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ANO 8 – Nº 24
2 O TRIMESTRE DE 2015
VENDA
ADICIONAL
Trabalhar a exposição de
itens inter-relacionados é
uma ação que gera compra
por impulso e aumenta a
rentabilidade da loja
FECHAR ANÚNCIOS PONTO DA BELEZA.indd 4
22/05/15 09:14
• Apresentação
Editorial
Sumário
Atençao especial à cobrança do IPI
Com base no decreto 8.393/15, o Governo Federal instituiu a cobrança de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) também para
os estabelecimentos atacadistas quando estes pertencerem ao mesmo
grupo empresarial da indústria. Essa medida abalou o setor de beleza.
Com a lei, os atacadistas de cosméticos estão sendo, desde 1º de maio,
equiparados ao setor industrial, o que, na prática, implica não apenas
um grande aumento do IPI, mas também a majoração, por reflexo, de
outros tributos, como o do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – Substituição Tributária
(ICMS-ST). Por isso, o mercado terá de se adaptar a fim de tentar minimizar o impacto causado por essa medida. O momento é de cautela.
Esta edição da Ponto da Beleza traz também outros temas, como
o da venda agregada. A ação é simples e muito eficaz: ao entrar no autosserviço de uma loja, por exemplo, uma consumidora procura por
xampu e vai diretamente à seção de artigos destinados aos cabelos. No
local, encontra também condicionador e creme para pentear, já que são
produtos relacionados e podem fazer com que a cliente os compre por
impulso em um pack especial.
O supervisor da Beauty Point, Ademilton Nobrega, explica os conceitos de merchandising, caracterizado por definição de preços, visibilidade, comunicação e promoção, com o intuito de informar e motivar a compra de seus clientes. Essas ferramentas estão classificadas em
quatro grupos amplos: produto, preço, praça e promoção – os chamados 4 Ps em marketing.
Outra matéria imperdível é a entrevista com o especialista da
Michael Page, Daniel Greca, que ressalta que o colaborador é a alma
da empresa. Engana-se quem ainda acredita que não é possível manter equipes motivadas em pequenas empresas.
Já a tecnologia como ferramenta de integração traz a possibilidade de aproximação entre públicos potenciais em uma cadeia de negócios, agiliza os processos, proporciona transparência e oferece condições de controle e gestão aos interlocutores. Com isso, permite que os
negócios se efetivem de fato.
Estes e outros temas o aguardam nesta edição. Boa leitura a todos!
Márcia Ikesaki
Diretora
EXPEDIENTE
Diretoria Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo
Editora-chefe Lígia Favoretto ([email protected])
Assistente de Redação Vivian Lourenço
Estagiária de Redação Carine Pessoas
Editor de Arte Junior B. Santos
Assistentes de Arte Flávio Cardamone e Rodolpho A. Lopes
Departamento Financeiro Fabíola Rocha e Cláudia Simplício
Colaboradores desta edição Textos Egle Leonardi Revisão Mônica C. Galati
Gráfica Prol
EBC–Expediente
Diretora Márcia Ikesaki Gerente de Marketing Cristina Pontes
Coordenadora de Marketing Lilian Lobo Assistente de Marketing Guilherme
Ferrabrás Departamento de Compra Marcos de Campos Departamento de
Marketing [email protected]
Av. Morvan Dias de Figueiredo, 2.875 – Vila Maria – São Paulo (SP)
CEP 02063-000 – DDG: 0800 014 7444 – Tel.: (11) 2905 3041 / 2902 4444
CADA VEZ MELHOR
A associação de itens auxilia na
rentabilidade da loja. Para isso, é
fundamental conhecer bem o cliente
e oferecer o produto correto
10
14
PONTO DE VISTA
A imagem do estabelecimento
é aprimorada com fachada,
identificação, vitrine, layout,
iluminação, temperatura e cores
18
GESTÃO
O Decreto 8.393/15, do Governo
Federal, instituiu a cobrança de IPI
também no atacado de cosméticos
TENDÊNCIA
A tecnologia aplicada ao varejo
otimiza os processos entre todos os
players da cadeia
20
ENTREVISTA
Executivo da Michael Page, Daniel
Greca, explica que é imprescindível
motivar o colaborador para conseguir
maior engajamento
24
E MAIS
04. CURTAS
06. AÇÕES ESPECIAIS
08. EVENTO
28. LANÇAMENTOS
2015 PONTO DA BELEZA 3
• Curtas
Muita cautela
no mercado
O faturamento do setor de beleza no ano
passado foi de R$ 101 bilhões. Porém, há
incertezas geradas pela mudança no consumo
Novas regras para
produtos infantis
Setor de beleza
~
emprega 4,8 milhoes
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) definiu os
requisitos técnicos relativos à formulação, segurança e rotulagem
para a concessão de registro de
produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes infantis.
O texto determina que a formulação desse tipo de produto seja
constituída de ingredientes próprios e seguros para a finalidade
de uso proposta, levando-se em
conta possíveis casos de ingestão
acidental. A resolução prevê que a
remoção do produto deva ocorrer
de forma fácil, por meio de simples lavagem com água, sabonete ou xampu. Ainda com o objetivo de evitar a ingestão do produto, fica permitida a utilização
de ingredientes com função desnaturante (gosto amargo).
A indústria da beleza emprega
atualmente no Brasil 4,8 milhões
de pessoas. Dessas vagas, 80% são
ocupadas por mulheres, segundo dados do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor do setor de beleza
do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, mas alguns
especialistas estão cautelosos com
relação ao impacto da extensão do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Apesar da previsão negativa, há
muitos empresários que veem no
mercado brasileiro muito potencial, segundo informa a Associação
Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
http://portal.anvisa.gov.br
4 PONTO DA BELEZA 2015
www.sebrae.com.br
www.abihpec.org.br
Hábitos
repensados
Os brasileiros conquistaram um
novo padrão de consumo, acessando produtos diferenciados e,
agora, diante de uma desaceleração econômica, querem manter
esse padrão. É o que revela o estudo Mudanças no Mercado Brasileiro 2015, realizado pela Nielsen.
Segundo a pesquisa, 64% dos
brasileiros diminuíram o lazer fora do lar e 13% estão economizando para pagar dívidas atrasadas. “Os consumidores reduzem os gastos com atividades fora de casa, mas querem continuar se divertindo”,
diz a analista de mercado da
Nielsen, Gloria Tittoto.
No ponto de venda houve uma
queda de 4,7% no número de
visitas em 2014, com o aumento do tíquete médio em 5,6% a
cada visita, ou seja, o consumidor vai menos à loja, mas gasta
mais a cada visita. E pela pesquisa, a classe A+B é a que está
puxando o consumo.
Os varejistas precisam ficar
atentos. “É necessário agir estrategicamente, pois não há
margem para erros. As ações terão o papel de manter a demanda aquecida”, explica a também
analista de mercado da Nielsen,
Mayane Soares.
www.nielsen.com/br/pt.htm
FOTOS: SHUTTERSTOCK
• Ações especiais
Loucura de Prêmios
nos 18 anos da EBC
Com sorteios especiais de prêmios todos os meses, a empresa estende suas
comemorações para os 365 dias do ano
O
s primeiros meses de 2015 foram repletos de comemorações e prêmios!
Logo no começo do ano, a EBC Atacado de Cosméticos realizou uma
festa para comemorar os 18 anos de
bons negócios. Para o evento do aniversário da empresa, que ocorreu em sua sede, em São Paulo (SP),
estiveram presentes, além de clientes e fornecedores,
a diretoria e os funcionários que também participaram dessa confraternização.
Esse evento foi apenas o pontapé inicial para as diversas promoções e campanhas que a EBC preparou
para seus clientes em comemoração à sua maiorida6 PONTO DA BELEZA 2015
de. A campanha Loucura de Prêmios, por exemplo,
prevê promoções incríveis para os clientes fazerem a
festa durante o ano inteiro.
A campanha conta com ações promocionais todos os meses e, ainda, haverá um grande sorteio
final. A mecânica é simples: para cada R$ 500,00
em compras, os participantes recebem um cupom
e concorrem a sorteios mensais, que serão realizados no último sábado de cada mês, até dezembro.
Quanto mais o cliente comprar, mais chances ele
tem de ganhar.
Os prêmios incluem notebooks, tablets, TVs, cestas de produtos e muito mais. Para cada R$ 1.000,00
FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
Depois de girar a roleta, o ganhador da cesta
de produtos, Fernando Shimabukuro, da
Perfumaria Envyme, comemora seu prêmio
Um tablet foi um dos prêmios recebidos
no sorteio Loucura de Prêmios em abril.
A vencedora foi Vanessa Uehara
A cada R$ 1.000,00 em compras, os clientes
giraram a roleta e ganharam itens como a
cesta de produtos. Aqui o ganhador foi Mario
Satomi, da Kawai Perfumaria e Cosméticos
Equipe EBC comemora o aniversário
da EBC com um bolo, que foi
oferecido a todos os presentes
A EBC encantou
as mães com a
promoção Loucura
de Mães, evento de
premiação de maio
As vitrines da loja da EBC foram revitalizadas e
passaram a chamar mais a atenção de seus clientes
A campanha Loucura de Prêmios de abril
sorteou um cupom e o felizardo, Severino
Barbosa da Silva, recebeu um notebook da EBC
A revitalização da loja da EBC
acontecerá em fases. Inicialmente,
foram refeitas as pontas de gôndola
em compras, o cliente pode girar uma roleta e assim
ganhar cupons extras e brindes especiais.
O destaque de março foi a comemoração do Dia
das Mulheres, que contou com o apoio de fornecedores e parceiros, presenteando as clientes com bombons
e rosas, além de esmalte para os funcionários da loja.
Em maio, houve a Loucura de Mães, que comemorou a segunda melhor data festiva do comércio com
a distribuição de prêmios. A próxima etapa acontece
em junho, com a Loucura de Namorados, também
com sorteio de prêmios.
Para permear toda a Loucura de Prêmios da EBC,
a loja está sendo totalmente revitalizada, a começar pela nova vitrine de lançamentos e as pontas de gôndola, que fazem parte da primeira onda do projeto de revitalização da loja.
2015 PONTO DA BELEZA 7
• Evento
Beauty Point comemora
seis anos
A rede de perfumarias
preparou uma festa para
comemorar o seu 6o aniversário
A Perfumaria Itapevi (SP) fez uma festa especial
para comemorar com os clientes
8 PONTO DA BELEZA 2015
P
ara celebrar o sexto ano de sucesso
da Beauty Point, toda rede preparou
um dia de festa. O evento foi realizado no último dia 11 de abril e durou
o dia inteiro.
“Todas as lojas prepararam festas lindas, com
muitas bexigas e ações especiais para os clientes, como oferta de pipoca e algodão-doce, locutor, design
de sobrancelha, esmaltação, bolo de aniversário e
distribuição de brindes por meio da promoção Estoura Balão e muito mais”, relata a gerente de marketing da EBC, Cristina Pontes. Segundo ela, todas
essas campanhas criaram um clima de muita alegria nas lojas, onde todos os funcionários estavam
empenhados em fazer um dia diferente e inusitado
para seus clientes. Já os visitantes puderam participar de uma festa especial e, ainda, aproveitar muitas promoções oferecidas pela rede.
Vale lembrar que a Beauty Point propõe um conceito diferenciado de negócios. Criada pela EBC, seu
objetivo é agregar pequenos e médios varejistas e
oferecer a eles conhecimento especializado de mercado. Ao longo desse tempo, a empresa vem conseguindo fortalecê-los para que sejam mais competitivos e profissionalizados. A rede Beauty Point conta
com 30 conveniados na capital paulista e na Grande São Paulo. Os proprietários dessas lojas são extremamente comprometidos com o negócio e ambicionam crescer por meio da qualificação e das
oportunidades comerciais oferecidas pela EBC.
FOTOS: FABIANO VIANA
• Cada vez melhor
Venda agregada estimula
compra por impulso
A associação de itens aumenta a rentabilidade da loja, mas é fundamental
conhecer bem o cliente e oferecer o produto correto para sua necessidade
O
objetivo da venda agregada é aumentar o lucro do ponto de venda.
Esse conceito é importante principalmente para se escolher quais
itens deverão ser utilizados. Conhecer as necessidades do cliente é um procedimento fundamental
para gerar vendas. A ferramenta é simples e muito
eficaz: ao entrar no autosserviço de uma loja, por
exemplo, uma consumidora procura por esmalte
e vai diretamente à seção de artigos destinados às
unhas. No local, é possível encontrar também removedor de esmaltes e algodão, já que são produtos relacionados e podem fazer com que a cliente
os compre por impulso. Isso ocorre porque ela acaba se lembrando do produto na hora da compra.
Existem inúmeros itens que podem ser relacionados com outros, como: tintura capilar com luvas
10 PONTO DA BELEZA 2015
e pincéis, algodão em disco com maquilagem, lubrificante íntimo com produtos masculinos e femininos, xampus com cremes para cabelos, talco para pés com cortadores de unha, sabonete com esponjas, etc.
Ao observar a loja, é fácil verificar que a maioria dos produtos pode ser inter-relacionada. É interessante perceber que o consumidor tem as mesmas
necessidades básicas: tomar banho, escovar os dentes, lavar os cabelos. Esses produtos podem ser oferecidos para todos os clientes. Isso porque a venda
agregada não ocorre apenas na exposição nas gôndolas, mas também na atitude do atendente.
A técnica é simples: primeiro, é fundamental conhecer bem o cliente da sua loja para ofertar a ele
o item correto para sua necessidade. Um exemplo:
se há um cliente olhando xampus no setor de itens
ILUSTRAÇÃO: SHUTTERSTOCK
FOTOS: SHUTTERSTOCK/BRUNO FERNANDEZ
AGRUPE
ESSES ITENS
• Esmaltes com acetona e algodão
• Perfumes com hidratantes
• Tintura capilar com luvas e pincéis
• Algodão em disco com maquilagem
• Xampus com cremes para cabelos
• Talco para pés com cortadores de unha
• Alicates com lixas de unhas
• Sabonetes com esponjas
• Escovas de dentes com pasta
• Absorventes com lenços umedecidos íntimos
• Absorventes com sabonetes íntimos
• Escovas de cabelo com pentes
• Lâminas com cremes depilatórios
• Fio dental com enxaguatório bucal
para cabelos, a atendente deve abordá-lo e perguntar: “A senhora/o senhor tem creme de pentear em
casa?”. Se o cliente estiver procurando um xampu,
não se deve usar frases como “a senhora/o senhor
quer um condicionador?”, porque o consumidor não
quer, e sim ele precisa desse item. Dessa maneira, a
venda adicional tem início quando o cliente chega
à perfumaria e a informação é o que agrega maior
e melhor valor à venda.
De acordo com a consultora especialista em
layoutização e exibitécnica de varejo, Silvia Osso,
quando os artigos são oferecidos em kits, essa prática dá ao cliente a sensação de vantagem no que
diz respeito à economia e também ajuda, de alguma forma, a divulgar a imagem de preço mais baixo, o que nem sempre é verdade.
Preços competitivos
Já a especialista em marketing, Giovanna Dimitrov, comenta que atualmente as empresas de Higiene, Perfumaria e Cosméticos (HPC) já fazem o
que se chama de packing promocional. “São itens
exclusivos (montados apenas para um grupo de empresas) e funcionam muito bem para agregar”, diz.
A especialista defende que o varejo das grandes redes de perfumaria atualmente possui preços bem
competitivos nessas linhas. Dessa forma, o consumidor que iria adquirir esses itens de HPC da
compra mensal no supermercado acaba comprando-os nas perfumarias, já que eles oferecem benefícios extras (preço melhor, item exclusivo, brinde promocional).
É fundamental criar uma lista de itens para auxiliar o atendente a oferecer os produtos corretos
e adequados à necessidade dos clientes, mas é importante também treinar muito bem a equipe. Por
isso, a técnica tem menos adesão no Brasil que em
países cuja gestão do varejo é mais desenvolvida.
“Quando o foco está nas necessidades dos
clientes, fica mais fácil agregar. As vantagens são
para todos os lados (cliente, loja e fornecedor).
Quando o proprietário coloca em primeiro lugar as próprias necessidades, os resultados dessa
prática não são observados e ocorre o que chamamos de desserviço”, constata Giovanna. Esse
desserviço acontece, por exemplo, quando os colaboradores oferecem em todas as partes da loja
(balcão, autosserviço e caixa) o mesmo item, sem
se ater às necessidades de cada cliente. Dessa forma, o consumidor desconfia de que esse produ2015 PONTO DA BELEZA 11
• Cada vez melhor
É importante conhecer as necessidades dos clientes
ENDA
NTocorre apenas na exposição
A venda agregadaEnão
ERENÇAS
DIF
AS na
nas gôndolas, mas também
atitude do atendente
• Venda extra é aquela que se faz sem
nenhuma associação com os outros produtos
que o cliente está levando. Por exemplo, o
cliente busca um xampu e é oferecida a ele
uma linha de esmaltes. Em algumas lojas, os
produtos são simplesmente expostos em locais
estratégicos em pilhas ou cestos com ótima
sinalização visual e eles vendem por si só.
• Venda agregada, adicional ou associada é
aquela em que o item sugerido tem sempre a ver
com o principal. Por exemplo, o cliente busca
fio dental e é oferecido também enxaguatório
bucal. O mesmo vale para sabonete íntimo com
absorvente, esmalte com removedor de esmalte,
etc. Os produtos podem estar compostos em
packs ou serem sugeridos pelos atendentes.
Fonte: consultora especialista em layoutização
e exibitécnica de varejo, Silvia Osso
12 PONTO DA BELEZA 2015
to deve ser melhor para quem vende do que para quem compra.
A especialista defende que a técnica não gera
desvantagem quando bem aplicada. Giovanna ainda ressalta que, se o proprietário colocasse itens
desejados (básicos de HPC) a preços competitivos, não existiria perda para nenhuma das partes. Como nem tudo ocorre em condições ideais,
comprar errado (mais caro) e sem analisar a necessidade do cliente seria uma desvantagem e prejuízo na certa.
Tanto o comprador como qualquer funcionário da área de vendas podem atuar na venda agregada, principalmente no que se refere à exposição.
Não há necessidade de cuidados especiais. A própria indústria muitas vezes já entrega os packs prontos. Por esse motivo, o treinamento da equipe é o
que faz a diferença.
Para Giovanna, independentemente do tamanho da loja, quando o foco é no cliente e no relacionamento com ele, a venda agregada acontece de maneira mais fácil. “É só constatar esta teoria: vendemos mais para clientes amigos”, finaliza
a especialista.
DeBRITO
• Ponto de vista
Merchandising auxilia
estratégia do PDV
Itens como visibilidade,
compatibilidade do ponto,
conveniência ao consumidor,
fachada, identificação, vitrine,
layout, iluminação, temperatura e
cores projetam a imagem da loja
14 PONTO DA BELEZA 2015
ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK
FOTO: DIVULGAÇÃO
D
iante de um mercado acirrado e
cada vez mais competitivo, já não
basta disponibilizar produtos e
serviços de qualidade nem mesmo oferecer preços atrativos para
atender às necessidades e aos desejos dos consumidores. É preciso chamar a atenção dos clientes,
proporcionando experiências de compras. Ideias
simples, como destacar um produto com iluminação no ponto de venda (PDV), podem causar um
impacto na mente do consumidor e fazê-lo desejar o produto. Isso é apenas uma forma de posicionar estrategicamente o item para aumentar a percepção de compras.
O supervisor da Beauty Point, Ademilton Nobrega, explica que merchandising é a definição de
preços, visibilidade, comunicação e promoção, com
o intuito de informar e motivar a compra de seus
clientes. “É um conjunto de ferramentas de marketing que o lojista utiliza para perseguir os objetivos estabelecidos. Essas variáveis estão classificadas
em quatro grupos amplos: produto, preço, praça
e promoção – os chamados 4 Ps em marketing”.
Cada vez mais, as grandes companhias bem
como as médias e pequenas empresas olham atentamente para o ponto de venda. As redes varejistas, por sua vez, estão abertas para o merchandising, que inclui desde displays diferenciados até a
ambientação do PDV. O que falta é definir a melhor estratégia para atrair o consumidor no local
da compra.
Materiais diferenciados, design arrojado, tudo
deve ser cuidadosamente pensado para atrair o consumidor. Usar alguns avanços tecnológicos, como
LED na iluminação das gôndolas, por exemplo, são
tendências mundiais e que exercem prontamente a
função de capturar a atenção do cliente.
Além disso, vale destacar que as cores e a iluminação agregam sofisticação aos projetos. Também já é possível o uso de telas de LCD ou plasma
para atrair o cliente, além de projetos de interatividade. As telas de touch screen e sensores que
possibilitam um contato maior com o consumidor
são mais alguns exemplos de como é possível aumentar a visibilidade e a fidelização do cliente –
tecnologia ainda pouco explorada em âmbito na-
cional em razão do alto investimento e dos custos
de manutenção.
O merchandising é uma importante ferramenta
de marketing e deve ser utilizado da melhor forma. A ambientação pode mudar a decisão de compra tanto dos consumidores que já chegam ao PDV
em busca de um determinado produto como dos
indecisos e curiosos. Porém, o consumidor é mais
exigente e, para conseguir conquistá-lo, é necessário muito mais do que projetos comuns. Para ser
eficiente, o merchandising deve estar alinhado e
adequado ao público. Atualmente, o consumidor
quer, além de qualidade, inovação e interatividade.
Criatividade à vista
Os gestores das perfumarias de pequenos e médios varejos devem usar toda a criatividade para
surpreender o cliente, não apenas explorando e entendendo o perfil de quem entra em sua loja, como
idade, renda, classe social, estilo de vida, personalidade, crenças, entre outros, mas também desenvolvendo ações estratégicas de marketing que envolvam o consumidor no PDV para estimular o
processo de compra.
“Todos os itens do merchandising são importantes para a loja, mas a comunicação visual é uma
das ferramentas mais utilizadas e tem grande importância no ponto de venda, pois, no momento
da compra, a visão é o primeiro sentido responsável pelo processo de escolha – é a chave para chamar a atenção e influenciar o cliente na decisão da
2015 PONTO DA BELEZA 15
• Ponto de vista
compra. Portanto, comunicar por meio de banner,
cartaz, wobbler, clip strip, móbile, entre outros, é
fundamental”, comenta Ademilton.
O supervisor destaca que, dependendo da quantidade de displays e material de comunicação diversificado, pode-se poluir o ambiente e causar
um aspecto pesado e de difícil leitura no ponto de
venda. É importante usar a comunicação visual,
porém levando em conta o bom senso ou pedindo ajuda para profissionais especializados na área.
“O limite para o merchandising ser aplicado de forma adequada, em primeiro lugar, é que
este deverá chegar até as mãos do lojista; no entanto, os pequenos e médios varejistas não têm
acesso a esses materiais e, dificilmente, possuem
um treinamento que os oriente. Nesse caso, uma
boa alternativa é visitar a EBC Atacado de Cosméticos e, juntamente com a Rede Beauty Point,
esses varejistas terão ajuda de consultores e todo
apoio necessário da equipe atacadista”, aconselha.
Para ele, todo e qualquer lojista poderá e deverá buscar auxílio com os itens que sentir necessidade. No caso da utilização da ferramen-
Supervisor da Beauty Point,
Ademilton Nobrega
16 PONTO DA BELEZA 2015
ta merchandising , existem indústrias que podem
apoiar com informação e com o material. A EBC
Atacado de Cosméticos, por meio do projeto Beauty
Point, ajuda a organizar a loja, modelar e torná-la atrativa aos clientes, pois orienta desde o posicionamento das gôndolas e arrumação dos produtos até a colocação deles na prateleira, levando
em conta a layoutização, o gerenciamento das categorias e o mix mais adequado ao ponto de venda.
O PDV vem se tornando um canal de grande
oportunidade e, além de expor, mostrar, informar
e vender produtos, passa a ser o local que se comunica e se relaciona com os consumidores. É o
palco perfeito para reunir o cliente, o produto e a
intenção de compra. Com isso, o ponto de venda
ganha certa atenção, por ser neste lugar onde as
marcas têm um contato direto com o consumidor
e onde também começam a criar sua identidade,
com qualidade e preços mais atrativos.
O merchandising desperta desejo e emoção,
portanto essa técnica vem sendo uma arma poderosa na conquista e fidelização de clientes no ponto de venda. E, como o cliente está cada vez mais
exigente, essa condição faz com que os lojistas busquem estratégias criativas e eficazes para satisfazer, encantar e motivar esses shoppers a comprar.
“Toda a atmosfera da loja – ambiente externo, visibilidade, compatibilidade do ponto, conveniência do consumidor, tipo de fachada, placa de identificação, vitrine, layout , iluminação, temperatura
e cor – precisa ser planejada em detalhes para que
transmita ao público a informação que realmente a loja pretende passar”, finaliza o supervisor.
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Ponto da Beleza - Thermoliss Inoar Abril 15.pdf
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23/04/15
18:08
• Gestão
Governo tenta incrementar
a arrecadação e fecha
brecha na legislação que
levava à sonegação no setor
Aumento de IPI
˜
causa preocupaçao
O
segmento de beleza começou 2015
com a notícia (considerada péssima
para o setor) de que os estabelecimentos atacadistas de vários tipos de produtos de beleza seriam, a partir de 1º de maio, equiparados ao setor industrial, o que, na prática, implica
não apenas um grande aumento do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI), mas também a majoração, por reflexo, de outros tributos, como o do
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação –
Substituição Tributária (ICMS-ST).
Isso se refere ao Decreto 8.393/15, pelo qual a Receita
Federal instituiu a cobrança de IPI também para o setor atacadista na área de cosméticos, quando pertencer
ao mesmo grupo empresarial da indústria.
A medida faz parte do pacote do Ministério da Fazenda para aumentar a arrecadação. O Governo argumenta que está fechando uma brecha na legislação que
levava à sonegação no setor. A Receita identificou que
algumas indústrias vendiam os produtos subfaturados
18 PONTO DA BELEZA 2015
para o distribuidor do mesmo grupo para reduzir o pagamento de IPI.
Com a norma, os atacadistas que revendem produtos cosméticos e afins são atingidos, caso as aquisições
desses itens sejam provenientes de indústrias interdependentes, em especial, as que pertencem ao mesmo
grupo econômico.
“Esse aumento de carga fiscal, que especulam chegar a 20% sobre os preços atuais, atinge diretamente os
profissionais que atuam no setor de beleza e que utilizam esses produtos para realizar seus serviços”, comenta o advogado da Achiles Cavallo Advogados Associados, Achiles Augustus Cavallo.
O especialista explica que os cabeleireiros, maquiadores, manicures, pedicuros, depiladores, esteticistas e
outros profissionais terão um sensível incremento nos
custos de insumos que empregam no seu dia a dia, o
que, necessariamente, implicará majoração dos preços
de seus serviços.
Ele acredita que essa notícia não poderia ser pior
para os profissionais da beleza, em especial pelo momento de retração pelo qual passam os consumidores,
FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
O QUE DIZ
O DECRETO
Decreto nº 8.393/15 – RFB – IPI – Equiparação a industrial
– Comércio atacadista – Aquisição de produtos de
perfumaria, cosméticos e outros – Inclusão de mercadorias
O Decreto nº 8.393/15 alterou o Anexo III da Lei nº
7.798/1989, que trata sobre o Imposto sobre Produtos
Industrializados – IPI, para incluir os seguintes
produtos na relação de mercadorias que, adquiridas
pelo estabelecimento atacadista, o equiparam a
estabelecimento industrial:
a) perfumes (extratos);
b) produtos de maquiagem para os lábios e olhos;
c) preparações para manicuros e pedicuros;
d) preparações para ondulação ou alisamento,
permanentes, dos cabelos;
e) laquês para o cabelo;
f) preparações para barbear (antes, durante ou após);
g) sais perfumados e outras preparações para banhos;
h) outros como: pós, incluindo os compactos; cremes de
beleza; loções tônicas; e outras preparações capilares.
já assustados por outros tantos aumentos de impostos,
taxas, produtos e serviços.
“Existe, contudo, a esperança de que o Poder Judiciário impeça essa excessiva carga fiscal, visto que o
meio adotado (Decreto da Presidência da República)
para incrementar o IPI não é válido. Para ter efeito, esse acréscimo do IPI deveria seguir com base em uma
lei”, defende ele.
Para o advogado, ainda no campo do Poder Judiciário, é possível atacar esse grande aumento do IPI ante
a clara violação do
princípio da isonomia entre os contribuintes, isso porque
as outras medidas
de ajuste econômico foram gerais, enquanto essa atingiu
apenas o setor.
“Nesse sentido,
há a notícia da concessão de uma liminar, assinada peO advogado Achiles Augustus
lo juiz federal Luiz
Cavallo comenta sobre como o
Antônio Ribeiro da
aumento do IPI afeta o setor
Para a equiparação a industrial do estabelecimento
atacadista, este deverá adquirir tais produtos
de estabelecimentos industriais ou dos seguintes
estabelecimentos equiparados a industrial:
a) estabelecimentos importadores de produtos de
procedência estrangeira;
b) filiais e demais estabelecimentos que
exerçam o comércio de produtos importados ou
industrializados por outro estabelecimento da
mesma firma;
c) estabelecimentos comerciais de produtos cuja
industrialização haja sido realizada por outro
estabelecimento da mesma firma ou de terceiros,
mediante a remessa, por eles efetuada, de matériasprimas, produtos intermediários, embalagens,
recipientes, moldes, matrizes ou modelos.
Este Decreto entrou em vigor na data de sua
publicação, produzindo efeitos a partir de 1º de maio
de 2015.
Cruz, da 1ª Vara da Subseção Judiciária de Varginha
(MG), que suspendeu a citada aplicação da regra trazida pelo decreto que equipara atacadistas a estabelecimentos industriais”, destaca ele.
Cavallo considera que existe uma ponta de esperança para os profissionais do setor de beleza, por exemplo,
a concessão de liminares pelo Poder Judiciário tal como
a expedida pelo juiz federal de Varginha.
Prejuízo notável
A decisão do Governo de passar a cobrar IPI no atacado do setor de cosméticos provocará, em média, um
aumento real dos preços ao consumidor de 12% e uma
queda nas vendas dos produtos atingidos de 17% a 18%,
segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria
de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec),
João Carlos Basilio.
Segundo o presidente da Abihpec, com a queda nas
vendas, 200 mil pessoas podem ficar desempregadas. Ele
afirma que a arrecadação será maior que a anunciada pelo
Governo e estima que o setor pagará R$ 1,5 bilhão a mais
por ano com a mudança nas regras do IPI.
Todos os itens listados no decreto têm alíquota de IPI
acima de 15%. A lei não permite essa equalização para
cosméticos com alíquotas menores.
2015 PONTO DA BELEZA 19
• Tendência
Tecnologia disponível
no ponto de venda
Ao gerenciar as informações dos clientes e criar ações que
englobem seus diferentes canais, o varejo pode explorar mais
facilmente a experiência de compra
A
constante mudança do perfil do
consumidor tem impactado diretamente o seu relacionamento com as marcas. A internet e a
mobilidade ditam o ritmo dessa
transformação. E esse cliente – atualmente com
uma visão multiplataforma – quer interagir com
as marcas, consumir conteúdo e realizar suas compras independentemente do canal e do dispositivo escolhido.
Para o vice-presidente executivo da Bematech,
Bruno Primati, a experiência de compra tem cada
vez mais peso na fidelização desse cliente, o qual tem
o poder de escolha – literalmente nas mãos, transformando-o em um alvo fácil de ser alcançado, porém difícil de ser conquistado.
20 PONTO DA BELEZA 2015
Não faltam tecnologias para que o varejo alcance esse consumidor; porém, o desafio que
se apresenta está muito mais relacionado à gestão. O estudo realizado pela consultoria Deloitte,
Os Poderosos do Varejo Global 2014, apontou que
50% dos consumidores estão dispostos a, por exemplo, divulgar sua localização, possibilitando uma gama de ações direcionadas.
“Qualquer estratégia só será eficiente e completa
quando ela for, realmente, vista como omni-channel.
E, se o conceito de omni-channel (essa é uma das
grandes tendências no mercado de varejo. Agora não
há mais diferenças entre lojas físicas ou lojas on-line.
O cliente conhece o produto na internet e compra
na loja física, ou vice-versa. O consumidor é multicanal, compra em diversos canais e pode realizar
FOTOS: SHUTTERSTOCK
TECNOLOGIAS
EIS
INDISPENSÁV
• iBeacon – um sensor que transmite dados via
Bluetooth. Com uma rede de beacons, qualquer
varejista pode entender exatamente onde um
consumidor está no ambiente físico. Quando
um cliente se aproxima da vitrine, o IBeacon
reconhece que aquele consumidor está interessado
em determinado produto e, assim, o lojista pode
sugerir promoções específicas para o cliente.
• RFID – um sistema de identificação de
mercadorias via radiofrequência que proporciona
agilidade na gestão do estoque. No varejo, o
controle da movimentação de mercadorias no
estoque e nas lojas é um ponto crucial para a
lucratividade da empresa. Essa tecnologia está
presente em todas as fases da venda: desde a
saída do produto do estoque, passando pelo
pagamento do item em caixas de autoatendimento
e, quando necessário, até a troca da peça.
• Omni-channel – um conceito que integra
e organiza todas as soluções tecnológicas e
informações do varejista. Independentemente
do canal de venda, é outra ferramenta
indispensável, contribuindo para uma experiência
positiva de consumo, on ou off-line.
• Mapa de calor – um exemplo de tecnologia que
auxilia o varejista, via sensores de calor, a detectar
quais locais da loja estão sendo mais procurados
pelo cliente. Assim o varejista consegue identificar
os produtos que estão atraindo mais clientes e os
que são menos interessantes aos consumidores.
• Mobile – as soluções de mobilidade possibilitam
experiência única de compra para o consumidor. Por
meio de smartphones ou tablets, os clientes podem
ser atendidos de forma rápida e personalizada,
sem filas e com muito mais interação. Catálogos
virtuais, lookbooks interativos e diversos aplicativos
que descomplicam a compra são ferramentas
de fidelização essenciais para o varejista.
Fonte: vice-presidente de operações da empresa
de software para varejo Linx S.A., Jean Carlo
Klaumann, para o portal E-commercebrasil
compras em ambientes físicos e virtuais) é o de ser
um canal único e a marca com a qual o cliente está interagindo – loja física, contact center, site, blog,
etc. – é a mesma, por que, então, nem sempre essa
unidade é percebida?”, indaga o executivo.
Vale lembrar que omni-channel é um conceito
que não diferencia uma loja física de uma virtual.
O cliente pode conhecer o produto no varejo físico
e comprá-lo pela internet. Ele pode ver o item pelo celular e ir até a loja para efetuar a compra. Este
consumidor é multicanal e cruza suas compras em
diversos canais no momento que for mais conveniente e prático para ele.
Para Primati, quando o varejo gerencia as informações dos clientes e cria ações que juntam seus
diferentes canais, torna-se mais fácil explorar a experiência de compra do consumidor, impactando
positivamente o seu relacionamento. No mercado
americano, por exemplo, já é possível fazer compras por meio de vitrines virtuais nas quais o público realiza o pedido e o pagamento pelo celular e
recebe os produtos em casa ou adquire itens a partir de um vídeo.
Primati explica que a mudança na forma de se
relacionar com o consumidor continuará se reinventando a cada dia, as soluções para potencializar esse relacionamento continuarão sendo desenvolvidas e os clientes serão cada vez mais exigentes. “Repense seu posicionamento, tenha uma gestão unificada de suas plataformas, coloque o cliente no centro de suas estratégias, ofereça a ele a melhor experiência possível e, consequentemente, faça bons negócios”, aconselha ele.
E as lojas físicas?
Essas mudanças fazem com que o varejo tradicional busque novas práticas. É claro que as lojas físicas não vão deixar de existir, apenas deixarão de ter
uma função transacional, passando a oferecer uma
experiência mais elaborada para o cliente. Esses estabelecimentos precisam se reinventar, aumentar o
nível de especialização dos atendentes e levar cada
vez mais informação para o público.
Segundo o diretor de Hardware & Serviços da
Bematech, Eros Jantsch, além de um novo tipo de
atendimento, o varejo precisa considerar também
um novo tipo de comércio: a loja do futuro. Essa
2015 PONTO DA BELEZA 21
• Tendência
nova loja deverá contar com uma infraestrutura robusta e flexível de Tecnologia de Informação (TI),
que integre inovações, aplicações e equipamentos.
“Dentro dessa ideia, o autoatendimento já é uma
realidade. Terminais permitem a compra de produtos sem a necessidade prévia de interação com
um vendedor. Uma tendência cada vez mais latente é a evolução do pagamento pelo celular, ou melhor, o cliente chega a uma loja, escolhe os produtos
que quer comprar e, depois de comparar os preços
pelo celular, faz o pagamento por meio do próprio
smartphone, levando os itens escolhidos na hora”,
ressalta Jantsch.
A questão é: essas novas tendências para que o varejo físico acompanhe a revolução da internet serão
suficientes para fidelizar os clientes? Jantsch constata que a evolução do consumidor está muito rápida
e a internet influencia os hábitos de consumo. “Em
todas essas tecnologias que estão surgindo, percebemos que o mercado está se adaptando. No entanto, esperamos que essa revolução tecnológica de fato
contribua para a satisfação do consumidor, pois este
será sempre o nosso maior objetivo”, diz o executivo.
Nessa linha, um exemplo de tecnologia destinada ao pequeno varejista é a Bin, uma nova solução de pagamento eletrônico lançada pela First
Data. A Bin chega ao mercado com acordos assinados com as principais bandeiras e já iniciou, juntamente com o adquirente Bancoob, suas operações
com a MasterCard para crédito, débito, parcelamento, antecipação de recebíveis e outros serviços.
Outras bandeiras, como Visa e Cabal, serão habilitadas para marcar o início das operações comerciais em grande escala.
“Nosso objetivo agora é fazer com que a Bin
seja reconhecida como uma solução de fácil uso,
22 PONTO DA BELEZA 2015
flexível, segura e acessível, que ajude pequenos e
médios estabelecimentos comerciais a desenvolverem seus negócios. Com a Bin e seu foco em pagamentos eletrônicos, a First Data dá o primeiro
e mais importante passo na direção para se tornar
referência em soluções integradas de comércio e
gestão para estabelecimentos comerciais”, resume
a presidente da First Data Brasil, Debbie Guerra.
Além das tradicionais máquinas de captura
de pagamento, a solução Bin conta com captura e
transação por solução TEF, POSTEF e e-commerce. Sabendo que os comerciantes brasileiros buscam, com frequência, serviços que auxiliem seus
fluxos de caixa, a Bin desenvolveu múltiplas opções para a escolha de datas de pagamentos e antecipação de recebíveis. A First Data já injetou mais
de R$ 330 milhões no País para desenvolver e lançar a solução.
Já o Bemacash é outro exemplo. O produto consiste em uma tecnologia móvel completa, que garante a gestão das operações dos estabelecimentos, desde o controle de estoque até a transação financeira. Este último recurso apresenta o diferencial de já estar integrado à plataforma fiscal Nota
Fiscal ao Consumidor Eletrônica (NFC-e) e de acordo com as novas regulamentações, o que contribui para que os lojistas possam se adequar às novas regras fiscais de forma simples.
Para o presidente da Bematech, detentora do
produto, Cleber Morais, o lançamento dessa solução ocorre em um momento em que a automação
comercial no Brasil passa por uma grande transformação. “Assim como aconteceu em mercados
mais maduros, existe uma tendência no varejo brasileiro em integrar soluções de automação comercial e meios de pagamento”, comenta Morais.
• Entrevista
Motivaçao nas
pequenas empresas
O mercado comprova que remuneração não é a principal variável que o
profissional avalia quando está em transição de carreira
O
varejo é responsável pelo abastecimento de mercados com os produtos de que o consumidor
necessita, contribuindo não apenas para o desenvolvimento da produção e do consumo, mas
também estabelecendo intercâmbio cultural entre as diferentes comunidades. As pessoas que
trabalham no comércio lidam diretamente com o cliente; por esse motivo, torna-se necessário possuir características que aumentem o valor percebido pelo consumidor. Desenvolver a motivação nos
colaboradores do varejo é imprescindível para o pequeno empresário manter seu negócio lucrativo.
O funcionário é a alma da empresa. Ele representa aquilo do que ela se constitui. As lojas, independentemente do porte, precisam de colaboradores estimulados e envolvidos e, por sua vez, bons líderes para desenvolver esse trabalho. Engana-se quem ainda acredita que não é possível manter equipes motivadas em
pequenas empresas.
A eficácia de um líder depende muito mais da capacidade de valorizar e inspirar pessoas do que da capacidade de tomar decisões e ordenar. Estudos atuais também demonstram que as pessoas possuem necessidades internas, mas, em sua maioria, é possível motivá-las por meio de reconhecimento, autoestima e bem-estar, contribuindo para a qualidade de vida no que se refere a algo que vai além de sua situação financeira.
Há líderes capazes de criar ambientes e condições em que os colaboradores se sentem respeitados e valorizados, o que propicia o desenvolvimento próprio bem como o da empresa, pois, sem dúvida, esses profissionais conseguem manter os colaboradores motivados e envolvidos e, melhor ainda, felizes em todo processo.
Essa é uma das ideias do senior consultant da divisão Healthcare & Life Sciences da Michael Page, Daniel
Greca. Conheça mais sobre seus pensamentos:
1
PONTO DA BELEZA Como as pequenas empresas do varejo podem promover o crescimento
de seus colaboradores?
DANIEL GRECA Sempre teremos empresas que
serão celeiros e formadores de mão de obra. Trata-se de algo natural e importante se pensarmos em
toda a cadeia. A leitura correta do cenário em que
o empregado trabalha pode fazer a diferença. Uma
atitude importante seria interpretar de que forma o
24 PONTO DA BELEZA 2015
profissional pode agregar para a companhia além das
atividades já determinadas no descritivo de cargos.
2
PB Isso significa assumir maior volume de tarefas a ser executadas?
GRECA Normalmente, em empresas menores há
espaço para acúmulo de tarefas. Ao entender como
todo o negócio funciona, quanto mais se desenvolve nessa fase, mais fácil será a mobilidade para carFOTOS: FELIPE MARIANO/BRUNO FERNANDEZ
O funcionário é a
alma da empresa, ele
representa aquilo do
que ela se constitui
gos ou funções melhores, caso seja essa a intenção
do colaborador.
3
PB Existem dezenas de casos de profissionais que
se demitem de empresas pequenas para trabalhar em companhias maiores. Muitas vezes, ganham
o mesmo salário ou até um pouco menos. Por quê?
GRECA Claramente, o mercado tem provado que
remuneração não é a principal variável que o profissional avalia quando está em transição de carreira. Embora ela tenha seu peso, podemos afirmar que, em 80% dos casos de entrevistas realizadas com candidatos nessas situações, a necessidade
de mudança vem motivada por problemas de gestão
com o superior direto ou está vinculada a chances
de carreira no curto e médio prazos.
4
PB O objetivo seria apenas uma ascensão na
hierarquia?
GRECA Sim, já que na maioria das vezes apenas
empresas maiores conseguem oferecer modelos de
gestão bem definidos e oportunidades de carreira
mais claras. Dessa forma, o profissional das empresas menores opta por fazer a migração.
5
PB Você acredita que a falta de perspectiva de
crescimento em uma empresa é um dos principais motivos para a perda de talentos?
GRECA Sem dúvida. Isso ainda fica mais evidente
nas gerações recentes que se apresentam mais ansiosas no que diz respeito à carreira progressiva. A
oxigenação de um profissional dentro da mesma organização é fundamental para que ele se mantenha
engajado. Novos desafios, projetos, regras claras e
bem definidas são cruciais para que isso aconteça.
6
PB É possível reverter esse quadro? De que forma?
GRECA Sim. Pensando em uma estrutura com
administração familiar, a implantação de governança corporativa colabora não só para toda parte sucessória e societária, mas também descentraliza a
tomada de decisão do acionista. Automaticamen2015 PONTO DA BELEZA 25
• Entrevista
te essas ações tornam a empresa familiar mais corporativa, gerando oportunidades internas. Não se
trata de um processo simples e rápido. No entanto, a governança corporativa pode ser o grande diferencial para manter e atrair profissionais, garantindo a perpetuação do negócio.
7
PB Como um plano de carreira deve ser elaborado em uma pequena empresa?
GRECA Ele tem de ser realista. Desenhar algo que
foge do alcance da organização só vai gerar, no médio prazo, mais frustração para ambos os lados.
Ainda que a profissionalização seja um caminho
longo, ter claro o plano da empresa para os próximos anos (com regras e metas bem definidas) fornece, automaticamente, um norte para o profissional que trabalha nela. Fazer isso exige maturidade
e conhecimento do mercado.
8
PB De que forma esse plano ajuda na motivação
do colaborador?
GRECA Para o profissional, o fato de existir tal plano e o colaborador se sentir parte integrante dele já
pode ser um diferencial para mantê-lo engajado e
dentro da organização. Ainda pensando em ser realista, ambos os lados devem enxergar que as condições para as oportunidades de carreira podem ser
alteradas de acordo com variáveis que, dependendo do caso, estão fora de controle do empregado ou
do empregador.
9
PB Há uma forma de evidenciar aos colaboradores as oportunidades de crescimento no
pequeno varejo?
GRECA Uma vez que existe criado e detalhado o
plano de negócios para os próximos anos, deve-se,
por meio dele, explicar para todos os profissionais
da empresa onde cada um se encaixa e as metas coletivas e individuais que devem ser atingidas para
garantir que o objetivo seja alcançado. É importante nessa hora considerar todos os fatores externos,
entendendo as oportunidades e ameaças do mercado assim como toda a inteligência interna da organização, fazendo a leitura das fortalezas e fraque26 PONTO DA BELEZA 2015
Os colaboradores
devem ser
respeitados e
valorizados
zas. Fundamental salientar que a maturidade corporativa se faz necessária para que essa comunicação flua e ocorra com eficiência.
10
PB De que maneira seria possível orientar
os empresários a enxergarem a empresa com
essa maturidade?
GRECA Buscar bons profissionais e descentralizar a tomada de decisão ainda é a grande barreira
das empresas de menor porte. Existe uma resistência muito grande em confiar e descentralizar a tomada de decisão por parte de fundadores, dos proprietários e das gerações seguintes que assumem
a responsabilidade do negócio. Ao mesmo tempo,
não se pode ignorar todo know-how que o acionista tem. É responsabilidade dele replicar todo esse
conhecimento para diretores, gerentes e gerações
futuras da administração familiar. Esse plano deve ser elaborado com cautela, respeitando o tempo
de mudança de cultura.
• Lançamentos
Inverno quente com as
novidades da estaçao
1
O mercado comemora a chegada de novos produtos,
como esmaltes, máscara para hidratação dos fios, kits
desamareladores para os cabelos e óleos corporais
1. Base finalizadora para unhas Beira Alta
Com cálcio ativo, a base finalizadora Beira Alta fortalece as unhas dando não
apenas um acabamento uniforme e perfeito, mas também uma cobertura superior, proporcionando ao esmalte um brilho intenso por muito mais tempo.
http://beiraaltacosmeticos.com.br
2
2. Nati lança Doces Lembranças
A marca de esmaltes Nati está trazendo ao mercado a coleção Doces Lembranças, inspirada nas recordações e fatos que marcaram a memória das mulheres. Essa coleção é
formada por cinco cores com acabamentos cremosos, metálicos e com glows especiais:
Primeiro Encontro, Carinho de Vó, Boneca de Pano, Primeiro Beijo e Viagem de Férias.
www.naticosmeticos.com.br
3. Impala apresenta Meus Segredos
C
M
3
Y
CM
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A Impala divulga sua nova coleção outono/inverno 2015: Meus Segredos. As
apostas são para as cores fortes e elegantes: marrom e roxo profundo, nude (que
continua em alta), o vermelho e o ultravioleta. Meus Segredos ainda apresenta
como novidade o Fiquei Rosa, uma cobertura com micropartículas em tons de
rosa que podem modificar o efeito do esmalte que está por baixo.
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4. Hidrataçao profunda e nutritiva para a pele
O Creme Corporal Ultra Hidratante Amêndoa com Colágeno, da Muriel
Cosméticos, perfuma a pele enquanto as substâncias retiradas das amêndoas
nutrem e hidratam de maneira profunda. Todos esses benefícios se aliam ao
colágeno, ativo que confere firmeza, elasticidade e luminosidade à pele. A aplicação é facilitada, pois o produto vem armazenado em bisnaga.
4
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Ecologie Banana e Menta
A máscara Ecologie Fios recupera os cabelos danificados e com pontas duplas. É
um tratamento intensivo de Banana e Menta. Não contém parabenos e sua ação é
rápida – são apenas três minutos para proporcionar cabelos hidratados e brilhantes.
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28 PONTO DA BELEZA 2015
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06/05/2015
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Multiplique suas vendas com os
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• Lançamentos
Kit desamarelador Gota Dourada
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amarelado dos fios, realça o tom platinado, hidrata profundamente e proporciona brilho aos cabelos loiros, com mechas, ou grisalhos. Sua fórmula também
fortalece a raiz e a estrutura capilar, combatendo a queda por quebra dos fios.
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5. It-Girl roxo azulado
It-Girl é o esmalte roxo azulado intenso e cremoso,
com alta durabilidade nas unhas e máximo brilho,
usado pela atriz Marina Ruy Barbosa. Produto 4Free
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6. Yenzah inova com o
Whey Fit Cream Power
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Centro de Pesquisa & Desenvolvimento Yenzah criou
o Yenzah Whey Fit Cream, a Máscara de Potência
Capilar que recupera o fio com uma poderosa recarga
de proteína e promove o retoque das macromoléculas de aminoácidos no cabelo.
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7. Coleçao Bemglô da
Alta Moda É...
Os esmaltes de Alta Moda É..., da Coleção Bemglô,
são elaborados com fórmula italiana, enriquecidos
com queratina, 3Free – livre de tolueno, formaldeídos e DBP. Donna, Nude Moreno, Rosado, Chocolate
Quente, Blu Cintila, Orange Classic, Laranja Cintila e
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8. Novos alicates da Merheje
A linha Merheje Touch apresenta um novo conceito
nos produtos de cutelaria e acessórios para cuidados
pessoais, combinando design exclusivo, tecnologia de
ponta, ergonomia e eficiência. O cabo emborrachado
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30 PONTO DA BELEZA 2015
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