Elogio aos hot groups
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Elogio aos hot groups
Elogio aos hot groups Os hot groups – diz Tom Peters – são apaixonados, obsessivos por suas tarefas. São a medula que uma organização precisa para se lançar produtivamente numa economia confusa e em constante mutação. Numa empresa industrial tradicional –em 1975– a proporção do montante de uma empresa no mercado de valores (em dólares) e seus ativos fixos era de um por um. No final de 1998, a razão equivalente da Microsoft era de 212 por um. Nossa! Microsoft... Um caso extremo? Sim, embora também indicativo das estrelas da nova era. Microsoft... uma partida de dados flutuante com gente dinâmica...trabalhando em projetos criativos. Ponto. Isto, precisamente, é o que faz com que hot groups, grupos que energizam a efetividade organizacional, torne o livro de Jean Lipman-Blumen e Hal Leavitt tão oportuno, tão importante e também dinâmico. Hot groups! Sim ! Sim! Sim! Posso dizer, honestamente, que minhas mãos tremeram várias vezes enquanto lia este livro (e espero que as suas também o façam). A dança global liderada pelas novas tecnologias está despedaçando a velha economia e está substituindo-a por outra à velocidade da luz, literalmente. As empresas antigas estão se fusionando, consolidando e desaparecendo a uma velocidade recorde; as empresas novas estão tomando a dianteira nesta corrida (também a uma velocidade sem precedentes). A Netscape nasce, muda o mundo e morre (adquirida pela America On Line) tudo no prazo de dois anos. Ah, sim, America On Line! A última vez que consultei seu preço no mercado de valores era em torno de um e meio a mais do que o da General Motors. Como já disse: Nossa! É a era da velocidade e da transitoriedade. Uma era que, como nunca, aplica intensamente a capacidade intelectual. (O chefe da ABB [Asea Brown Boveri] descreveu sua empresa, faz pouco tempo, como 300 toneladas de capacidade intelectual). Há inúmeros livros sobre estratégias na internet, assim como toda uma bibliografia sobre tecnologia da informação em geral. Também encontramos algumas revistas novas, muito interessantes –logo vem à mente a Fast Company– que declaram a chegada do novo funcionário peripatético. No entanto, falta o trabalho propriamente dito! O que é ? (Isso novo). Como se faz? Hot group são a medula que a empresa precisa – Acho que temos o primeiro esboço de uma resposta. Sou um estudioso das novas obras sobre a economia – popular e acadêmica–, e se digo que esse livro é único, tenho razão. Os hot groups são apaixonados, obsessivos por suas tarefas. São a medula que a empresa precisa para se lançar produtivamente, nesta economia mutante, precipitada e confusa. Uma boa notícia: atualmente, os hot groups são necessários mas não novos porque, como falam os autores, sempre existiram: o hot group de cientistas que rompeu as regras e descobriu a dupla hélice, a assombrosa equipe de impressionistas que reinventou a arte em Paris na década de 1870 etc. Não é necessário inventar a roda novamente, mas metaforicamente, o que temos de fazer é elevar a pressão e aprender, logo, a semear, nutrir e limpar os hot groups em quantidade suficiente para poder seguir o ritmo destes tempos inexoráveis. Lipman-Blumen e Leavitt não apresentam um tratamento padrão de como fazer as coisas (já existe muita incerteza para fazê-lo). No entanto, oferecem um brilhante mapa de estradas, detalhado e completo; falam o que é um hot group e o que não é (por exemplo, não é uma equipe nem uma agrupação de forças para uma tarefa especial). Também explicam como funcionam exatamente: amam sua tarefa, nem sempre amam uns aos outros, não é questão de sentimentalismo. Descrevem os desafios que enfrentam os líderes desses grupos (que costumam ter muitos inimigos); mas, o mais importante, oferecem conselhos para preparar um solo fértil onde crescerá uma quantidade sem precedentes de hot groups (para começar, é preciso ter grande capacidade para tolerar a ambigüidade). Espero que esse livro mude sua vida! Fica claro –e poucas coisas ficam claras para mim! – que Hot Groups, de Lipman-Blumen e Leavitt, fala sobre como funcionarão as coisas nos próximos anos. Trata-se de organizações que são acumulações mutantes de hot groups, efetivas e que se renovam continuamente. Domine a estratégia da disciplina já!, ou do contrário... É preciso reinventar o trabalho – Faz pouco tempo conversei com o chefe de um dos maiores sindicatos de trabalhadores de escritórios dos Estados Unidos, e falei que considerava que os novos instrumentos da informação transformariam os empregos em questão de 10 anos mais ou menos, da mesma forma que os empregos dos operários se transformaram nos últimos 100 anos. Também comentei que esperava que isto fizesse que a reengenharia da década de 1990 parecesse uma pequena mudança, e que 90% de seus afiliados, ou mais, deveriam estar preparados para ver que seus trabalhos, tal como são atualmente, evaporarão. Acredito no que falei, e ao mesmo tempo, sinto-me otimista, pois conseguimos com as mudanças traumáticas do campo e das fábricas, e acho que conseguiremos com esta também. No entanto, é preciso um arsenal de novos truques; ou seja, voltar a inventar logo o trabalho e as organizações. Acho que o que eu chamo de a solução dos hot groups é um maravilhoso ímpeto no caminho da sobrevivência, até mesmo para prosperar e, de forma nada incidental, para nos divertir no caminho.