Vida Cristã

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Vida Cristã
Faculdade de Teologia Avivamento Bíblico
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Elaboração
Equipe de professores da FATAB
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Produção
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 3
I.
ÉTICA GERAL 4
II.
ÉTICA CRISTÃ 7
III. VIDA CRISTÃ 13
IV. PRIORIDADES DE DEUS 14
V. VIDA DEVOCIONAL 17
VI. CARÁTER CRISTÃO 23
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 38
INTRODUÇÃO
Ética e vida Cristã, é certamente assunto da mais
alta importância dentre as disciplinas teológicas. Ora, não
somente o cristianismo, mas toda a religião tem suas
formulações éticas alicerçadas na compreensão e no
relacionamento com suas divindades. De modo que é
natural
que
os
princípios
éticos
Cristãos
sejam
completamente embasados na revelação das Escrituras. A
Bíblia já fora definida como norma de fé e de prática para
o Cristão, que por meio do Espírito santo é capaz de compreender e de viver os
princípios ali estabelecidos.
Essa apostila não tem como propósito exaurir todas as discussões éticas, antes
visa trazer um panorama com as principais abordagens e alternativas éticas e alguns
dos principais proponentes das mesmas.
Num segundo momento apresentamos a ética Cristã bem como sua aplicação
na conduta familiar, social, política e corporal.
Só então abordaremos com profundidade a vida cristã como sendo mais do que
ética aplicada e sim uma transformação realizada pelo Senhor advinda de um profundo
relacionamento com Deus desenvolvido por meio da vida devocional. A medida que
exercitamos as disciplinas espirituais como a meditação, a oração, a intercessão e a
leitura submissa as escrituras, vamos sendo moldados em nosso caráter para nos
tornarmos mais semelhantes a nosso mestre e Senhor.
Imagem três cruzes, disponível em http://www.publicdomainpictures.net/ 22/11/2011. A
passagem bíblica que narra a crucificação de Cristo é um exemplo claro de que o amor de
Cristo é incondicional, basta apenas que o ser humano aceite o modelo de vida e conduta
(ética) de Cristo, seguindo seus passos, entregando sua vida a Ele e confiando nEle como
Salvador e Senhor. Os dois ladro~es da cruz são exemplos claros de que Deus dá liberdade
para as pessoas fazerem suas escolhas. Lucas 23. 39-43
I.
ÉTICA GERAL
A palavra Ética é originada do grego ethos, (modo de ser, caráter) através do
latim mos (ou no plural mores) (costumes, de onde se derivou a palavra moral.). Em
Filosofia, Ética ganha o significado do que é bom para o indivíduo e para a sociedade,
e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento
indivíduo - sociedade.
 Ethos = o que é aceito como valor assumido de uma sociedade e ao mesmo
tempo respeite a individualidade do sujeito que se torna objeto de uma ação.
 Moral = usos e costumes adquiridos conforme o tempo e a cultura em função do
contexto histórico e da sociedade.
Define-se Moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes e
valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Moral e ética
não devem ser confundidos: enquanto a moral é normativa, a ética é teórica, e visa
explicar e justificar os costumes de uma determinada sociedade, bem como fornecer
subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Porém, deve-se deixar claro
que etimologicamente "ética" e "moral" são expressões sinônimas, sendo a primeira de
origem grega, enquanto a segunda é sua tradução para o latim. Ética e moral, pela
própria etimologia, diz respeito a uma realidade humana que é construída histórica e
socialmente a partir das relações coletivas. A ética vai além da moral: procura os
princípios fundamentais do comportamento.
A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa
freqüência a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a
lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a
cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por
outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética.
"Ética" pode ser definida como o estudo crítico da moralidade. Consiste na
análise da natureza da vida humana, incluindo os padrões do "certo" e do "errado",
pelos quais sua conduta possa ser guiada e dirigida. Em resumo, ética é na prática
aquilo que você pensa e faz.
Quanto à aplicação existem diferentes tipos de ética, entre os quais destacamos:
ética imediatista, ética da tradição, ética hedonista, ética naturalista, ética relativista,
ética estética e a ética cristã.
Particularmente "ética cristã", no contexto evangélico, é o somatório de princípios que
formam e dão sentido à vida cristã normal. É a marca registrada de cada crente. Na
sua aplicação prática, a ética tem ocupação dupla:
1. Ocupa-se com as escolhas morais práticas que o homem faz;
2. Preocupa-se com os objetivos e princípios ideais que reconhecemos estarem
impondo exigências sobre nós.
Portanto, ética é um somatório de princípios que capacitam o homem a fazer
uma escolha e a transformá-la em ação vital. Dependendo desses princípios, essa
escolha pode ser boa ou má, benéfica ou prejudicial a quem se destina, seja pessoa ou
comunidade.
O estudo da ética repousa sobre a crença de que o homem é um agente livre e
responsável. O homem é um ser livre para tomar a decisão que bem desejar. Ele pode
opinar na escolha de seu trabalho, de seu cônjuge, seus amigos, ou tipo de vida que
desejar. Por força do que é ele não pode fugir da necessidade de escolher: ele é
forçado a ser livre. Quer o homem queira ou não, ele tem de viver tomando decisões
constantes e inevitáveis.
As escolhas morais feitas pelo homem não são simples questões do acaso; não
são imprevisíveis. A pessoa cujas ações fossem livres nesse sentido não seria uma
pessoa normal. Não teria estabilidade de caráter e não haveria base para confiança em
que suas ações futuras seriam certas ou erradas, boas ou más. Escolhas morais não
são, portanto, simplesmente indeterminadas, isto é, involuntárias, mas o produto duma
espécie de determinação ou escolha determinada e voluntária. Portanto, no sentido
mais amplo que se possa imaginar, principalmente nos domínios da ética, liberdade
moral significa a capacidade de autodeterminação, no sentido de que o homem é livre
para escolher os fins, os alvos, os valores que ele deve buscar, e livre para aceitar ou
rejeitar as exigências do dever.
Deus fez o homem um ser livre para seguir o caminho que desejar ou rejeitar até
mesmo a Sua vontade. Pensar de forma contrária seria transformar o homem num
autômato, uma espécie de robô, e desvirtuá-lo como obra da criação de Deus.
Ética pressupõe não apenas liberdade, mas também responsabilidade, porque
liberdade sem responsabilidade tende a converter-se em libertinagem, ainda que a
libertinagem tenha se transformado num princípio ético, muito em voga, na sociedade
moderna atual.
A ética interessa-se por todas as decisões, escolhas e avaliações do homem quanto
aos valores da vida. Ocupa-se, por exemplo, com o que o homem pensa a respeito de
Deus e de sua vontade, a respeito de si mesmo, do seu semelhante e da sociedade
como um todo. Do mesmo modo, a ética preocupa-se com escolhas e avaliações feitas
pela pesquisa da ciência e filosofia, na medida que ele as envolvem decisões a
respeito do valor dessas disciplinas, a natureza da motivação que se tem para dedicarse a elas e o uso que se vai fazer do conhecimento adquirido.
Concluindo, ética diz respeito a todas as atividades do homem, sujeitas a serem
louvadas ou criticadas e rejeitadas. Ela se interessa por todas as formas de
comportamento, às quais são relevantes os conceitos de "dever", "obrigação" e "bem".
Ela está ligada à escolha dos meios, bem como dos fins. A ética pergunta não só: "Por
que isto está sendo feito?" mas também: "Que benefício esta realização trará a quem
faz e a quem se destina?" Finalmente a ética se interessa pelas formas de
comportamento oriundas do hábito, assim como por decisões e escolhas mais difíceis.
II. ÉTICA CRISTÃ
2.1. As bases bíblicas da ética cristã
A ética é a ciência da moral ou dos valores e tem a ver com as normas sob as
quais o indivíduo e a sociedade vivem. Essas normas podem variar grandemente de
uma cultura para outra e dependem da fonte de autoridade que lhes serve de
fundamento. A ética cristã tem elementos distintivos em relação a outros sistemas. O
teólogo Emil Brunner declarou que a ética cristã é a ciência da conduta humana que se
determina pela conduta divina. Os fundamentos da ética cristã encontram-se nas
Escrituras do Antigo e do Novo Testamento, entendidas como a revelação especial de
Deus aos seres humanos.
A ética é importante para a vida diária do cristão. A cada momento precisamos
tomar decisões que afetam a outros e a nós mesmos. A ética cristã ajuda as pessoas a
encarar seus valores e deveres de uma perspectiva correta, a perspectiva de Deus. Ela
mostra ao ser humano o quanto está distante dos alvos de Deus para a sua vida, mas
o ajuda a progredir em direção esse ideal.
Se fosse possível declarar em uma só sentença a totalidade do dever social e moral do
ser humano, poderíamos fazê-lo com as palavras de Jesus: “Amarás o Senhor teu
Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento... e
amarás o teu próximo como a ti mesmo”. (Mt 22, 37 e 39)
2.2. Ética no antigo testamento
No ensino do Antigo e do Novo Testamentos prevalece uma continuidade
fundamental. Por esse motivo é indispensável uma compreensão da ética hebraica
para se entender adequadamente a ética de Jesus e do Novo Testamento em geral. A
ética cristã requer, portanto, um estudo da moralidade do Antigo Testamento.
2.2.1. Características da moralidade hebraica
a) A ética hebraica baseia-se fundamentalmente na Pessoa de Deus. Deus é a
fonte de toda exigência moral, e é o supremo bem. Quem é esse Deus?
- O único criador, soberano governador e Pai (Dt 6.4; Is 40.28;Ml 2.10).
- Em contraste com os ídolos do paganismo, "o Senhor é o verdadeiro Deus; Ele é o
Deus vivo e o Rei eterno" (Jr 10.10).
- É o Deus santo, que requer santidade de seu povo (Lv 19.2).
- É o Deus justo, que requer justiça de seus filhos (Is 45.21; Am5.24).
Comunhão com esse Deus soberano, vivo, santo e justo é inseparável de uma vida
irrepreensível, da parte de seus adoradores: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e
que o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência,
e andes humildemente com teu Deus?"(Mq 6.8). Essa conduta, pois, está no conteúdo
da vontade divina, que é princípio básico da ética do Antigo Testamento. A realização
dessa vontade deve ser motivada pelo amor a Deus.
Esse Deus é o Deus que escolheu para si o povo de Israel, e com essa nação
fez um pacto. A escolha, ou eleição, revela que o amor divino é imerecido (Dt 7.7-8).
Note-se que esse amor pelo povo de Israel é um amor profundo e puro, mas um
amor que esperava correspondência;
- O amor que resultou na escolha de Israel devia ser correspondido através de um
grande amor a Deus que devia ser expresso por meio de uma vida santa (Dt 10.12; Mq
3.11).
- O amor que motivou a escolha de Israel deveria ser correspondido através de
profundo amor ao próximo, inclusive aos próprios inimigos (Lv19.18;Êx 23.4).
- O amor que fundamentou a escolha de Israel deveria ser correspondido através do
serviço a Deus e ao próximo (Êx 19.5-6; Is 42.6-7).
b) A moralidade hebraica é prática
Os profetas estão intensamente interessados na justiça e misericórdia, mas a
preocupação deles não é com a justiça e misericórdia ideais de algum sonho utópico,
mas antes com a justiça e a misericórdia incorporadas nas decisões e ações de
homens numa sociedade pecadora. Verdade, justiça e misericórdia são coisas que
devem ser praticadas.
c) a lei de deus
A lei expressa o desejo que Deus tem de que as suas criaturas vivam vidas de
integridade. Há três tipos de leis no Antigo Testamento: cerimoniais, civis e morais.
Todas visavam disciplinar o relacionamento das pessoas com Deus e com o seu
próximo. A lei inculca valores como a solidariedade, o altruísmo, a humildade, a
veracidade, sempre visando o bem-estar do indivíduo, da família e da coletividade.
d) Os Dez mandamentos
Os dez mandamentos dados por Deus a Moisés no monte Sinai (Êx 20), formam
o primeiro tratado ético, dado pelo Senhor com o propósito de reger o comportamento
do homem. Como tal, o decálogo estabelece os deveres do homem para com Deus,
para consigo mesmo e para com o próximo.
Através do decálogo, Deus reivindica exclusividade como soberano sobre a vida dos
homens, condena a idolatria assim como a irreverência para com seu santo nome;
estabelece a necessidade de um dia de descanso semanal, fala da necessidade do
filho honrar a seus pais; cuida da preservação da vida e da integridade física do nosso
próximo; repudia a impureza sexual e o roubo; adverte acerca do falso testemunho e
contra a cobiça.
A despeito de Deus haver abolido a maldição da Lei através da obra que Cristo
efetuou na cruz, a lei continua como um princípio de vida que deve ser observado pelo
homem do nosso século; pois moralmente ainda possui seu valor. Antes de Cristo o
judeu guardava a Lei para ser salvo, o crente hoje guarda os mandamentos por ser
salvo. Apenas a Lei Cerimonial perdeu seu sentido e valor para a igreja cristã.
Estas leis provém de um contexto em que ainda não se fazia distinção entre
exigências religiosas, morais e legais para o bom funcionamento da sociedade. Apesar
disso, são essenciais para certas dimensões da vida como a família, a organização
comunitária e a integridade pessoal, revelando inegável amplitude humana.
e) Os Profetas
Alguns dos preceitos éticos mais nobres do Antigo Testamento são encontrados
nos livros dos Profetas, especialmente Isaías, Oséias, Amós e Miquéias. Sua ênfase
está não só na ética individual, mas social. Eles mostram a incoerência de cultuar a
Deus e oferecer-lhe sacrifícios, sem todavia ter um relacionamento de integridade com
o semelhante. Ver Isaías 1, 10-17; 5, 7 e 20; 10 1-2; 33, 15; Oséias 4, 1-2; 6, 6; 10, 12;
Amós 5, 12-15, 21-24; Miquéias 6, 6-8.
Aos profetas, de modo especial, coube a responsabilidade de interpretar e
popularizar o ensino da Lei. Neste particular, os profetas eram uma espécie de
vigilantes e promotores do desenvolvimento espiritual e social da nação. Na qualidade
de mensageiros da vontade divina, confirmavam a fé dos humildes e tementes a Deus,
condenam a auto-suficiência dos arrogantes, e elevavam a fidelidade e justiça divinas
acima de todo e qualquer padrão humano.
f) Os Sábios
Constituem a literatura de sabedoria do Antigo Testamento os seguintes livros:
Jó, certos Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão. Lembremo-nos de
que a sabedoria de Israel é de natureza prática, não especulativa. Estes livros nos
traçam princípios de vida práticos, que devem ser observados no dia a dia de todo
aquele que teme a Deus. São conselhos e advertências que nos ajudam a manter
postura e atitudes eticamente corretas.
2.3 A Ética Cristã No Novo Testamento
A ética do Novo Testamento não contrasta com a do Antigo, mas nele se
fundamenta. Jesus e os Apóstolos desenvolvem e aprofundam princípios e temas que
já estavam presentes nas Escrituras Hebraicas, dando também algumas ênfases
novas.
2.3.1. Os Evangelhos
Os evangelhos põem em relevo certos conceitos chaves a respeito da ética
cristã que não podemos jamais ignorar, sob risco de vivermos uma vida totalmente fora
dos padrões estabelecidos por Deus.
a) A ética de Jesus
A ética de Jesus está contida nos seus ensinos e é ilustrada pela sua vida. O
tema central da mensagem de Jesus é o conceito do “reino de Deus”. Esse reino
expressa uma nova realidade em que a vontade de Deus é reconhecida e aceita em
todas as áreas. Jesus não apenas ensinou os valores do reino, mas os exemplificou
com a vida e o seu exemplo.
O Sermão da Montanha: uma das melhores sínteses da ética de Jesus está
contida no Sermão da Montanha (Mateus Caps. 5 a 7). Os seus discípulos (os Filhos
do Reino) devem caracterizar-se pela humildade, mansidão, misericórdia, integridade,
busca da justiça e da paz, pelo perdão, pela veracidade, pela generosidade e acima de
tudo pelo amor. A moralidade deve ser tanto externa como interna (sentimentos,
intenções): Mt 5, 28. A fonte do mal está no coração: Mc 7, 21-23.
A vontade de Deus: Jesus acentua que a vontade ou o propósito de Deus é o
valor supremo. Vemos isso, por exemplo, em Mt 19, 3-6. O maior pecado do ser
humano é o amor próprio, o egocentrismo (Lc 12, 13-21; 17, 33). Daí a ênfase nos dois
grandes mandamentos que sintetizam toda a lei: Mt 22, 37-40. Outro princípio
importante é a famosa “regra de ouro”: Mt 7, 12.
Disciplina - Mateus 16.24 é um dos vários textos que nos falam da necessidade da
disciplina. Há necessidade de esforço, de auto-negação de persistência para se
alcançar uma vida de acordo com a vontade de Deus. Observância de preceitos e
normas e submissão não são naturais a certos temperamentos, mas podem ser
alcançadas através da disciplina.
Interioridade - Segundo os evangelhos, Jesus demonstra uma especial preocupação
com a conduta interior de um indivíduo. Veja Mateus 15.17-20. A ética cristã deve ser
profunda; deve exteriorizar uma atitude interior. Não apenas conformar-se exterior e
aparentemente a certos princípios morais ou éticos, mas desenvolver interiormente
essas verdades e atitudes.
Perfeição - Perfeição é o alvo da ética de Cristo (Mt 5.48; Jo 15.12; Mt 18.21-22;
Fl3.12-14). A maior mentira que se prega nas igrejas hoje é esta: "Ninguém é perfeito.
Ninguém pode ser perfeito". A ética cristã visa a perfeição. Cristo convida cada crente a
ser perfeito, não em si mesmo, mas nele. Com a ajuda do Espírito Santo podemos
buscar uma vida tão elevada que pecado, quando acontecer, será um acidente de
percurso e não uma prática repetitiva e costumeira.
Coerência - Verifica-se uma perfeita coerência entre o que Cristo ensinava e exigia e a
sua própria vida. Isso ele exige de nós ainda hoje. Paulo podia dizer "sede meus
imitadores" por ter uma vida coerente com sua pregação. Na ética cristã a coerência é
fundamental.
b) A ética de Paulo
Paulo baseia toda a sua ética na realidade da redenção em Cristo. Sua
expressão característica é “em Cristo” (II Co 5, 17; Gl 2, 20; 3, 28; Fp 4, 1). Somente
por estar em Cristo e viver em Cristo, profundamente unido a Ele pela fé, o cristão pode
agora viver uma nova vida, dinamizado pelo Espírito de Cristo. Todavia, o cristão não
alcançou ainda a plenitude, que virá com a consumação de todas as coisas. Ele vive
entre dois tempos: o “já” e o “ainda não”.
Tipicamente em suas cartas, depois de expor a obra redentora de Deus por meio
de Cristo, Paulo apresenta uma série de implicações dessa redenção para a vida diária
do crente em todos os aspectos (Rm 12, 1-2; Ef 4, 1)
Entre os motivos que devem impulsionar as pessoas em sua conduta está a imitação
de Cristo (Rm 15, 5; Gl 2, 20; Ef 5, 1-2; Fp 2, 5). Outro motivo fundamental é o amor
(Rm 12, 9-10; I Co 13, 1-13; 16, 14; Gl 5, 6). O viver ético é sempre o fruto do Espírito
(Gl 5, 22-23).
Na sua argumentação ética, Paulo dá ênfase ao bem-estar da comunidade, o
corpo de Cristo (Rm 12, 5; I Co 10, 17; 12, 13 e 27; Ef 4, 25; Gl 3, 28). Ao mesmo
tempo, ele valoriza o indivíduo, o irmão por quem Cristo morreu (Rm 14, 15; I Co 8, 11;
I Ts 4, 6; Fm 16). Acima de tudo, o crente deve viver para Deus, de modo digno dele,
para o seu inteiro agrado: Rm 14, 8; II Co 5, 15; Fp 1, 27; Cl 1, 10; I Ts 2, 12; Tt 2, 12.
c) A Ética nos demais escritos do Novo Testamento
 Cristo é central na ética cristã. Sem aproximação e comunhão com Cristo, não há
nova vida e nem conduta cristã
 É vital a atuação do Espírito Santo. É o Espírito Santo que muda radicalmente o
ser humano, para o bem. É ele que nos revela a vontade de Deus.
 É indispensável o arrependimento da parte do homem. Arrependimento é
diferente de remorso. Enquanto este se caracteriza pela tristeza pelas
conseqüências do mal praticado, o arrependimento vai além da tristeza e se
caracteriza pelo desejo de não mais praticar o erro cometido, e de reparar o
dano causado.
 A fé é fundamental. Sem uma fé viva, dinâmica, não se alcança os padrões éticos
neotestamentários.
 O amor é a virtude por excelência.
III. VIDA CRISTÃ
A vida Cristã é a vida de Cristo reproduzida no cristão. Esta vida é um diferencial
da vida existente em um mundo caracterizado pelo egoísmo, egocentrismo, vaidade
humana, avareza, etc. Nessa nova vida as características do velho homem tornam-se
passado. Isso ocorre não porque o homem decide viver um padrão ético aprendido,
mas porque há uma transformação em sua natureza, mediante a vida de Cristo nele.
“Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A
vida que agora vivo no corpo vivo-a na fé no filho de Deus” (NVI) Gl. 2.20.
Estas
palavras do apóstolo Paulo evidenciam uma proximidade com Cristo, não apenas um
ideal inalcançável de vida ou um conhecimento sobre a vida e atitudes de Cristo, mas,
a realidade de que Cristo habita em nós e nossas atitudes devem evidenciar esta vida.
Por meio do Espírito Santo Cristo habita em nós e entrelaça sua vida de tal forma
conosco que daí por diante as duas vidas são consideradas uma só. Ele nos
transforma de maneira tal que nossas vidas se caracterizam pela “semelhança com
Cristo” 1 João 4.17. Isto implica nos seguintes pontos básicos:
1. Vida Cristã é a vida de Cristo refletida em nós ( ser como Ele é).
a) Jesus Cristo viveu como homem; viveu no mundo; b) Sua vida foi o resultado de
viver em harmonia com os princípios de Deus apresentados nas Escrituras; c) Ele quer
viver toda a sua vida através de nós.
2. Viver a vida cristã é reagir como Jesus reagiu com Deus, com as pessoas e com
as circunstâncias — Romanos 8.28,29.
3. Vida cristã é o resultado da Obra do Espírito Santo na vida do cristão.
4. Vida cristã é resultado de viver os princípios da Palavra de Deus.
John Wesley analisava esta forma de vida como uma vida em perfeita harmonia
com os princípios de Cristo. Ele vê como indispensável a cada cristão “ter a mente de
Cristo” (1 Co 2.16), e de “andar como Ele andou” (1 Jo 2.6); de ter , não só uma parte,
mas toda a mente que estava n’Ele; e andar como Ele andou, não em algumas, nem na
maioria, mas em todas as coisas. Isto é vida Cristã.
IV. PRIORIDADES DE DEUS
Em Isaías 55.8,9 — Deus diz: “Porque os meus pensamentos não são os vossos
pensamentos, nem vossos caminhos os meus caminhos diz o Senhor. Porque assim
como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que
os vossos caminhos e os meus pensamentos mais altos que os vossos pensamentos’’.
Isto indica que o modo como Deus vê e avalia as coisas é diferente do modo como
fazem os homens.
O critério de Deus parte do interior para o exterior, do invisível para o visível, do
espiritual para o material — 1 Samuel 16.7; Mateus 6.19-21,33; 2 Coríntios 4.18; 1
Tessalonicenses 5.23; Hebreus 11.26,27.
São as coisas mais IMPORTANTES para Deus, na minha vida, e que tem precedência
sobre todas as demais, ainda que URGENTES. Este é um direito que Deus tem. —
“Buscai, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça...” Mateus 6.33.
Antes de prosseguir no estudo das prioridades de Deus é necessário salientar o
supremo objetivo de nossas vidas, o qual conforme o Salmo 90.10-12 deve ser a
SABEDORIA. Esta, por sua vez consiste em olhar a vida do ponto de vista de Deus.
4.1. Idéias Básicas
1. Somos responsáveis por nossa vida e pelos dias que Deus nos deu.
2. Devemos gastar nossa vida naquilo que é importante aos olhos de Deus. Não o que
os outros consideram importante. Não as coisas urgentes. Seguir o exemplo de Jesus
— “terminei o trabalho que me deste para realizar”, João 17.4; 19.30. Como também o
exemplo de Paulo — 2 Timóteo 4.6,7,17.
3. Jesus Cristo é para nós “Sabedoria” — 1 Coríntios 1.30. Dar-lhe prioridade é permitir
que Ele viva através da minha vida, das minhas ações, palavras, motivações e
realizações. Influenciando todos os relacionamentos importantes de nossa vida.
4. 100% para Deus: Espírito, aptidões espirituais, interesses, capacidade, preparo e
experiências.
Alma, aptidões mentais e emocionais, interesses, capacidade, preparo e experiências.
Corpo, aptidões físicas, interesses, capacidade, preparo e experiências.
NOTA: Quando todo o nosso ser não é assim integrado para se conformar à imagem
de Jesus Cristo o resultado é “tédio” e “frustração”.
4.2. A Ordem Das Prioridades.
4.2.1. A vida espiritual: VOCÊ E DEUS
1. Para Deus, o que somos é mais importante do que fazemos.
2. Nossa adoração deve preceder nosso serviço, antes devemos estar diante d’Ele —
Deuteronômio 10.8; 1 Crônicas 23.13; Isaias 43.21; João 4.23; Efésios 1.4-6,12; 1
Pedro 2.5,9 — a adoração deve apresentar os seguintes níveis: Exaltação a Deus pelo
que Ele é, pelo que Ele faz e comunhão (nossa vida de intimidade com Deus)
interação.
4.2.2. A família
1. A Esposa — Efésios 5.22-33; 1 Pedro 3.7 — para o homem casado, seu ministério
principal é a esposa — 1 Coríntios 7.33, com as seguintes aplicações: Uma intimidade
e sensibilidade de espírito às necessidades um do outro. A importância de assumir
responsabilidade para com a esposa e família.
2. Os Filhos — Efésios 6.1-4 — responsabilidade para com os filhos, com as seguintes
implicações: Ver a vida do ponto de vista dos filhos, enquanto lhe ensinamos a ver a
vida do ponto de vista de Deus.
Nenhuma atividade, nem mesmo as exigências do pastorado, pode ocupar o lugar dos
filhos — Deuteronômio 4.9; 6.7; Provérbios 22.6; Colossenses 3.21.
4.2.3. O Trabalho — SERVIÇO
1. Meio de promover necessidades básicas da família, Efésios 6.5-9, com as seguintes
implicações: É o meio de sustentar a família enquanto serve ao Senhor.
No caso de obreiro tempo integral (pastor, ministro etc.), é o serviço pastoral, bem
como as demais atividades eclesiásticas. É um privilégio ser ministro — A tribo de Levi
tinha o tempo integral a serviço de Deus.
4.2.4. O Ministério — O PAPEL QUE DESEMPENHAMOS NO REINO DE DEUS
Deus quer que cada um de nós desempenhe um papel especifico em seu reino,
projetando a vida de Jesus Cristo em outras pessoas. Isto envolve o seguinte:
1. Discipular pessoas, além de minha família, levando-as à maturidade em Cristo;
derramar minha vida em outros — Colossenses 1.28,29.
2. Prioridade do ministério, Atos 20.17- 21,24 — relata o exemplo de Paulo quanto às
prioridades do ministério:
Para com Deus — SERVIR versos 17-19. Com integridade, humildade e lagrimas.
Para com a Igreja — ENSINAR verso 20,21. Todos os dias, verso 21; 19.9,
publicamente, verso 20, de casa em casa, tudo (toda coisa proveitosa), versículo 21.
Para com os incrédulos — TESTIFICAR verso 21.
Para consigo mesmo — SACRIFÍCIO verso 24. A motivação básica do ministério é:
Não o que eu posso receber, mas o que eu posso DAR!
Implicações Gerais do ministério:
Organizar o tempo de modo que esteja totalmente integrado em cada área
usando 100% da capacidade total — sendo que disponho de 168 horas por semana,
devo avaliar de modo realista o uso do tempo e fazer um planejamento correto —
Êxodo 20.9; Efésios 5.16.
Dizer “não” àquilo que não é realmente importante, ou venha atrapalhar as prioridades.
Ter consciência de um ministério DEFINIDO: O que Deus quer que eu faça?
NOTA: É necessário que tenhamos objetivos definidos e estabeleçamos alvos a
serem alcançados.
V. VIDA DEVOCIONAL
Diz-se que o costume forma os hábitos, e que estes formam o caráter. Os
HÁBITOS pessoais de nossa vida cristã, individualmente e em particular constituem o
que chamamos de VIDA DEVOCIONAL.
Salientamos
desde
já,
que
esses
hábitos
são
indispensáveis
ao
desenvolvimento do caráter de Cristo em nós e que o cultivo dos mesmos dá a medida
da profundidade, ou superficialidade de nossa experiência cristã, nossa capacidade
para perseverar na fé e de nossa intimidade com Deus.
5.1. Por Que Vida Devocional?
1. Alimentação - Por que alguém precisa alimentar-se? A resposta a esta
pergunta aplica-se integralmente ao assunto em questão: Precisamos alimentar-nos
diariamente com a Palavra de Deus, de modo que, como os alimentos uma vez
digeridos passam a fazer parte de nosso organismo; assim a Palavra de Deus fique
entranhada em nós e passe a fazer parte de nossa vida cotidiana em toda sua
expressão; Deuteronômio 8:3; Josué 1:8; Salmo 1:2; Provérbios 4:4; Jeremias 15:16;
Mateus 4:4; João 6:48-59; Colossenses 3:16; I Pedro 2:2.
2. Respiração - Absorver oxigênio e expelir gás carbônico: Eis uma rotina da
vida física. Se este processo for interrompido a vida deixa simplesmente de existir.
Assim, a oração é indispensável para a vida cristã. Sem oração ela fatalmente virá a
extinguir-se; Mateus 26:41; I Tessalonicenses 5:17; Hebreus 4:15,16.
3. Luz e Calor - A lâmpada sempre acesa e o fogo constantemente aceso sobre
o altar são figuras de nosso viver diário no Espírito. Para que a lâmpada se mantenha
acesa, e de igual modo o fogo sobre o altar é necessário que sempre estejamos
repondo os combustíveis; Levíticos 6:12,13; Êxodos 27:20,21; I Tessalonicenses 5:19.
4. Intimidade com Deus - Os contatos coletivos não são suficientes para
conhecermos uma pessoa e desenvolvermos uma intimidade e amizade com ela. Isto
só é possível através de relacionamentos individuais. Deste modo, se o nosso
relacionamento com Deus, nossos hábitos de adoração, leitura bíblica, oração e
meditação, restringe-se aos encontros coletivos da congregação; nossa intimidade com
Deus, certamente é pequena. É indispensável que tenhamos um tempo a sós com
Deus. NÓS E ELE, quando o assunto principal será especialmente nosso
relacionamento pessoal com Ele; Gênesis 18.17; Salmo 25.14; Amós 3.7; Mateus 6:6;
João 15:15.
5.2. O Exemplo De Jesus
O tempo de Jesus era muito disputado, ainda assim, Ele costumava se retirar para um
lugar deserto onde pudesse ficar a sós com o Pai; Marcos 1:35; 6:46,47; João 8:2;
Lucas 5:15, 16; 6:12; 9:18; 22:41, 42.
5.3. A Vida Devocional Na Prática.
Até aqui temos tratado da necessidade da vida devocional, sua base bíblica; e o
exemplo de como o próprio Jesus tinha seus hábitos devocionais. Convém agora dar
alguma orientação sobre o que fazer na "Hora Devocional", e como fazê-lo.
5.3.1. O Que Fazer ?
Não podemos fixar regras sobre o que fazer na "Hora Devocional", porém o essencial
seria o seguinte:
1. Confissão de pecados, negligências, etc. que o Espírito Santo nos indicar.
2. Oração - por nós, particularmente, nossa família, nossas atividades, a igreja, etc.
3. Estudo Bíblico - Para edificação pessoal.
4. Meditação - Na seguinte seqüência: Ler, memorizar e assimilar os pensamentos
expressos na Palavra de Deus.
5. Louvor - Não somente cantando hinos e corinhos, mas principalmente fazendo
declarações de exaltação a Deus pelo que Ele é, e pelo que Ele faz; Efésios 5:19;
Colossences 3:16.
5.3.2. Como Fazê-lo?
É interessante que tenhamos um critério a seguir:
1. Determinar um TEMPO para devoção particular. Nos grandes aglomerados urbanos
o tempo é cada vez mais escasso, ainda assim somos desafiados a organizar nosso
tempo, de modo que tenhamos um momento reservado para ficar a sós com Deus.
2. LOCAL - É interessante que tenhamos também, um lugar determinado onde ficar.
Daniel ficava em seu quarto tendo as janelas abertas para o lado de Jerusalém; Daniel
6:10; Cristo nos mandou entrar no quarto e fechar a porta; Mateus 6:6.
3. PROCEDIMENTO -Tendo um tempo determinado e um local onde ficar para a
nossa "Hora Devocional",
fiquemos à vontade quanto às atividades a serem
desenvolvidas: Orar, ler, estudar, louvar, meditar, etc.
NOTA IMPORTANTE: Não podemos de maneira nenhuma confundir estes hábitos de
nossa vida devocional com nosso trabalho de preparação de sermões, lições de Escola
Bíblica Dominical, palestras a proferir, etc. Eles se referem tão somente à nossa vida
com Deus, em particular.
5.4. Meditação
5.4.1. Definição
Meditação é: 1) submeter-se a exame interior, estudar, refletir, pensar e ponderar —
Tiago 4.8; 2) o processo espiritual e mental de se digerir os textos bíblicos de tal
maneira que eles se tornem uma parte ativa na nossa vida — Jeremias 15.16,17;
Ezequiel 2.8; 3.3; 3) tomar os pensamentos de Deus e refletir sobre eles.
Na meditação recebemos um nítido esclarecimento das verdades divinas. Em síntese
conclui-se: revelação = luz = responsabilidade. Existem dois pontos importantes na
meditação, são eles: Oração e a Palavra.
5.4.2. Dicas para a meditação
A observância de um lugar tranquilo, tempo fixo, evitando corredores, escadas e
camas, irão produzir bons resultados. Isso sem citar a utilidade do uso de Bíblia,
caderno, caneta, dicionário etc.
5.4.3. Resultados da meditação
Como toda prática cristã a meditação não é um fim em si mesmo, mas é um caminho
para se alcançar um determinado fim. E por ser uma atitude espiritual os resultados
serão: respeito para com o caminho de Deus — Salmo 119.15, ausência de
justificações diante dos outros — Salmo 119.23,161, amor à Palavra — Salmo 119.48 e
entendimento superior ao dos mestres seculares — Salmo 119.99.
5.4.4. Como meditar
Partindo do princípio de meditação em uma hora, dividimos:
Cinco minutos para preparação do coração: a) limpeza de coração — Salmo 66.18;
Isaias 59.2 b) quietude da alma: crucificação do “eu” — Provérbios 3.5,6; c) humildade:
reconhecimento da dependência total do Espírito Santo — Romanos 8.26; d) pedido de
liderança do Espírito Santo — João 16.13; e) resistência a Satanás — Tiago 4.7-8; f) fé
que Deus irá falar — Hebreus 11.6.
10 minutos – louvor
25 minutos com a palavra; atentando em dois ou três versículos e lendo várias vezes
considerando cada palavra (usar dicionário) da seguinte forma: a) observar —
comparando a repetição de uma palavra; b) interpretar — buscando o significado e
intenção; c) correlacionar — com outras referências, e; d) aplicar pessoalmente — tirar
algo prático para a vida.
20 minutos de intercessão
Na aplicação pessoal é importante localizar os elementos necessários para tal. Estes
podem ser uma promessa para crer, um mandamento para cumprir e obedecer, uma
descoberta de pecado para confessar, arrepender e abandonar ou evitar; um exemplo
a seguir, um desafio para aceitar, uma oração para orar, uma atitude para mudar.
5.5. Oração
5.5.1. Importância
A palavra oração em si mesma já indica uma atitude de dinamismo e ação. Tudo que
fazemos deve começar pela oração, pois é o nosso meio de comunicação com Deus, e
Ele nos ouve e se alguma coisa sai errado temos que saber porque. Porque Deus não
falha —1 Tessalonicenses 5.17; Lucas 11.5-10; Salmo 10.17.
5.5.2. O que é oração
A oração é: 1) uma oportunidade de ministrar a Deus; 2) uma fonte de transformação
para o homem — 2 Corintios 3.16-18); 3) um processo pelo qual nos envolvemos nos
planos dele (Deus), e estes direcionados para o homem em geral; 4) um meio pelo qual
você se torna uma porta de entrada para o poder de Deus manifestar-se neste mundo
— Isaías 63.3-6; Ezequiel 22.30,31.
5.5.3. O poder da oração
A oração causa pelo menos quatro efeitos que abrangem o mundo, a igreja e o
homem: 1) ela muda as circunstâncias adversas e transforma as pessoas que nos
rodeiam inclusive atingindo-nos também; 2) a igreja cresce — a oração é um dos meios
mais eficientes de salvação de vidas; 3) recebemos poder e nossas vidas começam a
se desenvolver — Mateus 7.7,8; 4) passamos a conhecer a Deus — Jeremias
29.12,13; 1 Coríntios 2.9-11.
5.5.4. Como devemos orar
A postura do coração tem muita a ver com a qualidade da oração: 1) precisamos ter
paciência e perseverança diante de Deus, pois Jesus nos ensinou isto — Salmo 40.1;
Lucas 11.5-10; 2) é necessário ter confiança, sabendo que Ele é o nosso Pai e tem
interesse em nos ouvir e responder segundo a sua vontade — 1 João 5.14,15.
5.5.5. Cinco tipos de oração
Podemos enumerar diversos tipos de oração, portanto verificamos ser desnecessário
um sem fim de tipos de oração pela falta de praticidade e meandros quanto ao alcance
do objetivo da oração propriamente dita. Sistematizando a oração dominical
relacionamos os seguintes tipos: 1) adoração; 2) ações de graça; 3) petição; 4)
intercessão, e; 5) confissão.
5.5.6. Orações não respondidas
A Palavra diz que a não resposta das orações acontece quando: 1) não confessam
pecado — Isaías 59.1,2; 2) não sabem pedir — Tiago 4.3; 1 João 5.14,15); 3) não tem
interesse na resposta — João 15.7; Mateus 21.22.
5.5.7. Promessas de resposta de oração
Relacionamos aqui algumas referências bíblicas úteis: Salmo 91.15; João 14.14; Isaias
41.17; Lucas 11.9,10; 1 João 3.22.
5.6. Intercessão
5.6.1. Definição
Definindo intercessão dizemos que ela é: um tipo de oração 1 Timóteo 2.1; uma oração
guiada pelo Espírito Santo Romanos 8.26; uma atitude de estar na brecha; orar com
misericórdia; um dos serviços mais altos para com Deus e com o próximo Hebreus
7.24,28; Romanos 8.34; a arma mais temida por Satanás; um serviço secreto,
provavelmente o menos popular Mateus 6.5,6. A intercessão é um ministério árduo e
muito negligenciado. Por que? Por causa do egoísmo, não queremos gastar tempo
para orar, da incredulidade em nossos corações, da falta de conhecimento de Deus, da
desobediência 1 Samuel 12.23 e da falta de disciplina expressa pela ociosidade.
5.6.2. Resultados da intercessão
Ela é uma arma espiritual que tem resultados práticos em relação a Deus; realiza Sua
vontade em alcançar as nações, abrindo-as para o evangelho — Salmo 2.8; utiliza as
armas dele (Deus), que são poderosas, pois ela é a maior força do mundo — 2
Corintios 10.4; aos outros quebranta o coração resultando na salvação da alma —
Salmo 51.17; tira a venda dos olhos daqueles que estão cegos — 2 Corintios 4.3,4;
Atos 9.17,18; e aos cristãos conduz a uma íntima amizade com Deus — Amós 3.7;
aprofundamo-nos no conhecimento de Deus — 2 Coríntios 4.6; aproxima-nos de Deus
mais do que qualquer outro ministério — Romanos 8.26; expande a visão e retira o
egoísmo — 1 Timóteo 2.1-4); fortalece o homem na sua plenitude — Isaias 40.31.
5.6.3. Alvos da intercessão
Deve ficar claro que os alvos de nossa intercessão devem ser as autoridades 1
Timóteo 2.1,2, os novos convertidos — Gálatas 4.19, os familiares, os vizinhos, os
amigos, a cidade, Estado, nação, as almas perdidas (ateus, budistas, muçulmanos
etc.), nossa igreja, aqueles que nos aborrecem, as nações fechadas para o evangelho,
os irmãos que estão em dificuldades nos campos missionários e ministérios.
O sucesso da intercessão está intimamente ligado às informações (notícias) que temos
dos países, por isso, sugerimos a assinatura de bons jornais, revistas, Internet. Alguém
disse que o cristão hodierno é aquele que anda com a Bíblia debaixo de um braço e
com o jornal em outro.
5.6.4. Princípios práticos para o momento de intercessão
Seguindo os passos abaixo Deus irá honrar, e em muito, o maravilhoso período em que
deixamos os afazeres para interceder: a) limpeza de coração — Salmo 139.23,24;
Isaias 59.2; b) reconhecimento da incapacidade em orar convenientemente: devemos
pedir que Deus nos ensine a orar o que está em Seu coração — Romanos 8.26; c)
morte para os desejos, imaginações e pensamentos — Provérbios 3.6; d) submissão à
liderança do Espírito Santo — Romanos 8.26; e) resistência a Satanás — Tiago 4.7; f)
louvor a Deus pela fé — Hebreus 11.6; g) espera, em silêncio, pelos alvos que Deus irá
colocar na mente — João 10.27; h) estabelecimento de alvos de oração por dia; i)
manuseio da Bíblia.
VI. CARÁTER CRISTÃO
6.1. Temor Do Senhor
Entende-se por temor o ter medo, pavor; mas estas não são as únicas definições
válidas. A idéia bíblica de temor é tão-somente ter o devido respeito a Deus. Então,
podemos dizer que temor do Senhor é um profundo respeito e reverência à santidade
de Deus — Deuteronômio 10.12,13; Provérbios 23.17; Lucas 1.49: Hebreus 12.14,28;
Apocalipse 4.8, aborrecendo o mal, sentindo-se mal com o pecado — Provérbios. 8.13;
enfim, é ver o pecado como Deus vê. Lembrando que este é um mandamento para
todos — Salmo 33.8.
Baseando-nos em textos bíblicos afirmamos que tememos ao Senhor porque Ele é
Santo — Apocalipse 15.4, Santo, Santo, Santo — Apocalipse 4.8; Santo, Justo e Digno
— Isaias 6.2,3; tem domínio sobre todas as coisas — Efésios 1.22 e porque é o criador
— Jeremias 5.22.
6.1.1. Abrangências de aplicação do Temor do Senhor
Considerando que os nossos sentidos exteriorizam as intenções do coração, a
Bíblia nos aconselha a temer ao Senhor com nossos olhos — Mateus 6.22,23;
Provérbios 23.26, lábios — Provérbios 25.11; 18.21; Mateus 12.36,37; Tiago 1.26,
ouvidos — Provérbios 8.33; Hebreus 2.1, mãos — Provérbios 12.23,24; Salmo 90.17;
1 Timóteo 2.8, na mente — Filipenses 4.8; 2 Corintios 10.5; Hebreus 5.14b, nos pés —
Provérbios 13.20; 1 Samuel 2.9, nas atitudes com os outros — Efésios 4.1,2;
Colossenses 3.13; 1 Pedro 1.17; Provérbios 26.18,19, no uso do dinheiro — 1
Timóteo 6.10, no correto investimento do tempo — Efésios 5.16; Provérbios 19.15,
no relacionamento com pessoas do sexo oposto — o homem é excitado pelo que
vê (configuração estática e dinâmica) e a mulher, pelo toque, no relacionamento com
autoridades — Provérbios 29.25; Romanos 13.1-7; Efésios 6.1-3; Tito 3.1; 1 Pedro
2.13,14.
É importante reconhecer os princípios bíblicos para a obtenção da graça divina.
Do coração é que procedem todas as ações, por isso devemos desejar o temor do
Senhor mais do qualquer outra coisa — Neemias 1.11; Provérbios 1.29, verbalizar o
desejo pela confissão da falta de temor e clamor à misericórdia de Deus, pedir
constantemente e receber pela fé — Mateus 7.7.
Na parte prática é útil fazer estudo deste assunto na Palavra de Deus, sublinhar, copiar
e meditar — Provérbios 2.2-5, pois o temor do Senhor é um aspecto prático muito
importante para a resolução dos problemas de relacionamentos entre os cristãos.
6.1.2. Promessas para o homem temente
Aquele que teme a Deus tem garantia de livramento (Salmo 34.7; 2 Reis 17.39); do
cuidado de Deus (Salmo 33.18), da intimidade com Deus (Salmo 25.14), da imunidade
da visitação do mal (Provérbios 19.23), de sustento (Salmo 111.5), de alegria (Salmo
119.74) e de clamor atendido (Salmo 145.19).
6.2. Consciência Limpa
CONS= Ter percepção, ter conhecimento de fatos. CIÊNCIA= Conhecimento.
Consciência: É o conhecimento ou percepção daquilo que se passa em nós.
Realiza o julgamento de nossas ações na mente e no coração a ponto de discernir o
certo do errado.
Consciência Limpa: Ter contas acertadas com Deus e com o próximo, estando em
paz consigo mesmo, requerendo perdão para o que atormenta nossa mente.
6.2.1. Motivos de Deus em relação à consciência
1. Para nos orientar sobre o que é certo e errado — Provérbios 20.27; Romanos
2.14,15.
2. Para nos alertar com relação ao pecado — Questão de transgredir a lei Divina — 1
Samuel 24.5-10 a influência dos homens de Davi, que estavam errados, porém Davi
pensou que fosse um bom conselho, mas se deu conta da iniciativa que tomou. A luz
da consciência lhe bate o coração (v.5)
3. Para termos um testemunho verdadeiro — Atos 24.16
6.2.2. Maneiras de cauterizar a consciência
1. Insistir no erro
2. Fuga — Compensar através de coisas ou pessoas a dor interior causada pelo erro
cometido (sono, drogas, bebidas, estudos, etc.)
3. Compensação — Ativismo camuflador, comprar a justificação da culpa
4. Auto-engano — Pôr a culpa em outrem nos tira a responsabilidade
6.2.3. Resultados de uma consciência limpa
1. Paz interior — Romanos 5.1
2. Testificar com autoridade — testemunho — Atos 23.1
3. Temos condições de decidir, da maneira correta — exemplos: — 1 Samuel 10.8;
13.8-10 Saul; Daniel 1.5-8
4. Não naufragar na fé — 1 Timóteo 1.18,19
5. Prazer em desenvolver boas amizades — Se minha consciência é limpa posso ser
transparente com os outros.
6.2.4. Obtendo uma consciência limpa
1. Reconhecer que somente em Jesus podemos obter purificação
2. Reconhecer nosso erro e assumirmos nossa responsabilidade
3. Confessar nossas culpas ao Senhor, que constitui um ato contra a acusação do
diabo
4. Restituição — Forma externa de perdão — Lucas 19.1-10; Tiago 5.16. É uma
iniciativa própria de acertar com o próximo às lesões morais, espirituais, financeiras e
afetivas.
Alguns passos práticos para a restituição:
1. Pedir que o Espírito Santo nos revele nossas culpas (anotar para não esquecer); 2.
Identificar o pecado e confessá-lo em arrependimento (dar nome ao pecado); 3. Pedir
sabedoria ao Senhor para restituir; 4. Estar disposto a concertar tudo (peça a Deus a
sua graça). Observe Provérbios 28.13,14
6.3. Quebrantamento
É andar na luz da verdade divina sobre a peculiaridade. É saber como somos diante de
Deus e, imediatamente, arrependendo, confessando e restituindo, quando convencidos
por Deus de nossos pecados, tendo o cuidado de continuar andando na luz — 2
Samuel 12.1-14. Uma vida de quebrantamento inclui viver as verdades da Palavra de
Deus — 1 João 1.5-7, reconhecer os próprios erros com disposição para mudanças —
Salmo 139, enfim, sermos transparentes.
6.3.1. Três atitudes que atrapalham o quebrantamento
Um extremo da questão é a resistência (endurecimento, relutância, rigidez,
inflexibilidade), porque isso impede ouvirmos a voz de Deus e atrasamos o tratamento
d’Ele na vida. De igual modo, sermos dominado pela autocondenação que provoca
abatimentos e tristezas que conduzem ao remorso. Outro extremo seria entregar-se ao
pecado pela falta de constância, desistindo de lutar.
O quebrantamento ocorre por meio de ouvir a voz de Deus. Deus fala de várias
formas, para tal, precisamos estar abertos na ministração de uma aula, lendo a Bíblia,
no momento de oração, numa conversa com um irmão e nas circunstâncias. Davi teve
seu coração quebrantado após ouvir a exortação de Deus por meio do profeta Natã.
A pessoa quebrantada tem facilidade de admitir quando está errada, não se justifica,
mostra gratidão quando alguém lhe mostra suas falhas, dá toda glória a Deus Isaías
42.8, não busca reconhecimento dos homens, mas entende que Deus o coloca no
devido lugar para expressar ser útil; tem habilidade de rir de si mesmo, de seus erros e
falhas; aceita repreensão, está pronto para compartilhar seus erros passados para
ajudar os outros a lutar e vencer, É aberta (franca, transparente, permitindo que os
outros a conheçam), honesta, pessoa agradável, atenciosa, tem bom procedimento
Salmo 34.18; 51.10-12; 139.23,24; 147.3. Ressaltamos a importância de se ter o
correto conceito de humildade, que é reconhecer o que realmente se é; e orgulho, que
é pensar além do que se é. Devemos como dito em Romanos 12.3 pensar com
moderação (equilíbrio) de nós mesmos.
6.4. Renúncia De Direito
Renunciar é: Abrir mão, abdicar. Jesus renunciou honra, poder, glória, conforto nos
céus, comunhão com o Pai - fez tudo isso por rejeição humana. Filipenses 2. Assim o
fez para nos dar salvação
6.4.1. A que devemos renunciar?
Mateus 10.34-39; Lucas 14.25-33; 9.23-26:
1. Morar onde queremos — Gênesis 21.1;
2. De escolher a nossa carreira — Mateus 9.9;
3. Família — Marcos 10.29,30;
4. Divertimento e descanso;
5. Dinheiro — Mateus 6.19-21;
6. Nossos amigos — Marcos 10.40;
7. Roupas — 1 Pedro 3.4;
8. Conforto — João 6.9; Hebreus 11.26;
9. Comida — Marcos 6.31-34;
10. Reputação — Hebreus 11.24;
11. Saber nosso futuro — Mateus 6.31-34; Tiago 4.13-15;
12. Nossos bens — Mateus 10.9,10;
13.Tudo o que somos e temos — títulos, posições, conhecimento, talento, dons;
14. Direito de liberdade — Atos 5.23;
15. Direito da vida — Marcos 8.35; Atos 20.24. Quem não renuncia vive em constante,
atitude de ira, preocupação e inconstância. O nosso único direito e dever é obediência
Observação: Quando Deus nos pede para renunciar algo é porque isso está tendo
maior valor do que deveria. Quando temos dificuldade ou não queremos renunciar é
porque já se tornou um deus em nosso coração.
6.5. Submissão
Nós sempre estaremos debaixo de autoridade a essas autoridades nós devemos
submissão, quando nos submetemos trazemos sobre nós a benção de Deus. Porque
submissão é um mandamento de Deus para o homem. Diante da liderança podemos
ter duas atitudes: Submissão ou Rebelião - Romanos 13.1-4, o que resiste a autoridade
colocada por Deus traz sobre si condenação.
6.5.1. Diferença entre submissão e obediência
a) Submissão - é uma atitude de coração, é colocar-se abaixo da autoridade, é algo
interior e é absoluto. Assim como se pode obedecer em submissão também pode
desobedecer em submissão.
b) Obediência - é um ato, uma coisa exterior, o cumprimento de uma ordem e é
relativa (não é absoluto).
6.5.2. A quem devemos nos submeter?
Deus e sua Palavra - 1 Samuel 15.22; Mateus 7.21; João 15.10; Governo
(autoridades civis) - 1 Pedro 2.13-15; Trabalho (empregado aos patrões) - 1 Pedro
2.18; Autoridades da Igreja - 1 Timóteo 5.17,18; Hebreus 13.7,17; Filhos aos pais -
Colossenses 3.20; Efésios 6.1-3; Uns aos outros - Efésios 5.21; A esposa ao marido
- Efésios 5.22,23; Colossenses 3.18; Jovens aos mais velhos - 1 Pedro 5.5.
Na submissão sempre existe segurança - Efésios 5.24,25
Jesus é o nosso maior exemplo de submissão - Mateus 17.24,27; Lucas 2.51.
a) Ele foi submisso ao Pai Eterno; b) Aos pais terrenos; c) Ao governo.
O líder deve ter um coração de pastor.
6.5.3. Bênçãos quando nos submetemos
1ª Caráter moral - Habilidade de atuar e reagir corretamente em qualquer situação;
2ª As áreas fracas em nossas vidas se tornam fortes pela disciplina - Vem a idéia e
começo a agir, vem a ação, vem o hábito e então é formado o caráter.
3ª Em meio a confusão haverá visão clara - Quando nos submetemos aos conselhos
dos lideres, pois eles podem ver mais longe.
4ª Com submissão aos lideres adquirimos sabedoria e mansidão.
5ª Nos dá crescimento na habilidade de comunicação e nos ajuda a expressar nossos
sentimentos.
6ª Temos proteção e segurança de Deus - Salmo 91.1,11; João 10.18, 19.11.
7ª Através da submissão quebramos o espírito de orgulho e independência.
8ª Ajuda-nos a confiar em pedir ajuda aos lideres, nos torna humildes.
9ª Submissão traz cumprimentos de promessas de Deus para minha vida (ex. José do
Egito).
10ª Me ajuda a entender o chamamento de Deus e me leva a encontrar o lugar certo
no corpo de Cristo (isto acontece através do líder).
6.5.4. O que devemos fazer se não estamos de acordo com a liderança
1. Se o desacordo é um assunto de preferência pessoal e não legal devemos obedecer
ao líder. Deus quer romper o nosso desejo forte e canalizá-lo a ele.
2. Se o líder esta em desacordo com Deus:
a) Devo estar aberto, e não amargurado, não julgar e não deixar de falar com o líder.
b) Comunicar sua submissão deixar parecer, a maioria dos conflitos é porque não
mostramos atitude submissa.
c) Olhar a situação do ponto de vista da autoridade - colocar-se em seu lugar.
d) Oferecer um plano alternativo explicar suas convicções sem estar condenando.
f) Orar para que Deus dirija o líder - Provérbios 21.1
g) Se fizer isso e não der resultado temos que obedecer a Deus e desobedecer ao líder
mais ainda assim com espírito submisso - Atos 4.18,19.
6.5.4. Características de uma pessoa submissa
1ª Busca a autoridade. 2ª Honra as autoridades com palavras respeitosas. 3ª Cresce
no domínio próprio com sua língua - Tiago 3.2-10. 4ª É uma pessoa humilde e sensível.
5ª É uma pessoa fácil de ser ensinada. 6ª Não está correndo atrás de uma posição. 7ª
Aceita ser o segundo. 8ª É prudente ao tomar decisões. 9ª É responsável, glorifica a
Deus. 10ª É perseverante. 11ª Tem estabilidade emocional, sabe que sua ajuda vem
do Senhor, é confiante. 12ª É sensível à rebelião e ao pecado em geral. 13ª Influência
outros a serem submissos e os ajuda a crescer na fé. 14ª Preocupa-se com a ética e
moralidade. Tem altos valores, desejo de cumprir os princípios de Deus. 15ª Esta
disposta a servir os outros.
6.6. Humildade
Humildade ter uma visão realista de si mesmo. É ver-se através da cruz de Jesus. É
reconhecer a extensão da graça de Deus — 1 Timóteo 1.15,16
6.6.1. Jesus o nosso exemplo
Mateus 11.29; João 13.14,15; Filipenses 2.5-11; Esvaziou-se (tomou nossa natureza);
Foi servo — Mateus 20.28; Aceitou limitações humanas; Sujeitou-se a seus pais —
Lucas 2.51; Deu exemplo; Aceitou todas as circunstâncias e situações de sua vida —
Salmo 22.6; Isaias 53.3; Mateus 13.55; Obedeceu — João 6.38; Hebreus 10.9
6.6.2. Evidência de falta de humildade
1.Buscar os melhores lugares e em evidência — Lucas 14.7
2.Tendência de exigir dos outros que o tratem de maneira especial. Sentir-se alvo de
falta de justiça e consideração — Romanos 12.3
3.Dificuldade de reconhecer o pecado e de pedir perdão e perdoar
4.Fica exasperado quando corrigido e justifica
5.Reservado em elogiar os outros
6.Crescimento espiritual estagnado ou lento
6.6.3. Evidência de humildade
1.Aceita repreensão — Provérbios 15.5; 2.Confessa falhas, pecados — 1 João 1.9; 3.É
transparente; 4.Está crescendo; 5.Compreensão com a debilidade dos outros. Não
concorda com o pecado, mas ama o pecador; 6.Está sempre pronto a dar glória a Deus
e aos outros — 1 Pedro 2.17.
6.7. Servir
É estar a serviço, satisfazer, ser útil, ajudar, ministrar, é dar a vida, é ser o menor —
Marcos 10.45; Lucas 22.26,27. Ministrar e cultuar a Deus; realizar a vontade de Deus
— Romanos 12.1,2; entregar-se pela causa de Cristo; ser útil na obra de Deus; trazer
contentamento ao coração de Deus; ministrar e ajudar as pessoas em suas
necessidades — (espirituais e materiais). Ministrar significa servir a Deus e aos demais,
suprir, socorrer, contribuir, satisfazer, ser suficiente, entregar, realizar, contentar.
Devemos servir: a) Cristo — Colossenses 3.24; b) Corpo de Cristo (Igreja) — 2
Corintios 4.5; c) Mundo — Marcos 16.15.
O preço para servir ínclui: renuncia dos direitos; reputação — Lucas 1.39; planos
próprios — Provérbios 16.1; família, conforto, estudo, profissão etc. — Lucas 14.33;
sofrimento e provações — Atos 20.19; 1 Pedro 4.12-16,19; Tiago 1.2.
6.7.1. Como servir?
Conforme o dom que recebeu — 1 Pedro 4.10; na força que Deus supre — 1 Pedro
4.11; com alegria — Salmo 100.2;com todo o coração — Deuteronômio 10.12; com
temor — Salmo 2.11; com humildade — Atos 20.19; em novidade de Espírito —
Romanos 7.6; com fervor — Romanos 12.11; com boa vontade — Efésios 6.7
6.7.2. Atributos que Deus busca e exige de quem serve
Humildade — Efésios 4.1,2; Filipenses 2.3; fidelidade — Salmo 101.6; 2 Timóteo 1.12;
zelo — Diligência — Hebreus 6.10-12; submissão — Lucas 2.51; 1 Pedro 5.5;
santidade — Salmo 101.6; Apocalipse 7.14,15. A motivação para servir deve ser por
amor a Jesus 2 Corintios 4.5.
6.7.3. Bênçãos para quem serve
Recompensa da herança — Colossenses 3.24; é honrado por Deus — João 12.26;
prosperidade — Gênesis 32.10 primeiro no nível espiritual; recebe o bem de Deus —
Salmo 119.65; alegra o coração de Deus — Isaias 42.1; é sempre lembrado por Deus
— Isaias 44.21; tem vitória sobre o inimigo — Isaias 54.17; saberá os segredos de
Deus — Amós 3.7; torna-se amigo de Deus — João 15.15.
6.7.4. Provas que os servos passam
1 Pedro 1.6,7 — Vamos ser provados pelo Senhor para depois sermos aprovados.
1. Deus nos ensina a ser humildes através do serviço — Mateus 20.26-28; 23.11,12;
Filipenses 2.5-8. Exemplos de pessoas que serviram:
a. Eliseu — 1 Reis 19.16-21; b. Josué — Êxodo 24:12; 33:11; c. Epafrodito —
Filipenses 2:25-30; d. José — Gênesis 39:4,23; 41:12; e. Jesus — Mateus 20:26,28.
2. Através da confissão e restituição — Salmo 51:3,4,7; 3.Criticas — 1 Samuel 30:1-6;
4.Correção e disciplina; 5.Quando outros são reconhecidos e nós não; 6.Quando
alguém nos ofende; 7.Quando Deus permite que outras pessoas ao nosso lado tenham
mais oportunidades e responsabilidades; 8.Quando Deus nos pede para fazermos algo
que não temos capacidade - "Deus não chama os capacitados mas capacita os
chamados"; 9.Quando Deus coloca alguém inferior para nos ensinar — 1 Pedro 5.5,6.
6.8. Compromisso
Rute 1.14-17 era uma mulher decidida a ir até o fim no seu compromisso, ela tinha
afinidade espiritual e familiar com sua sogra, estava apta para manter o seu
compromisso até as ultimas conseqüências.
Preciso questionar até onde estou aberto para dar a minha vida como resposta ao meu
compromisso com Deus e com as pessoas.
6.8.1. Bases importantes para assumirmos um compromisso
1. Seriedade — Eclesiastes 5.1-7 — preciso levar a sério o meu compromisso, porque
Deus me leva a sério, ele me vê com maturidade, quando digo a ele que quero fazer tal
coisa para ele, sou levado a sério.
2. Responsabilidade — é necessário no compromisso. Devo responder diante de Deus
pelo que faço e pelo que deixo de fazer. Quando falhamos no nosso compromisso
costumamos deixar desculpas. Já é antigo esta falta de responsabilidade, começou no
Éden com Adão e Eva, o ser humano é nato para dar desculpas diante de Deus;
temperamentos, dificuldades, etc.
Três tipos de Responsabilidade:
a) Conhecer a Deus — 2 Pedro 3.18 — na prática
b) Obedecer verdades já reveladas — Deus deseja que eu ande 100% na luz que já
alcancei — Filipenses 3.12-16
c) Tornar Deus conhecido — João 17.3 — este é o propósito do cristão, mandamento
de Deus — Atos 1.8 — testemunha, pessoa que presenciou um fato.
3. Fidelidade — Deus escolheu ser fiel em amor. Muitos tem deixado esta verdade fora
dos seus relacionamentos. Deus não espera que eu seja fiel somente com ele mas
com as pessoas que estão próximas.
6.8.2. Obstáculos que surgem para não termos compromisso
1. Idolatria — 1 Corintios 10.7-14; 1 João 5.21
2. Negligência — Jeremias 48.10
Quando criança — “Cedo demais”; Jovem — Ocupado demais”; Velho — “Cansado
demais”; Morto — “Tarde demais”. As pessoas estão sempre inventando desculpas
para não se comprometerem com Deus.
3. Coração Inconstante — Tiago 1.5,8 muitas vezes feito debaixo de emoções
4. Prioridade invertida — Mateus 6.33
5. Medo — de saber qual é a vontade de Deus para sua vida. Pedro teve muito medo
ao ser questionado se era discípulo de Jesus.
6.8.3. Conseqüências da falta de compromisso
1. Falta de convicção pessoal em relação ao seu posicionamento diante de Deus — se
sente excluído dos planos de Deus.
2. Vida espiritual monótona e acompanhada de freqüente derrota — Romanos 8.31-39;
Apocalipse 3.15,16.
3. Vida de mau testemunho — 2 Corintios 6.3.
4. Visão distorcida sobre Deus, seu caráter e a Palavra — não tem liberdade para
relacionar com Deus.
5. Falsa espiritualidade — vive de aparência
6. Vida ministerial ausente — vive cobrando, é egoísta.
6.8.4. Quais os benefícios ao assumirmos um compromisso com Deus?
1.Vida transformada — Exemplo: Pedro (João 21.15-17; Atos 2.37; 4.4).
2.Proteção de Deus — 1 João 5.18;
3.Prosperidade — Josué 1.8
4.Cuidado de Deus — em suprir cada uma de nossas necessidades — 1 Pedro 5.7;
5.Caminha diariamente para a santidade — Hebreus 12.14; 1 Pedro 1.16
Devo constantemente estar reexaminando o meu compromisso com Deus.
6.9. Unidade
João 17.21-23 Deus é trino (Pai, Filho e Espírito são apenas um). Precisamos orar para
que o Espírito Santo possa promover a unidade nesses dias. A unidade começa por
cada indivíduo. Unir é: Juntar em um só, ligar, unificar, agregar, combinar casar. etc.
Atos 2.42-43 — mostra o exemplo vivo de unidade na igreja primitiva:
1. Uma igreja exemplar formada por cristãos
2. Unidos com padrões definidos
3. Seu ensino deriva-se de Cristo
4. Seu ponto central é o amor (manifestado em dar-se para socorrer aos necessitados
espirituais e materiais).
5. Louva com alegria ao Senhor
6. Cresce no Senhor e mantém uma excelente reputação
6.9.1. Característica da Igreja Primitiva
1. Tinham uma só doutrina (a dos apóstolos), a respeito de Jesus, princípios e
verdades de Deus; 2.Tinham comunhão entre si; 3.Ceavam juntos; 4.Oravam juntos;
5.Havia temor do Senhor em seus corações; 6.Tinham tudo em comum
6.9.2. Como obter a unidade?
1. Orando juntos — Mateus 18.19,20
2. Andando de acordo — Amós 3.3
3. Levando as cargas dos outros — Gálatas 6.2
4. Doando-se ao próximo não só no sentido material — Atos 20.35.
6.9.3. O que impede de haver unidade no corpo?
1. Pecado;
2. Infidelidade — Provérbios 11.13;
3. Falta de perdão — Mateus 6.12; 18.21,22;
4. Aprisionamento a sistema teológico;
5. Indiferença;
6. Hipocrisia;
7. Falta de diálogo –Transparência;
8. Insubmissão
6.9.4. O que fazer quando há divisão no corpo?
1. Buscar ao Senhor em oração — Pedir que ele sonde o meu coração
2. Arrepender, humilhar, quebrantar;
3. Fazer restituição — Quando necessário
4. Não tentar justificar diante de Deus
6.10. Não Destrua Sua Vida Cristã
1 Reis 11.1-8 - Salomão não terminou com a mesma fidelidade que começou. A Bíblia
nos mostra pessoas que começaram bem e terminaram mal, e para cada um de nós
isso é uma advertência. Porque o começo não é o mais importante e sim o final.
A minha atitude deve ser de refletir sobre o que Deus me falou no início então chegarei
com integridade ao final, e para isso a escolha é minha.
6.10.1. O que devo observar para continuar íntegro e não destruir minha vida cristã
1. Observar o meu tempo com Deus através da meditação e intercessão — Salmo
119.7
2. Obedecer as verdades reveladas;
3. Viver o que falo e não ser hipócrita;
4. Ser vigilante no relacionamento com o sexo oposto;
5. Viver o perdão;
6. Ter o temor do Senhor;
7. Humildade — Não ser orgulhoso — Provérbios 15.5, 32;
8. Ser submisso;
9. Ser leal ao corpo de Cristo, com o próximo e comigo mesmo;
10. Não fazer acepção de pessoas — Porque isto destrói minha vida cristã.
CONCLUSÃO
Como vimos o cristão tem diante de si altos ideais éticos estabelecidos por seu
Mestre: “Sede perfeitos como é perfeito o vosso pai que estas no céu” Mateus 5.48.
Certamente que a elevada moral cristã não é tarefa simples, por isso Jesus
providenciou o poder necessário para realizá-la. É o poder do Espírito Santo. O Espírito
mostra o caminho da verdade e concede o poder para palmilhá-lo. Sem poder espiritual
não há vida Cristã e perfeição moral. Não há sequer vontade para fazer o bem, nem
interesse para seguir os ensinos éticos do Evangelho. Sem poder espiritual, o
Evangelho seria apenas outra religião.
O cristianismo, entretanto, não procura desenvolver apenas uma ética universal
aceitável e indispensável, mas também oferece o Espírito de Deus, por meio do qual a
ética torna-se praticável.
Naturalmente, a dependência do Espírito Santo não pode gerar no cristão uma
passividade absoluta, como se ele não precisa fazer nada e esperar que o Espírito
Santo realize por ele. Na verdade o crente deve sim ser disciplinado, orar, buscar
crescer no conhecimento da palavra, esforçar-se ao máximo para amar, para honrar os
preceitos de Deus em relação à família, a sociedade, a si próprio. Alguém já disse ore
como se tudo dependesse de Deus e trabalhe como se tudo dependesse de você. Um
dos princípios do monasticismo era ore et labore.
A vida Cristã não deve ser vivida alienada da sociedade, ao contrário de
esmerar-se por transformá-la.
BIBLIOGRAFIA
BOUNDS, E. M. Tesouros da Oração. Florida. Editora Vida, 1987.
CAMARGO, Sátilas Amaral. O Caráter à Luz do Sermão da Montanha. São Paulo:
Imprensa Metodista, 1971.
FALWELL, Jerry. O Jejum Bíblico. Venda Nova: Betânia, 1983.
FORELL, George W. Ética da Decisão. São Leopoldo: Sinodal, 1999.
FOSTER, Richard J. Celebração da Disciplina: Guia de Estudo. Campinas: Editora
Cristã Unida, 1995.
GEISLER, Norman L. Ética Cristã: Alternativas e Questões Contemporâneas. São
Paulo: Vida Nova, 2000.
Mc ALPINE, Campbell. A Sós com Deus: Na Meditação da Palavra. Venda Nova:
Betânia, 1988.
SHEDD, Russell P. Nos Passos de Jesus. São Paulo: Vida Nova, 1993.
THOMAS, Gary L. As Virtudes Cristãs: O Caminho para a Maturidade Espiritual.
Rio de Janeiro: Textus, 2003.
AVALIAÇÃO
OBS: Prefira responder usando suas palavras (seu entendimento)
Digitalize e entregue ao professor
Nome do aluno (a) : ___________________________________
Núcleo de: ______________________________ Data: ___/___/___
1. O que é ética cristã?
2. Fale o que você entendeu sobre “A ética de Jesus”.
3. O que é vida cristã?
4. O que você entende por prioridades de Deus?
5. O que é meditar na Bíblia?
6. O que é oração? E como devemos orar?
7. O que é Intercessão? E porque devemos interceder?
8. O que é consciência?
9. O que é renuncia?
10. O que é temor do Senhor?
11. O que é quebrantamento?
12. O que é servir? E a quem devemos servir?
13. O que é compromisso?
14. O que é unidade? E o que impede a unidade da igreja?
15. O que é humildade? E quais as evidencias da falta de humildade?

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