ao sabor dos ventos - Scooter Clube do Brasil

Transcrição

ao sabor dos ventos - Scooter Clube do Brasil
autos
autos
Ao sabor dos ventos
Com mais de 100 anos
de história, a scooter
conquista o gosto e o
mercado brasileiro
por ] Mariane Maio
fotos
]
Divulgação
Praticidade e comodidade.
Palavras-chave que
resumem a scooter, um
modelo de moto muito
difundido na Europa e que,
há pouco, conquistou seu
espaço no Brasil. Que o
diga a Yamaha. Em três
anos, a scooter lançada pela
marca, a Neo CVT, registrou
um crescimento de cerca
de 18 vezes o número de
vendas do primeiro ano de
fabricação. No ano de 2004
foram vendidas apenas 870
unidades, de acordo com
a Abraciclo (Associação
Brasileira dos Fabricantes de
Motocicletas, Ciclomotores,
Motonetas, Bicicletas e
Similares). Em 2007, esse
número saltou para 15.681
unidades vendidas e mais
de onze mil unidade até
meados de 2008.
Essa febre por uma
scooter cria apaixonados
em todo o País. Um deles é
Alex Valdarnini, 34 anos,
reside em São Paulo e
trabalha como designer
e gerente de marketing.
Para ele, a paixão pelas
scooters começou quando
61
autos
estava de carro atrasado
para uma reunião e viu um
executivo de terno e gravata
passar com um modelo.
“A scooter completava seu
visual. Quando passou em
uma poça de água, não
levantou os pés, pois estava
protegido pela carenagem
e nem estragou os sapatos
para trocar de marcha”,
lembra. Logo em seguida
foi para loja e comprou sua
primeira scooter.
Valdarnini é vicepresidente do Scooter Clube
do Brasil, um fã clube desse
tipo de moto. O perfil dos
participantes do clube é
62
de homens, na faixa dos
25 anos, que trabalham,
estudam e moram em São
Paulo. O Scooter Clube
nasceu em 2005, na
rede de relacionamento
Orkut, com a finalidade
de reunir pessoas que
tinham um objetivo em
comum: discutir sobre a
nova geração de scooters
no Brasil. Hoje, conta
com 2.500 participantes
que postam em um site
informações como peças
e acessórios; compra
e venda; encontros e
passeios; e até roubos.
Em Maringá, o perfil dos
(Página
anterior)
Sinônimo
de scooter,
o charme
europeu da
Vespa GTS
250. (Nesta
página)
Integrantes do
Scooter Clube
do Brasil,
um clube de
fãs dedicado
especialmente
a esse tipo de
moto.
compradores de scooters
é do sexo oposto, em sua
maioria jovens mulheres.
Em duas lojas consultadas,
as vendas giram em torno
de 40 motos por mês do
modelo Suzuki Burgman
125cc e 50 do modelo
Yamaha Neo CVT. Os
vendedores afirmam que
dos modelos oferecidos com
o mesmo motor, as scooters
são as mais procuradas.
O grande diferencial
de uma scooter é pilotar
sentado e não montado
como ocorre com as
motocicletas. As scooters
contam com bagageiro e os
modelos mais modernos
com câmbio automático
(CVT). Seu design
diferenciado faz com que
o centro de gravidade seja
mais próximo do chão,
oferecendo equilíbrio na
hora de dirigir. Além disso,
esse modelo de moto
possui carenagem frontal
e assoalho para os pés,
que protegem as pernas,
permitindo que as mulheres
dirijam de salto e saia; e
os empresários de terno,
sem o inconveniente de se
sujarem.
Com todas essas
qualidades, as scooters
se tornaram uma ótima
opção para os trânsitos
mais conturbados. Como
qualquer outra motocicleta,
são mais ágeis que os
carros, mas trabalham com
o motor no ritmo ideal o que
garante segurança, ou seja,
o condutor não consegue
fazer extravagâncias. “E
esse nem é o perfil dos
usuários das scooters,
que querem chegar a seu
destino tranqüilamente
- e de preferência sem
acidentes”, completa
Valdarnini.
História
A necessidade de
locomoção fácil e barata
marca o surgimento
deste tipo de motocicleta
em diferentes marcas.
Conhecidas também como
motonetas, o primeiro
protótipo de uma scooter
surgiu em 1903 quando o
francês Georges Gauthier
apresentou uma bicicleta
motorizada com uma
cadeira no lugar do “banco”,
denominado por ele como
Auto Fauteuil (que em
francês significa poltrona).
Mas o modelo só se
popularizou na década de
1910, quando os ingleses
e americanos adaptaram
um motor a um patinete
(scooter, em inglês, daí a
origem do nome).
autos
No período da evolução
tecnológica, nos anos
20, a scooter foi deixada
de lado, retomando sua
popularidade depois da
Segunda Guerra Mundial,
quando alguns empresários
resolveram investir na
motoneta como meio
de transporte barato e
funcional. Percebendo
a necessidade de um
veículo de locomoção
básica que fosse capaz
de agüentar as estradas
precárias da Europa, que
haviam sido destruídas
pela Grande Guerra, o
italiano Eurico Piaggio
transformou sua fábrica
de aviões e começou a
fabricar “motocicletas”. Foi
aí que surgiu a precursora
Vespa, concretizada pelo
engenheiro Corradino
D’Ascanio. Nessa época,
as motos já existiam,
mas não eram aceitas
por apresentarem
problemas, como pneus
furados. Corrigindo esses
inconvenientes, D’Ascanio
criou as Vespas em 1946
e lançou de vez o modelo
scooter no mercado.
Outra marca importante
na consolidação da
história das scooters
foi a Lambretta. Após a
Segunda Guerra o italiano
Ferdinando Innocenti
que tinha uma fábrica
de tubos de aço também
percebeu a necessidade
de locomoção barata e
se uniu ao engenheiro
Pierluigi Torre que idealizou
a Lambretta. Em 1947, o
Modelo UM foi colocado à
venda com uma potência
de 123cc e 4.2bhp a
4400rpm. Um dado muito
relevante na época (e que
continua sendo realidade)
era a economia de gasolina.
A Lambretta fazia 33
quilômetros com 1 litro do
combustível.
Aliás, a primeira fábrica
automobilística do Brasil
foi justamente a da
Lambretta. Trazida para
São Paulo, em 1955, a
produção dessa scooter
entre 1958 e 1960 chegou
a 50 mil unidades por ano.
Depois de alguns modelos
lançados e sofrendo com a
concorrência, em 1979, a
Lambretta deu sua última
cartada com o Br Tork,
mas não foi o suficiente.
A fábrica não agüentou a
entrada das japonesas no
mercado (Honda e Yamaha)
e faliu em 1982. Hoje a
Lambretta é produzida
apenas na Índia.
A falência da Lambretta
não foi o fim das scooters.
No meio dos anos 80
chegaram ao Brasil as
“cinquentinhas” que
agradaram pela facilidade,
pois na época não era
necessário ter carteira de
habilitação para dirigilas. Mas apesar dessa
facilidade também havia
um problema, as peças só
podiam ser adquiridas por
exportação, o que deixou
inviável sua manutenção.
Poucos anos atrás, os
novos incentivos para
a indústria, a queda do
dólar e os baixos preços
competitivos da China
facilitaram para que muitos
fabricantes importassem
scooters semi-montadas e
nacionalizassem usando
peças brasileiras.
Então, em 2004, a
Suzuki trouxe a Burgman
125cc, que demorou a
conquistar o mercado
devido ao preconceito
que existia comparando-a
com as “frágeis” 50cc. O
pioneirismo da Suzuki logo
foi seguido pelas marcas
Yamaha, Sundown, Garini
A Suzuki
Burgman
125cc entrou
com o pé
direito no
mercado
nacional e
se tornou a
predileta entre
os integrantes
do Scooter
Clube. Modelo
mais potente,
a Burgman
400 faz 32HP
a 8.000 RPM
com um tanque
que comporta
13 litros.
65
autos
categoria, com capacidade
para 7,8 litros. Sua potência
máxima é de 12,3 cv a
7.500 RPM.
Já seu modelo mais
potente, o Suzuki Burgman
400, conta com motor 4
tempos, monocilindro, 4
válvulas, OHC e refrigeração
líquida. Tem injeção
eletrônica de combustível,
partida elétrica e ignição
eletrônica. Sua potência
máxima é de 32 HP a
8.000 RPM e o tanque de
combustível comporta 13
litros.
e Dafra. Seus modelos
mais básicos entraram
facilmente no mercado,
por apresentarem preços
semelhantes às demais
motocicletas com o mesmo
motor.
Apesar do preço acessível
das nacionais, as italianas
importadas da Piaggio, com
seus modelos modernos e
luxuosos, continuam como
parte do imaginário de
alguns brasileiros, embora
se concretizem apenas
para consumidores mais
afortunados que podem
pagar o preço alto dessas
pérolas.
66
(Acima)
Com o
design
clássico das
Vespas, a LX
150 é mais
moderna
do ponto
de vista
técnico. (No
topo) Maxi
scooter da
Piaggio, a
MP3 tem
três rodas
e uma
potência
de 34cv a
7.500 RPM.
Suzuki
A Suzuki Burgman
entrou no mercado das
scooters com o pé direito
e a sua versão 125cc
é a preferida entre os
participantes do Scooter
Clube do Brasil. Este
modelo (125 Automatic)
conta com motor 4 tempos,
monocilindro, 2 válvulas,
OHC e refrigerado a ar
forçado. Tem porta-luvas,
porta-objetos, painel
completo, transmissão
automática, partida elétrica,
rodas de liga, freio a disco e
um tanque de combustível
privilegiado para a
Yamaha Neo
A Yamaha com a
nova Neo CVT entrou na
categoria de scooters. Seu
motor 115cc é de 4 tempos,
OHC, refrigerado a ar e tem
2 válvulas. Além disso,
conta com porta-capacete
com capacidade de 17
litros, dois porta-objetos e
ganchos para volumes de
até 1 quilo. Sua potência
máxima é de 8,4 cv a
8.000 rpm, tem câmbio
automático tipo CVT e
afogador eletrônico. O
tanque de combustível tem
capacidade de 4,8 litros.
Piaggio
A Vespa, que é um
sinônimo de scooter, entra
no cenário brasileiro ainda
tímida. Apenas alguns
modelos da marca italiana
são vendidos em algumas
capitais no Brasil. Apesar
do preço não ser um
atrativo elas conquistam
com seu charme europeu.
Um de seus modelos, a LX
150, tem motor 151cc,
monocilíndrico leader, 4
tempos com catalisador de
duas vias e sistema de ar
secundário. Sua potência
máxima é de 11,7 cv a
7.750 rpm e o tanque de
combustível comporta 8,6
litros. A Vespa LX 150 tem
porta-luvas, gancho portabagagem e espaço para
capacete.
Outra Vespa a GTS 250
i.e., essa um pouco mais
potente, chegou ao Brasil
em 2007 com seu design
clássico das Vespas, mas
moderna do ponto de vista
técnico. Seu motor 244cc
é do tipo monocilíndrico
quasar, 4 tempos, com 4
válvulas, com refrigeração
líquida e injeção eletrônica.
Sua potência máxima é
de 22 cv a 8.250 rpm e
o tanque de combustível
comporta 9,2 litros. Tem
também porta-luvas no
escudo dianteiro e sob o
banco, que não comporta
um capacete, mas este
modelo possui ainda um
bagageiro. Além disso, o
painel LCD mostra várias
informações como relógio e
temperatura ambiente.
Outro modelo da Piaggio
é a MP3. Considerada uma
maxi scooter ela tem um
diferencial em relação a
todas as outras: três rodas,
sendo duas na frente e uma
atrás, que fazem seu ângulo
de virada chegar a 40%.
Seu motor de 400cc conta
com 4 válvulas, 1 cilindro,
quatro tempos com injeção
eletrônica, conversor
catalítico e refrigerado a
água. Sua potência é de
34 cv a 7.500 rpm, com
tanque de combustível que
cabe 12 litros.

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