241ConseqLH~ncias da Conversao
Transcrição
241ConseqLH~ncias da Conversao
241 ConseqLH~ncias da Conversao Precoce ou Tardia ap6s Corre~ao Endovascular do Aneurisma da Aorta Abdominal: Como Torna-las Menos M6rbidas Christopher K. Zarins Introdu~ao A corre~ao endovascular do aneurisma da aor :~ abdominal apresenta morbi-mortalidade inferior a :' J'gia convencional, sendo portanto, considerada 0 : ':- ~ ed imento de elei~ao para portadores de aneurisma : =. 20rta infra-renal com anatomia prop[cia(l). Estudos :. ·:s. ectivos randomizados recentes tem demonstrado :-:: -, ~ao aproximada de tres vezes na mortalidade ope r: ~ : ' 3 quando esta corre~ao efeita pela via endovascu : ' ::m compara~ao com a cirurgia aberta(2,3). Esta redu :::. da mortalidade associada ao aneurism a e mantida ;: : : . ::~ rrodo de ate 4 anos(2). A corre~ao endovascular : : ::- eurisma, no entanto, e associada com algumas :- ~ :. i c a~6es precoces e tardias (problemas na libera~ao -= :. _ :c lencia dos dispositivos, vazamento, migra~ao, au - = -~ J do saco aneurismatico e ruptura do aneurisma) =: : _:: IS podem requerer a e xecu~ao de procedimentos > :_- arios para sua corre~ao . 0 indice de reinterven :~ : :. : s -corre~ao endovascular do aneurisma tem sido : :: : :. ~o em torno de 9-35%(4.7)/ incluindo a coloca~ao - :- - :. dulos extensores, molas, stents e oclusores. Quando as solu~6es endovascul ares falham ou ~ ~ : ~ ~ J poss[veis, a conversao para ci rurgia aberta pode _-= - :::essaria, seja durante 0 procedimento inicial ou _ : :: ente para tratar ou prevenir a ruptura .As con se _:: - : 35 da conversao precoce ou tardia sao graves e : _=r" morte e/ou insuficiencias cardiaca, re spirat6ria - : - :: . Acredita-se que os riscos de conversao cirur =.= :. - s -corre~ao endovascular do aneuri sma da aorta sejam maiores que 0 da cirurgia aberta eletiva, pela pre sen~a da endopr6tese(8, 9, 10) Os objetivos do presente Capitulo sao revisar a conversao cirurgica p6s - cor re~ao endovascular e discutir as maneiras de minimizar os ris cos previamente mencionados. Conversao Cirurgica P6s-Corre~ao Endovascular do Aneurisma da Aorta Abdominal Nao obstante 0 objetivo da corre~ao endo vascular seja evitar a necessidade de cirurgia aberta, a conversao do procedimento endovascular para a ci rurgia aberta convencional pode ser necessaria em alguns pacientes, seja no momento da coloca~ao da endopr6tese ou mais tardiamente. Convers6es precoces sao definidas como as realizadas dentro do perfodo de 30 dias a contar da coloca~ao da endopr6tese e con vers6es tardias como as realizadas ap6s este periodo. Convers6es precoces decorrem, em geral, de problemas oriundos da sele~ao dos pacientes ou de aspectos teClli cos da libe ra~ao do dispositivo. Convers6es tardias, por sua vez, sao relacionada s falencia do dispositivo ou do tratamento empreendido e podem ser realizadas de emergencia, durante a ruptura, ou eletivamente, para prevenir a sua ocorrencia. A necessidade de conversao cirurgica e bastante variavel de acordo com a literatura internacional, variando de 2% a 50%/ na dependen cia da experiencia do Centro em questao, do tipo de a 263 264 SeCl;ao IV - Aorta Abdominal endoprotese utilizada, da dura~ao e complexidade do seguimento clinico pos-operatorio (8-14) . No protocolo US Lifeline Registry of Endovascular Aneurysm Repair, com 2664 pacientes tratados em estudos clinicos con trolados visando a aprova~ao da endoprotese pelo FDA e com seguimento minimo de 5 anos, 0 risco cumulati vo (analise de Kaplan-lVleier) de conversao cirurgica em 6 anos foi de apenas 5%(15). No protocolo EUROSTAR, que inclui varias endoproteses, este risco foi da ordem de 2.1 % ao ano. Riscos mais elevados, neste protocolo, foram associados ao desenho da endoprotese, a vaza mentos do tipo I ou III, migra~ao e acotovelamento da endoprotese(16). 0 estudo clinico prospectivo EVAR-1, usando dispositivos atuais, relatou indice bruto de con versao cirurgica de 2.6% para seguimento medio de 3.3 anos(2). Estudos recentes, de grandes casufsticas provenientes de um unico Centro, relatam indice bruto de conversao cirurgica, incluindo conversao precoce e tardia de 3-6%(17, 18}. Conversao Cirurgica Precoce A corre~ao cirurgica precoce e evento raro, po rem de alto risco operatorio. Conversao imediata, rea lizada durante 0 curso do procedimento endovascular prima rio e associada a altos indices de morbidade e mortalidade(8}. Em experiencia de oito anos com 649 pacientes, provenientes de um unico Centro, a conver sao imediata foi necessaria em apenas 1,4% dos casos, porem a mortalidade operatoria destes pacientes foi de 22% (17). As causas de conversao precoce foram: calcifi ca~ao extensa dos vasos com incapacidade de avan~ar o dispositivo atraves da arteria iliaca, falencia mecani ca durante a libera~ao, impossibilidade de cateterizar o membro contralateral, migra~ao proximal da endo protese durante a libera~ao, com cobertura das arterias rena is e/ou ruptura do colo aortico. Todos os pacientes foram tratados com exposi~ao trans peritoneal da aorta e remo~ao da endoprotese com coloca~ao de protese aortica bifurcada, com exce~ao de um paciente em que foi realizada a reconstru~ao tubular da aorta . Clampea mento aortico supra-renal ou supraceliaco foi necessa rio em dois pacientes. Dois pacientes morreram no pos operatorio imediato, um de falencia de mul tiplos orgaos e sistemas por hemorragia maci~a em decorrencia de ruptura de aorta e 0 outro de infarto do miocar'dio apos reopera~ao por oclusao de enxerto de membro infe ri or com isquemia aguda de membro. Co mp li ca~6 es nao fatais ocorreram em 33% dos casos e incluiram infarto do miocardio (1), deiscencia de parede abdominal (1) e sangramento pos-operatorio (1), os dois ultimos neces sitando reopera~ao'17 ) Em revisao de 14 anos incluindo 574 pacientes provenientes de um unico Centro, submetidos corre ~ao endovascular de aneurisma da aorta abdominal, entre 1993 a 2006, 1% dos pacientes necessitaram de conversao ci rurgica imediata . A morta Iidade operatoria nestes casos foi de 40%(1 8}. As indica~6es para conver sao aguda incluiram a ruptura intra-operatoria da aorta (2), a migra~ao completa da endoprotese para 0 saco aneurismatico, imediatamente apos a libera~ao (1) e 0 vazamento tipo I (2). Convers6es precoces associadas calcifica~ao iliaca e impossibilidade de cateteriza~ao fo ram excluidas desta Serie(18). Exposi~ao transperitoneal mediana foi usada em cinco casos com clampeamento infra-renal, remo~ao da endoprotese e substitui~ao do enxerto. Dois destes pacientes morreram no pos-ope ratorio imediato, a despeito do clampeamento aortico supra-renal ter sido evitado. A alta mortalidade associa da conversao cirurgica imediata tambem foi observa da por outros(10, 14}, sendo frequentemente relacionada ao carater emergencial do procedimento, a necessidade de oclusao prolongada da aorta e a significativa e ines perada perda sanguinea . 0 indice de mortalidade para conversao cirurgica imediata esignificativamente maior que 0 da conversao tardia, sugerindo que em pacientes estaveis, a conversao cirurgica imediata, apos insucesso do tratamento endovascular, deve ser evitada, sempre que possivel. Tais pacientes devem ser tratados de for ma planejada, com reparo tardio eletivo. a a a Conversao Cirurgica Tardia Conversao cirurgica tardia pos-corre~ao endo vascular do aneurisma da aorta mais frequente qUE a conversao precoce e associada a riscos significativa mente menores. Convers6es tardias podem ser reali za das em situa~ao de emergencia para 0 tratamento dE aneurisma roto, ou de forma eletiva para 0 tratamento de uma variedade de condi~6es, como por exemplo, va zamento, crescimento do aneurisma, migra~ao ou falen cia do dispositivo. Em raras ocasioes, a conversao ciru r gica e necessaria por ocasiao de infec~ao ou forma~a de fistula aorto-duodenal. Os indices de mortalidade para conversao Ct rurgica tardia variam de 0 a 20% (8-11,14,17,18). Revisa: e ' U ~W~I _ , _ ..... - 1 .... ~ _ _ _ ~~~_ Cap. 24. Consequencias da Conversao Precoce ou Tardia ap6s CEAAA: Como Tornil-Ias Menos M6rbidas 265 E inicial realizada por May, em 1997, relatava mortali dade associ ada ao procedimento da ordem de 17% e incidencia de insuficiencia renal necessitando de hemodialise tambem de 17%(8). Com frequencia, a conversao cirurgica tardia inclui a remo~ao completa da endopr6tese e sua substitui~ao por pr6tese con vencional cirurgica. Este procedimento pode requerer clampeamento supra-renal ou supracelfaco, pela pro ximidade das arterias renais com os mecanismos de fi xa~ao proximal da endopr6tese que incluem ganchos, farpas e extens6es supra-renais. 0 stress fisiol6gico do clampeamento a6rtico supra-renal e bem conhecido e associado a aumento da morbi-mortalidade quando comparado ao clampeamento infra-renal. A dificulda de na remo~ao de sistemas de fixa~ao proximal pode contribuir para 0 prolongamento do tempo de clampe amento supra-renal, acarretando isquemia renal pro longada e danos aparede da aorta com complica~6es anastom6ticas posteriores. Lyden( l 1) relatou indice de mortalidade de 20% em cinco pacientes submetidos conversao aberta tardia eletiva com clampeamento supraceliaco, em seguimento de 4 anos. Outros au to res tambem observaram mortalidade perioperat6ria alta com a via de acesso mediana e 0 clampeamento supraceliacd9, 10). Lipsitz(14) relatou mortalidade de 18% em pacientes submetidos a conversao cirurgica tardia com duas mortes em pacientes submetidos ao clampeamento supraceliaco e remo~ao da endopr6te se, mas nenhuma morte em nove pacientes com remo ; ao limitada da endopr6tese, deixando partes ou ate 'I1 esmo toda a endopr6tese no local. Verzini, por outro lado, nao relatou mortes em 29 convers6es tardias com clampeamento supra-renal 2:1'1 12 pacientes (41 %) e remo~ao comp leta da en jopr6tese em todos, exceto dois casos(17} Conversao : rCI rgica aberta foi realizada de forma el etiva em 25 ::acientes com seguimento medio de 33 meses ap6s = procedimento endovas cular primario. As i nd i ca~6e s :a ra conversao eletiva incluiram crescime nto do 2neu - sma, migra~ao e vazamentos. Nenhum tratamento =1dovascular secundario foi tentado em 8 % do s pa : 2ntes. 0 fato de ter-se dado preferencia a cor r e~ao ~ etiva aberta ao inves do tratame nto endQl.'as Jlar ;2cundario culminou em indice de conlJersao ta rda ~Iat ivamente elevado (4,5%) e rISCO CL.' Ij 2 ~ 1 , 0 CJ ::1 ersao tardia de 9% em 6 anos pelo :irs So: ::: e opl an Meier(17) A maioria das e ndocr::;~=S=5 2 r" ='egadas neste experimento eram di sOJs: .:s _ a renais sem ganchos ou farpas, 0 que facilitou a sua remo~ao completa sem mortalidade. Jiminez tambem nao relatou mortalidade entre os 12 dos 574 pacien tes (2.1 %) submetidos a conversao cirurgica tardia em periodo medio de 27 meses ap6s 0 procedimento endovascular(18) A grande maioria das endopr6teses usadas neste experimento incluia ganchos no sistema de fixa~ao proximal e 76% dos casos foram tratados com dispositivos bifurcados de primeira gera~ao. Estes dispositivos nao apresentam compollentes auxiliares para corre~ao dos vazamentos do tipo I e III e portanto s6 dois pacientes foram submetidos a interven~6es en dovasculares secundarias (implante proximal de stent de Palmaz) antes da cOllversao cirurgica propriamente dita(18). Clampeamellto a6rtico supra-renal foi neces sario em apenas um dos tres pacientes em que foi usado balao de oclusao a6rtico, posicionado Ila aorta supra-renal, antes da corre~ao aberta do aneurisma . Em alguns pacientes, 0 balao a6rtico foi posicionado atraves da endopr6tese, na aorta supra-renal, ap6s a abertura do aneurisma, de forma a permitir a exposi ~ao completa da endopr6tese, sem a necessidade da exposi~ao operat6ria da aorta visceral. Esta tecnica per mitiu a remo~ao das farpas e ganchos proximais, sem a interferencia do clampeamento a6rtico adjacente. Ap6s a remo~ao da endopr6tese e do balao a6rtico, proce deu-se ao clampeamento infra-renal. Esta tecnica, sem duvida, contribuiu para 0 baixo indice de mortalidade operat6ria. Adicionalmente, na maioria dos pacientes, p endopr6tese nao foi completamente removida. Em oito das doze convers6es tardias (67%), um ou ambos os ramos iliacos foram deixados no local. Esta conduta foi facilitada pelo desenho da endopr6tese que nao incluia stents nos ramos iliaeas em seis dos oito pacientes. COI1 versao cirurgica tardia por ruptura foi associada aindices de mortalidade que variaram de 0-50%(8, 17, 19) Alguns autores acreditam que a endopr6tese exer~a efeito pro tetol', limitando a hemorragia e reduzindo a mortalidade nos casos de aneurisma roto. Verzirli nao relatou mor talidade entre os tres pacientes submetidos a conver sao cirurgica de emergencia por aneurisma roto, mas informou que outros tres pacientes com aneurism as rotos p 6 s-corre~ao endovascular de aneurisma de aorta abdomina l foram referidos para outros hospitais, aonde vie ra m a falecer sem terem side subrnetidos a conver sa o cirurgica . Caso tais pacientes tivessem side in cl ui dos no G~lculo da mortalidade de I'uptura p6s-corre~ao endovascular, esta seria de 50% (17). 266 Seccao IV - Aorta Abdominal Como Torna-Ias Menos M6rbidas Conversao cirurgica pos-insucesso do trata mento endovascular e procedimento de grande porte, com consideravel risco para 0 paciente. A maioria destas conversoes pode ser evitada com a sele~ao criteriosa do paciente, a implanta~ao precisa da endoprotese, 0 segui mento elinico detalhado e atraves de procedimentos en dovasculares secundarios necessarios para manuten~ao da fixa~ao e da fun~ao da endoprotese. Outro aspecto de grande import.§ncia e evitar-se a conversao cirurgica de emergencia, seja durante 0 procedimento inicial ou posteriormente por ocasiao de aneurisma roto. Sele~ao cuidadosa do paciente associada ao planejamento pre operatorio detalhado e familiaridade da equipe medica com a endoprotese e tecnicas endovasculares a serem usadas sao indispensaveis antes de se proceder ao reparo endovascular. Erros tecnicos, culminando com a ruptura aortica ou iliaca, devem se evitados ao maximo e 0 aces so com fio-guia deve ser mantido durante toda a dura~ao do procedimento. Na eventualidade da ruptura da aorta ou das iliacas, deve-se proceder a imediata oelusao do local da ruptura com balao, com controle fluoroscopico da posi~ao e da sua eficacia no controle da hemorragia, ao inves de se optar pela explora~ao cirurgica imediata com elampeamento da aorta. As arterias iliacas devem ser avaliadas com cuidado atraves de exames de imagem para determinar seu diametro, tortuosidade, calcifica~ao e facilidade de cateteriza~ao. Nos pacientes com iliacas de pequeno calibre, grave mente calcificadas, muito tor tuosas ou de dificil acesso, deve-se proceder coloca~ao de conduite anastomosado a por~ao proximal da diaca externa ou da iliaca comum. A coloca~ao da endoprotese atraves deste conduite e segura e eficiente para evitar problemas na implanta~ao e libera~ao da endoprotese que poderiam requerer conversao cirurgica de emergen cia. Apos 0 terminG do procedimento endovascular, este conduite pode ser simplesmente ligado ou usado como ponte ileo-femoral em pacientes com doen~a oel usiva importante. Rupturas aortica e/ou iliaca, com freqliencia, resultam da insufla~ao excessiva do balao usado para vedar a endoprotese ou tratar vazamento do tipo I. A se le~ao do tamanho apropriado do balao, ass im como da pressao de insufla~ao efundamental para evitar a ruptura. Precisao tecnica na libera~ao do balao e mu ito importante para a eficacia da corre~ao endovascul ar a curto e longo prazo. Cada endoprotese te m 0 se u si ste ma de libera~ao e marca~oes diferenciadas, pona to 0 a usuario deve estar familiarizado com as instru~oes do fabricante quanto ao uso do dispositivo selecionado. A endoprotese deve ser posicionada com a sua borda superior 0 mais proximo possivel da arteria renal mais baixa e estendida de forma a cobrir toda a extensao da arteria lIiaca . Este procedimento confere maxima fixa ~ao e suporte estrutural contribuindo para boa eficacia a longo prazo. Deve-se realizar angiografia pos-procedimento, apos a libera~ao da endoprotese, para verificar 0 seu posicionamento e determinar a presen~a de vazamento. Embora vazamentos nao sejam desejaveis, nem sempre e possivel elimina-Ios durante a corre~ao endovascular. A presen~a de vazamento, mesmo que do tipo I, nao deve suscitar conversao cirlJrgica aberta imediata. Mui tos vazamentos do tipo I fecham sozinhos ou podem ser controlados com sucesso, atraves de procedimento en dovascular eletivo realizado no periodo pos-operatorio. Seguimento pos-operatorio cuidadoso, baseado em exames de imagem, deve ser realizado em todos os pacientes para determina~ao do sucesso do procedi mento endovascular. Sao de fundamental importancia a determina~ao da presen~a de vazamento, de mudan~as do colo aortico ou do tamanho do aneurisma e da po si~ao e integridade da endoprotese. Felizmente, a gran de maioria dos achados pode ser corrigida atraves de procedimento endovascular secunda rio. A coloca~ao de extensoes proximais e distais pode nao so corrigir vaza mentos do tipo I como tambem desconexoes de modu los, vazamentos do tipo III e migra~ao ou acotovelamen to da endoprotese. I\]os casos de angula~ao grave do colo, a conversao endovascular para endoprotese aorto monoiliaca pode eliminar vazamento proximal do tipo I. Nos casos de defeitos na malha da endoprotese ou de vazamento do tipo III, a solu~ao e recobrir 0 dispositivo implantado com nova endoprotese. Vazamentos do tipo II geralmente nao necessitam de tratamento, a menos que resultem em aumento significativo do aneurisma. o tratamento endovascular deve ser considerado em to dos os pacientes antes de se partir para conversao cirur gica eletiva. Esta deve ser reservada para os pacientes com vazamentos do tipo I e III associados a crescimento aneurismatico, assim como para pacientes selecionados com vazamento do tipo II tambem com crescimento do aneurisma, que nao responderam ao tratamento en do vascular secundario. 0 procedimento cirurgico, nestes casos, deve ser individualizado para cada paciente, de fo rma a reduzir 0 risco associado ao mesmo. Exposi\ao ---- __ • -.. " • " ..... _ _", ' "' IIII ~ '"II , - , - .................. Cap. 24. Consequencias da Conversao Precoce ou Tardia ap6s CEAAA: Com o Torna-Ias Menos M6rbidas aberta convencional com controle da aorta atraves da via transperitoneal ou retroperitoneal e diffcil na presen ~ a de endopr6tese, podendo ser necessario 0 clampea mento supra-renal ou supracelfaco. A morbidade asso ciada a este procedimento pode ser minimizada atraves da i ntrodu~ao de balao de oclusao aortica por bainha :ransfemaral, no infcio do procedimento. Esta conduta -: articularmente utiI em procedimentos de emergencia ::i'a aneurismas rotos nao carrigidos com a terapeutica -: - ovascular. Este balao deve ser posicionado na aorta 5.. ra-renal, sob controle fluarosc6pico e insuflado de ::: rdo com a necessidade, para garantir 0 controle da :: ta proximal. A bainha deve ser avan~ada ate 0 nivel == Jalao para prevenir a sua migra~ao distal. Nos casos :: -: ti os 0 bal ao nao e insuflado ate que 0 aneurisma e = ~ 10 infra-renal tenham sido expostos e 0 clam pea - ~ 0 se fa~a necessario. Esta conduta pode minimizar :: 2xtensao da dissec~ao cirurgica necessaria, alem de : ~ -ll i tir melhor visualiza~ao da endoprotese dentro do : :: = aneurismatico e reduzir 0 tempo de oclusao aor ~ :; . Apos a abertura do saco aneurismatico, 0 corpo =:: 2n doprotese e clampeado de forma a evitar sangra - ~- 0 retr6grado. A fonte do vazamento e entao con - --" ada e corrigida. Em geral, isto so e possivel atraves : : - orr e~ao de vazamento proximal do tipo I, podendo : ~ 1ao requerer a remo~ao completa da endoprotese. ::- :2Sde vazamento do tipo II podem ser eliminadas :"0' es da liga~ao da arteria mesenterica inferior e das : , ~ ri a s lombares pervias par dentro do aneurisma. Em muitos casos, nao enecessario remover com : -::cm ente a endoprotese, mas sim a parte mal fixada 267 ou com funcionamento inadequado, como por exemplo, no caso de alargamento do colo a6rtico com vazamento proximal do tipo I, somente a parte proximal da endo pr6tese precisa ser removida, preservando-se os ramos ilfacos. 0 carpo da endopr6tese ou mesmo os ramos iliacos podem ser divididos com auxilio de dispositivos cartadores de metal, de forma a separar seus compo nentes. Enxerto cirurgico pode ser entao anastomosado proximalmente ao colo aortico infra-renal e distalmente aos componentes remanescentes da endoprotese, seja esta tubular ou bifurcada. Caso um dos ramos iliacos esteja dobrado, ocluido ou associado a vazamento do tipo I, deve-se proceder a remo~ao deste ramo com a coloca~ao de enxerto cirl~lrgico anastomosado a por~ao distal da arteria ilfaca ou aarteria femoral. Nos casos de vazamento do tipo I ocasionado pelo alargamento do colo a6rtico infra-renal, com ve da~ao inadequada pela endopr6tese, pode-se realizar o cadar~amento do colo a6rtico, sem a necessidade de clampeamento. Este procedimento modificado de con versao cirurgica exige a ex posi~ao da aorta e do colo aortico infra-renal para cerclagem externa deste colo, de forma a reduzir 0 seu diametro. Este procedimento corrige 0 deficit de veda~ao entre a endopr6tese e a parede da aorta, eliminando 0 vazamento proximal do tipo I. Para confirmar 0 sucesso deste procedimento, deve-se abrir 0 aneurisma, remover os trombos intra murais e confirmar a ausencia de vazamento do tipo I. A endopr6tese em questao nao e removida, sendo 0 saco aneurismatico fechado sobre a mesma par meio de forma bem ajustada (Figura 1) . :,gu ra 1 A, E xpos i ~ao da aor ta pela via transperitoneal e assagE- _= :3-:3:e Dacron ao redor do colo a6rtico. B, A banda de Dacron eajustada ao redor do colo a6rtico com multipl os pontos, de fo ma a 'edu:" 5:: . : a~~:r0 pr movendo melhor ve d a~ao proximal e e limin a~ao do vazamento do tipo I. 1=~ ....AI 268 Secc;ao IV - Aorta Abdominal o paciente em questao apresenta vazamento do tipo I de infcio precoce, associado ao alargamento do colo a6rtico com veda~ao proximal inadequada, Pro cedimento endovascular secundario para coloca~ao de extensao proximal nao foi capaz de eliminar 0 vazamen to, permitindo 0 crescimento continuado do aneurisma, Nenhum vazamento do tipo I distal e observado e os ramos ilfacos estendem-se ate a bifurca~ao ilfaca, bila teralmente, Figura 1 C - 0 saco aneurismatico eaberto com a remo~ao de trombos intramu rai s e a in spe~a o da endoprotese, com a confirma~ao da ausencia de vazamento do tipo I. No caso de vazamentos do tipo II, pode-se proceder ligadura da arteria mesenterica inferior ou dos orificios das arterias lombares, A endoprotese e deixada em posi~ao e 0 saco aneurismatico fechado ao seu redor. a Conclusao Convers6es cirurgicas precoces, realizadas du rante a corre~ao endovascular do aneurisma, estao re lacionadas a erros tecnicos eassociadas a altas taxas de morbidade e mortalidade, Sele~ao criteriosa do paciente e planejamento pre-operat6rio adequado em associa ~ao a melhoria das endopr6teses e de seus sistemas de libera~ao tem contribufdo para minimizar 0 risco deste tipo de conversao. Convers6es cirurgicas tardias sao mais diffceis que a simples corre~ao aberta convencional devido a presen~a da endopr6tese, Planejamento pre-operat6rio cuidadoso e modifica~ao da tecnica operat6ria podem reduzir a mor bidade e mortalidade associadas, Estas tecnicas incluem desde 0 clampeamento supra-renal ou supracelfaco com remo~ao da endopr6tese ate a oclusao intra-a6rtica com balao e remo~ao parcial ou nula da endopr6tese, Referencias Bibliograficas 1-Zarins CK, Heikkinen MA, Lee ES, Alsac JM, Arko FR, Short- and long-term outcome following endovascular aneurysm repair. How does it compare to open surgery' J Cardiovasc Surg (Torino), 2004;45(4):321-333, 6-Hobo R, Buth J. Secondary interventions following endovascular abdominal aortic aneurysm repair using current endografts, A EU ROSTAR report. JVasc Surg, 2006;43(5):896-902 , 2-EVAR-Trial-participants, Endovascular aneurysm repair versus open repair in patients with abdominal aortic aneurysm (EVAR trial 1): randomised controlled trial, Lancet. 2005;365(9478):2179 2186, 7-Sampram ES, Karafa MT, Mascha EJ, Clair DG, Greenberg RK, Lyden SP, O'Hara PJ, Sa rac TP, Srivastava SD, Butler B, Ouriel K, Nature, fre quency, and predictors of secondary procedures after endovascular repair of abdominal aortic aneurysm, JVasc Surg , 2003;37(5}:930 937, 3-Blankensteijn JD, de Jong SE , Prinssen M, va n der Ham AC, Buth J, va n Sterkenburg SM, Ve rhagen HJ, Buskens E, Grobbee DE. Two year outcomes after conventional or endovascular repair of abdo minal aortic aneurysms, N Engl J Med, 2005;352(23):2398-2405 8-May J, White GH, Yu W, Waugh R, Stephen M, Sieunarine K, Harris JP, Conversion from endoluminal to open repair of abdominal aor tic aneurysms: a haza rdous procedure, Eur J Vasc Endovasc Surg. 1997;14(1):4-11. 4-Cao P, Verz ini F, Parlani G, Romano L, De Ra ngo P, Pagliuca V, Iacono G, Clinical effect of abdominal aortic aneurysm endog raf ting: 7-year concurrent comparison with open repair, J Vasc Surg, 2004;40(5):841-848, 9-de Vries JP, va n Herwaarden JA, Overtoom n Vos JA, Moll FL, van de Pavoordt ED. Clinical outcome and technical considerations of late removal of abdominal aortic endografts: 8-year si ngle-center experience, Vascular. 2005; 13(3): 135-140, 5-Goueffic Y, Becquemin JP, Desgranges P, Kobeiter H, idterrr sur viva l after endovascular versus open repair of infra renal corti c cneu rysms, J Endovasc Ther, 2005; 12(1 ):47-57, 1O-Jacobowitz GR, Lee AM, Riles TS. Immediate and late explanta iion of endovascular aortic grafts: the endovascular technologies exoerience. JVase Surg. 1999;29(2):309-316. Cap. 24 . Consequencias da Conversao Precoce ou Tardia ap6s CEAAA: Como Torna-Ias Menos M6rbidas - l -Lyden SP, McNamara JM, Sternbach Y, Illig KA, Waldman DL, Green RM_ Technical considerations for late removal of aortic endo ;)rafts. JVasc Surg. 200 2;36(4):674-6 78. -12-Bockler D, Probst T, Weber H, Raithel D. Surgical conversion after endovascular grafting for abdomina l aortic aneurysms. J Endovasc Tler.2002;9(l):111-118. 3-Terramani TT, Chaikof EL, Raya n SS, Lin PH, Najibi S, Bush RL, Lu msden AB, Salam A, Smith RB, 3rd, Dodson TF. Secondary conver son due to failed endovascular abdominal aortic aneurysm repair. J :asc Surg . 2003;38(3):473-477; discussion 477 -4 78. .Hipsitz EC, Ohki T. Veith FJ, Suggs WD, Wa in RA, Rhee SJ, Gar ulo NJ, McKay J. Delayed open conversion following endovascular : Jrto iliac aneurysm repair: partial (or complete) endograft preser .alion as a useful adjunct. JVasc Surg. 2003;38(6) :1191 -1198. ~ i 5-Committee LRoEP. Lifeline registry of endovascular aneu rysm repair: long-term primary outcome measures. J Vasc Surg. 2005;42( 1):1-10 269 16-Harris PL, Va llabhaneni SR, Desgranges P, Becquemin JP, van Marrewijk C, Laheij RJ. Incidence and risk factors of late rupture, conversion, and death after endovascular repair of infrarenal aor tic aneurysms: the EUROSTAR experience. European Collaborators on Stent/graft techniques for aortic aneurysm repair. J Vasc Surg. 2000;32(4):739-749. 17-Verzini F, Cao P, De Rango P, Parlani G, Xanthopoulos D, Iacono G, Panuccio G. Conversion to open repair after endografting for ab dominal aortic aneurysm causes, incidence and results. Eur JVasc Endovasc Surg . 2006;31 (2): 136-142. 18-Jimenez JC, Moore WS, Quinones-Baldrich WJ. Acute and chro nic open conversion after endovascular aortic aneurysm repair: a 14-year review JVasc Surg . 2007; 46(4):642 -647 . 19-Bernhard VM, Mitchell RS, Matsumura JS, Brewster DC, Decker M, Lamparello P, Raithel D, Collin J. Ruptured abdominal aortic aneurysm after endovascular repair. JVasc Surg. 2002;35(6): 1155 1162.
Documentos relacionados
Estado da Arte no Tratamento do Aneurisma da Aorta Abdominal
como a origem das artérias renais, identifica-se o local de liberação da prótese, sendo que, idealmente, cerca de 4 a 5 cm proximais à lesão sejam cobertos pela mesma. A utilização de uma gaiola pr...
Leia maisTratamento endovascular dos aneurismas de aorta abdominal
Resultados: Não houve óbito nesta série. Até 2 anos e 3 meses de acompanhamentos todos os pacientes estão vivos e 24(96%) livres de reintervenção relacionada ao aneurisma. Um paciente(4%) necess...
Leia maisNEWSLETTER - ANEURISMA AORTA ABDOMINAL.cdr
cm; define melhor a forma e a extensão do aneurisma, assim como a relação anatômica com vísceras e vasos renais (Figura 1). Já a ressonância magnética é extremamente acurada em determinar o tamanho...
Leia mais