Teologia Sistemática III - Igreja do Nazareno Comunidade Paulista

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Teologia Sistemática III - Igreja do Nazareno Comunidade Paulista
TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
UNIDADES:
I – NATUREZA, MISSÃO E MINISTÉRIO DA IGREJA CRISTÃ
II- BASES ÉTICAS DA FÉ CRISTÃ
III- FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS DA ESCATOLOGIA
UNIDADE I
I – NATUREZA, MISSÃO E MINISTÉRIO DA IGREJA CRISTÃ
a) Desenvolvimento histórico da Eclesiologia
b) Figuras Neotestamentárias da Igreja
c) Missão Global – Ministério para com Deus interno e externo.
d) Reino de Deus e Igreja.
e) Termos teológicos contextuais: Cultura e Igreja, Teologia da Prosperidade e
Seitas.
Seguiremos, inicialmente, a linha de pensamento de Dewey M.
Mulholland em seu livro “Teologia da Igreja”, com inclusões e adaptações que
achamos necessárias.
a) NATUREZA, MISSÃO E MINISTÉRIO DA IGREJA CRISTÃ
Eclesiologia se ocupa do desenvolvimento histórico das doutrinas da
igreja, sua missão, práxis e perspectivas futuras.
O termo EKKESIA (Gr.) Indicava a assembleia dos cidadãos chamados
por um arauto. A palavra é composta de “EK” = para fora e “KALEO”= chamar,
convocar. Assim como Deus chamou seu antigo povo para fora do Egito e o
conduziu à Terra Prometida, Ele chama pessoas para “fora do mundo”, para se
tornarem cidadãos do Reino de Deus.
No Antigo Testamento, a palavra hebraica mais próxima para Ekklésia é
“QAHAL”; uma convocação do povo de Israel para uma assembleia com fins
diversos, inclusive adoração no templo.
Textos que revelam o valor da igreja perante Deus:
“[ DEUS] sujeitou todas as coisas a seus pés, [ JESUS] e sobre todas as coisas
o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que
cumpre tudo em todos.” (Efésios 1:22-23)
“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida
dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em
Cristo Jesus nosso Senhor,” (Efésios 3:10-11)
“Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a
si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem
da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem
mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Ef.
5:25-27)
“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” (Mt. 16:18)
“No mundo antigo, as grandes cidades eram cercadas por muros altos.
Eram cidades fortificadas, construídas para resistir ataques de forças inimigas.
Os portões da cidade frequentemente eram grandes e pesados, construídos
para resistir aos ataques dos aríetes. Neste sentido, os portões eram estruturas
defensivas. Afirmar, então, que as portas do inferno não prevalecerão contra a
igreja significa que a igreja é chamada para ser uma força ofensiva, que invade
o mundo com o poder do evangelho, que não pode ser resistido pelas
fortalezas do inferno.” (SPROUL, R.C. A Mão Invisível. Bom Pastor. SP. 2001
p. 179-180)
Por que a Igreja parece ser irrelevante na sociedade atual? O pastor
Paschoal Piragine conta a respeito de um professor de sociologia que pediu a
seus alunos que marcassem no mapa as entidades de maior relevância para a
sociedade. Os alunos apontaram hospitais, creches, escolas, postos de saúde,
delegacias de polícia, quartéis de bombeiros e clubes sócias. Ninguém
assinalou igrejas! (PIRAGINE, Paschoal Jr. Crescimento Integral da Igreja. Ed.
Vida. SP. 2006 p. 66)
A igreja deve ser a sociedade alternativa às pessoas que buscam
coerência, paz, amor, confiança, honestidade, justiça, relacionamentos sadios,
etc. Por que estas bandeiras não estão se destacando na confusão social
reinante?
John Stott afirma que “na medida em que uma igreja se conforma com o
mundo, e as duas comunidades pareçam ser meramente duas versões da
mesma coisa, essa igreja estará contradizendo a sua verdadeira identidade.“
(STOTT, Efésios p.2)
Poderíamos ocupar um tempo razoável expondo escândalos dentro das
igrejas, líderes adúlteros e amantes do dinheiro, incompetência eclesiástica,
falta de dedicação, divisões, orgulho, etc. Não é difícil criticar as muitas
denominações que estão aí. Difícil é ser um intercessor com visão de REINO.
Difícil é encontrar crentes com o coração semelhante ao de Neemias.
Quando Hanani chegou à cidadela de Susã, Neemias perguntou pelos
patrícios que haviam ficado em Jerusalém. Hanani respondeu: - Os que não
foram levados para o exílio estão vivendo miseravelmente e abandonados!
Neemias, impactado pela notícia, se assentou, chorou, lamentou por
alguns dias, jejuou, orou. (Ne.1:1-4) Depois, pediu ao rei permissão para ir a
Judá e reedificar a cidade. (Ne.2:1-5)
Sabemos que há muita palha eclesiológica, muitos mercadores da fé e
da credulidade alheia, mas também há os milhares que não dobraram os seus
joelhos a Mamon ou a Baal e com estes, o Espírito Santo está fazendo uma
grande obra.
As crises sempre se fizeram presentes na igreja desde o primeiro
século. Ex.:
Murmuração dos helenistas contra os hebreus no tocante ao atendimento
social das viúvas. (At. 6:1-5) Desta crise nasceu o diaconato.
Perseguição e dispersão da Igreja. (At.8:1)
Grande controvérsia a respeito dos costumes judaicos, se deveriam ou não
serem observados pelos gentios conversos. (At. 15:1-35) Desta crise resultou
um concílio e certas deliberações.
Desavença entre Paulo e Barnabé. Barnabé queria levar o desertor João,
chamado também de Marcos. Paulo não concordou. Separaram-se. (At. 15:3641)
As crises de diversas etiologias prosseguiram na história da igreja,
algumas como controvérsias doutrinárias, outras por escândalos e luta por
poder.
No Apocalipse, capítulos 2 e 3, Deus chama as igrejas da Ásia Menor ao
arrependimento e prestação de contas. Isso mostra que o Supremo Pastor
administra a Igreja. Ele move candeeiros quando necessário. (Ap. 2:5)
No primeiro século, os seguidores de Cristo possuíam um zelo insaciável
e uma paixão ardente para persuadir os homens a Cristo. Em atos 17:6 lemos:
“Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram aqui...”
No segundo século, o cristianismo ficou emaranhado em controvérsias
teológicas, ficaram discutindo pontos de doutrina. Nascia a PATRÍSTICA e a
APOLOGÉTICA. No 3º e 4º séculos o desvio e a acomodação estavam
completos e alguns expoentes se isolaram nos desertos. Época do ascetismo e
monasticismo. Após isso, seguiu-se MIL ANOS de penumbra e confusão
espiritual até à REFORMA PROTESTANTE. Mas a Reforma não foi uma volta
à prática de conquistar almas. Lutero nada disse a respeito de evangelismo ou
missões.
O evangelismo de massas reapareceu com John Wesley (1703-1791) na
Inglaterra. Outros evangelistas se juntaram a esse mister como George
Whitefield, Charles Finney, D.L. Moody.
Em 1800 WILLIAM CAREY resgatou o sentido evangelístico missionário.
Os ensinamentos sobre o ESPÍRITO SANTO só foram redescobertos no início
do século XX. Isto trouxe transcendência à Igreja. Algumas igrejas rejeitam as
ações sobrenaturais e a atualidade dos “dons do Espírito Santo”.
“Igrejas estão mudando o foco da transcendência. Em vez de julgamento
profético e oferta de salvação, proclamam um evangelho secular presente.”
Gene Edward Veith Jr.
Apesar de toda a aparente fraqueza da Igreja, o Espírito Santo vem
realizando grandiosa obra através dos séculos. Poderíamos listar os grandes
homens de Deus levantados e os Avivamentos que se irromperam na história.
Apenas no século XX Deus levantou guerreiros como: BILLY GRAHAN, DAVID
MARTYN LlOYDE-JONES, JOHN STOTT, JIM ELLIOT, WATCHMAN NEE,
AIDEN W. TOZER, AIMEE S. McPHERSON, KATHRYN KUHLMAN, ORAL
ROBERTS, T.L. OSBORN, KENNETH HAGIN, WANG MING TAU (um dos
evangelistas mais populares da China) MANOEL DE MELLO, DAVID
MIRANDA, ETC.
Neste presente século Deus tem separado os seus valentes! Alguns
estão em treinamento enquanto outros milhares estão no campo de batalha,
homens e mulheres tais como: REINHAR BONNKE resgatando milhões na
África, PAUL WASHER, MIKE MURDOCK, MORRIS CERULLO, MYLES
MUNROE, KENNETH COPELAND, DAVID YONGGI CHO, SILAS MALAFAIS,
HERNADES DIAS LOPES, ETC.
A IGREJA NÃO ESTÁ EM CRISE, ESTÁ EM CRISTO! Quem resolve
cada crise é o Espírito Santo. Perdemos tempo, credibilidade e até pessoas
com as crises, porém, o que não podemos perder é a nossa IDENTIDADE
COMO IGREJA DO SENHOR JESUS CRISTO! Carecemos urgente de meditar
sobre o propósito de Deus para a igreja e o mundo contemporâneo. Temos o
direito de negociar os fundamentos doutrinários? Podemos diluir e adaptar a
mensagem ao gosto moderno?
“Não devemos imaginar que fomos comissionados para tornar Cristo
aceitável aos homens de negócios, à imprensa, ao mundo dos esportes ou à
educação moderna. Não somos diplomatas mas profetas, e nossa mensagem
não é um acordo mas um ultimato.” A. W. TOZER (A Nova e a Velha Cruz)
Precisamos de homens e mulheres especialistas do “Nosso Tempo”, que
saibam discernir a conjuntura social, política, econômica e propor soluções. O
rei Davi teve em sua equipe de governo os filhos de Issacar, especialistas da
conjuntura da época. (I Cr. 12:32)
Antes de falar da missão da igreja no mundo contemporâneo, vamos
relembrar qual é a natureza da Igreja.
IDENTIDADE E MISSÃO DA IGREJA: Aos olhos dos não crentes a Igreja é
apenas uma instituição religiosa, social e tradicional.
Na visão bíblica, a Igreja é um organismo criado e sustentado por Deus,
o qual revelou na Bíblia sua natureza e missão. A Igreja é composta dos salvos
(separados deste mundo) para Deus e estes amam a Igreja. A crítica dos
salvos à Igreja deve estar num nível sempre inferior ao nível do amor por ela.
“Nossos melhores esforços podem fracassar não por falta de análises, mas por
falta de amor.” Dewey M.Mulholland
A IGREJA ATRAVÉS DOS SÉCULOS: Ela sofre ataques externos de “lobos
ferozes” e ataques internos de pseudocrístãos. (Atos 20:28-31) É combatida,
difamada e perseguida! Expandiu-se como “religião não lícita” por quase três
séculos. No ano 313 o Imperador Constantino assinou o edito de tolerância aos
cristãos. No ano 387, Teodósio transformou o Cristianismo em religião oficial
do Império Romano.
Dewey M. Mulholland falando desta nova realidade da igreja, diz: “Seu
crescimento em riquezas, números, prestígio e poder secular foi acompanhado
por decadência espiritual.”
Toda atividade religiosa foi concentrada e supervisionada na figura do
Papa, desde a doutrina à liturgia, a ordenação de bispos e a administração
financeira. O clero foi estabelecido. O laicato desprezado. Justificou-se o uso
da força para conseguir conversões. A salvação e o céu foram loteados. A
tradição foi valorizada acima das Escrituras e os decretos de bispos e concílios
tidos como leis.
Em 1054 a Igreja sofreu um cisma passando a ter dois ramos. O oriental
com a sua sede em Constantinopla e o ocidental com a sede em Roma.
O segundo e grande cisma se deu em 1517 com a REFORMA
PROTESTANTE de Martinho Lutero. O pós-reforma conduziu o cristianismo a
quatro principais grupos: Católicos Romanos, Luteranos, Anglicanos e
Reformados. A Reforma marcou o fim da Idade Média e o início da Era
Moderna, tornando-se o protestantismo a principal força da civilização
moderna.
TAREFA I
Ler e estudar os capítulos 1 e 2 do livro “TEOLOGIA DA EDUCAÇÃO CRISTÔ
de Lawrence D. Richards- Ed. Vida Nova. Apresentar um resumo com base no
texto:
1- VIDA – O Que a Igreja é. 2- PROPÓSITO DA VIDA – O Que a Igreja faz.
b) FIGURAS NEOTESTAMENTÁRIAS DA IGREJA.
IGREJA EM FIGURAS (METÁFORAS)
Para ressaltar aspectos particulares da igreja,Deus se utiliza na Bíblia de
várias figuras comparativas:
I – Corpo de Cristo – Conceito biológico
Ressalta a unidade da Igreja como organismo vivo. É a unidade na
diversidade.” Porque assim como num só corpo temos muitos membros,
mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós,
conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos
outros.” (Rm 12:4-5). VER - I Cor 12: 12-31
Paulo faz uma parábola do corpo humano e a divide em 4 partes: 1(vv. 15 e 16) Nenhuma desculpa mas responsabilidade para todos. “Se o
pé disser : Porque não sou mão, não sou do corpo..” o pé não pode
desculpar-se porque não é mão, nem o ouvido porque não é olho.
2- (vv.17-20) Nenhum monopólio mas variedade. Uma gigantesca boca em
detrimento de um diminuto ouvido quebraria as regras de harmonização.
O v.18 diz que Deus dispôs. A diversidade no corpo não surge por acaso,
é planejada por Deus e é essencial. Por isso, não deve haver inveja,
vanglória, timidez, preguiça ou ambição.
3- (vv. 21-24) Nenhuma independência mas mutualidade. A divisão no corpo
seria possível se prevalecesse o espírito de soberba ou individualismo de
um órgão ao dizer: Eu não preciso de ti! A mutualidade foi harmonizada
por Deus.
4- (vv. 25e26) Nenhum egoísmo, mas sinergia. Sofrimento de um é o de
todos. Quando um órgão está ferido há vários outros trabalhando em prol
de sua recuperação. Um exemplo: Um indivíduo ao ser acometido por um
disparo de arma de fogo, imediatamente, após a perda de sangue
(volemia), os órgãos mais nobres( coração, rins e cérebro) são
preservados às expensas do sofrimento de órgãos não tão vitais onde se
lhe é cortada a circulação sanguínea (ex. pele).De igual forma o crente
responsável se envolve com os que estão sofrendo em sua Igreja. “ Quem
não se compromete com o companheiro a quem pode ver, como sonhará
em desenvolver um compromisso com Deus a quem não vê?” Paulo
Purim. “As atitudes em relação aos outros pode ser o único e mais
importante indicador de caráter de uma Igreja” George Barna. Podemos
definir a palavra sinergia como ato ou esforço simultâneo de diversos
órgãos na realização de uma função. É o principio de funcionamento da
Igreja: Muitos órgãos; um só corpo. A Igreja só exerce o seu papel
quando é sinérgica, fora disso o que resta é simples ajuntamento
humano. Um exemplo de ação sinérgica: (Mc 2:1-12) Relata o esforço de
4 homens para que um paralítico na cidade de Cafarnaum fosse curado.
Nós podemos realizar mais juntos do que separados. O monasticismo
fechou os piedosos numa redoma; a globalização nos trouxe um novo
paradigma: o da cooperação. ( Ex. a Boeing para produzir o seu último
modelo fechou parcerias com mais de 70 empresas.)
II- Rebanho
Ressalta a unidade ( um rebanho) e a pluralidade (muitas ovelhas).O
salmista declarou: “Somos o Seu povo e rebanho do Seu pastoreio” (Sl 100:3).
Phillip Keller foi criador de ovelhas e de suas observações escreveu um livro
sobre o salmo 23, cujo título em português é: “ Nada me faltará”. Keller diz que
a ovelha para conseguir repousar, precisa sentir plena segurança sem temores
, tensões, irritações ou fome. Só um pastor diligente pode dar-lhe tranquilidade.
O salmista Davi também conhecia este segredo e declarou: “O
Senhor é o
meu pastor e nada me faltará” ( Sl 23:1). Sabe-se que os carneiros são animais
medrosos e que se assustam facilmente; pois até um coelho que salta de
repente, de traz de uma moita, pode provocar o estouro do rebanho. Quando
uma ovelha assustada dispara a correr, dezenas de outras saltarão com ela
num terror cego. P. Keller conta que certo dia recebeu a visita de uma amiga
da cidade que trouxera consigo o cãozinho pequinês. Logo que abriu a porta do
carro o cão saltou para o gramado. Bastou o olhar de uma ovelha para o
pequenino cão e mais de 200 ovelhas que estavam descansando ali perto,
fugirem tomadas de pavor. (P. Keller em: “ Nada me faltará” – Ed Betânia M.G.
p.31 ). “
Não temas, ó pequeno rebanho...” (Lc 12:32). O rebanho do
Senhor é congregado e guardado por seus pastores locais. (Jr 31:10).
III - Família de Deus – Conceito sociológico – Ef.2:19, Gl.6:10
Ressalta a Igreja como um lugar de amor e união onde as pessoas estão
ligadas pelos laços de afetividade e respeito. A Família de Deus é
patriarcal. Ele é o fundador e exemplo. Foi Jesus quem nos ensinou a
chamar Deus de “Pai”. Ora, os filhos do mesmo Pai são irmãos. O título
“irmão” se tornou popular para descrever o cristão e encontrou sua razão
de ser no exemplo de Jesus: ”Não se envergonhou de lhes chamar
irmãos” ( Hb 2:11). Deus é amor, é justiça, é o Deus de toda a paz e a
natureza de sua família reflete os atributos do Pai. É nesse mesmo
ambiente familiar que a própria disciplina dos filhos ocorre em amor. “O
Senhor corrige aquele a quem ama...” (Pv 3:12, Hb 12:6). “Se suportais a
correção; Deus vos trata como a filhos” (Hb 12:7). O conceito de Igreja
como família reconhece que surgirão problemas em seu meio. Qual a
família sem problemas? As soluções virão não de nossa própria cabeça,
mas do “Cabeça da Igreja – Cristo”. Onde reina o Espírito de Cristo, aí
não há confusão. “ Onde não se encara a Igreja como uma grande
família, não se cria aquela temperatura de ninho; onde a solidão e o
constrangimento do visitante ou do novo membro se desfaz.” (Alcides
Jucksch) Numa família unida, seus membros não passam despercebidos
e indiferentes uns aos outros. Na Igreja devemos notar duas coisas: a
ausência de irmãos e a presença de visitantes. Dificilmente um visitante
permanecerá na Igreja se ele não fizer algumas amizades.
“ Um pastor, notou do púlpito, um homem sentado
no último banco, com o chapéu na
cabeça. Logo fez sinal a um
diácono que aproximando-se dele, falou-lhe com educação, indicando-lhe
a atitude de desrespeito. Ah!, disse o homem: Bem pensei que este meu
propositado esquecimento teria a virtude de atrair a atenção de todos
sobre a minha pessoa. Há seis meses que venho a esta Igreja todos os
domingos e é a primeira vez que me dirigem a palavra.” (de “ Waterloo
Bulletin)
IV - Um edifício ou santuário – Conceito arquitetônico
“ Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita
em vós?” (I Co 3:16). O lugar central no V.T. foi o templo. A presença de
Deus estava nele. A presença de Deus continua em seu templo, mas o
templo é novo. É de pedras vivas: “Vós também, quais pedras vivas, sois
edificados como casa espiritual.” (I Pe 2:5). Os judeus perguntaram a
Jesus questionando a sua autoridade: _ Que sinal nos mostras para
fazeres estas coisas? O Senhor respondeu: _ Destruí este templo, e em
três dias o reconstruirei. Os judeus replicaram: _ Em 46 anos, foi edificado
este templo, e tu, em três dias o levantarás? Mas o Senhor referia-se ao
templo de seu corpo. (João 2 :18-28). Satanás utilizou os judeus para
destruírem o templo (O Cristo) mas em 3 dias Ele ressuscitou, e por esse
feito, Efésios 2:6 afirma: “ Fomos ressuscitados juntamente com Cristo...” ,
“ que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós
somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: _ Habitarei e
andarei entre eles; serei o Seu Deus e eles serão o meu povo..” (II Co
6:16-17).” Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados
casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes
sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.”
(I Pe 2:5) Por sacrifícios espirituais, podemos citar : Rm.12:1 – Corpos
apresentados em sacrifício de pureza, santidade e adoração no
oferecimento do culto.
V – Lavoura – Conceito agronômico
“ Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de
Deus sois vós.” (I Co. 3:9) A igreja é o campo que Deus está
lavrando, como em João 15:1 “Meu Pai é o agricultor.” Ele é incansável
e trabalha até agora. (João 5:17)
Se o crente é “ Lavoura de Deus”, é inconcebível ser o “ campo do
preguiçoso”. “ Passei pelo campo do preguiçoso... e eis que tudo estava
cheio de espinhos, a sua superfície coberta de urtigas, e o seu muro de
pedra em ruínas. (Pv. 24:30-31) Motivo para tal situação: Dormir,
tosquenejar, cruzar os braços... A pobreza material e espiritual resulta da
indolência, do não enfrentamento da vida. Os profetas nos transmitiram
quadros impressionantes sobre a agricultura espiritual: “ Arai o campo de
pousio... (Os.10:12)
Is.28:24-25 “ Porventura lavra todo dia o lavrador,
para semear? Ou todo dia sulca a sua terra e a esterroa ?Porventura,
quando já tem nivelado a superfície, não lhe espalha o endro não semeia
o cominho (temperos) não lança nela o trigo em leira ou cevada no devido
lugar, ou a espelta (trigo inferior) nas margens ?
Na agricultura espiritual as lâminas do arado de Deus passam sulcando a
terra compactada e revolvendo- a . São dias de doloroso tratamento, que
não duram o ano todo, assim como o agricultor não fica arando o ano
todo. Deus desfaz os torrões, nivela a superfície e lança a melhor
semente para cada tipo de terreno. Um campo arado não trás muita
beleza. A paisagem monocromática parece sem vida; mas as sementes
estão lá e ao cheiro das águas brotarão (Jó 14: 9) Quando o crente tem
consciência de que a sua vida é um “ Campo ou lavoura de Deus”
entregue ao divino agricultor, o reflexo estará presente nos seus dízimos
e ofertas, pois não há como fugir deste princípio: “ O lavrador que trabalha
deve ser o primeiro a participar dos frutos.” (2 Tm. 2:6)
Precisamos cuidar e cultivar o campo da nossa vida para que nele
germinem as sementes da Palavra de Deus. Muitos têm rejeitado a Bíblia
e cultivado outras sementes. Cada um colherá do seu plantio. É o sistema
deste mundo. É a sua pluralidade cultural. A palavra Cultura, vem de um
verbo latino, colere, significando: “ Cuidar e cultivar o campo, tornando-o
fértil. Logo, este campo pode se tornar fértil para as proposições de Deus
ou as proposições humanas.
VI - NAÇÃO- POVO DE DEUS - Conceito demográfico
Ressalta a igreja como uma comunidade organizada, que se submete a
um governo. “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa,
povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz...” (I Pe. 2:9) “ Vós sois povo de Deus.” (v. 10)
Em o Novo Testamento há figuras que descrevem a igreja como a
agencia exclusiva do reino de Deus, gozando das prerrogativas da
representação:
a)
A igreja é a geração eleita – I Pe. 2:9
b)
A igreja são os embaixadores de Cristo:II Co. 5:20, Ef. 6:20
c)
A igreja são os que mantêm o testemunho de Jesus – Ap. 12:17
d) A Igreja é composta dos Discípulos de Cristo – VER At.9: 1,2,6 11:26
VII – EXÉRCITO DE DEUS – Conceito militar
Como Golias desafiava as colunas de Israel, o inimigo desafia a igreja.
Como Davi, nós entendemos que o “incircunciso” inimigo, não tem
gabarito para afrontar os “Exércitos do Deus Vivo”. (I Sm. 17:26 ) O
conselho de Paulo aos alistados neste exército é: “Participa dos meus
sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em
serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é
satisfazer àquele que o arregimentou. (2 Tm. 2:3-4) A linguagem militar,
desde o V.T. é apresentada na Bíblia. O nosso Deus aparece como
“Senhor dos Exércitos” Sl.24:10, Hc.2:13, Ag. 2:6. O personagem que
se apresenta a Josué traz o título de “Príncipe do Exército do Senhor”
Js.5:14. No nascimento de Jesus, temos o aparecimento de “ uma
multidão dos exércitos celestiais.” Lc. 2:13 .O apóstolo João também
tem o privilégio de ver essas milícias do exército celestial. (Ap. 9:16 ,
19:14)
VIII – NOIVA E ESPOSA DE CRISTO.
A igreja no início do século XXI parece ter-se esquecido de que é a
Noiva de Cristo e do potencial que tem quando fica ao lado de seu noivo
Todo-poderoso. Deixemos Charles R. Swindoll descrever esta
espetacular figura da igreja como “ Noiva”:
“ Sou o primeiro a vê-la quando aparece no fundo da igreja. E ela faz com
que as cabeças se voltem instantaneamente a cada fileira que passa. É
assim que acontece com a noiva. Ela permanece escondida de amigos e
parentes, até soarem os clarins da marcha nupcial de Wagner. Então, ela
surge aos olhos de todos aqueles que estão de frente para a congregação.
Fileira a fileira, as pessoas se voltam para a ala central. Elas arquejam,
exclamam, riem, resplandecem e se regozijam. A noiva é o centro da
cerimônia nupcial e irradia toda esperança e sonho daquele dia. Talvez seja
por isso que Deus tenha escolhido i símbolo da noiva para representar a
igreja. Cristo queria que sua igreja fizesse com que as cabeças se
voltassem, que virasse o mundo de cabeça para baixo, e chamasse
atenção sobre si mesma como o local de esperança e fé num mundo
permeado pelo cinismo. Jesus falava sempre sobre núpcias. Vide: (Mt.22:114, Mt.25:1-13, Lc. 12:35-36, Lc. 14:7-11, João 2:1-11.) No antigo
testamento Deus se referia ao povo de Israel como sua noiva.( Os. 2:19-20)
Mais tarde Jesus contou histórias sobre banquetes nupciais, pais de noivos,
lugares em banquetes e realizou o seu primeiro milagre numa festa de
casamento.Assim, projetou na tela bíblica os quadros de um casamento,
sendo Ele próprio o noivo.Os escritores do N.T. designaram a igreja como
noiva. E nas últimas páginas da Bíblia ocorrem as maiores núpcias de todos
os tempos, com todos reunidos e todos se regozijando. Jesus Cristo, o
Cordeiro de Deus, e sua noiva, a igreja, encerram nosso calendário com
uma celebração nupcial que fará as festividades do Reveillon na Times
Square de Nova Iorque parecer um churrasquinho caseiro...” “ Pois são
chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se preparou...)(Ap. 19:7
SWINDOLL,Charles R. A Noiva de Cristo.Ed.Vida.SP. 1996. pp.9-10) Eis
alguns textos que mostram a noiva, o noivo e o esposo: II Co. 11:2 , Ap.
19:7 , 22: 17, Mt. 25: 1-6 , Mt. 9:15 .
C) Missão Global da Igreja – Min. p/ com Deus interno e externo
A Igreja é chamada para servir a Deus de três maneiras:
1- Servir a Deus em Adoração.
2- Servir aos santos em nutrição
3- Servir ao mundo em testemunho.
Glória de Deus
Compaixão – Evangelismo
Nutrição- Dons- Diaconia
Culto- LiturgiaCorpo de obreiros- H.
e M.
Pedra angular – Supremo
Pastor – JESUS CRISTO.
Cabeçajo
3 MODELOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL CRISTÃ
Segundo Richard Niehbur,teólogo Norte-americano, estes três modelos
devem ser assumidos pelas igrejas:
1 – A IGREJA APÓSTOLA – Que é enviada ao mundo como
representante de Deus e deve anunciar ao mundo a vontade de Deus e o
sonho de Deus.
2 – A IGREJA PASTORA – A igreja que cuida e se solidariza, que não
descarta a dimensão profética do consolo e da denuncia.
3- A IGREJA PIONEIRA – Que é a primeira a realizar no mundo a
vontade de Deus e que testemunha que o novo mundo sonhado por Deus é
possível. Se o mundo tem racismo, a Igreja deve ser a primeira a mostrar ao
mundo que é possível supera-lo. Se há má distribuição de riquezas no mundo,
a igreja precisa ser a primeira a criar uma sociedade local mais justa.
Servir a Deus em Adoração:
Culto Pessoal
Culto Congregacional
Elementos do culto – Os cânticos, a leitura Bíblica, a oração e a pregação.
Servir aos santos em nutrição: Ef. 4:13
Edificação – instrução, ensino.
Interdependência – Exercício dos dons, Koinonia, mutualidade
Ministérios
Servir ao mundo em testemunho:
Evangelização – At. 1:8, Mt. 28:19-20
Missões – “Até aos confins da terra”. Intercessão – I Tm. 2:1-4
Compaixão – Serviços sociais ao mundo. Filantropia. A história aponta a Igreja
fundando escolas, Universidades, orfanatos e hospitais. A Igreja lutou
combatendo a escravatura. A Cruz Vermelha foi iniciativa de cristãos.
Organizações como Asas de Socorro, Visão Mundial e Exército da Salvação
servem a milhares de necessitados em nome do Senhor Jesus.
d) REINO DE DEUS E IGREJA
O que é o Reino de Deus?
“O principal significado da palavra hebraica para reino, “malkuth” no
Antigo Testamento, e a palavra grega “basiléia” no N.T. é : “posição,
autoridade e soberania exercida por um rei. Antes de tudo, um reinado é
regido por uma autoridade, a soberania de um rei. “No entanto, um reino onde
a realeza não é exercida, é vazio.” George Eldon Ladd
O reino dos céus sinaliza o domínio do céu e dos seus valores sobre a
terra e inclui os sistemas econômico, social, político e religioso mundiais. O
povo judeu da época de Cristo esperava esse reino messiânico ou davídico.
Quando João, o batista, surgiu, foi exatamente este o reino que anunciou como
próximo. (Mc. 1:15)
A proclamação do “Reino dos Céus” é o ponto central da pregação de
Jesus. A expressão “Reino dos Céus” vem do hebraico “malktüth
Shãmayim”; e pode ser traduzida como reino dos céus ou reino de Deus. O
evangelista Mateus, sensível ao fato que os judeus por respeito não
mencionavam o nome de Deus, prefere usar a expressão “ reino dos céus”.
Reino dos céus é o domínio de Deus sobre toda a criação, as pessoas e
o mundo; tanto no presente como no porvir. (Mt.5:3 , 12:28, Rm. 14:17) Reino
de Deus é onde Deus reina, a extensão do governo justo de Deus sobre toda a
criação. O reino de Deus é Jesus Cristo trabalhando, trazendo o mundo de
volta para si. É Deus conquistando toda a oposição, para que toda a criação
possa finalmente adora-lo.
Em Romanos 14:13-19 temos o exemplo de uma igreja que estava
deixando de expressar o reino.
Quando Jesus enviou seus discípulos a pregar, disse-lhes: “Por onde
forem, preguem esta mensagem: - O reino dos céus está próximo.” Mt.10:7
Então, o trabalho da igreja primitiva era proclamar o reino. Nos 40 dias entre a
ressurreição e a ascensão, Jesus ensinou sobre o Reino.(At.1:3)
 O evangelista Filipe pregou as “Boas Novas do Reino de Deus” (Atos 8:12)
 Paulo, nos dois anos que esteve em Roma , pregou o Reino de Deus. (At.
28:3) E quando esteve em Éfeso, por dois anos e três meses, pregou o reino. (
Atos 19:8 e 20:25)
Fomos ensinados a crer que o “Reino de Deus” é uma promessa futura
que haveria de se cumprir na volta do Senhor, mas o Reino é uma
realidade presente tanto quanto promessa futura. (1)
Jesus ensina que o tempo pode ser dividido conceitualmente em “esta
era” e a “era vindoura” (Mt 12:32). Paulo declara que Jesus está acima
de todos os principados e potestades não só no presente século, mas
também no vindouro (Ef 1:2).
Quando Jesus voltar e introduzir a Era Vindoura, o Reino de Deus terá
atingido a sua plenitude. Mas, o Reino já invadiu esta presente era na
primeira vinda de Jesus. O preparador das condições ministeriais de
Jesus; João Batista declarava: “arrependei-vos porque está próximo o
Reino dos Céus” (Mt 4:17).
Paulo, no entanto, conforta os Colossenses afirmando que já haviam sido
transportados para o Reino: “ Deus nos livrou do poder das trevas e nos
transportou para o Reino do Filho do Seu amor” (Col 1:13) e Cristo faz a
declaração cabal: “ se expulso demônios pelo Espírito de Deus,
certamente é chegado a vós o Reino de Deus” (Mt 12:28).
Na era presente, o poder das trevas e o Reino coexistem. Cristo nos
envia como embaixadores de seu Reino a um mundo que jaz no maligno
(I João 5:19). Satanás é o deus deste século (II Cor 4:4). E os reinos
deste mundo lhe foram entregues (Lc 4:6 , Mt 4:9). O mundo espiritual da
maldade ganhou visibilidade na terra através do corpo do ser humano.
O Reino de Deus também ganha visibilidade através do novo homem
recriado à imagem de Cristo e agrupado socialmente numa nova família,
chamada “ Família de Deus”, a Igreja! Logo, a Igreja existe, porque o
Reino de Deus é chegado. A Igreja não é um fim em si mesma, o alvo da
Igreja é expressar o Reino!. O Reino não se instala com visível aparência.
Aqui jaz o erro dos que levianamente querem o crescimento da Igreja e
não do Reino! Considere a afirmação de Jesus: “Não vem o Reino de
Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o
Reino de Deus está dentro de vós.”(Lc 17:20). O Reino de Deus é o
domínio de Cristo, começando no território do coração humano e que se
estenderá a todas as coisas criadas.
“ Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e
alegria no Espírito Santo.” (Rm 14:17). O Reino de Deus não tem como
alvo o atendimento das necessidades básicas do ser humano. Isto a
igreja deve e pode fazer. (At 6, Tg 1:27, 2:14-26).
O Reino de Deus constitui-se na mensagem central de Jesus, que é o
Messias do Reino. O Reino de Deus significa o domínio e a soberania de
Deus. Em Jesus, o Reino irrompe na história e em sentido escatológico,
terá a totalidade de sua consumação, quando se der a sua parousia; sua
volta. O Reino de Deus como era vindoura significa a destruição final do
poder de Satanás. A igreja constitui o povo do Reino, mas não pode ser
identificada com o Reino.( Banister,Doug A Igreja da Palavra e do
Poder. P. 95 )
A Igreja que começa a expressar o Reino cresce:
 Posição de enfrentamento de toda a forma de demonismo – (Mt 12:28)
 Clero e laicato são embaixadores da parte de Cristo – (II Cor 5:20)
 Ver mais o Reino e menos as estruturas (Igreja local e denominação) –
Lc 17;20-21
----------------------------------1
1 -WAGNER Peter. Estratégias para o Crescimento da Igreja.Ed.Sepal.SP. p. 104
Os embaixadores do Reino: Ler 2 Co. 5: 17-20
Cada cristão é um embaixador. Estamos aqui para proclamar o Reino de
Deus; vivendo-o por antecipação diante de todos os homens. Os
embaixadores viajam para a embaixada em território estrangeiro, não
representando a si mesmos, mas o seu país soberano.
A queda e o reino: O homem está em rebelião com Deus e a Terra sob
maldição. Deus promete implantar aqui o protótipo de um reino perfeito.
No devido tempo, uma espécie de fermento levedará toda a massa de
povos e todos os governos da Terra se pautarão pelas leis do Reino de
Deus.
Deus tem diante de si um desafio. Ele não pode agir na ilegalidade. Ele
não pode agir como agiu o inimigo “usurpando” a autoridade que havia
sido delegada a Adão. Deus conta com os que invocam o seu nome e têm
os pecados cobertos aos seus olhos. O primeiro ato remidor e
pedagógico de Deus está registrado em Gênesis 3:21. “Fez o Senhor
Deus vestimentas de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.” Temos
aqui o princípio da expiação. Perdão ou cobertura da ofensividade do
pecado mediante o sacrifício de uma vítima inocente. (Hb.9:19-28)
UM Reino Eterno
O Reino de Deus é uma nova realidade que invade a história. Nas visões
de Nabucodonozor interpretadas por Daniel, ele enquadra os impérios
mundiais, situando-os dentro do macro-plano divino. (ver Dn. 2: 26 a.)
A Estátua vista no sonho tem a Cabeça de ouro- (v.32) Era de
Nabucodozor- Império Babilônico – 610-538 a.C.
Tem o Peito e braços de prata – Ciro – Império Medo-Persa – 536- a 333
a.C. Tem o Ventre e quadris de bronze – Alexandre- Império Grego – 333
a.C. a 167 a.C. Tem as pernas e pés de ferro e barro – Império Romano –
63 a.C. a 1450 d.C.
O verso 43 descreve o período romano. O v. 44 traz uma surpreendente
revelação:
“Mas, nos dias destes reis, o Deus dos céus
suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não
passará a outro povo: esmiuçará e consumirá todos estes reinos,
mas ele mesmo subsistirá para sempre.”
“ Deus suscitará...” A vinda de Cristo é um ato de soberania divina, bem como
a implantação do Reino indestrutível. Transcrevo a seguir o texto do Pr.
Ariovaldo Ramos, sobre reino de Deus:
“O Reino de Deus, no sonho de Nabucodonozor, é a pedra que é lançada
contra a estátua formada de ouro, prata, ferro e com pés de barro e ferro
misturados”. A pedra derruba a estátua, transforma-a em pó que o vento
espalha, cresce, virando uma montanha, e alarga-se ocupando toda a terra.
A estátua compreende toda a história humana até a chegada do Reino. Nela
está contida toda a tentativa humana para resolver o próprio dilema existencial.
São as três perguntas que basicamente a raça humana faz:
1- Quem somos de onde viemos e para onde vamos?
Para responder, inventamos inúmeras religiões e filosofias. O reino responde
dizendo: Somos de Deus e para Ele devemos viver o que só é possível por
meio de Cristo Jesus.
2- O que fizemos com a riqueza gerada no planeta?
Para responder, inventamos as diversas teorias econômicas e formas de
governo. Contudo continuamos com a fome e a miséria. O reino responde
dizendo com uma única palavra: Solidariedade – quem tiver duas túnicas divida
com quem não tem, quem tiver comida faça o mesmo. (Lc. 3: 11)
3- O que devemos fazer para vivermos juntos?
Para responder, temos praticado todo o tipo sociedade familiar, desde o clã, a
mais primitiva das sociedades, até as democracias mais aprimoradas e
continuamos a conviver com a violência, a guerra. O reino responde com outra
palavra: Fraternidade. Trate o próximo como você gostaria de ser tratado. O
reino é o novo sistema que vem para destruir o antigo tipificado pela estátua.
Por isso o reino exige adaptação. O reino é o jeito divino de resolver o
problema do homem. O reino dos céus é o poder que reverte os efeitos da
queda. A queda trouxe a enfermidade, o reino traz a cura. O reino de Deus
escolhe os pobres, os que mais sofrem os efeitos da queda.
O reino de Deus já está implantado na história e já deu os sinais visíveis de sua
presença, mas será consumado no futuro escatológico. Vivemos hoje a tensão
entre o que já experimentamos da redenção e o que ainda aguardamos, pois
“em esperança somos salvos”. Vivemos hoje as primícias do reino: salvação,
libertação, santificação, e os favores da Graça de Deus. Mas há dimensões
que ainda não vivemos, pois os espíritos das trevas ainda atuam nosso corpo
físico ainda se corrompe o pecado ainda nos é possível e a morte será vencida
quando Jesus entregar o Reino ao Pai.
d) Temas Contextuais: A cultura e a Igreja, Teologia da Prosperidade,
nonas teologias.
As “portas do inferno” valem-se de muitos artifícios para atacar a Igreja
de Jesus. Segundo Elinaldo Renovato (Perigos da Pós-modernidade. 2007
p.122) O viés teológico é um deles. “Satanás investiu em homens cultos,
intelectuais e sábios segundo o mundo para minar a ortodoxia bíblica.” Ex.:
Friedrich Schleiermacher (1768-1834) Ensinou que não há religiões falsas ou
verdadeiras. Todas elas, com maior ou menor grau de eficiência, têm por
objetivo ligar o homem finito com o Deus infinito.
Karl Barth (1886-1968) Em seus estudos de tese, antítese e síntese, o certo e
o errado, a verdade e a mentira podem coexistir. Para ele, a Bíblia não é a
palavra de Deus, apenas a contém.
Paul Tillich (1886-1965) Para ele, Deus não existe. Deus não é um ser, mas
um poder de ser, o fundamento de todo o ser, porém, não objetivo nem
sobrenatural.
Rudolf Bultmann (1884-1976) Para ele, a Bíblia está eivada de mitos tais
como os relatos miraculosos do Velho Testamento, a concepção virginal de
Jesus, sua ressurreição e milagres. Defendeu a demitologização.
JESUS SEMINAR – Em 1985, um proeminente estudioso do Novo Testamento
chamado Robert Funk fundou um grupo de pesquisa no Sul da Califórnia ao
qual ele deu o nome de Jesus Seminar [Seminário Jesus]. O propósito
ostensivo do Seminar era descobrir a pessoa histórica de Jesus de Nazaré
usando os melhores métodos da crítica bíblica científica. Na visão de Funk, o
Jesus histórico tem sido sobreposto por lenda, mito e, assim, certamente não
se parece com a figura de Cristo apresentada nos Evangelhos e adorada pela
Igreja hoje. O alvo do Seminar é arrancar essas camadas e recuperar o Jesus
autêntico, aquele que realmente viveu e ensinou.
TAREFA II
PESQUISAR E RESUMIR O PENSAMENTO DAS NOVAS TEOLOGIAS:
Teologia da Prosperidade - Teologia da Esperança – Teologia do ProcessoTeísmo aberto ou teologia relacional, igreja emergente.
Fontes: Internet, Livro “A SEDUÇÃO DAS NOVAS TEOLOGIAS” de Silas
Daniel. CPAD. RJ. 2007 , Apostila: “Pastor e Mundo Contemporâneo” Pr. Sila
Rabello.
Assistir no Youtube:
O Problema do Pensamento Liberal – 5,05 min. Pr. Hernandes Dias Lopes
https://www.youtube.com/watch?v=mWU4YEubM0A
O que é o Liberalismo – 6,51 min. Bispo Walter McAlister
https://www.youtube.com/watch?v=qIndrsgbWqs
Teologia Liberal Pr. Fôlton Nogueira – 13:10 min.
https://www.youtube.com/watch?v=4WCOA950vqs
TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
UNIDADE II - BASES ÉTICAS DA FÉ CRISTÃ
Definição de ética cristã – A palavra “ética” tem origem no grego “ethos” e
significa costume, disposição, hábito, uso, conduta. Pode ser definida como um
conjunto de valores morais e princípios que norteiam as ações sociais nos
âmbitos individual e coletivo. Está estreitamente relacionada à moral, quase a
ponto de confundir-se com ela, dessa forma, cabe ressaltar sua principal
distinção: enquanto a moral é descritiva, a ética é normativa. A moral
caracteriza a conduta humana (se é correta ou incorreta). A ética ensina como
se deve agir. Podemos dizer que a ética cristã é o conjunto de regras de
conduta aceitos pelos cristãos que têm por fundamento a Palavra de Deus (
BRUNELLI, Pr. Walter.lições da Palavra de Deus- Ética Cristã. CPAD.p5)
Observe o texto de Ef.4:17-19 – Ele é descritivo ou normativo? Agora observe
os vs 25 a 32, soa descritivos ou normativos?
Glen Schultz tem a seguinte proposição: “Na base da vida de uma pessoa
encontramos seus valores e, seus valores dirigem suas ações.”
Conduta
Moral (Caráter descritivo)
Ética (Caráter normativo- ensina como deve agir)
Josh McDowell também afirma que aquilo que a pessoa acredita, se traduz em
comportamento. Crenças criam valores que resultam em atitudes. A ética atua
no campo dos valôes (Axiologia) e no campo dos deveres. (deontologia)
A vida sem regras- Há um termo próprio para nomear a vida desregrada:
antinomismo. É originado da junção de duas palavras gregas, “ anti= contra” e
“nomos = lei”. Antinomismo é o ato de insubordinação às regras movido pela
liberdade de se fazer o que se considera adequado.
“A essência da queda do homem foi sua vontade de ser o seu próprio
deus, sua própria fonte de lei e moralidade.” R.J. Rushdoony
Brunelli ainda descreve algumas características negativas do antinomismo:


Subjetividade- O indivíduo busca fazer o que considera certo
independentemente do que está determinado.(I Rs.11:6)
Individualidade- O indivíduo age autonomamente buscando para si o
que é do seu interesse sem se importar com as regras coletivas.(Fp.2:4).


Relatividade- Ignora as bases normativas de valor que aprovam ou
desaprovam os atos morais.(Sl.94:20-21) A Bíblia chama o “mal moral”
de pecado.
Irracionalidade- Leva à ação impulsiva e emotiva sem que sejam
consideradas as consequências.(II Sm 11:2-5).
Para um aprofundamento em ética cristã, sugiro os livros: Ética CristãAlternativas e questões contemporâneas. Norman L. Geisler. Soc.Rel.Ed.Vida
Nova.SP
Ética Cristã Hoje- Vivendo um cristianismo coerente. Alan Pallister.Shedd
Publicações.(Trata-se de uma análise do 10 mandamentos )
A ÉTICA ESCRITURÍSTICA E O RELATIVISMO MORAL
Samuel R. Pinheiro traz a seguinte contribuição: “Parece-me a mim que
vivemos hoje a nível global numa profunda perturbação e tensão. O homem e a
sociedade não sabem onde encontrar o cânon ético dois mil anos depois de
Cristo – o único que nos pode salvar (só que Ele não se impõe a não ser no
desfecho da História). Terrorismo, pedofilia, sida, fome, ecologia, armas de
destruição maciça, tráfico(s), (tóxico) dependências, etc.
O humanismo, o materialismo, a secularização empurraram o homem
para o relativismo, o pluralismo, a privatização, o hedonismo, a indiferença, a
apatia. Parece que hoje em dia o único pecado é proibir ou declarar que há
uma só verdade.
A nova ortodoxia é a “tolerância”, que, nas palavras de Colson, é “redefinida
como a liberdade de poder escolher o que quiser dentre os elementos de um
cardápio de vida moralmente equivalentes – homossexualidade, adultério,
promiscuidade pré-conjugal. Faça a sua opção. E esse tipo de tolerância, que
em si mesmo é uma postura moral, pisa na sensibilidade daqueles que se
apegam aos absolutos morais – sobretudo os cristãos”. (Dale & Sandy Larsen;Sete
Mitos Sobre o Cristianismo; Vida; p. 22)
Pela ginástica do raciocínio comum hoje, os escritores dizem que não podemos
mais retomar àqueles valores ingênuos, pois os problemas da sociedade atual
são por demais complexos e esmagadores. E quais são esses problemas?
Gravidez na adolescência, elevado número de divórcios, doenças sexualmente
transmissíveis, pais ausentes, famílias criadas só pelo pai ou só pela mãe,
vulgarização e exploração do sexo na mídia, conflitos raciais, violência nos
meios de comunicação, violência das gangues, crianças que matam sem
remorso. Etc. a lista assustadora parece não ter fim.
A lista deixa os cristãos decepcionados e desconcertados, pois são
exatamente os problemas que poderiam ser resolvidos – ou pelo menos
atenuados – por meio do comprometimento com a moral bíblica. São
problemas que se exacerbaram justamente quando a sociedade abandonou os
valores cristãos. A coincidência é grande demais para não ser levada em
consideração.” (Dale & Sandy Larsen;Sete Mitos Sobre o Cristianismo; Vida; pp. 17)
O que acontece quando uma sociedade nega a importância do certo e
errado? A resposta está na parede de uma prisão, na Polônia: “Libertei a
Alemanha da estúpida e degradante falácia de consciência e moralidade”.
Quem fez tal jactância? Adolf Hitler. Onde estão afixadas estas
palavras? Num campo de extermínio nazista. Os visitantes leem a declaração,
e então veem os resultados: uma sala abarrotada com milhares de libras de
cabelos de mulheres, salas cheias de retratos de crianças castradas, e fornos
de gás que serviram para a solução final de Hitler. Paulo descreve-o melhor:
“Seu coração insensato se obscureceu” (Rm 1.21) (Nas Garras da Graça, Max
Lucado, Vida, pp.38)
Quando pensamos em ética Escriturística pensamos em todos aqueles
termos bíblicos usados, tais como: Lei, testemunhos, caminhos, preceitos,
decretos, mandamentos, juízos e Palavras. Talvez alguém possa objetar: Mas
o Alcorão não tem também proposições morais? Sim, tem. Vishal Mangalwadi,
escritor indiano foi bem perceptivo ao dizer: - “O islã e a fé cristã compartilham
a ideia de absolutos morais. A diferença é que Alá é majestoso demais para vir
a uma estrebaria suja ou para um coração impuro.” (MANGALWADI, Vishal. O Livro Que
Fez o seu Mundo. Ed. Vida. SP. 2012. P.299)
Partimos da seguinte premissa: A Bíblia é um tratado de proposições e não de
sugestões, portanto é O Livro da ética do Reino de Deus. A inserção do
homem nesse Reino (Ethos divino) não se dá por assentimento mental, mas
por Novo Nascimento. O homem se degenerou, caiu no antinomismo e se
afastou do seu referencial ético: Deus. Jesus Cristo veio para reconduzi-lo ao
seu Criador e dar a ele o poder para viver uma vida separada da corrução
moral. Nesse processo, duas agentes se destacam: O Espírito Santo e a
Palavra. O Espírito convence-o da sua degeneração, a Palavra instila nele e
ética do Reino. Podemos falar de ética cristã como sendo:
Ética teocêntrica – Teocrática e não democrática - Fundamentada na
Revelação bíblica que nos desperta a conhecer a vontade de Deus para nós.
Samuel R.Pimheiro nos esclarece neste o seguinte: “A ética bíblica não
depende de maiorias ou de minorias. O que significa que a sociedade pode ser
chamada a decidir em referendo o que quer que seja e pronunciar-se de modo
contrário aos princípios que a Bíblia encerra e, como cristãos, continuaremos a
pensar e a agir de acordo com ela e não com a maioria social. O pecado não é
decidido pela consciência humana, pela sociedade no seu todo ou pelas
estruturas do poder político. Certas práticas podem ter sido consideradas no
passado erradas e até mesmo um crime, e jurídica e politicamente deixarem de
o ser. O que pode deixar de ser crime na ordem jurídica continua a ser pecado
diante de Deus. O que os homens consentem e liberalizam, Deus reprova. O
pecado existe diante da santidade divina e do Seu plano e propósito. As
instituições humanas podem despenalizar e liberalizar o que entenderem, não
conseguirão evitar as suas consequências presentes e eternas.”
Ética Cristocêntrica e evangélica- Formatada em Cristo e seus
ensinamentos e esta nos molda à sua imagem. (2 Co. 3:18, Ef. 4:11-13) “Uma
ética que nos torna apenas diferente do mundo, mas não nos aproxima da
imagem de Cristo, não é cristã.” Carlos César Mendes Ribeiro
O que a Palavra de Deus faz por nós? De acordo com o Salmo 19:7-14 –
1- A BÍBLIA NOS LEVA DE VOLTA PARA DEUS. (V.7) “a Lei do Senhor é
perfeita e restaura a alma.” A palavra “perfeita” foi traduzida do
hebraico “tâmîm” com um amplo sentido. Como substantivo fala de
integridade, verdade. Como adjetivo qualifica o que é irrepreensível,
completo. Quando usada no sentido moral, está associada à virtude,
retidão e justiça. (Bíblia de Estudo Palavras Chave. CPAD. P.2006 verbete V.T.8549)
A Lei (Torah) do Senhor é perfeita porque procede de um Deus
perfeito. As Escrituras declaram que: Deus é Perfeito. (Dt.18:13, Mt.5:8) O
caminho de Deus é perfeito. (Sl.18:30) A Lei de Deus é perfeita. (Sl.19:7)
Toda Palavra de Deus é perfeita. (Pv.30:5) Bíblia como mensagem
procedente de Deus é isenta de quaisquer contaminações, maldades ou
deformidades.
A Lei do Senhor é perfeita e restaura a alma! A palavra hebraica da
qual se traduziu o termo “perfeita” tem o sentido de fazer voltar, trazer de
volta. Sua mensagem tem o poder de restaurar a alma, ou seja:
converter, reviver, Transformar, Fazer voltar, levar o ser humano de volta
para Deus.
A Bíblia atua na “ALMA”, referindo-se ao centro das emoções e
sentimentos, ao verdadeiro “Eu”, à pessoa interior. É nesse centro tão
íntimo do ser que Deus diz: “Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir
a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele, e ele
Comigo.” (Ap. 3:20).
2- A BÍBLIA NOS CONCEDE SABEDORIA. (V.7 b) “O testemunho do
Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices.” Testemunho do Senhor é
instrução, conselho. Esta instrução é fiel, ou seja, é segura, firme, certa,
verdadeira, inabalável, inconfundível, digna de confiança! Já se disse que a
Bíblia é o “Manual do Fabricante”. Deus conhece o ser humano que criou
e quer instruí-lo para que ele funcione bem, isto é, seja feliz.
E o verso conclui que a Palavra de Deus transforma o símplice em
sábio. “Símplice” vem de uma expressão que significa “Uma porta
aberta” . Evoca a imagem de uma pessoa ingênua, sem maldade, que não
sabe quando fechar a sua mente contra o ensinamento falso e impuro. A
pessoa não tem discernimento, é ignorante e influenciável. Mas a palavra
de Deus a torna sábia!
“Sábio” – Fala de alguém que não apenas conhece fatos, mas
alguém que é habilidoso na arte do viver santo, habilidoso em todas as
questões da vida.
O pastor de confissão Luterana Dietrich Bonhoeffer que se engajou
no movimento de resistência contra Hitler e foi executado em 9 de abril
de 1945, disse: “Ser simples é fixar os olhos unicamente na simples verdade
de Deus quando todos os conceitos se mostrarem confusos, distorcidos, de
pernas para o ar.” Dietrich Bonhoeffer
A poetisa goiana, Cora Coralina, com muita propriedade,
deixou-nos esta pérola: “O saber a gente aprende com os mestres e os
livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes.”
Deus revela os seus segredos aos pequeninos! (Mt.11:25)
Deus caminha com os inexperientes! “A entrada das tuas palavras dá luz, dá
entendimento aos símplices.” (Salmos 119:130)
3 – A BÍBLIA NOS CONCEDE ALEGRIA INTERIOR. (V.8) “Os preceitos
do Senhor são retos e alegram o coração.”
“Preceitos” são ensinos. Eles são retos, justos, corretos e
satisfatórios e produzem bem estar interno. Numa época onde a
insatisfação com a vida e até mesmo a depressão têm assolado muita
gente, nada mais oportuno do que a interiorização dos ensinos de Adonai,
o nosso Senhor!
As verdades das Escrituras apontam a trilha apropriada através do
confuso labirinto da vida. Tantas pessoas hoje estão aflitas ou abatidas
porque carecem de direção e propósito. As pessoas estão buscando
respostas às grandes questões da vida e para os seus conflitos. Quais
fontes consultar? Os tarólogos? Os horóscopos? Os búzios? As
cartomantes? As revistas femininas?
A maioria busca respostas em fontes erradas. A Palavra de Deus não
somente fornece LUZ para o nosso caminho, mas também determina a
rota à nossa frente. Se você está confuso, deprimido, ansioso, temeroso,
duvidoso, aprenda a obedecer ao CONSELHO DE DEUS e desfrute o
prazer que disso resulta. O viver correto é gerador de alegria.
Cuidado com os paliativos: Autorrealização, esforços artificiais para
levantar a autoestima. São pílulas de placebo. O resultado psicológico logo
passa.
Concentre-se na verdade divina. Nela você encontrará alegria
verdadeira e não apenas circunstancial. Todas as outras fontes geradoras
de alegria são superficiais e passageiras.
4 – A BÍBLIA NOS PERMITE VER. (V.8 b) “O mandamento do Senhor
é puro e ilumina os olhos”. O Mandamento, ou seja, o conjunto das
normas de Deus é um ensinamento proposicional. Enfatiza a natureza não
opcional da Bíblia. Ela não é um livro de sugestões! É propositiva! As
ordens divinas possuem autoridade e são obrigatórias.
Tratar com leviandade os mandamentos é se colocar em risco. Levar
a sério é encontrar a bênção eterna.
O mandamento é “puro”, claro, luminoso. Isento de misturas
contaminantes. Ele nos ajuda a discernir e enxergar situações. A Bíblia não
é um livro confuso. Ela traz entendimento onde há ignorância, ordem
onde há confusão, luz onde há escuridão espiritual e moral. Ah! Como
precisamos ter os olhos aclarados pela Palavra do Deus vivo!
5- A BÍBLIA NOS ENSINA A RESPEITAR DEUS (V.9) “O temor do
Senhor é límpido e permanece para sempre.” Numa época em que os
costumes, as conveniências sociais, as regras de educação são
quebrantadas e mudadas a cada geração, a regra apresentada neste verso
é eterna e inalterável!
E que regra é esta? A regra do temor ao Senhor! Temor é respeito,
reverência, admiração reverente que nos compele à adoração. Este
“Temor” do Senhor é límpido. É um respeito casado com santidade, com
retidão de vida. É impossível reverenciar Deus com uma vida torta,
praticando tudo o que Deus reprova. “Não ter o temor do Senhor é a
essência da apostasia.” (Jeremias 2:19)
O Relativismo Moral: Mark Shaw observa o seguinte: “A pós-modernidade
traz consigo uma ideologia chamada “Pós-modernismo”. Essa nova
ideologia, de muitas maneiras, é antagonista à fé cristã. Por exemplo: O
pós-modernismo opõe-se ao conceito de verdade objetiva e absoluta. No
lugar da verdade absoluta, apregoa o evangelho do relativismo. A verdade
para alguém é aquilo que a faz se sentir bem.” (SHAW, Mark Lições de
Mestre. Ed.Mundo Cristão. SP. 2004. P. 227)
O relativismo moral está presente na pós-modernidade onde as suas
características principais são:
◘ Rejeição de uma cultura religiosa com padrões morais absolutos e
aceitação de uma religiosidade interiorizada, onde vale o que acho certo.
◘ A convicção cedeu lugar à opção e o mandamento virou sugestão
normalmente ignorada. A Bíblia perde a posição de “Única Regra de Fé e
Prática”.
◘ Mensagem centralizada no homem, tornado-se um exercício de
autoajuda e promessas de prosperidade.
◘ Relativização dos valores morais. Não há absolutos, tudo é relativo. O
que importa é o bem estar da pessoa. Tolerância ética para com os
padrões amorais. Homossexualidade não é pecado e nem desvio de
conduta; é opção sexual.
◘ Rompimento das Tradições. Abaixo os tabus, os costumes arcaicos, os
dogmas e até mesmo a maneira de falar. Prima-se pela subtração das
palavras que diminuem em número de silabas. Observe o pronome de
tratamento “você”. Antigamente era “vossa mercê”, depois virou “ vós
mercê”, chegou a “ você” e atualmente pronuncia-se apenas “cê”.
◘ Isolacionismo – O escritor polonês Zygmunt Bauman, no seu livro
“Identidade” ( Jorge Zahar Ed. RJ.2005.p.31) comenta que “estamos
perdendo a capacidade de estabelecer interações espontâneas com
pessoas.”
◘ Colapso do modelo tradicional de família. Abaixo as formalidades legais
(união civil) e conceitos de “casal”. O novo casal pode se constituir de dois
iguais. Desaparece a ideia milenar de “complementariedade dos sexos”.
◘ Ditadura da “Democracia Liberal” – Caminhamos para isto. Uma nova
forma de fundamentalismo, que impõe à sociedade a obrigação de aceitar
e tolerar tudo aquilo que, sabemos, contraria a ética cristã. Veja os
absurdos recentes da “Lei da Homofobia”. É a ditadura das minorias.
◘ Espiritualidade Light – Banalização da oração, da meditação e da
comunhão congregacional. Preferência por igrejas que não abordem na
pregação temas como: arrependimento, pecado, cruz, ressurreição,
santidade, etc.
◘ Desconstrução da Divindade de Jesus – Críticos tentam achar algum
defeito em Jesus. Observem o esforço infernal em “O Código da Vinci” de
Dan Brawm. Jesus vem sendo reduzido a um grande líder, no mesmo nível
de Buda, Ghandi, Dalai Lama. Um iluminado, mas não Deus. Sendo assim,
cai por terra princípios como o da Ressurreição, mediação, sacerdócio.
Características do Cristianismo Atual
∆ Época onde impera o individualismo, relativismo, secularismo e
consumismo.
∆ Ressurgimento de uma cultura pagã que afeta o culto. Esse paganismo é
revelado em aspectos tais como: A reverência cede lugar à descontração;
o bem-estar do fiel é mais importante que sua contrição; Deus é
transformado numa espécie de força, sempre à disposição do usuário,
mas que não lhe incomoda nem exige mudança comportamental.
∆ Negligência e desprezo para com a pregação e a Palavra de Deus.
∆ Valorização da música para produzir em elevado clima emocional.
∆ Valorização das experiências emocionais sem muito apelo à razão.
∆ Falta de cultivo de amizades profundas e verdadeiras. Comunhão frágil.
∆ Sincretismo religioso, resgatando superstições do catolicismo, como
simpatias, copo de água benzido, etc. Resgatando práticas da macumba e
candomblé sobre o pretexto de falar a linguagem deles, tais como sal
grosso, arruda, descarrego, etc.
∆ ameaça de ser seduzido pela cultura circundante. (A cultura está sob
julgamento da Palavra de Deus e não a Palavra sob julgamento da cultura)
∆ Mudança na maneira de se medir a eficiência da igreja. Na igreja antiga,
esta aferição apontava para a Teologia prática, ou seja, a fidelidade com a
qual o Evangelho era pregado e a observação das doutrinas e
sacramentos. Por isso, temos as antigas confissões de fé. Na igreja
moderna, isto é secundário. Mede-se a eficiência pela quantidade de
membros. (FERREIRA, Franklin.Gigantes da Fé.Ed. Vida.SP.2006.pp.336-345)
ALTERNATIVAS ÉTICAS
Ética Deontológica – Quando o conceito do certo e errado é determinado
por padrões pré-estabelecidos, que pretendem valer para todas as
pessoas em todas as épocas. EX.: A Bíblia para os cristãos. O Alcorão para
os muçulmanos. Deontologia- Parte da filosofia que estuda os princípios,
fundamentos e sistemas de moral. Tratado dos deveres.
A Deontologia com diretrizes dos deveres do homem, foi estabelecida
desde a Criação.(Gn1:28)..”frutificar, multiplicar,trabalhar a terra,
dominar a criação animal.”.
Ética Teleológica- Quando o conceito do certo ou errado depende dos
resultados positivos das nossas atitudes, o resultado define o que é certo
ou errado. Ex: A pena de morte e a liberação das drogas são válidas se
diminuírem a criminalidade.
Teleologia - É um ramo da filosofia que estuda a finalidade das coisas.
Enquanto a metafísica procura qual é a essência das coisas, como elas
surgiram e de que forma surgiram, a Teleologia estuda a finalidade de
qualquer coisa. Quando o filósofo pensa na teleologia, não está pensando
qual é a origem do mal, qual é a essência do mal, mas vê que o mal existe
e, portanto, o mal deve ter uma finalidade.
Ética Situacionista- Quando o certo ou errado está vinculado ao contexto
social e cultural, onde a decisão é tomada. Ex: Mulher usar calça comprida
era proibido, já hoje, não existe restrição.
A ética do velho testamento
A coluna vertebral da ética veterotestamentária é também conhecida
como Ética do Sinai, quando Deus outorgou o Decálogo e todo um
conjunto de Leis morais e cerimoniais, a Toráh. ( Ex 20:1-17).Os Dez
Mandamentos, por exemplo, não começam com uma ordem fria entregue
ao homem. As primeiras palavras são de fundamental importância. Nelas,
Deus afirma Sua identidade e Seus atos com a intenção de sensibilizar o
povo e de evocar nele uma resposta de gratidão. (Pallister,Alan.Ética
Cristã Hoje.Shedd Publicações.SP.2005.p29)
Além das diretrizes exaradas no Gênesis e das leis do Pentateuco, tivemos
a poderosa ação dos profetas falando com autoridade divina, expondo os
erros do povo e propondo reparações.
O Decálogo tem cordas vinculantes como o “Shemá” = “Ouve ó Israel...”
(Dt. 6:4) que se tornou a aspiração do judeu piedoso.
Ética do Novo Testamento- Origina-se nos evangelhos onde temos as
palavras do Senhor Jesus e dos apóstolos prosseguindo nas demais cartas.
Jesus depurou o cerne da ética cortando a casca na qual os religiosos a
embrulharam e chamou-a de “preceito de homens”.
Ex: Mt 15:1-11. Os discípulos são acusados de violar a tradição dos
anciãos: comer sem lavar as mãos. Jesus os remete ao uma transgressão
muito mais grave que era o desamparo dos pais em nome de uma
pretensa oferta ao Senhor para se eximirem da responsabilidade de
sustentá-los na velhice. Para Jesus, a real contaminação vem do interior da
pessoa.(v.11) enquanto a ética do V.T. apresentava-se mais como regras, a
do N.T. se mostra por princípios.
No Sermão do Monte Jesus afirmou que os seus discípulos são o sal
e a luz do mundo, cujos efeitos são vistos pela sociedade, redundando na
Glória de Deus. (Mt. 5:13-16)
“A ética neotestamentária é uma resposta de agradecimento à obra
anterior do Salvador; uma dívida de gratidão. A ética é firmemente
transcendente e deontológica, embora esse fato não exclua critérios
imanentes (o homem natural tem a Lei escrita em seu coração.Rm2:15) e
teleológicos (o homem ganha benefícios tangíveis em consequência dos
padrões éticos que assume.Ef 6:2-3)” Alan Pallister.2005p.32
Exemplos de caráter normativo da ética do N.T.:
O dinheiro é idolatria- “ deus rival Mamon” – Mt 6:24
A avareza é uma forma de idolatria – Cl.3:5
Comida e bebida para alguns assumem e forma de deus- Fp.3:19
Narcisismo não deve ocupar o lugar de Deus; Rm.1:24
Não se casar com descrente- 2 Co.6:14
Fé e obras caminham juntas- Tg.2:14-26
Amar o inimigo – Mt. 5:44-45
Reconciliação com o irmão – Mt.5:23-24
Olha com intenção impura para uma mulher equivale a adultério- Mt.5:27-28
Não repudiar a mulher a não ser por adultério – Mt.5:32
A ÉTICA DO AMOR
Joseph Fletcher propôs a ética situacionista localizada entre os extremos
do legalismo e do antinomismo. Os antinomistas não têm leis, os legalistas
têm leis para tudo, enquanto o situacionismo de Flatcher tem uma só Lei
ou tipo de “ norma inquebrável”; um absolutismo de uma norma superior:
o Amor.
O Legalismo: A lei sobre o Amor – Legalista é aquele que entra em cada
situação de tomada de decisões sobrecarregado com um fardo de regras
pré determinadas. Para ele, a letra da Lei, não o espírito da Lei, prevalece.
Exemplo clássico: Os fariseus.
O Antinomismo: Nenhuma Lei e nenhum amor – São libertinos, sem
norma alguma. Tomam decisões morais espontâneas e sem princípios
baseadas na situação do momento. Ex: Os libertinos do N.T. Paulo
mencionou um grupo de libertinos que achava que tudo era lícito ao
crente, inclusive participar dos festivais pagãos oferecidos nos templos
idólatras. (I Co. 8:10) O livro do Apocalipse menciona os nicolaítas e os
seguidores de Jezabel, grupos libertinos que ensinavam os cristãos a
participar das “profundezas de Satanás.” (Ap. 2:24) Judas menciona os
libertinos infiltrados na igreja. (Jd.4) (NICODEMOS,Augustos. O Que Estão Fazendo com a
Igreja. Ed. Mundo Cristão.SP. 2008. PP. 131-134)
“O que é liberdade sem virtude? É o maior de todos os males possíveis [...] é
loucura sem limites. Os homens estão qualificados para a liberdade civil na proporção
exata da sua disposição para impor cadeias morais sobre seus próprios apetites.”
Edmund Burke – Estadista britânico – 1791
“Todas as sociedades devem ser governadas de um modo ou de outro. Quanto
menos tiverem restrições do Estado, mais deverá haver de autogoverno individual.
Quanto menos dependerem da lei pública ou da força física, mais deverão depender de
restrição moral particular. Em uma única palavra, os homens precisam,
necessariamente ser controlados ou por um poder interior ou por um poder de fora
deles; seja pela Palavra de Deus, seja pelo braço forte do homem. Seja pela Bíblia, seja
pela baioneta.” Robert C. Winthrop – porta-voz da Casa dos Representante dos Estados
Unidos (1847-1949)
O Situacionismo: O Amor acima da lei - Este, o Amor, é a Lei Maior. O
situacionista não despreza as leis, regras princípios e normas, porém, pode
quebrá-los se a situação o exigir. Ex: Um assassino pergunta por sua
vítima. Nosso dever , nessa hora, pode ser mentir.
Segundo Fletcher, a imagem de Deus no homem não é a razão, mas, sim, o
amor. O amor e a personalidade se constituem na semelhança
característica dos homens e Deus. O amor torna o homem semelhante a
Deus. Fletcher usa a imagem bíblica do resumo de Jesus de toda a Lei num
só mandamento: Amar, aplicado primeiramente e Deus e depois ao
próximo.
A ética do amor no Wesleyanismo- Wesley relaciona os papéis de Criador
e administrador em termos da Lei Moral; aquela imagem incorruptível do
Alto e Santo que habita a eternidade. Deus, como Criador, não realizou
apenas o mundo físico; mas trouxe à existência a ordem moral e espiritual
e esta é uma cópia da mente eterna, uma transcrição da natureza divina.
Em outras palavras, Deus escolheu livremente criar um mundo que
manifestaria os atributos pessoais do Ser divino em termos de santidade e
amos. A Lei Moral- santa, justa e boa- está, portanto, incrustada na exata
natureza da ordem moral e espiritual criada.(COLLINS,Kenneth J.Teologia de Jonh
Wesley. CPAD.RJ.2010.p.57).
O tipo de amor para o cristão que busca a “perfeição cristã” não é mais
um amor incipiente, de principiante, mas um amor tornado maduro, não
mais o frágil sentimento de amor humano, mas uma fagulha de Amor
Divino instalado num vaso humano, como explica William M. Greathouse:
“ O amor é vínculo da perfeição”(Cl 3:14), posto que enlaça as outras
virtudes numa unidade perfeita. Este amor não é natural; é dom de
Deus.[...] que ele comunica ao homem pela infusão do Espírito Santo.
(GREATHOUSE,William M.Dos Apóstolos a Wesley.CNP.SP.2000.p.74).
A ÉTICA DA CRIAÇÃO
“Em seu livro Os Irmão Karamazov (1880), Dostoiévski, através de sua
personagem Ivan Karamazov, diz que, se Deus está morto, tudo é
permitido. Em outras palavras, se não há nenhum padrão transcendente
de bondade, então não pode haver em última instância, nenhum caminho
para distinguir o certo do errado, o bem do mal, e não pode haver nem
santos nem pecadores, nem uma pessoa boa ou má. Se Deus está morto, a
ética é impossível.” (SIRE. James. O Universo ao Lado. United Press.SP.2004.p.130).
O salmo 14 diz: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se
corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que
faça o bem. O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para
ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus.
Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o
bem, não há sequer um.” (Salmo 14:1-3).
O insensato diz: Não há Deus! Se não há um Ser superior com autoridade
para legislar e punir as transgressões, o resultado é o que está indicado no
texto: Corrupção, práticas abomináveis a Deus e negação do bem.
“Os seres humanos nascem com filtro moral. Somos capazes de
distinguir o bem e o mal porque temos senso moral em nossa consciência.
(Rm.2:15) Instintivamente rejeitamos a injustiça e as atitudes absurdas. A
moralidade está instalada em nossa biologia.” (COLSON, Charles e Fickett. A Fé em
Tempos Pós-Modernos. Ed. Vida. SP. 2009. P.83)
Criados para relacionamento – Relacionamento com Deus e com o
próximo. James Houston afirma: “Fomos criados como seres que se
relacionam, mas, como pecadores que somos, nossa perversidade está em
nos relacionar de forma invejosa e não amorosa. Na inveja, desejamos a
posse; no amor, fazemos a entrega.”
A grande descoberta humana sobre Deus não é sobre a sua
transcendência, mas sobre a sua imanência. O Deus que não é uma força
ou energia abstrata e sim uma pessoa acessível.
“Blaise Pascal (1623-1662), gênio da matemática e inventor da
primeira máquina calculadora, estava sentado em casa na noite de 23 de
Novembro de 1654 lendo a passagem do Evangelho sobre as três vezes em
que Pedro negou Jesus. Pascal enxergou a si mesmo na negação de Pedro
e chorou muito. Olhou para o relógio e observou que tudo havia
acontecido entre 22 h30 e 00h30. Dirigiu-se então à sua mesa e escreveu
um profundo e tocante registro da sua experiência, dando-lhe o nome de
Memorial. Passou a usá-lo costurado do lado de dentro de seu casaco.
Nunca mais o seu Deus foi uma ideia abstrata de filósofos, mas o Deus de
Abrahão, Isaque e Jacó, o Deus pessoal que pode entrar em nosso coração
e manter comunhão conosco como se fossemos amigos.(HOUSTON, James. Meu
Legado Espiritual. Ed. Mundo Cristão. SP. 2008. P.62)
Os mandatos do Criador nos remetem:
 À comunhão com Ele.
 À comunhão com os demais seres humanos.
 Ao mandato cultural (Gn.1:28) – Sustentabilidade ambiental; ou
seja, promover o desenvolvimento econômico e social sem esgotar
os recursos naturais e sem agredir o meio ambiente.
Na ética da criação aprendemos também que a história e a meta-história
estão nas mãos do Criador. Do Senhor é a Terra e tudo o que nela se
contém...”(Sl. 24:1) Nas obras que estão na terra devemos reconhecer o
glorioso Criador. (Rm. 1:20, At. 14:17) Tudo o que fez é bom!
“De modo contrário à mentalidade grega (A matéria é má) o Antigo
Testamento afirma o bem essencial da criação. O mundo físico não é um
mal para ser rejeitado; é um bem para ser desfrutado; um reflexo da glória
de Deus.” (GEISLER, Norman L. Ética Cristã – Alternativas...Soc. Ed. Vida Nova. SP. 1991. P. 213)
Deus ordenou todo o Universo bem como as Leis Fixas para a tudo
manter em funcionamento e equilíbrio. (Jr. 31:35-36) O Deus da
Providência não ficou indiferente às decisões éticas do ser que criara. Ele
estabeleceu: O Plano de Redenção, As Alianças, A nação de Israel e o
sacerdócio, a Encarnação e a Igreja de Cristo Jesus.
A história da humanidade vai se desenrolando sobre a Terra, porém,
a Meta-história nos mostra que antes de chegarmos ao ambiente do
planeta Terra, Deus já havia traçado o seu plano de Redenção. (Ef.1:3-7)
“A meta da Redenção é a derrota e remoção do pecado. Deus fez da
Santidade a condição moral necessária para a saúde espiritual do
Universo.” William Fitch
DESAFIOS BIOÉTICOS – Bioética pode ser definida como: “O estudo
sistemático da conduta humana na área das ciências da vida e do cuidado
da saúde, enquanto tal conduta é examinada à luz dos valores e dos
princípios morais.” (REICH, Warren T. Introduction: Encyclopedia of Bioethics. I. XXX. 1971)
Dr. Raul Marino Jr., professor livre-docente de Bioética pela
Faculdade de Medicina da USP e escritor nos presenteia com a seguinte
reflexão:
“O homem é o único animal moral e que sabe que vai morrer. A moral,
entretanto, lhe ensina a arte de viver. A ética nos permite saber quem
somos. A moral é a arte de viver bem como homem. A antropologia
demonstra que o homem ou é ético ou não é homem.” (MARINO, Raul Jr. Em
Busca de uma Bioética Global. Ed. Hagnos. SP. 2009 p. 99)
Na relação médico-paciente espera-se os procedimentos éticos dos
profissionais. No entanto, as questões médicas se entrelaçam com as
teológicas em temas tais como: Aborto, engenharia genética, células
tronco, clonagem humana, eutanásia, métodos contraceptivos, etc. A
Igreja do Nazareno em seu Manual, toma posição nos seguintes assuntos:
Santidade da Vida Humana
A Igreja do Nazareno acredita na santidade da vida humana e esforça-se por proteger
contra as práticas de aborto, pesquisa de células estaminais (células tronco) em
embriões humanos, eutanásia e a negação do necessário tratamento médico aos
fisicamente incapacitados e aos idosos.
Aborto Induzido. A Igreja do Nazareno afirma a santidade da vida humana como
estabelecida pelo Deus Criador, e crê que essa santidade se estende à criança que
ainda não nasceu. A vida é uma dádiva de Deus. Toda a vida humana, incluindo a que
está em desenvolvimento no útero materno, é criada por Deus à Sua imagem e,
portanto, é para ser nutrida, cuidada e protegida. A partir do momento da concepção,
a criança é um ser humano com o desenvolvimento de todas as características da vida
humana e esta vida depende totalmente da mãe para a continuidade do seu
desenvolvimento. Por isso, acreditamos que a vida humana necessita ser respeitada e
protegida a partir do momento da sua concepção. Opomo-nos ao aborto induzido por
qualquer meio, por conveniência pessoal ou controle populacional. Opomo-nos a leis
que permitem o aborto. Cientes de que há condições médicas raras, porém reais, em
que a mãe ou a criança por nascer, ou ambas, não poderiam sobreviver à gravidez, o
término da gravidez só poderá ser feito após aconselhamento médico e cristão
adequados. Oposição responsável ao aborto exige a nossa consagração ao início e
apoio a programas designados a prover cuidados adequados para mães e crianças. A
crise de uma gravidez indesejada compele a que a comunidade de crentes
(representada apenas por aqueles a quem seja apropriado o conhecimento da crise)
ofereça um contexto de amor, oração e aconselhamento. Em tais casos, o apoio
poderá tomar a forma de centros de aconselhamento, casas para mulheres grávidas e
a criação ou utilização de serviços cristãos de adoção.
A Igreja do Nazareno reconhece que considerações dadas ao aborto como meio de
terminar uma gravidez indesejada muitas vezes ocorrem porque se ignoraram
princípios cristãos da responsabilidade sexual. Assim, a Igreja apela a que as pessoas
pratiquem a ética do Novo Testamento no que se refere à sexualidade humana, e a
que tratem a questão do aborto situando-a no seu contexto mais vasto de princípios
bíblicos que oferecem orientação quanto a como fazer-se decisão moral.
(Gn. 2:7, 9:6; Êx. 20:13; 21:12-16, 22-25; Lv. 18:21; Jó 31:15; Sl. 22:9; 139:3-16; Is. 44:2,
24; 49:5; Jr. 1:5; Lc. 1:15, 23-25, 36-45; At. 17:25; Rm. 12:1-2; I Co. 6:16;7:1 e
seguintes; I Tes. 4:3-6)
A Igreja do Nazareno também reconhece que muitos já foram afetados pela
tragédia do aborto. Desafia-se a cada congregação local e a cada cristão a oferecer a
mensagem do perdão de Deus a cada pessoa que já experimentou o aborto. As nossas
congregações locais devem ser comunidades de esperança e redenção para todos os
que sofrem dores físicas, emocionais e espirituais conseqüentes da interrupção
voluntária de uma gravidez. (Romanos 3:22-24; Gálatas 6:1)
Engenharia e Terapia Genética. A Igreja do Nazareno apóia o uso de engenharia
genética para alcançar a terapia genética. Reconhecemos que a terapia genética pode
levar à prevenção e cura de doenças, desordens mentais e anatômicas. Opomo-nos a
qualquer uso de engenharia genética que promova injustiça social, despreza a
dignidade da pessoa ou tenta alcançar superioridade racial, intelectual ou social
sobre outros (Eugênico). Opomo-nos à iniciação de estudos do DNA cujo resultado
possa encorajar ou apoiar o aborto humano como uma alternativa para interrupção da
vida antes do nascimento. Em todos os casos, humildade, respeito pela inviolabilidade
da dignidade da vida humana, igualdade humana diante de Deus e compromisso com a
misericórdia e justiça devem governar a engenharia e a terapia genética. (Mq.6:8)
Pesquisa de Células Estaminais (Células Tronco) em Embriões Humanos e Outras
Diligências Médico/Científicas que Destroem a Vida Humana após a Concepção.
A Igreja do Nazareno encoraja fortemente à comunidade científica para prosseguir
agressivamente os avanços na tecnologia de células estaminais (células tronco)
obtidas a partir de fontes tais como tecidos humanos adultos, placenta, sangue do
cordão umbilical, fontes animais e outras fontes embrionárias não humanas. Isto tem
como fim correto a tentativa de trazer saúde para muitos, sem se violar a santidade da
vida humana. A nossa posição sobre a pesquisa de células estaminais (células tronco)
em embriões humanos surge a partir da nossa afirmação que o embrião humano é
uma pessoa feita à imagem de Deus. Por isso, opomo-nos ao uso de células estaminais
(células tronco) produzidas a partir de embriões humanos para pesquisa, intervenções
terapêuticas ou qualquer outro propósito.
À medida que avanços científicos disponibilizam novas tecnologias, nós
apoiamos fortemente esta pesquisa quando ela não viola a santidade da vida humana
ou qualquer outra lei moral ou bíblica.
Contudo, opomo-nos à destruição do embrião humano para qualquer propósito e
qualquer tipo de pesquisa que tira a vida de um ser humano após a concepção.
Coerente com este ponto de vista opomo-nos ao uso, para qualquer propósito, de
tecidos derivados de fetos humanos abortados.
Clonagem Humana. Opomo-nos à clonagem do ser humano individual. A humanidade
é valorizada por Deus, que nos criou à Sua imagem e a clonagem de um ser humano
individual trata este ser como um objeto, negando desta forma a dignidade pessoal e o
valor que nos são conferidos pelo Criador. (Génesis 1:27)
Eutanásia (Incluindo Suicídio Medicamente Assistido). Acreditamos que eutanásia
(fim intencional da vida de uma pessoa com doença terminal ou alguém portadora de
uma doença degenerativa e incurável que não é ameaça de vida imediata, com o
propósito de por fim ao sofrimento) é incompatível com a fé cristã. Isto se aplica
quando a eutanásia é requerida ou consentida pela pessoa com doença terminal
(eutanásia voluntária) ou quando a pessoa terminalmente doente não está
mentalmente capacitada para dar o seu consentimento (eutanásia involuntária).
Acreditamos que a rejeição histórica da eutanásia pela igreja cristã é confirmada pelas
convicções cristãs derivadas da Bíblia e que são centrais à confissão de fé da Igreja em
Jesus Cristo como Senhor. A eutanásia viola a confiança cristã em Deus como Senhor
soberano da vida ao reivindicar o senhorio da pessoa sobre si mesma; viola o nosso
papel como mordomos diante de Deus; contribui para a erosão do valor que a Bíblia
coloca na vida e comunidade humanas; dá demasiada importância à cessação do
sofrimento; e reflete a arrogância humana diante de um Deus graciosamente
soberano. Desafiamos o nosso povo a se opor veementemente a todos os esforços de
legalização da eutanásia.
Permitindo Morrer. Quando a morte humana é iminente, acreditamos que, tanto o
retirar como o não iniciar de sistemas artificiais de apoio à vida, são permitidos dentro
dos limites da fé e prática cristãs. Esta posição aplica-se a pessoas que estejam num
persistente estado vegetativo e aquelas aos quais a aplicação de meios extraordinários
para o prolongamento de vida não traz nenhuma esperança razoável de retorno à
saúde. Acreditamos que quando a morte é iminente, nada na fé cristã requer que o
processo de morrer seja artificialmente adiado. Como cristãos confiamos na
fidelidade de Deus e temos a esperança da vida eterna. Isto faz com que os cristãos
aceitem a morte como uma expressão de fé em Cristo, que venceu a morte no nosso
lugar e roubou-lhe a vitória.
Leitura Recomendada: “O Fascismo Moderno” - Gene Edward Veith Jr. Edit. Cultura
Cristã. Capitulo 6 – “Vida Indigna de Vida”
TEOLOGIA SISTEMÁTICA III
UNIDADE III - FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS DA ESCATOLOGIA
a) O início dos últimos tempos.
b) O papel do Espírito Santo nos últimos tempos
c) O Juiz de todas as coisas e a prestação de contas
d) Eventos e passagens escatológicas
e) Literatura apocalíptica
f) O milênio
g) Escatologia dispensacionalista.
Introdução: Os fundamentos da escatologia repousam na Revelação bíblica;
na palavra dos profetas; nas palavras do Senhor Jesus , dos apóstolos e do
Espírito Santo. Formam a doutrina das coisas que hão de vir. (João 16:13,
Ap.1:1)
Os temas abordados são variados tais como: O destino manifesto da
Criação (homens e planeta) O Plano de Redenção (sua concepção antes da
fundação do mundo até à restauração de todas as coisas) A formação do
Estado Teocrático de Israel; sua diáspora, retorno e figuração nos
acontecimentos mundiais. A formação da Igreja, seu papel no evangelismo
global, sua guerra contra as forças tenebrosas do mal e seu destino glorioso.
A multiplicação da ciência e tecnologia. O abalo da fé (apostasia), a
decadência moral e a anarquia. O fim da presente ordem política. O governo do
Anticristo. Os cataclismos indicando a natureza em revolta com terremotos,
tsunamis, secas, enchentes, além de rebeliões, fome, pestes e impiedade.
Diante de um quadro incontrolável a quaisquer governos, o clamor
popular da grande massa humana que rejeitou Deus será: - Se existe um Deus
Criador que Ele possa intervir!
Os crentes em Cristo de todos os tempos viveram amparados na
promessa: “Estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos.” Se
não bastasse a realidade do “Deus Conosco” = Emanuel, temos a promessa da
segunda vinda de Cristo para estabelecer na Terra o seu Reino físico de
Justiça, prender e finalmente destruir Satanás e suas hostes e promover a
ressurreição de todos os justos! Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
A esperança escatológica arde no coração crente e está refletida nos
cânticos, numa hinologia rica e inspiradora. EX.
Chamada Final – (hino 108 C.C.) “Quando Cristo sua trombeta...”
Saudade – (Hino 484 C.C.) “Da Linda Pátria estou...”
A Bela Cidade (Hino 498 C.C.) “Tenho lido da Bela cidade...”
Terra Feliz (Hino 508 C.C) “Eu avisto uma Terra Feliz...”
Na Glória (Hino 515 C.C.) “Oh! Vai me encontrar na Glória...”
Então se verá o Filho do homem.
Jesus em Breve do Céu Virá.
a) O início dos últimos tempos – Os cristãos do primeiro século viveram na
expectativa do final dos tempos, talvez até impactados pelo apóstolos Paulo e
Pedro nas suas cartas, em passagens como estas:
“Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (I
Co. 15:52)
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e
com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós,
os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar
o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” (I Ts. 4:16-17)
“E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em
oração.” (I Pedro 4:7)
É de consenso que os “últimos tempos” principiaram na obra consumada de
Cristo na Cruz, sua ressurreição e ascensão. O autor aos Hebreus foi enfático:
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho...” (Hb.1:1)
O intervalo entre o início dos últimos dias até à segunda vinda de Cristo é o tempo da
operação da GRAÇA SALVADORA de Deus dentro do seu plano de Redenção. Sabemos que este
intervalo está se escoando, mas ninguém pode datar seu fechamento. (Mc.13:32)
O sinal moderno dos últimos dias desta era é evidenciado em profecias como estas: “E
há de ser que naquele dia o Senhor tornará a pôr a sua mão para adquirir
outra vez o remanescente do seu povo, que for deixado, da Assíria, e do
Egito, etc. E levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os
desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os quatro
confins da terra.” (Is. 11:11-12)
“Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poderse-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só
vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.” (Isaías 66:8)
“E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados
cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos
gentios se completem.” (Lucas 21:24)
O tempo do fim está descritos com os sinais da natureza, sociais e econômicos
como o sermão profético de Jesus (Mt. 24 e 25)
Paulo a Timóteo nos fornece um quadro social espantoso dos habitantes do
tempo do fim. (2 Tm. 3:1-4) Prevalece: Humanismo – Amor a si próprio. Materialismo
– amor ao dinheiro. Hedonismo – Amor aos prazeres. Ateísmo – negação de Deus.
O cenário mundial dos últimos tempos segundo as profecias, indicam também:
A revivificação do Império Romano – (Dn. 2:36-41)
A reconstrução do templo de Jerusalém. (
O poder do Norte “Gogue e Magogue” (Rússia e seus aliados) invadindo Israel. (Ez.
38:1, 39:16)
Mobilização global pelo controle de Jerusalém. (Zc. 12:2-3) (Internacionalização?)
Apostasia – (I Tm.4:1) Abandono e negação da fé.
Aparecimento de “Falsos Cristos” (I João 2:18, Mt. 24:23-24)
Zombadores da promessa da volta de Cristo. (2Pe. 3:3-4)
b) O papel do Espírito Santo nos últimos tempos – O Espírito Santo tem papel
fundamental na revelação das coisas que hão de vir. (João 16:13) “Mas, quando vier
aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não
falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que
há de vir.”
O Espírito Santo além de ser o Consolador (O que dá força e poder à Igreja para
permanecer em Pé), também é o que prepara o cenário mundial desde o advento de
Cristo ao mundo até à consumação de todas as coisas.
O Espírito Santo é o sinal de que o Reino de Deus não apenas é escatológico,
mas já está entre nós. “Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é
chegado a vós o reino de Deus.” (Mt. 12:28)
Isaías profetizou que o Espírito Santo repousaria sobre o Messias: “Porque
brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E
repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento,
o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do
Senhor.” (Isaías 11:1-2)
O Senhor Jesus confirmou esta profecia. “E foi-lhe dado o livro do profeta
Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do
Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a
curar os quebrantados de coração, a pregar liberdade aos cativos, E restauração
da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do
Senhor.[...] Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos
ouvidos.” (Lc.4:17-19,21)
O profeta Joel menciona a chuva temporã e a serôdia, chuvas de Outono e da
Primavera, as primeiras e as últimas. (Joel 2:23) A primeira grande chuva veio a seu
tempo; no Pentecostes, fazendo florescer a Igreja de Cristo e instaurando o tempo do
fim. A chuva chamada de serôdia começou a cair há pouco tempo, séculos retrasado e
passado.
“Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá,
diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e
as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos
sonharão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as
minhas servas naqueles dias, e profetizarão; e farei aparecer prodígios em cima, no
céu; E sinais em baixo na terra, Sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se converterá
em trevas, E a lua em sangue, Antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor; E
acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Atos 2:1621)
O Espírito Santo atuará fortemente no povo judeu no fim dos tempos trazendoos de volta à sua terra e convertendo-os. “E vos tomarei dentre os gentios, e vos
congregarei de todas as terras, e vos trarei para a vossa terra.
¶ Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas
imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.
E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da
vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.
E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis
os meus juízos, e os observeis.
E habitareis na terra que eu dei a vossos pais e vós sereis o meu povo, e eu serei o
vosso Deus.” (Ezequiel 36:24-28)
Podemos ainda creditar ao Espírito Santo a detenção das ações das forças cósmicas do
mal. O texto de 2 Ts. 2:7-8 diz: “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há
um que agora o retém até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo,
a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da
sua vinda...” Creio que a melhor interpretação para a figura desse detentor é o
Espírito Santo. Alguns interpretam como sendo a Igreja.
c) O JUIZ DE TODAS AS COISAS E A PRESTAÇÃO DE CONTAS – A noção de um juiz
Universal está sedimentada no Gênesis, no CRIACIONISMO. Se aceito o Criador, aceito
também um AGENTE MORAL, legislador, provedor e superior a quem prestarei contas.
O Evolucionismo é uma forma de negar essa realidade. As Escrituras estão prenhes de
juízo divino às nações e ao povo de Israel. Exemplos:
O Dilúvio – (Gn. 6:1-8)
Confisco das terras de Canaã – (Gn.9:25 e 10:15-18) Devido à maldição do neto de
Noé; Canaã, a terra onde habitavam seus descendentes foram dadas aos semitas.
Destruição de Sodoma e Gomorra - (Gn.18:17-20 e 19:23-26)
Juízo sobre o Egito – (Êxodo 12:12)
Cativeiro – Como juízo punitivo – (Amós 6:1-8)
A ideia de avaliação divina está presente no Novo Testamento. Os textos de 2 Co. 5:10
e Rm. 14:10 mostram os crentes sendo examinados diante do Filho de Deus.
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba
segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” (2 Co.5:10)
“Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois
todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.[...] De maneira que cada um
de nós dará conta de si mesmo a Deus.” (Rm. 14:10-12)
“Tribunal de Cristo” é tradução da palavra grega “Bema” ; uma espécie de plataforma de juiz, onde
os crentes serão julgados como “SERVO” quanto ao serviço prestado. Não se trata de juízo para
salvação ou perdição, pois já foram salvos.
O Tribunal de Cristo será instalado após a trasladação da igreja deste mundo para as
regiões celestes. (I Ts. 4:17)
Pelas Escrituras podemos entender que dois juízos estão previstos:
O Juízo das nações – (Mt.25:31-46 O Juízo do Grande Trono Branco – (Ap. 20:11-15)
Se dará na terra, no vale de Josafá – Jl.3:2
se dará no espaço
Antes do Milênio – Fim da Grande Tribulação
Depois do Milênio
Se dará com os vivos
Se dará com mortos
3 classes de julgados: Justos, ímpios e judeus
Uma só classe: os perdidos
Julgamento coletivo
julgamento individual
Ausência de livros
Livros abertos
EVENTOS E PASSAGENS ESCATÓLÓGICOS
Harold B. Allison(1) nos fornece os gráficos lineares da história segundo as principais
escolas de interpretação dos eventos finais:
Principais assuntos da escatologia:
O arrebatamento da igreja – “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos
dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de
olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (I Co. 15:51-52)
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a
trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os
que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar
o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” (I Ts. 4:16-17)
As Bodas do Cordeiro – “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque
vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. [...] “ E disse-me:
Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.”
” (Ap. 19:7 e 9))
A Grande Tribulação e a revelação do Anticristo – “Ninguém de maneira alguma vos engane;
porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do
pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama
Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo
parecer Deus.” (2 Ts. 2:3-4)
“E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande
tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” (Ap.
7:14)
A Segunda vinda de Cristo precedida de sinais - “E quando eu for, e vos preparar lugar, virei
outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós
também.” (João 14:3)
“E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se
puseram dois homens vestidos de branco, os quais lhes disseram: Homens galileus, por
que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu,
há de vir assim como para o céu o vistes ir.” (Atos 1:10-11)
“Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem,
Senhor Jesus.” (Ap. 22:20)
Satanás amarrado por mil anos - “E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo,
e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo
e Satanás, e amarrou-o por mil anos.” (Ap. 20:1-2)
Reino milenar de Cristo sobre a Terra – “...e viveram, e reinaram com Cristo durante mil
anos.” (Ap. 20:4)
Soltura de Satanás – “E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão...”
(Ap. 20:7)
Julgamento do Grande Trono Branco - “E vi um grande trono branco, e o que estava
assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para
eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os
livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas
que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.” (Ap. 20:11-12)
Satanás lançado no Lago de Fogo – “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo
e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão
atormentados para todo o sempre.” (Ap. 20:10)
A renovação da Terra – Habitat atual que será destruído por fogo e criação de novo habitat.
“Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande
estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se
queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser
em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus,
em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós,
segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a
justiça.” (2 Pedro 3:10-13)
Começa a era interminável (eternidade) – (Ap. 21)
(1) (ALLISON,
Harold B. A Doutrina das Últimas Coisas. IBR. SP. 1971 pp.14)
A LITERATURA APOCALÍPTICA
A PALAVRA “Apocalipse” vem de dois vocábulos gregos “Apo” = de dentro para fora, e,
“Kalypsis” = cobertura, véu. Portanto, o sentido da palavra é “TIRAR O VÉU”, descobrir.
É um livro canônico, aceito desde os primórdios do cristianismo. O seu capítulo 19:9
diz: “Estas são as verdadeiras palavras de Deus.”
A literatura apocalíptica é, em certo sentido, uma representação pictórica e narrativa
de uma realidade que está além da experiência dos sentidos. Ela se distingue pelo
uso de simbolismo visionário, de formas fantásticas, com o uso de figuras tais
como bestas, chifres, taças, trombetas, cavalos, seres angelicais, sinais no céu, no
mar ou na terra, sons, coroas, selos, simbolismos numéricos, etc.
O comentário a seguir é do Rev. e escritor Osmar José da Silva em seu livro “
Reflexões Filosóficas” vol.7 p.19. “Os escritos que são chamados apocalípticos
possuem características distintivas; afirma-se que nesta forma literária trata-se de
escatologia, pois falam do que haverá nos últimos tempos. Os assuntos apocalípticos
indicam os acontecimentos que sucederão entre uma era e outra; isto é, tudo o que
acontecerá ao findar desta geração adâmica [...] além dos textos bíblicos (Daniel,
Apocalipse, Etc.) Existem outros textos apocalípticos apócrifos, não canonizados.
Entre eles fala-se de: Apocalipse de Dositeu; Ap. de Elias; Ap. de Paulo; Ap. de
Pedro; Ap. de Tiago; Ap. grego de Baruque, etc.
Ainda do mesmo autor, vejamos as suas considerações sobre os livros de Daniel e
Apocalipse: Daniel – “Foi escrito para o povo israelense.Visava conservar a
necessidade psicológica daquele povo de “ Saltar por cima” das dificuldades por que
passavam durante setenta anos de escravidão, sob o jugo de Babilônia. O desânimo
havia tomado conta dos judeus; não louvavam nem cultuavam a Deus como se tudo
estivesse fadado ao nada. Deus despertou Daniel, para dar revelações e renovar as
esperanças dos judeus.
Apocalipse de João – É riquíssimo em tipologia, simbologia e figuras de
linguagem, necessitando todo o cuidado para não confundir o leitor. Não
direcionado diretamente ao povo israelense e sim como sinal para a Igreja de Cristo.
A igreja tem passado por momentos difíceis, e é conhecedora de que nestes últimos
tempos, os dias serão ainda mais trabalhosos. O Senhor Jesus, por sua misericórdia
e amor, deu revelações a João com a finalidade de encorajar os seus servos, dandolhes a força da esperança e fé para enfrentarem estes últimos instantes.
Escolas de interpretação do Apocalipse:
1- Futurista – O livro é inteiramente escatológico. Falha: Deixa o livro sem significado
e sem mensagem para os destinatários originais. Há dois grupos dentro dessa corrente
Futurista. O Dispensacionalismo e corrente futurista simples. O Dispensacionalismo
surgiu com John N. Darby e foi popularizado pela Schofield Bible.
2- Preterista – (Latim “praeter” = passado) Situa o livro totalmente no passado; século
I. Ex.: Roma era o monstro do Cap. 13. Esses escritores entendem que as principais
profecias do livro do Apocalipse cumpriram-se na destruição de Jerusalém (em 70 AD)
e na queda do Império Romano. A força do Preterismo é que se baseia em
considerável montante de verdade. O livro de Apocalipse de João deve ter feito
sentido para os seus primeiros leitores, seus contemporâneos. Que pastor escreveria
uma carta para o seu rebanho que não tivesse imediato significado para essas ovelhas?
O Preterismo Ignora o Futuro. A fraqueza desse ponto de vista é sua limitação
terminal. Obviamente os juízos preditos não se cumpriram, e conquanto
figurativamente se possa interpretar a conquista do mundo por Cristo e o retrato de
um juízo final, nada disso ainda apareceu.
3- Histórica – Trata de fatos já realizados. Vê os acontecimentos do Apocalipse como
sendo uma profecia sobre a história da Igreja, seu começo de glória, seu declínio até o
dia de sua consumação histórica. Cada seção do livro profetiza sobre um determinado
período da história da igreja. O que dificulta a viabilidade dessa teoria são dois
fatores: 1. Pouca evidência interna; 2. A dificuldade em estabelecer quais eventos
históricos são mais importantes.
4- Idealista – Uma exposição de ideias e princípios sob os quais Deus age, porém, não
é um guia histórico do passado nem a previsão do futuro. A escola idealista de
interpretação julga que o livro de Apocalipse é um desdobrar de princípios em figuras.
O propósito do livro de Apocalipse não é falar de eventos específicos a virem. É
somente para ensinar verdades espirituais que podem ser aplicadas a todas as
situações (ou serem delas derivadas).
Incoerências do Idealismo: - Absoluta coerência é impossível para o Idealismo. O
Apocalipse descreve a segunda vinda de Cristo. Se esse for um evento histórico real,
por que alguns dos retratos dos eventos do Apocalipse antes disso também são
históricos?
ESCATOLOGIA DISPENSACIONALISTA
Segundo N. Lawrence Olson em seu livro clássico “O Plano Divino Através dos Séculos”,
as épocas ou eras e as dispensações bíblicas constituem a “espinha dorsal” das
Escrituras. A interpretação certa das profecias dependerá do conhecimento dessas
épocas históricas e os respectivos pactos vigentes entre Deus e os homens.” (CPAD. RJ.
1981. P.12)
A palavra “dispensação” aparece quatro vezes no N.T. (ICo. 9:17, Ef. 1:10, 3:2,Cl. 1:15)
O termo grego é “OIKONOMIA” que normalmente traduzimos por economia, a boa
ordem na administração de uma casa. Dispensação expressa a administração que Deus
faz em sua grande casa universal. Entende-se por dispensação períodos distintos nos
quais Deus trata com a humanidade.
O modelo dispensacionalista utiliza-se de três sistemas de interpretação segundo exige
o texto: O Literal, o Figurado(João 10:9) e o Simbólico. (Dn.2) Trata com três distintas
classes de povo: O judeu, o gentio e a igreja de Deus. (I Co. 10:32)
Separa o ministério de Jesus em três períodos: Como Profeta – Do Édem até à
cruz, às vezes ministrando em teofania. Como Sacerdote – Desde a ascensão até à
seguinda vinda. (Hb. 7:25 e 8:1) Como REI – Durante o Milênio e em épocas sucessivas.
(Ap. 19:16, Lc. 1:33)
SETE DISPENSAÇÕES:
Dispensação da INOCENCIA
Dispensação da CONSCIENCIA
Dispensação do GOVERNO HUMANO
Dispensação da PROMESSA
Dispensação da LEI
Dispensação da GRACA
Dispensação do REINO OU MILENIAL.
OITO ALIANÇAS OU PACTOS:
PACTO EDENICO - Feito com Adão ( Gênesis 1.28-30; 2.15-17)
PACTO ADAMICO - Feito com Adão e Eva depois de sua desobediência (Gênesis 3.14-19)
PACTO COM NOÉ - Feito depois do dilúvio (Gênesis 8.20; 9.1-17)
PACTO COM ABRAAO - O qual foi confirmado a seu filho Isque e a seu neto Jacó (Gênesis
12.1-3; 26.1-5)
PACTO MOSAICO - Feito com Moisés depois do êxodo (Êx. 19:1-25 -Êxodo 20)
PACTO PALESTINICO, feito com Israel ( Lv. 26, Dt. 28:1, Dt. 30.1-10).
PACTO DAVIDICO, FEITO COM Davi ( 2 Samuel 7.4-17, I Cr. 17:7
NOVA ALIANÇA - Corresponde ao período que seguirá à manifestação de Cristo ( Hebreus 8.713)
O MILÊNIO
Alguns pais da igreja vislumbraram um milênio literal, um reinado de Cristo na terra.
Outros, como os reformados, espiritualizam o milênio como já realizado. Agostinho de
Hipona subscreveu a ideia de um milênio literal, sendo que mais tarde mudou de
entendimento e disse: “Efetivamente a igreja reina em companhia de Cristo, agora!” A
única passagem clara sobre o milênio é Ap. 20:2-7 onde aparece o termo “mil anos”
(Latim Chilia= milenium, período também chamado de quiliasmo.
Vejamos o parecer do Pr. Hernandes Dias Lopes: “A ideia de um milênio literal na terra
foi fortemente combatida por Agostinho de Hipona. Os reformadores seguiram a
mesma interpretação de Agostinho. A confissão Luterana de Augsburgo condena o
quiliasmo e a Confissão Helvética, da igreja reformada o tem como “devaneios
judaicos”. O milênio antecede a segunda vinda de Cristo e não a sucede.” (LOPES,
Hernandes Dias. O Apocalipse – O Futuro Chegou. Ed. Hagnos. SP. 2005 pp. 342-343)
TRES CORRENTES DE INTERPRETAÇÃO
Amilenismo: (Tudo o que se refere ao milênio deve ser entendido em sentido figurado.)
A primeira posição aqui explicada, o amilenismo, é realmente a mais simples. Segundo
essa posição, a passagem de Apocalipse 20.1-10 descreve a presente era da igreja.
Trata-se de uma era em que a influência de Satanás sobre as nações sofre grande
redução de modo que o evangelho pode ser pregado por todo o mundo. Aqueles que
reinam com Cristo por mil anos são os cristãos que morreram e já estão reinando com
Cristo no céu. O reino de Cristo no milênio, segundo esse ponto de vista, não é um
reino físico aqui na terra, mas sim o reino celestial sobre o qual ele falou ao declarar:
“Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18).
Esse ponto de vista é chamado “amilenista” por sustentar que não existe nenhum
milênio que ainda esteja por vir. Como os amilenistas crêem que Apocalipse 20 está-se
cumprindo agora na era da igreja, sustentam que o “milênio” aqui descrito já está em
curso no presente. A duração exata da era da igreja não pode ser conhecida, e a
expressão “mil anos” é simplesmente uma figura de linguagem por um longo período
em que os propósitos perfeitos de Deus vão se realizar.
Pós-milenismo: (definição: Wayne Grudem)
O prefixo pós significa “depois”. Segundo esse ponto de vista, Cristo voltará após o
milênio. Segundo esse ponto de vista, o avanço do evangelho e o crescimento da igreja
se acentuarão de forma gradativa, de tal modo que uma proporção cada vez maior da
população mundial se tornará cristã. Como consequência, haverá influências cristãs
significativas na sociedade, esta funcionará mais e mais de acordo com os padrões de
Deus e gradualmente virá uma “era milenar” de paz e justiça sobre a terra. Esse
“milênio” durará um longo período (não necessariamente de mil anos literais) e, por
fim, ao final desse período, Cristo voltará à terra, crentes e incrédulos serão
ressuscitados, ocorrerá o juízo final e haverá um novo céu e uma nova terra.
Entraremos então no estado eterno.
Pré-milenismo clássico ou histórico - Quiliasmo
O prefixo “pré” significa “antes” e a posição pré-milenista diz que Cristo irá voltar
antes do milênio. Esse ponto de vista é defendido desde os primeiros séculos do
cristianismo.
LITERATURA SUGERIDA
PENTECOST, J.Dwight. Manual de Escatologia. Ed. Vida.
SILVA, Pedro Severino. Escatologia- Doutrina das Últimas Coisas.CPAD. RJ.
GILBERTO, Antonio. O Calendário da Profecia. CPAD. RJ.
HEIJKOOP, H.L. Eventos Futuros- O Porvir. DLC. SP. 2004
MASCARENAS, Ricardo L.V. Os Últimos Dias. Ed. Candeia.SP. 2001
ROLDÁN, Alberto Fernando – Do Terror à Esperança. Descoberta Edit. PR. 2001
CONYERS, A.J. O Fim do Mundo. Ed. Mundo Cristão. SP. 1997
OLSON, N. Lawrence. O Plano Divino Através dos Séculos. CPAD. RJ.
Prof. Sila D.Rabello – Setembro de 2014.
Contatos: [email protected]

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