Engenharias - XIX Enapet
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Engenharias - XIX Enapet
ENGENHARIAS 1424 1425 ENGENHARIAS 308 UNIVERSITAR 2013 – O DESAFIO DA CIDADE LIMPA 309 JORNADA DE MINICURSOS – UMA DESAFIADORA METODOLOGIA DE ENSINO 310 311 312 AVALIAÇÃO DO PERFIL PROFISSIONAL DOS EGRESSOS DA ENGENHARIA AGRÍCOLA E ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) ESTUDO AB-INITIO DAS PROPRIEDADES ELETRÔNICAS E MAGNÉTICAS DE CRISTAIS COM ALTAS SIMETRIAS FORMADOS COM METAIS DE TRANSIÇÃO E TERRAS RARAS INSTALAÇÃO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA O ABASTECIMENTO DE UM TELECENTRO NA COMUNIDADE RIBEIRINHA DE MARAVILHA, EM JURUTI – PA. 313 314 315 A INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL NAS RELAÇÕES TUTORIAIS DE UM GRUPO PET MINICURSO DE NOÇÕES BÁSICAS DE ASPEN REVISÃO DO MOB COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO PET 1426 316 317 318 319 320 INVESTIGAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFÍCIOS PÚBLICOS : ESTUDO DE CASO DO CENTRO TECNOLÓGICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DESAFIO GENIAL TRANSTECH PANTANAL APROXIMAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL AO COTIDIANO DOS PETIANOS DO GRUPO PET CIVIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EXECUÇÃO DAS OBRAS NO CAMPUS A.C. SIMÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 321 UTILIZAÇÃO DE PLANILHAS EXCEL NA ENGENHARIA CIVIL 322 INTEGRAÇÃO DO GRUPO PET ENGENHARIA CIVIL /UFU COM OS ALUNOS DO CURSO E ENTRE SEUS MEMBROS 323 CONSTRUINDO UM AQUECEDOR SOLAR DE BAIXO CUSTO 324 CONHECIMENTOS EXTERNOS: REALIZAÇÃO DE PALESTRAS, MINICURSOS E VISITAS TÉCNICAS PARA OS ALUNOS DE GRADUAÇÃO 325 ECOPONTO NA ESCOLA: PRÁTICAS EDUCACIONAIS VOLTADAS A 1427 SUSTENTABILIDADE 326 IMPORTÂNCIA DA PURIFICAÇÃO DA ÁGUA NA COMUNIDADE INDIGENA XERENTE 327 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL DA UFPA 328 329 330 331 332 333 334 335 AS PRÁTICAS DE EXTENSÃO DO PET – ENG. SANITÁRIA E AMBIENTAL DA UFPA, E SUA IMPORTÂNCIA PARA A COMUNIDADE ACADÊMICA E SOCIEDADE. COLMATAÇÃO FÍSICA EM GEOTÊXTIL NÃO TECIDO UTILIZADO COMO FILTRO DE SOLO SILTOSO EM TRINCHEIRA DRENANTE SÍNTESE DE FERRITA MULTIFERRÓICA BIFEO3 PROJETO DE UMA DESCASCADORA DE NOZES CIÊNCIA A CAVALO: LEVANDO A UNIVERSIDADE PARA O INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL MINICURSOS OFICINA DE PROJETOS ESTUDOS INTEGRADOS NA BACIA EXPERIMENTAL DO RIO PIABANHA COM SUPORTE DA EDUCAÇÃO TUTORIAL- EIBEX: MODELAGEM HIDROLÓGICA E 1428 SENSORIAMENTO REMOTO 336 SISTEMA DIGITAL DESENVOLVIDO PELAS ARTESÃS DA VÁRZEA FORMOSA DE ITIÚBA, VISANDO GERIR SUAS INFORMAÇÕES DE PRODUÇÃO 337 338 339 APLICAÇÕES DE QUADRICÓPTERO PARA COMPLEMENTO DO ENSINO DE ENGENHARIA AVALIAÇÃO 360º RECICLA PET 340 PET-ELÉTRICA/UFMT COM A CEMAT NA COMUNIDADE 341 UMA NOVA ABORDAGEM NO PROCESSO SELETIVO DO PET ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCG: O ESTÁGIO 342 474 A INTEGRAÇÃO DISCENTE NO CONTEXTO DA MULTIDISCIPLINARIDADE DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL OFICINA DE PROTÓTIPOS 345 PROGRAMA DE ANÁLISE LINEAR E DIMENSIONAMENTO DE TRELIÇAS 347 PROCESSO DE PROJETO PARTICIPATIVO PARA O HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC: UMA ABORDAGEM DA HUMANIZAÇÃO EM AMBIENTES HOSPITALARES 1429 348 CURSO DE FORMAÇÃO EM PROPRIEDADE INTELECTUAL NA MODALIDADE ENSINO A DISTÂNCIA 349 ESTUDO DA CORRELAÇÃO EMPÍRICA ENTRE OS ENSAIOS DE DCP E CBR 350 MÉTODOS AVALIATIVOS 308 UNIVERSITAR 2013 – O DESAFIO DA CIDADE LIMPA 309 JORNADA DE MINICURSOS – UMA DESAFIADORA METODOLOGIA DE ENSINO 310 311 312 AVALIAÇÃO DO PERFIL PROFISSIONAL DOS EGRESSOS DA ENGENHARIA AGRÍCOLA E ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) ESTUDO AB-INITIO DAS PROPRIEDADES ELETRÔNICAS E MAGNÉTICAS DE CRISTAIS COM ALTAS SIMETRIAS FORMADOS COM METAIS DE TRANSIÇÃO E TERRAS RARAS INSTALAÇÃO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA O ABASTECIMENTO DE UM TELECENTRO NA COMUNIDADE RIBEIRINHA DE MARAVILHA, EM JURUTI – PA. 313 A INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL NAS RELAÇÕES TUTORIAIS DE UM GRUPO PET 1430 314 315 316 317 318 319 320 MINICURSO DE NOÇÕES BÁSICAS DE ASPEN REVISÃO DO MOB COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO PET INVESTIGAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFÍCIOS PÚBLICOS : ESTUDO DE CASO DO CENTRO TECNOLÓGICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DESAFIO GENIAL TRANSTECH PANTANAL APROXIMAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL AO COTIDIANO DOS PETIANOS DO GRUPO PET CIVIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EXECUÇÃO DAS OBRAS NO CAMPUS A.C. SIMÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 321 UTILIZAÇÃO DE PLANILHAS EXCEL NA ENGENHARIA CIVIL 322 INTEGRAÇÃO DO GRUPO PET ENGENHARIA CIVIL /UFU COM OS ALUNOS DO CURSO E ENTRE SEUS MEMBROS 323 CONSTRUINDO UM AQUECEDOR SOLAR DE BAIXO CUSTO 324 CONHECIMENTOS EXTERNOS: REALIZAÇÃO DE 1431 PALESTRAS, MINICURSOS E VISITAS TÉCNICAS PARA OS ALUNOS DE GRADUAÇÃO 325 ECOPONTO NA ESCOLA: PRÁTICAS EDUCACIONAIS VOLTADAS A SUSTENTABILIDADE 326 IMPORTÂNCIA DA PURIFICAÇÃO DA ÁGUA NA COMUNIDADE INDIGENA XERENTE 327 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL DA UFPA 328 329 330 331 332 333 334 AS PRÁTICAS DE EXTENSÃO DO PET – ENG. SANITÁRIA E AMBIENTAL DA UFPA, E SUA IMPORTÂNCIA PARA A COMUNIDADE ACADÊMICA E SOCIEDADE. COLMATAÇÃO FÍSICA EM GEOTÊXTIL NÃO TECIDO UTILIZADO COMO FILTRO DE SOLO SILTOSO EM TRINCHEIRA DRENANTE SÍNTESE DE FERRITA MULTIFERRÓICA BIFEO3 PROJETO DE UMA DESCASCADORA DE NOZES CIÊNCIA A CAVALO: LEVANDO A UNIVERSIDADE PARA O INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL MINICURSOS OFICINA DE PROJETOS 1432 335 336 ESTUDOS INTEGRADOS NA BACIA EXPERIMENTAL DO RIO PIABANHA COM SUPORTE DA EDUCAÇÃO TUTORIAL- EIBEX: MODELAGEM HIDROLÓGICA E SENSORIAMENTO REMOTO SISTEMA DIGITAL DESENVOLVIDO PELAS ARTESÃS DA VÁRZEA FORMOSA DE ITIÚBA, VISANDO GERIR SUAS INFORMAÇÕES DE PRODUÇÃO 337 338 339 APLICAÇÕES DE QUADRICÓPTERO PARA COMPLEMENTO DO ENSINO DE ENGENHARIA AVALIAÇÃO 360º RECICLA PET 340 PET-ELÉTRICA/UFMT COM A CEMAT NA COMUNIDADE 341 UMA NOVA ABORDAGEM NO PROCESSO SELETIVO DO PET ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCG: O ESTÁGIO 342 343 344 A INTEGRAÇÃO DISCENTE NO CONTEXTO DA MULTIDISCIPLINARIDADE DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL OFICINA DE PROTÓTIPOS O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL NO DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE ENTRE ENGENHARIA E ENSINO MÉDIO 1433 345 346 347 PROGRAMA DE ANÁLISE LINEAR E DIMENSIONAMENTO DE TRELIÇAS PROJETO DE APOIO À FORMAÇÃO DO ESTUDANTE TÉCNICO E PROFISSIONAL DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE – PAFET PROCESSO DE PROJETO PARTICIPATIVO PARA O HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC: UMA ABORDAGEM DA HUMANIZAÇÃO EM AMBIENTES HOSPITALARES 348 CURSO DE FORMAÇÃO EM PROPRIEDADE INTELECTUAL NA MODALIDADE ENSINO A DISTÂNCIA 349 ESTUDO DA CORRELAÇÃO EMPÍRICA ENTRE OS ENSAIOS DE DCP E CBR 350 MÉTODOS AVALIATIVOS 1434 UNIVERSITAR 2013 – O DESAFIO DA CIDADE LIMPA Ariádne de Oliveira Ramos¹, Bárbara Righi Cenci¹, Daniel Monteiro da Silva¹, Fernanda Martins de Brum¹, Fernanda Neisse Sudbrack¹, Gabriel Martins Franco¹, Giovani Carlos Sehaber¹, Júlio César Grings¹, Laura Ferreira¹, Maria Clara Ferreira Almeida¹, Otávio Schmengler¹, Samuel Hunsche¹, Vinícius Martins Xavier¹, Guilherme de Souza Oliveira¹, Eleonora Fripp Lazzari¹, Richard Siqueira da Rosa¹; Alexandre Campos². Introdução O Universitar trata-se de um desafio proposto pelos alunos do PET, onde os estudantes de graduação de Santa Maria devem demonstrar a capacidade de trabalho em equipe, senso crítico para resolução de problemas, criatividade, visão global, como também desenvolvimento de habilidades de trabalho em equipe, atuando em diversas áreas do conhecimento por meio de um debate multidisciplinar e de ações estratégicas, com o objetivo primordial de propor soluções para os problemas apresentados. Até o momento foram realizadas seis edições do evento, sendo a primeira no ano de 2008. Os temas centrais do evento abordam problemas identificados na cidade de Santa Maria, buscando intervir nestes por meio de tarefas praticas. A primeira edição teve como tema “O Desafio Energético”, seguida por “O Desafio Populacional”, “O Desafio da Qualidade de Vida”, “O Desafio da Mobilidade Urbana”, O Desafio da Cidadania” e, a mais recente edição, “O Desafio da Cidade Limpa”.. Destas edições, cerca de 233 acadêmicos, estiveram envolvidos diretamente, como integrantes de equipes inscritas no projeto. A sexta edição do Universitar consolidou o caráter extensionista da atividade fazendo com que os grupos participantes da competição interagissem com a comunidade local. Objetivos Esta é uma atividade que une alguns dos principais objetivos do grupo PET, como, promover a multidisciplinaridade, desenvolver a pró-atividade, criar discussões sobre problemas sociais, fomentar a interdisciplinaridade entre os cursos e universidades de Santa Maria, incentivar um maior envolvimento e preocupação dos universitários com a problemática social, estimulando os participantes a serem cidadãos críticos e mostrar ao publico participante a filosofia da educação tutorial. 1435 Além de estar de acordo com a Concepção Filosófica do PET: “Um grupo tutorial se caracteriza pela presença de um tutor com a missão de estimular a aprendizagem ativa dos seus membros, por meio de vivência, reflexões e discussões, em clima de informalidade e cooperação. O método tutorial permite o desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas e pensamento crítico entre os bolsistas, em contraste com o ensino centrado principalmente na memorização passiva de fatos e informações, e oportuniza aos estudantes a se tornarem cada vez mais independentes em relação à administração de suas necessidades de aprendizagem.” [01] Esta atividade capacitou a de reunião de vários dos grupos PET de Santa Maria em um objetivo só, desenvolvendo aspectos de organização, trabalho em equipe, liderança. Além disto o trabalho dos grupos PET teve uma maior visibilidade para além das fronteiras da Universidade. Metodologia O projeto busca iterar os estudantes da graduação dentro de uma temática social, desafiandoos através da resolução de Tarefas-Problema, num formato de uma grande gincana, onde o grande desafio é a resolução de uma problemática da cidade onde estamos inseridos. As tarefas-problema apresentadas procuraram envolver a comunidade e as equipes de estudantes de graduação dentro de um objetivo maior: O desafio de uma Cidade Limpa. Desta forma, o Universitar, dentro do âmbito da extensão universitária, procura integrar o ambiente universitário junto com problemas passíveis de solução dentro da cidade. Esta troca de experiências e participação na comunidade local explicita o fortalecimento do caráter extensionista do projeto Universitar. A próxima edição buscará manter esse caráter e, se possível, ampliar os impactos das tarefas e relações entre as equipes e a comunidade. Resultados e discussão A organização do Universitar teve atividades como elaborar as tarefas-problema do evento, envolvendo diversas áreas do conhecimento, criar o material gráfico e mídia digital, preparar estratégias de divulgação do evento, organizar eventos de abertura, atividades de integração, encerramento, conseguir patrocínios para premiação, material gráfico, evento de encerramento, como também compilar e avaliar as tarefas-problema de todas as equipes. Os resultados quantitativos do Universitar 2013 foram: dezoito equipes inscritas, oitenta estudantes dentre as equipes de participantes da graduação, vinte e cinco alunos do PET na 1436 organização, cinco tarefas-problema, duas atividades de integração, uma mesa redonda, um professor orientador: Alexandre Campos e cinco colaboradores: Geraldo Servi, Secretário de Meio Ambiente; Fernanda Chagas, Secretaria de Meio Ambiente; Antonio Carlos de Lemos, Secretaria de Meio Ambiente, Camila Boelter, Revita Engenharia e Ariel Vargas Schmidt, Revita Engenharia. A sexta edição do Universitar foi patrocinada pelas seguintes empresas: Study English (R$ 500,00), Banco Bradesco (R$ 1.500,00), Cruzada A.A. (R$ 100,00), Ideal Imóveis (R$ 150,00), KeepFit Academia (R$ 100,00), SM Outdoor (disponibilização de pontos de outdoors na cidade de Santa Maria), C&A Consultoria em Comunicação e Turismo (R$ 100,00), Click Formaturas (R$ 100,00) e Centro de Tecnologia da UFSM (R$ 4.000,00). Além disso, o projeto contou com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e dos seguintes centros da Universidade Federal de Santa Maria: Centro de Tecnologia, Centro de Ciências Rurais, Centro de Ciências Naturais e Exatas e Centro de Ciências da Saúde. Os valores arrecadados foram utilizados para a impressão dos outdoors e peças gráficas para divulgação, compra de domínio para site do evento, coffee-breaks em atividades presenciais e mesa redonda e premiações. O projeto foi dividido da resolução de cinco Tarefas-Problema, duas atividades de integração e uma mesa redonda. A tarefa problema 0, consistiu na criação e manutenção de uma página no site de relacionamentos Facebook e canal no site YouTube para divulgação das atividades desenvolvidas pela equipe. Esta tarefa resultou no conteúdo gerado sobre as atividades realizadas, e sobre o tema da limpeza urbana com foco na conscientização dos usuários ou visitantes da página; A tarefa problema 1, tratou da adoção de uma área específica da cidade para o monitoramento e desenvolvimento de ações junto à comunidade visando à melhora do espaço e a conscientização ambiental. Obteve-se a melhora de diversas quadras da cidade com a implantação de lixeiras, placas de conscientização, limpeza de passeio públicos, conversa com moradores e pedestres, etc. Na tarefa problema 2 propomos as equipes o contato com um catador, ou associação de catadores, para acompanhamento de um dia de trabalho buscando identificar as dificuldades enfrentadas. Conseguiu-se uma maior visualização de diversos problemas da cidade menos debatidos, bem como propostas de melhoria, como também a divulgação do material produzido para a comunidade em geral e órgãos públicos. 1437 Na tarefa problema 3 desafiou-se as equipes a limpar espaços públicos em conjunto com a comunidade. [02] A execução desta tarefa resultou na limpeza de 3 lugares diferentes: Parque Itaimbé, Estrada do Perau e Espaço Público no Km3; A tarefa problema 4 consistiu na elaboração de um documento expondo o que foi realizado no evento Universitar 2013 e apontando possíveis maneiras de contornar os problemas identificadas. Ainda, houve a realização de uma mesa-redonda com o objetivo de integrar equipes, trocar experiências e discutir possíveis soluções aos problemas de Santa Maria na direção de uma cidade limpa.Resultou na entrega de um documento compilando os materiais produzidos pelas equipes ao Poder Público – Secretaria de Meio Ambiente - e Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria. Além da mesa redonda (parte da Tarefa-Problema 04), houve outras duas atividades presenciais, na abertura e encerramento do evento. A abertura do evento deu-se pela integração das equipes em um debate com a participação de representantes da Revita Engenharia e lançamento da primeira tarefa problema. A atividade de encerramento foi realizada no Bar do Pingo, onde ocorreu a premiação das equipes melhores colocadas (1º lugar – R$ 3000,00 e 2º - R$ 1000,00), além da integração entre as equipes. Como é possível perceber pela descrição das tarefas-problema apresentadas aos participantes, Houve uma forte interação e contato entre os acadêmicos das diferentes universidades de Santa Maria e os cidadãos (profissionais, comunidades e escolas) locais. Essa troca de experiências e participação na comunidade local explicita o fortalecimento do caráter extensionista do projeto Universitar. Na organização das tarefas problemas, como na avaliação existiu a interação com profissionais da área afim, onde foram feitas inúmeras rodas de conversa, visitas para entendermos bem os problemas, dos quais estávamos propondo soluções. Para avaliação das tarefas em um contexto geral, eram analisados quesitos como: coerência com a tarefa proposta, elementos inovadores e também viabilidade e perpetuabilidade na solução da mesma. A equipe vencedora da sexta edição do Universitar, ECOSM, foi composta por 06 acadêmicos: 03 do curso de Engenharia Elétrica, 01 acadêmica do curso de Administração, 01 acadêmica do curso de Engenharia Florestal e 01 acadêmico do curso de Engenharia Civil, todos da UFSM. A premiação consistiu 3 mil reais em espécie. O segundo lugar, que consistiu em 1 mil reais em espécie, foi conquistado pela equipe Monstros S.A., composta por 06 acadêmicos, também da UFSM: 05 acadêmicos do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental e 01 acadêmico da Engenharia Civil. 1438 Todos os participantes que permaneceram até o final da competição receberam certificação da atividade (em 60h). Conclusão A organização do Universitar avalia positivamente os resultados citados, ressaltando o desenvolvimento de diversas habilidades para os petianos em atividades como: organização, planejamento e gerenciamento de eventos, contatos com empresas locais e público em geral, divulgação de eventos, elaboração de peças gráficas, criação e manutenção de sites utilizando gerenciadores de conteúdos, liderança de equipes, trabalho em grupo, organização de reuniões.Desenvolveu-se uma grande noção de trabalho em equipe, despertando um senso crítico e entendimento de habilidades e capacidades que temos de realmente mudar para melhor o meio onde estamos inseridos e melhor que isso, contagiar outros alunos e a comunidade da percepção da existência destas habilidades neles também. Para os participantes, o Universitar proporcionou experiências de trabalho em grupo, análise de problemas multidisciplinares, o aprendizado a partir de tarefas, criatividade, comunicação e expressão de ideias, além da forte interação e vivência dos problemas que envolvem a qualidade de vida da comunidade local. Em reflexo disso, são inúmeras as contribuições para a cidade, verificadas tanto pelas ações já concretizadas, limpeza de espaços públicos, implantação de novas lixeiras e placas, bem com pelos avanços na conscientização ambiental dos alunos participantes e da comunidade atingida. Dessa forma, ressalta-se a intenção de continuar promovendo futuras edições do Universitar, buscando sempre melhorar e aperfeiçoar o modo com que a competição é desenvolvida. Referências [01] Manual de Orientações Básicas PET; [02] NORGAARD, Richard B. A ciência ambiental como processo social. Tradução por John Cunha Comerford.Textos para Debate, Rio de Janeiro: AS-PTA - Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, n. 35, maio, 1991. 1439 JORNADA DE MINICURSOS – UMA DESAFIADORA METODOLOGIA DE ENSINO Eleonora Fripp Lazzari¹, Ariádne de Oliveira Ramos¹, Bárbara Righi Cenci¹, Daniel Monteiro da Silva¹, Fernanda Martins de Brum¹, Fernanda Neisse Sudbrack¹, Gabriel Martins Franco¹, Giovani Carlos Sehaber¹, Júlio César Grings¹, Laura Ferreira¹, Maria Clara Ferreira Almeida¹, Otávio Schmengler¹, Samuel Hunsche¹, Vinícius Martins Xavier¹, Guilherme de Souza Oliveira¹, Richard Siqueira da Rosa¹; Alexandre Campos². ¹ Aluno PET, ² Tutor PET Introdução Tendo em vista a importância de atividades complementares à graduação, agregadas a fuga do ambiente técnico como forma de proporcionar a vivência no meio acadêmico, o Programa de Educação Tutorial – Engenharia Elétrica criou a Jornada de Minicursos para Engenharia, realizada, primeiramente, no segundo semestre de 2011, 2012 e 2013, e que nesse ano se encontra na sua quarta edição. As atividades desenvolvidas durante a Jornada foram ministradas por alunos do curso que tiveram as atividades de pesquisa desenvolvidas como incentivo na elaboração de minicursos, proposta da jornada. O evento tem como público alvo os alunos de graduação e pós-graduação do curso de Engenharia da Universidade Federal de Santa Maria, havendo duas modalidades de participação: ministrante, referente aos alunos que coordenam os minicursos e ouvinte, referente àqueles que apenas assistem a atividade. A primeira edição ocorreu entre os dias 26 a 29 de setembro e 03 a 06 de outubro, sendo que cada minicurso teve duração de 6 horas divididas em dois dias de 3 horas. Para a segunda edição os minicursos tiveram de 6 a 9 horas, divididas em dois ou três dias de 3 horas, e foi realizada entre os dias 19 de novembro a 11 de dezembro, e contou ainda com um evento de encerramento e confraternização no dia 13 de dezembro. Na terceira edição, as semanas finais de novembro se destinaram para a realização das atividades com um evento de encerramento e confraternização. Objetivos O desenvolvimento de técnicas e hábitos de estudo e aperfeiçoando áreas em deficiência tem 1440 bastante importância no crescimento do graduando. Sendo assim, esse projeto incentiva a pesquisa acerca de temas diversos de interesse pessoal e possibilita a prática pedagógica. Essa atividade motiva o envolvimento dos alunos da graduação em atividades de ensino, proporciona a integração entre os acadêmicos dentro da Engenharia Elétrica e também das demais Engenharias, aproxima e estimula a multidisciplinaridade entre os Grupos de Pesquisa da Universidade e promove aos alunos uma formação homogênea. Além disso, estando de acordo com a Concepção Filosófica do PET, um grupo tutorial se caracteriza pela presença de um tutor com o dever de estimular a aprendizagem dos seus membros, por meio de vivência, reflexões e discussões, valendo-se de informalidade e cooperação. O método tutorial permite o desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas e pensamento crítico entre os bolsistas, em contraste com o ensino centrado principalmente na memorização passiva de fatos e informações, e oportuniza aos estudantes a se tornarem cada vez mais independentes em relação à administração de suas necessidades de aprendizagem. [01] Metodologia Ao ingressar à vida acadêmica estudantes devem ser apresentados às novas ferramentas complementativas de seus estudos cuja finalidade é dar valoração pessoal e reconhecimento a partir de atividades de cunho científico. [02] Atividades deste perfil retiram o acadêmico da sua zona de conforto, desafiando-o a explorar uma metodologia nova de ensino, de discente ensinando para discente. Essa forma de ensino desenvolve o despertar de capacidades e habilidades que fatalmente ficam ocultas, pelo fato da Engenharia ser uma área predominantemente técnica. A III Jornada de Minicursos exigia equipamentos indispensáveis para alcançar o sucesso nos objetivos demarcados, que consiste em trocas de conhecimento de forma dinâmica e aproveitamento máximo do minicurso. Os equipamentos consistem em quadros, Datashow, ar-condicionado para o bem-estar de todos e salas de aula que atendam ao número de inscritos, bem como laboratórios equipados para as aulas práticas ministradas. A escolha de áreas de interesse, na primeira edição, foi realizada através de questionários aplicados a alunos e professores. Relacionado à divulgação do evento, já se tratando da terceira edição, foram publicadas notícias nos ambientes virtuais do Grupo PET-EE e da UFSM, assim como cartazes fixados nos murais do Centro de Tecnologia e NUPEDEE. As inscrições estavam disponíveis em formato de fichas na sala do PET-EE e também no ambiente virtual do Grupo. As diferentes categorias de participação – ministrante, ouvinte e organizador - , foram 1441 certificadas de modo diferenciado quanto à carga horária. O questionário de avaliação é uma ferramenta bastante interessante e importante a fim de contribuir com melhorias nos minicursos, e esse processo é realizado pelos ouvintes e também por dois responsáveis do Gupo PET-EE ao final de cada atividade. Com essa avaliação cada minicurso recebeu uma nota e os dois melhores foram premiados no evento de encerramento. Resultados e discussão A literatura recente indica que o caminho para o sucesso passa muito por essas novas práticas de ensino-aprendizagem com estratégias diversificadas e diferentes modelos de acesso ao conhecimento, como por exemplo as aulas ministradas e ouvintes aprendizes, onde coabitam ambientes formais e informais de ensino e aprendizagem. [03] Valendo-se de uma comparação entre as três edições da Jornada é possível afirmar o crescimento obtido em vários quesitos, como o número de minicursos ofertados, suas divergentes áreas de interesse e o número de participantes. Os minicursos ofertados na III Jornada de Minicursos foram os seguintes: Acionamentos Elétricos; Análise e Simulação de Circuitos Elétricos nos Softwares MATLAB e PSIM; AutoCAD Básico: A Computação Gráfica Em Projetos 2D; Conhecendo o Diodo Emissor de Luz, LED; Criação de Interfaces Gráficas com o MATLAB; Desenvolvimento de Aplicativos Android; Desenvolvimento de Projetos de Automação através de Plataforma Arduino; Ftool; Fundamentos de Curto-Circuito; Instalações Elétricas; Introdução a Geração de Energia através de Fontes Alternativas; LaTex I; Método de Elementos Finitos e suas Aplicações na Área de Engenharia Elétrica; Esse projeto tornou-se um excelente espaço de exposição de atividades de pesquisa realizadas na UFSM visando a promoção de eventos diferenciados dentro do curso. Como resultados esperados é importante destacar a aproximação dos graduandos da Engenharia, o aperfeiçoamento de habilidades como oratória, trabalho em grupo e capacidade de organização, exposição das atividades de pesquisa desenvolvida pelos alunos e também a oportunidade de aprendizado de novos conhecimentos pela troca de experiências entre os alunos. Conclusão O projeto foi efetivo na aproximação dos alunos bem como na motivação para a troca de conhecimentos. Os resultados obtidos foram bastante satisfatórios e as avaliações foram positivas por todas as modalidades de participação. Com esse projeto promissor pode-se 1442 reafirmar a importância da autonomia, responsabilidade e ativismo frente à formação acadêmica no âmbito de complementar a graduação como um todo. Por esse e demais motivos já citados anteriormente, acredita-se que esta metodologia de ensino, onde não existe distinção em patamar, de quem ensina para quem recebe o conhecimento, é uma forma desafiadora de ensino, pois instiga os alunos, principalmente aos ministrantes, a desenvolverse e inovarem em uma posição que não é a sua diariamente. Não inovar, é como estagnar e se tornar obsoleto. Com a atividade alcançaram-se ampla participação da comunidade acadêmica dos cursos de graduação do Centro de Tecnologia, assim como de alguns professores e alunos de outros Centros, interação entre a comunidade acadêmica, aumentando a proximidade com o Grupo PET-EE, elevado número de avaliações positivas assim como sugestões para melhoras os cursos, aperfeiçoamento de habilidades e maior visibilidade do grupo PET pela graduação. Para as próximas edições espera-se que continue obtendo ampliação do número de trabalhos inscritos bem como de ouvintes e temas abordados. Os recursos conseguidos pelos patrocínios possibilitarão potencializar o projeto, permitindo a compra de materiais para os minicursos, premiações para participantes e também ampliação do evento de encerramento. Referências [01] Manual de Orientações Básicas PET http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12228:programad eeducacao-tutorial-pet&catid=232:pet-programa-de-educacao-tutorial&Itemid=480 [02] OLIVEIRA, F.A. INFLUÊNCIA DE MINI-CURSOS NA FORMAÇÃO ACADÊMICA DOS ESTUDANTES DE ENGENHARIA AMBIENTAL NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS; [03] Ferreira M.; Determinantes do Rendimento Acadêmico no Ensino Superior. Instituto Superior de Educação e Ciências - Mestre e Doutor em Psicologia; Universidade De Coimbra. In: Revista Internacional d´Humanitats - Universidade Autônoma de Barcelona; 2009. 1443 Avaliação do perfil profissional dos egressos da Engenharia Agrícola e Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Karine Rabelo de Oliveira1; Jaqueline Aparecida Ferreira1 ; Marcus Vinícius de Assis Silva1 ; Mariana Cecilia Melo1; Marlon Gomes Dias1 ; Alisson Carraro Borges2; 1 Bolsistas PET Engenharia Agrícola e Ambiental - Universidade Federal de Viçosa 2 Tutor PET Engenharia Agrícola e Ambiental - Universidade Federal de Viçosa INTRODUÇÃO Com a modernização da agricultura e a intensificação dos impactos ambientais decorrentes, a questão ambiental passou a ser discutida fortemente nos cursos de Ciências Agrárias. Com base nisso, no ano 2000, a Universidade Federal de Viçosa transformou seu curso de Engenharia Agrícola (EA), oferecido desde 1975, em Engenharia Agrícola e Ambiental (EAA). Essa decisão teve suporte na percepção clara da necessidade urgente de formação de um profissional capacitado, no âmbito das Ciências Agrárias, para atuar com tecnologias modernas de produção agrícola num contexto de sustentabilidade ambiental, com ênfase na preservação dos recursos naturais e na destinação apropriada de resíduos gerados. A mudança resultou em atuação destacada no campo profissional relativa ao uso de métodos de engenharia para possibilitar o controle da poluição ambiental, de acordo com a atribuição profissional conferida pelo CONFEA ao Engenheiro Agrícola, na Resolução nº 256 de 27/05/1978 (CONFEA, 1978; PPC, 2014). O contato com os egressos dos cursos é prática comum nos Estados Unidos. Tal interação pode, inclusive, funcionar como dimensão para avaliação institucional (Meira, 2009; Brandalise, 2012). No âmbito do Programa de Educação Tutorial (PET), cita-se o trabalho realizado por Prado Filho et al. (2012), que fizeram levantamento de egressos (petianos e não petianos) da Universidade Federal de Ouro Preto. O grupo PET ligado ao curso de graduação Engenharia Agrícola e Ambiental da UFV (PET EAA) viu a necessidade de avaliar a situação, experiências e colocação no mercado dos profissionais da área em questão formados pela Instituição. No presente trabalho buscou-se traçar um perfil do profissional que está se colocando no mercado, por meio de análises das áreas de atuação e das experiências profissionais, buscando também avaliar os diferenciais e 1444 deficiências da graduação oferecida pela UFV e as dificuldades profissionais encontradas pelo egresso. OBJETIVOS Avaliar o perfil do profissional e a inserção dos egressos da Engenharia Agrícola e Engenharia Agrícola e Ambiental da UFV no mercado de trabalho, por meio da análise das áreas de atuação, cargo que exerce e tipo de empresa em que se encontra. Além disso, buscouse com o estudo conhecer os diferenciais e deficiências da graduação oferecida. MATERIAIS E MÉTODOS Para que a pesquisa fosse viabilizada, foi necessária, em um primeiro momento, a busca por meios de contato com os egressos do curso de Engenharia Agrícola e Engenharia Agrícola e Ambiental da UFV. O Departamento de Engenharia Agrícola (DEA) possuía apenas o cadastro atualizado dos alunos com matrículas ativas, logo, do total de 735 egressos até setembro de 2013 tinha-se em contato apenas uma pequena parte deles. Diante disso, iniciouse a busca pelo contato dos demais egressos via associação de ex-alunos, setor de registro escolar, por sites de relacionamentos e comunidades virtuais. Ao final desta primeira etapa, foi possível adquirir o endereço eletrônico de 320 egressos. Paralelamente à busca de contatos, elaborou-se o formulário eletrônico que foi enviado a cada ex-aluno. As questões foram subdividas por grupos: informações básicas (tipo nome e data de egresso); informações profissionais (contemplando questões sobre o tipo de empresa em que trabalha, o cargo ocupado, a faixa salarial atual, situação profissional logo após a graduação); questões voltadas para o tempo de ingresso no mercado de trabalho, razões pela qual optou pela pós-graduação e a área de atuação profissional e exercício profissional (oportunidades no mercado de engenharia agrícola e ambiental, opinião sobre a formação). Este instrumento foi alocado em uma página da internet específica para formulários de pesquisa, do qual foi gerado um link de acesso para resposta. A opção por esta página foi devido a posterior facilidade de manipulação dos dados, já que esta gera uma planilha única, contendo todas as respostas de cada formulário que futuramente será usada para montar um banco de dados. Com o questionário formulado e com os contatos atualizados, foi possível realizar o envio eletrônico do link de acesso ao formulário através de uma conta própria para a pesquisa. Os formulários foram respondidos no período de Maio de 2013 a Abril de 2014. 1445 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Foi possível obter uma amostra representativa de respostas dos egressos, 191 dos 320 em contato, contemplando cerca de 60% da população amostral, os quais se formaram entre 1964 e 2013 pela UFV. INFORMAÇÕES PROFISSIONAIS Nessa seção de questões, buscou-se avaliar o profissional com relação às questões do trabalho. Dentre os egressos que responderam as questões, foi observado que uma maioria não representativa (29,7%) trabalha em empresas privadas. Em seguida, destacam-se os empregados em universidades/institutos (24%), seguidos das empresas públicas (19,3%), autônomos (4,2%) e empresas próprias (4,2%). Esse último número revela que, alguns profissionais formados com capacidade empreendedora, observando as diversidades e oportunidades de mercado, vêm se consolidando em áreas bastante específicas no campo. O restante (18%) está envolvido em uma lista diversificada de atividades na área agrícola, ambiental e na pesquisa acadêmica. Com relação aos cargos ocupados, destacam-se as funções de professor (19,8%), bolsista de pós-graduação (18,8%), engenheiro pleno (9,9%), coordenador (9,9%) e consultor (5,7%). Em menor expressão os engenheiros juniores, engenheiros seniores, analistas e outros, variam entre 0,5% a 4,7%. A grande maioria dos egressos (aproximadamente 64%) recebe um salário maior que o piso salarial da categoria, de aproximadamente R$4.100,00. As maiores faixas salariais são proporcionais a maior tempo de formação, esses egressos em geral trabalham em empresas privadas de áreas diversas e também em empresas públicas nas áreas de ensino e engenharia. SITUAÇÃO PROFISSIONAL LOGO APÓS A GRADUAÇÃO Após terminada a graduação, 39,1% dos egressos se inseriram no mercado de trabalho, sendo que 29,7% ingressaram com menos de seis meses e apenas 1% demorou mais de dois anos para exercer a profissão. Dentre as atividades após a graduação, tem-se que 60,9% ingressaram imediatamente na pós-graduação (especialização e mestrado). Desses, 33,8% buscaram a pós-graduação por iniciativas próprias, como complemento à formação, 22,9% buscaram da capacitação para atuação na área acadêmico-universitária, enquanto 16,1%, pelas dificuldades encontradas no mercado e 7,8% por exigência do mercado. Cerca de 18% dos egressos que já fizeram e fazem pós-graduação estão trabalhando na área acadêmica e 41,4% 1446 optaram pelo mercado de trabalho. Quanto aos que não seguiram a pós-graduação, 93,3% conseguiram se estabelecer em alguma das áreas do curso contra outros 6,7% que seguiram outras áreas profissionais após a graduação. Com relação à área técnica de atuação deste profissional, diferentes modalidades foram enumeradas pelos egressos, resultados que mostram a multidisciplinaridade e a variedade dos campos de atuação deste profissional, devido à concepção da grade curricular e à boa diversidade de disciplinas eletivas oferecidas no curso. Além disso, vale lembrar que os diversos programas internos de incentivos às pesquisas (iniciação científica), programas de extensão, monitorias de disciplinas, mobilidade acadêmica internacional e grupos tutoriais de orientação acadêmica (PET) complementam a formação dos alunos. EXERCÍCIO PROFISSIONAL Nesse grupo de perguntas, buscou-se avaliar questões de opinião com relação à profissão no mercado, reconhecimento da UFV no mercado e a formação recebida pela mesma. Com relação ao reconhecimento dessa instituição pelo mercado de trabalho, os egressos avaliaram que 57% do reconhecimento é excelente, 33% muito bom, 6,8% bom, 1% regular e 0,52% ruim. Ao serem perguntados em relação às oportunidades no mercado de trabalho em Engenharia Agrícola e Ambiental, 29,2% acreditam que esse engenheiro é pouco reconhecido e perde oportunidades devido ao sistema CREA/CONFEA, uma explicação para tal fato é a concorrência com outros cursos que possuem atribuições equivalentes com a EAA, 28,6% acreditam que o mercado absorve o bom profissional independente das condições, 32,3% acreditam que o mercado de trabalho está em expansão, o que pode ser explicada pela crescente preocupação coma as questões ambientais, pelo aumento da demanda de alimentos, pela necessidade de técnicas sustentáveis no setor agrícola, visto que o curso possui grande competência nas áreas de construções e tratamento de resíduos agroindústrias e 6,25% não souberam responder. Com relação à formação recebida, 45% acreditam ter recebido teoria e prática de maneira suficiente, enquanto 30% julgam que a parte prática foi insuficiente para o aprendizado. Quanto a isso o grupo PET tem buscado em seu pouco tempo de atuação suprir essa deficiência promovendo, minicursos, oficinas e visitas técnicas. Apenas 1% julga que o curso não supriu de maneira eficiente ambos quesitos, enquanto 16% julgaram que deveriam ter se dedicado mais durante a vida acadêmica. 1447 CONCLUSÕES Neste primeiro levantamento foi possível verificar que a formação multidisciplinar do engenheiro agrícola e ambiental da UFV se reflete na variedade dos campos de atuação dos egressos, visto que foram listadas diferentes atividades e áreas onde trabalham. A maioria dos entrevistados trabalham em empresas privadas como, por exemplo, coordenador de área engenheiro pleno e em universidades como professores. Além disso, observou-se segundo os egressos, que o mercado de trabalho para esse engenheiro está em expansão devido a sua capacidade de desenvolver técnicas e habilidades, que por sua vez, auxiliam no aumento da produtividade agrícola interligada diretamente com a preocupação ambiental. A pesquisa mostra também que os egressos têm conseguido se estabelecer na área, ingressando-se no mercado de trabalho em um período de tempo considerado relativamente baixo, mesmo com o pouco reconhecimento do engenheiro agrícola e ambiental no mercado. Pode-se concluir ainda que a UFV tem formado bons profissionais, que em sua grande maioria analisou a formação recebida como satisfatória. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brandalise, M. A. T. Avaliação dos cursos de graduação na perspectiva dos egressos: um indicador de avaliação institucional. IX ANPED Sul. Anais... 2012. Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), RESOLUÇÃO Nº 256, DE 27 DE MAIO DE 1978. Disponível em: http://normativos.confea.org.br/ downloads/0256-78.pdf. Acessado no dia 24 de maio de 2014. Meira, M. D. D.; Kurcgant, P. Avaliação de cursos de graduação segundo egressos. Rev. Esc. Enf. USP, 2009, 43, 481-5. Prado Filho, J. F. ET al. – Inserção do Engenheiro Ambiental da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) no mercado de trabalho. XV SILUBESA. Anais... 2012. Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Engenharia Agrícola e Ambiental na Universidade Federal de Viçosa-UFV, Aprovado na última reunião do Conselho Técnico de Graduação da UFV no dia 28 de maio 2014. 1448 Estudo ab-initio das Propriedades Eletrônicas e Magnéticas de Cristais com Altas Simetrias Formados com Metais de Transição e Terras Raras Sérgio Antônio de Sousa Farias¹; Ilka Emanuelle Dutra, José Silvan Batista Mota Junior, Emanuelle Silva Gomes, Paula Francinete de Lima da Silva ²; Ana Carolina Rios Coelho 3. ¹ Docente da Universidade Federal do Oeste do Pará ² Discentes da Universidade Federal do Oeste do Pará 3 Tutora do Programa de Educação Tutorial Bacharelado Interdisciplinar em Tecnologia da Informação e docente da Universidade Federal do Oeste do Pará Introdução Uma linha de pesquisa que vem despertando o interesse na comunidade da física da matéria condensada é a investigação de sistemas de muitos corpos interagentes. A mecânica quântica se propõe a descrever esses sistemas através da equação de Schroedinger ou de Dirac, a depender do tratamento dos efeitos relativísticos. Entretanto, não é possível encontrar soluções analíticas em qualquer caso que envolva o número de corpos maiores que dois. Neste sentido, a abordagem ab-initio tem por objetivos descrever sistemas de muitos corpos utilizando métodos computacionais. Esta abordagem não está caracterizada pela ausência de aproximação, mas pelo fato de não serem usados parâmetros físicos ajustáveis. O presente projeto investiga propriedades físicas de diversos materiais utilizando a simulação computacional, a saber: estruturas cristalinas com altas simetrias formadas com metais de transição e com terras raras, é restrito à abordagem de ab-inito e utiliza a Teoria Funcional da Densidade (DFT) [2]. A DFT é uma teoria que transforma o problema de muitos corpos em um problema de um único corpo que se move num potencial efetivo e utiliza a densidade eletrônica como variável fundamental [1,2]. Atualmente, os métodos computacionais baseados na DFT são capazes de tratar sistemas e efeitos físicos bem complexos, como, cristais com defeitos, transições óticas, correlações eletrônicas, entre outros [3,4]. Com a DFT é possível estudar materiais com amplas aplicações em holografia. Bem como o desenvolvimento e melhoria de materiais aplicados em: dispositivos eletrônicos, em sensores de gases e na síntese de combustíveis e biocombustíveis, entre outros. Objetivos • Investigar e comparar densidades eletrônicas totais (tdos) e parciais (pdos); 1449 • Comparar as propriedades magnéticas dos compostos em questão através dos tdos e da pdos; • Analisar a superfície polar das superfícies que são capazes de absorverem moléculas; • Comparar os resultados obtidos da simulação com os resultados experimentais; • Elaborar e apresentar um artigo a ser publicado como resultados das ações do PET; • Realizar estudos teóricos relacionados a sólidos formados por metais de transição e terras raras; • Contribuir para melhoria e envolvimento da graduação por meio de estudos dos sólidos; • Discutir disciplinas existentes nos cursos; • Participar de atividades de extensão e divulgação tecnológica; • Formar recursos humanos, que agreguem capacidades fundamentais para inovação e desenvolvimento da área; • Estreitar laços com outras áreas do conhecimento e laboratórios através de atividades; multidisciplinares que envolvam pesquisa, síntese, caracterização, aplicação e suporte teórico. Metodologia Inicialmente foi montado um escopo do projeto, definindo algumas características do mesmo. Após isso, para andamento do projeto, foi necessário instalar pacotes .rpm em distribuição de Linux OpenSuse, estudar os princípios básicos da mecânica quântica aplicada ao estudo de muitos corpos, levantar dados sobre as distribuições eletrônicas, além de entender e interpretar as diferenças entre distribuições eletrônicas com e sem polarização de spin. O programa a ser utilizado, realiza cálculos de estrutura eletrônica de sólidos utilizando a teoria do funcional da densidade (DFT), ele usa o full-potencial no (linear) aumentada de onda avião e orbitais locais, um dos métodos mais precisos para cálculos de estrutura de banda. Resultados e discussão O projeto se encontra em fase de pesquisas bibliográficas e treinamento dos petianos para levantamento de dados e de reconhecimento de ligações químicas e como estas potencializam 1450 as propriedades físicas. Entre os conhecimentos obtidos até agora estão o domínio da plataforma Linux, propriedades oriundas da mecânica quântica e dos sólidos e de pesquisas científicas em bancos de dados. Houve o primeiro contato com simulação computacional de materiais e pelo meio científico foi detectada a necessidade de dominar conceitos da mecânica quântica para aprimorar os materiais. Com a conclusão do projeto esperamos que este sirva de apoio para implementação novas ferramentas úteis para os sistemas em análise, suporte para experimentos, através da modelagem de metais de transição e de terras raras, formação de recursos humanos em nível de iniciação científica. Os petianos ministrarão oficinas de simulação computacional e minicursos em propriedades magnéticas de metais. Conclusão Este trabalho traz uma associação de teoria e prática, fazendo comparações entre resultados experimentais e a simulação computacional. Trata-se de um projeto multidisciplinar cujo principal objetivo é empreender ações articuladas empregando a modelagem de sólidos no planejamento racional de novos materiais. Com a conclusão dos objetivos deste trabalho, pretende-se que os petianos envolvidos adquiram habilidades com plataforma Linux, com propriedades oriundas da mecânica quântica e de sólidos, de reconhecimento de ligações químicas e como estas potencializam as propriedades físicas, de verbalização de conhecimento adquirido e de pesquisa científica em bancos de dados. Em geral, se trata de ter um conhecimento da simulação computacional de materiais e reconhecimento científicos sobre a questão de dominar conceitos da mecânica quântica para aprimorar materiais. Referências [1] HOHENBERG, P., KOHN, W., Inhomogeneous Electron Gas. Phys. Rev., vol 136, (1964), B864 – B871. [2] KOHN, W., SHAM, L. J., Self-Consistent Equations Including Exchange and Correlation Effects. Physical Review, vol. 140, num. 4A, (1965), A1133 – A1138. [3] A. F. Lima, S. O. Souza, and M. V. Lalić. Electronic structure and optical absorption of the Bi 4Ge3O12 and the Bi4Si3O12 scintillators in ultraviolet region: An ab initio study. JOURNAL OF APPLIED PHYSICS 106, 013715 (2009). [4] SÉRGIO A. S. FARIAS, E. LONGO, R. GARGANO, JOÃO B. L. MARTINS, J., CO2 adsorption on polar surfaces of ZnO. Mol Model, (2012) DOI 10.1007/s00894-012-1636-4. 1451 Instalação de um sistema fotovoltaico para o abastecimento de um telecentro na comunidade ribeirinha de Maravilha, em Juruti – PA. Ana Carolina Rios1, Georgios Ninos2, Gisllane Oliveira3, Rafael Del Vecchio4, Vinicius Nogueira5. 1 Tutora do PET-Bacharelado Interdisciplinar em Tecnologia da Informação 2, 3, 4 e 5 Petianos do PET-Bacharelado Interdisciplinar em Tecnologia da Informação Introdução Na Região Amazônica, alguns fatores como as longas distâncias, os obstáculos naturais, as dificuldades de acesso e a baixa densidade populacional, dificultam o atendimento de grande parte da população pelo sistema convencional de distribuição de energia elétrica. O Brasil, grande produtor de energia elétrica através de suas hidrelétricas, não consegue atender todos os seus habitantes e indústrias apenas com esse recurso, quer por insuficiência na produção, deficiências nos sistemas de transmissão e distribuição, questões geográficas, ou mesmo pelo elevado custo da energia (PINHO et al, 2008). O isolamento no qual as comunidades ribeirinhas são submetidas pode ser superado através de alternativas em energia como a solar fotovoltaica ou eólica. Hoje em dia, o uso de motores a diesel para geração de energia elétrica é frequente nessas localidades, porém é uma opção não muito viável devido ao alto gasto com operação, manutenção, logística e limitação de uso durante o dia. A comunidade de Maravilha, no município de Juruti – PA, onde vivem cerca de 70 famílias, é considerada uma comunidade polo da região conhecida como Juruti Velho. A escola municipal Sabino Matos funciona durante os períodos matutino e vespertino. O grupo gerador a diesel só é ligado à noite, o que impossibilita a utilização de equipamentos que possam melhorar a dinâmica dentro da sala de aula. Um projeto da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), através do grupo de pesquisa Oficina em Cibercultura (OFICIBER), orientado pelo Prof. Doriedson Almeida, do Centro de Formação Interdisciplinar (CFI) em parceria com o Ministério das Comunicações (MC), Programa nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) e a Prefeitura Municipal de Juruti, visa à construção de um sistema de micro geração solar na escola, com o dimensionamento, acompanhamento e comissionamento que atenda a sala de informática da escola, que contribuirá no ensino e na inclusão digital da população local. 1452 O estudo de implantação desse sistema é de responsabilidade do PET-Bacharelado Interdisciplinar em Tecnologia da Informação. Os petianos são orientados pelo Prof. José Roberto Branco Filho, do Programa de Ciência e Tecnologia (PC&T), responsável pela tutoria em dimensionamento de sistemas fotovoltaicos. Esta experiência está proporcionando aos petianos a oportunidade de ainda a interagir e colaborar junto à comunidade em relação à inclusão digital e conhecer a fundo o dimensionamento e a instalação de um sistema solar offgrid, que segundo GUIMARÃES (2004), é um sistema para geração de energia solar fotovoltaica autônomo, assim denominado por não ser conectado à rede elétrica convencional, depende unicamente da radiação solar para a geração de energia. Objetivos Projetar um sistema solar robusto, resiliente ao mau uso e a falhas, na Escola da Comunidade de Maravilha; Possibilitar uma melhor qualidade de ensino e a inclusão digital na Escola da Comunidade de Maravilha; Auxiliar na capacitação dos petianos em projeto e implementação de sistemas solares isolados; Acompanhar a implementação do sistema fotovoltaico, que será feita por mão de obra fornecida pela Prefeitura de Juruti; Comissionar o equipamento instalado; Preparar material didático para uma palestra sobre o bom uso do equipamento para seus futuros usuários; Preparar e aplicar um minicurso de projeto de sistemas solares isolados para apresentação na UFOPA; Preparar e apresentar um artigo a ser publicado como resultado das ações do PET. Metodologia Com um planejamento baseado em técnicas de gerenciamento de projetos, foi montado inicialmente um escopo de projeto, definindo algumas características do mesmo. A partir disso, reuniões entre os tutores e os petianos definiram o Termo de Abertura de Projeto, analisando os Sponsors (patrocinadores), os recursos pré-alocados, os stakeholders (as partes interessadas: professores, alunos, diretor da escola, comunitários, o próprio prof. Doriedson Almeida e a Secretaria de Educação de Juruti), as premissas, requisitos, riscos e resultados 1453 previstos. Seguindo o planejamento, foi montado um Estudo Analítico do Projeto (EAP), que inclui todo o escopo do mesmo, em níveis hierárquicos. Definido o planejamento, deu-se início à revisão bibliográfica e treinamentos técnicos em energia solar fotovoltaica, dimensionamento e instalação de sistemas fotovoltaicos. Em reuniões semanais, os petianos são capacitados pelo orientador, com intuito de estarem aptos a supervisionar a instalação do sistema em tempo acordado no escopo do projeto. Uma visita à comunidade foi realizada em 30 de março de 2014, para averiguação de dados como: o levantamento de equipamentos elétricos existentes e suas devidas especificações (potência, tensão de operação e corrente) e horários de funcionamento, dimensões da escola (tamanho, comprimento, largura, inclinação do telhado), a orientação da escola em relação ao norte geográfico, análise da estrutura da escola (janelas, tomadas, disjuntores, quadro geral, interruptores, possível local para armazenar as baterias) e a previsão de chegada de novos equipamentos. O sistema a ser utilizado, possui como componentes: vinte e oito placas solares fotovoltaicas, sendo oito placas com 240 watts (arranjo de quatro séries com dois módulos) e vinte placas com 140 watts (arranjo de cinco séries com quatro módulos), estas placas são dispositivos semicondutores, compostos por várias células individuais conectadas em série, onde estas deverão obter uma tensão, ou seja, transformarão a radiação solar em corrente elétrica contínua e assim, gerando energia elétrica quando exposta a luz; vinte baterias para armazenar e acumular a energia elétrica produzida pelo módulo solar para esta ser utilizada em períodos com pouca ou nenhuma iluminação, trabalhando assim, em conjunto com os módulos solares para fornecer energia de forma constante; dois controladores serão utilizados, um para cada arranjo de placas, com o objetivo específico de evitar sobrecargas e descargas profundas e garantir o abastecimento correto das baterias, de forma a controlar o fluxo de energia que carrega a bateria através da energia fornecida pelas placas fotovoltaicas; um inversor de 5000 watts, que transformará a corrente contínua, gerada pelos módulos solares, para tensão em corrente alternada. É relevante destacar que o projeto do prof. Doriedson já dispunha deste número de placas e baterias, deste modo, houve restrição em relação ao dimensionamento do sistema, visto que o consumo dos equipamentos não poderiam exceder a carga total suportada pelas baterias nem a energia produzida pelos módulos solares. Para definir a demanda energética, estimaram-se as horas de uso, por dia, de cada equipamento, como notebooks, ventiladores, switch, antenas e impressora, e aferiu-se suas respectivas potências. 1454 O sistema fotovoltaico será projetado para que as baterias tenham aproximadamente dois anos de vida útil, usando uma profundidade de descarga de 35%. Em relação às placas, considerando que haja a manutenção e os cuidados adequados, a fabricante estima uma vida útil de vinte anos. Este sistema contará com uma chave reversora, que possibilitará a mudança na utilização do sistema fotovoltaico para o gerador a diesel, quando necessário. Resultados e discussão O projeto se encontra na fase final do treinamento dos petianos e na espera de alguns materiais necessários à instalação. Dentre o conhecimento obtido durante os treinamentos, citam-se as associações de módulos e baterias em série, em paralelo ou mistas de instalações elétricas, o funcionamento de equipamentos como inversores de corrente, controladores de carga e baterias de armazenamento de energia, dimensionamento de carga, equipamentos de corrente contínua ou corrente alternada, condutores, entre outros conceitos referentes a sistemas fotovoltaicos. Antes da instalação do sistema na comunidade de Maravilha, pretende-se implementar um laboratório de testes dentro das dependências da UFOPA, que simule a situação da escola. Este laboratório também servirá no auxílio à graduação dentro da universidade, principalmente no Programa de Ciência e Tecnologia, que contém o bacharelado específico em Engenharia Física com ênfase em energia, onde um dos ramos de pesquisa mais aprofundado é a energia solar. Durante a implantação, os petianos supervisionarão o serviço dos trabalhadores contratados pela Prefeitura de Juruti, aplicando todo o conhecimento repassado durante o período de educação tutorial. Com a conclusão do sistema solar fotovoltaico e verificação de sua funcionalidade em relação ao abastecimento da escola e de sua sala de informática, os petianos ministrarão cursos de capacitação para os usuários do sistema dentro da comunidade. Para ajudar na otimização de energia na comunidade, será elaborada uma cartilha com boas práticas de uso do sistema. Outra atividade prevista no escopo do projeto e no termo de abertura é a realização de minicurso de projeto e instalação de sistemas fotovoltaicos, com 12 horas de duração, em eventos do gênero na universidade e região. Com a revisão do documento de implementação do projeto, previsto na EAP, será confeccionado um artigo com temática voltada à instalação de sistemas fotovoltaicos em comunidades isoladas e sua viabilidade, com intuito de publicar em congressos de engenharia, de energias renováveis ou outros que englobem esta temática. 1455 Espera-se que esses resultados possam contribuir na graduação dos petianos e dos demais discentes contemplados indiretamente pelo projeto, e ainda na melhoria de ensino na comunidade de Maravilha. Este projeto agregará conhecimento a outras linhas de educação, pesquisa e extensão na área de energias renováveis na região amazônica, e pode incentivar ainda mais o uso de energias alternativas em comunidades remotas que não são atendidas pelo fornecimento de energia elétrica. Há a possibilidade de impacto em políticas públicas no Programa Luz para Todos do Ministério de Minas e Energia e no Município de Juruti, como o planejamento de recursos para a eletrificação de escolas remotas. Conclusão O sistema off-grid de geração distribuída é amplamente utilizado como solução para o fornecimento de energia elétrica em locais remotos, onde a eletrificação pelo centro de geração não é viável. Desta forma, a sala de informática a ser instalada na comunidade de Maravilha em Juruti-PA, utilizará diretamente energia solar fotovoltaica para abastecimento dos aparelhos especificados. A implementação do projeto promoverá a inclusão digital na comunidade ao proporcionar aos estudantes da Escola Sabino Matos o acesso a computadores, softwares e internet, importantes como auxílio no desenvolvimento escolar, e futuramente no desenvolvimento da comunidade. A utilização dos meios computacionais como ferramenta pedagógica é importante, oferecendo aos estudantes autonomia associadas às habilidades cognitivas aprendidas por este meio informacional e cultural, como forma de inclusão social em uma sociedade globalizada. Os petianos terão experiência no dimensionamento e instalação de sistemas fotovoltaicos, conhecimento necessário para a formação no curso de Engenharia Física da Universidade Federal do Pará com ênfase em energia e para futuro profissional de cada um. Referências PINHO, João T. (coord.). et al. Sistemas Híbridos. Brasília: Ministério de Minas e Energia, 2008. 396 p. GUIMARÃES, Ana Paula C. et al “Manual de engenharia para sistemas fotovoltaicos”, CEPEL - CRESESB, 2004. 1456 A influência da estrutura organizacional nas relações tutoriais de um grupo PET Augusto Salfer Devigili¹, Aureo Guilherme Dobrikopf¹, Bruno Bertoldi¹, Guilherme do Nascimento¹, Jardel Régis Teixeira¹, Jonathan Lopes Florêncio¹, Renata Pedrini¹, Vinícius Pelizzer Casara¹; André Bittencourt Leal². ¹ Integrante do grupo PET ² Tutor do grupo PET Introdução O PET (Programa Especial de Treinamento) foi criado em 1979 pela CAPES com o intuito de criar grupos com excelência acadêmica, nos quais se concentrassem esforços para melhorar a formação técnica e profissional de seus membros, encaminhando-os à pós-graduação. Posteriormente, em 2004, ocorreu uma reestruturação do programa, que teve seu nome modificado para Programa de Educação Tutorial. Este novo viés assumido pelo programa tem por princípio o desenvolvimento de um ambiente de educação tutorial focado no desenvolvimento do curso de graduação através da realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão de forma indissociável. A educação tutorial, termo contido no próprio nome do programa, não foca apenas na formação profissional, mas principalmente na formação ética, de senso crítico e de respeito. Para isto utiliza-se a tutoria, que é diferente da orientação. Podemos descrever isso brevemente utilizando uma analogia: o orientador indica um livro para o aluno encontrar o que procura. O tutor, por sua vez, indica uma biblioteca para que o aluno procure o livro que mais o agrada. A tutoria promove relações mais amplas do que a orientação, buscando fornecer ao indivíduo uma independência para desenvolver suas atividades. Como os membros dos grupos que fazem parte do Programa de Educação Tutorial realizam atividades em conjunto e convivem em um ambiente de trabalho, é natural pensar que haja certa estrutura que organize as relações hierárquicas do grupo e a segmentação das atividades, facilite as relações tutoriais internas e promova uma formação mais completa aos seus membros. Segundo Maximiano (2000, p. 91) uma organização é um sistema de recursos que procura realizar objetivos ou conjuntos de objetivos. Além de objetivos e recursos, as organizações têm dois outros elementos importantes: divisão de trabalho e processo de transformação. Objetivos 1457 As relações tutoriais realizadas não somente entre tutor e discentes do grupo, mas também entre os próprios discentes, traz grandes benefícios e resultados. Este trabalho tem como objetivo geral buscar um modelo de estrutura organizacional que beneficie ao máximo tais relações dentro do grupo PET, utilizando o modelo atual utilizado pelo grupo autor deste trabalho como estudo de caso para discussões. A criação de um modelo organizacional para o PET tem como um dos objetivos beneficiar ao máximo as relações tutorias no grupo. Isto é, criar um ambiente no qual cada um dos petianos possa ser tutorado e realizar a tutoria com outros integrantes do grupo nas mais diversas atividades. Primeiramente, objetiva-se abordar aspectos desejados nas relações tutoriais dentro de um grupo PET. Após isto, far-se-á uma breve revisão quanto aos modelos organizacionais já consolidados pela teoria básica da administração e, em seguida, será discutido o estudo de caso do grupo PET Engenharia Elétrica da Universidade do Estado de Santa Catarina, em como seu modelo foi estruturado e os resultados que tem trazido. Metodologia As relações tutoriais no grupo PET apresentam-se entre docente-discente e discente-discente. Apesar de os agentes serem diferentes, a tutoria prevê uma via de mão dupla de ensino e aprendizado e, por tal, deve se dar de forma igualitária independentemente dos agentes. Sendo assim, para estabelecer relações tutoriais, é importante que as autoridades não sejam absolutas na tomada de decisões e no encaminhamento das atividades. Faz-se extremamente importante que o tutor seja um facilitador na aprendizagem, para que os alunos sejam ativos e gozem de certa autonomia em sua própria formação. As decisões que concernem ao grupo e realização das atividades são responsabilidades de todo o pleno de integrantes do grupo, não havendo distinção entre votos e afins. Desta forma, o papel do tutor e sua relação com o tutorado diferenciam-se fortemente de outras interações, como orientação, coordenação, colaboração e cooperação (DAMON e PHELPS apud DURAN, 2007, p. 260). Da mesma forma, no que tange à relação entre discentes, deve-se existir uma liderança em decorrência da personalidade, em decorrência do trabalho e experiência do líder e não meramente em relação à posição que este ocupa. A mera liderança por posição implica em algo instituído hierarquicamente, onde há uma relação unilateral de “chefe” e “funcionário”, enquanto a 1458 liderança por personalidade implica numa relação bilateral de respeito e crescimento mútuos, onde um reconhece as qualidades e defeitos do outro. Na teoria de administração, elencam-se três principais vertentes de organogramas: o modelo tradicional, o modelo orgânico e o modelo matricial. O modelo clássico trata de uma estrutura mais enrijecida e hierárquica, aplicada fortemente em empresas com menor flexibilidade e mais estáveis, focados na eficiência da produção e na exploração máxima da burocracia e da especialização do funcionário. O modelo orgânico exibe um organograma mais flexível, onde não há tanta burocracia interdepartamental. As relações e hierarquias são mais flexíveis, e o fluxo humano entre os departamentos é alto. Este modelo é indicado para organizações modernas, pouco focadas no controle da produção e mais voltadas à inovação, às relações humanas e ao trabalho em grupo. Há ainda o modelo matricial, usado para representar a estrutura das organizações que não apresentam uma definição clara das unidades funcionais, mas sim grupos de trabalhos temporários separados por projetos. Tratando do grupo PET Engenharia Elétrica da UDESC, sua estrutura organizacional formouse pela primeira vez em 2006, sendo esta reformulada em 2012. Nesta última, o modelo optado foi de departamentalização por funções em um líder discente e cinco grupos de trabalho, chamados de GTs, cada um com seu respectivo coordenador, além do tutor do grupo. As relações interdepartamentais são dadas segundo o modelo orgânico, com alta comunicação e fluxo de recursos humanos, ausência de hierarquização vertical e forte autonomia para cada grupo de trabalho. Cada petiano divide sua carga horária semanal na realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão, além das atividades administrativas. Portanto, em cada semestre é feita uma divisão, onde, dentre as diversas possibilidades, o petiano escolhe as atividades que realizará no semestre vigente. Os grupos de trabalhos são compostos de três a cinco petianos, e cada petiano, em geral, participa de dois GTs concomitantemente. A cada semestre é repensada a organização dos GTs de modo a possibilitar que os integrantes participem de todos os GTs ao longo de sua permanência no programa. Essa distribuição é possível, pois as atividades possuem baixa exigência de especialização do trabalho, o que permite a alta rotatividade entre recursos humanos e propicia maior relação entre os petianos, abrindo maior possibilidade de troca de experiências e reforçando a ideia tutorial do programa. Em cada um dos GTs há um integrante que tem a função de coordenador, o qual já teve uma experiência prévia de atuação no grupo de trabalho que irá coordenar. Tal experiência é 1459 necessária, pois o grupo tem alta rotatividade de membros e é preciso que alguém, que conheça bem o grupo, possa orientar os novos membros em relação às atividades a serem desenvolvidas. Este coordenador, além de distribuir as atividades aos demais e organizar as reuniões, também participa diretamente na realização dos trabalhos, criando uma imagem de um líder participativo, e não de um chefe que apenas delega e cobra de seus subordinados. A cada novo semestre, os novos membros fazem juntos um planejamento estratificado em metas do que deve ser realizado ao longo dos seis meses seguintes, produzindo um plano de ação a ser executado. Como as atividades organizacionais do PET estão divididas nos GTs, o acompanhamento destas pelo grupo e pelo líder mostra-se facilitado, além de que a autonomia dada ao grupo permite que decisões simples podem ser tomadas internamente, solucionando assim imprevistos de forma mais rápida e organizada. O líder do grupo possui a atribuição de coordenar, de um modo geral, as atividades do PET, além de fazer um acompanhamento pessoal com cada integrante. A função do líder se distancia daquela de um coordenador de GT, visto que, apesar deste também participar nas atividades e no planejamento geral do grupo, sua liderança caracteriza um aspecto mais pessoal, buscando motivar os participantes e explorar neles seu máximo potencial. Cada semestre é eleito um novo líder, para que grande parte dos integrantes tenham a oportunidade de assumir este cargo. Esta experiência promove um aprendizado de como lidar com as grandes responsabilidades de estar à frente de uma organização, além de permitir que este discente tenha a oportunidade de buscar melhorar seu perfil de liderança, seja no viés clássico, relacional humano ou comportamental, de acordo com as teorias pré-sistêmicas. Resultados e discussão Os resultados, referentes à estrutura organizacional aplicada no grupo, são observados por meio do progresso das atividades do grupo e também nas relações entre os petianos. Com base nestes pontos se torna difícil realizar uma avaliação quantitativa dos benefícios alcançados pela utilização desta estrutura organizacional pelo grupo. Por outro lado, realizando uma análise qualitativa, observam-se vários resultados. Ser participante ou coordenador de uma determinada atividade proporciona experiências variadas em gestão de projetos e pessoas. O fato de a estrutura ser horizontal resulta em um grupo mais integrado, no qual todos podem ser líderes e liderados ao mesmo tempo de forma a potencializar a aplicação da educação tutorial. 1460 O fato da criação dos GTs faz com que as tarefas administrativas do grupo estejam agrupadas e concentradas nos respectivos grupos responsáveis, com isso se torna mais eficiente o trabalho, pois é mais fácil de analisar os problemas e as possibilidades. Além disto, quando se encontra um problema pode-se direcioná-lo para o grupo responsável, facilitando o processo. Conclusão Toda esta estrutura e planejamento auxiliam na formação de uma cultura de união e comprometimento com as atividades dentro do grupo, que é passada aos novos membros desde os primeiros dias no ambiente do PET. Com a formação desse pensamento desde os primórdios, havendo mudanças de membros com a rotatividade natural, a linha de trabalho permanece. Tal cultura é refletida na formação de uma equipe eficiente, comprometida e unida, além da formação pessoal do acadêmico, agregando ao seu currículo uma vasta experiência de trabalho em grupo tendo a chance de desenvolver o aspecto de liderança, adquirida no dia a dia dentro do PET. Essa formação adicional do membro influência diretamente na formação cidadã, que fará do egresso uma pessoa atenta e preocupada no meio em que vive. Referências DURAN, David; VIDAL Vinyet. Tutoria: Aprendizagem entre iguais. Porto Alegre: Artmed, 2007. MAXIMIANO, Antonio César Amaru. 5ª ed. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2000. 1461 Minicurso de Noções Básicas de ASPEN Carolina Basílio Lopes¹, Daniel Ravazzani Ribeiro Vieira¹, Felipe Gomes Camacho¹, Fernanda Truch da Silva¹, Fillemon Edillyn da Silva Bambirra Alves¹, Giovana Gonçalves Dusi¹, Giovanni Arcari Pereira¹, José Carlos Cordeiro Jr.¹, Marco Alberto Rebelo Borg¹, Marina Elizabeth Mazuroski¹, Nina Thaís Silva Monteiro¹, Patrícia Sandy Yee Hock¹, Rafael Teruo Maruyama¹; Carlos Alberto Ubirajara Gontarski². ¹Petiano discente do grupo PET Engenharia Química UFPR; ²Petiano tutor do grupo PET Engenharia Química UFPR Introdução O curso de Engenharia Química na Universidade Federal do Paraná (UFPR) adquiriu o software Aspen da Aspentech, que é bastante utilizado nos períodos finais da graduação na concepção de projetos. Este software é um simulador de processos que oferece diversas ferramentas ao engenheiro, como a possibilidade de prever o comportamento de um processo, projetar instalações e equipamentos, analisar vários casos recorrentes na indústria de uma forma prática, otimizar condições operatórias, entre diversas outras utilidades. Por ser uma ferramenta de trabalho importante, há interesse crescente da comunidade discente em usá-lo com maior intensidade durante a sua formação acadêmica. Percebendo a demanda, o grupo desenvolveu o minicurso de noções básicas de Aspen, cujo material didático e a realização de treinamentos são feitos a cada nova coordenadoria de duração semestral. Desde a sua criação em 2012, a atividade já teve três edições e o grupo PET Engenharia Química prevê mais duas a três aplicações ainda neste ano de 2014. Objetivos O objetivo do minicurso é facilitar o uso do programa pela comunidade discente para que os alunos estejam preparados para disciplinas do 4º ano da graduação (Integração V e Projetos da Indústria Química I), assim como para as disciplinas seguintes e para sua futura carreira profissional, por meio de uma experiência prévia e um conhecimento básico do software. Além disso, durante a simulação de processos, o aluno se familiariza com a interface de 1462 trabalho e é instigado a utilizar seus conhecimentos dos fundamentos da Engenharia Química. Isso provoca uma maior motivação pelo estudo e pelo aprofundamento do conhecimento. Metodologia Durante o desenvolvimento do material didático e preparação da primeira edição do curso, uma parte do grupo foi encarregada de estudar o programa e os temas abordados. Assim, os tutoriais do software (ASPENTECH, 2011) foram explorados e, com o auxílio dos professores encarregados pelas disciplinas já mencionadas (CARDOSO, 2012), foram montados módulos para repasse das informações aos outros membros do grupo em forma de aula. Os petianos envolvidos nessa etapa foram divididos em equipes que prepararam quatro módulos com os seguintes temas: aula introdutória com algumas operações de separação (flash e ciclone) (MACINTYRE, 1990), modelos termodinâmicos (ASPENTECH, c2011) com aplicação à destilação (HOLLAND, 1981), deslocamento de fluidos (bombas e compressores) e trocadores de calor (KAKAÇ & LIU, 2002). Com a conclusão dos módulos e compilação de uma apostila (GONTARSKI et al., 2012), todos os membros do grupo foram capacitados através de um treinamento ministrado pelas equipes. Todo esse processo durou em torno de seis meses. Para a aplicação, houve uma oportunidade oferecida pela equipe organizadora da XXXVIII Semana Acadêmica de Engenharia Química (SAEQ), que ocorreu no período de 22 a 26 de outubro de 2012. Como o curso foi aplicado neste evento, a divulgação, a impressão das apostilas e o recebimento das inscrições foram realizados pela organização da SAEQ. Para a segunda aplicação, o material didático foi completamente reformulado, mas mantendo os quatro módulos originais. A equipe responsável pela revisão deste material buscou aprofundar os conceitos teóricos abordados na apostila na forma de revisão bibliográfica, retomando conteúdos fundamentais do curso para um bom desenvolvimento dos participantes do minicurso (GONTARSKI et al., 2013a). Essa edição também teve a maior carga horária por aula, cada uma com duração de duas horas e meia. Já para a terceira aplicação, dois capítulos foram acrescentados (GONTARSKI et al., 2013b), envolvendo os seguintes temas: projeto e simulação de reatores químicos (LEVENSPIEL, 2000), análise de sensibilidade de processos e estudos de otimização (SCHEFFLAN, 2011) e o conteúdo das aulas foi mais bem distribuído, assim a carga horária voltou a ser de duas horas por aula, com seis dias de duração. Na organização da atividade, existe uma coordenadoria composta por dois a três membros do grupo responsáveis pelo seu planejamento e execução. Na aplicação do minicurso, todo o PET-EQ se envolve, dividindo1463 se em monitores e ministrantes. Cada aula, ministrada por um ou dois petianos, é composta por um dos módulos mencionados, atualmente com duração de duas horas. A didática adotada envolve uma parte expositiva para revisar conteúdos fundamentais para posterior resolução de exercícios assistida passo-a-passo pelos ministrantes e monitores. O curso é ministrado na sala de computadores do bloco didático de Engenharia Química, disponibilizada pelo Departamento de Engenharia Química (DEQ). A sala é equipada com vinte e oito computadores, dos quais vinte e seis são equipados com o software utilizado (ASPENPLUS.EXE, c2011), e com uma lousa digital interativa, que é explorada com o intuito de tornar o curso mais dinâmico e focar em uma didática mais interativa, em que o ministrante e os participantes têm a possibilidade de realizar exercícios simultaneamente. A fim de avaliar o minicurso, uma ficha de avaliação encontra-se ao final da apostila, na qual os participantes avaliam cada aula ao seu término em termos de qualidade da aula ministrada, do desempenho do ministrante, da equipe de apoio, do material didático e da organização do minicurso. A divulgação da atividade é realizada pelos integrantes do grupo PET-EQ por diversos meios de comunicação: em seu blog, em redes sociais, por cartazes e também com divulgação em sala de aula. E, ao final de cada edição, os coordenadores conduzem uma autoavaliação em reunião, com base nos resultados do minicurso, e apresentam ao grupo um balanço da atividade. Resultados e discussão A primeira aplicação do minicurso ocorreu no período de 22 a 26 de outubro de 2012 na XXXVIII Semana Acadêmica de Engenharia Química. Esta aplicação foi aquela com a maior demanda, pois em três minutos as vagas para o minicurso se esgotaram e foi verificado o público de máxima capacidade da sala. Quanto à avaliação pelos participantes, a atividade foi muito bem avaliada. Mais de 90% avaliou como excelente a didática dos ministrantes e mais de 85%, o material didático. Quanto à organização, o revés apontado pelos participantes foi o horário de início das aulas, pois foram realizadas no período noturno. O único problema ocorrido foi com as apostilas, que apresentaram erros na formatação e na impressão, tarefa que ficou a encargo da organização do evento. Mesmo assim, o grupo contornou a situação disponibilizando eletronicamente as apostilas daquela edição, possibilitando aos participantes um bom acompanhamento das aulas. As duas aplicações seguintes, ambas no ano de 2013, tiveram avaliações similares, que de uma forma geral, apresentaram índices de satisfação em torno de 80 a 90%. Dessas aplicações, a primeira de 2013, realizada no período de 17 a 26 de 1464 junho, contou com a participação da graduação e com três estudantes de pós-graduação, com um público total de 28 participantes. Já a segunda de 2013, ocorrida no período de 18 a 29 de novembro, teve a menor procura dentre as edições já realizadas, com 20 participantes, mas atraiu dois professores do Departamento de Engenharia Química além de estudantes de graduação e pós-graduação. Um fator de extrema importância na aplicação de palestras e minicursos oferecidos pelo PET-EQ é a divulgação dessas atividades. O grupo acredita que uma possível deficiência na divulgação tenha sido a causa que gerou a baixa procura pelo minicurso. Entre outros fatores apontados, também foi destacado o aumento do número de dias de aulas no minicurso e a quantidade de aulas por semana, pois essa edição foi realizada ao longo de duas semanas com aulas nas segundas, quartas e sextas-feiras. Conclusão Naturalmente, há heterogeneidade entre os participantes; alguns aprendem mais rápido, são mais curiosos e buscam resolver os exercícios por conta própria e de outras formas além das apresentadas. Observa-se que alguns participantes já tinham contato com esse tipo de ferramenta e buscam aprofundamento, enquanto outros, apenas o conhecimento básico. Isso revela que, estratificando o curso, resultados melhores podem ser obtidos, o que deixa uma sugestão para a evolução desta atividade do grupo. Espera-se que os professores das disciplinas que requerem o uso do programa continuem a auxiliar o grupo e sugiram formas de direcionar melhor o aprimoramento do minicurso. Assim, o aluno de Engenharia Química cursará as disciplinas com maior facilidade em relação ao software. Espera-se também que esta atividade continue a receber mais reconhecimento e participação da comunidade acadêmica. Desde o início da preparação do minicurso, o principal objetivo da atividade é oferecer de uma forma prática e eficaz uma introdução ao Aspen e aos conceitos interligados ao simulador à comunidade acadêmica. Julgando o feedback recebido até então, podemos concluir que o curso e a apostila estão sendo bem aceitos tanto pelos discentes quanto pelos docentes do curso de engenharia química. Além disso, egressos do grupo e estudantes que participaram de edições anteriores do minicurso estão aplicando o conhecimento adquirido nessa atividade em suas vidas acadêmicas e profissionais, tanto no estágio curricular como nas disciplinas do 4º e 5º ano do curso, o que confirma que o PET-EQ tem alcançado seus objetivos com essa atividade. 1465 Referências [1] ASPENPLUS.EXE: AspenPlus. Versão 7.3. Aspen Technologies Inc., c2011. [2] ASPENTECH, Aspen V.7.3. Process Modeling, Remote Training, 2011. [3] ASPENTECH. Arquivo de ajuda do Aspen Plus 7.3, c2011. [4] CARDOSO, A. T. M. TQ085 – Operações Unitárias I. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2012. [5] GONTARSKI, C. A. U.; AZEVEDO, A. Q. P. L.; KNESEBECK, A. M.; LOPES, C. B.; LUCHT, E. E.; CAMACHO, F. G.; ALVES, F. E. S. B.; CONSOLIN, J. C.; PASQUALIN, K.; ALVES, K. M. P.; ZAIA, L. L.; RAVAGLIO, M. J. M.; COSTANTIN, M. C. N.; MONTEIRO, N. T. S.; SOUZA, P. A. L.; TURKOT, P.; KAWAZOE, V. T. Apostila de Noções Básicas de AspenTech. 1ª edição. Universidade Federal do Paraná. Curitiba: Grupo PET Engenharia Química, 2013. 84p. [6] GONTARSKI, C. A. U. AZEVEDO, A. Q. P. L.; KNESEBECK, A. M.; LOPES, C. B.; LUCHT, E. E.; CAMACHO, F. G.; SILVA, F. T.; ALVES, F. E. S. B.; PASQUALIN, K.; RAVAGLIO, M. J. M.; COSTANTIN, M. C. N.; MONTEIRO, N. T. S.; TURKOT, P.; MARUYAMA, R. T.; KAWAZOE, V. T. Apostila de Noções Básicas de AspenTech. 2ª edição. Universidade Federal do Paraná. Curitiba: Grupo PET Engenharia Química, 2013a. 199p. [7] GONTARSKI, C. A. U. AZEVEDO, A. Q. P. L.; KNESEBECK, A. M.; LOPES, C. B.; CAMACHO, F. G.; SILVA, F. T.; ALVES, F. E. S. B.; DUSI, G. G.; JUNIOR, J. C. C.; BORG, M. A. R.; COSTANTIN, M. C. N.; MONTEIRO, N. T. S.; HOCK, P. S. Y.; TURKOT, P.; MARUYAMA, R. T.; KAWAZOE, V. T. Apostila de Noções Básicas de AspenTech. 3ª edição. Universidade Federal do Paraná. Curitiba: Grupo PET Engenharia Química, 2013b. 247p. [8] HOLLAND, C. D. Fundamentals of Multicomponent Distillation. New York: McGrawHill, 1981. [9] KAKAÇ, S.; LIU, H. Heat Exchangers: Selection, Rating and Thermal Design. 2nd ed. Boca Raton: CRC Press, 2002. [10] LEVENSPIEL, O. Engenharia das reações químicas. São Paulo: E. Blucher, 2000. [11] MACINTYRE, A. J. Ventilação industrial e controle da poluição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990. 403p. [12] SCHEFFLAN, R. Teach Yourself the Basics of Aspen Plus. Hoboken: John Wiley & Sons, 2011. 1466 Revisão do MOB como instrumento de avaliação do PET ALMEIDA, Lais¹; FARIAS, Hugo¹; QUEIROZ, Klewerton¹; SOUZA, Christopher1; ARAÚJO, Liz1; CUNHA, Augusto1; BUARQUE, Ana1; GOMES, Yan1; MEZZOMO, Luiza1; FERREIRA, Carolina1; CUNHA, Gedson1; GAMA, Cléber1; SANTOS, Alisson1. ¹ PET Engenharia Ambiental UFAL Introdução A avaliação de grupos PET requer a consideração de múltiplos fatores, em função da grande abrangência de atuação do programa. Apresentar em poucas palavras o que é especificamente o foco de atuação do programa, leva, usualmente, a uma descrição superficial e diferente para cada um que procura descrevê-lo. No sentido de tentar melhor orientar os envolvidos, um documento norteador (Manual de Orientações Básicas; MOB; Brasil 2006) foi desenvolvido e que serve de principal referência, inclusive, para as portarias do Ministério de Educação. Atualmente, o MOB tem sido utilizado para: (i)Planejamento de atividades; (ii) orientação quanto à postura e princípios dos membros e do grupo. Em função de sua relevância,e partindo de uma proposta de atividade apresentada no escopo do encontro local de grupos PET da Universidade Federal de Alagoas, sugere-se que a revisão do MOB sirva à avaliação de desempenho do grupo frente ao que se espera dele. Para esta análise, utilizamos o PET Engenharia Ambiental-UFAL como estudo de caso. Objetivos O trabalho tem como objetivo analisar como revisar o MOB pode servir à avaliação de um grupo PET. Metodologia O procedimento adotado para avaliar a atuação do grupo PET consistiu da leitura em conjunto e análise crítica do Manual de Orientações Básicas, destacando quanto cada uma das 1467 recomendações têm sido atendidas. Com isso, o que se pretendia era avaliar os pontos que não estavam sendo atendidos a contento para buscar novas atividades para o grupo que tornassem sua atuação mais efetiva quanto ao que se espera de um grupo PET. Estudo de caso: O PET Engenharia Ambiental A proposição do PET Engenharia Ambiental foi consequência natural das iniciativas de alunos do curso e professores que desejavam aprimorar o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária no Centro de Tecnologia (CTEC) da UFAL. Antes do PET, existia por ação voluntária de alunos e de um professor um grupo que agia ansiando se tornar um PET, cuja denominação inclusive era Pré-PET. As reuniões e ações do Pré-PET começaram em setembro de 2009 onde se iniciou a discussão de objetivos e ações, que em 2010, transformada em projeto, resultou na criação do grupo PET. Hoje o PET Engenharia Ambiental conta com 14 petianos, sendo 12 bolsistas, um colaborador e um professor tutor, onde o colaborador atua da mesma forma que os demais alunos, porém, não estando vinculado ao SigPet. Para melhor eficiência no desenvolvimento de atividades, o grupo está dividido em cinco comissões, são estas: i) Comunicação; ii) Desempenho acadêmico; iii) Finanças; iv) Infraestrutura e v) Secretaria. Cada comissão tem um regimento interno com descrição de atribuições. O grupo tem dentre as atividades duas reuniões semanais: (i) a reunião interna, voltada para a definição e distribuição de tarefas para operacionalização de atividades do grupo, e por isso, sem a presença do tutor, e; (ii) a reunião ordinária, onde são discutidos e deliberados pontos que envolvam o curso e/ou a comunidade, além de ser trabalhada a revisão e reflexão sobre atuação dos petianos no curso, no grupo e sobre o PET, buscando o aprimoramento do programa e a melhor formação dos petianos. Semestralmente, o grupo realiza uma auto-avaliação, se mostrando oportuna a sugestão de atividade no Interpet. Resultados e discussão A partir da análise do MOB, os pontos observados que demandavam maior destaque para revisão foram a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, a interdisciplinaridade e a produção de publicações. 1468 Para que o planejamento de atividades do grupo venha a melhor retratar a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, considerou-se pertinente a revisão das atividades a fim de inserir ou modificar atividades.O que hoje se observa é que a interpretação mais factível para contemplar a indissociabilidade é realizar pesquisa sobre o ensino e realizar extensão ao participar de eventos e publicá-la. O que o grupo vê como atividade ideal, seria a de excelência em pesquisa científica em uma comunidade, com posterior repasse do aprendizado adquirido à própria comunidade (extensão) e ao curso (ensino). Inclusive, ficamos interessados em conhecer experiências de grupos que tenham trabalhado na graduação a indissociabilidade sob a perspectiva de ver pesquisas de excelência, influenciando o ensino e a extensão. A interdisciplinaridade das ações do grupo PET Engenharia Ambiental encontra-se mais fortemente associada à busca por realizar atividades que integrem várias áreas de atuação do curso do que em relação a temas afeitos a outros cursos.Por meio da definição e repasse de experiências em pesquisas individuais com diferentes professores, e da participação de professores em algumas atividades do grupo, sendo estes diferentes ano-a-ano o grupo tem tentado incentivar a uma ampla formação acadêmica. A atividade que melhor espelha a interdisciplinaridade fora do escopo de atuação do curso é a promoção de ciclo de seminários, cujo objetivo é oportunizar aos petianos e a comunidade o contato com estudos em temas não diretamente associados ao curso. No tocante às publicações, está contido no MOB: “É atribuição do aluno bolsista: publicar ou apresentar, em evento de natureza científica, um trabalho acadêmico por ano, individual ou em grupo”. Este tópico específico gerou uma discussão maior a respeito da avaliação de um PET com relação ao número de publicações. O PET Engenharia Ambiental, apesar das publicações anuais em eventos como ENAPET e ENEPET, ainda precisa melhorar na questão das publicações individuais, tendo sido estimulada no corrente ano a prática de atividades que sirvam à melhor formação em pesquisa dos petianos como a apresentação e discussão em seminários de iniciação científica e de artigos em reuniões temáticas, bem como a entrega e análise de planejamentos e relatórios semestrais, seguindo o calendário do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica. Além desses tópicos, foram observados alguns pontos passíveis de melhora na atuação do PET Engenharia Ambiental, incluindo novas estratégias de desenvolvimento e modernização 1469 do ensino, tímida contribuição ao Plano Pedagógico do Curso, desenvolvimento de ações que integrem ensino, pesquisa e extensão na graduação e interação com a pós-graduação. No entanto, a atuação do PET Engenharia Ambiental foi identificada como positiva para outros pontos, incluindo reflexões e discussões sobre atividades e formação cidadã dos petianos, inibição da especialização precoce do petiano pela rotação anual de áreas de pesquisas individuais e interação como mercado de trabalho e a comunidade por meio de eventos. A busca por melhor formação do petiano passa ainda pela rotação semestral de integrantes de comissões internas, com o estímulo à educação tutorial pela priorização da participação de alunos nos diferentes níveis de graduaçãonuma mesma comissão, além das atividades do grupo inteiro. Conclusão A leitura crítica em conjunto do Manual de Orientações Básicas (Brasil 2006) no PET Engenharia Ambiental, com o intuito de auto-avaliação, possibilitou a identificação de pontos que precisavam ser aprimorados . Com isso, entende-se que a proposta foi satisfatória, enquanto possibilitou refletir sobre como o Manual pode também ser melhorado. Como conclusão da análise, o PET Engenharia Ambiental identificou que precisa melhor planejar suas atividades para que fique mais patente, principalmente, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, para que haja maior interdisciplinaridade e que se produza mais publicações científicas. Como consequência, o grupo inseriu e modificou atividades no planejamento de 2014, ainda, no tocante a novas estratégias de desenvolvimento e modernização do ensino. Uma das sugestões de melhoria do MOB que ilustram como a leitura crítica e coletiva pode ser útil à sua revisão, é a sugestão de melhor explicitar orientações quanto às publicações, especificamente quanto ao desenvolvimento de pesquisas em grupo. Referências Brasil. Ministério da Educação, Programa de Educação Tutorial-PET Manual de Orientações Básicas, 2006. 1470 Investigação de manifestações patológicas em edifícios públicos: estudo de caso do centro tecnológico da universidade federal de Santa Catarina Nardelli, A.1, Cunha, B. F.2, Azevedo, L.D.3, Silva, J. P. B.4, Zimmermann, C. C.5. Introdução Edificações são projetadas para ter um longo tempo de vida útil, no entanto a carência de ações preventivas e de manutenção pode reduzir drasticamente a vida útil projetada, além de gerar um maior custo a longo prazo. É notória a falta de manutenção em muitos edifícios e obras públicas que, por muitas vezes, encontram-se em estado inadequado de uso. Em edifícios públicos a situação se agrava, visto que não existem prevenção e recursos financeiros destinados especificamente para manutenção e prevenção dos mesmos. Não há um órgão responsável pelas construções, somente uma direção ou um gestor encarregado desse dever. Sendo de responsabilidade desses, identificar possíveis defeitos e garantir que as devidas correções sejam realizadas a fim de preservar a segurança dos usuários e durabilidade da construção. Neste sentido, o Programa de Educação Tutorial (PET) do Curso de Engenharia Civil (ECV) da Universidade Federal de Santa Catarina, através de seu tutor e bolsistas – estudantes do Curso –, vem desenvolvendo trabalhos importantes para a própria UFSC. São inúmeros projetos realizados que, além de favorecer a universidade, pois não há a necessidade de contratar profissionais especialistas para realizar esses relatórios, treinam e qualificam os bolsistas, ação que vem ao encontro do “aprender fazendo” – um dos objetivos do PET/ECV/UFSC –. Assim, os bolsistas apreendem o conhecimento de forma teórico-prática Este projeto, tem por objetivo fazer um estudo de caso do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina, detectando as origens das manifestações patológicas encontradas. Objetivos Dentre os objetivos esperados pode-se citar: identificação de patologias existentes nas edificações de estudo; elaboração de pesquisa sobre informações acerca das manifestações patológicas existentes, apontando suas causas; confecção de um banco de dados eletrônico, utilizando o software Excel, catalogando e descrevendo cada patologia encontrada identificando suas localizações; desenvolvimento de habilidades de identificação e análise de patologias dentre os bolsistas participantes; capacitação dos bolsistas através da utilização de softwares utilizados para a Engenharia Civil. Metodologia 1471 O trabalho foi planejado e constituído de quatro etapas: Inspeção/vistoria técnica para coleta e confecção de banco de dados – incluindo medições, fotografias e desenhos das manifestações patológicas identificadas –, análise dos dados coletados para identificação das origens das mesmas, com base em pesquisa bibliográfica (relatórios, livros, anais e publicações e internet). O local para desenvolvimento da metodologia foram dois edifícios, denominados de blocos A e B, com três pavimentos cada, sendo incluídas também suas coberturas. Essa escolha deu-se para atender a uma solicitação da Direção do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (CTC – UFSC), que desejava um trabalho desta natureza, com o objetivo de corrigir os problemas encontrados com critérios técnicos. A fim de melhor apresentar e compreender as patologias analisadas neste estudo optou-se por dividi-las por áreas. Portanto, as patologias identificadas foram classificadas em: estruturas, paredes, pisos e cobertura. Resultados e discussão Estruturas Fissuras Fissuras são fendas causadas por diversos motivos, podendo esses estarem relacionados tanto a problemas do concreto no estado fresco, como no estado endurecido. Dentre as razões, pode-se citar: falha na execução do elemento estrutural como vibração, lançamento e escoramento, retração plástica e hidráulica, cobrimento da armadura inadequado, movimentações térmicas, sobrecargas, deslocamentos da estrutura e agentes agressivos. As principais fissuras constadas em pilares e vigas podem estar relacionadas ao cobrimento inadequado da armadura, visto que as fissuras analisadas estão alinhadas com as armaduras longitudinais e transversais. As fissuras em lajes podem estar associadas à deformação excessiva do elemento, causada principalmente por sobrecargas, retirada precoce do escoramento ou armadura insuficiente. Ressalta-se que a correção dessas manifestações é fundamental a fim de evitar a expansão da fissura e acesso de oxigênio, água ou agentes agressivos à armadura. Desagregação do concreto Como consequência da não correção de fissuras no estágio inicial, pode ocorrer a desagregação do concreto do elemento de concreto armado. Além da exposição de um pequeno segmento da armadura, o concreto desagregado não tem mais função estrutural, sendo apenas um revestimento parcial se ainda estiver ligado à estrutura. O avanço rápido das fissuras acontece devido a liberação de óxido de ferro, produto da reação de corrosão, que aumenta o volume ocupado pela armadura. Essa reação ocorre a partir do contato direto ou indireto da armadura com o meio agressivo, a qual pode ser atacada por ácidos ou sais que 1472 diminuem o pH do meio, presença de umidade, erosão, ou ainda, bactérias e fungos (GENTIL, 2003). Através dos levantamentos em campo, foi possível verificar pontos em que ocorreu desagregação do concreto, causada possivelmente pela erosão e exposição do elemento de concreto armado a um ambiente agressivo, próximo a uma avenida com muito tráfego de veículos. Infiltrações A infiltração é uma das patologias mais comum nas edificações. Infiltrações possuem diversas causas e podem ser originadas tanto por materiais de baixa qualidade como por falhas na execução da obra. Infiltração na laje Foram localizadas, na região entre a laje e o telhado, infiltrações ocasionadas pelo acúmulo de água. A ocorrência dessa patologia deve-se ao fato de que o sistema de vedação e impermeabilização do telhado não está desempenhando sua função adequadamente. Para este caso, faz-se necessário interromper a infiltração e, posteriormente, realizar o reparo das estruturas afetadas. Infiltração na junta de dilatação O material elástico aplicado em juntas de dilatação tem como função vedar determinados espaços e permitir que as estruturas adjacentes possam sofrer dilatações sem causar danos. Todavia, devido à baixa qualidade do material, espessura insuficiente, aplicação inadequada ou ao tempo de utilização, as dilatações podem causar a degradação do material e surgimento de patologias no edifício. Por meio deste estudo, pôde-se perceber a existência de um processo de degradação avançado no material utilizado na junta de dilatação, fato que causou uma infiltração na região de dilatação entre estruturas. Paredes e pisos Fissuras As fissuras nas paredes podem ser causadas principalmente devido às cargas exercidas pelas vigas que apresentam flechas ou devido aos recalques diferenciais que ocorreram na edificação. Por ter função de vedação e não estrutural, os tijolos não resistem a esses esforços e acabam fissurando. Danos causados pela umidade as paredes 1473 Existe grande indício de patologias causadas pela incidência de água, seja por infiltração ou simples exposição de materiais a umidade elevada. Tijolos com eflorescência Eflorescências, depósitos cristalinos de cor branca, aparecem na superfície do tijolo principalmente devido a percolação de água através do material. Cobertura Entupimento dos tubos de queda A vegetação do entorno pode influenciar de diversas formas na edificação. Plantas de grande porte interferem com folhas e pedaços de galhos que, ao caírem, ficam depositadas nas calhas. Após a construção de qualquer edificação, é indispensável manter uma manutenção preventiva para aumentar a durabilidade da estrutura. Assim, faz-se necessário realizar limpezas periódicas pelo telhado a fim de evitar o entupimento dos canos de queda d’água. Vegetação O crescimento de vegetação de pequeno a médio porte nas edificações é preocupante, visto que as raízes podem atravessar a camada impermeabilizante e, assim, abrir caminho para infiltração de água nas lajes de concreto. Armadura exposta em vigas Conforme a norma NBR 6118/03 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento, as armaduras de estruturas de concreto armado devem ser cobertas por uma espessura mínima de modo que fiquem protegidas da corrosão, garantindo assim a segurança e durabilidade da estrutura. Em alguns locais, no entanto, devido à execução inadequada, as armaduras ficam próximas à superfície, facilitando sua corrosão. Por meio dos levantamentos realizados, pôdese detectar em algumas vigas, que possuem o formato em U e função de calha, localizadas na cobertura, a presença de inúmeros pontos com armadura longitudinal e transversal expostas. Conclusão Ao final desse estudo foi possível constatar inúmeras patologias existentes nos edifícios analisados. Ressalta-se então a necessidade de uma reforma corretiva nos locais indicados a fim de assegurar condições apropriadas de segurança, além de garantir a saúde e o conforto visual dos usuários. 1474 Pôde-se também perceber a importância da manutenção periódica, visto que o custo e complexidade da correção dos problemas em estágios avançados são muito maiores se comparados aos da manutenção preventiva. Todavia, notou-se a falta e dificuldade de se realizar manutenção em edifícios públicos, onde não há fiscalização rígida e existe muita burocracia envolvendo a correção e manutenção desses edifícios. Juntamente com a elaboração do artigo, encaminhou-se um relatório com a descrição, localização e propostas de soluções de todas as patologias averiguadas à direção do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina. Buscou-se, dessa forma, auxiliar os gestores desses edifícios públicos, que geralmente não possuem conhecimento nessa área, a resolver os problemas detectados. O trabalho desenvolvido foi extremamente importante, pois servirá para orientar os trabalhos de correção (que já estão sendo providenciados). Mais do que isso, serviu para treinamento, aprendizagem e qualificação de bolsistas, sob a orientação do professor tutor - ação que objetiva o “aprender fazendo” -, que coloca em prática o ensino teórico da engenharia. Referências HELENE, P.. Manual de Reparo, Reforço e Proteção de Estruturas de Concreto. Editora Pini Ltd, São Paulo, 1992 RIPPER, T.; SOUZA, V.C.M.. Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto. Editora Pini, São Paulo, 1998. THOMAZ, E.. Trincas em Edificações: Causas, Prevenção e Recuperação. Editora Pini Ltda, São Paulo, 1989. EICHLER, F.. Patologias de La Construcción: Detalles Construtivos. Editorial Blume/Lobor, Barcelona, 1973 GENTIL, V.. Corrosão. Quarta edição, LTC editora, São Paulo, 2003. LICHTENSTEIN, N.. Patologia das Construções. Boletim Técnico da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1986. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003. 221 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575: Impermeabilização – Seleção e Projeto. Rio de Janeiro, 2010. 14 p. 1475 Desafio Genial PAIXÃO, J. A. S.¹; VASCONCELOS, G. J. Q.²; FALCETTI, E. P.²; GIMENEZ, B. G. S.²; FRANZE, G. P. J.²; COSTA, G. S. R.²; JUNIOR, M. A. S. P.²; CARNAVALLE, C. A.²; SQUIZATO, M.²; MAGGI, M.²; ZANINETTI, B. F.²; WOISKI, E. R.³ Autor¹;Co-autores²; Tutor³. Introdução O Desafio Genial foi uma competição voltada aos graduandos em Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – UNESP, com o intuito de promover para os discentes participantes a experiência de vivenciar situações-problemas encontradas no mercado de trabalho. Com o formato escolhido para o evento buscou-se uma maior integração entre os alunos de diferentes semestres. Assim, desafiaram-se as equipes em provas em que se mesclaram conhecimentos teóricos e práticos, testando-lhes a capacidade de organização, comunicação e seu desenvolvimento técnico-científico. Objetivos Levando em consideração a alta carga de conteúdo teórico do curso de graduação em Engenharia Mecânica e a necessidade de aplicar estes conteúdos em situações práticas, o Desafio Genial foi idealizado com o intuito de gerar oportunidade para que tal feito ocorra, propondo situações similares as encontradas no mercado de trabalho e gerando também a integração entre os alunos participantes. Metodologia As equipes foram formadas livremente, contendo cada uma exatamente cinco discentes de Engenharia Mecânica sem restrição de período, sob um nome para a equipe por eles mesmos escolhido. O Desafio Genial consistiu na realização de três provas, sendo as duas primeiras com prazo de uma semana e a última presencial. 1476 A primeira foi a Prova da Balança, realizada no dia 24 de março. Nesta os participantes tiveram que projetar, construir e elaborar um relatório do projeto de uma balança, sem restrição de tipo de funcionamento e modelo, por meio da qual deveriam obter o melhor valor possível para três pesos desconhecidos previamente aferidos pela organização. Os resultados e relatórios foram então analisados por uma banca avaliadora composta por docentes do curso de Engenharia Mecânica e por integrantes do grupo PET-EM de acordo com os quesitos: precisão, custo, inovação do protótipo e qualidade do relatório submetido pela equipe. Já a segunda foi a Prova do Quiz, executada no dia 31 de março, realizada em forma de gincana em um único dia, sendo obrigatória a presença de todos os integrantes de cada equipe. Esta prova consistiu em uma disputa de perguntas e respostas entre todas as equipes do Desafio. As disputas foram sorteadas e a cada par de integrantes as equipes se enfrentaram. Para cada disputa foram sorteadas cinco perguntas, duas de conhecimentos gerais e três de lógica/relações. Vale ressaltar antes dos duelos, cada equipe escolheu previamente a sua sequência de membros para responder as questões, sendo proibida a ajuda do resto da equipe enquanto o integrante escolhido procurava responder a cada pergunta antes do integrante correspondente da equipe adversária. Com o número de duelos vencidos e respostas corretas e erradas elaborou-se um ranqueamento da prova e determinou-se uma nota para cada equipe para aquela prova. Por fim, a terceira e última foi a Prova de Empreendedorismo, realizada no dia 07 de abril, em que cada equipe foi encarregada de produzir um plano de negócios envolvendo a coleta e tratamento do lixo da região de Ilha Solteira, com o objetivo de obter um financiamento do BNDES. Para isso, os integrantes de cada equipe tiveram que apresentar o plano de negócios elaborado pela respectiva equipe para uma banca avaliadora, composta por professores da disciplina de empreendedorismo do Campus de Ilha Solteira, pelo tutor do grupo e por integrantes do grupo PET-EM. De posse das notas geradas pelas avaliações em cada uma das provas, construiu-se uma média global e atribuiu-se a nota final para cada equipe, gerando uma classificação geral. Os integrantes da equipe classificada em primeiro lugar foram premiados com um tablet cada um. Os integrantes da equipe classificada em segundo lugar receberam um pendrive de 32 GB cada um, ao passo que os integrantes da equipe que ficou em terceiro lugar receberam cada um uma coleção de livros. A premiação ocorreu em meio a uma confraternização entre os membros do grupo PET, participantes do Desafio e convidados. 1477 Resultados e discussão Logo no início de divulgação muitos alunos se mostraram interessados ao modelo de competição do Desafio Genial. Entre os professores houve o apoio completo através da Coordenação de Curso, representantes do Departamento de Engenharia Mecânica e Diretoria do Campus. Dessa forma cada uma dessas entidades colaborou de maneira distinta para a realização do evento. Assim, o grupo PET-EM conseguiu estreitar os laços com os discentes do curso e também com o corpo docente da Universidade. O interesse do corpo discente foi claramente definido através das 8 equipes que participaram do Desafio, estas equipes possuíram membros de diferentes semestres do curso, proporcionando assim uma integração e troca de experiência programada. Ao final do evento aplicou-se um questionário virtual aos discentes que proporcionaram um feedback positivo quanto a atividade, as duas primeiras provas atraíram mais o interesse dos estudantes, devido a maior afinidade. Já a prova de empreendedorismo proporcionou relativo descontentamento, principalmente por não ser uma temática obrigatória do curso de Engenharia Mecânica. A qualidade dos prêmios e a experiência desafiadora se tornaram o principal atrativo para os discentes, que gostaram muito da atividade, conforme questionário de satisfação respondido pelas equipes. Entre as principais dificuldades na realização desta atividade pode-se destacar a busca de empresas interessadas no patrocínio, já que os valores envolvidos em prêmios e divulgação eram relativamente elevados. Outra dificuldade foi a construção de documentos imparciais justos a todas as equipes e situações, devido a grande responsabilidade na competição. Conclusão Tão importante quanto colaborar com a disseminação científica através do ensino e pesquisa, é a capacidade de promover a extrapolação deste conhecimento para além das fronteiras da instituição de ensino. A competição Desafio Genial foi uma experiência inovadora organizada pelo grupo PET-EM que permitiu aos discentes envolvidos a participação em uma atividade extra-graduação, dando-lhes a oportunidade de se organizarem e trabalharem em equipe para poderem atingir com eficiência determinados objetivos préestabelecidos, ao mesmo tempo que sendo obrigados a seguir regras previamente definidas e conhecidas de todos os participantes para cada uma das provas. 1478 Referências AIDAR, Marcelo Marinho. Empreendedorismo. Rev. adm. empres., São Paulo , v. 44, n. 3, Set. 2004 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003475902004000300012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 05 jun. 2014. FARIA, Maria de Fátima Bruno de. Empreendedorismo: além do plano de negócio. Rev. adm. contemp., Curitiba , v. 9, n. 4, Dez. 2005 . <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141565552005000400013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 05 jun. 2014. 1479 Disponível em: Transtech Pantanal SILVA, B. G. G.¹; VASCONCELOS, G. J. Q.²; FALCETTI, E. P.²; PAIXÃO, J. A. S.²; FRANZE, G. P. J.²; COSTA, G. S. R.²; JUNIOR, M. A. S. P.²; CARNAVALLE, C. A.²; SQUx’IZATO, M.²; MAGGI, M.²; ZANINETTI, B. F.²; WOISKI, E. R.³ Autor¹;Co-autores²; Tutor³. Introdução O Pantanal matogrossense é uma vasta região de 250 mil km², ou seja, cerca de metade da área da Espanha, 70% dos quais estão situados no Brasil, a maior parte coberta de planícies com alagamento sazonal, que representa a maior área de estuário de rio do mundo, abrangendo pelo menos cinco biomas completamente distintos, com uma correspondente diversidade de flora e fauna . Um certo número de comunidades, cuja origem é uma mistura indígena e cabloca, vivem há muitos anos em locais que são de difícil acesso, longe dos centros urbanos relativamente desenvolvidos, sem rede elétrica e possuem como característica baixos níveis de saneamento básico e de escolaridade. A economia das comunidades mais pobres está baseada na venda de iscas para a pesca e na renda por algum turismo. O fato é que as comunidades estão se extinguindo, seja pela mortalidade elevada, seja porque os jovens estão migrando para outras paragens, em busca de melhores oportunidades de vida. Fixar aquelas comunidades fornecendo-lhes condições de desenvolvimento autossustentável deveria ser, assim, objeto de uma política pública. Objetivos O projeto Transtech Pantanal consiste, então, no desenvolvimento e na transferência de tecnologias com materiais facilmente disponíveis para as comunidades pantaneiras, abrangendo cerca de 90 famílias da região, com a finalidade de garantir-lhes a melhora da 1480 qualidade de vida, as chamadas tecnologias sociais. Para isso, as comunidades receberam orientação sobre higiene, saúde e energia e sobre os princípios de funcionamento e a construção, por elas mesmas, de pequenas turbinas eólicas, filtros biológicos de água e biodigestores para produção de gás. Metodologia O projeto foi financiado pela Fundação Itaú Social e contou com as parcerias da Organização Não-Governamental ECOA - Ecologia e Ação, do Estado do Mato Grosso do Sul, de um grupo de estudantes da Universidade de Michigan nos Estados Unidos e do grupo PETEngenharia Mecânica da Unesp – Campus de Ilha Solteira. O grupo PET-EM e a equipe de alunos da Universidade de Michigan realizaram durante o ano de 2013 e 2014 estudos de como adaptar essas tecnologias às condições das comunidades. A implantação das tecnologias desenvolvidas ocorreu no período do mês de maio a junho de 2014. O projeto foi realizado em duas etapas básicas. A primeira envolveu o processo de projeto e testes das tecnologias escolhidas e a segunda, a informação pedagógica e a transferência das tecnologias para as comunidades no local. Na primeira etapa, o grupo PET-EM e os estudantes da Universidade de Michigan dividiram-se em três equipes, que trabalharam cada uma em sua instituição em uma das tecnologias, a turbina eólica, o filtro biológico e o biodigestor, procurando soluções alternativas para adaptá-las as condições das comunidades, utilizando materiais de baixo custo e de fácil acesso na região. Esta fase ocorreu no período de novembro de 2013 a abril de 2014, sendo que no mês de dezembro foram enviados quatro integrantes do grupo PET-EM para uma visita à região, buscando conhecer suas características naturais e avaliar as necessidades das comunidades. Como forma de organização o grupo PET-EM designou um coordenador para cada tecnologia, responsável por gerenciar o projeto correspondente e por manter a comunicação e atualização do andamento do projeto para os alunos da equipe da Universidade de Michigan, para que com essas informações as equipes pudessem trabalhar juntas. Na segunda fase, representantes das equipes de cada tecnologia foram enviados às comunidades da região Sul-Matogrossense do Pantanal, onde realizaram oficinas com as comunidades, com o objetivo de apresentar os 1481 princípios teóricos e construir cada tecnologia, além de conscientiza-los quanto à importância e ao impacto do uso destas no seu dia-a-dia. Foram desenvolvidos planos de aulas e materiais didáticos para que os projetos pudessem ser melhor compreendidos e certamente reproduzidos pelos moradores locais. Cada equipe teve um período de duas semanas entre os dias 10 de maio e 10 de junho para desenvolver este trabalho, iniciando com as equipes do biodigestor, em seguida do filtro biológico e por último da turbina eólica. O grupo PET-EM enviou três representantes para esta etapa, os quais participaram do biodigestor e filtro de água. Resultados e discussão As tecnologias do biodigestor, filtro biológico de água e turbina eólica foram projetadas e implantadas com sucesso, a etapa de desenvolvimento do projeto ocorreu de novembro de 2013 a abril de 2014. Após desenvolvidas as tecnologias o grupo PET-EM focou na produção de materiais didáticos, como apresentações em slides e experimentos sobre os conceitos teóricos abordados, para serem utilizados na fase de implementação que ocorreu nos meses de maio e junho de 2014. Integrantes do grupo PET-EM foram para a região em dois períodos dentro desses meses, do dia 11 a 18 de maio, alguns para participarem da equipe responsável pelo biodigestor e de 03 a 12 de junho os outros para participarem da equipe responsável pelo filtro biológico. Naqueles períodos foram visitadas as comunidades da Barra do São Lourenço, Paraguai Mirim e escolas em Poconé e Corumbá. Apesar da inviabilidade de participar da equipe responsável turbina eólica na etapa de apresentação as comunidades desta tecnologia devido às dificuldades no calendário letivo, o grupo PET-EM teve um papel essencial na primeira etapa, de desenvolvimento e teste do projeto, na elaboração do material e na construção do processo pedagógico que foi utilizado pelas equipes para ensinar sobre a tecnologia para os moradores locais, levando em conta sua escolaridade, condições socioeconômicas e a complexidade dos conceitos teóricos abordados. 1482 Conclusão O projeto Transtech Pantanal foi amplamente aceito pelas comunidades pantaneiras, se mostrando extremamente útil e um passo importante para melhoria da sua qualidade de vida, embora a efetivação dessa melhoria dependa de uma atenção e cuidados permanentes, bem como de uma alteração, induzida pelas novas tecnologias, de seu modo de vida tradicional. O projeto proporcionou ao grupo a oportunidade de aprendizado sobre a geografia, a fauna, a flora e as condições socioeconômicas das comunidades que vivem em uma importante e vasta região do país, infelizmente desconhecida da maior parte dos brasileiros e esquecida pelos governantes. Finalmente, trabalhar com estudantes da Universidade de Michigan propiciou ao grupo uma excelente experiência de desenvolvimento de um projeto em parceria com equipes de estudantes do exterior, mostrando assim que para os grupos PET não existem limitações impostas pela distância geográfica, de linguagem, ou cultural. Os conceitos de educação tutorial foram amplamente abordados neste projeto, em duas fases bastantes características, na primeira o grupo juntamente com a universidade de Michigan pesquisou e desenvolveu o projeto para as tecnologias de forma que este pudesse ser executado por membros das comunidades, a segunda etapa envolveu a transferência de conhecimento, demonstrando seu conteúdo de extensão, neste caso a comunidades ribeirinhas, e ensino, nesta etapa o grupo visitou as comunidades com objetivo de ensinar sobre o projeto, abordando desde sua construção a sua manutenção, houve também um processo de conscientização sobre a necessidade e as vantagens que as tecnologias trariam para a população. Referências FARIA, Alcides; NICOLA, Rafaela. Pantanal. Disponível <http://www.riosvivos.org.br/Canal/Pantanal/260>. Acesso em: 9 jun. 2014. 1483 em: Embrapa Pantanal (Org.). Pantanal. Disponível em: <http://www.cpap.embrapa.br/skel.php?end=paginasec/pantanal.html>. Acesso em: 9 jun. 2014. COMUNICAÇÃO ECOA (Org.). Pesquisadores desenvolvem tecnologias sociais de baixo custo e melhoram a vida de comunidades do Pantanal. Disponível em: <http://www.riosvivos.org.br/Noticia/Pesquisadores+desenvolvem+tecnologias+sociais+de+b aixo+custo+e+melhoram+a+vida+de+comunidades+do+Pantanal/18808>. Acesso em: 13 jun. 2014. 1484 Aproximação da prática profissional ao cotidiano dos petianos do grupo PET CIVIL da Universidade Federal de Alagoas Arthur Fellipe dos Santos Souto 1; Mariana Rodas Ferreira de Almeida1; José Roberto Tenório Filho¹, Luiz Carlos Lima Véras1, Nathália Pontes Amorim1, Rodrigo Albuquerque Gonçalves1, Ariany França Cavalcante1, Rafaella Pontes Amorim1, Francisco Patrick Araujo Almeida². ¹, ² Universidade Federal de Alagoas Introdução Há bastante tempo a falta de aplicação diretamente prática da Engenharia nas atividades desenvolvidas pelo grupo PET Engenharia Civil da Universidade Federal de Alagoas tem sido um dos principais causadores de desânimo e desmotivação entre os petianos depois de certo tempo de participação no grupo. Por muito tempo, o planejamento anual do grupo tem sido composto de atividades de ensino, pesquisa e extensão baseadas na realização de cursos de ferramentas úteis aos alunos de graduação durante sua permanência na universidade, realização de eventos científicos e atividades de assistência para a comunidade local. Embora tais atividades desenvolvam o lado humano e social do petiano, além de colocá-lo constantemente em situações em que se faz necessário exercer o perfil de liderança de equipes e gerente de atividades para resolução de diversos problemas, ambas características essenciais a um bom engenheiro, em determinado ponto de sua vida no grupo, o integrante acaba sentindo o peso da falta de aplicações técnicas nestas atividades. Objetivos O objetivo do presente trabalho é apresentar, do ponto de vista de execução, público-alvo e impacto para os petianos as atividades atualmente exercidas pelo grupo e que possuem uma maior proximidade com as aplicações técnicas da Engenharia Civil. 1485 Metodologia Por se tratar de um trabalho baseado na descrição de determinadas atividades do grupo, utilizou-se como principal procedimento a revisão de texto contido no planejamento anual de atividades do grupo. Resultados e discussão Nesta seção serão descritas as atividades de caráter mais prático (com aplicação mais direta de conceitos e técnicas da Engenharia) desenvolvidas pelo grupo, seus principais objetivos e contribuições. Curso de Capacitação de Auxiliares para o Controle Tecnológico do Concreto: Iniciada no ano de 2012, a atividade, que é realizada em parceria com um professor do colegiado do curso de Engenharia Civil da universidade ao qual o grupo está vinculado, representa um grande salto em termos de relevância das ações desenvolvidas pelo grupo no que diz respeito à extensão. A atividade é baseada na realização de um curso de capacitação para profissionais da construção civil do Estado de Alagoas que atuam no recebimento e controle tecnológico do concreto em obras ou centrais dosadoras. Sua justificativa se traduz na realidade de que a maioria dos resultados de ensaios de resistência à compressão de corpos-de-prova de concreto são diretamente afetados pela qualidade de moldagem das amostras, podendo descreditar os valores obtidos e prejudicar a correta avaliação de uma peça estrutural pós-concretagem. Durante o curso, que é dividido em dois momentos, os participantes recebem capacitação teórica, ministrada pelo professor, acerca dos parâmetros normativos que envolvem o controle tecnológico do material. Em seguida, os petianos (geralmente os que se encontram na segunda metade de sua graduação), após capacitação interna, desenvolvem no ambiente do Laboratório de Estruturas e Materiais um exercício prático com procedimentos e recomendações para o correto tratamento do material, desde sua produção até a moldagem propriamente dita dos corpos-de-prova, o que lhes permite não somente um maior contato com o controle tecnológico do material (tarefa amplamente desenvolvida por profissionais da Engenharia) como também a possibilidade de estar à frente do gerenciamento de uma equipe profissional, provendo-lhes maior capacitação técnica. 1486 Visitas Técnicas sob Supervisão Petiana: Implantada no grupo também desde o ano de 2012, a atividade visa aproximar os integrantes à prática da Engenharia através da realização de visitas técnicas acompanhadas e dirigidas por um petiano mais velho no grupo, com maior experiência profissional e acadêmica. A visita, que geralmente é feita a canteiros de obras onde tais petianos desenvolvem seu estágio curricular, funciona como uma via de mão dupla em termos de educação tutorial, tanto para o petiano estagiário, que guia a visita expondo suas habilidades profissionais e ambiente de trabalho, como para os integrantes mais novos do grupo que desde cedo conseguem um pequeno, mas importante, contato com os aspectos práticos da profissão. Desenvolvimento de projetos civis: Diferente do que ocorria no passado, a atual rotina do curso de Engenharia Civil da universidade não permite ao aluno sua participação integral no Programa de Educação Tutorial e em programas como a Empresa Jr., por exemplo, que atua de maneira mais direta na elaboração de projetos de obras civis, área amplamente difundida dentro do curso. No último ano, contudo, foi possível envolver alguns petianos com o desenvolvimento de alguns projetos específicos. O primeiro deles, refere-se ao projeto básico para mudança da sala de permanência do grupo. Com o auxílio de graduandos do curso de Arquitetura e Urbanismo da universidade, foi proposto um modelo ambientado para a instalação da nova sala. A partir deste modelo, atribuiu-se o desenvolvimento de projetos complementares, a exemplo das instalações elétricas, telefônicas e de internet, aos petianos do sétimo e quinto períodos da graduação, respectivamente. A justificativa de tal atribuição de atividades foi baseada no fato dos petianos do sétimo semestre já possuírem conhecimentos básicos de instalações ofertados na disciplina de Instalações Elétricas Prediais enquanto que os petianos do quinto semestre, atualmente pagantes da disciplina de Eletrotécnica, puderam participar da atividade, recebendo dos outros petianos o conhecimento e aplicação da disciplina subsequente em seu curso, fazendo valer os princípios da educação tutorial e passagem de conhecimento entre gerações dentro do grupo. De maneira bastante similar, utilizou-se de projetos básicos desenvolvidos pelos petianos que atualmente cursam a disciplina de Arquitetura e Conforto Ambiental no quarto semestre do curso para o desenvolvimento de projeto arquitetônico básico para residência unifamiliar solicitado, como atividade de extensão, por servidor técnico do campus. 1487 Parcerias com professores do Centro e obtenção de estágio de férias: A partir da parceria com professores da Unidade Acadêmica a qual o curso está vinculado, foi possível estabelecer parcerias frequentes para estágios de férias dos petianos do grupo. Um exemplo bastante expressivo desta parceria é verificado com o envio anual de membros do grupo (que geralmente estão em período superior ao quinto semestre de sua graduação) à empresa atuante na área de recursos hídricos, com sede na cidade do Rio de Janeiro. Durante o período de 30 dias os petianos enviados desenvolvem atividades relacionadas ao assessoramento, desenvolvimento e planejamento de projetos de redes de abastecimento, quantitativos de materiais e cálculo simplificados para a construção de obras de arte como barragens de concreto entre outras atividades. Ao término do estágio, tais petianos retornam ao grupo com o compromisso de repasse do conhecimento adquirido com a experiência do estágio aos membros de gerações mais novas além de implementar novas faces às atividades regulares do grupo, a exemplo dos cursos de ferramentas de desenho assistido por computador, ofertado semestralmente aos alunos da graduação. Conclusão Diante da necessidade apresentada de uma maior aproximação dos petianos com atividades com uma aplicação diretamente prática, as atividades citadas no presente trabalho estão constituindo ponto muito importante no que diz respeito tanto à motivação do petiano no grupo, quanto à uma maior experiência propriamente dita com a prática da Engenharia. Como pode ser observado nos resultados, as parcerias com professores da unidade acadêmica facilitaram bastante este processo, atividades como os estágios de férias e o curso de capacitação de auxiliares para o controle tecnológico do concreto são exemplos de como estas parcerias podem ajudar o grupo na busca de novas atividades que permitam ao petiano um contato mais próximo com o mercado de trabalho. É válido ressaltar também a importância de ter conciliado uma atividade de extrema necessidade para o grupo, como os projetos referentes à mudança de sala de permanência, com a necessidade que o grupo sentia de trabalhar um pouco mais com a área de projetos. De forma geral, as atividades citadas no trabalho implantadas no planejamento do PET CIVIL estão atendendo às expectativas do grupo, contundo, ressalta-se que a busca por novas atividades que sigam a mesmas linhas destas apresentadas é constante. 1488 Avaliação da qualidade da execução das obras no Campus A.C. Simões da Universidade Federal de Alagoas Lucas Marques de Araújo1, Renato Barbosa Sampaio1, Glauber Batista Marques¹, Laíssa Mayra Araújo Padilha de Holanda1, Rodolfo Presley de Alcântara Medeiros1, Ronney Rodrigues Agra1, João Paulo Leão Lessa1, Luan Yvens Lino Silva1, Francisco Patrick Araujo Almeida². ¹ ² Programa de Educação Tutorial de Engenharia Civil - Universidade Federal de Alagoas [email protected] Introdução Dos últimos 5 anos até os dias de hoje, o campus A.C. Simões da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) vem sofrendo profundas mudanças para a melhoria de sua infraestrutura, já que, acompanhando o grande crescimento da construção civil no Brasil, ocorreu também o aumento considerável nos investimentos do governo para a melhoria da infraestrutura das Universidades Federais. No caso da UFAL o órgão responsável pelo uso desse investimento chama-se Superintendência de Infraestrutura, ou SINFRA, que é o órgão de apoio administrativo relativo às atividades relacionadas a toda a área de infraestrutura na Universidade, o qual foi aprovado pelo Regimento Interno em 16 de janeiro de 2006. Atualmente é composta por três gerências: Gerente de Serviços Gerais (GSG); Gerente de Patrimônio e Suprimento (GPS, Obras e Serviços de Engenharia (GPOS). As obras da Universidade Federal de Alagoas são executadas por empresas contratadas através de um processo de licitação, no qual as empresas interessadas apresentam propostas a serem avaliadas a fim de uma delas ser escolhida como a responsável para execução dos serviços. É de fundamental importância para a UFAL e para a comunidade acadêmica que estas obras sejam executadas com alto padrão de qualidade objetivando que não ocorram futuras patologias na edificação, de modo que esta seja utilizada de forma eficaz para finalidade a qual foi projetada e que não sejam necessários reparos a curto prazo. A implantação do controle da qualidade pode ser vista como primeira fase de um programa de desenvolvimento tecnológico da construção civil, que favorece de imediato os consumidores 1489 finais, sensivelmente prejudicados pela usual falta de atenção a este aspecto no processo de planejamento, execução e manutenção das obras. A difusão de técnicas de controle de qualidade entre as construtoras participantes dos programas governamentais de construção é um objetivo de consecução relativamente fácil, quando comparado a outros objetivos possíveis, como a introdução e difusão de inovações. A incorporação de técnicas de controle de qualidade constitui, muitas vezes, a primeira fase do processo através da qual as empresas iniciam seus programas de aprimoramento da produção e de redução gastos em pesquisas de desenvolvimento. A implantação de um sistema de requisitos de garantia de qualidade, portanto, contribuirá para a consecução do objetivo mais amplo de desenvolvimento da empresa. Objetivos O objetivo do presente trabalho é avaliar qualidade das obras que foram executadas no Campus A.C. Simões da Universidade Federal de Alagoas, no período de maio de 2010 a março de 2012. Metodologia Visando a obtenção de resultados perante as empresas que executam obras no campus A.C. Simões da Universidade Federal de Alagoas, com relação aos sistemas de gestão da qualidade de suas obras, foi elaborado um questionário o qual foi respondido pelo responsável da obra presente no momento da visita. Para a coleta dos resultados, foram visitadas um total de oito obras, prevalecendo entre elas obras já em estágio de acabamento. Duas das mesmas encontravam-se paradas por motivos desconhecidos e não entraram na análise dos dados. Em cada uma delas foi feito o questionário proposto abaixo. Os dados referentes a cada obra foram obtidos todos em seus canteiros através das placas de identificação. Abaixo seguem as perguntas mais relevantes das análises: 1. A obra em questão está seguindo seu cronograma? Sim, a obra está sempre sem atrasos. 1490 Sim, mas em algumas ocasiões acontecem atrasos. Não, a obra está atrasada. 2. A empresa responsável possui algum certificado de qualidade (ISO 9001)? Sim, a empresa possui certificados de qualidade. Não, mas está em processo de obtenção. Não, a empresa não possui nenhum certificado de qualidade. 3. Existe algum tipo de verificação da qualidade dos serviços realizados? Sim, é feito algum tipo de acompanhamento da qualidade na execução dos serviços realizados. Não, não existe nenhuma preocupação com a qualidade dos serviços realizados. 4. A obra em questão está limpa? Sim, a obra sempre está limpa. Não, mas normalmente encontra-se limpa. Não, a obra dificilmente está limpa. 5. Recebem normalmente os salários em dia? Sim, os funcionários sempre recebem os salários. Não, atrasos com relação ao recebimento dos salários são comuns. 6. Funcionários utilizam EPI’s e uniformes? Sim, existe uma preocupação com a utilização de Equipamentos de Proteção Individual. Não, não existe preocupação do o uso de Equipamentos de Proteção Individual. 7. As áreas de convivência dos funcionários foram dimensionadas corretamente? Sim. Não. 8. É feito algum controle de qualidade dos blocos cerâmicos a serem utilizados, de acordo com a NBR 7171/1992? Sim, é feito o controle de qualidade. Não, os blocos são recebidos e utilizados sem nenhum controle. 9. O concreto é produzido in loco pela própria construtora? Existe algum controle dos materiais que são utilizados? Sim, existe um controle para os materiais que são utilizados nesta produção. Não, o concreto é comprado de uma terceirizada que se responsabiliza pelo material. 10. É feito algum controle de qualidade do concreto a ser utilizado? Sim, são tomadas providências para o controle de qualidade do concreto. 1491 Não, essa não é uma prática comum. 11. Existe alguma preocupação com recebimento e armazenamento do aço a ser utilizado na obra? Sim, existe esta preocupação. Não, não existe esta preocupação. 12. O engenheiro responsável está presente na obra com frequência? Sim, ele esta frequentemente presente, dando uma maior agilidade à resolução de problemas. Não, ele não está presente na obra com frequência. 13. A obra em questão possui sinalização das áreas de risco? Sim, a obra se encontra com a sinalização adequada. Não, a obra não se encontra com a sinalização adequada. 14. Os funcionários já receberam algum tipo de treinamento para qualificação de seus serviços? 0% - 35% já receberam algum tipo de treinamento. 35% -70% já receberam algum tipo de treinamento. 70% - 100% já receberam algum tipo de treinamento. Resultados e discussão Com o resultado dos questionários foram feitos gráficos tipo pizza, que facilitam a visualização de forma global, para cada uma das perguntas citadas acima. Para podermos concluir que as obras estudadas possuem um sistema de qualidade eficiente, é necessário que as respostas dadas pelos gráficos mostrassem, em sua maioria, um cenário positivo. Pode-se observar que apenas 34% das obras seguem sem atraso, o que mostra que falta organização e planejamento nas atividades para que estas não sofram atrasos, observando também que atrasos geram gastos que não estavam previstos e orçamentados. Em 17% das obras a empresa responsável pela execução possui ISO 9001, o que é um índice muito baixo, que mostra que as empresas não se preocuparam em se submeter a avaliação de qualidade de seus serviços. Em 83% das obras existe a verificação na qualidade dos serviços, o que diminui a probabilidade dos serviços serem executados de forma incorreta. Dois fatos que se devem destacar é que 83% das obras conseguem manter seu canteiro sempre limpo e o pagamento dos funcionários em dia. Estes são fatores positivos e demonstram 1492 organização dos responsáveis pela obra além de aumentar a produtividade e o ânimo no trabalho por parte dos funcionários. Um ponto negativo é que em apenas 50% das obras os funcionários utilizam equipamento de proteção individual, EPI’s, que resulta em uma situação inadmissível para se obter boas práticas e um programa de qualidade eficiente. Constata-se também que em 83% das obras as áreas de convivência dos funcionários foram dimensionadas corretamente, que em 33% delas existe controle dos materiais utilizados na produção do concreto, e que em 67% das obras há controle da qualidade do concreto. Além disso, observou-se que em 100% das obras há preocupação com recebimento e armazenamento do aço a ser utilizado na obra. Finalmente observa-se que em 67% dos canteiros visitados o engenheiro responsável está presente na obra com frequência, o que agiliza a resolução de problemas e confere maior credibilidade para estas. Conclusão Como pode ser observado nos resultados, a maioria dos questionamentos feitos não estão de acordo com o esperado, pois para que a gestão de qualidade das obras fosse realizada de forma correta, as respostas obtidas deveriam ser afirmativas a todos os questionamentos, o que não ocorreu. Portanto, pode-se afirmar que em alguns pontos a maioria das obras são fiscalizadas, como em relação à limpeza, ao recebimento e armazenamento do aço, entre outras. Por outro lado, ainda existem aspectos em que as obras necessitam de uma maior cobrança, aspectos esses de fácil resolução e de extrema importância, como por exemplo a falta de sinalização das áreas de risco e o uso de equipamento de proteção individual. Referências DOS SANTOS, L.A.; SILVA, A. A. Diretrizes para elaboração de planos da qualidade em empreendimentos da construção civil. Dissertação de Mestrado apresentada a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, p.12-13. São Paulo/SP, 2003. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS. Superintendência de Infraestrutura – SINFRA. Universidade Federal de Alagoas. 2014. Disponível em: < http://www.ufal.edu.br/institucional/orgaos-de-apoio/administrativo/sinfra>. Acesso em 20 de mai. De 2014. 1493 Utilização de Planilhas Excel na Engenharia Civil Negredo A.,Ulhoa K. B.¹; Medeiros G. C.² ¹ ² Grupo PET Estruturas – Universidade Católica de Brasília (UCB) – Curso de Graduação em Engenharia Civil Introdução Uma das propostas do Programa de Educação Tutorial PET – Estruturas que vimos participando na Universidade Católica de Brasília (UCB) é a preparação de minicursos para serem ministrados aos demais alunos matriculados. O desenvolvimento do minicurso de Excel e suas utilizações na Engenharia no motivou a fazer um trabalho para mostrar as aplicações que vem sendo desenvolvidas no grupo. Sendo assim, neste trabalho, será apresentado um pequeno script do nosso curso de Excel, chamando a atenção para as aplicações na Engenharia. Vale salientar que este minicurso foi desenvolvido considerando as necessidades de mercado, observados pelos alunos que estão estagiando e sentem dificuldades de atender certas demandas, permitindo o aluno aperfeiçoar e dominar ferramentas que possibilitem uma boa empregabilidade no futuro. O Excel é um software que permite criar tabelas, calcular e analisar dados. Este tipo de software é chamado de software de planilha eletrônica. O Excel permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, imprimir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples (MICROSOFT, 2014). Atualmente, o ensino de engenharia não pode mais restringir-se à mera apresentação dos fundamentos teórico-conceituais em que se apoia a prática profissional e à introdução das metodologias práticas para solução dos problemas que o engenheiro é tipicamente chamado a resolver. O alto grau de competição entre empresas e profissionais – até certo ponto positivo para o desenvolvimento – exige que o egresso do sistema educacional universitário esteja preparado para agir com otimização no uso dos recursos humano, natural, temporal, espacial e financeiro. É por tal motivo que se apresenta aqui uma planilha de cálculo eletrônica que não “raciocina pelo aluno”, não monta os módulos de cálculo sem sua participação, nem analisa resultados para passar um veredicto final. A necessidade da aprendizagem desse software no curso de Engenharia Civil se dá pela grande utilização do mesmo no mercado da construção civil, áreas de gestão e planejamento em geral, pois é uma ferramenta que permite a criação de planilhas com diferentes aplicações 1494 como controle de ponto dos funcionários, levantamento de materiais, comparação inteligente de preços de insumos para obra, entre outros. É um software que permite otimizar processos e, portanto, muito bem vindo no dia-a-dia da engenharia. Com base nessas premissas é proposto um trabalho que visa à aplicação do Excel na área da Engenharia Civil, sendo esse ministrado pelo grupo PET – ESTRUTURAS da Universidade Católica de Brasília para os estudantes do curso em questão. Objetivos Este trabalho tem como objetivo geral apresentar os tópicos que estão sendo desenvolvidos no minicurso da Planilha Excel, elaborado para estudantes de Engenharia, além de especificar algumas das aplicações que estão sendo trabalhadas. O objetivo maior é dar suporte à formação dos alunos do curso e permitir que os mesmos ampliem sua formação acadêmica, se preparando para o mercado de trabalho, utilizando ferramentas modernas e eficientes para resolver problemas do dia-a-dia. No que tange a objetivos específicos, podemos citar: ministrar um minicurso de Excel apresentando comandos básicos de utilização para que os estudantes se familiarizem com o software; desenvolver conceitos relacionados ao orçamento na construção civil a fim de potencializar processos. Metodologia O minicurso tem carga horária de 8 horas, sendo desenvolvido em três encontros, para turmas de no máximo 30 alunos. A equipe dos petianos participantes da atividade é composta de seis integrantes, que se dividem nas diversas tarefas, desde a preparação de material, como apresentação dos conteúdos e apoio individual aos participantes. Inicialmente, um integrante do grupo apresenta o ambiente da tela inicial, os comandos básicos e suas funções mais usuais, em seguida, um problema prático é levado para ser resolvido, utilizando as ferramentas estudadas, enquanto os demais integrantes ficam à disposição para auxilio individual. O curso foi ministrado em dois semestres consecutivos para duas turmas de 30 alunos, em cada semestre. O conteúdo abordado é dividido em duas partes, sendo a primeira designada para trabalhar as funções básicas do Excel, e a segunda parte para introduzir os conceitos de orçamento na construção civil. 1495 A primeira parte abordou os seguintes comandos e funções básicas: 1. APRESENTAÇÃO DA TELA DO EXCEL Página Inicial (Área de Transferência, Fonte, Alinhamento, Número, Estilo, Células, Edição). Inserir (Tabelas, Ilustrações, Gráficos, Minigráficos, Filtro, Links, Textos, Símbolos). Layout da Página (Temas, Configurar Página, Dimensionar para ajustar, Opção de planilhas, Organizar). 2. FORMATAÇÃO DE VALORES E TEXTOS (RIEPER, 2011) Selecionar (Célula, coluna, linha, várias células) Inserir (Célula, linhas e colunas); Atalhos de Inserção. Excluir (Célula, linhas e colunas). Formatar linhas e colunas (Altura, largura, autoajuste e outros). Formatar fontes (tamanho, cor, fonte de texto...). Mesclar células. Criar Bordas. 3. FÓRMULAS e FUNÇÕES (REZENDE & FRANÇÓIA, 2014) Fórmulas (Soma, Subtração, Divisão e Multiplicação); Uso do igual (=) . Soma, média, máximo, mínimo – fórmulas em geral. Inserir Função (Fx) 4. GRÁFICOS 5. FORMATANDO DADOS Classificar e trabalhar com filtros. A segunda parte está relacionada com a aplicação do software no cotidiano da construção civil. Outro integrante mostra uma das aplicações, que é a utilização de planilhas orçamentárias (PINI, 2008) para aperfeiçoar orçamentos na construção civil. 1496 Uma planilha foi montada para determinar qual a melhor empresa para a compra de materiais. A partir do projeto de uma residência, foi feito o levantamento de quantitativos, construindo uma listagem de materiais, os quais foram orçados em três grandes empresas da região. Facilmente, poderíamos determinar qual a loja que teria o menor valor do orçamento. No entanto, o objetivo era otimizar a compra de cada componente da lista, adquirindo cada produto na loja que teria o preço mais acessível. Sendo assim, primeiramente utilizou-se o comando condicional do Excel “SE”, baseado em (MCFEDRIES, 2010), determinando para cada produto ou serviço, o local mais viável e, em seguida, trabalhou-se o recurso de “filtros”, para organizar uma nova tabela, mostrando em cada loja pesquisada os produtos mais vantajosos nestas. Tal parte também dispôs dos demais integrantes para o auxílio individual. Para desenvolvimento dessa planilha foi necessário trabalhar vários conceitos de orçamento, tais como: Criação de tabela com o levantamento de quantitativo para o projeto residencial em estudo; Criação de tabela com os insumos necessários para a construção; Pesquisa de preço dos insumos em três lojas da cidade, para posterior comparação. Montagem de várias Composições de Preço Unitário; Cálculo de Impostos e Encargos Sociais; Uso de recursos de Excel para determinar, para cada produto, onde seria mais vantajosa a aquisição; Finalmente, execução de nova tabela, mostrando para cada loja os produtos que seriam adquiridos nela e o total dos valores gastos. Resultados e discussão Após realização do minicurso, os alunos participantes preencheram formulário de avaliação, mostrando em sua maioria que tiveram um aprendizado inicial para utilizar o Excel. Além disso, conheceram algumas terminologias empregadas em orçamentos na construção civil, como o da técnica de composição de preços unitários, identificando para cada serviço quais os componentes necessários tanto em mão de obra quanto em materiais de insumo, além do cálculo dos impostos e encargos sociais. Após a realização dos exemplos modelos, concluímos que o trabalho foi bem válido em termos de aprendizagem e que é possível fazer uma economia em torno de 10% a 15%, se 1497 refinarmos nossa análise. Para reduzir o custo não se pode adiquirir os componentes na loja que gera o valor total mais acessível, e sim identificar separadamente o produto com o preço mais viável em cada loja, minimizando o valor final do orçamento. Conclusão É de vital importância implantar esse trabalho no curso de Engenharia Civil para os estudantes, preferencialmente logo no início do curso, para que eles possam adquirir uma familiaridade com o Excel e também desenvolverem seu conhecimento no mesmo, pois o software é de grande utilidade para o mercado da construção civil, e a parte orçamentaria de uma obra é crucial para que não haja gastos excessivos e encareça o custo total da construção. Logo, possuir tal conhecimento para iniciar a carreira profissional irá proporcionar um currículo com uma atribuição que muitas empresas desejam. Apesar do resultado final do orçamento obtido ser o mais otimizado possível, vale ressaltar que a construção da planilha não é tarefa de fácil compreensão, o que exige do estudante muita dedicação. É necessário realizar vários testes e repetições até que se confie plenamente nos resultados, promovendo um grande aprendizado. De acordo com a avaliação feita pelos estudantes, concluimos que os participantes do minicurso gostaram da iniciativa, acharam o tema pertinente ao mercado profissional, demosntraram ter aprendido algo, mas que realmente o tempo é insuficiente para a quantidade de informações. Referências MCFEDRIES, Paul. Fórmulas e Funções: Microsoft Excel 2010. MICROSOFT. O que é Excel?. 2014. Disponível em: <http://office.microsoft.com/ptbr/novice/o-que-e-o-excel-HA010265948.aspx>. Acesso em: 20/05/2014. PINI (Ed.). TCPO: Tabela de Composição de Preços para Orçamentos. 13. ed. São Paulo: Pini, 2008. 630 p. REZENDE, Edson. FRANÇÓIA, Jorge. Apostila de Fórmulas e Funções. Disponível em: http://www.etepiracicaba.org.br. Acesso em: 26/05/2014. RIEPER, Marcos. Formatação Condicional Excel 2007 e 2010. 2011. 1498 Integração do grupo PET Engenharia Civil /UFU com os alunos do curso e entre seus membros Prof. Dr. Jesiel Cunha1, Adileisson Gondim2, Adriana Patrícia de Oliveira Silva2, André Mesquita Cândido2, Bruna Caroline Campos2, Bruna Larissa Vieira de Sousa2, Denilson Viegas Segundo2, Filipe Augusto Silva de Almeida2, Lucas Antônio Morais Oliveira2, Lucas Fonseca de Oliveira2, Natália Barduchi Ribeiro2, Pedro Augusto Silva Costa Ferreira2, Pedro Paulo Ferreira Silva2, Renata Cristina de Oliveira Guimarães2, Roberta Bastos de Oliveira2, Sóstenes Chagas Quaresma2, Victor Vieira Belafonte Barros2 1 Tutor do Programa de Educação Tutorial (PET) da Engenharia Civil da Universidade Federal de Uberlândia. 2 Graduando do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Uberlândia e membro do grupo PET Engenharia Civil / UFU. Introdução Dentro de um grupo PET, o bom relacionamento entre seus integrantes é fundamental para seu desenvolvimento. Um grupo bem integrado tem mais tranquilidade para trabalhar em conjunto, aumentando sua eficiência e produção, já que há um suporte contínuo de todos os membros nas atividades desenvolvidas. Além disso, como o público alvo da maioria das atividades de um grupo PET é a comunidade acadêmica do curso, é também importante a integração do grupo com os colegas discentes. Nesse sentido, o grupo PET Engenharia Civil da Universidade Federal de Uberlândia realiza periodicamente, atividades que promovem a integração do PET enquanto grupo e também com a comunidade acadêmica. As principais atividades nesse âmbito são: "Petiano, conte a sua história!", projeto "Os agregados", "Recepção aos calouros e Trote social", "Praticando Engenharia" (PET CIVIL UFU, 2014) e algumas atividades informais do grupo, como o churrasco/pizza, por exemplo. Paralelamente às atividades cotidianas de um grupo PET, que às vezes geram carga de trabalho elevada e estresse, estas atividades buscam valorizar as relações sociais e humanas entre os petianos e destes com os colegas do curso. Objetivos O objetivo das atividades mencionadas, de um modo geral, é melhorar o relacionamento interpessoal, internamente ou entre o grupo e os demais alunos da Faculdade, desmistificando os estereótipos que eventualmente possam existir nessas relações e estreitando os laços, de modo que a ajuda seja mútua nas eventuais dificuldades encontradas durante o curso. 1499 Espera-se também que o convívio entre os integrantes do grupo seja prazeroso e as relações gratificantes e, sobretudo, que haja uma integração que vá além das reuniões e atividades periódicas do grupo, percebendo cada petiano em sua integralidade, como aluno/profissional e como ser humano. Metodologia As atividades descritas a seguir buscam o contato direto entre petianos e alunos do curso, estreitando relações e somando esforços, em um ambiente saudável de trabalho, colocando o grupo PET como um realizador e incentivador de atividades que fogem à rotina acadêmica. "Recepção aos calouros" Esta atividade é realizada conjuntamente com o "Trote Social" e consiste no primeiro contato dos ingressantes do curso com o grupo PET e com a Faculdade. É um momento de apresentação das diversas estruturas da universidade e do curso, além de acolhimento aos novos alunos. A "Recepção aos calouros" ocorre no início do primeiro e do segundo semestres letivos. Durante sua realização, os integrantes do PET se reúnem com os calouros para uma conversa informal sobre a profissão, o curso, os programas de ensino, pesquisa e extensão oferecidos pela Universidade, as dificuldades a serem enfrentadas, a forma que se deve abordar o curso, entre outros aspectos. Além disso, há uma conversa com os membros do Diretório Acadêmico, da Atlética da Engenharia (responsável pelas atividades esportivas realizadas pelos cursos de engenharia da UFU), da Charanga (bateria da Atlética da Engenharia, que participa da torcida das diversas modalidades esportivas), com o coordenador do curso e com o diretor da Faculdade. Em seguida, há um coffee-break, onde os calouros podem tirar dúvidas e fazer questionamentos aos petianos. "Trote social: consciência e solidariedade" Após a realização da "Recepção aos calouros", os petianos propõem aos ingressantes uma espécie de gincana. Esta atividade tem como objetivo a arrecadação de alimentos, de livros e 1500 de roupas e a visita a uma instituição beneficente. A turma de calouros é dividida em grupos, que competem entre si para conseguir a maior arrecadação. Cada item arrecadado corresponde a uma pontuação, previamente determinada em regulamento. Ao final da competição a equipe campeã ganha o direito de participar de uma visita técnica, previamente escolhida pelo grupo PET. Além disso, todos os alunos ingressantes visitam a instituição beneficiada, levando o material arrecadado e participando de atividades de integração junto aos assistidos, o que constitui uma rica experiência. "Petiano, conte sua história!" Esta atividade consiste na apresentação da história de vida de cada petiano para o restante do grupo, de forma que todos possam conhecer suas origens, familiares e amigos, preferências, talentos, além de passagens marcantes na vida pessoal e acadêmica. Os petianos apresentam fotos, recordações e objetos que marcaram a sua trajetória. A atividade é realizada mensalmente, e através de rodízio, todos contam um pouco de sua história. É um momento que permite mostrar o lado pessoal do integrante, propiciando maior intimidade entre os membros do grupo e uma maior confiança. O conhecimento da trajetória de vida de cada um auxilia na compreensão do caráter, das qualidades e também das fragilidades, permitindo uma convivência em grupo mais harmônica. Projeto "Os agregados" O projeto "Os Agregados" tem como proposta convidar os alunos do curso que possuam o conhecimento e o desejo de ministrar determinado tema, para serem parceiros do PET em um minicurso ou palestra, sejam eles softwares ou temas interessantes relacionados à Engenharia Civil. O PET auxilia na infraestrutura e na forma de desenvolvimento da atividade. Este projeto busca abrir as portas do PET para os alunos do curso, ainda que não sejam membros efetivos. É uma oportunidade de uma experiência pedagógica e também uma forma de aproximação do PET com os colegas de graduação. 1501 "Praticando Engenharia" A atividade "Praticando Engenharia" consiste de palestras ministradas por alunos do curso de Engenharia Civil que estejam estagiando em alguma obra de médio ou grande porte. Os alunos ministrantes discorrem especialmente sobre a obra acompanhada e sobre a rotina de trabalho do estágio. São mostradas as características da profissão e da carreira, as dificuldades técnicas, de logística e humanas, na condução de uma obra de construção civil, sob o ponto de vista de um estagiário. O "Praticando Engenharia" é um momento de interação entre os ministrantes e os alunos do curso, já que há espaço para questionamentos, dúvidas e estabelecimento de contatos. Churrasco/pizza do PET O churrasco/pizza do PET é uma atividade informal do grupo, que se reúne em uma churracaria/pizzaria para confraternizar. Esta atividade já é tradicional e acaba por aproximar os integrantes, uma vez que estabelece um momento de descontração, com conversas informais, num clima de brincadeira e amizade. Participação dos alunos do curso no grupo Uma das formas de contato dos alunos do curso com o PET é através do site e email do grupo, além das redes sociais. Com estas ferramentas, muitas informações são repassadas, além de eventuais sugestões e críticas ao trabalho do grupo. Mais concretamente, uma ação informal do PET, mas que tem notória contribuição para integração do grupo dentro do curso é a abertura que é oferecida a todos os alunos da Faculdade para utilizarem o espaço físico do PET e para solicitarem auxílio em alguma dificuldade, seja com as matérias, softwares ou demais atividades. Dessa forma, a sala do PET acolhe constantemente alunos de diversos períodos durante a confecção de trabalhos ou exercícios, além de ser um pólo de busca de informações para sanar dúvidas da vida acadêmica. Ainda nesse contexto, o grupo PET tem uma relação muito boa com intercambistas. O PET busca fornecer suporte para os intercambistas do curso que partirão para o exterior e também para alunos estrangeiros em intercâmbio na Faculdade. Por 1502 outro lado, muitos egressos que participaram de intercâmbios voltam a frequentar a sala do PET quando de seu retorno, repassando suas experiências. Finalmente, uma última maneira de aproximar e integrar PET e alunos do curso ocorre na organização de eventos de maior porte. Nestes momentos alunos voluntários atuam como membros da comissão organizadora do evento. Resultados e discussão Todas as atividades mencionadas contribuem positivamente com o objetivo de integrar o grupo. As atividades do "Petiano, conte sua história!" e "Churrasco/pizza do PET" fornecem suporte à integração dos membros do PET. Ambas são atividades que permitem maior contato e conhecimento entre os petianos, resultando em relações de trabalho e afetivas mais próximas e construtivas. Já as atividades "Trote social e recepção aos calouros", "Os agregados", "Praticando Engenharia" e a constante participação dos alunos do curso no grupo, são ações que fortalecem a boa relação do PET com os discentes da Faculdade. Através destas atividades, o PET tem oportunidade de estabelecer um clima de amizade e de apoio. Isto tem auxiliado a reduzir os estereótipos criados para os petianos. Conclusão No âmbito do programa PET, para um trabalho construtivo e de qualidade não se pode perder de vista os aspectos do relacionamento, da integração e do lado humano/pessoal de quem participa de um grupo. Neste sentido, o PET deve estar atento para não se tornar apenas um realizador de eventos. Ele deve buscar ações que promovam sua integração interna e externa, trazendo aos petianos uma formação técnica e humanística. Com a realização das atividades mencionadas, o grupo PET Engenharia Civil tem ganhado maior simpatia por parte dos alunos da graduação, além de uma saudável convivência interna. Referências PET CIVIL UFU. Grupo PET Engenharia Civil da Universidade Federal de Uberlândia. Disponível em: < http://www.petcivil.feciv.ufu.br>. Acesso em: 30 mai. 2014. 1503 Construindo um Aquecedor Solar de Baixo Custo SOUSA, Isabela¹; ALBERGARIA, Iany¹; BRAGA, Michelle¹; RODRIGUES, Valéria¹; PAIVA, Camilla¹; RIBEIRO, Thiago¹; PRADO FILHO, José² ¹Bolsistas do Programa de Educação Tutorial - PET Engenharia Ambiental Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP ²Tutor do Programa de Educação Tutorial – PET Engenharia Ambiental Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP Introdução O alto consumo de energia elétrica é um problema que envolve uma enorme pressão sobre recursos ambientais, uma vez que a construção de hidrelétricas gera inúmeros impactos no ambiente devido a necessidade de ocupação de grandes áreas para que as mesmas possam abrigar suas instalações. Além disso, o conhecido e significativo desperdício da energia pela população brasileira é preocupante, uma vez que a água normalmente utilizada para a geração da energia é um recurso considerado finito e seu uso e consumo excessivo tem trazido inúmeros problemas que envolvem questões de ordem econômica, social e ambiental. O que motivou o desenvolvimento desse trabalho foi a necessidade de construir um equipamento de baixo custo para aquecimento de água de uso doméstico usando materiais normalmente descartados no lixo comum. A construção do aquecedor solar de baixo custo visa oferecer uma opção a mais para residências de baixo padrão, tendo em vista que o custo para se obter esse benefício e comodidade (água aquecida para fins domésticos ) tem um peso significativo nas despesas das residências. Devido ao atual nível de consumo dos brasileiros, tem se observado crescente descarte de materiais que, por suas particularidades, poderiam ser utilizados alternativamente para construção de protótipos e produtos buscando obter com seu uso racional maiores vantagens que simplesmente serem descartados no ambiente. Na presente proposta, o projeto de construção do aquecedor de água doméstico, incorpora, ainda que em pequena escala, parte do conceito do Princípio 3 Rs. O conhecido princípio 3 Rs tem como premissa Reduzir, Reutilizar e Reciclar materiais visando a prevenção da degradação ambiental, a parti da adoção de medidas simples e de boa eficácia ambiental. 1504 | Objetivos Com o objetivo de utilizar materiais alternativos e usar métodos simples para a construção do aquecedor solar, o PET Engenharia Ambiental da UFOP buscou entender e efetuar a montagem de um aquecedor de água doméstico visando posteriormente oferecer à população carente uma oficina de construção do aparato de baixo custo. | Metodologia Para confecção do aquecedor de água, modelo que possui dois painéis de aquecimento que atendem ao consumo de uma pessoa diariamente, foram gastos 60 garrafas PET tipo cristal e 50 embalagens longa vida, devidamente lavadas para se evitar a proliferação de microorganismos que podem resultar em mau cheiro quando resíduos orgânicos estão presentes no material. Os painéis são construídos com embalagens longa vida pintadas de preto, pois essas retêm melhor o calor do sol. As garrafas PET têm a função de proteger o conjunto de influências externas, como ventos e chuvas, e os canos, também pintados de preto, passam por dentro das garrafas e transferem o calor das embalagens para a água. Para as conexões foram utilizados tubos de PVC devido ao seu baixo custo. Outros materiais básicos são necessários e devem ser adquiridos em lojas de materiais de construção. As unidades principais do aquecedor são as colunas formadas por canos, garrafas PET e caixas longa vida. Na etapa do encaixe das colunas, os tubos foram anteriormente colados e pintados. Em seguida, inicia-se o encaixe das primeiras garrafas PET, cada uma em sua respectiva coluna, usando-se no máximo 5 garrafas por coluna a fim de não dificultar a instalação do coletor solar em relação à altura da caixa d’água que armazenará o liquido aquecido. As embalagens longa vida, também pintadas e devidamente dobradas são então encaixadas de forma que o tubo de PVC fique por cima dessas e que a face pintada esteja voltada para cima. Todos os módulos devem ser devidamente vedados. 1505 Com os módulos de aquecimento prontos e vedados, o conjunto é levado para uma área que deverá receber os raios solares diretamente sem influência de sombras de árvores, prédios ou casas. O aquecedor solar completo tem todas as colunas de aquecimento interligadas entre si sendo suas extremidades (superior e inferior) conectadas à caixa d’água da casa. A construção do suporte para a estrutura do aquecedor fica a critério do construtor. Vale ressaltar que a eficiência do sistema varia de local para local tornando-o mais adequado à medida que se aproxima do norte e nordeste. Há também a necessidade de um bom isolamento térmico e, na necessidade de se potencializar a eficiência, opta-se pela pintura com tinta preta do barramento superior e dos tubos que retornam à caixa d’água. Os materiais necessários são apresentados a seguir: 60 garrafas PET de 2 litros transparentes (cristal) de preferência de Coca Cola ou Pepsi, 50 embalagens Longa Vida de 1litro (pósconsumo), 12 metros de cano de PVC de 20mm ½’’, 20 conexões T em PVC de 20mm ½. Ferramentas auxiliares (para construção de um módulo: rolo ou pincel para pintura, luvas para proteger as mãos na hora da pintura, estilete, 1 litro de tinta fosca preta, 1 cano de PVC de 100mm com 70 cm de comprimento para molde de corte da garrafa PET, martelo de borracha, lixa d’água 100, cola para tubos de PVC com pincel em pote, arco de serra, tábua de madeira com no mínimo 120mm de comprimento, 5 pregos, ripa pequena 15 cm de comprimento, fita crepe com largura de 19mm, 4 conexões em L (luva) de PVC de 20mm ½’’, 2 tampões em PVC de 20mm ½’’ | Resultados e discussão O aquecedor solar de baixo custo confeccionado pelo PET Engenharia Ambiental está em fase de testes, porém, já se conseguiu observar um desempenho satisfatório ao que se propõe. Ainda está sendo estudado o melhor local e posicionamento para alocá-lo na Universidade para fins de demonstração para a comunidade da engenharia da Escola de Minas. Apesar de ser observado na internet e em cartilhas sobre o equipamento que a construção do aparato é relativamente fácil, percebeu-se que sua montagem não é tarefa trivial, tendo em vista a necessidade de habilidades de manuseio e de montagem e que a eficiência energética é bastante alterada de acordo com os cuidados que se toma na construção. 1506 Teoricamente, a temperatura máxima a que a água alcança nos tubos do aquecedor é de 55º C. Em temperaturas superiores à mencionada, o material utilizado nas conexões e tubos (PVC), começaria a amolecer, inviabilizando o protótipo. Sob o ponto de vista de custos, a montagem de um aquecedor para atender a uma pessoa fica em torno de R$150,00. Este valor não inclui, obviamente, o preço das garrafas PET e embalagens longa vida, pois estas devem ser utilizadas somente pós-consumo. Teoricamente, o tempo de vida útil com funcionamento perfeito do aquecedor é de cerca de seis anos, pois após algum tempo as garrafas começam a ficar opacas perdendo a eficiência em armazenar calor. Quando isso acontecer pela primeira vez, basta girá-las, uma vez que a parte que fica para baixo não é atingida pela luz do sol e portanto, ainda se mantém translúcida. Por sua vez, as embalagens e canos podem ser apenas repintados. Estuda-se, ainda, a necessidade de se analisar e avaliar o seu desempenho energético sob o ponto de vista quantitativo e de trocas de calor e de tipos alternativos de materiais. Sobre esse assunto, um professor da Universidade foi contactado para dar suporte nessas questões. | Conclusão É sabido que a geração de energias alternativas por meio da radiação solar é viável, uma vez que o sol é uma fonte infinita de energia e traz benefícios na escala financeira, social e ambiental. Por outro lado projetos alternativos e simples com esses objetivos devem ser incentivados, valorizados e difundidos à todas camadas sociais. No que consiste o presente projeto, percebeu-se que a construção de um aquecedor de água para fins domésticos com resíduos descartados não é uma tarefa trivial, tendo em vista que a variedade da qualidade de materiais pode interferir no funcionamento e no rendimento energético do sistema. Assim, considera-se que estudos sobre os materiais usados na confecção e de engenharia térmica e de transferência de calor precisam ser desenvolvidos para que o sistema, mesmo simplificado e alternativo alcance um melhor desempenho. | 1507 Referências ALCINO, JOSÉ A. Manual Sobre a Construção e Instalação do Aquecedor Solar com Descartáveis. Santa Catarina: Independente, 2004. 48p. SEMPRE SUSTENTÁVEL. Aquecedor Solar de Água Feito com Tubos de PVC. Disponível em: http://www.sempresustentavel.com.br/solar/aquecedor/aquecedor-solar.htm . Acesso em: 13 de maio de 2014. 1508 Conhecimentos Externos: realização de palestras, minicursos e visitas técnicas para os alunos de graduação OLIVEIRA, Alisson Henrique; FUNKE, Ana Luisa; TSUZUKI, Andrey; SILVA, Anna Beatriz; LIMA, Ariel; LIMA, Artur; HARADA, Danielle; MARTINS, Fernando; CASTRO, Giovanna; COLOMBO, Giovanni; GADDINI, Guilherme; LINO, Guilherme; ROSSI, Guilherme; ALMEIDA, Jovana; VENÂNCIO, Luana; FROLDI, Lucas; MACEDO, Luiz Gustavo; ROCHA, Maria Amélia; FERNADES, Martin; TOMÉ, Matheus; COSTA, Paula; CAMPOS, Pedro Augusto; GOMES, Pedro; SARAIVA, Raphael; ARANTES, Rebecca; TORSANI, Thamyris; SANTOS, Thomas Henrique; GRILLO, Yury; CASTRO, José Nédilo. Engenharias Introdução A fim de complementar os cursos de graduação da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, visto que muitos alunos não possuem contato suficiente com essa parte do ensino fora da sala de aula, o Grupo PET Engenharia Mecânica criou a atividade “Conhecimentos Externos” para suprir esta demanda, trazendo através dela palestras de profissionais atuantes na área da engenharia, cursos complementares e visitas técnicas a empresas que despertem interesse nos discentes. Objetivos O objetivo dessa atividade é trazer para os discentes palestras e minicursos com temas pertinentes à profissão de engenharia e organizar visitas técnicas a empresas de grande porte e de áreas diversas, atividades essas que irão agregar valores e novos conhecimentos, além de trazer novas vivências e visões sobre o mundo e a profissão de engenharia nos dias de hoje e no futuro. | 1509 Metodologia As palestras, minicursos e as visitas técnicas foram trazidas à Faculdade pelo Grupo PET, e ocorreram ao longo do ano. Para dar início à atividade foi feita uma pesquisa de opinião entre os discentes, para que o grupo tivesse conhecimento dos temas e assuntos que os alunos da faculdade gostariam que fossem abordados em palestras e minicursos. A pesquisa foi respondida por cerca de 500 alunos e os temas mais votados foram: empreendedorismo e gerenciamento de projetos. Foram organizadas ao todo três palestras, dois minicursos e um treinamento: - A palestra com o tema “Geração XYZ”, ministrada pelo sr. Alexandre Nunes Robazza do SEBRAE de São José dos Campos no dia 28 de agosto de 2013, abordou as diferenças entre as gerações XYZ, mostrando os conflitos entre elas e as particularidades de cada uma. - A palestra com o tema “Gerenciamento de projetos: Scrumban no Portal Flight Test”, ministrada pelo engenheiro Antonio Magno Lima Espeschit da empresa EMBRAER no dia 21 de outubro de 2013, trouxe aos alunos algumas noções sobre o gerenciamento de projetos dentro da empresa e apresentou a aplicação de métodos e softwares como o Kanban e Scrum. - A palestra com o tema “5 fatores fundamentais para você construir uma carreira que você ama”, ministrada pela Coach Carolina Nalon do Instituto Tiê Coaching no dia 24 de outubro de 2013, trabalhou com os alunos fatores que podem tornar a carreira profissional mais gratificante. - Dentro da Semana da Ciência e Tecnologia, evento realizado todos os anos dentro da faculdade, entre os dias 21 e 24 de outubro de 2013, o grupo PET trouxe para os alunos dois minicursos, com os temas “BMC - Business Model Canvas” e “Análise SWOT” e ministrados pelos alunos Artur Gomes Lima e Luis Vinicius Ribeiro Rodrigues, integrantes do grupo PET. - Durante os meses de novembro e dezembro o aluno Artur Gomes Lima, integrante do grupo PET, ministrou um treinamento sobre a realização de seminários, aberto aos discentes da universidade. Foram realizadas visitas técnicas nas seguintes empresas: General Motors, BASF e Metrô de São Paulo. A visita técnica realizada na unidade da GENERAL MOTORS de São José dos Campos foi acompanhada pelo responsável da comunicação e de cada setor visitado. A visita 1510 foi realizada no dia 28 de maio de 2013, com uma carga horária de 2 horas e meia, com um público de 34 pessoas. Nesta visita teve-se a oportunidade de se aprofundar nos conhecimentos das áreas de processos de fabricação de um automóvel, informações sobre a empresa, seu funcionamento e sobre o mercado automobilístico mundial, entre outros conhecimentos. A visita Técnica realizada ao Metrô de São Paulo, monotrilho Vila Prudente, foi acompanhada pelo engenheiro responsável. A visita foi realizada no dia 15 de Agosto de 2013, com uma carga horária de 5 horas, com um público de 18 pessoas. Nesta visita tevese a oportunidade de conhecer as obras de expansão do Metrô de São Paulo, assim como o funcionamento do metrô. A visita Técnica realizada na BASF de Guaratinguetá foi acompanhada pela responsável da área de comunicação e por engenheiros de cada unidade. A visita foi realizada no dia 22 de Outubro de 2013 com uma carga horária de 3 horas, com um público de 20 pessoas. Nesta visita teve-se a oportunidade de conhecer sobre a empresa, os produtos e projetos desenvolvidos por ela. Resultados e discussão Através dessas atividades realizadas, o Grupo PET conseguiu mostrar as diferentes áreas de atuação de um Engenheiro para os alunos de graduação, fazendo-os visualizar as tendências nas indústrias e as múltiplas carreiras que um engenheiro pode traçar atualmente, observando o planejamento e confecção de diferentes produtos em cada empresa visitada. Além disso, tiveram também a oportunidade de trocar experiências com engenheiros e profissionais de outras áreas relacionadas e obter informações sobre carreiras, cotidianos, processos industriais e projetos de novos produtos. Conclusão Apesar de esta atividade ser caracterizada como Ensino, podemos observar claramente seu caráter de extensão visto que ocorre fortemente a troca de informações entre engenheiros formados e profissionais de outras áreas relacionadas com os alunos da graduação, além do incentivo à pesquisa. Observou-se que uma crescente interação entre o grupo PET e outras organizações e departamentos da IES, assim como a própria direção da faculdade, 1511 possibilitou um melhor aproveitamento das atividades realizadas. Em 2013, a atividade Conhecimentos Externos contou com uma grande participação dos discentes, confirmando assim a boa reputação dos trabalhos do grupo perante a faculdade como um todo e principalmente perante direção e funcionários. 1512 IMPLANTAÇÃO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS ASSOCIADAS À SUSTENTABILIDADE E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL SOUZA, Allison Daniel Fernandes Coelho¹ DEMORI, Benhur Sanfelici de Souza¹, RIBEIRO, Marcelo Amaral¹, JÚNIOR, Lauro Ribeiro Viana ¹; VALDÉS S., Juan Carlos ². ¹Bolsista PET Engenharia Ambiental UFT ²Tutor do PET Engenharia Ambiental UFT Introdução A educação é fator primordial na vida de uma pessoa, independente de qualquer aspecto étnico ou social. De acordo com relatório do Órgão das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura – (UNESCO, 2010), a educação ajuda a combater a pobreza e capacita as pessoas com o conhecimento, habilidades e a confiança que precisam para construir um futuro melhor. Poluição urbana e desmatamento são algumas das agressões ao meio ambiente que crescem de forma gradativa. Isso acontece muitas vezes pela falta de consciência e conhecimento da população em relação aos problemas que seus atos causam ao meio ambiente. Dessa maneira, o presente trabalho apresenta uma forma de introdução de educação ambiental durante a fase do personalismo na infância, momento em que o ser humano começa a absorver e desenvolver seus princípios. Por meio da Política Nacional de Educação Ambiental, o enfoque humanista, concepção do meio ambiente em sua totalidade, pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, abordagem articulada das questões ambientais locais são princípios e objetivos básicos da Educação Ambiental. (PEDRINI, 1997). No atual contexto da sociedade e da educação infantil, é perceptível a ausência de uma priorização da educação ambiental, que exponha à criança a importância da preservação do meio ambiente para as gerações futuras. Isso tem como consequência à formação de cidadãos que não dão o cuidado e prioridade com relação a questões como reciclagem, reutilização de materiais e redução de desperdícios. Esse desperdício pode ser associado à ineficiência de uma metodologia de educação ambiental que envolva entre outros aspectos, o reaproveitamento de materiais, o que desenvolve durante a infância, uma mentalidade que não prioriza a preservação do meio ambiente. 1513 Consequência desse fato são adultos que não possuem consciência ambiental, afetando áreas sociais, ecológicas e ambientais da sociedade. Isso pode ser comprovados em atos que já se tornaram involuntários, como “jogar” lixo ao chão, ou desperdiçar materiais que podem ser recicláveis ou reutilizáveis ou ainda o desmatamento. A partir do diagnóstico da ausência de um manejo com relação à educação ambiental na educação infantil, numa faixa etária considerada como "modeladora de personalidade", é possível introduzir uma nova percepção da criança em relação ao meio ambiente, a partir de dinâmicas sobre reciclagem e coleta seletiva, exposições sobre a importância de evitar desperdícios, e zelar pelas gerações futuras. Objetivos Objetivo Geral Introduzir práticas educacionais associadas à sustentabilidade, preservação ambiental e redução de desperdícios na educação infantil, a faixa etária considerada como modeladora de personalidade. Objetivos Específicos - Reduzir a quantidade de resíduos recicláveis no meio ambiente sem a sua correta destinação. - Envolver os projetos escolares com a comunidade em geral, desde os professores até os pais dos alunos em metodologias voltadas à preservação ambiental. - Estimular a criança a práticas educacionais sustentáveis, que possam desenvolvê-las em casa. Metodologia Em parceria com a ONG IDHARA, em Palmas, a metodologia do projeto foi adotada levando como pilares a conscientização da comunidade escolar sobre os princípios básicos de educação ambiental e preservação, abordando também sobre a reciclagem e reutilização de materiais utilizados em suas residências. Etapa 1 – Escolha das escolas 1514 Na primeira etapa do projeto, foram feitas abordagens em escolas públicas da cidade de Palmas – Tocantins. A escolha das escolas teve como principal fator o grande número de famílias de baixa renda, onde o entendimento sobre coleta seletiva e a reutilização de materiais pode gerar alternativas ao seu sustento, como a confecção de artesanatos ou materiais reciclados em geral. Etapa 2 – Exposição à comunidade escolar sobre o projeto Na segunda etapa do trabalho, cujo objetivo é obter uma melhor consciência ambiental por parte dos professores, pais e alunos, assim como a redução dos resíduos reutilizáveis nas residências dos alunos, foram feitas exposições sobre a idéia do projeto para os coordenadores e professores em reunião, em seguida, em sala de aula e com uma abordagem mais detalhada, foi explicado aos presentes alunos sobre a importância da coleta seletiva para o meio ambiente, sobre o esquema de cores e o seu material correspondente no que se refere à reciclagem, as especificações das embalagens “tetra pak” e sua importância no ciclo da reciclagem. Uma parte do projeto é estimular a participação da comunidade escolar, desenvolver a consciência da importância do projeto com palestras de esclarecimento, inserir o assunto no plano de ação dos conteúdos curriculares. Em âmbito externo, ajustar as demandas de produção e consumo, divulgar o projeto nas rádios e imprensa locais, contatar os poderes municipais para disseminação do projeto. Etapa 3 – Ecoponto A terceira etapa do projeto se baseia na instalação de um receptor de materiais recicláveis, o chamado Ecoponto. Com a participação e parceria da ONG IDHARA, o Ecoponto é uma caixa onde nela contém divisões para o aluno depositar cada tipo de material reciclável (papel, plástico e metais) trazidos de casa pela comunidade escolar em geral. Resultados e discussão Como resultados, após a execução da segunda etapa da metodologia pôde-se perceber que os objetivos foram atingidos de forma gradual, pois houve um envolvimento e um processo de adaptação e aceitação da ideia e seus impactos sobre a comunidade escolar, como professores, alunos e os lares dos discentes. 1515 Com as palestras sobre o processo reciclagem e coleta seletiva, pôde-se notar um maior nível de conhecimento dos alunos a respeito do tema em respeito, visto que os alunos não tinham conhecimento sobre o que são embalagens “Tetra-pak”, as cores das devidas destinações dos diversos materiais recicláveis, entre outros princípios básicos de reaproveitamento de materiais. Foi de grande importância relacionar nas palestras a reciclagem com os impactos ambientais causados pelo acúmulo de resíduos sólidos no meio urbano, pois a relação entre os resíduos que são geridos e descartados em casa e os fatores ambientais que são ocasionados por eles é importante para a devida consciência ambiental, objetivo principal do projeto. A escola disponibilizou e constituiu um espaço para a logística do projeto, o Ecoponto ficou localizado em lugar bastante visível. Os materiais são entregues para a responsabilidade da prefeitura, constituído basicamente de materiais recicláveis e sem presença de resíduos alimentares. Conclusão Como conclusões sobre a execução do projeto, pode-se afirmar que a pesquisa tem caráter validável no que se refere à participação da universidade na elaboração e execução de projetos na comunidade escolar, relacionando o curso de Engenharia Ambiental e abordando como tema principal a educação ambiental. Está sendo elaborada uma nova etapa de divulgação, que deverá ser continuada, com comunicação de resultados, divulgação das etapas seguintes e palestras motivacionais - educativas. Com a aceitação do projeto por parte dos alunos e professores, é possível que a ideia de separação adequada e destinação correta do lixo residencial possa ser feito de forma eficaz, melhorando a consciência ambiental por parte das famílias dos alunos da escola onde o projeto foi implantado. Referências PEDRINI, Alexandre Gusmão. Educação Ambiental: reflexões e práticas contemporâneas. 5º ed. Petrópolis Vozes, 1997; DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 3ª ed. São Paulo; Gaia, 1992; 1516 LOPES, Welerson. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS: UMA ESTRATÉGIA DE MUDANÇA EFETIVA. IBRAM, Instituto Brasília Ambiental. O que é Educação Ambiental, no sítio http://www.ibram.df.gov.br/informacoes/educacao-ambiental/o-que-e-educacaoambiental. html, acesso em 01/06/2014 1517 IMPORTÂNCIA DA PURIFICAÇÃO DA ÁGUA NA COMUNIDADE INDIGENA XERENTE SOARES, Ana Caroline da Silva; DEBIAZZI, Gabriella Ferreira; AMBRÓSIO, Luíza Dezem; OLIVEIRA, Victor Garcia Aristides; GOUVEIA, Tatiana¹; VALDÉS S., Juan Carlos² ¹Bolsista PET Engenharia Ambiental UFT ²Tutor do PET Engenharia Ambiental UFT Introdução A água é um elemento essencial à vida, porém a sua má qualidade pode trazer riscos à saúde, servindo de veículo para vários agentes químicos e biológicos Rocha, et al. (2006). Para prevenir riscos e doenças de veiculação hídrica, o homem deve estar atento aos fatores que interferem negativamente na qualidade da água que consome bem como no seu destino final. Segundo Coimbra (2003), o processo histórico de mudanças sociais, econômicas e ambientais juntamente com a expansão demográfica e econômica das sociedades acarretou em um complexo e dinâmico quadro de saúde dos povos indígenas. Esse processo ao longo do século influenciou de diversas maneiras o perfil de saúde indígena, desde a de introdução de novos patógenos, de ocupação de territórios, dificuldades de sustentabilidade alimentar até a contaminação ambiental. Assim sendo, as comunidades indígenas possuem baixo acesso à informação, bem como, escasso tratamento de água, as tornando, evidentemente, as mais susceptíveis aos riscos que a água não tratada traz ao ser humano. Segundo Von Sperling (2005), a qualidade da água é dada por meio de diferentes parâmetros, que representam suas principais características (físicas, químicas e biológicas). O Ministério da Saúde para estabelecer o padrão de qualidade da água, sancionou a Portaria Nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, dispondo sobre os procedimentos de controle da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Objetivos 1518 O objetivo do presente trabalho é voltar a atenção para as necessidades básicas de comunidades isoladas que não possuem tratamento adequado de água para o consumo, minimizando assim um problema local, que são as doenças de veiculação hídrica oriundas de substâncias ou microorganismos patógenos presentes na água. Diante da coleta de dados relacionado as doenças que será feito na aldeia Xerente, pretende-se estimar uma margem de decaimento na frequência desses eventos a partir da instalação de equipamentos de tratamento convencional de água. Metodologia O projeto será realizado especificamente na bacia do Ribeirão Jenipapo ao extremo leste do município de Tocantínia, com a comunidade indígena dos Xerentes, inicialmente na aldeia Porteira. A fim de se investigar a qualidade da água local, quatro integrantes da equipe Petamb serão encarregados de realizar três coletas e análises de qualidade em laboratório próprio da UFT de acordo com a metodologia do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater da APHA (1998), integrando com os dados provenientes da Empresa de Saneamento do município de Tocantínia (Saneatins). O levantamento da frequência de doenças relacionadas à água será realizado por toda a equipe Petamb através da aplicação de questionários em forma de entrevistas com a comunidade Xerente na aldeia Porteira. Esses questionários serão aplicados em duas instâncias: antes e após a instalação do sistema de purificação da água. O sistema de purificação da água será de fluxo contínuo e com alimentação energética a partir de placas fotovoltaicas, baseando-se nas unidades de captação, adutora, estação elevatória, tratamento preliminar, reservatório e desinfecção. O dimensionamento será realizado após o levantamento dos dados citados acima. Resultados e discussão De acordo com dados de IBGE, (2014), o município de Tocantínia possui uma população de 6736 habitantes (de acordo com o censo de 2010) com estimativa de 7158 habitantes em 1519 2013. A área do município é de 2601,603 km 2, tendo portanto, uma densidade demográfica relativamente baixa em torno de 2,59 hab/km 2. A captação da estação de tratamento de água da cidade de Tocantinia, estado do Tocantins está presente nas coordenadas 09º 34’ 23,65”S e 48º 22’ 54,50”W, estando sob competência da empresa de saneamento do Tocantins –Saneatins (SILVA, NOGUEIRA, et al., 2005). Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, (2008), apenas 910 unidades residenciais possuem serviço de abastecimento de água, sendo o volume de água distribuída por dia de aproximadamente 653 metros cúbicos, utilizando-se de um sistema de tratamento convencional da água bruta. No Censo realizado em 1999, a população xerente era de 1.850 indivíduos, distribuídos em 34 aldeias nas cidades de Tocantínia e Miracema do Tocantins nas terras denominadas terras indígenas Xerente e Funil, que somam 183.245,902 hectares. A aldeia de Porteira conta com cerca de 167 Xerentes, sendo a segunda maior, só superada pela aldeia Funil com 186 indivíduos (SCHROEDER, 2010). Na medida que as aldeias se consolidam, o gerenciador “Cacique” busca por escola, rádio, estrada, água encanada e algumas pessoas contratadas como agentes de saúde e de saneamento (SCHROEDER, 2010). Porém, há escasso tratamento de água para consumo, muitas vezes composta por unidades isoladas de tratamento, insuficientes para garantia da saúde dos índios. De acordo com o artigo de SILVA, NOGUEIRA, et al., (2005), verificou-se a ocorrência de floração da cianobactéria Cylidrospermopsis raciborski nas margens da captação da água, próximo às aldeias da comunidade indígina Xerente. Esta cianobactéria é produtora de toxinas que podem causar problemas agressivos à saúde humana ligado aos tecidos nervosos, hepáticos ou pele, conforme a estrutura da toxina. Além de causar prejuízos ao meio ambiente aquático. O autor desse artigo informa que como Cylindrospermopsis raciborskii não é característico de ambientes lóticos, a presença desta espécie em tal situação deverá ser investigada com maiores detalhes. Ao fim do projeto, espera-se contribuir com a melhoria das condições de saneamento básico da comunidade indígena Xerente, por meio da futura instalação do sistema de purificação solar da água, que será realizado a partir deste levantamento inicial e estudos sobre qual método de tratamento da água poderá ser implantado, sendo o mais viável ambientalmente e economicamente, e que atenda as especificações das legislações vigentes, Resolução CONAMA nº 357 e Portaria do Ministério da Saúde nº 2914/11, quanto às condições e 1520 parâmetros de qualidade e padrão de potabilidade da água adequados para o consumo humano nessas comunidades isoladas. Conclusão O projeto possui grande importância para o aprimoramento do saneamento básico da comunidade indígena dos Xerentes, refletindo na melhoria da qualidade de vida dos indígenas, de modo que as doenças relacionadas à qualidade da água, provenientes de substâncias e microorganismos patógenos, sejam reduzidas e assim um problema local seja minimizado. Referências BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria Nº 2.914, de 12 de Dezembro De 2011. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html acesso em 10 de maio de 2014. IBGE, 2014. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&co dmun=172110&search=tocantins|tocantinia|infograficos:-informacoes-completas. Acesso dia 30/05/2014 às 16:30 hs. IBGE, 2008. Disponível em:http://ces.ibge.gov.br/base-de-dados/metadados/ibge/pesquisanacional-de-saneamento-basico Acesso dia 30/05/2014 às 16:50 hs. JR., C.; SANTOS, R. V.; ESCOBAR, A. Epidemiologia e saúde dos povos indígenas no Brasil. SciELO Books, Rio de Janeiro, 2005. 260. ROCHA, C.M.B.M.; RODRIGUES, L.S.; COSTA, C.C.; OLIVEIRA, P.R.; SILVA, I.J.; JESUS, E.F.M.; ROLIM, R.G. Avaliação da qualidade da água e percepção higiênicosanitária da área rural de Lavras, Minas Gerais, Brasil, 1999-200. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(9):1967-1978, set, 2006. GO, v. 13, p. 67-78, Junho 2010. ISSN 1. SILVA, J. R. L. D. et al. Ocorrência de floração de cylindrospermopsis raciborskii em águas do rio tocantins. Estudo de caso: eta tocantinia. 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Palmas - TO, 23 setembro 2005. 1-4. 1521 VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos . 3ª Edição. Belo Horizonte: departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; 2005. SCHROEDER, I. Os Xerente: estrutura, história e política. Sociedade e cultura, Goiânia – GO. 1522 Avaliação do Programa de Educação Tutorial de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFPA Aline Azevedo Andrade¹, Bruna Roberta Pereira Lira¹, Evandro Costa da Silva¹, Everton Costa Dias¹, Gabriela Doce Silva Coelho de Souza¹, Giulia Gabriela Maia Rodrigues¹, Ian Rocha de Almeida¹, Juliane Ribeiro das Chaves¹, Laís Caroline Feitosa da Silva¹, Luanna Costa Dias¹, Monica Silva de Sousa¹, Nelson de Queiróz Júnior¹, Paulo André Vasco Barbosa¹, Rodolfo Rosário Klautau de Araújo Gomes¹, Samara Avelino de Souza França¹; Lindemberg Lima Fernandes². ¹ Graduando(a) do curso de Eng. Sanitária e Ambiental (UFPA) e integrante do grupo PET. ² Tutor do Grupo PET, Professor da FAESA/UFPA. Introdução Segundo o Manual de Orientações Básicas - PET, o Programa de Educação Tutorial (PET) é desenvolvido por grupos de estudantes, com tutoria de um docente, organizados a partir de formações em nível de graduação nas Instituições de Ensino Superior do País (IES), sendo financiado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Orientados pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e da educação tutorial, os grupos desenvolvem atividades nesses âmbitos, buscando a formação ampla dos graduandos envolvidos diretamente ou não com o programa, a fim de reforçar os valores de cidadania, consciência social (papel do aluno diante da sociedade) e melhorar a qualidade acadêmica dos cursos de graduação. Com intuito de integrar os três elementos, os alunos vinculados ao PET, tornam-se agentes multiplicadores de novas práticas e experiências de ensino, a fim de ampliá-las e aperfeiçoa-las. Ademais, o desenvolvimento das atividades de extensão e ensino, possibilita a interação entre os bolsistas e demais alunos com a realidade social, possibilitando a construção de uma consciência social. De acordo com o MEC, atualmente o PET conta com 842 grupos distribuídos entre 121 Instituições de Ensino Superior (IES). Nesse contexto, com pouco tempo de atuação, o PET de Engenharia Sanitária e Ambiental (PET ESA) já organizou várias atividades no campo do ensino, pesquisa e extensão. Para Oliveira et al (2011), as contribuições de um grupo PET, não se limitam apenas aos alunos participantes, mas também aos demais graduandos do curso, ao qual o grupo está 1523 vinculado, e para a comunidade externa à Universidade. Desta forma, as ações realizadas pelo PET estimulam os estudantes de graduação a desenvolverem novas atividades na Universidade e, em função destas, terem experiências que poderão ser úteis na escolha e no exercício de atividades futuras. Nesse contexto, o PET ESA oferta aos alunos da graduação minicursos, oficinas, palestras, em suma, atividades de extensão e ensino. Deste modo, possibilita-se à comunidade acadêmica ampliação do conhecimento, contato com as atividades desenvolvidas pelo grupo e também com aquelas que serão realizadas no mercado de trabalho, além de fornecer carga horária complementar e/ou de extensão de acordo com o Projeto Pedagógico do curso. Objetivos O trabalho teve como objetivo avaliar as contribuições do grupo PET ESA para o curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, com base nas atividades desenvolvidas durante um ano. Buscou-se analisar como os graduandos avaliam o grupo no que diz respeito às atividades, sua organização e contribuições do PET ESA para a formação acadêmica, além de verificar as sugestões dos entrevistados. Metodologia A pesquisa realizou-se no Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental (LAESA), que se localiza na Universidade Federal do Pará. A avaliação foi realizada com base em levantamento bibliográfico e pesquisa quantitativa, com a análise do questionário aplicado aos acadêmicos do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, o qual possuiu questões objetivas e sugestivas, a fim de conhecer quais as contribuições que o grupo tem trazido para a comunidade acadêmica, no que diz respeito às diversas atividades realizadas pelo grupo PET ESA no ano de 2013, o tratamento dos dados foi feito através de planilhas dinâmicas. Resultados e discussão O curso possui dez turmas, cada uma com média de 30 alunos. No que se refere ao questionário aplicado com 132 graduandos, verificou-se que aproximadamente 97% dos entrevistados disseram conhecer o PET ESA e apenas 3% responderam não conhecer. O que apresenta que, embora com pouco tempo de existência (aproximadamente um ano e meio), o grupo é conhecido pela maioria dos alunos. 1524 Quanto à forma pela qual conheceram o grupo, 71% responderam que conheceram o PET ESA por meio de pessoas (alunos), 22% através dos informativos divulgados pelo grupo e 7% pelas redes sociais. A partir dos dados, é possível atribuir o elevado número na primeira alternativa ao alto grau de comunicação entre os alunos. A parcela correspondente aos informativos apresenta-se como segunda mais votada, pois para cada atividade realizada pelo Programa há a divulgação através de folders, cartilhas, dentre outros, distribuídos pelo prédio, aumentando a visibilidade das atividades desenvolvidas pelo grupo. Além disso, a rede social do grupo existe há pouco mais de um ano, contando atualmente com 157 seguidores. Em relação à participação nas atividades realizadas pelo grupo, a maioria (82%) respondeu que já participou de uma ou mais atividades desenvolvidas pelo PET ESA, enquanto que 18% disseram que não. Em relação ao tipo de atividade, 13% dos alunos disseram ter participado de algum Minicurso, 29% de palestras, 42% da “A Quinta do Saneamento e Meio Ambiente” e 16% do “Mutirão nos Bosques”. O grupo avaliou a porcentagem de participação como satisfatória, embora acredite ser preciso uma maior presença dos acadêmicos nos Minicursos e “Mutirão nos Bosques”, uma vez que o primeiro constitui-se de iniciação e aperfeiçoamento em Software’s (ArcGIS e AutoCAD, por exemplo) utilizados, inclusive no mercado de trabalho, sendo de grande importância dominar essas ferramentas. Por outro lado, o “Mutirão nos Bosques”, atividade de extensão desenvolvida no “Espaço ITEC Cidadão” e voltada para os alunos da graduação, por tratar-se de uma prática de Educação Ambiental é de suma importância para a criação de uma sensibilidade quanto à conservação de áreas verdes, do papel do aluno como cuidador do meio ambiente, permitindo também, a troca de conhecimentos entre os participantes. Quando perguntado se as atividades do PET ESA influenciam sua formação, 92% dos graduandos, parcela significativa disse que sim, 3% não, sendo que 5% não respoderam. As porcentagens verificadas permitem concluir que o PET esta conseguindo seus objetivos. Entre eles, melhorar a qualidade da formação acadêmica, considerada importante na graduação dos alunos em Engenharia Sanitária e Ambiental. Quando questionados sobre a decisão de participar das atividades realizadas pelo Programa, 54% dos entrevistados responderam que participaram das atividades por causa da carga horária de extensão recebida, enquanto que 31% buscaram qualificação e 15% procuraram conhecer as atividades do PET ESA. Esses dados demonstram que a maioria dos graduandos busca concluir a carga horária de extensão obrigatória, proposta pelo projeto pedagógico do curso em detrimento dos outros fatores, como buscar qualificação e conhecer as atividades realizadas pelo grupo. 1525 No que diz respeito à avaliação das atividades realizadas pelos graduandos, 22% dos entrevistados avaliaram como sendo ótimas, 70% como “bom” e 8% como sendo regulares. Esses dados demonstraram-se animadores para o grupo, pois comprova que mesmo com pouco tempo de atuação do grupo as atividades receberam um alto nível de aprovação pela comunidade acadêmica. Quando questionados sobre a pretensão de participar de outras atividades realizadas pelo PET ESA, 88% dos entrevistados responderam que “sim”, 11% não opinaram, enquanto 1% respondeu “não”. Esses dados demonstram que a comunidade acadêmica deseja cada vez mais integrar futuras atividades de extensão, gerando uma maior responsabilidade ao grupo que, por sua vez, possui o comprometimento de propor novas e atrativas atividades à comunidade junto aos corpos docente e discente do curso. Em relação à melhora das atividades, já desenvolvidas, 14% das pessoas deram como sugestão melhorias na organização do grupo, 13% quanto à metodologia das atividades, 46% responderam que deveria aumentar o número de atividades e 27% das pessoas sugeriu aumentar a carga horária de extensão ofertada por atividades. Esses dados demonstram o que já foi dito anteriormente, quanto ao desejo dos graduandos de participarem cada vez mais de novas atividades realizadas pelo grupo, o que é um dado animador, embora aponte a necessidade de desenvolvimento de mais atividades, ou ampliação do numero de participantes. Por fim, os graduandos realizaram uma avaliação geral do PET ESA: 72% dos entrevistados avaliaram como bom, 16% como ótimo e 12% como regular. Esses resultados demonstram uma aprovação do grupo junto à comunidade acadêmica, gerando uma satisfação dos integrantes do PET ESA quanto aos esforços realizados para melhoria da formação acadêmica, da grade curricular complementar dos alunos do curso e servindo como incentivo à realização de novas atividades. Conclusão A atuação do PET Engenharia Sanitária e Ambiental demonstrou-se satisfatória com relação às três vertentes do grupo: pesquisa, ensino e extensão. A pesquisa realizada admitiu que o PET ESA precisa intensificar suas atividades e tornar-se mais visível dentro e fora da Universidade. Alguns itens da pesquisa merecem destaque, como: aumentar o número de atividades realizadas pelo grupo, principalmente dentro da Instituição, e aumentar a carga horária de extensão das respectivas atividades. 1526 Entretanto, o PET Engenharia Sanitária e Ambiental ficou satisfeito com os resultados adquiridos através da pesquisa. O grupo reconhece que necessita ser mais eficiente na tomada de decisões para melhorar ainda mais a sua aceitação junto à comunidade acadêmica. Portanto, o PET pretende fazer análises como esta em períodos regulares, para que se conheça o grau de satisfação daqueles que participam das atividades propostas e melhorar a atuação feita pelo grupo. Referências APRESENTAÇÃO – PET. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index. php? Itemid=481 &id=12223&option=com_content&view=article>. Acesso em 07 maio 2014. MANUAL DE ORIENTAÇÕES – PET. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/index. php? option=com_content&view=article&id=12228&Itemid=486>. Acesso em 09 maio 2014. OLIVEIRA, A; FONTANA, M; DA SILVA, R. G.; BARBOSA, A. B. V.; ALCÂNTARA, P. X.; CESAR, D. B. S.; DE ANDRADE, P. V. P.; OLIVEIRA, B.G. de A.; CARVALHO, M. D. da S.; DE CARVALHO, B. P.; DA SILVA, R. B. O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL – PET E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E CIDADÃ DOS ESTUDANTES DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFBA, Anais: XXXIX Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia: Blumenau-SC, 2011. 1527 AS PRÁTICAS DE EXTENSÃO DO PET – ENG. SANITÁRIA E AMBIENTAL DA UFPA, E SUA IMPORTÂNCIA PARA A COMUNIDADE ACADÊMICA E SOCIEDADE. Aline Azevedo Andrade¹, Bruna Roberta Pereira Lira¹, Evandro Costa da Silva¹, Everton Costa Dias¹, Gabriela Doce Silva Coelho de Souza¹, Giulia Gabriela Maia Rodrigues¹, Ian Rocha de Almeida¹, Juliane Ribeiro das Chaves¹, Laís Caroline Feitosa da Silva¹, Luanna Costa Dias¹, Monica Silva de Sousa¹, Nelson de Queiróz Júnior¹, Paulo André Vasco Barbosa¹, Rodolfo Rosário Klautau de Araújo Gomes¹, Samara Avelino de Souza França¹; Lindemberg Lima Fernandes². ¹ Graduando(a) do curso de Eng. Sanitária e Ambiental (UFPA) e integrante do grupo PET. ² Tutor do Grupo PET, Professor da FAESA/UFPA. Introdução O Programa de Educação Tutorial (PET) de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal do Pará (UFPA) foi criado em janeiro de 2013 e conta atualmente com um grupo de 15 alunos da graduação, sob tutoria do professor Lindemberg Fernandes. As atividades realizadas dentro do grupo seguem o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, buscando melhorar a formação dos graduandos e estabelecer a relação entre comunidade acadêmica e sociedade. A extensão universitária é definida como a prática acadêmica que interliga a Universidade nas suas atividades de ensino e pesquisa com as demandas da população (VOISIN et al, 1999). Condicionando a extensão como um meio de reduzir as desigualdades sociais presentes, por ser um conjunto de ações cientificas e culturais aplicada a realidade. À medida em que as práticas extensionistas ocorrem à cooperação e a coletividade serão exercidas de forma natural, buscando sempre incentivar os participantes a difundirem estes princípios no ambiente acadêmico e familiar. Como o PET estabelece este contato entre aluno e sociadade, o PET de Eng. Sanitária e Ambiental da UFPA realizou uma série de atividades extensionistas ao longo do ano de 2013 e no primeiro semestre de 2014, dentre as quais destacam-se : Mutirão dos Bosques da UFPA, o projeto PET nas escolas, Dia de ação na comunidade Marrocos no município de Bragança e no Abrigo de Crianças da Tia Socorro no Bairro do Tapanã em Belém. Objetivo O objetivo geral deste trabalho é identificar e apresentar as principais atividades de extensão realizadas pelo grupo PET de Engenharia Sanitária e Ambiental. Além de destacar a 1528 sua importância na formação do pensamento crítico e na construção de valores dos integrantes e daqueles que estão envolvidos nestas atividades, proporcionando um retorno a sociedade. Metodologia Todas as atividades de extensão são organizados por todos os petianos do grupo e com a supervisão do tutor, em que são registradas no planejamento anual enviado ao MEC. Para compor o artigo foi realizado levantamento bibliográfico sobre a extensão universitária. Abaixo está descrita a metodologia de algumas atividades de extensão realizada pelo grupo. 1. Projeto PET nas Escolas O projeto teve como foco os alunos da Escolinha Mendara, que é uma escola privada localizada no Bairro da Marambaia em Belém, e da Escola de Aplicação da UFPA que é pública e inserida no Bairro da Terra Firme em Belém. O Projeto iniciou-se em 2013 e durante o ano ocorreram três atividades de Educação Ambiental. A preparação das palestras contou com pesquisas bibliográficas relacionadas aos temas de Saneamento Ambiental, Poluição das Águas e Resíduos Sólidos. Ao fim da pesquisa foram preparadas apresentações em slides no programa Power Point com auxílio de projetor, que foram elaboradas de acordo com a faixa etária de cada turma, além da exibição de vídeos relacionados ao tema. Após as palestras, os alunos tinham a oportunidade de relatar suas dúvidas sobre o tema exposto e de trocar experiências vividas com os palestrantes. 2. Mutirão nos Bosques da UFPA O Espaço ITEC Cidadão é um lugar de convivência verde da comunidade acadêmica e a população externa da UFPA, que reúne jardins, horta, pomar em dois bosques. Com a necessidade de manutenção deste ambiente e fomentar nos discentes ideias e propostas para o espaço, nasce à atividade de extensão Mutirão dos Bosques. A atividade teve início no segundo semestre de 2013, sendo o PET Eng. Sanitária e Ambiental responsável pela organização juntamente com o Espaço ITEC Cidadão. 3. Dia de Ação do PET Engenharia Sanitária e Ambiental da UFPA O dia de ação é uma atividade extensionista que é realizada juntamente com outros grupos PET. Seu objetivo é orientar pessoas menos privilegiadas socioeconomicamente sobre temas que requerem atenção como educação, meio ambiente, saúde e outros. A atividade é realizada através de oficinas, vídeo-aula, palestras, dinâmicas de grupos e é dividida por faixa etária. 1529 O PET Engenharia Sanitária e Ambiental participou duas vezes, a primeira foi com as crianças do Abrigo Tia Socorro em junho de 2013, onde recebe crianças e adultos com algum tipo de problema social. O grupo ficou responsável por crianças de até 5 anos, onde apresentou um vídeo de combate ao desperdício de água, com ações simples e práticas. O segundo “Dia de ação” foi integrado a programação do Fórum Paraense dos grupos PET’s( FORPET), realizado em fevereiro de 2014 na comunidade Marrocos no município de Bragança-PA. O grupo realizou uma palestra sobre noções básicas de higiene para os filhos dos catadores do lixão que fazem parte da comunidade, após a atividade cada criança recebeu um kit/educação com vários exercícios, desenhos para colorir e jogos referente ao tema da higiene. Além do kit, foram distribuídos vários livros de literatura infantil doados pelos bolsistas do grupo. Resultados e discussão Segundo Serrano,[s.d] a extensão possui pelo menos quatro momentos expressivos de sua conceituação e prática: o modelo da transmissão vertical do conhecimento , o voluntarismo, a ação sócio-comunitária institucional e o acadêmico institucional. Pelo menos uma destas conceituações podem ser vivenciadas nas atividades exercidas pelo PET, que tem o compromisso de tornar a extensão difundida e socializada, diferenciando-o dos demais grupos que não trabalham o princípio da indissociabiliade entre a pesquisa, ensino e extensão dentro da Universidade. Logo, o objetivo de cada grupo PET é extender ao máximo suas atividades de extensão e torna-lá viva. Com isso as atividades extensionistas realizadas pelo PET – Engenharia Sanitária e Ambiental da UFPA, desde o período de sua criação até os primeiros meses de 2014 são de fundamental importância para a comunidade acadêmica e para a sociedade, como será descrito a experiência das três principais atividades do grupo. 1.Projeto PET nas escolas A primeira visita foi na Escolinha Mendara, onde foi apresentado a palestra “Resíduos Sólidos Domésticos na cidade de Belém”, o aluno pôde compreender para onde vai o seu resíduo e como deve ser tratado. A segunda visita realizada foi na Escola de Aplicação da UFPA, com o tema: “Poluição das águas”, ressaltando os seus usos múltiplos, as principais fontes de poluição e as consequências para o meio ambiente e ao ser humano. A última visita foi novamente na Escolinha Mendara com a palestra “Saneamento Ambiental na Região Metropolitana de Belém (RMB)”, onde apresentou-se os diversos problemas enfrentados em 1530 geral das grandes cidades, que em sua maioria são em decorrência principalmente do crescimento urbano desordenado. A participação dos alunos foi bastante significativa, pois além das perguntas, alguns sugeriram diversas alternativas para a solução dos problemas apresentados. Os resultados do projeto foram bastante satisfatórios para os membros do grupo e para escola. Todas as visitas apontaram à necessidade da expansão da atividade, em que deve ter um enfoque maior para a escola pública onde a carência de informações sobre Educação Ambiental é maior. Muitas escolas possuem atividades voltadas para esta vertente, no entanto, muitos alunos precisam tomar este conhecimento para sua vida. O objetivo do projeto é que este ano seja expandido o número de escolas e uma parceria com outros cursos para que a Educação Ambiental seja vista de diversos aspectos. 2. Mutirão nos bosques da UFPA Proporcionou o conhecimento sobre uso da terra, plantio e conservação de uma variedade de espécies de plantas no espaço universitário, que também serve para convivência, tendo como consequências em práticas ambientais sustentáveis. A atividade faz com que o acadêmico do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental trabalhe na manutenção deste ambiente aumentando o interesse aos projetos realizados no bosque e na realidade socioambiental, incentivando-os na formação de novas propostas para o meio ambiente. 3. Dia de Ação do PET Engenharia Sanitária e Ambiental É uma das atividades mais significativas do grupo, pois afirma o modelo de ação sócio-comunitária institucional da extensão universitária. Onde o petiano atua diretamente com aqueles que de uma forma histórica são excluídos das melhores oportunidades de vida. Tanto a visita no abrigo quanto na comunidade Marrocos sensibilizaram de uma certa forma todos que estavam alí, pois quebra a mentalidade de um mundo individualista e de uma universidade fechada. O fato da maioria não ter conhecimento do assunto concretiza o papel da extensão, é possível notar no rosto das crianças o quanto elas querem aprender, mas as oportunidades parecem ser ainda poucas. Conclusão A extensão requer bastante atenção pois é uma das formas que o aluno tem de repassar seu conhecimento para a sociedade dentro da Universidade. O PET vem integrar esta ação de extensão junto com o ensino e a pesquisa. As experiências mostram que as ações não podem acabar e que devem ser aprimoradas para que o retorno seja ainda mais significativo. Muito 1531 ainda deve ser feito, mas o que já esta sendo feito tem trazido um retorno extraordinário para o grupo. No entanto, é notório que a extensão não é atrativa para a maioria do corpo acadêmico e que muitos preferem a pesquisa. O que falta é mais incentivo e ações nas Universidades para que não seja uma atividade isolada do todo, mas que seja um serviço de um processo transformador da sociedade em geral e com essas ações o PET Engenharia Sanitária e Ambiental vem sendo um agente transformador para que essas atividades se tornem realidade dentro e fora da academia.. Referências MEC/SESu. Manual de orientações básicas. Programa de Educação Tutorial. 2006 25p. SERRANO. R, M, S, M. Conceito de extensão universitária : um diálogo com Paulo Freire. Disponível em : <http://www.prac.ufpb.br/copac/extelar/atividades/discussao/artigos/conceito s_de_extensao_universitária.pdf>. Acesso em : maio de 2014. VOISIN, J.; FARIA, D. S. DE, CARRIJO, I. L. M.; CORRÊA, E. J.; ARAÚJO FILHO, T. DE; TUTTMAN, M. T. Plano Nacional de Extensão Universitária. 2000. 17p. 1532 COLMATAÇÃO FÍSICA EM GEOTÊXTIL NÃO TECIDO UTILIZADO COMO FILTRO DE SOLO SILTOSO EM TRINCHEIRA DRENANTE Filipe Chaves Gonçalves¹; Ana Flávia Camargo Borges¹; Bruna Guidon Pedro¹; Camila Ferreira de Ascenção¹; Caroline Graminha Gilio¹; Geovana Jacob Marrafão¹; Guilherme Bassi da Silva Pontes¹; Isabele Uliam Mattila¹; João Pedro Bittencourt Batista¹; Leticia Camila Comar¹; Marcus Vinícius Ribeiro Coelho¹; Pedro Henrique Martinez¹; Rafaela Souza Schiapati¹; Renato Augusto Kanaoka da Silva¹; Thales Alexandre Rosin¹; Yan Álef Games¹; Luzenira Alves Brasileiro². ¹ ²Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – FEIS Departamento de Engenharia Civil - DEC Introdução A inserção de materiais alternativos nos solos a fim de lhes conferir melhoria em suas propriedades vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Nesse cenário, os geossintéticos, materiais poliméricos com pequena fração de aditivos, estão cada vez mais presentes em obras geotécnicas. Uma das razões desse crescente sucesso se refere à grande variedade de funções que esses materiais poliméricos podem exercer quando aplicados no solo, entre as quais controle de erosão superficial, drenagem, filtração, impermeabilização, proteção, reforço e separação (Aguiar e Vertematti, 2004). A cada dia, novos geossintéticos são desenvolvidos para serem aplicados em solos com determinados tipos de carências de tal forma que passa a ser difícil classificar todos esses novos produtos que surgem no mercado. No entanto, entre as classificações existentes, merece destaque o geotêxtil não tecido pela sua alta durabilidade e resistência mecânica, pela versatilidade, podendo cumprir todas as principais funções supracitadas dos geossintéticos. Além disto, destacam-se as vantagens que o geotêxtil apresenta sobre os filtros granulares, quando utilizados em sistemas filtrantes (menor espessura do filtro, facilidade de instalação e baixo custo). O geotêxtil ainda tem a vantagem de ser um produto industrial de características controladas e regulares, e possibilitar a continuidade da estrutura filtrante. Na prática da engenharia é comum associar-se o material granular a um elemento filtrante, geralmente o geotêxtil não tecido pelas características apresentadas, resultando em soluções fáceis e eficazes. Desse modo, torna-se cada vez mais importante o estudo dessas associações quando inseridas no complexo mecanismo de interação entre o solo e o geossintético. 1533 As trincheiras drenantes são um bom exemplo da utilização dos geotêxteis não tecidos para fins filtrantes. São bastante utilizadas em obras rodoviárias, muros de arrimo e na base de solos reforçados com geossintéticos. O material granular é revestido por um geotêxtil não tecido que deve, ao mesmo tempo, permitir a passagem do fluido e reter as partículas maiores sem elevações significativas da perda de carga hidráulica. Assim, os critérios de retenção e de permeabilidade recomendados para sistemas filtrantes devem ser obedecidos (Aguiar e Vertematti, 2004). No entanto, esses sistemas ainda são suscetíveis à colmatação física do material polimérico, que pode ser explicada como a penetração de partículas finas de solo na matriz do geotêxtil, bloqueando os poros, ou ainda quando essas partículas ficam depositadas sobre o material, impedindo o fluxo contínuo do fluido (Matheus, 1997). Uma das maneiras de se amenizar o problema da colmatação física é dimensionando os materiais a serem empregados. Os métodos mais comuns para esse dimensionamento são nomeados como convencional e racional. O método convencional avalia três critérios principais (retenção, permeabilidade e sobrevivência) de forma a especificar o geotêxteis a ser empregado. O critério racional, por sua vez, baseia-se em análise probabilística da curva de distribuição dos poros dos geotêxteis juntamente com os pontos de encontro entre suas fibras ou filamentos. No entanto, a colmatação sempre ocorrerá, em maior ou menor nível. Sabe-se que o nível de colmatação em questão pode ser relacionado com as perdas de cargas hidráulicas e com a redução de vazão do sistema. Objetivos Avaliar a colmatação física de um geotêxtil não tecido para difentes períodos de funcionamento do ensaio como filtro de um solo siltoso. Para tal, serão relacionadas a redução de vazão e a carga hidráulica com o nível de colmatação existente. Metodologia Esta pesquisa prevê a execução de ensaios adicionais utilizando o equipamento desenvolvido por Conceição (2012) para avaliação do processo de colmatação de geotêxteis não tecido utilizados em trincheiras drenantes, fazendo-se, em paralelo, uma revisão bibliográfica a fim de se obter maiores informações sobre o assunto. 1534 Para se analisar a supracitada colmatação física, será empregado um solo coletado no município de Cajamar, SP, onde foi implantada uma estrutura de contenção com geossintéticos. Até o momento, foram realizados ensaios de caracterização do solo (ensaios de granulometria conjunta, ensaios de compactação com Energia Proctor Normal e determinação dos limites de Atterberg), do geotêxtil não tecido (ensaios físicos, mecânicos e hidráulicos) e e de permeabilidade do solo. Estão em andamento, nesta fase da pesquisa, os ensaios de percolação de água através do geotêxtil para avaliação da colmatação. Resultados e discussão A primeira etapa desta pesquisa consistiu na caracterização do solo utilizado na estrutura de contenção citada. Os ensaios de granulometria conjunta forneceram uma porcentagem de argila, silte e areia de, respectivamente: 19, 68, e 13. Os limites de consistência encontrados foram de 43% para o limite de liquidez e 22% para o limite de plasticidade, resultando no índice de plasticidade de 21%. Ainda, com os ensaios de compactação com Energia Proctor Normal, determinou-se a umidade ótima do solo, de 21%, e massa específica seca máxima, de 1,63 g/cm³. Esses resultados foram as principais causas de se ter utilizado o solo de Cajamar, SP, em questão para esta pesquisa. Isto porque existe uma relação indireta de colmatação física com a porcentagem de finos do solo, que é a fração de silte e argila presente solo. Espera-se, para um determinado filtro, que a colmatação física seja maior quanto maior for a porcentagem de finos do solo em contato com ele, que no caso deste é alta, de 87%. A segunda etapa da pesquisa consistiu em caracterizar o geotêxtil empregado. Os resultados dos ensaios físicos, hidráulicos e mecânicos forneceram: a espessura do geotêxtil (4,03 mm), a gramatura (522 g/m²), a permissividade (0,63 s -1), a abertura de filtração (0,039 mm), a abertura aparente (0,150 mm), a resistência à tração longitudinal de 15,8 kN/m (156%), a resistência à tração transversal de 24,8 kN/m (128%), a resistência ao rasgo longitudinal (720,8 N), a resistência ao rasgo transversal (482,0 N), e à punção de 2,7 kN (79,7mm). A terceira etapa realizada foi a de determinação da permeabilidade do solo. Utilizando-se os dados coletados de permeabilidade e o software EXCEL, plotou-se um gráfico da permeabilidade do solo em função do tempo de funcionamento do ensaio. A curva de tendência apontada pelo software indicou uma permeabilidade do solo em torno de 2,5.10-9 1535 cm/s, valor esse coerente com o encontrado na literatura para o tipo de solo ensaiado, com alta porcentagem de finos. Conclusões Os resultados desta pesquisa mostram que uma manta polimérica de geotêxtil não tecido pode exercer pode realmente controlar a erosão superficial do solo (filtrando as partículas finas de solo), realizar o processo de drenagem da água, impermeabilização a superfície de um pavimento e proteger o reforço do pavimento. Pode-se concluir também, com os resultados desta pesquisa, que o geotêxtil não tecido apresenta alta durabilidade e grande resistência mecânica, em relação aos demais materiais geossintéticos. Ainda, pode-se concluir que como os sistemas filtrantes tradicionais podem sofrer colmatação física e ter sua capacidade reduzida ao longo do tempo; o geotêxtil é mais indicado para ser utilizado como filtro, pois é um produto industrial de características controladas com custo baixo. A pesquisa sobre os níveis de colmatação realizada neste estudo fornecerão parâmetros para análise de uma obra real, já executada. Assim, poderiam ser tomadas medidas para mitigar o fenômeno e aumentando-se, assim, a vida útil da estrutura, caso necessário. Referências AGUIAR, P. R. e VERTEMATTI, J. C. Introdução. In. Manual Brasileiro de Geossintéticos. 2004. MATHEUS, E. Comportamento de sistemas solo-geotêxtil em ensaios de filtração sob condições severas. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, 1997. CONCEIÇÃO, G. A. Novo equipamento para avaliação da colmatação física de geotêxteis não tecido. Programa ISB Unesp. 2012. 1536 Síntese de Ferrita Multiferróica BiFeO3 Hugo Machado Torres1; Márcia Gabrielle Almeida Meireles¹; Raquel Silva Araújo¹; Márcio Tsuyoshi Yasuda² 1 Grupo PET/Conexões de Saberes “Física e Popularização da Ciência” / Graduandos dos cursos de Engenharia - Universidade Federal de Itajubá Campus Itabira. 2 Tutor Grupo PET/Conexões de Saberes “Física e Popularização da Ciência” / Universidade Federal de Itajubá Campus Itabira. [email protected] Introdução O Grupo PET/Conexões de Saberes em Física e Popularização da Ciência, dentre suas atividades, recebe um curso de capacitação denominado “Iniciação a Pesquisa”, onde os petianos são apresentados a Plataforma Lattes CNPq para criarem seus currículos lattes e desenvolvem atividades relacionadas as terminologias científicas e elaboração de projetos e de artigos científicos. Dentre as exigências do curso se encontra o desenvolvimento de uma pesquisa por um grupo de petianos, no qual eles tomam conhecimento e exercitam o rigor científico necessário para o sucesso da pesquisa. Neste contexto, foi elaborado o presente trabalho de pesquisa, relacionando as áreas de Ensino e Pesquisa por parte dos petianos. Atualmente, a área tecnológica busca de forma incessante o estudo e desenvolvimento de materiais multifuncionais e com alto desempenho. Esses materiais são capazes de combinar diferentes propriedades e, dessa forma, aumentar seu campo de aplicação. Assim, destaca-se um interessante grupo de materiais, os multiferróicos. A possibilidade de acoplar propriedades ferróicas como ferroletricidade, ferromagnetismo e ferroelasticidade em um único material, inicialmente proposta por Pierre Curie no século XIX, tem despertado o interesse de inúmeros pesquisadores. Considerada como um dos poucos multiferróicos que podem ser sinterizados, a ferrita de bismuto (BiFeO3) apresenta interessantes propriedades ferroelétricas e antiferromagnéticas. Possui elevadas temperaturas de transição elétrica e magnética, e é considerada apta para aplicações tecnológicas, principalmente no ramo de tecnologia da informação, como em memórias e sensores. A gravação de dados se dá pela polarização elétrica e magnética e é 1537 considerada uma alternativa promissora para os dispositivos atuais segundo Carvalho (2007, p.17) e Cagigas (2009, p. 24). As notáveis propriedades de um multiferróico, que são encontradas na ferrita de bismuto, se devem principalmente a forma como seus átomos estão arranjados em suas células unitárias, o que condiciona a combinação simultânea num mesmo sistema de mais de uma ordem ferróicas de acordo com Carvalho (2007, p. 15). Devido a sua indiscutível importância, o presente trabalho concentrou no estudo de variáveis para a síntese deste multiferróico baseando-se no sistema Fe2O3 – Bi2O3. O método de síntese escolhido foi a reação em estado sólido convencional. A escolha do método de síntese se deve principalmente a sua simplicidade e custo de execução relativamente baixo, o que torna tal método de produção de materiais cerâmicos muito comum no meio industrial e científico. A reação em estado sólido mostrou-se, no geral, efetiva para a síntese da ferrita de bismuto, contudo devido a características intrínsecas dos materiais precursores, este tipo de síntese pode levar a formação de fases secundárias e defeitos indesejáveis. Estes fatores, conhecidos principalmente por gerarem alta densidade de correntes de fuga (devido à alta condutividade elétrica de determinadas fases que se formam) fizeram com que a ferrita de bismuto tivesse restrições em aplicações tecnológicas. Diante deste fato, tem-se como principal objetivo a síntese da fase pura da ferrita de bismuto pela reação em estado sólido com resfriamento rápido. Objetivos As reações em estado sólido envolvem várias etapas que, alterando-as, é possível a obtenção de diferentes fases cristalinas em um material cerâmico. Dessa forma, objetiva-se o estudo e a identificação de variáveis da síntese da fase multiferróica BiFeO3 por reação em estado sólido com resfriamento rápido. Espera-se, com os resultados, contribuir com a comunidade científica na busca pela síntese em grande escala e a baixo custo de um dos multiferróicos mais promissores em dispositivos eletrônicos, porém também uma das mais difíceis de obter com alto grau de pureza cristalina. Metodologia A fase cristalina do multiferróico BiFeO3 pode ser obtido, pela reação química apresentado na Equação 1, segundo o diagrama de fases entre os óxidos Bi2O3 e Fe2O3. Nota-se, por esta 1538 equação, que a relação estequiométrica entre os óxidos é suficiente para se obter a fase BiFeO3 desejada. Porém, segundo o diagrama de fases, esta formação se encontra em uma linha tênue, o que dificulta sua síntese devido à formação de fases secundárias indesejáveis. Bi2O3 + Fe2O3 → 2 BiFeO3 (1) Buscando se avaliar uma margem de trabalhabilidade em torno dessa linha estequiométrica e sabendo-se da volatilidade do elemento bismuto (Carvalho (2007)), foram escolhidas 4 diferentes proporções entre os óxidos precursores para a síntese por reação em estado sólido: 1 mol de Bi2O3 para 1 mol de Fe2O3 (Amostra 1); 1 mol de Bi2O3 para 1,1 mol de Fe2O3 (Amostra 2); 1 mol Fe2O3 para 1,1 mol de Bi2O3 (Amostra 3); 1 mol Fe2O3 para 1,2 mol de Bi2O3 (Amostra 4). As amostras foram submetidas a misturas em moinho de bolas com álcool etílico e esferas de alumina, processo que tradicionalmente utilizado em laboratórios de processamento cerâmico onde ocorre a cominuição das partículas associada à mistura homogênea dos óxidos precursores. As reações em estado sólido das amostras foram realizadas em duas condições diferentes: patamar de queima em 800°C por 2 horas (Condição A) e patamar de queima em 850°C por 5 minutos (Condição B). Ambas as reações foram realizadas com uma taxa de aquecimento de 10°C/minuto e resfriadas rapidamente em água em temperatura ambiente (~80oC/min). A escolha arbitrária das condições A e B se deve a tentativa de evitar a difusão dos íons bismuto e ferro na formação das fases secundárias, “congelando” a fase cristalina formada exatamente na temperatura do patamar de calcinado pré-estipulado. Trabalhos anteriores do grupo, com taxas de resfriamento mais lentas levaram a uma “fuga” de íons da fase desejada para outras durante a etapa de resfriamento. As amostras tiveram suas fases cristalinas identificadas por meio de analises de difratogramas de raios-X. Resultados e discussão Os difratogramas de raios-X das amostras calcinadas (reação em estado sólido) foram obtidos com um difratômetro de raios-X de bancada Bruker (D2 Phaser), nas seguintes condições: Tensão de 30kV; Corrente elétrica de 10mA; Limites em 2θ de 20o a 80o; Incremento de 0,08o; e Tempo por incremento de 130seg. Baseando-se no diagrama de fases do material desejado, era esperado que a fase BiFeO3 pode ser formada apenas com proporções equimolares de Bi2O3 e Fe2O3. Contudo, foram testadas amostras contendo excesso de bismuto e excesso de ferro. O excesso de bismuto em duas amostras foi utilizado devido ao fato do bismuto ser um elemento muito volátil na 1539 temperatura de síntese proposta, o que compensaria suas perdas previstas e reduziria a formação de fases secundárias. O excesso de ferro é também outra estratégia que objetiva a análise da melhora ou não na formação da fase ferrita de bismuto (BiFeO3). Nas duas condições de calcinação, Condição A e B, o resfriamento rápido foi realizado. Com tal estratégia, pretendia-se manter as amostras na temperatura de formação da fase num curto período de tempo, para diminuir a exposição do óxido de bismuto ao ar atmosférico, evitandose sua volatilização e também para que ocorresse o aprisionamento da fase desejada segundo Dutra (2007), visto que ela se forma apenas em proporções bem definidas. Assim, se as amostras tivessem maior tempo de resfriamento, o equilíbrio termodinâmico que seria atingido poderia levar a formação das fases espúrias. Ao analisar os difratogramas de raios-X das amostras calcinadas na Condição A, foram identificados a presença de picos de difração de planos cristalinos referentes às fases ferrita de bismuto (BiFeO3) e selenita de ferro (Bi25FeO40). Onde a fase selenita de ferro se trata de uma fase cristalina secundária, indesejável por não se tratar de uma fase multiferroica. Estas mesmas fases foram encontradas nas condições de calcinação B, porém com proporções entre as fases presentes diferenciadas. Nas duas condições de calcinação, as amostras preparadas com excesso de óxido de bismuto (3 e 4), houve maior formação da fase secundária Bi25FeO40 (selenita de ferro) em relação às demais amostras. Dessa forma, a adição de excesso de óxido de bismuto nessas condições de calcinação não se mostrou eficaz na síntese da ferrita de bismuto, como se esperava inicialmente devido a possível volatização do elemento bismuto em altas temperaturas de calcinação. Em contrapartida, na Condição B a amostra que teve maior formação da fase ferrita de bismuto foi a sintetizada com excesso de óxido de ferro (Amostra 2), com 89,6%. Nesta condição de calcinação a amostra preparada com proporção equimolar entre os óxidos precursores obteve uma formação de 86,2% de ferrita de bismuto. Na Condição A, a amostra preparada com proporção equimolar entre os óxidos precursores teve a maior formação da ferrita de bismuto (91,2%) em comparação às demais amostras, tendo a amostra preparada com excesso de ferro 88% da fase desejada. Resumindo, com base nos difratogramas de raios-X temos que as três amostras sintetizadas por reação em estado sólido com as melhores características desejadas foram: amostra 1-A (mistura com relação de 1 mol de Bi2O3 para 1 mol de Fe2O3 calcinada em 800oC/2h); Amostra 2-B (mistura com relação de 1 mol de Bi2O3 para 1,1 mol de Fe2O3 calcinada em 850oC/5min); e Amostra 2-A (mistura com relação de 1 mol de Bi2O3 para 1,1 mol de Fe2O3 calcinada em 800oC/2h). 1540 Conclusão Os resultados das diferentes condições de calcinação de diferentes proporções entre os óxidos precursores, para a formação da fase cristalina multiferróica ferrita de bismuto (BiFeO3), foram importantes para se chegar às seguintes conclusões: - As dificuldades que muitos centros de pesquisa têm em sintetizar a ferrita de bismuto sem fases secundárias pela rota mistura de óxidos (reação em estado sólido) não se deve apenas a volatização dos íons bismuto, uma vez que as amostras com maior proporção molar de óxido de bismuto nas misturas resultaram em menores porções da fase desejada em relação às demais misturas; - Contrariando as expectativas, na Condição B de calcinação (850oC/5min) concentrações maiores de óxido de ferro nas misturas resultaram em maior formação da fase ferrita de bismuto desejada, mesmo comparada com a relação de mistura estequiométrica entre os óxidos precursores; - Maiores tempos de patamar de calcinação resultam em maior formação da fase ferrita de bismuto, muito provavelmente devido a migração dos íons. Porém este parâmetro não é demasiadamente preponderante, uma vez que apenas 4,9% da fase ferrita de bismuto a mais foi formada em um tempo de calcinação maior (2h), mesmo sendo estes em diferentes temperaturas. Os resultados são promissores, respaldando a continuidade das pesquisas em síntese do multiferróico BiFeO3 pelo grupo PET Conexões de Saberes em Física e Popularização da Ciência. Referências CAGIGAS, Julián A. M. Síntese e Caracterização do sistema BiFeO3 dopado com terras raras (La, Gd). Domínio Público. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra =156479>. Acesso em: 12 set. 2013 CARVALHO, Teresa M. T. Síntese e caracterização de perovesquites do sistema BiFeO3. Repositório. Vila Real, Portugal. 2007. Disponível em: <https://repositorio.utad.pt/handle/10348/91>. Acesso em: 17 set. 2013 DUTRA, Lara M. Síntese de pós de BiFeO3. Florianópolis, 2007. Disponível em: <http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm>. Acesso em: 12 set. 2013 1541 PROJETO DE UMA DESCASCADORA DE NOZES Felipe da Silva Bueno1, Rafael Brito Solane1; Marco Antonio Durlo Tier². 1 Universidade Federal do Pampa (Unipampa) Avenida Tiarajú, 810 97546-550 – Alegrete-RS – Brasil ²Grupo PET CTC – Ciência, Tecnologia e Cidadania – Campus Alegrete Introdução Com o avanço significativo no campo da nutrição, tem-se descoberto alimentos extremamente benéficos a saúde, tais como as sementes oleaginosas. Entre elas: castanha do Brasil, castanha de caju, nozes, avelã, amêndoas, pistache e amendoim. Rica em antioxidantes, gordura monosaturada/poliinsaturada, proteínas, vitamina E e vários minerais. As oleaginosas vêm conquistando seu espaço nos cardápios mundiais, visto que o consumo de pequenas quantidades diárias, pode evitar riscos de doenças do coração, diminuir o mau-colesterol, melhorar o funcionamento intestinal, cerebral, pulmonar e contribuir para o emagrecimento, tudo isso com um sabor bem característico e exótico destas sementes. [1] [4] A nogueira é uma planta típica das regiões de clima temperado, porém tem facilidade em se adaptar em locais que apresentam climas mediterrâneo, subtropical e tropical. Seu cultivo deve ser realizado em solos férteis, com bons níveis de profundidade, necessitando de rega constante, bem como a realização do enriquecimento do solo com materiais orgânicos, garantindo um bom crescimento para a árvore, que possivelmente apresentará melhores safras. Na região sul do país, a semente que mais se destaca é a noz, em especial a Pecan, que após duas décadas esquecida, voltou a chamar a atenção de pequenos produtores, pois o cultivo apresenta um baixo custo de manutenção da árvore. A noz é extraída da nogueira, uma árvore de grande porte, podendo atingir 40 metros de altura e 40 metros de circunferência de copa. Uma nogueira pode superar os 200 anos de longevidade, e no Brasil, produz entre 22 e 44 kg de nozes por safra. [3] [4] Segundo CATTAPAN & FINAMORE a noz tem um valor de venda muito atrativo para os produtores, e esse valor, pode aumentar ainda mais com o beneficiamento da noz. Os preços no mercado popular chegam a alcançar a faixa de 44 reais o Quilograma, entretanto esse valor pode saltar para 125 reais, no caso do produto beneficiado (descascado). 1542 Visto que o beneficiamento em especial, o descascamento, agrega um ótimo valor ao produto, e tal processo no Brasil é realizado de forma manual ou semi automatizada, tem-se a necessidade de se pesquisar e desenvolver tecnologias para tal aplicação, visando um aumento na produção, bem como na qualidade do produto fornecido ao consumidor. Objetivos O objetivo principal deste artigo é apresentar o projeto informal de uma máquina descascadora de nozes. E como objetivos específicos: identificar as necessidades ou problemas do cliente, desenvolver uma concepção da máquina atendendo os requisitos de projeto, analisar de forma critica levando em conta a operacionalidade, funcionalidade, impacto ambiental, disponibilidade, custo, prazos, eficiência, espaço físico disponível e restrições de processo. Realizar a validação mediante analise de vantagens e desvantagens de cada proposta, e por fim definir a melhor proposta estudada e realizar a descrição completa atendendo as necessidades impostas. Metodologia O tipo de pesquisa utilizada neste artigo foi essencialmente uma pesquisa bibliográfica. Mecanismo de pesquisa vantajoso, pois, permite uma pesquisa mais abrangente, além de poder englobar uma pequena pesquisa exploratória. [8] A pesquisa teve como principais fontes, livros, artigos científicos e internet (vídeos e imagens) buscando avaliar soluções já desenvolvidas, e novos métodos para o desenvolvimento da máquina. Também foi realizada uma entrevista com produtores de noz do município de Santiago-RS, no Distrito de Ernesto Alvez. Estes dados foram analisados segundo as ferramentas de metodologia de projeto produto, com ênfase na etapa de projeto informacional. As ferramentas mais utilizadas serão o diagrama de Mudge e diagrama da casa de qualidade ou matriz QFD (quality function deployment). Pelo diagrama de Mudge a importância relativa entre os requisitos de clientes podem ser avaliadas. Já a matriz QFD é utilizada para inter-relacionar os requisitos de clientes com requisitos de produtos, fazendo a avaliação das máquinas existentes no mercado e verificando qual o requisito de maior importância no projeto. Partindo-se da analise dos dados e dos resultados será possível responder as seguintes questões extraídas dos objetivos deste artigo. 1543 Quais são as funcionalidades que o cliente espera para a máquina descascadora de nozes? Quais são os requisitos que a descascadora de nozes deverá atender? Quais são as especificações metas da descascadora de nozes? O desenvolvimento da máquina descascadora de nozes é viável? Estas perguntas serão respondidas na seção a seguir, resultados, e serão discutidas nas considerações finais. Resultados e discussão Como resultados do projeto informacional, sendo o ponto de partida para a próxima fase do projeto, uma breve descrição referente ao escopo do produto, o ciclo de vida da máquina, requisitos e necessidades do cliente, requisitos de produto e especificações meta. Quanto ao escopo do produto ser desenvolvido é uma máquina descascadora de nozes. O equipamento receberá o fruto in natura, isento de impureza (folhas, terra, pedras, galhos) e deverá devolver a parcela comestível da forma mais integra possível. A máquina ainda deverá devolver a casca do fruto que posteriormente poderá ser comercializada como subproduto da operação. O equipamento deve possuir um sistema que atenda as mais variadas espécies e tamanhos de nozes, visando suprir as necessidades dos clientes. O sistema deve ser totalmente automatizado, podendo ser controlado via computador. Ele ainda deve apresentar um bom reservatório de entrada e saída do produto, garantindo assim autonomia à máquina. A descascadora de nozes terá um longo prazo de vida, desde que o plano de manutenção do equipamento seja seguido conforme o projeto. Depois de analisado as necessidades informadas pelos agricultores, pode-se extrair as necessidades relevantes até o momento, como mostradas a seguir: Descascar a noz; Ter um fruto de saída o mais integro possível e livre da casca, ou seja, própria para o consumo imediato. Deve separar a casca da semente oleaginosa automaticamente; Ser de fácil programação e totalmente automatizada; Ter grande capacidade de operação; 1544 Descascar as nozes rapidamente; Ter um alto rendimento (sementes trincadas/sementes inteiras); Descascar nozes de diferentes espécies e tamanhos; Ter um baixo custo de aquisição e manutenção. Com a técnica do diagrama de Mudge, conseguimos identificar a importância relativa de cada um dos requisitos de clientes e percebe-se que o mais importante é que a máquina consiga quebrar e separar a casca da noz com grande desempenho. A partir dos requisitos de clientes, os requisitos de projetos são estabelecidos e com ajuda da ferramenta QFD, pode-se fazer as seguintes considerações: A prioridade do projeto é elaborar uma máquina com alto desempenho e confiabilidade, atendendo as premissas básicas de quebrar e separar a noz. A máquina deve possuir autonomia de operação e produção. Como especificações meta, o equipamento deve possuir um bom desempenho, quebrar a casca, separar a casca, alta produção, automatização, baixo custo de operação, baixo custo de aquisição, autonomia de aproximadamente 500 kg de nozes, vida útil de 15 anos, manutenção periódica a cada 6 meses. Com respeito ao custo do equipamento, vale ressaltar que não foi realizado nenhum estudo quanto a essa questão, entretanto devido ao alto grau de automatização do equipamento, presumisse que o mesmo terá um alto custo de aquisição o que de fato inviabilizaria a compra pelo pequeno produtor. Porém a formação de cooperativas entre pequenos produtores tornaria viável a compra desta máquina, o que de fato aumentaria o lucro de todos os cooperados. Conclusão Com base nos resultados, nota-se que o custo de aquisição da máquina não é um fator tão importante aos clientes, a exigência maior é pela autonomia e desempenho do produto, do que o custo propriamente dito. Fica evidente também que a máquina deve ter uma grande capacidade de processamento, o que de fato direciona o equipamento para usinas beneficiadoras, cooperativas e grandes produtores. Por fim, os resultados obtidos neste artigo, são os dados de entrada que devem ser repassados ao projeto conceitual, que irá estabelecer as funções e propor soluções para esta máquina. 1545 Referências [1] FREITAS, J. B.; NAVES, M. M. V.. Composição química de nozes e sementes comestíveis e sua relação com a nutrição e saúde. Revista de Nutrição, Campinas, n. [2] CARVALHO, D., Necessidade dos Clientes de uma Roçadeira. 2006. Disponível em: <http//www.decarvalho.eng.br/clientes-rocadeira.pdf>, Acesso em 3 Set 2013. [3] KUROZAWA, C. Pecã. Globo rural, glossário. Disponível em: <globoruraltv.globo.com/GRural/0,27062,LTP0-4373-0-L-P,00.html>, Acesso em 10 Set. 2013. [4] DIVINUT: A noz -pecã. Disponível em: <http://www.divinut.com.br> Acesso em 05 Set 2013. [5] CATTAPAN, M. I. Z., FINAMORE, E. B.. Avaliação econômico-financeira da introdução da produção de nogueira-pecã pela Cooperativa Cotrisiana – RS. Disponível em: < http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/eventos/5-encontroeconomia-gaucha.php >, acesso em 01 Out de 2013. [6] OLIVEIRA, A. S. Marketing no Processo de Pré-Desenvolvimento de Máquinas Agrícolas. Santa Maria: UFSM. Tese de Doutorado/PPGEA, 2008. [7] BASSETTO, E. L.. Proposta de Metodologia para o Ensino das Fases de Projeto Informacional e Projeto Conceitual. Florianópolis: UFSC: Dissertação para Mestrado em Engenharia Mecânica/PPGEM, 2004. [8] GIL, A. C.. Métodos e Técnicas de Pesquisa – 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 1999. 1546 Ciência a Cavalo: Levando a Universidade para o Interior do Rio Grande do Sul Jean Ávila Rangel¹, Alana Boaventura1, Marco Antônio Durlo Tier² ¹ ² Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) ² Tutor PET-CTC (Ciência, Tecnologia e Cidadania) Introdução Ciência a Cavalo é um dos muitos projetos do PET-CTC (Ciência Tecnologia e Cidadania) que se preocupa com a disseminação dos três pilares e objetivos do grupo: ensino, pesquisa e extensão. Seu foco maior acaba sendo a extensão, por ser um evento em que alunos da Universidade saem de suas rotinas e vão conhecer e vivenciar as peculiaridades dos estudantes e moradores do interior do município. Também preocupa-se em ensinar sobre conhecimentos aprendidos no contexto universitário e visualizar novos horizontes que poderiam ser aplicados ao campo, podendo instigar novas pesquisas e investigações. Portanto, a essência do trabalho passa a ser a troca de saberes e novas experiências: Alunos de escolas públicas de determinado polo rural enxergam e interagem com projetos da UNIPAMPA, levantando questionamentos acerca de assuntos que os discentes da universidade poderiam explanar com facilidade. Por outro lado possuímos os membros da UNIPAMPA (se tratando não apenas de alunos e membros do PET-CTC, mas professores e outras pessoas ligadas com o meio) interagindo com a comunidade do interior do município do estado do Rio Grande do Sul, que tem a cultura gaúcha muito forte, muitas vezes até desconhecida por alunos vindos de outros estados senão os sulistas. Objetivos Fortalecer o elo da universidade com a comunidade externa, principalmente alunos de zonas mais afastadas em regiões de menor desenvolvimento socioeconômico. Proporcionar aos alunos universitários um momento para vivências submergidas na cultura gaúcha e cotidiana de outro ambiente social, contrastando com a cidade e meio urbano. Troca de vivências e saberes, análises de outras perspectivas acerca dos mais variados assuntos e interação entre comunidades distintas são as maiores motivações do projeto, que busca também proporcionar a integração social e cultural. 1547 Metodologia No município de Alegrete, RS, contamos com um campus da UNIPAMPA universidade multi campi presente na fronteira oeste do estado e tem como objetivo ampliar o desenvolvimento em áreas do estado que até então apresentavam um processo mais lento que nas capitais ou cidades maiores. Por se localizar em uma região muito importante para a Revolução Farroupilha, o município de Alegrete tem a cultura tradicionalista gaúcha muito marcante e presente até os dias atuais. Grande parte dos alunos provenientes de outros estados possui apenas leve conhecimento acerca da mesma, porém sem terem oportunidades de vivenciar um dia no campo, experimentando culinárias típicas, conversando com moradores e adeptos a tradição e visualizando novos modos de vida, com costumes um tanto quanto diferenciados da população urbana. Por outro lado, os alunos de escolas públicas afastadas da cidade não tem total conhecimento sobre a universidade, que para eles, é algo distante. A razão que leva a isso residirem em zonas que muitas vezes não tem acesso às tecnologias de comunicação tão comuns nos meios urbanos, e não conseguem conversar ou interagir com estudantes universitários para tirar dúvidas que possuem acerca do universo dos cursos superiores. Para promover o projeto e colocar em prática ações que promovam a contemplação dos assuntos tratados nos textos acima, uma visita a campo foi marcada para alunos da Universidade Federal do Pampa e alunos do Colégio Estatual Emílio Zuñeda (ensino médio), os quais exibiram experimentos e estudos realizados em suas áreas de conhecimento, respondendo a perguntas dos alunos da região. Como ocorreu a participação de alunos dos mais variados cursos da UNIPAMPA, cada um pôde trazer para o Ciência a Cavalo seus trabalhos de áreas específicas, para dessa forma deixar amplo o campo de visão dos cursos sob a perspectiva dos ouvintes. Jogos criados pelo curso de Engenharia de Software, uma “chocadeira elétrica” criada pelo curso da Engenharia Elétrica, maquete de construções criada pelo curso de Engenharia Civil entre outros trabalhos realizados pelos próprios alunos universitários de outros cursos das engenharias foram expostos e apresentados pelos mesmos, com muita interação do público. A visita ocorreu no dia 25 de setembro de 2013, e o local para visita foi o Polo Educacional Durasnal, no distrito de Passo Novo, a 30 km do município de Alegrete. A propriedade do Sr. Élbio Lira foi visitada e lá foram feitas as refeições de acordo com a culinária gaúcha e preparados os cavalos. O cronograma de atividades ocorreu da seguinte maneira: 1548 – Saída do campus Alegrete de ônibus em direção ao Polo do Durasnal; – Café da manhã tradicional na propriedade de Élbio Lira; – Cavalgada até o local de realização das atividades com as crianças/jovens; – Exposição dos experimentos, apresentação musical e atividades: – Retorno para a propriedade de Élbio Lira à cavalo; – Almoço tradicional gaúcho; – Retorno ao campus de Alegrete. Resultados e discussão Com grande êxito, alunos da universidade que nunca antes haviam cavalgado, aprenderam a montar e encilhar um cavalo, andando por quilômetros no meio rural. Também alunos das escolas públicas ficaram instigados com o desenvolvimento dos trabalhos desenvolvidos pelos acadêmicos, e puderam conhecer e ter um contato mais próximo com esse meio. Muitos dos trabalhos apresentados pelos acadêmicos chamaram a atenção do público em todas as áreas. No geral, foi de suma importância que os alunos do ensino médio e fundamental observassem que no meio universitário não são produzidos apenas textos científicos, documentos ou cálculos e que o aprendizado se foca somente em teoria. Trabalhos concretos e instigantes para crianças despertaram a curiosidade e expandiram os horizontes dos mesmos. Mostrar que o curso superior não se constitui integralmente em teoria é um dos pontos fortes deste projeto. Descrição de alguns trabalhos apresentados por alunos: - Motor Automotivo: Os alunos do curso de Engenharia Mecânica da UNIPAMPA levaram um motor automotivo, com a intenção de mostrar aos alunos do polo educacional os componentes existentes além de associar as matérias teóricas com a prática de funcionamento do mesmo; - NAO: Foi levado também o Robô NAO, para que os alunos pudessem ver o seu funcionamento, como ele é programado e entender como os componentes do robô agem para o mesmo funcionar; - Extensômetro: Uma balança feita pelos alunos do curso de Engenharia Mecânica foi levada até o polo educacional para mostrar que com conhecimentos obtidos na disciplina de Análise Experimental de Tensões os alunos puderam projetar uma balança, a qual funciona da seguinte maneira: quando o componente a ser pesado é colocado sob a 1549 balança, uma chapa é deformada conforme aquele peso, e então através de um equipamento auxiliar, que capta as deformações no strain gage colado na chapa, obtém a sua deformação devido ao peso colocado na balança. Com isso, pode-se converter fazendo associações matemáticas, e obter o peso em kilogramas (ou gramas) do componente colocado na balança; - Resistência Elétrica: Um experimento contendo lâmpadas que podiam ser acopladas em diferentes associações de resistências elétricas para serem acesas, mostrando que conforme a variação da associação das resistências, a intensidade de luz da lâmpada podia ser maior ou menor; - Chocadeira Elétrica: Uma caixa fechada de madeira contendo lâmpadas e um sistema muito preciso para controle de temperatura desenvolvido para chocar ovos de determinados animais (galinhas, codornas, ...) para fim de criação e interesses industriais. Neste processo, não é necessária a galinha estar presente em nenhum momento para chocar o ovo, pois o sistema se encarrega da temperatura ideal automaticamente; - Software de RPG: Um jogo ambientado no município de Alegrete foi demonstrado para os alunos. Todos os interessados tiveram a oportunidade de jogar ao menos uma vez, e ao decorrer do jogo iam identificando e percebendo paisagens de sua cidade. Para a maioria, foi o primeiro evento de extensão realizado como expositor de trabalho, o que levou a fomentar os alunos a participar e criar outros projetos, para assim apresentar mais experiências ou estudos desenvolvidos dentro da UNIPAMPA Conclusão Com muito empenho as atividades foram realizadas e concluídas com êxito. Foi de grande satisfação para todos os integrantes do PET-CTC verem os alunos empolgados com os trabalhos exibidos e fazendo questionamentos para projetar seus futuros como, quem sabe, engenheiros ou alunos de cursos superiores. A frequência das visitas é anual, portanto o grupo de alunos envolvido de ambos os lados sempre está sendo renovado, e a cada ano procura-se artistas da Universidade para promover atividades de música ou alguma palestra no interior do município. Por ter gerado excelentes resultados e conhecimentos para os envolvidos, o projeto terá prosseguimento e continuará crescendo e expandindo os participantes e atividades. Referências 1550 Prefeitura de Alegrete <http://www.alegrete.rs.gov.br/site/> Alegrete (Rio Grande do Sul) – Wikipédia <http://pt.wikipedia.org/wiki/Alegrete_(Rio_Grande_do_Sul)>Unipampa Alegrete <http://porteiras.unipampa.edu.br/alegrete/> Ciência a Cavalo <http://goo.gl/4mwX34> Revolução – Farroupilha <http://www.brasilescola.com/historiab/revolucaofarroupilha. htm> 1551 Brasil Escola MINI CURSOS Autores: BALDISSERA, João Victor Omar, BRAGA, André Luís, ENOMOTO, Bruno Eidi Cezar, FERREIRA, João Eduardo, LOUSANO, Alison Rodrigues, MASSIMO, Letícia de Frata, OLIVEIRA, Patrício Bueno, PALMA, Matheus Fávaro, PAULA, Raul Vaz, PELEGRINO, Lucas Carvalho, ROCHA, Renato Barreto de Menezes, SILVA, Gustavo Faria, TOKITA, Arthur Kenji, VASCONCELLOS, Felipe Barcelos, VIEIRA, Victor Alexandre da Silva; Tutora: PROF.ª DRª MARIÂNGELA DE CARVALHO BOVOLATO. Introdução As atividades desenvolvidas pelo grupo Minicursos do PET-Engenharia Elétrica de Ilha Solteira, ocorrem semestralmente, com o objetivo de capacitar os discentes na utilização de softwares e equipamentos, que utilizarão na graduação e no ambiente profissional. A atividade ocorre de três formas: complementar a realização de outra atividade ligada ao PET, ao interesse dos alunos da graduação em um assunto específico, atender as necessidades de parceiros como a Empresa Júnior do curso de Engenharia Elétrica de Ilha Solteira, o Centro Acadêmico e o Ramo Estudantil IEEE de Ilha Solteira. Desde que foi criado, o grupo desenvolveu uma série de cursos voltados aos alunos de graduação como: a “Utilização da calculadora gráfica HP-50g®”, “Aspectos Básicos na utilização do software MatLAB®”, “Linguagem de programação Ladder” e “LabVIEW®”. No final de 2013, durante a realização da semana da Engenharia Elétrica, o Centro Acadêmico convidou os membros do PET a ministrarem um curso de “Controle Básico”, direcionado a aplicações da tecnologia na automação industrial. No mesmo ano, o grupo também foi convidado pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP) a elaborar um curso de “Introdução à Robótica aplicada a Automação”, no qual se utilizou o Kit Didático LEGO Mindstorms® para o desenvolvimento de dois protótipos automáticos. No ano de 2014, a atividade foi realizada em parceria com a Empresa Júnior de Engenharia Elétrica de Ilha Solteira em um curso voltado para a capacitação no software de instalações elétricas “Alto QIlumine V4®”. Almeja-se, para o segundo semestre não somente 1552 a expansão deste curso para todos os discentes do curso de Engenharia Elétrica, como também a realização de um treinamento na utilização de recursos avançados do “Excel®”. Objetivos O objetivo desta atividade, baseando-se na portaria no976 do PET, está direcionada a desenvolver atividades acadêmicas em padrões de qualidade de excelência, mediante grupos de aprendizagem tutorial de natureza coletiva e interdisciplinar e formular novas estratégias de desenvolvimento e modernização do ensino superior no país. Também estimula a formação de profissionais com elevada qualificação técnica, científica, tecnológica e acadêmica. Dentro da unidade, é permitir ao corpo discente da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Campus de Ilha Solteira - SP receberem capacitação técnica suficiente para incrementar alguns conteúdos das disciplinas que se desenvolverão ao decorrer do curso de graduação. A atividade também visa o estabelecimento de parcerias com demais grupos acadêmicos da Instituição de Ensino Superior e outras instituições de ensino. Além disso, visa o desenvolvimento técnico e social de todos os envolvidos do grupo, melhoria de relacionamento do grupo entre si, com a comunidade e a melhoria do Curso de Graduação. Metodologia A atividade inicia-se com diálogos e reuniões entre os membros do PET, os docentes, os alunos da graduação e representantes dos demais grupos estudantis da instituição de ensino. Em que se realizam pesquisas sobre softwares e ferramentas utilizadas no ambiente profissional e acadêmico. Em seguida, é elaborado um planejamento em que se definem todos os processos necessários para o desenvolvimento do curso como: utilização de apostilas, quantidades e tipos de equipamentos, palestrantes convidados, número de vagas, reserva de salas e prazos para o término de cada etapa. Todo o material confeccionado é verificado e corrigido por professores e técnicos especializados na área, garantindo que as informações estejam coerentes com o conteúdo das disciplinas e manuais de cada equipamento. Na data do evento, o ambiente é elaborado para melhor servir os participantes do curso. Assim todos têm disponíveis os softwares nas suas versões livres ou demonstrativas. Quando há necessidade da apresentação e manuseio de equipamentos, adequa-se o tempo disponível para que todos possam manuseá-los. Além disso, usa-se o maior número possível 1553 de recursos didáticos durante os cursos, como dinâmicas, experimentações e recursos audiovisuais. É realizada em todas as atividades uma avaliação, através de um questionário, onde é feita uma abordagem sobre a atividade, desempenho do bolsista, entendimento da disciplina, satisfação do participante. Esta avaliação apresenta o feedbck sobre o desenvolvimento da atividade e sobre a satisfação do aluno participante. Resultados e discussão Ao decorrer de suas edições, a atividade desenvolvida recebeu um número maior de participantes. Isto se relaciona com a capacidade de reunir o interesse do aluno com o que o mercado procura. Além disso, a realização de parcerias cria oportunidades e proporciona networking com demais os grupos acadêmicos da instituição e profissionais da área. A atividade tem contado, em média, com 40 participantes em cada versão dos minicursos realizados. Em consequência da visibilidade do trabalho realizado, a atividade foi expandida e, no segundo semestre de 2013. A carga horária dos organizadores foi dobrada ao realizarem-se dois minicursos com temas semelhantes. No primeiro, o grupo PET/Elétrica foi convidado pelo Centro Acadêmico do curso de Engenharia Elétrica para o desenvolvimento do tema “Controle Básico”, o qual deveria demonstrar os mecanismos matemáticos de controle, em aplicações voltadas para a automação industrial. Já o segundo minicurso ocorreu em 18 de outubro de 2013, após um convite feito pelo Instituto Federal de São Paulo - Campus de Presidente Epitácio - SP, com o tema “Introdução à Robótica Aplicada a Automação”, na Semana da Ciência e Tecnologia. No segundo curso, utilizaram-se os Kits Lego MINDSTORMS®, para a programação de dois protótipos autômatos, relacionando-os com a teoria de elementos controladores como o Controle automático, Retroalimentação, Controle Proporcional, Controle Integral, Controle Derivativo, Conceito de Malha Aberta e Conceito de Malha Fechada. No ano de 2014, o grupo PET Engenharia Elétrica, foi novamente convidado a ministrar um minicurso sobre o software de instalação elétrica “Alto QIlumine V4”. A ideia surgiu a partir de uma necessidade da Empresa Júnior Potencial – Consultoria e Projetos Elétricos, em capacitar seus membros na elaboração e adequação de projetos elétricos. A principal estratégia na realização desta atividade foi dividir os participantes em duas equipes. A primeira foi constituída por aqueles que não possuíam curso na área de eletroeletrônica e também não haviam concluído a disciplina de instalações elétricas prediais. Para esse grupo 1554 elaborou-se um estudo com alguns conceitos básicos na realização de instalações elétricas, como lâmpadas, interruptores, luminárias, disjuntores etc. Na segunda equipe, as vagas foram preenchidas pelos demais alunos cadastrados. Após oito horas de curso, todos os participantes estavam aptos a projetar a planta elétrica de uma casa de quatro cômodos, gerando as tabelas e legendas que as normas técnicas exigem. O curso foi ministrado pelo aluno de graduação Stevan do Couto Pereira, que possui experiência profissional na utilização do software. Ao término da atividade, a avaliação indicou resultados satisfatórios com uma média de 8,8, estipulada pelos participantes do curso. Os assuntos abordados na avaliação foram: Material elaborado, Duração do curso, Organização do evento, Didática do Palestrante e Compreensão do conteúdo. Conclusão A realização dos minicursos possibilitou aos alunos manterem contato, ainda na graduação, com softwares, ferramentas e equipamentos que utilizarão no mercado de trabalho. Além disso, a atividade também consolidou a parceria com outros grupos acadêmicos e instituições de ensino superior. Os resultados indicam que a atividade contempla simultaneamente ensino, pesquisa e extensão através da elaboração de materiais didáticos, diálogos com profissionais e capacitação na prática, e a contribuição na realização de projetos da Empresa Júnior e eventos como a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia Referências [1] Assunção, M. C. (2010). Controle Linear I. Ilha Solteira - SP: Apostila UNESP FEIS. [2] Cervelin, G. C. (2006). Instalações Elétricas Prediais. Tatuapé - SP: Érica. [3] HP Invent. (2006). HP 50G Calculadora Gráfica Manual do Usuário. San Diego: Hewlett-Packard Company. [4] S3ENG - Tecnologia Aplicada a Engenharia S/A. (s.d.). Down. Acesso em 28 de Março de 2014, disponível em Alto QI: http://www.altoqi.com.br/downloads# [5] Valk, L. (s.d.). The LEGO Mindstorms NXT 2.0 Discovery Book. US: No Starch Press. 1555 Oficina de Projetos Autores: BALDISSERA, João Victor Omar, BRAGA, André Luís, ENOMOTO, Bruno Eidi Cezar, FERREIRA, João Eduardo, LOUSANO, Alison Rodrigues, MASSIMO, Letícia de Frata, OLIVEIRA, Patrício Bueno, PALMA, Matheus Fávaro, PAULA, Raul Vaz, PELEGRINO, Lucas Carvalho, ROCHA, Renato Barreto de Menezes, SILVA, Gustavo Faria, TOKITA, Arthur Kenji, VASCONCELLOS, Felipe Barcelos, VIEIRA, Victor Alexandre da Silva; Tutora: PROF.ª DRª MARIÂNGELA DE CARVALHO BOVOLATO. Introdução O curso de Engenharia Elétrica apresenta, nos primeiros semestres, uma densa base teórica como pré–requisito das disciplinas específicas. As disciplinas ministradas no início são, em maioria, teóricas, envolvem matemática e física e pouco se estuda de eletricidade. O aluno ingressante, por sua vez, pode se sentir desmotivado por ter pouco contato com a prática e o ambiente da Engenharia Elétrica. Visando tornar o curso mais atrativo e interessante ao calouro, o grupo PET Engenharia Elétrica possui a atividade denominada Oficina de Projetos. Objetivos O objetivo geral da atividade é de fazer com que os ingressantes tenham algum contato com a parte prática e técnica da engenharia elétrica logo no início do curso, o que as disciplinas iniciais do curso não abrangem. Os alunos aprendem conceitos básicos da eletricidade, aprendem a manusear ferramentas e têm noção básica de como certos equipamentos e instalações funcionam. O objetivo específico da realização da atividade é fazer um projeto de algum experimento, equipamento, circuito ou aparelho simples que envolva em seu funcionamento: eletrônica, eletrotécnica, automação e/ou eletromagnetismo. Metodologia 1556 A atividade comporta um grupo de cinco pessoas, além do líder e sub-líder da Oficina. Cada integrante é escolhido através de um processo seletivo coordenado pelos lideres e a turma, dando preferência para aqueles que não tiveram nenhum contato ou base na área da elétrica. Durante a atividade, não há divisão de tarefas, prioriza-se um trabalho em conjunto em todas as etapas, até a finalização do projeto, além da necessidade do líder de atender todos os integrantes, o que justifica o pequeno grupo de trabalho. Nos primeiros encontros, é feita uma discussão entre o grupo para definir um projeto. O projeto deve envolver alguma área da Engenharia Elétrica, podendo ser retirado de alguma revista de eletrônica, site, adaptado de tais fontes, ou mesmo ser idealizado pelo grupo. É estudada a viabilidade do projeto, se atentando em questões como tempo de confecção, nível de dificuldade, disponibilidade de materiais e ferramentas, entre outros. O projeto deve ser montado pelo grupo sob supervisão e orientação do coordenador da atividade. As explicações são leves, didáticas, focadas em aplicações práticas, evitando o excesso de embasamentos matemáticos ou aprofundamentos extensos, visto que isso pode tornar a atividade muito densa e cansativa, sendo que o ensino aprofundado é lecionado durante os cinco anos de graduação. Em todos os semestres, o grupo pesquisa e escolhe um projeto a ser construído. O grupo pesquisa na internet em sites de eletrônica, tutoriais ou em revistas de eletrônica como o projeto será montado, seguindo exemplos já prontos. No entanto, é considerada a possibilidade de adaptação do projeto encontrado na internet para algo melhor, mais viável ou que se aplique ao que o grupo escolheu. As adaptações são feitas juntamente do líder, que pesquisa sobre a viabilidade de tal adaptação. Ao longo da confecção do projeto, os alunos devem se sentir a vontade para fazer perguntas de qualquer tipo relacionado à Engenharia Elétrica e, mesmo que se destine certo tempo para responder essas perguntas, os orientadores (líder e sub-líder) devem procurar respondê-las da melhor forma possível, estimulando o interesse do aluno. Os materiais para a construção dos projetos são reutilizados, encontrados em lojas de construção (como madeira, tubo, arame, etc) ou em lojas de componentes eletrônicos. Tais materiais utilizados nos projetos são fornecidos pela verba de custeio do grupo PET. Resultados e discussão No primeiro semestre de 2012, inicio da atividade, o grupo realizou em reuniões semanais a “instalação elétrica” de uma maquete representando uma casa de dois andares por meio de mini interruptores e lâmpadas de lanterna. Foi aproveitada uma maquete de uma casa feita em 1557 madeira alunos da graduação e o projeto foi realizado pelos alunos e com exemplos da internet. O grupo era formado por sete pessoas. No entanto, verificou-se que era difícil o envolvimento de todos os membros no projeto. Com a redução para cinco integrantes, notouse um envolvimento de todos. No segundo semestre, o projeto escolhido pelos ingressantes foi um simples motor feito basicamente por uma bobina de fio de cobre esmaltado, um imã e uma pilha. A turma se baseou em tutoriais de construção de motores de demonstração sofrendo alterações em suas partes como base, interruptores, suportes,etc Em 2013, os ingressantes da turma de 2013/1 do curso de Engenharia Elétrica confeccionaram um “abajur de toque”, isto é, um abajur que acende e apaga conforme o toque das mãos. Para isso, utilizaram um circuito retirado de sites de eletrônica para hobby e adaptaram para o que estavam montando, criando layout do abajur, do circuito e confeccionando uma placa de circuito impresso. Por uma demora no projeto, este grupo acabou se estendendo por um ano. Para corrigir isso, a turma 2013/2, que deixou de participar no segundo semestre de 2013, está participando da Oficina desde o inicio de 2014 em uma turma separada dos ingressantes de 2014/1. Em 2014, a turma de 2013/2 está construindo uma esteira automatizada, cujo projeto foi idealizado em grupo, mas suas “partes” (componentes) como sensores, circuitos de acionamento e mecanismos estão sendo buscados em exemplos na internet. O grupo está aprendendo sobre as dificuldades envolvidas na automação, conhecendo eletrônica, estudando tipos de sensores existentes, entre outros. A turma 2014/1 está construindo um semáforo em miniatura, que implica na construção de uma maquete com os semáforos feitos de LED e os circuitos de acionamento, o que envolve conceitos da disciplina de Circuitos Digitais, além de eletrônica e automação. A turma 2014/1 está idealizando o semáforo e o circuito de acionamento foi pesquisado pelo grupo, sendo adaptado para um funcionamento com uma sequência maior. Neste processo, os integrantes tiveram uma noção do funcionamento da eletrônica, como são feitas placas de circuito impresso, tiveram contato com ferramentas de oficina (furadeira, serra, etc), entre outros. Puderam tomar decisões, estudar possibilidades, exercitar o trabalho em grupo e entender conceitos vendo algo concreto, idealizado e realizado por eles mesmos. O exercício de se fazer um planejamento completo, que é seguido “à risca” infelizmente não é abordado nesta metodologia. Entende-se que iria necessitar de muito tempo para realizar desenhos, cálculos e pesquisas mais elaboradas. Por outro lado, o grupo compreende que problemas no percurso podem acontecer, como problemas na adaptação, erros no 1558 planejamento, falta de materiais, execução mal feita, etc. Isso faz o grupo buscar saídas e se envolver cada vez mais. Os integrantes do grupo se sentem mais motivados em seguir o curso de graduação, pois terão uma noção maior do que a Engenharia Elétrica representa na prática. Além da motivação, os integrantes ganham certo conhecimento técnico e prático, mesmo que em nível básico. Como a oficina é realizada em grupo, os integrantes aperfeiçoam o trabalho em equipe na medida em que têm que tomar decisões, discutir e colaborarem na realização de um projeto. Foi realizada uma avaliação ao final do projeto sobre a atividade. De acordo com os depoimentos dos integrantes do grupo, o resultado foi satisfatório, contendo algumas críticas construtivas direcionadas para os próximos semestres em que a atividade será realizada. Conclusão De acordo com os resultados obtidos, isto é, com os projetos já realizados e depoimentos de alunos, conclui-se que o projeto está atingindo suas expectativas, que é motivar o aluno a permanecer no curso, além de aprofundar seus conhecimentos sobre a Engenharia Elétrica e melhorar o trabalho em grupo. De um lado, o que atrapalha no desenvolvimento deste projeto é a limitação na dificuldade que o projeto pode gerar, pois o projeto consiste em iniciantes na área e o prazo para o término de um projeto é de apenas um semestre. Por outro lado, a atividade não só desenvolve os alunos, como seus próprios ministrantes, pois se estimula a habilidade no contexto, principalmente, de liderança, organização e capacidade de ensino. Referências O texto foi elaborado pelos próprios autores. 1559 ESTUDOS INTEGRADOS NA BACIA EXPERIMENTAL DO RIO PIABANHA COM SUPORTE DA EDUCAÇÃO TUTORIAL- EIBEX: MODELAGEM HIDROLÓGICA E SENSORIAMENTO REMOTO Ana Elisa da Silva Martinho1, Ana Paula Perrone Kasznar1 Caio Lucas Mesquita de Lima Sant´anna1, Eduardo de Almeida Mosqueira1, Lucas Scoralick Coimbra Naveira1, Luciano Souza de Castro1, Luis Guilherme Larizatti Zacharias1, Manuel Affonso Costa Ramos de Freitas1, Priscila Pereira Cunha1, Rafael La Rocque de Carvalho1, Renata Mattos Sampaio de Araujo1, Tomé de Almeida e Lima1, Ana Beatriz de Britto Porto1, Andrielli Nunes Teixeira1, Augusto de Azevedo Nora1, Bruna Castro Duarte1, Matheus Pimentel Tinoco1, Monique Lopes Avelino1, Thaiane dos Santos Rebelo1 , Otto Corrêa Rotunno Filho2 1- PET CIVIL/Engenharia - ESCOLA POLITÉCNICA - UFRJ – estudante 2- PET CIVIL/Engenharia Civil-Ambiental COPPE/POLITÉCNICA - UFRJ - tutor Introdução A sobrevivência de uma população não está ligada, de forma simplista, apenas à disponibilidade de alimentos. Mesmo que se tenha capacidade de alimentar as pessoas no futuro, outras variáveis são essenciais à manutenção da vida no planeta. Já nos dias atuais, uma grande parcela da população mundial ressente-se de falta de energia, água potável, moradia, educação, assistência médica e empregos. Assim, o acréscimo de alguns bilhões a mais de pessoas ao planeta causará uma pressão ainda maior no estoque de recursos naturais, que são fundamentais para a vida moderna como a água, a oferta de solos férteis, o clima, entre outros. A condição de melhoria do nível de educação da população brasileira, aí incluída a capacitação de nosso corpo técnico em questões hídricas e ambientais, é reconhecidamente essencial para o desenvolvimento do país. Em particular, todos os esforços científicos e tecnológicos estarão fadados ao fracasso se os técnicos não forem capazes de absorvê-los e utilizá-los competentemente. Já a vulnerabilidade ambiental das populações tornou-se reconhecidamente um dos itens mais importantes da agenda global neste novo século. Nesse sentido, o presente trabalho estabelece como diretriz acadêmica a avaliação do comportamento hidrometeorológico e ambiental em bacias hidrográficas situadas na região serrana/RJ, que abrange regiões urbanas, agrícolas e com florestas. Enfatiza-se o emprego de 1560 sensoriamento remoto conjuntamente com modelos numéricos computacionais, com vistas ao desenvolvimento e avaliação de metodologias e parametrizações hidrometeorológicas e atmosféricas na escala da bacia hidrográfica, como ilustram alguns trabalhos aqui referenciados (GONÇALVES, 2008; CARVALHO, 2011; BARROS, 2012; ROSÁRIO, 2013). Neste trabalho, sustenta-se que é essencial articular a obtenção de dados básicos a partir monitoramento in situ e de tecnologias de sensoriamento remoto, viabilizando estudos multidisciplinares em modelagem de recursos hídricos, com destaque para os aspectos físicos relativos ao entendimento do ciclo hidrológico e avaliação de mudanças climáticas. Essa perspectiva é integrada a uma visão social do sistema físico da bacia, sob o enfoque da educação tutorial, de forma que se forneçam informações atualizadas para a sociedade. Objetivos O presente trabalho estabelece como objetivo a avaliação do comportamento hidrometeorológico e ambiental em bacias hidrográficas na região serrana do Rio de Janeiro, que abrangem regiões urbanas, agrícolas e com florestas. O emprego de sensoriamento remoto e de medições in situ conjuntamente com modelos numéricos computacionais será enfatizado com vistas ao desenvolvimento e avaliação de metodologias e parametrizações hidrometeorológicas e atmosféricas na escala da bacia hidrográfica. Face ao conjunto de informações que podem ser levantadas e técnicas sofisticadas a desenvolver e a empregar, propõe-se a criação de um sistema georeferenciado de informações, que permitirá consolidar uma base de dados para subsidiar a gestão de recursos hídricos na região serrana do Rio de Janeiro. | Metodologia A proposta metodológica do trabalho, que se fundamenta na educação tutorial aplicada ao monitoramento observacional de fenômenos físicos e à modelagem hidrometeorológica na escala da bacia hidrográfica, foi subdividida nas seguintes etapas: • processos físicos - identificar, para a bacia hidrográfica selecionada, os principais processos em cada escala temporal e espacial; avaliar a sensibilidade quanto às variações nas condições iniciais e de contorno; 1561 • modelagem hidrológica (chuva/vazão) - avaliar melhorias que podem ser efetuadas nos modelos do tipo chuva-vazão, especialmente ao propor uma representação mais realista dos fluxos saturados e não-saturados subterrâneos; efetuar o balanço de energia na superfície terrestre a partir de dados satelitais; • comparação dos resultados das simulações numéricas com as estimativas de balanço realizadas a partir das observações in situ das redes de referência da ANA (Agência Nacional de Águas) para uma melhor compreensão dos processos presentes nos balanços e para propor cenários alternativos; • desenvolvimento de técnicas da hidrometeorologia espacial através da imagens de satélite e radar no acompanhamento do estudo da dinâmica hidrológica, superficial e subterrânea, e hidrodinâmica dos rios; • estudo de grupo da metodologia da educação tutorial com reflexão sobre o papel da engenharia face ao trabalho proposto mediante a motivação de realização de oficinas experimentais de construção de equipamentos de medição de umidade do solo com os seguintes questionamentos: quem se pretende formar?; para que sociedade?; com que concepção de papel social e profissional?; como integrar ensino, pesquisa e extensão na formação do engenheiro?; qual é a relação entre nação, universidade e educação tutorial?; como conceber e articular uma estratégia para o desenvolvimento científico-tecnológico brasileiro com uma perspectiva social e suporte lógico-filosófico? Mais especificamente, sob a perspectiva científico-tecnológica, a metodologia abrange a implementação de modelos hidrometeorológicos que abordam fenômenos hidrológicos superficiais e subterrâneos, visando a previsão de vazões e de níveis de água durante eventos críticos, cheia e estiagem, via modelagem chuva-vazão em bacias hidrográficas que integre os quatro componentes ambientais - solo- água-ar-vegetação. O trabalho explora o desempenho do modelo hidrológico SMAP, alimentado com séries diárias de precipitação, vazão e evapotranspiração com vistas a avaliar o balanço hídrico da bacia do rio Piabanha, região serrana/RJ, abrangendo uma área de drenagem de 2065 km2. Adicionalmente, investiga-se a variabilidade espacial da evapotranspiração e da umidade do solo com base na cobertura e uso do solo mediante o uso de vegetação NDVI e temperatura de superfície. Nesse sentido, emprega-se imagem Landsat5-TM na bacia do rio Piabanha/RJ com vistas a melhor integrar essas informações no desenvolvimento de modelos hidrológico-atmosféricos. 1562 Resultados e discussão Inicialmente, destaca-se que foi possível observar uma representação consistente dos padrões hidrológicos da bacia. A obtenção da série de dados de evapotranspiração potencial, a partir de registros de chuva e vazão, consistiu em uma etapa exitosa do presente trabalho. A variável evapotranspiração carece de maiores estudos para a efetiva realização do balanço hídrico em uma bacia hidrográfica. No que concerne aos padrões de temperatura e de NDVI, nos espaços analisados, as temperaturas, em média, decresceram segundo a seguinte ordem de classes de cobertura e uso do solo adotadas em função da presença de biomassa, a saber: urbano, mata secundária e floresta. Na etapa final, obtiveram-se os padrões espaciais de umidade volumétrica do solo. A análise permitiu detectar gradientes térmicos e de umidade do solo distintos no interior e na borda das classes analisadas, o que se traduz em indicador importante no balanço hídrico da região com repercussão e impactos na fauna e na flora. | Conclusão O desempenho de um modelo hidrológico do tipo chuva-vazão depende da seleção criteriosa da estrutura do modelo e dos parâmetros adotados na modelagem, com a adequada representação dos processos componentes do ciclo hidrológico e das características físicas da bacia em estudo. Essa configuração permite a simulação dos escoamentos superficial e subsuperficial, além da avaliação do comportamento dos escoamentos na zona vadosa e na zona saturada do solo. Mostrou-se a viabilidade e utilidade de tal instrumento de análise no entendimento dos padrões hidrológicos de uma bacia hidrográfica como subsídio para a adequada gestão dos recursos hídricos de uma bacia hidrográfica. Adicionalmente, a concepção do modelo e os resultados obtidos evidenciaram o potencial de aplicação do sensoriamento remoto para determinação da evapotranspiração e do estado de umidade do solo conjuntamente com a caracterização do relevo, essenciais para estudos de disponibilidade hídrica e de qualidade de água. Por fim, registra-se reflexão feita com base na educação tutorial. O trabalho optou por partir do eixo temático água e meio ambiente, permitindo inserção concreta e prática no estudo de balanço hídrico e de energia na escala de uma bacia hidrográfica, que constitui, em essência, um sistema físico e social, onde se dá o desenvolvimento das diversas relações humanas de 1563 uma sociedade. Na configuração de uma sociedade, a economia é responsável por estimular e ampliar diferenças, enquanto a cultura assume o papel oposto, ou seja, de disseminar e oferecer a oportunidade de atenuar desigualdades. Ambas são ponderadas pela política. O desenho do Programa de Educação Tutorial (PET), em sua origem, respeita essa concepção, na medida em que, analogamente, evidencia-se que a pesquisa (economia) gera diferenças com base no conhecimento, enquanto a extensão (cultura) procura levar o conhecimento para as camadas da população e empresas público e privadas que não usufruem da base de pesquisa. Pesquisa e extensão convergem, então, para o ensino de formação que é oferecido na sala de aula pelas Universidades, em especial do setor público federal, que melhor se encontram estruturadas segundo os eixos ensino, pesquisa e extensão. Diante desse referencial, a reflexão final do trabalho propõe que o desenvolvimento brasileiro, com apoio científico de modelagem hidrológica e sensoriamento remoto, via monitoramento por satélite, medições in situ e emprego de modelos numéricos, paute os passos para construção dos eixos hídricos de desenvolvimento do país por meio de estudos integrados em bacias experimentais (EIBEX), não perdendo de vista inserção internacional do país. | Referências BARROS, V. R. “Avaliação da evapotranspiração utilizando o algoritmo SEBAL e imagens LANDSAT 5-TM – estudo de Caso: bacia do rio Piabanha/RJ”. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 2011. CARVALHO, S. L. “Avaliação da poluição urbana difusa na bacia do córrego Quitandinha no município de Petrópolis/RJ”. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 2011. GONÇALVES, R. C. “Modelagem Hidrológica do tipo chuva-vazão via SMAP e TOPMODEL - Estudo de Caso: Bacia do Rio Piabanha/RJ”. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 2008. ROSARIO, L. S. “Análise das áreas de proteção permanente com suporte de geotecnologias face a possíveis alterações no código florestal brasileiro – estudo de caso: bacia do rio Piabanha/RJ”. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 2013. 1564 Sistema digital desenvolvido pelas artesãs da Várzea Formosa de Itiúba, visando gerir suas informações de produção. Marcus Vinicius Santos de Assis ¹; Pablo Rodrigo Fica Piras ² ¹ Membro Egresso do PET Engenharias da UEFS – [email protected] ² Tutor do PET Engenharias da UEFS – [email protected] Introdução O mercado é dominado por gigantes que impossibilitam uma competição justa com pequenos empreendedores: quem está no topo da cadeia possui capital para se tornar cada vez maior e quem está embaixo muitas vezes não o tem, não tem as condições necessárias para se manter e avançar ou mesmo conseguir um espaço e uma permanência saudável no mercado. Quando excepcionalmente surgem inovações oriundas de pequenos empreendedores, as grandes corporações fazem questão de absorber essas ideias e incorporá-las à sua marca. Tomando exemplos do nosso quotidiano, um mais recente é o da compra do aplicativo de trocas de mensagens via internet “WhatsApp” pelo “Facebook” (Landim, 2014). Em um exemplo um pouco mais distante, a claudicação da empresa, líder no mercado maranhense, dona do famoso refrigerante “Jesus”, criado em 1920, que hoje tem no seu rótulo (e na sua propaganda, amplamente distribuída pelas ruas do estado) o carimbo da “Coca-Cola” (Rosa, s.d.). Independente do seu tamanho, os empreendimentos precisam gerir bem as informações sobre sua produção e comércio de seus produtos e/ou serviços, para uma inserção e permanência saudável no cenário competitivo em que vendem os seus produtos. Um bom sistema de informação permite aos atores um processo de tomada de decisões adequado aos recursos da organização. Realizar um Estudo de Caso (EC) é um ótimo primeiro passo para desenvolver um Sistema de Informação para uma organização. Com um EC é possível traçar bem o perfil de uma empresa, sua problemática e o objetivo a ser alcançado. Um Estudo de Caso se focaliza em organizações (públicas ou privadas), desenvolvendo ou utilizando sistemas de informação (Runeson & Host, 2009). Muitos ECs focam questões gerenciais, organizacionais, sociais e humanos de SI (Benbasat et al., 1987). O EC é feito em ambientes de desenvolvimento naturais, capturando conhecimento tácito de desenvolvedores para problemas locais (Benbasat et al., 1987). 1565 Localizada na Várzea Formosa, no município de Itiúba – Bahia, a Associação Comunitária das Artesãs de Itiúba é um grupo composto por mulheres que transforma o sisal em obras de arte no formato de objetos com diversas finalidades. Trata-se de produtos de qualidade, que já foram premiados em feiras e eventos. O grupo de extensão que realiza atividades junto à Associação pensa que, com o capital suficiente para investir em marketing massivo, é bem provável que os produtos produzidos na Associação poderiam atingir um público expressivamente maior do que o público atual, que se limita às feiras de artesanato e pedidos feitos por encomenda, só por pessoas conhecem o trabalho do grupo. Por outro lado, as Artesãs lidam também com o desafio de gerir suas informações. Apesar de terem a posse de um computador desktop em sua sede, o mesmo não é utilizado na gestão dos dados, pois o controle dos processos da produção é feito manualmente. A gestão das informações de forma manual é resultado do cenário de exclusão digital presente no semiárido baiano e do qual a Associação das Artesãs de Itiúba fazem parte. Para que haja a inclusão digital podemos considerar necessários três elementos básicos: o computador, a internet e o conhecimento sobre o funcionamento desses componentes. Dos três, as artesãs possuem apenas o primeiro. Chegaram a ter internet, mas a baixa qualidade do sinal e o baixo uso em função do pouco domínio dessas ferramentas acabaram conduzindo à decisão de eliminar a despesa com internet do orçamento da associação. Para a Associação Comunitária das Artesãs de Itiúba, no povoado de Várzea Formosa, na zona rural a 6 km da sede do município, a inclusão digital significa um avanço na disponibilidade de Tecnologia de Informação e Comunicação, que tem uma incidência direta na sua geração de renda a partir da produção artesanal. Objetivos O presente trabalho consiste em um Estudo de Caso que analisa a Inclusão Digital e suas potencialidades através da utilização da Tecnologia de Informação e Comunicação como ferramenta que auxilie na gestão das informações da Associação Comunitária das Artesãs de Itiúba. A partir deste exemplo específico, temos como objetivo mais amplo levantar os requisitos essenciais e desenvolver um procedimento para a estruturação de um Sistema de Informação, satisfatório para as atividades de geração de renda em comunidades de agricultura familiar. 1566 Metodologia Em um contato inicial, foram constatados os recursos disponíveis (um computador, boa vontade e interesse em informatizar os processos da Associação) e as limitações (dias disponíveis para a realização dos encontros). Em um segundo momento, foi apresentada a motivação para a informatização, abordando o que tem levado aos empreendimentos a aderir a sistemas de informação, sendo citadas as facilidades proporcionadas pela utilização dessas ferramentas. Visto que a maioria das informações a serem geridas pode ser organizada na forma de tabelas, e que desta forma fica de fácil compreensão e acompanhamento, em um terceiro momento foi ministrada uma oficina de planilha eletrônica, com uma parte teórica e uma parte prática. Durante todas as etapas estava sendo realizada uma sondagem sobre as demandas da Associação para a construção do Estudo de Caso. Resultados e discussão Foram constatadas dificuldades, por parte dos membros da Associação, em traduzir e transmitir as informações para alguém que estava de fora dos processos de produção, de forma que esta pudesse entender claramente. Essa dificuldade deu-se também em função dos processos da Associação ainda não estarem definidos e suficientemente padronizados. As informações que precisavam ser controladas são conhecidas, mas a gestão manual delas dificultava o uso e o cruzamento entre elas, de forma a obter algum conhecimento a partir de todos os dados. A partir destas constatações, foram dialogadas as possibilidades e recursos existentes, disponíveis nas planilhas eletrônicas, para que as artesãs assumissem o controle do computador na construção de planilhas genéricas que implicitamente contivessem os atributos necessários para fazer a gestão do empreendimento. Os avanços na construção de planilhas genéricas conduziram às artesãs ao desafio de cada vez criar planilhas que se ajustassem mais aos processos quotidianos da produção, e então planilhas mais complexas começaram a tomar forma e a traduzir as demandas do grupo. No final da oficina foram obtidas várias planilhas construídas juntamente com as artesãs, sendo que uma delas cruzava as saídas da Associação com as entradas e permitia saber se no final do mês havia ou não renda originada na atividade e a magnitude dela, que era uma das 1567 principais demandas da comunidade, para reforçar a produção associada com a equitativa distribuição do produto obtido pelo trabalho. Conclusão O Estudo de Caso realizado culminou em uma compreensão acerca das demandas da Associação Comunitária das Artesãs de Itiúba, o que não seria possível sem o intercâmbio de conhecimentos realizado. Um sistema sofisticado que compile todas as tabelas de informações da associação pode vim a ser desenvolvido com base nas planilhas que venham a surgir com a informatização dos processos do grupo por meio de planilhas eletrônicas e com um maior amadurecimento por parte das artesãs do uso de tecnologias digitais. Esta atividade se insere em um Programa de Extensão, e suas constatações servem em outros grupos, em que a produção associada é também a forma de gerar a renda comunitária. Referências Benbasat, I.; Goldstein, D.K.; Mead, M.(1987). The case research strategy in studies of information systems. MIS Quarterly 11(3):369-86. Landim, W. (2014). Tudo sobre a compra do WhatsApp pelo Facebook [infográfico]. TECMUNDO. 2014. Disponível em: <http://www.tecmundo.com.br/facebook/51567-tudo-sobre-a-compra-do-whatsapppelo-facebook-infografico-.htm>. Acesso em: 16 mai.2014. Rosa, R. (s.d.). Guaraná Jesus - Fui comprado pelo Coca-Cola Uhuuuu!. Vitamina Publicitária. Disponível em: <http://vitaminapublicitaria.com.br/variedades/guarana-jesus-fuicomprado-pela-coca-cola-uhuuuu/>. Acesso em: 16 mai.2014. Runeson, P.; Host, M.(2008). Guidelines for conducting and reporting case study research in software engineering. Disponível em: <http://link.springer.com/article/10.1007/s10664-008-9102-8/fulltext.html>. Acesso em: 29 jun.2014. 1568 Aplicações de Quadricóptero para Complemento do Ensino de Engenharia Igor Esdras Silva Ono¹, Lucas Pelicano Rosso², Vitória dos Santos Fahed³; Edson Antonio Batista4; Tutor: Paulo Irineu Koltermann5. [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]. 12345 Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS/FAENG. Introdução A evasão escolar no ensino superior é um grave problema que se apresenta para o sistema educacional brasileiro e internacional (SILVA FILHO et al., 2007). Dados de uma pesquisa da Associação Brasileira de Ensino de Engenharia (Abenge) apontam que, nos cursos de Engenharia, cerca de 50% dos alunos matriculados não terminam o curso (PEREIRA FILHO et al., 1998). Esse grande índice de desistência deve-se a discrepância entre o conteúdo do ensino médio e o conteúdo do ensino superior. Os alunos ingressam nos cursos de Engenharia, em grande parte dos casos, com deficiências nas bases educacionais, principalmente nas matérias de cálculo e física. A falta de aplicação prática nos dois primeiros anos da Engenharia também é um fator desestimulante para os alunos. Os dois anos iniciais são basicamente compostos por matérias somente teóricas, sem contato direto com a aplicação dos fundamentos. Para evitar a evasão do curso nesse período introdutório, é importante a participação dos alunos em projetos de iniciação científica, nos quais, o acadêmico terá contato com a aplicação prática da teoria. Portanto, o projeto de um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) foi desenvolvido de modo a unir educação tutorial com iniciação científica. Sabe-se que há vários dispositivos de voo para o uso de transporte, armamento e até para a diversão. Baseado nas bombas voadoras alemãs, foram desenvolvidos os VANT’s ou Unmanned Aerial Vehicles (UAV), também conhecidos como drones. O projeto desenvolvido utiliza um quadricóptero, um tipo de VANT de asas rotativas. O Quadricóptero é adotado em situações que necessitam alta estabilidade de voo por ser mais fácil de ser controlado do que outros drones. Ele pode ser controlado por controle remoto ou autonomamente. Esse VANT realiza funções que anteriormente só poderiam ser executadas por veículos tripulados. Pode ser acoplado a esse veículo câmeras, com o intuito de exercer funções de fotos e filmagens aéreas. 1569 O Quadricóptero utiliza quatro motores para sua decolagem, por isso seu nome, e componentes eletrônicos para o controle e estabilização do voo. Pode-se controlar o quadricóptero alterando o empuxo e o torque de cada rotor, por meio da variação da velocidade relativa. O Quadricóptero proposto neste projeto é composto basicamente por: hélices, motores, ESC, frame, acelerômetros, giroscópios, além de possui algoritmos que possibilitam diversas manobras que proporcionam atuação em diferentes aplicações. O quadricóptero está sujeito a diversas interferências que afetam a obtenção de uma reação esperada para uma tarefa. Dentre elas temos interferências que são aplicadas ao sistema, como vento. Há interferências que são oriundas do próprio sistema. Para estabilização do quadricóptero existem diversos algoritmos de controle linear. Dentre eles, temos o controlador Proporcional Integral Derivativo (PID). Segundo Hoffman (2007), suas principais vantagens são a estrutura simples, desempenho satisfatório em diversos processos e o ajuste simples e versátil, podendo ser aplicado a quadricóptero, uma vez que não precisa de um modelo especifico do sistema. Esse controlador é o mais apropriado para o quadricóptero, pois os dispositivos ESC’s são programados com PID. Na Equação 1, apresenta-se a descrição comportamental do PID em função do tempo. (Equação 1) sendo Kp, Ki ,Kd são os ganhos das parcelas proporcional, integral e derivativa, respectivamente. u(t) é a ação de controle e e(t) o erro entre u(t) e a resposta do sistema. A parcela P é proporcional ao erro, aumentando sua contribuição conforme o erro aumenta. A segunda parcela I (Integral) é proporcional à magnitude e duração do erro, pois pondera as somas dos erros durante um período de tempo, desta forma viabiliza a aproximação mais rápida do valor desejado e evita que o sistema estabilize com a presença de erro, contudo pode fazer com que o valor da variável de controle ultrapasse o valor desejado. A parcela D (Derivativo) estima erros futuros e diminui o tempo de estabilização da variável no valor desejado. Como PID é um método de controle que, em sua essência, é a comparação da tarefa esperada e o comportamento do sistema, podemos aplicá-lo para controle de diversos comportamentos do quadricóptero como posição, altitude e até mesmo a atitude, referente aos ângulos de giro, arfagem e guinada. Apenas deve-se levar em consideração que para manobras agressivas a resposta do sistema utilizando PID pode não ser satisfatória (Hoffmann et al., 2007). 1570 Objetivos Objetivo Geral Utilização de tecnologias aplicativas para correlação com ensino de Engenharia. Neste projeto almeja-se utilizar os recursos de robôs aéreos (quadricópteros) para desenvolvimento de conceitos de eletrônica, linguagem de programação, controle de processos, mecânica dos fluídos e instrumentação eletrônica. Objetivos Específicos No projeto são abordados os seguintes temas: Construção de aeronaves tipo quadricóptero; Utilização e técnicas de controle (PID); Elaboração de Estratégias de voo; Consolidação de linha de pesquisa em robótica, instrumentação eletrônica e programação; Avaliação do projeto como cunho motivacional para os acadêmicos envolvidos. Metodologia Para alcançar os objetivos foram realizadas as atividades 1, 2 e 3, no inicio do primeiro semestre de 2014. E serão realizadas as atividades 4 e 5 ao longo de todo ano. Os envolvidos nessas atividades são integrantes do grupo PET e alunos de graduação, orientados pelo coordenador do projeto Professor Doutor Edson Antonio Batista. Atividade 1 – Nivelamento de conhecimento: Revisão bibliográfica, Seminários, participação em minicursos e treinamento em simuladores. Esta atividade tem como indicador físico a geração de relatórios. (Dois meses). Atividade 2 – Montagem do Quadricóptero: Seleção das peças e acessórios, Instalação das peças, Registro das Atividades, sendo que o indicador físico desta atividade é a implementação do Quadricóptero. (Três meses). Atividade 3 – Inserção de Técnicas de Controle: Aplicação de Algoritmos de Controle Linear, Escolha do dispositivo de controle de velocidade dos motores (ESC), Configuração dos componentes e Programação do Micro controlador. Esta atividade tem como indicador físico a geração de relatório sobre os testes de controle do Quadricóptero. (Um mês). 1571 Atividade 4 – Testes e Levantamentos: Teste dos componentes, Verificação dos quatro movimentos de voo do quadricóptero, guinar, arfar, rolar e acelerar, Levantamento Estatístico de Erros. O indicador físico desta atividade será uma planilha contendo informações sobre o desempenho do Quadricóptero. (Dois meses). Atividade 5 – Ajustes Finais: Correções matemáticas, Balanceamento do quadricóptero e Voos condicionados a operações específicas que emulem situações práticas. (Dois meses). Resultados e discussão O nivelamento de conhecimento resultou numa base teórica fundamentada em princípios de aeromodelismo, físicos e mecânicos. Foram abordados métodos matemáticos e de programação para correção do voo. A revisão bibliográfica com abrangências nas áreas citadas possibilitou o embasamento dos membros do grupo para iniciar a seleção das peças e a montagem do quadricóptero pela equipe de alunos. Foram cogitadas as hélices de 9 polegadas de diâmetro e 4.7 polegadas de passo (9x4.7) e a hélice de 10 polegadas de diâmetro e 4.5 polegadas de passo (10x4.5). Contudo, a hélice mais apropriada foi a de especificações 9x4.7 por ser de fácil aquisição, proporcionar estabilidade para um quadricóptero de médio porte e requer menor fornecimento de energia, uma vez que gera menos empuxo, portanto maior autonomia da bateria. O motor escolhido foi o Turnigy D2830/11 1000kV visto que supre as necessidades do quadricóptero com as hélices especificadas. O frame apropriado para o quadricóptero é DJI F450/Whirlwind FY450 por ser leve e ser acessível financeiramente. A bateria foi escolhida foi uma de LiPo, 2200mAh e 25C de modo a suprir as necessidades dos componentes. O módulo de rádio foi selecionado de modo a ter um alcance médio de aproximadamente 1500 metros e suprir a quantidade de canais necessários para o controle dos quatro movimentos essenciais de voo do quadricóptero. Os sensores Acelerômetros e Giroscópios são acoplados ao micro controlador utilizado, um KK 2.0. O ESC mais apropriado para o quadricóptero é Hobby King de 20 ampères já que é compatível com os motores e o micro controlador escolhido. O Algoritmo de Controle Linear adotado é o controlador PID. Ele é apropriado por ter uma estrutura simples e versátil e atender todos os propósitos do quadricóptero desenvolvido. Como as atividades 4 e 5, até o presente momento, não foram realizadas, não foi possível obter dados e tirar conclusões. 1572 Conclusão Com o intuito de ser motivacional para alunos graduandos de engenharia elétrica, este tutorial para a montagem de um quadricóptero e todas as pesquisas realizadas até momento tem-se mostrado satisfatórios. Focando na educação tutorial, o VANT utilizado é de fácil montagem e pode ser introduzido nos primeiros anos de Engenharia para proporcionar maior interação do aluno com a parte de aplicação prática e técnica e evitar a evasão do curso. Referências ARAKI, M., PID Control. Kyoto: Control Systems, Robotics, and Automation, Vol. II. 2002. 23p. ARGENTIM, Lucas M., REZENDE, Willian C.,SANTOS, Paulo E., AGUIAR, Renato A. PID, LQR and LQR-PID on a Quadcopter Platform. International Conference on Informatics, Electronics & Vision (ICIEV), 2013. 6p. HOFFMANN, G.M., Quadrotor helicopter flight dynamics and control: Theory and experiment. Proceedings of the AIAA Guidance, Navigation, and Control Conference, 2007. 20p. LODER, Liane L., MEZZOMO, Felipe, BARBOSA, Paola V. Motivos de Evasão no curso de Engenharia Elétrica: Realidade e perspectivas. XXXIX Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia (COBENGE), Blumenau, 2011. PEREIRA FILHO, O., Engenharia e Sociedade: Fonte de Motivação no Ensino de Engenharia, XXVI COBENGE, São Paulo, 1998. SILVA FILHO, R. L. L., MONTEJUNAS, P. R., HIPÓLITO, O., LOBO, M. B. C.M. A Evasão no Ensino Superior Brasileiro. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, set./dez. 2007. 1573 Avaliação 360º Matheus Salmito Rodrigues Ponte¹; Marcelo Fernandes Menescal de Lima²; Isabella Christina Cavalcante Quaranta²; Ariane Soares Gomes²; Prof. Dr. Samuel Jorge Marques Cartaxo³. Autor¹ Coautor² Tutor³ Introdução O sistema de avaliação 360° é bastante utilizado em empresas e grupos de trabalho com o fim criar um método de avaliação do conjunto através do próprio conjunto. O PET Engenharia Química moldou os modelos usuais da avaliação 360° para que estas se adequassem aos pilares necessários para os petianos, podendo, por exemplo, avaliar desde proatividade até criatividade e senso crítico. O questionário inicial foi desenvolvido pela professora Jannayna Tavares, para o curso de Gestão de Pessoas. Em sua análise, primeiro era feita uma auto avaliação do participante, em seguida este avaliava seu superior, seus subordinados e seus colegas de ambiente. Para uso no PET Engenharia Química UFC, foram necessárias mudanças para que as avaliações fossem feitas de modo a contemplar a auto avaliação e a avaliação de cada outro petiano individualmente. O principal foco do sistema de avaliação 360° é o registro periódico do desempenho dos membros do grupo e a discussão entre estes dos resultados obtidos, sendo possível apontar falhas e ressaltar melhoras para cada indivíduo. O nome dá-se pela forma com que o método aplicado contempla desde a auto avaliação até a avaliação por todos os membros, de diferentes graus de relacionamento. Este modelo busca uma melhor interação além de uma discussão clara sobre todos os aspectos de cada integrante do grupo, procurando desenvolver a todos os envolvidos e o grupo como um todo. Objetivos: Proporcionar uma auto-avaliação do trabalho de cada petiano; Proporcionar uma avaliação anônima de cada petiano sobre o trabalho de seus colegas; Provocar discussões sobre os desempenhos individuais e coletivo do PET, gerando ideias para melhorias; Metodologia Quatro petianos foram destacados para compor a equipe responsável pela avaliação, com um deles sendo escolhido coordenador. Esses petianos ficaram responsáveis por ler artigos relacionados, indicados pelo tutor, e elaborar o questionário a ser respondido. Foi elaborado um questionário com 25 perguntas, divididas em seis sub-categorias: trabalho em equipe; proatividade; responsabilidade; inovação; disciplina; competência. Houve ainda a adição de uma pergunta extra sobre o quanto o avaliador trabalhava com o petiano sendo avaliado no momento: se pouco, 2; se moderadamente, 3; se muito, 4. Tal valor serviu como peso para o cálculo das médias ponderadas de cada um em cada pergunta. As avaliações foram divididas em cinco períodos: um em que todos os petianos iriam se autoavaliar, e outros quatro em que os petianos seriam avaliados pelos demais, em blocos de, respectivamente, quatro, quatro, três e quatro. Os quatro petianos que compõe a equipe se dividiram para calcular as médias desses cinco blocos, de forma que nenhum conhecesse as notas que foram atribuídas a si pelos demais. As médias calculadas foram então colocadas em gráficos e montou-se uma apresentação com eles. 1574 Resultados e Discussões O modelo de organização do PET Engenharia Química UFC é baseado no pressuposto que todos possuem os mesmos direitos e deveres, não existindo diferenciação entre os petianos. Esse modelo pode inibir um diálogo crítico, entre os petianos, sobre certas ações que ocorrem no PET, pois, muitas vezes, as pessoas não se sentem a vontade para criticar as ações dos outros se não estiverem em uma posição de comando. Desse modo, o modelo de avaliação 360º surgiu como mecanismo de auto regulação, no qual os petianos fazem uma avaliação completa de si, dos demais e do grupo. Ocorrendo, por fim, uma discussão sobre os resultados, na qual os petianos podem criticar de maneira construtiva a atitude dos outros petianos, buscando a melhoria do PET. O projeto conseguiu fomentar uma discussão sobre o que estava apresentando problemas no PET, existindo ainda, a formulação de soluções para esses problemas. Além disso, cada petiano teve a oportunidade de escutar, dos outros petianos e do tutor, o que pode melhorar, além de receber elogios sobre a atuação no PET Engenharia Química UFC. Conclusão A partir do tratamento inicial, o projeto mostrou-se de grande valor para o crescimento do grupo. As discussões seguiram de forma extremamente produtiva e construtiva, resultando em um grupo mais proativo e com uma participação integrada bem maior para o melhor aproveitamento de todos os projetos. As primeiras discussões trouxeram grandes melhorias entre os petianos podendo ser estas observadas no convívio diário. Observou-se que o modelo proposto de avaliação busca melhorar não só o convívio, porém também todo sistema de trabalho do PET Engenharia Química, melhorando o grupo sob vários aspectos. Referências de Almeida, R. O. Avaliação 360 Graus: A Melhor Intervenção de Recursos Humanos, será? Revista Gestão Plus / RH em Síntese. Setembro/Outubro 1999. Tavares, Jannayna. Avaliação 360°. Faculdade Piauiense. Santana, L. S. Avaliação de desempenho funcional 360 graus: Um estudo de caso. Porto Velho (RO), 12 de novembro de 2006 1575 Recicla PET Alina Maria Núñez Pinheiro; Amanda Maria Meneses Dutra; Maria Gabriela Alves Bezerra; Matheus Salmito Rodrigues Ponte; Marcelo Fernandes Menescal de Lima; Renan Leitão Sydrião; Isabella Christina Cavalcante Quaranta; Rafael Faria Gomes; Ismael Francisco Miranda Freire; Prof. Dr. Samuel Jorge Marques Cartaxo. CT UFC - Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará; Introdução Inspirado no projeto Irmã Dulce (PET - Engenharia Química UFC - 2011 a 2012), o Recicla PET é um projeto de extensão contínuo com durabilidade de aproximadamente 1 (um) ano. Seu antecessor, o Irmã Dulce, teve início em 2011 e o projeto vem sendo aprimorado desde então. Inicialmente, a ação baseava-se na fabricação de três produtos: papel, sabão e vassoura de garrafa pet. Devido ao sucesso na implementação das oficinas, o grupo PET Engenharia Química decidiu torná-lo um projeto contínuo, mudando apenas a comunidade e adaptando algumas oficinas de acordo com as limitações e disponibilidades do público alvo. Objetivos O projeto tem como objetivo aprimorar a consciência socioambiental dos petianos, bem como a do público alvo escolhido promovendo a ideia da sustentabilidade atrelada à prática da reciclagem. O projeto visa também fornecer um meio de sustento da comunidade participante do projeto através da fabricação de objetos economicamente viáveis - bolsa, pasta, vassoura - e produtos de utilidade doméstica - sabão. Metodologia O projeto é dividido nas seguintes etapas: I- Primeiramente, escolhe-se um coordenador para o projeto. Esse será responsável por escolher a comunidade carente na qual o projeto será aplicado, e também deverá adequar a aplicação da ação na comunidade, de forma que os produtos a 1576 serem feitos estejam dentro das limitações – financeiras, de material, etc... – da comunidade escolhida. II- Depois de decidido o coordenador e os produtos a serem confeccionados, o responsável pelo projeto dividirá o grupo pet em equipes. Cada uma das equipes ficará responsável por executar oficinas internas a fim de que cada membro do grupo aprenda a confeccionar o produto o qual lhe foi designado. III- Quando finalizadas as oficinas, o responsável pela ação enviará um projeto comercial para algumas empresas objetivando conseguir patrocínio para a realização do projeto. O patrocínio será utilizado na compra de material para que a comunidade possa iniciar o processo de reciclagem a custo zero. IV- Finalizadas todas as etapas, o projeto é levado para a comunidade. A execução do projeto pode durar de dois a quatro dias dependendo da complexidade dos produtos escolhidos. Os dias escolhidos são sempre aos fins de semana. Resultados e discussão A edição de 2014 ainda está em andamento (período de oficinas internas), portanto ainda não há resultados concretos. Entretanto, espera-se que o projeto obtenha um resultado semelhante ao projeto antecessor, no qual a comunidade alvo obteve um aproveitamento satisfatório dos conhecimentos obtidos nas oficinas ministradas. 1577 PET-Elétrica/UFMT com a CEMAT na Comunidade ANDRADE, Jackson dos S.¹; BONATO, Maurício J. D.¹; BRIDI, Éder¹; BRITO, Vinícius H. F.¹; CARLETO, Diego G.¹; GIANESINI, Bárbara M.¹; MOMESSO, Antonio E. C.¹; MORAES, Vinícius R.¹; QUINALIA, Mateus S.¹; RIBEIRO, Laís W.¹; SANTOS, Diellen C. dos¹; SPEROTTO, Rodrigo K.¹; VILERÁ, Kaio V.¹; MARTINS, Walkyria K. A. G.². ¹Graduando do curso de Bacharelado em Engenharia Elétrica membro do grupo PETElétrica/UFMT e ² Tutora do PET-Elétrica/UFMT Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia – Departamento de Engenharia Elétrica Introdução É indubitável que a extensão é um dos pilares essenciais das Universidades Brasileiras, bem como dos Programas de Educação Tutorial (PET) a esta vinculados, uma vez que se trata de um processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade, conforme mencionado pelo portal do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense. Ainda, segundo o portal da UFMT, extensão é estender a universidade para além dos seus muros, interagindo com a comunidade, visando à troca de saberes e construindo assim uma universidade pública de qualidade. Dentro desse contexto é que o PET-Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso (PET-Elétrica/UFMT) vem pautando suas ações de extensão, realizadas periodicamente, buscando sempre associá-las ao ensino e à pesquisa. Partindo desta premissa, este grupo de educação tutorial observou a importância de compartilhar com a comunidade externa os conhecimentos acerca dos assuntos abordados dentro da universidade, principalmente no que tange ao uso racional da energia elétrica, aos riscos na utilização da eletricidade, ao campo de trabalho de um engenheiro eletricista e curiosidades sobre a profissão. Além disso, verificou-se a necessidade de envolver tanto os integrantes do grupo PET-Elétrica/UFMT quanto os alunos da graduação com as questões da comunidade externa ao campus universitário, as quais são melhor testemunhadas in loco. Assim, por meio da parceria com a empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no estado de Mato Grosso (CEMAT), surge a inserção do PET-Elétrica/UFMT no projeto da CEMAT denominado CEMAT na comunidade. Desta forma, foi possível obter uma vasta 1578 abrangência da atividade, tendo em vista que as edições do projeto ocorrem na cidade de Cuiabá e Várzea Grande. O projeto da CEMAT prioriza localidades que possuem indícios de fraudes e instalações elétricas irregulares. “...fizemos uma parceria com o Programa de Educação Tutorial do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso, para oferecer outros atrativos aos nossos clientes. Durante o evento da CEMAT, os estudantes de elétrica simulam a fatura de energia elétrica dos clientes, explicam como é o consumo de energia em uma residência e falam sobre os processos de geração, transmissão e distribuição de energia.”, revela Marcelo Mamoru Onoe, gerente de Recuperação de Energia da empresa. Objetivos A atividade, descrita neste trabalho, tem por objetivo principal levar o conhecimento adquirido no curso de Engenharia Elétrica da UFMT para além dos limites físicos da universidade, realizando, assim, ações em diversos bairros da região de Cuiabá e Várzea Grande. Dentre tais matérias, destacam-se o uso racional e os riscos da utilização da eletricidade, informações sobre o curso de Engenharia Elétrica e o mercado profissional. Ademais, com esta atividade almeja-se envolver, além dos integrantes do PETElétrica/UFMT, os alunos da graduação em Engenharia Elétrica em atividade de extensão, possibilitando assim maior conhecimento a todos os envolvidos no projeto. Metodologia Para concretização desta atividade foi realizado um estudo prévio por parte dos integrantes do grupo PET-Elétrica/UFMT para preparar o material que seria apresentado à comunidade e como seria a forma de apresentação. Com o propósito de atingir um público alvo leigo a respeito das questões técnicas abordadas, decidiu-se por utilizar, como instrumentos de comunicação, banners diversos com linguagem accessível, uma maquete residencial com relógio medidor de kWh para explicar o consumo de energia, um simulador de fatura de energia gratuito disponibilizado pela COPEL e, ainda, alguns projetos desenvolvidos com o microcontrolador Arduino com grande apelo visual e sonoro. Uma parceria com a empresa CEMAT, no projeto CEMAT na Comunidade, foi firmada, onde a mesma define os locais para a ação. Na maioria das vezes, são escolhidas escolas públicas 1579 localizadas de forma tal que, em cada edição, são atendidos vários bairros da região. O grupo PET-Elétrica/UFMT acompanha, mensalmente, a empresa a qual promove tal evento aos sábados de maneira alternada. Para integrar esta atividade com a graduação, o PET-Elétrica/UFMT divulga e convida os demais discentes do curso de Engenharia Elétrica para se envolver nas ações através do site do grupo. Durante a realização da atividade, os participantes explicam oralmente ao público sobre os assuntos mencionados anteriormente, sendo auxiliados pelos instrumentos detalhados abaixo: Banners: o Banner Tensão e Corrente Elétrica: Mostra de forma simples e didática, através de desenhos, os conceitos básicos de tensão e corrente elétrica como também o funcionamento do sistema de Geração, Transmissão e Distribuição da energia elétrica. o Banner Choque Elétrico: Apresenta estatísticas de mortalidade ligadas à indústria da eletricidade no país, e também as principais causas de acidentes, onde é ressaltado que, em acidentes envolvendo a rede elétrica, os óbitos chegam a 20% dos casos. o Banner A Engenharia no Brasil: Expõe as competências do Engenheiro Eletricista, as áreas onde o mesmo pode atuar, assim como algumas estatísticas da área de Engenharia Elétrica. Maquete residencial: Foi disponibilizada pela empresa uma maquete que simula o consumo elétrico de uma residência. Desta forma, cada cômodo e aparelho é ligado utilizando chaves para mostrar como é medido o consumo de energia elétrica. Foi instalado, na maquete, um medidor de consumo (relógio), onde os interessados puderam observar o aumento do consumo relacionando este ao aumento na velocidade do disco do medidor de acordo com a quantidade de equipamentos ligados. Simulador de consumo de energia elétrica da Companhia Paranaense de Energia (COPEL): Através dessa ferramenta mostra-se a importância das pessoas buscarem a otimização do uso da eletricidade. É disponibilizada, então, ao público a possibilidade de simular o próprio consumo de energia elétrica mensal. Esta simulação é realizada com base nos dados detalhados (equipamento, horas de funcionamento, potência, entre outros) fornecidos pelo consumidor, verificando o consumo real da fatura e mostrando as possibilidades de redução do desperdício de energia elétrica. 1580 Microcontrolador Arduino: É um microcontrolador que pode interagir com o meio através de hardware e software. Assim, é possível criar projetos interativos que instigam a curiosidade das pessoas. Este dispositivo abrange algumas áreas da Engenharia Elétrica como automação e controle, eletrônica, circuitos elétricos, dentre outros. Com isso, mostram-se algumas das possibilidades de atuação do profissional formado no curso e do que os discentes estudam. Por fim, o público pode se sentir estimulado a escolher este segmento para estudo e qualificação. Como mecanismo para identificar a quantidade de pessoas que passam pela bancada do PETElétrica/UFMT são disponibilizadas listas de presença que são assinadas pelos participantes. Ainda, são entregues questionários aos graduandos voluntários que participaram das ações com o intuito básico de saber qual a opinião deles sobre a atividade, se há alguma sugestão e se a participação contribuiu para sua formação pessoal ou acadêmica. Resultados e discussão Ao longo de nove meses houveram sete inserções com duração média de cinco horas por evento em diferentes regiões de Cuiabá e Várzea Grande. Neste período devem ser consideradas duas férias acadêmicas, que impossibilitaram a atividade de extensão. Além disso, houve a participação direta da tutora deste grupo e vinte alunos, sendo destes, doze participantes do PET-Elétrica/UFMT e oito voluntários graduandos em Engenharia Elétrica na UFMT. Segundo dados da CEMAT, idealizadora do projeto, são atendidas, em média, quatrocentas pessoas por evento, sendo que destas, aproximadamente 10% passaram pelo estande do PETElétrica/UFMT. As inserções ocorreram em escolas públicas de bairro, atendendo aproximadamente 80 bairros da capital e região metropolitana, as quais possuíam infraestrutura suficiente para suportar o evento e são identificadas na sequência: CEJA – VERA PEREIRA DO NASCIMENTO – 2,3 km da universidade; EMEB PROF.ª LUCIA LEITE RODRIGUES – 27,9 km da universidade; EMEB ANDRÉ AVELINO – 9,8 km da universidade; EMEB – ANTONIO JOAQUIM DE ARRUDA – 6,3 km da universidade; ESPAÇO CULTURAL DO BAIRRO 1º DE MARÇO – 6,9 km da universidade; ESCOLA ESTADUAL PADRE ERNESTO CAMILO BARRETO – 2,5 km da universidade; 1581 EMEB CONSTANÇA FIGUEIREDO PALMA “BEM BEM” – 13,1 km da universidade. Através dos assuntos abordados, esta atividade está proporcionando grande satisfação para a equipe e os participantes, visto que há um compartilhamento de informações entre a universidade e a comunidade, entre integrantes do grupo PET e os demais alunos da graduação. Ainda, possibilitou uma grande oportunidade a todos de ampliar os conhecimentos e adquirir novas experiências. Além disso, o projeto vem contribuindo para o desenvolvimento profissional dos acadêmicos, uma vez que trabalha também a questão da oratória, possibilitando a oportunidade de aprimorar suas habilidades interpessoais. Conclusão Considerando que o projeto ainda se encontra em execução, pode-se notar uma grande satisfação entre os envolvidos, que se sensibilizaram sobre o uso racional da energia elétrica e dos riscos que ela oferece. Ademais, corroborando o efeito da reciprocidade, os participantes provenientes da comunidade tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a universidade e, ao mesmo tempo, os alunos da universidade puderam ter ciência das questões da comunidade, onde foi possível trocarem informações e experiências com o público presente. Finalmente, em decorrência do sucesso alcançado, o PET-Elétrica/UFMT tem o objetivo de continuar executando esse projeto em parceria com a CEMAT em que buscará maneiras de envolver um maior número de graduandos. Referências COPEL. Disponível em: <http://www.copel.com> Acesso em: 13 mai. 2014. Balanço: CEMAT na comunidade já prestou 48 mil serviços. Disponível em: <http://www.cemat.com.br/noticias/balanco-cemat-na-comunidade-ja-prestou-48-milservicos/> Acesso em: 15 mai. 2014. Portal da Universidade Federal de Mato Grosso. Disponível em: <http://www.ufmt.br/ufmt/site/secao/index/Cuiaba/4> Acesso em: 18 mai. 2014. Portal do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense. Disponivel em : < http://www.ichs.uff.br/?page_id=70> Acesso em : 04 jun. 2014. 1582 Uma nova abordagem no processo seletivo do PET Engenharia Elétrica da UFCG: o estágio Ana Paula Tavares de Melo¹, Daniel Abrantes Formiga¹, Danilo Pequeno¹, Emilly Rennale Freitas de Melo¹, Filippe José Gadelha Tertuliano¹, Hugo Gayoso Meira Suassuna de Medeiros¹, Humberto de Brito Rangel Neto¹, Klynger Renan Menezes Dantas¹, Lucas Candeia Medeiros Maia¹, Natália Silva Medeiros¹, Saul Borges Nobre¹; Waslon Terllizzie Araújo Lopes². ¹Alunos ²Tutor Universidade Federal de Campina Grande PET Engenharia Elétrica [email protected] Introdução O Programa de Educação Tutorial (PET) integra diferentes modalidades de trabalho geralmente só encontradas na universidade de forma separada. A possibilidade de desenvolvêlas em conjunto, com outras pessoas, além de potencializar os contatos profissionais com funcionários e professores da unidade acadêmica a qual está vinculado, torna o Grupo PET alvo de muitos estudantes interessados em realizar essas diferentes tarefas, em ser petianos. A saída de integrantes do PET é um fator intrínseco a esse programa, uma vez que os membros, após passarem certo período de tempo no grupo, desejam explorar outras atividades acadêmicas, focar em algum projeto ou até mesmo concluir o curso de graduação. A vaga aberta com a desvinculação de um integrante precisa ser preenchida para cumprir com necessidades legais e do próprio grupo. Para preenchê-la, é realizado, portanto, um processo de seleção que deve conter os principais elementos do PET fomentando aos candidatos uma maior noção sobre a atividade a qual se submetem. Pensando em fortalecer o foco na tríade Pesquisa, Ensino e Extensão desempenhada pelos petianos, o Grupo PET Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) adicionou uma etapa classificatória na seleção de novos integrantes comumente encontrada no mercado de trabalho, o estágio. Objetivos 1583 A inclusão da etapa de estágio no processo de seleção teve como objetivo principal a ampliação do período de avaliação dos candidatos. Nas seleções anteriores, em apenas uma semana, o grupo tinha seus novos integrantes escolhidos; um período curto demais para conhecer o comportamento dos que estariam pleiteando uma vaga. Com a inclusão do estágio, a postura profissional de cada selecionado é melhor compreendida já que eles desempenham as mesmas tarefas realizadas pelos membros do grupo PET. Há, também, a intenção de exibir de maneira mais ampla a organização e as responsabilidades rotineiras do Grupo PET aos candidatos, que, geralmente, só conhecem as atividades de minicurso e de seminário em execução, pós-planejamento. Metodologia Para ser integrante do grupo PET Engenharia Elétrica da UFCG, o aluno deve estar devidamente matriculado no curso de Engenharia Elétrica, cursando do segundo ao quarto semestre letivo, possuir um Coeficiente de Rendimento Acadêmico (CRA) superior ou igual a seis e por fim, passar por um processo seletivo de quatro etapas. Na primeira delas, é aplicada uma redação, que consiste em um artigo de opinião com tema divulgado no momento da aplicação. Esta etapa é eliminatória uma vez que é mantido no processo um número previamente limitado de candidatos: aqueles com as maiores médias ponderadas entre o CRA e a nota obtida na redação. Na segunda fase, os participantes da seleção são submetidos a uma dinâmica em grupo elaborada pelos petianos, na qual são feitas perguntas individuais e gerais para os candidatos, com o intuito de conhecê-los melhor. É também proposta uma atividade em que os alunos são separados em equipes, para que se analise a interação deles no desempenho da tarefa imposta pelo grupo PET. No fim da etapa, o desempenho de cada um é avaliado, seguindo na seleção apenas parte dos concorrentes. A terceira fase foi implementada pela primeira vez na última seleção (dezembro de 2013) e consiste em um período de estágio de três semanas, em que os selecionados entram em contato com as atividades do cotidiano do grupo. Nessa etapa, os candidatos têm que realizar três atividades baseadas na tríade do programa: escrever um artigo para o Jornal PET – Elétrica (ISSN 2316-5863), sendo explorada a Extensão, realizar um experimento, baseado 1584 em Pesquisa, e apresentá-lo na forma de seminário, explorando o Ensino. Essa etapa é classificatória já que nenhum candidato é eliminado. Na última fase, os alunos são submetidos a uma entrevista, realizada por três professores do Departamento de Engenharia Elétrica e três petianos, em que se busca conhecer ainda mais sobre o perfil do entrevistado. Resultados e discussão A implementação do estágio no processo seletivo para integrante do PET Engenharia Elétrica da UFCG foi pensada para que se conhecesse melhor como cada candidato se porta diante das atividades realizadas rotineiramente pelos petianos. Na última seleção, pode-se, então, verificar quais estavam mais próximos dos perfis que o grupo precisava no momento. Segundo os relatos dos sete participantes do estágio, chegou-se a um consenso: ele possibilitou que os candidatos conhecessem de perto a proposta do PET e, com isso, verificaram a seriedade do trabalho realizado e o quanto se identificavam com o programa. Ressaltaram, também, que a proposta do experimento foi muito proveitosa, pois, como todos estavam antes da metade do curso, puderam adquirir novos conhecimentos e aplicá-los na prática, além de ampliar a interação com os integrantes do grupo. Como nem todos os candidatos eram do mesmo semestre letivo, a rotina dos que estavam um pouco à frente no curso foi mais pesada, o que causou uma sensação de desconforto nos mais experientes uma vez que estariam submetidos a um trabalho com maior pressão e sendo avaliados por isso. E, assim, o julgamento poderia não ser tão justo, já que eles não estariam realizando as tarefas propostas em mesmas condições. Pelos relatórios dos experimentos e dos artigos escritos por cada um dos estagiários, foi possível avaliar o nível técnico de escrita, assim como o conhecimento acerca de conteúdos relacionados ao curso. Além disso, alguns dos artigos foram aprovados, passando por um processo de revisão e publicados no Jornal PET-Elétrica. O estágio foi avaliado por todos como uma ótima ferramenta para contribuir no processo seletivo, aumentando o contato com os candidatos e possibilitando uma melhor avaliação. O 1585 ponto negativo destacado foi que, depois de três semanas no convívio diário com os petianos, os que não passaram sentiram uma frustração de ter participado temporariamente do PET e não ficar de fato no grupo. Conclusão Os resultados obtidos junto ao processo de seleção são satisfatórios, visto que a escolha dos perfis desejados é realizada de forma eficaz. Ao fim do processo, os alunos selecionados sanam as necessidades do grupo e, algumas vezes, ainda superam as expectativas acrescentando novas habilidades à equipe. Durante as quatro etapas, os candidatos são avaliados de forma a identificar suas principais características, cada etapa foca em uma determinada aptidão. Na redação, o domínio da linguagem bem como o poder de argumentação do candidato são avaliados; durante a dinâmica de grupo, são observados o poder de trabalho em equipe e algumas das características específicas do participante; no estágio, é analisado o desempenho do aluno em algumas das atividades realizadas pelo PET, e, por fim, na entrevista, obtém-se as últimas informações específicas a respeito do envolvido no processo. Além dos benefícios proporcionados ao grupo devido aos resultados positivos da seleção realizada, os alunos participantes da seleção adquirem experiência quanto a situações de redações, dinâmicas de grupos, entrevistas de emprego e estágios, etapas bastante corriqueiras no mercado de trabalho. Nesse sentido o grupo PET Engenharia Elétrica busca a cada seleção aperfeiçoar o processo seletivo, de modo a otimizar a escolha dos alunos ingressos no programa, o que proporciona o crescimento do grupo qualitativamente. Referências Ministério da Educação. Programa de Educação Tutorial PET: Manual de Orientações Básicas. Brasília, dezembro de 2006. 1586 Xavier, B. T. de L.; Goulart, D.F. Ensino, pesquisa e extensão consorciados: a fórmula do sucesso do Programa de Educação Tutorial/PET. Brasília: Ministério da Educação, 2008. Martins, I. L. Educação Tutorial no Ensino Presencial - Uma análise sobre o PET. Brasília: Ministério da Educação, 2007. Koltermann, P. I.; Silva, E. L. T. da. Educação Tutorial no Ensino Presencial: A experiência do PET na UFMS. 2006. 1587 A INTEGRAÇÃO DISCENTE NO CONTEXTO DA MULTIDISCIPLINARIDADE DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL Duarte, H.P¹; Silva, V.E.P¹; Domingues, J.M.S.A¹; Ferreira, D.C¹; Lima, E.A¹; Cruz, G.P¹; Teixeira, M.S1; Resende, D.J¹; Souza, J.H¹; Lopes, E.F¹; Oliveira, P.H.D¹; Gomes, B.J.C¹; Sabariz, A.L.R2 1 2 1. Membros do Grupo PET Engenharia Mecânica – [email protected] Tutor do Grupo PET e Coordenador do curso de Eng. Mecânica – [email protected] INTRODUÇÃO Segundo o Manual de Orientações Básicas do Grupo de Educação Tutorial o PET é um programa de longo prazo que visa realizar, dentro da universidade brasileira, o modelo de indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão. Assim, além de um incentivo à melhoria da graduação, o PET pretende estimular a criação de um modelo pedagógico que vise impactar positivamente o curso de engenharia mecânica de acordo com os princípios estabelecidos na Constituição Brasileira e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Visto que a demanda por conhecimento multidisciplinar cresce cada vez mais, é necessário destacar então a importância do Grupo PET Mecânica em articular e integralizar suas atividades. Objetivando a melhoria acadêmica do curso de engenharia mecânica, o grupo busca internacionalizar o Programa de Educação Tutorial e inspirar jovens estudantes do sexo feminino a cursarem engenharia, em especial a mecânica. Tais objetivos estão sendo alcançados por meio de três projetos: o programa CAPESBrafitec, o projeto Fórmula SAE e através da pesquisa realizada juntamente com os mestrandos do curso de engenharia mecânica da UFSJ. O primeiro visa promover o intercâmbio de estudantes do curso de engenharia mecânica da UFSJ, concedendo-lhes a oportunidade de cursar até dois anos de sua graduação em uma universidade francesa assim como estudantes franceses podem estudar no Brasil pelo mesmo período. O Projeto Fórmula SAE é uma competição de desenvolvimento de produto, onde os estudantes devem conceber, projetar, fabricar e competir com protótipos de corrida estilo fórmula. E por último, a interface dos integrantes do Grupo PET com os mestrandos baseia-se nas pesquisas relacionadas à fluência das ligas de magnésio ZK e AM bem como sua usinabilidade e através da caracterização de compósitos de base de magnésio com a adição de nanotubos de carbono. 1588 2. OBJETIVO O PET objetiva com esse trabalho, mostrar como os projetos apresentados se integram de excelente forma nos pilares e propósitos do grupo, fazendo com que o desenvolvimento dessas atividades gerem resultados impactantes tanto na formação do discente quanto na melhoria do curso de Engenharia Mecânica. Apesar das propostas apresentadas terem seus objetivos divergentes, todas compartilham de um mesmo propósito que tem por finalidade unir atividades de âmbito tutorial, educacional e cientifico dentro da mesma atividade. Dessa maneira, busca se mostrar que seja através do BRAFITEC, da interface com os mestrandos ou até mesmo do projeto envolvendo uma equipe do tipo fórmula, consegue se desenvolver atividades que podem ser aplicadas dentro dos três pilares do PET. São experiências diferentes, que complementam o objetivo do grupo e afirmam o caráter indissociável entre pesquisa, ensino e extensão. 3. METODOLOGIA A integração do projeto de atração de estudantes do sexo feminino para o curso de engenharia, apelidado de “Jovens Meninas”, o programa BRAFITEC, e a interface de pesquisa com os mestrandos do programa de mestrado do curso de Engenharia Mecânica formam uma rede interligada de atividades e promovem a indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão. O projeto “Jovens Meninas” foi aprovado através de um projeto escrito pelo grupo PET junto a um edital do CNPq (Chamada Pública MCTI/CNPq/SPM-PR/Petrobras nº 18/2013). Tal projeto visa incentivar a entrada de estudantes do sexo feminino nos cursos de engenharia de todo o país. No que diz respeito ao projeto e ao curso de engenharia mecânica da UFSJ, foram selecionadas duas estudantes do segundo ano do ensino médio e um professor de uma escola pública estadual, os quais, juntos a uma aluna do primeiro período de graduação, foram integrados à equipe do Formula SAE da UFSJ. O Formula SAE é um projeto de extensão que visa a criação de um protótipo de um carro de corrida para competição. A integração das alunas participantes visa apresentar às mesmas uma ampla visão da engenharia mecânica além de principalmente, uma aplicação prática tangível de diversos conceitos de engenharia através do projeto e construção do protótipo. 1589 O projeto de atração de estudantes do sexo feminino para o curso tem uma forte interface com a pesquisa. Esta se dá através da busca pela redução de peso do protótipo, visto que um menor peso acarreta em melhor desempenho e menor consumo de combustível, tal pesquisa é desenvolvida também em parceria com o grupo PET, e utiliza diretamente grande parte das ligas desenvolvidas nos trabalhos do grupo. Ligas de magnésio apresentam uma massa específica baixa, sendo muitas delas, excelentes para emprego na construção do protótipo, pois apresentam boas propriedades mecânicas e são os mais leves dentre todos os metais usados comercialmente. Neste contexto o grupo PET realiza pesquisa e busca o desenvolvimento dessas ligas através de dois programas diferentes: o programa de mestrado da UFSJ e o programa BRAFITEC aprovado através de um edital da CAPES. Atualmente o curso de Engenharia Mecânica da UFSJ conta com três mestrandos, sob orientação do Prof. Doutor Antônio Sabariz, que desenvolvem pesquisas com ligas de magnésio. Junto com estes mestrandos o grupo PET procura não só desenvolver ligas de magnésio, como também encontrar ligas que podem ser usadas no protótipo do Formula SAE, visando a redução de peso do veículo. O programa BRAFITEC da CAPES (edital nº. 21/2014, processo de nº. 23038.010515/201319) foi aprovado através de um projeto escrito pelo tutor do grupo PET, o Prof. D.Phill. Antônio Luiz Ribeiro Sabariz e aprovado através de um edital. O BRAFITEC é um programa de estudos, pesquisa e estágios no exterior através de uma parceira entra Brasil e França. O curso de Engenharia Mecânica da UFSJ firmou parceria com a Université de Toulouse da França. Através desta parceria visa-se em primeiro lugar a troca de estudantes entre a instituição brasileira e francesa. Este programa não se trata apenas de ensino e intercâmbio, mas também de uma forte interface com a pesquisa, sendo no caso da parceria entre o curso de engenharia mecânica da UFSJ e a Université de Toulouse o desenvolvimento de ligas para aplicação na indústria aeronáutica, com enfoque em ligas de magnésio. Recentemente o grupo PET firmou parceria com a empresa Embraer para desenvolvimento de ligas de magnésio para a aplicação na estrutura do assento de aeronaves, reduzindo consideravelmente seu peso. Através da integração entre estas três atividades, o grupo PET consegue integrar atividades que envolvem ensino, extensão e pesquisa, mostrando que tais atividades se cruzam e se complementam gerando um produto final de qualidade, impactando tanto na comunidade são-joanense, e na qualidade do curso, quanto no meio científico. 1590 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com o projeto do edital das meninas, pode se desenvolver através de simulações computacionais, vários componentes de magnésio que substituirão componentes de aço e alumínio, o que fará com que o carro apresente diminuição considerável de massa. Além disso, o foco principal que é a atração de estudantes do gênero feminino para cursos da área de ciências exatas, no nosso caso o curso de engenharia mecânica. Tal meta tem tido resultado satisfatório já que com esse programa, pode se notar uma maior aproximação das estudantes com o meio acadêmico, uma vez que a participação de alunas do ensino médio fez com que o interesse de outras alunas pelo projeto aumentasse, disseminando assim o interesse em ingressar no curso de engenharia mecânica. O programa Brafitec, visa proporcionar aos participantes a chance de estudar na Universidade de Toulouse, um dos centros de referência na Europa na área de Engenharia, possibilita ao aluno o aprendizado de uma nova língua e a troca de experiências que tende a enriquecer muito no âmbito cultural e pessoal. Tudo isso somado à uma oportunidade de estágio em uma empresa francesa, que tem por finalidade completar ainda mais a formação acadêmica e profissional dos alunos. Por fim, pode se citar a parceria com os mestrandos que tem contribuído para o crescimento acadêmico do grupo já que são pesquisas de alto nível acadêmico que geram artigos científicos que são apresentados em Congressos de grande relevância no Brasil como, por exemplo, o CBCIMAT que é o Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais. 5. CONCLUSÃO Através da execução destes projetos pode se concluir que o Grupo PET Materiais e Inovação Tecnológica tem mostrado o quão diversificado e abrangente são as atividades que podem ser exercidas. Tudo isso a fim de mostrar a totalidade que um programa de educação tutorial proporciona, possibilitando que a prática de qualquer projeto possa ser embasada nos pilares da pesquisa, ensino e extensão, e que estes possam ser observados simultaneamente durante a execução da atividade. Finalmente, vale ressaltar que com isso, o PET tem oportunidade de incentivar inserção do gênero feminino no ramo das ciências exatas, de executar pesquisas que gerem resultados e também de internacionalizar não só do grupo pet mecânica, mas da filosofia que todo grupo PET carrega e que visa sempre extrair de uma atividade benefícios através da aplicação do ensino, da pesquisa cientifica e da prática extensionista. 1591 6. REFERÊNCIAS PET-Mecânica∕UFSJ. Estatuto Geral do PET “Materiais e Inovação Tecnológica”. Disponível em: <http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/petmecanica/ESTATUTO_ PET (1).pdf>. Acesso em: 02 jun. 2014. FRIEDRICH, H; SCHUMANN, S. Research for a "new age of magnesium" in the automotive industry. Journal of Materials Processing Technology, Wolfsburg, v.117(3), p.276-281, 2001. 1592 Programa de Análise Linear e Dimensionamento de Treliças Eduardo Ascenso Reis Ribeiro; Maurício Vitali Mendes¹; Medeiros G. C.² ¹ ² Grupo PET Estruturas – Universidade Católica de Brasília (UCB) – Curso de Graduação em Engenharia Civil Introdução Uma das propostas do Programa de Educação Tutorial PET – Estruturas que vimos participando na Universidade Católica de Brasília (UCB), é a preparação de mini-cursos para serem ministrados aos demais alunos matriculados. O desenvolvimento dos minicursos de Algorítmos e Programação, bem como de material de apoio de Teoria das Estruturas, nos motivou a fazer um trabalho de pesquisa, aplicando as atividades anteriormente desenvolvidas. Sendo assim, neste trabalho desenvolvemos um algoritmo para realizar análise estrutural de treliças, utilizando os métodos de análise matricial e de estados limites. O estudo de tensões e deformações está profundamente atrelado a praticamente todas as áreas da engenharia. Define-se tensão como a razão entre uma carga aplicada e a área da seção transversal do elemento que recebe a carga. Trata-se, portanto, da distribuição de forças sobre determinada área (BEER el al., 2011). Quando uma peça de estrutura é tensionada, ocorrem deformações, as quais também devem ser analisadas e determinadas em projeto. Segundo Silva e Pannoni (2010), as deformações sofridas por um corpo ao ser submetido a tensões, são caracterizadas pelo módulo de elasticidade e pela resistência mecânica. A deformação implica em dois conceitos muito importantes para a análise estrutural, a saber, elasticidade e plasticidade. A elasticidade caracteriza-se por dois princípios básicos. O primeiro refere-se à relação entre tensão aplicada e deformação, a qual tende a ser linear. O segundo, a não permanência das deformações, isto é, ao fato de que as deformações deixam de existir quando as tensões são retiradas. A plasticidade, por sua vez, caracteriza-se pela não linearidade das deformações em relação às tensões e por deformações definitivas (SILVA e PANNONI, 2010). Os métodos clássicos de análise estrutural, apesar de sua grande importância no âmbito acadêmico, acabam sendo demasiado complexos e dispendiosos, especialmente quando se analisam estruturas não elementares. Por este motivo, desenvolveram-se os chamados 1593 métodos matriciais, que se baseiam na álgebra linear para resolução de problemas de cálculo estrutural (MCCORMAC, 2009). Associados aos métodos matriciais estão os conceitos de programação. Diversos programas de computador, comerciais ou não, podem ser utilizados para a elaboração de algoritmos de métodos matriciais. Objetivos Este trabalho tem como objetivo geral elaborar e apresentar um algoritmo, em linguagem Octave, que realize análises estruturais em treliças, utilizando os métodos de análise matricial e de estados limites. No que tange a objetivos específicos, visa-se a aplicar uma ferramenta que realize análises estruturais por métodos computacionais em quaisquer treliças planas, de modo a calcular esforços e deformações, além de determinar quais perfis U poderão ser empregados em cada barra. Metodologia A análise estrutural é feita por meio de um método conhecido em teoria das estruturas como método dos deslocamentos ou método da rigidez. Este envolve o emprego de equações da mecânica dos materiais em formato matricial, de acordo com os conceitos da álgebra linear, garantindo um procedimento simples, ideal para uso computacional. No programa, que utiliza a linguagem de programação Octave, cabe ao usuário entrar com os dados que reflitam os parâmetros da estrutura a ser analisada, tais como quantidade e restrições nos apoios, áreas de secção das barras, posições dos nós, perfis que serão usados, dentre outros. O algoritmo, por sua vez, é responsável por todos os cálculos, apresentando ao final a saída de dados, que inclui deslocamentos dos nós, forças normais nas barras e deformações destas, índices de esbeltez e as razões entre esforços solicitantes e resistentes, para cada perfil adotado. A principal vantagem deste programa, em relação a outros softwares livres, como o Ftool, por exemplo, é a possibilidade de dimensionar a estruturas empregando os perfis metálicos existentes no mercado. Outra vantagem é a existência de um algoritmo de fácil acesso pelo usuário, permitindo que este seja não apenas um mero utilizador do programa, mas participante de todo o processo de cálculo da estrutura. 1594 O procedimento de análise a ser elaborado baseia-se na premissa de que a análise se encontra na fase elástica. Assim, todos os cálculos são feitos com base na teoria clássica da análise elástica. Vale ressaltar que, além da análise da estrutura, é feito o estudo de dimensionamento de cada barra. Caso os resultados obtidos indiquem que a estrutura entrou em processo de plastificação, o programa se encarrega de indicar que o perfil adotado não satisfaz a solicitação do projeto, por meio das razões entre esforços solicitantes e resistentes. O estudo de dimensionamento é feito conforme a NBR 8800:2008. O método dos estados limites leva em consideração dois coeficientes de segurança – um de minoração para a resistência do material e outro de majoração para as cargas aplicadas sobre a estrutura. Desse modo, visa-se a prever não somente os limites resistentes característicos do perfil, mas também as possíveis variações de carga, devidas a fatores tais como ação do vento, sobrecarga na estrutura, dentre outros. (PFEIL, 2009). O programa trelica.m é composto por seis subprogramas. São eles: tabela.m, entrada.m, analise.m, dimtracao.m, dimcompressao.m e saida.m. O objetivo dessa disposição é permitir que o programa principal aja meramente como um compilador de subprogramas independentes. Segue abaixo a descrição dos subprogramas: entrada.m – Todos os dados de entrada necessários para o funcionamento do programa estão disposto neste subprograma. O usuário deve determinar as posições dos nós no plano cartesiano, a conectividade entre os nós, que correspondem às barras, módulo de elasticidade, tensão de escoamento, coeficiente de minoração da resistência nominal do material, momentos de inércia das seções das barras e seus respectivos raios de giração, restrições nos apoios e carregamentos nodais. analise.m – Calculam-se os esforços normais em cada barra e as deformações destas, além dos deslocamentos nodais. O método empregado é o método dos deslocamentos, também conhecido como método da rigidez. dimtracao.m – É feito o dimensionamento das barras tracionadas. Para tanto, usa-se um comando condicional, que seleciona somente as barras cujos esforços normais não são negativos. O procedimento baseia-se em três variáveis de resultado: índice de esbeltez, esforço resistente e a razão entre esforços normais, também chamados esforços solicitantes, e resistentes. dimcompressao.m – A lógica de cálculo das barras comprimidas é praticamente a mesma das 1595 barras sob tração. Entretanto, além do comando condicional selecionar as barras cujos esforços normais são negativos, para o dimensionamento a compressão deve-se levar em conta a flambagem global na barra. saída.m – São apresentados todos os resultados finais do programa. Para cada nó, apresentam-se os deslocamentos, em metros. Para cada barra, índice de esbeltez, esforços solicitante e resistente, em Newtons, deformação, em metros, e a razão entre esforços. Resultados e discussão Para efeito demonstrativo, elaborou-se uma treliça-exemplo em formato de tesoura, composta por oito nós, espaçados dois metros entre si, e com 13 barras. Há dois apoios, distanciados dez metros entre si. A altura da treliça é de dois metros e, em cada nó superior, há um carregamento nodal de 20 kN. A treliça também foi analisada via programa Ftool para efeito de comparação dos resultados. Primeiramente, elaborou-se a treliça-exemplo no programa Octave. O programa foi executado duas vezes. Na primeira execução, adotou-se o menor perfil U, a saber, U 75 x 6,1, para todas as barras. Entretanto, foi observado que o esforço normal em algumas barras da treliça era maior que o esforço resistente do perfil adotado. Assim, realizou-se o procedimento de cálculo mais uma vez, porém com um perfil maior nas barras onde houve subdimensionamento. Após o segundo dimensionamento, viu-se que todas as barras estavam adequadamente dimensionadas. Terminado o dimensionamento no Octave, foi feito cálculo semelhante por meio do Ftool. O resultado obtido para os deslocamentos nodais foram próximos entre os dois programas, havendo uma variação percentual de no máximo 5%. Já os esforços solicitantes para cada barra tiveram um resultado ainda mais próximos com variações entre os programas menores que 1%. Vale ressaltar que este não oferece o cálculo do esforço resistente de cada perfil. Assim, para o dimensionamento final dispuseram-se apenas os resultados apresentados no Octave. Os valores apresentados pelos dois programas foram muito próximos. 1596 Conclusão A análise matricial de estruturas pela programação mostrou-se muito eficaz. Uma vez que todo o procedimento de cálculo do programa é composto de variáveis indefinidas, basta que se alterem os parâmetros da estrutura para que sejam obtidos os resultados referentes a uma nova treliça. Dessa forma, conclui-se que o programa apresentado neste artigo pode ser usado para o dimensionamento de quaisquer treliças planas, respeitando-se os limites determinados em norma com uma boa ordem de precisão. A realização do trabalho nos permitiu aprimorar os conceitos clássicos da teoria das estruturas, além de exercitar o desenvolvimento de algorítimos na linguagem Octave, permitindo obter mais experiência para desenvolvimento dos mini-cursos propostos pelo nosso programa PET – Estruturas. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios - procedimento. Rio de Janeiro, 2008. 237 p. BEER, Ferdinand P. et al. Mecânica dos materiais. 5ª edição. Porto Alegre: Amgh, 2011. 800 p. MCCORMAC, Jack C.. Análise estrutural: usando métodos clássicos e métodos matriciais. 4ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2009. 482 p. PFEIL, Walter; PFEIL,Michèle. Estruturas de Aço: dimensionamento prático de acordo com a NBR 8800:2008. 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2009, 357 p. SILVA, Valdir Pignatta; PANNONI, Fábio Domingos. Estruturas de aço para edifícios: aspectos tecnológicos e de concepção. São Paulo: Blucher, 2010. 295 p. 1597 Processo de projeto participativo para o Hospital Universitário da UFSC: uma abordagem da humanização em ambientes hospitalares Amarildo Marcos Soares Junior¹; Marina Freitas Klein1, Maria Candelária Ryberg1, Maria Luiza Bratti1, Patrícia Biasi Cavalcanti2, Vera Helena Moro Bins Ely3. ¹ Graduando(a) do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina, bolsista do Grupo PET/ARQ ² Professora do Departamento de Expressão Gráfica da Universidade Federal de Santa Catarina 3 Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina e tutora do Grupo PET/ARQ Introdução A humanização dos serviços hospitalares tem sido o foco dos esforços públicos brasileiros a partir da última década. Através do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (BRASIL, 2001), iniciou-se uma política pública que visa tornar os usuários protagonistas corresponsáveis na gestão e atenção do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2001a). Desde então os ambientes hospitalares devem ser capazes de responder tanto às necessidades de pacientes e familiares quanto dos profissionais da saúde e gestores envolvidos. Visando adequar o ambiente às necessidades dos usuários, o Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU – UFSC) solicitou ao Grupo PET Arquitetura a readequação do layout de dois ambientes, tendo como diretriz projetual a sua humanização. São eles: a Sala de Coleta de Leite, da Central de Incentivo ao Aleitamento Materno; e a Ala de Cuidados Intermediários Método Canguru, da Unidade Neonatal. O processo deste trabalho engloba duas etapas: a primeira diz respeito a um projeto de pesquisa que busca avaliar quais os atributos ambientais desejáveis para o planejamento destes ambientes, a partir de processos de projeto participativo; a segunda etapa trata da aplicação dos estudos e métodos, realizados na etapa anterior, para a elaboração do projeto arquitetônico da Sala de Coleta de Leite e da Ala de Cuidados Intermediários Método Canguru. No caso de ambientes hospitalares, onde o programa e a diversidade de usuários são complexos, entendeu-se que um processo de projeto participativo seria adequado. Dessa 1598 forma, a partir da inserção dos usuários no processo de projeto, busca-se atender suas demandas e expectativas, tendo como princípio diretrizes da humanização. Espera-se que os projetos resultantes sejam capazes de melhorar a experiência e a relação dos usuários com o ambiente hospitalar. Objetivos Este artigo busca salientar a importância da humanização em ambientes hospitalares e descrever o processo de projeto participativo utilizado como uma alternativa de metodologia projetual na requalificação de dois ambientes do Hospital Universitário da UFSC. Além disso, busca-se também realizar uma revisão bibliográfica acerca dos conceitos que envolvem esses projetos, como humanização e projeto participativo. Pretende-se mostrar um recorte de dois projetos, um de pesquisa e outro de extensão, que utilizam o mesmo processo de projeto para a sua execução. Vale ressaltar que estes projetos englobam outras etapas não contempladas neste artigo. Referencial Teórico Acredita-se que a ambiência pode ter grande efeito sobre os usuários, principalmente em ambientes hospitalares (DIJKSTRA, PIETERSE & PRUYN, 2008), onde funcionários, familiares e pacientes encontram-se, muitas vezes, em situação de estresse, dor ou desconforto emocional. Sabendo que o ambiente pode afetar aspectos fisiológicos, psicológicos ou comportamentais dos usuários, Ulrich (1995) afirma que assim como uma arquitetura de qualidade pode acelerar o processo de recuperação do paciente, uma má arquitetura pode impactar negativamente. A humanização pretende desvincular o ambiente de imagens negativas, assegurando qualidades desejáveis que permitam a apropriação por parte dos usuários, tendo seu bem-estar como foco. Tendo em vista a importância da ambiência, a humanização tem sido utilizada com o objetivo de qualificar os ambientes hospitalares e tornar mais satisfatória e agradável a experiência de seus usuários. Essa qualificação espacial parte de uma visão de planejamento que é centrada nas necessidades e anseios dos indivíduos. Desta maneira, um projeto humanizado tem o usuário como protagonista na criação de um ambiente qualificado e agradável para as atividades ali realizadas. 1599 Vários os aspectos podem ser levados em consideração, como a iluminação, o dimensionamento, a existência de vistas para o exterior, o esquema de cores utilizado ou o layout do espaço. Assim, arquitetos e designers buscam maneiras de realizar projetos humanizados e centrados nos usuários que sejam acolhedores, contribuam com o bem-estar dos usuários e, ao mesmo tempo, respondam à demanda de atividades de um local tão complexo quanto um hospital. Uma das alternativas de processo projetual onde os usuários colaboram junto com os planejadores durante o projeto do ambiente é o chamado Projeto Participativo. Esse método projetual é baseado na ideia de Sanoff (1985) que afirma que “as pessoas afetadas pelo ambiente devem participar do processo de decisões do mesmo” (tradução nossa). Em um Projeto Participativo, os usuários estão diretamente envolvidos no processo de projeto, colaborando no seu planejamento. Devido às experiências e percepções dos usuários, são levantados aspectos práticos específicos de determinado ambiente. Surgem à tona constrangimentos, necessidades, atividades, anseios que são relacionados à vivência do lugar e contribuem para um conhecimento holístico do ambiente em questão e, consequentemente, para o processo criativo em si. Visto que a visão do arquiteto se expande com a participação dos diversos usuários do ambiente, o resultado do projeto passa a englobar mais determinantes e assim, a ser mais completo e responsivo. Pensando nos benefícios da utilização de métodos participativos, ambos projetos, realizados no Hospital Universitário da UFSC pelos bolsistas do grupo PET/Arquitetura, visam a utilização dessa metodologia para a humanização dos dois espaços hospitalares já mencionados. Metodologia Na realização dos projetos no Hospital Universitário da UFSC dois métodos de processo participativo foram utilizados: o brainstorming e o Poema dos Desejos. O brainstorming é um método que tem como objetivo elencar conceitos que definam as expectativas dos usuários em relação ao ambiente. Primeiramente, estes são convidados a registrar individualmente adjetivos que, segundo sua percepção, são essenciais para a ambiência do espaço em questão. Normalmente, para facilitar a compreensão dos participantes, pode-se utilizar um exemplo da definição de conceitos, citando algum outro ambiente qualquer e respectivo conceito – como igreja-mística, ou biblioteca-silenciosa. Uma vez feito o registro de todos os conceitos elencados individualmente busca-se, com uma 1600 conversa entre grupos das pessoas presentes, discutir sobre os conceitos mais relevantes, e chegar num consenso. Em métodos participativos coletivos, a votação não é considerada a melhor maneira já que, durante a discussão, os participantes podem debater e convencer uns aos outros da melhor escolha final (SANOFF, 1985).Os conceitos elencados, assim como argumentos usados durante a discussão, servem para nortear as etapas iniciais de lançamento do projeto e, por vezes, esclarecer os planejadores das prioridades dos usuários em relação ao ambiente. No método Poema dos Desejos busca-se ter uma visão mais específica das reais necessidades e desejos dos usuários em relação ao ambiente em questão. Apresenta-se aos participantes um formulário contendo a seguinte frase “Eu gostaria que esse ambiente fosse ou tivesse...” sendo disponibilizado um papel em branco para que todos possam se expressar por meio de textos ou desenhos. Diferentemente do brainstorming, esse método busca opiniões individuais e não-conceituais, como por exemplo, a descrição de mobiliário, equipamentos ou características físicas do espaço. Por não induzir nenhum atributo ambiental específico, o método potencializa uma ampla variedade de respostas e torna possível a compreensão de quais aspectos são mais significativos na percepção dos usuários na realização de projetos futuros. Resultados e discussão A possibilidade de inserir os usuários de forma ativa no processo de projeto amplia a visão do arquiteto em relação ao espaço, permitindo a realização de uma arquitetura que seja mais responsiva às suas reais expectativas e demandas. A aplicação do brainstorming com os usuários dos espaços do Hospital Universitário tornou possível o mapeamento deum universo conceitual que define sua realidade e seus anseios. Conceitos como "acolhedor", "funcionalidade", "segurança" e "privacidade" refletem características necessárias pelo ponto de vista destes usuários para uma melhor experiência no ambiente. Estes conceitos demonstram características em comum dos espaços estudados, que permeiam o universo hospitalar. Pode-se inferir que estes usuários, ao mesmo tempo em que buscam um ambiente que os acolha de forma confortável, desejam um espaço que reflita a segurança e compromisso com sua saúde. Estes conceitos, somados aos aspectos físicos descritos no Poema dos Desejos, são novas descobertas em relação à visão dos usuários quanto ao ambiente. Estas são assim transformadas em respostas e diretrizes projetuais, em aspectos como, por exemplo: 1601 dimensionamento e adequação do mobiliário às diversas atividades realizadas no ambiente; necessidade dos usuários por espaços de estar; acessibilidade; desinstitucionalização do local através de uma ambiência acolhedora; e a privacidade dos pacientes e acompanhantes. Conclusão A participação dos usuários nas etapas iniciais do projeto é essencial para o conhecimento das determinantes projetuais que se mostram prioritárias de acordo com a visão do usuário. Além disso, o uso de métodos de projeto participativo possibilita a realização de um projeto mais responsivo, através da ampliação da compreensão do arquiteto em relação às reais demandas do usuário e do ambiente. Desta maneira, a parceria do Grupo PET com o Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina permite a extensão dos conhecimentos teóricos obtidos a partir de sua aplicação nos projetos de interiores dos ambientes do HU-UFSC. Trabalhos dessa natureza não só validam a importância da pesquisa em si, mas também, dos programas de extensão realizados pelos petianos, que além de proporcionar uma experiência rica aos participantes, possibilitam também uma contribuição da academia à comunidade. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. DIJKSTRA, K.; PIETERSEB, M. E.; PRUYNA, A. Th. H. Individual differences in reaction towards color in simulates healthcare environments: the role of stimulus screening ability. Journal of Environmental Psycology, Oxford, v. 28, p.268-277, set. 2008. ULRICH, Roger S. Effects of healthcare interior design on wellness: Theory and recent scientific research. In: MARBERRY, Sara O. Innovations in healthcare design: Selected presentations from the first five symposia on healthcare design. New York: Van Nostrand Reinhold, 1995. p. 88-104. SANOFF, Henry. The application of participatory methods in design and evaluation. Design Studies, Milton Keynes, v. 6, n. 4, p. 1-3, 1985. 1602 Curso de Formação em Propriedade Intelectual na Modalidade Ensino a Distância João Paulo Barbosa Silva¹; João Pedro Reis Lopes²; José Ilário Ribeiro Neto3; Yuri Rodrigues Alves Bernardes4; Cristiane Fernandes Gorgulho5; Lara Guerreiro Pires6; Rhander Viana7, Getúlio Antero de Deus Júnior8. ¹Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação; ²Universidade Federal de Goiás. Introdução O desenvolvimento da educação no Brasil está seguindo um caminho em que se tornará cada vez mais complexa, pois a sociedade está buscando caminhos alternativos para a obtenção de aprendizagem contínua e mais especializada. Uma dessas alternativas se refere à modalidade Ensino a Distância (EaD). Em muitos casos, esses meios acabam deixando de lado o tradicional espaço físico da sala de aula (espaço presencial) para ocupar cada vez mais os espaços virtuais. Assim, o estudante passa de ambiente passivo à aprendizagem e passa para uma aprendizagem colaborativa, onde professor e estudante se interagem em busca do conhecimento coletivo por meio da aprendizagem em rede. Neste novo ambiente, o papel do educador (professor) passa a ser de mediador, de gestor e de facilitador. O Ensino a Distância é realizado utilizando tecnologias sofisticadas que envolvem desde simples microfones até lousas eletrônicas sensíveis ao toque (FIGUEIRA, SANTOS, FIGEIRA, 2009). Esse tipo de ensino está se consolidando, sendo usado cada vez mais, principalmente em cursos de capacitação profissional e de graduação. Neste contexto do EaD, a ideia central desse trabalho é utilizar os insumos disponíveis na Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação (EMC) para implementação e realização do Curso de Formação em Propriedade Intelectual (CFPI). O Curso é oferecido com o intuito de apresentar conceitos básicos a respeito da inovação e proteção do conhecimento, a fim de estimular acadêmicos a desenvolverem métodos e produtos inovadores e, a protegê-los, gerando reconhecimento e dividendos tanto para si quanto para o país. Nesse Curso, o público-alvo são estudantes da EMC e de outras Unidades Acadêmicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) (BRASIL, 2014). Objetivos O Curso de Formação em Propriedade Intelectual buscou introduzir conhecimentos básicos a respeito da Propriedade Intelectual, assim como demonstrar a importância da proteção do 1603 saber e do criar em várias áreas do conhecimento. Ao final do Curso, o cursista deverá ter compreendido as várias modalidades de proteção do conhecimento, bem como o processo e a tramitação dos pedidos de proteção, sabendo reconhecer em qual modalidade se encaixa um determinado produto de autoria particular. A terceira edição do CFPI ocorreu no período de 4 de novembro a 15 de dezembro de 2013 e a quarta edição ocorreu no período de 24 de março a 4 de maio de 2014, ambas as edições totalizando seis semanas de atividades cada. Assim como nas edições anteriores ofertadas em 2011 e 2012, o Prof. Rhander Viana, ex-membro do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) atuou expressivamente como colaborador do Curso, ajudando a escolher os conteúdos mais importantes, formular as atividades avaliativas e por intermediar a comunicação entre a equipe do Curso e a analista de Propriedade Intelectual Lara Guerreiro Pires do INPI-DF. Como estabelecido, a elaboração da terceira e quarta edição do Curso foi de responsabilidade dos petianos João Pedro Reis Lopes e João Paulo Barbosa Silva, respectivamente. Temas adicionados à pauta do Curso, como o da proteção sui generis e o das “patentes verdes”, foram abordados nas edições de 2013 e 2014 (EMC, 2014). A divulgação do Curso foi feita principalmente por meio do sítio do Grupo PET – Engenharias (Conexões de Saberes), e-mails, e-TV (do inglês: Digital Signage) e cartazes. Nas duas últimas edições do Curso, foram computadas 63 (sessenta e três) inscrições. O material do Curso incluiu documentos extraídos de livros e artigos da área de Propriedade Intelectual, notícias, passagens de áudio e alguns vídeos explicativos. Todo o material foi disponibilizado semana após semana através do Ambiente Moodle de Aprendizagem (AMA). Metodologia As atividades propostas para os cursistas incluíram, além do estudo do material apresentado, questionários, fóruns de discussão, pesquisas, mapas conceituais, entre outras atividades. Uma novidade na oferta das últimas edições do Curso foi a introdução de uma atividade avaliativa final, proposta pelo Prof. Rhander Viana, realizada na última semana do Curso. Pretendia-se com essa atividade que os cursistas simulassem a redação das partes principais de um Pedido de Patente de Modelo de Utilidade (MU). O produto sugerido foi uma escova de dente, de forma que os cursistas deveriam pesquisar um modelo de escova com algum tipo de inovação em relação aos modelos comuns e tradicionais e apresentá-lo seguindo as diretrizes da atividade (EMC, 2014). Por exemplo, no módulo Direito Autoral e Softwares, foi solicitado a elaboração de um Mapa Conceitual (MC) para descrever como o Escritório de Direitos Autorais (EDA) da Biblioteca 1604 Nacional funciona. Entretanto, como se tratava de uma estrutura relativamente simples para apresentação do EDA, o resultado final construído por meio de blocos coloridos e tamanhos diferentes ficou interessante. Um ponto alto da terceira edição foi a participação das analistas Lara Guerreiro Pires, do INPI-DF, e Cristiane Fernandes Gorgulho, do INPI-RJ, compondo uma espécie de banca avaliadora para a atividade de Marcas, proposta na quarta semana do Curso. Ambas fizeram comentários bastante precisos e técnicos que promoveram uma avaliação mais justa e eficaz. Com certeza a contribuição delas complementou muito bem o material e o andamento do Curso, de modo que vários cursistas elogiaram a iniciativa. Resultados e discussão Ao final da terceira edição do CFPI, dezessete dos quarenta e dois inscritos inicialmente foram aprovados e da quarta edição do Curso, dez dos vinte e um inscritos foram aprovados. O critério para aprovação e, consequentemente, obtenção de Certificado foi obter uma média final maior ou igual a seis, calculada a partir da média aritmética das médias finais de todos os cursistas que fizeram ao menos uma atividade (trinta e seis ao todo). Numa avaliação realizada com os 63 (sessenta e três) cursistas que se inscreveram nas duas edições, grande parte dos que responderam (vinte e três cursistas), teve suas expectativas ao menos parcialmente atendidas, ou seja, 86,67%, e destes, 93,33% recomendaria o CFPI para todo estudante de graduação (GRUPO PET – ENGENHARIAS (CONEXÕES DE SABERES), 2013). Sendo assim, mais uma vez, a avaliação positiva trouxe grande satisfação à equipe do Curso e serve como um motivo para a realização de próximas edições. Em paralelo com a terceira edição do CFPI, a Liga de Inventores da UFG, vinculada ao Grupo PET – Engenharias (Conexões de Saberes), realizou o III Encontro de Propriedade Intelectual na Gradução. O evento abordou os seguintes temas: Fundamentos da Propriedade Intelectual com a Analista Cristiane Fernandes Gorgulho, do INPI-RJ; Direito Autoral com a Profª. Quéren dos Passos Freire, do Centro de Inovação Tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de Goiás (CITE-IFG); Marcas e Estatística Locais, com a Analista Lara Guerreiro Pires, do INPI-DF; e Atuação do Núcleo de Inovação Tecnologica (NIT) na UFG, com o Prof. João Teodoro Pádua, do NIT-UFG. O evento foi realizado no Centro de Cultura e Eventos Prof. Ricardo Freua Bufáiçal, no Campos Samambaia da UFG, e contou com o apoio da equipe de Laboratório de Engenharia e Multimeios (Engemulti), da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), da Assessoria de 1605 Comunicação (Ascom) e da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) (GRUPO PET – ENGENHARIAS (CONEXÕES DE SABERES), 2013). Conclusão Diante das transformações e dos avanços significativos ocorridos na educação, buscou-se estudar e divulgar a utilização do Ambiente Moodle de Aprendizagem (AMA) na Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação, contribuindo para a complementação da formação profissional de futuros Engenheiros egressos da EMC/UFG por meio dos Cursos oferecidos pelo Grupo PET – Engenharias (Conexões de Saberes). A oferta desses Cursos na modalidade de Ensino a Distância (EaD) acabam por “quebrar as barreiras da sala de aula” em outras áreas, tais como: (a) formação em EaD; (b) formação em Propriedade Intelectual (PI); e (c) formação em Metodologias Ativas. Um dos resultados mais expressivos encontrados na avaliação dos Cursos ora apresentados, apontam para uma não rejeição por parte dos estudantes cursistas com relação à modalidade EaD. Considerando a terceira e a quarta edição do CFPI foram emitidos ao todo vinte e sete 27 (vinte e sete) certificados para os cursistas que concluíram o curso com êxito, sendo que 63 (sessenta e três) inscrições foram inicialmente submetidas. Portanto, a taxa de concluintes com sucesso foi de 42,9%, o que representa uma taxa relativamente alta em se tratando de cursos na modalidade EaD. O fato da taxa de reprovação de 57,1% foi devido uma alta desistência por parte dos cursistas logo na semana de ambientação, possivelmente esses cursistas não elaboraram um plano de estudo para que essa desistência podesse ser evitada. Referências BRASIL. PROGRAMA DO CURSO DE FORMAÇÃO EM PROPRIEDADE INTELECTUAL (CFPI). Disponível em: <http://ead.emc.ufg.br/file.php/153/Programa-CFPI2014.pdf>. Acesso em: 19 maio 2014. ESCOLA DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO (EMC). Ambiente Moodle de Aprendizagem: EMC. Disponível em: <ead.emc.ufg.br>. Acesso em: 18 mai. 2014. FIGUEIRA A., SANTOS, H., FIGEIRA, C. Moodle: Criação e Gestão de Cursos Online. Lisboa: FCA, 2009. GRUPO PET – ENGENHARIAS (CONEXÕES DE SABERES). Relatório de Atividades do Grupo PET – Engenharias (Conexões de Saberes). 189 f. Relatório (Atividades) – Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação, Goiânia GO, 2013. 1606 Estudo da correlação empírica entre os ensaios de DCP e CBR João Pedro Bittencourt Batista¹; Ana Flávia Camargo Borges¹; Bruna Guidon Pedro¹; Camila Ferreira de Ascenção¹; Caroline Graminha Gilio¹; Filipe Chaves Gonçalves¹; Geovana Jacob Marrafão¹; Guilherme Bassi da Silva Pontes¹; Isabele Uliam Mattila¹; Leticia Camila Comar¹; Marcus Vinícius Ribeiro Coelho¹; Pedro Henrique Martinez¹; Rafaela Souza Schiapati¹; Renato Augusto Kanaoka da Silva¹; Thales Alexandre Rosin¹; Yan Álef Games¹; Luzenira Alves Brasileiro². ¹ ²Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – FEIS Departamento de Engenharia Civil - DEC Introdução O estudo das propriedades geotécnicas do solo é importante para entender o seu comportamento, seja no estado natural ou deformado. No estado natural, características como massa específica seca, teor de umidade, capacidade de suporte e permeabilidade são fundamentais para o entendimento de seu comportamento e controle de qualidade. Nos projetos de pavimentação é essencial realizar um estudo de caracterização, classificação, compactação e da capacidade de suporte do solo, para conhecer as propriedades do material que utilizar, a fim de tomar as melhores decisões. Atualmente, para obter a capacidade de suporte do solo recorre-se ao método CBR Califórnia Bearing Ratio in situ ou em laboratório. Porém, há ensaios, como o DCP - Cone de Penetração Dinâmica, cujos equipamentos são mais baratos, simples e sua execução leva menos tempo. O ensaio CBR consiste na determinação da relação entre a pressão necessária para produzir uma penetração de um pistão em um corpo-de-prova de solo e a pressão necessária para produzir a mesma penetração em uma mistura padrão, expressa em porcentagem. Este procedimento é normatizado por ME 49 (DNER, 1974). O ensaio com o DCP baseia-se na norma internacional D 6951 (ASTM, 2003). Este método consiste em um equipamento simples, portátil e de baixo custo com penetrômetro dinâmico e alcance determinado a 70 cm. O DCP é capaz de avaliar a capacidade portante do solo, que por sua vez é uma das propriedades mais importantes de material para rodovias (ALVES, 2002). 1607 O ensaio DCP possui as seguintes vantagens: emprega material de baixo custo e uma pequena área, facilitando seu uso. Outros dados relevantes são: a facilidade para a execução, a facilidade para manejar o equipamento e os seus acessórios, a facilidade para transportar e instalar, reduzindo custos e tempo na coleta de dados. A norma técnica ME 162 (DNER, 1994) estabelece as energias de compactação normal, intermediária e modificada para determinar a correlação entre o teor de umidade e a massa específica aparente do solo seco. O desenvolvimento deste trabalho é de grande importância para a formação dos alunos. Objetivo O objetivo desta pesquisa é propor uma correlação ente os ensaios Cone de Penetração Dinâmica (DCP) e Califórnia Bearing Ratio (CBR), utilizando o método Proctor com a energia de compactação intermediária e amostras não imersas. Metodologia Os materiais similares àqueles empregados por Perez (2012) e Moraes (2013) em seus estudos respectivos: jazida Torre, localizada na cidade de Ilha Solteira – SP. As amostras serão submetidas aos ensaios de classificação (TRB e MCT) e de caracterização (compactação – energia intermediária) para identificar os parâmetros ótimos de umidade e massa específica seca. Na fase seguinte, o solo será compactado em cilindros do ensaio de CBR nas condições de umidade ótima e energia do Proctor intermediário. Segue-se ao teste de penetração DCP nos corpos-de-prova (compactados e não imersos). Serão realizadas cinco séries de ensaios com cinco amostras em cada série. Todos os ensaios serão realizados nas instalações do Laboratório de Estradas e Pavimentação da UNESP, Campus de Ilha Solteira. Os dados receberão tratamento estatístico, de maneira a identificar possível correlação entre o DCP e o CBR para as condições de compactação com a energia intermediária. Os resultados serão cotejados com as informações resultantes das pesquisas de Perez (2012) e Moraes (2013). 1608 Resultados e discussão Com os dados obtidos nos ensaios de granulometria, limite de liquidez, índice de plasticidade e índice de grupo, o solo estudado nesta pesquisa, segundo a classificação TRB é A-4 (solo contendo grande proporção de finos) e pelo método MCT é um solo LA’, laterítico arenoso. De acordo com o ensaio de compactação Proctor com energia intermediária, a umidade ótima é de 11,8% e massa específica seca máxima é de 1,992 g/cm³. Os resultados obtidos através dos ensaios de laboratórios foram submetidos a uma análise estatística. Calculou-se a média, o desvio-padrão e o coeficiente de variação (CV). O CV é um coeficiente interpretado como a variabilidade dos dados em relação à média. Quanto menor é o CV, mais homogêneos estão os dados. O desvio-padrão apresentou um intervalo de 0,16% a 0,52% para o CBR e 0,16 mm/golpe a 0,59 mm/golpe para o DCP. O coeficiente de variação (CV) apresentou um intervalo de 1,04% a 3,44% para o CBR e 1,29% a 4,45% para o DCP. Após analisar os dados obtidos em laboratório, foi realizado um estudo para verificar uma correlação linear entre eles. Buscou-se na literatura algumas relações, como a de Berti, Vertamatti e Oliveira, Perez e Moraes, porém devido as diferenças de cada solo os resultados não foram satisfatórios, ocorrendo a necessidade de realizar uma equação própria. Por regressão linear e utilizando o método bi-logarítmico com ajuda do programa EXCEL, chegou-se as relações mostradas abaixo: Série 1: Log (CBR) = -0, 659 * Log (DCP) + 1, 9194, com R² = 0, 6648; Série 2: Log (CBR) = -0, 7506 * Log (DCP) + 2, 0208, com R² = 0, 9755; Série 3: Log (CBR) = -0, 6835 * Log (DCP) + 1,954, com R² = 0, 7231; Série 4: Log (CBR) = -0, 4834* Log (DCP) + 1, 7304, com R² = 0, 3758; Série 5: Log (CBR) = -0, 6385* Log (DCP) + 1, 8983, com R² = 0, 9821; O valor de R², também chamado de coeficiente de correlação de Pearson, é uma medida do grau de relação linear entre os dados. Ele varia de -1 a 1 e quanto mais próximo de -1 ou 1, mais perfeita é a relação linear. O valor zero indica ausência de relação linear. Por fim, foi calculado o Erro Médio das equações, que variou de 0,06% a 0,29%. 1609 Conclusão O objetivo desta pesquisa é avaliar uma correlação entre os ensaios de CBR e DCP realizados em laboratório. Assim, pode-se dizer que os resultados foram satisfatórios. Analisando os dados em laboratórios, o desvio-padrão e coeficiente de variação (CV) apresentaram valores baixos, mostrando uma boa relação entre os dados. As relações obtidas com as equações desenvolvidas apresentaram um Erro Médio muito pequeno, chegando a ser de 0,06%. O coeficiente de Pearson também apresentou um valor satisfatório, em que apenas a série 4 obteve um valor baixo e as séries 2 e 5 obtiveram valores altíssimos, mostrando uma relação linear entre os dados. Portanto, todos os resultados tiveram um erro muito baixo e a relação entre os ensaios CBR e DCP revelou-se forte, mostrando que o objetivo fora alcançado. A realização deste trabalho foi muito relevante na formação de grupos de pesquisa entre alunos do grupo e demais alunos do curso, pois eles tiveram a oportunidade de trabalhar conjuntamente. Ainda, o desenvolvimento desta pesquisa proporcionou o aprendizado prático, com base nos ensinamentos teóricos, de dois métodos científicos utilizados para caracterização do comportamento de solo, facilitando o entendimento entre a teoria e a prática. A importância de pesquisas sobre sistemas reais no campo da Engenharia Civil, como o comportamento do solo é de grande valia na prática, pois evita problemas de recalque que possam comprometer as construções. Referências ALVES, Anelise Beatriz Cardoso. Avaliação da Capacidade de Suporte e Controle Tecnológico de Execução da Camada Final de Terraplenagem utilizando o Penetrômetro Dinâmico de Cone. Dissertação (Mestrado) - UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. 171p. ASTM – D-6951 Standard Test Method for use of the dynamics cone penetrometer in shallow pavement applications. ASTM International, 2003. 7p. 1610 BERTI, Carolina. Avaliação da capacidade de suporte de solos “in situ” em obras viárias através do cone de penetração dinâmica – Estudo experimental. Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade estadual de campinas, 2005, 122 págs. Dissertação de Mestrado. DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - Métodos e Instruções de Ensaios. DNER-ME258/94. Solos compactados em equipamento miniatura Mini – MCV. DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Métodos e Instruções de Ensaios – ME 49. Índice de Suporte Califórnia de solos utilizando amostras não trabalhadas. Rio de Janeiro. 5p. 1974. DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Métodos e Instruções de Ensaios. ME 162 - Solos - ensaio de compactação utilizando amostras trabalhadas. 1994. MORAES, Monique Torrano Machado. Correlação empírica entre os ensaios de DCP e CBR para solo típico da região de Ilha Solteira. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso Departamento de Engenharia Civil, Unesp, Ilha Solteira, 2013. 38p. PEREZ, João Ricardo Teixeira. Estudo Experimental da Repetibilidade entre os ensaios de CBR e DCP. 2012. Trabalho de Conclusão de Curso - Departamento de Engenharia Civil, - UNESP, Ilha Solteira, 2012. 36p. PINTO, C. de S. Curso Básico de Mecânica dos solos em 16 aulas. 2ª edição com exercícios resolvidos. São Paulo: Oficina de textos. 2002. SELIG, E. T.; WATERS J. M. Track Geotechnology and Substructure Management. First Edition. London: Tomas Telford Services Ltda. 1994. p. 4.18-4.20. SILVEIRA, E. B.; SILVEIRA, A. Mecânica dos Solos para Engenheiros Rodoviários. Volume II. Inglaterra, 2004. Ed. Edgard. Blücher. p. 419-468 1611 Métodos Avaliativos FARIA, Sérgio1, VERGENNES, Ândrea2 , DANTAS, Estela; MARTINS, Juliana2; STRUTKOSKE, Caio2; GALLI, Isabela2; GABRIEL, Taís2; MRTVI, Marcelo2; FERNANDES, Daniel2; SOUZA, Natália; SERDAN, Leonardo; YOSHI, Henrycky; CAMPIOLO, Pedro; FAVORETTO, Calisa; KOGA, Sthefânia. Introdução O PET Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá há anos vem trabalhando em diversos tipos de atividades dentro e fora da universidade, sempre buscando a excelência em tudo que é realizado. Um dos meios para atingir este objetivo está nos Métodos Avaliativos usados pelo grupo. Métodos Avaliativos é o conjunto de iniciativas para avaliar. Inclui todas as etapas de uma avaliação: planejamento, formulação, seleção de instrumentos, aplicação, compilação e análise das informações. Os métodos usados atualmente no grupo foram resultado de um intenso trabalho, várias propostas testadas anteriormente e aprimoramento destas até um resultado adequado ser obtido. A importância dos Métodos Avaliativos para o PET é inquestionável. As avaliações proporcionam uma visão crítica interna e externa do que está ocorrendo, levando ao aprimoramento do grupo. Objetivos Possibilitar a identificação de problemas. Metodologia A) Avaliação das atividades O Formulário de Avaliação é aplicado em praticamente todas as atividades realizadas pelo PET – Engenharia Química, externas ou internas, sendo cursos, eventos, aulas, seminários, etc. Cada uma destas atividades requer um formulário específico. Para cursos, o formulário é impresso e entregue para cada participante, e este pode avaliar por questões objetivas aspectos 1612 como conteúdo ministrado, material didático e o ministrante, além de um espaço para sugestões. No projeto IEQ/FEQ, que consiste em aplicar o excel nas aulas das referidas disciplinas, o formulário é online através do Google Docs, visto que a aula é realizada no laboratório de informática. Também através de questões objetivas, os alunos podem avaliar o conteúdo ministrado, o ministrante, o material disponibilizado, entre outras questões, além de ser possível inserir comentários sobre estas questões. Nos seminários internos, os petianos têm sua apresentação avaliada pelos colegas através de um formulário impresso, com questões objetivas que avaliam o tema escolhido, a utilização de recursos, a postura do petiano, entre outros aspectos. Também há um espaço para comentários no final da avaliação. Com exceção dos seminários, todas as atividades têm os resultados compilados no final para obter um resultado quantitativo das questões objetivas, além de agrupar as opiniões das questões abertas. As avaliações dos seminários são entregues diretamente ao petiano que apresentou, para que o mesmo possa avaliar seu desempenho. B) Avaliação Contínua A Avaliação Contínua é aplicada bimestralmente e tem um período disponível de duas semanas para o preenchimento. A frequência utilizada é resultado de pesquisas, tanto internas quanto externas, que sugerem que o período avaliado não seja muito extenso, para que as observações não se percam ou se confundam, e que o tempo de avaliação não seja muito curto, para que o tempo de reflexão referente a cada avaliação seja suficiente. Ela é formada por questões objetivas, nas quais o avaliador deve pontuar uma característica do avaliado baseado no texto explicativo de cada alternativa, e questões discursivas, para que o avaliador possa expressar possíveis observações que não foram contempladas nas objetivas. Além disso, cada questão disponibiliza um espaço para comentários relacionados. Cada questão objetiva avalia uma característica que o grupo julga importante para desenvolver o trabalho com excelência, como pontualidade, pro atividade, comunicação, desempenho na graduação, entre outras. Pesquisas realizadas sugerem que uma questão de avaliação não tenha muitas opções para que a crítica por parte do avaliador seja maior e que nas opções não exista uma opção nula, que não exige criticidade, logo, as questões objetivas são compostas por quatro alternativas que expõe um parâmetro para que se enquadre o avaliado. 1613 As questões discursivas são relacionadas às realizações do avaliado, como uma atividade na qual ele se destacou, e também sobre algumas possíveis falhas que ocorreram durante o período avaliado. Todos os membros do grupo devem realizar a avaliação como avaliador e avaliar todos os demais, incluindo ele mesmo. A auto avaliação serve como ferramenta de autoconhecimento e proporciona comparações interessantes entre o resultado esperado e o resultado obtido. Após o período de aplicação, os dados são compilados por uma planilha e são gerados gráficos e tabelas para as questões objetivas e discursivas, respectivamente. Também é gerado um gráfico de comparação do desempenho do avaliado com o desempenho geral do grupo. Por fim, existe uma ferramenta que possibilita que os membros opinem sobre a avaliação, para que ela seja sempre melhorada. Essa ferramenta funciona como uma avaliação e aceita sugestões específicas sobre a estrutura da avaliação, número de questões, número de alternativas, periodicidade da aplicação, e também não específicas, inclusão de questões, alterações no layout, enfim, todas as sugestões. C) Lista de Verificação Considerando a importância do ambiente de trabalho e sua preservação, criamos a lista de verificação. Ela tem como objetivo avaliar o ambiente do PET ao longo dos dias e da semana, sendo que a limpeza da sala é realizada semanalmente. Os membros a preenchem no final de todo horário de permanência, sendo que dessa forma avaliamos o ambiente do PET do grupo aproximadamente quatro vezes ao dia. A lista de verificação é realizada via formulário online (google docs) e requisita que o petiano avalie alguns itens do ambiente, como os computadores, a mesa, o chão, os itens da cozinha, entre outros. As perguntas são na forma objetiva com quatro opções (ótimo, bom, regular e ruim) e dessa forma o avaliador necessariamente precisa dar um feedback positivo ou negativo no aspecto avaliado. Os resultados são compilados e apresentados em reunião geral bimestralmente. 1614 D) Ferramentas utilizadas para a realização das avaliações Possuímos duas ferramentas para a realização das avaliações. Algumas avaliações como a apresentação de seminários e cursos são realizadas na forma de formulário físico impresso, o mesmo que é entregue diretamente ao ministrante para que ele possa obter um feedback de sua performance. Outras avaliações como a avaliação contínua e a lista de verificação são realizadas através de formulários online. Pois, dessa forma a compilação das mesmas é facilitada. Os dados são compilados no excel e apresentados em reuniões ou mandados para os membros. Resultados e discussão A) Avaliação das Atividades A partir dos resultados compilados, é possível sempre melhorar e adaptar os cursos e aulas ministrados pelo grupo quanto as aulas, infraestrutura, material utilizado, etc. Além disso, é importante para o desenvolvimento dos petianos avaliados (nas aulas e nos seminários), pois eles podem ter uma perspectiva de como foi a atividade realizada e melhorar nos quesitos avaliados. B) Avaliação Contínua Com o feedback da Avaliação, os membros conseguem se planejar para desenvolver pontos específicos que foram não tão bem avaliados, para melhorar, e também os que foram muito bem avaliados, para aprimorar. É notável esse planejamento de atividades em membros com dificuldade em comunicação, por exemplo, buscando atividades como cursos para exercitar e melhorar nessa questão. Por ser a mesma avaliação para todos, uma mesma solução pode ser aplicada a diversos membros para desenvolver uma determinada característica. Observa-se que, no geral, membros mais antigos no grupo apresentam melhor desempenho na Avaliação. Esse fato se dá justamente à experiência no grupo e a busca por desenvolver essas características. Além disso, esses membros fazem uso dessa experiência para sugerir soluções para os mais novos. Devido à constante evolução do grupo, foram adicionadas questões que buscam medir o pensamento crítico do membro, para que esse desenvolva essa capacidade durante as atividades e possa contribuir em discussões no grupo e também fora. 1615 C) Lista de Verificação Com a compilação dos resultados é possível avaliarmos o estado da sala do PET durante o bimestre, de forma que podemos agir para melhorá-la ou identificar problemas em nosso ambiente. D) Impacto no grupo e ações de melhorias Com os resultados da avaliação contínua cada membro pode avaliar seu próprio comportamento e direcionar esforços para competências que ele necessita desenvolver. Devido à lista de verificação foi possível organizar melhor o ambiente interno do grupo tornando o ambiente mais prazeroso para o trabalho. Em relação às avaliações das atividade, podemos obter um feedback direto do público alvo envolvido na realização da atividade. Dessa forma podemos adequar as atividades para melhorá-la de modo que se adeque melhor aos nossos objetivos. Também é válido citar que os ministrantes de cursos e aulas podem melhorar sua oratória e técnicas de falar em público de acordo com as avaliações recebidas pelos participantes. Conclusão O grupo PET Engenharia Química faz uso de três principais métodos avaliativos. Todos estes proporcionam de forma simples a identificação de falhas, seja na estrutura física do grupo, no projeto e execução das atividades, ou ainda nos próprios membros. O PET EQ usa então dessas ferramentas para aplicar correções em pontos específicos e necessários, melhorando constantemente o grupo como um todo. Referências [1] Métodos Avaliativos. Disponível em : <http://professorrobsonsilva.blogspot.com.br/2011/07/o-que-sao-metodos-avaliativos.htm>. Acessado em : 04 de junho de 2014. 1616 Oficina de Protótipos Autor(es)¹Augusto Luiz Bez Moro, Bruna Ventura Hoffmann, Diogo Rikio Miyazaki, Guilherme Cordeiro Vogt, Marco Antônio Rios, Pedro Henrique Monteiro Batista, Ronny Sérgio Ramos Milléo, Wendeurick E. Silverio; Tutor² Alessandro Zimmer. ¹ ²Afiliações Universidade Federal do Paraná Introdução Nos primeiros anos do curso de Engenharia Elétrica, da Universidade Federal do Paraná, observa-se que há mais disciplinas teóricas que práticas, por isso o projeto da oficina de protótipos surgiu como uma ideia de aproximar os alunos para a parte mais pratica do curso, sendo as disciplinas laboratoriais insuficientes para os alunos aprenderem mais sobre eletrônica. O simples estudo teórico de circuitos elétricos não demonstra aos alunos o funcionamento de um circuito real, com possíveis falhas e imperfeições dos equipamentos. Objetivos A oficina tem como objetivo ensinar e aplicar conceitos de eletrônica que o aluno não possui contato no decorrer do curso. Complementando a esse ensino, os alunos contam com aulas de projeto de PCI (Placa de circuito impresso), usando o Software Cadsoft EAGLE, manufatura de PCI empregando o método de transferência térmica e corrosão com percloreto de ferro e, por fim, soldagem de componentes em PCI dos protótipos desenvolvidos pelos integrantes do projeto, por exemplo acionamento de LED RGB, gerador de onda quadratica com frequência ajustavel, contador junto com display de 7 segmentos e fonte de tensão de 12 volts e 5 volts. Além de ensinar, as oficinas tem como objetivo secundário criar uma integração entre os alunos, já que os participantes geralmente são de períodos e turnos diferentes do curso. Metodologia Para que os alunos participem das oficinas, o PET oferece um processo de inscrição utilizando ferramentas online, fornecidas pela Google, que é divulgado no blog do PET, na lista de e1617 mails do curso e em cartazes espalhados pelo departamento. É preparado no decorrer da semana todo o material que os alunos terão a disposição no dia da oficina, assim como a reserva do laboratório. Usualmente, as oficinas acontecem aos sábados, devido a diversidade de horários dos alunos do curso, assim abrangendo uma quantidade maior de alunos. Também se agenda junto aos interessados possíveis datas e horários para acontecerem essas oficinas, porém com um numero mais reduzido de participantes. Durante as oficinas, o autor do projeto ensina todo funcionamento do protótipo e as instruções que os alunos devem seguir ao montar o projeto. Outros responsáveis do projeto ficam encarregados de supervisionar e dar assistência aos alunos, além de registrar via fotografias toda a oficina. Ao final da oficina, é entregue uma ficha de avaliação, no qual os alunos respondem e avaliam itens como a explicação da oficina, nível de dificuldade e o protótipo em si, além poderem sugerir novos protótipos. Fechando a oficina, os responsáveis realizam uma reunião, onde discutem os acontecimentos durante a semana, avaliando e corrigindo falhas que aconteceram durante este período. Ao final dessa reunião é feita uma documentação de todos os itens discutidos, que é aprovada, escaneada e arquivada, tanto em forma física quanto digital. Resultados e discussão Desde sua criação, o projeto passou por reformas na metodologia e conteúdo apresentado nas oficinas, no qual foi avaliada pelos integrantes do grupo PET. Atualmente o projeto possui um feedback bastante positivo, como por exemplo sugestões de ideias de protótipos, e uma grande procura por parte dos alunos mais novos no curso. Muitos que participam das oficinas, se interessam também por outros projetos do PET e pelo projeto em si. Além disso, alunos de outros cursos, como por exemplo Física, já participaram das oficinas, assim como alunos do ensino médio. Existe uma discussão se os novos protótipos necessitam ser mais elaborados, usando conceitos de eletrônica e elétrica mais avançados, logo gerando a duvida se muitos dos interessados vão realmente entender o projeto devido ao nível de dificuldade. Além disso os integrantes do projeto foram divididos em funções, nas quais uns são responsáveis pela logística da oficina e outros pelo conteúdo e protótipos. Conclusão O projeto cumpriu seu propósito de existência, porém temos de estabelecer novos objetivos, como tentar fazer a oficina atingir outros cursos, como foi no caso de alguns alunos do curso 1618 de física, além de levar a oficina de protótipos para fora da universidade, passando a ser um projeto de caráter de ensino e extensão. Referências 1 http://peteletrica.blogspot.com.br/p/oficina-de-prototipos.html; acesso em 25 de julho de 2014 2 Sedra, Adel S. e Smith, Kenneth C. Microeletrônica; Makron Books, 2000, 4ªed. 3 Malvino, A P. Eletrônica no Laboratório; Makron Books, SP. 1619