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CYL!l(T9L !JV{~9{SYLL COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA ANO XV - N° 66 - SET/OUT Coordenador: 2002 Nelson V. Pamplona JESUS VINHA CONCILIAR O TERRÍVEL GÊNERO HUMANO CONSIGO MESMO •.. Carlos Drlllnmond de Andrade Há várias explicações para a presença de um boi e de um burro no ato do nascimento de Jesus. A mais sofisticada é que eles são simbólicos: o boi representa o povo judeu acorrentado pela lei; o burro, o mundo pagão. Outros interpretam as figuras animais como antecipações das figuras humanas que cercaram Jesus nos últimos instantes de sua vida: o bom e o mau ladrão, crucificados juntamente ele. Há quem, realisticamente, prefira admitir que São José levara consigo o burro e o boi, para que o primeiro servisse de montaria à Virgem, e o segundo, vendido, fornecesse o dinheiro necessário ao com produção natural deles. E o primeiro ato reverencial, o primeiro signo de adoração, implicando o reconhecimento da divindade infusa no bebê, não foram os anjos nem os pastores nem os Reis Magos que o praticaram; foram dois bichinhos que não tinham informação das Escrituras e se prosternaram: agnovit bos et asinus quod puer era Dominus. Era meia-noite, hora em que até hoje, na pagamento do imposto, pois sempre, e não apenas naquele tempo, o fisco é inexorável. Ainda mais cotidiana é a versão segundo a qual São José, proprietário dos dois quadrúpedes, procurava subtraí-Ios ao recenseamento determinado por César Augusto, Imperador romano, e que incluía não só as pessoas como os animais, sabe-se lá com que intenção. Nada disso. É muito mais simples e admirável considerar que o boi e o burro estavam ali, e nem podiam deixar de estar, porque Jesus vinha conciliar o terrível gênero humano consigo mesmo e com a criação em todas as suas partículas, inclusive as supostamente desprovidas de razão (como se não houvesse uma razão geral e universal, unindo todos os elementos do grande teatro do mundo ). O boi em sua placidez, o burro, em sua grave simplicidade, não foram ao estábulo para homenagear o Deus que nascia; moravam lá, eles é que receberam a visita do casal e prestaram as humildes honras da casa ao Menino. Eles é que providenciaram a calefação reclamada em ambiente gélido, para que o Menino não morresse de frio. E o fizeram da maneira mais encantadora: exalando sobre o corpinho indefeso o seu bafo de tépida benevolência. O primeiro calor que cercou Jesus foi tradição popular, eles continuam litúrgicamente a se ajoelhar, no campo ou onde quer que estejam, lembrando o acontecimento de que participaram, menos como privilegiados do que como representantes de toda matéria viva, atenta à chegada de seu Criador sob a forma de matéria viva também, e vulnerável como qualquer outra. A mais antiga iconografia do Natal assim os mostra, assumindo posição de realce na cena: estão em pé de igualdade com a Virgem, na posição junto à cama de palha, como familiares e guardas de absoluta confiança. Mais modernamente, Jerônimo Bosch dá ao boi estrutura e importância monumentais, aos a pés de Jesus. É visível o respeito, compenetrada afeição com que os artistas consignavam o papel desempenhado pelo irmão burro e pelo irmão boi, na excepcionalidade do episódio. Não os viam como testemunhas, mas como agentes de uma situação. Ora, dirão, tudo não passa de invencionices de um falso evangelho de São Mateus, datado do século VI, que também introduzira no episódio nada menos que duas parteiras, uma cética e outra cheia de fé. O Concílio de Trento fulminou tais fábulas. Mas se é exato que a Virgem não dispôs de parteira para dar à luz um Deus, e mesmo o teve suavemente, não é menos certo que ninguém consegue desligar do Natal a companhia do boi e do burro, incorporados para sempre à visão que temos da manjedoura de Belém. E bendito que seja esse pseudo Mateus com sua imageria apócrifa. Nem era preciso citar, em interpretação forçada, Isaías, I, 3: " O boi conhece o seu possuidor, e o burro o presépio do seu dono ". Burro e boi explicam-se por si mesmos, na hora e vez. Jesus não podia ter outros companheiros mais comezinhos, ao encarnar se entre pobreza, humildade e trabalho, Se os russos colocam no lugar desse burro, que eles não conhecem, esbelta silhueta do cavalo, se outros povos substituem o boi pelo búfalo, que lhes é mais familiar, se qualquer bicho da terra pode com dignidade assumir a responsabilidade sacra daqueles dois no quadro bíblico, o pensamento divino se manifesta de igual modo: Jesus veio dar o recado de que a vida é um todo, e que nem indivíduos nem povos nem nações devem tentar dissocia-Io. Em outros termos: vale a pena tentar a experiência do amor. f'ELIZ NAT'AL PRÓSPERO ANO NOVO CBG - Carta Mensa{ 66 OS PRIMEIROS IMIGRANTES ALEMÃES NO BRASIL PARTE 2 / 3 Isto parece ter sido idéia do major Schaeffer. Idéia surgi da na Rússia por onde Schaffer tinha andado. Além de poder pegar em armas, produziriam alimentos, etc. para suprir as tropas _ Os Colonos de Schaeffer para Nova Friburgo, Rev IHGB vI 310, pág. 29). A mesma opinião é repetida. um pouco mais tarde: em guerra. Os soldados mercenários, contratados pelo imperador, deveriam ser uma retaguarda para a monarquia e a independência há pouco proclamada. A intenção era fortalecer o trono com os soldados estrangeiros, para criar uma nação unida com as províncias todas. Por outro lado, todas as forças capazes e produtivas eram importantes para o erguimento da nação. D. Pedro I tentara criar uma tropa com soldados lusos, mas encontrou muita aversão ao serviço militar e, assim, ele queria livrá-Ios deste compromisso. E constatou-se que a monarquia era a forma ideal de unir as províncias numa só nação. O major Schaeffer foi encarregado pelo ministro José Bonifácio de Andrade e Silva de trazer soldados para o Brasil. Ao mesmo tempo o agente Caldeira Brant arrebanhava em "Eram soldados que se buscaram e não colonos. ESTesvieram para jusTificar a vinda daqueles" (Soares de Sou:;,a, idem, pág. 71). E mais uma vez: "Os colonos, rec/1/tados enTão, vieram graças ao major Schaeffer que os anvlou, mais para dirimir as despesas de freTes //Os navios e jusTificar o embarque dos soldados. do que para cumprir as suas eSTrambóTicas insTruções" (Soares de Sousa, idem. pág. 88). Em junho de 1824 a imperatriz Dona Leopoldina escreve ao major Schaeffer pedindo que ele mande mais soldados. Em maio do ano seguinte pede: "mande livros e muitos. muitos soldados. pois eles se tornam cada vez mais necessários". Ela via nisto a Londres veleiros e vapores e contratava oficiais e marujos para a frota. Logo após a proclamação da independência foi elaborado maneira de fortalecer o trono que estava sendo solapado pelo ministério. Em maio de 1826 ela escreve sobre as um decreto, criando um regimento de estrangeiros. Muitos oficiais, a maioria frances~s, foram contratadºs,-EspJ;:~va:§e_ também contar com a colônia suíça, estabelecida em Nova Friburgo. Havia na época um batalhão composto principalmente de suíços de fala francesa, que haviam sido aliciados ou obrigados. Este deveria ser o ceme de uma guarda para a segurança pessoal do imperador. Um autor da época escreve: " o senhor Schiiffe/; médico, maj01; agenciado/; eTc. foi enviado à Alemanha para convencer pessoas a virem ao Brasil como soldados. Ele dificuldades que o ministério estava criando para angariar soldados e colonos estrangeiros. -Leopo!dina parece ter sido a porta-voz destes pedidos, pois ela o faz em nome do imperador. anos o seulllímero cresceu Tanto que foi possível formar dois batalhões. Em cada rua ouvia-se falar alemão. viam-se homens embriagados e conTavam-se as hisTórias mais impossíveis sobre o comportamellTo dos oficiais. de fO/7na tal que não era agradável ser chamãdo de alemão" (F. von Weech, citado cf. "Deutsche und deutscher Handel in Rio de "O objeTivo principal da missão de Schaeffer era, na realidade, o de angariar soldados, ainda que disfarçados de colonos" (José Antônio Soares de Souza •• para serem soldados. O MiniSTro do ESTrangeiro deu ordens para não enviálos. mas eu quero que os mande. ". Também se dirige a Caldeira Brant com o mesmo pedido, porque a situação interna do país e o perigo de invasões inimigas era muito grande. Por isto ele agiu contra a constituição que não permitia contratar soldados. O imperador pediu então que enviassem colonos e civis que após o desembarque, muitas vêzes, eram engajados como soldados ou até forçados para tal. Alguns historiadores alegam que vieram estrangeiros para branqueamento da raça, pois a metade da população brasileira da época descendia de escravos. Os imigrantes seriam uma espécie de escravos brancos. E que se queria criar uma classe média com certos recursos. Leopoldina. porém, escreve que os colonos que vieram para Friburgo tinham posses. Mas se as tinham, então eram muito reduzidas, pois ela mesma teve que socorrer muitos deles, em situações de extrema penúria e necessidade. É interessante, porém, ler o seguinte: "Os imigranTes não foram subSTiwTOS dos escravos. mas são adversários da escravidão. A presença deles deveria ser o apelo mais forTe para acabar com esTa práTica" (Hartmut Frõschle - Die Deutschen in Lateinamerika, pág. 186: Presume-se que até 1829 Schaeffer tenha trazido cerca de 10 mil soldados, colonos e operários alemães para o Brasil. Mas os lavradores e operários parecem ter sido um disfarce, pois o Brasil queria soldados. Um relatório de um assessor de um general argentino o confirma: "As Tropas argenTinas. perseguindo os brasileiros denvTados na batalha de 1Tu:;,aingó. enconTraram grande nlÍmero de alemães que não mais desejavam parTicipar da guerra. Eles vieram ao nosso encollTro e nos dissseram que foram Trazidos para cá. sem saber exatamellTe para que finalidade" (Frõschle, idem, pág. 73) .0 primeiro navio foi o "Argus", cuja viagem foi uma verdadeira peripécia. Levou nada menos do que seis meses para fazer o percurso até o Rio de Janeiro. Os migrantes partiram em maio de 1823 de Frankfurt rumo a enviou ao imperador voll1llTários das casas de correção e pessoas que perambulavam pelas ruas. Vieram as pessoas mais eXTravaganTes, chamadas escravos brancos. Em dois Janeiro - pág. 28). Assim fica cada vez mais clara a verdadeira tarefa de Schaeffer: A/7nindo L. Miieller Em junho de 1824 D. Pedroescreveu ao major Schaeffer que sua esposa já havia escrito em seu nome para enviar mais 800 soldados e complementa: "Agora ordeno que envie em vez de colonos casados Trêsmil homens solteÍlvs Amsterdam. Dali saíram a 24 de julho. Ficaram 3 semanas no Mar do Norte, tendo o navio perdido o mastro. Retomaram ao porto de origem, de onde partiram novamente a 10 de setembro. Levaram 2 meses até Tenerife, chegando ao Rio a 13 de janeiro de 1824. CBG - Carta !Mensa{ 66 • ALBUQUERQUE, Pedro Carrano - Encontro com os Ancestrais R$ 35,00 • BIBLIOGRAFIA preliminar sobre Genealogia no Brasil (Projeto Memória Genealógica) 40,00 • BRASILGenealógico Tomo IV n. 2 Tomo I n. I, II n. I a 7, III n. I e 3 , ~~ 10,00 3~ • BRASIL,Lael Vital- Os Pereira de MagallIães Descendentes do CeI. José Francisco Pereira 20,00 15,00 • COSTA.Alonso - As Orfãs da Rainha unico exemplar 40,00 • PASIN,José Lins - Pasin: Cem Anos de uma Família Italiana no Brasil 15,00 • Costa, Didio - Noronha - com genealogia - unico exemplar 15,00 • REVISTA do Instituto Genealógico da Bahia, n 2, 4, e 19, cada 20,00 • FONSECA,Raymundo da- A Saga dos Fonsecas 20,00 • RIBEIRO,Armando Vidal Leite-A Família Vidal Leite Ribeiro (raro) 40,00 • LEITE,Aureliano - O Cabo-Maior dos Paulistas na Guerra com os Emboabas - um exemplar 20,00 • DUTRA,Marco Polo Phence Uma família Silva na São Paulo Setecentista 20,00 • CAVALCANTI, Arthur de Siqueira Reminiscências de uma vida (com genealogia) • ALEXANDRE CARNEIRO DEMENDONÇA - Rio de Janeiro • CARLOSFREIREMACHADO-Riode Janeiro • JosÉ LUlZMACHADO RODRIGUES-Riode Janeiro • LUlz ALBERTO COSTAFERNANDES -Rio de Janeiro CORRESPONDENTE • JOÃOCARLOSDECAMPOSALMIRO-LisboaPortugal A IMPERIAL IRMANDADE DEN. S. DAGL6RIADO OUTEIROcom a Ia Mostra de Heráldica do Império do Brasil, comemorou o 1800 Aniversário da Independência, na primeira quinzena de setembro. O MEMORIAL DO IMIGRANTE-antiga Hospedaria do Imigrante, no Braz em S.Paulo, promoveu em Limeira-SP um ciclo de ações histórico-culturais, constituido de projeção de filmes, palestras, lançamento de livros, exposições de documental raro, obras de arte e peças do secoXIX, ligados à imigração alemã e italiana. O MEMORIAL JUDAICODEVASSOURAs-RJ, em comemoração ao seu loa aniversário, está promovendo um programa constando de Exposição dos Costumes e Cultura Judaica, com apresentação de danças folclóricas. Excursão em 10 de Novembro, a partir do Rio de Janeiro, pode ser agendada com nossa confreira, idealista do Memorial e Presidente da Sociedade dos Amigos do mesmo Sra.Frieda Wolff (TeI. 2551-1887). Lanlentamos registrar o falecimento de nosso sócio Colaborador Alfredo Mello Soares • MOURA,Carlos Eduardo Marcondes de Os Galvão de França no Povoamento de Santo Antônio de Guaratinguetá 2 V. 35,00 • MOYA,Salvador de - Genealogia Resumida da Casa Imperial Brasileira e Real Portuguesa (raro) 20,00 Os Gonçalves de Queluz (raro) 20,00 • NEVES,Ilka de Guittes-Adélia Câmara Barcelos 25,00 Canguçu,RS: Primeiros Moradores, Primeiros Batismos 25,00 Vital Brasil Mineiro de Campanha-uma genealogia brasileira 43,00 Nossas boas vindas aos novos SOCIOS aprovados em Reunião de Diretoria de 18 Mai 2002: COLABORADORES • MIRANDA,Victorino Chermont de - Como Pesquisar sua Própria Genealogia 5,00 Iconografia e Bibliografia dos Titulares do Império - III - Títulos de letras C-D 15,00 Iconografia e Bibliografia dos Titulares do Império - IV - Títulos de letras E-H Lançamento 40,00 • LEAL,Waldemar Rodrigues de OliveiraGenealogia: Famílias Nogueira da Gama e Gomes Leal 20,00 ., LEME,Luiz G. Siiva - Genealogiã Paulistana- (9 vol+índice, raro) 2 000,00 • LIMA,Roberto Guião de Souza Lima et aI.- Fazenda São Lourenço (com genealogia) 10,00 • MATTOS,Armando-Manual genealogia portuguesa (raro) de 30,00 Entre outras, nossa Biblioteca recebeu as seguintes obras: • Furtado de Menezes-Servidor do Pobre Menezes DF, Frei Alano Porto de- Ia Ed. do autor - doação do autor • Estudo da Nobreza Brasileira - VI - Duques - Cunha, Ruy Vieira da - Rio de Janeiro - Ed. do autor - 2002 • Bom Jesus do Itabapoana - Teixeira, Francisco Camargo - Rio de Janeiro EDUFF e Academia Bonjesuense de Letras -1985 doação de Paulo Roberto Gavião • O Quadro de Saudades - Carmo do Rio Claro - Ferreira, Celeste Novielo - Tres Corações MG Em nosso número anterior, no artigo A Informática na Recuperação de Imagens indicamos somente o programa "Photoshop" No entanto, econômicos os programas e mais fáceis abaixo, mais de operar, • WOLFF,Egon e Frieda - Os Cristãos Novos na Obra de C. Rheingantz 5,00 Genealogia Carioca II - A Família Hime 3,00 ITIdio,o l'!egro e seus Descendentes na Obra de C. Rheingantz 5,00 Sepulturas Israelitas, voI. I, 2, 3 e 4, cada 10,00 Pedidos para o CBG acompanhados de cheque cruzado e nominal ao Instituto Histórico e o Geográfico Brasileiro no valor respectivo acrescido da taxa de R$ 3,00 por volume. - Excelcior Grafica, 2002 - doação da autora • Arvore Genealógica-Parentes e AncestraisFreitas, Frederico Leite e Freitas, Angela Lage - IllIéus - BA - Ateneu Artes Gráficas Ltda. 2002 - doação de Adriano Lage de Freitas • Revista do IHGSC-3a Fase - nO20 - Inst. Histórico e Geográfico de S. Catarina Florianópolis - 200 I • A Republica Vista do Meu Canto - Schuttel, Duarte Paranhos -Florianópolis- IHGSC 2002 - 356 pg. • Entrelaçamento Genealógico da Família Grisard, Oliveira e Silva - Grisard, lza Vieira Rosa, -Florianópolis - 2001- 39 pg Il. podem também produzir na maioria dos casos. bons resultados Photoshop EIements 2.0 - Adobe Photo Impact 7.0 - UIead Paint Shop Pro 7.0 - JASC 10 - CoreI Picture Publisher ProfessionaI ••• CBG - Carta Mensa{ 66 GENEALOGIA MOLECULAR Nelson V.Pamplona EM QUE CONSISTE A Genealogia Molecular grupa os indivíduos em árvores genealógicas com base na identificação privativa e única das marcas genéticas. Através das informações contidas ou impressas no DNA de um indivíduo, ou de uma população, pode-se determinar o relacionamento dos indivíduos, das fall1llias, dos grupos tribais ou das populações. A árvore de ancestrais, baseada em marcas genéticas, pode revelar relacionamentos não detectávyis em genealogias baseadas em nomes, r' escritos, ou tradições orais. Pode muitas pessoas chamadas João Silva, mas a identificação genética é úQica~~capaz de di stinguir atéientre':indi .Jftluos familiarmente mu função de determinadas marcas genéticas, denominada genotipagem, e armazenado em bancos de dados digitais. Afim de definir o grau de relacionamento entre indivíduos é necessário identificar aqueles genes ou marcas que são idênticos em função da ancestralidade comum. Existem diversos meios para alcançar este objetivo. Os sistemas genéticos normalmente usados para testar relacionamentos são os genes o~/}I marcal~llh;~'Xnominados autosômicas;Estes êStãõiiicontidos nos genéticas múltiplas é chamado de genotipo e serve como identificador genético exclusivo de um determinado indivíduo. COMO OBTER O DNA O DNA pode ser obtido de qualquer espécime biológico. Fontes normalmente usadas são sangue, saliva e cabelo. O sangue, por possuir a maior quantidade e elhor qualidade de DNA, é mais icado para construção de bancos ealógicos. possuem o mesmo li seres humanos, que ~. da terra ou venh~T a viv mesma id~n~it\*~ç&:2 ge DNA é hêi\ de seus pais ser usado PéUiª:qy§<;pbri d_~Il]. indivíduo bem_como_ide membros de uma mesma famíl mesmo grupo população. tribal ou uma COMO SE FAZ Para construir genealogias moleculares é necessário correlacionar parentescos biológicos conhecidos com marcas genéticas transmitidas ao longo do tempo. A medida que os indivíduos levantam seus relacionamentos biológicos no passado, linhagens afIoram através dos ancestrais comuns. Todas as pessoas recebem material genético de seus pais. Este principio fundamental de transmissão genética significa que é possível determinar a origem de genes baseado em ancestrais comuns e conhecidos modos de hereditariedade. Como este processo se repete a cada geração, todos os indivíduos carregam em seu DNA um registro de quem são e como estão relacionados com todas as outras pessoas do universo. Ainda mais, diferentes regiões do DNA tem a capacidade de identificar pessoas, relacioná-Ias com grupos familiares próximos, com fall1l1ias mais afastadas, com tribos, grupos e populações. Por meio de métodos muito simples, o DNA considerado neste processo, é retirados dos indivíduos, analisado em laboratório em as ou oraIs. ao genética mano. ingulares, pois los ou quase mitido de pai e segue a linha obrenomes. O dos os filhos pela e retransmitido destes sistemas temente para de interesse de genealogia §lx.S2pstruir determinar rêlacJ0ritmentos entre iIldivíduos através da identjficação dec:ombinações de marcas genéticas absolutamente únicas. Uma marca genética representa uma localização especifica no cromossoma onde as unidades genéticas básicas existem em números variáveis de copias repetidas. Cópias diferentes em uma localização no cromossoma são denominados alelos. Enquanto dois indivíduos podem ter alelos comuns em uma ou outra localização, o exame de algumas dúzias ou centenas de localizações, detectará diferenças entre pessoas, mesmo com relacionamento muito próximo. A combinação de marcas e paroquiais tem istória de famílias e comunidades. Infeliimente,Clíistória-de algumas famílias ou comunidades foi perdida ou destruída ao longo dos tempos. Neste caso os documento escritos ou não existem ou nada informam, o que representa um obstáculo intransponível para aqueles que buscam suas raízes. Utilizando o registro genético, que cada qual retem do seu passado, é possível tirar importantes conclusões quanto à origem e ao relacionamento de qualquer indivíduo com outras pessoas ou populações. UM PROJETO EM EXECUÇÃO A Brigham Young University de ProvoUtah-USA, em associação com a Sorenson Molecular Genealohy Foundation, através dos pesquisadores Ugo A Perego-MS, Natalie Myres-MS, Joel E. Myres-PhD e sob a direção do Dr. ScoU R. WoodwardPhD, executam um projeto de coleta de informações para montagem do primeiro banco genealógico obtido a partir de fontes genéticas, com os seguintes objetivos principais: a - Determinar a composição genética da maioria das populações do mundo. O banco de dados obtido pode ser usado para determinar as origens e as afinidades de um indivíduo e/ou fall1l1iacom ancestrais desconhecidos. Este estudo incluirá pelo CBG - Carta !Mensa{ 66 menos 500 populações de todo o universo. Indivíduos de cada população serão identificados, informações genealógicas de pelos quatro gerações serãocompiladas, e ainformação genética será determinada. O mapeamento de conjuntos de marcas de DNA, ou haplotipos, que são únicos e identificadores de uma determinada população, serão usados para definir origens especificas e afinidades entre indivíduos. b - Reconstruir genealogias usando registros genéticos. Esta informação pode solucionar genealogias interrompidas por falta de informações ou registros, filhos ilegítimos ou adotivos que não puderam ser entroncadosem suasfann1ias.Também permite a identificação genética de parentes perdidos. Relacionamentos genealógicos suspeitos, mas impossíveis de serem confirmados pelos métodos tradicionais, podem estabelecer novas relações de pessoas vivas. C - Produzir identificações únicas para pessoas que não possuem genealogias tradicionais baseadas em nomes. Permitir a reconstrução de genealogiasbaseadas no DNA e lançar luzes sobre os relacionamentos no mundo. No Brasil um projeto pioneiro foi implantado com a 1a Conferencia Internacional de Estudos Genealógicos, Memoria Familiiar e Genealogia Molecular, realizado na Universidade de Passo Fundo-RS no mês de agostoúltimo, patrocinado pelo INGERS - Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, cujo presidente Ari S. Thomaz, não mediu esforços para coroar de êxito tamanho pioneirismo. Um total de 1380 voluntários das cidades de Passo Fundo-RS, PortoAlegreRS, Florianópolis-SC, Santos-SP, São Paulo-SP e Rio de Janeiro-RJ submeteram seus dados genealógicos, árvore de costado de 4 gerações, e espécimes genéticos através da saliva. Os encontros foram relizados no Departamento de História da Fanulia da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conhecida como dos Mormons, sob a orientação técnica da coordenadora de Coleta de Amostras enson Foundation. INSTITUTO mSTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO Attila A. Cruz Machado Fundado há 164 anos, em 21 de outubro, em plena Regência e na menoridade de D.Pedro II, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro tinha como objetivos estatutários, entre outros: coligir, metodizar, publicar ou arquivar documentos, promover cursos e editar a Revista Trimestral de autores, assuntos, iconografia e Arquivo Ultramarino, o qual contem documentos dos séculos XVII a XIX. O Arquivo também pode ser acessado através de um banco de dados do Instituto, o qual já possui, na sua memória, a quase totalidade do acervo História e Geografia ou Jornal do IHGB. Atualmente, o Instituto dispõe de um Arquivo, uma Bilblioteca e uma Mapoteca para consultas, além de um Museu e uma Pinacoteca. Todo este acervo oferece ao genealogista uma imensa e preciosa fonte de material para as suas pesqUIsas; senão, vejamos: • Biblioteca - com mais de 500 mil volumes, contém inúmeras publicações genealógicas, além de coleções de periódicos do IHGB e de institutos congêneres (arquivadas na Sala de Consultas e manuseadas sem formalidades), com muitos trabalhos genealógicos e biográficos. • Arquivo - um dos melhores do País, deve ser consultado por fichas dentro das diversas classificações - • Museu e Pinacoteca - apezar de menor importância para os genealogistas em geral, não o é para pesquisadores de descendentes de figuras de projeção nacional, os quais poderão encontrar enriquecedor material para suas obras. Os materiais do Arquivo, da Bilblioteca e da Mapoteca são solicitados na Sala de Consultas - ampla, bem iluminada e mobiliada, dispondo de ar-condicionado; o atendimento é cordial e eficiente. Para o ingresso, basta a apresentação de um documento de identidade na portaria do Instituto. INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO da Instituição. • Mapoteca - mais de 12 mil cartas geográficas, principalmente do território brasileiro, compõem esta coleção, permitindo ao pesquisador localizar vilas, cidades, caminhos e outros dados indispensáveis ao conhecimento do habitat e da mobilização de seus ancestrais. Avenida Augusto Severo, 8 / 10° andar 20.021-040 Rio de Janeiro, RJ Te!.: 2232-1312 Funcionamento em dias úteis 09:30 as 17:00 horas , ,( CB G - Carta !Mensal 66 UNIVERSIDADE DO MINHO - PORTUGAL NUCLEO DE ESTUDOS DE POPULAÇÃO E SOCIEDADE - SEÇÃO DE GENEALOGIAS João Simões Lopes Filho < http:/sarmento.eng.uminho.pt/-neps/genealogias.htm > A constituição formal do NEPS-Núcleo de Estudos de População e Sociedade remonta ao ano de 1996, tendo sido criado na seqüência natural de um processo lançado com o primeiro curso da área das Ciências Sociais do Pólo de Guimarães da Universidade do Minho. O objetivo consiste na reconstituição das histórias de vida dos elementos de uma comunidade, na investigação em demografia histórica, para lançar as bases de uma nova história, superando o amadorismo do historiador antiquário que, muitas vezes, transparece dos livros que narram os anais das povoações. Uma história erguida sobre alicerces de rigor científico para o conhecimento das raizes históricas e culturais, baseado na reconstituição das paróquias. 1nformatização Normalizada de Arquivos, Reconstituição de Paróquias e História das Populações e Espaços Urbanos e Rurais: Micro-Análise de Comportamentos Demográficos, de Mobilidades Populacional e Social e Dinâmicas Culturais foram dois projetos básicos desenvolvidos sobre os quais estão calcados os estudos subsequentes. Dentro desta conceituação foram montados os bancos genealógicos referentes às freguesias: • Viana do Castelo - Freguesias de Romarigães com 3 324 nomes e Meadela com 4 794 nomes • Braga - Freguesia de Esporões com 13416 nomes • Ilha do Pico - Açores - Freguesias de Ribeiras, com 16306, São Mateus/São Caetano com 22 793, São João com 10 163, Lajes com 16290, Calheta do Nesquim com 8 396 nomes registrados. • Famalicão - Freguesias de Ruivães com 11 638, Santo Adrião com - 18575 e Avidos com 13 501 nomes registrados ~ • Ovar - Freguesia de Cortegaça com 17 860 nomes • Guimarães - Freguesias de São Paio com 22 659 nomes, Oliveira com 42656, São Sebastião com 32 493, Fermentões com 18 147, Mesão Frio com 18 159, Ronfe com 14369 e Azurém com 9 159 nomes registrados 7. Celorico de Basto -Freguesias de Basto Santa Tecla com 10 750 e Carvalho com 9169 nomes.) O site vem sendo regularmente ampliado com a inclusão de novos nomes e novas freguesias. Todos os nomes aparecem devidamente entroncados fauúliarmente com todas as datas quando disponíveis .. COMO PESQUlSAR Primeiramente selecione a Freguesia, e depois que nova página se abrir, clique em Aceder às Genealogias A pesquisa pode ser feita por: • PESSOA- que inclui as opções : -nome apelido ou nome público ou alias ou apelido - busca o nome inteiro, ou combinações de sobrenome. -nome - busca apenas o primeiro nome, ou os primeiros nomes. -apelido - busca apenas o último sobrenome • TITULO:LUGAR • LUGAR- APELIDO • LISTADENOMESPRÓPRIOS. Uma vez selecionado um indivíduo, podem ser obtidos: Antepassados - Descendentes, sob forma de listagem ou de árvore Primos - Irmão precedente - Irmão seguinte. Vale salientar que o banco de dados não usa preposições. Assim, se quisermos pesquisar "José da Rosa Pereira", devemos digitar "Jose Rosa Pereira". O programa faz uma busca ampliada que permite não apenas ignorar acentuação (Jose ou José) como nome semelhantes (Manuel ou Manoel). TI;ta-se de um bil!1q5.cÍet!ados-::-;;liOSí~§i.tn9~'pi~iJ~:h-P,esguisa sucessiva de vári~~,,:g~tàç6es' ~os-regist0.s:paTô'quiais de C!dallogar. Para cada local~ 9á~co ff?,I.)asinclui ás pe~~bãs q~ n?fc~;"c~s~am, ou morreram nestà frduesÜf; sem correlaclOnar com o'mdlvld'í;q liSIado em outra ,~~ '" freguesi2;.-,,- / ·.u .•-tV: .•..-. ,'''' __ -::;',,'C. .-:;." ~ - ;.;., li (;:1 :~"."'S ;·.~-;,{'t~J',t.~~"ç:\~.~