Dia de Ênfase dos Ministerios da Mulher 2004-Cor

Transcrição

Dia de Ênfase dos Ministerios da Mulher 2004-Cor
DIA DE ÊNFASE DOS MINISTÉRIOS DA MULHER
12 DE JUNHO DE 2004
Materiais
“MOSTRE-NOS O SALVADOR”
Kimberly Baldwing Radford
DEPARTAMENTO DOS MINISTÉRIOS DA MULHER
DIVISÃO SUL-AMERICANA DA IASD
MATERIAIS PARA O DIA DE ÊNFASE DOS MINISTÉRIOS DA MULHER
CONTEÚDO
Introdução .............................................................................................................................1
Sobre a Autora......................................................................................................................2
Esboço do Culto: “Mostre-nos o Salvador”......................................................................3
Leitura Responsiva: “Por Seu Exemplo...” .......................................................................4
História para as Crianças: “O Choro na Floresta” ...........................................................6
Sermão: “Mostre-nos o Salvador: Histórias para Reflexão” ..........................................9
Esboço do Sermão .............................................................................................................15
Encerramento......................................................................................................................17
INTRODUÇÃO
Queridas Líderes dos Ministérios da Mulher:
Obrigada por seu interesse em criar experiências especiais para o culto do Dia de Ênfase
dos Ministérios da Mulher – 2004. Este material é um recurso a mais que estamos
disponibilizado. Vocês podem usá-lo parcialmente ou no todo, ou realizar algo
completamente diferente. Esta programação é designada a encorajar a máxima
participação das mulheres de todas as idades – das adolescentes às avós. Sintam-se
livres para criar ou adaptar o conteúdo de acordo com a cultura local e as necessidades
da congregação.
Um dos encantos de ministrar como mulheres de Deus é que temos algo único a oferecer
durante todas as diferentes fases da vida. Espero que vocês usem o Dia de Ênfase dos
Ministérios da Mulher – 2004 como uma oportunidade para enaltecer as atividades dos
Ministérios da Mulher em sua igreja, união ou em uma das divisões destacadas. Esta
pode ser também uma excelente oportunidade para reconhecer e encorajar as mulheres
que atuam em sua congregação.
Antes de apresentar este programa, procure fazer tantas reuniões quanto necessárias
com as mulheres que estarão participando para que possam ensaiar o programa, orar
juntas e desfrutar da companhia umas das outras. Esta pode ser uma oportunidade para
moldar o programa de acordo com as preocupações ou dons especiais das mulheres de
sua igreja, porém, acima de tudo, para orarem juntas, a fim de que a vontade e o nome de
Deus sejam glorificados durante o culto.
Espero e oro para que este material seja uma bênção a vocês e à sua igreja!
No gozo do Senhor,
Kimberly Baldwin Radford
Toamasina, Madagascar
Divisão África do Sul e Oceano Índico
SOBRE A AUTORA
Kimberly Baldwin Radford é uma americana que já vive no exterior nos últimos 17 anos.
Kim e seu marido, Colin, um australiano, residem atualmente na bela Costa Leste de
Madagascar, organizando e desenvolvendo projetos de saúde entre pessoas
necessitadas. Antes de Madagascar, eles trabalharam na ADRA do Camboja. Por meio
de fotografias e textos escritos, os Radford gostam de documentar o surpreendente
mundo selvagem e as diversas culturas. Kim sente-se privilegiada e honrada por ter
conhecido pessoalmente as mulheres retratadas nas histórias que se seguem. As lutas
por que passaram foram a porta que lhes mostrou o Salvador.
1
“MOSTRE-NOS O SALVADOR: HISTÓRIAS PARA REFLEXÃO”
Informações Preparatórias Para o Sermão
I.
Introdução
II.
Bernadete: Uma leprosa de nossos dias.
III.
IV.
A.
João 4:4-7: A mulher samaritana encontra Jesus junto ao poço, quando foi
buscar água.
B.
Bernadete:
§
Ela é uma leprosa que recentemente perdeu seu marido, também leproso.
§
Bernadete tem uma família jovem para sustentar, mas não tem emprego ou
alguma capacitação profissional.
§
A nora tentou trabalhar durante o período da colheita, deixando a filhinha aos
cuidados dela. A menina morreu de diarréia; tudo o que a mãe ganhara foi
gasto tentando salvar a vida da filha.
§
Bernadete estava interessada na Igreja, mas sentia-se fora de lugar por ser
pobre, analfabeta e deficiente.
Flora: Enfrenta a Realidade da AIDS
A.
João 4:7-18: Jesus descreve a “água viva” que Ele tem a oferecer e dá a
saber à samaritana que conhece o seu passado promíscuo.
B.
Flora
§
Flora estudou no exterior, mas voltou para o seu país na África.
§
Ela e seu marido cuidam de cinco crianças – os órfãos dos irmãos falecidos de
Flora, vitimados pela AIDS.
§
Se a mulher samaritana estivesse viva hoje, estaria exposta à AIDS.
§
Flora roga por mais compreensão da família global da Igreja.
Mariama: A Surpresa da Mulher Muçulmana
A.
João 4:19-26: A mulher samaritana declara que Jesus é um profeta e lembraO das diferenças de culto entre os judeus e samaritanos. Jesus enfatiza que os
verdadeiros adoradores devem adorar em espírito e em verdade. A mulher
anuncia que eles aguardam o Messias e Jesus declara que Ele é Aquele a
quem eles estão aguardando.
B.
§
Mariama
Mariama encontra o primeiro adventista quando seu filho adoece É um
estranho que se oferece para ajudar.
2
V.
§
Ela e seu marido ficam surpresos ao saber a há cristãos que não comem carne
de porco, que não consomem bebidas alcoólicas e que têm nomes árabes.
§
O marido da Mariama convida o adventista para um jantar em agradecimento à
sua bondade em os ajudar.
§
O estranho fala de um curso sobre saúde que sua esposa está ministrando.
Será que a Mariama iria assisti-lo?
§
Mariama fica impressionada com sua professora, uma ex-muçulmana. Ela tem
sua curiosidade despertada por essa religião diferente, mas irá observar e
esperar.
A Mulher Junto ao Poço
A.
João 4:27-29: Os discípulos voltam e ficam surpresos por ver Jesus falando
com uma mulher. A mulher samaritana volta à cidade e fala às pessoas a
respeito do Cristo.
B.
Mulher “Samaritana” de Hoje.
§
Quem eu sou e de onde eu vim? Exemplos de mulheres “samaritanas” de
nossos dias.
§
Poderíamos ser amigas se conhecêssemos mais as pessoas e as julgássemos
menos.
§
Jesus falou comigo sem atacar meu estilo de vida e as minhas crenças
doutrinárias. Ele não ficou envergonhado de ser visto comigo.
§
Ele viu em mim alguém que era digna de atenção e conquistou minha atenção
para o Seu reino.
C.
João 4:28-30, 39, 35: Muitos creram devido ao testemunho dado pela mulher.
Jesus lembra os discípulos de que os campos estão prontos para a colheita.
D.
Pergunta Final: Você é aquela que nos mostrará o Salvador?
3
“Mostre-nos o Salvador”
Esboço Opcional para o Culto
Chamado à Adoração:
Isaías 55:6-11
Hino Inicial:
“Vive em Mim” – HA, 155.
Oração Pastoral:
Senhor, mantenha em nossa mente as necessidades
especiais das mulheres na congregação local e também
as necessidades deste Ministério como um todo. Amém!
Leitura para as Ofertas:
À sua escolha, tendo em mente o tema.
Música Especial:
À sua escolha, tendo em mente o tema.
Leitura Responsiva:
“Por Seu Exemplo...” (Anexo).
História para as Crianças:
“O Choro na Floresta” (Anexo).
Música ou Hino Especial:
À sua escolha, tendo em mente o tema.
(Opcional: “Meu Cálice Transborda”, HÁ, 201).
Sermão:
“Mostre-nos o Salvador: Histórias para Reflexão”
(Anexo).
Hino Final:
“Jesus, Sempre Te Amo”, HA, 290, ou “Toma, ó Deus,
Meu Coração”, HA, 298.
Oração Final
4
“POR SEU EXEMPLO ...”
Leitura Responsiva
Pai Celestial, agradecemos-Te pelas mulheres que encontramos em Tua Santa Palavra,
mulheres cujas histórias de vida nos dão o conhecimento do Teu caráter. Senhor, ajudanos a aprender do exemplo delas e a aplicá-lo em nosso viver diário ...
Que tenhamos a coragem de Rute, nora de Noemi ...
Que Te seguiu em situações desconhecidas, confiando na Tua providência.
Que tenhamos a fidelidade de Ana, mãe de Samuel ...
Que se lembrou da promessa feita em meio à sua dor e que dedicou seu filho ao
Teu serviço.
Que tenhamos a confiança e o espírito de sacrifício da viúva de Sarepta ...
Que se dispôs a dar sua última provisão a Elias, um desconhecido e estrangeiro.
Que tenhamos o discernimento de Ester, rainha da Pérsia ...
Que reconheceu que Tu a chamaste para “um tempo como este”.
Que tenhamos o entusiasmo da mulher samaritana junto ao poço...
Cuja reputação passada não a impediu de contar aos outros a respeito de Cristo, o
Messias.
Que tenhamos a humildade de Maria, irmã de Marta e de Lázaro...
Que ofereceu um sacrifício fragrante e de grande preço, a despeito do desprezo
daqueles que a rodeavam.
Que tenhamos a fé sincera de Lóide, avó de Timóteo...
Cujo exemplo positivo manifestou-se por gerações.
Senhor, agradecemos-Te por tantos exemplos que nos deste, lembrando-nos de
que não importam as nossas circunstâncias – temos um papel único a
desempenhar nesta Terra para a proclamação do Evangelho, até à volta do Senhor
Jesus.
Amém!
5
Referências Bíblicas Correspondentes:
1)
2)
3)
4)
5)
6)
7)
Rute 1:16, 17
I Samuel 1:27, 28
I Reis 17:10-16
Ester 4:13, 14
João 4:28-30, 39
João 12:1-8
II Timóteo 1:5
Notas para a Apresentação da Leitura Responsiva:
Esta leitura pode ser feita de várias maneiras:
1.
Usando duas pessoas: Uma pessoa lê o texto normal e a outra o texto em negrito.
2.
Com a congregação: Uma pessoa lê o texto normal e a congregação o texto em
negrito. Ao optar por esta forma, esta leitura deve ser impressa e distribuída aos membros
no início do culto.
3.
Usando até quinze pessoas: Uma narradora lê o parágrafo inicial e o final,
enquanto duplas de mulheres lêem o texto normal e em negrito. Porém, se você estiver
planejando envolver várias mulheres no sermão, seria melhor que a leitura responsiva
fosse simples (utilizando as opções 1 ou 2, acima, ou outra variação à sua escolha).
6
“O CHORO NA FLORESTA”
História para as Crianças
Esta história vem de Madagascar, a quarta maior ilha do mundo, que também é um
dos países da Divisão África do Sul e Oceano Índico. Você sabe onde fica Madagascar?
Ao olhar um mapa mundial, busque o continente africano e então procure a grande figura
da ilha na forma de um pé, na costa sudeste. Ali está Madagascar. A história de hoje vem
da costa leste-central.
Ao anoitecer, uma mulher chamada Pascaline caminhava por uma trilha estreita na
floresta. Em sua cesta estava o dinheiro que havia ganhado no mercado com a venda de
frutas. O sol começava a se pôr e a mata ia escurecendo aos poucos. Pascaline
precisava correr para casa a fim de preparar o arroz para o jantar. Nas costas , ela levava
seu bebê, Rivo, confortavelmente amarrado com um pano, mas que agora começava a
ficar impaciente porque também queria comer.
Enquanto caminhava apressada, Pascaline ouviu passos atrás de si. Seu coração
começou a disparar. Exatamente na semana anterior, a casa de sua vizinha fora
arrombada. A pessoa que vinha atrás seria amiga ou tratava-se de um ladrão?
Saindo do caminho, ela decidiu esconder-se atrás de uma grande árvore para que
quando a pessoa passasse ela não fosse vista. Se fosse alguém conhecido, iria alcançálo para caminharem juntos, mas se fosse um estranho, iria aguardar até que a pessoa se
distanciasse o bastante dela e de seu filhinho.
Silenciosamente, Pascaline arrastou-se pelo mato até chegar ao pé da árvore. Os
passos se tornaram mais lentos e então pararam. Ela estava certa. Quem quer que
estivesse caminhando atrás dela, estava tentando agarrá-la! Segurando a respiração,
Pascaline ficou imóvel.
Mas seu filhinho, Rivo, não compreendia que eles estavam em perigo. Tudo o que
ele sabia era que sua barriga estava vazia e que já era tempo de a mamãe alimentá-lo.
Os mosquitos começaram a picar sua pele macia e ele começou a inquietar-se e a
choramingar. Pascaline sabia que logo ele começaria a chorar e seu esconderijo seria
descoberto.
Sem que Pascaline soubesse, em um ramo acima de seu esconderijo pousou um
drongo, uma ave muito bonita, com penas pretas e brilhantes. Tem uma penugem
imponente no topo da cabeça e uma cauda de penas, bem longa, dividindo-se no formato
de um V invertido. Essas aves não são apenas bonitas, mas também muito inteligentes.
Elas conseguem imitar o canto de muitas outras aves e até mesmo miar como um gato.
O ruído dos passos começou novamente e quando se aproximaram mais , Rivo
começou a chorar de fome: “Buá, buá, buá!” Pascaline balançou-o suavemente para o
acalmar, mas nada funcionou. “Buá, buá, buá!” E Rivo chorava cada vez mais alto.
Agora ela podia ouvir os passos que iam rapidamente em sua direção, deixando-a
com mais medo ainda e quase pronta para sair correndo de seu esconderijo.
“Buá, buá!” – gritava Rivo.
“Buá, buá! – uma voz ecoou acima de sua cabeça.
O que foi isto? Pascaline olhou ao redor. Ela não sabia que a ave estava pousada
entre os ramos até que viu seu bico preto movendo-se. “Buá! Buá!”, o drongo gritou
novamente. Ele estava imitando o choro do seu filho!
7
Pascaline não sabia se ria ou chorava. Se o choro do Rivo não conseguisse revelar
seu esconderijo, o canto do drongo o faria. Por entre os ramos, ela viu a camisa vermelha
de um estranho que vinha pela curva e parou próximo à árvore onde ela estava. De onde
ela estava escondida, pôde ver o rosto suado e irado do homem – seus olhos estavam
vermelhos e eram assustadores. “Por favor, Senhor, proteja-nos!” – ela orou em seu
coração.
Antes que pudesse fazer qualquer coisa, Rivo começou a chorar novamente: “Buá,
buá!” O drongo respondeu: “Buá, Buá!” Pascaline ficou petrificada quando o homem,
subitamente, olhou ao redor. Se ela tentasse mover as mãos para tapar a boca do bebê
que estava nas suas costas, o farfalhar do mato poderia denunciá-la.
O coro continuou cada vez mais alto, primeiro no mato e depois na árvore: “Buá!
Buá! – Buá! Buá!” O homem ficou confuso e começou a olhar em volta, tentando descobrir
de onde vinha o choro. “Buá! Buá!” – soou novamente de um dos galhos da árvore. Ele
olhou para cima e viu o drongo “chorando”.
“Essa não, eu não acredito!” – Pascaline ouviu o estranho resmungar frustrado.
“Todo esse tempo eu estive seguindo uma AVE!”
O Drongo fez outro “Buá! Buá!”, como se estivesse concordando. Balançando a
cabeça, o homem saiu tropeçando de volta à trilha, na direção de onde viera. Depois de
alguns minutos, Pascaline retomou o seu caminho. Ela tirou o bebê de suas costas e
apertou-o firmemente contra o peito. Enquanto caminhava, agradecia a Deus por ter
enviado aquela ave tão inteligente para salvá-la e também o seu bebê.
Você sabia que nós somos iguais ao drongo? Deus deu a cada um de nós nossa
voz especial, mas nós é que escolhemos se iremos usá-la para o bem ou para o mal, para
proferir palavras bondosas ou palavras rudes. Podemos usar nossa voz para orar pelos
outros ou podemos usá-la para reclamar e chorar. Podemos cantar para Jesus ou
podemos zombar de alguém com palavras que ferem.
Como você irá escolher usar a sua voz nesta semana?
“A Cry in the Forest” © Kimberly Baldwin Radford, 2003. Para uso apenas no Material do
Dia de Ênfase dos Ministérios da Mulher – 2004. Este texto não deve ser reimpresso em
livro, revista, panfleto, website, etc., sem a permissão da autora.
(E-mail para contato: [email protected]).
8
Notas para a Apresentação da História para as Crianças
Caso tenha disponível, mostre num mapa ou globo terrestre onde se encontra
Madagascar. Para as crianças envolverem-se ativamente na história, peça-lhes para
praticarem o som de um bebê chorando: “Buá!”, antes de iniciar a história. Então, peçalhes para fazerem “Buá!”, toda vez que na história o bebê chorar e o drongo imitar o seu
choro. Outra alternativa é pedir a vários adultos ou jovens (ensaiados antecipadamente)
para encenarem a história enquanto você for fazendo a narrativa.
A ave nesta história chama-se “crested drongo” em inglês (Dicrurus Forficatus), mas tem
vários nomes regionais diferentes em Madagascar. Duas espécies similares de drongos
são encontradas na África Oriental e Central (Dicrurus adsimilis e Dicrurus ludwigii).
Dependendo de onde você vive, poderá usar o nome local para essa ave.
Se você estiver interessada em ter uma foto dessa ave, entre no site descrito a seguir.
Esta é a melhor foto do “crested drongo” que consegui encontrar na Web (a ave é muito
mais bonita ao vivo!).
http://bibliofile.mc.duke.edu/gww/Berenty/Birds/Dicrurus-forficatus/
9
“MOSTRE-NOS O SALVADOR: HISTÓRIAS PARA REFLEXÃO”
Texto do Sermão
I.
Introdução
Narradora: Neste ano, o Dia de Ênfase dos Ministérios da Mulher apresenta mulheres
da Divisão Norte-Americana e de três novas divisões africanas – Divisão África do Sul e
Oceano Índico, Divisão África Centro-Oriental e Divisão África Ocidental. Convidamos os
irmãos a fazerem uma viagem conosco, hoje, meditando nestas histórias verdadeiras e,
assim , terão um vislumbre da vida de algumas mulheres que vivem nesses lugares onde
a Igreja também está presente e ativa.
Somos mulheres que desejamos encontrar um significado em todas as estações de
nossa vida – jovens, mulheres de meia-idade, solteiras, casadas, com filhos, sem filhos,
divorciadas ou viúvas. Somos mulheres que amamos nossa família e nosso país. Falhas
e imperfeitas como possamos ser, algumas de nós somos cristãs, outras ainda não viram
a luz e o amor de Cristo.
Estaria você disposta a nos mostrar o Salvador?
II.
Bernadete: Uma leprosa de nossos dias.
A.
João 4:4-7
Narradora: “E era-Lhe necessário passar por Sam aria. Chegou, pois, a uma cidade de
Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó dera a seu filho José; achava-se ali o
poço de Jacó. Jesus, pois, cansado da viagem, sentou-Se assim junto do poço; era cerca
da hora sexta. Veio uma mulher de Samaria tirar água. ...”
B.
Bernadete:
(“Bernadete” pode usar uma blusa ou camiseta simples e um pano estampado e
colorido ao redor do corpo, na altura do peito e, se desejar, um cajado para se apoiar.)
Pensando bem, acho que até me pareço com a mulher que saía para buscar água
no poço, no calor do meio-dia, tentando evitar os vizinhos que se incomodavam e ficavam
constrangidos ao vê-la! Eu faço o mesmo quando vou até à bomba d’água da vila para
buscar água bem cedo ou depois que escurece. Algumas vezes , peço para meu filho
pequeno ir em meu lugar, mas o balde cheio é muito pesado para ele carregar sozinho.
Meu nome é Bernadete e tenho hanseníase. Você, por certo, já ouviu falar nessa
doença. Bem, esta é uma forma bonita de referir-se à lepra. Por favor, não se afaste.
Você não ficará contaminado – tecnicamente estou curada. Não há muito que se possa
fazer pelas minhas mãos desfiguradas e pela falta dos dedos. Sinto muito se isso deixa
você desconsertado.
Se eu freqüento a igreja? Sim, de vez em quando. Há uma igreja pequena próxima
da vila, que foi construída apenas para os leprosos, mas eu não me interesso muito.
Algumas vezes, mando meus filhos para a igreja, no Sábado, mas ultimamente as coisas
têm piorado. Meu marido – ele também era leproso – morreu quando a infecção na perna
10
envenenou todo o seu sangue. Ele nos sustentava pedindo esmolas, manquejando por
cinco quilômetros até o centro da cidade. Conseguia apenas o dinheiro para
sobrevivermos, mas agora não tenho nada. Meus filhos são sadios, mas não tenho
dinheiro para mandar nenhum deles para a escola. Eu não sei ler e não tenho profissão
alguma.
Minha nora tem 20 anos e queria trabalhar durante a última colheita. Na época da
grande colheita do ano, é possível ganhar até quatro vezes o salário mensal em apenas
algumas semanas, se você não se importar em ficar selecionando frutas durante a noite
toda. Esta parecia ser uma boa idéia, mas sua filhinha ainda não havia sido desmamada.
Decidimos , então, que eu cuidaria dela. As coisas, porém, não caminharam como
pensamos. Ela não aceitava o chá adocicado e o mingau que eu lhe dava e teve uma
diarréia terrível. Quando conseguimos levá-la ao hospital, estava muito fraca para sugar
novamente o leite da mãe e a diarréia não cessou. Ela morreu. Minha linda netinha
morreu. Todo o dinheiro que sua mãe conseguiu foi gasto em remédios, assim, não
conseguimos melhorar nossa condição e ainda perdemos nosso nenê.
O que você acha? Será que eu poderia ir à igreja neste final de semana? Você acha
que eu seria aceita? Minha aparência é diferente. Não consigo acompanhar os hinos ou a
leitura da Bíblia. E ainda que pudesse, teria dificuldades para virar as páginas, pois não
tenho os dedos. Talvez fosse bom ir, mas tenho todos esses filhos famintos para
alimentar ... Eu já lhes disse que eles são saudáveis?
III.
Flora: Enfrenta a Realidade da AIDS
A.
João 4:7-18
Narradora: “Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-Me de beber.
Pois Seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. Disse-Lhe então a mulher
samaritana: Como, sendo Tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher
samaritana? (Porque os judeus não se comunicavam com os samaritanos.).
“Respondeu-lhe Jesus: Se tivesses conhecido o dom de Deus e quem é O que te diz: DáMe de beber, tu Lhe terias pedido e Ele te haveria dado água viva.
“Disse-lhe a mulher: Senhor, Tu não tens com que tirá-la, e o poço é fundo; donde, pois,
tens essa água viva? És Tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o
poço, do qual também ele mesmo bebeu, e os filhos, e o seu gado?
“Replicou-lhe Jesus: Todo o que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que
beber da água que Eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que Eu lhe der se
fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
“Disse-Lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, nem
venha aqui tirá-la. Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá. Respondeu a
mulher: Não tenho marido.
“Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; porque cinco maridos tiveste, e o que
agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade”.
11
B.
Flora
(A Flora pode estar vestida como uma profissional.)
Saudações da África Sub-Saara! Meu nome é Flora. Tenho 32 anos e sou recémcasada. Eu poderia representar muitos países diferentes... Malavi, África do Sul, Uganda,
Quênia, para mencionar apenas alguns. Sou pós-graduada em Ciências Biológicas, cujo
título foi obtido em uma universidade adventista no exterior. Embora tivesse a
possibilidade de ficar no estrangeiro, escolhi voltar para o meu país.
Há muitos motivos para a minha volta: amo meu país, meu marido já tem uma
carreira definida, meus pais vivem aqui... Porém, um dos principais motivos por que decidi
voltar é que em breve serei mamãe. “Parabéns!”, você diria. Bem, não sou mãe de
apenas um filho, mas de cinco! Não, não se tratam de quíntuplos! Você pode chamar
essas crianças de minha herança. Permitam-me explicar: sou a única mulher numa
família com três rapazes e dois deles – adultos – já faleceram. Um teve dois filhos e o
outro três. A idade das crianças vai de um menino de 18 meses a uma menina de seis
anos.
Fico pensando, quando ouço a história da mulher junto ao poço. Se essa história
ocorresse hoje em meu país, nossa irmã samaritana não teria chegado ao quinto marido
ou ao sexto “parceiro”. Ela teria morrido muito antes, vitimada por uma doença que tem
tocado profundamente minha família e muitas outras pessoas ao redor do mundo: a AIDS.
Esta é uma palavra que você não ouve muito em sua igreja, imagino. Bem, nós a ouvimos
em nossa comunidade quer queiramos ou não. É o pranto das mulheres que
acompanham outro sepultamento de um parente ou amigo, morto entre os 20 ou 30 anos.
Ela está gravada nos rostos dos avós enquanto lutam para criar a geração dos filhos que
se supunha iriam cuidar deles. Ela se reflete nas mesas vazias de professores que se
foram, ou que estão muito doentes para virem à escola. A AIDS não é o problema de
outra pessoa, ela é nossa realidade diária.
Pelo fato de eu ter um emprego mais estável e um salário melhor, os filhos órfãos de
meus irmãos passaram para os meus cuidados. Minhas duas cunhadas – como ocorre
com muitas mulheres – morreram primeiro. Meus pais são idosos; meu irmão mais novo
ainda está na escola.
Esta é a minha situação. Orem por mim, por favor! As duas primeiras crianças
chegaram neste fim de semana. Fazia muito tempo que elas não viam a tia Flora. Eu não
reclamo. Por que deveria? Eu tenho um futuro e agora essas crianças também poderão
ter um. Somos uma família e na família uns ajudam os outros. Estou confiante de que
Deus estará conosco, mas estou igualmente certa de que haverá muitas dificuldades pelo
caminho. Sou muito agradecida por minha fé que me sustenta, no entanto, como eu
gostaria que algumas vezes nossos irmãos e irmãs no estrangeiro compreendessem
realmente com o que estamos lidando. Precisamos saber que não estamos sozinhos em
nossa luta. Afinal de contas, não fazemos parte da mesma família de Cristo?
IV.
Mariama: A Surpresa da Mulher Muçulmana
A.
João 4:19-26
12
Narradora: “Disse-Lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram
neste monte, e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.
“Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-Me, a hora vem, em que nem neste monte, nem em
Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que
conhecemos; porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a
tais que assim O adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que O adoram O
adorem em espírito e em verdade.
“Replicou-Lhe a mulher: Eu sei que vem o Messias (que se chama o Cristo); quando Ele
vier há de nos anunciar todas as coisas.
“Disse-lhe Jesus: Eu O sou, Eu que falo contigo.”
B.
Mariama
(Por favor, note que a Mariama NÃO deve estar usando um véu cobrindo o rosto.
Sua cabeça pode estar coberta com algo parecido com um lenço solto e um dos lados
jogado sobre o ombro, caindo nas costas. Ela deveria estar usando algo longo e
modesto.)
Salaamalikum! Saudações da África Oriental! Meu nome é Mariama. Sou
muçulm ana, mas recentemente meu marido e eu tivemos um encontro curioso com o
adventismo. Não sabemos o que pensar a esse respeito...
Não conhecíamos nada sobre os adventistas até que nosso filho pequeno,
Youssouf, ficou doente certa noite. Havia um homem visitando nosso vizinho e ele se
ofereceu para nos mostrar como usar o carvão e uma solução simples feita com sal,
açúcar e água para tratar nosso filho. Aceitamos sua amável ajuda. Depois de examinar
Youssouf, o homem perguntou se poderia também orar por ele e respondemos que sim.
Na manhã seguinte, Youssouf estava se sentindo muito melhor. Perguntei à esposa
do meu vizinho quem era aquele homem. Ela riu e disse que se tratava de um adventista
– um tipo de cristão – que comprava produtos da loja de seu marido sempre que passava
por aquela região. Minha amiga disse que o adventista gostava dos produtos da loja de
seu marido porque sabia que eles não continham nada de porco ou banha.
Não posso crer! Um cristão preocupado a respeito de comer carne de porco?
Quando contei a meu marido, ele também ficou surpreso. Na verdade, acho que meu
marido não creu em mim porque também com eçou a fazer perguntas ao nosso vizinho a
respeito das crenças daquele estranho. Então a história ficou ainda mais complicada: O
homem não come carne de porco, também não bebe bebidas alcoólicas e, além disso,
presta culto no Sábado.
Isso ocorreu algumas semanas antes que víssemos o estranho novamente. Meu
marido o encontrou no mercado da vila e o convidou para comer em nossa casa, como
uma forma de agradecer-lhe a bondade que demonstrou para conosco. Ele gentilmente
aceitou o convite e veio à nossa casa naquela noite. Imagine minha surpresa ao saber
que o nome daquele homem era Abdul Karim – “Servo de Deus”. Era um cristão com
nome árabe e que não havia abandonado nossas tradições.
13
Depois do jantar, Abdul contou a meu marido que em breve sua esposa estaria
ministrando um curso de cinco dias para a prevenção de doenças simples. As aulas
ocorreriam no edifício da escola local, que estaria desocupada em função do feriado.
Fiquei muito feliz porque meu marido não se opôs a que eu assistisse ao curso.
Portanto, aqui estou. Este é o terceiro dia do curso e estou aprendendo muito – não
apenas a respeito de um estilo de vida saudável para minha família, mas por estar em
contato com essa bondosa mulher adventista. Fatou era muçulmana e continua usando o
manto para a cabeça. Ela não tenta pregar para nós, mas quando fala a respeito do
Grande Médico e profeta, Jesus, ela respeitosamente usa Seu nome como aparece no
Alcorão: Isa al Masih. Essa senhora deve ter uma fé muito firme, pois contou-nos que
destruiu todos os talismãs e amuletos que seus filhos usavam para protegê-los dos
espíritos malignos, nos quais crescemos acreditando.
Estou muito curiosa a respeito de minha nova amiga, mas vou observá-la e esperar.
Talvez lhe faça mais algumas perguntas.
V.
A Mulher Junto ao Poço
A.
João 4:27-29
Narradora: “E nisto vieram os Seus discípulos, e se admiravam de que estivesse falando
com uma mulher; todavia nenhum Lhe perguntou: Que é que procuras? Ou: Por que falas
com ela?
“Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde, vede
um Homem que me disse tudo quanto eu tenho feito; será este, porventura, o Cristo?”
B.
Mulher “Samaritana” de Hoje.
(Para a Mulher Samaritana, escolha um vestuário diferente das outras três
mulheres.)
Quem sou eu e de onde eu vim? Vivo na América do Norte, na África, Ásia, Europa,
América do Sul, Austrália... Sou a irmã com um passado ou presente questionável, aquela
de quem vocês fazem comentários pelo modo como me visto ou pela cor dos meus
cabelos ou ainda pelos adornos que uso na igreja. Sou a mulher chamativa em sua
sociedade, lutando para ser vista como igual. Pertenço ao povo que vocês desprezam.
Sou a agricultora branca que perdeu sua terra e subsistência no único país onde era
conhecida.
Sou a vizinha pobre que não tem condições financeiras para comprar sapatos bons
ou que tem apenas um vestido para ir à igreja aos sábados, cujo marido afastou-se da
Igreja sob circunstâncias questionáveis. Sou a filha que envergonhou os pais. Sou aquela
que luta contra o vício de bebidas alcoólicas. Que sofreu abuso. Que fez aborto. Que
esteve presa.
A minha presença deixa você constrangido? Talvez, ao julgar-me, você se lembre
da trave em seus próprios olhos. Tudo o que desejo de você é que me conheça. Que me
14
veja como pessoa e não como uma categoria – uma “estranha” em seu círculo íntimo.
Quem sabe? Talvez até acabemos sendo bons amigos.
Pense em mim como seu encontro pessoal com a “mulher junto ao poço”. Jesus, um
Homem – não apenas qualquer homem, mas o Filho de Deus – tomou tempo para deterSe e conversar comigo: uma mulher de reputação questionável, de outra nacionalidade,
de outra raça, de crenças religiosas diferentes. O simples fato de beber água do jarro que
eu carregava já seria o suficiente para ser declarado impuro! No entanto, Jesus passou
por cima de tudo isso e iniciou uma conversa com aquilo que me era familiar – poço,
retirar a água, minha história como samaritana. Ele usou o quotidiano em minha vida para
explicar o que Ele tinha a oferecer – a vida eterna! Ele não atacou as diferenças em
nossas crenças doutrinárias; não me ridicularizou por meu estilo de vida promíscuo. Ele
não me deu as costas quando Seus discípulos chegaram – homens que ficaram
constrangidos ao ver que seu querido Mestre estava conversando com uma mulher e,
além disso, uma mulher samaritana!
Cristo olhou para o meu coração e viu que eu tinha mais a oferecer à Sua obra do
que um pouco de água. Ao tratar-me como alguém merecedora de atenção, Ele obteve a
minha atenção e a minha vida nunca mais foi a mesma. Ouçam o que aconteceu a seguir:
C.
João 4:28-30, 39, 35.
Narradora: “Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens:
Vinde, vede um Homem que me disse tudo quanto eu tenho feito; será este, porventura, o
Cristo? Saíram, pois, da cidade e vinham ter com Ele... E muitos samaritanos daquela
cidade creram nEle, por causa da palavra da mulher, que testificava: Ele me disse tudo
quanto tenho feito
“Não dizeis vós: Ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Ora, Eu vos digo: levantai
os vossos olhos, e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa.”
D.
Pergunta Final.
“Samaritana” (Uma única mulher ou as quatro em coro):
Você é aquela que nos mostrará o Salvador?
Notas para a Apresentação do Sermão
§
Os títulos e as referências bíblicas foram incluídos apenas para o esboço do sermão
e não devem ser lidos em voz alta.
§
O sermão foi projetado para incluir cinco mulheres: Narradora e quatro personagens.
§
A sugestão do vestuário tem como objetivo as mulheres representarem a região de
onde as personagens vieram.
15
§
Conforme mencionado na introdução, essas histórias são reais, embora os detalhes
identificadores tenham sido mudados. A história da mulher muçulmana é uma
compilação de várias histórias da África Ocidental.
§
Se for ensaiado, o sermão fluirá muito melhor, pelo fato de mulheres estarem
familiarizadas com a história de seu personagem.
ENCERRAMENTO
“Tenhamos sonhos. Profetizemos.
Tenhamos visões de amor, paz e justiça.
Afirmemos com humildade, com alegria,
com fé, com coragem,
que Tu, ó Cristo, és a vida
de cada criança, mulher e homem.”
(oração proferida por uma mulher sul-africana,
citada por Robert King em
Daily Guideposts, 2002, p. 316.)
16

Documentos relacionados