
LIMPA
309
JORNADA DE MINICURSOS – UMA
DESAFIADORA METODOLOGIA DE ENSINO
310
311
312
AVALIAÇÃO DO PERFIL PROFISSIONAL DOS EGRESSOS
DA ENGENHARIA AGRÍCOLA E ENGENHARIA AGRÍCOLA
E AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
(UFV)
ESTUDO AB-INITIO DAS PROPRIEDADES ELETRÔNICAS
E MAGNÉTICAS DE CRISTAIS COM ALTAS SIMETRIAS
FORMADOS COM METAIS DE TRANSIÇÃO E TERRAS
RARAS
INSTALAÇÃO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA O
ABASTECIMENTO DE UM TELECENTRO NA
COMUNIDADE RIBEIRINHA DE MARAVILHA, EM JURUTI
– PA.
313
314
315
A INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL NAS
RELAÇÕES TUTORIAIS DE UM GRUPO PET
MINICURSO DE NOÇÕES BÁSICAS DE ASPEN
REVISÃO DO MOB COMO INSTRUMENTO DE
AVALIAÇÃO DO PET
1426
316
317
318
319
320
INVESTIGAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM
EDIFÍCIOS PÚBLICOS : ESTUDO DE CASO DO CENTRO
TECNOLÓGICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
CATARINA
DESAFIO GENIAL
TRANSTECH PANTANAL
APROXIMAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL AO
COTIDIANO DOS PETIANOS DO GRUPO PET CIVIL DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EXECUÇÃO DAS OBRAS
NO CAMPUS A.C. SIMÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DE ALAGOAS
321
UTILIZAÇÃO DE PLANILHAS EXCEL NA ENGENHARIA
CIVIL
322
INTEGRAÇÃO DO GRUPO PET ENGENHARIA CIVIL
/UFU COM OS ALUNOS DO CURSO E ENTRE SEUS
MEMBROS
323
CONSTRUINDO UM AQUECEDOR SOLAR DE BAIXO
CUSTO
324
CONHECIMENTOS EXTERNOS: REALIZAÇÃO DE
PALESTRAS, MINICURSOS E VISITAS TÉCNICAS PARA OS
ALUNOS DE GRADUAÇÃO
325
ECOPONTO NA ESCOLA: PRÁTICAS
EDUCACIONAIS VOLTADAS A
1427
SUSTENTABILIDADE
326
IMPORTÂNCIA DA PURIFICAÇÃO DA ÁGUA NA
COMUNIDADE INDIGENA XERENTE
327
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL
DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL DA UFPA
328
329
330
331
332
333
334
335
AS PRÁTICAS DE EXTENSÃO DO PET – ENG.
SANITÁRIA E AMBIENTAL DA UFPA, E SUA
IMPORTÂNCIA PARA A COMUNIDADE
ACADÊMICA E SOCIEDADE.
COLMATAÇÃO FÍSICA EM GEOTÊXTIL NÃO
TECIDO UTILIZADO COMO FILTRO DE SOLO
SILTOSO EM TRINCHEIRA DRENANTE
SÍNTESE DE FERRITA MULTIFERRÓICA BIFEO3
PROJETO DE UMA DESCASCADORA DE NOZES
CIÊNCIA A CAVALO: LEVANDO A UNIVERSIDADE PARA
O INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL
MINICURSOS
OFICINA DE PROJETOS
ESTUDOS INTEGRADOS NA BACIA
EXPERIMENTAL DO RIO PIABANHA COM
SUPORTE DA EDUCAÇÃO TUTORIAL- EIBEX:
MODELAGEM HIDROLÓGICA E
1428
SENSORIAMENTO REMOTO
336
SISTEMA DIGITAL DESENVOLVIDO PELAS ARTESÃS DA
VÁRZEA FORMOSA DE ITIÚBA, VISANDO GERIR SUAS
INFORMAÇÕES DE PRODUÇÃO
337
338
339
APLICAÇÕES DE QUADRICÓPTERO PARA
COMPLEMENTO DO ENSINO DE ENGENHARIA
AVALIAÇÃO 360º
RECICLA PET
340
PET-ELÉTRICA/UFMT COM A CEMAT NA
COMUNIDADE
341
UMA NOVA ABORDAGEM NO PROCESSO SELETIVO DO
PET ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCG: O ESTÁGIO
342
474
A INTEGRAÇÃO DISCENTE NO CONTEXTO DA
MULTIDISCIPLINARIDADE DO PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO TUTORIAL
OFICINA DE PROTÓTIPOS
345
PROGRAMA DE ANÁLISE LINEAR E
DIMENSIONAMENTO DE TRELIÇAS
347
PROCESSO DE PROJETO PARTICIPATIVO PARA O
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC: UMA
ABORDAGEM DA HUMANIZAÇÃO EM AMBIENTES
HOSPITALARES
1429
348
CURSO DE FORMAÇÃO EM PROPRIEDADE
INTELECTUAL NA MODALIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
349
ESTUDO DA CORRELAÇÃO EMPÍRICA ENTRE OS
ENSAIOS DE DCP E CBR
350
MÉTODOS AVALIATIVOS
308
UNIVERSITAR 2013 – O DESAFIO DA CIDADE
LIMPA
309
JORNADA DE MINICURSOS – UMA
DESAFIADORA METODOLOGIA DE ENSINO
310
311
312
AVALIAÇÃO DO PERFIL PROFISSIONAL DOS EGRESSOS
DA ENGENHARIA AGRÍCOLA E ENGENHARIA AGRÍCOLA
E AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
(UFV)
ESTUDO AB-INITIO DAS PROPRIEDADES ELETRÔNICAS
E MAGNÉTICAS DE CRISTAIS COM ALTAS SIMETRIAS
FORMADOS COM METAIS DE TRANSIÇÃO E TERRAS
RARAS
INSTALAÇÃO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA O
ABASTECIMENTO DE UM TELECENTRO NA
COMUNIDADE RIBEIRINHA DE MARAVILHA, EM JURUTI
– PA.
313
A INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL NAS
RELAÇÕES TUTORIAIS DE UM GRUPO PET
1430
314
315
316
317
318
319
320
MINICURSO DE NOÇÕES BÁSICAS DE ASPEN
REVISÃO DO MOB COMO INSTRUMENTO DE
AVALIAÇÃO DO PET
INVESTIGAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM
EDIFÍCIOS PÚBLICOS : ESTUDO DE CASO DO CENTRO
TECNOLÓGICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
CATARINA
DESAFIO GENIAL
TRANSTECH PANTANAL
APROXIMAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL AO
COTIDIANO DOS PETIANOS DO GRUPO PET CIVIL DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EXECUÇÃO DAS OBRAS
NO CAMPUS A.C. SIMÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DE ALAGOAS
321
UTILIZAÇÃO DE PLANILHAS EXCEL NA ENGENHARIA
CIVIL
322
INTEGRAÇÃO DO GRUPO PET ENGENHARIA CIVIL
/UFU COM OS ALUNOS DO CURSO E ENTRE SEUS
MEMBROS
323
CONSTRUINDO UM AQUECEDOR SOLAR DE BAIXO
CUSTO
324 CONHECIMENTOS EXTERNOS: REALIZAÇÃO DE
1431
PALESTRAS, MINICURSOS E VISITAS TÉCNICAS PARA OS
ALUNOS DE GRADUAÇÃO
325
ECOPONTO NA ESCOLA: PRÁTICAS
EDUCACIONAIS VOLTADAS A
SUSTENTABILIDADE
326
IMPORTÂNCIA DA PURIFICAÇÃO DA ÁGUA NA
COMUNIDADE INDIGENA XERENTE
327
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL
DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL DA UFPA
328
329
330
331
332
333
334
AS PRÁTICAS DE EXTENSÃO DO PET – ENG.
SANITÁRIA E AMBIENTAL DA UFPA, E SUA
IMPORTÂNCIA PARA A COMUNIDADE
ACADÊMICA E SOCIEDADE.
COLMATAÇÃO FÍSICA EM GEOTÊXTIL NÃO
TECIDO UTILIZADO COMO FILTRO DE SOLO
SILTOSO EM TRINCHEIRA DRENANTE
SÍNTESE DE FERRITA MULTIFERRÓICA BIFEO3
PROJETO DE UMA DESCASCADORA DE NOZES
CIÊNCIA A CAVALO: LEVANDO A UNIVERSIDADE PARA
O INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL
MINICURSOS
OFICINA DE PROJETOS
1432
335
336
ESTUDOS INTEGRADOS NA BACIA
EXPERIMENTAL DO RIO PIABANHA COM
SUPORTE DA EDUCAÇÃO TUTORIAL- EIBEX:
MODELAGEM HIDROLÓGICA E
SENSORIAMENTO REMOTO
SISTEMA DIGITAL DESENVOLVIDO PELAS ARTESÃS DA
VÁRZEA FORMOSA DE ITIÚBA, VISANDO GERIR SUAS
INFORMAÇÕES DE PRODUÇÃO
337
338
339
APLICAÇÕES DE QUADRICÓPTERO PARA
COMPLEMENTO DO ENSINO DE ENGENHARIA
AVALIAÇÃO 360º
RECICLA PET
340
PET-ELÉTRICA/UFMT COM A CEMAT NA
COMUNIDADE
341
UMA NOVA ABORDAGEM NO PROCESSO SELETIVO DO
PET ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCG: O ESTÁGIO
342
343
344
A INTEGRAÇÃO DISCENTE NO CONTEXTO DA
MULTIDISCIPLINARIDADE DO PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO TUTORIAL
OFICINA DE PROTÓTIPOS
O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL NO
DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE ENTRE
ENGENHARIA E ENSINO MÉDIO
1433
345
346
347
PROGRAMA DE ANÁLISE LINEAR E
DIMENSIONAMENTO DE TRELIÇAS
PROJETO DE APOIO À FORMAÇÃO DO ESTUDANTE
TÉCNICO E PROFISSIONAL DE SÃO GONÇALO DO
AMARANTE – PAFET
PROCESSO DE PROJETO PARTICIPATIVO PARA O
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC: UMA
ABORDAGEM DA HUMANIZAÇÃO EM AMBIENTES
HOSPITALARES
348
CURSO DE FORMAÇÃO EM PROPRIEDADE
INTELECTUAL NA MODALIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
349
ESTUDO DA CORRELAÇÃO EMPÍRICA ENTRE OS
ENSAIOS DE DCP E CBR
350
MÉTODOS AVALIATIVOS
1434
UNIVERSITAR 2013 – O DESAFIO DA CIDADE LIMPA
Ariádne de Oliveira Ramos¹,
Bárbara Righi Cenci¹, Daniel Monteiro da Silva¹, Fernanda Martins de Brum¹, Fernanda
Neisse Sudbrack¹, Gabriel Martins Franco¹, Giovani Carlos Sehaber¹, Júlio César Grings¹,
Laura Ferreira¹, Maria Clara Ferreira Almeida¹, Otávio Schmengler¹, Samuel Hunsche¹,
Vinícius Martins Xavier¹, Guilherme de Souza Oliveira¹, Eleonora Fripp Lazzari¹, Richard
Siqueira da Rosa¹; Alexandre Campos².
Introdução
O Universitar trata-se de um desafio proposto pelos alunos do PET, onde os estudantes de
graduação de Santa Maria devem demonstrar a capacidade de trabalho em equipe, senso
crítico
para
resolução
de
problemas,
criatividade,
visão
global,
como
também
desenvolvimento de habilidades de trabalho em equipe, atuando em diversas áreas do
conhecimento por meio de um debate multidisciplinar e de ações estratégicas, com o objetivo
primordial de propor soluções para os problemas apresentados.
Até o momento foram realizadas seis edições do evento, sendo a primeira no ano de 2008. Os
temas centrais do evento abordam problemas identificados na cidade de Santa Maria,
buscando intervir nestes por meio de tarefas praticas. A primeira edição teve como tema “O
Desafio Energético”, seguida por “O Desafio Populacional”, “O Desafio da Qualidade de
Vida”, “O Desafio da Mobilidade Urbana”, O Desafio da Cidadania” e, a mais recente edição,
“O Desafio da Cidade Limpa”..
Destas edições, cerca de 233
acadêmicos, estiveram envolvidos diretamente, como
integrantes de equipes inscritas no projeto.
A sexta edição do Universitar consolidou o caráter extensionista da atividade fazendo com
que os grupos participantes da competição interagissem com a comunidade local.
Objetivos
Esta é uma atividade que une alguns dos principais objetivos do grupo PET, como, promover
a multidisciplinaridade, desenvolver a pró-atividade, criar discussões sobre problemas sociais,
fomentar a interdisciplinaridade entre os cursos e universidades de Santa Maria, incentivar um
maior envolvimento e preocupação dos universitários com a problemática social, estimulando
os participantes a serem cidadãos críticos e mostrar ao publico participante a filosofia da
educação tutorial.
1435
Além de estar de acordo com a Concepção Filosófica do PET: “Um grupo tutorial se
caracteriza pela presença de um tutor com a missão de estimular a aprendizagem ativa dos
seus membros, por meio de vivência, reflexões e discussões, em clima de informalidade e
cooperação. O método tutorial permite o desenvolvimento de habilidades de resolução de
problemas e pensamento crítico entre os bolsistas, em contraste com o ensino centrado
principalmente na memorização passiva de fatos e informações, e oportuniza aos estudantes a
se tornarem cada vez mais independentes em relação à administração de suas necessidades de
aprendizagem.” [01]
Esta atividade capacitou a de reunião de vários dos grupos PET de Santa Maria em um
objetivo só, desenvolvendo aspectos de organização, trabalho em equipe, liderança. Além
disto o trabalho dos grupos PET teve uma maior visibilidade para além das fronteiras da
Universidade.
Metodologia
O projeto busca iterar os estudantes da graduação dentro de uma temática social, desafiandoos através da resolução de Tarefas-Problema, num formato de uma grande gincana, onde o
grande desafio é a resolução de uma problemática da cidade onde estamos inseridos.
As tarefas-problema apresentadas procuraram envolver a comunidade e as equipes de
estudantes de graduação dentro de um objetivo maior: O desafio de uma Cidade Limpa. Desta
forma, o Universitar, dentro do âmbito da extensão universitária, procura integrar o ambiente
universitário junto com problemas passíveis de solução dentro da cidade.
Esta troca de experiências e participação na comunidade local explicita o fortalecimento do
caráter extensionista do projeto Universitar. A próxima edição buscará manter esse caráter e,
se possível, ampliar os impactos das tarefas e relações entre as equipes e a comunidade.
Resultados e discussão
A organização do Universitar teve atividades como elaborar as tarefas-problema do evento,
envolvendo diversas áreas do conhecimento, criar o material gráfico e mídia digital, preparar
estratégias de divulgação do evento, organizar eventos de abertura, atividades de integração,
encerramento, conseguir patrocínios para premiação, material gráfico, evento de
encerramento, como também compilar e avaliar as tarefas-problema de todas as equipes.
Os resultados quantitativos do Universitar 2013 foram: dezoito equipes inscritas, oitenta
estudantes dentre as equipes de participantes da graduação, vinte e cinco alunos do PET na
1436
organização, cinco tarefas-problema, duas atividades de integração, uma mesa redonda, um
professor orientador: Alexandre Campos e cinco colaboradores:
Geraldo Servi, Secretário de Meio Ambiente; Fernanda Chagas, Secretaria de Meio
Ambiente; Antonio Carlos de Lemos, Secretaria de Meio Ambiente, Camila Boelter, Revita
Engenharia e Ariel Vargas Schmidt, Revita Engenharia.
A sexta edição do Universitar foi patrocinada pelas seguintes empresas: Study English (R$
500,00), Banco Bradesco (R$ 1.500,00), Cruzada A.A. (R$ 100,00), Ideal Imóveis (R$
150,00), KeepFit Academia (R$ 100,00), SM Outdoor (disponibilização de pontos de
outdoors na cidade de Santa Maria), C&A Consultoria em Comunicação e Turismo (R$
100,00), Click Formaturas (R$ 100,00) e Centro de Tecnologia da UFSM (R$ 4.000,00).
Além disso, o projeto contou com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e dos
seguintes centros da Universidade Federal de Santa Maria: Centro de Tecnologia, Centro de
Ciências Rurais, Centro de Ciências Naturais e Exatas e Centro de Ciências da Saúde.
Os valores arrecadados foram utilizados para a impressão dos outdoors e peças gráficas para
divulgação, compra de domínio para site do evento, coffee-breaks em atividades presenciais e
mesa redonda e premiações.
O projeto foi dividido da resolução de cinco Tarefas-Problema, duas atividades de integração
e uma mesa redonda.
A tarefa problema 0, consistiu na criação e manutenção de uma página no site de
relacionamentos Facebook e canal no site YouTube para divulgação das atividades
desenvolvidas pela equipe. Esta tarefa resultou no conteúdo gerado sobre as atividades
realizadas, e sobre o tema da limpeza urbana com foco na conscientização dos usuários ou
visitantes da página;
A tarefa problema 1, tratou da adoção de uma área específica da cidade para o monitoramento
e desenvolvimento de ações junto à comunidade visando à melhora do espaço e a
conscientização ambiental. Obteve-se a melhora de diversas quadras da cidade com a
implantação de lixeiras, placas de conscientização, limpeza de passeio públicos, conversa com
moradores e pedestres, etc.
Na tarefa problema 2 propomos as equipes o contato com um catador, ou associação de
catadores, para acompanhamento de um dia de trabalho buscando identificar as dificuldades
enfrentadas.
Conseguiu-se uma maior visualização de diversos problemas da cidade menos debatidos, bem
como propostas de melhoria, como também a divulgação do material produzido para a
comunidade em geral e órgãos públicos.
1437
Na tarefa problema 3 desafiou-se as equipes a limpar espaços públicos em conjunto com a
comunidade. [02] A execução desta tarefa resultou na limpeza de 3 lugares diferentes: Parque
Itaimbé, Estrada do Perau e Espaço Público no Km3;
A tarefa problema 4 consistiu na elaboração de um documento expondo o que foi realizado no
evento Universitar 2013 e apontando possíveis maneiras de contornar os problemas
identificadas. Ainda, houve a realização de uma mesa-redonda com o objetivo de integrar
equipes, trocar experiências e discutir possíveis soluções aos problemas de Santa Maria na
direção de uma cidade limpa.Resultou na entrega de um documento compilando os materiais
produzidos pelas equipes ao Poder Público – Secretaria de Meio Ambiente - e Reitoria da
Universidade Federal de Santa Maria.
Além da mesa redonda (parte da Tarefa-Problema 04), houve outras duas atividades
presenciais, na abertura e encerramento do evento. A abertura do evento deu-se pela
integração das equipes em um debate com a participação de representantes da Revita
Engenharia e lançamento da primeira tarefa problema. A atividade de encerramento foi
realizada no Bar do Pingo, onde ocorreu a premiação das equipes melhores colocadas (1º
lugar – R$ 3000,00 e 2º - R$ 1000,00), além da integração entre as equipes.
Como é possível perceber pela descrição das tarefas-problema apresentadas aos participantes,
Houve uma forte interação e contato entre os acadêmicos das diferentes universidades de
Santa Maria e os cidadãos (profissionais, comunidades e escolas) locais.
Essa troca de experiências e participação na comunidade local explicita o fortalecimento do
caráter extensionista do projeto Universitar.
Na organização das tarefas problemas, como na avaliação existiu a interação com
profissionais da área afim, onde foram feitas inúmeras rodas de conversa, visitas para
entendermos bem os problemas, dos quais estávamos propondo soluções. Para avaliação das
tarefas em um contexto geral, eram analisados quesitos como: coerência com a tarefa
proposta, elementos inovadores e também viabilidade e perpetuabilidade na solução da
mesma.
A equipe vencedora da sexta edição do Universitar, ECOSM, foi composta por 06
acadêmicos: 03 do curso de Engenharia Elétrica, 01 acadêmica do curso de Administração, 01
acadêmica do curso de Engenharia Florestal e 01 acadêmico do curso de Engenharia Civil,
todos da UFSM. A premiação consistiu 3 mil reais em espécie.
O segundo lugar, que consistiu em 1 mil reais em espécie, foi conquistado pela equipe
Monstros S.A., composta por 06 acadêmicos, também da UFSM: 05 acadêmicos do curso de
Engenharia Sanitária e Ambiental e 01 acadêmico da Engenharia Civil.
1438
Todos os participantes que permaneceram até o final da competição receberam certificação da
atividade (em 60h).
Conclusão
A organização do Universitar avalia positivamente os resultados citados, ressaltando o
desenvolvimento de diversas habilidades para os petianos em atividades como: organização,
planejamento e gerenciamento de eventos, contatos com empresas locais e público em geral,
divulgação de eventos, elaboração de peças gráficas, criação e manutenção de sites utilizando
gerenciadores de conteúdos, liderança de equipes, trabalho em grupo, organização de
reuniões.Desenvolveu-se uma grande noção de trabalho em equipe, despertando um senso
crítico e entendimento de habilidades e capacidades que temos de realmente mudar para
melhor o meio onde estamos inseridos e melhor que isso, contagiar outros alunos e a
comunidade da percepção da existência destas habilidades neles também.
Para os participantes, o Universitar proporcionou experiências de trabalho em grupo, análise
de problemas multidisciplinares, o aprendizado a partir de tarefas, criatividade, comunicação
e expressão de ideias, além da forte interação e vivência dos problemas que envolvem a
qualidade de vida da comunidade local.
Em reflexo disso, são inúmeras as contribuições para a cidade, verificadas tanto pelas ações já
concretizadas, limpeza de espaços públicos, implantação de novas lixeiras e placas, bem com
pelos avanços na conscientização ambiental dos alunos participantes e da comunidade
atingida.
Dessa forma, ressalta-se a intenção de continuar promovendo futuras edições do Universitar,
buscando sempre melhorar e aperfeiçoar o modo com que a competição é desenvolvida.
Referências
[01] Manual de Orientações Básicas PET;
[02] NORGAARD, Richard B. A ciência ambiental como processo social. Tradução por John
Cunha Comerford.Textos para Debate, Rio de Janeiro: AS-PTA - Assessoria e Serviços a
Projetos em Agricultura Alternativa, n. 35, maio, 1991.
1439
JORNADA DE MINICURSOS – UMA DESAFIADORA METODOLOGIA DE
ENSINO
Eleonora Fripp Lazzari¹,
Ariádne de Oliveira Ramos¹, Bárbara Righi Cenci¹, Daniel Monteiro da Silva¹, Fernanda
Martins de Brum¹, Fernanda Neisse Sudbrack¹, Gabriel Martins Franco¹, Giovani Carlos
Sehaber¹, Júlio César Grings¹, Laura Ferreira¹, Maria Clara Ferreira Almeida¹, Otávio
Schmengler¹, Samuel Hunsche¹, Vinícius Martins Xavier¹, Guilherme de Souza
Oliveira¹, Richard Siqueira da Rosa¹; Alexandre Campos².
¹ Aluno PET, ² Tutor PET
Introdução
Tendo em vista a importância de atividades complementares à graduação, agregadas a fuga do
ambiente técnico como forma de proporcionar a vivência no meio acadêmico, o Programa de
Educação Tutorial – Engenharia Elétrica criou a Jornada de Minicursos para Engenharia,
realizada, primeiramente, no segundo semestre de 2011, 2012 e 2013, e que nesse ano se
encontra na sua quarta edição. As atividades desenvolvidas durante a Jornada foram
ministradas por alunos do curso que tiveram as atividades de pesquisa desenvolvidas como
incentivo na elaboração de minicursos, proposta da jornada. O evento tem como público alvo
os alunos de graduação e pós-graduação do curso de Engenharia da Universidade Federal de
Santa Maria, havendo duas modalidades de participação: ministrante, referente aos alunos que
coordenam os minicursos e ouvinte, referente àqueles que apenas assistem a atividade. A
primeira edição ocorreu entre os dias 26 a 29 de setembro e 03 a 06 de outubro, sendo que
cada minicurso teve duração de 6 horas divididas em dois dias de 3 horas. Para a segunda
edição os minicursos tiveram de 6 a 9 horas, divididas em dois ou três dias de 3 horas, e foi
realizada entre os dias 19 de novembro a 11 de dezembro, e contou ainda com um evento de
encerramento e confraternização no dia 13 de dezembro. Na terceira edição, as semanas finais
de novembro se destinaram para a realização das atividades com um evento de encerramento
e confraternização.
Objetivos
O desenvolvimento de técnicas e hábitos de estudo e aperfeiçoando áreas em deficiência tem
1440
bastante importância no crescimento do graduando. Sendo assim, esse projeto incentiva a
pesquisa acerca de temas diversos de interesse pessoal e possibilita a prática pedagógica. Essa
atividade motiva o envolvimento dos alunos da graduação em atividades de ensino,
proporciona a integração entre os acadêmicos dentro da Engenharia Elétrica e também das
demais Engenharias, aproxima e estimula a multidisciplinaridade entre os Grupos de Pesquisa
da Universidade e promove aos alunos uma formação homogênea. Além disso, estando de
acordo com a Concepção Filosófica do PET, um grupo tutorial se caracteriza pela presença de
um tutor com o dever de estimular a aprendizagem dos seus membros, por meio de vivência,
reflexões e discussões, valendo-se de informalidade e cooperação. O método tutorial permite
o desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas e pensamento crítico entre os
bolsistas, em contraste com o ensino centrado principalmente na memorização passiva de
fatos e informações, e oportuniza aos estudantes a se tornarem cada vez mais independentes
em relação à administração de suas necessidades de aprendizagem. [01]
Metodologia
Ao ingressar à vida acadêmica estudantes devem ser apresentados às novas ferramentas
complementativas de seus estudos cuja finalidade é dar valoração pessoal e reconhecimento a
partir de atividades de cunho científico. [02] Atividades deste perfil retiram o acadêmico da
sua zona de conforto, desafiando-o a explorar uma metodologia nova de ensino, de discente
ensinando para discente. Essa forma de ensino desenvolve o despertar de capacidades e
habilidades que fatalmente ficam ocultas, pelo fato da Engenharia ser uma área
predominantemente técnica. A III Jornada de Minicursos exigia equipamentos indispensáveis
para alcançar o sucesso nos objetivos demarcados, que consiste em trocas de conhecimento de
forma dinâmica e aproveitamento máximo do minicurso. Os equipamentos consistem em
quadros, Datashow, ar-condicionado para o bem-estar de todos e salas de aula que atendam ao
número de inscritos, bem como laboratórios equipados para as aulas práticas ministradas. A
escolha de áreas de interesse, na primeira edição, foi realizada através de questionários
aplicados a alunos e professores. Relacionado à divulgação do evento, já se tratando da
terceira edição, foram publicadas notícias nos ambientes virtuais do Grupo PET-EE e da
UFSM, assim como cartazes fixados nos murais do Centro de Tecnologia e NUPEDEE. As
inscrições estavam disponíveis em formato de fichas na sala do PET-EE e também no
ambiente virtual do Grupo. As diferentes categorias de participação – ministrante, ouvinte e
organizador - , foram
1441
certificadas de modo diferenciado quanto à carga horária. O questionário de avaliação é uma
ferramenta bastante interessante e importante a fim de contribuir com melhorias nos
minicursos, e esse processo é realizado pelos ouvintes e também por dois responsáveis do
Gupo PET-EE ao final de cada atividade. Com essa avaliação cada minicurso recebeu uma
nota e os dois melhores foram premiados no evento de encerramento.
Resultados e discussão
A literatura recente indica que o caminho para o sucesso passa muito por essas novas práticas
de ensino-aprendizagem com estratégias diversificadas e diferentes modelos de acesso ao
conhecimento, como por exemplo as aulas ministradas e ouvintes aprendizes, onde coabitam
ambientes formais e informais de ensino e aprendizagem. [03] Valendo-se de uma
comparação entre as três edições da Jornada é possível afirmar o crescimento obtido em
vários quesitos, como o número de minicursos ofertados, suas divergentes áreas de interesse e
o número de participantes. Os minicursos ofertados na III Jornada de Minicursos foram os
seguintes: Acionamentos Elétricos; Análise e Simulação de Circuitos Elétricos nos Softwares
MATLAB e PSIM; AutoCAD Básico: A Computação Gráfica Em Projetos 2D; Conhecendo
o Diodo Emissor de Luz, LED; Criação de Interfaces Gráficas com o MATLAB;
Desenvolvimento de Aplicativos Android; Desenvolvimento de Projetos de Automação
através de Plataforma Arduino; Ftool; Fundamentos de Curto-Circuito; Instalações Elétricas;
Introdução a Geração de Energia através de Fontes Alternativas; LaTex I; Método de
Elementos Finitos e suas Aplicações na Área de Engenharia Elétrica; Esse projeto tornou-se
um excelente espaço de exposição de atividades de pesquisa realizadas na UFSM visando a
promoção de eventos diferenciados dentro do curso. Como resultados esperados é importante
destacar a aproximação dos graduandos da Engenharia, o aperfeiçoamento de habilidades
como oratória, trabalho em grupo e capacidade de organização, exposição das atividades de
pesquisa desenvolvida pelos alunos e também a oportunidade de aprendizado de novos
conhecimentos pela troca de experiências entre os alunos.
Conclusão
O projeto foi efetivo na aproximação dos alunos bem como na motivação para a troca de
conhecimentos. Os resultados obtidos foram bastante satisfatórios e as avaliações foram
positivas por todas as modalidades de participação. Com esse projeto promissor pode-se
1442
reafirmar a importância da autonomia, responsabilidade e ativismo frente à formação
acadêmica no âmbito de complementar a graduação como um todo. Por esse e demais motivos
já citados anteriormente, acredita-se que esta metodologia de ensino, onde não existe
distinção em patamar, de quem ensina para quem recebe o conhecimento, é uma forma
desafiadora de ensino, pois instiga os alunos, principalmente aos ministrantes, a desenvolverse e inovarem em uma posição que não é a sua diariamente. Não inovar, é como estagnar e se
tornar obsoleto. Com a atividade alcançaram-se ampla participação da comunidade acadêmica
dos cursos de graduação do Centro de Tecnologia, assim como de alguns professores e alunos
de outros Centros, interação entre a comunidade acadêmica, aumentando a proximidade com
o Grupo PET-EE, elevado número de avaliações positivas assim como sugestões para
melhoras os cursos, aperfeiçoamento de habilidades e maior visibilidade do grupo PET pela
graduação. Para as próximas edições espera-se que continue obtendo ampliação do número de
trabalhos inscritos bem como de ouvintes e temas abordados. Os recursos conseguidos pelos
patrocínios possibilitarão potencializar o projeto, permitindo a compra de materiais para os
minicursos, premiações para participantes e também ampliação do evento de encerramento.
Referências
[01] Manual de Orientações Básicas PET http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12228:programad
eeducacao-tutorial-pet&catid=232:pet-programa-de-educacao-tutorial&Itemid=480
[02] OLIVEIRA, F.A. INFLUÊNCIA DE MINI-CURSOS NA FORMAÇÃO
ACADÊMICA DOS ESTUDANTES DE ENGENHARIA AMBIENTAL NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS;
[03] Ferreira M.; Determinantes do Rendimento Acadêmico no Ensino Superior. Instituto
Superior de Educação e Ciências - Mestre e Doutor em Psicologia; Universidade De Coimbra.
In: Revista Internacional d´Humanitats - Universidade Autônoma de Barcelona; 2009.
1443
Avaliação do perfil profissional dos egressos da Engenharia Agrícola e Engenharia
Agrícola e Ambiental da Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Karine Rabelo de Oliveira1; Jaqueline Aparecida Ferreira1 ; Marcus Vinícius de Assis Silva1 ;
Mariana
Cecilia
Melo1;
Marlon
Gomes
Dias1 ;
Alisson
Carraro
Borges2;
1
Bolsistas PET Engenharia Agrícola e Ambiental - Universidade Federal de Viçosa
2
Tutor PET Engenharia Agrícola e Ambiental - Universidade Federal de Viçosa
INTRODUÇÃO
Com a modernização da agricultura e a intensificação dos impactos ambientais decorrentes, a
questão ambiental passou a ser discutida fortemente nos cursos de Ciências Agrárias. Com
base nisso, no ano 2000, a Universidade Federal de Viçosa transformou seu curso de
Engenharia Agrícola (EA), oferecido desde 1975, em Engenharia Agrícola e Ambiental
(EAA).
Essa decisão teve suporte na percepção clara da necessidade urgente de formação de um
profissional capacitado, no âmbito das Ciências Agrárias, para atuar com tecnologias
modernas de produção agrícola num contexto de sustentabilidade ambiental, com ênfase na
preservação dos recursos naturais e na destinação apropriada de resíduos gerados. A mudança
resultou em atuação destacada no campo profissional relativa ao uso de métodos de
engenharia para possibilitar o controle da poluição ambiental, de acordo com a atribuição
profissional conferida pelo CONFEA ao Engenheiro Agrícola, na Resolução nº 256 de
27/05/1978 (CONFEA, 1978; PPC, 2014).
O contato com os egressos dos cursos é prática comum nos Estados Unidos. Tal interação
pode, inclusive, funcionar como dimensão para avaliação institucional (Meira, 2009;
Brandalise, 2012). No âmbito do Programa de Educação Tutorial (PET), cita-se o trabalho
realizado por Prado Filho et al. (2012), que fizeram levantamento de egressos (petianos e não
petianos) da Universidade Federal de Ouro Preto.
O grupo PET ligado ao curso de graduação Engenharia Agrícola e Ambiental da UFV (PET
EAA) viu a necessidade de avaliar a situação, experiências e colocação no mercado dos
profissionais da área em questão formados pela Instituição. No presente trabalho buscou-se
traçar um perfil do profissional que está se colocando no mercado, por meio de análises das
áreas de atuação e das experiências profissionais, buscando também avaliar os diferenciais e
1444
deficiências da graduação oferecida pela UFV e as dificuldades profissionais encontradas pelo
egresso.
OBJETIVOS
Avaliar o perfil do profissional e a inserção dos egressos da Engenharia Agrícola e
Engenharia Agrícola e Ambiental da UFV no mercado de trabalho, por meio da análise das
áreas de atuação, cargo que exerce e tipo de empresa em que se encontra. Além disso, buscouse com o estudo conhecer os diferenciais e deficiências da graduação oferecida.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para que a pesquisa fosse viabilizada, foi necessária, em um primeiro momento, a busca por
meios de contato com os egressos do curso de Engenharia Agrícola e Engenharia Agrícola e
Ambiental da UFV. O Departamento de Engenharia Agrícola (DEA) possuía apenas o
cadastro atualizado dos alunos com matrículas ativas, logo, do total de 735 egressos até
setembro de 2013 tinha-se em contato apenas uma pequena parte deles. Diante disso, iniciouse a busca pelo contato dos demais egressos via associação de ex-alunos, setor de registro
escolar, por sites de relacionamentos e comunidades virtuais. Ao final desta primeira etapa,
foi possível adquirir o endereço eletrônico de 320 egressos.
Paralelamente à busca de contatos, elaborou-se o formulário eletrônico que foi enviado a cada
ex-aluno. As questões foram subdividas por grupos: informações básicas (tipo nome e data de
egresso); informações profissionais (contemplando questões sobre o tipo de empresa em que
trabalha, o cargo ocupado, a faixa salarial atual, situação profissional logo após a graduação);
questões voltadas para o tempo de ingresso no mercado de trabalho, razões pela qual optou
pela pós-graduação e a área de atuação profissional e exercício profissional (oportunidades no
mercado de engenharia agrícola e ambiental, opinião sobre a formação).
Este instrumento foi alocado em uma página da internet específica para formulários de
pesquisa, do qual foi gerado um link de acesso para resposta. A opção por esta página foi
devido a posterior facilidade de manipulação dos dados, já que esta gera uma planilha única,
contendo todas as respostas de cada formulário que futuramente será usada para montar um
banco de dados. Com o questionário formulado e com os contatos atualizados, foi possível
realizar o envio eletrônico do link de acesso ao formulário através de uma conta própria para a
pesquisa. Os formulários foram respondidos no período de Maio de 2013 a Abril de 2014.
1445
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Foi possível obter uma amostra representativa de respostas dos egressos, 191 dos 320 em
contato, contemplando cerca de 60% da população amostral, os quais se formaram entre 1964
e 2013 pela UFV.
INFORMAÇÕES PROFISSIONAIS
Nessa seção de questões, buscou-se avaliar o profissional com relação às questões do
trabalho. Dentre os egressos que responderam as questões, foi observado que uma maioria não
representativa (29,7%) trabalha em empresas privadas. Em seguida, destacam-se os
empregados em universidades/institutos (24%), seguidos das empresas públicas (19,3%),
autônomos (4,2%) e empresas próprias (4,2%). Esse último número revela que, alguns
profissionais formados com capacidade empreendedora, observando as diversidades e
oportunidades de mercado, vêm se consolidando em áreas bastante específicas no campo. O
restante (18%) está envolvido em uma lista diversificada de atividades na área agrícola,
ambiental e na pesquisa acadêmica.
Com relação aos cargos ocupados, destacam-se as funções de professor (19,8%), bolsista de
pós-graduação (18,8%), engenheiro pleno (9,9%), coordenador (9,9%) e consultor (5,7%). Em
menor expressão os engenheiros juniores, engenheiros seniores, analistas e outros, variam
entre 0,5% a 4,7%. A grande maioria dos egressos (aproximadamente 64%) recebe um salário
maior que o piso salarial da categoria, de aproximadamente R$4.100,00. As maiores faixas
salariais são proporcionais a maior tempo de formação, esses egressos em geral trabalham em
empresas privadas de áreas diversas e também em empresas públicas nas áreas de ensino e
engenharia.
SITUAÇÃO PROFISSIONAL LOGO APÓS A GRADUAÇÃO
Após terminada a graduação, 39,1% dos egressos se inseriram no mercado de trabalho, sendo
que 29,7% ingressaram com menos de seis meses e apenas 1% demorou mais de dois anos
para exercer a profissão. Dentre as atividades após a graduação, tem-se que 60,9%
ingressaram imediatamente na pós-graduação (especialização e mestrado). Desses, 33,8%
buscaram a pós-graduação por iniciativas próprias, como complemento à formação, 22,9%
buscaram da capacitação para atuação na área acadêmico-universitária, enquanto 16,1%, pelas
dificuldades encontradas no mercado e 7,8% por exigência do mercado. Cerca de 18% dos
egressos que já fizeram e fazem pós-graduação estão trabalhando na área acadêmica e 41,4%
1446
optaram pelo mercado de trabalho. Quanto aos que não seguiram a pós-graduação, 93,3%
conseguiram se estabelecer em alguma das áreas do curso contra outros 6,7% que seguiram
outras áreas profissionais após a graduação.
Com relação à área técnica de atuação deste profissional, diferentes modalidades foram
enumeradas pelos egressos, resultados que mostram a multidisciplinaridade e a variedade dos
campos de atuação deste profissional, devido à concepção da grade curricular e à boa
diversidade de disciplinas eletivas oferecidas no curso. Além disso, vale lembrar que os
diversos programas internos de incentivos às pesquisas (iniciação científica), programas de
extensão, monitorias de disciplinas, mobilidade acadêmica internacional e grupos tutoriais de
orientação acadêmica (PET) complementam a formação dos alunos.
EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Nesse grupo de perguntas, buscou-se avaliar questões de opinião com relação à profissão no
mercado, reconhecimento da UFV no mercado e a formação recebida pela mesma. Com
relação ao reconhecimento dessa instituição pelo mercado de trabalho, os egressos avaliaram
que 57% do reconhecimento é excelente, 33% muito bom, 6,8% bom, 1% regular e 0,52%
ruim. Ao serem perguntados em relação às oportunidades no mercado de trabalho em
Engenharia Agrícola e Ambiental, 29,2% acreditam que esse engenheiro é pouco reconhecido
e perde oportunidades devido ao sistema CREA/CONFEA, uma explicação para tal fato é a
concorrência com outros cursos que possuem atribuições equivalentes com a EAA, 28,6%
acreditam que o mercado absorve o bom profissional independente das condições, 32,3%
acreditam que o mercado de trabalho está em expansão, o que pode ser explicada pela
crescente preocupação coma as questões ambientais, pelo aumento da demanda de alimentos,
pela necessidade de técnicas sustentáveis no setor agrícola, visto que o curso possui grande
competência nas áreas de construções e tratamento de resíduos agroindústrias e 6,25% não
souberam responder. Com relação à formação recebida, 45% acreditam ter recebido teoria e
prática de maneira suficiente, enquanto 30% julgam que a parte prática foi insuficiente para o
aprendizado. Quanto a isso o grupo PET tem buscado em seu pouco tempo de atuação suprir
essa deficiência promovendo, minicursos, oficinas e visitas técnicas. Apenas 1% julga que o
curso não supriu de maneira eficiente ambos quesitos, enquanto 16% julgaram que deveriam
ter se dedicado mais durante a vida acadêmica.
1447
CONCLUSÕES
Neste primeiro levantamento foi possível verificar que a formação multidisciplinar do
engenheiro agrícola e ambiental da UFV se reflete na variedade dos campos de atuação dos
egressos, visto que foram listadas diferentes atividades e áreas onde trabalham. A maioria dos
entrevistados trabalham em empresas privadas como, por exemplo, coordenador de área
engenheiro pleno e em universidades como professores. Além disso, observou-se segundo os
egressos, que o mercado de trabalho para esse engenheiro está em expansão devido a sua
capacidade de desenvolver técnicas e habilidades, que por sua vez, auxiliam no aumento da
produtividade agrícola interligada diretamente com a preocupação ambiental. A pesquisa
mostra também que os egressos têm conseguido se estabelecer na área, ingressando-se no
mercado de trabalho em um período de tempo considerado relativamente baixo, mesmo com o
pouco reconhecimento do engenheiro agrícola e ambiental no mercado. Pode-se concluir
ainda que a UFV tem formado bons profissionais, que em sua grande maioria analisou a
formação recebida como satisfatória.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brandalise, M. A. T. Avaliação dos cursos de graduação na perspectiva dos egressos: um
indicador de avaliação institucional. IX ANPED Sul. Anais... 2012.
Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), RESOLUÇÃO Nº
256, DE 27 DE MAIO DE 1978. Disponível em: http://normativos.confea.org.br/
downloads/0256-78.pdf. Acessado no dia 24 de maio de 2014.
Meira, M. D. D.; Kurcgant, P. Avaliação de cursos de graduação segundo egressos. Rev. Esc.
Enf. USP, 2009, 43, 481-5.
Prado Filho, J. F. ET al. – Inserção do Engenheiro Ambiental da Escola de Minas da
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) no mercado de trabalho. XV SILUBESA.
Anais... 2012.
Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Engenharia Agrícola e Ambiental na Universidade
Federal de Viçosa-UFV, Aprovado na última reunião do Conselho Técnico de Graduação
da UFV no dia 28 de maio 2014.
1448
Estudo ab-initio das Propriedades Eletrônicas e Magnéticas de Cristais com Altas
Simetrias Formados com Metais de Transição e Terras Raras
Sérgio Antônio de Sousa Farias¹; Ilka Emanuelle Dutra, José Silvan Batista Mota Junior,
Emanuelle Silva Gomes, Paula Francinete de Lima da Silva ²; Ana Carolina Rios Coelho 3.
¹ Docente da Universidade Federal do Oeste do Pará ² Discentes da Universidade Federal do
Oeste do Pará 3 Tutora do Programa de Educação Tutorial Bacharelado Interdisciplinar em
Tecnologia da Informação e docente da Universidade Federal do Oeste do Pará
Introdução
Uma linha de pesquisa que vem despertando o interesse na comunidade da física da matéria
condensada é a investigação de sistemas de muitos corpos interagentes. A mecânica quântica
se propõe a descrever esses sistemas através da equação de Schroedinger ou de Dirac, a
depender do tratamento dos efeitos relativísticos. Entretanto, não é possível encontrar
soluções analíticas em qualquer caso que envolva o número de corpos maiores que dois.
Neste sentido, a abordagem ab-initio tem por objetivos descrever sistemas de muitos corpos
utilizando métodos computacionais. Esta abordagem não está caracterizada pela ausência de
aproximação, mas pelo fato de não serem usados parâmetros físicos ajustáveis.
O presente projeto investiga propriedades físicas de diversos materiais utilizando a simulação
computacional, a saber: estruturas cristalinas com altas simetrias formadas com metais de
transição e com terras raras, é restrito à abordagem de ab-inito e utiliza a Teoria Funcional da
Densidade (DFT) [2]. A DFT é uma teoria que transforma o problema de muitos corpos em
um problema de um único corpo que se move num potencial efetivo e utiliza a densidade
eletrônica como variável fundamental [1,2]. Atualmente, os métodos computacionais
baseados na DFT são capazes de tratar sistemas e efeitos físicos bem complexos, como,
cristais com defeitos, transições óticas, correlações eletrônicas, entre outros [3,4]. Com a DFT
é possível estudar materiais com amplas aplicações em holografia. Bem como o
desenvolvimento e melhoria de materiais aplicados em: dispositivos eletrônicos, em sensores
de gases e na síntese de combustíveis e biocombustíveis, entre outros.
Objetivos
•
Investigar e comparar densidades eletrônicas totais (tdos) e parciais (pdos);
1449
•
Comparar as propriedades magnéticas dos compostos em questão através dos tdos e da
pdos;
•
Analisar a superfície polar das superfícies que são capazes de absorverem moléculas;
•
Comparar os resultados obtidos da simulação com os resultados experimentais;
•
Elaborar e apresentar um artigo a ser publicado como resultados das ações do PET;
•
Realizar estudos teóricos relacionados a sólidos formados por metais de transição e
terras raras;
•
Contribuir para melhoria e envolvimento da graduação por meio de estudos dos
sólidos;
•
Discutir disciplinas existentes nos cursos;
•
Participar de atividades de extensão e divulgação tecnológica;
•
Formar recursos humanos, que agreguem capacidades fundamentais para inovação e
desenvolvimento da área;
•
Estreitar laços com outras áreas do conhecimento e laboratórios através de atividades;
multidisciplinares que envolvam pesquisa, síntese, caracterização, aplicação e suporte
teórico.
Metodologia
Inicialmente foi montado um escopo do projeto, definindo algumas características do mesmo.
Após isso, para andamento do projeto, foi necessário instalar pacotes .rpm em distribuição de
Linux OpenSuse, estudar os princípios básicos da mecânica quântica aplicada ao estudo de
muitos corpos, levantar dados sobre as distribuições eletrônicas, além de entender e
interpretar as diferenças entre distribuições eletrônicas com e sem polarização de spin.
O programa a ser utilizado, realiza cálculos de estrutura eletrônica de sólidos utilizando a
teoria do funcional da densidade (DFT), ele usa o full-potencial no (linear) aumentada de
onda avião e orbitais locais, um dos métodos mais precisos para cálculos de estrutura de
banda.
Resultados e discussão
O projeto se encontra em fase de pesquisas bibliográficas e treinamento dos petianos para
levantamento de dados e de reconhecimento de ligações químicas e como estas potencializam
1450
as propriedades físicas. Entre os conhecimentos obtidos até agora estão o domínio da
plataforma Linux, propriedades oriundas da mecânica quântica e dos sólidos e de pesquisas
científicas em bancos de dados. Houve o primeiro contato com simulação computacional de
materiais e pelo meio científico foi detectada a necessidade de dominar conceitos da mecânica
quântica para aprimorar os materiais.
Com a conclusão do projeto esperamos que este sirva de apoio para implementação novas
ferramentas úteis para os sistemas em análise, suporte para experimentos, através da
modelagem de metais de transição e de terras raras, formação de recursos humanos em nível
de iniciação científica. Os petianos ministrarão oficinas de simulação computacional e
minicursos em propriedades magnéticas de metais.
Conclusão
Este trabalho traz uma associação de teoria e prática, fazendo comparações entre resultados
experimentais e a simulação computacional. Trata-se de um projeto multidisciplinar cujo
principal objetivo é empreender ações articuladas empregando a modelagem de sólidos no
planejamento racional de novos materiais. Com a conclusão dos objetivos deste trabalho,
pretende-se que os petianos envolvidos adquiram habilidades com plataforma Linux, com
propriedades oriundas da mecânica quântica e de sólidos, de reconhecimento de ligações
químicas e como estas potencializam as propriedades físicas, de verbalização de
conhecimento adquirido e de pesquisa científica em bancos de dados. Em geral, se trata de ter
um conhecimento da simulação computacional de materiais e reconhecimento científicos
sobre a questão de dominar conceitos da mecânica quântica para aprimorar materiais.
Referências
[1] HOHENBERG, P., KOHN, W., Inhomogeneous Electron Gas. Phys. Rev., vol 136, (1964), B864 –
B871.
[2] KOHN, W., SHAM, L. J., Self-Consistent Equations Including Exchange and Correlation
Effects. Physical Review, vol. 140, num. 4A, (1965), A1133 – A1138.
[3] A. F. Lima, S. O. Souza, and M. V. Lalić. Electronic structure and optical absorption of the Bi 4Ge3O12
and the Bi4Si3O12 scintillators in ultraviolet region: An ab initio study. JOURNAL OF APPLIED PHYSICS
106, 013715 (2009).
[4] SÉRGIO A. S. FARIAS, E. LONGO, R. GARGANO, JOÃO B. L. MARTINS, J., CO2 adsorption on
polar surfaces of ZnO. Mol Model, (2012) DOI 10.1007/s00894-012-1636-4.
1451
Instalação de um sistema fotovoltaico para o abastecimento de um telecentro na
comunidade ribeirinha de Maravilha, em Juruti – PA.
Ana Carolina Rios1, Georgios Ninos2, Gisllane Oliveira3, Rafael Del Vecchio4, Vinicius
Nogueira5.
1
Tutora do PET-Bacharelado Interdisciplinar em Tecnologia da Informação
2, 3, 4 e 5
Petianos do PET-Bacharelado Interdisciplinar em Tecnologia da Informação
Introdução
Na Região Amazônica, alguns fatores como as longas distâncias, os obstáculos naturais, as
dificuldades de acesso e a baixa densidade populacional, dificultam o atendimento de grande
parte da população pelo sistema convencional de distribuição de energia elétrica. O Brasil,
grande produtor de energia elétrica através de suas hidrelétricas, não consegue atender todos
os seus habitantes e indústrias apenas com esse recurso, quer por insuficiência na produção,
deficiências nos sistemas de transmissão e distribuição, questões geográficas, ou mesmo pelo
elevado custo da energia (PINHO et al, 2008). O isolamento no qual as comunidades
ribeirinhas são submetidas pode ser superado através de alternativas em energia como a solar
fotovoltaica ou eólica. Hoje em dia, o uso de motores a diesel para geração de energia elétrica
é frequente nessas localidades, porém é uma opção não muito viável devido ao alto gasto com
operação, manutenção, logística e limitação de uso durante o dia.
A comunidade de Maravilha, no município de Juruti – PA, onde vivem cerca de 70 famílias, é
considerada uma comunidade polo da região conhecida como Juruti Velho. A escola
municipal Sabino Matos funciona durante os períodos matutino e vespertino. O grupo gerador
a diesel só é ligado à noite, o que impossibilita a utilização de equipamentos que possam
melhorar a dinâmica dentro da sala de aula.
Um projeto da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), através do grupo de
pesquisa Oficina em Cibercultura (OFICIBER), orientado pelo Prof. Doriedson Almeida, do
Centro de Formação Interdisciplinar (CFI) em parceria com o Ministério das Comunicações
(MC), Programa nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) e a Prefeitura
Municipal de Juruti, visa à construção de um sistema de micro geração solar na escola, com o
dimensionamento, acompanhamento e comissionamento que atenda a sala de informática da
escola, que contribuirá no ensino e na inclusão digital da população local.
1452
O estudo de implantação desse sistema é de responsabilidade do PET-Bacharelado
Interdisciplinar em Tecnologia da Informação. Os petianos são orientados pelo Prof. José
Roberto Branco Filho, do Programa de Ciência e Tecnologia (PC&T), responsável pela
tutoria em dimensionamento de sistemas fotovoltaicos. Esta experiência está proporcionando
aos petianos a oportunidade de ainda a interagir e colaborar junto à comunidade em relação à
inclusão digital e conhecer a fundo o dimensionamento e a instalação de um sistema solar offgrid, que segundo GUIMARÃES (2004), é um sistema para geração de energia solar
fotovoltaica autônomo, assim denominado por não ser conectado à rede elétrica convencional,
depende unicamente da radiação solar para a geração de energia.
Objetivos
 Projetar um sistema solar robusto, resiliente ao mau uso e a falhas, na Escola da
Comunidade de Maravilha;
 Possibilitar uma melhor qualidade de ensino e a inclusão digital na Escola da
Comunidade de Maravilha;
 Auxiliar na capacitação dos petianos em projeto e implementação de sistemas solares
isolados;
 Acompanhar a implementação do sistema fotovoltaico, que será feita por mão de obra
fornecida pela Prefeitura de Juruti;
 Comissionar o equipamento instalado;
 Preparar material didático para uma palestra sobre o bom uso do equipamento para
seus futuros usuários;
 Preparar e aplicar um minicurso de projeto de sistemas solares isolados para
apresentação na UFOPA;
 Preparar e apresentar um artigo a ser publicado como resultado das ações do PET.
Metodologia
Com um planejamento baseado em técnicas de gerenciamento de projetos, foi montado
inicialmente um escopo de projeto, definindo algumas características do mesmo. A partir
disso, reuniões entre os tutores e os petianos definiram o Termo de Abertura de Projeto,
analisando os Sponsors (patrocinadores), os recursos pré-alocados, os stakeholders (as partes
interessadas: professores, alunos, diretor da escola, comunitários, o próprio prof. Doriedson
Almeida e a Secretaria de Educação de Juruti), as premissas, requisitos, riscos e resultados
1453
previstos. Seguindo o planejamento, foi montado um Estudo Analítico do Projeto (EAP),
que inclui todo o escopo do mesmo, em níveis hierárquicos.
Definido o planejamento, deu-se início à revisão bibliográfica e treinamentos técnicos em
energia solar fotovoltaica, dimensionamento e instalação de sistemas fotovoltaicos. Em
reuniões semanais, os petianos são capacitados pelo orientador, com intuito de estarem aptos a
supervisionar a instalação do sistema em tempo acordado no escopo do projeto.
Uma visita à comunidade foi realizada em 30 de março de 2014, para averiguação de dados
como: o levantamento de equipamentos elétricos existentes e suas devidas especificações
(potência, tensão de operação e corrente) e horários de funcionamento, dimensões da escola
(tamanho, comprimento, largura, inclinação do telhado), a orientação da escola em relação ao
norte geográfico, análise da estrutura da escola (janelas, tomadas, disjuntores, quadro geral,
interruptores, possível local para armazenar as baterias) e a previsão de chegada de novos
equipamentos.
O sistema a ser utilizado, possui como componentes: vinte e oito placas solares fotovoltaicas,
sendo oito placas com 240 watts (arranjo de quatro séries com dois módulos) e vinte placas
com 140 watts (arranjo de cinco séries com quatro módulos), estas placas são dispositivos
semicondutores, compostos por várias células individuais conectadas em série, onde estas
deverão obter uma tensão, ou seja, transformarão a radiação solar em corrente elétrica
contínua e assim, gerando energia elétrica quando exposta a luz; vinte baterias para armazenar
e acumular a energia elétrica produzida pelo módulo solar para esta ser utilizada em períodos
com pouca ou nenhuma iluminação, trabalhando assim, em conjunto com os módulos solares
para fornecer energia de forma constante; dois controladores serão utilizados, um para cada
arranjo de placas, com o objetivo específico de evitar sobrecargas e descargas profundas e
garantir o abastecimento correto das baterias, de forma a controlar o fluxo de energia que
carrega a bateria através da energia fornecida pelas placas fotovoltaicas; um inversor de 5000
watts, que transformará a corrente contínua, gerada pelos módulos solares, para tensão em
corrente alternada.
É relevante destacar que o projeto do prof. Doriedson já dispunha deste número de placas e
baterias, deste modo, houve restrição em relação ao dimensionamento do sistema, visto que o
consumo dos equipamentos não poderiam exceder a carga total suportada pelas baterias nem a
energia produzida pelos módulos solares. Para definir a demanda energética, estimaram-se as
horas de uso, por dia, de cada equipamento, como notebooks, ventiladores, switch, antenas e
impressora, e aferiu-se suas respectivas potências.
1454
O sistema fotovoltaico será projetado para que as baterias tenham aproximadamente dois anos
de vida útil, usando uma profundidade de descarga de 35%. Em relação às placas,
considerando que haja a manutenção e os cuidados adequados, a fabricante estima uma vida
útil de vinte anos. Este sistema contará com uma chave reversora, que possibilitará a mudança
na utilização do sistema fotovoltaico para o gerador a diesel, quando necessário.
Resultados e discussão
O projeto se encontra na fase final do treinamento dos petianos e na espera de alguns
materiais necessários à instalação. Dentre o conhecimento obtido durante os treinamentos,
citam-se as associações de módulos e baterias em série, em paralelo ou mistas de instalações
elétricas, o funcionamento de equipamentos como inversores de corrente, controladores de
carga e baterias de armazenamento de energia, dimensionamento de carga, equipamentos de
corrente contínua ou corrente alternada, condutores, entre outros conceitos referentes a
sistemas fotovoltaicos.
Antes da instalação do sistema na comunidade de Maravilha, pretende-se implementar um
laboratório de testes dentro das dependências da UFOPA, que simule a situação da escola.
Este laboratório também servirá no auxílio à graduação dentro da universidade,
principalmente no Programa de Ciência e Tecnologia, que contém o bacharelado específico
em Engenharia Física com ênfase em energia, onde um dos ramos de pesquisa mais
aprofundado é a energia solar.
Durante a implantação, os petianos supervisionarão o serviço dos trabalhadores contratados
pela Prefeitura de Juruti, aplicando todo o conhecimento repassado durante o período de
educação tutorial.
Com a conclusão do sistema solar fotovoltaico e verificação de sua funcionalidade em relação
ao abastecimento da escola e de sua sala de informática, os petianos ministrarão cursos de
capacitação para os usuários do sistema dentro da comunidade. Para ajudar na otimização de
energia na comunidade, será elaborada uma cartilha com boas práticas de uso do sistema.
Outra atividade prevista no escopo do projeto e no termo de abertura é a realização de
minicurso de projeto e instalação de sistemas fotovoltaicos, com 12 horas de duração, em
eventos do gênero na universidade e região.
Com a revisão do documento de implementação do projeto, previsto na EAP, será
confeccionado um artigo com temática voltada à instalação de sistemas fotovoltaicos em
comunidades isoladas e sua viabilidade, com intuito de publicar em congressos de engenharia,
de energias renováveis ou outros que englobem esta temática.
1455
Espera-se que esses resultados possam contribuir na graduação dos petianos e dos demais
discentes contemplados indiretamente pelo projeto, e ainda na melhoria de ensino na
comunidade de Maravilha. Este projeto agregará conhecimento a outras linhas de educação,
pesquisa e extensão na área de energias renováveis na região amazônica, e pode incentivar
ainda mais o uso de energias alternativas em comunidades remotas que não são atendidas pelo
fornecimento de energia elétrica.
Há a possibilidade de impacto em políticas públicas no Programa Luz para Todos do
Ministério de Minas e Energia e no Município de Juruti, como o planejamento de recursos
para a eletrificação de escolas remotas.
Conclusão
O sistema off-grid de geração distribuída é amplamente utilizado como solução para o
fornecimento de energia elétrica em locais remotos, onde a eletrificação pelo centro de
geração não é viável. Desta forma, a sala de informática a ser instalada na comunidade de
Maravilha em Juruti-PA, utilizará diretamente energia solar fotovoltaica para abastecimento
dos aparelhos especificados.
A implementação do projeto promoverá a inclusão digital na comunidade ao proporcionar aos
estudantes da Escola Sabino Matos o acesso a computadores, softwares e internet, importantes
como auxílio no desenvolvimento escolar, e futuramente no desenvolvimento da comunidade.
A utilização dos meios computacionais como ferramenta pedagógica é importante, oferecendo
aos estudantes autonomia associadas às habilidades cognitivas aprendidas por este meio
informacional e cultural, como forma de inclusão social em uma sociedade globalizada.
Os petianos terão experiência no dimensionamento e instalação de sistemas fotovoltaicos,
conhecimento necessário para a formação no curso de Engenharia Física da Universidade
Federal do Pará com ênfase em energia e para futuro profissional de cada um.
Referências
PINHO, João T. (coord.). et al. Sistemas Híbridos. Brasília: Ministério de Minas e Energia,
2008. 396 p.
GUIMARÃES, Ana Paula C. et al “Manual de engenharia para sistemas fotovoltaicos”,
CEPEL - CRESESB, 2004.
1456
A influência da estrutura organizacional nas relações tutoriais de um grupo PET
Augusto Salfer Devigili¹, Aureo Guilherme Dobrikopf¹, Bruno Bertoldi¹, Guilherme do
Nascimento¹, Jardel Régis Teixeira¹, Jonathan Lopes Florêncio¹, Renata Pedrini¹, Vinícius
Pelizzer Casara¹; André Bittencourt Leal².
¹ Integrante do grupo PET ² Tutor do grupo PET
Introdução
O PET (Programa Especial de Treinamento) foi criado em 1979 pela CAPES com o intuito de
criar grupos com excelência acadêmica, nos quais se concentrassem esforços para melhorar a
formação técnica e profissional de seus membros, encaminhando-os à pós-graduação.
Posteriormente, em 2004, ocorreu uma reestruturação do programa, que teve seu nome
modificado para Programa de Educação Tutorial. Este novo viés assumido pelo programa tem
por princípio o desenvolvimento de um ambiente de educação tutorial focado no
desenvolvimento do curso de graduação através da realização de atividades de ensino,
pesquisa e extensão de forma indissociável.
A educação tutorial, termo contido no próprio nome do programa, não foca apenas na
formação profissional, mas principalmente na formação ética, de senso crítico e de respeito.
Para isto utiliza-se a tutoria, que é diferente da orientação. Podemos descrever isso
brevemente utilizando uma analogia: o orientador indica um livro para o aluno encontrar o
que procura. O tutor, por sua vez, indica uma biblioteca para que o aluno procure o livro que
mais o agrada. A tutoria promove relações mais amplas do que a orientação, buscando
fornecer ao indivíduo uma independência para desenvolver suas atividades.
Como os membros dos grupos que fazem parte do Programa de Educação Tutorial realizam
atividades em conjunto e convivem em um ambiente de trabalho, é natural pensar que haja
certa estrutura que organize as relações hierárquicas do grupo e a segmentação das atividades,
facilite as relações tutoriais internas e promova uma formação mais completa aos seus
membros.
Segundo Maximiano (2000, p. 91) uma organização é um sistema de recursos que procura
realizar objetivos ou conjuntos de objetivos. Além de objetivos e recursos, as organizações
têm dois outros elementos importantes: divisão de trabalho e processo de transformação.
Objetivos
1457
As relações tutoriais realizadas não somente entre tutor e discentes do grupo, mas também
entre os próprios discentes, traz grandes benefícios e resultados. Este trabalho tem como
objetivo geral buscar um modelo de estrutura organizacional que beneficie ao máximo tais
relações dentro do grupo PET, utilizando o modelo atual utilizado pelo grupo autor deste
trabalho como estudo de caso para discussões.
A criação de um modelo organizacional para o PET tem como um dos objetivos beneficiar ao
máximo as relações tutorias no grupo. Isto é, criar um ambiente no qual cada um dos petianos
possa ser tutorado e realizar a tutoria com outros integrantes do grupo nas mais diversas
atividades.
Primeiramente, objetiva-se abordar aspectos desejados nas relações tutoriais dentro de um
grupo PET. Após isto, far-se-á uma breve revisão quanto aos modelos organizacionais já
consolidados pela teoria básica da administração e, em seguida, será discutido o estudo de
caso do grupo PET Engenharia Elétrica da Universidade do Estado de Santa Catarina, em
como seu modelo foi estruturado e os resultados que tem trazido.
Metodologia
As relações tutoriais no grupo PET apresentam-se entre docente-discente e discente-discente.
Apesar de os agentes serem diferentes, a tutoria prevê uma via de mão dupla de ensino e
aprendizado e, por tal, deve se dar de forma igualitária independentemente dos agentes. Sendo
assim, para estabelecer relações tutoriais, é importante que as autoridades não sejam absolutas
na tomada de decisões e no encaminhamento das atividades. Faz-se extremamente importante
que o tutor seja um facilitador na aprendizagem, para que os alunos sejam ativos e gozem de
certa autonomia em sua própria formação. As decisões que concernem ao grupo e realização
das atividades são responsabilidades de todo o pleno de integrantes do grupo, não havendo
distinção entre votos e afins. Desta forma, o papel do tutor e sua relação com o tutorado
diferenciam-se fortemente de outras interações, como orientação, coordenação, colaboração e
cooperação (DAMON e PHELPS apud DURAN, 2007, p. 260). Da mesma forma, no que
tange à relação entre discentes, deve-se existir uma liderança em decorrência da
personalidade, em decorrência do trabalho e experiência do líder e não meramente em relação
à posição que este ocupa. A mera liderança por posição implica em algo instituído
hierarquicamente, onde há uma relação unilateral de “chefe” e “funcionário”, enquanto a
1458
liderança por personalidade implica numa relação bilateral de respeito e crescimento mútuos,
onde um reconhece as qualidades e defeitos do outro.
Na teoria de administração, elencam-se três principais vertentes de organogramas: o modelo
tradicional, o modelo orgânico e o modelo matricial.
O modelo clássico trata de uma estrutura mais enrijecida e hierárquica, aplicada fortemente
em empresas com menor flexibilidade e mais estáveis, focados na eficiência da produção e na
exploração máxima da burocracia e da especialização do funcionário.
O modelo orgânico exibe um organograma mais flexível, onde não há tanta burocracia
interdepartamental. As relações e hierarquias são mais flexíveis, e o fluxo humano entre os
departamentos é alto. Este modelo é indicado para organizações modernas, pouco focadas no
controle da produção e mais voltadas à inovação, às relações humanas e ao trabalho em grupo.
Há ainda o modelo matricial, usado para representar a estrutura das organizações que não
apresentam uma definição clara das unidades funcionais, mas sim grupos de trabalhos
temporários separados por projetos.
Tratando do grupo PET Engenharia Elétrica da UDESC, sua estrutura organizacional formouse pela primeira vez em 2006, sendo esta reformulada em 2012. Nesta última, o modelo
optado foi de departamentalização por funções em um líder discente e cinco grupos de
trabalho, chamados de GTs, cada um com seu respectivo coordenador, além do tutor do
grupo. As relações interdepartamentais são dadas segundo o modelo orgânico, com alta
comunicação e fluxo de recursos humanos, ausência de hierarquização vertical e forte
autonomia para cada grupo de trabalho.
Cada petiano divide sua carga horária semanal na realização de atividades de ensino, pesquisa
e extensão, além das atividades administrativas. Portanto, em cada semestre é feita uma
divisão, onde, dentre as diversas possibilidades, o petiano escolhe as atividades que realizará
no semestre vigente.
Os grupos de trabalhos são compostos de três a cinco petianos, e cada petiano, em geral,
participa de dois GTs concomitantemente. A cada semestre é repensada a organização dos
GTs de modo a possibilitar que os integrantes participem de todos os GTs ao longo de sua
permanência no programa. Essa distribuição é possível, pois as atividades possuem baixa
exigência de especialização do trabalho, o que permite a alta rotatividade entre recursos
humanos e propicia maior relação entre os petianos, abrindo maior possibilidade de troca de
experiências e reforçando a ideia tutorial do programa.
Em cada um dos GTs há um integrante que tem a função de coordenador, o qual já teve uma
experiência prévia de atuação no grupo de trabalho que irá coordenar. Tal experiência é
1459
necessária, pois o grupo tem alta rotatividade de membros e é preciso que alguém, que
conheça bem o grupo, possa orientar os novos membros em relação às atividades a serem
desenvolvidas. Este coordenador, além de distribuir as atividades aos demais e organizar as
reuniões, também participa diretamente na realização dos trabalhos, criando uma imagem de
um líder participativo, e não de um chefe que apenas delega e cobra de seus subordinados.
A cada novo semestre, os novos membros fazem juntos um planejamento estratificado em
metas do que deve ser realizado ao longo dos seis meses seguintes, produzindo um plano de
ação a ser executado. Como as atividades organizacionais do PET estão divididas nos GTs, o
acompanhamento destas pelo grupo e pelo líder mostra-se facilitado, além de que a autonomia
dada ao grupo permite que decisões simples podem ser tomadas internamente, solucionando
assim imprevistos de forma mais rápida e organizada.
O líder do grupo possui a atribuição de coordenar, de um modo geral, as atividades do PET,
além de fazer um acompanhamento pessoal com cada integrante. A função do líder se
distancia daquela de um coordenador de GT, visto que, apesar deste também participar nas
atividades e no planejamento geral do grupo, sua liderança caracteriza um aspecto mais
pessoal, buscando motivar os participantes e explorar neles seu máximo potencial. Cada
semestre é eleito um novo líder, para que grande parte dos integrantes tenham a oportunidade
de assumir este cargo. Esta experiência promove um aprendizado de como lidar com as
grandes responsabilidades de estar à frente de uma organização, além de permitir que este
discente tenha a oportunidade de buscar melhorar seu perfil de liderança, seja no viés clássico,
relacional humano ou comportamental, de acordo com as teorias pré-sistêmicas.
Resultados e discussão
Os resultados, referentes à estrutura organizacional aplicada no grupo, são observados por
meio do progresso das atividades do grupo e também nas relações entre os petianos. Com
base nestes pontos se torna difícil realizar uma avaliação quantitativa dos benefícios
alcançados pela utilização desta estrutura organizacional pelo grupo.
Por outro lado, realizando uma análise qualitativa, observam-se vários resultados. Ser
participante ou coordenador de uma determinada atividade proporciona experiências variadas
em gestão de projetos e pessoas. O fato de a estrutura ser horizontal resulta em um grupo mais
integrado, no qual todos podem ser líderes e liderados ao mesmo tempo de forma a
potencializar a aplicação da educação tutorial.
1460
O fato da criação dos GTs faz com que as tarefas administrativas do grupo estejam
agrupadas e concentradas nos respectivos grupos responsáveis, com isso se torna mais
eficiente o trabalho, pois é mais fácil de analisar os problemas e as possibilidades. Além disto,
quando se encontra um problema pode-se direcioná-lo para o grupo responsável, facilitando o
processo.
Conclusão
Toda esta estrutura e planejamento auxiliam na formação de uma cultura de união e
comprometimento com as atividades dentro do grupo, que é passada aos novos membros
desde os primeiros dias no ambiente do PET. Com a formação desse pensamento desde os
primórdios, havendo mudanças de membros com a rotatividade natural, a linha de trabalho
permanece.
Tal cultura é refletida na formação de uma equipe eficiente, comprometida e unida, além da
formação pessoal do acadêmico, agregando ao seu currículo uma vasta experiência de
trabalho em grupo tendo a chance de desenvolver o aspecto de liderança, adquirida no dia a
dia dentro do PET. Essa formação adicional do membro influência diretamente na formação
cidadã, que fará do egresso uma pessoa atenta e preocupada no meio em que vive.
Referências
DURAN, David; VIDAL Vinyet. Tutoria: Aprendizagem entre iguais. Porto Alegre: Artmed,
2007.
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. 5ª ed. Introdução à administração. São Paulo: Atlas,
2000.
1461
Minicurso de Noções Básicas de ASPEN
Carolina Basílio Lopes¹, Daniel Ravazzani Ribeiro Vieira¹, Felipe Gomes Camacho¹,
Fernanda Truch da Silva¹, Fillemon Edillyn da Silva Bambirra Alves¹, Giovana Gonçalves
Dusi¹, Giovanni Arcari Pereira¹, José Carlos Cordeiro Jr.¹, Marco Alberto Rebelo Borg¹,
Marina Elizabeth Mazuroski¹, Nina Thaís Silva Monteiro¹, Patrícia Sandy Yee Hock¹, Rafael
Teruo Maruyama¹; Carlos Alberto Ubirajara Gontarski².
¹Petiano discente do grupo PET Engenharia Química UFPR; ²Petiano tutor do grupo PET
Engenharia Química UFPR
Introdução
O curso de Engenharia Química na Universidade Federal do Paraná (UFPR) adquiriu o
software Aspen da Aspentech, que é bastante utilizado nos períodos finais da graduação na
concepção de projetos. Este software é um simulador de processos que oferece diversas
ferramentas ao engenheiro, como a possibilidade de prever o comportamento de um processo,
projetar instalações e equipamentos, analisar vários casos recorrentes na indústria de uma
forma prática, otimizar condições operatórias, entre diversas outras utilidades. Por ser uma
ferramenta de trabalho importante, há interesse crescente da comunidade discente em usá-lo
com maior intensidade durante a sua formação acadêmica. Percebendo a demanda, o grupo
desenvolveu o minicurso de noções básicas de Aspen, cujo material didático e a realização de
treinamentos são feitos a cada nova coordenadoria de duração semestral. Desde a sua criação
em 2012, a atividade já teve três edições e o grupo PET Engenharia Química prevê mais duas
a três aplicações ainda neste ano de 2014.
Objetivos
O objetivo do minicurso é facilitar o uso do programa pela comunidade discente para que os
alunos estejam preparados para disciplinas do 4º ano da graduação (Integração V e Projetos
da Indústria Química I), assim como para as disciplinas seguintes e para sua futura carreira
profissional, por meio de uma experiência prévia e um conhecimento básico do software.
Além disso, durante a simulação de processos, o aluno se familiariza com a interface de
1462
trabalho e é instigado a utilizar seus conhecimentos dos fundamentos da Engenharia Química.
Isso provoca uma maior motivação pelo estudo e pelo aprofundamento do conhecimento.
Metodologia
Durante o desenvolvimento do material didático e preparação da primeira edição do curso,
uma parte do grupo foi encarregada de estudar o programa e os temas abordados. Assim, os
tutoriais do software (ASPENTECH, 2011) foram explorados e, com o auxílio dos
professores encarregados pelas disciplinas já mencionadas (CARDOSO, 2012), foram
montados módulos para repasse das informações aos outros membros do grupo em forma de
aula. Os petianos envolvidos nessa etapa foram divididos em equipes que prepararam quatro
módulos com os seguintes temas: aula introdutória com algumas operações de separação
(flash e ciclone) (MACINTYRE, 1990), modelos termodinâmicos (ASPENTECH, c2011)
com aplicação à destilação (HOLLAND, 1981), deslocamento de fluidos (bombas e
compressores) e trocadores de calor (KAKAÇ & LIU, 2002). Com a conclusão dos módulos e
compilação de uma apostila (GONTARSKI et al., 2012), todos os membros do grupo foram
capacitados através de um treinamento ministrado pelas equipes. Todo esse processo durou
em torno de seis meses. Para a aplicação, houve uma oportunidade oferecida pela equipe
organizadora da XXXVIII Semana Acadêmica de Engenharia Química (SAEQ), que ocorreu
no período de 22 a 26 de outubro de 2012. Como o curso foi aplicado neste evento, a
divulgação, a impressão das apostilas e o recebimento das inscrições foram realizados pela
organização da SAEQ. Para a segunda aplicação, o material didático foi completamente
reformulado, mas mantendo os quatro módulos originais. A equipe responsável pela revisão
deste material buscou aprofundar os conceitos teóricos abordados na apostila na forma de
revisão bibliográfica, retomando conteúdos fundamentais do curso para um bom
desenvolvimento dos participantes do minicurso (GONTARSKI et al., 2013a). Essa edição
também teve a maior carga horária por aula, cada uma com duração de duas horas e meia. Já
para a terceira aplicação, dois capítulos foram acrescentados (GONTARSKI et al., 2013b),
envolvendo os seguintes temas: projeto e simulação de reatores químicos (LEVENSPIEL,
2000), análise de sensibilidade de processos e estudos de otimização (SCHEFFLAN, 2011) e
o conteúdo das aulas foi mais bem distribuído, assim a carga horária voltou a ser de duas
horas por aula, com seis dias de duração. Na organização da atividade, existe uma
coordenadoria composta por dois a três membros do grupo responsáveis pelo seu
planejamento e execução. Na aplicação do minicurso, todo o PET-EQ se envolve, dividindo1463
se em monitores e ministrantes. Cada aula, ministrada por um ou dois petianos, é composta
por um dos módulos mencionados, atualmente com duração de duas horas. A didática adotada
envolve uma parte expositiva para revisar conteúdos fundamentais para posterior resolução de
exercícios assistida passo-a-passo pelos ministrantes e monitores. O curso é ministrado na
sala de computadores do bloco didático de Engenharia Química, disponibilizada pelo
Departamento de Engenharia Química (DEQ). A sala é equipada com vinte e oito
computadores, dos quais vinte e seis são equipados com o software utilizado
(ASPENPLUS.EXE, c2011), e com uma lousa digital interativa, que é explorada com o
intuito de tornar o curso mais dinâmico e focar em uma didática mais interativa, em que o
ministrante e os participantes têm a possibilidade de realizar exercícios simultaneamente. A
fim de avaliar o minicurso, uma ficha de avaliação encontra-se ao final da apostila, na qual os
participantes avaliam cada aula ao seu término em termos de qualidade da aula ministrada, do
desempenho do ministrante, da equipe de apoio, do material didático e da organização do
minicurso. A divulgação da atividade é realizada pelos integrantes do grupo PET-EQ por
diversos meios de comunicação: em seu blog, em redes sociais, por cartazes e também com
divulgação em sala de aula. E, ao final de cada edição, os coordenadores conduzem uma autoavaliação em reunião, com base nos resultados do minicurso, e apresentam ao grupo um
balanço da atividade.
Resultados e discussão
A primeira aplicação do minicurso ocorreu no período de 22 a 26 de outubro de 2012 na
XXXVIII Semana Acadêmica de Engenharia Química. Esta aplicação foi aquela com a maior
demanda, pois em três minutos as vagas para o minicurso se esgotaram e foi verificado o
público de máxima capacidade da sala. Quanto à avaliação pelos participantes, a atividade foi
muito bem avaliada. Mais de 90% avaliou como excelente a didática dos ministrantes e mais
de 85%, o material didático. Quanto à organização, o revés apontado pelos participantes foi o
horário de início das aulas, pois foram realizadas no período noturno. O único problema
ocorrido foi com as apostilas, que apresentaram erros na formatação e na impressão, tarefa
que ficou a encargo da organização do evento. Mesmo assim, o grupo contornou a situação
disponibilizando eletronicamente as apostilas daquela edição, possibilitando aos participantes
um bom acompanhamento das aulas. As duas aplicações seguintes, ambas no ano de 2013,
tiveram avaliações similares, que de uma forma geral, apresentaram índices de satisfação em
torno de 80 a 90%. Dessas aplicações, a primeira de 2013, realizada no período de 17 a 26 de
1464
junho, contou com a participação da graduação e com três estudantes de pós-graduação, com
um público total de 28 participantes. Já a segunda de 2013, ocorrida no período de 18 a 29 de
novembro, teve a menor procura dentre as edições já realizadas, com 20 participantes, mas
atraiu dois professores do Departamento de Engenharia Química além de estudantes de
graduação e pós-graduação. Um fator de extrema importância na aplicação de palestras e
minicursos oferecidos pelo PET-EQ é a divulgação dessas atividades. O grupo acredita que
uma possível deficiência na divulgação tenha sido a causa que gerou a baixa procura pelo
minicurso. Entre outros fatores apontados, também foi destacado o aumento do número de
dias de aulas no minicurso e a quantidade de aulas por semana, pois essa edição foi realizada
ao longo de duas semanas com aulas nas segundas, quartas e sextas-feiras.
Conclusão
Naturalmente, há heterogeneidade entre os participantes; alguns aprendem mais rápido, são
mais curiosos e buscam resolver os exercícios por conta própria e de outras formas além das
apresentadas. Observa-se que alguns participantes já tinham contato com esse tipo de
ferramenta e buscam aprofundamento, enquanto outros, apenas o conhecimento básico. Isso
revela que, estratificando o curso, resultados melhores podem ser obtidos, o que deixa uma
sugestão para a evolução desta atividade do grupo. Espera-se que os professores das
disciplinas que requerem o uso do programa continuem a auxiliar o grupo e sugiram formas
de direcionar melhor o aprimoramento do minicurso. Assim, o aluno de Engenharia Química
cursará as disciplinas com maior facilidade em relação ao software. Espera-se também que
esta atividade continue a receber mais reconhecimento e participação da comunidade
acadêmica. Desde o início da preparação do minicurso, o principal objetivo da atividade é
oferecer de uma forma prática e eficaz uma introdução ao Aspen e aos conceitos interligados
ao simulador à comunidade acadêmica. Julgando o feedback recebido até então, podemos
concluir que o curso e a apostila estão sendo bem aceitos tanto pelos discentes quanto pelos
docentes do curso de engenharia química. Além disso, egressos do grupo e estudantes que
participaram de edições anteriores do minicurso estão aplicando o conhecimento adquirido
nessa atividade em suas vidas acadêmicas e profissionais, tanto no estágio curricular como
nas disciplinas do 4º e 5º ano do curso, o que confirma que o PET-EQ tem alcançado seus
objetivos com essa atividade.
1465
Referências
[1]
ASPENPLUS.EXE: AspenPlus. Versão 7.3. Aspen Technologies Inc., c2011.
[2]
ASPENTECH, Aspen V.7.3. Process Modeling, Remote Training, 2011.
[3]
ASPENTECH. Arquivo de ajuda do Aspen Plus 7.3, c2011.
[4]
CARDOSO, A. T. M. TQ085 – Operações Unitárias I. Curitiba: Universidade Federal
do Paraná, 2012.
[5]
GONTARSKI, C. A. U.; AZEVEDO, A. Q. P. L.; KNESEBECK, A. M.; LOPES, C.
B.; LUCHT, E. E.; CAMACHO, F. G.; ALVES, F. E. S. B.; CONSOLIN, J. C.;
PASQUALIN, K.; ALVES, K. M. P.; ZAIA, L. L.; RAVAGLIO, M. J. M.;
COSTANTIN, M. C. N.; MONTEIRO, N. T. S.; SOUZA, P. A. L.; TURKOT, P.;
KAWAZOE, V. T. Apostila de Noções Básicas de AspenTech. 1ª edição. Universidade
Federal do Paraná. Curitiba: Grupo PET Engenharia Química, 2013. 84p.
[6]
GONTARSKI, C. A. U. AZEVEDO, A. Q. P. L.; KNESEBECK, A. M.; LOPES, C. B.;
LUCHT, E. E.; CAMACHO, F. G.; SILVA, F. T.; ALVES, F. E. S. B.; PASQUALIN,
K.; RAVAGLIO, M. J. M.; COSTANTIN, M. C. N.; MONTEIRO, N. T. S.; TURKOT,
P.; MARUYAMA, R. T.; KAWAZOE, V. T. Apostila de Noções Básicas de
AspenTech. 2ª edição. Universidade Federal do Paraná. Curitiba: Grupo PET
Engenharia Química, 2013a. 199p.
[7]
GONTARSKI, C. A. U. AZEVEDO, A. Q. P. L.; KNESEBECK, A. M.; LOPES, C. B.;
CAMACHO, F. G.; SILVA, F. T.; ALVES, F. E. S. B.; DUSI, G. G.; JUNIOR, J. C. C.;
BORG, M. A. R.; COSTANTIN, M. C. N.; MONTEIRO, N. T. S.; HOCK, P. S. Y.;
TURKOT, P.; MARUYAMA, R. T.; KAWAZOE, V. T. Apostila de Noções Básicas de
AspenTech. 3ª edição. Universidade Federal do Paraná. Curitiba: Grupo PET
Engenharia Química, 2013b. 247p.
[8]
HOLLAND, C. D. Fundamentals of Multicomponent Distillation. New York: McGrawHill, 1981.
[9]
KAKAÇ, S.; LIU, H. Heat Exchangers: Selection, Rating and Thermal Design. 2nd ed.
Boca Raton: CRC Press, 2002.
[10] LEVENSPIEL, O. Engenharia das reações químicas. São Paulo: E. Blucher, 2000.
[11] MACINTYRE, A. J. Ventilação industrial e controle da poluição. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1990. 403p.
[12] SCHEFFLAN, R. Teach Yourself the Basics of Aspen Plus. Hoboken: John Wiley &
Sons, 2011.
1466
Revisão do MOB como instrumento de avaliação do PET
ALMEIDA, Lais¹; FARIAS, Hugo¹; QUEIROZ, Klewerton¹; SOUZA, Christopher1;
ARAÚJO, Liz1; CUNHA, Augusto1; BUARQUE, Ana1; GOMES, Yan1; MEZZOMO, Luiza1;
FERREIRA, Carolina1; CUNHA, Gedson1; GAMA, Cléber1; SANTOS, Alisson1.
¹ PET Engenharia Ambiental UFAL
Introdução
A avaliação de grupos PET requer a consideração de múltiplos fatores, em função da grande
abrangência de atuação do programa. Apresentar em poucas palavras o que é especificamente
o foco de atuação do programa, leva, usualmente, a uma descrição superficial e diferente para
cada um que procura descrevê-lo. No sentido de tentar melhor orientar os envolvidos, um
documento norteador (Manual de Orientações Básicas; MOB; Brasil 2006) foi desenvolvido e
que serve de principal referência, inclusive, para as portarias do Ministério de Educação.
Atualmente, o MOB tem sido utilizado para:
 (i)Planejamento de atividades; (ii) orientação quanto à postura e princípios dos
membros e do grupo.
Em função de sua relevância,e partindo de uma proposta de atividade apresentada no escopo
do encontro local de grupos PET da Universidade Federal de Alagoas, sugere-se que a revisão
do MOB sirva à avaliação de desempenho do grupo frente ao que se espera dele. Para esta
análise, utilizamos o PET Engenharia Ambiental-UFAL como estudo de caso.
Objetivos
O trabalho tem como objetivo analisar como revisar o MOB pode servir à avaliação de um
grupo PET.
Metodologia
O procedimento adotado para avaliar a atuação do grupo PET consistiu da leitura em conjunto
e análise crítica do Manual de Orientações Básicas, destacando quanto cada uma das
1467
recomendações têm sido atendidas. Com isso, o que se pretendia era avaliar os pontos que não
estavam sendo atendidos a contento para buscar novas atividades para o grupo que tornassem
sua atuação mais efetiva quanto ao que se espera de um grupo PET.
Estudo de caso: O PET Engenharia Ambiental
A proposição do PET Engenharia Ambiental foi consequência natural das iniciativas de
alunos do curso e professores que desejavam aprimorar o curso de Engenharia Ambiental e
Sanitária no Centro de Tecnologia (CTEC) da UFAL. Antes do PET, existia por ação
voluntária de alunos e de um professor um grupo que agia ansiando se tornar um PET, cuja
denominação inclusive era Pré-PET. As reuniões e ações do Pré-PET começaram em
setembro de 2009 onde se iniciou a discussão de objetivos e ações, que em 2010,
transformada em projeto, resultou na criação do grupo PET.
Hoje o PET Engenharia Ambiental conta com 14 petianos, sendo 12 bolsistas, um
colaborador e um professor tutor, onde o colaborador atua da mesma forma que os demais
alunos, porém, não estando vinculado ao SigPet. Para melhor eficiência no desenvolvimento
de atividades, o grupo está dividido em cinco comissões, são estas: i) Comunicação; ii)
Desempenho acadêmico; iii) Finanças; iv) Infraestrutura e v) Secretaria. Cada comissão tem
um regimento interno com descrição de atribuições. O grupo tem dentre as atividades duas
reuniões semanais: (i) a reunião interna, voltada para a definição e distribuição de tarefas para
operacionalização de atividades do grupo, e por isso, sem a presença do tutor, e; (ii) a reunião
ordinária, onde são discutidos e deliberados pontos que envolvam o curso e/ou a comunidade,
além de ser trabalhada a revisão e reflexão sobre atuação dos petianos no curso, no grupo e
sobre o PET, buscando o aprimoramento do programa e a melhor formação dos petianos.
Semestralmente, o grupo realiza uma auto-avaliação, se mostrando oportuna a sugestão de
atividade no Interpet.
Resultados e discussão
A partir da análise do MOB, os pontos observados que demandavam maior destaque para
revisão foram a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, a interdisciplinaridade e
a produção de publicações.
1468
Para que o planejamento de atividades do grupo venha a melhor retratar a indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão, considerou-se pertinente a revisão das atividades a fim de
inserir ou modificar atividades.O que hoje se observa é que a interpretação mais factível para
contemplar a indissociabilidade é realizar pesquisa sobre o ensino e realizar extensão ao
participar de eventos e publicá-la. O que o grupo vê como atividade ideal, seria a de
excelência em pesquisa científica em uma comunidade, com posterior repasse do aprendizado
adquirido à própria comunidade (extensão) e ao curso (ensino). Inclusive, ficamos
interessados em conhecer experiências de grupos que tenham trabalhado na graduação a
indissociabilidade sob a perspectiva de ver pesquisas de excelência, influenciando o ensino e
a extensão.
A interdisciplinaridade das ações do grupo PET Engenharia Ambiental encontra-se mais
fortemente associada à busca por realizar atividades que integrem várias áreas de atuação do
curso do que em relação a temas afeitos a outros cursos.Por meio da definição e repasse de
experiências em pesquisas individuais com diferentes professores, e da participação de
professores em algumas atividades do grupo, sendo estes diferentes ano-a-ano o grupo tem
tentado incentivar a uma ampla formação acadêmica. A atividade que melhor espelha a
interdisciplinaridade fora do escopo de atuação do curso é a promoção de ciclo de seminários,
cujo objetivo é oportunizar aos petianos e a comunidade o contato com estudos em temas não
diretamente associados ao curso.
No tocante às publicações, está contido no MOB: “É atribuição do aluno bolsista: publicar ou
apresentar, em evento de natureza científica, um trabalho acadêmico por ano, individual ou
em grupo”. Este tópico específico gerou uma discussão maior a respeito da avaliação de um
PET com relação ao número de publicações. O PET Engenharia Ambiental, apesar das
publicações anuais em eventos como ENAPET e ENEPET, ainda precisa melhorar na questão
das publicações individuais, tendo sido estimulada no corrente ano a prática de atividades que
sirvam à melhor formação em pesquisa dos petianos como a apresentação e discussão em
seminários de iniciação científica e de artigos em reuniões temáticas, bem como a entrega e
análise de planejamentos e relatórios semestrais, seguindo o calendário do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação Científica.
Além desses tópicos, foram observados alguns pontos passíveis de melhora na atuação do
PET Engenharia Ambiental, incluindo novas estratégias de desenvolvimento e modernização
1469
do ensino, tímida contribuição ao Plano Pedagógico do Curso, desenvolvimento de ações que
integrem ensino, pesquisa e extensão na graduação e interação com a pós-graduação.
No entanto, a atuação do PET Engenharia Ambiental foi identificada como positiva para
outros pontos, incluindo reflexões e discussões sobre atividades e formação cidadã dos
petianos, inibição da especialização precoce do petiano pela rotação anual de áreas de
pesquisas individuais e interação como mercado de trabalho e a comunidade por meio de
eventos. A busca por melhor formação do petiano passa ainda pela rotação semestral de
integrantes de comissões internas, com o estímulo à educação tutorial pela priorização da
participação de alunos nos diferentes níveis de graduaçãonuma mesma comissão, além das
atividades do grupo inteiro.
Conclusão
A leitura crítica em conjunto do Manual de Orientações Básicas (Brasil 2006) no PET
Engenharia Ambiental, com o intuito de auto-avaliação, possibilitou a identificação de pontos
que precisavam ser aprimorados . Com isso, entende-se que a proposta foi satisfatória,
enquanto possibilitou refletir sobre como o Manual pode também ser melhorado.
Como conclusão da análise, o PET Engenharia Ambiental identificou que precisa melhor
planejar suas atividades para que fique mais patente, principalmente, a indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão, para que haja maior interdisciplinaridade e que se produza
mais publicações científicas. Como consequência, o grupo inseriu e modificou atividades no
planejamento de 2014, ainda, no tocante a novas estratégias de desenvolvimento e
modernização do ensino.
Uma das sugestões de melhoria do MOB que ilustram como a leitura crítica e coletiva pode
ser útil à sua revisão, é a sugestão de melhor explicitar orientações quanto às publicações,
especificamente quanto ao desenvolvimento de pesquisas em grupo.
Referências
Brasil. Ministério da Educação, Programa de Educação Tutorial-PET Manual de Orientações
Básicas, 2006.
1470
Investigação de manifestações patológicas em edifícios públicos: estudo de caso do
centro tecnológico da universidade federal de Santa Catarina
Nardelli, A.1, Cunha, B. F.2, Azevedo, L.D.3, Silva, J. P. B.4, Zimmermann, C. C.5.
Introdução
Edificações são projetadas para ter um longo tempo de vida útil, no entanto a carência de
ações preventivas e de manutenção pode reduzir drasticamente a vida útil projetada, além de
gerar um maior custo a longo prazo.
É notória a falta de manutenção em muitos edifícios e obras públicas que, por muitas vezes,
encontram-se em estado inadequado de uso. Em edifícios públicos a situação se agrava, visto
que não existem prevenção e recursos financeiros destinados especificamente para
manutenção e prevenção dos mesmos. Não há um órgão responsável pelas construções,
somente uma direção ou um gestor encarregado desse dever. Sendo de responsabilidade
desses, identificar possíveis defeitos e garantir que as devidas correções sejam realizadas a
fim de preservar a segurança dos usuários e durabilidade da construção.
Neste sentido, o Programa de Educação Tutorial (PET) do Curso de Engenharia Civil (ECV)
da Universidade Federal de Santa Catarina, através de seu tutor e bolsistas – estudantes do
Curso –, vem desenvolvendo trabalhos importantes para a própria UFSC. São inúmeros
projetos realizados que, além de favorecer a universidade, pois não há a necessidade de
contratar profissionais especialistas para realizar esses relatórios, treinam e qualificam os
bolsistas, ação que vem ao encontro do “aprender fazendo” – um dos objetivos do
PET/ECV/UFSC –. Assim, os bolsistas apreendem o conhecimento de forma teórico-prática
Este projeto, tem por objetivo fazer um estudo de caso do Centro Tecnológico da
Universidade Federal de Santa Catarina, detectando as origens das manifestações patológicas
encontradas.
Objetivos
Dentre os objetivos esperados pode-se citar: identificação de patologias existentes nas
edificações de estudo; elaboração de pesquisa sobre informações acerca das manifestações
patológicas existentes, apontando suas causas; confecção de um banco de dados eletrônico,
utilizando o software Excel, catalogando e descrevendo cada patologia encontrada
identificando suas localizações; desenvolvimento de habilidades de identificação e análise de
patologias dentre os bolsistas participantes; capacitação dos bolsistas através da utilização de
softwares utilizados para a Engenharia Civil.
Metodologia
1471
O trabalho foi planejado e constituído de quatro etapas: Inspeção/vistoria técnica para coleta e
confecção de banco de dados – incluindo medições, fotografias e desenhos das manifestações
patológicas identificadas –, análise dos dados coletados para identificação das origens das
mesmas, com base em pesquisa bibliográfica (relatórios, livros, anais e publicações e
internet). O local para desenvolvimento da metodologia foram dois edifícios, denominados de
blocos A e B, com três pavimentos cada, sendo incluídas também suas coberturas. Essa
escolha deu-se para atender a uma solicitação da Direção do Centro Tecnológico da
Universidade Federal de Santa Catarina (CTC – UFSC), que desejava um trabalho desta
natureza, com o objetivo de corrigir os problemas encontrados com critérios técnicos.
A fim de melhor apresentar e compreender as patologias analisadas neste estudo optou-se por
dividi-las por áreas. Portanto, as patologias identificadas foram classificadas em: estruturas,
paredes, pisos e cobertura.
Resultados e discussão
Estruturas
Fissuras
Fissuras são fendas causadas por diversos motivos, podendo esses estarem relacionados tanto
a problemas do concreto no estado fresco, como no estado endurecido. Dentre as razões,
pode-se citar: falha na execução do elemento estrutural como vibração, lançamento e
escoramento, retração plástica e hidráulica, cobrimento da armadura inadequado,
movimentações térmicas, sobrecargas, deslocamentos da estrutura e agentes agressivos. As
principais fissuras constadas em pilares e vigas podem estar relacionadas ao cobrimento
inadequado da armadura, visto que as fissuras analisadas estão alinhadas com as armaduras
longitudinais e transversais.
As fissuras em lajes podem estar associadas à deformação excessiva do elemento, causada
principalmente por sobrecargas, retirada precoce do escoramento ou armadura insuficiente.
Ressalta-se que a correção dessas manifestações é fundamental a fim de evitar a expansão da
fissura e acesso de oxigênio, água ou agentes agressivos à armadura.
Desagregação do concreto
Como consequência da não correção de fissuras no estágio inicial, pode ocorrer a
desagregação do concreto do elemento de concreto armado. Além da exposição de um
pequeno segmento da armadura, o concreto desagregado não tem mais função estrutural,
sendo apenas um revestimento parcial se ainda estiver ligado à estrutura. O avanço rápido das
fissuras acontece devido a liberação de óxido de ferro, produto da reação de corrosão, que
aumenta o volume ocupado pela armadura. Essa reação ocorre a partir do contato direto ou
indireto da armadura com o meio agressivo, a qual pode ser atacada por ácidos ou sais que
1472
diminuem o pH do meio, presença de umidade, erosão, ou ainda, bactérias e fungos
(GENTIL, 2003). Através dos levantamentos em campo, foi possível verificar pontos em que
ocorreu desagregação do concreto, causada possivelmente pela erosão e exposição do
elemento de concreto armado a um ambiente agressivo, próximo a uma avenida com muito
tráfego de veículos.
Infiltrações
A infiltração é uma das patologias mais comum nas edificações. Infiltrações possuem diversas
causas e podem ser originadas tanto por materiais de baixa qualidade como por falhas na
execução da obra.
Infiltração na laje
Foram localizadas, na região entre a laje e o telhado, infiltrações ocasionadas pelo acúmulo de
água. A ocorrência dessa patologia deve-se ao fato de que o sistema de vedação e
impermeabilização do telhado não está desempenhando sua função adequadamente. Para este
caso, faz-se necessário interromper a infiltração e, posteriormente, realizar o reparo das
estruturas afetadas.
Infiltração na junta de dilatação
O material elástico aplicado em juntas de dilatação tem como função vedar determinados
espaços e permitir que as estruturas adjacentes possam sofrer dilatações sem causar danos.
Todavia, devido à baixa qualidade do material, espessura insuficiente, aplicação inadequada
ou ao tempo de utilização, as dilatações podem causar a degradação do material e surgimento
de patologias no edifício. Por meio deste estudo, pôde-se perceber a existência de um
processo de degradação avançado no material utilizado na junta de dilatação, fato que causou
uma infiltração na região de dilatação entre estruturas.
Paredes e pisos
Fissuras
As fissuras nas paredes podem ser causadas principalmente devido às cargas exercidas pelas
vigas que apresentam flechas ou devido aos recalques diferenciais que ocorreram na
edificação. Por ter função de vedação e não estrutural, os tijolos não resistem a esses esforços
e acabam fissurando.
Danos causados pela umidade as paredes
1473
Existe grande indício de patologias causadas pela incidência de água, seja por infiltração ou
simples exposição de materiais a umidade elevada.
Tijolos com eflorescência
Eflorescências, depósitos cristalinos de cor branca, aparecem na superfície do tijolo
principalmente devido a percolação de água através do material.
Cobertura
Entupimento dos tubos de queda
A vegetação do entorno pode influenciar de diversas formas na edificação. Plantas de grande
porte interferem com folhas e pedaços de galhos que, ao caírem, ficam depositadas nas calhas.
Após a construção de qualquer edificação, é indispensável manter uma manutenção
preventiva para aumentar a durabilidade da estrutura. Assim, faz-se necessário realizar
limpezas periódicas pelo telhado a fim de evitar o entupimento dos canos de queda d’água.
Vegetação
O crescimento de vegetação de pequeno a médio porte nas edificações é preocupante, visto
que as raízes podem atravessar a camada impermeabilizante e, assim, abrir caminho para
infiltração de água nas lajes de concreto.
Armadura exposta em vigas
Conforme a norma NBR 6118/03 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento, as
armaduras de estruturas de concreto armado devem ser cobertas por uma espessura mínima de
modo que fiquem protegidas da corrosão, garantindo assim a segurança e durabilidade da
estrutura. Em alguns locais, no entanto, devido à execução inadequada, as armaduras ficam
próximas à superfície, facilitando sua corrosão. Por meio dos levantamentos realizados, pôdese detectar em algumas vigas, que possuem o formato em U e função de calha, localizadas na
cobertura, a presença de inúmeros pontos com armadura longitudinal e transversal expostas.
Conclusão
Ao final desse estudo foi possível constatar inúmeras patologias existentes nos edifícios
analisados. Ressalta-se então a necessidade de uma reforma corretiva nos locais indicados a
fim de assegurar condições apropriadas de segurança, além de garantir a saúde e o conforto
visual dos usuários.
1474
Pôde-se também perceber a importância da manutenção periódica, visto que o custo e
complexidade da correção dos problemas em estágios avançados são muito maiores se
comparados aos da manutenção preventiva. Todavia, notou-se a falta e dificuldade de se
realizar manutenção em edifícios públicos, onde não há fiscalização rígida e existe muita
burocracia envolvendo a correção e manutenção desses edifícios.
Juntamente com a elaboração do artigo, encaminhou-se um relatório com a descrição,
localização e propostas de soluções de todas as patologias averiguadas à direção do Centro
Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina. Buscou-se, dessa forma, auxiliar os
gestores desses edifícios públicos, que geralmente não possuem conhecimento nessa área, a
resolver os problemas detectados.
O trabalho desenvolvido foi extremamente importante, pois servirá para orientar os trabalhos
de correção (que já estão sendo providenciados). Mais do que isso, serviu para treinamento,
aprendizagem e qualificação de bolsistas, sob a orientação do professor tutor - ação que
objetiva o “aprender fazendo” -, que coloca em prática o ensino teórico da engenharia.
Referências
HELENE, P.. Manual de Reparo, Reforço e Proteção de Estruturas de Concreto. Editora Pini
Ltd, São Paulo, 1992
RIPPER, T.; SOUZA, V.C.M.. Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto.
Editora Pini, São Paulo, 1998.
THOMAZ, E.. Trincas em Edificações: Causas, Prevenção e Recuperação. Editora Pini Ltda,
São Paulo, 1989.
EICHLER, F.. Patologias de La Construcción: Detalles Construtivos. Editorial Blume/Lobor,
Barcelona, 1973
GENTIL, V.. Corrosão. Quarta edição, LTC editora, São Paulo, 2003.
LICHTENSTEIN, N.. Patologia das Construções. Boletim Técnico da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1986.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas
de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003. 221 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575: Impermeabilização –
Seleção e Projeto. Rio de Janeiro, 2010. 14 p.
1475
Desafio Genial
PAIXÃO, J. A. S.¹; VASCONCELOS, G. J. Q.²; FALCETTI, E. P.²; GIMENEZ, B. G. S.²;
FRANZE, G. P. J.²; COSTA, G. S. R.²; JUNIOR, M. A. S. P.²; CARNAVALLE, C. A.²;
SQUIZATO, M.²; MAGGI, M.²; ZANINETTI, B. F.²; WOISKI, E. R.³
Autor¹;Co-autores²; Tutor³.
Introdução
O Desafio Genial foi uma competição voltada aos graduandos em Engenharia
Mecânica da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – UNESP, com o intuito de promover
para os discentes participantes a experiência de vivenciar situações-problemas encontradas no
mercado de trabalho. Com o formato escolhido para o evento buscou-se uma maior integração
entre os alunos de diferentes semestres. Assim, desafiaram-se as equipes em provas em que se
mesclaram conhecimentos teóricos e práticos, testando-lhes a capacidade de organização,
comunicação e seu desenvolvimento técnico-científico.
Objetivos
Levando em consideração a alta carga de conteúdo teórico do curso de graduação em
Engenharia Mecânica e a necessidade de aplicar estes conteúdos em situações práticas, o
Desafio Genial foi idealizado com o intuito de gerar oportunidade para que tal feito ocorra,
propondo situações similares as encontradas no mercado de trabalho e gerando também a
integração entre os alunos participantes.
Metodologia
As equipes foram formadas livremente, contendo cada uma exatamente cinco
discentes de Engenharia Mecânica sem restrição de período, sob um nome para a equipe por
eles mesmos escolhido.
O Desafio Genial consistiu na realização de três provas, sendo as duas primeiras com
prazo de uma semana e a última presencial.
1476
A primeira foi a Prova da Balança, realizada no dia 24 de março. Nesta os
participantes tiveram que projetar, construir e elaborar um relatório do projeto de uma
balança, sem restrição de tipo de funcionamento e modelo, por meio da qual deveriam obter o
melhor valor possível para três pesos desconhecidos previamente aferidos pela organização.
Os resultados e relatórios foram então analisados por uma banca avaliadora composta por
docentes do curso de Engenharia Mecânica e por integrantes do grupo PET-EM de acordo
com os quesitos: precisão, custo, inovação do protótipo e qualidade do relatório submetido
pela equipe.
Já a segunda foi a Prova do Quiz, executada no dia 31 de março, realizada em forma
de gincana em um único dia, sendo obrigatória a presença de todos os integrantes de cada
equipe. Esta prova consistiu em uma disputa de perguntas e respostas entre todas as equipes
do Desafio. As disputas foram sorteadas e a cada par de integrantes as equipes se enfrentaram.
Para cada disputa foram sorteadas cinco perguntas, duas de conhecimentos gerais e três de
lógica/relações. Vale ressaltar antes dos duelos, cada equipe escolheu previamente a sua
sequência de membros para responder as questões, sendo proibida a ajuda do resto da equipe
enquanto o integrante escolhido procurava responder a cada pergunta antes do integrante
correspondente da equipe adversária. Com o número de duelos vencidos e respostas corretas e
erradas elaborou-se um ranqueamento da prova e determinou-se uma nota para cada equipe
para aquela prova.
Por fim, a terceira e última foi a Prova de Empreendedorismo, realizada no dia 07 de
abril, em que cada equipe foi encarregada de produzir um plano de negócios envolvendo a
coleta e tratamento do lixo da região de Ilha Solteira, com o objetivo de obter um
financiamento do BNDES. Para isso, os integrantes de cada equipe tiveram que apresentar o
plano de negócios elaborado pela respectiva equipe para uma banca avaliadora, composta por
professores da disciplina de empreendedorismo do Campus de Ilha Solteira, pelo tutor do
grupo e por integrantes do grupo PET-EM.
De posse das notas geradas pelas avaliações em cada uma das provas, construiu-se
uma média global e atribuiu-se a nota final para cada equipe, gerando uma classificação geral.
Os integrantes da equipe classificada em primeiro lugar foram premiados com um tablet cada
um. Os integrantes da equipe classificada em segundo lugar receberam um pendrive de 32 GB
cada um, ao passo que os integrantes da equipe que ficou em terceiro lugar receberam cada
um uma coleção de livros. A premiação ocorreu em meio a uma confraternização entre os
membros do grupo PET, participantes do Desafio e convidados.
1477
Resultados e discussão
Logo no início de divulgação muitos alunos se mostraram interessados ao modelo de
competição do Desafio Genial. Entre os professores houve o apoio completo através da
Coordenação de Curso, representantes do Departamento de Engenharia Mecânica e Diretoria
do Campus. Dessa forma cada uma dessas entidades colaborou de maneira distinta para a
realização do evento. Assim, o grupo PET-EM conseguiu estreitar os laços com os discentes
do curso e também com o corpo docente da Universidade.
O interesse do corpo discente foi claramente definido através das 8 equipes que
participaram do Desafio, estas equipes possuíram membros de diferentes semestres do curso,
proporcionando assim uma integração e troca de experiência programada.
Ao final do evento aplicou-se um questionário virtual aos discentes que
proporcionaram um feedback positivo quanto a atividade, as duas primeiras provas atraíram
mais o interesse dos estudantes, devido a maior afinidade. Já a prova de empreendedorismo
proporcionou relativo descontentamento, principalmente por não ser uma temática obrigatória
do curso de Engenharia Mecânica.
A qualidade dos prêmios e a experiência desafiadora se tornaram o principal atrativo
para os discentes, que gostaram muito da atividade, conforme questionário de satisfação
respondido pelas equipes.
Entre as principais dificuldades na realização desta atividade pode-se destacar a busca
de empresas interessadas no patrocínio, já que os valores envolvidos em prêmios e divulgação
eram relativamente elevados. Outra dificuldade foi a construção de documentos imparciais
justos a todas as equipes e situações, devido a grande responsabilidade na competição.
Conclusão
Tão importante quanto colaborar com a disseminação científica através do ensino e
pesquisa, é a capacidade de promover a extrapolação deste conhecimento para além das
fronteiras da instituição de ensino. A competição Desafio Genial foi uma experiência
inovadora organizada pelo grupo PET-EM que permitiu aos discentes envolvidos a
participação em uma atividade extra-graduação, dando-lhes a oportunidade de se organizarem
e trabalharem em equipe para poderem atingir com eficiência determinados objetivos préestabelecidos, ao mesmo tempo que sendo obrigados a seguir regras previamente definidas e
conhecidas de todos os participantes para cada uma das provas.
1478
Referências
AIDAR, Marcelo Marinho. Empreendedorismo. Rev. adm. empres., São Paulo , v. 44, n. 3,
Set. 2004 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003475902004000300012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 05 jun. 2014.
FARIA, Maria de Fátima Bruno de. Empreendedorismo: além do plano de negócio. Rev. adm.
contemp.,
Curitiba
,
v.
9,
n.
4,
Dez.
2005
.
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141565552005000400013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 05 jun. 2014.
1479
Disponível
em:
Transtech Pantanal
SILVA, B. G. G.¹; VASCONCELOS, G. J. Q.²; FALCETTI, E. P.²; PAIXÃO, J. A. S.²;
FRANZE, G. P. J.²; COSTA, G. S. R.²; JUNIOR, M. A. S. P.²;
CARNAVALLE, C. A.²; SQUx’IZATO, M.²; MAGGI, M.²;
ZANINETTI, B. F.²; WOISKI, E. R.³
Autor¹;Co-autores²; Tutor³.
Introdução
O Pantanal matogrossense é uma vasta região de 250 mil km², ou seja, cerca de metade da
área da Espanha, 70% dos quais estão situados no Brasil, a maior parte coberta de planícies
com alagamento sazonal, que representa a maior área de estuário de rio do mundo,
abrangendo pelo menos cinco biomas completamente distintos, com uma correspondente
diversidade de flora e fauna . Um certo número de comunidades, cuja origem é uma mistura
indígena e cabloca, vivem há muitos anos em locais que são de difícil acesso, longe dos
centros urbanos relativamente desenvolvidos, sem rede elétrica e possuem como característica
baixos níveis de saneamento básico e de escolaridade. A economia das comunidades mais
pobres está baseada na venda de iscas para a pesca e na renda por algum turismo. O fato é que
as comunidades estão se extinguindo, seja pela mortalidade elevada, seja porque os jovens
estão migrando para outras paragens, em busca de melhores oportunidades de vida. Fixar
aquelas comunidades fornecendo-lhes condições de desenvolvimento autossustentável deveria
ser, assim, objeto de uma política pública.
Objetivos
O projeto Transtech Pantanal consiste, então, no desenvolvimento e na transferência de
tecnologias com materiais facilmente disponíveis para as comunidades pantaneiras,
abrangendo cerca de 90 famílias da região, com a finalidade de garantir-lhes a melhora da
1480
qualidade de vida, as chamadas tecnologias sociais. Para isso, as comunidades receberam
orientação sobre higiene, saúde e energia e sobre os princípios de funcionamento e a
construção, por elas mesmas, de pequenas turbinas eólicas, filtros biológicos de água e
biodigestores para produção de gás.
Metodologia
O projeto foi financiado pela Fundação Itaú Social e contou com as parcerias da Organização
Não-Governamental ECOA - Ecologia e Ação, do Estado do Mato Grosso do Sul, de um
grupo de estudantes da Universidade de Michigan nos Estados Unidos e do grupo PETEngenharia Mecânica da Unesp – Campus de Ilha Solteira. O grupo PET-EM e a equipe de
alunos da Universidade de Michigan realizaram durante o ano de 2013 e 2014 estudos de
como adaptar essas tecnologias às condições das comunidades. A implantação das tecnologias
desenvolvidas ocorreu no período do mês de maio a junho de 2014.
O projeto foi realizado em duas etapas básicas. A primeira envolveu o processo de projeto e
testes das tecnologias escolhidas e a segunda, a informação pedagógica e a transferência das
tecnologias para as comunidades no local. Na primeira etapa, o grupo PET-EM e os
estudantes da Universidade de Michigan dividiram-se em três equipes, que trabalharam cada
uma em sua instituição em uma das tecnologias, a turbina eólica, o filtro biológico e o
biodigestor, procurando soluções alternativas para adaptá-las as condições das comunidades,
utilizando materiais de baixo custo e de fácil acesso na região. Esta fase ocorreu no período de
novembro de 2013 a abril de 2014, sendo que no mês de dezembro foram enviados quatro
integrantes do grupo PET-EM para uma visita à região, buscando conhecer suas
características naturais e avaliar as necessidades das comunidades. Como forma de
organização o grupo PET-EM designou um coordenador para cada tecnologia, responsável
por gerenciar o projeto correspondente e por manter a comunicação e atualização do
andamento do projeto para os alunos da equipe da Universidade de Michigan, para que com
essas informações as equipes pudessem trabalhar juntas. Na segunda fase, representantes das
equipes de cada tecnologia foram enviados às comunidades da região Sul-Matogrossense do
Pantanal, onde realizaram oficinas com as comunidades, com o objetivo de apresentar os
1481
princípios teóricos e construir cada tecnologia, além de conscientiza-los quanto à importância
e ao impacto do uso destas no seu dia-a-dia. Foram desenvolvidos planos de aulas e materiais
didáticos para que os projetos pudessem ser melhor compreendidos e certamente reproduzidos
pelos moradores locais. Cada equipe teve um período de duas semanas entre os dias 10 de
maio e 10 de junho para desenvolver este trabalho, iniciando com as equipes do biodigestor,
em seguida do filtro biológico e por último da turbina eólica. O grupo PET-EM enviou três
representantes para esta etapa, os quais participaram do biodigestor e filtro de água.
Resultados e discussão
As tecnologias do biodigestor, filtro biológico de água e turbina eólica foram projetadas e
implantadas com sucesso, a etapa de desenvolvimento do projeto ocorreu de novembro de
2013 a abril de 2014. Após desenvolvidas as tecnologias o grupo PET-EM focou na produção
de materiais didáticos, como apresentações em slides e experimentos sobre os conceitos
teóricos abordados, para serem utilizados na fase de implementação que ocorreu nos meses de
maio e junho de 2014. Integrantes do grupo PET-EM foram para a região em dois períodos
dentro desses meses, do dia 11 a 18 de maio, alguns para participarem da equipe responsável
pelo biodigestor e de 03 a 12 de junho os outros para participarem da equipe responsável pelo
filtro biológico. Naqueles períodos foram visitadas as comunidades da Barra do São
Lourenço, Paraguai Mirim e escolas em Poconé e Corumbá. Apesar da inviabilidade de
participar da equipe responsável turbina eólica na etapa de apresentação as comunidades desta
tecnologia devido às dificuldades no calendário letivo, o grupo PET-EM teve um papel
essencial na primeira etapa, de desenvolvimento e teste do projeto, na elaboração do material
e na construção do processo pedagógico que foi utilizado pelas equipes para ensinar sobre a
tecnologia para os moradores locais, levando em conta sua escolaridade, condições
socioeconômicas e a complexidade dos conceitos teóricos abordados.
1482
Conclusão
O projeto Transtech Pantanal foi amplamente aceito pelas comunidades pantaneiras, se
mostrando extremamente útil e um passo importante para melhoria da sua qualidade de vida,
embora a efetivação dessa melhoria dependa de uma atenção e cuidados permanentes, bem
como de uma alteração, induzida pelas novas tecnologias, de seu modo de vida tradicional. O
projeto proporcionou ao grupo a oportunidade de aprendizado sobre a geografia, a fauna, a
flora e as condições socioeconômicas das comunidades que vivem em uma importante e vasta
região do país, infelizmente desconhecida da maior parte dos brasileiros e esquecida pelos
governantes. Finalmente, trabalhar com estudantes da Universidade de Michigan propiciou ao
grupo uma excelente experiência de desenvolvimento de um projeto em parceria com equipes
de estudantes do exterior, mostrando assim que para os grupos PET não existem limitações
impostas pela distância geográfica, de linguagem, ou cultural. Os conceitos de educação
tutorial foram amplamente abordados neste projeto, em duas fases bastantes características, na
primeira o grupo juntamente com a universidade de Michigan pesquisou e desenvolveu o
projeto para as tecnologias de forma que este pudesse ser executado por membros das
comunidades, a segunda etapa envolveu a transferência de conhecimento, demonstrando seu
conteúdo de extensão, neste caso a comunidades ribeirinhas, e ensino, nesta etapa o grupo
visitou as comunidades com objetivo de ensinar sobre o projeto, abordando desde sua
construção a sua manutenção, houve também um processo de conscientização sobre a
necessidade e as vantagens que as tecnologias trariam para a população.
Referências
FARIA,
Alcides;
NICOLA,
Rafaela. Pantanal. Disponível
<http://www.riosvivos.org.br/Canal/Pantanal/260>. Acesso em: 9 jun. 2014.
1483
em:
Embrapa
Pantanal
(Org.). Pantanal. Disponível
em:
<http://www.cpap.embrapa.br/skel.php?end=paginasec/pantanal.html>. Acesso em: 9 jun.
2014.
COMUNICAÇÃO ECOA (Org.). Pesquisadores desenvolvem tecnologias sociais de baixo
custo
e
melhoram
a
vida
de
comunidades
do
Pantanal. Disponível
em:
<http://www.riosvivos.org.br/Noticia/Pesquisadores+desenvolvem+tecnologias+sociais+de+b
aixo+custo+e+melhoram+a+vida+de+comunidades+do+Pantanal/18808>. Acesso em: 13 jun.
2014.
1484
Aproximação da prática profissional ao cotidiano dos petianos do grupo PET CIVIL da
Universidade Federal de Alagoas
Arthur Fellipe dos Santos Souto 1; Mariana Rodas Ferreira de Almeida1; José Roberto Tenório
Filho¹, Luiz Carlos Lima Véras1, Nathália Pontes Amorim1, Rodrigo Albuquerque
Gonçalves1, Ariany França Cavalcante1, Rafaella Pontes Amorim1, Francisco Patrick Araujo
Almeida².
¹, ² Universidade Federal de Alagoas
Introdução
Há bastante tempo a falta de aplicação diretamente prática da Engenharia nas atividades
desenvolvidas pelo grupo PET Engenharia Civil da Universidade Federal de Alagoas tem sido
um dos principais causadores de desânimo e desmotivação entre os petianos depois de certo
tempo de participação no grupo. Por muito tempo, o planejamento anual do grupo tem sido
composto de atividades de ensino, pesquisa e extensão baseadas na realização de cursos de
ferramentas úteis aos alunos de graduação durante sua permanência na universidade, realização
de eventos científicos e atividades de assistência para a comunidade local. Embora tais
atividades desenvolvam o lado humano e social do petiano, além de colocá-lo constantemente
em situações em que se faz necessário exercer o perfil de liderança de equipes e gerente de
atividades para resolução de diversos problemas, ambas características essenciais a um bom
engenheiro, em determinado ponto de sua vida no grupo, o integrante acaba sentindo o peso
da falta de aplicações técnicas nestas atividades.
Objetivos
O objetivo do presente trabalho é apresentar, do ponto de vista de execução, público-alvo e
impacto para os petianos as atividades atualmente exercidas pelo grupo e que possuem uma
maior proximidade com as aplicações técnicas da Engenharia Civil.
1485
Metodologia
Por se tratar de um trabalho baseado na descrição de determinadas atividades do grupo,
utilizou-se como principal procedimento a revisão de texto contido no planejamento anual de
atividades do grupo.
Resultados e discussão
Nesta seção serão descritas as atividades de caráter mais prático (com aplicação mais direta de
conceitos e técnicas da Engenharia) desenvolvidas pelo grupo, seus principais objetivos e
contribuições.
Curso de Capacitação de Auxiliares para o Controle Tecnológico do Concreto:
Iniciada no ano de 2012, a atividade, que é realizada em parceria com um professor do
colegiado do curso de Engenharia Civil da universidade ao qual o grupo está vinculado,
representa um grande salto em termos de relevância das ações desenvolvidas pelo grupo no
que diz respeito à extensão. A atividade é baseada na realização de um curso de capacitação
para profissionais da construção civil do Estado de Alagoas que atuam no recebimento e
controle tecnológico do concreto em obras ou centrais dosadoras. Sua justificativa se traduz
na realidade de que a maioria dos resultados de ensaios de resistência à compressão de
corpos-de-prova de concreto são diretamente afetados pela qualidade de moldagem das
amostras, podendo descreditar os valores obtidos e prejudicar a correta avaliação de uma peça
estrutural pós-concretagem. Durante o curso, que é dividido em dois momentos, os participantes
recebem capacitação teórica, ministrada pelo professor, acerca dos parâmetros normativos que
envolvem o controle tecnológico do material. Em seguida, os petianos (geralmente os que se
encontram na segunda metade de sua graduação), após capacitação interna, desenvolvem no
ambiente do Laboratório de Estruturas e Materiais um exercício prático com procedimentos e
recomendações para o correto tratamento do material, desde sua produção até a moldagem
propriamente dita dos corpos-de-prova, o que lhes permite não somente um maior contato com
o controle tecnológico do material (tarefa amplamente desenvolvida por profissionais da
Engenharia) como também a possibilidade de estar à frente do gerenciamento de uma equipe
profissional, provendo-lhes maior capacitação técnica.
1486
Visitas Técnicas sob Supervisão Petiana:
Implantada no grupo também desde o ano de 2012, a atividade visa aproximar os integrantes à
prática da Engenharia através da realização de visitas técnicas acompanhadas e dirigidas por
um petiano mais velho no grupo, com maior experiência profissional e acadêmica. A visita,
que geralmente é feita a canteiros de obras onde tais petianos desenvolvem seu estágio
curricular, funciona como uma via de mão dupla em termos de educação tutorial, tanto para o
petiano estagiário, que guia a visita expondo suas habilidades profissionais e ambiente de
trabalho, como para os integrantes mais novos do grupo que desde cedo conseguem um
pequeno, mas importante, contato com os aspectos práticos da profissão.
Desenvolvimento de projetos civis:
Diferente do que ocorria no passado, a atual rotina do curso de Engenharia Civil da universidade
não permite ao aluno sua participação integral no Programa de Educação Tutorial e em
programas como a Empresa Jr., por exemplo, que atua de maneira mais direta na elaboração
de projetos de obras civis, área amplamente difundida dentro do curso. No último ano, contudo,
foi possível envolver alguns petianos com o desenvolvimento de alguns projetos específicos.
O primeiro deles, refere-se ao projeto básico para mudança da sala de permanência do grupo.
Com o auxílio de graduandos do curso de Arquitetura e Urbanismo da universidade, foi
proposto um modelo ambientado para a instalação da nova sala. A partir deste modelo,
atribuiu-se o desenvolvimento de projetos complementares, a exemplo das instalações
elétricas, telefônicas e de internet, aos petianos do sétimo e quinto períodos da graduação,
respectivamente. A justificativa de tal atribuição de atividades foi baseada no fato dos petianos
do sétimo semestre já possuírem conhecimentos básicos de instalações ofertados na disciplina
de Instalações Elétricas Prediais enquanto que os petianos do quinto semestre, atualmente
pagantes da disciplina de Eletrotécnica, puderam participar da atividade, recebendo dos
outros petianos o conhecimento e aplicação da disciplina subsequente em seu curso, fazendo
valer os princípios da educação tutorial e passagem de conhecimento entre gerações dentro do
grupo.
De maneira bastante similar, utilizou-se de projetos básicos desenvolvidos pelos petianos que
atualmente cursam a disciplina de Arquitetura e Conforto Ambiental no quarto semestre do
curso para o desenvolvimento de projeto arquitetônico básico para residência unifamiliar
solicitado, como atividade de extensão, por servidor técnico do campus.
1487
Parcerias com professores do Centro e obtenção de estágio de férias:
A partir da parceria com professores da Unidade Acadêmica a qual o curso está vinculado, foi
possível estabelecer parcerias frequentes para estágios de férias dos petianos do grupo. Um
exemplo bastante expressivo desta parceria é verificado com o envio anual de membros do
grupo (que geralmente estão em período superior ao quinto semestre de sua graduação) à
empresa atuante na área de recursos hídricos, com sede na cidade do Rio de Janeiro. Durante
o período de 30 dias os petianos enviados desenvolvem atividades relacionadas ao
assessoramento, desenvolvimento e planejamento de projetos de redes de abastecimento,
quantitativos de materiais e cálculo simplificados para a construção de obras de arte como
barragens de concreto entre outras atividades. Ao término do estágio, tais petianos retornam
ao grupo com o compromisso de repasse do conhecimento adquirido com a experiência do
estágio aos membros de gerações mais novas além de implementar novas faces às atividades
regulares do grupo, a exemplo dos cursos de ferramentas de desenho assistido por computador,
ofertado semestralmente aos alunos da graduação.
Conclusão
Diante da necessidade apresentada de uma maior aproximação dos petianos com atividades
com uma aplicação diretamente prática, as atividades citadas no presente trabalho estão
constituindo ponto muito importante no que diz respeito tanto à motivação do petiano no
grupo, quanto à uma maior experiência propriamente dita com a prática da Engenharia. Como
pode ser observado nos resultados, as parcerias com professores da unidade acadêmica
facilitaram bastante este processo, atividades como os estágios de férias e o curso de capacitação
de auxiliares para o controle tecnológico do concreto são exemplos de como estas parcerias
podem ajudar o grupo na busca de novas atividades que permitam ao petiano um contato mais
próximo com o mercado de trabalho. É válido ressaltar também a importância de ter conciliado
uma atividade de extrema necessidade para o grupo, como os projetos referentes à mudança
de sala de permanência, com a necessidade que o grupo sentia de trabalhar um pouco mais
com a área de projetos. De forma geral, as atividades citadas no trabalho implantadas no
planejamento do PET CIVIL estão atendendo às expectativas do grupo, contundo, ressalta-se
que a busca por novas atividades que sigam a mesmas linhas destas apresentadas é constante.
1488
Avaliação da qualidade da execução das obras no Campus A.C. Simões da Universidade
Federal de Alagoas
Lucas Marques de Araújo1, Renato Barbosa Sampaio1, Glauber Batista Marques¹, Laíssa
Mayra Araújo Padilha de Holanda1, Rodolfo Presley de Alcântara Medeiros1, Ronney
Rodrigues Agra1, João Paulo Leão Lessa1, Luan Yvens Lino Silva1, Francisco Patrick Araujo
Almeida².
¹ ² Programa de Educação Tutorial de Engenharia Civil - Universidade Federal de Alagoas [email protected]
Introdução
Dos últimos 5 anos até os dias de hoje, o campus A.C. Simões da Universidade Federal de
Alagoas (UFAL) vem sofrendo profundas mudanças para a melhoria de sua infraestrutura, já
que, acompanhando o grande crescimento da construção civil no Brasil, ocorreu também o
aumento considerável nos investimentos do governo para a melhoria da infraestrutura das
Universidades Federais.
No caso da UFAL o órgão responsável pelo uso desse investimento chama-se
Superintendência de Infraestrutura, ou SINFRA, que é o órgão de apoio administrativo
relativo às atividades relacionadas a toda a área de infraestrutura na Universidade, o qual foi
aprovado pelo Regimento Interno em 16 de janeiro de 2006. Atualmente é composta por três
gerências: Gerente de Serviços Gerais (GSG); Gerente de Patrimônio e Suprimento (GPS,
Obras e Serviços de Engenharia (GPOS).
As obras da Universidade Federal de Alagoas são executadas por empresas contratadas
através de um processo de licitação, no qual as empresas interessadas apresentam propostas a
serem avaliadas a fim de uma delas ser escolhida como a responsável para execução dos
serviços.
É de fundamental importância para a UFAL e para a comunidade acadêmica que estas obras
sejam executadas com alto padrão de qualidade objetivando que não ocorram futuras
patologias na edificação, de modo que esta seja utilizada de forma eficaz para finalidade a
qual foi projetada e que não sejam necessários reparos a curto prazo.
A implantação do controle da qualidade pode ser vista como primeira fase de um programa de
desenvolvimento tecnológico da construção civil, que favorece de imediato os consumidores
1489
finais, sensivelmente prejudicados pela usual falta de atenção a este aspecto no processo de
planejamento, execução e manutenção das obras.
A difusão de técnicas de controle de qualidade entre as construtoras participantes dos
programas governamentais de construção é um objetivo de consecução relativamente fácil,
quando comparado a outros objetivos possíveis, como a introdução e difusão de inovações.
A incorporação de técnicas de controle de qualidade constitui, muitas vezes, a primeira fase
do processo através da qual as empresas iniciam seus programas de aprimoramento da
produção e de redução gastos em pesquisas de desenvolvimento. A implantação de um
sistema de requisitos de garantia de qualidade, portanto, contribuirá para a consecução do
objetivo mais amplo de desenvolvimento da empresa.
Objetivos
O objetivo do presente trabalho é avaliar qualidade das obras que foram executadas no
Campus A.C. Simões da Universidade Federal de Alagoas, no período de maio de 2010 a
março de 2012.
Metodologia
Visando a obtenção de resultados perante as empresas que executam obras no campus A.C.
Simões da Universidade Federal de Alagoas, com relação aos sistemas de gestão da qualidade
de suas obras, foi elaborado um questionário o qual foi respondido pelo responsável da obra
presente no momento da visita.
Para a coleta dos resultados, foram visitadas um total de oito obras, prevalecendo entre elas
obras já em estágio de acabamento. Duas das mesmas encontravam-se paradas por motivos
desconhecidos e não entraram na análise dos dados. Em cada uma delas foi feito o
questionário proposto abaixo.
Os dados referentes a cada obra foram obtidos todos em seus canteiros através das placas de
identificação.
Abaixo seguem as perguntas mais relevantes das análises:
1. A obra em questão está seguindo seu cronograma?
Sim, a obra está sempre sem atrasos.
1490
Sim, mas em algumas ocasiões acontecem atrasos.
Não, a obra está atrasada.
2. A empresa responsável possui algum certificado de qualidade (ISO 9001)?
Sim, a empresa possui certificados de qualidade.
Não, mas está em processo de obtenção.
Não, a empresa não possui nenhum certificado de qualidade.
3. Existe algum tipo de verificação da qualidade dos serviços realizados?
Sim, é feito algum tipo de acompanhamento da qualidade na execução dos serviços
realizados.
Não, não existe nenhuma preocupação com a qualidade dos serviços realizados.
4. A obra em questão está limpa?
Sim, a obra sempre está limpa.
Não, mas normalmente encontra-se limpa.
Não, a obra dificilmente está limpa.
5. Recebem normalmente os salários em dia?
Sim, os funcionários sempre recebem os salários.
Não, atrasos com relação ao recebimento dos salários são comuns.
6. Funcionários utilizam EPI’s e uniformes?
Sim, existe uma preocupação com a utilização de Equipamentos de Proteção
Individual.
Não, não existe preocupação do o uso de Equipamentos de Proteção Individual.
7. As áreas de convivência dos funcionários foram dimensionadas corretamente?
Sim.
Não.
8. É feito algum controle de qualidade dos blocos cerâmicos a serem utilizados, de acordo
com a NBR 7171/1992?
Sim, é feito o controle de qualidade.
Não, os blocos são recebidos e utilizados sem nenhum controle.
9. O concreto é produzido in loco pela própria construtora? Existe algum controle dos
materiais que são utilizados?
Sim, existe um controle para os materiais que são utilizados nesta produção.
Não, o concreto é comprado de uma terceirizada que se responsabiliza pelo material.
10. É feito algum controle de qualidade do concreto a ser utilizado?
Sim, são tomadas providências para o controle de qualidade do concreto.
1491
Não, essa não é uma prática comum.
11. Existe alguma preocupação com recebimento e armazenamento do aço a ser utilizado na
obra?
Sim, existe esta preocupação.
Não, não existe esta preocupação.
12. O engenheiro responsável está presente na obra com frequência?
Sim, ele esta frequentemente presente, dando uma maior agilidade à resolução de
problemas.
Não, ele não está presente na obra com frequência.
13. A obra em questão possui sinalização das áreas de risco?
Sim, a obra se encontra com a sinalização adequada.
Não, a obra não se encontra com a sinalização adequada.
14. Os funcionários já receberam algum tipo de treinamento para qualificação de seus
serviços?
0% - 35% já receberam algum tipo de treinamento.
35% -70% já receberam algum tipo de treinamento.
70% - 100% já receberam algum tipo de treinamento.
Resultados e discussão
Com o resultado dos questionários foram feitos gráficos tipo pizza, que facilitam a
visualização de forma global, para cada uma das perguntas citadas acima. Para podermos
concluir que as obras estudadas possuem um sistema de qualidade eficiente, é necessário que
as respostas dadas pelos gráficos mostrassem, em sua maioria, um cenário positivo.
Pode-se observar que apenas 34% das obras seguem sem atraso, o que mostra que falta
organização e planejamento nas atividades para que estas não sofram atrasos, observando
também que atrasos geram gastos que não estavam previstos e orçamentados.
Em 17% das obras a empresa responsável pela execução possui ISO 9001, o que é um índice
muito baixo, que mostra que as empresas não se preocuparam em se submeter a avaliação de
qualidade de seus serviços. Em 83% das obras existe a verificação na qualidade dos serviços,
o que diminui a probabilidade dos serviços serem executados de forma incorreta.
Dois fatos que se devem destacar é que 83% das obras conseguem manter seu canteiro sempre
limpo e o pagamento dos funcionários em dia. Estes são fatores positivos e demonstram
1492
organização dos responsáveis pela obra além de aumentar a produtividade e o ânimo no
trabalho por parte dos funcionários.
Um ponto negativo é que em apenas 50% das obras os funcionários utilizam equipamento de
proteção individual, EPI’s, que resulta em uma situação inadmissível para se obter boas
práticas e um programa de qualidade eficiente.
Constata-se também que em 83% das obras as áreas de convivência dos funcionários foram
dimensionadas corretamente, que em 33% delas existe controle dos materiais utilizados na
produção do concreto, e que em 67% das obras há controle da qualidade do concreto. Além
disso, observou-se que em 100% das obras há preocupação com recebimento e
armazenamento do aço a ser utilizado na obra.
Finalmente observa-se que em 67% dos canteiros visitados o engenheiro responsável está
presente na obra com frequência, o que agiliza a resolução de problemas e confere maior
credibilidade para estas.
Conclusão
Como pode ser observado nos resultados, a maioria dos questionamentos feitos não estão de
acordo com o esperado, pois para que a gestão de qualidade das obras fosse realizada de
forma correta, as respostas obtidas deveriam ser afirmativas a todos os questionamentos, o
que não ocorreu. Portanto, pode-se afirmar que em alguns pontos a maioria das obras são
fiscalizadas, como em relação à limpeza, ao recebimento e armazenamento do aço, entre
outras. Por outro lado, ainda existem aspectos em que as obras necessitam de uma maior
cobrança, aspectos esses de fácil resolução e de extrema importância, como por exemplo a
falta de sinalização das áreas de risco e o uso de equipamento de proteção individual.
Referências
DOS SANTOS, L.A.; SILVA, A. A. Diretrizes para elaboração de planos da qualidade
em empreendimentos da construção civil. Dissertação de Mestrado apresentada a Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, p.12-13. São Paulo/SP, 2003.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS. Superintendência de Infraestrutura –
SINFRA.
Universidade
Federal
de
Alagoas.
2014.
Disponível
em:
<
http://www.ufal.edu.br/institucional/orgaos-de-apoio/administrativo/sinfra>. Acesso em 20 de
mai. De 2014.
1493
Utilização de Planilhas Excel na Engenharia Civil
Negredo A.,Ulhoa K. B.¹; Medeiros G. C.²
¹ ² Grupo PET Estruturas – Universidade Católica de Brasília (UCB) – Curso de Graduação
em Engenharia Civil
Introdução
Uma das propostas do Programa de Educação Tutorial PET – Estruturas que vimos
participando na Universidade Católica de Brasília (UCB) é a preparação de minicursos para
serem ministrados aos demais alunos matriculados. O desenvolvimento do minicurso de Excel
e suas utilizações na Engenharia no motivou a fazer um trabalho para mostrar as aplicações
que vem sendo desenvolvidas no grupo. Sendo assim, neste trabalho, será apresentado um
pequeno script do nosso curso de Excel, chamando a atenção para as aplicações na
Engenharia. Vale salientar que este minicurso foi desenvolvido considerando as necessidades
de mercado, observados pelos alunos que estão estagiando e sentem dificuldades de atender
certas demandas, permitindo o aluno aperfeiçoar e dominar ferramentas que possibilitem uma
boa empregabilidade no futuro.
O Excel é um software que permite criar tabelas, calcular e analisar dados. Este tipo de
software é chamado de software de planilha eletrônica. O Excel permite criar tabelas que
calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, imprimir tabelas em
layouts organizados e criar gráficos simples (MICROSOFT, 2014).
Atualmente, o ensino de engenharia não pode mais restringir-se à mera apresentação
dos fundamentos teórico-conceituais em que se apoia a prática profissional e à introdução das
metodologias práticas para solução dos problemas que o engenheiro é tipicamente chamado a
resolver. O alto grau de competição entre empresas e profissionais – até certo ponto positivo
para o desenvolvimento – exige que o egresso do sistema educacional universitário esteja
preparado para agir com otimização no uso dos recursos humano, natural, temporal, espacial e
financeiro. É por tal motivo que se apresenta aqui uma planilha de cálculo eletrônica que não
“raciocina pelo aluno”, não monta os módulos de cálculo sem sua participação, nem analisa
resultados para passar um veredicto final.
A necessidade da aprendizagem desse software no curso de Engenharia Civil se dá pela
grande utilização do mesmo no mercado da construção civil, áreas de gestão e planejamento
em geral, pois é uma ferramenta que permite a criação de planilhas com diferentes aplicações
1494
como controle de ponto dos funcionários, levantamento de materiais, comparação inteligente
de preços de insumos para obra, entre outros. É um software que permite otimizar processos
e, portanto, muito bem vindo no dia-a-dia da engenharia.
Com base nessas premissas é proposto um trabalho que visa à aplicação do Excel na
área da Engenharia Civil, sendo esse ministrado pelo grupo PET – ESTRUTURAS da
Universidade Católica de Brasília para os estudantes do curso em questão.
Objetivos
Este trabalho tem como objetivo geral apresentar os tópicos que estão sendo
desenvolvidos no minicurso da Planilha Excel, elaborado para estudantes de Engenharia, além
de especificar algumas das aplicações que estão sendo trabalhadas. O objetivo maior é dar
suporte à formação dos alunos do curso e permitir que os mesmos ampliem sua formação
acadêmica, se preparando para o mercado de trabalho, utilizando ferramentas modernas e
eficientes para resolver problemas do dia-a-dia.
No que tange a objetivos específicos, podemos citar: ministrar um minicurso de Excel
apresentando comandos básicos de utilização para que os estudantes se familiarizem com o
software; desenvolver conceitos relacionados ao orçamento na construção civil a fim de
potencializar processos.
Metodologia
O minicurso tem carga horária de 8 horas, sendo desenvolvido em três encontros, para turmas
de no máximo 30 alunos. A equipe dos petianos participantes da atividade é composta de seis
integrantes, que se dividem nas diversas tarefas, desde a preparação de material, como
apresentação dos conteúdos e apoio individual aos participantes. Inicialmente, um integrante
do grupo apresenta o ambiente da tela inicial, os comandos básicos e suas funções mais
usuais, em seguida, um problema prático é levado para ser resolvido, utilizando as
ferramentas estudadas, enquanto os demais integrantes ficam à disposição para auxilio
individual. O curso foi ministrado em dois semestres consecutivos para duas turmas de 30
alunos, em cada semestre.
O conteúdo abordado é dividido em duas partes, sendo a primeira designada para trabalhar as
funções básicas do Excel, e a segunda parte para introduzir os conceitos de orçamento na
construção civil.
1495
A primeira parte abordou os seguintes comandos e funções básicas:
1.

APRESENTAÇÃO DA TELA DO EXCEL
Página Inicial (Área de Transferência, Fonte, Alinhamento, Número, Estilo, Células,
Edição).

Inserir (Tabelas, Ilustrações, Gráficos, Minigráficos, Filtro, Links, Textos, Símbolos).

Layout da Página (Temas, Configurar Página, Dimensionar para ajustar, Opção de
planilhas, Organizar).
2.
FORMATAÇÃO DE VALORES E TEXTOS (RIEPER, 2011)

Selecionar (Célula, coluna, linha, várias células)

Inserir (Célula, linhas e colunas); Atalhos de Inserção.

Excluir (Célula, linhas e colunas).

Formatar linhas e colunas (Altura, largura, autoajuste e outros).

Formatar fontes (tamanho, cor, fonte de texto...).

Mesclar células.

Criar Bordas.
3.
FÓRMULAS e FUNÇÕES (REZENDE & FRANÇÓIA, 2014)

Fórmulas (Soma, Subtração, Divisão e Multiplicação); Uso do igual (=) .

Soma, média, máximo, mínimo – fórmulas em geral.

Inserir Função (Fx)
4.
GRÁFICOS
5.
FORMATANDO DADOS

Classificar e trabalhar com filtros.
A segunda parte está relacionada com a aplicação do software no cotidiano da
construção civil. Outro integrante mostra uma das aplicações, que é a utilização de planilhas
orçamentárias (PINI, 2008) para aperfeiçoar orçamentos na construção civil.
1496
Uma planilha foi montada para determinar qual a melhor empresa para a compra de
materiais. A partir do projeto de uma residência, foi feito o levantamento de quantitativos,
construindo uma listagem de materiais, os quais foram orçados em três grandes empresas da
região. Facilmente, poderíamos determinar qual a loja que teria o menor valor do orçamento.
No entanto, o objetivo era otimizar a compra de cada componente da lista, adquirindo cada
produto na loja que teria o preço mais acessível. Sendo assim, primeiramente utilizou-se o
comando condicional do Excel “SE”, baseado em (MCFEDRIES, 2010), determinando para
cada produto ou serviço, o local mais viável e, em seguida, trabalhou-se o recurso de “filtros”,
para organizar uma nova tabela, mostrando em cada loja pesquisada os produtos mais
vantajosos nestas. Tal parte também dispôs dos demais integrantes para o auxílio individual.
Para desenvolvimento dessa planilha foi necessário trabalhar vários conceitos de
orçamento, tais como:

Criação de tabela com o levantamento de quantitativo para o projeto residencial
em estudo;

Criação de tabela com os insumos necessários para a construção;

Pesquisa de preço dos insumos em três lojas da cidade, para posterior
comparação.

Montagem de várias Composições de Preço Unitário;

Cálculo de Impostos e Encargos Sociais;

Uso de recursos de Excel para determinar, para cada produto, onde seria mais
vantajosa a aquisição;

Finalmente, execução de nova tabela, mostrando para cada loja os produtos que
seriam adquiridos nela e o total dos valores gastos.
Resultados e discussão
Após realização do minicurso, os alunos participantes preencheram formulário de
avaliação, mostrando em sua maioria que tiveram um aprendizado inicial para utilizar o
Excel. Além disso, conheceram algumas terminologias empregadas em orçamentos na
construção civil, como o da técnica de composição de preços unitários, identificando para
cada serviço quais os componentes necessários tanto em mão de obra quanto em materiais de
insumo, além do cálculo dos impostos e encargos sociais.
Após a realização dos exemplos modelos, concluímos que o trabalho foi bem válido em
termos de aprendizagem e que é possível fazer uma economia em torno de 10% a 15%, se
1497
refinarmos nossa análise. Para reduzir o custo não se pode adiquirir os componentes na loja
que gera o valor total mais acessível, e sim identificar separadamente o produto com o preço
mais viável em cada loja, minimizando o valor final do orçamento.
Conclusão
É de vital importância implantar esse trabalho no curso de Engenharia Civil para os
estudantes, preferencialmente logo no início do curso, para que eles possam adquirir uma
familiaridade com o Excel e também desenvolverem seu conhecimento no mesmo, pois o
software é de grande utilidade para o mercado da construção civil, e a parte orçamentaria de
uma obra é crucial para que não haja gastos excessivos e encareça o custo total da construção.
Logo, possuir tal conhecimento para iniciar a carreira profissional irá proporcionar um
currículo com uma atribuição que muitas empresas desejam.
Apesar do resultado final do orçamento obtido ser o mais otimizado possível, vale
ressaltar que a construção da planilha não é tarefa de fácil compreensão, o que exige do
estudante muita dedicação. É necessário realizar vários testes e repetições até que se confie
plenamente nos resultados, promovendo um grande aprendizado.
De acordo com a avaliação feita pelos estudantes, concluimos que os participantes do
minicurso gostaram da iniciativa, acharam o tema pertinente ao mercado profissional,
demosntraram ter aprendido algo, mas que realmente o tempo é insuficiente para a quantidade
de informações.
Referências
MCFEDRIES, Paul. Fórmulas e Funções: Microsoft Excel 2010.
MICROSOFT. O que é Excel?. 2014. Disponível em: <http://office.microsoft.com/ptbr/novice/o-que-e-o-excel-HA010265948.aspx>. Acesso em: 20/05/2014.
PINI (Ed.). TCPO: Tabela de Composição de Preços para Orçamentos. 13. ed. São Paulo:
Pini, 2008. 630 p.
REZENDE, Edson. FRANÇÓIA, Jorge. Apostila de Fórmulas e Funções. Disponível em:
http://www.etepiracicaba.org.br. Acesso em: 26/05/2014.
RIEPER, Marcos. Formatação Condicional Excel 2007 e 2010. 2011.
1498
Integração do grupo PET Engenharia Civil /UFU com
os alunos do curso e entre seus membros
Prof. Dr. Jesiel Cunha1, Adileisson Gondim2, Adriana Patrícia de Oliveira Silva2, André Mesquita
Cândido2, Bruna Caroline Campos2, Bruna Larissa Vieira de Sousa2, Denilson Viegas Segundo2, Filipe
Augusto Silva de Almeida2, Lucas Antônio Morais Oliveira2, Lucas Fonseca de Oliveira2, Natália Barduchi
Ribeiro2, Pedro Augusto Silva Costa Ferreira2, Pedro Paulo Ferreira Silva2, Renata Cristina de Oliveira
Guimarães2, Roberta Bastos de Oliveira2, Sóstenes Chagas Quaresma2, Victor Vieira Belafonte Barros2
1
Tutor do Programa de Educação Tutorial (PET) da Engenharia Civil da Universidade Federal de Uberlândia.
2
Graduando do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Uberlândia e membro do grupo PET
Engenharia Civil / UFU.
Introdução
Dentro de um grupo PET, o bom relacionamento entre seus integrantes é fundamental para
seu desenvolvimento. Um grupo bem integrado tem mais tranquilidade para trabalhar em
conjunto, aumentando sua eficiência e produção, já que há um suporte contínuo de todos os
membros nas atividades desenvolvidas. Além disso, como o público alvo da maioria das
atividades de um grupo PET é a comunidade acadêmica do curso, é também importante a
integração do grupo com os colegas discentes. Nesse sentido, o grupo PET Engenharia Civil
da Universidade Federal de Uberlândia realiza periodicamente, atividades que promovem a
integração do PET enquanto grupo e também com a comunidade acadêmica. As principais
atividades nesse âmbito são: "Petiano, conte a sua história!",
projeto "Os agregados",
"Recepção aos calouros e Trote social", "Praticando Engenharia" (PET CIVIL UFU, 2014) e
algumas atividades informais do grupo, como o churrasco/pizza, por exemplo. Paralelamente
às atividades cotidianas de um grupo PET, que às vezes geram carga de trabalho elevada e
estresse, estas atividades buscam valorizar as relações sociais e humanas entre os petianos e
destes com os colegas do curso.
Objetivos
O objetivo das atividades mencionadas, de um modo geral, é melhorar o relacionamento
interpessoal, internamente ou entre o grupo e os demais alunos da Faculdade, desmistificando
os estereótipos que eventualmente possam existir nessas relações e estreitando os laços, de
modo que a ajuda seja mútua nas eventuais dificuldades encontradas durante o curso.
1499
Espera-se também que o convívio entre os integrantes do grupo seja prazeroso e as relações
gratificantes e, sobretudo, que haja uma integração que vá além das reuniões e atividades
periódicas do grupo, percebendo cada petiano em sua integralidade, como aluno/profissional e
como ser humano.
Metodologia
As atividades descritas a seguir buscam o contato direto entre petianos e alunos do curso,
estreitando relações e somando esforços, em um ambiente saudável de trabalho, colocando o
grupo PET como um realizador e incentivador de atividades que fogem à rotina acadêmica.
"Recepção aos calouros"
Esta atividade é realizada conjuntamente com o "Trote Social" e consiste no primeiro contato
dos ingressantes do curso com o grupo PET e com a Faculdade. É um momento de
apresentação das diversas estruturas da universidade e do curso, além de acolhimento aos
novos alunos.
A "Recepção aos calouros" ocorre no início do primeiro e do segundo semestres letivos.
Durante sua realização, os integrantes do PET se reúnem com os calouros para uma conversa
informal sobre a profissão, o curso, os programas de ensino, pesquisa e extensão oferecidos
pela Universidade, as dificuldades a serem enfrentadas, a forma que se deve abordar o curso,
entre outros aspectos.
Além disso, há uma conversa com os membros do Diretório Acadêmico, da Atlética da
Engenharia (responsável pelas atividades esportivas realizadas pelos cursos de engenharia da
UFU), da Charanga (bateria da Atlética da Engenharia, que participa da torcida das diversas
modalidades esportivas), com o coordenador do curso e com o diretor da Faculdade. Em
seguida, há um coffee-break, onde os calouros podem tirar dúvidas e fazer questionamentos
aos petianos.
"Trote social: consciência e solidariedade"
Após a realização da "Recepção aos calouros", os petianos propõem aos ingressantes uma
espécie de gincana. Esta atividade tem como objetivo a arrecadação de alimentos, de livros e
1500
de roupas e a visita a uma instituição beneficente. A turma de calouros é dividida em grupos,
que competem entre si para conseguir a maior arrecadação. Cada item arrecadado corresponde
a uma pontuação, previamente determinada em regulamento.
Ao final da competição a equipe campeã ganha o direito de participar de uma visita técnica,
previamente escolhida pelo grupo PET. Além disso, todos os alunos ingressantes visitam a
instituição beneficiada, levando o material arrecadado e participando de atividades de
integração junto aos assistidos, o que constitui uma rica experiência.
"Petiano, conte sua história!"
Esta atividade consiste na apresentação da história de vida de cada petiano para o restante do
grupo, de forma que todos possam conhecer suas origens, familiares e amigos, preferências,
talentos, além de passagens marcantes na vida pessoal e acadêmica. Os petianos apresentam
fotos, recordações e objetos que marcaram a sua trajetória.
A atividade é realizada mensalmente, e através de rodízio, todos contam um pouco de sua
história. É um momento que permite mostrar o lado pessoal do integrante, propiciando maior
intimidade entre os membros do grupo e uma maior confiança. O conhecimento da trajetória
de vida de cada um auxilia na compreensão do caráter, das qualidades e também das
fragilidades, permitindo uma convivência em grupo mais harmônica.
Projeto "Os agregados"
O projeto "Os Agregados" tem como proposta convidar os alunos do curso que possuam o
conhecimento e o desejo de ministrar determinado tema, para serem parceiros do PET em um
minicurso ou palestra, sejam eles softwares ou temas interessantes relacionados à Engenharia
Civil. O PET auxilia na infraestrutura e na forma de desenvolvimento da atividade.
Este projeto busca abrir as portas do PET para os alunos do curso, ainda que não sejam
membros efetivos. É uma oportunidade de uma experiência pedagógica e também uma forma
de aproximação do PET com os colegas de graduação.
1501
"Praticando Engenharia"
A atividade "Praticando Engenharia" consiste de palestras ministradas por alunos do curso de
Engenharia Civil que estejam estagiando em alguma obra de médio ou grande porte. Os
alunos ministrantes discorrem especialmente sobre a obra acompanhada e sobre a rotina de
trabalho do estágio. São mostradas as características da profissão e da carreira, as dificuldades
técnicas, de logística e humanas, na condução de uma obra de construção civil, sob o ponto de
vista de um estagiário.
O "Praticando Engenharia" é um momento de interação entre os ministrantes e os alunos do
curso, já que há espaço para questionamentos, dúvidas e estabelecimento de contatos.
Churrasco/pizza do PET
O churrasco/pizza do PET é uma atividade informal do grupo, que se reúne em uma
churracaria/pizzaria para confraternizar. Esta atividade já é tradicional e acaba por aproximar
os integrantes, uma vez que estabelece um momento de descontração, com conversas
informais, num clima de brincadeira e amizade.
Participação dos alunos do curso no grupo
Uma das formas de contato dos alunos do curso com o PET é através do site e email do grupo,
além das redes sociais. Com estas ferramentas, muitas informações são repassadas, além de
eventuais sugestões e críticas ao trabalho do grupo.
Mais concretamente, uma ação informal do PET, mas que tem notória contribuição para
integração do grupo dentro do curso é a abertura que é oferecida a todos os alunos da
Faculdade para utilizarem o espaço físico do PET e para solicitarem auxílio em alguma
dificuldade, seja com as matérias, softwares ou demais atividades.
Dessa forma, a sala do PET acolhe constantemente alunos de diversos períodos durante a
confecção de trabalhos ou exercícios, além de ser um pólo de busca de informações para sanar
dúvidas da vida acadêmica. Ainda nesse contexto, o grupo PET tem uma relação muito boa
com intercambistas. O PET busca fornecer suporte para os intercambistas do curso que
partirão para o exterior e também para alunos estrangeiros em intercâmbio na Faculdade. Por
1502
outro lado, muitos egressos que participaram de intercâmbios voltam a frequentar a sala do
PET quando de seu retorno, repassando suas experiências.
Finalmente, uma última maneira de aproximar e integrar PET e alunos do curso ocorre na
organização de eventos de maior porte. Nestes momentos alunos voluntários atuam como
membros da comissão organizadora do evento.
Resultados e discussão
Todas as atividades mencionadas contribuem positivamente com o objetivo de integrar o
grupo. As atividades do "Petiano, conte sua história!" e "Churrasco/pizza do PET" fornecem
suporte à integração dos membros do PET. Ambas são atividades que permitem maior contato
e conhecimento entre os petianos, resultando em relações de trabalho e afetivas mais
próximas e construtivas.
Já as atividades "Trote social e recepção aos calouros", "Os agregados", "Praticando
Engenharia" e a constante participação dos alunos do curso no grupo, são ações que
fortalecem a boa relação do PET com os discentes da Faculdade. Através destas atividades, o
PET tem oportunidade de estabelecer um clima de amizade e de apoio. Isto tem auxiliado a
reduzir os estereótipos criados para os petianos.
Conclusão
No âmbito do programa PET, para um trabalho construtivo e de qualidade não se pode perder
de vista os aspectos do relacionamento, da integração e do lado humano/pessoal de quem
participa de um grupo. Neste sentido, o PET deve estar atento para não se tornar apenas um
realizador de eventos. Ele deve buscar ações que promovam sua integração interna e externa,
trazendo aos petianos uma formação técnica e humanística. Com a realização das atividades
mencionadas, o grupo PET Engenharia Civil tem ganhado maior simpatia por parte dos
alunos da graduação, além de uma saudável convivência interna.
Referências
PET CIVIL UFU. Grupo PET Engenharia Civil da Universidade Federal de Uberlândia.
Disponível em: < http://www.petcivil.feciv.ufu.br>. Acesso em: 30 mai. 2014.
1503
Construindo um Aquecedor Solar de Baixo Custo
SOUSA, Isabela¹; ALBERGARIA, Iany¹; BRAGA, Michelle¹; RODRIGUES, Valéria¹;
PAIVA, Camilla¹; RIBEIRO, Thiago¹; PRADO FILHO, José²
¹Bolsistas do Programa de Educação Tutorial - PET Engenharia Ambiental Universidade
Federal de Ouro Preto - UFOP
²Tutor do Programa de Educação Tutorial – PET Engenharia Ambiental Universidade Federal
de Ouro Preto - UFOP
Introdução
O alto consumo de energia elétrica é um problema que envolve uma enorme pressão sobre
recursos ambientais, uma vez que a construção de hidrelétricas gera inúmeros impactos no
ambiente devido a necessidade de ocupação de grandes áreas para que as mesmas possam
abrigar suas instalações. Além disso, o conhecido e significativo desperdício da energia pela
população brasileira é preocupante, uma vez que a água normalmente utilizada para a geração
da energia é um recurso considerado finito e seu uso e consumo excessivo tem trazido
inúmeros problemas que envolvem questões de ordem econômica, social e ambiental.
O que motivou o desenvolvimento desse trabalho foi a necessidade de construir um
equipamento de baixo custo para aquecimento de água de uso doméstico usando materiais
normalmente descartados no lixo comum. A construção do aquecedor solar de baixo custo
visa oferecer uma opção a mais para residências de baixo padrão, tendo em vista que o custo
para se obter esse benefício e comodidade (água aquecida para fins domésticos ) tem um peso
significativo nas despesas das residências.
Devido ao atual nível de consumo dos brasileiros, tem se observado crescente descarte de
materiais que, por suas particularidades, poderiam ser utilizados alternativamente para
construção de protótipos e produtos buscando obter com seu uso racional maiores vantagens
que simplesmente serem descartados no ambiente. Na presente proposta, o projeto de
construção do aquecedor de água doméstico, incorpora, ainda que em pequena escala, parte
do conceito do Princípio 3 Rs.
O conhecido princípio 3 Rs tem como premissa Reduzir, Reutilizar e Reciclar materiais
visando a prevenção da degradação ambiental, a parti da adoção de medidas simples e de boa
eficácia ambiental.
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Objetivos
Com o objetivo de utilizar materiais alternativos e usar métodos simples para a construção do
aquecedor solar, o PET Engenharia Ambiental da UFOP buscou entender e efetuar a
montagem de um aquecedor de água doméstico visando posteriormente oferecer à população
carente uma oficina de construção do aparato de baixo custo.
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Metodologia
Para confecção do aquecedor de água, modelo que possui dois painéis de aquecimento que
atendem ao consumo de uma pessoa diariamente, foram gastos 60 garrafas PET tipo cristal e
50 embalagens longa vida, devidamente lavadas para se evitar a proliferação de
microorganismos que podem resultar em mau cheiro quando resíduos orgânicos estão
presentes no material.
Os painéis são construídos com embalagens longa vida pintadas de preto, pois essas retêm
melhor o calor do sol. As garrafas PET têm a função de proteger o conjunto de influências
externas, como ventos e chuvas, e os canos, também pintados de preto, passam por dentro das
garrafas e transferem o calor das embalagens para a água. Para as conexões foram utilizados
tubos de PVC devido ao seu baixo custo. Outros materiais básicos são necessários e devem
ser adquiridos em lojas de materiais de construção.
As unidades principais do aquecedor são as colunas formadas por canos, garrafas PET e
caixas longa vida. Na etapa do encaixe das colunas, os tubos foram anteriormente colados e
pintados. Em seguida, inicia-se o encaixe das primeiras garrafas PET, cada uma em sua
respectiva coluna, usando-se no máximo 5 garrafas por coluna a fim de não dificultar a
instalação do coletor solar em relação à altura da caixa d’água que armazenará o liquido
aquecido. As embalagens longa vida, também pintadas e devidamente dobradas são então
encaixadas de forma que o tubo de PVC fique por cima dessas e que a face pintada esteja
voltada para cima. Todos os módulos devem ser devidamente vedados.
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Com os módulos de aquecimento prontos e vedados, o conjunto é levado para uma área que
deverá receber os raios solares diretamente sem influência de sombras de árvores, prédios ou
casas. O aquecedor solar completo tem todas as colunas de aquecimento interligadas entre si
sendo suas extremidades (superior e inferior) conectadas à caixa d’água da casa. A construção
do suporte para a estrutura do aquecedor fica a critério do construtor.
Vale ressaltar que a eficiência do sistema varia de local para local tornando-o mais adequado
à medida que se aproxima do norte e nordeste. Há também a necessidade de um bom
isolamento térmico e, na necessidade de se potencializar a eficiência, opta-se pela pintura com
tinta preta do barramento superior e dos tubos que retornam à caixa d’água.
Os materiais necessários são apresentados a seguir: 60 garrafas PET de 2 litros transparentes
(cristal) de preferência de Coca Cola ou Pepsi, 50 embalagens Longa Vida de 1litro (pósconsumo), 12 metros de cano de PVC de 20mm ½’’, 20 conexões T em PVC de 20mm ½.
Ferramentas auxiliares (para construção de um módulo: rolo ou pincel para pintura, luvas para
proteger as mãos na hora da pintura, estilete, 1 litro de tinta fosca preta, 1 cano de PVC de 100mm
com 70 cm de comprimento para molde de corte da garrafa PET, martelo de borracha, lixa d’água
100, cola para tubos de PVC com pincel em pote, arco de serra, tábua de madeira com no mínimo
120mm de comprimento, 5 pregos, ripa pequena 15 cm de comprimento, fita crepe com largura de
19mm, 4 conexões em L (luva) de PVC de 20mm ½’’, 2 tampões em PVC de 20mm ½’’
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Resultados e discussão
O aquecedor solar de baixo custo confeccionado pelo PET Engenharia Ambiental está em fase
de testes, porém, já se conseguiu observar um desempenho satisfatório ao que se propõe.
Ainda está sendo estudado o melhor local e posicionamento para alocá-lo na Universidade
para fins de demonstração para a comunidade da engenharia da Escola de Minas.
Apesar de ser observado na internet e em cartilhas sobre o equipamento que a construção do
aparato é relativamente fácil, percebeu-se que sua montagem não é tarefa trivial, tendo em
vista a necessidade de habilidades de manuseio e de montagem e que a eficiência energética é
bastante alterada de acordo com os cuidados que se toma na construção.
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Teoricamente, a temperatura máxima a que a água alcança nos tubos do aquecedor é de 55º C.
Em temperaturas superiores à mencionada, o material utilizado nas conexões e tubos (PVC),
começaria a amolecer, inviabilizando o protótipo.
Sob o ponto de vista de custos, a montagem de um aquecedor para atender a uma pessoa fica
em torno de R$150,00. Este valor não inclui, obviamente, o preço das garrafas PET e
embalagens longa vida, pois estas devem ser utilizadas somente pós-consumo.
Teoricamente, o tempo de vida útil com funcionamento perfeito do aquecedor é de cerca de
seis anos, pois após algum tempo as garrafas começam a ficar opacas perdendo a eficiência
em armazenar calor. Quando isso acontecer pela primeira vez, basta girá-las, uma vez que a
parte que fica para baixo não é atingida pela luz do sol e portanto, ainda se mantém
translúcida. Por sua vez, as embalagens e canos podem ser apenas repintados.
Estuda-se, ainda, a necessidade de se analisar e avaliar o seu desempenho energético sob o
ponto de vista quantitativo e de trocas de calor e de tipos alternativos de materiais. Sobre esse
assunto, um professor da Universidade foi contactado para dar suporte nessas questões.
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Conclusão
É sabido que a geração de energias alternativas por meio da radiação solar é viável, uma vez
que o sol é uma fonte infinita de energia e traz benefícios na escala financeira, social e
ambiental. Por outro lado projetos alternativos e simples com esses objetivos devem ser
incentivados, valorizados e difundidos à todas camadas sociais.
No que consiste o presente projeto, percebeu-se que a construção de um aquecedor de água
para fins domésticos com resíduos descartados não é uma tarefa trivial, tendo em vista que a
variedade da qualidade de materiais pode interferir no funcionamento e no rendimento
energético do sistema. Assim, considera-se que estudos sobre os materiais usados na
confecção e de engenharia térmica e de transferência de calor precisam ser desenvolvidos para
que o sistema, mesmo simplificado e alternativo alcance um melhor desempenho.
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Referências
ALCINO, JOSÉ A. Manual Sobre a Construção e Instalação do Aquecedor Solar com
Descartáveis. Santa Catarina: Independente, 2004. 48p.
SEMPRE SUSTENTÁVEL. Aquecedor Solar de Água Feito com Tubos de PVC. Disponível
em: http://www.sempresustentavel.com.br/solar/aquecedor/aquecedor-solar.htm . Acesso em:
13 de maio de 2014.
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Conhecimentos Externos: realização de palestras, minicursos e visitas técnicas para
os alunos de graduação
OLIVEIRA, Alisson Henrique; FUNKE, Ana Luisa; TSUZUKI, Andrey; SILVA, Anna
Beatriz; LIMA, Ariel; LIMA, Artur; HARADA, Danielle; MARTINS, Fernando;
CASTRO, Giovanna; COLOMBO, Giovanni; GADDINI, Guilherme; LINO, Guilherme;
ROSSI, Guilherme; ALMEIDA, Jovana; VENÂNCIO, Luana; FROLDI, Lucas;
MACEDO, Luiz Gustavo; ROCHA, Maria Amélia; FERNADES, Martin; TOMÉ,
Matheus; COSTA, Paula; CAMPOS, Pedro Augusto; GOMES, Pedro; SARAIVA,
Raphael; ARANTES, Rebecca; TORSANI, Thamyris; SANTOS, Thomas Henrique;
GRILLO, Yury; CASTRO, José Nédilo.
Engenharias
Introdução
A fim de complementar os cursos de graduação da Faculdade de Engenharia de
Guaratinguetá, visto que muitos alunos não possuem contato suficiente com essa parte do
ensino fora da sala de aula, o Grupo PET Engenharia Mecânica criou a atividade
“Conhecimentos Externos” para suprir esta demanda, trazendo através dela palestras de
profissionais atuantes na área da engenharia, cursos complementares e visitas técnicas a
empresas que despertem interesse nos discentes.
Objetivos
O objetivo dessa atividade é trazer para os discentes palestras e minicursos com temas
pertinentes à profissão de engenharia e organizar visitas técnicas a empresas de grande porte
e de áreas diversas, atividades essas que irão agregar valores e novos conhecimentos, além
de trazer novas vivências e visões sobre o mundo e a profissão de engenharia nos dias de
hoje e no futuro.
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Metodologia
As palestras, minicursos e as visitas técnicas foram trazidas à Faculdade pelo Grupo PET, e
ocorreram ao longo do ano. Para dar início à atividade foi feita uma pesquisa de opinião
entre os discentes, para que o grupo tivesse conhecimento dos temas e assuntos que os alunos
da faculdade gostariam que fossem abordados em palestras e minicursos. A pesquisa foi
respondida por cerca de 500 alunos e os temas mais votados foram: empreendedorismo e
gerenciamento de projetos.
Foram organizadas ao todo três palestras, dois minicursos e um
treinamento:
- A palestra com o tema “Geração XYZ”, ministrada pelo sr. Alexandre Nunes Robazza do
SEBRAE de São José dos Campos no dia 28 de agosto de 2013, abordou as diferenças
entre as gerações XYZ, mostrando os conflitos entre elas e as particularidades de cada uma.
- A palestra com o tema “Gerenciamento de projetos: Scrumban no Portal Flight
Test”, ministrada pelo engenheiro Antonio Magno Lima Espeschit da empresa EMBRAER
no dia 21 de outubro de 2013, trouxe aos alunos algumas noções sobre o gerenciamento de
projetos dentro da empresa e apresentou a aplicação de métodos e softwares como o Kanban
e Scrum.
- A palestra com o tema “5 fatores fundamentais para você construir uma carreira que você
ama”, ministrada pela Coach Carolina Nalon do Instituto Tiê Coaching no dia 24 de
outubro de 2013, trabalhou com os alunos fatores que podem tornar a carreira profissional
mais gratificante.
- Dentro da Semana da Ciência e Tecnologia, evento realizado todos os anos dentro
da faculdade, entre os dias 21 e 24 de outubro de 2013, o grupo PET trouxe para os alunos
dois minicursos, com os temas “BMC - Business Model Canvas” e “Análise SWOT” e
ministrados pelos alunos Artur Gomes Lima e Luis Vinicius Ribeiro Rodrigues,
integrantes do grupo PET.
- Durante os meses de novembro e dezembro o aluno Artur Gomes Lima, integrante do
grupo PET, ministrou um treinamento sobre a realização de seminários, aberto aos discentes
da universidade.
Foram realizadas visitas técnicas nas seguintes empresas: General Motors, BASF e Metrô de
São Paulo. A visita técnica realizada na unidade da GENERAL MOTORS de São José dos
Campos foi acompanhada pelo responsável da comunicação e de cada setor visitado. A visita
1510
foi realizada no dia 28 de maio de 2013, com uma carga horária de 2 horas e meia, com um
público de 34 pessoas. Nesta visita teve-se a oportunidade de se aprofundar nos
conhecimentos das áreas de processos de fabricação de um automóvel, informações sobre a
empresa, seu funcionamento e sobre o mercado automobilístico mundial, entre outros
conhecimentos.
A visita Técnica realizada ao Metrô de São Paulo, monotrilho Vila Prudente, foi
acompanhada pelo engenheiro responsável. A visita foi realizada no dia 15 de Agosto
de 2013, com uma carga horária de 5 horas, com um público de 18 pessoas. Nesta visita tevese a oportunidade de conhecer as obras de expansão do Metrô de São Paulo, assim
como o funcionamento do metrô.
A visita Técnica realizada na BASF de Guaratinguetá foi acompanhada pela responsável
da área de comunicação e por engenheiros de cada unidade. A visita foi realizada no dia 22
de Outubro de 2013 com uma carga horária de 3 horas, com um público de 20 pessoas.
Nesta visita teve-se a oportunidade de conhecer sobre a empresa, os produtos e projetos
desenvolvidos por ela.
Resultados e discussão
Através dessas atividades realizadas, o Grupo PET conseguiu mostrar as diferentes áreas de
atuação de um Engenheiro para os alunos de graduação, fazendo-os visualizar as tendências
nas indústrias e as múltiplas carreiras que um engenheiro pode traçar atualmente,
observando o planejamento e confecção de diferentes produtos em cada empresa visitada.
Além disso, tiveram também a oportunidade de trocar experiências com engenheiros e
profissionais de outras áreas relacionadas e obter informações sobre carreiras, cotidianos,
processos industriais e projetos de novos produtos.
Conclusão
Apesar de esta atividade ser caracterizada como Ensino, podemos observar claramente seu
caráter de extensão visto que ocorre fortemente a troca de informações entre engenheiros
formados e profissionais de outras áreas relacionadas com os alunos da graduação, além do
incentivo à pesquisa. Observou-se que uma crescente interação entre o grupo PET e outras
organizações e departamentos da IES, assim como a própria direção da faculdade,
1511
possibilitou um melhor aproveitamento das atividades realizadas. Em 2013, a atividade
Conhecimentos Externos
contou
com
uma
grande
participação
dos
discentes,
confirmando assim a boa reputação dos trabalhos do grupo perante a faculdade como um
todo e principalmente perante direção e funcionários.
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IMPLANTAÇÃO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS ASSOCIADAS À
SUSTENTABILIDADE E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
SOUZA, Allison Daniel Fernandes Coelho¹ DEMORI, Benhur Sanfelici de Souza¹,
RIBEIRO, Marcelo Amaral¹, JÚNIOR, Lauro Ribeiro Viana ¹; VALDÉS S., Juan Carlos ².
¹Bolsista PET Engenharia Ambiental UFT
²Tutor do PET Engenharia Ambiental UFT
Introdução
A educação é fator primordial na vida de uma pessoa, independente de qualquer
aspecto étnico ou social. De acordo com relatório do Órgão das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura – (UNESCO, 2010), a educação ajuda a combater a pobreza e
capacita as pessoas com o conhecimento, habilidades e a confiança que precisam para
construir um futuro melhor.
Poluição urbana e desmatamento são algumas das agressões ao meio ambiente que
crescem de forma gradativa. Isso acontece muitas vezes pela falta de consciência e
conhecimento da população em relação aos problemas que seus atos causam ao meio
ambiente. Dessa maneira, o presente trabalho apresenta uma forma de introdução de educação
ambiental durante a fase do personalismo na infância, momento em que o ser humano começa
a absorver e desenvolver seus princípios.
Por meio da Política Nacional de Educação Ambiental, o enfoque humanista,
concepção do meio ambiente em sua totalidade, pluralismo de ideias e concepções
pedagógicas, abordagem articulada das questões ambientais locais são princípios e objetivos
básicos da Educação Ambiental. (PEDRINI, 1997).
No atual contexto da sociedade e da educação infantil, é perceptível a ausência de uma
priorização da educação ambiental, que exponha à criança a importância da preservação do
meio ambiente para as gerações futuras. Isso tem como consequência à formação de cidadãos
que não dão o cuidado e prioridade com relação a questões como reciclagem, reutilização de
materiais e redução de desperdícios.
Esse desperdício pode ser associado à ineficiência de uma metodologia de educação
ambiental que envolva entre outros aspectos, o reaproveitamento de materiais, o que
desenvolve durante a infância, uma mentalidade que não prioriza a preservação do meio
ambiente.
1513
Consequência desse fato são adultos que não possuem consciência ambiental, afetando
áreas sociais, ecológicas e ambientais da sociedade. Isso pode ser comprovados em atos que já
se tornaram involuntários, como “jogar” lixo ao chão, ou desperdiçar materiais que podem ser
recicláveis ou reutilizáveis ou ainda o desmatamento.
A partir do diagnóstico da ausência de um manejo com relação à educação ambiental
na educação infantil, numa faixa etária considerada como "modeladora de personalidade", é
possível introduzir uma nova percepção da criança em relação ao meio ambiente, a partir de
dinâmicas sobre reciclagem e coleta seletiva, exposições sobre a importância de evitar
desperdícios, e zelar pelas gerações futuras.
Objetivos
Objetivo Geral
Introduzir práticas educacionais associadas à sustentabilidade, preservação ambiental e
redução de desperdícios na educação infantil, a faixa etária considerada como modeladora de
personalidade.
Objetivos Específicos
- Reduzir a quantidade de resíduos recicláveis no meio ambiente sem a sua correta
destinação.
- Envolver os projetos escolares com a comunidade em geral, desde os professores até
os pais dos alunos em metodologias voltadas à preservação ambiental.
- Estimular a criança a práticas educacionais sustentáveis, que possam desenvolvê-las
em casa.
Metodologia
Em parceria com a ONG IDHARA, em Palmas, a metodologia do projeto foi adotada
levando como pilares a conscientização da comunidade escolar sobre os princípios básicos de
educação ambiental e preservação, abordando também sobre a reciclagem e reutilização de
materiais utilizados em suas residências.
Etapa 1 – Escolha das escolas
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Na primeira etapa do projeto, foram feitas abordagens em escolas públicas da
cidade de Palmas – Tocantins. A escolha das escolas teve como principal fator o
grande número de famílias de baixa renda, onde o entendimento sobre coleta seletiva e
a reutilização de materiais pode gerar alternativas ao seu sustento, como a confecção
de artesanatos ou materiais reciclados em geral.
Etapa 2 – Exposição à comunidade escolar sobre o projeto
Na segunda etapa do trabalho, cujo objetivo é obter uma melhor consciência ambiental
por parte dos professores, pais e alunos, assim como a redução dos resíduos reutilizáveis nas
residências dos alunos, foram feitas exposições sobre a idéia do projeto para os coordenadores
e professores em reunião, em seguida, em sala de aula e com uma abordagem mais detalhada,
foi explicado aos presentes alunos sobre a importância da coleta seletiva para o meio
ambiente, sobre o esquema de cores e o seu material correspondente no que se refere à
reciclagem, as especificações das embalagens “tetra pak” e sua importância no ciclo da
reciclagem.
Uma parte do projeto é estimular a participação da comunidade escolar, desenvolver a
consciência da importância do projeto com palestras de esclarecimento, inserir o assunto no
plano de ação dos conteúdos curriculares. Em âmbito externo, ajustar as demandas de
produção e consumo, divulgar o projeto nas rádios e imprensa locais, contatar os poderes
municipais para disseminação do projeto.
Etapa 3 – Ecoponto A terceira etapa do projeto se baseia na instalação de um receptor
de materiais recicláveis, o chamado Ecoponto. Com a participação e parceria da ONG
IDHARA, o Ecoponto é uma caixa onde nela contém divisões para o aluno depositar cada
tipo de material reciclável (papel, plástico e metais) trazidos de casa pela comunidade escolar
em geral.
Resultados e discussão
Como resultados, após a execução da segunda etapa da metodologia pôde-se perceber
que os objetivos foram atingidos de forma gradual, pois houve um envolvimento e um
processo de adaptação e aceitação da ideia e seus impactos sobre a comunidade escolar, como
professores, alunos e os lares dos discentes.
1515
Com as palestras sobre o processo reciclagem e coleta seletiva, pôde-se notar um
maior nível de conhecimento dos alunos a respeito do tema em respeito, visto que os alunos
não tinham conhecimento sobre o que são embalagens “Tetra-pak”, as cores das devidas
destinações dos diversos materiais recicláveis, entre outros princípios básicos de
reaproveitamento de materiais.
Foi de grande importância relacionar nas palestras a reciclagem com os impactos
ambientais causados pelo acúmulo de resíduos sólidos no meio urbano, pois a relação entre os
resíduos que são geridos e descartados em casa e os fatores ambientais que são ocasionados
por eles é importante para a devida consciência ambiental, objetivo principal do projeto.
A escola disponibilizou e constituiu um espaço para a logística do projeto, o Ecoponto
ficou localizado em lugar bastante visível. Os materiais são entregues para a responsabilidade
da prefeitura, constituído basicamente de materiais recicláveis e sem presença de resíduos
alimentares.
Conclusão
Como conclusões sobre a execução do projeto, pode-se afirmar que a pesquisa tem
caráter validável no que se refere à participação da universidade na elaboração e execução de
projetos na comunidade escolar, relacionando o curso de Engenharia Ambiental e abordando
como tema principal a educação ambiental. Está sendo elaborada uma nova etapa de
divulgação, que deverá ser continuada, com comunicação de resultados, divulgação das etapas
seguintes e palestras motivacionais - educativas. Com a aceitação do projeto por parte dos
alunos e professores, é possível que a ideia de separação adequada e destinação correta do
lixo residencial possa ser feito de forma eficaz, melhorando a consciência ambiental por parte
das famílias dos alunos da escola onde o projeto foi implantado.
Referências
PEDRINI, Alexandre Gusmão. Educação Ambiental: reflexões e práticas
contemporâneas. 5º ed. Petrópolis Vozes, 1997;
DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 3ª ed. São Paulo;
Gaia, 1992;
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LOPES, Welerson. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS: UMA ESTRATÉGIA
DE MUDANÇA EFETIVA.
IBRAM, Instituto Brasília Ambiental. O que é Educação Ambiental, no sítio
http://www.ibram.df.gov.br/informacoes/educacao-ambiental/o-que-e-educacaoambiental.
html, acesso em 01/06/2014
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IMPORTÂNCIA DA PURIFICAÇÃO DA ÁGUA NA COMUNIDADE INDIGENA
XERENTE
SOARES, Ana Caroline da Silva; DEBIAZZI, Gabriella Ferreira; AMBRÓSIO, Luíza
Dezem; OLIVEIRA, Victor Garcia Aristides; GOUVEIA, Tatiana¹; VALDÉS S., Juan
Carlos²
¹Bolsista PET Engenharia Ambiental UFT
²Tutor do PET Engenharia Ambiental UFT
Introdução
A água é um elemento essencial à vida, porém a sua má qualidade pode trazer riscos à saúde,
servindo de veículo para vários agentes químicos e biológicos Rocha, et al. (2006). Para
prevenir riscos e doenças de veiculação hídrica, o homem deve estar atento aos fatores que
interferem negativamente na qualidade da água que consome bem como no seu destino final.
Segundo Coimbra (2003), o processo histórico de mudanças sociais, econômicas e ambientais
juntamente com a expansão demográfica e econômica das sociedades acarretou em um
complexo e dinâmico quadro de saúde dos povos indígenas. Esse processo ao longo do século
influenciou de diversas maneiras o perfil de saúde indígena, desde a de introdução de novos
patógenos, de ocupação de territórios, dificuldades de sustentabilidade alimentar até a
contaminação ambiental.
Assim sendo, as comunidades indígenas possuem baixo acesso à informação, bem como,
escasso tratamento de água, as tornando, evidentemente, as mais susceptíveis aos riscos que a
água não tratada traz ao ser humano.
Segundo Von Sperling (2005), a qualidade da água é dada por meio de diferentes parâmetros,
que representam suas principais características (físicas, químicas e biológicas). O Ministério
da Saúde para estabelecer o padrão de qualidade da água, sancionou a Portaria Nº 2.914, de
12 de dezembro de 2011, dispondo sobre os procedimentos de controle da qualidade da água
para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
Objetivos
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O objetivo do presente trabalho é voltar a atenção para as necessidades básicas de
comunidades isoladas que não possuem tratamento adequado de água para o consumo,
minimizando assim um problema local, que são as doenças de veiculação hídrica oriundas de
substâncias ou microorganismos patógenos presentes na água. Diante da coleta de dados
relacionado as doenças que será feito na aldeia Xerente, pretende-se estimar uma margem de
decaimento na frequência desses eventos a partir da instalação de equipamentos de tratamento
convencional de água.
Metodologia
O projeto será realizado especificamente na bacia do Ribeirão Jenipapo ao extremo leste do
município de Tocantínia, com a comunidade indígena dos Xerentes, inicialmente na aldeia
Porteira.
A fim de se investigar a qualidade da água local, quatro integrantes da equipe Petamb serão
encarregados de realizar três coletas e análises de qualidade em laboratório próprio da UFT de
acordo com a metodologia do Standard Methods for the Examination of Water and
Wastewater da APHA (1998), integrando com os dados provenientes da Empresa de
Saneamento do município de Tocantínia (Saneatins).
O levantamento da frequência de doenças relacionadas à água será realizado por toda a equipe
Petamb através da aplicação de questionários em forma de entrevistas com a comunidade
Xerente na aldeia Porteira. Esses questionários serão aplicados em duas instâncias: antes e
após a instalação do sistema de purificação da água.
O sistema de purificação da água será de fluxo contínuo e com alimentação energética a partir
de placas fotovoltaicas, baseando-se nas unidades de captação, adutora, estação elevatória,
tratamento preliminar, reservatório e desinfecção. O dimensionamento será realizado após o
levantamento dos dados citados acima.
Resultados e discussão
De acordo com dados de IBGE, (2014), o município de Tocantínia possui uma população de
6736 habitantes (de acordo com o censo de 2010) com estimativa de 7158 habitantes em
1519
2013. A área do município é de 2601,603 km 2, tendo portanto, uma densidade demográfica
relativamente baixa em torno de 2,59 hab/km 2.
A captação da estação de tratamento de água da cidade de Tocantinia, estado do Tocantins
está presente nas coordenadas 09º 34’ 23,65”S e 48º 22’ 54,50”W, estando sob competência
da empresa de saneamento do Tocantins –Saneatins (SILVA, NOGUEIRA, et al., 2005).
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, (2008), apenas 910 unidades
residenciais possuem serviço de abastecimento de água, sendo o volume de água distribuída
por dia de aproximadamente 653 metros cúbicos, utilizando-se de um sistema de tratamento
convencional da água bruta.
No Censo realizado em 1999, a população xerente era de 1.850 indivíduos, distribuídos em 34
aldeias nas cidades de Tocantínia e Miracema do Tocantins nas terras denominadas terras
indígenas Xerente e Funil, que somam 183.245,902 hectares. A aldeia de Porteira conta com
cerca de 167 Xerentes, sendo a segunda maior, só superada pela aldeia Funil com 186
indivíduos (SCHROEDER, 2010).
Na medida que as aldeias se consolidam, o gerenciador “Cacique” busca por escola, rádio,
estrada, água encanada e algumas pessoas contratadas como agentes de saúde e de
saneamento (SCHROEDER, 2010). Porém, há escasso tratamento de água para consumo,
muitas vezes composta por unidades isoladas de tratamento, insuficientes para garantia da
saúde dos índios.
De acordo com o artigo de SILVA, NOGUEIRA, et al., (2005), verificou-se a ocorrência de
floração da cianobactéria Cylidrospermopsis raciborski nas margens da captação da água,
próximo às aldeias da comunidade indígina Xerente. Esta cianobactéria é produtora de toxinas
que podem causar problemas agressivos à saúde humana ligado aos tecidos nervosos,
hepáticos ou pele, conforme a estrutura da toxina. Além de causar prejuízos ao meio ambiente
aquático. O autor desse artigo informa que como Cylindrospermopsis raciborskii não é
característico de ambientes lóticos, a presença desta espécie em tal situação deverá ser
investigada com maiores detalhes.
Ao fim do projeto, espera-se contribuir com a melhoria das condições de saneamento básico
da comunidade indígena Xerente, por meio da futura instalação do sistema de purificação
solar da água, que será realizado a partir deste levantamento inicial e estudos sobre qual
método de tratamento da água poderá ser implantado, sendo o mais viável ambientalmente e
economicamente, e que atenda as especificações das legislações vigentes, Resolução
CONAMA nº 357 e Portaria do Ministério da Saúde nº 2914/11, quanto às condições e
1520
parâmetros de qualidade e padrão de potabilidade da água adequados para o consumo humano
nessas comunidades isoladas.
Conclusão
O projeto possui grande importância para o aprimoramento do saneamento básico da
comunidade indígena dos Xerentes, refletindo na melhoria da qualidade de vida dos
indígenas, de modo que as doenças relacionadas à qualidade da água, provenientes de
substâncias e microorganismos patógenos, sejam reduzidas e assim um problema local seja
minimizado.
Referências
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria Nº 2.914, de 12 de Dezembro De 2011.
Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html
acesso em 10 de maio de 2014.
IBGE, 2014. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&co
dmun=172110&search=tocantins|tocantinia|infograficos:-informacoes-completas. Acesso dia
30/05/2014 às 16:30 hs.
IBGE, 2008. Disponível em:http://ces.ibge.gov.br/base-de-dados/metadados/ibge/pesquisanacional-de-saneamento-basico Acesso dia 30/05/2014 às 16:50 hs.
JR., C.; SANTOS, R. V.; ESCOBAR, A. Epidemiologia e saúde dos povos indígenas no
Brasil. SciELO Books, Rio de Janeiro, 2005. 260.
ROCHA, C.M.B.M.; RODRIGUES, L.S.; COSTA, C.C.; OLIVEIRA, P.R.; SILVA, I.J.;
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SCHROEDER, I. Os Xerente: estrutura, história e política. Sociedade e cultura, Goiânia –
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1522
Avaliação do Programa de Educação Tutorial de Engenharia
Sanitária e Ambiental da UFPA
Aline Azevedo Andrade¹, Bruna Roberta Pereira Lira¹, Evandro Costa da Silva¹, Everton
Costa Dias¹, Gabriela Doce Silva Coelho de Souza¹, Giulia Gabriela Maia Rodrigues¹, Ian
Rocha de Almeida¹, Juliane Ribeiro das Chaves¹, Laís Caroline Feitosa da Silva¹, Luanna
Costa Dias¹, Monica Silva de Sousa¹, Nelson de Queiróz Júnior¹, Paulo André Vasco
Barbosa¹, Rodolfo Rosário Klautau de Araújo Gomes¹, Samara Avelino de Souza França¹;
Lindemberg Lima Fernandes².
¹ Graduando(a) do curso de Eng. Sanitária e Ambiental (UFPA) e integrante do grupo PET.
² Tutor do Grupo PET, Professor da FAESA/UFPA.
Introdução
Segundo o Manual de Orientações Básicas - PET, o Programa de Educação Tutorial
(PET) é desenvolvido por grupos de estudantes, com tutoria de um docente, organizados a
partir de formações em nível de graduação nas Instituições de Ensino Superior do País (IES),
sendo financiado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Orientados pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e
da educação tutorial, os grupos desenvolvem atividades nesses âmbitos, buscando a formação
ampla dos graduandos envolvidos diretamente ou não com o programa, a fim de reforçar os
valores de cidadania, consciência social (papel do aluno diante da sociedade) e melhorar a
qualidade acadêmica dos cursos de graduação.
Com intuito de integrar os três elementos, os alunos vinculados ao PET, tornam-se
agentes multiplicadores de novas práticas e experiências de ensino, a fim de ampliá-las e
aperfeiçoa-las. Ademais, o desenvolvimento das atividades de extensão e ensino, possibilita a
interação entre os bolsistas e demais alunos com a realidade social, possibilitando a
construção de uma consciência social.
De acordo com o MEC, atualmente o PET conta com 842 grupos distribuídos entre
121 Instituições de Ensino Superior (IES). Nesse contexto, com pouco tempo de atuação, o
PET de Engenharia Sanitária e Ambiental (PET ESA) já organizou várias atividades no
campo do ensino, pesquisa e extensão.
Para Oliveira et al (2011), as contribuições de um grupo PET, não se limitam apenas
aos alunos participantes, mas também aos demais graduandos do curso, ao qual o grupo está
1523
vinculado, e para a comunidade externa à Universidade. Desta forma, as ações realizadas
pelo PET estimulam os estudantes de graduação a desenvolverem novas atividades na
Universidade e, em função destas, terem experiências que poderão ser úteis na escolha e no
exercício de atividades futuras.
Nesse contexto, o PET ESA oferta aos alunos da graduação minicursos, oficinas,
palestras, em suma, atividades de extensão e ensino. Deste modo, possibilita-se à comunidade
acadêmica ampliação do conhecimento, contato com as atividades desenvolvidas pelo grupo e
também com aquelas que serão realizadas no mercado de trabalho, além de fornecer carga
horária complementar e/ou de extensão de acordo com o Projeto Pedagógico do curso.
Objetivos
O trabalho teve como objetivo avaliar as contribuições do grupo PET ESA para o
curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, com base nas atividades desenvolvidas durante
um ano. Buscou-se analisar como os graduandos avaliam o grupo no que diz respeito às
atividades, sua organização e contribuições do PET ESA para a formação acadêmica, além de
verificar as sugestões dos entrevistados.
Metodologia
A pesquisa realizou-se no Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental
(LAESA), que se localiza na Universidade Federal do Pará.
A avaliação foi realizada com base em levantamento bibliográfico e pesquisa
quantitativa, com a análise do questionário aplicado aos acadêmicos do curso de Engenharia
Sanitária e Ambiental, o qual possuiu questões objetivas e sugestivas, a fim de conhecer quais
as contribuições que o grupo tem trazido para a comunidade acadêmica, no que diz respeito às
diversas atividades realizadas pelo grupo PET ESA no ano de 2013, o tratamento dos dados
foi feito através de planilhas dinâmicas.
Resultados e discussão
O curso possui dez turmas, cada uma com média de 30 alunos. No que se refere ao
questionário aplicado com 132 graduandos, verificou-se que aproximadamente 97% dos
entrevistados disseram conhecer o PET ESA e apenas 3% responderam não conhecer. O que
apresenta que, embora com pouco tempo de existência (aproximadamente um ano e meio), o
grupo é conhecido pela maioria dos alunos.
1524
Quanto à forma pela qual conheceram o grupo, 71% responderam que conheceram o
PET ESA por meio de pessoas (alunos), 22% através dos informativos divulgados pelo grupo
e 7% pelas redes sociais. A partir dos dados, é possível atribuir o elevado número na primeira
alternativa ao alto grau de comunicação entre os alunos. A parcela correspondente aos
informativos apresenta-se como segunda mais votada, pois para cada atividade realizada pelo
Programa há a divulgação através de folders, cartilhas, dentre outros, distribuídos pelo prédio,
aumentando a visibilidade das atividades desenvolvidas pelo grupo. Além disso, a rede social
do grupo existe há pouco mais de um ano, contando atualmente com 157 seguidores.
Em relação à participação nas atividades realizadas pelo grupo, a maioria (82%)
respondeu que já participou de uma ou mais atividades desenvolvidas pelo PET ESA,
enquanto que 18% disseram que não. Em relação ao tipo de atividade, 13% dos alunos
disseram ter participado de algum Minicurso, 29% de palestras, 42% da “A Quinta do
Saneamento e Meio Ambiente” e 16% do “Mutirão nos Bosques”.
O grupo avaliou a porcentagem de participação como satisfatória, embora acredite
ser preciso uma maior presença dos acadêmicos nos Minicursos e “Mutirão nos Bosques”,
uma vez que o primeiro constitui-se de iniciação e aperfeiçoamento em Software’s (ArcGIS e
AutoCAD, por exemplo) utilizados, inclusive no mercado de trabalho, sendo de grande
importância dominar essas ferramentas. Por outro lado, o “Mutirão nos Bosques”, atividade
de extensão desenvolvida no “Espaço ITEC Cidadão” e voltada para os alunos da graduação,
por tratar-se de uma prática de Educação Ambiental é de suma importância para a criação de
uma sensibilidade quanto à conservação de áreas verdes, do papel do aluno como cuidador do
meio ambiente, permitindo também, a troca de conhecimentos entre os participantes.
Quando perguntado se as atividades do PET ESA influenciam sua formação, 92%
dos graduandos, parcela significativa disse que sim, 3% não, sendo que 5% não respoderam.
As porcentagens verificadas permitem concluir que o PET esta conseguindo seus objetivos.
Entre eles, melhorar a qualidade da formação acadêmica, considerada importante na
graduação dos alunos em Engenharia Sanitária e Ambiental.
Quando questionados sobre a decisão de participar das atividades realizadas pelo
Programa, 54% dos entrevistados responderam que participaram das atividades por causa da
carga horária de extensão recebida, enquanto que 31% buscaram qualificação e 15%
procuraram conhecer as atividades do PET ESA. Esses dados demonstram que a maioria dos
graduandos busca concluir a carga horária de extensão obrigatória, proposta pelo projeto
pedagógico do curso em detrimento dos outros fatores, como buscar qualificação e conhecer
as atividades realizadas pelo grupo.
1525
No que diz respeito à avaliação das atividades realizadas pelos graduandos, 22% dos
entrevistados avaliaram como sendo ótimas, 70% como “bom” e 8% como sendo regulares.
Esses dados demonstraram-se animadores para o grupo, pois comprova que mesmo com
pouco tempo de atuação do grupo as atividades receberam um alto nível de aprovação pela
comunidade acadêmica.
Quando questionados sobre a pretensão de participar de outras atividades realizadas
pelo PET ESA, 88% dos entrevistados responderam que “sim”, 11% não opinaram, enquanto
1% respondeu “não”. Esses dados demonstram que a comunidade acadêmica deseja cada vez
mais integrar futuras atividades de extensão, gerando uma maior responsabilidade ao grupo
que, por sua vez, possui o comprometimento de propor novas e atrativas atividades à
comunidade junto aos corpos docente e discente do curso.
Em relação à melhora das atividades, já desenvolvidas, 14% das pessoas deram como
sugestão melhorias na organização do grupo, 13% quanto à metodologia das atividades, 46%
responderam que deveria aumentar o número de atividades e 27% das pessoas sugeriu
aumentar a carga horária de extensão ofertada por atividades. Esses dados demonstram o que
já foi dito anteriormente, quanto ao desejo dos graduandos de participarem cada vez mais de
novas atividades realizadas pelo grupo, o que é um dado animador, embora aponte a
necessidade de desenvolvimento de mais atividades, ou ampliação do numero de
participantes.
Por fim, os graduandos realizaram uma avaliação geral do PET ESA: 72% dos
entrevistados avaliaram como bom, 16% como ótimo e 12% como regular. Esses resultados
demonstram uma aprovação do grupo junto à comunidade acadêmica, gerando uma satisfação
dos integrantes do PET ESA quanto aos esforços realizados para melhoria da formação
acadêmica, da grade curricular complementar dos alunos do curso e servindo como incentivo
à realização de novas atividades.
Conclusão
A atuação do PET Engenharia Sanitária e Ambiental demonstrou-se satisfatória com
relação às três vertentes do grupo: pesquisa, ensino e extensão. A pesquisa realizada admitiu
que o PET ESA precisa intensificar suas atividades e tornar-se mais visível dentro e fora da
Universidade. Alguns itens da pesquisa merecem destaque, como: aumentar o número de
atividades realizadas pelo grupo, principalmente dentro da Instituição, e aumentar a carga
horária de extensão das respectivas atividades.
1526
Entretanto, o PET Engenharia Sanitária e Ambiental ficou satisfeito com os
resultados adquiridos através da pesquisa. O grupo reconhece que necessita ser mais eficiente
na tomada de decisões para melhorar ainda mais a sua aceitação junto à comunidade
acadêmica. Portanto, o PET pretende fazer análises como esta em períodos regulares, para que
se conheça o grau de satisfação daqueles que participam das atividades propostas e melhorar a
atuação feita pelo grupo.
Referências
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PROFISSIONAL E CIDADÃ DOS ESTUDANTES DE ENGENHARIA ELÉTRICA
DA UFBA, Anais: XXXIX Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia: Blumenau-SC,
2011.
1527
AS PRÁTICAS DE EXTENSÃO DO PET – ENG. SANITÁRIA E AMBIENTAL DA
UFPA, E SUA IMPORTÂNCIA PARA A COMUNIDADE ACADÊMICA E
SOCIEDADE.
Aline Azevedo Andrade¹, Bruna Roberta Pereira Lira¹, Evandro Costa da Silva¹, Everton
Costa Dias¹, Gabriela Doce Silva Coelho de Souza¹, Giulia Gabriela Maia Rodrigues¹, Ian
Rocha de Almeida¹, Juliane Ribeiro das Chaves¹, Laís Caroline Feitosa da Silva¹, Luanna
Costa Dias¹, Monica Silva de Sousa¹, Nelson de Queiróz Júnior¹, Paulo André Vasco
Barbosa¹, Rodolfo Rosário Klautau de Araújo Gomes¹, Samara Avelino de Souza França¹;
Lindemberg Lima Fernandes².
¹ Graduando(a) do curso de Eng. Sanitária e Ambiental (UFPA) e integrante do grupo PET.
² Tutor do Grupo PET, Professor da FAESA/UFPA.
Introdução
O Programa de Educação Tutorial (PET) de Engenharia Sanitária e Ambiental da
Universidade Federal do Pará (UFPA) foi criado em janeiro de 2013 e conta atualmente com
um grupo de 15 alunos da graduação, sob tutoria do professor Lindemberg Fernandes. As
atividades realizadas dentro do grupo seguem o princípio da indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão, buscando melhorar a formação dos graduandos e estabelecer a relação
entre comunidade acadêmica e sociedade.
A extensão universitária é definida como a prática acadêmica que interliga a
Universidade nas suas atividades de ensino e pesquisa com as demandas da população
(VOISIN et al, 1999). Condicionando a extensão como um meio de reduzir as desigualdades
sociais presentes, por ser um conjunto de ações cientificas e culturais aplicada a realidade. À
medida em que as práticas extensionistas ocorrem à cooperação e a coletividade serão
exercidas de forma natural, buscando sempre incentivar os participantes a difundirem estes
princípios no ambiente acadêmico e familiar.
Como o PET estabelece este contato entre aluno e sociadade, o PET de Eng. Sanitária
e Ambiental da UFPA realizou uma série de atividades extensionistas ao longo do ano de
2013 e no primeiro semestre de 2014, dentre as quais destacam-se : Mutirão dos Bosques da
UFPA, o projeto PET nas escolas, Dia de ação na comunidade Marrocos no município de
Bragança e no Abrigo de Crianças da Tia Socorro no Bairro do Tapanã em Belém.
Objetivo
O objetivo geral deste trabalho é identificar e apresentar as principais atividades de
extensão realizadas pelo grupo PET de Engenharia Sanitária e Ambiental. Além de destacar a
1528
sua importância
na formação do pensamento crítico e na construção de valores dos
integrantes e daqueles que estão envolvidos nestas atividades, proporcionando um retorno a
sociedade.
Metodologia
Todas as atividades de extensão são organizados por todos os petianos do grupo e com
a supervisão do tutor, em que são registradas no planejamento anual enviado ao MEC. Para
compor o artigo foi realizado levantamento bibliográfico sobre a extensão universitária.
Abaixo está descrita a metodologia de algumas atividades de extensão realizada pelo grupo.
1. Projeto PET nas Escolas
O projeto teve como foco os alunos da Escolinha Mendara, que é uma escola privada
localizada no Bairro da Marambaia em Belém, e da Escola de Aplicação da UFPA que é
pública e inserida no Bairro da Terra Firme em Belém. O Projeto iniciou-se em 2013 e
durante o ano ocorreram três atividades de Educação Ambiental. A preparação das palestras
contou com pesquisas bibliográficas relacionadas aos temas de Saneamento Ambiental,
Poluição das Águas e Resíduos Sólidos. Ao fim da pesquisa foram preparadas apresentações
em slides no programa Power Point com auxílio de projetor, que foram elaboradas de acordo
com a faixa etária de cada turma, além da exibição de vídeos relacionados ao tema. Após as
palestras, os alunos tinham a oportunidade de relatar suas dúvidas sobre o tema exposto e de
trocar experiências vividas com os palestrantes.
2. Mutirão nos Bosques da UFPA
O Espaço ITEC Cidadão é um lugar de convivência verde da comunidade acadêmica e
a população externa da UFPA, que reúne jardins, horta, pomar em dois bosques. Com a
necessidade de manutenção deste ambiente e fomentar nos discentes ideias e propostas para o
espaço, nasce à atividade de extensão Mutirão dos Bosques. A atividade teve início no
segundo semestre de 2013, sendo o PET Eng. Sanitária e Ambiental responsável pela
organização juntamente com o Espaço ITEC Cidadão.
3. Dia de Ação do PET Engenharia Sanitária e Ambiental da UFPA
O dia de ação é uma atividade extensionista que é realizada juntamente com outros
grupos PET. Seu objetivo é orientar pessoas menos privilegiadas socioeconomicamente sobre
temas que requerem atenção como educação, meio ambiente, saúde e outros. A atividade é
realizada através de oficinas, vídeo-aula, palestras, dinâmicas de grupos e é dividida por faixa
etária.
1529
O PET Engenharia Sanitária e Ambiental participou duas vezes, a primeira foi com as
crianças do Abrigo Tia Socorro em junho de 2013, onde recebe crianças e adultos com algum
tipo de problema social. O grupo ficou responsável por crianças de até 5 anos, onde
apresentou um vídeo de combate ao desperdício de água, com ações simples e práticas.
O segundo “Dia de ação” foi integrado a programação do Fórum Paraense dos grupos
PET’s( FORPET), realizado em fevereiro de 2014 na comunidade Marrocos no município de
Bragança-PA. O grupo realizou uma palestra sobre noções básicas de higiene para os filhos
dos catadores do lixão que fazem parte da comunidade, após a atividade cada criança recebeu
um kit/educação com vários exercícios, desenhos para colorir e jogos referente ao tema da
higiene. Além do kit, foram distribuídos vários livros de literatura infantil doados pelos
bolsistas do grupo.
Resultados e discussão
Segundo Serrano,[s.d] a extensão possui pelo menos quatro momentos expressivos de
sua conceituação e prática: o modelo da transmissão vertical do conhecimento , o
voluntarismo, a ação sócio-comunitária institucional e o acadêmico institucional. Pelo menos
uma destas conceituações podem ser vivenciadas nas atividades exercidas pelo PET, que tem
o compromisso de tornar a extensão difundida e socializada, diferenciando-o dos demais
grupos que não trabalham o princípio da indissociabiliade entre a pesquisa, ensino e extensão
dentro da Universidade. Logo, o objetivo de cada grupo PET é extender ao máximo suas
atividades de extensão e torna-lá viva.
Com isso as atividades extensionistas realizadas pelo PET – Engenharia Sanitária e
Ambiental da UFPA, desde o período de sua criação até os primeiros meses de 2014 são de
fundamental importância para a comunidade acadêmica e para a sociedade, como será
descrito a experiência das três principais atividades do grupo.
1.Projeto PET nas escolas
A primeira visita foi na Escolinha Mendara, onde foi apresentado a palestra “Resíduos
Sólidos Domésticos na cidade de Belém”, o aluno pôde compreender para onde vai o seu
resíduo e como deve ser tratado. A segunda visita realizada foi na Escola de Aplicação da
UFPA, com o tema: “Poluição das águas”, ressaltando os seus usos múltiplos, as principais
fontes de poluição e as consequências para o meio ambiente e ao ser humano. A última visita
foi novamente na Escolinha Mendara com a palestra “Saneamento Ambiental na Região
Metropolitana de Belém (RMB)”, onde apresentou-se os diversos problemas enfrentados em
1530
geral das grandes cidades, que em sua maioria são em decorrência principalmente do
crescimento urbano desordenado.
A participação dos alunos foi bastante significativa, pois além das perguntas, alguns
sugeriram diversas alternativas para a solução dos problemas apresentados. Os resultados do
projeto foram bastante satisfatórios para os membros do grupo e para escola. Todas as visitas
apontaram à necessidade da expansão da atividade, em que deve ter um enfoque maior para a
escola pública onde a carência de informações sobre Educação Ambiental é maior. Muitas
escolas possuem atividades voltadas para esta vertente, no entanto, muitos alunos precisam
tomar este conhecimento para sua vida. O objetivo do projeto é que este ano seja expandido o
número de escolas e uma parceria com outros cursos para que a Educação Ambiental seja
vista de diversos aspectos.
2. Mutirão nos bosques da UFPA
Proporcionou o conhecimento sobre uso da terra, plantio e conservação de uma
variedade de espécies de plantas no espaço universitário, que também serve para convivência,
tendo como consequências em práticas ambientais sustentáveis. A atividade faz com que o
acadêmico do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental trabalhe na manutenção deste
ambiente aumentando o interesse aos projetos realizados no bosque e na realidade
socioambiental, incentivando-os na formação de novas propostas para o meio ambiente.
3. Dia de Ação do PET Engenharia Sanitária e Ambiental
É uma das atividades mais significativas do grupo, pois afirma o modelo de ação
sócio-comunitária institucional da extensão universitária. Onde o petiano atua diretamente
com aqueles que de uma forma histórica são excluídos das melhores oportunidades de vida.
Tanto a visita no abrigo quanto na comunidade Marrocos sensibilizaram de uma certa forma
todos que estavam alí, pois quebra a mentalidade de um mundo individualista e de uma
universidade fechada. O fato da maioria não ter conhecimento do assunto concretiza o papel
da extensão, é possível notar no rosto das crianças o quanto elas querem aprender, mas as
oportunidades parecem ser ainda poucas.
Conclusão
A extensão requer bastante atenção pois é uma das formas que o aluno tem de repassar
seu conhecimento para a sociedade dentro da Universidade. O PET vem integrar esta ação de
extensão junto com o ensino e a pesquisa. As experiências mostram que as ações não podem
acabar e que devem ser aprimoradas para que o retorno seja ainda mais significativo. Muito
1531
ainda deve ser feito, mas o que já esta sendo feito tem trazido um retorno extraordinário para
o grupo.
No entanto, é notório que a extensão não é atrativa para a maioria do corpo acadêmico
e que muitos preferem a pesquisa. O que falta é mais incentivo e ações nas Universidades para
que não seja uma atividade isolada do todo, mas que seja um serviço de um processo
transformador da sociedade em geral e com essas ações o PET Engenharia Sanitária e
Ambiental vem sendo um agente transformador para que essas atividades se tornem realidade
dentro e fora da academia..
Referências
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1532
COLMATAÇÃO FÍSICA EM GEOTÊXTIL NÃO TECIDO UTILIZADO COMO
FILTRO DE SOLO SILTOSO EM TRINCHEIRA DRENANTE
Filipe Chaves Gonçalves¹; Ana Flávia Camargo Borges¹; Bruna Guidon Pedro¹; Camila
Ferreira de Ascenção¹; Caroline Graminha Gilio¹; Geovana Jacob Marrafão¹; Guilherme Bassi
da Silva Pontes¹; Isabele Uliam Mattila¹; João Pedro Bittencourt Batista¹; Leticia Camila
Comar¹; Marcus Vinícius Ribeiro Coelho¹; Pedro Henrique Martinez¹; Rafaela Souza
Schiapati¹; Renato Augusto Kanaoka da Silva¹; Thales Alexandre Rosin¹; Yan Álef Games¹;
Luzenira Alves Brasileiro².
¹ ²Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – FEIS
Departamento de Engenharia Civil - DEC
Introdução
A inserção de materiais alternativos nos solos a fim de lhes conferir melhoria em suas
propriedades vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Nesse cenário, os
geossintéticos, materiais poliméricos com pequena fração de aditivos, estão cada vez mais
presentes em obras geotécnicas. Uma das razões desse crescente sucesso se refere à grande
variedade de funções que esses materiais poliméricos podem exercer quando aplicados no
solo, entre as quais controle de erosão superficial, drenagem, filtração, impermeabilização,
proteção, reforço e separação (Aguiar e Vertematti, 2004).
A cada dia, novos geossintéticos são desenvolvidos para serem aplicados em solos com
determinados tipos de carências de tal forma que passa a ser difícil classificar todos esses
novos produtos que surgem no mercado. No entanto, entre as classificações existentes, merece
destaque o geotêxtil não tecido pela sua alta durabilidade e resistência mecânica, pela
versatilidade, podendo cumprir todas as principais funções supracitadas dos geossintéticos.
Além disto, destacam-se as vantagens que o geotêxtil apresenta sobre os filtros granulares,
quando utilizados em sistemas filtrantes (menor espessura do filtro, facilidade de instalação e
baixo custo). O geotêxtil ainda tem a vantagem de ser um produto industrial de características
controladas e regulares, e possibilitar a continuidade da estrutura filtrante.
Na prática da engenharia é comum associar-se o material granular a um elemento filtrante,
geralmente o geotêxtil não tecido pelas características apresentadas, resultando em soluções
fáceis e eficazes. Desse modo, torna-se cada vez mais importante o estudo dessas associações
quando inseridas no complexo mecanismo de interação entre o solo e o geossintético.
1533
As trincheiras drenantes são um bom exemplo da utilização dos geotêxteis não tecidos para
fins filtrantes. São bastante utilizadas em obras rodoviárias, muros de arrimo e na base de
solos reforçados com geossintéticos.
O material granular é revestido por um geotêxtil não tecido que deve, ao mesmo tempo,
permitir a passagem do fluido e reter as partículas maiores sem elevações significativas da
perda de carga hidráulica. Assim, os critérios de retenção e de permeabilidade recomendados
para sistemas filtrantes devem ser obedecidos (Aguiar e Vertematti, 2004). No entanto, esses
sistemas ainda são suscetíveis à colmatação física do material polimérico, que pode ser
explicada como a penetração de partículas finas de solo na matriz do geotêxtil, bloqueando os
poros, ou ainda quando essas partículas ficam depositadas sobre o material, impedindo o
fluxo contínuo do fluido (Matheus, 1997).
Uma das maneiras de se amenizar o problema da colmatação física é dimensionando os
materiais a serem empregados. Os métodos mais comuns para esse dimensionamento são
nomeados como convencional e racional. O método convencional avalia três critérios
principais (retenção, permeabilidade e sobrevivência) de forma a especificar o geotêxteis a ser
empregado. O critério racional, por sua vez, baseia-se em análise probabilística da curva de
distribuição dos poros dos geotêxteis juntamente com os pontos de encontro entre suas fibras
ou filamentos. No entanto, a colmatação sempre ocorrerá, em maior ou menor nível. Sabe-se
que o nível de colmatação em questão pode ser relacionado com as perdas de cargas
hidráulicas e com a redução de vazão do sistema.
Objetivos
Avaliar a colmatação física de um geotêxtil não tecido para difentes períodos de
funcionamento do ensaio como filtro de um solo siltoso. Para tal, serão relacionadas a redução
de vazão e a carga hidráulica com o nível de colmatação existente.
Metodologia
Esta pesquisa prevê a execução de ensaios adicionais utilizando o equipamento desenvolvido
por Conceição (2012) para avaliação do processo de colmatação de geotêxteis não tecido
utilizados em trincheiras drenantes, fazendo-se, em paralelo, uma revisão bibliográfica a fim
de se obter maiores informações sobre o assunto.
1534
Para se analisar a supracitada colmatação física, será empregado um solo coletado no
município de Cajamar, SP, onde foi implantada uma estrutura de contenção com
geossintéticos. Até o momento, foram realizados ensaios de caracterização do solo (ensaios de
granulometria conjunta, ensaios de compactação com Energia Proctor Normal e determinação
dos limites de Atterberg), do geotêxtil não tecido (ensaios físicos, mecânicos e hidráulicos) e
e de permeabilidade do solo. Estão em andamento, nesta fase da pesquisa, os ensaios de
percolação de água através do geotêxtil para avaliação da colmatação.
Resultados e discussão
A primeira etapa desta pesquisa consistiu na caracterização do solo utilizado na estrutura de
contenção citada. Os ensaios de granulometria conjunta forneceram uma porcentagem de
argila, silte e areia de, respectivamente: 19, 68, e 13. Os limites de consistência encontrados
foram de 43% para o limite de liquidez e 22% para o limite de plasticidade, resultando no
índice de plasticidade de 21%. Ainda, com os ensaios de compactação com Energia Proctor
Normal, determinou-se a umidade ótima do solo, de 21%, e massa específica seca máxima, de
1,63 g/cm³. Esses resultados foram as principais causas de se ter utilizado o solo de Cajamar,
SP, em questão para esta pesquisa. Isto porque existe uma relação indireta de colmatação
física com a porcentagem de finos do solo, que é a fração de silte e argila presente solo.
Espera-se, para um determinado filtro, que a colmatação física seja maior quanto maior for a
porcentagem de finos do solo em contato com ele, que no caso deste é alta, de 87%.
A segunda etapa da pesquisa consistiu em caracterizar o geotêxtil empregado. Os resultados
dos ensaios físicos, hidráulicos e mecânicos forneceram: a espessura do geotêxtil (4,03 mm),
a gramatura (522 g/m²), a permissividade (0,63 s -1), a abertura de filtração (0,039 mm), a
abertura aparente (0,150 mm), a resistência à tração longitudinal de 15,8 kN/m (156%), a
resistência à tração transversal de 24,8 kN/m (128%), a resistência ao rasgo longitudinal
(720,8 N), a resistência ao rasgo transversal (482,0 N), e à punção de 2,7 kN (79,7mm).
A terceira etapa realizada foi a de determinação da permeabilidade do solo. Utilizando-se os
dados coletados de permeabilidade e o software EXCEL, plotou-se um gráfico da
permeabilidade do solo em função do tempo de funcionamento do ensaio. A curva de
tendência apontada pelo software indicou uma permeabilidade do solo em torno de 2,5.10-9
1535
cm/s, valor esse coerente com o encontrado na literatura para o tipo de solo ensaiado, com alta
porcentagem de finos.
Conclusões
Os resultados desta pesquisa mostram que uma manta polimérica de geotêxtil não tecido pode
exercer pode realmente controlar a erosão superficial do solo (filtrando as partículas finas de
solo), realizar o processo de drenagem da água, impermeabilização a superfície de um
pavimento e proteger o reforço do pavimento.
Pode-se concluir também, com os resultados desta pesquisa, que o geotêxtil não tecido
apresenta alta durabilidade e grande resistência mecânica, em relação aos demais materiais
geossintéticos.
Ainda, pode-se concluir que como os sistemas filtrantes tradicionais podem sofrer colmatação
física e ter sua capacidade reduzida ao longo do tempo; o geotêxtil é mais indicado para ser
utilizado como filtro, pois é um produto industrial de características controladas com custo
baixo.
A pesquisa sobre os níveis de colmatação realizada neste estudo fornecerão parâmetros para
análise de uma obra real, já executada. Assim, poderiam ser tomadas medidas para mitigar o
fenômeno e aumentando-se, assim, a vida útil da estrutura, caso necessário.
Referências
AGUIAR, P. R. e VERTEMATTI, J. C. Introdução.
In. Manual Brasileiro de
Geossintéticos. 2004.
MATHEUS, E. Comportamento de sistemas solo-geotêxtil em ensaios de filtração sob
condições severas. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, 1997.
CONCEIÇÃO, G. A. Novo equipamento para avaliação da colmatação física de geotêxteis
não tecido. Programa ISB Unesp. 2012.
1536
Síntese de Ferrita Multiferróica BiFeO3
Hugo Machado Torres1; Márcia Gabrielle Almeida Meireles¹; Raquel Silva Araújo¹;
Márcio Tsuyoshi Yasuda²
1
Grupo PET/Conexões de Saberes “Física e Popularização da Ciência” /
Graduandos dos cursos de Engenharia - Universidade Federal de Itajubá Campus Itabira.
2
Tutor Grupo PET/Conexões de Saberes “Física e Popularização da Ciência” /
Universidade Federal de Itajubá Campus Itabira.
[email protected]
Introdução
O Grupo PET/Conexões de Saberes em Física e Popularização da Ciência, dentre suas
atividades, recebe um curso de capacitação denominado “Iniciação a Pesquisa”, onde os
petianos são apresentados a Plataforma Lattes CNPq para criarem seus currículos lattes e
desenvolvem atividades relacionadas as terminologias científicas e elaboração de projetos e
de artigos científicos. Dentre as exigências do curso se encontra o desenvolvimento de uma
pesquisa por um grupo de petianos, no qual eles tomam conhecimento e exercitam o rigor
científico necessário para o sucesso da pesquisa. Neste contexto, foi elaborado o presente
trabalho de pesquisa, relacionando as áreas de Ensino e Pesquisa por parte dos petianos.
Atualmente, a área tecnológica busca de forma incessante o estudo e desenvolvimento de
materiais multifuncionais e com alto desempenho. Esses materiais são capazes de combinar
diferentes propriedades e, dessa forma, aumentar seu campo de aplicação. Assim, destaca-se
um interessante grupo de materiais, os multiferróicos. A possibilidade de acoplar propriedades
ferróicas como ferroletricidade, ferromagnetismo e ferroelasticidade em um único material,
inicialmente proposta por Pierre Curie no século XIX, tem despertado o interesse de inúmeros
pesquisadores.
Considerada como um dos poucos multiferróicos que podem ser sinterizados, a ferrita de
bismuto (BiFeO3) apresenta interessantes propriedades ferroelétricas e antiferromagnéticas.
Possui elevadas temperaturas de transição elétrica e magnética, e é considerada apta para
aplicações tecnológicas, principalmente no ramo de tecnologia da informação, como em
memórias e sensores. A gravação de dados se dá pela polarização elétrica e magnética e é
1537
considerada uma alternativa promissora para os dispositivos atuais segundo Carvalho (2007,
p.17) e Cagigas (2009, p. 24).
As notáveis propriedades de um multiferróico, que são encontradas na ferrita de bismuto, se
devem principalmente a forma como seus átomos estão arranjados em suas células unitárias, o
que condiciona a combinação simultânea num mesmo sistema de mais de uma ordem
ferróicas de acordo com Carvalho (2007, p. 15).
Devido a sua indiscutível importância, o presente trabalho concentrou no estudo de variáveis
para a síntese deste multiferróico baseando-se no sistema Fe2O3 – Bi2O3. O método de síntese
escolhido foi a reação em estado sólido convencional. A escolha do método de síntese se deve
principalmente a sua simplicidade e custo de execução relativamente baixo, o que torna tal
método de produção de materiais cerâmicos muito comum no meio industrial e científico.
A reação em estado sólido mostrou-se, no geral, efetiva para a síntese da ferrita de bismuto,
contudo devido a características intrínsecas dos materiais precursores, este tipo de síntese
pode levar a formação de fases secundárias e defeitos indesejáveis. Estes fatores, conhecidos
principalmente por gerarem alta densidade de correntes de fuga (devido à alta condutividade
elétrica de determinadas fases que se formam) fizeram com que a ferrita de bismuto tivesse
restrições em aplicações tecnológicas. Diante deste fato, tem-se como principal objetivo a
síntese da fase pura da ferrita de bismuto pela reação em estado sólido com resfriamento
rápido.
Objetivos
As reações em estado sólido envolvem várias etapas que, alterando-as, é possível a obtenção
de diferentes fases cristalinas em um material cerâmico. Dessa forma, objetiva-se o estudo e a
identificação de variáveis da síntese da fase multiferróica BiFeO3 por reação em estado sólido
com resfriamento rápido. Espera-se, com os resultados, contribuir com a comunidade
científica na busca pela síntese em grande escala e a baixo custo de um dos multiferróicos
mais promissores em dispositivos eletrônicos, porém também uma das mais difíceis de obter
com alto grau de pureza cristalina.
Metodologia
A fase cristalina do multiferróico BiFeO3 pode ser obtido, pela reação química apresentado na
Equação 1, segundo o diagrama de fases entre os óxidos Bi2O3 e Fe2O3. Nota-se, por esta
1538
equação, que a relação estequiométrica entre os óxidos é suficiente para se obter a fase
BiFeO3 desejada. Porém, segundo o diagrama de fases, esta formação se encontra em uma
linha tênue, o que dificulta sua síntese devido à formação de fases secundárias indesejáveis.
Bi2O3 + Fe2O3 → 2 BiFeO3
(1)
Buscando se avaliar uma margem de trabalhabilidade em torno dessa linha estequiométrica e
sabendo-se da volatilidade do elemento bismuto (Carvalho (2007)), foram escolhidas 4
diferentes proporções entre os óxidos precursores para a síntese por reação em estado sólido:
1 mol de Bi2O3 para 1 mol de Fe2O3 (Amostra 1); 1 mol de Bi2O3 para 1,1 mol de Fe2O3
(Amostra 2); 1 mol Fe2O3 para 1,1 mol de Bi2O3 (Amostra 3); 1 mol Fe2O3 para 1,2 mol de
Bi2O3 (Amostra 4). As amostras foram submetidas a misturas em moinho de bolas com álcool
etílico e esferas de alumina, processo que tradicionalmente utilizado em laboratórios de
processamento cerâmico onde ocorre a cominuição das partículas associada à mistura
homogênea dos óxidos precursores.
As reações em estado sólido das amostras foram realizadas em duas condições diferentes:
patamar de queima em 800°C por 2 horas (Condição A) e patamar de queima em 850°C por 5
minutos (Condição B). Ambas as reações foram realizadas com uma taxa de aquecimento de
10°C/minuto e resfriadas rapidamente em água em temperatura ambiente (~80oC/min). A
escolha arbitrária das condições A e B se deve a tentativa de evitar a difusão dos íons bismuto
e ferro na formação das fases secundárias, “congelando” a fase cristalina formada exatamente
na temperatura do patamar de calcinado pré-estipulado. Trabalhos anteriores do grupo, com
taxas de resfriamento mais lentas levaram a uma “fuga” de íons da fase desejada para outras
durante a etapa de resfriamento. As amostras tiveram suas fases cristalinas identificadas por
meio de analises de difratogramas de raios-X.
Resultados e discussão
Os difratogramas de raios-X das amostras calcinadas (reação em estado sólido) foram obtidos
com um difratômetro de raios-X de bancada Bruker (D2 Phaser), nas seguintes condições:
Tensão de 30kV; Corrente elétrica de 10mA; Limites em 2θ de 20o a 80o; Incremento de
0,08o; e Tempo por incremento de 130seg.
Baseando-se no diagrama de fases do material desejado, era esperado que a fase BiFeO3 pode
ser formada apenas com proporções equimolares de Bi2O3 e Fe2O3. Contudo, foram testadas
amostras contendo excesso de bismuto e excesso de ferro. O excesso de bismuto em duas
amostras foi utilizado devido ao fato do bismuto ser um elemento muito volátil na
1539
temperatura de síntese proposta, o que compensaria suas perdas previstas e reduziria a
formação de fases secundárias. O excesso de ferro é também outra estratégia que objetiva a
análise da melhora ou não na formação da fase ferrita de bismuto (BiFeO3).
Nas duas condições de calcinação, Condição A e B, o resfriamento rápido foi realizado. Com
tal estratégia, pretendia-se manter as amostras na temperatura de formação da fase num curto
período de tempo, para diminuir a exposição do óxido de bismuto ao ar atmosférico, evitandose sua volatilização e também para que ocorresse o aprisionamento da fase desejada segundo
Dutra (2007), visto que ela se forma apenas em proporções bem definidas. Assim, se as
amostras tivessem maior tempo de resfriamento, o equilíbrio termodinâmico que seria
atingido poderia levar a formação das fases espúrias.
Ao analisar os difratogramas de raios-X das amostras calcinadas na Condição A, foram
identificados a presença de picos de difração de planos cristalinos referentes às fases ferrita de
bismuto (BiFeO3) e selenita de ferro (Bi25FeO40). Onde a fase selenita de ferro se trata de uma
fase cristalina secundária, indesejável por não se tratar de uma fase multiferroica. Estas
mesmas fases foram encontradas nas condições de calcinação B, porém com proporções entre
as fases presentes diferenciadas.
Nas duas condições de calcinação, as amostras preparadas com excesso de óxido de bismuto
(3 e 4), houve maior formação da fase secundária Bi25FeO40 (selenita de ferro) em relação às
demais amostras. Dessa forma, a adição de excesso de óxido de bismuto nessas condições de
calcinação não se mostrou eficaz na síntese da ferrita de bismuto, como se esperava
inicialmente devido a possível volatização do elemento bismuto em altas temperaturas de
calcinação. Em contrapartida, na Condição B a amostra que teve maior formação da fase
ferrita de bismuto foi a sintetizada com excesso de óxido de ferro (Amostra 2), com 89,6%.
Nesta condição de calcinação a amostra preparada com proporção equimolar entre os óxidos
precursores obteve uma formação de 86,2% de ferrita de bismuto.
Na Condição A, a amostra preparada com proporção equimolar entre os óxidos precursores
teve a maior formação da ferrita de bismuto (91,2%) em comparação às demais amostras,
tendo a amostra preparada com excesso de ferro 88% da fase desejada.
Resumindo, com base nos difratogramas de raios-X temos que as três amostras sintetizadas
por reação em estado sólido com as melhores características desejadas foram: amostra 1-A
(mistura com relação de 1 mol de Bi2O3 para 1 mol de Fe2O3 calcinada em 800oC/2h);
Amostra 2-B (mistura com relação de 1 mol de Bi2O3 para 1,1 mol de Fe2O3 calcinada em
850oC/5min); e Amostra 2-A (mistura com relação de 1 mol de Bi2O3 para 1,1 mol de Fe2O3
calcinada em 800oC/2h).
1540
Conclusão
Os resultados das diferentes condições de calcinação de diferentes proporções entre os óxidos
precursores, para a formação da fase cristalina multiferróica ferrita de bismuto (BiFeO3),
foram importantes para se chegar às seguintes conclusões:
- As dificuldades que muitos centros de pesquisa têm em sintetizar a ferrita de bismuto sem
fases secundárias pela rota mistura de óxidos (reação em estado sólido) não se deve apenas a
volatização dos íons bismuto, uma vez que as amostras com maior proporção molar de óxido
de bismuto nas misturas resultaram em menores porções da fase desejada em relação às
demais misturas;
- Contrariando as expectativas, na Condição B de calcinação (850oC/5min) concentrações
maiores de óxido de ferro nas misturas resultaram em maior formação da fase ferrita de
bismuto desejada, mesmo comparada com a relação de mistura estequiométrica entre os
óxidos precursores;
- Maiores tempos de patamar de calcinação resultam em maior formação da fase ferrita de
bismuto, muito provavelmente devido a migração dos íons. Porém este parâmetro não é
demasiadamente preponderante, uma vez que apenas 4,9% da fase ferrita de bismuto a mais
foi formada em um tempo de calcinação maior (2h), mesmo sendo estes em diferentes
temperaturas.
Os resultados são promissores, respaldando a continuidade das pesquisas em síntese do
multiferróico BiFeO3 pelo grupo PET Conexões de Saberes em Física e Popularização da
Ciência.
Referências
CAGIGAS, Julián A. M. Síntese e Caracterização do sistema BiFeO3 dopado com terras raras
(La,
Gd).
Domínio
Público.
Rio
de
Janeiro,
2009.
Disponível
em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra
=156479>. Acesso em: 12 set. 2013
CARVALHO, Teresa M. T. Síntese e caracterização de perovesquites do sistema BiFeO3.
Repositório.
Vila
Real,
Portugal.
2007.
Disponível
em:
<https://repositorio.utad.pt/handle/10348/91>. Acesso em: 17 set. 2013
DUTRA, Lara M. Síntese de pós de BiFeO3. Florianópolis, 2007. Disponível em:
<http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm>. Acesso em: 12 set. 2013
1541
PROJETO DE UMA DESCASCADORA DE NOZES
Felipe da Silva Bueno1, Rafael Brito Solane1; Marco Antonio Durlo Tier².
1
Universidade Federal do Pampa (Unipampa)
Avenida Tiarajú, 810
97546-550 – Alegrete-RS – Brasil
²Grupo PET CTC – Ciência, Tecnologia e Cidadania – Campus Alegrete
Introdução
Com o avanço significativo no campo da nutrição, tem-se descoberto alimentos extremamente
benéficos a saúde, tais como as sementes oleaginosas. Entre elas: castanha do Brasil, castanha
de caju, nozes, avelã, amêndoas, pistache e amendoim. Rica em antioxidantes, gordura monosaturada/poliinsaturada, proteínas, vitamina E e vários minerais. As oleaginosas vêm conquistando seu espaço nos cardápios mundiais, visto que o consumo de pequenas quantidades diárias, pode evitar riscos de doenças do coração, diminuir o mau-colesterol, melhorar o funcionamento intestinal, cerebral, pulmonar e contribuir para o emagrecimento, tudo isso com um
sabor bem característico e exótico destas sementes. [1] [4]
A nogueira é uma planta típica das regiões de clima temperado, porém tem facilidade em se
adaptar em locais que apresentam climas mediterrâneo, subtropical e tropical. Seu cultivo
deve ser realizado em solos férteis, com bons níveis de profundidade, necessitando de rega
constante, bem como a realização do enriquecimento do solo com materiais orgânicos, garantindo um bom crescimento para a árvore, que possivelmente apresentará melhores safras.
Na região sul do país, a semente que mais se destaca é a noz, em especial a Pecan, que após
duas décadas esquecida, voltou a chamar a atenção de pequenos produtores, pois o cultivo
apresenta um baixo custo de manutenção da árvore. A noz é extraída da nogueira, uma árvore
de grande porte, podendo atingir 40 metros de altura e 40 metros de circunferência de copa.
Uma nogueira pode superar os 200 anos de longevidade, e no Brasil, produz entre 22 e 44 kg
de nozes por safra. [3] [4]
Segundo CATTAPAN & FINAMORE a noz tem um valor de venda muito atrativo para os
produtores, e esse valor, pode aumentar ainda mais com o beneficiamento da noz. Os preços
no mercado popular chegam a alcançar a faixa de 44 reais o Quilograma, entretanto esse valor
pode saltar para 125 reais, no caso do produto beneficiado (descascado).
1542
Visto que o beneficiamento em especial, o descascamento, agrega um ótimo valor ao produto,
e tal processo no Brasil é realizado de forma manual ou semi automatizada, tem-se a necessidade de se pesquisar e desenvolver tecnologias para tal aplicação, visando um aumento na
produção, bem como na qualidade do produto fornecido ao consumidor.
Objetivos
O objetivo principal deste artigo é apresentar o projeto informal de uma máquina descascadora de nozes. E como objetivos específicos: identificar as necessidades ou problemas do cliente, desenvolver uma concepção da máquina atendendo os requisitos de projeto, analisar de
forma critica levando em conta a operacionalidade, funcionalidade, impacto ambiental, disponibilidade, custo, prazos, eficiência, espaço físico disponível e restrições de processo. Realizar
a validação mediante analise de vantagens e desvantagens de cada proposta, e por fim definir
a melhor proposta estudada e realizar a descrição completa atendendo as necessidades impostas.
Metodologia
O tipo de pesquisa utilizada neste artigo foi essencialmente uma pesquisa bibliográfica. Mecanismo de pesquisa vantajoso, pois, permite uma pesquisa mais abrangente, além de poder
englobar uma pequena pesquisa exploratória. [8]
A pesquisa teve como principais fontes, livros, artigos científicos e internet (vídeos e imagens) buscando avaliar soluções já desenvolvidas, e novos métodos para o desenvolvimento
da máquina. Também foi realizada uma entrevista com produtores de noz do município de
Santiago-RS, no Distrito de Ernesto Alvez.
Estes dados foram analisados segundo as ferramentas de metodologia de projeto produto, com
ênfase na etapa de projeto informacional. As ferramentas mais utilizadas serão o diagrama de
Mudge e diagrama da casa de qualidade ou matriz QFD (quality function deployment). Pelo
diagrama de Mudge a importância relativa entre os requisitos de clientes podem ser avaliadas.
Já a matriz QFD é utilizada para inter-relacionar os requisitos de clientes com requisitos de
produtos, fazendo a avaliação das máquinas existentes no mercado e verificando qual o requisito de maior importância no projeto.
Partindo-se da analise dos dados e dos resultados será possível responder as seguintes questões extraídas dos objetivos deste artigo.
1543
 Quais são as funcionalidades que o cliente espera para a máquina descascadora
de nozes?
 Quais são os requisitos que a descascadora de nozes deverá atender?
 Quais são as especificações metas da descascadora de nozes?
 O desenvolvimento da máquina descascadora de nozes é viável?
Estas perguntas serão respondidas na seção a seguir, resultados, e serão discutidas nas considerações finais.
Resultados e discussão
Como resultados do projeto informacional, sendo o ponto de partida para a próxima fase do
projeto, uma breve descrição referente ao escopo do produto, o ciclo de vida da máquina, requisitos e necessidades do cliente, requisitos de produto e especificações meta.
Quanto ao escopo do produto ser desenvolvido é uma máquina descascadora de nozes. O equipamento receberá o fruto in natura, isento de impureza (folhas, terra, pedras, galhos) e deverá devolver a parcela comestível da forma mais integra possível. A máquina ainda deverá
devolver a casca do fruto que posteriormente poderá ser comercializada como subproduto da
operação.
O equipamento deve possuir um sistema que atenda as mais variadas espécies e tamanhos de
nozes, visando suprir as necessidades dos clientes. O sistema deve ser totalmente automatizado, podendo ser controlado via computador. Ele ainda deve apresentar um bom reservatório
de entrada e saída do produto, garantindo assim autonomia à máquina.
A descascadora de nozes terá um longo prazo de vida, desde que o plano de manutenção do
equipamento seja seguido conforme o projeto.
Depois de analisado as necessidades informadas pelos agricultores, pode-se extrair as necessidades relevantes até o momento, como mostradas a seguir:
 Descascar a noz;
 Ter um fruto de saída o mais integro possível e livre da casca, ou seja, própria
para o consumo imediato.
 Deve separar a casca da semente oleaginosa automaticamente;
 Ser de fácil programação e totalmente automatizada;
 Ter grande capacidade de operação;
1544
 Descascar as nozes rapidamente;
 Ter um alto rendimento (sementes trincadas/sementes inteiras);
 Descascar nozes de diferentes espécies e tamanhos;
 Ter um baixo custo de aquisição e manutenção.
Com a técnica do diagrama de Mudge, conseguimos identificar a importância relativa de cada
um dos requisitos de clientes e percebe-se que o mais importante é que a máquina consiga
quebrar e separar a casca da noz com grande desempenho.
A partir dos requisitos de clientes, os requisitos de projetos são estabelecidos e com ajuda da
ferramenta QFD, pode-se fazer as seguintes considerações:
 A prioridade do projeto é elaborar uma máquina com alto desempenho e confiabilidade, atendendo as premissas básicas de quebrar e separar a noz.
 A máquina deve possuir autonomia de operação e produção.
Como especificações meta, o equipamento deve possuir um bom desempenho, quebrar a casca, separar a casca, alta produção, automatização, baixo custo de operação, baixo custo de
aquisição, autonomia de aproximadamente 500 kg de nozes, vida útil de 15 anos, manutenção
periódica a cada 6 meses.
Com respeito ao custo do equipamento, vale ressaltar que não foi realizado nenhum estudo
quanto a essa questão, entretanto devido ao alto grau de automatização do equipamento, presumisse que o mesmo terá um alto custo de aquisição o que de fato inviabilizaria a compra
pelo pequeno produtor. Porém a formação de cooperativas entre pequenos produtores tornaria
viável a compra desta máquina, o que de fato aumentaria o lucro de todos os cooperados.
Conclusão
Com base nos resultados, nota-se que o custo de aquisição da máquina não é um fator tão importante aos clientes, a exigência maior é pela autonomia e desempenho do produto, do que o
custo propriamente dito. Fica evidente também que a máquina deve ter uma grande capacidade de processamento, o que de fato direciona o equipamento para usinas beneficiadoras, cooperativas e grandes produtores.
Por fim, os resultados obtidos neste artigo, são os dados de entrada que devem ser repassados
ao projeto conceitual, que irá estabelecer as funções e propor soluções para esta máquina.
1545
Referências
[1] FREITAS, J. B.; NAVES, M. M. V.. Composição química de nozes e sementes
comestíveis e sua relação com a nutrição e saúde. Revista de Nutrição, Campinas, n.
[2] CARVALHO, D., Necessidade dos Clientes de uma Roçadeira. 2006. Disponível
em: <http//www.decarvalho.eng.br/clientes-rocadeira.pdf>, Acesso em 3 Set 2013.
[3] KUROZAWA, C. Pecã. Globo rural, glossário. Disponível em:
<globoruraltv.globo.com/GRural/0,27062,LTP0-4373-0-L-P,00.html>, Acesso em 10
Set. 2013.
[4] DIVINUT: A noz -pecã. Disponível em: <http://www.divinut.com.br> Acesso em
05 Set 2013.
[5] CATTAPAN, M. I. Z., FINAMORE, E. B.. Avaliação econômico-financeira da
introdução da produção de nogueira-pecã pela Cooperativa Cotrisiana – RS.
Disponível em: < http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/eventos/5-encontroeconomia-gaucha.php >, acesso em 01 Out de 2013.
[6] OLIVEIRA, A. S. Marketing no Processo de Pré-Desenvolvimento de Máquinas
Agrícolas. Santa Maria: UFSM. Tese de Doutorado/PPGEA, 2008.
[7] BASSETTO, E. L.. Proposta de Metodologia para o Ensino das Fases de Projeto Informacional e Projeto Conceitual. Florianópolis: UFSC: Dissertação para Mestrado
em Engenharia Mecânica/PPGEM, 2004.
[8] GIL, A. C.. Métodos e Técnicas de Pesquisa – 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 1999.
1546
Ciência a Cavalo: Levando a Universidade para o Interior do Rio Grande do Sul
Jean Ávila Rangel¹, Alana Boaventura1, Marco Antônio Durlo Tier²
¹ ² Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
² Tutor PET-CTC (Ciência, Tecnologia e Cidadania)
Introdução
Ciência a Cavalo é um dos muitos projetos do PET-CTC (Ciência Tecnologia e
Cidadania) que se preocupa com a disseminação dos três pilares e objetivos do grupo:
ensino, pesquisa e extensão. Seu foco maior acaba sendo a extensão, por ser um evento em
que alunos da Universidade saem de suas rotinas e vão conhecer e vivenciar as
peculiaridades dos estudantes e moradores do interior do município. Também preocupa-se
em ensinar sobre conhecimentos aprendidos no contexto universitário e visualizar novos
horizontes que poderiam ser aplicados ao campo, podendo instigar novas pesquisas e
investigações.
Portanto, a essência do trabalho passa a ser a troca de saberes e novas experiências:
Alunos de escolas públicas de determinado polo rural enxergam e interagem com projetos da
UNIPAMPA, levantando questionamentos acerca de assuntos que os discentes da
universidade poderiam explanar com facilidade. Por outro lado possuímos os membros da
UNIPAMPA (se tratando não apenas de alunos e membros do PET-CTC, mas professores e
outras pessoas ligadas com o meio) interagindo com a comunidade do interior do
município do estado do Rio Grande do Sul, que tem a cultura gaúcha muito forte, muitas
vezes até desconhecida por alunos vindos de outros estados senão os sulistas.
Objetivos
Fortalecer o elo da universidade com a comunidade externa, principalmente alunos de
zonas mais afastadas em regiões de menor desenvolvimento socioeconômico. Proporcionar
aos alunos universitários um momento para vivências submergidas na cultura gaúcha e
cotidiana de outro ambiente social, contrastando com a cidade e meio urbano. Troca de
vivências e saberes, análises de outras perspectivas acerca dos mais variados assuntos e
interação entre comunidades distintas são as maiores motivações do projeto, que busca
também proporcionar a integração social e cultural.
1547
Metodologia
No município de Alegrete, RS, contamos com um campus da UNIPAMPA
universidade multi campi presente na fronteira oeste do estado e tem como objetivo ampliar o
desenvolvimento em áreas do estado que até então apresentavam um processo mais lento que
nas capitais ou cidades maiores. Por se localizar em uma região muito importante para a
Revolução Farroupilha, o município de Alegrete tem a cultura tradicionalista gaúcha muito
marcante e presente até os dias atuais. Grande parte dos alunos provenientes de outros estados
possui apenas leve conhecimento acerca da mesma, porém sem terem oportunidades de
vivenciar um dia no campo, experimentando culinárias típicas, conversando com moradores e
adeptos a tradição e visualizando novos modos de vida, com costumes um tanto quanto
diferenciados da população urbana.
Por outro lado, os alunos de escolas públicas afastadas da cidade não tem total
conhecimento sobre a universidade, que para eles, é algo distante. A razão que leva a isso
residirem em zonas que muitas vezes não tem acesso às tecnologias de comunicação tão
comuns nos meios urbanos, e não conseguem conversar ou interagir com estudantes
universitários para tirar dúvidas que possuem acerca do universo dos cursos superiores. Para
promover o projeto e colocar em prática ações que promovam a contemplação dos assuntos
tratados nos textos acima, uma visita a campo foi marcada para alunos da Universidade
Federal do Pampa e alunos do Colégio Estatual Emílio Zuñeda (ensino médio), os quais
exibiram experimentos e estudos realizados em suas áreas de conhecimento, respondendo a
perguntas dos alunos da região.
Como ocorreu a participação de alunos dos mais variados cursos da UNIPAMPA,
cada um pôde trazer para o Ciência a Cavalo seus trabalhos de áreas específicas, para dessa
forma deixar amplo o campo de visão dos cursos sob a perspectiva dos ouvintes. Jogos
criados pelo curso de Engenharia de Software, uma “chocadeira elétrica” criada pelo curso da
Engenharia Elétrica, maquete de construções criada pelo curso de Engenharia Civil entre
outros trabalhos realizados pelos próprios alunos universitários de outros cursos das
engenharias foram expostos e apresentados pelos mesmos, com muita interação do público.
A visita ocorreu no dia 25 de setembro de 2013, e o local para visita foi o Polo
Educacional Durasnal, no distrito de Passo Novo, a 30 km do município de Alegrete. A
propriedade do Sr. Élbio Lira foi visitada e lá foram feitas as refeições de acordo com a
culinária gaúcha e preparados os cavalos.
O cronograma de atividades ocorreu da seguinte maneira:
1548
– Saída do campus Alegrete de ônibus em direção ao Polo do Durasnal;
– Café da manhã tradicional na propriedade de Élbio Lira;
– Cavalgada até o local de realização das atividades com as crianças/jovens;
– Exposição dos experimentos, apresentação musical e atividades:
– Retorno para a propriedade de Élbio Lira à cavalo;
– Almoço tradicional gaúcho;
– Retorno ao campus de Alegrete.
Resultados e discussão
Com grande êxito, alunos da universidade que nunca antes haviam cavalgado,
aprenderam a montar e encilhar um cavalo, andando por quilômetros no meio rural. Também
alunos das escolas públicas ficaram instigados com o desenvolvimento dos trabalhos
desenvolvidos pelos acadêmicos, e puderam conhecer e ter um contato mais próximo com
esse meio.
Muitos dos trabalhos apresentados pelos acadêmicos chamaram a atenção do público
em todas as áreas. No geral, foi de suma importância que os alunos do ensino médio e
fundamental observassem que no meio universitário não são produzidos apenas textos
científicos, documentos ou cálculos e que o aprendizado se foca somente em teoria.
Trabalhos concretos e instigantes para crianças despertaram a curiosidade e
expandiram os horizontes dos mesmos. Mostrar que o curso superior não se constitui
integralmente em teoria é um dos pontos fortes deste projeto. Descrição de alguns trabalhos
apresentados por alunos:
- Motor Automotivo: Os alunos do curso de Engenharia Mecânica da UNIPAMPA
levaram um motor automotivo, com a intenção de mostrar aos alunos do polo educacional
os componentes existentes além de associar as matérias teóricas com a prática de
funcionamento do mesmo;
- NAO: Foi levado também o Robô NAO, para que os alunos pudessem ver o seu
funcionamento, como ele é programado e entender como os componentes do robô agem para
o mesmo funcionar; - Extensômetro: Uma balança feita pelos alunos do curso de Engenharia
Mecânica foi levada até o polo educacional para mostrar que com conhecimentos obtidos na
disciplina de Análise Experimental de Tensões os alunos puderam projetar uma balança, a
qual funciona da seguinte maneira: quando o componente a ser pesado é colocado sob a
1549
balança, uma chapa é deformada conforme aquele peso, e então através de um equipamento
auxiliar, que capta as deformações no strain gage colado na chapa, obtém a sua deformação
devido ao peso colocado na balança. Com isso, pode-se converter fazendo associações
matemáticas, e obter o peso em kilogramas (ou gramas) do componente colocado na balança;
- Resistência Elétrica: Um experimento contendo lâmpadas que podiam ser acopladas em
diferentes associações de resistências elétricas para serem acesas, mostrando que conforme a
variação da associação das resistências, a intensidade de luz da lâmpada podia ser maior ou
menor; - Chocadeira Elétrica: Uma caixa fechada de madeira contendo lâmpadas e um
sistema muito preciso para controle de temperatura desenvolvido para chocar ovos de
determinados animais (galinhas, codornas, ...) para fim de criação e interesses industriais.
Neste processo, não é necessária a galinha estar presente em nenhum momento para chocar o
ovo, pois o sistema se encarrega da temperatura ideal automaticamente; - Software de RPG:
Um jogo ambientado no município de Alegrete foi demonstrado para os alunos. Todos os
interessados tiveram a oportunidade de jogar ao menos uma vez, e ao decorrer do jogo iam
identificando e percebendo paisagens de sua cidade. Para a maioria, foi o primeiro evento de
extensão realizado como expositor de trabalho, o que levou a fomentar os alunos a participar e
criar outros projetos, para assim apresentar mais experiências ou estudos desenvolvidos
dentro da UNIPAMPA
Conclusão
Com muito empenho as atividades foram realizadas e concluídas com êxito. Foi de
grande
satisfação para todos os integrantes do PET-CTC verem os alunos empolgados com os
trabalhos exibidos e fazendo questionamentos para projetar seus futuros como, quem sabe,
engenheiros ou alunos de cursos superiores.
A frequência das visitas é anual, portanto o grupo de alunos envolvido de ambos os
lados sempre está sendo renovado, e a cada ano procura-se artistas da Universidade para
promover atividades de música ou alguma palestra no interior do município. Por ter gerado
excelentes resultados e conhecimentos para os envolvidos, o projeto terá prosseguimento e
continuará crescendo e expandindo os participantes e atividades.
Referências
1550
Prefeitura de Alegrete <http://www.alegrete.rs.gov.br/site/> Alegrete (Rio Grande do Sul) –
Wikipédia
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Alegrete_(Rio_Grande_do_Sul)>Unipampa Alegrete
<http://porteiras.unipampa.edu.br/alegrete/> Ciência a Cavalo <http://goo.gl/4mwX34>
Revolução
–
Farroupilha
<http://www.brasilescola.com/historiab/revolucaofarroupilha.
htm>
1551
Brasil
Escola
MINI CURSOS
Autores:
BALDISSERA, João Victor Omar, BRAGA, André Luís, ENOMOTO, Bruno
Eidi Cezar, FERREIRA, João Eduardo, LOUSANO, Alison Rodrigues, MASSIMO, Letícia
de Frata, OLIVEIRA, Patrício Bueno, PALMA, Matheus Fávaro, PAULA, Raul Vaz,
PELEGRINO, Lucas Carvalho, ROCHA, Renato Barreto de Menezes, SILVA, Gustavo Faria,
TOKITA, Arthur Kenji, VASCONCELLOS, Felipe Barcelos, VIEIRA, Victor Alexandre da
Silva;
Tutora:
PROF.ª DRª MARIÂNGELA DE CARVALHO BOVOLATO.
Introdução
As atividades desenvolvidas pelo grupo Minicursos do PET-Engenharia Elétrica de
Ilha Solteira, ocorrem semestralmente, com o objetivo de capacitar os discentes na utilização
de softwares e equipamentos, que utilizarão na graduação e no ambiente profissional.
A atividade ocorre de três formas: complementar a realização de outra atividade ligada
ao PET, ao interesse dos alunos da graduação em um assunto específico, atender as
necessidades de parceiros como a Empresa Júnior do curso de Engenharia Elétrica de Ilha
Solteira, o Centro Acadêmico e o Ramo Estudantil IEEE de Ilha Solteira.
Desde que foi criado, o grupo desenvolveu uma série de cursos voltados aos alunos de
graduação como: a “Utilização da calculadora gráfica HP-50g®”, “Aspectos Básicos na
utilização do software MatLAB®”, “Linguagem de programação Ladder” e “LabVIEW®”.
No final de 2013, durante a realização da semana da Engenharia Elétrica, o Centro
Acadêmico convidou os membros do PET a ministrarem um curso de “Controle Básico”,
direcionado a aplicações da tecnologia na automação industrial. No mesmo ano, o grupo
também foi convidado pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP) a elaborar um curso de
“Introdução à Robótica aplicada a Automação”, no qual se utilizou o Kit Didático LEGO
Mindstorms® para o desenvolvimento de dois protótipos automáticos.
No ano de 2014, a atividade foi realizada em parceria com a Empresa Júnior de
Engenharia Elétrica de Ilha Solteira em um curso voltado para a capacitação no software de
instalações elétricas “Alto QIlumine V4®”. Almeja-se, para o segundo semestre não somente
1552
a expansão deste curso para todos os discentes do curso de Engenharia Elétrica, como também
a realização de um treinamento na utilização de recursos avançados do “Excel®”.
Objetivos
O objetivo desta atividade, baseando-se na portaria no976 do PET, está direcionada a
desenvolver atividades acadêmicas em padrões de qualidade de excelência, mediante grupos
de aprendizagem tutorial de natureza coletiva e interdisciplinar e formular novas estratégias
de desenvolvimento e modernização do ensino superior no país. Também estimula a formação
de profissionais com elevada qualificação técnica, científica, tecnológica e acadêmica. Dentro
da unidade, é permitir ao corpo discente da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” – Campus de Ilha Solteira - SP receberem capacitação técnica suficiente
para
incrementar alguns conteúdos das disciplinas que se desenvolverão ao decorrer do curso de
graduação. A atividade também visa o estabelecimento de parcerias com demais grupos
acadêmicos da Instituição de Ensino Superior e outras instituições de ensino. Além disso, visa
o desenvolvimento técnico e social de todos os envolvidos do grupo, melhoria de
relacionamento do grupo entre si, com a comunidade e a melhoria do Curso de Graduação.
Metodologia
A atividade inicia-se com diálogos e reuniões entre os membros do PET, os docentes,
os alunos da graduação e representantes dos demais grupos estudantis da instituição de
ensino. Em que se realizam pesquisas sobre softwares e ferramentas utilizadas no ambiente
profissional e acadêmico.
Em seguida, é elaborado um planejamento em que se definem todos os processos
necessários para o desenvolvimento do curso como: utilização de apostilas, quantidades e
tipos de equipamentos, palestrantes convidados, número de vagas, reserva de salas e prazos
para o término de cada etapa. Todo o material confeccionado é verificado e corrigido por
professores e técnicos especializados na área, garantindo que as informações estejam
coerentes com o conteúdo das disciplinas e manuais de cada equipamento.
Na data do evento, o ambiente é elaborado para melhor servir os participantes do
curso. Assim todos têm disponíveis os softwares nas suas versões livres ou demonstrativas.
Quando há necessidade da apresentação e manuseio de equipamentos, adequa-se o tempo
disponível para que todos possam manuseá-los. Além disso, usa-se o maior número possível
1553
de recursos didáticos durante os cursos, como dinâmicas, experimentações e recursos
audiovisuais. É realizada em todas as atividades uma avaliação, através de um questionário,
onde é feita uma abordagem sobre a atividade, desempenho do bolsista, entendimento da
disciplina, satisfação do participante. Esta avaliação apresenta o feedbck sobre o
desenvolvimento da atividade e sobre a satisfação do aluno participante.
Resultados e discussão
Ao decorrer de suas edições, a atividade desenvolvida recebeu um número maior de
participantes. Isto se relaciona com a capacidade de reunir o interesse do aluno com o que o
mercado procura. Além disso, a realização de parcerias cria oportunidades e proporciona
networking com demais os grupos acadêmicos da instituição e profissionais da área. A
atividade tem contado, em média, com 40 participantes em cada versão dos minicursos
realizados.
Em consequência da visibilidade do trabalho realizado, a atividade foi expandida e, no
segundo semestre de 2013. A carga horária dos organizadores foi dobrada ao realizarem-se
dois minicursos com temas semelhantes. No primeiro, o grupo PET/Elétrica foi convidado
pelo Centro Acadêmico do curso de Engenharia Elétrica para o desenvolvimento do tema
“Controle Básico”, o qual deveria demonstrar os mecanismos matemáticos de controle, em
aplicações voltadas para a automação industrial. Já o segundo minicurso ocorreu em 18 de
outubro de 2013, após um convite feito pelo Instituto Federal de São Paulo - Campus de
Presidente Epitácio - SP, com o tema “Introdução à Robótica Aplicada a Automação”, na
Semana da Ciência e Tecnologia. No segundo curso, utilizaram-se os Kits Lego
MINDSTORMS®, para a programação de dois protótipos autômatos, relacionando-os com a
teoria de elementos controladores como o Controle automático, Retroalimentação, Controle
Proporcional, Controle Integral, Controle Derivativo, Conceito de Malha Aberta e Conceito
de Malha Fechada.
No ano de 2014, o grupo PET Engenharia Elétrica, foi novamente convidado a
ministrar um minicurso sobre o software de instalação elétrica “Alto QIlumine V4”. A ideia
surgiu a partir de uma necessidade da Empresa Júnior Potencial – Consultoria e Projetos
Elétricos, em capacitar seus membros na elaboração e adequação de projetos elétricos. A
principal estratégia na realização desta atividade foi dividir os participantes em duas equipes.
A primeira foi constituída por aqueles que não possuíam curso na área de eletroeletrônica e
também não haviam concluído a disciplina de instalações elétricas prediais. Para esse grupo
1554
elaborou-se um estudo com alguns conceitos básicos na realização de instalações elétricas,
como lâmpadas, interruptores, luminárias, disjuntores etc. Na segunda equipe, as vagas foram
preenchidas pelos demais alunos cadastrados. Após oito horas de curso, todos os participantes
estavam aptos a projetar a planta elétrica de uma casa de quatro cômodos, gerando as tabelas e
legendas que as normas técnicas exigem. O curso foi ministrado pelo aluno de graduação
Stevan do Couto Pereira, que possui experiência profissional na utilização do software.
Ao término da atividade, a avaliação indicou resultados satisfatórios com uma média
de 8,8, estipulada pelos participantes do curso. Os assuntos abordados na avaliação foram:
Material elaborado, Duração do curso, Organização do evento, Didática do Palestrante e
Compreensão do conteúdo.
Conclusão
A realização dos minicursos possibilitou aos alunos manterem contato, ainda na
graduação, com softwares, ferramentas e equipamentos que utilizarão no mercado de trabalho.
Além disso, a atividade também consolidou a parceria com outros grupos acadêmicos e
instituições de ensino superior.
Os resultados indicam que a atividade contempla simultaneamente ensino, pesquisa e
extensão através da elaboração de materiais didáticos, diálogos com profissionais e
capacitação na prática, e a contribuição na realização de projetos da Empresa Júnior e eventos
como a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia
Referências
[1]
Assunção, M. C. (2010). Controle Linear I. Ilha Solteira - SP: Apostila UNESP FEIS.
[2]
Cervelin, G. C. (2006). Instalações Elétricas Prediais. Tatuapé - SP: Érica.
[3]
HP Invent. (2006). HP 50G Calculadora Gráfica Manual do Usuário. San Diego:
Hewlett-Packard Company.
[4]
S3ENG - Tecnologia Aplicada a Engenharia S/A. (s.d.). Down. Acesso em 28 de
Março de 2014, disponível em Alto QI: http://www.altoqi.com.br/downloads#
[5]
Valk, L. (s.d.). The LEGO Mindstorms NXT 2.0 Discovery Book. US: No Starch Press.
1555
Oficina de Projetos
Autores:
BALDISSERA, João Victor Omar, BRAGA, André Luís, ENOMOTO, Bruno
Eidi Cezar, FERREIRA, João Eduardo, LOUSANO, Alison Rodrigues, MASSIMO, Letícia
de Frata, OLIVEIRA, Patrício Bueno, PALMA, Matheus Fávaro, PAULA, Raul Vaz,
PELEGRINO, Lucas Carvalho, ROCHA, Renato Barreto de Menezes, SILVA, Gustavo Faria,
TOKITA, Arthur Kenji, VASCONCELLOS, Felipe Barcelos, VIEIRA, Victor Alexandre da
Silva;
Tutora:
PROF.ª DRª MARIÂNGELA DE CARVALHO BOVOLATO.
Introdução
O curso de Engenharia Elétrica apresenta, nos primeiros semestres, uma densa base teórica
como pré–requisito das disciplinas específicas. As disciplinas ministradas no início são, em
maioria, teóricas, envolvem matemática e física e pouco se estuda de eletricidade. O aluno
ingressante, por sua vez, pode se sentir desmotivado por ter pouco contato com a prática e o
ambiente da Engenharia Elétrica. Visando tornar o curso mais atrativo e interessante ao
calouro, o grupo PET Engenharia Elétrica possui a atividade denominada Oficina de Projetos.
Objetivos
O objetivo geral da atividade é de fazer com que os ingressantes tenham algum contato com a
parte prática e técnica da engenharia elétrica logo no início do curso, o que as disciplinas
iniciais do curso não abrangem. Os alunos aprendem conceitos básicos da eletricidade,
aprendem a manusear ferramentas e têm noção básica de como certos equipamentos e
instalações funcionam.
O objetivo específico da realização da atividade é fazer um projeto de algum experimento,
equipamento, circuito ou aparelho simples que envolva em seu funcionamento: eletrônica,
eletrotécnica, automação e/ou eletromagnetismo.
Metodologia
1556
A atividade comporta um grupo de cinco pessoas, além do líder e sub-líder da Oficina. Cada
integrante é escolhido através de um processo seletivo coordenado pelos lideres e a turma,
dando preferência para aqueles que não tiveram nenhum contato ou base na área da elétrica.
Durante a atividade, não há divisão de tarefas, prioriza-se um trabalho em conjunto em todas
as etapas, até a finalização do projeto, além da necessidade do líder de atender todos os
integrantes, o que justifica o pequeno grupo de trabalho.
Nos primeiros encontros, é feita uma discussão entre o grupo para definir um projeto. O
projeto deve envolver alguma área da Engenharia Elétrica, podendo ser retirado de alguma
revista de eletrônica, site, adaptado de tais fontes, ou mesmo ser idealizado pelo grupo. É
estudada a viabilidade do projeto, se atentando em questões como tempo de confecção, nível
de dificuldade, disponibilidade de materiais e ferramentas, entre outros. O projeto deve ser
montado pelo grupo sob supervisão e orientação do coordenador da atividade. As explicações
são leves, didáticas, focadas em aplicações práticas, evitando o excesso de embasamentos
matemáticos ou aprofundamentos extensos, visto que isso pode tornar a atividade muito densa
e cansativa, sendo que o ensino aprofundado é lecionado durante os cinco anos de graduação.
Em todos os semestres, o grupo pesquisa e escolhe um projeto a ser construído. O grupo
pesquisa na internet em sites de eletrônica, tutoriais ou em revistas de eletrônica como o
projeto será montado, seguindo exemplos já prontos. No entanto, é considerada a
possibilidade de adaptação do projeto encontrado na internet para algo melhor, mais viável ou
que se aplique ao que o grupo escolheu. As adaptações são feitas juntamente do líder, que
pesquisa sobre a viabilidade de tal adaptação.
Ao longo da confecção do projeto, os alunos devem se sentir a vontade para fazer perguntas
de qualquer tipo relacionado à Engenharia Elétrica e, mesmo que se destine certo tempo para
responder essas perguntas, os orientadores (líder e sub-líder) devem procurar respondê-las da
melhor forma possível, estimulando o interesse do aluno. Os materiais para a construção dos
projetos são reutilizados, encontrados em lojas de construção (como madeira, tubo, arame,
etc) ou em lojas de componentes eletrônicos. Tais materiais utilizados nos projetos são
fornecidos pela verba de custeio do grupo PET.
Resultados e discussão
No primeiro semestre de 2012, inicio da atividade, o grupo realizou em reuniões semanais a
“instalação elétrica” de uma maquete representando uma casa de dois andares por meio de
mini interruptores e lâmpadas de lanterna. Foi aproveitada uma maquete de uma casa feita em
1557
madeira alunos da graduação e o projeto foi realizado pelos alunos e com exemplos da
internet. O grupo era formado por sete pessoas. No entanto, verificou-se que era difícil o
envolvimento de todos os membros no projeto. Com a redução para cinco integrantes, notouse um envolvimento de todos. No segundo semestre, o projeto escolhido pelos ingressantes
foi um simples motor feito basicamente por uma bobina de fio de cobre esmaltado, um imã e
uma pilha. A turma se baseou em tutoriais de construção de motores de demonstração
sofrendo alterações em suas partes como base, interruptores, suportes,etc
Em 2013, os ingressantes da turma de 2013/1 do curso de Engenharia Elétrica
confeccionaram um “abajur de toque”, isto é, um abajur que acende e apaga conforme o toque
das mãos. Para isso, utilizaram um circuito retirado de sites de eletrônica para hobby e
adaptaram para o que estavam montando, criando layout do abajur, do circuito e
confeccionando uma placa de circuito impresso.
Por uma demora no projeto, este grupo acabou se estendendo por um ano. Para corrigir isso, a
turma 2013/2, que deixou de participar no segundo semestre de 2013, está participando da
Oficina desde o inicio de 2014 em uma turma separada dos ingressantes de 2014/1.
Em 2014, a turma de 2013/2 está construindo uma esteira automatizada, cujo projeto foi
idealizado em grupo, mas suas “partes” (componentes) como sensores, circuitos de
acionamento e mecanismos estão sendo buscados em exemplos na internet. O grupo está
aprendendo sobre as dificuldades envolvidas na automação, conhecendo eletrônica, estudando
tipos de sensores existentes, entre outros. A turma 2014/1 está construindo um semáforo em
miniatura, que implica na construção de uma maquete com os semáforos feitos de LED e os
circuitos de acionamento, o que envolve conceitos da disciplina de Circuitos Digitais, além de
eletrônica e automação. A turma 2014/1 está idealizando o semáforo e o circuito de
acionamento foi pesquisado pelo grupo, sendo adaptado para um funcionamento com uma
sequência maior.
Neste processo, os integrantes tiveram uma noção do funcionamento da eletrônica, como são
feitas placas de circuito impresso, tiveram contato com ferramentas de oficina (furadeira,
serra, etc), entre outros. Puderam tomar decisões, estudar possibilidades, exercitar o trabalho
em grupo e entender conceitos vendo algo concreto, idealizado e realizado por eles mesmos.
O exercício de se fazer um planejamento completo, que é seguido “à risca” infelizmente não é
abordado nesta metodologia. Entende-se que iria necessitar de muito tempo para realizar
desenhos, cálculos e pesquisas mais elaboradas. Por outro lado, o grupo compreende que
problemas no percurso podem acontecer, como problemas na adaptação, erros no
1558
planejamento, falta de materiais, execução mal feita, etc. Isso faz o grupo buscar saídas e se
envolver cada vez mais.
Os integrantes do grupo se sentem mais motivados em seguir o curso de graduação, pois terão
uma noção maior do que a Engenharia Elétrica representa na prática. Além da motivação, os
integrantes ganham certo conhecimento técnico e prático, mesmo que em nível básico. Como
a oficina é realizada em grupo, os integrantes aperfeiçoam o trabalho em equipe na medida
em que têm que tomar decisões, discutir e colaborarem na realização de um projeto.
Foi realizada uma avaliação ao final do projeto sobre a atividade. De acordo com os
depoimentos dos integrantes do grupo, o resultado foi satisfatório, contendo algumas críticas
construtivas direcionadas para os próximos semestres em que a atividade será realizada.
Conclusão
De acordo com os resultados obtidos, isto é, com os projetos já realizados e depoimentos de
alunos, conclui-se que o projeto está atingindo suas expectativas, que é motivar o aluno a
permanecer no curso, além de aprofundar seus conhecimentos sobre a Engenharia Elétrica e
melhorar o trabalho em grupo.
De um lado, o que atrapalha no desenvolvimento deste projeto é a limitação na dificuldade
que o projeto pode gerar, pois o projeto consiste em iniciantes na área e o prazo para o
término de um projeto é de apenas um semestre. Por outro lado, a atividade não só desenvolve
os alunos, como seus próprios ministrantes, pois se estimula a habilidade no contexto,
principalmente, de liderança, organização e capacidade de ensino.
Referências
O texto foi elaborado pelos próprios autores.
1559
ESTUDOS INTEGRADOS NA BACIA EXPERIMENTAL DO RIO PIABANHA COM
SUPORTE DA EDUCAÇÃO TUTORIAL- EIBEX: MODELAGEM HIDROLÓGICA
E SENSORIAMENTO REMOTO
Ana Elisa da Silva Martinho1, Ana Paula Perrone Kasznar1 Caio Lucas Mesquita de Lima
Sant´anna1, Eduardo de Almeida Mosqueira1, Lucas Scoralick Coimbra Naveira1, Luciano
Souza de Castro1, Luis Guilherme Larizatti Zacharias1, Manuel Affonso Costa Ramos de
Freitas1, Priscila Pereira Cunha1, Rafael La Rocque de Carvalho1, Renata Mattos Sampaio de
Araujo1, Tomé de Almeida e Lima1, Ana Beatriz de Britto Porto1, Andrielli Nunes Teixeira1,
Augusto de Azevedo Nora1, Bruna Castro Duarte1, Matheus Pimentel Tinoco1, Monique
Lopes Avelino1, Thaiane dos Santos Rebelo1 , Otto Corrêa Rotunno Filho2
1- PET CIVIL/Engenharia - ESCOLA POLITÉCNICA - UFRJ – estudante
2- PET CIVIL/Engenharia Civil-Ambiental COPPE/POLITÉCNICA - UFRJ - tutor
Introdução
A sobrevivência de uma população não está ligada, de forma simplista, apenas à
disponibilidade de alimentos. Mesmo que se tenha capacidade de alimentar as pessoas no
futuro, outras variáveis são essenciais à manutenção da vida no planeta. Já nos dias atuais,
uma grande parcela da população mundial ressente-se de falta de energia, água potável,
moradia, educação, assistência médica e empregos. Assim, o acréscimo de alguns bilhões a
mais de pessoas ao planeta causará uma pressão ainda maior no estoque de recursos naturais,
que são fundamentais para a vida moderna como a água, a oferta de solos férteis, o clima,
entre outros.
A condição de melhoria do nível de educação da população brasileira, aí incluída a
capacitação de nosso corpo técnico em questões hídricas e ambientais, é reconhecidamente
essencial para o desenvolvimento do país. Em particular, todos os esforços científicos e
tecnológicos estarão fadados ao fracasso se os técnicos não forem capazes de absorvê-los e
utilizá-los competentemente. Já a vulnerabilidade ambiental das populações tornou-se
reconhecidamente um dos itens mais importantes da agenda global neste novo século.
Nesse sentido, o presente trabalho estabelece como diretriz acadêmica a avaliação do
comportamento hidrometeorológico e ambiental em bacias hidrográficas situadas na região
serrana/RJ, que abrange regiões urbanas, agrícolas e com florestas. Enfatiza-se o emprego de
1560
sensoriamento remoto conjuntamente com modelos numéricos computacionais, com vistas ao
desenvolvimento e avaliação de metodologias e parametrizações hidrometeorológicas e
atmosféricas na escala da bacia hidrográfica, como ilustram alguns trabalhos aqui referenciados
(GONÇALVES, 2008; CARVALHO, 2011; BARROS, 2012; ROSÁRIO, 2013). Neste
trabalho, sustenta-se que é essencial articular a obtenção de dados básicos a partir
monitoramento in situ e de tecnologias de sensoriamento remoto, viabilizando estudos
multidisciplinares em modelagem de recursos hídricos, com destaque para os aspectos físicos
relativos ao entendimento do ciclo hidrológico e avaliação de mudanças climáticas. Essa
perspectiva é integrada a uma visão social do sistema físico da bacia, sob o enfoque da
educação tutorial, de forma que se forneçam informações atualizadas para a sociedade.
Objetivos
O presente trabalho estabelece como objetivo a avaliação do comportamento hidrometeorológico
e ambiental em bacias hidrográficas na região serrana do Rio de Janeiro, que abrangem regiões
urbanas, agrícolas e com florestas. O emprego de sensoriamento remoto e de medições in situ
conjuntamente com modelos numéricos computacionais será enfatizado com vistas ao
desenvolvimento e avaliação de metodologias e parametrizações hidrometeorológicas e
atmosféricas na escala da bacia hidrográfica.
Face ao conjunto de informações que podem ser levantadas e técnicas sofisticadas a
desenvolver e a empregar, propõe-se a criação de um sistema georeferenciado de
informações, que permitirá consolidar uma base de dados para subsidiar a gestão de recursos
hídricos na região serrana do Rio de Janeiro.
|
Metodologia
A proposta metodológica do trabalho, que se fundamenta na educação tutorial aplicada ao
monitoramento observacional de fenômenos físicos e à modelagem hidrometeorológica na
escala da bacia hidrográfica, foi subdividida nas seguintes etapas:
•
processos físicos - identificar, para a bacia hidrográfica selecionada, os principais
processos em cada escala temporal e espacial; avaliar a sensibilidade quanto às variações
nas condições iniciais e de contorno;
1561
•
modelagem hidrológica (chuva/vazão) - avaliar melhorias que podem ser efetuadas nos
modelos do tipo chuva-vazão, especialmente ao propor uma representação mais realista
dos fluxos saturados e não-saturados subterrâneos; efetuar o balanço de energia na
superfície terrestre a partir de dados satelitais;
•
comparação dos resultados das simulações numéricas com as estimativas de balanço
realizadas a partir das observações in situ das redes de referência da ANA (Agência
Nacional de Águas) para uma melhor compreensão dos processos presentes nos balanços
e para propor cenários alternativos;
•
desenvolvimento de técnicas da hidrometeorologia espacial através da imagens de satélite
e radar no acompanhamento do estudo da dinâmica hidrológica, superficial e subterrânea,
e hidrodinâmica dos rios;
•
estudo de grupo da metodologia da educação tutorial com reflexão sobre o papel da
engenharia face ao trabalho proposto mediante a motivação de realização de oficinas
experimentais de construção de equipamentos de medição de umidade do solo com os
seguintes questionamentos: quem se pretende formar?; para que sociedade?; com que
concepção de papel social e profissional?; como integrar ensino, pesquisa e extensão na
formação do engenheiro?; qual é a relação entre nação, universidade e educação tutorial?;
como conceber e articular uma estratégia para o desenvolvimento científico-tecnológico
brasileiro com uma perspectiva social e suporte lógico-filosófico?
Mais especificamente, sob a perspectiva científico-tecnológica, a metodologia abrange a
implementação de modelos hidrometeorológicos que abordam fenômenos hidrológicos
superficiais e subterrâneos, visando a previsão de vazões e de níveis de água durante eventos
críticos, cheia e estiagem, via modelagem chuva-vazão em bacias hidrográficas que integre os
quatro componentes ambientais - solo- água-ar-vegetação. O trabalho explora o desempenho
do modelo hidrológico SMAP, alimentado com séries diárias de precipitação, vazão e
evapotranspiração com vistas a avaliar o balanço hídrico da bacia do rio Piabanha, região
serrana/RJ, abrangendo uma área de drenagem de 2065 km2. Adicionalmente, investiga-se a
variabilidade espacial da evapotranspiração e da umidade do solo com base na cobertura e uso
do solo mediante o uso de vegetação NDVI e temperatura de superfície. Nesse sentido,
emprega-se imagem Landsat5-TM na bacia do rio Piabanha/RJ com vistas a melhor integrar
essas informações no desenvolvimento de modelos hidrológico-atmosféricos.
1562
Resultados e discussão
Inicialmente, destaca-se que foi possível observar uma representação consistente dos padrões
hidrológicos da bacia. A obtenção da série de dados de evapotranspiração potencial, a partir
de registros de chuva e vazão, consistiu em uma etapa exitosa do presente trabalho. A variável
evapotranspiração carece de maiores estudos para a efetiva realização do balanço hídrico em
uma bacia hidrográfica. No que concerne aos padrões de temperatura e de NDVI, nos espaços
analisados, as temperaturas, em média, decresceram segundo a seguinte ordem de classes de
cobertura e uso do solo adotadas em função da presença de biomassa, a saber: urbano, mata
secundária e floresta. Na etapa final, obtiveram-se os padrões espaciais de umidade
volumétrica do solo. A análise permitiu detectar gradientes térmicos e de umidade do solo
distintos no interior e na borda das classes analisadas, o que se traduz em indicador
importante no balanço hídrico da região com repercussão e impactos na fauna e na flora.
|
Conclusão
O desempenho de um modelo hidrológico do tipo chuva-vazão depende da seleção criteriosa
da estrutura do modelo e dos parâmetros adotados na modelagem, com a adequada
representação dos processos componentes do ciclo hidrológico e das características físicas da
bacia em estudo. Essa configuração permite a simulação dos escoamentos superficial e
subsuperficial, além da avaliação do comportamento dos escoamentos na zona vadosa e na
zona saturada do solo. Mostrou-se a viabilidade e utilidade de tal instrumento de análise no
entendimento dos padrões hidrológicos de uma bacia hidrográfica como subsídio para a
adequada gestão dos recursos hídricos de uma bacia hidrográfica. Adicionalmente, a
concepção do modelo e os resultados obtidos evidenciaram o potencial de aplicação do
sensoriamento remoto para determinação da evapotranspiração e do estado de umidade do
solo conjuntamente com a caracterização do relevo, essenciais para estudos de disponibilidade
hídrica e de qualidade de água.
Por fim, registra-se reflexão feita com base na educação tutorial. O trabalho optou por partir
do eixo temático água e meio ambiente, permitindo inserção concreta e prática no estudo de
balanço hídrico e de energia na escala de uma bacia hidrográfica, que constitui, em essência,
um sistema físico e social, onde se dá o desenvolvimento das diversas relações humanas de
1563
uma sociedade. Na configuração de uma sociedade, a economia é responsável por estimular e
ampliar diferenças, enquanto a cultura assume o papel oposto, ou seja, de disseminar e
oferecer a oportunidade de atenuar desigualdades. Ambas são ponderadas pela política. O
desenho do Programa de Educação Tutorial (PET), em sua origem, respeita essa concepção,
na medida em que, analogamente, evidencia-se que a pesquisa (economia) gera diferenças
com base no conhecimento, enquanto a extensão (cultura) procura levar o conhecimento para
as camadas da população e empresas público e privadas que não usufruem da base de
pesquisa. Pesquisa e extensão convergem, então, para o ensino de formação que é oferecido
na sala de aula pelas Universidades, em especial do setor público federal, que melhor se
encontram estruturadas segundo os eixos ensino, pesquisa e extensão. Diante desse
referencial, a reflexão final do trabalho propõe que o desenvolvimento brasileiro, com apoio
científico de modelagem hidrológica e sensoriamento remoto, via monitoramento por satélite,
medições in situ e emprego de modelos numéricos, paute os passos para construção dos eixos
hídricos de desenvolvimento do país por meio de estudos integrados em bacias experimentais
(EIBEX), não perdendo de vista inserção internacional do país.
|
Referências
BARROS, V. R. “Avaliação da evapotranspiração utilizando o algoritmo SEBAL e imagens
LANDSAT 5-TM – estudo de Caso: bacia do rio Piabanha/RJ”. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil), COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 2011.
CARVALHO, S. L. “Avaliação da poluição urbana difusa na bacia do córrego Quitandinha
no município de Petrópolis/RJ”. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), COPPE/UFRJ,
Rio de Janeiro, RJ, 2011.
GONÇALVES, R. C. “Modelagem Hidrológica do tipo chuva-vazão via SMAP e
TOPMODEL - Estudo de Caso: Bacia do Rio Piabanha/RJ”. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil), COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 2008.
ROSARIO, L. S. “Análise das áreas de proteção permanente com suporte de geotecnologias
face a possíveis alterações no código florestal brasileiro – estudo de caso: bacia do rio
Piabanha/RJ”. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro,
RJ, 2013.
1564
Sistema digital desenvolvido pelas artesãs da Várzea Formosa de Itiúba, visando gerir
suas informações de produção.
Marcus Vinicius Santos de Assis ¹; Pablo Rodrigo Fica Piras ²
¹ Membro Egresso do PET Engenharias da UEFS – [email protected]
² Tutor do PET Engenharias da UEFS – [email protected]
Introdução
O mercado é dominado por gigantes que impossibilitam uma competição justa com pequenos
empreendedores: quem está no topo da cadeia possui capital para se tornar cada vez maior e
quem está embaixo muitas vezes não o tem, não tem as condições necessárias para se manter
e avançar ou mesmo conseguir um espaço e uma permanência saudável no mercado. Quando
excepcionalmente surgem inovações oriundas de pequenos empreendedores, as grandes
corporações fazem questão de absorber essas ideias e incorporá-las à sua marca. Tomando
exemplos do nosso quotidiano, um mais recente é o da compra do aplicativo de trocas de
mensagens via internet “WhatsApp” pelo “Facebook” (Landim, 2014). Em um exemplo um
pouco mais distante, a claudicação da empresa, líder no mercado maranhense, dona do
famoso refrigerante “Jesus”, criado em 1920, que hoje tem no seu rótulo (e na sua propaganda,
amplamente distribuída pelas ruas do estado) o carimbo da “Coca-Cola” (Rosa, s.d.).
Independente do seu tamanho, os empreendimentos precisam gerir bem as informações sobre
sua produção e comércio de seus produtos e/ou serviços, para uma inserção e permanência
saudável no cenário competitivo em que vendem os seus produtos. Um bom sistema de
informação permite aos atores um processo de tomada de decisões adequado aos recursos da
organização.
Realizar um Estudo de Caso (EC) é um ótimo primeiro passo para desenvolver um Sistema de
Informação para uma organização. Com um EC é possível traçar bem o perfil de uma empresa,
sua problemática e o objetivo a ser alcançado. Um Estudo de Caso se focaliza em
organizações (públicas ou privadas), desenvolvendo ou utilizando sistemas de informação
(Runeson & Host, 2009).
Muitos ECs focam questões gerenciais, organizacionais, sociais e humanos de SI (Benbasat et
al., 1987). O EC é feito em ambientes de desenvolvimento naturais, capturando conhecimento
tácito de desenvolvedores para problemas locais (Benbasat et al., 1987).
1565
Localizada na Várzea Formosa, no município de Itiúba – Bahia, a Associação Comunitária
das Artesãs de Itiúba é um grupo composto por mulheres que transforma o sisal em obras de
arte no formato de objetos com diversas finalidades. Trata-se de produtos de qualidade, que já
foram premiados em feiras e eventos. O grupo de extensão que realiza atividades junto à
Associação pensa que, com o capital suficiente para investir em marketing massivo, é bem
provável que os produtos produzidos na Associação poderiam atingir um público
expressivamente maior do que o público atual, que se limita às feiras de artesanato e pedidos
feitos por encomenda, só por pessoas conhecem o trabalho do grupo.
Por outro lado, as Artesãs lidam também com o desafio de gerir suas informações. Apesar de
terem a posse de um computador desktop em sua sede, o mesmo não é utilizado na gestão dos
dados, pois o controle dos processos da produção é feito manualmente.
A gestão das informações de forma manual é resultado do cenário de exclusão digital presente
no semiárido baiano e do qual a Associação das Artesãs de Itiúba fazem parte. Para que haja a
inclusão digital podemos considerar necessários três elementos básicos: o computador, a
internet e o conhecimento sobre o funcionamento desses componentes. Dos três, as artesãs
possuem apenas o primeiro. Chegaram a ter internet, mas a baixa qualidade do sinal e o baixo
uso em função do pouco domínio dessas ferramentas acabaram conduzindo à decisão de
eliminar a despesa com internet do orçamento da associação. Para a Associação Comunitária
das Artesãs de Itiúba, no povoado de Várzea Formosa, na zona rural a 6 km da sede do
município, a inclusão digital significa um avanço na disponibilidade de Tecnologia de
Informação e Comunicação, que tem uma incidência direta na sua geração de renda a partir da
produção artesanal.
Objetivos
O presente trabalho consiste em um Estudo de Caso que analisa a Inclusão Digital e suas
potencialidades através da utilização da Tecnologia de Informação e Comunicação como
ferramenta que auxilie na gestão das informações da Associação Comunitária das Artesãs de
Itiúba. A partir deste exemplo específico, temos como objetivo mais amplo levantar os
requisitos essenciais e desenvolver um procedimento para a estruturação de um Sistema de
Informação, satisfatório para as atividades de geração de renda em comunidades de
agricultura familiar.
1566
Metodologia
Em um contato inicial, foram constatados os recursos disponíveis (um computador, boa
vontade e interesse em informatizar os processos da Associação) e as limitações (dias
disponíveis para a realização dos encontros). Em um segundo momento, foi apresentada a
motivação para a informatização, abordando o que tem levado aos empreendimentos a aderir
a sistemas de informação, sendo citadas as facilidades proporcionadas pela utilização dessas
ferramentas. Visto que a maioria das informações a serem geridas pode ser organizada na
forma de tabelas, e que desta forma fica de fácil compreensão e acompanhamento, em um
terceiro momento foi ministrada uma oficina de planilha eletrônica, com uma parte teórica e
uma parte prática. Durante todas as etapas estava sendo realizada uma sondagem sobre as
demandas da Associação para a construção do Estudo de Caso.
Resultados e discussão
Foram constatadas dificuldades, por parte dos membros da Associação, em traduzir e
transmitir as informações para alguém que estava de fora dos processos de produção, de
forma que esta pudesse entender claramente. Essa dificuldade deu-se também em função dos
processos da Associação ainda não estarem definidos e suficientemente padronizados. As
informações que precisavam ser controladas são conhecidas, mas a gestão manual delas
dificultava o uso e o cruzamento entre elas, de forma a obter algum conhecimento a partir de
todos os dados.
A partir destas constatações, foram dialogadas as possibilidades e recursos existentes,
disponíveis nas planilhas eletrônicas, para que as artesãs assumissem o controle do
computador na construção de planilhas genéricas que implicitamente contivessem os atributos
necessários para fazer a gestão do empreendimento.
Os avanços na construção de planilhas genéricas conduziram às artesãs ao desafio de cada vez
criar planilhas que se ajustassem mais aos processos quotidianos da produção, e então
planilhas mais complexas começaram a tomar forma e a traduzir as demandas do grupo.
No final da oficina foram obtidas várias planilhas construídas juntamente com as artesãs,
sendo que uma delas cruzava as saídas da Associação com as entradas e permitia saber se no
final do mês havia ou não renda originada na atividade e a magnitude dela, que era uma das
1567
principais demandas da comunidade, para reforçar a produção associada com a equitativa
distribuição do produto obtido pelo trabalho.
Conclusão
O Estudo de Caso realizado culminou em uma compreensão acerca das demandas da
Associação Comunitária das Artesãs de Itiúba, o que não seria possível sem o intercâmbio de
conhecimentos realizado. Um sistema sofisticado que compile todas as tabelas de informações
da associação pode vim a ser desenvolvido com base nas planilhas que venham a surgir com a
informatização dos processos do grupo por meio de planilhas eletrônicas e com um maior
amadurecimento por parte das artesãs do uso de tecnologias digitais.
Esta atividade se insere em um Programa de Extensão, e suas constatações servem em outros
grupos, em que a produção associada é também a forma de gerar a renda comunitária.
Referências
Benbasat, I.; Goldstein, D.K.; Mead, M.(1987). The case research strategy in studies of
information systems. MIS Quarterly 11(3):369-86.
Landim, W. (2014). Tudo sobre a compra do WhatsApp pelo Facebook [infográfico].
TECMUNDO. 2014. Disponível em:
<http://www.tecmundo.com.br/facebook/51567-tudo-sobre-a-compra-do-whatsapppelo-facebook-infografico-.htm>. Acesso em: 16 mai.2014.
Rosa, R. (s.d.). Guaraná Jesus - Fui comprado pelo Coca-Cola Uhuuuu!. Vitamina Publicitária.
Disponível em: <http://vitaminapublicitaria.com.br/variedades/guarana-jesus-fuicomprado-pela-coca-cola-uhuuuu/>. Acesso em: 16 mai.2014.
Runeson, P.; Host, M.(2008). Guidelines for conducting and reporting case study research in
software engineering. Disponível em:
<http://link.springer.com/article/10.1007/s10664-008-9102-8/fulltext.html>. Acesso
em: 29 jun.2014.
1568
Aplicações de Quadricóptero para Complemento do Ensino de Engenharia
Igor Esdras Silva Ono¹, Lucas Pelicano Rosso², Vitória dos Santos Fahed³; Edson Antonio
Batista4; Tutor: Paulo Irineu Koltermann5.
[email protected], [email protected], [email protected],
[email protected], [email protected].
12345
Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS/FAENG.
Introdução
A evasão escolar no ensino superior é um grave problema que se apresenta para o sistema
educacional brasileiro e internacional (SILVA FILHO et al., 2007). Dados de uma pesquisa
da Associação Brasileira de Ensino de Engenharia (Abenge) apontam que, nos cursos de
Engenharia, cerca de 50% dos alunos matriculados não terminam o curso (PEREIRA FILHO et
al., 1998). Esse grande índice de desistência deve-se a discrepância entre o conteúdo do ensino
médio e o conteúdo do ensino superior. Os alunos ingressam nos cursos de Engenharia, em
grande parte dos casos, com deficiências nas bases educacionais, principalmente nas matérias de
cálculo e física.
A falta de aplicação prática nos dois primeiros anos da Engenharia também é um fator
desestimulante para os alunos. Os dois anos iniciais são basicamente compostos por matérias
somente teóricas, sem contato direto com a aplicação dos fundamentos. Para evitar a evasão do
curso nesse período introdutório, é importante a participação dos alunos em projetos de iniciação
científica, nos quais, o acadêmico terá contato com a aplicação prática da teoria. Portanto, o
projeto de um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) foi desenvolvido de modo a unir educação
tutorial com iniciação científica.
Sabe-se que há vários dispositivos de voo para o uso de transporte, armamento e até para a
diversão. Baseado nas bombas voadoras alemãs, foram desenvolvidos os VANT’s ou Unmanned
Aerial Vehicles (UAV), também conhecidos como drones. O projeto desenvolvido utiliza um
quadricóptero, um tipo de VANT de asas rotativas.
O Quadricóptero é adotado em situações que necessitam alta estabilidade de voo por ser mais fácil
de ser controlado do que outros drones. Ele pode ser controlado por controle remoto ou
autonomamente. Esse VANT realiza funções que anteriormente só poderiam ser executadas por
veículos tripulados. Pode ser acoplado a esse veículo câmeras, com o intuito de exercer funções
de fotos e filmagens aéreas.
1569
O Quadricóptero utiliza quatro motores para sua decolagem, por isso seu nome, e componentes
eletrônicos para o controle e estabilização do voo. Pode-se controlar o quadricóptero alterando o
empuxo e o torque de cada rotor, por meio da variação da velocidade relativa.
O Quadricóptero proposto neste projeto é composto basicamente por: hélices, motores, ESC,
frame, acelerômetros, giroscópios, além de possui algoritmos que possibilitam diversas
manobras que proporcionam atuação em diferentes aplicações.
O quadricóptero está sujeito a diversas interferências que afetam a obtenção de uma reação
esperada para uma tarefa. Dentre elas temos interferências que são aplicadas ao sistema, como
vento. Há interferências que são oriundas do próprio sistema.
Para estabilização do quadricóptero existem diversos algoritmos de controle linear. Dentre
eles, temos o controlador Proporcional Integral Derivativo (PID). Segundo Hoffman (2007),
suas principais vantagens são a estrutura simples, desempenho satisfatório em diversos
processos e o ajuste simples e versátil, podendo ser aplicado a quadricóptero, uma vez que
não precisa de um modelo especifico do sistema. Esse controlador é o mais apropriado para o
quadricóptero, pois os dispositivos ESC’s são programados com PID. Na Equação 1,
apresenta-se a descrição comportamental do PID em função do tempo.
(Equação 1)
sendo Kp, Ki ,Kd são os ganhos das parcelas proporcional, integral e derivativa,
respectivamente. u(t) é a ação de controle e e(t) o erro entre u(t) e a resposta do sistema.
A parcela P é proporcional ao erro, aumentando sua contribuição conforme o erro aumenta. A
segunda parcela I (Integral) é proporcional à magnitude e duração do erro, pois pondera as
somas dos erros durante um período de tempo, desta forma viabiliza a aproximação mais
rápida do valor desejado e evita que o sistema estabilize com a presença de erro, contudo pode
fazer com que o valor da variável de controle ultrapasse o valor desejado. A parcela D
(Derivativo) estima erros futuros e diminui o tempo de estabilização da variável no valor
desejado.
Como PID é um método de controle que, em sua essência, é a comparação da tarefa esperada
e o comportamento do sistema, podemos aplicá-lo para controle de diversos comportamentos
do quadricóptero como posição, altitude e até mesmo a atitude, referente aos ângulos de giro,
arfagem e guinada. Apenas deve-se levar em consideração que para manobras agressivas a
resposta do sistema utilizando PID pode não ser satisfatória (Hoffmann et al., 2007).
1570
Objetivos
Objetivo Geral
Utilização de tecnologias aplicativas para correlação com ensino de Engenharia. Neste projeto
almeja-se utilizar os recursos de robôs aéreos (quadricópteros) para desenvolvimento de
conceitos de eletrônica, linguagem de programação, controle de processos, mecânica dos
fluídos e instrumentação eletrônica.
Objetivos Específicos
No projeto são abordados os seguintes temas:

Construção de aeronaves tipo quadricóptero;

Utilização e técnicas de controle (PID);

Elaboração de Estratégias de voo;

Consolidação de linha de pesquisa em robótica, instrumentação eletrônica e
programação;

Avaliação do projeto como cunho motivacional para os acadêmicos envolvidos.
Metodologia
Para alcançar os objetivos foram realizadas as atividades 1, 2 e 3, no inicio do primeiro
semestre de 2014. E serão realizadas as atividades 4 e 5 ao longo de todo ano. Os envolvidos
nessas atividades são integrantes do grupo PET e alunos de graduação, orientados pelo
coordenador do projeto Professor Doutor Edson Antonio Batista.
Atividade 1 – Nivelamento de conhecimento: Revisão bibliográfica, Seminários, participação
em minicursos e treinamento em simuladores. Esta atividade tem como indicador físico a
geração de relatórios. (Dois meses).
Atividade 2 – Montagem do Quadricóptero: Seleção das peças e acessórios, Instalação das
peças, Registro das Atividades, sendo que o indicador físico desta atividade é a
implementação do Quadricóptero. (Três meses).
Atividade 3 – Inserção de Técnicas de Controle: Aplicação de Algoritmos de Controle Linear,
Escolha do dispositivo de controle de velocidade dos motores (ESC), Configuração dos
componentes e Programação do Micro controlador. Esta atividade tem como indicador físico
a geração de relatório sobre os testes de controle do Quadricóptero. (Um mês).
1571
Atividade 4 – Testes e Levantamentos: Teste dos componentes, Verificação dos quatro
movimentos de voo do quadricóptero, guinar, arfar, rolar e acelerar, Levantamento Estatístico
de Erros. O indicador físico desta atividade será uma planilha contendo informações sobre o
desempenho do Quadricóptero. (Dois meses).
Atividade 5 – Ajustes Finais: Correções matemáticas, Balanceamento do quadricóptero e
Voos condicionados a operações específicas que emulem situações práticas. (Dois meses).
Resultados e discussão
O nivelamento de conhecimento resultou numa base teórica fundamentada em princípios de
aeromodelismo, físicos e mecânicos. Foram abordados métodos matemáticos e de
programação para correção do voo. A revisão bibliográfica com abrangências nas áreas
citadas possibilitou o embasamento dos membros do grupo para iniciar a seleção das peças e a
montagem do quadricóptero pela equipe de alunos.
Foram cogitadas as hélices de 9 polegadas de diâmetro e 4.7 polegadas de passo (9x4.7) e a
hélice de 10 polegadas de diâmetro e 4.5 polegadas de passo (10x4.5). Contudo, a hélice mais
apropriada foi a de especificações 9x4.7 por ser de fácil aquisição, proporcionar estabilidade
para um quadricóptero de médio porte e requer menor fornecimento de energia, uma vez que
gera menos empuxo, portanto maior autonomia da bateria.
O motor escolhido foi o Turnigy D2830/11 1000kV visto que supre as necessidades do
quadricóptero com as hélices especificadas. O frame apropriado para o quadricóptero é DJI
F450/Whirlwind FY450 por ser leve e ser acessível financeiramente.
A bateria foi escolhida foi uma de LiPo, 2200mAh e 25C de modo a suprir as necessidades
dos componentes. O módulo de rádio foi selecionado de modo a ter um alcance médio de
aproximadamente 1500 metros e suprir a quantidade de canais necessários para o controle dos
quatro movimentos essenciais de voo do quadricóptero.
Os sensores Acelerômetros e Giroscópios são acoplados ao micro controlador utilizado, um
KK 2.0. O ESC mais apropriado para o quadricóptero é Hobby King de 20 ampères já que é
compatível com os motores e o micro controlador escolhido. O Algoritmo de Controle Linear
adotado é o controlador PID. Ele é apropriado por ter uma estrutura simples e versátil e
atender todos os propósitos do quadricóptero desenvolvido.
Como as atividades 4 e 5, até o presente momento, não foram realizadas, não foi possível
obter dados e tirar conclusões.
1572
Conclusão
Com o intuito de ser motivacional para alunos graduandos de engenharia elétrica, este tutorial
para a montagem de um quadricóptero e todas as pesquisas realizadas até momento tem-se
mostrado satisfatórios. Focando na educação tutorial, o VANT utilizado é de fácil montagem
e pode ser introduzido nos primeiros anos de Engenharia para proporcionar maior interação
do aluno com a parte de aplicação prática e técnica e evitar a evasão do curso.
Referências
ARAKI, M., PID Control. Kyoto: Control Systems, Robotics, and Automation, Vol. II. 2002.
23p.
ARGENTIM, Lucas M., REZENDE, Willian C.,SANTOS, Paulo E., AGUIAR, Renato A.
PID, LQR and LQR-PID on a Quadcopter Platform. International Conference on Informatics,
Electronics & Vision (ICIEV), 2013. 6p.
HOFFMANN, G.M., Quadrotor helicopter flight dynamics and control: Theory and
experiment. Proceedings of the AIAA Guidance, Navigation, and Control Conference, 2007.
20p.
LODER, Liane L., MEZZOMO, Felipe, BARBOSA, Paola V. Motivos de Evasão no curso de
Engenharia Elétrica: Realidade e perspectivas. XXXIX Congresso Brasileiro de Educação em
Engenharia (COBENGE), Blumenau, 2011.
PEREIRA FILHO, O., Engenharia e Sociedade: Fonte de Motivação no Ensino de
Engenharia, XXVI COBENGE, São Paulo, 1998.
SILVA FILHO, R. L. L., MONTEJUNAS, P. R., HIPÓLITO, O., LOBO, M. B. C.M. A
Evasão no Ensino Superior Brasileiro. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, set./dez. 2007.
1573
Avaliação 360º
Matheus Salmito Rodrigues Ponte¹; Marcelo Fernandes Menescal de Lima²; Isabella Christina
Cavalcante Quaranta²; Ariane Soares Gomes²; Prof. Dr. Samuel Jorge Marques Cartaxo³.
Autor¹ Coautor² Tutor³
Introdução
O sistema de avaliação 360° é bastante utilizado em empresas e grupos de trabalho com o fim criar um
método de avaliação do conjunto através do próprio conjunto. O PET Engenharia Química moldou os
modelos usuais da avaliação 360° para que estas se adequassem aos pilares necessários para os
petianos, podendo, por exemplo, avaliar desde proatividade até criatividade e senso crítico.
O questionário inicial foi desenvolvido pela professora Jannayna Tavares, para o curso de
Gestão de Pessoas. Em sua análise, primeiro era feita uma auto avaliação do participante, em seguida
este avaliava seu superior, seus subordinados e seus colegas de ambiente. Para uso no PET
Engenharia Química UFC, foram necessárias mudanças para que as avaliações fossem feitas de
modo a contemplar a auto avaliação e a avaliação de cada outro petiano individualmente.
O principal foco do sistema de avaliação 360° é o registro periódico do desempenho dos
membros do grupo e a discussão entre estes dos resultados obtidos, sendo possível apontar falhas
e ressaltar melhoras para cada indivíduo. O nome dá-se pela forma com que o método aplicado
contempla desde a auto avaliação até a avaliação por todos os membros, de diferentes graus de
relacionamento. Este modelo busca uma melhor interação além de uma discussão clara sobre todos os
aspectos de cada integrante do grupo, procurando desenvolver a todos os envolvidos e o grupo como
um todo.
Objetivos:
Proporcionar uma auto-avaliação do trabalho de cada petiano;
Proporcionar uma avaliação anônima de cada petiano sobre o trabalho de seus colegas;
Provocar discussões sobre os desempenhos individuais e coletivo do PET, gerando ideias para
melhorias;
Metodologia
Quatro petianos foram destacados para compor a equipe responsável pela avaliação, com um deles
sendo escolhido coordenador. Esses petianos ficaram responsáveis por ler artigos relacionados,
indicados pelo tutor, e elaborar o questionário a ser respondido. Foi elaborado um questionário com 25
perguntas, divididas em seis sub-categorias: trabalho em equipe; proatividade; responsabilidade;
inovação; disciplina; competência. Houve ainda a adição de uma pergunta extra sobre o quanto o
avaliador trabalhava com o petiano sendo avaliado no momento: se pouco, 2; se moderadamente, 3; se
muito, 4. Tal valor serviu como peso para o cálculo das médias ponderadas de cada um em cada
pergunta. As avaliações foram divididas em cinco períodos: um em que todos os petianos iriam se
autoavaliar, e outros quatro em que os petianos seriam avaliados pelos demais, em blocos de,
respectivamente, quatro, quatro, três e quatro.
Os quatro petianos que compõe a equipe se dividiram para calcular as médias desses cinco blocos, de
forma que nenhum conhecesse as notas que foram atribuídas a si pelos demais. As médias calculadas
foram então colocadas em gráficos e montou-se uma apresentação com eles.
1574
Resultados e Discussões
O modelo de organização do PET Engenharia Química UFC é baseado no pressuposto que todos
possuem os mesmos direitos e deveres, não existindo diferenciação entre os petianos. Esse modelo
pode inibir um diálogo crítico, entre os petianos, sobre certas ações que ocorrem no PET, pois,
muitas vezes, as pessoas não se sentem a vontade para criticar as ações dos outros se não estiverem em
uma posição de comando.
Desse modo, o modelo de avaliação 360º surgiu como mecanismo de auto regulação, no qual os
petianos fazem uma avaliação completa de si, dos demais e do grupo. Ocorrendo, por fim, uma
discussão sobre os resultados, na qual os petianos podem criticar de maneira construtiva a
atitude dos outros petianos, buscando a melhoria do PET.
O projeto conseguiu fomentar uma discussão sobre o que estava apresentando problemas no PET,
existindo ainda, a formulação de soluções para esses problemas. Além disso, cada petiano teve a
oportunidade de escutar, dos outros petianos e do tutor, o que pode melhorar, além de receber elogios
sobre a atuação no PET Engenharia Química UFC.
Conclusão
A partir do tratamento inicial, o projeto mostrou-se de grande valor para o crescimento do
grupo. As discussões seguiram de forma extremamente produtiva e construtiva, resultando em um
grupo mais proativo e com uma participação integrada bem maior para o melhor aproveitamento de
todos os projetos. As primeiras discussões trouxeram grandes melhorias entre os petianos podendo
ser estas observadas no convívio diário.
Observou-se que o modelo proposto de avaliação busca melhorar não só o convívio, porém também
todo sistema de trabalho do PET Engenharia Química, melhorando o grupo sob vários aspectos.
Referências
de Almeida, R. O. Avaliação 360 Graus: A Melhor Intervenção de Recursos Humanos, será?
Revista Gestão Plus / RH em Síntese. Setembro/Outubro 1999.
Tavares, Jannayna. Avaliação 360°. Faculdade Piauiense.
Santana, L. S. Avaliação de desempenho funcional 360 graus: Um estudo de caso. Porto
Velho (RO), 12 de novembro de 2006
1575
Recicla PET
Alina Maria Núñez Pinheiro; Amanda Maria Meneses Dutra; Maria Gabriela Alves Bezerra;
Matheus Salmito Rodrigues Ponte; Marcelo Fernandes Menescal de Lima; Renan Leitão
Sydrião; Isabella Christina Cavalcante Quaranta; Rafael Faria Gomes; Ismael Francisco
Miranda Freire; Prof. Dr. Samuel Jorge Marques Cartaxo.
CT UFC - Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará;
Introdução
Inspirado no projeto Irmã Dulce (PET - Engenharia Química UFC - 2011 a 2012), o
Recicla PET é um projeto de extensão contínuo com durabilidade de aproximadamente 1 (um)
ano. Seu antecessor, o Irmã Dulce, teve início em 2011 e o projeto vem sendo aprimorado
desde então. Inicialmente, a ação baseava-se na fabricação de três produtos: papel, sabão e
vassoura de garrafa pet. Devido ao sucesso na implementação das oficinas, o grupo PET Engenharia Química decidiu torná-lo um projeto contínuo, mudando apenas a comunidade e
adaptando algumas oficinas de acordo com as limitações e disponibilidades do público alvo.
Objetivos
O projeto tem como objetivo aprimorar a consciência socioambiental dos petianos,
bem como a do público alvo escolhido promovendo a ideia da sustentabilidade atrelada à
prática da reciclagem. O projeto visa também fornecer um meio de sustento da comunidade
participante do projeto através da fabricação de objetos economicamente viáveis - bolsa,
pasta, vassoura - e produtos de utilidade doméstica - sabão.
Metodologia
O projeto é dividido nas seguintes etapas:
I-
Primeiramente, escolhe-se um coordenador para o projeto. Esse será responsável
por escolher a comunidade carente na qual o projeto será aplicado, e também
deverá adequar a aplicação da ação na comunidade, de forma que os produtos a
1576
serem feitos estejam dentro das limitações – financeiras, de material, etc... – da
comunidade escolhida.
II-
Depois de decidido o coordenador e os produtos a serem confeccionados, o
responsável pelo projeto dividirá o grupo pet em equipes. Cada uma das equipes
ficará responsável por executar oficinas internas a fim de que cada membro do
grupo aprenda a confeccionar o produto o qual lhe foi designado.
III-
Quando finalizadas as oficinas, o responsável pela ação enviará um projeto
comercial para algumas empresas objetivando conseguir patrocínio para a
realização do projeto. O patrocínio será utilizado na compra de material para que a
comunidade possa iniciar o processo de reciclagem a custo zero.
IV-
Finalizadas todas as etapas, o projeto é levado para a comunidade. A execução do
projeto pode durar de dois a quatro dias dependendo da complexidade dos
produtos escolhidos. Os dias escolhidos são sempre aos fins de semana.
Resultados e discussão
A edição de 2014 ainda está em andamento (período de oficinas internas), portanto
ainda não há resultados concretos. Entretanto, espera-se que o projeto obtenha um resultado
semelhante ao projeto antecessor, no qual a comunidade alvo obteve um aproveitamento
satisfatório dos conhecimentos obtidos nas oficinas ministradas.
1577
PET-Elétrica/UFMT com a CEMAT na Comunidade
ANDRADE, Jackson dos S.¹; BONATO, Maurício J. D.¹; BRIDI, Éder¹; BRITO, Vinícius H.
F.¹; CARLETO, Diego G.¹; GIANESINI, Bárbara M.¹; MOMESSO, Antonio E. C.¹;
MORAES, Vinícius R.¹; QUINALIA, Mateus S.¹; RIBEIRO, Laís W.¹; SANTOS, Diellen C.
dos¹; SPEROTTO, Rodrigo K.¹; VILERÁ, Kaio V.¹; MARTINS, Walkyria K. A. G.².
¹Graduando do curso de Bacharelado em Engenharia Elétrica membro do grupo PETElétrica/UFMT e ² Tutora do PET-Elétrica/UFMT
Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT
Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia – Departamento de Engenharia Elétrica
Introdução
É indubitável que a extensão é um dos pilares essenciais das Universidades Brasileiras, bem
como dos Programas de Educação Tutorial (PET) a esta vinculados, uma vez que se trata de
um processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma
indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade,
conforme mencionado pelo portal do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da
Universidade Federal Fluminense. Ainda, segundo o portal da UFMT, extensão é estender a
universidade para além dos seus muros, interagindo com a comunidade, visando à troca de
saberes e construindo assim uma universidade pública de qualidade. Dentro desse contexto é
que o PET-Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso (PET-Elétrica/UFMT) vem
pautando suas ações de extensão, realizadas periodicamente, buscando sempre associá-las ao
ensino e à pesquisa.
Partindo desta premissa, este grupo de educação tutorial observou a importância de
compartilhar com a comunidade externa os conhecimentos acerca dos assuntos abordados
dentro da universidade, principalmente no que tange ao uso racional da energia elétrica, aos
riscos na utilização da eletricidade, ao campo de trabalho de um engenheiro eletricista e
curiosidades sobre a profissão. Além disso, verificou-se a necessidade de envolver tanto os
integrantes do grupo PET-Elétrica/UFMT quanto os alunos da graduação com as questões da
comunidade externa ao campus universitário, as quais são melhor testemunhadas in loco.
Assim, por meio da parceria com a empresa responsável pela distribuição de energia elétrica
no estado de Mato Grosso (CEMAT), surge a inserção do PET-Elétrica/UFMT no projeto da
CEMAT denominado CEMAT na comunidade. Desta forma, foi possível obter uma vasta
1578
abrangência da atividade, tendo em vista que as edições do projeto ocorrem na cidade de
Cuiabá e Várzea Grande. O projeto da CEMAT prioriza localidades que possuem indícios de
fraudes e instalações elétricas irregulares.
“...fizemos uma parceria com o Programa de Educação Tutorial do curso de
Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso, para oferecer
outros atrativos aos nossos clientes. Durante o evento da CEMAT, os estudantes
de elétrica simulam a fatura de energia elétrica dos clientes, explicam como é o
consumo de energia em uma residência e falam sobre os processos de geração,
transmissão e distribuição de energia.”, revela Marcelo Mamoru Onoe, gerente
de Recuperação de Energia da empresa.
Objetivos
A atividade, descrita neste trabalho, tem por objetivo principal levar o conhecimento
adquirido no curso de Engenharia Elétrica da UFMT para além dos limites físicos da
universidade, realizando, assim, ações em diversos bairros da região de Cuiabá e Várzea
Grande. Dentre tais matérias, destacam-se o uso racional e os riscos da utilização da
eletricidade, informações sobre o curso de Engenharia Elétrica e o mercado profissional.
Ademais, com esta atividade almeja-se envolver, além dos integrantes do PETElétrica/UFMT, os alunos da graduação em Engenharia Elétrica em atividade de extensão,
possibilitando assim maior conhecimento a todos os envolvidos no projeto.
Metodologia
Para concretização desta atividade foi realizado um estudo prévio por parte dos integrantes do
grupo PET-Elétrica/UFMT para preparar o material que seria apresentado à comunidade e
como seria a forma de apresentação. Com o propósito de atingir um público alvo leigo a
respeito das questões técnicas abordadas, decidiu-se por utilizar, como instrumentos de
comunicação, banners diversos com linguagem accessível, uma maquete residencial com
relógio medidor de kWh para explicar o consumo de energia, um simulador de fatura de
energia gratuito disponibilizado pela COPEL e, ainda, alguns projetos desenvolvidos com o
microcontrolador Arduino com grande apelo visual e sonoro.
Uma parceria com a empresa CEMAT, no projeto CEMAT na Comunidade, foi firmada, onde
a mesma define os locais para a ação. Na maioria das vezes, são escolhidas escolas públicas
1579
localizadas de forma tal que, em cada edição, são atendidos vários bairros da região. O grupo
PET-Elétrica/UFMT acompanha, mensalmente, a empresa a qual promove tal evento aos
sábados de maneira alternada.
Para integrar esta atividade com a graduação, o PET-Elétrica/UFMT divulga e convida os
demais discentes do curso de Engenharia Elétrica para se envolver nas ações através do site
do grupo.
Durante a realização da atividade, os participantes explicam oralmente ao público sobre os
assuntos mencionados anteriormente, sendo auxiliados pelos instrumentos detalhados abaixo:
 Banners:
o Banner Tensão e Corrente Elétrica: Mostra de forma simples e didática, através
de desenhos, os conceitos básicos de tensão e corrente elétrica como também o
funcionamento do sistema de Geração, Transmissão e Distribuição da energia
elétrica.
o Banner Choque Elétrico: Apresenta estatísticas de mortalidade ligadas à
indústria da eletricidade no país, e também as principais causas de acidentes,
onde é ressaltado que, em acidentes envolvendo a rede elétrica, os óbitos
chegam a 20% dos casos.
o Banner A Engenharia no Brasil: Expõe as competências do Engenheiro
Eletricista, as áreas onde o mesmo pode atuar, assim como algumas estatísticas
da área de Engenharia Elétrica.
 Maquete residencial: Foi disponibilizada pela empresa uma maquete que simula o
consumo elétrico de uma residência. Desta forma, cada cômodo e aparelho é ligado
utilizando chaves para mostrar como é medido o consumo de energia elétrica. Foi
instalado, na maquete, um medidor de consumo (relógio), onde os interessados
puderam observar o aumento do consumo relacionando este ao aumento na velocidade
do disco do medidor de acordo com a quantidade de equipamentos ligados.
 Simulador de consumo de energia elétrica da Companhia Paranaense de Energia
(COPEL): Através dessa ferramenta mostra-se a importância das pessoas buscarem a
otimização do uso da eletricidade. É disponibilizada, então, ao público a possibilidade
de simular o próprio consumo de energia elétrica mensal. Esta simulação é realizada
com base nos dados detalhados (equipamento, horas de funcionamento, potência, entre
outros) fornecidos pelo consumidor, verificando o consumo real da fatura e mostrando
as possibilidades de redução do desperdício de energia elétrica.
1580
 Microcontrolador Arduino: É um microcontrolador que pode interagir com o meio
através de hardware e software. Assim, é possível criar projetos interativos que
instigam a curiosidade das pessoas. Este dispositivo abrange algumas áreas da
Engenharia Elétrica como automação e controle, eletrônica, circuitos elétricos, dentre
outros. Com isso, mostram-se algumas das possibilidades de atuação do profissional
formado no curso e do que os discentes estudam. Por fim, o público pode se sentir
estimulado a escolher este segmento para estudo e qualificação.
Como mecanismo para identificar a quantidade de pessoas que passam pela bancada do PETElétrica/UFMT são disponibilizadas listas de presença que são assinadas pelos participantes.
Ainda, são entregues questionários aos graduandos voluntários que participaram das ações
com o intuito básico de saber qual a opinião deles sobre a atividade, se há alguma sugestão e
se a participação contribuiu para sua formação pessoal ou acadêmica.
Resultados e discussão
Ao longo de nove meses houveram sete inserções com duração média de cinco horas por
evento em diferentes regiões de Cuiabá e Várzea Grande. Neste período devem ser
consideradas duas férias acadêmicas, que impossibilitaram a atividade de extensão. Além
disso, houve a participação direta da tutora deste grupo e vinte alunos, sendo destes, doze
participantes do PET-Elétrica/UFMT e oito voluntários graduandos em Engenharia Elétrica
na UFMT.
Segundo dados da CEMAT, idealizadora do projeto, são atendidas, em média, quatrocentas
pessoas por evento, sendo que destas, aproximadamente 10% passaram pelo estande do PETElétrica/UFMT.
As inserções ocorreram em escolas públicas de bairro, atendendo aproximadamente 80 bairros
da capital e região metropolitana, as quais possuíam infraestrutura suficiente para suportar o
evento e são identificadas na sequência:
 CEJA – VERA PEREIRA DO NASCIMENTO – 2,3 km da universidade;
 EMEB PROF.ª LUCIA LEITE RODRIGUES – 27,9 km da universidade;
 EMEB ANDRÉ AVELINO – 9,8 km da universidade;
 EMEB – ANTONIO JOAQUIM DE ARRUDA – 6,3 km da universidade;
 ESPAÇO CULTURAL DO BAIRRO 1º DE MARÇO – 6,9 km da universidade;
 ESCOLA ESTADUAL PADRE ERNESTO CAMILO BARRETO – 2,5 km da
universidade;
1581
 EMEB CONSTANÇA FIGUEIREDO PALMA “BEM BEM” – 13,1 km da
universidade.
Através dos assuntos abordados, esta atividade está proporcionando grande satisfação para a
equipe e os participantes, visto que há um compartilhamento de informações entre a
universidade e a comunidade, entre integrantes do grupo PET e os demais alunos da
graduação. Ainda, possibilitou uma grande oportunidade a todos de ampliar os conhecimentos
e adquirir novas experiências. Além disso, o projeto vem contribuindo para o
desenvolvimento profissional dos acadêmicos, uma vez que trabalha também a questão da
oratória, possibilitando a oportunidade de aprimorar suas habilidades interpessoais.
Conclusão
Considerando que o projeto ainda se encontra em execução, pode-se notar uma grande
satisfação entre os envolvidos, que se sensibilizaram sobre o uso racional da energia elétrica e
dos riscos que ela oferece. Ademais, corroborando o efeito da reciprocidade, os participantes
provenientes da comunidade tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a
universidade e, ao mesmo tempo, os alunos da universidade puderam ter ciência das questões
da comunidade, onde foi possível trocarem informações e experiências com o público
presente.
Finalmente, em decorrência do sucesso alcançado, o PET-Elétrica/UFMT tem o objetivo de
continuar executando esse projeto em parceria com a CEMAT em que buscará maneiras de
envolver um maior número de graduandos.
Referências
COPEL. Disponível em: <http://www.copel.com> Acesso em: 13 mai. 2014.
Balanço: CEMAT na comunidade já prestou 48 mil serviços. Disponível em:
<http://www.cemat.com.br/noticias/balanco-cemat-na-comunidade-ja-prestou-48-milservicos/> Acesso em: 15 mai. 2014.
Portal
da
Universidade
Federal
de
Mato
Grosso.
Disponível
em:
<http://www.ufmt.br/ufmt/site/secao/index/Cuiaba/4> Acesso em: 18 mai. 2014.
Portal do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense.
Disponivel em : < http://www.ichs.uff.br/?page_id=70> Acesso em : 04 jun. 2014.
1582
Uma nova abordagem no processo seletivo do PET Engenharia Elétrica da UFCG: o
estágio
Ana Paula Tavares de Melo¹, Daniel Abrantes Formiga¹, Danilo Pequeno¹, Emilly Rennale
Freitas de Melo¹, Filippe José Gadelha Tertuliano¹, Hugo Gayoso Meira Suassuna de
Medeiros¹, Humberto de Brito Rangel Neto¹, Klynger Renan Menezes Dantas¹, Lucas
Candeia Medeiros Maia¹, Natália Silva Medeiros¹, Saul Borges Nobre¹; Waslon Terllizzie
Araújo Lopes².
¹Alunos ²Tutor
Universidade Federal de Campina Grande
PET Engenharia Elétrica
[email protected]
Introdução
O Programa de Educação Tutorial (PET) integra diferentes modalidades de trabalho
geralmente só encontradas na universidade de forma separada. A possibilidade de desenvolvêlas em conjunto, com outras pessoas, além de potencializar os contatos profissionais com
funcionários e professores da unidade acadêmica a qual está vinculado, torna o Grupo PET
alvo de muitos estudantes interessados em realizar essas diferentes tarefas, em ser petianos.
A saída de integrantes do PET é um fator intrínseco a esse programa, uma vez que os
membros, após passarem certo período de tempo no grupo, desejam explorar outras atividades
acadêmicas, focar em algum projeto ou até mesmo concluir o curso de graduação. A vaga
aberta com a desvinculação de um integrante precisa ser preenchida para cumprir com
necessidades legais e do próprio grupo. Para preenchê-la, é realizado, portanto, um processo
de seleção que deve conter os principais elementos do PET fomentando aos candidatos uma
maior noção sobre a atividade a qual se submetem. Pensando em fortalecer o foco na tríade
Pesquisa, Ensino e Extensão desempenhada pelos petianos, o Grupo PET Engenharia Elétrica
da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) adicionou uma etapa classificatória na
seleção de novos integrantes comumente encontrada no mercado de trabalho, o estágio.
Objetivos
1583
A inclusão da etapa de estágio no processo de seleção teve como objetivo principal a
ampliação do período de avaliação dos candidatos. Nas seleções anteriores, em apenas uma
semana, o grupo tinha seus novos integrantes escolhidos; um período curto demais para
conhecer o comportamento dos que estariam pleiteando uma vaga. Com a inclusão do estágio,
a postura profissional de cada selecionado é melhor compreendida já que eles desempenham
as mesmas tarefas realizadas pelos membros do grupo PET. Há, também, a intenção de exibir
de maneira mais ampla a organização e as responsabilidades rotineiras do Grupo PET aos
candidatos, que, geralmente, só conhecem as atividades de minicurso e de seminário em
execução, pós-planejamento.
Metodologia
Para ser integrante do grupo PET Engenharia Elétrica da UFCG, o aluno deve estar
devidamente matriculado no curso de Engenharia Elétrica, cursando do segundo ao quarto
semestre letivo, possuir um Coeficiente de Rendimento Acadêmico (CRA) superior ou igual a
seis e por fim, passar por um processo seletivo de quatro etapas. Na primeira delas, é aplicada
uma redação, que consiste em um artigo de opinião com tema divulgado no momento da
aplicação. Esta etapa é eliminatória uma vez que é mantido no processo um número
previamente limitado de candidatos: aqueles com as maiores médias ponderadas entre o CRA
e a nota obtida na redação.
Na segunda fase, os participantes da seleção são submetidos a uma dinâmica em grupo
elaborada pelos petianos, na qual são feitas perguntas individuais e gerais para os candidatos,
com o intuito de conhecê-los melhor. É também proposta uma atividade em que os alunos são
separados em equipes, para que se analise a interação deles no desempenho da tarefa imposta
pelo grupo PET. No fim da etapa, o desempenho de cada um é avaliado, seguindo na seleção
apenas parte dos concorrentes.
A terceira fase foi implementada pela primeira vez na última seleção (dezembro de 2013) e
consiste em um período de estágio de três semanas, em que os selecionados entram em
contato com as atividades do cotidiano do grupo. Nessa etapa, os candidatos têm que realizar
três atividades baseadas na tríade do programa: escrever um artigo para o Jornal PET –
Elétrica (ISSN 2316-5863), sendo explorada a Extensão, realizar um experimento, baseado
1584
em Pesquisa, e apresentá-lo na forma de seminário, explorando o Ensino. Essa etapa é
classificatória já que nenhum candidato é eliminado.
Na última fase, os alunos são submetidos a uma entrevista, realizada por três professores do
Departamento de Engenharia Elétrica e três petianos, em que se busca conhecer ainda mais
sobre o perfil do entrevistado.
Resultados e discussão
A implementação do estágio no processo seletivo para integrante do PET Engenharia Elétrica
da UFCG foi pensada para que se conhecesse melhor como cada candidato se porta diante das
atividades realizadas rotineiramente pelos petianos. Na última seleção, pode-se, então,
verificar quais estavam mais próximos dos perfis que o grupo precisava no momento.
Segundo os relatos dos sete participantes do estágio, chegou-se a um consenso: ele
possibilitou que os candidatos conhecessem de perto a proposta do PET e, com isso,
verificaram a seriedade do trabalho realizado e o quanto se identificavam com o programa.
Ressaltaram, também, que a proposta do experimento foi muito proveitosa, pois, como todos
estavam antes da metade do curso, puderam adquirir novos conhecimentos e aplicá-los na
prática, além de ampliar a interação com os integrantes do grupo.
Como nem todos os candidatos eram do mesmo semestre letivo, a rotina dos que estavam um
pouco à frente no curso foi mais pesada, o que causou uma sensação de desconforto nos mais
experientes uma vez que estariam submetidos a um trabalho com maior pressão e sendo
avaliados por isso. E, assim, o julgamento poderia não ser tão justo, já que eles não estariam
realizando as tarefas propostas em mesmas condições.
Pelos relatórios dos experimentos e dos artigos escritos por cada um dos estagiários, foi
possível avaliar o nível técnico de escrita, assim como o conhecimento acerca de conteúdos
relacionados ao curso. Além disso, alguns dos artigos foram aprovados, passando por um
processo de revisão e publicados no Jornal PET-Elétrica.
O estágio foi avaliado por todos como uma ótima ferramenta para contribuir no processo
seletivo, aumentando o contato com os candidatos e possibilitando uma melhor avaliação. O
1585
ponto negativo destacado foi que, depois de três semanas no convívio diário com os petianos,
os que não passaram sentiram uma frustração de ter participado temporariamente do PET e
não ficar de fato no grupo.
Conclusão
Os resultados obtidos junto ao processo de seleção são satisfatórios, visto que a escolha dos
perfis desejados é realizada de forma eficaz. Ao fim do processo, os alunos selecionados
sanam as necessidades do grupo e, algumas vezes, ainda superam as expectativas
acrescentando novas habilidades à equipe.
Durante as quatro etapas, os candidatos são avaliados de forma a identificar suas principais
características, cada etapa foca em uma determinada aptidão. Na redação, o domínio da
linguagem bem como o poder de argumentação do candidato são avaliados; durante a
dinâmica de grupo, são observados o poder de trabalho em equipe e algumas das
características específicas do participante; no estágio, é analisado o desempenho do aluno em
algumas das atividades realizadas pelo PET, e, por fim, na entrevista, obtém-se as últimas
informações específicas a respeito do envolvido no processo.
Além dos benefícios proporcionados ao grupo devido aos resultados positivos da seleção
realizada, os alunos participantes da seleção adquirem experiência quanto a situações de
redações, dinâmicas de grupos, entrevistas de emprego e estágios, etapas bastante corriqueiras
no mercado de trabalho.
Nesse sentido o grupo PET Engenharia Elétrica busca a cada seleção aperfeiçoar o processo
seletivo, de modo a otimizar a escolha dos alunos ingressos no programa, o que proporciona o
crescimento do grupo qualitativamente.
Referências
Ministério da Educação. Programa de Educação Tutorial PET: Manual de Orientações
Básicas. Brasília, dezembro de 2006.
1586
Xavier, B. T. de L.; Goulart, D.F. Ensino, pesquisa e extensão consorciados: a fórmula do
sucesso do Programa de Educação Tutorial/PET. Brasília: Ministério da Educação, 2008.
Martins, I. L. Educação Tutorial no Ensino Presencial - Uma análise sobre o PET. Brasília:
Ministério da Educação, 2007.
Koltermann, P. I.; Silva, E. L. T. da. Educação Tutorial no Ensino Presencial: A experiência
do PET na UFMS. 2006.
1587
A INTEGRAÇÃO DISCENTE NO CONTEXTO DA MULTIDISCIPLINARIDADE
DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL
Duarte, H.P¹; Silva, V.E.P¹; Domingues, J.M.S.A¹; Ferreira, D.C¹; Lima, E.A¹; Cruz, G.P¹;
Teixeira, M.S1; Resende, D.J¹; Souza, J.H¹; Lopes, E.F¹; Oliveira, P.H.D¹; Gomes, B.J.C¹;
Sabariz, A.L.R2
1
2
1.
Membros do Grupo PET Engenharia Mecânica – [email protected]
Tutor do Grupo PET e Coordenador do curso de Eng. Mecânica – [email protected]
INTRODUÇÃO
Segundo o Manual de Orientações Básicas do Grupo de Educação Tutorial o PET é
um programa de longo prazo que visa realizar, dentro da universidade brasileira, o modelo de
indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão. Assim, além de um incentivo à
melhoria da graduação, o PET pretende estimular a criação de um modelo pedagógico que
vise impactar positivamente o curso de engenharia mecânica de acordo com os princípios
estabelecidos na Constituição Brasileira e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Visto que a demanda por conhecimento multidisciplinar cresce cada vez mais, é
necessário destacar então a importância do Grupo PET Mecânica em articular e integralizar
suas atividades. Objetivando a melhoria acadêmica do curso de engenharia mecânica, o grupo
busca internacionalizar o Programa de Educação Tutorial e inspirar jovens estudantes do sexo
feminino a cursarem engenharia, em especial a mecânica.
Tais objetivos estão sendo alcançados por meio de três projetos: o programa CAPESBrafitec, o projeto Fórmula SAE e através da pesquisa realizada juntamente com os
mestrandos do curso de engenharia mecânica da UFSJ. O primeiro visa promover o
intercâmbio de estudantes do curso de engenharia mecânica da UFSJ, concedendo-lhes a
oportunidade de cursar até dois anos de sua graduação em uma universidade francesa assim
como estudantes franceses podem estudar no Brasil pelo mesmo período. O Projeto Fórmula
SAE é uma competição de desenvolvimento de produto, onde os estudantes devem conceber,
projetar, fabricar e competir com protótipos de corrida estilo fórmula. E por último, a
interface dos integrantes do Grupo PET com os mestrandos baseia-se nas pesquisas
relacionadas à fluência das ligas de magnésio ZK e AM bem como sua usinabilidade e através
da caracterização de compósitos de base de magnésio com a adição de nanotubos de carbono.
1588
2.
OBJETIVO
O PET objetiva com esse trabalho, mostrar como os projetos apresentados se integram
de excelente forma nos pilares e propósitos do grupo, fazendo com que o desenvolvimento
dessas atividades gerem resultados impactantes tanto na formação do discente quanto na
melhoria do curso de Engenharia Mecânica. Apesar das propostas apresentadas terem seus
objetivos divergentes, todas compartilham de um mesmo propósito que tem por finalidade
unir atividades de âmbito tutorial, educacional e cientifico dentro da mesma atividade.
Dessa maneira, busca se mostrar que seja através do BRAFITEC, da interface com os
mestrandos ou até mesmo do projeto envolvendo uma equipe do tipo fórmula, consegue se
desenvolver atividades que podem ser aplicadas dentro dos três pilares do PET. São
experiências diferentes, que complementam o objetivo do grupo e afirmam o caráter
indissociável entre pesquisa, ensino e extensão.
3.
METODOLOGIA
A integração do projeto de atração de estudantes do sexo feminino para o curso de
engenharia, apelidado de “Jovens Meninas”, o programa BRAFITEC, e a interface de
pesquisa com os mestrandos do programa de mestrado do curso de Engenharia Mecânica
formam uma rede interligada de atividades e promovem a indissociabilidade entre o ensino,
pesquisa e extensão.
O projeto “Jovens Meninas” foi aprovado através de um projeto escrito pelo grupo
PET junto a um edital do CNPq (Chamada Pública MCTI/CNPq/SPM-PR/Petrobras nº
18/2013). Tal projeto visa incentivar a entrada de estudantes do sexo feminino nos cursos de
engenharia de todo o país. No que diz respeito ao projeto e ao curso de engenharia mecânica
da UFSJ, foram selecionadas duas estudantes do segundo ano do ensino médio e um professor
de uma escola pública estadual, os quais, juntos a uma aluna do primeiro período de
graduação, foram integrados à equipe do Formula SAE da UFSJ.
O Formula SAE é um projeto de extensão que visa a criação de um protótipo de um
carro de corrida para competição. A integração das alunas participantes visa apresentar às
mesmas uma ampla visão da engenharia mecânica além de principalmente, uma aplicação
prática tangível de diversos conceitos de engenharia através do projeto e construção do
protótipo.
1589
O projeto de atração de estudantes do sexo feminino para o curso tem uma forte
interface com a pesquisa. Esta se dá através da busca pela redução de peso do protótipo, visto
que um menor peso acarreta em melhor desempenho e menor consumo de combustível, tal
pesquisa é desenvolvida também em parceria com o grupo PET, e utiliza diretamente grande
parte das ligas desenvolvidas nos trabalhos do grupo.
Ligas de magnésio apresentam uma massa específica baixa, sendo muitas delas,
excelentes para emprego na construção do protótipo, pois apresentam boas propriedades
mecânicas e são os mais leves dentre todos os metais usados comercialmente.
Neste contexto o grupo PET realiza pesquisa e busca o desenvolvimento dessas ligas
através de dois programas diferentes: o programa de mestrado da UFSJ e o programa
BRAFITEC aprovado através de um edital da CAPES. Atualmente o curso de Engenharia
Mecânica da UFSJ conta com três mestrandos, sob orientação do Prof. Doutor Antônio
Sabariz, que desenvolvem pesquisas com ligas de magnésio. Junto com estes mestrandos o
grupo PET procura não só desenvolver ligas de magnésio, como também encontrar ligas que
podem ser usadas no protótipo do Formula SAE, visando a redução de peso do veículo. O
programa BRAFITEC da CAPES (edital nº. 21/2014, processo de nº. 23038.010515/201319) foi aprovado através de um projeto escrito pelo tutor do grupo PET, o Prof. D.Phill.
Antônio Luiz Ribeiro Sabariz e aprovado através de um edital. O BRAFITEC é um programa
de estudos, pesquisa e estágios no exterior através de uma parceira entra Brasil e França. O
curso de Engenharia Mecânica da UFSJ firmou parceria com a Université de Toulouse da
França. Através desta parceria visa-se em primeiro lugar a troca de estudantes entre a
instituição brasileira e francesa. Este programa não se trata apenas de ensino e intercâmbio,
mas também de uma forte interface com a pesquisa, sendo no caso da parceria entre o curso
de engenharia mecânica da UFSJ e a Université de Toulouse o desenvolvimento de ligas para
aplicação na indústria aeronáutica, com enfoque em ligas de magnésio. Recentemente o grupo
PET firmou parceria com a empresa Embraer para desenvolvimento de ligas de magnésio para
a aplicação na estrutura do assento de aeronaves, reduzindo consideravelmente seu peso.
Através da integração entre estas três atividades, o grupo PET consegue integrar
atividades que envolvem ensino, extensão e pesquisa, mostrando que tais atividades se
cruzam e se complementam gerando um produto final de qualidade, impactando tanto na
comunidade são-joanense, e na qualidade do curso, quanto no meio científico.
1590
4.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com o projeto do edital das meninas, pode se desenvolver através de simulações
computacionais, vários componentes de magnésio que substituirão componentes de aço e
alumínio, o que fará com que o carro apresente diminuição considerável de massa. Além
disso, o foco principal que é a atração de estudantes do gênero feminino para cursos da área
de ciências exatas, no nosso caso o curso de engenharia mecânica. Tal meta tem tido resultado
satisfatório já que com esse programa, pode se notar uma maior aproximação das estudantes
com o meio acadêmico, uma vez que a participação de alunas do ensino médio fez com que o
interesse de outras alunas pelo projeto aumentasse, disseminando assim o interesse em
ingressar no curso de engenharia mecânica.
O programa Brafitec, visa proporcionar aos participantes a chance de estudar na
Universidade de Toulouse, um dos centros de referência na Europa na área de Engenharia,
possibilita ao aluno o aprendizado de uma nova língua e a troca de experiências que tende a
enriquecer muito no âmbito cultural e pessoal. Tudo isso somado à uma oportunidade de
estágio em uma empresa francesa, que tem por finalidade completar ainda mais a formação
acadêmica e profissional dos alunos. Por fim, pode se citar a parceria com os mestrandos que
tem contribuído para o crescimento acadêmico do grupo já que são pesquisas de alto nível
acadêmico que geram artigos científicos que são apresentados em Congressos de grande
relevância no Brasil como, por exemplo, o CBCIMAT que é o Congresso Brasileiro de
Engenharia e Ciência dos Materiais.
5.
CONCLUSÃO
Através da execução destes projetos pode se concluir que o Grupo PET Materiais e
Inovação Tecnológica tem mostrado o quão diversificado e abrangente são as atividades que
podem ser exercidas. Tudo isso a fim de mostrar a totalidade que um programa de educação
tutorial proporciona, possibilitando que a prática de qualquer projeto possa ser embasada nos
pilares da pesquisa, ensino e extensão, e que estes possam ser observados simultaneamente
durante a execução da atividade. Finalmente, vale ressaltar que com isso, o PET tem
oportunidade de incentivar inserção do gênero feminino no ramo das ciências exatas, de
executar pesquisas que gerem resultados e também de internacionalizar não só do grupo pet
mecânica, mas da filosofia que todo grupo PET carrega e que visa sempre extrair de uma
atividade benefícios através da aplicação do ensino, da pesquisa cientifica e da prática
extensionista.
1591
6.
REFERÊNCIAS
PET-Mecânica∕UFSJ. Estatuto Geral do PET “Materiais e Inovação Tecnológica”.
Disponível em: <http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/petmecanica/ESTATUTO_
PET (1).pdf>. Acesso em: 02 jun. 2014.
FRIEDRICH, H; SCHUMANN, S. Research for a "new age of magnesium" in the automotive
industry. Journal of Materials Processing Technology, Wolfsburg, v.117(3), p.276-281, 2001.
1592
Programa de Análise Linear e Dimensionamento de Treliças
Eduardo Ascenso Reis Ribeiro; Maurício Vitali Mendes¹; Medeiros G. C.²
¹ ² Grupo PET Estruturas – Universidade Católica de Brasília (UCB) – Curso de Graduação
em Engenharia Civil
Introdução
Uma das propostas do Programa de Educação Tutorial PET – Estruturas que vimos
participando na Universidade Católica de Brasília (UCB), é a preparação de mini-cursos para
serem ministrados aos demais alunos matriculados. O desenvolvimento dos minicursos de
Algorítmos e Programação, bem como de material de apoio de Teoria das Estruturas, nos
motivou a fazer um trabalho de pesquisa, aplicando as atividades anteriormente
desenvolvidas. Sendo assim, neste trabalho desenvolvemos um algoritmo para realizar
análise estrutural de treliças, utilizando os métodos de análise matricial e de estados limites.
O estudo de tensões e deformações está profundamente atrelado a praticamente todas as áreas
da engenharia. Define-se tensão como a razão entre uma carga aplicada e a área da seção
transversal do elemento que recebe a carga. Trata-se, portanto, da distribuição de forças sobre
determinada área (BEER el al., 2011). Quando uma peça de estrutura é tensionada, ocorrem
deformações, as quais também devem ser analisadas e determinadas em projeto.
Segundo Silva e Pannoni (2010), as deformações sofridas por um corpo ao ser submetido a
tensões, são caracterizadas pelo módulo de elasticidade e pela resistência mecânica. A
deformação implica em dois conceitos muito importantes para a análise estrutural, a saber,
elasticidade e plasticidade.
A elasticidade caracteriza-se por dois princípios básicos. O primeiro refere-se à relação entre
tensão aplicada e deformação, a qual tende a ser linear. O segundo, a não permanência das
deformações, isto é, ao fato de que as deformações deixam de existir quando as tensões são
retiradas. A plasticidade, por sua vez, caracteriza-se pela não linearidade das deformações em
relação às tensões e por deformações definitivas (SILVA e PANNONI, 2010).
Os métodos clássicos de análise estrutural, apesar de sua grande importância no âmbito
acadêmico, acabam sendo demasiado complexos e dispendiosos, especialmente quando se
analisam estruturas não elementares. Por este motivo, desenvolveram-se os chamados
1593
métodos matriciais, que se baseiam na álgebra linear para resolução de problemas de cálculo
estrutural (MCCORMAC, 2009).
Associados aos métodos matriciais estão os conceitos de programação. Diversos programas
de computador, comerciais ou não, podem ser utilizados para a elaboração de algoritmos de
métodos matriciais.
Objetivos
Este trabalho tem como objetivo geral elaborar e apresentar um algoritmo, em linguagem
Octave, que realize análises estruturais em treliças, utilizando os métodos de análise matricial
e de estados limites. No que tange a objetivos específicos, visa-se a aplicar uma ferramenta
que realize análises estruturais por métodos computacionais em quaisquer treliças planas, de
modo a calcular esforços e deformações, além de determinar quais perfis U poderão ser
empregados em cada barra.
Metodologia
A análise estrutural é feita por meio de um método conhecido em teoria das estruturas como
método dos deslocamentos ou método da rigidez. Este envolve o emprego de equações da
mecânica dos materiais em formato matricial, de acordo com os conceitos da álgebra linear,
garantindo um procedimento simples, ideal para uso computacional.
No programa, que utiliza a linguagem de programação Octave, cabe ao usuário entrar com os
dados que reflitam os parâmetros da estrutura a ser analisada, tais como quantidade e
restrições nos apoios, áreas de secção das barras, posições dos nós, perfis que serão usados,
dentre outros. O algoritmo, por sua vez, é responsável por todos os cálculos, apresentando ao
final a saída de dados, que inclui deslocamentos dos nós, forças normais nas barras e
deformações destas, índices de esbeltez e as razões entre esforços solicitantes e resistentes,
para cada perfil adotado. A principal vantagem deste programa, em relação a outros softwares
livres, como o Ftool, por exemplo, é a possibilidade de dimensionar a estruturas empregando
os perfis metálicos existentes no mercado. Outra vantagem é a existência de um algoritmo de
fácil acesso pelo usuário, permitindo que este seja não apenas um mero utilizador do
programa, mas participante de todo o processo de cálculo da estrutura.
1594
O procedimento de análise a ser elaborado baseia-se na premissa de que a análise se encontra
na fase elástica. Assim, todos os cálculos são feitos com base na teoria clássica da análise
elástica. Vale ressaltar que, além da análise da estrutura, é feito o estudo de dimensionamento
de cada barra. Caso os resultados obtidos indiquem que a estrutura entrou em processo de
plastificação, o programa se encarrega de indicar que o perfil adotado não satisfaz a
solicitação do projeto, por meio das razões entre esforços solicitantes e resistentes.
O estudo de dimensionamento é feito conforme a NBR 8800:2008. O método dos estados
limites leva em consideração dois coeficientes de segurança – um de minoração para a
resistência do material e outro de majoração para as cargas aplicadas sobre a estrutura. Desse
modo, visa-se a prever não somente os limites resistentes característicos do perfil, mas
também as possíveis variações de carga, devidas a fatores tais como ação do vento,
sobrecarga na estrutura, dentre outros. (PFEIL, 2009).
O programa trelica.m é composto por seis subprogramas. São eles: tabela.m, entrada.m,
analise.m, dimtracao.m, dimcompressao.m e saida.m. O objetivo dessa disposição é permitir
que o programa principal aja meramente como um compilador de subprogramas
independentes. Segue abaixo a descrição dos subprogramas:
entrada.m – Todos os dados de entrada necessários para o funcionamento do programa estão
disposto neste subprograma. O usuário deve determinar as posições dos nós no plano
cartesiano, a conectividade entre os nós, que correspondem às barras, módulo de elasticidade,
tensão de escoamento, coeficiente de minoração da resistência nominal do material,
momentos de inércia das seções das barras e seus respectivos raios de giração, restrições nos
apoios e carregamentos nodais.
analise.m – Calculam-se os esforços normais em cada barra e as deformações destas, além
dos deslocamentos nodais. O método empregado é o método dos deslocamentos, também
conhecido como método da rigidez.
dimtracao.m – É feito o dimensionamento das barras tracionadas. Para tanto, usa-se um
comando condicional, que seleciona somente as barras cujos esforços normais não são
negativos. O procedimento baseia-se em três variáveis de resultado: índice de esbeltez,
esforço resistente e a razão entre esforços normais, também chamados esforços solicitantes, e
resistentes.
dimcompressao.m – A lógica de cálculo das barras comprimidas é praticamente a mesma das
1595
barras sob tração. Entretanto, além do comando condicional selecionar as barras cujos
esforços normais são negativos, para o dimensionamento a compressão deve-se levar em
conta a flambagem global na barra.
saída.m – São apresentados todos os resultados finais do programa. Para cada nó,
apresentam-se os deslocamentos, em metros. Para cada barra, índice de esbeltez, esforços
solicitante e resistente, em Newtons, deformação, em metros, e a razão entre esforços.
Resultados e discussão
Para efeito demonstrativo, elaborou-se uma treliça-exemplo em formato de tesoura, composta
por oito nós, espaçados dois metros entre si, e com 13 barras. Há dois apoios, distanciados dez
metros entre si. A altura da treliça é de dois metros e, em cada nó superior, há um
carregamento nodal de 20 kN. A treliça também foi analisada via programa Ftool para efeito
de comparação dos resultados. Primeiramente, elaborou-se a treliça-exemplo no programa
Octave. O programa foi executado duas vezes. Na primeira execução, adotou-se o menor
perfil U, a saber, U 75 x 6,1, para todas as barras. Entretanto, foi observado que o esforço
normal em algumas barras da treliça era maior que o esforço resistente do perfil adotado.
Assim, realizou-se o procedimento de cálculo mais uma vez, porém com um perfil maior nas
barras onde houve subdimensionamento. Após o segundo dimensionamento, viu-se que todas
as barras estavam adequadamente dimensionadas.
Terminado o dimensionamento no Octave, foi feito cálculo semelhante por meio do Ftool. O
resultado obtido para os deslocamentos nodais foram próximos entre os dois programas,
havendo uma variação percentual de no máximo 5%. Já os esforços solicitantes para cada
barra tiveram um resultado ainda mais próximos com variações entre os programas menores
que 1%. Vale ressaltar que este não oferece o cálculo do esforço resistente de cada perfil.
Assim, para o dimensionamento final dispuseram-se apenas os resultados apresentados no
Octave. Os valores apresentados pelos dois programas foram muito próximos.
1596
Conclusão
A análise matricial de estruturas pela programação mostrou-se muito eficaz. Uma vez que
todo o procedimento de cálculo do programa é composto de variáveis indefinidas, basta que
se alterem os parâmetros da estrutura para que sejam obtidos os resultados referentes a uma
nova treliça. Dessa forma, conclui-se que o programa apresentado neste artigo pode ser usado
para o dimensionamento de quaisquer treliças planas, respeitando-se os limites determinados
em norma com uma boa ordem de precisão. A realização do trabalho nos permitiu aprimorar
os conceitos clássicos da teoria das estruturas, além de exercitar o desenvolvimento de
algorítimos na linguagem Octave, permitindo obter mais experiência para desenvolvimento
dos mini-cursos propostos pelo nosso programa PET – Estruturas.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas
de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios - procedimento. Rio de Janeiro,
2008. 237 p.
BEER, Ferdinand P. et al. Mecânica dos materiais. 5ª edição. Porto Alegre: Amgh, 2011.
800 p.
MCCORMAC, Jack C.. Análise estrutural: usando métodos clássicos e métodos matriciais.
4ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2009. 482 p.
PFEIL, Walter; PFEIL,Michèle. Estruturas de Aço: dimensionamento prático de acordo com
a NBR 8800:2008. 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2009, 357 p.
SILVA, Valdir Pignatta; PANNONI, Fábio Domingos. Estruturas de aço para
edifícios: aspectos tecnológicos e de concepção. São Paulo: Blucher, 2010. 295 p.
1597
Processo de projeto participativo para o Hospital Universitário da UFSC: uma
abordagem da humanização em ambientes hospitalares
Amarildo Marcos Soares Junior¹; Marina Freitas Klein1, Maria Candelária Ryberg1, Maria
Luiza Bratti1, Patrícia Biasi Cavalcanti2, Vera Helena Moro Bins Ely3.
¹ Graduando(a) do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa
Catarina, bolsista do Grupo PET/ARQ
² Professora do Departamento de Expressão Gráfica da Universidade Federal de Santa
Catarina
3
Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa
Catarina e tutora do Grupo PET/ARQ
Introdução
A humanização dos serviços hospitalares tem sido o foco dos esforços públicos
brasileiros a partir da última década. Através do Programa Nacional de Humanização da
Assistência Hospitalar (BRASIL, 2001), iniciou-se uma política pública que visa tornar os
usuários protagonistas corresponsáveis na gestão e atenção do Sistema Único de Saúde
(BRASIL, 2001a). Desde então os ambientes hospitalares devem ser capazes de responder
tanto às necessidades de pacientes e familiares quanto dos profissionais da saúde e gestores
envolvidos.
Visando adequar o ambiente às necessidades dos usuários, o Hospital Universitário da
Universidade Federal de Santa Catarina (HU – UFSC) solicitou ao Grupo PET Arquitetura a
readequação do layout de dois ambientes, tendo como diretriz projetual a sua humanização.
São eles: a Sala de Coleta de Leite, da Central de Incentivo ao Aleitamento Materno; e a Ala
de Cuidados Intermediários Método Canguru, da Unidade Neonatal.
O processo deste trabalho engloba duas etapas: a primeira diz respeito a um projeto de
pesquisa que busca avaliar quais os atributos ambientais desejáveis para o planejamento
destes ambientes, a partir de processos de projeto participativo; a segunda etapa trata da
aplicação dos estudos e métodos, realizados na etapa anterior, para a elaboração do projeto
arquitetônico da Sala de Coleta de Leite e da Ala de Cuidados Intermediários Método
Canguru.
No caso de ambientes hospitalares, onde o programa e a diversidade de usuários são
complexos, entendeu-se que um processo de projeto participativo seria adequado. Dessa
1598
forma, a partir da inserção dos usuários no processo de projeto, busca-se atender suas
demandas e expectativas, tendo como princípio diretrizes da humanização. Espera-se que os
projetos resultantes sejam capazes de melhorar a experiência e a relação dos usuários com o
ambiente hospitalar.
Objetivos
Este artigo busca salientar a importância da humanização em ambientes hospitalares e
descrever o processo de projeto participativo utilizado como uma alternativa de metodologia
projetual na requalificação de dois ambientes do Hospital Universitário da UFSC. Além disso,
busca-se também realizar uma revisão bibliográfica acerca dos conceitos que envolvem esses
projetos, como humanização e projeto participativo.
Pretende-se mostrar um recorte de dois projetos, um de pesquisa e outro de extensão,
que utilizam o mesmo processo de projeto para a sua execução. Vale ressaltar que estes
projetos englobam outras etapas não contempladas neste artigo.
Referencial Teórico
Acredita-se que a ambiência pode ter grande efeito sobre os usuários, principalmente
em ambientes hospitalares (DIJKSTRA, PIETERSE & PRUYN, 2008), onde funcionários,
familiares e pacientes encontram-se, muitas vezes, em situação de estresse, dor ou desconforto
emocional. Sabendo que o ambiente pode afetar aspectos fisiológicos, psicológicos ou
comportamentais dos usuários, Ulrich (1995) afirma que assim como uma arquitetura de
qualidade pode acelerar o processo de recuperação do paciente, uma má arquitetura pode
impactar negativamente.
A humanização pretende desvincular o ambiente de imagens negativas, assegurando
qualidades desejáveis que permitam a apropriação por parte dos usuários, tendo seu bem-estar
como foco. Tendo em vista a importância da ambiência, a humanização tem sido utilizada
com o objetivo de qualificar os ambientes hospitalares e tornar mais satisfatória e agradável a
experiência de seus usuários. Essa qualificação espacial parte de uma visão de planejamento
que é centrada nas necessidades e anseios dos indivíduos. Desta maneira, um projeto
humanizado tem o usuário como protagonista na criação de um ambiente qualificado e
agradável para as atividades ali realizadas.
1599
Vários os aspectos podem ser levados em consideração, como a iluminação, o
dimensionamento, a existência de vistas para o exterior, o esquema de cores utilizado ou o
layout do espaço. Assim, arquitetos e designers buscam maneiras de realizar projetos
humanizados e centrados nos usuários que sejam acolhedores, contribuam com o bem-estar
dos usuários e, ao mesmo tempo, respondam à demanda de atividades de um local tão
complexo quanto um hospital. Uma das alternativas de processo projetual onde os usuários
colaboram junto com os planejadores durante o projeto do ambiente é o chamado Projeto
Participativo.
Esse método projetual é baseado na ideia de Sanoff (1985) que afirma que “as pessoas
afetadas pelo ambiente devem participar do processo de decisões do mesmo” (tradução
nossa). Em um Projeto Participativo, os usuários estão diretamente envolvidos no processo de
projeto, colaborando no seu planejamento. Devido às experiências e percepções dos usuários,
são levantados aspectos práticos específicos de determinado ambiente. Surgem à tona
constrangimentos, necessidades, atividades, anseios que são relacionados à vivência do lugar
e contribuem para um conhecimento holístico do ambiente em questão e, consequentemente,
para o processo criativo em si. Visto que a visão do arquiteto se expande com a participação
dos diversos usuários do ambiente, o resultado do projeto passa a englobar mais
determinantes e assim, a ser mais completo e responsivo.
Pensando nos benefícios da utilização de métodos participativos, ambos projetos,
realizados no Hospital Universitário da UFSC pelos bolsistas do grupo PET/Arquitetura,
visam a utilização dessa metodologia para a humanização dos dois espaços hospitalares já
mencionados.
Metodologia
Na realização dos projetos no Hospital Universitário da UFSC dois métodos de
processo participativo foram utilizados: o brainstorming e o Poema dos Desejos.
O brainstorming é um método que tem como objetivo elencar conceitos que definam
as expectativas dos usuários em relação ao ambiente. Primeiramente, estes são convidados a
registrar individualmente adjetivos que, segundo sua percepção, são essenciais para a
ambiência do espaço em questão. Normalmente, para facilitar a compreensão dos
participantes, pode-se utilizar um exemplo da definição de conceitos, citando algum outro
ambiente qualquer e respectivo conceito – como igreja-mística, ou biblioteca-silenciosa. Uma
vez feito o registro de todos os conceitos elencados individualmente busca-se, com uma
1600
conversa entre grupos das pessoas presentes, discutir sobre os conceitos mais relevantes, e
chegar num consenso. Em métodos participativos coletivos, a votação não é considerada a
melhor maneira já que, durante a discussão, os participantes podem debater e convencer uns
aos outros da melhor escolha final (SANOFF, 1985).Os conceitos elencados, assim como
argumentos usados durante a discussão, servem para nortear as etapas iniciais de lançamento
do projeto e, por vezes, esclarecer os planejadores das prioridades dos usuários em relação ao
ambiente.
No método Poema dos Desejos busca-se ter uma visão mais específica das reais
necessidades e desejos dos usuários em relação ao ambiente em questão. Apresenta-se aos
participantes um formulário contendo a seguinte frase “Eu gostaria que esse ambiente fosse
ou tivesse...” sendo disponibilizado um papel em branco para que todos possam se expressar
por meio de textos ou desenhos. Diferentemente do brainstorming, esse método busca
opiniões individuais e não-conceituais, como por exemplo, a descrição de mobiliário,
equipamentos ou características físicas do espaço. Por não induzir nenhum atributo ambiental
específico, o método potencializa uma ampla variedade de respostas e torna possível a
compreensão de quais aspectos são mais significativos na percepção dos usuários na
realização de projetos futuros.
Resultados e discussão
A possibilidade de inserir os usuários de forma ativa no processo de projeto amplia a
visão do arquiteto em relação ao espaço, permitindo a realização de uma arquitetura que seja
mais responsiva às suas reais expectativas e demandas. A aplicação do brainstorming com os
usuários dos espaços do Hospital Universitário tornou possível o mapeamento deum universo
conceitual que define sua realidade e seus anseios. Conceitos como "acolhedor",
"funcionalidade", "segurança" e "privacidade" refletem características necessárias pelo ponto
de vista destes usuários para uma melhor experiência no ambiente. Estes conceitos
demonstram características em comum dos espaços estudados, que permeiam o universo
hospitalar. Pode-se inferir que estes usuários, ao mesmo tempo em que buscam um ambiente
que os acolha de forma confortável, desejam um espaço que reflita a segurança e
compromisso com sua saúde.
Estes conceitos, somados aos aspectos físicos descritos no Poema dos Desejos, são
novas descobertas em relação à visão dos usuários quanto ao ambiente. Estas são assim
transformadas em respostas e diretrizes projetuais, em aspectos como, por exemplo:
1601
dimensionamento e adequação do mobiliário às diversas atividades realizadas no ambiente;
necessidade dos usuários por espaços de estar; acessibilidade; desinstitucionalização do local
através de uma ambiência acolhedora; e a privacidade dos pacientes e acompanhantes.
Conclusão
A participação dos usuários nas etapas iniciais do projeto é essencial para o
conhecimento das determinantes projetuais que se mostram prioritárias de acordo com a visão
do usuário. Além disso, o uso de métodos de projeto participativo possibilita a realização de
um projeto mais responsivo, através da ampliação da compreensão do arquiteto em relação às
reais demandas do usuário e do ambiente.
Desta maneira, a parceria do Grupo PET com o Hospital Universitário da
Universidade Federal de Santa Catarina permite a extensão dos conhecimentos teóricos
obtidos a partir de sua aplicação nos projetos de interiores dos ambientes do HU-UFSC.
Trabalhos dessa natureza não só validam a importância da pesquisa em si, mas também, dos
programas de extensão realizados pelos petianos, que além de proporcionar uma experiência
rica aos participantes, possibilitam também uma contribuição da academia à comunidade.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Programa Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
DIJKSTRA, K.; PIETERSEB, M. E.; PRUYNA, A. Th. H. Individual differences in reaction
towards color in simulates healthcare environments: the role of stimulus screening ability.
Journal of Environmental Psycology, Oxford, v. 28, p.268-277, set. 2008.
ULRICH, Roger S. Effects of healthcare interior design on wellness: Theory and recent
scientific research. In: MARBERRY, Sara O. Innovations in healthcare design: Selected
presentations from the first five symposia on healthcare design. New York: Van Nostrand
Reinhold, 1995. p. 88-104.
SANOFF, Henry. The application of participatory methods in design and evaluation. Design
Studies, Milton Keynes, v. 6, n. 4, p. 1-3, 1985.
1602
Curso de Formação em Propriedade Intelectual na Modalidade Ensino a Distância
João Paulo Barbosa Silva¹; João Pedro Reis Lopes²; José Ilário Ribeiro Neto3;
Yuri Rodrigues Alves Bernardes4; Cristiane Fernandes Gorgulho5; Lara Guerreiro Pires6;
Rhander Viana7, Getúlio Antero de Deus Júnior8.
¹Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação; ²Universidade Federal de Goiás.
Introdução
O desenvolvimento da educação no Brasil está seguindo um caminho em que se tornará cada
vez mais complexa, pois a sociedade está buscando caminhos alternativos para a obtenção de
aprendizagem contínua e mais especializada. Uma dessas alternativas se refere à modalidade
Ensino a Distância (EaD).
Em muitos casos, esses meios acabam deixando de lado o tradicional espaço físico da sala de
aula (espaço presencial) para ocupar cada vez mais os espaços virtuais. Assim, o estudante
passa de ambiente passivo à aprendizagem e passa para uma aprendizagem colaborativa, onde
professor e estudante se interagem em busca do conhecimento coletivo por meio da
aprendizagem em rede. Neste novo ambiente, o papel do educador (professor) passa a ser de
mediador, de gestor e de facilitador.
O Ensino a Distância é realizado utilizando tecnologias sofisticadas que envolvem desde
simples microfones até lousas eletrônicas sensíveis ao toque (FIGUEIRA, SANTOS,
FIGEIRA, 2009). Esse tipo de ensino está se consolidando, sendo usado cada vez mais,
principalmente em cursos de capacitação profissional e de graduação.
Neste contexto do EaD, a ideia central desse trabalho é utilizar os insumos disponíveis na
Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação (EMC) para implementação e
realização do Curso de Formação em Propriedade Intelectual (CFPI). O Curso é oferecido
com o intuito de apresentar conceitos básicos a respeito da inovação e proteção do
conhecimento, a fim de estimular acadêmicos a desenvolverem métodos e produtos
inovadores e, a protegê-los, gerando reconhecimento e dividendos tanto para si quanto para o
país. Nesse Curso, o público-alvo são estudantes da EMC e de outras Unidades Acadêmicas
da Universidade Federal de Goiás (UFG) (BRASIL, 2014).
Objetivos
O Curso de Formação em Propriedade Intelectual buscou introduzir conhecimentos básicos a
respeito da Propriedade Intelectual, assim como demonstrar a importância da proteção do
1603
saber e do criar em várias áreas do conhecimento. Ao final do Curso, o cursista deverá ter
compreendido as várias modalidades de proteção do conhecimento, bem como o processo e a
tramitação dos pedidos de proteção, sabendo reconhecer em qual modalidade se encaixa um
determinado produto de autoria particular.
A terceira edição do CFPI ocorreu no período de 4 de novembro a 15 de dezembro de 2013 e
a quarta edição ocorreu no período de 24 de março a 4 de maio de 2014, ambas as edições
totalizando seis semanas de atividades cada. Assim como nas edições anteriores ofertadas em
2011 e 2012, o Prof. Rhander Viana, ex-membro do Instituto Nacional de Propriedade
Industrial (INPI) atuou expressivamente como colaborador do Curso, ajudando a escolher os
conteúdos mais importantes, formular as atividades avaliativas e por intermediar a
comunicação entre a equipe do Curso e a analista de Propriedade Intelectual Lara Guerreiro
Pires do INPI-DF. Como estabelecido, a elaboração da terceira e quarta edição do Curso foi
de responsabilidade dos petianos João Pedro Reis Lopes e João Paulo Barbosa Silva,
respectivamente. Temas adicionados à pauta do Curso, como o da proteção sui generis e o das
“patentes verdes”, foram abordados nas edições de 2013 e 2014 (EMC, 2014). A divulgação
do Curso foi feita principalmente por meio do sítio do Grupo PET – Engenharias (Conexões
de Saberes), e-mails, e-TV (do inglês: Digital Signage) e cartazes. Nas duas últimas edições
do Curso, foram computadas 63 (sessenta e três) inscrições. O material do Curso incluiu
documentos extraídos de livros e artigos da área de Propriedade Intelectual, notícias,
passagens de áudio e alguns vídeos explicativos. Todo o material foi disponibilizado semana
após semana através do Ambiente Moodle de Aprendizagem (AMA).
Metodologia
As atividades propostas para os cursistas incluíram, além do estudo do material apresentado,
questionários, fóruns de discussão, pesquisas, mapas conceituais, entre outras atividades. Uma
novidade na oferta das últimas edições do Curso foi a introdução de uma atividade avaliativa
final, proposta pelo Prof. Rhander Viana, realizada na última semana do Curso. Pretendia-se
com essa atividade que os cursistas simulassem a redação das partes principais de um Pedido
de Patente de Modelo de Utilidade (MU).
O produto sugerido foi uma escova de dente, de forma que os cursistas deveriam pesquisar
um modelo de escova com algum tipo de inovação em relação aos modelos comuns e
tradicionais e apresentá-lo seguindo as diretrizes da atividade (EMC, 2014).
Por exemplo, no módulo Direito Autoral e Softwares, foi solicitado a elaboração de um Mapa
Conceitual (MC) para descrever como o Escritório de Direitos Autorais (EDA) da Biblioteca
1604
Nacional funciona. Entretanto, como se tratava de uma estrutura relativamente simples para
apresentação do EDA, o resultado final construído por meio de blocos coloridos e tamanhos
diferentes ficou interessante.
Um ponto alto da terceira edição foi a participação das analistas Lara Guerreiro Pires, do
INPI-DF, e Cristiane Fernandes Gorgulho, do INPI-RJ, compondo uma espécie de banca
avaliadora para a atividade de Marcas, proposta na quarta semana do Curso. Ambas fizeram
comentários bastante precisos e técnicos que promoveram uma avaliação mais justa e eficaz.
Com certeza a contribuição delas complementou muito bem o material e o andamento do
Curso, de modo que vários cursistas elogiaram a iniciativa.
Resultados e discussão
Ao final da terceira edição do CFPI, dezessete dos quarenta e dois inscritos inicialmente
foram aprovados e da quarta edição do Curso, dez dos vinte e um inscritos foram aprovados.
O critério para aprovação e, consequentemente, obtenção de Certificado foi obter uma média
final maior ou igual a seis, calculada a partir da média aritmética das médias finais de todos os
cursistas que fizeram ao menos uma atividade (trinta e seis ao todo).
Numa avaliação realizada com os 63 (sessenta e três) cursistas que se inscreveram nas duas
edições, grande parte dos que responderam (vinte e três cursistas), teve suas expectativas ao
menos parcialmente atendidas, ou seja, 86,67%, e destes, 93,33% recomendaria o CFPI para
todo estudante de graduação (GRUPO PET – ENGENHARIAS (CONEXÕES DE
SABERES), 2013). Sendo assim, mais uma vez, a avaliação positiva trouxe grande satisfação
à equipe do Curso e serve como um motivo para a realização de próximas edições.
Em paralelo com a terceira edição do CFPI, a Liga de Inventores da UFG, vinculada ao Grupo
PET – Engenharias (Conexões de Saberes), realizou o III Encontro de Propriedade Intelectual
na Gradução. O evento abordou os seguintes temas: Fundamentos da Propriedade Intelectual
com a Analista Cristiane Fernandes Gorgulho, do INPI-RJ; Direito Autoral com a Profª.
Quéren dos
Passos Freire, do Centro de Inovação Tecnológica do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de Goiás (CITE-IFG); Marcas e Estatística Locais,
com a Analista Lara Guerreiro Pires, do INPI-DF; e Atuação do Núcleo de Inovação
Tecnologica (NIT) na UFG, com o Prof. João Teodoro Pádua, do NIT-UFG. O evento foi
realizado no Centro de Cultura e Eventos Prof. Ricardo Freua Bufáiçal, no Campos
Samambaia da UFG, e contou com o apoio da equipe de Laboratório de Engenharia e
Multimeios (Engemulti), da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), da Assessoria de
1605
Comunicação (Ascom) e da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) (GRUPO
PET – ENGENHARIAS (CONEXÕES DE SABERES), 2013).
Conclusão
Diante das transformações e dos avanços significativos ocorridos na educação, buscou-se
estudar e divulgar a utilização do Ambiente Moodle de Aprendizagem (AMA) na Escola de
Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação, contribuindo para a complementação da
formação profissional de futuros Engenheiros egressos da EMC/UFG por meio dos Cursos
oferecidos pelo Grupo PET – Engenharias (Conexões de Saberes). A oferta desses Cursos na
modalidade de Ensino a Distância (EaD) acabam por “quebrar as barreiras da sala de aula” em
outras áreas, tais como: (a) formação em EaD; (b) formação em Propriedade Intelectual (PI); e
(c) formação em Metodologias Ativas. Um dos resultados mais expressivos encontrados na
avaliação dos Cursos ora apresentados, apontam para uma não rejeição por parte dos
estudantes cursistas com relação à modalidade EaD.
Considerando a terceira e a quarta edição do CFPI foram emitidos ao todo vinte e sete
27 (vinte e sete) certificados para os cursistas que concluíram o curso com êxito, sendo que 63
(sessenta e três) inscrições foram inicialmente submetidas. Portanto, a taxa de concluintes
com sucesso foi de 42,9%, o que representa uma taxa relativamente alta em se tratando de
cursos na modalidade EaD. O fato da taxa de reprovação de 57,1% foi devido uma alta
desistência por parte dos cursistas logo na semana de ambientação, possivelmente esses
cursistas não elaboraram um plano de estudo para que essa desistência podesse ser evitada.
Referências
BRASIL.
PROGRAMA
DO
CURSO
DE
FORMAÇÃO
EM
PROPRIEDADE
INTELECTUAL (CFPI). Disponível em: <http://ead.emc.ufg.br/file.php/153/Programa-CFPI2014.pdf>. Acesso em: 19 maio 2014.
ESCOLA DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO (EMC). Ambiente
Moodle de Aprendizagem: EMC. Disponível em: <ead.emc.ufg.br>. Acesso em: 18 mai.
2014.
FIGUEIRA A., SANTOS, H., FIGEIRA, C. Moodle: Criação e Gestão de Cursos Online.
Lisboa: FCA, 2009.
GRUPO PET – ENGENHARIAS (CONEXÕES DE SABERES). Relatório de Atividades
do Grupo PET – Engenharias (Conexões de Saberes). 189 f. Relatório (Atividades) –
Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação, Goiânia GO, 2013.
1606
Estudo da correlação empírica entre os ensaios de DCP e CBR
João Pedro Bittencourt Batista¹; Ana Flávia Camargo Borges¹; Bruna Guidon Pedro¹; Camila
Ferreira de Ascenção¹; Caroline Graminha Gilio¹; Filipe Chaves Gonçalves¹; Geovana Jacob
Marrafão¹; Guilherme Bassi da Silva Pontes¹; Isabele Uliam Mattila¹; Leticia Camila Comar¹;
Marcus Vinícius Ribeiro Coelho¹; Pedro Henrique Martinez¹; Rafaela Souza Schiapati¹;
Renato Augusto Kanaoka da Silva¹; Thales Alexandre Rosin¹; Yan Álef Games¹; Luzenira
Alves Brasileiro².
¹ ²Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – FEIS
Departamento de Engenharia Civil - DEC
Introdução
O estudo das propriedades geotécnicas do solo é importante para entender o seu
comportamento, seja no estado natural ou deformado. No estado natural, características como
massa específica seca, teor de umidade, capacidade de suporte e permeabilidade são
fundamentais para o entendimento de seu comportamento e controle de qualidade.
Nos projetos de pavimentação é essencial realizar um estudo de caracterização, classificação,
compactação e da capacidade de suporte do solo, para conhecer as propriedades do material
que utilizar, a fim de tomar as melhores decisões.
Atualmente, para obter a capacidade de suporte do solo recorre-se ao método CBR Califórnia Bearing Ratio in situ ou em laboratório. Porém, há ensaios, como o DCP - Cone de
Penetração Dinâmica, cujos equipamentos são mais baratos, simples e sua execução leva
menos tempo.
O ensaio CBR consiste na determinação da relação entre a pressão necessária para produzir
uma penetração de um pistão em um corpo-de-prova de solo e a pressão necessária para
produzir a mesma penetração em uma mistura padrão, expressa em porcentagem. Este
procedimento é normatizado por ME 49 (DNER, 1974).
O ensaio com o DCP baseia-se na norma internacional D 6951 (ASTM, 2003). Este método
consiste em um equipamento simples, portátil e de baixo custo com penetrômetro dinâmico e
alcance determinado a 70 cm. O DCP é capaz de avaliar a capacidade portante do solo, que
por sua vez é uma das propriedades mais importantes de material para rodovias (ALVES,
2002).
1607
O ensaio DCP possui as seguintes vantagens: emprega material de baixo custo e uma pequena
área, facilitando seu uso.
Outros dados relevantes são: a facilidade para a execução, a facilidade para manejar o
equipamento e os seus acessórios, a facilidade para transportar e instalar, reduzindo custos e
tempo na coleta de dados.
A norma técnica ME 162 (DNER, 1994) estabelece as energias de compactação normal,
intermediária e modificada para determinar a correlação entre o teor de umidade e a massa
específica aparente do solo seco.
O desenvolvimento deste trabalho é de grande importância para a formação dos alunos.
Objetivo
O objetivo desta pesquisa é propor uma correlação ente os ensaios Cone de Penetração
Dinâmica (DCP) e Califórnia Bearing Ratio (CBR), utilizando o método Proctor com a
energia de compactação intermediária e amostras não imersas.
Metodologia
Os materiais similares àqueles empregados por Perez (2012) e Moraes (2013) em seus estudos
respectivos: jazida Torre, localizada na cidade de Ilha Solteira – SP. As amostras serão
submetidas aos ensaios de classificação (TRB e MCT) e de caracterização (compactação –
energia intermediária) para identificar os parâmetros ótimos de umidade e massa específica
seca.
Na fase seguinte, o solo será compactado em cilindros do ensaio de CBR nas condições de
umidade ótima e energia do Proctor intermediário. Segue-se ao teste de penetração DCP nos
corpos-de-prova (compactados e não imersos). Serão realizadas cinco séries de ensaios com
cinco amostras em cada série. Todos os ensaios serão realizados nas instalações do
Laboratório de Estradas e Pavimentação da UNESP, Campus de Ilha Solteira.
Os dados receberão tratamento estatístico, de maneira a identificar possível correlação entre o
DCP e o CBR para as condições de compactação com a energia intermediária. Os resultados
serão cotejados com as informações resultantes das pesquisas de Perez (2012) e Moraes
(2013).
1608
Resultados e discussão
Com os dados obtidos nos ensaios de granulometria, limite de liquidez, índice de plasticidade
e índice de grupo, o solo estudado nesta pesquisa, segundo a classificação TRB é A-4 (solo
contendo grande proporção de finos) e pelo método MCT é um solo LA’, laterítico arenoso.
De acordo com o ensaio de compactação Proctor com energia intermediária, a umidade ótima
é de 11,8% e massa específica seca máxima é de 1,992 g/cm³.
Os resultados obtidos através dos ensaios de laboratórios foram submetidos a uma análise
estatística. Calculou-se a média, o desvio-padrão e o coeficiente de variação (CV). O CV é
um coeficiente interpretado como a variabilidade dos dados em relação à média. Quanto
menor é o CV, mais homogêneos estão os dados.
O desvio-padrão apresentou um intervalo de 0,16% a 0,52% para o CBR e 0,16 mm/golpe a
0,59 mm/golpe para o DCP. O coeficiente de variação (CV) apresentou um intervalo de
1,04% a 3,44% para o CBR e 1,29% a 4,45% para o DCP.
Após analisar os dados obtidos em laboratório, foi realizado um estudo para verificar uma
correlação linear entre eles. Buscou-se na literatura algumas relações, como a de Berti,
Vertamatti e Oliveira, Perez e Moraes, porém devido as diferenças de cada solo os resultados
não foram satisfatórios, ocorrendo a necessidade de realizar uma equação própria.
Por regressão linear e utilizando o método bi-logarítmico com ajuda do programa EXCEL,
chegou-se as relações mostradas abaixo:
Série 1: Log (CBR) = -0, 659 * Log (DCP) + 1, 9194, com R² = 0, 6648;
Série 2: Log (CBR) = -0, 7506 * Log (DCP) + 2, 0208, com R² = 0, 9755;
Série 3: Log (CBR) = -0, 6835 * Log (DCP) + 1,954, com R² = 0, 7231;
Série 4: Log (CBR) = -0, 4834* Log (DCP) + 1, 7304, com R² = 0, 3758;
Série 5: Log (CBR) = -0, 6385* Log (DCP) + 1, 8983, com R² = 0, 9821;
O valor de R², também chamado de coeficiente de correlação de Pearson, é uma medida do
grau de relação linear entre os dados. Ele varia de -1 a 1 e quanto mais próximo de -1 ou 1,
mais perfeita é a relação linear. O valor zero indica ausência de relação linear.
Por fim, foi calculado o Erro Médio das equações, que variou de 0,06% a 0,29%.
1609
Conclusão
O objetivo desta pesquisa é avaliar uma correlação entre os ensaios de CBR e DCP realizados
em laboratório. Assim, pode-se dizer que os resultados foram satisfatórios.
Analisando os dados em laboratórios, o desvio-padrão e coeficiente de variação (CV)
apresentaram valores baixos, mostrando uma boa relação entre os dados.
As relações obtidas com as equações desenvolvidas apresentaram um Erro Médio muito
pequeno, chegando a ser de 0,06%. O coeficiente de Pearson também apresentou um valor
satisfatório, em que apenas a série 4 obteve um valor baixo e as séries 2 e 5 obtiveram valores
altíssimos, mostrando uma relação linear entre os dados.
Portanto, todos os resultados tiveram um erro muito baixo e a relação entre os ensaios CBR e
DCP revelou-se forte, mostrando que o objetivo fora alcançado.
A realização deste trabalho foi muito relevante na formação de grupos de pesquisa entre
alunos do grupo e demais alunos do curso, pois eles tiveram a oportunidade de trabalhar
conjuntamente.
Ainda, o desenvolvimento desta pesquisa proporcionou o aprendizado prático, com base nos
ensinamentos teóricos, de dois métodos científicos utilizados para caracterização do
comportamento de solo, facilitando o entendimento entre a teoria e a prática.
A importância de pesquisas sobre sistemas reais no campo da Engenharia Civil, como o
comportamento do solo é de grande valia na prática, pois evita problemas de recalque que
possam comprometer as construções.
Referências
ALVES, Anelise Beatriz Cardoso. Avaliação da Capacidade de Suporte e Controle
Tecnológico de Execução da Camada Final de Terraplenagem utilizando o
Penetrômetro Dinâmico de Cone. Dissertação (Mestrado) - UFSC - Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2002. 171p.
ASTM – D-6951 Standard Test Method for use of the dynamics cone penetrometer in
shallow pavement applications. ASTM International, 2003. 7p.
1610
BERTI, Carolina. Avaliação da capacidade de suporte de solos “in situ” em obras viárias
através do cone de penetração dinâmica – Estudo experimental. Campinas, Faculdade de
Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade estadual de campinas, 2005, 122
págs. Dissertação de Mestrado.
DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - Métodos e Instruções de Ensaios.
DNER-ME258/94. Solos compactados em equipamento miniatura Mini – MCV.
DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Métodos e Instruções de Ensaios –
ME 49. Índice de Suporte Califórnia de solos utilizando amostras não trabalhadas. Rio
de Janeiro. 5p. 1974.
DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Métodos e Instruções de Ensaios.
ME 162 - Solos - ensaio de compactação utilizando amostras trabalhadas. 1994.
MORAES, Monique Torrano Machado. Correlação empírica entre os ensaios de DCP e
CBR para solo típico da região de Ilha Solteira. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso Departamento de Engenharia Civil, Unesp, Ilha Solteira, 2013. 38p.
PEREZ, João Ricardo Teixeira. Estudo Experimental da Repetibilidade entre os ensaios
de CBR e DCP. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso - Departamento de Engenharia Civil,
- UNESP, Ilha Solteira, 2012. 36p.
PINTO, C. de S. Curso Básico de Mecânica dos solos em 16 aulas. 2ª edição com
exercícios resolvidos. São Paulo: Oficina de textos. 2002.
SELIG, E. T.; WATERS J. M. Track Geotechnology and Substructure Management. First
Edition. London: Tomas Telford Services Ltda. 1994. p. 4.18-4.20.
SILVEIRA, E. B.; SILVEIRA, A. Mecânica dos Solos para Engenheiros Rodoviários.
Volume II. Inglaterra, 2004. Ed. Edgard. Blücher. p. 419-468
1611
Métodos Avaliativos
FARIA, Sérgio1, VERGENNES, Ândrea2 , DANTAS, Estela; MARTINS, Juliana2;
STRUTKOSKE, Caio2; GALLI, Isabela2; GABRIEL, Taís2; MRTVI, Marcelo2;
FERNANDES, Daniel2; SOUZA, Natália; SERDAN, Leonardo; YOSHI, Henrycky;
CAMPIOLO, Pedro; FAVORETTO, Calisa; KOGA, Sthefânia.
Introdução
O PET Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá há anos vem trabalhando
em diversos tipos de atividades dentro e fora da universidade, sempre buscando a excelência
em tudo que é realizado. Um dos meios para atingir este objetivo está nos Métodos
Avaliativos usados pelo grupo.
Métodos Avaliativos é o conjunto de iniciativas para avaliar. Inclui todas as etapas de uma
avaliação: planejamento, formulação, seleção de instrumentos, aplicação, compilação e
análise das informações.
Os métodos usados atualmente no grupo foram resultado de um intenso trabalho, várias
propostas testadas anteriormente e aprimoramento destas até um resultado adequado ser
obtido.
A importância dos Métodos Avaliativos para o PET é inquestionável. As avaliações
proporcionam uma visão crítica interna e externa do que está ocorrendo, levando ao
aprimoramento do grupo.
Objetivos
Possibilitar a identificação de problemas.
Metodologia
A) Avaliação das atividades
O Formulário de Avaliação é aplicado em praticamente todas as atividades realizadas pelo
PET – Engenharia Química, externas ou internas, sendo cursos, eventos, aulas, seminários,
etc.
Cada uma destas atividades requer um formulário específico. Para cursos, o formulário é
impresso e entregue para cada participante, e este pode avaliar por questões objetivas aspectos
1612
como conteúdo ministrado, material didático e o ministrante, além de um espaço para
sugestões.
No projeto IEQ/FEQ, que consiste em aplicar o excel nas aulas das referidas disciplinas, o
formulário é online através do Google Docs, visto que a aula é realizada no laboratório de
informática. Também através de questões objetivas, os alunos podem avaliar o conteúdo
ministrado, o ministrante, o material disponibilizado, entre outras questões, além de ser
possível inserir comentários sobre estas questões.
Nos seminários internos, os petianos têm sua apresentação avaliada pelos colegas através de
um formulário impresso, com questões objetivas que avaliam o tema escolhido, a utilização
de recursos, a postura do petiano, entre outros aspectos. Também há um espaço para
comentários no final da avaliação.
Com exceção dos seminários, todas as atividades têm os resultados compilados no final para
obter um resultado quantitativo das questões objetivas, além de agrupar as opiniões das
questões abertas. As avaliações dos seminários são entregues diretamente ao petiano que
apresentou, para que o mesmo possa avaliar seu desempenho.
B) Avaliação Contínua
A Avaliação Contínua é aplicada bimestralmente e tem um período disponível de duas
semanas para o preenchimento. A frequência utilizada é resultado de pesquisas, tanto internas
quanto externas, que sugerem que o período avaliado não seja muito extenso, para que as
observações não se percam ou se confundam, e que o tempo de avaliação não seja muito
curto, para que o tempo de reflexão referente a cada avaliação seja suficiente.
Ela é formada por questões objetivas, nas quais o avaliador deve pontuar uma característica
do avaliado baseado no texto explicativo de cada alternativa, e questões discursivas, para que
o avaliador possa expressar possíveis observações que não foram contempladas nas objetivas.
Além disso, cada questão disponibiliza um espaço para comentários relacionados.
Cada questão objetiva avalia uma característica que o grupo julga importante para
desenvolver o trabalho com excelência, como pontualidade, pro atividade, comunicação,
desempenho na graduação, entre outras. Pesquisas realizadas sugerem que uma questão de
avaliação não tenha muitas opções para que a crítica por parte do avaliador seja maior e que
nas opções não exista uma opção nula, que não exige criticidade, logo, as questões objetivas
são compostas por quatro alternativas que expõe um parâmetro para que se enquadre o
avaliado.
1613
As questões discursivas são relacionadas às realizações do avaliado, como uma atividade na
qual ele se destacou, e também sobre algumas possíveis falhas que ocorreram durante o
período avaliado.
Todos os membros do grupo devem realizar a avaliação como avaliador e avaliar todos os
demais, incluindo ele mesmo. A auto avaliação serve como ferramenta de autoconhecimento e
proporciona comparações interessantes entre o resultado esperado e o resultado obtido.
Após o período de aplicação, os dados são compilados por uma planilha e são gerados
gráficos e tabelas para as questões objetivas e discursivas, respectivamente. Também é gerado
um gráfico de comparação do desempenho do avaliado com o desempenho geral do grupo.
Por fim, existe uma ferramenta que possibilita que os membros opinem sobre a avaliação,
para que ela seja sempre melhorada. Essa ferramenta funciona como uma avaliação e aceita
sugestões específicas sobre a estrutura da avaliação, número de questões, número de
alternativas, periodicidade da aplicação, e também não específicas, inclusão de questões,
alterações no layout, enfim, todas as sugestões.
C) Lista de Verificação
Considerando a importância do ambiente de trabalho e sua preservação, criamos a lista de
verificação. Ela tem como objetivo avaliar o ambiente do PET ao longo dos dias e da semana,
sendo que a limpeza da sala é realizada semanalmente. Os membros a preenchem no final de
todo horário de permanência, sendo que dessa forma avaliamos o ambiente do PET do grupo
aproximadamente quatro vezes ao dia.
A lista de verificação é realizada via formulário online (google docs) e requisita que o petiano
avalie alguns itens do ambiente, como os computadores, a mesa, o chão, os itens da cozinha,
entre outros. As perguntas são na forma objetiva com quatro opções (ótimo, bom, regular e
ruim) e dessa forma o avaliador necessariamente precisa dar um feedback positivo ou
negativo no aspecto avaliado.
Os resultados são compilados e apresentados em reunião geral bimestralmente.
1614
D) Ferramentas utilizadas para a realização das avaliações
Possuímos duas ferramentas para a realização das avaliações. Algumas avaliações como a
apresentação de seminários e cursos são realizadas na forma de formulário físico impresso, o
mesmo que é entregue diretamente ao ministrante para que ele possa obter um feedback de
sua performance.
Outras avaliações como a avaliação contínua e a lista de verificação são realizadas através de
formulários online. Pois, dessa forma a compilação das mesmas é facilitada. Os dados são
compilados no excel e apresentados em reuniões ou mandados para os membros.
Resultados e discussão
A) Avaliação das Atividades
A partir dos resultados compilados, é possível sempre melhorar e adaptar os cursos e aulas
ministrados pelo grupo quanto as aulas, infraestrutura, material utilizado, etc.
Além disso, é importante para o desenvolvimento dos petianos avaliados (nas aulas e nos
seminários), pois eles podem ter uma perspectiva de como foi a atividade realizada e melhorar
nos quesitos avaliados.
B) Avaliação Contínua
Com o feedback da Avaliação, os membros conseguem se planejar para desenvolver pontos
específicos que foram não tão bem avaliados, para melhorar, e também os que foram muito
bem avaliados, para aprimorar. É notável esse planejamento de atividades em membros com
dificuldade em comunicação, por exemplo, buscando atividades como cursos para exercitar e
melhorar nessa questão.
Por ser a mesma avaliação para todos, uma mesma solução pode ser aplicada a diversos
membros para desenvolver uma determinada característica. Observa-se que, no geral,
membros mais antigos no grupo apresentam melhor desempenho na Avaliação. Esse fato se
dá justamente à experiência no grupo e a busca por desenvolver essas características. Além
disso, esses membros fazem uso dessa experiência para sugerir soluções para os mais novos.
Devido à constante evolução do grupo, foram adicionadas questões que buscam medir o
pensamento crítico do membro, para que esse desenvolva essa capacidade durante as
atividades e possa contribuir em discussões no grupo e também fora.
1615
C) Lista de Verificação
Com a compilação dos resultados é possível avaliarmos o estado da sala do PET durante o
bimestre, de forma que podemos agir para melhorá-la ou identificar problemas em nosso
ambiente.
D) Impacto no grupo e ações de melhorias
Com os resultados da avaliação contínua cada membro pode avaliar seu próprio
comportamento e direcionar esforços para competências que ele necessita desenvolver.
Devido à lista de verificação foi possível organizar melhor o ambiente interno do grupo
tornando o ambiente mais prazeroso para o trabalho.
Em relação às avaliações das atividade, podemos obter um feedback direto do público alvo
envolvido na realização da atividade. Dessa forma podemos adequar as atividades para
melhorá-la de modo que se adeque melhor aos nossos objetivos. Também é válido citar que os
ministrantes de cursos e aulas podem melhorar sua oratória e técnicas de falar em público de
acordo com as avaliações recebidas pelos participantes.
Conclusão
O grupo PET Engenharia Química faz uso de três principais métodos avaliativos. Todos estes
proporcionam de forma simples a identificação de falhas, seja na estrutura física do grupo, no
projeto e execução das atividades, ou ainda nos próprios membros. O PET EQ usa então
dessas ferramentas para aplicar correções em pontos específicos e necessários, melhorando
constantemente o grupo como um todo.
Referências
[1]
Métodos
Avaliativos.
Disponível
em :
<http://professorrobsonsilva.blogspot.com.br/2011/07/o-que-sao-metodos-avaliativos.htm>.
Acessado em : 04 de junho de 2014.
1616
Oficina de Protótipos
Autor(es)¹Augusto Luiz Bez Moro, Bruna Ventura Hoffmann, Diogo Rikio Miyazaki,
Guilherme Cordeiro Vogt, Marco Antônio Rios, Pedro Henrique Monteiro Batista, Ronny
Sérgio Ramos Milléo, Wendeurick E. Silverio;
Tutor² Alessandro Zimmer.
¹ ²Afiliações Universidade Federal do Paraná
Introdução
Nos primeiros anos do curso de Engenharia Elétrica, da Universidade Federal do
Paraná, observa-se que há mais disciplinas teóricas que práticas, por isso o projeto da
oficina de protótipos surgiu como uma ideia de aproximar os alunos para a parte mais
pratica do curso, sendo as disciplinas laboratoriais insuficientes para os alunos
aprenderem mais sobre eletrônica. O simples estudo teórico de circuitos elétricos não
demonstra aos alunos o funcionamento de um circuito real, com possíveis falhas e
imperfeições dos equipamentos.
Objetivos
A oficina tem como objetivo ensinar e aplicar conceitos de eletrônica que o aluno não possui
contato no decorrer do curso. Complementando a esse ensino, os alunos contam com aulas de
projeto de PCI (Placa de circuito impresso), usando o Software Cadsoft EAGLE, manufatura
de PCI empregando o método de transferência térmica e corrosão com percloreto de ferro e,
por fim, soldagem de componentes em PCI dos protótipos desenvolvidos pelos integrantes do
projeto, por exemplo acionamento de LED RGB, gerador de onda quadratica com frequência
ajustavel, contador junto com display de 7 segmentos e fonte de tensão de 12 volts e 5 volts.
Além de ensinar, as oficinas tem como objetivo secundário criar uma integração entre os
alunos, já que os participantes geralmente são de períodos e turnos diferentes do curso.
Metodologia
Para que os alunos participem das oficinas, o PET oferece um processo de inscrição utilizando
ferramentas online, fornecidas pela Google, que é divulgado no blog do PET, na lista de e1617
mails do curso e em cartazes espalhados pelo departamento. É preparado no decorrer da
semana todo o material que os alunos terão a disposição no dia da oficina, assim como a
reserva do laboratório. Usualmente, as oficinas acontecem aos sábados, devido a diversidade
de horários dos alunos do curso, assim abrangendo uma quantidade maior de alunos. Também
se agenda junto aos interessados possíveis datas e horários para acontecerem essas oficinas,
porém com um numero mais reduzido de participantes. Durante as oficinas, o autor do projeto
ensina todo funcionamento do protótipo e as instruções que os alunos devem seguir ao montar
o projeto. Outros responsáveis do projeto ficam encarregados de supervisionar e dar
assistência aos alunos, além de registrar via fotografias toda a oficina. Ao final da oficina, é
entregue uma ficha de avaliação, no qual os alunos respondem e avaliam itens como a
explicação da oficina, nível de dificuldade e o protótipo em si, além poderem sugerir novos
protótipos. Fechando a oficina, os responsáveis realizam uma reunião, onde discutem os
acontecimentos durante a semana, avaliando e corrigindo falhas que aconteceram durante este
período. Ao final dessa reunião é feita uma documentação de todos os itens discutidos, que é
aprovada, escaneada e arquivada, tanto em forma física quanto digital.
Resultados e discussão
Desde sua criação, o projeto passou por reformas na metodologia e conteúdo apresentado nas
oficinas, no qual foi avaliada pelos integrantes do grupo PET. Atualmente o projeto possui um
feedback bastante positivo, como por exemplo sugestões de ideias de protótipos, e uma
grande procura por parte dos alunos mais novos no curso. Muitos que participam das oficinas,
se interessam também por outros projetos do PET e pelo projeto em si. Além disso, alunos de
outros cursos, como por exemplo Física, já participaram das oficinas, assim como alunos do
ensino médio. Existe uma discussão se os novos protótipos necessitam ser mais elaborados,
usando conceitos de eletrônica e elétrica mais avançados, logo gerando a duvida se muitos dos
interessados vão realmente entender o projeto devido ao nível de dificuldade. Além disso os
integrantes do projeto foram divididos em funções, nas quais uns são responsáveis pela
logística da oficina e outros pelo conteúdo e protótipos.
Conclusão
O projeto cumpriu seu propósito de existência, porém temos de estabelecer novos objetivos,
como tentar fazer a oficina atingir outros cursos, como foi no caso de alguns alunos do curso
1618
de física, além de levar a oficina de protótipos para fora da universidade, passando a ser um
projeto de caráter de ensino e extensão.
Referências
1 http://peteletrica.blogspot.com.br/p/oficina-de-prototipos.html; acesso em 25 de julho
de 2014
2 Sedra, Adel S. e Smith, Kenneth C. Microeletrônica; Makron Books, 2000, 4ªed.
3 Malvino, A P. Eletrônica no Laboratório; Makron Books, SP.
1619

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