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XXIII Seminário de Iniciação Ciéntifica da UFOP As influências da Revolução Mexicana nas obras de Frida Kahlo Bárbara Ursini Novelli (Autor), Tânia García Costa (Orientador) A Revolução Mexicana trouxe mudanças essenciais na estrutura social mexicana, foi a primeira revolução social na América Latina e auxiliou a construção de uma identidade nacional, um resgate da cultura popular, que buscava a volta às origens indígenas enquanto negava a influência da cultura erudita vinda da Europa. Este resgate foi chamado de Mexicanismo, que caracteriza-se pelo combate às injustiças sociais, a exploração do analfabetismo das populações rurais e urbanas, a maior parte indígenas, decorrentes do governo de Porfírio Díaz. Frida Kahlo nasceu em meio este contexto histórico, e foi influenciada por este momento de formação de uma identidade nacional mexicana. Kahlo nasceu em 1907, entretanto, insistia em dizer que havia nascido em 1910, ano que se iniciou a Revolução Mexicana. Segundo a artista, ela e o novo México haviam nascido ao mesmo tempo. Suas obras são divididas em dois momentos, a fase inicial, quando pintava retratos tipicamente mexicanos, do século XIX, com influências européias. E o segundo momento, depois que adere ao Mexicanismo, suas obras retratam a consciência nacional mexicana, com traços fortes e possuem uma influência visível da cultura popular. Sua principal inovação foi usar em seu processo de criação artística uma perspectiva da História vista de baixo. Além de trabalhar a problemática de gênero em suas obras, representando o contexto de nação no universo feminino da época. Como base metodológica deste trabalho será usado a ideia de representação de Roger Chartier, partindo do discurso das obras de Kahlo, em seu segundo momento, quando ela adere ao mexicanismo. As obras da artista serão usadas como representação do contexto da revolução cultural e identitária que resultaram da Revolução Mexicana. Mulher transgressora de seu tempo, Frida quebrou tabus com suas imagens, principalmente as que tratavam sobre a questão do corpo e sexualidade feminina, por isso o uso do gênero como perspectiva de análise histórica aqui é fundamental. Instituição de Ensino: UNESP - Universidade Estadual Paulista ISSN: 21763410