varal no 14 março 2012

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varal no 14 março 2012
VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
®
Literário, sem frescuras!
TEMPOS DE PAZ E DE AMOR:
FAÇA AMOR, NÃO FAÇA A GUERRA!
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ISSN 16641664-5243
Ano 3 - Março de 2012—
2012—Edição no. 14
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
EXPEDIENTE
Revista Literária VARAL DO BRASIL
NO. 14- Genebra - CH
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teremos o maior prazer em divulgar o seu
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Desenhos e Vetores:
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Amazonas ao Rio Grande do Sul... Também leva
Composição e diagramação: Jacqueline Aisenman
seus autores até a América Latina, América do
Norte e, claro, pela Europa e demais continen-
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
A paz é o que todos desejamos. Queremos
paz, queremos estar em paz, fazer a paz.
Mas na realidade...
como corrente para amarrar e arrastar pessoas
que poderiam ser levadas não por estas ondas
de tristeza e sofrimento, mas por vagas de
amor.
O que realmente fazemos pela paz?
Homens se valendo do terO amor é o ideal de tudo. Tudo o que fazemos, ror para alcançar objetivos
fazemos pelo amor. Queremos amar e ser
nada nobres.
amados, queremos um mundo de amor.
Faça amor e não a guerra,
Mas na realidade...
gritavam os jovens!
O quanto de amor aplicamos realmente em
Paz e amor!
nossas vidas?
O poder está nas flores!
Um dos maiores momentos em que se falou de
Voltemos a gritar tudo isto!
paz e amor no mundo foi quando, contra a
Sejamos mais amor e paz
guerra do Vietnã, jovens dos Estados Unidos
da América começaram um movimento “hippie” do que apenas palavras,
sejamos atos!
que se espalhou por todo o mundo: Paz e
Amor! Faça amor e não a guerra!
Contra a violência que se materializa diariamente sobre seres humanos, animais, sobre o
planeta inteiro!
Não há mais minorias, não há mais porque se
fixar em preconceitos.
Hoje em dia só não enxerga quem não quer: só
há uma raça, a humana! Cores, religiões, preferências sexuais ou de alimentação,... O que dizer de quem julga por isto? Somos uma raça
Foi um grito tão forte pelo amor e pela paz que só num planeta só.
ecoou por tudo e atravessou gerações. SímboPaz e amor!
los foram criados, gestos foram repetidos. PaO poder está nas flores!
lavras tornaram-se símbolos de uma geração
que se recusava a ver a cada dia mais vítimas Faça amor e não a guerra!
da máquina de guerra.
Voltemos, amigos! Voltemos a aprender o sigHoje e sempre tivemos guerras.
nificado de lutar juntos, todos juntos, pela única
Mas hoje, particularmente, temos tantos mas- causa válida:
sacres desnecessários e tristes. Vemos povos Paz e amor a todos os homens de boa vontaque sofrem sob as mãos de tiranos que usam o de!
poder que tem nas mãos para torturar e matar.
Sua Equipe do Varal
Líderes que utilizam a religião como chicote e
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
1.
ANA BEATRIZ CABRAL
24. IVANE L. PEROTTI MACKNIGHT
2.
ANGELO COLESEL
25. JACQUELINE AISENMAN
3.
ANNA RIBEIRO
26. JOANA ROLIM
4.
ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO
27. JOSÉ CAMBINDA DALA
5.
ANTONO VENDRAMI NETO
28. JOSÉ CARLOS DE PAIVA BRUNO
6.
BETI ROZEN
29. JOSÉ HILTON ROSA
7.
CARLOS ALBERTO OMENA
30. JOSELI ROSA
8.
CARLOS CONRADO
31. JOSSELENE MARQUES
9.
CESAR SOARES FARIA
32. JU PETEK
10. CLARA MACHADO
33. JULIO CESAR BRIDON DOS SANTOS
11. CLEO REIS
34. KAMILLA SOARES
12. CRISTIANO SOUSA
35. KAEFE CONRADO
13. DANIEL B. CIARLINI
36. LARIEL FROTA
14. DHIOGO JOSÉ CAETANO
37. LENIVAL NUNES DE ANDRADE
15. EVELYN CIESZYNSKI
38. LEONARDO AUGUSTO. DE F. AFONSO
16. FABIANE RIBEIRO
39. LEONILDA YVONETTI SPINA
17. FATIMA VENUTTI
40. LUCIA AMÉLIA BRULLARDT
18. FRANCISCO FERREIRA
41. LUIZ CARLOS AMORIM
19. GALDY GALDINO
42. LUNNA FRANK
20. HELIO SENA
43. MADHU MARETIORE
21. INES CARMELITA LOHN
44. MARCELA CERQUEIRA D. DE SOUZA
22. ISABEL C. S. VARGAS
45. MARCIA REGINA DE A. DUARTE
23. ISMAEL CANDIDO
46. MARIA DALVA LEITE
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47. MARIA DO SOCORRO SOUZA
60. ROBERTO ARMORIZZI
48. MARILU F. QUEIROZ
61. ROZELENE FURTADO DE LIMA
49. MARISA ALMEIDA
62. SANDRA NASCIMENTO
50. MARLENE B. CERVIGLIERI
63. SILVIO PARISE
51. MARLUCE ALVES F. PORTUGAELS
64. SONIA NOGUEIRA
52. MARTA CARVALHO
65. VALDECK ALMEIDA DE JESUS
53. NERI BORCCHESE
66. VALQUIRIA GESQUI MALAGOLI
54. NORÁLIA DE MELLO CASTRO
67. VICÊNCIA MARIA F. JAGUARIBE
55. ODENIR FERRO
68. VIVIANE LUCENA
56. OLIVEIRA CARUSO
69. VO FIA
57. RAFAEL ZEN
70. WALNÉLIA CORRÊA PEDERNEIRAS
58. RENATA IACOVINO
71. YARA DARIN
59. RINO MONTEBELLER
72. ZEZÉ BARCELOS
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Canteiro da Alma
Por Anna Ribeiro
Que outra metáfora
Senão poesias
Colhendo flores...
Meus pensamentos
em voos rasantes
Pousa em vertigens de paixão!
Mesmo que em seu olhar
Minha alma encontre canteiros sem flores
Talvez;Do olhar por dores,
Haja segredos ainda habitados...
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Com isso veio à idéia de formar um conjunto
musical que virou um trio, para tocar nas chamadas “brincadeiras dançantes”, copiadas dos
filmes americanos. A primeira foi na casa de
Por Antonio Vendramini Neto
uma garota que nem me lembro mais o nome,
fomos chamados pelos pais para saber o que
Repassando algumas fotos e recortes de jor- era “aquilo”, e depois de muita conversa foi aunais, armazenados em uma caixa de papelão torizada.
no meu armário de guardados, pude trazer para o presente, algumas lembranças que esta- O local (uma grande garagem) era o ideal porque havia por lá um piano, condição principal
vam esquecidas nas paredes da memória.
para juntar o acompanhamento (bateria e saxoComecei a imaginar aqueles belos tempos, fone).
O Som Dos Anos Dourados
Anni Moderni
contemplando registros de uma época que
muitas pessoas rotularam como anos doura- O trio não tinha nome, mas íamos sempre de
dos, o qual eu e muita gente da minha roda de camisa vermelha calça e sapatos pretos. Dos
componentes, eu era conhecido por Tony Venamigos estávamos inseridas.
dra, cujo nome ficava estampado no surdo de
Um recorte chamou mais atenção porque esta- pedal da bateria, comprado por meus pais de
va estampada a minha fotografia, tocando ba- tanto insistir para ter aquela parafernália maluteria na orquestra que animava as dominguei- ca dentro de casa. Os outros dois o Joel das
ras matinais que funcionava no Clube Grêmio “Candongas” ao piano, e Joãozinho “Boados Ferroviários, o início era logo após a missa Pinta” ao saxofone.
das nove horas, da tradicional igreja da matriz.
No dia marcado para “as dançantes” meu pai
A garotada que não ia ao cine Ypiranga assistir pacientemente transportava em seu Ford os
os desenhos do Tom e Jerry, corria para o Grê- apetrechos da “batera” no porta-malas que pamio na rua logo abaixo da praça central para recia uma “barca” de tão grande.
dançar o tal de rock, ritmo delirante daqueles
tempos. A sensação era as musicas do Elvis Já nessa época as musicas eram as menos
Presley, astro americano que esbanjava cate- barulhentas, condição “imposta” pelos pais da
goria cujas musicas eram tocadas nas rádios moça, então ficávamos nas musicas lentas, e
incessantemente, e que nós da orquestra re- na época imperava as canções Italianas, próproduzíamos loucamente nessas dominguei- prias para as danças de rosto colado, com muita “conversa fiada” ao pé do ouvido das meniras.
nas.
O nosso “Elvis” era o Ted Milton, tinha uma voz
forte e parecida com a do famoso cantor, estufava o peito e soltava a garganta e se requebrava todo nas musicas; Tutti Frutti, Blue Sued
Shoes e depois as mais amenas, como Love
Me Tender e Always On My Mind.
Na abertura tinha uma musica muito especial
intitulada “Non Ho L’età” (não tenho idade) cantada por uma menina do grupo, imitando a Gigliola Cinquetti, que em seu conteúdo, falava
que a garota ainda não tinha idade para namorar e isso agradava os pais das meninas.
Depois de algum tempo as domingueiras foram
descontinuadas porque alguns membros da
orquestra chegavam do baile no sábado muito
cansados, eu gostava muito porque só podia
atuar aos domingos. Foi uma tristeza o fim daquilo tudo, porque já tinha virado um acontecimento regional, com pessoas vindas de vários
lugares, para brincar e dançar o ritmo frenético.
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Começamos a ficar famosos porque até os
nossos professores mais jovens, vinham assistir e também dançar. Na segunda-feira na escola era um falatório geral, ficávamos rodeados
de meninas que vinham conversar o que iríamos tocar nas próximas.
Em outras ocasiões lá pelo meio da festa, era
servido pela mãe da moça, o tal de “ponche”,
uma bebidinha meio sem graça para os mais
grandinhos, então “do nada”, aparecia uma garrafa de vodka com o conteúdo despejado na
vasilha que continha a bebida, (sem que ninguém percebesse).
Aquela bebida “ia para as cabeças”, e muita
gente começava a ficar alegre e muitas
“declarações” eram faladas ao som do nosso
trio. Desse momento surgiu à idéia de nos intervalos, fazer declamação de poemas e poesias que as meninas faziam com magistral postura poética.
No final tinha muita gente que vinham de outros
lugares, então metade da turma ia para a rua e
ficavam dançando por lá, com muitos vizinhos
gostando e outros nem tanto, daquele movimento alegre e jovial. Tinha “alguns” que
“melavam o pé” e caiam no jardim da casa, depositando nos vasos de flores as comidas e bebidas sorvidas durante a festa.
Num desses eventos, fui convidado para me
apresentar na radio Difusora aos sábados pela
manhã, em um programa em que tocava musicas a pedido de ouvintes, através de carta ou
telefonema. Eu deveria atender aos telefonemas (tudo previamente combinado), e dizer que
a musica escolhida, seria complementada com
alguns versinhos, (selecionados em conjunto
com o programador), baseados naqueles feitos
por mim e declamados pelas mocinhas nas
brincadeiras dançantes.
• John Foster – Amore Scusami;
• Lorella Vital – Se Non Avessi Piu Te;
• Pino Donaggio – L’ultimo Romântico;
• Sérgio Endrigo – Canzone Per Te.
• Peppino Di Capri – Roberta;
• Luigi Tenco – Ho Capito Che Ti Amo.
Domenico Modugno - Legata A Um Granello Di
Sabbia, Piove e, Tu Si’Na Cosa Grande (Letra
abaixo):
Canta Modugno:
Tu si’’na cosa grande per me. – Você é uma
coisa grande para mim.
‘Na cosa Ca mi fà’nnamurà. – Uma coisa que
me deixa apaixonado.
‘Na cosa Che si tu guarda a me. – Uma coisa
que você olha para mim.
Me ne moro accussì guardanno a te. – Posso
até morrer, assim, só olhando para você.
Vurria sapé na cosa da te. – Queria saber uma
coisa de você.
Percchè cuanno te guardo accussì. – Se quando te olho assim.
Si pure tu te siente morì. – Você também se
sente morrer.
Nom me o dice a num me fai capi. – Por que
então não fala para mim?
Ma percchè. – Por quê.
Esse foi o grande Modugno que eu apreciava
tanto, com belíssimas composições e um magnífico cantor. Chegou a vir ao Brasil onde se
apresentou em São Paulo e Rio com grande
sucesso. Todas essas musicas e astros marcaram o fim dos anos 50 e início dos 60, onde vivi
a época com muita alegria sentindo agora uma
saudade imensa, dos Anni Moderni.
Eu topei logo de cara sabendo que a minha recompensa era receber entradas para os cinemas oferecido pelos cines Ypiranga e Marabá.
Antes do programar ir para o ar, eu conversava
com o locutor e programador para colocar somente musicas Italianas, que era a
“coqueluche” do momento, com cantores maravilhosos da época, destacando alguns:
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PAZ
Por Beti Rozen
Pacifique, irmão.
Estabeleça a paz no mundo
para o bem da humanidade.
Pacifique, irmão.
Não se destrua por tão pouco.
Queira mais o seu próximo,
é tão fácil,,
é só tentar.
Pacifique, irmão.
É só não almejar mais do que se pode dar e realizar.
É preciso entender que nem todas as pessoas são iguais.
Há diferenças de sentir, pensar e gostar.
É só tentar compreender:
Eu sou Eu
Você é Você.
Só podemos nos unir
Com o respeito mútuo.
Pacifique, irmão.
Não se deixe corromper.
Basta ser fiel ao que você sente.
Pacifique, irmão.
porque só assim
poderá restar alguma coisa
do que já foi tão destruído:
A VIDA.
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Eu sou a Loucura
Por Carlos Conrado
Eu sou a Loucura mãe da Revolução, quando
nasci não interessa, pois não é para isso que
vim. Conheço e condeno todas as forças que
lutam contra mim. Sou o elo que liga os homens aos outros deuses. Sou a incentivadora
de todos os ideais. Sou o retrato da coragem!
Ao contrário da Razão-Equilíbrio que é uma
senhora derrubada e medrosa. Sou poderosa e
estou em tudo e em todos. Sei fascinar sem
precisar usar esta casca que me reveste. Sou
pura, boa e completa. Sou dona da liberdade,
sou sua amante... Não sou a favor do termo
esquizofrenia usado para taxar alguns dos
meus queridos filhos pois não vejo democracia
no uso de tal!...Quando me sinto ofendida, uso
minha máquina de ilusões para criar a guerra e
também o pesadelo. Acusam-me de ser egocêntrica, e sou! O mundo deve caber na minha
mão e não o contrário!... Essa é uma das lições
sagradas que passo aos meus queridos filhos e
neófitos. Não sou atriz, não sou a favor da
mentira. Minha vida extrema é uma realidade!...
Sou a ascensão do juízo e não sua falta!... Sou
a inspiração do poeta e do artista. Sou bandida
e mocinha, sou o quê quero ser!... Sou a voz
da surrealidade pintada por Dalí. Sou a única
que possui o direito de se contradizer. Sou a
modelo que veste o manto de apresentação de
Artur Bispo do Rosário... Sou a produtora de
todos os filmes rodados e não rodados. Sou
aquela que atormenta Hamlet. Sou o espírito
livre adorado por Nietzsche, por tanto, não pensem e nem tentem me prender! São tolos
aqueles que pensam que podem me controlar,
drogam a matéria que me guarda com Diasepam e Gardenal, seus efeitos não duram muito,
e logo acordo o corpo que agora está numa
ressaca dos diabos! Nós, prontos para dar a
cara à tapa outra vez e zombar daqueles que
nos querem tanto mal. Eu fui à companheira
fiel do Raul, Hendrix, Curt e Janis. Eu fui e ainda sou uma popstar!... Sou uma deusa e o meu
lar é todo o universo... Ganhei liberdade para
falar graças ao meu filho Erasmo, que dedicou
muito da sua energia para lubrificar minhas cordas vocais, afim de quê o meu canto narcisista
prossiga. A minha vitalidade; meus sentimentos
honestos; meus instintos; a minha simplicidade
– (ao meu modo e conceito), são expressões
que deveriam ser adoradas como símbolos sagrados!... Adoram a Cristo, um dos meus neófitos mais fiéis, porque não me adoram também?
Devem acima de tudo e de todos me adorarem!... Nobre filho Conrado, invista mais na
projeção de sua voz pois a nossa verdade necessita da sua energia para ganhar, os horizontes da consciência deste povo que sempre busca nos ignorar, mesmo sabendo que dentro deles corre o nosso DNA.
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Arte de Darras
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curas, utilizando diversas ervas ingeridas como
bebida ou inaladas como fumo. As variações
dependem das tradições de cada tribo. A maconha, cientificamente conhecida como cannabis sativa, pertence a esse grupo de ervas, pa-
Regularize o bom senso
ra eles sagradas, que conduzem os curandeiros a um universo de intuições e revelações.
Por outro lado, a utilização é controlada, partin-
Por César Soares Farias
do do próprio pajé a decisão de compartilhar ou
não o seu cachimbo sagrado com alguém.
Ao longo das décadas os meios de comunicação, o Estado e a própria sociedade
vêm mantendo, sem surtir o efeito esperado,
uma postura de repressão total ao consumo da
maconha, erva originaria da Ásia e também utilizada no passado para a confecção de roupas,
cordas e preparação de alimentos. Sem adentrar aqui na plataforma da apologia, quero tão
somente fazer uma breve alusão ao emprego
místico-religioso da planta em tribos de diversas etnias, para contrabalançar um pouco o estigma da criminalidade que a acompanha.
Talvez a figura mais ilustrativa a esse as-
Falar em religião é um tema bastante
complexo, que pode ser discutido em outras
circunstâncias e local. Limito-me aqui, sem defender ou condenar crenças tribais, a questionar a postura totalmente repressora e imparcial
que generaliza a erva em questão como “coisa
de bandido” A solução para esse megaproblema que é o tráfico de drogas, a meu ver,
nascerá quando mais canais de discussões forem abertos para chegarmos a um consenso
sobre o que é de fato crime. Existem pessoas
“do bem” que a consomem e isso não pode ser
ignorado.
pecto que tento discutir refere-se ao pajé, elemento de vital importância na organização tribal. É de conhecimento notório que ele ocupa,
ao lado do cacique, chefe militar, papel incontestável na tomada das principais decisões que
determinam o destino dos grupos indígenas.
Através de visões, são eles quem indicam direções á tomar e remédios naturais contra todo
tipo de mazelas, desempenhando, portanto,
papel de médicos e guias espirituais perante os
seus irmãos de raça. Os pajés atingem o estado mental ou transe que possibilitam as suas
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Queremos paz para buscar a paz
Por Cristiano Sousa
Queremos paz mas fazemos guerra
Insistimos em fazer guerra pra buscar a paz
Este país está consumido
Os meninos estão cansados
Estes meninos estão mal
Queremos paz para estas crianças
Que vivem na violência
E que não aprenderam a amar de verdade
Acumulando em seus peitos a dor
E a sede de vingança
Queremos paz ,mas semeamos o ódio e o terror
Vingança forçada que destrói o amor
Vamos lutar contra esta sina
De não saber o que se passa
E aniquilar toda essa dor
Não há tempo pra lamentar
Nosso futuro é pra cima
Com o poder que de Deus emana
A nossa luta começou
Não é hora de se entregar
Queremos paz mas fazemos guerra
Nós não precisamos desta pra buscar a paz
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Viva a Vida
Por Dhiogo José Caetano
A vida é tudo em meio ao nada.
Vida é vida...
Vida gera vida.
Vida é tudo!
Tudo é vida!
O nada também é vida.
A dor é vida.
A noite é vida.
Vida é amor, paz, felicidade...
Na solidão nasce vida.
Homens, mulheres, animais, histórias, natureza a essência
complexa que vive a vida.
Vida sou eu, você, nós, eles, elas, tu, vós, todos...
A vida faz novas vidas.
E a vida vivência a história de muitas vidas.
O que seria de nós sem a vida!
A vida profetiza, conta e descreve a emoção, o amor, a plenitude
do delírio ou da razão, o qual se fecunda em meio à arte de viver a
vida.
Viva a vida, a vida viva...
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Por Fabiane Ribeiro
Contos de Libertação
Conto 2 – O mar da gente é a gente que faz
(Anteriormente) — Boa tarde a todos. Como
sabem, nossas reuniões ocorrem semanalmente, e
recebemos deficientes visuais de todos os bairros
da cidade. Cada um é livre para falar o que desejar,
e se expressar como bem entender. Sou Maria Isabel e irei coordenar o grupo.
***
Após o depoimento de Frederico, sobre o
cavalo branco e a campina de flores, que trouxeram
liberdade e cor à sua alma, mais alguém tomou coragem e admitiu:
— Eu também tenho sonhado. Na verdade,
sonho desde sempre, com a mesma coisa.
Admirada que o rumo da reunião tivesse seguido a trilha dos sonhos, e por que não dizer, das
flores, Maria Isabel disse:
— Minha querida, adoraríamos ouvir sobre
seu sonho recorrente. Primeiro, diga seu nome.
— Entretanto, sem que minha mente se recorde, o meu coração o faz... Eu sonho, há muitos
anos, com o mar. E eu sou capaz de vê-lo em meus
sonhos. Quando acordo, continuo sentindo o cheiro
do sal, e o frescor dos ventos oceânicos.
— Como exatamente são os seus sonhos,
minha querida? – perguntou Maria Isabel.
— É sempre um fim de tarde. A praia está
deserta e a maré está baixa... Eu ando, descalça,
pela areia molhada. Meus olhos estão mais abertos
que nunca. Então, eu chego perto da água e refresco meus pés. Sinto a alegria e a liberdade invadirem cada célula do meu corpo. Olho ao meu redor.
Sinto que o mundo todo é a minha casa. Uma suave brisa me envolve. Fico instantes sem fim a contemplar as águas, e a balançar... Seguindo o ritmo
das ondas incessantes... Meu coração conhece
aquele ritmo. Ele e o mar são velhos conhecidos. A
dança das ondas produz uma música que me envolve nos braços da paz... As gaivotas chegam ao
cenário e me fazem viajar, junto de suas asas. É
como se, de alguma forma, eu pudesse voar... Então, o sonho vai chegando ao fim, e eu sei que é
hora de fechar os olhos novamente: é hora de acordar. Mas não fico triste. Sei que tudo está a me esperar nos sonhos e o mar vive em mim. As ondas,
na verdade, são como minha alma: calmas, em um
fim de tarde tranquilo. Elas estão ali para dar movimento e graça aos meus sonhos. Sei que assim
sou para o mundo. Eu sou as ondas, eu sou o mar.
— Sou a Dalila. Tenho oito anos, e nasci
assim, com os olhos fechados para o mundo, exceto nos meus sonhos. Como vocês, eu sou capaz de
ver tudo com as palmas das mãos. Embriago-me
Espantada com a sabedoria da doce menicom cada novo odor. Mas o mais especial para mim na, Maria Isabel a cumprimentou pelo lindo relato,
é que, quando sonho, sou livre.
que preencheu de paz o coração de cada membro
daquela reunião de deficientes visuais.
Emocionada, Maria Isabel pediu que a pequena e doce Dalila continuasse.
Entretanto, o assunto não havia acabado.
Antes
que
a coordenadora do grupo pudesse per— Quando eu era muito pequena, meus pais
guntar
quem
seria o próximo a falar, um jovem rame levaram para conhecer o mar. É claro que eu
paz,
disse:
não poderia vê-lo, mas poderia sentir sua brisa, ouvir seus sons... Entretanto, isso foi há alguns anos,
— Sou o Jonatas, e assim como o Frederico
e não tenho memórias do oceano. Eles apenas con- e a Dalila, também sou livre em meus sonhos...
taram-me sobre a visita ao mar. Eu não tenho reAproveitando o relato de nossa caçula, quando ela
cordações sólidas...
mencionou as águias, lembrei-me de que, em meus
sonhos, posso voar...
Todos ouviam com atenção a garota, que
era a única criança a participar da reunião. Com a
— Conte-nos mais – pediu Maria Isabel.
voz tomada por uma suave ternura infantil, ela prosCom um sorriso no rosto, Jonatas continuseguiu:
ou...
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
denominada de Cristã e dos avanços sobre os
quais poderemos discorrer, logo que conseguirmos defini-los, as mulheres correm o risco de
serem trocadas por menos de meia de dúzia de
Por Isabel C S Vargas
camelos no norte da África, em países divulgados pela grande mídia por sua cultura e beleza,
Desde os primórdios da humanida- mas no qual os mais zelosos não se arriscam
de a mulher já tem o estigma da inferioridade. em largar sozinhas suas mulheres.
Foi criada, segundo dizem as Escrituras, da
Exagero? Isto pode ser o que de mais
costela de Adão, portanto, oriunda de parte meagradável pode lhe acontecer, se compararmos
nos importante, dispensável, considerada como
àquelas que desaparecem aqui em terra tupinimenos categorizada.
quim, vítimas da “paixão”, cujo nome correto é
Sem voz e vontade própria, serva barbárie, de seus companheiros, e seus ossos
submissa, mero instrumento de satisfação, des- jogados aos cães, eliminando provas, gastos
cartável, bem fungível, material e líquido na com funerais, lápide e flores. Loucura? Sim,
medida em que os homens podiam ter tantas ainda mais se considerarmos que os homens
mulheres quanto desejassem ou fossem capa- começaram a ser civilizados, ao enterrarem
zes de manter.
seus mortos. Triste ironia.
MULHERES
Constata - se que desde aquela época, nos casamentos, aquilo que concerne ao célebre
“para sempre” é condição preponderantemente
vinculada à vontade masculina. Isto advém do
início da civilização, passando pelas sociedades tribais e pelos impérios orientais e ocidentais. Recordemos casos como de Henrique VIII
que legislou em causa própria, e mesmo assim
não resolvendo seus problemas, mandou a mulher para a masmorra e não satisfeito que lhe
cortassem a cabeça.
Crueldades contra a mulher foram sofisticando-se, aprimorando-se em várias culturas
como na China onde as mulheres tinham os
pés enfaixados e deformados pela deturpada
estética da Flor de Lótus o que lhes impedia de
fugir por ocasião das invasões facilitando a sua
captura e consequente violação.
Em outros locais como na África, por
questões culturais e religiosas mutilam a genitália feminina por garantia de virgindade e por
não lhe permitirem o prazer. Mais uma vez, mulher-instrumento, a serviço de seu amo e senhor ou para perpetuidade de dogmas. Ainda
hoje cerca de 100 milhões de mulheres passam
por esta prática em cerca de mais de 26 países
da África e da Arábia.
Nesta trajetória de tempo e espaço não
podemos esquecer aquela tantas queimadas
vivas, torturadas na época da inquisição –afinal
quem sangra todo mês e não morre só pode
ser mesmo uma bruxa- e aquelas que mais recentemente foram queimadas por reivindicarem
direitos trabalhistas. Em pleno século 20.
Foi nesta época, século 20 que começaram os tão afamados avanços: direito de votoexercício de cidadania, desde que os pais ou
maridos não determinassem imperiosamente
em quem deveriam votar. Democratização da
escola pública visando garantir o acesso à
educação, embora isso seja um direito fundamental universal e , por conseguinte não só para o gênero feminino. Assim mesmo ainda havia famílias que julgavam que as mulheres deveriam aprender as famosas prendas domésticas (lavar, passar, cozinhar, costurar, bordar)
ao invés de aprenderam a ler e escrever.
Não esqueçamos aquelas que hoje devem se manter cobertas, invisíveis à mercê de
quem oferece mais nos contratos matrimonias
que são realizados quando meninas.
Apesar de 2000 anos passados desta Era
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
A partir deste evento, acesso à educação, que as mulheres passaram a ter condições efetivas de
ingresso no mercado de trabalho. Maravilha! Graças a isso temos, além das domésticas, babásconsideradas as primeiras profissões junto com as lavadeiras, pois não pressupunham escolaridade e hoje bem mais raras, mulheres nas mais diversas profissões. Encontramos até gari com
curso superior.
Puderam as mulheres ascender às carreiras bem mais reconhecidas, aplaudidas e às
quais a sociedade confere mais status: médicas, advogadas, dentistas, juízas, promotoras, desembargadoras, por antiguidade e merecimento. A estas se soma, na atualidade, inúmeras outras como pesquisadoras, na política, carreira militar, aviação comercial além de outras, outrora
inconcebíveis ou inexistentes para o sexo feminino.
Não esqueçamos duas profissões antes autorizadas por consenso geral para as mulheres:
Professora e enfermeira.
Muito bem, as mulheres conquistaram com denodo e competência a possibilidade de disputar com os homens o acesso ao mercado de trabalho, mas em compensação conquistaram a dupla jornada e a culpa de deixarem seus filhos aos cuidados de outras pessoas.
Os salários, em geral, são menores, sofrem constrangimentos ainda hoje, pois apesar do
amparo legal, tem que provar que não estão grávidas para serem admitidas no emprego, sofrem
assédio psicológico, sexual e moral. São obrigadas a submeterem –se à revista antes de deixarem o local de trabalho, para provarem que não estão levando nada do patrão, quando trabalham em alguns segmentos .
Como se toda a responsabilidade que carrega, com o peso histórico de ser a sofredora
mártir mãe de Jesus, ou a discriminada Maria Madalena não bastassem, ainda tem de ser como
Amélia que é por quase unanimidade a mulher de verdade, e por exigência de mercado tem de
ser bela, perfumada e gostosa, pois como diz o poeta beleza é fundamental.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Ingredientes:
• 2 xícaras (chá) de fubá
• 2 colheres (sopa) de manteiga
• 4 xícaras (chá) de leite
• 50g de Coco ralado
• 4 ovos
• 2 xícaras (chá) de açucar
• 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
• 2 colheres (sopa) de maizena
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 Modo de preparo:
1. Bata todos os ingredientes no liquidificador até obter uma
mistura homogênea.
2. Despeje em uma forma média untada e enfarinhada e leve
ao forno médio preaquecido, por cerca de 30/40 minutos, ou
até que enfiando um palito ele saia limpo.
Espere esfriar, desenforme, polvilhe com um pouco de coco
ralado em cima e sirva.
Tempo de preparo: 50 min.
Rendimento: 12 porções
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assim os nossos olhos atravessarão a janela e
estaremos dispostos a traçar mais uma grande
jornada nos episódios da vida.
NOS CAMINHOS DA VIDA
Por Ismael S. Candido
O que é a vida em seu transcorrer, muitas vezes rumamos por ela sem saber o porque
do ontem ou do hoje, do amanhecer e do anoitecer, talvez as sensações que temos pelo viver
seja muito mais do que o que ele representa
ser. A cada dia há um novo despertar e com ele
despertamos juntos, nos revigoramos ao abrirmos os olhos e percebermos que não somos
apenas parte de uma peça de teatro, somos
muito mais que isso, fazemos a grande travessia da vida e pouco a pouco o tempo se vai,
marcando em nós as boas sementes plantadas
e as belas flores recolhidas, provavelmente ao
olharmos à janela tudo será tão igual como era
ontem, no entanto, será dentro de nós que se
espelha e repercute tudo o que queremos ver e
almejamos buscar no mundo e isto nós encontramos ao abrirmos a janela do nosso viver.
Poucas vezes somos despertados para
aquilo que tanto sonhamos em ter ou ser, muitas vezes não conseguimos dar um passo na
direção certa e por mais que tentem nos apontar a direção, ainda assim, só dependerá de
nós decidir seguir e viver de forma tal que possamos olhar no espelho e nos ver como uma
luz que brilha muito além do túnel, esperança é
aquela que carregamos não no pensamento,
mas sim no coração, pois ainda que os pensamentos se apaguem, no coração estará vivo o
verdadeiro pulsar que nos impulsionará, esperança é a que nos dá força para viver e nos faz
continuar rumando repletos de alegria e entusiasmo para um novo amanhecer repleto de paz,
luz, harmonia e felicidade.
Não espere que o tempo todo alguém
tenha que lhe sugerir seguir, siga você mesmo
com os sentidos do seu coração e com a astúcia de uma águia muito além do horizonte, siga
porque você é mais importante que qualquer
outra coisa existente ao seu redor, saiba compreender que você não está na vida por um
simples passatempo, precisamos acompanhar
e superar o tempo e não deixar que ele se encarregue de nós, acredite em você mesmo,
acredite no seu potencial de vencer e nada
neste mundo lhe impedirá diante de tudo o que
você precisa e pode ser.
Ontem foi apenas uma sombra do passado, hoje são as cortinas que se abrem em
seu amanhecer e o amanhã a luz que brilhará
por todo o seu viver.
Lembramos que a vida é permeada de
vários estágios e o mais belo deles é aquele
Desperte a paz, confie no amor e na luz
em que estamos vivendo, pois só nós sabemos
o quão importante é cada palavra, cada aceno, de Cristo,
cada olhar, cada sorriso, cada encontro. Aprendemos a caminhar desde pequeninos e muitas
Cristo é paz, Cristo é amor, Cristo é vida!
vezes ainda estamos aprendendo a caminhar já
na fase adulta, então saber o que a vida requer
de nós é muito mais forte e entusiástico do que
saber o que queremos da vida, pois somente
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
BENDITAS
adas pelo peso do tempo de espera. Esperar
"nesse" lugar era um derradeiro pesadelo. O
início do fim.
Por Ivane Laurete Perotti Mac Knight
Os olhos sem brilho olhavam para algum lugar
no entardecer.
Era difícil viajar assim: carregada pelo tempo,
cheia de marcas dos trabalhos feitos, riscada e
rabiscada, de boca em boca, de lugar em lugar,
de idioma em idioma.
Ela tentou acompanhar a direção daqueles pequenos e apertados orifícios preenchidos por
esferas que serviam para ver, mas a força com
que milhares de sentidos afloraram em suas
costas fizeram-na apressar para mais perto dele. Ele, se é que fosse alguém, estava perdido
entre onde estava seu corpo e para onde levara
seus sentimentos. O que estaria olhando através do entardecer? O que buscava lá atrás de
si mesmo? Ou buscava um lugar que ainda não
conhecia? Conhecia muitas companheiras, parceiras de campo, amigas que usavam o mesmo
guarda-chuva para expressar essa distância,
mas nenhuma delas se fazia presente naquele
momento. O desespero tomara conta de todas
depois dos últimos acontecimentos; cada qual
procurava por si mesma encontrar uma forma
de sobreviver.
Não se poderia perguntar como nascera. Não
nascera. Ou pelo menos não lembrava. Pensava existir desde sempre. Será?
Ela se pensava a própria existência. Era essa a
imagem que tinha de si mesma.
Estava cansada e... velha! Muito velha! Já estava perdendo o jeito, a cor, e...
Poderia parar no século XXI?
Parar não era a expressão de seu desejo. Digamos "instalar-se".... poderia estar mais próximo do que sentia vontade de fazer.
Que lugar lhe daria abrigo? Também não era
exatamente um lugar que procurava. Mas alguém... ou muitos “alguéns”. Preferencialmente ,muitos “alguéns”. Até mesmo porque sua
existência estava dependendo disso.
Precisava aconchegar-se ao momento vivido
pelos olhos sem brilhos para alçar-se boca afora. Para agenciar-se usável, funcional, necessária, importante, mesmo que fizesse o silêncio
daquelas que existem só para dentro. Não faria
Tinha um mapa no bolso oculto pela camada
diferença, nesse momento. Gostaria de ter
de anos. Era um mapa minúsculo, sem nomes mãos para puxar os cabelos daquele homem
para não gerar qualquer problema com excesso sem expressão, talvez ele respondesse ao chade bagagem.
mado de todo aquele colorido que pintava o
Consultou o pequeno desenho e decidiu apon- céu e as árvores. Ela mesma engasgava-se diante de tão motivada possibilidade de existir e
tar para um lugar que parecia deserto.
tornar-se empregável, traduzível, apenas pelo
Camuflada, rodou entre as paisagens secas e
deleite de estar ali, naquele momento.
áridas, até encontrar um “alguém”.
Mas o homem estava vazio. Vazio de todas as
Era um “alguém” muito franzino, pequeno, baiformas que ela conhecia. Nenhum sinal, nenhuxinho ,cujos olhos tinham perdido o brilho. Mas
ma indicação de qualquer processo de interaservia, pois ela só conseguia existir se “alguém”
ção entre os olhos sem brilho e as cores que se
a adotasse, pelo menos por um tempo.
derramavam sem pressa. Quase impossível
Independente do tempo, das condições, ela
para um ser humano, mas aquele ser pequeno
precisava existir. Já estava cansada de esperar e roto parecia não sentir estar ali.
dentro do... opa! Quase escapulira o dito nome.
Palavras são teimosas por natureza de criação.
Se uma de suas “gentes” pronunciasse em alta
Enroscou-se na ponta do olhar que se mantivoz o nome do dito perderia para sempre o ponha sem fim e foi se achegando, achegando,
der de aparecer de boca em boca. O destino de
procurando no silêncio recheado de sentidos
suas irmãs que não acreditaram no poder do...
nascituros, agarrar-se a um deles. Mas os sendo "dito cujo lugar do esquecimento" eram gratidos eram carregados por ela e validados por
dativamente esquecidas pelos “alguéns”. Sofriele. Então, sentiu dificuldades para colar-se à
am trancafiadas entre páginas e páginas arquewww.varaldobrasil.com
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
à trilha daquele olhar, a cada tentativa escorre- Já passara por vários mergulhos da alma e da
mente humana, mas esse era colossal. Nenhugava fria para o chão da alma inerte.
ma nesga, nenhum sinal de que seria possível
Foram muitas as quedas. Foram muitos os ardar sentido àquele momento dentro dele mesranhões em sua morfologia quase plástica.
mo.
Resfolegante, foneticamente desgastada, deixou-se ficar sobre a terra que umedecia com a Pensou fechar os olhos que também não tinha
e suspirou, por que suspirar lhe era possível.
grama que respirava alto. Sussurrou para si
mesma que tal empreitada a levaria à morte. A Uma espécie de compensação por tantos e
ausência de uso já lhe tomara a cor. Sucumbia tantos anos de articulação e uso social.
na esperança de um mortal lembrar-se de usá- Quando aquela coisa molhada raspou sua trila em tempo e a tempo. Seria seu destino apa- lha, deixou-se levar. Foi carregada por uma lágar-se assim, como se nunca antes tivesse ser- grima que manchava o bico empoeirado do savido a tantos?
pato gasto. Lágrima gorda, redonda... era um
Quando já fechava suas conclusões desanimadoras, os olhos sem brilhos mudaram de lugar.
Baixaram-se até encontrar a ponta dos próprios
pés. Colados na mesma posição, permaneceram inertes, vazios, e intocados.
Sem forças, ela tentou mais uma vez subir pela
trilha que se abria sem muitos sinais. Ficou na
ponta dos pés que não tinha e colocou toda a
energia que sobrara do último uso no impulso
de grudar-se novamente.
bom sinal. Era um bom augúrio para a sua condição semântica. Não afundaria, não morreria
afogada, pelo contrário, fundiria seu âmago
conceitual naquele líquido salgado.
Agora sim. Abria-se um caminho para a instalação de qualquer sentido que os olhos molhados
agenciasse.
Uma onda de esperança tomou-a por inteiro e
mais que depressa se desfez na lágrima que se
multiplicava.
Grudou-se. Possivelmente a posição ajudava,
mas nada para além disso. Grudada à ponta do
olhar descolorido esperou em suspense. Era
tudo ou nada!
Estava salva. Chamaria suas irmãs para um
tempo de incubação. Bom tempo esse. Ficariam estocadas em algum lugar mesmo que não
localizável, mas conseguiriam instalar-se. Ela e
Esperou e esperou. Aquele ser humano parecia outras, que brotariam naquele terreno fértil.
ter desistido de existir. Não compreendia tama- O pequeno homem chorava e seus olhos renonho vácuo em alguém com tão pouco espaço
vados criaram várias linhas construção.
ocupado. Era um vácuo que crescia descomuCoerentemente, sintagmas apresentavam-se
nalmente em proporção ao contexto limitado.
em prontidão.
O sol ainda se fazia presente, banhando com
Que fossem usados pelo operário da língua.
os últimos raios que recolhia preguiçoso um
Que se fizessem gastar e renovar naquele plascantinho da praça vazia.
ma que é a alma humana. Da alma para a boAi! Certo torpor ameaçava derrubá-la mais uma ca, encontravam os olhos no meio do caminho.
vez. Aquele olhar não abria o menor espaço
Quando fechados, o desvio acontecia mais
para que subisse. Precisava subir a qualquer
abaixo, pelos caminhos do coração. Quando
preço para conseguir instalar-se. Instalar-se!
excessivamente abertos, abriam desvios até a
Era irônica e trágica a sua existência. Precisava razão. Lugares comuns, tantas vezes visitados
instalar-se para não ficar, era esse o paradoxo no momento de explosão.
de sua existência verbal. Ir e vir, de boca em
boca, sem saber onde poderia descansar sem Ai! Sobreviveria! Por mais um tempo, instalada
no século XXI, articular-se-ia feliz pelo campo
adormecer para sempre.
dos sentidos.
Ai! Quem dera constituir-se de material menos
Talvez, depois de tanta luta, conseguisse maninstável, flexível, mutável. Queria poder tocar
aqueles olhos, beliscá-los, irritá-los, acordá-los. ter-se até o próximo século.
Do bico dos sapatos sujos ela não saíra.
Talvez! Essa era uma questão que não lhe
pertencia.
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Outra vez o verbo se fez!
Outra vez um homem sentiu, sentiu e sentiu e ficou em paz!
Salvem as palavras!
Salvemo-nos da guerra fria que começa onde o amor não encontra palavras para
garimpar o coração humano.
Que santas palavras santas aportem em nós, apagando o pecado da inércia
emocional.
Faça-se a paz!
VOCÊ SABIA?
A revista VARAL DO BRASIL circula no Brasil do Amazonas ao
Rio Grande do Sul... Também leva seus autores pelos cinco continentes!
Quer divulgação melhor?
Venha fazer parte do VARAL!
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Paz e Amor
Por José Cambinda Dala
Porquanto o Homem
Aparta-se da Paz e Amor
Zapping nessa atitude, temos que fazer já
Esperando felicidade das sociedades
Alguns não conhecem o comando
Mas outros mesmo possuindo, não sabem usar
Ofuscam sempre suas vistas e coração com o dinheiro
Rei de todos os males
Responsabilidade é exigida para Paz e Amor
Oração a Deus acima de tudo
Mesmo que te achas Pecador
Aliança com o Senhor ainda será possível!
Esperança é a última coisa a morrer…
Zela já pela sua vida
Amigável com todos
Porque o fim está próximo!
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África
Por José Carlos Paiva Bruno
Onde tudo começou... Homo Sapiens que vingou... Vingança vitória...
Contracena Carter suicídio... Pulitzer hominídeo... Abutre que levou...
Grande pista de nossas conquistas... Onde uma fome espera a outra!
Desigual lavoura terrena... Esperança colheita mercenária... Barbárie cena...
Acena fotografia... Triste sina d’alguns sinos... Surdos absurdos...
Surtos de uma fome presente... Sudanesa serpente... Ainda quente!
Miserável ainda raça humana... Anorexia desumana... Quem mama?
Quem manda nessa desanda? Desigualdade Ruanda... Rua difama...
Genocídio tribal... Pavor animal... Um milhão de cruzes em 1994...
Tutsis pagando o pato... Queda do café em assassinato... Ato?
Atitude da desgraça... Graça de escolher um alvo... Minoria fria...
Chacina da periferia... Operando extremismo de hutus... Morte!
Mais adiante mutilando meninas... Deformadas sinas... Bestiais rimas!
Navalha na carne... Impiedosa, pajé... Gilete em pé, ferrugem mortalha...
Suposição d’um prazer que atrapalha... Maldito fogo de palha... Cultura?
Ritual supositório canalha... Calha d’ignorância... Ignomínia da distância!
Corajosas denúncias da modelo Waris Dirie; infibulada aos cinco anos...
Somália cigana... Mesma navalha que perseguiu Fauziya Kassindja...
Acolhida pelos EUA... Após ano e meio de clandestinidade... Claridade!
Maldição em estatística atual de três milhões de vítimas anuais... UNICEF.
Pior em genocídios atrozes... Vozes caladas em armênios, ucranianos,
Judeus; minorias no Camboja, Kosovo; Dahfur... Homo Sapiens Quo Vadis?
Covardes desiguais... Decadência em escuridão... Solidão que persevera era...
Perversa selva... Cadeia da cadência! A NOVIDADE... Ó MUNDO TÃO DESIGUAL...
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O CLUBE DOS VIRA-LATAS é uma organização não governamental, sem fins lucra:vos, que mantém em seu abrigo hoje mais de 400 animais que são cuidados e alimentados diariamente. Boa parte desses animais chegou ao Clube após
atropelamentos, acidentes, maus tratos e abandono. Nosso
obje:vo é resgatá-los das ruas, tratá-los e conseguir um lar
responsável para que eles possam ter uma vida feliz.
de 400 peludos em nosso abrigo, contamos hoje
apenas o trabalho dos voluntários e com o diVocê sabia que no Brasil milhões de cães e gatos nheiro de doações. Todos podem ajudar, seja
divulgando o Clube, seja adotando um animal ou
vivem nas ruas, passando fome, frio e todos os
:pos de necessidades? Cerca deles 70% acabam mesmo doando dinheiro, ração ou medicamentos. Qualquer doação, de qualquer valor por meem abrigos e 90% nunca encontrarão um lar.
nor que seja, é bem-vinda. As contas do Clube
Parte será ví:ma ainda de atropelamentos, esbem como o des+no de todo o dinheiro estão
pancamentos e todos os :po de maus tratos.
Infelizmente, não é possível solucionar este pro- abertas para quem quiser
blema da noite para o dia. A castração dos animais de rua é uma solução para diminuir as futu- BRADESCO (banco 237 para DOC)
ras populações mas não resolve o problema do Agência: 0557
CC: 73.760-7
agora. Sendo assim, algumas coisas que você
pode fazer para ajudar um animal carente hoje: Titular: Clube dos Vira-Latas
CNPJ: 05.299.525/0001-93 Ou
Adotar um animal de maneira responsável
Por que ajudar os animais?
Voluntariar-se em algum abrigo.
Doar alimento (ração) e/ou remédios para abrigos.
Contribuir financeiramente com ONGs.
Banco do Brasil (banco 001 para DOC)
Agência: 6857-8
CC: 1624-1
Titular: Clube dos Vira-Latas
CNPJ: 05.299.525/0001-93
Nunca abandonar seu animal
Como o Clube vive? Somente de doações. Todas as nossas contas são públicas, assim como
extratos bancários e notas fiscais.
(Saiba mais sobre o Clube em h/p://frfr.facebook.com/ClubeDosViraLatas?ref=ts)
Como ajudar o Clube? Para manter esses mais
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paisagem de um yogue...
Por Walnélia Corrêa Pederneiras
Na janela da minha alma
pousa diariamente uma ave-luz
que me fala nos mestres,
especialmente em Jesus...
É meu amado Professor Hermógenes!
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Ingredientes:
• 3 xícaras (chá) de leite
• 4 ovos
• 1 vidro de leite de coco (200ml)
• 1/2 xícara (chá) de manteiga
• 2 xícaras (chá) de açucar
• 1 e 1/2 xícara (chá) de fubá
• 5 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado
• 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo
• 1 colher (sopa) de fermento em pó químico
• Margarina e farinha de trigo para untar
Açúcar e canela em pó para polvilhar
Mode de preparo:
• Bata no liquidificador o leite, os ovos, a manteiga, o açúcar, o leite de coco e o fubá até ficar homogêneo.
• Despeje em uma vasilha, adicione o queijo ralado, a farinha e o fermento peneirados e misture delicadamente com
uma colher.
• Coloque em uma forma de 25cm x 35cm, untada e enfarinhada e leve ao forno médio preaquecido, por 40 minutos ou
até dourar levemente.
Deixe esfriar, desenforme, corte aos pedaços, polvilhe com o
açúcar e canela e sirva.
Rendimento: 12 porções
Tempo de preparo: 60 min.
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Paz e amor
Por Vicência Jaguaribe
Dia desses, estava em um laboratório de
análises clínicas, à espera de ser atendida. Em
determinado momento, pares de olhos pularam
por sobre minha cabeça e fixaram-se em um
ponto além, o que me fez ter certeza de que
não era eu o alvo dos olhares. Tentei acompanhar o salto daqueles olhos admirados e irônicos e cheguei ao polo de atração: um casal empurrando um carrinho de bebê.
Mas por que um casal com um bebê num
carrinho chamaria a atenção de tanta gente?
Que tinham de especial aqueles três? Aí é que
está. Olhando bem, enxerguei, pairando sobre
eles, uma faixa com os famosos dizeres: Paz e
amor. Faça amor e não guerra. Lembram-se?
Pisquei os olhos, balancei a cabeça, e a faixa
desapareceu. Em seu lugar, somente o casal
com seu bebê, que dormia no carrinho.
Era um casal jovem: ele, negro ou mulato
(é difícil impor limites), com o penteado rastafári
enfeitando a cabeça, barba fechada e sandália
havaiana; ela, branca, vestindo uma camiseta e
um short de um tecido claro e fino, já meio surrado, indiscutivelmente sujo, rasgado nas duas
laterais da cintura e preso por cordões. O short
passava a impressão de que fora de um tempo
em que a jovem era mais delgada; antes do período da gestação, talvez; calçava uma sandália de rabicho feita de couro cru; o bebê, que
provavelmente ainda não completara um mês,
dormia no carrinho, agasalhado por cobertas
brancas já meio encardidas. Enquanto a mãe
fornecia dados à atendente, o pai empurrava o
carrinho para a frente e para trás, como a embalar o filho. De vez em quando, circulava pela
sala, ocasião em que os pares de olhos mostravam-se mais curiosos.
sessenta e setenta do século passado, o movimento hippie. Os hippies, como eram chamados os participantes desse movimento, diziamse preocupados com os problemas ambientais;
defendiam a prática do nudismo e a emancipação sexual; eram adeptos do uso de drogas,
viviam em comunidades que se inclinavam para
uma espécie de socialismo anárquico; tendiam
ao nomadismo e à vida em contato com a natureza; eram contra o nacionalismo e as guerras;
voltavam-se para algumas religiões orientais,
como o Hinduísmo e o Budismo, e contrapunham-se aos valores tradicionais da classe média, ao militarismo, ao patriarcalismo, às instâncias governamentais, às corporações industriais, à massificação, ao Capitalismo e ao autoritarismo, todos, diziam, sem legitimidade.
Mas o que ficou no imaginário popular sobre os hippies? Foram, principalmente, sua
adesão às drogas, sua maneira peculiar de
vestir-se (roupas geralmente coloridas, velhas,
rasgadas e com aspecto de sujeira), sua rejeição aos produtos de higiene pessoal, como lâminas de barbear e shampoos, e sua tendência
anarquista. Daí porque, nos dias de hoje, tende
-se a chamar de hippie todo jovem que apresenta um comportamento diferente, que se veste sem muito cuidado e tem uma aparência relaxada e suja; que é adepto da vida em contato
com a natureza e se insurge contra os padrões
de comportamento burgueses. Ficou, pois, dos
hippies, um estereótipo manco e nada louvável,
calcado basicamente na exterioridade.
Aqueles dois eram, sem dúvida, remanescentes do movimento de contracultura dos anos
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Suas mensagens de paz, amor, igualdade e liberdade; seu desejo de um mundo
sem preconceito e sem discriminação das
minorias, de defesa do natural foram esquecidos. Ninguém se lembra de que valores como a preocupação com o meioambiente e o desarmamento; a prática livre do sexo — um fetiche que impera na
sociedade de nossos dias — nasceram com
o movimento hippie.
As pessoas se esqueceram dessa herança ou a desconhecem, por isso, naquela
manhã, no laboratório, olharam com ironia
e com quase nojo para aquele jovem casal.
Se essas pessoas, no entanto, parassem um
pouco para pensar em seu próprio sonho
— sonho que é de todos nós — de viver
em um mundo sem guerra e sem discriminação; em um mundo em que a natureza
seria preservada e em que imperaria a justiça; um mundo ideal, onde não se teria
medo de sair de casa e ser abatido como
um animal de caça por uma bala perdida,
talvez deixassem de olhar com os olhos do
preconceito e da reprovação para aquele
casalzinho que não primava nem pela aparência nem pela higiene pessoal — isso
ninguém pode negar —, mas que não deixou de cultivar o sonho de um mundo onde reine a paz e o amor e cujo lema seja
Faça amor, não faça guerra.
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Peace, Love and Prismas by pagit
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Nada preenche mais de felicidade a nossa alma do que o sorriso de
uma criança saudável. Mas... Nada nos
deixa mais triste, do que o rostinho de
uma criança que sofre, principalmente
com alguma doença grave.
No final da década de 90, um
grupo de bordadeiras de ponto cruz,
nos Estados Unidos, vendo que uma
colega estava sofrendo demais com
duas crianças na família doentes com
câncer, decidiu bordar blocos de ponto
cruz para montagem de colchas para
elas. Ao receberem as colchas, as crianças e suas famílias se encheram de
sorrisos e o astral da família foi elevado, minimizando a dor daqueles dias.
A experiência foi tão gratificante,
com resultados positivos para a cura ou
melhora, que as bordadeiras decidiram
divulgar a ideia: bordar blocos para colchas para crianças gravemente doentes.
Pela Internet, divulgaram a experiência grupal vivida e a proposta de bordarem com um
objetivo além de hobby ou crescimento profissional com bordados.
Esta ideia teve aceitação imediata, se espalhou, e chegou ao Brasil em 1999.
Ivani Vieira, a divulgadora do Love Quilts no Brasil, e coordenadora deste trabalho, naquela época, dona de casa, mãe de duas crianças, trabalhando fora e com pouco tempo disponível para ações maiores de solidariedade humana, se encantou. Ela amava bordar ponto cruz;
era o seu hobby nos momentos de descanso possível, dentro de sua roda-viva diária: trabalho
profissional, casa, marido e filhos.
Aos poucos, outras bordadeiras foram se ajuntando ao Love Quilts Brasil, inicialmente
bordando para crianças americanas, e, paulatinamente, passando a bordar só para brasileiras.
O dia 28 de maio de 2001 é a data oficial do nascimento do Love Quilts BR.
Passados mais de 10 anos, o saldo deste grupo é de quase 500 acolchoados entregues
em várias partes do país e até mesmo no Japão e Estados Unidos, milhares de blocos bordados em ponto cruz e centenas de Bordadeiras associadas.
Qualquer Homem ou Mulher pode se inscrever no grupo. Para isto, os requisitos
são:
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Amar bordar e/ou costurar;
Querer fazer uma boa ação social;
Generosidade.
Pois assim encontrará uma forma de colaborar, seja bordando, costurando ou contribuindo de outra forma - basta entrar em contato pelo endereço eletrônico [email protected] para identificar uma maneira.
O grupo se mantém pelas próprias voluntárias e por alguma doação de terceiros, que
chega sempre. Cada uma é responsável por doar pano e linhas usados em seu bloco, e só. A
Internet, aí, tem um papel fundamental, pois as bordadeiras vêm de todas as partes, de norte a
sul do país, até mesmo do exterior. São donas de casa, mães de filhos adultos ou pequenos,
profissionais – advogadas, enfermeiras, professoras, químicas, médicas -, trabalhadoras nos
lares e fora, mantenedoras ou não de seu próprio lar, de idade variada, de 14 anos até 84.
Não é uma ONG, nem uma associação no aspecto legal. É um grupo de voluntárias que
se dispõem a trabalhar em prol de obter um sorriso de uma criança enferma.
Há algum tempo, o grupo virtual LQ passou a se encontrar anualmente em SP, o que
fortaleceu mais ainda os laços de amizades entre as bordadeiras. A comemoração de seus 10
anos de existência, agrupou cerca de 50 amigas vindas de vários estados brasileiros e também
do exterior. Foi uma festança, um grande encontro de amigos.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
A convivência virtual reforça muito os
laços de amizade. Trocas de ajudas diárias são
feitas com uma palavra ou algum gesto concreto enviado via correio. A comunicação entre as
voluntárias é de boa convivência de amigas/
irmãs.
Nos dias das entregas de acolchoados,
sempre feitas coletivamente nos hospitais que
permitem a ação de voluntariado e em casas
de apoio, ou mesmo, em casos especiais, na
casa do agraciado, é dia de festa na Internet:
todas querem saber e ver como foram as entregas, como a criança recebeu seu presente...
Nestes dias, explode o papear do grupo, e comentários são feitos ao verem as fotos: é uma
alegria!!!
No
site
do
LQ
<www.lovequiltsbrasil.org> está registrado: fotos das crianças inscritas, fotos das entregas
feitas, dos acolchoados e sobre as voluntárias.
Se crianças sorriem de lá, por trás de
cada computador tem sorrisos das bordadeiras.
Se as crianças sorriem felizes com seus acolchoados, as bordadeiras sorriem por mais uma
missão cumprida.
Ivani não está sozinha na sua coordenação: há voluntárias que a ajudam, quer em trabalhos de computação, quer em confecção de
acolchoados ou na administração. Todo o grupo está envolto em monitoras voluntárias para
comunicação com mais de 600 participantes
que executam tarefas de bordados, blocos
complementares de patchwork, montagem de
acolchoado e outras formas de colaboração.
O apoio dos familiares, cônjuges e filhos,
ainda que de modo indireto, é de grande importância, tanto pelo reconhecimento da ação de
voluntariado e nosso envolvimento com o projeto como também pelo entendimento da amizade que une o grupo, que toma uma característica de família. Os filhos de cada uma, passam a
ser “subricos”(sobrinhos) de todas, e são paparicados. Os maridos estão aderindo: participam
dos encontros e ajudam na organização – cuidando, entre outras, de questões que envolvem
tecnologia. Por enquanto, só três bordadeiros
apareceram: o marido e filho de uma bordadeira, enfermeira e dona de casa, além de um senhor de São Paulo. O nosso “bordadeiro mirim”
é solicitado em todos os encontros e sua ajuda
é fundamental: enche todo o grupo de mais alegria.
Se levamos sorriso para crianças doentes, elas nos dão o retorno de sorrisos ao rece-
berem seus acolchoados bordados, resultantes
de uma vasta ação coletiva de pessoas que se
dispõem a fazer de alguma forma uma ação de
solidariedade humana.
Se quiserem ver este grupo triste e choroso, é quando chega a notícia de que alguma
criança já inscrita se tornou um anjinho... O baixo astral nesse dia impera. Contudo, aprendemos que a melhor reação é orar pelo anjinho
liberto de sua doença e por sua família.
No LQ predomina o espírito de voluntariado, de fazer parte de uma corrente formada
por milhões de brasileiros que disponibilizam o
seu tempo e talento na busca de um Brasil melhor e mais solidário, que fazem sua parte como
cidadãos, colaborando para transformar o mundo a partir de suas ações, por menor e mais
simples que sejam!
Assim sentindo, escreveu uma voluntária
de Porto Alegre, o poema que abre o site do
Love Quilts e, agora, segue aqui:
O Voluntário
Ser voluntário não é ser mais, nem menos.
Ser voluntário é ser!
Ser atento às necessidades do outro,
Ser suporte virtual, financeiro ou emocional.
Ser presente.
Ser voluntário não é ter tempo para tudo!
Ser voluntário é ter...
Ter tempo para valorizar o outro,
Ter vontade de ajudar de qualquer forma,
Ter a chance de aprender com a vida!
Ser voluntário não é apenas dedicar-se!
Ser voluntário é doar-se,
Doar-se de corpo e alma para seu propósito,
Doar-se em tempo, amor e coração,
Doar-se, para então, sem se dar conta,
Receber mais do que doou.
Lisiane
Realmente, ser voluntário do LOVE QUILTS é receber muito mais do que doou, ao sorrir com a criança contemplada: é quando o
amor se transforma em sorrisos de ambos os
lados.
Marisa de Almeida
Claudia Larosa
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Enviado por Norália de Mello Castro
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Se você não leu os números anteriores, peça através do nosso email ou faça download na página do VARAL. É gratuito!
FAÇA MAIS AMOR.
Por Roberto Armorizzi
Se a guerra,
o amor, enterra,
a vida, encerra,
o filho, desterra,
Se a guerra,
o mundo, emperra,
por que ele berra
guerra?!
Imagem de Carolyn Gavin
Jamais faça guerra,
faça mais amor,
a paz é sempre necessária!
Nota do autor.
‘Trata-se de uma adaptação de outro poema do mesmo autor, constante em seu livro “Maenatu Poesia Quebrada”.’
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Cogumelos
Contento-me, por ora, em bordar
Estas formas circulares de beleza.
Por Norália de Mello Castro
À procura de uma reta,
Passa-se por círculos convexos
E se fazem as elipses.
Se posso nascer no mundo dos cogumelos,
assim espontâneo,
como deixar de fora os círculos convexos,
em busca de novas elipses?
Bordo cogumelos com olhos atentos.
No meio da mata fechada,
Por entre musgos e fungos,
Lá vem a forma circulada
A brotar várias figuras.
Mesmo por entre galhos retorcidos
Ou troncos escurecidos,
Nascem os soberbos cogumelos
Logo após a grande chuva.
Suas formas são bonitas,
Contrastantes com o solo escuro
Um destaque todo à parte.
Como não bordar cogumelos?
Se eles permitem sonos e sonhos
De olhos abertos,
A cada movimento do nascimento
De tão singular espécie nativa?
Como não bordar cogumelos,
Ciente que novas chuvas virão?
Quer queira ou não, elas virão
E me encontrarão preparada
Para colher mais bordados,
Não deixar a mão parada
A fazer novas criações?
Se posso nascer no mundo dos cogumelos,
assim espontâneo,
como deixar de fora os círculos,
Em busca de novas elipses?
Imagem de adrieann-d3kv3ep
Nem preciso chamar as chuvas:
elas virão, com certeza,
na hora certa e em dias não predeterminados.
Minha vontade fica aquém
Do que manda a Natureza.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
A
O judeu ou o cristão
PAZ
Por Neri França Fornari Bocchese
Do bem público, ser guardião
Ser honesto, com poucos centavos
É buscar a mansidão
O bem viver
Quer com milhões.
Com o outro, ser irmão.
A paz é discordar, sem agredir
Na natureza, a vida reconhecer!
É ser sentinela
O amanhecer presenciar
Do bem comum
Com o por do Sol, se extasiar!
Do bem alheio
Brincar, como criança.
É ouvir, o clamor
Se encontrar, numa dança.
Do pobre faminto
Andar descalço,
Quer com fome de pão
Ser a Terra-mãe
Ou fome de saber
A mãe dos viventes
A grama, ser tapeçaria
A paz é ser homem
No chão, sentar, rolar.
Ou ser mulher
As formiguinhas, enxergar...
Sem vaidades
Sem querer esmagar
Sem falsas utopias
Todos, filhos do mesmo Pai
Capaz de conviver
Todos, a mesma procedência
Quer no leito conjugal
Quer no trabalho intelectual
Uma árvore plantar
Sem exploração
Não para abater
Com ternura
Na sombra, uma rede suspender.
Lado a lado caminhar
Cuidar de uma roseira
E, uma flor compartilhar!
No rosto, a aragem sentir
Com Francisco, dizer
O pedaço de pão, repartir
Paz e Bem!
Com um aperto de mão!
A paz transmitir
A paz, é ser negro com convicção
Asiático, com altivez
Ser branco, sem prepotência.
Ser capaz da convivência
Quer no Oriente ou no Ocidente
Com o ateu ou o crente.
Ser capaz de amar
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
O BAQUE DOS DINOSSAUROS
Por Hélio Sena
... e foi assim
(dizem!)
que o Último Dinossauro caiu;
um filme triste
(sem Oscars!)
a que ninguém assistiu;
e que o Cosmos
(e não Spielberg!)
ferozmente dirigiu.
Se você deseja ajudar os animais que
todos os dias são abandonados, atropelados, maltratados e não sabe como, vai aqui uma dica:
Procure uma associação de proteção
aos animais, um refúgio, uma organização ou mesmo uma pessoa responsável em sua cidade ou estado. As
colaborações podem ser feitas através
de tempo, dedicação, ajudas financeiras, divulgação.
Há pessoas por todos os cantos ajudando aqueles que não sabem como
ajudar a si mesmos. Seja mais um,
faça destes bichinhos a sua causa!!
AJUDE A AJUDAR, SEJA HUMANO!
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Paz Mundial
Por Valdeck Almeida de Jesus
Abalou-se toda a terra
Muitos temem nova guerra
Muitos fogem para serras
Procurando a paz mundial.
Muitos gritam de alegria
Para esconder tristezas
Outros lutam pela vida
Para esconder suas fraquezas.
Todos temem os abalos
Que por certo aqui virão
E procuram melhorar
A nossa imensa ilusão.
Todos anseiam a paz
Uma paz pra toda gente
Alguns choram pela mesma
Outros ficam até contentes.
Esperando a sua chegada
Todos ficam a brigar
Para conseguir um pedaço
Desta paz que não virá.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Olhos da paz
Por José Hilton Rosa
Deitada sob a sombra de qualquer tempo
Curtindo a preguiça do seu corpo
Com os olhos fechados, sonhando ser possível o amor
Olhando a natureza, dócil para todos nós
Orando para si mesma, com a calma que Deus lhe deu
Pedindo benção para seus orixás
Pedindo paz, estendendo a mão, falando de amor
Para a eterna beleza, deixando o sorriso
Sem medo de qualquer semelhante
Estendendo a mão com humildade
Respeitando todas as culturas
Beijando a face em nome do amor
Seguindo o exemplo dos bichos
Sem maldade no pensamento
Sem o rancor das diferenças
Sem arma e sem guerra
Alimentados com a bondade
Feliz pelo belo e pelo sorriso
Sem os cadeados e sem prisões
Todos vivos pensando somente no amor e na paz
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
O AMOR É A BASE DE TUDO
Por Lenival de Andrade
O AMOR É A BASE DE TUDO
O amor é a base das nossas famílias
Dos nossos relacionamentos
Nossas amizades
Nossa vida enfim
Como falar de amor
Sem imediatamente
Pensar em alguém especial
Alguém que te faz feliz
Quer te ver sempre sorrindo
Que te traz boas recordações
E nada melhor que a poesia
Para traduzir esse estado de espirito:
MEU AMOR
Meu amor
Gosto muito de você
Não quero nunca te perder
Agora me faça um favor
Pois te amo com fervor
E preste bem atenção
Aumentou a emoção
Estou bacanamente dominado
Por você apaixonado
Você é minha paixão
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Entrega
Por Valquíria Gesqui Malagoli
Volta pra mim...
Porque, hoje, eu peço
E me arremesso
Aos braços seus, ausentes.
Porque sempre foi assim,
Subliminarmente,
Que tudo entre nós se deu.
Mas, volta agora,
Enquanto
O meu quebranto
E o seu são iguais,
Enquanto a paz
Se estende em meu peito
Cansado e estreito...
E enquanto, aos trancos,
Misturo, aqui, uns versos brancos,
À concordância alguma:
Verbal ou nominal –
Intransigente, em suma!
Enfim, quebrei a regra;
Percebe que isto é entrega???
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
COGUMELO SOCIAL
Por Mario Rezende
Esqueço o meu mundo antigo,
vou tentar fazer um novo.
Vou levar você comigo,
eu quero fazer um povo.
Se aqui as raças brigam,
gritando muita dor,
esqueço que sou branco,
negro ou como for,
quero que todos repitam
por dentro somos da mesma cor.
Choro entre mãos que constroem tudo,
diferença, vida,
guerra, mãe,
liberdade, solução.
Se eu tivesse um canto
que fosse um paraíso,
tudo que tivesse vida,
viveria como a vida de um sorriso.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Vivemos e percebemos a vida em três dimensões e dentro da realidade da matéria; muito
embora, alguns cientistas estudem e pensar ser
(A Dialética do Verbo do Amor
provável uma dimensão composta na essencialidade da antimatéria. tal qual um filme fotográe da Paz!)
fico antigo, onde revela-se o positivo e obtêmse o negativo, assim seria o mundo virtual e o
Por Odenir Ferro
real, ou seja, o nosso plano físico material e o
Nós, humanos, somos e nos somamos verbais, espelho, o reflexo de nós, projetando-nos numa
materializados pelos sonhos reais. Somos per- antimatéria, ou vice-e-versa.
ceptíveis e palpáveis uns aos outros. Através
das Leis Dinâmicas da Matéria composta pelas
Leis Orgânicas da Física Quântica! E também,
é claro, das ações e reações Químicas que
contribuem para as composições existenciais
do Todo que há no Universo! Dentro do aqui, e
do agora, e também no além, dentro do que se
perfaz e se perdura no incógnito do Mistério, do
desconhecido pelas nossas compreensões e
entendimentos, dentro do que sabemos até o
aqui, e o agora!
O PODER DA LUZ
Todos nós temos um invólucro agregado ao
nosso Ser espiritual, ao qual o denominamos
de corpo físico. Somos instituídos de sentimentos. Muitos, inumeráveis sentimentos! Sendo
que alguns deles, senão por se dizer na sua
maioria, sentimentos virtuosos, nobres, inteligentes; quanto a muitos e muitos outros, infelizmente, devassos, hipócritas, corruptos e inumanos aos padrões morais, intelectuais e sociais,
que nós estabelecemos como regras de estilos
de vida, ao longo da nossa existência histórica.
E a essa existência histórica, nós a denominamos da Humanidade.
Temos história e raízes fincadas neste nosso
Planeta Terra! Muitas são belíssimas; outras
desastrosas, torpes, vis, mesquinhas, horripilantes. Nós, seres humanos, somos uns malabaristas sentimentais! Muitos de nós, passeamos pelo interior da nossa realidade existencial, como se fossemos uns eternos caminheiros viandantes na corda bamba da Vida!
Acredito que entre um algo a mais ou outro a
menos, sempre vivemos duelando-nos entre os
poderes atuantes entre os ódios e os amores
geradores até de Epifanias entre as tréguas e a
busca da Paz! Sempre vivemos, portanto, entre
as Luzes da Sabedoria e as Ignorâncias das
Trevas!
Mas, entre uma tragédia ou outra, seguida de
um romance ou outro, os cenários, basicamente, à ex cessão da Revolução Industrial e da
Era da Tecnologia que avançou em meados do
século passado até os nossos dias atuais, a
Natureza manifestou-se dentro deste lirismo
poético e febril, dentro dos espaços terrenos
aonde o céu encarregou-se de abrilhantar os
diversos lugares em todos os cantos e recantos
desse Planeta. Sempre motivando-se por Eras
e Eras, com os ritmos dos fenômenos mais diversos e inimagináveis ainda, pela nossa vã
filosofia. Deste os mais obscuros, incompreensíveis, assim como os mais familiares como os
fenômenos das chuvas, das neves, das nuvens, raios e trovões, noites enfeitadas com um
miríade de estrelas e a lua, sempre a mesma,
desnudando-se nas facetas das suas ininterruptas fases.
E também os dias, de sol ou não, embelezando
os inumeráveis cenários espalhados e constituintes das mais variadas diversidades biológicas que atuam viventes, dentro deste nosso
querido Planeta Terra!
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
E o que dizer dos mares?! Estes gigantes insó- mente presente dentro de cada um de nós e na
litos, povoando os Mitos, as Lendas, as crendi- concórdia que poderá haver entre nós. O Mundo Espiritual, embora transcendental, é sempre
ces envoltas em muitos mistérios?!
imutável, juto e íntegro aos parâmetros de cada
Mas, os amores e os ódios sempre formaram ser vivente no Planeta Terra!
as tramas para que se criássemos os dramas...
Sejamos nós, humanos, ou as espécimes do
Por aonde culminássemos diante dos nefastos Reino Animal, ou do Vegetal, ou do Mineral,
poderes das guerras. Muito embora, pretendês- somos a essência íntegra e imutável dessa Crisemos conquistarmos a Paz! A Paz é uma au- ação Espiritual!
sência de amor e de ódio; a Paz é a calmaria, é
o interlúdio ou o prelúdio entre os amores e os Somos a resplandescência do Átomo-Semente
ódios que já se foram desgastados pelas guer- sobressa lente da Criação elaborada pelas
Mãos sapientíssimas da Divindade. Portanto,
ras.
somos eternos!
A Paz é a inocência mais sublime da simplicidade fixada nas texturas do belo. É essência Se num lado do Espelho Reflexivo da Vida vivital, é força pulsante dos apelos e clamores vemos gradualmente envelhecendo, perecendaqueles que se amam e também daqueles do, amadurecendo, padecendo,... Do outro, vamos renovando-nos, dentro das nossas antigas
que se odeiam.
e novas e renováveis energias espirituais; pois
O Amor é chama ardente e acesa que motiva somos espíritos eternos, envoltos em corpos
os sonhos alavancados pelos profundos ideais. transitórios.
As pessoas que se nutrem de amor e de so- O Amor e a Paz são sentimentos que transcennhos, acabam vivenciando os seus ideais de demos, herdeiros que somos, da Eternidade!
paz.
Trazendo para o cotidiano de nós, a dinâmica
Essa força motivacional é a esperança de me- existencial e providencial da matéria. E o ódio e
as guerras sãos as forças do mal, das Trevas,
lhores dias construídos dia a dia.
existenciais de nós ou não, querendo destruir
É o futuro entrelaçando-se com o presente, as estruturas Magníficas das Belezas transitódentro da hoje, do agora, do imediato.
rias, embora imutáveis, dentro do transcendental que atua Eternamente no Poder da Luz da
A força do Amor é a alavanca que impulsiona
Divindade de Deus!
os nossos desejos de conquistarmos a realidade de um Mundo melhor, aonde as pessoas
poderão se compreenderem mutuamente, tal
como cada qual, sem nenhum sinais de preconceitos, fazendo da Vida em geral, uma partilha, num entendimento com diálogos simples,
através dos quais, criaremos A Dialética do
Verbo do Amor e da Paz!
Desta forma, poderemos semear e colher os
valores da Justiça, da Fraternidade, entre todos
os Povos!
Demonstraremos aos nossos mais sinceros e
aos nossos mais instintivos e primitivos sentimentos, a transparência da limpeza, da clarividência dos objetivos, tal qual às águas claras
de um remanso riacho. Como se criássemos
poderes coletivos, para reconstruirmo-nos dentro da Sabedoria de Deus, intensa e eternawww.varaldobrasil.com
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
• 2 bananas nanicas maduras em rodelas
• 1 xícara (chá) de leite
• 1/2 xícara (chá) de óleo
• 3 ovos
• 2 xícaras (chá) de açucar
• 1 e 1/2 xícara (chá) de fubá
• 1 colher (sopa) de fermento em pó químico
• Óleo e farinha de rosca para untar
Açúcar e canela em pó para polvilhar
1 Modo de preparo:
1. Bata no liquidificador a banana, o leite, o óleo, os
ovos e o açúcar, depois adicione o fubá e a farinha de
trigo até ficar homogêneo.
2. Acrescente o fermento e misture com uma colher.
3. Despeje a mistura em uma forma de aprox.. 24 cm
com buraco no meio, untada e enfarinhada.
4. Leve ao forno médio preaquecido por 30/35 minutos
ou até que ao enfiar um palito ele saia limpo.
Deixe esfriar, desenforme e polvilhe com o açúcar, a
canela e sirva.
Rendimento: 8 porções
Tempo de preparo: 50 min
h/p://bolodefuba.com/
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Escrever o amor
Por António Boavida Pinheiro
Quão pouco me parece
o quanto tenho escrito,
e hei de ainda compor...
Não há verso que valha
uma gota de pranto...
Nem poema que traduza,
um segundo de dor...
Nem palavra que exprima
a singeleza e o encanto,
de um pedaço de céu...
De um sorriso...
De uma flor...
Ah! Quão pouco me parece
tudo quanto na vida
tenho escrito sobre o amor...
Será que a palavra deveria existir?
Ou tão somente
a infinita poesia dos gestos!
Que o amor,
quando o sinto,
é profundo, infinito e imenso...
Mas se o acho tão grande,
quando nele penso...
Me parece tão pouco
o que sobre ele escrevo...
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
O Amor e o sorvete
Tão simples assim quanto tomar um sorvete ;
Por Viviane Lucena
Você sai na rua e mostra um sorriso;
Você vai a sorveteria pede um sorvete;
Você ajuda quando pode e quando não pode, pede ajuda ;
Você paga seu sorvete e agradece ;
Você constrói um mundo colorido e encantado ao seu redor e todos conseguem enxergá-lo ;
Você toma seu sorvete certamente delicioso e com muito prazer;
Fazer amor e não a guerra é como tomar
E você sorri ainda mais forte a cada manhã
sorvete, ou seja, simples assim e muito praque a Vida te presenteia ;
zeroso !
Quem disse que dar amor é tão difícil ?
Distribua sorrisos, distribua verdade, solidaQuem disse que no mundo atual é mais fácil
riedade, e principalmente distribua Amor
desamar do que amar ?
mesmo ainda quando tudo parecer a guerra !
Pensamos juntos agora : o que queremos
para nós mesmos ? O que sonhamos e desejamos ?
Certamente que ninguém deseja os males
da vida, as dores, as angústias, enfim coisas essas que nos atormenta a alma.
Ah um bom assunto : a alma – ela é nossa
principal fonte de depósito . É nela que depositamos nossos maiores sentimentos e é
essencialmente através dela que recebemos e sentimos energias (boas ou ruins)
vindouras tanto do amor quanto do ódio.
Podermos comparar esses depósitos simplesmente como uma plantação, isto é,
quem planta abacaxi e colhe melancia ?!
Em verdade, quem planta a guerra e colhe
o amor ? Ou vice-versa.
O contrário também pode existir, é um fato.
Contudo é a Vida e não o seu coração que
irá se encarregar de fazer o ‘certo’ ou
o ‘errado’ . E é absolutamente a Vida que
nos dá os frutos do amor que plantamos,
seja ele reconhecido ou não.
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PAZ
Por Zezé Barbelos
Nem alegria
Nem dor
Nem nostalgia
Nem amor
E algo diferente
Difícil pra muita gente
É como acabar a guerra
Em toda face da terra.
Ela vem depois do pranto
Como num doce encanto
Faz passar todo tormento
Que nos traz o sofrimento.
De uma palavra tão pequena
Fiz nascer este poema
Que uma mensagem traz
Revelar a toda gente, a grandeza
Da PAZ.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
O Amor é a nossa crença
Por Silvio Parise
Logo após o almoço
E, depois de uma breve cochilada
Como, todos os dias faço
Na varanda da casa que acho
Aconchegante e, de um certo modo, sossegada.
Para, chegarem como de costume,
Geralmente na hora exata
Onde, relaxado no conforto da rede
Deliciando o chá das treze estou
Comendo alguns biscoitos e torradas.
Para, repentinamente, aqueles que costumo dizer
Serem a alegria de nossa casa,
Rindo virem, correndo em toda disparada
Porque, entre eles tinham apostado,
Quem chegaria ao meu encontro primeiro de fato
Para, uma vez em meus braços,
Me abraçarem bem apertado,
Surgindo naturalmente alguns beijos e, claro,
Também saborearem da sobremesa
Caseira e, que chegou logo depois,
Do já famoso doce de arroz
Juntamente com o delicioso bolo de chocolate.
Para, enfim, juntos usufruirmos toda tarde
Nesse paraíso cuja felicidade
É de fato o que nos movimenta,
Dando-nos luz, paixão e paciência
Nessa magnífica, embora modesta fazenda
Porque, o Amor é a nossa crença,
Daí sermos felizes de verdade.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
PAZ E AMOR
Por Maria Socorro de Sousa
Pela Paz os homens guerrilham
Altruísmo em ênfase em esmero
Zelo enganoso pela humanidade
Enaltece a eficácia do Amor
Árdego desejo buscam pela Paz
Magnífico “AMOR” sempre em renovo
Ostenta a busca dos sentimentos ágapes
Recalcitra a Paz e Amor... Fatal liberdade
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
- Enquanto minha irmã brinca ali no balanço, o senhor não gostaria de conversar comigo?
-Porque não, meu jovem. Podemos conPor Carlos Alberto Olmena
versar sim.
Porque o senhor passa o dia inteiro
sentado nesse banco de praça sozinho, sem
Todos os que frequentavam aquele lo- conversar com ninguém? Indaga o menino
cal faziam sempre a mesma pergunta: aproveitando a oportunidade dada pelo hoO que pensava aquele homem ali, sentado namem.
quele banco da praça, divagando com seus
pensamentos, alheio ao cenário montado em
sua frente e absorto aos acontecimentos ao
seu redor?
Que tipo de pensamentos passava pela
cabeça daquela pessoa que o fazia ficar tão
distante da realidade?
Ninguém sabia explicar, mas, todo dia
ele logo cedo chegava àquela praça, sentava
naquele mesmo banco e ali ficava por horas e
horas a fio, olhando fixamente a um ponto cego, sem se ater ao que acontecia a sua volta.
A praça era muito frequentada por pais,
mães e babás que traziam crianças para brincarem nas alamedas e jardins com suas bicicletas,
patins
e
outros
brinquedos.
De vez em quando ele abria a bolsa
que trazia sempre consigo, pegava uma garrafiImagem de Romero-Bri/o
nha de água já quente pela ação do sol, tomava uns goles, guardava novamente e voltava ao
seu estado inerte e pensativo.
-Sabe meu filho, eu estou esperando
Era impossível deixar de reparar aquele
senhor com seus olhos vidrados no horizonte minha mulher voltar. Diz o senhor com certo
pois ele destoava totalmente do local e aos brilho nos olhos.
- Mas onde ela está? Está viajando?
poucos, a presença dele começou a aguçar a
- Não sei meu rapaz.
curiosidade daqueles que ali ficavam mas nin- Só sei que ela vai voltar.
guém tinha coragem de perguntar nada ao des- Minha esposa, há seis meses saiu de
conhecido.
casa
para
ir à cidade comprar umas coisas paAté que um dia, um rapaz bem jovem
ainda, beirando seus 15 ou 16 anos que acom- ra casa e não voltou mais.
- Eu já procurei em todos os lugares pospanhava sua irmã menor pela praça, vendo
aquele senhor ali, prostrado naquele banco e síveis, na polícia, nos hospitais, coloquei anuncom o olhar perdido no horizonte, utilizando-se cio nos jornais e até agora nada.
-Agora só me resta ficar aqui e esperar,
de toda a sua inocência, sentou-se ao seu lado
conclui
o idoso enquanto uma lágrima teimava
cumprimentando-o com um carinhoso bom dia.
O homem, por estar envolvido em seus em rolar pela sua face enrugada e maltratada
pensamentos e não notando a chegada do ga- pelo tempo.
O jovem garoto, comovido com a revelaroto assustou-se, mas retribuiu o cumprimento,
calando-se
logo
em
seguida. ção daquele senhor, cala-se por um breve temDepois de um breve silêncio, o rapaz, já po, como que tentasse encontrar palavras para
inquieto com aquela situação e cheio de curio- consolá-lo.
sidades pergunta-lhe:
O BANCO DO AMOR
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Após se refazer do clima tenso e comovente que se instalou naquele momento, o garoto lhe pergunta:
-Mas, senhor, como o senhor sabe que
depois de tanto tempo ela virá encontra-lo.
Como saberá que o senhor está aqui nesse
banco esperando por ela?
- Me desculpe mas o senhor já pensou
na possibilidade dela ter morrido? Ela pode ter
sido atropelada e não terem encontrado nenhum documento que a identificassem, falou o
menino com toda a inocência de sua pouca idade.
O homem mudou de fisionomia e com
um ar de reprovação pelo que ele dissera retrucou em tom mais sério:
-Não, menino. Ela não morreu! Ela me
prometeu que isso não aconteceria. Pois se isso estivesse acontecido com certeza eu já saberia. Eu sinto e tenho certeza que esta viva
em algum lugar e mais certeza ainda que ela
venha me encontrar aqui na praça.
- Mas senhor... Eu não entendo.
O velho homem já mais calmo após a
suspeita do menino sobre a morte de sua esposa começa a contar-lhe sua história.
-Eu e minha esposa somos casados há
quase cinquenta anos, nós nos amamos muito
e nunca, até a seis meses atrás, nos separamos um dia sequer.
- Nós nos conhecemos aqui nessa praça,
exatamente nesse mesmo banco.
- Aqui, nesse banco, trocamos juras de
amor, discutimos como todo casal faz, namoramos, traçamos nosso futuro.
-Nesse mesmo banco eu a pedi em casamento.
E o menino atento à história daquele homem, quase nem piscava. E enquanto isso sua
irmã brincava alegremente com as outras crianças.
Volta e meia, o homem abria sua bolsa e
tomava um gole de água em sua garrafinha e
continuava:
-Esse banco, meu rapaz, foi testemunha
de todos os nossos momentos, tristes e alegres.
-Foi aqui que eu esperei ansioso e emocionado a notícia do nascimento do meu primeiro
filho e foi nele também que chorei sua morte
vinte e dois anos mais tarde vítima de uma bala
perdida quando se dirigia para o trabalho.
- No nascimento de minha filha eu também
estava aqui sentado aguardando sua chegada
e nele também estava quando ela muito feliz,
me trouxe a notícia de que havia passado no
vestibular para medicina.
-Anos mais tarde nós aqui, sentados contemplando as crianças brincarem, os pássaros
cantarem vimos nossa filha orgulhosa nos mostrar seu diploma de médica e também a vimos
se despedir quando ela partiu de mudança para
o exterior com o marido.
- Por isso, meu menino essa praça e esse
banco, em especial, é muito importante para
nós. Ele é a referencia de nossas vidas. Portanto eu tenho certeza que ela virá me procurar
aqui.
-Você sabia meu rapaz que era aqui que
nós trazíamos nossos filhos para brincar quando ainda eram pequenos e era nesse banco
que a gente sentava para vê-los correr por esses jardins e andar de bicicletas? Era aqui...
- Ah! Essa praça... esse banco... Quantas
lembranças...balbucia o senhor já com os olhos
marejados.
E assim passaram-se algumas horas e
aquele homem a cada nova história de sua vida
e da importância daquele banco, mais o garoto
se comovia chegando até em certos momentos
verter algumas lágrimas de emoção.
Foram muitas histórias. Muitos momentos tristes, alegres, engraçados e dramáticos,
vividos por aquele casal. Aquela praça realmente tinha tudo a ver com eles.
-Agora eu entendo porque o senhor tem
certeza de que ela virá procurá-lo aqui na praça. A vida de vocês está toda aqui.
-Vou rezar muito para que o senhor consiga ter sua esposa de volta.
-Obrigado, meu filho, você é um bom menino e acredite você hoje me fez o homem mais
feliz do mundo porque durante esses seis meses que venho aqui para esperar minha esposa, você foi o único que realmente se importou
comigo e teve paciência para ouvir meu desabafo, compartilhar minha solidão, fala o homem
afagando a cabeça do garoto carinhosamente.
Nesse momento porém, repentinamente
ouve-se uma voz trêmula e ofegante dizendo:
-Meu velho! Eu sabia que o encontraria
aqui. Quanta saudade!
Subitamente e quase sem acreditar na voz
que ouvira, olha para o lado e vê sua amada
esposa ao seu lado numa cadeira de rodas
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
sendo empurrada por uma senhora.
Foi uma comoção geral. O homem levantou-se esquecendo até de suas limitações devido à idade e atira-se aos braços de sua esposa,
beijando-a fervorosamente.
-Mas o que aconteceu, meu amor, fala o
senhor aos prantos.
A senhora que empurrava a cadeira intervém e começa a explicar:
- Naquele dia, quando saiu para fazer
compras ,ao chegar à cidade sofreu um acidente, bateu a cabeça e perdeu a memória. Não se
lembrava de nada.
- Ela foi encaminhada para um hospital
na cidade e quando recebeu alta, eu a levei para minha casa e a tratei até que conseguisse
me lembrar de alguma coisa que a trouxesse
de volta.
- A única coisa que se lembrava e falava
constantemente era de quanto amava o senhor
e de um certo banco de praça, que não sabia
onde era, mais nada.
- Foram meses andando com ela pelas
praças atrás de um banco onde certamente encontraria seu marido, até que finalmente hoje,
depois de quase desistir o encontramos.
O garoto que assistia a tudo não podia
mais esconder as lágrimas que escorriam sobre
seu rosto.
Foram passando os dias e aos poucos a
velha senhora foi recobrando sua memória e
todo dia o garoto os encontrava ali naquele
banco e ficavam conversando por várias horas
seguidas até que alguns meses depois para
sua surpresa e tristeza, o casal simplesmente
desapareceu do local e nunca mais foram vistos por ali.
Anos depois, naquele banco, um jovem
senta e tira de seu bolso um pequeno pacote
delicadamente embrulhado em papel brilhante.
Nisso, senta-se ao seu lado um garotinho de
seis ou sete anos e pergunta-lhe:
- Moço, o que o senhor faz aqui sentado
sozinho?
O jovem olha para o garotinho e cheio de
ternura responde:
-Estou aqui esperando minha namorada.
Hoje é um dia especial. Vou pedir-lhe em casamento.
-Mas porque aqui moço, indaga o menino.
-Porque aqui, neste banco há alguns anos
atrás eu conheci uma menina, me apaixonei por
ela e hoje eu quero casar.
-E como foi, insiste o garoto, curioso.
-Vou lhe contar:
-Alguns anos atrás aqui mesmo neste
banco eu conheci um senhor que por conta do
amor nunca desistiu de reencontrar sua amada.
Nós ficamos muito amigos mas infelizmente ele
desapareceu sem dar notícias e eu nunca mais
o vi porém numa das vezes que vim procurá-lo
sentei nesse banco para esperar e foi ai que
encontrei a menina que me apaixonei.
Esse banco se tornou especial para
mim.
-A única lembrança que ele me deixou
foi esse pacotinho, mas ele deixou claro que eu
só poderia abri-lo no dia em que eu pedisse alguém em casamento. E hoje é o dia.
- E o senhor vai abrir agora, perguntou
o menino mais curioso ainda.
-Sim. Eu ia fazer exatamente isso
quando você chegou.
O jovem então abre o mimoso pacotinho e dentro dele saiu uma caixinha de veludo
vermelho contendo um lindo anel de brilhante e
uma carta.
Surpreso o jovem contempla o valioso
anel, abre a carta e começa a ler.
A carta dizia:
“Meu menino, você foi a pessoa mais especial que eu conheci depois dos meus filhos e
minha esposa”. Possivelmente quando você ler
esta, nós já não estaremos aqui nesse mundo,
mas quero que aceite esse presente.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
-Naquele dia, eu estava totalmente desiludido e já
sem esperança de encontrar minha esposa querida. Estava prestes a fazer uma loucura pois não
suportaria viver mais um dia sem sua presença e
você como que entendendo o que se passava me
ajudou-me deu forças e eu a encontrei.
-Esse anel foi muito especial para nós porque pertenceu ao meu avô que deu para minha
avó no dia do seu casamento. Depois passou para
meu pai que presenteou minha mãe quando se casaram e chegou ate a mim e, minha esposa o usou
desde nosso casamento até o dia em que eu o dei.
- Na verdade ele pertenceria ao meu filho
mas, quis o destino que ele fosse embora muito
cedo. Porém tenho certeza que ele se fez presente
naquele dia em você sentou-se nesse banco naquele dia. Portanto esse anel pertence a você...
meu
filho.
-Que você seja muito feliz, tal qual eu fui ao
lado
de
minha
amada
esposa.
O jovem simplesmente desaba de emoção e
chorando muito, abraça o menino que apesar de
não entender nada, retribui...
PAZ
Por Cléo Reis
Livre !
Livre alma leve
Enfim,
danço na brisa perfumada
Perene amor em ação,
trabalho realizado pelo coração
transcendendo mazelas
Nenhuma ilusão habitou-me
Crísticos ideais
construíram a Paz
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Faça amor ...
Por Oliveira Caruso
De fronte a uma igreja
o tudo perde o sentido.
Mais parece que este seja
um cálice de sangue caído.
No topo há uma cruz.
E esta guarda uma dura verdade.
Nela definhou e padeceu Jesus
por nós e contra toda a maldade.
Cruzes pelo mundo se espalharam,
a evitar que sacrifícios se repitam.
Mais cruzes se multiplicaram,
a lembrar aqueles que partiram.
Reino da intolerância –
porto das almas que deixam no caminho
a pureza da infância,
pensando estarem sozinhos.
Alegria de viver, alegria por viver.
Convívio de santos e pecadores.
Alegria de não sofrer
da guerra seus ardores.
Os senhores da guerra – sempre bem protegidos –
contam também com a ignorância de muitos.
Os espectadores concomitantes – desnutridos, sofridos.
Seus filhos morrem tratando aqueles como mitos.
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Poeira.... poeira... levantou poeira...
Por Marilu F. Queiroz
Reforma em casa é um horror. Ainda mais quando de início pensa-se em algo pequeno e
rápido. Mas como sempre, a coisa não funciona bem assim. O famoso já que está, vamos fazer... aproveitar que está com a mão na massa, para fazer algo mais. Começa-se sempre com
projetos pequenos, nada ousados, econômicos, por assim dizer. Depois... Hum...
Foi num desses arroubos de vontade de modificar a casa que me vi envolvida com família
e tudo mais, numa dessas aventuras de tentar reformar a cozinha, mudar a posição do lavabo e
sala de jantar. Coisa pouca, um mês no máximo e teríamos terminado tudo, se não fosse o espírito de vamos aproveitar que tudo está quebrado para... melhorar a sala de visitas, trocar o piso
que estava ficando muito feio...
A coisa foi se avolumando de tal maneira que parecia praga espalhando-se pela casa e
por fim subiu as escadas em direção aos quartos e banheiros. O que era para ser rápido e simples tornou-se uma novela, dessas que são prolongadas com a intenção de atrair audiência. Até
agora foram seis meses de muita quebradeira e poeira. Me lembra a música que a Ivete Sangalo interpreta tão cheia de entusiasmo: poeira.... poeira... levantou poeira... Toda vez que entro
em casa me lembro da famosa música e seus predicados. Aos poucos tornei-me impaciente e
irritada sem vontade de voltar para lá, tudo era desculpa para ficar trabalhando até mais tarde
ou simplesmente demorar para voltar e encarar tanta bagunça.
Televisão nem pensar em assistir, pois nenhuma está ligada, tudo está encaixotado e o
que não está dentro de caixas está envolto em sacos de lixo pretos que lembram as produções
cinematográficas de segunda categoria, em que tudo era coberto por plásticos e cheio de pó. A
única diferença é que a poeira varia muito a sua cor característica, ora é vermelha do tom dos
tijolinhos lixados, ora branca como o gesso do forro ou da massa das paredes. Difícil respirar
com tanto pó.
O meu medo é que quando tudo terminar eu esteja acostumada com tanto pó, que ache
uma boa ideia mudar de profissão, pois estou sentindo uma forte inclinação a me tornar... empreiteira de obras.
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Poesia do sol
Por Evelyn Cieszynski
O sol da manhã
atravessa o vidro
da janela do meu quarto,
ilumina meu travesseiro,
meu cobertor,
meus pés,
chega em meu rosto
e me acorda
desacordado.
Ele não tem noção,
mas me faz
cosquinhas,
minhas pupilas
se contraem
ao abrir os olhos.
Um sorriso.
Ele sorri.
Eu sorrio.
O sol.
Ele me faz cosquinhas
e eu sorrio.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Procura
Por Renata Iacovino
Onde está a paz?
Será que corre pra onde o Homem não está?
Onde fica a paz?
Permanece buscando seu par?
Pra onde ela vai
Corremos atrás
Buscando tocá-la, apalpá-la
Trazê-la pra dentro
Trancá-la
Fazemos uma prece
Queremos o bem
Afagamos o próximo
O inimigo também
E pra onde ela vai?
A pergunta não cessa
A ausência de resposta incomoda
Ela não está na moda?
Como invocá-la, envolvê-la
Nesse novelo entranhado
Que é a vida?
Como nos despojarmos
Do que ela não quer
Para que nos aceite?
Onde estou, onde estou?
Onde está?
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Imagine
Imagine
John Lennon
Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
John Lennon
Imagine não haver o paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum Inferno abaixo de nós
Acima de nós, só o céu
Imagine all the people
Living for today
Imagine todas as pessoas
Vivendo o presente
Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine que não houvesse nenhum
país
Não é difícil imaginar
Nenhum motivo para matar ou morrer
E nem religião, também
Imagine all the people
Living life in peace
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz
You may say, I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will be as one
Você pode dizer que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia você junte-se a nós
E o mundo será como um só
Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A Brotherhood of man
Imagine que não ha posses
Eu me pergunto se você pode
Sem a necessidade de ganância ou
fome
Uma irmandade dos homens
Imagine all the people
Sharing all the world
You may say, I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will live as one
Imagine todas as pessoas
Partilhando todo o mundo
Você pode dizer que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia você junte-se a
nós
E o mundo viverá como um só
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bou cedendo. Saíram da garagem e pegaram
uma avenida principal, viraram à esquerda,
eram quase duas da manhã e eles obviamente
haviam bebido e fumado um. Waltinho prestou
atenção a uma placa, virada para o lado oposto: não estamos na contramão, não? Porra, é
mesmo, mas eu viro na próxima. Não deu tempo, eles avistaram as luzes eletrônicas que vieram aposentar as tradicionais giratórias: eram
eles, os porcos.
Feito Fumaça
Por Leonardo Afonso
Cara, mas isso aqui é o que a gente comprava
por cinquenta, não faz tanto tempo assim. Pois
é, são tempos difíceis. Ainda assim, estou me
sentindo lesado. Lesado você é o tempo todo,
zé roela, paga logo sua parte. Era um grupo de
quatro, repartindo com uma serra de pão um
tijolo; estudavam na mesma universidade, um
era da engenharia mecânica, um da filosofia, e
dois eram da história: o Caxambu e o Waltinho,
inseparáveis. Caxambu era meio alto, um pouco gordo, cabelos cacheados; Waltinho era baixo e magricela, cabelo longo escorrido. Eram
eles que debatiam o preço da maconha agora
há pouco. O primeiro vinha obviamente da estância mineira de mesmo nome, o segundo da
capital; haviam se conhecido na calourada em
que Caxambu era bixo, Waltinho era do terceiro
semestre, agora estavam ambos perto da formatura. A viagem da casa do Morcego até a do
Waltinho foi um tanto tensa, apesar da curta
distância. Velho, põe essa porra no saco, tá entendendo?, disse o dono do carro. No saco?
Não faz sentido, eles vão perceber o volume de
longe. Põe no porta-luvas e fica tranquilo. Caxambu olhou furioso. É pertinho. O outro aca-
Obedeceram ao sinal de encostar, ambos extremamente nervosos. Eu falei pra você esconder isso, porra. Fica tranquilo, eles não vão revistar. Você pingou colírio? A placa é de fora,
você vai dizer que não conhece a cidade, eles
vão passar uma multa e tudo bem. Ah, tá, então vão falar: tudo bem, podem ir! Como é que
me entra na contramão, retardado, há quanto
tempo mora aqui? Boa noite senhor, habilitação
e documento do carro. Pois não, só um instante. O senhor está transitando na contramão.
Sério? Nossa, eu sou de Caxambu, vim visitar
um primo, não conheço bem a cidade... Isso
não justifica nada, saia do carro, por favor. Os
dois. Eles se olharam, preocupados. Senhor,
seu documento está atrasado. Mesmo? Mas o
final é sete, eu tenho até julho para pagar, é
assim em Minas. Essa não cola, moleque. Os
dois estavam lado a lado, e o policial jogou a
luz da lanterna em seus rostos. Eu deveria recolher o carro, você sabe. Não é necessário,
seu guarda, veja... Eu vou fazer o seguinte: vou
aplicar a multa, que é meu dever, vocês me
dão a maconha que têm no carro e podem ir.
Waltinho deu a volta no carro, abriu o portaluvas e pegou apenas uma das pedras. O policial a tomou com a mão enluvada, examinou-a,
tá bom, vai, estou com preguiça de escrever
hoje. Deu um safanão em cada um deles, devolveu os documentos. Tudo bem, podem ir; e
voltou para a viatura, onde seu parceiro ria às
gargalhadas. Entraram no carro; e agora, está
se sentindo lesado, seu lesado? Porra, até estou, mas estamos saindo no lucro.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
procurar sua cama. Acendeu um cigarro e esquentou um pouco de café, estava intragável,
avarandada caiada de amarelo, fizeram festa
tomou um copo d'água e foi acordar o amigo.
com o Torque, o vira-lata que um cara da física
Caxambu demorou a levantar, espreguiçou-se;
tinha adotado. A primeira providência foi bolar acabou aquele pão? Acabou, vamo lá na padaum baseado; ainda tinha cerveja na geladeira, ria encarar um misto. Os dois se calçaram e
abriram duas. Cara, que fita, mano, a gente po- andaram cinco quadras até a padaria, comeram
e voltaram. Digestivo?
dia ter se fodido grandão nessa. Sorte que o
Chegaram à república do Waltinho, uma casa
coxinha queria dar umas bolas. Ele vende, idiota, faz uma grana nisso. Como você acha que
ele percebeu? Meu, se olha no espelho, você tá
japonês. Na verdade eu já ouvi falar nesse cana que confisca o beque da galera. Meu, tem
alguma coisa pra comer aí? Ah, deve ter pão,
mas tá meio velho... tem um pão de queijo pra
assar. Nossa, põe no forno! Fumaram jogando
videogame, antes da metade estava cada um
jogado para um canto. Caxambu a dado momento acordou com vontade de ir ao banheiro,
sentiu cheiro de queimado e se lembrou do pão Agora. Começaram uma partida de xadrez, daquelas que podiam durar horas; de repente alde queijo. Estava obviamente torrado, e a coziguém bloqueou a luz que entrava pela porta
nha repleta de fumaça. Abriram todas as portas aberta: era o Focinho. Entra Focinho, ainda tem
e janelas para que ela se dissipasse, mas con- uma ponta aqui. Opa! Cara, você não imagina o
que aconteceu com a gente ontem, disse um.
tribuíram com sua própria fumaça. Cabeça! A
Um policial ficou com metade do nosso banza,
ideia foi sua, você devia ter ficado acordado. A completou o outro. Putz, de novo? Peraí, metaculpa é sua, seu cabeça de Cheech n' Chong, de? Por que só metade? Ele não sabia que tinha mais. Porra, então não está tão mal. Um
tinha que bolar mais um? Agora já era, mano,
amigo meu, o Marco, você conhece, perdeu ducadê o pão? Tá em cima da geladeira, tem
zentos de uma vez pra esse mesmo filho da
manteiga também, faz na frigideira, e faz um
puta. Focinho fazia um triângulo com os dedos
pra mim. Caxambu morava em um apartamento para conseguir tirar alguma coisa da ponta. Eu
no Centro, tinha que pegar uma estrada; foi até vim com uma proposta pra vocês. Fala. Viram o
sol lá fora? Hum... E ontem à noite, o que acona porta e sentenciou: cara, vou capotar por
teceu? Choveu. Então, vamo lá? Ah não, proaqui, estou com sono pra dirigir. Sono é o me- testou Caxambu, eu tenho uma prova de oriente médio, não posso bombar de novo. Quando
nor de seus impedimentos a dirigir; é melhor
é a prova? Quinta. Ah, você estuda na quarta,
mesmo, tá chovendo pra caralho, também.
tá tranquilo. Ele nem se fez de difícil, entraram
Waltinho acordou com a boca seca, estirado
todos no carro.
em um dos sofás imundos: nem teve força para
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Pularam a cerca, que era dupla, e começaram
a percorrer o pasto cantando o tema dos smurfs
e passando um petardo um para o outro. O Caxambu achou, dois de uma vez. O chapéu amarelado e o anel no centro, que quase sempre
estava quebrado, fica azulado quando quebra,
é esse mesmo. Cada um já tinha achado um
monte quando ouviram um latido furioso vindo
na direção deles. O dono da propriedade podia
ser visto de fora de uma caminhonete, no topo
da colina. O cachorro estava longe, e por sorte
estavam já perto da cerca. O problema foi que
o Focinho conseguiu cair entre uma cerca e outra, e ficou todo preso; os dois voltaram e tiveram trabalho para o desvencilhar do arame farpado. Focinho escapou do arame quase ao
mesmo tempo em que o cachorro alcançou a
cerca. Caralho! Cê tá bem, mano? Bem? Olha
pra mim, porra! Seus braços e pernas estavam
todos cortados. Calma, vamo lá em casa, a
gente lava isso, passa alguma coisa, Valtinho
disse, entrando no banco de trás. Quando juntaram as colheitas de cada um, viram que a safra havia sido ótima; aquele era o melhor pasto,
alguém observou. Chegaram; ele tomou um banho, aplicaram qualquer antisséptico, que por
sorte alguém tinha, e dirigiram-se à cozinha para a confecção do chá. Mas Waltinho viu o relógio e ponderou que ainda pegavam o bandejão
aberto se saíssem naquele momento; ninguém
discordou. Entraram no campus, passaram em
frente à radio, estacionaram: chegaram a tempo; cada um com sua bandeja, serviram-se e se
sentaram. O Caxambu encontrou o Pastel, fez
o comentário, e automaticamente o Pastel estava na fita. Voltou para a República da Esbórnia
com eles. Caxambu fazia um café, Waltinho fazia um beque, Pastel olhava os discos e Focinho reclamava da sorte. Acenderam o digestivo, conversaram e combinaram de tomar o chá
às quatro, para fazer a digestão e aproveitar o
pôr-do-sol. Parece que tem uma festa hoje na
arquitetura, Pastel comentou. Nossa, eu não
soube de nada. Parece que é meio de última
hora, mas vai rolar mesmo. Bem quando a on-
da estiver acabando, perfeito. Voltaram à cozinha, colocaram os cogumelos numa panela
com água e acenderam o fogo. Waltinho acendeu um cigarro e provocou Caxambu: a Diana
vai estar lá. Que esteja. Vai estar lá com o namorado. É um direito dela. Cala boca, Caxa,
todo mundo sabe que você não superou a Diana. Ah, vai à merda, olha isso aí que deve estar
bom. Estava; encheram dois quintos de uma
jarra pequena, que puseram na geladeira. Caxambu pegou a estrada, ia em casa tomar ao
menos um banho; os outros três ficaram na casa, ouvindo música, jogando videogame e fumando, ocasionalmente.
O Caxambu chegou às quatro e meia, todo arrumado, os outros tiraram um sarro, Waltinho
sorriu. Foram à cozinha e serviram quatro copos até quase a metade. Todos tomaram de um
só gole. Ah, que troço ruim, Caxambu reclamou; poxa, eu gosto do sabor, você acostuma,
Pastel discordou; uma vez eu fiz um que ficou
um licor, Focinho acrescentou. A universidade
não era muito longe, foram andando, tomados
de expectativa. Cara, a gente é louco de fazer
isso na semana de prova. Relaxa, cara, vai dar
tudo certo. Sei lá, meu, a pressão tá foda. Vocês tão sabendo da última da Mariana? Qual?
Bem, que ela largou o César e tá dando pro
Trindade vocês já sabem, ontem ela deu um
jeito de fazer os dois se encontrarem, ficou provocando o César, que acabou saindo na porrada com o outro, e ela ficou de lado se achando
o máximo, foi na cantina da física, todo mundo
viu. Cara, disseram que o César tá mal, tá perdendo prova por isso. É, mas onde é que ele foi
se meter, também! Waltinho lançou um olhar
maroto para o amigo. Estavam chegando ao
campus, e o efeito começava a se fazer sentir.
Um certo mal-estar febril, uma consciência exacerbada do corpo, trocaram risinhos: você também? Foram direto para o teatro de arena, esparramaram-se nos bancos de concreto; uma
galera andava de skate no palco.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Waltinho, você não fez uns banza antes de sair? Eu não, nem pensei nisso. Então vamos fazer correndo, porque vai ficar mais difícil. Todos trabalharam para confeccionar cinco baseados. O Pastel veio teorizar sobre a arte de dichavar: tem duas técnicas, ou você pega cada
pedacinho e reduz a pó ou vai quebrando em
pedaços cada vez menores. E você já calculou
com rigor científico qual é o mais eficiente? É
mais uma questão pessoal, mas o primeiro evita aquele berlozão perdido no beque, que fura
nossa roupa. E de que adianta tanta ciência
pra dichavar se o beque que você faz é um
pastel? Ah, não é não, eu melhorei bastante.
Vamos ver. Na hora de apertar, a coordenação
já não ajudava, Focinho ficou segurando a seda aberta um tempão, viajando com um sorriso
bobo nos lábios; Caxambu estalou os dedos,
acordando-o e todos riram. Terminaram o trabalho, o do Pastel ficou mesmo um pastel, e foi
o que acenderam. O celular do Caxambu tocou, não atende, aconselhou Waltinho; calma,
é o Du. Fala, Du! Beleza, não imagina o que
estamos fazendo. Já fez, na verdade. Exatamente! Pode deixar, vamos ficar bem. Sério?
Que massa, meu, nós vamos estar lá. Então tá,
até mais tarde. Desligou: a banda do Du vai
tocar na festa da arquitetura! Porra, que louco!
Massa! Será que vai dar certo? Por quê? Sei
lá, eles andam meio... deixa pra lá. Naquele
momento Waltinho e Focinho se levantaram e
passaram a examinar os graffiti nas paredes do
teatro. Olha essas cores, caralho! Caxambu
ficou onde estava, deitado, olhando as nuvens
esparsas executarem um balé fractal para seu
deleite, sorrindo de orelha a orelha. O Pastel
foi trocar ideia com os skatistas, ainda subiu no
skate e tomou uns tombos, voltou gargalhando.
Waltinho chamou a todos para tomar água na
biblioteca, Caxambu não queria levantar, nem
conseguia explicar por quê. Wrauwreuwrouaeiau... Acabaram todos se deitando também, ficaram lá vários minutos. Vamos tomar água,
um acordou do transe, todos foram se levantando. Cara, agora tá pegando nervoso. Se-
guinte, ninguém se separa do grupo agora. Focinho observava o movimento normal da universidade e aquelas pessoas pareciam estar
em uma dimensão paralela; via uma garota bonita e ria: como se esforçam para serem tão
normais, aliás, como tudo precisa fazer tanta
força para funcionar... ele se sentia sendo levado por uma correnteza, seguro. Apesar disso, o
chá estava cobrando deles a pior fase da intoxicação. Tomaram água, houve um impasse:
Caxambu achou que seria ótima ideia conferir
a exposição fotográfica na galeria, Focinho
gostou da ideia, mas os outros dois não queriam ficar em ambiente fechado, com mais gente. Olha, o pôr-do-sol não demora muito, vamos indo pro Platô, Waltinho sugeriu. Não, cara, é horário de verão, ainda demora; vamos no
bosque da economia. Fechou, todos apoiaram.
Era apenas uma área com pinhos, bastante
aprazível. Waltinho começou a se sentir inseguro, e puxava assunto sobre o futuro, os outros o demoveram, queriam curtir um silêncio;
quase silêncio, ficavam emitindo uns grunhidos
bizarros de vez em quando, esparramados no
chão. Waltinho disse que tinha que ir ao banco.
Cara, fica tranquilo, não é hora disso, você vai
à noite. Ele respirou fundo e tentou vencer a
ansiedade. Meu, cê tá tendo uma bad?, o amigo se preocupou. De leve, de leve. Então melhor ficar de fora desse aqui, e acendeu mais
um. A conversa dos outros, sobre carros, o irritava, então se distanciou um pouco; o amigo
foi lá e conversou um bom tempo, tranquilizando-o. Eu quero ir pra casa. Relaxa, seu corpo é
sua casa. Decidiram caminhar até onde veriam
o sol se pôr. Cara, é como caminhar na lua!
Como você sabe, nunca esteve na lua! Ah, não
enche. Era uma subida, até uma parte plana no
meio de um morrote; Waltinho, o único que fumava careta, sentiu cansaço no meio do caminho. Mas a cabeça, tá melhor? Tá sim, foi um
grilo à toa. Chegaram lá, onde um casal se beijava, ao lado de uma moto.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Cumprimentaram-se, a trupe se instalou em ou- cumprido. A rádio ficava no caminho, e encontraram um camarada fazendo programa. Contatro canto e acenderam mais um dos beques.
ram as aventuras do dia e a desventura da vésConversaram sobre viagens que cada um tinha
pera, e o Caxambu achou por bem presenteá-lo
feito, e algumas peripécias envolvidas. E quan- com o beque que não tinham fumado. Ele agrado a gente tomou um ácido no MASP? Porra, a deceu e observou que estavam todos imundos,
gente era moleque. Bem, vocês ainda são, pelo riram. Caxambu estava preocupado, disse que
ainda ia em casa trocar de roupa. Melhor não
visto. Uma vez eu passei um aperto na Pedra
dirigir assim, pega umas roupas emprestadas.
do Baú, cara, tinha que descer uma pedra, mas Ah é? Você tem metade do meu tamanho. O
não dava pra ver nada; a galera estava acostu- Focinho mora perto, ei Focinho, você emprestas uma roupa pro Caxa? Claro. Viu? Chegamada, mas eu sofri de medo. E você tinha toram, o Waltinho foi correndo colocar um disco
mado doce também? Não. Então o que tem a
do Miles e o Focinho fez um caprichado. Caver? Sei lá, só lembrei; não esperava a inquisi- beeeeça! Ficaram curtindo o final da onda, canção espanhola. Só os dois amigos, fãs de Mon- sados. Caralho, minha bike ficou lá no bandejão!, Pastel se deu conta. Caxambu se ofereceu
ty Python, riram. Aí o Pastel e o Focinho entrapara levá-lo em casa, de lá foi levar o Focinho e
ram numas de zoar o outro com piadas meio
buscar a roupa e voltou para tomar banho na
infantis, os outros se apartaram e conversavam Esbórnia. A camisa era um pouco pequena, pesobre música: Caxambu estava descobrindo o gava na barriga, e ele se sentia ridículo. Já caminhei muito hoje, vamos de carro.
jazz e o amigo falava um pouco sobre os principais nomes e movimentos. Porra, o problema
de sair é que não dá pra ouvir música. A gente
pega o fim da onda em casa. O céu começava
a ficar avermelhado, eles trocavam comentários
sobre os matizes que só eles viam, ou sobre o
formato das nuvens. Acende mais um? Ah, esse é sagrado, não? Seus retardados, a gente
acabou de fumar. Fumaram quietos, era a fase
contemplativa da viagem. Um grupo de maritacas sobrevoava o morro, em círculos. Parece
que elas estão só se exibindo pra gente! Waltinho ainda não esquecera suas preocupações
A festa estava meio vazia ainda, o pessoal do
Du estava preparando tudo, foram lá conversar.
mais no passado. Que adiantou se arrumar to- Eles tinham conhecido aquela tarde um aluno
do, Caxa, você tá todo sujo. Caralho, é mesmo, da música que ia tocar violino com eles. Se prepara, o Du alertou. Providenciaram cada um
e agora?
uma cerveja, que ainda estava quente, era
Desceram com uma sensação boa de dever
sempre assim.
com o futuro de todo, e Caxambu pensava de-
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Circularam, o Caxambu encontrou um grupo de
garotas da engenharia de alimentos que ele
conhecia, apresentou o amigo, cada um contou
suas histórias de fim de semestre, provas feitas
de ressaca ou bêbado, madrugadas estudando
à base de café. Elas começaram a falar dos
planos para as férias, Caxambu as convidou
para conhecer a cidade dele. Elas se foram, ele
confidenciou ao amigo que já tinha ficado com
a mais baixinha, mas que foi uma história esquisita. Como assim? Ah, nada, esquece. Conta porra, foi falar, agora conta. Tá, eu nunca
falo isso pra ninguém, mas vá lá: o que aconteceu foi que eu estava com muita vontade de ir
ao banheiro, mas, sei lá por quê, não queria
interromper, a gente estava na sala da casa
dela, fazendo só uma sacanagenzinha, sabe
como é. Bem, na hora de gozar... imagina o
que saiu.... Golden shower? É, meio involuntário. Mandou bem.
Buscaram um canto afastado para pitar um
sem serem incomodados demais pelos abas de
sempre. Cara, eu não fui ao banco, lembrou
Waltinho. Ainda dá tempo, quer ir lá? A gente
vai de carro. Beleza, vou só terminar de apertar. Como diz a música. Como? Do Bezerra.
Pois é. Entraram no carro, Waltinho voltou a
falar em suas preocupações. Pois é, cara, vou
formar e fazer o que? Dar aulas? Por uma merreca? Mestrado? Com meu pai me sustentando? E a Nádia? A gente já namora há cinco
anos, ela quer que eu volte, quer casar, porra,
eu não estou pronto. Porra, meu, espera terminar e aí se preocupa, tenta o mestrado lá, não
sei, vai dar certo. Espera aí. Entrou na agência
e ficou um tempo olhando o terminal: a noção
de que uma máquina lhe dava dinheiro o incomodou, essas ideias de cogumelo. Sacou algum dinheiro e voltou para o carro. Caxa, ouvi
falar que vai ter concurso pro Banco. Taí uma
boa, você passa tranquilo.
que se ouvia era um improviso dos mais ousados, cada um tocando uma coisa, mas com resultado muito bom, ao menos na opinião do
Waltinho, que estava entusiasmado. Eu falei
que eles estavam numa onda experimental. Caxambu talvez ainda não estivesse pronto para
assimilar, assim como a imensa maioria ali presente, apenas uns músicos olhavam impressionados, segurando o queixo. O Du depois contaria que foram quarenta minutos de liberdade
musical e de sinais da produção da festa para
que parassem. Ainda tentaram tocar algo mais
estruturado, mas o estrago já estava feito; o Du
foi ao microfone. Obrigado, vocês não entendem nada, vocês nunca entenderam nada mesmo! Dali em diante a produção teve o mau gosto habitual na seleção das músicas.
Andavam por aí com suas cervejas, encontravam este ou aquele camarada, incluindo os
dois de mais cedo, fumavam, ficavam de olho
numa ou noutra mina. Até que deram de cara
com ela, a Diana. E ela estava mesmo com o
namorado. Meu, olha lá, não é a cara do polícia
que bateu na gente? Viagem sua, Waltinho, esquece essa piranha. Deram mais umas voltas e
de repente Caxambu sente uma mão em seu
ombro; era ela. Oi, Diana, e esticava a camisa
para tentar esconder a barriga. Cê tá bem?
Bem, sim, quer dizer, fim de semestre, né? E
você? Ah, letras é tranquilo, né, pra mim é. Que
bom, eu preciso... Você está magoado comigo
ainda, né? Não, magoado não. Você sabe da
sua vida, eu só não consigo entender. E seu
cara, onde foi parar? Foi ao banheiro. Pois é,
eu também preciso... Calma, dá pra esperar um
pouco? Fala. Tá vendo, eu não quero conversar assim. Então tá bom, eu... Rogério, eu fiz
uma besteira, eu sei. Caxambu olhou sério para
ela. Você está com outro cara. É, mas... não
quer dizer nada. Me dá uma chance de explicar... Seu cara está voltando, me liga se quiser,
Chegaram de volta à festa, e a Vó Dilza estava tchau. Waltinho observava tudo, e cobrou um
tocando. Mas em vez do repertório de rock na- relatório. Caxambu desfez a pose de durão e
cional que já haviam tocado em outras festas, o abriu um sorriso: ela quer voltar.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
A festa estava cheia de gente agora, mas a música
não estava boa, e quando o Marcelão disse que o
ASSIM, SOU EU!
Marco estava fazendo o programa na rádio, não tiveram dúvida. Voltaram a olhar o graffiti do teatro de
Por J. C. Bridon
arena, que não parecia tão incrível quanto à tarde.
Fala Marco! Ô, chega aí. Estava tocando Primus.
Cara, a gente tomou cogu hoje. Massa! Nós dois
mais o Pastel e o Focinho. O Focinho disse que você perdeu duzentos gramas pra um coxinha? Foi,
mano, mas é melhor que ser preso, não? Pois é,
aconteceu com a gente ontem. Não brinca! É, mas a
gente ainda salvou uma pedra. Massa, bota um então, eu tô sem nenhum. Bateram um papo, falaram
Sou um poeta
Um escritor
Um artista;
Sou um pensador.
Sou aquele que
Procurando encontrou
A pedra filosofal
Do caminho do seu bem viver.
umas besteiras no ar, e não demorou a surgir a ideia
de subir: a rádio ficava em baixo de uma imensa caixa d'água. Leva dois prontos, puseram-se a trabalhar. O Marco mandou um som do Yes de mais de
vinte minutos. Era preciso subir em uns canos, atravessar para o outro lado e subir por fora da grade
até a primeira cestinha, onde era possível acessar a
escada; Waltinho subiu primeiro, Marcelão, que subia pela primeira vez, observou atentamente, e não
Sou os versos
Sou a prosa
Sou daqueles que as vitórias
Trazem alegria, paz e felicidade.
Sou assim!
Um simples mortal
Que vagueia em céus estrelados
Sob o suave brilho
De uma noite de luar.
teve dificuldade, Caxambu apesar da barriga não
teve problema (era preciso se esgueirar num espaço
estreito), Marco subiu por último. No topo, Marcelão
se admirou com a vista, acenderam o beque e ficaram proseando. Ela disse que quer explicar, explicar
o que! Cara, você gosta dela, não importa, mulher é
complicado mesmo. Eu não queria mais essa pra
cabeça, amanhã eu preciso estudar o dia todo. Oriente médio é fácil, é só decorar todas as guerras e
acordos fracassados. Como se fosse pouco. Marco
tirou o segundo baseado do bolso e sentenciou: esse pessoal só precisa descobrir o cachimbo da paz!
Acende logo isso que tá um frio danado aqui.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
A paz que tanto sonho
Por Kamilla Soares
Quero mais romance.
Não quero saber do tempo.
Quero bossa nova, que balança o corpo e tira do sério
que parece muito com rock’n’roll.
Quero cabelos voando contra o vento.
Quero mais liberdade.
Não quero mais ouvir falar em guerra.
Quero amar,
viver
e escolher por mim mesmo
qual caminho tomar.
Não quero mais saber de dor.
Quero ver o sol se por.
Quero sorrir sem motivo.
Quero fazer amor.
Imagem: Peace and Love by KoryGuzPhotography
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Ingredientes:
• 4 copos (americano) de leite
• 4 colheres (sopa) de farinha de trigo
• 8 colheres (sopa) de açúcar
• 4 colheres (sopa) de fubá
• 1½ copo de óleo
• 150g de queijo ralado
• 2 colheres (sopa) de fermento
6 ovos
1 Modo de Preparo:
1. Bata no liquidificador 3 copos de leite, (reserve 1
copo), acrescente a farinha de trigo, o açúcar, o fubá,
o óleo, o queijo ralado, os ovos (não coloque o fermento ainda) e bata até formar uma massa lisa.
2. Dissolva o fermento no copo de leite reservado,
coloque a massa numa tigela grande e envolva levemente com o fermento dissolvido.
3. Unte uma forma de 25 cm de diâmetro por 8 cm
de altura e asse em forno médio por uma hora, aproximadamente.
Desenforme frio.
Rendimento: 6 pessoas
h/p://bolodefuba.com/
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Paz & Amor
Por Yara Darin (by Sun)
É na doce paz
Do teu sorriso
Que sinto alegria
Inspiro em fantasia
E na vida acredito.
Ter-te em meus braços
Sentir o teu beijo
Nosso desejo, quando se revela
E sela o nosso amor.
É na doce paz
Do teu amor, do teu calor
Que sinto o esplendor
Das nossas carícias
As nossas delícias
Onde me embriago
Repleto de emoções.
Momentos sentidos
Tempos bem vividos
Onde nossas almas
Se sentem...se acalmam
E plenamente se realizam.
Amor.... não teme o tempo
É só nosso esse momento
de Paz & Amor!
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Pela última vez
Por Ana Beatriz Cabral
O encontro tinha sido marcado ali. Na parte
central da praça. Num bairro discreto, pouco
movimentado, mas ainda perto do centro o suficiente para não demorar a chegar em casa depois. Sentado no banco de pedra com propaganda de uma funerária, ela esperava. Tinha
jurado. Tinha jurado para si mesma que era a
última vez. Se ele não viesse novamente, seria
o fim de tudo. Algumas vezes não acreditava
nas palavras doces ditas com aquela voz mansa e rouca. Afinal, homem é tudo igual. Mas, na
maioria, acaba por se convencer dos imprevistos que ele dizia ter tido. Eram sempre os mesmos: filhos, mulher, carro, problemas indefinidos, nessa ordem. Olhava as pessoas em volta, poucas, àquela hora do dia. Um dia de trabalho que estava enforcando. Tinha um livro na
mão para disfarçar, em caso de extrema demora ou ausência completa, como das outras vezes. Desse modo, não corria o risco de as pessoas olharem para ela com cara de pena, adivinhando tudo: tinha levado um grande bolo.
Abria o livro, mas a leitura não fluía, as palavras se embaralhavam e pouco faziam sentido.
A eternidade deveria ser mais curta. Também
quem mandou namorar homem casado. Sabia
que seria assim, e, pior, colega de trabalho. No
escritório, as piadinhas já tinham começado a
circular há algum tempo, mas fazia-se de desentendida para o olhar malicioso das outras
mulheres e o sorriso cinicamente esboçado das
que trabalhavam na mesma sala que ela. Ele
também era mestre na dissimulação, nem olhar
direito para ela olhava e o cumprimento era o
mais formal possível. Bom dia. Boa tarde. Até
amanhã. Deveriam ganhar o Oscar qualquer
dia desses. Mas o que podia esperar afinal?
Uma declaração de amor e rosas toda manhã?
Ainda mais ele, reprimido, introvertido, problemático e, talvez por isso, excepcionalmente
charmoso, o que fazia a imaginação da população feminina do escritório delirar. Esse pensamento lhe dava alguma satisfação. Tinha sido
escolhida dentre muitas, até mais novas e mais
bonitas que ela. Deveria ter despertado alguma
coisa. Mas a que preço? Raríssimos momentos
felizes e muitos encontros frustrados numa espera que não acabava. Lembrou-se de virar a
página do livro e olhar o relógio. O atraso se
prolongava e transformava-se em certeza de
que mais uma vez voltaria para casa sem bonde nem esperança. Só mais uns minutos. Às
vezes é o trânsito... É bom se iludir de vez em
quando ou quase sempre. Olhava para a rua
por onde o carro dele iria passar, se viesse.
Estacionaria em frente ao supermercado para
disfarçar e viria caminhando calmamente. Durante o trajeto, observaria as árvores, as flores,
o que mais estivesse pela frente e acenderia
um cigarro, se já não estivesse com um acesso
entre os dedos. Fumante inveterado que era.
Os dez minutos transformaram-se em vinte minutos, em meia hora, não podia esperar mais.
Um misto de decepção e humilhação já tomava
conta dela, quando um carro da cor do dele dobrava a esquina, estacionava em frente ao supermercado. Ela apurou o olhar. De longe precisava de óculos. As pernas, com cãibras de
tanto ficarem na mesma posição, começavam a
ficar trêmulas.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Era ele. Mas não vinha calmamente. Estava apressado, com o andar decidido e firme.
Já não se preocupava mais em dissimular qualquer coisa. Apesar da firmeza, a cabeça não estava tão altiva. Seria medo de encará-la? Ela sabia que esse dia chegaria. Não eram à toa os
atrasos, as faltas constantes aos encontros, o
cumprimento frio no escritório, o olhar que não
encontrava seus olhos. Ela sabia. Tudo que é
bom dura pouco. Tudo é sonho. A sabedoria popular era implacável e infalível. Adivinhava o que
ouviria. As palavras de praxe... sabe tenho pensado na nossa relação... e acho acho que... e
por aí viria o fim. Teria poucos segundos para
elaborar uma reação. Choraria? Gritaria? Ficaria
muda? Seria o mais provável. Não era capaz de
dar escândalo. A vida toda fora assim. Uma pamonha completa. E, pior, talvez ainda dissesse
que era melhor assim e tentaria compreender,
para completar a cena patética. Ele estava próximo. Levantou-se para tentar dissipar o nervoso.
Deu um passo à frente para aparentar satisfação. Silêncio sepulcral. Oi – disse ela – tudo
bem? Ele não a respondeu, não a encarava.
Deu um suspiro profundo e começou a falar. A
principio devagar, depois soltou tudo num repente. Ela escutava, mas não compreendia as palavras. Divórcio... hotel...assumir a relação. O céu
escureceu. A praça rodou. E não ouviu mais nada. Ele, pego de surpresa, não teve tempo de
segurá-la. Ela tombou para trás, meio atravessada. A cabeça bateu com um forte barulho na quina do banco de pedra com anúncio de funerária.
As pessoas começaram a se juntar. Com certeza, já não pensariam que ela levara um fora.
Ele, atônito, a segurava em seus braços, exatamente como ela tinha previsto – pela última vez!
Absentia Belli!
Por Kelly de Miranda
Absentia Belli! Absentia Belli!
Ecoa ao longe o clamor
Gritos escritos em rimas
Levados nas asas do vento
Palavras de lamento, súplicas de
amor
Absentia Belli! Absentia Belli!
Qual nobre seria capaz?
Dedicar sua existência
Hastear o fim das diferenças
Enfrentar um olhar de dor?
Absentia Belli! Absentia Belli!
Entoam as vozes aflitas
Bradam contra a intolerância
No caos, vultos de crianças
Vozes nunca ouvidas
que marcham em busca de paz
Absentia Belli! Absentia Belli!
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Quando o amor chegou
Por Sandra Nascimento
Quando o amor chegou
A mente ficou afinada
Amada,
ela sentia o calor
o encanto
o pai
a família
a religião
Mas o amor
não via o amor
Viu a paixão
E lá um dia se foi
feito curupira correndo
no meio da mata
seguindo a trilha
das folhas de outono
que caídas ou soltas ao vento
espetavam e despenteavam os seus cabelos
Foi reto
assustado
exacerbado
com os pés trotados
e virados
como quem vai e quer voltar
A mente, então, meio triste
sentiu pena do escapismo traidor
e bem depressa compreendeu:
dons, valores, sentimos
estavam arquivados nela
O que vivia ou sentia
Não era dele
Era ela
E disse adeus
Depois
para ser feliz para sempre
escolheu beber um café no bar da esquina
ao som de All You Need Is Love
Essa antiga canção dos Beatles
que não quer passar
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DIA DE PARTIR
Por Fátima Venutti
Dia de finados.
A cama vazia, silêncio virado em saudade.
Pela janela, o vento empurrava o voil
enquanto a vida passava em Super 8 pela TV.
Um pigarro a mais, puxou a bacia
sob a cama e cuspiu: mais um sonho, menos um dia.
Margaridas no campo santo.
O vazio do corpo, saudade alimentando a lápide.
Um Pai Nosso, três Ave Marias e um Glória a Deus.
Mais um ano na imensidão do vazio:
da cama, da carne açoitada, da vida desnecessária.
A chuva calou as velas acesas. Mais um pigarro...
A casa vazia, o ruído da placa: vende-se
O silêncio em nortes, histórias escritas nas paredes,
Chinelos esquecidos na varanda, a rede, o sofá,
O nó, a escada, a corda, o vento: saudade.
Sob a cama, a bacia transborda excrementos.
A morte é um girassol a se levantar todas as manhãs.
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Amando e não guerreando
PAZ E AMOR
Todos se sentiam irmanados
Naquela paz se sentiam amados e amando
Por Vó Fia
Era o êxtase sem futuro sem passado...
Os anos sessenta e setenta
Chegaram descansaram e se foram
Mas o tempo não para por ninguém
Agora se lembra e não se aguenta
Voando ao sabor do vento
A saudade a tristeza e a dor...
Os felizes anos passaram também
Sessenta setenta se perderam no tempo.
Naqueles alegres anos dourados
O século também mudou
Os hippies alegraram o mundo
De vinte para vinte e um
Pregaram uma utopia por todos os lados
A mudança nos assustou
De felicidade paz e amor profundo.
Dos hippies não sobrou nenhum...
Com suas coloridas e esvoaçantes túnicas
Agora são tempos novos
Seus longos cabelos enfeitados
Muita guerra e pouco amor
Suas bijuterias de beleza única
Onde está a paz dos povos?
Caminhavam e cantavam enfeitiçados...
O vento guerreiro rodopiou e levou.
O amor estava no ar
Era tempo de paz e não de guerra
O som dolente de suas canções
Enchiam os ares as almas e a terra.
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A terra foi doada pela natureza, Criador, com
Faça Amor e Não a Guerra!
queiram, apossada e escravizada pelo mais
forte ao mais fraco.
Por Sonia Nogueira
A escravidão é milenar e continua com
outra roupagem obedecendo à evolução dos
tempos. Os costumes mudaram, a tecnologia
A Guerra!
Quando observo o homem corpomatéria vejo-o como máquina perfeita, tal qual
a natureza em equilíbrio ecológico. Órgãos
precisam de outros órgãos para se completar
ganhou espaço triunfante, a letra ganhou status, mas o ser humano continua com a mesma essência que foi confeccionada. Em nada
alterou sua essência de homem com fabricação defeituosa.
de maneira organizada.
A mesma capacidade que o homem tem
Quando analiso este ser em seu caráter,
encontro um arsenal de adjetivos na mesma
quantidade, embora uns com maior ou menor
intensidade de uso. Trazemos como herança
de amar tem de destruir e odiar. Quem ama
protege. Nada mais além do amor é capaz de
apaziguar, obter perdão.
Se o amor constrói e a guerra destrói,
(desde o primeiro homem) bem e mal: amor-
ódio, justiça-injustiça, perdão-vingança, bom- nada mais a pensar nem decidir, nem escocaráter, mau-caráter, pureza-devassidão, ego- lher. Faça amor não faça guerra. Amor verdadeiro aos filhos, esposas, amigos, natureza,
ísmo-partilha, guerra e paz.
O amor é bastante divulgado nos ro-
ao país, a profissão, a vida.
mances, poemas, artigos, dissertações, tratados, descrito como a força maior para obter a
paz mundial. Mas ao homem é dada tamanha
fortaleza no poder econômico, e cultura do saber que as virtudes, “ditas sagradas e salvadoras” para se firmar a paz é algo, me perece,
inatingível.
Parece mesmo inalcançável, o amor.
Os lares não mais se sustentam, e, não me
afirmem que é provocado pela liberdade feminina! Não. Acredito que é pela falta de
amor verdadeiro e diálogo.
Os países continuam se digladiando
por limites territoriais, força política e religião.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Entrevista para o Identidade Cultural (Brasil)
recrutamento licito ou ilícito de pessoas ,através das fronteiras nacionais e internaci(Reprodução adaptada das respostas)
onais. Muitas são as modalidades do Tráfico de
Pessoas, visto que este não só apresenta diversos meios de ser praticado como também
Lúcia Brüllhardt é a Fundadora Presidenta Sui- congrega diversos fins aos quais se destinam :
exploração sexual, remoção de órgãos e exploça – Brasil da Associação Madalena’s.
ração do trabalho .
Esta é uma associação, uma pessoa juridica de
O Perfil das vítimas é basicamente o mesmo :
direito privado, sem fins lucrativos atuando na
pessoas que não tem dinheiro ou não têm oporSuíça e no Brasil.
tunidade de trabalhar ou estudar e que querem
No Brasil O Madalena’s é um trabalho de premelhorar as suas vidas, sendo portanto, geralvenção que atua diretamente em escolas, aemente jovens mulheres ou homens adolescenroportos, rádios, jornais e televisão. Onde são
tes oriundos de países em vias de desenvolviapresentados filmes baseados em fatos reais,
mento, pessoas ansiosas em busca de um empalestras, debates , entrevistas, e distribuição
prego, são enganadas por agências de trabalho
de panfletos em bares, restaurantes, praias,
e publicidades que forjam situações com proparques e discotecas, através dos quais os jomessas de carreiras desejadas, tais como, arvens no Brasil são alertados e informados sotistas, faxineira, babá , em alguns casos até
bre o tema. O Nosso lema é : Vencer e Viver no
mesmo uma simples promessa de casamento.
Brasil.
Através de uma grande campanha de prevenNa Suíça trabalhamos com ajuda direta as vítição em TODAS as escolas estaduais e municimas da Exploração sexual e do tráfico de seres
pais em todo território brasileiro. Para que noshumanos, ou seja : indicando a elas os profissisos jovens sejam alertados e informados sobre
onais competentes nas áreas de assistência
o perigo que correm em deixar o Brasil sem
médica, psicológica, jurídica e espiritual. Ajudauma devida formação e conhecimento do idiomos com traduções simultâneas e ou de documa.
mentos, providenciamos apoio total as vitimas.
Deixando bem claro, que na Suíça trabalhamos O tema abordado e de grande relevância para
em leal colaboração a diversos órgãos compe- nossa sociedade nos dias atuais. É necessário
que todos estejam engajados na defesa de
tentes.
nossa juventude. A sociedade brasileira tem
Nossa meta é realmente alcançar TODOS os
uma grande tarefa : substituir a cultura da reestados brasileiros, no momento temos bases
pressão pela cultura da prevenção.
em Recife , Rio de Janeiro ( bases ativas). Bahia, Minas Gerais, Espirito Santo , Brasília ( ba- Aos jovens e as jovens brasileiras o conselho
que deixo para cada um é que ESTUDEM, VIses instaladas) .
VAM E VENÇAM NO BRASIL.
Basta somente entrar em contato conosco através do nosso escritório central no Rio de Janeiro Av. Ernani do Amaral Peixoto n° 458, sala
“Se conseguirmos sensibilizar uma pessoa, se
607, Niterói, tel. : 021 2620-9544 ou através do conseguirmos resgatar uma vítima, já podemos
e-mail [email protected]
falar de vitória “ . Lúcia Brüllhardt – Presidenta
O Tráfico de pessoas tem ocorrido através do
do Prevenção Madalena’s Suiça – Brasil”.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Sobre a Associação Madalena’s Brasil—Reprodução da revista da CIGA
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Sobre a Associação Madalena’s Brasil—Reprodução da revista da CIGA
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Sobre a Associação Madalena’s Brasil—Reprodução da revista da CIGA
Lúcia autografando
seu livro, sucesso entre os leitores!
Encontre o livro Da Lama do Nordeste à Fama na Europa na
Livraria Varal do Brasil www.livrariavaral.com
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
A CLONAGEM HUMANA
Serei o cientista mais famoso da região. Vou
apresentar-me no Museu da Ciência Avançada
amanhã.
Por Lénia Aguiar
1
As experiências do casal Samtron com
células humanas começaram quando o casal
descobriu ser estéril. O seu amor um ao outro e
à ciência fizeram-lhes permanecer juntos e realizar inúmeros estudos sobre a clonagem de
embriões humanos.
Os Samtron em pouco tempo tiveram outra filha, mas desta vez ficou com o metabolismo acelerado, embora fosse menos do que o
das outras moças, seis meses equivaliam,
aproximadamente, a um ano para ela. Colocaram-lhe o nome de Pamela.
Uma bela tarde, Rubídio Samtron, ao fazer uma nova experiência com embriões, conseguiu que a sua mulher engravidasse com um
embrião clonado. Estavam muito felizes que
decidiram comemorar com champanhe.
Enquanto isto, um ajudante, Plínio, arrancara um cabelo a uma moça loura que assistia um concerto, pois já percebera que ela
não estava interessada nele e queria tê-la.
Ao chegar ao seu laboratório iniciou a
experiência que aprendera do Dr. Samtron e
clonou a tal rapariga loura em poucos dias. Colocou-lhe o nome de Pancrécia.
2
Depois de alguns meses, Ribélula voltou
a ajudar o marido e os meninos. Agora clonavam um abortado e faziam mais clones através
de embriões.
– Graças à nossa experiência pudemos baixar
a lista de espera dos centros de adopção e ganhar mais um prémio.
– Não digas isso, – Murmurou a esposa – para
os meninos não pensarem que somos interesseiros. – Acrescentando – Temos amor ao nosso trabalho, queremos muito ajudar os outros. –
Então chamou Flánio e ordenou-lhe – Vai colocar essas bebezinhas na adopção. Existem
muitos casais em lista de espera. A maioria prefere bebés.
Flánio obedeceu à sua patroa.
Os meses passavam e os dois jovens cientistas, Plínio e Flánio, trabalhavam em clones
de moças, com a ajuda do Dr. Samtron, e fizeram com que o metabolismo delas progredisse
até ao crescimento que queriam e depois estaUm certo dia houve um casal que se vobilizaram, mantendo-as sempre com o mesmo
luntariou
para permitir uma experiência laboraaspecto, ou seja, jovens, saudáveis e elegantorial
e
com
um embrião clonado o óvulo da
tes. Arranjaram namoradas perfeitas num insmulher foi fecundado engravidando do seu matante!
rido.
Quando a criança nasceu em perfeitas
Depois de alguns meses nasceu a bela
condições,
sem metabolismo acelerado, a notíbebé Daiana Samtron. A menina cresceu normalmente. Ribélula ausentou-se das experiên- cia saiu nos jornais e sucederam-se inúmeras
cias científicas e fora para sua casa cuidar da entrevistas, palestras sobre o assunto e mais
casais inférteis se voluntariaram a engravidar
bebézinha.
Eles estavam muito contentes com o seu através desse processo inovador. A lista de casucesso na clonagem humana. Pensavam já sais sem filhos baixou drasticamente em pouem fazer novos clones e em ter muitos filhos, cos meses e mais felicidade se viu em muitos
de ambos os sexos. Além disso, pretendiam rostos.
ajudar outros casais na mesma situação de infertilidade.
Um dia Rubídio lisonjeou-se perante Ribélula e seus pupilos, Plínio e Flánio:
– Finalmente ficarei mundialmente conhecido
como o pai da clonagem humana para estéreis.
– E sorriu, gabando-se de forma empoada –
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Há um mês...
Por Angelo Colesel
“Uma calada canção palpita e ascende,
Frases que nossa boca não atende.”
Florbela Espanca
Preciso que me ouça, preciso dizer tudo de
uma vez, sem pausas, sem seus comentários, sem
seu ‘bobo’ ou seu ‘pare’, por isso não me interrompa, não é fácil falar assim, quero que ouça e entenda que faz um mês, sim, um mês, um mês daquela
noite que pernoitou em três horas que ainda fluem
aqui presentes e nunca bastam, aquela noite que
continuou no dia seguinte através da cortina que se
abriu e tornou visível um passado desconhecido,
mas compreendido sem palavras soltas, um passado de afago, de amizade viva, de conforto de entendimento mútuo que não tem explicação racional –
almas sentidas e não explicadas-, se fizesse parte
da cristandade espiritualizada diria que somos irmãos de almas, mas como não professo tal simpatia pelo não tangível e não ‘claro’, deixo de lado o
místico e fico contente que isso não tenha explicação lógica, mistério que tornou-se vício a partir do
terceiro dia , dependência química com altas doses
de abstinência, espere não diga nada, sua música
me tocou, nossa poesia em comum tocou em algum
ponto íntimo do espelho que trazemos do lado de
dentro, você sabe bem qual espelho, você finge
bem, mas sente sempre, sente até algumas trincas
e sei que há em ti uma rachadura que sangra, não
chore, por favor, ‘ele’ agora está bem, continuo, espere não fale, seu sorriso, sim, seu sorriso, mesmo
que a mim hipotético, traz-me a paz e o sorriso que
preciso para seguir, sua humanidade diante do
mundo traz leveza, seu bom humor faz-se tocante
como sua melancolia, suas criancices, sua inconformidade, sua dinâmica, sua eletricidade, seu carisma- seu dom, seu dom maior musical, sua mocidade, sua maturidade, sua determinação, suas fraquezas, seus desejos, suas manias, sua convicção, sua
piedade, suas malícias, suas tolices, seu toque sentido, suas lágrimas que vertem em alguns momentos, eu sei que sim, não esconda, tudo tão consoante e amigável, vívido, este mistério dá medo, sabemos ambos deste medo, mas há tanta alegria neste
medo não explicado que deixamos de lado qualquer
explicação freudiana e continuamos, não paro, espere você já fala, sua mania de querer mandar e
coordenar tudo, às vezes irrita, quero dizer, está
aqui latente, muito tudo, preciso, preciso de, preciso
dizer que há um mês, sim um mês e eu preciso di-
zer o indizível, explicar o tal medo, esta agonia, este vazio que preenchemos, assusta a você tudo isso? a mim, sim, depois de que me disse que ficava
ansioso, sei que sente este medo, que a alma sente e não se explica, você sabe que leio suas entrelinhas, que leio sua vida que se escreve tão clara
como noite de lua cheia, sempre noite para nós, é
tudo tão claro, que apavora, espere, quase acabando, você é impaciente, sentir esta alma tão inquieta
é desfrutar de uma energia que ultrapassa o tempo
e que tem voz e grita e ri e chora e faz rodeios e
rodeios e cala, mas é toda voz, toda ar, toda cheiro,
toda melodia, há um mês esta alma, sim, um mês,
não diga, é como saber de sua vida , o antes e o
depois, o hoje que vivencio aqui, em poucas horas,
em poucas linhas que dizem e berram muito, vivemos este hoje que nos basta, mas este medo, ah o
medo, tudo isso um dia passará? sei que sim, a vida não para lá fora, há o real palpável e respirável,
sua vida e a minha, você aí eu aqui, um dia você
casará, um amor um trabalho um filho uma nova
vida, eu aqui, espere preciso enxugar meus olhos,
tentarei continuar, um momento...não pense que
deposito minha vida em suas mãos, não, não posso, há a outra vida que sinto e respiro há um mundo
independente de minha vontade que o sinto quanto
toco minha nuca com as pontas de meus dedos e
quando seco estas lágrimas eu sinto que sou, sei
que você é, e que um dia irá, mas sei também que
tudo isso ficará marcado e não há como apagar, ai
estas lágrimas, já chorei tanto por isso tudo, você
sabe, mas não se preocupe eu estou bem e ficarei
pois há uma vida aqui também por mais que eu não
a viva, sim um mês, pense, e tenho tanto, tanto a
explicar, mas entendo logo tudo passará, calma, eu
falo ainda, há um desejo não de carne, você sabe,
é uma alegria de saber que você está aí, que conto,
nestas poucas palavras que trocamos, com sua
atenção, que sinto sua alma e não a explico, que
você, sim faz um mês, não finja que não sabe, mas
não diga nada, quem sabe eu fale numa língua que
não conhecemos e nossas ‘almas’ sejam então entendidas, tenho certeza de que minha ‘alma’ conversa com a sua, mas você ou não entende ou finge que não ouve você desconversa bem sempre,
mas eu não ligo e entendo, há um sistema, uma
vida só sua, composições só suas , ah sua música,
é pura poesia, há um compositor leitor de mundo
que inundará a todos com suas melodias mesmo
que não compostas mas que vibrarão a quem passe por sua vida, você sabe de que falo, não vou explicar, nem ousaria, você sabe que respeito sua vida, sua realidade, seu ser, eu respeito tudo o que
brota e advém deste espelho em que me vejo, talvez fruto de minhas idealizações marginais, de minha dependência, mas há um mês, preciso que saiba que há um mês...
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Paz e amor, faça amor e não guerra.
Por Lúcia Brüllhardt
Olho para toda injus:ça que existe neste mundo. Vejo muitos
sendo explorados, maltratados, violentados e mu:lados como em
tempos de guerra...
Então eu me pergunto como fazer para encontrar o amor e a
paz ???
Tenho visto humanos que crescem, nascem e morrem em busca
de amor e paz, mas o mundo con:nua o mesmo.....
Assim procurei em todas as partes descobrir o que é o amor e de
como viver em paz... chegando a conclusão de que para tudo neste mundo tem seu tempo ... Paz, Amor, Guerra ? cabe a nós decidirmos em qual deles atuar ?
Portanto, quem escolhe falar a linguagem do amor seja Ágape,
Phileo, Storge ou Eros. Em tempos de guerra andará na paz.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Sobre um Filme de Guerra
Por Francisco Ferreira
Apesar da guerra
as plantas reflorescem
e, indiferentes, as abelhas voejam
fabricando mel.
Os joões-de-barro
driblam os tiros
e continuam em seu fatigar
construindo seus ninhos
na perpetuação da espécie.
Formigas defendem o progresso
de suas sociedades divinamente
organizadas.
Desdenhando canhões
e rajadas de metralhadoras
cantam as cigarras... e cantam!
Os ratos e seus dentes que não cessam de crescer
roem... e roem... e roem.
Os ruminantes passivamente
ruminam e cochilam de pé.
Os capina altos ao vento
discutem e esgrimem com suas folhas
à guisa de espadas
sem, contudo se ferirem...
Só os homens, por serem racionais, se matam!
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
O DESENHO DA PAZ
Por Inês Carmelita Lohn
Olhei para o infinito
E por trás de uma árvore gigante
Vi a sobra de um lindo arco-íris
Com cores bem cintilantes.
E que o arco colorido
Leve para o alto a mensagem
Que Deus nos escute
E que nos mande fé e coragem.
Vamos fazer muito amor
Deixando rastros de paz na terra
Para apagar as dores e as cicatrizes
Deixadas pela maldita guerra.
Por um momento pensei
Que estava sonhado
Em ver aquela beleza
Ligando a terra em outro plano.
Lágrimas, descerem em meu rosto
E caíram ao chão
Meu coração pediu pela paz
E pelo desarmamento dos canhões.
O desenho da paz no horizonte
Fez-me beijar a terra
Com fé para natureza eu pedi
Pelo fim de todas as guerras.
A imagem do arco cintilante
Trouxe-me grandes esperanças
De joelhos, a Deus eu pedi
Pelo futuro de nossas crianças.
Aquele momento, eu guardei
No fundo de minha memória
Sei que o amor é maior
E sobre a guerra ele tem a vitória.
Vamos fazer nossa parte
Amar sem esperar o retorno
Quem por nós for amado
Um dia vai amar em dobro.
Que a bondade não tenha limites
No nosso percurso na terra
Vamos espalhar muito amor
E espantar todas as guerras.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
LIVRARIA VARAL DO BRASIL
Nós estaremos no Salão Internacional do Livro de Genebra!
Venha prestigiar a primeira livraria brasileira na Suíça!
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
A Guerra Silenciosa
Por Joana Rolim
A Guerra Silenciosa
Era uma vez uma cidade, cidade-jardim, cidade
das araucárias, da gralha azul. Flores, muitas
flores. A flor é sorriso, esperança, um ideal a se
fazer, a gratidão pela vida. Cidade de clima
frio, povo frio ( a queixa de quem para aqui vinha), paradoxalmente acolheu imigrantes europeus, que traziam uma visão de um primeiro
mundo evoluído, ou a dor de uma guerra estridente, feita de tiros. Para um lugar de paz. Havia paz.
Cidade-teste, a classe teatral confiava em seu
discernimento: estréia em Curitiba ─ o sucesso
ou o fracasso. Com suas características de pequeno povoado bandeirante (1693), se desenvolveu absorvendo costumes, trabalho e responsabilidade, que caracterizavam seus cidadãos. Idioma respeitado, virava piada com a
pronúncia exata: "leite quente", ou vocábulos
só aqui falados: guri, guria.
Era uma cidade de tradição, seus moradores a
fizeram assim. Com orgulho. Como também
era orgulho seu sistema de transporte, seus
parques e praças, o cuidado com o meio ambiente. Foi considerada cidade-modelo, e como a
cidade com melhor qualidade de vida, (2007Reader's Digest).
"Era uma vez..." Não é mais. 2012- fevereiro:
Curitiba, a cidade mais violenta do Brasil. O
choque, a pergunta. O que aconteceu? Por
quê? A arma silenciosa do pouco caso: periferia inchada, crescimento da pobreza, ausência
de política governamental, que se insinuaram
silenciosamente durante os poucos últimos
anos, fazendo da violência, da guerra inominada, arma secreta, com silenciador. Eficiente.
Alguma semelhança com outros estados do
país?
Leio antes Bertrand Russel (meu filósofo preferido, que me ensinou o bê-a-bá da vida).
"Evidentemente o pensamento não é livre. Se
proferir certas opinões torna-se impossível encontrar um ganha-pão."
Mas vá lá. Está na imprensa, está nas ruas, está na mente do povo. Mas... com a violência
não se brinca. Vou falar.
Brasil- agora, as 'asas' da liberdade foram cortadas. Um pássaro sem asas. (Sabiam fazer
metáforas. Confundiram-na com o Espírito Santo.) E o sinal vermelho-sangue se ilumina. Todas as manobras são feitas para calar a imprensa, calar os escritores. A língua portuguesa
tem que ser descaracterizada - o patrimônio de
um povo tem que ser dilapidado. Calar o povo?
O povo não fala! Precisa de uma língua para
expressão? Contando que dê pra se fazer entender. 'Eu vou comprá dois pão." E daí em
diante, assiste-se ao doloroso espetáculo do
desmoronamento de uma nação. Desestimulase a leitura, substitui-se pela História em Quadrinhos (Nada contra ela em si). E vê-se o fiasco de um Enem, sem perfil, sem cuidado
(propositalmente) para ajudar afilhados ou ignorantes, diante da intriga escabrosa de questões antecipadas para 'privilegiados', tornando
a maioria 'tola com caneta".
Onde o movimento estudantil em busca da cultura? "O governo os embebedou e lhe prometeu 'ministérios' E lhe dá dinheiro para orgias,
regadas a wisque e vodca - com o lema ' revolução pela garrafa' (Veja,2/11/11) e, no chão
molhado, encharcam seus Nike e Adidas." Nós
pagamos. Sem reclamar.
Mas é a vez da ideologia comunista no poder.
Têm que mostrar a sua cara. A historia é cíclica, e hoje, 'contrariando seus princípios' deitam
e rolam na corrupção. No governo.
(Veja,2/11/11).
Liberdade?! Ideais afogados. Onde o povo? É
domesticado, não fala em liberdade. Paradoxo:
são livres no servilismo.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Onde estão nossos filósofos, escritores,
líderes?
E as perguntas:
(Às igrejas.)
─ Os mandamentos fizeram do Brasil
um mundo melhor?
(Aos 'ditadores'.)
─ Saciaram com ouro e maldade sua
criminosa alma?
(Aos corruptos.)
─ O dinheiro do crime os fez livres?
(Aos nossos juízes.)
─ Colocar a toga os fez autoridades para defender nossas leis?
(Ao povo.)
─ Já ouviram falar da palavra LIBERDADE?
Foi tudo tão silencioso. De repente, a
prisão, as tragédias, e encarceraram o
povo. Ninguém ousa...! A dissidência
foi comprada.
Quem foram os déspotas monstruosos
que governaram com tiros abafados,
sorriso de hiena, ideologias arcaicas,
ao som do samba, ou do grito de Gol!!!
Mas o governo não sabe de nada!
Guerra? Temos a paz, dizem eles. Representada pelo pombo sangrento,
também confundido com o "espírito
santo"?
A palavra calada. A mente calada. A
guerra silenciosa, sem tiros, com a
máscara da paz. O povo enganado.
E a constatação: Governar não é para
qualquer um. Onde o líder-gênio que
transformará o Brasil em uma nação e
o ensinará a paz, a justiça, a liberdade
no pensar e em seus deveres e direitos?
P.S. Não confundir com o 'gênio' preso na
garrafa que, quando liberto, realiza sempre
três pedidos. É uma boa piada, enquanto
piada. Mas banalizá-la em tragédias...
da esperança
Por Rafael Zen
são sete as esperanças que
dizem que resta depois dos trinta:
o amor cozido lento igual geleia,
a pele mais forte que aguente mais dor,
um cachorro abanando o rabo,
que descubram uma fruta nova que dê no
sul,
a sedução coesa da experiência,
que os janeiros fiquem cada vez mais frios,
e o sonho de morar no sítio, mesmo
que a maioria dos suicidas more
lá.
deus, meu bom pai,
que me permita um anexo:
se ser adulto e homem for assim
banal e fácil, que me deixe nesse
limbo intermediário entre
uma idade e outra.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
FAÇA SUA ESTA CAUSA!
ADOTAR É ANIMAL
AJUDANIMAL, GRUPO DE AJUDA E AMPARO
AOS ANIMAIS DO ABC
www.ajudanimal.org.br
PARTICIPAÇÃO NO VARAL
- Em maio tema livre – receberemos textos até
31 de março (se atingirmos um número ideal de
páginas o texto pode ser reservado para uma
próxima edição);
Você pode escrever na forma que desejar: verso ou prosa! Haicai? Trova? Poema? Crônica?
Conto? Miniconto? Soneto? Que outras mais
você faz? Mostre pra gente!
Traga sua poesia, sua visão da vida, seus sonhos, para o VARAL!
E se você ainda não veio para a livraria que o
VARAL está abrindo em Genebra, não pode
perder esta oportunidade! Muitos já aderiram, o
site já está com muitas visitas e queremos ver
você por lá! Se desejar divulgar suas obras no
exterior, venha! Se quiser detalhes, escreva para [email protected] e lhe enviaremos
todas as informações.
Participe, divulgue! Venha para o Varal, a sua
literatura sem frescuras!
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ABISMO ILUMINADO
Regina Araujo
Carinho incontido, faltoso. Tropeço carente de luz, esplendoroso. Caindo, subindo, descendo ao poço suspeito do Ser, invadido pela dor do everter.
Caminhos obscuros de doces ilusões e também suspeitas cruéis de amor infortúnio, de
aflições. Existência irreal como babéis.
Fosso profundo que mergulha na lama do éden e voa no céu do inferno fecundo, construído perfeitamente e adrede pelo invejoso homem em oblação, perdido nas trevas da indecisão.
Corrupta violência formando caminhos devastados, vazios e castrados, floridos de rosas
tristes em anuência.
É o homem que procura ilusões e perde o odor do cálice macio, transparente cristal que
engloba mansidões. A coruja ri com seus olhos brilhantes, na escura noite imensa do vazio,
zombando das minhas dores altissonantes.
Lágrimas de sempre, lágrimas do que não foi e do que nunca será eterno. Do que é e do
que não é... Correm, salgam, cristalinas, a boca tremida de palavras cretinas. Salva-vidas do
inferno, alienação geral. Conta histórias para a criança que brinca de ter esperança, formando
mais um sócio obscuro do mal.
Ah... Carinho indecente. Promíscuo pensamento. Ideia verdejante e ardente. O céu e o
inferno se encontram em tormento no começo e no fim do meu coração.
O campo foi partido por um trovão! Um pássaro voa sobre o mar embevecido em sua beleza a ondular como um alcoólatra feliz que cambaleia no vento. Sorrindo às estrelas febris dá ao
Criador um cumprimento e segue sua rota sem destino.
Sobrevoa a cidade um pássaro divino que chora pela tristeza que encontra num mendigo.
Morre pela criança que como anjo, malvadeza, dorme ao relento, seu abrigo.
Mais forte se torna o pássaro! Na mão do homem pousa e se empobrece de tanta dor.
Viajando, chorando, repousa, querendo gritar de amor. Implorando a alguém algo impossível,
incognoscível.
Roga a quem brinca de Ser. De quem deseja viver em paz! Mas encontra um homem pertinaz dando de beber a uma pomba doente, perdida, zonza. O homem sorri com os olhos e a
pomba voa feliz para Abrolhos encontrando seu caminho.
Num espaço infinito de carinho, o pássaro então, sente um alento. É o amor tentando sobreviver, pedindo trégua à guerra do Ser apenas com o sorriso de puro sentimento
Imagem: Make
Love not War
by Spookychild
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CONVERSANDO COM
CLARA MACHADO
EU TE AMO
Eu te Amo, quando me deparei com essa frase,
pensei, Eu te amo, as pessoas tem muito preconceito para dizer para outra, Eu te amo, elas
dizem ah você precisa amar muito , para dizer
isso, tem muitos que falam eu te amo, mais não
amam, ou eu não tenho coragem de dizer isso
para ninguém pois vão tomar conta de mim, e
por ai vai, e ai descubro que Eu te amo é um
mantra de purificação , de limpeza, e que quanto mais você falar , e pensar em Eu te amo,
mais, limpo, e purificada você vai se sentir e
mais em Paz, com você, e ai você vai começando a fazer a sua própria transformação, pois
em vez de você pensar , nossa minha vida esta
toda errada, você pensa , eu te amo, minha vida, ou estou sem dinheiro, estou doente, estou
com falta disso, ou daquilo, ai você diz para você mesmo, eu te amo, falta de dinheiro, eu te
amo, doença, eu te amo, eu te amo, eu te amo,
e você começa a perceber tudo vai se transformando dentro de você mesmo e aquele problema que você acreditava que era indissolúvel na
sua vida começa a ter solução, aquela doença,
se vai e você fica curado, aquela falta de dinheiro, desaparece, pois você se sente mais
capaz, mais competente, novas possibilidade
aparecem na sua vida, novas propostas, novos
caminhos, novas soluções, e tudo fica novo,
novamente, o que era velho, agora esta novo,
transformado, redimensionado, dentro de você , e seus conceitos que antes você achava
que eram indissolúveis, começam a se modificar, a se transformar, porque você esta aprendendo agora a dizer uma palavra simples Eu te
Amo. Agora volto para mais uma história , Há
um tempo atrás uma amiga me disse você conhece o Hoponopono, eu falei não o que é isso? Ai ela me disse a história de um psicólogo
havaiano, que foi convidado para trabalhar em
uma penitenciaria no Havaí e ele curou todo
mundo, sem ter contato com os pacientes, somente através da oração. Bem lógico que fui
imediatamente pesquisar, e fiquei impressionada com tudo que li, esse psicólogo, chegava
todos os dias na penitenciaria pegava os prontuários ia para uma sala, e ficava quatro horas
por dia lendo os prontuários dos criminosos e
dizendo, Sinto Muito , me perdoe, te amo, sou
grato. acreditava ele, ou melhor a teoria que ele
estava utilizando, que tudo, esta dentro da gente, e que quando a gente se cura, automaticamente tudo se cura ao redor, que o outro é perfeito , que nós compartilhamos as nossas memórias, e que precisamos, nos limpar, nos purificar, e que todos somos um, e todos somos
responsáveis 100 por cento por tudo o que nos
acontece, de ruim, e quando assumimos essa
responsabilidade, começamos o nosso processo de cura e purificação com um pedido que
ele da o nome de divindade, ou Deus, onde ele
diz. “Divindade, me limpe, me purifique, me
perdoe-me cure, te amo sou grato.”
Ai você, diz “ Sinto muito, me perdoe, Te amo,
Sou grata.” E a sua vida vai se transformando,
você vai ficando mais leve, mais feliz e ai você
chega onde este livro quer te ajudar a chegar
na Paz, na Paz dou Eu, na sua verdadeira Paz.
Que é a verdadeira felicidade. Se todos nós
nos conscientizássemos disso o nosso mundo
vai ser muito melhor. E ai ainda pensando no
hoponopono, fui ver de onde vinha e vi, que era
uma tecnologia de 3.0000.00 anos que foi descoberta e ensinada pelos Karhunas, ai pensei
veja como algo tão antigo pode ser tão moderno e tão atual e tão libertador para nossa geração, tão desacreditada dela mesma, tão perdida, e tão sem fé. Por isso eu convido você leitor a fazer essa experiência, coloque eu te amo
em tudo na sua vida durante uma semana e
compare os resultados, e você vai ver que verdadeiros milagres começaram a acontecer em
sua vida e dentro de você e você vai encontrar
a verdadeira felicidade que há tanto tempo você esperava e pensava que ela estava fora de
você, e ela estava ai muito mais perto do que
você imaginava.
Sinto muito, me perdoe, te amo, sou grata.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Retalho
Por Galdy Galdino
Quisera amor
Não poemas de amor
Quisera flores
Não enfeitar dores
Quisera vida
Não sufocar a vida
Paz versus Guerra
Por Josselene Marques
Quem é a favor da paz
Vive em harmonia,
É humilde, justo e caridoso,
Apoia o desarmamento,
Ama e cativa o semelhante,
Promove a união.
Quem é a favor da guerra,
Vive em desequilibro interior,
É arrogante, tem interesses egoístas,
Cobiça e disputa os bens alheios,
Incita o ódio, a revolta, o revide,
Separa e destrói.
Portanto, seja um guardião da paz!
Junte-se a nós!
“FAÇA AMOR E NÃO A GUERRA!”
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Por ser mais apaixonada, quem importa...
AMOR E PAZ
Somente á vocês dois
Por Lunna Frank
Se estiver em guerra
Seja você mesmo, não invente
Beije, abrace, acaricie
Desarme fazendo muito amor
Até esquecer da vida selando a paz
Um passo de cada vez
Chegue bem perto sem cerimônia
De seu amor demonstre seu sentimento
Fique bem perto o melhor tempo
possível
Não fique sem se doar
Mostre seu imenso sorriso
Liberte o preconceito
Olhe nos olhos
Se tiver defeitos, que jeito!
Respeite o choro
Escute tudo com muita atenção
Irradie emoção, simplicidade
Encoste bem perto, sinta o toque
Segure firme sua mão até suar
Não espere ser chamada, vá ate lá
Lembre-se das passagens
Converse fiado, ache graça
Questione porque?
Não pergunte resolva
Insinua um beijo ardente,
Uma malicia inesperada
Diga desculpe, obrigado
Tudo se ajeita com o tempo
Tente de alguma maneira
Não se espante se você tiver momentos felizes
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
De um adeus
tante extremoso seu moço.
Por Marcela Cerqueira Dias de Sousa
O filho mais novo acordava cedo, era um indiozinho, ele pensava: -Ele tem a alegria gentil de
um bom selvagem daqueles que sente o cheiro
da planta, rosas, flores ou de toda e qualquer
fruta estando debaixo do pé da árvore. Ele tinha planos espelhares de ensinar e aprender a
amar o filho que atingira seus quase sete anos.
A criança às vezes extrapolava nas brincadeiras, às vezes, tão intranquila para mostrar o
que aprendera, desmedia as curvas na estrada
de barro, sua bicicleta, apelidada por veloz,
tentava fazer altas manobras em meio ao trânsito com tantos outros motoristas, um estrangeiro que alugara uma camionete para conhecer a cidade, desacostumado com a via de mão
dupla dirigia rápido na via contrária usando cintos de segurança. No outro sentido, vinha o pequeno indiozinho (apelido que o pai lhe dera)
ziguezagueando pela pista a pedaladas extremas, quando num piscar de olhos, numa curva
muito estreita, os dois se avistaram, era pouco
mais de 5 metros de distância, o indiozinho, em
reflexo, jogou a bicicletinha para uma arriscadíssima manobra à direita , derrapou com o
pneu traseiro e “filetiou” o despenhadeiro, os
dois por muito pouco não se colidiram quase a
camionete levava pros ares a bicicletinha. De
longe ele, familiares e amigos viram. Refletindo
chegou a solução de que cuidado era essencial
em principal com ele, deu-lhe de presentes capacetes, joelheiras, cotoveleiras, fitinhas do
Bonfim entre outros tantos apetrechos de proteção, mas havia uma coisa que o filho teria que
conquistar sozinho, cuidado consigo mesmo,
ele tinha lido uma reportagem falando sobre
cuide da sua bicicleta como você cuida de você
e assim quando o filho entendesse, não precisaria chamar mais atenção, a atenção se dirigiria por si só, e então estaria pronto para a máquina fotográfica, presente que pedira de natal,
e só então ter condições de apreciar a estrada.
Mas só depois da mudança de foco.
Sentado em sua poltrona de tom castanho claro ele lia seu jornal diário enveredando pelas
madrugadas afora, a filha mais nova que geralmente acordava no meio da noite escura para
tomar um copo d'água, dava passos no corredor segurando uma lanterna na mão, ela ainda
muito menina, aproveitava o caminho entre o
travesseiro e a jarra d’água, para, na sala, estender os braços sonolentos e ganhar um abraço com afago pelúcio na cabeça que assanhava os vastos cabelos negros. Nessa hora ele
recordava que tinha que levantar do sofá e aliviar as preocupações do dia com um cochilo
antes de ir trabalhar, caminhava pisando histórico na madeira que cobria o chão. Era de tablado e esse reluzia de tão prendada ordem
que a esposa exigia da trabalhadora do lar para
deixar tudo eximiamente limpo, exceto as paredes riscadas que lembravam um dia de parco
entendimento entre pais e filhos. Os filhos muito jovens não sabiam que estava chegando a
hora da partida, eles estavam em meio a tantas
atividades escolares que nem percebiam que o
pai estava levantando-se para ir além. Atravessou a porta do quarto das garotas, a mais velha
com cabelos dourados dormia tranquila ele
aproximou-se alisou seu rosto e desejou que
naquele particular amanhecer ela acordasse
sorrindo, Voltou para o quarto onde dormia a
belíssima esposa, ele sabia que ela não o amava mais, seus tratos estavam longe de ser
bons, eram tão evidentes que ela recorria todos
os dias as mãos de analistas, já tentara de todos os prazeres para suprir a rejeição que sofria do próprio marido. Sob o divã, tentava encontrar nela a grande imperfeição que fizera ele
desrespeitá-la ao ponto de proferir indelicadas
palavras chegando propriamente a agressão.
Isso tinha que bastar ele se culpava, mas não
conseguia evitar, viviam a história real da bela
e da fera, só que enquanto a bela tentava
“santificadamente” que a fera retornasse ao estado de príncipe, a fera não rompia com o feitiço, e não jejuava de alguns primários pensamentos diários. Afinal jejuar era trabalho bas-
Só que ele não teve tempo de continuar a tutela e a completa formação, o chamado do coração foi exato no que era esperado, ele estava
se despedindo, atravessaria a água, olhava e
admirava a sua querida filha, ela usava meias
altas, "álvidas" como nuvens no céu
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
e sapatinhos de boneca, ela era tão suave que
as memórias pareciam inteiras como se fosse
hoje. Ficava imaginando o futuro como seria
do jeitinho mais espetacular, mesa rica, farta
de netos calçando tênis, exibindo tatuagem e
segurando mão de namorado, outros com
grandes alegrias e para tanto proporcionalmente, responsabilidades. Imaginou a linda e
indomável de cabelos claros que num futuro
mudaria em divertimento, mas não em rebeldia, ela ainda usava um Spike no braço, assim
como, ao lado, sem coleira, um cão Pitty Bull
idoso de estimação, o pai admiraria, ele a
amava, e sabia que um dia suas piadas seriam
perdoadas, ele sabia que a questão maior não
eram a piadas e sim a longitude que ela muito
sensível pressentia. Ele estava consciente sabia a precisão dela, estudara uma língua mórmon no curso de secretaria com ênfase em
Marketing e quando ela queria dizer você é importante para mim, saía com uma cara de: Amiguinhos hoje vou ensinar como fazer bonequinhos de batata! Era meio exótico, alguns
começavam a suar debaixo do braço, pizzas e
pizzas molhavam as camisas. O pai se calava
e respondia: - Direciona para o coração, meu
amor, só para o coração!
am uma formosura de fraldas agitadas quando
escutava a música na vitrola, os adolescentes
perguntavam, porque, como, há quanto tempo?
Com a vastidão ele ia relembrando e compondo as respostas dizendo saibam que estive por
perto todos esses anos, eu sei o quanto não
foi fácil para vocês me verem partir tão cedo.
Uns rezaram outros se indignaram e outros
aceitaram o fato da liberdade e da escolha. E
agora vejo meus netos querendo construir família, sei que já me fui, só estou em aurora,
admiro, quando vejo homens fardados descobrindo o que é respeito para com as mulheres,
quando falo mulher falo feminino, enquanto
isso, ele, com esmero passou a faca na parte
podre de uma maçã e acrescentou, antes os
Descartianos jogariam o cesto inteiro de maçãs fora, digo que seria um grande desperdício! Concordam? Todos assentiram. A grande
ilusão do pensar, mas é possível preceder a
existência na completa exclusão? E com precisão acrescentou cubos de maçã na salada de
batatas com maionese. Por isso falo hoje de
amor e perdão. Beijando a testa de cada um,
terminou "Mesmo estando longe estarei sempre presente." Eles observaram ele se afasSentados em roda Ele, os três filhos, netos, tando uns diziam, vou visitá-lo, outros aguardo
genros, noras, o Pitty Bull idoso e até a mulher seu retorno e, em uno coro, festejaram aceque preferira afastar-se para, em outro cômo- nando com lenços brancos.
do, fazer suas ligações. A roda estava formada
e, com toda admiração, ele observou, do lado
oposto, o peito calmo como a candura dos
seus olhos, a filha sentada numa cadeira tecida de palha, pés flanando nas alturas
ela cantava em elevados tons com a vizinha
Hosana, afinadíssimas, apuradíssimas, alvas
como cristal. Lembrava das inúmeras investidas que fazia para que ela o reconhecesse,
pedia ajuda do vento, agitando e abrindo as
cortinas, soprava forte quando escutava ela
cantar só para dizer estou aqui apreciando,
mas ela não reconhecia a ele. Pouco segura
mostrava-se, quando, qualquer vento forte
passava e precisava de um ombro para dar os
passos caso tropeçasse, ou até encontrasse
rapidamente um terceiro pé que lhe sustentasse e valorizasse a jóia de identidade de raiz de
farinha de tapioca, umbigada de samba de roda, aipim da feira, fubá de milho e leite de coco. Ele segurava uma maçã, as crianças exibiwww.varaldobrasil.com
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Sonho
Por Lariel Frota
Eis-me vivendo estranho sonho
Caminho sobre um tapete dourado.
Como num pesadelo medonho,
Meu corpo dali é arrancado!!!
Corro louca procurando as letras,
Sumiram, roubadas pelo esquecimento.
Uma plateia de estranhas caretas
Se diverte com o meu sofrimento!!!
Quanto mais corro apavorada,
Artigos, pronomes, substantivos
Se enroscam em verbos e adjetivos,
Desaparecem na trilha dourada!!!
Construir uma ponte de magia,
Por onde atravessem os sonhadores
Os loucos, poetas, artistas
Profissionais ou amadores.
Imagem byThakethemoment
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para todos,
Paz e amor
Onde haja um lugar à sombra para todos
Ou ao sol se preferir.
Oportunidade de viver e sonhar
Por Maria Dalva Leite
Onde não existam dominados e dominantes
Ser feliz, Será o paraíso?
Aquele dentro de cada um. manifestado em
paz e amor,
Ou tem dentro de si uma onda
que não se sabe aonde vai dar
Alargando os horizontes,
Saco sem fundo
Alcançando oportunidades,
Buraco negro é o seu sentir,
Realizando os bons sonhos
Ou só Ambição no porvir?
Ser incluído na vida com todos
direitos e deveres
Para sempre,
Na mais clara pura e ampla consciência.
Todos iam sentir o que é
No mais amplo sentido
verdadeiramente maravilhoso,
Justiça, Paz e amor, não enxergamos?
Componente da grande humanidade
Em todos os sentidos Contribua com o grande
papel.
Poder ir e vir,
Abolir o medo.
Que desempenhamos no grande jogo de xadrez da vida,
Criar União,
Lapidar o coração de pedra bruta num pedra
preciosa
desempenhe seu melhor papel: Ser feliz
` E seja um emissário do amor e da paz.
Tendo certeza de estar se tornando melhor e
contribuindo para o equilíbrio do mundo
E um lugar melhor para todos
Qual o legado que recebemos do passado
O que queremos legar para as gerações
futuras, nossos filhos e netos.
Não ensine a eles ´ Atirar o pau no gato`
“As crianças são os pais dos homens”
Também não os acostumem à violência dos
games e dos filmes.
Ensinem a ter sabedoria e respeito pelos
outros, pelos animais
e pelo nosso planeta Nossa mãe e extensão
do nosso ser.
Imagem by baro24
Pra não cantar `eu não tenho onde morar`
E a certeza de estar contribuindo para um
mundo mais saudável.
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Por Marlene B. Cerviglieri
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LICENÇA POÉTICA
Por Marta Carvalho
Licença... Licença poética
Há licença para escrever
Da crença, da descrença ou da indiferença,
O autor escreve.
Escreve ou enlouquece,
Escreve ou envelhece
Escreve e esquece a tua intenção,
Escreve e aquece o meu coração.
Palavras soltas ao vento,
Exprimem o pensamento
Muitas vezes o sentimento
De um coração
Outras vezes o sofrimento
De uma nação
Versos feitos com emoção
Ou mesmo sem pretensão
Também dariam uma bela canção,
Poesia e melodia
Trazem momentos de magia
Às vezes de melancolia, às vezes de alegria.
Mas nunca voltam vazias
Quase sempre contagia
São uma grande celebração.
Se na linguagem erudita,
É bonita, se bem escrita,
Na linguagem coloquial,
É original, também é legal.
Dos versos uso e abuso,
E da gramática às vezes, não faço bom uso.
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NOTÍCIAS DE GUERRA
Por Jacqueline Aisenman
Consta da ata lida em voz alta, quantas palavras, a pior das decisões.
Ouvindo-se, era possível ver ainda a agitação das pessoas, o medo traduzindo-se na hesitação
entre parar e deixar seguir.
Eram duas dezenas de figuras sombrias, sem sorrisos e com a alma vestida de terno e gravata.
Todas elas falavam e calavam juntas. Fingiam e moviam-se juntas. Eram todas covardes juntas.
Quando o Senhor X baixou os olhos, o Senhor Z recusou-se a falar. Tumulto, arrepios, a febre
da agonia e do êxtase. O Senhor X, ainda extremamente egocêntrico, continuou ali, possesso.
Depois, enquanto a ata era lida novamente, soubemos das consequências. Os poderosos, sem
sair de suas cadeiras, sem sequer se permitir um olhar na direção do outro ou dos outros, mataram milhares de pessoas. Até então.
Enquanto a ata foi lida as pessoas não prestaram muita atenção, as paredes ali não tinham ouvidos, ninguém queria mesmo saber a verdade. Todos os microfones estavam à procura do Senhor X e do Senhor Z em algum lugar do planeta.
Havia urgência em terminar a sessão. Porque assim que a leitura da ata terminasse eles desapareceriam e, se depois não pudessem ser encontrados, somente uma coisa poderia ser feita:
publique-se e esqueça-se.
E eles fugiriam das palavras da ata e nem os anjos bons e maus poderiam encontrá-los.
Publicou-se, mas não se pode permitir que se esqueça. Alguém precisa entregar para aqueles
homens as pás, os caixões e as flores. Precisa levá-los até as terras que serão tumbas, as crateras todas da lua, para que eles enterrem os mortos que na verdade nem são seus.
Eles acabarão fazendo parte do passado: o Senhor X, o grande; o Senhor Z, o grande. Os supremos. Capazes de destruir a humanidade. E isto será história e eles serão considerados e estudados.
Os mortos continuarão vagando sobre a terra aguardando os outros que seguirão. Cheios de dor
e de ódio.
Testemunhas: o universo e ata.
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Oração ao anjo da Guarda
Santo Anjo do Senhor,
Meu zeloso guardador,
Já que a ti me confiou
A piedade divina,
Sempre me rejas, guardes,
governes e ilumines.
Amém.
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PELA PAZ
TITÃS
Você espera sempre mais
Você não se conforma
Você não se satisfaz
Todo mundo diz acreditar na paz
E você acredita ou não?
E então, o que você faz pela paz?
O que você faz pela paz?
O que você faz pela paz?
Todos são capazes da guerra
Mas ninguém luta por você
Você ainda está sozinho
Ninguém acredita em ninguém
E você acredita ou não?
E então, o que você faz pela paz?
O que você faz pela paz?
O que você faz pela paz?
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NO MUNDO DA FICÇÃO CIENTÍFICA
Por Daniel C. B. Ciarlini
A vida inteligente em Marte
O planeta Marte é o que mais se parece
com a Terra, a começar pelo eixo de rotação
inclinado, no que se refere à translação, que
quase se iguala ao nosso planeta. Diferentemente dos demais planetas do Sistema Solar
(com exceção deste em que vivemos, é claro),
a atmosfera é limpa, permitindo que a superfície seja vista através de sondas espaciais e telescópios. Também possui estações do ano
muito parecidas com as terráqueas, e se nos
for possível descrever uma diferença bem óbvia, apontaríamos a temperatura: por estar
mais distante do que a Terra do Sol acaba sendo mais frio. O título, portanto, de planeta vermelho não possui relação alguma com o calor,
mas com a sua desertificação. A rotação de
Marte lembra muito a da Terra, realizada em
um pouco mais de 24 horas. Em seus pólos
também se formam calotas de gelo e estas podem se mostrar maiores em determinadas épocas do ano, que possui 687 dias. No entanto, é
pouco provável, devido à sua pouca força gravitacional, que o gelo nos pólos seja formado
por água, senão por dióxido de carbono congelado. Além disso, não possui oxigênio.
mais próximos e os avanços telescópicos já haviam mudado o rumo das pesquisas astronômicas.
Todas as observações deste período,
aliadas a outras mais detalhadas, fez com que
cientistas renomados acreditassem Marte como
irmão gêmeo da Terra, e por isso viável, também, à vida, impulsionando uma série de novas
pesquisas. Estas, por sua vez, influenciaram a
produção de narrativas de vida extraterrestre,
dentre as quais podemos citar aquela que foi a
pioneira em termos de vida marciana e guerras
interplanetárias envolvendo o nosso planeta, A
Guerra dos Mundos (1898), escrita pelo britânico H. G. Wells, pai da ficção científica moderna. Este livro, adaptado duas vezes para o cinema, foi nada mais nada menos do que uma
grande sátira e denúncias às nações européias
que disputavam os territórios da África. Espanhóis, portugueses, italianos, franceses etc.
consideravam os negros como raça inferior,
portanto, próprios para a escravidão e extinção.
Foi então que da literatura do britânico ambas
as etnias foram transformadas: os marcianos
eram, pois, o suposto povo evoluído a invadir
as glebas dos terráqueos, e os homens desesperados, no caso os europeus, viviam a mesma
aflição que os povos africanos que, naquela
ocasião real e histórica, estavam sendo exterminados.
É óbvio que o parágrafo anterior não
resume o que nós, em pleno século XXI, sabemos de Marte, ainda mais quando a busca por
seu mapeamento remonta o ano de 1830, do
astrônomo alemão Wilhelm Wolff Beer (17771850) que fez a primeira tentativa, embora sem
grande progresso, assim como os que o sucederam. Somente em 1877 a história das observações do planeta vermelho mudou significativamente. Nesse ano a Terra e Marte estavam
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Ao lançar este livro, estavam em evidência dois grandes nomes que pareciam, para o
tempo, provar a possibilidade de vida inteligente no planeta vermelho, e talvez tenham sido os
grandes influenciadores da obra: Giovani Virginio Schiparelli (1835-1910) e Percival Lowell
(1855-1916). Schiparelli em 1877 produziu os
primeiros mapas aceitos da superfície marciana, diferenciando, ao que acreditava superfícies planas e acidentes acumuladores de água.
Observou ainda algumas áreas escuras dos
quais julgou serem vegetação, que crescia e
decrescia de acordo com o descongelamento
ou congelamento dos polos, em obediência às
estações do ano naquele planeta. Além disso,
o cientista ressaltou a existência de pequenos
córregos, dos quais julgou serem canais de
água que serviam para irrigar Marte dos polos
para as regiões desérticas. A falta de abundância do líquido precioso em solo marciano, já se
sabia, se dava pela própria força gravitacional
do planeta, que era menor do que a da Terra,
implicando, assim, que desde os tempos remotos estava a perder água. O astrônomo, então,
defendeu que diante desta situação alarmante
vivia em Marte uma sociedade bem desenvolvida, dotada de tecnologia para conter o vazamento do líquido pelo Universo. Desta forma,
os canais vistos pelo astrônomo italiano constituíam nada mais do que avançada engenharia
marciana. Aliás, o suposto drama vivido pelos
marcianos em um primeiro momento foi encarado por aqueles que acreditavam em suas
existências com grande simpatia. Mas só em
um primeiro momento.
Camille Flamarion, com O Planeta Marte
(1892), defendeu a mesma ideia dos canais,
construídos de fato por uma civilização naquele
planeta. O assunto, porém, ganhou mais respaldo quando Percival Lowell, um astrônomo
norte-americano, em 1894, no observatório do
Arizona construído com recursos próprios, tentou provar que os canais vistos por Schiparelli
estavam se multiplicando – o que indicaria uma
ação. Suas observações resultaram na publicação de vários livros, sendo o primeiro Mars
(Marte), naquele ano, Mars and Its Life (Marte e
seus Canais), de 1906 e Mars Adobe os Life
(Marte como Sede de Vida), de 1908. A partir
daí os terráqueos, enfim, se convenceram do
que se vinha tentando provar desde 1877, com
o astrônomo italiano.
H. G. Wells, sem dúvidas, pegou carona
na ideia dos três cientistas e elaborou uma narrativa que, tempos depois, em 1938, através de
Orson Welles, numa transmissão radiofônica,
pôs toda a cidade de Nova Jersey em desespero: os habitantes de Marte estavam invadindo a
Terra. O motivo? Os marcianos desacreditados
de manter o pouco líquido que lhes restava no
planeta, decidem transferir sua população para
o nosso planeta, rico em água e em condições
mais apropriadas para a vida. O que em um
primeiro momento parecia simpatia se transformou assim, da noite para o dia, em terror. “[...]
os homens deram como certo que qualquer invasão de inteligência extraterrestre levaria ao
extermínio da humanidade”, afirmou Isaac Asimov, demonstrando que a sociedade, depois
de todas as descobertas científicas a respeito
do planeta e das especulações de Wells, já estava de fato crente neste tipo de possibilidade.
Se em 1938 a transmissão de Welles
conseguiu causar pânico, isso nos prova que a
crença de vida inteligente em Marte, em pleno
século XX, ainda era possível. Somente em
1965 é que as observações dos canais de
Schiparelli e Lowell são desfeitas, quando a
sonda Mariner 4 chega à órbita do planeta vermelho e consegue fotografar, a uma distância
de 9.654 quilômetros, a sua superfície, demonstrando não a existência de canais, mas de
inúmeras crateras e vulcões. Isso mostra que a
crença perdurou por quase um século e, desde
Esta concepção de vida inteligente em Marte H. G. Wells, pôs a civilização e a comunidade
continuou por vários anos à frente. Ainda antes científica em alerta.
da publicação de Wells, o astrônomo francês
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Corroborando a onda marciana, necessário que se registre, Ray Bradbury, um dos
grandes nomes da ficção científica moderna,
publica em 1949, pela Doubleday & Company,
Inc., a sua contribuição à discussão, com um
tom mais especulativo, o livro Crônicas Marcianas, um dos de maior sucesso de sua carreira.
O século XXI despontou com novas descobertas em relação ao planeta vermelho. Até
2008, os únicos gelos conhecidos de Marte estavam nos pólos, e eram de dióxido de carbono, todavia, cientistas do Arizona acreditavam
que a sonda Phoenix tinha, enfim, descoberto
gelo de água. Em 2009, em expedição ao solo
marciano, a sonda Mars Reconnaissance Orbiter localizou a existência de outras formações
de gelo em recentes crateras de oito metros de
diâmetros. Estas descobertas fizeram com que
chegássemos a um raciocínio lógico: Marte, em
seu passado, não tinha uma atmosfera seca,
como hoje, mas úmida. Logo, passível de uma
sociedade antiga. Neste sentido, podemos levantar a linha de raciocínio que naquele planeta
possivelmente exista um ciclo, e que se pouco
a pouco ele parece retomar a sua vitalidade,
provavelmente reconstitua, em um futuro longínquo, outras formas primitivas de vida, isso
ainda se não existir espécies em estado de hibernação em seus polos.
maiores giravam em torno de um suposto crânio. Nada disso, no entanto, era ou é real, tudo
fruto de especulações infundadas e vítimas de
efeitos de óptica. A repercussão desses fatos,
porém, prova o quanto a crença de vida em
Marte ainda está longe de acabar.
Os avanços científicos de pesquisa em
Marte até hoje foram válidos, mas cumpre observar que apesar de existir água, esta, por sua
vez, é em pouca quantidade e não desempenha função alguma no planeta, senão em auxílio nosso na formulação de possíveis teorias a
respeito de que primitivas formas de vida tenham existido lá. Além disso, só uma busca detalhada através do subsolo seria capaz de nos
mostrar a evidência, por exemplo, de lençóis
freáticos, capazes de favorecer a evidência de
microrganismos simples, e isso só se dará em
2016, quando a Agência Espacial Europeia, em
parceria com a NASA, enviar ao solo marciano
a sonda ExoMars, que será capaz de perfurar
aproximadamente dois metros – enquanto isso
não ocorre, só nos restarão especulações. Até
lá, por que não especularmos sobre a existência de civilizações subterrâneas que sobrevivam em Marte através de processos químicobiológicos ainda não conhecidos por nós?
Wells nos deu a receita, escrevamos os Morlocks marcianos!
Parnaíba, 15 de fevereiro de 2012.
Daniel C. B. Ciarlini
Há poucos anos, o mundo se viu estático
com algumas fotografias coletadas de Marte, e
uma delas, que causava ilusão de óptica de
uma formação rochosa, desenhava a silhueta
de um humanoide sentado. Além desta, outras
imagens pareciam mostrar o que seriam carcaças, ou até mesmo fósseis, cujas suspeitas
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
PAZ E AMOR
Nenhum de Nós
Flores na cabeça,
Nossos pés descalços
Nossa vida toda
De paz e amor
Chame a família, avise o tio e o avô
Hoje todos vão saber que a sua garotinha se casou
Proibida, escondida, muito jovem pra escolher
Sua mãe quase desmaia,
Seu pai diz que quer morrer
Já fui seu namorado por isso ela me chamou
Para que eu fosse testemunha dessa história
Que seja linda como um dia foi a nossa
Refrão: (2x)
Com flores na cabeça,
Nossos pés descalços
Nossa vida toda
De paz e amor
Avise a vizinha, mande chamar o seu irmão
Eles tem que conhecer a sua mais nova paixão
Estudante, dependente da mesada de seu
pai
Um garoto com os braços tatuados
E por você perdidamente apaixonado
Refrão: (2x)
Com flores na cabeça,
Nossos pés descalços
Nossa vida toda
De paz e amor
Paz e amor...
Refrão: (2x)
Com flores na cabeça,
Nossos pés descalços
Nossa vida toda
De paz e amor
Paz e amor...paz e amor...paz e
amor...paz e amor...
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
PAZ ...
Por Ju Petek
A Paz inicia dentro do nosso coração
no pensamento
na vontade
no agir.
A Paz inicia com a vontade
para o amor sem preconceito
sem barreiras.
A Paz inicia com a comiseração
de doação ... partilha ...
A Paz inicia com o coração aberto
o sorriso aberto
o abraço aberto
o olhar aberto
carregados de amor.
A Paz inicia quando o querer
sobrepuja a inércia
quando espalhamos comiseração
afetos e pureza
não importa onde for
não importa com quem for
é levar o paraíso no sorriso
batendo forte no peito
o agir em todos caminhos
de ser e semear
P az
a mor
z elo
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
A PAZ QUE EU QUERO
Por Luiz Carlos Amorim
Pra que a guerra?
Pra que revolta,
ódio, dor, ganância?
Eu quero a paz,
serenidade, amor,
quero asas povoando o céu...
Quero crianças correndo em meu caminho,
quero ouvir risos em todos os lugares,
quero sorrisos no rosto do irmão...
A paz, ah, a paz...
Não vá embora, amiga escorraçada.
Fica um pouquinho mais...
Inda há crianças por aqui,
anjos pequeninos,
brancos, negros, amarelos, pardos,
anjos que te têm nas asas,
como pássaros em liberdade
andando pelo chão
para depois voar...
Vem que eu te quero, paz.
Não deixe que eu morra pelo ódio,
não importa quando eu vá.
Quero morrer com uma flor na mão,
na outra mão um toque de criança
e nos olhos um sorriso teu...
Sorriso de vitória por estar aqui,
amiga paz, até que eu vá
e até depois que eu tenha ido...
Pois há de haver,
mesmo que eu não esteja mais aqui,
pássaros no céu, crianças pelo chão,
flores a desabrochar e corações abertos.
Paz, teu tempo é sempre,
teu lugar é aqui!
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Cosmopolitismo da Pedra-Som
(poema dedicado)
Por Kaefe Conrado
Chegava-te assim
Os olhos não pediam pra ver
E se pedissem por que ver?
No suor longínquo de batalhas
Avulsamente é expelido seco
O ódio
O sono
O sonho
O desejo ñ que já são secos em sim A pedra da humanidade
O sol da irmandade
Os fatos do humano
- que são entanguidos por ter de ser
Ainda ofertamos morais
Só que como polimentos de nossos carros
Mulheres de sexo exposto
(não duvides, acredite)
Não são mais belas, apenas encosto
O seio que emana alimenta
O acabado.
Oh!... (são preces feitas em mesquitas
Um índice onomástico é feito à entrada dos cemitérios
E incrível é o som de serenata em voga
Agora não mais aos olhos e ouvidos, mas ao tato
[chegam
Chegam-me assim.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Paz e amor também no futebol
assim como, do desempenho de nossos craques que jogam lá fora. Isso é motivo legítimo
de orgulho para o Brasil. De fato, os países
Marluce Portugaels
concorrentes invejam e admiram nosso domíTodo o mundo sabe que o futebol é um nio nesse campo, e, quando somos eliminados
jogo, isto é, um esporte que diverte seus prati- da Copa do Mundo todos ficam surpresos. É
cantes e que oferece uma atividade física exce- claro que alguns ficam contentes por sentirem
lente. Alem disso, para crianças e adolescen- em nossa derrota uma chance de vitória para
tes, a prática do futebol treina coordenação, eles. Para o torcedor brasileiro, porém, fica o
espírito de equipe e fair play. Sem espírito es- desapontamento, a frustração pela oportunidaportivo não poderá haver jogo, pois o que im- de perdida de realização com a suposta vitória
porta não é o resultado, mas o processo, ou de seu time.
Em momentos de tristeza e clamor nacio-
seja, a atividade em si. Mas, o futebol é, tam-
bém, um espetáculo que em nossos dias se nal pela derrota da Seleção Nacional em um
tornou profissional, consequentemente, um torneio como a Copa do Mundo, a mensagem
que poderia ser passada aos homens, mulhe-
enorme negócio.
res e crianças do Brasil, todos torcedores apaiSe considerarmos o futebol como uma xonados desse esporte espetacular que é o fucompetição esportiva, então, acharemos nor- tebol, é que não fiquem desanimados! Encamal que o torcedor demonstre sua paixão por rem tudo com esportividade. Numa boa! Pois,
seu time favorito ou pela seleção de seu país, à nós todos sabemos que futebol não é uma cicondição que essa paixão não se torne fanatis- ência exata, e pouca coisa pode fazer um time
mo. Sabemos que qualquer tipo de fanatismo é perder ou vencer. É claro, que seria bom garuim porque pode produzir ações ilegais e cri- nhar a Taça, mas, no final das contas, o que
minosas. A história desde a Antiguidade nos importa mesmo é a beleza do esporte e do esensina isso. Por sinal, o hooliganismo de certos petáculo, é o exemplo motivador para as criantorcedores em clubes ao redor do mundo, nos ças, é o espírito esportivo, é o clima de paz e
dias atuais, com certeza, não é brincadeira!
amor que reina naquele momento. Ou pelo menos é assim que deveria ser!
Se entendermos o futebol como uma atividade profissional, em que dinheiro, notoriedade
e poder estão em jogo, então, a coisa muda de
aspecto. Sabemos da justa fama do futebol
brasileiro no exterior, em virtude de nossas numerosas conquistas em torneios internacionais,
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Deus não cobra dinheiro pelo tanto que nos dá,
mas a vida aqui na Terra não anda sem ele...
no dia seguinte, bem cedinho, deixou com João
Por Maria Luiza Falcão
os cem reais que ele, meio envergonhado, cobrara pela pintura e os consertos que a casa de
obras assistenciais há tanto precisava... ele
João ficou radiante ao receber aqueles cem re- bem preferia fazer de graça, mas a dívida com
ais, pois enfim ia poder saldar sua dívida com o o Manoel da venda não lhe saía da cabeça...
Manoel da venda. Manoel recebeu o pagamento de cara fechada, afinal já estava esperando
há quase um mês. Mas também não queria deixar transparecer a um simples pintor de paredes como João que ele, o dono daquela venda
que era quase um supermercado, estava tão
precisado daqueles cem reais para pagar um
de seus fornecedores, o Pedro das farinhas.
Pedro, porém, não escondeu o alívio que sentiu
ao receber aqueles cem reais, pois a doença
da mulher não podia esperar pelos remédios e
ele não tinha mais cara para pedir fiado na farmácia do Augustinho. Assim, pôde chegar em
casa e ver o sorriso da esposa quando ele lhe
entregou os remédios. Augustinho... ah... vivia
um tormento, pois o filho, o Junior, andava às
voltas com uma turma da pesada, que vivia lhe
cobrando umas dívidas que ele, Augustinho,
não conseguia bem entender. Na verdade, ele
não queria entender... há tempo o filho pedia e
ele negava, mas o coração de pai ficava apertado vendo-o naquela agonia. Enfim, decidiu
lhe entregar os cem reais, não sem antes lhe
passar um monte de conselhos, avisos, ameaças... Junior mal acabou de ouvir aquele desfiar
de rosário e partiu para o morro, onde o Wando
do pó fazia ponto. Novas ameaças: daqui pra
frente, sem grana, sem bagulho. Wando não
era má pessoa, apenas mais um trabalhador.
Pelo menos era assim que a mãe o via e recebeu de suas mãos aqueles tão esperados cem
reais. Maria tinha uma lista de prioridades, mas
encabeçando estava seu compromisso com a
fé. Afinal, as obras de sua igreja, e o próprio
local onde os encontros aconteciam, não eram
de graça. Aluguel, tanta gente mais precisada
que ela pra ser ajudada... de todas as obras, a
que mais lhe tocava o coração, era a que trabalhava com os jovens viciados... tanto sofrimento
daquelas pobres criaturas, das famílias... agradecia aos céus o seu Wando nunca ter caído
no vício... nos dias de hoje, é sorte mesmo! À
noite, na hora de sempre, deixou lá sua contribuição. Uma benção, pensou Ernestina... naquela noite o povo compareceu direitinho...
PAPEL SEM DONO
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
PAZ E AMOR, FAÇA AMOR E NÃO A
GUERRA!
mas!
Vença a sede de vida e não a de vingança!
Vençam a solidariedade e a compaixão!
Por Leonilda Yvonetti Spina
Chega de tanta discórdia e terror!
O mundo precisa de paz e amor.
Tantas catástrofes já acontecem,
constantemente, pela mão da natureza,
causando enorme comoção e tristeza.
Até porque, por ganância e ânsia.de poder
o homem ousa extrapolar seus limites,
e utiliza a inteligência
ameaçando o meio ambiente
e a própria sobrevivência.
Tantos são os que pelejam contra doenças,
para prolongar o tempo de vida!
Luta a medicina para extirpar
os males que afligem a humanidade,
para uma existência de melhor qualidade.
Inspirados em nosso Criador,
quantos exemplos de fraternidade
e desmedido amor: Gandhi, Martin Luther King,
Irmã Dulce, Madre Tereza de Calcutá
e tantos outros que não se importavam
consigo apenas, mas, com os semelhantes!
Este mundo só terá jeito,
se cada um ostentar no peito
a bandeira da compreensão.
“Paz e amor, faça amor e não a guerra!”
é o canto sublime que a todo momento
deve ecoar pelos quadrantes da Terra!
Só o respeito às raças e crenças,
a tolerância e o entendimento
aparam as arestas das desavenças
e levam os homens à harmonia.
Que cada um de nós seja capaz de, a cada dia,
abraçar esse lema como princípio de vida!
E a humanidade agradecida, contemplará
a alva pomba da paz sobrevoando o universo,
a levar no bico o ramo verde da esperança
e nas asas, o amor cantado no mais lindo verso!
Só com o coração sem rancor a concórdia se
alcança.
Eliminemos a guerra, semeemos o amor!
E a paz colheremos, em abastança!
Tantas pessoas com feitos edificantes,
a pregar lições de paz do Deus Onipotente:
- Aquele, que com imensa generosidade,
a todos ama incondicionalmente!
Chega de tanto horror, cruéis matanças,
de ódio incutido no coração de crianças
inocentes e perigosamente armadas!
Tantas vidas tristemente ceifadas,
pelos que atiçam a vingança e o rancor
em nome de um Deus, que pregava somente
a concórdia, fraternidade e amor!
Enquanto a ciência avança para melhorar
as condições de vida da humanidade,
grupos radicais, de coração em ódio imerso,
agem com intolerância e impiedade.
Vençam as flores, eliminem-se os canhões!
Vençam as mãos abertas, que espalham carinho,
e não os punhos que agridem e empunham arwww.varaldobrasil.com
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
A Paz
Por Joseli Rosa
A paz é um estado pleno,
De tranquilidade
Que a alma possui.
Um tempo ,um momento
De suavidade,
Introspectividade.
Porque não ,de
Serenidade
Que o pensamento conduz.
O mais difícil
É conviver,
É permanecer
E até fazer valer, (dependendo de nós)
A paz!
Uns acham melhor
Viver em guerra
Consigo mesmo,
Com os sonhos, com o outro,
Sem parar
E pensar :porque não viver
Em paz sobre a Terra?
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Por Madhu Maretiore
Por Rino Montebeller
Nas linhas do livro da minha vida encontrei
os seus sonhos.
Agora você está distante, na realidade do seu dia a dia,
mas tudo ficou marcado, tudo ficou no passado.
Se no seu futuro eu não vou estar presente, lembre-se
que eu foi somente um pedacinho do seu tempo.
Passado... Presente... Futuro... Tudo está escrito.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
A Paz não é dependente da Guerra
Rozelene Furtado de Lima
Sai em busca da paz
E encontrei-a em toda parte
O sol abraçando o idoso na praça
O vento despertando a natureza
A mãe amamentando o filho
A brisa refrescando a vida
A noite acendendo estrelas
O orvalho beijando a flor
Os pássaros fazendo seus ninhos
O galo anunciando o amanhecer
O sino chamando para oração
A inocência fazendo a criança adormecer
O final de tarde pintando o poente com emoção
A carícia nas mãos dos amantes
A paz e guerra não são opostos, nem contrários
Guerra é a disputa por poder dominante
A paz não busca adversários
Guerra é o inverso do universo
o lado feio do ser humano
o avesso da coragem, o efeito perverso
a negação da fé, a sobreposição do insano
é a arma do covarde que só age em bando
A guerra precisa de legião
De crueldade, de comando.
A paz pode ser sentida até na solidão
A paz não é dependente da guerra
É o símbolo da boa vontade
É um estado da alma no céu e na terra
Paz é o começo e o fim do curso da vida
A guerra não é disciplina é matéria perdida.
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
Imagem: Gift for Tomorrow by temporary Peace
Seja a paz nosso presente
para o amanhã!
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VARAL DO BRASIL - Março de 2012 - Edição no. 13
miam sentido pejorativo para a grande massa norteamericana.
HIPPIE
(Fonte Wikipédia)
Estilo e comportamento
Os "hippies" (no singular, hippie) eram parte do movimento de contracultura dos anos 1960 tendo relativa queda de popularidade nos anos 1970 nos
EUA, embora tenha tido muita força em países como o Brasil somente na década de 1970.
Uma das frases idiomáticas associada a este movimento foi a célebre máxima "Paz e Amor" (em inglês "Peace and Love") que precedeu a expressão
"Ban the Bomb", a qual criticava o uso de armas
nucleares. Mais info
As questões ambientais, a prática de nudismo, e a
emancipação sexual eram ideias respeitadas recorrentemente por estas comunidades.
Adotavam um modo de vida comunitário, tendendo
a uma espécie de socialismo-anarquista ou estilo de
vida nômade e à vida em comunhão com a natureza, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnã,
bem como todas as guerras, abraçavam aspectos
de religiões como o budismo, hinduísmo, e/ou as
religiões das culturas nativas norte-americanas e
estavam em desacordo com valores tradicionais da
classe média americana e das economias capitalistas e totalitárias. Eles enxergavam o patriarcalismo,
o militarismo, o poder governamental, as corporações industriais, a massificação, o capitalismo, o
autoritarismo e os valores sociais tradicionais como
parte de uma "instituição" única, e que não tinha
legitimidade.
Origens
O termo derivou da palavra em inglês hipster, que
designava as pessoas nos EUA que se envolviam
com a cultura negra, ex..: Harry The Hipster Gibson.
Em 6 de setembro de 1965, o termo hippie foi utilizado pela primeira vez, em um jornal de São Francisco, um artigo do jornalista Michael Smith. * A
eclosão do movimento se deu em consequência do
surgimento da chamada Geração Beat, os beatniks,
uma leva de escritores e artistas que, primeiramente, assumiram os comportamentos copiados pelos
hippies.
Com a palavra "beat", John Lennon, transformado
em um dos principais porta-vozes pop do movimento hippie, criou o nome da sua banda - The Beatles.
Tanto o termo beatnik como o termo hippie assu-
O símbolo da paz foi desenvolvido na Inglaterra
como logo para uma campanha pelo desarmamento
nuclear, e foi adotado pelos hippies americanos que
eram contra a guerra nos anos 60.
Nos anos 60, muitos jovens passaram a contestar a
sociedade e a pôr em causa os valores tradicionais
e o poder militar e econômico. Esses movimentos
de contestação iniciaram-se nos EUA, impulsionados por músicos e artistas em geral.
Os hippies defendem o amor livre e a não-violência.
O lema "Paz e Amor" sintetiza bem a postura política dos hippies, que constituíram um movimento por
direitos civis, igualdade e antimilitarismo nos moldes
da luta de Gandhi e Martin Luther King, embora não
tão organizadamente, mantendo uma postura mais
anárquica do que anarquista propriamente, neste
sentido.
Como grupo, os hippies tendem a viver em comunidades coletivistas ou de forma nômade, vivendo e
produzindo independentemente dos mercados formais, usam cabelos e barbas mais compridos do
que era considerado "elegante" na época do seu
surgimento. Muita gente não associada à contracultura considerava os cabelos compridos uma ofensa,
em parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por acharem "anti-higiênicos" ou os
considerarem "coisa de mulher".
Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968, que a contracultura hippie já estava se diversificando e saindo dos centros urbanos
tradicionais.
A Kombi se tornou um dos símbolos principais da
contracultura do movimento hippie, desde 1960 até
hoje.
Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a
Guerra do Vietnã, cujo propósito era acabar com a
guerra. A massa dos hippies eram soldados que
voltaram depois de ter contato com os Indianos e a
cultura oriental que, a partir desse contato, se inspiraram na religião e no jeito de viver para protestarem.
Seu principal símbolo era a Figura circular com 3
intervalos iguais.
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(Só por hoje)
1 – Ikaru na
(Não te zangues)
2 – Shinpai suna
(Evite preocupar-se)
3 – Kansha shite
(Seja grato)
4 – Gyo o hage me
(Trabalhe com afinco)
5 – Hito ni shinsetsu ni
(Seja gentil com o ser humano)
Asa yuu gassho shite, kokoro ni nenji, kushi ni tonaeyo
(De manhã e à noite sente-se na posição Gassho e repita essas palavras em
voz alta e em seu coração)
Shin shin kaizen, Usui Reiki Ryoho
(Para melhorar o corpo e a alma, Usui Reiki Ryoho)
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Todos os textos publicados no Varal do Brasil receberam a aprovação dos autores, aos
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