boletim nº 30 - Museu Histórico Nacional
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boletim nº 30 - Museu Histórico Nacional
Boletim Informativo ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO MUSEU HISTÓRICO NACIONAL Ano VI – nº 30 - Outubro 2008 MEDALHA HENRIQUE SÉRGIO GREGORI Será realizada no dia 13 de novembro, às 18h30m, a solenidade de entrega da Medalha Henrique Sérgio Gregori aos agraciados de 2008. Instituída em 1990 pela AAMHN, a Medalha é concedida anualmente a empresas, instituições e pessoas que se distinguiram por sua relevante contribuição às atividades e projetos da própria Associação e do MHN. Após a solenidade de entrega da Medalha Henrique Sérgio Gregori, será inaugurada a exposição “A Sedução do Oriente: A arte asiática na coleção do MHN”, marcando a realização de uma grande mostra anual com acervo da própria instituição e apoio da AAMHN, cujo objetivo é dinamizar as coleções em reserva técnica e propiciar ao público a oportunidade de apreciar relevantes conjuntos de peças que servem de fonte de estudos e induzem à reflexão sobre a nossa história. Os homenageados de 2008 representam exemplos de cidadania participativa: - Armando Carvalho Pereira, pela sua dedicação ao MHN. Doador e freqüentador assíduo do Museu, prestigia todas as suas atividades, participando dos seminários, palestras, inaugurações e eventos da AAMHN, da qual tornou-se membro em 2004. - Martha Luiza Vieira Lopes, pela sua relevante contribuição às atividades da AAMHN enquanto membro do Conselho Fiscal e inestimável apoio à Oficina de Conservação e Restauração de Papel como voluntária. - Pedro Henrique Mariani Bittencourt, pelo envolvimento pessoal e empenho para viabilizar a vinda ao Rio de Janeiro da monumental tela de Candido Portinari retratando a chegada de D. João a Salvador, pertencente ao acervo do BBM, para integrar a exposição “Um Novo Mundo, Um Novo Império - A Corte Portuguesa no Brasil”. - Raymonde de Vasconcellos, pela importante e exemplar iniciativa de legar em vida, através de testamento, ao MHN precioso conjunto de móveis em estilo Império francês, numa homenagem à memória de sua mãe Maria Eugênia Auguy de Vasconcellos. Aos 104 anos, participa, com entusiasmo, das atividades do Museu. E, como todos os anos, representantes do próprio MHN também são homenageados com a Medalha Henrique Sérgio Gregori. Esse ano, os agraciados serão: - Cléia Gonçaves dos Santos, pelo empenho e dedicação às atividades do MHN, onde atua junto à Assessoria de Comunicação há cerca de dez anos, atendendo ao público. - Cesar do Nascimento Cunha, pelo apoio direto à Presidência e à Direção da AAMHN, através da agilização e tramitação de documentos, e às atividades do Museu, viabilizando a compra de materiais essenciais aos projetos realizados pelas diversas áreas com o apoio da Associação dos Amigos. Oleo sobre tela “Chegada de D. João VI a Salvador”, de Cândido Portinari, 1952, Coleção Banco BBM S / A e em exposição permanente na Associação Comercial da Bahia. Pela primeira vez foi apresentada no Rio de Janeiro graças ao apoio Pedro Henrique Mariani Bittencourt. A SEDUÇÃO DO ORIENTE A exposição “A Sedução do Oriente: A arte asiática na coleção do MHN” reúne peças provenientes de diversas regiões – China, Japão, Coréia, Índia e até mesmo da antiga Pérsia (atual Irã) – que, de inegável valor estético e histórico, expressam o fascínio e a curiosidade que as civilizações do oriente exercem sobre o Brasil desde o período colonial. A exposição está dividida em módulos temáticos, a saber: arte (esculturas, pinturas e gravuras); religião (esculturas religiosas, vasos e incensários de templos); indumentária e acessórios (trajes, jóias,leques, quimonos etc); numismática; armaria e objetos de interiores (serviços de mesa, peças decorativas). Destaque para a coleção de vestimentas, entre as quais o traje formal de corte (chaofu) do Imperador da China, além de acessórios curiosos, como o par de sapatos em seda preta e branca, bordado a fios de ouro e prata, usado pelas damas chinesas de alta classe social, que tinham os pés deformados na infância, e exemplares do “Netsukê” em marfim, peça muito rara usada para prender objetos ao cinto do quimono. Interessante, ainda, o originalíssimo serviço de mesa que pertenceu ao Barão de Massambará, Marcelino de Avelar e Almeida, composto de 154 peças, cada uma com decoração própria ligada a temas da vida em ambientes de jardins palacianos. Outro objeto de destaque é o tabuleiro de xadrez em madeira laqueada que pertenceu ao Imperador D. Pedro I, cujas peças em marfim natural têm características européias, enquanto as pintadas em vermelho, orientais. Outras peças que merecem atenção são a ventarola de chifre rendilhado, mostrando uma figura do teatro de marionetes javanês; o panneau bordado em algodão e seda, representando Fênix - símbolo da imperatriz chinesa - a máscara de personagem feminina do teatro NOH (Japão feudal) - e o travesseiro-apoio em madeira laqueada e cetim, usado pela gueixa japonesa, cuja cabeleira elaborada não podia desmanchar-se ao dormir. Entre os objetos religiosos, uma escultura do Buda Amida, imerso em profunda meditação. Graças ao apoio de Carlos Lessa, especialista no tema, foi aprofundada a pesquisa sobre uma rara escultura em forma de ave, que será apresentada de maneira inédita ao público. Agradecimentos, ainda, a Ricardo Jopper, autor do catálogo “A Carreira das Índias e o Gosto do Oriente”, com base no acervo do MHN. Chaofu Seda bordada em fios de ouro e fios de seda policrômica, China, séculos XVIII-XIX, 140 cm. Traje formal de corte (chaofu), do Imperador da China. Dinastia dos Mandchu dos Qing (séculos XVIII-XIX). Segundo o pesquisador Ricardo Jopper, a decoração mostra um diagrama do universo, dentro de um conceito de ordem universal, no qual se baseava todo o sentido do princípio estatal chinês. O Imperador era considerado como o intermediário entre a Ordem Celeste e a Ordem Terrestre, passando pela Ordem Humana: no traje, a parte inferior, de linhas diagonais e formas circulares (nas quais a zona intermediária estiliza os “Cogumelos da Longevidade: Lingzhi), representa o elemento “água” do mundo. Acima das águas, representa-se o elemento “terra” pelas montanhas estilizadas que se projetam das ondas (são as ilhas dos imortais). Em seguida, vem o elemento “éter”, repleto de nuvens estilizadas, entre as quais dragões em fio de ouro fazem as suas evoluções. 2 Boletim Informativo Barco a remo Estatueta em madeira, marfim e madrepérola, Japão, século XVIII. Foto: Paulo Sheuenstuhl Tabuleiro de Xadrez Em madeira laqueada e marfim, China, século XIX, 770 X 770 mm, pertenceu ao Imperador D. Pedro I. Foto: Romulo Fialdini/Livro MHN/Banco Safra Durante o período colonial, e até meados do século XX, foi grande o fascínio que as civilizações asiáticas exerceram no Brasil, refletindo uma tendência que já existia na Europa. A filosofia, as artes, as religiões, enfim, toda a vasta e milenar cultura oriental sempre foi motivo de curiosidade e de especulação, em que pesem as diferenças abissais entre o Ocidente moderno e o Oriente tradicional. Seja o gosto pelo inusitado e pelo surpreendente, que está na origem da curiosidade humana, seja pela inegável beleza das peças orientais, o fato é que a elite brasileira se mostrou verdadeiramente deslumbrada pela expressão oriental. E não só pelo que procedia diretamente daqueles países longínquos, mas também pelos artigos oriundos da Europa, e que se enquadravam na filiação artística denominada chinoiserie - interpretação ocidental dos estilos chineses trazidos pelos viajantes europeus. Se, por um lado, deu-se, a partir do século XIX, uma relativa ocidentalização do Oriente, com o ônus da invasão do consumo de massa, por outro, abriu-se para o Ocidente, um maior aprofundamento da compreensão do pensamento oriental. Acontecimento que inf luenciou tanto a conduta individual como a comunidade acadêmica a aprofundar-se nos estudos orientais. No Brasil contemporâneo, esta influência a i n d a é c o mp rov a d a m e n t e significativa, sobretudo nos campos da gastronomia, da arquitetura e das artes plásticas. Jorge Cordeiro – curador da exposição AAMHN ADQUIRE OBRAS Obras de Vergara A AAMHN acaba de adquirir três importantes obras do artista plástico gaúcho Carlos Vergara, radicado há muitos anos no Rio de Janeiro, onde mantém o seu ateliê, para serem incorporadas ao acervo do MHN. São quadros montados a partir de fotografias, com efeito 3D, que fazem uma releitura contemporânea das Missões Jesuíticas de São Miguel das Missões/RS. Ao lado de objetos de época, também pertencentes ao acervo do Museu (fragmentos de construções, espada jesuítica, frontão do colégio jesuítico, etc), as obras integração o novo circuito de exposição, em fase de desenvolvimento por meio de uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais do próprio MHN e especialistas convidados. Presidente da AAMHN, Diretora do MHN e equipe visitam o ateliê de Carlos Vergara. Foto: João Vergara Caricatura de Rian Com recursos da AAMHN foi arrematada no leilão de Valdir Teixeira de 16 de abril, uma caricatura de Nair de Teffé, cujo pseudônimo era Rian, para ser incorporada à coleção de caricaturas da artista sob a guarda do Arquivo Histórico. Trata-se de uma aquarela sobre papel, 50 X 40 cm, trazendo no verso a inscrição “fiz um Procópio mais bonito, sem narigão”. Acreditando tratar-se de Procópio Ferreira, a equipe do MHN apresentou a caricatura à Bibi Ferreira, que, no entanto, não reconheceu o pai nos traços de Rian. Ainda está em andamento a pesquisa para a identificação do caricaturado. As imagens de todas as aquarelas de Rian – grande caricaturista brasileira, esposa do Presidente Hermes da Fonseca - pertencentes ao acervo do MHN podem ser vistas na “galeria virtual” do site do MHN. Boletim Informativo 3 DOAÇÕES PROTOS COMEMORA CEM ANOS De janeiro a agosto de 2008, foram incorporadas ao acervo 555 novas peças, graças à generosa doação das seguintes pessoas e instituições: Ângela Cardoso Guedes, Associação dos Amigos do MHN, Carlos Affonso Nunes Ribeiro, Célia Corsino, Daniel C. Vilela, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Érika I. Hadju, Ernestina Mack Filgueiras, Felipe Carvalho, Fernanda B. Portugal, FUNARTE, Jorge Cordeiro de Melo, Leonardo Thiré Pereira Lima, Ligia P. Vassalo, Lívia Cardoso Guedes, Luiz Assumpção Paranhos Velloso(família de), Mª das Graças da Silva Meireles, Mario Aizen, Norma Portugal, OSKLEN, Ricardo M. de Barros, Rosa Magalhães, Ruth Beatriz Caldeira de Andrada, Tufi Duek, Valentina Godoy Fonseca e Vera Lúcia Bottrel Tostes. Documentos, peças numismáticas, bibliografia e inúmeros objetos, entre os quais artigos de higiene pessoal, brinquedos, aparelhos celulares e indumentária, foram integrados às coleções do Museu. Destaque ainda para as peças comemorativas dos 200 anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil, compreendendo selos, moeda, medalha e louças diversas, além de convites, cardápios, DVDs e edições especiais. A todos os doadores, os nossos agradecimentos. O automóvel da marca alemã PROTOS, um dos dois únicos do gênero existentes no mundo, está completando em 2008 cem anos da sua fabricação. Integrado à exposição “Do Móvel ao Automóvel – Transitando pela História”, está ao lado de inúmeras berlindas, coches e carruagens, com os quais ainda conviveu nas ruas do Rio de Janeiro da época do Barão do Rio Branco, seu primeiro usuário. Incorporado ao acervo do MHN em 1925, o PROTOS passou entre 1986 e 1996 por um longo processo de restauração, tanto de carroceria quanto de motor, viabilizado graças à ação da AAMHN, que captalizou o apoio de voluntários, consulados, instituições culturais e empresas públicas e privadas. Por ocasião de seu centenário, a AAMHN agradece a A coleção de brinquedos do MHN foi incrementada em 2008 com a incorporação de novos itens, como esse fogão e carrinho de chá com xícaras em alumínio), doados por Ricardo Monteiro de Barros. Foto: Daniella Clark/G1 Bonecas dos anos 1945 e 1946, que foram presentedas a então menina Solange de Sampaio Godoy. As mesmas foram guardadas para a sua primeira neta, Valentina, e, em nome dela, foram doadas ao MHN. Foto: Denize P ereira EM CARTAZ O Corpo Humano: Real e Fascinante Depois de ser vista por mais de 450 mil pessoas em São Paulo em 2007 e passar por 33 cidades em todo o mundo, a exposição “Corpo Humano - Real e Fascinante” chegou ao Rio de Janeiro em 27 de setembro. Tratados com um processo de conservação a base de silicone, que lhes faz parecer de borracha, corpos são expostos de maneira a permitir ao público a compreensão do funcionamento do corpo humano: sistema ósseo, sistema muscular, sistema nervoso, sistema digestivo, sistema respiratório, sistema reprodutivo, sistema urinário e sistema circulatório. Didática e disponibilizando monitores para o acompanhamento de estudantes, a exposição pretende, 4 Boletim Informativo ainda, esclarecer o visitante sobre os cuidados necessários para se manter o corpo saudável e se prevenir doenças, apresentando, entre outros, os efeitos da obesidade e os danos causados pelo cigarro. Mais informações sobre a exposição em www.corpohumanorio.com.br Fotos: Roberto Alves todos os que tornaram possível a sua restauração, em especial ao associado Guilherme Pfisterer, que não mediu esforços para tornar possível o sonho de ver o PROTOS recuperado, às empresas Bosch, Ceras Johnson, Cofap, Curtume Carioca, Fabrini, Lufthansa, Mercedes Benz, Metal Leve, Michelin, Petrobrás, R&E Restaurações, Renner, Dupont e Siemens e aos museus Deutsches Museum, Amsterdam Sauer e Siemens Museum. A restauração do PROTOS é uma prova do sucesso da parceria entre voluntários, empresas privadas, instituições públicas e o Ministério da Cultura, através de Lei Federal de Incentivo à Cultura, para a preservação do patrimônio nacional PROTOS É 100 !!! Poucos veículos resistiram tantos anos como o nosso PROTOS – que sorte tem esse carro! A maioria dos seus contemporâneos foi destruído pela inexorável ação do tempo ou pelo avassalador desenvolvimento tecnológico da sua época. Que sorte tem o PROTOS de ter sido encomendado pelo próprio Barão do Rio Branco. O Barão confiou na então nova marca pelo destaque alcançado na mais longa prova automobilística até hoje realizada - a corrida New York- Paris de 1908, com um percurso de mais de 30.000 km. Que sorte tem o PROTOS de ter vindo para o Brasil, a serviço do Ministério das Relações Exteriores, e de ter participado das comemorações do Centenário da Abertura dos Portos, realizada junto à Exposição Nacional de 1908, tendo transportado os ilustres convidados pelas bucólicas ruas do Rio de Janeiro, em um tempo em que os automóveis eram raridade. Que sorte tem o PROTOS, de após ter recebido baixa no serviço público, numa época em que a obsolescência dos carros era muito rápida e já estando a ponto de virar sucata, ter sido encontrado, reconhecido e salvo por Gustavo Barroso, fundador do MHN , que o incorporou ao acervo do Museu em 1925. Que sorte tem o PROTOS , de ter sido exposto ao público e mantido no Museu por mais de 60 anos até que a sua diretoria iniciasse a restauração, processo no qual o Museu permitiu a participação de voluntários que, unindo suas experiências, trouxeram de volta o brilho à sua estampa em 1997. Que sorte tem o PROTOS, de hoje ser um dos destaques do circuito da exposição permanente do Museu , sendo admirado por milhares de visitantes e sob a coordenação da AAMHN, poder fazer parte dos eventos comemorativos junto aos principais patrocinadores da sua restauração. E, finalmente, que sorte tem o Protos de estar atingindo seu primeiro centenário, e a julgar pela forma que vem sendo cuidado pelo Museu, há de ainda comemorar muitos outros que virão! Vida longa ao nosso Protos! Guilherme Pfisterer Boletim Informativo 5 EXPOSIÇÕES REALIZADAS 2009 - ANO DA FRANÇA NO BRASIL Saúde e Medicina no Brasil e Portugal – 200 Anos Em 2009, no âmbito do Ano da França no Brasil, o MHN abrigará duas importantes e inéditas exposições. Já em abril, inaugura uma dedicada ao renomado escultor Houdon, cujas obras pertencentes ao Museu do Louvre, retratam personagens do século XVIII que marcaram a história do ocidente, entre os quais Rousseau, Voltaire, Diderot, Benjamin Franklin e George Washington. Em setembro, chegam diretamente de Paris, tapeçarias tradicionais e contemporâneas, pertencentes às Coleções do Mobiliário Nacional, além de duas pinturas de Eckout, que deram origem a tapeçarias Gobelin. No âmbito das comemorações dos 200 anos da chegada da corte portuguesa ao Brasil, foi inaugurada em 8 de julho pelo Ministro da Saúde José Gomes Temporão a exposição “Saúde e Medicina no Brasil e Portugal – 200 Anos”. Com curadoria de Helena Severo e realização da Cultura & Arte, a exposição, aberta ao público até 28 de setembro, marcou, ainda, a realização do Simpósio “Brasil/ Portugal- 200 Anos”, iniciativa dos Ministérios da Saúde do Brasil e de Portugal, da Fundação Oswaldo Cruz, do Alto Comissariado de Ministro da Saúde inaugura exposição no MHN. Foto: Roberto Alves Botica portátil, em madeira, final do século XIX, produzida no Brasil. Construída segundo indicações do Dr. Chernoviz. Acervo do Museu Histórico Nacional. Foto: Divulgação Saúde de Portugal e das Academias de Medicina do Brasil e de Portugal. De caráter cronológico, a exposição abordou desde as antigas práticas de cura no Brasil Colônia, passando pela introdução de novas técnicas medicinais e normativas com o advento da chegada da corte portuguesa ao Brasil, até a questão da saúde pública e a sua institucionalização com o crescimento demográfico, a partir daquela época. Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça O MHN abrigou, de 03 de julho a 10 de agosto, as obras dos artistas contemplados na edição 2006/2008 do Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas. Participaram quatro artistas de carreira individuais - o pernambucano Carlos Mélo, a mineira Laura Lima, a carioca Lúcia Laguna e a espanhola, residente em Belo Horizonte, Sara Ramo - e a dupla paulistana Leandro Lima e Gisela Motta. Foram 36 trabalhos em diferentes meios e formatos entre pinturas, desenhos, vídeos, videoinstalações, fotografias e objetos. Lançado em 2004 pela Confederação Nacional das Indústrias e pelo Serviço Social da Indústria, o Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas contempla, a cada edição, artistas com bolsas de trabalho, cujo desenvolvimento é acompanhado por um crítico ou curador de arte. O Prêmio homenageia o colecionador e galerista pernambucano Marcantonio Vilaça, grande incentivador da arte contemporânea brasileira, falecido precocemente aos 37 anos, em 2000. 6 Boletim Informativo O Ministro Marcos Vinicius Vilaça visita a exposição em homenagem ao filho, que acreditava na arte como força transformadora da sociedade, como manifestação livre e democrática da pluralidade de opiniões. Foto: Roberto Alves La Muerte Ilustrada “La Catrina” Zincografia de José Guadalupe Posada Acervo: Conselho Nacional para a Cultura e as Artes/CONACULTA Tapeçaria Miro 1992 do artista islandês Gudmundur Gudmundson, conhecido como Erro, para a manufatura Gobelin, empreendendo uma releitura da obra de Miro. Obra pertencente as Collections du Mobilier National, que estará exposta no MHN em 2009. Foto: Divulgação Em comemoração à data nacional do México, foi inaugurada no dia 15 de setembro pelo Consulado Geral do México a exposição “La Muerte Ilustrada”, reunindo cerca de 50 zincografias, pertencentes ao Conselho Nacional para a Cultura e as Artes/CONACULTA, do artista José Guadalupe Posada (1852-1913), criador das inesquecíveis caveiras festivas e de outros personagens e publicações que registraram o cotidiano do povo mexicano. Posada é considerado o fundador da ilustração mexicana e grande influenciador da arte contemporânea naquele país. Mobiliário Nacional Ligado ao Ministério da Cultura e da Comunicação da França, o Mobiliário Nacional é um serviço de abrangência nacional, que tem como objetivo primeiro mobiliar os palácios oficiais do governo, sobretudo as residências presidenciais. Conservar, estocar em reserva técnica e restaurar são conseqüências naturais dessa missão. Sob a sua guarda, coleções que remontam aos grandes reis de França, entre as quais mobiliário e tapeçarias Gobelin e outras. Cabe ao Mobiliário Nacional controlar todo esse importante patrimônio, atendendo ao mesmo tempo às necessidades do Estado francês: mobiliar os gabinetes dos Ministros, encomendar novas peças, conservar e restaurar as antigas e em uso. É just amente do Mobiliário Nacional que estão vindo as peças que integrarão a exposição a ser realizada no MHN, reunindo duas pinturas de Eckout para a Gobelin, que estão sendo especialmente restauradas para virem ao Brasil, sete tapeçarias antigas e onze tapeçarias contemporâneas. Da Coleção Houdon do Museu do Louvre, estão vindo obras primas do iluminismo, entre as quais a escultura de Jean-Jacques Rousseau à la française. Foto: Divulgação Tesouros de Louvre: Retratos esculpidos por Houdon Séculos XVIII e XIX Composta de vinte obras de arte de grande sensibilidade e beleza, a exposição levará o público brasileiro a conhecer a vida e a obra de JeanAntoine Houdon (1741-1828) e o mundo de sua época. Numa tela de aproximadamente quinze metros serão projetadas imagens que abordarão o contexto histórico da França no século XVIII, seus principais e mais importantes personagens e fatos, bem como a realidade brasileira nesse mesmo período. Entre as obras de Houdon a serem expostas estão a obra prima em mármore “Morphée”, os bustos de Diderot, Franklin (com quem Houdon viajou da França para os Estados Unidos), Washington, Rousseau, Voltaire, Mirabeau e Condorcet, além de esculturas que retratam a própria família do artista e outras personalidades. Uma instalação em tamanho real, produzida a partir da imagem do quadro “L’Atelier de Houdon”, de Louis-Leolpold Boilly, reconstituirá o ambiente no qual o artista elaborava suas obras. Tela de Louis-Léopold Boilly, pertencente ao Musée des Arts Décoratifs de Paris e exposta no Salão de 1804, inspira ambientação do ateliê de Houdon. Foto: Divulgação Réplicas das esculturas de Houdon integrarão um espaço anexo à exposição e poderão ser tocadas pelo público: legendas em braile permitirão que portadores de deficiências visuais complementem as informações sobre o artista. Terminais digitais interativos possibilitarão ao público aprofundarse no universo abrangido pela exposição, nos assuntos que forem de seu maior interesse. Ações educativas voltadas para alunos e professores e conferências com especialistas também estão previst as para o período de realização da exposição. Boletim Informativo 7 SEMINÁRIO INTERNACIONAL Anualmente o MHN com o apoio do Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN e parceria com universidades, instituições culturais e de pesquisa, do Brasil e do exterior, realiza em outubro, mês de sua criação, um seminário internacional abordando temas das áreas das ciências humanas e sociais. Esse 2008, em estreita parceria com o DEMU/IPHAN, o seminário teve como objetivo propiciar condições para o debate sobre questões relativas à representatividade e à preservação de heranças culturais em museus e para uma reflexão sobre os conflitos oriundos do desejo de democratização de memórias como um direito de todos. Foram realizadas mesas redondas e conferências com os seguintes temas: “Museu, memórias, história e nação”, “Museus e representações da Nação no pós-colonialismo”, “Batalhas no campo da memória e dos museus”, “Democratização do museu: memória e movimentos sociais”, “A nação imaginada e representada nos museus”, “Memória política e política da memória”, “O sentido das belas artes e a democratização dos museus” e “Desejos de memória e desejos de poder”. Em 2009, será lançado o Livro do Seminário reunindo artigos referentes ao debate realizado. Mesa Redonda e Lançamento dos Anais Dia 27 de novembro, às 14h, será realizada a Mesa Redonda “Imigrações recentes: panorama de uma sociedade em construção”, marcando o encerramento as atividades de 2008 do Seminário Permanente organizado pelo Centro de Referência Luso-Brasileira. Participam da mesa os professores Neiva Vieira da Cunha e Marco Antônio Xavier. Após a realização da mesa redonda, será lançado o volume nº 40 dos Anais do MHN. Alusiva aos 200 anos da Chegada da Corte Portuguesa ao Brasil (1808-2008), essa edição compreenderá os seguintes temas: “Comemorações”, “Representação de Negros em museus”, “Patrimônio Lusófono: ações educativas de valorização”, “Conservação e Restauro: uma abordagem metodológica e conceitual “ e “Acervos”. RECADASTRAMENTO Lembramos aos associados que ainda não efetuaram o recadastramento junto a AAMHN, para fazê-lo com urgência, através do fax 21-22206290 ou do e-mail [email protected] Esse recadastramento é importante para que possamos emitir a nova carteira de associado! PREZADOS ASSOCIADOS Presidente Roberto Paulo Cezar de Andrade Vice-Presidente João Sérgio Marinho Nunes Diretor Adjunto Samuel Kauffmann Diretora Executiva Heleny Pires de Castro Conselheiros Afonso Romano de Sant’ana Agenor Pinheiro Rodrigues Vale Alice Cezar de Andrade Vianna Antônio Gomes da Costa Antônio Luiz Porto e Albuquerque Antonio Fantinato Neto Carlos Botelho Martins Filho Dora Alcântara Ecyla Castanheira Brandão Elysio Medeiros Pires Filho Flavio Martins Rodrigues Iara Valdetaro Madeira João Hermes Pereira de Araújo Joaquim de Arruda Falcão Neto José Carlos Barbosa de Oliveira Jorge de Souza Hue Luis Eduardo Costa Carvalho Luís Roberto Nascimento Silva Magali de Oliveira Cabral dos Santos Márcio Fortes Márcio Moreira Alves Maria Elisabeth Banchi Alves Mauro Salles Salvador Monteiro Sonia Maria Tavares Ferreira Vera Alencar Vera Lucia Bottrel Tostes Solange Sampaio Godoy Roberto Lima Neto Conselho Fiscal José Antonio Ferreira Maria Linhares Pinto Martha Luiza Vieira Lopes Olavo Cabral Ramos Filho Síglia Mattos dos Reis Boletim Informativo Responsável: Heleny Pires de Castro Redação: Angela Cardoso Guedes Coordenação Gráfica: ASIL-Rio Tel/Fax:(21) 2278-3796 Diagramação: Helcio Peynado helciopeynado.carbonmade.com Impressão: Zit Gráfica e Editora Tel. (21) 2136-6969 Associação dos Amigos do Museu Histórico Nacional CNPJ: 3 2 .268.617/0001-89 Aguardamos sua visita. Venha e traga um novo amigo para participar da nossa AAMHN. E não se esqueça: sua anuidade é importante. Esteja em dia! Praça Marechal Âncora, s/nº CEP: 20021-200 - Centro - RJ Tel.: (21) 2550-9234 www.museuhistoriconacional.com.br [email protected] Site do Museu Histórico Nacional na Internet: www.museuhistoriconacional.com.br @ 8 CONSELHO DELIBERATIVO Boletim Informativo
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