Porque estamos em família, desculpar-me
Transcrição
Porque estamos em família, desculpar-me
Porque estamos em família, desculpar-me-ão pela quebra de protocolo e me dirija a todos vós com um simples mas sentido feliz Natal, seguido de umas breves palavras de agradecimento pela vossa presença neste almoço evocativo desta quadra natalícia. Há alguns anos atras estaríamos aqui hoje a participar na festa do idoso do centro social paroquial de coja mas olhando para esta sala percebemos que o que estamos a fazer é algo bem diferente. Nestas mesas vemos sentadas várias gerações, algumas das quais famílias que certamente quiseram dizer presente neste convívio que deixou de ser de Coja e do idoso para passar a ser o ponto de encontro nesta quadra natalícia de uma vasta região do alto concelho de Arganil. No ano passado a comunidade religiosa deu início a este tipo de convívios e em Outubro deste ano realizámos de forma conjunta a homenagem à mulher beirã, envolvendo a igreja, juntas de freguesias e o Município. Podemos dizer que sendo este o terceiro encontro de dez paróquias e de sete freguesias, vendo estas centenas de pessoas aqui presentes, percebemos que estamos a trilhar o caminho certo, um caminho de união. Esta alteração de atitude social e a interação das populações, para além de muito positiva, tem um significado profundo no modo como hoje nos relacionamos, alargando os horizontes daqueles que durante uma vida viveram num círculo restrito à terra onde nasceram e sempre viveram, e é com profundo orgulho que temos hoje entre nós muitas pessoas que nos habituámos a ver durante anos, muitas delas cujo nome desconhecemos, mas que sentimos que independentemente disso nos são próximas. Em nome de Coja e da união de freguesias de coja e barril de Alva, obrigado a todos vós por terem vindo. Uma breve palavra para agradecer em nome de Coja a presença do senhor presidente da Câmara e do senhor secretário de estado, acompanhados também eles das suas famílias. Embora estejamos no Natal e nesta quadra não é usual pedir mas sim oferecer, aproveito contudo a presença de ambos para pedir ao senhor presidente da câmara que faça chegar ao senhor secretario de estado o nosso reconhecimento pelo trabalho desenvolvido em prol do apoio social aos mais idosos, mas, porque também é importante para que possamos continuar a ter pessoas nesta zona da serra, dizendo-lhe o quanto é fundamental e urgente encontrar formas de apoiar as famílias, não com subsídios, mas com ferramentas que lhes permitam encontrar soluções para poder continuar a viver nesta zona da beira e em particular neste concelho, porque magoa vermos partir famílias inteiras e os nossos filhos à procura de soluções para as suas vidas, levando com eles a certeza de que dificilmente voltarão. Antes de terminar não posso deixar de agradecer publicamente a dedicação, a dinâmica, a capacidade de mobilização, a energia, a amizade e a lufada de ar fresco que nos foi trazida por um homem que de há dois anos a esta parte tem dado tudo de si para que muitas das terras aqui representadas se mantenham vivas. Embora saibamos que não gosta deste tipo de referências, é justo que neste dia saibamos reconhecer publicamente o trabalho que o nosso padre está a fazer como pastor nestas comunidades. É notório o empenhamento e os resultados estão à vista de todos nós, não só como pastor dos seus rebanhos mas também na preservação de um património valiosíssimo que reclamava obras de conservação há anos. Obrigado caro amigo e senhor padre Rodolfo. Penso que tal como Coja, todas as terras aqui representadas lhe estão gratas por este seu trabalho que não tenho dúvidas, deixará uma marca que perdurará por gerações. Bem-haja. Voto de um feliz natal e um bom ano para todos vós. Obrigado.